Biossegurança e Primeiros Socorros
Biossegurança e Primeiros Socorros
Biossegurança e Primeiros Socorros
Primeiros Socorros
Material Teórico
Biossegurança
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Biossegurança
• Introdução;
• Riscos Ocupacionais;
• Classes de Risco e Níveis de Biossegurança em Laboratórios;
• Níveis de Biossegurança;
• Mapa de Risco;
• Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletivo (EPC);
• Proteção de Membros Inferiores;
• Procedimento Operacional Padrão (POP);
• Métodos de Descontaminação;
• Higienização das Mãos;
• Tratamento do Lixo Laboratorial;
• Normas Regulamentadoras e Resoluções.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conhecer as Normas Regulamentadoras e as Resoluções e suas aplicabilidades;
• Conhecer e controlar os possíveis riscos e acidentes no ambiente de trabalho por meio do
uso dos EPIs e dos EPCs;
• Elaborar Mapa de Risco e POP;
• Utilizar os métodos de descontaminação adequados;
• Conhecer o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) e o corre-
to destino dos resíduos provenientes dos serviços de saúde.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Biossegurança
Introdução
Biossegurança é o conjunto de medidas voltadas para a prevenção, a minimiza-
ção ou a eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensi-
no, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços à saúde dos trabalhadores.
Riscos Ocupacionais
Risco ocupacional é a probabilidade de um trabalhador sofrer algum dano que
possa afetar sua saúde ou integridade física durante o exercício profissional ou em
decorrência dele.
Cada tipo de risco possui uma cor específica associada, padronizada pelas Nor-
mas Reguladoras.
A coloração facilita a sinalização e a leitura dos mapas de riscos que devem ser
fixados em todos os locais de trabalho (Capítulo 2).
Quadro 1 – Classificação dos principais riscos ocupacionais e as cores que identificam cada um desses grupos
Riscos físicos Riscos químicos Riscos biológicos Riscos ergonômicos Riscos de acidentes
Arranjo físico
Poeira, fumos, Esforço físico ou carga
Ruídos Vírus, bactérias e iluminação
neblinas, névoas de peso excessivos
inadequada
Equipamentos
Produtividade ou ritmo inadequados,
Vibrações Gases e vapores Protozoários
de trabalho excessivo defeituosos ou
sem proteção
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Riscos físicos Riscos químicos Riscos biológicos Riscos ergonômicos Riscos de acidentes
Organismos
Monotonia,
Umidade Tóxicos, cancerígenos Geneticamente Armazenamento
repetitividade
Modificados (OGM)
Riscos físicos
Os riscos físicos são causados por algum tipo de fonte de energia que gere ruído,
frio ou calor extremo, pressões anormais, variação de umidade ou radiações ionizantes.
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UNIDADE Biossegurança
com avental e luvas térmicas ou pelo menos luvas de pano resistentes ou revestidas
com material isolante ao calor.
Riscos químicos
A classificação de substâncias químicas, gases, líquidos ou sólidos também deve
ser conhecida pelos operadores.
Todos os produtos químicos e frascos com soluções e reagentes devem ser ade-
quadamente identificados (Figura 2), com a indicação do produto, as condições de
armazenamento, o prazo de validade e a toxicidade do produto.
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Figura 2 – Símbolos de identificação de classes de produtos químicos e riscos
Fonte: Adaptado de Getty Images
Esse tipo de capela possui um sistema de exaustão com potência suficiente para
promover a exaustão dos gases leves que, rapidamente, ocupam as camadas supe-
riores e dos gases pesados (enxofre e alguns solventes), que tendem a permanecer
nas partes baixas da capela.
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UNIDADE Biossegurança
Os riscos químicos podem ser prevenidos pelo armazenamento correto dos pro-
dutos, cuidado antes, durante e após a manipulação, e uso de EPIs e EPCs.
Devido a grande importância que os profissionais da saúde devem ter durante a ma-
nipulação de agentes químicos, a videoaula desta Unidade será dedicada a esse tema.
É nosso dever, como futuro profissional da saúde trabalhar para minimizar o risco
de acidentes preservando a nossa segurança e de nossos companheiros de trabalho.
