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Artigo Paloma Revisao

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


DEPARTAMENTO MULTIDISCIPLINAR
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PALOMA GERSPACHER VON STERKCLER BARBOSA DA SILVA

O papel do controle externo como ferramenta de governança


pública: analisando as irregularidades apontadas pelas auditorias
realizadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro
no período de pandemia de COVID-19

Volta Redonda
2021
PALOMA GERSPACHER VON STERKCLER
BARBOSA DA SILVA

O papel do controle externo como ferramenta de governança


pública: analisando as irregularidades apontadas pelas auditorias
realizadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro
no período de pandemia de COVID-19

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Administração Pública, modalidade
presencial, do Instituto de Ciências Humanas e
Sociais da Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Administração Pública.

Orientação: Elen Maria dos Santos Reis Ramos

Volta Redonda
2021
TERMO DE APROVAÇÃO

PALOMA GERSPACHER VON STERKCLER BARBOSA DA SILVA

O papel do controle externo como ferramenta de governança


pública: analisando as irregularidades apontadas pelas auditorias
realizadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro
no período de pandemia de COVID-19

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora do Curso de Administração


Pública da Universidade Federal Fluminense – UFF.

Volta Redonda, .......... de ........................................ de .................

BANCA EXAMINADORA

[Prof. Dr. nome completo do orientador]

[Prof. Dr. nome completo membro]

[Prof. Dr. nome completo membro

3
Resumo: Este trabalho teve como objetivo principal analisar as irregularidades verificadas por meio
das auditorias efetuadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, no que tange às
contratações emergenciais realizadas no ano de 2020, bem como se buscou verificar os reflexos dessa
análise e como eles impactam na boa governança pública do Estado. Para tanto, foi evidenciada a
importância da consolidação das práticas de governança e como elas representam um avanço para a
administração pública, destacando o papel essencial que o controle exercido pelo Poder Legislativo e
pelos Tribunais de Contas tem na efetivação de diretrizes da boa governança pública. A metodologia
da pesquisa se ateve a um levantamento bibliográfico e documental, pois se trata de uma pesquisa
descritiva e exploratória. O estudo evidenciou que o controle externo exerce papel fundamental no que
se refere à comprovação da probidade dos atos da administração, como a fiscalização dos gastos
públicos quanto à legalidade, à legitimidade e à economicidade. Ademais, foi constatado que o Estado
do Rio de Janeiro não executou boas práticas de governança pública devido à constatação de
improbidades administrativas, bem como de irregularidades apontadas pelas auditorias, tais como a
ausência injustificada de estimativa de quantidade, contratação de empresa inapta, indícios de
direcionamento ilícito nas contratações e indícios de sobrepreço, que demonstram mau uso do dinheiro
público e, consequentemente, dano ao erário.
Palavras-Chave: Controle Externo; Governança Pública; Auditoria;

Abstract: The main objective of this work was to analyze the irregularities verified through the audits
performed by the Audit Court of the State of Rio de Janeiro, regarding the emergency contracting
related to the COVID-19 pandemic. Furthermore, it was sought to verify what the reflexes of this
analysis are and how they impact on good public governance. The consolidation of governance
practices and how they have meant an advance for the public administration were demonstrated
through theoretical references. Nevertheless, it was shown how the control by the Legislative Branch
and the Court of Auditors are essential to exercise one of the guidelines of good public governance. As
methodology, it was used in this article the bibliographical survey and the analysis of the rendering of
accounts of the state of Rio de Janeiro through reports with respect to spending on hiring. The study
showed that external control plays a key role with regard to proof of probity of the acts of
administration, as the monitoring of public spending on legality, legitimacy, economy. Besides, it was
concluded that the state of Rio de Janeiro committed irregularities, proving administrative improbity
by their leaders.

Key words: External Control; Public Governance; Audit;

INTRODUÇÃO

No início de 2020, o mundo se deparou com a disseminação do vírus SARS-COV-2 ,


que desencadeou a pandemia da COVID-19, responsável por milhares de mortes por todo o
mundo. Com a propagação inesperada da doença, foi possível observar o despreparo da
administração pública brasileira no que tange a uma gestão de riscos, bem como as

4
consequências geradas pela dispensa de licitações para as contratações emergenciais visando
conter o rápido avanço da doença no país.
Em 06 de fevereiro de 2020, foi sancionada a Lei federal nº 13.979, com o intuito
de dispor sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de
importância internacional, decorrente da pandemia do novo coronavírus. Dentre as medidas
presentes na lei, está a possibilidade de dispensa de licitação para aquisição de bens, serviços
e insumos de saúde durante este período pandêmico.
A dispensa de licitação é um processo de contratação direta que pode ser utilizado
em diversas situações previstas na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 (antiga lei das
licitações e contratos) e reafirmados na Lei nº 14.133, de 1 de abril de 2021 (nova lei das
licitações), dentre elas nos casos de emergência ou de calamidade pública. Nos termos do §6º
do art. 75 da referida lei, "[...] considera-se emergencial a contratação por dispensa com
objetivo de manter a continuidade do serviço público [...]". 
Ainda, é importante destacar que as dispensas de licitação têm sua limitação na Lei
nº 14.035, que só permite essa modalidade em situações de ocorrência de emergência; de
necessidade de pronto atendimento da situação de emergência; existência de risco à segurança
de pessoas, de obras, de prestação de serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou
particulares; e limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação de
emergência.
Diante do valor expressivo das contratações que foram apontadas pelas auditorias
realizadas pela Governo do Estado do Rio de Janeiro (GERJ), cerca de R$ 1,48 bilhões, bem
como a partir de denúncias e evidências de fraudes nos contratos, o Tribunal de Contas do
Estado do Rio de Janeiro (TCE RJ), órgão de auxílio técnico que compõe o controle externo,
considerou imprescindível a necessidade de controle concomitante das contratações
emergenciais e, com isso, realizou auditorias governamentais de acompanhamento, com o
objetivo de acompanhar as contratações emergenciais relacionadas à pandemia da Covid-
19 sob os aspectos da transparência, motivação e economicidade no âmbito do Estado do Rio
de Janeiro (TCE RJ, 2021).
Há tempos o Estado do Rio de Janeiro encontra-se mergulhado em uma crise
financeira e em constantes escândalos de natureza política e econômica, o que tem
prejudicado não só a imagem do Estado como diversos aspectos relacionados à governança
5
pública. Destacam-se desequilíbrios fiscais, queda de arrecadação, descontroles da
dívida pública, escândalos de desvios de verbas, além da falta de uma gestão de riscos
adequada. Além disso, é observada uma falta de boas práticas de governança para um
planejamento estratégico a longo prazo para reverter essa condição do Estado do Rio de
Janeiro, gerada pelas ausências de transparência e instrumentos de controle interno mais
adequados.
Diante deste contexto, a questão que norteia esta pesquisa é: De que forma as
irregularidades verificadas pelas auditorias do TCE-RJ durante o período de pandemia de
COVID-19 impactam nas boas práticas de governança pública do Estado?
Assim, o presente artigo pretende analisar as irregularidades verificadas pelas
auditorias realizadas pelo TCE-RJ, no que tange às contratações realizadas no ano de 2020,
bem como seus reflexos no exercício da boa governança pública no Estado. Para mais,
pretende destacar a construção da governança pública e demonstrar sua importância para o
gestor e a sociedade. Além disso, busca apontar o que se esperar de uma boa governança por
meio da demonstração do papel fundamental que o controle externo exerce sobre os agentes
públicos. Para o alcance do objetivo proposto, realizou-se levantamento bibliográfico e
documental, delineado por meio de uma pesquisa exploratória e qualitativa.
Nesse cenário, este estudo se justifica pela possibilidade da análise e reflexão acerca
das irregularidades cometidas durante o período de contratações emergenciais, e, demonstram
suma importância, tanto para a academia, quanto para a população, por ser um tema
contemporâneo com estudos ainda incipientes relacionados ao tema. Assim, o artigo pretende
contribuir com relevância, a fim de promover um pensamento crítico acerca do tema,
correlacionando seus achados à importância de exercer boas práticas de governança no
contexto público.

