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Sequenciadidaticaautismogravitacaouniversal Produto

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Fonte: Figura adaptada por FONTES, A. S. de https://www.explicamais.com.

br/a-danca-dos-planetas-e-as-leis-de-kepler/

A interpretação da figura é que, sendo o quebra cabeças utilizado para simbolizar a ideia de que pessoas
autistas são difíceis de compreender (como um quebra-cabeça ra o autismo é a peça que
falta, para entender o Universo também precisamos juntar todas as peças.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA TRABALHAR GRAVITAÇÃO


UNIVERSAL COM UMA DISCENTE COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA

TÂNIA CRISTINA SERENINI DOS SANTOS


ADRIANA DA SILVA FONTES

CAMPO MOURÃO
2020
TÂNIA CRISTINA SERENINI DOS SANTOS

SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA TRABALHAR GRAVITAÇÃO


UNIVERSAL COM UMA DISCENTE COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA

Produto Educacional apresentado ao Programa de Pós-


Graduação em Ensino de Física da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, campus Campo Mourão,
como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em
Ensino de Física.

Orientador: Adriana da Silva Fontes

CAMPO MOURÃO
2020
TERMO DE LICENCIAMENTO

Esta Dissertação e o seu respectivo Produto Educacional estão licenciados sob uma
Licença Creative Commons atribuição uso não-comercial/compartilhamento sob a
mesma licença 4.0 Brasil. Para ver uma cópia desta licença, visite o endereço
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/ ou envie uma carta para Creative
Commons, 171 Second Street, Suite 300, San Francisco, California 94105, USA.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação


Santos, Tania Cristina Serenini dos

Proposta de uma sequência didática para trabalhar gravitação universal com uma
discente com transtorno do espectro autista / Tania Cristina Serenini dos Santos. – Campo
Mourão, 2020.
1 arquivo eletrônico (32 f) : PDF ; 1 MB.

Modo de acesso: World Wide Web


Inclui bibliografia: f. 32

1. Transtorno do espectro autista. 2. Estratégias de aprendizagem. I. Fontes,


Adriana da Silva II. Título.

CDD (22.ed.) 530.07

Biblioteca da UTFPR - Câmpus Campo Mourão


Bibliotecária/Documentalista:
Andréia Del Conte de Paiva – CRB-9/1525
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................3
2. OBJETIVOS.............................................................................................................5
2.1 OBJETIVO GERAL DAS AULAS...........................................................................5
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................5
3. DIMENSÕES DO CONTEÚDO A SEREM TRABALHADAS..................................6
3.1 ROTEIRO PARA ENTREVISTAS..........................................................................7
4. PLANO DE AULA..................................................................................................12
4.1 AULA 1 E 2: LEIS DE KEPLER............................................................................12
4.1.1 Texto para leitura...............................................................................................13
4.2 AULA 3: O MOVIMENTO DOS PLANETAS.........................................................16
4.2.1 Exercícios..........................................................................................................16
4.3 AULA 4: DIFERENCIANDO AS TRÊS LEIS DE KEPLER...................................19
4.4 AULA 5 E 6: APRENDIZAGEM POR MEIO DE JOGOS E
SIMULADORES.........................................................................................................20
4.5 AULA 7: MANIPULANDO O SIMULADOR E ATIVIDADES NO
COMPUTADOR..........................................................................................................22
4.6 AULA 8: LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL CONHECENDO SEUS
CONCEITOS..............................................................................................................23
4.6.1 Texto para leitura...............................................................................................24
4.6.2 Exercícios..........................................................................................................26
4.7 AULA 9: ANÁLISE DE FIGURAS E JOGOS SOBRE A GRAVIDADE................27
4.8 AULA 10: CONFECÇÃO DE UM SISTEMA SOLAR...........................................29
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................30
REFERÊNCIAS....................................................................................................32
3

1. INTRODUÇÃO

O presente produto educacional visa a temática de gravitação universal que


fez parte do ensino da disciplina de Física a alunos matriculados no Ensino Médio e
que são acometidos pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA). Sendo esses alunos
reconhecidos por apresentarem comprometimentos no desenvolvimento da
comunicação e da interação social, faz-se válida a proposta de uma nova
metodologia de ensino, propondo uma forma de intervenção baseada nas
possibilidades que tais alunos possuem dentro do cotidiano escolar.
Nesse sentido, deve-se considerar o TEA como um acometimento originário
no neurodesenvolvimento, e que pode apresentar os primeiros sinais desde muito
cedo na infância. Relativo a esses sinais, é possível considerar-se comportamentos
estereotipados, e algumas dificuldades em relação a comunicação e a interação
social. Com isso, os indivíduos acometidos pelo TEA podem ter seus sintomas
classificados de leves a severos, havendo a necessidade de um profissional clínico
capacitado para a realização do diagnóstico (NASCIMENTO, 2016).
Considerando a área educacional, são crescentes os debates relativos a
importância da inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais,
sendo estes amparados por uma ampla gama de leis que garantem o acesso, a
participação e a aprendizagem destes na escola regular comum, abrindo espaço
para a utilização de diretrizes específicas aos alunos e as suas necessidades
(NASCIMENTO, 2016).
Destarte, refletindo sobre o exposto, vê-se a efetividade do tema proposto, da
criação de estratégias que abarquem os alunos com TEA e suas aprendizagens
dentro de sala de aula, algo fundamental para o desenvolvimento escolar e
enquanto aluno e cidadão. Dessa forma, se faz válida uma reflexão acerca de como
vem ocorrendo o ensino da física dentro das escolas, quais as dificuldades
encontradas pelos professores nesses espaços.
Pugliese (2017) aponta que na atualidade o ensino da física no ensino médio
traz consigo diversas possibilidades, desde a utilização de novas tecnologias,
atividades em laboratórios, o uso de conceitos e experimentos da física, aulas por
meio da história e da filosofia da ciência, além da construção de mapas mentais,
diagramas ou ainda de trabalhos que relacionem a física com outras disciplinas.
4

