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Bioquímica

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Bioquímica Química da célula

No interior de todas as células vivas encontramos substâncias inorgânicas e

orgânicas. Se fizermos uma análise química em um órgão qualquer,

constataremos tal fato.

Água e sais minerais


Glicídios e lipídios
Proteínas
Ácidos nucleicos
Água e sais minerais
Água:
O esquema abaixo resume as principais funções da água nos seres vivos.

O controle da temperatura da

Maior parte das substâncias célula (regulação térmica)

dentro da célula estão


depende da existência de

dissolvida na água (solvente


água, graças a seus elevado

universal). calor específico e

condutividade.

Maior parte das reações

enzimáticas da célula
O transporte de solutos

dependem de um meio
dentro da célula depende da

aquoso. presença da água.

A quantidade de água presente nos seres vivos varia conforme a idade,


tecido, metabolismo e a espécie. De uma forma geral, nota-se que quanto
maior maior for a idade do ser vivo, menor será a água retida em seu
organismo. Por outro lado, existem tecidos e órgãos que apresentam mais
água em seu interior do que outros. Os tecidos muscular e nervoso
apresentam, por exemplo, mais água do que os tecidos ósseo e cartilaginoso,
pois sabe- se que quanto maior for o metabolismo das células, maior será a
quantidade de água necessária para a ocorrência das reações catalisadas por
enzimas.
Sais minerais:
São cátions (com carga + ) e ânions (com carga - ) presentes na célula em
pequenas quantidades.

Magnésio Está presente na constituição dos ossos e na molécula de

clorofila das plantas, algas e cianobactérias. Importante

Mg 2+ no corpo humano para o cérebro e músculos.

Sódio Mineral importante para condução do impulso nervoso e

para a regulação osmótica (hídrica) da célula.


Na+

Ferro Faz parte da constituição da molécula de hemoglobina,

pigmento presente nas hemácias essencial para o

Fe 3+ transporte de gases (O2 e CO2 ) no organismo.

Potássio Mineral importante para a condução do impulso nervoso

K+ e para a regulação osmótica (hídrica) da célula.

Fosfato Entra na constituição dos ossos e dentes. Parte integrante

Po43- das moléculas de DNA, RNA e ATP.

Iodo Essencial para produção de hormônios da glândula

- tireoide (localizada na parte anterior do pescoço,

I abraçando a traqueia).

Cálcio Entra na composição química dos ossos e dentes.

Ca2+ Participa das reações de coagulação sanguínea e é

essencial para a contração muscular.


A carência de sais minerais na nossa alimentação pode acarretar problemas

fisiológicos. A tabela abaixo mostra as consequências decorrentes da

deficiência alimentar de alguns minerais importantes.


Glicídios e Lipídios
Glicídios:
Também conhecidos como carboidratos ou açúcares, os glicídios são os

principais fornecedores de energia para a célula (função energética). As

moléculas dos glicídios são basicamente constituídas por átomos de carbono

(C), hidrogênio (H) e oxigênio (0).

Classificação dos Glicídios:


Monossacarídeos: São os glicídios mais simples e apresentam fórmula geral

Cn(H 2O) n , onde "n" define o número de carbonos. Assim, temos as trioses

(n=3), tetroses (n=4), pentoses (n=5) e hexoses (n=6), sendo as duas últimas

com maior relevância biológica. O nome genérico desses açúcares

acompanham um prefixo indicativo do número de carbonos da molécula,

acompanhado do sufixo -ose.

Ex: (C 3 H 6 O 3 ) - TRIOSE
(C 4 H 8 O 4 ) - TETROSE
(C 5 H10O5 ) - PENTOSE
(C 6 H 12O6 ) - HEXOSE

Os monossacarídeos podem ser absorvidos diretamente pelas células,

diferentemente dos dissacarídeos e polissacarídeos que necessitam

sofrer digestão, para que sejam transformados em monossacarídeos. A

glicose é amplamente consumida pelo organismo para a obtenção de

energia na forma de moléculas de ATP (trifosfato de adenosina).

A glicose é sintetizada na fotossíntese executada pelos organismos

autótrofos, principalmente algas e plantas.


A frutose também usada como fonte de energia e é encontrada em diversos

frutos;
A galactose participa da composição do leite.
Oligossacarídeos: são glicídios formados pela união de até 10

monossacarídeos. Os oligossacarídeos mais importantes são os

dissacarídeos, formados pela união de dois monossacarídeos, através de

reação de síntese por desidratação (onde há liberação de uma molécula de


água). Dentre os dissacarídeos mais importantes, temos:

Glicose + Frutose Glicose + Glicose Glicose + Galactose

Os dissacarídeos e também os polissacarídeos podem ser sintetizados por

reações de desidratação. Cada dois monossacarídeos unidos liberam uma

molécula de água.