1- DEFINIÇÃO E CONCEITUAÇÃO DA GOVERNANÇA PÚBLICA

A raiz da palavra “governança” vem do vocábulo grego kubernáo, tendo seu sentido
metafórico sendo primeiro atestado em Platão; essa palavra significa “direção” e pode ser
interpretada como a orientação de procedimentos a fim de conquistar objetivos coletivos por
alguma organização (Ylmaz, 2011).
6
Segundo Slomski (2008), o crescimento e o desenvolvimento dos setores industrial,
agropecuário, comercial e de serviços, principalmente na segunda metade do século XX,
trouxeram inúmeras modificações para o ambiente empresarial, como aperfeiçoamento e
reestruturação dos modelos de gestão, fundamentados em mecanismos cada vez mais
eficientes, nos quais os objetivos definidos pela corporação são seguidos, permanentemente e
com responsabilidade social, em prol da continuidade e da prosperidade do negócio, surgindo,
assim, os primeiros preceitos sobre governança corporativista.

O termo “governança” é considerado amplo pela sua permeabilidade em diversos


campos nos quais ele pode ser inserido, no entanto apresenta sua base conceitual em comum
com suas diversas definições. Assim, segundo Hitt, Ireland e Hoskisson (2012), a governança
é considerada uma das mais avançadas técnicas de gerenciamento, podendo ser aplicada em
diversas organizações, uma vez que garante uma maior eliminação dos conflitos de interesses,
bem como permite o alinhamento de ações, reduz o desequilíbrio de informações e possibilita
maior eficiência às decisões tomadas.

À luz dessa conceituação e, em paralelo aos objetivos da governança corporativista,


o processo de redemocratização no Brasil, advindo desde a década de 1980, que passava por
uma crise financeira, ampliou a pressão social por serviços públicos, bem como por
alternativas de controle para o alcance de resultados estatais. Nesse sentido, os aspectos
eficiência e desempenho começaram a fazer parte do cotidiano do serviço público.

Nesse ínterim, o conceito de governança é significativo na construção dos


pressupostos da reforma estatal, de modo que o Estado seja menos burocrático e mais
gerencial. A partir dos anos 1990, é possível observar uma reestruturação do Estado, com o
intuito de torná-lo mais orientado para os aspectos sociais e fiscais, visando consolidar uma
“nova” relação Estado-Sociedade (Oliveira; Pisa, 2015).

É nesse contexto, que se ascende a ampliação da governança pública no Brasil,


advinda de instrumentos do setor corporativo e ressaltada pelas demandas sociais, políticas e
econômicas que emergiram em um cenário de reforma do Estado, que passava por uma grave
crise fiscal, e, necessitava de uma melhoria nas práticas de governança, o que resultou em
protocolos acerca de uma governança pública, almejando a busca pela maior eficiência.
7
Aplicando especificamente o conceito na Administração Pública, o Decreto nº 9.203,
de 22 de novembro de 2017, que instituiu a política de governança da administração pública
federal direta, autárquica e fundacional, trata a governança pública como um:

“conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para


avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas
e à prestação de serviços de interesse da sociedade”(BRASIL, 2017).

Ainda, de acordo com o Art 5º do Decreto nº 9.203, são mecanismos para o exercício
da governança pública:

I - liderança, que compreende conjunto de práticas de natureza humana ou


comportamental exercida nos principais cargos das organizações, para assegurar a
existência das condições mínimas para o exercício da boa governança, quais sejam:
a) integridade; b) competência; c) responsabilidade; e) motivação;

II - estratégia, que compreende a definição de diretrizes, objetivos, planos e ações,


além de critérios de priorização e alinhamento entre organizações e partes
interessadas, para que os serviços e produtos de responsabilidade da organização
alcancem o resultado pretendido; e

III - controle, que compreende processos estruturados para mitigar os possíveis


riscos com vistas ao alcance dos objetivos institucionais e para garantir a execução
ordenada, ética, econômica, eficiente e eficaz das atividades da organização, com
preservação da legalidade e da economicidade no dispêndio de recursos públicos
(BRASIL,2017).

Desta forma, demonstra-se um avanço e aprofundamento da governança pública,


bem como a evolução das práticas de gestão, promovendo uma administração pública mais
transparente e com maior controle sobre os gastos dos recursos públicos, possibilitados tanto
por modificações no âmbito gerencial da administração pública ao longo dos anos, quanto
pela busca de gestão mais eficiente, o que corrobora uma consolidação das práticas de boa
governança.

2.1 BOAS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA

No Brasil, o movimento por boas práticas no exercício de governança também teve


sua origem em métodos oriundos do setor privado. Neste ínterim, em 1995, ocorreu a criação
do Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA), que a partir de 1999 passou
a ser intitulado Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), objetivando
8
influenciar os protagonistas da nossa sociedade na adoção de práticas transparentes,
responsáveis e equânimes na administração das organizações.

