Caderno Pedagógico - Pichação e Grafite
Caderno Pedagógico - Pichação e Grafite
Caderno Pedagógico - Pichação e Grafite
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ORIENTAÇÕES PARA O TRABALHO COM A SEQUÊNCIA
DIDÁTICA UTILIZANDO A ARGUMENTAÇÃO POR MEIO
DE GÊNEROS TEXTUAIS ORAIS
Orientação e revisão
Sandra Mara Mendes da Silva Bassani
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APRESENTAÇÃO
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APRESENTAcaO
Neste caderno, trazemos um conjunto de procedimentos que parte das práticas com
a oralidade como forma de ampliar o poder de argumentação dos alunos, e, como
consequência, envolvê-los no processo de escrita. Trata-se de uma sequência didática
de argumentação, cujo tema, A pichação e o grafite, além de ser controverso e possibilitar
diferentes opiniões, aproxima-se muito do universo dos alunos do Ensino Fundamental II.
Este trabalho tem a intenção de servir de auxílio para que professores(as) de língua
portuguesa possam estimular os usos da fala e, consequentemente, ajudar seus alunos a
desenvolverem suas competências linguísticas e expressarem-se melhor.
Acreditamos que este Caderno do(a) Professor(a) contribuirá para o trabalho com gêneros
orais, pois, além de possibilitar um exercício contínuo e ordenado com gêneros textuais,
também permite uma avaliação de todo caminho percorrido, da fala até a escrita. Como
resultado, espera-se que os alunos consigam desenvolver e articular seus argumentos,
alcançando maior qualidade na produção de textos argumentativos.
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S UMA R IO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................7
1.6 AS ATIVIDADES...............................................................................................................14
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................39
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................40
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................41
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INTRODUcaO
Partindo do pressuposto de que o aprimoramento e a articulação da fala possibilitarão o
desenvolvimento linguístico dos alunos, a proposta deste caderno é que gêneros orais como
debates, aulas expositivas e conversas orientadas sejam um ponto de partida para a argumentação
e, consequentemente, para a melhoria da produção de textos argumentativos.
Essa proposta se justifica, entre outras coisas, pela necessidade de se trabalhar a oralidade como
recurso para estimular a produção de texto, dando aos alunos a oportunidade de expor verbalmente
suas ideias e de se tornar sujeitos críticos e participantes.
No desenvolvimento desta pesquisa, o debate foi o principal gênero oral trabalhado por acreditarmos
que permite aos envolvidos confrontar opiniões, repensar argumentos e criar novos, articular sua
percepção de modo a convencer os outros da solidez de suas convicções.
Pretende-se com esse trabalho contribuir para que haja maior envolvimento dos alunos em
atividades de produção textual, evidenciando a oralidade como ferramenta eficaz nesse processo.
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Imagem: Acervo próprio
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1. A SEQUENCIA DIDATICA
Este Caderno do(a) Professor(a) traz a proposta de uma sequência didática de argumentação
por meio de gêneros orais, porque acreditamos no trabalho com a oralidade e na
necessidade de desenvolver competências argumentativas, conteúdos pouco explorados
nas aulas de Língua Portuguesa.
Assim, a escola precisa preparar os alunos para esse debate ético e ideológico, promovendo
atividades que desenvolvam a capacidade de persuadir, de convencer.
Para tanto, o tema escolhido não é apresentado como mero tópico a ser tratado em uma
sequência de aulas, mas como algo a ser discutido e vivenciado pelos alunos em todas as
atividades propostas.
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Os autores representam a sequência didática de acordo com o seguinte esquema:
A proposta de uma produção inicial serve para diagnosticar, para determinar como se dará a
intervenção do(a) professor(a). Assim, ele(a) planejará suas ações com o foco no que é preciso
ser feito e saberá o que esperar como resultado de seu trabalho. Serve também para propiciar
aos alunos conhecerem melhor o gênero proposto.
O que Dolz, Schneuwly e Noverraz (2004) chamam de módulos, nós chamamos de atividades,
por acreditar que esse termo é mais amplo, compreendendo tanto o que é praticado na sala de
aula quanto sua reflexão na formação dos sujeitos (CERQUEIRA, 2010).
O desenvolvimento das atividades culminará na produção final, na qual se verifica se o que foi
proposto alcançou o resultado esperado.
Ressaltamos que esta sequência didática não se enquadra em uma receita, com quantidade de
aulas pré-definidas. Propomos que cada professor(a) planeje as atividades de acordo com suas
necessidades e avalie o tempo que será destinado a cada uma.
