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Aula 02 - TGP - 2024

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TEORIA GERAL

DO PROCESSO

Prof. Júlio César Franco


 Procedimento, pois, é a forma do andamento do processo. É o
‘modus operandi’ do processo. Quanto ao RITO, o procedimento
no processo civil pode ser COMUM, ESPECIAL ou de
EXECUÇÃO.
 Finalmente, PRETENSÃO é a exigência, o pedido ou a
postulação que a parte deduz perante o juiz.
 O OBJETO do processo é a PRETENSÃO PROCESSUAL, ou
seja, o pedido formulado pelo autor na petição inicial.
 F) FORMAS DE SOLUÇÃO DOS LITÍGIOS – A forma ordinária
de solução de conflitos faz-se pela atuação do Estado-juiz,
impondo ao caso concreto a solução prevista em abstrato pelo
ordenamento jurídico, pois o Estado detém o monopólio do
poder jurisdicional.
 É a jurisdição estatal - ou simplesmente jurisdição - que viabiliza
a pacificação do convívio social, solucionando os conflitos e
disputas. Essa é a solução pelo PROCESSO.
UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco
 A AUTOTUTELA, que é o meio de defesa dos direitos pela própria
força, normalmente não é admitida, pois em geral deságua no
campo da vingança particular. Veda-se ao particular o exercício,
por sua conta, das próprias razões, pois tal implica em usurpação
dos poderes jurisdicionais do Estado e implica em ilícito penal.
 Porém, há casos em que se permite ao ofendido a defesa dos
direitos por sua própria conta, em razão da impossibilidade de
oportuna intervenção do órgão estatal, dadas a natureza da
relação jurídica discutida e a urgência da medida a ser adotada.
 A autotutela é admitida: a) em LEGÍTIMA DEFESA (repulsa à
violação ou ameaça a direito – art. 188, I do CC); b) DESFORÇO
IMEDIATO (defesa da posse - art. 1.210, §1º do CC); c) PENHOR
LEGAL (em favor dos hoteleiros e fornecedores de pousadas e
alimentos - art. 1.467, I do CC); d) DIREITO DE RETENÇÃO
(possuidor de boa-fé, quanto às benfeitorias necessárias e úteis -
art. 1.219 do CC); e) CORTE DE RAMOS E RAÍZES DE
ÁRVORES (vizinhança - art. 1.283 do CC).
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 Não obstante, a chamada AUTOCOMPOSIÇÃO é perfeitamente
admitida, devendo ser entendida como a forma de solução de conflitos
intersubjetivos promovida pelos próprios litigantes nos autos do
processo e realizada ou não sob orientação do juiz ou do conciliador;
ou fora do processo, por iniciativa dos interessados.
 Convém distinguir conciliação da autocomposição. (1) Há
autocomposição quando as próprias partes se ajustam, nos autos do
processo ou fora deles, sem interferência externa. (2) Denomina-se
conciliação, a atuação do juiz ou de conciliador, destinada a estimular
as partes à autocomposição.
 A autocomposição, em sentido amplo, comum, e como resultado da
mediação/conciliação, pode consistir em SUBMISSÃO, RENÚNCIA ou
TRANSAÇÃO.
 Ocorre a SUBMISSÃO quando aquele que resiste à pretensão, deixa
de resistir. É o reconhecimento jurídico do pedido. Implica na
concordância do RÉU com a pretensão principal do Autor. Ou seja, o
RÉU deixa de continuar resistindo à pretensão do autor, ocorrendo o
que se chama de confessar a ação.
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 Por sua vez, RENÚNCIA se caracteriza pelo abandono do
DIREITO em que se funda a demanda. Assim, o autor deixa de
pretender, abrindo mão do seu direito.
 A renúncia é diferente de desistência da ação, pois nesse último
caso apenas o processo termina, mas outro pode ser iniciado
depois; na renúncia, é o próprio direito material que é abandonado.
 Finalmente, TRANSAÇÃO é o meio de prevenir ou extinguir
litígios mediante concessões mútuas e recíprocas entre os
contendores. Cada parte abre mão de uma parcela da sua
pretensão, de modo a chegar a um lugar de interesse comum,
permitindo o estabelecimento de novos vínculos obrigacionais
entre os transigentes.
 Transação é contrato, pois resulta de acordo de vontade sobre
determinado objeto. Mas só pode ter por objeto direitos
patrimoniais de caráter privado (art. 841 do CC). Feito em juízo,
deve ser homologada, para valer como título executivo.
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 G) MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS –
 A máquina Estatal para solução dos conflitos é o Poder Judiciário.
Mas o mesmo não se mostra eficaz e suficiente para atender todas
as demandas que aportam nos tribunais. Frustra-se, assim, esse
instrumento de pacificação social.
 Surgem, desse modo, os mecanismos alternativos de solução de
conflitos, os chamados ADR's (alternative dispute resolution), na
busca por uma ORDEM JURÍDICA JUSTA.
 Tais mecanismos surgem como forma de Justiça Privada lastreada
em “soluções coexistenciais ao Poder Judiciário” e que buscam
combater a duração dos conflitos e disponibilizam meios
extrajudiciais de composição de disputas, viabilizando rápida e
eficiente solução das lides.
 O Poder Judiciário caminha, atualmente, ao encontro de Métodos
Consensuais de Solução de Conflitos, por meio de instrumentos
de AÇÃO SOCIAL PARTICIPATIVA. A solução consensual será
sempre PRIORIDADE (art. 3º, §§2º e 3º).
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 São formas alternativas de solução de conflitos: a CONCILIAÇÃO, a
MEDIAÇÃO e a ARBITRAGEM.
 Na CONCILIAÇÃO, as partes são levadas a participar da solução do
conflito. A conciliação objetiva que as partes possam (1) reconhecer os
limites do conflito e (2) encontrar uma solução conjunta.
 O conciliador, após ouvir as partes, sugere a solução consensual do
litígio. A conciliação é utilizada nos casos em que não houver vínculo
anterior entre as partes (art. 165, §1º do CPC).
 Na MEDIAÇÃO o mediador coordenará reuniões separadas ou
conjuntas com as partes envolvidas, com o fim de estimular o diálogo
cooperativo entre elas, para que possam alcançar a resolução da
controvérsia.
 O mediador conduz as partes, fazendo com que os (1) interessados
descubram as causas do conflito e (2) cheguem, por si só, à prevenção
ou solução da controvérsia. A mediação é utilizada nos casos em que
houver vínculo anterior entre as partes (art. 165, §2º do CPC). O que se
busca na mediação é a satisfação dos interesses, dos valores e
necessidades das pessoas envolvidas na controvérsia.
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 Por sua vez, a ARBITRAGEM é o meio utilizado para resolver conflitos
que versem sobre direitos patrimoniais disponíveis e o litígio será
solucionado por um especialista. A decisão caberá ao juiz arbitral ou
árbitro, que não precisa ter conhecimentos jurídicos, tampouco
formação superior, mas deve ao menos, ter conhecimento técnico para
resolver o problema, sendo um terceiro de confiança de ambas as
partes.
 A arbitragem é disciplinada pela Lei nº 9.307/96 e art. 3º, §1º do CPC.
É preciso ajustar a chamada cláusula compromissória, que nada mais
é do que a promessa de resolver, através de árbitros, as controvérsias
futuras e eventuais.
 H) DIREITO MATERIAL E DIREITO PROCESSUAL –
 O direito objetivo, material ou substancial, é formado por normas (1)
disciplinadoras das relações entre os indivíduos e os bens da vida, bem
como (2) coordenadoras das relações dos sujeitos entre si.
 O direito processual, ou direito formal, é formado por regras e leis
processuais, que estabelecem o (1) modo de desenvolvimento do
processo, e o (2) comportamento das partes durante a demanda.
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 O que caracteriza a regra (lei) como de direito material ou
processual é a sua MATÉRIA e a sua FINALIDADE, esteja ela no
corpo de leis em que estiver.
 O direito processual é um RAMO AUTÔNOMO nas ciências
jurídicas e é integrante do DIREITO PÚBLICO, porém, mantém um
CARÁTER INSTRUMENTAL, pois o processo é o meio que realiza
o direito substancial.
 Assim, o direito processual civil pode ser DEFINIDO como o “ramo
do direito público, composto por um conjunto de normas e princípios
que disciplinam a atividade jurisdicional, provocada pela parte ou
interessado, e exercida mediante o processo, para o fim de
aplicação ao caso concreto da regra de direito material não penal”.
 É OBJETO do direito processual civil: a) a natureza da jurisdição
(caracteres, espécies, modos de exercício e divisão); b) o direito de
ação e de defesa (natureza, caracteres, classes e condições); e c) o
processo (faculdades e ônus dos sujeitos, modo de
desenvolvimento, atos que o compõem, e seus efeitos) .
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