A governança corporativa no setor público evidencia uma inovação na forma de


gerenciar os recursos públicos diante do envolvimento dos políticos, administradores e
população, determinando por meio de formalizações a maneira mais adequada na condução
dos recursos públicos e na prestação de contas, consolidando a transparência e a integridade
da gestão pública (SANTOS ET AL, 2012).

Sendo assim, Matias-Pereira (2010) aponta oito principais características da boa


governança no quadro abaixo:

Quadro 1. Características da Boa Governança

Características da Boa Governança


Implica a existência de liberdade de expressão e liberdade
de associação, de um lado, e uma sociedade civil
Participação organizada, de outro lado. Isso é possível desde que
existam leis claras e específicas que garantam os termos
propostos e existam iniciativas do Estado visando à
sustentação dos termos.
Requer uma estrutura legal justa que se aplica a todos os
cidadãos do Estado independentemente de sua riqueza
Estado de Direito financeira, de seu poder político, de sua classe social, de
sua profissão, de sua raça e de seu sexo. Deve-se garantir
ainda que o poder judiciário seja independente do poder
executivo e do poder legislativo.
As decisões são tomadas levando-se em conta que os
Orientação por diferentes grupos da sociedade necessitam mediar seus
Consenso diferentes interesses, obtendo consenso sobre qual é o
melhor caminho para a sociedade como um todo, deve-se
levar em conta ainda a forma como tal caminho pode ser
trilhado.
Assegurar a igualdade de todos os grupos perante os
Igualdade e objetivos da sociedade: as decisões devem assegurar que
inclusividade todos os membros da sociedade sintam que fazem parte
dela e não se sintam excluídos, ou seja, requer que todos
os grupos tenham oportunidades de manter e melhorar seu
bem-estar.
Mais que “a obrigação de informar”, a administração deve
cultivar o “desejo de informar”. A comunicação não deve
9
restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, mas
Transparência deve contemplar também os demais fatores que norteiam a
ação empresarial e que conduzem à criação de valor. No
Brasil existe a Lei de Responsabilidade Fiscal, a qual
induz o gestor público à transparência de seus atos,
podendo esta transparência ser melhorada com outros
instrumentos, como por exemplo, o Balanço Social.
Eficiência, Deve garantir que os processos e instituições
eficácia e governamentais devem produzir resultados que vão ao
efetividade encontro das necessidades da sociedade ao mesmo tempo
em que fazem o melhor uso possível dos recursos à sua
disposição.
Responsabilidade As instituições governamentais e a forma com que elas
procedem são desenhadas para servir os membros da
sociedade como um todo, e não apenas pessoas
privilegiadas.
As instituições governamentais, as instituições do setor
Prestação de privado e as organizações da sociedade civil deveriam ser
contas fiscalizáveis pelas pessoas da sociedade e por seus
(accountability) apoiadores institucionais, de maneira geral, ; elas devem
ser fiscalizáveis por todas aquelas pessoas que serão
afetadas por suas decisões, atos e atividades.

Fonte: Adaptado de Matias-Pereira (2010)

Denota-se, ainda, que os princípios na governança pública não são distintos dos
aplicados na governança corporativa, pois a diferença básica é que na governança pública os
gestores têm sob sua responsabilidade bens que pertencem à sociedade, devendo a gestão ter
elevado nível de compromisso, responsabilidade, transparência, ética e senso de justiça
(MATIAS PEREIRA, 2007).

Dessa forma, o Banco Mundial definiu a boa governança como um conjunto de


princípios para guiar o trabalho que desenvolvia com os países-membros. No Relatório sobre
o Desenvolvimento Mundial enfoca que um Estado efetivo é vital para assegurar bons
serviços, regras e instituições, tornando a vida das pessoas mais saudável e mais feliz. De
acordo com o Fundo Mundial Imobiliário (FMI), a boa governança tem sido considerada de
grande importância para os países em todos os estágios de desenvolvimento.

10
Depreende-se que o FMI e o Banco Mundial consideram a boa governança como um
modo de fortalecimento da estrutura institucional de governo, isto é, com a governança,
ocorre o fortalecimento da regra de lei, da previsibilidade e da imparcialidade na execução das
atividades do governo. Também combate a corrupção, principalmente por focar na
transparência e no fluxo de informação, e por regulamentar a política de desempenho das
instituições, de forma que os cidadãos acompanhem e examinem minuciosamente a
administração dos recursos públicos (WOODS, 2000).

Nesse contexto, para que a administração pública possa exercer suas boas práticas de
governança, necessita de mecanismos que permitam a comparação de ações praticadas pelos
gestores públicos, com os devidos padrões de comportamentos ideais, que resultem em
transparência, economicidade e legalidade. Um dos instrumentos para o alcance desses
objetivos é estabelecido pelo controle.

3- O PAPEL DO CONTROLE EXTERNO E OS TRIBUNAIS DE CONTAS

Doutrinariamente, controle é a fiscalização – inspeção, exame, acompanhamento,


verificação – que se exerce sobre determinado alvo, conforme determinados aspectos, com
objetivo de averiguar o cumprimento do que já foi predeterminado, ou evidenciar eventuais
desvios passíveis de correção. Com efeito, a pessoa encarregada do controle decidirá, ao final,
pela regularidade ou irregularidade do ato praticado (GUERRA, 2007, p.90).

Dentro da ciência da administração, o controle pode ser entendido como:

“processo sistemático de ajustar as atividades organizacionais para torná-las “é [...]


a ação que ajusta as operações aos padrões predeterminados”, ou consistentes com
as expectativas estabelecidas em planos, metas e padrões de desempenho” (DAFT,
2010, p. 522).

Nesta conjuntura, o controle é um processo de comparação entre o que aconteceu e o


que se esperava que acontecesse; ou entre um objeto e resultado e o tipo ideal previamente
estabelecido. Dessa maneira, se eventuais desvios forem identificados, poderão ser propostas
mudanças que envolvem a responsabilização dos envolvidos, as mudanças de procedimentos
ou, até mesmo, a alteração dos próprios parâmetros de controle.
11
Dessa forma, a finalidade do controle é a de assegurar que a administração atue em
consonância com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico, como os da
legalidade, moralidade, finalidade pública, publicidade, motivação, impessoalidade (DI
PIETRO, 2007, p. 670).

