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Leituras Complementares

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Inteligência Artificial: o que é e como funciona

Por Amanda Lemos

Saiba quais são os tipos de inteligências artificias, quais são as empresas que as desenvolvem e
como acessar uma para começar a usar imediatamente

Máquinas inteligentes; saiba o que é inteligência artificial, como ela funciona e onde pode ser
encontrada hoje (Getty Images)

Para entender o que é inteligência artificial (IA), vamos recorrer à definição do dicionário.
Segundo o Cambridge, o termo está relacionado ao desenvolvimento de sistemas de
computador capazes de realizar tarefas que exigem inteligência humana, como percepção
visual, reconhecimento de fala, tomada de decisão e tradução entre idiomas.

Ela envolve a criação de algoritmos e modelos que permitem que as máquinas processem
informações, aprendam com dados, tomem decisões, resolvam problemas e interajam com o
ambiente de maneira inteligente.

O objetivo é permitir que as máquinas simulem aspectos do pensamento, como o raciocínio, a


compreensão da linguagem natural, o reconhecimento de padrões e a tomada de decisões
para realizar tarefas.

A IA pode ser fraca ou forte. A fraca é quando sistemas de IA são especializados, mas que
possuem limitações e não podem entender ou fazer tarefas fora da sua área. Como exemplo,
temos os chatbots de ecommerce, que são projetados para interagir em conversas de texto ou
voz.

A IA forte ainda é apenas um conceito teórico. Seria a forma mais avançada de inteligência
artificial, onde a tecnologia poderia desenvolver habilidades cognitivas e de raciocínio
comparáveis ou superiores às dos seres humanos.

Como no filme Ex-Machina (2014), onde um androide demonstra não apenas habilidades
físicas, mas também uma compreensão sofisticada de emoções, desafiando a fronteira entre
humanos e máquinas.

Outro conceito essencial para se aprender é o significado de redes neurais, que são sistemas de
computação com nós interconectados que funcionam como os neurônios do cérebro humano.
Elas podem reconhecer padrões escondidos e correlações em dados brutos, agrupá-los e
classificá-los, e –com o tempo– aprender e aperfeiçoar.

Quais são os tipos de Inteligências Artificiais?


A IA se divide em quatro tipos principais:

Machine learning (aprendizado de máquina) - é como se o computador aprendesse com


exemplos e experiências anteriores para melhorar seu desempenho. Por exemplo, se você
ensinar a um programa de IA como reconhecer imagens de gatos, ele poderá aprender a
identificar gatos em novas imagens com base no que aprendeu anteriormente.

Deep learning (aprendizado profundo) - é uma subárea da IA que utiliza redes neurais
profundas para aprender e extrair informações de grandes conjuntos de dados. Ao contrário
das redes neurais tradicionais, as redes de aprendizado profundo têm várias camadas ocultas
que permitem que elas aprendam representações complexas e abstratas dos dados. Essa
abordagem possibilita o reconhecimento de padrões e o processamento de informações de
maneira mais precisa. Ele tem sido amplamente usado no reconhecimento de imagem e
processamento de linguagem natural.

Processamento de Linguagem Natural (Natural Language Processing) - área da que se


concentra em ensinar computadores a entender e interagir com a linguagem humana de forma
natural. Isso envolve o desenvolvimento de algoritmos e técnicas que capacitam os
computadores a ler, compreender, interpretar e gerar texto, seja escrito ou falado.

Visão computacional - é como ensinar um computador a enxergar e entender o mundo como


nós. Assim como nossos olhos capturam informações visuais, a visão computacional permite
que os computadores processem e interpretem essas informações, abrindo caminho para uma
ampla gama de aplicações práticas, como carros autônomos, segurança por vídeo,
reconhecimento de padrões e melhorias na saúde e medicina.

