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República de Moçambique

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Comunicação à Nação de Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de


Moçambique, no Âmbito da Pandemia da COVID-19

Maputo, 16 de Fevereiro de 2022

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Moçambicanas e Moçambicanos;

Compatriotas!

Transcorridos 30 dias desde a nossa última comunicação à Nação, o país continua a registar uma
tendência favorável da pandemia, com melhoria em todos os indicadores epidemiológicos.

A nível global, observa-se uma tendência de estabilização do número de novas infecções, embora a
média diária de novos casos na última semana, seja ainda superior a 1 milhão.

Em relação ao número de mortes, a nível do mundo ainda não se regista uma tendência de
abrandamento. Na última semana, a média diária de óbitos por COVID-19 foi superior a 10 mil.

Estes dados indicam que a pandemia continua a causar dor e luto em diversas partes do mundo.

No continente africano, o número de casos regista uma tendência de redução progressiva nas
últimas 5 semanas, tendo sido registada uma redução do número médio de 46 mil para 15 mil
casos por dia.

No nosso país, nas últimas 4 semanas, a taxa de positividade passou de 29% para os actuais 3%. A
média diária de casos reduziu de 1300 para 50. A taxa de ocupação de camas reduziu de 17% para
2%.

Nas últimas 24 horas, apenas 15 doentes estavam internados nos centros de isolamentos em todo o
país.

Nestes 2 anos de vigência da pandemia da COVID-19, houve registo de mais de 400 milhões de
casos e mais de 5 milhões de mortes em todo o mundo.

Em Moçambique, neste mesmo período, foram notificados mais de 220 mil casos e mais de 2 mil
mortes.

Compatriotas!

Estes dados colocam a pandemia da COVID-19 entre as mais graves emergências de saúde pública
das últimas décadas.

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No entanto, graças às vacinas, hoje o mundo enfrenta este mal com maior optimismo sanitário e
socio-económico. A título de exemplo, alguns países que já alcançaram elevadas coberturas
vacinais estão a aliviar as medidas de restrição de forma relativamente acelerada.

No nosso país também, o alcance de elevadas coberturas de vacinação será fundamental para
avançarmos de forma segura para o maior alívio de restrições. Por isso, o nosso Governo já
adquiriu quantidades de vacinas suficientes para imunizar todo o grupo-alvo elegível no nosso
país.

Desde que iniciámos a Campanha de Vacinação contra a COVID-19, em Março de 2021, foram já
vacinados cerca de 12 milhões de pessoas. Destas, mais de 10 milhões estão completamente
vacinadas, isto é, não precisam de mais nenhuma dose, o que corresponde a 68% de cobertura
vacinal em pessoas com, pelo menos, 18 anos de idade.

Em relação ao continente, os nossos níveis não são maus. Daí que, apelamos a todas as pessoas
elegíveis à vacinação primária ou à dose de reforço, para que se dirijam imediatamente ao posto de
vacinação mais próximo. As vacinas são gratuitas e estão disponíveis em todos os distritos do país.

Moçambicanas e Moçambicanos!

Desde o início da pandemia, o nosso Governo adoptou uma gestão informada por evidência
científica para promover o melhor equilíbrio entre a saúde e a economia e fomos comunicando à
Nação de uma forma regular.

Com esta realidade, estamos perante pressupostos que indicam o seguinte:

i) A persistência de níveis elevados de transmissão da COVID-19, em outros continentes;

ii) A redução da transmissão da COVID-19, em todos os países vizinhos;

iii) A evolução favorável da pandemia no nosso país e a transição dos indicadores de monitoria
do nível 3 para o nível 1 de alerta;

iv) A cobertura vacinal actual de 68% para pessoas completamente vacinadas em relação ao
grupo-alvo no nosso país;

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v) A necessidade de manter o país com níveis controlados de transmissão por um período
prolongado;

vi) A necessidade de continuar a promover o equilíbrio entre a saúde e a economia; e

vii) A necessidade de garantir os princípios de gradualismo e proporcionalidade na


implementação das medidas de contenção da COVID-19.

Mais uma vez, ouvida a Comissão Técnico-Científica para a Prevenção e Resposta à Pandemia da
COVID-19 e outras sensibilidades de interesse nacional, decidimos reajustar as medidas constantes
do Decreto n.º 02/2022, de 19 de Janeiro.

Assim, nos próximos 60 dias, ou seja, de 19 de Fevereiro a 18 de Abril:

1. Deixa de existir o recolher obrigatório;

2. São reabertos todos os postos de travessia terrestres, aéreos e portuários;

3. São retomados o cadastro e a prova de vida presencial, com pré-marcação do cadastro


electrónico e da prova de vida biométrica;

4. É retomada a realização dos jogos recreativos, de lazer e competições desportivas de


escalões inferiores e seniores amadores;

5. É retomado o regime normal adoptado pelo Sistema Nacional Penitenciário, deixando


de haver o limite de visitas de duas pessoas, por mês, por cada recluso;

6. É autorizada a prática de educação física e outras actividades desportivas nos


estabelecimentos de ensino;

7. É autorizada a retoma do curso nocturno;

8. É autorizada a reabertura de lanchonetes nos estabelecimentos de ensino, devendo


respeitar o distanciamento físico recomendado;

9. É autorizada a realização de espectáculos, não devendo exceder 500 pessoas em


espaços fechados e 1000, em espaços abertos, respectivamente, não podendo exceder

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50% da capacidade máxima nos locais onde a lotação é menor que os números
anteriormente indicados;

10. É autorizado o funcionamento dos restaurantes de porta aberta até às 23 horas;

11. É autorizado o funcionamento dos bares, desde que tenham áreas devidamente
ventiladas, obedecendo a sua capacidade e respeitando o distanciamento físico.

