Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

26 Filmes Sobre Esporte Que Você Não Pode Deixar de Ver Oito Momentos em Que Política e Esporte Entraram em Campo Juntos

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 21

ESPORTE E CIDADANIA

CONTRIBUIÇÕES CIDADÃS DO ESPORTE:


o O e s po r t e p r o f is s ionaliza n t e é m e c a n is m o d e mobilidade/ascensão/inclusão social a muitos
cidadãos, mesmo para atletas que não têm reconhecimento midiático e financeiro, dando- lhes identidade,
dignidade e sustento (pensar nos projetos sociais e no paradesporto, por exemplo);
o O esporte constrói valores essenciais ao indivíduo e à sociedade, como a resiliência, a habilidade de trabalhar
em grupo, a honestidade, etc.;
o O esporte promove bem-estar, saúde, lazer e qualidade de vida aos praticantes, direitos garantidos por lei e
benefícios essenciais à vida estressante da contemporaneidade;
o O esporte, no decorrer dos séculos, dialoga com questões políticas importantes, sendo instrumento de protesto
e engajamento em causas cidadãs.

DIFICULDADES RELACIONADAS À PRÁTICA ESPORTIVA NO BRASIL:


o Preconceito cultural da sociedade brasileira: esporte normalmente é pensado como lazer, não como carreira, o
que desprestigia a área (exceto nas raríssimas exceções dos ‘atletas-celebridades’);
o No esporte de alto rendimento, carece-se de gestão esportiva de qualidade e de investimentos governamentais
e privados: falta apoio a atletas e treinadores; falta infraestrutura de treinamento nas escolas, universidades ou
fora delas; falta incentivo a esportes que não o futebol; faltam projetos sociais consistentes (um exemplo de
toda essa carência são os atletas que adquirem patente militar para poder viabilizar seu treinamento e
sustento);
o No esporte amador, para o cidadão comum: faltam campanhas públicas ou empresariais que o motivem; falta
tempo na rotina atribulada; falta infraestrutura pública para a prática esportiva/ falta dinheiro para inscrever-se
em uma academia, clube ou centro pago.
o Legislação de clubes ainda bastante fraca: há casos de trabalho infantil de atletas de base, devido ao esforço
sobrecomum em relação a treinos, a jogos, a exercícios físicos em academias, etc.;CONHECIMENTO

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Documentários e filmes que tratam do esporte em suas mais diversas contribuições: “Um sonho possível”, “Zé
Aldo: mais forte que o mundo”, “Invictus”, “Paratodos” (para conhecer outros títulos, leia 26 filmes sobre
esporte que você não pode deixar de ver);
o Momentos históricos em que esporte e política tiveram estreita relação: Oito
momentos em que política e esporte entraram em campo juntos;
o Menção à trajetória de atletas que se eternizaram por suas atuações e posturas, como Vanderlei Cordeiro de
Lima, Ivan Fernandes Anaya, Sócrates e Muhammad Ali;
o Alusão ao decepcionante legado da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016) realizadas no Brasil.
o Menção à Lei Pelé -- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/ L9615consol.htm;
o Menção à pesquisa sobre os impactos do esporte - oportunidades e riscos, “A infância entra em campo”:
http://www.crianca.mppr. mp.br/2014/04/11783,37/

INTERVENÇÃO:
o Campanhas midiáticas governamentais para incentivar a prática esportiva, seja para atletas de alto rendimento,
seja para amadores;
o Mais estímulo fiscal a empresas privadas que patrocinarem projetos/equipes esportivas, assim como atletas e
técnicos;
o Redirecionamento de mais recursos financeiros ao Ministério do Esporte e integração com Ministério da
Educação para melhorar a formação de atletas profissionais e a infraestrutura esportiva;
o Iniciativa das Secretarias Estaduais e Municipais de Esporte para a instalação de mais equipamentos públicos
(como as Academias da Cidade), para a realização de eventos esportivos e para a disponibilização de mais
profissionais capacitados na área gratuitamente.
o Garantia da preservação dos direitos da criança e do adolescente, estes que pertencem à classe de atletas, por
meio de maior fiscalização de leis.
BULLYINGECYBERBULLYING

DIFICULDADES PARA A SUPERAÇÃO DO BULLYING E DO CYBERBULLYING:


o Visão naturalizante do senso comum de que o bullying é uma simples brincadeira, que faz parte da socialização
e do amadurecimento;
o Infância e adolescência são fases de autoafirmação da identidade a partir de padrões e de disputa de poder, o
que gera estigmatização dos que são diferentes e intolerância contra as minorias;
o Despreparo da família e da escola para lidarem de forma efetiva com o problema, detectando-o a tempo e
também intervindo junto aos estudantes de forma eficaz  a falta de ação pode gerar, para a vítima, isolamento
social, baixo rendimento, depressão, reprodução da violência sofrida e até mesmo suicídio;
o Uso excessivo e pouco responsável das tecnologias digitais, favorecendo a intimidação virtual (cyberbullying):
disseminação rápida e perene de postagens (prints) e possibilidade de anonimato.
o Grande número de espectadores, no caso da internet, ultrapassando os muros da escola;
o o Cyberbullying: um dos dificultadores é a questão do não reconhecimento físico das agressões nas vítimas, já
que as agressões estão no mundo virtual. Ou seja, uma questão muito mais difícil de ser identificada.

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Lei 13.185/2015, Lei Antibullying, instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática  leia em LEI Nº
13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015.;
o Lei 13.663/2018, altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e responsabiliza as instituições de
ensino pelo combate a essas posturas  leia em LEI Nº 13.663, DE 14 DE MAIO DE 2018.;
o Série da Netflix “Os treze porquês” (2017) mostra os impactos negativos dessa prática na vida de uma jovem
suicida  leia em Bullying, suicídio e omissão na escola
o Exemplos diversos de atentados a escolas motivados por bullying (Goiânia, 2017; Realengo, 2011, etc.);
Michel Foucault, “Microfísica do poder” (1979): a relação de poder assimétrica entre agressor e vítima pode
exemplificar as ideias do filósofo acerca desse poder fragmentado, pulverizado em sociedade.
o Série “Freaks and Geeks” (1999), que demonstra as situações vivenciadas pela grande parte dos alunos do
ensino médio, principalmente as discussões entre valentões e vítimas;
o Dicas de especialistas que indicam formas de combate a atos de intimidação:
<http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/34487>;
o Jogo de videogame “Bully”, um jogo interativo todo baseado em um personagem que deve realizar intimidações
em todo o corpo docente e discente. Leia em: <https://www.vittude.com/blog/bully/>

INTERVENÇÃO
o Maior divulgação e discussão das leis sobre bullying nas grandes mídias, inclusive nas redes sociais, para trazer a
devida seriedade ao problema aos olhos da sociedade;
o Maior capacitação técnica da comunidade escolar (professores, psicólogos, coordenadores, disciplinários) e das
famílias para identificarem o problema e agirem de forma eficaz, por meio de eventos promovidos pelo
Ministério e pelas Secretarias de Educação, com o auxílio de profissionais de saúde;
o Mais projetos educativos de orientação aos alunos, especialmente sobre relacionamentos sociais e sobre uso
consciente da internet.
MERCADO DE TRABALHO

PARA REFLETIR
o A tecnologia é um dos fatores cruciais para a recente discussão em relação ao mercado de trabalho, ou seja,
hoje grande parte das profissões estão ou em constante modificação ou em desaparecimento devido ao
surgimento de inteligências artificiais, por exemplo, aplicativos que realizam os mesmos processos que um ser
humano;
o O surgimento de novas profissões é um ponto a ser trabalhado, que envolve não apenas os profissionais
atuantes, mas também aqueles que ainda escolherão as suas carreiras e os seus cursos superiores;
o A procura pela capacitação permanente dos profissionais - é preciso pensar que alguém que não está além do
que é exigido atualmente em seu emprego é facilmente substituído pela máquina, seguindo numa perspectiva
conhecida como “darwinismo tecnológico”, em que quem não se adapta não consegue sobreviver. Além disso, o
olhar autônomo e à frente de sua realidade é uma cacterística que será muito requisitada nas empresas, para
que estas sejam pioneiras em seus âmbitos;
o Os “workaholics”: a sociedade promove, dentre tantos padrões, o de excessivamente trabalhar, seja para
adequar ao padrão de vida financeiro ou até mesmo para mostrar produção do empregado de maneira
desenfreada, como se manter on-line para responder e-mails na madrugada, resolver situações de trabalho fora
do horário. Refletir também quanto à positividade e à noção criada de maneira fantasiosa sobre todas as metas
serem possíveis e alcançáveis.