Monossacarídeo Monossacarídeo
Juntam-se formando o dissacarídeo

maltose e liberam uma molécula de

água

Por outro lado, os dissacarídeos e os polissacarídeos podem sofrer digestão

por reações de hidrólise (na presença de água). Após a hidrólise, os

dissacarídeos são transformados em dois monossacarídeos.

O dissacarídeo na presença de água se

transforma em dois monossacarídeos


Polissacarídeos: possuem
Ex:
mais de dez monossacarídeos

ligados em cadeia. Em muitos

deles há milhares de

monossacarídeos.
Lipídios:
O termo lipídio designa alguns tipos de substância orgânica, como óleos,

ceras e gorduras, cuja principal característica é a insolubilidade em água e

a solubilidade em certos solventes orgânicos

Tipos:
Glicerídeos: Apresentam dois componentes: glicerol (tipo de álcool com três

carbonos) e ácidos graxos (longas cadeias de carbono associada a hidrogênios).

Quanto ao ponto de fusão, os glicerídeos podem ser classificados em óleos

(líquidos) e gorduras (sólidas), na temperatura ambiental. De forma geral, as

gorduras são mais encontradas nos animais e apresentam ácidos graxos

saturados (ligação simples entre carbonos), enquanto que os óleos são mais

encontrados nos vegetais e apresentam ácidos graxos insaturados (algumas

ligações dupla entre carbonos).

Composição
Esteroides: Os esteroides são formados pela combinação estérica de ácidos graxos

com álcoois policíclicos, ou seja, de cadelas fechadas. Formam importantes

hormônios do corpo, dentre eles os hormônios sexuais, além do colesterol.

Cerca de 70% do colesterol existente em nosso organismo é produzido pelo fígado,

enquanto que o restante é obtido pela alimentação (derivados animais). Quando

absorvido pelas vilosidades intestinais, o colesterol associa-se a proteínas do

sangue, podendo formar dois tipos de lipoproteínas: o LDL (low density

lipoprotein) e o HDL (high density lipoprotein). O esquema abaixo explica os

mecanismos envolvidos no transporte de colesterol.


Fosfolipídios: São os principais constituintes das membranas celulares, são

macromoléculas constituídas de dois ácidos graxos associados a um glicerol e um

grupo fosfato. A chamada "cabeça" do fosfolipídio é polar (hidrofílica), pois tem

afinidade pela água, enquanto que a "cauda" é apolar (hidrofóbica), pois repele a

água.
Proteínas:
As proteínas são macromoléculas formadas pela reunião de vários aminoácidos.

Na natureza encontramos vinte tipos de aminoácidos. Alguns organismos são

capazes de sintetizar todos os tipos de aminoácidos. As plantas, por exemplo,

utilizam-se do esqueleto carbónico da glicose e do nitrato absorvido do solo e

montam todos os seus aminoácidos. Outros seres vivos são incapazes de produzir

todos os tipos de aminoácidos de que necessitam, sendo obrigados a obtê-los pela

dieta.

Os aminoácidos são formados por carbono,

hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e em alguns

casos por enxofre. Apresentam um carbono

alfa, que numa das ligações tem um

hidrogênio, na outra, um grupo amina (NH2 ),

na terceira ligação um grupo carboxila

(COOH) - grupo ácido.


Esses elementos são comuns a todos os

aminoácidos. Na quarta ligação temos o

radical (R), que muda de aminoácido para

aminoácido, sendo, portanto, a parte variável

da molécula.

Aminoácidos naturais: São os aminoácidos que um ser vivo consegue "fabricar".


Aminoácidos essenciais: Não são fabricados pelo corpo, deve-se obtê-los através

da ingestão de alimentos. A lista de aminoácidos naturais e essenciais muda de

espécie para espécie.

No ser humano temos:

Aminoácidos naturais: tirosina, ácido aspártico, arginina, alanina, histidina, ácido

glutâmico, asparagina, cisteína, glicina, serina, prolina e glutamina.


Aminoácidos essenciais: fenilalanina, lisina, triptofano, treonina, isoleucina,

metionina, valina, leucina.


