Manifestações Rítmicas e Expressivas
Manifestações Rítmicas e Expressivas
Manifestações Rítmicas e Expressivas
Rítmicas e Expressivas
Material Teórico
Manifestações da Cultura
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Santos
Manifestações da Cultura
• Introdução;
• O Nascimento do Meme;
• O Cultivo do Espírito;
• O Corpo Cultural;
• A Linguagem da Dança;
• O Ritmo na Linguagem da Música.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer conceitualmente o que é cultura;
· Identificar manifestações culturais;
· Reconhecer o corpo como lugar da cultura;
· Conhecer a dança sob a ótica da cultura e da linguagem;
· Conhecer o ritmo sob a ótica da cultura e da linguagem.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Manifestações da Cultura
Introdução
Em um tempo antigo, o ser humano começa a se destacar dos demais habitantes do planeta
Explor
Terra: https://youtu.be/ypEaGQb6dJk
Você conhecia o filme 2001: uma odisseia no espaço, de Stanley Kubrick? “Mas
que falta de cultura”!
O Nascimento do Meme
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uma imagem de nossos possíveis ancestrais e conecta suas primeiras conquistas (as
ferramentas) a um futuro no espaço. É uma obra repleta de poesia, na qual naves e
estações espaciais dançam ao som de música orquestral, como um balé em gravida-
de zero. Ao final, o monólito reaparece e o inexplicável acontece, incrível, no sen-
tido mais estrito da palavra (e esse é um convite para você assistir a todo o filme).
E os memes?
Algumas necessidades básicas precisam ser atendidas para que os animais não
pereçam. O mesmo era válido para nossos ancestrais. Comer, beber, dormir, buscar
alimento, encontrar abrigo, fugir, caçar, procriar.
O biólogo Richard Dawkins (2007) defende uma ideia interessante: procriar (ou
replicar) faz parte do processo de sobrevivência porque quem está interessado em
sobreviver não é exatamente o animal, mas seus genes.
Assista ao trecho do filme Fantasia, de Walt Disney, lançado em 1940, que aborda a
Explor
evolução das espécies, a formação do planeta e o domínio dos dinossauros sobre a Terra:
https://youtu.be/EiAFUJ4Shao
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UNIDADE Manifestações da Cultura
A esta altura você deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com cultura?
Dawkins não foi o primeiro a tentar estabelecer uma relação entre a teoria evolutiva
de Darwin e a cultura, mas, com sua mudança de foco (colocando o gene e sua
capacidade replicadora na base da evolução), nasceu uma ideia que está fazendo
muita gente repensar o patrimônio do espírito humano. Em uma analogia ao gene,
Dawkins inventou o meme, o replicador cultural.
Tal como o gene, o meme está na corrida da sobrevivência. Ele pula de mente
em mente e utiliza os mais diversos recursos para se manter replicando. A teoria
construtivista, a power ioga, os X-men são memes e, como tais, fazem parte da
competição. Como seres moralmente guiados, nós gostaríamos de acreditar que
apenas os memes mais sadios para a espécie humana e sua vida em sociedade
sobrevivem, mas sabemos que não é bem assim – o meme da superioridade racial
(ou de gênero), por exemplo, persiste sob várias formas em diferentes culturas.
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Você Sabia? Importante!
“Eu pensei que ‘meme’ eram aquelas coisas engraçadas que circulam nas redes sociais.”.
Se você pensa assim, não está totalmente errado. Na teoria de Dawkins, o meme é
considerado algo que se replica por contaminação. Ele “pula” de mente em mente, faz
dela sua hospedagem e ponto de partida para a próxima mente. Sabe aquele momento
em que você ouve uma música e, um tempo depois, você está cantarolando ou assoviando
ela? Pois foi o meme da música criado por uma mente que pulou para a sua mente e,
se alguém lhe ouvir assoviar, vai contaminar também a mente daquela pessoa. Quando
as primeiras publicações virais surgiram no mundo digital, foi dada a elas o nome de
“memes” em referência à teoria de Dawkins. Portanto, esta palavra, amplamente usada
nas redes sociais, nasceu desse novo conceito da teoria da evolução (agora não apenas
das espécies, mas também da cultura).
O Cultivo do Espírito
O ser humano vivia daquilo que a natureza lhe oferecia, alimentava-se dos frutos
que estavam nas árvores, de vegetais e animais, em uma vida nômade. Ele então
aprende a lavrar a terra, a plantar e cultivar seu próprio alimento. Desse modo,
não mais se dependeria de encontrar na natureza os alimentos, pois o ser humano
criaria suas próprias fontes de subsistência.
Trocando ideias...Importante!
Que tal fazer uma experiência para testar o poder de uma imagem? Escolha uma
fotografia (impressa) de alguém que você ama. Agora, pegue uma agulha e tente furar
os olhos da pessoa por quem você nutre amor. De fato, a agulha estará perfurando um
pedaço de papel, mas a presença da imagem inibe a ação. Temos a impressão de fazer à
própria pessoa. Em pleno século XXI, algo que parece tão primitivo, continua a exercer
alguma força sobre nós.
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UNIDADE Manifestações da Cultura
Quando dizemos que cultura é o cultivo do espírito, não estamos nos referindo
à alma, a uma consciência sem corpo, mas do espírito humano, das artes, letras,
filosofia, ciências e práticas corporais elaboradas.
Se, antes, o ser humano corria para fugir de predadores, ou para caçar animais,
com o crescimento da cultura, ele passará a correr como forma de se exercitar, trei-
nar e competir. É muito diferente a corrida de caça e a de uma maratona olímpica.
