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O Impacto Da Retirada Pró-Labore No Planejamento Tributário E Escolha Do Regime de Tributação de Representantes Comerciais

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O IMPACTO DA RETIRADA PRÓ-LABORE NO PLANEJAMENTO

TRIBUTÁRIO E ESCOLHA DO REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE


REPRESENTANTES COMERCIAIS

Rafael Gama Matos - rafaelgama.contato@gmail.com


MBA em Direito Tributário, Compliance e Auditoria Digital
Instituto de Pós-Graduação – IPOG
Vila Velha, ES, 30/12/2022

Resumo
Este estudo abordou sobre o impacto da retirada pró-labore no planejamento
tributário, e por consequência na escolha do regime de tributação de representantes
comerciais. Teve como objetivo através de um estudo de caso de uma empresa
prestadora de serviços de representação comercial, demonstrar através do
planejamento tributário, e usando de forma licita a remuneração dos sócios, para
deixar menos oneroso ou mais vantajoso o desembolso de recursos para quitação
da obrigação principal, que é o pagamento dos tributos. Foi realizado pesquisa
bibliográfica para aprofundar os conhecimentos técnicos e teóricos referente aos
conceitos de tributo, planejamento tributário, elisão e evasão fiscal, conceitos do
simples nacional, conceitos de fator R e legislações vigentes. Foi apresentado o
estudo de caso comparando o Regime atual do lucro presumido, com a migração
para o Regime do Simples Nacional. Comparando a onerosidade de cada regime
tributário. Uma limitação do Estudo foi não realizar a comparação do regime de
Lucro real, pois a margem de Lucro da empresa era mais que o dobro da margem
do percentual de presunção do Lucro Presumido, o que descarta de forma imediata
a opção pelo lucro real. Dos resultados encontrados, nas atuais condições, mostra
que é mais vantajoso a empresa permanecer no Lucro Presumido. Porém aplicando
estratégias de planejamento tributário, onde ocorrer uma variação positiva da
retirada pró-labore dos sócio, o cenário muda, onde o Regime do Simples Nacional
tem uma carga tributária geral menor para a empresa. Conclui-se também que,
deve-se fazer o planejamento tributário de forma individual para cada organização,
pois cada uma apresenta particularidades, visto que são diversas as variáveis que
compõe o processo de planejamento tributário e escolha do regime de tributação.

Palavras-chave: Planejamento Tributário; Regimes Tributários; Tributos, Impostos;


Pro-labore.

1. INTRODUÇÃO
O cenário atual da tributação brasileira é algo complexo, onde existem uma
quantidade enorme de legislações a serem interpretadas, e as possibilidades de
tributação acabam sendo diversas, onde as organizações já são constituídas
sabendo que deverão optar por um regime de tributação. De início já temos três
opções, que são eles, o lucro real, lucro presumido e o simples nacional, além do
lucro arbitrado, e cada um desses regimes os cálculos dos tributos são feitos de
2

formas diferentes. E para complementar, existem variáveis: restrições de opções de


regime tributário, exceções ao tratamento de tributos específicos, tratamento
diferenciados de benefícios fiscais, variações de alíquotas de tributos, que estão
relacionada com o tipo de atividade econômica da empresa, de sua localidade, para
onde está vendendo ou prestando o seu serviço, sobre a forma de recebimento, se é
a vista ou a prazo. Logo, diante do cenário de muitas variáveis, na qual tem a
hipótese de cenários diferentes, é necessário a elaboração de um planejamento
tributário, dentro da legislação fiscal, e com um profissional qualificado, para que a
organização tenha seus riscos mitigados, e também possa ser menos onerosa em
termo de pagamento de tributos. Visto que o planejamento tributário, não deve ser
feito apenas na constituição dessa organização, o recomendado é que a cada
termino de exercício fiscal, a empresa faça uma análise, com as devidas projeções
para verificar se é melhor manter no regime de tributação atual, ou migrar para outro
regime tributário que vai fazer com que tenha ganhos de fluxo de caixa, gerando
economia para o seu negócio. Existem também um fator que é a variação da
legislação vigente, onde alguns produtos e serviços podem sofrer redução de
alíquotas, isenções e incentivos. Esse estudo se insere no tema do planejamento
tributário, onde será feito um estudo de caso de uma empresa de prestação de
serviços de representação comercial, onde o seu regime atual é o regime do lucro
presumido, e será criado hipóteses para essa empresa, onde será proposto
variações da retirada pró-labore do sócio, para verificar a viabilidade dessa empresa
de migrar para Simples Nacional no Anexo III, onde para estar nessa hipótese,
precisa atender a condição de que: a razão entre as despesas com folha de
pagamento em relação ao faturamento, seja igual ou superior a 28%. Onde a
alíquota de tributação inicial é de 6%. Caso essa razão seja inferior a 28% a
empresa será tributada na alíquota inicial de 15,5%, onde será verificado se é viável
a troca para o Simples Nacional, ou até mesmo se manter no regime atual, que é o
Lucro presumido. E para que tal estudo seja concluído, o autor elaborou um teste de
hipótese com quatro cenários distintos, e será avaliado qual a melhor forma de
tributação para cada cenário. A hipótese 1, será o cenário atual, representando os
dados estáticos reais da empresa, onde a mesma faz apenas a retirada de um pró-
labore para seu sócio. Já a hipótese 2, o valor da retirada pró-labore será
aumentando para dois salários mínimos, na hipótese 3, o valor será de três salários
mínimos e na quarta e última hipótese, o valor será de quatro salários mínimos.
Diante disso, os resultados e analises das hipóteses foram informados dentro da
apresentação de cada um dos cenários distintos.

2. METODOLOGIA
A pesquisa foi composta por três etapas:
a) Pesquisa bibliográfica: para esclarecer a temática e os conceitos aplicados é
necessário ter o referencial teórico de livros, artigos, portais e legislação vigente.
b) Pesquisa documental: onde foi analisado as informações de faturamento e
tributos da empresa, através da DCTF e EFD Contribuições, para que seja
possibilitado a coleta de dados, assim como tabelas e documentos em sites oficiais
do governo onde contem a legislação especifica.
3

c) Estudo de caso: mediante análise dos dados que foram coletados juntamente com
os dados disponíveis através das demonstrações financeiras, onde foi feito um
comparativo do regime tributário atual, e o impacto que a variação da retirada pró-
labore que foi paga ao sócio, pode implicar na permanência ou mudança para um
regime tributário menos oneroso.
O estudo ocorreu analisando os dados do exercício de 2022, das competências de
janeiro de 2022 até dezembro de 2022, onde o nome e dados da empresa, em que
possam ocorrer sua identificação não serão fornecidos para que cumpra os
requisitos da Lei Geral de Proteção de Dados. A atividade econômica da empresa é
Serviços de Representação Comercial de Materiais de Construção, essa apresenta
apenas um único sócio, que atualmente faz a retirada de um único salário mínimo no
valor de R$1212,00 e não possui funcionários, ou qualquer outras despesas com
folha de pagamento e terceiros.
Foram criadas tabelas no Microsoft Excel através dos dados coletados, para que se
pudesse desenvolver o planejamento tributário, e também foi simulado os efeitos de
aumentar a retirada pró-labore do sócio e qual seria o impacto na mudança de
tributação dentro dos anexos do Simples Nacional e por consequência determinar
qual será o melhor regime tributário para a empresa analisada.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 CONCEITOS DE TRIBUTOS E SEUS FATOS GERADORES


