11ipc 2022 12
11ipc 2022 12
11ipc 2022 12
Em 2022, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma variação média anual de 7,8%, significativamente acima
da variação registada no conjunto do ano 2021 (1,3%). Trata-se da variação anual mais elevada desde 1992. Excluindo
do IPC a energia e os bens alimentares não transformados, a taxa de variação média situou-se em 5,6% (0,8% no ano
anterior). A taxa de variação homóloga do IPC total evidenciou uma acentuada subida ao longo de 2022, com maior
intensidade na primeira metade do ano. No segundo semestre de 2022 a variação homóloga do IPC manteve-se
elevada e acima da média do ano, mas observou-se uma desaceleração dos preços nos últimos dois meses do ano. A
variação média registada no segundo semestre (9,5%) foi superior à do primeiro (6,1%).
Em dezembro de 2022, o IPC registou uma variação homóloga de 9,6%, taxa inferior em 0,3 pontos percentuais (p.p.)
à observada em novembro. Excluindo do IPC a energia e os bens alimentares não transformados, a variação homóloga
foi 7,3% (7,2% no mês anterior), taxa mais elevada desde dezembro de 1993. Em termos mensais, o IPC apresentou
uma variação de -0,3% em dezembro (0,3% no mês anterior e nula em dezembro de 2021).
O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português registou uma taxa de variação média de 8,1% em
2022 (0,9% no ano anterior). A taxa de variação homóloga situou-se em 9,8% em dezembro, taxa inferior em 0,4 p.p.
à observada em novembro de 2022 e superior em 0,6 p.p. ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro (em
novembro de 2022, esta diferença foi de 0,1 p.p.).
8,0%
6,0%
4,0%
2,0%
0,0%
-2,0%
dez-18
jun-19
set-19
jun-20
set-20
jun-21
set-21
jun-22
set-22
dez-19
dez-20
dez-21
dez-22
mar-19
mar-20
mar-21
mar-22
IPC (tx var média dos últimos 12 meses) IPC (tx var homóloga)
Inflação subjacente (tx var homóloga)
1/15
ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR (2012=100)
Variação média dos últimos doze meses: 7,8%
Em 2022, o IPC registou uma taxa de variação média anual de 7,8% (1,3% em 2021), valor mais elevado desde 1992. A
variação do indicador de inflação subjacente, medido pelo índice total excluindo produtos alimentares não
transformados e energéticos, foi 5,6% em 2022 (0,8% em 2021).
O aumento da taxa de variação do IPC entre 2021 e 2022 foi influenciado pelo comportamento da inflação subjacente
atrás referido, e pela aceleração dos preços dos produtos alimentares não transformados e dos produtos energéticos
(ver Graf. 2), que registaram variações médias anuais de, respetivamente, 12,2% e 23,7% (0,6% e 7,3% em 2021).
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
2021 2022
Inflação Subjacente Produtos alimentares não transformados Energia Variação Total IPC
Em 2022, à semelhança do ano anterior, observou-se um crescimento médio anual mais elevado dos preços dos bens
que os dos serviços. Com efeito, em 2022, os preços dos bens aumentaram 10,2% (1,7% em 2021) enquanto a taxa de
variação média dos preços dos serviços foi 4,3% (0,6% no ano anterior).
2/15
Comportamento do IPC em 2022
A taxa de variação homóloga do IPC total evidenciou uma acentuada subida na primeira metade do ano, tendo
ultrapassado o valor médio do ano em maio. No segundo semestre de 2022 a variação homóloga do IPC manteve-se
elevada, verificando-se uma variação média no segundo semestre (9,5%) superior à do primeiro (6,1%). A aceleração
do IPC verificou-se na maioria das respetivas categorias, refletindo os aumentos dos preços dos bens energéticos, em
particular no primeiro semestre.
O agregado dos Produtos Energéticos (Graf. 4), composto por produtos que têm um peso significativo nas classes da
Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (classe 4, onde se inclui a eletricidade, gás e combustíveis para
aquecimento) e dos Transportes (classe 7, que integra os combustíveis para veículos), passou de uma taxa de variação
média de 7,3% em 2021 para 23,7% em 2022. Também aqui se verificou uma aceleração entre semestres, menos
significativa que a do IPC total, com variações médias no primeiro semestre de 22,2% e de 25,1% no segundo.
Os produtos alimentares não transformados (Graf. 5), que em 2021 tinham registado uma variação anual de 0,6%,
sofreram em 2022 um forte aumento de preços (12,2%). As variações médias de cada semestre de 2022 foram de 7,7%
no primeiro semestre e 16,7% no segundo, resultado de uma trajetória de aceleração constante das taxas homólogas
até ao mês de outubro.