Riscos biológicos
Devido ao fato de os profissionais da Área da Saúde estarem sujeitos aos riscos
biológicos, vamos dar especial atenção a esse tema.
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Outro problema encontrado é a utilização inadequada de equipamentos geradores
de aerossóis, como centrífuga sem tampa protetora, agitadores e incubadoras orbitais.
Importante! Importante!
Cerca de 18% dos trabalhadores podem sofrer algum tipo de contaminação por
agentes infecciosos no ambiente de trabalho. Entre eles, 25% são por inoculação
percutânea, 27% por spray e derramamento, 16% por acidentes com vidrarias e
objetos cortantes, 13% por aspiração por instrumentos, 13,5% por acidentes com
animais, lesões e contato com ectoparasitos.
A hepatite viral tem sido relatada como uma das infecções mais comuns adquiridas nos Labora-
Explor
tórios da Área de Saúde Pública. Os vírus da Hepatite B (HBV) e C (HCV) e o HIV são transmitidos
por contaminação por material biológico, principalmente, sangue, por meio do contato com a
pele lesada ou mucosa e/ou acidente perfurocortantes. As hepatites A e E são adquiridas por via
oral e também são doenças que podem ser transmitidas no local de trabalho.
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UNIDADE Biossegurança
• Trocar qualquer proteção individual após o contato direto com material suspeito;
• Desprezar o material biológico em sacos de esterilização devidamente identifi-
cados, manipulando-os com os devidos cuidados de Biossegurança e submeter
imediatamente à esterilização, em condições de nível de biossegurança 2.
Suas recomendações são para pessoas que podem ter tido contato com o HIV
em situações de violência sexual, relação sexual desprotegida com potencial risco
de infecção ou acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em
contato direto com o material biológico).
O status da pessoa fonte, sempre que possível, deve ser conhecido, pois é deter-
minante para indicação de PEP.
Importante! Importante!
O primeiro atendimento após a exposição ao HIV é uma urgência médica. A PEP deve ser
iniciada o mais precocemente possível, tendo como limite as 72 horas subsequentes
à exposição.
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Vacinas obrigatórias
De acordo com a NR32, a todos trabalhadores dos Serviços de Saúde deve ser
fornecido, gratuitamente, Programa de Imunização Ativa contra:
• Hepatite B;
• Tétano;
• Difteria;
• Outras estabelecidas no PCMSO – Influenza, Tríplice Viral, Febre Amarela,
Pneumocócica, Varicela, Hepatite A e Febre Tifoide.
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UNIDADE Biossegurança
Importante! Importante!
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As BPLs incluem:
• Utilizar dispositivos mecânicos de pipetagem (Jamais pipetar com a boca);
• Não comer, beber ou fumar em Laboratório (a proibição inclui água, balas e
chicletes);
• Não utilizar cosméticos e adereços (brincos, pulseiras, relógios) no Laboratório;
• Minimizar respingos e aerossóis;
• Descontaminar superfícies de trabalho;
• Lavar as mãos antes de sair do Laboratório.
Níveis de Biossegurança
NB-1 – Nível 1 de Biossegurança
É aplicado às atividades que envolvam agentes biológicos com menor grau de
risco (Classe de Risco I).
Aplica-se aos Laboratórios de Ensino Básico e Pesquisa, nos quais são manipu-
lados os microrganismos pertencentes à Classe de Risco 1.
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UNIDADE Biossegurança
Exemplo
Importante! Importante!
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Exemplo
Importante! Importante!
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UNIDADE Biossegurança
Exemplos
Importante! Importante!
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Há poucos Laboratórios desse tipo no mundo.
Exemplos
Importante! Importante!
Acesse o link a seguir e confira o tour virtual dos diferentes níveis de segurança biológica.
Explor
Riscos ergonômicos
As distâncias em relação à altura dos balcões, cadeiras, prateleiras, gaveteiros,
capelas, circulação e obstrução de áreas de trabalho são fatores que estão associa-
dos aos riscos ergonômicos.
