Samira Maciel Faria
Samira Maciel Faria
Samira Maciel Faria
Taubaté - SP
2020
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Samira Maciel Faria
Taubaté – SP
2020
“Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o
mundo”.
Paulo Freire
DEDICATÓRIA
Agradeço, em primeiro momento, a Deus, pois é meu guia e autor do meu destino.
Agradeço a minha família, em especial, ao maior presente que a vida me ofereceu,
minha filha Larissa Maciel Santos, que, em sua inocência, queria me ajudar a realizar o
estudo, todavia, pela inquietude da infância, logo pedia para dar-lhe atenção e para
brincar. Amo-te infinitamente!
Agradeço a Prof. Dra. Juliana M. Bussolotti, minha orientadora, aos professores, aos
demais profissionais e a todas as pessoas com quem convivi no percurso do Mestrado.
Sou grata a vocês pela experiência de uma produção intensa e grandiosa, a qual
contribuiu significativamente para minha formação.
RESUMO
This study aims to analyze the transformations and contributions that occurred during
and after the path of students graduating from the 2015 Professional Master in
Education class at a University of Vale Paraíba Paulista. This paper promotes a
discussion about the various transformations that occurred in the course of the
Professional Master's Degree in Education. It is questioned what are the transformations
and contributions of the master in the professional formation of the educators acting in
the Basic Education. The research is descriptive, analytical with a qualitative approach,
the research subjects are graduates of 2015, a semi-structured questionnaire was applied
to raise the profile of participants and the process of transformation of the professional
master's degree in their education, therefore it was applied interview focused on further
study. The systematization of the experiments was adopted according to Holliday
(2006) methodology for data analysis. It is assumed that the master's degree has
influenced the professional teaching performance since the process. The stricto sensu
qualification promotes an active formation process causing both affective, cognitive and
methodological. It is understood that the change for graduates in the MPE is
transformative, guarantees career progression, brings professional autonomy and
focuses on their professional pratices and experiences, resulting in a more refined and
dense mastery of knowledge arising from the training process in the stricto sensu. Thus,
it is necessary to explain the influence of the MPE in educational practices as a
transformation that occurred during and after the Master´s.
1 INTRODUÇÃO
1.1 Problema
1.2 Objetivos
de sua vivência profissional, permeada por estudos, os quais ampliam seus conhecimentos e
viabilizam a sua visão contextual como educador.
2 PESQUISAS CORRELATAS
As investigações propostas das pesquisas correlatas neste estudo foram com intenção
de aproximar as realidades encontradas, interiorizando o conhecimento por meio de resultados
que cada um pode contribuir na construção do conhecimento autoral de maneira densa com
perspectivas que permeiam proximidades, resultando em inovação e garantia de um processo
de ensino e aprendizagem no tocante stricto sensu no desempenho profissional docente.
Os estudos correlatos levantados são consonantes ao explicitar o Mestrado Profissional
como proposta de desenvolvimento que garante um potencial de contribuição a realidade que
emerge o cotidiano e suas inquietudes profissionais repleta de múltiplos desafios, fazendo o
professor buscar sua autonomia e qualidade devido a bagagem oferecida no percurso e após o
Mestrado.
Os procedimentos de coleta de dados adotados nos estudos em sua grande maioria
foram documentais, assim como, legislações, pareceres, normas e fontes de informação como
as Dissertações, Trabalhos originados no percurso do Mestrado e a abordagem qualitativa
com aplicabilidade de entrevistas como instrumento de coleta de dados, sendo elas online e/ou
pessoalmente.
A inquietude da autora mais alto em uma tese da UFRGS de Silva (2016), em seu
estudo ela analisa a proposta do Sistema Nacional de Pós-Graduação - SNPG. Este estudo foi
dividido em duas partes. O primeiro capítulo tem como focos principais: analisar o panorama
geral dos Mestrados Profissionais no cenário nacional, fazendo um comparativo entre as
previsões feitas no Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG 2011-2020) e o que foi
alcançado na realidade; além disso, foi investigado o impacto da regulamentação dos
Mestrados Profissionais pela Portaria CAPES/MEC nº 17 de 2009, analisando as propostas de
cursos novos antes e depois dessa data.
Na segunda foi analisado o desempenho dos MPs da área de Ensino, a área que
concentra, proporcionalmente, o maior número de programas dessa modalidade. Estes
programas foram analisados sob o contexto da submissão de propostas de cursos novos,
recomendação e reavaliação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
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é preciso considerar o perfil diferenciado dos alunos que se deseja formar, bem
como os produtos gerados por eles. É preciso que as fichas de avaliação continuem
sendo aperfeiçoadas para que capturem da melhor forma possível como se dá a
produtividade cientifica dos programas de MP e qual o perfil de alunos egressos que
se formam nestes programas. (SILVA, 2016, p. 60).
Como a autora em sua Dissertação lançou um apontamento como desafio para futuras
pesquisas estarem dando continuidade e acompanhando as novas turmas do MPE a minha
pesquisa vêm com a continuidade do Programa stricto sensu representando novas perspectivas e
olhares pelos Egressos de 2015, sistematizando as experiências vividas no percurso e pós o
mestrado.
Quando a proposta é divulgar estudos, atualização, ampliação de novas perspectivas esta
representação é caracterizada com a inquietude profissional e o Mestrado é um percurso formativo
que fomenta estas características como um processo de construção de conhecimento a partir de
uma formação com a importância de um profissional formador, pois as trocas, experiências,
19
A interação com o coletivo interioriza ideias que auxiliam nas práticas educativas e
nas atitudes profissionais nos levando a corrigir e fazer o novo como instrumento de
transformação e esta prática nos torna aprimorados a partir do momento que deixamos de
representar o individual e passarmos a cultivar o coletivo, ou seja, mesmo que a formação
possa ser individual, a atuação do docente em meio ao seu cotidiano deverá promover a
partilha na construção de conhecimentos, principalmente quando seu papel é formar
profissionais no processo educativo.
No esteio das questões relativas à formação do professor, André e Princepe (2017)
discutiram o lugar da pesquisa no Mestrado Profissional em Educação no Brasil. Esse estudo
é divido em duas partes: na primeira são revistos alguns pontos da trajetória desse formato de
curso e da resistência por parte da comunidade acadêmica; já a outra parte procura mostrar
20
Com isso, há um outro artigo das autoras Reis, Aranha, André (2019) na Revista que
descreve a importância do Formep, mas com o objetivo geral de apresentar o uso das
narrativas de si, na perspectiva dos memoriais de formação e dos ateliês biográficos, por
estudantes do Mestrado Profissional em Educação
As narrativas de suas trajetórias profissionais, os mestrandos identificam situações
significativas que ajudam a definir o tema e a elaboração de seus projetos de pesquisa. Esse
processo ocorre nas atividades de tutoria, em que os mestrandos são acompanhados por
doutorandos, pós-doutorandos e doutores, que tem o papel de tutores. A dinâmica de
funcionamento da tutoria é organizada em torno da comanda “Meu tema e eu”, que resulta na
produção de textos individuais que são discutidos com os pares e comentados pelos tutores,
nos oito encontros quinzenais, realizados durante o primeiro semestre do curso. Ao longo do
semestre os mestrandos produzem em média de 4 a 5 versões do texto narrativo, culminando
na formulação do problema que eles desenvolverão no seu trabalho final de curso. Essa
atividade tem sido objeto de investigação e de reflexão pelos tutores e por docentes do
Programa. Neste texto são apresentados dados extraídos de depoimentos escritos, entrevistas e
grupos de discussão, em que os mestrandos avaliam essa atividade destacando como pontos
positivos a aprendizagem em colaboração com os tutores, o conhecimento de si e a
oportunidade de desenvolvimento da escrita acadêmica.
Dois artigos que tiveram como procedimento metodológico análises as dissertações
dos Mestres para levantar dados que debruçam na inquietude de quem vai buscar o MPE
como formação profissional.
Um artigo teve como objetivo analisar as concepções de formação evidenciadas nas
propostas de intervenção elaboradas na linha de pesquisa Formação de Professores e
Diversidade, no período de 2014 a 2018, no Programa de Pós-Graduação Mestrado
Profissional em Educação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) com um
total de 38 Dissertações.
Sousa, Nogueira, Rocha (2019) obteve-se como resultado que os trabalhos tiveram
predominância, nas propostas de intervenção, de uma concepção de formação pautada na
racionalidade técnica, denominada por Marilyn Cochran-Smith e Susan Lytle de
conhecimento-para-a-prática, construída e que estes resultados vistos nas Dissertações foram
propostas que contribuíram em mudanças nas Secretarias Estadual e Municipal de Educação
em Campo Grande/MS sendo resultado do processo formativo.
23
docente, conforme é evidenciado por Day (2001), Fiorentini, Crecci (2013) Garcia (2009),
Imbernón (2001), Nóvoa (2013) os quais apontam o assunto como provocador de mudança na
formação do professor por meio do Desenvolvimento Profissional Docente.
Os autores defendem a concepção de Desenvolvimento Profissional Docente em seus
estudos com intuito de consolidar a formação inicial e a continuada como formação inter-
relacionada entre experiências vivenciadas como um ato contínuo resultando em um
desenvolvimento profissional ao longo da sua trajetória.
Fiorentini e Crecci (2013) remetem o desenvolvimento profissional como processo ou
movimento de transformação dos sujeitos dentro de um campo profissional específico. Nesse
sentido, o termo desenvolvimento profissional tende a ser associado ao processo de
constituição do sujeito, dentro de um campo específico. Um processo, portanto, de vir a ser,
de transformar-se ao longo do tempo ou a partir de uma ação formativa.