Porém, o autor salienta que dentro do ambiente de trabalho essas práticas


vêm se tornando muitas vezes inviáveis, mantendo assim as práticas tradicionais de
ensino.
Costa e Barros (2015) reiteram esse tradicionalismo, retomando a ideia de
que no Brasil o ensino das ciências físicas e naturais acaba por se distanciar das
práticas experimentais, mantendo-se dependente do livro didático, do método
expositivo, com poucas aulas, currículo defasado e pouca profissionalização dos
profissionais. Além disso, no âmbito das escolas públicas muitas vezes não há
espaços para laboratórios, faltam recursos tecnológicos e os profissionais se
encontram extremamente desvalorizados. Assim, os autores entendem que essa
situação acaba por tornar o momento de ensino e aprendizagem desgastante,
gerando pouco entendimento e grande desinteresse pela disciplina.
Rosa e Rosa (2005) compreendem que o processo de ensino e aprendizagem
da física no ensino médio vem ocorrendo de forma que traz o aluno como objeto de
estudo, ou seja, como aquele que deve ter seu interesse despertado frente ao
conhecimento. Nesse sentido, os autores entendem que o modo como o ensino da
física vem sendo estruturado nas escolas se afasta do real intuito dessa ciência. A
constatação é de que a disciplina se tornou apenas um meio de aprender a resolver
exercícios de vestibular, apresentando a física como uma ciência acabada e
imutável.
Assim, os autores fomentam que é papel do professor buscar alternativas que
permitam com que se realize o enfrentamento de tais dificuldades, buscando a
instauração de ferramentas que permitam uma melhor compreensão dos conteúdos
em sua teoria e prática, entre o conhecimento científico e empírico. Assim, defende-
se que a forma de realizar tal processo somente é possível por meio da construção
de ferramentas e metodologias distintas, que tragam a estimulação necessária para
deixar o processo de aprendizagem da física mais atrativo os alunos (GRASSELLI;
GARDELLI, 2014).
É importante retomar que mesmo com as dificuldades enfrentadas no
cotidiano de trabalho, há a existência de diversas políticas públicas que foram sendo
criadas e aprimoradas ao longo dos anos instituindo reformulações nas práticas de
ensino estabelecidas. Entre elas há a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN), os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
(PCNEM), as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação (DCN),
5

o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Exame Nacional de Desempenho de


Discentes (ENADE), e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (COSTA; BARROS, 2015).
Considerando as informações dispostas sobre o ensino de física a alunos do
ensino médio, e a disposição de leis que amparam a existência e a permanência de
alunos de educação especial nas escolas regulares, se faz fundamental a reflexão e
a construção de novas metodologias de ensino, que tragam a possibilidade de
alunos aprendam dentro de suas potencialidades e necessidades, como é o caso
dos autistas, público alvo do presente trabalho.
Portanto, a sequência didática apresenta os conteúdos a serem
desenvolvidos com os alunos em sala de aula, no período de 10 aulas, englobando
os temas Leis de Kepler, Movimento dos Planetas, Lei da gravitação universal,
Sistema solar e Utilização de jogos e simuladores para compreensão do conteúdo.

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL DAS AULAS

Propiciar a oportunidade de ensino-aprendizagem de alunos autistas acerca


do conceito de gravitação universal.
Trabalhar o conteúdo de gravitação universal de forma aproximada com a
realidade dos alunos, corroborando com o processo de aprendizagem.
Utilizar jogos, TDICs e simuladores para auxiliar no aprendizado do conteúdo.

Pré-requisitos: Leitura, interpretação e análise de conceitos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Contribuir com a identificação das aplicações da gravitação universal no


cotidiano dos alunos.
Identificar a importância da gravitação universal para o funcionamento e
manutenção de diversos aspectos na sociedade.
Utilizar simuladores como uma alternativa na realização de atividades,
buscando reforçar o processo de ensino-aprendizagem.
Constatar nos jogos, simuladores e TDICs, mecanismos que permitem uma
melhor compreensão do conteúdo de gravitação universal.
6

3. DIMENSÕES DO CONTEÚDO A SEREM TRABALHADAS

Tendo em vista a disciplina de física e a aprendizagem de alunos com TEA,


viabiliza-se o trabalho em sala de aula abordando o conceito de mecânica, com
ênfase na gravitação universal. Assim, tais aulas devem prezar pelo caráter
explicativo, demonstrativo, com diferenciação de quantidades, realização de tarefas
e atividades relacionadas aos conceitos aplicados.
A partir disso, busca-se com que por meio da utilização das ferramentas de
jogos, TDICs e simuladores seja possível o desenvolvimento da aprendizagem de
física, considerando que a mesma pode ser vista como penosa, sendo os recursos
tecnológicos uma forma de facilitar a compreensão. Dessa forma, preza-se pela
realização de atividades experimentais que balizem a construção e consolidação dos
conceitos, haja visto que para o aluno com TEA há a necessidade de que se vá além
das conceituações, ampliando as possibilidades de aprendizagem.
Nesse âmbito, é por meio dessas tecnologias aplicadas a obtenção do
conhecimento sobre a gravitação universal que se torna possível avaliar a
efetividade da aprendizagem, e quais as contribuições dessas ferramentas ao
processo. Torna-se interessante a observação dos avanços e retrocessos com e
sem a utilização desses mecanismos, o que auxilia na comprovação de sua
efetividade e eficácia.
Outra questão sugerida é a utilização de entrevistas iniciais para melhor
conhecimento dos alunos, as quais podem ser realizadas com o aluno, professores,
equipe pedagógica e pais, visando reconhecer as potencialidades e dificuldades do
aluno. Tal ferramenta permite um melhor desenvolvimento do produto educacional a
ser aplicado, considerando a recepção de informações que podem elucidar pontos
dificultosos de trabalho.
A partir disso, compreende-se a importância da utilização de outras
ferramentas no processo de ensino e aprendizagem de alunos autistas, e assim
iniciou-se um planejamento e a construção de uma sequência didática que
contivesse tais aportes.
7

3.1 ROTEIRO PARA ENTREVISTAS

ENTREVISTA COM A FAMÍLIA DA DISCENTE COM TRANSTORNO DO


ESPECTRO AUTISTA
QUESTÕES RESPOSTAS OBSERVAÇÕES
1. Data de nascimento
2. Colégio que estuda
3. O que a discente
possui de necessidades
especiais
4. A discente apresenta
algum comportamento
diferenciado
5. Como ela tem se
saído nos estudos?
6. O que ela gosta de
fazer?
7. Do que ela não gosta?
8. Comentários
adicionais

ENTREVISTA COM A DISCENTE COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA


QUESTÕES RESPOSTAS OBSERVAÇÕES
1. Nome, idade e ano
2. Mora com quem?
3. Profissão dos
responsáveis
4. Como é seu
relacionamento com os
membros da família?
5. Com quais pessoas
Você gosta de se
relacionar?
6. Faz uso de algum
8

medicamento? Qual?
7. Como se vê inserida
no Contexto Social
8. Como se vê inserida
no Contexto Escolar
9. Do que você mais
gosta?
10. Qual matéria você
gosta mais de estudar?