A definição do conceito de tributo de acordo com a legislação brasileira é que
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” (Brasil, Lei 5.172/1966).
De acordo com CRC-RJ, o fato gerador é uma situação definida pelo legislador,
onde no qual a pessoa ou organização terá que “doar” uma parte uma parcela do
seu patrimônio para os entes federativos. Os tributos não possuem todos o mesmo
fato gerador, dentre os principais tributos, é definido o fato gerador deles a seguir,
conforme registrado de forma resumida no site do CRC-RJ, na seção notícias,
publicada no dia 13/03/2018:

1 – Fato Gerador IRPJ: Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer


Natureza. Fato Gerador: Aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica
de renda e de proventos de qualquer natureza. Base Legal: Art. 43 da Lei nº
5.172, de 25 de outubro de 1966

2 –Fato Gerador IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados. Fato Gerador:


O seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; a sua
saída dos estabelecimentos estabelecimento de importador, industrial,
comerciante ou arrematante; a sua arrematação, quando apreendido ou
abandonado e levado a leilão. Base Legal: Art. 46 da Lei nº 5.172, de 25 de
outubro de 1966

3 –Fato Gerador II: Impostos sobre a Importação. Fato Gerador: A entrada


de produtos estrangeiros no território nacional. Base Legal: Art. 19 da Lei nº
5.172, de 25 de outubro de 1966
4

4 –Fato Gerador IPTU: Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial


Urbana. Fato Gerador: A propriedade, o domínio útil ou a posse de bem
imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil,
localizado na zona urbana do Município. Base Legal: Art. 32 da Lei nº 5.172,
de 25 de outubro de 1966

5 –Fato Gerador ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. Fato


Gerador: A propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza,
como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.
Base Legal: Art. 29 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966

6 –Fato Gerador ITBI – Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de


Direitos a eles Relativos. Fato Gerador: A transmissão, a qualquer título, da
propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão
física, como definidos na lei civil; a transmissão, a qualquer título, de direitos
reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; a cessão de
direitos relativos às transmissões referidas itens anteriores. Base Legal: Art.
35 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966

7 –Fato Gerador IOF: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e


Seguro, e sobre Operações Relativas a Títulos e Valores Mobiliários. Fato
Gerador: Quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega
total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação,
ou sua colocação à disposição do interessado; quanto às operações de
câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou
de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do
interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional
entregue ou posta à disposição por este; quanto às operações de seguro, a
sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou
recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; quanto às operações
relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento
ou resgate destes, na forma da lei aplicável. Base Legal: Art. 63 da Lei nº
5.172, de 25 de outubro de 1966

8 –Fato Gerador ICMS: Imposto sobre operações relativas à circulação de


mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação. Fato Gerador: Considera-se ocorrido o
fato gerador do imposto no momento das ocorrências descritas no artigo 12º
da Lei complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Base Legal: Art.
12º da Lei complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996

9 –Fato Gerador ISS: Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza. Fato


Gerador: A prestação de serviços constantes da lista anexa da Lei
Complementar 116 de 2003, ainda que esses não se constituam como
atividade preponderante do prestador. Base Legal: Art. 1º da Lei
complementar nº 116, de 31 de julho de 2003

10 –Fato Gerador IE: Imposto sobre a Exportação. Fato Gerador: A saída de


produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional. Base Legal: Art.
23 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CRC-RJ, 2018)
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3.2 A REPRESENTAÇÃO COMERCIAL E SUAS TRATATIVAS TRIBUTÁRIA


De acordo com o SEBRAE, em artigo publicado no seu site, a atividade de
representação comercial é responsável por intermediar uma relação comercial, que
tem por objetivo facilitar a interação entre um produtor e um revendedor, além de
poder desenvolver diversas atividades para outras empresas onde podemos citar
como exemplo: prospectar novos clientes, elaborar propostas, informar sobre novos
produtos, verificar as necessidades do distribuidor, efetivar as vendas, realizar
cobranças.
As atividades de representação comercial é vetada no enquadramento do MICRO
EMPREENDEDOR INDIVIDUAL. (Resolução CGSN nº 140/2018, anexo XI). É uma
atividade permitida no regime do simples Nacional (Lei Complementar nº 123/2006,
art. 18, § 5º-I, VII; Lei Complementar nº 155/2016, arts. 1º e 11, III.). Onde será
tributada no Anexo V, se a razão entre os gastos com pessoal for inferior a 28% da
Receita Bruta, e caso essa razão seja igual ou superior a 28%, o anexo de
tributação será o III, (Lei Complementar nº 123/2006, art. 18, § 5º-J; Lei
Complementar nº 155/2016, arts. 1º e 11, III). Poderá ser enquadrada também no
Lucro presumido, com um percentual de presunção de IRPJ de 32% (Lei nº
9.249/1995, art. 15), Alíquota de IRPJ com o percentual de 15% (Lei nº 9.249/1995,
art. 3º), e terá um adicional de 10% de IRPJ, caso a parcela do Lucro real,
presumido ou arbitrado exceder R$20.000 mensal multiplicados pelo números de
competências do período de apuração. (Lei nº 9.249/1995, art. 3º, § 1º). No lucro
presumido o PIS E COFINS está sujeito ao regime cumulativo (Lei nº 10.637/2002,
art. 8º, II; Lei nº 10.833/2003, art. 10, II). E o seu ISS na cidade de Vila Velha é de
2% (Vila Velha/ES LEI Nº 4.127 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2003). A empresa
também pode ser Optante pelo Lucro Real, Com alíquota de 15% de IRPJ (Lei nº
9.249/1995, art. 3º), e também com Adicional de 10% para o excedente de R$20.000
mensal. A alíquota de CSLL é de 9% (Lei nº 7.689/1988, art. 3º, III). E o PIS/COFINS
no Lucro real, está sujeito ao regime não cumulativo caso a atividade não esteja
mencionada no art. 8º da Lei nº 10.637/2002 e no art. 10 da Lei nº 10.833/2003. E o
seu ISS continua sendo de 2%.

3.3 BREVE DEFINIÇÃO DOS REGIMES TRIBUTÁRIOS

3.3.1 LUCRO REAL


De acordo com Grandchamp (2021), O Lucro real é uma opção de regime tributário
para as organizações, nas quais qualquer empresa pode optar, e existem algumas
atividades que são obrigatórias para opção desse regime. As leis a Lei nº
9.718/1998, alterada pela Lei n° 12.814/2013, mostram quais condições são
necessárias para ter obrigatoriedade do Lucro real. A tributação do IRPJ e CSLL é
aplicada através da existência do lucro encontrado no período apurado. As alíquota
gerais são de 15% para o Imposto de Renda sobre o lucro líquido e 9% para a
Contribuição Social Sobre o Lucro líquido. Segundo o Portal Econet (2006) e
legislação vigente, para o cálculo do lucro real existem as adições, exclusões e
compensações ao lucro real, onde estas serão apurados em um livro denominado
LALUR.
6

3.3.2 LUCRO PRESUMIDO


Moreira Junior (2020) descreve o Lucro Presumido como um tipo de tributação que
presume o lucro de forma estimada sobre aquele objeto de tributação, limitando as
empresas com receitas não superiores a R$78 milhões no ano anterior, e os
percentuais de presunção são definidos em lei, e devem ser aplicados de forma
distinta sobre cada tipo de atividade econômica que a empresa exercer. De acordo
com a legislação o cálculo do lucro presumido para o PIS e COFINS é de
respectivamente 0,65% e 3% multiplicados pelo faturamento mensal. E para o IRPJ
e CSLL as alíquotas são respectivamente de 15% e 9%, onde o faturamento é
multiplicado por um percentual de presunção definido em lei, e esse valor de
presunção encontrado é multiplicado pelas respectivas alíquotas dos tributos sobre o
Lucro. O ISS e ICMS respeitam o cálculo do regime normal.

