ALFABETIZAÇÃO-3
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CURSO DE
ALFABETIZAÇÃO EM LIBRAS
Aluno:
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CURSO DE
ALFABETIZAÇÃO EM LIBRAS
MÓDULO III
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO III
11 O PROCESSO DE INCLUSÃO
FIGURA 27
Percebe-se que a cada ano crescem as matrículas de alunos com algum tipo
de deficiência (inclusive surdez) nas classes do ensino regular. É preciso que essa
inclusão seja eficaz e assegure a aprendizagem.
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A inclusão de surdos tem como meta colocar a criança em condições sociais
de interação com os ouvintes, explorando ao máximo suas condições
sociocognitivas para o acesso aos bens culturais.
Os professores ainda estão inseguros e não sabem como atender os alunos
surdos.
Alguns itens são indispensáveis para o desenvolvimento e a aprendizagem:
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Os alunos surdos são plenamente capazes, se dadas às condições ideais
para sua aprendizagem. A questão do uso de uma língua de sinais não pode ser um
entrave para sua escolarização e formação de cidadão.
FIGURA 28
Sem um ambiente propício, onde ela possa desenvolver sua língua natural e
interagir, onde a aceitem independentemente do modo como se comunica, tudo
pode ficar muito ruim.
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É fundamental o enfrentamento da família em face da notícia da surdez. O
apoio e aceitação dos pais serão decisivos para a segurança da criança que deverá
iniciar precocemente um trabalho incessante para adaptar-se a uma sociedade
ouvinte.
Quanto mais cedo à família buscar ajuda e orientação será melhor para a
criança.
Há um período crítico em que os familiares buscam curas milagrosas,
alternativas e novos exames com a intenção de encontrar outra realidade. Nessa
fase a criança fica em compasso de espera, há frustração, desespero,
desorganização.
Muitos forçam a oralização como forma de normalizar a criança. Nem
sempre é uma boa decisão. Sem a sua língua natural ela está perdendo tempo
precioso que poderia ser utilizado aprendendo as coisas de forma natural e
prazerosa.
Para falarmos do início do período escolar para essas crianças acreditamos
ser conveniente focalizar o Brasil, onde nossos alunos vivem com suas famílias.
A realidade de modo geral ainda não é a ideal para a educação como um
todo, o que se agrava mais se considerarmos a educação para pessoas com algum
tipo de deficiência.
Embora a legislação brasileira dê uma série de garantias, inclusive a de que
as instituições devem preparar-se para recebê-los, com profissionais, espaço e
recursos, ainda há muito despreparo para atender os alunos. Tanto para os alunos
que são encaminhados para as escolas especiais quanto os que iniciam sua
escolarização no ensino regular incluídos nas salas com os ouvintes a problemática
existe.
A vida escolar das crianças surdas começa muito cedo. Ainda bebês são
expostos a treinos, terapias, estimulações que visam um melhor desempenho no
futuro.
É certo que todas as crianças necessitam de estímulos, das interações com
outras crianças, de carinho e atenção que permita um desenvolvimento em todos os
aspectos. As crianças surdas não são diferentes, mesmo com a limitação imposta
pela deficiência elas necessitam do convívio, das trocas afetivas que irão beneficiar
seu aprendizado e ajudá-las a conhecer sobre o mundo.
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Na escola, seja especial ou regular é fundamental um planejamento de
trabalho criterioso, ações pensadas para atender as suas particularidades e
professores que tenham formação adequada para estarem ali, com aquele grupo,
tendo consciência de seu papel e de suas possibilidades de realizar o trabalho.
Nas escolas de educação para surdos é desejável que o nível do
aprendizado seja condizente com a faixa etária, que a preocupação seja que o aluno
aprenda realmente, que seu aprendizado seja significativo e atenda às suas
necessidades.
No futuro recomenda-se que essa criança seja preparada para frequentar o
ensino regular e essa deve ser uma das metas.
Nas classes de inclusão deve haver uma preocupação com estratégias
adequadas para esse aluno. Incluir não é só aceitar o aluno na escola, no mesmo
ambiente que os ouvintes. É necessário que ele esteja lá aprendendo, interagindo,
crescendo em todos os aspectos. O professor deve ser preparado para estar com
essa criança, sabendo como lidar em situações de preconceito, como abordá-lo na
aprendizagem, o que exigir dele numa avaliação, como estimulá-lo, como contornar
situações diversas. Também deve conhecer seus direitos e os de seu aluno. Exigir a
presença do intérprete, de professor auxiliar que possa dividir com ele algumas
tarefas para que o trabalho seja cada vez melhor, enfim, deve ser um profissional
consciente e atualizado.
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Também é função da escola e do professor buscar na família o respaldo
para ajudar a criança nos problemas que apresentar. Não se podem resolver todos
os problemas sem a colaboração dos pais e de uma equipe de profissionais que
devem atender essa criança no contraturno.
