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Processo Do Trabalho

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PROCESSO DO TRABALHO

FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

CLT - Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de


disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência,
por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito,
principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o
direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou
particular prevaleça sobre o interesse público.

Quando a lei entra em vigor?


Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois
de oficialmente publicada (art. 1º da Lei de Introdução do Código Civil). No texto final
de cada lei é estabelecido quando ela entra em vigor, se não for pela regra geral.

Quando ocorrerá o término da vigência da Lei?


Se a Lei não se destina a vigência temporária, vigorará até que outra a modifique ou
revogue (art. 2º da Lei de Introdução do CC). As normas de direito processual, em
regra, apresentam eficácia imediata, de modo que incidem nas relações jurídicas
processuais em curso, desde que respeitado:
a) O direito adquirido;
b) O ato jurídico perfeito e a;
c) A coisa julgada (art. 5º, XXXVI, da CF).

O TST editou a Instrução Normativa n. 41/2018 estabelecendo que as alterações


tinham aplicação imediata, sem atingir, no entanto, situações pretéritas
iniciadas ou consolidadas sob a égide da lei revogada.

NORMAS: podem ser diferenciadas em regras e princípios e que a diferença entre


eles não é apenas gradual, mas sim qualitativa.

PRINCÍPIOS: são normas que ordenam a realização de algo na maior medida do


possível, dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes. São mandamentos
de otimização com a característica de que podem ser satisfeitos em graus variados;
REGRAS: são normas que são sempre satisfeitas ou insatisfeitas, pois se uma
regra vale, deve ser cumprida em seus próprios termos, nem mais, nem
menos, ou seja, contêm determinações no âmbito daquilo que é fática e
juridicamente possível.

Princípios Constitucionais de Processo


a) Devido processo legal (CF, art. 52, XXXV):
Juiz natural - aquele previamente instituído pela ordem jurídica (sem juízos de
exceção) (CF, art. 52, LIII);
Contraditório - direito de defesa (CF, art. 52, LV);
Observância do procedimento regular (CF, art. 52, LIV).

b) Publicidade dos atos processuais (CF, arts. 52, LX, e 93, IX):
Qualquer pessoa pode presenciar a realização dos atos processuais. Os atos da
parte e do juiz devem ser comunicados à parte contrária. Presença ao menos dos
advogados, no processo de segredo de justiça.

c) Motivação das decisões convencimento fundamentado do juiz (CF, art. 93, IX).

d) Garantia da assistência judiciária aos economicamente impossibilitados de


arcar com as despesas do processo (CF, art. 52, LXXIV).

e) Duplo grau de jurisdição revisão da sentença por órgão colegiado (CF, art. 52,
LV).

Princípios do Processo do Trabalho


Princípio da proteção - previsto na legislação processual que dão tratamento mais
favorável à parte mais vulnerável da relação processual, isto é, ao empregado.
Exemplo - Ausência das partes na audiência una ou inaugural:
a) Arquivamento (art. 884, caput, primeira parte)
b) Suspensão da prescrição (art. 11, § 3º)
c) Revelia (art. 884, caput, segunda parte).
Depósito recursal apenas o empregador - art. 899
Regras de competência territorial: local da prestação dos serviços (regra geral –
art. 651, caput).

Subsidiariedade — utilização do Direito Processual Civil como fonte subsidiária do


Direito Processual do Trabalho (CLT, art. 769).

Concentração de recursos - irrecorribilidade das decisões interlocutórias (CLT, art.


893, § 1º). Exceção: Súmula 214 do TST.

Dispositivo - o processo deve ser iniciado pelo autor, não cabendo ao juiz ou
tribunal conhecer de ofício de qualquer (CLT, art. 837)
Princípio inquisitivo - quando o instituto processual ou a situação processual puder
ser impulsionada de ofício pelo juiz (CLT, Arts. 765 e 852-D).

Instrumentalidade das formas — as formalidades processuais são meio e não fim


do processo.
Oralidade - predomínio da palavra sobre a escrita.
a) Petição inicial verbal (art. 840, §2º da CLT)
b) Defesa oral (art. 847 da CLT) 20 minutos
c) Razões finais orais (art. 850 da CLT)
d) Oitiva de testemunhas (arts. 820 e 848 da CLT).

