Erro de Proibição
Erro de Proibição
Erro de Proibição
154-18
ERRO DE PROIBIÇÃO
CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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CURSO MEGE
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ERRO DE PROIBIÇÃO
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SUMÁRIO
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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1. ERRO DE PROIBIÇÃO
1.1. Introdução
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
Não obstante o teor do art. 21, o próprio legislador compreendeu que a presunção
pode ser atenuada em razão da complexidade do sistema normativo e previu, no art.
65, II do CP, a atenuante genérica para desconhecimento lei. A atenuante, para nós,
aplica-se somente ao erro vencível, porquanto o invencível implicará na exclusão da
culpabilidade. Na mesma esteira, o art. 8º da Lei de Contravenções Penais admite o
perdão judicial desde que escusável o erro.
Diante dos dispositivos citados, temos que, legalmente, existe uma presunção
absoluta dirigida ao indivíduo no que concerne ao conhecimento da lei. Ocorre, 5
contudo, que nem sempre o conhecimento da lei implica na compreensão de seu
conteúdo. É justamente sobre esse aspecto, do conhecimento do conteúdo da norma,
que entra em cena o instituto do erro de proibição como incidente sobre o caráter ilícito
do fato.
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Por outro lado, aquele que se apodera de bem alheio acreditando tratar-se de
coisa própria, incide em erro de tipo. Contudo, o credor que acredita poder se apoderar
de bens do devedor para saldar a dívida, pratica a conduta típica e ilícita de exercício
arbitrário das próprias razões (art. 345 do CP), mas tem sua culpabilidade excluída por
desconhecer a ilicitude da conduta.
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Assim, o agente que flagra sua mulher em adultério e, acreditando poder agir em
legítima defesa da honra, mata a esposa, pode incidir em erro de proibição quanto a
existência da excludente de ilicitude. Por outro lado, o indivíduo que, para repelir injusta
agressão, acredita poder se valer de qualquer meio disponível, incorre em erro de
proibição quanto aos limites da legítima defesa. Em ambos os exemplos o erro incide
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sobre a norma e, como regra geral, há que aplicar a regra do art. 21, caput, do CP, com
razoabilidade na interpretação sobre a vencibilidade do erro de acordo com as
condições pessoais do agente em atenção ao princípio da culpabilidade. Se invencível o
erro de proibição, isenta de pena; se vencível, autoriza a sua diminuição de um sexto a
um terço.
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O erro de permissão não se confunde com o erro de tipo permissivo. Enquanto o
erro de permissão recai sobre a existência ou limites de uma causa de justificação, o erro
de tipo permissivo incide sobre os pressupostos fáticos de uma causa de justificação.
À primeira vista pode parecer difícil diferenciar o erro sobre a existência de uma
justificante do erro sobre os pressupostos fáticos de uma excludente de ilicitude,
porquanto a existência, em concepção lógica, depende dos pressupostos fáticos.
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Por outro lado, no erro quanto à existência, o agente não se equivoca quanto à
situação de fato. Ao contrário, tem pleno conhecimento da realidade dos fatos.
Contudo, equivoca-se quanto a existência de norma permissiva, como no exemplo do
marido que mata a esposa em razão de uma traição acreditando poder fazê-lo em
defesa da honra. Logo, o agente acredita poder.
Em outro exemplo, referente a crime omissivo impróprio, Caio pede a Tício que
tome conta de seu filho Mévio enquanto vai ao supermercado. Mévio cai gravemente e
grita por socorro. Tício deixa de prestar socorro a Mévio porque entende que não tem
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Adotada pelo Código Penal brasileiro.
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mais o dever de zelar pela integridade da criança porque a avó da criança está em casa.
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ROXIN, Claus. op. cit.
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pátrio, representa a hipótese do tio que mantem relações sexuais com a sobrinha menor de
quatorze anos, desconhecendo a proibição da norma do crime de estupro de vulnerável,
mas acreditando que sua conduta seja proibida por se tratar de incesto. Para Roxin, o agente
tem uma falsa consciência da ilicitude, isto é, de uma proibição que não existe, mas não
conhece a real proibição. Falta-lhe, portanto, a consciência do ilícito específico do tipo.
A lição dos autores nos aponta para situações em que, não obstante o
conhecimento da proibição e ausência de permissão, o agente não consegue internalizar
o conteúdo do comportamento dele esperado. Fatores culturais, especialmente, por
vezes impedem a compreensão da conduta exigida dando ensejo ao erro de 10
compreensão e ao erro culturalmente condicionado.
3
op. cit.
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Idem.
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