PROBLEMÁTICAS ATUAIS
o A educação básica brasileira não oferece, ainda, base para o letramento tecnológico: grande parte das escolas
públicas não possuem infraestrutura adequada para esse objetivo, prejudicando na formação dos alunos e na
preparação para um mercado de trabalho essencialmente tecnológico;
o Não só a educação básica, mas também a superior não disponibiliza essa aproximação com a tecnologia e nem
mesmo consegue acompanhar as revoluções do próprio mercado, o que dificulta mais ainda na entrada e na
permanência desses profissionais em seus ambientes de trabalho e no desenvolvimento de carreiras;
o A 4ª revolução industrial: globalização, rapidez, automação, esses são muitos dos benefícios gerados por uma
revolução tecnológica expansiva, entretanto, o impacto causado na perda de milhões de empregos será
devastador, principalmente para os jovens, que já enfrentam dificuldades em conseguir o primeiro emprego.
o O fato de haver a possibilidade de se trabalhar em ambientes como em casa - homeworking - públicos,
compartilhados e até mesmo virtuais - por exemplo, estar no Brasil e desenvolver projetos para uma indústica
na Suécia - é possível para demonstrar os benefícios de um mercado de trabalho pautado na tecnologia;
o A possibilidade de uma única pessoa perpassar por diversas carreiras profissionais devido à maior conectividade
entre empregos;
o O conceito de emprego no século XXI será altamente questionado: o número de horas trabalhadas num único
dia, os ambientes de trabalho, as relações entre colegas de trabalho, inteligência artificial em uma posição de
maior hierarquia;
o Diversas doenças ocasionadas devido ao excesso de trabalho: burnout, tendinite, LER, alergias

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Documentários e filmes que tratam da inteligência artificial bastante presente no cotidiano humano e,
principalmente, em ambientes empresariais: “Better than Us”, “La Carrera Especial”,
o Link em que é possível saber se o seu emprego estará a salvo ou será tomado por robôs em futuro próximo:
<http://gg.gg/f8t5i> (em inglês);
o Menção à substituição de empregados e de grandes empresas por simples aplicativos: iFood, AirBnB;
o Alusão aos livros: “How to Work, Love and Play When No One Has Time (em tradução livre, Sobrecarregado:
Como Trabalhar, Amar e se Divertir Quando Ninguém Tem Tempo), de Brigid Schulte, “Sociedade do Cansaço”,
do filósofo sul-coreano Byung-chul Han
o Revoluções industriais, principalmente a última, a conhecida Revolução 4.0;
o Pesquisas brasileiras recentes: 98% dos brasileiros se sentem cansados fisica e mentalmente (IBOPE Inteligente)
- http://gg.gg/f8tew, média de horas trabalhadas/semana no Brasil é de 39,9 (IBGE) - http://gg.gg/f8tfa.
o Alusão ao pensamento de Zygmund Bauman quanto à relação homem- trabalho-tecnologia na sociedade
líquido-moderna.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
o Maior discussão do currículo dos ensinos básico e superior para aproximação das exigências atuais do mercado
de trabalho - possibilidade de encorajar e de disponibilizar, por meio do Estado, cursos técnicos;
o Disponibilização de cursos de capacitação/de reciclagem para profissionais mais antigos ou que estejam
afastados há um certo tempo de emprego;
o Iniciativas das Secretarias Municipais e Estaduais de Educação para disponibilizar, renovar ou adequar as
infraestruturas tecnológicas das escolas;
o Maior discussão pública sobre as novas formas de trabalho;
o Proibição das empresas de excessos relacionados ao trabalho, como responder e-mails fora do horário;
o Campanhas educativas em todos os possíveis meios de comunicação sobre as novas doenças causadas pelo
excesso de trabalho.
PADRÕES ESTÉTICOS

CAUSAS DAS TENSÕES ENTRE ESTÉTICA E SAÚDE


o Padrões de beleza ilusórios e restritivos sustentados pelos meios de comunicação de massa (especialmente
pelas redes sociais e pelos recursos de edição de imagem) pressionam a autoestima e a autocobrança dos
indivíduos em uma sociedade altamente competitiva e insegura  busca-se aceitação pela aparência e
juventude, e não somente qualidade de vida e bem-estar, como apregoa o discurso falacioso da mídia.
o O mundo da moda causa impactos na sociedade em relação aos padrões estabelecidos através dos manequins
disponíveis em lojas. A pessoa se sente punida ao ter que escolher roupa em lojas “especiais” e que,
geralmente, não possuem um preço acessível;
o A questão de que há uma forte influência das indústrias alimentícias, ao anunciarem alimentos considerados
mais saudáveis, a partir de preços inacessíveis pela grande maioria, e preços mais baixos de alimentos mais
calóricos.

CONSEQUÊNCIAS DESSAS TENSÕES:


o Impactos na saúde física e mental: transtornos alimentares diversos (anorexia, bulimia, ortorexia, compulsão
alimentar), procedimentos estéticos arriscados, isolamento social, angústia, ansiedade, depressão, vigorexia ou
transtorno dismófico muscular.

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Mudanças históricas nos padrões de beleza (Vênus de Willendorf; padrões gregos e renascentistas);
o Indústria cultural/cultura de massa: padrões de beleza atendem a necessidades mercadológicas e consumistas;
o Feminismo: padrões de beleza são formas de controle dos corpos das mulheres (leia mais em A ditadura do
corpo ideal e o preconceito velado);
o Exemplos atuais da obsessão midiática: blogueiras fitness (Bella Falconi, Gabriela Pugliesi), dietas da moda
(paleo, low carb, jejum intermitente ), cirurgias plásticas e procedimentos de modismo (silicone, bichectomia);
o Reação governamental: França regulamenta Photoshop e saúde de modelos (veja em Publicações francesas
terão ‘alerta Photoshop’ em imagens retocadas);
o Documentário “Embrace” (leia sobre em Documentário sobre padrões de beleza estreia na Netflix) e filme “O
mínimo para viver”(Depois de “13 Reasons”, “O Mínimo para Viver” divide opiniões ao tratar doença séria);
o Massimo Recalcati (psicanalista italiano), em “O homem sem inconsciente”, de 2010, defende que os
transtornos alimentares escondem um quadro de angústia típico do jovem contemporâneo, ligado à falta de
referências. Assim, em um quadro como o da anorexia, o sujeito tentaria obter, sobre o próprio corpo, um
controle, um domínio, uma obediência que não obtém de mais nada externo a ele, já que as instituições sociais
não seriam mais normativas a esse indivíduo.
o Alusão histórica: Renascimento --> culto ao corpo mais gordo, principalmente o relacionado à maternidade, que
demonstrava a fertilidade exaltada na época;
o Charge que trata sobre “locais corporais” em que a permissividade da sociedade em serem gordos: <
https://www.instagram.com/p/ BYqS6S6hXzP/?utm_source=ig_embed> ;
o Menção ao livro “A história da feiúra”, de Umberto Eco, que mostra a associação entre o gordo e o feio;
o Eugenia: ciência que tenta definir a sociedade em categorias, como sendo pessoas normais e anormais;
o Série “Insatiable”, da Netflix, que foi acusada fortemente de incitar a gordofobia - preconceito contra gordos:
<https://exame.abril. com.br/marketing/serie-da-netflix-acusada-de-gordofobia-tem- pior-avaliacao-da-
historia/>.

