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Iva FDL 2019 PDF

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Imposto sobre o Valor

Acrescentado – Linhas gerais

Clotilde Celorico Palma


IVA
Principais regimes existentes

 Regime geral: Código do Imposto sobre o Valor


Acrescentado/CIVA, aprovado pelo DL nº 394-
B/84, de 26 de Dezembro

 Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias


de Bens/RITI, aprovado pelo DL nº 290/92, de 28
Dezembro
IVA
Principais regimes especiais existentes

 Regime especial de tributação de desperdícios,


resíduos e sucatas recicláveis ( art.ºs 2.º, 19.º, 28.º, 35.º e
48.º do CIVA)
 Regime especial de isenção (art.ºs 53º a 59ºdo CIVA)
 Regime forfetário para a agricultura (art.ºs 59ºA a 59.º
E do CIVA)
 Regime dos pequenos retalhistas (art.ºs 60º a 68º do
CIVA)
IVA
Principais regimes especiais existentes

 Regime de tributação dos combustíveis líquidos


(art.ºs 69.º a 75.º do CIVA)

 Regime especial aplicável às transmissões de bens


em segunda mão, objectos de arte, de colecção e
antiguidades (Decreto-Lei nº 199/96, de 18 de
Outubro)
IVA
Principais regimes especiais existentes

 Regime aplicável às Agências de Viagens e


operadores de circuitos turísticos (Decreto-Lei nº
221/85, de 3 de Julho)
 Regime particular do tabaco (Decreto-Lei nº 346/85,
de 23 de Agosto)
 Regime de IVA de caixa (RIC) (DL n.º 71/2013, de 30 de
Maio), que veio revogar os seguintes regimes:
- Regimes de exigibilidade do IVA nas empreitadas e
subempreitadas de obras públicas (Anexo ao DL nº
204/97, de 9 de Agosto), nas entregas de bens às
cooperativas agrícolas (Decreto-Lei n.º418/99, de 21 de
Outubro) e no transporte rodoviário nacional de
mercadorias (Lei n.º 15/2009, de 1 de Abril)
IVA
Principais regimes especiais existentes

 Regime especial do ouro para investimento (


Anexo ao Decreto-Lei nº 362/99, de 16 de
Setembro)

 Regime especial de renúncia à isenção nas


operações imobiliárias ( Decreto-Lei n.º 21/2007,
de 29 de Janeiro)
IVA
Características principais do imposto

 Imposto geral sobre o consumo de bens e serviços


 Imposto plurifásico
 Imposto indirecto (método subtractivo indirecto)
 Imposto não cumulativo
 Imposto de matriz comunitária (Directiva 2006/112/CE)
 Imposto transitoriamente baseado no princípio de
tributação no país de destino para as transacções
intracomunitárias de bens desde a sua adopção pela CEE até
Dezembro de 2011
IVA
Método subtractivo indirecto

 IVA liquidado  IVA deduzido = Imposto a entregar ao


Estado

 IVA liquidado  IVA deduzido = Imposto a favor do


sujeito passivo
IVA
IVA IVA IVA a
Circuito Compras Vendas Taxa liquidado suportad entregar
económic (1) (2) (3) nas o nas ao Estado
o vendas compras (6)=(4)-
(4)=(3)x( (5)=(3)x( (5)
2) 1)
Forneced
or de - 100 5% 5 - 5
matérias
primas
Produtor 100 240 5% 12 5 7

Grossista 240 400 5% 20 12 8

Retalhista 400 620 5% 31 20 11

Total do imposto a pagar ao Estado 31


Proposta OE/2018

10
Proposta OE/2019

11
IVA
Principais actos jurídicos comunitários

 Primeira e Segunda Directivas (n.ºs 67/227/CEE e 67/228/CEE, de


11.04.1967, JO nº L 71, de 14.3.67 -“primeiras directivas IVA”)
 Sexta Directiva – Directiva nº77/388/CEE, de 17 Maio, publicada no
JO L145 de 13 de Junho de 1977
 Directiva que institui o regime transitório – Directiva
nº91/680/CEE, de 16 de Dezembro, publicada no JO L376/1, de 31 de
Dezembro de 1991
 Directiva IVA – Directiva nº 2006/112/EC, (JO L 347, de 11.12.2006),
que revoga a Sexta Directiva
IVA
Principais actos jurídicos comunitários
 Primeira e Segunda Directivas (n.ºs 67/227/CEE e 67/228/CEE, de
11.04.1967, JO nº L 71, de 14.3.67 -“primeiras directivas IVA”)
 Sexta Directiva – Directiva nº77/388/CEE, de 17 Maio, publicada no JO
L145 de 13 de Junho de 1977
 Directiva que institui o regime transitório – Directiva
nº91/680/CEE, de 16 de Dezembro, publicada no JO L376/1, de 31 de
Dezembro de 1991
 Directiva IVA – Directiva nº 2006/112/EC, (JO L 347, de 11.12.2006), que
revoga a Sexta Directiva
IVA
Actos comunitários mais recentes

 Reformulação da Sexta Directiva: Directiva nº


2006/112/EC, de 28 de Novembro (JO L 347, de
11.12.2006):
- Vem reformular o texto da Sexta Directiva,
consolidando-o

- De acordo com esta proposta, dos 53 artigos da Sexta


Directiva passamos para um único diploma com 414
artigos…
IVA
Actos comunitários mais recentes
. Regulamento de Execução (UE) n.º 1042/2013, do
Conselho, de 7 de Outubro de 2013 que altera o
Regulamento de Execução (UE) n.º 282/2011 no
que diz respeito ao lugar das prestações de
serviços

. Regulamento de Execução (UE) n.º 282/2011, do


Conselho, de 15 de Março de 2011, que estabelece
medidas de aplicação da Directiva IVA,
revogando o Regulamento (CE) n. º 1777/2005,
do Conselho, de 17 de Outubro de 2005 (JO L
77/1 de 23.3.2011)
Fases de harmonização do IVA
 Primeira fase: Aprovação das Primeira e Segunda
Directivas (n.ºs 67/227/CEE e 67/228/CEE, de
11.04.1967, JO nº L 71, de 14.3.67 -“primeiras directivas
IVA”)

 Segunda fase: Decisão de 01.04.1970 (JO n.º L 94, de


28 de Abril de 1970/substituição das contribuições
financeiras dos EM por recursos das Comunidades,
entre os quais uma percentagem do IVA) e aprovação
da Sexta Directiva (Directiva 77/388/CEE, de
17.05.1977, JO nº L 145, de 13.6.77)
Fases de harmonização do IVA
 Terceira fase: Desafio do mercado interno -
Aprovação do Livro branco para a realização do
mercado interno em 1985 e entrada em vigor do
Acto Único Europeu em 1987, com posterior
aprovação da Directiva que institui um regime
transitório de tributação no destino para as
transacções intracomunitárias (Directiva
91/680/CEE, de 16.12.1991, JO n.º L 376/1, de
31.12.91)
IVA
Estratégia mais recente da Comissão
 Ideia chave: é pouco provável que num futuro
próximo se possa progredir significativamente no
sentido da passagem ao regime de tributação no país
de origem, pelo que, a curto prazo, a estratégia deverá
centrar-se em 4 objectivos essenciais: simplificação e
modernização das regras existentes, aplicação mais
uniforme das disposições actuais e nova execução da
cooperação administrativa (“Estratégia para melhorar
o funcionamento do sistema do IVA no mercado
interno”, COM (2003)348 final,07.06.2000)
 Livro Verde da Comissão sobre o futuro do IVA - COM
(2010) 695, de Dezembro de 2010 - mais de 1 700 contributos
 A 6 de Dezembro de 2011, a Comissão apresentou uma
Comunicação com um duplo objectivo: definir as
características fundamentais de um futuro sistema de IVA
que possa continuar a desempenhar a sua função de gerar
receitas, estimulando, em simultâneo, a competitividade da
UE, e indicar os domínios prioritários para novas acções a
empreender nos próximos anos - COM (2011) 851 final
 A 4 de Abril de 2016, a Comissão apresentou uma
Comunicação ao Parlamento Europeu, ao Conselho e ao
Comité Económico e Social, relativa a um plano de acção
sobre o IVA Rumo a um espaço único na UE – Chegou o
momento de decidir - COM (2016)148 final
 No Livro Verde sobre o futuro do IVA - a Comissão
convidou os interessados a participarem nesta
discussão e recebeu mais de 1 700 contribuições
(http://ec.europa.eu/taxation_customs/common/cons
ultations/tax/2010_11_future_vat_en.htm. )

 Foi no contexto do Livro Verde que a Comissão veio


recentemente relançar um debate mais enérgico sobre o
futuro deste imposto.

