Manual IEC
Manual IEC
Manual IEC
ÍNDICE
PARTE I
Parte Geral .............................................................................................................................................................. 10
CAPÍTULO I
Disposições gerais.................................................................................................................................................................. 10
Capítulo II
Liquidação, pagamento e reembolso ...................................................................................................................... 36
Capítulo III
Produção, transformação e armazenagem em regime de suspensão .......................................................................... 48
Capítulo IV
Circulação em regime de suspensão .................................................................................................................................. 56
1. Introdução ........................................................................................................................................................... 56
2. Regime geral ....................................................................................................................................................... 56
2.1. Local onde se inicia uma operação de circulação em regime de suspensão do imposto..................... 56
2.2. Operadores envolvidos ............................................................................................................................... 57
2.3. Casos especiais: Grupagens e entrega direta ........................................................................................... 57
3. Formalidades na circulação .............................................................................................................................. 58
3.1. Destinos na expedição ............................................................................................................................... 58
3.2. Obrigação declarativa na expedição ......................................................................................................... 58
Capítulo V
Perdas e inutilização .............................................................................................................................................................. 75
Introdução..........................................................................................................................................................................................75
Capítulo VI
Garantias.................................................................................................................................................................................. 79
Capítulo VII
Circulação e tributação após a introdução no consumo .................................................................................................. 89
PARTE II
Parte Especial ......................................................................................................................................................... 96
Capítulo I
Imposto sobre o Álcool, as Bebidas Alcoólicas e as bebidas adicionadas de açúcar e outros edulcorantes (IABA) .......96
Capítulo II
Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP) ............................................................................................. 122
Capítulo III
Imposto sobre o Tabaco .................................................................................................................................................................................. 163
NOTA PRÉVIA
O Manual dos Impostos Especiais de Consumo procurou reunir, num único acervo, todas as instruções de
aplicação do Código dos Impostos Especiais do Consumo (CIEC), que se encontravam dispersas em inúmeras
circulares e comunicações avulsas, bem como novas instruções que, entretanto, forem consideradas
pertinentes, tendo sempre como objetivo a harmonização de procedimentos e a instituição de melhores
práticas, em sede do regime dos impostos especiais de consumo.
Dada a abrangência e a complexidade do objetivo referido, optou-se, em 2008, por publicar o Manual de
forma faseada, tendo inicialmente sido publicados dois capítulos do mesmo, os referentes às Disposições
Gerais (Capítulo I) e às Isenções (Capítulo III). Entretanto, o Decreto-Lei n.º 73/2010, de 21 de junho, aprovou o
novo CIEC, transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva 2008/118/CE, de 16 de dezembro, relativa ao
regime geral dos impostos especiais de consumo, definindo novos sujeitos passivos, clarificando as
situações de exigibilidade do imposto e o momento da introdução no consumo e adotando o enquadramento
legal de suporte ao sistema informatizado dos movimentos e controlos dos produtos sujeitos a impostos
especiais de consumo (EMCS).
Neste contexto, e à luz das disposições do novo CIEC, foram sucessivamente divulgados onze capítulos do
Manual dos IEC. Posteriores atualizações do Manual refletiram as instruções de serviço e demais doutrina
administrativa entretanto emanadas, quer de âmbito geral, quer dos respetivos impostos.
Em 2019, a atualização do Manual dos IEC, para além de assegurar a inserção sistemática das instruções
administrativas de aplicação do CIEC, com destaque para as matérias atinentes ao imposto sobre as Bebidas
Não Alcoólicas, procede igualmente a uma aprofunda revisão, visando uniformizar e harmonizar a estrutura e
sistematização do Manual, suprindo técnicas de redação pluriformes, que resultaram da sua elaboração
faseada, bem como das diversas fontes que constituíam o acervo de instruções avulsas. Salienta-se, neste
ponto, o aperfeiçoamento sistemático do Manual dos IEC, adequando-a à estrutura adotada pelo CIEC, e
conferindo-lhe, sempre que possível, maior correspondência ao articulado e sequência temática do Código.
Finalmente, a nova versão do Manual inclui um índice reformulado e interativo, identificando as páginas
correspondentes e disponibilizando, para uma utilização fácil e prática, ferramentas de hiperligação.
PARTE I
PARTE GERAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
SECÇÃO I
ENQUADRAMENTO
1. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
Código dos Impostos Especiais de Consumo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 73/2010, de 21 de junho. Diretiva
n.º 2008/118/CE, do Conselho, de 16 de dezembro de 2008;
Regulamento (CEE) n.º 2719/92, da Comissão, de 11 de setembro de 1992; Regulamento (CEE) n.º 3649/92,
da Comissão, de 17 de dezembro de 1992; Regulamento (CE) n.º 684/2009, da Comissão, de 24 de julho de
2009; Regulamento de Execução (UE) n.º 2019/503, da Comissão de 7 de março de 2018; Regulamento de
Execução (UE) n.º 282/2011, do Conselho de 15 de março de 2011.
Tabacos manufaturados
• Diretiva n.º 2011/64/UE, do Conselho, de 21 de junho de 2011;
• Lei n.º 37/2007 de 14 de agosto, republicada em anexo à Lei n.º 63/2017 de 3 de agosto;
• Portaria n.º 119/2019, de 22 de abril;
• Portaria n.º 224/2019, de 18 de julho;
• Portaria n.º 350/2019, de 07 de outubro.
2. DEFINIÇÕES
• Para efeitos do presente Manual, entende-se por:
a) “Estado membro” e “território de um Estado membro”, o território de cada Estado membro da União ao
qual é aplicável o Tratado da União Europeia, nos termos do respetivo artigo 299.º, com exclusão dos
territórios terceiros;
b) “União” e “território da União”, os territórios dos Estados membros definidos no ponto 3 da presente
secção;
c) “Território terceiro”, um dos territórios não referidos no ponto 3 da presente secção;
d) “País terceiro”, qualquer Estado ou território ao qual não é aplicável o Tratado da União Europeia;
e) “Território nacional”, território historicamente definido no continente europeu, nos arquipélagos dos
Açores e da Madeira, bem como o mar territorial e a sua zona contígua, nos termos da lei aplicável;
f) “Depositário autorizado”, a pessoa singular ou coletiva autorizada pela autoridade aduaneira, no
exercício da sua profissão, a produzir, transformar, deter, receber e expedir, num entreposto fiscal,
produtos sujeitos a impostos especiais de consumo em regime de suspensão do imposto;
g) “Entreposto fiscal”, o local onde são produzidos, transformados, armazenados, recebidos ou expedidos
pelo depositário autorizado, no exercício da sua profissão, produtos sujeitos a impostos especiais de
consumo em regime de suspensão do imposto;
h) “Destinatário registado”, a pessoa singular ou coletiva autorizada pela autoridade aduaneira, no
exercício da sua profissão, a receber, não podendo deter nem expedir produtos sujeitos a impostos
especiais de consumo, que circulem em regime de suspensão do imposto;
i) “Destinatário registado temporário”, a pessoa singular ou coletiva autorizada pela autoridade aduaneira, a
receber ocasionalmente, não podendo deter nem expedir produtos sujeitos a impostos especiais de
consumo, que circulem em regime de suspensão do imposto;
j) “Expedidor registado”, a pessoa singular ou coletiva autorizada pela autoridade aduaneira, no exercício
da sua profissão, a expedir produtos sujeitos a impostos especiais de consumo em regime de
suspensão do imposto, do local da sua importação e na sequência da introdução em livre prática
habilitada;
k) “Estância aduaneira competente”, a alfândega ou delegação aduaneira em cuja jurisdição se situa o
domicílio fiscal do operador económico ou o entreposto fiscal, consoante o caso, ou outro local sujeito a
controlo aduaneiro;
l) “Regime de suspensão do imposto”, o regime fiscal aplicável à produção, transformação, detenção e
circulação dos produtos sujeitos ao imposto especial de consumo não abrangidos por um procedimento
ou regime aduaneiro suspensivo, em que é suspensa a cobrança dos referidos impostos;
m) “Produção”, qualquer processo de fabrico, incluindo, se aplicável, de extração através do qual se
obtenham produtos sujeitos a impostos especiais de consumo, bem como as operações de
desnaturação e de adição de marcadores e de corantes, e ainda a envolumação de tabaco manufaturado,
desde que se integrem no referido processo de fabrico;
n) “Operador do Setor Elétrico”, comercializador de eletricidade, comercializador para a mobilidade elétrica e
produtor que venda diretamente ao consumidor final;
o) “Operador de Gás Natural”, comercializador de gás natural.
Território da
Território Território Território
Estados-Membros Territórios União
Aduaneiro IEC IVA
Europeia
Dep. Ultramarinos
Sim Sim Não Não
6. França Territórios
Ultramarinos
Não Não Não Não
Livigno
Sim Não Não Não
Campione de Itália
8. Itália Sim Não Não Não
Águas italianas do
Sim Não Não Não
Lago Lugano
Território da
Território Território Território
Estados-Membros Territórios União
Aduaneiro IEC IVA
Europeia
14. Suécia -/- -/- -/- -/- -/-
Outros territórios
1) A Grécia mantém o estatuto específico concedido ao Monte Athos conforme previsto na Constituição
Grega.
2) Embora estes territórios não estejam fora do território IVA, não são tratados como territórios terceiros. Os
EM devem tomar as medidas necessárias para se certificarem que as transações com origem em ou
destino para o Principado do Mónaco são tratadas como transações com origem em, ou destino para a
República Francesa.
3) Andorra não é parte do território aduaneiro da União. Contudo, existe uma união aduaneira entre Andorra e
a União Europeia cobrindo os produtos abrangidos pelos capítulos 25-97 da Nomenclatura.
4) San Marino é parte do território aduaneiro da União em resultado de uma convenção aduaneira entre San
Marino e Itália, embora não constitua parte do território IVA (cf. artigo 2.º do Regulamento (CEE) n.º
2151/84 do Conselho, de 23 de julho de 1984, relativo ao território aduaneiro da União.
SECÇÃO II
INCIDÊNCIA, FACTO GERADOR E EXIGIBILIDADE
No âmbito dos impostos especiais de consumo (IEC), a incidência abrange dois elementos:
• O elemento objetivo do imposto: a par do facto gerador, permite conhecer o que está sujeito a imposto,
independentemente da sua ligação a um determinado sujeito passivo (ou seja, determina o que está
sujeito a imposto – incidência objetiva);
• O elemento subjetivo: define os destinatários do imposto, isto é, os respetivos sujeitos passivos (determina
quem deve o imposto – incidência subjetiva).
1. INCIDÊNCIA SUBJETIVA
BASE LEGAL:
Artigo 4.º
O CIEC prevê na incidência subjetiva, como sujeito passivo do imposto, as figuras do depositário autorizado e
do destinatário registado, estatutos fiscais por excelência, e também os produtores, comercializadores
consumidores de eletricidade e os comercializadores de gás natural.
Define igualmente várias situações de incidência subjetiva, como por exemplo na importação, em caso de
venda judicial e em situações de irregularidade (saída de entreposto fiscal, circulação, detenção e venda de
produtos).
Dada a especificidade do facto gerador e da exigibilidade do imposto relativamente à eletricidade, nos termos
dos artigos 7.º, 8.º e 9.º do CIEC, são considerados sujeitos passivos do imposto:
• Os comercializadores de eletricidade, definidos em legislação própria, no caso de fornecimento de
eletricidade ao consumidor final;
• Os comercializadores para a mobilidade elétrica;
• Os produtores que vendam eletricidade diretamente aos consumidores finais;
• Os autoprodutores;
• Os consumidores que comprem eletricidade através de operações em mercados organizados.
Dada a especificidade do facto gerador e da exigibilidade do imposto relativamente ao gás natural, nos
termos dos artigos 7.º, 8.º e 9.º do CIEC, são considerados sujeitos passivos do imposto:
• Os comercializadores de gás natural, definidos em legislação própria, no caso de fornecimento de gás
natural ao consumidor final.
1.3. IMPORTAÇÃO
BASE LEGAL:
Artigo 4.º, n.º 2, alínea a), do CIEC
Excetuam-se do preceituado no artigo 4.º, n.º 2, alínea a), as situações em que os produtos tenham sido
declarados, no momento da importação, para um regime suspensivo dos impostos especiais de consumo.
Exemplo: regime 07 00 introdução em livre prática e sujeição simultânea a um regime de entreposto que não o
regime de entreposto aduaneiro.
Neste caso, e havendo necessariamente um e-DA emitido no local da importação, a incidência subjetiva
recai forçosamente em quem se assume como expedidor registado, uma vez que a responsabilidade pelo
pagamento do IEC, em caso de irregularidade, durante a circulação dos produtos, recai no detentor do citado
estatuto por via do n.º 5 do artigo 46.º, conjugado com a alínea c), do n.º 2 do artigo 31.º, ambos do CIEC.
A retirada de produtos sujeitos a IEC de um entreposto fiscal tem necessariamente de ser processada através
de um e-DA, quando ocorre uma expedição dos produtos, em regime de suspensão do imposto, ou através
da sua introdução no consumo (a qual ocorre com a emissão de uma e-DIC); qualquer outro meio mediante o
qual se opere a saída dos produtos do entreposto fiscal prefigura necessariamente uma introdução irregular no
consumo, facto que determina a exigibilidade do imposto, havendo responsabilidade solidária caso se
verifique a existência de vários participantes (vide n.º 3 do artigo 4.º).
1.5. CIRCULAÇÃO
BASE LEGAL
Artigo 4.º, n.º 2, alínea d), do CIEC
De forma semelhante ao referido no ponto anterior, qualquer irregularidade ocorrida durante a circulação dos
produtos sujeitos a IEC, em regime de suspensão do imposto, determina a sua exigibilidade, sendo sujeitos
passivos do imposto, o depositário autorizado, o expedidor registado, e ainda, somente a nível nacional, o
transportador (uma vez que, com exceção daqueles, só ele pode assumir-se como garante de uma operação
de circulação).
Para além disso, podem ainda ser responsáveis solidários pelo pagamento do imposto todos aqueles que
possam ter participado ou tido conhecimento da prática de uma irregularidade ocorrida durante uma
determinada operação de circulação (vide n.º 3 do artigo 4.º).
As alíneas c), d), e), f) e g) têm como objetivo enquadrar possíveis situações de irregularidade que não se
encontram até aqui previstas, proporcionando-se assim uma maior segurança jurídica na sua caracterização e
penalização, designadamente quanto aos responsáveis pela saída de entreposto, circulação, detenção,
produção ou entrada em território nacional em situação irregular de produtos sujeitos a IEC. A sua
responsabilidade é sempre solidária caso se verifique a existência de vários participantes (vide n.º 3 do
artigo 4.º).
Por último, e no âmbito desta norma de incidência subjetiva, entendeu o legislador introduzir uma norma
genérica para as restantes situações de irregularidade através da alínea h), trazendo para o campo da
incidência subjetiva todas as situações não previstas até aqui mas que podem, ainda assim, configurar uma
introdução no consumo, venda ou utilização irregular de produtos sujeitos a IEC em regime de suspensão do
imposto (tornam-se, desta forma, as pessoas ou entidades associadas às práticas irregulares referidas,
sujeitos passivos do imposto, havendo também aqui responsabilidade solidária conforme disposto no n.º 3
do artigo 4.º).
3. FACTO GERADOR
BASE LEGAL
Artigo 7.º do CIEC
Por facto gerador do imposto entende-se o facto definido por lei que, uma vez verificado, faz nascer a
obrigação tributária (artigo 36.º, n.º 1, da LGT).
Os factos que determinam o nascimento da obrigação tributária, no âmbito dos IEC, são:
• A produção em território nacional de produtos sujeitos a IEC;
• A importação desses produtos em território nacional;
• A admissão em território nacional dos referidos produtos provenientes de outro Estado membro;
• O fornecimento de eletricidade e de gás natural ao consumidor final.
3.1. PRODUÇÃO
Considera-se produção:
• Qualquer processo de fabrico, através do qual se obtenham produtos sujeitos a IEC;
• As seguintes operações desde que se integrem no processo de fabrico:
▪ Desnaturação;
▪ Adição de marcadores e de corantes.
3.2. IMPORTAÇÃO
Considera-se “importação”, a entrada em território nacional dos produtos sujeitos a IEC, provenientes de
países terceiros e que não se encontrem em livre prática ou, ainda, que se encontrem em livre prática,
provenientes de territórios terceiros, na aceção do n.º 2 do artigo 3.º do CIEC.
Na importação, o facto gerador ocorre com a declaração de introdução dos produtos em livre prática e no
consumo, nos termos do artigo 201.º do CAU, e artigos 9.º, n.º 1, alínea d), e 10.º, n.º 1, do CIEC.
Em caso de introdução em livre prática e sujeição simultânea a um regime aduaneiro suspensivo, o facto
gerador do imposto só se verifica após a saída desse regime suspensivo e desde que declarado para
consumo.
Considera-se admissão dos produtos em território nacional, a entrada física dos mesmos neste território,
provenientes de outro Estado membro.
Por força do princípio da afetação das receitas ao EM de destino, o facto gerador do imposto ocorre no EM
onde os produtos vão ser consumidos (quer em relação a produtos que circulem no território da União
Europeia em regime de suspensão, quer em relação a produtos que tenham sido introduzidos no consumo
noutro EM).
4. EXIGIBILIDADE
BASE LEGAL
Artigos 8.º, 9.º e 10.º do CIEC
A exigibilidade consiste no direito que a AT tem de exigir, a partir de determinado momento, o pagamento do
imposto.
Verificados os pressupostos da obrigação tributária, o imposto torna-se exigível, em território nacional, no
momento da introdução no consumo de produtos sujeitos a IEC, ou da constatação de perdas que devam ser
O imposto torna-se exigível com a introdução no consumo dos produtos sujeitos a imposto, quer a introdução
seja regular, quer seja irregular (consoante sejam ou não observados os procedimentos legalmente
estabelecidos).
Regra geral, a produção, a transformação, a detenção e a circulação dos produtos sujeitos a IEC1, efetuam-se
em regime de suspensão do imposto, em que a cobrança dos impostos é suspensa (artigo 21.º, n.º 2, do
CIEC). Este regime culmina com a introdução dos produtos no consumo, em cuja data o imposto se torna
exigível.
Considera-se introdução no consumo, para efeitos de exigibilidade de imposto:
a) A saída de produtos do regime de suspensão do imposto
• A saída do regime de suspensão ocorre no momento em que o produto é declarado para consumo:
• Na saída dos produtos de entreposto fiscal (quando declarados para consumo por um depositário
autorizado;
• Na receção dos produtos quando declarados para consumo por um destinatário registado ou por um
destinatário registado temporário;
• Na receção dos produtos quando declarados para consumo por um beneficiário, nos termos do artigo
6.º, n.º 1, alíneas a) a d).
b) A detenção de produtos fora do regime de suspensão do imposto (sem a cobrança do imposto devido)
• Os produtos sujeitos a IEC só podem ser detidos, em suspensão do imposto, em entreposto fiscal
(EF)2, devidamente autorizado e sob controlo da estância aduaneira competente (artigo 21.º, n.º 1).
• A detenção de produtos sujeitos a IEC fora de um EF, não sendo aplicável o regime de suspensão, dá
lugar à imediata exigibilidade do imposto.
c) A produção de produtos fora do regime de suspensão do imposto (sem a cobrança do imposto devido)
• A produção de produtos sujeitos a IEC, em regime de suspensão de imposto tem de ser efetuada em
entreposto fiscal de produção/transformação (artigo 21.º, n.º 1), mediante autorização e sob controlo
da estância aduaneira competente.
• A produção de produtos sujeitos a IEC fora de um EF, não sendo aplicável o regime de suspensão, dá
lugar à imediata exigibilidade do imposto.
d) A importação de produtos sem que estes tenham sido submetidos a um regime suspensivo
• No caso de importação de produtos sujeitos a IEC, o imposto torna-se exigível no momento em que
estes são declarados para livre prática e no consumo3, salvo se os mesmos forem sujeitos a um regime
aduaneiro suspensivo.
• Neste caso, considera-se que a importação só tem lugar no momento em que os produtos saírem do
regime aduaneiro suspensivo ao abrigo do qual foram declarados.
e) A entrada de produtos no território nacional fora do regime de suspensão do imposto
• Em regra, os produtos sujeitos a IEC circulam em regime de suspensão do imposto, nos moldes
previstos no artigo 35.º.
• A entrada de produtos que não se encontrem em regime de suspensão (circulação com imposto
pago) dá lugar à imediata exigibilidade do imposto4.
1 Produtos não abrangidos por um procedimento ou regime aduaneiro suspensivo (o qual substitui o regime específico dos IEC (n.º 2 do artigo 7.º).
2 De produção, transformação ou armazenagem.
3 Nesta situação a declaração para consumo é efetuada através do processamento da declaração aduaneira (artigo 10.º, n.º 1).
4 Ver a este propósito artigo 60.º do CIEC. Refira-se, no entanto, que de acordo com o artigo 61.º do CIEC, os produtos destinados a uso pessoal, não
Nos termos do artigo 10.º da LGT, o carácter ilícito da obtenção de rendimentos ou da aquisição, titularidade
ou transmissão de bens não obsta à sua tributação quando esses atos preencham os pressupostos das
normas de incidência aplicáveis.
No mesmo sentido, o CIEC prevê a exigibilidade do imposto relativamente a situações de irregularidade, ou
seja, situações em que não tenham sido observadas as formalidades legalmente previstas.
Nas situações de irregularidade para além da instauração de procedimento de liquidação oficiosa do imposto
(artigo 9.º e artigo 11.º, n.º 6), há igualmente lugar a instauração de procedimento por infração tributária nos
termos do RGIT.
A introdução no consumo dos produtos sujeitos a IEC é formalizada através da declaração de introdução no
consumo eletrónica (e-DIC) ou, no caso de produtos importados, através da declaração aduaneira.
Os procedimentos relativos ao processamento da e-DIC constam de Instruções de ajuda ao preenchimento,
constantes do próprio formulário eletrónico.
SECÇÃO III
ISENÇÕES
1. REGRAS GERAIS
Nos termos do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho,
consideram-se benefícios fiscais, as medidas de carácter excecional instituídas para a tutela de interesses
públicos extrafiscais relevantes, que sejam superiores aos da própria tributação que impedem.
São benefícios fiscais as isenções as reduções de taxas, as deduções à matéria coletável e à coleta, as
amortizações e reintegrações aceleradas e outras medidas fiscais que obedeçam às características
enunciadas no parágrafo anterior.
No Direito Fiscal, a isenção tem a natureza jurídica de um facto impeditivo autónomo e originário, ocorrendo
quando, não obstante se ter verificado o facto tributário em todos os seus elementos, a eficácia constitutiva
deste é paralisada originariamente pela ocorrência de um outro facto a que a lei atribui essa eficácia
impeditiva.
No âmbito dos IEC, consideram-se benefícios fiscais as isenções, os reembolsos e reduções de taxas,
previstos no CIEC.
Aos benefícios fiscais em causa são também aplicáveis, por extensão, com as necessárias adaptações, as
normas previstas no EBF.
As isenções, como os demais benefícios fiscais, são: Automáticas, resultando direta e imediatamente da lei;
Dependentes de reconhecimento, pressupondo um ou mais atos posteriores de reconhecimento.
Para além disso, o reconhecimento dos benefícios fiscais regula-se pelo disposto na Lei Geral Tributária
(LGT) e no Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT).
No quadro abaixo identificam-se os vários tipos de isenção (comuns), a respetiva base jurídica, sua
classificação e beneficiários ou utilizadores.
BASE BENEFICIÁRIOS /
TIPO DE ISENÇÃO CLASSIFICAÇÃO
JURÍDICA UTILIZADORES
AUTOMÁTICO /
CIEC8 DEPENDENTE DE
RECONHECIMENTO
ISENÇÕES COMUNS
Embaixadas e
Produtos destinados a ser utilizados no âmbito das consulados
relações diplomáticas ou consulares (alínea a) acreditados em
Portugal
Salvo nos casos expressamente indicados no presente capítulo, a formalização da introdução no consumo
de produtos que beneficiem de isenção de IEC deve ser efetuada através de e-DIC isenta, devendo as casas
4 e 13 da mesma ser preenchidas em conformidade.
Os benefícios fiscais automáticos não pressupõem qualquer ato de reconhecimento por parte da AT.
Quando a expedição/exportação do produto ocorre após a introdução no consumo em Portugal, há lugar a um procedimento administrativo para
efeitos do reembolso do imposto pago.
1.4.1. Competência
Compete às alfândegas, na sua área de jurisdição, e aos serviços centrais da AT, nos casos previstos na lei,
o reconhecimento e subsequente controlo e reavaliação dos pressupostos relativos aos benefícios fiscais.
1.4.2. Pedido
O pedido de reconhecimento do benefício deve ser formalizado pelos operadores económicos, através de
requerimento dirigido, consoante o caso, ao diretor da alfândega competente ou ao Diretor-geral da AT.
1.4.3. Apreciação
Para efeitos de apreciação do pedido, os serviços com competência para decidir sobre o reconhecimento da
isenção fiscal devem comprovar:
1) O exercício da atividade declarada mediante a consulta das bases de dados da AT (“Cadastro”, “Visão do
Contribuinte” e/ou “Sistema de Gestão e Registo de Contribuintes”) ou mediante a apresentação pelo
requerente da respetiva declaração de início/alteração de atividade811.
2) A regular situação tributária e contributiva dos potenciais beneficiários, mediante consulta da aplicação
informática “Sistema de Controlo dos Benefícios Fiscais” ou mediante a apresentação pelo requerente
de certidão atualizada emitida pela entidade competente.
Esta aplicação permite consultar a situação do contribuinte perante o Sistema de Execuções Fiscais (SEF),
abrangendo as dívidas fiscais, cuja gestão é da competência da AT, bem como as contribuições da Segurança
Social. No caso de não existir, na referida base de dados, informação sobre a situação contributiva da
entidade requerente, deverão os serviços solicitar do interessado que preste uma declaração de consentimento
de consulta, formalizada nos sítios da Internet das declarações eletrónicas e do serviço Segurança Social
Direta, nos termos do Decreto-Lei n.º 114/2007, de 19 de abril (devendo para o efeito ser fornecido ao
requerente o NIF e o NISS da AT para que lhes seja possível autorizar esta instituição a consultar os seus
dados pessoais naqueles sítios).
A apresentação de certidões pelos interessados não dispensa a regular consulta das bases de dados a que
os serviços tenham normal acesso.
1.4.4. Decisão
Caso se verifiquem os pressupostos do benefício em causa o mesmo será objeto de deferimento devendo os
serviços competentes comunicar o mesmo ao operador.
Após o reconhecimento do benefício as EAC devem registar as entidades beneficiárias na Base de Dados de
Isenções IEC.
As isenções objeto de reconhecimento produzem efeitos, por regra, a partir da data do seu registo no sistema
GIS pela alfândega competente.
Caso não se verifiquem os pressupostos e condições legalmente previstos o serviço competente deve:
Notificar o requerente do projeto de decisão de indeferimento, bem como dos respetivos fundamentos, nos
termos do artigo 60.º da LGT (para efeitos de audição prévia).
Notificar o requerente do indeferimento caso este não apresente novos elementos passíveis de alterar o
projeto de decisão notificado, no prazo para o efeito fixado.
A decisão sobre o reconhecimento do benefício fiscal pode ser impugnada através de recurso hierárquico, a
interpor no prazo de 30 dias, a contar da notificação da mesma, dirigido ao mais elevado superior hierárquico
11 A informação relativa ao pacto social e suas alterações pode ser obtida através de consulta, no Portal da Justiça, no sítio https://publicacoes.mj.pt/
do autor do ato (artigo 66.º, n.º 2, do CPPT). Por outro lado, sendo a decisão do pedido de reconhecimento
um ato administrativo com repercussões na esfera jurídica do interessado, da mesma pode, de imediato, ser
interposto recurso contencioso, conforme previsto na alínea f) do n.º 2 do artigo 95.º da LGT.
A entidade que concedeu o benefício deverá proceder à reavaliação periódica dos respetivos pressupostos e
condições, em função dos meios disponíveis, do grau de risco associado à atividade, do tipo de produto, do
beneficiário. A título indicativo, a reavaliação em causa deverá ter, pelo menos, periodicidade anual.
Não basta avaliar os pressupostos para a usufruição de benefícios fiscais na data em que se pretende iniciar
tal usufruição, sendo necessário proceder periodicamente à reavaliação da manutenção dos pressupostos
para continuar a usufruir destes benefícios.
Para o efeito, deve averiguar-se a existência de alguma condição suspensiva ou extintiva do benefício,
designadamente, quanto à existência de dívidas fiscais, e à permanência do cadastro de atividade.
Caso seja constatada a existência de factos suspensivos ou extintivos do benefício concedido, as entidades
competentes devem:
Notificar o interessado, nos termos do artigo 60.º da LGT, numa primeira fase; Proceder à revogação do
benefício em caso de não regularização da situação.
Em caso de revogação a EAC deve proceder ao cancelamento da autorização de utilizador isento na Base de
Dados das Isenções, a qual deverá estar permanentemente atualizada.
2. ISENÇÕES COMUNS
BASE LEGAL
Artigo 6.º, n.º 1, alínea a) do CIEC.
Neste caso, os procedimentos relacionados com a circulação e introdução no consumo de produtos sujeitos a
IEC são realizados pelos operadores nacionais fornecedores.
a) Competência:
A isenção do imposto sobre o álcool e as bebidas alcoólicas e do imposto sobre os tabacos, quando
estes produtos são fornecidos no âmbito das relações diplomáticas ou consulares, é autorizada pelo
diretor da alfândega com competência na área de jurisdição do operador IEC que fornece os produtos
em causa às missões diplomáticas ou consulares.
b) Reconhecimento da isenção:
O operador IEC deve apresentar junto da EAC um exemplar do formulário “Pedido de importação
privilegiada”, devidamente aprovado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), discriminando
os tipos e as quantidades de produtos destinados ao abastecimento da missão diplomática ou consular.
c) Obrigações declarativas:
Os operadores IEC que no território nacional forneçam produtos isentos devem formalizar a respetiva
introdução no consumo através do processamento de uma e-DIC isenta, devendo ser indicado que
os produtos são “Não estampilhados”. No caso específico de introduções no consumo de tabaco
12
manufaturado, deve ainda ser indicado o código CTAB respeitante a cada produto .
d) Controlo:
A EAC procede à conferência da(s) e-DIC isenta(s), averbando, no verso do formulário “Pedido de
importação privilegiada”, as quantidades de produtos introduzidos no consumo, o número e a data da e-
DIC.
Deve ser efetuado o controlo das quantidades introduzidas no consumo e das quantidades respeitantes
ao contingente atribuído pelos Serviços do Protocolo do MNE, registando-se as respetivas baixas.
2.1.2. Fornecimentos de álcool, bebidas alcoólicas e tabaco manufaturado efetuados por depositários
autorizados estabelecidos noutro Estado membro diretamente a missões diplomáticas ou consulares
A isenção prevista no artigo 6.º, n.º 1, alínea a), do CIEC, depende do cumprimento de um conjunto de
procedimentos junto da EAC por parte da missão diplomática ou consular, relativos à circulação dos produtos
sujeitos a IEC e à sua introdução no consumo no momento da respetiva receção:
a) Estatuto de Destinatário Isento (DII)
A receção e introdução no consumo de produtos isentos exigem a prévia atribuição, por parte da EAC13,
do estatuto de Destinatário Isento à missão diplomática ou consular.
Para o efeito, deve ser apresentado um pedido escrito junto da EAC, com os seguintes elementos:
• Identificação do destinatário isento;
• NIF (Número de Identificação Fiscal);
• Morada, , telefone e endereço de correio eletrónico;
• Identificação do tipo de produtos que pretende receber.
b) Circulação
(artigos 6.º, n.º 2, e 35.º do CIEC)
A circulação de bebidas alcoólicas e de produtos de tabaco manufaturado do entreposto fiscal situado
noutro Estado membro com destino a um destinatário isento estabelecido em território nacional,
efetua-se em suspensão do IEC, pelo que devem circular acompanhados dos seguintes documentos:
12 No caso dos cigarros e do tabaco de enrolar, embora no preenchimento da e-DIC se mencione “Não estampilhado”, as embalagens individuais
destes produtos devem ter aposta a estampilha prevista na Portaria n.º 224/2019, de 18 de julho, que não apresenta natureza fiscal. Por outro lado,
de forma a obter o CTAB dos produtos de tabaco o operador deverá apresentar junto da DSIECIV um pedido solicitando a atribuição do
referido código
13 Considera-se como EAC, a alfândega ou delegação aduaneira cuja jurisdição abranja o domicílio fiscal do destinatário isento.
o Gabinete do Diretor-geral da AT, de forma a ser enviado ao MNE pelas vias protocolares.
• O original do “certificado de isenção” deve ser remetido ao fornecedor, em momento anterior
à expedição dos produtos.
• Aquando da receção dos produtos deve ser apresentada uma cópia do referido certificado, junto da
EAC para efeitos de apuramento do e-DA.
c) Introdução no consumo
(Cf. artigo 10.º do CIEC)
1) Procedimentos para a introdução no consumo:
• A chegada dos produtos a território nacional exige a sua introdução no consumo, formalizada através
de uma e-DIC isenta.
• O processamento da e-DIC, no sítio das declarações eletrónicas do Portal da AT, pode ser efetuado
diretamente pelo destinatário isento (incluindo os designados subutilizadores do sistema, os quais
podem ser funcionários dos destinatários isentos) ou por um seu representante, mandatado para o
efeito.
2) Acesso ao sítio das declarações eletrónicas da AT
• Para aceder ao estatuto de destinatário isento, é necessária uma senha de acesso ao sítio da Internet
relativo às declarações eletrónicas da área aduaneira da AT, devendo aí ser processadas as respetivas
e-DIC isentas, diretamente pelo destinatário isento, ou por um seu representante, devidamente
mandatado para o efeito.
3) Procedimentos relativos à nomeação de representante
• Caso o destinatário isento não pretenda proceder diretamente ao preenchimento e entrega da e-DIC
isenta, pode nomear um seu representante 14, a quem caberá proceder ao envio das respetivas e-DIC .
• O representante nomeado pelo destinatário isento deve apresentar, junto da EAC, uma procuração
onde se encontrem devidamente estabelecidos os seus poderes de representação, nomeadamente no
que respeita ao processamento da e-DIC.
4) Aspetos específicos no preenchimento da DIC
A e-DIC isenta deve ser preenchida de acordo com as respetivas Instruções de Ajuda.
No preenchimento da e-DIC devem ser utilizadas as seguintes referências, consoante se trate de bebidas
alcoólicas ou produtos de tabaco:
- Bebidas alcoólicas:
* Não estampilhado; e
*1C01 (isenção para tabacos e bebidas fornecidas no âmbito das relações diplomáticas e consulares);
- Tabacos manufaturados:
* Não estampilhado; e
*1C01 (isenção para tabacos e bebidas fornecidas no âmbito das relações diplomáticas e consulares);
*CTAB - obriga ao preenchimento do “campo número”, com o código da respetiva marca de tabaco
Para identificação dos códigos CTAB das marcas de tabaco adquiridas, deve ser consultada a listagem.
de produtos de tabaco que consta do Portal da AT
Caso a marca de tabaco a declarar na e-DIC não conste daquela listagem, o destinatário isento ou o seu
representante deve solicitar à DSIECIV ( endereço eletrónico: dsieciv@at.gov.pt) o registo da(s)
marca(s) em causa, juntando para o efeito os seguintes elementos:
• Tipo de tabaco;
• Designação da marca;
14 Podem agir nesta qualidade, por exemplo, despachantes oficiais, transitários, agentes de navegação e outros prestadores de serviços.
Lista discriminada dos consumos por embaixada, missão diplomática ou consular, relativamente aos
consumos das viaturas registados nos respetivos cartões;
Lista discriminada dos consumos por embaixada, missão diplomática ou consular, com o formulário
“Pedido de importação privilegiada” e com as faturas comerciais, no caso dos combustíveis de
aquecimento.
c) Controlo
O controlo desta isenção é feito pelos serviços centrais da AT (DSIECIV), mediante o confronto dos pedidos
de reembolso com a lista discriminada dos consumos e, no caso dos combustíveis de aquecimento, as
15 Regulamenta as formalidades e procedimentos de controlo, bem como o mecanismo de reembolso aplicáveis à concessão de isenção às
embaixadas e consulados.
No âmbito desta previsão legal incluem-se as entidades que gozam de um estatuto idêntico ao das
embaixadas e missões consulares, como a ONU, a Comissão Europeia, o Observatório Europeu da Droga e da
Toxicodependência, a Agência Europeia de Segurança Marítima, a Organização Internacional das Migrações, o
Banco Europeu de Investimento, a EUROFOR, etc.
As formalidades e procedimentos para a concessão da isenção são os mesmos que se aplicam às missões
diplomáticas ou consulares acima descritas, salientando-se as especificidades a seguir referidas, em sede
de preenchimento das e-DIC .
No preenchimento da e-DIC, devem ser utilizados os seguintes códigos dos documentos/ referências,
consoante se trate de bebidas alcoólicas ou produtos de tabaco:
- Bebidas alcoólicas:
* Não estampilhado; e
*1C02 (isenção de IEC para tabacos e bebidas destinadas a organismos internacionais e seus membros);
- Tabacos manufaturados:
*Não estampilhado; e
*CTAB - obriga ao preenchimento do “campo número”, com o código da marca de tabaco respetiva;
*1C02 (isenção de IEC para tabacos e bebidas destinadas a organismos internacionais e seus membros).
diplomáticas ou consulares.
Eletricidade
Os organismos internacionais devem apresentar uma declaração de que se encontram abrangidos pela
isenção prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º do CIEC, junto do serviço de clientes do respetivo
comercializador, contendo os CPE das instalações isentas, ou cópia da(s) última(s) faturas(s);
Os membros dos organismos internacionais, dentro dos limites e nas condições fixadas pelas convenções
internacionais que criam esses organismos ou pelos acordos de sede, podem beneficiar da isenção desde
que apresentem, junto do serviço de clientes do respetivo comercializador:
a) A sua identificação como membro do organismo internacional aquando da contratação do fornecimento
de eletricidade;
b) No caso dos contratos existentes, identificação como membro do organismo internacional e cópia da
última fatura.
Gás natural
Os organismos internacionais devem apresentar uma declaração de que se encontram abrangidos pela
isenção prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º do CIEC, junto do serviço de clientes do respetivo
comercializador, contendo os CUI das instalações isentas, ou cópia da(s) última(s) faturas(s);
Os membros dos organismos internacionais, dentro dos limites e nas condições fixadas pelas convenções
internacionais que criam esses organismos ou pelos acordos de sede, podem beneficiar da isenção desde
que apresentem, junto do serviço de clientes do respetivo comercializador:
a) A sua identificação como membro do organismo internacional, aquando da contratação do fornecimento
de gás natural;
b) No caso dos contratos existentes, identificação como membro do organismo internacional e cópia da
última fatura.
2.3. FORÇAS DE QUALQUER ESTADO PARTE NO TRATADO DO ATLÂNTICO NORTE (NATO) PARA USO DESSAS
FORÇAS OU DOS CIVIS QUE AS ACOMPANHEM OU PARA O ABASTECIMENTO DAS SUAS MESSES OU
CANTINAS, COM EXCLUSÃO DAS FORÇAS ARMADAS NACIONAIS
BASE LEGAL
Artigo 6.º, n.º 1, alínea c), do CIEC.
A isenção concedida aos elementos estrangeiros que prestam serviço em quartéis-generais militares
internacionais resulta e é disciplinada pelos seguintes instrumentos:
Convenção entre os Estados Partes no Tratado do Atlântico Norte relativa ao Estatuto das suas Forças
(Estatuto das Forças Armadas, assinada em Londres em 19.06.1951), publicada no Diário do Governo, 1.ª
Série, n.º 170, de 03.08.1955.
Protocolo sobre o Estatuto dos Quartéis-Generais Militares Internacionais criados em consequência do
Tratado do Atlântico Norte, assinado em Paris, em 28 de agosto de 1952.
Acordo Suplementar ao Protocolo sobre o Estatuto dos Quartéis-Generais Militares Internacionais, aprovado
pela Resolução da Assembleia da República n.º 79/2014, de 4 de setembro. https://dre.pt/application/
file/56410578
a) Fornecimentos de produtos de tabaco, álcool e bebidas alcoólicas efetuados a partir de entrepostos fiscais
situados em território nacional
Nesta situação, a entidade beneficiária deve apresentar um documento de requisição, integrando três
exemplares:
Exemplar 1 – destinado à entidade requisitante (NATO);
Exemplar 2 – destinado ao fornecedor dos produtos, titular do entreposto fiscal;
Exemplar 3 – destinado à EAC do EF do fornecedor, como suporte documental da e-DIC isenta.
O documento de requisição deve ter os mesmos elementos constantes do Formulário 302 da NATO, devendo,
contudo, a expressão “Import/Export Declaration – Form 302” ser substituída pela referência “Requisição”.
O depositário autorizado fornecedor dos produtos, tendo como suporte documental o documento de
requisição, emitido pela entidade beneficiária, deve processar uma e-DIC isenta, invocando o código de isenção
1C03.
Deve ser indicado na e- DIC que os produtos são “Não estampilhado”, sendo que no caso especifico dos produtos
do tabaco deve ainda ser indicado o código CTAB respeitante a cada produto.
b) Fornecimentos de produtos de tabaco, álcool e bebidas alcoólicas efetuados a partir de entrepostos fiscais
situados noutro Estado membro
Constituindo operações de circulação em regime de suspensão de imposto, os produtos devem circular a
coberto do e-DA e do certificado de isenção previsto no anexo II ao Regulamento (UE) n.º 282/2011, do
Conselho, de 15 de março (n.º 2 do artigo 6.º do CIEC).
