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GT 29 - Educação E Etnicidade Afrobrasileira E Africana A Cultura Afrobrasileira E A Escola

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GT 29 - EDUCAÇÃO E ETNICIDADE AFROBRASILEIRA E AFRICANA

A CULTURA AFROBRASILEIRA E A ESCOLA


EDUCAÇÃO E RELAÇÃO ETNICORRACIAIS

Cleidiana Bem Elias (UEPB)1

Patrícia Cristina de Aragão Araújo (UEPB)2

Resumo

Este artigo discute sobre a temática afro-brasileira na escola, a partir da proposta da lei
10.639/2003, nele procuramos abordar como no contexto da escola alunos/as elaboram
representações sociais e culturais sobre negros/as e suas práticas culturais e como estes
percebem no cotidiano escolar e de suas vidas fora dos contextos da escola estes segmentos
sociais étnico-culturais, bem como elaboram nas relações escolares as representações em torno
da cultura do povo negro. Nosso objetivo é problematizar sobre a cultura afro-brasileira na
escola, tendo como referência a lei e os estudos acerca do tema em discussão e as possibilidades
educativas que esta cultura apresenta no contexto do cotidiano escolar. Este trabalho é oriundo
de um projeto de pesquisa do PROPESQ /UEPB, que está em andamento, desenvolvido na
cidade de Campina Grande-PB, em que fizemos inicialmente uma pesquisa na escola com
alunos/as de uma escola pública do ensino fundamental e médio, e tomamos como sujeitos das
pesquisas alunos e alunas do ensino fundamental II, objetivando verificar a partir destes como
representam a cultura afro-brasileira e os seus valores na escola. A metodologia utilizada nesta
pesquisa está baseada numa pesquisa bibliográfica e em questionários aplicados com os sujeitos
escolares acima referenciados, no intuito de compreender como eles percebem a cultura,
representada pela matriz afro-brasileira. Discutir, sobre a cultura afro-brasileira e suas
representações escolares é importante no sentido, de poder compreender como os estudantes
elaboram suas visões sobre as práticas culturais de negros/as e partir do ambiente escolar.

Palavras chaves: Cultura afro-brasileira. Representação. Práticas culturais. Escola.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

O presente trabalho discute a temática afro-brasileira na escola, a partir da proposta


da lei 10.639/2003. Esta lei surgiu após diversas mobilizações dos movimentos negros
em favor de uma educação anti-racista e em reconhecimento as injustiças e

1 Graduanda em História. Pesquisadora do Propesq/UEPB. E-mail: Cleidiany_liberty@hotmail.com

2 Doutora em Educação. Professora de História. E-mail:cristina-aragao21@hotmail.com

1
discriminações raciais sofridas pela população negra no Brasil. O trabalho desenvolvido
é uma amostra do questionário realizado na Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio Sólon de Lucena na cidade de Campina Grande-PB, na qual alunos do nono e do
sexto ano responderam um questionário acerca do que eles entendem sobre a cultura
afro-brasileira.

Assim o objetivo deste trabalho é analisar e identificar as dificuldades práticas que


os professores/as estão encontrando com a implantação da lei, bem como averiguar
como os alunos/as, professores/as e gestores tem recepcionado os saberes africanos e
afro-brasileiros no cotidiano das aulas de histórias e literatura nossa proposta também
visa analisar o livro didático do ensino fundamental II notabilizando as representações
do continente africano e da história e cultura afro-brasileira neles ressaltadas.

O trabalho em pauta teve como aparato teórico Roger Chatier (1987), J. Gimeno
Sacristán (2002) e Luis Fernando Cerri (2007). Assim a aspiração deste trabalho é
analisar através do conhecimento destes teóricos a abordagem histórica do papel do
negro e a sua representatividade por meio de suas manifestações, e buscar discutir sobre
as questões relativas á cultura afro-brasileira na escola.

O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA NA ESCOLA:


PERSPECTIVA PARA PENSAR O ENSINO FUNDAMENTA II.