Nesse viés, é entendido que o exercício do controle se vincula aos freios da própria
estrutura de Estado enquanto mecanismos criados pelo sistema político-administrativo para se
autogerenciar. Além disso, este sistema constitucional de limitação da ação governamental se
infere como modalidade de Controle Interno enquanto sistema organizado de supervisão
administrativa. E define-se como modalidade de Controle Externo quando, por delegação, o
exercício é entregue a entidades do próprio Estado, com função de fiscalização.

Sendo assim, o exercício de controle entendido como fundamental destaca-se para a


presente conceituação do controle externo, pois este, através de um Poder, exerce uma revisão
dos atos administrativos de outro poder a fim de exercer atividades fiscalizadoras sobre atos
do Executivo, destinando-se a comprovar a probidade dos atos da administração, a
regularidade dos gastos públicos e do emprego de bens, valores e dinheiros públicos, além da
execução da lei orçamentária.

Dessa forma, a Constituição Federal de 1988, no art. 70, dispõe que:

"A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da


União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas, será
exercido pelo Congresso Nacional, mediante controle externo e pelo sistema de
controle interno de cada Poder”. (BRASIL,1988)

Dessa maneira, o titular do controle externo da Administração Pública, sob o enfoque


de fiscalização orçamentário-financeira, é o Congresso Nacional, que é responsável pelo
exercício do Poder Legislativo. Assim, quando nos referimos ao Congresso Nacional, estamos
falando da fiscalização exercida sobre a Administração Pública Federal ou sobre as pessoas
físicas e/ou jurídicas que utilizem recursos públicos federais.

O Congresso Nacional é o órgão máximo do controle externo, – está entre os


principais agentes sociais de controle. Trata-se de entidade reguladora que se apresenta,

12
também, como cliente dos trabalhos executados pelo Tribunal de Contas da União (TCU),
requisitando trabalhos já finalizados, ou solicitando diretamente, por intermédio de suas casas
legislativas, a realização de auditorias e inspeções. O certo é que o Congresso Nacional vem
demandando, cada vez mais, uma atuação tempestiva do TCU.

Assim, o TCU é um órgão independente de controle externo do Governo Federal e


auxilia tecnicamente o Congresso Nacional na missão de acompanhar a execução
orçamentária e financeira do país e contribui para o aperfeiçoamento da Administração
Pública em benefício da sociedade. Para isso, tem como meta ser referência na promoção de
uma Administração Pública efetiva, ética, ágil e responsável.

Dentre as principais competências do TCU estão:

a) Apreciar as contas anuais do Executivo;


b) Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos.;
c) Apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal e de concessão de
aposentadorias, reformas e pensões civis e militares.;
d) Realizar inspeções e auditorias por iniciativa própria ou por solicitação do
Congresso Nacional.;
e) Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais.;
f) Fiscalizar a aplicação de recursos da União repassados a estados, ao Distrito
Federal e a municípios.;
g) Prestar informações ao Congresso Nacional sobre fiscalizações realizadas.;
h) Aplicar sanções e determinar a correção de ilegalidades e irregularidades em atos
e contratos. (TCU, 2019)

Por analogia, os membros da federação podem-se organizar normativamente


seguindo a simetria da Constituição Federal, ou seja, o Tribunal de Contas dos Estados e dos
Municípios devem seguir o modelo de organização do Tribunal de Contas da União presente
na Carta Maior.

Também acerca do princípio da simetria federativa aplicado aos Tribunais de Contas


Estaduais, Leonardo dos Santos Macieira (2009) argumenta:

Por força de disposição constitucional e observando o princípio da simetria, os


Estados são obrigados a organizar seus Tribunais segundo o modelo federal, ou seja,
os Tribunais estaduais devem seguir o modelo de organização, composição e de
fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) detalhados na Constituição
Federal de 1988, havendo, inclusive, julgados do STF nesse sentido. ( MACIEIRA,
2009, p.51)

13
Ainda, o art. 31 § 1º da CF/88 estabelece que “o controle externo da Câmara
Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município
ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver”.

Os Tribunais de Contas estaduais, como regra geral, têm jurisdição sobre o Estado e
seus Municípios, exceto dos Municípios que tenham um Tribunal específico ou do Estado que
possua um Tribunal de Contas dos Municípios, responsável pelas contas de todos os seus
municípios.

Dessa forma, o dever de controlar decorre também de Tribunais de Contas Estaduais


e Municipais, que, dentre outros princípios, devem zelar pelo princípio da indisponibilidade
do interesse público, já que o agente público não é dono do patrimônio público e,
consequentemente, devem prestar contas sobre a utilização de recursos públicos, podendo ser
responsabilizados no caso do cometimento de desvio ou irregularidades.

3.1 CORRELAÇÃO ENTRE CONTROLE EXTERNO, BOAS PRÁTICAS


DE GOVERNANÇA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

O controle externo demonstra, devido às suas atribuições, ter um papel fundamental


na administração pública. Ele está atrelado diretamente aos princípios de boa governança,
pois, meio dele, é possível avaliar e analisar a prestação de contas exigida aos gestores
executivos e, através dessa fiscalização, avaliar se as contas estão em conformidade com os
princípios legais. Caso elas não estejam em conformidade, os gestores são responsabilizados
por improbidades administrativas e sofrem as devidas punições, além de demonstrarem más
práticas de governança sob a ótica aqui analisada.

Dessa forma, constata-se que, no plano federal, a obrigação de prestar contas é


firmada pelo envolvimento de dinheiro, bens ou valores públicos federais. O parágrafo único
do artigo 70 da Constituição Federal dispõe que:

“prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens ou valores públicos ou pelos quais a
União responda ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária .”
14
(BRASIL,1988)

O exercício do controle externo é coroado pelo julgamento anual da gestão do titular


dos Poderes Executivos. Assim, o julgamento aborda a gestão como um todo em termos
macroadministrativos. Para isso, toma-se como base o trabalho de cada Tribunal de Contas
consubstanciado no parecer prévio decorrente da apreciação técnica da gestão (fase técnica).

O parecer prévio sobre as Contas do Executivo é apreciado e julgado pelo Congresso


Nacional, pelas Assembleias Legislativas e pelas Câmaras Municipais, como no caso da
Bahia, Ceará, Goiás e Pará. Verifica-se, por exemplo, se o conjunto dos gastos públicos do
exercício financeiro respeitou a vontade popular, expressa nas leis orçamentárias, todas
aprovadas pelo Poder Legislativo respectivo e, mais recentemente, verifica-se, também, a
compatibilidade dos gastos com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

A importância da prestação de contas de gestão está no fato de ser esta a modalidade


que receberá o julgamento técnico-jurídico da Corte de Contas, ou seja, o administrador terá
suas contas:

“[...] julgadas como regulares quando estiverem totalmente de acordo com os


princípios da legalidade, legitimidade e economicidade, com ressalva quando
possuírem irregularidades de natureza apenas formal e não resultem danos ao erário,
e como irregulares quando houver omissão no dever de prestar contas; grave
infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional ou patrimonial; injustificado danos ao erário, decorrente
de ato de gestão ilegal, ilegítimo ou antieconômico.” (BRASIL,1992).

