Clínica de Grandes Animais - r3
Clínica de Grandes Animais - r3
Clínica de Grandes Animais - r3
Narinas
Conchas nasais
Seios paranasais
Faringe
Laringe
Traqueia
Brônquios
Bronquíolos
Alvéolos
Pleura
Vias aéreas anteriores ou superiores começa em narina para em laringe.
Vias aéreas posteriores inicia em traqueia e finaliza em pleura
Observação: nos cavalos a bolsa gutural não faz parte do sistema respiratório
diretamente, mas é importante.
Podemos dividir em extratorácicas e intratorácicas.
Mecanismo de defesa
O sistema respiratório é um sistema que fica muito exposto. A função do mecanismo de
defesa é a remoção e inativação das partículas e microrganismos inalados. Quando o
animal inala partículas grandes elas são retidas na cavidade nasal e aderem ao muco,
partículas de 5 a 10um são retiradas na mucosa do TRS, partículas de 0,3 a 2um são
retiradas nos ductos alveolares e alvéolos, partículas <0,3um dificilmente conseguem
entrar e sair do sistema respiratório.
Mecanismo de limpeza mucociliar
Reveste todo o TR, exceção da parte rostral do nariz e parte da faringe ducto alveolar e
alvéolo, partículas depositadas são removidas pelo movimento dos cílios no sentido
oral. O muco produzido pelas células de revestimentos das vias aéreas, por glândulas
peribronquiais. O muco possui camada fase sol e fase gel, a fase sol é a parte mais
liquida, fica entre os cílios e a parte gel fica sobre eles. Ao chegar na faringe essas
partículas são deglutidas.
Tosse ou espirro
Podem remover rapidamente materiais irritantes com partículas grandes ou acumulo de
secreções nas vias aéreas altas.
Macrófagos alveolares
Fagocitam bactérias que penetram no sistema respiratório, impedindo que tenha a
infecção no trato. Quando o animal apresente pneumonia por exemplo, é porque o
microrganismo conseguiu passar.
Anticorpos
Como IgA e IgG representam forte barreira a penetração de microrganismo.
Fatores que afetam os mecanismos de defesa
Agentes químicos, ar poluído, desidratação, infecções concorrentes, desnutrição,
distúrbios metabólicos, drogas imunossupressoras (mais usado são os corticoides
quando se usa por problemas prolongados os animais ficam mais susceptíveis a terem
essas doenças de sistemas respiratórios).
Doenças do trato respiratório superior
Faringite
Inflamação dos tecidos faríngeos, geralmente resposta a outras doenças respiratórias
virais ou bacteriana. Em menor incidência por causas físicas, químicas ou alérgicas.
Ocorre como sequela da inflamação do tecido linfoide regional (tonsilas), podem ser
observados edema e placas de pus brancas ou amareladas, aumento dos linfonodos
regionais na garganta. A faringe pode ser inspecionada por qualquer pessoa sem auxilio
de endoscópio, posso tracionar a língua do animal e com lanterna inspecionar, então
essa avaliação deve ser feita.
Etiologia
Se tratando de quinos – Streptococcus spp, herpesvírus 1 e 2, influenza e parainfluenza
3 foram incriminadas como causa específica de faringite em equinos.
Bovinos – tr ?????????????
????????????
Sinais clínicos
Tosse, broncopneumonia aspirativa porque fica com dificuldade de deglutição, secreção
nasal, estridores respiratórios, respiração fétida, anorexia, sialorreia (especialmente
bovinos), disfagia / extensão da cabeça e pescoço devido a procura de posição com mais
conforto, linfadenopatia regional principalmente mandibulares e retrofaríngeos.
Observações: alguns traumas com pistola pode causar problemas.
Diagnósticos diferenciais
Rinite, laringite (laringite necrótica, principalmente em bezerros), raiva (podemos pegar
animal no inicio da raiva porque causa problema no nervo laringo recorrente tendo
sinais em comum), corpos estranhos na língua, doenças das bolsa guturais em equino.
Diagnóstico
Clínico – inspeção
Radiografia (presença de corpos estranhos, enfisema)
Endoscopia
Tratamento
Sintomático (voltado para amenizar a dor e melhorar a ingestão de alimentos).
Antibióticos quando houver infecção bacteriana – gentamicina, cefalosporinas.
AINES para aliviar a dor
Em caso de edema agudo pode ser utilizado 0,5 mg/kg/IV ou IM de dexametasona.
Prevenção
Usar com cautela pistolas dosificadoras, sondas nasogástricas e seringas dosadoras.
Causas relacionadas a traumatismo.
Causas relacionadas a agentes respiratórios virais e bacterianos evitar que os animais
fiquem aglomerados em espaço pequeno e sem ventilação, vacinação do rebanho contra
agentes infecciosos (influenza, herpesvírus).
GARROTILHO (adenite equina)
Afecção respiratória causada por Streptococcus equi, gram positiva, em equideos,
ocorre principalmente em animais até 5 anos de idade, mas pode ocorrer em animais de
outras idades. Geralmente é uma doença endêmica de alta morbidade e baixa letalidade.
