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Juliana Paganini
Fernanda da Silva Lima
Abstract: This study aimed to understand and analyze the eradication of child labor
while fighting for conducting the fundamental rights of children and adolescents in
Brazil, from a reflection interdisciplinar.No progress of this work, we used the
deductive method of approach , adopting the monographic procedure. The
techniques involved literature. The procedure took place in a qualitative way. The
results pointed to the evidence that the enforcement of the fundamental rights of
children and adolescents in Brazil and consequently the elimination of child labor,
complex sãotão the law alone can not reflect on this reality, requiring dialogue with
other disciplines. However, to answer the research question, namely, the right of
children and adolescents use other knowledge to the reflection of the enforcement of
the fundamental rights of girls and boys and eradication of child labor, it was found
that there is still some resistance from researchers and the practice of
interdisciplinary reflection. Because of this, it is necessary that the actors involved in
the search for the eradication of child labor Look upon this challenge, a struggle that
is not owned or exclusively to legal professionals, but of all those with an
engagement posture for social change.
Word-key:Fundamental Rights; eradication; interdisciplinarity; Child labor.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os direitos fundamentais destinados às crianças e adolescentes estão
disciplinados no artigo 227 da Constituição Federal de 1988, sendo que sua
efetivação possibilita que meninas e meninos possam desfrutar da sua fase de
desenvolvimento de maneira plena.
Entretanto, muitas violações a esses direitos fundamentais são
presenciadas diariamente no Brasil, sendo o trabalho infantil uma delas, trazendo
abalos físicos e emocionais para as crianças e adolescentes, significando um
retrocesso em termos de garantia de direitos. O trabalho infantil é proibido no Brasil
conforme dispõe o artigo 7º, inciso XXXIII da Constituição da República Federativa
do Brasil.
No âmbito do direito internacional o Brasil foi signatário nas convenções
182, que define a lista das piores formas de trabalho infantil e a 138, onde
determina o limite de idade mínima para o trabalho em 16 anos, sendo que cada
país membro deve comprometer-se a elevar essa idade progressivamente,
adequando-a de acordo com o pleno desenvolvimento físico e mental do
adolescente (BRASIL, 1999) (BRASIL, 2001).
Porém, em que pese todo esse aparato de proteção aos direitos da
criança e do adolescente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, mais de 5,1 milhões de crianças e adolescentes enfrentam o trabalho
precoce no Brasil (IBGE, 2008), ou seja, existe uma contradição gritante entre o
papel e a realidade, chegando-se a constatação de que o direito por si só não é
capaz de responder sozinho a essa questão, devido a isso que se faz necessário
uma análise interdisciplinar.
Nesse contexto, surge a questão de pesquisa, ou seja, será que o direito
da criança e do adolescente utiliza outros saberes para a defesa dos direitos
fundamentais de crianças e adolescentes visando a erradicação do trabalho infantil
no Brasil?
Para responder essa indagação, buscou-se realizar um estudo sobre o os
direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes no Brasil, tendo como marco
a Constituição da República Federativa do Brasil, bem como a Lei nº 8.069/90, que
instituiu o Estatuto da Criança e do Adolescente, objetivando-se contribuir na
compreensão do leque de direitos destinados a meninas e meninos.
Posteriormente se descreveu alguns apontamentos teóricos sobre a
interdisciplinaridade, destacando seu aspecto de cooperação entre as disciplinas,
objetivando a realização de um estudo integral com novos enfoques para resolução
de problemas complexos.
Por fim, se apresentou a relação dotrabalho infantilcom outros saberes,
enfatizando a troca de conhecimentos como mecanismo norteador de uma reflexão
profunda sobre a efetivação dos direitos fundamentais de crianças e adolescentes
no Brasil.
Caso haja algum abalo na família, seja financeiro, seja psicológico, esta
não pode mais ser rotulada de desestruturada e o próprio Estatuto garante que as
crianças não devem por esse motivo ser colocadas em instituições ou famílias
substitutas, já que cabe ao poder público garantir reais subsídios para que possam
se manter (Art. 23) (BRASIL, 2015-B).
