TEMPERATURA
TEMPERATURA
TEMPERATURA
INTRODUÇÃO
Nessa e nas próximas apostilas vamos abordar um novo campo de estudo da Física, a
termodinâmica. Os conceitos aplicados nesse campo são os de temperatura e calor. Os objetos de
estudo da termodinâmica são, na maioria dos casos, os fluídos, tais como líquidos e gases,
entretanto também estudaremos os efeitos da temperatura em sólidos.
Iremos, nessa apostila, especificamente, introduzir as variáveis macroscópicas, que serão utilizados
nas apostilas seguintes, além disso, veremos o conceito de equilíbrio térmico e veremos a definição
da escala de temperatura usada pelo sistema internacional (S.I.), a Escala Kelvin.
A abordagem utilizada para os objetos de estudo (Ex.: gases) será uma abordagem macroscópica,
ou seja, consideraremos um gás, como um todo e não nos preocuparemos, por enquanto, com
cada molécula do gás em separado. O estudo do gás como um sistema microscópico será visto na
apostila de Teoria Cinética dos Gases, um pouco mais para frente.
Pedimos desculpas, por não poder demonstrar muitas das relações apresentadas nessa parte do
curso, porque grande parte desses dados foi obtida de forma empírica, ou seja, por meio de
inúmeros experimentos. A demonstração para esses fatos foi descoberta muito depois dessas
experiências, com o estudo da Teoria Cinética dos Gases, da mecânica estatística e da
termodinâmica estatística. (Estudaremos tudo isso na apostila de Teo. Cin. dos Gases).
1 CONCEITOS BÁSICOS
A descrição macroscópica de um gás leva em consideração apenas um pequeno numero de
parâmetros. Serão analisadas apenas substâncias puras ( ), sua Pressão, seu Volume e
sua Temperatura. As características em conjunto (Pressão, Volume, Temperatura) são chamadas
de variáveis termodinâmicas.
1.1 PRESSÃO
A pressão, assim como a temperatura, é definida como a média de uma grandeza microscópica
(trabalhar com médias é beem mais fácil!).
Pressão é relacionada com a média da transferência de momento das moléculas do corpo, quando
colidem com as paredes.
1.2 VOLUME
Volume é aquele velho conhecido desde os tempos do fundamental, é o espaço tridimensional
ocupado pelo objeto de estudo.
1.3 TEMPERATURA
A temperatura, como vimos acima, também é a média de uma grandeza pertencente às moléculas
do objeto.
Temperatura se relaciona com o valor médio da energia cinética das moléculas do corpo, ou seja, é
o grau de agitação das moléculas do sistema.
Por enquanto, só é necessário entender que as três variáveis termodinâmicas estão intimamente
ligadas. De modo que tendo duas delas sempre poderemos escrever a terceira. Como relaciona-las
será estudado mais afrente, em outras apostilas
Podemos, partindo de dois sistemas com temperaturas diferentes, chegar ao equilíbrio térmico de
várias maneiras. Vamos primeiro, supor que .
I- Podemos dar energia térmica para o sistema B, aumentando a agitação das moléculas e,
por consequência aumentando . Podemos “aquecer” o sistema B.
II- Podemos retirar energia térmica do sistema A, diminuindo a agitação das moléculas e,
por consequência, diminuindo . Podemos “esfriar” o sistema A
III- Podemos, simplesmente, colocar em contato, separados por uma parede que permite a
passagem de energia térmica (parede diatérmica), o sistema A e B, forçando os dois
itens acima a acontecerem ao mesmo tempo. Alcançando finalmente, .
Quando colocamos dois sistemas com temperaturas diferentes separados por uma parede
diatérmica podemos perceber a transferência de calor (energia térmica) do sistema de maior
temperatura para o sistema de menor temperatura. Essa transferência pode levar pouco ou muito
tempo, mas sempre ocorrerá, é só esperar!
Obs.: É necessário que nossos sistemas sejam fechados por paredes adiabáticas (não permitem a
troca de calor), para que a temperatura do ambiente não interfira em nosso experimento. Pois da
mesma forma que o sistema A e B trocam calor entre si, eles poderiam trocar calor com o ambiente,
se não estivessem isolados por paredes adiabáticas.
