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ALFABETIZAÇÃO-3

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
ALFABETIZAÇÃO EM LIBRAS

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
ALFABETIZAÇÃO EM LIBRAS

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO III

11 O PROCESSO DE INCLUSÃO

A inclusão dos alunos surdos no ensino regular ainda causa controvérsia.


Alguns acreditam que esses estudantes devem frequentar as escolas especializadas
(escolas para surdos) até o final do ensino fundamental, para serem plenamente
alfabetizados em Libras e em Língua Portuguesa. Outros preferem que eles sejam
encaminhados para as escolas regulares em sistema de inclusão, tendo o convívio
com os alunos ouvintes.

FIGURA 27

FONTE: Disponível em: <http://cidadesaopaulo.olx.com.br/curso-online-de-surdez-aquisicao-de-


linguagem-e-inclusao-social-iid-413446756>. Acesso em: 03/01/2013

Percebe-se que a cada ano crescem as matrículas de alunos com algum tipo
de deficiência (inclusive surdez) nas classes do ensino regular. É preciso que essa
inclusão seja eficaz e assegure a aprendizagem.

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A inclusão de surdos tem como meta colocar a criança em condições sociais
de interação com os ouvintes, explorando ao máximo suas condições
sociocognitivas para o acesso aos bens culturais.
Os professores ainda estão inseguros e não sabem como atender os alunos
surdos.
Alguns itens são indispensáveis para o desenvolvimento e a aprendizagem:

 Capacitação dos professores: apropriando-se de métodos e técnicas


adequadas para realizar um bom trabalho;
 Elaboração de currículo que atenda as especificidades desses alunos;
 Acompanhamento do aluno, do trabalho pedagógico, participação da
família e equipe multidisciplinar como: psicólogo, fonoaudiólogo e
psicopedagogo;
 Contratação de profissionais como: intérprete de Libras, professor
itinerante;
 Criação de cursos de Libras.

Acredita-se que em algumas instituições as condições mínimas de acesso e


permanência já existam, porém, em um país com tantos contrastes, sabemos que
uma porcentagem significativa ainda não se preparou para receber esses alunos. As
mudanças precisam considerar principalmente a diferença linguística.
Não basta admitir o aluno, é necessário pensar na permanência, no
aprendizado, na integração com o grupo, nas suas avaliações (que devem refletir a
aquisição de conhecimentos dentro do seu perfil e das suas características).
Ainda existem muitas dúvidas quanto a forma de ensinar, de avaliar,
conduzir o processo. O professor é preparado para atuar como uma criança
"ouvinte". O ambiente já está preparado para receber as crianças que ouvem e
falam. Todo o material terá sido escolhido para este tipo de população, que é
maioria.
Os professores, sem exceção, devem aceitar as diferenças individuais de
cada criança. Não há mais espaço para preconceito e desinformação, abandonando
a ideia de que a criança surda não é capaz de aprender porque não oraliza como as
demais.

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Os alunos surdos são plenamente capazes, se dadas às condições ideais
para sua aprendizagem. A questão do uso de uma língua de sinais não pode ser um
entrave para sua escolarização e formação de cidadão.

12 PRIMEIROS ANOS ESCOLARES

Para a criança surda os primeiros anos de vida já constituem períodos de


dificuldades: a surdez e suas consequências, a família, a comunicação, a
compreensão das coisas.

FIGURA 28

FONTE: Disponível em: <http://www.lasalle.edu.br/dores/pagina.php?id=404>.


Acesso em: 03/01/2013

Sem um ambiente propício, onde ela possa desenvolver sua língua natural e
interagir, onde a aceitem independentemente do modo como se comunica, tudo
pode ficar muito ruim.

