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Gestão de Projetos Portuários

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GESTÃO DE PROJETOS PORTUÁRIOS

1
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-


sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação
contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos
e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra-
vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

2
Sumário

1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4
2- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................ 9
2.1- ESTÁGIO 1 (INPUT) ....................................................................................... 11
2.1.1- Sistema Portuário Nacional e Políticas de Governo .................................... 11
2.2- ESTÁGIO 2 (INPUT) ....................................................................................... 19
2.2.1- Ciclo da operação portuária .......................................................................... 19
2.2.2- Planejamento operacional portuário ............................................................ 21
2.3- Execução e Gerenciamento da Operação ....................................................... 23
2.4- ESTÁGIO 3 (OUTPUT)................................................................................... 24
2.4.1- Controle da operação ..................................................................................... 24
2.4.2- Indicadores de desempenho portuário ........................................................ 25
2.4.3- Gestão da capacidade operacional ............................................................... 26
2.4.4- Avaliação dinâmica de capacidade e desempenho de terminais portuários
.................................................................................................................................... 28
3- REFERÊNCIAS ................................................................................................... 33

3
1 – INTRODUÇÃO

Com a dinamização das economias globais e novas aberturas de mercados, é


crescente a demanda por movimentação de cargas nos portos mundiais, sendo
o Brasil umas das maiores economias na exportação de commodities e importa-
ção de bens manufaturados. Com este aumento do fluxo logístico de transporte,
a oferta comercial competitiva dos portos depende da boa gestão e do grau de
coordenação dos processos operacionais, resultando na otimização do uso dos
recursos, menor tempo de estadia dos navios nos portos e maior produtividade
na movimentação de cargas. (ANTAQ, 2018).

Nesse caso, surge a necessidade de aprimorar o sistema administrativo dos por-


tos públicos brasileiros, visto que as Companhias Docas são constituídas como
Sociedade de Economia Mista, vinculadas ao Ministério dos Traspores, Portos e
Aviação Civil (MTPA), regidas por decretos norteado pela Lei 12.815, de 5 de
junho de 2013. Os portos públicos organizados somam um total de 37 comple-
xos, com administração exercida pela União, no caso das Companhias Docas,
ou delegada a municípios, estados ou consórcios públicos. espelhadas no mo-
delo Landlord Port. Neste sentido, a modernização da gestão portuária baseada

4
em um sistema de informações logísticas contribui para um planejamento ope-
racional integrado entre complexos portuários com foco nos indicadores de de-
sempenho econômico (ANTAQ, 2018).

A governança corporativa pode ser definida como o sistema pelo qual as empre-
sas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas a crescer,
envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, direto-
ria, órgãos de fiscalização, controle e demais partes interessadas. As boas prá-
ticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomenda-
ções objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o
valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recur-
sos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade
e o bem comum. (IBGC, 2018). Com base nesta definição, os princípios básicos
de governança corporativa permeiam a adoção de boas práticas que resultam
em um clima de confiança das relações institucionais e empresarias por meio da
transparência, equidade, prestação de contas e cumprimento das responsabili-
dades corporativas. Esta valoração contempla o desejo de disponibilizar para as
partes interessadas as informações claras, concisas, tempestiva e transparentes
do desempenho econômico-financeiro que conduzem à preservação e à otimi-
zação do valor da organização. Preservando pelo tratamento justo e isonômico
de todos os sócios e demais partes interessadas (stakeholders), a fim de reduzir
as externalidades negativas dos negócios, das operações e aumentar as positi-
vas, levando em consideração no modelo de negócios os diversos capitais finan-
ceiro, intelectual, ambiental e humano, no curto, médio e longo prazos (IBGC,
2018).

A governança portuária pode ser definida como um mecanismo utilizado para


coordenar as relações existentes entre os atores nos processos operacionais da
cadeia logístico portuária. Em busca do melhoramento contínuo, aumento a efi-
ciência e a eficácia dos fluxos logísticos e consequentemente a competitividade
do porto. No modelo de governança de BROOKS & PALLIS (2008), Matching
Framework, os autores propõem para o primeiro estágio da reforma portuária a
inserção de inputs relacionados com as decisões de governança por meio dos
instrumentos de planejamento das políticas de governo para sistema portuário,

5
correlacionadas com as diretrizes do Plano Nacional de Logística Portuária. No
segundo estágio deste processo de reforma, o sucesso da aplicação do Modelo
de Governança se dá pelo grau de ajuste (fit) entre os elementos do modelo
conforme o Ambiente, Estratégia e Estrutura. A compreensão destes inputs de
dados pode ser definida por meio das definições apresentadas abaixo:

• Ambiente (Environment) refere-se ao ambiente operacional que o porto está


inserido, considerando as variáveis socioeconômicas e ambientais, sentido dos
fluxos logísticos e restrições deste sistema;

• Estratégia (Strategy) refere aos objetivos e decisões tomadas no processo de


planejamento operacional do porto, desenvolvidos pela administração do porto
conforme o mercado de atuação;

• Estrutura (Structure) refere-se à organização institucional do porto com base


na hierarquia, padronização dos procedimentos operacionais e sistema de con-
trole, conforme as políticas, projetos e estratégias implementadas pelo governo
e administração do porto.

O aperfeiçoamento da aplicação do Modelo de Governança depende do alinha-


mento destes elementos com a gestão operacional do porto. Neste sentido, a
metodologia PDCA foi aplicada na gestão operacional portuária como ferramenta
de ajuste (fit) para aperfeiçoar o diagnostico destes elementos, em busca da ob-
tenção de melhores resultados (outputs) em performance, os quais são divididas
em interna (eficiência) e externa (eficácia), conforme os indicadores de desem-
penho de maior interesse.