Bora analisar a Lei Zero com mais detalhe, veja os esquemas da experiência abaixo.
A experiência foi feita dessa forma: Colocaram, em contato (separados por paredes diatérmicas)
três sistemas e esperaram que fosse alcançado o equilíbrio térmico ( e ).
3 TEMPERATURA
Como vimos na seção 1, podemos sempre encontrar a terceira variável termodinâmica em função
das outras duas.
Por meio de experiências, os físicos descobriram que para dados pontos (P x V) do gráfico a
temperatura possuía sempre o mesmo valor. Por causa desses experimentos foram criadas as
curvas chamadas de isotermas.
Veja uma imagem de duas isotermas com seu característico formato e observe: todos os pontos
acima destas curvas possuem a mesma temperatura.
Podemos descrever as diferentes famílias de isotermas por meio da chamada equação de estado de
um sistema (A):
4 DILATAÇÃO TÉRMICA
Outra característica, muito observada no cotidiano, da variação de temperatura de um sistema, ou
de um corpo é a sua dilatação e contração.
Todos nós já percebemos que retirar um anel do dedo, quando o dia está quente, é mais difícil do
que quando está frio. Esse fato leva em conta dois fatos sobre a dilatação:
-Elevar a temperatura de corpos faz com que os mesmos se dilatem (aumentem de tamanho) e ao
contrário, diminuir a temperatura de corpos faz com que os mesmos se contraiam (diminuam de
tamanho).
-Corpos diferentes se dilatam/contraem em ritmos diferentes.
Agora, deixo a pergunta do inicio da discussão para o Homer responder, por que o anel não sai
facilmente do dedo, quando o dia está quente?
5 ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Um objeto, bastante utilizado no nosso dia-a-dia, que se utiliza do conceito da dilatação para medir
a temperatura é o famoso termômetro. Mas como?
Um termômetro que conhecemos é um tubo muito fino de vidro (capilar), conectado a um bulbo
contendo um fluído, geralmente o mercúrio. Nesse capilar são feitas inúmeras marcas horizontais
em diferentes alturas, e é por essa escala que medimos o tamanho ( ) da coluna de mercúrio que
subiu ao aquecermos o bulbo do termômetro.
Obs.: sendo rigoroso, o termômetro não mede exatamente quanto o volume de mercúrio variou,
mas sim a variação de volume do mercúrio juntamente com a variação do volume do vidro que
circunda o fluído. Mas a variação do mercúrio é muito maior do que a variação do vidro, por isso a
segunda é geralmente desconsiderada.
Marcando, os dois extremos do termômetro com os pontos escolhidos, podemos atribuir a cada o
valor:
Ou seja, dividimos o tamanho entre e em 100 partes iguais, com cada divisão valendo ,
definindo a variação da altura da coluna linearmente com .
A pressão do gás é calculada como fazíamos na hidrostática, pelo desnível de uma coluna de
mercúrio.
Medimos a pressão do gás em duas situações do sistema: uma quando o sistema está na
temperatura de fusão do gelo ( ) e quanto está na temperatura de vaporização da água ( ).
Fazemos isso variando a massa (M) de gás dentro do bulbo, encontrando vários pares de
coordenadas ( ); ( ); ( ); (...)
Para, de fato definir a escala Kelvin, foi necessária uma convenção, foi escolhida que a diferença
entre o valor da vaporização da água ( ) e o da fusão do gelo ( ) seria, também de 100 unidades,
como na escala Célsius:
E, portanto...
Por causa da convenção que escolhemos para a escala Kelvin, tanto Celsius quanto Kelvin são
escalas que dividem da mesma forma as duas temperaturas bases (fusão do gelo e vaporização da
água), em 100 intervalos de 1 unidade. Portanto dizemos que as variações em Celsius e em Kelvin
são iguais.
Portanto...
Bibliografia
- Contribuição das nossas anotações da aula do professor Marcos Brum (Instituto de Física).
- Nussenzveig, H. Moysés. Curso de Física Básica vol. 2 Fluidos, Oscilações e Ondas, Calor. 4ª Edição,
revista. Editora Buchler.