Consequentemente, quando são constatadas irregularidades, o agente público pode


ser acusado de improbidade administrativa, que é o ato ilegal ou contrário aos princípios
básicos da Administração Pública no Brasil, cometido por agente público, durante o exercício
de função pública decorrente desta.

A Lei nº 8.429, conhecida como Lei de Improbidade Administrativa (LIA) e


sancionada em 2 de junho de 1992, define condutas inadequadas, praticadas por agentes
públicos ou outros envolvidos, que causem danos à administração pública. Alguns desses
danos, elencados pela lei, são o dano ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos
princípios administrativos.

15
O enriquecimento ilícito ocorre quando um agente público utiliza seu cargo, mandato
ou outra atividade exercida em entidade pública para adquirir vantagem econômica que
beneficie a si mesmo ou a outro envolvido, causando lesão à União.

Já os atos que causem prejuízo ao erário são ações que provocam perda dos recursos
financeiros da União, devido a atitudes nefastas, como o uso de recursos públicos para fins
particulares, a aplicação irregular de verba pública ou a facilitação do enriquecimento de
terceiros à custa do dinheiro público.

Nesse viés, a retaliação designada a quem comete improbidade administrativa, de


acordo com o artigo 37º da Constituição Federal, pode ser a perda dos bens ou valores
acrescidos indevidamente ao patrimônio, devolução integral dos bens ou dinheiro, pagamento
de multa, suspensão dos direitos políticos, perda da função pública e proibição de contratar
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário. Assim, a sanção aplicada dependerá do tipo de
improbidade cometida e da extensão do dano causado, além do tamanho do ganho patrimonial
obtido indevidamente.

Dessa forma, quando é constatada pela fiscalização de controle externo a


irresponsabilidade ou má fé de um agente público, presumivelmente se constata que não é
uma boa gestão e, consequentemente é uma má governança, pois ele feriu princípios básicos
da administração pública, como a supremacia do interesse público, que visa ao bem da
coletividade, o que acarreta danos a toda a sociedade.

4- METODOLOGIA

O presente trabalho consiste de uma pesquisa bibliográfica e de análise documental


relativas ao processo de prestação de contas do executivo, que, de uma análise exploratória
de natureza básica, visa promover a investigação acerca das irregularidades cometidas pelos
agentes públicos no Estado do Rio de Janeiro, pautadas por um quadro teórico acerca da
importância da boa governança pública e pelo controle externo para a administração pública.

16
A fim de darmos validade à pesquisa levantada até o presente momento no que tange
ao mau uso de recursos públicos pelos agentes, a partir da análise documental, observou-se o
relatório preliminar de nº 101104-0/2021, elaborado pelo TCE-RJ, divulgado em 05/05/2021.
O TCE-RJ realizou auditorias externas sobre os gastos e maneira como foram conduzidos os
contratos firmados pelo Estado do Rio de Janeiro no período de março a setembro de 2020,
relacionados ao combate à pandemia da COVID-19.

Em relação à sequência da metodologia para se encontrarem os resultados,


primeiramente será realizada a análise do relatório do TCE-RJ, por meio das pesquisas nos
relatórios preliminares realizadas pelos auditores fiscais, a fim de identificar as principais
irregularidades cometidas. Esses relatórios continham informações sobre as contratações
emergenciais, que visavam constatar quais ações detinham atos de improbidade
administrativa.

Posteriormente, será realizada a tabulação de dados para organizar as auditorias


realizadas, demonstrando seus objetivos e status, a fim de comprovar as irregularidades
apontadas pelo controle externo e, com esses resultados, confrontá-los com o ideal de uma
boa governança pública.

5- ANÁLISE

As auditorias, por meio do controle concomitante, apontaram que foram adquiridos


diversos equipamentos e insumos, a exemplo de ventiladores pulmonares, luvas descartáveis,
máscaras, testes rápidos para detecção do vírus, medicamentos, contratação de organização
sociais para operação dos hospitais de campanha, entre outros itens de despesa.

Dessa forma, devido ao caráter de urgência das contratações, foi evidenciada uma
vulnerabilidade maior à administração pública, no que se refere à questão do despreparo dos
gestores de uma gestão de riscos, o que levou a uma maior possibilidade do cometimento de
atos de improbidade administrativas.

Para esse fim, foram realizadas no Estado do Rio de Janeiro três auditorias
17
governamentais de acompanhamento (Processos TCE-RJ nº 101.739-9/20, 102.445-7/20 e
102.461-1/20), com o objetivo de acompanhar as contratações emergenciais relacionadas à
pandemia da Covid-19. Essas auditorias analisaram no total 142 processos de contratações, e
elas originaram 18 inspeções, com a finalidade de apurar casos específicos dos processos de
contratações. Além destas, três outras auditorias de levantamento foram realizadas com o
objetivo de acompanhar os impactos das medidas de enfrentamento ao novo coronavírus.

De acordo com a tabela abaixo, no total, foram realizadas 24 auditorias


governamentais relacionadas à Covid-19 e aos tópicos de Saúde, Gestão Orçamentária,
Financeira e Patrimonial desta Prestação de Contas. As referidas auditorias tiveram por fim
acompanhar contratações emergenciais relacionadas à pandemia do novo coronavírus, sob os
aspectos da transparência, motivação e economicidade, de forma a inibir eventuais abusos
decorrentes da simplificação dos procedimentos de controle das contratações públicas trazidas
pela Lei Federal nº 13.979/20.

Vale ressaltar que se trata de um relatório preliminar, porém, com a atualização dos
processos, os quais já listados na tabela abaixo e, suficientes para que se verifiquem
resultados esclarecedores.

