Direito Fiscal
Direito Fiscal
Direito Fiscal
Legislação:
- CRP
- CC
- Lei Geral Tributária
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7.10
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atividade financeira pública de arrecadação de receita e de realização de
despesas, pelo meio temos as opções políticas de afetar o dinheiro público
mais para uma tarefa ou mais para outra e temos a atividade de gestão, mas
de forma simples temos esta atividade financeira pública compreendo a
arrecadação de receitas e rendição de despesas.
Ficamos já com a ideia de auto tributação que iremos ver mais adiante quando
falarmos dos princípios constitucionais que está na base do princípio da
legalidade fiscal, porque se é o povo que tem soberania, se é o povo que ao
criar um Estado aceita auto tributar-se tem que ser o povo a autorizar a criação
de impostos e a medida dos impostos, mas numa democracia representativa
isso é feito através do órgão de representação popular, ou seja, o Parlamento.
É este que detém este poder para criar impostos em nome do povo.
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Estamos a falar da indispensabilidade da atividade financeira pública que no
Estado de direito tem de ser enquadrada pelo direito; já tinha no fundo
transmitido alguma coisa acerca disto já tinha dito que o direito financeiro
Público é um ramo do direito muito vasto que compreende o direito das receitas
públicas, mas também o direito das despesas públicas (direito orçamental),
portanto foi havendo a necessidade de especializar o estudo de alguns
domínios do direito financeiro Público incluindo o que nos interessa, a área das
receitas, assim se destacou o direito tributário como parte do direito financeiro
público/ramo financeiro público que estabelece o regime jurídico dos tributos.
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Exemplo: Não podemos dizer que o fulano x pagou o imposto sobre o
rendimento, então tem direito a receber cuidados de saúde; os impostos hão de
servir para financiar a saúde, educação, mas não posso dizer “eu paguei o
imposto, paguei o IRS e, portanto, quero frequentar o programa de pós
doutoramento na universidade x” e aí dizem que não posso a não ser que
pague, “ah mas eu já paguei o imposto”, pagaste imposto porque tens a
obrigação de pagar o imposto, mas isso não te confere nenhum direito a
nenhuma contrapartida específica pelo imposto pago; esperamos apenas que
sirva para prosseguir o interesse geral e que os impostos não sejam desviados
em esquemas de corrupção ou sejam simplesmente desperdiçados em má
gestão, esperamos que realmente sirvam o interesse geral interesse mas não
há uma contrapartida específica.
Taxas: bilaterais- pagamos uma taxa para obter algo em troca, a tal
contrapartida específica, esse algo em troca pode ser o acesso a serviços de
saúde pública (consulta, cirurgia) pode ser uma taxa para obtenção de uma
licença (construção de imóvel), portanto eu pago a taxa e em troca tenho
alguma coisa ou serviço.
Setor bancário -> os vários bancos paga uma contribuição para o fundo de
resolução para financiar outro banco (espírito santo) - Financiamento publico
Segurança social -> São contribuições financeiras que poderá ser beneficiado
futuramente em aposentadoria.
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Ex.: contribuições de melhoria (expo 98) decreto de lei autorizado pelo
parlamento que autorizou a cobrança dessa contribuição/imposto pela
valorização e investimento da área
Lisboa Vila Nova de Gaia -> Criada uma taxa municipal de proteção civil, pago
pelo proprietário dos imoveis, com a justificativa de financiamento de serviços
de proteção civil que são chamados sempre que existam problemas
(catástrofes, prédios a ruir, incêndios...). Constitucionalidade requerida por um
grupo de deputados ao tribunal constitucional e vista pelo tribunal como
imposto, pois não havia uma contrapartida especifica, o fato de poder haver no
futuro algum evento que obrigue a intervenção das forças de proteção civil,
pode acontecer sempre e é para isso que servem os impostos, financiar o
estado que tem a função de garantir a segurança e intervir quando necessário;
há um imposto municipal sobre imoveis – pago pelos proprietários anualmente
que em certa medida existe para isso. Portanto é inconstitucional pois o
município não tem competência para isso.
12.10
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HOJE:
1- Reside em Portugal ou
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- Problema direito Internacional fiscal e é solucionado a través de
instrumento do direito Internacional = tratado Internacional, e tem uma
especificidade que é de evitar a bitributação feito por convenções.
- Essas convenções são tão importantes e abundantes que para facilitar
às negociações entre os Estados que pretendam celebrar esse tipo de
Tratado existem modeles internacionais (com estruturas, regras
fundamentais e princípios fundamentais já estabelecidos) de
convenções que os Estados podem seguir.
- Portugal segue o modelo da Convenção dá OCDE
IVA- Imposto geral sobre o consumo, imposto sobre o valor acrescentado, está
em disposição nas diretivas da UE. Foi uma condição para fazer parte da UE,
ter uma estrutura de tributação no consumo harmonizada com os países da
UE. Harmonização não é fixação os estados são livres para determinar preço.
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Pessoas que trabalham em Luxemburgo não residem em Luxemburgo, residem
nos países ao lado. O que acontecia é que um cidadão alemão que trabalhava
em Luxemburgo e obtinha todo rendimento em Luxemburgo considerou-se
discriminado e tratado de modo mais desfavorável em matéria fiscal daquele
que trabalhava e vivia em Luxemburgo que reduzia despesa em habitação,
educação, saúde, ter taxas progressivas. Quem não residia em Luxemburgo
não podia reduzir e por isso iniciou uma ação que chegou ao tribunal de justiça
da UE e foi dado ração a discriminação e fez com que o Estado fosse obrigado
a modificar a legislação.
Ex.: Sermos notificado da liquidação com o resumo das contas e cálculos, isso
é assim porque estamos em um princípio que é o dever de fundamentar. Para
podermos ver e ter como questionar/agir caso houver erro.
