Da Terra Nua Ao Prato Cheio (2003)
Da Terra Nua Ao Prato Cheio (2003)
Da Terra Nua Ao Prato Cheio (2003)
ao Prato Cheio
Produção para consumo familiar nos
assentamentos rurais do Estado de São Paulo
Organizadoras
Isabel Péres dos Santos
Vera Lúcia Silveira Botta Ferrante
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D a Terra N u a
ao Prato Cheio
Produção para consumo familiar nos
assentamentos rurais do Estado de São Paulo
Organizadoras
Isabel Péres dos Santos
Vera Lúcia Silveira Botta Ferrante
FUNDAÇÃO INSTITUTO DE TERRAS DO ESTADO DE
SÁO PAULO "JOSÉ GOMES DA SILVA'?
Diretor Executivo
Jonas V i a s Bóas
Diretor Adjunto de Poiíticas de Desenvolvimento
Afonso Curitiba Amara1
Diretor Adjunto de Formação, Pesquisa e Promoção Institucional
José Aupsto de Carvalho Meilo
Reitor
Prof. Dr. Luiz Felipe Cabra1 Mauro
Pró-Reitoria Acadêmica
~ r o f Flávio
. Módolo
Pró-Reitoria Administrativa
Fernando Soares Mauro
Coordenadora da Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e
Meio Ambiente
Profa. Dra. Vera Lúcia Silveira Botta Ferrante
--
Márcia Regina de Oliveira Andrade
Colaboração ,
Daniell Oliveira
rolos
-. .
Pagliuso Regatieri
. e Capa
r i u r s r u P-Lfl-..
uiaiis,u
Edson Luiz Pereirai Marques
R1-.<&,. --ral
-.."-"
c-
Prof. I.uis Henriqiie Rosim
I io p.: il.
Bibliografis
<:D
O Centro Unimsitário de Araraquara, pelos frutos de sua trajetória, é
referência local e regional de ensino, pesquisa e de prestação de serviços à
comunidade.
Alexandre de Moraes
Secretário da Justiqa e da Defesa da Cidadania do Estado de Sáo Paulo
A fome nüo é umfenômeno nnturai,
mar unlfenômeno rotial,
pmduto de esm<turus econ6micas dofeifuoras.
Josué de Castro
Terra do Pobre
Índice ....................................................................................................................... 13
Prefácio ......................................................................................................................15
Introdução .................................................................................................................. 21
.
Regiao de Sorocaba ................................................................................................. 65
As Fandias da Região de Sorocaba ............................................................65
Autoconsumo Alimentar ............................................................................. 66
.-
Regiao Noroeste ...................................................................................................... 68
As F a d a s da Região Noroeste .................................................................68
Autoconsumo Alimentar .............................................................................71
Média Geral ............................................................................................................
76
Autoconsumo Alimentar- Média dos Assentamentos ..........................76
Autoconsumo Alimentar - Média por Estrato de Capitalização ..........79
Anexos .............................................................................................................................
103
Prefaciar um livro sobre auto-consumo nos Assentamentos Rurais d o
Estado de São Paulo significa pata nós a oportunidade de mais uma vez,
empreender uma defesa político-ética da Reforma Agrária. Por inúmeras vezes
nos deparamos com avaliações dos assentamentos pautadas por indicadores de
sucesso/fracasso como se estas experiências estivessem continuadamente em
um fio de navalha na angustiante expectativas de um futuro incerto. A leitura
desta pesquisa realizada pela equipe do ITESP nos faz valorizar o auto-consumo,
rejeitando seu olhar por uma lógica pautada por dinâmicas de produtividade e de
valorização capitalista. Trata-se de um retrato vivo das necessidades de homens e
de mulheres que não querem terra como ponto de partida da produção de valores
de troca. Querem e precisam da terra para não passar fome, para ter o que dar de
comer a seus filhos, para sobreviver, pata não ficar ao sabor das selvagens regras
capitalistas de descarte da mão-de-obra. Neste circuito, o auto-consumo ganha
uma importância vital, não aprendida em análises que presas a uma abordagem
mecanicista consideram os assentamentos como unidades de produção a ser
compreendidas unicamente pelo movimento de subordinação à lógica da
acumulação capitalista. Insiste-se em diagnósticos de tais processos pautados,
com freqüência, por indicadores estruturados por categorias contábeis
naturalizadas sem uma atenção às múltiplas dimensões que se fazem presentes
neste novo modo de vida, entendido como espaço de articulação de práticas,
valores e tradições e construção de laços de códigos de (re) conhecimento social.
É no interior destes códigos que o auto-consumo, como parte das estratégias
dos assentados para permanecer na terra ganha significado.
