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2 - Eu Me Remecho Muito!

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Manifestações Rítmicas

e Expressivas
Material Teórico
Eu me remexo muito!

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Bruno Fischer Dimarch

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Eu me remexo muito!

• Introdução;
• Podes Me Ouvir?;
• Na Batida do Tambor, Eu Vou Buscar;
• Que Toque É Este?;
• Tudo Junto e Misturado;
• Batida Eletrônica.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer a evolução cultural do ritmo;
· Conhecer manifestações rítmicas tradicionais e contemporâneas;
· Pesquisar referências de práticas rítmicas em diferentes culturas;
· Identificar manifestações rítmicas no cotidiano.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Eu me remexo muito!

Introdução
Jovens da Zona Sul da Cidade de São Paulo encontraram no ritmo a sua forma de expressão.
Explor

Música, dança e muitas culturas se juntam nas performances do grupo Meninos do Morumbi.
Você os conhece? Assista à primeira parte de seu DVD, disponível em:
<https://youtu.be/pj8LgycExTI>.

Abrimos esta Unidade com o grupo musical Meninos do Morumbi. Seus ritmos
contagiantes tiveram seus primeiros toques a partir de uma conversa entre Flávio
Pimenta e um grupo de meninos que estavam à toa na praça. Flávio propôs ensiná-
-los a tocar para que formassem uma banda. Como o espaço de sua casa era
pequeno, o bloco começou a ensaiar na rua, e a chamar atenção. O número de
interessados foi aumentando e o grupo crescendo. Pimenta distribuía instrumentos
e ensaiava com os meninos. O crescimento foi tão grande que o projeto já atendeu
mais de 14.000 jovens e crianças, realizando apresentações por todo o território
nacional e fora deste, tocando com Ivete Sangalo, Jorge Ben Jor, John Mayer,
Toquinho, Walk the Moon, entre outros.

Esse fenômeno pode nos fazer pensar por que a música e, em particular, o ritmo
das batidas atraem tantas pessoas?

Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images

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Podes Me Ouvir?

Figura 2 - Indígenas do Paraguai tocando e cantando em ritual sagrado


Fonte: iStock/Getty Images

Há uma dimensão mística da música que se conecta a diferentes tempos e espaços.

Para chamar a atenção da divindade, foram criados instrumentos musicais que


conectassem o homem ao plano superior. Dito de outra forma, os nossos an-
cestrais procuraram atrair a atenção de forças superiores para ajudá-los na caça,
guerra, cura de enfermidades, fertilidade, para proteger as suas famílias, trazer a
chuva às suas plantações etc. São preces e apelos de louvor e misericórdia, de favor
e agradecimento. A música parece trazer o divino mais próximo do ser humano.
E se você acredita que esse é um fenômeno do passado, basta olhar para a atual e
marcante presença das bandas em igrejas. O louvor é potencializado pela música na
união dos fiéis.

Figura 3 - A música gospel traz maior expressão e arte à fé cristã


Fonte: iStock/Getty Images

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UNIDADE Eu me remexo muito!

Na Batida do Tambor, Eu Vou Buscar


“Então Miriam, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tambor na sua mão, e todas
as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças” (ÊXODO, 15:20).

Uma pele esticada e um toque nesta percutido. O ar vibra em ondas, viajando


pelo espaço, quiçá alcançando o mundo do invisível. Tum, tum, tum, tuntum, tum,
tum, tum, tuntum... O sagrado nas batidas do coração. O sagrado nas batidas
do tambor. Tum, tum, tum, tuntum, tum, tum, tum, tuntum... O que é isso tão
espantoso que acontece no toque ritmado? Tum, tum, tum, tuntum, tum, tum, tum,
tuntum... Soou na África, no Oriente, na Europa, nas Américas... Tum, tum, tum,
tuntum, tum, tum, tum, tuntum... Soou há 8.000 anos, há 4.000 anos, há 100
anos, há alguns minutos. Tum, tum, tum, tuntum, tum, tum, tum, tuntum...