3.3.3 SIMPLES NACIONAL


De acordo com a Receita Federal do Brasil, o regime de apuração do
simples nacional, é um regime facultativo destinado a microempresas e
empresas de pequeno porte, nas quais abrange o recolhimento
simplificado dos seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, COFINS, IPI,
ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à
Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP); através de uma
única guia denominada Documento único de arrecadação (DAS). Não é
qualquer empresa que pode se enquadrar no Simples Nacional, visto que
é necessário cumprir alguns pré-requisitos previstos na legislação vigente.

De Acordo com a Lei 123 (2006) “Os percentuais efetivos de cada tributo serão
calculados a partir da alíquota efetiva, multiplicada pelo percentual de repartição
constante dos Anexos I a V”, e a formula do cálculo da alíquota efetiva é evidenciada
no Art. 18 da Lei 123 de 2006, onde as empresas optantes pelo Simples Nacional
tem suas alíquotas efetivas calculadas com base a partir de alíquotas nominais
presentes em tabelas de cinco Anexos.
Onde de acordo com o § 1o A.  A alíquota efetiva é o resultado de: (RBT12xAliq-
PD) / RBT12, onde é definido os seguintes termos:
I - RBT12: receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao
período de apuração; II - Aliq: alíquota nominal constante dos
Anexos I a V desta Lei Complementar;III - PD: parcela a deduzir
constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar.

3.3.3.1 FATOR R NO SIMPLES NACIONAL

De acordo com a Lei Complementar 123 (2006), O fator R é um índice que


vai determinar a escolha de anexo do simples nacional para alguns tipos
de atividades, Segundo o Portal do Simples Nacional:

Quando o fator “r”, que representa o resultado da divisão da


massa salarial pelo faturamento nos últimos 12 meses, for igual
ou superior a 28%, a tributação será na forma do Anexo III da LC
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123/2006. Quando o fator “r” inferior a 28%, a tributação será na


forma do Anexo V da LC 123/2006.

As atividades que estão sujeitas ao fator R, são definidas pela Lei


Complementar 123 (2006) e também por Resoluções complementares para
auxiliar a norma principal, e são elas as atividades:

Estarão sujeitas ao fator “r”: fisioterapia, arquitetura e urbanismo;


medicina, inclusive laboratorial, e enfermagem; odontologia e
prótese dentária; psicologia, psicanálise, terapia ocupacional,
acupuntura, pedologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de
vacinação e bancos de leite; administração e locação de imóveis
de terceiros; academias de dança, de capoeira, de ioga e de
artes marciais; academias de atividades físicas, desportivas, de
natação e escolas de esportes; elaboração de programas de
computadores, inclusive jogos eletrônicos, licenciamento ou
cessão de direito de uso de programas de computação;
planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas
eletrônicas; empresas montadoras de estandes para feiras;
laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica; serviços
de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros
gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética,
engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, geodésia,
testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa,
design, desenho e agronomia; medicina veterinária; serviços de
comissária, de despachantes, de tradução e de interpretação;
representação comercial e demais atividades de intermediação
de negócios e serviços de terceiros; perícia, leilão e avaliação;
auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e
administração; jornalismo e publicidade; agenciamento; bem
como outros serviços decorrentes do exercício de atividade
intelectual não relacionados no art. 25-A, § 1º, III, IV e IX; § 2º, I,
da Resolução CGSN 94/2011.(Brasil, 2006).

3.4 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO


Para Guerra (2020) o planejamento tributário significa você ter uma opção de
escolha menos onerosa, na tratativa de regime tributários para com a organização,
respeitando sempre as hipóteses da legislação vigente. De acordo com Rodrigues e
Gonçalves (2020) é possível traçar estratégias de acordo com as rotinas e a
legislação trabalhista, para alcançar um melhor resultado tributário. Segundo Fabretti
(2003, p. 32), “o planejamento tributário é o estudo feito preventivamente, ou seja,
antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e
econômicos ou as alternativas legais menos onerosas” Já para Oliveira (2010) “O
planejamento tributário correto consiste, portanto, em procurar os meios legais de
evitar ou postergar a incidência, ou de reduzir o montante do tributo que
possivelmente venha a ser devido, mas ainda não seja efetivamente devido.”

3.5 ELISÃO E EVASÃO FISCAL


A definição de elisão e segundo Oliveira (2010) é caracterizada pelo resultado lícito
do planejamento tributário, onde o conceito de elisão fiscal é relacionado a ação
legítima, na pratica dos fatos e atos dos negócios, ou até mesmo a não pratica,
destinado a não elidir o surgimento da obrigação tributária. Já a evasão segundo ele,
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é a maneira ilegítima de reduzir ou acabar com a obrigação tributária.

4 ESTUDO DE CASO PRATICO


A análise desse estudo de caso tem como objetivo analisar os efeitos do aumento
da retirada Pró-labore do Sócio, para verificar a possibilidade de migrar para o
Simples Nacional, pagando uma alíquota menor de tributos. A análise foi realizada
com dados reais de uma empresa Prestadora de Serviço de Representação
Comercial de Materiais de Construção, onde foram analisados dados do exercício
corrente de 2022, lembrando que a empresa encerrou seu faturamento no dia 15 de
dezembro de 2022, e com isso foi possível pegar o faturamento de todo exercício de
2022, incluindo a competência de dezembro. Nas competências analisadas o valor
da remuneração do sócio era de um salário mínimo, correspondendo a R$1212,00
em moeda corrente. É importante observar que, devido a variação da retirada pró-
labore, o INSS do sócio também sofrerá alteração, pois ele incide 11% sobre o valor
da retirada, mais 20% de CPP. Neste período analisado, as empresa está no
regime do Lucro presumido, onde o cálculo dos tributos é determinado por:
faturamento multiplicado pelas respectivas alíquotas de cada tributo: 2% de ISS, 3%
de COFINS, 0,65% de PIS, 4,8% de IPRJ (32% de presunção vezes 15% de
alíquota), 2,88% de CSLL (32% de presunção vezes 9% de alíquota), além de 31%
de INSS (11% da parte do sócio e mais 20% patronal), totalizando uma carga
tributária aproximada de 13,33% dos tributos sobre o faturamento, além da
tributação do INSS já mencionada.
A ideia apresentada é verificar se vale a pena alterar o pró-labore, e com isso mudar
o regime tributário para Simples Nacional, porém o regime de tributação do Simples
Nacional existe uma condição especial do fator R, que pode ser aplicado na
empresa analisada, onde será analisado um índice denominado Fator R. E caso a
empresa não atinja um fator R igual ou maior que 28%, será tributado pelo anexo V,
onde este anexo possuí uma alíquota inicial de tributação de 15,5%, que na sua
essência, é maior do que empresa paga hoje. Caso o índice do fator R seja igual ou
maior que 28%, a tributação inicial vai ser de 6% (Conforme tabela ANEXO III), e
caso ocorra a hipótese de possibilidade da empresa ser tributada pelo ANEXO III,
será avaliado se ocorreu uma redução na carga tributária da mesma, onde será
avaliado o valor total dos tributos pagos no DAS do Simples Nacional, somados
também com o INSS dos sócios.

