Dimensionamento de Um Carro Guincho
Dimensionamento de Um Carro Guincho
Dimensionamento de Um Carro Guincho
Dissertação do MIEM
realizado em
Orientador na TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.: Eng. Rodrigo Novais Machado Roque Massa
Julho de 2016
Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
RESUMO
Esta dissertação foi realizada numa empresa da indústria metalomecânica na qual se
procedeu ao dimensionamento de um carro guincho de um equipamento de elevação de carga
tendo por base um protótipo já existente na empresa. Neste trabalho apresenta-se toda a
seleção e dimensionamento dos componentes necessários para a implementação do projeto.
O projeto foi dividido em três fases: Seleção dos componentes necessários para o
mecanismo de elevação da carga; implementação de um novo método que permitisse utilizar
um diferente tipo de redutor no mecanismo de elevação e respetivo dimensionamento;
dimensionamento dos restantes elementos de um carro guincho: travessa de desmultiplicação
da carga, carros laterais, bogies dos carros laterais, equipamento de translação e bloco de
gancho.
ABSTRACT
This work was carried out in the company's metalworking industry which undertook
the design of a winch drive for a load lifting equipment based on a prototype existing in the
company. This paper presents the whole selection and sizing of all the components required to
implement the project.
The project was divided into three phases: Selection of required components for the
load lifting mechanism; Implementing a new method enabling to use a different type of
gearbox in the lifting mechanism and appropriate dimensioning; Dimensioning of the
remaining elements of a winch car: Joist load gear ratio, side-cars, bogies of sidecars,
translational equipment and hook block.
The dimensioning of the various components was carried out using the software "Ansys" and
"Multiframe 4D" and according to FEM1.001 standard and various ISO and DIN.
Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
AGRADECIMENTOS
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ÍNDICE
1 Introdução ............................................................................................................................. 1
2 Princípio de funcionamento de um redutor planetário ........................................................ 2
3 Orientações para o projeto ................................................................................................... 5
4 Sistema de desmultiplicação da carga .................................................................................. 6
5 Seleção do cabo de aço ......................................................................................................... 7
6 Seleção do motor .................................................................................................................. 9
7 Seleção do redutor planetário ............................................................................................ 11
8 Tambor ................................................................................................................................ 15
9 Sistema para colocar o redutor planetário no tambor ....................................................... 23
9.1 Constituição do sistema .............................................................................................. 24
9.2 Ligações aparafusadas................................................................................................. 26
9.3 Dimensionamento das espessuras das chapas ........................................................... 28
10 Apoio do tambor oposto ao redutor ............................................................................... 36
11 Travessa ........................................................................................................................... 40
11.1 Roldanas ...................................................................................................................... 43
11.2 Veios da travessa......................................................................................................... 44
12 Carros laterais ................................................................................................................. 48
12.1 Rodas ........................................................................................................................... 52
12.2 Estrutura do bogie ....................................................................................................... 54
12.3 Rolamentos e veios do bogie ...................................................................................... 57
13 Ligações do sistema de elevação ao carro lateral ........................................................... 63
13.1 Ligação da flange do tambor ao carro lateral ............................................................. 63
13.2 Ligação da travessa ao carro lateral ............................................................................ 68
14 Acoplamentos ................................................................................................................. 69
15 Motor e redutor de translação........................................................................................ 70
16 Bloco de gancho .............................................................................................................. 75
17 Outros equipamentos ..................................................................................................... 78
18 Soldaduras ....................................................................................................................... 79
19 Conclusão ........................................................................................................................ 81
20 Bibliografia ...................................................................................................................... 82
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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
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ÍNDICE DE TABELAS
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1 INTRODUÇÃO
O presente relatório pretende explicar, de um modo sucinto, todo o processo de
desenvolvimento de um carro de guincho de um equipamento de elevação para a carga
nominal 320 toneladas, compreendendo a idealização de uma nova solução, seleção dos vários
componentes e todo o processo de dimensionamento ao nível de cálculo estrutural.
Este estudo foi realizado a partir de um protótipo executado pela empresa TEGOPI-
Industria Metalomecânica, S.A. e o seu principal objetivo é o desenvolvimento de uma nova
ideia que permita diminuir a largura do carro lateral e assim obter uma otimização do espaço
necessário para o equipamento. A solução encontrada será a substituição do redutor de eixos
paralelos, que se encontra sobre o carro lateral, por um redutor planetário dentro do tambor
de enrolamento do cabo. Esta solução irá também ter vantagens económicas uma vez que um
redutor de engrenagens paralelas, apesar de ter um rendimento mecânico superior, tem
também um custo superior ao custo de um redutor planetário.
A parte inicial deste projeto consistiu numa pesquisa de diferentes empresas que
possuem redutores para o binário necessário para a elevação da carga nominal. A segunda
parte foi dar continuidade a uma ideia apresentada pelo orientador da empresa de forma a
colocar o redutor planetário dentro do tambor. E por fim foi realizado o dimensionamento da
travessa, do carro lateral e do bloco de gancho e realizado o seu desenho no software de CAD
3D “SolidWorks”.
Neste projeto, como em qualquer projeto de engenharia mecânica, foi por vezes
selecionado mais de um componente de diferentes fornecedores, sendo que a escolha final do
fornecedor depende de prazos de entrega e orçamentos dados pelos diferentes fornecedores
na fase de construção do projeto. Durante este projeto foram tomadas diversas considerações
que serão explicadas no decorrer deste relatório.
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2-Porta satélites
3-Engrenagem sol
4-Engrenagem planetária
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Qualquer uma das três engrenagens poderá ser utilizada como a engrenagem de
entrada, uma vez que uma segunda engrenagem está fixa e a terceira engrenagem será a
engrenagem de saída. Dependendo de qual a engrenagem que se encontra no acionamento
poderá ser realizado uma redução de velocidade de rotação e aumento de binário; um
aumento de velocidade de rotação e diminuição de binário ou apenas a transmissão da mesma
velocidade de rotação e do mesmo binário. A direção de rotação de saída também poderá ser
controlada pelo redutor planetário.
Quando duas engrenagens estão fixas a velocidade e o binário mantêm-se: relação 1:1 (“Direct Drive”)
Quando nenhum membro esta fixo não existe transmissão de potência (Neutro)
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Os redutores planetários utilizados neste projeto apenas irão realizar uma redução da
velocidade de rotação e amplificação do binário de saída, ou seja, uma redução da velocidade
de rotação.
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O sistema deverá ser capaz de elevar 320 toneladas, mais uma massa estimada
do bloco de gancho de 5,4 toneladas;
A bitola, espaçamento entre carris, deverá ser de 5300 milímetros;
A altura de elevação deverá ser de 30 metros;
A velocidade de elevação da carga deverá ser de 1,6 metros por minuto;
Diâmetro do tambor de 1600 milímetros;
Mecanismo de desmultiplicação de carga na travessa de 16 vias e de 2 cabos a
enrolar no tambor;
A velocidade de direção deverá ser de 10 metros por minuto;
O tipo de acionamento do sistema será elétrico;
Temperatura de serviço de 20º Celcius;
Sistema para utilizar cerca 2500 horas;
O sistema de elevação será da classe M3.
