Apostila Ace Poa
Apostila Ace Poa
Apostila Ace Poa
7908403533749
PORTO ALEGRE-RS
PREFEITURA DE PORTO ALEGRE
RIO GRANDE DO SUL - RS
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Língua Portuguesa
1. Leitura e compreensão de textos: Assunto. Estruturação do texto. Ideias principais e secundárias. Relação entre as ideias.
Efeitos de sentido. Recursos de argumentação. Informações implícitas: pressupostos e subentendidos. ......................... 7
2. Figuras de linguagem............................................................................................................................................................. 16
3. Coesão e coerência textuais.................................................................................................................................................. 18
4. Léxico: Significação de palavras e expressões no texto. Substituição de palavras e de expressões no texto. ..................... 19
5. Estrutura e formação de palavras.......................................................................................................................................... 20
6. Ortografia: emprego de letras e acentuação gráfica sistema oficial vigente (inclusive o Acordo Ortográfico vigente,
conforme Decreto 7.875/12)................................................................................................................................................. 20
7. Relações entre fonemas e grafias.......................................................................................................................................... 22
8. Aspectos linguísticos: Relações morfossintáticas.Flexões e emprego de classes gramaticais. Vozes verbais e sua
conversão............................................................................................................................................................................... 22
9. Concordância nominal e verbal............................................................................................................................................. 29
10. Regência nominal e verbal .................................................................................................................................................... 31
11. Inclusive emprego do acento indicativo de crase.................................................................................................................. 32
12. Coordenação e subordinação: emprego das conjunções, das locuções conjuntivas e dos pronomes relativos.................... 32
13. Pontuação.............................................................................................................................................................................. 35
Informática
1. Conhecimentos do sistema operacional Microsoft Windows 10: (1) Área de Trabalho (Exibir, Classificar, Atualizar, Resolução
da tela, Gadgets) e Menu Iniciar (Documentos, Imagens, Computador, Painel de Controle, Dispositivos e Impressoras,
programa Padrão, Ajuda e Suporte, Desligar, Todos os programas, Pesquisar programa e Arquivos e Ponto de Partida):
saber trabalhar, exibir, alterar, organizar, classificar, ver as propriedades, identificar, usar e configurar, utilizando menus
rápidos ou suspensos, painéis, listas, caixa de pesquisa, menus, ícones, janelas, teclado e/ou mouse; (2) Propriedades
da Barra de Tarefas, do Menu Iniciar e do Gerenciador de Tarefas: saber trabalhar, exibir, alterar, organizar, identificar,
usar, fechar programa e configurar, utilizando as partes da janela (botões, painéis, listas, caixa de pesquisa, caixas de
marcação, menus, ícones e etc.), teclado e/ou mouse; (3) Janelas (navegação no Windows e o trabalho com arquivos,
pastas e bibliotecas), Painel de Controle e Lixeira: saber exibir, alterar, organizar, identificar, usar e configurar ambientes,
componentes da janela, menus, barras de ferramentas e ícones; usar as funcionalidades das janelas, programa e
aplicativos utilizando as partes da janela (botões, painéis, listas, caixa de pesquisa, caixas de marcação, menus, ícones e
etc.), teclado e/ou mouse; (4) Bibliotecas, Arquivos, Pastas, Ícones e Atalhos: realizar ações e operações sobre bibliotecas,
arquivos, pastas, ícones e atalhos: localizar, copiar, mover, criar, criar atalhos, criptografar, ocultar, excluir, recortar, colar,
renomear, abrir, abrir com, editar, enviar para, propriedades e etc.; e (5) Nomes válidos: identificar e utilizar nomes
válidos para bibliotecas, arquivos, pastas, ícones e atalhos. ............................................................................................. 41
2. Conhecimentos sobre o programa Microsoft Word 2016: (1) Ambiente e Componentes do Programa: saber identificar,
caracterizar, usar, alterar, configurar e personalizar o ambiente, componentes da janela, funcionalidades, menus, ícones,
barra de ferramentas, guias, grupos e botões, incluindo número de páginas e palavras, erros de revisão, idioma, modos de
exibição do documento e zoom; (2) Documentos: abrir, fechar, criar, excluir, visualizar, formatar, alterar, salvar, configurar
documentos, utilizado as barras de ferramentas, menus, ícones, botões, guias e grupos da Faixa de Opções, teclado
e/ou mouse; (3) Barra de Ferramentas: identificar e utilizar os botões e ícones das barras de ferramentas das guias e
grupos Início, Inserir, Layout da Página, Referências, Correspondências, Revisão e Exibição, para formatar, personalizar,
configurar, alterar e reconhecer a formatação de textos e documentos; e (4) Ajuda: saber usar a Ajuda......................... 41
ÍNDICE
3. Conhecimentos sobre o programa Microsoft Excel 2016: (1) Ambiente e Componentes do Programa: saber identificar,
caracterizar, usar, alterar, configurar e personalizar o ambiente, componentes da janela, funcionalidades, menus, ícones,
barra de ferramentas, guias, grupos e botões; (2) Elementos: definir e identificar célula, planilha e pasta; saber selecionar
e reconhecer a seleção de células, planilhas e pastas; (3) Planilhas e Pastas: abrir, fechar, criar, visualizar, formatar, salvar,
alterar, excluir, renomear, personalizar, configurar planilhas e pastas, utilizar fórmulas e funções, utilizar as barra de
ferramentas, menus, ícones, botões, guias e grupos da Faixa de Opções, teclado e/ou mouse; (4) Barra de Ferramentas:
identificar e utilizar os ícones e botões das barras de ferramentas das guias e grupos Início, Inserir, Layout da Página,
Fórmulas, Dados, Revisão e Exibição, para formatar, alterar, selecionar células, configurar, reconhecer a formatação de
textos e documentos e reconhecer a seleção de células; (5) Fórmulas: saber o significado e resultado de fórmulas; e (6)
Ajuda: saber usar a Ajuda. ................................................................................................................................................. 51
4. Google Chrome versão atualizada: (1) Ambiente e Componentes do Programa: identificar o ambiente, características
e componentes da janela principal; (2) Funcionalidades: identificar e saber usar todas as funcionalidades do Google
Chrome. ............................................................................................................................................................................. 59
5. Mozilla Firefox versão atualizada: (1) Ambiente e Componentes do Programa: identificar o ambiente, características
e componentes da janela principal; (2) Funcionalidades: identificar e saber usar todas as funcionalidades do Mozilla
Firefox. ............................................................................................................................................................................... 62
6. Internet Explorer 11: (1) identificar o ambiente, características e componentes da janela principal do Internet Explorer;
(2) identificar e usar as funcionalidades da barra de ferramentas e de status; (3) identificar e usar as funcionalidades
dos menus; (4) identificar e usar as funcionalidades das barras de Menus, Favoritos, Botões do Modo de Exibição de
Compatibilidade, Barra de Comandos, Barra de Status; e (5) utilizar teclas de atalho para qualquer operação............... 76
7. Outlook Express: Contas de e-mail, endereços de e-mail, escrever, enviar, responder e encaminhar mensagens,
destinatário oculto, arquivos anexos, organizar e selecionar mensagens recebidas. Importar e exportar mensagens.
Funcionalidade dos menus, ferramentas e teclas de atalho............................................................................................... 80
8. Microsoft Outlook 2016: Contas de e- mail, endereços de e-mail, escrever, enviar, responder e encaminhar mensagens,
destinatário oculto, arquivos anexos, organizar e selecionar mensagens recebidas. Importar e exportar mensagens.
Funcionalidade dos menus, ferramentas e teclas de atalho. ............................................................................................. 83
9. Gmail: Funcionamento do serviço de e- mail Gmail, incluindo: menus, caixas de e-mails, enviados, rascunhos,
configurações, estrela, escrever, responder, encaminhar, inserir anexos, filtros, entre outros.......................................... 86
Conhecimentos Específicos
Agente de Combate às Endemias
1. Conceitos de endemia, epidemia, pandemia, zoonoses, vetores de doença, hospedeiros, parasitismo, reservatório. ......... 95
2. Visita domiciliar........................................................................................................................................................................ 96
3. Avaliação das áreas de risco ambiental e sanitário.................................................................................................................. 99
4. Noções de ética e cidadania.................................................................................................................................................... 100
5. Noções básicas de epidemiologia, aspectos epidemiológicos, agentes etiológicos, vetores e reservatórios, modos de
transmissão, período de transmissibilidade, período de incubação, suscetibilidade, vacinas e imunidade. .......................... 104
6. Conhecimento das principais medidas de controle das principais endemias.......................................................................... 114
7. Noções básicas de doenças como leishmaniose, doença de Chagas, dengue, malária, leptospirose, tuberculose, hepatites,
raiva, meningite, Chikungunya, Febre Amarela e doenças de veiculação hídrica.................................................................... 114
8. Educação em saúde e participação comunitária...................................................................................................................... 143
9. Meio ambiente e saneamento................................................................................................................................................. 144
10. Armazenamento de lixo aterro e sanitário.............................................................................................................................. 146
11. Controle de roedores............................................................................................................................................................... 149
12. Controle biológico e manejo ambiental. ................................................................................................................................. 199
13. Noções básicas sobre acidentes com animais peçonhentos ................................................................................................... 200
14. Noções básicas de Vigilância em Saúde Ambiental................................................................................................................. 206
ÍNDICE
15. Noções básicas sobre arboviroses e fauna sinantrópica, bem como suas medidas de controle............................................. 207
16. Noções básicas em emergências em saúde pública................................................................................................................ 208
Legislação
1. Constituição da República Federativa do Brasil: Artigos 196, 197, 198, 199 e 200................................................................... 5
2. Lei Federal nº 8.080/90, de 19 de setembro de 1990. ............................................................................................................. 6
3. Lei Federal nº 8.142/90, de 28 de dezembro de 1990.............................................................................................................. 16
4. Portaria Ministério da Saúde nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. ...................................................................................... 17
5. Portaria de Consolidação nº 1/2017 – Ministério da Saúde..................................................................................................... 39
6. Portaria de Consolidação nº 2/2017 – Ministério da Saúde..................................................................................................... 39
7. Portaria de Consolidação nº 3/2017 – Ministério da Saúde..................................................................................................... 73
8. Lei FederaI nº 12.288, de 20 de julho de 2010 - Estatuto Nacional da Igualdade Racial.......................................................... 145
9. Lei Federal nº 8.429, de 2 de junho de 1992 – Lei de Improbidade Administrativa. ............................................................... 151
10. Lei Orgânica do Município de Porto Alegre: Dos Princípios Gerais da Organização Municipal – arts. 1º ao 10, Dos Bens
Públicos Municipais – arts. 11 ao 16, Da Administração Pública – arts. 17 ao 29, Dos Servidores Municipais – arts. 30 ao 49,
Da Ordem Social e Cidadania – arts. 147 a 200........................................................................................................................ 160
11. Lei Complementar Municipal nº 133, de 31 de dezembro de 1985 - Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de
Porto Alegre. ............................................................................................................................................................................ 172
12. Lei Complementar Municipal 395 – Código Municipal de Saúde 26 de dezembro de 1996..................................................... 194
13. Código de Posturas do Município. ........................................................................................................................................... 213
14. Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente............................................................. 223
15. Lei Federal nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 - Lei Maria da Penha. ................................................................................... 262
16. Lei Federal nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 - Estatuto do Idoso...................................................................................... 268
17. Lei Complementar nº 875, de 21 de janeiro de 2020 – Cria os cargos públicos de Agente Comunitário de Saúde (ACS) e
Agente de Combate às Endemias (ACE). .................................................................................................................................. 278
18. Lei Federal nº 11.350, de 05 de outubro de 2006.................................................................................................................... 283
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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipologia Textual
LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTOS: ASSUNTO. A partir da estrutura linguística, da função social e da finali-
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO. IDEIAS PRINCIPAIS E dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele
SECUNDÁRIAS. RELAÇÃO ENTRE AS IDEIAS. EFEITOS pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas
DE SENTIDO. RECURSOS DE ARGUMENTAÇÃO. classificações.
INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS: PRESSUPOSTOS E
SUBENTENDIDOS Tipos textuais
A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é específico para se fazer a enunciação.
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido cas:
completo.
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e Apresenta um enredo, com ações e
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- relações entre personagens, que ocorre
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua em determinados espaço e tempo. É
interpretação. TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do da seguinte maneira: apresentação >
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que desenvolvimento > clímax > desfecho
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta-
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- Tem o objetivo de defender determinado
tório do leitor. TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido desenvolvimento > conclusão.
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar Procura expor ideias, sem a necessidade
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. de defender algum ponto de vista. Para
isso, usa-se comparações, informações,
Dicas práticas TEXTO EXPOSITIVO
definições, conceitualizações etc. A
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- estrutura segue a do texto dissertativo-
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa- argumentativo.
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível,
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
de modo que sua finalidade é descrever,
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca
TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém. Com
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe-
isso, é um texto rico em adjetivos e em
cidas.
verbos de ligação.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon-
te de referências e datas. Oferece instruções, com o objetivo de
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
opiniões. são os verbos no modo imperativo.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin-
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de Gêneros textuais
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
quando afirma que... não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
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“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca- Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
vam abraços afetuosos.” expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa-
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen-
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos
e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até, “tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta-
que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada. ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra- ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de-
tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am- possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá- de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar
rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun-
usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista.
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis-
injustiça, corrupção). curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
o argumento. zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por ver as seguintes habilidades:
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir mente contrária;
outros à sua dependência política e econômica”. - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa- ria contra a argumentação proposta;
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, ta.
o assunto, etc).
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
dades não se prometem, manifestam-se na ação. Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
comportamento. argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli- regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio da verdade:
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em - evidência;
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- - divisão ou análise;
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- - ordem ou dedução;
mica e até o choro. - enumeração.
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LÍNGUA PORTUGUESA
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe- Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a Elemento especie diferença
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me- a ser definido específica
nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação, É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par-
espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís- tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é
ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é
integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial. forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan-
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973,
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”.
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
sabiá, torradeira. - o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. ou instalação”;
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé- para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização. ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan-
(Garcia, 1973, p. 302304.) dida;d
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in- - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio- diferenças).
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam.
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
de vista sobre ele. consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- vra e seus significados.
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A mentação coerente e adequada.
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
- o termo a ser definido; as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
- o gênero ou espécie; rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
- a diferença específica. reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
ma espécie. Exemplo: expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
elementos, ou se há contradição.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Para isso é que se aprende os processos de raciocínio por de- - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula-
dução e por indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, con- dos e axiomas);
clui-se que o argumento é um tipo específico de relação entre as - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature-
premissas e a conclusão. za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação: discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação. parece absurdo).
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes- Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con-
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa- cretos, estatísticos ou documentais.
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se
apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau-
causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por- sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
virtude de, em vista de, por motivo de. julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini-
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli- ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada,
car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex-
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta- presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na
ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme, -argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar-
segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no gumentação:
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran-
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu-
assim, desse ponto de vista. mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”;
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver-
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são dadeira;
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de- Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi-
pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de- nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, dade da afirmação;
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis-
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto-
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no ridade que contrariam a afirmação apresentada;
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes.
ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta- estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em
que, melhor que, pior que. uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra-
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: que gera o controle demográfico”.
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir- desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi- desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer elaboração de um Plano de Redação.
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li-
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais tecnológica
caráter confirmatório que comprobatório. - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por ta, justificar, criando um argumento básico;
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
caso, incluem-se construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
mortal, aspira à imortalidade); (rever tipos de argumentação);
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po- texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se
dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ- utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a
ência); fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
argumento básico; ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode
argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu- mencionar um provérbio conhecido.
mento básico; Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se- outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to-
partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi-
menos a seguinte: zá-lo ou ao compará-lo com outros.
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
Introdução grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de-
- função social da ciência e da tecnologia; senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres-
- definições de ciência e tecnologia; samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con-
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi-
Desenvolvimento nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm
- apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol- alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido.
vimento tecnológico;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as Tipos de Intertextualidade
condições de vida no mundo atual; A intertextualidade acontece quando há uma referência ex-
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica- plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer
mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub- com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc.
desenvolvidos; Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali-
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; dade.
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas- Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
sado; apontar semelhanças e diferenças; um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá-
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur- logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as
banos; mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
mais a sociedade. Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea-
firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com
Conclusão
outras palavras o que já foi dito.
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex-
ências maléficas;
tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui,
apresentados.
um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada
para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces-
ção: é um dos possíveis.
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente-
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida- mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis- e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da
tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções demagogia praticada pela classe dominante.
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
é inserida. científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con-
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re-
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra-
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé”
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois cultura é o melhor conforto para a velhice”.
textos caracterizada por um citar o outro.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como: Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta
“Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”. estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo e seu
pensamento.
Parágrafo
Comparação: é a comparação entre dois elementos comuns;
Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunção comparati-
esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve va: como, tal qual, assim como.
conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
- Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira “Sejamos simples e calmos
sintética de acordo com os objetivos do autor. Como os regatos e as árvores”
- Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução), Fernando Pessoa
atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
dade na discussão. Metonímia: consiste em empregar um termo no lugar de ou-
- Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos- tro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido.
tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los. Observe os exemplos abaixo:
Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução, -autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Machado de
desenvolvimento e conclusão): Assis. (Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.)
“Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha. -efeito pela causa e vice-versa. Exemplo: Vivo do meu trabalho.
Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado (o trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado).
perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psico-
trópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão - continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de
estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o bombons. (a palavra caixa, que designa o continente ou aquilo que
caos. ” contém, está sendo usada no lugar da palavra bombons).
(Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
-abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A gravidez deve
Elemento relacionador: Nesse contexto. ser tranquila. (o abstrato gravidez está no lugar do concreto, ou
Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha. seja, mulheres grávidas).
Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do
consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce - instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Os microfo-
sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação nes foram atrás dos jogadores. (Os repórteres foram atrás dos jo-
de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda. gadores.)
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.
- lugar pelo produto. Exemplo: Fumei um saboroso havana.
(Fumei um saboroso charuto.).
- símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Não te afas-
FIGURAS DE LINGUAGEM tes da cruz. (Não te afastes da religião.).
As figuras de linguagem são recursos especiais usados por - a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os desabrigados.
quem fala ou escreve, para dar à expressão mais força, intensidade (a parte teto está no lugar do todo, “o lar”).
e beleza.
São três tipos: - indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: O homem foi à Lua.
Figuras de Palavras (tropos); (Alguns astronautas foram à Lua.).
Figuras de Construção (de sintaxe); - singular pelo plural. Exemplo: A mulher foi chamada para ir às
Figuras de Pensamento. ruas. (Todas as mulheres foram chamadas, não apenas uma)
Figuras de Palavra
- gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais so-
É a substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego frem nesse mundo. (Os homens sofrem nesse mundo.)
figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contigui-
dade), seja por uma associação, uma comparação, uma similarida- - matéria pelo objeto. Exemplo: Ela não tem um níquel. (a ma-
de. São as seguintes as figuras de palavras: téria níquel é usada no lugar da coisa fabricada, que é “moeda”).
Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão Atenção: Os últimos 5 exemplos podem receber também o
em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude nome de Sinédoque.
da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende
entre elas certas semelhanças. Observe o exemplo: Perífrase: substituição de um nome por uma expressão para
facilitar a identificação. Exemplo: A Cidade Maravilhosa (= Rio de
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pessoa) Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de Silepse: concordância de gênero, número ou pessoa é feita
antonomásia. com ideias ou termos subentendidos na frase e não claramente ex-
Exemplos: pressos. A silepse pode ser:
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o - de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece desanimado. (o
bem. adjetivo desanimado concorda não com o pronome de tratamento
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quem
esse pronome se refere – pessoa do sexo masculino).
Sinestesia: Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as - de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram cor-
sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplo: rendo. (o verbo sair concordou com a ideia de plural que a palavra
No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (si- pessoal sugere).
lêncio = auditivo; negro = visual) - de pessoa. Exemplo: Os brasileiros amamos futebol. (o sujeito
os brasileiros levaria o verbo na 3ª pessoa do plural, mas a concor-
Catacrese: A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de dância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando que a pessoa
um termo específico para designar um conceito, toma-se outro que fala está incluída em os brasileiros).
“emprestado”. Passamos a empregar algumas palavras fora de seu
sentido original. Exemplos: “asa da xícara”, “maçã do rosto”, “braço Onomatopeia: Ocorre quando se tentam reproduzir na forma
da cadeira” . de palavras os sons da realidade.
Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.
Figuras de Construção Miau, miau. (Som emitido pelo gato)
Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar.
Ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao
significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expres- As onomatopeias, como no exemplo abaixo, podem resultar da
sividade que se dá ao sentido. São as mais importantes figuras de Aliteração (repetição de fonemas nas palavras de uma frase ou de
construção: um verso).
“Vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas,
Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no
vagam nos velhos vórtices velozes
entanto, pode ser facilmente identificado. Exemplo: No fim da co-
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
memoração, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (Omissão do
verbo haver: No fim da festa comemoração, sobre as mesas, copos (Cruz e Sousa)
e garrafas vazias). Repetição: repetir palavras ou orações para enfatizar a afirma-
ção ou sugerir insistência, progressão:
Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes “E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da ca-
para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive uma vida feliz. sona.” (Bernardo Élis)
Deve-se evitar os pleonasmos viciosos, que não têm valor de “O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada se
reforço, sendo antes fruto do desconhecimento do sentido das pa- apagou.” (Inácio de Loyola Brandão)
lavras, como por exemplo, as construções “subir para cima”, “entrar Zeugma: omissão de um ou mais termos anteriormente enun-
para dentro”, etc. ciados. Exemplo: Ele gosta de geografia; eu, de português. (na se-
gunda oração, faltou o verbo “gostar” = Ele gosta de geografia; eu
Polissíndeto: repetição enfática do conectivo, geralmente o “e”. gosto de português.).
Exemplo: Felizes, eles riam, e cantavam, e pulavam, e dançavam. Assíndeto: quando certas orações ou palavras, que poderiam
Inversão ou Hipérbato: alterar a ordem normal dos termos ou se ligar por um conectivo, vêm apenas justapostas. Exemplo: Vim,
orações com o fim de lhes dar destaque: vi, venci.
“Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drummond
de Andrade) Anáfora: repetição de uma palavra ou de um segmento do
“Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não texto com o objetivo de enfatizar uma ideia. É uma figura de cons-
sei.” (Graciliano Ramos) trução muito usada em poesia. Exemplo: Este amor que tudo nos
Observação: o termo deseja realçar é colocado, em geral, no toma, este amor que tudo nos dá, este amor que Deus nos inspira,
início da frase. e que um dia nos há de salvar
Anacoluto: quebra da estrutura sintática da oração. O tipo mais Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de signi-
comum é aquele em que um termo parece que vai ser o sujeito da ficados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho. Exemplo:
oração, mas a construção se modifica e ele acaba sem função sintá- Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a despensa.
tica. Essa figura é usada geralmente para pôr em relevo a ideia que
Neologismo: criação de novas palavras. Exemplo: Estou a fim
consideramos mais importante, destacando-a do resto. Exemplo:
do João. (estou interessado). Vou fazer um bico. (trabalho tempo-
O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem.
rário).
A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo
Castelo Branco)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Figuras de Pensamento
Utilizadas para produzir maior expressividade à comunicação, as figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias,
pensamentos.
Antítese: Corresponde à aproximação de palavras contrárias, que têm sentidos opostos. Exemplo: O ódio e o amor andam de mãos
dadas.
Apóstrofe: interrupção do texto para se chamar a atenção de alguém ou de coisas personificadas. Sintaticamente, a apóstrofe corres-
ponde ao vocativo. Exemplo: Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres.
Eufemismo: Atenua o sentido das palavras, suavizando as expressões do discurso Exemplo: Ele foi para o céu. (Neste caso, a expressão
“para a céu”, ameniza o discurso real: ele morreu.)
Gradação: os termos da frase são fruto de hierarquia (ordem crescente ou decrescente). Exemplo: As pessoas chegaram à festa, sen-
taram, comeram e dançaram.
Hipérbole: baseada no exagero intencional do locutor, isto é, expressa uma ideia de forma exagerada.
Exemplo: Liguei para ele milhões de vezes essa tarde. (Ligou várias vezes, mas não literalmente 1 milhão de vezes ou mais).
Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido oposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentido sarcástico.
Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou o que estava gravado?
Paradoxo: Diferente da antítese, que opõem palavras, o paradoxo corresponde ao uso de ideias contrárias, aparentemente absurdas.
Exemplo: Esse amor me mata e dá vida. (Neste caso, o mesmo amor traz alegrias (vida) e tristeza (mata) para a pessoa.)
Personificação ou Prosopopéia ou Animismo: atribuição de ações, sentimentos ou qualidades humanas a objetos, seres irracionais
ou outras coisas inanimadas. Exemplo: O vento suspirou essa manhã. (Nesta frase sabemos que o vento é algo inanimado que não suspira,
sendo esta uma “qualidade humana”.)
Reticência: suspender o pensamento, deixando-o meio velado. Exemplo:
“De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se digo.” (Machado de Assis)
Retificação: consiste em retificar uma afirmação anterior. Exemplos: O médico, aliás, uma médica muito gentil não sabia qual seria o
procedimento.
Coerência e a coesão
A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.
Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.
Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor;
e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.
Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça as
principais relações e suas características:
Sinonímia e antonímia
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
<—> esperto
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam significados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex: forte
<—> fraco
Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo “rir”)
X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (numeral) X
sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver-
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).
Polissemia e monossemia
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a frase.
Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo).
Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos).
Denotação e conotação
Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam um sentido objetivo e literal. Ex:Está fazendo frio. / Pé da mulher.
Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé da
cadeira.
Hiperonímia e hiponímia
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de significado entre as palavras.
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, por- • Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, man-
tanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex: tendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos forma-
Limão é hipônimo de fruta. dores. Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija-
-flor / passatempo.
Formas variantes
São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem Abreviação
que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – in- Quando a palavra é reduzida para apenas uma parte de sua
farto / gatinhar – engatinhar. totalidade, passando a existir como uma palavra autônoma. Ex: foto
(fotografia) / PUC (Pontifícia Universidade Católica).
Arcaísmo
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo Hibridismo
do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de
ainda podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binó-
encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> far- culo (bi – grego + oculus – latim).
mácia / franquia <—> sinceridade.
Combinação
Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (abor-
recer + adolescente).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é conhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o alfabeto
se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo que
elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.
Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)
Os diferentes porquês
POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação,
POR QUÊ
exclamação, ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome
Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
Acentuação
A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Ortografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utilizados
no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída, de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
(ex: Müller, mülleriano).
Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a intensi-
dade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a escrita semelhante.
A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
como mostrado abaixo:
• OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: café)
• PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: automóvel)
• PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: lâmpada)
As demais sílabas, pronunciadas de maneira mais sutil, são denominadas sílabas átonas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Regras fundamentais
Regras especiais
REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de saída, faísca, baú, país
“S”, desde que não sejam seguidos por “NH” feiura, Bocaiuva,
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo Sauipe
têm, obtêm, contêm,
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos
vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção
A fonética e a fonologia é parte da gramática descritiva, que estuda os aspectos fônicos, físicos e fisiológicos da língua.
Fonética é o nome dado ao estudo dos aspectos acústicos e fisiológicos dos sons efetivos. Com isso, busca entender a produção, a
articulação e a variedade de sons reais.
Fonologia é o estudo dos sons de uma língua, denominados fonemas. A definição de fonema é: unidade acústica que não é dotada de
significado, e ele é classificado em vogais, semivogais e consoantes. Sua representação escrita é feita entre barras (/ /).
É importante saber diferencias letra e fonema, uma vez que são distintas realidades linguísticas. A letra é a representação gráfica dos
sons de uma língua, enquanto o fonema são os sons que diferenciam os vocábulos (fala).
Vale lembrar que nem sempre há correspondência direta e exclusiva entre a letra e seu fonema, de modo que um símbolo fonético
pode ser repetido em mais de uma letra.
Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...
Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
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LÍNGUA PORTUGUESA
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão que
protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.
Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).
Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).
Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar
Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.
Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:
Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê
Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo
Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).
Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)
Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Nada me faria mais feliz. • Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos
átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se,
• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da pentear-se...)
frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerún- • Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções
dio não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal. verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho. • Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si pró-
prios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração. • De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao
Orgulhar-me-ei de meus alunos. sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)
DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou ora- Vozes verbais
ções, nem após ponto-e-vírgula. As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação,
podendo ser três tipos diferentes:
Verbos • Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito • Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
(passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro • Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo
possuem subdivisões. do lago)
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo
(certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando). partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito per- equivalente ao verbo “ser”.
feito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do
presente, futuro do pretérito. Conjugação de verbos
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito im- Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de ou-
perfeito, futuro. tros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados
são aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo
Os tempos verbais compostos são formados por um verbo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de ori-
auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre gem.
flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no parti- • 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, ima-
cípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”. ginar, jogar...)
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, • 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr,
pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do preté- erguer...)
rito. • 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ou-
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, vir...)
pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:
aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando,
fazendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função
de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particí-
pio) ou advérbio (gerúndio).
Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal.
Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar,
vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas termina-
ções quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados
(ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais
(falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sem-
pre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre
conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular
e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar
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LÍNGUA PORTUGUESA
Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.
Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.
Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.
Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.
Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.
Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.
Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.
Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje
Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.
Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.
Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.
Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.
A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.
Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:
PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato;
COM
intolerante; mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador;
EM
negligente; perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...
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LÍNGUA PORTUGUESA
Regência verbal • Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regi- a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras.
do poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto • Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha
um objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado fica a 50 metros da esquina.
também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre tran- Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo
sitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do • Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha.
verbo vai depender do seu contexto. / Dei um picolé à minha filha.
• Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei
Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que minha avó até à feira.
fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado • Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado):
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser Ana da faculdade.
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática: DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem. caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no
masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos
Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto dire- à escola / Amanhã iremos ao colégio.
to), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO: EMPREGO DAS
Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto in- CONJUNÇÕES, DAS LOCUÇÕES CONJUNTIVAS E DOS
direto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer PRONOMES RELATIVOS
o sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da cam- A sintaxe estuda o conjunto das relações que as palavras esta-
panha eleitoral. belecem entre si. Dessa maneira, é preciso ficar atento aos enuncia-
dos e suas unidades: frase, oração e período.
Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o Frase é qualquer palavra ou conjunto de palavras ordenadas
verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposi- que apresenta sentido completo em um contexto de comunicação
ção) e de um objeto indireto (com preposição): e interação verbal. A frase nominal é aquela que não contém verbo.
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda Já a frase verbal apresenta um ou mais verbos (locução verbal).
à senhora. Oração é um enunciado organizado em torno de um único ver-
bo ou locução verbal, de modo que estes passam a ser o núcleo
da oração. Assim, o predicativo é obrigatório, enquanto o sujeito é
EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE opcional.
Período é uma unidade sintática, de modo que seu enuncia-
Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma do é organizado por uma oração (período simples) ou mais orações
só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de- (período composto). Eles são iniciados com letras maiúsculas e fina-
marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não lizados com a pontuação adequada.
é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão.
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em- Análise sintática
prego da crase: A análise sintática serve para estudar a estrutura de um perío-
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu- do e de suas orações. Os termos da oração se dividem entre:
na. • Essenciais (ou fundamentais): sujeito e predicado
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica- • Integrantes: completam o sentido (complementos verbais e
das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas. nominais, agentes da passiva)
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito • Acessórios: função secundária (adjuntos adnominais e adver-
estresse. biais, apostos)
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei-
xando de lado a capacidade de imaginar. Termos essenciais da oração
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado.
à esquerda. O sujeito é aquele sobre quem diz o resto da oração, enquanto o
predicado é a parte que dá alguma informação sobre o sujeito, logo,
Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra- onde o verbo está presente.
se:
• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé. O sujeito é classificado em determinado (facilmente identificá-
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter- vel, podendo ser simples, composto ou implícito) e indeterminado,
mos uma reunião frente a frente. podendo, ainda, haver a oração sem sujeito (a mensagem se con-
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar. centra no verbo impessoal):
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te Lúcio dormiu cedo.
atender daqui a pouco. Aluga-se casa para réveillon.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando o sujeito aparece no início da oração, dá-se o nome de sujeito direto. Se aparecer depois do predicado, é o caso de sujeito
inverso. Há, ainda, a possibilidade de o sujeito aparecer no meio da oração:
Lívia se esqueceu da reunião pela manhã.
Esqueceu-se da reunião pela manhã, Lívia.
Da reunião pela manhã, Lívia se esqueceu.
Os predicados se classificam em: predicado verbal (núcleo do predicado é um verbo que indica ação, podendo ser transitivo, intransi-
tivo ou de ligação); predicado nominal (núcleo da oração é um nome, isto é, substantivo ou adjetivo); predicado verbo-nominal (apresenta
um predicativo do sujeito, além de uma ação mais uma qualidade sua)
As crianças brincaram no salão de festas.
Mariana é inteligente.
Os jogadores venceram a partida. Por isso, estavam felizes.
Os agentes da passiva são os termos que tem a função de praticar a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva.
Costumam estar acompanhados pelas preposições “por” e “de”.
Os filhos foram motivo de orgulho da mãe.
Eduardo foi alvo de inveja de Carlos.
O bosque foi caminhado vagarosamente por Bárbara.
Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:
Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.
Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.
SUBORDINADAS
CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
ADJETIVAS
Esclarece algum detalhe, adicionando uma in-
O candidato, que é do partido socialista, está
EXPLICATIVAS formação.
sendo atacado.
Aparece sempre separado por vírgulas.
Restringe e define o sujeito a que se refere.
As pessoas que são racistas precisam rever
RESTRITIVAS Não deve ser retirado sem alterar o sentido.
seus valores.
Não pode ser separado por vírgula.
Introduzidas por conjunções, pronomes e locu-
ções conjuntivas. Ele foi o primeiro presidente que se preocu-
DESENVOLVIDAS
Apresentam verbo nos modos indicativo ou pou com a fome no país.
subjuntivo.
Não são introduzidas por pronomes, conjun-
ções sou locuções conjuntivas. Assisti ao documentário denunciando a cor-
REDUZIDAS
Apresentam o verbo nos modos particípio, ge- rupção.
rúndio ou infinitivo
34
LÍNGUA PORTUGUESA
PONTUAÇÃO
Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.
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LÍNGUA PORTUGUESA
QUESTÕES
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
11. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós 15. (UFABC) A alternativa em que o acento indicativo de crase
____________________.” não procede é:
(A) Tais informações são iguais às que recebi ontem.
Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada- (B) Perdi uma caneta semelhante à sua.
mente a frase acima. Assinale-a. (C) A construção da casa obedece às especificações da Prefei-
(A) desfilando pelas passarelas internacionais. tura.
(B) desista da ação contra aquele salafrário. (D) O remédio devia ser ingerido gota à gota, e não de uma só
(C) estejamos prontos em breve para o trabalho. vez.
(D) recuperássemos a vaga de motorista da firma. (E) Não assistiu a essa operação, mas à de seu irmão.
(E) tentamos aquele emprego novamente.
16. (ENEM – 2018)
12. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamente
as lacunas correspondentes. Física com a boca
A arma ___ se feriu desapareceu. Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?
Estas são as pessoas ___ lhe falei. Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando
Aqui está a foto ___ me referi. você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele, as on-
Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava. das da voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi
Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos. Akkerman – presidente da Associação Brasileira para a Qualidade
(A) que, de que, à que, cujo, que. Acústica – diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o de-
(B) com que, que, a que, cujo qual, onde. sencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distor-
(C) com que, das quais, a que, de cujo, onde. ção da voz, pelo fato de ser uma vibração que influencia no som”,
(D) com a qual, de que, que, do qual, onde. diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propaga-
(E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja. ção das ondas contribuem para distorcer sua bela voz.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul.
13. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo 2012 (adaptado).
com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a
alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organi-
classificação. zar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o
“____________ o céu é azul?” sentido não é alterado em caso de substituição dos travessões por
“Meus pais chegaram atrasados, ____________ pegaram trân- (A) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte
sito pelo caminho.” (B) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi
“Gostaria muito de saber o ____________ de você ter faltado Akkerman.
ao nosso encontro.” (C) reticências, para deixar subetendida a formação do espe-
“A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun- cialista.
diais. ____________?” (D) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida
(A) Porque – porquê – por que – Por quê anteriormente.
(B) Porque – porquê – por que – Por quê (E) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais
(C) Por que – porque – porquê – Por quê para o desenvolvimento temático.
(D) Porquê – porque – por quê – Por que
(E) Por que – porque – por quê – Porquê 17. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EX-
CELÊNCIA - 2019)
14. (IFAL – 2016 ADAPTADA) Quanto à acentuação das palavras,
assinale a afirmação verdadeira. Em “Tempos Modernos”, fez-se o uso de figuras de linguagem,
(A) A palavra “tendem” deveria ser acentuada graficamente, assinale a alternativa em que os termos destacados têm a classifi-
como “também” e “porém”. cação corretamente:
(B) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acentuam-se pela
mesma razão. ”Hoje o tempo voa, amor
(C) O nome “Luiz” deveria ser acentuado graficamente, pela escorre pelas mãos
mesma razão que a palavra “país”. ...Vamos viver tudo que há pra viver .
(D) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por constituí- ..eu vejo um novo começo de era
rem monossílabos tônicos fechados. de gente fina, elegante, sincera
(E) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, “simbólica” por- com habilidade para dizer mais sim do que não
que todas as paroxítonas são acentuadas.
(A) Prosopopeia / pleonasmo / gradação / antítese.
(B) Metáfora / pleonasmo / gradação / antítese.
(C) Metáfora / hipérbole / gradação / antítese.
(D) Pleonasmo / metáfora / antítese / gradação.
(E) Nenhuma das alternativas.
38
LÍNGUA PORTUGUESA
Sobre fonética e fonologia e conceitos relacionados a essas áreas, considere as seguintes afirmações, segundo Bechara:
I. A fonologia estuda o número de oposições utilizadas e suas relações mútuas, enquanto a fonética experimental determina a natu-
reza física e fisiológica das distinções observadas.
II. Fonema é uma realidade acústica, opositiva, que nosso ouvido registra; já letra, também chamada de grafema, é o sinal empregado
para representar na escrita o sistema sonoro de uma língua.
III. Denominam-se fonema os sons elementares e produtores da significação de cada um dos vocábulos produzidos pelos falantes da
língua portuguesa.
GABARITO
1 D
2 E
3 D
4 B
5 B
6 C
7 E
8 D
39
LÍNGUA PORTUGUESA
9 A ______________________________________________________
10 C ______________________________________________________
11 C
______________________________________________________
12 C
______________________________________________________
13 C
14 B ______________________________________________________
15 D ______________________________________________________
16 B
______________________________________________________
17 A
18 C ______________________________________________________
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________
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40
INFORMÁTICA
WINDOWS 10
41
INFORMÁTICA
Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc. Programas e aplicativos e interação com o usuário
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”, Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
estamos copiando dados para esta área intermediária. tendermos melhor as funções categorizadas.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”, – Música e Vídeo: Temos o Media Player como player nativo
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na para ouvir músicas e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma
área de transferência. excelente experiência de entretenimento, nele pode-se administrar
bibliotecas de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar
Manipulação de arquivos e pastas CDs, criar playlists e etc., isso também é válido para o media center.
A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.
– Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.
42
INFORMÁTICA
• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito impor- CONHECIMENTOS SOBRE O PROGRAMA MICROSOFT
tante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos WORD 2016: (1) AMBIENTE E COMPONENTES DO PRO-
ficam internamente desorganizados, isto faz que o computador fi- GRAMA: SABER IDENTIFICAR, CARACTERIZAR, USAR,
que lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza ALTERAR, CONFIGURAR E PERSONALIZAR O AMBIEN-
internamente tornando o computador mais rápido e fazendo com TE, COMPONENTES DA JANELA, FUNCIONALIDADES,
que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez. MENUS, ÍCONES, BARRA DE FERRAMENTAS, GUIAS,
GRUPOS E BOTÕES, INCLUINDO NÚMERO DE PÁGINAS
E PALAVRAS, ERROS DE REVISÃO, IDIOMA, MODOS DE
EXIBIÇÃO DO DOCUMENTO E ZOOM; (2) DOCUMEN-
TOS: ABRIR, FECHAR, CRIAR, EXCLUIR, VISUALIZAR,
FORMATAR, ALTERAR, SALVAR, CONFIGURAR DOCU-
MENTOS, UTILIZADO AS BARRAS DE FERRAMENTAS,
MENUS, ÍCONES, BOTÕES, GUIAS E GRUPOS DA FAIXA
DE OPÇÕES, TECLADO E/OU MOUSE; (3) BARRA DE
FERRAMENTAS: IDENTIFICAR E UTILIZAR OS BOTÕES E
ÍCONES DAS BARRAS DE FERRAMENTAS DAS GUIAS E
GRUPOS INÍCIO, INSERIR, LAYOUT DA PÁGINA, REFE-
RÊNCIAS, CORRESPONDÊNCIAS, REVISÃO E EXIBIÇÃO,
PARA FORMATAR, PERSONALIZAR, CONFIGURAR, AL-
TERAR E RECONHECER A FORMATAÇÃO DE TEXTOS E
DOCUMENTOS; E (4) AJUDA: SABER USAR A AJUDA
• O recurso de backup e restauração do Windows é muito im-
portante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mes- Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e
mo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma có- novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe docu-
pia de segurança. mentos de maneira fácil e prática1.
O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo
tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos de do-
cumentos e estilos de formatações predefinidos para agilizar e dar
um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos. Trouxe pou-
quíssimas novidades, seguiu as tendências atuais da computação,
permitindo o compartilhamento de documentos e possuindo inte-
gração direta com vários outros serviços da web, como Facebook,
Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros.
1 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf
43
INFORMÁTICA
– Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vários usuários trabalhem no mesmo documento de forma simultânea.
Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no SharePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016 ou Word
On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros no documento durante a edição. Após salvar o documento on-line, clique em Com-
partilhar para gerar um link ou enviar um convite por e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em compartilhar
automaticamente as alterações, você vê o trabalho em tempo real.
– Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre qualquer
palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a função Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo da tela do programa
e lista todas as entradas na internet relacionadas com a palavra digitada.
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sensível ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utilizando o dedo
ou uma caneta de toque, e o programa será capaz de reconhecer e incluir a fórmula ou equação ao documento.
– Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico para conferir uma lista completa de alterações feitas a um documento
e para acessar versões anteriores.
44
INFORMÁTICA
– Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar para compartilhar seu documento com outras pessoas no SharePoint, no
OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do Word.
– Formatação de formas mais rápida: quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.
– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout2.
Interface Gráfica
45
INFORMÁTICA
Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.
46
INFORMÁTICA
– Salvar/Salvar como: a primeira vez que irá salvar o documento as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da segunda
vez em diante que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo. Contém os locais onde serão armazenados
os arquivos. Opções locais como na nuvem (OneDrive).
– Imprimir: opções de impressão do documento em edição. Desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário tanto
pode imprimir páginas sequenciais como páginas alternadas.
– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.
Grupo Fonte
47
INFORMÁTICA
Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto
pode haver mais de um tipo de fontes diferentes.
Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista
ou que digite um tamanho manualmente.
Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.
Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.
Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está
em uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.
Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente estiver
sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.
Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.
Grupo Parágrafo
48
INFORMÁTICA
Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.
Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.
Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas
do parágrafo.
Grupo Edição
CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar
um uma palavra ou trecho dentro do texto.
CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por
outro de seu desejo.
Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.
49
INFORMÁTICA
Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.
Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados dife-
rentes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.
Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela
e vice-versa.
Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.
Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.
Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a iden-
tificação de conteúdo.
Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.
50
INFORMÁTICA
Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de sinô-
nimos, entre outras.
Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.
.pdf: arquivos portáteis.
CONHECIMENTOS SOBRE O PROGRAMA MICROSOFT EXCEL 2016: (1) AMBIENTE E COMPONENTES DO PROGRAMA:
SABER IDENTIFICAR, CARACTERIZAR, USAR, ALTERAR, CONFIGURAR E PERSONALIZAR O AMBIENTE, COMPONENTES
DA JANELA, FUNCIONALIDADES, MENUS, ÍCONES, BARRA DE FERRAMENTAS, GUIAS, GRUPOS E BOTÕES; (2) ELE-
MENTOS: DEFINIR E IDENTIFICAR CÉLULA, PLANILHA E PASTA; SABER SELECIONAR E RECONHECER A SELEÇÃO DE
CÉLULAS, PLANILHAS E PASTAS; (3) PLANILHAS E PASTAS: ABRIR, FECHAR, CRIAR, VISUALIZAR, FORMATAR, SALVAR,
ALTERAR, EXCLUIR, RENOMEAR, PERSONALIZAR, CONFIGURAR PLANILHAS E PASTAS, UTILIZAR FÓRMULAS E FUN-
ÇÕES, UTILIZAR AS BARRA DE FERRAMENTAS, MENUS, ÍCONES, BOTÕES, GUIAS E GRUPOS DA FAIXA DE OPÇÕES,
TECLADO E/OU MOUSE; (4) BARRA DE FERRAMENTAS: IDENTIFICAR E UTILIZAR OS ÍCONES E BOTÕES DAS BARRAS
DE FERRAMENTAS DAS GUIAS E GRUPOS INÍCIO, INSERIR, LAYOUT DA PÁGINA, FÓRMULAS, DADOS, REVISÃO E EXI-
BIÇÃO, PARA FORMATAR, ALTERAR, SELECIONAR CÉLULAS, CONFIGURAR, RECONHECER A FORMATAÇÃO DE TEXTOS
E DOCUMENTOS E RECONHECER A SELEÇÃO DE CÉLULAS; (5) FÓRMULAS: SABER O SIGNIFICADO E RESULTADO DE
FÓRMULAS; E (6) AJUDA: SABER USAR A AJUDA
Especificamente sobre o Excel 2016, seu diferencial é a criação e edição de planilhas a partir de dispositivos móveis de forma mais fácil
e intuitivo, vendo que atualmente, os usuários ainda não utilizam de forma intensa o Excel em dispositivos móveis.
5 https://ninjadoexcel.com.br/microsoft-excel-2016/
51
INFORMÁTICA
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INFORMÁTICA
Ao abrir uma planilha em branco ou uma planilha, é exibida a área de trabalho do Excel 2016 com todas as ferramentas necessárias
para criar e editar planilhas6.
Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.
6 https://juliobattisti.com.br/downloads/livros/excel_2016_basint_degusta.pdf
7 http://www.prolinfo.com.br
53
INFORMÁTICA
Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.
Barra de Fórmulas.
Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.
Guia de Planilhas.
– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As linhas de uma planilha são representadas em números, formam um total
de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical esquerda da planilha.
Linhas e colunas.
54
INFORMÁTICA
Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.
Células.
Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.
Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.
– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.
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INFORMÁTICA
– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.
Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:
Estrutura da função.
NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.
Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.
56
INFORMÁTICA
Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.
57
INFORMÁTICA
Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.
Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)
Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:
Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde que
atenda a uma condição especificada:
Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter texto
neste intervalo.
58
INFORMÁTICA
Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.
Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado e o
critério para ser verificado.
Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.
GOOGLE CHROME VERSÃO ATUALIZADA: (1) AMBIENTE E COMPONENTES DO PROGRAMA: IDENTIFICAR O AMBIEN-
TE, CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES DA JANELA PRINCIPAL; (2) FUNCIONALIDADES: IDENTIFICAR E SABER USAR
TODAS AS FUNCIONALIDADES DO GOOGLE CHROME
Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas, conhecidas também como guias, no exemplo abaixo temos uma aba aberta, caso seja necessá-
rio abrir outra aba para digitar ou localizar outro site, temos o sinal (+).
A barra de endereços é o local em que se digita o link da página visitada. Uma outra função desta barra é a de busca que ao digitar
palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é acionado e exibe os resultados da busca.
59
INFORMÁTICA
1 2 3 4 5 6 7
4 Barra de Endereço.
5 Adicionar Favoritos
6 Usuário Atual
Oberserva-se que são opções que já estamos acostumados ao navegar na Internet, mesmo estando no ubuntu, percebemos que o
Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado em outro sistema operacional.
Funcionalidades
– Favoritos: no Chrome é possível adicionar sites aos favoritos, caso seja necessário salvar seus endereços. Para adicionar uma página
aos favoritos, clique na estrela que está localizada à direita da barra de endereços, digite um nome ou o mantenha sugerido.
Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Favoritos, mas é possível criar pastas para organizá-los de maneira que
facilite a procura. Para removê-los, basta clicar em excluir.
60
INFORMÁTICA
– Histórico: o Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados. Para
acessá-lo podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do teclado Ctrl H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, onde
é possível pesquisá-lo por partes, utilizando o nome do site ou o dia em que foi realizada a pesquisa.
– Pesquisar palavras: muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em busca de uma palavra, frase e etc.
Neste caso, utilizamos o atalho do teclado Ctrl F, realizando essa tarefa, obteremos uma janela, onde podemos digitar parte daquilo
que procuramos, dessa forma, teremos sua localização exata no site.
– Salvando textos e imagens da Internet: para realizar tal tarefa é necessário localizar a imagem desejada, clicar com o botão direito
do mouse e em seguida salvá-la em uma pasta.
– Downloads: Fazer um download é copiar um arquivo de um site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes e etc.). Neste
caso, o CHROME possui um item no menu onde podemos ver o progresso e os downloads concluídos.
– Sincronização: é importante para manter atualizadas nossas operações, se o computador for trocado, os dados continuarão dispo-
níveis na sua conta google. Os favoritos, histórico, senhas e outras configurações ficarão salvos de maneira segura e fácil de ser localizada.
No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do usuário, podemos clicar no 1º item para ativar ou desativar.
61
INFORMÁTICA
MOZILLA FIREFOX VERSÃO ATUALIZADA: (1) AMBIENTE E COMPONENTES DO PROGRAMA: IDENTIFICAR O AMBIEN-
TE, CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES DA JANELA PRINCIPAL; (2) FUNCIONALIDADES: IDENTIFICAR E SABER USAR
TODAS AS FUNCIONALIDADES DO MOZILLA FIREFOX
MOZILLA FIREFOX8
Firefox é um navegador web de código aberto e multiplataforma com versões para Windows, OS X (Mac), Linux e Android, em varian-
tes de 32 e 64 bits, dependendo da plataforma. O Mozilla Firefox possui suporte para extensões, navegação por abas, alerta contra sites
maliciosos, suporte para sincronização de informações, gerenciador de senhas, bloqueador de janelas pop-up, pesquisa integrada, corretor
ortográfico, gerenciador de download, leitor de feeds RSS e outros recursos.
Escolha a página que deve ser aberta quando você inicia o Firefox ou clique no botão Início.
Abra uma aba com a página da web que você quer usar como página inicial.
Arraste e solte a aba no botão Início .
8 Fonte: https://support.mozilla.org/pt-BR/products/firefox/basic-browsing-firefox
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INFORMÁTICA
Navegação Privativa
Buscar na Web
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INFORMÁTICA
64
INFORMÁTICA
Como organizar os meus favoritos? Importe favoritos e outros dados de outros navegadores
Na Biblioteca, você pode ver e organizar todos os seus favori- O Firefox permite que você importe facilmente seus favoritos e
tos. outras informações de outros navegadores instalados em seu com-
Clique no botão favoritos em seguida clique em Exibir todos putador.
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca. Para importar os favoritos e outras informações:
Clique no botão favoritos em seguida clique em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Na janela Biblioteca, clique no botão Importar e fazer backup
dos favoritos e escolha Importar dados de outro navegador. O assis-
tente de importação abrirá.
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INFORMÁTICA
Abas fixas não têm um botão para fechar, assim não podem ser
fechadas acidentalmente.
Você ainda pode fechá-las clicando com o botão direito nelas e
selecionando Fechar abano menu.
Abas fixas o notificam com um destaque azul quando são al-
teradas.
Se você tem o Gmail como uma aba fixa, por exemplo, e está
usando outra aba quando recebe um e-mail, sua aba do Gmail irá
brilhar.
Todas as abas fixas que você tem quando fecha o Firefox irão
abrir como abas fixas quando abrir o Firefox novamente.
Nota: se o botão Importar dados de outro navegador... estiver
Links para outros sites abrem numa nova aba, para que sua aba
desativado (cinza), pode ser que você esteja em modo de Navega-
fixa não mude.
ção Privativa. Desative este recurso e tente novamente.
Muitos aplicativos web, como o Facebook, já fazem isso, mas
Selecione o navegador que contém os favoritos ou outras infor-
uma aba fixa sempre se comportará dessa forma, mesmo quando o
mações que você deseja utilizar no Firefox, e avance para a próxima
site não for configurado para isso.
página para efetivar sua escolha e completar a importação.
Se o Assistente de Importação não listar seu outro navegador,
Abas fixas em grupos de abas
ainda é possível importar os favoritos dele, mas primeiro será ne-
Grupos de abas (também conhecidos como Panorama) são
cessário exportar e salvar os favoritos como um arquivo em formato
uma ótima forma de organizar e agrupar suas abas. Na janela de
HTML. Visite a página de ajuda de seu outro navegador se precisar
grupos de abas, suas abas fixas são representadas pelo ícone do site
de ajuda.
no lado direito de cada grupo de abas.
Abas Fixas
Nova aba: mostre, esconda, e personalize os sites mais aces-
sados
As abas fixas permitem-lhe manter seus aplicativos web favori-
Quando você abre uma nova aba, o comportamento padrão do
tos como Facebook, Gmail e Twitter, abertos e a apenas um clique
Firefox é mostrar seus sites mais visitados ou sugeridos. Aprenda a
de distância. Abas fixas são pequenas, não podem ser fechadas aci-
customizar esta página para suas necessidades fixando-as ou remo-
dentalmente e abrem de forma automática ao iniciar o Firefox. Este
vendo sites, reorganizando o seu layout ou desligando completa-
artigo mostra as funções das abas fixas e como usá-las.
mente a página de novas abas se você desejar.
Por que usar abas fixas?
Como organizar meus sites na nova página de abas?
A internet está cheia de sites que usamos mais como progra-
Você pode facilmente fixar, deletar e reorganizar sites para cus-
mas do que como páginas estáticas. Sites populares como Facebook
tomizar sua página de nova aba da maneira que desejar.
e Gmail são assim - usados para cumprir tarefas (ou evitar o cumpri-
mento), se atualizam sozinhos e o notificam quando são alterados.
Fixar um site
Abas fixas permitem fixar qualquer site no lado esquerdo da barra
Apenas clique no ícone de fixar na parte superior esquerda do
de abas, para que esteja sempre disponível.
site para fixá-lo nessa posição da página.
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INFORMÁTICA
Remover um site
Clique em “X” na parte superior direita do site para deletá-lo da página.
Se você, acidentalmente, remover um site, você pode desfazer isto clicando em Desfazer no topo da página. Se muitos sites foram
removidos clique em Restaurar Tudo.
Reorganizar os sites
Clique e arraste o site para a posição que você deseja. Ele será “fixado” a esta nova posição.
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INFORMÁTICA
Você também pode desabilitar completamente se quiseres prevenir que outras pessoas possam reexibir suas abas:
Na Barra de endereços, digite about:config e pressione Enter.
O aviso “As modificações destas configurações avançadas pode prejudicar a estabilidade, a segurança e o desempenho deste aplicati-
vo” da página about:config poderá aparecer. Clique em Serei cuidadoso, prometo! para continuar.
Digite browser.newtab.url na caixa de pesquisa acima Localizar:
Dê um clique duplo em browser.newtab.url para mudar a url de about:newtab para about:blank.
Clique em OK e feche a aba about:config.
Quando você abre uma aba no Firefox, você pode ver várias miniaturas de diferentes sites. Eles são chamados Sugestões.
Eles incluem sites visitados recentemente ou frequentemente, juntamente com informações da Mozilla e conteúdo patrocinado.
Diretório de sugestões
Inicialmente os usuários do novo Firefox recebem um conjunto de sugestões de sites. Depois eles são substituídas por Histórico de
Sugestões.
Histórico de sugestões
Histórico de Sugestões são escolhidos com base nos sites recentemente e frequentemente visitados em seu histórico de navegação.
Sugestões aprimoradas
Para usuários com sugestões existentes (Histórico de Sugestões) em uma nova página, o Firefox substitui a imagem padrão por uma
imagem melhor. A Sugestão Aprimorada é exibida apenas para sites que aparecem na nova página do usuário com base em seu histórico
de navegação. A melhor imagem é fornecida pelo site ou parceiro e pode incluir um logotipo mais uma imagem de rolagem.
Sugestões patrocinados
Qualquer Sugestão incluída por conta de uma relação comercial com a Mozilla foram claramente designadas por Patrocinadores:
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INFORMÁTICA
Atalhos de Teclado
Navegação
Comando Atalho
Voltar Alt + Backspace
Avançar Alt + Shift + Backspace
Página inicial Alt + Home
Abrir arquivo Ctrl + O
F5
Atualizar a página
Ctrl + R
Ctrl + F5
Atualizar a página (ignorar o cache)
Ctrl + Shift + R
Parar o carregamento Esc
Página atual
Comando Atalho
Ir para o final da página End
Ir para o início da página Home
Ir para o próximo frame F6
Ir para o frame anterior Shift + F6
Imprimir Ctrl + P
Salvar página como Ctrl + S
Mais zoom Ctrl + +
Menos zoom Ctrl + -
Tamanho normal Ctrl + 0
Editando
Comando Atalho
Copiar Ctrl + C
Recortar Ctrl + X
Apagar Del
Colar Ctrl + V
Colar (como texto simples) Ctrl + Shift + V
Refazer Ctrl + Y
Selecionar tudo Ctrl + A
Desfazer Ctrl + Z
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INFORMÁTICA
Pesquisa
Comando Atalho
Localizar Ctrl + F
F3
Localizar próximo
Ctrl + G
Shift + F3
Localizar anterior
Ctrl + Shift + G
Ctrl + K
Barra de pesquisa
Ctrl + E
Alt + ↑
Selecionar ou gerenciar mecanismos de
Alt + ↓
pesquisa
F4
Ctrl + Shift + W
Fechar janela
Alt + F4
Move a aba
em foco para Ctrl + Shift +Page Up
Esquerda
Move a aba
em foco para Ctrl + Shift +Page Down
Direita
Move a aba
em foco para o Ctrl + Home
início
Move a aba
em foco para o Ctrl + End
final
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INFORMÁTICA
Ctrl + Tab
Próxima aba
Ctrl + Page Down
Abrir endere-
- No campo de endere-
ço em uma nova Alt + Enter
ço ou no campo de busca.
aba
Desfazer
Ctrl + Shift + T
fechar aba
Desfazer
Ctrl + Shift + N
fechar janela
Selecionar
Ctrl + 1to8
abas de 1 a 8
Selecione a
Ctrl + 9
última aba
Visualizar
Ctrl + Shift + E
Grupo de abas
Fechar a
Visualização do Esc
Grupo de abas
Comando Atalho
Painel Histórico Ctrl + H
Janela Biblioteca (Histórico) Ctrl + Shift + H
Apagar histórico recente Ctrl + Shift + Del
Favoritos
Comando Atalho
Adicionar todas as abas aos favoritos Ctrl + Shift + D
Adicionar esta página aos favoritos Ctrl + D
Ctrl + B
Painel Favoritos
Ctrl + I
Janela Biblioteca (Favoritos) Ctrl + Shift + B
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INFORMÁTICA
Atalhos de Mouse
Comando
Atalho
Abrir link em uma nova Aba Clicar com botão do meio no link
Ctrl+Shift+Botão esquerdo
Abrir em nova Aba em primeiro plano*
Shift+Botão do meio
Cookies
Cookies são armazenados no seu computador pelos sites que você visita. Eles contêm informações como preferências do site e status
de login.
São pequenos arquivos que os sites guardam no seu PC contendo algumas pequenas informações para auxiliar na sua experiência de
navegação online.
Graças aos cookies que, por exemplo, sites de e-commerce sabem que você está autenticado neles, ou até mesmo os itens que você
abandonou no carrinho na última vez que você os visitou.
Apesar disso, nem todos os cookies são benéficos. Muitos deles podem ser utilizados para rastrear sua vida e seus hábitos online, de
maneira que os mecanismos de publicidade consigam traçar seu perfil de consumo para exibir aquela oferta imperdível de um produto
que você buscou dias atrás.
Pensando nisso, é imprescindível gerenciar os cookies do seu navegador para manter seus dados pessoais e privacidade protegidos.
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INFORMÁTICA
1- Com o Firefox aberto, acesse o menu principal clicando no botão Hambúrguer que fica no canto superior direito do navegador.
Clique no botão “Opções”.
2- Na nova aba que as opções abrem, procure pela seção “Privacidade” no menu à esquerda da tela.
