Exame Coproparasitolgico:

1. Coleta: A conservao deve ser feita em recipiente apropriado de coleta de fezes e se for
demorar mais de 6h para realizao do exame tem que usar um liquido conservante (lcool 70% ou MIF
>>mercrio; iodo; formalina e glicerina) ou manter sob refrigerao. No potinho o ideal ter metade de fezes e
metade do liquido. O exame pode ser feito na hora, no prprio consultrio, com as fezes que ficam no
termmetro aps aferio da temperatura ou com a borrachinha do equipo cortada, que funciona como uma
sonda retal. mais confivel fazer na hora. Para grandes animais, a coleta feita na prpria ampola retal com
luva de palpao e esta j serve como recipiente de coleta. Para aves, s deixar ela presa por mais de 6h numa
gaiola com um saco plstico embaixo. Para animais aquticos, coloca os bichos num aqurio de quarentena sem
comida (bvio) e deixa o aqurio inclinado, meio emborcado e as fezes vo se acumular num canto, depois coleta
com uma pipeta.
2. Exame Macroscpico : a colorao e consistncia das fezes so importantes (pode observar
melena, quando h hemorragia, amarelada no caso de lactentes. Deve-se avaliar ainda o odor, a consistncia). Os
herbvoros tem as fezes esverdeadas e sem odor ftido, enquanto os carnvoros e onvoros tem as fezes
amarronzadas e com odor podre. Estas caractersticas j so importantes pra saber se tem alguma coisa estranha
quando a amostra chega. Em algumas infeces, como em cestoides, importante a visualizao das prglotes no
nus ou nas fezes do animal, e preciso perguntar ao proprietrio se ele observou isso em casa.
3. Exame microscpio:
3.1 Exame direto: feito na rotina clnica de pequenos animais, coloca-se as fezes na lmina e
observa ao microscpio.
3.2 Tcnicas de flutuao Willis Mollay: Consiste na flutuao dos ovos em soluo saturada. A
soluo pode ser saturada (1kg de soluto/ 1l de gua) com sal, sulfeto de magnsio ou acar(prefervel, pq o sal
estraga o microscpio com o tempo) e usa-se formalina para conservar essa soluo. Em um bquer, coloca-se
aproximadamente 100ml da soluo saturada e adiciona uns 5g de fezes e mistura tudo. Em seguida faz-se a
tamizao, que a filtrao da sujeira das fezes com uma peneira com gaze para outro bquer. Com essa soluo
j filtrada, enche-se um tubo de ensaio at quase transbordar, formar um menisco na borda do tubo. Depois s
apoiar uma lamnula na borda do tudo e esperar 15 minutos. Os ovos sobem por diferena de densidade e
encostam na lamnula, que vai ser colocada na lamina e observada ao microscpio. um exame rpido e barato.
3.3 Tcnica de sedimentao - HPJ e Dennis (so s um pouquinho diferentes) : uma tcnica que
demora um pouco mais que a tcnica de flutuao. Em um bquer vai-se misturar gua e fezes e depois filtrar
(tamisar) essa soluo em um clice de sedimentao e esperar, no mnimo, 30 minutos. Se o sobrenadante
estiver muito turvo pode trocar essa agua, quanto mais limpo o sobrenadante, melhor. Com uma pipeta, coleta-
se o sedimento no fundo do clice e observa na lamina. Essa tcnica HPJ. Na de Dennis a mesma coisa, s
muda a soluo, que com detergente ao invs de gua (995ml de gua e 5ml de detergente). Ela elimina a
gordura presente na amostra e boa para trematdeos em ruminantes ou animais que tem uma dieta muito
gordurosa.
3.4. Tcnica de contagem de ovos OPG (ovos por grama de fezes) : Boa para fazenda em animais
de produo. uma tcnica que nos d a carga parasitria do animal, de forma quantitativa, porque nesses
animais, uma carga parasitria pequena no precisa ser tratada, at para no criar resistncia parasitaria. Segue
os mesmos princpios da tcnica de flutuao, com a mesma soluo saturada, porem importante seguir a
proporo (1:15), logo, 1g de fezes para 15ml ou, 4g para 60ml de soluo. A mistura tamisada e a contagem
feita na cmara de Mac Master. Conta-se os dois quadradinhos da cmara e se a diferena entre eles for maior
que dez, significa que alguma coisa deu errado no processamento.
O resultado obtido na contagem das duas cmaras somado e depois dividido por 2 e multiplicado
por 100, esse 100 o fator de correo, porque deveramos contar em 15ml mas contamos apenas em 0,15ml. A
EMBRAPA estabelece para bovinos, resultados:
< 500 baixa carga parasitria
501 a 1500: mdia
1501 a 3000: alta
>3001: fatal
Esses padres so para bovinos, possvel encontrar cargas bem maiores para ovinos sem que seja
fatal. Isso porque os ovinos pastejam mais baixo e normalmente tem uma carga parasitaria maior mesmo. Essa
tcnica no usada para pequenos animais e apenas quantitativa, podendo se utilizar tcnicas
complementares para saber a patogenicidade do parasito em questo.
3.5. Cultura de fezes ou coprocultura: se der uma carga mdia ou alta no OPG, pode-se fazer uma
cultura para saber qual o parasita. As fezes so colocadas em um recipiente e deixadas ali por uma semana em
temperatura ambiente. Aps uma semana adiciona-se gua a esse recipiente. Essa mistura de uma semana e
gua, voc vai virar em uma placa de petri, como se tivesse desenformando um bolo. Vai ficar um vazio entre o
copo e a placa, e nesse espao adiciona-se gua limpa e espera 20 minutos. As larvas L3 vo conseguir passar para
essa gua limpa e com um conta gotas voc coleta para analisar no microscpio. Em propriedades muito grandes,
pode-se fazer um pool de fezes, misturando as fezes de uns 30 a 40 animais, que suficiente para representar
aquela populao.
3.6. Tcnica de Baermann e Moraes: muito usada para parasitas pulmonares, pode-se usar o
corrimento nasal dos animais como amostras. No aparelho de Baermann, coloca-se a amostra numa trouxinha de
gaze e enche o funil com gua morna. A gua precisa entrar em contato com a trouxinha. As larvas se sentem
atradas pela gua morna (termotropismo) e descem para o fundo do funil, onde tem uma mangueirinha. Coleta-
se essa gua na mangueirinha num tubo de ensaio e analisa essa gua no microscpio.
Verminoses gastrointestinais em ruminantes
O impacto econmico que os nematides gastrointestinais podem causar so: queda da produo
e qualidade da l; reduo no ganho de peso ( de 20 a 60%); mortalidade (20 a 40%); aumenta mo de obra pra
cuidar dos animais e gasto com medicamentos, alm de ter que repor os animais que morrem no plantel.
Superfamilia Trichostrongyloidea -> os adultos parasitam abomaso/ estmago e intestino delgado,
so muito finos mas visveis a olho nu. Os parasitas de abomaso so: Haemonchus contortus ( ovinos); H. placei (
bezerros); Ostertagia ostertagi (tambm em bezerro mas ocorre mais em climas temperados); Trichostrongylus
axei ( abomaso de ruminantes e estmago de eqinos) ; Hyostrongylus rbidos ( estmago de sunos). Os
parasitas de ID so: Cooperia curticu (bovinos); C. punctata / C. oncophora (mais resitente e adaptada) / C.
pectinata (todos trs de ovinos e caprinos); Trichostrongylus columbriformis (ovino e caprino); Namatodirus
battus e Nematodirus spatigher (ruminantes).
Aspectos epidemiolgicos: umidade e temperatura ideais so necessrias para o desenvolvimento
e sobrevivncia das larvas; as chuvas ajudam na migrao das larvas para lugares mais distantes. So resistentes a
dissecao das fezes. No hospedeiro, as larvas podem ficar em hipobiose **, uma estratgia de sobrevivncia,
onde a larva retarda seu desenvolvimento na mucosa no hospedeiro esperando um momento propcio para
continuar seu desenvolvimento. Outro fator muito importante a elevao periparto**, que consiste num
aumento da eliminao de ovos no perodo pr e ps parto, porque a imunidade da fmea diminui e aumenta a
carga parasitria, aumentando tambm a eliminao dos ovos. Animais mais jovens so mais suscetveis a
parasitose, e os adultos apresentam normalmente a forma subclnica e, quando apresentam a forma clnica o
caso mais grave, tendo alta mortalidade em ovinos e caprinos. Pode ocorrer tambm a autocura em animais
adultos. A raa, a suscetibilidade de cada indivduo e os estado fisiolgico so fatores determinantes na
contaminao, sendo os zebuinos mais resistentes a infeco por Haemonchus . Outros fatores que influenciam
na contaminao: manejo; qualidade do pasto; superlotao de animais; cobertura vegetal ( a Braquiaria
decumbens, por exemplo, abafa as fezes criando um ambiente mais favorvel pra proliferao do parasito);
rotao das pastagens.
Caractersticas do ciclo: apresentam ciclo de vida monoxeno e sem migraes, a forma de infeco
passivo oral e a forma infectante L3 com bainha.
Haemoncose aguda: em duas semanas ocorre anemia e queda do VG, com aumento da
eritropoiese; inapetncia; edema submandibular; hipoproteinemia; letargia; fezes escuras. Na necropsia so
encontradas leses hemorrgicas na mucosa do abomaso pela ao mecnica do parasita; contedo lquido e
marrom escuro; carcaa plida. Haemoncose hiperaguda: rara e ocorre morte sbita com gastroenterite
hemorrgica aguda e choque hipovolmico. Haemoncose crnica: so infees leves, com perda de peso,
fraqueza e inapetncia.
Os sinais clnicos gerais so fraqueza, prostrao, anemia, pelos arrepiados, edema submandibular,
perda de peso, queda na produo, caquexia, diarria enegrecida e morte sbita.
Ostertagiose -> a principal causa de gastroenterite parasitria. Causam abomasite crnica em
bezerros, diarria aquosa profunda, anemia, hipoproteinemia, edema submandibular e ndulos branco
acizentados na mucosa gstrica. Esses ndulos ocorrem porque L5 emerge na mucosa, diminuindo a secreo
cida e alterando a atividade gstrica, favorecendo infeces bacterianas secundrias, aumenta permeabilidade,
causando hipoalbunemia, edema e necrose de mucosa. A patogenia da ostertagiose est relacionada com a
presena da larva e no do adulto. Os sinais clnicos so diarria aquosa intensa, anorexia, pelos arrepiados e
opacos, edema submandibular e perda de peso.
Aes sobre o hospedeiro > Trichostrongylus spp; Cooperia spp e Nematodirus spp: causam atrofia
das vilosidades e diminuio da absoro de nutrientes. Em infeces mais leves causa inapetncia e nas
infeces mais macias causam diarria. O Trichostrongylus axei hematfago, e o Namatodirus causa infees
mistas em cordeiros. Cooperia tambm causa infeces mistas mas menos patognica.
Diagnstico: o diagnstico clnico, pela apresentado dos sintomas e tambm laboratorial, pela
tcnica de OPG e coprocultura. Tambm por achados de necropsia.
Controle e profilaxia: preciso levar em considerao todo o aspecto apidemiolgico e a aplicao
de medicamentos feita em perodos crticos, para que os animais no desenvolvam resistncia s drogas
utilizadas. O uso indiscriminado pode deixar resduos na carne e no leite. Por isso recomendado exames
peridicos de fezes e depois o tratamento com anti - helminticos de amplo espectro, fazendo uma rotao da
droga, 3x no inverno ( maio, julho e setembro). Existem controles alternativos, como controle biolgico de fungos
e besouros ( deve ter a ver com o ciclo), fitoterapicos, homeopatia, vacinao e etc.
Estrongiloidose
Pertencem classe Nematoda, superfamilia Rhabsoidea e gnero Strongyloides. So parasitas
muito pequenos (+\- 5mm) porm muito perigosos, porque por serem pequenos eles vo " costurando" a parede
do intestino delgado e causando graves leses, podendo levar a enterite hemorrgica e morte. No so
hematfagos e apenas as fmeas desse gnero so capazes de parasitar. So cosmopolitas e eurixenos ( baixa
especificidade) mas existe alguma afinidade entre algumas espcies, como > Strongyloides stercoralis ( homem e
primatas); S. Westeri (eqinos); S. Papilosus (bovinos); S. Ransomi (sunos). O esfago desse parasita a principal
caracterstica que permite identific-lo, sendo um esfago fino e pequeno nos parasitas adultos e rabdiforme nas
larvas.
Ciclo: As fmeas desse parasita so partenognicas, no precisam do macho para reproduo. No
ID, se alimentam de muco e como so muito finas, vo entrando e saindo da mucosa, como se costurassem a
mucosa e causam leso assim. H uma teoria na qual se acredita que as fmeas capazes de parasitar so as fmeas
triplides (3n), e que essas fmeas 3n podem dar origem a trs tipos de parasitas: tipo n, que macho e este no
consegue parasitar, so de vida livre. O tipo 2n, so as fmeas de vida livre. E o tipo 3n, que so as fmeas que
parasitam de fato. As fmeas liberam seus ovos no ID, e estes saem nas fezes ou sai a larva L1 se os ovos eclodirem
no final do intestino. No ciclo de vida livre, onde no h parasitismo, L1 se alimenta de bactrias das fezes e do solo
e se desenvolve at L5 e adulto no ambiente e vive bem assim. Esse ciclo de vida livre ocorre se os ovos forem 2n
ou n. Se os ovos forem 3n, a larva se desenvolve at L3, que a forma infectante, no ambiente. Se no ocorre a
infeco a larva morre. A infeco pode ser ativa pela pele ou passiva oral.
Infeco passiva oral -> o animal ingere a L3 que passa pelo TGI e consegue penetrar na mucosa,
principalmente do ID. Existe uma fase, chamada fase histotrfica, na qual o parasita explora algumas regies do
corpo, at que encontre seu local definitivo. Nesta fase o parasita que penetrou na mucosa ganha a circulao
sangnea de retorno, e pelo sistema porta heptico chega ao fgado e pela veia cava chega ao corao.
Infeco percutnea -> o parasita penetra na pele ntegra, ganha circulao sangnea ou linftica
e vai tambm chegar no corao. Independente da forma de infeco, o parasita vai chegar ao corao. Quando
chega ao corao direito, a larva, ainda L3, vai sair do ventrculo direito e passar pela artria pulmonar, chegando
ao pulmo, no parnquima pulmonar. A larva ascende pelo trato respiratrio, faz a muda para L4 nesse caminho e
chega na traquia, onde deglutida e faz o caminho normal do alimento, passando pelo esfago. Ao chegar na luz
do intestino delgado ela faz muda para L5 e adulto. **Todo esse ciclo pulmonar ocorre apenas em animais jovens,
porque no tem barreira alveolar.
Animais adultos: os adultos possuem uma barreira alveolar que no deixa a larva penetrar no
pulmo, e ela permanece na artria pulmonar at voltar para o corao esquerdo, e vai ser disseminada por todo o
corpo pela artria aorta. Ela pode chegar a qualquer lugar (L3), mas em qualquer tecido que ela chegue ela morre,
porque um ciclo abortivo ou errtico. A nica maneira desse ciclo se completar se a infeco for numa fmea
prenhe. Neste caso ocorre infeco transplacentria ou pr - natal. L3 se instala no fgado no feto e fica quiescente
at que o nenm nasa. Aps o nascimento a larva entra novamente em atividade e repete todo o ciclo visto
anteriormente, uma vez que o beb no tem a barreira alveolar. Pode ocorrer tambm a infeco transmamaria ou
neonatal. Neste caso L3 ingerida no colostro de forma passiva e o ciclo se repete.
Patogenia: como muito fino e vai costurando a parede do ID, causa uma enterite que pode evoluir
para enterite hemorrgica. A penetrao ativa na pele pode causar dermatite. A passagem e a muda nos alvolos
vai ser responsvel por uma broncopneumonia.
Sintomas: diarria com colorao vermelho escuro e odor ftido ( melena); anemia; pode levar os
animais jovens morte; corrimento nasal por causa da IBS; febre; polidipsia; dermatite ( essa dermatite ajuda no
diagnstico pq pode ser um indicativo de que houve penetrao ativa da larva).
Diagnstico: a anamnese muito importante, pq importante saber se a me foi tratada e se o
animal foi vermifugado corretamente. Em animais jovens pode fazer um exame coproparasitolgico, para
identificar L1 em fezes frescas, utilizando a tcnica de Baermman e Moraes de sedimentao de larvas. Exames
post mortem tambm podem ser feitos. O prognstico reservado porque os filhotes podem sofrer muito dessa
parasitose, eles desidratam muito facilmente, podendo ocorrer o bito.
Tratamento: homem e primata > mebendazole ( uma droga muito segura, pode ser usada em
filhotes e selvagens porque s mata o que est na mucosa); bovinos > abamectina ( usa em fmeas leiteiras mas
tem 7 dias de carncia)/ febendazole ( usada no incio e no final das gestaes)/ invermectina; sunos >
mebendazole (filhotes) e febendazole ( nas mes como pr natal); eqino> pomoato de pirantel ( pasta dose
nica), utilizado nos adultos, para filhotes o indicado sempre mebendazole.
Profilaxia: boas condies higinico sanitrias; o protocolo pr - natal muito importante, faz - se a
vermifugao das fmeas prenhes no incio e no fim da gestao mas o ideal fazer apenas no incio. Faz no final
quando a gestao muito longa, como nas guas. Para ces e gatos faz a vermifugao peridica com pomoato de
pirantel. Para filhotes inicia o protocolo de vermifugao aos 30 dias.
Dirofilaria
Etiologia: nematide grande, da superfamilia Filaroidea e gnero Dirofilaria, espcie Dirofilaria
immitis. So parasitos de sistema circulatrio, cosmopolita, com prevalncia em regies tropicais com litoral. HD:
comumente co, mas podem parasitar gatos e humanos; Habitat: ventrculo direito e artria pulmonar; HI:
mosquito ( da famlia Culicidae).
Ciclo de vida dos mosquitos: ** o ciclo de vida dos mosquitos importante na ocorrncia da
doena, porque como o sucesso da infeco depende do mosquito, se conseguimos interromper o ciclo do
mosquito, interrompemos tambm o ciclo da dirofilariose. Eles tem desenvolvimento holometablico (o que sai do
ovo muito diferente do adulto) e parte desse ciclo aqutico. Ocorre a metamorfose na gua e quando eles saem
precisam desidratar o exoesqueleto para conseguirem voar. As fmeas fazem repasto sangneo e os machos se
alimentam de seivas. Descobriram acidentalmente um microorganismo capaz de matar as larvas de mosquitos, o
BTI. um bacilo ingerido pela larva e dentro do intestino dela o bacilo libera um cristal, que vai rompendo as
clulas intestinais. Conseguiram isolar esse bacilo e fizeram um pozinho dele, que usado para matar as larvas na
gua ainda, isso interrompe o ciclo do mosquito e pode ajudar a controlar a dirofilariose. ** ( isso tambm no cai
em prova, s pra entender e se ele perguntar profilaxia voc pode citar).
Ciclo: Adultos ( M e F) no corao ou na artria pulmonar (AP) , como eles no tem estrutura de
fixao acabam se enovelando, mas no so hematfagos, se alimentam do endocrdio e do endotlio -> cpula ->
as fmeas fecundadas fazem a postura de larvas envolvidas por uma delicada bainha e quando perdem essa bainha
do origem a microfilaria (L1), livre na corrente sangunea --> quando o mosquito faz o repasto sanguneo em um
animal infectado, ele ingere a microfilaria de forma passiva oral- > no tubo digestivo dos mosquitos, as microfilarias
tem tropismo pelos tbulos de malpighi, onde fazem muda at L3, que a forma infectante, nessa fase elas
rompem as clulas e ficam livre na hemocele do mosquito - > no prximo repasto o mosquito capaz de infectar
outro indivduo. O mosquito no inocula L3 no HD, infeco contaminativa. L3 faz um processo de migrao no
corpo do hospedeiro, e durante essa migrao ela faz muda para L4 e L5 e vai para o corao ou AP, onde vai virar
adulto e ser maduro sexualmente.
Patogenia: A ao mecnica a mais importante, como se enovelam, se a carga parasitria for
muito grande pode ocorrer obstruo, principalmente da AP. Para compensar, o corao comea a trabalhar mais e
ocorre um espessamento da parede e acmulo de tecido conjuntivo, causando perda da fora muscular a atrofia do
corao. Para se alimentar o adulto escarifica o endotlio e o endocrdio, e faz uma ao mecnica mesmo, no
espoliativa, causando uma resposta inflamatria. O endotlio fica mais espesso por causa do *fator de crescimento
endotelial, obstruindo mais ainda o vaso, piorando o quadro. Patogenia das larvas: a grande maioria das larvas L1
morrem no hospedeiro e no so recuperadas pelo mosquito no repasto. Quando morrem, elas vo causar quadros
obstrutivos e inflamatrios em rins, fgado e pulmo.
Sintomas: fadiga ( intolerncia ao exerccio); tosse ( ocorre por estmulo vagal).
Podemos dividir os animais em 4 grupos: G1 - assintomticos -> so positivos nos exames mas no
apresentam nenhum sintoma, ocorre normalmente em animais jovens. G2 -> apresentam tosse mas no fadiga,
no tem alteraes renais e hepticas, mas j apresentam alteraes na imagem radiogrfica, com hipertrofia
cardaca. No ecocardiograma da pra ver as alteraes e tambm possvel ver a Dirofilaria. G3 -> apresentam
fadiga, tosse, hipertrofia cardaca, ascite ( por causa da obstruo do sistema porta heptico), alteraes renais e
hepticas; G4 -> tem todas as alteraes, alm de hemoglobinria, hematria, quadros hemorrgicos bem graves,
ascite, hepistaxe ( sada de sangue nasal).
Diagnstico: levar em considerao toda a sintomatologia e histrico do paciente, para saber se
vive ou se esteve em reas endmicas; exames laboratoriais: tcnica de gota espessa -> coloca uma gota de sangue
numa lmina e espera um tempinho, d uma espalhada e olha no microscpio, vai ver as microfilarias nadando. O
problema dessa tcnica que pode confundir com outras doenas, como dipetalonema.; tcnica de Knott
modificada > 1 mL do sangue do animal com EDTA + 9 ml de formalina 2% num tudo e centrfuga por 5 min a 1500
rpm, aspira o sedimento, coloca numa lmina e cora com azul de metileno e com uma laminula examina ao
microscpio. Vamos encontrar as larvas fixadas. A cabea mais afilada e cauda recurvada caracterstica de
Dirofilaria , e a cabea romba e cauda reta dipetalonema. Se no tiver microfilaria na corrente sangnea, no caso
de ter apenas adultos ainda imaturos ou s fmeas ou s machos no corao, esses exames vo dar negativo. A
tem que fazer a sorologia, ELISA ( padro ouro) ou immunoblot, faz com sangue sem anticoagulante e usa o soro.
Na rotina clnica, pede -se tambm um hemograma completo com bioqumica, Outros exames so o
ecocardiograma e raio X de trax.
Tratamento: s trata os grupos 1 e 2, porque do trs e quatro o risco de morte muito grande por
causa da carga parasitria. O prognstico reservado, principalmente para os grupos 3 e 4. O tratamento tem duas
etapas: 1 - adulticida > para matar o adulto. As drogas utilizadas so: tiacetarsamida sodica ( carpasolate)(
2,2mg/kg IV bid por dois dias apenas), s pode fazer esse tratamento se o animal no tiver problemas renais e
hepticos, porque ela hepatotxica. Se sair da veia essa droga necrose tecidos. O animal tem que ficar 1 ms na
clnica de repouso, mesmo o tratamento sendo s por dois dias, porque ocorre edema pulmonar facilmente e o
animal tem que ficar sob observao. Outra droga melarsomida ( immicio)( 2,5 mg/ kg IM sid por dois dias).
Tambm hepatotxica e o animal tb tem que ficar internado 1 ms. Mas essas duas drogas no esto sendo
encontradas no Brasil. Esto usando a doxiciclina ( 10mg/ kg VO bid). A doxi um antibitico que mata uma
bactria ( wolbachia), que importante para a reproduo. Faz 28 dias, intervalo de 90 e repete at que d
negativo no ELISA. Isso impede a reproduo e as filrias adultas vo morrer naturalmente com o tempo, por isso o
tratamento muito longo. Quando da negativo nos exames j citados, como gotas espessa e Knott, quer dizer que
no tem microfilaria na circulao sangnea. Para confirmar que o animal est livre da dirofilariose tem que fazer o
ELISA.
Se faz o tratamento escolhido for com as drogas tiacetarsamida e melarsomida, tem o segundo
momento do tratamento, que o larvicida. Vai matar as larvas L1 e L3 no sangue. Usa selamectina/ moxidectina/
invermectina/ dietilcarbamazina > so todas via oral. Faz depois daquele 1 ms que o animal ficou internado,
depois que voltou pra casa. A selamectina, moxidectina e invermectina, faz 1x ao ms 50 mg/ kg e tem a fazer a
vida inteira se o animal vive em rea endmica. usado tambm pra preveno. Se no fizer o ano inteiro faz pelo
menos no vero. A dietilcarbamazina tem que dar todo dia e no foi bem aceita no Brasil. Pode tambm usar as
coleiras repelentes com deltametrina. Quando faz o tratamento com doxiciclina, j coloca a coleira direto e usa
tambm o larvicida ao mesmo tempo, quando faz o intervalo da doxi continua com larvicida. **Tem que lembrar
que o tratamento mesmo aquele feito com tiacetarsamida e com melarsomida, a doxi um tratamento
alternativo, uma vez que no se encontra esses medicamentos no Brasil mais**; a preveno feita pela coleira e
larvicida. Se o o co for viajar pra reas endmicas indica fazer o larvicida um ms antes, fazer durante a viagem e
dois meses depois que voltar.
Protozorios - tripanosomoses e leishmaniose
Filo Mastigophora, classe Zoomastigophora, ordem Kinetoplastida, famlia Tripanossomatidae.. Tem
ncleo, cinetoplasto e um flagelo que forma uma membrana ondulante na superfcie do protozorio. Algumas
espcies so pleomrficas, podem existir nas formas promastigota, tripomastigota, epimastigota ou amastigota.
Todas formas vegetativas. O pleomorfismo importante porque o protozorio muda sua forma de acordo com o
ambiente e com o que mais conveniente no momento.
Tripanossoma equinum ( evansi) - EPIDEMIOLOGIA: causa o mal das cadeiras, muito comum nos
trpicos, frica e sia. No Brasil endmico no centro oeste. um protozorio monomorfico, s tem a forma
tripomastigota que se reproduz de forma assexuada. Hospedeiro vertebrado o eqino e o invertebrado so as
moscas hematfagas ( Stomoxys) e tabandeos. O protozorio se instala e se reproduz na musculatura estriada
esqueltica do trem posterior do eqino, causando o mal de cadeiras. A transmisso feita pela picada do inseto,
uma transmisso mecnica no caso das mutucas ( tabanideos) e pela saliva no caso das Stomoxys. A reproduo
uma diviso binria simples, ocorre na musculatura e na glndula salivar dos hospedeiros invertebrados, na mutuca
quase no d tempo de reproduzir. As capivaras so reservatrios assintomticos, por isso bom evitar esses
animais perto de criao de eqinos. PATOGENIA: existe uma pequena ao mecnica do parasito no hospedeiro,
mas a principal leso a miosite, que vai determinar uma alterao no trem posterior, comeando com uma
claudiao e segue com uma dificuldade de locomoo, como se o animal rebolasse. O animal normalmente no vai
a bito mas fica inutilizado. DIAGNSTICO: utiliza os sintomas mais exames laboratoriais complementares. O mais
rpido e fcil o esfregao sangneo, fcil achar o tripanossoma. Faz o esfregao, fixa com metanol e cora com
giemsa, mas pode ser colorao instantnea tambm. Outra opo a tcnica de woo ou microhematocrito, enche
o hematocrito, fecha e centrifuga. Vai observar o protozorio vivo nadando no plasma. Outra opo a sorologia, a
reao de imunofluorescencia indireta; ELISA; PCR.
DURINA DOS BOVINOS ( T. vivax ou T. brucei) - EPIDEMIOLOGIA: no Brasil chamam essa doena de
peste de secar, porque o animal emagrece muito. Regies endmicas so frica e centro oeste no Brasil. Parasito
tambm monomorfico, s tem a forma tripomastigota. Hospedeiros vertebrados so os bovinos principalmente, e
como hospedeiro invertebrado tem as moscas Stomoxys e os tabanideos. A transmisso igual a do evansi, mas
no tem predileo pelo trem posterior, ele fica em qualquer musculatura esqueltica, no corpo todo. Por isso tem
uma miosite generalizada, acarretando no emagrecimento muito evidente ( caquexia). PATOGENIA: miosite em
todo o corpo, levando a perda de peso e o SINTOMA principal a lerda de peso, caquexia. Mas pode tambm levar
a abortos nas fmeas e pode ocorrer o bito.** A reao inflamatria causada por uma reao do prprio
hospedeiro, uma inflamao imunolgica. ** DIAGNSTICO igual mas voc no encontra tantos agentes, eles
esto em menos quantidade. A taxa de mortalidade acima de 50%. Diagnstico diferencial com brucelose,
babesiose, plantas txicas, mas a s olhar a lmina e ver o bichinhoue voc confirma que a peste.
MAL DO COITO - DURINA DOS EQINOS: EPIDEMIOLOGIA: causa pelo T. equiperdum. No
existem casos no Brasil, Deve que ser notificada e comumente termina com o sacrifico do animal. tambm
monomorfico, s existe na forma tripomastigota. Tem predileo pela mucosa do trato genital. A transmisso
feita pelo coito, do macho pra fmea normalmente, porque um macho cobre vrias fmeas. No existe transmisso
por nenhum agente, s pelo coito. Ele fica ali na mucosa e vai se reproduzindo. PATOGENIA: ocorre por reao
imunolgica do hospedeiro. Na fmea, comea com uma vaginite na fmea e aumenta a libido, nos machos causa
edema de prepucio com perda de libido. Tem a liberao de citocinas pelos linfocitos, causando a reao
inflamatria observada. Com o tempo a inflamao aumenta, causando um edema em toda a regio baixa do
macho e da fmea ( abdmen). SINTOMAS: pela reao de anticorpos vai destruir hemcias, causando uma anemia
autoimune, que vai causar insuficincia cardaca congestiva, porque o corpo tenta compensar essa falta de sangue.
Vai causar emagrecimento e bito. DIAGNSTICO: usamos sintomas e pode - se fazer um raspado da mucosa
genital pra procurar o protozorio. Vai achar o protozorio e quase no da pra ver o cinetoplasto nesse caso. Pode
fazer tambm a sorologia: ELISA, imunofluorescencia e PCR.
uma doena complicada, de difcil tratamento e o animal sofre muito, quase sempre vai ter que
fazer eutansia. ** os machos podem ser assintomticos, por isso a transmisso macho fmea mais comum.
TRATAMENTO: para todas as tripassomoses que foram vistas. Vai usar drogas que inibem a
reproduo do protozorio, inibindo a sntese de DNA. Diaceturato de dimenazene ( nome comercial ganazeg e
beronal) -> ( 3,5mg/ kg IM). Faz s uma aplicao e pode reaplicar com 7 dias se achar necessrio. Perodo de
carncia do medicamento de 30 dias para carne e para o leite. Outra droga o imidocarb ( imizol) -> 0,025mg/kg
IM. Pode usar em eqinos e bovinos, mas no pode aplicar em gestante. Para o mal de cadeiras ele recomenda
fazer a aplicao de 4 em 4 meses porque ocorre mt, pode usar as duas drogas alternadas. Em eqinos, se houver
resistncia a outras duas drogas pode usar o quinapiramina ( trypacide) - s pode usar em eqino!! 3mg/ kg SC.
Tem o brometo de homidium ( novidium), que s pode ser usado em bovinos -> 1mg/kg IM.
LEISHMANIOSE
Leishmaniose tegumentar tem casos em Jacarepagu, barra da tijuca. Tem a ver com a questo do
desmatamento, ocorre muito em reas que cresceram muito rpido a custo do desmatamento. Transmisso pelo
mosquito palha, flebotomneo, que se adapta bem ao ambientes urbanos e tem zoofilia, prefere os animais. Ou
seja, se no desmatar ele nem vai querer sair do mato com os bichinhos que ele gosta. ETIOLOGIA: formando o
complexo Donavani, responsveis pela Leishmaniose visceral, temos trs espcies -> Leishmania donovani; L.
chagasi e L. infantum. Formando o complexo Braziliensi, responsvel pela leishmaniose tegumentar, temos -> L.
blasiliense; L. amazonense; L. peruvyana.
Hospedeiro vertebrado so os mamferos e os invertebrado so os mosquitos do gnero Lutzomya,
o mosquito palha. um parasito pleomrfico. Nos mamferos tem a forma amastigota, no mosquito palha tem a
forma promastigota. Normalmente encontramos a amastigota dentro dos macrfagos. O ciclo assim, a forma
promastigota no mosquito transmitida para o hospedeiro, e neste a amastigota fica nos macrfagos at que, de
repente ele cisma de passar pra forma promastigota pra ser ingerido pelo mosquito no repasto sangneo e ocorrer
a transmisso. PATOGENIA: a resposta imunolgica** ipc do hospedeiro que causa a patogenia que vai causar os
sintomas. As leses so na pele na tegumentar e a visceral no fgado e bao ( hepatoesplenomegalia). SINTOMAS:
feridas na pele, mucosa oral e nasal. Em animais ocorre alopecia, anemia ( autoimune); a hepatoesplenomegalia
mais fcil em humano quase no ocorre em animais. O bito ocorre normalmente por insuficincia cardaca
congestiva, na visceral. DIAGNSTICO: sistema mononuclear fagocitario: so clulas onde vamos encontrar as
amastigotas. Se o animal tem leso, pode fazer um raspado da leso ou uma biopsia da rea. Pode tambm fazer
um imprinting; puno de medula ssea( no esterno) para observar o parasito. Mas a sorologia a tcnica mais
indicada, faz a Imunofluorescencia e ELISA, que podem dar falso negativo e depois faz PCR pra confirmar. Os
sintomas so inespecificos demais e isso dificulta o diagnstico, o co pode ser reservatrio assintomtico. A
literatura fala da onicogrifose ( unha cresce demais) como sintoma clssico. Mas ele no gosta de falar isso pq
tudo muito inespecifico.
TRATAMENTO: anfotericina B; antimoniato de meglumine e alopurinol so as drogas usadas para o
tratamento em humanos. Em humanos essas drogas funcionam e matam o parasito. Mas em ces ocorre apenas
uma melhora no quadro porque ele continua portador. Ento, por questo de tica no podemos usar essas drogas
em veterinria, porque faz resistncia parasitria e os protozorios ficam pica das galxias quando forem pro
humano. Dessa forma, no teria mais tratamento nem pra humano. Em animais, quando confirma que L. chagasi
indicado a eutanasia porque visceral. Mas podemos pensar que, se o mosquito prefere os ces, e vc mata todos
os ces, de esperar que aumentem os casos em humanos e de fato isso j ocorreu. Por isso tem que pensar se o
caso indicado ou no. Como est o animal? O prof acha que se o animal for jovem e estiver bem clinicamente,
ele indica a coleira repelente ( para evitar que ocorra mais contaminaes nos mosquitos) e trata. Mas se o animal
a fornidos e estiver em fase terminal da doena, ele concorda com a eutansia. Existe uma droga especfica para a
veterinria mas que no encontrada no Brasil, a Miltefosina ( milteforan) -> 2mg/kg VO 28 dias. O que encontra
no Brasil cetoconazol, itraconazol e levamizol, que so drogas que funcionam para tratar tanto visceral quanto a
tegumentar. Tem melhora clnica mas no cura, ento faz a profilaxia com as coleiras com deltametrina. **lembrar
que toda essa questo tica s pra casos de visceral, porque a tegumentar pode ser feito tratamento. Existe a
vacina contra leishmania. Leishmune e leish tc. Comea com 4 meses e faz o reforo com 21 dia e depois mais 21
dias. Reforo anual. O fabricante garante eficcia de 90/95%.
**De toda a discusso em sala, importante lembrar, caso ele pergunte em prova, que ter tica e
no usar as drogas de uso humano em animais e deixar o proprietrio ciente de que uma doena que no tem
cura.**
Babesioses:
Etiologia: uma doena mais comum nos trpicos mas cosmopolita. Tem carter agudo e os
protozorios parasitam o interior dos eritrcitos. Os adultos normalmente so mais acometidos porque os jovens
ainda tem uma certa imunidade adquirida da me. Pertencem ao filo Apicomplexa (so parasitos intracelulares e o
complexo apical tem a funo de favorecer a entrada na clula sem causar danos a mesma) ; famlia Babesidae;
gnero Babesia. Espcies importantes: B. bovis -> parasita de bovinos, transmitido pelo Ripicephalus boophilus
microplus. B. bigemina -> tambm de bovino e tambm pelo Ripicephalus boophilus microplus. B. equi -> eqino/
Anocentor nitens. B. caballi -> eqinos/ Anocentor nitens. B. canis-> ces/ Ripicephalus sanguineus.
Ciclo: Nas hemcias infectadas o protozorio faz reproduo assexuada e vai causando lise das
clulas ( hemlise). O carrapato faz o repasto sangneo e ingere as hemcias infectadas pela babesia e no seu
intestino (epitelio cbico), as babesias ficam livres da hemcia e penetram nestas clulas cbicas e vo fazer
reproduo sexuada. A reproduo sexuada vai formar vrios esporozoitas e as clulas cbicas "estouram",
espalhando esporozoitas por toda a hemocele do carrapato. Elas vo pra glndula salivar e quando o carrapato vai
fazer o repasto sangneo ele infecta o hospedeiro vertebrado. Ento, como a reproduo sexuada no carrapato,
ele o hospedeiro definitivo. E o co, bovino e eqino so os hospedeiros intermedirios. Pode ocorrer infeco
transovariana se os esporozoitas forem para o ovrio da fmea, e isso muito importante nos carrapatos
monoxenos, que s vo ao animal uma nica vez, ou seja, sua nica chance de infectar outro animal. Quando so
heteroxenos eles podem transmitir para diferentes animais no mesmo ciclo, chamada de infeco transestadial,
mas tambm pode ocorrer a infeco transovariana.
Patogenia: causada principalmente pela hemlise. Vai causar uma anemia grave, que no por
falta de elementos de formao das hemcias e nem por falta de ferro, porque as hemcias esto sendo
destrudas. Por isso no adianta dar ferro e nenhum complemento pro animal, pode at intoxicar o bicho. Por
causa da hemlise, tem muito hemoglobina no sangue que vai ser filtrada pelo rim e vai causar hemoglobinria e
uma leso glomerular, porque sobrecarrega o rim. Sintomas: O animal fica cabisbaixo, com mucosas hipocoradas e
febre intermitente. Existe uma trade de sintomas: anemia; ictrica e hemoglobinria. A febre pode estar presente
ou no, e quando ocorre por causa dos zotas que atuam como pirgenos. A icterria por causa da hemoglobina
acumulada nos tecidos, porque tem muuuuita hemoglobina e nem toda ela filtrada nos rins. No ocorre queda de
plaquetas quando o animal tem s babesia, a trombocitopenia ocorre quando a babesia est associada a
Anaplasma ou Ehrlichia. O diagnstico diferencial feito pela hemoglobinria, que dentre as doenas parecidas a
nica que tem esse sintoma babesia. Um fato importante que as hemcias infectadas por Babesia bovis se
aglomeram e entopem capilares do SNC, causando sintomas neurolgicos e tem que tomar cuidado pra no
confundir com raiva. Alguns sinnimos para babesia so piroplasmose ou nambiuvu.
Diagnstico: Levar em considerao a presena de carrapatos. Usa - se a trade sintomatolgica,
febre e os exames laboratoriais. O mtodo mais utilizado o esfregao sangneo, de preferncia de regies
perifricas e do animal em pico febril, que mais fcil de achar o parasita nesse momento; cora o esfregao (
giemsa/ panotipo) e observa. importante olhar toda a lmina, pq pode estar meio camuflado. Podemos
diferenciar as babesias em grandes babesias e pequenas babesias e suas caractersticas esto na tabela. Podemos
fazer a sorologia, por reao de imunofluorescencia. O ciclo da doena dura uns 15 dias. O diagnstico sempre
reservado, porque uma doena aguda que pode levar a morte.
Tratamento: pode precisar de um tratamento de suporte, com aminocidos cessenciais, vitamina B,
fluido, talvez transfuso, mas no dar ferro porque pode intoxicar o animal como j foi explicado. A droga utilizada
imidocarb, que atua atrapalhando a sntese de DNA do protozorio. Pode usar imizol pra todas as espcies, 2 - 4
mg/kg IM, faz uma aplicao nica. No aplicar uma quantidade muito grande em um nico local, divide em outros
pontos porque causa mt dor e miosite. Faz 1ml pra cada 40kg pra boi e 0,5 ml pra 10kg pra co, e em ces a via
subcutnea tem sido mais usado. Como di mt, pode pedir pro co ficar um tempo na clnica pra observar, se tiver
reao, pode -se fazer sulfato de atropina e compressa morna no local. Em bovinos tem carncia de 28 dias. Se
precisar fazer uma nova aplicao tem que respeitar 72h no mnimo pra boi e 15 dias pro co, mas normalmente
uma nica dose j funciona. Outra droga dimenazene, usada s para bovinos ( 1 ml pra cada 10kg) IM. Dose nica e
mesmos cuidados do imizol.
Profilaxia: alm do controle de carrapatos, podemos fazer a premunio. Voc tem carrapatos
infectados com babesia, ou macerado de carrapato ou o sangue contaminado. Por exemplo, se for importar um
animal de uma regio onde no tem a babesia e no tem carrapato, voc desafia o animal e ele vai desenvolver
imunidade contra babesia. Se voc simplesmente trouxesse ele de uma rea no enzootica pra uma uma enzootica,
ele pode morrer de babesia. Mas tem que ser feito com cuidado, porque tem as doses certas e o animal pode morrer
se no fizer direito. Ou coloca as larvas de carrapato no animal ou aplica o sangue ou macerado subcutneo. Alguns
hematozorios so comumente associados com a babesia, como ehrlichia canis (parasita leuccitos); anaplasma
platys ( parasita plaqueta); anaplasma marginale ( encontradas em bovino, parasita os eritrcitos)
Verminoses pulmonares - bronquite parasitria
So parasitos que atingem os pulmes de diferentes animais. So da superfamilia Trichostrongyloidea
e as principais espcies so: **Dictyocaulus viviparus - hospedeiro bovinos e habitam traquia e brnquio**; D.
arnfield - hospedeiros eqinos - hbitat brnquios; D. filaria - ovinos e caprinos, traquia bronquice alvolo;
Metastrongylus sp - afetam sunos - HI > minhoca. Habitam brnquios e bronquiolos; Aelustrongylus abstrusus - (
felino) - HI moluscos e HP so roedores e aves. D. viviparus: o mais importante de todos e causa a pneumonia
verminotica em bovinos ou bronquite parasitria. Acomete bovinos jovens e a forma infectante L3. Habita alvolos,
brnquios e bronquiolos e pode obstruir a traquia dependendo da carga parasitria. Ou ele espirra L1 na pastagem
ou ele ingere e defeca L1.
Patogenia: fase de penetrao 1 a 7 dias - onde a larva ingerida e chaga ao gnglios, no apresenta
sinais clnicos. Fase de pr patencia 8 ao 25 dia: larvas nos alvolos e bronquiolos > infiltrado eosinofilico (
espumoso). Nessa fase pr patente o animal pode se apresentar debilitado e at morrer. A reao inflamatria (
eosinofilos, macrofalgos e neutrofilos) vai causar alveolite e bronquiolite. Fase de patencia: 25 ao 60 dia, j tem
adultos e ovos e grande quantidade de muco. Tem adultos eliminando ovos que so aspirados com as larvas >
peneumonia; enfisema, edema, aumenta freqncia respiratria, tosse, morte. Fase de ps patencia: 61 ao 90 dia.
Eliminao dos vermes adultos ( auto cura), epitelizacao pulmonar, fica um animal subdesenvolvido, fibrosamemto
dos brnquios, edema e enfisema, peneumonia intersticial aguda ( aspirao de produtos dos vermes mortos),
antgenos produzidos pelos vermes mortos estimulam produo de IgE ( pneumonia alrgica), morte. > nessa fase
um agravamento da fase anterior, ele ainda pode morrer! perde a capacidade de fazer as trocas gasosas de forma
normal. Ela pode matar por obstruo ou por associao a bactrias de vrus associados, infeco bacteriana
secundria.
Sinais clnicos: tosse, aumenta freq. Resp., perda de peso, apatia, infeces secundrias ( raras em
bovinos) e morte.
Diagnstico diferencial: febre, se ocorrer a pneumonia infecciosa ocorre febre. A tosse aumenta com
o exerccio fsico, apresenta taquipneia e corrimento mucopurulento presente.
Epidemiologia: ocorre em bezerros jovens, no primeiro ano de pastoreio. Acomete vrios animais da
mesma idade, adultos introduzidosde regies livres do agente, climas amenos e midos, regies serranas e vales
prximos a serra, regio sudeste outono e inverno, adultos - fonte de infeco. Imunidade slida, contato com
agente. Pilobolus anotem certeza se realmente ele, a chuva mais importante.
Controle: diagnosticar os animais portadores assintomticos com exame de fezes, permitir que os
bezerros adquiram imunidade oferecendo pastagem com pouca quantidade de larva, sabe isso fazendo a anlise das
pastagens, a larva sensvel a temperaturas altas e pouca umidade, tratamento logo aps incio dos sintomas. Os
portadores assintomticos so os adultos
Diagnstico: usar histrico da regio, sintomas clnicos, perodo do ano. Laboratorial > Baermman par
achar L1 nas fezes. Post mortem > necropsia e acha o verme no pulmo.
Tratamento: benzimidazois; levamisol; lactonas microcilcicas. Existe uma vacina no reinos unido,
DICTOL. No foi economicamente vivel no Brasil. a aplicao de larvas inativadas no animal. So 2 doses da vacina
com 4 semanas de intervalo entre doses. Pode dar em bezerros a partir de 3 meses.
D. Arnfield: asininos; muares e eqinos. Os que mais apresentam sintomas so os eqinos e os
asininos so quase assintomticos, hospedeiros naturais. O eqino se infecta em contato com asininos e muares.
D. Filaria: pode ocorrer, caprinos mais suscetveis, patogenia menos grave. Ciclo, tratamento e
diagnstico so iguais bovino.
Muellerius cappilaris: ovino e cap, HI gastrpodes. Normalmente achados em necropsia, adultos no
tecido pulmonar, formao de ndulos, calcificao dos ndulos, leses nodulares. Diagnsticos: o muelleris ( larvas)
tem cauda afinada e espinho; a D. Filarias no tem isso.
Metastrongylus apri: HI minhocas, adulto na traquia, brnquios e bronquiolos, jovens mais
suscetveis, fezes com ovos larvados. Ambientes que no tem minhocas so melhores. Leites jovens, tosse ruidosa,
dispnia, corrimento nasal. Minhocas infectadas por vrios anos, mdulos acinzentados nos pulmes. Trat.
Benzimidazois, levamisol, lactonas macrociclicas.
Aelustrongylus abstrusus : parenquima pulmonar de felinos, causando pneumonia granulomatosa. HI
moluscos e HP roedores, aves e rpteis. Ciclo - foto. Verminoses pulmonar de felinos - foto trat. Foto.
Ascaridatose
uma doena ocasionada por um grupo especfico de nematides, pertencentes superfamlia
Ascaroidea, que compe-se de duas famlias: Ascaridae e Heterakidae. Parasitam o intestino delgado de
vertebrados. Em caso de superparasitismo podem ser encontrados no estmago e quando efetuam ciclo errtico,
podem se localizar em vrios rgos, inclusive de fetos. cosmopolita, sendo mais comum em regies tropicais e
sub-tropicais. mais frequente em animais jovens, porem adultos sem resistncia tambm esto sujeitos.
Famlia Ascaridae: Ascaris lumbricoides homem; Ascaris suum sunos; Ascaridia galli galiformes e
anseriformes; Toxocara canis ces e gatos; Toxocara cati - feldeos; Toxoascaris leonina candeos e feldeos;
Parascaris equorum eqinos e asininos; Neoascaris vitulorum bovinos e bubalinos.
Famlia Heterakidae: Heterakis gallinarum galinha, peru, faiso, ganso e pssaro.
Apresentam como habitat o intestino delgado, principalmente o duodeno. Seus ovos, por serem de
casca extremamente grossa, resistem no solo ou na gua de 5 a 8 anos. A fermentao dos silos durante 3 meses no
destroem os ovos.
Ciclo: (clssico, tomado, por exemplo, o Ascaris suum): Fmeas adultas expelem no interior do
intestino delgado, grande quantidade de ovos, que chegam ao meio exterior com as fezes dos animais. Encontrando
condies favorveis de temperatura, umidade e oxigenao, surge a larva de primeiro estgio L1. Essa sofre a
primeira ecdise e transforma-se em L2. A forma infectante da doena pela ingesto de ovos que tenham em seu
interior a L2, que eclodem ao longo do ID, onde as larvas livres migram para o ceco, penetram na mucosa, chegando
aos capilares da Veia Mesentrica, da a Veia Porta, atingindo o Fgado, onde e mudam para L3. Galgam
posteriormente a Supra-heptica, da a Cava Caudal e Corao. So bombeadas aos pulmes, rompem os capilares
dos alvolos onde permanecem por 5/6 dias e na luz alveolar mudam para L4. Migram atravs da luz dos
bronquolos, brnquios, traquia, laringe e faringe. As larvas deglutidas atingem o ID, onde mudam para L5 e
posteriormente parasitos adultos, num perodo mdio de 30 dias aps a ingesto do ovo, e iniciam a ovipostura
entre 42/62 dias ps-infeco.
Alteraes do Ciclo Clssico: No Toxocara Canis as L3 que chegarem aos pulmes, podem,
dependendo da idade do animal, ter os seguintes destinos: em filhotes com at 40 dias completam o ciclo clssico;
em filhotes com cerca de 90 dias parte completa o ciclo clssico, parte so distribudas para diversos rgos e
permanecem em hipobiose; em animais com mais de 6 meses de idade somente um pequeno nmero de larvas
realiza o ciclo clssico. O maior nmero de larvas retorna ao corao pelas Veias Pulmonares e so distribudas aos
mais diversos rgos do hospedeiro (fgado, rins, pulmes, etc...). Durante a prenhes da cadela, a maior parte das
larvas, por via transplacentria atinge o feto. Na Larva Migrans Visceral os ovos de T.canis, quando ingeridos pelo
homem, o ciclo evolui normalmente at a chegada das larvas ao fgado. A lesam, espoliam e traumatizam o rgo
causando uma grande quantidade de Granulomas Eosinfilos, que so defesas do organismo do hospedeiro,
tentando envolver o agente patgeno. Quando larvas atingem o globo ocular, causam cegueira irreversvel. No
Toxocara Cati: ocorre ingesto dos ovos liberao das L2 no Estmago, ela penetra na mucosa estomacal ou
intestinal, por via hemtica chegam ao fgado, da ao corao, pulmo e retorna ao estmago ou ID como L2, penetra
na mucosa estomacal ou intestinal mudam para L3 , mudam para L4, voltam luz, viram L5 e adultos em cerca de 10
dias. Pela ingesto de hospedeiro paratnico, no realiza o ciclo pulmonar. De L2 a parasito adulto no estmago ou
ID em cerca 20 dias. No Toxoascaris leonina o ciclo fica restrito ao tubo digestivo. L2 penetra inicialmente na mucosa
do ID, voltam luz intestinal, viram L3, L4, L5 e parasita adulto.
1. Patogenia: as larvas vo provocar irritao da mucosa intestinal, necrose do parnquima heptico,
focos hemorrgicos e inflamatrios nos pulmes. Em Leites causa hepatite intersticial crnica que deixa o fgado
com aspecto marmreo; pneumonia vermintica. Larvas errticas podem ser encontradas nos rins, corao, snc, etc..
j os parasitos adultos vo causar lceras na mucosa intestinal que podem evoluir para uma enterite; hemorragias;
perturbaes nervosas reflexas; penetrao no pncreas; compresso do coldoco podendo provocar ictercia;
perfurao da parede intestinal (peritonite); obstruo intestinal e ruptura intestinal.
2. Sintomas: Esto ligados diretamente carga parasitria. As larvas durante a migrao, em
infeces macias, sunos, ces, gatos e bovinos, apresentam tosse, febre, dispnia e expectorao (quadro de
pneumonia). No cavalo, principalmente jovem, h manifestao de: diarria catarral e clicas intensas. Algumas
vezes aparecem sintomas nervosos como vertigens, ataques epilepticoformes e paralisias, que podem ser
confundidos com o ttano. J os parasitos adultos vao ser responsveis por causar anorexia, perda acentuada de
peso, retardo no crescimento, plos arrepiados e sem brilho, anemia.
3. Diagnsticos: Clnico; Pesquisa de ovos, em exames coproparasitolgicos por mtodos de
flutuao e Necropsia e/ou achado de matadouro.
4. Tratamento: Fenotiazina, piperazina, tetramisol, dizofenol, fenbendazole, thiabendazole,
higromicina (sunos).
5. Profilaxia: Tratamento peridico dos animais; tratar ces jovens com 2 semanas de idade e repetir
a medicao com 4, 6 e 8 semanas de idade; tratar cadelas aps o 40 dia de gestao com Fenbendazole e aps 14
dias ps-parto; limpeza diria dos canis e semanalmente usando hipoclorito diludo em gua; construo de
estrumeiras ou esterqueiras; tratamento profiltico dos grandes animais; cuidados com crianas em contato com
animais positivos.