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Caderno - Doenças Parasitárias

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Doenças Parasitárias

20/02/2024 – 1a Aula
 Introdução: Principal causa da redução de produtividade dos animais. Baixa de desempenho
dos animais atletas. Afetam o bem-estar animal e causam prejuízos emocionais aos tutores.
Geralmente, não ocorrem com a presença de um único gênero parasitário (devido a hábitos
alimentares, de comer no chão ou lamber o chão, ter contato com lixo ou fezes de outros
animais). Qualificadas em clínicas e subclínicas (95% são subclínicas, não apresentando sinais
clínicos).
 Parasitos: Tem a capacidade de multiplicação altíssima, sendo a erradicação praticamente
impossível (seria como tentar eliminar todas as moscas do mundo). Os animais já podem nascer
contaminados.
o A ocorrência dos parasitos depende: Fatores ambientais e dos animais. PROVA
 Temperatura: Os parasitos apresentam uma temperatura considerada ideal para sua
proliferação. Extremidades frias ou quentes tendem a ser ruim para esses seres.
 Precipitação pluviométrica: A umidade para os parasitos não é algo ruim, mas fortes índices
de chuva podem ser ruins.
 Solo: O tipo de solo pode facilitar a limpeza e a prevenção (cimento é mais fácil de limpar doq
um gramado).
 Topografia: Locais com diferentes umidades, temperaturas e pontos de alojamento dos
parasitos podem facilitar sua multiplicação. Além de que terrenos mais baixos com declives
tendem a ter os parasitos “varridos” pela chuva.
 Tipo e manejo da pastagem: Pastagens mais altas proporcionam condições mais favoráveis
para os parasitos. Rotação de pastagem tende a contribuir também, além de hábitos como vazio
sanitário.
 Espécie: Gatos são mais sensíveis que cães. Bovinos são mais rústicos do que Equinos.
 Raça: Em relação aos Taurinos os Zebuínos são mais adaptados a ambientes rústicos de
climas opostos ao de preferência dos parasitos.
 Idade: Adultos são mais imunocompetentes do que animais jovens.
 Estado fisiológico e nutricional: Animais com bons hábitos alimentares são mais saudáveis.
 Manejo dos animais: Higiene e bem-estar são fatores que contribuem para a saúde dos
animais e os tornam mais resistentes.
o Doenças parasitárias – Danos:
 Helmintos hematófagos: Alimentam-se de sangue, causando anemias e perda de proteínas
plasmáticas (albumina e imunoglobulinas).
 Irritações/Inflamações da mucosa do trato gastrintestinal: Prejuízos a digestão e absorção
de alimentos. Diminuição do crescimento e ganho de peso.
 Alteração da motilidade gastrointestinal: É bastante comum a diarreia estar associada a
doenças parasitárias.
 Interferência sobre o metabolismo proteico: A proteína participa da formação e manutenção
da massa muscular e sua absorção é prejudicada pela diminuição da digestibilidade. Levando o
animal ao emagrecimento e fraqueza.
 Comprometimento do crescimento ósseo: Isso ocorre devido a perda de minerais nas fezes e
na urina, principalmente cálcio, fósforo e magnésio.
o Tríade: Conhecimento + Particularidades regionais  Importante para a realização de um
programa de controle eficiente.
o Coleta e remessa de material para laboratório – Exame parasitológico: Fezes, soro, urina,
sangue total, raspado de pele e fragmentos de órgãos.
 Objetivo: Sistematizar as formas de coleta. Ter conhecimento sobre o preparo e transporte de
material biológico para diagnóstico. Proporcionar o recebimento de materiais para a realização
de uma análise segura.
 Orientações gerais:
 Identificar as amostras de forma clara, com etiquetas ou canetas de difícil remoção.
 Etiqueta com informações adequadas  Identificação do animal, espécie, descrição do
material, data de coleta, método de obtenção, suspeita.
 Evitar contaminações cruzadas entre amostras  Não misturar tubos com amostras
diferentes.
 Sempre utilizar de instrumentos estéreis ou novos  Frascos, seringas, agulhas, sacos
plásticos, bisturi, punch.
 Acondicionamento e transporte de amostras: As amostras devem ser acondicionadas em
embalagem seguras, livres de vazamentos. Para o transporte, colocar as embalagens dentro de
caixas de isopor com gelo reciclável. Nunca colocar cubos de gelos soltos, para evitar o acúmulo
de água e sempre preencher os espaços vazios e evitar impacto durante o transporte. É
importante resfriar as fezes para evitar o desenvolvimento larval dentro do ovo e posterior
eclosão, assim evita exames negativou ou incorretos – a maioria das técnicas utilizadas são
para pesquisa de ovos.
o Coleta de amostras para exame parasitológico
 Para contagem de ovos e pesquisa de oocistos em fezes: Coletar fezes diretamente do reto
do animal (Pode-se utilizar luva de toque que serve de embalagem quando invertida após a
coleta da amostra) para equinos, bovinos, caprinos e ovinos. Cães e gatos pode-se coletar do
ambiente, do termômetro ou utilizar uma sonda. Já no caso de aves utilizar papel alumínio na
gaiola ou viveiro e isolar o animal que precisa ser avaliado.
 Preservação do material: Refrigerado até chegar no laboratório. Utilizar formol a 10% na
proporção 1 parte de formol para 4 de fezes (10ml de formol para 40ml de fezes), mas atentar-
se que o formol pode alterar a morfologia dos protozoários e larvas. Pode-se utilizar ainda o MIF
(Mertiolato-Iodo-Formol).
 Para contagem e identificação de parasitos adulto: Na necropsia, pode-se enviar para o
laboratório os órgãos suspeitos de conter helmintos. No caso de abomaso e intestino deve-se
ligar as extremidades, para evitar perda de conteúdo, Já as demais vísceras embaladas em
sacos plásticos próprios devidamente identificados e enviar ao laboratório sob refrigeração ou
congelados. Para coleta de helmintos adultos é importante que eles sejam manipulados sem
lacerações, para evitar alterações morfológicas que atrapalham o diagnóstico. Realizar lavagem
para separar sujidades, fezes e sangue. Colocados em frascos contendo líquidos adequados
para remessa e preservação (como líquido de raillet).
 Sorologia: Coletar 5ml de sangue em tubo SEM anticoagulante (normalmente tampa vermelha).
Enviar para o laboratório em até 24h  Refrigerado. Mais de 24h separar o soro e congelá-lo
em outro recipiente.
 PCR: Tubo com anticoagulante EDTA (normalmente da tampa roxa), coletar quantidade
indicada pelo fabricante/laboratório. Enviar para o laboratório em até 24h refrigerado.
 Pesquisa de ovos em urina: Alguns parasitas eliminam os ovos pela urina e não pelas fezes
(Como por exemplo dioctofima), assim é necessário em alguns casos realizar uma urinálise.
Coletar no mínimo 5ml de urina. Manter refrigerada no máx. 24h (não se deve congelar). Utilizar
frasco coletor. A coleta pode ser realizada:
 Micção espontânea; Massagem da bexiga para induzir a micção (nos pequenos animais);
Cateterismo com cateter estéril. Cistocentese é a mais indicada, deve-se realizar tricotomia,
apalpar a região e introduzir uma agulha de fino calibre (25x7) com seringa 20ml. Se possível
realizar a coleta guiada por ultrassom.
 Raspado de pele – Pesquisa de sarnas: Fazer uma prega na pele do animal, próxima as
bordas da lesão (pois é ali que o parasita se encontra e não no centro). Raspar a prega da pele
várias vezes com bisturi (ângulo de 90° para evitar cortar o animal caso ele se mexa). Realizar
escarificação profunda (pois existe parasitas como o demodex muito profundo e raspados
superficiais podem não encontra-lo) raspar até sangrar. Colocar o material sobre uma lâmina de
vidro. Preferencialmente analisar imediatamente ou caso não seja possível cobrir com uma
lâmina de mesmo tamanho, lacrando todas as bordas com fita adesiva, ou enrolar as lâminas
em filme de PVC e enviar em até 24h. Não precisa ser refrigerada.
 Técnica de impressão em fita adesiva (IFA) – Ácaros: Realizada através do beslicamento da
pele lesionada para externação dos ácaros do folículo piloso. Posterior decalque da face adesiva
da fita sobre a área pressionada. A fita é aderida a lâmina de vidro e deve-se avaliar em até 24h.
 Coleta de piolhos: Colocados a seco em frascos lacrados ou imersos em álcool 70°. Amostras
de pelo ou lã mantidas em recipientes vedados (placas de petri com as bordas lacradas por fita
adesiva, por exemplo).
 Histopatológico: Biopsia do órgão com punch ou bisturi. Preservado em formol 10% ou imerso
em solução fisiológica estéril, congelado e enviado em até 48h após a coleta.
 Citologia: Pesquisa em órgãos. Métodos punção aspirativa ou não aspirativa, imprint e swab.
Fixar as lâminas ao ar. Enviadas ao laboratório em até 48h. Se houver demora maior para o
envio fixar o material em álcool metílico ou metanol por 3 a 5 minutos.