4.1 AS HIPOTESES
Serão testadas quatro hipóteses distintas, onde a primeira hipótese corresponde ao
cenário verdadeiro, em que o sócio faz retirada pró-labore no valor de um salário
mínimo, correspondendo a R$1212, e será avaliado qual é o melhor regime para
essas condições. Devemos destacar que, com análise prévia, não será apresentado
estudo para a possibilidade do regime de lucro real, pois a margem de lucro media
da empresa é mais que o dobro do percentual de presunção, e também ela não
apresenta possibilidade de créditos para PIS e COFINS, onde pagaria somente para
esses dois tributos uma alíquota aproximada de 9,25%, além de 15% de IRPJ e 9%
de CSLL sobre o Lucro. Inviabilizando a mudança para o regime do lucro real, e por
9

analogia, não será simulado a tributação para o lucro real, apenas comparação entre
os regimes do Simples Nacional e Lucro Presumido.
A segunda hipótese, o valor do pró-labore dos sócios será elevado para dois salários
mínimos, correspondendo o valor de R$ 2.424,00.
A terceira hipótese, o valor do pró-labore dos sócios será elevado para três salários
mínimos, correspondendo o valor de R$ 3.636,00.
A quarta e última hipótese, o valor do pró-labore dos sócios será elevado para
quatro salários mínimos, correspondendo o valor de R$ 4.848,00.
4.1.1 HIPOTESE 1 – CENÁRIO ATUAL COM RETIRADA DE UM SALARIO
MINIMO
Na Tabela 1, a empresa foi tributada pelo Lucro Presumido, e tem uma carga
tributária total anual de R$18.923,00, composta por R$ 784,62 PIS (0,65%), R$
3.621,34 de COFINS (3%), 3.476,48 de CSLL (2,88%), R$ 4.117,70 de IRPJ (4,8%),
R$ 2.414,22 de ISS (2%) e 4.508,64 de INSS (31%).
Mês RECEITA PIS COFINS CSLL IRPJ IR Retido ISS INSS TRIBUTOS LP
jan/22 R$ 6.308,34 41,00 189,25 181,68 208,17 94,63 126,17 375,72 R$ 1.121,99
fev/22 R$ 6.690,57 43,49 200,72 192,69 220,79 100,36 133,81 375,72 R$ 1.167,21
mar/22 R$ 16.631,47 108,10 498,94 478,99 548,84 249,47 332,63 375,72 R$ 2.343,22
abr/22 R$ 12.023,55 78,15 360,71 346,28 396,78 180,35 240,47 375,72 R$ 1.798,11
mai/22 R$ 11.892,74 77,30 356,78 342,51 392,46 178,39 237,85 375,72 R$ 1.782,63
jun/22 R$ 6.236,71 40,54 187,10 179,62 205,81 93,55 124,73 375,72 R$ 1.113,52
jul/22 R$ 10.417,26 67,71 312,52 300,02 343,77 156,26 208,35 375,72 R$ 1.608,08
ago/22 R$ 17.099,16 111,14 512,97 492,46 564,27 256,49 341,98 375,72 R$ 2.398,55
set/22 R$ 9.669,65 62,85 290,09 278,49 319,10 145,04 193,39 375,72 R$ 1.519,64
out/22 R$ 8.117,34 52,76 243,52 233,78 267,87 121,76 162,35 375,72 R$ 1.336,00
nov/22 R$ 6.675,85 43,39 200,28 192,26 220,30 100,14 133,52 375,72 R$ 1.165,47
dez/22 R$ 8.948,54 58,17 268,46 257,72 429,53 134,23 178,97 375,72 R$ 1.568,56
Total R$ 120.711,18 784,62 3621,34 3476,48 4117,70 1810,67 2414,22 4508,64 R$ 18.923,00
Tabela 1 - Tributação pelo Lucro Presumido com Retirada de um Salário Mínimo
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2022)

Vale destacar que o IRPJ está demonstrado o valor líquido, já descontado o valor do
IR retido na fonte que foi destacado em nota fiscal, e não teve a incidência de 10%
de IRPJ adicional em nenhuma das competências, pois a apuração do IRPJ e CSLL
para essa empresa é feita de forma trimestral, e em nenhum trimestre o valor
ultrapassou o limite do adicional que é R$60.000,00 por trimestre.
O valor mensal de R$375,72 do INSS, é composto por R$133,32 que corresponde a
11% da parte do sócio, somados R$242,40 que corresponde a 20% de CPP. E teve
como base de cálculo o valor de R$1.212,00 referente ao pró-labore.
Na Tabela 2 é apresentado a tributação da empresa no Simples Nacional, onde a
empresa apresentou uma tributação total de R$20.310,07, sendo R$18.710,23 com
os tributos presentes no DAS do Simples Nacional, somados mais R$ 1.599,84 de
INSS da parte do sócio.
Em relação as alíquotas de tributação do DAS da empresa, será de 15,5%, caso seu
fator R mensal seja inferior a 28%, ou terá uma alíquota de 6% caso o fator R seja
igual ou superior a 28%.
O fator R é calculado dividindo as despesas com folha de pagamento, pelo
faturamento. No presente estudo será considerado a folha de pagamento, ou seja
10

pró-labore do sócio de R$1.212,00 mais o valor da CPP que integra o valor do DAS
do mês anterior, e para isso, foi identificado na tabela os valores da CPP SN, que
significa a Contribuição Previdenciária Patronal Presente dentro do valor do DAS do
Simples Nacional, os valores do percentual dessa CPP SN corresponde a 28,85%
para DAS que foi apurado pelo anexo V e 43,40% para DAS que foi apurado pelo
anexo III. Na Tabela 2, todas as competências foram tributadas pelo anexo V, tendo
um valor de 43,40% do valor do DAS para a coluna CPP SN. A Competência de
janeiro de 2022, teve como referência o valor da CPP SN do mês de dezembro de
2021, valor este que foi informado na última linha da tabela, na coluna que possui os
dados de CPP SN. Sobre a tributação mensal, todos os meses foram tributados pelo
Anexo V do Simples Nacional, pois as despesas com folha de pagamento, não
foram suficientes para atingir um índice igual ou superior a 28% de fator R definido
na legislação vigente.
Mês Receita DAS Fator R Anexo V Anexo III Pro-labore CPP SN INSS TRIBUTOS SN
jan/22 R$ 6.308,34 977,79 26,19% 15,50% 6,00% 1212,00 282,09 133,32 R$ 1.111,11
fev/22 R$ 6.690,57 1037,04 20,57% 15,50% 6,00% 1212,00 299,19 133,32 R$ 1.170,36
mar/22 R$ 16.631,47 2577,88 9,09% 15,50% 6,00% 1212,00 743,72 133,32 R$ 2.711,20
abr/22 R$ 12.023,55 1863,65 16,27% 15,50% 6,00% 1212,00 537,66 133,32 R$ 1.996,97
mai/22 R$ 11.892,74 1843,37 14,71% 15,50% 6,00% 1212,00 531,81 133,32 R$ 1.976,69
jun/22 R$ 6.236,71 966,69 27,96% 15,50% 6,00% 1212,00 278,89 133,32 R$ 1.100,01
jul/22 R$ 10.417,26 1614,68 13,19% 15,50% 6,00% 1212,00 465,83 133,32 R$ 1.748,00
ago/22 R$ 17.099,16 2650,37 9,81% 15,50% 6,00% 1212,00 764,63 133,32 R$ 2.783,69
set/22 R$ 9.669,65 1498,80 20,44% 15,50% 6,00% 1212,00 432,40 133,32 R$ 1.632,12
out/22 R$ 8.117,34 1258,19 20,26% 15,50% 6,00% 1212,00 362,99 133,32 R$ 1.391,51
nov/22 R$ 6.675,85 1034,76 23,59% 15,50% 6,00% 1212,00 298,53 133,32 R$ 1.168,08
dez/22 R$ 8.948,54 1387,02 16,88% 15,50% 6,00% 1212,00 400,16 133,32 R$ 1.520,34
Total R$ 120.711,18 18710,23 CPP 12/2021 > 440,45 1599,84 R$ 20.310,07
Tabela 2 - Tributação pelo Simples Nacional com Retirada de um Salário Mínimo
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2022)

Ao fazer um comparativo entre a Tabela 1 e Tabela 2, com as respectivas tributação


do Lucro Presumido e Simples Nacional, é possível concluir que para essas
configurações que a empresa apresenta, a melhor opção de regime tributário no
momento da análise, é manter-se no Lucro Presumido, pois terá uma economia de
R$ 1.387,07. Pois no Simples Nacional a empresa teve um gasto com tributos de R$
20.310,07, e no Lucro Presumido teve um gasto inferior, totalizando a quantia de
R$18.923,00 durante o ano de 2022.
11

Gráfico 1 – Comparação da tributação mensal da hipótese 1


Fonte: Dados produzidos pelo autor (2022)

O gráfico 1 demonstra o comportamento da tributação mensal de ambos os regimes.