O quadro da Figura 1 esquematiza o processo de reforma portuária, segundo o


Modelo de Governança em estudo proposto por BROOKS & PALLIS (2008), ali-
nhado com os elementos de gestão operacional portuária, conforme a metodo-
logia PDCA inserida neste processo.

6
Conforme este processo de reforma, as premissas da metodologia PDCA foram
aplicados no planejamento operacional de maneira conceitual e simplificada, so-
bre a ótica das políticas de integração do sistema logístico portuário, observando
a complexidade e as principais etapas do fluxo operacional dos terminais portu-
ários.

A análise dos modelos de gestão portuárias evidencia a divisão de responsabili-


dades designadas pelos agentes públicos e privados que atuam no sistema por-
tuário. Os resultados operacionais favoráveis dos portos estão ligados direta-
mente com o modelo administrativo aplicado, através das diferentes políticas de
investimentos bem como os processos e a logística interna dos terminais. (VI-
EIRA, 2013).

7
Nesse caso, a delegação da operação portuária dos Portos Organizados dife-
rencia com base no perfil jurídico, por meio de concessão de uma empresa pú-
blica ou privada, sob licitação prévia. Contudo, os Terminais de Uso Privado
(TUP) operam apenas com autorização do poder público, observando que as
obrigações atribuídas ao operador mediante regime de concessão são maiores
do que aquelas impostas sob regime de autorização (ANTAQ, 2018).

Deste modo, o Banco Mundial (World Bank) propõe modelos de administração


portuária como método de classificação para avaliação dos resultados de de-
sempenho portuário. No Brasil, existem portos com titularidade pública federal,
estadual, municipal e privadas, sendo predominante o modelo Público Feral
como as Companhias Docas, sociedade de economia mista com capital majori-
tário da União.

O modelo administrativo Landlord Port define as atribuições da Autoridade Por-


tuária, como representante público, mantem a titularidade do porto e responsa-
bilidades pela manutenção da infraestrutura básica das instalações, incluindo
aspectos como acessos viários, canais de navegação, sinalização marítima e
berços de atracação. Enquanto os operadores privados são responsáveis por
adquirir, instalar e operar os próprios equipamentos facilitando o atendimento as
demandas operacionais de mercado (WORLD BANK, 2007).

Com base nos desafios das políticas do Plano Nacional de Logística Portuária
destacam-se os objetivos de aprimorar as relações de gestão e economia. O
objetivo de modernização da gestão das administrações portuárias tem papel
importante no desenvolvimento dos portos e do setor portuário nacional. As ad-
ministrações portuárias precisam atuar em consonância com as diretrizes estra-
tégicas estabelecidas pela então Secretaria Nacional de Portos do Ministério dos
Transportes, Portos e Aviação Civil (SNP/MTPA), cumprindo as metas estipula-
das, com colaboradores qualificados e capacitação constante. (PNLP, 2015).

O aprimoramento da governança abrange diversos aspectos do setor portuário.


Em busca desse objetivo, deve-se atuar em temas tais como a compatibilização

8
entre o planejamento dos portos às diretrizes nacionais, a efetividade e a efici-
ência administrativa na elaboração e aprovação de projetos portuários, a fim de
consolidar um ambiente de confiabilidade e estabilidade jurídica, atrativo ao in-
vestimento privado. (PNLP, 2015).

2- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Será abordado o conceito de governança proposto por BROOKS & PALLIS apud
VIEIRA (2013), segundo o modelo de Matching Framework, que significa Quadro
de Correspondência, a fim de obter um maior detalhamento da avaliação do de-
sempenho portuário no processo de modernização da gestão e planejamento
operacional integrado. Entretanto, VIEIRA (2008) observa que os alguns mode-
los de governança, mesmo aperfeiçoados, apresentam inconsistências na avali-
ação da performance portuária em um nível ótimo desejado.

Deste modo, foi estruturado sobre a ótica da metodologia PDCA (Plan, Do,
Check, Act), abordando conceitos de Planejamento, Execução, Verificação e
Ajuste por meio do Controle, das principais atividades operacionais portuárias, a
fim de obter uma análise simplificada dos indicadores chave de desempenho
operacional (Key Performance Indicators) de maior interesse para o porto. Flu-
xograma da metodologia ilustrado na Figura 2.

9
Segundo GRAEML & PEINADO (2007) a metodologia PDCA serve como modelo
de referência para os planos de melhoramento contínuo, seguindo o princípio de
gestão da qualidade total. A melhoria contínua é baseada em um conceito japo-
nês denominado Kaizen, que busca aperfeiçoar os processos operacionais tor-
nando-os mais eficiente, econômicos e confiáveis. Por meio da simplificação
destes conceitos, estes modelos são discutidos neste estudo a fim de investigar
formas de parametrizar a performance e aprimorar a relação entre o sistema de
medição de desempenho e a governança portuária, relacionados com as princi-
pais etapas da gestão operacional de terminais portuários.

Deste modo para adequação do modelo de governança, Matching Framework,


proposto por BROOKS & PALLIS (2008), ao sistema administrativo dos portos
públicos brasileiros, este presente apresenta uma abordagem conceitual simpli-
ficada do fluxo logístico como função administrativa. De modo que facilite a com-
preensão, permitindo a avaliação da gestão e coordenação das atividades ope-
racionais portuária, a fim de promover resultados lógicos em eficiência e eficácia
desta cadeia.