Livre convicção do juiz - o magistrado tem ampla liberdade de apreciação da


prova.
Celeridade e economia processual - o máximo de atuação da lei com o mínimo
de atividade processual (CLT. art. 765)
Concentração - busca da solução do litígio numa única audiência de conciliação e
julgamento (CLT, art. 849). A conciliação é buscada primordialmente, só se
julgando o processo se não for possível compor o litígio mediante acordo judicial
(CLT, arts. 764, 846, 850 e 852-E).
Lealdade processual - dever das partes de colaborar para o esclarecimento da
verdade, não podendo alterar a realidade dos fatos.
Eventualidade - necessidade de apresentar todas as alegações na oportunidade
processual própria
lndisponibilidade de direitos — não se admite acordo judicial prejudicial ao
empregado (CLT, art. 9º).
Identidade física do juiz — o mesmo magistrado que tomou os depoimentos
pessoais e testemunhais deverá julgar a causa, uma vez que teve contato direto com
a prova (CPC antigo, art. 132);
● Não se aplica, no entanto, às Varas do Trabalho (Súmula 136 do TST).

Non reformatio in pejus - proibição de julgamento que piore ainda mais a situação
daquele que recorreu.
Aplicação imediata das leis processuais - as leis processuais se aplicam ao
processo na fase em que ele se encontrar

Jus postulandi - as partes podem postular em juízo, tanto o reclamante como


reclamada, pessoalmente, sem estarem representados por advogados, segundo o
disposto no art. 791 da CLT.
Limitação ao jus postulandi
Súmula n. 425. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-
se às VARAS DO TRABALHO E AOS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO,
não alcançando A AÇÃO RESCISÓRIA, A AÇÃO CAUTELAR, O MANDADO DE
SEGURANÇA E OS RECURSOS DE COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR
DO TRABALHO. (MAARA)

Art. 855-B CLT. O processo de homologação de ACORDO EXTRAJUDICIAL terá


início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por
advogado.

CONFLITOS
a) Individuais - tratam de interesses concretos e envolvem direito individuais
entre pessoas (ação trabalhista, inquérito para apuração de falta grave, ação
de consignação em pagamento).
b) Coletivos - tratam de interesses abstratos e envolvem uma categoria
(dissídio coletivo).
O que distingue os dissídios individuais dos coletivos não é o número de pessoas
envolvidas, mas sim a natureza dos interesses coletivos.
a) Econômicos - são aqueles que os trabalhadores reivindicam novas
condições de trabalho e novos salários.
b) Jurídicos - visam a interpretação ou aplicação de determinada norma jurídica
ao caso em exame.

FORMAS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS


a) Autodefesa - as próprias partes fazem a defesa de seus interesses. A
solução ocorre quando uma parte cede sua vontade à outra (greve, lockout).
b) Autocomposição - solução realizada pelas próprias partes, sem auxílio de
terceiro. Pode ser feita de forma extrajudicial ou judicial. Pode ser dividida em:
b.1) Unilateral - caracteriza-se pela renúncia de uma das partes a sua
pretensão
b.2) Bilateral - ocorre quando as partes fazem concessões recíprocas,
por exemplo ACT e CCT
c) Heterocomposição - quando a solução é determinada por terceiros
(mediação, arbitragem, tutela ou jurisdição).
c.1) Mediação:
● Ocorre quando um terceiro chamado pelas partes vem solucionar o
conflito;
● O mediador pode ser qualquer pessoa;
● Sua função é aproximar as partes para que elas resolvam os conflitos;
● O mediador ouve, aconselha, dá orientações, faz sugestões, mas não
decide;
● Em regra, é extrajudicial;
● NÃO COMPREENDE OS DISSÍDIOS COLETIVOS.
c.2) Arbitragem:
● As partes escolhem um árbitro, o qual pode ser uma pessoa ou órgão,
que decidirá a controvérsia impondo a solução aos litigantes;
● A decisão do árbitro é o laudo arbitral, o qual é um título executivo
passível de execução;
● A arbitragem é facultativa, mas se submetida, a parte deve cumprir as
decisões do árbitro;
● Só admitida quanto a direitos patrimoniais disponíveis, vida família,
não podem ser solucionados por arbitragem;
EMPREGADO QUE PODE TRANSACIONAR
CLT, art. 507-A Nos contratos individuais de trabalho cuja REMUNERAÇÃO seja
superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime
Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de
arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua
concordância expressa, nos termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro
de 1996.

EFEITOS DA SENTENÇA nos dissídios coletivos:


1) DECLARATÓRIOS: os quais compreendem a existência ou inexistência da
relação jurídica;
2) CONSTITUTIVOS: criam, extinguem ou modificam certo direito;
3) CONDENATÓRIOS: que compreendem a obrigação de dar, fazer ou não
fazer.

JURISDIÇÃO
A jurisdição ou tutela, é a forma de solucionar os conflitos por meio da interveniência
do Estado, gerando o processo judicial, o qual é de incumbência da Justiça do
Trabalho.

ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO - de acordo com o artigo 111 da CF e


artigo 644 da CLT são órgãos da Justiça do Trabalho: TST, TRT e juízes do
trabalho.

TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO


Os TRTs compõem-se de, no mínimo, 7 Juízes (alguns regimentos internos usam a
nomenclatura de Desembargadores), sendo, 1/5 advogados e os demais mediante
promoção de Juízes do Trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente.
● Atualmente no Brasil existem 24 TRTs.
● O Estado de SP é o único que abriga 2 TRTs: TRT da 2ª Região e TRT da
15ª Região).
● Os Estados do Amapá, Acre, Roraima e Tocantins não possuem TRT em
seus domínios.
● Santa Catarina tem o TRT 12.
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA
O TST compõe-se de 27 Ministros, sendo, 1/5 advogados com mais de 10 anos de
efetiva atividade profissional e membros do MPT com mais de 10 anos de efetivo
exercício, observando do disposto no art. 94 da CF e 4/5 composto pela escolha
entre juízes dos TRTs, oriundos da magistratura de carreira, cuja indicação é feita
pelo TST.

ÓRGÃOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO (art. 710 – 721 da CLT)


SECRETARIA DA VARA DO TRABALHO – CLT
É órgão auxiliar e permanente da 1ª instância, destinado a manter e conservar os
autos judiciais e realizar todos os serviços burocráticos, por meio de servidores.
Cada vara do trabalho possui 1 secretaria, que é chefiada pelo DIRETOR da
secretaria, nomeado pelo Juiz do Trabalho.
As atribuições da Secretaria da Vara do Trabalho estão previstas no art. 711 da CLT
e as atribuições do Diretor de Secretaria estão previstas no art. 712 da CLT.
Os TRTs também possuem uma secretaria, nos termos previstos nos arts. 718 e 719
da CLT.

DISTRIBUIDORES
Nos locais em que existir mais de uma Vara do Trabalho deve haver um distribuidor
(art. 713 da CLT). A distribuição será feita pela ordem rigorosa de sua apresentação
ao DISTRIBUIDOR.
Na hipótese de reclamação verbal, esta será distribuída antes de sua redução a
termo. Após a distribuição, a reclamação será remetida pelo distribuidor ao juízo
competente.
As atribuições do distribuidor estão previstas no art. 714 da CLT.

OFICIAL DE JUSTIÇA
Os Oficiais de Justiça têm a incumbência de realizar os atos fora da sede da vara do
trabalho ou dos tribunais. Em regra, na Justiça do Trabalho, suas atribuições estão
ligadas à FASE DE EXECUÇÃO como, por exemplo, a penhora dos bens.
As atribuições dos Oficiais de Justiça estão previstas no art. 721 da CLT.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO (art. 127, 128 e 130 da CF)
Não faz parte de nenhum dos três Poderes do Estado, mas constitui um ÓRGÃO
EXTRA-PODERES para controle dos Poderes clássicos. Função de defender a
sociedade perante os Poderes Públicos, no concernente aos direitos sociais
garantidos pela Constituição e defesa da sociedade. Sua função de CUSTOS LEGIS
decorre da natureza indisponível da maior parte dos direitos trabalhistas (razão da
classificação do Direito do Trabalho como Direito Público).
O empregado não pode abrir mão de seus principais direitos, cabendo ao Ministério
Público do Trabalho (MPT) defendê-los, mesmo que o trabalhador não o faça.

ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS


ATOS PROCESSUAIS (arts. 770 a 782 da CLT e arts. 188 a 275 do CP)
Os atos processuais são os atos praticados no curso do processo. O processo se
desenvolve com a prática de sucessivos atos processuais. Os atos processuais são
PÚBLICOS, exceto quando houver interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis
das 06 às 20 horas (art. 770 da CLT).
● Segredo de justiça: Art. 189 do CPC.

LGPD - Lei 13.709/18


Proteger os direitos fundamentais de liberdade, privacidade e o livre
desenvolvimento da personalidade da pessoa natural
● O sábado é dia útil para efeito processual, razão pela qual pode ser
realizado ato processual sem autorização do juiz. O que não ocorre aos
domingos e feriados. Mas não é considerado dia útil para prática de ato.
Não tem expediente forense. Não computa na contagem de prazos
● As partes e seus procuradores têm amplo acesso aos autos do processo (art.
779 da CLT).
Art. 188 do CPC: Os atos processuais, quando não tiverem forma expressa prevista
em lei: Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo
quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de
outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. Exemplo: Intimação em vez de
citação ou notificação. Intimação por meios telemáticos – Whatsapp, Instagram,
Facebook.
OBSERVAÇÕES:
Horário de peticionamento pelo PJe: até as 23:59h.
Termo de notificação na CLT = Citação e intimação.
A notificação não precisa ser pessoal: art. 774, parágrafo único da CLT.
Citação: INTEGRAR a lide
Intimação: DAR CIÊNCIA de ato processual
Notificação pelo WhatsApp e por e-mail
Nulidades: registrar protestos – renovar em razões finais. Exemplo: cerceamento de
defesa.
Domingo: precisa de autorização do juiz para realizar ato processual.