1 No caso do esquema apresentado, o módulo n corresponde a um número não determinado de módulos, ou seja, não há um
limite de módulos possíveis em uma sequência didática.
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1.1 PUBLICO - ALVO
Alunos do 8º ano do Ensino Fundamental II.
As atividades propostas permitirão que o(a) professor(a) aborde conteúdos que achar pertinentes,
aproveitando as demandas que surgirem
no decorrer da sequência didática. Haverá
momentos em que poderão surgir dúvidas
gramaticais, ortográficas etc., evidenciando
a necessidade de inserir uma atividade
específica sobre a questão levantada.
Ramos (1997, p.20) acredita que a melhor opção para levar o aluno a conhecer o dialeto
padrão é colocando-o em contato com esse dialeto. Ela acrescenta que é preciso “(...)
propiciar oportunidades para que faça uso dessa variedade linguística.”.
Portanto, propor atividades com gêneros orais que requerem uma maior formalidade é importante
para que os alunos aprendam a ultrapassar as formas de produção oral cotidianas e percebam
que a língua se adapta às situações de produção. (DOLZ; SCHNEUWLY; HALLER, 2004, p.175).
Assim eles poderão assimilar regras do dialeto padrão de forma mais espontânea e o(a)
professor(a) poderá verificar quais são os maiores desvios cometidos, como e por que ocorrem
e fazer as intervenções que forem necessárias.
Portanto, nossa proposta coaduna-se com a teoria de Antunes (2007, p.120), que ressalta a
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importância de se tratar a língua em sua dimensão global, percebendo suas “potencialidades,
seu funcionamento concreto, nas diferentes situações da comunicação humana.”.
Sugerimos que os conteúdos abordados partam dos textos utilizados e das situações reais de
uso da língua, os quais serão dinamizados nas atividades.
1.3 O TEMA
O primeiro passo na elaboração de uma sequência didática é a escolha do tema. Essa escolha precisa
considerar aspectos relacionados às
práticas sócias dos alunos para fazer
sentido para eles.
Essa interação, além de contribuir para a escolha do tema das atividades, dá a/o professor(a)
condições de perceber as dificuldades dos alunos e criar estratégias de ensino que privilegiem
o que realmente precisa ser aprendido.
Nesse contexto, sugerimos que o(a) professor(a) avalie o tema aqui proposto, se é adequado ou
pertinente para sua turma. Caso contrário, oriente-se por esta sequência didática, mas adapte-a
aos interesses de seu grupo.
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1.4 APRESENTACAO DA SITUACAO
Após escolhido o tema, a próxima etapa é a apresentação da situação que será abordada na
sequência didática. Esta etapa compreende um momento para propor uma primeira produção
de texto como forma de avaliar o conhecimento prévio dos alunos. É uma oportunidade de
conhecer o que eles sabem e o que precisa ser revisto ou apresentado.
Também nessa etapa são apresentadas as atividades propostas e seus objetivos. Ao iniciar
uma sequência de atividades sem que os alunos estejam inteirados de suas especificidades,
corremos o risco de o trabalho se perder ao longo das aulas. A motivação e o interesse devem
surgir nesse momento em que eles são estimulados a participar do projeto exposto, sentindo-
se parte dele.
É muito importante também que se exponha o gênero textual a ser explorado e suas
características. Explicar por que foi esse o gênero escolhido, o que o trabalho com esse gênero
irá propiciar, como serão feitas as atividades, que conteúdos serão abordados. Esclarecer essas
questões pode significar a diferença entre uma proposta sem sentido e um trabalho efetivo com
a argumentação oral, que contará com o envolvimento do grupo e que desenvolverá habilidades
de exposição e persuasão.
Esta é a primeira atividade proposta nesta sequência didática: uma roda de conversa sobre o
tema, levantando hipóteses, para verificar o que os alunos já conhecem e/ou qual o seu interesse
pelo assunto tratado.
1.6 AS ATIVIDADES
As atividades que serão desenvolvidas no decorrer da sequência didática são voltadas para a
produção de texto oral. Elas são apresentadas gradativamente e são a resposta às perguntas
apresentadas na situação inicial.
Dolz, Schneuwly e Noverraz (2004, p.103) propõem que as atividades ocorram “do complexo
para o simples: da produção inicial aos módulos, cada um trabalhando uma ou outra capacidade
necessária ao domínio de um gênero”. Para os autores, nas atividades é que serão trabalhados
os problemas que apareceram na primeira produção.