Direito Civil – Direito fiscal = A regra para a interpretação das normas fiscais,
da lei fiscal, tem um artigo da LGT que diz que segue as regras gerais do
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direito civil, art.9° CC; há algumas especificidades, mas em princípio aplica-se
em direito fiscal as regras de interpretação do CC.
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Ex.: Se uma empresa vive em sociedade anonima e tem lucros, esses lucros
vão ser tributados em IRC. Essa empresas quando tem lucros normalmente,
parte dos lucros é distribuído para os acionistas sob a forma de dividendo. Ao
receber esses dividendos esses passam a ser rendimento pessoal e será
tributado novamente na esfera jurídica pessoal. “Situação de bitributação”.
No IRS temos várias normas especificas que também levam para o direito do
trabalho. Quem chega a acordo para cessar funções e recebe indemnização da
empresa que trabalhava tem uma parte isenta de imposto. Tendo que muitas
vezes ir ao direito do trabalho para verificar.
Para além dessas ligações o direito fiscal faz ligações com outras ciências
como o caso da economia, contabilidade... Na economia os impostos podem
ser usados com instrumentos políticos e económicos.
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Ex.: Se queremos incentivar as pessoas a fazer poupanças para a reforma,
podemos prevê um benefício fiscal para os jurus dos planos de poupança
reforma, incentivando as pessoas a poupar.
Ex.: Se os impostos para produtos petrolíferos são elevados tem uma razão,
pode ser para a diminuição do consumo desses materiais foceis.
13.10
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Há também interação que se estabelecem nos vários níveis -> Estão ligados,
conectados, uma decisão tomada em um nível pode afetar outros.
Nível Local = Municipal -> que também tem relevo quando falamos de direito
fiscal multinível.
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- A dimensão europeia se impõe, se sobrepõem, a dimensão nacional
(Estadual).
1°) Problema da dupla tributação, onde um sujeito que vive em um país e tenha
rendimento em outro; o país que reside diz que deve pagar imposto no país
porque vive no país e no país em que obtém rendimento diz que o sujeito
recebe rendimento no país e deve ser tributado no país.
2°) A pouco a OCDE divulgou que um pouco mais de 100 países chegaram a
acordo para se garantir uma tributação mínima de 20% para as grandes
multinacionais do setor digital. Na escala global são as empresas que
atualmente quase não pagam impostos, grande feito pois foi uma grande
maioria dos países.
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Muitos dos avanços em matéria de fiscalidade em escala global e europeia
vem surgido de trabalhos feitos na OCDE, Organização para Cooperação do
Desenvolvimento Economico. Portugal é membro e tem vários grupos de
trabalho.
Ex.: Noticia sobre a Polonia – Polonia diz que seu direito constitucional
prevalece ao direito da UE, o que não condiz com as regras da União.
- Impostos Indiretos
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- Impostos diretos/ Tributação direta
Ex.: Impostos sobre o rendimento das pessoas, das empresas, não existe
qualquer norma nos tratados que preveja essa tributação. Esse poder não foi
transferido pelos Estados membros para a União Europeia. O que significa que
continua a ser os Estados membros a ter o poder soberano de definir as regras
dos impostos diretos.
Essas regras fiscais aprovadas pelos Estados Membros não podem restringir o
funcionamento do mercado interno (comum), mercado europeu onde existe um
conjunto de liberdades fundamentais – liberdade de circulação de pessoas,
mercadorias, capitais, de estabelecimento...
Perspetiva infraestadual
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Nível Local – Refere-se a nível Municipal, os municípios não podem criar
impostos, mas podem criar taxas. Existem alguns impostos no ordenamento
jurídico português que são classificados como impostos municipais.
Ser Imposto Municipal significa que as receitas desses impostos são receitas
municipais, mas precisamente são receitas dos municípios em cuja o território
se titula os imoveis.
Se comprarem uma casa em lisboa terá que pagar IMT (pago somente 1 vez
quando se adquire o imóvel), a receita desse imposto vai para o município de
lisboa e a partir disso passara a pagar anualmente IMI para o município de
lisboa – Esses impostos são muito importantes como fonte de financiamento
dos municípios.
Ex.: IMI, há um intervalo para a definição das taxas pelos municípios, isso é a
lei define um valor mínimo e um valor máximo, e cada município tem o poder
para definir qual a taxa de IMI do seu município, tal como existe a possibilidade
de prever a dedução de um certo montante em euros no caso de família com
várias dependências (famílias numerosas).
Mesmo em matéria fiscal temos que falar dos municípios porque se beneficiam
diretamente de receita de alguns impostos e por terem algumas competências
na definição e aplicação de alguns impostos.
Perspetiva das finanças publicas -> Quando tivemos a crise financeira severa
de 2008 e seguintes, tivemos intervenção externa com o programa de
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assistência financeira internacional = Troica (FIM, Banco Central Europeu e
Comissão Europeia) foram os órgãos que emprestaram dinheiro para Portugal
e estabeleceram condições como corte de salários, corte de subsídios de férias
e Natal, aumento de impostos... Timos um órgão internacional que impuseram
medidas a Portugal, e Portugal para cumprir essas medidas e com a disciplina
orçamental veio impor regras também as regiões autónomas e aos municípios.
14.10
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em sua liberdade e em seu património. Portanto tudo que interfira com
liberdade dos cidadãos deve ser limitado, tendo um conjunto de garantias que
os cidadãos possam valer.
Unidade da constituição
A Constituição não pode ser vista como “manta de retalhos” com artigos soltos,
a constituição deve ser com o um fio condutor com valores e princípios
estruturantes os quais se refletem em vário artigo, em várias partes da
constituição.
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Estados financiados sobretudo por receitas patrimoniais são conhecidos por
Estados patrimoniais.
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“A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na
soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política
democráticas, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades
fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a
realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da
democracia participativa.”