Sendo assim
[...] quando uma família não tiver condições de garantir os recursos
materiais necessários e suficientes para a proteção de seus filhos, não
serão estes duplamente penalizados com a retirada de sua família, pois aqui
surge a responsabilidade subsidiária do poder público em garantir os
recursos necessários para que crianças e adolescentes possam viver junto
às suas famílias em condições dignas (CUSTÓDIO, 2009, p.51).
[...] que passam anos dentro da escola e que mal conseguem escrever o
próprio nome são comuns em todo país, só restando a eles uma vida de
miséria, dependente do trabalho desqualificado e explorador. Fome e
aproveitamento escolar são incompatíveis. A criança que precisa trabalhar
para comer, deixa a escola ou não consegue aprender (RIZZINI, 2000, p.
404).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Constituição da República Federativa do Brasil, o Estatuto da Criança e
do Adolescente, a Consolidação das Leis do Trabalho, bem como as Convenções
138 e 182 da Organização Internacional do Trabalho, trouxeram a oportunidade do
reconhecimento da criança e do adolescente como pessoas em condição peculiar
dedesenvolvimento, bem como garantiram uma série de direitos fundamentais à
meninas e meninos, além de estabelecerem os limites de idade mínima para o
trabalho em 16 anos, salvo na condição de aprendiz a partir dos 14 anos.
Entretanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou
em 2008, que no Brasil, mais de 5,1 milhões de crianças e adolescentes, na faixa de
5 a 17 anos de idade estavam trabalhando, sendo esse número distribuído
conforme as regiões norte, nordeste, sudoeste, sul e centro-oeste (IBGE, 2008).
A partir dessa realidade, constatou-se que apesar de todo aparato jurídico
de proteção aos direitos fundamentais da criança e do adolescente, estas continuam
sendo conduzidas ao trabalho cotidianamente, logo, tal temática é tão complexa que
o direito é incapaz de solucionar sozinho essa questão, precisando da contribuição
de outras disciplinas.
Esse ingresso precoce da criança e do adolescente para o trabalho
perpassa por uma reflexão interdisciplinar, onde o desafio é justamente a
compreensão de tal violação de direitos a partir de uma análise cultural, social e
econômica, por ora apresentadas.
A ruptura dos fundamentos da cultura do trabalho decorre da
desconstrução da mitificação historicamente mantida pelos valores culturais.
Também não se pode deixar de registrar as desigualdades sociais como
perpetuadora das condições de pobreza contribuindo para a manutenção do
trabalho de crianças e adolescentes.
Nesse contexto, o trabalho precoce acarreta consequências profundas na
vida demeninas e meninos, porém a percepção dos reflexos dessa prática são a
longo prazo, o que dificulta a compreensão das pessoas frente a esse problema.
Portanto, é extremamente necessário uma visão para além do direito
quando se refere ao trabalho infantil, já que este se constitui num problema não
somente cultural, mas também social e econômico, entretanto, o pesquisador
sente-se inseguro em dialogar com outras disciplinas, limitando seu universo
acadêmico a apenas um ponto de vista, não se constituindo enquanto protagonista
da transformação social.
Para que essa realidade seja alterada, recomenda-se que haja um
trabalho em conjunto entre os estudiosos do direito, economia, sociologia,
pedagogia, psicologia, medicina, e quantas disciplinas mais forem necessárias,
alcançando-se assim maior legitimidade na atuação e formulação de políticas
públicas de atendimento, proteção, promoção e justiça para efetivação dos direitos
fundamentais da criança e do adolescente e consequentemente para erradicação do
trabalho infantil no Brasil.
REFERÊNCIAS
CORRÊA, Lelio Bentes; VIDOTTI, Tarcio José; OLIVEIRA, Oris de. Trabalho
infantil e direitos humanos.São Paulo: LTR, 2005.
RIZZINI, Irma. Pequenos trabalhadores no Brasil. In: PRIORE, Mary Del (Org).
História das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000.
VEIGA, João Paulo Cândia. A questão do trabalho infantil. São Paulo: ABET,
1998.