Relativamente a estes produtos devem as forças da NATO ou quem as represente, processar na receção a
respetiva e-DIC isenta, invocando o código de isenção 1C03.
Neste caso, a operação de circulação deve ser apurada pela EAC com jurisdição no local da receção.
A isenção é concretizada por reembolso às empresas petrolíferas do imposto por estas suportado na
introdução do consumo, conforme previsto no n.º 3 do artigo 20.º do CIEC, conjugado com a Portaria n.º
684/97, de 14 de agosto, relativamente às quantidades abastecidas.
De forma a concretizar a isenção, as empresas petrolíferas devem solicitar mensalmente à AT (DSIECIV) o
reembolso do imposto pago, instruindo o pedido com a lista discriminada dos consumos dos cartões
eletrónicos e com os formulários de requisição.
O controlo desta isenção é feito pelos serviços centrais da AT (DSIECIV), mediante o confronto dos pedidos
de reembolso com a lista discriminada dos consumos, os formulários de requisição da NATO e, no caso dos
combustíveis de aquecimento, as respetivas faturas comerciais dos fornecimentos efetuados.
c) Fornecimento de eletricidade
Os serviços da NATO devem apresentar junto do serviço de clientes do respetivo comercializador, a
“Requisição”, visando atestar a sua condição de beneficiário, contendo os CPE das instalações isentas ou
acompanhada de cópia da(s) última(s) fatura(s).
Aplicam-se, com as necessárias adaptações, os procedimentos definidos para os casos previstos no ponto
2.1.
Os produtos sujeitos a IEC estão isentos do imposto quando se verifique a saída destes do território nacional
com destino ao território de outro Estado membro, ou sejam exportados para terceiros países ou declarados
para destinos equiparados.
O operador deve cumprir todas as formalidades aduaneiras, processando respetiva declaração aduaneira,
caso se trate de uma exportação ou destino equiparado. No caso de expedição para outro Estado membro
deve processar um e-DA.
2.5.2. Passageiros com destino a outro ponto do território nacional ou de outro Estado membro
Nas vendas de produtos sujeitos a IEC a passageiros que tenham como destino outro ponto do território
nacional ou de outro Estado membro, deve proceder-se à liquidação e pagamento do respetivo imposto, nas
condições vigentes em território nacional.
De igual modo, devem ser observados os demais requisitos legais relativos à comercialização dos produtos
no território nacional, nomeadamente, quanto a dizeres obrigatórios, mascas fiscais e preços de venda ao
público.
16 O reembolso do imposto pode ser solicitado pelo depositário autorizado, pelo destinatário registado ou, em caso de importação, pela pessoa que
declare os produtos (representante) ou por conta da qual estes sejam declarados, que procederam à introdução no consumo dos produtos em
território nacional e provem o respetivo pagamento (n.º 2 do artigo 15.º do CIEC).
Os produtos fornecidos como provisões de bordo beneficiam desta isenção desde que se verifiquem,
cumulativamente, os seguintes limites e condições:
a) Que os produtos se destinem a consumo de bordo de embarcações ou aeronaves que operem a
partir de portos ou aeroportos nacionais;
b) Que o consumo se faça fora do espaço fiscal português;
c) Que os produtos fornecidos sejam conservados em compartimento selado pela autoridade
aduaneira, nos termos da legislação própria (artigo 228.º do Regulamento das Alfândegas) 17.
d) Que os produtos fornecidos se limitem, por pessoa e dia de viagem, às seguintes quantidades:
- 2 maços de cigarros,
- 10 cigarrilhas, 3 charutos,
- 40 g de tabaco para fumar,
não sendo estas quantidades cumuláveis;
- 1 litro de bebidas espirituosas,
- 1 litro de produtos intermédios,
igualmente não cumuláveis;
- 2 litros de cerveja.
Dado tratar-se de um destino equiparado a uma exportação 18, o fornecimento de produtos destinados a
provisões de bordo deve ser formalizado pelo depositário autorizado fornecedor, através do
processamento de uma declaração aduaneira.
2.6.3. Controlo
17 Em casos especiais, devidamente fundamentados, a obrigatoriedade de selagem do compartimento pode ser dispensada nos termos do n.º 5 do
artigo 6.º do CIEC
18 Nos termos do artigo 1.º, n.º 2, alínea a), do Decreto-Lei n.º 180/88, de 20 de maio
a) Aeronaves
Nos voos intracomunitários e para terceiros países, o depositário autorizado fornecedor apresenta
uma declaração aduaneira de abastecimento, por se tratar de destino equiparado a exportação, nos
termos do n.º 2 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 180/88, de 20 de maio.
As embarcações que se destinam a navegar para fora do mar territorial nacional são abastecidas
através de DAU de abastecimento. Dada a especificidade das características dos óleos minerais (não
se conhece com rigor, no momento da declaração, qual a quantidade final do abastecimento), é
utilizado o procedimento de declaração simplificada, previsto no CAU.
O regime de isenção dos IEC na importação de mercadorias transportadas na bagagem pessoal dos
viajantes provenientes de países ou territórios terceiros, foi aprovado nos termos do artigo 116.º da Lei
n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro.
Por sua vez, as pequenas remessas sem carácter comercial, provenientes de terceiros países
beneficiam igualmente de isenção de IEC, nos termos e limites fixados no Decreto-Lei n.º 398/86, de
26 de novembro, desde que enviadas de particular a particular.
a) Formalidades
Os bens contidos na bagagem pessoal dos viajantes, bem como as pequenas remessas sem carácter
19
comercial, procedentes de um país ou território terceiro beneficiam de isenção dos IEC, devendo
para o efeito serem cumpridos os procedimentos exigidos pela legislação acima mencionada e
respetivas orientações.
Os produtos de tabaco manufaturado e as bebidas espirituosas em condições de beneficiar desta
isenção, ou seja, que respeitem os termos e limites quantitativos mencionados nos diplomas acima
identificados, não têm de ter apostas as estampilhas especiais previstas, respetivamente, nas Portarias
n.º 119/2019, de 22 de abril, e n.º 117/2015, de 30 de abril 20.
Caso não sejam respeitados os termos e limites quantitativos previstos na legislação especial
invocada, presume-se que a importação tem fins comerciais, pelo que já não poderá beneficiar de
isenção. Como tal os produtos só podem ser importados se reunirem todos os requisitos previstos na
lei e, nomeadamente, no que respeita à aposição das estampilhas especiais. Para os produtos de
tabaco será ainda necessário que se verifiquem as condições de comercialização e dizeres das
embalagens, previstas nos artigos 108.º e 109.º do CIEC.
Concomitantemente, os produtos deverão preencher todas as obrigações previstas na Lei n.º 37/2007,
de 14 de agosto, em sede de rotulagem e embalagem.
19 Para efeitos dos IEC, os bens provenientes de S. Marinho não se inserem no âmbito de aplicação do regime, em virtude de serem considerados
procedentes de Itália
20 Nos termos do n.º 1 do artigo 86.º do CIEC, a estampilha especial só é exigida para as bebidas espirituosas “acondicionadas para venda ao público”.
De igual forma, nos termos do n.º 1 do artigo 110.º do CIEC, a estampilha especial apenas é exigida para efeitos de comercialização e venda ao
público de produtos de tabaco manufaturado
Os produtos sujeitos a IEC adquiridos em balcões de venda situados na área de trânsito internacional
dos portos e aeroportos (Lojas Francas), desde que transportados na bagagem pessoal de passageiros
que viajem para países ou territórios terceiros efetuando uma travessia marítima ou um voo não
comunitário, beneficiam da isenção prevista no artigo 6.º-A do CIEC 21.
Estes balcões de venda são considerados como constituindo parte do entreposto fiscal de
armazenagem que os abastece. Consequentemente, os produtos permanecem nos balcões em regime
suspensivo de imposto, podendo também aí ser colocados produtos já introduzidos no consumo,
desde que sejam separados física e contabilisticamente.
Tendo em consideração que, como foi referido, os balcões de venda constituem extensões do respetivo
entreposto fiscal, os mesmos estão sujeitos aos procedimentos relativos às entradas e saídas de
produtos de entreposto fiscal.
Impende, nomeadamente, sobre o titular do entreposto fiscal a obrigação de manter atualizada uma
contabilidade de existências em sistema de inventário permanente, com indicação da proveniência,
destino e demais elementos relevantes para o cálculo do imposto, conforme o disposto no artigo 22.º,
n.º 3, alínea b), do CIEC.
A contabilidade do entreposto deve refletir de forma separada todas as vendas efetuadas nos balcões
de venda, as quais devem constar dos registos, nos termos da lei, como saídas, tituladas por um
documento que as fundamente que, neste caso, será o processamento de uma declaração globalizante,
ainda que recorrendo à declaração aduaneira e/ou a listagens 22.
Relativamente à selagem, quer as garrafas de bebidas espirituosas, quer as embalagens de produtos
de tabaco manufaturado vendidas a passageiros com cartão de embarque para um país terceiro não
devem ter apostas as respetivas estampilhas especiais, uma vez que as mesmas só são exigíveis
quando os produtos se destinam ao consumo no território nacional.
Todavia, no caso de cigarros e de tabaco de enrolar as respetivas embalagens devem ter aposta a
estampilha prevista na Portaria n.º 224/2019, de 18 de julho.
Com vista a assegurar a regularidade fiscal da aquisição, o destino do passageiro deve ser comprovado
no balcão de venda mediante a apresentação do respetivo cartão de embarque.
A estas vendas é aplicável o regime jurídico das lojas francas, constante do Decreto-Lei n.º 542/80, de
10 de novembro, regulamentado pelo Decreto Regulamentar n.º 43/83, de 24 de maio 23, designadamente, o
disposto nos artigos 20.º a 27.º deste diploma, com as necessárias adaptações decorrentes,
nomeadamente, das evoluções tecnológicas.
21 Embora o ato de venda dos produtos não consubstancie a saída imediata dos produtos do território nacional é certo que, provado o destino do
adquirente, mediante a apresentação do respetivo cartão de embarque, não restam dúvidas que os produtos em causa irão sair desse território num
curto espaço de tempo, ao serem transportados pelos passageiros/viajantes, concretizando-se, assim, a sua saída efetiva e, concomitantemente,
a sua exportação
22 O cumprimento desta formalidade declarativa através da utilização da declaração aduaneira não consubstancia, no entanto, a apresentação de
uma declaração aduaneira de exportação, mas antes um procedimento necessário, em sede do regime dos IEC, para efeitos de registo na
contabilidade de existências do entreposto da respetiva saída das mercadorias
23 Alterado pelo Decreto Regulamentar n.º 65/87, de 31 de dezembro
O conceito de viagem intracomunitária, mormente o conceito de destino final, teve ter em conta o
entendimento constante da comunicação da Comissão Europeia, publicada no Jornal Oficial C 099, de
10 de abril de 1999, ou seja:
a) Sempre que um cruzeiro efetue uma ou mais paragens em país ou território terceiro, desde que seja
possível o embarque ou desembarque de passageiros, a viagem em causa deve ser considerada como
tendo destino final um país ou território terceiro;
b) É requisito fundamental para a aplicação da isenção referida que, durante a travessia marítima, o
navio efetue uma ou mais paragens em portos situados em países ou territórios terceiros, com saída
efetiva dos passageiros nesses locais;
c) Quando o termo da travessia marítima, o qual ocorre aquando do desembarque final dos passageiros,
tiver lugar em território nacional, os produtos em sua posse ficam sujeitos aos limites quantitativos
constantes do artigo 116.º da Lei n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro (regime de isenção do IVA e dos
IEC na importação de mercadorias transportadas na bagagem dos viajantes provenientes de países ou
territórios terceiros);
d) Em se tratando de uma viagem intracomunitária e o desembarque final dos passageiros ocorrer em
território nacional, devem ser aplicados os limites constantes do artigo 61.º do CIEC
CAPÍTULO II
LIQUIDAÇÃO, PAGAMENTO E REEMBOLSO
SECÇÃO I
LIQUIDAÇÃO
1. LIQUIDAÇÃO
A liquidação do imposto corresponde a um ato do procedimento tributário, podendo ser definida como a
operação realizada pela Administração Fiscal, de forma a fixar o quantitativo da prestação devida pelo sujeito
passivo e que se consubstancia na aplicação de uma taxa à matéria coletável.
Em regra, os impostos especiais sobre o consumo são liquidados com base nos elementos declarados
(introduções no consumo) pelo sujeito passivo, consoante o caso, na e-DIC e na declaração aduaneira de
importação.
BASE LEGAL
Artigos 10º e 10º-A do CIEC
A notificação da liquidação do imposto aos sujeitos passivos, no que se refere às introduções no consumo
objeto de globalização, é efetuada por via eletrónica, de forma automática - através de consulta disponibilizada na
área reservada do sujeito passivo, na plataforma dos IEC, na área das declarações eletrónicas aduaneiras do
Portal da AT.
A notificação da liquidação por via eletrónica presume-se efetuada no 5.º dia posterior à sua disponibilização
naquela área.
A notificação da liquidação pode ainda ser efetuada pela EAC para o domicilio fiscal dos sujeitos passivos,
(via postal simples), nas seguintes situações:
Sujeitos passivos titulares de estatuto em caso de impossibilidade da notificação por transmissão eletrónica
(até ao dia 20 do mês da globalização);
Sujeitos passivos que não tenham estatuto fiscal.
No ato de importação, e caso seja devido IEC, a liquidação é efetuada com base no formulário da declaração
aduaneira. Neste caso, deve observar-se o disposto na legislação comunitária aplicável aos direitos
aduaneiros, quer estes sejam ou não devidos, no que respeita aos prazos para a sua liquidação e cobrança e
aos prazos e fundamentos da cobrança a posteriori, do reembolso e da dispensa de pagamento.
Na falta ou no atraso de liquidação imputável ao sujeito passivo ou no caso de erro, de omissão, de falta ou
de qualquer outra irregularidade com implicação no montante de imposto a cobrar, a estância aduaneira
competente deve proceder à liquidação do imposto e juros compensatórios que forem devidos e notificar o
sujeito passivo. por carta registada com aviso de receção.
1) Aplicação
Há lugar a liquidação oficiosa, designadamente, nas situações em que:
a) Ocorram perdas na circulação nacional ou intracomunitária que excedam os limites fixados no
artigo 49.º do CIEC;
b) Ocorram perdas que ultrapassem os limites fixados no artigo 48.º do CIEC, detetadas na sequência
de varejos;
2.1. CADUCIDADE
O direito de liquidar o imposto caduca se a liquidação não for validamente notificada ao sujeito passivo no
prazo geral de 4 anos 24, ou no prazo de:
3 anos, no caso de erro do sujeito passivo evidenciado na declaração;
3 anos, no caso de importação dos produtos sujeitos a IEC, contados a partir da data em que ocorreu a
introdução no consumo.
24 Dado que os IEC constituem impostos de obrigação única, o prazo conta-se a partir da data em que ocorreu o facto tributário.
Nos termos do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 398/98, de 17 de dezembro, que aprovou a LGT, este prazo só se aplica aos factos tributários ocorridos
a partir de 1 de janeiro de 1998.
Este prazo pode ser alargado até ao arquivamento ou trânsito em julgado da sentença, acrescido de um ano, sempre que o direito à liquidação
respeite a factos relativamente aos quais foi instaurado inquérito criminal.
2.2. SUSPENSÃO
BASE LEGAL:
Artigo 46.º da LGT
SECÇÃO II
PAGAMENTO
1. PAGAMENTO
O pagamento, ou cumprimento, é a forma normal de extinção da obrigação tributária 26. O cumprimento tem
que corresponder à prestação em dívida quanto ao seu montante, prazo, local e modo.
Caso o imposto não seja devido na sequência de uma importação, pode ser pago, até à data limite de
pagamento indicada no DUC em:
• Tesourarias aduaneiras 27;
Nos termos do artigo 12.º n.º 3 do CIEC, não há lugar à cobrança quando, em virtude da liquidação efetuada, a
importância a cobrar seja inferior a € 10 (dez euros).
Exceções:
• Não é aplicável na liquidação de:
• Ecotaxas;
• Contribuição para os sacos de plástico leves.
No caso de ser devido imposto aquando da importação de produtos sujeitos a IEC, são aplicáveis as regras
constantes do CAU, por força da remissão para esta regulamentação efetuada no n.º 5 do artigo 11.º do CIEC e
101.º da Reforma Aduaneira.
Pode haver redução da garantia, mediante pedido do devedor, a apresentar na EAC. A competência para
apreciação deste pedido pertence ao diretor da alfândega.
A redução da garantia deve corresponder ao montante das prestações pagas. Há lugar à libertação da garantia
Braga, Faro, Funchal, Freixieiro, Jardim do Tabaco, Leixões, Peniche, Ponta Delgada, Setúbal, Viana do Castelo, nas Delegações Aduaneiras do
Aeroporto de Faro, Angra do Heroísmo, Bragança, Covilhã, Elvas, Figueira da Foz, Peso da Régua, Sines, Portimão e Vilar Formoso e do Posto
Aduaneiro de Riachos
28 São os prazos previstos no n.ºs 1 do artigo 12.º do CIEC, ou seja, não abrange os 30 dias previstos no n.º 2 do artigo 13.º do Código. Vide também
Considerando que se trata de um imposto que incide sobre o consumo, o mesmo só deverá ser cobrado
relativamente a produtos que tenham sido introduzidos no consumo.
Assim, sem prejuízo do referido em sede de Liquidação e Pagamento, importa mencionar que existem
determinadas situações em que, tendo ocorrido a exigibilidade do imposto, a prestação tributária se extingue,
nomeadamente, quando:
Ocorra a inutilização dos produtos, nos termos do artigo 52.º do CIEC 29;
Ocorra a perda irreparável dos produtos nos termos artigo 20.º conjugado com o artigo 50.º, ambos do CIEC,
quando originadas por caso fortuito ou de força maior, devidamente provados. Para o efeito considera-se que
os produtos estão irreparavelmente perdidos quando deixem de poder ser utilizados como produtos sujeitos
a IEC (n.º 4 do artigo 9.º do CIEC).
Na sequência de uma infração 30, com apreensão dos produtos, os mesmos sejam:
• Abandonados;
• Declarados perdidos a favor da Fazenda Pública;
• Ou não possam ser restituídos ao seu proprietário, por não estarem preenchidas as condições
exigidas por lei para a sua utilização, no caso de produtos de utilização condicionada 31.
Quando estas circunstâncias comprovadamente se verificarem as estâncias aduaneiras competentes devem
abster-se de liquidar o imposto especial de consumo, dada a inutilidade superveniente desse procedimento,
atendendo que o tributo não poderá ser cobrado, nos termos do n.º 4 do artigo 12.º do CIEC.
O disposto no artigo 55.º do RGIT não obsta a este entendimento, dado que a referida norma manda suster o
processo de contraordenação para liquidação do tributo apenas quando este for devido. Ora, nos casos
mencionados no n.º 4 do artigo 12.º do CIEC o imposto não é devido, pelo que não se lhe aplica a previsão do
mencionado artigo 55.º do RGIT.
29 Isto no caso de o produto já ter sido introduzido no consumo. Caso a inutilização ocorra antes da introdução no consumo, estamos perante um
caso de não sujeição
30
No caso dos produtos apreendidos, na sequência da constatação de uma infração, à ordem de um processo de contraordenação ou de um
processo-crime, a exigibilidade, ou não, do imposto está dependente do destino que vier a ser dado aos produtos apreendidos. Cabendo ao órgão com
competência para a decisão dos processos atribuir um destino aos produtos - cfr. artigo 79.º do RGIT, artigos 185.º e 186.º do CPP e artigo 18.º
do RGIT. Caso não possam ser restituídos ao seu proprietário, ou legítimo detentor, o imposto não lhe deverá ser exigido
31 Por exemplo, os tabacos são obrigatoriamente sujeitos a inutilização por determinação expressa do artigo 113.º do CIEC. No caso do ISP, o
gasóleo colorido e marcado sendo um produto de aquisição condicionada não poderá ser restituído a entidades que não sejam titulares de cartão
eletrónico válido
2. PRESCRIÇÃO 32
BASE LEGAL:
A dívida prescreve no prazo de 8 anos contados a partir da data em que ocorreu o facto tributário 33.
Note-se que o regime legal da prescrição da prestação tributária sofreu diversas alterações nos últimos
anos, pelo que, tendo em conta a sucessão de leis no tempo, devem ser aplicadas as regras sobre a
matéria vigentes à data do facto tributário e da ocorrência das causas de suspensão ou interrupção da
prescrição.
Interrompem a prescrição:
• A citação;
• A reclamação;
• O recurso hierárquico;
• A impugnação;
• O pedido de revisão oficiosa da liquidação.
• A interrupção tem lugar uma única vez, com o facto que se verificar em primeiro lugar.
• Finda a causa que deu origem à interrupção, inicia-se nova contagem do prazo, ou seja, mais oito
anos.
BASE LEGAL:
SECÇÃO III
REEMBOLSO
No âmbito do CIEC o reembolso do imposto pago encontra-se previsto enquanto mecanismo de restituição
do imposto, para situações em que venha a ser demonstrado que este não era devido ou deixou de ser devido
32 Pode ser definida como a forma de extinção da relação jurídica de imposto que ocorre quando o respetivo cumprimento não é efetuado num
determinado lapso de tempo fixado por lei
33 Mesmo no caso de uma dívida de imposto que decorra de uma importação são aplicáveis as normas relativas à prescrição previstas na LGT, dado
que, por um lado, a remissão do n.º 4 do artigo 9.º do CIEC não contempla esta matéria e, por outro, o CAC não estabelece qualquer prazo de
prescrição.
na sequência de um facto superveniente ao seu pagamento (artigos 15.º a 20.º, 46.º e 65.º do CIEC
O reembolso do imposto encontra-se igualmente previsto no CIEC como forma de concretização de algumas
34
isenções (n.º 3 do artigo 20.º).
2. REGRAS GERAIS
2.1. PEDIDO DE REEMBOLSO
2.1.1. Legitimidade
O reembolso do imposto pode ser solicitado pelo depositário autorizado, pelo destinatário registado ou, em
caso de importação, pela pessoa que declare os produtos (representante) ou por conta da qual estes sejam
declarados, que procederam à introdução no consumo dos produtos em território nacional e provem o
respetivo pagamento, nos termos do disposto no n.º 2, do artigo 15.º do CIEC.
Nas situações de irregularidade na circulação de produtos em regime de suspensão de imposto ou na
circulação de produtos já introduzidos no consumo, em relação às quais o imposto venha a ser cobrado
noutro EM (local onde foi cometida a irregularidade), o reembolso do imposto em território nacional pode
ainda ser solicitado pelo sujeito passivo que tenha procedido ao seu pagamento, desde que comprove que o
imposto foi cobrado noutro EM onde se apurou ter sido cometida a irregularidade, nos termos previstos nos
artigos 46.º e 65.º, do CIEC, respetivamente.
2.1.2. Apresentação
O pedido de reembolso deve ser apresentado na EAC, considerando-se como tal, a alfândega ou delegação
aduaneira em cuja jurisdição se situa o domicílio fiscal do operador económico ou o entreposto fiscal,
consoante o caso, ou outro local sujeito a controlo aduaneiro (n.º 6 do artigo 10.º do CIEC).
Nas situações em que a sede social/domicílio fiscal do operador que procedeu ao pagamento do imposto e
o local onde os produtos objeto do pedido de reembolso se encontram não se localizem na área de jurisdição
34 Relativamente a estes reembolsos os procedimentos aplicáveis constam do capítulo III – Isenções, do presente Manual
35 http://intranet/formularios/declarativos/Formularios/Paginas/Form-declarativos-aduaneiros.aspx
da mesma alfândega, a EAC para a apreciação do pedido de reembolso, sempre que o entenda conveniente,
deve solicitar a colaboração da EA de controlo do local onde os produtos se encontram 36.
2.1.3. Documentos
Só pode haver reembolso após a efetiva cobrança do imposto, pelo que o pedido deve ser instruído com a
prova do seu pagamento mediante a apresentação do documento de cobrança, identificação do documento
de introdução no consumo e dos elementos e documentos exigíveis em função do fundamento invocado.
Para os produtos que ostentem uma marca fiscal ou uma marca de identificação nacional, o pedido deve
ainda ser acompanhado de um auto de destruição, lavrado pela EAC (em cuja área de jurisdição ocorreu a
destruição das referidas marcas).
2.1.4. Prazo
O prazo para a apresentação do pedido de reembolso é de três anos a contar da data da liquidação do
imposto (n.º 3 do artigo 15.º do CIEC).
Nas situações de reembolso com fundamento em irregularidades na circulação de produtos em regime de
suspensão de imposto ou na circulação de produtos já introduzidos no consumo, cujo imposto venha a ser
pago noutro EM, o prazo (três anos) é contado a partir da data de:
Início de operação de circulação em regime de suspensão (n.º 7, do artigo 46.º do CIEC);
Aquisição dos produtos, no caso de produtos já introduzidos no consumo (n.º 3 do artigo 65.º do CIEC).
Para o reembolso com fundamento na expedição ou na exportação de produtos introduzidos no consumo, o
pedido deve ser apresentado até dois dias úteis antes da expedição ou da apresentação da declaração
aduaneira de exportação.
Este prazo pode ser reduzido, em situações excecionais, mediante pedido fundamentado e autorização da
EAC, desde que se mostre salvaguardada a possibilidade de serem efetuados os necessários controlos dos
produtos a expedir/exportar.
Nos casos de operações efetuadas para destinos equiparados à exportação 37, o pedido pode abranger várias
operações de abastecimento desde que efetuado dentro do prazo legal.
A tramitação do pedido de reembolso culmina com a autorização de pagamento concedida pelo diretor da
EAC.
2.4. PROCESSAMENTO
Os pedidos de reembolso aceites até ao dia 15 de cada mês e que se encontrem devidamente instruídos,
depois de conferidos e autorizados pelos serviços competentes, serão objeto de mapa discriminativo a
enviar, até ao dia 25 do mesmo mês, à Direção de Serviços de Contabilidade e Controlo/Divisão de Controlo
de Fundos a qual, para efeitos estatísticos, dará conhecimento à DSIECIV do montante dos IEC reembolsados.
Só há lugar a reembolso para montantes de imposto iguais ou superiores a € 25 (n.º 4 do artigo 15.º do CIEC).
Os produtos introduzidos no consumo em território nacional que ostentem marcas fiscais ou marcas de
identificação nacional, só podem ser objeto de reembolso do imposto, desde que a destruição dessas marcas
seja controlada pela EAC (cfr. alínea f) do artigo 17.º, alínea f) do artigo 18.º e n.º 4 do artigo 19.º todos do
CIEC).
A alfândega de controlo do local onde vai ser efetuada a destruição lavra o respetivo auto, remetendo-o,
posteriormente, à alfândega onde foi apresentado o pedido de reembolso.
3. TIPOS DE REEMBOLSO
3.2. NA EXPEDIÇÃO
BASE LEGAL:
Artigo 17.º do CIEC
O reembolso do imposto em relação aos produtos introduzidos no consumo que venham a ser expedidos
para outro EM, está sujeito à apresentação do pedido num prazo de até 2 dias antes da expedição, instruído
com os seguintes elementos:
a) Indicação do local onde os produtos se encontram e se os mesmos possuem marcas fiscais ou
marcas de identificação nacional;
b) Prova do pagamento do imposto mediante a apresentação do documento de cobrança e identificação
do documento de introdução no consumo;
c) Auto de destruição de marcas fiscais ou marcas de identificação nacional, no caso de produtos que
ostentem essas marcas, lavrado pela EAC.
Logo que possível, deve ainda ser apresentado na estância aduaneira onde foi apresentado o pedido de
reembolso, o exemplar 3 do Documento de Acompanhamento Simplificado (DAS), anotado pelo destinatário e
um documento que ateste o pagamento do imposto no EM de destino ou a sua regularização fiscal (No
caso de não haver lugar a pagamento do imposto no EM do destino). O imposto só pode ser reembolsado
após a apresentação destes documentos.
Reembolso na expedição de álcool, bebidas alcoólicas e produtos petrolíferos e energéticos entre o Continente e
as Regiões Autónomas
Nos casos em que estes produtos sejam introduzidos no consumo e posteriormente expedidos do Continente
para as Regiões Autónomas e vice-versa, e entre as Regiões Autónomas, há lugar ao reembolso do imposto,
sendo aplicáveis os procedimentos definidos no artigo 17.º do CIEC para o reembolso na expedição para
outro EM de produtos já introduzidos no consumo no território nacional, com as devidas adaptações, uma vez
que se trata de territórios com fiscalidade diferenciada.
3.3. NA EXPORTAÇÃO
BASE LEGAL:
Artigo 18.º do CIEC
O reembolso do imposto pago em relação a produtos introduzidos no consumo que venham a ser exportados,
está sujeito à apresentação do pedido na estância aduaneira de exportação num prazo de até 2 dias antes da
apresentação da declaração aduaneira de exportação, instruído com os seguintes elementos:
a) Indicação do local onde os produtos se encontram e se os mesmos possuem marcas fiscais ou
marcas de identificação nacional;
b) Menção do pedido de reembolso na declaração aduaneira de exportação;
c) Prova do pagamento do imposto mediante a apresentação do documento de cobrança e identificação
do documento de introdução no consumo;
d) Auto de destruição de marcas fiscais ou marcas de identificação nacional, nos casos de produtos
que ostentem essas marcas, lavrado pela EAC.
A prova de saída efetiva do território da União é feita mediante a certificação de saída, nos termos da
legislação aduaneira.
Estas situações devem ser imediatamente comunicadas à EAC, para efeitos de controlo físico e contabilístico.
O pedido de reembolso deve ser instruído com a prova de pagamento do imposto (mediante a apresentação
do respetivo documento de cobrança e identificação do documento de introdução no consumo), bem como
de elementos ou documentos que atestem os factos invocados e o destino dado aos produtos (Boletins de
ocorrência, certificados relativos ao estado/ qualidade dos produtos/ relatórios de análise …).
Na entrada ou reentrada em entreposto fiscal dos produtos introduzidos no consumo devem ser cumpridas
as seguintes condições:
• Pedido de autorização à EAC (em caso de entrada em EF diferente do de saída dos produtos) ou
comunicação prévia à EAC (em caso de reentrada no EF de onde os produtos saíram (n.º 5 do artigo
25.º do CIEC);
A perda irreparável de produtos pode vir a ser objeto de reembolso do imposto pago quando originadas por
caso fortuito ou de força maior, desde que:
a) Não tenha havido negligência grave;
b) Sejam comunicadas à autoridade aduaneira em cuja jurisdição ocorreu a perda ou, no caso de não
ser possível a sua determinação, à EAC em cuja jurisdição a perda foi constatada, até ao 2.º dia útil
seguinte ao da sua ocorrência, para efeitos de confirmação e apuramento.
Considera-se que os produtos estão irreparavelmente perdidos quando deixem de poder ser utilizados como
produtos sujeitos a IEC (n.º 4 do artigo 9.º do CIEC).
A inutilização dos produtos constitui fundamento para o reembolso do imposto pago desde que comprovada,
autorizada e efetuada sob controlo da EAC (estância aduaneira de jurisdição do local da inutilização), que
lavra o respetivo auto a remeter à EAC onde foi apresentado o pedido de reembolso.
3.5.3. Irregularidades na circulação – determinação a posteriori do local onde foi cometida a irregularidade
BASE LEGAL:
Artigos 46.º, n.º 7 e 65.º, n.º 5 do CIEC
Pode haver lugar a reembolso mediante a apresentação de prova de que o imposto foi cobrado num outro
EM, onde se apurou ter sido cometida a irregularidade.
Nestas situações o pedido deve ser apresentado no prazo de três anos a contar da data de:
• Início de operação de circulação, em caso de irregularidades na circulação em regime de suspensão
de imposto (n.º 7, do artigo 46.º do CIEC);
• Aquisição dos produtos, em caso de irregularidades relativamente a produtos já introduzidos no
consumo (n.º 2 do artigo 65.º do CIEC).
CAPÍTULO III
PRODUÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E ARMAZENAGEM
EM REGIME DE SUSPENSÃO
A aquisição do estatuto de depositário autorizado depende, entre outros requisitos, do exercício de uma
atividade económica principal que consista na produção, transformação, armazenagem ou comercialização
de produtos sujeitos a impostos especiais de consumo.
Deve considerar-se atividade económica principal, aquela que conste da declaração de início de atividade
apresentada nos serviços tributários que, de acordo com a Classificação Portuguesa de Atividades
Económicas (CAE Ver. 3), aprovada pelo Decreto-Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro, mencione
inequivocamente uma atividade que se enquadre na alínea a) do n.º 2 do artigo 23.º do CIEC.
Este requisito deve ser verificado através do sistema informatizado disponibilizado às EAC, concretamente o
Sistema de Gestão e Registo de Contribuintes (SGRC).
Caso o interessado não possua como código CAE uma atividade económica que preencha os requisitos
legais, ou se o código CAE em causa não abranger diretamente uma atividade que justifique a utilização de
produtos sujeitos a IEC, o interessado deve fundamentar, a contento da EAC, a existência de uma ligação
entre a sua atividade comercial e o regime dos impostos especiais de consumo que justifique o pedido,
devendo ainda comprovar o exercício dessa atividade através dos termos do pacto social.
A apreciação desta questão deve ser efetuada tendo em conta duas situações distintas, a saber:
• Quando a atividade consista na produção e / ou transformação de produtos sujeitos a impostos
especiais de consumo;
• Quando a atividade consista na armazenagem e / ou comercialização do mesmo tipo de produtos.
Assim, na primeira hipótese, o interessado deve possuir uma atividade principal constante da declaração de
início de atividade que se enquadre na alínea a) do n.º 2 do artigo 23.º do CIEC, ou então, deverá ter, pelo
menos, uma atividade que, não sendo a principal, terá forçosamente que ser relevante para justificar a
atribuição do estatuto pretendido (salientando-se ainda que, no caso da produção de bebidas alcoólicas ou
álcool, o interessado terá, necessariamente, tido que proceder ao registo da sua atividade no IVV, IVDP ou
numa CVR). Fora destes parâmetros não existe a possibilidade de exercer este tipo de atividades.
Quanto à segunda situação, aplicam-se os mesmos critérios acima descritos, ou seja, pretender exercer uma
atividade que, não sendo a principal, terá forçosamente que ser relevante para justificar a atribuição do
estatuto pretendido. Se tal não for o caso, pode sempre recorrer ao estatuto de destinatário registado
temporário (artigo 30.º do CIEC) o qual lhe permite uma grande flexibilidade quanto às receções ocasionais.
Por último, esclarece-se que o que se pretende ao estabelecer a obrigatoriedade de apresentação, junto da
EAC de instrução do pedido, de prova de uma ligação relevante ao setor dos IEC, é precisamente permitir um
maior grau de latitude na apreciação da relevância da atividade em causa pela EAC, a qual, sendo amplamente
conhecedora da atividade do requerente, decidirá em conformidade.
A aquisição do estatuto de depositário autorizado depende da não condenação por crime tributário ou por
contraordenação tributária punível com coima igual ou superior a € 5000, nos últimos cinco anos, do
comerciante em nome individual ou qualquer dos gerentes ou administradores, no caso de pessoa coletiva.
No âmbito deste requisito, releva também a não condenação da pessoa coletiva por crime tributário ou por
contraordenação tributária punível com coima igual ou superior a € 5000, nos últimos cinco anos.
A AT não pode aceitar a simples apresentação de declarações de compromisso relativas à não condenação
por crime tributário ou por contraordenação tributária punível com coima igual ou superior a € 5000, nos
últimos cinco anos. Deve exigir sempre a assinatura da autorização constante do quadro 8 do formulário
Mod. 202.1 (relativo ao pedido de concessão do estatuto de depositário autorizado e constituição de
entreposto fiscal) ou, em alternativa, o fornecimento de um certificado de registo criminal.
Com efeito, a alínea a) do n.º 1 do artigo 23.º do CIEC, quando refere “a verificação da idoneidade fiscal do
interessado”, conjugada com a alínea b) do n.º 2 do mesmo artigo, que dispõe: “O comerciante em nome
individual ou qualquer dos gerentes ou administradores, no caso de pessoa coletiva, não ter sido condenado
por crime tributário ou por contraordenação tributária punível com coima igual ou superior a € 5000 nos
últimos cinco anos”, não deixa qualquer dúvida relativamente à essencialidade desta prova de não
condenação, como requisito para a concessão e manutenção do estatuto de depositário autorizado.
Este entendimento estende-se também às situações em que se opera uma revisão do referido estatuto
(conforme o n.º 3 do mesmo artigo), não sendo assim admissível também nestes casos a apresentação de
simples declarações de compromisso de não condenação.
Nas situações de incorporação de uma empresa numa outra empresa, em que o entreposto da empresa
incorporada se mantém ativo, ocorre uma simples mudança de titularidade, passando o entreposto para o
nome da empresa incorporante. No entanto, a titularidade dos entrepostos fiscais encontra-se cometida aos
depositários autorizados, nos termos do artigo 22.º do CIEC. Consequentemente, a alteração do titular
implica sempre a verificação dos pressupostos de aquisição e:
a) No caso do novo titular não ter o estatuto de depositário autorizado
• Deve adquirir esse estatuto;
• Deve ser atribuído um novo número ao entreposto fiscal.
b) No caso do novo titular já ter o estatuto de depositário autorizado
• Deve ser atribuído um novo número ao entreposto fiscal.
3.3.1. Licenciamento
O CIEC estabelece no n.º 3 do seu artigo 24.º que a autorização dos entrepostos fiscais apenas se encontra
dependente do cumprimento dos requisitos estabelecidos no n.º 2 do mesmo artigo, a saber:
• Apresentação do documento de licenciamento das instalações, quando exigível;
• Inscrição matricial do prédio;
• Se for o caso, contrato de arrendamento ou outro título legítimo de utilização das instalações para o
exercício da atividade;
• Previsão do plano de produção anual, no caso de EF de produção ou de transformação, com indicação
das taxas de rendimento;
• Previsão de movimento anual médio por produto, quanto aos EF de armazenagem;
• Documentos previstos na parte especial do CIEC para cada imposto.
Não cabe a estes serviços pronunciarem-se relativamente à forma e conteúdo do documento de licenciamento.
Se houver dúvidas, deverá o diretor da EAC (por ser quem aprecia e decide o pedido de autorização) inquirir
as entidades com competência para a atribuição daquele documento, devendo aceitar-se como legalmente
válido o documento ou documentos por elas referidos.
No caso específico das bebidas alcoólicas, a cópia do documento de licenciamento prevista no CIEC decorre
da aplicação de legislação diversa e reguladora da atividade de produção, armazenagem e comercialização
de produtos vitivinícolas, no âmbito de regulamentação comunitária que estabelece a organização comum
do mercado vitivinícola. A norma em questão é assim mera consequência de uma obrigação não só nacional,
mas sobretudo comunitária, que é anterior e prevalece relativamente ao CIEC. O CIEC vem apenas estabelecer
um controlo superveniente da atividade em causa, da mesma forma que estabelece o cumprimento de outras
obrigações relativamente às quais só tem uma intervenção indireta (registo criminal, inexistência de dívidas à
segurança social, atividade económica, etc.).
3.3.2. Vistoria
Ao contrário do que acontecia na vigência do anterior CIEC, para os EF de armazenagem não se exige a
realização de qualquer vistoria prévia, como condição para a autorização. Apenas se prevê a fiscalização a
posteriori, cujos resultados podem fundamentar a revogação da autorização, ao abrigo do artigo 33.º do
CIEC.
A remoção da anterior obrigação de vistoria prévia às instalações dos candidatos a depositários autorizados
decorreu de uma medida no âmbito do programa SIMPLEX, pelo que, até nova alteração legislativa, o
Relativamente aos produtos autorizados no EF, como tal autorização é concedida por subcategoria IEC (por
exemplo: S200, I000, W300, etc.) e não unicamente por código pautal, pode dar-se a seguinte situação:
A empresa X solicitou o estatuto de destinatário registado apenas para o código NC 27101981 (subcategoria
EN30) e para a qual teve autorização por parte da EAC. No entanto, recebeu também autorização para
produtos do código NC 34031990 (uma vez que estes pertencem à mesma subcategoria de produtos EN30).
Desta forma, é possível ao operador rececionar, deter e expedir todos os produtos pertencentes à categoria
EN30, ou apenas os produtos classificados sob o código NC 27101981?
As autorizações para os estatutos são dadas por subcategorias de produtos pelo que, ainda que o pedido de
estatuto se refira a um único código NC, a autorização abrange necessariamente todos os produtos
compreendidos na subcategoria autorizada.
Neste ponto tem-se por objeto as perdas verificadas em entreposto fiscal de produção, no que diz respeito à
diferenciação entre as perdas que se verificam durante o processo produtivo e aquelas que ocorrem
relativamente ao produto final, concretamente na área de armazenagem daquele entreposto.
Num entreposto fiscal de produção podem ocorrer duas situações de perdas, claramente identificadas:
a) Na fase de fabrico (produção ou transformação);
b) Durante a permanência na área de armazenagem do entreposto fiscal de produção, sendo
produto acabado.
Na fase de fabrico ou produção, ou seja, no decurso do processo produtivo através do qual se utilizam
quantidades de matérias-primas com vista ao fabrico de produtos sujeitos a IEC, deve aplicar-se o disposto no
artigo 26.º do CIEC (taxas de rendimento).