Imagem: pixabay.com
Propomos leitura de textos sobre o assunto, exibição de vídeos, aulas expositivas e outras
estratégias como forma de instrumentalizar os alunos, que poderão se apropriar do que foi lido
e discutido para melhorar seu poder de argumentação.
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Imagem: pixabay.com
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Imagem: Acervo próprio
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2. A PICHACAO E O GRAFITE: UMA SEQUENCIA
DIDATICA DE ARGUMENTACAO
Apesentamos abaixo a sequência didática desenvolvida para aplicação:
Atividade 1
Apresentação da situação
Objetivos Estratégias
Levantar os conhecimentos prévios sobre o tema. Roda de conversa.
Promova uma roda de conversa, levantando hipóteses, para verificar o que os alunos já
conhecem e/ou qual o seu interesse pelo tema.
Além disso, é preciso considerar que alguns alunos (ou muitos) podem desconhecer, ou
conhecer superficialmente, o tema tratado. Dar a eles a oportunidade de se inserir num
contexto de relevância coletiva é importante, tanto para o desenvolvimento do trabalho
do(a) professor(a), quanto para a formação educacional e social do aluno.
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ATIVIDADE 2
Desenvolvendo a argumentação
Objetivos Estratégias
Recursos necessários
Também sugerimos a leitura do texto Câmara decide extinguir pena de prisão para pichadores,
que apresenta uma alternativa para punição do ato de pichação.
Leia os textos e discuta com seus alunos. Pergunte o que acham das leis que regem o tema no
País, se são contra ou a favor às penas imputadas aos pichadores. Converse com eles sobre
outras formas de punição para os infratores e sobre as consequências do ato de pichar.
Essa atividade será útil para que você verifique juízos de valor, opiniões relevantes, julgamentos
preconceituosos, etc.
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TEXTO 1
Art. 65 da Lei de Crimes Ambientais - Lei 9605/98
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano:
(Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 12.408, de 2011)
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TEXTO 2
Câmara decide extinguir pena de prisão para pichadores
Projeto prevê prestação de serviços à comunidade por cinco meses. Lei atual
estabelece detenção de 3 meses a um ano, além de multa.
Fonte: g1.globo.com/politica/noticia
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ATIVIDADE 3
Desenvolvendo a argumentação
Objetivos Estratégias
Recursos necessários:
Textos motivadores 3 e 4 (disponíveis na p.22 e p.23 )
Esta atividade é proposta para dar continuidade à etapa anterior, com um maior aprofundamento.
Novos textos impressos podem ser lidos e discutidos. O(a) professor(a) pode apresentar
notícias, artigos de revistas.
Este é o momento de propiciar a interação linguística e instigar os alunos a expor suas ideias,
levantar hipóteses e discutir pontos polêmicos.
É nessa hora que a argumentação vai se materializando. Os alunos terão contato com os
argumentos alheios e construirão, ou reafirmarão, seus próprios argumentos diante da questão
apresentada.
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TEXTO 3
Pichação é arte?
Eduardo Nasi
Rola por aí um papo de que grafite é arte. E que a pichação - ou “pixo” mesmo - é lixo.
Puro lixo. Dizem até que o governo deveria fazer um esforço para converter pichadores
em grafiteiros. Só não contam que a pichação também é uma manifestação urbana
autêntica, que tem um código próprio - geralmente indecifrável para quem está de
fora. Tem regras: por exemplo, não pega bem pichar em cima da pichação alheia. O
grafite também é respeitado, porque não é porque as linguagens são diferentes que
os artistas urbanos vão brigar entre si. Mal comparando com as artes tradicionais,
grafite é imagem, pixo é texto. E este ano ambos dividiram as paredes da célebre
Fundação Cartier, em Paris, que organizou uma grande mostra de arte urbana. E aí,
é ou não?
Fonte: Revista Superinteressante – maio de 2005 (http://super.abril.com.br/cultura/pichacao-e-arte-0)
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TEXTO 4
Comentário de uma leitora sobre pichação e grafite no blog O estranho mundo dos nerds
Nanda - Olha, eu detesto pichação! Acho uma imundice! Deixa as cidades feias e
não significam nada! Terrível... Sobre grafite... Não vejo como arte... Se fossem
uns desenhos bonitos, sei lá... Eu até poderia gostar, mas mais da metade são uns
rabiscos coloridos para mim... Pode não ser pichação... Mas não acho bonito e nem
acho que cidades ficam bonitas com grafites nas paredes. Se fosse por mim, todos
os muros públicos seriam de cores claras e lisas... Acho isso higiênico. Desculpe se
ofendi alguém, não foi a minha intenção... Mesmo assim desculpa ae.
