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Guia de Planejamento, Rotina e Semanário 2022 PDF

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Como usar esse guia?

Este é um “guia” com os temas: planejamento, rotina e Semanário.

Os temas abordados são essenciais para a formação de professores do nosso Sistema de


Ensino.

Talvez você já conheça alguns dos textos e citações deste Guia. Será uma boa oportunidade
para relê-los e, agora, discutir sobre eles com os seus colegas da escola, o quanto tudo isso encaixa-
se na sua prática. Outros textos podem ser inéditos para você. Alguns deles, talvez exijam mais de uma
leitura, pois traz ideias complexas que dão o que pensar... Desamarre o olhar e boa prática!

Nas primeiras horas da manhã,


Desamarre o olhar,
Deixe que se derrame,
Sobre todas as coisas belas,
O mundo é sempre novo,
E a terra dança e acorda,
Em acordes de sol,
Faça do seu olhar imensa caravela
(Roseana Murray)
Vamos começar pelo PLANEJAMENTO
PLANEJAR É PRECISO

Rosa Maria Antunes de Barros


O planejamento sempre foi um instrumento importante para o ser humano, em qualquer
setor da vida em sociedade: no governo, na empresa, no comércio...
Em casa, na igreja ou na escola. Planejar torna possível definir o que queremos a
curto, médio e longo prazo; prever situações e obter recursos; organizar as atividades; dividir
tarefas para facilitar o trabalho; avaliar.
Nem sempre nos damos conta de como o planejamento está presente em nosso dia a
dia. Até mesmo uma ida ao mercado requer planejamento, para evitar compras
desnecessárias e excessos no orçamento.
Mas isso não afasta os improvisos, que fazem parte da vida e também são esperados,
em um planejamento – às vezes, são eles que dão ‘aquele tom’, isto é, mais realce e
qualidade àquilo que estamos pretendendo.
Como é o planejamento na escola?
Para muitos, é o cumprimento de uma exigência burocrática de diretores e
supervisores de ensino. Muitos professores reclamam pelo tempo que ‘perdem’ elaborando
um plano do trabalho e muitas vezes nem chegam a consultá-lo ao longo do ano. Um
documento preparado com esse espírito com certeza não tem função no cotidiano, pois não
atende a uma necessidade prática. E o que acaba acontecendo, então?! De tudo um pouco.
• Alguns professores dão aulas de improviso: na hora eu resolvo o que vou trabalhar
com os alunos.
• Outros transformam o livro didático em plano de trabalho e dizem: É mais prático, não
tenho tempo para ficar inventando novidades.
• Outros, ainda, copiam todos os anos o mesmo plano: afinal, para que mudar?
Ninguém vai ler mesmo!
• E há aqueles que fazem pequenas modificações nos planos anteriores, nem sempre
muito significativas.
Mas não podemos deixar de falar dos professores que, para elaborar seu planejamento,
levam em conta:
• o tipo de aluno que a escola pretende formar;
• exigências colocadas pela realidade social;
• resultados de pesquisas sobre aprendizagem;
• contribuições das áreas de conhecimento e da didática.

E você de qual lado está?


O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das
atividades em termos de organização e coordenação em face dos objetivos
propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de
ensino. O planejamento é um meio para programar as ações docentes, mas é
também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação.
(Libâneo,2008).

O que não pode faltar em um planejamento escolar?

Em geral, o planejamento escolar é feito para o ano inteiro e acontece antes do início
das aulas.
Durante a sua elaboração se discute o que acontecerá nos próximos 200 dias letivos, e
a revisão do Projeto Político-Pedagógico (PPP), o documento que define a identidade da escola
e indica os caminhos para o ensino de qualidade. O planejamento precisa ser revisitado
periodicamente, fazer parte do cotidiano de nossos professores e equipe gestora.

