Introdução A Caprinovinocultura - Raças, Diferenças Entre Caprinos e Ovino, Idade Pelos Dentes Escrituração Zootécnica
Introdução A Caprinovinocultura - Raças, Diferenças Entre Caprinos e Ovino, Idade Pelos Dentes Escrituração Zootécnica
Introdução A Caprinovinocultura - Raças, Diferenças Entre Caprinos e Ovino, Idade Pelos Dentes Escrituração Zootécnica
Componente: Caprinovinocultura
MACAÍBA, 2022
Mensagem do professor-autor
Prezado (a) aluno (a),
Contato da Professora
E-mail: juliete.lima@ufrn.br
Bons Estudos!
SUMÁRIO
1. Introdução.................................................................................................................4
2. Importância da Caprinovinocultura .....................................................................5
3. Raças e Cruzamentos ............................................................................................11
4. Cronometria Dentária ..........................................................................................29
5. Controle Zootécnico ..............................................................................................33
6. Referências ..............................................................................................................35
1. Introdução
Bons estudos!
4
2. Importância da Caprinovinocultura
5
única, dos rebanhos. A acentuada redução anual na oferta de forragem, durante as
estações secas, é o principal fator determinante do nível de produtividade (Araújo,
2003). Ademais, os desafios relacionados à alimentação do rebanho, instalações,
escrituração zootécnica, além dos manejos de ordenha e sanitário em geral levam a uma
situação de baixa produtividade, lento desenvolvimento ponderal das crias, elevada taxa
de mortalidade de animais jovens e idade tardia ao abate. Isso acarreta uma baixa
disponibilidade de animais destinados ao abate, particularmente no período de estiagem.
Dentro deste universo, é preciso verticalizar a produção, trazer uma maior
tecnificação e competitividade aos criatórios para o atendimento das exigências
quantitativas e qualitativas do mercado, aliado a resultados lucrativos. Aliado a isto, a
caprinocultura e a ovinocultura possuem um grande potencial para ampliação da
produção de carne, leite e seus derivados, favorecendo a comercialização dos produtos
em nichos de mercados promissores, como as boutiques de produtos regionais,
“exóticos” e da agricultura familiar. Além do incremento do setor industrial no
segmento de calçados e vestuários que valorizam produtos regionalizados, com
matérias-primas oriundas das peles dos animais. Cabe destacar as oportunidades de
inserção dos produtos nos programas governamentais de aquisição de alimentos para
merenda escolar.
6
da carne. Completando, China e Europa sozinhas consomem mais de 1/3 da carne ovina
produzida no mundo. O rebanho vem se transformando de animais cuja função principal
era o fornecimento de lã, com a carne sendo praticamente um subproduto, para uma
nova situação onde as raças com aptidão de produção de carne se tornaram as
protagonistas.
7
Da mesma forma que na ovinocultura, a quantidade de pele de caprinos segue o
aumento verificado na produção de carne. A produção mundial supera 1,2 milhão de
toneladas de pele por ano, seguindo aproximadamente o ranking da carne. O consumo
aparente dos países reflete sua produção interna e seu volume de exportações e
importações. A China se destaca outra vez neste quesito, representando quase ¼ do
consumo de carne ovina do planeta. Como o comércio internacional de carne caprina é
muito pequeno em relação ao seu volume de produção, o consumo aparente dos
principais consumidores reflete basicamente sua produção interna. A China representa
38% do consumo mundial.
O comércio internacional de carne ovina atingiu em 2016 mais de US$ 6
bilhões. A exportação de carne ovina é concentrada na Nova Zelândia e Austrália, há
décadas, perfazendo mais de 2/3 do volume exportado. Estes países servem como
parâmetro do mercado de exportação de carne ovina, determinando preços, volumes e
padrão de qualidade no mercado internacional e enviando volumes significativos para o
mundo inteiro. O volume de comércio internacional de carne caprina é muito inferior ao
da carne ovina, alcançando pouco mais de US$ 350 milhões anuais. Apesar da
tendência de alta, a carne caprina continua sendo produzida para o consumo local.