Fonte: http://oestranhomundodosnerds.blogspot.com.br/2014/08/leitores-grafite-vs-pichacao.html
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ATIVIDADE 4
Comparação entre gêneros
Objetivos Estratégias
Recursos necessários
Nesta atividade, propomos que outros gêneros orais sejam apresentados, como forma de
comparar diferentes opiniões e diferentes gêneros. Esse contato com outros gêneros proporciona
ao aluno a oportunidade de conhecer e se apropriar de suas especificidades e características,
percebendo sua relevância para o contexto comunicativo proposto.
O vídeo sugerido mostra situações vividas por pichadores e grafiteiros, bem como sua opinião
sobre o tema e oportuniza a reflexão sobre a lei da rua (um grafiteiro não pinta em espaço
assinado por outro), conceitos e valores passados pelos entrevistados, entre outros.
A letra da canção, além de retratar a visão de um pichador sobre as dificuldades por que passa no
seu dia a dia, pode ser uma oportunidade para tratar de gírias e expressões típicas do universo
adolescente.
É interessante conversar com a turma e perceber quais são suas preferências, propor outros
vídeos e letras de canções, promovendo discussões que os estimule a continuar desenvolvendo
seus argumentos. Se as propostas não forem interessantes para eles, corre-se o risco de o
trabalho se perder e ser encarado como algo entediante.
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Desabafo de um Pixador
Yanke GSL
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sou pichador livre, solto como o vento,
me desculpe mãe o sofrimento,
minha crew, minha vida, minha ideia,
que o Senhor sempre proteja os artista da favela.
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ATIVIDADE 5
Conhecendo a história do grafite
Objetivos Estratégias
Recursos necessários
O vídeo Grafite no Brasil mostra como o grafite chegou ao País e sua relação com outros
movimentos culturais.
Muitos alunos se identificam com esse tipo de arte por praticá-la ou apenas por simpatizar com
ela. Nesse momento, o(a) professor(a) pode fazer alguns questionamentos: qual a diferença
entre grafite e pichação? Com qual deles você se identifica? Você concorda com a afirmação
“Grafite é arte, pichação é vandalismo”?
A leitura do texto servirá para tratar a questão ortográfica. Essa é uma forma de os alunos
perceberem que muitas palavras derivam de outras do mesmo idioma ou de outras línguas,
como é o caso da palavra pichação. Esse conhecimento é importante para que percebam que a
língua evolui e se modifica constantemente.
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TEXTO 5
Pichar ou Pixar (adaptado)
A forma corretade escrita desse verbo é pichar. O verbo pichar se refere ao ato de
aplicar piche. Contudo é mais utilizado com o sentido de escrever ou desenhar em
paredes e muros, sendo sinônimo de grafitar, desenhar e escrever. É também muito
utilizado com o sentido de falar mal de algo ou alguém, ou seja, criticar, maldizer,
censurar e caluniar.
Este verbo é formado por derivação sufixal, sendo acrescentado o sufixo verbal –ar à
palavra piche: piche + -ar. O substantivo piche, por sua vez, tem sua origem na palavra
inglesa pitch, devendo assim ser escrito com ch, nunca com x. Assim, também com
ch deverão ser escritas todas as palavras cognatas de piche, bom como todas as
formas conjugadas do verbo pichar.
Fonte: https://duvidas.dicio.com.br/pichar-ou-pixar/
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ATIVIDADE 6
Ampliando o tema
Objetivos Estratégias
Por meio desta atividade, os alunos serão levados a pensar que existem diferentes formas de
pichação. O(a) professor(a) deve propor a reflexão sobre algumas questões relacionadas a isso:
as carteiras rabiscadas na sala de aula podem ser consideradas pichação? E os quadros de
avisos, as paredes? Os alunos, quando flagrados rabiscando carteiras ou paredes sofrem algum
tipo de sanção? Quais são as normas da escola quanto a isso?
Esse é um momento apropriado para conscientizar os alunos quanto aos problemas causados
pela depredação do patrimônio. Eles devem ser levados a perceber que a escola pertence a cada
membro da comunidade e que é lugar de construção, não de ruína.