A educação para as relações étnico-raciais envolve uma atitude pedagógica


pautada na percepção da identidade e diversidade que possibilita evidenciar uma prática
pedagógica antirracista na escola, corroborando para uma pedagogia da diversidade, que
notabiliza a ecologia de saberes dos sujeitos negros na escola, vivificando em atitudes
educacionais que venham reafirmar suas histórias de vida e cultura, nesta lógica foi
ratificado a lei 10.639/2003.

A perspectiva é que o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas de


ensino fundamental e médio possa fortalecer o processo de luta pela superação do
racismo em sociedade, a lei revela também uma reflexão na postura do estado, ao pôr
em prática iniciativas e práticas de ações afirmativas na educação básica brasileira,
entendidas como uma forma de correção de desigualdades históricas que incidem sobre
a população negra em nosso país.

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O ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas do ensino médio e
fundamental é uma medida afirmativa que procura romper com o silenciamento sobre a
realidade africana e afro-brasileira nos currículos e práticas escolares e afirmar a
história, a memória e a identidade de crianças, adolescentes, jovens e adultos negros na
educação básica.

A lei 10.639 possibilitará novos horizontes sobre as relações raciais no Brasil. A


perspectiva é que ela possibilite maior visibilidade ás produções de intelectuais negros
sobre as relações raciais em nossa sociedade, e que haja maior inserção de docentes da
educação básica e superior na temática africana e afro-brasileira, pois é necessário que
haja a ampliação da consciência dos educadores de que a questão étnico-racial diz
respeito a toda sociedade brasileira, e não somente aos negros.

Historicamente nossa sociedade foi construindo discursos que legitimam certos


preconceitos a exemplo: os discursos que legitimam o racismo que ainda é bastante
presente nos nossos dias, visto que esta mazela social e cultural é refletida nas escolas,
uma vez que o racismo desestabiliza as relações entre sujeito de etnia branca e negra,
isto porque são os alunos negros que sofrem preconceitos, pois tem sua auto-estima
prejudicada e isso pode resultar na possibilidade do isolamento do estudante, o mesmo
no ambiente escolar pode ter dificuldades de concentração, aprendizagem e até o
abandono escolar.

O ensino de história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas possibilitará


maior superação destas visões históricas eurocêntrica de mundo que legitimam as
discriminações raciais, a lei criará meios para o estimulo de um ambiente afetivo de
diversidade e igualdade cultural e que a alteridade, o respeito ás diferenças possam ser
os pilares centrais da formação das identidades das crianças.

O sucesso da implantação da lei nas escolas públicas e privadas está diretamente


relacionado á busca de investimentos na formação dos professores, pois é necessário
que haja cursos e especialização sobre história da África e cultura afro-brasileira para os
educadores, investimentos em livros didáticos que relatem de forma transparente a
história do povo negro.

Os livros didáticos na sua grande maioria dão ênfase aos episódios de


humilhação e dor ocorrido como os negros no Brasil, geralmente eles não relatam as

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conquistas e como era a vida destes povos, quando em liberdade na África. A criança
negra só tem acesso á história de seus antepassados como um povo escravo, humilhado
e inferior nesta lógica é compreensível que queiram esconder sua origem e sua cor.

A instituição familiar pode exercer uma função importante neste processo


histórico que as escolas privadas e públicas vêm vivenciando. A família exerce de forma
direta funções na formação moral do individuo é através dela que a criança dá inicio a
seu contato social em nossa cultura, para tanto deve promover a socialização infantil, na
qual a criança aprende a desenvolver seus valores e a canalizar seus afetos avaliando e
selecionando suas relações, neste contexto de formação da identidade das crianças o
ideal seria uma parceria entre escola e instituição familiar nas quais ambas dessem
prioridade a transmissão de respeito especialmente com as diversidades.

REPRESENTAÇÕES DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA

Uma das questões escolhidas para analisar e sobre a qual são apresentados os
resultados foi a cerca das representações sociais e culturais sobre negros/as. Os alunos
que foram questionados puderam expor o sentido que eles atribuem ás representações
do povo negro.