"O planejamento nasce a partir do estabelecimento de metas e de objetivos que


a escola deseja alcançar. Ele é um momento importantíssimo para a construção
de conhecimento sobre gestão e didática, articulação com a comunidade,
constituição de uma equipe colaborativa e qualificação das ações"
(Maura Barbosa)

Essa atividade é assegurada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996,
que garante que todos os profissionais que trabalham em uma escola tenham um tempo
reservado para planejar a rotina. O planejamento é indispensável para a gestão do tempo, de
materiais, de pessoas e de espaço, porque, ao colocar tudo o que a escola realizará ao longo
do ano na ponta do lápis, é possível ter uma ideia do cenário e alocar os recursos de acordo
com as necessidades dos períodos do ano.

O que envolve o processo de planejar?

Tempo Atividades Mediação

Recursos
Agrupamentos
didáticos
O que abordar nesse encontro com a equipe?
 Recepção dos professores novatos.
 Troca de experiências entre os professores e
gestores.
 Apresentação e análise dos resultados do ano
anterior.
 Estabelecimento de metas e objetivos.
 Apresentação do calendário escolar, de acordo com o disponibilizado pela Secretaria
de Educação.
 Revisão do Projeto Político-Pedagógico e criação de planos de ação.
 Organização das salas e dos materiais.

Texto para reflexão:

Plante o futuro
Um senhor já idoso amava muito as plantas. Todos os dias acordava bem
cedo para cuidar de seu jardim. Fazia isso com tanto carinho e mantinha
o jardim tão lindo que não havia quem não admirasse suas plantas e
flores.
Certo dia resolveu plantar uma jabuticabeira. Enquanto fazia o serviço com toda dedicação,
aproximou-se dele um jovem que lhe perguntou:
- Que planta é essa que o senhor está cuidando?
- Acabo de plantar uma jabuticabeira! - respondeu.
- E quanto tempo ela demora para dar fruto? - indagou o jovem.
- Ah! Mais ou menos uns 15 anos - respondeu o velho.
- E o senhor espera viver tanto tempo assim? - questionou o rapaz.
- Não meu filho, provavelmente não comerei de seu fruto.
- Então, qual a vantagem de plantar uma árvore se o senhor não comerá de seu fruto?
O velho, olhando serenamente nos olhos do rapaz, respondeu:
- Nenhuma, meu filho, exceto a vantagem de saber que ninguém comeria jabuticaba se todos
pensassem como você.
O rapaz, ouvindo aquilo, despediu-se do velho e saiu pensativo. Depois de caminhar um
pouco, encontrou à sua frente uma árvore e parou para descansar à sua sombra. De repente
olhou para cima e percebeu que se tratava de uma jabuticabeira carregada de frutos
maduros.
Projetos
A Pedagogia de Projetos é um meio de trabalho pertinente ao processo de ensino-
aprendizagem que se insere na Educação promovendo-a de maneira significativa e
compartilhada, auxiliando na formação integral dos indivíduos permeado pelas diversas
oportunidades de aprendizagem conceitual, atitudinal, procedimental para os mesmos. Os
projetos de trabalho não se inserem apenas numa proposta de renovação de atividades,
tornando-as criativas, e sim numa mudança de postura que exige o repensar da prática
pedagógica, quebrando paradigmas já estabelecidos.
Possibilita que os alunos, ao decidirem, opinarem, debaterem, construam sua autonomia
e seu compromisso com o social, formando-se como sujeitos culturais e cidadãos.

Será necessário oportunizar situações em que os alunos participem cada vez


mais intensamente na resolução das atividades e no processo de elaboração
pessoal, em vez de se limitar a copiar e reproduzir automaticamente as
instruções ou explicações dos professores. Por isso, hoje o aluno é convidado a
buscar, descobrir, construir, criticar, comparar, dialogar, analisar, vivenciar o
próprio processo de construção do conhecimento. (ZABALLA, 1998)

O fato de a pedagogia de projetos não ser um método para ser aplicado no contexto da
escola dá ao professor uma liberdade de ação que habitualmente não acontece no seu
cotidiano escolar. O compromisso educacional do professor é justamente saber “O QUÊ?
COMO? QUANDO? e POR QUÊ?” desenvolver determinadas ações pedagógicas. E para isto
é fundamental conhecer o processo de aprendizagem do aluno e ter clareza da sua
intencionalidade pedagógica.

