Arpergillus
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CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
FLORIANÓPOLIS, 2001
Ensaios de Hidrólise Enzimática da Lactose em Reator a
Membrana Utilizando Beta-Galactosidase Kluyveromyces lactis
por
Prof. Luismar Marques Porto, PhD Prof. José Carlos Cunha Petrus, Dr.Eng.
Orientador Co-Orientador
Banca Examinadora:
iii
AGRADECIMENTOS
Aos professores Luismar Marques Porto e José Carlos Cunha Petrus, pela orientação,
compreensão e incentivo durante o desenvolvimento deste trabalho;
À Fátima de Jesus Bassetti, pelo apoio e amizade nos momentos mais necessários;
Aos meus amigos Luis Sergio, Estela, Amarildo, César e Meire pela companhia,
amizade e incentivo;
À minha família, pelo incentivo e apoio nos momentos mais difíceis desta jornada.
iv
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1
2 OBJETIVOS .................................................................................................. 4
v
4.1.4 - Equipamentos utilizados na caracterização da membrana ................. 38
4.1.5 - Equipamento utilizado no ensaio de ultrafiltração ............................. 38
4.1.6 - Materiais utilizados nas análises dos produtos ................................... 40
4.2 - Métodos ......................................................................................................... 40
4.2.1 - Caracterização da membrana .............................................................. 40
4.2.2 - Ensaios laboratoriais ........................................................................... 41
4.2.3 - Análise das amostras retiradas ............................................................ 43
4.2.4 - Determinação do grau de hidrólise ..................................................... 45
vi
ÍNDICE DE FIGURAS
vii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 3.1 - Composição média dos principais componentes do soro lácteo .............. 7
Tabela 3.2 - Algumas possibilidades de aproveitamento de soros lácteos ................... 8
Tabela 3.3 - Poder adoçante relativo de açúcares ......................................................... 12
Tabela 3.4 - Produtos obtidos por modificação enzimática e/ou química da lactose ... 14
Tabela 5.1 - Condições operacionais utilizadas nos ensaios de hidrólise da lactose .... 46
viii
SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
ix
RESUMO
A lactose é um dissacarídeo que pode ser hidrolisado através dos métodos ácido ou
enzimático, fornecendo como produtos glicose e galactose. No processo enzimático é
utilizada β-D-galactosidase, que pode ser extraída de plantas, animais, fungos, bactérias e
leveduras.
xi
ABSTRACT
Cheese whey is a major byproduct of the dairy industry. Due to its high pollutant
content and the difficulty usually associated with its elimination, there is the need for
finding alternative solutions to the problem, and industry is looking at recovering processes
of whey components, particular for proteins and lactose.
In this work, lactose present in the cheese whey permeate was hydrolyzed in a
membrane reactor using the commercial lactase (β-D-galactosidase) Kluyveromyces lactis
Maxilact® L-5000. The degree of hydrolysis was determined for several operating
conditions of temperature (30, 35, 40, 45 and 50 ºC), pH (4, 5, 6 and 7), and enzyme
concentration (400, 1250 and 2000 mg.L-1). Conversions from about 90 to 100% were
obtained at temperatures of 30 to 40 ºC, pH 6, and 1250 mg.L-1 enzyme concentration.
The possible interaction between the enzyme and the membrane was investigated
by FTIR and scanning electron microscopy analyses, with tests made for the new and used
membranes.
Abstract
Assays were carried out to compare the lactose hydrolysis of cheese whey using
two reactor models: batch reactor and membrane reactor. The same operational conditions,
i.e., temperature of 40 ºC, pH 6 and enzyme concentration of 1250 mg.L-1 were used in
both experiments. The membrane reactor was more efficient, converting 92% of the lactose
to glucose and galactose, compared to 82% for the batch reactor.
xiii
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
Para a separação dos componentes do soro, uma das mais promissoras técnicas é a
ultrafiltração com membranas poliméricas. A ultrafiltração vem sendo utilizada nas
indústrias alimentícias, principalmente na clarificação de sucos de frutas, cerveja e vinhos e
na concentração de produtos lácteos, aonde vem sendo bastante utilizada na recuperação
das proteínas do soro que, depois de concentradas, são utilizadas em dezenas de produtos
alimentícios na forma líquida ou desidratada (OLIVEIRA, 2000; PETRUS, 1997).