INTERVENÇÃO
• Campanhas mais frequentes e impactantes do Ministério da Saúde na grande mídia, inclusive com o
auxílio de figuras públicas, tratando dos perigos que a obsessão estética traz à saúde;
• Projetos educativos escolares que debatam o assunto e proponham intervenções junto aos adolescentes
e jovens, especificamente;
• Criação de leis similares à francesa, que notifiquem ou punam, por exemplo, o uso excessivo de edição
de imagens e de modelos muito magros, e fiscalizem mais rigidamente a oferta de produtos e
procedimentos estéticos arriscados.
PATRIOTISMO E IDENTIDADE NACIONAL

PARA REFLETIR
o O uso e a valorização de estrangeirismos na língua escrita ou falada, por exemplo, em telejornais, em rádios. É
interessante refletir sobre como essa ação desqualifica a língua nativa e traz à tona a eterna discussão sobre os
malefícios causados em abrir mão de vocábulos da língua portuguesa do Brasil para serem substituídos por
outros da língua inglesa;
o A comparação repetitiva feita pelos brasileiros em relação a qualquer outro país, considerando que os demais
são superiores em todos os âmbitos em relação ao Brasil;
o A relação intríseca entre cidadão e os seus representantes políticos;
o A Instalação e a permanência de indústrias alimentícias estrangeiras;
o O pouco envolvimento dos jovens com política e questões nacionais;
o A imagem reproduzida no exterior do Estado e do cidadão;
o Currículo da escola básica pouco aprofunda na História do Brasil, o que, de fato, afasta os discentes,
prejudicando no interesse destes e na representatividade;
o A miscigenação vista como prejudicial para uma unidade cultural;
o Exportação de commodities e a importância do produto final.

PROBLEMÁTICAS ATUAIS
o A influência de modelos culturais estrangeiros: resquícios da própria colonização portuguesa no Brasil, que
trouxe uma nova língua, nova cultura, novos comportamentos e hábitos, procurando exterminar traços dos
povos que viviam no país. Isso acabou por resultar em um permanente desestímulo do brasileiro em ressaltar a
sua cultura, já que ele não reconhece como sendo dele própria, mas a mistura de várias sem clara delimitação;
o As crises vivenciadas em diversos níveis afeta diretamente o reconhecimento entre o cidadão e o Estado;
o A mudança de hábitos de consumo alimentar, alterando o reconhecimento de comidas típicas - por exemplo, a
cidade de São Paulo - de uma dieta regrada de frutas, de sementes, de produtos orgânicos, para uma baseada
em fast-foods, gordura e refrigerante.
o A insatisfação popular devido a diversas crises em todos os níveis estruturais brasileiros, resultando, assim, em
uma afastamento por completo do sistema político, gerando a desmotivação juvenil em se reconhecer como
cidadão do país;
o A indústria brasileira sucateada, fazendo com que o país exporte muita matéria-prima, com valores mais baixos,
e importe, com valores exorbitantes e pouco próximos da realidade brasileira, o produto final, como celulares,
televisões, computadores;
o A valorização excessiva midiática da cultura estrageira, em filmes, em séries, principalmente a do americano.

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o “Complexo de vira-lata”, do escritor Nelson Rodrigues, criado no ano em que o Brasil foi derrotado na Copa, em
1950, e trata da baixa autoestima do brasileiro em relação ao seu país;
o Menção aos livros: “O Brasil inevitável”, de Mércio Gomes, que trata da questão da necessidade da
autoafirmação do brasileiro, “Triste fim de Policárpio Quaresma”, de Lima Barreto, construindo até mesmo essa
ideia de que alguém ufanista é mal visto atualmente;
o Fatos históricos: Colonização no Brasil, a criação, em 1940, da personagem Zé Carioca, um papagaio - animal
típico brasileira - pela Disney, sendo este preguiçoso e resolvendo os seus problemas por meio do famoso
“jeitinho brasileiro”; “New way of life”;
o Alusão à escola literária brasileira Modernismo, que procurava exaltar os meios de expressões tipica e
autenticamente brasileiros;
o Filmes: “O Patriota”, relacionando a exaltação por parte da indústria cinematográfica americana e o pouco
reconhecimento do brasileiro, excertos da introdução do livro de Michel Debrun sobre Identidade Nacional
Brasileira <https://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/maio2004/ ju252pag08.html>.

INTERVENÇÃO
• Maior discussão do currículo do ensino básico para exaltar a relevância de uma identidade nacional e o
patriotismo, por meio de alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação;
• Campanhas midiáticas, apresentando as riquezas culturais do país;
• Rodas de discussão em locais públicos, em escolas, com a atuação de filósofos e de sociólogos, com
disseminação quanto à história do Brasil, à política, à cultura em geral.
SUICÍDIO, DEPRESSÃO E ANSIEDADE

CAUSAS DO AUMENTO DOS CASOS DE SUICÍDIO, DEPRESSÃO E ANSIEDADE:


o Fatores biológicos: sedentarismo, má alimentação, sono desregulado, falta de descanso, aumento do uso de
drogas lícitas ou ilícitas;transtorno afetivo bipolar, transtornos de personalidade.
o Fatores sociológicos: estilo de vida angustiante da contemporaneidade, desde a infância  competitividade,
pressão por produtividade e rendimento; padrões severos de comportamento e aparência; dificuldade de lidar
com as frustrações; uso excessivo e comparativo das mídias digitais; enfraquecimento dos laços afetivos
presenciais, famílias cada vez menores, pais pouco presentes na educação; lazer escasso; perda de sentido das
instituições tradicionais (como família, igreja, escola e trabalho), desamparo e falta de propósito existencial.
o Fatores genéticos: estudos com famílias, gêmeos e adotados indicam a existência de um componente genético.
Estima-se que esse componente represente 40% da suscetibilidade para desenvolver depressão;
o Dificuldade em se manter tratamentos psiquiátricos a longo prazo. Leia mais em
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0047-20852008000100004&script=sci_abstract&tlng=pt>

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Obra “Os sofrimentos do jovem Werther”, de Goethe (1774) e a expressão “Efeito Werther”;
o Série “Os treze porquês” (2017), da Netflix;
o Jogo da “Baleia Azul”;
o Franca expansão da venda de antidepressivos e ansiolíticos no Brasil;
o Crescimento significativo do suicídio juvenil no Brasil;
o Campanha “Setembro Amarelo”  conheça em Setembro Amarelo;
o “Sociedade do desempenho” e “sociedade do cansaço”, conceitos do filósofo Byung-Chul Han  saiba mais em
Exaustos e correndo e dopados.
o Folheto para leitura sobre depressão da OMS: https://www.paho.org/bra/ index.php?
option=com_content&view=article&id=5635:folha-informativa- depressao&Itemid=1095
o Filmes que tratam sobre depressão: As Virgens Suicidas (1999), Garota, Interrompida (1999), As faces de Helen
(2009), A felicidade não se compra (1946), A liberdade é azul (1993);
o Filmes que tratam sobre ansiedade: This is Us (Netflix), Crazy Ex-Girlfriend (Netflix); Unreal (Lifetime);
o Alusão ao livro “As vantagens de ser invisível”; “Redoma de Vidro”; “Uma história meio que engraçada”,
“Confissões de um adolescente depressivo”; “Guarda-chuva - O mágico protetor contra a depressão”.