O(a) professor(a) pode sugerir um mutirão de limpeza das carteiras e paredes pichadas. Pode
também propor que o grafite faça parte do cenário escolar, por meio de cartazes ou, caso seja
possível, por meio de oficinas de grafite. Muitas comunidades possuem grafiteiros que podem ser
convidados a fazer parte desse momento, trazendo essa arte para os muros da escola.
Essa iniciativa promove nos alunos a consciência de que existe grande diferença entre degradar um
patrimônio e valorizá-lo com trabalhos artísticos.
Outra questão importante: a lei 9605/98 (apresentada na atividade 2) considera que é crime “Pichar
ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano.” Portanto, os cartazes publicitários
colados indiscriminadamente nos muros da cidade também são considerados crime. Proponha
uma discussão sobre isso.
E quanto à poluição visual causada pelo excesso de outdoors? Apresente aos alunos casos como o
da cidade de São Paulo, que criou a Lei nº 14.223, a Lei Cidade Limpa, com o objetivo de “diminuir a
poluição visual que há tantos anos prejudica nosso bem-estar e promover uma melhor gestão dos
espaços que, por concessão pública, poderão ter mobiliário urbano com propaganda”.
Questione se eles concordam com essa lei e se a cidade onde vivem também sofre com esse
contratempo.
Essas reflexões contribuem para que a turma perceba que o problema vai muito além dos muros da
cidade. E que, por vezes, eles estão depredando seu próprio patrimônio.
Para agilizar a atividade, disponibilizamos algumas fotos que retratam carteiras escolares pichadas
(figura 1 e 2), quadro de avisos e parede riscados na sala de aula (figuras 3 e 4), muros pichados
e com outras formas de poluição visual: cartazes de shows (figuras 5 e 6), o excesso de outdoors
(figuras 7 e 8). Essas fotos poderão ser exibidas em PowerPoint ou impressas.
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Figura 1 Figura 2
A pichação na sala de aula (carteiras escolares) A pichação na sala de aula (carteiras escolares)
Figura 3 Figura 4
A pichação na sala de aula (quadro de avisos) A pichação na sala de aula (parede)
Figura 5 Figura 6
A poluição visual dos cartazes A poluição visual dos cartazes
Figura 7 Figura 8
A poluição visual dos outdoors A poluição visual dos outdoors
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ATIVIDADE 7
Conhecendo o gênero Debate
Objetivos Estratégias
Recursos necessários
Para apresentar o gênero Debate e suas características, propomos uma aula expositiva, que
pode ser apresentada em PowerPoint ou no quadro.
Esta etapa visa a levar os alunos a conhecerem o debate como gênero oral argumentativo, no
qual é necessário desenvolver argumentos, confrontar opiniões e refutar contra-argumentos,
respeitando uma linguagem formal.
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DEBATE
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ATIVIDADE 8
Produção de texto inicial: o debate oral
Objetivos Estratégias
Este é o momento de se propor a produção inicial, verificando o quanto os alunos estão aptos a
expor e defender suas ideias diante dos colegas e como reagem diante da proposta de refutação
de ideias.
Para debater, os alunos poderão se apropriar de todas as discussões feitas nas atividades
anteriores, articulando sua argumentação. Antes de tudo, o(a) professor(a) deve deixar claro
quais serão os aspectos considerados: apresentação, argumentação, participação dos
debatedores e do público, linguagem.
Sugerimos que sejam selecionados de quatro a seis debatedores, sendo metade a favor e
metade contra a situação problema. Os demais devem apresentar perguntas ou opiniões aos
debatedores, que precisam ter argumentos convincentes e segurança ao apresentá-los. A
discordância é que impulsiona o debate.
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ATIVIDADE 9
Avaliando o debate
Objetivos Estratégias
Nesta etapa, o(a) professor(a) deve apresentar suas impressões sobre o debate: como foi a
participação da turma, como os debatedores se comportaram. Também deve propor que os
alunos apresentem suas impressões: como foi falar em público, quais as dificuldades que
sentiram, se acharam a atividade proveitosa.
Promover uma avaliação participativa fará com que os alunos se envolvam mais com cada
etapa proposta.
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ATIVIDADE 10
A produção de texto escrita
Objetivos Estratégias
Verificar até que ponto as atividades orais Atividade de produção de texto escrita.
contribuíram com a produção escrita dos alunos
Acreditamos que as atividades com a oralidade propostas neste Caderno do(a) Professor(a)
possam contribuir para desenvolver nos alunos a capacidade argumentativa, mas também
acreditamos que oralidade e escrita devem ser igualmente valorizadas.