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UNIDADE Biossegurança
O termo criado para esse tipo de Doença Ergonômica era Lesões causadas por
Esforços Repetitivos (LER).
Riscos acidentais
• Quando se trabalha com equipamentos de vidro, é preciso observar a resis-
tência mecânica (espessura do vidro), a resistência química e o calor. Deve-se
evitar o armazenamento de álcali em vidros, pois provocam erosão. Nunca
levar um frasco de vidro à chama direta, recomendando-se manta elétrica ou
tela de amianto quando for utilizar bico de Bunsen. Ao aquecer, nunca fechar
hermeticamente o frasco de vidro;
• Leia atentamente o protocolo completo antes de iniciar qualquer procedimento
em Laboratórios, Clínicas e Hospitais. Você pode precisar de um reagente que
precise de preparo especial e não pode ser preparado às pressas;
• Siga atentamente as instruções de segurança de seu local de trabalho e saiba
onde estão localizados os EPIs e EPCs;
• Evite trabalhar sozinho se seu trabalho oferece riscos químicos ou biológicos;
• Não utilize equipamentos sem ter feito treinamento ou capacitação;
• Qualquer risco discutido acima pode ocasionar riscos acidentais. Mantenha
atenção constante não só a seu cuidado pessoal, mas também ao de seus com-
panheiros de Equipe.
Importante! Importante!
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Figura 8 – Limpe a área de trabalho antes de continuar seu experimento!
Alguns acidentes podem ser previstos e evitados facilmente
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Biossegurança
Mapa de Risco
O mapa de risco é uma representação gráfica do reconhecimento dos riscos
existentes nos diversos locais de trabalho, que tem como objetivo conscientizar e
minimizar os riscos aos quais o pessoal de Laboratório está exposto.
O mapa de riscos é construído tendo como base a planta baixa ou croqui do(s)
Laboratório(s).
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Grande – Risco Grave Médio – Risco Médio Pequeno – Risco Leve
Estufa de Secagem
pia Intensidade do Risco
Escritório Escritório
G Grande
Extração de DNA
M Média
P Pequeno
Bancada
Extração de RNA
Pré-PCR Tipo de Risco
Escritório Físico
Químico
Entrada Ergonômico
pia Capelas
Acidental
Em Síntese Importante!
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UNIDADE Biossegurança
Equipamentos de Proteção
Individual (EPI) e Coletivo (EPC)
Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
É obrigatória a utilização de EPI na execução de qualquer atividade que envolva o
manuseio de reagentes químicos e soluções, o translado e o transporte de materiais
perigosos e também a circulação em áreas externas, consideradas de risco.
Os EPIs são classificados de acordo com a parte do corpo que protegem: cabeça,
tronco, membros superiores e inferiores.
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Figura 12 – Óculos para uso contra laser e luz intensa pulsada
Fonte: Getty Images
Protetores respiratórios
Os protetores ou as máscaras respiratórias contêm filtros que protegem o apa-
relho respiratório.
Figura 13 – Exemplo do uso da máscara descartável com proteção contra partículas suspensas no ar
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Biossegurança
Importante! Importante!
O uso correto da máscara respiratória deve cobrir o nariz e não somente a boca. É comum
vermos pessoas nas ruas utilizando máscaras que cobrem somente a boca. Definitiva-
mente, essa não é a forma correta de utilização e é completamente proibida a utilização
incorreta por profissionais de Saúde.
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Figura 16 – Uso correto da máscara facial (à esquerda) e incorreto (à direita) cobrindo somente a boca
Fonte: Getty Images
Como você já aprendeu sobre os Níveis de Biossegurança, você usaria a mesma máscara em
Explor
Existem dois tipos de máscaras respiratórias para uso, de acordo com a concen-
tração da substância química perigosa: semifacial e de proteção total.
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UNIDADE Biossegurança
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Avental
É o EPI mais comum em Laboratório. Protege as roupas contra borrifos quími-
cos ou biológicos e fornece, ainda, proteção adicional ao corpo.
Escolha um jaleco que seja do seu tamanho, nem grande nem pequeno demais.
Use sempre jaleco de manga longa para proteger o braço (Figura 19).