ENTREVISTA COM A EQUIPE PEDAGÓGICA


QUESTÕES RESPOSTAS OBSERVAÇÕES
1. Você possui algum curso na área de
atendimento a crianças com
necessidades especiais?
2. Você possui algum tipo de
experiência com alunos com
necessidades especiais?
3. Em sua atividade escolar você já
trabalhou com crianças com Transtorno
do Espectro Autista?
4. O que você acha da Inclusão de
alunos com Transtorno na Educação
Básica?
5. Você enfrenta muitos obstáculos no
início do processo de adaptação do
currículo junto aos professores? e junto
à discente?
6. O colégio está preparado para
receber mais discentes com
dificuldades especiais? Houve
mudanças na infraestrutura e na
organização de recursos pedagógicos,
ou não houve necessidade de
adaptações?
7. Houve alguma alteração na
infraestrutura da escola e na
organização de recursos pedagógicos,
para atender esses alunos ou não
9

houve necessidade de adaptações?


8. Como foi a adaptação da professora
de apoio especializado junto à
discente?
9. Quais disciplinas a discente com
Transtorno do Espectro Autista possui
mais facilidade e dificuldade?
10. São realizadas reuniões
pedagógicas na escola para discutir
assuntos referentes à inclusão?

ENTREVISTA COM OS PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO DO COLÉGIO


SANTOS DUMONT
QUESTÕES RESPOSTAS OBSERVAÇÕES
1. Nome do professor e
disciplina
2. Quanto tempo de
profissão?
3. Como se sente em
relação à discente autista
em sala de aula. Pontue
de 1 a 10
4. Quais dificuldades
encontrou ao trabalhar
com autista?
5. O que pensa sobre a
inclusão de alunos com
necessidades especiais
na educação básica?
6. Em sua opinião, a
escola está preparada
para atender alunos com
deficiências físicas e
intelectuais? Pontue de 1
a 10
7. Você está preparado
(a) para atender alunos
de inclusão? Pontue de 1
10

a 10.

Quadro 1 Organização do Conteúdo Didática

Conteúdo Atividade Ferramenta de Ensino


Desenvolvida

Aulas 1 e 2: 3 Leis de Leitura e Discussão de Textos informativos e


Kepler texto vídeos:

As teorias de Copérnico Gravitação parte 1,


e Johannes Kepler - https://mundoeducacao.
bol.uol.com.br/fisica/leis
Livro conecte tópicos da
-kepler.htm
física 1

Aula 3: O movimento Aula expositiva, Exposição oral e


dos planetas desenvolvimento de questionários
questões sobre o
conteúdo e análise de
figuras

Aula 4: Diferenciando Apresentação de vídeos Vídeos


as 3 Leis de Kepler sobre cada uma das
Links:
leis, propondo a
https://youtu.be/3PaLM2
reflexão conjunta sobre
IUOvs
as diferenças entre elas
https://youtu.be/WDzu0
b2-NcE

Aula 5 e 6: Atividades de Simuladores, jogos,


Aprendizagem por meio manipulação com jogos computador e
de jogos e simuladores e simuladores para a smartphone
compreensão de
https://phet.colorado.ed
11

situações diversas u/pt_BR/simulations

https://celestia.space/

Aula 7: Simulador Aplicação prática Experimento

https://www.exploratoriu
m.edu/ronh/weight/index
.html

Aula 8: Lei da Aula expositiva acerca Aula expositiva


Gravitação Universal dos conceitos da
Explicação oral
conhecendo seus gravitação universal, e
conceitos reflexões sobre a
gravidade

Aula 9: Análise de Realização de Atividades, jogos e


gráficos sobre a exercícios com figuras e figuras que ilustram o
gravidade jogos sobre a gravidade fenômeno da gravidade

Aula 10: Confecção do Análise de exercícios e Exercícios e laboratório


Sistema Solar com a confecção do sistema
Confecção de um
pesquisa de solar em sala de aula,
sistema solar
aprendizagem com a representação da
pedagógico.
gravidade de cada
planeta Posição de cada
Planeta;

Gravidade de cada
planeta
12

4. PLANOS DE AULA

4.1 AULA 1 E 2: LEIS DE KEPLER

Primeiramente propõe-se a discente que sob a orientação da professora de


física, (a mestranda), e da sua PAEE, ela construa um mapa mental, para que
pudéssemos saber seus pré-requisitos sobre o assunto abordado na sequência
didática. Esse tipo de instrumento abre espaço para comparações de aprendizagem
do aluno, sobre o quanto ele assimilou na aula do dia, permitindo assim que
voltássemos ou não para o conteúdo e simulador com que se havia trabalhado,
dando um suporte a sua aprendizagem. As mudanças iam sendo observadas a cada
mapa que a discente completava, com exercícios que resolvia, questões que
respondia.
Assim, a aula é realizada mediante a apresentação das Leis de Kepler para
trabalhar com os conceitos de movimentos, os quais serão abordados mais
profundamente nas aulas seguintes. Assim, realiza-se uma contextualização
histórica sobre quem foi Kepler, quais seus estudos e descobertas dentro do campo
da Física, e como influenciam conceitos diversos. Dessa maneira, se trabalha com o
detalh

Referente a isso, a proposta inicial das aulas 1 e 2 é de realizar uma leitura


dinâmica com o aluno, levantando pontos principais da teoria, integrando-as aos
conceitos fundamentais da física pertinentes ao 1º ano do ensino médio. Para tanto,
pode-
-de-
kepler/.
Considerando os atravessamentos presentes na discente com TEA, nós
encontramos em aulas no contra turno, na própria escola. Uma leitura que realizada
em conjunto com o professor PAEE, a professora de física e a discente, sendo
novamente explanado o conteúdo oralmente, assistindo os vídeos conferindo ao
processo maior clareza e explicações necessárias para a compreensão do aluno.
Assim, torna-se possível a realização de intervenções em variados momentos,
exemplificando pontos que podem ser vagos ao entendimento.
13