Sim, é correto afirmar que, didaticamente, a inteligência artificial (IA) pode ser subdividida em
quatro tipos principais: machine learning, deep learning, processamento de linguagem natural
(NLP - Natural Language Processing) e visão computacional. Essas quatro categorias
representam áreas distintas da IA, cada uma com suas próprias técnicas e aplicações
específicas:

Machine Learning (Aprendizado de Máquina): Machine learning é uma subárea da IA que se


concentra no desenvolvimento de algoritmos e modelos que permitem aos sistemas
aprenderem e melhorarem a partir de dados. Isso inclui técnicas como regressão, árvores de
decisão, SVM (Support Vector Machines), e muitas outras.

Deep Learning (Aprendizado Profundo): Deep learning é uma subcategoria do machine


learning que se baseia em redes neurais artificiais profundas para realizar tarefas de
aprendizado automático. É particularmente eficaz em tarefas de reconhecimento de padrões e
processamento de dados complexos, como visão computacional e NLP.

Processamento de Linguagem Natural (NLP): O NLP é uma área da IA focada em permitir que
os computadores compreendam, interpretem e gerem texto ou linguagem humana de maneira
natural. Isso inclui tarefas como tradução automática, resumo de texto, análise de sentimento
e chatbots.

Visão Computacional: A visão computacional envolve o desenvolvimento de algoritmos e


sistemas que permitem que as máquinas "vejam" e interpretem o mundo visual, como imagens
e vídeos. Isso é usado em aplicações como reconhecimento facial, detecção de objetos e carros
autônomos.
Conheça as principais inteligências artificiais comerciais

Por Amanda Lemoss

O mercado está cheio de aplicações de inteligência artificial. Segundo uma pesquisa de 2022
encomendada pela IBM, 41% das empresas no Brasil implementaram ativamente a tecnologia
em 2021.

O IBM Watson é uma plataforma de inteligência artificial e análise de dados desenvolvida pela
IBM. O Watson é conhecido por sua capacidade de processar e compreender grandes volumes
de dados não estruturados, como texto, imagens e vídeos, e fornecer insights valiosos a partir
deles.

Ele tem sido aplicado em várias áreas, desde saúde e medicina, onde ajuda no diagnóstico
médico e pesquisa de tratamentos, até atendimento ao cliente, onde oferece suporte
automatizado e personalizado.

O Google também entra na lista de empresas que despontam em IA. O Google Cloud AI, uma
das plataformas fornecidas pelo Google Cloud, também oferece uma variedade de serviços e
ferramentas para empresas desenvolverem e implantarem soluções de IA.

Entre as ferramentas oferecidas pelo Google está uma que permite treinar modelos de
aprendizado de máquina personalizados, mesmo sem experiência prévia em ciência de dados.
O Cloud AutoML, por exemplo, simplifica o processo de criação de modelos para tarefas como
classificação de imagens, reconhecimento de texto e detecção de objetos.

O Google Cloud AutoML é um conjunto de serviços e ferramentas oferecido pela Google Cloud
Platform (GCP) que permite que as empresas e desenvolvedores criem modelos de machine
learning personalizados com facilidade, mesmo sem serem especialistas em aprendizado de
máquina. O objetivo principal do Google Cloud AutoML é democratizar o uso da inteligência
artificial, tornando mais acessível a criação e implementação de modelos de machine learning.

O Google Cloud AutoML inclui várias ofertas, cada uma focada em tarefas específicas, como
classificação de imagens, processamento de texto, reconhecimento de fala e muito mais.
Alguns dos produtos e serviços notáveis incluem:

AutoML Vision: Permite a criação de modelos de visão computacional para tarefas como
classificação e detecção de objetos em imagens.
AutoML Natural Language: Possibilita a criação de modelos de processamento de linguagem
natural para tarefas como análise de sentimento, identificação de entidades, categorização de
texto, entre outros.

AutoML Tables: É usado para criar modelos de machine learning personalizados para dados
tabulares, comuns em problemas de previsão e classificação.