Uma primeira nota será que, segundo a tabela T.2.1.3.5. da FEM 1.001 para pontes
rolantes, deverá ser usado pelo menos um grupo M4. No entanto, devido ao curto tempo de
utilização da ponte, que será cerca de 2.500 horas, grupo T4 pela tabela T.2.1.3.2., e apenas
um número muito reduzido de vezes o sistema estará sujeito à carga nominal, será usado um
espectro de carga L1 da tabela T.2.1.3.3., pela tabela T.2.1.3.4, será então atribuído um grupo
M3.
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Uma vez que o mecanismo de desmultiplicação de carga terá 16 vias e 2 cabos, a carga
que será aplicada no tambor será um oitavo da carga aplicada no cabo a multiplicar pelo
rendimento do sistema, como se pode verificar pelos esquemas anteriores.
Será utilizado apenas um cabo que realizará a passagem de um bloco de roldanas para
o outro, e não dois cabos um direito e outro esquerdo, pois do ponto de vista de manutenção
é preferível apenas um cabo pela facilidade da substituição do cabo e também permite a
compensação de esforços no caso de bloco de gancho ficar desequilibrado.
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A força a que o cabo de aço estará sujeito será dada pela seguinte equação:
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐹𝑐𝑎𝑏𝑜 = ×𝑔
𝜂𝑡𝑜𝑡 × 𝑛º 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑎𝑠
A carga total será a soma da carga nominal de 320 toneladas com o peso do bloco de
gancho de 5,4 toneladas.
O sistema terá 16 vias e o rendimento do sistema de roldanas será dado pela seguinte
equação retirado do CEN/TS 13001-3-2:2008 (E)- Cranes. General design. Limit states and
proof of competence of wire ropes in reeving systems. Da secção 5.2.3:
(𝜂𝑠 )𝑛𝑓𝑠 1 − (𝜂𝑠 )𝑛𝑚
𝜂𝑡𝑜𝑡 = .
𝑛𝑚 1 − 𝜂𝑠
Sendo:
Assim:
(0,985)0 1 − (0,985)16
𝜂𝑡𝑜𝑡 = . = 0,895 = 89,5 %
16 1 − 0,985
E a força máxima no cabo será:
320 + 5,4
𝐹𝑐𝑎𝑏𝑜 = × 9,81 = 222,92 𝐾𝑁
0,895 × 16
Para o cálculo do coeficiente de segurança a FEM 1.001 apresenta dois métodos: o
método que usa o mínimo fator de segurança 𝑍𝑝 e o método que usa o fator 𝐶. O primeiro
método poderá ser usado para cabos móveis e fixos enquanto o segundo método apenas
poderá ser usado em cabos móveis.
7
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A razão pela qual se optou por utilizar cabos de tensão de cedência de 1960 MPa é que
este valor de tensão de cedência se encontra nos dois fornecedores podendo assim optar-se
por um ou pelo outro.
A diferença entre estes dois cabos de aço é que no modelo Eurolift trata-se de um
cabo de aço com resistência à rotação enquanto o modelo Power 9-R não possui essa
resistência à rotação. A resistência à rotação poderá provocar desgaste nos grooves do tambor
e nas roldanas, no entanto para elevadas alturas de elevação será preferível uma vez que os
esforços internos existentes no cabo não irão provocar rotações na carga a elevar. Neste
projeto será utilizado o cabo com resistência à rotação logo o cabo Eurolift.
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6 SELEÇÃO DO MOTOR
A seleção do motor passará por determinar a potência necessária para a elevação da
carga e selecionar a velocidade de rotação do motor. Neste tipo de equipamentos são
utilizados motores de corrente alternada assíncronos.
A velocidade de elevação será de 1,60 metros por minuto o que irá corresponder a
0,0267 metros por segundo.
9
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16
𝜔𝑡𝑎𝑚𝑏𝑜𝑟 = × 60 = 2,55 𝑟𝑜𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜
2𝜋
A redução para um motor para a velocidade de rotação nominal de 1000 rotações por
minuto andará por volta de 392:1 e para um motor de 1500 rotações por minuto andará à
volta de 599:1. Ao selecionar os catálogos dos fornecedores de redutores pode-se verificar que
o número de andares de redução tanto para 392:1 como para 599:1 será o mesmo, logo, o
tamanho do redutor será também ele o mesmo.
Como o binário presente no tambor para a elevação de carga é muito alto, foi decidido
colocar o freio antes do redutor e não no próprio tambor. E, como o binário de um motor de
1500 rotações por minuto é inferior a um de 1000 rotações por minuto será necessário um
freio de menor capacidade.
Por outro lado, as potências térmicas admissíveis pelos redutores diminuem com o
aumento da velocidade de rotação do eixo de entrada, necessitando de sistemas externos de
arrefecimento. Como o redutor planetário será colocado dentro do tambor será uma ideia
colocar um sistema de arrefecimento exterior independentemente se o redutor verifica ou não
a potência térmica, a melhor solução será conseguida apenas com a opinião do fornecedor do
redutor planetário.
Deverá ser pedido ao fornecedor do motor que este possua ventilação forçada e
equipado com um freio adequado para elevação.
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Muito do tempo investido neste projeto foi usado na pesquisa de fornecedores deste
equipamento e sua seleção nos catálogos.
Este método multiplica a potência, 110 KW, ou o binário necessário para o eixo de
saída do redutor por um fator de utilização que irá depender do tipo de aplicação e condições
de operação do redutor planetário, do número de arranque por hora e do número de horas de
utilização por dia.
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1) O redutor XP130 do catálogo “Industrial Gear Planetary Gear Units Serie XP” da
SEW, neste catálogo não existe a razão de redução necessária, no entanto foi
indicado pelo fornecedor que esta era possível a pedido. Para seguir o catálogo
disponível no sitio da empresa é possível utilizar um motor de velocidade de
rotação nominal de 750 rotações por minuto e uma razão de redução de cerca de
294:1. Segundo o fornecedor este redutor também está disponível com um veio de
entrada ortogonal.
Tabela 2-Caraterísticas do redutor planetário da SEW selecionado
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Figura 9-Redutor Planetário da Bonfiglioli Riduttori, esquerda imagem de catálogo, direita imagem do SolidWorks
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8 TAMBOR
De seguida foi dimensionado o tambor onde será realizado o enrolamento do cabo.
Uma vez que a tensão de cedência do cabo é muito alta, de 1960 MPa, para reduzir o
desgaste excessivo do tambor será utilizado um aço com tensão de cedência de 355 MPa, o aço
S355. Como não está previsto que o equipamento não irá trabalhar a temperaturas muito baixas
será utilizado um aço S355J0. Segundo a norma Portuguesa EN10025-2-2007 a resistência ao
choque KV longitudinal para uma temperatura de 0ºC e espessura inferior a 150 milímetros é de
27 KJ.
A não ser que exista uma indicação contrária todo o projeto usará esta classe de aço
para as chapas utilizadas.