Ao nível das classes de despesa, salienta-se o comportamento da classe da Habitação, água, eletricidade, gás e outros
combustíveis (classe 4 – Graf. 6). Na primeira metade do ano assistiu-se a uma forte subida dos preços refletindo
essencialmente os efeitos do conflito na Ucrânia nos mercados europeus de energia. Na segunda metade do ano as
variações homólogas dos preços desta classe mantiveram-se altas, verificando-se ainda assim alguma estabilização na
parte final do ano.
A classe dos Transportes (classe 7 – Graf. 7) tendo registado um aumento de 4,4% em 2021, registou uma taxa de
variação muito elevada no primeiro semestre (10,7%), acima da média anual (10,0%), refletindo sobretudo os impactos
do forte aumento dos preços dos combustíveis para veículos. No segundo semestre, a variação registada (9,4%) é
ligeiramente inferior ao valor médio do ano, tendo-se verificado reduções na respetiva variação homóloga, com a taxa
de dezembro (5,9%) inferior à registada em janeiro (6,2%).
Por fim, a classe dos Restaurantes e hotéis (classe 11 – Graf. 8) também apresentou aumentos significativos de preços
em 2022 (11,7%), depois de ter registado uma variação média negativa em 2021 (-0,8%). Esta aceleração ainda reflete,
em parte, os efeitos da pandemia COVID-19, com a reabertura total das atividades económicas em 2022. Efetivamente,
registou-se um forte aumento de preços sobretudo até setembro de 2022 – coincidente com a época de maior procura
turística do nosso país, tendo-se verificado uma diminuição da variação homóloga desta classe no último trimestre do
ano.
3/15
Graf. 3 - Taxas de variação do IPC Total Graf . 4 - Taxas de variação dos Produtos energéticos
12,0% 35,0%
30,0%
10,0%
25,0%
8,0% 20,0%
15,0%
6,0%
10,0%
4,0% 5,0%
0,0%
2,0%
-5,0%
0,0% -10,0%
out-21
out-22
jan-21
jun-21
jul-21
ago-21
set-21
dez-21
jan-22
jun-22
set-22
mai-21
nov-21
mai-22
jul-22
ago-22
nov-22
dez-22
abr-21
abr-22
fev-21
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fev-22
mar-22
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out-21
out-22
jun-21
ago-21
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dez-21
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set-22
dez-22
abr-21
mar-22
abr-22
fev-21
fev-22
Graf . 5 - Taxas de variação dos Produtos alimentares não transformados Graf . 6 - Taxas de variação da classe da Habitação, água, eletricidade, gás e
outros combustíveis
20,0% 20,0%
15,0% 15,0%
10,0%
10,0%
5,0%
5,0%
0,0%
0,0%
-5,0%
out-21
out-22
jan-21
jun-21
mai-21
jul-21
ago-21
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nov-21
dez-21
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nov-22
mai-22
jul-22
dez-22
abr-21
abr-22
fev-21
mar-21
fev-22
mar-22
-5,0%
out-21
out-22
jan-21
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dez-22
fev-21
mar-21
fev-22
mar-22
Taxa de variação homóloga Taxa de variação média 2020
Taxa de variação homóloga Taxa de variação média 2020
Taxa de variação média 2021 1º semestre Taxa de variação média 2021 1º semestre
2º semestre 2º semestre
Graf. 7 - Taxas de variação da classe dos Transportes Graf . 8 - Taxas de variação da classe dos Restaurantes e hotéis
16,0% 20,0%
14,0%
15,0%
12,0%
10,0%
10,0%
8,0%
6,0% 5,0%
4,0%
2,0% 0,0%
0,0%
-5,0%
-2,0%
-4,0% -10,0%
jan-21
out-21
jun-21
jul-21
ago-21
jan-22
out-22
jun-22
mai-21
set-21
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dez-21
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ago-22
mai-22
set-22
nov-22
dez-22
abr-21
abr-22
fev-21
mar-21
fev-22
mar-22
jan-21
out-21
jun-21
ago-21
dez-21
jan-22
jun-22
ago-22
out-22
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mai-22
jul-22
set-22
nov-22
dez-22
abr-21
abr-22
fev-21
mar-21
fev-22
mar-22
Taxa de variação homóloga Taxa de variação média 2020 Taxa de variação homóloga Taxa de variação média 2020
Taxa de variação média 2021 1º semestre Taxa de variação média 2021 1º semestre
2º semestre 2º semestre
4/15
Variação homóloga: 9,6%
A variação homóloga do IPC foi 9,6% em dezembro de 2022, taxa inferior em 0,3 p.p. à registada no mês anterior. Com
arredondamento a uma casa decimal, esta taxa coincide com o valor da estimativa rápida divulgada a 30 de dezembro
de 2022 (mais informações sobre valores estimados e definitivos são apresentadas no Quadro 3 no final deste destaque).