Para tanto, sugerimos uma atividade de produção escrita com um gênero da esfera argumentativa.
Apresentamos a seguir (quadro 1) alguns gêneros apropriados para essa atividade e suas
características.
Nessa produção, não se esqueça de apresentar um contexto discursivo claro. O(a) professor(a)
pode, por exemplo, propor um julgamento de um pichador e solicitar que os alunos se posicionem
escrevendo um discurso de defesa ou de acusação.
Nesse caso, devem ficar claros alguns pontos relevantes: características do pichador, idade,
profissão, local pichado. Crie uma história e motive-os a decidir a punição que deve ser atribuída
ao réu.
É importante que os alunos saibam de antemão como seus textos serão corrigidos.
Portanto, apresente os critérios que adotará na correção desses textos, quais sejam,
desenvolvimento do gênero discursivo proposto, aspectos gramaticais, coesão e coerência.
(ABAURRE; ABAURRE, 2012, p.48)
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QUADRO 1
Exemplos de gêneros argumentativos2
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ATIVIDADE 11
Avaliando a produção de texto escrita
Objetivos Estratégias
Comente com cada aluno sua análise das produções. O texto se adequou ao gênero proposto? O
aluno expôs suas ideias de maneira clara e objetiva? E quanto à linguagem? Utilizou elementos
linguísticos que beneficiaram o texto? Usou recursos de coesão? O texto está coerente? Se não,
por quê?
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ATIVIDADE 12
Avaliação da sequência didática
Objetivos Estratégias
Considere alguns critérios como participação da turma, interesse pelo tema, preferências,
dificuldades.
A leitura dos textos gerou interesse? A apresentação de vídeos e da canção foi uma atividade
proveitosa?
Na atividade escrita, foi possível perceber um avanço na capacidade argumentativa dos alunos?
De modo geral, essas atividades foram satisfatórias?
Essa avaliação servirá para que você possa verificar a evolução de seus alunos e, assim, reavaliar
seu desempenho e rever sua prática.
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CONSIDERAcoES FINAIS
Após desenvolver os estudos com a oralidade como recurso para desenvolver a habilidade de
argumentação dos alunos, acreditamos que a proposta de sequência didática apresentada
permite tornar o trabalho com a produção de textos argumentativos mais significativo e
prazeroso.
Com o desenvolvimento deste trabalho, alguns pontos ficaram claros, quais sejam:
Diante disso, esperamos que este trabalho contribua para o ensino de língua portuguesa e
seus usos, e promova maior aceitação da modalidade oral como atividade sociointerativa de
relevante nesse ensino.
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REFERENCIAS
ABAURRE, Luíza M. ABAURRE, Maria Bernadete M. Um olhar objetivo para produções escritas:
analisar, avaliar, comentar. 1.ed. São Paulo: Moderna, 2012.
ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho.
São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
______; HALLER, Sylvie. O oral como texto: como construir um objeto de ensino. In: ______ (org.).
Gêneros orais e escritos na escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004, pp.149-185.
PASSARELLI, Lílian Ghiuro. Ensinando a escrita: o processual e o lúdico. São Paulo: Olho D’Água,
1999.
PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: ArtMed, 1999.
Disponível em <http://abenfisio.com.br/wp-content/uploads/2016/06>. Acesso em: 07 jul.
2016.
RAMOS, Jânia M. O espaço da oralidade na sala de aula. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
Pontos de vista: caderno do professor: orientação para produção de textos. [equipe de produção
Egon de Oliveira Rangel, Eliana Gagliardi, Heloísa Amaral]. São Paulo: Cenpec, 2016. (Coleção
da Olímpiada). Disponível em <https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/
nossas-publicacoes/colecao-da-olimpiada/artigo/232/cadernos-do-professor>. Acesso em:
23 set. 2016.
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BIBLIOGRAFIA
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais (PCN): terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental:
língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/>. Acesso
em: 02 jun. 2015.
CASTILHO, Ataliba T. A língua falada no ensino de português. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2006
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. 18.ed. São Paulo: Cortez, 2006
WACHOWICZ, Teresa Cristina. Análise linguística nos gêneros textuais. São Paulo: Saraiva, 2012.
(Footnotes)
1 Fonte: http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/cidadelimpa/conheca_lei/conheca_lei.html
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Imagem: Acervo próprio
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