Mais do que uma técnica atraente para transmissão dos conteúdos, como muitos
pensam, a proposta da Pedagogia de Projetos é promover uma mudança na maneira de pensar
e repensar a escola e o currículo na prática pedagógica. Com a reinterpretação atual da
metodologia, esse movimento tem fornecido subsídios para uma pedagogia dinâmica, centrada
na criatividade e na atividade discentes, numa perspectiva de construção do conhecimento
pelos alunos, mais do que na transmissão dos conhecimentos pelo professor.
Rotina
A organização da rotina das atividades da criança na escola é um aspecto de suma
importância. Essa deve ser pensada a partir do planejamento feito pela equipe pedagógica e
professores. A partir dessa definição, organizam-se as atividades propostas para a criança.
Importante destacar que essa organização não pode ser rígida, pode ter alterações e
adaptações no dia a dia, dependendo de situações inusitadas. No que diz respeito à rotina de
uma forma mais geral, entendemos que como sequência de determinadas ações que vão
orientar a jornada de aprendizagem das crianças na escola.

 Ensino Fundamental

O que não pode faltar?

Quando for livro


didático/EMAI/Ler e
Leitura diária Descrição da atividade - Escrever...
(nome da história e gênero). conceito (s) abordado(s)
Marcar o conceito /ideia da
atividade e página (s)

Lição de casa (quando


Ter o componente curricular houver, lembrete que essa
e respectivas habilidades deve ser compreendida
Oralidade (diariamente)
/siglas contempladas na como sedimentação da
semana. aprendizagem vivenciada na
semana).

Respeito à organização e a
Propostas em consonância
divisão dos Componentes Atividades diferenciadas
com Currículo do nosso
Curriculares presentes na (quando necessário).
Sistema Muncipal de Ensino.
Matriz do nosso Sistema.

Importante: rotina nas turmas de alfabetização:

Ao planejar e organizar rotinas em turmas de alfabetização, é necessário ter em mente


os objetivos e as habilidades que se pretende atingir, levando em conta os sujeitos envolvidos
e os contextos de ensino e aprendizagem. A definição das atividades – o que fazer, como e
com que frequência – pode ser estabelecida a partir do diálogo entre professores e alunos, e
ser revista sempre que necessário, garantindo que todos conheçam as atividades e se
apropriem da dinâmica do trabalho, participando ativamente de cada proposta.
Ao contrário de monotonia e simples repetição, a rotina supõe dinamismo e precisa ser
construída a partir de dois aspectos fundamentais:
(a) ser variada, isto é, possibilitar aos alunos experiências diversificadas de trabalho, criando
várias oportunidades de aprendizagem e ampliação de habilidades, conhecimentos e contextos
de aplicação;
(b) ser sistemática e bem estruturada, ou seja, possibilitar a presença frequente e previsível de
certas atividades, consolidando habilidades e experiências dos alunos.

O que não pode faltar?

Atividade de
Atividade de escrita
reflexão sobre o
Leitura pelo aluno. (diferentes
Sistema de Escrita
modalidades).
Alfabética.

Atividades que
Jogos e
envolvam cálculo e
brincadeiras.
raciocínio.

 Rotina – Educação Física

O ato de planejar para o professor se faz necessário para organizar o que e como será
desenvolvido determinado conteúdo ou conceito. Planejar pode assumir significado quando é
intencional, ou seja, é o refletir sobre a ação, considerando os meios e métodos utilizados
para se alcançar o que se pretende, ou seja, seus objetivos, além dos percursos a serem
trilhados e percalços enfrentados.
Nosso currículo, em consonância com a Base Nacional Comum Curricular, BNCC, exalta o
compromisso com a formação estética, sensível e ética, a Educação Física, aliada aos
demais componentes curriculares, assume compromisso claro com a qualificação para a
leitura, a produção e a vivência das práticas corporais.
Ao mesmo tempo, pode colaborar com os processos de letramento e alfabetização dos
alunos, ao criar oportunidades e contextos para ler e produzir textos que focalizem as distintas
experiências e vivências nas práticas corporais tematizadas. Para tanto, os professores
devem buscar formas de trabalho pedagógico pautadas no diálogo, considerando a
impossibilidade de ações uniformes.
 O que não pode faltar?