Tabela 1 - Auditorias oriundas de demandas nas contas de governo de 2020

Nº Processo Objeto Status do Processo

101.7399/2020 Acompanhar contratações Decisão preliminar VOTO


102.445-7/2020 emergenciais relacionadas à resumido dos processos
102.461-1/2020 pandemia da Covid-19 sob os relacionados ao objeto,
103.764-8/2020 aspectos da transparência, respectivamente em ordem:
103.108-8/2020 motivação e economicidade, de 16/06/2021 -
forma a inibir eventuais abusos ARQUIVAMENTO
28/07/2021 -
decorrentes da simplificação dos
COMUNICAÇÃO E
procedimentos de controle das
ARQUIVAMENTO
contratações públicas trazida pela 16/06/2021 -
Lei Federal nº 13.979/20, no sentido ARQUIVAMENTO
de possibilitar a eficaz atuação do 12/04/2021 -
gestor público de boa-fé. COMUNICAÇÃO E

18
EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO
AO MPERJ
05/04/2021 –
DESAPENSAÇÃO,
NOTIFICAÇÃO,
COMUNICAÇÃO E
CIÊNCIA
102.199-0/2020 Verificar irregularidades nos Decisão preliminar VOTO de
contratos emergenciais de aquisição 01.06.2020 resumido:
de ventiladores pulmonares, CONVERSÃO do processo
apuradas em auditoria de TCE-RJ nº 102.605-9/20 em
acompanhamento das contratações TOMADA DE CONTAS
justificadas na Lei Federal EX OFFICIO, e sua
nº13.979/20 para combate à posterior DESAPENSAÇÃO
pandemia da Covid-19. -NOTIFICAÇÃO,
COMUNICAÇÃO e
DETERMINAÇÕES;
-EXPEDIÇÃO de OFÍCIO
ao Ministério Público do
Estado do Rio de Janeiro,
dando-lhe CIÊNCIA dos
fortes indícios de fraude e
conluio descritos no presente
relatório.
102.836-0/2020 Verificar irregularidades nos Decisão preliminar VOTO de
contratos emergenciais para 03/03/2021 resumindo:
fornecimento de medicamentos, -EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO
apuradas em auditoria de ao Ministério Público do
acompanhamento das contratações Estado do Rio de Janeiro,
justificadas na Lei Federal n° para CIÊNCIA quanto ao
13.979/20 para combate à pandemia teor do presente Relatório de
da Covid-19. Auditoria.
102.837-4/2020 Verificar irregularidades nos Decisão preliminar
contratos emergenciais para VOTO de 25.01.2021
fornecimento de medicamentos, resumido:
apuradas em auditoria de -NOTIFICAÇÕES,
acompanhamento das contratações COMUNICAÇÃO e
justificadas na Lei Federal n° DETERMINAÇÕES;
13.979/20 para combate à pandemia -EXPEDIÇÃO de OFÍCIO
da Covid-19 ao Tribunal de Contas da
União, dando-lhe CIÊNCIA
sobre as irregularidades
apontadas neste relatório de