 Como a Comissão salienta, temos um sistema comum


que tem as suas raízes no primeiro sistema comum
instituído em 1967, substituído pelo segundo sistema
comum da Sexta Directiva de 1977.
LIVRO VERDE/ Motivos subjacentes:

 Complexidade do sistema em vigor


 Melhorar o funcionamento do mercado único
 Maximizar a cobrança das receitas e reduzir a
vulnerabilidade do sistema à fraude
 Alterações do contexto tecnológico e
económico
Comunicação da Comissão de 2011 -como
características fundamentais de um novo sistema
de IVA para a UE indica dois:

 (i) Um sistema baseado no princípio do destino


na tributação internacional, seja em relação a
países terceiros seja em relação a EM

 (ii) Um sistema de IVA mais simples, mais


eficiente e robusto
IVA
Estratégia mais recente da Comissão
 Comunicação ao Parlamento Europeu, ao Conselho e ao
Comité Económico e Social, relativa a um plano de acção sobre
o IVA – Rumo a um espaço único na UE – Chegou o momento
de decidir (COM (2016)148 final).
 O Plano de Acção tem por objectivo a de um espaço único do
IVA na UE e as vias para a respectiva concretização.
 Em termos gerais, define as etapas progressivas necessárias
para o efeito e prevê acções imediatas e urgentes para
combater os desvios do IVA e adaptar o sistema do IVA à
economia digital e às necessidades das PME, fornecendo
orientações claras e a mais longo prazo sobre o sistema
definitivo do IVA nas transacções intracomunitárias de bens e
as taxas do imposto.
O IVA e a jurisprudência do TJUE

• Vias da harmonização fiscal: Legislativa,


jurisprudencial, política (v.g, Código de Conduta da
Fiscalidade das Empresas) e harmonização de facto (v.g,
a levada a cabo pela concorrência fiscal).
O IVA e a jurisprudência do TJUE

 Enquanto nos impostos sobre o rendimento as


violações ao direito comunitário ocorrem geralmente
por violação de princípios que não são especificamente
tributários, como as quatro liberdades de circulação e a
proibição dos auxílios de Estado, no IVA as violações
decorrem, em regra, de uma ofensa directa a
Directivas.
O IVA e a jurisprudência do TJUE
 O artigo 258.º do Tratado sobre o Funcionamento da União
Europeia (TFUE) confere à Comissão competência para
instaurar um processo judicial contra um EM que não
esteja a cumprir as obrigações que lhe incumbem por força
do direito da UE.

 O processo por infracção tem início com um pedido de


informações («carta de notificação para cumprir») ao EM
em causa, o qual deve responder num determinado prazo,
habitualmente de dois meses.
O IVA e a jurisprudência do TJUE
 Se a Comissão não ficar satisfeita com as informações enviadas e
concluir que o EM não está a cumprir as obrigações que lhe incumbem
por força do direito da UE, pode enviar um pedido formal para que este
seja cumprido («parecer fundamentado»), convidando- o a comunicar
à Comissão as medidas tomadas para este efeito num determinado
prazo, habitualmente de 2 meses.

 Se o EM não assegurar o cumprimento do Direito da UE, a Comissão


pode decidir submeter o caso à apreciação do TJUE. Em mais de 95 %
dos processos por infracção, os EM cumprem as obrigações antes de a
Comissão recorrer ao Tribunal de Justiça.
O IVA e a jurisprudência do TJUE
 Se o Tribunal proferir um acórdão contra um EM, este é
obrigado a tomar as medidas necessárias para lhe dar
cumprimento.

 Em determinadas situações em que os EM não procederam


à transposição de directivas no prazo acordado no
Conselho de Ministros da UE e no Parlamento Europeu, a
Comissão pode requerer ao TJUE que imponha uma sanção
pecuniária ao EM aquando da primeira apreciação do caso.
Esta possibilidade, introduzida pelo Tratado de Lisboa, está
prevista no artigo 260.º, n.º 3, do TFUE.
O IVA e a jurisprudência do TJUE
 Se, apesar do acórdão, o EM continuar a não cumprir as obrigações que
lhe incumbem, a Comissão pode iniciar novo processo por infracção
nos termos do artigo 260.º do TFUE, enviando apenas um aviso escrito
ao EM, antes de recorrer ao Tribunal de Justiça.
 Nestes casos, em que o EM é submetido pela segunda vez à apreciação
do Tribunal, a Comissão pode propor que o Tribunal lhe imponha uma
sanção pecuniária, com base na duração e gravidade da infracção e na
dimensão do EM. Esta sanção pode ter dois elementos:
 Uma quantia fixa, que depende do tempo decorrido desde o primeiro
acórdão do Tribunal;
 Uma sanção pecuniária diária, por cada dia que passe após o segundo
acórdão, até à cessação do incumprimento.
IVA – Princípio da neutralidade

 Este princípio, decorrente do Tratado de Roma foi


afirmado, logo em 1967 nos preâmbulos das duas
primeiras Directivas do IVA, como razão de ser da
adopção deste imposto e da rejeição do modelo dos
impostos em cascata.
Jurisprudência do TJUE
 Neutralidade: O princípio da neutralidade
encontra-se vertido nas directivas IVA, sendo
sistematicamente invocado pela Comissão para se
opor às legislações nacionais tidas por
incompatíveis com as regras comunitárias, bem
como pelas administrações fiscais e pelos
contribuintes dos diversos EM, tendo sido,
inúmeras vezes, aplicado pelo TJUE.
IVA – Princípio da neutralidade
 Em conformidade com a Primeira Directiva IVA, o
princípio da neutralidade, por um lado, impõe uma
igualdade de tratamento de mercadorias similares e,
por outro, diferentemente dos impostos cumulativos
em cascata, implica que o IVA comunitário deva incidir
da mesma forma em todas as operações,
independentemente da extensão das cadeias de
produção e de distribuição.
IVA – Princípio da neutralidade
 O princípio da neutralidade tem um corolário
importante no clássico princípio jurídico da não-
discriminação.

 O princípio da neutralidade encontra a sua


justificação noutros princípios que regem o IVA,
tais como os princípios da igualdade de tratamento,
da proibição de duplas tributações ou da ausência
de tributação.
Jurisprudência do TJUE

 Neutralidade - A neutralidade do imposto verifica-se


quer a nível interno quer externo, em particular quer
relativamente à produção (production neutrality) quer
ao consumo (consumption neutrality), como expressão
da neutralidade económica.
Jurisprudência do TJUE
 Neutralidade - A introdução do IVA como modelo
comum da tributação do consumo a nível da União
Europeia, deveu-se, assim, entre outros factores, à
neutralidade quer relativamente ao consumo quer
à produção.
 Existirá neutralidade relativamente ao consumo,
quando o imposto não influi nas escolhas dos
diversos bens ou serviços por parte dos
consumidores. Um imposto será neutro na
perspectiva da produção, se não induz os
produtores a alterações na forma de organização
do seu processo produtivo.
IVA – Princípio da neutralidade
 Um imposto totalmente neutro parece estar fora de
questão sempre se concedendo algumas isenções,
existindo, eventualmente, diferenciações na taxa
aplicável às diferentes transacções de bens e serviços.
IVA – Princípio da neutralidade
 A aplicação do princípio da neutralidade deverá ser tida
em consideração nas fases essenciais da vida deste
tributo, como as regras de incidência objectiva e
subjectiva, a localização, as isenções e o exercício do
direito à dedução.

 Poderemos afirmar que este tem sido o princípio mais


invocado pelo Tribunal para fundamentar os seus
arestos, aparecendo-nos muitas vezes aliado ao princípio
da igualdade de tratamento, da uniformidade e da
eliminação das distorções de concorrência.
CIVA-Art.º 1.º
Regras de incidência real ou objectiva

Estão sujeitas a IVA:

 As transmissões de bens e as prestações de serviços:

- Efectuadas no território nacional


- A título oneroso
- Por um sujeito passivo agindo como tal

 As operações intracomunitárias
 As importações de bens
CIVA-Art.º1.º, n.º2,a), b), c) e d)
Território nacional e da Comunidade

 Território Nacional: Continente, Regiões Autónomas e respectivas


águas territoriais (art.º 5º CRP)

 Território da Comunidade: Excluem-se países não pertencentes à


Comunidade Europeia, bem como os seguintes territórios de Estados
membros:
- Não integram os territórios aduaneiro e fiscal: Ilha de Helgoland e
território de Busingen, da RFA,Ceuta e Melilha, de Espanha,Livigno,
Campione d’Itália e águas nacionais do Lago Lugano,de Itália
(qualificados como país terceiro)
- Integram o território aduaneiro, mas não o fiscal:Ilhas Canárias, de
Espanha, Departamentos Ultramarinos, da França,Monte Atos, da
Grécia,Ilhas Anglo Normandas, do RU, ilhas Aland, da Finlândia
(qualificados como território terceiro)
CIVA-Art.º 1.º, n.º4
Território da Comunidade