A China tomou o primeiro lugar da União Europeia e do Reino Unido como
maior importador de carne ovina. Facilitou este processo sua proximidade geográfica
com Austrália e Nova Zelândia, os maiores exportadores. Os EUA se tornaram o maior
importador de carne caprina, sendo a Austrália seu fornecedor quase exclusivo.
Entre os maiores importadores de carne ovina e caprina é significativa a
presença de países do Oriente Médio, que são protagonistas, também, do comércio de
animais vivos para abate. O comércio internacional de ovinos vivos para abate
movimenta mais de US$ 1,7 bilhão em exportações por ano, enquanto o de caprinos
vivos para abate ultrapassa US$ 350 milhões por ano O comércio de animais vivos tem
a finalidade principal de abastecimento de festas religiosas importantes do Islamismo,
como o Hajj.
Cenário Nacional
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animais às condições ambientais do Semiárido nordestino, marcadamente ao bioma
Caatinga.
Em relação à ovinocultura, a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM, 2019)
estima o rebanho brasileiro em um total de 19,7 milhões de cabeças, seguindo - se uma
tendência de concentração de rebanhos na região Nordeste, como observado na
caprinocultura. Essa região apresenta 13,5 milhões de cabeças, equivalente a 68,54% do
rebanho nacional, seguida das regiões Sul e Centro - Oeste, com 3,9 e 1,0 milhão de
cabeças, respectivamente, correspondente a 20,8% e 5,0% do rebanho ovino do Brasil.
9
(13,71%), Ceará (12,07%), Piauí (8,47%), Rio Grande do Norte (4,19%) do rebanho
ovino do país. Os estados de Mato Grosso e Mato do Grosso do Sul, na região Centro-
Oeste, ocupam a nona e a décima posição com um efetivo total de 467.734 e 432.919
cabeças, respectivamente.
No Brasil, a oferta e a demanda de carne ovina e caprina estão abaixo do
potencial de produção, o que reflete a potencialidade da atividade para o setor no país,
sobretudo na região Nordeste, onde esses pequenos ruminantes são caracterizados por
apresentarem adaptação às condições edafoclimáticas e quase sempre estão ligados à
agricultura familiar (Martins et al., 2015).
A produção de leite de cabra no Brasil em 2017 apresentou redução de 29,0%
em relação a 2006, o que está diretamente relacionado à redução do número de cabras
ordenhadas, da ordem de 31,0%. A região Centro Oeste foi à única que apresentou
crescimento no número de cabras ordenhadas, no entanto, ainda registrou uma redução
de 56,2% na produção de leite caprino, representando uma maior redução de
produtividade nessa região. Na região Nordeste houve redução de 34,0% na produção
de leite, proporcional à diminuição do número de cabras ordenhadas. Nesse caso, dois
fatores são preponderantes, primeiro a seca que desde 2012 atinge a região, acarretando
em diversos desafios e inviabilizando muitas regiões produtoras; em segundo lugar a
dependência dos produtores na comercialização do produto junto aos programas
governamentais que possuem cotas de aquisição muitas vezes abaixo do potencial de
produção dos produtores.
A produção de lã no Brasil registrou em 2017 uma redução de 30,0% em relação
a 2006, proporcional à redução de 28,0% do número de ovinos tosquiados. A produção
de lã é basicamente concentrada na região Sul, mais especificamente no Rio Grande do
Sul, sendo responsável pela produção de aproximadamente sete milhões de quilo,
correspondente a 98,9% da produção nacional de lã ovina.
As projeções indicam que os rebanhos caprinos e ovinos continuam com a
tendência de crescimento do efetivo do rebanho no país. Este crescimento foi retomado
em 2012, onde se iniciou um longo período de seca na região Nordeste. Este fenômeno
levou aos produtores investirem mais na criação de pequenos ruminantes em função da
sua capacidade de adaptação aos fatores climáticos adversos. Soma-se a estes fatores, o
impulso dos mercados regionais, bem como o nacional, principalmente nos grandes
centros consumidores, onde as carnes ovina e caprina têm ocupado espaços relevantes,
com o surgimento de casas de carnes especializadas em caprinos e ovinos, a valorização
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da gastronomia regional e o aumento do poder aquisitivo do consumidor, que tem cada
vez mais ampliado a sua disposição de consumir produtos diferenciados e de qualidade
reconhecida, tornando uma proteína animal cada vez mais presente na mesa do
consumidor.