Quem depende do trabalho no campo tem uma noção bem clara do valor
energético dos alimentos. Além da dimensão energética, a comida tem um
significado simbólico e, no caso dos assentados, aparece associada à luta por
manter, no cerco árido da monocultura, praticas agrícolas que lhes permitam
tirar da terra o seu sustento. A produção/auto-consumo da sua comida tem
importancia indiscutível em um espaço social em que dificuldades, sucessos ou
insucessos devem ser compreendidos para além do seu significadonaniral. Apesar
das sofisticadas elaborações teóricas utilizadas para desequilibrar a relação entre
produção e auto-consumo - possivelmente ex~ressãoardilosa das armadilhas
através das < I-se desqualificar os assentame:ntos rurais -temos clareza
de que a pe: re auto-consumo, DIa terra niua ao prato cheio permite
L. .-L...
uma outra lrirura, uiierente, mas necessária soorr as condições de vida dos
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fato dos assi:ntados tirarem da teIrra os cart>oidratosc:proteínas necessárii3s a um
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beneficiadas. clevem redirtr.ibuir o beneficio i r outras famílias elo"I comunidade por meio do repasse de
produtos i mierenda ercola r ou de matrizes a outros I,rodutorer inicianter. Busca-se com este programa.
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importante ao desenvolvimento dar famfliar.
Da Terra Nua ao Prato Cheio
As Famílias Pesquisadas
- -
' Sobre diversidade dor seus profissionais. ver: Cadernos ITESP "Cultivando
Sonhos':caminrirx pnra an,wrrviiciaTécnica na Reforma Agrtia: São Paulo.2' ediçh.2000.
Garcia Filho define três tipos diferentes de produtores familiares: os
que "acumularam algum capital (maquinário e terra) e que dispõem
capifa/i~acfos,
de mais recursos para produção; Eles percebem uma renda agrícola satisfatória,
que os mantêm relativamente afastados do risco de descapitalização e de serem
excluídos do processo produtivo" (Garcia Filho, 1999); os em capitaiixa~ãosão
aqueles "cujo nível de renda pode, em situações favoráveis, permitir alguma
acumulaç ital, mas n :ainda um lade a longo prazo"
e os em B zção, '"ujc renda é te para assegurar a
reprodução da unidade de produçZo e a subsisttncia da família".
Pmiris3a
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TOTAL
Vale esclarect:r desde já que não r;e pode e stabelecer Lima tipologia válida
para todas as situações com limites rígidos entre cada tipo de produtor. A tipologia
se molda à realidad e, aos diff :rentes cointextos econôrnicos,, sociais e culturais.
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I,YULIII
Metodologia
Palavras Iniciais
' É impomnre frisar que. apesar de se utilizar desta metodologia. este náo C um trabalho de Sistemas
Agrários.
um esforço de adaptação ao ecossistema, buscando explorar da melhor maneira
possível o seu potencial e minimizar os obstáculos" (op. cit.:9). Deste modo, o
uso da terra evolui ao longo do tempo e depende de fatores ecológicos, técnicos
e econõmicos, tomando imprescindível, em seu esmdo, um enfoque sistémico.
Apresentamos a seguir alguns dos seus princípios basilares.
O esmdo dos Sistemas Agrários "( ...) não é um fim em si mesmo, mas
uma ferramenta. Seu principal objetivo é contribuir para a elaboração de linhas
estratégicas do desenvolvimento rural, isto é, a elaboração de políticas públicas,
de programas de ação e de projetos (...)" (op. cit.:8), característica fundamental
para que o ITESP tenha esta pesquisa como base para os desdobramentos na
aplicação de seus programas existentes ou na criação de outros.
Partir das condições gerais que envolvem a produção (mundo, pais, região
etc), prosseguir em níveis mais específicos (município, assentamento e unidade
de produção), para em seguida explorar seus aspectos particulares (cultivos,
criações, etc) é outra particularidade deste método. Para abarcar esse universo de
informações, ele compreende métodos quantitativos e qualitativos, além do
tratamento de dados socineconórnicos de que o Itesp já dispunha.
O método dos Sistemas Agrários se distingue também por utilizar amostras
dirigidas. O fato de a sociedade ser composta de categorias, camadas e classes
sociais diferenciadas resulta na existéncia de distintos tipos de produtores que se
"( ...) diferenciam tanto pelas suas condições socioeconômicas e por seus critérios
de decisão, quanto pelos seus sistemas de produção e pelas suas práticas agrícolas
(...)" (op. cit.:9). Por essa razão, o estudo dos Sistemas Agrários não utiliza amostras
aleatórias "pois elas não asseguram, por seu caráter inm'nseco, a representação e
a análise aprofundada de toda a diversidade" (op. cit.:ll).
Outra característica bastante importante deste método para esse esmdo é
que ele pressupõe o envolvimento dos agricultores no desenvolvimento do
diagnóstico, levando em conta seus interesses durante a execução da pesquisa. E
mesmo quando o diagnóstico está sendo realizado exdusivamente por uma equipe
técnica, Garcia Filho ressalta que "é importante que, no final do processo, (...) os
agricultores discutam as condusões do trabalho e participem da formulação das
políticas e dos projetos delas decorrentes" (op. ~it.:13)~.