 As operações efectuadas a partir de, ou com destino


a, Principado do Mónaco ou Ilha de Man e zonas de
soberania do Reino Unido de Akrotiri e Dhekelia,
consideram-se como efectuadas a partir de, ou com
destino, respectivamente, à República Francesa, ao
Reino Unido da Grã Bretanha e da Irlanda do Norte
e à República de Chipre.
JURISPRUDÊNCIA DO CAAD - IVA
A qualificação das operações

• Taxa a aplicar às transacções de coroas, implantes e pilares


constitutivos de implantes dentários quando transaccionados em
separado – Interpretação da Verba 2.6 da Lista I anexa ao CIVA.
• Na alínea e) do n.º1 do art.º 132.º, a DIVA determina que os EM devem
isentar ”As prestações de serviços efectuadas no âmbito da sua
actividade por protésicos dentários, e bem assim o fornecimento de
próteses dentárias efectuadas por dentistas e protésicos
dentários.”
• O n.º3 do artigo 9.º do CIVA manda exonerar de IVA “As prestações de
serviços efectuadas no exercício da sua actividade por protésicos
dentários;”
JURISPRUDÊNCIA DO CAAD - IVA
A qualificação das operações
• O Anexo III da Directiva IVA contém o elenco das
transmissões de bens e prestações de serviços a que se
podem aplicar as taxas reduzidas previstas no artigo 98.º, e
contempla, no respectivo ponto 4, as seguintes realidades:
“Equipamento médico, material auxiliar e outros aparelhos
normalmente utilizados para aliviar ou tratar deficiências,
para uso pessoal exclusivo dos deficientes, incluindo a
respectiva reparação, bem como assentos de automóvel
para crianças”.
JURISPRUDÊNCIA DO CAAD - IVA
A qualificação das operações
• A verba 2.6. da Lista I, do CIVA representa a transposição ao nível do
direito interno do referido ponto 4 do Anexo III da DIVA, nos termos
da qual se determina a aplicação da taxa reduzida do IVA aos seguintes
bens: “2.6. Aparelhos ortopédicos, cintas médico-cirúrgicas e meias
medicinais, cadeiras de rodas e veículos semelhantes, accionados
manualmente ou por motor, para deficientes, aparelhos, artefactos e
demais material de prótese ou compensação destinados a
substituir, no todo ou em parte, qualquer membro ou órgão do
corpo humano ou a tratamento de fracturas e as lentes para correcção
de vista, bem como calçado ortopédico, desde que prescrito por receita
médica, nos termos a regulamentar pelo Governo no prazo de 30 dias.”
JURISPRUDÊNCIA DO CAAD - IVA
A qualificação das operações

• A transmissão “individualizada” de implantes e pilares


poderá ser tributada à taxa reduzida de 6% por se subsumir
no âmbito do disposto na verba 2.6 da Lista I anexa ao
CIVA?
JURISPRUDÊNCIA DO CAAD - IVA
A qualificação das operações
Posição da AT:
• Os vários componentes por que são constituídos os implantes dentários quando
transaccionados em separado devem ser classificadas como peças ou acessórios de um
implante, não podendo ser enquadradas na verba 2.6 da Lista I anexa ao CIVA por não
constituírem, autonomamente ou unitariamente, uma peça artificial que substitui um
órgão do corpo ou parte dele (a AT utiliza a este propósito a expressão “bens completos”,
em substituição do conceito antes por si utilizado de “unidade única de implante”), no
sentido de assumir ou substituir, efectivamente, a função da parte do corpo com
deficiência ou enfermidade, sendo-lhes aplicável a taxa normal do imposto;
• Com efeito, as partes e acessórios das próteses como as peças em questão, para além de
não serem prótese, não são aptos, considerados individualmente, a substituir uma parte
do corpo ou a sua função, ou seja, não se configuram como “bens completos” – i.e.,
aqueles que, por si mesmos, são aptos a substituir uma parte do corpo ou a sua função;
• Só quando a transacção incide sobre os transplantes completos, montados tal como são
aplicados na boca dos pacientes, haverá lugar ao benefício da taxa reduzida de IVA nos
termos do disposto na referida verba.
JURISPRUDÊNCIA DO CAAD - IVA
A qualificação das operações
Processo n.º 188/2015-T:

- A prótese dentária por implante dentário é constituída


por três elementos: implante, peças de ligação/pilar e
coroa;

- As três peças básicas com que é constituído o implante


não têm qualquer outra utilização que não seja para
fazer os implantes.
JURISPRUDÊNCIA DO CAAD - IVA
A qualificação das operações
Conclusões :

• A interpretação que a AT pretende fazer da verba 2.6 da Lista I anexa


ao CIVA, de acordo com a qual a taxa reduzida do IVA se aplica apenas
às “unidades completas de implante”, mas não às peças que constituem
o implante dentário completo, não tem qualquer apoio no texto legal
e, a ser seguida, introduziria tratamento fiscal discriminatório para as
próteses por implante;
• Não sendo susceptíveis de qualquer outra utilização que não seja em
medicina dentária, devem ser tributadas à taxa reduzida do IVA, por
estarem enquadradas na verba 2.6 da referida Lista I.
JURISPRUDÊNCIA DO CAAD - IVA
A qualificação das operações
Conclusões :
• Importa ainda notar a questão das prestações compostas versus
prestações independentes, objecto de apreciação do TJUE em alguns
arestos.
• A este respeito, decorre do artigo 2.º da Directiva IVA que cada
operação deve normalmente ser considerada distinta e independente.
• Todavia, em determinadas circunstâncias, várias prestações
formalmente distintas, susceptíveis de serem realizadas
separadamente e de dar lugar, em cada caso, a tributação ou a isenção,
devem ser consideradas como uma operação única quando não sejam
independentes (nomeadamente, Acórdãos de 25 de Fevereiro de 1999,
Caso CPP, Proc. C-349/96, n. º 27, e de 27 de Outubro de 2005, Caso
Levob Verzekeringen e OV Bank, Proc. C-41/04, n.º 18).
JURISPRUDÊNCIA DO CAAD - IVA
A qualificação das operações
- A AT recorreu para o STA – Proc. n.º 01563/14, de 15-04-2015 - O recurso para o STA de decisão
arbitral pressupõe que se verifique, entre a decisão arbitral recorrida e o acórdão invocado como
fundamento, oposição quanto à mesma questão fundamental de direito (cfr. o n.º 2 do artigo 25.º
RJAT), não devendo, ainda, o recurso ser admitido – ou sendo-o, não devendo prosseguir para
conhecimento do respectivo mérito – se, não obstante a existência de oposição, a orientação
perfilhada no acórdão impugnado estiver de acordo com a jurisprudência mais recentemente
consolidada do Supremo Tribunal Administrativo (cfr. o n.º 3 do artigo 152.º do CPTA, aplicável “ex
vi” do disposto no n.º 3 do artigo 25.º do RJAT)

- A AT apresenta como estando em oposição dois acórdãos cujas situações não têm qualquer
semelhança, sendo que o acórdão fundamento envolve dois produtos alimentares (“tofu” e “seitan”) e
o acórdão recorrido trata de próteses por implantes dentários, sendo que, nos dois casos, as normas
legais convocadas são também distintas.

- AT identifica a contradição quanto à questão fundamental de direito numa suposta “interpretação


extensiva” feita pelo CAAD da norma apontada, quando a decisão em nenhum momento faz apelo a
este critério hermenêutico, bem pelo contrário.
-
JURISPRUDÊNCIA DO CAAD - IVA
A qualificação das operações
Ofício Circulado n.º 30183 2016-10-28:

“5. Na medida em que não possam ter outra utilização que não a de integrarem a prótese
dentária, os implantes, pilares de fixação e coroas dentárias estão aptos a cumprir o fim
de substituir um órgão do corpo humano ou parte deste.
6. Ao contemplar na sua redação o material de prótese que se destine a substituir, no todo
ou em parte, um órgão do corpo humano, a citada verba permite incluir no seu âmbito
de aplicação a transmissão destes bens, ainda que transacionados separadamente.
7. Nestes termos, a transmissão de implantes e demais peças de ligação ou fixação de
próteses dentárias, em qualquer fase do circuito comercial, incluindo a importação, está
sujeita a IVA à taxa reduzida, por aplicação da verba 2.6 da Lista I anexa ao CIVA.
8. O seu fornecimento por odontologistas ou por protésicos dentários no âmbito das
prestações de serviços realizadas aos seus pacientes, constitui parte destas, isentas de
IVA ao abrigo, respetivamente, das alíneas 1) e 3) do artigo 9.º do CIVA.”
JURISPRUDÊNCIA DO CAAD - IVA
A qualificação das operações
Alteração legislativa/OE 2017:

«Artigo 9.º [...]