Em seguida, acesse a opção “Privacidade” a partir do menu à esquerda da nova aba que se abriu.
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INFORMÁTICA
3- No Firefox, há duas formas de acessar os cookies que o navegador armazena no seu computador e tudo depende do que está mar-
cado na opção “O Firefox irá” na seção “Histórico”. Caso a lista de seleção exiba a opção “Memorizar tudo” marcada, você deverá clicar
em “Remover cookies individualmente”.
A primeira forma permite que você gerencie os cookies armazenados de maneira individual
Caso a opção “Usar minhas configurações” esteja marcada, então você terá de clicar no botão “Exibir cookies” na porção direita da
seção.
A segunda forma faz a mesma coisa, mas é apresentada ao usuário de uma maneira diferente (Imagem: Captura de tela / Sergio Oli-
veira)
4- Em ambos os casos, o que aparecerá na sequência é o pop-up de cookies, que lista todos os sites que armazenaram cookies no seu
computador. Perceba que cada site tem, ao seu lado esquerdo, uma seta apontando para baixo. Clique nela para visualizar individualmente
todos os cookies armazenados por aquele endereço no seu PC. Para excluir um desses registros por vez, clique sobre ele e depois na opção
“Remover selecionado”.
74
INFORMÁTICA
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INFORMÁTICA
INTERNET EXPLORER 11: (1) IDENTIFICAR O AMBIEN- Noções Básicas sobre Navegação
TE, CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES DA JANELA
PRINCIPAL DO INTERNET EXPLORER; (2) IDENTIFICAR Mãos à obra. Para abrir o Internet Explorer 11, toque ou clique
E USAR AS FUNCIONALIDADES DA BARRA DE FER- no bloco Internet Explorer na tela Inicial. Ou no atalho da área de
RAMENTAS E DE STATUS; (3) IDENTIFICAR E USAR AS trabalho.
FUNCIONALIDADES DOS MENUS; (4) IDENTIFICAR E
USAR AS FUNCIONALIDADES DAS BARRAS DE MENUS,
FAVORITOS, BOTÕES DO MODO DE EXIBIÇÃO DE
COMPATIBILIDADE, BARRA DE COMANDOS, BARRA
DE STATUS; E (5) UTILIZAR TECLAS DE ATALHO PARA
QUALQUER OPERAÇÃO
Sites Fixos
Tela do IE 11 no Windows 7
Outro dos recursos de Internet Explorer 11 é a possibilidade de
anexar à sua barra de tarefas sites fixos. Significa que você vai poder 1. Voltar e Avançar: auxilia na navegação, permitindo voltar
selecionar seus portais favoritos e acessá-los facilmente sem execu- para sites visualizados antes do atual ou depois usando o botão
tar os serviços de busca do IE 11. Para que endereços possam ficar avançar.
visíveis, apenas segure um clique sobre a aba da página visitada e
arraste a seleção para a sua barra de tarefas. Pronto. 2. Barra de Endereços: a barra de endereços é o seu ponto de
partida para navegar pela Internet. Ela combina barra de endere-
ços e caixa de pesquisa para que você possa navegar, pesquisar ou
receber sugestões em um só local. Ela permanece fora do caminho
quando não está em uso para dar mais espaço para os sites. Para
que a barra de endereços apareça, passe o dedo de baixo para cima
na tela ou clique na barra na parte inferior da tela se estiver usando
um mouse. Há três maneiras de utilizá-la:
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INFORMÁTICA
Barra de endereços IE 11
Para navegar. Insira uma URL na barra de endereços para ir dire- IE 11 com três sites sendo visualizados, cada um separado em
tamente para um site. Ou toque, ou clique, na barra de endereços uma guia diferente
para ver os sites que mais visita (os sites mais frequentes).
Para pesquisar. Insira um termo na barra de endereços e toque 4- Ferramentas: acesso a opções de impressão, segurança e
ou clique em Ir para pesquisar a Internet com o mecanismo de pes- configurações do IE.
quisa padrão.
Para obter sugestões. Não sabe para onde deseja ir? Digite uma
palavra na barra de endereços para ver sugestões de sites, aplica-
tivos e pesquisa enquanto digita. Basta tocar ou clicar em uma das
sugestões acima da barra de endereços.
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INFORMÁTICA
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INFORMÁTICA
Opções da Internet
Configurar página
Arquivo
Dá acesso as opções de exibição e visualização do navegador.
Zoom
Permite configurar o tamanho que aparece as informações da
página.
Segurança
Configurações de segurança para navegação.
Interagir em redes sociais, fazer compras, estudar, compartilhar
e trabalhar: você provavelmente faz tudo isso diariamente na In-
ternet, o que pode disponibilizar suas informações pessoais para
outras pessoas. O Internet Explorer ajuda você a se proteger melhor
com uma segurança reforçada e mais controle sobre sua privacida-
de. Estas são algumas das maneiras pelas quais você pode proteger
melhor a sua privacidade durante a navegação:
Use a Navegação InPrivate. Os navegadores armazenam infor- - Guia Segurança: permite configurar os níveis de segurança.
mações como o seu histórico de pesquisa para ajudar a melhorar - Guia Privacidades: dá o controle sobre cookies e pop-ups
sua experiência. Quando você usa uma guia InPrivate, pode navegar - Guia Conteúdo: permite configurar o uso de certificados, pre-
normalmente, mas os dados como senhas, o histórico de pesquisa enchimento automático e Feeds.
e o histórico de páginas da Internet são excluídos quando o navega- - Guia Conexão: permite gerenciar com qual conexão será reali-
dor é fechado. Para abrir uma nova guia InPrivate, passe o dedo de zado o acesso à internet.
baixo para cima na tela (ou clique nela) para mostrar os comandos - Guia Programas: permite configurar os programas que funcio-
de aplicativos, ou toque ou clique no botão Ferramentas de guia nam em conjunto com o IE e seus complementos.
Botão Ferramentas de guia e em Nova guia InPrivate. - Guia Avançadas: traz opções mais complexas de configurações
do IE
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INFORMÁTICA
Lendo, Salvando e Compartilhando Conteúdo da Internet Ctrl + Seta para direita: na barra de endereços, mover o cursor
para a direita até o próximo intervalo na frase.
Ao examinar seu conteúdo online favorito, procure pelo ícone Alt + D: selecionar texto na barra de endereços:
Modo de exibição de leitura Ícone Modo de exibição de leitura na Enter: ativar um link selecionado.
barra de endereços. O Modo de exibição de leitura retira quaisquer Shift + F10: exibir o menu de atalho de um link.
itens desnecessários, como anúncios, para que as matérias sejam Ctrl + F: localizar alguma coisa na página.
destacadas. Toque ou clique no ícone para abrir a página no modo Alt + Seta para direita: ir para a próxima página.
de exibição de leitura. Quando quiser retornar à navegação, basta Alt + Seta para esquerda: ir para a página anterior.
tocar ou clicar no ícone novamente. PageUp: ir para o início de uma página.
Page Down: ir para o fim de uma página.:
Para personalizar as configurações do modo de exibição de Ctrl + Shift + Tab: voltar pelos itens de uma página web.
leitura Ctrl + Tab + F6: avançar pelos itens de uma página web.
Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Configurações. Ctrl + O: abrir um novo documento no Internet Explorer.
(Se você estiver usando um mouse, aponte para o canto inferior Ctrl + N: abre uma nova janela.
direito da tela, mova o ponteiro do mouse para cima e clique em Ctrl + S: salvar a página atual.
Configurações.) Seta para cima: rolar página acima.
Toque ou clique em Opções e, em Modo de exibição de leitura, Seta para baixo: rolar página abaixo.
escolha um estilo de fonte e um tamanho de texto. Esc: parar o download de uma página.
F11: alternar entre a exibição em tela cheia e a exibição comum.
Para salvar páginas na Lista de Leitura F7: iniciar a navegação por cursor.
Quando você tiver um artigo ou outro conteúdo que deseje ler Ctrl + C: copiar os itens selecionados na área de transferência.
mais tarde, basta compartilhá-lo com sua Lista de Leitura em vez Ctrl + X: recortar os itens selecionados na área de transferência.
de enviá-lo por e-mail para você mesmo ou de deixar mais guias de Ctrl + V: colar os itens selecionados da área de transferência.
navegação abertas. A Lista de Leitura é a sua biblioteca pessoal de Ctrl + A: selecionar todos os itens de uma página Web:
conteúdo. Você pode adicionar artigos, vídeos ou outros tipos de Alt + Z: abrir o menu Adicionar aos favoritos.
conteúdo a ela diretamente do Internet Explorer, sem sair da página Alt + A: abrir o menu de favoritos na barra de menus.
em que você está. Ctrl + B: abrir a caixa de diálogo “Organizar Favoritos.
Passe o dedo desde a borda direita da tela e toque em Compar- Ctrl + Shift + H: fixar o Centro de Favoritos e exibir seu histórico.
tilhar. (Se usar um mouse, aponte para o canto superior direito da Ctrl + G: exibir feeds.
tela, mova o ponteiro do mouse para baixo e clique em Comparti- Ctrl + H: exibir histórico.
lhar.) Alt + F: abrir o menu Arquivo.
Toque ou clique em Lista de Leitura e, em seguida, em Adicionar. Alt + E: abrir o Menu Editar.
O link para o conteúdo será armazenado na Lista de Leitura. Alt + V: abrir o menu Exibir:
No Internet Explorer 11 é possível acessar o menu clássico pres- Alt + A: abrir o menu Favoritos.
sionando a tecla ALT. Alt + T: abrir as Ferramentas:
Alt + H: abrir o menu Ajuda.
Teclas de Atalho Ctrl + F4: fechar guias em segundo plano.
Ctrl + clique: abrir links em uma nova guia em segundo plano.6
Ctrl + W: fechar guia. Ctrl + Shift + clique: abrir links em uma nova guia no primeiro
Ctrl + D: adicionar site atual aos favoritos. plano.
Alt + Home: ir para a Página Inicial. Ctrl + K: duplicar guia.
Ctrl + Shift + Delete: excluir o histórico de navegação. Ctrl + Shift + T: reabrir a última guia fechada.
F1: ajuda e suporte. Ctrl + Tab: mudar de guias.
Ctrl + H: abrir o histórico de navegação. Ctrl + 9: mudar para a última guia.
Ctrl + T: abrir uma nova guia. Ctrl + número entre 1 e 8: mudar para um número de guia es-
Ctrl + Shift + P: ativar a navegação anônima (In Private). pecífico.
Ctrl + P: imprimir a página atual.
F5: atualizar a página. OUTLOOK EXPRESS: CONTAS DE E-MAIL, ENDEREÇOS
Ctrl + Tab: alternar entre guias. DE E-MAIL, ESCREVER, ENVIAR, RESPONDER E EN-
Alt + D: exibir os comandos de aplicativo (barra de endereços, CAMINHAR MENSAGENS, DESTINATÁRIO OCULTO,
sites frequentes, etc.). ARQUIVOS ANEXOS, ORGANIZAR E SELECIONAR MEN-
Ctrl + J: exibir os downloads. SAGENS RECEBIDAS. IMPORTAR E EXPORTAR MENSA-
Ctrl + E: pesquisar na barra de endereço. GENS. FUNCIONALIDADE DOS MENUS, FERRAMENTAS
Alt + Enter: pesquisar em uma nova guia. E TECLAS DE ATALHO
Ctrl + Shift + L: pesquisar usando texto copiado.
Ctrl + Enter: adicionar “www.” ao início e “.com” ao fim do texto
digitado na barra de endereços. O Outlook Express não está mais disponível e não tem mais su-
F4: exibir uma lista de endereços digitados. porte da Microsoft. Podemos ajudá-lo a mover seus e-mails e con-
Ctrl + Seta para esquerda: na barra de endereços, mover o cur- tatos para o Outlook.com.
sor para a esquerda até o próximo intervalo na frase.
80
INFORMÁTICA
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INFORMÁTICA
Observações
Para adicionar uma conta do Gmail, altere suas configurações
do Gmail para habilitar acesso POP ou IMAP antes de adicionar a
conta.
Clique no triângulo ao lado da mensagem ou em Ampliar/Mini- Para adicionar uma conta do Yahoo!, você precisa ter o Yahoo!
mizar para exibir ou ocultar as mensagens de uma conversa. Mail Plus.
Se, ao adicionar uma conta, forem solicitadas informações do
Adicione eventos ao seu calendário a partir da caixa de entra- servidor, verifique o site ou contate o serviço de atendimento ao
da cliente do seu provedor para saber o que você deve fazer para con-
Você pode adicionar lembretes de eventos e outros dias es- cluir a configuração da conta de e-mail.
peciais ao Windows Live Calendar de forma rápida e conveniente
diretamente da caixa de entrada do Windows Live Mail. Basta di- Para alterar as configurações de servidor para o seu provedor
gitar o nome do evento no painel do Calendário e ele será exibido de serviços de e-mail
imediatamente. Em seguida, clique duas vezes em seu evento para Procure as configurações do servidor no site do provedor da
adicionar um local ou outros detalhes. conta de e-mail
1. Abra o Windows Live Mail clicando no botão Iniciar . Na caixa
de pesquisa, digite Mail e, na lista de resultados, clique em Win-
dows Live Mail.
2. Clique na conta de e-mail que deseja alterar.
3. Clique na guia Contas e em Propriedades.
4. Clique na guia Servidores, digite as informações fornecidas
pelo provedor de serviços de e-mail e clique em OK.
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INFORMÁTICA
Para exibir o grupo de notícias, clique no painel esquerdo, clique em Grupos de Notícias e selecione-o na lista de grupos de notícias.
MICROSOFT OUTLOOK 2016: CONTAS DE E- MAIL, ENDEREÇOS DE E-MAIL, ESCREVER, ENVIAR, RESPONDER E ENCA-
MINHAR MENSAGENS, DESTINATÁRIO OCULTO, ARQUIVOS ANEXOS, ORGANIZAR E SELECIONAR MENSAGENS RECE-
BIDAS. IMPORTAR E EXPORTAR MENSAGENS. FUNCIONALIDADE DOS MENUS, FERRAMENTAS E TECLAS DE ATALHO
O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook também
pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas, contatos e
anotações.
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INFORMÁTICA
Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é nome
do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real: joaodasil-
va@solucao.com.br;
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ainda não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;
Escrevendo e-mails
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos:
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destinatário do e-mail;
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma mensagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos.
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos;
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.
Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las conforme
a necessidade.
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INFORMÁTICA
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INFORMÁTICA
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INFORMÁTICA
Ao criar uma Conta do Google, um link de verificação é enviado ao endereço de e-mail usado para criar a conta. Se o endereço não for
verificado, pode não ser possível acessar alguns produtos ou recursos do Google.
Para fazer isso, é só clicar no link no e-mail de verificação do Google que é enviado logo após a criação da conta.
Se tiver dúvidas sobre a verificação, faça login em Minha Conta. Uma mensagem pedindo a verificação da sua conta é exibida, caso
ela ainda não tenha sido feita.
Se já clicou no link para solicitar um e-mail de verificação, mas ainda não o recebeu, clique aqui para descobrir por que isso pode ter
acontecido.
Observação: se você adicionou o Gmail ao criar sua Conta do Google, não receberá um e-mail de verificação.
Se você usa o Gmail, já tem uma Conta do Google. Com uma Conta do Google, você tem acesso a produtos gratuitos do Google, como
Google Drive, Documentos Google, Google Agenda e muito mais.
Para fazer login na sua Conta do Google (ou em qualquer produto do Google):
Vá para a página de login do produto (para as Contas do Google o endereço é myaccount.google.com).
Insira seu nome de usuário (tudo que aparece antes de “@gmail.com”).
Digite a sua senha.
Mensagens de amigos e familiares, além de outras mensagens que não aparecem em outras
Principal guias.
Descontos, ofertas e outros e-mails promocionais.
Promoções
Mensagens de redes sociais, sites de compartilhamento de mídia, serviços de namoro on-line,
Social plataformas de jogos e outros sites sociais.
Notificações como confirmações, recibos, contas e extratos bancários.
Atualizações
Mensagens de grupos on-line, fóruns de discussão e listas de e-mails.
Fóruns
- Abra o Gmail.
- Clique no ícone + à direita das guias.
Se você ocultar uma guia, as mensagens nessa categoria serão exibidas na guia “Principal”.
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INFORMÁTICA
Desativar as Guias Quando uma mensagem é arquivada, ela sai da sua Caixa de
Se você preferir ver todas as mensagens em uma lista, basta entrada e permanece em “Todos os e-mails” e em qualquer outro
ocultar todas as guias (veja as instruções acima). A guia “Principal” marcador aplicado a ela. Isso significa que as mensagens arquivadas
continuará marcada, mas você não verá a guia acima da Caixa de não ficarão mais visíveis nas suas guias.
entrada. Para ver todas as mensagens em uma categoria, siga estas eta-
pas:
Mostrar as Guias Novamente Depois de Desativá-las - Abra o Gmail.
Para usar as guias novamente, siga estas instruções: - Passe o cursor sobre a lista de marcadores no lado esquerdo
- Abra o Gmail. do Gmail, onde as opções “Enviados” e “Rascunhos” estão listadas.
- Clique no ícone de roda dentada no canto superior direito - Clique em Mais na parte inferior da lista de marcadores.
e selecione Configurar caixa de entrada. Talvez seja necessário rolar para baixo.
- Marque as caixas das guias que você deseja ver. - Encontre a opção Categorias e expanda a lista usando a seta
- Clique em Salvar. à esquerda.
- Clique no nome de uma categoria.
Novas Mensagens nas Guias de Categoria
Mostrar as Categorias como Marcadores na sua Lista de Men-
Quando você receber novos e-mails, verá um indicador em sagens
cada guia que informa quantas novas mensagens você recebeu des- Por padrão, os marcadores de categoria não ficam visíveis em
de a última vez que verificou a guia. Você também verá alguns dos cada mensagem, mas você pode optar por exibi-los na sua lista de
remetentes recentes listados abaixo do nome da categoria. Você mensagens. Mesmo assim, os marcadores de categoria não ficarão
pode ver o que há de novo rapidamente e decidir quais e-mails de- visíveis quando você visualizar as guias da sua Caixa de entrada,
seja ler. mas esse recurso pode ser útil para fazer pesquisas ou se você tiver
Exemplo: desativado as guias.
Se você consultou a guia “Promoções” ontem e depois recebeu - Abra o Gmail.
oito e-mails promocionais, verá “8 novos” ao lado da palavra “Pro- - Passe o cursor sobre a lista de marcadores no lado esquerdo
moções” quando acessar o Gmail hoje. do Gmail, onde as opções “Enviados” e “Rascunhos” estão listadas.
- Clique em Mais na parte inferior da lista de marcadores.
Número de Não Lidas Talvez seja necessário rolar para baixo.
- Encontre a opção Categorias e expanda a lista usando a seta
O número ao lado de Entrada, no lado esquerdo do Gmail, in- à esquerda.
forma o número de mensagens não lidas na guia “Principal”. - Passe o cursor sobre o nome de uma categoria, como Social,
Mover mensagens entre as guias. e clique no ícone da seta para baixo que é exibido à direita do
nome.
- Encontre a opção “Na lista de mensagens” e escolha Mostrar.
Nesse menu, você pode alterar a cor do marcador ou ocultar a
categoria na lista de marcadores.
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INFORMÁTICA
Excluir e Recuperar E-mails da Lixeira Mover Mensagens Arquivadas de Volta para a Caixa de En-
trada
Para excluir um e-mail, abra ou selecione a mensagem e clique - Depois de encontrar a mensagem, marque a caixa de seleção
no ícone de Lixeira . Se você mudar de ideia e quiser desfazer a ao lado dela.
exclusão, as mensagens excluídas permanecem na pasta “Lixeira” - Na barra de ferramentas, na parte superior, clique no íco-
por aproximadamente 30 dias. Depois desse período, elas não po- ne Mover para .
derão mais ser recuperadas pelos usuários. - Clique em Entrada.
Você pode remover as mensagens da sua Caixa de entrada do Para remover spam de sua caixa de entrada:
Gmail, mas usar o arquivamento para mantê-las na guia Todos os - Selecione a mensagem que deseja denunciar.
e-mails. É como guardar as mensagens em um armário em vez de - Clique no botãoSpam, na barra de ferramentas acima de sua
colocá-las na lixeira. lista de mensagens.
Quando uma pessoa responder a uma mensagem que você
arquivou, a conversa que inclui essa mensagem será exibida nova- Se a mensagem estiver aberta, basta clicar no mesmo botão
mente na sua Caixa de entrada. para denunciá-la como spam.
Encontrar e Mover Mensagens Arquivadas Dica: as estrelas são uma excelente forma de organizar as men-
A forma mais fácil de encontrar mensagens arquivadas é fazer sagens que você deseja acompanhar. Remova a estrela da mensa-
uma pesquisa. Para pesquisas avançadas, clique na pequena seta da gem quando não precisar mais dela. Saiba mais sobre as mensagens
caixa de pesquisa para incluir outras informações. com estrela.
Procurar nos marcadores ou em “Todos os e-mails”. Se você não quiser incluir as mensagens com estrela na guia
Se você aplicou um marcador na sua mensagem, clique no mar- “Principal”, clique aqui.
cador no lado esquerdo do Gmail.
Todas as mensagens que você arquivou também estão em To-
dos os e-mails. Para procurar em “Todos os e-mails”, siga as etapas
abaixo:
- Abra o Gmail. Use estrelas para marcar determinadas mensagens facilmente
- No lado esquerdo, abaixo do botão “Escrever”, passe o cursor como importantes ou indicar que você precisa respondê-las mais
sobre a lista de marcadores. tarde.
- Na parte inferior da lista de marcadores, clique em Mais .
Talvez seja necessário rolar para baixo.
- Clique em Todos os e-mails. Se você não vir “Todos os e-mails”
em “Mais” , procure essa opção na parte superior da lista de mar-
cadores.
89
INFORMÁTICA
Veja este guia passo a passo sobre como escrever e enviar men-
sagens:
- Clique no botão Escrever, na lateral esquerda da página do
Gmail.
- Digite o endereço de e-mail do destinatário no campo “Para”.
Quando você digitar o endereço de um destinatário, o Gmail
sugerirá endereços de sua Lista de contatos usando o recurso au-
tocompletar.
Depois de digitar um contato no campo “Para:”, passe o pon-
teiro do mouse sobre o nome do contato para ver o endereço de
e-mail e outras informações associadas a ele. Clique duas vezes no
Você também pode escolher vários tipos de estrelas para in- nome de um contato para editar o endereço de e-mail ou o nome.
dicar diferentes tipos de mensagens. Por exemplo, você pode usar - Utilize o recurso cópia oculta quando desejar incluir destina-
uma estrela verde para mensagens que você quer ler novamente, tários cujas respostas são bem-vindas, mas não necessárias. Clique
e um ponto de exclamação vermelho para mensagens em que você em Adicionar Cc para exibir esse campo. O campo de cópia oculta
precisa dar um retorno. (clique em Cco para exibi-lo) permite que você oculte endereços e
nomes de destinatários.
Como Escolher Mais Opções de Estrelas - Digite o assunto da mensagem no campo “Assunto:”.
- Escreva sua mensagem! Clique no campo grande abaixo e di-
gite à vontade.
Quando você terminar de escrever, clique no botão Enviar, na
Para usar os novos designs de estrelas, clique no ícone de estre- parte inferior da janela de composição.
la repetidamente até ver a estrela que você deseja usar.
Responder a Mensagens
Encontrar Mensagens Marcadas com Estrela
Para ver todas as mensagens marcadas com estrela, clique Para responder a uma mensagem, clique na caixa abaixo da
em Com estrela no lado esquerdo do Gmail, embaixo de Entrada, mensagem e digite a resposta. Também é possível clicar no ícone
ou digite is:starred para pesquisar mensagens marcadas com estre- de seta, no canto superior direito da mensagem recebida.
la na caixa de pesquisa. Se a mensagem tiver vários destinatários e você desejar res-
ponder a todos eles, clique em Responder a todos, na caixa abaixo
Como Pesquisar um Determinado Tipo de Estrela da mensagem, e comece a digitar.
Pesquise usando has: com o nome da estrela (por exem- Você também pode clicar na seta para baixo, ao lado do botão
plo, has:yellow-star) para encontrar mensagens com uma determi- “Responder”, e selecionar Responder a todos.
nada estrela.
Para descobrir o nome de uma estrela, acesse a guia Geral em
“Configurações” e passe o ponteiro do mouse sobre o ícone de es- Se você quiser que “Responder a todos” seja sua opção padrão,
trela. clique no ícone de roda dentada e selecione Configurações. Localize
a configuração Comportamento de resposta padrão para alterar a
Mensagens Marcadas com Estrela em sua Caixa de Entrada opção. Clique em Salvar alterações na parte inferior da página. Você
Se você usar as categorias da Caixa de entrada, as mensagens ainda pode optar por responder a apenas uma pessoa em cada
marcadas com uma estrela também serão exibidas na guia mensagem, mas Responder a todos será a primeira opção.
“Principal”, para facilitar o controle. Quando você responder a uma mensagem, clique no íco-
Se você não quiser incluir as mensagens com estrela na guia ne Mostrar conteúdo adaptado para ver o texto anterior do
“Principal”, clique aqui. restante da conversa.
90
INFORMÁTICA
O encaminhamento permite o reenvio fácil de uma mensagem para outras pessoas, seja uma receita especial de sua mãe ou um e-mail
de trabalho importante. Você pode encaminhar uma única mensagem ou uma conversa inteira.
Quando você encaminha uma conversa inteira, todas as mensagens da conversa são incluídas em uma única mensagem. Cada mensa-
gem é explicitamente marcada e listada em ordem cronológica, da mais antiga para a mais recente, de modo que seja fácil ler a conversa.
Esse recurso é diferente do encaminhamento automático, que acontece quando mensagens de uma conta são enviadas automatica-
mente para outra conta.
Adicionar Anexos
Para adicionar um arquivo à mensagem que você está escrevendo, siga estas etapas:
- No Gmail, clique no botão Escrever.
- Clique no ícone do clipe de papel na parte inferior da janela de escrita.
Remover Anexos
Se você quiser remover um arquivo anexado a uma mensagem, clique no x à direita do nome do arquivo, na parte inferior da mensa-
gem.
91
INFORMÁTICA
O Firefox, por meio do botão , permite ao usuário adicio- 7. (Prefeitura de Ervália/MG - Técnico de Enfermagem - FUNDEP
nar uma página aos Favoritos, bem como removê‐la. (Gestão de Concursos)/2019) Qual navegador Web da Microsoft é
( ) Certo ( ) Errado instalado junto com o Windows 10 e fica disponível na pasta Aces-
sórios do Windows, no menu Todos os Aplicativos?
2. (Prefeitura de Jaru/RO - Assistente Administrativo - IBA- (A) Internet Explorer
DE/2019) Os navegadores de internet (browser’s) recebem de al- (B) Mozila Firefox
guns sites, e armazenam temporariamente no seu computador (C) Google Chrome
alguns arquivos de dados contendo informações relevantes para o (D) Safari
funcionamento dos mesmos. A eles chamamos:
(A) vírus 8. (Prefeitura de Curitiba/PR - Agente Administrativo - NC-U-
(B) worm FPR/2019) Utilizando o Internet Explorer, clicar CTRL+J permite:
(C) buffer (A) navegar na última página visitada.
(D) cookie (B) acessar o menu de pesquisa que será aberto.
(E) spyware (C) exibir todas as páginas visitadas, conforme histórico.
(D) exibir e acompanhar seus downloads.
3. (CRN - 3ª Região (SP e MS) - Assistente Administrativo - IA- (E) atualizar a sua página favorita (homepage).
DES/2019) A navegação na internet e intranet ocorre de diversas
formas, e uma delas é por meio de navegadores. Quanto às funções 9. (UFGD - Administrador - UFGD/2019) Segundo a empresa
dos navegadores, assinale a alternativa correta. Symantec, os dados têm um alto valor e podem ser coletados, rou-
(A) A navegação privada do navegador Chrome só funciona na bados, vendidos e analisados na Internet. Em busca da privacidade
intranet. de seus usuários, navegadores de Internet, como Mozilla Firefox,
(B) O acesso à internet com a rede off-line é uma das vantagens Google Chrome e Internet Explorer oferecem a funcionalidade de
do navegador Firefox. navegação privada ou anônima. Para esses navegadores, é correto
(C) A função Atualizar recupera as informações perdidas quan- afirmar que a navegação privativa/anônima:
do uma página é fechada incorretamente. (A) mantém salvo localmente o histórico de visitas e garante a
(D) Na internet, a navegação privada ou anônima do navegador anonimidade na Internet.
Firefox se assemelha funcionalmente à do Chrome. (B) impede que o provedor de acesso do usuário obtenha infor-
(E) Os cookies, em regra, não são salvos pelos navegadores mações sobre sua atividade na Internet.
quando estão em uma rede da internet. (C) impede que o empregador do usuário obtenha informações
sobre sua atividade na Internet.
4. (CRA/PR - Advogado I - Quadrix/2019) Julgue o item a seguir, (D) não salva favoritos durante a navegação.
relativo ao programa de navegação Mozilla Firefox, em sua versão (E) não mantém salvo localmente o histórico de visitas e não
mais atual, ao programa de correio eletrônico MS Outlook 2016 e garante anonimidade na Internet.
aos procedimentos de segurança da informação.
O Firefox não pode ser instalado no Windows 10, uma vez que
ele não é compatível com esse sistema operacional.
( ) Certo
( ) Errado
92
INFORMÁTICA
10. (Prefeitura de Cabeceira Grande/MG - Procurador Jurídico - 14-Considere as informações e preencha as lacunas do texto
FGR/2018) Marque a alternativa CORRETA para imprimir páginas da a seguir.
web utilizando o Internet Explorer: Para impedir que programas desnecessários iniciem automati-
(A) Imprima páginas pressionando <CTRL> + P no teclado ou camente quando o Windows 10 for iniciado, clique com o botão es-
clique no botão Ferramentas > Imprimir e, em seguida, sele- querdo do mouse em Iniciar, em seguida, em Configurações, depois
cione Imprimir. em e, logo após em . Na área Aplicativos de Inicialização,
(B) Imprima páginas pressionando <CTRL> + I no teclado ou cli- encontre o programa que você quer impedir de iniciar automatica-
que no botão Ferramentas > Imprimir e, em seguida, selecione mente e defina-o como Desativado.
Imprimir.