19
auditoria
-EXPEDIÇÃO de OFÍCIO
ao Ministério Público do
Estado do Rio de Janeiro,
dando-lhe CIÊNCIA dos
fortes indícios de fraude e
conluio descritos no presente
relatório
102.890-6/2020 Verificar irregularidades nos Sigiloso
contratos emergenciais para
fornecimento de medicamentos,
apuradas em auditoria de
acompanhamento das contratações
justificadas na Lei Federal n°
13.979/20 para combate à pandemia
da Covid-19.
103.186-0/2020 Verificar irregularidades em Em tramitação
contratação emergencial de
aquisição de álcool-gel apurada em
auditoria de acompanhamento das
contratações justificadas na Lei
Federal n° 13.979/20 para combate
à pandemia da Covid-19.
103.237-5/2020 Verificar irregularidades nos Decisão preliminar VOTO de
contratos emergenciais de aquisição 24/03/2021 resumindo:
de seringas, apuradas em auditoria - CIÊNCIA desta Decisão à
de acompanhamento das empresa Speed Século XXI
contratações justificadas na Lei Distribuidora de Produtos
Federal n° 13.979/20 para combate Médicos e Hospitalares Ltda.,
à pandemia da Covid-19. na pessoa do seu
Representante Legal, para
que, assim desejando,
apresente esclarecimentos e
documentos que entender
pertinentes, em relação às
irregularidades apontadas
nestes autos;
–EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO
ao Excelentíssimo Senhor
Procurador-Geral de Justiça,
para ciência e eventual
adoção das medidas cabíveis
pelo Ministério Público do
20
Estado;
– ANEXAÇÃO do Processo
TCE-RJ nº 102.754-6/20 a
estes autos.
103.762-0/2020 Verificar indícios de irregularidades Decisão preliminar VOTO de
e apuração de possível danos ao 21/04/2021 resumindo:
Erário decorrente da contratação -EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO
emergencial da empresa OZZ ao Ministério Público do
SAÚDE EIRELLI para gestão, Estado do Rio de Janeiro, a
operacionalização e execução de fim de que tenha ciência
regulação e intervenção médica de quanto aos fatos apurados
urgência (SAMU 192) sob os neste relatório, em face de
aspectos da transparência, indícios da prática de crime
motivação e economicidade, previsto no art. 92 da Lei
justificadas na Lei Federal nº Federal nº 8.666/93,
13.979/2020. consoante estabelecido no art.
102 da aludida legislação,
para adoção de medidas que
julgar pertinentes;
-EXPEDIÇÃO DE
OFÍCIO ao Juízo da 6ª Vara
de Fazenda Pública do Estado
do Rio de Janeiro, a fim de
que tenha ciência do inteiro
teor deste Relatório
- EXPEDIÇÃO DE
OFÍCIO à Assembleia
Legislativa do Estado do Rio
de Janeiro –ALERJ,
endereçado ao
Excelentíssimo Senhor
Presidente da ALERJ, a fim
de que o Poder Legislativo
tenha ciência do inteiro teor
deste Relatório.
104.110-8/2020 Verificar irregularidades nos Decisão preliminar VOTO de
contratos emergenciais de aquisição 28/04/2021 resumindo:
de máscaras descartáveis, apuradas -CONVERSÃO do Processo
em auditoria de acompanhamento TCE-RJ nº 105.362-0/20, que
das contratações justificadas na Lei se encontra em apenso, em
Federal n° 13.979/20 para combate TOMADA DE CONTAS
à pandemia da Covid-19. EXOFFICIO, nos termos do
art.12, parágrafo único, c/c o
21
art.52, ambos da Lei
Complementar Estadual nº
63/90, na qual serão
procedidas as necessárias
citações para ressarcimento
do erário, em face da
irregularidade apontada no
Achado 5 (cinco) do
Relatório de Auditoria, e sua
posterior
DESAPENSAÇÃO, para que
siga seu trâmite de forma
independente do presente;
- EXPEDIÇÃO DE
OFÍCIO ao Ministério
Público do Estado do Rio de
Janeiro (MPRJ), na pessoa do
Excelentíssimo Senhor
Procurador-Geral de Justiça,
dando ciência acerca desta.
Decisão, com vistas à
eventual adoção das
providências que reputar
cabíveis, no âmbito de suas
atribuições.
105.021-8/2020 Verificar irregularidades na Decisão preliminar
aquisição de materiais médicos VOTO de 03.03.2021
descartáveis, apuradas em auditoria resumido:
de acompanhamento das -CIÊNCIA AO PLENÁRIO
contratações justificadas na Lei -COMUNICAÇÃO
Federal nº13.979/2020 para
combate à pandemia da Covid-19.
105.022-2/2020 Verificar irregularidades na Decisão preliminar
contratação de serviços VOTO resumido 05/04/2021:
especializados gráficos e de Pela EXPEDIÇÃO de
manutenção, apuradas em auditoria OFÍCIO ao Ministério
de acompanhamento das Público do Estado do Rio de
contratações justificadas na Lei Janeiro, dando-lhe CIÊNCIA
Federal nº13.979/2020 para dos fortes indícios de fraude
combate à pandemia da Covid-19. descritos no presente
relatório, informando-o de
que pode obter cópia integral
dos autos no sítio eletrônico
22
do Tribunal.
105.023-6/2020 Verificar irregularidades na Decisão preliminar VOTO de
contratação de serviço emergencial 21/04/2021 resumindo:
de leitos de UTI equipados para -Pela NOTIFICAÇÃO do
tratamento dos pacientes infectados Sr. Edmar José Alves dos
por coronavírus, apuradas em Santos, ex-Secretário de
auditoria de acompanhamento das Estado de Saúde, na forma do
contratações justificadas na Lei artigo26, §2º, do Regimento
Federal nº13.979/2020 para Interno deste Tribunal de
combate à pandemia da Covid-19. Contas, para que apresente
razões de defesa, no prazo de
15 (quinze) dias, pela sua
omissão diante das seguintes
irregularidades
-Pela COMUNICAÇÃO ao
atual Secretário de Estado de
Saúde do Rio de Janeiro, na
forma do artigo26, §1º, do
Regimento Interno deste
Tribunal de Contas, para
cumprimento das
DETERMINAÇÕES abaixo
relacionadas
-EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO
ao Ministério Público do
Estado do Rio de Janeiro, a
fim de que o douto Parquet
Estadual tenha ciência da
presente decisão,
notadamente, dos fortes
indícios de fraude descritos
no presente processo.
105.024-0/2020 Verificar irregularidades na Em tramitação
contratação de serviços de
sanitização nas vias, becos, vielas,
escadarias e espaços públicos das
comunidades (favelas) na cidade do
Rio de Janeiro, apuradas em
auditoria de acompanhamento das
contratações justificadas na Lei
Federal nº13.979/2020 para
combate à pandemia da Covid-19.
105.025-4/2020 Verificar irregularidades na Decisão preliminar VOTO de
23
aquisição de ventiladores 23/03/2021 resumindo:
pulmonares de transporte e suportes Pela DETERMINAÇÃO ao
de parede, apuradas em auditoria de atual Reitor da UERJ para
acompanhamento das contratações que, ao efetuar aquisições
justificadas na Lei Federal com fundamento na Lei
nº13.979/2020 para combate à Federal nº 13.979/20, realize
pandemia da Covid-19. a devida e ampla estimativa
de preços, nos moldes
dosarts.4º-E, § 1º, inciso VI,
alíneas “a” a “e”, e § 2º, todos
da Lei Federal nº 13.979/20, e
1º, § 2º, do Decreto Estadual
nº 46.991/20, bem como da
Súmula TCE-RJ nº 02/18.
105.026-8/2020 Verificar irregularidades na Em tramitação
contratação de serviços
especializados de assistência
médico-hospitalar, apuradas em
auditoria de acompanhamento das
contratações justificadas na Lei
Federal nº13.979/2020 para
combate à pandemia da Covid-19.
105.196-9/2020 Verificar irregularidades nos Em tramitação
contratos emergenciais para
fornecimento de medicamentos,
apuradas em auditoria de
acompanhamento das contratações
justificadas na Lei Federal n°
13.979/20 para combate à pandemia
da Covid-19.
105.678-7/2020 Verificar irregularidades nos Em tramitação
contratos emergenciais de aquisição
de luvas descartáveis, apuradas em
auditoria de acompanhamento das
contratações justificadas na Lei
Federal n° 13.979/20 para combate
à pandemia da Covid-19.
216.239-9/2020 Realizar levantamento e análise de Em tramitação
dados, por meio da execução
automatizada de procedimentos
analíticos, visando a identificação
de riscos envolvidos nas despesas
assumidas pelos entes
24
jurisdicionados no enfrentamento à
pandemia de COVID-19.
212.403-4/2020 Realizar levantamento e análise de Decisão preliminar VOTO de
dados, por meio da execução 08.02.2021 resumido:
automatizada de procedimentos I -Pela CIÊNCIA ao
analíticos, visando a identificação Secretário Estadual de Saúde,
de riscos envolvidos nas despesas aos Secretários Municipais de
assumidas pelos entes Saúde, ao Presidente do
jurisdicionados no enfrentamento à Conselho Estadual de Saúde,
pandemia de Covid-19. aos Presidentes dos
Conselhos Municipais de
Saúde, ao Presidente da
Comissão Intergestores
Bipartite–CIB/RJ e à
Presidente do Conselho de
Secretarias Municipais de
Saúde do Estado do Rio de
Janeiro -COSEMS/RJ;
-ARQUIVAMENTO
102.583-5/202 Acompanhar os impactos das Decisão preliminar VOTO de
medidas de enfrentamento ao novo 28/04/2021 resumido:
coronavírus nas finanças públicas Pela RESTITUIÇÃO DOS
do ERJ, a execução orçamentária e AUTOS à Coordenadoria de
financeira do GERJ, bem como as Controle da Receita (CCR),
ações desenvolvidas com vistas à para fins de sua
manutenção do equilíbrio ANEXAÇÃO ao processo
orçamentário e os controles atinente ao próximo Relatório
institucionalizados sobre os gastos a ser elaborado no âmbito
não previstos para enfrentamento da desta Auditoria de
pandemia relacionada ao novo Acompanhamento.
coronavírus.