Garcia (2009) expõe que a formação está para o desenvolvimento profissional do
professor e não o contrário, assim fará relações entre o que aprende e suas experiências
vivenciadas em sua trajetória profissional, criando uma teia de conexões entre os novos
conhecimentos, as experiências e as formações já adquiridos e reconstruir seus saberes.
Para Day (2001), o conceito de desenvolvimento profissional docente é aquele que
recebe constantes visitas, sendo os novos conceitos e as práticas vivenciadas ao longo da
trajetória profissional de todos aqueles que buscam crescer profissionalmente, desenvolvendo
uma maturidade profissional.
Diante de inúmeras publicações sobre formação docente e por tratar-se de um assunto
de desenvolvimento profissional, ainda há muito que explorar, pois é no escopo teórico que o
docente busca seu diferencial e o efeito na prática profissional.
A compreensão do desenvolvimento profissional docente é a capacidade de extrair
quais os indicadores que serão necessários dentro do conhecimento vivenciado em nossa
trajetória profissional para constituir de maneira investigativa qual seria a parte constituinte
para que haja evolução e compreensão do resultado.
A investigação de experiências, o olhar para dentro de si e a reflexão de toda uma
trajetória profissional é o produto do desenvolvimento profissional que permeiam o resultado
pela busca do conhecimento como indicador evolutivo, esta afirmação é evidenciada pela
pesquisa da trajetória dos egressos quanto a busca pelo novo por meio do Mestrado
Profissional em Educação a qual retrata este estudo.
27
Com isso, Imbernón (2001, p. 48-49) elenca cinco condições de uma formação capaz
de provocar, estimular e emergir mudanças; são elas:
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É uma construção do eu profissional, que evolui ao longo das suas carreiras. Que
pode ser influenciado pela escola, pelas reformas e contextos políticos, e que integra
o compromisso pessoal, a disponibilidade para aprender a ensinar, as crenças, os
valores, o conhecimento sobre as matérias que ensinam e como as ensinam, as
experiências passadas, assim como a própria vulnerabilidade profissional. As
identidades profissionais configuram um complexo emaranhado de histórias,
conhecimentos, processos e rituais. (MARCELO 2009, p. 7).
Por meio das teias conceituais até aqui realizadas, contata-se que a formação docente
tem sido discutida, estudada e investigada, mas ainda inspira pesquisas voltadas a discussões
sobre o seu processo inicial, o qual precisa ser mais detalhado, a fim de possibilitar ao
professor as práticas de formação continuada e permanente. Assim, entende-se que “o
interesse em conhecer o trabalho docente do professor formador conduz à discussão dos
conhecimentos, habilidades e disposições necessários para exercer o papel de formador”.
(ANDRÉ; ALMEIDA, 2017, p.17).
Nesse contexto, a formação assume um papel que transcende o ensino, o qual pretende
uma mera atualização científica, pedagógica e didática, para transformar-se na possibilidade
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implica a compreensão do ser humano como inconcluso, finito, aquele que está sempre em
busca do “ser mais.” Nas suas palavras:
A educação é permanente não porque certa linha ideológica ou certa posição política
ou certo interesse econômico o exijam. A educação é permanente na razão, de um
lado, da finitude do ser humano, de outro, da consciência que ele tem de sua
finitude. Mais ainda, pelo fato de, ao longo da história, ter incorporado à sua
natureza não apenas saber que vivia, mas saber que sabia e, assim, saber que podia
saber mais. A educação e a formação permanente se fundem aí (FREIRE, 2001,
p.12).
Ainda para o mesmo o autor, “na formação permanente dos professores, o momento
fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje
ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática [...]” (FREIRE, 2013, p. 40).
No entanto, no tocante da formação, pensamos que a denominação desenvolvimento
profissional se adequa melhor à concepção do professor enquanto profissional do ensino. Por
outro lado, o conceito “desenvolvimento” tem uma conotação de evolução e continuidade
que, em nosso entender, supera a tradicional justaposição entre formação inicial e formação
contínua dos professores.
Esta análise é resultante das investigações que se têm feito acerca do aprender a
ensinar. Garcia (2009) identificou três categorias de experiências que influem nas crenças e
conhecimentos que os professores têm sobre o ensino:
acerca da prática pedagógica constitui-se num momento essencial para a análise e discussão
das teorias, as quais embasam o fazer docente com o propósito do aprimoramento e
transformação.
Além disso, é importante identificar quais práticas formativas são proeminentes nesse
processo de aprendizagem profissional, contribuindo para uma reflexão sobre como ocorrem
os processos de formação inicial e continuada, a partir da perspectiva docente e a prática
como instrumento de inspiração do processo educacional.
Um dos pontos dessa reflexão sobre a profissionalização recai sobre o fato de que a
atividade docente tem sido afetada também pelo uso crescente das tecnologias de
comunicação e informação, que transformam a produção e transmissão do conhecimento e as
formas de comunicação entre os indivíduos, alterando o papel da escola e dos professores na
sociedade contemporânea e tornando-se um desafio à prática docente. Diante dos avanços
tecnológicos que vêm transformando as relações com o conhecimento, é fato que “o
entendimento de ensinar como sinônimo de transmitir um saber deixou de ser socialmente
útil” (ROLDÃO, 2007, p. 95).
Nessa reconfiguração da função docente, de acordo com Imbernón (2017, p. 47), o
desenvolvimento profissional do professor:
verdade, trata-se de se assumir, com maior rigor e convicção, a radical unidade que deve
soldar ensino e pesquisa, na sua mais íntima e específica natureza” (SEVERINO, 1999, p.
193).
A construção da formação, sendo ela inicial, permanente ou contínua, estabelece o
crescimento no desempenho profissional. A respeito disso, Fiorentini e Crecci (2013, p.15)
acrescenta:
Para Tardif (2014, p. 28), nessa relação entre transformação a prática concomitante
com a mudança do sujeito, “trabalhar não é exclusivamente transformar um objeto em alguma
outra coisa, em outro objeto, mas é envolver-se ao mesmo tempo numa práxis fundamental
em que o trabalhador também é transformado por seu trabalho”.
De acordo com Demo (1997), “ser professor é reconhecer a existência das práxis
(teoria praticante – prática teorizante) e, em sua atuação, não há nada mais inovador do que
repensar a própria ação, se compreendermos que inovar é um processo constante de
reconstrução e, para tanto, é preciso repensar a prática realizando um processo dialético
transformador”.
Rios (2002), acerca dessa inovação a partir da reflexão sobre a própria prática, defende
que “ir à busca do que é inovador não é apenas novidade, mas original, ou seja, deve-se ir à
busca de algo nas suas origens, referindo-se ao que é provocador, estimulador para ir adiante e
organizar de forma diferente o trabalho docente”.
Pelo exposto até aqui, vale ressaltar que, em se tratando da formação do professor, é
preciso inovar, transformar e repensar a própria prática, o que acrescenta intensa progressão
no desenvolvimento profissional, mas só se concretiza a partir de estudos sistemáticos que
permitam o crescimento do docente. Essa busca pelo estudo por meio da formação resgata o
senso crítico, concede oportunidades de ter contato com teorias que reintegra o docente em
33
ocorreu uma expansão de universidades públicas e privadas mais voltadas para a pesquisa,
tais como a Universidade de São Paulo, Universidade de Brasília, PUC do Rio”, as quais
contribuíram para o surgimento dos primeiros cursos de Mestrado e Doutorado no país
(OLIVEIRA, 2010, p. 19).
Com a progressão histórica da pós-graduação stricto sensu em nível nacional, vários
acontecimentos surgiram, dentre eles o Mestrado Profissional. Vale ressaltar também, como
fato diletante, que a publicação da Revista Brasileira de Educação, em edição especial, aborda
exatamente os quarenta anos da implantação da pós-graduação stricto sensu em educação no
Brasil. Especificamente no que se refere a essa modalidade de formação voltada para a
educação, apenas no final de 1965, foi aprovado o primeiro Mestrado em Educação, na
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) (BIANCHETTI; FAVERO,
2005, p. 3-6).
Desta forma o Parecer do Conselho Federal de Educação (CFE) foi o ponta pé inicial
para o Mestrado e Doutorado em nosso país com o Parecer número 977/65, aprovado em 03
de dezembro de 1965, relatado por Newton Sucupira sobre a solicitação do Ministro de
Educação para definição da natureza dos cursos de pós-graduação e regulamentação do
disposto na letra “b” do Art. 69 da Lei de Diretrizes e Bases/1996.
O documento destaca que o sistema de cursos pós-graduação, naquela década, e até
hoje, se impõe e se difunde em todos os países, como consequência do progresso em todos os
setores e áreas do saber (HETKOWSKI, 2016, p. 12).
Este parecer foi criado para ampliação dos Programas de Pós-Graduação (PPG) com
ênfase nos Mestrados e Doutorados acadêmicos.
Para normatizar e regulamentar as ações desses cursos, o sistema de avaliação da pós-
graduação no Brasil foi implantado em 1976, sob a responsabilidade da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Nessa época, o país já contava com
cursos de Mestrado e Doutorado que vinham sendo desenvolvidos desde os anos 1960. A pós-
graduação regulamentada pelo Parecer CFE n. 977, de 3 de dezembro de 1965, do Conselho
Federal de Educação, visava à formação de professores universitários, ao desenvolvimento da
pesquisa científica e ao treinamento eficaz de técnicos e intelectuais de alto nível para atender
o setor público e privado (OLIVEIRA; FONSECA, 2010, p. 10).
