O documento discute conceitos fundamentais do processo civil, como procedimento, rito, pretensão, objeto do processo, formas de solução de litígios, meios alternativos de solução de conflitos e a relação entre direito material e processual.
O documento discute conceitos fundamentais do processo civil, como procedimento, rito, pretensão, objeto do processo, formas de solução de litígios, meios alternativos de solução de conflitos e a relação entre direito material e processual.
O documento discute conceitos fundamentais do processo civil, como procedimento, rito, pretensão, objeto do processo, formas de solução de litígios, meios alternativos de solução de conflitos e a relação entre direito material e processual.
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TEORIA GERAL
DO PROCESSO
Prof. Júlio César Franco
Procedimento, pois, é a forma do andamento do processo. É o ‘modus operandi’ do processo. Quanto ao RITO, o procedimento no processo civil pode ser COMUM, ESPECIAL ou de EXECUÇÃO. Finalmente, PRETENSÃO é a exigência, o pedido ou a postulação que a parte deduz perante o juiz. O OBJETO do processo é a PRETENSÃO PROCESSUAL, ou seja, o pedido formulado pelo autor na petição inicial. F) FORMAS DE SOLUÇÃO DOS LITÍGIOS – A forma ordinária de solução de conflitos faz-se pela atuação do Estado-juiz, impondo ao caso concreto a solução prevista em abstrato pelo ordenamento jurídico, pois o Estado detém o monopólio do poder jurisdicional. É a jurisdição estatal - ou simplesmente jurisdição - que viabiliza a pacificação do convívio social, solucionando os conflitos e disputas. Essa é a solução pelo PROCESSO. UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco A AUTOTUTELA, que é o meio de defesa dos direitos pela própria força, normalmente não é admitida, pois em geral deságua no campo da vingança particular. Veda-se ao particular o exercício, por sua conta, das próprias razões, pois tal implica em usurpação dos poderes jurisdicionais do Estado e implica em ilícito penal. Porém, há casos em que se permite ao ofendido a defesa dos direitos por sua própria conta, em razão da impossibilidade de oportuna intervenção do órgão estatal, dadas a natureza da relação jurídica discutida e a urgência da medida a ser adotada. A autotutela é admitida: a) em LEGÍTIMA DEFESA (repulsa à violação ou ameaça a direito – art. 188, I do CC); b) DESFORÇO IMEDIATO (defesa da posse - art. 1.210, §1º do CC); c) PENHOR LEGAL (em favor dos hoteleiros e fornecedores de pousadas e alimentos - art. 1.467, I do CC); d) DIREITO DE RETENÇÃO (possuidor de boa-fé, quanto às benfeitorias necessárias e úteis - art. 1.219 do CC); e) CORTE DE RAMOS E RAÍZES DE ÁRVORES (vizinhança - art. 1.283 do CC). UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco Não obstante, a chamada AUTOCOMPOSIÇÃO é perfeitamente admitida, devendo ser entendida como a forma de solução de conflitos intersubjetivos promovida pelos próprios litigantes nos autos do processo e realizada ou não sob orientação do juiz ou do conciliador; ou fora do processo, por iniciativa dos interessados. Convém distinguir conciliação da autocomposição. (1) Há autocomposição quando as próprias partes se ajustam, nos autos do processo ou fora deles, sem interferência externa. (2) Denomina-se conciliação, a atuação do juiz ou de conciliador, destinada a estimular as partes à autocomposição. A autocomposição, em sentido amplo, comum, e como resultado da mediação/conciliação, pode consistir em SUBMISSÃO, RENÚNCIA ou TRANSAÇÃO. Ocorre a SUBMISSÃO quando aquele que resiste à pretensão, deixa de resistir. É o reconhecimento jurídico do pedido. Implica na concordância do RÉU com a pretensão principal do Autor. Ou seja, o RÉU deixa de continuar resistindo à pretensão do autor, ocorrendo o que se chama de confessar a ação. UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco Por sua vez, RENÚNCIA se caracteriza pelo abandono do DIREITO em que se funda a demanda. Assim, o autor deixa de pretender, abrindo mão do seu direito. A renúncia é diferente de desistência da ação, pois nesse último caso apenas o processo termina, mas outro pode ser iniciado depois; na renúncia, é o próprio direito material que é abandonado. Finalmente, TRANSAÇÃO é o meio de prevenir ou extinguir litígios mediante concessões mútuas e recíprocas entre os contendores. Cada parte abre mão de uma parcela da sua pretensão, de modo a chegar a um lugar de interesse comum, permitindo o estabelecimento de novos vínculos obrigacionais entre os transigentes. Transação é contrato, pois resulta de acordo