Os educandos ao apresentarem sua visão dos negros como pessoas que sofreram
muitos castigos e que são indivíduos de caráter duvidoso, são também representados
pela questão da cor. Atribuindo-lhe assim características negativas. Esses estereótipos e
preconceitos são expostos através de representações coletivas são matrizes das práticas
construtoras do próprio mundo social. É afinal, segundo Roger Chartier representações
dizem respeito ao modo como em diferentes lugares e tempos a realidade social é
construída por meio de classificações, divisões e delimitações. As representações são
determinadas pelos interesses de grupos que os forjam.

As representações construídas ao logo dos tempos a cerca dos negros


influenciam e comandam atos, as práticas criam e reproduzem representações. Neste
sentido as representações negativas sobre os negros ocasionam práticas negativas dos
indivíduos para com eles, as crianças desde cedo são inseridas neste meio social e
cultural, o social e o cultural se completam, eles levam essas experiências para dentro
do universo escolar.

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As representações negativas podem gerar discriminações que é um ato induzido
pela internalização de algo representado através de estereótipos. Os alunos percebem e
se apropriam da imagem do negro construindo representações simplórias a cerca da
situação deles, as representações geram quase uma hierarquia imaginária onde
observamos o lugar pertencente a estes povos, nesse sentido, as populações negras
continuam sendo vistas como algo distante como o outro, o estrangeiro, que tem pouca
atuação nos fatos históricos que me recém ser exumados.

Muito antes da entrada e permanência dos alunos nas escolas eles são
submetidos a um mundo cultural de lutas pela imposição de uma identidade de um
grupo por outro grupo nesse contexto as representações tendem a ser uma maquina de
produzir lutas de poder e submissão. Assim as visões pejorativas dos alunos do ensino
fundamental II são atribuídas a uma trajetória histórica desfavorável para o povo negro.

A ausência de alteridade, de respeito faz com que os negros sofram vários tipos
de preconceitos a exemplo o preconceito com a religião especificamente ás religiões
africanas que no nosso país são representadas como algo demoníaco. Essas
representações são resultados de uma tradição excludente. O peso desta tradição
excludente foi sentido nas respostas dadas pelos alunos do fundamental II.

É claro que através das lutas pela afirmação da cultura afro-brasileira é visto
certas micro-rupturas com uma tradição que privilegia a apropriação de representações
excludentes e reducionistas relativas aos negros isso esta sendo possível graças á luta do
povo negro e alguns membros da nossa sociedade.

Através da implantação da lei afirmativa 10.639/2003, a expectativa é que o


respeito racial, igualdade e valorização do outro seja levados as escolas de todo o país.
Através das ações afirmativas já é possível ver mudanças nas formas de apropriações
das representações relativas aos negros, mesmo que ainda reduzidas que devem ser
tomadas como diretrizes na busca de uma metamorfose nas relações entre os diversos
grupos sociais que habitam o território brasileiro, afastados para as margens da
sociedade nos últimos tempos.

É na cultura e na vida social que nós aprendemos a ver e classificar as pessoas


como negras e brancas e a perceber suas diferenças no contato social, neste contexto
vamos aprendendo a tratar as diferenças de forma desigual.

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O racismo e rejeições as diferenças são construções sociais, culturais e políticas.
As expectativas é que a lei 10.639/2003 faça com que essas construções sociais deixem
de imperar sobre a visão de mundo de crianças e adultos, com a obrigação do ensino de
história e cultua afro-brasileiras nas escolas haverá maior probabilidade do
desenvolvimento de uma educação mais inclusiva, equânime e que trabalhe na
perspectiva da diversidade cultural com valorização e reconhecimento dos saberes
africanos/as. Neste contexto haverá maior esclarecimento dos alunos não só das escolas
de Campina Grande-PB mais de todas as instituições de ensino do Brasil.

CULTURA NEGRA NA ESCOLA

O cotidiano da escola permite viver algo humano em sua diversidade e


multiplicidade. É muito importante que a cultura afro seja praticada desde cedo, na
infância e adolescência, assim modificará certos hábitos viciosos que nos levam á
praticar o racismo.