Para atender a essa exigência legal, o sistema de avaliação da CAPES possui, desde
sua criação, três eixos característicos:
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(...) serão enquadrados como mestrado profissionais o curso que atenda aos
seguintes requisitos e condições: estrutura curricular consistente e vinculada a sua
especificidade; corpo docente qualificado com produção científica reconhecida
nacional e internacionalmente; caga horária do corpo docente de acordo com as
necessidades e; apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso. (CAPES, 1998, p.
02).
Esta Portaria abriu espaços para a consolidação e ampliação dos MPs, especialmente
nas áreas de ciências aplicadas e, devido à procura, demanda e correlação de forças entre as
áreas que compõem a CAPES, surgiu a Portaria Normativa nº 07, de 22 de junho de 2009,
revogada pela Portaria nº 7 de 22 de junho de 2009, a qual dispõe sobre o MP no âmbito da
CAPES (HETKOWSKI, 2016, p. 14).
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Esta portaria a formação por meio do título de mestre para promover e desenvolver
atividades que técnico e científico a nível de autonomia profissional e melhoria em políticas
públicas no país.
A garantia do título de Mestre nos Programas de Pós-Graduação na modalidade
Profissional, se dá pelo Art. 2º desta Portaria, destaca que “o título de mestre obtido nos
cursos de mestrado profissional reconhecidos e avaliados pela CAPES e credenciados pelo
Conselho Nacional de Educação - CNE e validados pelo Ministro de Estado da Educação tem
validade nacional” (CAPES, 2009, p. 01 apud HETKOWSKI, 2016, p. 14).
No que se refere ao Mestrado Profissional, a modalidade surge no Brasil somente nos
anos 90, especificamente em 1995, quando a CAPES passa a discutir com mais vigor um
“Programa de Flexibilização do Modelo de Pós-Graduação Senso Estrito em nível de
Mestrado”, propondo, assim, a modalidade do MP de forma explícita. No ano de 1998, esse
mesmo órgão elabora então a Portaria nº 80/1998, que dispõe sobre o reconhecimento dos
Mestrados Profissionais. Todavia, esses cursos, embora regulamentados, ainda precisavam
enfrentar dois desafios: (1) a crescente demanda pela pós-graduação e (2) as demandas
provenientes dos setores público e privado (BARROS; VALENTIM; MELO, 2005).
Destaca-se que as universidades pioneiras na iniciativa de implantação dos cursos de
MP foram duas públicas e duas privadas: a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Fundação Getúlio Vargas com a
EAESP e a EBAPE (FISCHER; ANDRADE, 2003).
Com o crescimento e a procura do Mestrado Profissional nas últimas décadas, houve
aumento na demanda de alunos, pois muitas pessoas começaram a buscar as garantias de mais
sucesso em suas carreiras. Além disso, o público, proveniente de diferentes setores do
mercado, passou a fundamentar seus conceitos juntamente nos propósitos de teorias da área
de educação, as quais trabalham diretamente aspectos profissionais que são entendidos como
desafios para melhorar a qualidade no trabalho, surtindo efeito no mercado de trabalho.
Atendendo a essa demanda de mercado, a Portaria nº131, de 28 de junho de 2017,
dispõe sobre o Mestrado e Doutorado Profissionais. Em seus seis artigos, o texto
normatizador considera a relevância social, científica e tecnológica dos processos de
formação de formação avançada, bem como o necessário estreitamento das relações das
instituições de ensino e pesquisa com os diferentes setores públicos e privados de atuação
profissional. Dessa forma, resolve:
37
Não deve ser esquecido que a pós-graduação sendo ela mestrado profissional e
acadêmico, oportuniza encontros com os pares enriquecendo trocas de experiências
em realidades diversas. No estudo realizado com 30 professores mestres na
educação básica 23 deles permanecem no ensino, porém assumiram cargos de
coordenação, supervisão e direção e oitenta por cento dos participantes avaliaram
que o mestrado influenciou em sua prática da educação básica (BOMFIM; VIEIRA;
MAIA, 2018, p. 256).
Dessa forma, pode-se entender que a pós-graduação stricto sensu em educação pode
estar prestes a consolidar processos com grande potencial de fortalecimento da sua base
epistêmica, ao contemplar Educação Superior e Educação Básica, vinculando, com isso,
mundo acadêmico e formação.
Para melhor entendimento da abrangência dessa modalidade de formação em termos
nacionais, segue o número de cursos de Mestrado Profissional por região em comparação com
os números de MP em educação, no quadro a seguir:
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REGIÃO MP MPE
Centro-Oeste 58 2
Nordeste 162 12
Norte 52 3
Sudeste 382 20
Sul 161 10
TOTAL 815 47
Fonte: Plataforma Sucupira, 2019.
A Plataforma Sucupira é uma importante ferramenta dirigida pela CAPES para coleta de
informações dos cursos avaliados e reconhecidos, em âmbito nacional, referentes aos
programas de pós-graduação stricto sensu. De acordo com essa fonte, os indicadores
numéricos acenam para baixa quantidade dessa modalidade de formação, a qual, conforme já
se mostrou nesse estudo, foi criada em 1965.
No caso específico do Mestrado Profissional em Educação, como é demonstrado no
quadro, o número de cursos presentes é insignificante perto dos cursos de MP em outras áreas.
O MPE representa apenas 6% da quantidade total dos Mestrados das cinco regiões. Em
termos ainda comparativos, a região sudeste possui o maior número de Mestrados em
Educação, enquanto a região centro-oeste o menor número.
Há um número maior de MPE na região Sudeste, pois a região possui alguns
incentivos para o docente buscar a formação stricto sensu, tais como plano de carreira e
aumento salarial. Um dos incentivos públicos está na Lei 11.498, de 15 de outubro de 2003,
com concessão de bolsas de estudo no estado de São Paulo para a formação stricto sensu.
Segue abaixo o Decreto da Lei:
I - até 24 (vinte e quatro) meses, para Mestrado, prorrogáveis pelo prazo máximo de
6 (seis) meses, a critério da Administração;
Desta forma, este incentivo foi mobilizado como uma oportunidade de ingressar no
Mestrado Profissional em Educação para garantir melhoria da qualidade do trabalho,
crescimento profissional, qualificação e inovação pedagógica além do plano de carreira que o
Estado proporciona para os docentes.
Esse incentivo revela o quão imprescindível é o investimento na formação docente
para que se atinja a melhoria da qualidade do trabalho. Entretanto, isso não deveria ocorrer
somente em um estado e sim expandir-se como exemplo nos demais estados para a progressão
de incentivo à carreira docente. Além disso, essa expansão poderia aumentar o número de
MPE no país e garantiria que cada vez mais professores pudessem colaborar com a pesquisa e
ação, promovendo a inovação educacional.
Ainda no que se refere ao pioneirismo da região sudeste no que se refere aos
Mestrados Profissionalizantes, no quadro a seguir, estão expostas a quantidade específica de
MP e MPE distribuídos na região Sudeste:
UF MP MPE
ES 16 0
MG 78 6
RJ 128 1
SP 160 12
TOTAL 382 19
Fonte: Plataforma Sucupira, 2019.
voltados à educação. Todavia, ainda que baixa, no estado de São Paulo, a proporção consegue
ser ainda maior se comparada a outros estados. O estado que não possui MPE é o Espírito
Santo, enquanto em Minas Gerais, mesmo com a extensão territorial, perde para o estado de
São Paulo pela metade de cursos oferecidos; já o Rio de Janeiro está categorizado com o
menor número de MPE oferecido. Essa distribuição dos MPE nos instiga a categorizar os
estados pelo incentivo e interesse que proporcionam na área da educação.
Esse incentivo de políticas públicas, as quais apoiam o aperfeiçoamento contínuo do
professor, especialmente em nível de Mestrado, colabora com o sucesso e partilha de
conhecimentos dos profissionais, pois, onde há políticas públicas educacionais há também
amplitude do interesse em buscar a qualidade de ensino. Tal binômio – incentivo ao docente e
melhoria no ensino – acaba por gerar estatísticas que resultam em qualidade no trabalho,
embora essa formação de profissionais no MPE ainda seja muito reduzida.
Pelo exposto, entende-se que o Mestrado Profissional tem ganhado espaço em
aprofundamento da formação científica e profissional, relacionando-se à experiência,
melhorando os conhecimentos/prática e aplicando os dados científicos que contribuam na
atuação profissional. Todavia, a distribuição de Mestrados Profissionais comparados aos
Mestrados Profissionais em Educação chega a ser um resultado muito pequeno, o que pode
ser visto como um dos elementos que impede a construção da prática docente de qualidade.
Tendo em vista este aspecto, a seguir, o assunto versará sobre a estrutura, origem do
Programa stricto sensu de Mestrado em Educação na Universidade de Taubaté localizada no
interior do Estado de São Paulo.
Nesta Universidade há no atual momento uma dissertação publicada no ano de 2016
sobre os egressos 2014 e a minha atual dissertação que pesquisa os egressos 2015 como
processo de transformação e influência do Mestrado na prática educativa do docente e/ou
gestor educacional.
O MPE tem por objeto de estudo a formação docente para a Educação Básica, analisando
a formação docente em si, as políticas públicas que influenciam essa formação, os processos
cognitivos e de aprendizagem que as fundamentam, as alternativas pedagógicas, metodológicas e
tecnológicas que a apoiam.