Podemos observar que nos meses que a tributação é mais elevada em comparação
com os outros meses, o regime de tributação do Simples Nacional se mostrou mais
oneroso. Ao analisar os dados dos meses de março, abril, maio, julho e agosto de
2022, as barras laranjas, que representam os tributos mensais do Simples Nacional,
tendem a dar um distanciamento maior das barras de coloração azul, essas, que
representam a tributação total mensal para o regime do lucro presumido. Uma
possível explicação para esse acontecimento, é que, a alíquota do simples nacional
está submetida ao Anexo V, o que representaram uma tributação de 15,5% sobre o
faturamento, para os tributos que compõe a guia do DAS, além dos tributos sobre a
folha de pagamento. Já os tributos do Lucro Presumido, tem uma carga tributária
aproximada de 13,33% sobre o faturamento, conforme já citado neste estudo de
caso.

4.1.2 HIPOTESE 2 – SIMULAÇÃO COM RETIRADA DE DOIS SALARIOS


MINIMOS
Na Tabela 3, a empresa foi tributada pelo Lucro Presumido, e tem uma carga
tributária total anual de R$ 23.659,66, composta por R$ 784,62 PIS (0,65%), R$
3.621,34 de COFINS (3%), 3.476,48 de CSLL (2,88%), R$ 4.117,70 de IRPJ (4,8%),
R$ 2.414,22 de ISS (2%), R$9.017,28 de INSS (31%) e R$228,02 de IRRF do sócio.
Mês RECEITA PIS COFINS CSLL IRPJ IR Retido ISS INSS IRRF TRIBUTOS LP
jan/22 R$ 6.308,34 41,00 189,25 181,68 208,17 94,63 126,17 751,44 19,00 R$ 1.516,71
fev/22 R$ 6.690,57 43,49 200,72 192,69 220,79 100,36 133,81 751,44 19,00 R$ 1.561,93
mar/22 R$ 16.631,47 108,10 498,94 478,99 548,84 249,47 332,63 751,44 19,00 R$ 2.737,95
abr/22 R$ 12.023,55 78,15 360,71 346,28 396,78 180,35 240,47 751,44 19,00 R$ 2.192,83
mai/22 R$ 11.892,74 77,30 356,78 342,51 392,46 178,39 237,85 751,44 19,00 R$ 2.177,35
jun/22 R$ 6.236,71 40,54 187,10 179,62 205,81 93,55 124,73 751,44 19,00 R$ 1.508,25
jul/22 R$ 10.417,26 67,71 312,52 300,02 343,77 156,26 208,35 751,44 19,00 R$ 2.002,80
ago/22 R$ 17.099,16 111,14 512,97 492,46 564,27 256,49 341,98 751,44 19,00 R$ 2.793,27
set/22 R$ 9.669,65 62,85 290,09 278,49 319,10 145,04 193,39 751,44 19,00 R$ 1.914,37
out/22 R$ 8.117,34 52,76 243,52 233,78 267,87 121,76 162,35 751,44 19,00 R$ 1.730,72
nov/22 R$ 6.675,85 43,39 200,28 192,26 220,30 100,14 133,52 751,44 19,00 R$ 1.560,19
dez/22 R$ 8.948,54 58,17 268,46 257,72 429,53 134,23 178,97 751,44 19,00 R$ 1.963,28
Total R$ 120.711,18 784,62 3621,34 3476,48 4117,70 1810,67 2414,22 9017,28 228,02 R$ 23.659,66
Tabela 3 - Tributação pelo Lucro Presumido com Retirada de dois Salário Mínimos
Fonte: Criado pelo próprio autor (2022)
12

Vale destacar que o IRPJ está demonstrado o valor líquido, já descontado o valor do
IR retido na fonte que foi destacado em nota fiscal, e não teve a incidência de 10%
de IRPJ adicional em nenhuma das competências, pois a apuração do IRPJ e CSLL
para essa empresa é feita de forma trimestral, e em nenhum trimestre o valor
ultrapassou o limite do adicional que é R$60.000,00 por trimestre.
O valor mensal de R$ 751,44 do INSS, é composto por R$ 266,64 que corresponde
a 11% da parte do sócio, somados R$ 484,80 que corresponde a 20% de CPP. E
teve como base de cálculo o valor de R$2.424,00 referente ao pró-labore.
Na Tabela 4 é apresentado a tributação da empresa no Simples Nacional, onde a
empresa apresentou uma tributação total de R$ 17.136,47, sendo R$ 13.708,77 com
os tributos presentes no DAS do Simples Nacional, somados mais R$ 3.199,68 de
INSS da parte do sócio, e mais R$ 228,02 de IRRF do sócio.
Em relação as alíquotas de tributação do DAS da empresa, será de 15,5%, caso seu
fator R mensal seja inferior a 28%, ou terá uma alíquota de 6% caso o fator R seja
igual ou superior a 28%.
O fator R é calculado dividindo as despesas com folha de pagamento, pelo
faturamento. No presente estudo será considerado a folha de pagamento, ou seja
pró-labore do sócio de R$2.424,00 mais o valor da CPP que integra o valor do DAS
do mês anterior, e para isso, foi identificado na tabela os valores da CPP SN, que
significa a Contribuição Previdenciária Patronal Presente dentro do valor do DAS do
Simples Nacional, os valores do percentual dessa CPP SN corresponde a 28,85%
para DAS que foi apurado pelo anexo V e 43,40% para DAS que foi apurado pelo
anexo III. Na Tabela 4, as competências de março, abril, maio, julho e agosto foram
apuradas pelo anexo V, tendo um percentual de 43,40% sobre o valor do DAS para
a coluna CPP SN e pagando uma alíquota de 15,5% sobre o faturamento. A
Competência de janeiro de 2022, teve como referência o valor da CPP SN do mês
de dezembro de 2021, valor este que foi informado na última linha da tabela, na
coluna que possui os dados de CPP SN. Sobre a tributação mensal, os meses
restantes foram apurados pelo anexo III, pagando uma alíquota menor de 6% do
Simples Nacional, pois os valores do fator R para esses meses foram igual ou
superior a 28%.
Mês Receita DAS Fator R Anexo V Anexo III Pro-labore CPP SN INSS IRRF TRIBUTOS SN
jan/22 R$ 6.308,34 378,50 45,41% 15,50% 6,00% 2424,00 164,27 266,64 19,00 R$ 664,14
fev/22 R$ 6.690,57 401,43 38,69% 15,50% 6,00% 2424,00 174,22 266,64 19,00 R$ 687,08
mar/22 R$ 16.631,47 2577,88 16,37% 15,50% 6,00% 2424,00 743,72 266,64 19,00 R$ 2.863,52
abr/22 R$ 12.023,55 1863,65 26,35% 15,50% 6,00% 2424,00 537,66 266,64 19,00 R$ 2.149,29
mai/22 R$ 11.892,74 1843,37 24,90% 15,50% 6,00% 2424,00 531,81 266,64 19,00 R$ 2.129,02
jun/22 R$ 6.236,71 374,20 47,39% 15,50% 6,00% 2424,00 162,40 266,64 19,00 R$ 659,84
jul/22 R$ 10.417,26 1614,68 24,83% 15,50% 6,00% 2424,00 465,83 266,64 19,00 R$ 1.900,32
ago/22 R$ 17.099,16 2650,37 16,90% 15,50% 6,00% 2424,00 764,63 266,64 19,00 R$ 2.936,01
set/22 R$ 9.669,65 580,18 32,98% 15,50% 6,00% 2424,00 251,80 266,64 19,00 R$ 865,82
out/22 R$ 8.117,34 487,04 35,19% 15,50% 6,00% 2424,00 211,38 266,64 19,00 R$ 772,68
nov/22 R$ 6.675,85 400,55 41,75% 15,50% 6,00% 2424,00 173,84 266,64 19,00 R$ 686,19
dez/22 R$ 8.948,54 536,91 30,42% 15,50% 6,00% 2424,00 233,02 266,64 19,00 R$ 822,55
Total R$ 120.711,18 13708,77 CPP 12/2021 > 440,45 3199,68 228,02 R$ 17.136,47
Tabela 4 - Tributação pelo Simples Nacional com Retirada de dois Salários Mínimos
(Criado pelo próprio autor)
13