O tambor e as suas variações têm presença marcante na história humana. As


batidas de todos os tempos ecoam nas memórias da Terra. Talvez tenha sido o
primeiro instrumento musical criado. E, neste exato momento, em diversos lugares
do mundo, tambores são tocados.

Em sua memória, a Terra se lembra de pessoas que se conectaram ao mundo


espiritual nas geladas regiões da Sibéria. Os xamãs se comunicavam com o mundo
oculto, conheciam o poder secreto das plantas e dos animais, conversavam com o
fogo, a terra, a água e o ar. Criavam o seu próprio tambor, consagrado a seu ofício
espiritual. O tambor do xamã não deveria ser tocado levianamente, pois quando
o fazia, tornava mais fina a película que separa as realidades espiritual e material.
Os animais sagrados, os totens do plano invisível, eram atraídos pela música e
conferiam ao xamã poderes que eram utilizados em benefício de seu povo, tais
como vidência, cura, boa sorte, esclarecimento, proteção etc.

Figura 4 - Cartão postal com mulher xamã siberiana, em suas vestes ritualísticas, segurando um tambor sagrado
Fonte: Wikimedia Commons

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Acredita-se que da Sibéria marcharam às terras do Oriente e, pelo Norte do
Planeta, chegaram à América. No novo Continente, conheceram outros animais
e plantas, assim como os seus segredos. O xamanismo encontrou novas formas e
desenvolveu inéditas músicas e instrumentos musicais – tais como as maracas ou
os chocalhos. Os tambores ainda são tocados, não apenas pelos descendentes dos
antigos xamãs, mas por pessoas de todas as etnias, que alinharam as batidas de
seus corações aos toques de sagrada ancestralidade.

Os estúdios Walt Disney prestaram a sua homenagem ao povo indígena norte-americano e


Explor

à sua forma de viver o sagrado no filme Irmão Urso, de 2003. Confira o trailer em:
<https://youtu.be/0Zu-yqykJ9o>.

Em outro Continente, a memória do tempo ouve batidas de tambor. Sob a cor


cintilante das peles de ébano, o sagrado foi presentificado com os intensos ritmos
da música ancestral africana. O mundo espiritual era o guia das vidas de diferentes
povos dispersos pelo extenso território, enquanto a música se fazia como um dos
principais meios de contato com o qual.

O toque do tambor e o som do canto saudavam e permitiam o contato com


as forças da natureza, com os deuses e antepassados, cultos que ainda hoje são
realizados nesse continente. Eram também usados como formas de comunicação à
distância, por meio de uma linguagem sonora. As batidas eram tocadas em forma
de códigos que poderiam ser compreendidos por quem as escutasse e conhecesse
os seus significados.

No Egito Antigo, tocava-se o tambor como louvor e em festejos. Em procissões


e cortejos, sacerdotes e celebrantes deram ritmo. Grande era a presença da música
na vida dos egípcios. Pandeiro, crótalo – possível ancestral das castanholas – e
sistro – semelhante a um chocalho – eram os seus instrumentos de percussão.
O derbaque, um “vaso-tambor”, muito popular na música árabe, parece ter as suas
origens também junto àquela antiga civilização.

Próximo ao Egito, outro povo cantava e louvava. Sua divindade era o Eterno, o
Senhor Único, o Deus anunciado por Abrahão. Os hebreus tiveram uma tradição
musical na qual o tamborim acompanhou as suas preces, os seus louvores e as suas
celebrações. O instrumento entrou para a história com o nome Tof Miriam, em
referência à celebração da irmã de Arão no episódio do Êxodo.

Que Toque É Este?