No Regulamento do MPE da Universidade no Capítulo I do terceiro artigo expõe quais os
objetivos do Programa de Pós-Graduação stricto sensu:
I. Disciplinas obrigatórias;
II. Disciplinas eletivas;
III. Seminários Interdisciplinares;
IV. Elaboração de dissertação;
V. V. Outras atividades programadas pela Coordenação do Programa
(REGULAMENTO MPE UNITAU, 2012, p.7)
3 METODOLOGIA
Para Gil (2010, p.47), as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de
relações entre variáveis. Com isso, o mesmo autor afirma que algumas pesquisas descritivas
vão além da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo
determinar a natureza dessa relação.
A descrição desse tipo de estudo viabiliza a análise sistemática de um conhecimento
de uma determinada população com profundidade em relação às experiências vividas, às
reflexões e às interpretações dos resultados, que foram levantados durante o percurso da
pesquisa.
De acordo com Lakatos; Marconi (2003, p. 238), a dissertação, produzida como
requisito para a obtenção do título de Mestre, “é um estudo teórico, de natureza reflexiva,
requer sistematização, ordenação e interpretação dos dados. Por ser um estudo formal, exige
metodologia própria do trabalho científico”.
No caso das pesquisas em educação, as quais também geram a produção de uma
dissertação ao final do curso de Mestrado, além do requisito para obtenção do título, esses
textos também podem influenciar a formação docente, podendo contribuir com olhar
diferenciado para prática educativa do discente, além da colaboração com os docentes em
buscar novos olhares frente a pesquisa sistematizada.
Com o intuito de entender esse processo, os dados do estudo que aqui propomos foram
coletados, conforme já dissemos, por meio o questionário estruturado (Google Forms) e da
entrevista semiestruturada. Para formulação desses instrumenros, foi feita uma busca em sites
públicos, como a Plataforma Lattes e o Banco de Dissertação referente aos egressos 2015, a
fim de pontuar seu percurso e seus conhecimentos frente à formação docente no stricto sensu.
Também já elucidamos acima que o referencial teórico adotado foi a Teoria da
Sistematização de Experiências, de Holliday (2006), mas cabe acrescentar que para esse
teórico:
Essa pesquisa foi submetida à aprovação pelo Comitê de Ética da UNITAU (ANEXO
I), conforme Parecer nº 03753218.1.0000.5501, e também conta com a autorização dos
colaboradores por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. (ANEXO II)
Para o desenvolvimento do estudo, os sujeitos foram contatados por meio de e-mail
convidando-os a participar da pesquisa, momento em que foram apresentados também: os
objetivos propostos, a finalidade do estudo, o número de aprovação do trabalho pelo comitê e
o questionário do Google Forms (APÊNDICE I).
Passados alguns dias, a pesquisadora entrou novamente em contato, por meio de um
aplicativo de mensagens, com os egressos. Após esse contato, dos 17, 16 responderam o
instrumento em que já constava o convite para participar do segundo instrumento
(APÊNDICE II), que seria aplicado presencialmente.
Nesse segundo instrumento, obtiveram-se somente duas presenças no encontro.
Devido os convidados residirem em municípios situados no interior do Vale Paraíba Paulista,
Litoral Norte e no interior do estado do Rio de Janeiro, houve dificuldades em concretizar
essa segunda etapa da pesquisa.
3.3 Instrumentos
Segundo Gil (2010 p.131), esse tipo de entrevista é livre; todavia, volta-se para um
tema bem específico. Trata-se de um formato em que o entrevistador permite ao entrevistado
falar livremente sobre o assunto, mas, quando esse se desvia do tema original, cabe ao
pesquisador esforçar-se para a retomada da temática inicial.
Para Minayo (2001, p. 57), a entrevista é o procedimento mais usual no trabalho de
campo, pois:
Através dela, o pesquisador busca obter informes contidos na fala dos atores sociais.
Ela não significa uma conversa despretensiosa e neutra, uma vez que se insere como
meio de coleta dos fatos relatados pelos atores, enquanto sujeitos-objeto da pesquisa
que vivenciam uma determinada realidade que está sendo focalizada. Suas formas de
realização podem ser de natureza individual e/ou coletiva.
Por utilizar seres humanos para a coleta de dados, a pesquisa foi submetida ao Comitê
de Ética em Pesquisa da Universidade de Taubaté (CEP-UNITAU), que tem a finalidade
maior de defender os interesses dos sujeitos da pesquisa em sua integridade e dignidade,
contribuindo para o desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos.
Posteriormente, foram enviados por e-mail aos participantes da pesquisa a finalidade,
objetivos e a proposta para coletar os dados por meio dos instrumentos escolhidos para
realização da investigação e levantamento de resultados.
Após esse primeiro contato, foram obtidos menos de 50% das respostas e continuou-se
o contato por meio do recurso de whatsapp para que houvesse retorno da totalidade. Com esse
segundo contato, chegou-se ao número de 16 colaboradores, os quais responderam o
questionário estruturado (Google Forms). Nesse instrumento, em sua última questão, havia o
convite para participar do Grupo Focal (instrumento já apontado). Devido ao número de
51
Com os dados levantados por meio dos instrumentos aplicados, obtiveram-se: o perfil
dos participantes da pesquisa, as reflexões e a indicação de influências; dados esses que foram
evidenciados com questões fechadas e abertas. Além disso, foram feitas pesquisas de
documentos em sites abertos, como as dissertações dos mestres, disponíveis no Banco de
Dissertações do Programa de Mestrado em Educação, na Instituição pesquisada, e na
Plataforma Lattes, quanto ao currículo dos egressos. Com esses dados, pôde-se proceder à
triangulação.
Esse procedimento de triangulação possui dois momentos: preparação dos dados
coletados, utilizando procedimentos pertinentes a cada uma das técnicas de coleta de dados, e
52
Com a descrição dos dados obtidos dentro ainda da análise, utilizamos a Teoria de
Holliday (2006), que sistematiza a experiência como instrumento para reflexão crítica das
análises, utilizando três critérios da sistematização: planejamento, execução e avaliação das
experiências de transformação vivenciadas.
A análise da sistematização ocorre sobre os processos de experiências dinâmicas, em
permanente mudança e movimento, as quais se inter-relacionam com um conjunto de fatores
objetivos e subjetivos (HOLLIDAY, p. 21).
Essa sistematização, para o autor, percorre caminhos perspectivos que passam por
reconstruções dos processos práticos, relacionando as experiências vividas para construção
dos conhecimentos, para viabilizar a troca entre os pares e para a proximidade do que pode ser
revelado. Afirma, ainda, o autor que a sistematização põe em ordem conhecimentos
desordenados e percepções dispersas que surgiram no transcorrer da experiência. Com isso,
em seu estudo o autor afirma que sistematizar é:
Ter uma compreensão mais profunda das experiências que realizamos, com o fim de
melhorar nossa própria prática. Compartilhar com outras práticas semelhantes os
ensinamentos surgidos com a experiência. Conduzir à reflexão teórica (e em geral à
construção de teoria) os conhecimentos surgidos de práticas sociais concretas.
(HOLLIDAY, 2006, p. 21).
53
A pesquisa que possui este procedimento metodológico para análise, afim de haver um
aprofundamento e compreensão do evento estudado para contemplar a análise sistemática do
tema em questão.
54
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Desenvolvimento Percurso
Profissional Mudanças
Profissional Ocorridas
Políticas Públicas
Produções Planejamento
Científicas
Aprofundamento
Conhecimento
profissional, seja na contribuição que os resultados devem emergir na sua evolução no papel
de educador.
Dentro do que norteia esse profissional, constituído de aprendizagens e colaborações no
âmbito educacional, apresentaremos a seguir o perfil dos colaboradores da pesquisa.
A apresentação deste estudo tem início com a caracterização dos egressos, vistos como
colaboradores da pesquisa.
Para identificar os colaboradores da pesquisa, primeiramente foi levantado, como
primeiro recurso, o gênero e a linha de pesquisa de suas Dissertações, sendo os dados obtidos
pelo Banco de Dissertação da Universidade pesquisada e o anonimato preservado. Os
resultados dessa etapa são:
Quadro 6– Caracterização dos egressos de MPE 2015
Mestre Gênero Linha de Pesquisa
inclusão e diversidade sociocultural como linhas de pesquisa. Nota-se que todas estão
voltadas para a importância da formação docente no processo educacional, visando ao
desempenho profissional em defesa de políticas públicas educacionais as quais priorizem a
formação do professor, como é colocado e defendido nos estudos das dissertações de maneira
geral.
A linha de pesquisa e os temas defendidos pelos mestres em cada um dos estudos
também foi item levantado como busca de dados públicos referente ao processo e percurso
profissional por meio da Plataforma Lattes Esse foi o segundo recurso utilizado a fim de
perfilar os dados quanto à formação, tempo na Educação Básica, o percurso profissional e
experiência na área educacional como docente e como gestor, conforme se apresenta no
quadro abaixo:
Quadro 7 - Formação dos egressos
Graduação na área Formação Lato Experiência na Experiência na
educacional Sensu na área Educação Básica gestão
educacional como docente educacional
13 16 16 10
Fonte: Plataforma Lattes, 2019.
Esses dados evidenciam que, por mais que o público feminino esteja com
predominância na docência, há um desempenho ainda maior tanto na busca pela formação
com visão mais contextualizada, quanto na busca pela titulação que favorece o profissional
aprimorar seus conhecimentos de maneira mais profunda. Com relação aos colaboradores
pertencentes a esse estudo, os mesmos possuem título de Mestrado e, com relação ao tempo
na educação, a procura pela formação em nível de stricto sensu foi após terem experiência na
profissão, como mostra na figura abaixo:
A figura demonstra que o maior número dos egressos tem sua formação na área de
Humanas. Quanto à evolução profissional após o Mestrado, além de constituírem uma
formação mais densa, alguns passaram suas funções de docentes para cargos de gestão
educacional. Conforme questionário respondido, segue a profissão atual de cada um dos
egressos:
62
Dentro da análise realizada na Plataforma Lattes, frente a esses dados acima descritos,
antes do ingresso do Mestrado, três docentes estavam em cargos de gestão, já durante o
desenvolvimento do curso, dois mestrandos iniciaram cargos de gestão e, após a titulação,
mais três egressos migraram também para o cargo de gestão educacional. Dessa forma, dos 17
mestres, 08 estão em cargos de gestores educacionais e os demais atuam como professores.