Descrição da Habilidades
atividade - conceito contempladas na
(s) abordado(s semana.

Observáveis da
semana.

 Rotina Educação Infantil

O currículo da Educação Infantil de nosso


Sistema de Ensino de Votorantim está em
consonância com a Base Nacional Comum
estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases (Lei
9394/96, artigos 29, 30 e 31) e legislações vigentes. Ele é concebido como um conjunto de
práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos
que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a
promover o desenvolvimento integral de crianças.
Vale lembrar que eixos estruturantes na Educação Infantil para aprendizagem e
desenvolvimento são as interações e as brincadeiras, e assim serem garantidos os direitos de
conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se.
Portanto, todas as vivências para a Primeira e primeiríssima infância devem levar em conta tais
prerrogativas.
A rotina, entendida como cadência, deve respeitar a jornada e os tempos das crianças nas
escolas. A organização do trabalho pedagógico deve fazer com que a criança se aproprie do
mundo dos objetos e das relações.
 O que não pode faltar?

Leitura diária
As habilidades da
(nome da história e Oralidade (diariamente)
semana.
gênero).

As atividades
Deve ter um campo
Propostas em espaços permanentes (Currículo
com as pautas de
externos. do Sistema Municipal
observação da semana.
de Votorantim).

Sugestões de atividades permanentes: CRECHE


Brincadeiras cantadas
Higiene
Alimentação
Descanso
Brincadeiras e jogos com regras
Educação física (professor especialista)
Roda de conversa
Roda de leitura
Faz de conta
Arte

Para a 1ª e 2ª etapa –
Brincadeiras cantadas
Higiene
Alimentação
Brincadeiras e jogos com regras
Experiências
Educação física (professor especialista)
Roda de conversa
Roda de leitura
Faz de conta
Arte.
Texto para reflexão:
Semanário
O semanário deve ser compreendido como
compilado contendo o registro de planejamento para
a semana, com a descrição das atividades que foram
trabalhadas e com a sinalização das descrições das
ações das crianças na ação das atividades.
Esse instrumento de registro tem sido muito utilizado e, por isso, há necessidade de
qualificá-lo. Deve conter um relatório dos observáveis durante a semana.
Este instrumento permite que os professores materializem os movimentos das ações
da sua turma, neste processo vão aparecendo pistas de desdobramentos didáticos e
pedagógicos do que pode/deve ser realizado junto às crianças. O processo investigativo será
mais adequadamente vivenciado se for dialógico e a(o) professora(or) ter um interlocutor para
os seus escritos é primordial.

O que não pode faltar?

Possibilidades refletidas
Desdobramentos na Indicativos da
pela(o) professora(or)
condução das coordenação
de futuros
propostas. pedagógica.
encaminhamentos

Relatório descritivo
Olhar sobre o fazer da Rotinas podem ser
sobre a semana, foco na
criança. inseridas.
ação das crianças.
Texto para reflexão:
Educando o olhar da observação - Aprendizagem do olhar
Aprendizagem do olhar
Madalena Freire

Não fomos educados para olhar pensando o mundo, a realidade, nós mesmos. Nosso olhar
cristalizado nos estereótipos produziu em nós paralisia, fatalismo cegueira.
Para romper esse modelo autoritário, a observação é a ferramenta básica nesse aprendizado
da construção do olhar sensível e pensante.
Olhar que envolve ATENÇÃO e PRESENÇA. Atenção que segundo “Simone Weil” é a mais
alta forma de generosidade. Atenção que envolve sintonia consigo mesmo, com o grupo.
Concentração do olhar inclui escuta de silêncios e ruídos na comunicação.
O ver e o escutar fazem parte do processo da construção desse olhar. Também não fomos
educados para a escuta. Em geral não ouvimos o que o outro fala, mas sim o que gostaríamos
de ouvir.
Neste sentido imaginamos o que o outro estaria falando... Não partimos de sua fala, mas de
nossa fala interna. Reproduzimos desse modo o monólogo que nos ensinaram.
O mesmo acontece em relação ao nosso olhar estereotipado, parado, querendo ver só o que
nos agrada, o que sabemos, também reproduzindo um olhar de monólogo. Um olhar e uma
escuta dessintonizada, alienada da realidade do grupo. Buscando ver e escutar não o grupo
(ou o educando) real, mas o que temos na nossa imaginação, fantasia – a criança do livro, o
grupo idealizado.