Distintamente das regras relativas às taxas de rendimento – aplicáveis no âmbito do processo de fabrico – o
regime de perdas na armazenagem aplica-se exclusivamente aos produtos acabados que estejam
armazenados ou permaneçam, após o seu fabrico, em entreposto fiscal.
Nos termos do artigo 27.º do CIEC, a armazenagem, em regime de suspensão de imposto, de produtos
sujeitos a IEC, deve efetuar-se em entreposto fiscal de armazenagem, salvo para os produtos acabados que,
após o seu fabrico, permaneçam no entreposto fiscal de produção, admitindo-se assim, excecionalmente, que
os produtos acabados possam permanecer no entreposto fiscal de produção onde foram fabricados.
Contudo, tratando-se de produtos acabados, cumpre reconhecer que estão sujeitos a contingências e
vicissitudes idênticas às verificadas nos produtos submetidos ao regime de armazenagem, designadamente à
ocorrência de perdas por causa inerente à própria natureza (e.g. evaporação), pelo que se justifica a
aplicação do regime constante do artigo 48.º do CIEC, devendo porém a sua aplicação circunscrever-se aos
produtos armazenados a granel e não àqueles que se encontram já embalados ou engarrafados.
(mantendo-se válido o parecer sancionado Em 28/10/2002, pelo SubDG, Dr. Brigas Afonso, referente a este
assunto).
Assim, por exemplo:
A empresa X sita em Gaia, possui um entreposto fiscal de produção. Por sua vez vai receber, com os respetivos e-
DA, produtos provenientes das empresas Y e Z também possuidoras de entrepostos fiscais no Douro.
Embora os produtos se destinem a ser objeto de transformação ou até engarrafamento na empresa X, a
propriedade dos mesmos continua a ser de Y e Z. Contudo, logo que se efetue a saída desses produtos do
entreposto da empresa X, as obrigações declarativas (e-DA ou e-DIC) são da responsabilidade da empresa X,
visto ser esta que processa tais declarações, sendo da responsabilidade das empresas Y e Z a emissão das
respetivas faturas. De salientar que, enquanto os produtos se encontrarem no entreposto fiscal de X, a
responsabilidade fiscal dos mesmos é sempre reportada à empresa X.
Tal situação encontrar-se-ia perfeitamente sancionada, desde que cumpridos os seguintes procedimentos:
Os movimentos em causa devem sempre respeitar a produtos a granel, uma vez que a circulação entre EF de
produção só é possível na medida em que o produto ainda vai ser objeto de transformação ou engarrafamento
de modo a poder, posteriormente, ser introduzido no consumo;
Não é relevante o facto de as faturas serem emitidas pelos depositários autorizados Y ou Z, uma vez que tal
situação não colide com o declarante das e-DIC/e-DA, que necessariamente terá de ser o depositário
autorizado X;
Para efeitos de controlo da propriedade dos produtos que entram e saem do EF de X, deverá, sob o ponto de
vista contabilístico, ficar salvaguardado o facto de esses produtos não serem propriedade de X, devendo, sob o
ponto de vista contabilístico, estarem registados em contas de terceiros, sendo também necessário que nos
registos dos stocks do EF se encontre claramente expressa a titularidade de Y e Z relativamente àqueles
produtos.
Encontrando-se previsto como requisito para a aquisição do estatuto de destinatário registado possuir como
atividade económica principal a comercialização de produtos sujeitos a IEC, foi no entanto deixado ao critério
das estâncias aduaneiras a possibilidade de aceitação de situações em que tal atividade não preencha os
requisitos legais, como por exemplo no caso do código CAE não abranger diretamente uma atividade que
justifique a utilização de produtos sujeitos a IEC.
No entanto, e face à necessidade de estabelecer critérios pelos quais as Alfândegas se pautem na decisão
dos pedidos de estatuto IEC, de forma a evitar disparidades na aplicação concreta da legislação, é necessário
estabelecer elementos genéricos tendentes a aferir a atividade principal do interessado.
A título de exemplo, as empresas de catering, que desenvolvem atividades relacionadas com o fornecimento
de refeições e alimentos, entre os quais bebidas alcoólicas, poderão ser incluídas nesta situação, não
obstante o teor do seu objeto social, que não especifica os produtos alcoólicos, e o CAE utilizado, o qual
também não refere expressamente a comercialização de produtos sujeitos a IEC?
Outro exemplo: as denominadas «Fábricas das Igrejas Paroquiais» (entidades de direito canónico) poderão
adquirir o estatuto de operador de IEC, apesar de prosseguirem uma atividade económica em diversas áreas
ou de ostentarem mais de um CAE, dos quais um até poderá referir-se expressamente a «produção de licores»
(CAE 011013)?
No que respeita aos estabelecimentos de restauração e às empresas de catering, que exercem uma atividade
no âmbito da qual se consomem bebidas alcoólicas no acompanhamento das respetivas refeições (não só o
serviço de refeições ao público em geral, mas também casamentos e outros eventos), pode conceder-se o
estatuto de destinatário registado para tais efeitos, considerando-se neste caso que a sua aquisição se
encontra plenamente justificada, em face da atividade efetivamente desenvolvida por tais empresas.
Já as “Fábricas Paroquiais” prestam, quase em exclusivo, serviços à comunidade paroquial e sociedade em
geral, no âmbito da assistência à terceira idade e à infância (creches, centros de dia e lares de terceira idade),
atividade esta que não pode obviamente ter subjacente o consumo de bebidas alcoólicas e tabacos.
Situação diferente é a de algumas comunidades paroquiais que realizam ocasionalmente eventos onde é
necessário o consumo de produtos sujeitos a IEC. Neste caso, existe sempre a obrigação de aquisição do
estatuto de destinatário registado temporário, sendo tal estatuto válido unicamente para a duração do
evento.
Ao contrário do que se encontra estabelecido para os depositários autorizados, não faz sentido falar-se em
contabilidade de existências para os destinatários registados. No caso concreto dos produtos sujeitos a IEC,
só podemos falar de contabilidade de existências quando houver produtos detidos em entrepostos fiscais.
Efetivamente, tal só faz sentido quando se pretende controlar as existências físicas de produtos armazenados
em regime de suspensão do imposto e apurar o respetivo saldo de existências.
Assim, no que diz respeito aos destinatários registados, o que pode fazer-se é um controlo cruzado entre os
registos do operador, relativos aos produtos recebidos e introduzidos no consumo e os e-DA e e-DIC
processados, a contabilidade geral do mesmo, quando ela exista.
Esclarece-se ainda que, após o momento da receção pelos destinatários registados, os produtos se
encontram libertos da ação fiscal, tal como também acontece nos EF aquando do processamento de e-DIC.
Assim, não é atribuição da administração controlar o seu destino após esse momento.
O pedido de autorização do estatuto de expedidor registado deve ser apresentado pelo interessado junto da
EAC, através da apresentação do formulário existente para o efeito, corretamente preenchido.
O formulário encontra-se disponível na Área Aduaneira do sítio da AT na Internet.
Os depositários autorizados que pretendam rececionar em entreposto fiscal produtos sujeitos a IEC, em
regime de suspensão do imposto, que provenham de um local de importação em território nacional, podem
rececionar os produtos através de um expedidor registado ou, querendo, podem expedir eles próprios os
produtos, sendo certo que terão sempre de o fazer com base no estatuto de expedidor registado e nunca com o
estatuto de depositários autorizados. A aquisição do estatuto de expedidor registado por parte de um
depositário autorizado, não impede a receção de produtos através de outros expedidores registados.
CAPÍTULO IV
CIRCULAÇÃO EM REGIME DE SUSPENSÃO
1. INTRODUÇÃO
A circulação de produtos sujeitos a IEC em regime de suspensão do imposto, reflete a opção tomada a nível
comunitário em termos de afetação do imposto, consubstanciada no princípio da cobrança no destino.
O regime legal de circulação dos produtos sujeitos a IEC em suspensão do imposto tem por base o disposto:
• Nos artigos 35.º a 46.º do CIEC;
• No Regulamento (CE) n.º 684/2009, da Comissão de 24 de julho de 2009, que aplica a Diretiva
2008/118/CE, do Conselho de 16 de dezembro 38, no que diz respeito aos processos informatizados
para a circulação de produtos sujeitos a IEC, em regime de suspensão do imposto.
É de salientar que a circulação em regime de suspensão pode igualmente ser efetuada ao abrigo de um
procedimento ou regime aduaneiro suspensivo nos termos previstos e regulados no Código Aduaneiro da
União, sendo que nestes casos não são aplicáveis as disposições legais atrás referidas.
2. REGIME GERAL
2.1. LOCAL ONDE SE INICIA UMA OPERAÇÃO DE CIRCULAÇÃO EM REGIME DE SUSPENSÃO DO IMPOSTO
38Transposta para a ordem interna nacional pelo Decreto-Lei n.º 73/2010 de 21/06, que aprovou o CIEC
39 Local onde são produzidos, transformados, armazenados, recebidos ou expedidos pelo depositário autorizado, no exercido da sua profissão,
produtos sujeitos a IEC em regime de suspensão do imposto – n.º 1 do artigo 24.º do CIEC
• Um EF;
• Um destinatário registado, se os produtos forem expedidos do EM de importação;
• Um dos destinatários isentos previstos no n.º 1 do artigo 6.º do CIEC, se os produtos forem expedidos
do EM de importação.
As operações de circulação de produtos sujeitos a IEC, em regime de suspensão do imposto, são efetuadas
envolvendo os seguintes operadores:
2.2.1. Expedição
a) Depositário autorizado (titular do E.F.) – pessoa singular ou coletiva autorizada pela autoridade aduaneira,
no exercício da sua profissão, a produzir, transformar, deter, receber e expedir, num EF, produtos sujeitos a IEC
em regime de suspensão do imposto (n.º 1 do artigo 22.º do CIEC);
b) Expedidor registado pessoa singular ou coletiva autorizada pela autoridade aduaneira, no exercício da sua
profissão, a expedir produtos sujeitos a IEC em regime de suspensão do imposto, do local da sua importação e
na sequência da introdução em livre prática nos termos do artigo 201.º do CAU (n.º 1 do artigo 31.º do
CIEC);
2.2.2. Receção
São permitidas operações de circulação no território nacional, em regime de suspensão do imposto, sempre que:
40 Contrariamente ao que se verificava no anterior CIEC, os destinatários autorizados podem receber em território nacional produtos sujeitos a IEC,
em regime de suspensão do imposto, expedidos por depositários autorizados nacionais.
3. FORMALIDADES NA CIRCULAÇÃO
BASE LEGAL:
Artigo 35.º do CIEC
BASE LEGAL:
Artigo 36.º do CIEC
a) Vinhos
Estão dispensados da obrigação de emissão do e-DA na circulação em regime de suspensão do imposto,os
vinhos produzidos pelos pequenos produtores previstos no n.º 1 do artigo 81.º do CIEC.
Os pequenos produtores de vinho que efetuem, em nome próprio, operações com destino a outro EM, devem
cumprir as condições estabelecidas no Regulamento (CE) n.º 436/2009 da Comissão, de 26 de maio de
2009, nomeadamente no que respeita ao registo de saída e ao documento de acompanhamento, e enviar
uma cópia deste à EAC.
O álcool e as bebidas alcoólicas devem circular entre o Continente e as Regiões Autónomas dos Açores
(RAA) e da Madeira (RAM), e vice-versa, e entre as Regiões Autónomas, de acordo com as regras
estabelecidas no artigo 85.º do Código dos Impostos Especiais de Consumo (CIEC):
Artigo 85.º, n.º 1, al. b): Estabelece o regime regra, segundo o qual a circulação dos produtos se deve
efetuar em regime de suspensão do imposto.
Neste caso, os produtos circulam a coberto do e-DA, nos termos do artigo 36.º do CIEC, processado
pelo expedidor, detentor do estatuto de depositário autorizado ou expedidor registado, devendo ser
prestada garantia nos termos do artigo 55.º ou 57.º do CIEC.
45 Recomenda-se que os interessados instalem localmente o formulário, e o preencham em modo off-line, designadamente, para efeitos de plano
de contingência, referido no ponto 5 do presente Capítulo
46 O ARC (Administrative Reference Code) consiste num código que é atribuído pelo sistema eletrónico de cada vez que se cria um e-DA, e é composto
por 21 dígitos alfanuméricos que identificam o registo único do e-DA, permitindo assim ao sistema SIC-EU a sua exibição sempre que tal se revele
necessário. Este código é inscrito automaticamente no e-DA
47 Salvo no caso de exportação, nos termos do ponto 3.9 do presente capítulo
O destinatário dos produtos deve ser detentor de um estatuto IEC, que lhe permita rececionar os
produtos em regime de suspensão do imposto e cumprir as formalidades inerentes ao estatuto de que
usufrua, ou seja: Depositário Autorizado; Destinatário Registado; ou Destinatário Registado Temporário,
previstos, respetivamente, nos artigos 22.º, 28.º e 30.º do CIEC.
Alínea c): Exceção à regra geral estabelecida na alínea b) – É admitida a circulação, com destino a
outro espaço fiscal do território nacional, de produtos já introduzidos no consumo, quando estiverem
em causa:
- Produtos tributados à taxa zero (vinhos tranquilos e outras bebidas tranquilas fermentadas);
- Produtos regionais dos Açores, previstos no artigo 77.º do CIEC.
A circulação destes produtos, após a introdução no consumo, entre espaços fiscais diferenciados do
território nacional, pode efetuar-se, em alternativa ao documento de acompanhamento simplificado
(DAS), a coberto de documentos de transporte apropriados, designadamente fatura, guia de remessa
ou documentos equivalentes.
Alínea d): Admite que outros produtos, para além dos indicados na alínea c), possam circular depois
de introduzidos no consumo (ou seja, produtos sujeitos a taxa positiva), mediante pedido do interessado
fundamentado em razões de interesse económico, devidamente justificadas, e mediante autorização
prévia dos diretores das alfândegas com jurisdição nos locais de partida e de chegada da operação de
circulação.
Nestes casos, são aplicáveis os procedimentos previstos no artigo 60.º do CIEC.
Os sujeitos passivos que, na sequência das operações previstas nas alíneas b) e c) do artigo 85.º,
procedam a nova introdução no consumo e ao pagamento do imposto devido podem beneficiar de
reembolso, nos termos e condições prescritas no artigo 17.º.
d) Destinatários
Destinatário Registado
Na expedição com destino a um destinatário registado ou a um destinatário registado temporário é
sempre necessária a correta identificação do local de entrega.
Destinatários isentos
Os destinatários abrangidos pelas isenções previstas nas alíneas a) a d) do n.º 1 do artigo 6.º do CIEC
só estão autorizados a receber, em regime de suspensão do imposto, produtos expedidos por um
depositário autorizado ou expedidor registado situados noutro Estado membro, e desde que a coberto
de um e-DA.
Em virtude destes destinatários não se encontrarem registados na base de dados Operadores e
Entrepostos Fiscais (Sistema GIS), o e-DA deve, expressamente, mencionar o destinatário que beneficia
da isenção, o local de entrega, bem como o certificado de isenção, previsto no Regulamento de
Execução (UE) n.º 282/2011, do Conselho de 15 de março de 2011 ou, no caso da NATO, do formulário
3.4. INCIDENTES
BASE LEGAL:
Artigos 38.º e 39.º do CIEC
Não havendo a possibilidade de retificação de um e-DA submetido (ARC já atribuído), este só pode ser
anulado.
Para efeitos da anulação de um e-DA existem dois momentos diferentes, cada um com um interveniente
próprio. Assim:
Até ao momento indicado para início da operação de circulação, o expedidor pode proceder à anulação do e-
DA no sistema SIC-EU.
Caso pretenda alterar os dados relativos à operação de circulação em causa, o expedidor deve proceder à
emissão de um novo e-DA. Para este efeito, recupera o ficheiro informatizado referente à expedição anulada,
efetua as necessárias correções e submete novamente o documento, com vista à atribuição de um novo
ARC.
Por conseguinte, a retificação do e-DA implica sempre a anulação do e-DA original e a emissão de um novo e-
DA devidamente corrigido.
Após a data indicada para o início da expedição, o e-DA já não pode ser anulado pelo expedidor. Note-se que a
anulação do e-DA no decurso da expedição colocaria os produtos em causa em situação irregular, sem
qualquer comprovativo da sua situação fiscal.
Importa distinguir dois momentos:
a) Antes da saída física dos produtos do entreposto fiscal
Não obstante a data e hora de início de expedição inscritas no e-DA já terem ocorrido, os produtos
ainda permanecem fisicamente no entreposto fiscal. Neste caso, o expedidor pode efetuar:
1) A alteração do destino
Mediante o retorno dos produtos:
Para o efeito, o expedidor deve efetuar a alteração de destino no e-DA, através do sistema SIC-EU,
indicando, como novo destino, o seu entreposto fiscal. Com a emissão do correspondente RoR 48,
considera-se terminada a operação de circulação. Seguidamente, o expedidor pode emitir um novo e-
DA.
Através da alteração do destinatário:
Neste caso, o expedidor deve efetuar a alteração de destino no e-DA, através do sistema SIC-EU,
sendo admitida qualquer das situações previstas no n.º 1 do artigo 35.º do CIEC, com exceção dos
destinos isentos mencionados no n.º 1 do artigo 6.º do CIEC.
É obrigatório o preenchimento das casas relativas ao novo destinatário, conforme as regras e condições
aplicáveis ao tipo de destino selecionado.
É admitida a alteração da fatura e a respetiva data, a eventual adequação do tempo de viagem à nova
expedição, sendo igualmente possível identificar um novo responsável pela operação de transporte,
bem como novo transportador e meios de transporte.
Todavia, são inalteráveis os dados relativos aos produtos sujeitos a IEC, inscritos na adição do e-DA.
48 O RoR (Report of Receipt) é uma mensagem eletrónica complementar e integrante do e-DA, através da qual se processa o seu apuramento
BASE LEGAL:
Artigo 39.º do CIEC
No caso da circulação de produtos petrolíferos e energéticos, transportados por via marítima ou via navegável
interior, para um destinatário desconhecido no momento da apresentação do e-DA, é permitido ao expedidor
iniciar o movimento sem preencher os dados respeitantes ao destinatário final dos produtos, nos termos do
n.º 2 do artigo 39.º do CIEC.
Antes de efetuar o preenchimento incompleto do e-DA, o expedidor deve estar autorizado para o efeito pela
EAC.
Logo que tenha conhecimento do destinatário final dos produtos, e o mais tardar até ao termo da circulação, o
expedidor deve completar o preenchimento do e-DA.
No momento da receção dos produtos ou, o mais tardar, no prazo de cinco dias úteis a contar da mesma, o
destinatário deve enviar, através do Sistema SIC-EU, o RoR correspondente.
O expedidor é informado, através de correio eletrónico, de que foi emitido o RoR pelo destinatário. Após
receber o aviso, o expedidor deve consultar os detalhes do RoR no sistema SIC-EU.
No momento da emissão do RoR, o destinatário:
a) Declara no RoR a receção em local diverso do indicado no e-DA
b) Declara a correta receção dos produtos sujeitos a IEC, caso em que se considera terminada a
operação de circulação em regime de suspensão do imposto, ou
c) Recusa a totalidade ou parte dos produtos sujeitos a IEC
A recusa total ou parcial dos produtos pelo destinatário, implica a não assunção, por parte deste, da
inerente responsabilidade fiscal.
Nestes casos, o expedidor deve atribuir um novo destino aos produtos, indicando um novo destinatário
ou procedendo ao retorno para o seu entreposto fiscal.
No caso de recusa parcial, o SIC-EU atualiza automaticamente as quantidades constantes do e-DA pelo
valor dos produtos recusados;
e/ou
d) Declara produtos em falta ou em excesso
O RoR regista produtos em falta/excesso.
Neste caso, também se considera terminada a operação de circulação em regime de suspensão do
imposto.
Tratando-se de perdas na circulação, a EAC deve aplicar as regras constantes dos artigos 49.º ou 51.º
do CIEC, consoante se trate de perdas tributáveis ou não, sem prejuízo do procedimento por infração
tributária aplicável.
e/ou
e) Declara produtos que não constam do e-DA
Neste caso, foi entregue mercadoria não declarada no e-DA (produtos diferentes dos que nele
constam).
Como primeiro passo, o destinatário deve imediatamente informar a sua EAC desse facto.
Seguidamente deve ser adotado um dos seguintes procedimentos:
• Caso pretenda aceitar os produtos não declarados, o destinatário deve abrir uma nova adição no e-DA,
procedendo à declaração desses produtos;
• Caso pretenda recusar os produtos não declarados, deve informar a sua EAC desse facto, a qual deverá
encontrar uma solução no âmbito dos instrumentos de cooperação administrativa.
Destinatários isentos: Sempre que os produtos sejam rececionados por destinatários que beneficiem das
isenções previstas nas alíneas a) a d) do n.º 1 do artigo 6.º do CIEC, o RoR é enviado pela EAC com jurisdição
no local de receção.
Exportação: No caso de uma exportação, deve ser enviado o relatório de exportação ou a certificação de
saída, emitidos, respetivamente, pela estância aduaneira de exportação ou pela estância aduaneira de saída,
de acordo com a legislação aduaneira aplicável.
A operação de circulação considera-se apurada pelo relatório de receção ou, tratando-se de uma exportação,
pelo relatório de exportação ou pela certificação de saída.
Nos termos do n.º 4 do artigo 35.º do CIEC, o depositário autorizado pode designar um local ou locais de
entrega direta dos produtos sujeitos a IEC, que circulem em regime de suspensão do imposto, para a receção
efetiva desses produtos, sendo que nesta situação tem de proceder à sua imediata introdução no consumo.
Por local de entrega direta entende-se qualquer local, previamente comunicado à EAC, distinto do seu
entreposto fiscal, onde o depositário autorizado rececione produtos sujeitos a IEC em regime de suspensão
do imposto.
Procedimentos
Os depositários autorizados que pretendam rececionar os produtos num local ou locais de entrega direta
devem proceder à prévia comunicação junto da sua EAC, identificando inequivocamente o local ou locais em
causa.
Sempre que o local de entrega direta se encontre na área de jurisdição de outra estância aduaneira, esta deve
ser imediatamente informada do local em causa, pela EAC do depositário autorizado, através de correio
eletrónico.
Sempre que a EAC do depositário autorizado tenha conhecimento do início de uma operação de circulação
de produtos sujeitos a IEC, em regime de suspensão do imposto, destinada a um local de entrega direta
situado na área de jurisdição de outra estância aduaneira, deve informar esta estância, através de correio
eletrónico, para efeitos, nomeadamente, da realização dos controlos tidos por convenientes.
Os e-DA com destino a locais de entrega direta devem ser periodicamente controlados, quer pela EAC do
depositário autorizado destinatário, quer pela EAC com jurisdição na área dos locais em causa, recorrendo
para o efeito aos sistemas SIC-EU Intra ou SSA (quando estiver implementado).
A DIC deve ser formalizada pelo depositário autorizado até ao final do dia útil seguinte ao da receção dos
produtos no local de entrega direta, nos termos do n.º 3 do artigo 10.º conjugado com a alínea d) do n.º 2 do
artigo 9.º do CIEC. Para o efeito, o depositário autorizado deve indicar o código *EDIR no campo 13
(Documentos/Referências), ficando dispensado de identificar o entreposto fiscal.
3.8. IMPORTAÇÃO
BASE LEGAL:
Artigo 7.º, n.º 3, do CIEC
Na sequência de uma importação, só é aplicável o regime específico dos impostos especiais de consumo no
momento em que os produtos deixem de estar sujeitos a um procedimento ou a um regime aduaneiro
suspensivo, nos termos do n.º 3 do artigo 7.º do CIEC.
3.9. EXPORTAÇÃO
3.9.1. Procedimentos relativos à circulação de produtos sujeitos a IEC, em regime de suspensão do imposto,
com destino à exportação
a) Disposições gerais
A declaração aduaneira de exportação e o e-DA são obrigatoriamente processados junto da estância
aduaneira de controlo do entreposto fiscal. Assim, a estância aduaneira de controlo (EAC) é simultaneamente
estância aduaneira de exportação (EAE).
Note-se que, ao contrário dos procedimentos anteriormente em vigor, é sempre necessário processar ume-
DA de exportação, mesmo quando a EAE é, também, estância aduaneira de saída (EAS) do TAC.
A operação de circulação dos produtos até à estância de saída do TAC efetua-se de acordo com os
procedimentos aduaneiros aplicáveis à exportação. Todavia, o correspondente documento de
acompanhamento de exportação (DAE) deve fazer referência ao(s) ARC do(s) e-DA.
Por não existir qualquer disposição legal que estabeleça a obrigação de enviar o DAE juntamente com os
produtos, o expedidor deve assegurar que na operação de circulação os produtos sejam sempre
acompanhados de um documento que contenha o ARC do e-DA. Salienta-se, no entanto, que esse documento
poderá ser o DAE, devendo, para esse efeito, o expedidor assegurar que o DAE circula juntamente com os
produtos.
A EAS controla, de acordo com os procedimentos aduaneiros, a saída efetiva dos produtos do TAC,
confrontando-os com a declaração aduaneira de exportação. Os resultados apurados são comunicados
pela EAS à EAE/EAC, competindo a esta, enquanto estância aduaneira de controlo, apurar o e-DA 49.
b) Procedimentos a adotar
Os operadores económicos nacionais que pretendam realizar operações de circulação de produtos sujeitosa
IEC, em regime de suspensão do imposto, que tenham como destino a exportação, devem processar o e-
DA através do sistema SIC-EU. Após a validação e atribuição do respetivo ARC, o e-DA permanece no
estado “aceite para exportação”, a aguardar os procedimentos aduaneiros no âmbito do STADA – Exportação.
Isto significa que, para efeitos de exportação, a atribuição do ARC não autoriza o operador económico a dar
início à operação de circulação dos produtos, no momento declarado no e-DA 50.
Após o processamento da declaração aduaneira de exportação pelo STADA – Exportação, a EAE concede a
autorização de saída, sendo automaticamente informado deste facto o sistema SIC-EU 51.
Assim que seja dada autorização de saída, o estado do e-DA é alterado de “aceite para exportação” para “em
exportação”, ficando a aguardar confirmação da saída efetiva do TAC, sendo esta processada pelo STADA
– Exportação, seja na sequência de uma mensagem de confirmação de saída da EAS ou da aceitação de
provas alternativas.
Cada e-DA apenas pode fazer referência a uma declaração aduaneira de exportação não podendo,
consequentemente, o mesmo ARC ser invocado em mais de que uma declaração aduaneira de exportação.
Contudo, uma declaração aduaneira de exportação pode fazer referência a mais que um e-DA sendo que
cada e-DA ou cada adição do(s) e-DA apenas pode(m) ser invocado(s) numa adição da declaração aduaneirade
exportação.
Se numa ou mais adições da declaração aduaneira de exportação os dados se revelarem incoerentes, o
STADA – Exportação envia uma mensagem de erro ao declarante, indicando as inconsistências entre os
dados daquela declaração e os do e-DA 52. Cabe aos responsáveis pela declaração aduaneira e pelo e-DA
49 Para efeitos de aplicação dos procedimentos aduaneiros, remete-se para o “Manual de Preenchimento das Declarações Eletrónicas de Exportação”,
o qual integra os procedimentos aplicáveis ao STADA - Exportação quando se trate de produtos sujeitos a IEC, pelo que se recomenda a sua consulta
50
Tratando-se de um procedimento aduaneiro, compete a este sistema a libertação dos produtos, ou seja, só com a autorização de saída emitida
na declaração aduaneira de exportação é que os produtos podem iniciar o movimento de circulação
51 Enquanto não estiver implementado o mecanismo de comunicação automática entre o SIC-EU e o STADA – Exportação, ou não estando este
verificarem a causa do erro ou inconsistência, procedendo à respetiva correção, nos termos seguintes:
• Se a incoerência resultar do preenchimento incorreto da declaração aduaneira de exportação, o declarante
deve apresentá-la novamente, expurgada dos elementos incorretos;
• Se a incoerência resultar do preenchimento incorreto do e-DA, o operador económico deve proceder à sua
anulação, emitindo um novo e-DA devidamente corrigido, e efetuar um pedido de retificação da declaração
aduaneira de exportação.
No caso de validação, a declaração aduaneira de exportação é aceite e o respetivo número comunicado ao
sistema SIC-EU, o que impede que o ARC do e-DA em causa possa ser invocado noutra declaração aduaneirade
exportação.
Havendo necessidade de retificar a declaração aduaneira de exportação (por iniciativa do declarante ou na
sequência de um ato de controlo das autoridades aduaneiras), relativamente a dados previamente objeto de
confrontação entre os sistemas, o STADA Exportação efetua as retificações apenas se o pedido ou a
53
proposta de retificação contiver a indicação do novo e-DA e do correspondente ARC.
Havendo correspondência entre a declaração aduaneira de exportação e o e-DA, a EAE/EAC concede a
autorização de saída, e promove a alteração do estado do e-DA de “aceite para exportação” para “em
exportação”. A partir deste momento, o expedidor pode dar início à operação de circulação dos produtos atéà
EAS.
Após o controlo de saída efetuado pela EAS, e da comunicação do mesmo à EAE/EAC, será dada a certificação
de saída, sendo esta comunicada ao Sistema SIC-EU pelo STADA – Exportação.
Se os resultados da certificação de saída não registarem quaisquer quebras ou excessos, o e-DA deve ser
apurado pela EAE/EAC, no sistema SIC-EU Intra, através da emissão do correspondente RoR com a indicaçãode
“Remessa aceite e satisfatória”.
A anulação da declaração aduaneira de exportação (antes ou após a concessão da autorização de saída
pela EAE) apenas é possível desde que os produtos ainda se encontrem no TAC. Esta anulação é comunicada
pelo STADA ao Sistema SIC-EU.
Neste caso, o operador económico que processou o e-DA deve optar por um dos seguintes procedimentos:
Efetuar uma alteração de destino (podendo a mesma configurar um retorno dos produtos ao entreposto
fiscal de expedição),
ou
Solicitar à EAC a interrupção manual do movimento.
Exportação
53 A retificação do DAU é permitida através de pedido efetuado pelo declarante ou na sequência da proposta de retificação feita pelas autoridades
aduaneiras na sequência de um ato de controlo. A necessidade de ser processado um novo e-DA e indicado o ARC respetivo na mensagem do
declarante para o STADA – Exportação resulta do facto do Sistema SIC-EU não permitir a retificação do e-DA após a atribuição do respetivo ARC.
Deste modo, torna-se indispensável a emissão de um novo e-DA em conformidade com a retificação que se pretende efetuar na declaração
aduaneira de exportação (através do referido pedido ou proposta de retificação).
54 Vide quadro referente ao âmbito de aplicação territorial, constante do presente Manual.
b) Exportação de um granel
Tratando-se de uma exportação de produtos sujeitos a IEC, em regime de suspensão do imposto, que
consista de um ou mais granéis, aplicam-se as regras a seguir indicadas:
a) No e-DA, as quantidades do granel, por não serem ainda conhecidas, devem ser iguais às da fatura, sendo
declaradas de uma forma majorada, ou seja, deve sempre declarar-se na respetiva adição a quantidade
máxima que se admite poder vir a ser carregada (evita-se assim a anulação do e-DA por diferenças verificadas
após o carregamento);
b) Aquando do apuramento no SIC-EU, após a certificação de saída dos produtos do TAC, a EAE/EAC deve
confrontar as quantidades declaradas no e-DA com a informação constante na respetiva declaração
aduaneira de exportação relativa à certificação de saída, a fim de apurar perdas.
Caso resulte da referida confrontação perdas em relação às quantidades declaradas no e-DA, as mesmas
podem recair numa das seguintes situações:
• Tratando-se de perdas devidas, unicamente, a ajustes que corrigem a majoração efetuada aquando do
preenchimento do e-DA ou seja, perdas não tributáveis:
• O tratamento das perdas deverá passar somente pela sua regularização administrativa, não podendo ser
relevante para o efeito de apuramento de perdas tributáveis.
Exemplo: na emissão do e-DA e na declaração aduaneira de exportação (simplificada ou incompleta) foi
declarado um carregamento de um granel de 1000 litros (majorado).
Posteriormente, na declaração complementar é solicitada a revisão dessa quantidade para 900 litros.
A EAE/EAC, em sede de certificação de saída da declaração aduaneira de exportação, certifica a saída de 900
litros.
Tratando-se de perdas efetivamente ocorridas durante a circulação dos produtos, ou seja, perdas tributáveis:
• O tratamento das perdas deve ser o que se encontra previsto nos artigos 49.º a 51.º do CIEC.
Exemplo: na emissão do e-DA e na declaração aduaneira de exportação (simplificada ou incompleta) foi
declarado um carregamento de um granel de 1000 litros (majorado).
Posteriormente, na declaração complementar é confirmada essa quantidade de 1000 litros.
A EAE/EAC, em sede de certificação de saída da declaração aduaneira de exportação, certifica a saída de 900
litros.
Tratando-se de perdas devidas a ajustes que corrigem a majoração efetuada aquando do preenchimento doe-
DA e, também, de perdas efetivamente ocorridas durante a circulação dos produtos, ou seja, perdas não
tributáveis e perdas tributáveis:
• Nesta situação, a EAE/EAC deverá apoiar-se no resultado do processo de resolução de conflitos elaborado
pela área aduaneira, considerando como perdas não tributáveis somente aquelas que foram reportadas
como pedido de revisão na declaração complementar, a título de ajuste destinado a corrigir a majoração, e
como perdas tributáveis todas as demais.
Exemplo: Na emissão de um e-DA e na declaração aduaneira de exportação (simplificada ou incompleta) foi
declarado o carregamento de um granel de 1000 litros (majorado).
Posteriormente, na declaração complementar é solicitada a revisão dessa quantidade para 900 litros.
A EAE/EAC, em sede de certificação de saída da declaração aduaneira de exportação, certifica a saída de 800
litros, designadamente por força da EAS ter confirmado que apenas saíram efetivamente do TAC 800 litros.
As discrepâncias existentes são objeto de um processo de resolução de conflitos, do qual resulta que 100
litros se devem a perdas efetivamente ocorridas durante a circulação e 100 litros se devem à correção da
4. CONTROLOS NA CIRCULAÇÃO
BASE LEGAL:
Artigo 40.º do CIEC
A circulação de produtos sujeitos a IEC, em regime de suspensão do imposto, deve ser acompanhada pela
versão impressa do e-DA ou por qualquer outro documento comercial que mencione, de forma claramente
identificável, o ARC, nos termos do ponto 3.2., do presente capítulo.
No decorrer de uma operação de circulação, o responsável pelo transporte dos produtos sujeitos a IEC deve
apresentar às autoridades competentes, sempre que solicitado no âmbito de uma ação de controlo, o
documento de acompanhamento referido no n.º 4 do artigo 36.º do CIEC, bem como os produtos transportados.
As autoridades podem igualmente verificar da conformidade dos produtos transportados face aos declarados.
Caso se constatem divergências entre os dados do e-DA e o documento de acompanhamento atrás referido,
prevalecem os dados do e-DA que constem no sistema SIC-EU, sem prejuízo da eventual responsabilização
por infração tributária. Neste caso, as autoridades devem, sempre que possível, proceder à verificação física
dos produtos transportados.
As autoridades devem proceder à elaboração do respetivo relatório de controlo, sem prejuízo das demais
medidas que se revelem adequadas, incluindo, em caso de infração tributária, a eventual apreensão das
mercadorias e do respetivo meio de transporte, nos termos do artigo 73.º do RGIT e do artigo 178.º do Código
de Processo Penal, subsidiariamente aplicável nos termos do artigo 3.º do RGIT.
5.1. NA EXPEDIÇÃO
Quando, por razões que não lhe sejam exclusivamente imputáveis, o expedidor não consiga proceder ao
envio de um e-DA, a operação de circulação pode, ainda assim, ter início nas seguintes condições:
a) Os produtos sejam acompanhados por um documento em suporte papel que contenha os mesmos dados
que devem constar do e-DA.
b) Antes do início da operação de circulação, o expedidor informe a sua EAC da impossibilidade de aceder
ao sistema informatizado.
É recomendado que o documento de acompanhamento a utilizar nestes casos seja o modelo de contingência
disponibilizado na aplicação offline do e-DA. Os operadores económicos podem descarregar este modelo no
sítio das declarações eletrónicas da AT.
Por “razões não exclusivamente imputáveis ao operador”, deve considerar-se um conjunto de situações que
extravasam a indisponibilidade do sistema SIC-EU (razão principal), incluindo todas as situações em que o
operador económico, não tendo qualquer intervenção direta, se veja impedido de estabelecer um correto
acesso ao referido sistema. Entre estas situações constam, por exemplo:
Tal não implica que a EAC deva aceitar motivos que tenham origem direta numa conduta ou omissão
imputável aos referidos operadores (por exemplo: não deve ser admitido o recurso ao plano de contingência
se o operador não tiver acesso ao sistema, porque viu a sua conta de Internet cancelada por falta de
pagamento).
Clarifica-se que não é necessário pedir a autorização da EAC para recorrer a procedimentos de contingência 55.
Com efeito, o disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 41.º do CIEC estabelece apenas o dever de o operador
económico informar a EAC, sem prejuízo desta estância poder recusar o procedimento de contingência nos
termos supra referidos.
Logo que o sistema informatizado se encontre de novo acessível, o expedidor tem a obrigação de enviar um
e-DA referente ao movimento que se iniciou a coberto do plano de contingência, contendo toda a informação
que foi declarada no documento em suporte papel, e a indicação de apresentação a posteriori (*POST no
campo dos documentos e referências).
A partir do momento da sua aceitação no sistema SIC-EU (ou seja, a partir do momento em que é atribuído
um ARC), o e-DA prevalece sobre o documento de acompanhamento emitido em plano de contingência.
Enquanto não for possível o envio do e-DA, considera-se que a circulação em regime de suspensão do imposto
é efetuada a coberto do documento em suporte papel.
Nesta situação e assim que possível, o expedidor deve comunicar o ARC ao responsável pelo transporte dos
produtos, para que este proceda à sua inscrição no documento de acompanhamento emitido em plano de
contingência.
O expedidor tem a obrigação de manter nos seus registos uma cópia do exemplar do documento de
acompanhamento emitido em plano de contingência.
Se o expedidor pretender efetuar uma alteração de destino durante o período de inacessibilidade do sistema
SIC-EU, deve previamente informar a EAC.
A EAC deve, de imediato, transmitir a referida informação às autoridades competentes no novo local de
destino, nomeadamente por correio eletrónico, fax ou telefone.
Note-se que apesar de se tratar de um simples dever de informação e não um pedido de autorização, é
fundamental que o expedidor informe rapidamente a EAC da alteração do destino dos produtos em circulação,
por forma a que esta estância possa informar, em tempo útil, as autoridades competentes no novo local de
destino.
55 Contrariamente ao plano de contingência previsto no ponto 14 da circular n.º 92/2004, Série II, já revogada, aplicável exclusivamente ao sistema
DAA- Webform, deixa de ser necessário pedir a autorização da EAC para recorrer ao procedimento de contingência.
Após a entrega do RoR em suporte papel, a EAC deve remeter uma cópia deste à autoridade competente no
local de expedição, nomeadamente através de correio eletrónico e fax.
Logo que o sistema SIC-EU se encontre de novo acessível, o destinatário deve enviar, através deste sistema, o
respetivo RoR, contendo toda a informação constante no relatório de receção em suporte papel.
Durante uma operação de circulação efetuada a coberto de um plano de contingência, o expedidor pode
constatar, aquando da tentativa de emissão do e-DA a posteriori, que o destinatário não reúne as condições
para rececionar os produtos 56. Neste caso, e com vista a permitir ao expedidor regularizar esta operação no
sistema SIC-EU, devem seguir-se os seguintes procedimentos:
a) Antes da receção dos produtos pelo destinatário, e encontrando-se estes em circulação ao abrigo do
plano de contingência, logo que o sistema SIC-EU se encontre de novo acessível, o expedidor deve criar um
e-DA e declarar o retorno dos produtos ao seu entreposto fiscal 57.
Após a criação deste e-DA no sistema SIC-EU, o expedidor poderá rececionar efetivamente os produtos no
seu entreposto fiscal ou, se assim o desejar, efetuar uma alteração de destino para um outro destinatário.
b) Após a receção dos produtos, e tendo a operação de circulação terminado ainda em plano de contingência,
logo que o sistema SIC-EU se encontre de novo acessível, o expedidor deve criar um e-DA que deve conter
toda a informação que foi declarada no documento em suporte papel.
Contudo, se na criação desse e-DA, for constatada a inexistência de autorização por parte do destinatário
para a receção dos produtos, é aplicável um dos seguintes procedimentos:
O destinatário procede à atualização da respetiva autorização, junto da sua EAC ou administração nacional,o
que o habilita a rececionar um e-DA, mesmo que emitido a posteriori, devendo em seguida efetuar o
respetivo apuramento na sua aplicação nacional, entregando o correspondente RoR eletrónico;
Ou
A solução deve ser alcançada através dos mecanismos da Cooperação Administrativa.
5.4. NA EXPORTAÇÃO
No caso de produtos sujeitos a IEC destinados a exportação, quando o sistema SIC-EU se encontrar
indisponível (ou quando não seja possível o acesso através da aplicação SIC-EU Intra), a EAC deve informar o
56 O destinatário pode não reunir condições para rececionar os produtos, designadamente por não ter qualquer autorização para os produtos em causa,
por esta estar caducada, ou não contemplar os produtos declarados no documento de acompanhamento emitido ao abrigo do plano de
contingência.