1) ...;

2) ...;
3) As prestações de serviços efetuadas
no exercício da sua atividade por
protésicos dentários bem como as
transmissões de próteses dentárias
efetuadas por dentistas e protésicos
dentários; “
CIVA-Art.º 3.º, n.º1
Conceito de transmissão de bens

 Transferência onerosa de bens corpóreos (consideram-


se como tal a energia eléctrica, o gás, o calor, o frio e
similares – n.º2 do art.º 3º), por forma correspondente
ao exercício do direito de propriedade.
CIVA- Art.º 3.º, n.º3
Assimilação a transmissões de bens
 Entrega de bens em execução de um contrato de
locação-venda.
 Entrega de bens móveis decorrente de um contrato de
compra e venda com reserva de propriedade.
 Transferências de bens entre comitente e comissário,
efectuadas em execução de um contrato de comissão,
conforme vem definido no Código Comercial.
 Transferências entre consignante e consignatário.
 Não devolução, no prazo de um ano a contar da data da
entrega ao destinatário, das mercadorias enviadas à
consignação.
CIVA-Art.º 3.º, n.º3
Assimilação a transmissões de bens
 Entrega de bens móveis produzidos ou montados sob encomenda,
quando todos os materiais sejam fornecidos pelo sujeito passivo que
os produziu ou montou
 Afectação permanente de bens da empresa a uso próprio, a fins não
empresariais ou a sua transmissão gratuita, desde que, em qualquer
destes casos, esses bens, ou os seus componentes, tenham originado
dedução de imposto (excluem-se as amostras e ofertas de pequeno
valor)
 Afectação de bens, por um sujeito passivo, a um sector de actividade
isento, bem como a afectação ao activo imobilizado de bens cuja
aquisição não confira direito à dedução, quando, em ambos os
casos, tenha havido, em relação a esses bens, ou aos elementos que
o constituem, direito à dedução do IVA
CIVA-Art.º 3.º, n.ºs 4 e 6
 Não são consideradas transmissões de bens :

- As cessões a título oneroso ou gratuito do estabelecimento


comercial, da totalidade de um património ou de parte dele, que
seja susceptível de constituir um ramo de actividade independente,
quando, em qualquer dos casos, o adquirente seja ou venha a ser,
por essa aquisição, um sujeito passivo de IVA

- As cedências documentadas feitas por cooperativas agrícolas aos


sócios, de bens não embalados para fins comerciais resultantes da
primeira transformação de matérias-primas por eles entregues, na
medida em que não excedam as necessidades do seu consumo
familiar
CIVA-Art.º 3.º, n.º 7
 Caso das amostras e ofertas : Não são consideradas transmissões de
bens, nos termos definidos por portaria do Ministro das Finanças,
aquelas que tenham por objecto bens não destinados a posterior
comercialização que, pelas suas características, ou pelo tamanho ou
formato diferentes do produto que constitua a unidade de venda,
visem, sob a forma de amostra, apresentar ou promover bens
produzidos ou comercializados pelo próprio sujeito passivo
(amostras), assim como as ofertas de valor unitário igual ou inferior
a € 50 e cujo valor global anual não exceda cinco por mil do volume
de negócios do sujeito passivo do ano civil anterior, em
conformidade com os usos comerciais (ofertas).

 Portaria n.º 497/2008, de 24.06.


CIVA-Art.º 4.º, n.º1
Conceito de prestação de serviços

 Conceito residual ou negativo: operações a título


oneroso que não se qualificam como transmissões,
aquisições intracomunitárias ou importações de bens
CIVA-Art.º 4.º, n.º2
Assimilações a prestações de serviços
 Consideram-se ainda prestações de serviços a título oneroso:

- A utilização, seja a que título for, de bens da empresa por cuja


aquisição tenha havido lugar à dedução do imposto, para fins
alheios à sua actividade tributável
- As prestações de serviços a título gratuito efectuadas pela própria
empresa tendo em vista as necessidades particulares do seu titular,
do pessoal ou em geral a fins alheios à mesma
- A empreitada de bens móveis, sempre que o dono da obra tenha
fornecido materiais para o efeito, quer o empreiteiro tenha ou não,
fornecido uma parte desses materiais.
CIVA-Art.º 4.º, n.º5
Exclusões do conceito de prestação de serviços

 Não são consideradas prestações de serviços:

- A cedência de um direito ou de um conjunto de


direitos, efectuada autonomamente ou em
conjunto, que seja susceptível de constituir um
ramo de actividade independente, quando, em
qualquer dos casos, o adquirente seja ou venha a
ser, por essa aquisição, um sujeito passivo de IVA.
CIVA-Art.º 5.º, nº1
Conceito de importação
 Entrada no território nacional dos seguintes bens:

- Originários ou procedentes de países terceiros e que


não se encontrem em livre prática ou que tenham sido
colocados em livre prática no âmbito de acordos da
união aduaneira

- Procedentes de territórios terceiros e que se encontrem


em livre prática
CIVA-Art.º 5.º, nº1
Conceito de importação

 “ Consideram-se em livre prática num Estado -membro os


produtos provenientes de países terceiros em relação aos
quais se tenham cumprido as formalidades de importação e
cobrado os direitos aduaneiros ou encargos de efeito
equivalente exigíveis nesse Estado –membro, e que não
tenham beneficiado de draubaque total ou parcial desses
direitos ou encargos” (art.º29.º do TFUE)
CIVA-Art.º2.º, n.º1
Regras de incidência pessoal ou subjectiva

 São sujeitos passivos de IVA as pessoas singulares ou colectivas


que:
- Exerçam actividades de produção, comércio ou prestação de serviços,
incluindo as actividades extractivas, agrícolas e das profissões livres, de
modo independente e habitual
- De modo independente, pratiquem uma só operação, enquadrável
numa das referidas actividades, sejam ou não estas exercidas no
território nacional
- Pratiquem uma só operação sujeita a IRS ou IRC
- Realizem importações de bens
- Mencionem indevidamente IVA em factura
- Efectuem operações intracomunitárias
CIVA-Art.º2.º, n.º1
Regras de incidência pessoal ou subjectiva

 Reverse charge - São sujeitos passivos de IVA como adquirentes


as pessoas singulares ou colectivas referidas na alínea a) do n.º1
do art.º 2.º/Exs:
- pela aquisição dos serviços abrangidos pela alínea a) do n.º 6
do artigo 6.º, quando os respectivos prestadores não tenham,
no território nacional, sede, estabelecimento estável ou, na sua
falta, o domicílio, a partir do qual os serviços são prestados;
- que sejam adquirentes em transmissões de bens ou
prestações de serviços efectuadas no território nacional por
sujeitos passivos que aqui não tenham sede, estabelecimento
estável ou domicílio nem disponham de representante nos
termos do artigo 30.º;
CIVA – Art.º 2.º, n.º2
Delimitação negativa da incidência

 Desde que a sua não sujeição não origine


distorções de concorrência, não são sujeitos
passivos do imposto o Estado e as restantes
pessoas colectivas de direito público, quando
realizem operações no âmbito do seu jus imperii,
ainda que onerosas
CIVA-Art.º 6.º, n.º1
Localização das transmissões de bens

 Regra geral:
- Se houver expedição ou transporte: são cá
tributáveis caso aqui se encontrem aquando
do início da expedição ou transporte
- Se não houver expedição ou transporte: são cá
tributáveis caso aqui se encontrem no
momento em que são postos à disposição do
adquirente
Pacote IVA
Localização das PS

 Regra geral de localização das PS efectuadas entre


sujeitos passivos: A partir de 01.01.2010, localizam-se
onde o adquirente se encontra estabelecido ou tem
domicílio ou residência habitual (princípio do destino)
Pacote IVA

Localização das PS

 Regra geral de localização das PS efectuadas entre sujeitos


passivos e particulares: Continuam a localizar-se na
origem (sede, estabelecimento estável ou domicílio do
prestador/princípio da origem)
Pacote IVA
 Decreto-Lei n.º 186/2009:

- Nova estrutura do artigo 6.º:


n.ºs 1 a 5 – regras de localização das transmissões de
bens

n.ºs 6 a 13 – regras de localização das prestações de


serviços
Pacote IVA

 Artigo 6.º do CIVA/ Prestações de serviços:


- N.º 6 – regras gerais
- N.ºs 7, 8 e 12, alínea a) do artigo 6.º do CIVA -
excepções às duas regras gerais
- N.ºs 9, 10 e 11, 12, alíneas b), c) e d) e 13 -
excepções à regra geral das prestações de
serviços B2C
Regime B2C para pequenas PS de telecomunicações,
radiodifusão, telecomunicações e electrónicas

 Artigo 6.ºA (OE/2019)– Transpõe a DIRECTIVA (UE)


2017/2455 DO CONSELHO, de 5 de Dezembro de 2017,
que altera a Directiva 2006/112/CE e a Directiva
2009/132/CE no que diz respeito a determinadas
obrigações relativas ao imposto sobre o valor
acrescentado para as prestações de serviços e as vendas
à distância de bens.
Regime B2C para pequenas PS de telecomunicações,
radiodifusão, telecomunicações e electrónicas