Ver e Ouvir demanda implicação, entrega ao outro.


Estar aberto para vê-lo e/ou ouvi-lo como é, no que diz, partindo de suas hipóteses, do seu
pensar.
É buscar a sintonia com o ritmo do outro, do grupo, adequando em harmonia ao nosso.
Para tanto também necessitamos estar concentrados com nosso ritmo interno. A ação de olhar
e escutar é um sair de si para ver o outro e a realidade segundo seus próprios pontos de vista,
segundo sua história.
Só podemos olhar o outro e sua história se temos conosco mesmo uma abertura de aprendiz
que se observa (se estuda) em sua própria história.
Nesse sentido a ação de olhar é um ato de estudar a si próprio, a realidade, o grupo à luz da
teoria que nos inspira. Pois sempre “só vejo o que sei” (Jean Piaget). Na ação de se perguntar
sobre o que vemos é que rompemos com as insuficiências desse saber, e assim, podemos
voltar à teoria para aplicar nosso pensamento e nosso olhar.
Esse aprendizado de olhar estudioso, curioso, questionador, pesquisador, envolve ações
exercitadas do pensar: o classificar, o selecionar, o ordenar, o comparar, o resumir, para assim
poder interpretar os significados lidos. Nesse sentido o olhar e a escuta envolvem uma AÇÃO
altamente movimentada, reflexiva, estudiosa.
Neste processo de aprendizagem venho constatando alguns movimentos na sua construção:
O movimento de concentração para a escuta do próprio ritmo, aquecimento do próprio olhar e
registro da pauta para a observação. O que se quer observar, que hipóteses se quer checar, o
que se intui que não se vê, não se estende, não se sabe qual o significado, etc.;o movimento
que se dá no registro das observações, seguindo o que cada um se propôs na pauta planejada.
Onde o desafio está em sair de si para colher os dados da realidade significativa e não da
idealizada;
O movimento de trazer para dentro de si a realidade observada, registrada, para assim poder
pensá-la, interpretá-la. É enquanto reflito sobre o que vi, que a ação de estudar extrapola o
patamar anterior. Neste movimento podemos nos dar conta do que ainda não sabemos, pois
iremos nos defrontar com nossas hipóteses adequadas e inadequadas e construir um
planejamento do que falta observar, compreender, estudar.
Este planejamento aponta para dois movimentos:
Um que vai lidar com a construção da nossa pauta de observação segundo os movimentos já
mencionados, para sua construção. Ou seja , a observação avalia, diagnostica a zona real do
conhecimento para poder, significativamente, lançar (casando conteúdos da matéria com
conteúdo do sujeito, da realidade) os desafios da zona proximal do conhecimento a ser
explorado.
Outro que concentra-se na devolução (sair de si, outra vez...) para construção de propostas de
atividades (enraizadas nas observações feitas para o grupo onde novos desafios irão ser
trabalhados).