27/02/2024 – 2a Aula
 Controle Estratégico
o Redução no desempenho: A redução no desempenho da produção está ligada a idade dos
animais infestados, resistência do hospedeiro, intensidade da carga parasitária, espécie
helminto envolvida, estado nutricional e fisiológico do hospedeiro.
o Controle e profilaxia de parasitos: Tratamento dos animais com anti-helmínticos, Rotação de
pastagem, Construção de esterqueiras na propriedade, Evitar superlotação das pastagens (para
não causar stress, brigas, desconforto, excesso de dejetos), Separar os animais por faixa etária
(animais velhos podem ser portadores de doenças e estarem hígidos), Vermífugar novos
animais antes de introduzir no rebanho. Controle biológico através de fungos e bactérias
nematófagos que atacam tanto ovos quanto larvas, Utilização de besouros coprófagos (rola-
bosta) – Possui hábito de enterrar as fezes inviabilizando o desenvolvimento dos ovos e larvas
pois embaixo da terra o ambiente se torna anaeróbio. O tratamento isolado com apenas anti-
helmínticos, sem outras medidas de controle, leva a resistência dos parasitos, além de resíduos
de compostos químicos eliminados com as excreções dos animas no ambiente que contaminam
a água e o solo.
o Tratamentos – Curativos: É o método em que o criador só trata os animais quando
apresentam a verminose clínica, muitas vezes só eles são tratados e o restante do rebanho não.
o Tratamentos – Tradicionais: Normalmente é o método passado de geração para geração.
o Tratamentos – Estratégicos: São os tratamentos que têm como suporte trabalhos científicos
realizados em campo.
o Tratamentos – Tático: Complementa o sistema estratégico. O animal é vermifugado quando as
condições ambientais favorecem o aparecimento de surto de verminoses.
o Bolo Fecal exposto no ambiente: Funciona como uma incubadora – as larvas se desenvolvem
até a fase infectante. Considerando o teor de oxigênio os ovos da superfície evoluem primeiro e
em seguida os ovos localizados nas camadas mais baixas.
o Sistema Integrado de Controle Parasitário (SICOPA): Avaliar individualmente os animais;
Adotar tratamento antiparasitário de maneira seletiva, quando possível; Manter nutrição
adequada; Conhecer a epidemiologia dos parasitos presentes no ambiente; Conhecer o modelo
de criação (intensiva ou extensiva); Conhecer as condições climáticas locais; Ajustar a lotação
animal; Manter um nível razoável de larvas na pastagem (refugia, para estimular o sistema
imune do animal e prevenir que quando ele vá para outro ambiente fique muito doente); Avaliar
a necessidade de tratamento dos animais adultos.

 Técnicas laboratoriais para análise parasitológica das fezes


o Técnicas de flutuação: Utilizada pra ovos não muito grandes e não muito pesados. A técnica
oficial é a técnica de Willis-Mollay (1921) modificada – Flutuação em solução de sal. Técnica
qualitativa – presença ou não de ovos de helmintos, cistos ou oocistos de protozoários. Alguns
ovos de trematódeos e cestódeos não flutuam e há distorção de cistos de Giardia sp. Não deve
ser feita em fezes gordurosas (pois a gordura é mais leve e vai se sobrepor).
 Técnica de Faust modificada 1938 – Centrifugo-flutuação em sulfato de zinco: Tem as
mesmas indicações da técnica anterior. Necessita de centrifuga. Preferencial para pesquisa de
giárdia sp. – o sulfato de zinco não distorce os cistos.
 Técnica de sheather modificada 1923 – Flutuação em solução saturada de açúcar:
Semelhante a técnica de willis, só que utiliza açúcar no lugar do sal.
 Técnica de McMaster modificada: Técnica quantitativa. Determina o número de ovos de
namatoides por grama de fezes (OPG). Utilizada principalmente em ruminantes e equinos para
estimar a população parasitaria (possui taxa de erro de 20%). 500 OPG indica infecção
moderada. 1000 OPG indica infecção alta. Coletar uma amostra de 3 a 5% do rebanho separado
por idade. Para o controle do rebanho coletar a cada 28 ou 30 dias. Para verificar a eficiência do
medicamento coletar 7 dias após a dosificação (resistência eficiência menor que 95%).
 Técnica de sedimentação simples: Qualitativa, que tem como princípio a sedimentação dos
ovos. Utilizada para pesquisa de ovos pesados de trematódeos e cestódeos.

 O período ideal para vermifugação dos animais é no período seco (pois é o ápice da curva
parasitaria). Já o período ideal para dedetização do ambiente é no período chuvoso, devido ao
ápice de parasitas presentes no ambiente).

05/03/2024 – 3a Aula
 Gastroenterites Parasitárias de Grandes Animais
o Antiparasitários para Bovinos:
 Ivermectina: Dose de 0,2mg/kg SC. Não é indicada para uso em fêmeas lactantes pois passa
para o leite (deixando de ser um leite bom para consumo humano). Tempo de carência na carne
é de 45 dias.
 Abamectina: 0,2mg/kg SC. Não tratar bezerros com menos de 16 semanas de idade pois
possui efeitos colaterais significativos para eles. O tempo de carência é de 35 dias para carne e
no leite deve ser evitado pois deixa resquícios, impossibilitando o consumo humano.
 Albendazol: 5mg/kg VO. Não administrar em fêmeas durante os primeiros 45 dias de gestação
e os 45 dias após o parto. Tempo de carência na carne é de 14 dias e no leite de 72h somente
(uma boa opção para se utilizar em gado leiteiro).
 Tiabendazol:
o Antiparasitários para Equinos:
 Ivermectina: 0,2 mg/kg VO. Não é indicada para uso em fêmeas lactantes. O tempo de carência
na carne é de 21 dias.
 Triclorfon: 35 a 44mg/kg VO. Organofosforado que pode induzir a intoxicação (aplicar atropina
15min antes). Não é recomendado para fêmeas em estado adiantado de gestação. Tempo de
carência muito longo, para o abate e consumo da carne é preferível não utilizar esse fármaco.
 Tiabendazol:
o Antiparasitários para Suínos:
 Ivermectina:
 Abamectina:
 Doramectina:
 Febendazole:
 Levamisole:
 Mebendazole:
o Antiparasitários para Ovinos e Caprinos:
 Albendazol:
 Febantel:
 Febendazole: 0,5mg/kg VO. Carência do abate  14 dias.
 Levamisole: 0,8mg/kg SC. Carência do abate  18 dias.