(C) Imprima páginas pressionando <CTRL> + P no teclado ou cli- Os termos que preenchem corretamente as lacunas são:
que no botão Ferramentas > Arquivo > Imprimir e, em seguida, (A) Sistema / Aplicativos
selecione Imprimir. (B) Sistema / Inicialização
(D) Imprima páginas pressionando <CTRL> + I no teclado ou cli- (C) Aplicativos / Inicialização
que no botão Ferramentas > Arquivo > Imprimir e, em seguida, (D) Aplicativos / Aplicativos Padrão
selecione Imprimir. (E) Aplicativos / Aplicativos de Inicialização
11. (Câmara Municipal de Eldorado do Sul/RS - Técnico Legisla- 15-No Sistema Operacional Windows 10, o sistema de geren-
tivo - FUNDATEC/2018) Qual recurso do Internet Explorer 11 evita ciamento de arquivos e pastas é feito para facilitar a vida do
que o Internet Explorer armazene dados da sua sessão de navega- usuário, assim, se o utilizador não mudou, onde os meus arqui-
ção, incluindo cookies, arquivos de Internet temporários, histórico vos são armazenados?
e outros dados? (A) C:\nome do usuário\Pastas de Trabalho (onde nome do
(A) Trabalhar Offline. usuário é seu nome de usuário do Windows).
(B) Excluir Histórico de navegação. (B) D:\Usuários\nome do usuário\Pastas de Trabalho (onde
(C)Criptografia. nome do usuário é seu nome de usuário do Windows).
(D) Configurações no modo Compatibilidade. (C) D:\nome do usuário\Pastas de Trabalho (onde nome do
(E) Navegação InPrivate. usuário é seu nome de usuário do Windows).
(D) C:\Usuários\nome do usuário\Pastas de Trabalho (onde
12-Preencha as lacunas do texto a seguir supondo que o Win- nome do usuário é seu nome de usuário do Windows).
dows 10 esteja instalado no disco rígido de um computador. (E) E:\Usuários\Pastas de Trabalho.
Para verificar o espaço no disco rígido, no qual o Windows 10 16-No Mozilla Firefox, ao clicar no ícone com uma casinha,
está instalado, abra o e, em seguida, selecione à esquer- quando encontrado na barra de ferramentas, é aberta a:
da. O espaço disponível no disco aparecerá em . Os termos (A) Configuração do Firefox.
que preenchem corretamente as lacunas são, respectivamente, (B) Configuração da página aberta.
(A) Painel de Controle / Hardware / Dispositivos e unidades (C) Página inicial do Firefox.
(B) Painel de Controle / Hardware / Dispositivos de armazena- (D) Primeira página visitada.
mento (E) Última página visitada.
(C) Explorador de Arquivos / Este Computador / Dispositivos e
unidades 17-No navegador Mozilla Firefox, o usuário pode usar um re-
(D) Painel de Controle / Este Computador / Dispositivos de ar- curso que permite a navegação pela internet sem que os dados a
mazenamento respeito das páginas visitadas sejam salvos no computador. Esse
(E) Explorador de Arquivos / Acesso rápido / Dispositivos de recurso é conhecido como:
armazenamento (A) Navegação Privativa.
(B) Modo Furtivo.
13-O Windows 10 permite personalizar a Barra de Tarefas, al- (C) Proxy.
terando seu local e o tamanho dos botões, por exemplo. Para abrir (D) Firefox Firewall.
a janela por meio da qual podese personalizar a Barra de Tarefas, (E) Modo Anônimo.
clique com o botão direito do mouse em qualquer espaço vazio na
Barra de Tarefas e, em seguida, clique com o botão esquerdo do 18-No navegador de internet Google Chrome, instalado em um
mouse em computador, o recurso “Limpar dados de navegação”, que pode ser
(A) Abrir. acessado pela combinação de teclas Ctrl+Shift+Delete, NÃO permi-
(B) Propriedades. te excluir
(C) Configurações. (A) os cookies.
(D) Propriedades da Barra de Tarefas. (B) o histórico de navegação.
(E) Configurações da Barra de Tarefas. (C) os arquivos armazenados em cache.
(D) as imagens armazenadas em cache.
(E) os programas instalados na pasta Downloads.
93
INFORMÁTICA
______________________________________________________
______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________
1 CERTO ______________________________________________________
2 D ______________________________________________________
3 D
______________________________________________________
4 ERRADO
______________________________________________________
5 A
6 D ______________________________________________________
7 A
______________________________________________________
8 D
______________________________________________________
9 E
10 A ______________________________________________________
11 E ______________________________________________________
12 C
______________________________________________________
13 E
14 C ______________________________________________________
15 D _____________________________________________________
16 C
_____________________________________________________
17 A
18 E ______________________________________________________
19 A ______________________________________________________
20 D
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Agente de Combate às Endemias
1 https://www.infoescola.com/doencas/endemia-epidemia-e-pande-
mia/
2 https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/hospedeiro
3 https://brasilescola.uol.com.br/saude/vetor-agente-etiologico.htm
95
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O ciclo de vida dos vetores, assim como dos reservatórios e Visando um maior vínculo, é interessante combinar com a fa-
hospedeiros que participam da cadeia de transmissão de doenças, mília o melhor horário para realização da visita para não atrapalhar
está fortemente relacionado à dinâmica ambiental dos ecossiste- os afazeres da casa.
mas onde vivem, sendo limitado por variáveis ambientais como É por meio da visita domiciliar e da sua inserção na comunida-
temperatura, precipitação, umidade, padrões de uso e cobertura de que o agente vai compreendendo a forma de viver, os códigos,
do solo. As evidências sugerem que a variabilidade climática tem as crenças, enfim, a dinâmica de vida das famílias por ele acom-
apresentado influência direta sobre a biologia e a ecologia de veto- panhadas. A visita domiciliar requer, contudo, um saber-fazer que
res e, consequentemente, sobre o risco de transmissão das doenças se aprende no cotidiano, mas pode e deve se basear em algumas
veiculadas por eles. condutas que demonstrem respeito, atenção, valorização, compro-
misso e ética.
96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em cada visita ou inspeção ao imóvel, o agente de saúde deve No Brasil, o PNCD (Programa Nacional de Controle da Dengue)
cumprir sua atividade em companhia de moradores do imóvel visi- recomenda que as larvitrampas sejam usadas em locais considera-
tado, de tal forma que possa transmitir informações sobre o traba- dos como porta de entrada do vetor adulto, tais como portos flu-
lho realizado e cuidados com a habitação. viais ou marítimos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários
Todos os depósitos que contenham água deverão ser cuida- e terminais de carga, para verificação da entrada do vetor em áreas
dosamente examinados, pois qualquer deles poderá servir como ainda não infestadas; e para monitoramento desses pontos em áre-
criadouro ou foco de mosquitos. Os reservatórios de água para o as infestadas.
consumo deverão ser mantidos tampados. Atualmente, essas armadilhas servem para verificar a presença
Os depósitos vazios dos imóveis, que possam conter água, de- e a abundância de Aedes em áreas com baixa densidade do vetor e
vem ser mantidos secos, tampados ou protegidos de chuvas e, se em áreas sob vigilância.
inservíveis, eliminados pelos agentes e moradores. O agente de
saúde recomendará aos residentes manter o imóvel e os quintais Pontos Estratégicos: Fiscalização para a Promoção e Preser-
em particular, limpos e impróprios à procriação de mosquitos. vação da Saúde da Comunidade
Os programas de controle de dengue, a vigilância entomológica
é feita a partir de coletas de larvas para medir a densidade de A. ae- Saneamento ambiental
gypti em áreas urbanas. Essa metodologia consiste em vistoriar os Saneamento ambiental é o conjunto de investimentos públi-
depósitos de água e outros recipientes localizados nas residências e cos em políticas de controle ambiental que busca resolver os gra-
ves problemas gerados na infraestrutura das cidades, contribuindo
demais imóveis, como borracharias, ferros-velhos, cemitérios, etc.
para uma melhor qualidade de vida da população.
(tipos de imóveis considerados estratégicos, por produzirem gran-
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “saneamen-
de quantidade de mosquitos adultos), para cálculo dos índices de
to é o controle de todos os fatores ambientais que podem exercer
infestação predial (IIP).
efeitos nocivos sobre o bem-estar, físico, mental e social dos indi-
A coleta de larvas é importante para verificar o impacto das es- víduos”, tais como, poluição do ar (emissão de gases), do solo (lixo
tratégias básicas de controle da doença, dirigidas à eliminação das urbano) e das águas (dejetos lançados nos rios, represas etc.), po-
larvas do vetor. Outra metodologia adotada é a coleta de mosquitos luição sonora e visual, ocupação desordenada do solo (margens de
adultos, cuja operacionalização para a estimativa do risco de trans- rios, morros etc.), o esgoto a céu aberto, enchentes etc.
missão é custosa e demorada. Em função disso, a coleta de adultos Uma geração de empreendedores dedicados ao que se tornou
nos programas de dengue só é realizada em situações específicas, conhecido no mercado como negócio de impacto, ganhou força e
ou em estudos mais aprofundados. despertou a ideia de que os grandes problemas ambientais e sociais
No contexto operacional, essa informação tem valor limitado não serão solucionados só por governos ou ONGs, mas por “negó-
para uma avaliação de risco de transmissão. Primeiramente, porque cios de impacto” – empresas que aliam impacto social ou ambiental
a relação entre as coletas e os números absolutos de adultos é des- a um retorno financeiro, atuando nos setores de saúde, educação,
conhecida: os mosquitos adultos repousam dentro e fora das casas, nutrição, habitação, saneamento, agricultura, energia etc.
frequentemente em locais pouco acessíveis, e o número deles cole-
tado representa apenas uma estimativa do total. Saneamento básico
O segundo obstáculo ao uso desse índice para avaliação de ris- Saneamento básico compreende um conjunto de medidas que
co é que a relação entre o número de adultos e a transmissão é têm importância fundamental na conservação do meio ambiente e
desconhecida: a correlação entre o número de vetores coletados na qualidade de vida dos habitantes das cidades, são elas, o abas-
e o número de humanos na área de coleta, que poderia fornecer o tecimento de água, a rede de esgotos, a limpeza pública e a coleta
número de vetores adultos por pessoa, não é suficiente para quan- de lixo, serviços que revelam as condições ambientais dos centros
tificar o risco. urbanos.
Contudo, essa correlação se aproxima mais da realidade que
os índices larvários. Ainda para avaliação da densidade do vetor, Gestão Ambiental
instalam-se armadilhas de oviposição e armadilhas para coleta de Gestão Ambiental é o gerenciamento, a administração e con-
larvas, que visam estimar a atividade de postura. dução das atividades econômicas e sociais das empresas visando o
A armadilha de oviposição, também conhecida no Brasil como desenvolvimento sustentável e o uso racional de matérias primas e
dos recursos naturais.
ovitrampa, é destinada à coleta de ovos. Em um recipiente de cor
Gestão ambiental é a busca constante por melhoria das ativi-
escura, adere-se um material áspero que permite a fixação dos ovos
dades econômicas, dos serviços, produtos e do meio ambiente de
depositados.
trabalho, estimulando a redução do desperdício de materiais, ener-
As ovitrampas fornecem dados úteis sobre distribuição espa-
gia, água etc. e consequente a redução de custos, levando em conta
cial e temporal (sazonal). As armadilhas para coleta de larvas são a sustentabilidade.
depósitos geralmente feitos de seções de pneus usados. Nas lar-
vitrampas, as flutuações de água da chuva induzem a eclosão dos Programa nacional de combate à dengue: o objetivo deste
ovos e são as larvas que se contam, ao invés dos ovos depositados componente é fomentar ações de saneamento ambiental para um
nas paredes da armadilha. efetivo controle do Aedes aegypti, buscando garantir fornecimento
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) recomenda seu contínuo de água, a coleta e a destinação adequada dos resíduos
uso para detecção precoce de novas infestações e para a vigilância sólidos e a correta armazenagem de água no domicílio, onde isso
de populações de Aedes com baixa densidade. for imprescindível. Na atual situação do país, onde é elevado o
número de municípios infestados por Aedes aegypti, torna-se im-
97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
prescindível a implementação de mecanismos para a intensificação - Constituir Comitês Nacional e Estaduais de Mobilização com
das políticas de saúde, saneamento e meio ambiente, que venham participação dos diversos segmentos da sociedade.
contribuir para a redução do número de potenciais criadouros do
mosquito. b) Ações de Comunicação Social
- Veicular campanha publicitária durante todo o ano, com ênfa-
Ações se nos meses que antecedem o período das chuvas;
- Realizar ações de melhorias sanitárias domiciliares, principal- - Promover entrevistas coletivas com gestores da área de saúde
mente para a substituição de depósitos e recipientes para água exis- para divulgar o PNCD;
tentes no ambiente doméstico e a vedação de depósitos de água. - Inserir conteúdos de educação em saúde, prevenção e con-
- Fomentar a limpeza urbana e a coleta regular de lixo realiza- trole da dengue nos programas de grande audiência, formadores
das de forma sistemática pelos municípios, buscando atingir cober- de opinião pública;
turas adequadas, principalmente em área de risco. - Adotar mecanismos de divulgação (imprensa, “Voz do Brasil”,
- Desenvolver modelos de reservatórios para armazenamento cartas aos órgãos legislativos e conselhos estaduais e municipais de
de água potável em domicílios, protegidos da infestação pelo Aedes saúde) do PNCD;
aegypti, para áreas sem abastecimento contínuo; - Manter a mídia permanentemente informada, por meio de
- Apoiar a implantação de tecnologias de aproveitamento de comunicados ou notas técnicas, quanto à situação da implantação
pneus como matéria-prima para a construção de moradias, dispo- do PNCD.
nibilizando para os municípios com mais de 100.000 imóveis tritura-
dores para o processo industrial de picagem dos pneus. c) Capacitação de Recursos Humanos
- Estimular tecnologias industriais que absorvam os pneus des- O objetivo principal deste componente é capacitar profissio-
cartados, tais como parcerias com refinarias e siderurgias para a nais das três esferas de governo, para maior efetividade das ações
queima de pneus e/ou utilização como combustível; nas áreas de vigilância epidemiológica, entomológica, assistência
- Propor à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) al- ao doente e operações de campo.
terações nas normas para a fabricação de caixas de água adaptan-
do-as contra a infestação pelo Aedes aegypti. Legislação
O objetivo desse componente é fornecer suporte para que as
Ações Integradas de Educação em Saúde, Comunicação e Mo- ações de prevenção e controle da dengue sejam implementadas
bilização Social. com a cobertura e intensidade necessárias para a redução da infes-
O principal objetivo desse componente é fomentar o desenvol- tação por Aedes aegypti a índices inferiores a 1%.
vimento de ações educativas para a mudança de comportamento e
a adoção de práticas para a manutenção de o ambiente domiciliar Ações
preservado da infestação por Aedes aegypti, observadas a sazona- - Elaborar instrumento normativo padrão para orientar a ação
lidade da doença e as realidades locais quanto aos principais cria- do Poder Público municipal e/ou estadual na solução dos problemas
douros. A comunicação social terá como objetivo divulgar e infor- de ordem legal encontrados na execução das atividades de preven-
mar sobre ações de educação em saúde e mobilização social para ção e controle da dengue, tais como casas fechadas, abandonadas e
mudança de comportamento e de hábitos da população, buscando aquelas onde o proprietário não permite o acesso dos agentes, bem
evitar a presença e a reprodução do Aedes aegypti nos domicílios, como os estabelecimentos comerciais e industriais com repetidas
por meio da utilização dos recursos disponíveis na mídia. infestações por Aedes aegypti.
- Acompanhar a efetiva aplicação da Resolução Conama nº
a) Ações de Educação e Mobilização Social 258/1999, que dispõe sobre a destinação de pneus inservíveis e
- Elaborar, em todos os municípios, um programa de educação estabelece o recolhimento de pneus produzidos nas seguintes pro-
em saúde e mobilização social, contemplando estratégias para: porções: 2002 - 25%, 2003 - 50%, 2004 - 100% e a partir de 2005
Promover a remoção de recipientes nos domicílios que possam se - 125%;
transformar em criadouros de mosquitos; Divulgar a necessidade - Desenvolver ações visando à aprovação de leis que estabele-
de vedação dos reservatórios e caixas de água; Divulgar a necessi- çam normas para destinação final de garrafas plástica do tipo PET.
dade de desobstrução de calhas, lajes e ralos;
- Implementar medidas preventivas para evitar proliferação de Sustentação Político-Social
Aedes aegypti em imóveis desocupados; Este componente tem como objetivo sensibilizar e mobilizar
- Promover orientações dirigidas a imóveis especiais (escolas, os setores políticos, com vistas a assegurar o aporte financeiro e a
unidades básicas de saúde, hospitais, creches, igrejas, comércio, articulação intersetorial necessários à implantação e execução do
indústrias, etc.); Programa.
- Organizar o Dia Nacional de Mobilização contra a dengue, em
novembro; Ações
- Implantar ações educativas contra a dengue na rede de ensi- - Realizar reunião com governadores dos estados para apresen-
no básico e fundamental; tação do PNCD e obtenção da prioridade política;
- Divulgar informações aos prefeitos sobre as ações municipais - Realizar reuniões regionais com todos os secretários estaduais
que devem ser desenvolvidas e as estratégias a serem adotadas; de saúde, secretários municipais de saúde das capitais e de muni-
- Incentivar a participação da população na fiscalização das cípios com população superior a 100.000 habitantes para discutir a
ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo Poder implantação e manutenção do PNCD.
Público;
98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Desde a criação da SVS, a integração das vigilâncias foi se forta- Salubridade Ambiental
lecendo nas três esferas de governo, impulsionada pela relevância
das doenças e agravos não transmissíveis, pela necessidade do fo- Segundo6 Ormond (2004), conceitua-se “Saneamento” como
mento às ações de promoção da saúde, pela redução da morbimor- toda ação ou efeito de tornar saudável ou como um conjunto de
talidade da população em geral e dos trabalhadores em particular, ações adotadas em relação ao meio ambiente com a finalidade de
pela preocupação com os riscos sanitários, caracterizados como os criar condições favoráveis à manutenção do meio e à saúde das po-
eventos que podem afetar adversamente a saúde de populações pulações.
humanas, e pela urgência em organizar respostas rápidas em emer- Contudo, Saneamento Ambiental pode ser definido como um
gências de saúde pública. conjunto de ações socioeconômicas que tem por objetivo alcançar
Salubridade Ambiental, por meio de abastecimento de água po-
Epidemiologia Ambiental5 tável; coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e
gasosos; promoção da disciplina sanitária de uso de solo; drena-
A Epidemiologia Ambiental aplica dois métodos para compre- gem urbana; controle de doenças transmissíveis e demais serviços
ender as relações entre o meio ambiente e a saúde, a saber: e obras especializados, com a finalidade de proteger e melhorar as
• Epidemiologia Descritiva - que utiliza o método científico para condições de vida urbana e rural.
estudar a distribuição dos riscos e dos efeitos adversos à saúde da Essa salubridade ambiental está em risco, pois, a partir da Re-
população; e volução Industrial até os dias atuais, a ampliação dos níveis de po-
• Epidemiologia analítica - que estuda a relação entre a exposi- luentes produzidos pelo homem promoveu o aumento da poluição
ção a um determinado fator e algum efeito adverso à saúde. atmosférica, como também a contaminação das águas e do solo,
influenciando diretamente no equilíbrio dos ecossistemas e na qua-
A Epidemiologia ambiental utiliza informações sobre: lidade de vida da sociedade.
• Os fatores de risco existentes (físicos, químicos, biológicos, No Brasil, o censo realizado em 1929 detectou a presença das
mecânicos, ergonômicos ou psicossociais); primeiras multinacionais americanas e europeias representantes
• As características especiais do ambiente que interferem no do setor químico, automobilístico e eletrônico, além do desenvol-
padrão de saúde da população; e vimento de outros setores industriais, como o têxtil e alimentício.
• Os efeitos adversos à saúde relacionados à exposição a fato- Nesse mesmo período, o censo realizado em nosso país mostrou em
res de risco ambientais. números o crescimento industrial e demográfico, dando destaque
para o estado de São Paulo, com a abertura de empresas do ramo
Avaliação e gerenciamento de risco têxtil, calçadista, químico, alimentício e metalúrgico, entre outros.
No caso das substâncias químicas, que possuem particular re- A estratégia de redução ou eliminação de resíduos ou poluen-
levância nos problemas ambientais modernos, a avaliação de riscos tes na fonte geradora consiste no desenvolvimento de ações que
é o principal instrumento de análise. promovam a redução de desperdícios, a conservação de recursos
A avaliação de riscos é um procedimento utilizado para sinteti- naturais, a redução ou eliminação de substâncias tóxicas (presentes
zar as informações disponíveis e os julgamentos sobre as mesmas em matérias-primas ou produtos auxiliares), a redução da quanti-
com o objetivo de estimar os riscos associados a uma determinada dade de resíduos gerados por processos e produtos e, consequen-
exposição. temente, a redução de poluentes lançados para o ar, solo e águas.
O gerenciamento de riscos consiste na seleção e implementa-
ção de estratégias mais apropriadas para o controle e prevenção
de riscos, envolvendo a regulamentação, a utilização de tecnologias NOÇÕES DE ÉTICA E CIDADANIA
de controle e remediação ambiental, a análise de custo/benefício,
a aceitabilidade de riscos e a análise de seus impactos nas políticas
públicas. O QUE É A ÉTICA NA SAÚDE?
Por mais lógico que possa parecer, compreender o que é a ética
Indicadores de saúde e ambiente aplicada à saúde é muito importante para qualquer profissional que
Para entender o conjunto de ações de promoção e prevenção atue nesse segmento. De uma maneira mais abrangente, esse tema
que podem ser desenvolvidas visando ao controle dos riscos am- diz respeito aos princípios que motivam e orientam o comporta-
bientais e à melhoria das condições de meio ambiente e de saúde mento humano a respeito de normas e valores de uma realidade
das populações, é necessário construir indicadores que permitam social.
uma visão abrangente e integrada da relação saúde e ambiente. Na saúde, ela pode ser compreendida como o conjunto de re-
Os indicadores de saúde ambiental serão utilizados para toma- gras e preceitos morais de um indivíduo. E isso deve ser aplicado à
da de decisões, por intermédio do uso de diferentes ferramentas, avaliação de méritos, riscos e preocupações sociais das atividades
tais como a estatística, a epidemiologia e a utilização destes nos de promoção do bem-estar dos pacientes enquanto leva em consi-
sistemas de informação geográfica. deração a moral vigente em um determinado tempo e local.
5 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_sinvas.pdf 6 https://prolifeengenharia.com.br/salubridade-ambiental-16-06-15/
100
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
QUAL É A NECESSIDADE DA ÉTICA NA SAÚDE? Deve-se utilizar uma sinalização de distinção e se valer, por
Nos tempos atuais, conhecer e aplicar a ética na saúde é fun- exemplo, de instrumentos como o tratamento pela titulação pro-
damental, uma vez que a humanização nos mais variados campos fissional, do uso constante de jaleco ou uniforme e até do próprio
é amplamente debatida e estimulada na sociedade. Enquanto o comportamento. Todos esses aspectos são bastante úteis nesse ce-
paciente de outrora aceitava as orientações sem contestação, o de nário.
hoje exige mais do profissional.
É fundamental, portanto, respeitar as necessidades individuais Respeitar as normas internas e externas
e conquistar a confiança de forma natural e gradual. Isso fica mais Todas as profissões da área de saúde têm associações de classe
fácil quando se esclarecem os procedimentos, se debatem as dú- específicas que procuram regular a prática, normatizar a atuação e
vidas e se transmite segurança com um linguajar compreensível e defender os direitos dos profissionais. E, entre outras coisas, essas
adequado para quem não é especialista na área. instituições estabelecem códigos de ética para nortear e estimular
uma atuação positiva dentro da moral vigente na época e no local.
QUAIS SÃO OS DESAFIOS PARA APLICAR A ÉTICA NA SAÚDE? Por isso, é muito importante respeitar essas normas, bem como
Embora já tenha havido evolução nesse aspecto, existem ain- as regras internas de hospitais, clínicas e postos de saúde. Também
da diversos obstáculos que devem ser superados. Só assim pode-se é indispensável observar as titulações, condutas e legislações, bem
garantir uma ética eficiente e aplicada pelos profissionais de saúde, como facilitar a troca de informações entre as especialidades e as
inclusive para uma atuação mais efetiva em uma equipe multidis- disciplinas da área.
ciplinar.
O desafio começa na formação acadêmica, que mostra a im- Saber usar as mídias sociais
portância de uma abordagem com caráter humanizado. Os cargos A tecnologia e o ciberespaço tornaram todas as relações mais
de chefia em hospitais, clínicas e postos de saúde precisam esti- dinâmicas e, nos dias de hoje, quem não aproveitar o poder das
mular essa prática, de forma a incentivar a atuação holística dos mídias sociais e dos aplicativos de comunicação abre espaço para
profissionais. a concorrência. Sites como o Facebook e o Instagram podem ser
excelentes para divulgar conhecimento e informações.
DICAS PARA UMA CONDUTA MAIS ÉTICA NA SAÚDE No entanto, isso também traz algumas implicações quanto à
Conheça, a seguir, algumas dicas para adotar uma conduta ética na saúde e à maneira como os profissionais da área podem se
mais ética na saúde, no relacionamento com o paciente e até mes- relacionar com os pacientes e com os outros integrantes da equipe
mo na interação com a equipe em que está inserido. Veja, ainda, multidisciplinar. É vedado, por exemplo, fazer publicidade que pro-
como colocar isso tudo em prática. meta resultados.
Por outro lado, é possível publicar informações e usar o What-
Respeite a equipe multidisciplinar sApp para debater com outros profissionais e discutir casos ou ter
Uma dica importante para manter a ética na saúde é prezar por uma segunda opinião, mais ou menos da mesma forma como isso é
um bom relacionamento com os demais participantes da equipe feito no mundo físico. Marcar consultas também é permitido, assim
multidisciplinar. Embora isso pareça simples em um primeiro mo- como se faz por telefone.
mento, os desafios do dia a dia e a própria rotina podem tornar essa Vale lembrar que é proibido fazer marketing ou prestar aten-
tarefa mais árdua. dimento via telefone (mesmo que alguns pacientes insistam bas-
É fundamental nunca desacreditar dos integrantes do grupo e tante). Também é essencial tomar cuidado e certificar-se de que
valorizar sempre que possível o trabalho de todos. Quando houver se está realmente em contato com o paciente, pois é possível que
algum equívoco, é essencial que ele seja debatido e discutido antes outra pessoa se passe por ele e, com isso, você forneça informações
de trazer algum engano moral perante os pacientes. sigilosas sem querer.
Manter o sigilo do paciente Por meio da adoção dessas condutas simples, você está prepa-
Manter o sigilo é um princípio ético indispensável — mesmo rado para ser um profissional muito mais ético e em consonância
que qualquer conversa ou revelação tenha a melhor das intenções, com a postura que uma área tão complexa e importante demanda
como, por exemplo, citar casos que estimulem outros pacientes. dos seus especialistas.
Por isso, é muito importante tomar cuidado para não divulgar
quaisquer informes que tenham origem nas consultas. Exercício da cidadania
Da mesma maneira, devem-se manter em segredo todas as Todo cidadão tem direito a exercer a cidadania, isto é, seus di-
informações clínicas ou que sejam provenientes de estudos com- reitos de cidadão; direitos esses que são garantidos constitucional-
partilhados e debatidos pela equipe multidisciplinar. A regra vale mente nos princípios fundamentais.
mesmo que os dados tenham sido obtidos em discussões, prontuá- Exercer os direitos de cidadão, na verdade, está vinculado a
rios, relatos e outros. exercer também os deveres de cidadão. Por exemplo, uma pessoa
que deixa de votar não pode cobrar nada do governante que está
Ter cuidado na relação com o paciente no poder, afinal ela se omitiu do dever de participar do processo de
Ter extremo cuidado na relação com o paciente é essencial e escolha dessa pessoa, e com essa atitude abriu mão também dos
todos os profissionais devem ser cautelosos ao fazer aproximações seus direitos.
emocionais com o público. É preciso, por exemplo, estabelecer uma
separação clara entre o que é profissional e o que é um sentimento
de amizade ou coleguismo.
101
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Direitos e deveres andam juntos no que tange ao exercício da Nessa formatação é preciso que aqueles que são chamados a
cidadania. Não se pode conceber um direito sem que antes este decidir ou a eleger os que deverão decidir sejam colocados diante
seja precedido de um dever a ser cumprido; é uma via de mão du- de alternativas reais e postos em condição de poder escolher entre
pla, seus direitos aumentam na mesma proporção de seus deveres uma e outra. Assim, é necessário a garantia dos denominados direi-
perante a sociedade. tos de liberdade, de opinião, de expressão das próprias opiniões, de
Constitucionalmente, os direitos garantidos, tanto individuais reunião, de associação etc.
quanto coletivos, sociais ou políticos, são precedidos de responsa- A doutrina democrática idealizou, nas palavras de Norberto
bilidades que o cidadão deve ter perante a sociedade. Por exemplo, Bobbio, “um Estado sem corpos intermediários”, entretanto sua
a Constituição garante o direito à propriedade privada, mas exige-se consolidação se deu de forma diversa:
que o proprietário seja responsável pelos tributos que o exercício
desse direito gera, como o pagamento do IPTU. “O que aconteceu nos Estados democráticos foi exatamente o
Exercer a cidadania por consequência é também ser probo, agir oposto: sujeitos politicamente relevantes tornaram-se sempre mais
com ética assumindo a responsabilidade que advém de seus de- os grupos, grandes organizações, associações da mais diversa na-
veres enquanto cidadão inserido no convívio social. Fonte: Espaço tureza, sindicatos das mais diversas profissões, partidos das mais
Heber Vieira diversas ideologias, e sempre menos indivíduos. Os grupos e não
A política, que na antiguidade grega, representava a dimen- os indivíduos são os protagonistas da vida política numa sociedade
são vital da sociedade, encontra-se hoje restringida ao Estado e as democrática, na qual não existe mais um soberano, o povo ou a
ações por ele sintetizadas. nação, composto por indivíduos que adquiriram o direito de parti-
A obrigação política moderna funda-se na teoria do “contrato cipar direta ou indiretamente do governo, na qual não existe mais o
social”, uma complexa e contraditória relação estabelecida entre povo como unidade ideal (ou mística), mas apenas o povo dividido
homens livres, que abdicam de parte de sua liberdade com o intuito de fato em grupos contrapostos ou concorrentes, com sua relativa
de, segundo Rousseau, maximizá-la. autonomia diante do governo central (autonomia que os indivíduos
O contrato social expressa, dessa forma, uma tensão entre a singulares perderam ou só tiveram num modelo ideal de governo
vontade individual e a vontade geral; o interesse particular e o bem democrático sempre desmentido pelos fatos). O modelo ideal da
comum. sociedade democrática era aquele de uma sociedade centrípeta. A
O liberalismo contribuiu, significativamente, para a formulação realidade que temos diante dos olhos é a de uma sociedade centrí-
de uma cidadania universal, baseada na concepção de que todos os fuga, que não tem apenas um centro de poder (a vontade geral de
indivíduos nascem livres e iguais, entretanto, reduziu-a a um mero Rousseau), mas muitos [...]”. (BOBBIO, 2000, p. 35-36).
status legal. A equação lógica do bem comum na sociedade moder- Segundo o mencionado autor, “cada grupo tende a identificar o
na permanece sendo o resultado da soma dos interesses pessoais. interesse nacional com o interesse do próprio grupo” e dificilmen-
A diferente carga simbólica dos valores individuais ou de gru- te encontrar-se-á um representante que não represente interesses
pos sociais tem acarretado excesso de sentido que, por sua vez, particulares (BOBBIO, 2000, p. 37).
transforma-se em paralisia de atividade cívica e apatia política. Entretanto ressalta: “a característica de um governo democrá-
Tal situação fática é agravada com o avanço, cada vez mais cé- tico não é a ausência de elites, mas a presença de muitas elites em
lere, das tecnologias que tem marcado a sociedade hodiernamente. concorrência entre si para a conquista do voto popular” (BOBBIO,
Na maioria das vezes, tais tecnologias dispensam a interatividade 2000, p. 39).
dos seus usuários, que recepcionam argumentos e informações Assim, para se transformar o súdito em cidadão é necessário
acrítica e passivamente. conceder-lhe educação para o exercício da prática democrática. O
A ausência de participação social legitima o governo em prol desenvolvimento da democracia não pode ser medido pelo aumen-
de interesses particulares de grupos específicos. A crise do contrato to do número dos que têm o direito de participar nas decisões que
social moderno consiste na prevalência de processos de exclusão lhes dizem respeito, mas da qualidade dos espaços nos quais po-
de grupos majoritários em privilégio de interesses de uma minoria. dem exercer este direito.