- Art.1° e 2° da CRP são núcleo fundamental de valores importantes para
matéria fiscal.
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- Sintonia com o número 1
TAXAS
CONTRIBUIÇÕES FINANCEIRAS
“2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os
benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes.”
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i) Criação de impostos e sistema fiscal e regime geral das taxas e demais
contribuições financeiras a favor das entidades públicas;”
Princípio da Legalidade
Princípio da Igualdade
REGRA X PRINCIPIOS:
Normas jurídicas, subdividisse em:
Princípios jurídicos = tem uma formulação menos precisa, são mais abertos e
permitem vários graus de concretização. Tem maior amplitude e flexibilidade
que permanecem como pilares e grandes orientações de caminhos a seguir.
Regras jurídicas = são mais especificas de tal modo que ou são respeitadas
ou não são; ou valem ou não valem, não há meio termo.
Ex.: Velocidade da autoestrada ser 120 km/h é uma regra que não pode ser
mais ou menos 120 km/h.
20.10
Aula passada:
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Objetivos dos tipos de impostos {Art.104° CRP}
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Nessas economias em questões sociais procura-se de algum modo corrigir o
mercado em termos de igualdade e justiça na afetação dos rendimentos e
riqueza. A perspetiva jurídico-constitucional visa os valores de solidariedade,
igualdade e justiça, portanto o Estado sente a necessidade de promover a justa
repartição/ redistribuição do rendimento e da riqueza.
Vemos então a ligação forte entre Estado fiscal e Estado social, não
podemos deligá-los.
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Ao falar de finanças publicas é frequente mencionar os aspetos financeiros
sem se pensar na finalidade das finanças públicas -> O para quer é para
financiar o Estado para este realizar a constituição, cumprir as tarefas que lá
estão, garantir os direitos e servir as pessoas, melhorando sua qualidade de
vida.
Olhar para o Direito e pensar quanto custam -> Ligação entre Estado fiscal e
Estado social, quando se determina na constituição que através dos impostos
vai se promover a repartição do rendimento e a riqueza. Por um lado, arrecada
impostos (Estado fiscal) a quem tem mais e por outro lado políticas sociais
(estado social) de integração, promoção da igualdade, de garantia de direitos
sociais, de dignidade, etc.
Elisão ou Evasão fiscal -> Pessoas aproveitam de falhas na lei para obter
ganhos fiscais que não sendo claramente contra lei, são considerados abusivos
tendo alguns mecanismos que o Estado pode utilizar para tributar essas
pessoas por essa prática abusiva.
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agente que produz os efeitos negativos não suporta todos os custos das suas
ações, poluem e quem suporta é também a população/ sociedade. Isso é uma
falha de mercado, que se corrige através dos impostos cobrados pelos agentes
poluentes, internalizando/suportando todos os cursos. Ao suportar todos os
curtos o agente que produz os efeitos negativos vai investir em novas
tecnologias para evitar a externalidade negativa e o pagamento de impostos,
saindo mais barato.
21.10
Canvas -> Slides
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Artigo 12.º CRP - Princípio da universalidade
“1. Todos os cidadãos gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres
consignados na Constituição.
2. As pessoas colectivas gozam dos direitos e estão sujeitas aos deveres
compatíveis com a sua natureza.”
Todas as pessoas (singulares e coletivas/físicas e jurídicas), membros
da sociedade, estão sujeitas/vinculadas ao dever de pagar impostos -
Princípio da universalidade
Em um estado constitucional não é aceitável excluir certos grupos de
pessoas de pagar impostos – por isso TODOS a partida tem o dever de
pagar impostos- UNIVERSALIDADE
Mas nem todos as pessoas pagam impostos, há isenções possíveis no
pagamento de impostos, situações que levam a que certas pessoas não
paguem impostos, mas não é pela exclusão do dever de pagar
impostos, essas pessoas beneficiam-se de um regime mais favorável
em função de algum interesse publico ou critérios constitucionais
admissíveis. {Remetendo-se ao art.13° CRP, princípio da igualdade}
PRINCÍPIO DA IGUALDADE:
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Proibição da discriminação e do arbítrio: exigência de critérios materiais
legítimos de diferenciação
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Em matéria de impostos como se garante a igualdade material? O critério
legitimo de diferenciação é a capacidade contributiva - Princípio da capacidade
contributiva, concretizando o princípio da igualdade fiscal em sentido material.
Artigo 4.º, n°1 LGT- Pressupostos dos tributos (vemos o critério da capacidade
contributiva)
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legislativa = Assembleia da República tanto o Governo (perante lei de
autorização da AR) tem competência legislativa em matéria de impostos.
OBS:
▫ Quando a CRP não diz nada ambos são órgãos competente para
legislar nas diversas matérias (competência concorrencial) - Regra geral.
▫ Porém a CRP diz que em algumas matérias (art.164° CRP) = SÓ a
Assembleia da República tem competência para legislar (reserva
absoluta).
21.10
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Regras de incidência são regras de impostos que nos diz o que é tributado e
quem é tributado.
Ex.: Quando o imposto diz que a compra de um imóvel (facto sujeito a imposto)
está sujeita a IMT = Regra de incidência objetiva ou real.
Benefícios fiscais devem ser aprovados por lei, na medida que representa uma
exceção/especialidade no regime jurídico fiscal.
A Adm. Pública também pode emitir normas com carater geral e abstrato, mas
não tem força de lei, são regulamentos administrativos, estão abaixo da lei em
termos hierárquicos.
Veremos em normas fiscais onde o legislador diz ex. Está sujeito a IRS os
subsídios de refeição nos montantes que ultrapassem o valor definido por
portaria. O valor definido por portaria é um valor definido por regulamento, a
própria legislação fiscal que prever que certo valor que é relevante para efeitos
fiscais venha ser definido por regulamento.