Entende-se, a partir desses dados, que o percurso do Mestrado refletiu em evolução
para todos, pois alguns iniciaram sua participação como gestores durante e após o curso,
sendo, portanto, contribuição e reflexo do percurso formativo. Além disso, verificou-se que
alguns docentes tiveram a oportunidade de evoluir financeiramente. Por unanimidade, todos
tiveram a amplitude na visão profissional, o que é visto como progresso pessoal e
profissional.
Esse processo de formação stricto sensu, como se pode entender a partir dos dados
coletados, capacita o profissional na busca do conhecimento. Nóvoa (1992) coloca que o
processo de formação crítico-reflexivo implica em produzir a vida do professor
(desenvolvimento pessoal), produzir a profissão docente (desenvolvimento profissional) e
produzir a escola (desenvolvimento organizacional). Essa formação crítico-reflexiva
transparece no relato dos entrevistados.
Também a respeito dessa modalidade de formação, verifica-se que assume um papel
que vai além do ensino, o qual pretende uma mera atualização científica, pedagógica e
didática, e se transforma na possibilidade de criar espaços de participação, reflexão e
formação para que as pessoas aprendam a conviver com a mudança (IMBERNON, 2011, p.
19).
63
M16
M17
Fonte: Plataforma Lattes, 2019.
Tardif (2005, p. 64) aborda a construção dos saberes como base caracterizada por
sincretismo:
Sincretismo significa, em primeiro lugar, que seria vão, a nosso ver, procurar uma
unidade teórica, inda que superficial, nesse conjunto de conhecimentos, de saber-
fazer, de atitudes e de intenções. Em segundo lugar, seria a relação entre os saberes e
o trabalho docente utilizado nas maneiras de conceber a formação dos profissionais
e no qual os saberes antecedem a prática. E enfim, em terceiro lugar, por sincretismo
deve-se entender que o ensino exige do trabalhador a capacidade de utilizar, na ação
cotidiana, um vasto leque de saberes. (TARDIF, 2005, p. 66).
Das dezessete dissertações, onze eram da linha de pesquisa sobre Formação Docente e
Desenvolvimento Profissional o que equivale a 65% do total de participantes e 35%,
precisamente seis dissertações, voltaram-se à Inclusão e Diversidade Sociocultural.
É oportuno afirmar que a formação docente foi pontual nos discursos das dissertações
nas duas linhas de pesquisas, pois é imprescindível o profissional estar em constante
formação, buscando melhoria na profissionalização das diversas formas de atividades sociais,
empresariais, tecnológicas e culturais.
No que se refere à formação docente, o aprendizado está atrelado ao conhecimento
direto e indireto, originando um desempenho profissional que independente do cargo
pedagógico ao qual o profissional esteja inserido. Dessa forma, as dissertações realizadas na
linha de pesquisa Inclusão e Diversidade Sociocultural revelaram experiências que os
egressos trouxeram de seu cotidiano para as páginas de um estudo stricto sensu com
67
alunos. Trata-se de um ato simples em que não há custo, somente uma função significativa do
professor de orientar não apenas os seus filhos e sim familiares, os quais são significativos
para o andamento da comunidade escolar.
As dissertações dos egressos mostraram que são inúmeras deficiências, ausências, falta
de recursos, dentre outros problemas que emergem quando se analisa a prática a partir da
realidade da escola. Todavia, mostraram também que o que permite a melhoria na educação é
estar em constante processo de reflexão e ação para buscar uma formação contínua e
participativa. Além disso, é preciso divulgar resultados dos estudos acadêmicos realizados
que contribuem com o processo educacional, o que, ainda é deficiente se comparado aos
inúmeros profissionais docentes atuantes em nosso país.
Em todas as dissertações analisadas as palavras-chave em destaque foram: Trabalho
docente, escola integral, autonomia docente, Formação de professores, Aprendizado
profissional docente, Práticas formativas, Inclusão, Prática docente, Política Educacional,
Educação de Relações Raciais e Desenvolvimento Profissional.
Embora pareçam destoantes o que resume todas essas palavras, de acordo com a
análise realizada, é o termo “mudança”, necessária em todas as esferas tanto na de recurso
profissional como de recurso material. Dessa forma, faz-se imprescindível refletir sobre essas
mudanças que ocorrem pelos estudos publicados e acompanhar as propostas com que cada um
contribuiu.
Nóvoa (2017 p. 1111) coloca que o primeiro passo da mudança é reconhecer a
existência de um problema e que o campo da formação docente se encontra na urgência de
uma transformação. O autor sugere que existem, hoje, muitas iniciativas e experiências que
buscam um caminho novo para a formação de professores. As mais interessantes centram-se
numa formação profissional dos professores, isto é, numa ideia que parece simples, mas que
define um rumo claro: a formação docente deve ter como matriz a formação para uma
profissão. Dessa forma, não se pode discutir formação docente sem refletir a respeito de que
maneira o professor constrói o conhecimento sobre a profissão que exerce.
A construção do conhecimento para os professores que buscam a formação em um
Mestrado Profissional em Educação configura-se como um percurso denso, constituindo-se de
uma profundidade que os direciona e os capacita a entender o predomínio e a importância da
divulgação dos estudos que emergem o cotidiano dos professores para tornar-se um auxílio
para o outro que esteja passando por uma situação similar.
70
terem trazido resultados com contribuições para a Educação Básica além de experiências que
contribuíram para a qualidade e desempenho profissional do público educacional.
Ainda que os egressos da pesquisa tenham tido suas experiências iniciais como
docentes de redes públicas, alguns na Educação Básica e outros em Instituições de Ensino
Superior, a maioria trabalhou em sua dissertação um tema relacionado com a sua realidade
profissional. Alguns apontaram as dificuldades com a inclusão e diversidade vivida em sua
unidade de trabalho, outros abordaram o protagonismo da gestão escolar (diretor,
coordenador, supervisor) e, por unanimidade, todos os estudos defenderam uma mesma
necessidade: a importância da formação docente.
Pelos inúmeros profissionais da Educação Básica e com o mínimo de docentes que
procuram um processo formativo em nível de stricto sensu, chega a ser insignificante a
quantidade de pesquisas diante de tantos trabalhos que poderiam ser divulgados em
publicações para manifestar resultados aos quais possam conduzir à qualidade no trabalho
com auxílio mediante publicações, além de esclarecimentos e o aprofundamento em busca de
perspectivas distintas e inovadoras para a educação.
Em função dessa realidade tão discrepante entre professores e pesquisadores, os
docentes com titulação de Mestre podem considerar-se vitoriosos por escolherem um processo
formativo que fundamente e sustente seu crescimento profissional.
investigação como uma forma de decidir e de intervir, fazendo emergir novos discursos
teóricos e concepções alternativas de formação. Em outras palavras, o professor que reflete
sobre sua prática embasado em teorias busca uma resposta com mais profundidade,
aperfeiçoando, dessa maneira, seu desempenho profissional.
Nesse sentido, pode-se entender que o professor, ao buscar a formação por meio do
Mestrado Profissional, adquirirá uma postura mais crítica e um pensar sistemático de sua
prática (CEVALLOS; PASSOS, 2012).
Durante nossa pesquisa, foi possível constatar afirmações dos egressos quanto às
transformações ocorridas. Dentre elas, destacaram-se: “aprofundamento nas leituras; busca
por novos conhecimentos”; “compreensão melhor na prática profissional”, “amadurecimento
profissional e na pesquisa” e compressão no processo de formação”.
Foram respostas unânimes dadas pelos egressos, pois entendem que, durante o
percurso do Mestrado, o processo de formação é garantido como uma transformação
significativa a qual resulta em uma relação progressiva na construção do conhecimento e na
conduta interacional, devido à bagagem que é constituída durante o processo formativo.
O docente tem que ser provocador e desafiar caminhos que ofereçam suporte durante
sua trajetória formativa, pois isso garante empoderamento diante de ocorridos decorrentes das
atribuições que são enfrentadas como dificuldades, mas que decorrem muitas vezes da
ausência de um percurso formativo que as sustente.
É preciso pensar em caminhos para uma formação docente provocadora; não apenas
uma formação que ofereça técnicas para uma concepção de professor unicamente como
transmissor de conhecimento acadêmico ou formal, mas que considere um currículo voltado
ao desenvolvimento de competências e habilidades, caso contrário, não haverá
desenvolvimento profissional (NÓVOA, 1992).
Acerca dos saberes necessários à profissionalização docente, Roldão (2007) afirma
que a informação deve ser dada como conhecimento em virtude da atualização:
Pelos relatos e a figura acima, percebe-se um indicador de que há mudanças e que elas
interferem nos aspectos familiares durante o processo formativo, principalmente no que se
refere a ausentar-se do convívio familiar e das atividades de lazer. Além dessas situações de
renúncia pessoal, os egressos relataram as dificuldades e os desafios enfrentados durante o
percurso do Mestrado:
“Eu ingressei em busca de mudança mesmo durante este processo sendo muito rico
em trocas, em armazenamento teórico e veio na época que estava em sala de aula a
qual teve mudança na minha prática, entendia o que estava fazendo, porque estava
lá e a partir daí a gente consegue entender todo processo questionando,
entendendo” (M14).