Artigo 6.º-A (OE/2019)


Derrogação à regra de localização no Estado-Membro do adquirente
 1 - Não obstante o disposto na alínea h) do n.º 9 e na alínea h) do n.º 10
do artigo 6.º, as prestações de serviços de telecomunicações, de
radiodifusão ou televisão e serviços por via eletrónica, nomeadamente
os descritos no anexo D, efetuadas a uma pessoa que não seja sujeito
passivo, são tributáveis nos termos da alínea b) do n.º 6 daquele artigo,
quando estejam reunidas as seguintes condições:
 a) O prestador tenha sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, o
domicílio em território nacional e não esteja sedeado, estabelecido ou
domiciliado noutro Estado-Membro;
 b) As prestações de serviços sejam efetuadas a destinatários
estabelecidos ou domiciliados em outros Estados-Membros; e
 c) O valor total, líquido de IVA, das prestações de serviços referidas na
alínea anterior não seja superior, no ano civil anterior ou no ano civil
em curso, a 10 000 (euro).
Regime B2C para pequenas PS de telecomunicações,
radiodifusão, telecomunicações e electrónicas

Artigo 6.º-A (OE/2019)


Derrogação à regra de localização no Estado-Membro do adquirente
 2 - Não obstante o disposto na alínea h) do n.º 9 e na alínea h) do n.º 10
do artigo 6.º, as prestações de serviços de telecomunicações, de
radiodifusão ou televisão e serviços por via eletrónica, nomeadamente
os descritos no anexo D, efetuadas a uma pessoa que não seja sujeito
passivo, não são tributáveis em território nacional quando estejam
reunidas as seguintes condições:
 a) O prestador tenha sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, o
domicílio apenas no território de um outro Estado-Membro;
 b) As prestações de serviços sejam efetuadas a destinatários
estabelecidos ou domiciliados em território nacional ou em outros
Estados-Membros que não o referido na alínea anterior; e
 c) O valor total, líquido de IVA, das prestações de serviços referidas na
alínea anterior não seja superior, no ano civil anterior ou no ano civil
em curso, a 10 000 (euro).
Regime B2C para pequenas PS de telecomunicações,
radiodifusão, telecomunicações e electrónicas

Artigo 6.º-A (OE/2019)


 3 - O disposto nos números anteriores não é aplicável a partir da
data em que, no decurso de um ano civil, seja excedido o limiar aí
referido.
 4 - Os sujeitos passivos abrangidos pelo disposto no n.º 1, cujas
prestações de serviços não tenham excedido o montante
mencionado na alínea c) desse número, podem optar pela
sujeição a tributação desses serviços no Estado-Membro em que
o adquirente estiver estabelecido ou domiciliado, devendo
manter esse regime por um período mínimo de dois anos civis.
 5 - O disposto na alínea h) do n.º 10 do artigo 6.º é aplicável,
quando os sujeitos passivos abrangidos pelo disposto no n.º 2
tenham exercido a opção de sujeitar esses serviços a tributação
no Estado-Membro em que o adquirente estiver estabelecido ou
domiciliado.
IVA
Modalidades de isenções

 Isenções simples, parciais ou incompletas: não


conferem direito à dedução do IVA suportado
(art.º 9.º e 53.º do CIVA)

 Isenções totais ou completas: conferem o direito à


dedução do IVA suportado (art.º 14.º do CIVA e do
RITI)
CIVA-Art.º9.º
Isenções nas operações internas

 Saúde *
 Segurança e assistência sociais
 Ensino
 Formação Profissional *
 Artísticas
 Prestações de serviços efectuadas por pessoas colectivas de direito
público e organismos sem finalidade lucrativa
 Transmissão de direitos de autor
 Serviços públicos

* Podem renunciar à isenção (Artigo 12.º)


CIVA-Art.º 9.º
Isenções nas operações internas

 Operações bancárias e financeiras


 Operações de seguro e de resseguro
 Locações de bens imóveis *
 Operações sujeitas a IMT 
 Jogos
 Prestações de serviços (exceptuando as de produção
agrícola) efectuadas por cooperativas agrícolas aos seus
associados agricultores) *
 Serviços de alimentação e bebidas fornecidos pela entidade
patronal aos seus empregados *
* Podem renunciar à isenção (Artigo 12.º)
CIVA-Art.º 14.º
Isenções nas exportações, operações
assimiladas e transportes internacionais

 Ex: Exportações directas, exportações relacionadas com


organismos internacionais e com as representações
diplomáticas; prestações de serviços, nomeadamente de
transporte, relacionadas com o circuito de pessoas e bens
CIVA-Art.º 16.º, n.º 1
Valor tributável nas operações internas

 Regra geral: Contraprestação obtida ou a obter pelo


alienante ou pelo prestador de serviços
CIVA-Art.º 16.º, n.º5
Valor tributável nas operações internas

 São incluídos no valor tributável:


- Impostos, direitos e taxas (com exclusão do IVA)
- Despesas acessórias (comissões, embalagens,
transporte, seguros, publicidade, etc.)
- Subvenções ou subsídios, directamente
relacionados com o preço de cada operação
CIVA-Art.º 16.º, n.º6
Valor tributável nas operações
internas

São excluídos do valor tributável:


- Juros pelo pagamento diferido do preço
- Indemnizações declaradas judicialmente, por
incumprimento total ou parcial de obrigações
- Descontos, bónus e abatimentos
- Quantias pagas em nome e por conta do adquirente,
registadas pelo contribuinte em contas de terceiros
apropriados
- Embalagens que não forem objecto de transacção
CIVA-Art.º 16.º, n.º 3
Valor tributável nas operações internas

 Quando a contraprestação não é definida no todo ou


parte em $: montante recebido ou a receber acrescido
do valor normal dos bens ou serviços dados em troca
CIVA-Art.º 16.º, n.º 4
Valor tributável nas operações internas

 Valor normal de um bem ou serviço:


a) O preço, aumentado dos elementos referidos no n.º 5, na medida
em que nele não estejam incluídos, que um adquirente ou
destinatário, no estádio de comercialização em que é efectuada a
operação e em condições normais de concorrência, teria de pagar a
um fornecedor ou prestador independente, no tempo e lugar em
que é efectuada a operação ou no tempo e lugar mais próximos,
para obter o bem ou o serviço ou um bem ou serviço similar;
b) Na falta de bem similar, o valor normal não pode ser inferior ao
preço de aquisição do bem ou, na sua falta, ao preço de custo,
reportados ao momento em que a transmissão de bens se realiza;
c) Na falta de serviço similar, o valor normal não pode ser inferior
ao custo suportado pelo sujeito passivo na execução da prestação
de serviços.
CIVA-Art.º 18.º, n.º1
Taxas

 Taxas aplicáveis no Continente (art.º 18.º, n.º1, do


CIVA):
- Taxa normal - 23%
- Taxa intermédia – 13% (importações, transmissões de
bens e prestações de serviços constantes da Lista II
anexa ao CIVA)
- Taxa reduzida – 6% (importações, transmissões de bens
e prestações de serviços constantes da Lista I anexa ao
CIVA)
CIVA-Art.º 18.º, n.º3, DL 347/85,de 23.08
Taxas
 Região Autónoma dos Açores a partir de 1.1.2013 (Lei n.º 83-
C/2013 que aprova o Orçamento de Estado para 2014)
- Taxa normal – subiu de 16% para 18%
- Taxa intermédia – subiu de 9% para 10%
- Taxa reduzida – subiu de 4% para 5%
A partir de 30.09.2015 (Lei n.º 63-A/2015, de 30/06).
- As taxas reduzidas regressaram a 9% e 4%

 Região Autónoma da Madeira a partir de 1.4.2012 (plano de assistência


financeira à Madeira):
- Taxa reduzida - subiu de 4% para 5%
- Taxa intermédia - subiu de 9% para 12%
- Taxa máxima – subiu de 16% para 22%

NOTA: A taxa das Regiões Autónomas calcula-se por aplicação das regras do art.º
6.º do CIVA
CIVA-Art.º 19.º a 21.º
Dedução do IVA

 Requisitos do exercício do direito à dedução:

- Objectivos
- Subjectivos
- Temporais
CIVA-Art.º 19.º a 21.º
Dedução do IVA
 Requisitos objectivos:
- O imposto suportado deve constar de factura
passada na forma legal, devendo referir
expressamente o nome do sujeito passivo e estar
na sua posse (art.º 36.º, n.º5, do CIVA), ou do
recibo de pagamento de IVA que faz parte das
declarações de importação, bem como de
documentos emitidos por via electrónica pela
DGAIEC, nos quais conste o número e data do
movimento de caixa
- A despesa, deve, por si, conferir o direito à
dedução do IVA
CIVA-Art.º 19.º a 21.º
Dedução do IVA
Requisitos subjectivos:
- O sujeito passivo tem que ter direito à dedução
do IVA

