Sequências e Séries: Prof. Dr. Camila Isoton
Sequências e Séries: Prof. Dr. Camila Isoton
Sequências e Séries: Prof. Dr. Camila Isoton
Engenharia de Alimentos
Universidade Federal da Grande Dourados
2 2022
Definição 1
Seja (an )n∈N uma sequência de números reais. (an )n∈N é dita ser convergente
se existe L ∈ R tal que
lim an = L.
n→∞
Observações:
1 L ∈ R é finito.
2 Se (an )n∈N não for convergente, será dita ser divergente.Casos de
divergência de sequências: ∞, −∞ e oscilação.
3 lim an = L ⇔ ∀ε > 0, ∃ n0 ∈ N tal que n ≥ n0 ⇒ |an − L| < ε.
n→∞
4 Todas as propriedades operatórias básicas de limites seguem válidas.
an lim an
lim = n→∞ se lim bn ̸= 0.
n→∞ bn lim bn n→∞
n→∞
lim apn = ( lim an )p se p > 0 e an > 0.
n→∞ n→∞
Teorema do confronto: Se an ≤ bn ≤ cn para n ≥ n0 e
lim an = lim cn = L, então lim bn = L.
n→∞ n→∞ n→∞
Definição 3
(an )n∈N é limitada superiormente se existe M ∈ R tal que an ≤ M, ∀n ≥ 0;
e é limitada inferiormente se existe m ∈ R tal que an ≥ m, ∀n ≥ 0. Se
(an )n∈N for limitada superior e inferiormente dizemos que ela é uma
sequência limitada.
Observações:
an = (−1)n satisfaz −1 ≤ an ≤ 1 mas é divergente.
an = n → ∞ é monótona mas não é convergente.
Se (an )n∈N for limitada e monótona ele deve ser convergente!
Prof.a Camila Isoton UFGD Cálculo II - EGA 6 / 53
Teorema 2. Da sequência monótona
Toda sequência monótona limitada é convergente.
Prova. Suponha (an )n∈N crescente. Como (an )n∈N é limitada, o conjunto
S = {an / n ≥ 1} tem um limitante superior. Pelo Axioma da Completude1 , existe
um menor limitante superior L. Dado ε > 0, L − ε não é um limitante superior para S
(pois L é o limite superior mínimo). Portanto, aN > L − ε, para algum N ∈ N. Mas
(an )n∈N é crescente, então an ≥ aN para cada n > N. Assim, se n > N temos
an > L − ε e então 0 ≤ L − an < ε, desde que an ≤ L. Logo, |L − an | < ε sempre
que n > N, então lim an = L.
n→∞
Uma prova similar é válida se (an )n∈N for decrescente.
Sol.
α > 1, an > n e lim an = +∞. Portanto, diverge.
n→∞
α = 1, an = n e lim an = +∞. Portanto, diverge.
n→∞
0 < α < 1 ⇒ an = nαn → (∞ · 0), uma indeterminação. Tomamos
x
então f (x) = xαx = x 1b onde α = b1 ⇔ b = α1 . Assim:
x 1
f (x) = bxx , b > 1 ⇒ lim x |{z}
= lim x = 0.
x→∞ b x→∞ b ln(b)
′LH
Portanto, an = f (n) → 0, n → ∞, isto é, converge para zero.
α = 0 ⇒ an = 0 → 0, n > 0. Portanto converge para zero.
α < −1 ⇒ lim an = −∞. Portanto, diverge.
n→∞
RESUMINDO:
−1 < α < 1 ⇒ an = nαn converge a zero.
α ≤ −1 ou α ≥ 1 ⇒ an diverge.
Definição 4
n
X
Seja (an )n∈N uma sequência numérica e Sn = ai (uma soma parcial).
i=1
∞
X
Dizemos que ai converge a L (L ∈ R) se lim Sn = L.
n→∞
i=1
Caso contrário dizemos que a série diverge.
∞
X
Notação: ai = L
i=1
∞
X 1
n−1
é convergente.
2
n=1
n
X n−1
X
Ideia da prova: Seja Sn = ai e Sn−1 = ai somas parciais da
i=1 i=1
∞
X
sequência ai .Como ai converge, temos que existe L ∈ R tal que
i=1
Assim, an = Sn − Sn−1 → L − L = 0.
historia da série harmônica:
https : //www.youtube.com/watch?v = yuJ O16kNqA
O que é série harmônica:
https : //www.youtube.com/watch?v = OipPCVpnkCQ
Prof.a Camila Isoton UFGD Cálculo II - EGA 13 / 53
Critérios de Convergência
∞
X
(1) Suponha que an é divergente. Então por (1), temos que
n=1
∞
X
Sn → ∞ ⇒ Tn → ∞ ⇒ bn diverge.
n=1
∞
X
(2) Agora suponha que bn é convergente. Então de (1),
n=1
∞
X
0 ≤ Sn ≤ Tn ≤ bn = L ∈ R. Logo Sn é crescente e limitada e portanto (pelo
n=1
∞
X
Teorema 2) convergente.Assim, an converge.
n=1
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Teorema 5. Critério da Comparação no Limite
Sejam (an )n∈N e (bn )n∈N sequências numéricas com 0 ≤ an e 0 < bn , n ≥ 1.
an
Suponha que lim = L.
n→∞ bn
X∞ X∞
(1) 0 < L < +∞ então an converge ⇔ bn converge.
n=1 n=1
∞
X ∞
X
(2) L = 0 então se an diverge ⇒ bn diverge.
n=1 n=1
∞
X ∞
X
(3) L = +∞ então se bn diverge ⇒ an diverge.
n=1 n=1
Ideia da prova
Sol.