Peticionamento eletrônico - Lei 11.419/06 autorizou o envio de petições por meio


eletrônico. PJE: regulamentado na Resolução n. 185/2017 do CSJT.
Documentos eletrônicos: serão considerados originais. Caso haja alegação de
falsidade, a parte deve apresentar o original.

NOTIFICAÇÕES
As notificações presumem-se recebidas em 48h após a expedição, nos termos da
Súmula n. 16 do TST.
Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de
48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao
reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do
julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.

§ 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar


embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por
edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta,
afixado na sede da Junta ou Juízo.

§ 2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na


forma do parágrafo anterior.

§ 3o Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá,


sem o consentimento do reclamado, desistir da ação.
● Procedimento sumaríssimo não permite citação inicial por edital.
● Súmula nº 16 do TST - Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e
oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega
após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.

TERMOS PROCESSUAIS
O termo processual é a formalização do ato processual (documentação do ato). Os
atos processuais devem realizados em língua portuguesa, em atenção ao disposto
no art. 192 do CPC:
CPC, Art. 192, Parágrafo único. O documento redigido em língua estrangeira
somente poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de versão para a
língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou
firmada por tradutor juramentado.

PRAZOS PROCESSUAIS (arts. 218, 223, 225, 227 do CPC; 774, 775, 775-A e 776
da CLT; súmulas n. 1, 16, 30, 53, 197, 245, 262, 385, 387 do TST; OJs n. 146, 192,
310 da SDI-I do TST) .
Prazos processuais são os lapsos temporais dentro dos quais devem ser praticados
atos processuais, sob pena de preclusão temporal, exceto se provar justa causa
para não realização do ato, nos termos do art. 223 do CPC.

CPC - Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de


emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando
assegurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa causa.
§ 1º Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a impediu de
praticar o ato por si ou por mandatário.
§ 2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que
lhe assinar.

CLASSIFICAÇÃO DOS PRAZOS


a) Judicial: aquele fixado pelo juiz.
b) Legal: é o prazo com previsão em lei.
c) Convencional: aquele ajustado pelas partes.
ATENÇÃO!!!! somente pode haver prazo judicial ou convencional se NÃO existir
previsão legal ou se a lei contiver previsão expressa para tanto.
Quando a intimação não estabelece um prazo ou o ato processual não tem um
prazo estabelecido em lei, qual é o prazo legal? (Art. 218, § 3º, do CPC).
Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.
§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à
complexidade do ato.
§ 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão
a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias
o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do
prazo.
Exemplo: manifestação documentos, manifestação laudo pericial.

NÃO SE APLICAM ao processo do trabalho alguns dispositivos do CPC, são eles:


a) Art. 229 porque é incompatível com a OJ 310 da SDI-I –litisconsortes com
diferentes procuradores.
b) Art. 230 porque a CLT tem regra própria no art. 774 sobre contagem de
prazos.
Art. 230. O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Pública, a Defensoria
Pública e o Ministério Público será contado da citação, da intimação ou da
notificação.
Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se,
conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a
notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que
publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for
afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal.

RENÚNCIA DE PRAZO
A parte pode renunciar o prazo estabelecido exclusivamente em seu favor (art. 225
do CPC). Exemplo: Prazo de recurso, contestação, juntada de documentos.
Suspensão e interrupção do prazo. Em regra, os prazos processuais não se
suspendem nem se interrompem.
SUSPENSÃO
Ocorre quando a contagem é paralisada e, passada a causa da suspensão, retoma-
se a contagem de onde parou.
Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos
entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. [...]
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de
julgamento.

INTERRUPÇÃO
A contagem do prazo é suspensa e, quando cessada a interrupção, será reiniciada a
contagem do prazo. O prazo é devolvido por inteiro. Hipóteses de interrupção dos
prazos processuais:
a) Oposição de embargos de declaração - art. 897-A da CLT.
b) Morte da parte ou do advogado no fluxo do prazo recursal - art. 1004 do CPC.
c) Ocorrência de força maior no curso de prazo recursal (Exemplo: calamidade
pública) – art. 1004 do CPC.