Algumas pesquisas têm revelado que muitas crianças surdas em idade pré-
escolar não têm sido matriculadas nas escolas de educação infantil para iniciarem a
escolarização. Isso é realmente preocupante, pois, além das suas dificuldades
linguísticas evidentes elas não estão sendo estimuladas em sua língua natural e
convivem com pessoas cuja comunicação não lhes é acessível.
Os pais devem buscar orientação e as instituições preparar-se para recebê-
las. Somente conhecendo a criança e suas possibilidades é que se inicia um
caminho. A escola deve fazer parte de sua vida desde cedo e deve ser um espaço
de oportunidades e de crescimento.
13 MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
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Para os ouvintes, as pessoas devem aprender a escrever a Língua
Portuguesa utilizando como base a oralidade. Devemos buscar alternativas para a
criança surda independente dessa possibilidade.
As crianças ouvintes relacionam o que está escrito com o que se fala e ouve.
A criança surda irá relacionar o escrito com o que ela vê, como imagens, objetos,
ações, expressões e é claro: os sinais.
Para o desenvolvimento do processo de alfabetização com o surdo, há
também diversidade metodológica. Entre os métodos que se destacam estão: o
global e o analítico-sintético.
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Para a aplicação desse método a criança não deverá apresentar
distúrbios perceptuais (espelhamento, problema de memória, etc.).
Vale ressaltar que as trocas de letras feitas pelos alunos surdos não são as
mesmas que ocorrem com os ouvintes. Suas trocas ocorrem por não conseguir
distinguir a palavra via leitura orofacial ou, por esquecimento de como é a grafia da
palavra.
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13.2 MÉTODO ANALÍTICO-SINTÉTICO
Esse método é mais indicado para alunos que não tiveram estimulação
precoce, que ingressaram tardiamente na escola ou mesmo que apresentam algum
problema de memorização.
Esse método confere mais autonomia para o aluno, permitindo que ele
reconheça palavras, forme novos vocábulos, formule frases e chegue a organizar
uma história.
É importante salientar que todo o processo de aprendizagem deve ser
norteado pela Libras. O aluno e seu professor deverão comunicar-se por meio da
língua de sinais. A leitura e interpretação, exercícios, dramatizações não podendo
ser de forma oral, deverão ser pela língua natural do aluno.
Na escolha do melhor método de alfabetização para o surdo, devem-se levar
em conta as características do aluno, dentro de uma abordagem multissensorial, ou
seja, dar ênfase a todas as pistas: tátil-cinestésica, auditiva, visual e gráfica,
utilizando a Língua Portuguesa e a Língua Brasileira de Sinais.
O professor deve estar ciente de que o trabalho com o surdo não se limita ao
simples processo de alfabetização, mas a todo um trabalho de aquisição de
linguagem. Portanto, o tempo esperado para a realização do processo de
alfabetização corresponderá ao ritmo de aprendizagem de cada aluno. Em geral
será maior que o previsto para os alunos ouvintes.
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SAIBA MAIS!
Para conhecer mais sobre esse assunto tão importante, leia a reportagem da
Professora Maria Cristina da Cunha Pereira. Ela é linguista da Derdic e professora
da PUC de São Paulo.
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/maria-cristina-
pereira-fala-aprendizagem-lingua-portuguesa-criancas-surdas-612889.shtml
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A língua de sinais é organizada no cérebro da mesma forma que as línguas
orais, desse modo como qualquer língua natural têm um período ideal para
aquisição. Quando seu aprendizado ocorre tardiamente a criança enfrentará maiores
dificuldades.
Há vários trabalhos na área pedagógica com alunos surdos que tem o
auxílio do intérprete de Libras, atuando com professores ouvintes que dominam
Libras, currículos com adaptações que contemplam aspectos relativos ao perfil
dessa clientela.
Aprender a Língua Portuguesa é fundamental para ocorrer o letramento.
Para os surdos, o processo de leitura e escrita é complexo e exigirá do educador
estratégias específicas.
A leitura e escrita ocupam papel fundamental. É uma ponte para a sociedade
ouvinte, para as informações que estão ao seu redor e que permitirão entender os
contextos, a comunicação e as trocas desde a idade escolar até a vida adulta.
Letramento é mais do que decodificar os signos escritos, é a utilização eficaz
da leitura e da escrita. Dependerá de uma escolarização real, de um trabalho
adequado e de material de leitura. O resultado positivo gera mudanças nos
indivíduos, consciência e aprimoramento pessoal.
As dificuldades enfrentadas pelos surdos vão desde a educação infantil até o
ensino médio, gerando muitas vezes desânimo, culminando com a evasão do aluno.
Para que o processo formal da aquisição da leitura e escrita seja iniciado é
necessário:
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A participação da família em curso de Libras cria um ambiente linguístico
adequado à criança. Ela está em processo de construção e deverá ter uma base
sólida em sua língua natural para adquirir a Língua Portuguesa como segunda
língua.