Vale destacar que apesar deste esmdo restringir-se especificamente à
'Ar discuss6es com os assentador sobre os resultados desta perquira foram realizadas no periodo de
novembro de 2000 s janeiro de 2001.
DaTerra Nua ao Prato Cheio
Desenvolvimento da pesquisa
I1 -Pesquisas Quaiitativas:
-
L Neste monmnto. foi de grsnde utiiid:ade. além do os técnicos de campo, o
e-hslh,, A- I 1004
Da Terra Nua no Prato Cheio
-
Tabela 2 Número de timilias. segundo o número de remmas que prnicipinm
da perquira.por GrupoTCcnico de Campo.
lina
rão
rrcsiucnrç "criccailu 2
Porto F 16 16
Teodor 4 I 1 6
Presidente Hemardcs
'... ....
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1 2
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3
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'Entre essas 39 familiar. 29 quertiodrios fonm aplicados após ar entrevistar.0 s demais falam aplicadas
em outras ocasiões pelos thcnicor de campo.
Este modelo de formulirio foi gentilmente cedido pelo Núcleo de Estudos e Pesqoisa em Alimentaqão
(NEPNUNICAMP).
Da Tern Nua ao Prato Chcio
I1 -Pesquisas qualitativas
' O Como aponta Moraer Silva:"(...) o trabalho é um momento da vida e da experiência humana. N%oexiste
produção. Assim, foi feita uma caminhada com o produtor pelo seu lote,
procurando identificara produção comercial e a produção para autoconsumo, os
locais onde se desenvolvem e sua estruturação. Nesta caminhada, o produtor
explanava e mostrava seu sítio e, em alguns casos, foram efetuados registros
fotográficos.
Os entrevistados foram os responsáveis pela família (homem, mulher ou
ambos). Algumas entrevistas foram gravadas e outras foram anotadas em forma
de relatório.
'Era o sonho dr(p te um pedaco de tpwapra tê tudo pra não prpasá c o q ~ ánada':
Espaço da Produção
Foto I - Em primeiro plano pode-se ver a mandioca de mera. ao fundo bananeiras e outras
espécies arb6rear do sitio da Sr JoseAfonso e Dona Rorevane A. Camlcante.
Arrentamenro Primavera. PresidenteVencerlau (SP)
Da Terra Nua ao Príito Cheio
Foto 2 - Dona Rorevane iunto i horta que esrá cercada por tela para evitar a entrada de animais.
Ao lado. algumar frutiferar (manga e limão) e, ao fundo. pode-se avisar o plantio comercial de mamona.
Assentamento Primavera. Presidente Vencerlau (SP)
Foto 3 - Lote de 3 anos de Sr. Celso e Dona Cicera 0. Forcinetti.A cara da família ainda náo acabou de
ser construida. mar a braquiaria ja vem dando lugar para bananeiras. mamoeiros. goiabeiras. etc. ..
Assentamento Valeverde - Teodoro Sampaio (SP)
-
Foro 4 Amda no lote do Sr Celso e Dona Cicera B Forcineni. pode-se ver uma horta
com beterraba, alface, tomate. etc...
Assentamento Vale Verde - Teodoro Sampaio (SP)
Foto 6 - A paisagem difura ao lado da cara do Sr. Antonio Barbosa abriga errènciar florestair,
ornamentais e frutiferas como o mamoeiro. acerola. etc.. .
Arrentamenro Reunidas - Promissão (SP)
" Ainda que reja referido ao universo da moderna indústria. o artigo derta autora francesa temadza s
validade e a imponãncia de se falar numa divisão sexual do trabalho inrerida na divisão social do trabalho.
que tem por base o conceito de classe social. Discutem-se a distribuicão de tarefas (a quem cabem tais
e quair trabalhos) e seu respectivo contexto cultural.
Da Terra Nua ao Prato Cheio
Em duas das familiar entrevistadas, por motivo de doensa ou por morte do marid0.e- ar mulheres.
mães e lilhar.que realizavam derde a ordenha até o tabalha na mta
"Ant6nio Cândidqem Os Parceiros do Rio Bonito,aotatar daformasáo dor hàbiios alimentares brasileiros.
e particularmente dos de São Paulo. frisou a impo&ncia hirttirica destes produtor na dieta (Mello e
Souza. 1977: 47 a 56).
com as necessidades. A mandioca é também destinada para a alimentação ani-
mal.
O milho, além de poder servir à alimentação da farnilia como milho verde
ou para produção de ds : utilizado para alimentar os animais
Quanto ao arroz plantam, enquanto outros preferem comprá-lo.