CONTAGEM DO PRAZO PROCESSUAL


A data de início do prazo é a data da ciência da decisão ou da determinação judicial
que abre o prazo.
Art. 774. Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se,
conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a
notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar
o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital,
na sede da Junta, Juízo ou Tribunal.
Parágrafo único. Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser
encontrado o destinatário, ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará
obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de
48 horas, ao tribunal de origem.
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
O prazo inicia-se:
1) A partir da publicação ou da notificação pessoal;
2) A partir da publicação do edital.
É importante distinguir a data de início do prazo da data de início da contagem do
prazo. Exemplo: a intimação sobre uma sentença ocorreu através do DEJT na
quarta feira. O início da contagem ocorre na quinta feira desde que não seja feriado.
● Se a notificação ocorrer no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia
útil imediato (segunda-feira) e a contagem no dia subsequente (terça-feira)
(Súmula n. 262 do TST).
● Feriados locais Precisam ser comprovados nos autos

PRAZOS DIFERENCIADOS
a) Fazenda pública - Decreto nº 779/69, art. 1º, II e art. 183 do CPC - Prazo em
quádruplo para apresentação de defesa (no mínimo 20 dias com
antecedência da audiência, se a defesa for apresentada em audiência); e
prazo será em dobro para recorrer e para as demais manifestações nos
autos.
b) MPT - prazo em dobro para todas as manifestações (Art.180 do CPC).
c) Fazenda Pública: prazo em dobro para todas as manifestações (Art. 186 do
CPC).
d) Defensoria Pública – Art. 186 do CPC. Prazo em dobro.
e) Núcleos de Prática Jurídica das universidades - quando houver prazo
específico em lei, o prazo não será contado em dobro.
f) Exemplo: a lei do Mandado de Segurança especifica que o MP exaure
parecer em 10 dias.

LOCAL DOS ATOS PROCESSUAIS


Em regra, os atos processuais devem ser realizados na sede do Juízo, exceto em
casos especiais, por força do disposto no art. 813, § 1º, da CLT.
Art. 813. As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e
realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre
8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas,
salvo quando houver matéria urgente.
§ 1º Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das
audiências, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a
antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.

COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS


A comunicação dos atos processuais é o meio de dar conhecimento a alguém de
determinado ato processual. Entre os Juízos ela ocorre através de:
Carta precatória: comunicação entre juízos sem qualquer hierarquia.
Carta de ordem: comunicação entre o Tribunal e órgão hierarquicamente superior.
Carta rogatória: comunicação entre órgãos jurisdicionais estrangeiros.

Não sendo entre juízo, a comunicação ocorre através de:


Citação – Art. 238 CPC. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o
executado ou o interessado para integrar a relação processual.
Intimação – art. 234 do CPC: ⮚ Art. 269. Intimação é o ato pelo
qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.
A notificação é um ato que se dá ciência a alguém sobre alguma coisa.

NULIDADES - Art. 794 a 798 da CLT e arts. 188 e 276 a 283 do CPC
As nulidades processuais são consequências jurídicas das práticas de um ato que
tem um vício de ilegalidade quanto à forma prescrita em lei e que acarreta algum
prejuízo a uma ou mais de uma parte.
● A NULIDADE OCORRE quando há VÍCIO DE FORMA + PREJUÍZOS a outra
parte.
● Sem prejuízo não há nulidade.

CLASSIFICAÇÃO DAS NULIDADES


Absolutas: são aquelas que podem ser questionadas a qualquer tempo, por
qualquer interessado, em qualquer grau de jurisdição e declara de ofício pelo
Juízo.
Relativas: devem ser arguidas na primeira oportunidade para se manifestar e
somente pode ser suscitada por quem não tiver dado causa. O Juiz não pode
reconhecer de ofício.
PRINCÍPIOS
Princípio da transcendência (prejuízo):
Não há nulidade sem prejuízo. O prejuízo é somente quando resultar em prejuízo
para a parte.
Art. 794 CLT Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá
nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes
litigantes.
Exemplos: Indeferimento de produção de provas (perícia, documento); inquirição de
testemunha; indeferimento de pergunta à parte ou testemunha.

Princípio da convalidação ou da preclusão


Só aplica a nulidades relativas. Se a nulidade não for alegada na primeira
oportunidade, irá se convalidar.
Art. 795, da CLT As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação
das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em
audiência ou nos autos.
§1º Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em
incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios .
Exemplos: Registrar a insurgência mediante protesto; questão de ordem; renovar em
razões finais.

Princípio da economia processual


Para dar celeridade à marcha processual, se os atos puderem ser repetidos ou
supridos, assim o serão. Não se pronunciará nulo o ato, se não houver prejuízo.
Art. 796 CLT: A nulidade não será pronunciada:
a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato.
Exemplos: citação por whatsapp; falta de citação na execução e oposição de
embargos; falta de citação e apresentação de defesa.