4.1.1 Texto para leitura

As Leis de Kepler são três leis, propostas no século na sua obra mais
importante, o livro Das revoluções dos mundos celestes, escrito originalmente em
latim (De Revolutionibus Orbium Coelestium), conforme a tradição da época constitui
um dos mais importantes marcos da evolução dos conceitos referentes à situação
Da Terra diante do panorama universal. Copérnico recebeu o primeiro exemplar de
seu livro no dia de sua morte (25 de maio de 1543), em Frauenburg, na Polônia.
Nessa obra, ele propunha a Teoria Heliocêntrica, além de explicar os fundamentos
do movimento de rotação da Terra, responsável pela sucessão dos dias e das
noites. Por contestar o dogma de que o ser humano, obra-prima da criação divina,
deveria ocupar juntamente com a Terra o centro do Universo, esse livro foi
imediatamente incluído no index relação das leituras proibidas da igreja.
Já Johannes Kepler, que foi um astrônomo e matemático oriundo da
Alemanha (1571-1630), descreve em seu livro obra Astronomia Nova (1609), os
movimentos dos planetas, seguindo modelos heliocêntricos, ou seja, no qual o Sol
se encontraria ao centro do sistema solar.
Primeira Lei de Kepler

A 1ª Lei descreve as órbitas dos planetas. Com isso, Kepler propôs que os
planetas giram em torno do Sol, posicionados em uma órbita de forma elíptica, tendo
o Sol em um de seus focos. Nesta Lei, Kepler corrige o modelo proposto por
Copérnico que descrevia como circular o movimento orbital dos planetas.

Figura 1: Movimento dos planetas ao redor do Sol

Fonte: Site Info Escola (2019)


14

Segunda Lei de Kepler

A 2ª lei de Kepler assegura que o segmento (raio vetor) que une o sol a um
planeta abrange áreas iguais no mesmo período de tempo. Uma consequência
deste fato é que a velocidade do planeta ao longo da sua trajetória orbital é
diferente. Sendo maior no momento em que o planeta se encontra mais próximo do
seu periélio (menor distância entre o planeta e o Sol) e menor quando o planeta está
próximo do seu afélio (maior distância do planeta ao Sol).

Figura 2: Exemplificação do raio vetor

Fonte: Site Toda Matéria (2019)

Terceira Lei de Kepler

A 3ª lei de Kepler indica que o se o período de revolução de um planeta for


pego e levado ao seu quadrado, se terá um valor proporcional ao valor do cubo do
raio médio da órbita desse mesmo planeta. Por isso, quanto mais distante o planeta
estiver do sol, mais tempo levará para completar a translação. Matematicamente, a
terceira Lei de Kepler é descrita assim:
Onde:
T: corresponde ao tempo de translação do planeta
r: se refere ao raio médio da órbita do planeta
K: valor constante, ou seja, apresenta o mesmo valor para todos os corpos que
orbitam ao redor do Sol. A constante K depende do valor da massa do Sol.
15

Portanto, a razão entre os quadrados dos períodos de translação dos


planetas e os cubos dos respectivos raios médios das órbitas será sempre
constante, conforme apresentado na tabela abaixo:

Quadro 2: Razão e Raios Médios das órbitas

Fonte: Site Toda Matéria (2019)

Leis de Kepler e a Gravitação Universal

As Leis de Kepler descrevem o movimento dos planetas, sem se preocupar


com as suas causas. Isaac Newton ao estudar essas Leis, identificou que a
velocidade dos planetas ao longo da trajetória é variável em valor e direção. Para
explicar essa variação, ele identificou que existiam forças atuando nos planetas e no
Sol. Deduziu que essas forças de atração dependem da massa dos corpos
envolvidos e das suas distâncias. Chamada de Lei de Gravitação Universal, sua
expressão matemática é:
Sendo,
F: força gravitacional
G: constante de gravitação universal
M: massa do Sol
m: massa do planeta
Posteriormente, ao fim da leitura do texto disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/leis-kepler.htm e das discussões sobre as Leis
16

de Kepler e suas diferenças, para ampliar a reflexão e compreensão do aluno acerca


da temática, pode-se aplicar um vídeo ilustrativo, como por exemplo o vídeo
l em:
https://www.youtube.com/watch?v=6jXN_1Xt20M&feature=emb_title. Tal vídeo
apresenta as ideias e pensamentos que contribuíram para que o matemático viesse
a criar as Leis que recebem seu nome, trazendo maior contextualização ao processo
de ensino e as discussões sobre a temática.

4.2 AULA 3: O MOVIMENTO DOS PLANETAS

Na aula seguinte, aplica-se novamente o mapa mental, visando a observação


de avanços e assimilações do aluno frente ao conteúdo trabalhado. A partir disso,
serão retomados os conceitos abordados na aula anterior, como os descobrimentos
de Kepler acerca da movimentação dos planetas, inserindo na discussão maiores
explicações sobre como ocorre o movimento de cada planeta, considerando suas
especificidades e os fundamentos apresentados por Kepler.
Nesse sentido, se ressaltará ao aluno que para Kepler, as órbitas dos
planetas não se constituíam como circulares, mas como elipses, e por meio dessa
ideia Kepler utilizou-se de dados astronômicos de ampla precisão para construir as
leis que referenciam os movimentos dos planetas, como se constituíam suas órbitas,
etc.
Assim, considerando o aporte histórico e teórico trabalhado nas aulas, é
possível se propor a execução de alguns exercícios conjuntos, para que o aluno
demonstre sua aprendizagem, bem como seja possível a construção de
conhecimento acerca de alguns pontos que não estejam claros ainda. Alguns dos
exercícios estão disponíveis em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/leis-kepler.htm,
https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-fisica/exercicios-sobre-
gravidade.htm e http://www.mesalva.com/forum/t/movimentos-da-lua-e-da-
terra/17458.

4.2.1 Exercícios

Questão 1) Quais as principais diferenças que você observou em relação as Leis de


Kepler? Explique-as.
17

Questão 2) Como os planetas se movimentam de acordo com as Leis de Kepler?

Questão 3) (Udesc 2018) Analise as proposições com relação às leis de Kepler


sobre o movimento planetário.

I. A velocidade de um planeta é maior no periélio.

II. Os planetas movem-se em órbitas circulares, estando o Sol no centro da órbita.

III. O período orbital de um planeta aumenta com o raio médio de sua órbita.

IV. Os planetas movem-se em órbitas elípticas, estando o Sol em um dos focos.

V. A velocidade de um planeta é maior no afélio.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.

e) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras.

Questão 4) (UFJF) Muitas teorias sobre o Sistema Solar sucederam-se, até que, no
século XVI, o polonês Nicolau Copérnico apresentou uma versão revolucionária.
Para Copérnico, o Sol, e não a Terra, era o centro do Sistema. Atualmente, o
modelo aceito para o Sistema Solar é, basicamente, o de Copérnico, feitas as
correções propostas pelo alemão Johannes Kepler e por cientistas subsequentes.