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É fundamental o enfrentamento da família em face da notícia da surdez. O
apoio e aceitação dos pais serão decisivos para a segurança da criança que deverá
iniciar precocemente um trabalho incessante para adaptar-se a uma sociedade
ouvinte.
Quanto mais cedo à família buscar ajuda e orientação será melhor para a
criança.
Há um período crítico em que os familiares buscam curas milagrosas,
alternativas e novos exames com a intenção de encontrar outra realidade. Nessa
fase a criança fica em compasso de espera, há frustração, desespero,
desorganização.
Muitos forçam a oralização como forma de normalizar a criança. Nem
sempre é uma boa decisão. Sem a sua língua natural ela está perdendo tempo
precioso que poderia ser utilizado aprendendo as coisas de forma natural e
prazerosa.
Para falarmos do início do período escolar para essas crianças acreditamos
ser conveniente focalizar o Brasil, onde nossos alunos vivem com suas famílias.
A realidade de modo geral ainda não é a ideal para a educação como um
todo, o que se agrava mais se considerarmos a educação para pessoas com algum
tipo de deficiência.
Embora a legislação brasileira dê uma série de garantias, inclusive a de que
as instituições devem preparar-se para recebê-los, com profissionais, espaço e
recursos, ainda há muito despreparo para atender os alunos. Tanto para os alunos
que são encaminhados para as escolas especiais quanto os que iniciam sua
escolarização no ensino regular incluídos nas salas com os ouvintes a problemática
existe.
A vida escolar das crianças surdas começa muito cedo. Ainda bebês são
expostos a treinos, terapias, estimulações que visam um melhor desempenho no
futuro.
É certo que todas as crianças necessitam de estímulos, das interações com
outras crianças, de carinho e atenção que permita um desenvolvimento em todos os
aspectos. As crianças surdas não são diferentes, mesmo com a limitação imposta
pela deficiência elas necessitam do convívio, das trocas afetivas que irão beneficiar
seu aprendizado e ajudá-las a conhecer sobre o mundo.

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Na escola, seja especial ou regular é fundamental um planejamento de
trabalho criterioso, ações pensadas para atender as suas particularidades e
professores que tenham formação adequada para estarem ali, com aquele grupo,
tendo consciência de seu papel e de suas possibilidades de realizar o trabalho.
Nas escolas de educação para surdos é desejável que o nível do
aprendizado seja condizente com a faixa etária, que a preocupação seja que o aluno
aprenda realmente, que seu aprendizado seja significativo e atenda às suas
necessidades.
No futuro recomenda-se que essa criança seja preparada para frequentar o
ensino regular e essa deve ser uma das metas.
Nas classes de inclusão deve haver uma preocupação com estratégias
adequadas para esse aluno. Incluir não é só aceitar o aluno na escola, no mesmo
ambiente que os ouvintes. É necessário que ele esteja lá aprendendo, interagindo,
crescendo em todos os aspectos. O professor deve ser preparado para estar com
essa criança, sabendo como lidar em situações de preconceito, como abordá-lo na
aprendizagem, o que exigir dele numa avaliação, como estimulá-lo, como contornar
situações diversas. Também deve conhecer seus direitos e os de seu aluno. Exigir a
presença do intérprete, de professor auxiliar que possa dividir com ele algumas
tarefas para que o trabalho seja cada vez melhor, enfim, deve ser um profissional
consciente e atualizado.

FIGURA 29

FONTE: Disponível em: <http://espacoescolar.com.br/alunos/nao-ha-vagas-para-todos/>.


Acesso em: 03/01/2013

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Também é função da escola e do professor buscar na família o respaldo
para ajudar a criança nos problemas que apresentar. Não se podem resolver todos
os problemas sem a colaboração dos pais e de uma equipe de profissionais que
devem atender essa criança no contraturno.
Algumas pesquisas têm revelado que muitas crianças surdas em idade pré-
escolar não têm sido matriculadas nas escolas de educação infantil para iniciarem a
escolarização. Isso é realmente preocupante, pois, além das suas dificuldades
linguísticas evidentes elas não estão sendo estimuladas em sua língua natural e
convivem com pessoas cuja comunicação não lhes é acessível.
Os pais devem buscar orientação e as instituições preparar-se para recebê-
las. Somente conhecendo a criança e suas possibilidades é que se inicia um
caminho. A escola deve fazer parte de sua vida desde cedo e deve ser um espaço
de oportunidades e de crescimento.

13 MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO

FIGURA 30

FONTE: Disponível em: <http://alfabetoslindos.blogspot.com.br/2012/03/alfabeto-em-libras-


colorido.html>. Acesso em: 03/01/2013

Ao pensarmos na alfabetização de crianças surdas nos deparamos com a


dificuldade do estabelecimento da relação grafema-fonema, pois, eles não dominam
a língua oral naturalmente.