57 Este e-DA deve ter como expedidor e destinatário o mesmo operador em PT
operador económico de que os produtos saíram do TAC, considerando-se apurada a operação de circulação.
Logo que o sistema informatizado se encontrar de novo acessível, a EAC deve proceder à emissão do RoR
através da aplicação SIC-EU Intra.
Se o Sistema SIC-EU estiver indisponível, mas o STADA – Exportação se encontrar acessível, a declaração
aduaneira de exportação deve ser aceite manualmente após apresentação do documento de acompanhamento
em suporte papel, emitido em plano de contingência, onde conste o Número de Referência Local (LRN) do e-
DA.
Caso o STADA – Exportação esteja indisponível, mas o Sistema SIC-EU se encontre acessível, a declaração
aduaneira de exportação deve ser apresentada em suporte papel. O ARC do e-DA deve estar indicado na
Casa 44 do formulário DAU.
O sector responsável pela exportação deve, sempre que possível, validar manualmente a informação
constante da declaração aduaneira de exportação confrontando-a com a informação do e-DA constante no
Sistema SIC-EU.
Neste caso, após a concessão da autorização de saída pela EAE/EAC, não havendo qualquer comunicação
eletrónica via ECS com a EAS, cabe a esta proceder à certificação de saída, averbando o exemplar 3 do DAU
em suporte papel apresentado com os produtos, junto desta estância. Esta certificação é efetuada através da
aposição do carimbo “Exportado” no verso do referido exemplar da declaração aduaneira de exportação.
Cabe ao interessado (exportador/declarante) assegurar-se de que o referido exemplar lhe é devolvido pela
EAS. A posterior apresentação deste exemplar com a certificação de saída averbada, junto do sector IEC da
EAE/EAC, é necessária para o apuramento do e-DA, e o consequente encerramento da operação.
6. PROVAS ALTERNATIVAS
BASE LEGAL:
Artigo 45.º do CIEC
Sempre que no decurso de uma operação de circulação em regime de suspensão do imposto de produtos
sujeitos a IEC, o destinatário não proceder à transmissão eletrónica do respetivo relatório de receção (RoR)
no caso de uma expedição, ou do relatório de exportação ou da certificação de saída, no caso de uma
exportação, por outras razões que não a inacessibilidade dos sistemas EMCS (Excise Movement Control
System) ou ECS (Export Control System), nos termos estabelecidos no artigo 43.º do CIEC, são admissíveis,
em casos devidamente fundamentados, para efeitos de apuramento da operação de circulação a apresentação
de provas alternativas.
Perante uma situação de não envio do RoR nos termos do artigo 43.º do CIEC, pode ser admitida como prova
alternativa a confirmação pelas autoridades competentes no destino de que os produtos foram rececionados
pelo destinatário, no âmbito de um processo de cooperação administrativa previsto pelo Regulamento (CE)
n.º 2073/2004 do Conselho, de 16 de novembro de 2004, relativo à cooperação administrativa no domínio
dos IEC.
O operador económico deve solicitar a referida confirmação junto da sua EAC. Esta EAC, no âmbito de um
pedido de verificação de movimentos (PVM), efetuado através do Excise Liaison Office (ELO) da DSAF, solicita
junto da administração do Estado membro (EM) de destino que diligencie pela confirmação da receção dos
produtos pelo destinatário nesse EM.
Além dos PVM, o ELO poderá desencadear outros meios de cooperação administrativa previstos no referido
Regulamento, com vista à confirmação da receção dos produtos em qualquer EM.
Na exportação, a confirmação de saída dos produtos sujeitos a IEC do território aduaneiro da União (TAC), é
feita através da certificação de saída na declaração aduaneira. Sempre que a estância aduaneira de
exportação não tiver recebido a mensagem “Resultados da saída”, o exportador ou o declarante, podem, por
sua iniciativa ou a pedido da estância aduaneira de exportação, apresentar as provas alternativas previstas
nos termos da legislação aduaneira.
Caso o sector dos IEC tenha dúvidas quanto ao apuramento do movimento e da saída efetiva dos produtos
do TAC, deve consultar o sector da exportação para proceder à confirmação ou não do apuramento em
questão.
Nos termos do n.º 8 do artigo 46.º do CIEC, considera-se irregularidade na circulação, “uma situação que
ocorra durante a circulação de produtos sujeitos a impostos especiais de consumo, e devido à qual a
circulação ou parte da mesma não tenha terminado de forma regular, excetuando-se as situações de perda
irreparável ou inutilização total”.
O imposto é liquidado, por regra, à taxa em vigor à data da constatação da irregularidade, nos termos do n.º 4
do artigo 46.º do CIEC.
Tratando-se de produtos expedidos de outro Estado Membro, a autoridade aduaneira que constatou a
irregularidade deve ainda informar as autoridades competentes desse EM, nos termos do n.º 2 do artigo 46.º
do CIEC, acionando os mecanismos de Assistência Mútua, previstos na Diretiva 2010/24/UE, do Conselho, de
16 de março de 2010, relativa à assistência mútua em matéria de cobrança de créditos respeitantes a
impostos, direitos e outras medidas.
Se os produtos sujeitos a IEC, expedidos do território nacional, não chegarem ao destino (comunitário ou
nacional) e não for possível determinar o local da irregularidade, considera-se que essa irregularidade foi
cometida no território nacional, liquidando-se imposto à entidade garante da operação de circulação, com
base na taxa em vigor à data da expedição (salvo, se for apresentada prova suficiente da regularidade da
operação ou do local onde a infração ou a irregularidade foi efetivamente cometida), nos termos dos n.ºs 3, 4
e 5 do artigo 46.º do CIEC.
Caso o garante não tenha tido conhecimento de que os produtos não chegaram ao destino, é-lhe concedido o
prazo de um mês (contado da notificação da intenção de proceder à liquidação) para apresentar prova do
termo da circulação ou do local em que ocorreu a irregularidade.
A entidade garante da operação de circulação que tenha efetuado o pagamento do imposto pode, no prazo
de três anos a contar da data do início da operação de circulação, solicitar à EAC o reembolso do imposto
pago, mediante a apresentação de prova suficiente de que o imposto foi cobrado no outro EM onde se apurou
ter sido cometida a irregularidade.
Para efeitos de determinação do EM competente para a cobrança do IEC em caso de irregularidades, deverá
atender-se no seguinte:
• Se a irregularidade for cometida no decurso da circulação, o IEC é cobrado pelo EM onde foi praticada a
infração, dando este início ao processo de cobrança junto da entidade garante da operação de circulação
(depositário autorizado expedidor ou transportador), nos termos atrás referidos;
• Se não for possível determinar, com segurança, o local onde a irregularidade foi praticada, considera-se
competente para cobrar o IEC o EM que detetou a infração;
• Se os produtos expedidos em suspensão do IEC não chegam ao destino na sua totalidade, e não é possível
determinar o local onde foi cometida a infração, considera-se competente para a cobrança do IEC, o EM de
partida;
• Se houver uma falta parcial de produtos à chegada ao destino, que ultrapasse os limites de perdas não
tributáveis previstos no artigo 49.º do CIEC, e não for possível determinar o local onde foi cometida a
irregularidade, é competente para cobrar o IEC o EM de destino.
Na impossibilidade de determinar o local onde foi cometida a irregularidade é o EM de receção que, no
momento da descarga dos produtos, dispõe de condições para verificar e constatar essa irregularidade.
O disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 46.º do CIEC refere-se a irregularidades constatadas no decurso da
circulação (incidentes de percurso) e o n.º 3 a irregularidades constatadas no momento da receção (falta
total ou parcial de produtos).
CAPÍTULO V
PERDAS E INUTILIZAÇÃO
INTRODUÇÃO
1. PERDAS E INUTILIZAÇÃO
BASE LEGAL:
Artigo 47.º
A perda irreparável dos produtos em regime de suspensão do imposto pode ocorrer por causa inerente à sua
própria natureza ou devido a caso fortuito ou de força maior.
A inutilização total dos produtos em regime de suspensão do imposto só pode ocorrer na sequência de
autorização da estância aduaneira competente, nos termos do artigo 52.º.
2. PERDAS NA ARMAZENAGEM
BASE LEGAL:
Artigo 48.º
Distintamente das regras relativas às taxas de rendimento – aplicáveis no âmbito do processo de fabrico – o
regime de perdas na armazenagem aplica-se exclusivamente aos produtos acabados que estejam
armazenados ou permaneçam, após o seu fabrico, em entreposto fiscal.
Nos termos do artigo 27.º do CIEC, a armazenagem, em regime de suspensão do imposto, de produtos
sujeitos a IEC deve efetuar-se em entreposto fiscal de armazenagem, salvo quando os produtos acabados,
após o seu fabrico, permaneçam no entreposto fiscal de produção, admitindo-se assim, excecionalmente, que
os produtos acabados possam permanecer no entreposto fiscal de produção onde foram fabricados.
Contudo, tratando-se de produtos acabados, cumpre reconhecer que estão sujeitos a contingências e
vicissitudes idênticas às verificadas nos produtos submetidos ao regime de armazenagem, designadamente à
ocorrência de perdas por causa inerente à sua própria natureza (e.g. evaporação), pelo que se justifica a
aplicação do regime constante do artigo 48.º do CIEC, devendo, porém, a sua aplicação circunscrever-se aos
produtos armazenados a granel e não àqueles que se encontram já embalados ou engarrafados.
Não existem limites temporais relativamente à ocorrência de varejos para efeitos de cálculo de perdas.
Assim, quando se estabelece que deve haver uma confrontação entre o saldo contabilístico e as existências
em entreposto, calculadas estas sobre a soma dos produtos em entreposto e as entradas e saídas nele
verificadas após o último varejo, não releva para o efeito que, por exemplo, um entreposto tenha sido objeto
de um varejo há 3 meses e outro há 3 anos, devendo nestes casos o cálculo ser efetuado de forma idêntica,
concedendo-se apenas que, em termos de registos, possa ser mais complexo estabelecer o nexo das
entradas no entreposto quanto maior o período de tempo decorrido desde que aquele foi varejado pela última
vez. Não pode relevar, contudo, tal dificuldade para que se estabeleça um período mínimo para a realização
de varejos aos entrepostos fiscais.
Se os limites previstos na lei não forem ultrapassados, deve relevar-se esse facto e proceder-se à retificação
correspondente na ficha de conta corrente do entreposto fiscal;
Se os limites forem ultrapassados, deve promover-se a liquidação oficiosa do imposto, bem como as
necessárias averiguações e a eventual instauração de processo por infração tributária, apenas e tão somente
no que diz respeito às quantidades que efetivamente excedam os limites fixados nas alíneas a) e b) do n.º 1
do artigo 48.º do CIEC;
Os limites referidos no n.º 1 do artigo 48.º podem ser alvo de um ajustamento, em se tratando de destilação
de vinhos ou do envelhecimento de bebidas alcoólicas em vasilhame de madeira. Relativamente a estes
casos tem sido solicitada a colaboração das entidades ou organismos que exercem funções de intervenção e
controlo da qualidade e origem do sector dos vinhos, designadamente do IVDP e IVV, no esclarecimento das
perdas expectáveis para cada tipo de operação em concreto.
Desta forma, o limite de perdas admitidas na armazenagem daqueles produtos pode ser ajustado, devendo
ser tidos em consideração os valores fixados nas fichas técnicas emitidas pelas entidades e organismos
reguladores, de coordenação e controlo dos respetivos sectores de atividade (sendo mero exemplo as notas
técnicas emitidas pelos organismos que exercem funções de controlo no sector vitivinícola, como o IVDP, o
IVV e o IVBAM).
notas técnicas relativas ao tipo de operação e produto em causa, deve aplicar-se o limite previsto no n.º 1do
artigo 48.º do CIEC.
3. PERDAS NA CIRCULAÇÃO
BASE LEGAL:
Artigo 49.º
O apuramento de perdas na circulação que excedam as franquias admitidas deve efetuar-se pelos seguintes
procedimentos:
Quando haja emissão de e-DA, aplicam-se as regras constantes do n.º 2 do artigo 49.º do CIEC,
complementadas pelas regras referentes à circulação em regime de suspensão do imposto. Ou seja, num
e-DA com produtos destinados a vários operadores, estes devem aceitar apenas as quantidades que
efetivamente pretendem receber e, de seguida, declararem uma recusa da restante quantidade expressa no
e-DA. Por sua vez o expedidor deverá efetuar alterações de destino que permitam o redireccionamento do e-
DA para o novo destinatário, devendo repetir-se este processo tantas vezes quantos os destinatários efetivos
dos produtos. No final da operação de circulação, deve ser processada DIC casuística para a cobrança
do imposto respeitante às quebras finais apuradas, caso a franquia prevista n.º 2 do artigo 49.º seja
ultrapassada;
Quando não haja emissão de e-DA, poderão as franquias previstas no n.º 2 do artigo 49.º do CIEC ser
aplicadas após apuramento trimestral das perdas ocorridas na circulação nacional, a requerimento da
empresa expedidora, sem prejuízo da aplicação das regras constantes do artigo 51.º do CIEC;
No caso da expedição em suspensão por oleoduto de vários produtos petrolíferos, poderá o apuramento
trimestral das perdas ser efetuado conjuntamente, sendo tributadas as quantidades de cada produto que
excedam as franquias previstas no n.º 2 do artigo 49.º do CIEC;
O apuramento das perdas será efetuado por operador e por produto, com periodicidade a definir pelo Diretor
da Alfândega de Ponta Delgada, a qual não poderá ser superior a três meses, mediante proposta fundamentada a
apresentar por cada operador, independentemente dos documentos administrativos eletrónicos emitidos.
BASE LEGAL:
Artigo 50.º
O furto ou roubo de produtos sujeitos a IEC, quer ocorra em entreposto fiscal quer durante uma operação de
circulação, não é suscetível de integrar o conceito de perda de produto por caso fortuito ou de força maior,
para efeitos de eximir o depositário autorizado do pagamento do imposto.
Com efeito, tal acontecimento não implica a perda física ou irremediável dos produtos, no sentido de ser
impossível o seu consumo por quem quer que seja.
Caso venha a ser determinado qual o autor da infração apenas resta ao depositário autorizado exercer contra
aquele, querendo, o direito de regresso, de acordo com o previsto no Código Civil, não existindo, nestes casos,
o direito ao reembolso do imposto exigido ao depositário autorizado.
A prova da existência de caso fortuito ou de força maior deve ser feita recorrendo aos meios de prova que se
encontrem disponíveis, podendo ser obtidos pelo transportador, pelo expedidor ou por outrem, devendo ser
apresentados junto da estância aduaneira onde a perda ocorreu ou naquela onde foi efetivamente constatada.
CAPÍTULO VI
GARANTIAS
BASE LEGAL:
A obrigatoriedade de constituição de garantia como salvaguarda do cumprimento da prestação tributária, no
âmbito dos impostos especiais de consumo, encontra-se prevista em relação:
A produtos sujeitos a IEC em regime de suspensão do imposto (garantias estatutárias) - artigos 53.º a 59.º
do CIEC;
A produtos sujeitos a IEC introduzidos no consumo noutro EM - artigo 60.º do CIEC;
À suspensão da execução fiscal;
Mora do devedor - artigo 13.º do CIEC;
Pagamento em prestações – artigo 14.º do CIEC;
Reclamação graciosa/impugnação judicial) - artigos 69.º, alínea f), e 169.º do CPPT.
Numerário;
Fiança bancária;
Seguro caução.
O garante deve estar expressamente obrigado, perante a autoridade aduaneira 59, como principal pagador até
ao montante máximo garantido.
Para o efeito, o termo de garantia deve conter uma cláusula em que o garante expressamente assuma a
obrigação de principal pagador, nos termos do n.º 3 do artigo 53.º do CIEC.
Note-se que o garante, após ter assumido a obrigação de principal pagador, não poderá recusar o cumprimento do
pagamento da dívida (designadamente, invocar o benefício de excussão prévia), nos termos do artigo 640.º
do Código Civil.
Compete ao diretor da alfândega aprovar o montante das garantias, bem como o respetivo ajuste 60.
O diretor da alfândega pode recusar a garantia proposta pelo requerente caso esta não cumpra os requisitos
fixados no CIEC, nomeadamente o montante prescrito ou o termo previsto no n.º 3 do artigo 53.º do Código.
Para possibilitar a inserção dos dados de registo de uma entidade garante, os Diretores das Alfândegas têm,
em primeiro lugar, que conceder aos seus utilizadores acesso às permissões necessárias para que estes
possam efetuar o registo de uma nova entidade garante
- Por um ano a contar da data da sua constituição, sendo automaticamente renováveis por iguais períodos de
tempo;
- Até ao apuramento da operação de circulação para o qual foi prestada, no caso da garantia isolada;
- Até ao apuramento da última operação de circulação, no caso do destinatário registado temporário.
Em face do disposto no artigo 59.º do CIEC, não é admissível a constituição de garantias sem prazo ou com
prazo diverso do estipulado neste artigo.
A denúncia da garantia deve ser expressa e apresentada junto da EAC com a antecedência mínima de 30
dias.
59 O garante deve obrigar-se perante a AT, cabendo a gestão e o controlo das garantias à EAC junto da qual a mesma foi prestada
60 Cf. n.º 4 do artigo 10.º, n.ºs 3 e 4 do artigo 24.º, e artigos 29.º, 32.º e 58.º do CIEC, conjugado com a alínea h) do n.º 1 do artigo 37.º da Portaria n.º
320-A/2011, de 30 de dezembro
BASE LEGAL:
Artigo 54.º do CIEC
A garantia de armazenagem tem por objetivo assegurar o pagamento do imposto relativamente aos produtos
que se encontrem, em regime de suspensão, em EF de armazenagem.
O depositário autorizado deve prestar uma garantia relativamente ao EF de armazenagem de que é titular,
podendo ainda, no caso de ser titular de vários EF de armazenagem, prestar uma garantia global única.
BASE LEGAL:
Artigo 54.º e 55.º do CIEC
a) Os organismos públicos e outras entidades que exerçam funções de intervenção, controlo da qualidade e
defesa da denominação de origem dos produtos sujeitos a imposto, que sejam titulares de entrepostos
fiscais;
b) Os produtos sujeitos a IEC destinados a ser utilizados enquanto matérias-primas, bem como os produtos
acabados que permaneçam nos entrepostos fiscais de produção ou transformação após o seu fabrico 61;
Antes do início da atividade 63 – 2% da previsão média mensal do imposto exigível pelos produtos a entrar
em entreposto no primeiro ano de atividade, incluindo os produtos isentos;
Após o primeiro ano de atividade – 2% do montante do imposto médio mensal devido por todos os produtos
entrados no EF no ano anterior.
Regras especiais:
O álcool resultante de medidas de intervenção comunitária não é considerado para o cômputo da garantiade
armazenagem;
No caso de dois ou mais entrepostos fiscais, de um mesmo titular, o montante da garantia global única será
equivalente à soma das garantias constituídas para cada entreposto.
61
Os entrepostos fiscais de produção ou transformação não estão abrangidos pela obrigação de prestação de garantia nos termos do CIEC. Assim,
os produtos acabados que, subsequentemente ao seu fabrico, permaneçam “armazenados” no entreposto fiscal de produção ou transformação,
não estão sujeitos à prestação da garantia de armazenagem
62 No caso de coexistirem no mesmo EF produtos tributados à taxa zero com produtos tributados a taxas positivas ou isentos, o cálculo da garantia
12, no caso de garantia global para a armazenagem e circulação (Garantia global para circulação e
armazenagem).
A garantia de circulação tem por objetivo assegurar os riscos inerentes à circulação de produtos sujeitos a
IEC em regime de suspensão, sendo aplicável, quer à circulação que ocorra integralmente em território
nacional, quer à circulação intracomunitária.
Nas operações de circulação que ocorram integralmente no território nacional (igualmente sujeita à prestação
da garantia de circulação), poderá ser invocada a garantia de circulação intracomunitária, bem como a
garantia de armazenagem desde que o garante seja o expedidor (artigo 55.º, n.º 3).
A garantia de circulação pode ser prestada pelo:
Depositário autorizado;
Expedidor registado;
Transportador.
a) Os produtos petrolíferos e energéticos expedidos por via marítima ou por condutas fixas, com destino:
Ao território nacional;
A outro Estado membro, mediante acordo desse Estado.
b) No caso de circulação ocorrida integralmente no território nacional:
Os organismos públicos e outras entidades que exerçam funções de intervenção, controlo da qualidade e
defesa da denominação de origem dos produtos sujeitos a IEC;
Os produtos tributados à taxa zero.
c) Transferência de produtos do EF de produção para EF de armazenagem contíguo.
Nos movimentos de produtos de EF de produção para EF de armazenagem situados na mesma área de
produção, ou seja, quando as respetivas instalações são contíguas (incluindo certos casos em que o términoda
linha de produção se situa já no EF de armazenagem), poderá haver lugar a dispensa da garantia de
circulação exigível, desde que, cumulativamente:
O EF de produção e o EF de armazenagem estejam localizados em instalações físicas contíguas e situadas
no mesmo recinto industrial ou comercial;
Se trate de movimentos de circulação de carácter exclusivamente formal, nomeadamente sem recurso a
meios de transporte autónomos (e.g. transporte por via terrestre, marítima ou aérea);
Não se suscitem riscos na operação de transferência do EF de produção para o EF de armazenagem. Note-se
que a transferência dos produtos para o EF de armazenagem coloca os produtos a coberto da garantiade
armazenagem, reduzindo, em princípio, os riscos fiscais inerentes à permanência dos mesmos em EF de
produção (sem garantia);
Haja autorização prévia da EAC, a qual pode ser revogada a qualquer momento, ajustando-se a garantia nos
termos do artigo 58.º;
O depositário autorizado se preste às medidas ou controlos que a EAC entenda por necessários ou
convenientes.
a) Garantia global
O cálculo da garantia deve ter por referência:
1) Antes do início da atividade 10% da previsão média mensal do imposto exigível para o primeiro ano de
atividade, incluindo os produtos isentos;
2) Após o primeiro ano de atividade 10% do montante do imposto médio mensal correspondente às
operações de circulação realizadas no ano anterior, incluindo os produtos isentos.
Note-se que no caso de garantias de circulação (tipo 10), o cálculo deve ser efetuado tendo em conta os
movimentos realizados a partir de todos os EF do operador (armazenagem e produção).
b) Garantia global para os produtos tributados à taxa zero
Todos os operadores económicos que efetuem operações de circulação com destino a outros Estados-
membros de produtos tributados à taxa zero 64 devem prestar uma garantia global anual de € 2 500 a € 15
000, consoante a frequência das expedições.
Em caso de remessas ocasionais, a EAC pode autorizar a redução do montante mínimo.
c) Garantia isolada
A garantia isolada deve corresponder ao montante total do imposto em causa na respetiva operação.
d) Garantia mínima na circulação
Independentemente da modalidade de garantia, em cada operação de circulação a garantia invocada deve
ser igual ou superior ao montante do imposto em causa nessa operação.
e) Garantia global de circulação a prestar pelo transportador
Quando a garantia de circulação for prestada pelo transportador aplicam-se as regras relativas à garantiade
circulação, sendo o seu montante calculado com base nos seguintes critérios:
Em caso de início de atividade, o cálculo será efetuado com base na previsão média mensal do imposto
devido nas operações de circulação intracomunitárias para o primeiro ano;
Nas outras situações, o cálculo será efetuado com base no imposto devido nas operações de circulaçãointracomunitárias
realizadas no ano anterior em que interveio efetivamente como garante.
f) Situações de transferência de produtos do EF de produção para EF de armazenagem contíguo
Os produtos sujeitos a IEC, ainda que estejam dispensados de garantia aquando da sua permanência no EFde
produção onde foram fabricados, quando transferidos para um EF de armazenagem contíguo, devem ser
considerados para efeitos do cálculo da garantia de armazenagem.
Quem se tenha constituído entidade garante da circulação assume responsabilidade pela mesma até ao
apuramento da respetiva operação, cessando com:
BASE LEGAL:
Artigos 31.º e 55.º, n.º 1, do CIEC
O expedidor registado deve prestar ou indicar uma garantia para cobrir os riscos inerentes à circulação dos
produtos que pretenda expedir, nos termos referidos no ponto 1.3.
A garantia do destinatário registado tem por objetivo assegurar os riscos inerentes à introdução no consumo
dos produtos sujeitos a IEC que, em regime de suspensão do imposto, lhe sejam destinados.
Trata-se de uma obrigação inerente ao estatuto de destinatário registado e, como tal, também é qualificada de
garantia estatutária.
Antes do início da atividade – 25% da previsão média mensal do imposto exigível para o primeiro ano de
atividade, incluindo os produtos isentos;
Após o primeiro ano de atividade – 25% da média mensal do imposto calculado sobre as declarações de
introdução no consumo processadas no ano anterior, incluindo os produtos isentos
Esta garantia é identificada pelo código informático 13 (Receção de produtos sujeitos a IEC).
O destinatário registado temporário deve prestar uma garantia de montante igual ou superior ao imposto
resultante de cada receção efetuada.
Dependendo da autorização, a garantia poderá ser global ou isolada.
Esta garantia é identificada pelo código informático 15 (ATI – receção de produtos sujeitos a IEC).
O artigo 57.º do CIEC prevê a possibilidade de cumulação de garantias. Neste contexto, podem ser prestadas
as seguintes garantias globais únicas:
a) Armazenagem: caso o depositário autorizado seja titular de mais de um entreposto fiscal, o montante da
garantia deve corresponder à soma das garantias constituídas para cada entreposto fiscal.
b) Armazenagem e circulação: o montante deve corresponder à soma das garantias de circulação e
armazenagem.
Na constituição de garantias de armazenagem e circulação globais (tipo 12) o seu cálculo deve ser efetuado
tendo em conta as entradas de produtos em todos os EF de armazenagem e os movimentos efetuados a
partir de todos os EF do operador (armazenagem e produção).
c) Entreposto aduaneiro e entreposto fiscal: caso coexistam nas mesmas instalações, devendo o montante
corresponder à soma da garantia de armazenagem com a garantia do entreposto aduaneiro, calculada, esta
última, nos termos da legislação aplicável.
d) Depositário autorizado e expedidor registado: é possível a prestação de uma garantia global única
destinada a cobrir todos os riscos inerentes à circulação dos produtos sujeitos a IEC expedidos pelo operador
económico, quer do entreposto fiscal, enquanto depositário autorizado, quer do local de importação,
enquanto expedidor registado, desde que:
1) O garante seja a mesma pessoa, singular ou coletiva;
2) Detenha, simultânea e cumulativamente, os estatutos de depositário autorizado e de expedidor registado.
Tratando-se de uma garantia global única, o montante deve corresponder à soma das garantias de circulaçãoa
prestar enquanto depositário autorizado e expedidor registado.
e) Depositário autorizado e destinatário registado: se o operador económico detiver, em simultâneo, o
estatuto de depositário autorizado e destinatário registado tal como a garantia global única para o depositário
autorizado e o expedidor registado, deverá admitir-se a cumulação das garantias entre os dois estatutos.
Os operadores que pretendam a cumulação de garantias na situação acima referida devem diligenciar pela
revisão do termo de garantia e pelo ajuste do respetivo montante, nos termos do n.º 1 do artigo 58.º do
Código.
BASE LEGAL
Artigo 58.º do CIEC
As garantias devem ser objeto de reavaliação periódica tendo em vista a atualização dos respetivos
montantes face às percentagens legais que serviram de base à sua fixação.
A iniciativa pode ser:
- Do interessado;
- Oficiosamente, da EAC.
A avaliação para o ajuste do montante das garantias de armazenagem e de circulação, bem como das
garantias estatutárias dos destinatários registados deve, sempre que possível, ser efetuada anualmente 65,
65 Preferencialmente, a avaliação do montante da garantia deverá anteceder a data de renovação automática prevista no artigo 59.º do CIEC.
Note-se que a revisão periódica não prejudica que, caso se verifique a alteração de circunstâncias, a EAC
possa, em qualquer momento, determinar o seu reforço sempre que tal se justificar.
O artigo 60.º, n.º 3, alínea a) do CIEC prevê a obrigatoriedade de prestação de garantia em relação aos
produtos sujeitos a IEC, já introduzidos no consumo noutro EM, que sejam adquiridos para fins comerciais ou
para consumo próprio em território nacional.
A garantia deve ser prestada junto da alfândega em cuja jurisdição se situa o domicílio fiscal do sujeito
passivo (pessoa singular ou coletiva que pretenda receber produtos sujeitos a IEC previamente introduzidosno
consumo noutro EM).
Compete ao diretor da alfândega aprovar o montante da garantia a prestar (cf. n.º 4 do artigo 10.º do CIEC,
conjugado com a alínea h) do artigo 37.º da Portaria n.º 320-A/2011, de 30 de dezembro.
c) Validade da Garantia
A garantia é válida até ao apuramento da operação de circulação para a qual foi prestada.
d) Tipos de garantia
• Numerário;
• Fiança bancária;
• Seguro-caução.
Esta garantia é identificada pelo código informático 13 (Receção de produtos sujeitos a IEC).
3.1. ÂMBITO
BASE LEGAL
Artigos 13.º e 14.º do CIEC
A falta de pagamento dos IEC nos prazos legalmente estabelecidos tem por consequência a instauração de
Por garantia idónea deverá considerar-se a garantia suscetível de assegurar os créditos em dívida 67.
A suspensão da execução fiscal mediante a prestação de garantia (antes da instauração daquele processo)
poderá verificar-se nas seguintes situações 68:
• Reclamação graciosa ou impugnação judicial – artigo 69.º, alínea f), da LGT e artigo 169.º do CPPT.
O pressuposto da suspensão da execução é a efetiva prestação da garantia, no âmbito dos procedimentos
em causa, não conferindo esses meios processuais, por si só, a virtualidade de suspensão da execução 69.
Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 13.º, o sujeito passivo que não tenha efetuado o pagamento do
imposto no prazo legalmente estabelecido, só pode continuar a efetuar introduções no consumo se prestar
garantia das importâncias em dívida bem como dos juros de mora correspondentes.
Trata-se uma garantia autónoma em relação às garantias estatutárias prestadas, cujo montante deverá
responder pela totalidade do montante em dívida.
Ao abrigo da alínea f) artigo 69.º do CPPT, é facultada a suspensão da execução antes de instaurado o
respetivo processo, desde que o contribuinte o requeira na petição, e apresente garantia adequada no prazo
de 10 dias, após a notificação para o efeito.
Uma vez prestada a garantia, a suspensão da execução manter-se-á até que seja proferida decisão definitiva
sobre a questão suscitada aquando da apresentação da reclamação/impugnação (artigo 169.º, n.º 1, do
CPPT).
A esta garantia corresponde o código informático 71.
A garantia deve ser prestada junto da alfândega que procedeu à liquidação do imposto.
Compete ao diretor da alfândega aprovar o montante da garantia a prestar bem como avaliar da idoneidade
da mesma.
de liquidação, com pedido de cálculo para prestação de garantia não suspende a execução fiscal.
A garantia deve ser prestada no prazo fixado pela entidade competente, o qual não deverá ser superior a 10
dias, após a notificação do correspondente montante, na sequência do pedido formulado pelo interessado.
As garantias são válidas apenas para as liquidações de imposto em causa até ao cumprimento integral da
prestação em dívida (artigos 13.º e 14.º do CIEC) ou até à decisão dos procedimentos de impugnação
3.2(graciosa ou judicial).
As garantias de dívidas de IEC, antes de instaurado o processo de execução fiscal podem ser prestadas em:
Numerário;
Fiança bancária;
Seguro-caução.
CAPÍTULO VII
CIRCULAÇÃO E TRIBUTAÇÃO APÓS A INTRODUÇÃO
NO CONSUMO
BASE LEGAL:
Artigos 60.º a 65.º do CIEC
Regra geral, os produtos já introduzidos no consumo noutro Estado membro que forem adquiridos para fins
comerciais ou para consumo próprio estão sujeitos a imposto em território nacional.
Excetuam-se desta regra, ou seja, não estão sujeitos a imposto, os produtos adquiridos por particulares, já
introduzidos no consumo noutro Estado membro, e que, cumulativamente:
Se destinem a consumo próprio, sendo considerados aquisições para uso pessoal, nas condições e limites
estabelecidos no artigo 61.º do CIEC;
Sejam transportados pelos próprios para território nacional.
BASE LEGAL:
Artigo 61.º do CIEC
1.2.1. Critérios
Para se determinar se se trata de uma aquisição por particulares e para seu uso pessoal, podem ser tidos em
conta os seguintes critérios:
Para este critério é relevante avaliar se o detentor exerce alguma atividade comercial 70 e, em caso afirmativo,
se essa mesma atividade está de alguma forma relacionada com os produtos sujeitos a impostos especiais
de consumo.
A existência, por exemplo, de uma fatura comercial pode indiciar que o produto foi adquirido nas condições
normais de mercado, sendo o adquirente o consumidor final do mesmo. Pelo contrário, a existência de uma
guia de transporte sugere que o produto irá ainda ser afeto a uma atividade comercial.
Limites quantitativos:
Presume-se que a detenção tem fins comerciais quando forem ultrapassados os seguintes limites
quantitativos:
TABACO MANUFATURADO
Rapé 250 g
Tabaco aquecido 20 g
BEBIDAS ALCOÓLICAS
Bebidas espirituosas 10 L
Produtos intermédios 20 L
Cervejas 110 L
A presunção constante do n.º 3 do artigo 61.º do CIEC pode ser elidida mediante prova em contrário.
Se as quantidades transportadas forem inferiores aos limites indicados presume-se que a detenção nãotem
fins comerciais, cabendo à administração efetuar prova em contrário.
Ao invés, se os limites forem ultrapassados, o ónus da prova inverte-se, competindo ao viajante demonstrarque a
detenção não tem fins comerciais.
Apesar da quantidade dos produtos ser o critério mais objetivo de todos os referidos no n.º 2 do artigo 61.ºdo
CIEC, não se pode tomá-lo como absoluto. Trata-se, como foi referido, de uma presunção que pode serafastada
mediante o recurso aos outros critérios enunciados.
Assim sendo, não se pode dizer categoricamente que, caso a quantidade transportada seja inferior ao limite
estabelecido para determinado produto, está afastada a possibilidade de uma afetação a fins comerciais.Haverá
que avaliar, conjuntamente, todos os indícios decorrentes do estipulado no n.º 2 do artigo 61.º doCIEC para
averiguar dessa mesma afetação.
Uma vez que o território continental e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira constituem espaços
fiscais diferenciados, há que interpretar a expressão “noutro Estado membro” constante do n.º 1 do artigo
60.º e do n.º 1 do artigo 61.º do CIEC de forma a abarcar outro espaço fiscal situado no interior do território
nacional.
De acordo com este entendimento, os produtos já introduzidos no consumo numa parte do território nacional e
adquiridos por particulares para seu uso pessoal e transportados pelos próprios para outra parte do
território nacional com fiscalidade diferenciada não estão sujeitos a imposto.
A não verificação das condições acima referidas implica a sujeição a imposto dos produtos provenientes de
outra parte do território nacional com fiscalidade diferenciada.
1.2.3. Tabacos
No caso dos produtos de tabaco manufaturado, uma vez que os mesmos estão sujeitos a condições especiais
de comercialização, previstas, nomeadamente, nos artigos 108.º, 109.º e 110.º do CIEC, são equacionáveis
as seguintes situações:
a) Caso a aquisição dos produtos seja considerada para uso pessoal, isto é, respeite as condições previstas
no artigo 61.º do CIEC, não está sujeita a imposto;
b) Pelo contrário, se não se verificarem as condições previstas no artigo 61.º do CIEC, nomeadamente se
forem ultrapassados os limites quantitativos, há que distinguir:
1) Se os produtos cumprirem todas as condições de comercialização previstas nos referidos artigos 108.º,
109.º e 110.º do CIEC é possível a sua admissão em território nacional, mediante o pagamento do imposto;
2) Se estas condições não se encontrarem reunidas, o único destino legalmente admissível será a inutilização
sob controlo aduaneiro, nos termos do artigo 113.º do CIEC.
Presume-se que a detenção de produtos petrolíferos não se destina a uso pessoal do seu detentor quando:
A comprovação do cumprimento dessas obrigações faz-se, no decurso do transporte dos produtos e perante a
Caso a aquisição não possa ser enquadrada no artigo 61.º do CIEC, presume-se que se destina a fins
comerciais, o que determina a sujeição a imposto em território nacional.
1.3.1. Procedimentos
Os produtos já introduzidos no consumo noutro Estado membro que forem adquiridos para fins comerciais
ou para consumo próprio, que não seja considerado uma aquisição para uso pessoal, circulam entre o
território desse Estado e o território nacional a coberto do Documento de Acompanhamento Simplificado
(DAS) 71.
a) Antes da expedição dos produtos com destino ao território nacional, apresentar uma declaração junto da
estância aduaneira competente do local de receção (vulgo PAR – Pedido de Autorização de Receção) e
garantir o pagamento do imposto;
b) Após a receção dos produtos, apresentar nessa estância aduaneira cópia do DAS 72 e pagar o imposto
devido, mediante a conversão da garantia em receita;
c) Prestar-se a todos os controlos que permitam às autoridades aduaneiras comprovar a efetiva receção dos
produtos, bem como o pagamento do imposto devido.
Os óleos lubrificantes, enquanto produtos utilizados em uso diferente de carburante ou de combustível, não
estão abrangidos pelo regime da Diretiva n.º 2003/96/CE do Conselho, de 27 de outubro de 2003 (tributação
energética).
Contudo, o CIEC (alínea a) do n.º 1 do artigo 89.º), ao excluir os óleos lubrificantes classificados pelos códigos
NC 2710 19 81 a 2710 19 99 da isenção aplicável aos produtos petrolíferos e energéticos que,
comprovadamente, sejam utilizados para fins diferentes do uso carburante ou combustível (designados por
“matérias-primas”), sujeita-os a ISP, encontrando-se as respetivas taxas fixadas em portaria.
Estes óleos não estão sujeitos às formalidades na circulação, a que se refere o artigo 100.º do CIEC (e-DA e
DAS).
As entidades sem estatuto fiscal, que recebam óleos lubrificantes em Portugal provenientes de outro Estado
membro, devem cumprir as formalidades previstas no artigo 60.º do CIEC. Assim, estes sujeitos passivos
têm que:
Apresentar um PAR na alfândega ou delegação aduaneira com jurisdição no local de receção, antes da
expedição dos produtos para o território nacional;
Garantir o imposto devido;
BASE LEGAL:
Artigo 62.º do CIEC
a) Sujeição
Ficam sujeitos a imposto em território nacional, os produtos adquiridos noutro Estado membro já introduzido no
consumo:
Por pessoas singulares residentes em território nacional;
Que não exerçam qualquer atividade económica independente;
Que sejam expedidos ou transportados direta ou indiretamente, pelo vendedor ou por conta deste, para
território nacional.
As condições acima enunciadas são cumulativas, ou seja, devem estar integralmente verificadas para se
poder aplicar o mecanismo previsto no artigo 61.º do CIEC.
A sujeição a imposto é uma regra que não admite qualquer exceção, pelo que não são aqui aplicáveis os
limites quantitativos previstos no artigo 61.º do CIEC. Ou seja, a compra à distância é sempre passível de
pagamento de imposto em território nacional, independentemente da quantidade de produto adquirida 73.
Só os particulares poderão ser destinatários de uma remessa adquirida à distância, não podendo, em
qualquer circunstância, comercializar os produtos objeto de compra.
No caso de produtos do tabaco, face ao disposto no artigo 14.º-A da Lei n.º 37/2007, de 14 de agosto
(republicada em anexo à Lei n.º 63/2017, de 3 de agosto), são proibidas todas as compras à distância
transfronteiriças, por parte de um consumidor estabelecido no território nacional.
b) Exigibilidade
O imposto torna-se exigível no momento da entrega dos produtos em território nacional.
As compras à distância apenas podem ser efetuadas através de um representante fiscal estabelecido em
território nacional, que deve estar autorizado para o efeito pela estância aduaneira competente.
b) Bebidas espirituosas
Quando a compra à distância for relativa a bebidas espirituosas definidas no Regulamento (CE) n.º 110/2008,do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de janeiro de 2008, com exclusão das embalagens de bebidas
espirituosas com capacidade inferior ou igual a 0,20 l, o representante fiscal nomeado, para além de estar
sujeito aos procedimentos indicados no ponto 1.4.3. do presente Capítulo deverá ainda dar cumprimento às
normas relativas à selagem, constantes do artigo 86.º do CIEC e da Portaria n.º 117/2015, de 30 de abril.
BASE LEGAL:
Artigo 63.º do CIEC
Para efeitos de um eventual pedido de reembolso do imposto pago em território nacional, o vendedor deve
comprovar junto da estância aduaneira com competência no local do seu domicílio fiscal o pagamento do
imposto no Estado membro de destino.
Importa salientar que a intervenção do representante fiscal, prevista na legislação nacional, não é obrigatória
ao abrigo da Diretiva n.º 2008/118/CE, de 16 de dezembro. Assim, os operadores económicos nacionais que
pretendam efetuar vendas à distância devem confirmar previamente se a legislação do Estado membro de
destino exige ou não a intervenção de um eventual representante fiscal.