O arroz exige beneficiamento, e muitos afirmam que não compensa produzi-lo,
d aiido às dif iculdades que se apresentain: acesso aos locais onde se beneficia,
cus;tos que is:so implica,, quantidaiie final do produto, que diminui muito quando
,, ?
este e descascado. o rato de que o produtor muitas vezes não tem total controle
sol qualidade que pode 3 boa. Um assentado que o
'Torque eu acho... é o nimulo. Pra nór aqui, o nosso arms muita v g não dá de boa
qualiinBne, e aí cé leva na nrBquina, c2 chega lá na máquina, a não ser que agente tivesse uma
organiração que tivesse uma máquina aqui, né, mar cé /em lá na máquina, leva 60 quilo,
h-as 36. E aí uocé cuba não h-arendo o a- seu, cé cuba h.arendo um ouha armq Eler
mistura na bica, cé num vaipodêficá ali ollando o cara, ficB prestando atenção, entãoficn
muito caro. E... oinósparamo deprantá o arm? Se céprantá o urro5 tem queprantá mesmo
Pro c..). c..).
7 inteiropra vende" Pra consumo... Cê tem quepegá um carro daqui,
ir t TI esse saco de arro3ficá o dia fápra esperá linpá, aí talver o arroi: não dá de
consumo destas costuma ser suprido pelo pomar que têm. Os pomares variam
desde os mais diversificados até os que contam com alguns poucos tipos de
frutas. As fmtas que mais frequentemente fazem parte do pomar são banana,
laranja, limão, tangerina e mamão.
Em muitas regiões, a pecuária leiteira é a atividade comercial mais
importante dos assentamentos, como será discutido no capítulo referente ao Perfil
SocioeconÔmico e o Autoconsumo das Famílias Assentadas. Nesses casos, além
da venda, esta atividade também provê a família com leite. Em outros casos, as
familias possuem algumas vacas e o leite produzido é apenas para o consumo. O
consumo de carne bovina do próprio lote se dá quando ê abatida alguma cabeça.
Todos os assentados entrevistados possuem galinhas que, fornecendo carne
e ovos, representam uma importante fonte protéica. Geralmente são galinhas
caipiras, criadas soltas, mas alguns criam galinhas de granja confinadas. Além
das galinhas, também são criados, porém menos frequentemente, patos, galinhas
d'angola e perus.
Ainda no universo das pequenas criações, destacam-se os suínos, que
provêem as famílias de carne e, no caso dos que a utilizam, de gordura para
elaboração da comida. Dos suínos consome-se também toucinho e iingüiças feitas
com a carne e com miúdos.
Quando há rios, represas ou açudes na área do assentamento ou no seu
entorno, os assentados que gostam de carne de peixe pescam. A atividade da
pesca pode contribuir significativamente na alimentação.
A agricultura é cíclica, sazonal, nem todos os produtos são cultivados, em
condições normais, o ano inteiro. Na horta, há significativa redução do cultivo de
folhosas durante o verão por causa da temperatura elevada e das chuvas. No
pomar também há alternância temporal na produção das diferentes espécies,
assegurando que em diferentes épocas se tenham diferentes produtos com os
quais é possível contar, como se vê na fala deste trabalhador assentado:>'Eutenho
uma diversidade de fruta... Então, quer dizer, quando acaba uma fruta sempre
tem uma outra".
Autoconsumo e Comercialização
não podem ser produzidos no lote, pois seus processos de produção apresentam
obstáculos
O modo de vida urbano hoje está presente n o meio rural. Coisas
comumente associadas ao consumo na zona urbana fazem pane da alimentação
das famílias assentadas. Os meios de comunicação alcançam as populações rurais
e contribuem na moldagem de hábitos de consumo.
Como coloca Martins: "O intenso processo de urbanização e a rápida
industrialização que presenciamos nas últimas décadas trouxeram mudanças
significativasno cotidiano dos brasileiros. As transformações sociais e tecnológicas
associadas a esses processos possibilitaram que o estilo de vida urbano, baseado
na satisfação das necessidades pessoais pela compra de bens e serviços, se
estabelecesse definitivamente em todo o país. (...). A dieta básica dos brasileiros,
resultado da mistura de hábitos indígenas, africanos e europeus e restrita pela
capacidade natural que as diversas regiões tinham em produzir diferentes
alimentos,passa a sofra interferência do padrão urbano de consumo, com destaque
para os produtos industrializados divulgados amplamente pelos meios de
comunicação'' (Martins, 1998:109).
comprados. .
Produtos tais como biscoitos, bolachas, iogurte, doces e refrigerantes são
nde parte c10s produt ores assentados tem uma origem rural, sua história
de vida está ligada à terra.
Trat>alhandona "terra dos outros", a propriedade da terra aparece nas
fal:as dos assentados como algo que fazia parte de seu próprio passado ou integrava
.. ,.
as mstotias de seus pais e avós. As formas variadas de processos de expropriação
que tiveram lugar no campo brasileiro atingiram pequenos proprietários que se
tornaram arrendatários, parceiros, assalariados permanentes, assalariados
temporários ("bóias-frias", diaristas) ou posseiros.