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Para os ouvintes, as pessoas devem aprender a escrever a Língua
Portuguesa utilizando como base a oralidade. Devemos buscar alternativas para a
criança surda independente dessa possibilidade.
As crianças ouvintes relacionam o que está escrito com o que se fala e ouve.
A criança surda irá relacionar o escrito com o que ela vê, como imagens, objetos,
ações, expressões e é claro: os sinais.
Para o desenvolvimento do processo de alfabetização com o surdo, há
também diversidade metodológica. Entre os métodos que se destacam estão: o
global e o analítico-sintético.

13.1 MÉTODO GLOBAL

Requisitos para utilização deste método:

 A criança surda deve ter atendimento educacional ou clínico, logo que


seja detectada a perda auditiva;
 Em idade precoce deverá ter adaptação de aparelhos de amplificação
sonora individual, possibilitando a estimulação dos resíduos auditivos.

No período pré-escolar ela deverá estar desenvolvendo:

 A aquisição de linguagem em nível de recepção e emissão oral do


Português e/ou Língua Brasileira de Sinais.
 O treinamento auditivo que irá ajudar em pistas auditivas que são
necessárias nesse método.
 As funções e habilidades de coordenação viso-motora global;
 Coordenação motora fina;
 Percepção figura-fundo;
 Constância perceptual;
 Posição espacial.

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 Para a aplicação desse método a criança não deverá apresentar
distúrbios perceptuais (espelhamento, problema de memória, etc.).

O professor deverá enfrentar dois problemas: déficit de audição e de


linguagem.
Para iniciar o trabalho, o professor deverá criar textos com linguagem
acessível, que estejam dentro da faixa etária da criança e que tratem de forma
simples de assuntos interessantes. O objetivo é dar condições para que os alunos
adquiram vocabulário básico da vida diária.

Materiais para o trabalho com as crianças surdas no processo de


alfabetização:

 Textos produzidos pelos alunos e professores que formam um todo;


 Cartazes contendo os textos em letras de imprensa e ilustração feita
pelos alunos;
 Fichas com as frases dos textos; vocabulário (do tipo dicionário visual);
 Material de Análise Silábica.

Propostas de atividades neste método:

 O trabalho com eles deve pautar na observação do concreto: cores,


formatos, tamanhos;
 Criação de personagens, maquetes, bonecos para dramatizar;
 Montagem de cartaz para leitura de texto;
 Todos os textos trabalhados devem ser vivenciados pelos alunos;
 Montagem de cartazes com texto pela turma, inclusão de ilustrações;
 Exercícios de fixação, atividades de compreensão.

Vale ressaltar que as trocas de letras feitas pelos alunos surdos não são as
mesmas que ocorrem com os ouvintes. Suas trocas ocorrem por não conseguir
distinguir a palavra via leitura orofacial ou, por esquecimento de como é a grafia da
palavra.

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13.2 MÉTODO ANALÍTICO-SINTÉTICO

Caracteriza-se por explorar o todo significativo e as partes simultaneamente.


Dentro desse método, o professor poderá partir:

 Da palavra, passando para a frase, formando um texto, retirando


novamente a palavra para decompô-la em sílabas;
 Da frase, retirando a palavra para chegar à sílaba;
 Da estória, retirando a palavra-chave para depois destacar a sílaba.

Esse método é mais indicado para alunos que não tiveram estimulação
precoce, que ingressaram tardiamente na escola ou mesmo que apresentam algum
problema de memorização.
Esse método confere mais autonomia para o aluno, permitindo que ele
reconheça palavras, forme novos vocábulos, formule frases e chegue a organizar
uma história.
É importante salientar que todo o processo de aprendizagem deve ser
norteado pela Libras. O aluno e seu professor deverão comunicar-se por meio da
língua de sinais. A leitura e interpretação, exercícios, dramatizações não podendo
ser de forma oral, deverão ser pela língua natural do aluno.
Na escolha do melhor método de alfabetização para o surdo, devem-se levar
em conta as características do aluno, dentro de uma abordagem multissensorial, ou
seja, dar ênfase a todas as pistas: tátil-cinestésica, auditiva, visual e gráfica,
utilizando a Língua Portuguesa e a Língua Brasileira de Sinais.
O professor deve estar ciente de que o trabalho com o surdo não se limita ao
simples processo de alfabetização, mas a todo um trabalho de aquisição de
linguagem. Portanto, o tempo esperado para a realização do processo de
alfabetização corresponderá ao ritmo de aprendizagem de cada aluno. Em geral
será maior que o previsto para os alunos ouvintes.