INTERVENÇÃO
o Maior esclarecimento sobre o assunto, de forma acessível, na grande mídia e na comunidade escolar, a fim de
mostrar que esses sintomas não são “frescura” e quebrar tabus;
o Maior investimento em políticas públicas na área da saúde para receber pacientes com esses transtornos e para
capacitar periodicamente profissionais da Psicologia e Psiquiatria ao correto atendimento;
o Maior divulgação dos canais gratuitos de acolhimento, como o CVV (Centro de Valorização da Vida);
Incentivo a campanhas em empresas, escolas e universidades para promover bem-estar e qualidade de vida.
MOBILIDADEURBANA

PROBLEMAS QUE CONTRIBUEM PARA A CRISE DA MOBILIDADE URBANA BRASILEIRA:

o Uso excessivo do carro individual, favorecido por um histórico incentivo à indústria automobilística;
o Baixa qualidade, pouca abrangência, lentidão e alto preço do transporte coletivo;
o Pouca segurança e conforto, na maioria das regiões, para o deslocamento de bicicleta ou a pé;
o Falhas históricas no planejamento urbano das cidades: expansão desenfreada e desordenada;
o Jornadas de estudo e trabalho em rotinas pouco flexíveis, o que estimula os horários de pico no trânsito;
o Falta de educação para o trânsito e de exercício de valores como paciência e gentileza.

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Referência à expansão da indústria automobilística no Brasil no governo JK e à implantação do modelo
rodoviarista, chegando às isenções fiscais atuais às grandes montadoras;
o Os casos promissores de Nova York, Londres, Bogotá e Moscou  saiba mais em Mobilidade Urbana, em “Uma
Mercedes não é mais dona de uma rua que uma bicicleta” e em Moscou tem as estações de metrô mais bonitas
do mundo;
o Documentário “Perrengue – o desafio da mobilidade em São Paulo” (2013)  conheça outros documentários
sobre o assunto em 30 documentários sobre mobilidade urbana;
o Conflitos sociais no trânsito: “Fé em Deus e pé na tábua: como e por que o trânsito enlouquece no Brasil”,
Roberto da Matta  “O trânsito é coadjuvante do drama do conflito dos aristocratas e das pessoas comuns”
o Desestimular o uso do carro: pedágios eletrônicos urbanos; limites de velocidade cada vez mais baixos; vagas de
rotativo escassas e sobretaxadas; ampliação dos impostos sobre carros particulares;
o Favorecer a pluralidade nos modais de transporte: investimentos em metrôs e BRTs (faixas exclusivas para
ônibus); ampliação de ciclovias e barateamento de impostos sobre bikes; melhoria das calçadas, com
alargamento e áreas de descanso; incentivo escolar, acadêmico e empresarial a caronas compartilhadas;
o Campanhas pela flexibilização de jornadas de estudo e trabalho, inclusive para horários de entrega de produtos;
o Combate governamental à expansão urbana desordenada e incentivos à criação de novos bairros
autossuficientes;
o Campanhas mais efetivas e frequentes de educação no trânsito.
o Maior incentivo governamental quanto ao uso de bicicletas e patinetes de empresas privadas, como as
conhecidas “Yellow” e “Green”.
LIXO

DESAFIOS QUE ENVOLVEM O PROBLEMA DO LIXO NO BRASIL:


o Preocupação tardia ou inexistente dos governos brasileiros com a gestão do lixo, o que gera, hoje, grandes ônus
às finanças estatais e problemas de destinação;
o Manutenção, ainda hoje, de inúmeros lixões e depósitos a céu aberto, que trazem prejuízos severos ao meio
ambiente e à saúde dos moradores;
o Pouco incentivo à separação do lixo orgânico e dos recicláveis devido à desinformação e a problemas de
recolhimento: desperdício de potencialidades socioeconômicas;
o Incentivo capitalista ao consumo: ascensão social é associada ao aumento do poder de compra  produção de
quantidades exorbitantes de lixo.
o O ensino do tratamento de lixo nas escolas ainda é deficitário, permanecendo bastante na teoria, na disciplina
de Ciências/Biologia, e pouco na prática, prejudicando no incentivo e na ação dos próprios alunos;
o Empresas pouco fiscalizadas em relação à gestão de resíduos até o produto final;
o A crença populacional de que a reciclagem é a solução para o problema do lixo, sendo apenas mais uma entre
diversas, sendo que a solução efetiva seria a diminuição do lixo produzido;
o A cultura do desperdício entre os brasileiros, como comida, resíduos diversos, etc.

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Política Nacional de Resíduos Sólidos, a PNRS (Lei nº 12.305/10), cria metas para extinção dos lixões, aumento
da coleta seletiva, logística reversa pelas empresas, etc., mas está longe de ser totalmente cumprida saiba mais
em Política Nacional de Resíduos Sólidos: dificuldades para implantação - Bloco 1
o Documentários “Ilha das Flores” e “Lixo Extraordinário” Documentário: Lixo Extraordinário
o Estatísticas: Brasil produz lixo como primeiro mundo, mas faz descarte como nações pobres  relação entre
aumento do poder de compra do brasileiro e produção de resíduos (saiba mais em Brasil produz lixo como
primeiro mundo, mas faz descarte como nações pobres
o Desafio do Lixo na internet: < https://www.hypeness.com.br/2019/03/ desafio-do-lixo-e-o-melhor-desafio-que-
a-internet-ja-viu-e-voce- deveria-aderir/>;
o Documentário “Uma verdade inconveniente” (2006).

INTERVENÇÃO
o Campanhas educativas para a formação de consumidores mais conscientes, dentro da escola ou na grande
mídia, por meio do incentivo a alternativas como a economia de compartilhamento;
o Apoio orçamentário e técnico do Ministério do Meio Ambiente aos municípios mais necessitados para
adequação aos itens básicos da PNRS, como a extinção dos lixões;
o Incentivo fiscal às empresas que praticarem logística reversa;
o Maior investimento governamental em termelétricas movidas a biogás;
o Ampliação/consolidação das cooperativas de coleta seletiva e reciclagem, especialmente com o auxílio de
ONGs;
o Capacitação da sociedade civil para instalação de composteiras domésticas.
SISTEMAPRISIONAL
PROBLEMAS DO SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO:
o Ciclo de violência, marginalização e criminalidade, especialmente entre jovens negros e pobres  raiz do
problema;
o Superlotação e indignidade: péssimas condições infraestruturais (saúde, alimentação, lazer, etc.);
o Poucos programas de formação escolar ou de capacitação profissional, que funcionariam como estratégia
para a não reincidência;
o Falta de assistência jurídica eficiente e rápida aos presos de baixa renda, o que gera excesso de prisões
provisórias e as poucas penas alternativas;
o Disputas entre facções criminosas e massacres internos (poder paralelo);
o Aumento questi onável do número de presos com a Lei Antidrogas, de 2006 (traficantes ou
usuários?)  buscar soluções para a questão das drogas é urgente para se repensar o sistema prisional
brasileiro.

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Documentários como “Sem pena” (Brasil, 2014) ou “13ª emenda” (EUA, 2016); filmes como “Carandiru” (Brasil,
2003); livros como “Estação Carandiru” (1999) ou “Prisioneiras” (2017), de Drauzio Varella; músicas como
“Diário de um detento”, dos Racionais MCs;
o Obra “Vigiar e punir: nascimento da prisão” (1975), de Foucault  saiba
mais em Saiba mais sobre a obra Vigiar e Punir, de Michel Foucault;
o Código Penal (1984): função ressocializadora da pena para evitar a reincidência;
o A polêmica da Lei Antidrogas (2006): saiba mais sobre a relação entre a população carcerária e o
tráfico/consumo de drogas no país em Lei de Drogas: a distinção entre usuário e traficante, o impacto nas
prisões e o debate no país
o Rebeliões e massacres nos presídios do norte e nordeste do país em janeiro de 2017 deflagram a gravidade da
crise: Carnificina em presídios deixou mais de 130 mortos neste ano
o Livro “Um sonho de liberdade”, “Presos que menstruam”, “A teoria das janelas quebradas”, “Crítica da rezão
punitiva - Nascimeno da Prisão no Brasil”.
o Filmes: “Quase dois irmãos” (2004).

