VIABILIDADE ROAD DIET Final
VIABILIDADE ROAD DIET Final
VIABILIDADE ROAD DIET Final
1. INTRODUÇÃO
Um ponto que chamou a atenção no local foi que no lado esquerdo da via a sua calçada
possui uma grande quantidade de obstruções, como escadas e rampas, tornando assim um fluxo
mais difícil, tanto que menos pessoas andam por este lado da calçada, enquanto no lado direito
é muito mais limpo, sua calçada é grande e na maior parte do tempo reta, assim tornado mais
cômodo e atrativo para transitar.
Nesse contexto, esse trabalho tem como objetivo geral aplicar técnicas de road diet para
uma redução da faixa de estacionamento esquerda, e conversão da mesma para uma zona onde
pedestres possam passar. Como objetivos específicos, para verificar se esse projeto é viável
será realizado uma análise do nível de serviço das calçadas para os pedestres e por fim uma
análise de custo beneficio para o projeto.
Esse trabalho se justifica visto que melhorando a acessibilidade para as pessoas que
estão a pé, tornará o local mais atrativo para a vinda de potenciais novos consumidores, o que
vem a ser vantajoso para as pessoas, por possuir uma melhor qualidade de vida no local, e para
os lojistas, por possuírem mais oportunidades de ofertar seus produtos para um público maior.
2. REVISÃO TEÓRICA
2.1 Road Diet
Road diet é uma técnica de planejamento de transporte onde para alcançar uma melhora
na acessibilidade e/ou mobilidade no sistema são reduzidas as faixas de rolagem ou a sua
largura efetiva ou ambos os casos juntos. Um exemplo de modificação típico de uma road diet
é quando uma rua de quatro faixas de mão e contramão é reduzida para apenas uma faixa de
rolamento em cada sentido. Assim liberando espaço para outros modais e podendo causar uma
melhoria na segurança local.
Quando uma road diet e feita com um bom planejamento ela não redireciona o tráfego
original para outras ruas, pois na configuração anterior ela já provia um excesso de capacidade.
Esses dados obtidos são utilizados futuramente para métodos de avaliação da via, no
caso deste trabalho, que busca focar em um estudo que beneficie os pedestres, os dados serão
utilizados para avaliar, por exemplo, o cálculo da taxa de fluxo de pedestres, a análise de
capacidade, a classificação de nível de serviço e outros tipos de avaliações.
De acordo com o HCM (2000), para determinar o Nível de Serviço para pedestres,
utilizam-se parâmetros como: espaço por pedestre (área), velocidades e taxas de fluxos
No trabalho em questão foi utilizado a aplicação das taxas de fluxo para determinação
do NS. Sendo necessário uma contagem de 15 minutos no pico e a largura efetiva da calçada
para compor a taxa de fluxo de pedestres, conforme é mostrado na equação a seguir:
𝑉15 (I)
𝑉𝑝 = ∗ 𝐿𝑒
15
Onde: 𝑽𝒑 = taxa de fluxo de pedestres (ped/min/m); 𝑽𝟏𝟓 = fluxo nos 15 minutos de pico
(ped/15-min); Le = largura efetiva da calçada (m).
Le = Lt - Lo (II)
Onde: Le = largura efetiva da calçada (m); Lt = largura total da calçada (m); Lo = somatório
das distancias das larguras e recuos das obstruções sobre a calçada (m).
Nesse trabalho, a metodologia do HCM (2000) foi escolhida por conta de ela utilizar
critérios baseados na capacidade, e também por aplicar outras variáveis, como o fluxo de
pedestres e as larguras efetivas da calçada, que além de serem úteis para a determinação do
nível de serviço do modo a pé, também vão ser interessantes para analisar como a aplicação da
road diet irá afetar as variáveis em questão.
Tabela 1: Critérios para determinação dos Níveis de Serviço para calçadas, de acordo com o Highway
Capacity Manual 2000 (HCM-2000)
2.4 Analise de Viabilidade em Projetos de Transporte
𝑁 𝑁
(III)
𝑉𝑃𝐿 = ∑ 𝐵 (1 + 𝑟)𝑇−𝑡 − ∑ 𝐶 (1 + 𝑟)𝑇−𝑡
𝑡 =0 𝑡 =0
Onde: 𝐵 = somatório dos benefícios no tempo t; C = somas dos custos no tempo t; r = taxa de
juros definida; 𝑇 = tempo no qual será feita a comparação (de 0 a 𝑇); N = número de unidades
de tempo do projeto.
Seguindo a mesma ideia do VPL, de comparação de fluxos em uma mesma data, porém
com o quociente sendo entre receitas (benefícios) e despesas (custos) ao invés do saldo. Se B/C
> 1, o projeto é viável, pois os benefícios superam os custos, ambos em valor presente.
