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AULA 7 - Timpanismo

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Grande Porte

Bovino

Aula 5: Timpanismo/ Acidente ofídico

Prof°: Leandro Magalhães Gonzalez


Médico Veterinário
CRMV/SC 05.664
• Timpanismo/ Empanzinamento : É uma doença metabólica de animais
ruminantes, também conhecidas por meteorismo ruminal e
empanzinamento. Caracterizada pela distensão acentuada do rúmen e
retículo (estômago), devido a incapacidade do animal em expulsar os gases
produzidos através dos mecanismos fisiológicos normais que acarreta um
quadro de dificuldade respiratória e circulatória, com asfixia e morte do
animal.
• Causa : Este problema está associado a fatores que conduzem à formação e
acumulação de gases no rúmen em forma de espuma misturada ai conteúdo
ruminal ou em forma de gás livre separado da ingesta, que normalmente
são expelidos do rúmen através da eructação. Eructação é a evacuação do
gás produzido no estômago do bovino.
• O timpanismo pode ser classificado como primário ou como secundário:
• O primeiro : é caracterizado pelo aumento na tensão superficial do liquido
ruminal ou de sua viscosidade, que faz com que as bolhas de gases
presentes na espuma, persistam por longos períodos e, apesar de
movimentos contínuos do conteúdo ruminal, estes não se desfazem,
impossibilitando a sua eliminação. É de origem alimentar e ocorre em
bovinos em pastagens de leguminosas e em animais confinados que
recebem um alto nível de grãos da dieta( fermentam muito provocando
excesso de gases).
• O secundário : ocorre quando há dificuldade física no processo de eructação.
Esta dificuldade pode dever-se:
• Uma obstrução do esôfago por um corpo estranho;
• Ou por lesão nas via nervosas responsáveis pelos processos de eructação.
• O tétano, devido aos espasmos de musculatura, também pode provocar o
timpanismo.
• Epidemiologia: O timpanismo afeta bovinos de ambos os sexos e de todas
as raças e idades. A incidência tem se mostrado alta em bovinos confinados
com rações contendo altas proporções de concentrados, especialmente
cevada ou soja, ou em pastagens de leguminosas em alto grau de
crescimento.
• Sintomas:
• Distensão do flanco esquerdo, o que causa certo desconforto para o animal
e faz com que o animal pare de comer;
• Sinais de desconforto e de dor abdominal;
• Aumento da frequência respiratória que é acompanhada de respiração oral;
• Protrusão da língua, salivação, extensão do pescoço e distensão dos
membros;
• Numa situação mais evoluída do quando patológico, o animal acaba por
cair, com a cabeça distendida, boca aberta, língua protusa e olho dilatados.
• A possibilidade de morte pode ocorrer umas horas após o início dos
sintomas.
• Tratamento: Normalmente o tipo de tratamento varia de acordo com o grau
de seriedade do caso em questão e com tipo de timpanismo. Muitos dos
sintomas só são observados em condições avançadas, tornando deste modo
necessário, a tomada de medidas de emergência, mesmo antes de o
veterinário chegar.
• O tratamento deve visar a expulsão dos gases e a redução da estabilidade
da espuma.
• Pode ser efetuado através do uso de sonda orogástrica ou o uso de trocáter
na fossa paralombar esquerda.
• Produtos comerciais contendo óleos vegetais ou minerais,
antifermentativos e laxativos, também são utilizados para estabilizar a
espuma e facilitar a eliminação desde da ingesta. O tipo de óleo não é
importante, vistos que a maioria dos óleos vegetais e minerais mostram-se
eficazes na dose de 100-400 mil/animal. Os antiespumantes existentes no
comércio são, na sua maioria, à base de silicone, podendo ser usados puros
ou diluídos em água morna. Movimentar o animal também traz benefícios.
• Em último caso pode ser feita uma rumenotomia (pequena cirurgia no
rúmen) pelo veterinário, na qual é retirado todo o material existente no
rúmen, que posteriormente deve ser resposta à flora com conteúdo ruminal
de outro animal. Este processo só é vantajoso quando se trata de animais de
alto valor econômico.
• Prevenção
• A maneira mais indicada de se prevenir o problema é evitar a doação com
dietas em excesso de grãos e deficiente em fibras, assim como a excessiva
dos grãos. O cuidado no uso de feno de leguminosas, embora de pouco uso
em confinamentos em nosso pais, também vale a pena se comentado, para
o caso de animais estabulados.
• Acidente ofídico (picada de cobra): É o envenenamento de homens e
animais pela picada de cobras venenosas através da injeção de suas toxinas
(veneno).
• 90% dos casos dos acidentes com picada em bovinos no país são
provocados por serpentes venenosas do grupo botrópico: jararaca,
jararacuçu, caiçara, urutu, cotiara e cruzeira. Espalhadas pelo Brasil inteiro
causam problemas difíceis de líder no dia-a-dia de empresa rural. Com uma
frequência menor, mas não menos graves estão os acidentes com cascavel