INTERVENÇÃO
o Investimentos em programas sociais complexos e de longo prazo, aliando poder público e sociedade civil, que
diminuam a desigualdade e a procura pela criminalidade;
o Investimento governamental e privado em sistemas mais humanizados e ressocializadores, como as APACs 
saiba mais em Presídios sem polícia, uma utopia real no Brasil
o Pressão popular para revisão da Lei Antidrogas, a fim de evitar encarceramentos dispensáveis (estabelecendo
critérios mais objetivos para distinção entre traficantes e usuários), e para maior investimento governamental
na questão das drogas como um problema de saúde pública, e não como uma questão criminal, sobretudo;
o Expansão do número de defensores públicos e das Varas Penais, para garantir celeridade aos julgamentos, e
ampliação de penas alternativa.
FAMÍLIA
o A importância da família como primeira instituição social a garantir a formação/educação básica do indivíduo,
sobretudo quanto a valores e a hábitos pessoais e coletivos;
o A relação conflituosa e superficial entre responsáveis e crianças/adolescentes;
o Relações humanas bastante fluidas, sem a construção de um ambiente que garanta segurança, estabilidade
emocional e troca afetiva;
o Reconhecimento de parâmetros como convívio, amor e respeito para uma concepção mais ampliada de família,
que não se firma somente em laços consanguíneos;
o Violência familiar/doméstica em todas as suas facetas;
o Gravidez na adolescência e educação sexual.

PROBLEMÁTICAS ATUAIS
o As famílias desestruturadas econômica, social ou emocionalmente, gerando prejuízos à formação dos sujeitos,
especialmente no que tange ao sustento, à ética e às habilidades socioemocionais dos indivíduos/cidadãos;
o Os novos modelos familiares, como os núcleos monoparentais ou homoafetivos, que ainda sofrem preconceito,
apesar de serem basais à formação de tantas pessoas;
o A responsabilidade de educar dos responsáveis sendo destinada à escola, o que interfere, claramente, no
desenvolvimento socioemocional do jovem, que acaba por ficar sem um modelo familiar;
o O conceito de família sendo atualizado e problematizado em diversos âmbitos - colocam-se em pauta as
modificações até mesmo dos nomes das comemorações no espaço escolar, como "Dia das Mães" e "Dia dos
Pais" sendo substituídos por um só momento e sendo conhecidos como "Festa da Família", "Dia do
Responsável";
o A perpetuação de uma sociedade patriarcal, em que deve se ter respeito ao representante masculino, como
sendo a base da família -- o que acaba por gerar abusos físicos, sexuais, psicológicos, assim como a sobrecarga
da responsabilidade feminina no cuidado com os filhos.
o Embate sobre o ensino sexual na escola, vinculado a uma moral conservadora, que não reconhece a importância
do esclarecimento sobre o assunto, acaba por desencadear diversas consequências negativas para a sociedade,
uma delas sendo a própria gravidez precoce, agravada em situações de maior fragilidade socioeconômica.
o Como sexo ainda é considerado um assunto tabu na sociedade brasileira, pouco se discute em casa e na escola,
obtendo-se resultados trágicos.

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Música: "Família", da banda Titãs;
o Teoria psicanalítica freudiana, que aborda a influência decisiva da relação com mãe e pai na constituição do
sujeito;
o John Locke (empirismo britânico): importância da experiência adquirida no meio social para a formação do
indivíduo (tábula rasa).
o Filmes e documentários sobre a questão da família no Brasil: "Juno", "Preciosa", "Mais ou Menos Grávidos", "Os
garotos da minha vida", "Meninas", "Matilda";
o Alusão ao pensamento de Zygmunt Bauman ("Modernidade Líquida") e à fraqueza dos laços familiares, sendo
facilmente substituídos por aparelhos digitais e relações virtuais; de Gilberto Freyre, em "Casa Grande &
Senzala", sobre a família patriarcal desde o início da colonização portuguesa no Brasil;
o Dados de pesquisas: 42% dos casos de violência acontecem dentro de casa, de acordo com ONG Fórum
Brasileiro de Segurança Pública (2018);
o Alusões históricas: família nuclear patriarcal - desde os séculos passados, advinda de uma perspectiva da família
romana.

INTERVENÇÃO
o Campanhas midiáticas relacionadas à violência doméstica/familiar, com telefones para denúncia e tentativa de
reconhecimento dessas situações;
o Maior discussão da educação sexual no ensino básico, objetivando diminuição nos índices de gravidezes
precoces;
o Debates públicos sobre cidadania e a necessidade da garantia desta, a partir do uso de locais públicos por todos,
principalmente crianças e jovens;
o Garantia da representatividade em campanhas quanto à diversidade dos núcleos familiares, por meio das
Secretarias municipais relacionadas à família;
o Expansão das políticas públicas de assistência social voltadas a famílias em situação de risco psicossocial,
incluindo a ação mais efetiva dos Conselhos Tutelares.
MORADIA
CAUSAS PARA O PROBLEMA DA MORADIA NO BRASIL:
o Problemas históricos em cadeia decorrentes do crescimento dos centros urbanos: desigualdade, pouca
escolarização, desemprego e baixa renda dos setores mais vulneráveis da população conduziu à favelização, à
expulsão dos centros (gentrificação) ou ao desabrigo, habitações precárias ou insuficientes; migração rural-
urbana.
o Problemas mais recentes decorrentes da gestão capitalista do espaço urbano: especulação imobiliária, imóveis
ociosos (ocupações), altos preços dos aluguéis (crise econômica), insuficiência/inadequação de programas de
moradias populares.

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Desabamento de prédio em SP em maio de 2018 reacende debate sobre a questão da moradia no Brasil e
sobre as polêmicas ocupações urbanas: Desabamento de prédio escancara o apartheid habitacional na
cidade mais rica do Brasil
o Conceito amplo de “déficit habitacional” (mais de seis milhões de unidades faltantes, atualmente), apurado
pela Fundação João Pinheiro, e a alta do preço dos aluguéis nos últimos anos: Gasto excessivo com
aluguel pressiona déficit habitacional no Brasil
o Artigo 5º, inciso 23 da Constituição de 1988: direito à propriedade, esta atendendo sua “função social”
(ocupação/utilidade: moradia é direito constitucional);Lei 10.257/2001: o Estatuto das Cidades e sua
difícil efetivação (leia mais em : Breve ensaio sobre o direito à cidade à moradia nas cidades brasileiras
o Conceitos da Geografia e da Economia, como especulação imobiliária, , gentrificação, migração pendular,
favelização;
o Obra literária “O cortiço”, de Aluísio Azevedo.

INTERVENÇÃO
o Maior investimento governamental, sobretudo em esfera federal, em programas diversificados de moradias
para combater o déficit (habitações populares, como o projeto Minha Casa Minha Vida, aluguel social,
concessão de imóveis e terrenos ociosos), adequados às diferentes realidades urbanas brasileiras;
o Cobrança popular junto às Prefeituras por maior rigidez na aplicação do Estatuto das Cidades, para controlar o
preço dos aluguéis e a especulação imobiliária, e aplicação de IPTU progressivo a imóveis ociosos (saiba mais
sobre essa medida em O que é IPTU progressivo. E como tem sido sua aplicação em São Paulo
o Implantação do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11124.htm;
o Desenvolver uma maior compatibilidade entre a legislação urbanística com a legislação ambiental e legislação
de acessibilidade envolvendo os ministérios das Cidades, Meio Ambiente e a Comissão Nacional de
Desenvolvimento Urbano do Congresso Nacional.
IDOSOS

PARA REFLETIR
o O papel do idoso na cultura brasileira e na cultura de outros povos, a partir de sua bagagem de saberes e
vivências;
o O envelhecimento populacional brasileiro e a relação com a saúde e a previdência social;
o A rejeição ao envelhecimento devido a padrões estéticos e a uma cultura que valoriza o que é novo;
o Extorsão e violência financeira contra idosos;
o A relativa exclusão digital da terceira idade.