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SAIBA MAIS!

Para conhecer mais sobre esse assunto tão importante, leia a reportagem da
Professora Maria Cristina da Cunha Pereira. Ela é linguista da Derdic e professora
da PUC de São Paulo.
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/maria-cristina-
pereira-fala-aprendizagem-lingua-portuguesa-criancas-surdas-612889.shtml

14 O PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA

O ser humano é considerado superior a outras espécies por fazer uso de um


sistema de comunicação mais elaborado, que é passado de geração a geração,
independente de sua cultura. Nascemos com os mecanismos de linguagem
específicos da espécie que se desenvolvem normalmente, independente de
qualquer problema existente. A comunicação do indivíduo pode apresentar
dificuldade quando ele nasce em um ambiente diferente de sua língua materna. Um
exemplo disso são as crianças surdas, filhos de pais ouvintes.
A língua de sinais é a língua natural para a pessoa surda e funciona como
suporte do pensamento. Ela é o seu meio de comunicação e por meio dela ele pode
pensar planejar, sentir e aprender outras línguas. As crianças surdas filhas de pais
surdos têm acesso a língua de sinais desde o nascimento.
Embora seja sua língua natural, não é nessa língua que ele deverá aprender
a ler e escrever. A língua de sinais é visual e espacial e a língua oficial do país é
auditiva e oral, o que determina que os canais de recepção e emissão sejam
diferentes.
Como consequência, o aprendizado da leitura e escrita para os surdos será
diferente das pessoas ouvintes. Sua leitura de mundo é feita por experiências
visuais e concretizadas em sua língua natural. No aprendizado da leitura e escrita é
necessário ir do mundo para o texto, dos conhecimentos concretizados na língua de
sinais e que deverão ser traduzidos para o português.

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A língua de sinais é organizada no cérebro da mesma forma que as línguas
orais, desse modo como qualquer língua natural têm um período ideal para
aquisição. Quando seu aprendizado ocorre tardiamente a criança enfrentará maiores
dificuldades.
Há vários trabalhos na área pedagógica com alunos surdos que tem o
auxílio do intérprete de Libras, atuando com professores ouvintes que dominam
Libras, currículos com adaptações que contemplam aspectos relativos ao perfil
dessa clientela.
Aprender a Língua Portuguesa é fundamental para ocorrer o letramento.
Para os surdos, o processo de leitura e escrita é complexo e exigirá do educador
estratégias específicas.
A leitura e escrita ocupam papel fundamental. É uma ponte para a sociedade
ouvinte, para as informações que estão ao seu redor e que permitirão entender os
contextos, a comunicação e as trocas desde a idade escolar até a vida adulta.
Letramento é mais do que decodificar os signos escritos, é a utilização eficaz
da leitura e da escrita. Dependerá de uma escolarização real, de um trabalho
adequado e de material de leitura. O resultado positivo gera mudanças nos
indivíduos, consciência e aprimoramento pessoal.
As dificuldades enfrentadas pelos surdos vão desde a educação infantil até o
ensino médio, gerando muitas vezes desânimo, culminando com a evasão do aluno.
Para que o processo formal da aquisição da leitura e escrita seja iniciado é
necessário:

 Que o aluno perceba a importância da Língua Portuguesa na modalidade


escrita;
 Que ele aprenda a conhecer a diferença entre as duas modalidades
linguísticas;
 Que ele entenda que o processo de alfabetização que lhe permitirá ler e
escrever, será em Língua Portuguesa, embora sua língua natural seja a
língua de sinais;
 Que ele também possa compreender a importância da modalidade
escrita, pois, a oral nem sempre é possível e a de sinais não poderá ser
compreendida por todos.

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A participação da família em curso de Libras cria um ambiente linguístico
adequado à criança. Ela está em processo de construção e deverá ter uma base
sólida em sua língua natural para adquirir a Língua Portuguesa como segunda
língua.
A leitura deve ser uma das principais preocupações no ensino da Língua
Portuguesa para os surdos, sendo também uma etapa para o aprendizado da
escrita. O professor deve estar atento a alguns critérios a serem seguidos para
proporcionar a compreensão de seus alunos:

 Fazê-los observar no texto: figuras, pinturas, ilustrações (ênfase aos


recursos visuais);
 Identificar com eles os lugares, referências temporais e espaciais;
 Observar no texto: o título e subtítulo;
 Explorar capa (se for um livro), personagens;
 Dar aos alunos explicações antes do início da leitura;
 Utilizar conhecimentos prévios;
 Utilizar outros materiais que possam auxiliar a compreensão;
 Decidir o momento de utilizar o dicionário;
 Dominar a língua de sinais e/ou ter sempre o intérprete de Libras presente
e atuante.