A lida anterior com a produção agropecuária, como ex-proprietário ou
trabalhador em terras alheias, exerce influência sobre as atuais formas de produção,
o que se produz e as atividades praticadas: aquilo que é produzido parece derivar
das experiências anteriores de trabalho dos assentados.
Ir para o assentamento tem o significado de uma efetiva melhoria nas
condições de vida. P:ara os que tiveram experiências anteriores ligadas ao mundo
rural, mas na precariiodade, na instabilidade, "ter uma terra" assume o sentido da
realização uc2- "-"
uiii au~iho:
pobre, de origem rural, e só veio a comer "mamão até lambuzar" quando foi
morar no assentamento. Agora, tendo sua terra, produz uma grande variedade de
frutas, que antes não faziam parte de sua alimentação. O consumo de frutas foi
destacado por várias famías como algo que começou a fazer pane da alimentação
na vida no assentamento, pois antes as frutas ou não integravam a dieta, ou não
a integravam de modo tão constante.
Outro entrevistado disse que a produção para autoconsumo era importante
.porque temfartura, né, o gente num c o q m... bastante coisa num compra, porque caso num
tem tem que comprá, ni.. e tendo num coqra, sobra".
Quando algo é produzido e consumido pelo próprio produtor, este deixa
de desembolsar o dinheiro que seria necessário para comprar o produto em
questão. O produto de autoconsumo, então, se é valor de uso e não se torna
mercadoria, permite entretanto a economia de dinheiro que seria gasto para a
compra de mercadorias. Esse economizar por se ter à mão certos produtos foi
ressaltado por diversos entrevistados. Um deles, que anteriormente trabalhou em
sistema de parceria, ressaltou:
'Porque ofasendeiro nomalmente taua orupudo mmgado, oplantio dele, né7 Agente
só tinha aquela área do caJ, entüo a gente trabalhava ali, né7 Entüo a gente não tinha como
plantar o milhopra tê umporco, umagn/inha, né, umpastinhopra tr"umgodo, pra tê o leite,
então agente normalmente não tinha. Aqui não, e tudo isso qudu no ovamento, né? Agente
nüo coqra, né?"
A produção de autoconsumo representa uma segurança para os produtores.
Depender de uma só cultura agrícola para comercialização já rendeu a alguns
más experiências, insucessos económicos. Um produtor que teve prejuízo ao
dedicar-se apenas à produção de milho disse: "(...) aíeupercebi que eu taua andundo
p r i hás iguol caranguqo". Ele passou então a ter uma produção diversificada e a
garantir a produção para autoconsumo.
Ainda neste sentido, vários produtores consideram positiva a produção
voltada ao consumo da família:
'Forque nüo era obrigado a pessoa uendê barato pra ninguém, né, porque se não
vendesse pelo que uale apessoagustuvo dentro de rasa, né, não passaua nemporpre&ão".
"(...)garantido é o que tem denho de casa... depender de m q r a r nüo dá'!
"(..;I c..)
sef0r uma coisa só, se deu deu, se não deu...!! tem quepiuntá maispro
consumo du casa porque aí tágarantido, quarqné coisajá vai se uimndo".
A afirmação da segurança alimentar trazida por uma produção para
autoconsumo foi notada em todas as entrevistas: garantidos vários tipos de
alimento, permite-se à farnilia enfrentar eventuais situa~õesadversas.
Perfil Socioeconômico
e o Autoconsumo das
Famílias Assentadas
Autoconsumo Alim
-
"Ver Cadernos ITES do o Futurn: Politica de Investimentos emArsentam8 seus
Curtos e Resultados . , v
"Murcote, ponkan e mexerica estio incluidar no itemUtangerina".
comercial, há a tendência de aumento de consumo principalmente de coco e
abacaxi.
Em rela~ãoaos derivados/processados, nota-se novamente a importincia
da produçã< sendo que o consumo médio anual de coalhada, doce de
leite, leite cc ,manteiga, mussarela, nata, requeijão e queijo frescal soma
6,09 kg, o ~ L .L~ ~ . ~ . ~58,70%
n t a do total desse item. Os derivados/processados
de mandioca (beiju, polvilho, bolo, farinha, biscoito e tapioca) compõem outro
importante grupo de alimentos, representando 12,05% do valor total desse item
(1,25 kg/ano).
O valor monet nentação per cqbifa anual varia bastante entre os
quatro municípios dr. .-...,. ,Anexo VIII). Por um lado, os produtos mais
; tendem a apresentar valores maiores, como é o caso do leite, cujo
,.i
.. . ..
.'. "i.
?..
.
..L
Foto I I - O pomar do Sr. Manoel dor Sanror rem uma grande variedade de frurar.
Na foto. o Sr Manoel a frente de um de seus pé$ de mexerica.
-
Arrenemento Agua Sumida Teodoro Sampaio (SP)
Tabela 3 -Valor médio anua, rnplrr do consumo alimenrar domiciliar da produção para
auto< mduto
Pmc
Ilon
Pom
419,s~ IUV.