PROBLEMÁTICAS ATUAIS
o A perpetuação de saberes tradicionais por meio da transmissão oral, feita, principalmente, pelos idosos;
o A frágil relação entre filhos e pais idosos, que facilmente é colocada em risco, devido ao não preparo por parte
da família em se ter um familiar necessitado de maiores cuidados;
o A prática da violência financeira entre familiares, por exemplo, é bastante usual, principalmente, devido ao fato
de haver uma falsa compreensão das necessidades do próximo na atualidade, sendo ele idoso ou não, e ao ônus
financeira às novas gerações;
o Pela fragilidade emocional e pelo pouco domínio tecnológico por parte dos idosos, estes acabam estabelecendo
uma relação bastante próxima e de entrega total de bens até mesmo com pessoas desconhecidas, o que facilita
o processo de extorsão;
o Não apenas familiares ou pessoas próximas, mas as próprias empresas, principalmente bancárias, provocam
grandes prejuízos para os idosos, ao não esclarecer ou aproveitar do pouco entendimento da situação financeira
deles;
o Como há a necessidade de se ter maior número de trabalhadores ativos no mercado para manter a previdência
social, com o envelhecimento populacional, há o risco de as despesas populacionais serem maiores do que as
receitas, o que sinaliza para a necessidade de revisão dos padrões previdenciários;
o Como há, cientificamente, a comprovação da relação entre idosos e doenças crônicas, há de se refletir, também,
quanto à sobrecarga do sistema público de saúde e à disponibilidade de cirurgias, de remédios, o que requer
investimentos em saúde preventiva também.

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Dados de pesquisas: 1 em cada 4 brasileiros terá mais de 65 anos em 2060, aponta IBGE:
<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de- imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/21837-
projecao-da-populacao- 2018-numero-de-habitantes-do-pais-deve-parar-de-crescer-em-2047>; Empresa Sênior
Concierge para a MC15 Consultoria, 49% dos idosos se preocupam em ser um peso para a família (2016):
doenças crônicas afetam cerca de 70% dos idosos brasileiros, sendo que 40% deles tem ao menos uma,
enquanto que 29,8% têm duas ou mais - foi o que constatou o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos
Brasileiros (Elsi-Brasil), realizado pelo Ministério da Saúde (MS) em conjunto com o Instituto Oswaldo Cruz
(FioCruz);
o Estatuto do Idoso, base legal que estabelece as diversas garantias legais aos cidadãos de terceira idade, com
destaque para os seguintes trechos: Artigo 102 prevê o crime contra a violência financeira com o seguinte texto:
“Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes
aplicação diversa da de sua finalidade; Artigo 104 especifica o uso indevido de terceiros sobre o salário de
aposentadoria dos idosos: “reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios do idoso, bem
como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida”; o Artigo
110 relata as mudanças no Código Penal relacionadas aos crimes contra idosos. De acordo com a legislação (Art.
61 do Código Penal), o idoso foi incluído entre as circunstâncias de agravamento da pena. Se um crime for
cometido contra uma criança, uma pessoa com mais de 60 anos ou uma mulher, a punição será aumentada;
Filmes: “Morangos silvestres”, “Meu pai, uma lição de vida”, “The Head Vanishes”, “Rugas”.

INTERVENÇÃO
o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos deve realizar campanhas e anúncios públicos
não sazonais sobre a valorização do idoso na sociedade e sobre as penas relacionadas aos crimes
cometidos contra essa população;
o Maior rigor quanto ao cumprimento do Estatuto do Idoso, com fiscalização mais acentuada e intervenção
do Ministério Público;
o Ampliação de políticas públicas de convivência, lazer e saúde para a terceira idade, em colaboração entre
União, estados e municípios
PRECONCEITOLINGUÍSTICO

ARGUMENTAÇÃO
o Causas do preconceito linguístico na sociedade brasileira:
o Construção escolar, acadêmica e midiática, de séculos atrás até a contemporaneidade: a norma-padrão, a
norma chamada “culta”, a variante de prestígio associada à instrução e às elites, seria oposta às variantes
informais, inferiorizadas, associadas às classes baixas e ao pouco estudo  preconceito linguístico é também um
preconceito socioeconômico (Marcos Bagno) e sustenta uma dinâmica de poder (pensar novamente em
Foucault, “Microfísica do Poder”, e no conceito de “capital cultural”, de Pierre Bourdieu);
o Exemplos: o reforço da estigmatização pela mídia (o falar interiorano caricatural nas novelas, propagandas e
quadrinhos, como em Chico Bento) e pela escola tradicional (que ainda sustenta, frequentemente, a ideia do
“falar errado” e a de que “a escrita informal na internet está acabando com o Português”).

CONSEQUÊNCIAS DO PRECONCEITO LINGUÍSTICO:


o Aumento da exclusão social (menores oportunidades no mercado de trabalho, por exemplo, porque se
estabelece o domínio do Português padrão como exigência a variados cargos, mesmo àqueles que não precisam
dessa habilidade);
o Reforço do sentimento de inferioridade dos indivíduos com pouca escolaridade e limitação de sua liberdade
comunicativa (vergonha e medo de falar/escrever).

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Polêmica da postagem do médico em Serra Negra (SP), em 2016: “Não existe ‘peleumonia’ nem ‘raôxis’” 
Médico debocha de paciente na internet: ‘Não existe peleumonia’;
o Obra “Preconceito linguístico: o que é, como se faz” (1999), Marcos Bagno, linguista da UnB  Preconceito
que cala, língua que discrimina;
o Alusões históricas à imposição de falares hegemônicos, como do Português dos colonizadores sobre o Tupi
dos povos indígenas e sobre as línguas africanas;
o Valorização do falar popular na Literatura: Modernismo de 1ª fase (poemas “Pronominais” e “Vício na fala”,
de Oswald de Andrade) e cordelistas como Patativa do Assaré;
o Relação entre fala informal e estigmatização social: os exemplos do funk e do rap.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO
o Cobrança de trabalho mais intenso e reflexivo com o conteúdo de variação linguística nas escolas e
universidades, a partir da iniciativa do MEC: formação atualizada do professor e projetos pedagógicos
mais próximos da realidade da língua;
o Debates frequentes nos meios de comunicação de massa, especialmente na TV e nas redes sociais, sobre
a importância da variação linguística e sobre o combate a esse preconceito;
o Investimentos governamentais federais, estaduais e municipais a longo prazo para melhorar a qualidade
da educação, combater o analfabetismo funcional e proporcionar inserção no mercado de trabalho,
minimizando o ciclo de exclusão.
DOAÇÃODEÓRGÃOSETECIDOS

IDEIAS PARA A ARGUMENTAÇÃO


o Problemas que envolvem a doação de órgãos no Brasil:
o Desconsideração da vontade do doador em vida: a decisão final é sempre da família;
o Falta de informação e desconhecimento da seriedade do processo fazem as famílias recusarem (como
proceder? Tráfico de órgãos? Retirada antes da morte? Descaracterização do cadáver?);
o Questões religiosas envolvendo preceitos bíblicos, violação do corpo e pós-morte ainda são também motivos de
recusa;
o Falta de abordagem mais humanizada dos profissionais de saúde às famílias no momento pós-morte;
o Falta de infraestrutura e agilidade no aproveitamento de órgãos, especialmente em cidades isoladas e pobres;
o Falta de uma cultura de doação de órgãos, de debate frequente sobre o assunto, para quebrar o tabu que ronda
o assunto.