Nos termos do artigo 15.º da Lei n.º 37/2007, de 14 de agosto, são proibidas as vendas de produtos do
tabaco, de produtos à base de plantas para fumar e de cigarros eletrónicos que incluam um cartucho ou
reservatório, bem como recargas, com líquido contendo nicotina:
BASE LEGAL:
Artigo 64.º do CIEC
No caso de produtos já introduzidos no consumo noutro Estado Membro, não são tributáveis as perdas
inerentes à natureza dos produtos em causa, ocorridas na circulação intracomunitária, ou devido a caso
fortuito ou de força maior, nos termos e nos limites fixados, respetivamente, nos artigos 49.º e 50.º do CIEC.
Não são ainda tributáveis os produtos destinados a inutilização sob controlo aduaneiro, a efetuar nos termos
do artigo 52.º do CIEC.
1.7. IRREGULARIDADES
BASE LEGAL:
Artigo 65.º do CIEC
Quando, em território nacional, ocorrer uma irregularidade durante a circulação de produtos já introduzidos
no consumo noutro Estado membro, o imposto torna-se exigível, devendo considerar-se que ocorre uma
introdução irregular no consumo, conforme definido no artigo 9.º do CIEC, sendo aplicável a taxa em vigor na
data da exigibilidade.
Quando não for possível determinar o local em que a irregularidade ocorreu, o imposto é exigível se a mesma
foi detetada no território nacional.
Em derrogação do número anterior, se no prazo de três anos a contar da data de aquisição dos produtos
sujeitos a impostos especiais de consumo, for apurado o Estado membro onde efetivamente ocorreu a
irregularidade, o imposto torna-se exigível nesse Estado membro.
O imposto é devido pela pessoa que garantiu o respetivo pagamento, nos termos da alínea a) do n.º 4 do
artigo 62.º do CIEC, ou por todas as pessoas que tenham participado na irregularidade.
Há lugar ao reembolso do imposto relativo aos produtos introduzidos no consumo que sejam objeto de uma
irregularidade ocorrida ou detetada noutro Estado membro quando se comprove ter sido pago o imposto
devido nesse Estado membro.
PARTE II
PARTE ESPECIAL
CAPÍTULO I
IMPOSTO SOBRE O ÁLCOOL, AS BEBIDAS
ALCOÓLICAS E AS BEBIDAS ADICIONADAS DE
AÇÚCAR E OUTROS EDULCORANTES (IABA)
SECÇÃO I
ÁLCOOL, E BEBIDAS ALCOÓLICAS
1. INCIDÊNCIA OBJETIVA
BASE LEGAL
Artigo 66.º do CIEC
No que respeita ao álcool e às bebidas alcoólicas, o imposto especial de consumo incide sobre a cerveja, os
vinhos (tranquilos e espumantes ou espumosos), outras bebidas fermentadas, os produtos intermédios
(entre outros, o Vinho do Porto e o Vinho Moscatel), as bebidas espirituosas (as aguardentes, o whisky, o
vodka, o rum, etc.), bem como o álcool etílico.
Referem-se ainda as situações específicas de incidência relativa a produtos que, por via da sua classificação
pautal, podem ser geradores de dúvidas neste âmbito:
imposto.
Por exemplo: no caso das bebidas designadas “desperados”, deve-se ter atenção à sua classificação pautal,
uma vez que, dependendo da composição e da percentagem de álcool adicionado à cerveja, poderemos
estar em presença de uma cerveja, de um produto intermédio ou de uma bebida espirituosa, o que implica
necessariamente incidências e taxas de imposto muito diferentes.
c) Frutos do álcool
Outra situação prende-se com os designados frutos de álcool, ou seja, produtos contendo pedaços de fruta
conservados ou envolvidos numa bebida alcoólica (por exemplo, aguardente, brandy e outros). Com efeito,e
apesar de não estarmos na presença de uma bebida alcoólica de facto, existe sempre a possibilidade dese
efetuar o seu consumo da mesma forma. Esta particularidade implica que os frutos de álcool caiam no
âmbito da incidência do imposto, isto apesar da sua classificação pautal (NC 2008) os colocar, claramente,
num outro capítulo da nomenclatura combinada.
Consequentemente, os produtos genericamente designados por frutos de álcool estão abrangidos pela
norma de incidência do IABA, prevista no artigo 66.º do CIEC, sendo tributados nos termos da bebida
alcoólica que contenham.
ISENÇÕES
• No fabrico de produtos não destinados ao consumo humano, desde que tenham sido desnaturadas e
distribuídas de acordo com a legislação em vigor;
• No fabrico de vinagres abrangidos pelo código pautal 2209;
• No fabrico de aromas destinados à preparação de géneros alimentícios e bebidas não alcoólicas de teor
alcoólico adquirido não superior a 1,2 % vol.;
• Diretamente ou como componentes de produtos semiacabados, na produção de géneros alimentícios, com
ou sem recheio, desde que o título de álcool não exceda 8,5 litros de álcool puro por cada 100 quilogramasde
produto, no caso de chocolate e 5 litros de álcool puro por cada 100 quilogramas de produto, nos restantes
casos;
Para a realização de ensaios de produção ou para fins científicos, ou como amostras para análise.
• Os ensaios de produção incluem todas as operações necessárias à melhoria do produto final, enquadrando-se
neste contexto as provas de vinhos efetuadas pelo IVDP de carácter técnico, etc. Excluem-se as amostrasque
se destinem a ser vendidas ou oferecidas em feiras e certames de idêntica natureza;
• Em processos de fabrico, desde que o produto final não contenha álcool;
• No fabrico de produtos constituintes não sujeitos ao imposto;
• No fabrico de produtos agroalimentares quando se trate de vinhos modificados;
• Esta isenção abrange exclusivamente bebidas que não se destinam a ser utilizadas como produto final,
sendo-o apenas como matéria-prima no processo de produção de produtos agroalimentares.
Os vinhos modificados constituem bebidas alcoólicas que não se destinam ao consumo final, caso do vinhodo
Porto e do vinho da Madeira, aos quais se adicionaram condimentos (em regra, sal e pimenta), destinadosao
fabrico de molhos e pastas de fígado.
2.1. FORMALIDADES
O pedido de reconhecimento do benefício deve ser formalizado pelos operadores (utilizadores isentos)
através de requerimento dirigido ao Diretor da Alfândega competente.
Quanto à apreciação, decisão e reavaliação periódica dos pressupostos aplicam-se os procedimentos acima
referidos.
Estão dispensados do pagamento de IABA, nos termos do n.º 3 do artigo 12.º, as bebidas sem fins comerciais,
destinadas ao consumo do próprio produtor, dependendo, ainda, da verificação dos seguintes pressupostos e
condições:
a) Que a produção não ultrapasse o limite de 30 litros de produto acabado, por ano e por produtor;
b) Que não seja objeto de venda.
Por se destinar ao auto consumo, e tratando-se designadamente de aguardente, estas bebidas espirituosas
não estão sujeitas às regras de comercialização e selagem, mantendo-se em vigor os procedimentos
relativos à isenção prevista no n.º 2 do artigo 67.º, revogado pela Lei n.º 42/2016, de 28/12.
74 O Decreto-Lei n.º 72/91, de 8 de fevereiro, mencionado na alínea f) do n.º 3 do artigo 49.º do CIEC, foi revogado pelo artigo 204.º, n.º 1, alínea a),
do Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto
a) Competência
Compete às alfândegas com jurisdição na área onde se situam as instalações do operador económico,
utilizador isento, a autorização e subsequente controlo dos pressupostos relativos à isenção do imposto
sobre o álcool, relativo à utilização do álcool etílico.
b) Pedido
O pedido de autorização para a utilização do álcool puro ou parcialmente desnaturado em fins isentos é
formalizado através de requerimento dirigido ao Diretor da Alfândega competente, e instruído mediante a
apresentação dos seguintes documentos:
Fotocópia do cartão de identificação fiscal, devendo, quando se trate de número provisório, ser apresentadoo
cartão definitivo no prazo máximo de seis meses, sob pena de se proceder à revogação da autorização;
Declaração ou outro documento no qual conste a localização das instalações onde será utilizado o álcool
objeto de isenção e indicação do código de acordo com a classificação portuguesa de atividades económicas
(CAE), exceto para os estabelecimentos públicos;
Declaração com a indicação da previsão anual das quantidades de álcool não desnaturado e parcialmente
desnaturado a utilizar no processo produtivo ou em outro fim, consoante o caso;
Declaração de compromisso, feita em papel timbrado, assinada por quem possa obrigar juridicamente a
entidade requerente, de que o álcool será exclusivamente afeto às produções ou utilizações indicadas;
Declaração de compromisso, feita em papel timbrado, assinada por quem possa obrigar juridicamente a
entidade requerente, de que permitirá e colaborará com as autoridades aduaneiras na realização dos
controlos que vierem a ser determinados com vista a comprovar a efetiva afetação do álcool aos destinos
ou utilizações isentos.
Sempre que o utilizador isento for um Organismo Público, deverão as alfândegas avaliar quais os documentose
requisitos anteriormente enumerados que poderão ser dispensados.
Sempre que o álcool etílico seja utilizado no consumo próprio dos hospitais e demais estabelecimentos de
saúde públicos ou privados, o mesmo deverá ser fornecido diretamente pelo depositário autorizado aos
referidos hospitais e estabelecimentos, sem intervenção de empresas intermediárias, a não ser que estas
ajam como transportadoras do álcool em questão.
Contudo, caso os hospitais e demais estabelecimentos não possam adquirir diretamente o álcool aos
depositários autorizados, mas a empresas intermediárias, estas terão que adquirir um estatuto fiscal IEC,
que poderá ser o de destinatário registado, podendo as mesmas receber o álcool em suspensão do IEC e
processar as respetivas e-DIC isentas para o álcool destinado às entidades em questão.
c) Apreciação
Para efeitos de apreciação do pedido, a alfândega competente para a concessão da autorização de utilizaçãode
álcool não desnaturado e parcialmente desnaturado deve:
1) Cumprir os procedimentos relativos ao reconhecimento e manutenção dos benefícios fiscais;
2) Verificar a existência dos pressupostos e condições inerentes à concessão da isenção;
3) Efetuar uma visita prévia às instalações onde deverá ser utilizado o álcool isento, podendo aquela ser
dispensada desde que as quantidades em causa não ultrapassem, por utilizador, o limite máximo de 200
litros por ano.
d) Decisão
O pedido de isenção será objeto de deferimento desde que da apreciação do pedido se constate que estão
reunidos os pressupostos e condições relativos à isenção e apenas no caso de não ser constatada a
existência de factos impeditivos da concessão do benefício solicitado.
A decisão de concessão da autorização para a utilização do álcool isento deve ser comunicada, por escrito,ao
requerente, indicando-se o número de autorização e data a partir da qual produzirá os seus efeitos, conforme
modelo aprovado.
A autorização é válida por ano civil, sendo renovável, automaticamente, por igual período de tempo, sem
prejuízo da reavaliação periódica, para facilitar os controlos desencadeados pela EAC.
Se o pedido for apresentado no decurso do ano civil, a referida autorização deve ser válida apenas para os
restantes meses desse ano, devendo o operador ser alertado desse facto, aquando da apresentação do
respetivo pedido, o qual deverá mencionar apenas as quantidades de álcool a utilizar nesses meses.
O indeferimento do pedido e seus fundamentos devem ser notificados ao requerente nos termos do artigo
60.º da LGT.
a) Fins industriais
Sempre que seja utilizado álcool puro em fins industriais deverá avaliar-se o destino do mesmo e se está em
causa ou não a saúde pública. Por exemplo, se estivermos perante uma lavagem interna de tubos de uma
unidade industrial de fabrico de bebidas, ou de embalagens onde vão ser conservados produtos alimentaresé
óbvio que terá que ser utilizado álcool puro. Contudo haverá situações que não serão tão óbvias, dado quese
trata de outras utilizações, como por exemplo alguns restauros, devendo nestas situações ser entregueuma
declaração emitida por entidade idónea com competência técnica na matéria que declare que não podeser
utilizado álcool desnaturado.
b) Utilizado no fabrico de medicamentos, tal como definidos na alínea e) do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º
176/2006, de 30 de agosto 75.
Entende-se por medicamento, toda a substância ou associação de substâncias apresentada como
possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas ou
que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou,
exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções
fisiológicas.
Persistindo dúvidas quanto à definição legal de medicamento, poderá ser solicitada prova das propriedades
medicinais do produto através da apresentação de declaração do INFARMED.
De salientar que a utilização álcool etílico no fabrico de medicamentos ou produtos homeopáticos não está
sujeita a isenção, salvo se o INFARMED os equiparar a medicamentos.
a) Fins industriais
Para beneficiar desta isenção, o álcool deve ser parcialmente desnaturado em entreposto fiscal com os
desnaturantes autorizados pela Portaria n.º 1/93, de 2 de janeiro.
Esta portaria estabelece os condicionalismos quanto aos desnaturantes a introduzir no álcool utilizado em
fins industriais, bem como os procedimentos a observar pelas Alfândegas no que concerne ao controlo das
operações de desnaturação, e procedimentos a observar pelos operadores no que concerne à realização
das operações de desnaturação, colheita de amostras de álcool parcialmente desnaturado, etc.
Dado que recentemente têm aparecido no mercado nacional produtos designados como biocidas, o fabrico
75 O Decreto-Lei n.º 72/91, de 8 de fevereiro, mencionado na alínea f) do n.º 3 do artigo 49.º do CIEC, foi revogado pelo artigo 204.º n.º 1 alínea a)
do Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto
dos mesmos está condicionado à utilização deste álcool parcialmente desnaturado para fins industriais,
devendo ainda os operadores que procedam ao fabrico dos biocidas, apresentar prova de que estão
devidamente autorizados e registados na Direção-Geral de Saúde para o fabrico dos mesmos e ser
autorizados como utilizadores isentos constando na Base de Dados de Isenções IEC.
Os operadores que pretendam receber álcool parcialmente desnaturado para fins industriais de outros
Estados Membros ou de países terceiros devem comunicar à EAC, no termo da operação de circulação ou
no ato da importação, consoante o caso, o desnaturante utilizado e respetivas quantidades, devendo ser
retiradas amostras para análise com vista a confirmar-se que o álcool está desnaturado nos termos da
portaria referida.
Caso o operador tenha muita urgência em introduzir o produto no consumo, antes do resultado da análise,
terá que pagar ou garantir o imposto potencial das quantidades em questão, e ser reembolsado do montantedo
imposto pago ou garantido, caso a analise esteja conforme as fórmulas da mencionada portaria.
Situações especiais:
Os fabricantes de especialidades farmacêuticas, que procedam à embalagem de álcool nos termos do n.º 4
do artigo 70.º do CIEC, devem cumprir junto da estância aduaneira de controlo da sua área de jurisdição as
seguintes obrigações:
- Apresentar cópia do licenciamento da atividade;
- Indicar as quantidades de álcool rececionadas, com vista à realização daquela operação bem como a
indicação do respetivo fornecedor, o qual deverá ser titular de entreposto fiscal;
- Indicar a data do início do respetivo embalamento com uma antecedência mínima de dois dias úteis.
E ainda:
- Efetuar um registo próprio das quantidades embaladas de álcool com cetrimida para venda ao público;
- Não proceder, no decurso da operação de embalamento, à mistura deste álcool com outros produtos,
nomeadamente cânfora, sob pena de ficarem sujeitos ao pagamento do imposto, nos termos da alínea f) do
n.º 1 do artigo 9.º do CIEC.
O operador IEC, fornecedor das bebidas alcoólicas e do álcool objeto de isenção, deve formalizar a introdução
no consumo através da e-DIC.
A e-DIC isenta, relativa aos Documentos/Referências, deve fazer menção ao número, data de início da
autorização e identificar a Alfândega que concedeu o benefício.
Na e-DIC deve, ainda, ser mencionado um dos códigos de isenção constantes da tabela em vigor.
Os fornecedores deverão manter, junto à contabilidade de existências, em anexo à DIC respetiva, cópia das
autorizações concedidas aos utilizadores.
A alfândega que concedeu a isenção deve proceder à reavaliação periódica dos respetivos pressupostos e
condições, em função dos meios disponíveis, do grau de risco associado à atividade, designadamente
variações acentuadas das quantidades de bebidas alcoólicas e de álcool objeto de isenção, do beneficiário,
relativamente ao qual confirmará o fim atribuído às bebidas alcoólicas e ao álcool isentos, sugerindo-se, a
título indicativo, uma reavaliação anual.
A manutenção da concessão da isenção está dependente do cumprimento das obrigações tributárias,
podendo a Alfândega, em qualquer momento, solicitar aos beneficiários a apresentação de certidões ou
outros documentos que entenda necessários para o efeito.
A autorização poderá ser revogada a qualquer momento, a pedido da entidade requerente ou por decisão do
diretor da alfândega respetiva, quando seja constatada a existência de factos suspensivos ou extintivos da
isenção concedida.
2.7. INCUMPRIMENTO
3. PRODUÇÃO
BASE LEGAL
artigos 66.º a 87.º do CIEC
No caso específico das bebidas alcoólicas, a cópia do documento de licenciamento prevista no CIEC decorre
da aplicação de legislação diversa e reguladora da atividade de produção, armazenagem e comercialização
de produtos vitivinícolas, no âmbito de regulamentação comunitária que estabelece a organização comum
do mercado vitivinícola. A norma em questão é assim mera consequência de uma obrigação não só nacional,
mas sobretudo comunitária que é anterior e prevalece relativamente ao CIEC. O CIEC vem apenas estabelecer
um controlo superveniente da atividade em causa, da mesma forma que estabelece o cumprimento de outras
obrigações relativamente às quais só tem uma intervenção indireta (registo criminal, inexistência de dívidas à
segurança social, atividade económica, etc.).
1) Em casos muito pontuais (por ex. garrafeiras pessoais, feiras artesanais), é possível a produção de
bebidas, efetuada fora de entreposto fiscal.
Para este efeito, deve o interessado apresentar, previamente à produção das respetivas bebidas, um pedido
junto da EAC, juntando a documentação necessária, (autorização do IVDP, e da respetiva Câmara Municipal),
devendo ainda indicar a quantidade de matéria-prima utilizada no processo produtivo e a quantidade de
bebidas produzidas e se possível as taxas de rendimento, com vista a ser apurado o respetivo IEC e
processar-se as DIC casuísticas para a cobrança do IABA relativo às bebidas produzidas nestas condições.
De salientar que, nomeadamente na produção de licores artesanais, se a mesma ocorrer durante o ano para
que a bebida possa ser vendida em várias feiras, essa produção, à partida, deverá ser efetuada em entreposto
fiscal, salvo se não houver instalações próprias para que a mesma possa ser realizada.
2) Ao contrário dos produtos produzidos fora de entreposto fiscal, pode haver simples mistura de dois ou
mais produtos alcoólicos ou destes com produtos não alcoólicos.
O critério determinante para este tipo de bebidas é de que as bebidas alcoólicas utilizadas na mistura tenham
sido comprovadamente objeto de uma prévia introdução no consumo, e que o imposto pago seja sempre
igual ou superior ao imposto que possa ser devido pelo produto resultante da mistura. De contrário,
poderíamos estar em presença de uma fuga ao imposto.
De salientar também, que apenas é permitida a produção de bebidas que, no final do processo de mistura,
mantenham a mesma classificação pautal que possuía(m) a(s) bebida(s) alcoólica(s) utilizada(s) no
processo, não sendo assim possível tal produção se as características técnicas (classificação pautal) do
produto final forem diversas das características técnicas iniciais.
BASE LEGAL
artigo 83.º
Para além das obrigações relativas à constituição e funcionamento dos entrepostos fiscais (artigos 24.º e
26.º), constitui ainda obrigação dos produtores de álcool e de bebidas alcoólicas instruir os respetivos
pedidos de constituição de acordo com os requisitos enumerados no artigo 83.º.
Relativamente às obrigações preceituadas no n.º 2 do artigo 83.º, existem alguns tipos específicos de
produção, de que é exemplo, entre outros, o vinho do Porto, que apresentam especificidades técnicas que
podem originar custos bastante penalizadores para os operadores, custos esses relacionados com o
cumprimento dos requisitos legais estabelecidos, (por exemplo, a aquisição de indicadores de nível para os
depósitos fixos dos EF, quando são utilizados depósitos de natureza diversa, havendo uma grande dificuldade
em instalar escalas nos depósitos mais antigos, construídos em madeira, o que implica, necessariamente, o
recurso a equipamentos dispendiosos e difíceis de encontrar no mercado).
Daí resulta que, por vezes, há dificuldades práticas em submeter certos vasilhames (nomeadamente as
vasilhas de madeira) a um controlo metrológico rigoroso, sendo certo que o armazenamento neste tipo de
vasilhas faz parte do processo de produção e envelhecimento (de que é novamente exemplo o vinho do
Porto), logo suscetível de variações de capacidade que impedem a sua rigorosa aferição.
Relativamente a estas situações, as obrigações em causa resultam diretamente da lei. Não obstante, devem
as estâncias aduaneiras analisar em concreto as especificidades do setor produtivo em causa, podendo
inclusivamente, se assim for considerado necessário, solicitar a colaboração dos respetivos organismos
reguladores, nomeadamente o IVDP, o IVV, as CVR e outros, no sentido de ser encontrada uma solução que,
sendo económica e tecnicamente mais viável para o operador, assegure também o cumprimento da lei.
4. PEQUENAS DESTILARIAS
BASE LEGAL
Artigo 79.º do CIEC
O regime de pequena destilaria traduz-se numa redução de 50% da taxa normal aplicável às bebidas
espirituosas, que os pequenos destiladores produzam e declarem para consumo.
Caso pretendam expedir em regime de suspensão do imposto os pequenos destiladores estão obrigados ao
processamento de e-DA para tal circulação, nos termos do artigo 35.º, ou, em alternativa, ao processamento de
DAS, caso os produtos tenham sido previamente introduzidos no consumo, nos termos do artigo 60.º.
Caso optem pela expedição em regime de suspensão do imposto, a aguardente não beneficia da taxa
reduzida aquando da sua introdução no consumo pelo destinatário.
Constitui também obrigação dos pequenos destiladores o processamento de e-DIC eletrónica nas situações de
introdução no consumo, nos termos do artigo 10.º.
Com efeito, por aplicação do disposto no artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 73/2010, de 21 de junho, que aprovou o
CIEC, é obrigatório o processamento de e-DIC em formato eletrónico, devendo as EAC, dentro da sua
disponibilidade, dar apoio aos operadores quando solicitado.
Esclarece-se, por último, que o processamento de e-DIC eletrónica deve efetuar-se com periodicidade diária e
não (global) mensal, uma vez que o sistema eletrónico apenas permite aquele tipo de entrega para os
produtos com taxa positiva de imposto.
Para efeitos de controlo, as matérias-primas utilizadas e os produtos obtidos, devem ser registados em
formulário aprovado pela AT.
4.2.1. Pequenas destilarias cujo proprietário apenas destila para seu próprio consumo:
Os proprietários das pequenas destilarias devem apresentar junto da EAC os seguintes documentos:
Declaração de início de produção, com a antecedência mínima de trinta dias;
Declaração do final de produção, a apresentar no prazo de 48 horas após o final do período de destilação;
Declaração de compromisso de que a aguardente produzida se destina, exclusivamente, ao seu consumo.
A regularização fiscal da aguardente produzida para autoconsumo (30 litros / ano), deverá ser formalizada
através do processamento de uma e-DIC isenta, processada em nome do titular da destilaria.
Nestes casos, além da entrega eletrónica da e-DIC, deve ser igualmente apresentada na EAC a declaração
respetiva e fotocópia da ficha de existências, devidamente preenchida;
A aguardente declarada para autoconsumo fica dispensada da aposição da estampilha especial prevista no
artigo 86.º.
A regularização fiscal da aguardente produzida que ultrapasse o limite dos 30 litros, está sujeita à taxa
reduzida prevista no n.º 2 do artigo 79.º do CIEC, e a sua introdução no consumo deverá ser efetuada através
do processamento de uma e-DIC, nos termos do artigo 10.º do CIEC.
Os proprietários das destilarias deverão apresentar junto da estância aduaneira de controlo os seguintes
documentos:
Declaração de início de produção, com a antecedência mínima de trinta dias;
Declaração do final de produção, a apresentar no prazo de 48 horas após o final do período de destilação;
Declaração do utilizador da destilaria para autoconsumo.
A aguardente destinada ao autoconsumo dos utilizadores (30 litros / ano /utilizador), deverá ser formalizada
através do processamento de e-DIC global isenta, com periodicidade mensal, processada em nome do titular
da destilaria.
Nestes casos a e-DIC deve ser acompanhada das respetivas declarações.
A aguardente produzida pelas destilarias que ultrapasse o limite referido no número anterior, está sujeita à
taxa reduzida prevista no n.º 2 do artigo 79.º do CIEC, e a sua introdução no consumo deve ser formalizada
mediante o processamento de uma e-DIC, processada em nome do titular da destilaria, entregue nos termos
do artigo 10.º do CIEC, acompanhada da respetiva declaração.
Foi criada uma base de dados local nas EAC, para efeitos de controlo do produto obtido e das respetivas
matérias-primas utilizadas pelas destilarias na produção.
As estâncias aduaneiras devem proceder à introdução na respetiva aplicação, dos dados apresentados pelos
operadores.
As estâncias aduaneiras de controlo devem proceder à selagem e desselagem das unidades de produção, no
final e no início da atividade, após a comunicação do titular da destilaria.
Os destiladores devem ainda prestar-se aos demais controlos que as respetivas EAC considerem conveniente.
Caso se verifique que a produção numa pequena destilaria ultrapassou o limite de 10 hl. de álcool puro
incorporado em bebidas espirituosas, qual o procedimento que deve ser seguido pelas EAC?
Se a produção de bebidas espirituosas destiladas ultrapassar aquele limite, o operador não pode beneficiar
do regime de pequena destilaria. Logo, deve o estatuto ser revogado e o imposto liquidado pela tributação
regra.
Pode beneficiar da isenção até 30 litros uma aguardente que seja produzida num EF que tenha deixado
entretanto de ser pequena destilaria?
Relativamente a esta questão, se a produção de aguardente para terceiros for efetuada ao abrigo do estatuto
de pequena destilaria, beneficia da isenção. Se, por outro lado, a mesma aguardente for produzida em EF que
deixou de ser pequena destilaria, deve-lhe ser aplicada a taxa normal de imposto.
Podem produzir-se licores numa pequena destilaria, e, em caso afirmativo, contam tais produtos para o
cômputo das bebidas espirituosas destiladas produzidas naquela, beneficiando inclusive da redução de 50%
da taxa?
Considerando que se trata de um benefício fiscal que a lei atribui aos pequenos destiladores, não sendo os
licores um destilado, não têm enquadramento nesta norma.
Efetivamente, o artigo 79.º do CIEC fixa, de forma taxativa e cumulativa, os requisitos específicos que os
interessados na obtenção do estatuto de pequena destilaria devem preencher para a obtenção do estatuto.
Deverá o estatuto de pequeno destilador ser revogado, à luz da alínea d) do n.º 2 do artigo 33.º do CIEC,
sempre que se verificam longos períodos (superiores a 2 ou 3 anos) de inatividade da pequena destilaria?
Considerando que um pequeno destilador está obrigado à constituição de entreposto fiscal, aplicam-se as
mesmas regras relativas ao entreposto fiscal aplicáveis aos operadores do regime geral.
O estatuto deve ser igualmente revogado sempre que se constate que foi ultrapassado o limite legal para a
produção.
5. PEQUENAS CERVEJEIRAS
BASE LEGAL
Artigo 80.º do CIEC
São requisitos:
Licenciamento;
Limite de produção anual (ano civil) de 200 000 hl.
O objetivo atinente à taxa reduzida é o de permitir um tratamento fiscal mais favorável às pequenas unidades
produtivas, e abrange a cerveja introduzida no consumo, quer no Continente, quer nas Regiões Autónomas,
independentemente do local de produção;
Um só EF de produção de cerveja, ou dois ou mais EF de produção de cerveja, desde que a produção anual
total não exceda os 200 000 hl.
Independência:
- Jurídica (determinada face à distribuição do capital social da empresa participação inferior a 50% por parte
de outras empresas, impossibilidade de participação na administração de outras empresas);
- Económica (aferida em função da identidade dos administradores e da influência que outras empresas ou
cervejeiras possam exercer sobre ela);
- Não operar sob licença ou por conta de outrem (não operar sob licença ou por conta de outrem, sob
autorização, contrato ou instruções de outras cervejeiras, não operar no âmbito de cessão do direito de
marca ou de propriedade, ou seja, não comercialização em nome de terceiros);
- Contabilística (ter uma contabilidade própria).
O estatuto de pequena cervejeira impõe que o entreposto fiscal de produção de cerveja seja jurídica,
económica e contabilisticamente independente de outras empresas cervejeiras, não sendo compatível com a
detenção, pelo mesmo titular, de outro entreposto fiscal de produção de cerveja.
A concessão do estatuto é da competência do Diretor da Alfândega;
Obrigação de apresentação da previsão de produção até 15 de dezembro para poder beneficiar do estatuto
no ano seguinte;
O estatuto permite exclusivamente a produção de cerveja, não podendo dentro das instalações do entreposto
fiscal, haver lugar à produção de outras bebidas alcoólicas.
O exposto não obsta a que o operador económico possa desenvolver outra atividade produtiva, mantendo o
estatuto de pequena cervejeira, devendo, para o efeito, ser titular de outro entreposto fiscal de produção de
bebidas alcoólicas. Nestes casos, o entreposto fiscal de produção de bebidas alcoólicas pode estar localizado
num espaço contíguo ao do entreposto fiscal de produção de cerveja, desde que seja devidamente delimitado e
mantenha contabilidade de existências própria.
Caso pretendam expedir em regime de suspensão do imposto os pequenos cervejeiros estão obrigados ao
processamento de e-DA para tal circulação, nos termos do artigo 35.º, ou, em alternativa, ao processamento
de DAS, caso os produtos tenham sido previamente introduzidos no consumo, nos termos do artigo 60.º.
Para beneficiar de taxa reduzida de 50% da taxa normal, a cerveja produzida nestas unidades deverá ser
introduzida no consumo pelo respetivo produtor.
Constitui também obrigação o processamento de e-DIC eletrónica nas situações de introdução no consumo,
nos termos do artigo 10.º.
Tratando-se de cerveja destinada ao consumo num espaço fiscal distinto daquele onde é produzida (por
exemplo, uma pequena cervejeira localizada numa Região Autónoma que pretende introduzir a cerveja
produzida no Continente, ou vice-versa), a mesma deve, por regra, ser introduzida no consumo no espaço
fiscal de destino, circulando obrigatoriamente em regime de suspensão do imposto.
Para o efeito, a receção da cerveja no espaço fiscal de destino deve ser efetuada por um operador económico
detentor de um estatuto IEC, o qual introduz no consumo e paga o imposto exigível, podendo este estatuto
ser obtido, para o efeito e cumulativamente, pela empresa com estatuto de pequena cervejeira.
Por exemplo, a receção da cerveja no continente deve ser efetuada por um destinatário registado, cujo
estatuto é detido, cumulativamente, pela empresa com estatuto de pequena cervejeira na Região Autónoma
da Madeira.
Neste caso, o operador económico em causa, titular do estatuto de pequena cervejeira, pode beneficiar da
aplicação da taxa reduzida de imposto que a lei concede, através do mecanismo de reembolso do imposto.
Caso se verifique que a produção numa pequena cervejeira ultrapassou o limite de produção legalmente
fixado, o pequeno cervejeiro não pode beneficiar daquele regime. Logo, deve o estatuto ser revogado e o
imposto liquidado pela tributação regra.
6.1. REQUISITOS
São requisitos:
Inscrição no Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) como pequenos produtores;
Limite máximo de produção média anual 1000 hl de vinho.
6.2. OBRIGAÇÕES
As expedições intracomunitárias devem ser registadas pelo pequeno produtor e ser sempre tituladas pelo
documento de acompanhamento (DA) exigido nos termos do Regulamento n.º CE/436/2009, da Comissão,
de 26 de maio. O DA deve ser emitido pelo operador através de acesso eletrónico disponibilizado pelo IVV;
Os pequenos produtores de vinho não podem proceder a operações de destilação, devendo, neste caso,
solicitar primeiro a atribuição do estatuto de pequeno destilador;
Os pequenos produtores de vinho devem comunicar à sua EAC as expedições intracomunitárias por si
efetuadas;
Os pequenos produtores de vinho devem comunicar à sua EAC as receções de vinho por si efetuadas.
Os depositários autorizados devem identificar a proveniência do vinho que lhes tenha sido remetido por
pequenos produtores, registando tais receções na contabilidade de existências, ficando esse vinho sujeito ao
regime geral.
7. CASOS ESPECIAIS
BASE LEGAL
artigo 82.º n.º 4 do CIEC
As garrafeiras pessoais reportam-se a situações de produção ocasional de diminuta quantidade não existindo
movimentos que exijam a constituição de entreposto fiscal. Esta situação encontra-se dependente de
autorização prévia do IVDP, o qual autoriza anualmente, que alguns viticultores beneficiem da produção de
vinho generoso até 250 l de mosto, adicionado de aguardente vínica, que se destina exclusivamente à
produção de vinho do porto, a título de garrafeira pessoal, para consumo do próprio e dos seus familiares,
não podendo ser-lhe dado outro destino.
Com efeito, tem sido permitido, desde 1993, que a produção de vinho do Porto, produzido a título de garrafeira
pessoal seja efetuada fora de entreposto fiscal, sendo o imposto pago “à cabeça” e devendo o IVDP declarar a
quantidade que cada viticultor pode produzir para que este se dirija previamente à Alfândega para pagar o
respetivo imposto.
Não obstante a existência de pequenos produtores de licor (pequenos licoreiros), que até há pouco se
encontravam dispensados do cumprimento das obrigações impostas pelo CIEC, desde que a sua produção
não ultrapassasse até 1500 litros/ano, tal dispensa não mais se aplica, encontrando-se assim estes
produtores sujeitos às regras do regime geral, ou seja, devem obrigatoriamente possuir o estatuto de
depositário autorizado.
consumo.
BASE LEGAL:
Regulamento de Execução ( UE ) 2018/1880 da Comissão de 30 de novembro;
Artigos 68.º e 69.º do CIEC;
Portaria n.º 172/2021 de 19 de agosto.
A desnaturação do álcool consiste na adição de desnaturante(s) (marca fiscal) ao álcool etílico, de forma
assegurar a aplicação correta das isenções de IABA concedidas ao álcool utilizado em fins industriais ou
para venda ao público para fins terapêuticos e sanitários, com vista a evitar qualquer tipo de fraude, evasão
ou utilização indevida do álcool em questão.
As operações de desnaturação, total ou parcial, do álcool, quer este se destine a fins industriais, quer a fins
terapêuticos e sanitários, devem ser precedidas da apresentação de uma declaração junto da EAC, com a
antecedência mínima de dois dias úteis, devendo a referida declaração ser acompanhada da seguinte
informação:
- Indicação da espécie e volume do álcool a desnaturar;
- Indicação da espécie e quantidade de desnaturante a utilizar;
- Indicação do destino do álcool que se pretende desnaturar.
As operações de desnaturação, total ou parcial, do álcool devem ser efetuadas em entreposto fiscal (de
armazenagem ou de produção), podendo, a título excecional e a pedido do utilizador, a EAC autorizar a
desnaturação nas instalações do utilizador, nos termos dos n.ºs 1 e 2 do artigo 69.º do CIEC.
Em regra, nas operações de desnaturação efetuadas no território do continente, o volume de álcool sujeito a
cada operação não pode ser inferior a 20 hl, sem embargo da EAC poder, mediante pedido fundamentado do
operador, autorizar a desnaturação de quantidades inferiores.
As EAC devem acompanhar as operações de desnaturação do álcool e proceder à colheita de amostras do
álcool a submeter a desnaturação, dos desnaturantes a utilizar e do álcool desnaturado na operação, para
efeitos de análise.
Em situações excecionais, em que a EAC não possa acompanhar as operações de desnaturação, deve o
operador económico proceder à recolha das amostras nos termos atrás referidos e remetê-las à EAC para
serem submetidas a análise.
Sempre que se constate, através de análise efetuada no momento, que o álcool declarado para consumo
com isenção do imposto não se encontra desnaturado nos termos dos diplomas atrás referidos, deverão ser
extraídas amostras do produto para efeitos de análise.
Caso se confirme através do resultado da análise, que o álcool não está desnaturado com os desnaturantes e
proporções fixadas nos respetivos diplomas, há lugar à liquidação e cobrança do imposto como se de
álcool puro se tratasse.
Exemplo 1:
O álcool foi desnaturado com os desnaturantes constantes da Portaria n.º 172/2021, de 19 de agosto, mas
não nas proporções ali fixadas (tal facto altera necessariamente a fórmula). Nestes casos o álcool não
Exemplo 2:
No caso do álcool para fins terapêuticos e sanitários, destinado à venda ao público, desnaturado de acordo
com o preceituado na Portaria n.º 172/2021, de 19 de agosto, em que lhe tenha sido adicionado cânfora
(tal facto altera a fórmula aprovada para a desnaturação deste tipo de álcool), pelo que o mesmo não pode
ser considerado desnaturado para efeitos de tributação.
Nestes casos há lugar à liquidação do imposto como se de álcool puro se tratasse, nos termos conjugados
das alíneas a) e b) do n.º 3 do artigo 67.º e do n.º 1 do artigo 68.º do CIEC.
O exposto é aplicável nos casos de álcool totalmente desnaturado em que não foi respeitada a fórmula
fixada no ponto I do anexo ao Regulamento de Execução (UE) 2018/1880 devendo proceder-se igualmente à
liquidação como se de álcool puro se tratasse.
Em casos especiais, o álcool pode ser objeto de desnaturação através de desnaturante diverso do legalmente
previsto, desde que autorizado pelo diretor da alfândega respetiva.
Pode o operador económico requerer a utilização de um desnaturante aplicável para fim diverso do previsto
ou a autorização de um desnaturante empregue noutro Estado membro, desde que o mesmo assegure os
objetivos fiscais e de proteção da saúde pública.
BASE LEGAL:
Regulamento (CE) n.º 110/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de janeiro, artigo 2.º, referencia
anexo II;
Artigo 86.º do CIEC;
Portaria n.º 117/2015, de 30 de abril, com a alterações da Portaria nº 308-A/2017, de 20 de outubro.
A exigência de marcas fiscais visa garantir o cumprimento das obrigações fiscais no território nacional,
prevenindo a concorrência desleal ou a comercialização ilícita destes produtos, as quais prejudicam os
operadores económicos diligentes e cumpridores.
Nestes termos, tendo em atenção os montantes de imposto que importa acautelar, no que respeita às
bebidas espirituosas definidas no Regulamento (CE) n.º 110/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, 15
de janeiro de 2008, face ao seu elevado teor alcoólico e consequentemente, uma elevada tributação, foi
criada uma estampilha especial para aplicação nas referidas bebidas.
Esta estampilha especial tem uma dupla finalidade: é uma marca fiscal, porque comprova a regular introdução
no consumo da bebida em questão, e consequente boa cobrança do respetivo IEC; e, por outro, comprova
ainda a qualidade, genuinidade ou denominação de origem das bebidas alcoólicas em questão, controlo este
efetuado pelas entidades competentes.
8.2.1. Sujeição
Estão sujeitas a selagem, as bebidas espirituosas definidas no artigo 2.º do Regulamento (CE) n.º 110/2008,
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de janeiro (artigo 66.º, nº 2, alínea m) do CIEC), desde que
destinadas a ser introduzidas no consumo no território nacional, com exclusão das embalagens de bebidas
espirituosas com capacidade inferior a 0,20 litros, designadas por miniaturas. Esta regra está de acordo com
as exigências estabelecidas Decreto-Lei n.º 199/2008, de 8 de outubro.
É ainda de salientar que a capacidade de 0,20 litros contemplada no diploma atrás referido foi objeto de
atualização na Portaria n.º 117/2015, de 30 de abril. Esclarece-se ainda que, para efeitos de aplicação da
referida Portaria n.º 117/2015, as embalagens com capacidade igual a 200 ml estão excluídas da obrigação
de selagem.
8.2.2. Modelos
Os modelos de estampilhas especiais a que se refere o n.º 1.º do artigo 86.º do CIEC são dois, e constam do
anexo I da Portaria n.º 117/2015, de 30 de abril.
8.2.3. Fornecimento
As estampilhas especiais são vendidas pela Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), à AT, e são fornecidas
pela Direção de Serviços de Gestão de Recursos Financeiros da AT aos organismos a seguir indicados:
Autoridade da Segurança Alimentar e Económica (ASAE);
Comissões Vitivinícolas Regionais, reconhecidas como entidades certificadoras (CVR);
Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira, I.P. (IVBAM);
Direção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade (DRAIC).
8.2.3. Requisitantes
Antes da introdução no consumo, as estampilhas deverão ser apostas nas respetivas embalagens, nos
seguintes locais:
O controlo da utilização das estampilhas especiais é efetuado através das contas correntes, uma por cada
operador, inseridas na aplicação SICES.
É de referir que, por força do estipulado no n.º 2 do artigo 7.º da Portaria n.º 117/2015, de 30 de abril, a INCM
só pode fornecer as novas estampilhas especiais, cujos modelos obedeçam aos requisitos fixados no anexo
desta portaria. No entanto, os operadores que ainda tenham em stock os modelos de estampilhas previstas
nos anexos I das Portarias n.ºs 1631/2007 e 52/2012, podem continuar a utilizá-las, após esta data e até ao
esgotamento das mesmas.
As bebidas espirituosas já existentes no mercado, que tenham aposta um dos modelos de estampilhas atrás
referidos, devem ser consideradas em situação regular.