12. É alargado o número máximo de alunos, por cada sala de aulas, de 20 para 30;

13. É alargado o número de participantes, tendo em conta a observância do protocolo


sanitário em:

i) eventos sociais privados;

ii) cultos, conferências e celebrações religiosas; e

iii) reuniões, em instituições públicas e privadas, e eventos do Estado; para um máximo


de 500 pessoas, em espaços fechados, e 1000 pessoas, em espaços abertos,
respectivamente, não excedendo 50% da capacidade do local;

14. É alargado de 50 para 200 pessoas, o número máximo de participantes na realização de


velórios e cerimónias fúnebres nos casos de óbitos não provocados pela COVID-19;

15. É alargado de 10 para 20 pessoas o número máximo de participantes na realização de


velórios e cerimónias fúnebres nos casos de óbitos provocados pela COVID-19;

16. É alargada a lotação máxima permitida em:

i) teatros;

ii) cinemas e salas de jogo;

ii) centros culturais;

iv) auditórios e similares, de 40% para 80% da capacidade máxima do local;

17. É alargada a presença de espectadores nos jogos dos campeonatos nacionais de todas
as modalidades, em competições das equipas de alta competição e de formação de
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todas as modalidades de 25% para 75%, obedecendo igualmente e com rigor o
protocolo sanitário;

18. É alargada a lotação máxima permitida em piscinas públicas de 50% para 75%;

19. É alargado o horário de frequência às praias das 5:00 horas às 18:00 horas, contra as
actuais 5:00 horas às 16:00 horas. Neste capítulo, o nosso pedido é que haja maior
consciência de todos nós.

20. É alargada a lotação máxima permitida em ginásios das Classes Polivalentes e de


Grande Dimensão de 50% para 100% da capacidade do local, e dos ginásios das
Classes de Média e Pequena Dimensão de 30% e 20%, respectivamente, para 75% da
capacidade máxima do local, para os dois casos; e

21. É alargado o número máximo de visitas nos estabelecimentos hospitalares de duas para
três pessoas por dia por cada doente internado.

As restantes medidas permanecem conforme o decreto anterior.

Compatriotas!

Todas as medidas que acabámos de anunciar devem ser implementadas em estrita observância do
protocolo sanitário e das medidas de prevenção e combate à pandemia da COVID-19 que são do
conhecimento de todos nós.

Assim prevalece a necessidade do uso da máscara em locais de grande aglomeração ou espaços


fechados. Continua a ser necessária a manutenção do distanciamento físico, da higiene das mãos e
toda a restante ética sanitária.

A nossa decisão de anunciar as medidas de alívio por um período de 60 dias visa garantir maior
estabilidade dos sectores socio-económicos e toma em consideração a tendência favorável da
pandemia nas últimas semanas.

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Apelamos ao sector privado para explorar esta janela de oportunidade para promover a produção,
reanimando a economia, pois a doença é imprevisível, pode obrigar-nos, a qualquer momento, a
reverter as decisões tomadas e a queixarmo-nos novamente por causa das medidas.

O comportamento individual e colectivo, durante os próximos dois meses, será fundamental para
que não voltemos a enfrentar cenários dramáticos vividos em vagas anteriores, pois a batalha ainda
está longe de ser vencida.

É importante que não se confunda este alívio de medidas de restrição com o fim da pandemia.
Queremos recordar que, embora o nosso país e o continente africano vivam um cenário favorável,
em várias regiões do mundo, o número de casos e óbitos ainda é preocupante.

Queremos reiterar que poderemos reverter as medidas hoje anunciadas, se verificarmos que as
medidas de prevenção da COVID-19 não estão a ser adequadamente cumpridas. Estas medidas
também poderão ser ajustadas, se houver um agravamento da situação epidemiológica ou geração
de novo conhecimento científico que o justifique.

Por isso, queremos apelar a toda a sociedade para assumirmos este alívio de medidas de restrição
com muita responsabilidade para que possamos desempenhar as nossas actividades diárias sem
muitas restrições e por mais tempo.

Um factor chave que permitiu esta reabertura socio-económica que há instantes anunciei, foi o
bom comportamento da maior parte dos moçambicanos e dos residentes no país, bem como dos
agentes e funcionários da Linha da Frente e a boa cobertura vacinal que alcançámos. No entanto,
persistem desafios porque cerca de 3 milhões de moçambicanos do grupo-alvo ainda não foram
vacinados.

Precisamos que estes nossos compatriotas adiram, de forma voluntária e exemplar, à vacinação
contra COVID-19. A vacina protege contra a doença grave e morte por COVID-19, e contribui
para que o nosso país continue a progredir no alívio gradual de restrições.

O controlo da pandemia da COVID-19 está nas nossas mãos e Moçambique tem sido referência
nesta batalha de constantes surpresas. E, nós, Moçambicanos, juntos podemos e vamos vencer a
COVID-19.

Eu tenho confiança nos meus compatriotas. Eu tenho confiança nos Moçambicanos.

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Por isso, mais uma vez reafirmamos: Contra a COVID-19, Vacinar Sim, Prevenir Sempre!

HAJA SAÚDE PARA TODOS!

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