Ao fazer um comparativo entre a Tabela 1 e Tabela 2, com as respectivas tributação


do Lucro Presumido e Simples Nacional, é possível concluir que para essas
configurações que a empresa apresenta, a melhor opção de regime tributário no
momento da análise é migrar para o Simples Nacional, pois terá uma economia de
R$ 6.523,19. Pois no Simples Nacional a empresa teve um gasto com tributos de R$
17.136,47, e no Lucro Presumido teve um gasto maior, totalizando a quantia de R$
23.659,66 o ano de 2022.

Gráfico 2 – Comparação da tributação mensal da hipótese 2


Fonte: Dados produzidos pelo autor (2022)

Ao analisar o gráfico 2, o regime do simples nacional só tem desvantagem nos


meses de março e agosto, onde nesses meses a tributação é mais elevada, por
consequência de um aumento no faturamento desses meses. Porém no contexto
geral anual a tributação do simples nacional é menos onerosa durante todo exercício
de 2022. É notório observar que na hipótese 2, mesmo realizando um aumento
expressivo nos encargos da folha de pagamento, aumento esse que foi gerado
devido ao pró-labore do sócio passar de um salário mínimo para dois salários
mínimos, a carga tributária geral mais vantajosa diminuiu, se comparado a hipótese
1, onde na hipótese 1 o valor era de R$18.923,00 com a empresa no lucro
presumido, e passou para a quantia de R$ 17.136,47 com a empresa migrando para
o Simples Nacional, e além do que, o sócio será contemplado com o recolhimento
de um INSS maior, que trará futuros benefícios para a aposentadoria do mesmo, ou
caso ele necessite de algum auxílio previdenciário, os valores do benefício será
maior.
4.1.3 HIPOTESE 3 – SIMULAÇÃO COM RETIRADA DE TRÊS SALARIOS
MINIMOS
Na Tabela 5, a empresa foi tributada pelo Lucro Presumido, e tem uma carga
tributária total anual de R$ 29.507,55 composta por R$ 784,62 PIS (0,65%), R$
3.621,34 de COFINS (3%), 3.476,48 de CSLL (2,88%), R$ 4.117,70 de IRPJ (4,8%),
R$ 2.414,22 de ISS (2%), R$13.525,92 de INSS (31%) e R$ 1.567,27 de IRRF do
sócio.
14

Mês RECEITA PIS COFINS CSLL IRPJ IR Retido ISS INSS IRRF TRIBUTOS LP
jan/22 R$ 6.308,34 41,00 189,25 181,68 208,17 94,63 126,17 1127,16 130,61 R$ 2.004,04
fev/22 R$ 6.690,57 43,49 200,72 192,69 220,79 100,36 133,81 1127,16 130,61 R$ 2.049,26
mar/22 R$ 16.631,47 108,10 498,94 478,99 548,84 249,47 332,63 1127,16 130,61 R$ 3.225,27
abr/22 R$ 12.023,55 78,15 360,71 346,28 396,78 180,35 240,47 1127,16 130,61 R$ 2.680,16
mai/22 R$ 11.892,74 77,30 356,78 342,51 392,46 178,39 237,85 1127,16 130,61 R$ 2.664,68
jun/22 R$ 6.236,71 40,54 187,10 179,62 205,81 93,55 124,73 1127,16 130,61 R$ 1.995,57
jul/22 R$ 10.417,26 67,71 312,52 300,02 343,77 156,26 208,35 1127,16 130,61 R$ 2.490,13
ago/22 R$ 17.099,16 111,14 512,97 492,46 564,27 256,49 341,98 1127,16 130,61 R$ 3.280,59
set/22 R$ 9.669,65 62,85 290,09 278,49 319,10 145,04 193,39 1127,16 130,61 R$ 2.401,69
out/22 R$ 8.117,34 52,76 243,52 233,78 267,87 121,76 162,35 1127,16 130,61 R$ 2.218,05
nov/22 R$ 6.675,85 43,39 200,28 192,26 220,30 100,14 133,52 1127,16 130,61 R$ 2.047,52
dez/22 R$ 8.948,54 58,17 268,46 257,72 429,53 134,23 178,97 1127,16 130,61 R$ 2.450,61
Total R$ 120.711,18 784,62 3621,34 3476,48 4117,70 1810,67 2414,22 13525,92 1567,27 R$ 29.507,55
Tabela 5 - Tributação pelo Lucro Presumido com Retirada de três Salário Mínimos
Fonte: Criado pelo próprio autor (2022)