A figura estatal fortalecida e representante de interesses de grupos “[...] a participação eleitoral tem um grande valor educativo;
determinados deixa de espelhar os anseios da sociedade civil e tor- é através da discussão política que o operário, cujo trabalho é re-
na-se fator de influência de sua desorganização. petitivo e concentrado no horizonte limitado da fábrica, consegue
A democracia, entendida como contraposição a todas as for- compreender a conexão existente eventos distantes e seu interesse
mas de governo autocráticos, é caracterizada por um conjunto de pessoal estabelecer relações com cidadãos diversos daqueles com
regras que estabelecem quem está autorizado a tomar as decisões os quais mantém relações cotidianas, tornando-se assim membro
coletivas e com quais procedimentos. consciente de uma comunidade.” (BOBBIO, 2000, p. 44).
“Todo o grupo social está obrigado a tomar decisões vinculató- Muito se tem difundido que o cidadão comum não detém co-
rias para todos os seus membros com o objetivo de prover a própria nhecimentos específicos para decidir sobre os assuntos que lhe di-
sobrevivência, tanto interna como externamente. Mas até as deci- zem respeito, entretanto, assevera o autor que “a democracia sus-
sões de grupos são tomadas por indivíduos (o grupo como tal não tenta-se sobre a hipótese de que todos podem decidir a respeito de
decide). Por isso, para que uma decisão seja tomada como decisão tudo” (BOBBIO, 2000, p. 46).
coletiva é preciso que seja tomada com base em regras (não impor- “Rousseau, entretanto, também estava convencido de que
ta se escritas ou consuetudinárias) que estabeleçam quais são os ‘uma verdadeira democracia jamais existiu nem existirá’, pois re-
indivíduos autorizados a tomar as decisões vinculatórias para todos quer muitas condições difíceis de serem reunidas. Em primeiro lu-
os membros do grupo, e à base de quais procedimentos.” (BOBBIO, gar um Estado muito pequeno, ‘no qual ao povo seja fácil reunir-se
2000, p. 30-31). e cada cidadão possa facilmente conhecer todos os demais’; em
segundo lugar, ‘uma grande simplicidade de costumes que impeça
102
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a multiplicação dos problemas e as discussões espinhosas’; além Desse modo, a política, segundo PotyaraAmazoneida Pereira é
do mais, ‘uma grande igualdade de condições e fortunas’; por fim, “uma estratégia de ação, pensada, planejada e avaliada, guiada por
‘pouco ou nada de luxo’. [...]. É evidente que, se por democracia uma racionalidade coletiva, na qual, tanto o Estado como a socieda-
direta se entende literalmente a participação de todos os cidadãos de, desempenham papéis ativos”. (PEREIRA, 2008, p. 96). Comple-
emtodas as decisões a eles pertinentes, a proposta é insensata. Que menta a mencionada a autora, “[...] duas são as principais funções
todos decidam sobre tudo em sociedades sempre mais complexas da política pública: a) concretizar direitos conquistados pela socie-
como são as modernas sociedades industriais é algo materialmente dade e incorporados nas leis; b) alocar e distribuir bens públicos.”
impossível.” (BOBBIO, 2000, p. 53). (PEREIRA, 2008, p. 99).
Para que exista uma democracia basta o consenso da maioria. Adverte, porém, Norbert Elias que:“Na vida social de hoje, so-
Mas exatamente o consenso da maioria implica que exista uma mi- mos incessantemente confrontados pela questão de se e como é
noria que dissente. possível criar uma ordem social que permita uma melhor harmoni-
“[...] que valor tem o consenso onde o dissenso é proibido?, zação entre as necessidades e inclinações pessoais dos indivíduos,
onde não existe opção entre consenso e dissenso, onde o consenso de um lado, e, de outro, as exigências feitas a cada indivíduo pelo
é obrigatório e até mesmo premiado, e onde o dissenso não apenas trabalho cooperativo de muitos, pela manutenção e eficiência do
é proibido mas também é punido?, é ainda consenso ou é pura e todo social”. (ELIAS, 1994, p. 17).
simples aceitação passiva do comando do mais forte?; se o consen- A formação da sociedade brasileira ocorreu de forma violenta,
so não é livre, que diferença existe entre o consenso e a obediência com a anulação da fala. A cronologia dos elementos da cidadania,
ao superior tal qual prescrita por todos os ordenamentos hierárqui- descritos por Marshall (os direitos civis no século XVIII, os políti-
cos?” (BOBBIO, 2000, p. 74-75). cos no século XIX e os sociais no século XX), sobreveio de forma
Autores como Hannah Arendt e Jürgen Habermas procuraram invertida no Brasil:“Primeiro vieram os direitos sociais, implantados
recuperar a noção de política e de esfera pública. Hanna Arendt re- em períodos de supressão dos direitos políticos e de redução dos
laciona os conceitos de política, esfera pública e liberdade, definin- direitos civis por um ditador que se tornou popular. Depois vieram
do a política como a ação plural entre os homens. os direitos políticos, de maneira também bizarra. A maior expan-
Segundo Maria Francisca Pinheiro, para Arendt:“a igualdade na são do direito do voto deu-se em outro período ditatorial, em que
pluralidade é a base de constituição da esfera pública. A igualdade os órgãos de representação política foram transformados em peça
na esfera pública, que pressupõe as desigualdades individuais, só decorativa do regime. Finalmente ainda hoje muitos direitos civis,
existe na condição de liberdade, que significa o ser humano estar a base da sequência de Marshall, continuam inacessíveis à maioria
isento da desigualdade presente no ato de comandar ou ser coman- da população. A pirâmide dos direitos foi colocada de cabeça para
dado e mover-se em esfera destituída de relação de poder. A esfera baixo”. (CARVALHO, 2006, p. 219-220).
pública é instancia independente do Estado e essencial para o exer- Sabe-se que a construção da cidadania na Inglaterra é exceção
cício da democracia.” (COELHO, 2000, p. 62). e não a regra, uma vez que, no caso sob análise, industrialização
Para Habermas, segundo a mesma autora:“na atividade políti- e a democracia desenvolveram-se concomitantemente. Embora se
ca, a ação visando ao entendimento nem sempre é possível em fun- trate de situação específica, o modelo de Marshall é substrato te-
ção da competição estratégica pelo poder. Nesse aspecto, há discor- órico importante para estudos comparativos do desenvolvimento
dância de Habermas com Arendt que distingue o poder das relações das cidadanias em outras sociedades, como forma de se entender
de dominação e o define como persuasão e acordo. [...]. A ideia de e explicar as particularidades de cada caso, sob uma mesma base
democracia, apoiada no conceito de discurso, parte da imagem de conceitual.
sociedade descentrada a qual constitui arena para a percepção, a Íris Maria de Oliveira registra a fala da filósofa Marilena Chauí:“a
identificação e o tratamento de problemas de toda sociedade. [...]. autora define a sociedade brasileira como autoritária e violenta,
A política é, portanto, um dos assuntos da esfera pública, instância identificando quatro características que justificam essa caracteriza-
autônoma e formadora da opinião e da vontade dos indivíduos”. ção: relações sociais hierárquicas; relações sociais e políticas funda-
(COELHO, 2000, p. 63-64). das em contatos pessoais; profundas desigualdades sociais e eco-
O conflito e o dissenso são inerentes à política, por ser resul- nômicas, que reproduzem carências e privilégios; uma sociedade
tado da convivência entre os homens, que por sua vez são diferen- em que a lei não é percebida como expressão de uma vontade so-
tes em relação à etnia, classe social, ideologia, valores e crenças. cial. [...]. Outra característica apontada por Chauí é a polarização da
“Contudo, é justamente por ser conflituosa (e contraditória), que a sociedade brasileira entre carência e privilégio [...]. Neste contexto,
política permite a formação de contra poderes em busca de ganhos os direitos não se instituem e não há condições para a efetivação da
para a comunidade e de ampliação da cidadania” (PEREIRA, 2008, cidadania e da democracia”. (OLIVEIRA, 2008, p. 122-124).
p. 91). A exclusão do discurso reivindicativo, através do roubo da fala,
“[...] a liberdade de dissentir necessita de uma sociedade plu- favoreceu a proliferação de práticas paternalistas/clientelistas, nas
ralista, uma sociedade pluralista permite uma maior distribuição quais o acesso a bens e serviços se dá a partir de “favores pessoais”,
do poder, uma maior distribuição do poder abre as portas para a e não como exercício de um direito. A escolha dos representantes,
democratização da sociedade civil e finalmente a democratização por sua vez, na maioria das vezes, não é consequência da análise
da sociedade civil alarga e integra a democracia política”. (BOBBIO, apurada da capacidade do candidato, e sim de confiança particular
2000, p. 76). Consoante Marshall, o desenvolvimento da cidadania de obtenção de vantagem. O brasileiro não se sente representado
“é estimulado tanto pela luta para adquirir tais direitos quanto pelo na política. Os representantes eleitos furtam-se a defesa dos inte-
gozo dos mesmos, uma vez adquiridos”. (MARSHALL, 1967, p. 84). resses gerais, para atender particulares, constituindo a classe dos
Segundo o autor, o uso do poder político é capaz de determinar políticos de profissão, que são aqueles que não vivem para a políti-
mudanças significativas, sem uma revolução violenta e sangrenta. ca, mas vivem dela. Surge daí uma atitude ambígua de insatisfação
(MARSHALL, 1967, p. 85). e inatividade da sociedade.
103
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
“O que a destruição do público opera em relação às classes do- A Administração Pública se constitui no instrumental de que
minadas é a destruição de sua política, o roubo da fala, sua exclusão dispõe o Estado para implementar as prioridades do Governo. As-
do discurso reivindicativo e, no limite, sua destruição como classe; sim, merece atenção especial o estudo acerca das ações empreen-
seu retrocesso ao estado de mercadoria, que é o objetivo neolibe- didas pelo gestor da coisa pública, sobretudo em relação ao grau de
ral.” (OLIVEIRA, 2000, p. 79). aderência ao interesse público (efetividade). Deve haver compatibi-
Não obstante consideráveis índices de alfabetização, pesquisas lidade entre as prioridades de governo e o querer da coletividade.
mostram o alto grau de ignorância da sociedade brasileira em re- Verifica-se grande dificuldade da sociedade em avaliar a con-
lação aos seus direitos. A falta de consciência dos próprios direitos duta dos gestores públicos, notadamente em função da ausência
é acompanhada pela baixa consideração pelos direitos dos outros. de informações tempestivas, suficientes e confiáveis. Até mesmo o
A visão de cidadania como comunidade também não se apresenta processo de escolha dos governantes nas democracias, através de
como enraizada. Há uma fraca percepção do reconhecimento de eleições seguras e livres, vem sendo objeto de ressalvas quanto a
que todos participam de valores e objetivos comuns em torno dos sua eficácia como mecanismo garantidor de que os escolhidos tra-
quais todos se congregam. Não existe ainda um senso de dever em balharão em função dos melhores interesses da coletividade, uma
relação à coletividade e pelo grau de envolvimento na vida públi- vez que os cidadãos não possuem todas as informações necessárias
ca (filiação em partidos, associações de moradores, pais e alunos, a uma escolha correta. O que reforça a importância do acesso às
filantrópicas). A participação política não aparece entre o senso co- informações.
mum dos brasileiros nem como direito nem tão pouco como dever. Dentro deste contexto torna-se imprescindível a existência de
A apatia cívica dos brasileiros, aliado ao objetivo cego de cresci- órgãos integrantes da estrutura estatal que componham uma ver-
mento econômico, como fim em si mesmo, tem transformado os ci- dadeira rede de agências de accountability incumbidas de super-
dadãos em meros “beneficiários passivos dos frutos de engenhosos visionar, controlar, aplicar sanções, e, sobretudo, prover o cidadão
programas de desenvolvimento” (SEN, 2000, p. 71). Nas palavras de das informações relativas a conduta do gestor público.
José Murilo de Carvalho, “formam-se o súdito e o consumidor sem No caso brasileiro, esta rede de agências de accountability en-
que ao mesmo tempo surja o cidadão participante” (CARVALHO, globaria, dentre outros, o Ministério Público, o sistema de controle
2000, p. 112). interno dos Poderes, o Poder Judiciário e os Tribunais de Contas.
Afirma ainda José Murilo de Carvalho que a participação a ní- Estes últimos foram, sobretudo a partir da edição da Lei de Res-
vel local é tida como a mais frágil, “embora seja onde ela tem re- ponsabilidade Fiscal, alçados à condição de grandes provedores de
levância mais direta para o cotidiano cidadão”. (CARVALHO, 2000, informações sobre a gestão pública.
p. 125). Assim, a análise de tal situação agrava-se quando se parte Aos Tribunais de Contas compete verificar o cumprimento da
para a verificação da realidade da sociedade nacional para as socie- Lei de Responsabilidade Fiscal, que está erigida sobre alguns pila-
dades locais, ou seja, os Municípios. res, dentre os quais o da transparência. Assim entendida, não só
Uma vez conquistada a democracia política verifica-se que tal a disponibilização de informações, mas, sobretudo a compreensão
esfera está incluída em outra mais ampla, qual seja, a esfera da so- dos dados divulgados por parte do cidadão mediano. O objetivo
ciedade como um todo. Em outras palavras, a democratização do mais nobre do princípio da transparência é permitir e estimular o
Estado, com a instituição de parlamentos, não implicou numa de- exercício do controle social, a mais eficaz das formas de controle da
mocratização da sociedade. A maior parte das instituições sociais conduta do gestor público.
– da família à escola, da empresa à gestão dos serviços públicos –
ainda não são governadas democraticamente.
Tal situação contribui para a legitimação e hegemonia das clas- NOÇÕES BÁSICAS DE EPIDEMIOLOGIA, ASPECTOS EPI-
ses dominantes e sua permanência nos espaços de poder em todos DEMIOLÓGICOS, AGENTES ETIOLÓGICOS, VETORES E
os níveis, retardando a realização de direitos e a construção de uma RESERVATÓRIOS, MODOS DE TRANSMISSÃO, PERÍO-
cultura política baseada no direito, na ética, na cidadania, nas rela- DO DE TRANSMISSIBILIDADE, PERÍODO DE INCUBA-
ções democráticas horizontais e na participação popular. ÇÃO, SUSCETIBILIDADE, VACINAS E IMUNIDADE
A conscientização e participação cidadã são alternativas para
a conquista e efetivação de direitos tanto em nível da sociedade,
quanto no interior do próprio Estado. Por Heidy Cristina Boaventura VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Siqueira
A ação estatal encontra-se norteada por diversos princípios Propósitos e funções
dentre os quais se destaca o da legalidade, que delimita o campo de A vigilância epidemiológica tem como propósito fornecer orien-
atuação possível do Estado e garante aos cidadãos a titularidade de tação técnica permanente para os profissionais de saúde, que têm a
direitos. No entanto, sendo o Estado um ser ético-político, a avalia- responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle
ção da conduta de seus agentes não pode pautar-se, apenas, pelo de doenças e agravos, tornando disponíveis, para esse fim, infor-
aspecto da legalidade. Revela-se imperiosa a verificação quanto a mações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças e agravos,
obediência à preceitos éticos que estejam disseminados na própria bem como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica
sociedade. A ética na condução da republica emerge como instru- ou população definida. Subsidiariamente, a vigilância epidemioló-
mento eficaz de proteção dos direitos fundamentais, a exemplo da gica constitui-se em importante instrumento para o planejamento,
liberdade e da igualdade. a organização e a operacionalização dos serviços de saúde, como
também para a normatização de atividades técnicas correlatas. A
operacionalização da vigilância epidemiológica compreende um
ciclo de funções específicas e intercomplementares, desenvolvidas
de modo contínuo, permitindo conhecer, a cada momento, o com-
104
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
portamento da doença ou agravo selecionado como alvo das ações, de 15 de junho de 2004, revogou as de 1999, para incorporar os
para que as medidas de intervenção pertinentes possam ser desen- avanços das mesmas como ampliar o escopo da Vigilância em Saú-
cadeadas com oportunidade e eficácia. São funções da vigilância de, que passou a compreender a vigilância das doenças transmissí-
epidemiológica: veis, vigilância de doenças e agravos não transmissíveis, vigilância
• coleta de dados; em saúde ambiental e a vigilância da situação de saúde. Esta por-
• processamento de dados coletados; taria estabelece competências da União, Estados, Distrito Federal e
• análise e interpretação dos dados processados; Municípios, reorienta as condições para certificação dos diferentes
• recomendação das medidas de prevenção e controle apro- níveis, na gestão das ações de epidemiologia e controle de doenças;
priadas; além disso, estabelece a PPI-VS (Programação Pactuada Integrada
• promoção das ações de prevenção e controle indicadas; da área de vigilância em Saúde) e o TFVS (Teto Financeiro de Vigi-
• avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; lância em Saúde) dentre outras ações. Os resultados das estratégias
• divulgação de informações pertinentes. adotadas vêm sendo operadas com maior ou menor efetividade por
cada sistema local de saúde (Silos), não restando dúvidas de que
As competências de cada um dos níveis do sistema de saúde representam um avanço para a vigilância epidemiológica auxiliando
(municipal, estadual e federal) abarcam todo o espectro das fun- o seu fortalecimento em todo o país.
ções de vigilância epidemiológica, porém com graus de especifici- Indicadores de Saúde
dade variáveis. As ações executivas são inerentes ao nível municipal A construção da matriz de indicadores pautou-se nos critérios
e seu exercício exige conhecimento analítico da situação de saúde de: relevância para a compreensão da situação de saúde, suas cau-
local. Por sua vez, cabe aos níveis nacional e estadual conduzirem sas e conseqüências; validade para orientar decisões de política e
ações de caráter estratégico, de coordenação em seu âmbito de apoiar o controle social; identidade com processos de gestão do
ação e de longo alcance, além da atuação de forma complementar SUS; e disponibilidade de fontes regulares. Esses critérios se man-
ou suplementar aos demais níveis. têm no processo de revisão e atualização periódicas da matriz, que
A eficiência do SNVE depende do desenvolvimento harmôni- resulta em eventuais alterações, acréscimos e supressões de indica-
co das funções realizadas nos diferentes níveis. Quanto mais capa- dores. Por esse motivo, a consistência da série histórica disponibili-
citada e eficiente a instância local, mais oportunamente poderão zada demanda atenção constante.
ser executadas as medidas de controle. Os dados e informações aí Convencionou-se classificar os indicadores em seis subconjun-
produzidos serão, também, mais consistentes, possibilitando me- tos temáticos: demográficos, socioeconômicos, mortalidade, mor-
lhor compreensão do quadro sanitário estadual e nacional e, conse- bidade e fatores de risco, recursos e cobertura. Cada indicador é ca-
quentemente, o planejamento adequado da ação governamental. racterizado na matriz pela sua denominação, conceituação, método
Nesse contexto, as intervenções oriundas do nível estadual e, com de cálculo, categorias de análise e fontes de dados. A produção de
maior razão, do federal tenderão a tornar-se seletivas, voltadas para cada indicador é de responsabilidade da instituição-fonte melhor
questões emergenciais ou que, pela sua transcendência, requerem identificada com o tema, a qual fornece anualmente os dados bru-
avaliação complexa e abrangente, com participação de especialistas tos utilizados no cálculo, em planilha eletrônica padronizada, pre-
e centros de referência, inclusive internacionais. Com o desenvolvi- parada pelo Datasus ou obtida diretamente das bases de dados dos
mento do SUS, os sistemas municipais de vigilância epidemiológica sistemas nacionais de informações de saúde.
vêm sendo dotados de autonomia técnico-gerencial e ampliando o De maneira geral estão disponíveis, para cada indicador, dados
enfoque, para além dos problemas definidos como de prioridade desagregados por unidade geográfica 9 , idade e sexo. Dados sobre
nacional, que inclui os problemas de saúde mais importantes de cor/raça e situação de escolaridade, quando disponíveis, são utiliza-
suas respectivas áreas de abrangência. dos como proxy de condição social. Há ainda categorias de análise
específicas a determinados indicadores como, por exemplo, a situ-
Estrutura do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica ação urbana ou rural do domicílio. A matriz orienta a elaboração
O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) com- anual do produto finalístico da Ripsa “Indicadores e Dados Básicos
preende o conjunto articulado de instituições do setor público e pri- (IDB)”, a partir do qual devem ser realizados análises e informes so-
vado, componente do Sistema Único de Saúde (SUS) que, direta ou bre a situação de saúde no Brasil e suas tendências.
indiretamente, notifica doenças e agravos, presta serviços a grupos Fichas de Qualificação Um importante avanço na produção
populacionais ou orienta a conduta a ser tomada para o controle do IDB foi a introdução de instrumento de orientação técnica ao
dos mesmos. usuário, que esclarece os conceitos e critérios adotados na Ripsa
Para adequar-se aos princípios de universalidade, equidade e para os indicadores. Por recomendação da Terceira OTI (1997), cada
integralidade da atenção à saúde, tendo como estratégia operacio- indicador está definido em uma ficha de qualificação padronizada
nal a descentralização. Esse processo foi bastante impulsionado a que dispõe sobre as seguintes características: • Conceituação: in-
partir das Portarias GM/MS n° 1.399, de 15 de dezembro de 1999, e formações que definem o indicador e a forma como ele se expres-
n° 950, de 23 de dezembro de 1999. Esses instrumentos legais ins- sa, se necessário agregando elementos para a compreensão de seu
tituíram o repasse fundo a fundo dos recursos do Governo Federal conteúdo.
para o desenvolvimento das atividades de epidemiologia, vigilância • Interpretação: explicação sucinta do tipo de informação obti-
e controle de doenças, rompendo os mecanismos de repasses con- da e seu significado.
veniais e por produção de serviços. • Usos: principais finalidades de utilização dos dados, a serem
Além disso, estabeleceram requisitos e atividades mínimas de consideradas na análise do indicador.
responsabilidade municipal, definiram o teto de recursos financei- • Limitações: fatores que restringem a interpretação do indi-
ros e a transferência de recursos humanos dos níveis federal e esta- cador, referentes tanto ao próprio conceito quanto às fontes utili-
dual para o municipal. Posteriormente, a Portaria GM/MS n° 1.172, zadas.
105
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Fontes: instituições responsáveis pela produção dos dados As regiões Nordeste e Norte foram as que apresentaram maio-
utilizados no cálculo do indicador e pelos sistemas de informação a res incrementos desse indicador, apresentando um aumento rela-
que correspondem. tivo da proporção de população adulta alfabetizada de 17% e 11%
• Método de cálculo: fórmula utilizada para calcular o indica- respectivamente, no período analisado.
dor, definindo os elementos que a compõem. Como maior incremento desse indicador foi observado nas re-
• Categorias sugeridas para análise: níveis de desagregação giões com mais baixos valores do indicador em 1991, as discrepân-
definidos pela sua potencial contribuição para interpretação dos cias regionais (razão entre região Sul e Nordeste) reduziram ligeira-
dados e que estão efetivamente disponíveis. mente, passando de 1,4 em 1991 para 1,3 em 2000.
• Dados estatísticos e comentários: tabela resumida e comen- Igualmente aos demais indicadores analisados, também os ser-
tada, que ilustra a aplicação do indicador em situação real. Ideal- viços de coleta de lixo tiveram ampliação de suas coberturas nas
mente, a tabela apresenta dados para grandes regiões do Brasil, em regiões brasileiras , atingindo 71% da população brasileira em 2000.
anos selecionados desde o início da série histórica. As regiões Norte e Nordeste, apesar de apresentarem cerca de ape-
nas metade de sua população com acesso aos serviços de coleta
Determinantes de Saúde de lixo, foram também as que apresentaram maiores incrementos
As fichas de qualificação foram progressivamente aperfeiçoa- desse serviço no período de 1991 a 2000. Devido a esse fato, a de-
das com a contribuição de consultores, especialistas e grupos ad sigualdade regional quanto a esse indicador reduziu de 2,5 (excesso
hoc. O processo de revisão e atualização está a cargo dos Comitês de cobertura da população com serviços de coleta de lixo na região
de Gestão de Indicadores (CGI) da Ripsa. Sudeste em relação à região Norte) em 1991, para 1,7, em 2000.
106
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(I) existe um processo longo de mudanças nos padrões de mor- Entre 1940 e 1960, a taxa média de fecundidade no Brasil man-
talidade e adoecimento, em que as pandemias por doenças infec- teve-se em torno de 6 filhos por mulher. Desde então, esse indica-
ciosas são gradativamente substituídas pelas doenças degenerati- dor vem decrescendo em todas as Regiões do país e entre todos
vas e agravos produzidos pelo homem*; os grupos sociais, ainda que em ritmos diferentes. Em 2010, o país
(II) durante essa transição, as mais profundas mudanças nos apresentou taxa de fecundidade de 1,9 filhos por mulher, inferior
padrões de saúde-doença ocorrem nas crianças e nas mulheres jo- à média observada para a região das Américas (2,1 filhos por mu-
vens; lher), variando de 2,1 a 3,0 nas unidades federadas (UF) da região
(III) as mudanças que caracterizam a transição epidemiológica Norte, e de 1,6 a 1,7 nas UF das regiões Sul e Sudeste. Observa-se,
são fortemente associadas às transições demográfica e socioeconô- também, um padrão de gradativo incremento da idade gestacional
mica que constituem o complexo da modernização; e no Brasil.
(IV) as variações peculiares no padrão, no ritmo, nos determi- Como aponta Vasconcelos & Gomes, a rapidez do processo e os
nantes e nas consequências das mudanças na população diferen- distintos ritmos observados entre as regiões caracterizam a transi-
ciam três modelos básicos de transição epidemiológica, o modelo ção demográfica no Brasil, assim como em outros países da America
clássico ou ocidental, o modelo acelerado e o modelo contemporâ- Latina. A França levou 115 anos para duplicar a proporção da popu-
neo ou prolongado. lação de idosos (de 7,0 para 14,0%), enquanto no Brasil, a mesma
mudança proporcional levou apenas 40 anos para ocorrer (de 5,1
Vinte anos mais tarde, Frenk e colaboradores defendem a exis- para 10,8%).
tência de um modelo ‘polarizado prolongado’ de transição epide- Além dessa robusta discussão apresentada por Vasconcelos &
miológica na América Latina, caracterizado por: Gomes, o artigo republicado de Duarte Araújo discute a polariza-
(I) superposição de etapas - incidência alta e concomitante das ção epidemiológica brasileira vis-à-vis esse processo de transição
doenças de ambas as etapas, pré e pós-transição -; demográfica e as mudanças socioeconômicas experimentadas no
(II) contra-transição - ressurgimento de algumas doenças infec- país.
ciosas que já haviam sido controladas -;
(III) transição prolongada - processos de transição inconclusos,
Redução da mortalidade precoce
com certo estancamento dos países em estado de morbidade mista
O Brasil tem experimentado notável êxito na redução da mor-
-; e
talidade precoce. A proporção de mortes ocorridas antes dos 20
(IV) polarização epidemiológica - níveis diferenciados de transi-
anos de idade passou de 12,2% em 2000 para 7,4% em 2010. Nesta
ção entre e intrapaíses, inclusive entre grupos sociais de um mesmo
mesma década, o risco de morrer no primeiro ano de vida caiu de
país.
26,6 para 16,2 por 1000 nascidos vivos (NV).