3. Raças e Cruzamentos
11
de onde passou à Europa por meio de invasões efetuadas por guerreiros asiáticos,
através de diversos caminhos em diferentes épocas. No Brasil os caprinos foram
introduzidos com os colonizadores portugueses, franceses e holandeses, mas somente
em 1910 é que ocorreram as importações de animais com grande potencial de produção.
A domesticação das cabras, assim como à da ovelha, ocorreu 7.000 anos,
período neolítico, antes da Era de Cristo. Foi o segundo animal a ser domesticado pelo
homem, depois do cão, sendo o primeiro a lhe fornecer o leite. O tamanho dos animais,
assim como sua grande utilidade, tanto para fins religiosos, quanto para a alimentação,
facilitaram e colaboraram na tarefa de domesticar.
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Presença de fossas lacrimais Não Sim
e glândulas interdigital e
inguinal
Perfil da cabeça Perfil reto aplanado Perfil convexo
Vértebras caudais Possuem até 16 vértebras, Possuem até 22 vértebras,
com a inserção da cauda com inserção da cauda
voltada para cima, cauda voltada para baixo, cauda
curta e erguida. longa.
Odor hircino Sim (glândula de schietzel) Não
Comportamento Hábito de ramonear (bípede) Menos seletivo, preferência
e mais seletivo/facilidade por gramíneas/andam em
para dispersão. grupo.
a b
c d Caprino
ovino
13
e f
g h
e f
i COMPORTAMENTO
14
a
15
muito importantes para os programas de melhoramento genético da criação de
caprinos e ovinos em regime de criação solta (extensivo ou semi-extensivo).
Raças estrangeiras ou exóticas: são as raças especializadas, que vieram de outros
países ou regiões, que possuem maior capacidade de produção de carne, leite ou lã,
porém apresentam menor resistência ao ambiente mais quente ou mais frio e seco.
São utilizadas para cruzamentos com as raças nativas para melhorar a produção de
carne, leite ou lã.
Na escolha de uma raça a ser criada, deve ser realizada uma criteriosa avaliação
das características voltadas ao objetivo da exploração (leite, carne, pele, lã, etc) e as
condições do meio ambiente. Não existe uma raça superior e sim aquela que melhor
adeque às condições da propriedade. As opções para estes tipos de cruzamentos ou
mesmo para se começar com matrizes puras de alto nível de produção, são muito
variadas sendo que cada produtor deverá conhecê-las uma a uma e optar pela que
melhor lhe convier, observando sempre sua disponibilidade de manejo e alimentação
principalmente. O aumento da produção leiteira, de carne, lã ou de peles, normalmente
são conseguidas através de introdução de animais melhoradores no rebanho.
Raças de ovinos
Merino - Este é o
representante principal da raça Merino
na Austrália, sendo encontrado em
grandes rebanhos na Nova Zelândia, e
Oeste da Austrália. Possui aptidão
para a produção de lã (70%), embora a
seleção para melhorar a qualidade da
Figura 4 - Raça Merino.
Fonte: (Google imagens). carcaça, possa tornar este Merino, uma
raça de dupla aptidão, com produção para carne de 30% (Figura 4). Sua lã é
16
absorvida quase totalmente pelo comércio de têxtil e é caracterizada pela altíssima
qualidade. O velo produzido é pesado, macio, de coloração branca, com um
diâmetro médio de fibra de 20 - 22 mícrons. Regiões de clima seco são os melhores
locais para criar ovino tipo lã. A lã cobre bem e uniformemente todo o corpo, com
exceção das orelhas que são cobertas com pelos curtos e suaves e às vezes possuem
manchas negras. As narinas e lábios devem ser rosados, não se admitindo manchas
pretas. A pele é muito fina, rosada, sem pregas, salvo no pescoço, onde são bem
desenvolvidas e típicas. Os cascos são claros.
Ideal - É um ovino de
duplo propósito (lã e
carne). Ele é 75% Merino
e 25% Lincoln (Figura 5).