AutoML Video Intelligence: Foca em análise de vídeo, permitindo a identificação de objetos e a


extração de informações de vídeo.

AutoML Translation: Usado para criar modelos de tradução automática para diferentes pares
de idiomas.

AutoML Video Object Tracking: Ajuda na identificação e rastreamento de objetos em vídeos, o


que é útil em aplicações como vigilância e análise de vídeo.

O Google Cloud AutoML simplifica a criação de modelos de machine learning, automatizando


muitas das etapas complexas do processo, como pré-processamento de dados, seleção de
recursos e ajuste de hiperparâmetros. Ele também é projetado para acomodar diferentes níveis
de experiência, desde iniciantes em aprendizado de máquina até especialistas.

É importante notar que o Google Cloud AutoML é um serviço pago, e os custos variam
dependendo do uso. Além disso, a disponibilidade de recursos específicos pode evoluir ao
longo do tempo, à medida que a Google continua aprimorando seus serviços de IA e
aprendizado de máquina na nuvem.
Inteligências Artificiais podem substituir seres humanos?

Por Amanda Lemos

As inteligências artificiais têm a capacidade de automatizar tarefas, tomar decisões com base
em dados e realizar ações específicas de maneira eficiente. Embora as IA possam superar os
seres humanos em certas tarefas específicas, como processamento de dados em larga escala,
reconhecimento de padrões complexos ou cálculos precisos, é importante lembrar que elas
ainda possuem limitações.

As IA não têm consciência, emoções ou intuição humana. Elas são projetadas para resolver
problemas específicos dentro de seus domínios de especialização. Embora possam executar
tarefas com velocidade e precisão, as IA não têm a capacidade de compreender o contexto
amplo, exercer julgamento ético ou aplicar um senso de empatia, criatividade e pensamento
crítico como os seres humanos.

Como surgiu a Inteligência Artificial?

A imagem de um ser artificial remonta a tempos antigos e está presente em várias culturas. Na
Grécia Antiga, existiam histórias e mitos que mencionavam a criação de seres artificiais por
artesãos. Por exemplo, na mitologia grega, Hefesto, o deus do fogo e da metalurgia, foi
retratado como criador de autômatos de metal para auxiliá-lo em suas tarefas.

Essas representações simbólicas de seres artificiais, embora não fossem verdadeiras


inteligências artificiais como entendemos hoje, revelam a presença ancestral da ideia de criar
seres mecânicos ou artificiais que imitem a forma e as habilidades humanas.

Um pouco de história

Antes de chegar na década de 1950, quando o termo foi amplamente usado, temos que voltar
para 1943, quando Walter Pitts e Warren McCulloch contribuíram para o conceito de neurônios
artificiais. Em um trabalho, a dupla propôs um modelo matemático simplificado para
representar o funcionamento dos neurônios no cérebro.

Essa ideia foi revolucionária, pois possibilitou a construção de redes neurais artificiais, que são
sistemas compostos por muitos neurônios artificiais interconectados. Essas redes neurais
podem aprender a partir de dados e melhorar seu desempenho ao longo do tempo.

Foi então, com o inglês Alan Turing, que tudo mudou, explica o professor de ciência da
computação Diego Nogare.

Em 1950, Turing publicou um artigo chamado "Computing Machinery and Intelligence"


(Máquinas Computacionais e Inteligência), no qual ele propôs o famoso "Teste de Turing". Esse
teste, também conhecido como o "Jogo da Imitação", propunha que a verdadeira inteligência
poderia ser demonstrada se uma máquina pudesse se passar por um ser humano em uma
conversa escrita e enganar um juiz humano.

O trabalho de Turing lançou as bases para a pesquisa em IA, estabelecendo a questão central
de como podemos definir e avaliar a inteligência em máquinas. Ele também antecipou
questões éticas e filosóficas relacionadas à IA, incluindo a natureza da mente, a capacidade das
máquinas de pensar e a possibilidade de consciência artificial.