São consideradas em situação irregular as bebidas espirituosas que não tenham aposta a estampilha
especial, aprovada pela Portaria n.º 701/2003 de 1 de agosto, e que tenham sido introduzidas no mercado em
data anterior à entrada em vigor da referida portaria. Para efeitos de regularização fiscal destas bebidas deverá
ter-se em conta duas situações:
As garrafas que tenham apostos os selos antigos em uso antes da estampilha instituída pela Portaria n.º
701/2003, devem ser apreendidas, instaurado o respetivo processo de infração por violação do n.º 8 do
artigo 86.º do CIEC e da Portaria n.º 117/2015. A situação ficará regularizada com o pagamento da coima e
com a aquisição das estampilhas especiais para oposição nas garrafas, a qual deve ser efetuada sob controlo
aduaneiro;
Nos casos em que as garrafas não tenham aposta a estampilha especial nem os selos antigos, para além
dos procedimentos atrás referidos, deverá ainda ser liquidado o respetivo imposto. Neste caso, a estância
aduaneira deve informar a ASAE da situação em que as bebidas se encontram, para aquele organismo poder
agir em conformidade.
Quando o imposto for exigível nos termos do n.º 5 do artigo 86.º do CIEC, a taxa das bebidas espirituosas
prevista no n.º 2 do artigo 76.º deve ser aplicada em função do produto a que as estampilhas especiais em
falta se destinavam e do teor alcoólico desse produto, habitualmente comercializado pelo operador
económico.
Sempre que não seja possível determinar o produto a que se destinavam as estampilhas especiais, o imposto é
calculado em função do produto com maior teor alcoólico comercializado pelo operador económico, nos
termos do n.º 7 do artigo 86.º do CIEC.
SECÇÃO II
BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS (BNA)
BASE LEGAL:
Portaria n.º 32/2017, de 18 de janeiro.
1. INCIDÊNCIA OBJETIVA
Estão sujeitos a imposto:
a) As bebidas destinadas ao consumo humano, adicionadas de açúcar ou de outros edulcorantes, abrangidas
pelo código NC 2202.
A presente posição abrange as BNA tal como são definidas na Pauta Aduaneira, exceto as compreendidas
em outras posições, em particular nas posições 2009 (Sumos) ou 2201 (Águas minerais e águas gaseificadas,
sem adições) e inclui, nomeadamente:
Bebidas tais como refrescos ou refrigerantes, cola, laranjadas ou limonadas, constituídas por água potável
comum, com açúcar ou outros edulcorantes, e adicionados, por vezes, de ácido tartárico e de ácido cítrico.
Estas bebidas são frequentemente tornadas gasosas, por meio de dióxido de carbono. Apresentam-se
quase sempre em garrafas ou em outros recipientes fechados hermeticamente;
Águas minerais (naturais ou artificiais) adicionadas de açúcar ou de outros edulcorantes;
Outras bebidas não alcoólicas, exceto sumos (sucos) de frutas ou de produtos hortícolas da posição 2009.
Recomenda-se a consulta da legislação especial aplicável, designadamente:
– Decreto-Lei n.º 288/94, de 14 de novembro;
– Portaria n.º 703/96, de 6 de dezembro, alterada pela Portaria n.º 1296/2008, de 11 de novembro, aplicável a
todas as bebidas refrigerantes, com exceção das que se destinam a uma alimentação especial;
– Regulamento (UE) n.º 1169/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2011, relativo à
prestação de informação aos consumidores sobre os géneros alimentícios.
b) As bebidas abrangidas pelos códigos NC 2204, 2205, 2206 e 2208, com um teor alcoólico superior a 0,5%
2. ISENÇÕES
ISENÇÕES COMUNS
(artigo 6.º do CIEC)
Os produtos sujeitos a IEC, incluindo as BNA, estão isentos sempre que se destinem a:
Ser fornecidos a embaixadas, consulados e organizações internacionais (por exemplo NATO);
Ser exportados ou expedidos com destino a outro Estado membro;
Ser consumidos como abastecimentos de bordo, em aeronaves ou embarcações operando a partir de
aeroportos e portos situados em território nacional.
ISENÇÕES ESPECÍFICAS
(artigo 87.º-B do CIEC)
b) Sumos e néctares de frutos e de algas ou de produtos hortícolas e bebidas de cereais, amêndoa, caju e
avelã:
Esta isenção abrange os produtos sujeitos a taxa reduzida do IVA, abrangidos pela verba 1.11 da Lista I do
CIVA (Sumos e néctares de frutos e de algas ou de produtos hortícolas e bebidas de cereais, amêndoa, cajue
avelã sem teor alcoólico), incluindo:
– Bebidas à base de fruta de casca rija do Capítulo 08 e cereais do Capítulo 10 ou sementes do Capítulo 12
(NC 2202 99 15 00).
Por regra, os sumos de frutas estão abrangidos pela posição NC 2009 (por conseguinte, excluídos do
imposto). Todavia, de acordo com as notas do Capítulo 20 da Pauta Aduaneira, se contiverem menos de
50%, em peso, de sumo de frutas podem perder o seu carácter original da posição 2009, devendo ser
classificadas na posição 2202: estas bebidas beneficiam da isenção.
Recomenda-se a consulta da legislação especial aplicável, designadamente:
– Decreto-Lei n.º 225/2003, de 24 de setembro, retificado pela Declaração de Retificação n.º 18/2003, de 21
de novembro, e alterado pelos Decretos-Lei n.º 101/2010, de 21 de setembro, e 145/2013, de 21 de outubro.
–
c) Bebidas consideradas alimentos para as necessidades dietéticas especiais ou suplementos dietéticos:
Recomenda-se a consulta da legislação especial aplicável, designadamente:
– Decreto-Lei n.º 216/2008, de 11 de novembro, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º
1999/21/CE, da Comissão, de 25 de março, relativa aos alimentos dietéticos destinados a fins medicinais
específicos;
– Decreto-Lei n.º 74/2010, de 21 de junho, relativo aos géneros alimentícios destinados a uma alimentação
especial;
– Decreto-Lei n.º 64/2011, de 9 de maio, que autoriza a utilização nos géneros alimentícios de novos aditivos
alimentares.
d) Bebidas cuja mistura final resulte da diluição e adicionamento de outros produtos não alcoólicos a
concentrados sob a forma de xarope ou pó, desde que seja demonstrada a liquidação do imposto sobre
aqueles concentrados:
Esta isenção visa evitar situações de dupla tributação, em particular de produtos já tributados que sejam
posteriormente utilizados como matéria-prima de novos produtos.
Regime:
Os operadores económicos de BNA isentas estão dispensados das obrigações relacionadas com a produção,
circulação e controlo, previstas na Portaria n.º 32/2017, de 18 de janeiro, exceto:
Para efeitos de contabilização da despesa fiscal, os operadores económicos devem processar uma
declaração de introdução no consumo (e-DIC), com periodicidade semestral, com a indicação das
quantidades introduzidas no consumo.
3. PROCEDIMENTOS
No caso de bebidas exclusivamente adicionadas de outros edulcorantes que não açúcar, a taxa aplicável é a
prevista na alínea a) do n.º 2 do artigo 87.º-C;
Presume-se que o total de açúcar incorporado nas bebidas é adicionado. No caso de bebidas que contenham
açúcares naturalmente presentes na fruta, cuja quantidade se revele determinante para a correta aplicação
da taxa do imposto, cabe ao operador económico ilidir a presunção, declarando junto da EAC.
Não são aplicáveis à concessão do estatuto de depositário autorizado de BNA, os requisitos previstos nos
artigos 23.º e 24.º do CIEC, salvo se expressamente previstos na Portaria n.º 32/2017.
O depositário autorizado deve manter atualizada, no entreposto fiscal, uma contabilidade das existências em
sistema de inventário permanente, com indicação da sua proveniência, destino e os elementos relevantes
para o cálculo do imposto (teor de açúcar/taxa de rendimento).
No caso de EFP de BNA, podem ser recebidas e armazenadas bebidas que não tenham sido produzidas
nesse entreposto.
Para efeitos de autorização do Entreposto Fiscal de Produção, o requerente deve ainda:
Exercer a atividade económica de fabricação de BNA, designadamente a abrangida pelo CAE 11072,
mencionada a título exemplificativo. Este requisito é verificado pela EAC através de consulta às bases de
dados da AT, dispensando o interessado da apresentação da respetiva certidão ou documentação específica;
Apresentar as taxas de rendimento, nos termos da alínea b) do n.º 2 do artigo 5.º da Portaria n.º 32/2017.
Para o efeito, deve declarar a respetiva ficha técnica, por produto, marca, sabor ou embalagem, indicando:
– A quantidade de açúcar ou outros edulcorantes adicionados; e
– Tratando-se dos concentrados, o número de hectolitros de produto acabado que resulte da diluição e
adicionamento de outros produtos para a preparação da mistura final;
Apresentar cópia da planta das instalações com delimitação da área afeta a BNA, que se encontrem em
suspensão do imposto;
Possuir equipamentos e sistema informático de registo, ou outro meio adequado, que permita um controlo
eficaz da quantidade produzida e armazenada;
Manter informação atualizada sobre a produção, designadamente sobre as taxas de rendimento, e comunicarà
EAC, com periodicidade trimestral, eventuais alterações ou divergências que sejam detetadas.
Tratando-se de Entreposto Fiscal de Armazenagem, o requerente deve apresentar:
Prova de estar habilitado a exercer a atividade de venda por grosso de bebidas não alcoólicas, exceto nos
casos em que a atividade principal do operador seja a prestação de serviços de armazenagem.
Este requisito é verificado pela EAC através de consulta às bases de dados da AT, dispensando o interessado
da apresentação da respetiva certidão ou documentação específica;
Previsão média mensal da quantidade de BNA que estima receber em suspensão do imposto, tendo em
vista determinar o montante da garantia a prestar;
Declarar a respetiva ficha técnica, nos termos do ponto 2.1;
Cópia da planta das instalações com delimitação da área afeta a BNA, que se encontram em suspensão do
imposto.
No caso de autorização dos destinatários registados, o requerente deve apresentar:
Prova de estar habilitado a exercer uma atividade económica que inclua a comercialização de BNA.
Este requisito é verificado pela EAC através de consulta às bases de dados da AT, dispensando o interessado
da apresentação da respetiva certidão ou documentação específica;
Previsão média mensal dos produtos a rececionar, tendo em vista determinar o montante da garantia a
prestar nos termos do artigo 56.º do CIEC;
Declarar a respetiva ficha técnica, nos termos da alínea b) do ponto 2.1;
Identificar os locais de receção dos produtos.
CAPÍTULO II
IMPOSTO SOBRE OS PRODUTOS PETROLÍFEROS E
ENERGÉTICOS (ISP)
1. INCIDÊNCIA
BASE LEGAL
Artigo 88.º
Regra geral
A regra geral de incidência do ISP é a da utilização dos produtos como carburantes ou como combustíveis. O
que é que se entende por uso como carburante e uso como combustível?
Uso como carburante: a utilização de um produto como combustível em qualquer tipo de motor não
estacionário, independentemente de funcionar por explosão ou por combustão;
Uso como combustível: a utilização de um produto, através de combustão, desde que tal não seja considerado
uso como carburante.
Para efeitos deste imposto, são produtos petrolíferos e energéticos os produtos 76 que constam do elenco do
n.º 2 do artigo 88.º do CIEC, e que são, de forma não exaustiva:
Os produtos abrangidos pelos códigos NC 1507 a 1518, quando destinados a serem utilizados como
carburante ou como combustível (óleos vegetais e outros);
Os produtos abrangidos pelos códigos NC 2701, 2702 e 2704 a 2715:
2701, 2702 e 2704 – carvão e coque;
2705 - Gás de hulha, gás de água, gás de ar, exceto gases de petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos;2706
- Alcatrões de hulha, de linhite ou de turfa e outros alcatrões minerais;
2707 - Óleos e outros produtos provenientes da destilação dos alcatrões de hulha a alta temperatura e
produtos análogos, em que os constituintes aromáticos predominem, em peso, relativamente aos
76 Os códigos NC previstos no CIEC e legislação complementar têm por base os códigos NC identificados na Diretiva 2003/96/CE do Conselho, de
27 de outubro de2003, que reestrutura o quadro comunitário de tributação dos produtos energéticos e da eletricidade e na Decisão de Execução
(EU) 2018/552, da Comissão de 6 de abril de 2018. Não obstante, deve ter-se presente que, para efeitos de classificação dos produtos e do
sistema declarativo, são aplicáveis os códigos NC previstos no Regulamento (CEE) n.º 2658/87 do Conselho, de 23 de julho de 1987, relativo à
nomenclatura pautal e estatística e à pauta aduaneira comum, e respetivas alterações (n.º 2 do artigo 5.,º do CIEC)
BASE LEGAL
Artigo 96.º do CIEC
Operações no decurso das quais sejam obtidas pequenas quantidades de produtos petrolíferos e energéticos
como subprodutos (artigo 96.º, n.º 2, alínea a));
Operações mediante as quais o utilizador de um produto petrolífero e energético torne possível a sua
reutilização na sua própria empresa, desde que os montantes do imposto já pagos sobre esse produto não
sejam inferiores ao montante do imposto devido, se o produto reutilizado fosse de novo sujeito a esse
imposto (artigo 96.º, nº 2, alínea b));
Operação de mistura, fora de um estabelecimento de produção ou de um entreposto aduaneiro, de produtos
petrolíferos e energéticos com outros produtos petrolíferos e energéticos ou outras substâncias, desde que
(artigo 96.º, n.º 2, alínea c)):
- O imposto das substâncias de base tenha sido pago anteriormente;
E
- O montante pago não seja inferior ao montante do imposto devido por essa mistura, não sendo a primeira
condição aplicável quando a mistura esteja isenta em função de um destino especial.
São sujeitos passivos do imposto, para além do depositário autorizado e do destinatário registado: Os
comercializadores de eletricidade e de gás natural;
Os comercializadores para a mobilidade elétrica;
BASE LEGAL
Artigo 89.º do CIEC
Artigo 90.º do CIEC
Artigo 93.º do CIEC
Portaria n.º 50/2020, de 27 de fevereiro 77
Portaria n.º 840/2010, de 2 de setembro 78
Portaria nº 74/2019, de 8 de março
ART. 89.º N.º 1 utilizados como matérias-primas industriais 79, com Reconhecimento Utilizadores
AL. A) exclusão dos óleos lubrificantes Alfândegas isentos
autorizados
Companhias
ART. 89.º N.º 1 utilizados na navegação aérea, com exclusão da aéreas que
AL. B) Automático
aviação de recreio privada abastecem em
Portugal
Navegação
Reconhecimento costeira e interior
consumidos na navegação marítima costeira e interior,
Alfândegas / Pesca e
ART. 89.º N.º 1 pesca e a aquicultura, com exclusão da navegação de Serviços centrais aquicultura
AL. C)
recreio privada - gasóleo e fuelóleo (pesca e
aquicultura) Navegação
marítimo- turística
Empresas, cujo
objeto é a
utilizados na produção de eletricidade, cogeração ou produção
ART. 89.º N. º 1 80 Reconhecimento combinada de
produção de gás de cidade - carvão, coque, fuelóleo eletricidade ou de
AL. D) Alfândegas
gases de petróleo e gasóleo81 eletricidade e
calor ou gás de
cidade
ART. 89.º N. º 1 utilizados nos transportes públicos - gases de petróleo Reconhecimento Empresas de
AL. E) Alfândegas transporte público
incluindo o gás natural
77 Regulamenta as formalidades e os procedimentos aplicáveis ao reconhecimento e controlo das isenções e das taxas reduzidas previstas,
respetivamente, no n.º 1 do artigo 89.º e no n.º 3 do artigo 93.º 186-A/2022, de 21 de julho)
78
Regulamenta as formalidades e procedimentos de controlo do benefício fiscal aplicável aos motores frigoríficos previsto na alínea f) do n.º 3 do
artigo 93.º do CIEC
79 Inclui o gás natural, com a alteração produzida pela Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro
80 Inclui o gás natural, com a alteração produzida pela Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro
81 No caso do gasóleo apenas quando consumido nas regiões autónomas
82 Inclui o gás natural, com a alteração produzida pela Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro
Pequenos
Reconhecimento
Biocombustíveis puros produzidos por pequenos produtores
ART.º 90.º, N.º1 DGEG/AT-Serviços
dedicados de
produtores dedicados centrais
biocombustíveis
Operadores
Reconhecimento
ART.º 90.º, Biocombustíveis avançados e gases de origem económicos que
ENSE/AT –
N.º 11 renovável introduzem BA e
Serviços centrais
GOR no consumo
Agricultores
inscritos na
DGADR e titulares
ART. 93.º N.º 3 Gasóleo colorido e marcado utilizado em equipamentos Reconhecimento de licenças de
AL. A) E C) agrícolas, florestais, pesca com a arte-xávega e Serviços centrais exploração
aquícolas – Taxa reduzida aquícolas
inscritos na DGRM
ou ICNF, IP
ART. 93.º N.º 3 Gasóleo colorido e marcado utilizado em motores fixos Reconhecimento Proprietários de
Alfândegas motores fixos
AL. E) para produção de energia – Taxa reduzida
O reconhecimento e a manutenção dos benefícios fiscais previstos estão sujeitos à verificação e comprovação
dos pressupostos e das condições legalmente exigidas, nomeadamente, o exercício de atividade declarada e
2.1.1. Competência
83
Alterações introduzidas pela Lei nº 66-B/2012 de 31/12 (OE/2013).
84 Cf. Artigos 3.º, 15.º, 22.º, 28.º, 32.º, 35º, 40.º e 50.º da Portaria n.º 50/2020 de 27 fevereiro.
85 Com exceção da eletricidade utilizada para produzir eletricidade e para manter a capacidade de produzir eletricidade e do gás natural utilizado para
trólei.
87 Consoante se trate de equipamentos afetos à aquicultura em meio marítimo (DGRM) ou em meio fluvial (ICNF).
2.1.2. Pedido
O pedido de reconhecimento do benefício fiscal deve ser formalizado pelos operadores económicos
(destinatários isentos) e apresentado junto da entidade competente, tendo em conta o referido no ponto
anterior.
Para os benefícios previstos na alínea a) do número anterior deverá ser preenchido o formulário “Benefício
Fiscal ao consumo de produtos sujeitos a ISP” (modelo 200.1).
Para os benefícios sobre a utilização da eletricidade deverá ser preenchido o formulário “Pedido de isenção
do ISP sobre a eletricidade” (modelo 295.1).
Do formulário deve constar o Código do Ponto de Entrega (CPE) associado ao fornecimento de eletricidade
para um fim isento. No caso de haver múltiplos pontos de entrega, devem ser identificados no pedido todos
os CPE abrangidos pela isenção, utilizando-se para esse fim, se necessário, o anexo ao formulário.
Para os benefícios sobre a utilização do gás natural deverá ser preenchido o formulário “Pedido de isenção
do ISP sobre o gás natural” (modelo 297.1).
Do formulário deve constar o Código Universal de Identificação (CUI) associado ao fornecimento de gás
natural para um fim isento. No caso de haver múltiplos pontos de entrega, devem ser identificados no pedido
todos os CUI abrangidos pela isenção, utilizando-se para esse fim, se necessário, o anexo ao formulário.
Os formulários acima referidos constam do site da AT.
São reconhecidas oficiosamente as isenções previstas nas alíneas f) do n.º 1 e e) do n.º 2, ambas do artigo
89.º do CIEC, para empresas abrangidas pelo CELE ou por ARCE na sequência de comunicação nesse sentido
da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ou da DGEG, respetivamente, não sendo nestas situações
necessária a apresentação de pedido de isenção.
Os pedidos de benefício devem ser instruídos com os documentos comprovativos da verificação dos
pressupostos para cada um dos benefícios em causa sem prejuízo de outros considerados necessários
pelas autoridades competentes.
No caso de benefícios fiscais a atividades económicas sujeitas a licenciamento, deve ainda ser apresentada
fotocópia do documento de licenciamento.
Os beneficiários cuja atividade esteja legalmente dispensada de licenciamento, deverão declará-lo no pedido
formulado 88.
Para além dos documentos de caráter geral atrás referidos, os pedidos devem ainda ser acompanhados dos
documentos complementares previstos nos respetivos formulários.
88 No caso dos motores fixos utilizados por particulares (ex. geradores em habitações), devem ser exigidos apenas os documentos previstos no artigo
51.º da Portaria n.º 50/2020, uma vez que o objeto do benefício em causa, são os motores fixos que se destinem à produção de energia que se
encontrem instalados em plataformas inamovíveis (alínea e) do n.º 3 e no n.º 7 do artigo 93.º do CIEC). No caso de motores fixos utilizados no
âmbito de atividade económica deverá a mesma estar devidamente declarada e licenciada, nos termos da legislação aplicável.
2.2. REAVALIAÇÃO PERIÓDICA DOS PRESSUPOSTOS E DAS CONDIÇÕES DOS BENEFÍCIOS FISCAIS
Os benefícios fiscais estão sujeitos a reavaliação periódica tendo em vista confirmar a manutenção das
condições e dos pressupostos verificados à data do reconhecimento.
Para o efeito, devem os serviços competentes, de preferência com a utilização de informação existente nas
bases de dados a que tenham acesso, e sem prejuízo da solicitação aos interessados de informação adicional e
específica que venha a revelar-se necessária, verificar se houve alterações ao nível dos pressupostos
específicos do benefício em causa bem como das condições legalmente exigíveis, que obstem à sua
manutenção.
Apenas poderão ser mantidos os benefícios em relação aos quais se mostrem reunidas todas as condições
verificadas, quer à data do reconhecimento, quer à data da sua reavaliação 90.
Nos benefícios concretizados mediante a utilização de gasóleo colorido e marcado (GCM), deve igualmente
ser considerada a informação constante da base de dados gerida pela DGADR, através da qual é possível
aceder a informação fundamental para efeitos de controlo dos beneficiários e das quantidades de produtos
adquiridas, desencadeando-se ações de natureza fiscalizadora nas situações em que se constate a
ultrapassagem dos plafonds e procedendo-se a ajustamentos destes sempre que se mostre justificado.
Cabe aos beneficiários comprovar o preenchimento dos pressupostos do benefício em causa, nomeadamente, a
utilização dos produtos tributáveis para determinado fim, se deste tiver dependido a sua tributação reduzida ou
nula, devendo manter todos os documentos comprovativos dessa utilização durante os prazos legais e exibi-
los sempre que tal lhe seja solicitado.
A constatação da violação dos pressupostos dos benefícios fiscais pode constituir fundamento de:
Revogação do benefício, após o cumprimento da formalidade prevista na alínea c) do n.º 1, do artigo 60.º da
LGT (audição prévia);
Instauração de procedimento por infração tributária 91;
Liquidação do imposto, com fundamento na alínea f), do n.º 1 do artigo 9.º e artigo 11.º do CIEC 92.
89 Alíneas b) e c) do artigo 7º da Portaria n.º 50/2020 e alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 4.º da Portaria n.º 840/2010.
90 Por exemplo, não basta a inscrição no cadastro de atividade, é necessário que a mesma se encontre ativa à data do pedido / reavaliação
91 Artigo 109.º do RGIT.
92 Conjugados com o n.º 2 do artigo 11.º da Portaria n.º 50/2020 ou com o n.º 2 do artigo 7.º da Portaria n.º 840/2010, consoante o caso.
A inobservância, imputável aos beneficiários, das condições legalmente exigidas, pode constituir fundamento
de revogação do benefício, com base no disposto nos artigos 13.º e 14.º do EBF, conjugado com o artigo 11.º
da Portaria n.º 50/2020 ou com o n.º 1 do artigo 7.º da Portaria n.º 840/2010.
Para o efeito, deverá o beneficiário, numa primeira fase, ser notificado nos termos do disposto na alínea c) do
n.º 1 do artigo 60.º da LGT (direito de audição prévia). Se, no prazo fixado, não for demonstrado o cumprimento
da obrigação em falta, deverá proceder-se à revogação do benefício, com fundamento nas normas legais
acima referidas.
embarcação afeta e que cumpra os requisitos da atividade para a qual foi solicitado o beneficio, e, no caso dos motores fixos, o reconhecimento
depende de vistoria de cada motor para confirmar, se estão reunidas as condições previstas no n.º 7 do artigo 93.º do CIEC, bem como avaliar da
razoabilidade da estimativa apresentada, nos termos da alínea c) do artigo 51 da portaria.
BASE LEGAL
Artigo 89.º, n.º 1, alínea a) do CIEC
Portaria n.º 50/2020, de 27 de fevereiro
Beneficiam de isenção de ISP os produtos petrolíferos e energéticos destinados a uso diferente de carburante
ou combustível, vulgarmente designados por matérias-primas industriais.
Está em causa a utilização de produtos petrolíferos e energéticos como matéria-prima num processo
industrial de fabrico ou a utilização dos referidos produtos em uso diferente de carburante ou combustível,
ainda que numa atividade não industrial (p.ex. utilização em oficinas de automóveis para a lavagem de
peças). Abrange igualmente a atividade de acondicionamento para a venda a retalho.
Os produtos transformados resultantes da atividade de um utilizador isento autorizado, destinados aos seus
clientes devidamente identificados (sistema contabilístico), estão abrangidos pelo artigo 14.º da portaria
e como tal isentos de imposto, desde que utilizados em uso diferente de carburante ou combustível.
Os beneficiários desta isenção, utilizadores dos produtos em causa devem solicitar na alfândega competente a
isenção de ISP utilizando para o efeito o formulário 200.1., ficando em consequência registados como
destinatários isentos (DII).
As DIC de produtos petrolíferos e energéticos destinados a utilização como matérias-primas, têm de indicar
na casa apropriada (casa 4), o destinatário do produto, o qual tem, obrigatoriamente, de ser titular de
autorização de utilizador isento (registado no GIS como DII).
Inclui-se nesta isenção a atividade de acondicionamento para venda a retalho (a clientes não identificáveis), de
alguns produtos destinados a uso diferente de carburante ou combustível, que não tenham sido submetidos
a processo de transformação ou de mistura (em estado puro), em embalagens com capacidade máxima
unitária até 10 kg / l.
Considera-se acondicionamento para a venda a retalho, o pré-embalamento dos referidos produtos em
quantidades ou capacidades unitárias máximas de 10 kg / l, nos termos definidos na legislação relativa às
condições gerais de comercialização dos produtos 96.
Após o acondicionamento/embalagem, os produtos destinados à venda a retalho deixam de estar sujeitos
aos condicionalismos exigíveis para as restantes matérias-primas, podendo ser colocados à disposição dos
clientes finais em diversos locais (venda ao público).
Para efeitos de controlo, foram estabelecidas regras a observar na comercialização dos mesmos, com o
propósito de inviabilizar a aquisição de grandes quantidades de produtos por sujeitos passivos que não
reúnam as condições legais da isenção em causa. Tais regras consubstanciam-se no seguinte:
Estão excluídos da isenção prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 89.º do CIEC (parte final), os óleos
lubrificantes classificados pelos códigos NC 2710 19 81 a 2710 19 99.
No entanto, os óleos classificados pelo código NC 2710 19 99 que não tenham função lubrificante, podem
beneficiar de isenção.
A admissibilidade de isenção decorre do facto de o código NC 2710 19 99 sob a designação “Outros óleos
lubrificantes e outros” abranger, para além dos óleos lubrificantes (não passíveis de isenção) outros óleos
que não são lubrificantes ou não têm função lubrificante (passíveis de isenção quando utilizados como
matérias-primas). Apenas estes (outros óleos sem função lubrificante) quando utilizados em uso diferente
de carburante ou combustível, podem beneficiar da isenção prevista na alínea a) do n.º 1, do artigo 89.º do
CIEC.
Para além das obrigações genéricas fiscais de natureza contabilística que recaem sobre os sujeitos passivos
de imposto, a portaria exige ainda a instituição de registos contabilísticos específicos para os produtos que
beneficiam de isenção do ISP ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 89.º do CIEC.
Para os produtos classificados pelos códigos NC 2712 00 00, 2713 20 00, 2713 90 10, 2710 90 90, 2714 10
00, 2714 90 00 e 2715 00 00, é dispensado o cumprimento das obrigações em matéria de registos
contabilísticos.
Assim, os destinatários destes produtos, têm igualmente de ser titulares de autorização de utilizador isento
(registados no GIS como DII) e no caso de DIC processadas nos termos do n.º 4 do artigo 10.º do CIEC (DIC
globais/mensais), estas passam igualmente a ser processadas por destinatário isento.
Por designação comercial, deverá entender-se designação ou identificação do produto para fins aduaneiros,
que não deve ser confundido com a “marca do produto”. Assim, ao código NC do produto deve estar associada a
designação/identificação comum do produto independentemente da sua marca ou fabricante 97.
BASE LEGAL
Artigo 89.º, n.º 1, alínea b), do CIEC
A alínea b) do n.º 1 do artigo 89.º do CIEC isenta do ISP os produtos petrolíferos e energéticos que sejam
fornecidos para consumo na navegação aérea, com exceção da aviação de recreio privada.
2.4.1. Tributação dos carburantes consumidos pela aviação de recreio privada. Procedimentos de aplicação
Os procedimentos visando a tributação dos voos de recreio privados que abasteçam nos aeroportos e
aeródromos do Continente e das Regiões Autónomas, são os seguintes:
a) Estão sujeitos ao ISP os produtos petrolíferos e energéticos fornecidos tendo em vista o seu consumo na
aviação de recreio privada, independentemente do destino do voo;
b) Entende-se por “aviação de recreio privada” a utilização de uma aeronave pelo seu proprietário ou por
uma pessoa singular ou coletiva que a possa utilizar mediante aluguer ou a outro título, para fins não
comerciais e, em especial, para fins que não sejam o transporte de pessoas ou de mercadorias ou a prestaçãode
serviços a título oneroso ou no interesse das autoridades públicas;
c) Assim, não se enquadram na definição de “aviação de recreio privada”, estando por isso isentos:
Os voos com fins comerciais;
Os voos de transporte de pessoas ou de mercadorias;
Os voos de prestação de serviços a título oneroso ou no interesse das autoridades públicas;
d) São exemplos de utilização de aeronaves (incluindo os helicópteros) para fins comerciais ou no interesse
de autoridades públicas, logo isentos, as seguintes atividades:
Transporte aéreo – de passageiros, cargas e correio; Voo “Charter”; Táxi Aéreo;Trabalho Aéreo:
Fotografia e filmagem aérea;Prospeção geológica;Trabalho agrícola; Reboque de mangas de publicidade;
Transporte e colocação de carga suspensa; Construção (projetos de construção); Trabalhos em linhas de
alta tensão; Combate a incêndios; Vigilância contra incêndios; Busca e salvamento; Emergência médica;
Voos com fins humanitários; Voos de Estado e Militares; Voos executivos (corporate aviation) e turísticos;
Acrobacia aérea (a título oneroso); Observação panorâmica (a título oneroso); Lançamento de
paraquedistas; Voos de teste, treino e instrução;Voos de experiência e / ou ensaio.
2.4.2. Formalidades
a) Nos Aeroportos:
As companhias abastecedoras de combustíveis devem adaptar as respetivas guias de abastecimento
(delivery certificate), de forma a incluírem um novo campo com uma declaração do seguinte teor: “A aeronave
abastecida não realiza aviação de recreio privada”.
A referida declaração é assinada pelo piloto ou pelo representante do operador aéreo, sempre que a aeronave
não se destine a efetuar um voo de recreio privado. O preenchimento deste campo, permite às companhias
abastecedoras de combustíveis identificar os abastecimentos sujeitos ao pagamento de ISP ou dele isentos.
A veracidade da declaração deve ser confirmada pelas companhias abastecedoras de combustíveis com
base na informação contida nos seguintes documentos:
Formulário de tráfego (traffic form), relativamente à natureza do voo (campo 3.2) e tipo de operação (3.4) 98;
Certificado de matrícula (certificate of registration), no que se refere ao proprietário 99;
Certificado de navegabilidade (certificate of airworthiness), no que se refere às modalidades de operação
permitidas à aeronave 100.
Para efeitos do disposto no parágrafo anterior, os serviços da alfândega competente, recetores dos
formulários de tráfego, enviam à companhia abastecedora de combustíveis, titular do entreposto fiscal (ouao
“GOC – Grupo de Operação Conjunta” ou entidade semelhante, quando exista), cópia dos formulários de
tráfego relativos a voos “Particulares” (código 411 mencionado no campo 3.2) e cujo tipo de operação seja
“recreio ou turismo” (código 6 mencionado no campo 3.4).
Não obstante o referido no parágrafo anterior, as companhias abastecedoras de combustíveis poderão
solicitar a todo o tempo, junto da alfândega competente ou dos serviços de operações aeronáuticas do
aeroporto, informação relativa à natureza dos voos e tipos de operação.
Nos casos em que existam dúvidas quanto à natureza dos voos, nomeadamente no que respeita à
interpretação do conceito de “aviação de recreio privada”, as companhias abastecedoras deverão considerar
que os abastecimentos estão sujeitos ao pagamento de ISP. Caso se verifique, “a posteriori”, através de
pedido de informação formulado por escrito à AT, que a operação está isenta do ISP, a AT procederá ao
reembolso do montante do imposto, mediante comprovativo da sua devolução ao cliente.
Relativamente aos abastecimentos sujeitos a pagamento de ISP, os mesmos serão objeto de e-DIC com
pagamento de ISP, mantendo-se para os abastecimentos isentos os procedimentos atualmente aplicáveis
(“DIC com isenção de ISP” ou “DAU – abastecimentos de bordo”).
b) Nos Aeródromos:
Nos aeródromos onde os combustíveis destinados a abastecimento de aeronaves sejam previamente
objeto de declaração de introdução no consumo com isenção de ISP, as companhias fornecedoras de
combustíveis ou os operadores responsáveis pelo abastecimento de combustíveis às aeronaves devem
assegurar que, nas guias (ou outros documentos comprovativos) de abastecimento constem os seguintes
elementos:
Matrícula da aeronave (constante do certificado de matrícula);
Nome e domicílio do proprietário da aeronave;
Modalidade de operação permitida à aeronave (constante do certificado de navegabilidade);
98 Documento de entrega obrigatória num período até duas horas após a aterragem ou descolagem, emitido pelo serviço de operações aeronáuticas
dos aeroportos, destinando-se um dos exemplares à Alfândega
99 Documento que acompanha obrigatoriamente a aeronave e que permite verificar se a mesma pertence a particular, aeroclube, operador aéreo
No caso dos aeroportos ou aeródromos onde os abastecimentos se façam a partir de entrepostos fiscais, o
controlo do cumprimento das normas de procedimento anteriormente referidas deve ser assegurado pela
Alfândega competente, designadamente através da realização periódica de controlos físicos e documentais.
No caso de aeródromos onde não existam entrepostos fiscais, o referido controlo deverá ser assegurado
pela Alfândega com jurisdição na área de localização dos mesmos.
Para efeitos do disposto no parágrafo anterior, quando a alfândega onde foi processada a DIC não coincidir
com a alfândega com jurisdição na área de localização dos aeródromos, a primeira enviará à segunda, cópia
da listagem dos abastecimentos destinados a “voos de recreio privados” efetuados no mês imediatamente
anterior, bem como da e- DIC e da ADIC.
BASE LEGAL
Artigo 89.º, n.º 1, alínea c) e n.º 4 do CIEC
Artigo 93º, n.º 3, alínea b), do CIEC
Portaria n.º 50/2020, de 27 de fevereiro
A isenção prevista nas alíneas c) e h) do n.º 1 do artigo 89.º do CIEC abrange as seguintes atividades de
navegação 101:
Marítima costeira; Interior; Pesca costeira; Aquicultura; Marítimo-turística;
A alínea c) do n.º 1 do artigo 89.º do CIEC prevê a isenção do ISP relativamente aos produtos petrolíferos e
energéticos que, comprovadamente, sejam utilizados na navegação marítima costeira e na navegação
interior 102.
101 Legislação complementar: D.L. n.º 265/72, de 31 de julho (última versão – D.L. nº 195/98, de 10/7) -diploma das atividades marítimas civis
102 Legislação complementar: Lei n.º 58/2005, de 29/12 (Lei da água) que define «Águas costeiras» as águas superficiais situadas entre terra e uma
linha cujos pontos se encontram a uma distância de 1 milha náutica, na direção do mar, a partir do ponto mais próximo da linha de base a partir da
Esta isenção aplica-se no território nacional, na aceção do n.º 1 do artigo 3.º do CIEC, concretizando-se
através da utilização de GCM, nos termos do artigo 93.º do mesmo código e da Portaria n.º 50/2020.
As embarcações que operem fora das 12 milhas de distância da linha de costa portuguesa 103, deverão ser
abastecidas com o denominado “gasóleo bunker” através da declaração aduaneira de exportação
(configurando um destino equiparado a exportação).
Nos termos do artigo 3.º, conjugado com o artigo.º 22.º da Portaria n.º 50/2020, a competência para o
ato de reconhecimento, controlo e reavaliação dos pressupostos e das condições da isenção encontra-se
cometida à alfândega 104 com jurisdição no local de exercício da atividade das embarcações. Para o efeito,
devem os interessados indicar esse local no pedido de benefício (quadro III, do formulário modelo 200.1.
Nas situações em que, dependendo da zona de atividade da embarcação, possa haver mais do que uma
alfândega de jurisdição ou em que não seja possível identificar um local específico (embarcações que
desenvolvem a sua atividade em diferentes locais), este critério poderá ser complementado com outros,
como sejam, o do local onde a embarcação se encontra registada, ou da sede/domicilio fiscal da entidade
beneficiária.
Uma vez comunicada à alfândega de reconhecimento, a alteração do local de exercício de atividade de uma
embarcação, aquela deve comunicar o facto à alfândega com jurisdição na nova área de exercício da
atividade.
O abastecimento das embarcações com GCM está condicionado à utilização obrigatória de um cartão
eletrónico atribuído ao respetivo beneficiário 105, para cada embarcação. A transferência de propriedade ou a
cedência das embarcações para as quais foi emitido um cartão deve ser comunicada às autoridades
competentes e deverá dar lugar a um novo pedido de benefício em nome do novo utilizador.
Os abastecimentos de GCM às embarcações são efetuados sob a supervisão da Unidade de Ação Fiscal da
Guarda Nacional Republicana (UAF/GNR) 106.
O abastecimento de GCM a embarcações sem a apresentação do respetivo cartão, só pode ser autorizado,
excecionalmente, a embarcações que estejam devidamente habilitadas (por exemplo, em caso de extravio
ou anomalia no funcionamento do cartão). Nestas situações deverá ser utilizado o formulário Mod. 22.1084
Controlo de isenções de ISP / Fornecimento de gasóleo a embarcações 107 e o abastecimento deverá ser
controlado pela UAF/GNR.
Após a emissão da 2.ª via do cartão, o beneficiário deve, de imediato, proceder ao registo do abastecimento
efetuado, no posto em que o mesmo teve lugar.
Para além dos documentos relativos à atividade de navegação exercida e respetivas autorizações, os pedidos
devem ainda ser instruídos com:
Título de registo de propriedade da embarcação – certificado do registo de propriedade da embarcação.
Todas as embarcações nacionais estão obrigatoriamente sujeitas a registo de propriedade com exceção das
pertencentes à Marinha.
No caso de a embarcação ser utilizada por pessoa (singular ou coletiva) diferente do respetivo proprietário,
deverá ser apresentado documento que legitime essa utilização 108.
Certificado de navegabilidade ou certificado de conformidade – documento comprovativo de que a
embarcação possui os requisitos técnicos e de segurança legalmente exigidos para a atividade de navegação
em causa.
Deverá ser exigida fotocópia do certificado de navegabilidade para todas as embarcações. Os requerentes
qual é medida a delimitação das águas territoriais, estendendo se, quando aplicável, até ao limite exterior das águas de transição e «Águas
interiores» todas as águas superficiais lênticas ou lóticas (correntes) e todas as águas subterrâneas que se encontram do lado terrestre da linha de
base a partir da qual são marcadas as águas territoriais
103 Legislação complementar: Lei n.º 33/77, de 28/5 e D.L. n.º 119/78, de 1/6 (largura e limites do mar territorial)
104
Não aplicável às embarcações afetas à pesca e aquicultura
105 A isenção é reconhecida às entidades que utilizam as embarcações (proprietário ou legítimo detentor, por exemplo, ao abrigo de um contrato
de afretamento).
106 Artigo 21.º da Portaria nº 50/2020
107 Este formulário é igualmente utilizado para abastecimento das embarcações na Região Autónoma da Madeira, por força da dispensa prevista no
A navegação marítimo-turística 109 encontra-se abrangida pela alínea c) do n.º 1 do artigo 89.º do CIEC,
enquanto atividade comercial, com fins lucrativos (atividade de animação turística desenvolvida mediante a
utilização de embarcações com fins lucrativos).
Nos termos do disposto na alínea c) do n.º 1, conjugado com o n.º 4 do artigo 89.º do CIEC, a navegação de
recreio privada está excluída da isenção do ISP prevista para a navegação comercial. As embarcações que
sejam utilizadas pelo seu proprietário ou por pessoa singular ou coletiva, através de aluguer ou a outro título,
para fins não comerciais e, em especial, para fins que não sejam o transporte de pessoas ou de mercadorias
ou a prestação de serviços a título oneroso ou no interesse das autoridades públicas, não podem ser
abastecidas com GCM.
O fator relevante para determinar se uma embarcação é de recreio privada para efeitos dos supracitados
normativos é o da respetiva utilização (fins comerciais ou fins não comerciais). O critério a ter em conta
assentará, assim, não no tipo de embarcação, mas no uso que lhe é dado, isto é, se a embarcação é utilizada
no âmbito de uma atividade comercial ou, inversamente, para recreio do seu utilizador, independentemente
de se tratar do proprietário, locador, locatário, ou de qualquer outra pessoa legalmente habilitada a utilizá-la
110.