S355J0
Espessura nominal < 16 > 16 > 40 > 63 > 80 > 100 > 150 > 200
(mm) < 40 < 63 < 80 < 100 < 150 < 200 < 250
Tensão de cedência
superior mínima 355 345 335 325 315 295 285 275
(MPa)
O diâmetro de enrolamento que passará pelo centro dos cabos é de 1600 milímetros.
Diâmetro do cabo: 𝑑1 = 32 𝑚𝑚
Passo: 𝑝 = 36 𝑚𝑚
Raio do “groove”: 𝑟1 = 17 𝑚𝑚
Altura do “groove”: ℎ = 12 𝑚𝑚
15
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Para evitar que, por alguma razão, o cabo de aço se movimente para fora do tambor
considerou-se que o diâmetro da flange será de 1600 milímetros mais, pelo menos duas vezes
o diâmetro do cabo, o que fará um mínimo de 1664 milímetros. O diâmetro final da flange será
arredondado para 1670 milímetros.
Para a verificação da resistência será utilizado um diâmetro do tambor que apenas terá
em conta o diâmetro exterior do tambor onde não existem “grooves”, zona maciça do tambor.
Uma vez que, a espessura utilizada para o tambor será de 45 milímetros, o tambor terá
33 milímetros de espessura na zona maciça devido à necessidade de ter 12 milímetros para a
altura dos “grooves”. Poderá utilizar-se uma chapa de 50 milímetros de espessura com 5
milímetros de folga para maquinagem.
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Para o cálculo dos diagramas de esforços neste projeto foi utilizado o software
“Multiframe 4D”.
𝑃 × 𝐿 449,12 × 4,692
𝑀𝑚á𝑥 = = = 526,82 𝐾𝑁. 𝑚
4 4
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𝑃 × 𝐿2 16,82 × 4,6922
𝑀𝑚á𝑥 = = = 46,29 𝐾𝑁. 𝑚
8 8
Nos dimensionamentos optou-se por um coeficiente de segurança de 2 a aplicar na
tensão de cedência do aço.
Dimensionamento ao corte:
𝜋
Á𝑟𝑒𝑎 = × (1,5662 − (1,566 − 2 × 0,033)2 ) = 0,1589 𝑚2
4
4 (224,56 + 39,46) × 103
𝜏 =2× × = 4,43 𝑀𝑃𝑎
3 0,1589
Dimensionamento à torção:
𝜋 2
𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑟çã𝑜 = × (1,5664 − (1,566 − 2 × 0,033)4 ) × = 0,1193 𝑚3
32 1,566
359,30 × 103
𝜏 =2× = 6,02 𝑀𝑃𝑎
0,1193
335
4,43 + 6,02 = 10,45 𝑀𝑃𝑎 < 𝑀𝑃𝑎
√3
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Dimensionamento à flexão:
𝜋 2
𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 = × (1,5664 − (1,566 − 2 × 0,033)4 ) × = 0,0596 𝑚3
64 1,566
(526,82 + 46,29) × 103
𝜎 =2× = 19,20 𝑀𝑃𝑎 < 335 𝑀𝑃𝑎
0,0596
Como se pode verificar, estas tensões no tambor são quase desprezáveis. No entanto,
será o dimensionamento ao esmagamento a solicitação que definirá a espessura do tambor,
esta solicitação será provocada pelo estrangulamento do tambor pelo cabo como mostra a
figura seguinte. A tensão devido a este esforço poderá ser retirada de “Aparatos de Elevacion y
Transporte - Vol. I e II, 1972” de Hellmut Ernst.
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Estes calcadores serão presos ao tambor por dois parafusos M20 da classe de aço 10.9
cada. Todos os parafusos ao longo de todo o projeto serão desta classe de aço por forma a
obter comprimentos de roscas nas chapas admissíveis, como se irá ver mais adiante. Assim, a
força suportada por cada calcador do cabo será dada pelo produto número de parafusos, dois
parafusos, a tensão de cedência da classe de aço, 900 MPa, e 80% da área do núcleo do
parafuso, 𝐴𝑛ú𝑐𝑙𝑜 𝑀20 = 245 𝑚𝑚2 .
224,56
𝐹𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑎 = = 748,53 𝐾𝑁
2 × 0,15
O número de calcadores do cabo necessários com um coeficiente de segurança de 2,5
é:
748,53
𝐶𝑎𝑙𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑜𝑠 = 2,5 × = 5 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
352,80
748,53
𝐹𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟 = = 149,71 𝐾𝑁
5
As dimensões dos calcadores serão:
Para a largura utilizou-se 1,5 vezes o diâmetro do parafuso para cada um dos lados.
Obtendo-se um comprimento total de 60 milímetros.
20
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Recorrendo ao software “Ansys, Inc” foi possível obter as tensões de Von-Mises para
esta peça. As condições de fronteira impostas na peça foram apenas compressão na zona das
anilhas, dos parafusos e na base onde o calcador vai assentar no tambor. Na carga apenas foi
considerada uma força vertical de 149,71 KN na zona onde fixa o cabo.
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Uma flange de 30 milímetros de espessura que ligará todo o sistema ao carro lateral e
será o braço de reação do redutor planetário e que será aparafusada ao postiço anterior. A
ligação da flange ao carro lateral será realizada através de rótulas ge-70-UK-2rs da Schaeffler,
cuja capacidade de carga estática radial é 739 KN e isentas de manutenção. No local de ligação
às rótulas serão soldadas umas castanhas de 15 milímetros de espessura.
Para fazer o apoio do primeiro postiço ao segundo postiço terá que ser utilizado um
rolamento pois o primeiro postiço encontra-se ligado ao tambor, logo em rotação, e o segundo
postiço à flange, logo fixo.
A flange será simétrica pois foi realizado um estudo no qual se verificou que não
existiriam muitas vantagens aumentando o braço de reação na distribuição de cargas pelos
apoios da flange devido as cargas verticais nos apoios.
Uma vez que este rolamento será de grandes dimensões, diâmetro interno de 1180
milímetros, ele estará muito sobredimensionado em relação às cargas a que esta sujeito.
A única carga que atuará neste rolamento será a carga radial proveniente do tambor
pois, como as rotações dos apoios do tambor serão de uma ordem muito pequena não serão
tidas em conta quaisquer cargas axiais neste sistema.
A carga dinâmica admissível deste rolamento é de 3030 KN e uma vez que a velocidade
de rotação do tambor é muito baixa poderá também verificar-se a carga estática admissível do
rolamento que é de 7800 KN.
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Para manter o rolamento posicionado será utilizado um anel, que poderá ser cortado
de uma chapa, ligado ao postiço que apoia o redutor planetário através de parafusos.
Serão também utilizadas umas chapas e vedantes da empresa Trelleborg para garantir
a vedação do rolamento.