Apresenta a seguinte equação:
∑𝑁
𝑡 =0 𝐵(1 + 𝑟)
−𝑡
(IV)
𝐵/𝐶 = 𝑁
∑𝑡 =0 𝐶(1 + 𝑟)−𝑡
Onde: B = soma dos benefícios no tempo t; C = soma dos benefícios no tempo t; r = taxa de
juros definida; N = número de unidades de tempo.
3 METODOLOGIA
Coleta de dados será realizada manualmente em campo pela equipe para coletar dados
como, fluxo de pedestres no local, tamanho e espessura das calçadas nos pontos de interesse
delimitados no mapa, largura das faixas e extensão da via.
Imagem 1: pontos relevantes onde foram mensuradas larguras efetivas para a extensão da calçada ,
imagem retirada do google maps.
A partir dos dados obtidos na coleta, determinar a Largura Efetiva das Calçadas (Le)
pela equação (II), e a Taxa de Fluxo de Pedestres (VP) pela equação (I). Visto que o dia que a
equipe tinha disponível para se reunir e coletar os dados não era um dia com um fluxo de
pedestres muito grande (perto do fim do mês numa manhã de domingo), após obter o número
de pessoas que passou em um período de 15 min no pico da manhã, requerido para a equação
(I), será associado o valor obtido com uma estimativa baseada na média de pessoas que foram
relatadas pelos comerciantes locais nos dias e horários de pico verdadeiros.
3.4.1 Custos
Para estipular um valor atual para o local, será associado um valor médio de faturamento
para a Rua do Comércio com base na média de faturamento mensal dos principais tipos de
comércios existentes na rua (supermercado, padaria, Cacau Show, oBoticário, papelaria, etc.)
com a quantidade de pessoas que circula mensalmente em horário comercial. Para assim
calcular um valor de benefício, onde será associado o valor anterior com a ideia de que
melhorando a atratividade para pedestres na rua ocorrerá um aumento de pelo menos 15% na
quantidade de circulação de pessoas assim gerando um faturamento mensal maior.
3.5 Viabilidade
Após obter os resultados de nível de serviço e análise econômica dos custos e benefícios
do projeto. Utilizar os indicadores de viabilidade econômica mostrados no item 2.4.2 para
chegar a uma conclusão a respeito da viabilidade de implantação do projeto.
Tabela 3: Taxa de fluxo de pedestres e nível de serviço atual e com projeto aplicado.
Taxa de Fluxo Atual Taxa de fluxo com aplicação do projeto
Nível de Serviço Nível de serviço
(ped/min/m) (ped/min/m)
Ponto I 23,15 C 7,09 A
Ponto II 40 D 8,15 A
Neste tópico serão mostradas as tabelas com os dados obtidos através dos métodos
mostrado no item 3.4.
4.3.1 Custos
4.3.2 Benefícios
Serão utilizados os indicadores de viabilidade econômica, VPL e B/C, para definir quão
viável é o projeto.
𝑁 𝑁
𝑉𝑃𝐿 = 62.719,61
∑𝑁
𝑡 =0 𝐵(1 + 𝑟)
−𝑡
𝐵/𝐶 =
∑𝑁
𝑡=0 𝐶(1 + 𝑟)
−𝑡
𝐵
= 2,155
𝐶
Vale ressaltar que alguns dos valores são apenas suposições com bases em analises de
situações similares, podendo gerar um aumento bem maior, pois cada caso analisado tem o seu
próprio comportamento, somente após a sua implantação poderá ser visto o seu real potencial.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após acompanhar todo o desenvolvimento deste projeto, se torna necessário sua
implantação, trazendo melhor atratividade para pedestres e assim aumentando o fluxo de
pedestres na localidade, que por sua vez, aumenta o lucro em potencial que a região pode gerar.
Para uma região comercial, como a Rua do Comercio 1, um projeto simples como este
pode acarretar num aumento nos lucros em geral da região, pois sendo mais atrativa para
pedestres e não para carros faz com que o número potencial de clientes, para ambos os lados da
rua seja muito maior, assim mostrando o verdadeiro potencial desse pequeno projeto.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
Bruno, BATISTA; Samios, ARIADNE; et al. Antes da Covid-19, Porto Alegre desenvolveu
rua para pedestres com urbanismo tático. WriBrasil 2020. Disponível em: <
https://www.wribrasil.org.br/noticias/antes-da-covid-19-porto-alegre-devolveu-rua-para-
pedestres-com-urbanismo-tatico>. Acesso em 20 de janeiro de 2023.
Carvalho, MARIA. Caracterização do Nível de Serviço nas Calçadas da Av. Dr. Éneas de
Carvalho Aguiar – Hospital das Clínicas de São Paulo. NT 228. CET – SP. 2012.