Sobre gravitação e as leis de Kepler, considere as afirmativas, a


seguir, verdadeiras (V) ou falsas (F).

I. Adotando-se o Sol como referencial, todos os planetas movem-se descrevendo


órbitas elípticas, tendo o Sol como um dos focos da elipse.
18

II. O vetor posição do centro de massa de um planeta do Sistema Solar, em relação


ao centro de massa do Sol, varre áreas iguais em intervalos de tempo iguais, não
importando a posição do planeta em sua órbita.

III. O vetor posição do centro de massa de um planeta do Sistema Solar, em relação


ao centro de massa do Sol, varre áreas proporcionais em intervalos de tempo iguais,
não importando a posição do planeta em sua órbita.

IV. Para qualquer planeta do Sistema Solar, o quociente do cubo do raio médio da
órbita pelo quadrado do período de revolução em torno do Sol é constante.

Assinale a alternativa CORRETA.

a) Todas as afirmativas são verdadeiras.

b) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.

c) Apenas as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.

d) Apenas as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.

e) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.

Questão 5) (UFJF) O modelo de universo proposto por Kepler, apesar de


heliocêntrico, tinha disparidades com o modelo de Copérnico. Marque a alternativa
que contém tais disparidades.

a) No modelo de Copérnico as trajetórias dos planetas eram circulares, enquanto no


de Kepler as trajetórias eram elípticas. Como sabemos hoje, as trajetórias dos
planetas ao redor do sol são elípticas.

b) No modelo de Copérnico as trajetórias dos planetas eram elípticas, enquanto no


de Kepler as trajetórias eram circulares. Como sabemos hoje, as trajetórias dos
planetas ao redor do sol são elípticas.

c) Copérnico acreditava que o movimento no céu era circular e uniforme. A 3ª lei de


Kepler nos mostra que o movimento dos planetas ao redor do Sol é variado.
19

d) Copérnico acreditava também, de forma errada, que o movimento no céu era


circular e uniforme. A 2ª lei de Kepler nos mostra que o movimento dos planetas ao
redor do centro da galáxia é variado.

e) N.D.A

Questão 6) (UNIFESP-SP) A Massa da Terra é aproximadamente 80 vezes a massa


da Lua e a distância entre os centros de massa desses astros é aproximadamente
60 vezes o raio da Terra. A respeito do sistema Terra-Lua pode-se afirmar que:

a) a Lua gira em torno da Terra com órbita elíptica e em um dos focos dessa órbita
está o centro de massa da Terra.

b) a Lua gira em torno da Terra com órbita circular e o centro de massa da Terra
está no centro dessa órbita.

c) a Terra e a Lua giram em torno de um ponto comum, o centro de massa do


sistema Terra-Lua, localizado no interior da Terra.

d) a Terra e a Lua giram em torno de um ponto comum, o centro de massa do


sistema Terra-Lua, localizado no meio da distância entre os centros de massa da
Terra e da Lua.

e) a Terra e a Lua giram em torno de um ponto comum, o centro de massa do


sistema Terra-Lua, localizado no interior da Lua.

4.3 AULA 4: DIFERENCIANDO AS TRÊS LEIS DE KEPLER

Durante a realização desta aula, objetiva-se a realização de reforços sobre os


movimentos dos planetas, salientando tais processos por meio de vídeos que
abordem o assunto. Tais vídeos têm por intuito a construção do conhecimento
atrelado a tecnologia, a qual permite a visualização dos movimentos planetários,
diferenciando os modos pelos quais ocorrem em cada um.
20

Assim, o intuito da aula é de que o aluno seja capaz de compreender que os


movimentos dos planetas são constantes, ocorrendo em sentido oeste para leste, o
que pode ser alterado em algumas épocas, ocorrendo retrogradamente. Portanto, é
importante salientar que em observação, cada planeta se move de acordo com a
movimentação do planeta em torno do Sol e da movimentação da Terra em torno do
Sol.
Destarte, por meio de programas de computador, como os simuladores, é
possível realizar simulações sobre tais movimentações, o que permite a distinção de
cada qual no lugar que pertence. Essas tecnologias abrem margem para uma
compreensão mais clara sobre o assunto, facilitando a aprendizagem concreta.
Dessa maneira, nessa aula devem-se priorizar os primeiros contatos do aluno
com as tecnologias aplicadas ao conhecimento, observando se nos momentos de
assistir aos vídeos e de observar às simulações a mesmo tem facilidade em
manipular o mouse e se há interesse nessas atividades. Para além disso, é possível
a abertura de diálogo sobre as tecnologias, indagando se o aluno interessa por
jogos, se tem facilidade em manipulá-los, se gostaria de utilizá-los dentro da
disciplina para melhor compreensão e resolução de exercícios.
Posteriormente, ao fim das discussões e questionamentos, finaliza-se a aula

Gravitação 2, Leis de Kepler | ENEM e vestibulares.

https://youtu.be/3PaLM2IUOvs - Vídeo: Gravitação: Parte 1

https://youtu.be/WDzu0b2-NcE - Vídeo: Gravitação: Parte 2

4.4 AULA 5 E 6: APRENDIZAGEM POR MEIO DE JOGOS E SIMULADORES

A partir de um feedback positivo da discente em relação a utilização de


tecnologias aplicadas ao conhecimento, nessa aula preza-se a visualização dos
pensamentos de que a terra era o centro do Universo, modelo Heliocêntrico que
ficou não por muito tempo, mas Kepler veio e apresentou à forma Elíptica. Esses
vídeos fazem a dissente ter a amplitude de como somos pequenos em comparação
com o sistema solar. Assim, se realizam atividades por meio de jogos os quais
21

permitem com que se selecione cada planeta, inserindo sua gravitação, gerando
uma multiplicação com a massa resultando no peso. Assim, o peso modifica-se em
cada planeta, diferente da massa, graças às diferenças de gravidade de cada
planeta.
Por meio desses exercícios é possível observar as interações entre o aluno e
as tecnologias, podendo se constatar se há afinidade, aprendizagem e assimilação
dos conteúdos. Aqui se reitera a importância da constante aplicação do mapa
mental, para avaliação dos avanços do aluno frente ao uso das tecnologias em
relação ao conteúdo da disciplina. Para além do mapa mental, também se indica a
realização de exercícios em conjunto com o professor, mediando os conhecimentos
e sanando dúvidas que ainda possam restar, além de auxiliar o aluno autista com a
interpretação de textos.