O uso do jaleco fora dos Hospitais e das Unidades de Saúde representa perigo à
saúde da população (Figura 20).
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UNIDADE Biossegurança
Existem Leis e diversos Projetos de Lei que proíbem o uso de jalecos fora de
ambientes profissionais.
• Lei que proíbe uso de jalecos fora dos hospitais é sancionada pelo governador.
Explor
Luvas
Nenhum tipo de luva protege de todos os produtos químicos. Verifique o tipo
adequado para o procedimento que você irá realizar, principalmente, quando hou-
ver contato prolongado com a substância.
Exemplo
• Luvas de látex devem ser utilizadas para manipulação de materiais biológicos,
ácidos/bases diluídos;
• Luvas nitrílicas devem ser utilizadas para manuseio de solventes, ácidos e bases.
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Tipo Finalidade de uso
Material sintético de alta resistência à abrasão e boa resistência aos agentes químicos.
Borracha nitrílica
É empregada em laboratórios químicos e clínicos.
Material sintético resistente a álcool e ácidos, mas com baixa resistência a solventes
orgânicos. É recomendada para trabalhos com líquidos ou produtos químicos qui exijam
PVC
melhor aderência no maniseio, na lavagem de material, no manuseio de ácidos, óleos etc.
É utilizada no processamento de alimentos e na manufatura de produtos farmacêuticos.
Material sintético com boa resistência a óleos minerais, ácidos, álcalis, álcoois e solventes
Borracha neoprene
orgânicos. Como exemplo, podemos citar o manuseio de ácidos em laboratórios físico-químicos.
Você sabe como vestir uma luva? E removê-la? Existem procedimentos específicos para cada
Explor
situação. Fico atento aos procedimentos corretos, pois você pode ser contaminado com subs-
tâncias químicas ou material biológico ao retirá-las incorretamente. Igualmente, é impor-
tante saber vesti-las, pois, a luva protege tanto seu corpo quanto o material ou o paciente
que você está manipulando.
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UNIDADE Biossegurança
Agora que você já aprendeu a vestir e remover suas luvas, vamos pontuar infor-
mações importantes sobre o uso correto delas:
• Sempre troque as luvas ao manipular amostras suspeitas;
• Jamais toque maçanetas de portas, telefone, equipamentos e superfícies de
uso comum com luvas se não for estritamente necessário. Essa regra inclui a
tela de seu celular;
• Não toque seu rosto, cabelo ou qualquer parte de seu corpo com as luvas. Quer
coçar a cabeça ou o olho? Muito cuidado para não ser contaminado; Retire as
luvas, lave as mãos e só então toque alguma região de seu corpo;
• Após a utilização, descarte o par de luvas. Não reutilize ou lave;
• Não utilize luvas rasgadas ou com furos (Figura 23).
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Proteção de Membros Inferiores
Pés desprotegidos (sandálias) ou pouco protegidos (sapatos de pano) acarretam
problemas sérios e podem gerar situações perigosas. O sapato deverá ser compatí-
vel com o tipo de atividade desenvolvida (Figura 24).
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UNIDADE Biossegurança
Importante! Importante!
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Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
Os EPCs permitem executar operações em condições de salubridade para o
operador e as demais pessoas no Laboratório.
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UNIDADE Biossegurança
O jato de água precisa ser filtrado para evitar que partículas sólidas saiam
com a água e devem ter uma alça de acionamento ao alcance de operadores de
estatura baixa.
Extintores
Todo Laboratório deve ter, por escrito, um plano de emergência para combate a
incêndios e as instruções para evacuação do prédio.