O universo dos instrumentos musicais é vasto. Apesar de o ritmo estar presente
mesmo nos instrumentos melódicos, tais como o violão, a guitarra, o violino,
trompete, piano etc., capazes de produzir notas de diferentes alturas – sons graves,

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UNIDADE Eu me remexo muito!

médios e agudos –, permaneceremos com o nosso foco de estudo, ou seja, nos


instrumentos percutidos do tipo membranofone, tais como tambores e tamborins.

Alguns instrumentos continuam a ser construídos de forma muito próxima de


suas origens. É o caso dos atabaques brasileiros: apesar de já existirem atabaques
construídos com pele sintética, a grande maioria sustenta o uso do couro em suas
bocas. Há também modos de prender o couro à madeira que remetem a tambores
africanos como o djembe – de Guiné –, o kpanlogo – de Gana – e o sabar – de
Senegal. Na África, os tambores eram usados para a comunicação, podendo ser
ouvidos a quilômetros de distância, para a religião ou mesmo em outros contextos
culturais não religiosos. No Brasil, mantiveram as suas ligações com o sagrado,
especialmente em religiões como o candomblé e a umbanda. Tradicionalmente, a
curimba – conjunto musical ritualístico – é composta por três atabaques denominados
rum – o maior e de som mais grave –, rumpi – de som médio – e lê – o mais agudo
dos três. Os diferentes ritmos produzidos, toques, variam de acordo com cada orixá.

Você Sabia? Importante!

Que ao contrário do que muitas vezes se imagina, as religiões tradicionais africanas não
são politeístas, pois acreditam em um Deus Único Supremo, sendo Chamado de Olorum
para a nação Ketu, Zambi para a nação Bantu e Mawu para a nação Jeje, por exemplo?
Os orixás são deidades ancestrais associadas a expressões divinas do mundo como
elementos da natureza e princípios fundamentais, tais como as pedreiras, a Lei e a
Justiça como domínios do orixá Xangô.

Figura 5 – Atabaque na praia durante a celebração umbandista à Iemanjá, orixá do mar, do lar e da maternidade
(em grande parte dos cultos brasileiros)
Fonte: iStock/Getty Images

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Os atabaques também integram manifestações da cultura popular brasileira
como a capoeira e o jongo. O ritmo da luta e dança se dá pelos toques de raiz
africana. O instrumento figura ainda em expressões musicais como o samba e axé
music, além de participações em gravações e shows dos mais variados gêneros, do
rock’n roll ao rap.

O nome atabaque vem do árabe al-Tabaq, apontando para uma influência muitas
vezes desconhecida da cultura árabe na música brasileira. Outro exemplo dessa
influência é o pandeirão do Maranhão.

O Tof Miriam foi apropriado por persas e árabes, passando a ser designado
como Daf e Tar, respectivamente. Trata-se de um grande pandeiro tocado na
posição vertical, às vezes com platinelas – à semelhança dos pandeiros usados no
samba brasileiro –; outras vezes com as laterais lisas e outras com anéis de metal
em seu interior, que vibram ao toque. No Brasil, o Tar marcou presença nas festas
maranhenses de boi, ficando, assim, conhecido como pandeirão do Maranhão.

Figura 6 - Daf (Tar em língua árabe) tocado por uma mulher persa em uma pintura palaciana de Isfahan, Irã
(séc. XVII)
Fonte: Wikimedia Commons

Assista a Shermin Movaffaghi improvisando em dueto com o som dos instrumentos de


Explor

percussão tombak e Tar tocados por Dellavari, em 2016, disponível em:


<https://youtu.be/QE7VpbqLsZo>. Um Tar com argolas de metal por trás da pele pode ser
visto na Faran Ensemble, disponível em: <https://youtu.be/KctjFfAEFhA>. Depois, assista
ao Pandeiro Repique Duo – com a participação de Aline Paes –, disponível em:
<https://youtu.be/PYPjiyoLt9k>. E, finalmente, veja como o Tar se transforma no pandeirão
do Maranhão, mudando a forma de tocá-lo e como se integra à folia de boi no tradicional
grupo folclórico do Boi da Maioba, disponível em: <https://youtu.be/hw-Sg8SbNKY>.