75
“Então... Essa mudança veio pessoal e profissional sendo muito forte. A minha mãe
sentiu até. Até no dia da banca assim... Todo mundo fechando, encerrando, ela
levanta a mão e fala, posso falar uma coisa? Aí olhei assim .... Pelo amor de Deus,
minha orientadora presidindo a banca deixou falar e ela disse: Então eu também
notei mudança também”.
“as trocas que a gente teve durante o percurso, gente de diferentes áreas, gente de
escola pública, particular, que não é de sala de aula, é diretor, coordenador,
professor com realidades diversas, isto foi enriquecedor, ouvir o outro de uma
mesma coisa em outra perspectiva, essa troca é valiosa” (M9).
“Influenciou muito. Mudei e reorganizei minhas práticas cotidianas em sala de
aula, como atividades mais significativas e compreensão com o desenvolvimento
dos alunos” (M14).
“Melhor acompanhamento da formação de professores, pois a formação me
embasou para qualificar meu trabalho” (M8).
A respeito da colaboração mútua durante a formação, Tardif (2002, p.52) diz que é por
meio das relações com os pares que poderá ocorrer a existência do confronto entre os saberes
produzidos pela experiência coletiva dos professores. Na partilha, esses saberes experienciais
adquirem certa objetividade e as certezas subjetivas devem ser, então, sistematizadas a fim de
se transformarem num discurso da experiência capaz de informar ou de formar outros
docentes e de fornecer uma resposta a seus problemas.
Nóvoa (1992) também destaca que a atividade docente se dá num espaço coletivo, no
qual se estabelecem redes coletivas de trabalho, as quais são fator decisivo de socialização
profissional e de afirmação de valores da profissão. Para o autor, mas também considerando a
análise que estimula e provoca o desenvolvimento profissional por meio do Mestrado diante
de uma reflexão coletiva e enriquecedora em trocas, deve-se levar em conta os cinco grandes
eixos de atuação:
Esses eixos de atuação levam o docente a refletir sobre intervenções que caracterizem
conhecimentos com profundidades para que ocorra o desenvolvimento profissional. Esse
desenvolvimento versa em torno de iniciativas que resultem em inovações e trabalhos
coletivos, os quais projetem discussões e proporcionem trocas, facilitando a divulgação do
trabalho docente.
78
Desse modo, os egressos, em suas respostas aos questionamentos propostos por esse
estudo, destacaram a importância da formação que articula, durante o processo formativo, a
abordagem frente ao aporte teórico com a discussão junto aos pares frente às experiências e
condutas realizadas. Essa articulação promove a interiorização e leva a um processo de
mudança, conhecimento e evolução, durante o percurso desenvolvido no stricto sensu.
Na próxima seção, o assunto a ser discutido será como o Mestrado Profissional em
Educação possui participação no processo de mudança do percurso profissional dos egressos.
A evolução financeira, prevista em alguns planos de carreira, foi um dos motivos para
que alguns ingressassem no stricto sensu, mas, para além desse aspecto, a evolução foi
sublime, pois o profissional, quando é atraído por um progresso, tem uma qualidade
direcionada ao crescimento e ao resultado de um esforço próprio. Mesmo que o aspecto
salarial seja atrativo, o docente deve sentir-se evoluído primeiramente pelo seu sucesso
enquanto profissional, fazendo de suas perspectivas uma realidade acima da expectativa
80
construída dos saberes destinada à conquista de uma autonomia. Essa autonomia é entendida
por um pequeno grupo de docentes que veem a formação no Mestrado Profissional como uma
busca de aperfeiçoamento e um momento de grande aprendizagem.
A busca do Mestrado Profissional em Educação como formação, na visão dos
egressos, provocou mudanças em seus desempenhos, entretanto as interações, as limitações,
as experiências e os resultados de conquistas foram além do que eles buscaram como
expectativa.
Por essas considerações, entende-se que mudança para o egresso no MPE é
transformador, garante progressão na carreira, traz autonomia profissional e incide sobre suas
práticas e experiências profissionais, resultando em um domínio mais apurado e denso dos
conhecimentos oriundos do processo formativo no stricto sensu. Com isso, se faz necessário
explicitar a influência do MPE nas práticas educativas como transformação ocorridas durante
e após o Mestrado, assunto esse que será abordado na próxima seção dessa pesquisa.
Nesta seção, serão abordadas as mudanças na prática educativa dos egressos durante e
após o percurso formativo do Mestrado Profissional em Educação.
No discurso dos egressos, a vivência no MPE trouxe forte influência na prática
educativa. Todos foram unânimes quando foram questionados a esse respeito e destacaram
algumas práticas como fundamentais, desenvolvidas durante o Mestrado e presentes em suas
atividades após o término do curso. Dentre elas destacam-se: atuar mais na prática coletiva e
colaborativa, levantar teóricos que ajudem na formação de seus pares, realizar mais
discussões formativas, incentivar alunos e colaboradores em pesquisas e projetos, criar um
planejamento mais atrativo, elaborado nas formações de professores, além de assumir uma
postura mais adequada nos planejamentos de aulas, reuniões e formações.
O conhecimento profissional e a progressão dele frente à prática educativa são
notáveis quando o professor busca uma formação que acrescente e algo em seu desempenho
profissional. É salutar perceber que o resultado de um estudo aprofundado leva o professor a
se sentir mais capacitado para conduzir uma aprendizagem mais segura, entendendo que ela
81
deve ser contínua. Para isso, o docente não deve duvidar de suas capacidades, mesmo que a
caminhada seja exaustiva, pois a aquisição desse tipo de conhecimento é um percurso
recheado de etapas as quais garantirão a profissionalização docente. Acerca desse processo,
Imbernón, (2011, p.75) afirma que:
Nota-se, nas indicações dos egressos, que o MPE é um percurso afluente que resulta
em avanços no desenvolvimento e desempenho profissional, principalmente em função das
83
capacidades reflexiva e analítica que afloram nos aprendizes. Essa formação favorece o
empoderamento na construção do conhecimento, vinculando a teoria à prática colaborativa.
O egresso M2 comentou a importância do Mestrado, quando foi questionado a respeito
da prática educativa. Em sua fala, aponta a importância do MPE como percurso formativo e
suas qualidades, dizendo que:
A respeito disso, Nóvoa (1992) define que a troca de experiências e a partilha de saberes
consolidam espaços de formação mútua, nos quais cada professor é chamado a desempenhar,
simultaneamente, o papel de formador e de formando. Afirma, ainda, que o desenvolvimento de
uma nova cultura profissional dos professores passa pela produção de saberes e de valores que
dê corpo a um exercício autônomo da profissão docente.
A busca por essa autonomia no processo de formação no Programa de Mestrado não
permite idealizá-la nas ações e sim compreender como devem ser realizadas estruturando-as
em um progresso profissional, conforme defende Imbernón (2011, p.42) ao afirmar que:
A partir das considerações aqui realizadas, pode-se perceber que a prática educativa
foi vista como uma das principais mudanças vivenciadas pelos egressos. Para eles, o processo
de formação do Programa do Mestrado oportunizou recursos imprescindíveis para a
construção de conhecimentos e para que houvesse transformações em práticas desenvolvidas
no ambiente pedagógico, o que refletiu em resultados durante e após o percurso pelos
egressos.
84
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O reflexo desse percurso formativo foi observado nas análises feitas a partir das
dissertações elaboradas pelos participantes desse estudo, na pesquisa do currículo lattes e nas
respostas obtidas por meio dos instrumentos de pesquisa. Nesses instrumentos foram
abordadas vivências com as quais se pôde perceber, juntamente com o aparato teórico aqui
apresentado, como os docentes participantes do estudo, gestores em geral, são a resposta de
uma qualidade educacional. Observou-se também que a formação em nível de stricto sensu
pode colaborar para a qualidade profissional, assim como a pesquisa contribui e fundamenta
respostas que, por vezes, estão ocultas em âmbitos educacionais.
Tardif (2005, p.105) fundamenta os saberes como existenciais, sociais e pragmáticos:
“São existenciais, no sentido de que um professor “não pensa com a cabeça”, mas “com a
vida”, com o que viveu, com aquilo que acumulou em termos de experiência de vida, em
termos de lastro de certezas”. Essa tripla caracterização expressa a dimensão temporal dos
saberes do professor, os quais são assim, pois são abertos, porosos, permeáveis e incorporam,
ao longo do processo de socialização e da carreira, experiências novas, conhecimentos
adquiridos (TARDIF, 2005).
Nesse sentido, notou-se que a mudança para os egressos do Mestrado ocorreu junto
com a construção dos diferentes saberes e que eles foram adquiridos em meio às trajetórias
realizadas no coletivo, pois, quando há uma interação com os pares, o amadurecimento é parte
constituinte do desenvolvimento profissional.
Além da triangulação, também a teoria de Holliday (2006), como parte da metodologia
usada para interpretação dos dados, permitiu evidenciar que as ações formativas levantadas
nos resultados das dissertações dos egressos possuíam inter-relação com as experiências
profissionais vivenciadas por eles. Além disso, a mudança, oriunda dos estudos no Mestrado,
foi o fator mais expressado como processo de conhecimento.
A partir dessas informações pôde-se compreender que o processo formativo se
constitui em um planejamento sistematizado em condutas, nas quais o conhecimento é
interiorizado como base constituinte para mudança profissional e o Mestrado mostrou-se
como uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento profissional dos egressos.