Duarte Araújo ressalta em seu artigo que o Brasil é um exemplo
Não obstante, poderíamos - e deveríamos - fazer melhor. Cerca
da polarização epidemiológica descrita por Frenk e colaboradores,
de 70,0% das mortes infantis no Brasil são consideradas evitáveis
combinando elevadas taxas de morbidade e mortalidade por doen-
por ações efetivas do Sistema Único de Saúde.10 Nossa taxa de
ças crônico-degenerativas com altas incidências de doenças infec-
ciosas e parasitárias, e a prolongada persistência de níveis diferen- mortalidade infantil é superior às médias para a América do Norte
ciados de transição entre grupos sociais distintos. (6,3 por 1000 NV) e mesmo para a América Latina e Caribe (15,6
por 1000 NV). Estamos também com valor maior para esse indica-
A transição demográfica no Brasil dor quando nos colocamos junto a países com níveis de desenvolvi-
Também nesse número da RESS, Vasconcelos & Gomes revi- mento econômico semelhantes ao nosso, como é o caso do México
sitam e atualizam o fenômeno da transição demográfica no Brasil, (14,1 por 1000 NV), Argentina (11,9/1000 NV), Costa Rica (9,1/1000
entre 1950 e 2010, e destacam os diferenciais frente a um modelo NV) e Chile (7,4/1000 NV).
teórico de transição, de uma sociedade rural e tradicional para uma
sociedade urbana e moderna, com quedas das taxas de natalidade Doenças imunopreveníveis e outras doenças infecciosas e pa-
e mortalidade. rasitárias
Vivemos na região mais urbanizada do planeta: em 2010, 82,0% A mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias (DIP) vem
da população da América do Norte e 79,0% da América Latina e declinando desde a década de 1940, inicial;mente com queda agu-
Caribe residiam no meio urbano. Naquele mesmo ano, a taxa de da, recentemente mais lenta, embora persistente.9,12 Entre 2000
urbanização no Brasil alcançou 84,0%. A completa inversão desse e 2010, a mortalidade proporcional por DIP caiu de 4,7 para 4,3%.
indicador no país foi descrita em 1970, quando a população urbana Parte relevante da tendência histórica de queda nesse grupo
superou a rural e logo, gradativamente, foi se distanciando dela. de causas de morte deve-se ao expressivo êxito alcançado pela área
O processo de urbanização acompanhou-se de importantes da saúde em relação às doenças passíveis de prevenção por imuni-
mudanças sociais, como nas formas de inserção da mulher na so- zação. Em conjunto, a notificação de casos e óbitos por sarampo,
ciedade, rearranjos familiares, incrementos tecnológicos, entre ou- poliomielite, rubéola, síndrome da rubéola congênita (SRC), menin-
tras. O padrão demográfico alterou-se. A forte queda na fecundida- gite (H. influenzae), tétano, coqueluche e difteria em crianças me-
de e o aumento da longevidade impulsionaram um envelhecimento nores de 5 anos de idade reduziu-se de mais de 153 mil casos e 5,5
acelerado da população brasileira, conforme foi discutido por Vas- mil óbitos em 1980, para cerca de 2 mil casos e 50 óbitos em 2009.9
concelos & Gomes. Em anos recentes, observam-se tendências de Nesse contexto, merece destaque, também, a redução da mortali-
crescimento baixo ou mesmo negativo da população jovem, desa- dade e hospitalização por algumas DIP potencialmente letais, como
celeração do crescimento da população em idade ativa e grande as doenças diarréicas agudas em crianças e a malária.
crescimento do contingente de idosos.
107
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Permanecem, no horizonte da Saúde Pública, desafios históri- como antecipado por Duarte Araújo, o país apresenta fases distintas
cos como a persistência de doenças associadas à miséria e exclusão dessa transição, com polarização entre diferentes áreas geográficas
social, a exemplo da tuberculose e a hanseníase; a alta incidência e grupos sociais, ampliando as contradições no território. Os atribu-
da malária na região da Amazônia Legal, oscilando em torno de tos desse complexo contexto costuram e pressionam as agendas da
300 mil casos novos/ano; e as recorrentes epidemias da dengue. A Saúde Pública e dos Sistemas Previdenciário e Educacional no Bra-
emergência de novas DIP, bem como as novas formas de transmis- sil. Da mesma forma como foi debatido por Frenk e colaboradores,
são de antigas DIP, aportam complexidade a esse cenário. Como foi os processos de transição demográfica e epidemiológica também
discutido por Duarte Araújo, esses são aspectos que nos afastam demandam transformações nas respostas sociais, expressas inclu-
do modelo clássico de transição epidemiológica e exigem contínuas sive pela forma como o sistema de saúde se organiza para ofertar
inovações dos modelos de vigilância em um contexto social diverso serviços, impondo, portanto, uma transição na atenção à saúde.
e complexo, como é a vida urbana atual.1,9,12
Endemia
Fatores de risco e as doenças crônicas não transmissíveis É qualquer doença localizada em um espaço limitado denomi-
(DCNT) nado “faixa endêmica”. Significa que endemia é uma doença que
se manifesta apenas numa determinada região, de causa local, não
O envelhecimento, a urbanização, as mudanças sociais e eco-
atingindo nem se espalhando para outras comunidades.
nômicas e a globalização impactaram o modo de viver, trabalhar
Enquanto a epidemia se espalha por outras localidades, a en-
e se alimentar dos brasileiros. Como consequência, tem crescido
demia tem duração continua porém, restrito a uma determinada
a prevalência de fatores como a obesidade e o sedentarismo, con-
área.
correntes diretos para o desenvolvimento das doenças crônicas não
No Brasil, existem áreas endêmicas. A título de exemplo, pode
transmissíveis (DCNT). Em 2011, quase a metade dos adultos (≥ 18
ser citada a febre amarela comum Amazônia. No período de infes-
anos de idade) em capitais brasileiras relataram excesso de peso
tação da doença, as pessoas que viajam para tal região precisam ser
(48,5%), 17,0% referiram consumo abusivo de álcool, 20,0% consu-
vacinadas. A dengue é outro exemplo de endemia, pois são regis-
miam frutas e hortaliças em quantidadeinsuficiente e 14,0% eram
trados focos da doença em um espaço limitado, ou seja, ela não se
inativos fisicamente. Não é de se surpreender que, em 2010, as espalha por toda uma região, ocorre apenas onde há incidência do
DCNT responderam por 73,9% dos óbitos no Brasil, dos quais 80,1% mosquito transmissor da doença.
foram devido a doença cardiovascular, câncer, doença respiratória
crônica ou diabetes. Esses dados reafirmam a relevância das DCNT Doenças endêmicas
neste momento de transição epidemiológica do Brasil. O Brasil já teve e tem várias doenças endêmicas. Por exemplo,
Esta realidade das últimas décadas também trouxe exemplos na década de 80, a doença de Chagas era uma importante ende-
de sucesso para o controle dos principais fatores de risco para as mia rural, mas ao longo dos anos teve a sua incidência melhorada,
DCNT. É o caso da política de controle do tabagismo, que fez cair a embora permaneça classificada como uma das graves endemias no
prevalência de fumantes de 35,6% em 1986 para 15,0% em 2010. Brasil.
Estimativas recentes calculam que essa queda preveniu cerca de Atualmente, a malária e febre amarela são importantes doen-
420 mil (260 mil a 715 mil) mortes. ças endêmicas que preocupam as autoridades e necessitam de cui-
dados especiais. Podem ser citadas a esquistossomose, a leishma-
Causa externas de morte niose, a tuberculose, a dengue e algumas verminoses intestinais
O crescimento da violência representa um dos maiores e mais (como a ancilostomose). A dengue, por exemplo, é uma doença
difíceis desafios do novo perfil epidemiológico do Brasil. Em 2010, que encontrou no Brasil boas condições climáticas (clima quente e
ocorreram 143 mil (12,5%) óbitos devido as causas externas. O au- úmido) e sociais (disponibilidade de criadouros das larvas), se insta-
mento da mortalidade por causas externas, observado a partir da lando e se tornando uma doença endêmica.
década de 1980, deve-se principalmente aos homicídios (com 52
mil óbitos em 2010) e aos acidentes de transporte terrestre (com Espécies endêmicas
42,5 mil óbitos em 2010), com destaque em grandes centros ur- Você pode estar se perguntando se doenças endêmicas estão
banos.9 Os homens jovens são os mais afetados pelo crescimento relacionadas as famosas espécies endêmicas.
dos homicídios - como agressores e vítimas - e pelos acidentes de As espécies endêmicas são aquelas que ocorrem em apenas
trânsito. Transições demográficas rápidas em contextos históricos determinadas regiões geográficas. Elas são muito discutidas na área
complexos e de grandes desigualdades sociais alimentam a violên- ambiental devido à sua importância para a biodiversidade e a ne-
cia e dificultam as soluções para esse problema. cessidade da sua conservação. De maneira semelhante, as espécies
endêmicas são aquelas que ocorrem em apenas algumas regiões.
Novos e velhos desafios nesse persistente contexto de mu- Algumas doenças endêmicas podem ser causadas por agentes
danças etiológicos ou vetores endêmicos, ou seja, espécies que não conse-
Por si só, o aumento da população idosa e as demandas, cres- guem sobreviver em outros lugares. A transmissão da malária, por
centes, de um envelhecimento saudável representam desafios im- exemplo, depende do mosquito prego, que é endêmico da região
portantes para o Sistema Único de Saúde do Brasil. Esses desafios norte, por essa ser uma região úmida e quente que favorece a so-
são potencializados pela sobreposição de agendas, expressão de brevivência desse vetor.
uma transição epidemiológica prolongada, com a persistência das Assim, a restrição do vetor a uma determinada área geográfica
doenças transmissíveis, o crescimento dos fatores de risco para as pode ser considerada um dos motivos de essa doença não se espa-
DCNT e a enorme pressão das causas externas. Adicionalmente, lhar pelo Brasil.
108
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Epidemia A Varíola, doença causada por vírus que começou a infectar hu-
É uma doença infecciosa e transmissível que ocorre numa co- manos há milhares de anos, causa febre alta, dores no corpo e erup-
munidade ou região e pode se espalhar rapidamente entre as pes- ções na pele. A transmissão da doença pode ser por contato com a
soas de outras regiões, originando um surto epidêmico. Isso poderá pele de alguém infectado, ou pelo ar, em locais fechados. Durante a
ocorrer por causa de um grande desequilíbrio (mutação) do agente descoberta das Américas, por volta de 1500, os conquistadores eu-
transmissor da doença ou pelo surgimento de um novo agente (des- ropeus trouxeram consigo o vírus da Varíola, que assolou boa parte
conhecido). da população Inca e Asteca. O último caso de infecção natural por
A gripe aviária, por exemplo, é uma doença “nova” que se ini- Varíola aconteceu em 1977, a doença hoje só existe em laboratório.
ciou como surto epidêmico. Assim, a ocorrência de um único caso A Malária tem registros na humanidade há mais de quatro mil
de uma doença transmissível (ex.: poliomielite) ou o primeiro caso anos. A doença é transmitida por um mosquito, que se prolifera
de uma doença até então desconhecida na área (ex.: gripe do fran- em águas paradas, que ao picar a pele do ser humano deposita um
go) requerem medidas de avaliação e uma investigação completa, protozoário na corrente sanguínea que se aloja nos glóbulos ver-
pois, representam um perigo de originarem uma epidemia. melhos e os destrói. Alguns dos principais sintomas da malária são:
Com o tempo e um ambiente estável a ocorrência de doença febre, calafrios, sudorese, dores de cabeça e musculares. A Malária
passa de epidêmica para endêmica e depois para esporádica. continua representando um sério fator epidêmico, principalmente
na África subsaariana.
Doenças epidêmicas A Tuberculose destruiu populações e diversos momentos da
A história da humanidade foi marcada por algumas doenças história da humanidade. A doença é causada por uma bactéria, e é
epidêmicas, como a peste negra, a cólera e a gripe espanhola, que transmitida pelo ar. A bactéria chega aos pulmões, causando dores
fizeram inúmeras vítimas. no peito, fraqueza, emagrecimento e tosse com sangue. Em casos
Recentemente, a sífilis passou a ser epidemia no Brasil, o que mais graves pode atingir o cérebro, os rins ou a coluna vertebral.
está relacionado, entre outros fatores, ao menor uso de preservati- Apesar dos atuais tratamentos modernos, a tuberculose continua
vos nas relações sexuais, contribuindo para a sua transmissão entre infectando muitas pessoas todo ano, e fatores agravantes, como o
as pessoas. O sarampo e a poliomielite (paralisia infantil) são do-
vírus HIV faz com que portadores do mesmo sejam mais suscetíveis
enças que estavam controladas no país, mas que hoje constituem
a desenvolver a forma grave da tuberculose, e chegar a óbito muitas
surtos, principalmente pela negligência na vacinação das crianças.
vezes.
O Tifo Epidêmico atingiu a humanidade durante muitos anos,
Principais Endemias e Epidemias
matando milhares de pessoas. A doença, causada por um micróbio
Endemia é uma doença infecciosa que ocorre em um dado ter-
existente em piolhos, apresenta inicialmente sintomas como dor de
ritório, e que permanece provocando novos casos frequentemente.
cabeça, falta de apetite, náuseas e febre. Logo pode evoluir e afetar
Já epidemia é o grande número de casos de uma doença num curto
a circulação sanguínea, causando gangrena em algumas partes do
espaço de tempo.
corpo, pneumonia e insuficiência renal, e a febre alta pode evoluir
Exemplos de endemia no Brasil são as áreas afetadas por fe-
bre amarela na Amazônia e áreas afetadas pela Dengue, como o para um coma e insuficiência cardíaca. Uma vacina foi desenvol-
sul da Bahia e a região sudeste. Estas regiões são denominadas fai- vida durante a Segunda Guerra Mundial, e o Tifo Epidêmico hoje
xas endêmicas, pois estas doenças possuem um alto grau de conti- é bastante controlado, apresentando remotos casos em áreas da
nuidade, na mesma região. Há outros exemplos de endemias pelo América do Sul, África e Ásia.
mundo, como a malária e a AIDS em várias regiões da África, e a A Poliomielite atingiu os humanos durante milhares de anos,
tuberculose em diversas partes do mundo. Quando se viaja para paralisando milhões de crianças. A doença é causada pelo Polio-
uma área endêmica, é recomendável prevenir-se, se houver vacinas vírus, que ataca o sistema nervoso humano. Os sintomas iniciais
ou medicamentos para a doença de tal faixa. são dor de cabeça, dor e rigidez nos membros, vômito e febre. Não
Caracterizar um agente epidêmico depende de vários fatores, existe cura efetiva para a Poliomielite, mas a vacina, aperfeiçoada
como a suscetibilidade da população exposta, experiência prévia na década de 1950, garantiu o controle e extinção da doença em
com o agente, intensidade do agente, o tempo, o local e o com- boa parte do mundo. Apenas alguns países subdesenvolvidos ainda
portamento do agente com relação à população. Doenças novas ou apresentam casos da doença.
que há muito tempo não apresentem casos, quando aparecem ou A Febre Amarela, doença transmitida por picada de mosquitos,
reaparecem já podem ser consideradas surtos epidêmicos, mesmo tem como principais sintomas dores de cabeça, muscular, nas cos-
sem a contaminação em massa. tas, febre e comumente insuficiência hepática, que causa icterícia,
O termo epidemia não se refere apenas a doenças infecto-con- o que dá nome à doença. Apesar da vacina e dos programas de pre-
tagiosas, mas a qualquer doença que apresente muitos casos em venção, a doença ainda assola regiões da América do Sul e da África.
uma população. É denominada epidemia toda doença que afeta Por fim a AIDS, doença que surgiu nos anos 80, causada pelo
uma grande quantidade de pessoas dentro de uma população ou vírus HIV, Vírus da Imunodeficiência Humana. O contágio se dá pelo
região, e se estas proporções tornam-se muito grandes, é caracteri- contato com líquidos do corpo infectados, como sangue e sêmen.
zada uma pandemia. Com o sistema imunológico afetado, quaisquer infecções que nor-
De acordo com o evoluir da história da humanidade, várias malmente não apresentam grande ameaça à saúde, tornam-se um
epidemias foram registradas. Doenças como a Varíola, a Malária, potencial fator mortal. Em alguns países da África a doença já se
a Tuberculose, o Tifo Epidêmico, a Poliomielite, a Febre Amarela e, tornou epidemia, pelos altos índices de prostituição e por mitos po-
mais recentemente, a AIDS, assolaram a população mundial em di- pulares, como, por exemplo, o de que uma pessoa infectada que
ferentes épocas. mantém relação sexual com outra virgem cura-se da doença. Estes
109
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
fatores contribuem para a transmissão acelerada da doença. Não que excede o número esperado para aquele período do ano. As epi-
há cura para a AIDS, no entanto há medicamentos que controlam o demias podem atingir municípios, estados e até mesmo todo um
vírus, e a recomendação é sempre a mesma, o uso de preservativos país. No caso das pandemias, observa-se a distribuição da doença
para evitar o contágio por relação sexual, e o uso de agulhas des- por diferentes países, que podem ser do mesmo continente ou não.
cartáveis, para evitar o contágio por contato com sangue infectado.
As doenças epidêmicas muitas vezes são também endêmicas. O que são zoonoses
As atuais condições sanitárias de muitas partes do mundo evitam os Zoonoses são doenças típicas de animais que podem ser trans-
surtos epidêmicos, e a avançada tecnologia permite controlar rápi- mitidas aos seres humanos e vice-versa. A palavra tem origem
da e satisfatoriamente quando ocorre algum surto. No entanto, há grega, onde zoon significa animal e nosos significa doença. Geral-
muitas localidades que ainda sofrem com fatores já erradicados em mente estas doenças são provocadas por parasitas hospedados em
outras partes do mundo. O recomendável sempre é a prevenção. animais. Porém, as zoonoses também podem ser provocadas por
microorganismos como, por exemplo, vírus, bactérias e fungos.
Pandemia
Uma pandemia ocorre quando uma doença espalha-se por Animais transmissores
uma grande quantidade de regiões no globo, ou seja, ela não está Os principais animais que transmitem estas doenças aos ho-
restrita a apenas uma localidade, estando presente em uma grande mens são: cachorros, gatos, morcegos, ratos, aves e insetos.
área geográfica. Nem todas as doenças podem causar uma pande-
mia, entretanto, outras podem espalhar-se rapidamente e causar a Como evitar
contaminação de milhares de pessoas. Pessoas que possuem animais domésticos devem levá-los
constantemente ao veterinário com o objetivo de checar a existên-
→ Pandemias na atualidade cia de zoonoses. Estas pessoas também devem levar seus animais
As pandemias atualmente podem ocorrer com mais facilidade para tomar todas as vacinas necessárias. Não entrar em contato
do que no passado. Isso porque é cada vez mais fácil o deslocamen- com animais doentes e evitar se expor em locais (matas, florestas,
to das pessoas de um local para outro e, consequentemente, haver bosques) com grande presença de animais silvestres.
disseminação de uma doença de uma região para outra.
Muitas vezes, o doente não apresentou sintomas de uma de- Zoonoses mais comuns:
terminada doença e relaciona-se com outras pessoas não se preo- - leishmaniose
cupando com a transmissão. A falta de cuidado causa a transmissão - febre amarela silvestre
da doença e a infecção de um grande número de pessoas. Nesses - hantavirus
casos em que não há sintomas, é fácil ir de uma região para outra - leptospirose
sem levantar suspeitas das autoridades de saúde.
- raiva
Quando uma doença espalha-se por várias regiões, fica difícil
- peste bubônica
prever o desfecho da história. Uma doença grave, por exemplo, ao
- sarna
atingir uma região pobre, pode causar uma grande devastação em
- toxoplasmose
virtude da falta de recursos para conter o avanço da enfermidade.
- tuberculose
- esquistossomose
→ Exemplos de pandemias
Recentemente vivenciamos uma grande pandemia de gripe
Hospedeiro
H1N1. Essa pandemia, que ocorreu em 2009, levou várias pessoas
à morte em virtude do avanço relativamente rápido de um vírus da Hospedeiro é um organismo que abriga um parasita em seu
gripe que apresentava genes suínos, aviários e humanos. De acordo corpo. O parasita pode ou não causar doença no hospedeiro. O pa-
com a Organização Mundial de Saúde, em apenas oito semanas, o rasita possui dependência metabólica em relação ao hospedeiro,
vírus da gripe H1N1 alcançou cerca de 120 territórios. No Brasil, a utilizando recursos para a sua sobrevivência. O hospedeiro também
pandemia, que se finalizou em 2010, levou duas mil pessoas à mor- constitui o habitat do parasita. Normalmente os parasitos são es-
te. Vale destacar que atualmente existe vacina contra a gripe H1N1, pecíficos dos hospedeiros, mas existem espécies de parasitas que
que é liberada gratuitamente para alguns grupos, como idosos e conseguem se instalar em duas ou mais espécies de hospedeiros
pessoas com doenças crônicas. durante o seu ciclo de vida. Como exemplo, a Taenia solium que
Outra pandemia bastante conhecida é a da AIDS, uma doen- causa a teníase e vive no intestino humano na fase adulta, parasita
ça sexualmente transmissível que infectou e infecta milhões de o porco na sua fase larval.
pessoas em todo o planeta. Essa doença, que também pode ser Chamamos de endoparasita ou parasita interno aquele parasi-
transmitida por meio de transfusões com sangue contaminado e ta que se aloja no interior do hospedeiro. Exemplo: lombriga (Asca-
compartilhamento de objetos perfurocortantes com o doente, afe- ris lumbricoides). E ectoparasita ou parasita externo é aquele para-
ta o sistema imunológico, deixando o indivíduo mais propenso a sita que se abriga sobre a pele ou couro cabeludo do hospedeiro.
infecções. São essas infecções que levam o paciente à morte, e não Exemplo: piolho (Pediculus humanus capitis). Podemos encontrar
propriamente a AIDS. três tipos de hospedeiros:
Hospedeiro definitivo – que é o que apresenta o parasita em
→ Pandemia e epidemia são sinônimos? sua fase de maturidade ou na sua forma sexuada. Exemplo: Schis-
Epidemia e pandemia são dois termos diferentes que não de- tosoma mansoni (que causa a esquistossomose) e o Trypanosoma
vem ser utilizados como sinônimos. Quando falamos em epidemia, cruzi (que causa a Doença de Chagas), tem no homem o seu hos-
referimo-nos ao aumento de casos de uma doença em uma região pedeiro definitivo, pois a sua fase sexuada ocorre no ser humano.
110
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Hospedeiro intermediário – é o que apresenta o parasita e sua • Portador passivo: pessoa que nunca apresentou sintomas de
fase larvária ou assexuada. Como exemplo, o caramujo é o hospe- determinada doença transmissível, não os está apresentando e não
deiro intermediário do Schistosoma mansoni, causador da esquis- os apresentará no futuro; somente pode ser descoberto por meio
tossomose. de exames laboratoriais.
Hospedeiro paratênico ou de transporte – é um ser vivo que
serve de refúgio temporário e de veículo até que o parasita atin- Em termos práticos os portadores, independentemente de sua
ja o hospedeiro definitivo. O parasita não evolui neste hospedeiro. classificação, podem comportar-se de forma eficiente ou não, ou
Esse hospedeiro não é imprescindível para completar o ciclo vital. seja, participando ou não da cadeia do processo infeccioso, o que
Exemplo: peixes maiores, que ingerem peixes menores contamina- permite classificá-los ainda em:
dos com larvas de Diphyllobothrium transportam essas larvas até o • Portador eficiente: aquele que elimina o agente etiológico
ser humano ingerir o peixe maior, geralmente cru. para o meio exterior ou para o organismo de um vetor hematófago,
A interação parasita-hospedeiro ocorre por infecção ou infesta- ou que possibilita a infecção de novos hospedeiros. Essa eliminação
ção. Na infecção, ocorre a invasão e colonização do organismo hos- pode se fazer de maneira contínua ou intermitente.
pedeiro por parasitas internos, como helmintos (Taenia saginata) e • Portador ineficiente: aquele que não elimina o agente etioló-
protozoários (Giárdia, Tripanossomo). Na infestação ocorre ataque gico para o meio exterior, não representando, portanto, um perigo
ao organismo hospedeiro por parasitas externos, como os artrópo- para a comunidade no sentido de disseminar o microrganismo.
des (piolho, carrapato).
b) Reservatório animal
Características do reservatório do agente infeccioso As doenças infecciosas que são transmitidas em condições nor-
O reservatório pode ser entendido como o habitat de um agen- mais de animais para o homem são denominadas zoonoses.
te infeccioso, no qual este vive, cresce e se multiplica. É aceitável Geralmente, essas doenças são transmitidas de animal para
dizer que a característica que diferencia o reservatório da fonte de animal, atingindo o homem só acidentalmente. Segundo os espe-
infecção diz respeito ao fato de o reservatório ser indispensável cialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS), zoonoses pode
para a perpetuação do agente, ao passo que a fonte de infecção é a ser definida como “doenças e infecções que são naturalmente
responsável eventual pela transmissão. transmitidas entre animais e o homem”.
Podem comportar-se como reservatório ou fontes de infecção:
o homem, os animais e o ambiente. Como exemplo, pode-se citar:
• leptospirose - reservatórios: roedores e equinos;
a) Reservatório humano • raiva - reservatórios: várias espécies de mamíferos;
Grande parte das doenças infecciosas tem o homem como • doença de Chagas - reservatórios: mamíferos silvestres, etc.
reservatório. Entre as doenças de transmissão indivíduo para indi- • toxoplasmose, amebíase, febre amarela, salmonelose, tuber-
víduo estão o sarampo, as doenças sexualmente transmissíveis, a culose bovina, brucelose, tétano, dengue e inúmeras outras.
caxumba, a infecção meningocócica e a maioria das doenças res-
piratórias. c) Reservatório ambiental
Existem dois tipos de reservatório humano: A água, o solo, as plantas podem comportar-se como reservató-
• pessoas com doença clinicamente discernível; rios para alguns agentes infecciosos. Como exemplo, pode-se citar:
• portadores. • o fungo (Paracoccidioides brasiliensis) causador da blasto-
micose sul-americana, cujos reservatórios são alguns vegetais ou
Portador é o indivíduo que não apresenta sintomas clinicamen- o solo;
te reconhecíveis de uma determinada doença transmissível ao ser • a bactéria causadora da doença-dos-legionários (Legionellae
examinado, mas que está albergando e eliminando o respectivo pneumophila) tem a água como reservatório, sendo encontrada
agente etiológico. com certa frequência em sistemas de aquecimento de água, tais
como na água de torres de refrigeração existente em sistemas de
Os portadores podem se apresentar de várias formas: circulação de ar, umidificadores, etc.;
• Portador ativo convalescente: pessoa que se comporta como • o reservatório do Clostridium botulinum, produtor da toxina
portador durante e após a convalescença de uma doença infeccio- botulínica, é o solo.
sa. É comum esse tipo de portador entre pessoas acometidas pela
febre tifoide e difteria. Diferença entre vetor e agente etiológico
• Portador ativo crônico: pessoa que continua a albergar o Quando o assunto é uma doença, é importante explicar sua for-
agente etiológico muito tempo após a convalescença da doença. O ma de transmissão, citando seu agente etiológico e, quando houver,
momento em que o portador ativo convalescente passa a crônico é o vetor. Muitas pessoas confundem esses termos, usando-os como
estabelecido arbitrariamente para cada doença. No caso da febre sinônimos, apesar de terem significados bastante distintos.
tifoide, por exemplo, o portador é considerado como ativo crônico
quando alberga a Salmonella thyphi por mais de um ano após ter → O que é vetor?
estado doente. Quando falamos em vetor, referimo-nos a organismos que ser-
• Portador ativo incubado ou precoce: pessoa que se comporta vem de veículo para a transmissão de algum causador de doença.
como portador durante o período de incubação de uma doença. Esse organismo pode ser, por exemplo, um artrópode, como mos-
quitos ou moluscos.
111
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Os vetores podem ser classificados em dois tipos de acordo 4) Atendimento na emergência: a espera por atendimento foi
com a Sociedade Brasileira de Parasitologia: vetor biológico e vetor o tema considerado de «pior qualidade» em uma pesquisa da CNI
mecânico. O vetor biológico é aquele que serve de local para a mul- (Confederação Nacional da Indústria) sobre avaliação de serviços.
tiplicação de um agente causador de doenças. Já o vetor mecânico Nos estudos do Ipea sobre os serviços prestados pelo SUS, o tema
é aquele em que o agente causador da doença não se multiplica e recebeu as maiores qualificações negativas: 31,1% (postos de saú-
não se desenvolve nesse local, sendo o vetor apenas uma forma de de) e 31,4% (urgência ou emergência).
transporte. 5) Falta de recursos para a saúde: apenas 3,6% do orçamento
No caso das doenças transmitidas por vetores, é impossível do governo federal foi destinado à saúde em 2018. A média mun-
a transmissão de uma pessoa para outra. No caso da dengue, por dial é de 11,7%, segundo a OMS. Essa taxa é menor do que a média
exemplo, o vírus não é transmitido pelo contato com o doente, sen- no continente africano (9,9%), nas Américas (13,6%) e na Europa
do necessária a picada de um mosquito Aedes aegypti infectado (13,2). Na Suíça, essa proporção é de 22%.
para que a transmissão ocorra. Nesse caso, o mosquito é o vetor. 6) Formação de médicos: pacientes pedem que haja melhoria
Além da dengue, a malária, a doença de chagas, febre amarela, na qualidade do atendimento dos médicos, segundo o Sistema de
zika, chikungunya e leishmaniose são exemplos de doenças que são Indicadores de Percepção Social, do Ipea. O Cremesp (Conselho Re-
transmitidas por vetores. gional de Medicina do Estado de São Paulo) destaca que quase 40%
dos recém-formados não passam em seu exame.
→ O que é agente etiológico? 7) Preço da mensalidade dos planos privados: o valor das men-
O agente etiológico é o agente causador da doença, aquele que salidades é o principal problema, segundo o Ipea, com 39,8% das
desencadeia os sinais e sintomas de determinada enfermidade. O queixas. Entre as principais reclamações feitas a ANS (Agência Na-
termo agente etiológico pode ser usado em substituição a patóge- cional de Saúde), nos três primeiros meses deste ano, está «mensa-
no. lidades e reajustes».
Vírus, bactérias, protozoários, fungos, platelmintos e nema- 8) Cobertura do convênio: a insuficiência da cobertura dos pla-
telmintos são alguns exemplos de agentes etiológicos. No caso da nos é outra crítica frequente. De acordo com a pesquisa da ANS,
dengue, por exemplo, o agente etiológico é o vírus da dengue, um foram 15.785 reclamações entre janeiro e março deste ano. No es-
arbovírus da família Flaviviridae. tudo do Ipea, 35,2% reprovam o serviço.
→ Diferença entre vetor e agente etiológico 9) Sem reembolso: de acordo com o estudo da Fisc Saúde, esse
A diferença entre vetor e agente etiológico é que esse último é o terceiro principal motivo de insatisfação de pacientes do setor
causa a doença, mas o vetor transporta o agente etiológico. A ma- privado (21,9%). Esse foi o oitavo principal motivo de reclamação
lária, por exemplo, é provocada por protozoários do gênero Plas- no primeiro trimestre do ano no Reclame Aqui. Segundo a institui-
modium (agente etiológico), que são transmitidos pela picada do ção, foram 508 queixas, 35% mais do que nos mesmos três meses
mosquito (vetor) do gênero Anopheles infectado. do ano passado, quando foram registradas 333 reclamações.