Por vezes, conseguimos traçar uma linha clara que nos mostra a que se liga
um instrumento musical a outro, como no caso da chegada da cultura árabe ao
Brasil: o pandeirão do Maranhão é claramente uma continuidade do Tar. Ademais,

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UNIDADE Eu me remexo muito!

nem sempre as conexões são tão claras: vemos que instrumentos musicais muito
semelhantes existem em partes distintas do Planeta, como é o caso do tambor
xamânico e do bodhran irlandês.

Figura 7 – Bodhran, o tambor irlandês de origem celta


Fonte: iStock/Getty Images.

Nos países nórdicos, o tambor xamânico se integrou tanto à sua tradição espiritual quanto
Explor

folclórica. Por exemplo, veja a comparação de seu uso por uma dupla adepta do xamanismo
na Finlândia, disponível em: <https://youtu.be/Rr3044DtOhw>; e a interpretação de Eivør
Pálsdóttir, artista das Ilhas Faroé, disponível em: <https://youtu.be/LpiFmZLICgM>. Escute
também o bodhran e sua diferente forma de percutir o tambor com baqueta no vídeo
disponível em: <https://youtu.be/dMI4X8OOMOg>.

Tudo Junto e Misturado


Os tambores variam de forma e tamanho: os pequenos, tal como o tamborim
das escolas de samba, produzem sons mais agudos. Tambores maiores, como os
bumbos das fanfarras, produzem sons mais graves.

Em um conjunto de percussão, tais como as baterias de escola de samba e nas


bandas marciais, costuma-se utilizar tambores de diversos tamanhos para se obter
variações de timbre – qualidade de som produzida –, altura – graves e agudos. Além
disso, cada instrumento tende a produzir ritmos de determinados tipos de acordo
com a sua qualidade sonora e a forma de tocá-lo. Por exemplo, o número de vezes
que uma baqueta percute em uma caixa clara é muito diferente do percutido em um

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bumbo. Não por acaso, há uma frequência maior de toques agudos do que graves –
pense em um grupo de samba, nas marcações do surdo e em seu som grave, como
ocorrem em intervalos maiores que o toque de um pandeiro ou atabaque.

O uso de variação de tamanhos como forma de mudar a altura – que não deve
ser confundida com intensidade – dos sons também pode ser observada nos tai-
kos japoneses.

Figura 8 – Taikos tocados durante o Moti Tsuki, festa da prosperidade na tradição japonesa, no bairro Liberdade,
em São Paulo, capital (2012)
Fonte: iStock/Getty Images

O conjunto de sonoridades dos tambores, somado à de pratos e outros


instrumentos percussivos deu origem a um único instrumento musical criado a
partir desse agrupamento: a bateria se tornou um emblema da música moderna,
podendo ser encontrada no jazz, blues, rock, pop, nas versões universitárias do
forró e sertanejo e é parte de quase todas as bandas que tocam nas rádios.

Graves, médios e agudos – com muitas possibilidades de variação – podem ser


percutidos em uma bateria. Suas possibilidades extrapolam os seus antecessores
e podemos ver o desenvolvimento de grande variedade de ritmos executados na
bateria. O jazz e rock, além de suas subdivisões, emplacam em suas respectivas
histórias músicos que criaram – e ainda concebem – ritmos de alta complexidade.
Podemos citar, entre os grandes bateristas, Buddy Rich, Neil Peart, Tony Williams,
Elvin Jones, Vinnie Colaiuta, Wilson das Neves, Mike Portnoy, Bill Bruford, Roy
Haynes e Dave Meckl – nomes pinçados em uma lista que poderia se estender a
mais de cem menções.

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UNIDADE Eu me remexo muito!