Para a quebra da lactose, dois métodos têm sido utilizados: a hidrólise ácida
(homogênea ou heterogênea) e a hidrólise enzimática (enzimas na forma livre,
imobilizadas em suportes ou recuperadas). A hidrólise ácida requer condições de operação
extremamente rigorosas, como elevadas temperaturas e pH ácido, formando diversos
subprodutos que deverão ser purificados. A hidrólise enzimática ocorre em condições mais
brandas, tanto de temperatura como pH, mas requer a utilização de uma etapa posterior
para a separação dos produtos formados.
A hidrólise pode ser influenciada por diversos fatores, entre eles podemos destacar
as condições operacionais, como temperatura, pH e pressão, e a concentração de reagentes
e produtos, que podem inibir a atividade da enzima. Diversos modelos cinéticos foram
desenvolvidos para o estudo da hidrólise enzimática, sendo o mais utilizado a equação de
Michaelis-Menten com inibição competitiva pelo produto.
2
Introdução
3
Capítulo 2
OBJETIVOS
Pode-se dizer, portanto, que embora os resultados aqui alcançados possam ser
fenomenologicamente preditos, os dados aqui gerados constituem um valioso recurso para
a exploração de novas alternativas no importante processo de degradação enzimática da
lactose.
5
Capítulo 3
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O soro pode ser definido como a porção aquosa que se separa do coágulo durante a
fabricação convencional do queijo ou manufatura da caseína. Consiste em
aproximadamente 85 a 90% do volume do leite usado para a transformação em queijo e
retém cerca de 55% dos nutrientes do leite (MIZUBUTI, 1994).
ZALL (1984) define o soro como o fluido obtido pela separação do coágulo do leite
integral, creme ou leite desengordurado. O soro é um diluente líquido que contém lactose,
proteínas, minerais e traços de gordura e contém aproximadamente 6% de sólidos totais,
dos quais 70% ou mais é lactose e 0,7% é proteína.
1
ZAAL, R.R. Sources and Composition of Whey and Permeate. In: Zadow JG, editor. Whey and Lactose
Processing. London: Elsevier Applied Science, 1992.
Revisão Bibliográfica
Água 93,4
Lactose 4,60
Proteína 0,70
Cinzas 0,65
Cálcio 0,10
Fósforo 0,08
Gordura 0,05
Outros 0,42
Através de vários processos, o soro pode ser seco e utilizado como alimento animal
ou aditivo alimentar, ou pode ser convertido em produtos químicos, combustíveis e outros
produtos através da fermentação. Um dos maiores obstáculos da utilização do soro é a
grande quantidade de lactose presente, a qual contribui para sua baixa solubilidade, baixo
poder adoçante e sua pobre digestibilidade quando utilizado como alimento. A lactose
também é pouco fermentável quando comparada a outros açúcares (YANG e OKOS,
1989).
7
Revisão Bibliográfica
8
Revisão Bibliográfica
O soro pode ser utilizado de diferentes formas: soro fresco, pasteurizado ou não;
soro condensado, contendo de 35 a 60% de sólidos, soro condensado adocicado, contendo
38% de sólidos e 38% de açúcares; soro seco e, finalmente, pode-se utilizar os
componentes individuais do soro, como a lactose e proteínas (GILLIES, 1974).
O soro é geralmente utilizado devido as suas proteínas como suplemento para ração
animal e, mais recentemente, devido as suas propriedades funcionais e nutricionais, em
alimentos processados (MAWSON, 1994).
As proteínas do soro, devido ao seu alto valor nutricional, estão sendo utilizadas em
diversos produtos, como leite desproteinizado, queijos, ricota e bebidas lácteas, conferindo
aos mesmos boas propriedades funcionais, nutricionais e aromáticas (BRANDÃO, 1994;
MATTHEWS, 1984).
9
Revisão Bibliográfica
Um dos principais problemas do soro é seu alto poder poluente. A maior parte
produzida é enviada à estação de tratamento de efluentes ou, muitas vezes, despejada
diretamente em rios ou sobre o solo. A carga poluente, representada pela Demanda
Bioquímica de Oxigênio (DBO), varia de 32000 a 60000 mg.L-1, dependendo do processo
de fabricação do queijo (BRANDÃO, 1994; MARWAHA e KENNEDY, 1988; DEMOTT
et al., 1981).
Uma das várias alternativas para diminuir a carga poluente do soro é utilizar
microrganismos, como Kluyveromyces sp, para a conversão da lactose em biomassa ou,
através da fermentação do soro, em etanol (PONSANO e CASTRO-GÓMEZ, 1995).
10
Revisão Bibliográfica
3.2 - Lactose
11
Revisão Bibliográfica
Este dissacarídeo, devido a sua baixa solubilidade, seu fraco poder adoçante
(Tabela 3.3) e sua incapacidade de ser fermentado por diversos microrganismos, tem sua
utilização limitada tanto em nível alimentar quanto industrial, além de existirem casos
estatisticamente não negligenciáveis de sua intolerância ou de sua má absorção (PETRUS,
1990).
D-Frutose 173
Sucrose 100
D-Glicose 74
D-Galactose 32
Lactose 16
Uma das desvantagens da lactose é a de não ser facilmente digerida por uma parte
da população humana. No intestino humano, a lactose é geralmente hidrolisada pela
enzima lactase, sendo absorvida como glicose e galactose. Porém, esta enzima não está
presente em todas as pessoas, de modo que a ingestão de lactose pode levar à fermentação
da mesma, gerando distensões, desconfortos e, em alguns casos, diarréias. A administração
oral de lactase tem sido utilizada, mas nem sempre obtendo resultados satisfatórios,
ocorrendo algumas vezes reações alérgicas (BÓDALO et al., 1991; ZADOW, 1984).
12
Revisão Bibliográfica
Segundo BRANDÃO (1994), a lactose pode ser utilizada como matéria-prima para
diversos produtos, incluindo:
a) Lactosil urea, que é preparada pela condensação da lactose e uréia. Ele pode ser
usado como alimento de ruminantes para a síntese de proteínas.
13
Revisão Bibliográfica
Tabela 3.4 – Produtos obtidos por modificação enzimática e/ou química da lactose.
14
Revisão Bibliográfica
3.3 - Lactase
Lactase é o nome utilizado para a enzima β-D-galactosidase ou mais formalmente
β-D-galactosidase galactohidrolase. Tipicamente a lactase catalisa a hidrólise de lactose e
arabinoses, sendo capaz ainda de catalisar a síntese de certos oligossacarídeos
(RICHMOND et al., 1981).
Na Tabela 3.5 estão possíveis fontes para a obtenção da lactase, como plantas,
organismos animais, bactérias, enzimas intracelulares, como por exemplo leveduras, e
enzimas extracelulares, como por exemplo fungos (GEKAS e LÓPEZ-LEIVA, 1985).
Plantas Pêssego
Amêndoa
Algumas espécies de rosas selvagens
Organismos animais Intestino
Cérebro e tecido da pele
Leveduras Kluyveromyces (Saccharomyces) lactis
Kluyveromyces (Saccharomyces) fragilis
Cândida pseudotropicalis
Bactérias Escherichia coli
Lactobacillus bulgaricus
Bacillus sp
Streptococcus lactis
Fungos Aspergillus foetidus
Aspergillus niger
Aspergillus oryzae
Aspergillus phoenecis
Diversos estudos sobre a lactase foram conduzidos, incluindo tópicos como: fontes
para obtenção da enzima, métodos de isolamento e purificação, técnicas de ensaio,
propriedades físico-químicas (tamanho, forma, desnaturação pelo calor, influência do pH),
problemas relativos à hidrólise da lactose (biológicos e industriais) e disposição dos
resíduos gerados na hidrólise (RICHMOND et al., 1981).
15
Revisão Bibliográfica
Nem todas as lactases são aceitas ou reconhecidas como seguras para utilização na
indústria de alimentos. Enzimas extraídas de A. niger, A. oryzae e Saccharomyces sp (lactis
ou fragilis) são consideradas seguras, devido ao histórico de suas aplicações e aos
numerosos estudos realizados (GEKAS e LÓPEZ-LEIVA, 1985).
16
Revisão Bibliográfica
A lactase pode ser utilizada em processos com os mais diversos tipos de reatores,
incluindo reatores em batelada, reatores de leito empacotado, reatores de reciclo e reatores
de leito fluidizado. A atividade da enzima é afetada pela temperatura, fluxo do substrato,
material do suporte de imobilização, método de imobilização e componentes do substrato
(FINOCCHIARO et al., 1980).
1. Leite deslactosado
2 Produtos derivados de leite com baixa concentração de lactose
3. Iogurtes com baixa concentração de lactose
4. Iogurte adocicado
5. Concentrado para sorvete com baixa concentração de lactose
6. Xaropes alimentícios e produtos adocicados
7. Tratamento enzimático com lactase durante a produção de queijo
8. Processamento de lactose extraída de soro doce e ácido
17
Revisão Bibliográfica
CH 2OH CH 2OH
HO O H O H
H H
OH H O OH H
H H OH
H OH H OH
Lactose
CH 2OH CH 2OH
HO O OH H O H
H H
OH H OH H
H H HO OH
H OH H OH
Galactose Glicose
18
Revisão Bibliográfica
O xarope produzido pela hidrólise da lactose pode ser utilizado como fonte de
açúcar e, em alguns casos proteínas, em produtos de panificação, produtos de confeitaria,
sorvetes, sobremesas, sucos de frutas, bebidas energéticas para atletas ou base para a
produção de álcool (GEKAS e LÓPEZ-LEIVA, 1985).
A fonte das enzimas, o tempo de reação e a concentração inicial de lactose têm uma
forte influência sobre a quantidade de oligossacarídeos formados (LÓPEZ-LEIVA e
GUSMAN, 1995).
19
Revisão Bibliográfica
20
Revisão Bibliográfica
21
Revisão Bibliográfica
Enzimático Ácido
Enzima
Enzima Homogêneo Heterogêneo
Enzima Livre Recuperada
Imobilizada
(Ultrafiltração)
A hidrólise ácida em fase homogênea (uma fase) utiliza íons hidrogênio em solução
(pH 1,0 a 1,5) para catalisar a hidrólise da lactose durante tratamento térmico (24 h a 60 ºC
ou 11 min a 140 ºC). Já o processo heterogêneo (duas fases) utiliza uma resina de troca
catiônica, onde os íons hidrogênio estão ligados. O processo heterogêneo é o mais
utilizado, devido à possibilidade de regeneração da resina de troca catiônica (HOBMAN,
1984).
22
Revisão Bibliográfica
Com o desenvolvimento das lactases comerciais, houve uma grande melhora nas
técnicas empregadas na hidrólise enzimática. A enzima pode ser utilizada de três maneiras:
em batelada (“single use”), recuperada por membrana ou imobilizada. Nos processos em
batelada, a enzima adicionada no início do processo de hidrólise é perdida quando o
hidrolisado é pasteurizado. A recuperação por membrana é utilizada quando se tem
interesse em impedir que a enzima seja perdida, de modo a poder reutilizá-la. Neste
processo, a enzima é mantida na forma livre. No processo de imobilização, a enzima é
fixada fisicamente ou quimicamente a um suporte sólido, de modo a impedir a sua livre
circulação (FODA e LOPEZ-LEIVA, 2000).
23
Revisão Bibliográfica
Apesar do alto custo, os sistemas em que ocorre a imobilização da enzima são mais
viáveis economicamente do que os sistemas em que permanecem solúveis, pois os
processos em que são mantidas imobilizadas podem ser executados continuamente e
oferecem a possibilidade de reutilização das mesmas (SZCZODRAK, 2000).
24
Revisão Bibliográfica
25
Revisão Bibliográfica
26
Revisão Bibliográfica
27
Revisão Bibliográfica
Vm ⋅ C S
Michaelis-Menten sem inibição V = (3.1)
K m + CS
Vm ⋅ C S
Michaelis-Menten com inibição V =
⎛ C ⎞ (3.2)
competitiva por produto C S + K m ⋅ ⎜⎜1 + P ⎟⎟
⎝ KI ⎠
Vm ⋅ C S
Michaelis-Menten com inibição V =
⎛ C ⎞ (3.3)
acompetitiva por produto Km + C S ⋅ ⎜⎜1 + P ⎟⎟
⎝ KI ⎠
Vm ⋅ C S
Michaelis-Menten com inibição V =
⎛ C ⎞ ⎛ C ⎞ (3.4)
não-competitiva por produto K m ⋅ ⎜⎜1 + P ⎟⎟ + C S ⋅ ⎜⎜1 + P ⎟⎟
⎝ K I1 ⎠ ⎝ K I2 ⎠
28
Revisão Bibliográfica
Kluyveromyces
40 580 23 SANTOS et al., 1998.
fragilis
Kluyveromyces
43 2 43,6 CARRARA e RUBIOLO, 1996
fragilis
29
Revisão Bibliográfica
Área Aplicações
• Quebra do azeótropo benzeno/hexano
• Fracionamento CO2/CH4
Química
• Fracionamento do ar: obtenção de gás inerte e de corrente
rica em oxigênio
Biotecnológica • Desidratação de etanol
e • Purificação de enzimas
farmacêutica • Fracionamento de proteínas
Alimentícia • Concentração de leite e do soro de queijo
e • Concentração e clarificação de suco de frutas
bebidas • Clarificação e desalcoolização de vinhos e cervejas
Tratamento • Dessalinização de águas
de • Tratamento de esgotos municipais
águas • Desmineralização de águas p/ caldeiras
Tratamento • Recuperação de íons metálicos – Couro
de despejos • Recuperação de proteínas – Laticínios
industriais • Tratamento águas – Papel e Celulose
• Rim artificial – Hemodiálise
Medicina • Pulmão artificial – Oxigenadores
• Ar enriquecido em oxigênio
30
Revisão Bibliográfica
31
Revisão Bibliográfica
Tabela 3.13 – Principais processos com membranas e força motriz necessária à separação.
32
Revisão Bibliográfica
Potabilização de Clarificação de
Purificação de água soluções
água
33
Revisão Bibliográfica
34
Revisão Bibliográfica
Este problema pode ser revertido pela limpeza da membrana. Porém, alguns
foulings são irreversíveis, necessitando assim, da troca da membrana após determinado
tempo de uso (JULIANO, 2000).
35
Revisão Bibliográfica
36
Capítulo 4
MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 - Materiais
4.1.1 - Substrato
4.1.2 - Enzima
Cada grama do produto contém 5000 unidades de lactose neutra (Neutral Lactose
Units – NLU). Uma NLU é definida como a quantidade de enzima que pode liberar 1,0
µmol de o-nitrofenol por minuto sob as condições do teste. A quantidade de proteínas é da
ordem de 54,9 mg.mL-1.