α = 1 (série harmônica), portanto, divergente.
1
α = 0 ⇒ an = n0
→ 1, portanto a série diverge (an ↛ 0).
α < 0 ⇒ an = −α
n → ∞ (pois −α > 0), portanto a série diverge
(an ↛ 0).
α > 0 e α ̸= 1.Neste caso observe que se tomarmos f (x) = x1α ,
x ∈ [1, +∞) temos que, f (x) > 0, contínua e decrescente (pois
f ′ (x) = −αx−(α+1) < 0).Assim, podemos utilizar o critério da integral
onde an = f (n) = n1α :
Ideia da Prova:
S1 = a1
S2 = a1 − a2
S3 = a1 − a2 + a3
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Resumindo:
Critérios de convergência para séries com termos positivos:
Comparação, Integral, Raiz e Razão.
Critério de convergência para séries com termos alternados: Leibniz.
∞
X ∞
X ∞
X
an = (|an | + an ) − |an |
n=0 n=0 n=0
Temos que ∞ n
P
n=0 cn (x − x0 ) = f (x), para todos os valores de
x ∈ Dom(f ) para os quais a série converge.
Se cn = 1, ∀n ≥ 0 e x0 = 0, a série de potências se torna a série
geométrica
X∞
xn
n=0
que converge quando |x| < 1 e diverge para |x| ≥ 1.
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Exemplo 7
Para quais valores de x ∈ R as séries de potências abaixo convergem?
∞ ∞ ∞
X
n
X
n n
X (x − 2)n
(a) n! x (b) 2 (x − 3) (c)
n!
n=0 n=0 n=0
∞
X
Sol. (a) n! xn temos que se
n=0
x = 0 então an = n! xn = 0, ∀n ≥ 1
x ̸= 0 então an = n! xn ↛ 0
X∞
Portanto n! xn só converge para x = 0.
n=0
Teorema 12
Suponha que ∞ n
P
n=0 cn (x − x0 ) tenha raio de convergência R > 0. Sejam I o
intervalo de convergência e f : I → R tal que
∞
X
f (x) = cn (x − x0 )n .
n=0
Então,
1. f é derivável (e portanto contínua) em (x0 − R, x0 + R) e
∞
X
′
f (x) = ncn (x − x0 )n−1 (derivada termo a termo)
n=1
3. Se ∞ n
P
n=0 cn (x − x0 ) é convergente em x0 ± R, então f está definida e é
contínua em x0 ± R.
f (x) = c0 + c1 (x − x0 ) + c2 (x − x0 )2 + c3 (x − x0 )3 + · · · , logo,
f ′ (x) = c1 + 2c2 (x − x0 ) + 3c3 (x − x0 )2 + · · · e
∞
cn (x − x0 )n+1
Z X
f (x) dx = + C.
n+1
n=0
exemplos
f (x) = c0 + c1 (x − x0 ) + c2 (x − x0 )2 + c3 (x − x0 )3 + · · ·
f (n) (x0 )
cn =
n!
desenvolvida em torno de x0 .
Sol. (a) f (x) = ex , f (n) (x) = ex para qualquer ordem de derivação. E, tomando
x0 = 0 temos que f (n) (0) = e0 = 1. Logo, a série de Taylor de f (x) = ex
desenvolvida em torno de x0 = 0 é
∞ (n) ∞ n
X f (0) X x x2 x3
S(x) = (x − 0)n = =1+x+ + + ···
n! n! 2! 3!
n=0 n=0
∞
X x2n+1
Portanto, sen(x) = (−1)n , ∀x ∈ R.
(2n + 1)!
n=0
Para demonstrar que limk→∞ Rk,x0 (x) = 0 para uma função específica,
geralmente utilizamos o seguinte critério.
Desigualdade de Taylor
Se |f k+1 (x)| ≤ M para |x − x0 | < R, então o resto Rk,x0 (x) da série de Taylor
satisfaz a desigualdade
M|x − x0 |k+1
|Rk,x0 (x)| ≤ , para |x − x0 | < R.
(k + 1)!
xn
Isto decorre do fato de ∞
P
n=1 n! é uma série convergente. De fato, pelo
critério da razão, temos que
|x|n+1 n! |x|
lim · n = lim = 0, ∀x ∈ R.
n→∞ (n + 1)! |x| n→∞ n + 1
Este exercício pode ser feito para a função senx, lembrando que neste caso,
escolhemos M = 1, já que |f (k) (x)| < 1, ∀x ∈ R.
Prof.a Camila Isoton UFGD Cálculo II - EGA 50 / 53
Definição 10
Uma função f : I → R é analítica em I se ∀x0 ∈ I vale
k
X f n (x0 )
f (x) = (x − x0 )n
n!
n=0
com x na vizinhança de x0
x
∞ ∞
!
x x
t2n t2n+1
Z Z
−t2
X X
⇒ e dt = (−1)n dt = (−1)n
(2n + 1)n!
0 0 n!
n=0 n=0 0
∞
X x2n+1
= (−1)n
(2n + 1)n!
n=0
∞
X
n
(−1) an − L < |an+1 |
n=0
x 4
12n+1
Z
−t2
X 1 1 1 1
e dt = (−1)n =1− + − + ≈ 0, 747
0 (2n + 1)n! 3 10 42 216
n=0