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Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
359,30
𝐹𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑜 𝑡𝑜𝑟𝑠𝑜𝑟 = = 472,76 𝐾𝑁
0,760
Pela DIN 1481 cada cavilha elástica poderá suportar uma força de 631,40 KN, logo com
um coeficiente de segurança de dois apenas bastariam duas cavilhas elásticas.
A força de contacto entre as chapas para os 6 parafusos M30 e 6 parafusos M20 para
um coeficiente de atrito de 𝜇𝑎ç𝑜 = 0,15.
𝐹𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 = 0,15 × (6 × 0,8 × 900 × 103 × 561 × 10−6 + 6 × 0,8 × 900 × 103 × 245 × 10−6 )
= 522,29 𝐾𝑁
Assim a força de atrito entre as chapas também verifica a segurança.
A ligação do segundo postiço à flange será realizada por 8 parafusos M30 e 8 parafusos
M20 da classe de aço 10.9. Aqui os parafusos M20 também estarão inseridos numa cavilha
elástica de 30 milímetros de diâmetro exterior
359,30
𝐹𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑜 𝑡𝑜𝑟𝑠𝑜𝑟 = = 598,83 𝐾𝑁
0,600
Neste caso também pela DIN 1481 bastariam duas cavilhas elásticas para verificar a
segurança com um coeficiente de 2.
A força de contacto entre as chapas para os 8 parafusos M30 e 8 parafusos M20 é.
𝐹𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 = 0,15 × (8 × 0,8 × 900 × 103 × 561 × 10−6 + 8 × 0,8 × 900 × 103 × 245 × 10−6 )
= 696,38 𝐾𝑁
Assim a força de atrito entre as chapas também verifica a segurança.
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O primeiro elemento a ser verificado será o postiço que transmite o binário do veio de
saída do redutor planetário para o tambor, esta verificação será realizada com e sem o atrito
imposto nas chapas.
Com o atrito das chapas este elemento encontra-se apoiado no rolamento, fixo nas
cavilhas, e encastrado no extremo devido ao atrito imposto nas chapas e aos parafusos. As
solicitações serão uma força aplicada no local da chaveta e a carga vertical proveniente do
tambor que é de 264,02 KN. A força aplicada na chaveta será dada por:
𝐵𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟
𝐹𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 =
𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑢𝑏𝑜 à 𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎
359,30
𝐹𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒𝑡𝑎 = = 2113,53 𝐾𝑁
0,170
Quando considerado o atrito das chapas o tipo de apoio utilizado foi um
encastramento em toda a face que irá fazer o encosto não permitindo qualquer rotação.
Quando não considerado a condição de atrito das chapas apenas foi imposto o deslocamento
nulo na direção dos parafusos.
28
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Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
Os locais da peça em que a tensão é superior a 150 MPa para o caso sem atrito das
chapas, são mostrados na figura seguinte, quando o atrito é tido em consideração as tensões
são praticamente inexistentes. No caso do cubo da chaveta as tensões altas serão ignoradas,
pois a chaveta já vem dimensionada do redutor planetário.
30
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Figura 40-Locais onde as tensões de Von-Mises são superiores a 150 MPa no postiço exterior
O postiço interior será o elemento cuja função será apoiar o redutor e transmitir o
braço de reação do redutor planetário, 359,30 KN.m, e as cargas verticais do tambor, 264,02
KN, para a flange. Existirá neste postiço um respiro para permitir a ventilação do redutor.
Este postiço também se irá encontrar apoiado no rolamento e será fixo à flange
através de parafusos e cavilhas elásticas e do atrito que existirá entre este postiço e a flange.
O peso do redutor planetário será de 2,950 toneladas o que resultará numa carga
extra de 28,94 KN.
31
Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
32
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33
Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
Tal como no postiço exterior verifica-se que, o atrito entre as chapas será importante
para atenuar as tensões nas cavilhas verificando a segurança do componente.
Por fim, é verificada a segurança da flange que será apoiada nas rótulas e solicitada
nas cavilhas pelo momento torsor do braço de reação do redutor planetário, 359,30 KN.m, e
na castanha que faz o encosto com o postiço interior pela carga proveniente do tambor,
264,02 KN, e pelos pesos próprios do redutor planetário, postiços e rolamento resultando
numa carga vertical final de 325,53 KN. Na análise deste componente não foi considerado o
atrito entre as chapas.
34
Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
Figura 51-Tensões de Von-Mises da flange de ligação do tambor ao carro lateral superiores a 172 MPa
Pela figura anterior é possível encontrar-se tensões superiores aos 172 MPa nas zonas
de apoio das rótulas e na periferia da flange. Nas zonas das rótulas a solução passaria por
utilizar rótulas de um maior diâmetro, que resultaria em rótulas muito sobredimensionadas e
num desaproveitamento do espaço entre o tambor e a travessa.
No caso das tensões altas na periferia da flange estas nunca ultrapassam os 215 MPa
resultando num fator de segurança mínimo de cerca de 1,60.
35
Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
Como o rolamento roda a uma velocidade muito baixa, 2,55 rotações por minuto, será
verificada a capacidade de carga radial estática deste rolamento que é de 1210 KN e a carga
radial a que este estará sujeito será de 264,02 KN, no entanto, este sobredimensionamento
será necessário devido ao diâmetro do veio que irá ligar o tambor ao rolamento. Este veio de
forma a facilitar o processo de soldadura à flange do tambor será também realizado a partir do
aço de construção S355J0.
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A tensão de flexão máxima com um coeficiente de segurança de dois neste veio será
de:
2 × 61,253 × 103
𝜎= = 277,78 𝑀𝑃𝑎 < 285 𝑀𝑃𝑎
𝜋 × 0,1653
32
A tensão de corte máxima com um coeficiente de segurança de dois no veio será de:
𝑟
+ 𝑞 = 0,074 + 0,07 = 0,144
𝑑
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(1,75 − 1,65)
𝑘𝑑 = × (135 − 100) + 1,65 = 1,685
(200 − 100)
E o fator de acabamento superficial 𝑘𝑢 para uma superfície polida, curva 1, dado na
figura A.4.1.3.2. será 1.
𝜎𝑏𝑤 225
𝜎𝑤𝑘 = = 89,021 𝑀𝑃𝑎
(𝑘𝑠 × 𝑘𝑑 × 𝑘𝑢 ) (1,5 × 1,685 × 1)
Para uma tensão alternada de compressão-tração, 𝜅 = −1:
38
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Dimensionando o veio de forma a durar até dois milhões de ciclos, que é mais que
suficiente para durar toda a vida útil do equipamento.
2 × 106
log ( )
8 × 103
𝑐= = 3,41
450
log (89,021)
33,531 × 103
𝜎= = 138,82 𝑀𝑃𝑎
𝜋 × 0,1353
32
A tensão de corte nesta secção do veio será:
4 264,01 × 103
𝜏= × = 24,59 𝑀𝑃𝑎
3 𝜋 × 0,1352
4
Segundo a FEM 1.001 para a combinação de flexão e corte será dada pela tensão de
Von-Mises ou seja:
𝜎𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = √𝜎𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 2 + 3 × 𝜏 2
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11 TRAVESSA
Finalizado o sistema de enrolamento do cabo procedeu-se ao dimensionamento do
sistema de desmultiplicação de carga na travessa. Esta estrutura será simplesmente um caixão
aberto no qual serão introduzidos dois veios onde serão apoiadas as roldanas.