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Decreto 9.175/2017, assinado por Temer, promove mudanças na legislação sobre doação de
órgãos, a fim de esclarecê-la e desburocratizá-la: ratificação do consentimento familiar; fim da
obrigatoriedade de um neurologista para diagnóstico de morte encefálica; ampliação da licença
para estabelecimentos de transplantes; Força Aérea Brasileira articulada à Central Nacional de
Transplantes Temer assina decreto para alterar lei sobre doação de órgãos, informa Planalto;
o Dados estatísticos: número de transplantes cresce no Brasil, realizados em sua grande maioria
pelo SUS, mas 43% das famílias ainda se recusam a doar os órgãos de seus parentes: Transplante
cresce, mas 43% das famílias negam doação de órgãos de parentes ;
o Alusão histórica aos costumes de sociedades para preservação e inviolabilidade do corpo
(mumificação, embalsamamento, velórios e caixões);
o Questões bioéticas: o filme “Uma prova de amor” levanta a questão ética do direito sobre o próprio corpo
(Uma prova de amor X Autonomia do menor doador), que pode ser relacionada com o conceito de “ética
da responsabilidade” de Hans Jonas, filósofo alemão.
o Livro “Thank you for your life” reúne cartas de famílias que disseram sim para a doação de órgãos e
tecidos;
o Episódio sobre doação de órgãos na série brasileira “Sob Pressão”;
o Campanhas publicitárias, da Cidade do Cabo, “um NÃO doador pode deixar de salvar sete pessoas”:
<https://www.comunicaquemuda. com.br/filme-chocante-sobre-doacao-de-orgaos/>.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO
o Campanhas educativas mais frequentes, eficientes e esclarecedoras, na escola e na grande mídia, inclusive
com a participação de figuras públicas, para desmistificar o assunto e incentivar a aceitação das famílias;
o Criação de lei que estabeleça ainda em vida, como regra, o desejo do sujeito de ser doador,
independentemente da família;
o Melhoria da infraestrutura pública de saúde, especialmente de regiões mais afastadas, para a logística da
doação;
o Formação mais humanizada dos profissionais de saúde para abordagem das famílias.
o *Obs: as dificuldades para a doação de sangue no Brasil também podem configurar um tema correlato.
ADOÇÃO

IDEIAS PARA A ARGUMENTAÇÃO

o Desafios para a adoção de crianças e adolescentes no Brasil:


o Preconceito cultural de muitas famílias em relação à adoção de crianças, pelo passado destas, por seus pais
biológicos, ou mesmo por vergonha;
o Apesar das mudanças recentes na lei, o processo ainda é relativamente burocrático, especialmente pela
sobrecarga do Poder Judiciário;
o Preferência dos adotantes por bebês brancos, sem deficiências ou problemas de saúde e sem irmãos: exclusão
da maior parte dos menores disponíveis para a adoção gera aumento da rejeição e dos traumas futuros aos
adolescentes que completam a maioridade sem serem adotados;
o Preconceito velado de alguns membros do Judiciário com pais e mães solteiros, de baixa renda ou famílias
homoafetivas (Obs: STF reconheceu adoção por estas famílias em 2015, mas Estatuto da Família, ainda em
tramitação, tenta prejudicar esse direito).

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Lei 13.509/2017, sancionada por Temer, institui mudanças na base legal de adoção do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a fim de desburocratizar o processo: prioridade
de adoção a grupos de irmãos, menores com deficiência ou doença crônica; extensão de direitos trabalhistas de
pais biológicos a pais adotantes; redução de prazos no processo de adoção  veja pontos polêmicos e gráficos
de adoção em Nova lei para adoção reduz prazos e divide opinião na área da infância;
o Filmes “Um sonho possível” e “Lion: uma jornada para casa” (Filme narra vida de indiano que reencontrou
família usando Google Earth), que tratam das dificuldades e benesses do processo de adoção;
o Livro “Nunca deixe de acreditar”, de Christina Rickardsson, brasileira adotada por um casal de suecos: Brasileira
que viveu em caverna: ‘O Brasil não cuida de seu povo’;
o Comparação atual entre adoção de animais e adoção de crianças: o que ganha mais apoio midiático e
aceitação?
o 7 livros infantis para falar sobre adoção: https://lunetas.com.br/7- livros-infantis-para-conversar-com-as-
criancas-sobre-adocao/ <https:// lunetas.com.br/7-livros-infantis-para-conversar-com-as-criancas-sobre-
adocao/> ;
o Filmes: “Um sonho possível”, “De repente uma família”, “A estranha vida de Timothy Green”; “O menino de
ouro”, “Aprovado para adoção - cor de pele: mel”, “Lion”, “O contador de histórias”.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO
o Mais campanhas nos grandes meios de comunicação, especialmente na TV e nas redes sociais, inclusive
contando com figuras públicas que adotaram crianças e adolescentes fora do perfil mais procurado, a fim de
promover a quebra dos preconceitos e o esclarecimento sobre a facilitação do processo de adoção;
o Expansão dos Juizados de Infância e Juventude, para agilizar os processos de adoção;
o Incentivo à denúncia ao Ministério Público por famílias que sofreram discriminação nesses trâmites.
o Campanhas midiáticas quanto aos grupos existentes de apoio à adoção nos municípios, para incentivar,
conhecer;
A R T E, C U L T U R A, P A T R I M Ô N I O E C I D A D A N I A

IDEIAS PARA A ARGUMENTAÇÃO


o Dificuldades para a plena valorização da arte, da cultura e do patrimônio na sociedade brasileira:
o Famílias mais pobres, muitas vezes, não desenvolvem hábitos relacionados à valorização da arte e da cultura
dita hegemônica, devido à baixa escolaridade ou à ausência de condições financeiras ou geográficas para o
acesso  elitização dessas manifestações;
o As escolas e as universidades, extremamente conteudistas, pouco voltadas à experienciação e limitadas em seus
recursos, também são, em geral, despreparadas ao abordar esses aspectos e ao despertar o interesse de seus
alunos;
o Pouca abrangência ou divulgação ineficiente das políticas públicas gratuitas voltadas a esse setor;
o Preconceito generalizado em relação às manifestações artísticas e culturais de origem popular, que muitas
vezes são vistas como inferiores ou sequer são consideradas como tal;
o Desconhecimento, desvalorização, vandalização e carência de recursos cercam a questão do amplo patrimônio
material e imaterial brasileiro, gerenciado pelo IPHAN (leia mais sobre patrimônio em Conheça as diferenças
entre patrimônios materiais e imateriais).
o Contribuições da valorização da arte, da cultura e do patrimônio para a cidadania:
o O acesso pleno à arte, à cultura e ao conhecimento do patrimônio, especialmente em uma perspectiva próxima
à escolarização e ao saber formal, proporciona maiores chances de mobilidade social ao indivíduo e,
consequentemente, traz impactos a longo prazo na redução das desigualdades e da violência;
o Esse acesso também faz com que o indivíduo compreenda a realidade de forma mais reflexiva, crítica e ativa,
entendendo passado e presente e mudando seu comportamento  diminuição dos preconceitos, aceitação das
diferenças, engajamento em causas coletivas (como a das minorias, por exemplo);

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Constituição Federal de 1988 art. 205: Educação é direito de todos e dever do Estado; art. 215: Estado garantirá
o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional; art. 216: Estado deve proteger o
patrimônio cultural material e imaterial;
o Fatos recentes de 2017: grafites apagados por João Dória (São Paulo); polêmica envolvendo a exposição Queer
Museu (Porto Alegre) e a performance do artista nu no MAM (São Paulo); - Exemplos de manifestações
artísticas/culturais brasileiras que denotam consciência crítica, reflexão e inclusão: Realismo e Modernismo na
Literatura; MPB na Ditadura; rap, hip hop e grafite nas comunidades etc. ;
o Preconceito com a arte e a cultura popular, periférica: exemplo da criminalização histórica do samba e do funk
(veja em Projeto de lei de criminalizacao do funk repete historia do samba da capoeira e do rap) e o conceito de
“hegemonia cultural” de Antonio Gramsci;
o Multiculturalismo (base na antropologia de Franz Boas): corrente acadêmica ampla que propõe a dissolução do
continuum simples- complexo em relação às culturas humanas, valorizando-as em sua singularidade e não as
hierarquizando;
o Capital cultural (conceito do filósofo Pierre Bourdieu): a cultura, em uma sociedade dividida em classes, torna-se
instrumento de dominação. Os indivíduos de famílias mais abastadas, com maior bagagem de saber, terão
maiores facilidades sociais;
o Gilberto Freyre (“Casa-grande & Senzala”), Darcy Ribeiro (“O povo brasileiro”) e Sérgio Buarque de Holanda
(“Raízes do Brasil”): obras fundadoras para entender a formação cultural brasileira;
o Indústria cultural/cultura de massa (Escola de Frankfurt): reflexões sobre a complexa relação entre arte, cultura
e sociedade do consumo;
o “Teorias da arte”, Anne Cauquelin (filósofa e crítica de arte francesa): discussão sobre o esvaziamento dos
critérios contemporâneos para a definição do que é arte.