Patogenia s. equi se fixa nas células tonsilares e na superfície ventral do palato mole,
detectados nos linfonodos mandibulares e retrofaríngeos poucas horas P.I, se multiplica
lentamente atraindo grande quantidade de neutrófilos, resistente a fagocitose – cápsula
de ácido e hialurônico e proteína S.
Sinais clínicos
Febre (1º sinal clinico que aparece), descarga nasal mucopurulenta, importante
monitorar 2 a 3x ao dia a temperatura. Aumento de volumes de linfonodos
submandibulares e/ou retrofaríngeos ficam firmes e doloridos com o tempo flutuante e
podem se romper e liberar secreção purulenta, depressão e inapetência, para de comer.
Os primeiros sinais clínicos são observados de 3 a 12 dias após a exposição a um equino
infectado.
Diagnóstico
Observação dos sinais clínicos (linfadenopatia, abscedação e ruptura subsequente).
Cultivo das secreções para o isolamento do Streptococcus equi (nem sempre é possível).
A norma prática é que se lembra garrotilho, trata como garrotilho, se ficar esperando
pode te ruma contaminação do plantel muito maior do que teria se tivesse tomado as
medidas necessárias antes.
Tratamento
A maioria dos casos se recuperam sem ATB e desenvolvem resposta imune fortemente
protetora. É uma doença auto limitante, se deixar boa parte dos animais vão abscedar e a
tendência é que se recuperem, mas o proprietário não quer um animal cheio de
cicatrizes, o certo é saber o momento adequado de iniciar o tratamento, sabe que tem
um surto iniciando em uma propriedade iniciando terá que iniciar o ATB, penicilina G
procaína de 20.000 a 40.000 UI/Kg, IM, bid durante 5 a 7 dias, se está em um local
difícil de pegar o animal 2x ao dia uma a penicilina G benzatina 22.000 UI/Kg/IM a
cada 48 horas 4 aplicações, se houver rompimento dos linfonodos realizar curativos
locais.
Podemos utilizar enrofloxacina, cefalosporinas também.
Antiinflamatórios dipirona 22mg/kg a cada 12 horas em casos de febre.
Complicações – abscedação de linfonodos. Se não tiver comprometimento de
linfonodos, antes desse processo utilizo inflamatório, se o linfonodo tiver rompido
utilizamos curativos, limpa, desinfecta com degermante, clorexidine ou base de iodo,
fazer curativo e esperar cicatrizar. Garrotilho tratado, ou mal tratado podemos ter
complicações como purpura hemorrágica, petéquias na mucosa oral, reação a proteína
M do Streptococcus, causa inflamação nas paredes dos vasos causando edema, esse
animal pode evoluir para óbito. Pode ocorrer a migração para outros linfonodos e locais,
como pulmão, chamado de garrotilho bastardo.
Prevenção
Vacinação = s. equi, inativado por formol. Primovacinação 3 doses, intervalo de 2 a 4
semanas, depois anualmente (2 ml IM).
Prevenção e controle
Isolar os animais introduzidos na propriedade durante 2 a 3 semanas
Animais suspeitos devem ser mantidos em e quarentena
Separar utensílios e equipamentos utilizados na área dos equinos infectados
(utensilio de alimentação, cabrestos e freios)
Pessoas que cuidam dos equinos infectados devem evitar o contato com equinos
sadios
Desinfectar as instalações onde estão os animais e os utensílios utilizados
Monitorar temperatura retal.
INFLUENZA EQUINA
Importante, principalmente ao se falar do trânsito de animais. Geralmente de 60 a 90
dias para transportar não pode ter tido acometimento por nenhuma doença respiratória.
Causada pelo vírus aequi 1 e aequi 2, acomete mais ????????????www
Sinais clínicos
Tosse profunda e seca, secreção nasal SEROSA, ou seja, clarinha, e observar se não irá
mudar de coloração e entrar com ATB por infecção bacteriana secundária, febre (38,6 a
41ºC), depressão, inapetência.
Tratamento
Não existe tratamento específico, sendo este somente de suporte. Manter o animal
hidratado, deixar animal na sombra para desidratar menos, repouso absoluto
restringindo o espaço desse animal, dipirona 22 mg/kg BID em caso de febre. Atb
somente se houver infecção bacteriana secundária 9secreção nasal purulenta)
Prevenção
Vacinação a cada 6 meses de todo o plantel. Lexington-8, tri-equi, influenza horse são
opções de vacina. Recomendação a partir de 3 a 4 meses é a maioria, algumas vacinas é
a partir dos 6 meses.
DOENÇAS DO TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR
Definições
Enfermidades que acometem brônquios, bronquíolos, alvéolos e pleura.
Pneumonia: inflamação dos alvéolos e do interstício (parênquima pulmonar)
Broncopneumonia: inflamação do parênquima pulmonar, brônquios e bronquíolos
Bronquite: inflamação dos brônquios
Pleurite e pleurisia: inflamação das pleuras pulmonares (parietal e visceral).
Auscultação: crepitação grossa e fina, sibilo, ronco. São algumas características no
exame físico que conseguimos identificar e separar entre as estruturas.