A força 𝐹2 aplicada duas vezes em três das roldanas, nas quais o cabo regressa ao
bloco de gancho, e na outra roldana uma vez na vertical e uma vez na direção horizontal, na
qual o cabo segue de um veio para o outro.
1406,88
𝐹2 = = 200,98 𝐾𝑁
7
Utilizando duas chapas de 30 milímetros de espessura e de 1250 milímetros de altura
para as almas do caixão e uma chapa de 30 milímetros de espessura e de 390 milímetros de
largura para o banzo.
40
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Os esforços na travessa devido ao peso próprio do aço de 7,8 toneladas por metro
cúbico serão dados por:
41
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𝑃 × 𝐿2 6,63 × 5,32
𝑀𝑚á𝑥 = = = 23,28 𝐾𝑁. 𝑚
8 8
A tensão máxima na travessa será no seu ponto máximo, neste ponto os esforços
transversos serão nulos. Utilizando um coeficiente de segurança de dois os valores de tração e
compressão máximos serão:
42
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11.1 ROLDANAS
O material do qual as roldanas serão constituídas será o ferro fundido nodular GGG70
devido a boa capacidade de absorção de vibrações, boa tensão de rutura e resistência ao
desgaste.
O diâmetro das roldanas utilizado será de 16 vezes o diâmetro do cabo como definido
para o grupo M3 na tabela T.4.2.3.1.1. do capítulo 4 da FEM 1.001.
𝐷𝑟𝑜𝑙𝑑𝑎𝑛𝑎 = 16 × 32 = 512 𝑚𝑚
Serão utilizadas roldanas estandardizadas de 560 milímetros de diâmetro. As
dimensões do “groove” da roldana serão obtidas pela DIN 15 061 parte 2. Para o diâmetro de
cabo de 32 milímetros.
Diâmetro do cabo: 𝑑1 = 32 𝑚𝑚
Profundidade do “groove”: ℎ = 45 𝑚𝑚
Raio do “groove”: 𝑟1 = 17 𝑚𝑚
Largura do “groove”: 𝑙 = 60 𝑚𝑚
43
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Como explicado, anteriormente, existirão no veio quatro cargas verticais, três de cerca
de 402 KN e uma de cerca de 201 KN com uma carga horizontal de cerca de 201 KN.
44
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45
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Na zona do veio das roldanas mais solicitada a tensão devido ao esforço fletor e a
tensão de corte com um coeficiente de segurança de 2 serão:
O material utilizado para este veio será o aço ligado 42CrMo4 cuja tenção de cedência
para o diâmetro de 160 milímetros é 460 MPa respeitando, assim, a segurança do veio. A
tabela seguinte apresenta as tensões de cedência superiores mínimas do aço 42CrMo4
segundo a norma EN 10083-3-2006.
Tabela 8-Tensões de cedência superiores mínimas para o aço 42CrMo4
42CrMo4
Espessura nominal < 16 > 16 > 40 > 100 > 160 > 330
(mm) < 40 < 100 < 160 < 330 < 660
Tensão de cedência
superior mínima 900 750 650 500- 460- 390
(MPa) 550 500
46
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Finalmente, foram selecionadas segundo a DIN 15 058 as travincas que irão bloquear o
veio na alma da travessa.
a B c1 c2 d1 f g h parafusos
50 12 190 140 21 85 20 25 M 20
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12 CARROS LATERAIS
O passo seguinte passará por dimensionar os carros laterais que irão suportar o
tambor e a travessa. Tal como a travessa, estes serão constituídos por uma viga em caixão
aberto onde serão colocados dois bogies em cada carro lateral. As cargas a que as travessas
estarão sujeitas serão:
As cargas na travessa e o peso próprio da travessa que perfaz cerca de 1425 KN.
Para que a carga esteja igualmente distribuída pelos bogies será necessário encontrar
os centros de gravidade das cargas e colocar os bogies a igual distância do centro de gravidade,
isto provocará um desgaste igual em todas as rodas de cada carro lateral.
48
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As distâncias entre bogies foram calculadas de forma a permitir colocar os ceptos dos
carros laterais sob os pontos de aplicação das cargas da travessa assim, os bogies no carro
lateral do lado do redutor irão encontra-se a 1152 milímetros do centro de gravidade das
cargas e no carro lateral do lado oposto do redutor irão encontrar-se a 988 milímetros do
centro de gravidade das cargas.
Pode-se assim concluir que, o par de bogies do carro lateral do lado do redutor, sem
contar com o peso próprio do carro lateral, estará sujeito a uma carga de cerca de:
3 + 10 + 1425 + 376 − 34 + 3
𝐹𝑏𝑜𝑔𝑖𝑒 = = 891,5 𝐾𝑁
2
49
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E o conjunto de bogies do lado oposto do redutor, sem contar com o peso próprio do
carro lateral, estará sujeito a uma carga de cerca de:
3 + 1425 + 266 + 3
𝐹𝑏𝑜𝑔𝑖𝑒 = = 848,5 𝐾𝑁
2
Os carros laterais serão constituídos por um banzo com 60 milímetros de espessura e
420 milímetros de largura e por duas almas com 30 milímetros de espessura e 600 milímetros
de altura.
50
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Os esforços no carro lateral, devido ao peso próprio do aço de 7,8 toneladas por metro
cúbico, serão dados por:
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑝𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑟𝑟𝑜 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 = 7,8 × 9,81 × (2 × (0,030 × 0,600) + (0,460 × 0,060))
= 4,87 𝐾𝑁/𝑚
Uma vez que o momento máximo para o peso próprio do carro lateral será sempre
inferior a 3,1 KN.m não se achou necessário considerar o esforço devido a esta carga.
2 × (987,95) × 103
𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = × 0,436 = 308,78 𝑀𝑃𝑎 < 335 𝑀𝑃𝑎
0,00279
2 × (987,95) × 103
𝜎𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = × (0,660 − 0,436) = 158,64 𝑀𝑃𝑎 < 335𝑀𝑃𝑎
0,00279
As tensões máximas de tração e compressão do carro lateral do lado oposto do
redutor com um coeficiente de segurança de 2 serão:
2 × (671,01) × 103
𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = × 0,436 = 209,72 𝑀𝑃𝑎 < 335 𝑀𝑃𝑎
0,00279
51
Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
2 × (671,01) × 103
𝜎𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = × (0,660 − 0,436) = 107,75 𝑀𝑃𝑎 < 335𝑀𝑃𝑎
0,00279
Confirma-se assim que os dois carros laterais verificam a segurança.
Com o peso próprio do carro lateral os esforços nos bogies do lado do redutor serão de
902,1 KN e no carro lateral do lado oposto ao redutor serão de 859,1 KN.