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e de deixarem resíduos. São alguns exemplos: madeira, papelão, papéis, tecido
etc. Recomenda-se utilizar água e espuma para combater o fogo. Se ele estiver
no início, podem ser utilizados pós químicos secos ou gás carbônico;
• Classe B: são os incêndios que acontecem nos materiais gasosos e líquidos
inflamáveis, produtos que queimam somente na superfície e não deixam re-
síduos, como vernizes e líquidos inflamáveis (álcoois, cetonas e derivados do
petróleo). O controle pode ser feito por abafamento, gás carbônico, pó químico
e espuma;
• Classe C: são os incêndios que ocorrem nos materiais energizados, pelos
quais passa corrente elétrica. Recomendam-se os extintores que não condu-
zam corrente elétrica, como o de gás carbônico e o de pó químico seco. NÃO
deve ser utilizado qualquer extintor à base de água;
• Classe D: são os incêndios que ocorrem nos elementos que se inflamam es-
pontaneamente (pirofóricos), como magnésio, zircônio, titânio, pó de alumínio,
urânio etc. Pode-se, também, combater esse tipo de incêndio por abafamento
com pó químico especial.
Em Síntese Importante!
Os riscos: http://bit.ly/2GzM37G
Explor
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UNIDADE Biossegurança
Exemplos de POP:
• POP para higienização das mãos;
• POP para uso de autoclave;
• POP para emergências, em caso de derramamento de resíduos biológicos;
• POP para desinfecção, lavagem e esterilização;
• POP para descarte de resíduo biológico;
• POP para uso de CBS.
Explor
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Métodos de Descontaminação
Esterilização
Um procedimento de esterilização é aquele que mata todos os microrganismos,
incluindo um elevado número de endósporos bacterianos e vírus.
A esterilização pode ser realizada pelo calor, pelo gás óxido de etileno, gás, pela
água oxigenada, pelo plasma, pelo ozônio e pela radiação (na Indústria).
Importante! Importante!
Desinfecção
A desinfecção não tem a margem de segurança obtida por meio de processos
de esterilização, pois é um processo que elimina quase todos os microrganismos
patogênicos reconhecidos em objetos inanimados, mas nem todas as formas micro-
bianas, como esporos de bactérias ou fungos.
Germicidas químicos são pouco usados como desinfetantes, pois, para matar
um grande número de endosporos, podem ser necessárias altas concentrações e
várias horas de exposição.
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UNIDADE Biossegurança
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Os coletores com hipoclorito devem permanecer tampados no Setor. Após o
prazo mínimo de 18 horas de mergulho completo dos materiais sólidos contami-
nados, eles devem ser retirados para incineração ou autoclavagem e os resíduos do
desinfetante devem ser dispensados na pia.
Se forem materiais recicláveis, antes de voltarem a ser utilizados, devem ser la-
vados e reesterilizados.
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UNIDADE Biossegurança
Em Síntese Importante!
Você está na rotina do Laboratório e utiliza pipetas e tubos com sangue. Como deve ser
acondicionado esse material para posterior lavagem? É necessário esterilizar?
Qual a diferença entre desinfecção e esterilização?
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Todo material biológico – esfregaços, culturas e recipientes – contaminados de-
vem ser preferencialmente esterilizados antes do descarte ou reutilização. Nenhum
material deve sair do Laboratório sem que esteja adequadamente embalado.
As caixas coletoras devem ser descontaminadas e lavadas pelo menos uma vez
por semana e sempre que houver derramamento.
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UNIDADE Biossegurança
Cada tipo de resíduo deve ser acondicionado em um recipiente específico e está subme-
tido a regras diferentes. Você sabe reconhecer o tipo de lixo armazenado pela cor do saco
ou pelo tipo de recipiente?
Grupo de resíduos A
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas caracte-
rísticas, podem apresentar risco de infecção.
Acondicionamento
Lixeira com pedal e saco branco leitoso (Figura 31). Os sacos devem ser substi-
tuídos ao atingirem o limite de 2/3 (dois terços) de sua capacidade ou então a cada
48 (quarenta e oito) horas, independentemente do volume, visando ao conforto
ambiental e à segurança dos usuários e profissionais.
Figura 31 – Lixeira com pedal e saco branco para acondicionar resíduos do Grupo A
Fonte: Divulgação
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Grupo de resíduos B
Resíduos contendo produtos químicos que podem apresentar risco à Saúde Pú-
blica ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade.
Acondicionamento
Resíduos químicos no estado sólido devem ser descartados em coletores consti-
tuídos de material rígido, resistente, compatível com as características do produto
químico (Figura 32A).
O saco para colocar dentro do recipiente é específico na cor laranja (Figura 33).