Segundo os alunos questionados eles conhecem da cultura afro-brasileira o


pagode, samba, grafite, capoeira e candomblé. O esclarecimento dos alunos do ensino
fundamental II acerca da cultura afro-brasileira só foi possível através de um projeto
pedagógico que deu maior valor a cultura afro-brasileira, certo livros que não iam além
das senzalas e dos navios negreiros foram trocados por literatura, política, arte e
história.

È preciso que nossa sociedade passe a dar importância a valorização da cultura


negra dentro da escola, criando espaços para manifestações artísticas que proporcionem
reflexões críticas da realidade e afirmação positiva dos valores culturais dos negros
pertencentes a nossa sociedade.

A valorização da cultura afro-brasileira nas escolas e sociedade como toda só é


possível quando as pessoas deixam de lado seu olhar preconceituoso, a lei 10.639/2003
vem para reverter o quadro na qual á África é sempre associada a um continente pobre
escravizado sem história e cultura, os alunos do ensino fundamental e médio poderão ter
contato com uma nova história mais esclarecedora que ressalte a importância ao
diferente, romper com a imagem negativa contra os negros afro-descendentes, destacar

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as contribuições dos africanos para o desenvolvimento humano e por fim valorizar todas
as manifestações culturais dos africanos e afro-brasileiros.

Os alunos percebem a cultura negra como uma herança africana. A escola pode
trabalhar para aproximar os alunos destas manifestações culturais, desta forma os
professores podem trazer para dentro das salas de aulas atividades como poesia,
capoeira, coreografia atividades teatrais e interpretações que impulsionem a formação
da identidade do povo negro. Podemos também valorizar a cultura afro-brasileira a
partir de músicas e da pintura como forma de identificação e resgate da auto-estima dos
alunos afro-descendentes. Através das atividades artísticas busca-se desenvolver ações
transformadoras, projetando o respeito como prática fundamental e essencial para
mudar as pessoas e a sociedade.

É muito importante que os alunos tenham maior aproximação com as


manifestações culturais africanos e afro-brasileiras o conhecimento do outro é básico
para estabelecer redes sociais apoiadas em relações positivas ou de “aproximação”, mas
sua projeção revela-se com especial contundência no caso das relações sociais
“negativas”, como ocorre no racismo, impregnadas de preconceitos, conhecimentos
prévios deformados e injustos.

Ainda é muito presente nas escolas o preconceito com o povo negro. O aluno
negro é conduzido a negar a identidade de seu povo de origem, em favor da identidade
do "outro" - o branco – apresentado como superior. A maioria das situações escolares
reforça uma atitude de não aceitação e de distanciamento dos valores das
ancestralidades africanas por parte de seus descendentes. O ideal branco é reforçado e a
sociedade, de forma geral, está sempre tentando embranquecer, enfatizando a história
dos brancos e os heróis brancos, programas de televisão ridicularizam o negro, fazem
com que a criança negra se sinta desvalorizada, ambivalente, angustiada e
envergonhada.

O silêncio dos professores e dos funcionários das instituições escolares, perante


as situações de discriminação impostas, acaba por vitimar os estudantes negros a uma
condição de inferioridade. É preciso acabar com a existência de um ritual pedagógico
que exclui dos currículos escolares a história de luta dos negros na sociedade brasileira.

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As escolas são pouco eficazes não adaptadas às dificuldades especificas de seus
alunos, seus professores são, na maioria, inabilitados para lidar com a diversidade sócio-
cultural dos alunos, o que em longo prazo, proporcionará menores oportunidades de
promoção social contribuindo, assim, para a marginalidade e exclusão social desses
cidadãos.

Para as crianças negras a escola é omissa quanto ao seu dever de reconhecê-las


positivamente no seu cotidiano, concorrendo assim para o seu afastamento do quadro
educacional. A presença de crianças e adolescentes negros são expressivos no cotidiano
escolar, porém não são nomeadas, assim são justificadas as lutas pelo respeito e
reconhecimento da diversidade cultural dentro das escolas, as lutas são respostas para o
descaso contra as hostilidades que os negros sofrem.