12.1 RODAS
Serão utilizadas quatro bogies, cada um com duas rodas de 630 milímetros de
diâmetro e 120 milímetros de largura, para rodarem a uma velocidade de 5 rotações por
minuto, ou seja, uma velocidade de translação do carro guincho de 10 metros por minuto.
Segundo o capítulo 4 da FEM 1.001 a equação que fornece a carga admissível em cada
roda é:
𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑜
≤ 𝑃𝐿 × 𝐶1 × 𝐶2
(𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 × 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜)
O valor de 𝑃𝐿 depende da tensão de rutura, que para o ferro GGG70 com 630
milímetros de diâmetro é de 660 MPa, e encontra-se na tabela T.4.2.4.1.3.
Figura 87-Valores de PL
52
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Figura 90-Valores de C2
𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑜
≤ 5,6 × 1,17 × 1,12 <=> 𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑜 ≤ 554,77 𝐾𝑁
(120 × 630)
Apenas quando conhecido o peso próprio dos bogies será possível verificar a
segurança das rodas.
A forma das rodas que irão assentar no carril foi dimensionada segundo a série estreita
da DIN 15 093.
Blocos de rodas completos poderão ser obtidos de empresas como a Karl Georg, a
Sibre, a SHB ou a Henne Spantechnik GMBH. No entanto, foi decidido criar e dimensionar os
próprios blocos de rodas para serem montados na estrutura principal do bogie.
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Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
As forças horizontais são obtidas multiplicando a força vertical em cada bogie por um
coeficiente 𝜆, que é obtido a partir da bitola, p, e da distância entre bogies do mesmo carro
lateral, a.
Figura 92- Gráfico para os coeficientes das cargas horizontais para o bogie do carro lateral do lado oposto ao
redutor
Figura 93-Gráfico para os coeficientes das cargas horizontais para o bogie do carro lateral do lado do redutor
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928,78 × 0,9255
𝑀𝑚á𝑥 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎𝑠 = = 214,90 𝐾𝑁. 𝑚
4
214,90 × 0,125
𝑀𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝐵 = = 58,05 𝐾𝑁. 𝑚
0,9255
( 2 )
Os esforços nos bogies devido ao peso próprio do aço de 7,8 toneladas por metro
cúbico serão dados por:
2,63 × 0,92552
𝑀𝑚á𝑥 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑝𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 = = 0,28 𝐾𝑁. 𝑚
8
As tensões máximas de tração e compressão na secção A dos bogies com um
coeficiente de segurança de 2 serão:
0,480 0,020
2 × (0,030 × 0,480) × 2 + (0,020 × 0,280) × (0,480 + 2 ) = 0,281 𝑚
𝑦=
2 × (0,030 × 0,480) + (0,020 × 0,280)
Utilizando o teorema de Steiner o segundo momento de inércia do bogie na secção A
será:
2
0,030 × 0,4803 0,480 0,280 × 0,0203
𝐼𝑏𝑜𝑔𝑖𝑒 = 2 × ( + (0,030 × 0,480) × ( − 0,281) ) +
12 2 12
2
0,020
+ (0,280 × 0,020) × (0,480 + − 0,281) = 0,00085 𝑚4
2
2 × (214,90 + 0,28) × 103
𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = × 0,281 = 142,27 𝑀𝑃𝑎 < 345 𝑀𝑃𝑎
0,00085
56
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0,235 0,020
2 × (0,030 × 0,235) × 2 + (0,020 × 0,280) × (0,235 + 2 ) = 0,154 𝑚
𝑦=
2 × (0,030 × 0,235) + (0,020 × 0,280)
Utilizando o teorema de Steiner o segundo momento de inércia do bogie na secção A
será:
2
0,030 × 0,2353 0,235 0,280 × 0,0203
𝐼𝑏𝑜𝑔𝑖𝑒 =2×( + (0,030 × 0,235) × ( − 0,154) ) +
12 2 12
2
0,020
+ (0,280 × 0,020) × (0,235 + − 0,154) = 0,00013 𝑚4
2
A ligação da roda ao veio será realizada por interferência por calor, será, no entanto,
colocado um anel elástico para garantir o posicionamento da roda no veio. Os rolamentos
também serão aquecidos antes de inseridos no veio, de forma a garantir que não existirá
escorregamento entre o veio e o anel interior do rolamento.
57
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Será utilizado o aço 42CrMo4 que terá 110 milímetros de diâmetro e os centros dos
rolamentos estarão à distância de 206 milímetros. Verificando a segurança com um coeficiente
de 2.
23,92 × 103
𝜎𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 = 2 × = 366,11 𝑀𝑃𝑎
𝜋 × 0,1103
32
O veio estará também devido às cargas horizontais sujeito a tensão de tração de:
19,93 × 103
𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = 2 × = 4,19 𝑀𝑃𝑎
𝜋 × 0,1102
4
E, finalmente, a tensão de corte devido ao esforço transverso de:
928,78 3
4 ( 4 ) × 10
𝜏 =2× × = 65,15 𝑀𝑃𝑎
3 𝜋 × 0,1102
4
A tensão equivalente, segundo a FEM 1.001, será dada por:
Uma vez que, neste veio o único ponto em que existe uma descontinuidade
geométrica onde poderão ser causadas concentrações de tensões é o escatel de um anel
elástico, para posicionar a roda não será necessário verificar a fadiga dos veios dos bogies.
Nesta fase do projeto não foram ainda verificados os veios dos bogies motores pois,
estes irão depender das condições dos motores e redutores de translação. No entanto o
acoplamento destes veios aos redutores de translação deverá fazer-se através de chavetas.
58
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A massa total de cada bogie é de cerca de 794 quilogramas, o que irá resultar numa
carga de 7,8 KN em cada bogie. A carga máxima a que as rodas estarão sujeitas será de cerca
de 455,0 KN e 433,5 KN, como para cada roda é possível aplicar até uma carga de 554,77 KN,
verifica-se assim a segurança das rodas.
Os blocos de rodas também possuirão casquilhos de aço para fazer apoio aos
vedantes, anéis de chapa fina para permitir corrigir quaisquer diferenças entre a distância das
rodas dos dois carros laterais e a bitola pretendida e tampas para proteger os rolamentos
ligadas por oito parafusos M12. A ligação entre os blocos de rodas e a estrutura principal do
bogie será realizada através de quatro parafusos M30.
Existirão no bogie dois casquilhos de bronze CB3, recomendado para cargas elevadas,
pelo qual irá atravessar o veio que ligará os bogies ao carro lateral. As razões pelas quais serão
utilizados casquilhos de bronze será para compensar as oscilações devido ao movimento do
bogie evitando assim, o contacto aço-aço e permitir a lubrificação da zona de contacto.