Figura 3: Utilização do simulador Exploratorium para obtenção do peso em diversos planetas

Fonte: Site Exploratorium (2019)

Como é apresentado acima, durante essa primeira aula de contato com as


tecnologias é possível utilizar o simulador Exploratorium, o qual consiste em uma
plataforma na qual o aluno poderá se valer da equação de cálculo de peso, P = M.G,
para descobrir o seu peso em todos os planetas. Dessa forma, busca-se com que o
22

aluno reforce a noção de que cada planeta possui uma gravidade distinta, e que
dessa maneira objetos terão pesos diferentes em cada um deles. Outra alternativa é
a proposição de encontrar a massa de um corpo, utilizando a mesma fórmula,
somente alterando os dados dispostos na equação.
Um exemplo:
P = M.G
65 = M.10
M = 65/10
M = 6,5 kg
Esse contato inicial com as tecnologias pode ser considerado positivo pela
facilidade de manuseio, dando abertura para que o aluno se interesse e desenvolva
habilidades referentes a esses programas em prol do seu conhecimento.

4.5 AULA 7: MANIPULANDO O SIMULADOR E ATIVIDADES NO COMPUTADOR

A proposta durante a realização da aula 7 é de dar continuidade as atividades


iniciadas anteriormente, aplicando os conhecimentos científicos e teóricos
despendidos durante as aulas em jogos e atividades envolvendo as tecnologias
aplicadas a informação.
Nesse sentido, busca-se com que haja maior dinâmica entre os conteúdos
teóricos e práticos, viabilizando experimentos que autentiquem as proposições
apresentadas na teoria. Assim, fórmulas podem ser aplicadas, mostrando os
resultados de modo diferente do que se realizar uma operação matemática no papel.
Dessa maneira, o uso das tecnologias permite cálculos de massa, peso,
gravidade, entre outros, demonstrando de forma lúdica como o fenômeno físico
ocorre. A seguir demonstra-se o uso do simulador Gravity and Orbits que permite a
compreensão da movimentação dos planetas, suas órbitas, rotas, velocidade de
movimento, força da gravidade, entre outros, o que se une aos conteúdos teóricos
trabalhados nas aulas anteriores, buscando proporcionar uma maior realidade aos
conceitos abordados.
23

Figura 4: Utilização do simulador Gravity and Orbits para a observação dos movimentos dos
planetas

Fonte: Site PHET (2019)

4.6 AULA 8: LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL CONHECENDO SEUS


CONCEITOS

Durante a realização desta aula, o objetivo seria de abordar a Lei da


Gravitação Universal, buscando apresentar seus conceitos e princípios, os quais são
fundamentais para os conteúdos abordados ao longo da disciplina. Nesse sentido,
buscou com que se conhecesse o conceito de gravitação universal, a causa da
existência da gravidade, qual sua importância para a vida na terra, e quais as
comparações com outros planetas.
Tal aula deve ser ministrada por meio de exposição teórica, com a
apresentação, leitura e discussão de um texto acerca da Lei da Gravitação
Universal, disponível em:
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Lei_da_gravita%C3%A7%C3%A3o_universal&
oldid=58085675.
Assim, proposta inicial da aula 8 é a realização de uma leitura dinâmica com o
aluno, levantando pontos principais da teoria, integrando-as aos conceitos
fundamentais da física pertinentes ao 1º ano do ensino médio.
24

4.6.1 Texto para leitura

Ao pensar na lei da gravitação universal, tem-se que a mesma postula que se


há dois corpos que possuem massa, os dois irão ser atingidos por uma força de
atração, de forma mútua, de proporção igual a suas massas, e de proporção
diferente ao quadrado da distância que atua separando os centros de gravidade de
ambas. Essa questão foi desenvolvida pelo físico Isaac Newton, na obra intitulada
Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, a qual foi publicada no ano de 1687.
Essa obra é a responsável por descrever a lei da gravitação universal e as
conhecidas Leis de Newton, sendo três afirmações que se referem ao movimento
dos corpos e constituem os fundamentos da mecânica clássica.
O conceito de gravidade se relaciona a ideia de que a mesma corresponde a
uma força de atração, e que é responsável por agir entre todos os objetos que
possuem matéria que os constituem. Será essa gravidade que fará com que os
corpos celestes se mantenham unidos e interligados, como é o caso de gases
quentes que são administrados pelo Sol e pelos planetas, mantidos as órbitas dos
mesmos. A Lua, por exemplo, tem sua gravidade enquanto atuante na ocorrência
das marés dos oceanos na Terra, que por sua vez tem a sua gravidade atraindo
seus objetos ao seu centro.
Mesmo que esses efeitos causados pela gravidade tenham sido facilmente
notados ao longo da história da humanidade, muitos vêm buscando explicações
para a sua ocorrência. Pode-se dizer que Aristóteles, filósofo grego, foi o
responsável pelas primeiras tentativas de tecer essas explicações. Em meio a suas
ideias, postulou que os objetos com maior peso caiam mais rapidamente do que
aqueles com menos, ideia esta que foi aceita até o final do século XVII, sendo
substituído pelas novas explicações fornecidas pelo cientista italiano Galileu Galilei.
Este por sua vez considerava que os objetos, de quaisquer pesos, tinham a mesma
aceleração ao cair, porém a resistência presente no ar atuava de forma distinta em
cada um deles.
Por mais que esses antigos estudiosos tivessem se debruçado a
compreender mais sobre os modos pelos quais os planetas e a Lua se
movimentassem, na atualidade a ideia que é amplamente aceita foi proposta por
Isaac Newton. Este físico e matemático de origem inglesa teve seus estudos
ancorados em estudiosos anteriores a ele, os quais pesquisavam acerca da
25