Fonte: Adaptado do Relatório do TCE-RJ

Dessa forma, observa-se que, com as auditorias nas contratações efetuadas para o
enfrentamento da pandemias Covid-19, foram identificados potenciais de riscos nos processos
de contratação e grave lesão ao erário público. Além disso, as irregularidades identificadas
como graves oportunizaram a abertura de processos apartados de fiscalização para
aprofundamento das verificações, sanção dos responsáveis e ressarcimento do erário público,

25
bem como, em outra abordagem, a propositura de representações, no sentido de salvaguardar
o erário de danos inerentes e de trazer à Administração de volta à legalidade.

Os resultados indicaram que dos 142 contratos emergenciais assinados pelo governo
do Rio de Janeiro, assinados desde o início da pandemia, em 78 destes o Estado não justificou
a necessidade de contratações, ou seja, ocorreram contratações sem a devida motivação, o que
extrapola o limite pela supracitada Lei nº 14.035.

Ademais, de acordo com as análises, as irregularidades que permaneceram


majoritariamente nos relatórios foram a ausência injustificada de estimativa de quantidade;
indícios de direcionamento da contratação; contratação de empresa inapta (atividade
econômica da empresa incompatível com o objeto contratado, como foi o caso da empresa X,
que tem como finalidade apenas o conserto de compressores de ar, e foi analisada no
processo nº 105022-2020, tendo destaque, pois foram identificadas irregularidades, como a
falta de publicidade, o direcionamento ilícito a fim de contemplar o interesse privado, o que
gerou a conclusão do conselheiro que realizou o relatório a apontar fortes indícios de fraude e
o encaminhamento do mesmo ao Ministério Público.

Além das inconsistências já expostas, ainda como resultados encontrados acerca das
irregularidades de contratos, foi constatado capital social de empresas incompatível com o
valor da contratação; pagamento antecipado sem prestação de garantia adequada; ausência
injustificada de estimativa de preço; ausência de parecer jurídico prévio e liquidação irregular
de despesa, pelo recebimento de equipamentos inservíveis para os fins a que se destina a
contratação; indícios de sobrepreço;

Esta última irregularidade foi identificada com destaque nos processos nº 101.739-
9/2020, nº 102.445-7/2020 e no nº 102.461-1/2020, que se relacionam a processos de
contratações, que, juntos, demonstram indícios de sobrepreço, com um montante de R$
457.138.338,00. Este valor está dentro do valor de R$1,48 bilhões, relacionado às
irregularidades em contratos do governo do Estado do Rio de Janeiro, como apontou o TCE-
RJ.

26
6- CONCLUSÃO

O Brasil passou por um grande salto no que se refere ao tema da governança pública
desde sua reforma gerencial; a partir do momento que consolidou seus princípios e diretrizes,
ela passou a ser utilizada como um padrão de referência a ser seguido por gestores públicos,
os quais devem governar guiados por paradigmas principais, como transparência, legalidade,
legitimidade e economicidade.

Com esses preceitos básicos, um instrumento para aferir a conformidade dos padrões
estabelecidos e esperados por uma boa governança é o controle externo, que fiscaliza a gestão
e alocação dos recursos públicos pelos agentes do executivo, por eles responsáveis. Assim,
por meio da prestação de contas, é avaliado pelo Poder Legislativo, junto ao Tribunal de
Contas, se os atos administrativos são regulares ou não, a fim de possibilitar o monitoramento
sobre gastos públicos, com o viés de garantir uma gestão pública eficiente.

Dessa forma, o trabalho versa sobre parâmetros de controle, que visam analisar se a
prestação de contas dos agentes está em conformidade com a pretensão da boa governança
pública. Assim, buscou-se analisar as irregularidades verificadas pelas auditorias realizadas
pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, no que tange às contratações
emergenciais relacionadas à pandemia do novo coronavírus, a fim de demonstrar como tais
irregularidades impactam nas boas práticas de boa governança pública no Estado.

Por conseguinte, foram constatados pelas auditorias do TCE-RJ diversos atos


irregulares nas contratações emergenciais, como empresas inaptas ao objeto de compra, que
não demonstram finalidade específica, além do direcionamento ilícito das contratações, que
apesar de estarem dispensadas do processo licitatório usual, não podem favorecer o interesse
privado. Além disso, foram identificadas ausência injustificada de estimativa de quantidades,
como também a falta de parecer técnico sobre as contratações, juntamente à primeira,
indicando a constatação de uma intenção de superfaturamento por parte dos gestores.

Assim, destacadas as comuns e principais irregularidades analisadas pelas auditorias


de controle externo, que identificaram um rombo de 1,48 bilhões e inferindo-as ao contexto já
citado de crise financeira do Estado do Rio de Janeiro, evidencia-se como uma gestão não

27
pautada em riscos e que faz má utilização dos recursos públicos, portanto não se encaixa nas
práticas de boa governança.

À luz dessa constatação, comprova-se que os atos de improbidade administrativa


ferem os princípios almejados para uma boa governança, o que resulta em dano ao erário,
enriquecimento ilícito e violação dos direitos administrativos. Em consequência, a sociedade é
afetada como um todo, pois, com menos recursos investidos no setor público, menores são as
resoluções de demandas sociais; pelo contrário, há o aprofundamentos dos problemas. Além
disso, com a comprovação de uma má gestão, há uma desconfiança da população no que
tange à capacidade dos gestores, o que gera um clima de insegurança. Ademais, uma gestão
eficiente está intrínseca a direitos constitucionais, garantidos pela Constituição Federal.

A busca permanente da prática desses princípios na gestão de qualquer instituição deve


ser vista como uma condição indispensável para que ela possa progredir. É importante
ressaltar que essa é uma tarefa permanente, que exige uma participação proativa de todos os
atores envolvidos – dirigentes, políticos, órgãos de controle e, em especial, a sociedade
organizada.

Dito isso, conclui-se que que as irregularidades cometidas por gestores demonstram
uma má administração, ferem os princípios de boa governança e, de maneira finalística,
prejudica a sociedade como um todo, pois atos de improbidade desviam recursos destinados à
população. Desta maneira, reforça-se, pela comprovação, a necessidade do controle externo
como um mecanismo de avaliação dos atos administrativos dos agentes, como também a
indispensabilidade deste para permitir o exercício de uma boa governança pública, que,
mesmo ainda incipiente no Brasil, têm avançado por causa da maior responsabilização dos
agentes públicos, além da busca de uma maior transparência na administração pública.

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