No ambiente escolar é muito comum não se falar em comunidade negra, em líderes


negros, em personalidades negras, em pessoas negras integrando aquele espaço, mas,
fala-se quotidianamente de fora pejorativa: "buraco negro”, "boi da cara preta”, "saci
pererê”, "nuvem preta”, "coisa tá preta", "negro escravo”, "preto sujo” e outras
expressões que ridiculariza todo um povo que tem deixado ao longo da nossa história
contribuições culturais ricas.

Apesar de todos os indícios que mostram as dificuldades que as escolas estão tendo
na elaboração de práticas pedagógicas que possam dar prioridade ao multiculturalismo e
inclusão dos afro-descendentes, mesmo assim é preciso acreditar nas possibilidades das
escolas, enquanto organização capaz de superar os imensos limites que a cerca e
oprimem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O envolvimento dos alunos do ensino fundamental II neste trabalho garantiu-lhe


maior percepção acerca da importância do negro na constituição da cultura e da
sociedade brasileira. Com a implantação da lei 10.639 que vislumbra novos olhares a
acerca da história e cultua africana e afirma a história e memória de crianças, jovens e
adultos negros na educação básica.

A partir da temática cultura afro-brasileira na escola, foi possível trazer para a sala de
aula levantamentos que tornam possível perceber a existência de certos preconceitos a

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cerca da história do povo negro, é preciso salientar a importância de luta para que haja
um processo de desconstrução de todo e qualquer tipo de preconceito, só assim haverá
uma educação que não privilegie apenas a história do negro vinculado ao sofrimento no
“tronco”, ou seja, o negro como um eterno escravo do homem branco, essa educação
deixa de lado todo legado africano que constitui a formação da nacionalidade e da
sociedade brasileira.

Em nossa sociedade é preciso que haja espaço para uma nova trajetória do povo
afro-descendente em busca de afirmação social. A história ao longo dos tempos foi
generosa com quem sempre esteve no poder, deixando ás margens da sociedade as
classes ditas como inferiores a exemplo o povo negro, a luta dos negros consiste
principalmente em acabar com essa visão medíocre. A conscientização da importância
do afro descendente na sociedade brasileira é inquestionável, sua contribuição na
cultura, artes, culinária e enfim na construção da nação é algo que salta aos olhos, resta
então a essa nação deixar de ser madastra e ser mãe gentil com seus filhos negros.

Nossa cultura nos levou a cultuar os heróis brancos esses homens ao longo dos
tempos tiveram a serviço dos interesses das elites, assim os heróis negros vindo de
longe foram sendo silenciados e suas contribuições não foram elevadas a títulos de
grandes fatos sociais. A lei 10.639 possibilitará a correção dessas injustiças sociais ela
trabalha na perspectiva da diversidade cultural, com valorização e reconhecimento dos
saberes de africano/as vindos na diáspora na condição de escravizados, e do povo negro
no Brasil e suas múltiplas facetas culturais.

Enfim, Consideramos que ao contemplar a história de nossa ancestralidade


africana e nossa afrobrasilidade, tendo como baliza a Lei 10.639/03, este projeto propõe
nos seus termos, revalidado nas Diretrizes Curriculares para uma Educação
Etnicorracial e recentemente, no Plano Nacional para um Educação Etnicorracial,
ressaltar uma proposta de educação inclusiva, equânime, contextualizadora e dialógica
que trabalha na perspectiva da diversidade cultural, com valorização e reconhecimento
dos saberes de africanos e afro-brasileiros.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

9
CHARTIER, Roger. A história Cultural entre Práticas e Representações. Paris:
minuit, 1987.

SACRISTÁN, J, G. Educar e Conviver na Cultura Global: As Axigências da


Cidadania. Porto Alegre: Artmed, 2002.

CERRI, Luis Fernando (org). O Ensino de História e Educação: Olhares em


Convergência. Ponta Grosa: UEPG, 2007.

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