Este estudo contribui com questões de extrema importância dentro do processo
formativo em nível de stricto sensu, principalmente no que se refere à reflexão sobre a
complexidade que nele se estabelece e às progressões que dele resultam sobre o
desenvolvimento profissional. É nesse momento da formação que ocorre a produção de novos
conhecimentos, capazes de contribuir para a formação dos professores, para melhorias nas
86
REFERÊNCIAS
BRASIL. Currículos da Plataforma Lattes. Nova busca de Currículo Lattes. Disponível em:
https://memoria.cnpq.brhttp://www.cnpq.br. Acesso em 12 fev 2019.
FISCHER, T. Mestrado profissional como prática acadêmica. RBPG, v.2, n.4, p 24-29, jul.
2005.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 44. Ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2013.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade.
18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001
TARDIF, M.; LESSARD, C. O trabalho Docente: Elementos para uma teoria da docência
como profissão de interações humanas. 9 ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
TARDIF, M.; LESSARD, C.; LAHAYE, L. Os professores face ao saber: esboço de uma
problemática do saber docente. Teoria e Educação. [online]. Porto Alegre: Pannônica, n.4,
1991, p. 215-233. Disponível em: https://docslide.com.br/documents/tardif-maurice-os-
professores-diante-do-saber-esboco-de-uma-problematica.html. Acesso em: 10 jun de 2018.
Parte I
Parte II
Momento Inicial
Momento final
96
Fala da pesquisadora
Boa noite, gostaria de agradecer a presença de vocês em participar deste encontro a fim de
colaborar com a pesquisa, mediante experiências durante e após o percurso do Mestrado. O
título do trabalho é O processo de formação no Mestrado Profissional em Educação de uma
Universidade do Vale Paraíba Paulista. O objetivo do estudo que é analisar as transformações
e contribuições ocorridas durante e após o percurso do Mestrado Profissional em Educação
em uma Universidade do Vale Paraíba Paulista e os objetivos específicos são: conhecer a
influência que o Mestrado exerceu no processo de desenvolvimento profissional, identificar
quais as dificuldades e desafios emergiram, durante o percurso do Mestrado, desses sujeitos,
como educadores atuantes na Educação Básica e, por último, analisar as transformações na
prática educativa sob a ótica das mudanças ocorridas, durante e após o MPE, em suas crenças,
valores e conceitos.
A pesquisa buscará evidenciar quais as transformações profissionais, frente à trajetória do
Mestrado Profissional em Educação, ocorridas alunos egressos na turma de 2015.
Colaboradora M9
Nossa! Que legal não tinha me atentado que era com a nossa turma. Que legal! Vamos nos
enxergar na pesquisa, bacana.
Pesquisadora
Mandei por e-mail, em forma de texto, explicando a pesquisa, mas acho que, com a correria
do dia a dia, a maioria acabou me dando retorno pelo whatsapp mesmo, mas, de maneira
geral, se apresentem para nós, por favor.
Colabora M9
Sou de Taubaté, trabalho com o projeto Melhores Cabeças de formação de professor, numa
fundação a qual investe em aluno de escola pública que quer ser professor, selecionando os
melhores, tem todo processo, o primeiro critério notas 9 e 10 durante o Ensino Médio. Passa
por psicólogo, pela diretora da fundação, enfim, e eu estou acompanhando esses bolsistas,
chamados de educadores do futuro. Atualmente são 20 e eu faço o acompanhamento deles,
estão em diferentes graduações: História, Pedagogia, Biologia, enfim e ver esses jovens tão
fascinantes nesse processo de formação docente é fantástico para mim, meu acompanhamento
98
é acadêmico e pessoal nessa atuação, dando o suporte de perto. Essa Fundação é de São
Paulo, mas ela é familiar e investe no Vale Paraíba, pois a família se fez, enriqueceu no Vale
Paraíba. Então a Pássaro Marrom, concessionária da Dutra, quer devolver para o Vale tudo
que eles receberam e o investimento é na educação. É uma fundação de terceiro setor. Parte
do lucro da empresa, eles investem nesse projeto de altíssima qualidade. Mesmo formados, a
gente acompanha mais três anos esses alunos.
Colaborador M14
Sou de São José dos Campos, quando cursava o Mestrado, trabalhava em sala de aula, pós-
mestrado tive a oportunidade de crescer como coordenador pedagógico.
Pesquisadora
Qual o principal motivo que o levaram a buscar o Mestrado?
Colaboradora M9
Olha, é... eu não tenho evolução de carreira como alguns profissionais têm, tanto em
instituições públicas e particulares... é... o fato de ter um Mestrado não fez com que eu tivesse
aumentado de salário ou coisas do tipo, porém, na prática, sempre amplia nosso horizonte né?
O estudo das aulas que a gente tem ao longo do percurso aí, eu acho que amplia nosso olhar,
nesse sentido com certeza tem um impacto, mas, quando eu cursei, eu trabalhava na empresa
a qual trabalho hoje e já sabia que não me traria benefício financeiro. Enfim... não fiz por esta
questão, mas eu fiz por crescimento profissional e não financeiramente falando, mas eu sinto
sim o olhar, as trocas que a gente teve durante o percurso, gente de diferentes áreas, gente de
escola pública, particular, que não é de sala de aula, é diretor, coordenador, professor com
realidades diversas, isso foi enriquecedor, ouvir o outro falando de uma mesma coisa em uma
outra perspectiva, essa troca é valiosa. Então, eu diria isso, eu sei de colegas que tiveram
evolução profissional, aumento de salário, enfim, que fizeram também por conta disso,
buscando essa evolução, mas, meu caso, eu já entrei não necessariamente buscando isso, mas
claro se vier será muito bem vindo, mas a instituição a qual trabalho hoje isso não acontece.
Colaborador M14
É a minha busca do Mestrado já vem de muito tempo, sempre quis fazer o Mestrado, mas na
área de Geografia que é na minha área de formação e surgiu o curso de Mestrado na Unitau
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Pesquisadora
Houve alguma mudança antes de iniciar o Mestrado comparado com o percurso do Mestrado?
Colaboradora M9
A mudança é inevitável porque a gente lê muito autores que a gente já estudou, outros que
não tinha contato ainda, a própria pesquisa que você precisa ler e aperfeiçoar com seu tema ali
é, então, esse crescimento é inevitável, o que vai variar, não tem outro caminho, sem ser o
crescimento, aí depende da Instituição que trabalha, possibilidades de dar aulas no Ensino
Superior, é claro que abre portas. Mas eu não busquei isso ainda, além de toda bagagem, de
todo conhecimento.
Colaborador M14
Eu tive um apoio financeiro, fui incentivado pela Prefeitura de São José dos Campos com
60% da bolsa. Profissionalmente, sou do Estado, eu tive evolução e SJC me possibilitou a
assumir a orientação pedagógica. Se não tivesse o curso, não seria possível eu estar na
orientação em SJC. As mudanças vieram sim, naturalmente, é uma coisa que dá expectativa.
O Estado até me questionou, no caso o diretor, seu Mestrado não têm a ver com a sala de aula,
aí tive que responder o Mestrado é Profissional em Educação.
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Colaboradora M9
Uma grande parte dos nossos colegas teve evolução profissional.
Pesquisadora
O Mestrado proporcionou mudanças em suas crenças, valores e conceitos relacionado à
família, lazer?
Colaboradora M9
Eu cursava o Mestrado e a minha pequena tinha dois aninhos, aí eu tentava escrever de
madrugada e às vezes tomava um banho e ia trabalhar, nem dava tempo de dormir, via o sol
raiar. Período de dedicação intensa, tem um período que não vai, a gente tenta e não consegue
produzir, mas é mesmo estafa mesmo.
Tive que abrir mão de viagens, passeios, finais de semana, eventos que não podia ir... vai
vocês porque não posso.
A gente tem que cumprir prazos, a Edna dizia que o Mestrado é mais árduo, intenso, o tempo
é mais curto, são dois anos, é mais rápido e não tem como deixar a vida pessoal para fazer a
pesquisa.
Colaborador M14
Passei por isso também, mas não tenho filho, não tenho cachorro, pássaro.
Colaboradora M9
Não desmerecendo, mas para o homem é bem mais fácil, mas não estou te diminuindo não,
mas para a mulher, que tem que dar conta de casa, filhos, trabalho, Mestrado chega a ser mais
intenso.
Colaborador M14
Tive que abrir mão de viagens, também deixei de fazer alguns passeios, finais de semana que
deixei de sair e passo por isso até hoje porque a esposa esta aí, está neste processo e rolou
compreensão neste aspecto. Tem uma sintonia neste aspecto.
Colaboradora M9
O parceiro tem que ser bem compreensivo
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Colaborador M14
Tem que ter uma organização financeira, pessoal, profissional, requer um manejo, voltando à
mudança, abrindo mão e adequando ao processo.
Pesquisadora
Qual foi sua expectativa do Mestrado?
Colaborador M14
Eu tinha uma expectativa, a gente cria uma expectativa, o pessoal fala que é difícil, você
precisa estudar muito, precisa de dedicação, você cria uma imagem e, quando você ingressa,
nossa! Foi né? E agora vai! E dentro do processo as expectativas se concretizaram, mas foi
mais intenso o tempo, começar a compreender o que é difícil, organização, cheguei até aqui
né, vou e preciso terminar. Acho que as expectativas se concretizam de certa forma.