- Só os bens e serviços adquiridos para utilização


efectiva na actividade tributária do sujeito
passivo, para exportar ou adquiridos no âmbito
das operações assimiladas a exportações e dos
transportes internacionais previstos no artº 14º,
é que conferem direito à dedução.
CIVA
Dedução do IVA
 Modalidades de sujeitos passivos quanto à
dedução do imposto:

- Com direito à dedução: total ou parcial/sujeitos


passivos mistos: praticam em simultâneo
actividades que não conferem direito à dedução e
actividades que conferem direito à dedução

- Sem direito à dedução


CIVA-Art.º 19.º, nº1
Dedução do IVA

 Confere direito à dedução:

- O imposto devido ou pago pelo sujeito passivo nas aquisições de


bens e serviços feitas a outros sujeitos passivos
- O imposto suportado nas importações de bens
- O imposto pago pelas aquisições de bens ou serviços abrangidas
pelas alíneas e), h), i), j) e l) do n.º 1 do artigo 2.º
- O imposto pago como destinatário de operações tributáveis
efectuadas no território nacional por sujeitos passivos estabelecidos
no estrangeiro, quando não tenham um representante legal e não
tenham facturado o imposto (reverse charge)
- O imposto pago à saída dos bens de um entreposto não aduaneiro
CIVA-Art.º 19.º, nº2
Dedução do IVA
 Só confere direito a dedução o imposto
mencionado nos seguintes documentos, em
nome e na posse do sujeito passivo:
 a) Em facturas passadas em forma legal
 b) No recibo de pagamento de IVA que faz parte
das declarações de importação, bem como em
documentos emitidos por via electrónica pela
AT, nos quais conste o número e data do
movimento de caixa
CIVA-Art.º 21.º, n.º1
Dedução do IVA
 Exclui-se a dedução do imposto das seguintes despesas:

- Relativas à aquisição, fabrico ou importação, locação, utilização,


transformação e reparação de viaturas de turismo, barcos de recreio,
helicópteros, aviões, motos e motociclos
- Respeitantes a combustíveis normalmente utilizáveis em automóveis,
à excepção do gasóleo, gases de petróleo liquefeitos (GPL),de gás
natural e de biocombustíveis,cujo imposto é dedutível em 50%,
sendo totalmente dedutível caso se trata de: veículos pesados de
passageiros, licenciados para o transporte público com excepção dos
rent a car, máquinas consumidoras de gasóleo, GPL, gás natural ou
biocombustíveis que não sejam veículos matriculados, tractores com
emprego exclusivo ou predominante na realização de operações
culturais da actividade agrícola e veículos de transporte de
mercadorias com peso superior a 3500 Kg
CIVA-Art.º 21.º, n.º1
Dedução do IVA

 Exclui-se a dedução do imposto das seguintes


despesas:

- Transporte e viagens de negócios do sujeito passivo e


do seu pessoal, incluindo as portagens

- De divertimento e de luxo
CIVA-Art.º 21.º, n.º1
Dedução do IVA
 Exclui-se a dedução do imposto de despesas:

- De alojamento, alimentação, bebidas e tabaco e


despesas de recepção, incluindo as relativas ao
acolhimento de pessoas estranhas à empresa e as
relativas a imóveis ou parte e seu equipamento,
destinados principalmente a tais recepções
CIVA-Art.º 21.º, n.º2
Dedução do IVA
 Não se verifica a exclusão da dedução das seguintes despesas:

- Relativas à aquisição, fabrico ou importação, locação, utilização,


transformação e reparação de viaturas de turismo, barcos de
recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos, quando a sua
venda ou exploração constitua objecto de actividade do sujeito
passivo

- Relativas a fornecimento ao pessoal da empresa, pelo próprio


sujeito passivo, de alojamento, refeições, alimentação e bebidas,
em cantinas, economatos, dormitórios e similares
CIVA-Art.º 21.º, n.º2
Dedução do IVA
 Não se verifica a exclusão da dedução das seguintes despesas:

- Despesas anteriormente mencionadas, com excepção das despesas


de luxo e e de divertimento, quando efectuadas por um sujeito
passivo do imposto agindo em nome próprio mas por conta de um
terceiro, desde que a este sejam debitadas com vista a obter o
respectivo reembolso

- As aquisições de bens em segunda mão, objectos de arte, de


colecção ou antiguidades, efectuadas de acordo com a legislação
especial, quando o valor da transmissão posterior, de acordo com tal
legislação, for a diferença entre o preço de venda e o preço de
compra
CIVA-Art.º 21.º, n.º2
Dedução do IVA
 Não se verifica a exclusão da dedução das seguintes despesas:

- Despesas de transportes e viagens do sujeito passivo e do seu pessoal,


incluindo as portagens e de alojamento, alimentação e bebidas,
despesas de recepção e relativas a imóveis ou parte de imóveis
destinados principalmente a tais recepções, efectuadas para as
necessidades directas dos participantes, relativas à organização de
congressos, feiras, exposições, seminários, conferências e similares,
quando resultem de contratos celebrados directamente com o
prestador de serviços ou atrvávés de entidades legalmente habilitadas
para o efeito e comprovadamente contribuam para a realização de
operações tributáveis, cujo imposto será dedutível em 50%
CIVA-Art.º 21.º, n.º2
Dedução do IVA

 Não se verifica a exclusão da dedução das seguintes


despesas:
- Despesas de transportes e viagens do sujeito passivo e
do seu pessoal, incluindo as portagens e de alojamento,
alimentação e bebidas, relativas à participação em
congressos, feiras, exposições, seminários, conferências
e similares, quando resultem de contratos celebrados
directamente com as entidades organizadoras dos
eventos e comprovadamente contribuam para a
realização de operações tributáveis, cujo imposto será
dedutível em 25%
CIVA-Art.º 21.º, n.º2
Dedução do IVA
 Não se verifica a exclusão da dedução das seguintes despesas:
- Despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação e
à transformação em viaturas elétricas ou híbridas plug-in, de
viaturas ligeiras de passageiros ou mistas elétricas ou híbridas
plug-in, quando consideradas viaturas de turismo, cujo custo de
aquisição não exceda o definido na portaria a que se refere a alínea
e) do n.º 1 do artigo 34.º do Código do IRC; (Aditada pela Lei n.º 82-
D/2014, de 31 de dezembro)

- Despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação e


à transformação em viaturas movidas a GPL ou a GNV, de viaturas
ligeiras de passageiros ou mistas movidas a GPL ou a GNV, quando
consideradas viaturas de turismo, cujo custo de aquisição não
exceda o definido na portaria a que se refere a alínea e) do n.º 1 do
artigo 34.º do Código do IRC, na proporção de 50 %. (Aditada pela
Lei n.º 82-D/2014, de 31 de dezembro)
CIVA-Art.º 22.º
Dedução do IVA

 Modalidades do exercício do direito à dedução do IVA:

- Método subtractivo indirecto


- Método do reporte
- Método do reembolso
CIVA-Art.º 22.º, n.º1
Dedução do IVA

 Método subtractivo indirecto: Subtrai-se ao valor


do imposto liquidado o valor do imposto
suportado no mesmo período, e no período de
imposto em que se tiverem recebido os
documentos onde o mesmo conste
CIVA-Art.º 22.º, n.º4
Dedução do IVA

 Método do reporte: Se o imposto a deduzir for > ao


liquidado, reporta-se para o excesso para o período
seguinte
CIVA-Art.º 22.º, nº.s 5 e 6
Dedução do IVA

Há reembolso do imposto sempre que:


 O crédito persista durante 12 meses consecutivos e o
montante seja superior a 250 euros
 Quando, independentemente do período dos 12 meses,
haja cessação de actividade, ou passagem a uma
situação de prática exclusiva de operações isentas sem
direito à dedução, passagem ao regime especial de
isenção ou ao regime especial dos pequenos retalhistas,
desde que o valor do reembolso seja igual ou superior a
(euro) 25, bem como quando o crédito a seu favor
exceder (euro) 3000
CIVA
Obrigações dos sujeitos passivos

 De pagamento (Art.º 27.º)


 Declarativas
 De facturação (Art.ºs 29.º e 36.º)
 Contabilísticas
 De conservação de documentos (Art.º 52.º)
CIVA-Art.º27.º
Obrigações dos sujeitos passivos

 De pagamento/Regime geral
- Até ao 15.º dia do segundo mês seguinte àquele a
que respeite, sendo contribuintes do regime
normal mensal

- Até ao 20º dia do segundo mês seguinte ao


trimestre a que respeita, sendo contribuintes do
regime normal trimestral
CIVA
Obrigações dos sujeitos passivos