Neste contexto, a eficiência está associada aos tempos e custos despendidos


nas operações logístico-portuárias (avaliação interna) enquanto a eficácia tem
relação com a percepção dos usuários aos serviços do porto (avaliação externa).
A forma de implementação deste modelo é definida como reforma portuária, e
tem como objetivo de governança promover a performance da cadeia de supri-
mentos (Supply Chain), por meio da compreensão da lógica do funcionamento e
operacionalização do sistema neste processo de reforma.

Neste conteúdo foi estruturado conforme a avaliação do modelo de governança


e gestão operacional portuária incialmente discutidos. Nesta sequência, no Es-
tágio 1, são apresentadas as decisões de governança por meio de uma revisão
da estrutura administrativa portuária, contextualizando com as políticas do Sis-
tema Portuário Nacional abordadas no PNLP.

10
No Estágio 2, o processo de reforma portuária é estudado por meio da análise
da gestão operacional integrada, abordando conceitos de Planejamento, Execu-
ção e Controle da operação, conforme a metodologia PDCA, aprimorando a
compreensão da dinâmica do ciclo operacional de terminais portuários.

E, no Estágio 3 é apresentado uma avaliação dinâmica da correlação da capa-


cidade e do desempenho, conforme os resultados esperados em performance
deste processo de reforma portuária, inserido no modelo de governança em es-
tudo.

2.1- ESTÁGIO 1 (INPUT)


2.1.1- Sistema Portuário Nacional e Políticas de Governo

O Plano Nacional de Logística Portuária foi instituído pela então Secretaria Es-
pecial de Portos da Presidência da República (SEP/PR), atual Secretaria Nacio-
nal de Portos do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (SNP/MTPA)
como um instrumento de planejamento estratégico de Estado para o setor por-
tuário. O PNLP visa aprimorar a governança, modernizar a gestão dos portos
organizados, redefinir a legislação do setor, melhorar a produtividade operacio-
nal, nível de serviço e expandir a capacidade do sistema portuário alinhado com
o crescimento da economia, sustentabilidade ambiental e revitalização das áreas
dos portos organizados (PNLP, 2015).

O plano foi estruturado por meio de pilares estratégicos de desenvolvimento de-


finidos com objetivos e metas, através de um processo sistemático de Planeja-
mento, Execução, Acompanhamento e Ajustes, conforme a metodologia
(PDCA), com vistas a orientar as ações para o desenvolvimento do setor (PNLP,
2015).

Com a promulgação da Lei nº 12.815/2013 – Lei dos Portos – o sistema portuário


brasileiro passou a ser regido por um novo marco regulatório com novas regras
e diretrizes, a fim de eliminar barreira do fluxo de comércio e aumentar a com-
petitividade dos portos brasileiros. A Lei dos Portos fomenta a ampliação da mo-

11
vimentação de cargas, a redução do custo logístico, além de aprimorar a efici-
ência e o desenvolvimento do setor operacional. Através desta reformulação ins-
titucional, a Secretaria de Portos passou a atuar de maneira centralizada como
poder concedente das atividades de exploração dos portos organizados, contra-
tações, serviços de dragagem e no planejamento integrado do setor portuário
(PNLP, 2015).

Neste sentido, compete as autoridades portuárias exercer a gestão e adminis-


tração dos portos. Os principais aspectos da Organização Institucional do Sis-
tema Portuária no presente governo estão apresentados na Figura 3.

Um dos principais pilares estratégicos do PNLP visa à expansão da capacidade


do setor portuário por meio da melhoria do desempenho operacional e moderni-
zação da gestão, com investimentos em equipamentos e projetos de infraestru-
tura, mediante o cumprimento de metas operacionais. A fim de atender o nível

12
de serviço desejado pelos armadores e operadores portuários, assim como me-
lhorar os acessos aquaviário, conforme o Programa Nacional de Dragagem
(PND) (PNLP, 2015).

Outro importante pilar de desenvolvimento implantado pelo PNLP visa aprimorar


a governança portuária e modernizar a gestão, através da execução de iniciati-
vas em planejamento operacional integrado do porto com foco no desempenho.

Por meio destes pilares, destacam-se ações para identificar a vocação de cargas
dos Clusters portuários e promover investimentos em melhorias operacionais,
melhoria nos acessos dos portos, compatibilização das políticas municipais e
estaduais de desenvolvimento urbano e infraestrutura com a expansão das
áreas portuárias (PNLP, 2015).

Destacando o principal conjunto de instrumentos de planejamento para o setor,


laborado através dos Planos Mestres (PM), Plano de Desenvolvimento e Zone-
amento (PDZ) e Plano Geral de Outorgas (PGO).

A Figura 4 mostra o organograma com principais instrumentos e planos estraté-


gicos de governo para o planejamento integrado do setor portuário, de acordo
com os níveis de competências institucionais.

13
A Secretaria de Portos também realiza um Programa de Modernização da Ges-
tão Portuária (PMGP) com objetivo de melhorar a eficiência dos processos logís-
ticos, propor e implantar recomendações administrativas de boas práticas de go-
vernança nas Companhias Docas. Assim como o aprimoramento corporativo das
administrações portuárias e o aperfeiçoamento do controle financeiro, pela cria-
ção de um sistema de custeio detalhado com base nos serviços prestados para
implantar uma estrutura tarifária adequada (PNLP, 2015)

Um dos grandes avanços neste processo de modernização da gestão operacio-


nal portuária implantada pelo PNLP (2015), foi a política de implementação de
sistemas de inteligência logístico portuária, como Vessel Traffic Management In-
formation System (VTMIS), Porto Sem Papel (PSP) e o PortoLog (PNLP, 2015).