A primeira vez em que a palavra "inteligência artificial" foi usada, foi durante uma conferência
de Dartmouth, realizada em 1956. O professor de Stanford John McCarthy, um dos
organizadores da conferência, usou o termo pela primeira vez para descrever o objetivo de
criar máquinas que pudessem exibir inteligência semelhante à humana.

Desde então, a expressão "inteligência artificial" tem sido amplamente utilizada para descrever
o campo de pesquisa e desenvolvimento de sistemas e tecnologias que possuem características
cognitivas e podem realizar tarefas que normalmente requerem a inteligência humana.

IA no passado

A inteligência artificial (IA) foi utilizada de várias maneiras, embora as aplicações fossem mais
limitadas devido às restrições tecnológicas e de conhecimento da época.

Na década de 1950, alguns marcos importantes foram estabelecidos. Em 1958, John McCarthy
desenvolveu a linguagem de programação LISP, que se tornou uma das principais linguagens
para trabalhar com IA nas décadas seguintes.

Também nesse ano, Frank Rosenblatt propôs o Perceptron, um modelo de rede neural artificial
que introduziu uma nova abordagem para representação de redes neurais.

Em 1959, surgiram as primeiras implementações de algoritmos genéticos, inicialmente


chamados de evolução automática. Esses algoritmos visavam introduzir pequenas mutações
em sistemas e observar se haveria melhorias significativas.

Embora os resultados iniciais não tenham sido muito promissores, os algoritmos genéticos
evoluíram ao longo do tempo, tornando-se mais eficientes e funcionais.

Na década de 1960, os primeiros sistemas inteligentes de tradução de texto começaram a


ganhar relevância. Eles foram usados principalmente para traduzir conteúdos escritos em russo
relacionados ao programa espacial, como o Sputnik.
No entanto, até por volta de 1966, os resultados não eram satisfatórios e muitos pesquisadores
desacreditavam na possibilidade de fazer esses sistemas funcionarem de maneira eficiente.

No início dos anos 1970, houve uma onda de pesquisa que propôs o uso de elementos
racionais mais simples para compor sistemas mais complexos, conhecida como abordagem de
"Métodos Fracos" ou "IA Fraca".

Embora esses métodos fossem gerais, eles não eram escalonáveis ou muito complexos.

Essas pesquisas abriram caminho para os chamados "Sistemas Especialistas", que eram
projetados para resolver problemas específicos de forma satisfatória.

Conforme os sistemas especialistas foram expandidos para outras áreas, como a medicina,
percebeu-se a necessidade de considerar a incerteza nos modelos. Isso levou ao
desenvolvimento de métodos para lidar com fatores de incerteza nas decisões tomadas pelos
sistemas de IA.

IA atualmente

A IA está passando por um crescimento significativo, impulsionado por avanços tecnológicos e


pela crescente demanda por soluções inteligentes.

Um exemplo notável desse avanço é o ChatGPT, uma das aplicações de IA mais conhecidas. O
ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, utiliza a tecnologia de processamento de linguagem
natural para interagir com os usuários de maneira conversacional. Essa tecnologia tem sido
usada em várias áreas, desde assistentes virtuais e suporte ao cliente até chatbots em
plataformas de mídia social.

Além do ChatGPT, existem muitos outros exemplos de uso comercial de IA. Na área da saúde,
por exemplo, a IA está sendo aplicada no diagnóstico médico, análise de imagens médicas e
descoberta de medicamentos.

Na indústria, a IA está sendo usada para otimizar processos de produção, gerenciar cadeias de
suprimentos e realizar manutenção preditiva. No setor financeiro, ela é utilizada para análise
de dados, detecção de fraudes e previsão de mercado. Esses são apenas alguns exemplos que
mostram como a IA está transformando diferentes setores comerciais.

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