Vale destacar que o IRPJ está demonstrado o valor líquido, já descontado o valor do
IR retido na fonte que foi destacado em nota fiscal, e não teve a incidência de 10%
de IRPJ adicional em nenhuma das competências, pois a apuração do IRPJ e CSLL
para essa empresa é feita de forma trimestral, e em nenhum trimestre o valor
ultrapassou o limite do adicional que é R$60.000,00 por trimestre.
O valor mensal de R$ 1.127,16 do INSS, é composto por R$ 399,96 que
corresponde a 11% da parte do sócio, somados R$ 727,20 que corresponde a 20%
de CPP. E teve como base de cálculo o valor de R$ 3.636,00 referente ao pró-
labore.
Na Tabela 6 é apresentado a tributação da empresa no Simples Nacional, onde a
empresa apresentou uma tributação total de R$ 16.813,87, sendo R$ 10.447,08 com
os tributos presentes no DAS do Simples Nacional, somados mais R$ 4.799,52 de
INSS da parte do sócio, e mais R$ 1.567,27 de IRRF do sócio.
Em relação as alíquotas de tributação do DAS da empresa, será de 15,5%, caso seu
fator R mensal seja inferior a 28%, ou terá uma alíquota de 6% caso o fator R seja
igual ou superior a 28%.
Na Tabela 6, com apenas a exceção de março e agosto, todas as demais
competências foram apuradas pelo anexo III, pagando uma alíquota do DAS de 6%
sobre o faturamento.
Mês Receita DAS Fator R Anexo V Anexo III Pro-labore CPP SN INSS IRRF TRIBUTOS SN
jan/22 R$ 6.308,34 378,50 64,62% 15,50% 6,00% 3636,00 164,27 399,96 130,61 R$ 909,07
fev/22 R$ 6.690,57 401,43 56,80% 15,50% 6,00% 3636,00 174,22 399,96 130,61 R$ 932,00
mar/22 R$ 16.631,47 2577,88 22,91% 15,50% 6,00% 3636,00 743,72 399,96 130,61 R$ 3.108,44
abr/22 R$ 12.023,55 721,41 36,43% 15,50% 6,00% 3636,00 313,09 399,96 130,61 R$ 1.251,98
mai/22 R$ 11.892,74 713,56 33,21% 15,50% 6,00% 3636,00 309,69 399,96 130,61 R$ 1.244,13
jun/22 R$ 6.236,71 374,20 63,27% 15,50% 6,00% 3636,00 162,40 399,96 130,61 R$ 904,77
jul/22 R$ 10.417,26 625,04 36,46% 15,50% 6,00% 3636,00 271,27 399,96 130,61 R$ 1.155,60
ago/22 R$ 17.099,16 2650,37 22,85% 15,50% 6,00% 3636,00 764,63 399,96 130,61 R$ 3.180,94
set/22 R$ 9.669,65 580,18 45,51% 15,50% 6,00% 3636,00 251,80 399,96 130,61 R$ 1.110,75
out/22 R$ 8.117,34 487,04 47,89% 15,50% 6,00% 3636,00 211,38 399,96 130,61 R$ 1.017,61
nov/22 R$ 6.675,85 400,55 57,63% 15,50% 6,00% 3636,00 173,84 399,96 130,61 R$ 931,12
dez/22 R$ 8.948,54 536,91 42,57% 15,50% 6,00% 3636,00 233,02 399,96 130,61 R$ 1.067,48
Total R$ 120.711,18 10447,08 CPP 12/2021 > 440,45 4799,52 1567,27 R$ 16.813,87
Tabela 6 - Tributação pelo Simples Nacional com Retirada de três Salários Mínimos
(Criado pelo próprio autor)
15

Ao fazer um comparativo entre a Tabela 5 e Tabela 6, com as respectivas tributação


do Lucro Presumido e Simples Nacional, é possível concluir que para essas
configurações que a empresa apresenta, a melhor opção de regime tributário no
momento da análise é migrar para o Simples Nacional, pois terá uma economia de
R$ 12.693,68. Pois no Simples Nacional a empresa teve um gasto com tributos de
R$ 16.813,87, e no Lucro Presumido teve um gasto maior, totalizando a quantia de
R$ R$ 29.507,55 no ano de 2022.

Gráfico 3 – Comparação da tributação mensal da hipótese 3


Fonte: Dados produzidos pelo autor (2022)

Ao analisar o gráfico 3, o regime do Simples Nacional é mais vantajoso em todos os


meses, se comparado com o regime de tributação do Lucro Presumido, vale
destacar que em quase todos os meses a tributação do lucro presumido foi
aproximadamente o dobro da tributação do Simples Nacional, com exceção apenas
para os meses de Março e Agosto. É notório observar que na hipótese 3, mesmo
realizando um aumento expressivo nos encargos da folha de pagamento, aumento
esse que foi gerado devido ao pró-labore do sócio passar para três salários
mínimos, a carga tributária geral mais vantajosa diminuiu, se comparado a hipótese
1 e hipótese 2, onde na hipótese 1 o valor era de R$18.923,00 com a empresa no
lucro presumido, na hipótese 2 passou para a quantia de R$ 17.136,47 com a
empresa migrando para o Simples Nacional, e na hipótese 3 passou para a
tributação geral de R$ 16.813,87 com a empresa no Simples Nacional, ou seja,
mesmo triplicando o valor da retirada pró-labore, se comparado com a situação
inicial da hipótese 1, a empresa teve uma tributação geral ainda menor, tendo uma
redução de e R$322,60 comparado com a hipótese 2, e comparando com a hipótese
1 a redução foi ainda maior, totalizando uma economia de R$ 2.109,13.
Além do que, o sócio será contemplado com o recolhimento de um INSS três vezes
maior que na hipótese 1, que trará futuros benefícios para a aposentadoria do
mesmo, ou caso ele necessite de algum auxílio previdenciário.
4.1.4 HIPOTESE 4 – SIMULAÇÃO COM RETIRADA DE QUATRO SALARIOS
MINIMOS
Na Tabela 7, a empresa foi tributada pelo Lucro Presumido, e tem uma carga
tributária total anual de R$ 36.465,10 composta por R$ 784,62 PIS (0,65%), R$
3.621,34 de COFINS (3%), 3.476,48 de CSLL (2,88%), R$ 4.117,70 de IRPJ (4,8%),
R$ 2.414,22 de ISS (2%), R$ 18.034,56 de INSS (31%) e R$ 4.016,18 de IRRF do
sócio.
16

Mês RECEITA PIS COFINS CSLL IRPJ IR Retido ISS INSS IRRF TRIBUTOS LP
jan/22 R$ 6.308,34 41,00 189,25 181,68 208,17 94,63 126,17 1502,88 334,68 R$ 2.583,83
fev/22 R$ 6.690,57 43,49 200,72 192,69 220,79 100,36 133,81 1502,88 334,68 R$ 2.629,05
mar/22 R$ 16.631,47 108,10 498,94 478,99 548,84 249,47 332,63 1502,88 334,68 R$ 3.805,07
abr/22 R$ 12.023,55 78,15 360,71 346,28 396,78 180,35 240,47 1502,88 334,68 R$ 3.259,95
mai/22 R$ 11.892,74 77,30 356,78 342,51 392,46 178,39 237,85 1502,88 334,68 R$ 3.244,47
jun/22 R$ 6.236,71 40,54 187,10 179,62 205,81 93,55 124,73 1502,88 334,68 R$ 2.575,37
jul/22 R$ 10.417,26 67,71 312,52 300,02 343,77 156,26 208,35 1502,88 334,68 R$ 3.069,92
ago/22 R$ 17.099,16 111,14 512,97 492,46 564,27 256,49 341,98 1502,88 334,68 R$ 3.860,39
set/22 R$ 9.669,65 62,85 290,09 278,49 319,10 145,04 193,39 1502,88 334,68 R$ 2.981,49
out/22 R$ 8.117,34 52,76 243,52 233,78 267,87 121,76 162,35 1502,88 334,68 R$ 2.797,84
nov/22 R$ 6.675,85 43,39 200,28 192,26 220,30 100,14 133,52 1502,88 334,68 R$ 2.627,31
dez/22 R$ 8.948,54 58,17 268,46 257,72 429,53 134,23 178,97 1502,88 334,68 R$ 3.030,40
Total R$ 120.711,18 784,62 3621,34 3476,48 4117,70 1810,67 2414,22 18034,56 4016,18 R$ 36.465,10
Tabela 7 - Tributação pelo Lucro Presumido com Retirada de quatro Salário Mínimos
Fonte: Criado pelo próprio autor (2022)