Princípio do interesse
Aplica-se a nulidade relativa. A nulidade não é pronunciada se for arguida por quem
deu causa.
Art. 796, CLT: Art. 796 - A nulidade não será pronunciada:
b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa.
Princípio da utilidade (aproveitamento dos atos processuais)
Trata do aproveitamento dos atos que são válidos praticados no processo, desde
que sejam posteriores ao ato com vício que cause nulidade e que não sejam
consequência desse ato considerado nulo.
Art. 797 CLT - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que
ela se estende.
Art. 798 CLT - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele
dependam ou sejam consequência.
Exemplo: Nulidade de perícia não afeta prova testemunhal.

Princípio da instrumentalidade das formas


Princípio do processo civil ligado ao processo do trabalho.
Art. 188 do CPC Os atos e os termos processuais independem de forma
determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos
os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Exemplo: Intimação em vez de citação; intimação por telefone, whats, e-mail.

PARTES E PROCURADORES E TERCEIROS NO PROCESSO DO TRABALHO


CAPACIDADE
É a aptidão determinada pela ordem jurídica para o gozo e exercício de um direito
por seu titular.
● No Direito do Trabalho o menor de 16 não pode trabalhar, exceto a partir dos
14 anos, na condição de aprendiz.
● Até os dezesseis anos a incapacidade é absoluta.
● A partir dos 16 e até os 18 anos a capacidade é relativa.
● A partir dos 18 anos a capacidade é absoluta.
Relativamente à capacidade no direito do trabalho, dispõe o art. 439 da CLT: É
lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se, porém, de
rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar,
sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo
recebimento da indenização que lhe for devida.

REPRESENTAÇÃO
Na representação, é atribuída a alguém a qualidade para agir em nome de outrem,
manifestando a vontade do representado, substituindo-o.
a) Representação legal - Decorre de previsão em lei (sindicato).
b) Representação convencional – Faculdade das partes em fazerem-se
representar em Juízo.

Nos dissídios individuais o empregador pode se fazer representar por seu


preposto (CLT, art. 843, §1º), como nos dissídios coletivos (CLT, 861).
Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o
reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo,
nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os
empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria.
§ 1º - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer
outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o
proponente.
Art. 861 - É facultado ao empregador fazer-se representar na audiência pelo
gerente, ou por qualquer outro preposto que tenha conhecimento do dissídio, e por
cujas declarações será sempre responsável.

c) Representação geral – há representação em todos os atos. Como o


sindicato no dissídio coletivo (CLT, 513, “a”).
Art. 513 - São prerrogativas dos Sindicatos:
a) representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias, os interesses
gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou os interesses individuais dos
associados relativos à atividade ou profissão exercida;
d) Representação extrajudicial – quando o sindicato representa a categoria
nas negociações coletivas, acordos e convenções coletivos.

ASSISTÊNCIA
Ocorre a assistência quando é suprida a manifestação pessoal de vontade dos
relativamente incapazes. O assistente intervém na lide apenas para auxiliar a
parte. O assistido poderá manifestar livremente sua vontade junto com o terceiro
(o assistente). O assistente, ao contrário do representante, apenas supre a
deficiência de vontade do assistido, e não a substitui.
AS PARTES E A REPRESENTAÇÃO
A CLT não define corretamente a representação e assistência. Utiliza um e outro
como se fossem sinônimos.
O artigo 793 da CLT dispõe que: A reclamação trabalhista do menor de 18 anos
será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da
Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou
curador nomeado em juízo.
A capacidade trabalhista de a parte estar em juízo está totalmente regulada na CLT,
não se aplicando o CPC. O MPT deverá intervir nas reclamações de deficientes
mentais, surdos-mudos que não souberem expressar sua vontade. As partes devem
comparecer pessoalmente à audiência independente do comparecimento de seus
representantes” (art.843 da CLT).

Art. 843 CLT – Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e


o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes
salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os
empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria.
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro
preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o
proponente.
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente
comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá
fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou
pelo seu sindicato.
§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da
parte reclamada.
● A União é representada pela Advocacia Geral da União.
● Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são representados por seus
procuradores.
● O ente público não precisa se fazer representar por preposto, mas pode fazê-
lo se assim o desejar.
● A massa falida é representada em juízo pelo administrador judicial.
● O condomínio é representado em juízo pelo síndico do condomínio.
● O empregador doméstico é sempre a pessoa ou família.
JUS POSTULANDI
É o direito que a pessoa tem de estar em juízo, praticando pessoalmente todos
os atos autorizados para o exercício do direito de ação, independente do
patrocínio de advogado. No processo do trabalho, as partes (tanto empregador
como empregado) podem ingressar em juízo independentemente de patrocínio de
advogado.
● Limita-se às VTs e TRTs – Súmula 425 do TST.

Art. 791 CLT - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente


perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
§ 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se
representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado,
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por
advogado.