O professor deverá considerar o conhecimento que seu aluno tem de mundo


e que será útil na aquisição de uma segunda língua. Esses conhecimentos prévios
estão relacionados à sua história de vida, o que trazem na memória e suas
experiências.

15 A IMPORTÂNCIA DO INTÉRPRETE DE LIBRAS

Sabemos que a comunicação é um fator fundamental para o ser humano e


LIBRAS é uma ferramenta que possibilita a interação dos surdos.

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Os intérpretes de língua de sinais surgiram devido à necessidade da
comunidade surda de possuir um profissional que auxiliasse no processo de
comunicação com as pessoas ouvintes.
Inicialmente, a atuação era informal, ou seja, pais ou membros da família
das pessoas surdas faziam essa função.
Entretanto, para que isso ocorresse de modo formal foi necessário que a
Língua Brasileira de Sinais fosse oficializada.
Atualmente há leis em vigor que regulamentam a profissão e determinam a
formação desse profissional. Uma dessas leis é a LEI Nº 12.319 DE 01.09.2010 que
regulamenta a profissão de Tradutor e Interprete de Língua Brasileira de Sinais –
LIBRAS.

FIGURA 31

FONTE: Disponível em: <http://www.jornalacidade.com.br/editorias/cidades/2011/09/18/surdos-


rezam-e-ate-cantam-na-missa.html>. Acesso em: 03/01/2013

Vamos conhecer um pouco do seu trabalho:

 O que faz esse profissional?

Sua função é interpretar de uma dada língua de sinais para outro idioma, ou
deste outro idioma para uma determinada língua de sinais.

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O intérprete de Libras é o profissional que domina a língua de sinais e a
língua falada do país e que é qualificado para desempenhar a função. Ele deve ter
domínio dos processos, dos modelos, das estratégias e técnicas de tradução e
interpretação, além de possuir formação específica na área de sua atuação (por
exemplo, a área da educação).
No Brasil, o intérprete deve dominar a Língua Brasileira de Sinais e Língua
Portuguesa. Ele também pode dominar outras línguas, como o inglês, o espanhol, a
língua de sinais americana e fazer a interpretação para a língua brasileira de sinais
ou vice-versa (por exemplo, conferências internacionais).
A função de intérprete exige que sejam seguidos alguns preceitos éticos:

 Imparcialidade (interpretação neutra, sem dar opiniões pessoais);


 Distância profissional (não haver interferência da vida pessoal);
 Confiabilidade (sigilo profissional);
 Discrição (estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação);
 Fidelidade (interpretação deve ser fiel, sem alterar a informação mesmo
que seja com a intenção de ajudar).

 Qual é a sua área de atuação?

O intérprete de libras deve ser um profissional capacitado e/ou habilitado em


processos de interpretação de língua de sinais, atuando em situações formais como:
escolas, palestras, reuniões técnicas, igrejas, fóruns judiciais, programas de
televisão etc.
A categoria profissional possui código de ética e respaldo institucional,
associações de pessoas surdas, Federação Nacional de Educação e Integração dos
Surdos, Federação Mundial dos Surdos, entre outras.

 Qual é a sua formação?

Sabemos que a formação do intérprete de Libras está em processo, às


capacitações técnicas para esse profissional têm sido ofertadas ao nível de pós-
graduação.

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A fluência da língua de sinais é obtida por meio da prática, sem dispor do
aparato teórico que lhe concederia uma graduação específica na interpretação e
tradução da Libras.
O que existe de formalizado é o Prolibras que é aplicado para certificar
pessoas que já são fluentes em língua de sinais – concedendo a proficiência na
língua. As provas possuem dois níveis: uma para medir conhecimento para o ensino
de Libras, e outra para medir conhecimento para a interpretação da língua.
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Instituto Nacional de
Educação e Pesquisa (INEP) aplicam essas provas.

 Qual a importância desse profissional para o processo de ensino-


aprendizagem de uma criança surda nas salas de inclusão?