Broncopneumonia consigo identificar na auscultação uma crepitação grossa, como se
fosse estourar de bolhas, posso afirmar que tem broncopneumonia, crepitação fina posso
afirmar que é uma pneumonia, a crepitação fina é o som do cabelo esfregando no
cabelo, som baixo e discreto durante a respiração, geralmente casos de pneumonia são
causadas por agentes virais e broncopneumonia por agentes bacterianos. A bronquite
auscultamos crepitação grossa na maioria das vezes, mas será um pouco mais discreta
do que nos casos da broncopneumonia.
Pleura tem função de ficar em contato uma com a outra e entre essas pleuras tem liquido
para permitir a expansão do pulmão tranquila, quando tem pleurite, tem inflamação
dessa região, deposição de fibrina, tendo um som de rosseo pleural, como se esfregasse
duas folhas de papel, uma na outra.
PNEUMONIAS
Epidemiologia
Todos os animais domésticos estão sujeitos a desenvolver oneumonias
Acomete animais de todas as idades ???????????w
Falha na transferência de imunidade passiva nos animais jovens
A maior parte possui origem broncogênica, ou seja, entram por inalação, porem outras
se propagam por via hematogênica, por circulação.
Agentes etiológicos das pneumonias
Bactérias, vírus, fungos, parasitas, interação de várias agentes.
A pneumonia bacteriana coloniza parênquima pulmonar por microorganismo
patogênicos.
Ruminantes – mannheimia haemoytica, pasteurella multocida
Equinos – Streptococcus Zooepidemicus, streptococcus equi, pasteurella spp,
escherichia coli, rhodococcus equi.
Ruminantes virais – vírus da rinotraqueíte bovina infecciosa, febre catarral maligna,
vírus sincicial respiratório de bovinos, ovinos e caprinos (pneumonia intersticial),
maedi-fisna (ovinos), artrite-encefalite CAEV (caprinos).
Equinos virais – HVE, arterite.
Fungos – histoplasma capsulatum, crypytococcus neoformans, coccidioides immitis
capazes de causar doença em animais imunologicamente normais, aspergillus spp,
phycomycetes e cândida spp, são fungos oportunistas que sempre estão no ambiente e se
instalam em animais com queda da imunidade. Geralmente adquirida por via inalatória,
geralmente ocorre em animais imunocomprometidos.
Sinais clínicos
Respiração rápida e superficial – sinal do inicio da pneumonia, evoluindo para dispneia
ocorre em estagio mais tardios, quando grande parte do tecido está sem função. A tosse
é outro sinal importantes, e suas características varias de acordo com a natureza da lesão
Na pneumonia bacteriana a tosse normalmente é úmida e dolorosa, na pneumonia
intersticial viral, a tosse é frequentemente seca, estridentes e ocorre em surtos.
TRI – expiratória, TRS – inspiratória
Secreção nasal, febre intermitente, inapetência e alteração de mucosas cianóticas
(quando grande parte do pulmão está acometido), animais nesse estágio de mucosa
cianótica temos dificuldades em reverter. Observamos vacas respirando com a boca
aberta.
Secreção esverdeada quando tem pneumonia aspirativa, refluxo.
Diagnóstico
Clínico, através da semiologia consigo várias informações que ajuda muito no
diagnóstico, observação dos sinais clínicos apresentados.
Auscultação tipo de crepitação grossa ou fina nos pulmões, sibilos, presença de liquido
na traqueia. Em casos de alterações discretas na auscultação pode-se utilizar um saco
respiratório para que os ruídos se exacerbem.
Percussão som maciço ou submaciço indica presença de líquido no pulmão, atelectasia
ou presença de abscessos.
Então o diagnostico é relativamente simples o maior desafio é identificar a causa, por
isso utiliza-se exames complementares como cultivo, hemogramas, sorologia, raio x, US
e Hemogasometria. Além disso, pode realizar necropsia em surtos de doenças
respiratórias em que o diagnostico é duvidoso, a necropsia de casos iniciais
selecionados quase sempre fornece recursos ao estabelecimento do diagnóstico.
Alterações de pulmões em diferentes graus, lobo acessório em carneiro em casos de
aspiração é o mais acometido.
A campo a causa frequentemente não é determinada. Entretanto, a idade e a classe
animal, o histórico bem como os achados epidemiológicos e clínicos podem ser
correlacionados, sendo elaborado um diagnostico presuntivo.
Lavado traqueobrônquico – muito utilizado, exame complementar importante, utiliza
cateter, solução fisiológica, introduz guia na traqueia (feita tricotomia 5x 5) do animal,
injeta solução fisiológica e tenta recuperar, a partir dai faz os exames complementares,
cultivo, antibiograma. Depois da tricotomia, entra com cateter, após antissepsia, tira o
mandril, pega seringa com solução fisiológica, injeta, puxa de volta e recupera, até 1ml
por Kg, faz movimento de vai e vem com a seringa para retirar algo caso tenha sobrado,
o macete é não colocar todo o liquido, quando estiver no final puxa de volta para
conseguir tracionar de volta. A partir desse liquido faz antibiograma, cultivo, cultura.