Não pode ser a administração por sua livre iniciativa, quando o legislador não
diz nada, não permite, não autoriza criar regulamento sobre a material. É
necessário um fundamento legal para emissão de regulamento, ou
genericamente se a autoridade em causa tiver poder regulamentar em matéria
que sejam definidas ou especificamente que a lei preveja possibilidade de
aprovação de regulamento.
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PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA JURÍDICA E DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA
DOS CIDADÃOS
O princípio da segurança jurídica e da proteção da confiança dos cidadãos, não
se encontra em nenhum artigo determina da CRP, esse princípio resulta de
várias disposições e entendimento jurisprudencial da constituição.
Coordenadas fundamentais firmadas pelo Tribunal Constitucional em vários
acórdãos sobre esse princípio:
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Artigo 103.º, n°3 CRP - Sistema fiscal
3. “Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados
nos termos da Constituição, que tenham natureza retroativa ou cuja liquidação
e cobrança se não façam nos termos da lei”.
“Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que tenham natureza retroativa”:
Em alguns casos o legislador pode determinar que certa lei produza efeitos
para o passado -> efeito RETROACTIVO
Ex.: Se altera a idade da reforma para 80 anos, essa alteração podia ser feita
de 2 formas:
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É alterada a idade da reforma para todos, os que já começaram sua carreira
contributiva e os que ainda vão começas tornando-se uma norma
RETROSPETIVA.
Ex.: Caso real de 2010 – Nesse período ocorreu o início da crise financeira
global, o governo português por conta da crise decide agravar os impostos de
IRS (no meio do ano de 2010), chegando a questão ao Tribunal constitucional
por meio de um grupo de deputados que invocou a inconstitucionalidade por
intender ser uma norma retroativa (pois atingiam rendimentos já aferidos no
passado – início do ano, antes da lei ser aprovada) ou mesmo que se
entendesse retrospetiva era excessiva. O TC entendeu que o IRS é um
imposto anual e sendo assim a matéria coletável, sujeita a imposto, só se
conhece no final do ano (31 de dezembro) sendo liquidada somente depois e
como tal qualquer alteração de IRS no decurso do ano não se pode considerar
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uma alteração retroativa, pois se diz respeito ao IRS do mesmo ano. O TC
considerou então que se tratada de uma norma fiscal retrospetiva, norma para
o futuro atingindo o passado, não sendo excessivo ou injustificável por conta da
crise, sendo adotando essa medida de alteração.
Adequação
Necessidade
Proporcionalidade em sentido estrito
25.10
Revisão da aula passada:
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Critérios do art.13°, nº2 CRP, não podemos dizer designadamente em matéria
fiscal “quem é da religião X paga estes impostos e quem é da outra paga
outros”, não podemos discriminar em função da religião, sexo…
Mesmo lendo este preceito da LGT dizemos que há uma certa moderação de
sentido o que significa que sendo o principal critério ele não é único, não é
exclusivo.
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Quando falamos em igualdade existem os critérios da capacidade contributiva
e do benefício e devemos formar uma opinião sobre o que é bom ou mau e
quais os argumentos. Um desses argumentos que sequentemente gera
controvérsia é o que se refere à progressividade ou proporcionalidade dos
impostos, enquanto instrumento da igualdade e justiça fiscal.
104°, n°1 CRP– define e impõe ao legislador algumas caraterísticas
fundamentais para a tributação do rendimento das pessoas singulares (IRS).
Art.68° CIRS – tabela com vários escalões de rendimento com várias taxas
crescentes
Taxa média X Taxa marginal
Imaginemos que o nosso rendimento é até 50.000 euros, mas não significa que
o valor vá ser todo tributado à taxa indicada para os 50.000 euros, significa que
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até 7.000 a taxa é 0%, dos 7.000 aos 14.000 é 10%...só aquele bocadinho dos
45.000 aos 50.000, vamos supor, é que vai ser tributado à taxa de %.
(Exemplo)
27.10
40
procurado fundamentos para combater estas práticas e dizer que não são
aceitáveis; que são comportamento de abuso de direito ou se refira em
fraude à lei fiscal/ elisão fiscal/ evitação fiscal/ evasão fiscal.
Tax fraud (Fraude fiscal) - fraude fiscal no sentido de crime fiscal.
# Outros autores traduzem tax avoidance por evasão fiscal e a tax fraud por tax
evasion.
41
sobretudo para que esteja tudo e não deixar nada em aberto para que haja
abusos, por isto a lei tributaria é tão complexa.
28.10
Princípio da legalidade:
- Princípio de reserva de lei fiscal: aquilo que está sujeito a reserva de lei é a
definição de um regime geral de taxas e contribuições financeiras é o regime
geral que está em causa quando falamos da reserva de lei e não a criação de
uma taxa ou contribuição financeira específica.
- Forma: forma do ato da criação de imposto (se é lei ou decreto de lei) e
seus órgãos competentes.
- Orgânica: quem é o órgão competente.
Art.103°, n°2 CRP (remissão para o Art.165º, nº1, i)) – os impostos são
criados por lei que define a incidência, as taxas, os benefícios fiscais e as
garantias dos contribuintes.
Art.165°, n°1, i) – a criação de impostos e a definição dos seus elementos
essenciais, são matéria de reserva relativa competência legislativa da
Assembleia da República.
Reserva de lei fiscal -> só existe reserva de lei fiscal quanto a esses
elementos essenciais dos impostos {criação, incidência, taxa, benefícios
fiscais e garantia dos contribuintes}, mas nem tudo o que se refere a
impostos, normas jurídico-fiscais, estão sujeitas a reserva de lei.
Outros aspetos dos impostos que não estão definidos no art.103° CRP o
Governo pode legislar, não estando em reserva de lei. -> ex.: forma e prazos
de cumprimento das obrigações de pagamento de impostos.