Figura 9 – Observe os diferentes instrumentos de percussão que constituem uma bateria


Fonte: iStock/Getty Images

Batida Eletrônica
Da música analógica, a evolução tecnológica proporcionou o surgimento da
música eletrônica. Ou seja, o ritmo foi um dos elementos que ganhou destaque nas
novas formas de se fazer música.

Desde o surgimento da banda Kraftwerk, fundada em 1970, cujo nome pode ser
traduzido como “Usina de Energia”, trouxe um som minimalista, exclusivamente
eletrônico ao universo da música. A sonoridade instrumental e repetitiva inaugurava
uma nova vertente: enquanto, na mesma década de sua fundação, emergiram formas
rítmicas cada vez mais complexas, como o rock progressivo, o Kraftwerk andou na
contramão, produzindo uma música dançante com elementos que remetiam a uma
atmosfera maquinal, industrial e robótica.

As batidas não seriam mais produzidas por tambores ou baterias, mas por sons
sintetizados. Na década de 1980 a música eletrônica dançante se consolidou e
vários grupos passaram a ocupar o, então, novo cenário. Além disso, bandas de
rock e pop passaram a usar baterias eletrônicas em suas composições, tais como
foram os casos de Sisters of Mercy e Eurythmics.

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Figura 10 – Disc Jockey (DJ) durante performance em discoteca
Fonte: iStock/Getty Images

Os DJ, que antes eram aqueles que selecionavam e tocavam discos em bailes e
festas, passaram a produzir as suas próprias músicas. Emergiram também diversos
gêneros musicais, tais como trance, house, tecno, psy, hard, trip-hop, tribal,
ambient, lounge e drum’n bass, este que explora a sonoridade grave das batidas
em suas composições. A música eletrônica ganhou espaço nas rádios e na cultura
jovem. Surgiram casas noturnas especializadas nesse gênero musical, assim como
eventos de grande porte – tais como as raves.

Da comunicação com o mundo espiritual à diversão, do som percutido no couro


animal à música sintetizada nos computadores, do Japão ao Brasil, o ritmo marcou
e ainda firma a sua presença em diversas manifestações culturais da humanidade.

Assim, fizemos um breve percurso pela história e geografia da música, deixando


lacunas para que você possa completar e estabelecer uma relação somente sua
com esse universo.

Tum, tum, tum, tuntum, tum, tum, tum, tuntum...

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UNIDADE Eu me remexo muito!

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Manual ilustrado dos instrumentos musicais
KOISHI, Denis. Rio de Janeiro: Irmãos Vitale, 2010.
Música e tecnologia – o som e seus novos instrumentos
ZUBEN, Paulo. Rio de Janeiro: Irmãos Vitale, 2004.

Vídeos
MIn Bêriya Te Kiriye / Grande Poder
O grupo musical Mawaca mostra a influência árabe na música nordestina brasileira.
https://youtu.be/YMpKLZAEasY
OMNIA (Official) - The Sheenearlahi Set
Instrumentos musicais tradicionais continuam a marcar presença em bandas da
atualidade. É o caso do grupo Omnia, que em seu visual e sonoridade traz culturas
tribais e ancestrais.
https://youtu.be/KKwVGqXM8u4

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Referências
CACCIATORE, Olga Gudolle. Dicionário de cultos afro-brasileiros. Rio de
Janeiro: Forense-Universitária, 1988.

CZAPLICKAM, Marie Antoinette. Xamanismo: origens e mistérios. São Paulo:


Berkana, 2005.

DEYRIES, Bernard; LEMERY, Denys; SADLER, Michael. História da música –


em quadrinhos. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

MARCONDES, Marcos Antonio. Enciclopedia da musica brasileira: popular,


erudita e folclórica. São Paulo: Publifolha, 2000.

UTUARI, Solange et al. Por toda parte – 8º ano. São Paulo: FTD, 2015.

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