Os Sistemas de Gestão de Tráfico de Embarcações, como o VTMIS, objetivam


implantar um monitoramento ativo do tráfego aquaviários nos acessos do porto,

14
para aumentar a eficiência e a segurança das manobras e da navegação nas
operações portuárias, a fim de reduzindo o risco de acidentes (PNLP, 2015).

O Porto Sem Papel é um sistema de informações que concentra dados e docu-


mentos requeridos pela anuência das atividades operacionais. Este sistema fun-
ciona como uma ferramenta de janela única portuária, atuando como uma plata-
forma eletrônica que permite a análise e compartilhamento de dados entre as
agências de navegação, armadores, órgãos fiscalizadores, operadores e autori-
dades portuárias (PNLP, 2015).

O Projeto Cadeia Logística Portuária Inteligente (CLPI) tem por objetivo a intro-
dução de um processo inovador consolidado pela PortoLog que permite o ge-
renciamento dos acessos terrestres ao porto, através da coleta de informações
e monitoramento integrado das cargas desde a origem até o terminal portuário
de embarque.

Este sistema facilita a difusão de informações antecipadas para operação que


contribui para programação dos recursos, aumentando a segurança do processo
logístico e ganho no desempenho operacional.

A Figura 5 mostra a visão integrada dos sistemas de inteligência portaria em


implantação pela Secretaria de Portos (PNLP, 2015).

15
Após a implantação do PortoLog, este deve interligar-se ao Porto sem Papel e
ao VTMIS, que possibilitará o acompanhamento e gerenciamento, em tempo
real, do fluxo de cargas, veículos e embarcações no canal de navegação e nas
áreas de fundeio do Porto (PNLP, 2015).

O Programa Nacional de Dragagem foi instituído pela Lei 11.610 de 2007 (já não
mais em vigor), foi criado para propor e desenvolver soluções para reduzir os
gargalos que limitavam os acessos marítimos aos portos, com o objetivo de in-
crementar capacidade de movimentação de cargas aos calados dos navios mais
frequentes na costa brasileira (PNLP, 2015).

16
Com base na análise dos relatórios do PNLP (2015), a projeção de demanda e
alocação de cargas foram alinhados aos Planos Mestres de cada porto, agrupa-
dos em Clusters portuários e definidos como conjunto de portos e terminais pri-
vados geograficamente próximos. A projeção de demanda tem a finalidade de
estimar uma perspectiva do fluxo cargas dedicadas por cada região e assim di-
recionar os investimentos em infraestrutura adequados. A Figura 6 ilustra o mapa
do Sistema Portuário Nacional e a localização dos principais Clusters e comple-
xos portuários.

Figura 6 – Clusters porturários

17
Diante dos novos desafios para o desenvolvimento do Setor Portuário Brasileiro,
os pilares estratégicos foram ajustados conforme as prioridades de governo, di-
recionando as ações de acordo com a evolução dos ciclos de planejamento do
PNLP, seguindo a ótica da metodologia PDCA. Com base nas premissas esta-
belecidas através destes pilares de desenvolvimento, foram atribuídos objetivos
específicos direcionando ações de nível estratégico, tático e operacional, para o
planejamento focado em Gestão, Economia, Capacidade, Operações, Logística
e Meio Ambiente. (PNLP, 2015).

Os principais objetivos alinhados aos PNLP através da gestão e economia, vi-


sam a modernização das administrações portuárias estabelecidas como em-
presa e aderentes as diretrizes da SEP/PR, voltados principalmente para as
Companhias Docas. Estas diretrizes foram baseadas no cumprindo de metas
empresariais em movimentação de carga, metas de qualificação e capacitação
dos operadores, metas de desempenho financeiro com margem operacional po-
sitiva medidas por indicadores. Assim como a reestruturação das tabelas tarifa-
rias dos serviços portuários para garantir margens operacionais adequadas.
(PNLP, 2015).

O nível de serviço dos acessos aos portos brasileiros está diretamente ligado as
obras de dragagem, infraestrutura de integração dos modais terrestres e circu-
lação de veículos nas vias urbanas marginais ao porto. Nesse sentido, a melho-
ria da eficiência portuária depende da logística dos acessos ao porto compatíveis
com a demanda. A otimização da inteligência logística deve ser um objetivo a
ser buscado paralelamente com as melhorias de infraestrutura na gestão dos
acessos aos portos e infraestrutura de apoio (PNLP, 2015).

Para área de operações, foram definidos objetivos alinhados com indicadores de


desempenho operacional benchmark e avaliação do nível de serviço conforme
parâmetros de mercado. A redução do tempo de espera dos navios é ideal para
otimizar a operação portuária e o uso da infraestrutura do canal de acesso. A
avalição destes objetivos foi estabelecida por meio da comparação com indica-

18
dores de terminais portuários com tempo de espera adequado, calculados sub-
traindo o horário de chegada do navio na barra pelo tempo médio de navegação
e o horário de início das manobras. Estes indicadores foram separados por gru-
pos de carga e avaliados através da comparação com terminais benchmark
(PNLP, 2015).

Por meio destas atribuições estabelecidas pela SEP/PR foram mediadas ações
estratégicas que visam principalmente coordenar e automatizar procedimentos
operacionais, consolidar a utilização de Porto Sem Papel, reduzir os tempos não
operacionais, garantir condições adequadas nos acessos e implantar o Sistema
de Gestão de Tráfego de Embarcações.