O intérprete de Libras tem a função de ser o canal comunicativo entre o


aluno surdo, o professor, colegas e equipe escolar. Seu papel em sala de aula é
servir como tradutor entre pessoas que compartilham línguas e culturas diferentes.
Essa atividade exige estratégias mentais na arte de transferir o conteúdo das
explicações, questionamentos e dúvidas, viabilizando a participação do aluno em
todos os contextos da aula e fora dela, nos espaços escolares.

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FIGURA 32

FONTE: Disponível em: <http://apnendenovaodessa.blogspot.com.br/2012/04/atuacao-do-interprete-


educacional-na.html>. Acesso em: 03/01/2013

Quanto a sua postura, o intérprete deve conscientizar-se de que ele não é o


professor, e em situações pedagógicas não poderá resolver, limitando-se as funções
comunicativas de sua área.
Seu contato com os alunos surdos não poderá ser maior que o do professor
de sala. Entretanto, na prática, vemos algumas situações em que os papéis se
confundem, por exemplo:

 Alguns professores se sentem incomodados com a presença do


intérprete, considerando-o alguém que está dividindo sua função ou
tomando para si a atenção dos alunos;
 Alguns professores transferem para o intérprete a função de ensinar
aquele aluno;
 O aluno passa a confiar e procura o intérprete para sanar suas dúvidas
relativas ao conteúdo;
 As interpretações feitas durante a aula podem chamar mais a atenção dos
alunos ouvintes do que a aula que o professor está ministrando.

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São situações reais que devem ser equacionadas em função dos benefícios
que a presença do intérprete traz para os alunos surdos que frequentam salas do
ensino regular.

16 O TRABALHO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

FIGURA 33

FONTE: Disponível em: <http://fisioterapiakids.blogspot.com.br/>. Acesso em: 03/01/2013

O diagnóstico da surdez de uma criança é sempre um momento difícil para


seus pais. Há sentimentos de medo, incerteza, desespero, rejeição, negação, etc.
Enfim é uma notícia que pode abalar a estrutura familiar.
À medida que o tempo passa, além dos aspectos emocionais, muitas
dúvidas vêm à tona:

 Quais foram as causas da surdez? Existe um culpado?


 Como cuidaremos da situação?
 Quais as possibilidades de “cura”?
 Quais as possibilidades de tratamento? Quanto tempo?
 Que resultados podemos esperar?
 Qual será o custo?
 Podemos arcar com essas despesas?

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 Meu filho irá falar?
 Meu filho terá que falar por “sinais”?

A reorganização familiar leva algum tempo, para alguns, anos. Há ainda


aqueles que nunca aceitam o fato. Em todas as situações é necessário apoio e
orientação. Há decisões práticas a serem tomadas em benefício da criança.
Os pais, por sua vez, precisam ser esclarecidos e conhecer as reais
possibilidades de seu filho. Deverão ser amparados por profissionais preparados
para isso. Eles deverão ser instruídos para lidar com a nova realidade. Pode ocorrer
um distanciamento destes pais em relação a criança e esse processo é prejudicial
ao seu desenvolvimento de linguagem, cognitivo e emocional.
O trabalho de uma equipe multidisciplinar é fundamental para integrar as
intervenções médicas e terapêuticas que serão necessárias para a criança e seus
pais.

FIGURA 34

FONTE: Disponível em: <http://www.dentalpress.com.br/v5/noticias.php?id=6876>.


Acesso em: 03/01/2013

A partir da constatação da surdez (diagnosticada pelo Otorrinolaringologista)


a criança será encaminhada para o fonoaudiólogo que fará testes para a viabilização
de próteses auditivas (AASI). Também será esse profissional que fará a adaptação
das próteses e iniciará um longo tratamento visando o desenvolvimento de
linguagem, treinamento auditivo, entre outros.

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O trabalho de um psicólogo também poderá ser necessário. Há ajustes a
serem feitos com os pais que ficam emocionalmente abalados com a nova situação.
Posteriormente poderá haver necessidade de um acompanhamento específico para
a criança. As fases e necessidades são sempre avaliadas pelo profissional em
conjunto com a equipe que cuida da criança.
Ao longo da vida escolar a criança poderá apresentar muitas dificuldades
escolares, consequentes de sua condição. O trabalho do psicopedagogo e de
professores itinerantes será necessário para o esclarecimento de dúvidas e para que
a criança possa transpor os obstáculos
Periodicamente a criança deverá retornar ao médico para realizar novos
exames auditivos. É necessário fazer um acompanhamento do diagnóstico para
saber se a deficiência se agravou, se está estacionada ou se houve regressão no
quadro. Também deve haver testes para averiguar se suas próteses estão
adequadas à sua perda auditiva.
Outros profissionais poderão ser solicitados: neurologistas, oftalmologista,
psicanalista.
A equipe deve realizar um trabalho conjunto com a escola e a família da
criança. Reuniões periódicas serão necessárias para conduzir o tratamento da
criança de forma coerente e harmoniosa.