10. Discriminação no atendimento: 10,6% da população brasi-
A saúde no Brasil - tanto o sistema público como o privado - en- leira adulta (15,5 milhões de pessoas) já se sentiram discriminadas
frenta dezenas de dificuldades como falta de remédios ou médicos, na rede de saúde tanto pública quanto privada, é o que aponta a
mensalidades altas, falta de cobertura para diversas doenças e exa- Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE. A maioria (53,9%) disse ter
mes. Um levantamento realizado pelo UOL aponta os 10 principais sido maltratada por “falta de dinheiro” e 52,5% em razão da “clas-
problemas enfrentados pelo setor no país. se social”. Pouco mais de 13% foram vítimas de preconceito racial,
1) Falta de médicos: considerado um dos principais problemas 8,1% por religião ou crença e 1,7% por homofobia. No entanto, o
do SUS, segundo destacou o o presidente do TCU, ministro Raimun- percentual poderia ser maior se parte da população LGBT (Lésbicas,
do Carreiro. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saú- Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) não deixas-
de), há 17,6 médicos para cada 10 mil brasileiros, bem menos que se de buscar auxílio médico por medo de discriminação, revela uma
na Europa, cuja taxa é de 33,3. pesquisa da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
2) Demora para marcar consulta: o SUS realiza bem menos con-
sultas do que poderia. Segundo o Fisc Saúde 2016, o Brasil apresen- No Brasil, a busca por novas formas de produzir saúde pode ser
identificada em diferentes ações políticas, assistenciais e na forma-
tou uma média de 2,8 consultas por habitantes no ano de 2012, o
ção profissional. Tal contexto se pode perceber a partir da proposta
27º índice entre 30 países. A taxa muito inferior ao dos países mais
de dois programas: Programa de Agentes Comunitários de Saúde
bem colocados: Coreia do Sul (14,3), Japão (12,9) e Hungria (11,8).
(PACS), a partir de 1991, e Programa de Saúde da Família (PSF), a
3) Falta de leitos: nos três primeiros meses de 2018, a falta de
partir de 1994.
leitos foi o 8º principal motivo de reclamação dos brasileiros no Re-
A adoção de tais propostas representa, de modo geral, uma
clame Aqui. Dados da Associação Nacional de Hospitais Privados
tentativa de reorganização da atenção à saúde do país, marcada
indicam que o Brasil tem 2,3 leitos por mil habitantes, abaixo do
pela institucionalização do direito à saúde, como consta no artigo
recomendado pela OMS (entre 3 e 5). O déficit de leitos em UTI
196 da Constituição Federal de 1988, no qual a saúde é assim de-
neonatal é de 3,3 mil, segundo pesquisa deste ano da Sociedade
finida:
Brasileira de Pediatria (SBP). Além disso, o país t, em média, 2,9 A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido me-
leitos por mil nascidos vivos, abaixo dos 4 leitos recomendados pela diante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
entidade. No SUS, a taxa é de 1,5. de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (BRA-
SIL, 2004).
112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assim, ao garantir a universalidade do acesso, a Constituição A ação dessa estratégia é destinada a cobrir determinadas fa-
Federal intensificou a demanda pelos serviços de saúde, tradicional- mílias a partir da identificação da situação-problema de cada uma
mente centrados no eixo hospitalar, buscando criar estratégias para delas, para garantir uma ação diferenciada e humanizada. E, por ser
reverter o atual modo de atenção. A partir de então, puderam-se o ACS responsável pelo cadastramento das famílias e pelo levan-
identificar várias experiências, em nível local, que priorizam ações tamento de seus perfis sócio-econômico e epidemiológico, enten-
de promoção da saúde e prevenção de agravos, incorporando, em de-se que seu papel é de extrema importância para o incremento
muitas delas, as contribuições da própria população, por meio de do PSF, pois ele é o elemento que circula no território, responsável
sua cultura, no “saber-fazer” os cuidados com sua própria saúde. por uma microárea e por um número determinado de pessoas. Em
Essas experiências influenciaram a concepção dos programas acima média, um ACS é designado para o acompanhamento de até 750
citados (BRASIL, 2004). pessoas.
Em 1991, o Ministério da Saúde propõe o Programa de Agentes O exercício da atividade profissional de Agente Comunitário de
Comunitários de Saúde (PACS) como uma estratégia de implemen- Saúde deve observar a Lei nº 10.507/2002, que cria a profissão de
tação do Sistema Único de Saúde (SUS), que desenvolve atividades Agente Comunitário de Saúde; o Decreto nº 3.189/1999, que fixa as
relacionadas à prevenção e educação nessa área, implantadas prin- diretrizes para o exercício da atividade de Agente Comunitário de
cipalmente em municípios de baixa densidade populacional. No Saúde; e a Portaria nº 1.886/1997 (do Ministro de Estado da Saúde),
PACS, o enfoque principal é a ampliação da cobertura da atenção que aprova as normas e diretrizes do Programa de Agente Comuni-
básica e a introdução do Agente Comunitário de Saúde (ACS) como tário e do Programa de Saúde da Família.
um trabalhador incumbido de desenvolver ações relacionadas ao Segundo Nascimento e Nascimento (2005), o trabalho do ACS
controle de peso, orientações a grupos específicos de patologias, se produz pelo fato dele pertencer ao mesmo universo do usuário
distribuição de medicamentos, entre outras (CHIESA, FRACOLLI, e, portanto, supostamente compreender esses conflitos. Por essa
2004). mesma razão, a superação dessas dificuldades é, em alguns casos,
Posteriormente, o Ministério da Saúde propõe o Programa de buscada por esse ator a partir de uma perspectiva interior ao uni-
Saúde da Família (PSF), como estratégia de reestruturação do sis- verso de sentido das pessoas da comunidade.
Corroborando Nascimento e Nascimento, para o Ministério
tema, constituindo uma unidade prestadora de serviços e atuando
da Saúde, o agente comunitário é um trabalhador que faz parte da
numa lógica de transformação das práticas de saúde na atenção bá-
equipe de saúde da comunidade onde mora. É uma pessoa prepa-
sica (CHIESA; FRACOLLI, 2004).
rada para orientar famílias sobre cuidados com sua própria saúde
A Saúde da Família vem sendo implantada em todo o Brasil, nos
e também com a da comunidade (BRASIL, 1999). Sem dúvida, esse
últimos anos, e tem garantido a ampliação do acesso e da abran- trabalhador apresenta características especiais, uma vez que atua
gência para uma parcela significativa da população. Passados quin- na mesma comunidade onde vive, tornando mais forte a relação
ze anos de sua implantação, são mais de 180 milhões de pessoas entre trabalho e vida social.
acompanhadas por mais de 234.000 agentes comunitários de saúde O ACS é responsável por um trabalho que toma por base de
em todo o país. No município de Volta Redonda - RJ, no ano de suas ações a vinculação e o conhecimento dos modos e hábitos da
2009, existiam 308 ACS (BRASIL, 2009). população, com ação prática de adentrar no espaço íntimo da fa-
Esse novo ator surge no cenário da saúde do Brasil como in- mília e de identificar naquele espaço os riscos e as necessidades de
tegrante das equipes de Saúde da Família, compostas, no mínimo, saúde. A maior dificuldade desse processo reside no fato da saúde
por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfer- ser, antes de qualquer coisa, uma experiência individual. As formas
magem e seis agentes comunitários de saúde. Quando ampliada, como as pessoas percebem sua saúde, e os meios como cuidam
conta ainda com: um dentista, um auxiliar de consultório dentário e dela, são tão diversas quanto as diferentes formas de significar e
um técnico em higiene dental (BRASIL, 2007). O ACS, nesse cenário, experimentar a vida (TRAVERSO-YÉPEZ, 2007).
apresenta-se com um papel de destaque na atenção básica, visto A produção do cuidado com a saúde, de um modo geral, en-
que atua como elo entre a equipe de saúde, famílias e usuários. volve um conjunto milenar de saberes e práticas desenvolvidas em
diferentes contextos e efetuadas por diversos grupos, não sendo,
Estratégia reestruturante da Atenção Básica: uma aposta na portanto, nessa perspectiva, uma ação exclusiva de uma categoria
Saúde da Família profissional. Essa produção de cuidado conta, ainda, com várias
No contexto do SUS, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) em- abordagens diagnóstico-terapêuticas. Além disso, a ação do ACS
prega no seu processo de trabalho o planejamento e a programação busca facilitar o processo de cuidar, uma vez que ele pertence à
da oferta de serviços a partir do enfoque epidemiológico, incluindo mesma comunidade que o paciente que recebe o cuidado dispen-
a compreensão dos múltiplos fatores de risco à saúde e a possibi- sado pelo agente.
lidade de intervenção sobre eles a partir de diferentes estratégias, Dessa forma, o cuidado em saúde resulta de processos de
tais como como a promoção da saúde (SAMPAIO; LIMA, 2004). trabalho individuais e coletivos, institucionalizados ou não. Além
Como adiantam os autores, a ESF vai agir de acordo com a disso, envolve relações entre as pessoas, trocas afetivas e de sabe-
res, comunicações e inúmeros atos associados entre si, em que os
necessidade de cada município e área, a partir de uma análise da
cuidadores - sejam eles profissionais, semiprofissionais, quase pro-
situação de saúde da população com a qual se pretende realizar
fissionais, ‘trabalhadores’ ou práticos - passam a produzir modos
as ações de promoção à saúde e de prevenção e tratamento dos
de agir para interferirem no processo saúde-doença, mantendo e
agravos.
restaurando a vida. Utilizam, para tanto, diferentes tecnologias do
cuidado, do campo cientifico e também empírico.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
7 https://www.conhecimentogeral.inf.br/paludismo/
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Na leishmaniose visceral humana, os primeiros sintomas po- A leishmaniose visceral é uma doença mortal de curso lento e
dem ser associados ao descamamento da pele - com destaque para de difícil diagnóstico, pois um cão pode estar infectado e não mos-
regiões em torno do nariz, boca, queixo e orelhas, sendo frequentes trar nenhuns sintomas exteriores.
também no couro cabeludo, onde estes são geralmente confundi- É causada pelo protozoário Leishmania, transmitido pela pica-
dos com caspa; e ao aparecimento de pequenos calombos semies- da de flebótomos (insectos) infectados. O cão é considerado o prin-
féricos sob o couro cabeludo, geralmente sensíveis ao toque. cipal reservatório da doença no meio urbano, mas não o único, já
Tais calombos surgem e desaparecem com frequência sem o homem podem atuar como reservatórios (o que é uma situação
contudo implicarem, de forma geral mas não restritiva, feridas. Não rara).
obstante, por incômodo, estes podem evoluir para lesões mediante Os sintomas no cão são bastante variáveis, sendo comum na
traumas induzidos pelas unhas ou mãos do próprio paciente; tais Leishmaniose cutânea o aparecimento de lesões graves na pele
lesões geralmente cicatrizam-se, contudo, de forma normal. acompanhadas de descamações e, eventualmente, úlceras, falta de
Alterações nos níveis de ácido úrico que não associam-se ade- apetite, perda de peso, lesões oculares (tipo queimaduras), atrofia
quadamente às causas típicas desta anomalia - a exemplo bem no- muscular e, o crescimento exagerado das unhas.
tórias mesmo em pacientes vegetarianos - e que acabam por impli- Em um estágio mais avançado, detecta-se problemas nos rins,
car sintomas muito semelhantes aos da gota - bem como alterações no fígado e no baço, acabando o animal por morrer. Devido à va-
na quantificação de enzimas associadas ao fígado - como a gama riedade e à falta de sintomas específicos, o médico veterinário é o
glutamil transferase e transaminase pirúvica - passam a ser detectá- único profissional habilitado a fazer um diagnóstico da doença.
veis em exames de sangue.
É importante ressaltar que há um grande número de animais
Com a evolução da doença os sintomas mais típicos incluem o
infectados que não apresentam sintomas clínicos (assintomáticos)
aumento do baço ou esplenomegalia, sendo este geralmente tam-
porque a Leishmaniose pode ter uma incubação até 7 anos.
bém acompanhado do aumento do fígado ou hepatomegalia, am-
Mesmo sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde
bos detectáveis via ultrassonografia.
Se deixado sem tratamento a doença evolui para um quadro (OMS) uma das seis maiores epidemias de origem parasitária do
crítico caracterizado por rápido e intenso emagrecimento, dor ab- mundo, focos de leishmaniose visceral canina continua-se expandir
dominal, ausência de apetite, apatia e febre alta, intermitente e no mundo.
crônica - com duração superior a dez dias - fase na qual o paciente
geralmente é levado a procurar o médico. Leishmaniose cutânea
Nesta fase os hemogramas geralmente revelam, entre outras Leishmaniose cutânea é a forma mais comum de leishmanio-
anomalias, os níveis de albumina e contagem de leucócitos signi- se. É uma infecção de pele causada por um parasita unicelular pelo
ficativamente alterados, sendo notórias a anemia e a leucopenia. que é transmitida pelas picadas da mosca de areia. Há aproximada-
A mortalidade da doença nesta etapa é consideravelmente au- mente 20 espécies de Leishmania que podem causar leishmanioses
mentada por estes sintomas serem facilmente confundidos com os cutâneas.
de outras patogenias; nesta fase, se deixada sem tratamento, a do-
ença quase sempre implica a morte do paciente. Leishmaniose mucocutânea
O escurecimento da pele, que deu à doença seu nome comum Leishmaniose mucocutânea é a mais temida forma de leishma-
na Índia, não aparece na maioria dos casos de doença, e os outros niose cutânea porque produz o lesões destrutivas, assim desfigu-
sintomas são muito fáceis de confundir com os da malária. O erro rando a face. É causada frequentemente por Leishmania (Viannia)
no diagnóstico é perigoso, pois, sem tratamento, a taxa de mortali- braziliensis, mas são descritos raramente casos provocados por L.
dade para kala-azar está próxima a 100%. aethiopica.
Humanos e outros animais infectados são considerados reser- O tratamento para a leishmaniose mucocutânea é a combina-
vatórios da doença, uma vez que o mosquito, ao sugar o sangue ção de pentoxifilina e um antimônio pentavalente em dosagens al-
destes, pode transmiti-lo a outros indivíduos ao picá-los. Em região tas durante 30 dias: isto alcança taxas de cura de 90%. Tratamento
rural e de mata, os roedores e raposas são os principais; no ambien- só com antimônio pentavalente não cura 42% dos pacientes, até
te urbano, os cães. Nem todos os cães, quando infectados, apresen- mesmo naqueles que alcançam uma cura aparente, 19% recairá.
tam os sinais da doença (emagrecimento, perda de pelos e lesões
na pele). Áreas endêmicas no Brasil
Algum tempo depois do tratamento pode surgir uma forma se-
No Brasil, o maior número de casos são registrados nas regiões
cundária da [doença], chamada leishmaniose dérmica pós-kala-azar
Norte e Nordeste, onde a precariedade das condições sanitárias fa-
ou LDPK. Esta condição se manifesta primeiro como lesões de pele
vorecem a propagação da doença. Mas o aumento do número de
na face que gradualmente aumentam em tamanho e espalham-se
registros na Região Sudeste mostram que todo o país corre risco de
pelo corpo.
Eventualmente as lesões podem ser desfigurantes, deixando epidemias de Leishmaniose.
cicatrizes semelhantes a lepra e causando cegueira ocasionalmen- O interior paulista tem assistido a um crescimento grande do
te se atingirem os olhos: contudo a doença não é a leishmaniose número de casos. Em 1999, Araçatuba enfrentou uma epidemia.
cutânea, mas uma doença causada por outro protozoário do gênero Birigui e Andradina também registraram alto número de casos da
Leishmania, que também afeta neste estágio a pele. doença. Em 2003, Bauru passou a registrar a doença de forma en-
dêmica. Em todas essas cidades ocorreram óbitos, e há o risco da
LV canina doença chegar a grandes centros urbanos paulistas de forma endê-
Cachorro com leishmaniose visceral exibindo os sintomas típi- mica, como Campinas, Sorocaba, Santos e São Paulo.
cos da espécie.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em Campo Grande, capital sul-matogrossense, a incidência da Movimentos populacionais em grande escala têm expandido as
doença também é alta, principalmente em cães que são frequente- áreas onde os casos da doença de Chagas são encontrados e estes
mente recolhidos pelo poder público e submetidos a eutanásia. Tal passaram a incluir muitos países da Europa e nos Estados Unidos.
atitude tenta conter a doença na cidade, mas nada é feito quanto Essas áreas também têm visto um aumento nos casos até 2014. A
ao combate efetivo do mosquito transmissor. doença foi descrita pela primeira vez em 1909 por Carlos Chagas
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá, do qual recebeu o nome. Ela afeta mais de 150 outras espécie de
em 2006, 52,43% dos cães da cidade tiveram diagnóstico positivo animais.
para leishmaniose visceral. Em 2004, eram 41,63%, demonstrando Triatoma brasiliensis é um dos principais vetores da doença no
um crescimento significativo. Brasil, está presente em 12 estados.
A leishmaniose é considerada pela DNDi como uma doença Nas áreas endêmicas, o principal mecanismo de transmissão
“extremamente negligenciada”, assim como a doença do sono e é o vetorial, ou seja, através de um inseto vetor da subfamília Tria-
a de doença de Chagas. Isto porque, em razão da prevalência em tominae, principalmente dos gêneros Triatoma, Rhodnius e Pans-
regiões de extrema pobreza, não há interesse por parte da indús- trongylus.
tria farmacêutica em desenvolver novos medicamentos para essas O inseto infecta-se com Trypanosoma cruzi ao alimentar-se de
doenças. sangue de animais ou humanos contaminados. De hábitos notur-
nos, ele esconde-se durante o dia em fendas nas paredes e telha-
Doença de Chagas10 dos, e emerge à noite, quando os habitantes estão dormindo.
Por causa da tendência de picar a face das pessoas, o inseto
A doença de Chagas ou tripanossomíase americana é uma do- é popularmente conhecido como “barbeiro” ou “chupão”. Após a
ença tropical parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma picada e a ingestão de sangue, ele defeca próximo ao local. O pru-
cruzi e transmitida principalmente por insetos da subfamília Triato- rido intenso no local da picada ajuda as formas infectantes de T.
minae. Os sintomas mudam ao longo do curso da infecção. cruzi (denominadas de tripomastigotas), nas fezes, a penetrarem na
Na fase inicial, eles podem não estar presentes ou podem ser: ferida da picadura, mas elas também podem penetrar por mucosas
febre, gânglios linfáticos aumentados, dor de cabeça e inchaço no intactas, como a conjuntival.
local da mordida. Após 8-12 semanas, os indivíduos entram na fase Uma vez dentro do hospedeiro, o tripomastigota invade as cé-
crônica da doença e em 60-70% nunca desenvolvem outros sinto- lulas próximas à inoculação, onde diferenciam-se em amastigotas
mas. Os 30 a 40% restantes apresentam sintomas adicionais de 10 intracelulares. Os amastigotas multiplicam-se por divisão binária e
a 30 anos após a infecção inicial. Isto inclui o alargamento dos ven- diferenciam-se em tripomastigotas, que são liberados na corrente
trículos do coração em 20 a 30% levando a insuficiência cardíaca.
sanguínea, infectando células de tecidos variados, e este ciclo então
A dilatação do esôfago ou o alargamento do cólon também podem
é repetido diversas vezes.
ocorrer em 10% das pessoas. T. cruzi é transmitido para humanos
As manifestações clínicas são resultado deste ciclo infeccioso.
e outros mamíferos principalmente pela via vetorial, através da pi-
Os tripomastigotas circulantes não se replicam (diferente da tripa-
cada de insetos hematófagos da subfamília Triatominae, popular-
nossomíase africana). E a replicação só recomeça quando os parasi-
mente denominados de “barbeiros”. A doença pode também ser
tas entram em outras células ou são ingeridos por outro vetor.
transmitida através de transfusão de sangue, transplante de órgãos,
Como doença caracteristicamente rural, tradicionalmente aco-
ingestão de alimentos contaminados com o parasita e da mãe para
mete pessoas de origem interiorana que habitam ou habitaram ca-
o feto. O diagnóstico precoce da doença é feito pela detecção do
parasita no sangue, utilizando um microscópio. A forma crônica é sas de baixa qualidade, onde o vetor facilmente se aloja e coloniza.
diagnosticada pela presença de anticorpos para T. cruzi no sangue. Vegetação densa (como as das florestas tropicais) e habitats urba-
A prevenção ocorre principalmente pela eliminação dos bar- nos não são ideais para o estabelecimento do ciclo de transmissão
beiros e em evitar suas picadas. Outros esforços de prevenção in- humano.
cluem a triagem do sangue usado para transfusões. Infecções pre- No entanto, em regiões onde o habitat silvestre e sua fauna são
coces são tratáveis com a medicação benznidazol ou nifurtimox. reduzidos pela exploração econômica e ocupação humana, como
Eles quase sempre resultam em cura se forem dados no início, no em áreas recém desmatadas, áreas de cultura da Leopoldinia pias-
entanto, tornam-se menos eficazes quanto mais tempo se passa saba, e algumas partes da região amazônica, um ciclo de transmis-
após contrair a doença. são humano pode desenvolver-se quando os insetos procuram por
Quando utilizados na forma crônica podem retardar ou preve- novas fontes de alimentação.
nir o desenvolvimento de sintomas em fase terminal. Benznidazol T. cruzi pode também ser transmitido por transfusões de san-
e nifurtimox causam efeitos colaterais temporários em até 40% das gue. Com a exceção dos derivados sanguíneos (como anticorpos
pessoas, incluindo doenças de pele, toxicidade cerebral e irritação fracionados), todos os componentes do sangue são infecciosos. O
do sistema digestório. parasita permanece viável a 4°C por até no mínimo 18 dias ou mais
Estima-se que 7 000 000-8 000 000 pessoas, sobretudo no de 250 dias quando mantido em temperatura ambiente. Não está
México, América Central e América do Sul, têm a doença de Cha- claro se o T. cruzi pode ser transmitido por meio de componentes
gas. Isso resulta em cerca de 12 500 mortes por ano desde 2006. A do sangue congelados e descongelados.
maioria das pessoas com a doença são indivíduos de baixa renda e Outros modos de transmissão incluem o transplante de órgãos,
grande parte das pessoas com a doença não percebem que estão amamentação e por exposição laboratorial acidental A doença de
infectadas. Chagas também pode ser passada de uma mulher grávida para seu
filho (transmissão congênita) através da placenta, com uma preva-
10 https://pt.slideshare.net/professorajulianafigueirdocamara/feira-da-cul-
lência entre as gestantes na América do Sul de 4 a 64,4%, com 0,1 a
tura 7% destas mulheres transmitindo a infecção para os fetos.
117
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Essa forma de transmissão constitui um problema em ascensão 20% a 50% dos indivíduos com envolvimento intestinal também
na saúde pública e é uma das responsáveis pela urbanização dos exibem acometimento cardíaco. Mais de 10% das pessoas cronica-
casos e pela disseminação da doença em áreas não endêmicas. mente infectadas desenvolvem neurite, que resulta em alterações
A transmissão oral é uma via pouco frequente de infecção, mas sensoriais e dos reflexos tendinosos. Casos isolados exibem envol-
tem sido descrita. Em 1991, trabalhadores rurais no estado da Para- vimento do sistema nervoso central, incluindo demência, confusão,
íba, Brasil, foram infectados ao ingerir comida contaminada; trans- encefalopatia crônica e perdas sensoriais e motoras.
missão também foi documentada pela ingestão de suco de açaí e As manifestações clínicas da doença de Chagas se devem à
caldo de cana infectados. Um surto em 2007 em 103 crianças numa morte de células nos tecidos envolvidos no ciclo infeccioso do para-
escola na Venezuela foi atribuído a contaminação do suco de guava sita, induzindo a respostas inflamatórias, lesões celulares e fibrose.
A doença de Chagas é um problema emergente na Europa, Por exemplo, o amastigoto intracelular destrói os neurônios intra-
por causa da grande maioria dos casos de infecção crônica serem murais do sistema nervoso autônomo do intestino e do coração, le-
assintomáticos e por causa de migrantes provenientes da América vando ao megacólon e aos aneurismas cardíacos, respectivamente.
Latina. Se não tratada, a doença de Chagas pode ser fatal, na maioria
dos casos por danificação do tecido muscular cardíaco.
Sinais e sintomas Há uma considerável variação geográfica na ocorrência das
A doença apresenta dois estágios em seres humanos: uma fase complicações cardíacas e de dilatações gastrointestinais em pacien-
aguda, que ocorre pouco tempo após a infecção, e uma fase crônica
tes com doença de Chagas crônica.
que se desenvolve ao longo de muitos anos.
Na maioria dos países da América do Sul, as dilatações são
A fase aguda ocorre durante as primeiras semanas ou meses
quase tão comuns quanto o comprometimento cardíaco. Mas na
desde a infecção. Geralmente, ela não é notada por ser assintomá-
Colômbia, Venezuela, América Central e México as dilatações são
tica ou por exibir apenas sintomas moderados que não são únicos
da doença de Chagas. praticamente desconhecidas. Não se sabe se fatores do hospedeiro
Os sintomas podem incluir febre, fadiga, dor no corpo, dor de ou diferenças nas cepas do parasita causariam estes diferentes pa-
cabeça, exantema, perda de apetite, diarreia e vômitos. drões de expressão clínica da doença.
Os sinais no exame físico podem incluir aumento moderado do
fígado, do baço e de linfonodos, e inchaço no local da picada do Febre Amarela
barbeiro (o chagoma).
O marcador mais conhecido da fase aguda da doença de Cha- A febre amarela , também conhecida como Barbarose (Babo-
gas é chamado sinal de Romaña. O sinal é caracterizado pelo edema nis Amarelus), é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos
das pálpebras do mesmo lado do rosto em que se localiza a ferida contaminados por um flavivírus e ocorre na América Central, na
produzida pela picada do barbeiro, onde as fezes foram deposita- América do Sul e na África. No Brasil no período de 1980 a 2004,
das pelo inseto ou mesmo quando acidentalmente esfregadas para foram confirmados 662 casos de febre amarela silvestre, com ocor-
dentro do olho. rência de 339 óbitos, representando uma taxa de letalidade de 51%
Raramente, crianças e adultos morrem durante a fase aguda da no período.
doença, porém pode ocorrer uma grave inflamação do músculo car- No Brasil, a febre amarela pode ser adquirida em áreas silves-
díaco (miocardite) ou do cérebro (meningoencefalite), que colocam tres e rurais de regiões como Norte e Centro-Oeste, além de parte
a vida em risco. A fase aguda também pode ser grave em pessoas do Sudeste, Nordeste e Sul.
com o sistema imunitário comprometido. Ou seja, o indivíduo entra em regiões onde exista o mosquito
Se houver o desenvolvimento de sintomas durante a fase agu- Haemagogus janthinomys e, consequentemente, sofre a possibi-
da, eles geralmente se resolvem espontaneamente dentro de três a lidade de ser picado por algum desses mosquitos já afetado pelo
oito semanas em aproximadamente 90% dos indivíduos. Embora os vírus, que possivelmente fora contraído pela picada em um ser já
sintomas se resolvam, mesmo com o tratamento, a infecção persis- portador, como um bugio ou outros tipos de macacos, e, em segui-
te e entra em sua fase crônica. da, o mosquito pica a pessoa que ainda não teve a doença nem foi
Dos indivíduos com doença de Chagas crônica, 60–80% jamais vacinado e, portanto, não adquiriu defesas para combater o vírus.
desenvolverão sintomas (chamada doença de Chagas crônica inde- Nas cidades o vetor da febre amarela é o Aedes aegypti, o mes-
terminada), enquanto 20–40% desenvolverão sintomas cardíacos
mo que transmite a dengue. Desde 1942 a febre amarela é consi-
e/ou problemas digestivos (chamada doença de Chagas crônica de-
derada erradicada em áreas urbanas do Brasil, para que a situação
terminada). Em 10% dos indivíduos, a doença progride diretamen-
se mantenha assim é fundamental o controle deste mosquito e a
te da fase aguda para uma forma clínica sintomática da doença de
vacinação das pessoas que vivem em áreas endêmicas.
Chagas.
A doença crônica sintomática (determinada) afeta vários siste- O vírus da febre amarela pertence à família dos flavivírus, e o
mas do organismo, como nervoso, digestório e cardíaco. Cerca de seu genoma é de RNA simples de sentido positivo (pode ser usado
dois terços das pessoas com sintomas crônicos apresentam danos diretamente como um RNA para a síntese proteica). Produz cerca
ao coração, incluindo a miocardiopatia dilatada, que causa anorma- de 10 proteínas, sendo 7 constituintes do seu capsídeo, e é envolvi-
lidades do ritmo cardíaco e pode resultar em morte súbita. do por envelope bilipídico.
Cerca de um terço dos pacientes apresenta danos ao sistema Multiplica-se no citoplasma e os virions descendentes invagi-
digestório, resultando em dilatação do trato digestivo (megacólon nam para o retículo endoplasmático da célula-hóspede, a partir do
e megaesôfago), acompanhados de grave emagrecimento. A difi- qual são depois exorcistados. Tem cerca de 50 nanômetros de diâ-
culdade de deglutição (secundária à acalásia) pode ser o primeiro metro.
sintoma dos distúrbios digestivos e pode levar à desnutrição.
118
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Muitos danos são causados pelos complexos de anticorpos pro- Nos primeiros seis meses deste ano, 84.535 pessoas tive-
duzidos. O grande número de vírus pode produzir massas de anti- ram dengue, enquanto que, em 2003, as notificações chegaram a
corpos ligados a inúmeros vírus e uns aos outros que danificam o 299.764. Saiba qual é a situação atual da dengue no Brasil e o que
endotélio dos vasos, levando a hemorragias. tem sido feito para sua erradicação.
Os vírus infectam principalmente os macrófagos, que são célu- Dengue é a enfermidade causada pelo vírus da dengue, um ar-
las de defesa do nosso corpo. bovírus da família Flaviviridae, gênero Flavivírus, que inclui quatro
tipos imunológicos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por
Vetores um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imuni-
Aedes aegypti, Aedes albopictus e o Haemagogus janthinomys dade parcial e temporária contra os outros três.
são os vetores intermediários do vírus da febre amarela. A dengue tem, como hospedeiro vertebrado, o homem e ou-
Nas áreas urbanas, o Aedes aegypti é o principal vetor, trans- tros primatas, mas somente o primeiro apresenta manifestação
mitindo o vírus da febre amarela de 9 a 12 dias após ter picado uma clínica da infecção e período de viremia de aproximadamente sete
pessoa infectada. Esse intervalo, chamado de período de incubação dias. Nos demais primatas, a viremia é baixa e de curta duração.
extrínseca, varia de acordo com a temperatura, sendo menor quan- O vírus da dengue, provavelmente, se originou de vírus que
to maior for a temperatura. circulavam em primatas na proximidade da península da Malásia.