Neste sentido, com base no input das políticas traçadas pelo Plano Nacional de
Logística Portuária, o processo de reforma do Modelo de Governança proposto
por BROOKS & PALLIS (2008), contempla a análise e avalição destas ações
estratégicas no Ambiente, na Estrutura e na Estratégia do modelo, a fim de aten-
der os objetivos específicos do PNLP.

2.2- ESTÁGIO 2 (INPUT)


2.2.1- Ciclo da operação portuária

Para estudar as ferramentas da gestão e gerenciamento da operação portuária


é importante primeiramente analisar detalhadamente as principais etapas do pro-
cesso operacional dos terminais sobre as áreas de influência do porto, com base
no sentido de transferência das cargas, métodos de armazenagem e destinos
de exportação ou importação.

Com base nos processos e nas operações do fluxo logístico de importação (Im-
port flow) de cargas, o ciclo logístico no porto inicia com a chegada do navio na
área de fundeio, e finaliza após a transferência e expedição das cargas para o
modal terrestre. Nos processos e nas operações do fluxo logístico de exportação
(Export flow) de cargas, o ciclo logístico no porto inicia com a recepção da carga
no gate, e finaliza com o embarque e partida do navio.

19
Por meio da compreensão desta dinâmica do fluxo logístico de um porto, neste
conteúdo foram discutidos e analisados os principais aspectos relacionados com
a gestão operacional, abordando conceitos de Planejamento, Execução e Con-
trole, segundo a ótica da metodologia PDCA. Esta metodologia foi aplicada no
processo de reforma portuária como ferramenta de ajuste no modelo de gover-
nança, a fim de obter os indicadores de desempenho de maior interesse para o
porto.

20
Por meio desta análise do processo do fluxo logístico foram estudados o plano
de ação e programação das operações, alinhados com os indicadores de de-
sempenho operacionais. A fim de melhorar a compreensão destes procedimen-
tos e aperfeiçoar o ajuste do modelo de governança.

2.2.2- Planejamento operacional portuário

O planejamento operacional é essencial para todas as atividades de um terminal


portuário, e demanda uma compreensão aprofundada e sistemática dos proces-
sos. O planejamento detalhado é fundamental para o gerenciamento das opera-
ções de um terminal, e tem como princípios assegurar a utilização adequada dos
recursos e a coordenação efetiva das atividades, do início ao fim da operação
principal e operações secundárias, principalmente aquelas envolvendo outras
entidades externas do porto (UNCTAD, 1985).

As responsabilidades de planejamento da operação portuária são atribuídas em


diferentes esferas organizacionais ligadas diretamente ou indiretamente ao
porto, com base na escala de tempo das atividades, por meio de um planeja-
mento em curto, médio e longo prazo. A principal tarefa e o grande desafio de
um gestor da operação portuária, é realizar o planejamento integrado em todos
os níveis (UNCTAD, 1985).

 Planejamento em nível estratégico visando investimentos em melhorias


na infraestrutura para atender demandas futuras, longo prazo;

 Planejamento em nível tático visando o aperfeiçoamento dos processos,


como aquisição de novos equipamentos, médio prazo;

 Planejamento em nível operacional visando manter o desempenho dos


processos e rotinas diárias do porto, curto prazo.

Para realização deste planejamento das operações portuárias de maneira efe-


tiva, é fundamental o conhecimento detalhado e sistemático dos principais ele-

21
mentos da operação, como as particularidades de cada tipo de terminal relacio-
nado com os tipos de carga movimentadas, métodos de armazenagem, especi-
ficações técnicas dos equipamentos chave da operação e as informações perti-
nentes ao navio (UNCTAD, 1985).

O gerenciamento logístico envolve muitas decisões e recursos para realização


do transporte de cargas, em que o porto representa um importante elo desta
cadeia. O estudo da carga a ser transportada, como tipo e natureza, determina
a forma que o processo deve ser gerenciado. Na gestão desta cadeia, é neces-
sário um conhecimento detalhado das especificações dos equipamentos e pe-
culiaridades dos modais de transporte. Por meio destas especificações as em-
presas transportadoras tomam as decisões para operar e realizar sua função
logística no fluxo de transporte e transferência das cargas (SILVA, 2016).

O detalhamento dos tempos operacionais contribui significativamente para o pla-


nejamento adequado da utilização dos recursos para todas as atividades do
porto. Para isto devem ser utilizados indicadores de desempenho para determi-
nar de maneira precisa os tempos operacionais, conforme a produtividade de
movimentação de cargas em condições normais da operação (UNCTAD, 1985).

Por meio destas informações, os tempos operacionais do navio no porto são


estimados mais precisamente, considerando a operação do navio no berço, pois
este apresenta maior valor de utilização da capacidade e dos recursos operaci-
onais.

Com base nos conceitos de planejamento apresentados, é possível desenvolver


uma compreensão conceitual do processo de execução e gerenciamento da
operação, conforme o ciclo da metodologia PDCA, em que o grau de coordena-
ção destas atividades operacionais evidencia o planejamento eficiente. Neste
sentido, os indicadores do desempenho operacional obtidos na execução dos
processos, servem como parâmetros para avaliação da performance do pro-
cesso e das operações.

22
2.3- Execução e Gerenciamento da Operação

A governança na execução da operação está relacionada com aspectos opera-


cionais estratégicos e comerciais, como as tarifas portuárias, utilização dos re-
cursos, produtividade, capacidade operacional, eficiência dos processos, segu-
rança e o nível de serviços prestado (BRANCH, 1986)

O objetivo do gerenciamento portuário é maximizar o rendimento dos negócios


através da otimização da utilização do berço e dos equipamentos portuário. Bem
como reduzir o tempo do navio no porto (turnaround time), a fim de promover a
melhoria contínua dos processos operacionais. A análise do tempo expendido
pelo navio no porto relacionado com indicadores de capacidades, permite aos
gestores identificarem gargalos, conflitos de utilização dos berços e da infraes-
trutura. (BRANCH, 1986).