Podem requerer o benefício os operadores marítimo-turísticos (OMT) – pessoa singular ou coletiva que se
encontre habilitada a exercer a atividade marítimo-turística, nos termos previstos no Decreto-Lei n.º 108/2009,
de 15 de maio, para as seguintes atividades de animação turística:
Passeios marítimo-turísticos; Aluguer de embarcações com tripulação; Aluguer de embarcações sem
tripulação; Serviços efetuados por táxi fluvial ou marítimo; Pesca turística.
No pedido de isenção (formulário 200.1) deve ser indicada a zona de navegação e identificados os cais ou
locais de embarque das embarcações (Quadro III).
Nos termos da legislação aplicável, o exercício da atividade marítimo-turística em território nacional está
dependente de comprovação de que o OMT:
Está devidamente inscrito no Registo Nacional dos Agentes de Animação Turística (RNAAT);
O registo é realizado através de formulário eletrónico disponível no RNAAT, acessível em
www.turismodeportugal.pt (Serviços na Web Registo Nacional de Turismo Serviços de Registo);
A inscrição no RNAAT dá origem a um Certificado de Registo.
Celebrou (e mantém válidos) os contratos de seguros legalmente exigíveis (artigo 27.º do Decreto-Lei n.º
108/2009, e artigo 14.º e anexo II, do Decreto-Lei n.º 149/2014);
As embarcações utilizadas no âmbito desta atividade devem cumprir todas as condições previstas no
regulamento das embarcações utilizadas na atividade marítimo-turística, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
149/2014, de 10 de outubro.
No âmbito da reavaliação dos pressupostos e condições da isenção em causa, devem os serviços
competentes verificar:
Se o OMT continua validamente inscrito no RNAAT.
O registo é válido desde que se mantenham os requisitos estabelecidos, nomeadamente:
- Os seguros se encontrem em vigor e provem a sua renovação através da inserção do comprovativo de
pagamento no RNAAT;
- Não exista alteração aos requisitos legais que determinaram a sua admissão;
- Não seja determinada a insolvência ou extinção da entidade registada;
109 Legislação complementar: D.L. nº 108/2009, de 15 de maio, alterado pelo D.L. n.º 95/2013 de 19/7 e D.L. n.º 186/2015, de 03/09 (condições de
acesso e de exercício da atividade das empresas de animação turística e dos operadores marítimo-turísticos) e D.L. nº 149/2014, de 10/10
(Regulamento das Embarcações Utilizadas na Atividade Marítimo-Turística)
110 De acordo com orientação do Comité dos IEC relativa ao artigo 14, nº 1 c) da Diretiva 2003/96/CE (julho de 2004 CED nº 464)
- Não haja violação de forma reiterada das normas estabelecidas para a prática da atividade ou para a
proteção ambiental.
Se as vistorias exigíveis nos termos da legislação aplicável para as embarcações para as quais foi emitido
cartão estão válidas (DL n.º 149/2014, de 10 de outubro);
Se houve alterações na titularidade das embarcações;
Se o OMT tem a sua situação tributária e contributiva devidamente regularizada;
Devem igualmente ser realizadas ações de controlos tendo em vista confirmar se o GCM adquirido pelo OMT
está efetivamente a ser utilizado no exercício da atividade marítimo-turística, tendo em conta critérios como:
Consumos que ultrapassem significativamente os limites indicativos;
Disparidade entre os níveis de consumos de GCM e as declarações de rendimentos dos OMT (confrontação
entre os abastecimentos registados e a atividade exercida);
2.5.3. Pesca
Podem beneficiar de isenção os armadores (pessoas singulares ou coletivas com a atividade da pesca 111
devidamente declarada) de embarcações registadas na frota de pesca nacional que possuam licença de
pesca válida. Este benefício pode também ser extensivo a embarcações de pesca que, não estando registadas
em Portugal, possuam licença de pesca válida e tenham realizado a primeira venda de pescado através da
Docapesca.
As embarcações de pesca que operem fora das 12 milhas de distância da linha de costa portuguesa deverão
ser abastecidas com o denominado “gasóleo bunker” através da declaração aduaneira de exportação 112, e
não com GCM 113.
2.5.4. Aquicultura
Podem beneficiar de isenção, as pessoas singulares ou coletivas que sejam titulares de licenças de
exploração aquícola válidas, relativamente a:
Embarcações de apoio aos estabelecimentos aquícolas, nos termos artigo 32.º do Decreto Regulamentar n.º
14/2000, de 21 de setembro;
Embarcações associadas aos estabelecimentos aquícolas de águas interiores instalados no meio hídrico,
autorizados ao abrigo do artigo 50.º do Decreto n.º 44 623, de 10 de outubro de 1962 114.
A isenção prevista na alínea h) do nº 1, do artigo 89º do CIEC para os produtos petrolíferos e energéticos
utilizados em operações de dragagem em portos e vias navegáveis (com exclusão da extração comercial de
areias que não vise o desassoreamento), foi revogada pelo artigo 386º da Lei nº 75-B/2020, de 31 de
dezembro (OE/2021).
Em consequência desta revogação foram cancelados os cartões eletrónicos emitidos para o abastecimento
de GCM a embarcações utilizadas no âmbito daquela atividade.
Todavia, poderão existir situações de embarcações (dragas) que poderão ser enquadradas na alínea c) do nº
1, do artigo 89º do CIEC, podendo, neste caso beneficiar de isenção em relação ao carburante consumido,
111 Legislação complementar: D.L. n.º 278/87, de 7/7 e D. Reg. N.º 43/87, de 17/7, na redação dada pelo D. Reg. n.º 7/2000, de 30/5, alterado pelo D. Reg.
n.º 15/2007
112 Exemplo: embarcações de pesca ao largo (artigo 65.º do D. Reg. n.º 43/87 de 17/7)
113 As embarcações de pesca costeira e de pesca local, não preenchendo os requisitos para declararem um destino equiparado a exportação, podem
Tal entendimento tem por base jurisprudência do TJCE (que embora tendo por objeto o artigo 8º, nº 1 alínea
c), da diretiva 92/12/CE, norma cujo teor foi integralmente retomado no artigo 14º, nº 1, alínea c) da diretiva
2003/96/CE), se pronunciou, no sentido de as deslocações inerentes à execução das atividades de dragagem,
estão abrangidas pelo âmbito de aplicação do conceito de «navegação», na aceção do artigo 8.º, n.º 1, alínea
c), primeiro parágrafo, da Diretiva 92/81/CEE (Proc. C-391/05).
a) A isenção prevista na alínea c), do nº 1, do artigo 89º do CIEC para a navegação interior abrange, apenas,
os produtos petrolíferos e energéticos consumidos na deslocação das referidas embarcações, ou seja,
os produtos abastecidos, exclusivamente, ao sistema de propulsão das embarcações;
Tal isenção não abrange os equipamentos utilizados em operações de dragagem/desassoreamento
de portos instalados nessas embarcações (que anteriormente beneficiavam de isenção ao abrigo da
aliena h) do mesmo normativo);
b) Donde, abrangendo a isenção prevista alínea c) do nº 1 do artigo 89º do CIEC, apenas, os carburantes
consumidos na deslocação das embarcações, poderão ser abrangidas as embarcações, que embora
utilizadas em atividades de dragagem/desassoreamento de portos, tenham sistema de propulsão e,
em relação, exclusivamente, aos carburantes abastecidos a esse sistema de propulsão;
c) Os demais equipamentos não abrangidos na referida isenção terão, obrigatoriamente, que consumir
gasóleo sujeito ao nível de tributação “normal”, o que exige que os mesmos sejam abastecidos através
de um depósito autónomo;
d) Caberá às empresas que pretendam beneficiar de isenção ao abrigo da alínea c), do nº 1 do artigo 89º
do CIEC, criarem as condições que permitam a separação total dos carburantes abastecidos ao sistema
de propulsão e aos “equipamentos de dragagem”, submetendo depois o correspondente pedido à
alfândega competente para o reconhecimento e subsequente controlo relativamente ao cumprimento
dos pressupostos da isenção em causa.
As taxas de imposto aplicáveis aos referidos produtos, quando utilizados nos fins identificados, são fixadas
anualmente pela lei que aprova o Orçamento do Estado. Para a operacionalização desta medida, no âmbito
do sistema declarativo dos IEC, foi necessário instituir procedimentos específicos, os quais foram
transmitidos às Alfândegas e se encontram, atualmente, previstos no Ofício Circulado n.º , 35.147, de
2021.03.29, para o qual se remete.
Relativamente ao gás natural utilizado para produzir eletricidade e eletricidade e calor (cogeração) a isenção
parcial será concedida quando o requerente assegure a medição independente dos consumos, ficando
excluídos os consumos relativos a instalações administrativas e sociais dos centros electroprodutores.
O controlo da isenção é da competência da alfândega com jurisdição no local em que se situam as unidades
industriais de produção de energia, tendo por base a informação constante dos registos contabilísticos do
beneficiário. Para efeitos do CIEC, deve considerar-se atividade económica principal, a que conste da
declaração de início de atividade apresentada na AT, de acordo com a Classificação Portuguesa de Atividade
Económica (CAE), aprovada pelo Decreto-Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro. Esta informação pode ser
consultada na aplicação “Visão do Contribuinte”.
Estão isentos de ISP os produtos petrolíferos e energéticos classificados pelo código NC 2711 00 00 (com
inclusão do gás natural), utilizados em transportes públicos.
O controlo deve ser realizado com base nos registos contabilísticos do beneficiário, nomeadamente, no que
respeita à informação sobre a empresa fornecedora, as quantidades adquiridas e a identificação dos veículos.
São enquadráveis na isenção de ISP prevista na alínea f) do n.º 1 do artigo 89.º do CIEC as instalações
incluídas na “Lista das instalações abrangidas pelo CELE” (Comércio Europeu de Licenças de Emissão), no
período 2021-2030, com as subsequentes alterações comunicadas pela APA.
São também enquadráveis as novas instalações e as instalações objeto de um Acordo de Racionalização
dos Consumos de Energia (ARCE), cujos operadores são identificados através de uma declaração emitida
pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e comunicada à AT, para efeitos de reconhecimento da
isenção do ISP, nos termos do n.º 1 do artigo 11.º e do n.º 8 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 71/2008, de 15
de abril, na redação dada pela Lei n.º 7/2013, de 22 de janeiro.
Após verificação dos pressupostos e condições legais da isenção, os serviços centrais da AT (DSIECIV),
reconhecem a isenção do ISP, notificando os operadores exploradores das referidas instalações. É igualmente
dado conhecimento à EAC para efeitos de registo na base de dados das isenções (aplicação GIS) e sua
imediata comunicação à entidade beneficiária.
Caso o operador explorador de instalações abrangidas pelo CELE ou por um ARCE deixe de reunir os
pressupostos e as condições da isenção, é revogado o benefício, sendo notificado o operador em causa, e
dado conhecimento à EAC para efeitos de atualização da base de dados (cancelamento da autorização).
A isenção é concretizada mediante declaração para introdução no consumo com isenção do imposto (e-DIC
isenta), sem prejuízo de situações pontuais, em que poderão ser admitidas situações de reembolso do
imposto pago (artigo 20.º, n.º 3, do CIEC).
As e-DIC isentas serão processadas sempre que o sujeito passivo identifique previamente o destinatário do
produto, e a morada e/ou localização da instalação a que este se destina. Para este efeito, consideram-se
isentos os produtos destinados às instalações reconhecidas, bem como os produtos destinados a empresas
abrangidas por um ARCE. A e-DIC isenta é processada mediante utilização do código de isenção 1P14
Designação “Combustíveis Industriais – CELE e ARCE”.
Nos termos do n.º 10 do artigo 389.º da Lei n.º 75-B/2020, de 31/12 (Lei do OE 2021), que instituiu uma
disposição transitória em matéria de produtos petrolíferos e energéticos, parte dos produtos que
beneficiavam de isenção total com fundamento na alínea f) do n.º 1 do artigo 89.º passaram a estar sujeitos
a uma taxa correspondente a 5% da taxa de adicionamento sobre as emissões de CO2, quando utilizados em
instalações sujeitas a um acordo de racionalização dos consumos de energia (ARCE).
Para a operacionalização desta medida, no âmbito do sistema declarativo dos IEC, foi necessário instituir
procedimentos específicos, os quais foram transmitidos às Alfândegas e se encontram, atualmente, previstos
no Ofício Circulado n.º 35.147, de 2021.03.29, para o qual se remete.
Sempre que a DGEG e a APA deem conhecimento à AT de novas instalações abrangidas pelo CELE ou por um
ARCE, são observados os procedimentos acima referidos em relação à notificação do operador e conhecimento
à EAC.
Relativamente aos consumos de gás natural como combustível associados a instalações auxiliares
(designadamente instalações administrativas, refeitórios e balneários), tratando-se de parte integrante das
instalações abrangidas pelo CELE ou por um ARCE, também beneficiam da isenção, desde que registados em
CUI constante da notificação de reconhecimento da isenção.
O gás natural utilizado em empilhadores e outros veículos/equipamentos móveis, mesmo que no perímetro
das instalações abrangidas, não beneficia de qualquer isenção e está sujeito à taxa do ISP aplicável ao gás
natural carburante, pelo que os sujeitos passivos deverão assegurar-se de que declaram com isenção do ISP (e-
DIC com isenção) apenas os fornecimentos destinados ao fim isento (uso combustível). Para o efeito, os
sujeitos passivos poderão, entre outros meios que considerem adequados, solicitar aos respetivos clientes a
instalação de instrumentos de medição específicos ou uma declaração de compromisso de afetação ao fim
isento dos fornecimentos de gás natural contratualizados. Na eventualidade de o sujeito passivo, no âmbito
das suas relações comerciais com os seus clientes, detetar alguma situação irregular deverá sempre
comunicá-la à estância aduaneira competente, no exercício do princípio da colaboração dos contribuintes
com a administração tributária, previsto no artigo 59.º da Lei Geral Tributária.
BASE LEGAL
Artigo 89.º, n.º 1, alínea i) e artigo 93.º, n.º 3, alínea d) do CIEC
Portaria n.º 50/2020 de 27 de fevereiro
A isenção prevista na alínea i), do n.º 1 do artigo 89.º do CIEC abrange apenas os veículos de transporte por
115
caminho-de-ferro de passageiros e/ou de mercadorias.
O âmbito da isenção, reconduz-se à atividade de transporte (de pessoas ou bens), isto é, a atividade
consubstanciada em operações de transferência/deslocação de pessoas ou bens, de forma organizada, entre
dois locais geograficamente separados, utilizando, no caso, a via-férrea.
Assim, não são passíveis de enquadramento no âmbito desta isenção, atividades em que apesar de serem
utilizados equipamentos de tração ferroviária, a atividade prosseguida não se consubstancie no transporte
de passageiros e/ou de mercadorias116.
A isenção é concretizada mediante a utilização de gasóleo colorido e marcado, procedendo-se ao reembolso
do imposto incidente sobre esse produto (à empresa fornecedora), tendo por base o registo informático
relativamente aos abastecimentos mensais efetuados aos equipamentos autorizados, através dos cartões
atribuídos às entidades beneficiárias.
O artigo 38.º da Portaria n.º 50/2020 prevê a única exceção à regra de comercialização segundo a qual, o
registo das vendas tem de ser efetuado no momento em que ocorram, estabelecendo um prazo máximo de
5 dias para o efeito (n.º 6.º da Portaria n.º 361-A/2008, de 12 de maio).
115 Legislação complementar: D.L. nº 270/2003, de 28/10, alterado pelo D.L. nº 231/2007, de 14/6 (condições de prestação de serviços de transporte
ferroviário por caminho de ferro).
116 Exemplo: manutenção de estruturas da via-férrea
Podem solicitar a isenção as pessoas singulares ou coletivas que tenham por objeto o fabrico, projeto, ensaio e
manutenção de aeronaves e embarcações em relação aos carburantes utilizados numa dessas atividades.
É competente para o reconhecimento e o controlo do beneficio em causa a alfândega em cuja área de
jurisdição se localizem as instalações onde os produtos vão ser utilizados.
O controlo da isenção é da competência da alfândega com jurisdição no local das instalações, tendo por
base a informação constante dos registos contabilísticos do beneficiário.
A totalidade do gás natural faturado aos clientes finais economicamente vulneráveis, beneficiários de tarifa
social, nos termos do Decreto-Lei n.º 101/2011, de 30 de setembro, é objeto de DIC mensal com isenção,
com utilização do respetivo código de isenção, não estando os beneficiários sujeitos a registo no sistema
informático, pelo que não serão identificados como destinatários isentos (regra de validação 1 da base de
dados das isenções).
A isenção será concedida quando o requerente assegure a medição independente dos consumos associados à
exploração do centro electroprodutor, segundo as diferentes tecnologias em instalações devidamente
licenciadas, através de equipamentos alimentados diretamente da rede para garantir, em regime normal, a
alimentação dos serviços gerais da central electroprodutora, incluindo os serviços associados ao arranque
(startup), funcionamento (run) e paragem (shutdown) de um ou mais grupos geradores e outros serviços
auxiliares, de proteção, monitorização e comando, bem como o consumo relativo à bombagem e ativação
dos circuitos hidráulicos das centrais hidroelétricas, designadamente as equipadas com grupos reversíveis
para reposição de caudais a montante;
Desta isenção ficam excluídos os consumos relativos a instalações administrativas e sociais das empresas
de produção de eletricidade, bem como, expressamente, os consumos de eletricidade associados aos
processos industriais ou fabris das empresas ligadas a unidades de cogeração de eletricidade e calor.
BASE LEGAL
Artigo 89.º, n.º 2, alínea b) do CIEC
Esta isenção é automática, não estando sujeita a qualquer obrigação declarativa, nem a qualquer controlo
das alfândegas.
Esta isenção abrange a eletricidade fornecida em média e alta tensão e utilizada para o transporte de
passageiros e de mercadorias por via-férrea em comboio, metropolitano ou elétrico, e por trólei.
Esta isenção é automática. A totalidade da eletricidade faturada aos clientes finais economicamente
vulneráveis, beneficiários de tarifa social criada pelo Decreto-Lei n.º 138-A/2010, de 28 de dezembro, alterado
pelo Decreto-Lei n.º 172/2014, de 14 de novembro, é objeto de DIC mensal com isenção, com utilização do
respetivo código de isenção, não estando os beneficiários sujeitos a registo no sistema informático, pelo que
não serão identificados como destinatários isentos (regra de validação 1 da base de dados das isenções).
2.16. ELETRICIDADE UTILIZADA NAS INSTALAÇÕES ABRANGIDAS PELO CELE, IDENTIFICADAS NO ANEXO
II DO D.L. Nº 38/2013, DE 15 DE MARÇO OU A UM ARCE
BASE LEGAL
Artigo 89.º, n.º 2, alínea e) do CIEC
Para as instalações sujeitas ao CELE ou a um ARCE que, à data de entrada em vigor da Lei n.º 51/2013, de 24
de julho (que aditou a alínea e) do n.º 2 do artigo 89.º do CIEC) tenham uma isenção ativa/reconhecida ao
abrigo da alínea f) do n.º 1 do artigo 89.º do CIEC, os respetivos beneficiários deverão comunicar à respetiva
alfândega de controlo o(s) CPE associado(s) à respetiva instalação, para efeitos do imediato registo do
beneficiário no sistema GIS como DII (Destinatário Isento). Efetuado este registo, a alfândega comunica ao
beneficiário o número de registo da isenção e a data de produção de efeitos.
Para as novas instalações sujeitas ao CELE ou a um ARCE, os beneficiários não necessitam de formalizar
qualquer pedido de isenção, sendo o reconhecimento feito em simultâneo com o reconhecimento da isenção
prevista na alínea f) do n.º 1 do artigo 89.º do CIEC. Após a comunicação da APA ou da DGEG e estando
preenchidos os requisitos legais, a AT (DSIECIV) reconhece a isenção do ISP, notificando do facto o
beneficiário, com indicação expressa do(s) CPE abrangido(s) pela isenção e comunicando-o à alfândega
competente, para efeitos do imediato registo do beneficiário no sistema GIS como DII. Efetuado este registo, a
alfândega comunica ao beneficiário o número de registo da isenção e a data de produção de efeitos.
2.17. BIOCOMBUSTÍVEIS
A isenção do ISP para os biocombustíveis, prevista no nº 1 do artigo 90.º do CIEC, abrange apenas os
pequenos produtores dedicados, , até ao limite máximo global de 40.000 t/ano.
Consideram-se pequenos produtores dedicados (PPD), as empresas que, reúnam, cumulativamente, as
seguintes condições:
Tenham uma produção máxima anual de 5000 toneladas de biocombustível ou de outros combustíveis
renováveis;
Tenham a sua produção com origem no aproveitamento de, no mínimo, 80% em massa de matérias-primas
ou com recurso a processos e tecnologias avançadas ou em fase de demonstração, destinados à produção
de biocombustíveis avançados e de outros combustíveis renováveis;
Coloquem toda a sua produção em frotas e consumidores cativos, devidamente identificados;
Cumpram os requisitos de sustentabilidade nos termos da legislação aplicável.
Podem igualmente constituir-se como PPD, as autarquias locais ou o conjunto de autarquias, os serviços ou
organismos dependentes de uma ou mais autarquias locais e as empresas do sector empresarial local que,
cumulativamente:
Tenham uma produção máxima anual de 5000 toneladas de biocombustível ou de outros combustíveis
renováveis;
Tenham a sua produção com origem no aproveitamento de matérias residuais, sendo que pelo menos 80%
dessa produção deverá ter por base a utilização de óleos alimentares usados do setor doméstico e de
hotelaria e restauração, a utilização de resíduos sólidos urbanos ou de águas residuais, bem como das
matérias residuais desde que a sua proveniência se reporte à área geográfica da sua competência;
Coloquem toda a sua produção em frota própria ou, de forma não lucrativa, em frotas de autarquias locais ou
dos respetivos serviços, de organismos ou empresas do setor empresarial local ou de entidades sem fins
lucrativos.
Cumpram os requisitos de sustentabilidade nos termos da legislação aplicável.
As alfândegas de controlo dos PPD deverão, nas situações de reconhecimento de novos estatutos de PPD,
efetuar a monitorização, acompanhamento e sensibilização junto das empresas, bem como a comunicação
atempada à DSIECIV dos casos de incumprimento da condição resolutiva, para efeitos de procedimento de
revogação do estatuto.
As alfândegas de controlo dos PPD deverão efetuar as alterações no GIS (Gestão de Informação de Suporte)
das respetivas autorizações de isenção DII (ou criação de novas autorizações) logo no início de cada ano
civil, sempre de acordo com a regra prevista no n.º 5 do artigo 3.º da Portaria n.º 74/2019, de 8 de março,
ainda que a produção seja nula. Esta última situação poderá ocorrer, nomeadamente, nos casos limite de
reconhecimento da isenção nos últimos meses do ano civil, podendo sempre o PPD recorrer à faculdade,
prevista no 9.º da citada portaria, de requerer uma quota adicional correspondente à inicialmente atribuída.
Deverão as alfândegas de controlo proceder a um acompanhamento contínuo do cumprimento das quotas
atribuídas no ano civil, de forma a alertar os PPD da respetiva área de jurisdição que atinjam 70% da quota,
da faculdade de requerer uma quota adicional, nos termos do disposto no n.º 9 do artigo 3º da portaria, sob
pena de ser cancelada a correspondente autorização de isenção, após a ultrapassagem da respetiva quota.
Deverá a monitorização das alfândegas de controlo estender-se também às declarações de introdução no
consumo com isenção, para deteção das incoerências de dados nas e-DIC, designadamente no que se refere à
quantidade declarada na unidade tributável – 1.000 litros (KLT).
BASE LEGAL
Artigo 90.º, nº 11 do CIEC
Decreto-Lei n.º 117/2010, de 25 de outubro
A isenção do ISP prevista no n.º 11 do artigo 90.º do CIEC é aplicável aos biocombustíveis avançados
definidos na alínea c) do n.º 1 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 117/2010, de 25 de outubro, na redação dada
pelo Decreto-Lei n.º 8/2021, de 20 de janeiro - “Biocombustíveis avançados, os biocombustíveis produzidos a
partir das matérias-primas enumeradas na parte A do anexo IV ao presente decreto-lei, do qual faz parte
integrante”.
Podem beneficiar da isenção os operadores económicos que, comprovadamente, introduzam no consumo
biocombustíveis avançados, puros ou incorporados nos combustíveis fósseis, desde que cumpram as
seguintes condições:
a. Essa atividade, de introdução no consumo, esteja devidamente declarada, nos termos da legislação
tributária aplicável;
b. Tenham a sua situação tributária e contributiva regularizada;
c. Sejam titulares de Títulos de Biocombustível (TdB-A) emitidos pela ENSE, E.P.E., correspondentes às
quantidades no estado puro ou incorporado, introduzidas no consumo e objeto de cancelamento,
comunicado pela ENSE, E.P.E. à AT. Competência
O processamento dos pedidos e a avaliação dos pressupostos da isenção é efetuado pelos serviços centrais
da AT (DSIECIV).
A isenção concretiza-se através do mecanismo de reembolso do imposto pago, com fundamento no n.º 3 do
artigo 20.º do CIEC.
O pedido de reembolso é submetido na DSIECIV, por via postal ou por correio devidamente assinado por
responsável da empresa requerente, com utilização do formulário 205.01 (Pedido de Reembolso de Impostos
Especiais de Consumo), disponibilizado no Portal das Finanças, nos “Formulários Aduaneiros”, ou através do
seguinte “link”:
https://info-
aduaneiro.portaldasfinancas.gov.pt/pt/publicacoes_formularios/formularios/Pages/formularios.aspx.
O pedido de reembolso tem periodicidade trimestral, sendo submetido no mês seguinte ao da emissão dos
TdB-A, ou do seu cancelamento nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 117/2010, de 25 de
outubro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 8/2021, de 20 de janeiro, consoante se trate de um
produtor ou de um incorporador, respetivamente.
A quantidade de biocombustível avançado objeto do pedido de reembolso deve ser expressa em litros
(unidade de tributação dos combustíveis), devendo a conversão ser efetuada utilizando a tabela de conversão
do Anexo II do decreto-lei acima referido. Documentos Comprovativos
O pedido de reembolso é instruído com os seguintes documentos de suporte:
a. Identificação do operador económico e da sua atividade de produção, importação ou incorporação de
biocombustíveis;
b. Identificação (numeração atribuída pela ENSE) dos Títulos de Biocombustível (TdB-A, para os
biocombustíveis avançados), correspondentes à quantidade (em litros) objeto do pedido de reembolso;
c. Fatura emitida pela ENSE, relativa à emissão dos TdB-A;
d. Fatura de venda dos TdB-A, quando aplicável, ou seja, sempre que tenha ocorrido a venda do biocombustível
avançado e TdB-A correspondentes, pelo produtor ao incorporador;
e. Declaração de Introdução no Consumo ou Declaração Aduaneira de Importação, relativa ao biocombustível
objeto do pedido de reembolso (DIC / DAI);
f. Documento de pagamento do imposto (DUC);
g. Documento comprovativo do cancelamento dos TdB-A, emitido pela ENSE, E.P.E., apenas aplicável aos
incorporadores e importadores sujeitos ao cumprimento das metas previstas no artigo 11.º do Decreto-
2.18. ISENÇÃO PARA OS ÓLEOS MINERAIS DESTINADOS A SER CONSUMIDOS NA EXECUÇÃO DE OBRAS E
TRABALHOS DAS “INFRAESTRUTURAS COMUNS NATO”
BASE LEGAL
Decreto-Lei n.º 41.561, de 17 de março de 1958
Ao abrigo do Decreto-Lei n.º 41.561, de 17 de março de 1958, os empreiteiros que executem obras e trabalhos
das “infraestruturas comuns NATO”, estão isentos de ISP para os produtos destinados a ser consumidos nas
referidas obras.
Para o efeito, a AT reconhece a isenção aos empreiteiros que a solicitem, em requerimento dirigido ao Diretor-
geral, desde que o pedido esteja acompanhado de declaração emitida pela Direção-Geral de Infraestruturas
do Ministério da Defesa Nacional, confirmando a execução da obra em causa, as quantidades de combustíveis
requeridas, e o enquadramento legal do pedido.
A isenção concretiza-se mediante reembolso à empresa petrolífera fornecedora, do imposto correspondente
às quantidades de produto isentas fornecidas ao requerente, devendo o pedido ser dirigido ao Diretor-geral.
3. TAXA REDUZIDA
O benefício fiscal concretizado mediante a aplicação de uma taxa reduzida aplicável ao gasóleo colorido e
marcado encontra-se previsto para os seguintes equipamentos e atividades:
Agrícolas, de pesca com arte-xávega, aquícolas e florestais;
Motores fixos;
Motores frigoríficos autónomos.
O benefício fiscal é usufruído diretamente no ato de abastecimento através do recurso a cartões eletrónicos
fornecidos às entidades beneficiárias após o reconhecimento do benefício.
BASE LEGAL
Artigo 93.º, n.º 3, alíneas a) e c) do CIEC
Portaria n.º 50/2020 de 27 de fevereiro
BASE LEGAL
Artigo 93.º, n.º 3, alínea e) e n.º 7 do CIEC
Portaria n.º 50/2020, de 27 de fevereiro
O benefício previsto na alínea e) do n.º 3 do artigo 93.º do CIEC abrange apenas os motores de produção de
energia (independentemente do tipo de energia) que se encontrem instalados em plataformas inamovíveis.
Para avaliar se um determinado equipamento é subsumível ao conceito de motor fixo, não releva o tipo de
energia produzida, mas sim a verificação cumulativa dos dois requisitos previstos no n.º 7 do artigo 93.º do
CIEC: produção de energia e instalação em plataforma inamovível.
Assim, estão excluídos do âmbito desta isenção, os:
Motores móveis (que possuam um rodado ou outro dispositivo que permita a sua movimentação);
Motores estacionários (equipamentos que não se movem por si próprios, mas estão instalados em
equipamentos amovíveis).
Após a apresentação do pedido em formulário próprio, devem os motores fixos ser objeto de uma vistoria
prévia por parte da alfândega competente, para avaliar o seu enquadramento na legislação aplicável e a
adequação da estimativa de consumo a que se refere a alínea c), do artigo 51.º da Portaria n.º 50/2020,
tendo em conta o consumo normal de referência do equipamento em causa, as características técnicas e a
finalidade declarada para a sua utilização.
Nas situações em que não existam documentos técnicos para os equipamentos em causa118, deverão ser
considerados como referência outros equipamentos com características semelhantes.
BASE LEGAL
Artigo 93.º, n.º 3, alínea f), do CIEC
Portaria n.º 840/2010, de 2 de setembro
4. MARCAS FISCAIS
BASE LEGAL
Diretiva 95/60/CE, do Conselho, de 27 de novembro de 1995 119
120
Decisão de Execução n.º 2011/544/UE da Comissão, de 16 de setembro de 2011
Artigo 93.º do CIEC
121
Portaria n.º 1509/2002, de 17 de dezembro
Portaria n.º 361-A/2008, de 12 de maio 122
gasóleo dos códigos NC 2710 19 41, 2710 19 45 e 2710 19 49, bem como para o petróleo do código NC 2710 19 25.
121 Adotou o marcador fiscal comum aprovado pela Decisão n.º 2001/574/CE da Comissão, de 13 de julho, alterada pela Decisão n.º 2002/269/CE
da Comissão, de 8 de abril, e aprovou o Regulamento dos Procedimentos de Controlo da Utilização do Gasóleo, do Gasóleo de Aquecimento e do
Petróleo Marcados e Coloridos, tendo sido alterada pela Portaria n.º 463/2004, de 4 de maio, na sequência da Decisão n.º 2003/900/CE da
Comissão, de 17 de dezembro, que estabeleceu uma concentração máxima de marcador, para evitar certas práticas fraudulentas na utilização dos
óleos minerais.
122 Estabeleceu as regras de comercialização e os mecanismos de controlo aplicáveis ao gasóleo colorido e marcado.
Os Packs comercializados por várias empresas e credenciados pela Direção de Serviços Técnicos, Análises e
Laboratório (DSTAL), utilizados para as operações de marcação e de coloração são constituídos por uma
mistura de:
Marcador N-etil-N[2-(1-isobutoxietoxi)
etil]-4-fenilazoanilina
Corante azul ou vermelho
Solventes aromáticos
Para a concentração mínima estipulada na legislação, dever-se-ão adicionar 1 Kg destes packs a 25000
litros dos óleos minerais a marcar e colorir, ou seja, 40 g por cada 1000 litros ou ainda 40 mg por cada litro, o
que resulta numa concentração em marcador e corantes livres do solvente de acordo com os valores
mínimos estipulados nos números 1.º, 2.º e 3.º da portaria acima referida, ou seja:
6 g do marcador, sem solvente, por 1000 litros do produto
5 g do corante azul, sem solvente, por 1000 litros do produto e
6 g do marcador, sem solvente, por 1000 litros do produto
4 g do corante vermelho, sem solvente, por 1000 litros do produto,respetivamente.
Consequentemente, para cumprimento do disposto na legislação, a operação de marcação e coloração
deverá ser efetuada adicionando 40 g do conteúdo do Pack a 1000 litros dos óleos minerais.
Como a média das densidades a 15º C destes Packs é de cerca de 0,93 g/ml, estes 40 g correspondem a
cerca de 43 ml do Pack.
Uma vez que a legislação refere concentrações mínimas, pode-se arredondar para um volume facilmente
mensurável, adicionando, por cada 1000 litros dos gasóleos ou petróleo, 45 ml ou 50 ml do conteúdo do
Pack.
Para a concentração máxima estipulada na legislação, dever-se-ão adicionar 60 g dos Packs comerciais por
cada 1000 litros dos óleos minerais a marcar e colorir, o que resulta numa concentração em marcador e
corantes livres do solvente de acordo com os valores máximos estipulados nos números 1.º, 2.º e 3.º da
portaria acima referida, ou seja:
9 g de marcador, sem solvente, por 1000 litros do produto
7,5 g de corante azul, sem solvente, por 1000 litros do produto
e
9 g de marcador, sem solvente, por 1000 litros do produto
6 g de corante vermelho, sem solvente, por 1000 litros do produto, respetivamente.
Estes 60 g correspondem a cerca de 64,5 ml do Pack e, como se trata de “valor máximo”, pode-se arredondar
para um volume facilmente mensurável, adicionando, por cada 1000 litros dos gasóleos ou petróleo, 60 ml
do conteúdo do Pack.
Assim, para efeitos do disposto nos números 1.º, 2.º e 3.º da portaria em causa, dever-se-á adicionar, por
cada 1000 litros dos óleos minerais respetivos, entre 45 ml e 60 ml dos produtos comercializados.
Para volumes superiores de produto a marcar e colorir far-se-ão as respetivas proporcionalidades.
À marcação e coloração dos produtos petrolíferos introduzidos no consumo que beneficiem de um tratamento
fiscal mais favorável, estão subjacentes os seguintes controlos:
Apenas os produtos marcados e coloridos nos termos e limites definidos na Portaria n.º 1509/2002, podem
ser introduzidos no consumo mediante a aplicação de uma taxa de ISP reduzida.
A marcação e coloração é, portanto, uma condição obrigatória e deve ser efetuada previamente à introdução
no consumo dos produtos (regra geral, deve ser efetuada em entreposto fiscal).
Para o efeito, os titulares do entreposto fiscal devem:
Adquirir diretamente aos fornecedores os produtos comercializados contendo o marcador e os corantes;
Adicioná-los aos produtos petrolíferos respetivos nas proporções acima referidas;
Extrair, por cada fornecimento de um novo lote do produto comercializado, duas amostras, com os seguintes
destinos:
confere aos produtos “coloridos” uma cor diferente verde, no caso do gasóleo ou vermelha, no caso do
petróleo e do gasóleo de aquecimento.
A presença do marcador é detetável (mesmo em caso de descoloração do produto) através de análise
efetuada às amostras recolhidas com o reagente apropriado (fornecido com o Kit).
Considera-se que um equipamento utilizou ou está a utilizar produto marcado quando a reação do óleo
mineral com o reagente de identificação apresentar uma cor rosa (de intensidade variável de acordo com a
concentração do marcador), na camada inferior do tubo de ensaio, após agitação forte, seguida de um tempo
de espera não superior a 10 minutos.
Por cada equipamento inspecionado que tenha evidenciado a utilização indevida de produto colorido e
marcado são extraídas três amostras (em quantidades individuais que não ultrapassem 2,5 dl), depositadas
em recipientes devidamente selados, numerados, etiquetados e rubricados pelos intervenientes, com os
seguintes destinos:
• 1 e 2 - conservadas pelas entidades que efetuaram o controlo;
• 3 - entregue ao proprietário do equipamento inspecionado (para efeitos de eventual recurso dos resultados da
análise laboratorial).
As amostras 1 e 2 são enviadas à DSTAL a fim de serem submetidas a análises laboratoriais tendo em vista a
confirmação dos resultados dos testes (determinação com maior rigor da presença do marcador e se
houve diluição). Em caso de confirmação de utilização fraudulenta do produto, os resultados obtidos através
dessas análises constituem elementos de prova que deverão instruir o processo respetivo.
Em caso de deteção de equipamentos que estejam a utilizar indevidamente produtos coloridos e marcados,
as autoridades que efetuaram o controlo poderão proceder à sua apreensão, para efeitos de prova ou de
garantia da prestação tributária, coima ou custas. O auto de apreensão correspondente deverá ser assinado
pelas autoridades que efetuaram o controlo e pelo proprietário/utilizador do equipamento.
O gasóleo colorido e marcado (GCM) apresenta um maior risco de fraude relativamente aos restantes
produtos objeto de marcação e coloração.
Para obviar a esses riscos, e tendo em vista assegurar a correta afetação do produto aos fins legalmente
estabelecidos, associou-se ao sistema de controlo assente na utilização de marcas fiscais, uma componente
informática – a informatização dos abastecimentos de gasóleo colorido e marcado.
Em linhas gerais, este sistema caracteriza-se pela obrigatoriedade de registo, nos terminais de pagamento
automático dos vendedores (TPA), de todos os abastecimentos do produto aos consumidores finais, através
de cartões eletrónicos atribuídos a cada beneficiário (após o reconhecimento do benefício em causa).
Os cartões e respetivos códigos secretos são emitidos, sob controlo da DGADR, por uma entidade privada
– Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS) que implantou a rede informática nacional para registo das
transações do GCM (n.º 5, da Portaria n.º 361-A/2008, de 12 de maio).
Os registos das transações através dos cartões dos beneficiários são enviados em suporte informático pela
SIBS à DGADR, à qual compete a gestão da base de dados relativa ao gasóleo colorido e marcado e a
responsabilidade pela emissão, suspensão ou cancelamento dos cartões (n.º 9, da Portaria n.º 361-A/2008).
Relativamente ao gasóleo consumido na “navegação comercial” (atividades que beneficiam de isenção total
de imposto), foi reforçado o controlo - todos os abastecimentos são presenciados por um agente da entidade
fiscalizadora (UAF/GNR), à qual foram igualmente atribuídos cartões para a abertura do sistema (duplo
controlo).
da mesma portaria).
No âmbito da comercialização do produto, a Portaria n.º 361-A/2008, definiu um conjunto de regras
específicas a observar pelas entidades legalmente habilitadas a vender o produto (empresas petrolíferas,
distribuidores e postos de abastecimento).
De acordo com as regras estabelecidas, o GCM só pode ser:
Disponibilizado no mercado nacional pelas empresas petrolíferas que celebraram com o Estado Português
um contrato para o efeito;
Fornecido ou vendido a titulares de postos de abastecimento ou a distribuidores que sejam detentores de
terminais TPA (fixos ou móveis). Cada posto de abastecimento bem como os distribuidores que vendam
GCM a consumidores finais têm de ser detentores de terminais TPA para o registo de todos os abastecimentos
do produto.
A instalação ou a alteração da localização dos terminais tem de ser comunicada à DGADR e à AT.
As vendas/fornecimentos de GCM efetuadas a postos de abastecimento ou a distribuidores devem ser
comunicadas à AT, mensalmente (através de ficheiro informático com indicação dos números de identificação
fiscal e dos números dos terminais TPA).
Vendido a titulares de cartão eletrónico.
Os vendedores de GCM a clientes finais estão obrigados, para cada abastecimento de GCM, a:
Registar no TPA que lhe foi atribuído (fixo ou móvel), todas as quantidades vendidas através dos cartões
atribuídos a cada beneficiário (n.º 5, do artigo 93.º do CIEC, conjugado com os n.ºs 5, 6 e 7 da Portaria n.º
361-A/2008);
O registo deve ser efetuado no momento da venda dos produtos, ressalvadas as seguintes situações:
- Anomalias (de caráter técnico) do TPA ou dos cartões que inviabilizem o registo no momento do
abastecimento, as quais devem ser comunicadas, por escrito, à DGADR a fim de serem efetuadas as
correções (nº 12º, da Portaria nº 361-A/2008, de 12 de maio);
- Abastecimentos a veículos de transporte por caminho-de-ferro, cujo prazo para o efeito é de 5 dias úteis
(n.º 1 do artigo 38.º da Portaria n.º 50/2020).
Emitir a correspondente fatura ou documento equivalente com a identificação fiscal do titular de cartão ao
qual o produto foi vendido (n.º 5, do artigo 93.º do CIEC, conjugado com o n.º 8 da portaria n.º 361-A/2008).