59
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464,39 × 103
𝜎 =2× = 281,45 𝑀𝑃𝑎
0,030 × 0,110
Verificando ao esmagamento a tensão admissível é dada por:
Figura 101-Esquema das cargas no veio de ligação entre os bogies e o carro lateral 1
60
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Figura 102-Esquema das cargas no veio de ligação entre os bogies e o carro lateral 2
61
Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
33,20 × 103
𝜎 =2× = 508,15 𝑀𝑃𝑎
𝜋 × 0,1103
32
Para um veio de 110 milímetros a tensão de cedência do aço 42CrMo4 situa-se entre
os 500 e os 550 MPa, assim pode-se admitir que, mesmo não sendo verificada a segurança
para um coeficiente de 2 encontra-se bastante perto deste valor. A razão pela qual não se
utiliza um diâmetro superior é que, para encontrar um compromisso entre os diâmetros
existentes dos casquilhos de bronze e das travincas do veio seria necessário subir até um
diâmetro de 140 milímetros.
Por fim, foram selecionadas, segundo a DIN 15 058, as travincas que irão bloquear o
veio que ligará os bogies ao carro lateral.
a b c1 c2 d1 f g H parafusos
50 12 190 140 21 65 15 25 M 20
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A ligação da flange, que irá atuar como braço de reação do redutor planetário ao carro
lateral, será realizada por intermédio de duas patas onde serão inseridas as rótulas ge-70-UK-
2rs da Schaeffler. Estas serão compostas por duas chapas, de 30 milímetros de espessura cada,
soldadas a uma chapa de 50 milímetros de espessura. Serão também inseridas umas outras
chapas de 60 milímetros de espessura para conferir melhor estabilidade à peça.
63
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Devido à sua geometria complexa foi utilizado o software “Ansys, Inc” para fazer a
verificação da segurança das patas. As solicitações e condições de apoio da pata sujeita à carga
de 376 KN encontram-se na figura seguinte.
Como as tensões nesta peça são sempre inferiores a 87 MPa é possível verificar a
segurança da peça.
64
Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
Uma forma mais simplista de verificar a segurança desta peça poderia passar por
calcular as tensões de corte no local onde a peça liga ao carro lateral. Com um coeficiente de
segurança de 2 esta tensão será:
376 × 103
𝜎 =2× = 153,47 𝑀𝑃𝑎 < 2,25 × 345 𝑀𝑃𝑎
2 × 0,070 × 0,035
65
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O veio que ligará as patas às rótulas será do aço 42CrMo4, terá 70 milímetros de
diâmetro e um comprimento de 95 milímetros entre os apoios na pata. Este veio será fixo às
patas através de anéis elásticos.
Uma vez que a carga está aplicada a meio do veio, a tensão devido ao esforço
transverso deste veio com um coeficiente de segurança de 2 será:
376
𝑒𝑠𝑓𝑜𝑟ç𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜 = = 188 𝐾𝑁
2
4 188 × 103
𝜏 =2× × = 130,27 𝑀𝑃𝑎
3 𝜋 × 0,072
4
E o esforço fletor com um coeficiente de segurança de 2 será de:
376 × 0,095
𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑓𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑚á𝑥. = = 8,93 𝐾𝑁. 𝑚
4
8,93 × 103
𝜎 =2× = 530,38 𝑀𝑃𝑎
𝜋 × 0,073
32
A tensão equivalente será então:
66
Dimensionamento de carro guincho na empresa TEGOPI-Industria Metalomecânica, S.A.
O apoio da chumaceira do lado oposto do redutor será realizado com uma peça
constituída por chapas soldadas de 20 milímetros de espessura e bases de chapa de 30
milímetros de espessura, este elemento irá permitir ajustar a altura do apoio do tambor em
relação aos apoios da flange no carro lateral do lado do redutor. A ligação deste elemento à
chumaceira será realizada por dois parafusos M30.
264,47 × 103
𝜎 =2× = 24,04 𝑀𝑃𝑎 < 345 𝑀𝑃𝑎
0,022
67
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Apesar de não estarem previstos gradientes térmicos neste projeto estes elementos
permitem dilatações térmicas da travessa e possuem uma área de contacto com a travessa de
19000 milímetros quadrados numa chapa de 10 milímetros de espessura em cada apoio. As
tensões no apoio da travessa com um coeficiente de segurança de 2 serão:
1415 × 103
𝜎 =2× = 150 𝑀𝑃𝑎 < 355 𝑀𝑃𝑎
0,019
68
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14 ACOPLAMENTOS
Uma vez que irá existir um movimento relativo entre o motor e o redutor planetário,
pois o motor estará fixo ao carro lateral e o redutor planetário encontra-se fixo ao tambor
podendo rodar pelas rótulas, será necessário utilizar um método de acoplamento dos veios
destes dois componentes que permita compensar este movimento e também colocar um freio
de segurança entre eles. Este deslocamento relativo será originado principalmente pela
rotação da extremidade do tambor e pela diferença da flexa do carro lateral no local de apoio
da flange e do motor. Uma vez que este deslocamento relativo é de uma ordem de grandeza
abaixo das décimas de milímetro, a solução encontrada utilizará acoplamentos compensadores
de deslocamentos e de rotações. Existem vários fornecedores deste tipo de acoplamentos tais
como SKF, Jaure, Malmedie ou a KTR.
O aço utilizado no veio que ligará os acoplamentos será o aço 42CrMo4 pois este é o
aço também utilizado pelo fornecedor para os acoplamentos para longas distâncias. O
diâmetro do veio será igual ao diâmetro do eixo de entrada do redutor, 60 milímetros, e o
momento torsor no veio em trabalho, sem que seja acionado qualquer tipo de frenagem, será
igual ao binário de saída do motor, 707 N.m. As tensões no veio em trabalho serão:
707 650
𝜏= 3 = 16,67 𝑀𝑃𝑎 < 𝑀𝑃𝑎
𝜋 × 0,06 √3
16
É possível, assim, verificar que mesmo para binários e frenagem muito maiores que o
valor do binário de trabalho do motor é sempre possível obter um elevado coeficiente de
segurança no veio. O resultado deste sistema de acoplamento será como exemplificado na
imagem seguinte.
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𝐹 − 𝑅. sin 𝜃 = 0
{ 𝑟 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝐹𝑟 = 𝑃. tan 𝜃
𝑅. cos 𝜃 − 𝑃 = 0
Geometricamente, pela figura anterior, retira-se que:
𝑓
tan 𝜃 =
𝐷
(2 )
Assim:
2. 𝑓
𝐹𝑟 = 𝑃.
𝐷
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A força devido ao atrito por parte dos rolamentos nos manais de apoio trata-se de um
momento resistente ao movimento de rotação entre o mancal e o veio.
E, por fim, a força de resistência devido ao atrito de deslizamento por contacto na face
lateral roda/carril, que assegura o guiamento, será devido às asperezas das superfícies em
contacto será:
𝐹𝑑 = 𝑃. 𝑐
𝑐-Coeficiente de atrito devido às asperezas
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O tempo de aceleração do carro guincho deve andar na ordem dos três ou quatro
segundos, utilizando um tempo médio de três segundos e meio a aceleração deverá ser de:
0,17
𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 = = 0,0486 𝑚/𝑠 2
3,5
A potência em carga será de:
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O motor selecionado será o motor “DRE 100LC 4” equipado com freio do catálogo
“DRE Geramotors (IE2)” do fornecedor SEW. O momento de inércia do conjunto será de
0,1856 𝑘𝑔. 𝑚2 . Com este motor a aceleração final em carga obtida será de 0,05 metros por
segundo quadrado num tempo de cerca de 3,4 segundos.