A utilização adequada dos recursos do porto contribui para otimização dos in-
vestimentos, quanto ao número de berços e equipamentos compatíveis com a
demanda, no que proporciona uma redução significativa dos gastos operacionais
e ociosidade de recursos. Deste modo a maximização da utilização destes re-
cursos resulta no aumento da capacidade efetiva e aumento da margem de lu-
cros dos terminais, possibilitando a redução das tarifas, melhorando a competi-
tiva e participação de mercado (Market Share) do porto (BRANCH, 1986).

Quanto maior o rendimento dos equipamentos, menor será o custo unitário por
tonelada ou unidade de carga movimentada. Entretanto a alta ocupação de um
berço ou superutilização dos equipamentos, podem ocasionar filas e comprome-
ter o fluxo logístico. Neste sentido o gestor da operação, deve analisar a utiliza-
ção dos recursos por meio de um trade-off com base nos princípios de gover-
nança (BRANCH, 1986).

A execução da operação dos navios e das cargas no porto irá depender dos
termos contratuais, conforme os acordos realizados entre as agências de nave-
gação, donos das cargas, donos do navio e os terminais portuários. Neste sen-
tido, os indicadores de desempenho operacional do porto, fornecem subsídios

23
para elaboração destes contratos e planejamento prévio da execução das ativi-
dades (BURNS, 2015).

Com base nos tempos e movimentos operacionais, a Figura 9 ilustra hipotetica-


mente a sequência dos principais serviços e processos das operações do navio
no porto (Gráfico de Gantt modificado).

2.4- ESTÁGIO 3 (OUTPUT)


2.4.1- Controle da operação

O controle é a função administrativa de levantamento de informações sobre da-


dos da execução dos processos operacionais, idealmente planejados previa-
mente. O primeiro passo para implementação do processo de controle é estabe-
lecer os objetivos específicos e padrões que se deseja alcançar. A coleta de
dados operacionais deve estar alinhada com estes objetivos que servem como
referência para avaliação de desempenho de uma organização, comparando
com um modelo padrão de excelência benchmark desejado. Existem padrões de
quantidade, qualidade, tempo e custo, que definem quais os instrumentos de
medidas adequados para avaliar as diferentes etapas destes processos (CHIA-
VENATO, 2004).

A avaliação do desempenho é a segunda etapa de verificação e controle do pro-


cesso operacional e depende da coleta de informações das atividades, em uni-
dades de mensuração compatíveis com os indicadores. O propósito da avaliação
é verificar os resultados alcançados e posteriormente aplicar as correções ne-
cessárias, visando a melhoria contínua dos processos e da gestão empresarial
(CHIAVENATO, 2004).

Segundo a UNCTAD, (1985), o maior desafio do controle é a coleta de dados e


informações operacionais de maneira integrada e alinhada com os objetivos es-
pecíficos da avaliação de desempenho.

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 Avaliação de Resultados. As medições dos resultados operacionais são
relativas a quantidade total de carga movimentada, nas operações de
carga e descarga de um navio durante o tempo de permanência no berço.

 Avaliação de Serviço: A qualidade do serviço da operação portuária é


medida conforme a satisfação dos clientes, principalmente pelo tempo de
operação efetivo comparado com o tempo desejado. É possível também
medir o serviço através da avaliação de integridade das cargas, identifi-
cando possíveis avarias e extravios.

 Avaliação de Utilização: Os indicadores relevantes de utilização estão


relacionados com o tempo de ocupação, utilização dos equipamentos e
das instalações. É essencial assegurar a continuidade da operação do
navio enquanto este estiver atracado no berço, reduzindo os tempos de
paradas.

 Avaliação de Produtividade: Os indicadores de produtividade podem ser


calculados, com base na análise financeira, comparando a quantidade de
carga movimentada com os recursos utilizados.

2.4.2- Indicadores de desempenho portuário

Por meio do gerenciamento e controle das atividades de um terminal portuário,


a etapa de coleta de dados operacionais deve ser realizada conforme os objeti-
vos específicos de maior interesse das entidades e agentes da cadeia logística-
portuária. Neste sentido, os indicadores de desempenho são qualificados con-
forme o grau de relevância nos negócios relacionados ao porto (UNCTAD, 2016).

Segundo o modelo de governança portuária proposto por BROOKS & PALLIS


(2008), o detalhamento dos indicadores de desempenho evidencia os resultados
(outputs) e alcance de metas. A cada etapa do processo logístico portuário estão
associados tempos e custos. Neste sentido os resultados de governança podem

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ser analisados mediante o somatório destes índices nas diferentes etapas ope-
racionais, comparando com os resultados anteriores a aplicação da reforma (VI-
EIRA, 2013).

Os indicadores de desempenho mais relevantes, são denominados Key Perfor-


mance Indicators (KPIs), no porto se destacam os financeiros e operacionais. A
Autoridade Portuária deve estar ciente das despesas e receitas geradas pela
operação de cada terminal, como fator decisivo para determinação dos valores
das tarifas portarias adequadas aos serviços prestados (UNCTAD, 2016).