Podemos concluir, portanto, que o fato de observar envolve todos os outros instrumentos: a
reflexão, a avaliação e o planejamento pois todos se intercruzam no processo dialético de
pensar a realidade.
Direcionando o olhar
O instrumento da observação apura o olhar (e todos os sentidos) tanto do educador quanto do
educando para a leitura diagnóstico de faltas e necessidades da realidade pedagógica.
Para objetivar esse aprendizado o educador direciona o olhar para três focos que sedimentam
a construção da aula:
O foco da aprendizagem individual e/ou coletiva;
O foco na dinâmica na construção do encontro;
O foco da coordenação em relação ao seu desempenho na construção da aula.
Por que é necessário focalizar o olhar? Olhar sem pauta se dispersa. Olhar pesquisador tem
planejamento prévio da hipótese que vai perseguir durante a aula, em cada um desses três
focos.
No início desse aprendizado, em qualquer grupo, é adequado ter somente um foco para
priorizar, ou na aprendizagem, ou na dinâmica, ou na coordenação. Dado como suposto a
grande dificuldade de concentração do olhar, do pensamento e da participação ao mesmo
tempo, é aconselhável priorizar um foco por vez.
No foco da aprendizagem o desafio do educador é lançar questões que cercam a observação
do educando em relação ao seu próprio processo (ou do grupo) de aprendizagem. Questões
como:
- Que momentos de mal estar eu vivi no decorrer da aula?
- O que de mais significativo constatei que sei e que não sei? Etc.
Com estas questões lançadas no início do encontro – e que serão no final retomadas na
avaliação da aula - , o desafio é obrigar o educador a construir um distanciamento (reflexivo)
sobre o seu processo de aprendizagem durante o desenvolvimento da aula.Já que essas
questões lançadas no início da aula são no final retomadas na atividade de avaliação, podemos
concluir que estas questões, chamadas por mim de Pontos de Observação, constituem a pauta
da avaliação. Ou seja, os pontos de observação constituem o planejamento da avaliação da
aula.
Os pontos de observação em cada foco apoiam a construção do aprendizado do olhar – olhar
a dinâmica do encontro, dinâmica que não significa criar atividade de sensibilização, dinâmica
que aqui é entendida como o jeito, o ritmo que o grupo viveu a construção das interações na
aula, acelerado, arrastado, em desarmonia, em harmonia, etc. Dinâmica que envolve observar
o grupo juntamente com a coordenação.
Questões neste foco poderão lidar com:
- Quais os movimentos rítmicos que o grupo viveu durante sua participação na aula? Ou, -
Como o grupo expressou suas divergências e/ou concordâncias durante a aula? Etc.
Aprendendo a olhar a si próprio, ao grupo, a dinâmica que vai sendo composta, vai alicerçando
a capacidade de ler e estudar a realidade.
Observar a coordenação faz parte do pensar o que é ser educador, o que é ser educando. E
enquanto o educador observa o ensinar da coordenação, que ele aprende a ser melhor aluno
e também melhor educador. Pelo simples fato de que, diante do modelo, ele pensa, reflete,
distancia-se, constrói conceitos- teoria do que é aprender e ensinar.
Também observando a coordenação inicia seu processo de desmistificação da mesma.
Começa a constatar que ela comete erros, derrapadas, incoerências, etc.
Questões nesse foco poderão cercar: -Como a coordenação construiu sua sintonia com o
conteúdo da matéria e o significativo do grupo? Ou, _Como a coordenação lidou com os
conflitos, as divergências, as diferenças durante a aula? Etc.
Estar sendo observado é instrumento valioso para a coordenação, pois nesse retorno de seus
alunos pode ter uma avaliação do que realmente está conseguindo ensinar. Se está
conseguindo atingir seus objetivos ou o que falta construir de intervenções, encaminhamentos,
devoluções, para a próxima aula.
Neste espaço onde o educando fez devoluções sobre seu ensinar e aonde o educador vai
podendo construir-se (educando-se) também enquanto aprendiz.
Sobre a prática do instrumento da observação entre educador e educando
Educador aprende ao observar. Educando também.
Educando troca com educando, coordenado pelo educador, sobre o que se observa.
Educador troca com educador, coordenado por um outro educador, sobre o que se observa.
Educador interage com educando devolvendo-lhe, espelhando-lhe suas conquistas e faltas na
situação observada.
O educador quando desempenha a função de observador, como co-produtor que foi da pauta
e do planejamento do professor, tem uma atuação vivamente reflexiva, porém silenciosa para
o grupo. Ele é um outro educador, com uma tarefa diferenciada, específica: - Observar a
coordenação no seu ensinar, na sua interação com o grupo e seus participantes.
Ele não faz intervenções nem devoluções para o grupo porque como também, poderá haver
certas atividades onde sua participação com intervenções seja planejada anteriormente. Ele faz
devoluções de suas observações para o educador do grupo. Neste sentido, um educador,
quando está nesta função, é educador do educador. Por isso mesmo não interage com os
educandos de seu educador, mas somente com ele (educador), devolvendo-lhe suas
observações, espelhando conquistas e faltas na prática deles.
Sobre a ação do observador
Observar não é invadir o espaço do outro, sem pauta, sem planejamento, sem devolução e
muito menos sem encontro marcado...
Observar uma situação pedagógica não é vigiá-la mas sim, fazer vigília por ela, isto
é, estar e permanecer acordado por ela, na cumplicidade da construção do projeto, na
cumplicidade pedagógica.
Referências:

BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Por amor e por força: rotina na Educação Infantil. Porto
Alegre: Artmed, 2006.