Vale destacar que o IRPJ está demonstrado o valor líquido, já descontado o valor do
IR retido na fonte que foi destacado em nota fiscal, e não teve a incidência de 10%
de IRPJ adicional em nenhuma das competências, pois a apuração do IRPJ e CSLL
para essa empresa é feita de forma trimestral, e em nenhum trimestre o valor
ultrapassou o limite do adicional que é R$60.000,00 por trimestre.
O valor mensal de R$ 1.502,88 do INSS, é composto por R$ 533,28 que
corresponde a 11% da parte do sócio, somados R$ 969,60 que corresponde a 20%
de CPP. E teve como base de cálculo o valor de R$ 4.848,00 referente ao pró-
labore.
Na Tabela 8 é apresentado a tributação da empresa no Simples Nacional, onde a
empresa apresentou uma tributação total de R$ 17.658,21, sendo R$ 7.242,67 com
os tributos presentes no DAS do Simples Nacional, somados mais R$ 6.399,36 de
INSS da parte do sócio, e mais R$ 4.016,18 de IRRF do sócio.
Em relação as alíquotas de tributação do DAS da empresa, será de 15,5%, caso seu
fator R mensal seja inferior a 28%, ou terá uma alíquota de 6% caso o fator R seja
igual ou superior a 28%.
Na Tabela 8, todas as competências foram apuradas pelo anexo III, pagando uma
alíquota de 6% sobre o faturamento.
Mês Receita DAS Fator R Anexo V Anexo III Pro-labore CPP SN INSS IRRF TRIBUTOS SN
jan/22 R$ 6.308,34 378,50 83,83% 15,50% 6,00% 4848,00 164,27 533,28 334,68 R$ 1.246,46
fev/22 R$ 6.690,57 401,43 73,53% 15,50% 6,00% 4848,00 174,22 533,28 334,68 R$ 1.269,40
mar/22 R$ 16.631,47 997,89 29,60% 15,50% 6,00% 4848,00 433,08 533,28 334,68 R$ 1.865,85
abr/22 R$ 12.023,55 721,41 41,88% 15,50% 6,00% 4848,00 313,09 533,28 334,68 R$ 1.589,38
mai/22 R$ 11.892,74 713,56 41,91% 15,50% 6,00% 4848,00 309,69 533,28 334,68 R$ 1.581,53
jun/22 R$ 6.236,71 374,20 79,89% 15,50% 6,00% 4848,00 162,40 533,28 334,68 R$ 1.242,16
jul/22 R$ 10.417,26 625,04 47,21% 15,50% 6,00% 4848,00 271,27 533,28 334,68 R$ 1.493,00
ago/22 R$ 17.099,16 1025,95 29,04% 15,50% 6,00% 4848,00 445,26 533,28 334,68 R$ 1.893,91
set/22 R$ 9.669,65 580,18 52,13% 15,50% 6,00% 4848,00 251,80 533,28 334,68 R$ 1.448,14
out/22 R$ 8.117,34 487,04 61,07% 15,50% 6,00% 4848,00 211,38 533,28 334,68 R$ 1.355,00
nov/22 R$ 6.675,85 400,55 73,99% 15,50% 6,00% 4848,00 173,84 533,28 334,68 R$ 1.268,51
dez/22 R$ 8.948,54 536,91 55,02% 15,50% 6,00% 4848,00 233,02 533,28 334,68 R$ 1.404,87
Total R$ 120.711,18 7242,67 CPP 12/2021 > 440,45 6399,36 4016,18 R$ 17.658,21
Tabela 8 - Tributação pelo Simples Nacional com Retirada de quatro Salários Mínimos
(Criado pelo próprio autor)
17

Ao fazer um comparativo entre a Tabela 7 e Tabela 8, com as respectivas tributação


do Lucro Presumido e Simples Nacional, é possível concluir que para essas
configurações que a empresa apresenta, a melhor opção de regime tributário no
momento da análise é migrar para o Simples Nacional, pois terá uma economia de
R$ 18.806,89. Pois no Simples Nacional a empresa teve um gasto com tributos de
R$ 17.658,21, e no Lucro Presumido teve um gasto maior, totalizando a quantia de
R$ R$ 36.465,10 o ano de 2022.

Gráfico 4 – Comparação da tributação mensal da hipótese 4


Fonte: Dados produzidos pelo autor (2022)

Ao analisar o gráfico 4, o regime do Simples Nacional é mais vantajoso em todos os


meses, se comparado com o regime de tributação do Lucro Presumido, vale
destacar que em todos os meses a tributação do lucro presumido foi
aproximadamente o dobro da tributação do Simples Nacional. É notório observar
que na hipótese 4, mesmo realizando um aumento de aproximadamente quatro
vezes mais nos encargos da folha de pagamento, aumento esse que foi gerado
devido ao pró-labore do sócio passar para quatro salários mínimos, a carga tributária
geral mais vantajosa diminuiu cerca de R$ 1.264,79, se comparado a hipótese 1,
porém não é mais vantajoso que as hipótese 2 e 3. A hipótese 4 tem uma
onerosidade de R$ 521,74 a mais que a hipótese 2. E se comparado com a hipótese
3, a onerosidade é de R$ 844,34. Mas vale lembrar que, os valores do benefício do
sócio será de quatro salários mínimos.
18

5. CONCLUSÃO
Diante do cenário atual da hipótese 1, comparado com as demais hipóteses do
estudo de caso, conclui-se que a hipótese 3 é a mais vantajosa para a empresa
analisada, onde se ela for tributada pelo regime de apuração do Simples Nacional, a
sua onerosidade será menor. Podemos concluir também, que o impacto do aumento
da pró-labore diminuiu a carga tributária da empresa em todas as hipóteses
alternativas apresentadas, e por consequência os sócio terá um benefício
previdenciário maior, se comparado a primeira situação que a empresa se encontra.

Gráfico 5 – Comparação da tributação anual das hipóteses


Fonte: Dados produzidos pelo autor (2022)

Este estudo teve como limitação não poder incluir a análise do lucro real pois a
empresa não teria despesas suficientes para justificar a escolha de opção para esse
regime, onde se for analisar, somente a alíquota de 7,6% do COFINS já seria maior
que a alíquota efetiva de 6% do Simples Nacional. Diante disso, recomendo a
realização de outros estudos, com empresas do mesmo ramo ou ramos que se
enquadram no fator R. Para que tenha analises complementares a escolha do
impacto que a retirada pró-labore possa fazer na tributação da empresa.
Vale ressaltar que o planejamento tributário, se aplicado com eficiência dentro da
elisão fiscal, pode trazer economias não só para a empresa, como também
benefícios para seus sócios.
19

Referências
BRASIL, LEI COMPLEMENTAR Nº 123, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2006, Institui o
Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera
dispositivos das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de
1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei
Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de
dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999.
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm> Acesso 20. Dez. 2022

BRASIL, LEI Nº 4.127 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2003, Dispõe Sobre O Imposto


Sobre Serviços De Qualquer Natureza, Institui Nova Lista De Serviços, Criada Pela
Lei Complementar N° 116, De 31.07.2003, Acrescenta E Dá Nova Redação Aos
Dispositivos Da Lei N° 3.375, De 14 De Novembro De 1997, E Dá Outras
Providências. Disponível em:
<https://processos.vilavelha.es.gov.br/Arquivo/Documents/legislacao/html/
L41272003.html>
BRASIL, LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966. Dispõe sobre o Sistema
Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União,
Estados e Municípios. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm#:~:text=Art.
%203%C2%BA%20Tributo%20%C3%A9%20toda,mediante%20atividade
%20administrativa%20plenamente%20vinculada> Acesso 21. Dez. 2022
BRASIL, LEI Nº 9.249, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1995, Altera a legislação do
imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social sobre o
lucro líquido, e dá outras providências. Disponivel em
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9249.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA
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%20a%20legisla%C3%A7%C3%A3o%20do%20imposto,l%C3%ADquido%2C%20e
%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.>

BRASIL. LEI COMPLEMENTAR Nº 131, DE 27 DE MAIO DE 2009. Determina a


disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução
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