CLT - Art. 839 - A reclamação poderá ser apresentada:


a) pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e
pelos sindicatos de classe;
b) por intermédio das Procuradorias Regionais da Justiça do Trabalho.
● Para interpor o recurso extraordinário (por exemplo), a parte deverá fazê-lo
por advogado.

MANDADO TÁCITO
O mandato tácito ocorre pelo comparecimento da parte acompanhada de
advogado à audiência, aceitando os atos praticados em seu nome e em sua
presença pelo causídico.
● Não poderá substabelecer – OJ 200 SDI-1.
● A súmula 164 do TST admite o mandato tácito.
● PROCURAÇÃO. JUNTADA - O não-cumprimento das determinações dos §§
1º e 2º do art. 5º da Lei nº 8.906, de 04.07.1994 e do art. 37, parágrafo único,
do Código de Processo Civil importa o não-conhecimento de recurso, por
inexistente, exceto na hipótese de mandato tácito.
PROCURAÇÃO ‘APUD ACTA
É a que é dada nos próprios autos da causa, na presença do juiz oficiante, por
meio do escrivão ou registrada na ata da audiência. Tal procuração equipara-se à
por instrumento público.
A atual redação do art. 105 do CPC não mais menciona a necessidade de
reconhecimento de firma, que passa ser desnecessário. Tanto em relação à
procuração quanto ao substabelecimento.

RENÚNCIA DE MANDATO
O advogado poderá, a qualquer tempo, renunciar ao mandato, provando que
cientificou o mandante a fim de que este nomeie substituto. Durante os dez dias
seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que
necessário para lhe evitar prejuízo.
Art. 112 do CPC: O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo,
provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante,
a fim de que este nomeie sucessor.
§ 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o
mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo
§ 2º Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver sido
outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da
renúncia.

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
Assistência judiciária quer dizer quem vai patrocinar a causa para a pessoa, como o
advogado, o sindicato, a Procuradoria do Estado, a Defensoria Pública. Na Justiça
do Trabalho, a assistência judiciária é prestada pelo sindicato da categoria
profissional do trabalhador, conforme dispõe o art.14 da Lei nº 5.584/70.
Art. 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere à Lei nº
1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria
profissional a que pertencer o trabalhador.
§ 1º A assistência é devida a todo aquele que perceber salário igual ou inferior ao
dobro do mínimo legal, ficando assegurado igual benefício ao trabalhador de maior
salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite demandar,
sem prejuízo do sustento próprio ou da família.
§ 2º A situação econômica do trabalhador será comprovada em atestado fornecido
pela autoridade local do Ministério do Trabalho e Previdência Social, mediante
diligência sumária, que não poderá exceder de 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3º Não havendo no local a autoridade referida no parágrafo anterior, o atestado
deverá ser expedido pelo Delegado de Polícia da circunscrição onde resida o
empregado.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
CLT - Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o
máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o
valor atualizado da causa.
§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e
nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua
categoria.
§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de
sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em
juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as
obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva
de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos
subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que
justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais
obrigações do beneficiário.
§ 5 São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.
Atenção!!! ADI 5766 – STF – Excluiu os honorários advocatícios e periciais ao
beneficiário da Justiça Gratuita.
DEVERES DAS PARTES
CPC - Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de
seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do
processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são
destituídas de fundamento;
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração
ou à defesa do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final,
e não criar embaraços à sua efetivação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço
residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação
sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas
mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato
atentatório à dignidade da justiça.
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade
da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais
cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa,
de acordo com a gravidade da conduta.

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
CLT - Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
SUCESSÃO PROCESSUAL - Sucessão processual é uma forma de substituição
das partes no processo. Ao contrário do substituto processual, o sucessor defende
interesse próprio, em decorrência da própria sucessão, enquanto que o
substituto defende interesse alheio.

SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL
Consiste numa legitimação extraordinária, autorizada pela lei, para que alguém
pleiteie, em nome próprio, direito alheio em processo judicial. Há, portanto, uma
legitimação anômala, extraordinária, ad causam, para que o substituto processual
proponha ação, o que só se observa em relação ao autor.

LITISCONSÓRCIO - É a aglutinação de pessoas em um ou em ambos os pólos da


relação processual, de maneira ordinária ou superveniente, voluntária ou coacta,
nos casos previstos em lei.
Distinção da intervenção de terceiros: Os litisconsortes são partes originárias no
processo. Principais tipos: Litisconsórcio facultativo ou necessário, unitário ou
simples.