o Doenças parasitárias
o Hemoncose: Causada pelo agente Haemonchus sp, que acomete bovinos, ovinos e caprinos,
podendo causar infecção cruzada. O Agente tem preferência pelo abomaso, formato de barril e
numerosos blastômeros.
 Hemoncose hiperaguda: Anemia, fezes de cor escura (Melena – indicando presença do
parasita em esôfago, abomaso. Gastrite hemorrágica intensa. Morte súbita devido a perda
aguda de sangue. Deixa a mucosa hipocorada (perlácea) devido a desidratação.
 Hemoncose aguda: Ocorre principalmente em animais jovens suscetíveis com infecções
intensas. Causa anemia, hipoproteinemia (albumina), edema submandibular (papeira), ascite e
letargia, fezes escurecidas (melena – devido a hemorragia na parte alta do organismo),
normalmente não há diarreia.
 Hemoncose crônica: Infecção crônica com um número baixo de parasitos. Mortalidade
bastante variável (0,5 a 20%). Anemia e hipoproteinemia. Progressiva perda de peso e fraqueza.
 Achados de necropsia: Mucosa e pele pálidas, Hidrotórax, Ascite, Caquexia, Edema de
mucosa e parasitos no abomaso.
o Ostertagiose: Agente etiológico  Ostertagia ostertagi. Acomete bovinos, ovinos e
ocasionalmente caprinos. É a principal causa de gastrite parasitária no RS (aqui em SP o mais
comum é Hemoncose – mas também temos Ostertagiose).
 Ostertagiose tipo 1: Comum em bezerros, causa mortalidade baixa e tem como sinal clínico
uma Diarreia persistente e verde brilhante (deixa a região perianal do animal bastante
melecada).
 Ostertagiose tipo 2: Hipoalbuminemia marcante, diarreia intermitente e mortalidade alta em
animais não tratados.
 Sinais clínicos: Presença de fezes nos quartos anteriores, anemia, edema submandibular
(papeira), pelagem opaca, aumento de pH abomasal, perda de peso de até 20% em 7 a 10 dias.
 Diagnóstico: Sinais clínicos, coproparasitológico (mas o ovo é difícil de identificar pois n tem
formato de nada, portanto pode-se optar pela coprocultura). Necropsia – hipertrofia e/ou necrose
de mucosa gástrica.
o Esofagostomíase: Agente etiológico é o Oesophagostomum sp, que acomete bovinos,
bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. Os ovos têm formato de barril. O parasito pode realizar
hipobiose (diminuir seu metabolismo para poupar energia) em 2 casos, em um animal muito
imunocompetente (ele faz isso pra se esconder) e em um animal muito fraco (ele faz isso pois o
ambiente não está adequado para se desenvolver, então ele espera o animal melhorar para ter
o que destruir).
 Sinais clínicos: Aparecem com mais de 200 vermes adultos em bezerros e mais de 1000 em
bovinos adultos. Causa doença moderada a grave. Infecções maciças  espessamento da
parede intestinal e enterite catarral. Em porcas prenhes causa inapetência, emagrecimento e
produção de leite reduzida.
 Diagnóstico: Sinais clínicos, coproparasitologico e coprocultura, na necropsia encontram-se
nódulos com formato de ervilha na parede intestinal.
o Tricuríase: Agente etiológico  Trichuris sp, que acomete suínos, bovinos, ovinos, caprinos,
cães e gatos. Fica no ceco, causando hemorragia (sangue vivo – hematoquezia). O ovo tem
formato de barrilbioperculados (se encontra esse ovo pode bater o martelo que é Tricuríase).
 Sinais clínicos: Somente infecções muito elevadas (acima de 25mil ovos/g de fezes) produzem
sinais clínicos. Intenso parasitismo causa lesão da mucosa cecal, enterite, diarreia com sangue
vivo e prolapso de reto.
 Diagnóstico: Feito através de coproparasitológico, onde encontram-se os ovos bioperculados.
 Controle: É difícil pois o ovo fica muito tempo viável no ambiente (em torno de 6 meses) e o ovo
é muito pegajoso, se fixando em algum local e não sai quando joga água, assim é necessário
fazer uma remoção mecânica (esfregar com a vassoura) para limpeza adequada.
o Estrongiloidose: Agente etiológico é o Strongyloides sp, que acomete ruminantes, equinos,
suínos, cães e gatos. É considerada uma das mais importantes afecções nematoides
gastrintestinais de ruminantes de produção. O ovo é larvado e fica no intestino delgado.
 Sinais clínicos: Penetração das larvas na pele (como ocorre??): Causa irritação, inflamação
local e dermatite localizada. Passagem das larvas pelo pulmão causa bronquite e pneumonia.
As formas adultas no intestino promovem erosão das vilosidades intestinais, enterite catarral,
aumento do peristaltismo intestinal (diarreia), má absorção alimentar e desidratação. (PROVA
vai cair sinal respiratório, dermatológico e gastrointestinal)
 Diagnóstico: Realizado pelos sinais clínicos, coproparasitológico (ovo larvado) e coprocultura.
o Cooperíase: Agente etiológico Cooperia sp, acomete bovinos, ovinos e caprinos. É um parasita
pequeno que acomete o intestino delgado.
 Sinais clínicos: Baixa patogenicidade em bezerros, inapetência, emagrecimento, infecções
moderadas a graves (enterite catarral e edema da mucosa intestinal), infecções graves causam
diarreia intermitente. Ocorre imunidade parcial após 8 a 12 meses do contato com larvas
infectantes.
 Diagnóstico: Sinais clínicos, coproparasitológico e coprocultura (para saber o parasita
específico que está acometendo).
o Habronemose: Habronema sp, acomete equinos. Possui ovos com casca muito fina com uma
larva pequena. As fêmeas são grandes e podem ser identificadas a olho nu – mas é difícil.
 Sinais clínicos: Provocam irritação e/ou gastrite catarral crônica com formação de muco –
prejudica a digestibilidade.
 Habronemose cutânea (Ferida de verão): Frequente em regiões tropicais, tem aspecto
tumoral e deprecia o animal.

 Diagnóstico: Sinais clínicos, coproparasitológico (difícil de achar os ovos), para melhor


identificação realizar lavado gástrico com sonda para visualização de larvas.
 Controle:
 Habronemose gástrica: Não é tão fácil tratar pois tem muito muco e os medicamentos
não são absorvidos, para isso pode-se optar por uma lavagem gástrica para eliminação do muco
e posteriormente utilizar ivermectina e triclorfon.
 Habronemose cutânea: Aplicação de pasta contendo triclorfon. Cirurgia para retirada dos
nódulos/tecido de granulação.
o Oxiurose: Oxyuris equi, acomete equinos. Conhecido como verme alfinete, é um parasito de
intestino grosso, as fêmeas são bem maiores que os machos.
 Sinais clínicos: Enterite e diarreia, prurido anal intenso (animal fica esfregando as nadegas em
objetos para coçar – e isso faz com que os ovos presos caiam e contaminem o ambiente), pelos
e cauda ralos e arrepiados.
 Diagnóstico: É fácil pelos sinais clínicos indicativos (coceira na região perianal, alopecia, cauda
falhada). Coproparasitológico NÃO serve. Utiliza-se técnica de Graham – Consiste em pegar um
pedaço de fita adesiva (Durex) e grudar a parte colante sobre o ânus e região perianal do animal
suspeito (que é onde a fêmea coloca os ovos), em seguida colocar a fita em lâmina de
microscopia e observar ao microscópio em aumento de 100 vezes, o ovo é um pouco mais
abaulado de um lado. Portanto o método efetivo para o diagnóstico é a Técnica de Graham,
coproparasitológico não é efetivo (PROVA). Exame de fezes – apenas 5% dos diagnósticos são
positivos (pois as fêmeas fazem a postura ao redor do anus).
 Controle: Higiene dos estábulos, troca das camas com frequência, manter água e alimento
longe das fezes dos animais. Deve-se lavar e limpar a região anal do animal com uma toalha
descartável de papel para remover os ovos, queimando o papel em seguida para não
contaminar o ambiente (assim como se limpa bunda de neném com lenço umedecido) – Não
lavar com a mangueira pois estará jogando os ovos no ambiente.
o Estrongilose: Agente Strongylus sp, acomete equinos e asininos. Strongulus vulgaris é a
espécie mais patogênica para os equinos, ficam no intestino grosso.
 Sinais clínicos (Strongylus vulgaris): Lesão causadas por larvas, consistem em
tromboembolias e endoartrites da artéria mesentérica cranial e em seus ramos (resultam em
cólicas e infarto do intestino grosso). Na forma adulta causam anemia e apatia.
 Diagnóstico: Sinais clínicos, coproparasitológico, necropsia (tromboembolia de artéria
mesentérica e infartos e necrose no intestino).
 Controle: Equinos acima de 2 anos de idade  anti-helmíntico de amplo espectro
(benzimidazois ou lactonas macrocíclicas) – por um período super longo de 12 a 16 semanas.
o Parascariose (PROVA): Agente Parascaris equorum, que acomete apenas os equinos. É um
parasita muito grande, que se localiza no intestino delgado e causa cólica pois pode obstruir o
canal e impedir a defecação e liberação de gases. Os ovos têm uma camada espessa em suas
bordas.
 Sinais clínicos: Cólica. Os animais jovens são os mais parasitados e suscetíveis, pois ocorre a
transmissão da L3 por meio do leite durante a amamentação. Obstrução intestinal em potros. A
migração das larvas pode provocar lesões no fígado e nos pulmões (realiza migração
hepatopulmonar).
 Diagnóstico: Sinais clínicos, coproparasitológico e necropsia (alças intestinais rompidas com
alterações antemortem, buracos no fígado).
 Controle: Higiene dos recintos (ovos podem ficar viáveis por anos no ambiente, fundamental a
higiene), tratamento dos animais (apenas rotação de pastagem não serve, é necessário
associação medicamentosa), tratar éguas antes do parto (pois passa para o leite, contaminando
o potro). Ivermectina e Pamoato de Pirantel 20mg/kg VO (seguro em fêmeas prenhes).
o Tricostrongilose: Agente Trichostrongylus sp, que acomete equinos, bovinos, caprinos, suínos
e raramente humanos (zoonose). Se localiza em estomago e abomaso.
 Sinais clínicos: Infecção elevada pode elevar o pH do abomaso e/ou do intestino delgado.
Causa gastrite em equinos, áreas de necrose, inflamação crônica, úlceras presentes na
superfície (que podem ser a causa mortis).
 Diagnóstico: Sinais clínicos, anamnese, lesões pós-mortem, coproparasitologico e
coprocultura.
o Ascaridíase: Agente Ascaris suum, que tem como hospedeiro preferencial os suínos (mas pode
acometer outros, inclusive humanos). É um parasita enorme (15 a 40cm) que fica o intestino
delgado. O ovo é grande com a superfície irregular. Ascaris lumbricoides é o agente que tem
preferência pelo humano, mas pode haver infecção cruzada tendo transmissão entre as
espécies.
 Sinais clínicos: Pneumonia, anemia, “manchas de leite” no fígado suíno é BASTANTE
indicativo de Ascaris suum, icterícia, queda na produção, diminuição do peso em até 20%,
obstrução intestinal. Zoonose – porém não é frequente o suíno ser parasitado pela espécie
humana e o humano pela espécie animal, mas acontece. Na necropsia observa-se o fígado
aumentado, com lesão em noz moscada, obstrução e sinal inflamatório.
 Diagnóstico: Sinais clínicos, parasitológico de fezes (não precisa de coprocultura pois o ovo é
bem característico). Necropsia  pode-se visualizar obstrução no intestino delgado pelos
parasitos.
 Essas duas últimas podem contaminar o humano via oralfecal (alimentos contaminados com
fezes contendo os ovos dos agentes – ovo é a forma infectante).
o Estefanurose: Agente Stephanurus dentatus. Hospedeiro definitivo é o suíno e o Hospedeiro
paratenico (que não faz parte do ciclo) é a minhoca (minhoca come o ovo e não acontece NADA
dentro dela, o ovo nem se rompe, o porco vai lá fuçar a terra e come a minhoca, aí se
contamina). Possui de 2 a 4,5cm. O ovo não tem nada característico, mas sua presença na urina
indica que é Stephanurus dentatus, portanto sua presença APENAS na urina indica que é ele
(se for nas fezes aí deve-se realizar coprocultura para diagnóstico definitivo).
 Sinais clínicos: Muito comum fazer ciclo errático – encontrado em baço, pulmões e músculos
(as larvas se encapsulam e podem nunca migrar para a área perirrenal). Cirrose grave, ascite,
trombose em vasos hepáticos, emagrecimento, ficam encapsulados em cistos na região
perirrenal que se comunicam com os ureteres.
 Diagnóstico: Sinais clínicos (se encista no ureter). Parasitológico de urina. Exame de imagem
(ultrassom) permite ver o parasito no rim ou na gordura perirrenal. Necropsia (encontra o
parasita no rim, podendo inclusive obstruir a pelve renal, além de nódulos dos parasitas
encistados na gordura perirrenal).