 Declarativas:
 Declarações de início, alteração e cessação de
actividade (art.º 31.º a 33.º)
 Declarações periódicas (art.º 41.º)
 Declaração anual (art.º 29.º n.º 1 d))
 Mapas de fornecedores e clientes (art.º 29.º n.º1 e)
e f), nºs 10 e 11)
CIVA – Art.º 41.º, nº1
Obrigações dos sujeitos passivos
 Prazo de entrega das declarações periódicas:
- Deve dar entrada no SIVA até ao 10.º dia do 2.º mês
seguinte àquela a que respeitem as operações, caso
se trate de sujeitos passivos com um volume de
negócios igual ou superior a 650 000 euros, no ano
civil anterior

- Deve dar entrada no SIVA até ao 15.º dia do 2.º mês


seguinte ao trimestre do ano civil a que respeitem as
operações, caso se trate de sujeitos passivos com um
volume de negócios inferior a 650 000 euros, no ano
civil anterior
CIVA-Art.ºs 29.º e 36.º
Obrigações dos sujeitos passivos
 De facturação (alteradas pelos DL 197 e 198/2012,
de 21 de Agosto):
Obrigação de passar factura por cada transmissão
de bens ou prestação de serviços e pelos
pagamentos antecipados, até ao quinto dia útil
seguinte ao do momento em que o imposto é
devido
NOTA: O MF pode autorizar prazos mais alargados
(art.º 36.º, n.º 8)
CIVA-Art.º36.º, n.º5
Obrigações dos sujeitos passivos
 As facturas deverão ser datadas, numeradas
sequencialmente e conter os seguintes elementos:

- Nomes, firmas ou denominações sociais e sede ou


domicílio das partes e respectivos NIFs

- Quantidade e denominação usual dos bens e serviços.


As embalagens não transaccionadas são indicadas
separadamente, mencionando-se que foi acordada a
sua devolução
CIVA-Art.º36.º, n.º5
Obrigações dos sujeitos passivos

 As facturas deverão ser datadas, numerados


sequencialmente e conter os seguintes elementos:

- O preço, líquido de imposto e outros elementos


incluídos no valor tributável
- As taxas aplicáveis e o montante do imposto devido
CIVA-Art.º36.º, n.º5
Obrigações dos sujeitos passivos
 As facturas deverão ser datadas, numeradas
sequencialmente e conter os seguintes elementos:

- O motivo justificativo da não aplicação do imposto


- A data em que os bens foram postos à disposição, em
que os serviços foram realizados ou em que foram
efectuados os pagamentos anteriores à realização das
operações, se essa data não coincidir com a data da
emissão da factura
CIVA-Art.º36.º
Obrigações dos sujeitos passivos
 Elementos das facturas: Dispensa da indicação dos
elementos identificativos do adquirente particular, nas
facturas de valor inferior a € 1000, salvo quando seja
solicitada a inclusão desses elementos (artigo 36.º, n.º 15,
CIVA)

 Indicação do NIF do adquirente particular é obrigatória –


quando este solicite a sua inclusão

 Facturas emitidas através de sistemas informáticos: todos


as menções obrigatórias inseridas pelo programa
informático
CIVA- Art.º 44.º, n.º1
Obrigações dos sujeitos passivos
 Contabilísticas:

- A contabilidade deve ser organizada de forma a


possibilitar o conhecimento claro e inequívoco dos
elementos necessários ao cálculo do imposto, bem
como a permitir o seu controle, comportando
todos os dados necessários ao preenchimento da
declaração periódica do imposto
CIVA-Art.º50.º, n.º1
Obrigações dos sujeitos passivos

 Os sujeitos passivos não enquadrados nos regimes dos art.ºs 53.º e


60.º ou que não possuam contabilidade organizada para efeitos de
IRS ou de IRC, deverão possuir os seguintes livros de registo:
- De compras de mercadorias e ou livro de registo de matérias
primas e de consumo
- De vendas de mercadorias e ou livro de registo de produtos
fabricados
- De serviços prestados
- De despesas e de operações ligadas a bens de investimento
- De mercadorias, matérias primas e de consumo, de produtos
fabricados e outras existências à data de 31.12 de cada ano
CIVA-Art.º50.º, n.º2
Obrigações dos sujeitos passivos

 Livros de registo obrigatórios para os titulares de


rendimentos da categoria B do IRS:

- De serviços prestados
- De despesas e de operações ligadas a bens de
investimento
CIVA-Art.º 52.º, n.º 1
Obrigações dos sujeitos passivos

 De conservação de documentos:
- Os sujeitos passivos são obrigados a arquivar e
conservar em boa ordem durante os 10 anos civis
subsequentes, todos os livros, registos e
respectivos docs. de suporte, incluindo quando a
contabilidade é estabelecida por meios
informáticos, os relativos à análise, programação
e execução dos tratamentos
CIVA- Art.º 53.º
Regime especial de isenção

 Requisitos de aplicação (automática):

- Não possuir nem ser obrigado a possuir contabilidade


organizada para efeitos de IRS ou de IRC
- Não praticar operações de importação, exportação ou
actividades conexas
- Não ter atingido, no ano civil anterior, um volume de
negócios superior a 10 000 euros
CIVA
Regime especial de isenção

 Características do regime:

- Isenção incompleta
- Dispensa da obrigatoriedade da quase totalidade
das obrigações, exceptuando-se a emissão de
facturas e a entrega das declarações de início,
alteração e cessação (art.º 59.º)
CIVA- Art.º 54.º
Regime especial de isenção

 Passagem de um regime de tributação ao regime


especial de isenção:

- Entrega da declaração de alterações em Janeiro


do ano seguinte àquele em que se verifiquem os
requisitos
- Produção de efeitos a partir de 1 de Janeiro do ano
da apresentação da declaração
CIVA- Art.º 58.º, n.ºs 2, 5 e 6
Regime especial de isenção
 Em caso de deixarem de se verificar os requisitos de
aplicação do regime, os sujeitos passivos deverão
entregar a declaração de alterações:
- Durante o mês de Janeiro do ano seguinte àquele em
que tenha sido atingido um vol. de negócios superior
(liquida IVA a partir de Fev)
- No prazo de 15 dias a contar da fixação definitiva de um
rendimento tributável em IRS ou IRC superior ao limite
(liquida IVA a partir do mês seguinte)
- No prazo de 15 dias a contar do momento em que deixar
de se verificar outro requisito (liquida IVA a partir
desse momento)
RITI
Características

 Regime aplicável apenas às transacções


intracomunitárias de bens.

 Regime especial face ao CIVA.


RITI
Características

 Regime transitório aplicável apenas às transacções


intracomunitárias de bens: as “prestações de serviços
intracomunitárias” estão reguladas no CIVA.
RITI- Art.º 33.º
Características

 Regime especial face ao CIVA – “Em tudo o que não se


revelar contrário ao disposto no presente diploma
aplicar-se-á a disciplina geral do Código do IVA”
RITI
Estrutura

 Regime geral
 Regimes especiais
RITI
Estrutura

 Regime Geral: Transacções intracomunitárias de bens


efectuadas entre sujeitos passivos do imposto de dois
EM – tributadas no destino (EM onde termina a
expedição ou transporte do bem que teve início noutro
EM) pelo adquirente (liquida e deduz).
RITI
Estrutura
 Regimes especiais:

- Regime de derrogação do regime geral/ AICB efectuadas


por sujeitos passivos totalmente isentos, o Estado e as
demais pessoas colectivas de direito público (art. 5º) –
tributadas na origem como aquisições internas desde que
não ultrapassem anualmente 10 000 euros.

- AIC de meios de transporte novos (art.ºs.1º, alínea e) 2,º nº


2, a) e 8º nº 4) – tributação na origem como AICB.
- Vendas à distância (art.ºs. 10º e 11º) – são operações internas
tributadas na origem ou no destino, consoante o vendedor
tenha ultrapassado um limiar de vendas fixado pelo EM do
adquirente consumidor final.
RITI- Art.º 3.º
Conceito de AICB

 Obtenção do poder de dispor, por forma


correspondente ao direito de propriedade, de um bem
móvel corpóreo,

 expedido ou transportado para o território nacional


pelo vendedor, pelo adquirente ou por conta destes,
com destino ao adquirente (a expedição ou transporte
tem de ter início noutro EM).
RITI- Art.º 4.º, n.º1
Assimilações a AICB

 São assimiladas a AICB:

- A afectação por um sujeito passivo às necessidades da


sua empresa, no território nacional, de um bem
expedido ou transportado por si ou por sua conta a
partir de outro EM

- A aquisição de bens expedidos ou transportados a


partir de um país terceiro e importados em outro EM,
efectuada pelo Estado e restantes pessoas colectivas
RITI- Art.º 4.º, n.º1
Assimilações a AICB

 São consideradas AICB:

- As operações que seriam consideradas como


transmissões de bens, nos termos do art.º 3º do CIVA,
caso fossem efectuadas por um sujeito passivo agindo
como tal
RITI- Art.º 7.º, n.º2
Assimilação a transmissão de bens

 É considerada transmissão:

- Para além das previstas no art.º 3.º do CIVA, a


transferência de bens móveis corpóreos expedidos ou
transportados pelo sujeito passivo ou por sua conta,
com destino a outro EM, para as necessidades da sua
empresa
RITI- Art.º 7.º, n.º3
Assimilação a transmissão de bens
 Não são consideradas transmissões:

- Transferência de bens para serem objecto de instalação


ou montagem noutro EM ou de bens cuja transmissão
não é tributável no território nacional nos termos dos
nºs 1 a 3 do art.º 10º

- Transferência de bens para serem objecto de


transmissão a bordo de um navio, de um avião ou de
um comboio, durante um transporte em que o lugar de
partida e de chegada se situem na Comunidade
RITI- Art.º 7.º, n.º3
Assimilação a transmissão de bens
 Não são consideradas transmissões:
- Transferência de bens que consista em operações de
exportação e operações assimiladas (art.º 14º CIVA) ou
em transmissões isentas (art.º 14º)

- Transferência de bens para serem objecto de


peritagens ou quaisquer trabalhos que, consistam em
prestações de serviços a efectuar ao sujeito passivo,
materialmente executadas no EM de chegada ou
transporte dos bens, desde que, após a sua execução,
sejam reexpedidos para o território nacional com
destino ao sujeito passivo
RITI- Art.º 7.º, n.º3
Assimilação a transmissão de bens
 Não são consideradas transmissões:
- Transferência de bens para serem temporariamente
utilizados em prestações de serviços a efectuar pelo
sujeito passivo no EM de chegada da expedição ou
transporte dos bens

- Transferência de bens para serem temporariamente


utilizados pelo sujeito passivo, por um período que não
exceda 24 meses, no território de outro EM no interior
do qual a importação do mesmo bem proveniente de
um país terceiro com vista a uma utilização
temporária, beneficiaria do regime de importação
temporária com isenção total de direitos
RITI- Art.º 8.º, n.ºs 1e 4
Localização das AICB

 Regra Geral: - O local de tributação é o local onde os


bens se encontram no momento em que termina o
transporte ou a expedição para o adquirente
(aplicabilidade do princípio de tributação no país de
destino)

 AIC de MTN novos sujeitos a registo licença ou


matrícula no território nacional: São cá tributadas
RITI- Art.º 5.º, n.º1
Regime de derrogação do regime geral
 Não estão sujeitas a imposto as AICB:
 Efectuadas por um sujeito passivo totalmente isento,
pelo Estado e pelas restantes pessoas colectivas de
direito público
 desde que os bens não sejam meios de transporte
novos nem bens sujeitos a impostos especiais de
consumo, e
 o valor global das aquisições nos EM onde se inicia o
transporte ou expedição dos bens não tenha excedido,
no ano civil anterior ou no ano civil em curso, o
montante de 10 000 euros, ou, tratando-se de uma
única aquisição, não exceda esse montante
RITI- Art.º 6.º, n.º1
Outros conceitos

 Bens sujeitos a impostos especiais de consumo: o


álcool e as bebidas alcoólicas, o tabaco e os produtos
petrolíferos e energéticos, com excepção do gás
fornecido através de uma rede de gás natural ou de
qualquer rede a ela ligada e da electricidade
RITI- Art.º 6.º, n.º1
Outros conceitos
 Meios de transporte:

- Embarcações com comprimento superior a 7,5 m


- Aeronaves com peso total na descolagem superior a 1
550 Kg
- Veículos terrestres a motor com cilindrada superior a
48 cm3 ou com potência superior a 7,2 KW, desde que
sujeitos a registo, licença ou matrícula no território
nacional
RITI- Art.º 6.º, n.º2
Outros conceitos
Meios de transporte novos:
 Veículos terrestres:
- Transmissão efectuada antes de decorridos 6 meses da
primeira utilização, ou
- Tenham percorrido menos de 6 000Km
 Embarcações e Aeronaves:
- Transmitidos há menos de 3 meses após a data da
primeira utilização, ou
- Tenham navegado menos de 100 h ou voado menos de
40 h
RITI
Localização das AIC de MTN

 AIC: - Localização cá, independentemente da


qualidade do adquirente ou do vendedor, se o lugar de
chegada da expedição ou transporte com destino ao
adquirente se localiza em Portugal (art.º8.º, nº 4)

 TIC: – Localizada cá, desde que efectuada a partir do


território nacional
RITI
Localização das AIC de MT usados
 AIC: - Localizada cá, caso se efectue entre sujeitos
passivos e o local de chegada da expedição ou
transporte com destino ao adquirente se localize em
Portugal

 TIC: - Localização cá, desde que efectuada por um


sujeito passivo e o bem esteja situado no território
nacional no momento em que se inicie o transporte ou
expedição, ou, caso não haja expedição ou transporte,
se é cá posto à disposição do adquirente (art. 6º nº 1
CIVA)
RITI- Art.ºs 10.º e 11.º
Conceito de vendas à distância

 Natureza da operação: Transmissão onerosa de


bens.
 Características do vendedor: Efectuada por um
sujeito passivo devidamente identificado para efeitos
de IVA no EM de início da expedição ou transporte dos
bens
 Características do transporte: Expedição ou
transporte dos bens a partir desse EM, pelo fornecedor
ou por sua conta, com destino a um adquirente
estabelecido ou domiciliado em outro EM
RITI- Art.ºs 10.º e 11.º
Conceito de vendas à distância
 Características do adquirente: O adquirente é
um sujeito passivo que não se encontra abrangido
por um regime de tributação das AICB ou um
particular

 Características dos bens: Os bens não devem


ser bens a instalar ou montar, nem meios de
transporte novos, nem bens sujeitos a IECs
(exceptuando-se a situação, neste último caso, de o
adquirente ser um particular)
RITI- Art.º 10.º
Localização das VAD

 Localização das vendas à distância previstas no


artigo 10º no território nacional:

- Se o vendedor não excedeu o montante a partir do qual


as transmissões de bens são sujeitas à tributação no
EM de destino e não optou pela tributação nesse EM
RITI- Art.º 10.º
Localização das VAD
 Localização das vendas à distância previstas no
artigo 10º no EM de destino:

- Se o vendedor excedeu o montante a partir do qual as


transmissões de bens são sujeitas a tributação no EM
de destino
- Se o vendedor não excedeu o montante a partir do qual
as transmissões de bens são sujeitas a tributação no
EM de destino mas optou pela tributação nesse EM
- Se os bens são sujeitos a IEC e o adquirente é um
particular, independentemente do montante
RITI- Art.º11.º
Localização das VAD

 Localização das vendas à distância previstas no


artigo 11º no território nacional:

- Se o vendedor excedeu o limiar de 35 000 euros


- Se o vendedor não excedeu o limiar de 35 000 euros,
mas optou pela tributação no território nacional
- Se os bens são sujeitos a IECs e o adquirente é um
particular, independentemente do limiar
RITI- Art.º 11.º
Localização das VAD

 Localização das vendas à distância previstas no


artigo 11º no país do vendedor (país de origem):

- Se o vendedor não excedeu o limiar de 35 000 euros e


não optou pela tributação no EM de destino
RITI- Art.º 5.º, n.º2
Regime de derrogação do regime geral

 O valor global das aquisições é calculado excluindo o


valor das aquisições de MTN e de bens sujeitos a IECs
RITI-Art.º 14.º
Isenções nas transmissões

 Regra geral:

As TICB em geral, uma vez observados determinados


condicionalismos
RITI-Art.º 17.º, n.º1
Valor tributável

 Regra Geral: Aplicação das regras do artigo 16º do


CIVA
RITI-Art.º 18.º, nº1
Taxas

 São as previstas no art.º 18º do CIVA


RITI-Art.º 19.º, nºs 1 e 2
Dedução do imposto

 Pode deduzir-se ao imposto incidente sobre as


operações tributáveis o imposto pago nas AICB

 Pode deduzir-se o imposto que tenha incidido sobre os


bens ou serviços adquiridos, importados ou utilizados
pelo sujeito passivo para a realização das operações
isentas previstas no art.º 14º
RITI-Art.º23.º, nº1
Obrigações gerais
 Para além das previstas no nº 1 do art.º 28º do
CIVA:

- Liquidação do imposto devido pelas AICB

- Envio da declaração recapitulativa


RITI-Art.ºs 23.º, nº1 e 28.º, n.º 5
Obrigações gerais
 Para além das previstas no nº 1 do artigo 29º do CIVA
(artºs 23º e 24º):

 Emissão de uma factura por cada transmissão de bens


efectuada nas condições previstas no artigo 7º, e pela
transmissão ocasional de um meio de transporte novo
isenta conforme o art.º 14º

 As facturas devem conter, para além dos elementos


previstos no nº 5 do artigo 36º do CIVA, o NIF precedido
do prefixo PT, o NIF do destinatário ou adquirente com o
prefixo do EM que o atribuiu e o local de destino dos
bens

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