Tabela 4 -Valor médio anual per capim do consumo alimentar domiciliar da produgão para
-
autoconsumo em quilograma (kg) segundo a origem do produto Ponta1 do Paranapanema.
por ertnto de capitaliragào (99100).
Dr"
Prnc
H""
Região de Itapeva
Autoconsumo Alimentar
ali
ramos apc :onsumo de queijo
fresca1 e de farinha de I , fazendo ,..,...
-nm o valor d~e consumo desse
"37,-
mi
idurin 3 - vaiur riieriio *riuai per capim oo consumo aiimenrar aomciiiar oa proaucao p a a
L). em quilograma (kg) e ei
gem do prod'"to. ltapeva (l
RI % kz
1n0.23 50.52
40.87 65.77
l<ln3 23
hmar 48
A,, 8
desse item. ruem aesras rruras mais comuns. tamr>em , , se cuitiva abacate, figo,
goiaba, mam ão, maraci~ j á manga
, i, limão.
Foto 13 - Dons Maria com a parte do feijão destinada ao consumo secando ao rol:
reiaçáo intrínseca do autoconsumo com a produçáo comercial.
Assentamento Fazenda Piritubs - itapeva (SP)
Da Terra Nua ao Prato Cheia
Região de Sorocaba
Autoconsumo Alimentar
Tabela 6 -Valor médio anual per capita do consumo alimentar domiciliar da pmdugáo para
autoconrumo em reais (R$). em quilograma (kg) e em polrentagem (%).segundo a
origem do produto. Somcaba (99100).
Hona
hma.
Total
Região Noroeste
embora haja casos em que as hortaliças são plantadas em volta da casa ou nas
enaelinhas da lavoura e não em local delimitado e cercado.
Autoconsumo Alimentar
Tabela 7- Consumo alimentar médio per capim (em kg) dor 17 principais pmdutos da região
Noroeste (Andradina e Promirrão), 99/00.
71
Andradina assemell.ia-se basta nte ao Ponta1 do Paomapanem9, assim, pode-
se notar que a cultura dii mandioca também é import ante nos i~ssentamentos
> - m, 9.
dessa região, com consumo- ot: ~ 0 , 2 2kg/anopercapiia.
1 ikxacam-se nas lavouras
~
Foto 15 - Dona Maria de Lurder. espora do S r Eujicio. mantbm horta junto ao curral de onde
obtem o esterco que utiliza para adubar suar hortalicar.
-
Assentamento Esmeralda Andradina (SP)
le O consumo desse produto não foi registrado nas planiihar. mar durante ar entrevistas verificou-se o
consumo desse alimento. Como mencionado anteriormente (pg 44). erre produto. provavelmente. teve
seu valor anotado na forma de mandioca ou polvilho.
que a diferença e dois lugari:s reside apenas nas variacòes das quantidades
consximidas de luto. O le ite é o produto mais consumido na região
Noroeste e. em rromissao. a iarania e a banana são, respectivamente, o segundo
e o tei:ceiro proclutos mais os. Em Andradina, e:;ses postos são ocupados
por airroz e frar1go.
x,-7. L ,-- - - - -..-
Y B J C UCbLHC111 quç, C I I L i 1 1 l u ~ a u ~ ~ r
L: ----:L;
i ian, a riihsiuilidade de pesca para o
-
Foto 17 O fogo armado no lado de t d r da cara serve para preparar torresmo
Familia de Antònio Caremiro e Marta Mandrali.
-
Assentamento Reunidas Promirráo (SP)
Tabela 8 -Valor médio anual per capb do consumo alimentar domiciliar da pmduqáo para
autoconsumo em reais (R$). em quilograma (kg) e em porcentagem (%).segundo a origem da produto
Região Noroeste (99100).
lavou
Peque
Cna~i
Pccuá
De".:
Procc:
Iloila
Pomar ú8,lO 14.63
Tabela 9 -Valor médio anual per capita do consumo alimentar domiciliar da pradudo para
autoconsumo em reais (R$). em quilograma (kg) e em porcentagem (56). segundo a origem do produto.
Média geral dor assentamentos (199912000).
Peq
Cri2
DaTerrn Nua ao Prato Cheio
"BLEIL. 1998. p. 24
"O questionirio e a planilha urilizador encontnrn-se nos (AnexorV eVI).
Tabela I I - Parricipagáo dar Familiar na Perquira de Produtor Comprador.