Isso tem implicações importantes, para interpretação da lei fiscal.
Exemplos:
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Art.8° LGT – princípio da legalidade tributaria, além de ter consagração na CRP
tem consagração infraconstitucional (hierarquicamente inferior a CRP) = LGT
Art.8°, n°1 LGT -> estão sujeitos ao PLT a incidência, a taxa, os benefícios
fiscais, as garantias dos contribuintes, a definição dos crimes fiscais e o geral
das contraordenações fiscais (acrescenta elementos para além do art.103°, n°2
CRP).
Art.8°, n°2 LGT -> acrescenta dimensões constitucionais, mas não especifica
se é ou não reserva de lei, pois não se pode acrescentar nada a CRP. Aqui
está em causa matérias que podem não estar em reserva de lei, mas precisam
de definição de ato legislativo.
Mas ainda assim a LGT mesmo falando do princípio é só uma lei, com valor
inferior a CRP. Não podendo ser uma lei com valor de CRP, não sendo norma
constitucional, tem base constitucional, mas só tem valor legal.
Esclarecer art.165°, n°1, i) CRP -> está sujeita a reserva de lei a aprovação de
regime geral das taxas e demais contribuições financeiras.
Mas não existe entre nós uma lei de regime geral de taxas e demais
contribuições financeiras, nunca foi aprovado.
28.10
43
Princípio da legalidade
Tipicidade da Lei Fiscal (Art.103°, n°3 CRP)
A lei deve tipificar o facto tributário- é uma situação da vida social descrita na
lei cuja verificação obriga ao pagamento de imposto. A lei tem que descrever e
detalhar de forma exaustiva as situações e factos que caso ocorram obrigam
ao pagamento de certo imposto.
Ex.: Art.2° Código do IRS diz-nos o que são rendimentos do trabalho
dependente {extenso e detalhado}
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Às vezes, a autoridade tributária sente necessidade de expor a sua
interpretação da lei fiscal por todos os seus serviços, isto é, servem para que a
lei seja aplicada de forma uniforme para não haver o risco de várias versões e
para que a lei seja possível aplicar de igual modo para todos os contribuintes-
entendimento centralizado gera segurança jurídica. Os ofícios circulados e
interpretações só vinculam os seus próprios serviços, sendo apenas de caráter
informativo para o contribuinte. Os contribuintes estão vinculados à lei-
princípio da legalidade. A interpretação autêntica só o legislador pode fazer, ou
seja, neste caso estas leis feitas pelo legislador são vinculativas para todos.
2.11
(revisões)
45
chamada competência concorrencial. No fundo está a dizer que estas matérias
não podem ser reguladas meramente por um regulamento administrativo, têm
de ser reguladas por ato legislativo. Quando falamos em regulamentos
administrativos, são atos normativos da administração, isto é, são normas, com
caracter geral, caracter abstrato, só que não atos legislativos não têm força de
lei, são regulamentos e por isso são hierarquicamente inferiores às leis e aos
DL.
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O Governo pode legislar em todas as matérias que não estejam abrangidas
pela reserva da lei fiscal, as que estão abrangidas são as taxas, incidências,
direito dos contribuintes e benefícios fiscais (art.103, nº2; art.165º), neste caso
as leis acessórias são matérias sujeitas ao princípio da legalidade tributária
(art.8º, nº2, c) LGT) pelo que teriam que ser reguladas por decreto-lei, isto é ato
legislativo do Governo e não poderia ser por regulamento.
- A retroatividade da lei fiscal é sempre proibida?
(distinção entre retroatividade autêntica e inautêntica, distinção entre normas
favoráveis e desfavoráveis)
Nem sempre a retroatividade da lei fiscal é proibida, primeiro a CRP o que
proíbe é a retroatividade autêntica da lei fiscal (art.103º, nº3), contudo só é
assim se se tratar de normas desfavoráveis para o contribuinte, por outro lado
a CRP não proíbe a chamada retroatividade inautêntica, isto é, normas que
produzam normas para o futuro mas que atinjam factos que se iniciaram no
passado.
4.11
47
Para chegar na norma não basta o texto (Art.9°, n°1 CC)
Art.9°, n°2 CC
Elementos da interpretação:
- Textual/gramatical
- Histórico/genético
O Direito fiscal tem contacto com muitas matérias, que nos obriga a ir a outro
ramo do direito (outra lei).
O Direito fiscal lida com muitos conceitos dispersos em leis diferentes, o
legislador diz que para efeitos de aplicação da lei fiscal esses termos têm o
mesmo sentido do ramo do direito retirado.
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3 – “Persistindo a dúvida sobre o sentido das normas de incidência a aplicar,
deve atender-se à substância económica dos factos tributários.”
Nem tudo no direito fiscal está sujeito a reserva de lei, mas fora disto em lei
não há reserva de lei fiscal.
Existindo lacunas na lei fiscal em matérias abrangidas pela reserva de lei o
intérprete está proibido de aplicar analogia a outras normas; isto é assim
porque o direito fiscal tem como caraterística causa a tipicidade da lei fiscal.
49
· O problema dos conceitos vagos e indeterminados;
· Divergências interpretativas e garantias dos contribuintes: a importância da
tutela jurisdicional efetiva.
4.11
50
Se há uma via possível de não concluir pela inconstitucionalidade então é essa
a interpretação adotada. – Critério da interpretação em conformidade com a
Constituição
O que estamos a dizer para a CRP vale também para o DUE e para o DI, isto
é, fontes hierarquicamente superiores; se temos uma lei que tem de respeitar a
CRP, o DUE e o DI e há mais do que um sentido possível devemos concluir
pelo sentido mais conforme não só com a CRP, mas também com o DUE e o
DI sob pena de chegarmos à conclusão de que a norma é inválida.