Ligação peptídica

A ligação peptídica é aquela que se estabelece entre o nitrogênio do grupo amina

de um aminoácido com o carbono do grupo carboxila do outro aminoácido, por

meio de reações de desidratação (saída de água). A união de dois aminoácidos gera

um dipeptídeo, já a associação de três aminoácidos produz um tripeptídeo. Até dez

unidades temos um oligopeptídeo. Acima de dez aminoácidos reunidos temos um

polipeptídeo. Proteínas por definição são polipeptídeos, biologicamente ativos, com

um número de aminoácidos superior a cinquenta.


Estruturas espaciais
As enzimas:

As enzimas aceleram reações químicas, então elas catalisam as reações químicas

sem ser consumidas e sem sofrer alterações moleculares, cumprindo seu papel de

catalisadores biológicos. Isso justifica o fato de serem necessárias em baixas

concentrações. Para catalisarem a reação devem interagir com os "reagentes"

(substratos). Assim, numa certa região da enzima (o centro ativo) encontramos

uma forma que se "encaixa" molecularmente ao substrato. Trata-se do mecanismo

chave-fechadura, a enzima (chave) se encaixa em seu substrato (fechadura).

Portanto existe uma alta especificidade enzima-substrato, dessa forma uma enzima

atua, em geral, em apenas um ou alguns tipos de substratos, mas não em outros.

Por exemplo, a maltase age sobre a maltose, mas não quebra a lactose.
Fatores que influenciam a atividade enzimática

Temperatura
O aumento da temperatura

aumenta a atividade enzimática

e a velocidade das reações

químicas. A partir de uma

temperatura ótima, as enzimas

começam a sofrer desnaturação

(deformação da estrutura

espacial). No ser humano, a

temperatura ótima situa-se

entre 35 e 40°C.

PH (potencial hidrogeniônico)
A velocidade de reação

enzimática aumenta à medida

que se aproxima do valor ótimo

de pH da enzima, que pode

variar conforme a enzima..

Concentração de substrato
A velocidade de reação

enzimática se eleva com o

aumento da concentração de

substrato, até atingir um

patamar no qual a concentração

de substrato é ótima e a

velocidade é máxima.
Proteína de defesa:

As imunoglobulinas são diversos tipos diferentes de anticorpos, proteínas de

defesa. São produzidas por leucócitos (glóbulos brancos), especialmente os

linfócitos e os plasmócitos. Os anticorpos se "prendem" a antígenos específicos

presentes nos envoltórios de diversos patógenos estranhos ao nosso corpo.

Respostas imunológicas
Quando um antígeno (substância estranha) penetra em nosso organismo, duas

respostas imunológicas poderão ser desencadeadas: resposta primária e resposta

secundária.

Resposta primária
Resposta secundária
Imunização Ativa:
O organismo "aprende" a fabricar anticorpos adquirindo a doença (o patógeno), ou

por meio de inoculações de vacinas. O fato é que nosso organismo (células de

defesa) reconhece o antígeno (substância especifica presente do parasita), fica

sensibilizado e desencadeia uma sucessão de eventos imunológicos até fabricar

anticorpos específicos que se "encaixam" no antígeno (reação antígeno-anticorpo).

A princípio, a vacinação é um processo seguro e de longa duração uma vez que

Introduzido no corpo o antígeno morto ou atenuado, incapaz de desencadear a

doença. Assim, ocorre a produção de anticorpos, além de uma "memória

imunológica", que garante uma resposta rápida caso haja nova entrada do

antígeno no organismo.

Imunização Passiva:
O organismo recebe anticorpos prontos por amamentação, via placentária ou por

meio de um soro. Os anticorpos do soro agem imediatamente, porém apresentam

curta duração, uma vez que o organismo não "aprende" a produzir seu próprios

anticorpos, além de não formar uma memória imunológica.


Ácidos nucleicos
Os ácidos nucleicos são as macromoléculas de ácido desoxirribonucleico (DNA

ou ADN) e de ácido ribonucleico (RNA ou ARN). O DNA carrega Informações

genéticas relativas ao funcionamento celular, às atividades do organismo, e à

determinação do plano de construção do Ser. Isso é possível pois o DNA orienta a

produção de RNA, que por sua vez, determina a síntese de proteínas, com destaque

as enzimas que controlam todas as reações metabólicas que ocorrem no corpo.

Em 1953, os americanos James

Watson e Francis Crick idealizaram

o modelo tridimensinonal da

molécula de DNA. Ela apresenta duas

fitas que giram em espiral sob um

eixo imaginário, dupla-hélice. Cada

fita é uma cadeia polinucleotidica, ou

seja, um polímero cuja unidade é o

nucleotideo.