gravitação. O próprio Newton reconhece esse fato, não deixando de lado as


descobertas e suposições já existentes naquele período. Em meados do século XVII
o físico e matemático se utilizou de estudos já feitos por nomes como Tycho
Brahe e Johannes Kepler sobre os movimentos dos planetas. A partir disso, Isaac
Newton se propôs a estudar sobre o mecanismo responsável por fazer com que a
Lua fizesse um caminho ao redor da Terra. Como resultado de seus estudos,
apresentou a teoria de que os corpos que possuíssem alguma massa passariam por
um processo de atração entre si.
Com base nos ideários de Kepler, apresentados por suas 3 Leis, Isaac
Newton pode demonstrar que havia a necessidade de que houvessem alguns tipos
de forças para que se tivesse a manutenção dos planetas em suas órbitas. A partir
disso, Newton realizou cálculos para compreender qual a força necessária na
superfície do planeta Terra, a qual foi observada como correspondendo igualmente a
da relação estabelecida entre sua massa e aceleração. Uma história muito famosa,
a qual não se tem certeza se de fato ocorreu, é a de que em um dia, com seus 23
anos, Newton observou uma maçã caindo de uma macieira, e que com isso refletiu
que a força responsável pelo fato, também era a responsável por fazer com que a
Lua se mantivesse em sua órbita em volta da Terra.
Com isso, a Lei da Gravitação Universal propõe que se há a existência de
dois corpos no universo, por menores que sejam, ambas irão se atrair
gravitacionalmente, pela ocorrência de uma força que atua de modo diretamente
proporcional ao valor de suas massas, e de modo inverso ao quadrado da distância
que ambas tem entre si. Ainda sobre isso, se esses corpos não forem compostos
por partículas, ou ainda não vistos como pontos materiais, o espaço que se fixa
entre eles deverá ser medido de acordo com a relação estabelecida entre os pontos
onde a massa desse corpo se concentra. Dessa maneira, se tem como equação da
Lei da Gravidade Universal proposta por Newton:

Com isso tem-se que:


F1 (F2) se constitui como sendo a força, que pode ser sentida pelo corpo 1 (2) devido
ao corpo 2 (1). Essa força é medida em newtons;
26

G = 6,7 × 10 11 Nm2/ kg2 pode ser considerada como a constante gravitacional


universal, que é responsável por identificar qual é a intensidade da força;
m 1 e m2 correspondem aos valores das massas dos corpos que estão no processo
de atração, e são quantificadas em quilogramas;
r se define enquanto a distância existente entre os dois corpos, a qual é quantificada
em metros;
^r por fim, representa o verso do vetor, que faz a ligação entre os dois corpos.
Esse valor denominado de constante gravitacional universal foi realizada anos
depois, por Henry Cavendish. Com a construção e comprovação da Lei da
Gravitação Universal no ano de 1685, após inúmeras pesquisas e teorias que foram
realizadas anteriormente, conseguiu com que se chegasse a um consenso quanto a
uma teoria que unisse os fenômenos de cunho terrestres e celestes, o que foi
fundamental para o desenvolvimento da conhecida ciência moderna.

4.6.2 Exercícios

Questão 1) O que é a Lei da Gravitação Universal?

Questão 2) Porque a gravidade existe?

Questão 3) Qual a importância da gravidade para nossa existência?

Questão 4) Quais as diferenças da gravidade da Terra e dos outros planetas?

Questão 5) A gravidade é uma das quatro forças fundamentais que existem na


natureza. As demais forças, além dessa, são: a força de interação eletromagnética,
força fraca e força forte. A gravidade é resultado de uma curvatura gerada no
espaço por causa da presença de um objeto muito massivo. Marque a alternativa
correta a respeito dessa grandeza fundamental.

a) O valor da gravidade de um planeta ou estrela está relacionado somente ao seu


tamanho, assim, quanto maior for o corpo celeste, maior será a atração gravitacional
que ele proporcionará.
27

b) A lei da atração gravitacional de Newton determina que a força gravitacional é


inversamente proporcional ao produto das massas e diretamente proporcional ao
quadrado da distância que separa dois corpos.

c) Tanto espaço quanto o tempo são curvados pela presença de um elemento


massivo. Tal curvatura na malha espaço-tempo proporciona o que denominamos de
gravidade.

d) Tanto espaço quanto o tempo são curvados pela presença de um elemento


massivo. Tal curvatura na malha espaço-tempo proporciona o que denominamos de
gravidade. Porém, as curvaturas no espaço-tempo só podem ser geradas por corpos
que possuem massa tão grande quanto a massa do Sol.

e) A massa do Sol é cerca de 1 milhão de vezes maior que a massa da Terra.


Portanto, a gravidade gerada pela estrela também será 1 milhão de vezes maior.

Questão 6) Marque a alternativa correta a respeito da gravidade zero.

a) A gravidade zero ocorre em um ponto do espaço onde a atuação da gravidade é


nula.

b) A velocidade com a qual os objetos movimentam-se ao redor da Terra garante a


sensação de queda perpetua, a qual chamamos de gravidade zero.

c) Em gravidade zero, os objetos estão parados, flutuando próximos ao planeta.

d) As regiões de gravidade zero são extremamente distantes da Terra.

e) Todas as alternativas estão incorretas.

4.7 AULA 9: ANÁLISE DE FIGURAS E JOGOS SOBRE A GRAVIDADE

A proposta para essa aula é a realização de uma retomada da Lei da


Gravitação Universal apresentada na aula anterior, bem como a discussão e análise
de figuras e jogos sobre a gravitação. Assim, propõe-se o aprofundamento e a
melhor compreensão do aluno acerca dessa temática, além de uma avaliação sobre
28

seu entendimento mediante o conteúdo trabalhado, o que pode ser feito pela
aplicação do mapa mental e na observação do desenvolvimento durante a aula.
Nesse sentido, busca-se com que haja uma prática para além da teoria, de
modo que o aluno possa compreender de forma prática os pontos trabalhados na
aula anterior, podendo observar a ocorrência da gravidade por intermédio de
imagens e jogos. Isso auxilia na compreensão, considerando que o conteúdo pode
se tornar abstrato sem uma prática que viabiliza a observação do fenômeno.
Durante a realização dessa aula, considerando que o aluno já possuirá maior
amplitude de contato com as tecnologias, também é possível a utilização do
programa Celestia, o qual pode ser baixado no computador, e dá acesso a
observação do Sistema Solar. Tal programa permite com que o aluno aprecie de
forma mais realista os componentes do Sistema, podendo tecer relações com os
conteúdos teóricos abordados, como a mecânica dos planetas e dos satélites, quais
as trajetórias percorridas, a posição dos corpos no sistema solar no momento de
uso, entre outros, objetivando uma aprendizagem mais esclarecedora sobre os
fenômenos recorrentes nesse espaço. A seguir apresenta-se um panorama do
programa.
Esse programa foi baixado no computador da docente, onde a discente com
TEA utilizou para suas observações do programa e também o manuseio.