do grupo crotálico (cerca de 9% dos casos). A cobra-coral, do grupo
micrurus, raramente ataca bovinos (apenas 1% dos casos). Mais raros ainda,
mas podem ocorrer, são os casos de picada de surucucu. De pico de jaca e
surucutinga, todos do grupo laquésico. Acontece raramente, em algumas
regiões do Brasil, principalmente na região norte.
• Em nosso meio constata-se um fenômeno bastante interessante. Nas matas ou
áreas não-devastadas pelo homem, encontra-se aproximadamente 80% de
serpentes não-venenosas e 20% de venenosas. Nas áreas dedicadas ás atividades
agropecuárias ocorre uma inversão, devida à presença de roedores, registrando-se
nesses locais, 80% de serpentes venenosas e 20% de não venenosas.
• De uma forma geral, as serpentes do gênero botrópico se caracterizam pelo
formato triangular da cabeça, presença de fosseta loreal (órgãos pares, localizados
entre os olhos e as narinas, responsáveis pela detecção do calor do corpo com
espécie, que em geral apresenta desenhos em formas geométricas, em cores que
variam do verde ao negro).
• Muitos casos de morte de animais que ocorrem em todo o Brasil, principalmente
bovinos e equinos, ainda são considerados culpa das cobras. Entretanto já se sabe
que isso não é verdade. Precisamos diagnosticar as mortes, através de um
veterinário, porque muitas doenças matam rapidamente e com características de
envenenamento por cobras com manqueira (Clostrídeos) e intoxicação por plantas.
Por isso precisamos saber o que realmente está acontecendo, para tomarmos as
medidas corretas da prevenção.
• Como reconhecer? Cada tipo de cobra provoca um tipo de sintoma. Como
90 % dos casos são picadas de cobra do tipo jararaca, é aconselhável
memorizar os sintomas por elas provocados. No caso dos bovinos é raro
presenciar o momento da picada. O principal sinal é um inchaço no ponto da
picada, frequentemente nas patas. Marcas deixadas pelo dente da cobra
nem sempre são visíveis. Dependendo da quantidade de veneno injetado
pela cobra, esse inchaço pode se espalhar e, com a evolução, causar necrose
local do tecido e o aparecimento de grandes feridas. Presença de
hemorragias. Quando as lesões são muito extensas, tem dor forte que deixa
os animais abatidos e sem apetite.
• As picadas de cascavel e cobra-coral, todavia, não provocam esse quadro.
Não há sinais no local da picada. Nota-se uma perturbação geral do animal,
que se apresenta inicialmente agitado e, em seguida abatido, podendo
chegar até a inconsciência. Hemorragias podem ocorrer em acidentes com
cascavéis.
• Como tratar? Antes de pensar em qualquer tipo de tratamento, o
importante é lembrar de não amarrar o membro atingido, nem aplicar
qualquer tipo de garrote. Essa pratica é muito comum, mas apenas agrava
mais as lesões da picada. Da mesma forma, não se deve cortar ou abrir a
ferida e muito menos sugar ou aspirar no ponto da lesão. Os animais
acometidos deve ser mantidos em um local isolado, em repouso. A única
terapia efetiva é o soro antiofídico.
• Existem vários tipos de soros antiofídicos, um para cada tipo de cobra. O
soro antibotrópico é o mais importante para se ter em estoque, devido a sua
incidência em bovinos (90%). Caso a ocorrência de picadas por cascavel seja
frequente convém ter também o soro anticrotálico. Existem ainda soros
polivalentes.
• O soro antiofídico polivalente é a solução de imunoglobulinas especificas
purificada por digestão enzimática, concentradas e liofilizadas obtidas do
soro de equídeos hiperimunizados, com veneno de serpente dos gêneros
Crotalus, Bothrops e Lachesis.
• Tratamento sintomático: fluidoterapia, administração de antibiótico de
amplo espectro (para a prevenção de infecções bacterianas secundárias à
picada) e anti-inflamatório e diurético (para a redução as dor e edema) a
critério do médico veterinário.
• Modo de aplicação do soro antiofídico: A quantidade de soro administrada
deve seguir a recomendação da indústria fabricante, priorizando-se, no
entanto, o atendimento dos animais jovens em virtude de maior
susceptibilidade ao veneno.
• Exemplo da aplicação de Soro Antiofídico Polivalente Vencofarma:
• Casos benignos: Aplicar um frasco pela via subcutânea do produto já
reconstruído;
• Casos graves: Aplicar três fracos ou mais, do produto já reconstruído, pela
via subcutânea ou intramuscular ou endovenosa a critério do médico
veterinário.
• Nos acidentes causados por cobras do gênero crotálico os casos são
considerados graves.
• Como evitar? Não é possível pensar em diminuir a população e cobras em
uma fazenda, até porque elas participam de um delicado equilíbrio
ecológico, mantendo sob controle as populações de ratos e outros roedores.
Assim, é importante que toda fazenda tenha uma quantidade de soro e
assegurar-se de que sejam mantidos sob refrigeração.
• No caso do homem, o uso de botas diminui significativamente a ocorrência
de casos d picadas de cobra.

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