2.4.3- Gestão da capacidade operacional

A capacidade de uma operação pode ser definida como o máximo nível de ativi-
dade de valor adicionado realizadas em determinado período, sob condições
normais de operação. De forma que possam atender as demandas, em curto,
médio e longo prazos. No processo de tomada de decisões, os gestores devem
alinhar o planejamento com as políticas de investimentos em melhorias da infra-
estrutura e expansão dos terminais portuários, por meio da gestão da capaci-
dade operacional (SLACK, 2006).

Existem diferentes metodologias para avaliar a capacidade e o desempenho dos


terminais portuários. Estes podem ser obtidos pelos cálculos da eficiência das
instalações, dos processos, dos equipamentos, volume de produção e coeficien-
tes de utilização da infraestrutura. Como os cálculos dos seguintes indicadores
associados como: OEE (Overall Equipment Effectiveness), OOE (Overall Ope-
ration Effectiveness), TEEP (Total Effective Equipment Performance), taxa de
ocupação, nível de serviço, fator de estiva e produtividade de prancha.

As informações de capacidade são de fundamental importância para o planeja-


mento em todos os níveis da organização. As definições especificas sobre os
resultados desta avaliação da capacidade foram obtidos na literatura, a fim de
estabelecer um parâmetro comparativo, em que variam conforme a esfera admi-
nistrativa (BICHOU, 2013. GRAEML & PEINADO, 2007).

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I.A capacidade instalada pode ser definida como a capacidade máxima teórica
que uma unidade pode produzir operando ininterruptamente, em regime full time
(todas as horas do dia e todos os dias da semana/mês/ano), desconsiderando
perdas. Esta é avaliada como medida hipotética para definições estratégicas
com base nos índices de disponibilidade.

II.A capacidade disponível ou de projeto, pode ser definida como a quantidade


máxima que uma unidade pode produzir operando na jornada de trabalho dispo-
nível, sem considerar nenhuma perda. Levando em conta a capacidade nominal
dos equipamentos, segundo as especificações dos fabricantes para fins de cál-
culo de projeto. Neste sentido, para aumentar a capacidade disponível, pode-se
considerar o aumento dos turnos de jornada de trabalho e a expansão da planta
operacional do porto, como o aumento da quantidade de equipamentos. Este
aumento é recomendado quando a demanda de mercado tende a continuar cres-
cendo. Deste modo, é possível determinar um índice que indica a disponibilidade
do terminal com base na capacidade disponível e instalada;

III. A capacidade efetiva ou de carga, pode ser definida como a capacidade dis-
ponível subtraindo as perdas planejadas, como as paradas para setup dos equi-
pamentos, manutenções preventivas e trocas de turnos. Com base na capaci-
dade efetiva e disponível é possível determinar o índice que indica quanto as
instalações de um terminal estão sendo utilizadas.

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IV. A capacidade realizada, pode ser definida como a capacidade real de produ-
ção em um determinado tempo, considerando as perdas planejadas e não pla-
nejadas. Com base na capacidade efetiva e realizada é possível determinar um
índice que indica quanto as instalações de um terminal estão sendo utilizadas.

V. A capacidade comercial pode ser definida como o nível de serviço adequado


que o porto comercialmente pretende aos usuários das instalações, conside-
rando as estratégias comerciais e marketing operacionais.

2.4.4- Avaliação dinâmica de capacidade e desempenho de terminais


portuários

Dessa forma, a utilização da capacidade avalia os resultados (outputs) de movi-


mentação de carga, com o resultado potencial que poderia ser alcançado, por
meio de indicadores de desempenho (BURNS, 2015).

Neste sentido, a efetiva capacidade de um terminal portuário pode ser definida


medindo a capacidade atual de movimentação de cargas e estimando as capa-
cidades futuras, com base em indicadores de produtividade, níveis de ocupação,
tamanho dos navios e quantidade de cargas movimentadas. Os problemas com
o cálculo da capacidade do porto derivam de sua associação íntima com os con-
ceitos de utilização (disponibilidade), produtividade (rendimento) e qualidade (ní-
vel de serviço), que dependem da forma como suas instalações são operadas,
observando o fator humano (BICHOU, 2013)

A capacidade das instalações de processamento de fluxo é definida como sendo


capacidade dinâmica, dada em função de sua produtividade. Logo a capacidade

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das instalações de armazenamento é definida como sendo capacidade estática,
dada em função de como são utilizadas. Para avaliação Eficiência Global de um
porto ou terminal, devem ser observados os limites e gargalos de fluxo (bottle-
neck) deste sistema, considerando a capacidade dos processos individuais de
cada etapa do fluxo operacional como componentes limitantes (BICHOU, 2013).

Levando em conta que os investimentos em instalações de acostagem são mais


onerosos que os investimentos em instalações de armazenagem. Tem-se que a
capacidade do berço é definida com base no índice de ocupação admitido para
cada tipo de terminal. De maneira geral os indicadores de desempenho estão
relacionados com a capacidade por meio da otimização da operação, uma vez
que a gestão do desempenho depende da gestão da capacidade. Os principais
indicadores para administração eficiente dos recursos, relacionam o desempe-
nho por meio da avaliação de produtividade anual e mensal para o berço. Assim,
como relacionam a produtividade diária e horária para os ternos, navio e equipa-
mento (BICHOU, 2013).

Com base nos conceitos sobre gestão operacional portuária apresentados neste
material, é possível analisar a importância da aplicação de ferramentas de con-
trole operacional para a elaboração de políticas de planejamento de maneira
adequada, integrada e agregando valor as atividades portuárias. Tendo em vista
que os portos marítimos são uma entidade complexas e dinâmicas com a inte-
ração entre os vários agentes da cadeia logística. Os gestores das atividades
portuárias têm a função de gerenciar conflitos, coordenar e administrar todos os
aspectos operacionais de um terminal, de maneira eficiente, eficaz e efetiva
(BURNS, 2015).