Colaboradora M9
Eu também acho. Nada diferente do que foi, teve um corpo docente de peso de muita
qualidade, não posso generalizar, teve uma ou duas disciplinas só que deixou a desejar, mas
de maneira geral o corpo docente foi de muita qualidade. Sou da casa, são bons professores,
aulas produtivas, como eu já disse, a riqueza, a troca, a diversidade, que nos fez crescer cada
vez mais. Ótima turma, posso dizer que atenderam as expectativas sim.
Pesquisadora
A orientadora Juliana perguntou sobre o questionário que responderam, se houve
curiosidades, dúvidas e o que acharam?
Colaboradora M9
As próprias questões para responder, você tem que refletir, voltar lá, passa um filme, como
cheguei e como sai e tudo que conquistei depois. Como eu disse não tive evolução financeira,
mas me trouxe muita mudança profissional, meu olhar para com o outro, atuo na educação
pública que nos torna mais crítico, enquanto políticas públicas. Essa reflexão que mais mexeu
comigo do responder o questionário, me coloquei muito no lugar dela, nossa já estive ali,
precisei contar com a colaboração das pessoas.
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Colaborador M14
Se eu falar para vocês que eu deixei para traz um questionário de uma pessoa, pensei, depois
respondo e vi que acabou o prazo no e-mail. Bateu um arrependimento, aí meu Deus, não
custa nada responder.
Colaboradora M9
As pessoas foram tão generosas comigo, não custa nada colaborar.
Colaborador M14
Você falou da escola pública e, durante o Mestrado, eu me identifiquei como processo de
identificação, sou filho da pública, fiz minha Educação Básica em escola pública, graduação,
trabalho na pública, agora Mestrado na pública municipal. Nossa!!! Tenho mais que defender
mesmo. A pública faz parte da minha formação.
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APÊNDICE IV - MEMORIAL
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Samira Maciel Faria
MEMORIAL DESCRITIVO:
TRAJETÓRIA NA EDUCAÇÃO
Taubaté – SP
2020
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MEMORIAL DESCRITIVO:
TRAJETÓRIA NA EDUCAÇÃO
Taubaté – SP
2020
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“Olhar para o passado deve ser apenas um meio de entender mais claramente o que e quem
eles são, para que possam construir mais sabiamente o futuro”.
Paulo Freire
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1. APRESENTAÇÃO
O presente memorial tem como propósito descrever minha trajetória e refletir sobre a
construção do conhecimento, no percurso realizado nas áreas de Enfermagem e da Educação.
Descrever o percurso é uma grande oportunidade de análise com triunfo do que aconteceu
pelo caminho que já trilhei, caminho esse que reflete tanto na vivência pessoal como na
profissional, além da minha contribuição à sociedade.
Tenho 35 anos, sou natural de Cruzeiro– SP, região do Vale Paraíba e resido, até o
presente momento, no mesmo município. Meu pai é motorista de caminhão, minha mãe é
doméstica e tenho uma irmã com 30 anos de idade.
Iniciei meus estudos aos 6 anos em uma escola da rede Salesiana e estudei lá até 8
anos. Logo em seguida fui à rede pública e assim fiquei até o término do Ensino Médio.
A minha infância foi marcada por duas brincadeiras de minha preferência: a de
professora e a de padre, muito marcante e hilário, durante essa escrita parei para dar muita
risada para continuar. Mas recordemos: a primeira atuação que era como professora, era eu
quem dava ordens que eram, na maioria das vezes, para os primos que sempre iam brincar
comigo e para minha irmã. Eu dava atividade para eles, para isso, escrevia com caneta azul na
folha, vinha com álcool e algodão e passava na escrita para obter semelhança com uma
atividade mimeografada.
Na brincadeira como padre, como eu ia sempre à igreja, fazia parte de atividades e
participava da leitura durante a missa, levava sempre folhetos e decidia fazer a mesma coisa
em casa, sempre com os primos, eles eram meus fiéis. Eu tinha múltiplas tarefas em minha
missa: tocava no meu pianinho, fazia minha leitura no folheto e confeccionava as hóstias de
miolo de pão, tentava ser o mais criativa possível.
Durante muito tempo, brinquei muito e gostava também de ir à escola, mal faltava e
tinha apelido de “CDF”, fazia-me bem frequentar e participar de eventos e cursos, em quase
todos a Samira estava presente, festival de música, aula de dança, time de basquete, curso
extra de astronomia da OBA (Associação Brasileira de Astronomia), aula de espanhol,
excursões, campanha de solidariedade, entre outros.
Sempre estava presente em minha rotina o emprego de dois verbos: de cuidar e
ensinar, era fascinante poder fazer trabalhos voluntários, eu me inscrevi em todos que
passaram pela minha trajetória, aprendi muito e até hoje isso me fortifica espiritualmente.
Na escolha pela profissão, não tive dúvida, e o que me fortaleceu ainda mais foi a
vinda de uma prima de segundo grau que estava em atividade na Enfermagem e chegou a
107
contar vários históricos a respeito da profissão. Dessa forma, não couberam mais dúvida
quanto à profissão destinada ao meu futuro.
Antes de ingressar na faculdade, fazia parte de encontros vocacionais na igreja e me
interessei pela vida vocacional religiosa. Cheguei a ser noviça por algum tempo, mas, com o
ingresso na vida universitária e os inúmeros compromissos, desliguei-me dessa atividade.
Graduei-me aos 21 anos com muita dificuldade, ajudei minha família no que pude para
concluir o nível superior: vendi bombons, brigadeiros, lanche natural, salgadinhos e
guloseimas que aprendi em minha infância. Naquela época de criança, eu ajudava a minha tia
a vender e achava interessante aprender, pois internamente eu sabia que um dia precisaria
dessa destreza, como de fato precisei.
Assim que sai da faculdade, um dia após minha colação de grau, prestei o concurso
que estava aberto do Centro Paula Souza e fui chamada, após 1 ano para lecionar. Antes disso,
trabalhei como voluntária em um posto no município e trabalhava meio período do dia como
instrumentadora cirúrgica.
Assim, quando me chamaram para lecionar no Curso Técnico em Enfermagem de
Cachoeira Paulista, em 2007, foi uma inquietude, mas sabia que algo poderia ser melhor do
que imaginava. Hoje, estou lá e amo, com todas as letras, o que eu faço. Minha atribuição
atualmente é lecionar poucas aulas na parte teórica e, na maior parte da minha carga horária,
devo ir supervisionar o estágio em hospitais, postos, asilos. Trata-se de ensinar e aprender
com os meus alunos e futuros profissionais.
Como tenho 13 anos de formada na Enfermagem, fiz alguns cursos para melhorar
minha qualidade enquanto profissional. Concluí uma especialização em Urgência e
Emergência, outra em Auditoria e, depois, a licenciatura em Pedagogia. Hoje, estou aqui,
escrevendo minha trajetória no stricto sensu, algo que almejava, mas que encontrava uma
distância enorme para ingressar.
Mesmo com toda a experiência profissional que tive, como instrumentação cirúrgica,
saúde pública, auditoria, home care, até o presente momento não abandonei a docência,
sempre trabalhei nestas outras áreas, mas continuava a ensinar. No ano de 2015, resolvi
dedicar-me exclusivamente, com muito orgulho, à área da docência, pois é a função em que
me realizo e na qual fortifico minhas ações de querer aprender e ensinar, fazendo com que
minhas inquietações sejam respondidas e originadas de maneira progressiva.
1. ARGUMENTAÇÃO
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profissional docente se constitui como uma interação entre a pessoa e as suas experiências
individuais e profissionais, pois a identidade se constrói e se transmite.
Esse processo de construção da identidade é algo complexo, mas fundamental na
trajetória do profissional, pois o tempo, as experiências, os apoios e a formação são
fundamentais para a construção e desenvolvimento profissional. Isso nos leva a buscar a
formação e contribuir como profissionais responsáveis pela construção do saber.
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário (a), em uma pesquisa. Após
ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo,
assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do
pesquisador (a) responsável. Em caso de recusa você não será penalizado (a) de forma
alguma.
Destino dos dados coletados: a pesquisadora será o responsável pelos dados originais
coletados por meio do questionário semiestruturado e entrevista coletiva, permanecendo de
posse dos mesmos, por um período não inferior a 5 (cinco) anos, quando então esses dados
serão destruídos. Os dados originais serão guardados, tomando-se todo o cuidado necessário
para garantir o anonimato dos participantes. As informações coletadas no decorrer da
pesquisa, bem como os conhecimentos gerados a partir dos mesmos, não serão utilizados em
prejuízo das pessoas ou da instituição onde o pesquisa será realizada. Os dados coletados por
meio da entrevista serão utilizados para a dissertação a ser apresentada ao Mestrado
Profissional em Educação da Universidade de Taubaté (SP), bem como para divulgar os
dados por meio de publicações em periódicos e/ou apresentações em eventos científicos.
DECLARAÇÃO:
Declaro que li e que compreendi todas as informações contidas neste documento, sanei todas
as minhas dúvidas, junto ao pesquisador, quanto a minha participação no presente estudo,
ficando-me claros, quais são os propósitos da presente pesquisa, os procedimentos a serem
realizados, os possíveis desconfortos e riscos, as garantias de não utilização das informações
em prejuízo das pessoas, no decorrer e na conclusão do trabalho, e da possibilidade de obter
esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que a minha participação não será paga,
bem como não terei despesas, inclusive, se decidir por desistir de participar da pesquisa.
Concordo em participar desse estudo podendo retirar meu consentimento a qualquer
momento, sem necessidade de justificar o motivo da desistência, antes ou durante a pesquisa,
sem penalidades, prejuízo ou perda de qualquer benefício que possa ter adquirido.
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Assinatura do Participante
Nome do Participante:
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Testemunha
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Testemunha