O indicador de inflação subjacente (IPC excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) registou uma
variação homóloga de 7,3%, taxa superior em 0,1 p.p. à registada em novembro de 2022 e a mais elevada desde
dezembro de 1993.
O agregado relativo aos produtos energéticos apresentou uma variação de 20,8% (24,7% no mês precedente), enquanto
o índice referente aos produtos alimentares não transformados registou uma variação de 17,6% (18,4% em novembro),
contrastando com a aceleração registada nos produtos alimentares transformados, em que a variação homóloga passou
de 16,8% no mês precedente para 17,5%.
Por classes de despesa e face ao mês precedente, são de destacar os aumentos das taxas de variação homóloga das
classes dos Acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação (classe 5), do Lazer, recreação e
cultura (classe 9) e dos Bens e serviços diversos (classe 12), com variações de 12,9%, 3,8% e 3,2%, respetivamente
(12,1%, 3,3% e 2,9% no mês anterior). Em sentido oposto assinalam-se as diminuições das taxas de variação homóloga
das classes dos Transportes (classe 7), das Comunicações (classe 8) e dos Restaurantes e hotéis (classe 11), com variações
de 5,9%, 0,3% e 11,2%, respetivamente (7,9%, 1,9% e 12,8% no mês anterior).
Nas classes com contribuições positivas para a variação homóloga do IPC (ver Graf. 10 na página seguinte), destacam-se
as classes dos Bens alimentares e bebidas não alcoólicas (classe 1), da Habitação, água, eletricidade, gás e outros
combustíveis (classe 4), dos Acessórios, equipamento doméstico e manutenção da habitação (classe 5), dos restaurantes
e hotéis (classe 11) e dos Transportes (classe 7). A única classe com contribuição negativa para a variação homóloga do
IPC foi a da Saúde (classe 6).
ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR – dezembro de 2022
5/15
Graf. 10: Contribuição das classes para a variação homóloga do IPC
5,0
4,5
4,0
3,5
Pontos percentuais
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
-0,5
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Classes
Comparando com o mês precedente, é de salientar a redução da contribuição da classe dos Transportes (classe 7), dos
Restaurantes e hotéis (classe 11) e das Comunicações (classe 8). Em sentido contrário, destaca-se o aumento das
contribuições para a variação homóloga do IPC das classes dos Acessórios, equipamento doméstico e manutenção
corrente da habitação (classe 5), do Lazer, recreação e cultura (classe 9) e dos Bens e serviços diversos (classe 12).
0,0
Pontos percentuais
-0,1
-0,2
-0,3
-0,4
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Classes
6/15
A classe com maior contributo positivo para a variação mensal do IPC foi a dos Bens alimentares e bebidas não alcoólicas
(classe 1), com uma variação mensal de 0,7% (1,7% no mês anterior e 0,8% em dezembro de 2021). Em sentido inverso,
a classe com maior contributo negativo para a taxa de variação mensal do índice total foi a dos Transportes (classe 7),
com uma variação mensal de -2,1% (-1,1% em novembro e -0,2% em dezembro de 2021).
0,5%
0,0%
-0,5%
-1,0%
-1,5%
-2,0%
-2,5%
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 Total
dez-21 dez-22
No Quadro 1 apresentam-se as principais contribuições para a variação mensal do IPC total a um nível mais desagregado.
São de realçar as contribuições positivas dos sub-subgrupos dos Voos internacionais, dos Outros produtos de padaria e
pastelaria, bolachas e biscoitos, dos Produtos hortícolas frescos e frigorificados, exceto batatas e outros tubérculos, do
Pão e do Peixe fresco ou frigorificado. Em relação às contribuições negativas, destacam-se as dos sub-subgrupos do
Gasóleo, da Gasolina, dos Hotéis, motéis, pousadas e serviços de alojamento similares, da Fruta fresca ou frigorificada e
do Vestuário de mulher.
7/15
ÍNDICE HARMONIZADO DE PREÇOS NO CONSUMIDOR (2015 = 100)
Variação homóloga: 9,8%
Em dezembro de 2022, o IHPC português registou uma variação homóloga de 9,8%, taxa inferior em 0,4 p.p. à verificada
no mês anterior.