12/03/2024 – 4a Aula
 Doenças parasitárias de pequenos animais
o Tricuriase: Igual a aula de grandes (rever lá).
o Dipilidiase: Dipylidium caninum. Cada ovo contém um embrião hexacanto no seu interior (forma
embrionário dos cestoides). A proglote é uma parte do aparelho reprodutivo da tênia que se
solta quando está madura e tem a capacidade de se movimentar. A tênia é a forma adulta do
parasita presente nas fezes ela pode migrar por até 30min e alcançar outro animal. Dentro de
cada proglote há uma capsula ovigera e dentro desta capsula tem de 10 a 30 ovos.
 Hospedeiros: Definitivos – cães e gatos (e eventualmente humanos – principalmente crianças).
Intermediários – Pulex irritans, Ctenocephalides canis, C. felis (pulgas) e Trichodectes canis
(piolhos mastigadores). Portanto sempre que um animal tiver ectoparasitas é necessário tratar
também para parasitas endógenos. Nem sempre um fármaco que trata ectoparasitas trata
também endoparasitas.
 Localização: Forma adulta – Intestino delgado. Cisticercoide – cavidade celomática dos insetos.
 Sinais clínicos: Normalmente assintomático – Podem ocorrer cólicas, diarreia mucoide (mas
estes não são tão comuns). Prurido anal (não é patognomonico, pode ser uma alergia, uma
neoplasia, uma inflamação de glândula adanal, um corpo estranho).
 Diagnóstico: Coproparasitológico (deve ser feito para observar a capsula ovigera ou o ovo).
Achado das proglotes nas fezes por observação direta. Necropsia (é possível ver a tênia dentro
do intestino do animal – se encontrar uma e suspeitar qual tênia é observar a cabeça dela –
escolex).
 Controle: Controlar os hospedeiros intermediários (pois se der o remédio para o dipilidium, mas
não tratar a infecção das pulgas, toda hora ele vai ser contaminado). NUNCA receitar nada para
o tutor, mas informar sobre o caso e indicar que vá até um médico. Higiene do ambiente (pulga
se alimenta de matéria orgânica – onde tem sujeira tem pulga).
 Tratamento: Albendazol, mebendazol, pamoato de pirantel, milbemicina. Normalmente estes
em dose única são eficientes, mas pra ter certeza depois de 7 dias pode refazer.
o Ancilostomíase: Ancylostoma spp. Parasita de intestino delgado. Possui de 2 a 8 blastômeros.
 Ancylostoma caninum: Cães e raposas.
 Ancylostoma brasilienses: Cães e gatos. Mas é apenas uma questão de casuística, os dois
agentes podem contaminar cães e gatos.
 Hospedeiro acidental: O humano é acometido por este parasita, larva migrans cutânea
(popularmente chamada de bicho geográfico). Caracterizada por inflamação cutânea com
eritema e prurido intenso. As larvas não se desenvolvem; Autolimitante; Antropozoonose
(doença primária de animais e que pode ser transmitida aos humanos. Ex.: brucelose, onde os
humanos são infectados acidentalmente).
 Transmissão transmamária: A. caninum – Nas cadelas, parte das L3 que migram até os
pulmões alcançam os músculos esqueléticos, onde ficam latentes. Quando a cadela fica prenhe,
há reativação das L3, eliminadas no leite durante aproximadamente 3 semanas após o parto,
infectando, assim, a ninhada. Já o A. braziliense – A transmissão transmamária ainda não foi
evidenciada (Portanto em gatos não é frequente).
 Sinais clínicos: Observado mais frequentemente em animais com até 1 ano (Filhotes de cães
com barriga grande é ancilostomíase, enquanto gato é Toxocaríase – mas apesar de ser mais
comum, ambos podem se contaminar com os dois). Anemia grave e diarreia muco-
sanguinolenta. Infecções agudas – anemia, problemas respiratórios. Infecções crônicas –
anorexia, emagrecimento, pelagem escassa, dificuldade respiratória, lesões cutâneas. Doença
parasitária mais importante em filhotes de cães (PROVA).
 Diagnóstico: Sinais clínicos; Coproparasitológico; Necropsia – Intestino delgado com vários
pontos hemorrágicos.
 Controle: Fêmeas gestantes – Devem ser tratadas durante a prenhez, no mínimo 1 vez, com
milbemicina. Ou fembendazol diariamente por 3 semanas até 2 dias após o parto. Deve ser feito
exame de fezes no período de acasalamento e durante a gestação. Filhotes lactantes – Devem
ser tratados, no mínimo, 2 vezes com 1 a 2 semanas de vida e 2 semanas depois (Pode ser com
milbemicina [melhor] ou fembendazol).
o Toxocaríase: Toxocara spp. Muito maior que o Ancylostoma – Pode causar obstrução (no
intestino delgado) devido ao tamanho. Ovo grande, com casca espessa e irregular, castanho-
escura, globular ou subglobular.
 Toxocara canis: cães.
 Toxocara cati: felinos.
 Hospedeiro acidental: Humano – Larva migrans visceral – L3 migra para fígado (causando
lesões hepáticas), olhos (pode formar granuloma na retina, ou atingir o nervo óptico – perda
parcial ou total da visão), cérebro e outros órgãos.
 Ciclo Toxocara canis: Hospedeiro definitivo pode se infectar de quatro maneiras: Por ingestão
do ovo de larvado, Via transplacentária – pré-natal (mais comum), via transmamaria (essa é
mais comum na ancilostomíase) e por hospedeiros paratenicos (besouros e minhocas – gato
costuma caçar bichinhos e pode se contaminar).
 Via transplacentária: É a forma de contaminação mais importante nos cães.
 Via transmamária: As fêmeas passam as larvas aos filhotes por meio do leite. Não há
migração pulmonar no filhote por essa via.
 Ciclo Toxocara cati: Semelhante ao de T. canis, porém NÃO ocorre infecção pré-natal. Se
infecta, portanto, de três maneiras  Ingestão do ovo larvado, via transmamária e por
hospedeiros paratenicos.
 Sinais clínicos: Pneumonia, enterite mucoide, aumento de volume abdominal, oclusão intestinal
e perfuração com peritonite – raro (mas pode levar a morte se acontecer).
 Diagnóstico: Coproparasitológico. Nos hospedeiros acidentais (humanos) é aconselhável
indicar uma Sorologia ou PCR, sempre informar o tutor sobre o potencial antropozoonótico.
 Controle: Benzimidazóis ou piperazina. Fêmeas gestantes – Febendazol 3 semanas antes do
parto e 2 dias após o parto. Filhotes – Devem ser tratados com 2 semanas de vida e repetir após
14 dias. Filhotes muito parasitados – Dose baixa do vermífugo para evitar toxemia (matar todos
e eles apodrecerem dentro do animal sem ser expelidos), pode-se realizar um enema (lavagem
transretal) ou até partir para cirurgia para retirada dos parasitas.
o Espirocercose: Spirocerca lupi. Tem de 5,5 a 8cm e coloração vermelha. Ovos larvados,
alongados, estreitos e de superfície lisa (muito indicativo e permite o diagnóstico facilmente pela
sua identificação).
 Hospedeiros: Definitivos – cães e as vezes gatos; Intermediários – Coleópteros (besouros)
coprófagos (rola bosta); Hospedeiro paratênicos – Galinhas, roedores e outros animais.
Localização – adultos em lesões granulomatosas do esôfago e estômago, larvas na aorta
(péssimo - grave).
 Sinais clínicos: Os nódulos podem obstruir o esôfago e o estômago – disfagia (pois ao comer
não consegue engolir direito devido aos granulomas, dor). Larvas – Podem causar ruptura da
aorta.
 Diagnóstico: Coproparasitológico – observação de ovos; Parasitológico do vômito – observação
de ovos (na verdade é uma regurgitação); Diagnóstico por imagem – através do ultrassom pode-
se visualizar nódulos no esôfago ou até no estomago (radiografia simples não detecta, é
necessário raio-x contrastado); Necropsia – visualização de nódulos e parasitos (muitas vezes
morre antes dos sinais clínicos, pois as larvas migram pela aorta e podem romper antes mesmo
de causar disfagia pela formação de nódulos no esôfago); Endoscopia.
 Controle: É difícil em decorrência dos vários hospedeiros paratênicos. Evitar alimentar os cães
com vísceras cruas. Evitar ingestão de besouros coprófagos. Se a disfagia for muito intensa, tem
indicativo de eutanásia, pois os nódulos esofágicos não regressam ao normal novamente.
 Tratamento: Albendazol.
o Platinossomose (doença da lagartixa): Platynosomum illiciens – trematódeo que assim como
a maioria dos trematódeos gosta muito de fígado e ductos biliares. O ovo tem uma estrutura em
formato de “estrelhinha” no meio dele.
 Hospedeiros definitivos: Felídeos, mas também podem parasitar primatas e aves silvestres.
 Hospedeiros intermediários: Neste ciclo, diferente dos demais, temos 2 – primeiro os
moluscos (lesmas) terrestres e segundo lagartixas ou um crustáceo decápode.
 Sinais clínicos: Associados com a quantidade de parasitos presentes. Inespecíficos ou
associados a disfunção hepática. Êmese, diarreia e alterações nas características das fezes.
Sinais graves – insuficiência e lesões hepáticas, dilatação dos ductos biliares, hepatomegalia,
colangite, ascite, icterícia e fezes acólicas.
 Diagnóstico: Sinais clínicos e histórico (hábito de caçar lagartixa contribui com a
contaminação); Coproparasitológico – pode ser negativo se houver obstrução biliar total.
Ultrassonografia – Permite observar a colangite, hepatomegalia, insuficiência e lesões
hepáticas. Bioquímicos – AST, ALT, FA e bilirrubina. Necropsia – as vezes o animal está muito
ictérico, vai a óbito e na necropsia é possível visualizar a hepatomegalia, a obstrução dos ductos
biliares, as lesões hepáticas, além de encontrar o parasita que é bem visível a olho nu.
Necropsia – Pode-se observar o fígado em nós moscada, que indica insuficiência hepática
crônica. Gato que come lagartixa e está ictérico, não significa que é platinossomose, na clínica
existem outros diagnósticos diferenciais, mas para a PROVA sempre pensar em doenças
parasitárias.
 Tratamento: Praziquantel associado a febendazol (uma dose serve para matar o parasita, mas
pode repetir se quiser para reforçar a segurança). O problema é que ao matar o parasita que
está obstruindo o ducto biliar, não vai desobstruir e as vezes é necessário realizar a
colecistectomia se houver uma grande quantidade de parasitos.
o Dioctofimose: Dioctophyme renale. Excreção dos ovos é pela urina. Fêmeas tem 100cm e
machos 40cm.
 Hospedeiros definitivos: Humanos, carnívoros (preferencialmente cães) e excepcionalmente
herbívoros (pois pra se contaminar tem que comer outro animal contaminado).
 Hospedeiros intermediários: Anelídeos aquáticos.
 Hospedeiros paratênicos: Rãs e peixes dulcícolas.
 Localização: Do parasito adulto é o rim (preferencialmente o direito devido a sua proximidade
com o duodeno) e a cavidade abdominal. Pode ser encontrado na pleura, no peritônio, no tecido
subcutâneo, na próstata, bexiga, ureter, uretra, fígado e estomago. Tem um poder de perfuração
muito grande e destrói tudo se alimentando do sangue.
 Sinais clínicos: Não há – em sua grande maioria. Como costuma ir para os rins pode ter sinais
de insuficiência renal, cólica renal, hematúria, peritonite. Mas os sinais dependem de onde o
parasita estiver, podendo causar dor abdominal por estar no abdômen. Destrói o rim e o outro
que não está parasitado hipertrofia para compensar a ausência do outro.
 Diagnóstico: Geralmente é um achado acidental (castração, US abdominal e urinálise).
Sedimentação da urina – nem sempre o parasita está no rim, então pode dar um falso negativo.
Ultrassonografia.
 Controle: Não existe tratamento. Deve-se remover cirurgicamente os parasitos. O mais
importante é a prevenção – Evitar a ingestão dos HI e HP.

19/03/2024 – 5a Aula
 Neosporose
o Agente: Neospora caninum. Parasito coccídeo intracelular. Forma infectante são os
esporozoítos – reprodução sexuada que ocorre no hospedeiro definitivo. Bradizoitos e
Taquizoítos – reprodução assexuada.
o Confundido com toxoplasmose: Lembrar que o HD de Toxoplasmose são os felinos,
enquanto da Neosporose os Caninos.
o HD: Cães, coiotes, dingos australianos e lobos cinzas.
o HI: Herbívoros (bovinos, caprinos, ovinos, equinos, caninos, cervídeos e outros silvestres).
o Transmissão vertical: Da mãe para o filho. PROVA
 Transplacentária endógena: Vaca persistente infectada transmite o parasito para seu feto por
causa da ruptura de um cisto tecidual (bradizoitos). Vaca já estava contaminada de forma
crônica, com o stress da gestação os cistos da musculatura se rompem e infectam o feto.
 Transplacentária exógena: Vaca adquire a infecção durante o período gestacional por ingestão
de oocistos esporulados. Vaca ingere os oocistos e tem infecção aguda e contaminação do feto.
o Transmissão horizontal:
 Herbívoros: Consumo de água ou alimentos contaminados com oocistos.
 Carnívoros: Após ingestão de tecido animal infectado com cistos.
o Neosporose bovina: Apresenta distribuição mundial (tem relatos em todo mundo). A maioria
dos animais soropositivos são assintomáticos (portam a doença, não sabemos e não tratamos
ou descartamos). Estima-se que no rebanho bovino brasileiro entre 10 e 35% são soropositivos.
O abortamento é o único sinal clínico (sempre considerar como diagnóstico diferencial de
Brucelose, toxoplasmose). 20% dos abortamentos no Brasil é por Neosporose.
 Sinais clínicos: Abortamento – qualquer idade gestacional – mais comum entre 5° e o 6° mês.
Fetos sofrem autólise, congestão, vasculite, hepatite e necrose do placentoma (se não tiver
como enviar o feto inteiro para a necropsia, enviar de eleição o fígado e o placentoma). Pode
haver: Mumificação, reabsorção e natimortos. Estudar: Quais os terços da gestação que causam
aborto em Brucelose, leptospirose, neosporose e tuberculose. Há bezerros que nascem
assintomáticos, mas infectados de modo crônico  Quando adulto (fêmea – vaca) pode abortar
várias vezes. Baixa frequência  É incomum, mas ocorrem bezerros que nascem de vacas
infectadas e podem apresentar fraqueza, emagrecimento e alterações neuromusculares (ataxia,
exoftalmia, estrabismo, paresia e paralisia de membros). Menos provável ainda, pouquíssimo
improvável de acontecer é os bezerros não nascerem infectados. Lembra também que touros
são assintomáticos.
o Neosporose canina: Descrita em todos os continentes. 90% dos casos são cães com menos
de 1 ano de idade. No Brasil entre 6 e 25% dos cães são soropositivos. Cães da área rural ou
com contato com zona rural tem maior soropositividade.
 Sinais clínicos: Paresia progressiva e atrofia muscular dos membros posteriores (sinais mais
característicos). Paralisia ascendente (maior acometimento dos membros pélvicos). Filhotes de
até 6 meses (que já nasceram infectados) – sinais clínicos mais graves (inclui aumento de
volume articular). Filhotes com mais de 6 meses apresentam sinais neurológicos ou
neuromusculares – Hiperextensão rígida, nistagmo, paralisia, depressão mental, inclinação da
cabeça, disfagia, incontinência urinária e alterações de comportamento. Natimortos é menos
comum, a maioria dos filhotes dos cães nascem. Em cães adultos ou idosos os sinais clínicos
mais graves e generalizados acontecem – podem apresentar pneumonia, miocardite, hepatite,
dermatite (raro – nódulos vesiculares, que podem evoluir para úlceras e regiões alopécicas).
Imunossupressão por senilidade ou corticoides – Pode ser fator desencadeador para a
neosporose. Qual principal sinal clínico em bovinos? (abortamento); Qual principal sinal clínico
em cães? (paresia de membros posteriores); O que é mais comum de ocorrer em bovinos que
nascem com a doença?
o Sinais clínicos – Caprinos e ovinos: São raros os sinais clínicos, mas se acontecer
normalmente são abortamentos e alterações neonatais.
o Sinais clínicos – Equinos: Sinais neurológicos – Neospora hughesi (mesmos sinais clínicos da
EPM); Abortamentos – Neospora caninum.
o Sinais clínicos – Gatos: Não há descrição.
o Diagnóstico: Testes sorológicos (soro, fluidos fetais torácicos e abdominais) – Mas sempre
considerar o status imunológico do animal, não pedir sorologia de animais que não estão
imunocompetentes. Opções: Imunofluorescência indireta (IFI), aglutinação direta e ELISA.
Utilizados para detectar a presença de anticorpos anti-N caninum. Permite identificar infecções
recentes ou crônicas (IgM e IgG). Testes indicados para a prevalência da infecção.
 Histopatológico, imuno-histoquímico e PCR: Colher de locais dos quais preferencialmente
apresentem lesões visíveis.
 Bovinos: Sistema nervoso central e coração. PROVA: Bezerros deve mandar fígado e
placentoma.
 Cães: Sistema nervoso central, coração e musculatura esquelética. Citologia aspirativa ou
biópsia de nódulos cutâneos.
 Caprinos e ovinos: Sistema nervoso central.
 Isolamento e cultura do agente: Mais utilizado em pesquisas.
 Exame parasitológico de fezes: Presença de oocistos (pouca quantidade) – NÃO UTILIZADO
pois é muito difícil encontrar oocistos nas fezes.
o Tratamento:
 Bovinos: Não há tratamento.
 Cães com infecção aguda: Sulfadiazina (ATB) 15mg/kg BID + Pirimetamina (Anti-helmíntico)
1mg/kg SID. OU  Sulfa+Trimetoprima VO BID. OU  Clindamicina VO BID. Tratar por pelo
menos 3 semanas, podendo ser estendido por até 2 meses.
o Controle: O ideal seria separar o HD (Cão) do HI (Bovinos), mas normalmente é difícil. Evitar a
presença de cães em locais de manejo dos bovinos. Proteger as fontes de água e os
comedouros da defecação dos cães. Fetos abortados e restos placentários deverão
obrigatoriamente ser enterrados de maneira correta – vala funda de pelo menos 1 metro de
profundidade, com cal no fundo e cal em cima do feto (não deixar os cães se alimentarem do
feto). Descarte gradual de vacas infectadas ou positivas sorologicamente que apresentem
abortos.

 Tripanossomoses
o Divisões: São divididos quanto ao modo de transmissão em:
 Secão Stercoraria: Transmissão contaminativa (fezes do HI – T. cruzi);
 Seçao Salivaria: Com transmissão inoculativa, mecânica ou direta.

o Trypanosoma vivax: HD – Ungulados domésticos e silvestres. Vetor – Mosca-dos-estábulos


(Stomoxys sp) e Mutuca (tabanídeos). Transmissão através da saliva. Doença vetorial.
 Sinais clínicos: Inespecíficos, podendo ser confundidos com diversas doenças, inclusive com
tristeza parasitaria bovina. O animal apresenta resposta imune reduzida, apresentando anemia,
diminuição nas taxas de fertilidade, aborto, febre, letargia e fraqueza.
 Diagnóstico: Sinais clínicos (não são patognomonicos, mas ao pesquisar outras coisas e não
encontrar a causa, pensar em Trypanossoma). Esfregaço sanguíneo (permite visualizar os
Trypanossomas na forma tripomastigota – forma de bananinha com flagelo e calda ondulante).
Técnica de Woo (técnica de concentração em capilar de hematócrito). Sorologia – permite
calcular a prevalência (RIFI e ELISA). PCR.
 Controle: Controlar os vetores.

o Trypanossoma evansi – T. equinum: Hospedeiros – Cavalos, burros, bovinos, caprinos,


suínos, cães, capivaras, morcegos hematófagos. Vetores – Mosca dos estábulos e Mutuca.
 Transmissão: Acontece pela saliva ou iatrogênica (agulhas contaminadas). Morcego
hematófago (Desmodus rotundus) – transmissor. Muito frequente na região do Pantanal mato-
grossense devido a grande quantidade de moscas.
 Sinais clínicos: Conhecida como “mal das cadeiras” em equinos devido a uma paralisia
progressiva dos membros posteriores. Frequentemente fatal em equinos – pode ser branda em
bovinos, asininos, caprinos e ovinos. Febre, anemia, edema das partes ventrais do corpo, perda
de peso.
 Diagnóstico: Sinais clínicos, esfregaço sanguíneo, técnica de woo, elisa, pcr.
 Controle: Controlar os vetores; Controlar morcegos hematófagos; Não fazer transfusão de
sangue contaminado; Não reutilizar agulhas.

o Trypanossoma equiperdum – Durina: Hospedeiro – equino; Transmissão – Ocorre por meio


do coito; Conhecido como Durina ou Mal do coito.
 Sinais clínicos: Secreção excessiva e edema na mucosa genital (em machos e fêmeas). Em
casos graves pode ocorrer aborto pelo excesso de contaminação no aparelho reprodutor.
 Diagnóstico: Não são facilmente detectados no sangue. Encontrados nas secreções vaginais
ou prepuciais.
 Controle: Retirar animais da reprodução.

o Tratamento dos 3 Trypanossomas: Aceturato de diminazeno IM profunda – Nos animais


sintomáticos. Carência para bovinos – Abate 34 dias e Leite 96h. Carência em equinos – não
usar se destinado ao consumo humano. Normalmente utiliza-se dose única, mas na dúvida
repetir o exame e confirmar se deu negativo depois de 15 dias.
 Tratamento posterior de todos os bovinos do rebanho: No caso do Trypanossoma vivax ou
evansi tratar os animais com Cloridrato de isometamidium IM profundo – que garante a proteção
de 8 a 16 semanas. Tempo de carência – abate 30 dias e leite 3 dias. Controlar todos os vetores
das doenças.

 Saber: O nome do Trypanossoma, quem são os hospedeiros, quem transmite a doença.


09/04/2024 – 6a Aula – Faltei
 Xx
 xx

16/04/2024 – 7a Aula
 Moscas de interesse médico veterinário
o Introdução: Parasitam tecidos, algumas são hematófagas, transmitem parasitos e algumas são
úteis – larvoterapia. Cada mosca gosta de colocar seus ovos em um tipo de matéria orgânica
diferente. Mosca coloca os ovos em matéria orgânica enquanto mosquito coloca na água.
o Musca doméstica: Possui aparelho bucal lambedor; A mosca defeca ao se alimentar causando
uma contaminação local; Possui pelos no corpo que carregam microrganismos e ovos de
helmintos; Forético para os ovos de Dermatobia hominis (berne) – Transporta os ovos;
Hospedeiro intermediário de Habronema sp.
o Stomoxys calcitrans – Mosca dos estábulos: Menor que a musca domésticas, com a asa
mais arredondada e com o abdômen mais achatado; Tem como principal hospedeiro os equinos
e outro mamíferos – como homem; É cosmopolita – tem no mundo inteiro; Apresenta maior
incidência no verão; Possui uma picada muito dolorosa; Hematófaga (macho e fêmea) com
atividade durante o amanhecer e entardecer (períodos mais frescos); Em períodos quentes
ficam pousada em muros. É transmissora e vetora de diversas doenças, como Tripanossomas,
Vírus da Anemia infecciosa Equina, Habronema sp e Inseto for ético para os ovos de dermatobia
hominis (berne) – funciona como um burro de carga. Gosta de colocar os ovos em matéria
orgânica vegetal fermentada (é a preferência maior dela), portanto acaba sendo um problema
em local de vinhoto – indústria canavieira.
o Haematobia irritans – Mosca do chifre: Possui aras pontudas, corpo gordinho de moscas, mas
pernas grandes como as de abelhas. Hematófaga de bovinos e bubalinos, mas na falta do seu
hospedeiro principal ataca qualquer um, inclusive o homem. Predileção por raça europeia de
pelame escuro (na natureza animais com pelos escuros atraem mais); Permanecem nos animais
24h por dia, picando de 15 a 40x no dia; Atacam equinos, ovinos e humanos em situações
extremas. Ocorre em todo o Brasil; Possui uma picada muito dolorosa e podem voar até 14km a
procura dos hospedeiros.
o Tratamento – Controle para moscas: Brincos repelente – Diazinon; Pour-on – Ivermectina,
cipermetrina, fipronil e fluazuron; Spot-on – Fentione; Pulverização – Triclorfon e Cipermetrina.
Deve-se combinar os tratamentos para combater a resistência. Sempre administrar nos animais
na sombra evitando queimaduras; Sempre seguir a bula e a diluição adequada; Nunca aplicar o
fármaco no rosto do animal, sempre do pescoço para baixo; Administrar uma quantidade para
deixa-lo úmido por completo (menos a cabeça), mas de maneira que não escorra em excesso
para evitar gastos de medicação e intoxicação; Avaliar de quanto em quanto tempo é necessário
repetir de acordo com o ambiente, podendo ser 15 dias, mensalmente ou as vezes até mesmo
apenas com um bom manejo da pastagem (rotação e 0 matéria orgânica) já consegue controlar.
o Lutzomyia longipalpis: Mosquito transmissor da leishmaniose visceral. Gosta de colocar seus
ovos em matéria orgânica úmida e com sombra. Possui um período de ação muito pequeno, de
aproximadamente 250m (2 quarteirões); A prevenção é feita com coleira (tem várias no
mercado, podendo ser de 3 ou 6 meses; Existem ainda diferenças entre as coleiras para
mosquitos e carrapatos; Outra forma é o uso de repelente com citronela, cravo e canela (deixa
macerando no álcool de cerais, deve aplicar no corpo inteiro, diferente do puron que só aplica
nas escápulas; Pipetas a base de fripronil, doramectina, diversas com ação repelente. PROVA

 Miíases: Larva de moscas que se proliferam na carne.


o Classificação de acordo com a localização anatômica:
 1 – Cutânea: Acometem a pele.
 2 – Cavitária: Acometem ouvido, nariz, vulva e boca.
 3 – Orgânica: Internas, dentro do organismo, como no intestino.
o Classificação de acordo com o desenvolvimento das larvas:
 1 – Obrigatórias: As larvas desenvolvem-se exclusivamente em tecidos vivos e dependem do
hospedeiro para que seu ciclo de vida se complete.
 2 – Facultativas: São larvas que crescem na matéria orgânica em decomposição e que
ocasionalmente podem se desenvolver em tecidos necrosados de animais vivos.
o Moscas causadoras de miíases cutâneas facultativas:
 Mosca varejeira: Gênero Lucilia, corpo metálico, nas cores cobre, verde ou azul (mosca
dragquenn).
 Mosca metálica – Crysomya spp: Dragquenn mais contida, é apenas azul; Torax de cor
metálica.
 Mosca da carne: Gênero Sarcophaga.
o Moscas causadoras de miíase cutânea obrigatória:
 Mosca da miíase – Cochliomyia hominivorax: Causa miíase.
 Mosca do berne – Dermatobia hominis: Cabeça e tórax castanhos e abdome azul metálico,
com pernas amarelas; Causa a dermatobiose – miíase furuncular; Aparelho bucal atrofiado e
não funcional (não se alimenta na fase adulta, apenas na fase larval; Quando adulta vive para
furunfar e por ovos); Possuem hábitos diurnos; Hospedeiros – mamíferos, principalmente
bovinos e cães; Preferência por gado de pelo escuro. São encontradas em matas. Sua presença
está associada a região com grande diversidade de insetos – usados como foréticos. Os ovos
da Dematobia sentem a temperatura maior do hospedeiro e eclodem (incubação dos ovos dura
6 dias), cavam a pele e se alimentam da musculatura, crescendo de L1  L2  L3. Ao chegar a
L3 elas saem do animal, caem no solo e ficam em fase de pupa durante 30 dias e atinge a fase
adulta.
o Tratamento e Prevenção para todas essas miíases: Nitenpiram (Capstar – serve para cão e
gato, mata o berne e fica mais fácil de retirar), ivermectina (serve para grandes animais),
soluções/pomadas repelentes (não matam o berne, mas evitam a deposição dos ovos pelas
moscas), permetrina (devem ser administrados apenas na região entre as escápulas para evitar
intoxicação), doramectina, coumafós (Tanidil).
o Moscas causadoras de miíases cavitarias obrigatórias:
 Oestrus ovis: Mosca da oestrose, amarronzada e diferente de outras, que acomete ovinos e
caprinos, principalmente em regiões quentes – verão e começo do outono, ativa no amanhecer e
entardecer (momentos mais frescos do dia). Coloca os ovos na narina dos pequenos ruminantes
(50 a 60 larvas por postura), acomete toda cavidade nasal, seios frontais L1, as L3 voltam as
narinas e são lieradas por espirros, as larvas podem permanecer por 2semanas a 10 meses nos
animais, ao cair no solo se transformam em pulpa.
 Oestrose: Ovinos e caprinos ficam dispostos em círculo com as cabeças abaixadas e
voltadas para o centro.
 Sinais clínicos: Corrimento nasal (rinite), animais inquietos ou indóceis, com espirros
frequentes, com dificuldade respiratória e se atingir o pulmão causam pneumonia. Se a larva
atingir o cérebro pela perfuração do etmoide pode causar  Cegueira, incoordenação motora,
perda de equilibrio, andar em círculos, animal cai e não consegue levantar – óbito.
 Tratamento e Prevenção: Ivermectina, doramectina, moxidectina, triclorfon, tratar outros
sinais clínicos (pneumonia). Os animais adquiridos devem ser vermifugados antes de serem
incorporados ao rebanho. Quarentena de novos animais. Repelentes.
o Moscas causadoras de miíases orgânicas obrigatórias:
 Gasterofilose – Gasterophilus spp: Mosca peludinha. É uma doença cosmopolita que
acomete equinos. Existem 3 espécies de Gasterophilus (nasalis – colocam os ovos nos pelos do
espaço intermandibular, hemorroidalis - coloca os ovos nos pelos adjacentes aos lábios e
instestinalis - coloca os ovos nos pelos das patas torácicas e área escapular). Adultos não se
alimentam. A mosca deposita seus ovos ainda voando (igual o beija-flor quando vai se
alimentar).
 Sinais clínicos: São incomuns e só surgem em casos de alta infestação gástricas –
Apetite caprichoso e inconstante, emagrecimento, cólica e prostração.
 Prevenção e Tratamento: Ovos podem ser removidos dos pelos com pente fino (é uma
opção, mas uma opção bizarra ficar no pasto pegando ovo de parasita com o pente fino, tendo
outros meios mais efetivos). Uma boa opção é o banho com água a 40°, que estimula a eclosão
dos ovos, deve-se adicionar a água o Tanidil para que ao eclodirem as larvas já morram. Outra
forma de tratar e prevenir é utilizando ivermectina e triclorfon para combater os parasitas
presentes dentro do estomago. Normalmente uma única dose trata, mas se o ambiente tem
mais moscas pode ocorrer uma nova infecção. Onde encontra-se ovos de gasterophilus no pelo
deve-se realizar o tratamento oral paralelamente.

 Ixodidiose – Infestação por carrapatos


o Introdução: Pertencem a classe arachnida, ordem ixodida e duas famílias – Ixodidae e
Argasidae. São cosmopolitas, hematófagos e tem como hospedeiros os animais e homem
(gostam de animais com maior temperatura). São vetores de vírus, bactérias, protozoários e
riquétsias.
o Família Ixodidae – Carrapatos duros: Apresentam escudo dorsal que reverte toda a face
dorsal do macho adulto, enquanto a fêmea possui o escudo apenas no terço cranial (pois
precisa de abdômen frouxo e livre para ingurgitar).
o Família Argasidae – Carrapato mole: Não possuem escudos.
o Informações: Desenvolvem-se com facilidade em clima quente e úmido. Causam prejuízos
econômicos para criações e canis, o controle é muito difícil (só perde pra pulga), pois deve tratar
além do animal o ambiente. Causam perdas para a bovinocultura no Brasil que chegam a 3
milhões de dólares por ano. O bovino parasitado deixa de produzir em média 90,24 litros de leite
no ano.
o Família Ixodidae:
 Rhipicephalus (Boophilus) microplus: Regiões tropicais e subtropicais. Ingere até 1,5ml de
sangue ao longo de sua vida. A fêmea produz de 2 a 3 mil ovos. Tem como hospedeiro os
bovinos principalmente, mas acomete outros animais domésticos e silvestres. Ataca
preferencialmente região ventral, peito, pescoço e genitália. Ectoparasita monóxeno (completa o
ciclo em apenas 1 hospedeiro), apresentando fase de vida livre (no ambiente) e parasitária (no
animal hospedeiro). Aproximadamente 95% da população está na vegetação em fase de vida
livre (fêmeas ingurgitadas em postura, ovos em incubação, larvas esperando o hospedeiro), os
outros 5% estão parasitando os bovinos na fase parasitária (em forma de larvas, ninfas e
adultos). Micuim é o nome que recebe as larvas de todos os carrapatos (não sendo uma espécie
específica).
 Ciclo: Fêmea Teleógina (cheia de ovos, presente nos animais) ao descer ao solo se
chamam Quenógina (realiza a ovoposição durante 15 dias), os ovos são incubadas, eclodem e
surgem as larvas infestantes que ficam na ponta das folhas aguardando o animal passar para se
fixar, ao subir no animal ela se chama neolarva, que se transforma em metalarva, ninfa,
metaninfa que sofre ecdise e pode se transformar em macho ou femea, esse macho é o macho
neandro (jovem), enquanto a femea é a neógina, após a cópula surge a fêmea partenógina e
quando ela está cheia de ovos novamente chamam-se Teleógena.
 Diagnóstico: Visual, ectoparasita visível a olho nu.
 Fármacos para combate: Colosso Pulverização (ouro fino); Triclorfon (Neguvon – Bayer);
Amitraz (Triatox MSD); Cipermetrina (Barrage – Fort Dodge).
 Controle estratégico: Utilizar raças mais resistentes como zebuínos e mestiços; Rotação
de pastagem.
 Banhos e controle do ambiente: Ivermectina e Deltametrina.
 Controle biológico: Fungos – Metarhizium anisopliae; Bactérias E. coli; Formigas,
aranhas e tesourinhas; Roedores, sapos e aves.

23/04/2024 – 8a Aula - FALTEI


 Xx

30/04/2024 – 9a Aula
 Piolhos
o Piolhos mastigadores (malófagos): Apresentam muitas cerdas pelo corpo; Ausência de asas;
 Especificidade: Piolhos normalmente são muitos específicos (piolho de galinha gosta de
galinha, piolho de cachorro gosta de cachorro). Um hospedeiro pose ser parasitado por varias
espécies de malófagos, mas dificilmente uma espécie adapta-se a outro hospedeiro que não o
seu. Os piolhos também têm preferência por determinadas regiões do corpo (áreas quentes e
gostam de pelos e penas).
 Importância em MedVet e Saúde pública: Os animais se coçam, não se alimentam bem, ficam
irritados; De tanto se coçarem, acabam arrancando as penas ou os pelos, escarificando a pele –
pode haver invasão bacteriana, o que provoca perda de peso e queda na produtividade; As
FALTOU
o Gênero Menopon: Espécie Menopon gallinae, possui como hospedeiro as aves e se
localizando preferencialmente pelas penas do peito, ao longo das hastes; Grandes infestações
deixam as penas bastante danificadas.
o Gênero Heterodoxus: Espécie Heterodoxus spiniger, piolho do cão, com pouco relato no Brasil.
o Gênero Trichodectes: Espécie Trichodectes canis, piolho do cão.
o Gênero bovicola: Bovicola caprae, bovis, ovis, equis. Hospeda ruminantes e equinos.
o Gênero felicola: Hospeda felinos.
o Piolhos sugadores ou hematófagos:
 Gênero Linognathus: Possui cabeça pequena e tórax maior, pois não precisa de uma
mandíbula grande para mastigar.
 Linognathus vituli: Acomete bovinos de leite e os animais jovens – se alojam em
pescoço, barbelas, espáduas e períneo.
 L. pedalis: ovinos.
 L. setosus: cães – mais comum em cães de pelos longos do que nos de pelagem curta.
o Piolhos – Sinais clínicos: DAPE – Prurido intenso, escoriação, alopecia, estresse e perda de
peso. Ação direta é pela escoriação que causa nos pelos ou penas (mastigadores) e indireta no
caso da saliva (sugadores).
o Diagnóstico: Visual, olhar na lupa e identificar morfologia.
o Controle dos piolhos: Tratar e manter os animais isolados; Uso de pente fino (dificil, pouco
viável); Limpeza dos fômites (primeiro passo é isolar e não utilizar os mesmos fômites).
o Medicamentos: Repetir a aplicação após 10 a 14 dias. Fipronil (S)-Metopreno, Imidacloprida
Moxidectina, Permetrina Imidacloprida, Selamectina.
o Banhos: Com uso de Amitraz – geralmente uma aplicação. Tempo de carência para carne é de
14 dias e leite 24h.
o Controle: Ivermectina VO ou SC – Geralmente uma dose é eficaz; Em infestações muito
severas com locais com diversos animais que o tratamento é mais dificultoso, indica-se a tosa
completa dos animais.
o Prevenção: Amitraz no caso de pequenos animais serve apenas para o ambiente, não deve ser
passado no animal; Deve-se lavar roupas, camas e panos dos animais.

 Puliciose
o Pulga: Classe Insecta, ordem Siphonaptera, Pulicidae; Parasito externo, sem asa, hematófago,
parasitos de vários animais – frequentemente em cães e gatos; O terceiro par de pernas é bem
maios – permite que um inseto de 5mm salte 1m de distância. Costumam mudar para uma
espécie diferente de hospedeiro se o hospedeiro preferencial está inacessível – deixam após a
obtenção do alimento. Possuem grande resistência a inanição (ficam de 30 a 50 dias sem se
alimentar). 5% da pulga são adultas e estão no hospedeiro, 10% são pupas no ambiente, 35%
são larvas no ambiente e 50% são ovos no ambiente (portanto 95% estão no ambiente).
o Ctenocephalides felis e canis: Felis é bem mais disseminada (acomete comumente cães e
gatos). São vetoras de Dipylidium caninum (e outras endoparasitose, como leishmania) –
portanto é importante sair com receita para ecto e endoparasitos.
o Sinais clínicos: DASP (Dermatite alérgica a saliva de pulga), prurido, escoriação, alopecia,
anemia, estresse, perda de peso e agressividade.
o Diagnóstico: Visual, procurar pulgas, sinais de alopecia característicos em locais de pruridos
(flanco dorsal), fezes de pulgas; Teste do algodão molhado – encosta um algodão molhado onde
estão as fezes no dorso, e visualiza, se derreter as fezes e ficar com um aspecto vermelho é
confirmativo que são fezes de pulgas (pois devido ao hábito hematófago meio q “caga sangue”).
o Tratamento – Dos sinais clínicos: Antibiótico (para tratar infecções secundárias – cefalexina,
clindamicina), corticoide (se o animal estiver com prurido e cheio de sinais inflamatórios – caso
haja contraindicação para o corticoide administrar anti-histamínico para cortar o prurido) e
ômega 3 (eliminação dos radicais livres, melhorar qualidade de penas, pelos e pele).
o Tratamento – Pulgas: Nitempiram (Capstar) – Ação de 24h (serve apenas para alívio imediato,
casos em que o animal não vai voltar para o local infectado – pegou da rua e vai tratar para
adotar e ir para ambiente seguro livre de pulgas). Sarolaner (Simparic) – ação de 35 dias;
Fluralaner (Bravecto) – ação de 12 semanas; Afoxolaner (NexGard) – ação de 30 dias; Lotilaner
(Credeli) – ação de 30 dias.
o Tratamento – Prevenção: Tratar o ambiente; Aspirar o piso, tapetes e carpetes (para combater
ovos e larvas – gostam de ficar no chão, em rejuntes, locais sem luminosidade); Expor o tapete
ao sol durante 1h (Essas fases têm tropismo positivo, expor ao sol); Refazer a vedação do
assoalho e dos rodapés, locais onde a pulga pode fazer seu ninho; Todo material que entrar em
contato com o animal, como mantas, paninhos e almofadas, deve ser lavado, fervido ou
substituído. Limpeza do ambiente com Butox.

 Tungíase – Bicho de pé
o Introdução: Classe insecta, ordem siphonaptera, família tungidae; É endêmica na américa
latina, Caribe e África; Comum na zona rural. Possui menos de 1mm.
o Hospedeiros: Animais (principalmente suínos) e seres humanos; Penetra a pele – dedos do pé,
mãos, na sola do pé e calcanhar; A coceira é causada pela substância secretada pelo bicho-de-
pé para furar a pele. Zoonose negligenciada.
o Sinais clínicos: Nódulo circular com centro escuro; Claudicação – quanto mais parasitado mais
claudicação, suínos podem apresentar erosão na parede do casco; Necrose; Dor; Edema. Só a
fêmea parasita animais e humanos, o macho serve apenas para acasalamento.
o Diagnóstico: Visual, observar nódulo circular com centro escuro no meio. Associar com animais
que tem acesso a rua, com regiões de terra e zonas rurais.
o Tratamento: Remoção manual do parasito (escarificar a região ao lado com uso de agulha ou
alfinete). Evitar furar o parasito e envolver a região com pano e papel para evitar que os ovos se
espalhem.
o Medicamentos: Deltametrina (Butox) no ambiente; Nitempiram (Capstar) ação de 24h;
Ivermectina – geralmente dose única (Exceção: descendentes de Coli não podem tomar
ivermectina).

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