17 RECURSOS PEDAGÓGICOS E TECNOLÓGICOS

Você encontrará abaixo sugestões de materiais interessantes que poderá


utilizar na alfabetização de seus alunos surdos (e ouvintes).

 Associar as letras do alfabeto com os sinais facilita a compreensão


da criança.

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FIGURA 35

Alfalibras Domilibras (dominó de animais)


FONTE:Arquivo Pessoal.

Pesquise no link http://www.brinquelibras.com.br/site_novo/ diversos materiais em


Língua Brasileira de Sinais.

 CD-ROM em Libras:

FIGURA 36

FONTE: Disponível em: <http://editora-arara-azul.com.br>. Acesso em: 03/01/2013

Autores: Flávio Milani e Gildete Amorim


Edição 2009
Contém: CD-ROM Bilíngue Libras/Português (para crianças surdas e ouvintes em
fase pré-escolar e de alfabetização)

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FIGURA 37

FONTE: Disponível em: <http://editora-arara-azul.com.br>. Acesso em: 03/01/2013

Autor: Janine Oliveira, Laramie Rodrigues Ribeiro, Marcus Vinicius Freitas Pinheiro e
Toribo Ramos Malagodi
Edição: 2008
CD´ROM interativo bilíngue Libras Português para crianças surdas e ouvintes em
fase pré-escolar e de alfabetização.

 Linha de jogos em Libras:

FIGURA 38

FONTE: Disponível em: <http://www.xalingo.com.br/>. Acesso em: 03/01/2013

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 Contos infantis

FIGURA 39

FONTE: Disponível em: <http://encantamentosdaliteratura.blogspot.com.br/2011/10/cinderela-surda-


carolina-hessel-fabiano.html>. Acesso em: 03/01/2013

Autores: Carolina Hessel & Fabiano Rosa & Lodenir Becker Karnopp

 Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilingue (Autor: Fernando Cesar


Capovilla, Walkíria Duarte Raphael, Aline C.L.Mauricio).

FIGURA 40

FONTE: Disponível em: <http://30porcento.com.br/detalhes.php?proc=9788531411786>.


Acesso em: 03/01/2013

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 Materiais diversos: fonte Libras, cartilha sobre surdez, atividades de
alfabetização, fichas divertidas => http://acessolibras.com/downloads.html
Alguns recursos tecnológicos utilizados no processo de ensino-aprendizagem
e comunicação entre pessoas com Deficiência Auditiva.
 Dicionário LIBRAS ilustrado, que correlaciona a língua portuguesa escrita e
os sinais. (Governo do Estado de São Paulo, 2002).

FIGURA 41

FONTE: Disponível em: <http://www.acessobrasil.org.br/libras/>. Acesso em: 03/01/2013

 MSN Messenger/ Skype – Possibilita desenvolvimento da comunicação


(leitura e escrita) via internet.

 Software Falibras, esse sistema permite a comunicação entre surdos e


ouvintes porque capta a palavra em Língua Portuguesa por meio de um
microfone e transfere para Libras.

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FIGURA 42

FONTE: Disponível em: <http://www.slideshare.net/onideusx/apresentao-tecnologia-assistiva>.


Acesso em: 03/01/2013
 Player Rybená – comunicação entre surdos e ouvintes. Consistem em
escrever a mensagem, clicar na bandeira do Brasil e a figura irá apresentar a
mensagem em Libras.

FIGURA 43

FONTE: Disponível em: <http://bauru.apaebrasil.org.br/artigo.phtml?a=10470>.


Acesso em: 03/01/2013

Apresentamos apenas alguns exemplos de materiais simples e tecnologias


mais avançadas criadas com a preocupação de auxiliar os indivíduos surdos no
processo de ensino-aprendizagem.

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FIM DO MÓDULO III

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