A leitura deve ser uma das principais preocupações no ensino da Língua
Portuguesa para os surdos, sendo também uma etapa para o aprendizado da
escrita. O professor deve estar atento a alguns critérios a serem seguidos para
proporcionar a compreensão de seus alunos:
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Os intérpretes de língua de sinais surgiram devido à necessidade da
comunidade surda de possuir um profissional que auxiliasse no processo de
comunicação com as pessoas ouvintes.
Inicialmente, a atuação era informal, ou seja, pais ou membros da família
das pessoas surdas faziam essa função.
Entretanto, para que isso ocorresse de modo formal foi necessário que a
Língua Brasileira de Sinais fosse oficializada.
Atualmente há leis em vigor que regulamentam a profissão e determinam a
formação desse profissional. Uma dessas leis é a LEI Nº 12.319 DE 01.09.2010 que
regulamenta a profissão de Tradutor e Interprete de Língua Brasileira de Sinais –
LIBRAS.
FIGURA 31
Sua função é interpretar de uma dada língua de sinais para outro idioma, ou
deste outro idioma para uma determinada língua de sinais.
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O intérprete de Libras é o profissional que domina a língua de sinais e a
língua falada do país e que é qualificado para desempenhar a função. Ele deve ter
domínio dos processos, dos modelos, das estratégias e técnicas de tradução e
interpretação, além de possuir formação específica na área de sua atuação (por
exemplo, a área da educação).
No Brasil, o intérprete deve dominar a Língua Brasileira de Sinais e Língua
Portuguesa. Ele também pode dominar outras línguas, como o inglês, o espanhol, a
língua de sinais americana e fazer a interpretação para a língua brasileira de sinais
ou vice-versa (por exemplo, conferências internacionais).
A função de intérprete exige que sejam seguidos alguns preceitos éticos:
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A fluência da língua de sinais é obtida por meio da prática, sem dispor do
aparato teórico que lhe concederia uma graduação específica na interpretação e
tradução da Libras.
O que existe de formalizado é o Prolibras que é aplicado para certificar
pessoas que já são fluentes em língua de sinais – concedendo a proficiência na
língua. As provas possuem dois níveis: uma para medir conhecimento para o ensino
de Libras, e outra para medir conhecimento para a interpretação da língua.
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Instituto Nacional de
Educação e Pesquisa (INEP) aplicam essas provas.
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São situações reais que devem ser equacionadas em função dos benefícios
que a presença do intérprete traz para os alunos surdos que frequentam salas do
ensino regular.
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Meu filho irá falar?
Meu filho terá que falar por “sinais”?
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O trabalho de um psicólogo também poderá ser necessário. Há ajustes a
serem feitos com os pais que ficam emocionalmente abalados com a nova situação.
Posteriormente poderá haver necessidade de um acompanhamento específico para
a criança. As fases e necessidades são sempre avaliadas pelo profissional em
conjunto com a equipe que cuida da criança.
Ao longo da vida escolar a criança poderá apresentar muitas dificuldades
escolares, consequentes de sua condição. O trabalho do psicopedagogo e de
professores itinerantes será necessário para o esclarecimento de dúvidas e para que
a criança possa transpor os obstáculos
Periodicamente a criança deverá retornar ao médico para realizar novos
exames auditivos. É necessário fazer um acompanhamento do diagnóstico para
saber se a deficiência se agravou, se está estacionada ou se houve regressão no
quadro. Também deve haver testes para averiguar se suas próteses estão
adequadas à sua perda auditiva.
Outros profissionais poderão ser solicitados: neurologistas, oftalmologista,
psicanalista.
A equipe deve realizar um trabalho conjunto com a escola e a família da
criança. Reuniões periódicas serão necessárias para conduzir o tratamento da
criança de forma coerente e harmoniosa.
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FIGURA 35
CD-ROM em Libras:
FIGURA 36
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FIGURA 37
Autor: Janine Oliveira, Laramie Rodrigues Ribeiro, Marcus Vinicius Freitas Pinheiro e
Toribo Ramos Malagodi
Edição: 2008
CD´ROM interativo bilíngue Libras Português para crianças surdas e ouvintes em
fase pré-escolar e de alfabetização.
FIGURA 38
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Contos infantis
FIGURA 39
Autores: Carolina Hessel & Fabiano Rosa & Lodenir Becker Karnopp
FIGURA 40
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Materiais diversos: fonte Libras, cartilha sobre surdez, atividades de
alfabetização, fichas divertidas => http://acessolibras.com/downloads.html
Alguns recursos tecnológicos utilizados no processo de ensino-aprendizagem
e comunicação entre pessoas com Deficiência Auditiva.
Dicionário LIBRAS ilustrado, que correlaciona a língua portuguesa escrita e
os sinais. (Governo do Estado de São Paulo, 2002).
FIGURA 41
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FIGURA 42
FIGURA 43
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FIM DO MÓDULO III
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