RHC 38261
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ACÓRDÃO
Documento: 1275771 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 29/10/2013 Página 2 de 4
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 38.261 - CE (2013/0173994-7)
RELATÓRIO
Alegam que não estaria evidenciado o dolo dos acusados, não tendo a
inicial demonstrado qual teria sido a conduta abusiva ou audaciosa na gestão da
instituição bancária, motivo pelo qual deveriam ter sido sumariamente absolvidos ante a
ausência de justa causa para a persecução penal.
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punitiva estatal em perspectiva, já que entre a data dos fatos e o recebimento da
denúncia já teriam transcorrido mais de 10 (dez) anos, sendo que, em caso de
condenação, a pena cominada aos recorrentes não poderia superar o mínimo legal.
É o relatório.
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RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 38.261 - CE (2013/0173994-7)
VOTO
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suficientemente individualizada, ao menos para o fim de se concluir
no sentido do juízo positivo de admissibilidade da imputação feita
na denúncia. Ordem denegada.
(HC 98840, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma,
julgado em 30/06/2009, DJe-181 DIVULG 24-09-2009 PUBLIC
25-09-2009 EMENT VOL-02375-03 PP-00991)
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atipicidade do fato, a ausência de indícios a fundamentaram a
acusação ou, ainda, a extinção da punibilidade, circunstâncias
essas, no caso, não evidenciadas de plano. Precedentes.
2. O crime contra a ordem tributária previsto no art. 2.º, inciso II, da
Lei n.º 8.137/90 prescinde de dolo específico, sendo suficiente,
para a sua caracterização, a presença do dolo genérico,
consistente na omissão voluntária do recolhimento, no prazo legal,
do valor devido aos cofres públicos. Precedentes desta Corte e do
Supremo Tribunal Federal.
3. A alegação de inexistência de dolo esbarra na impossibilidade de
revolvimento do conjunto fático probatório na via estreita do writ,
motivo pelo qual é vedada, por intermédio do remédio constitucional
eleito, a análise pretendida. Precedentes.
4. Recurso ordinário desprovido.
(RHC 29.662/SC, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA,
julgado em 18/06/2013, DJe 01/07/2013)
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Ainda quanto ao assunto, entende, com razão, o doutrinador Antônio
Rodrigues Porto, que "em qualquer fase do processo, quer em 1ª quer em 2ª
instâncias, pode ser alegada a prescrição, pelo réu ou pelo órgão da acusação. O juiz,
ainda, deverá reconhecê-la de ofício quando a encontre provada, e independentemente
da vontade do réu, pois a este não é facultado renunciar ao benefício, que é de ordem
pública" (Da prescrição penal. 4ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 64).
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Federal abaixo colacionados:
No caso dos autos, a ação penal encontra-se na fase instrutória, sem que
tenha havido prolação de sentença de mérito, motivo pelo qual a prescrição somente
poderia ser decretada após decorrido o prazo disposto no artigo 109 do Código Penal, o
que ainda não ocorreu, tendo em vista a inexistência de sanção aplicada necessária ao
deslinde da presente questão.
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o prazo de 12 (doze) anos previsto no artigo 109, inciso III, do Código Penal entre a data
em que os fatos teriam ocorrido e a do recebimento da denúncia.
É o voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro JORGE MUSSI
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. FRANCISCO XAVIER PINHEIRO FILHO
Secretário
Bel. LAURO ROCHA REIS
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FERNANDO RIBEIRO HERMIDA
RECORRENTE : ALVARINO ERVEN DE ABREU
ADVOGADO : LEONARDO QUEIROZ XAVIER E OUTRO(S)
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso."
Os Srs. Ministros Marco Aurélio Bellizze, Moura Ribeiro, Regina Helena Costa e Laurita
Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator.
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