Figura 5: Utilização do simulador Celestia para a observação do Sistema Solar

Fonte: Site Celestia (2019)


29

4.8 AULA 10: CONFECÇÃO DE UM SISTEMA SOLAR

Na realização da última aula, a proposta é de que haja a construção de um


Sistema Solar, proporcionando o diálogo sobre os conteúdos apreendidos ao longo
das aulas. A partir daí o professor coloca os alunos no laboratório de informática
para que eles pesquisem as ordens dos planetas, como é a forma elíptica que os
planetas giram em torno do Sol, quais são os movimentos que a Terra realiza, e
quantos são os satélites naturais de cada planeta, com essas questões os discentes
podem tirar dúvidas que ainda tenham restado sobre a dinâmica do Sistema Solar.
Todas essas informações que adquiriram no laboratório de informática são
colocadas na tarja de cada planeta que foi confeccionado.
Materiais utilizados:
- Bolas de isopor;
- Tinta guache (cores variadas);
- Placa de isopor;
- Caixa de papelão;
- Arame ou palito de dente ou churrasco.

Figura 6: Exemplo de planeta para a maquete do Sistema Solar

Fonte: Site Wiki How (2019)


30

Definido todos os materiais, cada bola de isopor irá se transformando em um


planeta com suas características principais. Realizasse a pintura da caixa na parte
interior com a tinta guache preta para que tenha o aspecto de céu escuro, inserindo
todos os planetas dispersos de acordo com a sua posição em volta do sol. É
importante salientar que anexem os satélites artificiais dos planetas, ao menos o
principal de cada um, com o auxílio do palito de dente ou de churrasco, fixando cada
um dentro da caixa de papelão já pintada. Nesse sentido, é possível esperar que
haja engajamento e envolvimento dos alunos frente a atividade, considerando que
esta torna-se prática e visível, concretizando a aprendizagem teórica.
Assim, não é apenas a construção de um Sistema ordenado de planetas, mas
de um aporte no qual coexista um centro, uma sequência de planetas, as
gravitações de cada um, suas diferenças, os modos como se movimentam em torno
do Sol, as dimensões planetárias, entre outras questões pertinentes as aulas
trabalhadas.
Referente a isso, a atividade se constitui também como uma avaliação geral
de todo o conteúdo, pois permite abordar os assuntos trabalhados de forma ampla,
denotando a aquisição ou não do conhecimento despendido. A partir disso, o aluno
pode construir em conjunto com outro colega de sala de aula sua atividade referente
ao Sistema Solar, demonstrando se há interesse e efetivo empenho durante a
confecção, resultando em uma avaliação do trabalho desenvolvido.
Ao fim da execução do projeto, ainda se propõe a realização de um debate
com os alunos, com o intuito de amarrar as questões desenvolvidas sobre a

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente produto educacional se refere à utilização de TDICs e de


softwares de computador no ensino do conteúdo de física, mais especificamente
sobre o conteúdo de gravitação universal, para alunos com TEA. Nesse sentido, o
produto educacional busca se constituir como uma nova ferramenta, que permite
31

construir uma interação mais abrangente com esses alunos, de modo a facilitar o
processo de ensino aprendizagem, que muitas vezes é dificultoso para os alunos
com TEA. Além disso, a utilização de tecnologia traz uma maior proximidade com o
mundo em que os adolescentes habitam na atualidade, dando um maior suporte
para estabelecer um vínculo que facilite o processo de ensino-aprendizagem. Assim,
o uso tanto de Smartphones quanto de computadores permite com que os alunos
escolham a tecnologia que mais os agradam, seja pela facilidade de acesso, ou
ainda pela questão de melhor manuseio do equipamento.
Destarte, mediante a utilização das TDICs como forma educativa, é possível
envolver os alunos com TEA nas atividades de ensino dentro de sala de aula,
permitindo com que este manuseie o produto, tirando suas conclusões e
aprendizados, o que posteriormente pode ser relacionado com algum texto ou
material da disciplina, fomentando com que o aluno estabeleça relações entre o que
experimentou com os conteúdos que adquiriu. Essas relações contribuem para que
se permita ao aluno explorar a física, por meio de suas possibilidades, pelo caminho
que mais faça sentido a ele. Assim, as TDICs se apresentam como uma boa
oportunidade no desenvolvimento dos conteúdos.
32

REFERÊNCIAS

CELESTIA. Simulação para observação do sistema solar. 2019. Disponível em:


https://celestia.space/download.html. Acesso em: 20 jul. 2019. 1. transparência.

COSTA, L. G.; BARROS, M. A. O ensino da física no Brasil: problemas e desafios.


In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 12. 2015, Curitiba. Anais [...].
Curitiba: EDUCERE, 2015. p. 10980-10989.

GRASSELLI, E. C.; GARDELLI, D. O ensino da física pela experimentação no


ensino médio: da teoria à prática. Cadernos PDE, Curitiba, v. 1, p. 1-21, 2014.

GRAVITY AND ORBITS. Simulação para observar a movimentação dos


planetas. 2019. Disponível em: https://phet.colorado.edu/sims/html/gravity-and-
orbits/latest/gravity-and-orbits_en.html. Acesso em: 17 jul. 2019. 1. transparência.

NASCIMENTO, F. F.; MONTEIRO, M. da C.; BRAUN, P. Escolarização de pessoas


com transtorno do espectro do autismo a partir da análise da produção científica
disponível na SciELO Brasil (2005-2015). Arquivos Analíticos de Políticas
Educativas, Arizona, v. 25, n. 125, p. 1-25, 2016.

PUGLIESE, R. M. O trabalho do professor de física no ensino médio: um retrato da


realidade, da vontade e da necessidade nos âmbitos socioeconômico e
metodológico. Ciência & Educação, Bauru, v. 23, n. 4, p. 963-978, 2017.

ROSA, C. W. da; ROSA, A. B. da. Ensino de física: objetivos e imposições no ensino


médio. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciências, Vigo, v. 4, n. 1, p. 1-
18, 2005.

SIMULADOR EXPLORATORIUM. Simulação do peso em outros planetas. 2019.


Disponível em: https://www.exploratorium.edu/ronh/weight/index.html. Acesso em:
15 jul. 2019. 1. transparência.

TODA MATÉRIA. A movimentação dos planetas ao redor do Sol. s/d. Disponível


em: <https://www.todamateria.com.br/leis-de-kepler/>. Acesso em: 04 jun. 2019. 1.
desenho técnico.

TODA MATÉRIA. Exemplificando o raio vetor. s/d. Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/leis-de-kepler/>. Acesso em: 04 jun. 2019. 1.
desenho técnico.

TODA MATÉRIA. O sistema solar. s/d. Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/leis-de-kepler/>. Acesso em: 04 jun. 2019. 1.
desenho técnico.

WIKI HOW. Exemplo de planeta confeccionado para maquete. s/d. Disponível


em: https://pt.wikihow.com/Fazer-uma-Maquete-do-Sistema-Solar. Acesso em: 22
ago. 2019. 1. fotografia.

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