# válido para todas as áreas do direito
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Estas normas interpretativas em matéria fiscal surgem quando há normas
legais em matéria fiscal mal feitas ou em que o resultado é contrário ao
pretendido, em que a AT vai perdendo os processos todos em tribunal e a
forma do Estado ganhar os processos é dizer que aquilo que realmente se quis
com a norma era outra coisa. Procura-se de certa forma através de uma lei
interpretativa forçar a mão do legislador, portanto faz todo o sentido que a lei
deve valer para o futuro.
Objeto
Facto
Garantia
10.11
52
1ªs 3 partes da matéria para o teste
------------------------
54
Uma determinada norma que esta a ser aplicada nos tribunais e é
inconstitucional em pelo menos 3 casos concretos, o Ministério Público pode
recorrer ao tribunal constitucional e pode declarar a inconstitucionalidade
com força obrigatória geral da norma.
Se se declarar a inconstitucionalidade com força obrigatória geral significa
que a norma deixa de valer (não pode ser aplicada) no ordenamento jurídico.
11.11
55
art.20º, 34º LGT, isto é, um salário de 2000 euros alguém que é trabalhador
por conta de outrem e ganha este valor não recebe 2000, pois 11% é para a
segurança social, outra percentagem vai para o IRS. A entidade que paga os
rendimentos está obrigada a reter uma parte por conta do salário do
trabalhador (retenção na fonte) e a entregá-la à autoridade tributária como
pagamento antecipado do IRS daquele trabalhador. Este mecanismo é de
retenção da fonte e pagamento antecipado do IRS; se não existisse este
mecanismo iriamos pagar tudo no final do ano seguinte. Também é uma
forma do estado se financiar antecipadamente. O substituto tributário será a
entidade patronal. Esta retenção na fonte e a título de pagamento por conta
do imposto devido a final, isto é, retenção da fonte a título de pagamento por
conta. Substituição parcial, porque a entidade patronal não vai fazer o
pagamento completo.
Exemplo: depósito a prazo, que rende 100 euros. O banco por imposição da
lei vai aplicar uma percentagem de 28% que é o IRS que tem de ser pago,
então pega nesses 28 euros e entrega à AT como pagamento do IRS do
cliente. O banco substitui-se ao cliente. Esta taxa já é a da tributação e o
cliente não tem de declarar no IRS, porque este valor foi retido na fonte, ou
seja, o banco substituiu totalmente o cliente. Retenção na fonte a título
definitivo; responsável- instituto da responsabilidade tributaria,
Objeto
- Direitos, direito à dedução, reembolso…
- Deveres/obrigações- Obrigação principal- pagamento de dividida
tributária; obrigações acessórias- apresentação de declarações, exibição
de documentos fiscalmente relevantes e a prestação de informações.
Facto (art.36º a 49º LGT) – é decisivo, é a situação da vida social
descrita na lei, cuja verificação faz nascer a obrigação tributária.
- Constituição da relação jurídica tributária;
- Permanência e alteração da relação jurídica tributária- quando se
verifica um facto tributário determinado, seja auferir um salário ou obter
juros de um depósito a prazo, mas quando se verifica aquele facto
determina um conjunto de implicações jurídicas e não pode qualquer
56
uma das partes nem a administração nem o sujeito passivo alterar nem
mudar.
- Condicionamento e contratualização- há casos em que a lei permite
celebração de contratos fiscais, por exemplo, o Estado através do
Governo pode celebrar um contrato fiscal com uma grande empresa que
se instala em Portugal, criar postos de trabalho, entre outros, é possível
o Governo português, se a lei previr e seguindo os termos da lei, para
fixar esse investimento conceder um benefício fiscal.
- Extinção (pagamento- via normal; caducidade do direito à liquidação-
exceção; prescrição da dívida/ prestação tributária- exceção)
Garantia
24.11
Correção do teste
Grupo I
25.11
57
responde 1 e o responsável originário e só se este não pagar a divida e
comprovadamente não tiver meios para pagar a divida (património, dinheiro…)
e que é chamado a responder o responsável subsidiário E uma ordem de
precedência, 1º o originário e depois o subsidiário. Se um contribuinte não
pagar a AT vai instaurar um processo de execução fiscal para obrigar o
devedor a pagar, se ele não paga voluntariamente mesmo que seja com atraso
só resta a AT ir verificar se aquele devedor fiscal dispõe de rendimento ou de
património que possa penhorar para dispor dos meios correspondentes ao
valor em divida. Se a AT constata que o devedor não tem património que possa
responder pela divida fiscal e se acontecer está em condições de chamar o
responsável subsidiário. Significa que o processo de execução fiscal corria
contra o devedor originário passa a correr contra o devedor subsidiário, ou
seja, o processo reverte-se “reversão do processo de execução fiscal”.
- Responsabilidade solidária- art.21º LGT, quando 2 ou mais pessoas
respondem ao mesmo tempo pela totalidade da dívida, exemplo: existem vários
coproprietários de um imóvel, quem vai pagar o IMI são todos os
coproprietários. Exemplo, se não pagarem, a AT pode exigir que alguém pague
e é obvio que será o que terá dinheiro, esse que paga pode depois exigir aos
outros coproprietários que lhe paguem o que devem.
Art.22 LGT
nº1- empresa que faz retenção na fonte, mas não paga às finanças
30.11
58
O que caduca é o direito, e o que prescreve é a divida ou prestação tributária
(art.45º LGT).
Quem faz a liquidação, regra geral, é a AT.
OBS:
Art.45º (caducidade)
1- Exemplo, passavam 4 anos e o contribuinte não recebe a notificação,
entretanto a AT enviava uma nota de liquidação e que tinha sido um erro,
neste caso o contribuinte não era obrigado a pagar porque o prazo caducou.
4- Impostos periódicos (IMI, IRS), a partir do final do ano a que o imposto diz
respeito, ou seja, a partir do termo do ano que os impostos dizem respeito.