Será considerado um sistema para um funcionamento de oito horas por dia e apenas
de um arranque por hora. O fator de aceleração de massas é dado por:
2
375 × 103 0,17
0,94 × ( 2𝜋 × 1455 )
𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑖𝑛é𝑟𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠 60
𝑓𝑎 = = = 13,38
𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑖𝑛é𝑟𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 2 × (0,01856)
Segundo o catálogo a classificação de carga é:
Figura 121-Fator de serviço requerido segundo a classificação das cargas segundo a SEW
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Nesta fase do projeto ainda não foi criado um sistema para suportar os motores e
redutores aos carros laterais, nem o sistema para realizar o braço de reação do redutor nos
carros laterais.
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16 BLOCO DE GANCHO
Durante todo o projeto considerou-se que o peso próprio do bloco de gancho seria de
5,4 toneladas. No entanto, foi também dimensionado um bloco de gancho diferente do que se
pensava utilizar inicialmente.
O tamanho do gancho utilizado foi dimensionado segundo a norma DIN 15 400 e foi
utilizado para este gancho o aço 34CrNiMo8, assim o tamanho de gancho será o 63.
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Na zona do veio das roldanas mais solicitada a tensão devido ao esforço fletor e a
tensão de corte com um coeficiente de segurança de 2 serão:
109,34 × 103
𝜎 =2× = 543,81 𝑀𝑃𝑎
𝜋 × 0,1603
32
4 402 × 103
𝜏 =2× × = 53,32 𝑀𝑃𝑎
3 𝜋 × 0,1602
4
A combinação de flexão e corte será dado por:
O material utilizado para os veios da travessa será o aço ligado 42CrMo4 cuja tenção
de cedência para o diâmetro de 160 milímetros é 460 MPa, no entanto, como esta tensão é
superior à tensão admissível do aço utilizado na travessa será utilizado um aço ligado
diferente, o 34CrNiMo6 cuja tensão de cedência para o diâmetro de 160 milímetros é 600
MPa.
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17 OUTROS EQUIPAMENTOS
Existem outros equipamentos que não foram selecionados nesta fase e que são de
uma grande importância num equipamento deste tipo. Exemplos desses equipamentos serão:
A razão pela qual seriam utilizados dois freios, um no motor de emergência e um fora do
motor de serviço, seria que o freio do motor apenas seria acionado em caso de falha de
energia no motor de elevação; assim este ficaria apenas dependente do bom funcionamento
do motor e não de outros fatores que obrigariam a parar o sistema de forma instantânea.
Outra razão é que, caso existe-se uma falha de energia ou a necessidade de substituir o motor
seria necessário de alguma forma descer a carga; como os freios exteriores de disco ou de
tambor são equipados com manivelas que permitem libertar o freio de forma controlada e
assim descer a carga.
Foram contactadas as empresas Sibre, Stromag e Pintsch Bubenzer que fornecem este tipo
de freios para ficar com uma ideia de como fazer uma seleção deste equipamento, no entanto,
estas empresas preferem fazer o dimensionamento por elas mesmas dos seus equipamentos
daí não ter sido selecionado neste projeto o freio de serviço.
Para limitar a altura do bloco de gancho poderia ser utilizado um incoder no próprio motor
ou ser colocado um conta voltas no veio do tambor que se encontra no lado oposto do redutor
planetário. Como alternativa a estas soluções, poderia ser utilizado um batente com uma
betoneira na altura máxima do bloco de gancho que, quando atuado forneceria o sinal de que
este se encontra na altura máxima.
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18 SOLDADURAS
Nesta fase do projeto não foram dimensionadas as soldaduras, no entanto neste tipo
de equipamentos o mais usual é a utilização de soldaduras penetração total. Apesar de não ter
sido verificado em todos os componentes que necessitam de ligação pelo processo de
soldadura, admite-se que um cordão de penetração total em qualquer ligação das chapas
utilizadas é suficiente para obter um coeficiente de segurança muito razoável.
Como exemplo, poderá utilizar-se a soldadura do tubo onde será maquinado o cubo do
veio do redutor planetário ao postiço exterior, postiço que liga ao tambor. Será utilizada esta
soldadura pois é teoricamente o local onde se irá encontrar a soldadura mais solicitada.
Figura 129-Soldadura do tubo onde será maquinado o cubo do veio do redutor planetário ao postiço exterior
Este elemento apenas estará sujeito ao momento torsor do veio de saída do redutor
que será de 359,30 KN.m. Serão utilizados dois cordões de soldadura, um de cada lado, e o
diâmetro da soldadura será igual ao diâmetro exterior do tubo, 450 milímetros. A força que irá
atuar neste cordão será dada por.
𝐵𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟
𝐹𝑐𝑜𝑟𝑑ã𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑑𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 =
𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑢𝑏𝑜 𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑑ã𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑑𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎
359,30
𝐹𝑐𝑜𝑟𝑑ã𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑑𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 = = 1596,89 𝐾𝑁
0,225
A altura de garganta mínima de garganta poderá ser obtida dividindo a força que atua
neste cordão de soldadura por duas vezes o perímetro do cordão e igualando o valor à tensão
de cedência do aço S355, no entanto, a tensão de cedência da soldadura deverá ser superior à
do aço a soldar.
1596,89 × 103
= 355 × 106 => 𝑡𝑔𝑎𝑟𝑔𝑎𝑛𝑡𝑎 > 1,59 𝑚𝑚
2 × 𝜋 × 0,450 × 𝑡𝑔𝑎𝑟𝑔𝑎𝑛𝑡𝑎
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São, finalmente, apresentadas figuras do resultado final do carro guincho até esta fase
do projeto.
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19 CONCLUSÃO
Neste projeto, após dadas as primeiras orientações sobre os requisitos de um sistema de
elevação de cargas, foi realizada uma parte do processo de desenvolvimento do sistema. Este
não foi um projeto de solução direta, pois durante todo o processo foram pensadas diferentes
soluções para colocar o redutor planetário no tambor e para fazer a frenagem do sistema,
foram procurados fornecedores dos equipamentos necessários e pensadas diferentes soluções
técnicas através dos diferentes equipamentos disponibilizados pelos fornecedores.
Apesar de não ter sido possível avançar muito mais neste projeto, este foi importante
como um primeiro contacto com o trabalho de um engenheiro mecânico, para consolidar
alguns conhecimentos de Órgãos de Máquinas e de Resistência do Materiais, nomeadamente,
do seu cálculo e estudar novas normas e soluções tecnológicas diferentes das estudadas até ao
inicio deste estágio.
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20 BIBLIOGRAFIA
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