CUMULAÇÃO OBJETIVA – refere-se aos pedidos


Quando existem vários pedidos feitos em face do mesmo réu.
a) Cumulação simples: os pedidos não se acham inter-relacionados por
qualquer motivo, sendo, porém, compatíveis entre si.
b) Cumulação sucessiva: a apreciação do pedido posterior apenas será
possível se o anterior não for acolhido. Exemplo: Pagamento de horas extras
ou equiparação com cargo de gerência.
c) Cumulação alternativa: quando forem feitos dois ou mais pedidos em
decorrência da narração dos fatos, embora só um possa ser acolhido.
Exemplo: Gestante: Reintegração ou indenização. Cumulação subjetiva –
refere-se a partes

Na cumulação subjetiva, não há cumulação de pedidos, mas a cumulação de partes


no processo.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Terceiras pessoas, estranhas à lide, podem ingressar no processo, por provocação
de uma das partes, ou, até, mesmo, voluntariamente, para defender interesse
próprio.
● A intervenção provocada existe na nomeação à autoria, na denunciação da
lide e no chamamento ao processo.
● A intervenção voluntária, consiste na assistência e na oposição.
● A intervenção de terceiros não possui previsão na CLT, sendo regulada
completamente pelo CPC, nos artigos 119 e seguintes.
CPC Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro
juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá
intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos
os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se
encontre.
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do
assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico
para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.

ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL
CPC - Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre
que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
Exemplo de assistência no processo do trabalho é a atuação do sindicato em ação
trabalhista.

DENUNCIAÇÃO DA LIDE
CPC: Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das
partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido
ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe
resultam;
II - em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. - àquele que
estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação
da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.

Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante


for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na
forma e nos prazos previstos no art. 131.
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição
de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição
inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu.

Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:


I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo
prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua
defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à
ação regressiva;
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o
denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento,
pedir apenas a procedência da ação de regresso.
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o
caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos
limites da condenação deste na ação regressiva.

CHAMAMENTO AO PROCESSO
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o
pagamento da dívida comum.
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será
requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta)
dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção
judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu
que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal,
ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar.

PETIÇÃO INICIAL (CLT, Art. 839, 840, 853, 856, 731 e 786 da CLT e Súmula n.
263 do TST)
A petição inicial é a peça, ESCRITA OU VERBAL, na qual a parte autora formula o
pedido de tutela jurisdicional ao Estado-Juiz, provocando-o para que realize o
pronunciamento sobre o direito no caso concreto.
A petição inicial não poderá ser verbal: Nos dissídios coletivos; e no inquérito de
apuração de falta grave. A petição inicial recebe o nome de RECLAMAÇÃO
TRABALHISTA. Na petição inicial, o autor é denominado de RECLAMANTE e o réu
de RECLAMADO.
● O art. 840, § 1º, da CLT prevê os requisitos da petição inicial escrita, mas não
exaure o tema, razão pela qual aplica-se subsidiariamente o art. 319 do CPC,
em atenção ao disposto no art. 769 da CLT.

QUALIFICAÇÃO DAS PARTES


A qualificação das partes no processo do trabalho (reclamante e reclamado), deve
ser realizada com a INSERÇÃO do nome completo de cada parte, estado civil,
nacionalidade, profissão, nome da mãe, data de nascimento, número de identidade,
número de CPF, número do PIS, número da CTPS, endereço completo com CEP, no
caso de ser pessoa física, em sendo pessoa jurídica (reclamada), deverá constar o
nome (firma ou denominação) o número do CNPJ e o endereço de sua sede, sendo
desnecessária a indicação dos nomes dos sócios.

GRATUIDADE DA JUSTIÇA (Art. 790, § 4º, da CLT)


Caso seja necessário, deve ser requerida a gratuidade de justiça (pode ser antes da
narração dos fatos ou depois), demonstrando a hipossuficiência econômica do
reclamante, na forma prevista no art. 790, §§ 3º e 4º, da CLT

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
Ainda antes da narrativa dos fatos, ficar atento para possíveis alegações de
PRIORIDADES NO ANDAMENTO PROCESSUAL, sendo que as principais são:
a) prioridade do idoso - art. 71 da Lei 10.741/03 e art. 1.048 do CPC;
b) prioridade da criança e adolescentes - art. 1.048 do CPC;
c) prioridade por doença grave - art. 1048 do CPC;
d) prioridade deficiente - art. 9º Lei 13.146/15; e
e) massa falida - art. 449 e 768 CLT.
f) pagamento de salário e falência do empregador: art. 652, parágrafo único, da
CLT.

PROCEDIMENTO
O valor da causa define o procedimento de tramitação da reclamatória trabalhista, a
saber:
1) Sumário: até dois salários mínimos
2) Sumaríssimo: entre 2 e 40 salários mínimos
3) Ordinário: acima de 40 salários mínimos.
Para a determinação do valor da causa deve ser considerado o disposto nos artigos
291 e 292 do CPC.

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