Composição da Compra
A partir deste levantamento obteve-se a quantidade total de alimentos que
as famílias a!isentadas consomenn por mê:i, o que t<xnou pos sível estuilar os
pni~cipaisprc~dutos,avaliando se f;oram prod,uzidosno próprio 10 teouseaf %maia
-.- -..niriip~a-iua.
prerisuu - - li-
oria dos produtos cisam de beneficiamento ou são
ind os é objet~
3 de comp iaias assentadas, como, por exemplo,
óleo de cozinha, sal e açúcar. Mas, em algur1s assentarnentos, as familias suprem
parte da necessidade de produtos beneficiados e prqocessados como café (em
Promissão produzem cerca de 96% do que cuiiburiicm) ou de derivados como
manteiga (en na 80,31V8, Promis! /o e Presiclente Berriardes
Valor da Compra
Economia
-
Foto 18 Curral com chão c01 ilha, onde o Sr Reginaldo e Dona Jorefa F. de Souza mantém
o gado para posteriormente irerco e a palhada para fazer adubo orgânico (comporto).
Ar- -
.'=lu Presidente Bernarder (SP)
roto i 7 - ur porcos que a familin do S r Reginnldo criam r20 alimentados com restos dar
culturas. como ar ramas de bsura-doce. mzndioca e barranre capim. O material excedente.
juntamente com o esterco dor anirais. é utilizadopara fazer adubo or@nico.
Arrenramento Palu - Preridenre Bemardes (SP)
-
v.,.
.ver.,.. >. >.-,c.uoro
..-c ..... (SP)
aampaio
Da Terra Nua ao Prato Chc~r>
Foto maraculá
Foto 22 - Plantagão de banana feita pela familia do Sr Reginaldo em rolo adubado com adubo
orgânico produzido a partir de esterco de p d o e ruino
-
Arrentamenro Pai" Presidente Bernarder (SP)
-
Foto 23 Sr. Celso e Dona Cicer: overam a paIhada da arrc>rpara fazer cobertura mona
(mulching) do cak,.,. y,,L,,,,,u, , .,., ,. ,,,,.,,..,.,..
erosão. Nas a..."..,;"L.. A.
,o cafb pode-se ver o feijão.
-
Arrenramenco Vale Verde Twdoro Sampaio (SP)
Expenênicia anter
Região d e origem
Motivação pessoal
Padrão d e vida
Ião valor no que possuem, mas também têm aquele ego de comprar
alguma coisinha. Isso é importante, também precisa ter uma variedade, a televi-
" Segundo o Retrato daTerra 97/98.59,32% dor arrenrador do Errado porruem poço cacimba, 3 1.06%
porruem poço tubulsr profundo e apenas 9.71% usam água de mina ou ribeirão.
Da Terra Nua ao Prato Cheio
são influi, sei lá... vêem uma bolacha... a criança da cidade e do sitio são iguais.
Ela vai na escola, tem uma criança lá que vem com uma bolachinha, com um
negócio diferente, chega em casa e pede. Ai a mãe vai e compra, não vai fazer só
a bolachinha, não é só porque mora no sitio que vai fazer o biscoitinho de leite
com nata..."
O acúmulo de experiências é um fator relevante para o desempenho de
qualquer atividade produtiva e, como mostram as entrevistas, no meio rutal não
é diferente. Uma produção expressiva de autoconsumo tem suas raizes na baga-
gem cultural que o assentado traz, mas também depende da superação das limi-
tações técnicas e ambientais que os assentamentos apresentam. No entanto, esse
contexto também exige maior amplitude na sua abordagem, pois os valores da
sociedade moderna, ressaltados na fala do técnico, e a relação dos indivíduos
com ela colocam essas questões para além da discussão meramente técnica da
produção.
No desenrolar do grupo focal, quando foi apresentada a questão 'Te o qxe
expdca ar diferenfas entre uma grande e uma pequena produgo para automnsumo são ar
questões mkurais, então elaspodem ser elaboradas/@rendidas/ freinadas? Como?", a equi-
pe de entrevistadores se esforçou para diferenciar o trabalho que os técnicos
realizam regularmente com os assentados, trabalho que possui inerentes limita-
ções de recursos físicos, financeiros e humanos, de uma situação ideal onde não
houvesse limitações, isto é, trabalhou-se com a dicotomia reaLx ideal.
É fácil perceber que a singular abrangência das questões elencadas até
agora resulta numa inmncada trama de idéias, que remete as propostas de ações
e intervenções para dentro de uma abordagem integrada. Dentro dessa ótica, o
"chefe da família'' perde o status de principal interlocutor com as forças sociais.
Nesse contexto, a mulher, os filhos e a própria comunidade também ganham
destaque, como foi observado pelos técnicos
Trabalho c o m os jovens
"Nesse sentidauma dar experiènciat interessantesé realizada pelo GmpoTécnico de Campo de Somcaba
- . de milheres onde r%o~romovidorcursos e tmcar de exveri&nciar.
n a reunióes mensais com o muvo
'Ver Cadernos ITESP"Conrtruindo o Futiim: Politica de investimentos em Assentamentos ~ u d sseus
,
Curtos e Rerulador".
1)nTerra Nua a o Prato Cheio
" Vale ressaltar que o obletivo destas entrevistas não é de k e r uma avaliagão conclusiva dor programas.
mas apenas detectar aspectos da rua interface com o autoconsumo.