PRESCIÇÃO - O sujeito passivo sabe quanto tem que pagar, mas não paga.
Não pagando a AT instaura um processo de execução fiscal para identificar e
penhorar bens do contribuinte se necessário, mas o contribuinte pode não ter
bens em seu nome e a AT não conseguindo encontrar bens ou rendimento que
permita cobrar os montantes devido tem o prazo limite de 8 ANOS para
concluir esse processo de cobrança. Passados 8 anos e a AT não conseguiu
59
fazer essa cobrança considera-se a dívida tributária PRESCRITA, extinguindo-
se dessa forma a relação jurídica tributária.
O prazo contado para impostos de obrigação única e para impostos periódicos
são iguais, na prescrição de 8 anos é contando também a partir da data de
verificação do facto tributário.
Uma das vias que a AT tem a sua disposição são as chamadas providências
cautelares, para garantir a cobrança dos montantes em divida. São garantias
que protegem a AT enquanto credor daqueles montantes.
Art.51º LGT
A AT pode adotar certas providencias cautelares (não confundir providências
cautelares administrativas com as providências cautelares judiciais).
1- Quando podem adotar providências cautelares.
2- Não devem ser excessivas, tem limites.
3- Em que podem consistir essas providências (apreensão de bens, direitos…).
Caso prático
60
António recebeu sempre ao longo do ano de 2020 a totalidade do rendimento
ilíquido (ou bruto) definido no seu contrato de trabalho.
02.12
A TRIBUTAÇÃO DO RENDIMENTO
61
Uma empresa aufere rendimentos ao longo do ano por diversas vias, mas não
vamos tributá-la considerando apenas o que ela recebe, pois, a empresa tem
gastos, não fazendo sentido tributar tudo que é rendimento não levando em
conta os custos necessário para a atividade, sendo tributado apenas o
rendimento líquido.
Um trabalhador que tem seu trabalho, mas não recebe sua totalidade, por ter
uma parte um custo obrigatório para as suas obrigações profissionais, sendo
tributado apenas o líquido e não o bruto.
Real- apurado com base nas declarações que os sujeitos entregam à AT com
base nos elementos da contabilidade e dos custos que suportou.
Caraterização
62
Art. 104º, nº1 CRP
63
DEDUÇÕES À COLETA art.78° e ss. Do CIRS
Acerto de contas
15.12
Garantias
Suponha que António recebeu uma notificação para pagar um valor de IR muito
acima do que esperava. Analisando a nota de liquidação que recebeu,
percebeu que havia um erro, cometido pela AT. Reclamou do ato, mas não lhe
foi dada razão. Assim sendo, decidiu impugnar judicialmente o ato de
liquidação. António entende que não tem de pagar o montante em causa, mas
gostaria de saber quais são as consequências se não o fizer. Gostaria também
de saber se tem alguma alternativa que possa ponderar.
R: Para esse caso utilizamos a LGT -> Artigos relevantes – art.50° a 53° LGT
Direito administrativo útil para esse caso, relação com a AT (órgão da
administração) e seus instrumentos como reclamação e recurso hierárquico,
instrumentos ao dispor em relação com órgãos da administração publica.
Ao praticar atos administrativos que nos afeta podemos reclamar para o órgão
que praticou esse ato, a especificidade desse caso é ser um ato de liquidação,
ato praticado pela AT no âmbito da relação jurídica tributária, outra
possibilidade, é apresentar um recurso hierárquico, recorrer para o superior
hierárquico do órgão que praticou o ato. Relacionando com as garantias da
relação jurídica tributária com as garantias do contribuinte.
-> O António ao não concordar com o valor liquidado em seu IRS, tem a
possibilidade de fazer uma reclamação interna e para o superior hierárquico do
órgão da AT, como não foi dando-lhe razão António partiu para um via judicial
para poder impugnar esse ato de liquidação. António entende que não tem que
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pagar o montante em causa e gostaria de saber as consequências de não o
fizer.
Art.52° LGT fala da garantia da cobrança da prestação tributária. António tem
duas possibilidades:
Se António pagar e o tribunal vir dar razão o que o contribuinte pagou
indevidamente é devolvido acrescido de juros ou se António não pagou mas
prestou a garantia (essa garantia no banco também tem um custo) e o tribunal
mais tarde vier lhe dar razão, não há nada a devolver porque o contribuinte não
pagou, mas a AT vai estar obrigado nos termos do art.53° LGT a indenizar o
contribuinte pelos custos que suportou com aquela garantia.
Se por hipótese António não tiver meios de prestar essa garantia deve requerer
a dispensa da prestação de garantia e fazer prova de não tem meios ou de que
a prestação de tão garantia lhe causaria um dano desproporcional. {Aspeto que
pode ser levado em conta}
IRS
65
Linkar esse caso a retenção da fonte a título definitivo e a substituição tributária
no IRS.
A taxa de 28% referida no art.71° CIRS tem um nome “taxa liberatória”
significado associado ao conceito de retenção na fonte.
Dica: art71°, n°8 CIRS
Englobamento da generalidade dos rendimentos (regra geral do IRS) art.22°,
n°1 CIRS
Alguns rendimentos não são englobados nos ternos do art.22°, n°3, alinha b
CIRS, relevante para o caso.
Saber declarar ou não é diferente de incluir ou não incluir na declaração, de ter
englobamento ou não englobamento na declaração de IRS e a consequências.
Assume-se que Maria é residente de Portugal relevante porque se não fosse
não poderia optar pelo englobamento dos rendimentos.
Art.71°, n°5 e art.22°, n°3, alinha b CIRS são para residentes do território
português.
IRS = Imposto único, pessoal, progressivo – Regra geral são somados,
englobados para ser sujeito as taxas gerais progressivas do art.78° CIRS
Temos depois a possibilidade de deduzir ao resultado obtido (despesas de
saúde, educação, etc.)