Graf. 13: Índice Harmonizado de Preços no Consumidor
12,0% 12,0
10,0% 10,0
Taxa de variação homóloga
8,0% 8,0
jun-20
jun-21
jun-22
dez-18
set-19
dez-19
set-20
dez-20
set-21
dez-21
set-22
dez-22
mar-19
mar-20
mar-21
mar-22
De acordo com a informação disponível relativa a dezembro de 2022, tendo como referência a estimativa do Eurostat1,
a taxa de variação homóloga do IHPC português foi superior em 0,6 p.p. à da área do Euro (em novembro, a diferença
entre as duas taxas foi 0,1 p.p.2).
24,0%
17,5%
20,0%
15,0%
Média da Área do
Euro: 9,2%
12,3%
16,0%
11,0%
10,8%
10,5%
10,2%
9,8%
9,6%
8,9%
12,0%
8,2%
7,6%
7,6%
7,3%
6,7%
6,2%
5,6%
8,0%
4,0%
0,0%
Chipre
Espanha
Irlanda
Áustria
Luxemburgo
Alemanha
Bélgica
França
Grécia
Portugal
Eslováquia
Lituânia
Letónia
Finlândia
Países Baixos
Itália
Malta
Eslovénia
Estónia
1 Estimativa para a taxa de variação homóloga da área do Euro, divulgada a 6 de janeiro de 2023.
2 Valor definitivo para a inflação da área Euro para abril de 2020, divulgado a 16 de dezembro de 2022.
4 Dados estimados referentes aos restantes países da Área do Euro, se disponíveis (ver anexo 2).
ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR – dezembro de 2022
8/15
Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga
de 8,0% em dezembro (8,1% no mês anterior), superior à taxa correspondente para a área do Euro, estimada em 6,9%.
Em dezembro, o diferencial face à área do Euro diminuiu para 1,1 p.p. (1,5 p.p. em novembro).
8,0% 8,0
Taxa de variação homóloga
6,0% 6,0
2,0% 2,0
0,0% 0,0
-2,0% -2,0
-4,0% -4,0
jun-19
jun-20
jun-21
jun-22
dez-18
set-19
dez-19
set-20
dez-20
set-21
dez-21
set-22
dez-22
mar-19
mar-20
mar-21
mar-22
Diferença Diferença estimada Área do Euro Portugal
Em dezembro de 2022, a variação média dos últimos doze meses do IHPC português foi 8,1% (7,5% no mês anterior).
Em novembro de 2022, a variação média do IHPC português foi inferior em 0,5 p.p. à da área do Euro. Em dezembro de
2022, com base na estimativa do Eurostat, esta diferença deverá diminuir para 0,3 p.p.
9/15
Graf. 16: Índice Harmonizado de Preços no Consumidor
10,0% 10,0
8,0% 8,0
Taxa de variação média
6,0% 6,0
2,0% 2,0
0,0% 0,0
-2,0% -2,0
-4,0% -4,0
jun-19
jun-20
jun-21
jun-22
set-19
set-20
set-21
set-22
dez-18
dez-19
dez-20
dez-21
dez-22
mar-19
mar-20
mar-21
mar-22
Diferença Diferença estimada Área do Euro Portugal
RENDAS DE HABITAÇÃO
A variação homóloga das rendas de habitação por metro quadrado foi 3,3% em dezembro de 2022 (3,2% no mês
anterior). Todas as regiões apresentaram variações homólogas positivas das rendas de habitação, tendo Lisboa e os
Açores registado o aumento mais intenso (3,6%).
O valor médio das rendas de habitação por metro quadrado registou uma variação mensal de 0,2%, taxa inferior em 0,1
p.p. à do mês anterior. A região com a variação mensal positiva mais elevada foi a Madeira, com uma taxa de 0,4%, não
se tendo observado nenhuma região com variação negativa no respetivo valor médio das rendas de habitação.
Tomando o conjunto do ano 2022, a variação média anual do valor das rendas de habitação por metro quadrado de
área útil fixou-se em 2,7% (1,8% em 2021)5.3A região com a variação média mais elevada foi a de Lisboa (2,9%), tendo
todas as restantes regiões apresentado variações positivas.
5 É importante referir que o índice de rendas de habitação incluído no IPC é relativo a todo o stock de habitação arrendado, pelo que não pode ser comparado com
as Estatísticas de rendas da habitação ao nível local divulgadas pelo INE, em que o valor mediano das rendas por m2 é relativo apenas a novos contratos de
arrendamento.
ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR – dezembro de 2022
10/15
NOTAS EXPLICATIVAS
O índice de Preços no Consumidor (IPC) mede a evolução temporal dos preços de um conjunto de bens e serviços representativos
da estrutura de despesa de consumo da população residente em Portugal. É importante ter presente que o IPC não é um indicador
do nível de preços, mas antes um indicador da respetiva variação.
A estrutura de ponderação do IPC é determinada a partir da componente de despesa monetária de consumo privado das Contas
Nacionais e complementada pelos resultados do Inquérito às Despesas das Famílias (IDEF) realizado em 2015/2016, do
Recenseamento Geral da Habitação que ocorreu em 2011 e de outras fontes de natureza administrativa. Os bens e serviços que
constituem o cabaz do indicador resultam do IDEF e de informação auxiliar, com origem diversa, que inclui outros inquéritos
disponíveis no INE, assim como dados administrativos.
Os bens e serviços encontram-se classificados em doze classes de despesa, resultando o IPC da agregação de sete índices regionais.
A metodologia de encadeamento que serve de base ao cálculo do indicador permite que a estrutura de ponderação seja atualizada
anualmente tendo em conta a informação disponível, sendo valorizada a preços médios de dezembro do ano anterior.
A variação mensal compara índices entre dois meses consecutivos. Embora permita um acompanhamento corrente do andamento
dos preços, é influenciada por efeitos sazonais e outros mais específicos localizados num (ou em ambos) dos meses comparados.
A variação homóloga compara o índice do mês corrente com o do mesmo mês do ano anterior. Esta taxa, perante um padrão estável
de sazonalidade, não é afetada por oscilações desta natureza podendo, no entanto, ser influenciada por efeitos específicos
localizados nos meses comparados.
A variação média dos últimos doze meses compara o índice médio dos últimos doze meses com o dos doze meses imediatamente
anteriores. Tal como uma média móvel, esta taxa é menos sensível a alterações esporádicas e não é afetada por flutuações sazonais.
No mês de dezembro, corresponde à taxa de inflação anual.
ÍNDICE DE INFLAÇÃO SUBJACENTE (TOTAL EXCETO PRODUTOS ALIMENTARES NÃO TRANSFORMADOS E ENERGÉTICOS)
O indicador de inflação subjacente é obtido do índice total excluindo os preços dos produtos alimentares não transformados e dos
produtos energéticos. Pretende-se com estas exclusões eliminar algumas das componentes mais expostas a “choques” temporários.
11/15
ÍNDICE HARMONIZADO DE PREÇOS NO CONSUMIDOR E ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR
O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) é o indicador de inflação mais apropriado para comparações entre os
diferentes países da União Europeia. Este indicador é, desde fevereiro de 1999, utilizado pelo Banco Central Europeu como
instrumento para aferir a “estabilidade dos preços” dentro da área do Euro.
O IHPC é produzido em cada Estado-membro seguindo uma metodologia harmonizada desenvolvida por peritos no domínio das
estatísticas de preços, no âmbito do Grupo de Trabalho do Eurostat sobre “Estatísticas de Preços”. Informação adicional sobre a
metodologia do IHPC poderá ser consultada no site do Eurostat, em http://ec.europa.eu/eurostat/web/hicp.
Do ponto de vista metodológico, não existem grandes diferenças entre o IHPC e o IPC. No entanto, o diferente âmbito de cobertura
populacional do IHPC origina uma estrutura de ponderação diferente da do IPC (ver Quadro 2). A diferença resulta sobretudo da
inclusão na estrutura do IHPC da despesa realizada pelos não residentes (“turistas”), parcela esta excluída do âmbito do IPC,
podendo os dois indicadores apresentar, por este motivo, resultados não coincidentes.
12/15
APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO
As taxas de variação referentes ao IPC são apuradas a partir de índices com três casas decimais, sendo arredondadas a duas casas
decimais nos quadros deste destaque. As taxas de variação do IHPC são arredondadas a uma casa decimal, seguindo as
recomendações do Eurostat para a apresentação deste indicador.
Neste destaque, tal como é prática nos destaques do IPC, a análise descritiva incide sobre valores arredondados a uma casa decimal.
No quadro 3 são apresentadas algumas medidas descritivas dos desvios entre os valores estimados e definitivos registados nos
últimos 24 meses. São ainda mostradas as diferenças registadas nos últimos três meses.
13/15
ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR – dezembro de 2022
14/15
ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR – dezembro de 2022
15/15