_________________________, Maria Carmen Silveira. Especificidades da ação pedagógica


com os bebês. Anais Do I Seminário Nacional: Currículo Em Movimento: Perspectivas Atuais
Belo Horizonte, novembro de 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-
2010-pdf/7154-2-2-artigo-
-mec-acao-pedagogica-bebes-m-carmem/file . Acesso em: nov/2021.

Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em:


http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_site.pdf. Acesso em: nov/2022.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.Estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional. Brasília, DF, 1996.

___________ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares


Nacionais da Educação Básica. Brasília: MEC/SEB, 2010f. Disponível em
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13448--
diretrizes-curiculares-nacionais-2013- -pdf&Itemid=30192. Acesso em: nov/2021.

FREIRE, Madalena. (Org.) Sobre rotina: construção do tempo na relação pedagógica.


Cadernos de Reflexão - Sobre rotina: construção do tempo na relação pedagógica.
São Paulo: Espaço Pedagógico, 1998.

______________, Madalena. Observação, registro e reflexão. Instrumentos Metodológicos I.


2ª ED. São Paulo : Espaço Pedagógico, 1996

GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. São Paulo: Loyola, 1993.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez,1991.

Murray, Roseana. Receita de olhar. A toca das palavras. Disponível em:


http://atocadaspalavras.blogspot.com/2013/12/receita-de-olhar-poema-de-
roseanamurray.html. Acesso em: 06 de novembro de 2021.

PADILHA, Paulo R. Planejamento educacional: a visão do Plano Decenal de Educação para


Todos: 1993-2003.1998. Dissertação (mestrado em Educação) – Faculdade de Educação,
Universidade de São Paulo. São Paulo, 1998.

SANT’ANNA, F. M. et al. Planejamento de ensino e avaliação. 2ª ed. Porto Alegre: Sagra/DC


Luzzatto, 1995.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: plano de ensino-aprendizagem e projeto


educativo – elementos metodológicos para a elaboração e realização. São Paulo: Libertad,
1995.
Anexos
Exemplos de Rotinas
Rotina 5º Ano – Professora: ___________________ - Período: 04/10/2021 a 08/10/2021

CONTEÚDOS/ATIVIDADES DA SEMANA

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira


04/10 05/10 06/10 07/10 08/10
* Leitura deleite: Lenda indígena: “As * Leitura deleite: Adivinhas com o * Leitura deleite: Tema inclusão: “O * Língua Portuguesa (01 aula)
aventuras de Wirai” tema “animais” jeitinho de cada um” - Pontuação de textos variados.

* Língua Portuguesa (01 aula) * Matemática (01 aula) * Interdisciplinar (01 aula)
- Aprender Sempre - Volume 2 – * Educação Física (01 aula) - Aula 6 – resolver problemas com - Livro Vem Voar – Unidade 3 – Os
bondes elétricos – páginas 166 e
Sequência didática 2 – Estudando a grandezas de capacidade e de massa
167.
pontuação em lendas - páginas 17 a – páginas 101 e 102.
20.

* Língua Portuguesa (01 aula) *Leitura deleite: Poesia: “Nana * Matemática (01 aula) * Interdisciplinar (01 aula) * Língua Portuguesa (01 aula)
Pestana” - Aprender Sempre – Volume 2 - - As cidades e o ambiente – páginas - Pontuação de textos variados.
- Confecção de um livrinho com dicas 168 e 169.
* Matemática (01 aula) Sequência 2 – Aula 7 – resolver
sobre os sinais de pontuação.
- Aprender Sempre – Volume 2 - problemas com números racionais,
Sequência 2 – Aulas 4 e 5 – ler, escrever e comparar números
reconhecimento e leitura de números racionais na forma decimal – páginas
fracionais – página 98 103 e 104.