Dado este contexto, o presente estudo contribui com uma revisão conceitual so-
bre o aprimoramento da governança corporativa do porto, conforme o modelo
proposto por BROOKS & PALLIS (2013), Matching Framework. Assim como, se-
gundo a ótica da metodologia PDCA aplicada na cadeia logístico portuária de
responsabilidade da alta gestão do porto. A fim de, aumentar a compreensão
das autoridades portuárias na avaliação das atividades operacionais.

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Este estudo é importante, pois através dele é possível compreender que, melho-
res resultados (outputs) portuários podem ser obtidos pelo ajuste do modelo de
governança relacionado com a performance. Tanto interna (indicadores de de-
sempenho), quanto externa (avaliação dos usuários), que possibilitam o aperfei-
çoamento dos processos operacionais promovendo a melhoria contínua.

Por meio das ferramentas de gestão integrada e controle operacional, é possível


elaborar planos de desenvolvimento em níveis estratégico, tático e operacional,
em que os indicares de desempenho subsidiam tecnicamente o processo de to-
mada de decisões. Estes apontam as ociosidades, ineficiências e gargalos nos
processos operacionais.

Com isso os gestores podem analisar qual o momento certo e onde é necessário
investir em melhorias na capacidade, de maneira eficiente e eficaz. A fim de,
manter o nível operacional competitivo de mercado e atender as necessidades
dos usuários do porto. Deste modo a gestão de desempenho atua com foco na
eficiência da operação, e a gestão da capacidade atua com foco na otimização
dos recursos e redução de custos (ALFREDINI & ARASAKI, 2014).

Por meio destes recursos, com o emprego de tecnologia embarcada nos equi-
pamentos, sistemas de processamento de dados e modelos computacionais de
simulação da operação. É possível monitorar em tempo real os indicadores de
desempenho, auxiliando no controle sistemático de setores estratégicos do fluxo
logístico (BURNS, 2015).

O momento adequado para expansão das áreas operacionais, é definido con-


forme o grau e frequência de sobre utilização da infraestrutura. Desta forma, re-
fletindo em níveis consideráveis de estresse e congestionamento, ocasionando
na redução da qualidade e do nível de serviço do porto. A expansão das áreas
operacionais, com aumento da capacidade estática, é um fator estratégico, em
que o futuro de porto é determinado pela disponibilidade de recursos para ex-
pandir (BICHOU, 2013).

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Neste sentido, a disponibilidade destes recursos é um forte atrativo para novos
investidores e stackeholders, promovendo uma gradual evolução do porto na
participação do mercado (Market Share). Por outro lado, o desafio da maioria
dos portos brasileiros, principalmente os que estão instalados em áreas urbanas,
é aumentar sua capacidade de operação utilizando dos recursos físicos disponí-
veis. Isto é possível através de investimento em melhorias do desempenho, ali-
nhado com o monitoramento e controle das atividades. Por meio do planeja-
mento integrado no processo de melhoria contínua, é possível obter um gradual
aumento da capacidade dinâmica, atendendo o aumento de demanda com re-
sultados de desempenho satisfatórios (BICHOU, 2013).

Outro fator importante, que deve ser levado em contanto na avaliação do fluxo
logístico de um porto, está relacionado com os procedimentos aduaneiros, onde
cada país ou blocos econômicos tem suas determinadas legislações. Estas va-
riam de acordo com o produto, em que a ineficiência nestes procedimentos de
fiscalização, falta de tecnologia adequada e controle, representam uma barreira
operacional nos tramites para liberação das cargas, tanto para exportação como
para importação. Isto tem prejudicado significativamente o andamento do fluxo
logístico, com cargas retidas e superlotando as áreas alfandegadas do porto pro-
vocando atrasos, comprometendo o andamento das atividades, e acarretando
em prejuízos (BICHOU, 2013).

Tendo em vista que diversos autores da literatura portuária ressaltam a necessi-


dade do desenvolvimento de pesquisas no âmbito da operação portuária, relaci-
onadas com o aprimoramento da gestão integrada dos processos logísticos.

Por fim, as boas práticas de governança corporativa convertem princípios bási-


cos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de pre-
servar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização. Bem como,
facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da
organização, sua longevidade e o bem comum para sociedade. Neste sentido,
os desafios serão mais facilmente resolvidos, tão logo ocorrerem melhorias na
governança do setor, na gestão das Autoridades Portuárias e na capacitação
dos trabalhadores. A modernização da gestão das administrações portuárias

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deve continuar sendo foco de esforços e investimentos, principalmente em rela-
ção à implantação e ao acompanhamento do novo sistema de cumprimento de
metas de desempenho empresarial, a fim de desenvolver o setor portuário naci-
onal e tornar os portos brasileiros competitivos e propulsores do desenvolvi-
mento econômico nacional.

Para o desenvolvimento sobre o tema é recomendado a verificação, junto as


autoridades portuárias, sobre o alinhamento deste modelo de governança diante
dos desafios e da realidade na gestão administrativa dos portos brasileiros e
Companhias Docas. Assim como classificar e validar os parâmetros da metodo-
logia adotada no processo modernização da gestão operacional, junto aos ges-
tores dos terminais. A fim de parametrizar os resultados de indicadores de de-
sempenho de maior interesse, e contribuindo para o desenvolvimento de futuros
sistemas com soluções baseadas em ferramentas computacionais para o con-
trole de qualidade das informações.

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3- REFERÊNCIAS

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