''Nesse sentido. como mencionado anteriormente. foram feitas reuniões com ar familiar assentadas e
técnicos participantes. nas quair foram apresentador e discutidos os resultados da .peíquira.Foi
. criad~em
cada reunião, um clima de debatesemque ar familias intervinham e narravam suar experiénciar.
Considerações Finais
Bibliografia
ANEXO I
Orientações
Apresentamos abaixo as orientações para ajudá-lo a entender como
Funcionará a participação de sua família nesta pesquisa.
Também devem ser feitos sempre no mesmo horário para criar uma
rotina. O ideal é fazer os registros três vezes ao dia: no final da manhã,
final da tarde, e à noite.
Se a família fizer bolo, pão e para isso usar o leite e ovos do sitio, anotar
estes alimentos da mesma forma.
Pimentão
Por Mclsnua
Exemplos de Anotações
-,. --... . ..
para venda coni o preço. Exemplo: 20 QUILOS DE CARNE DE PORCO, 5
Q U.-l ~ u UP,
s ..*. .*
BANHA fi LU QUILOS D E CARNE D E PORCO
VENDIDOS A R$20,00.
Quando fizer pães e bolos utilizando produtos do sítio, anotar no dia em
que estes alimentos forann feitos E: xemplo de um bolo: 2 COPOS DE LEITE
E 3 OVOS. Neste caso c> copo tairibém deve ter um volume conhecido.
O impottante nesta oesauisa é aue a famíiia e o técnico discutam as dúvidas
A L
ANEXO III
Roteiro de Entrevista
ANEXO IV
Roteiro do G r u ~ oFocal
ANEXO VI
roduçi Autoc
DOS AI
Onde ais famílias realizam c eqüentemente?
( )SUPERMER(m mLÃ0 ( ) :PADARIA
PRODUTOR
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Da Terra Nua ao Prato Cheio
+:i+-
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Consumo ai liar per crpita rnurl,?e@iodo l
I pmlumr obridm no lote. 19
E
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Mí8COTO
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Da Terra Nua ao Prato Cheio
"
t
Mfl H ' i PIPOCA
MILHOMUDE
SLtt? TOTAL
- i
IOIM
Da Terra Nua ao Prato Cheio
INHAM
!AN@ SALSA
0.097
0~52
0.32
0.m
OIX2
0,m
-
-
0,Omi
0.207
0 ,m
0.033
KAXIIE 3225 1.433 5631 3 ,F& 2205
PEPINO 1 ,m 2.375 0,719 0.8331 0468
PIMENTA OjO7 0.m 0,5?3 0,lXI 0.W
PIMENTADOCE
I .
w?5l
ria
O OX 1,W 0,3761 0.W
ANEXO XII
SBORA
ENOOIN
usa
Consumo slimemar domiciliar per capim anual.de 55 familiar dor estratos de capiralizagão
segindo os produtos obtidos no lote. 1999-2000
L,,., Y,,~,~,/
ALHO J4PONES O.ol O iri
iivt~~~o 5.21 6 ;ri
A< AFHAO 0.W 0.K
Ot.LZT1 DOCE 2.- 3 2
fiFeJEU 0 3 0.59
L.,
RiTtRP48A O,?,
. -- O^
-. ,
ti, i I 0,071 O.D(ll OIBI
CEOL4 I 0.351 O,i4 0,531
C~EICOMRDE 1 731 9,571 10,321
I 1 r-,
ANEXO XIII
.- ...-,.--.....,...
imiriimrepnda or produtor obtidos no lote
----
de Andradiiu
!.TI,
ARSOZ 31 5% 3.876
CiVE 2,s: 0775
com
FEIL4O m 4x4 7 ,E9
FEUAO DE CORDA 1 03; 1,811
MANDIOCA IPR3
MILHÜ M R D E 5.851
51!@ T Q T X 81.5%
31
3.;
o,:
1601
Da Tara Nua ao Prato Cheio
8
EPDE
LOR
?E
ITESP/UNIARA
ANEXO XIV
Valor Monerjno do consumo rllmentar per csplra anual. reg60 deAndndim
e Pmmlido.se~undoos prodmos obtidos no lote. 1999.2000
-
PEOUEWCWWOES. .....- '.. ..LU.. . .'"
,E
:"" - " "
. .. '." '2
---
i I p N E @E FWbN:Ci
CARNE DE P L I X L
( -
- Fh -
1864
'8,301
ll !O
5%.
1 ,61
CARkE CsE P Ú W O 31.21 -,:1p1 1704
GLFDURir S < )YA -107
,. - d ,o? 1 ,a:
LlliGlilrli. DE PORCO 071 0.18 1 ,C
-
M F L 1 .a0 O 00 4,41
OVOS X1 ,E 21 55 1915
-
TCRPE5
i L i B TO . 132.70 178 IK 7260
10
FRESCAL
ao
rL
Da Terra Nua ao Prato Cheio