* Matemática (01 aula) * Matemática (01 aula) * Língua Portuguesa (01 aula) * Língua Portuguesa (01 aula) * Matemática (01 aula)
- Aprender Sempre – Volume 2- Aula - Aprender Sempre – Volume 2 - - Aprender Sempre - Volume 2 – - Aprender Sempre - Volume 2 – - Situações-problemas envolvendo
10 – Atividade com frações – página Sequência 2 – Aulas 4 e 5 – Sequência didática 2 – Aula 5 – Sequência didática 2 – Aula 9 – números decimais
91. reconhecimento e leitura de números refletindo sobre o uso dos sinais de pontuando a lenda “Maria Pamonha”
fracionais – páginas 99 a 100. pontuação em diferentes gêneros Aula 10 – revisando coletivamente e - Ângulos
* Lanche.
textuais – páginas 25 a 27. fazendo a autoavaliação - páginas 31
* Lanche.
* Lanche. e 32.
* Lanche.
* Língua Portuguesa (01 aula) * Língua Portuguesa (01 aula) *Arte (01 aula) * Interdisciplinar (01 aula)
- Aprender Sempre - Volume 2 – - Aulas 6 e 7 – analisando as formas - Pesquisa sobre meios de transporte
* Atividade relacionada ao projeto
de escrever as falas dos personagens
* Educação Física (01 aula) Sequência didática 2 – Aula 3 – Sentimentos, em parceria com a antigos e atuais.
– páginas 28 e 29.
Psicóloga Taiane.
pontuando um trecho de uma lenda –
página 21
- Interpretação na lousa
Matemática (01 aula) * Língua Portuguesa (01 aula) * Língua Portuguesa (01 aula) * Matemática (01 aula) *Arte (01 aula)
- Sequência didática 2 – Aula 1 – - Aula 4 – lendo uma lenda e refletindo - Aula 8 – estudando as marcas - Aprender Sempre – Volume 2 -
- Ilustração de um meio de transporte
escrever e ordenar números naturais. linguísticas do discurso direto –
sobre o uso da letra maiúscula – Sequência 2 – Aulas 8 e 9 – antigo.
páginas 30 e 31 (somente a primeira
- Aulas 2 e 3 – problemas matemáticos páginas 22 a 24. atividade). reconhecer, nomear e comparar
Páginas 93 a 97. polígonos. – páginas 105 a 108.
- Interpretação escrita da lenda (no
caderno)

HABILIDADES DA SEMANA

PORTUGUÊS MATEMÁTICA HISTÓRIA/GEOGRAFIA/ ARTE


CIÊNCIAS
EF35LP01 EF05MA01
EF35LP03 EF05MA02 EF05GE05 EF15AR01
EF35LP04 EF05MA05 EF05GE03 EF15AR02
EF35LP30 EF05MA08 EF05CI01
EF05MA03
EF05MA17
EDUCAÇÃO INFANTIL
Semana de _______________________ Grupo: ________________________Professora: ___________________________________________________
SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA

Leitura: Leitura: Leitura: Leitura: Leitura:

Espaço/materiais: Espaços/materiais:
Espaços/materiais: Espaços/materiais Espaços/materiais:

Música: Música: Música: Música: Música:

Espaços/materiais: Espaços/materiais: Espaços/materiais:


Espaços/materiais: Espaços/materiais:

Cantos de atividades Cantos de atividades Cantos de atividades Cantos de atividades Cantos de atividades
diversificadas: diversificadas: diversificadas: diversificadas: diversificadas:

Espaços/materiais: Espaços/materiais: Espaços/materiais: Espaços/materiais: Espaços/materiais:

Movimento: Movimento: Movimento: Movimento: Movimento:

Espaços/materiais: Espaços/materiais: Espaços/materiais: Espaços/materiais:


Espaços/materiais:

Expressão artística Expressão artística Expressão artística: Expressão artística: Expressão artística:

Espaços/materiais: Espaços/materiais: Espaços/materiais: Espaços/materiais: Espaços/materiais:

Habilidades: _________________________________________________________________________________________________________________________

Pauta de observação da semana: _____________________________________________________________________________________________________________________

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