O Ideal responde bem
quando colocado em boas
pastagens e é encontrado
principalmente nas regiões
Figura 5 - Raça Ideal.
de maiores índices Fonte: (Google imagens).
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Corriedale produz lã com um diâmetro
de fibra que varia de 24,5 a 31,5
mícrons. O velo das ovelhas adultas
pesa em torno de 4,5 a 7,7 Kg com um
comprimento de 9 a 15 cm. O
rendimento do velo varia de 50 a 60%.
Os carneiros podem pesar de 79 a 125
kg e as ovelhas 59 a 81 kg. Possui
cabeça larga e forte, denotando
masculinidade nos machos; Sem chifres;
Figura 6 - Raça Corriedale.
Fonte: (Google imagens). Cara sem lã, apenas um topete acima da
linha dos olhos; Nariz escuro com fossas nasais bem abertas; Bons aprumos;
Membros de comprimento médio; Ossatura forte e bem formada, coberta de lã;
Cascos escuros de preferência negros.
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crias por parto. A utilização de reprodutores da raça Dorper ou White Dorper é uma
ótima opção para cruzamento visando à melhoria nos índices produtivos de carne.
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Suffolk - É uma raça estrangeira, originária
da Inglaterra, criada mais para produção de
carne que de lã, que não é de boa qualidade.
Pelagem com coloração branca com cara e
membros negros (Figura 10). O rebanho
Suffolk vem crescendo, principalmente no
Sudeste e no Sul do Brasil. Apresenta ótimo
rendimento de carcaça, produzindo carne de
qualidade, com pouca gordura. Os animais Figura 10 - Raça Suffolk.
Fonte: (Google imagens).
dessa raça são de grande tamanho, bom
temperamento e grande rusticidade, adaptando-se tanto no clima semiárido quanto
no clima mais frio. As fêmeas são ótimas mães, dando muitas crias com partos
geralmente fáceis. Pesos médios nas fêmeas de 82 a 90 kg e nos machos de 115 a
130 kg, com prolificidade de 1,3 cordeiros por parto e boa habilidade materna.
Excelente opção para ser utilizada em cruzamentos visando à obtenção de animais
com melhores desempenhos para produção de carne.
Lacaune - É a mais
conhecida e uma das
melhores raças ovinas
para produção leiteira
(Figura 11). É uma raça
francesa, de pele branca,
com pouca lã, que
apresenta produção média
Figura 11 - Raça Lacaune.
de leite de 140 kg por Fonte: (Google imagens).
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Bergamácia - Apresentam o
corpo coberto por lã de espessura média
e de baixa qualidade, perfil convexo,
orelhas largas, grandes e pendentes, e as
mucosas e a lã são claras (Figura 12). É
de origem italiana, com aptidão para
produção de carne e leite. No Brasil é
mais utilizada para produção de carne
Figura 12 - Raça Bergamácia.
Fonte: (Google imagens). (cruzando fêmeas Bergamácia com
carneiros das raças de corte). São adaptados ao clima quente. O peso médio de seus
cordeiros quando apresentam rápido desenvolvimento, alcança no primeiro mês de
vida o peso de 12 kg. Com 18 a 24 meses, chegam a atingir cerca de 130 a 140 kg,
oferecendo um rendimento de 65 a 70 kg de carne por animal. Recomenda-se a
utilização em cruzamentos como raça materna.
21
produção de leite e afeição pela cria. Essa raça tem apresentado boas respostas nos
cruzamentos com reprodutores das raças Texel, Dorper, Ile de France, dentre outras.
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Rabo-largo - É uma raça nativa,
também com origem na África do Sul,
deslanada ou com pouca lã, de tamanho
médio, boa para produção de carne e de
peles (Figura 16). A base da cauda é
larga, com uma grossa camada de
gordura, daí o nome da raça. A pelagem
é vermelha, branca ou chitada. É muito Figura 16 - Raça Rabo-largo.
Fonte: (Google imagens).
resistente ao clima semiárido e os
maiores rebanhos se encontram na Bahia. Produz menos crias que as demais raças e
a carne têm excesso de gordura. Os machos adultos pesam entre 45 e 50 kg e as
fêmeas, entre 30 e 40 kg.