O incumprimento destas condições está sujeito às sanções previstas no RGIT (n.º 6 do artigo 93.º do CIEC,
n.ºs 6.º, 8.º e 19.º da Portaria n.º 361A/2008, conjugados com o artigo 109.º do RGIT).
Por outro lado, o n.º 5 do artigo 93.º do CIEC prevê ainda que os proprietários ou responsáveis legais pela
exploração dos postos autorizados para venda ao público são responsáveis pelo pagamento do montante de
imposto resultante da diferença entre o nível de tributação aplicável ao gasóleo rodoviário e a taxa aplicável
ao gasóleo colorido e marcado, em relação às quantidades vendidas:
Que não fiquem devidamente registadas no sistema eletrónico de controlo;
Para as quais não sejam emitidas as correspondentes faturas com a identificação fiscal do titular de cartão.
Podem consubstanciar vendas não devidamente registadas para efeitos do n.º 5 do artigo 93.º do CIEC:
Vendas sem registo no TPA (o nº 5 prevê expressamente que a falta de registo dá lugar a exigibilidade do
imposto);
Quantidades registadas através de cartão atribuído a outra entidade (independentemente de serem ambos
titulares de cartão). As quantidades vendidas têm de ser registadas através dos cartões atribuídos aos
beneficiários aos quais o produto foi vendido);
O GCM através do qual são concretizados alguns dos benefícios fiscais em sede de ISP (isenção/taxa
123Embarcações utilizadas na navegação comercial (navegação costeira e interior, pesca, aquicultura e marítimo-turística, veículos de transporte de
passageiros e de mercadorias por caminho-de-ferro, equipamentos agrícolas, florestais e aquícolas, motores fixos e motores frigoríficos
autónomos.
novo proprietário, sem ter solicitado ou antes de lhe ter sido reconhecido o benefício, adquire e abastece a embarcação com GCM (mediante a
utilização do cartão do anterior proprietário), caso em que o imposto lhe deverá ser exigido (novo proprietário) em relação à totalidade dos litros
abastecidos à referida embarcação desde a data da sua aquisição.
128 Exemplificando: titular de um equipamento para o qual foi reconhecido o benefício, que após cessar a atividade que beneficia de isenção continua
O abastecimento de GCM aos equipamentos autorizados é feito tendo por referência plafonds estabelecidos
por altura do reconhecimento do benefício em causa que ficam depois associados a cada cartão.
Para o efeito, devem os requerentes no pedido formulado apresentar uma estimat
iva de consumo médio anual, tendo por base critérios atinentes à atividade e o tipo e características do
equipamento em causa (consumo médio/hora), a qual será depois avaliada pela alfândega competente,
tendo em conta, nomeadamente, atividades e equipamentos semelhantes.
Nas situações em que não existam documentos técnicos para os equipamentos em causa, deverão ser
considerados como referência outros equipamentos com características semelhantes.
Os plafonds de referência, têm natureza meramente indicativa servindo, fundamentalmente, para que as
autoridades competentes possam ter uma perspetiva, a mais aproximada possível, das reais e efetivas
necessidades de cada beneficiário, permitindo, assim, direcionar os seus controlos. Não são, portanto,
inibitórios, não inviabilizando quaisquer abastecimentos para além da quantidade inicialmente estabelecida.
Nas situações em que sejam ultrapassados devem ser desencadeadas diligências no sentido de averiguar os
factos que levaram a um aumento dos consumos, tendo em vista verificar se terão sido cometidas
quaisquer irregularidades, designadamente, a afetação do produto a fim diferente do declarado ou em
equipamentos não autorizados.
No âmbito da reavaliação periódica dos pressupostos e condições dos benefícios fiscais, deve proceder-se à
reanálise dos plafonds de referência tendo em vista eventuais ajustamentos dos mesmos, considerando- se
os consumos efetuados pelo beneficiário nos últimos anos. Tais ajustamentos, independentemente da
análise comparativa com situações análogas (atividade/equipamentos semelhantes) dependem de avaliação
129
casuística e não devem ter por base situações meramente transitórias ou conjunturais .
Nos termos do disposto nos n.ºs 8 e 9 do artigo 93.º do CIEC encontram-se previstas duas situações de
aplicação exclusiva à Região Autónoma da Madeira, em matéria de utilização de GCM:
Possibilidade de utilização como gasóleo de aquecimento, do gasóleo rodoviário e do gasóleo colorido e
130
marcado ;
Dispensa de utilização de cartão eletrónico na aquisição de GCM.
No caso da Região Autónoma dos Açores, após a introdução de GCM naquela região, este produto passou a
131
ser utilizado nas seguintes atividades :
Agricultura Pesca
Navegação marítimo-turística.
Nesta conformidade, foram implementados, a nível estritamente regional, mecanismos de controlo próprios,
em alternativa à utilização de GCM, por força dessas especificidades. Tal não obsta à aplicação do regime
previsto na Portaria n.º 50/2020, com as devidas adaptações.
129
Por exemplo, se um beneficiário aumentou/abateu o número de equipamentos autorizados a utilizar gasóleo colorido e marcado, fará todo o
sentido que se proceda ao ajustamento desse plafond em conformidade. Em sentido contrário, não fará sentido alterar o plafond apenas com
base numa situação conjuntural que determinou um ligeiro aumento ou diminuição de consumos para um determinado período
130 Enquanto não existirem condições técnicas à implementação do gasóleo de aquecimento (com as características prevista no Anexo VI do Decreto-
Lei n.º 89/2008, de 30 de maio, alterado pelo D.L. n.º 142/2010, de 31/12).
131 Decreto Legislativo Regional n.º 15/2014/A, de 20 de agosto, e Decreto Legislativo Regional n.º 1/2019/A, de 7 de janeiro
Para além dos requisitos gerais para a constituição de um entreposto fiscal, previstos na parte geral do CIEC,
existem requisitos específicos, documentais e económicos, para a constituição de entrepostos fiscais de
produtos petrolíferos e energéticos (n.ºs 1 e 2 do artigo 98.º):
Apresentação de memória descritiva das instalações, com a respetiva planta e caraterísticas gerais dos
reservatórios que façam parte das referidas instalações, se os houver, incluindo a respetiva planimetria;
A memória descritiva deve conter:
O volume nominal dos reservatórios;
A identificação dos produtos a armazenar;
O volume nominal das tubagens de interligação, abastecimento e transferência.
A memória descritiva deve ser acompanhada dos certificados de calibração e respetivas tabelas volumétricas.
Submissão dos depósitos e instrumentos de medição ao controlo metrológico da entidade competente, e
posse dos certificados de calibração dentro do prazo de validade;
Apresentação de um documento emitido pela Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), atestando o
cumprimento das obrigações em matéria de reservas de segurança, ou de ter sido demonstrada a existência
de condições para o seu cumprimento, em caso de início de atividade (esta obrigação decorre do previsto no
Decreto-Lei n.º 165/2013, de 16/12).
5.2. REQUISITOS ECONÓMICOS MÍNIMOS CUMULATIVOS (ARTIGO 98.º N.º 2, ALÍNEAS A, B E C):
O n.º 5 do artigo 98.º do CIEC estabelece a dispensa dos requisitos económicos previstos no n.º 2, para os
entrepostos fiscais de armazenagem de produtos destinados a ser utilizados em fins isentos dentro do
território nacional.
Esta norma tem a sua génese na necessidade de resolver os problemas resultantes do contexto vigente no
passado, no qual os destinatários registados (antigos operadores registados) comercializadores de produtos
petrolíferos e energéticos destinados a utilização em uso diferente de carburante ou combustível, designados
na Portaria n.º 117-A/2008, de 17/2 como “matérias-primas”, introduziam no consumo os referidos produtos
processando uma e-DIC com isenção do ISP, na qual eles próprios figuravam como destinatários dos
mesmos, procedendo posteriormente à sua venda a utilizadores isentos não identificados nas referidas
e-DIC.
Alguns desses comercializadores procediam ainda à venda dos produtos em causa, sem pagamento do ISP, a
outros comercializadores igualmente operadores registados, que por sua vez os vendiam a utilizadores
isentos, operação que o seu estatuto fiscal não permitia.
A entrada em produção da base de dados das isenções veio impor uma clarificação de todos estes
procedimentos, obrigando à sua alteração de forma a serem respeitadas as normas do regime geral dos IEC.
O artigo 21.º do CIEC estabelece que a produção, transformação e armazenagem de produtos sujeitos a IEC,
em regime de suspensão do imposto, apenas podem ser efetuadas em entreposto fiscal, mediante autorização e
sob controlo da estância aduaneira competente.
Embora a lei autonomize a figura da transformação, ela integra-se no conceito de produção, distinguindo-se os
entrepostos fiscais de transformação (EFT) dos de produção por lhes serem aplicáveis determinadas
restrições relativamente à produção ou requisitos diferenciados para a sua constituição, relativamente aos
EF de produção.
No âmbito do ISP, o CIEC determina que se consideram como entrepostos fiscais de transformação os
entrepostos fiscais de produção nos quais apenas se efetuam operações de produção que não envolvem a
refinação de petróleo bruto (artigo 98.º n.º 4).
Os titulares de EFT estão dispensados, pelo n.º 3 do artigo 98.º dos requisitos económicos relativos ao
capital social, capacidade de armazenagem e volume de vendas anual, exigidos para a constituição de um EF
de produção ou de armazenagem de produtos petrolíferos e energéticos, previstos no n.º 2 da mesma
norma.
132
Relativamente aos biocombustíveis, nos termos do nº 6 do artigo 96º do CIEC a mistura ou incorporação
de biocombustíveis noutros produtos petrolíferos e energéticos é obrigatoriamente feita em entreposto
fiscal. Por outro lado, o artigo 97.º n.º 1 estabelece que os locais onde são produzidos são considerados EFT.
Assinala-se contudo, que os EFT de que são titulares os pequenos produtores dedicados de biocombustíveis
não estão habilitados a expedir a sua produção em regime de suspensão, com emissão de e-DA, em virtude
da obrigação a que os pequenos produtores estão sujeitos, de colocar toda a sua produção em frotas e
consumidores cativos, devidamente identificados, conforme resulta do artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 117-
A/2010, de 25 de outubro (redação dada pelo DL nº 152-C/2017, de 11 de dezembro, o que significa processar e-
DIC com isenção, incluindo para a produção destinada ao consumo próprio.
Os interessados na obtenção do estatuto de destinatário registado devem, para além dos requisitos previstos
no artigo 29.º do CIEC, apresentar um documento emitido pela ENSE, que certifique o cumprimento das
obrigações em matéria de reservas de segurança, ou de ter sido demonstrada a existência de condições para o
seu cumprimento, em caso de início de atividade, conforme resulta de legislação específica em matéria de
reservas de segurança (Decreto-Lei n.º 165/2013, de 16/12).
8. REGIMES ESPECIAIS
A eletricidade está submetida a um regime fiscal diferente do aplicável aos produtos petrolíferos e energéticos,
em termos da sua incidência subjetiva, facto gerador e exigibilidade.
Deste facto decorre que os sujeitos passivos do imposto, que são os comercializadores definidos no artigo
4.º do CIEC, estão sujeitos a obrigações de registo e declarativas específicas.
O “estatuto IEC” de Operadores do Setor Elétrico (OSE) possibilita a estes sujeitos passivos o cumprimento
das suas obrigações declarativas, através do acesso ao sistema de “Declarações Eletrónicas”.
A este estatuto correspondem:
• Uma subcategoria nacional de produtos IEC – EN 40
• Um número de registo PT08NNNNNNNNN, sendo NNNNNNNNN o NIF do comercializador em questão.
OBRIGAÇÕES DE REGISTO:
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS:
BASE LEGAL
Artigo 10.º, n.º 4, do CIEC e artigo 96.º-A, n.º 3
Os sujeitos passivos com estatuto de OSE, devidamente registados nas alfândegas competentes, devem
declarar para introdução no consumo as quantidades de eletricidade faturadas aos seus clientes
consumidores finais.
A declaração é efetuada através do processamento da e-DIC por via eletrónica, no âmbito das “Declarações
Eletrónicas – Sistema SI-CIC”.
O período declarativo é de 1 mês, e corresponde à quantidade de eletricidade em MWh faturada aos clientes
nesse mês, independentemente da periodicidade da faturação e de se tratar de faturação estimada ou
medida.
A e-DIC deve ser processada até ao 5.º dia útil do segundo mês seguinte ao do período declarativo, nos
termos do artigo 10.º, n.º 4, do CIEC. Assim, os fornecimentos de eletricidade faturados em cada mês, deverão
ser declarados até ao 5.º dia útil do segundo mês seguinte ao da faturação (a eletricidade faturada durante o
mês de janeiro, deverá ser declarada até ao 5.º dia útil do mês de março; a eletricidade faturada durante o mês
de fevereiro, deverá ser declarada até ao 5.º dia útil do mês de abril e assim sucessivamente).
A e-DIC com isenção é preenchida com utilização dos seguintes códigos de isenção: Isenções comuns (artigo
6.º do CIEC) – códigos:
1C01: Produtos fornecidos no âmbito das relações diplomáticas e consulares; 1C02: Produtos
destinados a organismos internacionais e seus membros; 1C03: Produtos destinados à NATO,
excluindo Forças Armadas nacionais; 1C04: Acordos em que se preveja isenção do IVA.
O gás natural está submetido a um regime fiscal diferente do aplicável aos restantes produtos petrolíferos e
energéticos, em termos da sua incidência subjetiva, facto gerador e exigibilidade.
Deste facto decorre que os sujeitos passivos do imposto, que são os comercializadores definidos no artigo
4.º do CIEC, estão sujeitos a obrigações de registo e declarativas específicas.
O “estatuto IEC” de OGN possibilita a estes sujeitos passivos o cumprimento das suas obrigações declarativas,
através do acesso ao sistema de Declarações Eletrónicas”.
A este estatuto correspondem:
• A subcategoria nacional de produtos IEC – EN 10
• Um número de registo PT0ANNNNNNNNN, sendo NNNNNNNNN o NIF do comercializador em
questão.
OBRIGAÇÕES DE REGISTO:
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS:
BASE LEGAL
Artigo 10.º, n.º 4, do CIEC e artigo 96.º-B, n.º 2
Os sujeitos passivos com estatuto de OGN, devidamente registados nas alfândegas competentes, devem
declarar para introdução no consumo as quantidades de gás natural faturadas aos seus clientes consumidores
finais.
A declaração é efetuada através do processamento da e-DIC, por via eletrónica, no âmbito das “Declarações
Eletrónicas – Sistema SIC-IC”.
O período declarativo é de 1 mês e a quantidade a declarar, expressa em gigajoules, corresponde ao gás
natural faturado aos clientes consumidores finais nesse mês, independentemente da periodicidade da
faturação e de se tratar de faturação por estimativa ou através de medição dos consumos.
A unidade tributável do gás natural é o gigajoule (GJ), sendo a taxa de imposto a fixada no n.º 4 do artigo 92.º
do CIEC.
De acordo com o SI (Sistema Internacional de Unidades), o fator de conversão de KWh (unidade de faturação
utilizada pelos comercializadores de gás natural) para GJ (unidade de tributação do gás natural) é de 1 KWh =
0,0036 GJ, o que equivale a 1 GJ = 277,777778 KWh. A conversão de taxas será sempre arredondada a 6
casas decimais, sendo esse arredondamento feito de forma aritmética.
A título exemplificativo, as taxas aplicáveis desde 1 de janeiro de 2013 – 0,30 EUR/GJ para o gás natural
combustível e 2,84 EUR/GJ para o gás natural carburante –, quando expressas em KWh são as seguintes:
• Gás natural combustível – 0,001080 EUR/KWh
• Gás natural carburante – 0,010224 EUR/KWh
O gás natural é classificado pelos seguintes códigos da Nomenclatura Combinada (NC):
• 2711 11 00 00 – gás natural liquefeito
• 2711 21 00 00 – gás natural no estado gasoso.
Foram criados os seguintes códigos adicionais:
• 1668 – gás natural destinado a uso combustível
• 1669 – gás natural destinado a uso carburante
A e-DIC deve ser processada até ao 5.º dia útil do segundo mês seguinte ao do período declarativo, nos
termos do artigo 10.º, n.º 4, do CIEC. Assim, os fornecimentos de gás natural faturados em cada mês, deverão
ser declarados até ao 5.º dia útil do segundo mês seguinte ao da faturação.
Estas obrigações declarativas abrangem os comercializadores de gás natural destinado a uso carburante que
até aqui apresentavam DIC casuísticas, os quais devem assegurar, com rigor, a quantificação dos
consumos em uso carburante sujeitos a ISP ou que beneficiem de isenção.
O gás natural adquirido por consumidores finais em mercados organizados ou através de contratos bilaterais
está sujeito a ISP, nos termos dos artigos 7.º, 8.º e 9.º do CIEC. Estes sujeitos passivos não estão obrigados a
registo como “OGN”, mas devem declarar as introduções no consumo de gás natural através da apresentação de
DIC casuísticas, nas respetivas alfândegas, nos termos estabelecidos no n.º 3 do artigo 10.º do CIEC, dada
a especificidade destas operações.
A e-DIC com isenção é preenchida com utilização dos seguintes códigos de isenção:
Isenções comuns (artigo 6.º do CIEC) – Códigos:
1C01: Produtos fornecidos no âmbito das relações diplomáticas e consulares 1C02: Produtos
destinados a organismos internacionais e seus membros 1C03: Produtos destinados à NATO, excluindo
b) Após o pagamento do imposto, o declarante deverá conservar em seu poder o DUC e uma fotocópia
do requerimento, autenticada pela alfândega, para comprovação da regularização fiscal.
A razoabilidade da previsão de óleo vegetal a utilizar como carburante, indicada pelo declarante,
deverá ser aferida pelos serviços aduaneiros com base no tipo de utilização (puro ou em mistura com
gasóleo) e na estimativa de quilómetros a percorrer. Na ausência de informação sobre os consumos
médios por viatura, afigura-se razoável considerar-se uma estimativa de 10 litros/100 quilómetros
[Exemplos: para 6.000 quilómetros, com utilização pura de óleo vegetal, a estimativa de consumo deve
ser de (6.000 : 100) X10 = 600 litros; para uma mistura de 30% de óleo vegetal em gasóleo, a estimativa
de consumo será de (6000:100) X (0,30 X 10) = 180 litros].
As informações obtidas pela alfândega deverão ser objeto de registo, para efeitos dos controlos fiscais
que vierem a ser tidos por convenientes.
O n.º 1 do artigo 92.º-A do CIEC, aditado pelo artigo 8.º da Lei n.º 82-D/2014, de 31 de dezembro, que
procedeu à reforma da tributação ambiental, estabelece que determinados produtos petrolíferos e energéticos,
para além do ISP, estão sujeitos a um adicionamento sobre as emissões de CO2, resultante da aplicação de
FATOR DE
PRODUTOS
ADICIONAMENTO
Gasolina 2,2716540
Petróleo e petróleo colorido e marcado 2,4536580
Gasóleos rodoviário, colorido e marcado e de aquecimento 2,4748620
GPL (metano e gases de petróleo) usado como combustível e como
2,9026000
carburante
Gás natural usado como combustível e como carburante 0,0561000
Fuelóleo 3,0960000
Coque de petróleo 2,6961000
Carvão e coque 2,2656700
Nos termos do n.º 2 do artigo 92.º-A, o valor da taxa referida no ponto anterior, a vigorar em cada ano (n), é
calculada no ano anterior (n-1), correspondendo à média aritmética do preço resultante dos leilões de
licenças de emissão de gases de efeito de estufa realizados no âmbito do Comércio Europeu de Licenças de
Emissão (CELE), entre 1 de julho do ano n-2 e 30 de junho do ano n-1. Os preços destes leilões são divulgados no
site da EEX- European Energy Exchange, plataforma comum de leilões da União Europeia (www.eex.com).
O adicionamento incide sobre os seguintes produtos petrolíferos e energéticos, quando sujeitos ao ISP e dele
não isentos:
Gasolina classificada pelos códigos NC 2710 12 41 a 2710 12 49;
Petróleo classificado pelo código NC 2710 19 21 e 2710 19 25; Petróleo colorido e marcado
classificado pelo código NC 2710 19 25;
Gasóleos rodoviário e colorido e marcado classificados pelos códigos NC 2710 19 43 a 2710 19 48 e
2710 20 11 a 2710 20 19;
Gasóleo de aquecimento classificado pelo código NC 2710 19 45;
GPL (metano e gases de petróleo) usado como combustível e como carburante; Gás natural usado
como combustível e como carburante;
Fuelóleo classificado pelos códigos NC 2710 19 62 a 2710 19 64 e 2710 20 31 a 2710 20 35 Coque de
petróleo classificado pelo código NC 2713;
Carvão e coque classificados pelos códigos NC 2701, 2702 e 2704.
O valor da taxa do adicionamento a vigorar em cada ano é calculado no ano anterior e publicado em portaria
do Ministro das Finanças ao abrigo do artigo 116.º do CIEC.
CAPÍTULO III
IMPOSTO SOBRE O TABACO
1. INCIDÊNCIA OBJETIVA
São considerados charutos e cigarrilhas os produtos a seguir referidos, se puderem ser fumados tal como se
apresentam e se, tendo em conta as suas características e as expectativas normais dos consumidores, se
destinarem exclusivamente a sê-lo:
a) Os rolos de tabaco revestidos de uma capa exterior em tabaco natural;
b) Os rolos de tabaco com um interior constituído por uma mistura de tabaco batido e revestidos de
uma capa exterior, com a cor natural dos charutos, em tabaco reconstituído, abrangendo a totalidade
do produto, incluindo, se for caso disso, o filtro, mas não a boquilha, no caso de charutos com boquilha,
quando o seu peso unitário, sem filtro nem boquilha, for igual ou superior a 2,3 g e inferior a 10 g e o
seu perímetro, em pelo menos um terço do comprimento, for igual ou superior a 34 mm.
Os rolos de tabaco mencionados nas alíneas anteriores são considerados cigarrilhas ou charutos, consoante o
seu peso seja igual ou inferior a 3 g por unidade ou superior a 3 g por unidade, respetivamente.
São equiparados aos charutos e cigarrilhas os produtos constituídos, total ou parcialmente, por substâncias
que, não sendo tabaco, obedeçam aos critérios atrás mencionados.
1.2. CIGARROS
Para identificar os produtos destinados exclusivamente a uso medicinal face a outros, relativamente aos
quais, esse uso não é exclusivo, existem dois critérios de verificação cumulativa: a composição dos cigarros e
a sua apresentação.
Critério da composição:
O critério da composição de um produto pode ser considerado relevante e, portanto, adequado para
determinar se os cigarros se destinam a uso medicinal, devendo, para o efeito, aferir-se se esse produto
contém substâncias cuja combustão ou inalação produzem efeitos medicinais, de natureza curativa ou
133
preventiva, cientificamente reconhecidos pelo organismo competente . Critério da apresentação dos
cigarros:
O critério da composição do produto não é suficiente para determinar o uso exclusivamente medicinal dos
cigarros, devendo o mesmo ser complementado com a sua apresentação, modo de comercialização ou
perceção que deles têm os consumidores.
1.5. RAPÉ
Considera-se rapé o tabaco em pó ou em grão, especialmente preparado para ser cheirado, mas não fumado.
Considera-se tabaco para mascar o tabaco apresentado em rolos, barras, tiras, cubos ou placas, acondicionado
para a venda ao público, especialmente preparado para ser mascado mas não fumado.
Considera-se tabaco aquecido, o produto de tabaco manufaturado especialmente preparado para emitir um
vapor sem combustão da mistura de tabaco nele contida.
Pode ser definido como o produto em estado líquido contendo nicotina destinado a carga e recarga de
134
cigarros eletrónicos
2. ISENÇÕES
Esta isenção, nos termos no n.º 2 do artigo 102.º do CIEC, deve ser previamente autorizada pelo diretor da
EAC.
Assim sendo, os operadores que forneçam tabaco desnaturado com vista à sua utilização para fins industriais ou
hortícolas, devem apresentar um pedido junto da EAC a solicitar autorização para efetuar o fornecimento,
instruído com todos os elementos probatórios necessários.
A introdução no consumo dos produtos de tabaco deve ser formalizada através do processamento de uma e-
DIC devendo ser inserido:
• O código 1T01 em cada adição da e-DIC, mediante o preenchimento do separador especifico relativo
às isenções;
No caso de tabaco procedente de países ou territórios terceiros, a declaração aduaneira de importação deve
igualmente conter a referência ao CTAB de cada produto.
A utilização de tabaco destinado a testes científicos, bem como a testes relacionados com a qualidade dos
produtos depende de autorização prévia da EAC, nos termos mencionados no número anterior.
Ficam dispensadas desta obrigação o tabaco que não ultrapasse 0,01 % das introduções no consumo
efetuadas pelo operador económico no ano anterior. Neste caso, os operadores IEC que pretendam realizar
testes científicos ou testes relacionados com a qualidade dos produtos de tabaco devem apenas comunicar
previamente o facto à EAC, para efeitos de controlo da isenção.
A introdução no consumo dos produtos de tabaco deve ser formalizada através do processamento de uma
e-DIC devendo ser inserido:
134Por sua vez os cigarros eletrónicos são legalmente definidos como o produto que pode ser utilizado para consumir vapor que contém nicotina, por
meio de boquilha, ou qualquer componente desse produto, incluindo um cartucho, um reservatório e o dispositivo sem cartucho ou reservatório, podendo
ser descartável ou recarregável através de uma recarga e de um reservatório, ou recarregado por cartucho não reutilizável
nas situações em que as embalagens de cigarros e tabaco de enrolar tenham aposta a estampilha prevista
na Portaria n.º 224/2019, de forma a não haver implicações ao nível da conta corrente de estampilhas
especiais.
No caso de tabaco procedente de países ou territórios terceiros, a declaração aduaneira de importação deve
igualmente conter a referência ao CTAB de cada produto.
São aqui plenamente aplicáveis os procedimentos mencionados no número anterior, sendo que na e-DIC a
processar deve ser inscrito o código de isenção 1T03.
Os operadores IEC que pretendam beneficiar desta isenção devem previamente comunicar o facto à EAC,
para efeitos de controlo.
A introdução no consumo dos produtos de tabaco deve ser formalizada através do processamento de uma e-
DIC isenta, devendo ser inserido:
No caso de tabaco procedente de países ou territórios terceiros, a declaração aduaneira de importação deve
igualmente conter a referência ao CTAB de cada produto.
1. Para efeitos de cálculo dos limites quantitativos aplicáveis no período de condicionamento são
contabilizadas, por tipo de produto, todas as introduções no consumo de cigarros, tabaco de corte fino
destinado a cigarros de enrolar e outros tabacos de fumar e cigarrilhas efetuadas ao longo dos 12
meses imediatamente anteriores.
2. Para apuramento da média mensal, à qual é aplicado o fator de majoração previsto no n.º 2 do artigo
106.º do CIEC (regulamentado pela Portaria 200/2016, de 21 de julho), a fim de serem determinados os
limites quantitativos, deve ser tido em conta o seguinte:
a. No caso de produtos de tabaco que estiveram no mercado durante os 12 meses anteriores ao período
de condicionamento, o total das introduções no consumo de cada tipo de produto de tabaco deve ser
dividido por 12;
b. No caso de produtos de tabaco comercializados durante parte desse período, o total das introduções
no consumo de cada tipo de produto de tabaco deve ser dividido, apenas, pelo número de meses em
que estiveram no mercado.
3. Os produtos de tabaco cuja comercialização se inicie durante o período de condicionamento, ou seja, entre
os dias 1 de setembro e 31 de dezembro de cada ano civil, não estão sujeitos, durante esse mesmo período,
aos limites quantitativos previstos no artigo 106.º do CIEC, embora as introduções no consumo desses
produtos devam ser tomadas em consideração para efeitos de apuramento das médias mensais do ano
seguinte.
No caso do tabaco de corte fino e do tabaco para cachimbo, a liquidação deve ser efetuada mediante a
aplicação do “imposto mínimo” (n.º 5 do artigo 104.º-A do CIEC).
3.2.2. Cigarros
No caso dos cigarros, a liquidação deve ser efetuada mediante a aplicação do “imposto mínimo”, em
conformidade com o disposto nas seguintes disposições legais:
Cigarros introduzidos no consumo no Continente – no n.º 5 do artigo 103.º;
Cigarros fabricados nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e introduzidos no consumo na Região
Autónoma dos Açores – no n.º 2 do artigo 105.º;
Cigarros fabricados nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e introduzidos no consumo na Região
Autónoma da Madeira – no n.º 2 do artigo 105.º-A.
3.2.3. Cigarrilhas
No caso das cigarrilhas, a liquidação deve ser efetuada tendo por base o preço de venda ao público, resultante
da média ponderada das cigarrilhas introduzidas no consumo pelo operador económico no período a
considerar.
4. REGIME DE COMERCIALIZAÇÃO
b) Tal comunicação não afasta a responsabilidade do operador económico pelo cumprimento dos
requisitos legalmente estabelecidos (n.º 4).
O operador económico deve apresentar uma declaração a responsabilizar-se pelo cumprimento de todos os
condicionalismos estabelecidos na legislação aplicável à comercialização de produtos de tabaco,
nomeadamente, em matéria de embalagem e rotulagem de produtos de tabaco – Lei n.º 37/2007, de 14 de
agosto (republicada em anexo à Lei n.º 63/2017, de 3 de agosto), Portaria n.º 390/2015, de 2 de novembro e
Decreto-lei n.º 6/2016, de 22 de fevereiro.
Para além da declaração referida no precedente parágrafo, a comunicação a apresentar pelo operador
económico deve integrar os seguintes elementos:
a) A classificação do produto de tabaco e respetivo enquadramento no artigo 101.º do CIEC;
b) Amostra do produto de tabaco, no caso de cigarrilhas e charutos;
c) O teor de nicotina, no caso dos recipientes para carga e recarga de cigarros eletrónicos;
d) O preço de venda ao público e respetiva estrutura;
e) O ID do produto de tabaco, isto é, o número de identificação do produto utilizado na base de
dados EU-CEG (EU- Common Entry Gate);
f) A imagem a cores, à escala 1:1 (tamanho real) da embalagem individual do produto de tabaco.
Sempre que a embalagem individual apresente uma superfície superior a 150 cm2, deve ser
apresentada uma imagem que reproduza todas as faces da referida embalagem;
g) Documento comprovativo de que detém a representação ou mandato comercial do fabricante. No
caso de líquidos contendo nicotina para carga e recarga de cigarros eletrónicos, a apresentação
do referido documento somente é exigível se o operador económico tiver interesse em comprovar a
representação exclusiva da marca;
h) Documento comprovativo do valor de aquisição do produto (ex. declaração do fabricante, fatura pró-
forma).
A comunicação deve ser efetuada com a antecedência mínima de 30 dias à:
⎯ Direção de Serviços dos Impostos Especiais de Consumo e do Imposto sobre Veículos (DSIECIV), no
caso de produtos que se destinem a entrar no consumo no Continente (endereço eletrónico;
dsieciv@at.gov.pt);
⎯ Alfândega de Ponta Delgada ou Alfândega do Funchal, no caso de produtos que se destinem a
entrar no consumo nas Regiões Autónomas dos Açores ou da Madeira, respetivamente.
Os serviços da AT comunicam ao operador económico os CTAB das marcas a comercializar e a data em que os
mesmos ficam disponíveis na aplicação SIC-ET.
4.1.2. Procedimentos aplicáveis à comunicação relativa à alteração dos elementos de marcas de produtos
de tabaco que já são comercializadas no mercado nacional
As alterações dos preços de venda ao público devem ser comunicadas pelos operadores económicos à EAC,
com a antecedência mínima de 30 dias, relativamente à data de aplicação dos novos preços, considerando- se
esses preços tacitamente aceites, na ausência de decisão expressa por parte da EAC, decorrido o prazo de
10 dias subsequente à referida comunicação.
Os produtos de tabaco destinado ao consumo no continente e nas regiões autónomas devem conter
impresso, em local bem visível das respetivas embalagens individuais:
As embalagens de venda ao público de tabaco manufaturado para consumo no território nacional devem ter
aposta uma estampilha especial, a qual deve possuir as características definidas para o ano da respetiva
comercialização, sendo proibida a comercialização de produtos que ostentem estampilhas diferentes, salvo
nos seguintes casos (artigo 8.º da Portaria n.º 119/2019):
⎯ Embalagens individuais de cigarros, até ao final do 3.º mês do ano económico seguinte ao que
corresponde a estampilha especial aposta, exceto se não houver qualquer aumento do imposto
aplicável aos cigarros que produza efeitos nesse ano, podendo, neste caso, as embalagens
individuais de cigarros ser comercializadas e vendidas ao público até ao final do 3.º mês do ano
económico em que se verifique aumento do imposto;
⎯ Charutos e cigarrilhas, até ao final do quinto ano económico seguinte ao que corresponde a
estampilha especial aposta;
⎯ Restantes produtos sujeitos a IT, até ao final do ano económico seguinte ao que corresponde a
estampilha especial aposta.
⎯ Se a circulação se efetuar por meio de transporte particular, as quantidades são aplicáveis por
4.2. PRODUTOS DE TABACO QUE NÃO SE DESTINEM A SER INTRODUZIDOS NO CONSUMO EM TERRITÓRIO
NACIONAL
No caso dos operadores económicos pretenderem comercializar produtos de tabaco que não se destinem a
135
ser introduzidos no consumo em território nacional, ou que beneficiem de isenção em função do destino ,
devem comunicar previamente à DSIECIV, para efeitos de registo na base de dados SIC-ET, os seguintes
elementos:
Nome do produto; Tipo do produto; Tipo de embalagem; Quantidade;
Preço; Destino do produto.
O referido registo destina-se a atribuir um CTAB, necessário ao cumprimento das obrigações declarativas,
por parte do operador económico, junto da EAC.
As subsequentes alterações de preços deste tipo de produtos devem ser comunicadas à DSIECIV.
Sempre que determinada marca deixe de ser comercializada, o operador económico detentor da autorização
de comercialização deve comunicar o facto à DSIECIV, indicando a data em que o mesmo ocorreu.
Na ausência de tal comunicação, a autorização de comercialização considera-se tacitamente revogada se,
durante 12 meses seguidos, o operador económico não proceder a qualquer introdução no consumo de
determinada marca.
A DSIECIV cancela as marcas que se encontrem nas referidas condições na base de dados SIC-ET,
comunicando o facto ao operador económico detentor da autorização de comercialização.
5. SISTEMA DE SELAGEM
5.1. MODELO
O modelo da estampilha especial para selagem de tabacos manufaturados consta do anexo à Portaria n.º
119/2019.
A estampilha especial é diferenciada por ano económico, sendo a cor de fundo para cada ano, bem como o
preço unitário da estampilha fixada por despacho do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
As estampilhas especiais são vendidas e fornecidas pela Imprensa Nacional - Casa da Moeda (INCM), nos
seguintes moldes:
a) Os operadores detentores dos estatutos IEC, previstos no CIEC, efetuam a requisição das estampilhas
especiais, por transmissão eletrónica de dados, através da aplicação informática SIC-ES, disponível no Portal da
AT.
b) A requisição de estampilhas por operadores económicos sem estatuto IEC está sujeita à prestação de
uma garantia. Ou seja, a requisição depende da constituição de uma garantia cujo montante mínimo deve
ser igual a 25% do imposto exigível pelos produtos de tabaco correspondentes às estampilhas em causa (n.º
8 do artigo 110.º do CIEC).
135 Ex: produtos destinados à exportação, abastecimento de bordo, expedição, embaixadas, NATO, ou outras organizações internacionais
Neste caso, a requisição é processada mediante transmissão eletrónica de dados pela estância aduaneira
onde os referidos operadores processem as suas obrigações declarativas. Para o efeito, os operadores
devem, antes de cada requisição, solicitar o respetivo processamento junto da mencionada estância
aduaneira.
As estampilhas devem obrigatoriamente ser apostas nas embalagens dos produtos do tabaco, antes da sua
introdução no consumo, nos seguintes locais:
a) Nos entrepostos fiscais de produção ou armazenagem, no caso de o operador económico ser detentor
do estatuto de depositário autorizado;
b) Na EAC, nos entrepostos aduaneiros ou noutros locais autorizados pela EAC, quando os produtos do
tabaco forem importados e o importador não possua o estatuto de depositário autorizado;
c) Na EAC ou noutros locais por esta autorizados, nos restantes casos - ex. aquisições efetuadas noutro
Estado-membro (EM), por um operador económico que não seja detentor do estatuto de depositário
autorizado;
No caso do tabaco celofanado em que a aposição das estampilhas deve ser por debaixo do celofane, a EAC
pode autorizar os importadores a remeter as estampilhas especiais para os locais de produção de tabaco
situados em países ou territórios terceiros.
A mencionada autorização pela EAC não exonera o requisitante de todas as responsabilidades inerentes,
nomeadamente, as que decorrem da presunção legal prevista no n.º 4 do artigo 110.º do CIEC
O controlo da utilização das estampilhas especiais é efetuado através das conta-correntes, inseridas na
aplicação SIC-ES, de acordo com as regras constantes do respetivo manual.
As embalagens de produtos de tabaco que já se encontrem estampilhadas e não se destinem ao consumo
em território nacional, não podem ser expedidas ou exportadas sem prévia inutilização das estampilhas, nos
termos previstos no artigo 6.º da Portaria n.º 119/2019.
A inutilização de estampilhas deve ser solicitada à EAC, com indicação do local, data e motivos justificativos. A
inutilização é obrigatoriamente efetuada na presença das referidas autoridades, lavrando-se o respetivo auto,
do qual deve constar:
O tipo de produto; O espaço fiscal;
O ano económico a que respeitam as estampilhas.
Na sequência da inutilização devem ser efetuados os necessários registos na conta-corrente de estampilhas.
As estampilhas inutilizadas durante o processo de fabrico nos entrepostos fiscais de produção situados em
território nacional ou noutro Estado membro podem ser objeto de um procedimento simplificado de
136
justificação, até ao limite de 1% das estampilhas consumidas anualmente, no decorrer do processo
produtivo.
136 Nos termos do n.º 24.º da Portaria n.º 1295/2007, de 1 de outubro, com a redação que lhe foi dada pela Portaria n.º 329/2015, de 5 de outubro
5.7. DESTINO A ATRIBUIR AOS PRODUTOS DE TABACO MANUFATURADO COM ESTAMPILHA INVÁLIDA
Os produtos de tabaco nos quais estejam apostas estampilhas especiais que tenham ultrapassado o prazo
de comercialização e venda ao público previsto no artigo 8.º da Portaria n.º 119/2019, detidos por operadores
económicos que comercializem tabaco, quer estes sejam operadores IEC, grossistas ou retalhistas, não
podem ser comercializados ou vendidos ao público, devendo os produtos em causa ser retirados do mercado e
ser-lhes atribuído um dos seguintes destinos:
a) Serem inutilizados sob controlo aduaneiro (n.º 1 do artigo 19.º do CIEC);
b) Serem resselados, nos termos do número seguinte.
Nada obsta a que os produtos de tabaco que não possam ser comercializados ou vendidos por força dos
prazos previstos no artigo 8.º da Portaria n.º 119/2019, possam ser objeto de nova introdução no consumo,
procedendo-se à aposição de novas estampilhas.
À aposição de nova estampilha, corresponderá o reinício da contagem do prazo aplicável (artigo 8.º da
Portaria n.º 119/2019).
Esta situação implica a constituição de um novo facto tributário. Por conseguinte, uma vez que a exigibilidade
ABREVIATURAS UTILIZADAS
Energia e Geologia
DIC – Declaração de Introdução no Consumo DII – Destinatário isento
DSAFA – Direção de Serviços Antifraude Aduaneira
DSIECIV – Direção de Serviços dos Impostos Especiais de Consumo e do Imposto sobre Veículos DSTAL –
Direção de Serviços Técnicos, Análises e Laboratório
DTE – Diretiva de Tributação Energética DUC – Documento único de Cobrança EAC – Estância aduaneira
competente EAE – Estância aduaneira de exportação EBF – Estatuto do Benefícios Fiscais ECS – Export
Control System
e-DA – Documento Administrativo Eletrónico
e-DIC – Declaração de Introdução no Consumo Eletrónica EF – Entreposto Fiscal
EFA – Entreposto fiscal de Armazenagem EFT – Entreposto fiscal de Transformação EFP – Entreposto fiscal
de Produção
ELO – Excise Liaison Office EM – Estado membro
EMCS – Excise Movement Control System GCM – Gasóleo colorido e marcado
GJ – Gigajoule
GIS – Gestão de Informação de Suporte GOC – Grupo de Operação Conjunta
IABA – Imposto sobre o Álcool, as Bebidas Alcoólicas e as bebidas adicionadas de açúcar e outros
edulcorantes
ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas IEC – Impostos Especiais de Consumo
IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes
ISP – Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos IT – Imposto sobre os Tabacos
LGT – Lei Geral Tributária
MNE – Ministério dos Negócios Estrangeiros NC – Nomenclatura Combinada
NIF – Número de Identificação Fiscal OSE – Operador do Setor Elétrico OGN – Operador de Gás Natural
PPD – Pequenos Produtores Dedicados de Biocombustíveis PVM – Pedido de Verificação de Movimentos
RGIT – Regime Geral das Infrações Tributárias SEF – Sistema de Execuções Fiscais
SEN – Sistema Elétrico Nacional
UAF/GNR – Unidade de Ação Fiscal da Guarda Nacional Republicana TPA – Terminal de pagamento
automático