Foi por meio da cultura também que pudemos driblar a morte. A imagem de
uma pessoa pode existir durante muito mais tempo que sua curta vida. Ainda hoje,
por exemplo, encontramos máscaras mortuárias de ouro de pessoas que viveram
Egito antigo. O faraó já não vive mais, mas sua imagem atravessa os tempos.
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O Corpo Cultural
O ser humano estendeu sua cultura para além de seu corpo, criando pinturas,
esculturas, monumentos, templos, livros, veículos, roupas, utensílios e toda farta
aparelhagem tecnológica de que hoje dispomos. Apesar desse alargamento, é o
corpo a origem e a quem, em última instância, se destina a cultura.
Com o desenvolvimento da cultura, o corpo não pode ser mais pensado apenas
por suas características biológicas. O corpo ganha uma dimensão cultural. Um
exemplo claro são as ideias acerca do que é um corpo belo. Cada contexto (histórico,
geográfico, étnico, identitário) pensará a beleza de uma forma diferente. A mulher
do romantismo, pálida, languida, magra, com olheiras, que acaba por ficar doente
para conformar-se aos ideias de beleza da época, em muito difere da mulher fitness
contemporânea, cuja expressão da boa saúde e do vigor físico estabelecem uma
beleza corporal desejada quase oposta da romântica.
Norval Baitello Junior (1999, p. 28) delimita, sob o ponto de vista da semiótica,
qual é o campo de estudo da cultura:
Interessa-nos [...] aquele momento em que a autoconsciência se mani-
festa, ou seja, quando o homem é objeto do cultivo do próprio homem.
Este momento do voltar-se a si mesmo apontando para a possibilidade do
construir-se, do refazer-se, do melhorar-se ou piorar-se, do embelezar-se
ou enfeitar-se, constitui a ponte para a superação das amarras da realida-
de físico-biológica. [...] Esquecer a mera sobrevivência física e permitir-se
o ócio da autoconsciência e ainda mais, da metaconsciência, constitui o
traço principal desse setor cuja denominação mais adequada parece ser
exatamente “cultura”.
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UNIDADE Manifestações da Cultura
A Linguagem da Dança
No universo cultural, estabelecemos códigos, maneiras pelas quais podemos re-
alizar algo em colaboração, ou compartilhamento com outras pessoas. Você está
lendo este material didático em língua portuguesa. Ele foi escrito neste código e
você, por também conhecê-lo, pode ler o que está escrito aqui. O mesmo não
aconteceria se este material estivesse escrito em sânscrito.
Os códigos, seus modos de operar, os sentidos que eles geram, suas funções
criam algo que chamamos de “linguagem”. Para ler uma história em quadrinhos
você, precisa conhecer a linguagem, identificando as falas das personagens nos
balões, as narrativas em espaços que não são balões (em geral dentro de retângulos),
as onomatopeias, o sentido da leitura (de cima para baixo, da esquerda para a
direita) etc. Se, ao invés de uma obra ocidental, você tiver contato com um mangá
(as histórias em quadrinhos japonesas), você perceberá diferenças de linguagem
(como o sentido de leitura da direita para esquerda e o início da história na parte
da encadernação que, para os ocidentais, seria o final).
Em muitas danças de salão, quando o cavalheiro leva as mãos da dama para o alto
é um sinal para a realização de um giro. Isso não é algo que está na programação
genética do corpo, é um código por ele aprendido. Cavalheiros e damas de dança
de salão realizam certas ações a partir de gestos combinados.
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Há na dança, portanto, uma relação de comunicação, de relações e significados.
O corpo está constantemente se comunicando, ou por gestos, posturas, falas,
ou por meio de expressões artísticas. Até mesmo nosso modo de olhar pode
estabelecer uma série de significados (medo, ciúmes, indiferença, raiva, paixão
etc.). Este comunicar do corpo cultural é a base para a constituição de diversas
manifestações rítmicas e expressivas.
Para saber mais, consulte os livros indicados no material complementar desta unidade.
Em Síntese Importante!
Exploramos uma forma de pensar a cultura como aquilo que extrapola as necessidades
básicas de sobrevivência dos seres humanos, como o cultivo do espírito, “quando o objeto
de cultivo é o próprio sujeito cultivador” (BAITELLO JUNIOR, 1999, p. 27). Numa cultura
povoada de memes, replicadores criados por nós, que pulam de mente em mente, visando
sua própria sobrevivência, emergem diversas linguagens, partindo em especial do corpo,
que ampliam nossas possibilidades de nos comunicar, expressar e poetizar. Destacamos
duas linguagens caras às manifestações rítmicas e expressivas: a dança e a música.
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UNIDADE Manifestações da Cultura
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Comunicação do corpo
RECTOR, Mônica; TRINTA, Aluizio Ramos. Comunicação do corpo. São Paulo:
Ática, 1999.
Corpo e comunicação: sintoma da cultura
SANTAELLA, Lúcia. Corpo e comunicação: sintoma da cultura. São Paulo: Paulus, 2004.
Vídeos
Assista à conferência de Susan Blackmore para o TED
https://youtu.be/fQ_9-Qx5Hz4
Daniel Dennett discorre sobre os memes no TED
https://youtu.be/KzGjEkp772s
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Referências
BAITELLO JUNIOR, Norval. O animal que parou os relógios: ensaios sobre
comunicação, cultura e mídia. São Paulo: Annablume, 1999.
DAWKINS, Richard. O gene egoísta. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
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