de vontade sobre determinado objeto. Mas só pode ter por objeto direitos patrimoniais de caráter privado (art. 841 do CC). Feito em juízo, deve ser homologada, para valer como título executivo. UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco G) MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS – A máquina Estatal para solução dos conflitos é o Poder Judiciário. Mas o mesmo não se mostra eficaz e suficiente para atender todas as demandas que aportam nos tribunais. Frustra-se, assim, esse instrumento de pacificação social. Surgem, desse modo, os mecanismos alternativos de solução de conflitos, os chamados ADR's (alternative dispute resolution), na busca por uma ORDEM JURÍDICA JUSTA. Tais mecanismos surgem como forma de Justiça Privada lastreada em “soluções coexistenciais ao Poder Judiciário” e que buscam combater a duração dos conflitos e disponibilizam meios extrajudiciais de composição de disputas, viabilizando rápida e eficiente solução das lides. O Poder Judiciário caminha, atualmente, ao encontro de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, por meio de instrumentos de AÇÃO SOCIAL PARTICIPATIVA. A solução consensual será sempre PRIORIDADE (art. 3º, §§2º e 3º). UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco São formas alternativas de solução de conflitos: a CONCILIAÇÃO, a MEDIAÇÃO e a ARBITRAGEM. Na CONCILIAÇÃO, as partes são levadas a participar da solução do conflito. A conciliação objetiva que as partes possam (1) reconhecer os limites do conflito e (2) encontrar uma solução conjunta. O conciliador, após ouvir as partes, sugere a solução consensual do litígio. A conciliação é utilizada nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes (art. 165, §1º do CPC). Na MEDIAÇÃO o mediador coordenará reuniões separadas ou conjuntas com as partes envolvidas, com o fim de estimular o diálogo cooperativo entre elas, para que possam alcançar a resolução da controvérsia. O mediador conduz as partes, fazendo com que os (1) interessados descubram as causas do conflito e (2) cheguem, por si só, à prevenção ou solução da controvérsia. A mediação é utilizada nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes (art. 165, §2º do CPC). O que se busca na mediação é a satisfação dos interesses, dos valores e necessidades das pessoas envolvidas na controvérsia. UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco Por sua vez, a ARBITRAGEM é o meio utilizado para resolver conflitos que versem sobre direitos patrimoniais disponíveis e o litígio será solucionado por um especialista. A decisão caberá ao juiz arbitral ou árbitro, que não precisa ter conhecimentos jurídicos, tampouco formação superior, mas deve ao menos, ter conhecimento técnico para resolver o problema, sendo um terceiro de confiança de ambas as partes. A arbitragem é disciplinada pela Lei nº 9.307/96 e art. 3º, §1º do CPC. É preciso ajustar a chamada cláusula compromissória, que nada mais é do que a promessa de resolver, através de árbitros, as controvérsias futuras e eventuais. H) DIREITO MATERIAL E DIREITO PROCESSUAL – O direito objetivo, material ou substancial, é formado por normas (1) disciplinadoras das relações entre os indivíduos e os bens da vida, bem como (2) coordenadoras das relações dos sujeitos entre si. O direito processual, ou direito formal, é formado por regras e leis processuais, que estabelecem o (1) modo de desenvolvimento do processo, e o (2) comportamento das partes durante a demanda. UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco O que caracteriza a regra (lei) como de direito material ou processual é a sua MATÉRIA e a sua FINALIDADE, esteja ela no corpo de leis em que estiver. O direito processual é um RAMO AUTÔNOMO nas ciências jurídicas e é integrante do DIREITO PÚBLICO, porém, mantém um CARÁTER INSTRUMENTAL, pois o processo é o meio que realiza o direito substancial. Assim, o direito processual civil pode ser DEFINIDO como o “ramo do direito público, composto por um conjunto de normas e princípios que disciplinam a atividade jurisdicional, provocada pela parte ou interessado, e exercida mediante o processo, para o fim de aplicação ao caso concreto da regra de direito material não penal”. É OBJETO do direito processual civil: a) a natureza da jurisdição (caracteres, espécies, modos de exercício e divisão); b) o direito de ação e de defesa (natureza, caracteres, classes e condições); e c) o processo (faculdades e ônus dos sujeitos, modo de desenvolvimento, atos que o compõem, e seus efeitos) . UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco