C 28806 F 66
C 28806 F 66
C 28806 F 66
SUMÁRIO
DIAGNÓSTICO ...............................................................................................................16
ORALISMO .....................................................................................................................36
BILINGUISMO ................................................................................................................37
SURDOCEGUEIRA ........................................................................................................40
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 103
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-se, no mundo, um movimento pela igualdade de direito, o qual todos possam ser
cidadãos participativos.
No que tange à área educacional, grandes mudanças também ocorreram e
ocorrem. O movimento mundial pela educação tornou-se, inclusive, uma luta de
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TODOS para TODOS, sendo considerado uma ação política, cultural, social
e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos no sentido de estarem
juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação.
Portanto, a ideia de inclusão caracteriza mudança de paradigma,
fundamentada na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e
diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação aos conceitos de
equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da
exclusão nas relações sociais.
A educação inclusiva passa a perceber a escola como um espaço de todos,
onde os alunos possam construir seus conhecimentos segundo suas capacidades,
expressando livremente suas ideias, participando efetivamente das atividades
propostas pelos professores, e se desenvolvam como cidadãos, nas suas
diferenças. Segundo Silva, a diferença (vem) do múltiplo e não do diverso. Tal como
ocorre na aritmética, o múltiplo é sempre um processo, uma operação, uma ação.
A diversidade é estática, é um estado, é estéril. A multiplicidade é ativa, é fluxo, é
produtiva. A multiplicidade é uma máquina de produzir diferenças – diferenças que
são irredutíveis à identidade. A diversidade limita-se ao existente. A multiplicidade
estende e multiplica, prolifera, dissemina. A diversidade é um dado da natureza ou
da cultura. A diversidade reafirma o idêntico. A multiplicidade estimula a diferença
que se recusa a se fundir com o idêntico (2005, p. 100-101).
Pode-se perceber, através das palavras do autor, que a diversidade no
contexto escolar comporta a criação de grupos de idênticos, formados por alunos
que têm uma mesma característica, selecionada para reuni-los e separá-los. Ao
referir-se a uma escola inclusiva como aberta à diversidade existente, passa-se a
ratificar o que se quer extinguir com a inclusão; em outras palavras, elimina-se a
possibilidade de agrupar alunos e identificá-los por suas especificidades.
Consequentemente, a construção de uma sociedade e de uma educação
inclusiva é um processo de fundamental importância para o desenvolvimento e a
manutenção de um estado democrático. A inclusão é a garantia, a todos, do acesso
contínuo ao espaço comum da vida em sociedade, que deve estar preparada para
o acolhimento à diversidade humana, à aceitação das diferenças individuais, do
esforço coletivo na equiparação de oportunidades de desenvolvimento com
qualidade em todas as dimensões.
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social de todas as pessoas com deficiência, cuja ideia era integrar esses indivíduos
em ambientes educacionais, os mais próximos possíveis daqueles oferecidos para
as pessoas consideradas “normais”. (KIRK e GALLAGHER, 1979; MENDES, 1994;
SASSAKI, 1997; SILVA, 1998)
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e saberes pedagógicos.
Os saberes da experiência são todos aqueles provindos das vivências
pessoais que cada professor obteve, tanto na condição de aluno quanto do seu
cotidiano como docente. Trata-se de um saber tácito que raramente é
problematizado, mas que exerce uma enorme influência na identidade e no modo
de ser de cada professor. Os saberes do conhecimento dizem respeito ao
sistemático processo de assimilação de conteúdos adquiridos no processo de
profissionalização e que, muitas vezes, são transmitidos de forma mecânica no
exercício da docência. Os saberes pedagógicos referem-se ao complexo processo
de mediação entre os saberes da experiência e os saberes do conhecimento.
(PIMENTA, 2008, p. 20-28)
Não se trata de uma simples aplicação automática de um saber didático, mas
de um complexo processo que envolve “a problematização, a intencionalidade para
encontrar soluções, a experimentação metodológica, o enfrentamento de situações
de ensino complexas, as tentativas mais radicais, mais ricas e mais sugestivas de
uma didática inovadora” (PIMENTA, 2008, p. 27).
O saber pedagógico trata da ação do docente, ou seja, não é um saber que
pode ser incorporado com o domínio de técnicas ou tecnologias pedagógicas. Ele
exige um processo permanente de reflexão do professor sobre o seu próprio fazer
pedagógico, sobre suas atitudes diante de conflitos e situações-problema que
surgem no dia a dia da sala de aula. Não é um saber da experiência (senso comum)
incorporado acriticamente; tampouco é um saber científico incorporado no rol de
conhecimentos da ciência pedagógica e é por isso que os saberes pedagógicos são
tão difíceis de serem assimilados, constituídos e ressignificados.
Nesse sentido, os saberes pedagógicos, dentro do contexto da formação
continuada de professores no cenário da educação inclusiva, acabam se tornando
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práticas desenvolvidas por eles mesmos. Cabe ressaltar que há uma grande
resistência por parte dos docentes em tornar sua prática pedagógica um possível
objeto de investigação.
Essa resistência dos docentes em compreender sua prática pedagógica
refletindo sobre ela acaba tornando-se fator negativo para uma efetiva formação
continuada na qual se almeja a qualidade do ensino para todos e, por conseguinte,
uma eficácia da aprendizagem. Sabe-se que, dentro do cenário das instituições de
ensino, muitos são os fatores que conduzem ou que possibilitam que o trabalho do
próprio docente seja precarizado. Pode-se dizer que os docentes, dentre tantos
outros fatores e categorias, podem se caracterizar como aqueles que dão a
possibilidade de iniciar a renovação dos processos de inclusão escolar. Buarque
jálhes fazia um apelo, dizendo que:
“Por favor, aceitem o risco de ser professores num tempo que o conhecimento muda a cada
instante, exigindo dedicação para acompanhar as mudanças contínuas. Aceitem com audácia
esse desafio, e sigam rumo à criação de novas maneiras de conhecer, por mais efêmeras que
sejam” (2003, p. 61).
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Diagnóstico
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O ponto de partida deve ser algo que mantenha o aluno atento, como jogos
de tabuleiro, quebra-cabeça, jogo da memória e imitações de sons ou movimentos
do professor ou dos colegas. Também é importante adequar a proposta à idade e,
principalmente, aos assuntos trabalhados em classe. A tarefa deve começar tão
fácil quanto seja necessário para que ele perceba que consegue executá-la, mas
sempre com algum desafio. (RODRIGUES, 2009). Quanto à integração escolar de
pessoas com déficit mental, as aprendizagens são raramente abordadas conforme
o que é próprio à idade cronológica normal.
A valorização dos papéis sociais compreende o aprimoramento da imagem
social e o desenvolvimento de habilidades pessoais. Dificilmente a educação das
pessoas com deficiência intelectual adapta o objeto de aprendizagem às
características do funcionamento mental que são próprias desses alunos. Devem
corresponder, como as pessoas normais de sua idade, às expectativas da escola,
ou seja, de um meio cognitivo que não está previsto para eles e, às vezes, nem
mesmo para seus pares, sem deficiências.
O educador deve buscar promover a autonomia das pessoas com
deficiência, usando habilidades intelectuais alternativas, ou seja, comportamentos
que são compatíveis com a capacidade intelectiva de cada sujeito, em um dado
momento e perante um determinado conteúdo.
Não se trata de selecionar habilidades intelectuais dentre aquelas que são
comuns às que as pessoas empregam para se ajustar aos desafios da vida
acadêmica, social, do trabalho e do lazer. O importante é valorizar todo e qualquer
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Para incluir um aluno com deficiência visual (DV) em uma escola regular,
necessita-se, primeiramente, conhecer como é essa deficiência e quais as
estratégias que deverão ser utilizadas para facilitar a vida desse sujeito. Esse aluno
precisa de um atendimento especial devido ao fato de possuir limitações que o
impedem de levar uma vida normal. Por isso, as escolas devem estar preparadas
para atender a esse público, possuindo materiais e espaços adequados e, ainda,
contar com profissionais especializados que viabilizem a construção do
Conceito
Define-se deficiência visual (DV) como perda parcial ou total da visão. Por
existirem diferentes graus da perda da visão, é importante esclarecer que o termo
“cegueira completa” é a deficiência que envolve a ausência total visão, ou seja, a
pessoa não consegue mais visualizar nada, nem mesmo a luz, e essa deficiência
não pode ser corrigida nem com o uso de lentes, enquanto que a pessoa que ainda
possui algum resquício de visão pode ser denominada pessoa com cegueira parcial,
baixa visão ou com visão subnormal.
De acordo com o Decreto nº 3.298/99 e o Decreto nº 5.296/04, a cegueira é
a acuidade visual igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção
óptica; já, na baixa visão, a acuidade visual fica entre 0,3 e 0,05 no melhor olho,
com a melhor correção óptica.
As pessoas com baixa visão são aquelas que possuem um
comprometimento do seu funcionamento visual e, mesmo usando óculos comuns,
lentes de contato, ou implantes de lentes intraoculares, não conseguem ter uma
visão nítida. Podem, também, ter sensibilidade ao contraste, percepção das cores
e intolerância à luminosidade, dependendo da patologia causadora da perda visual.
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A importância da visão
conceitos e ideias. As informações são captadas pelo olho, que envia para o
cérebro, o qual processa a informação recebida pelo sistema nervoso central.
Dessa forma, é interpretada, codificada e assimilada, proporcionando o acúmulo de
conhecimentos que serão associados a outras experiências vividas.
Com isso, podemos concluir que a visão é uma das formas de adquirirmos
conhecimento e, para isso, utilizamos a memória visual, da qual nos apropriamos
quando absorvemos informações do mundo exterior através de imagens ou
elementos visuais.
Para Gesell e Amatruda, a percepção visual está profundamente integrada a
todos os sistemas infantis, influenciando na postura, aquisição de habilidades
motoras, cognição e personalidade da criança. O autor considera também que o
sinergismo entre as ações globais da criança é fundamental para o seu
desenvolvimento harmônico. (2000)
Quando somos desprovidos da visão, necessitamos aguçar os outros
sentidos para compreender o mundo que nos cerca. Geralmente a pessoa cega tem
sua audição e o tato bem mais desenvolvidos, pois esses, entre outros sentidos
remanescentes, é que auxiliarão no processo de aprendizagem e reabilitação
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Causas
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Diabetes
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Glaucoma
Na maioria das vezes o glaucoma está relacionado aos danos causados
no nervo óptico, causando o aumento da pressão ocular. A parte frontal
do olho é preenchida por um fluido claro, chamado de humor aquoso.
Esse fluido é constantemente produzido na parte posterior do olho.
Qualquer evento que diminua ou bloqueie o fluxo desse fluido para fora
do olho provoca o aumento da pressão ocular, que irá causar muito
desconforto e a perda gradativa da visão.
Deslocamento da retina
É a separação da retina da parte subjacente que a sustenta. É a
separação da membrana fotossensível na parte de trás do olho (a
retina), das suas camadas de suporte. Quando houver o deslocamento
da retina, o sangramento dos pequenos vasos sanguíneos que a
drenam pode obstruir o interior do olho, que, normalmente, é
preenchido com o gel vítreo e, com isso, a visão central fica gravemente
afetada.
Catarata
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Essa doença pode ter origem congênita; pode ser provocada por
alguma doença que a mãe adquiriu na gestação, como é o caso da
rubéola, ou devido à falta de nutrientes suficientes para o bebê. Porém,
a catarata mais comum é a que ocorre na fase senil do ser humano,
geralmente após os 55 anos de idade.
Nesse período também pode surgir a degeneração macular, que
provoca:
- visão borrada;
- manchas no centro da visão;
- enxergar as cores desbotadas ou linhas distorcidas; -
dificuldades para a leitura.
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especializados nessa área para prestar atendimento aos alunos com essa
necessidade específica.
A seguir serão dadas algumas dicas e métodos que poderão auxiliar na
tarefa de ensinar os alunos que possuem DV. É sempre importante que, ao
pensar em práticas e atividades pedagógicas que serão desenvolvidas no
ambiente escolar, o professor converse com a família e observe quais são as
necessidades do aluno com essa deficiência.
Se o aluno estiver ingressando no período escolar, realize testes com
diferentes recursos, métodos e materiais. Com o passar do tempo, o estudante com
deficiência visual indicará qual a melhor abordagem para seu aprendizado.
Recursos pedagógicos
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Alfabeto
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haste de madeira ou plástico e serve para dar o relevo aos pontos. Por ser de
pequeno porte é fácil de ser conduzida e, por isso, dizemos que esses instrumentos
são comparados com o lápis ou a caneta das pessoas cegas.
O sistema de escrita braille se processa da seguinte forma: ao introduzir a
punção dentro de cada retângulo vazado da placa superior da reglete, pressiona-
se a folha de papel entre as duas placas contra os pontos côncavos dispostos na
placa inferior para formar o símbolo braille correspondente às letras, números ou
qualquer outro caractere que se deseja escrever. Com a folha virada do lado
contrário ao que foi inserido na reglete, os deficientes visuais conseguem identificar,
por meio da leitura tátil, os pontos em relevo formados com a pressão exercida pela
Reglete e punção
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Impressoras em braille
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Leitura em braille
Sorobã
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necessário deixar claro para ele todas as atividades propostas. Dessa forma,
verbalize de forma clara e audível todos os procedimentos e conteúdos
desenvolvidos.
- Para que ele se sinta mais seguro, realize tarefas colaborativas entre
os alunos, como atividades em grupos ou em duplas. Atividades desse tipo
promovem a socialização e segurança do aluno em sala de aula.
Orientação e mobilidade
Para que as pessoas consigam ter uma percepção espacial do local em que
estão inseridas, precisam da orientação para melhor compreender como é este
espaço e, ao se locomoverem, necessitam da mobilidade. No caso das pessoas
cegas, são utilizados os sentidos remanescentes para adquirir mais confiança e
segurança. Como define Weishaln, orientação é o processo de utilizar os sentidos
remanescentes para estabelecer a própria posição e o relacionamento com outros
objetos significativos no meio ambiente, enquanto que a mobilidade é a habilidade
de locomover-se com segurança, eficiência e conforto no meio ambiente, através
da utilização dos sentidos remanescentes (1990).
Felippe possui a mesma opinião, dizendo que “a orientação é a capacidade
de perceber o ambiente, saber onde estamos, enquanto que a mobilidade é a
capacidade de nos movimentar. A visão, normalmente, é o sentido que mais
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Podemos dizer que cada aluno com baixa visão tem uma visão funcional
variada; logo, as adaptações e recursos utilizados são específicos para ele. Os
casos não são iguais.
Na questão da leitura e escrita, as dificuldades encontradas são a do
tamanho das letras e das figuras, as quais devem possuir cores contrastantes e
contornos perceptíveis. Utilize melhor relação de contraste na elaboração do
material escrito (Ex.: preto no branco, amarelo no azul...) e sempre providencie
material impresso com letras ampliadas, de acordo com as necessidades
estabelecidas pelo aluno. Procure utilizar sempre fontes limpas e sem serifa. Fontes
com serifa possuem prolongamentos que dificultam a leitura por quem possui baixa
visão.
dos recursos/ferramentas, na sala de aula, para que ele visualize melhor o quadro
e o professor. Permita ao aluno escolher se prefere sentar no centro ou nos
cantos frontais da sala. Procure deixar claro para o aluno que ele pode se
aproximar da lousa, tirar dúvidas ou pedir para diminuir o ritmo sempre que for
necessário. Escreva no quadro em tamanho grande e dê preferência para letra de
fôrma, já que a letra cursiva tende a ocasionar dificuldades aos alunos com baixa
visão. Caso for necessário, sugira que um colega dite o conteúdo apresentado na
lousa. Isso auxilia a socialização do aluno, permite que ele acompanhe o ritmo da
turma e melhore a assimilação do conteúdo.
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Deficiência auditiva
O surdo na escola
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aquele cuja audição, ainda que deficiente, é fundamental com ou sem prótese
auditiva (1997, p. 31).
Em suma, “deficiente auditivo” e “surdez” serão conceitos utilizados para se
referir a pessoas que utilizam a língua de sinais e que possuem sua própria cultura,
a denominada “cultura surda”. As pessoas que optam pelo aparelho auditivo para
se comunicarem são denominadas DA, consequentemente, conforme Salerno, “já
escrevem ou falam bem a língua portuguesa e, por conseguinte, não usam ou não
querem optar pela língua de sinais – LIBRAS” (2005, apud VALENTINI, 2009, p. 19)
pelo fato de não se aceitarem como pessoa surda, e querer se igualar aos ouvintes.
Essa situação é de uma forma estimulada, devido ao fato de “[...] as identidades do
sujeito-surdo serem culturalmente construídas a partir da perspectiva do sujeito
ouvinte. Parece haver uma intenção de inclusão do surdo na sociedade ouvinte,
mas sempre no sentido de tornar o surdo um falante, [...]” (TAVARES, 2008, p. 56),
sendo que a sociedade enfatiza as diferenças e, por conseguinte, os pontos
positivos e negativos dentro de um grupo social.
Pensar no processo de aquisição da língua escrita por alunos surdos implica
pensar na aquisição de uma segunda língua, pois, para os surdos, a língua escrita
não é a mesma utilizada em sua comunicação corriqueira. Os surdos estão
incluídos em outra cultura, a denominada “cultura dos surdos”, e utilizam como base
a língua de sinais.
A leitura da língua portuguesa para os surdos como a segunda língua é muito
importante para a aprendizagem da escrita e deve estar vinculada com a língua de
sinais. Conforme Farias, sendo a língua um dos principais instrumentos de
identidade das pessoas, em seu sentido cultural e psicossocial, pode-se afirmar que
a língua de sinais é essencial aos surdos, pois ela identifica a sua comunidade,
além de permitir-lhes a aquisição de conhecimentos sobre o mundo e de fornecer-
lhes toda a base linguística para a aprendizagem de qualquer outra língua (2004).
Farias afirma também que somente depois de a criança ter aprendido e ter
certo domínio sobre a língua de sinais, ela poderá aprender a língua portuguesa,
devido à estrutura linguística e à integração desses dois códigos linguísticos. (2004)
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Oralismo
Tem como foco o entrosamento do aluno surdo com crianças ouvintes,
favorecendo, assim, o desenvolvimento da linguagem, com a utilização das técnicas
relacionadas ao treinamento auditivo – reconhecimento e discriminação de sons
ambientais e da fala; o desenvolvimento da fala – exercícios com lábios, língua,
mandíbula, respiração e relaxamento; e a leitura labial – treino para a leitura labial
aliado à expressão facial, valorizando a utilização da prótese auditiva (aparelho de
ampliação do som de maneira individual).
Comunicação total
Enfatiza a utilização de qualquer forma de comunicação por uma pessoa
surda, que contribua para o desenvolvimento da língua, como gestos naturais,
português sinalizado, Libras, leitura labial e alfabeto datilológico.
No entanto, conforme Goldfeld, “na comunicação total, o desenvolvimento da
língua oral da criança surda é importante” (1997, apud SANCHEZ, 2008, p. 172),
mas se deve levar em conta os aspectos cognitivos, emocionais e sociais na
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interação da criança com esse sistema, pois não se pode utilizar uma metodologia
em prol da exclusão da outra, e, sim, “utilizar a linguagem oral, de sinais, datilologia
ou a combinação destas” (CICCONE, 1996, apud SANCHEZ, 2008, p. 172).
Bilinguismo
Assume a língua de sinais como primeira língua e a língua oficial do país
como segunda, havendo o uso dessas duas línguas simultaneamente no processo
educacional. No entanto, o ensino da língua de sinais com o da língua portuguesa
escrita deve estar baseado na visão (desenho), na escrita (língua oficial do país) e
nos sinais (língua de sinais), conforme figuras 1 e 2.
Para contribuir para a compreensão da abordagem bilinguista, Dizeu e
Caporali trazem breves explicações e diferenças sobre a aquisição da linguagem
pelas crianças ouvintes e surdas, sendo que, em relação à criança ouvinte, desde
seu nascimento, está exposta à língua oral, adquirindo, dessa maneira, a língua
naturalmente, realizando trocas comunicativas, vivenciando situações do seu
ambiente, desenvolvendo uma língua efetiva, o que não ocorre com a criança surda
exposta somente à língua oral. Ambas apresentando uma aprendizagem
diferenciada devido às relações e trocas comunicativas no seu ambiente, levando
em conta também a estimulação interna (família) e externa (sociedade) (2005, apud
SANCHEZ, 2008, p. 172).
O Decreto 5.626/2005 assinala que a educação de surdos no Brasil deve ser
bilíngue, garantindo acesso à educação por meio da língua de sinais como língua
de instrução e o ensino da língua portuguesa, do grupo ouvinte majoritário, como
segunda língua. Portanto, conforme o Decreto, a língua de sinais deve ser
aprendida em primeiro momento e, após a língua portuguesa. Outras ações
simples também podem facilitar. Segundo Ampudia, traga-o para as primeiras
carteiras e fale com clareza, evitando cobrir a boca ou virar de costas para a turma,
para permitir a leitura orofacial no caso dos alunos que sabem fazê-lo. Dê
preferência ao uso de recursos visuais nas aulas, como projeções e registros no
quadro negro. Para os alunos com perda auditiva severa ou surdez, a aquisição da
Língua Brasileira de Sinais é fundamental para a comunicação com os demais e
para o processo de alfabetização inicial. […]. É importante que professores da
escola solicitem treinamento para aprender Libras ou peçam o acompanhamento
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de um intérprete em sala. Isso garante a inclusão mais efetiva dos alunos (agosto
de 2011).
Outras possibilidades de aprendizagem, tanto para o aluno surdo, quanto
para o ouvinte, seriam os Centros de Atividades, ou seja, salas de aula onde são
oferecidos materiais baseados em uma área de conteúdo.
Lima cita alguns centros:
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Não faz parte discutir qual prática de ensino é a mais apropriada, uma vez
que cada ser humano é único, e também porque a deficiência auditiva envolve
muitos graus, desde o mais severo ao mais leve. Cabe ao professor, dentro de sala
de aula, analisar o caso de seu aluno, buscar e adaptar estratégias junto aos
Núcleos de apoio e também as salas de recursos e, se for o caso, a contratação de
um Intérprete de Libras.
Surdocegueira
Características da surdocegueira
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Pouco antes de completar sete anos de idade, Anne Sullivan, uma professora de
21 anos que havia estudado na Escola Perkins para Cegos (Perkins School for the
Blind), devido à cegueira em sua infância, chegou à casa dos Keller para iniciar o
processo de aprendizagem com Helen Keller. Por não possuir ensino adequado,
Helen, até a chegada de Anne Sullivan, não falava e ainda não compreendia o
significado das coisas. (ROSENFELD, 2012)
No dia 5 de abril de 1887 Helen e sua professora estavam no quintal da casa
perto de um poço, bombeando água. A professora Sullivan colocou a mão de Helen
na água fria e sobre a outra mão soletrou a palavra "água", primeiro vagarosamente,
depois rapidamente. De repente, os sinais atingiram a consciência de Helen, agora
com um significado (ROSENFELD, 2012).
A partir de então, segundo Rosenfeld, “ela aprendeu que ‘água’ significava
algo frio e fresco que escorria em suas mãos. A seguir, tocou a terra e pediu o nome
daquilo e ao anoitecer já haviam relacionado trinta palavras aos seus significados”
(2012). Depois desse grande avanço na educação de Helen, a jovem menina
aprendeu os alfabetos braille e manual, o que facilitaria o processo de avanço do
conhecimento da jovem surdocega.
Em 1890, após surpreender sua professora, Helen deu um grande passo em
sua carreira. Pediu para Anne Sullivan lhe ensinar a falar. De acordo com
Rosenfeld, “sob orientação de Anne Sullivan, matriculou-se no Instituto Horace
Mann para surdos, de Boston, e depois na Escola Wright-Eumason Oral, de Nova
Iorque, onde, durante dois anos, recebeu lições de linguagem falada e de leitura
pelos lábios” (2012).
O progresso de Helen Keller depois de frequentar as escolas de Boston e
Nova Iorque foi tão expressivo, que ela escreveu um livro e passou a escrever
artigos em um jornal. Segundo Rosenfeld: “Antes de formar-se, ela fez sua estreia
na literatura escrevendo a sua autobiografia ‘A História de Minha Vida’, publicada
em 1902, e, em seguida, no jornalismo, com uma série de artigos no Ladies Home
Journal” (2012). Ainda, de acordo com Rosenfeld:
Helen Keller foi, por si mesma, uma grande obra de educação, pois se
dedicou ao trabalho para o bem-estar das pessoas cegas e surdocegas,
influenciando na criação de legislação e serviços especializados. E por tudo isso
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ela foi chamada por seus amigos americanos “A primeira mulher de coragem do
mundo” (2012).
Nesta seção, vimos a importância do trabalho, dos ensinamentos e, também,
podemos dizer, do ativismo produzido por Helen Keller com o bem-estar e a
independência dos jovens e adultos que fossem diagnosticados surdocegos. Além
de ter ao seu lado os melhores educadores, vimos que a persistência e a coragem
dela foram essenciais para que tudo ocorresse da maneira como ocorreu.
No próximo capítulo, veremos quais são os principais causadores da
surdocegueira e de que maneiras podemos lidar com essa deficiência após o
diagnóstico.
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Surdocego pré-linguístico
O surdocego pré-linguístico se refere àqueles “que adquiriram a
surdocegueira antes da aquisição de uma linguagem, seja oral ou gestual”
(SILVA, 2011). Para entendermos, o termo pode ser aplicado a crianças que já
nasceram com deficiência visual e auditiva. Essa criança não possuía esses
sentidos no processo de aprendizagem da linguagem e da fala.
O surdocego pré-linguístico, conforme Silva, “pode vir a isolar-se de tal forma
do meio ambiente, fugindo também da interação pessoal, o que faz surgir graves
problemas de desenvolvimento global, sendo o mais importante deles o da
comunicação” (2011). Outras considerações importantes são:
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Surdocego pós-linguístico
Formas de comunicação
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Comunicação receptiva
- Processo de recepção e compreensão da mensagem.
- Permite o início da compreensão dos significados das coisas e como elas
funcionam.
- Com o tempo, permite à criança “prever” o que vai acontecer.
- Difícil de identificar.
Comunicação expressiva
- Forma como expressa desejos, necessidades e sentimentos.
- Formas não verbais: sorrisos, movimentos, mudanças de posição.
- Compreendido por pessoas com quem tenham familiaridade.
- Adultos devem ter conhecimentos específicos sobre esse tipo de
comunicação.
Fonte: Adaptado de Ferreira (2014).
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tátil” (SERPA, 2002). Vale lembrar que esse processo pode ocorrer tanto na mão
do surdocego como de quem faz os sinais ou está soletrando.
Outra possibilidade é de que a pessoa, antes de ser surdocega, tenha sido
somente cega, conhecer a língua braille e “não ter resíduo auditivo funcional”; neste
caso, pode ocorrer a adaptação do sistema de leitura em uma forma tátil. Duas
formas são sugeridas por Serpa:
- Que escreva cada ponto do braille nas três primeiras falanges dos
dedos índice e médio da mão dominante, tomando cada falange como um
compartimento do braille.
- Pode, também, escrever na palma da mão em compartimentos
imaginários. (2002)
Conforme Serpa, “se a pessoa, antes de ser surdocega, foi ouvinte e vidente
e conhece a leitura/escrita em tinta, recomenda-se o ensino do sistema denominado
internacional ou universal descrito como alfabeto de escrita manual” (2002). De
acordo com Alvarez, “este é um sistema simples que pode ser utilizado por todos e
permite uma comunicação imediata, com pouca aprendizagem, só se a pessoa
surdocega não conhece as letras ordinárias, como acontece com alguns cegos
congênitos” (1991, apud SERPA, 2002).
Conhecendo essas possíveis variações, convém conhecer algumas formas
de comunicação para pessoas surdocegas:
Alfabeto dactilológico – “Formam-se as letras do alfabeto através de
diferentes posições dos dedos da mão. É similar ao alfabeto manual dos surdos,
com algumas variações para uma melhor percepção tátil ao ser soletrado na palma
da mão” (SERPA, 2002). É considerada uma das maneiras mais rápidas e, de
acordo com Alvarez, é o modo habitual com que os surdocegos se comunicam com
familiares ou conhecidos. (1991, apud SERPA, 2002)
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Exemplo de Tellatouch
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Tadoma
Deficiência múltipla: práticas pedagógicas
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Práticas pedagógicas
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Ferramentas de apoio
O aluno com múltipla deficiência ou todo aluno com uma e/ou mais
necessidades específicas necessita que certas adaptações sejam feitas para que
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GoTalk.
Para o aluno que apresentar limitação no movimento das mãos, por exemplo,
pode ser usado outro recurso de TA junto com as pranchas de comunicação, como
a pulseira de peso, a ponteira de cabeça, o mouse de sopro, mouse de nariz. Tudo
vai depender do convívio com o aluno, para perceber suas necessidades,
limitações. A partir da observação, podemos identificar, selecionar e testar uma
TAadequada para o seu caso.
A inclusão já se faz presente na maioria das escolas nos dias de hoje. Várias
são as necessidades especiais que estão inseridas nesse contexto. Cada uma
delas requer um estudo cuidadoso, de modo a proporcionar os melhores resultados.
Deficiência física
que amputá-lo(s) por algum motivo. Ainda, segundo o Decreto 5.296, há pessoas
com mobilidade reduzida, que não se enquadram dentro das deficiências, mas
acabam por ter necessidades especiais:
Pessoa com mobilidade reduzida: aquela que, não se enquadrando no
conceito de pessoa portadora de deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade
de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da
mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção (BRASIL, 2004).
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Sendo assim, Maciel explica que a deficiência física acarreta danos nas
funções motoras, mas, na grande maioria dos casos, conserva-se o cognitivo.
(1998). No entanto, existem alguns casos em que o cognitivo é afetado porque as
células responsáveis pelo intelecto são atingidas. De modo geral, a parte cognitiva
do cérebro funciona normalmente, deixando a pessoa com deficiência física com
plenas condições de aprendizagem e socialização.
A paralisia cerebral
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Práticas pedagógicas
A seguir, vamos conhecer algumas dicas para trabalhar com alunos com
deficiência física.
A deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor que
compreende o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema Nervoso. As
doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em
conjunto, podem produzir grandes limitações físicas de grau e gravidades variáveis,
segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida (MEC, 2006,
p. 28).
Os alunos com deficiência física podem apresentar as seguintes
características: atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; perda total, parcial ou
alteração dos movimentos, da força muscular, ou de sensibilidade nos membros
superiores ou inferiores; dificuldades ou incapacidade na realização de atividades
da vida diária, como comer, pular, sentar, pegar, arremessar, etc. Alguns alunos
com deficiência física podem apresentar dificuldades na comunicação oral ou
escrita.
É relevante que o professor busque conhecer o aluno e diferenciar lesões
neurológicas não evolutivas (como a paralisia cerebral ou traumas medulares) de
outros quadros progressivos, como distrofias musculares ou tumores que agridem
o Sistema Nervoso.
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a
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Educação Física
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Conceito
Quando se fala em Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) é
comum associá-los ao Autismo e seus tipos, o que está certo, porém o conceito
de TGD não diz respeito somente a este distúrbio, vai um pouco mais além. De
acordo com Belisário Filho e Cunha: O conceito de Transtornos Globais do
Desenvolvimento surge no final dos anos 60, derivado especialmente dos trabalhos
de M. Rutter e D. Cohen. Ele traduz a compreensão do autismo como um transtorno
do desenvolvimento. O autismo é explicado e descrito como um conjunto de
transtornos qualitativos de funções envolvidas no desenvolvimento humano. [...].
Além disso, o modelo permite uma compreensão adequada de outras
manifestações de transtornos dessas funções do desenvolvimento que, embora
apresentem semelhanças, constituem quadros diagnósticos diferentes. A
compreensão dos transtornos classificados como TGD, a partir das funções
envolvidas no desenvolvimento, aponta perspectivas de abordagem, tanto clínicas
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Além do já citado Autismo, quais seriam, então, os outros tipos de Transtornos Globais do
Desenvolvimento? Podemos classificar diferentes transtornos que, em comum,
apresentam afetadas as funções de desenvolvimento do indivíduo e sobre os quais
falaremos a seguir: Síndrome de Rett; Transtorno ou Síndrome de Asperger; Transtorno
Desintegrativo da Infância; Transtorno Global
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De três a cinco anos – É quando fica mais fácil de perceber que existe algo de
diferente com a criança. É comum um comportamento de exclusão com as
pessoas, limitando-se a viver em seu próprio mundo, fazendo movimentos
repetidos, como o balançar do corpo e das mãos. Em ambientes de socialização,
como em grupo de crianças e na escola, ficam evidentes as dificuldades do
autista. Alguns exemplos desses comportamentos: a) falta de contato visual; b)
pouco interesse pelas pessoas e brincadeiras em grupo; c) fala muito ou pouco,
copia e repete frases que ouviu; d) dificuldades de compreensão.
De seis a 11 anos – Por tratar-se da faixa etária onde a criança começa a ser
alfabetizada, é comum que os professores observem alguns comportamentos
como a falta ou pouco contato visual, a não utilização de gestos, a ausência de
amigos, não mostra as tarefas que realizou na aula aos professores e tem
dificuldades de compartilhamento; é repetitivo.
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estudante, fiquem atentos a estes casos, pois pode se tratar de uma criança sem
diagnóstico, que, a exemplo de autistas, apresentem dificuldades de socialização
ou, ainda, em se tratando de uma criança ou adolescente com Síndrome de
Asperger, mostre-se petulante. Segundo Missaglia e Fernández, “a construção dos
objetivos do plano de ensino individualizado e a aplicação de pressupostos da
análise do comportamento são bons suportes para o processo de ensino e
aprendizagem” (2013, p. 5). Não menos importantes neste processo de ensino e
aprendizagem, os pais também devem acompanhar a vida escolar dos filhos e
procurar incentivá-los também fora deste ambiente para que seu desenvolvimento
seja frequente e contínuo.
Mas, e quais seriam os métodos ideais para educar as crianças com TGD?
Ainda conforme Missaglia e Fernández: as pessoas com TGD beneficiam-se de
um método que preconize a organização, intervenção contínua, adaptação do
ambiente, rotina e tarefas estruturadas, que envolvem intervenções específicas
baseadas em suas necessidades e que através de sua constituição possibilite:
desenvolvimento, aquisição de autonomia, ganho de competências para vida
prática e diária, e independência (2013, p. 5).
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atividades. (2004)
Este exemplo demonstra a complexidade que possuem alunos com esta
Síndrome, pois, em razão das suas limitações motoras, exigem bastante atenção
e podem, sim, apresentar quadros de evolução. Conforme Drago: [...] a criança
com síndrome de Rett, diante de todas as suas deficiências, porém diante de
todas as suas possibilidades como ser humano infindável e imensurável, ao estar
na escola precisa entrar em contato com o maior número possível de atividades e
objetos que possam enriquecer seu arcabouço de informações (2012, p. 152).
O primeiro passo é avaliar as necessidades individuais da criança com
Síndrome de Rett, pois ela varia de acordo com o estágio em que a criança está.
Os estímulos podem ser através de sons, imagens, livros, brinquedos, de forma que
ela possa tocar e, assim, interagir. O processo pode ser lento, por isso é preciso
que o educador tenha muita paciência e compreenda que cada aluno tem o seu
tempo.
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é mais abrangente, uma vez que também diz respeito aos serviços destinados ao
desenvolvimento, indicação e ensino relativo à utilização da tecnologia. (BERSCH;
PELOSI, 2006).
Entende-se por recursos da Tecnologia Assistiva quaisquer equipamentos
(hardware ou software especiais) que contribuem para a acessibilidade e uma vida
mais autônoma para o seu usuário, independente da área de utilização. Estes
podem variar de uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado,
tendo aplicações diversas como o lazer, estudo, trabalho e comunicação em geral.
Cita-se como exemplos: brinquedos e roupas adaptadas, dispositivos para
adequação da postura sentada, recursos para mobilidade manual e elétrica,
aparelhos auditivos, auxílios visuais, materiais protéticos, entre outros.
(SARTORETTO; BERSCH, 2014)
Os serviços da TA, por sua vez, referem-se ao auxílio dado por profissionais
à pessoa deficiente para a seleção, uso ou compra de equipamentos que vão
favorecer a acessibilidade na vida desses usuários. Também é atribuição do
prestador de serviço conhecer e orientar o usuário quanto ao acesso público e
particular aos recursos de Tecnologia Assistiva. Eles incluem a avaliação
individualizada para seleção de recursos apropriados; o apoio e orientações legais
para concessão da TA; a coordenação da utilização da TA com serviços de
reabilitação, educação e formação para o trabalho; a formação de usuários para
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especialidades. (2014) (2008)
Órteses e próteses
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Prancha de comunicação
Cartões de comunicação
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tipo carteira (figura 11). Tem capa plástica flexível, contendo bolsas em
plástico transparente antirreflexivo. É útil porque cabe facilmente no bolso e é fácil
de manusear. (CLIK, 2014)
Carteira de comunicação
Mesa com símbolos: Este recurso é uma mesa fixa na qual os símbolos
são colocados sobre ela para que a pessoa possa apontar para eles, se
comunicando com as demais (figura 12). Esta mesa/prancha é normalmente
plastificada com papel contact, para proteger e impermeabilizar os símbolos, e
também para facilitar o uso da mesa para outras finalidades (alimentação, escrita,
pintura). (SCHIRMER, 2007)
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Avental
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Vocalizador portátil.
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Teclado adaptado
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21), que são utilizadas para o auxílio da pessoa na digitação no computador, entre
outros que também fazem parte desta categoria.
Há, também, para facilitar o acesso e o manuseio do computador, softwares
especiais, como os de reconhecimento de voz, de leitores de texto, leitor de tela,
teclado virtual (que auxiliam na edição de textos), prancha dinâmica, ampliadores
de tela, controle do mouse por meio de movimentos da cabeça, etc. (BERSCH;
PELOSI, 2006)
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Adequação postural
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Esta categoria inclui recursos que auxiliam uma pessoa cega ou com visão
subnormal a ter uma vida mais autônoma, realizando tarefas de seu dia a dia de
maneira mais independente possível, por exemplo: ler, escrever, utilizar o
computador, ter mobilidade independente. Esses auxílios incluem bengalas com
sensores, lupas e lentes (auxílios ópticos para leitura) (figura 29), Braille para
equipamentos com síntese de voz (figura 30), grandes telas de impressão, sistema
de TV com aumento para leitura de documentos, assim como softwares leitores de
tela (navegadores textuais), softwares leitores de texto, softwares ampliadores de
tela, hardwares (acessórios) conectados ao computador que ajudam o seu
manuseio, como, por exemplo, linha Braille (dispositivo de saída do computador
com agulhas táteis) (figura 31) e as impressoras Braille (figura 32), entre outros
recursos. (TECNOLOGIA, 2013)
Lupas auxiliares
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Linha Braille
Impressão em braille
Esta área aborda recursos que auxiliam a pessoa surda ou com déficit
auditivo a ser mais independente e autônoma na sua comunicação. Esses auxílios
incluem vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez (figura
33), telefones com teclado-teletipo (TTY) (figura 34), sistemas com alerta tátil-visual,
softwares que auxiliam o usuário a utilizar o computador, entre outros. (BERSCH,
2013)
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Adaptações em veículos
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REFERÊNCIAS
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Brasília: CORDE, 2007. 104p.
MISSAGLIA, Vivian; FERNÁNDEZ, Sarai Sánchez de León. A intenção pedagógica
na inclusão de alunos com Transtornos Globais do Desenvolvimento. Anais do I
Simpósio Internacional de Estudos sobre a Deficiência – SEDPcD/Diversitas/USP
Legal. São Paulo, junho/2013.
NADAL, Paula. O que é a Síndrome de Rett? Revista Nova Escola, abr.
2011.
TAMANAHA, Ana Carina; PERISSINOTO, Jacy; CHIARI, Brasília Maria. Uma breve
revisão histórica sobre a construção dos conceitos do Autismo Infantil e da
Síndrome de Asperger. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 13,
n.3,2008,p.296-299.
WILLIAMS, Chris e WRIGHT, Barry. Convivendo com Autismo e Síndrome de
Asperger: estratégias práticas para pais e profissionais. São Paulo: M. Books do
Brasil, 2008. 326p.
GUIA RIO CLARO. Alunos terão disponibilidade de mais ônibus, 2012.
BEGOSSI, Aline. Educação Especial: um espaço para postagens sobre inclusão
social. Prancha de comunicação alternativa de rotina, 2014.
BERSCH, Rita. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre, 2008.
. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre, 2013.
BERSCH, Rita de Cássia Reckziegel; PELOSI, Miryam Bonadiu. Portal de ajudas
técnicas para educação. Equipamento e material pedagógico para educação,
capacitação e recreação da pessoa com deficiência física: Tecnologia Assistiva:
recursos de acessibilidade ao computador II / Secretaria de Educação Especial -
Brasília: ABPEE/MEC/SEESP, 2006.
BRASIL. Tecnologia Assistiva. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos
da Pessoa com Deficiência. Comitê de Ajudas Técnicas. Brasília: CORDE, 2009.
BRASIL. Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nº
10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas
que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas
gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF. 03 dez. 2004.
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