4.1.3 - Membrana
38
Materiais e Métodos
Ar sob
Pressão
Camisa de
Aquecimento
Soro de Leite
Ultrafiltrado
+ Enzima
Agitador
Magnético
39
Materiais e Métodos
4.2 - Métodos
40
Materiais e Métodos
41
Materiais e Métodos
42
Materiais e Métodos
a) Princípio do método
43
Materiais e Métodos
At ⋅ Cpa
Ct = (4.1)
Ap
onde:
Ct = Concentração do teste (mg.dL-1)
Cpa = Concentração do padrão (100 mg.dL-1)
At = Absorbância do teste
Ap = Absorbância do padrão
44
Materiais e Métodos
Lactose ⎯Lactase
⎯⎯→ Glicose + Galactose
45
Capítulo 5
RESULTADOS E DISCUSSÃO
100
Grau de hidrólise (%)
80
60
40
20 Batelada
Com membrana
0
0 30 60 90 120 150 180 210 240
Tempo (min)
47
Resultados e Discussão
100
Grau de hidrólise (%)
80
60
40
20 Permeado
Concentrado
0
0 30 60 90 120 150 180 210 240
Tempo (min)
48
Resultados e Discussão
A análise das curvas da Figura 5.2 demonstra que o grau de hidrólise é praticamente
idêntico para as duas amostras. Isto indica que o produto formado no reator permeia a
membrana, sendo retirado da célula de ultrafiltração (reator) como permeado.
A membrana utilizada à base de PVDF e DMF foi escolhida por ser uma membrana
de baixo custo. As concentrações dos reagentes utilizados em sua elaboração permitem
obter uma membrana com uma excelente permeabilidade, requisito fundamental na
hidrólise de permeado do soro, devido a grande quantidade deste produto derivado da
indústria de laticínios.
PELE FILTRANTE
CAVIDADES
REGIÃO ESPONJOSA
49
Resultados e Discussão
100
Grau de hidrólise (%)
80
60
40
20 Inativação imediata
Inativação após 1 h
0
0 30 60 90 120 150 180 210 240
Tempo (min)
50
Resultados e Discussão
51
Resultados e Discussão
52
Resultados e Discussão
100
Grau de hidrólise (%)
80 30 ºC
35 ºC
60 40 ºC
45 ºC
40 50 ºC
20
0
0 30 60 90 120 150 180 210 240
Tempo (min)
Figura 5.6 – Grau de hidrólise da lactose em função do tempo a temperaturas de 30, 35,
40, 45 e 50 ºC (pH 6, concentração de enzima 1250 mg.L-1).
53
Resultados e Discussão
5.2.2 - Influência do pH
A Figura 5.7 apresenta os valores para o grau de hidrólise da lactose obtidos nos
ensaios com pH 5, 6 e 7. As condições operacionais de temperatura (40 ºC) e concentração
de enzima (1250 mg.L-1) foram mantidas constantes durante os três experimentos.
100
Grau de hidrólise (%)
80
60 pH 5
pH 6
40 pH 7
20
0
0 30 60 90 120 150 180 210 240
Tempo (min)
54
Resultados e Discussão
A análise dos dados demonstra que o grau de hidrólise foi praticamente igual
quando a reação ocorreu em pH 6 e 7. A conversão máxima obtida foi da ordem de 90%.
Analisando mais detalhadamente os valores, verifica-se que o tempo necessário para
alcançar a conversão máxima em pH 6 foi de aproximadamente 60 min, enquanto que para
pH 7 foi de 90 minutos.
55
Resultados e Discussão
100
60 400 mg/L
1250 mg/L
40 2000 mg/L
20
0
0 30 60 90 120 150 180 210 240
Tempo (min)
O tempo necessário para atingir o máximo grau de hidrólise foi de 60 minutos para
as concentrações de 400 e 1250 mg.L-1, enquanto que para 2000 mg.L-1, o tempo foi de 45
minutos. Neste ponto, os graus de hidrólise obtidos para os valores da concentração de
enzima de 1250 e 2000 mg.L-1 foram praticamente idênticos, alcançando uma conversão
máxima na ordem de aproximadamente 90%, enquanto que para a concentração de 400
mg.L-1 houve um rendimento expressivamente menor, na ordem de 40%.
A análise dos dados permite concluir que não existe uma significativa melhora na
taxa de conversão quando são utilizadas concentrações maiores do que 1250 mg.L-1. O
excesso de enzimas no meio não aumenta o grau de hidrólise, apenas diminui o tempo para
obtenção do rendimento máximo de 60 para 45 min.
56
Capítulo 6
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
6.1 - Conclusões
6.2 - Sugestões
58
Conclusões e Sugestões
59
Capítulo 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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