Importante! Importante!
Devem ser observadas as exigências de compatibilidade química dos resíduos entre si,
observando as exigências de compatibilidade química do resíduo com os materiais das
embalagens, de forma a evitar a reação química entre os componentes dos resíduos e
das embalagens.
Grupo de resíduos C
Rejeitos radioativos.
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UNIDADE Biossegurança
Acondicionamento
Conforme procedimentos definidos pelo Supervisor de Proteção Radiológica,
com Certificado de Qualificação emitido pela CNEN, ou equivalente, de acordo
com Normas da CNEN, na Área de atuação correspondente (Figura 34).
Grupo de resíduos D
Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou
ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
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Acondicionamento
De acordo com as orientações dos órgãos locais responsáveis pelo serviço de
limpeza urbana.
Em geral, é utilizada lixeira com pedal e saco preto (Figura 35A), e para material
reciclável, saco verde (Figura 35B).
Grupo de resíduos E
Resíduos perfurocortantes: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas
de vidro, brocas, limas endodônticas, fios ortodônticos cortados, próteses bucais
metálicas inutilizadas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos
capilares, micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e todos os utensílios de vidro
quebrados no Laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri).
Acondicionamento
Devem ser descartados em recipientes identificados, rígidos, providos com tam-
pa, resistentes à punctura, ruptura e vazamento.
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UNIDADE Biossegurança
Importante! Importante!
Destino do lixo laboratorial – Todo serviço de saúde deve conter Contrato de Prestação de
Explor
Em Síntese Importante!
Nesse capítulo, você aprendeu como os resíduos de saúde devem ser descartados e a
classificação dos grupos de resíduos.
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Explor
• Você está em sua Clínica estética aplicando toxina botulínica em uma paciente. Em qual
descarte você deve colocar a agulha após o procedimento?
• Você está no Laboratório de Análises Clínicas manipulando tubos com sangue e depois
se dirige para a cabine de fluxo laminar para semear uma cultura bacteriana. Em qual
lixo você deve descartar luvas e máscara?
NR32
Norma que regulamenta (NR) a Segurança e a Saúde no Trabalho em Serviço
de Saúde.
Essa norma tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a imple-
mentação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos
Serviços de Saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e
assistência à saúde, em geral.
NR7
Norma Regulamentadora que tem como objetivo proteger a Saúde Ocupacional
dos trabalhadores e, por isso, estabelece a obrigatoriedade de elaboração e imple-
mentação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com
o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.
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UNIDADE Biossegurança
NR9
Essa Norma Regulamentadora estabelece a obrigatoriedade da elaboração e da
implementação, por parte de todos os empregadores e Instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
– PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por
meio da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do consequente controle
da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente
de trabalho, levando em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos
naturais.
ANVISA
Criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro 1999, a Agência Nacional de Vigi-
lância Sanitária (Anvisa) é uma agência reguladora, sob a forma de autarquia de
regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde.
RDC 222
Em 2018, a Diretoria Colegiada da ANVISA revogou a Resolução da Diretoria
Colegiada (RDC 306) e estabeleceu a RDC nº 222, que regulamenta as Boas Práti-
cas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Pops de rotinas de Laboratório
Instituto de ciências Biomédicas USP. Pops de rotinas de Laboratório.
http://bit.ly/2vwv0RB
Livros
Resolução da diretoria colegiada – RDC nº 222
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da diretoria colegiada
– RDC nº 222. Brasília: 2018.
Guia de imunização – Medicina do Trabalho
Sociedade Brasileira de Imunizações – SBIm/Associação Nacional de Medicina do Trabalho
– ANAMT. Guia de imunização – Medicina do Trabalho. São Paulo: 2018-2019.
Leitura
Diretrizes básicas para apresentação e aprovação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de
Saúde (Laboratório de Patologia)
http://bit.ly/2vx9JqW
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UNIDADE Biossegurança
Referências
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de Gerenciamento
de Resíduos de Serviços de Saúde. Brasília: ANVISA, 2006.
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________. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós
Exposição de Risco à Infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais. Brasília:
MS, 2017.
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