A macromolécula de DNA é formada por duas cadeias polinucleotídicas (duas

fitas). O nucleotídeo do DNA apresenta os seguintes componentes: um grupo

fosfato (PO4 -3 ), uma pentose denominada desoxirribose e uma base nitrogenada.

São 4 tipos de bases nitrogenadas encontradas no DNA: Adenina (A), Timina (T),

Citosina (C) e Guanina (G), sendo que uma base nitrogenada presente em uma das

fitas combina-se com outra base nitrogenada da outra fita por mele de ligações de

hidrogênio (pontes de hidrogênio).


Como as fitas são complementares, a quantidade de TIMINA sempre será a mesma

de ADENINA, Assim como GUANINA estará na mesma proporção de CITOSINA.

Dessa forma sempre que for dada uma das proporções, as demais podem ser

calculadas.

Por exemplo, digamos que em determinado segmento de DNA há 10% de Adenina.

Qual será então o percentual das outras bases nesse seguimento?

Detalhando um nucleotídeo:

2 tipos
O Antiparalelismo das fitas de DNA

As duas cadelas polinucleotídicas que formam o DNA têm polaridades opostas. Uma

das cadelas orienta-se do carbono 5' para o carbono 3' da pentose (desoxirribose). A

outra cadela orienta-se no sentido oposto, isto é do carbono 3' para o 5'. Assim,

cada fita tem uma extremidade 5' (com terminação PO43-) e outra 3' (com

terminação OH)
Autoduplicação do DNA

No período S da Interfase de uma célula eucariótica, ocorre a duplicação (replicação)

do DNA orientada por diversas enzimas contidas no núcleo. As duas fitas afastam-se

(quebra das ligações de hidrogênio) por ação da enzima DNA helicase. Os

nucleotídeos livres presentes na célula são unidos à fita original (fita molde)

respeitando as regras de complementação (A com Te C com G,) por ação de outras

enzimas pertencentes ao grupo das DNA polimerase, que também executam as

ligações entre os nucleotídeos da nova cadeia a ser sintetizada. Terminada a

duplicação, duas novas moléculas de DNA são produzidas. Em cada uma delas,

conserva-se uma das fitas do DNA inicial ligada a outra nova fita recém-sintetizada.

Por isso, a duplicação do DNA é SEMICONSERVATIVA.


Primeiramente, a enzima DNA helicase quebra as ligações de hidrogênio existentes

entre as duas fitas. A molécula de DNA vai se desenrolando gradativamente.

Depois, uma série de enzimas conhecidas por DNA polimerase sintetizam uma

nova fita a partir de nucleotídeos livres na célula. À medida que as ligações químicas

entre as duas fitas são restabelecidas, cada molécula de DNA formada adquire a

estrutura de dupla-hélice


A autoduplicação semiconservativa do DNA foi comprovada cientificamente, em

1958, pelos estadunidenses Matthew Meselson e Franklin Stahl. Em laboratório,

os cientistas cultivaram bactérias Escherichia coli em meio contendo 15 N (isótopo

pesado de nitrogênio) por algumas gerações. Parte dessas bactérias foi transferida

para outro meio de cultura contendo apenas 14 N (Isótopo leve de nitrogênio) e lá as

bactérias passaram a se reproduzir por bipartição. Constataram que as bactérias da

primeira geração praticamente apresentavam DNA com uma das fitas constituídas

por 14 N (recém incorporado), enquanto outra mantinha o 15 N (fita molde). Na

segunda geração, no entanto, praticamente 50% das bactérias apresentavam DNA

constituído por duas fitas com 14 N, enquanto que os outros 50% apresentavam DNA

híbrido (uma fita15N e outra fita com 14N). Na terceira geração, 75% das bactérias

apresentavam DNA com duas fitas 14N e 25% apresentavam DNA com uma fita 15 N

e outra 14 N.

14
Outro importante ácido nucléico é o ácido ribonucleico (RNA ou ARN). O RNA

apresenta uma única cadeia polinucleotídica, mas em seus nucleotídeos a pentose

chama-se ribose e em suas bases nitrogenadas não há timina, e sim uracila, os

tipos de RNA mais importantes são: RNAr (ribossômico) que faz parte da

constituição dos ribossomos, RNAm (mensageiro) que carrega informações

genéticas, transcritas a partir da fita molde de DNA, pare a síntese proteica e o

RNAt (transportador) que transporta os aminoácidos durante esse processo

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