Quando temos exceções como essa da tributação de rendimentos de capitais
não há englobamento, não há aplicação das taxas progressivas e não há
quaisquer reduções que poderiam ser feitas a esses rendimentos. Forma
simples de tributar que apresenta uma exceção quer a progressividade quer a
pessoalidade do IRS.
A Maria tem ou não que declarar esses rendimentos, na declaração anual de
IRS? Não tem a obrigação de declarar segundo o art.22° CIRS do
englobamento, esses rendimentos já tem uma retenção na fonte a título
definitivo que paga um imposto não gerando a obrigação de declarar.
Relação jurídica tributária -> Sujeitos -> substituição tributária total -> retenção
na fonte a título definitivo.
Juros de um depósito a prazo que são rendimentos tributados na fonte a título
definitivo pela entidade bancária que dessa forma substitui totalmente o
contribuinte no cumprimento das obrigações fiscais relativamente aquele
rendimento, portanto o cliente fica exonerado, não tem qualquer obrigação de
66
declarar aquele rendimento pois já foi declarado e pago pela instituição
bancária, taxa de 28%.
- Exceção as características fundamentais do IRS: imposto progressivo e
pessoal
Quando esses rendimentos, juros de um depósito a prazo, são tributados são
por uma taxa proporcional (não progressivo) e não é feita qualquer dedução.
Se Maria exercer a opção que lhe é conferida pela lei, art.71°, n°8 ICRS de
declarar (não obrigatória) ao preencher a declaração de IRS e incluir um anexo
sobre os rendimentos de capitais no fundo está a dizer que pretende que esse
rendimento seja englobado, somado, considerados juntamentos com outros
rendimentos que possa ter e sujeitos a regras gerais do IRS. Taxas gerais do
artigo 78° IRS, as deduções pessoais, etc -> Consequências de declarar o
rendimento
O que já foi pago vai ser deduzido, descontado no IRS que venha ser
calculado, se esses forem englobados.
Se não declarar não acontece nada porque esses rendimentos já foram
tributados.
OBS: Único caso de rendimento de IRS que pode não ser incluídos
Rendimentos de capitais (art.5° CIRS - os diferentes tipos) as quais são
aplicáveis as taxas do art.71° CIRS, sempre que haja retenção a título
definitivo.
A regra geral é declarar todos os rendimentos a exceção são os rendimentos
de capitais já tributados por essa via que vimos.
Só é vantajoso englobar esses rendimentos se houver poucos rendimentos
somados, permitindo situando nos escalos mais baixos do IRS do art.78° CIRS.
Ex.: se esse rendimento de capital for englobado e somados for um rendimento
coletável de 7.000 euros a taxa segundo art.78° CIRS é de 14%, menor que a
tava de 28% cobrados pelo rendimento de capital, sendo vantajoso declará-lo
pois voltaria para ela o valor pago a mais.
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R: Rendimento coletável é valor que incidi sobre as taxas art.68°, n°2 CIRS diz
que o valor de 40.000 euros é dividido em 2 partes:
28,838%x36.967euros=10.660,54euros
40.000-36.967=3.033
45%x3.033=1.364,85euros
Total:12.025,39
16.12
IRC
68
X
O IRC é um imposto complexo, uma das questões que se discute é saber quais
os gastos que as empresas podem deduzir aos seus ganhos e quais não
podem.
IVA
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Caraterização:
- Imposto geral sobre o consumo, só se consumirmos é que pagamos IVA;
- Imposto indireto;
- Imposto de obrigação única, consumimos um café e pagamos o preço do café
incluindo o IVA;
- Imposto proporcional (com efeitos regressivos), penaliza mais quem tem
menos rendimentos porque tributa todos;
- Imposto real, não entra em linha de conta com as circunstâncias pessoais e
familiares do contribuinte (quando vamos ao supermercado comprar bens é
irrelevante se recebemos muito ou não, se estamos desempregados ou não…);
- Imposto harmonizado no âmbito da EU- transposição das Diretivas, o imposto
sobre o consumo tem uma grande harmonização, pois foi imprescindível para a
sedimentação do mercado; era difícil concebermos um mercado interno no
espaço da UE com livre circulação de pessoas e bens se cada estado tivesse o
seu próprio imposto sobre consumo com regras diferentes;
- Financiamento da UE, IVA é uma das receitas da UE;
- Neutralidade Fiscal do IVA: a importância do direito à dedução (art.19º ss
CIVA), Ex: advogado presta os seus serviços e cobra IVA, para ele prestar
serviços teve de adquirir bens e o próprio suportou o IVA; quando o advogado
compra livros, impressora...paga IVA em bens essenciais para a sua atividade;
recebe IVA e paga IVA; o que os profissionais recebem de IVA, o imposto
arrecadado é para entregar ao Estado;
- Regime de isenções, há quem esteja isento de IVA, como por exemplo quem
tenha volume de negócios inferior ou até 10.000€ no ano passado está
dispensado;
- Regimes especiais, em algumas áreas como vendas em 2ª mão.
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b) Ex: IVA cobrado em outubro, novembro e dezembro, tenho de liquidar até ao
dia 15 de fevereiro.
PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO
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1) A administração tributária está obrigada a pronunciar-se sobre todos os
assuntos da sua competência que lhe sejam apresentados por meio de
reclamações, recursos, representações, exposições, queixas ou quaisquer
outros meios previstos na lei pelos sujeitos passivos ou quem tiver interesse
legitimo.
1. Não existe dever de decisão quando:
a) A administração tributária se tiver pronunciado há menos de dois anos sobre
pedido do mesmo autor com idênticos objeto e fundamentos;
b) Tiver sido ultrapassado o prazo legal de revisão do ato tributário.
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