Raças de caprinos
No nordeste brasileiro, predominam as raças consideradas nativas como Moxotó,
Canindé, Repartida, Marota, Graúna, dentre outras. Estas raças foram originadas em
nosso país a partir de animais introduzidos pelos colonizadores europeus, e merecem ser
conservadas, selecionadas e utilizadas, uma vez que esses animais foram submetidos a
uma seleção natural intensa ao longo do tempo, tendo como principais características a
rusticidade e a adaptabilidade. No entanto, raças exóticas também estão presentes na
região, como por exemplo, as raças Anglo-Nubiana, Saanen, Toggenburg, Parda Alpina,
Boer e Murciana.
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Possui cabeça cônica e alongada, e o
úbere bem desenvolvido, com bons
ligamentos, veias mamárias longas,
grossas e sinuosas. É uma raça
especializada para produção de leite,
podendo produzir de 2,5 a 4,8 kg de leite
por dia, durante um período de lactação
de 255 a 305 dias. Possui reduzida
Figura 17 - Raça Saanen.
rusticidade e, consequentemente, baixa Fonte: (Google imagens).
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Toggemburg - É mais uma raça
especializada para produção de leite que
tem origem na Suíça. Apresenta tamanho
de mediano a grande, com pelos longos
ou curtos. A cor básica da pelagem varia
de marrom-clara para castanho
amarelada, cinza e quase prata, com duas
faixas brancas ou creme que vão das
orelhas, passando próximo aos olhos e Figura 19 - Raça Toggemburg.
Fonte: (Google imagens).
terminando ao lado da boca, além de
apresentarem mucosas escuras (Figura 19). São relativamente menos produtivas
que a Saanem e a Parda Alpina, mas chegam a produzir de 2,5 a 4,0 kg/dia de leite,
em uma lactação com duração de 255 a 290 dias. É uma raça rústica, e os pesos
médios dos animais adultos variam de 45 - 60 kg nas fêmeas a 65 - 85 kg nos
machos, com prolificidade de 1,45 cabritos nascidos por parto. É considerada uma
das raças exóticas mais recomendáveis para cruzamentos com raças nativas, visando
aumentar a produção de leite, sem prejudicar a adaptabilidade dos animais.
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Principais raças caprinas especializadas na produção de carne
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vermelha, que eles acreditam que evita mais os animais selvagens (predadores). A
pelagem é vermelha ou cinza vermelho e a pele é escura (Figura 23). Fêmeas
adultas atingem 50 - 70 kg de peso vivo e os machos atingem 70 - 90 kg.
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Moxotó - Raça nativa que se desenvolveu
no semiárido, notadamente no vale do rio
Moxotó, em Pernambuco. A pelagem é
branca ou baia com lista preta pronunciada
na linha dorso-lombar, no ventre, parte
interna das orelhas, focinho e parte inferior
dos membros (Figura 26). Possui pele
preta, mucosas escuras, cascos escuros e
fortes. É boa produtora de carne, leite e
peles. De cada 100 cabras paridas, nascem Figura 26 - Raça Moxotó.
Fonte: (Google imagens).
cerca de 150 crias por ano, em sistema
extensivo. Os machos adultos pesam, em média, de 35 a 40 kg e as fêmeas de 25 a
30 kg. A produção leiteira é de 0,5 kg/dia em um período de 120 dias. Possui boa
adaptação às condições de radiação solar e uma prolificidade de 1,36 cabritos
nascidos por parto. Única raça brasileira apresentada no padrão homologado pela
Associação Brasileira de Criadores de Caprinos - ABCC como de múltipla aptidão.
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coloração até a comissura labial (Figura 28). É criada para a produção de carne e
leite. Sua produção de leite se destaca entre as raças nativas. É uma raça rústica,
adaptada às condições do semiárido. Os machos adultos pesam entre 33 a 40 kg e as
fêmeas, entre 25 a 35 kg, com prolificidade que varia de 1,29 a 1,43 cabritos
nascidos por parto.
interna das orelhas. A pele, mucosa e cascos são claros, mas apresentam
pigmentação na cauda. Alguns animais possuem pelos ásperos, tipo angorá. Possui
aptidão para produção de pele e carne e são animais dotados de alta rusticidade, com
boa adaptação ao nordeste brasileiro. Machos adultos pesam em torno de 35 a 40 kg
e as fêmeas adultas de 30 a 35 kg, com prolificidade entre 1,3 a 1,53 cabritos
nascidos por parto.