INTERVENÇÃO
o Campanhas informativas do Ministério da Educação, da Cultura/do IPHAN, na grande mídia e nas escolas e
universidades, para maior reflexão sobre a importância da arte, da cultura e do patrimônio, inclusive visando
romper preconceitos contra as vertentes populares dessas manifestações;
o Ampliação e melhor divulgação de projetos públicos de arte e cultura em parceria com a iniciativa privada,
como o Vale Cultura e as Campanhas de Popularização do Teatro e da Dança, especialmente para as regiões e
para o público que mais carecem;
o Maior capacitação dos docentes para um ensino de arte e cultura mais reflexivo e engajado nas escolas básicas;
o Maior direcionamento de recursos ao MinC/IPHAN para a ampliação de seus trabalhos, como por meio do
CONSUMISMO

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO CONSUMISMO CONTEMPORÂNEO, ESPECIALMENTE ENTRE OS JOVENS:


o Causas: processo histórico de consolidação do capitalismo, baseado nas necessidades de crescimento da
produção e do lucro; ampliação do poder de compra do brasileiro nas últimas décadas; obsolescência
programada; busca do indivíduo por aceitação, reconhecimento e pertencimento social (consumir é ter poder,
incluir-se e afirmar-se identitariamente na sociedade contemporânea, ou até mesmo distinguir-se dos demais);
procura incessante do sujeito por preencher o vazio típico da falta de referências atuais; poucas alternativas de
lazer públicas e gratuitas, o que fortalece os shoppings centers e a internet, com seus estímulos variados ao
gasto;
o Consequências: exclusão social daqueles que possuem menor poder de consumo; sentimentos de
inferiorização, opressão, angústia, depressão, bullying; descontrole financeiro, vício em compras; obesidade;
aumento da produção de lixo, impactos ambientais; contribuição para a perpetuação da desigualdade social.

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Alusão histórica à Revolução Industrial e à ascensão/consolidação da dinâmica capitalista;
o Indústria Cultural, cultura de massa, sociedade do consumo: reflexões da Escola de Frankfurt;
o Gilles Lipovetsky, filósofo francês, em “A Felicidade Paradoxal: Ensaios sobre a sociedade do hiperconsumo”
(2007), faz um percurso histórico pelas três grandes fases do consumismo no Ocidente. A terceira fase se dá a
partir de 1970, quando, segundo o autor, o consumismo se expande a todas as esferas da vida. Nesse momento,
além de consumir produtos, importa também consumir uma “experiência diferenciada” (ser VIP?), devido ao
crescimento do individualismo e à perda da noção de bem comum;
o Jean-François Lyotard, filósofo francês, em “A condição pós- moderna” (1979), trata da crise dos metarrelatos
ou das metanarrativas, também vivenciada a partir de meados da década de 1970, que apontaria o consumo
intenso como uma saída do indivíduo para a sua ausência de referências, com a queda de valor das instituições
tradicionais;
o Documentários “Minimalismo”, que questiona o ser e o ter (Minimalism Documentary Netflix), “A História das
Coisas” e “Obsolescência Programada”;
o Exemplos contemporâneos, como o vídeo do YouTube “Quanto custa o outfit?” e o funk ostentação (relação de
consumo e poder).
o Filmes: “Os delírios de consumo de Becky Bloom”, “As patricinhas de Beverly Hills”.
o Documentários: “The true cost”, “O prazer no consumo”;
o “O artista brasileiro que nos faz refletir sobre consumismo e felicidade”,

INTERVENÇÃO
o Ministério do Meio Ambiente, instituições de ensino, famílias e ONGs voltadas à questão ambiental devem se
envolver em campanhas educativas que apresentem os malefícios do consumismo e defendam a redução dessa
prática, estimulando iniciativas alternativas, como a economia de compartilhamento;
o Os governos federal, estadual e municipal devem investir na revitalização dos espaços públicos de lazer e dos
eventos gratuitos, como forma de atrair a população para atividades menos consumistas;
o O Ministério da Saúde deve capacitar profissionais do SUS e da rede privada, como psiquiatras e psicólogos,
para o correto acolhimento aos pacientes acometidos pelos transtornos associados ao consumismo.
SAÚDE

IDEIAS PARA A ARGUMENTAÇÃO


o Desumanização do sistema de saúde: a sobrecarga dos sistemas público e privado (especialmente do primeiro),
percebida, por exemplo, na superlotação das clínicas e hospitais, na ausência de profissionais suficientes e com
boas condições de trabalho, na carência de medicamentos e suprimentos, na infraestrutura precária e na falta
de recursos, gera demora no atendimento, baixa qualidade técnica (a exemplo dos diagnósticos errados ou
imprecisos) e distanciamento na relação médico/paciente, tudo isso podendo contribuir para a piora dos
quadros clínicos. No caso dos planos de saúde, o encarecimento das cobranças aos clientes, o baixo valor
repassado aos profissionais e as limitadas redes credenciadas também são reclamações constantes.
o Autodiagnóstico/automedicação: reflexo da sobrecarga do sistema de saúde, da rotina corrida e estressante da
vida contemporânea e da busca incessante por qualidade de vida e bem-estar, o indivíduo contemporâneo
procura na internet (“Dr. Google”) ou em indicações de conhecidos uma saída mais rápida para suas
necessidades físicas ou psicológicas, o que pode levar a complicações do quadro clínico e à dependência de
medicamentos.
o Doenças reemergentes ou ressurgentes (ISTs, como aids, sífilis e gonorreia; dengue, malária, febre amarela,
sarampo, pólio, rubéola, difteria, etc.): causas como a degradação do sistema de saúde, que faz o indivíduo não
desfrutar adequadamente das políticas públicas da área; a falta de instrução formal, que leva o sujeito a não
dominar conhecimentos básicos de prevenção e higiene e a acreditar em notícias falsas/boatos (exemplo:
movimento antivacina); a carência de saneamento básico e a sensação de menor risco, como se vários males
tivessem sido “extintos”, fazem com que inúmeras doenças venham reaparecendo em território brasileiro e
preocupando devido à possível proporção de sua propagação. No caso especial dos jovens, preocupa
especialmente a ascensão das ISTs, que envolvem questões como diversidade de parceiros, inconsequência em
comportamentos de risco, timidez/tabus e preconceito;
o Saúde mental: o crescimento de casos de transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão, e a explosão
de diagnósticos de transtornos de aprendizagem, como TDAH, acendem o alerta sobre hipermedicalização e
sobre padronização de comportamentos e emoções. Também pode-se discutir, acerca do subtema saúde
mental, a reforma psiquiátrica brasileira e o movimento antimanicomial, que propõem abordagens mais
humanizadas e socializantes para os pacientes com sofrimento mental.

OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO


o Alusão histórica à Revolta da Vacina (1904) e ao contemporâneo movimento antivacina, associados às suas
consequências;
o Livro e documentário “Holocausto Brasileiro”, que abordam os maus- tratos no antigo Hospital Colônia de
Barbacena e as práticas desumanas de tratamento psiquiátrico no Brasil;
o Documentário “Tarja Branca”, que propõe um resgate do caráter terapêutico da brincadeira, do lúdico, em uma
sociedade que medicaliza os indivíduos cada vez mais cedo; - Documentário “Sicko”, que compara alguns
sistemas de saúde, como o dos EUA, o de Cuba e o da Inglaterra, mostrando pontos positivos e negativos,
especialmente em relação aos interesses mercadológicos dos planos de saúde;
o Menção à PEC 241/55, a PEC do Teto, que limita por 20 anos o gasto público com saúde no Brasil;
o Utilização de conceituações diversas da Biologia para abordagem das doenças emergentes.

Você também pode gostar