4. Cronometria Dentária
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Os dentes de leite são mais delicados, menores, mais finos e mais claros (Figura 30 A).
Já os permanentes são maiores, amarelados e com estrias (Figura 30 B).
Figura 30 - Dentição decídua (de leite) em animal jovem (A) e definitiva em animal adulto (B).
Fonte: (Milkpoint.com.br).
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sempre que se pretende comprar um animal é muito importante fazer essa avaliação
para verificar a real idade do animal.
A determinação da idade dos caprinos e ovinos por meio da avaliação da
dentição é um processo relativamente simples. Para isso, primeiro é necessário conter
adequadamente o animal, levantar o lábio superior e abaixar o inferir, expondo os
dentes incisivos, conforme a Figura 31.
Figura 32 - Dentição incisiva inferior dos pequenos ruminantes utilizados para verificação da
idade do animal. Fonte: (Milkpoint.com.br).
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Dentes de leite, definitivos e desgaste x idade do animal
Os cabritos e cordeiros nascem sem dentes e nos primeiros 3-4 dias nascem às
pinças e os primeiros médios. Com 10-14 dias de idade nascem os segundos médios e
com 25-30 dias de idades, os cantos.
Em torno de 1 ano de idade inicia a primeira troca da dentição de leite pela
permanente. O primeiro par de dentes a ser substituído é a pinça (dente da frente).
Existe pequena variação (meses) entre as épocas de trocas dos dentes incisivos quando
comparamos animais de raças ou espécie (caprino ou ovino) diferentes. No entanto,
como esta variação é pequena e a determinação da idade pela avaliação da arcada
dentária é uma estimativa aproximada, podemos utilizar um esquema geral conforme a
Tabela 7.
A partir dos 4 anos de idade, todas as trocas de dentes de leite pelos permanentes
já foram realizadas e o animal é chamado de "boca cheia". Nessa fase a estimativa da
idade deve ser feita pela avaliação do desgaste ou arrasamento dos dentes. O desgaste
ocorre pelo desaparecimento da parte superior e o surgimento do avale (arrasamento do
dente). Porém, animais que recebem alimentos mais grosseiros e com alto teor de fibra
podem apresentar maior desgaste dos dentes, o que dificulta a avaliação nessa fase.
Após ocorrer o desgaste de todos os dentes incisivos (utilizados para avaliação
da idade), por volta dos 6 a 7 anos, começa o afastamento aparente dos dentes. Este
afastamento inicia das pinças para os cantos, apresentando-se em todos os dentes por
volta dos 9 anos.
Animais com idade avançada podem apresentar perdas de dentes. Estas perdas
estão diretamente relacionadas com a dieta, o estado nutricional e sanitário do animal.
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5. Controle Zootécnico
Caderno 1 - Utilizado para anotar informações sobre a mãe e a cria, conforme exemplo
a seguir:
Data do parto Mãe Cria Desmama
Observações
Nº Peso Nº Peso Sexo Data Peso
Caderno 3 - Será utilizado para anotar os dados referentes a mortes ou saída de animais
da propriedade. O campo “Motivo da Baixa” é muito importante, pois permitirá
conhecer as causas de morte na propriedade e controle sobre a venda de animais.
Dados do animal
Data da baixa/saída Motivo da baixa
Nº Nome Raça
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Caderno 4 - será utilizado em sistemas de produção de leite, como subsídio ao controle
leiteiro. Cada matriz deverá ter uma ficha para anotação individual. Esse controle
poderá ser feito diariamente, semanalmente, quinzenalmente, sendo que, o de maior
praticidade é o controle mensal.
Lactação
Identificação da fêmea
Data início Data fim
Data Ordenha 1 Ordenha 2 Total Observações
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6. Referências
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