Embora não tenha participação comprovada na transmissão do O crescimento populacional aproximou as habitações da região à
vírus amarílico, o Aedes albopictus apresenta ampla valência ecoló- selva e, assim, mosquitos transmitiram vírus ancestrais dos prima-
gica, adaptando-se aos ambientes rurais, peri-urbanos e urbanos. tas aos humanos que, após mutações, originaram nossos quatro
Essa característica lhe confere destaque pela possibilidade de fazer diferentes tipos de vírus da dengue.
a ponte entre os ciclos silvestre e urbano de transmissão. Provavelmente, o termo dengue é derivado da frase swahili “ki
A fêmea do mosquito põe seus ovos em qualquer recipien- dengupepo”, que descreve os ataques causados por maus espíritos
te que contenha água limpa, como caixas d’água, cisternas, latas, e, inicialmente, usado para descrever a enfermidade que acometeu
pneus, cacos de vidro, vasos de plantas, etc. As bromélias, que os ingleses durante a epidemia que afetou as Índias Ocidentais Es-
acumulam água na parte central, chamada de aquário, são um dos panholas em 1927-1928. Foi trazida para o continente americano a
principais criadouros nas áreas urbanas. partir do Velho Mundo, com a colonização no final do século XVIII.
Os ovos ficam aderidos e sobrevivem mesmo que o recipiente Entretanto, não é possível afirmar, pelos registros históricos,
fique seco. A substituição da água, mesmo sendo feita com frequ- que as epidemias foram causadas pelos vírus da dengue, visto que
ência, é ineficiente. Dos ovos surgem as larvas, que depois de algum
seus sintomas são similares aos de várias outras infecções, em es-
tempo na água, vão formar novos mosquitos adultos.
pecial, a febre amarela.
O Aedes aegypti e o Aedes albopictus transmitem também a
Atualmente, a dengue é a arbovirose mais comum que atinge o
dengue. Um inseticida altamente eficiente contra esses mosquitos
homem, sendo responsável por cerca de 100 milhões de casos/ano
é o DaT. No entanto seu uso é controlado já que pode causar câncer.
em população de risco de 2,5 a 3 bilhões de seres humanos. A fe-
Nas áreas rurais e silvestres, os mosquitos vetores do vírus da
bre hemorrágica da dengue (FHD) e síndrome de choque da dengue
febre amarela pertencem aos gêneros Haemagogus e Sabethes. A
(SCD) atingem pelo menos 500 mil pessoas/ano, apresentando taxa
espécie que mais se destaca é o Haemagogus janthinomys, embora
de mortalidade de até 10% para pacientes hospitalizados e 30%
o Haemagogus leucocelaenus tenha ganhado importância na úl-
para pacientes não tratados.
tima década, assumindo a condição de vetor primário em alguns
Estados. A dengue é endêmica no sudeste asiático e tem originado epi-
demias em várias partes da região tropical, em intervalos de 10 a 40
Dengue anos. Uma pandemia teve início na década dos anos 50 no sudeste
asiático e, nos últimos 15 anos, vem se intensificando e se propa-
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no gando pelos países tropicais do sul do Pacífico, África Oriental, ilhas
mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre do Caribe e América Latina.
50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, em mais de Epidemias da forma hemorrágica da doença têm ocorrido na
100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 Ásia, a partir da década de 1950, e no sul do Pacífico, na dos 80.
mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em con- Entretanto, alguns autores consideram que a doença não seja tão
sequência da dengue. recente, podendo ter ocorrido nos EUA, África do Sul e Ásia, no fim
Em nosso país, as condições socioambientais favoráveis à ex- do século XIX e início do XX.
pansão do Aedes aegypti possibilitaram a dispersão do vetor desde Durante a epidemia que ocorreu em Cuba, em 1981, foi rela-
sua reintrodução em 1976 e o avanço da doença. Essa reintrodução tado o primeiro de caso de dengue hemorrágica, fora do sudeste
não conseguiu ser controlada com os métodos tradicionalmente da Ásia e Pacífico. Este foi considerado o evento mais importante
empregados no combate às doenças transmitidas por vetores em em relação à doença nas Américas. Naquela ocasião, foram notifi-
nosso país e no continente. cados 344.203 casos clínicos de dengue, sendo 34 mil casos de FHD,
Programa essencialmente centrados no combate químico, com 10.312 das formas mais severas, 158 óbitos (101 em crianças). O
baixíssima ou mesmo nenhuma participação da comunidade, sem custo estimado da epidemia foi de US$ 103 milhões.
integração intersetorial e com pequena utilização do instrumental Entre 1995 e o início de 2001, foram notificados à Organiza-
epidemiológico mostraram-se incapazes de conter um vetor com ção Pan-Americana da Saúde - OPAS, por 44 países das Américas,
altíssima capacidade de adaptação ao novo ambiente criado pela 2.471.505 casos de dengue, dentre eles, 48.154 da forma hemor-
urbanização acelerada e pelos novos hábitos. rágica e 563 óbitos.
119
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O Brasil, o México, a Colômbia, a Venezuela, a Nicarágua e Hon- Podem também ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Nas formas
duras apresentaram número elevado de notificações, com pequena graves, geralmente aparece icterícia (pele e olhos amarelados), san-
variação ao longo do período, seguidos por Costa Rica, El Salvador, gramento e alterações urinárias. Pode haver necessidade de inter-
Guatemala, Panamá, Porto Rico, Guiana Francesa, Suriname, Jamai- nação hospitalar.
ca e Trinidad & Tobago. Nota-se a quase ausência de casos nos EUA, O período de incubação, ou seja, tempo que a pessoa leva para
que notificaram somente sete, em 1995. A Argentina compareceu a manifestar os sintomas desde a infecção da doença, pode variar de
partir de 1998 e o Paraguai, a partir de 1999. 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição
Os casos de dengue hemorrágica e óbitos acompanham a dis- a situações de risco.
tribuição descrita acima, e parece não terem relação com os soro-
tipos circulantes. No Brasil, os sorotipos registrados foram o 1 e o Quais são as complicações da Leptospirose?
2. Somente no ano de 2000 registrou-se o sorotipo 3. A Guatemala Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose,
notificou a circulação dos quatro sorotipos, com baixo número de ocorre a evolução para manifestações clínicas graves, que tipica-
casos graves e óbitos. mente iniciam-se após a primeira semana de doença, mas que pode
ocorrer mais cedo, especialmente em pacientes com apresentações
Vetores e transmissão fulminantes. A manifestação clássica da leptospirose grave é a sín-
A transmissão se faz pela picada da fêmea contaminada do drome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia, insuficiência
mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus, pois o macho se ali- renal e hemorragias, mais comumente pulmonar.
menta apenas de seiva de plantas. No Brasil, ocorre na maioria das Entretanto, essas manifestações podem se apresentar conco-
vezes por Aedes aegypti. Após um repasto de sangue infectado, o mitantemente ou isoladamente na fase tardia da doença. A síndro-
mosquito está apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de me de hemorragia pulmonar é caracterizada por lesão pulmonar
incubação extrínseca. aguda e sangramento pulmonar maciço e vem sendo cada vez mais
A transmissão mecânica também é possível, quando o repasto reconhecida no Brasil como uma manifestação distinta e importan-
é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hos- te da leptospirose na fase tardia. Enquanto a letalidade média para
pedeiro susceptível próximo. Um único mosquito desses em toda a os casos de leptospirose confirmados no Brasil é de 9%, a letalidade
sua vida (45 dias em média) pode contaminar até 300 pessoas. para os pacientes que desenvolvem hemorragia pulmonar é maior
Não há transmissão por contato direto de um doente ou de que 50%.
suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou A icterícia é considerada um sinal característico e tipicamen-
alimento. Na Ásia e África alguns macacos silvestres podem contrair te apresenta uma tonalidade alaranjada muito intensa (icterícia
dengue e assim serem usados como vetores, porém na América do rubínica) e geralmente aparece entre o 3º e o 7º dia da doença.
Sul os macacos demonstraram baixa viremia, provavelmente insufi- A presença de icterícia é frequentemente usada para auxiliar no
ciente e não há estudos comprovando eles como vetores. diagnóstico da leptospirose, sendo um preditor de pior prognósti-
co, devido à sua associação com a síndrome de Weil. No entanto, é
O que é Leptospirose? importante notar que manifestações graves da leptospirose, como
A leptospirose é uma doença infecciosa transmitida ao homem a hemorragia pulmonar e insuficiência renal, podem ocorrer em pa-
pela urina de roedores, principalmente por ocasião das enchentes. cientes anictéricos.
A doença é causada por uma bactéria chamada Leptospira, presen-
te na urina de ratos e outros animais (bois, porcos, cavalos, cabras, O comprometimento pulmonar da leptospirose se expressa
ovelhas e cães também podem adoecer e, eventualmente, transmi- com tosse seca, dispneia, expectoração hemoptóica e, ocasional-
tir a leptospirose ao homem). mente, dor torácica e cianose. A hemoptise franca denota extrema
A doença apresenta elevada incidência em determinadas áre- gravidade e pode ocorrer de forma súbita, levando a insuficiência
as, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho, além do risco respiratória – síndrome da hemorragia pulmonar aguda e síndrome
de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Sua da angústia respiratória aguda (SARA) – e óbito.
ocorrência está relacionada às precárias condições de infraestrutu- Por outro lado, na maioria dos pacientes, a hemorragia pulmo-
ra sanitária e alta infestação de roedores infectados. nar maciça não é identificada até que uma radiografia de tórax seja
Sinonímia: Doença de Weil, síndrome de Weil, febre dos pânta- realizada ou que o paciente seja submetido à intubação orotraque-
nos, febre dos arrozais, febre outonal, doença dos porqueiros, tifo al. Assim, os médicos devem manter uma suspeição para a forma
canino e outras. Atualmente, evita-se a utilização desses termos, pulmonar grave da leptospirose em pacientes que apresentem fe-
por serem passíveis de confusão. bre e sinais de insuficiência respiratória, independentemente da
IMPORTANTE: As inundações propiciam a disseminação e a presença de hemoptise.
persistência do agente causal no ambiente, facilitando a ocorrência Além disso, a leptospirose pode causar uma síndrome da an-
de surtos. gústia respiratória aguda na ausência de sangramento pulmonar.
A leptospirose pode causar outros tipos de diátese hemorrágica,
Quais são os sintomas da Leptospirose? frequentemente em associação com trombocitopenia. Além de
Os principais da leptospirose são: sangramento nos pulmões, os fenômenos hemorrágicos podem
-febre; ocorrer na pele (petéquias, equimoses e sangramento nos locais
-dor de cabeça; de venopunção), nas conjuntivas e em outras mucosas ou órgãos
-dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas. internos, inclusive no sistema nervoso central. A insuficiência renal
aguda é uma importante complicação da fase tardia da leptospirose
e ocorre em 16 a 40% dos pacientes.
120
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
121
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ações de prevenção de doenças infecto contagiostas em situ- Notificar todo caso suspeito da doença, para o desencadea-
ações emergenciais mento de ações de prevenção e controle;
Realizar tratamento oportuno de todo caso suspeito.
I - Vacinação
Não existe uma vacina para uso humano contra a leptospirose O uso de quimioprofilaxia não é recomendado pela SVS/MS
no Brasil. A vacinação de animais domésticos e de produção (cães, como medida de prevenção em saúde pública, em casos de expo-
bovinos e suínos), disponível em serviços particulares, evita que es- sição populacional em massa, por ocasião de desastres naturais
tes adoeçam e transmitam a doença por aqueles sorovares que a como enchentes.
vacina protege, ficando a critério do proprietário, vacinar ou não o Nestas situações de desastres naturais como enchentes, a
animal, sendo válida como estratégia de proteção individual. orientação para profissionais de saúde, militares e de defesa civil
que se expuserem ou irão se expor a situações de risco, durante
II - Quimioprofilaxia para leptospirose operações de resgate, é utilizar Equipamentos de Proteção Individu-
Qualquer indivíduo que entrou em contato com a água ou lama al (EPI) e ampliar o grau de alerta sobre o risco da doença entre os
das enchentes é passível de se infectar e manifestar sintomas da expostos, de forma a permitir o diagnóstico precoce de pacientes e
doença, configurando-se uma situação em que não há indicação tratamento oportuno.
técnica para a realização da quimioprofilaxia contra a leptospirose,
como medida de saúde pública. Esta tem indicação apenas quando Como é feito o tratamento da Leptospirose?
um grupo pequeno e bem identificado é exposto a uma situação de Os casos leves de leptospirose são tratados em ambulatório,
risco. Na situação atualmente encontrada nas áreas com ocorrência mas os casos graves precisam ser internados. A automedicação não
de enchentes, as medidas a serem adotadas são as seguintes: é indicada, pois pode agravar a doença. Ao suspeitar da doença, a
-Divulgar ações de proteção entre a população vulnerável; recomendação é procurar um médico e relatar o contato com ex-
-Manter vigilância ativa para identificação oportuna de casos
posição de risco.
suspeitos de leptospirose; tendo em vista que o período de incu-
A antibioticoterapia está indicada em qualquer período da do-
bação da doença pode ser de 1 a 30 dias (média de 5 a 14 após a
ença, mas sua eficácia parece ser maior na 1ª semana do início dos
exposição);
sintomas. A reação de Jarisch-Herxheimer, embora seja relatada em
-Notificar imediatamente todo caso suspeito da doença, con-
forme a Portaria do MS de consolidação Nº 4 de 03 de outubro de pacientes com leptospirose, é uma condição rara e que não deve
2017; inibir o uso de antibióticos. É caracterizada pelo início súbito de fe-
-Realizar tratamento oportuno dos casos suspeitos. bre, calafrios, cefaleia, mialgia, exacerbação de exantemas e, em
algumas vezes, choque refratário a volume, decorrente da grande
Alerta para vigilâncias epidemiológicas em situações emer- quantidade de endotoxinas liberada pela morte de bactérias espi-
genciais roquetas, após o início da antibioticoterapia.
Em todos os anos, nos meses de verão, uma das principais De grande relevância no atendimento dos casos moderados
ocorrências epidemiológicas após as inundações é o aumento do e graves, as medidas terapêuticas de suporte devem ser inicia-
número de casos de leptospirose. Diante disso, visando alertar as das precocemente com o objetivo de evitar complicações e óbito,
vigilâncias epidemiológicas das Secretarias Estaduais e Municipais principalmente as complicações renais: reposição hidroeletrolítica,
de Saúde, sobre condutas em situações de desastres naturais como assistência cardiorespiratória, transfusões de sangue e derivados,
enchentes, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da nutrição enteral ou parenteral, proteção gástrica, etc. O acompa-
Saúde (SVS/MS) informa: nhamento do volume urinário e da função renal são fundamentais
Em situações de desastres naturais como enchentes, os indiví- para se indicar a instalação de diálise peritoneal precoce, o que re-
duos ou grupos de pessoas que entraram em contato com lama ou duz o dano renal e a letalidade da doença.
água, por elas contaminadas, podem se infectar e manifestar sinto-
mas da doença. Situação epidemiológica da Leptospirose
Nos desastres naturais, as seguintes recomendações devem ser No Brasil, a leptospirose é uma doença endêmica, tornando-
adotadas: -se epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas capitais
Divulgar informes sobre o risco de leptospirose para a popula- e áreas metropolitanas, devido às enchentes associadas à aglome-
ção exposta à enchente; ração populacional de baixa renda, às condições inadequadas de
Divulgar informes sobre a necessidade de avaliação médica saneamento e à alta infestação de roedores infectados. Algumas
para todo indivíduo exposto a enchente que apresente febre, mial- profissões facilitam o contato com as leptospiras, como trabalhado-
gia, cefaléia ou outros sintomas clínicos no período de até 30 dias res em limpeza e desentupimento de esgotos, garis, catadores de
após contato com lama ou águas de enchente;
lixo, agricultores, veterinários, tratadores de animais, pescadores,
Divulgar informes sobre medidas potenciais para evitar novas
militares e bombeiros, dentre outros. Contudo, a maior parte dos
ou continuadas exposições a situações de risco de infecção;
casos ainda ocorre entre pessoas que habitam ou trabalham em
Alertar os profissionais de saúde sobre a possibilidade de ocor-
locais com infraestrutura sanitária inadequada e expostas à urina
rência da doença na localidade de forma a aumentar a capacidade
diagnóstica; de roedores.
Manter vigilância ativa para identificação oportuna de casos Existem registros de leptospirose em todas as unidades da fe-
suspeitos de leptospirose, tendo em vista que o período de incuba- deração, com um maior número de casos nas regiões sul e sudeste.
ção da doença pode ser de 1 a 30 dias (média de 5 a 14 dias após
exposição);
122
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A doença apresenta uma letalidade média de 9%. Entre os ca- Diagnóstico diferencial
sos confirmados, o sexo masculino com faixa etária entre 20 e 49 a) Forma anictérica - Gripe, febre tifóide, septicemias por ger-
anos estão entre os mais atingidos, embora não exista uma predis- mes gram negativo, dengue, apendicite aguda, colecistite aguda,
posição de gênero ou de idade para contrair a infecção. Quanto às malária, pielonefrite aguda, toxoplasmose;
características do local provável de infecção (LPI), a maioria ocorre b) Forma ictérica - Formas ictéricas da febre tifóide, sepse por
em área urbana, e em ambientes domiciliares. germes gram negativos, febre amarela, hepatites, H. Lábrea, malá-
ria por P. falciparum, entre outras.
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS
Descrição - Doença infecciosa aguda de caráter epidêmico, com Tratamento - Penicilina G cristalina, de 6 a 12 milhões de uni-
envolvimento sistêmico, causado por espiroquetas do gênero Lep- dades ao dia, em 4 doses, por 10 dias, ou tetraciclina 2g ao dia para
tospira. Tem início abrupto e seu espectro clínico pode variar des- adultos antes do 5º dia de doença, depois de então, não alteram
de um processo inaparente até formas graves. A forma sub-clínica curso clínico. Os alérgicos às penicilinas podem usar ceftriaxona.
pode simular “síndrome gripal”. A forma anictérica representa 60 a Medidas de suporte, como reposição hidroeletrolítica por via en-
70% dos casos e apresenta 2 fases: dovenosa, oxigenioterapia. Em pacientes que desenvolvem insufi-
a) Fase septicêmica - Caracterizada por hepatomegalia e, mais ciência renal, indica-se a instalação de diálise peritoneal precoce
raramente, esplenomegalia, hemorragia digestiva alta, mialgia que (aos primeiros sinais de oligúria) e que diminui significativamente
envolve panturrilhas, coxa, abdome e musculatura paravertebral, as taxas de letalidade da doença.
fotofobia, dor torácica, tosse seca, com ou sem hemoptóicos, exan- Características epidemiológicas - É uma zoonose cosmopolita
temas maculares, máculo-papulares, urticariformes ou petéquias, que se constitui problema de saúde pública. Enchentes e chuvas
hiperemia de mucosas com duração de 4 a 7 dias; fortes contribuem, nos países tropicais e subtropicais, para o conta-
b) Fase imune - Quando há cefaléia intensa, vômitos e sinais de to do homem com águas contaminadas, urina do roedor, favorecen-
irritação meníngea, uveíte, com duração de 1 a 3 semanas. A forma do o aparecimento de surtos da doença humana. No Brasil, a maior
ictérica, Doença de Weil, evolui com insuficiência renal, fenômenos parte dos casos está ligada às condições de vida da população. Toda
hemorrágicos e alterações hemodinâmicas. Os sintomas são mais a população é suscetível e os principais grupos etários afetados são
intensos que a forma anictérica, com duração de 1 a 3 semanas, e dos 20 aos 49 anos. Algumas profissões facilitam o contato com as
taxas de letalidade de 5 a 20%. leptospiras, como veterinários, pescadores, caçadores, agricultores,
Sinonímia -Febre dos pântanos, febre outonal, febre dos sete bombeiros, entre outras.
dias, doença dos porqueiros, tifo canino.
Agente etiológico - Leptospiras, microorganismos da família VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Espiroquetídeos e compreendem duas espécies L. interrogans e L. Objetivos - Orientar e adotar as medidas de prevenção da do-
biflexa. ença, particularmente antes dos períodos das grandes chuvas, em
Reservatório - Os roedores são os principais reservatórios da áreas de ocorrência cíclica; tratamento adequado dos pacientes
doença, principalmente os domésticos; atuam como portadores graves, visando diminuir a letalidade da doença.
outros animais bovinos, ovinos e caprinos. Notificação - Não é doença de notificação compulsória nacio-
Modo de transmissão - Pelo contato com água ou solo conta- nal. Os profissionais devem observar as normas de seu estado e
minados pela urina dos animais portadores, mas raramente pelo município.
contato direto com sangue, tecido, órgão e urina de animais infec-
tados. A penetração da leptospira se dá através da pele lesada ou Definição de caso
mucosas, mas também pode ocorrer através da pele íntegra quan- a) Suspeito - Indivíduo que apresenta sinais e sintomas sugesti-
do imersa em água por longo tempo. vos da doença, principalmente com febre, mialgia em panturrilhas,
Período de incubação - Variável de 3 a 13 dias, podendo durar com diminuição do volume urinário, heperemia de conjuntivas, ic-
até 24 dias. terícia, fenômenos hemorrágicos e síndrome de Weil (alterações
Período de transmissibilidade - É rara a infecção inter-humana. hepáticas, renais e vasculares) ou aquele que apresenta processo
Complicações - Hemorragia digestiva e pulmonar maciça, pneu- infeccioso inespecífico com antecedente epidemiológico sugestivo.
monia intersticial, insuficiência renal aguda, distúrbios do equilíbrio Consideram-se antecedentes epidemiológicos : exposição a en-
hidroeletrolítico e ácidobásico, colapso cardiocirculatório, insufici- chentes ou outras coleções hídricas potencialmente contaminadas
ência cardíaca congestiva, com falência de múltiplos órgãos e mor- como córregos, fossas, lagos e rios; exposição a esgoto, fossa ou
te. manilhas de esgoto contaminadas com urina de roedores; ativida-
Diagnóstico - Clínico-epidemiológico e laboratorial. A suspeita des que envolvam risco ocupacional como coleta de lixo, limpeza
clínica deve ser confirmada por métodos laboratoriais específicos. de córregos, trabalho em água ou esgoto, tratadores de animais,
Testes simples de macro-aglutinação e ELISA IgM são utilizados para entre outras; presença de animais infectados nos locais freqüenta-
o diagnóstico rápido de casos humanos. O isolamento de leptospi- dos pelo paciente;
ras, reação de polimerase em cadeia (PCR do sangue, urina, líquor e b) Confirmado - Todo caso suspeito com confirmação laborato-
amostras de tecidos) e o teste sorológico de micro-aglutinação são rial da doença, ou com clara evidência de associação epidemiológi-
também recomendados para diagnóstico e investigações epidemio- ca (critério clínico-epidemiológico).
lógicas. Para esclarecimento etiológico de óbitos, deve-se realizar
os testes histopatológicos convencionais e a pesquisa de leptospiras
por colorações especiais ou imunohistoquímica (cérebro, pulmão,
rim, fígado, pâncreas e coração).
123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete ma- A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais gra-
míferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite ves e complicadas, como:
progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É -ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes;
causada pelo Vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae. -febre;
-delírios;
IMPORTANTE: A raiva é de extrema importância para saúde pú- -espasmos musculares involuntários, generalizados, e/ou con-
blica, devido a sua letalidade de aproximadamente 100%, por ser vulsões.
uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano (transmiti-
do por cão e gato) e pela existência de medidas eficientes de pre- Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem
venção, como a vacinação humana e animal, a disponibilização de quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialor-
soro antirrábico humano, a realização de bloqueios de foco, entre reia intensa (“hidrofobia”).
outras. Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia,
levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obsti-
Como a raiva é transmitida? pação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofo-
bia, hiperacusia e fotofobia.
A raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infec-
tados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser trans- IMPORTANTE: O paciente se mantém consciente, com período
mitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e a evolução
O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias para óbito. O período de evolução do quadro clínico, depois de ins-
até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser talados os sinais e sintomas até o óbito, é, em geral, de 2 a 7 dias.
mais curto em crianças. O período de incubação está relacionado à
localização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, Como é feito o diagnóstico da raiva?
lambedura ou tipo de contato com a saliva do animal infectado; da
proximidade da porta de entrada com o cérebro e troncos nervo- A confirmação laboratorial em vida, ou seja, o diagnóstico dos
sos; concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral. casos de raiva humana, pode ser realizada pelo método de imuno-
Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a fluorescência direta, em impressão de córnea, raspado de mucosa
5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante lingual ou por biópsia de pele da região cervical (tecido bulbar de
toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte folículos pilosos).
do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a apresenta- A sensibilidade dessas provas é limitada e, quando negativas,
ção dos sintomas. não se pode excluir a possibilidade de infecção. A realização da au-
Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do tópsia é de extrema importância para a confirmação diagnóstica.
vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os quirópteros
(morcegos) podem albergar o vírus por longo período, sem sinto- Diagnóstico diferencial
matologia aparente.
Não existem dificuldades para estabelecer o diagnóstico quan-
Quais são os sintomas da raiva? do o quadro clínico vier acompanhado de sinais e sintomas caracte-
rísticos da raiva, precedidos por mordedura, arranhadura ou lambe-
Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clíni- dura de mucosas provocadas por animal raivoso ou suspeito. Esse
cos inespecíficos (pródromos) da raiva, que duram em média de 2 a quadro clínico típico ocorre em cerca de 80% dos pacientes.
10 dias. Nesse período, o paciente apresenta: No caso da raiva humana transmitida por morcegos hemató-
-mal-estar geral; fagos, cuja forma é predominantemente paralítica, o diagnóstico é
-pequeno aumento de temperatura; incerto e a suspeita recai em outros agravos que podem ser con-
-anorexia; fundidos com raiva humana. Nesses casos, o diagnóstico diferencial
-cefaleia; deve ser realizado com: tétano; síndrome de Guillain-Barré, pasteu-
-náuseas; relose, por mordedura de gato e de cão; infecção por vírus B (Her-
-dor de garganta; pesvirus simiae), por mordedura de macaco; botulismo e febre por
-entorpecimento; mordida de rato (Sodóku); febre por arranhadura de gato (linfor-
-irritabilidade; reticulose benigna de inoculação); encefalite pós-vacinal; quadros
-inquietude; psiquiátricos; outras encefalites virais, especialmente as causadas
-sensação de angústia. por outros rabdovírus; e tularemia.
Cabe salientar a ocorrência de outras encefalites por arbovírus
Podem ocorrer linfoadenopatia, hiperestesia e parestesia no e intoxicações por mercúrio, principalmente na região Amazônica,
trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e apresentando quadro de encefalite compatível com o da raiva. É
alterações de comportamento. importante ressaltar que a anamnese do paciente deve ser realiza-
da junto ao acompanhante e ser bem documentada, com destaque
para sintomas inespecíficos, antecedentes epidemiológicos e vaci-
nais.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A raiva é uma antropozoonose causada por um RNA-vírus da O risco de contrair meningite é maior entre crianças menores
família Rhabidoviridae (RABV), gênero Lyssavirus. Com o aspecto de cinco anos, principalmente até um ano, no entanto pode aconte-
aproximado de uma bala de revólver, ele é transmitido para os hu- cer em qualquer idade.
manos pelo contato direto com a saliva de um mamífero infectado, A principal forma de prevenir a meningite é por meio da vaci-
seja através de mordidas ou penetrando por feridas abertas, seja nação.
através de lambidas na lesão ou em mucosas, como a da boca, por No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica.
exemplo, que são permeáveis a esse tipo de germe. Casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocor-
O Lyssavirus tem predileção pelas células do sistema nervoso. rência de surtos e epidemias ocasionais. A ocorrência das menin-
Assim que é inoculado através de uma lesão na pele, ele se multipli- gites bacterianas é mais comum no outono-inverno e das virais na
ca, invade os nervos periféricos e, movendo-se lentamente – cerca primavera-verão.
de 1 cm por dia -, propaga-se pelos neurotransmissores, alcança o Crianças, jovens e adolescentes precisam se vacinar contra me-
cérebro (fase centrípeta) e provoca um quadro grave de encefalite. ningite!
Dali, ele se espalha por vários órgãos do corpo (fase centrífuga), Todas as faixas etárias podem ser acometidas pela doença,
mas é nas glândulas salivares que torna a multiplicar-se e é excreta- porém o maior risco de adoecimento está entre as crianças meno-
do pela saliva do animal doente. res de 05 (cinco) anos, especialmente as menores de 01 (um) ano
A raiva humana é uma doença viral aguda, progressiva e mor- de idade. Na doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis,
tal, de notificação compulsória, individual e imediata aos serviços além das crianças, os adolescentes e adultos jovens têm o risco de
de vigilância sanitária municipal, estadual e federal. Conhecida adoecimento aumentado em surtos.
desde a Antiguidade, antes de a vacina ser descoberta por Louis Na meningite pneumocócica (causada pelo Streptococcus
Pasteur, no final do século 19, representava sentença de morte em pneumoniae) idosos e indivíduos portadores de quadros crônicos
praticamente 100% dos casos. ou de doenças imunossupressoras também apresentam maior ris-
O vírus da raiva está difundido em todos os continentes, exce- co de adoecimento. O sexo masculino também é o mais acometido
ção feita à Austrália e Oceania. Alguns países da América, da Euro- pela doença.
pa, o Japão a Austrália e outras ilhas do Pacífico conseguiram erra-
dicar a forma urbana da doença. Meningite tem cura?
No entanto, a transmissão por animais silvestres, especialmen-
te pelo morcego da espécie Desmodus Rotundus, continua sendo Sim, a maioria dos casos evoluem para cura. No entanto, é ne-
um desafio que ainda precisa ser vencido. cessario assitencia médica na vigência dos sintomas.
Hidrofobia, palavra de origem grega que significa pavor, aver- A depender do agente causador da doença, em alguns casos,
são pela água, é outro nome pelo qual a enfermidade é conhecida. podem ocorrer sequelas como: surdez, crises de epilepsia, danos
Na realidade, a hidrofobia é apenas um dos sintomas da doença, cerebrais, amputação de membros, dificuldades de aprendizagem
que aparece quando ela já se tornou avançada. além de problemas comportamentais.
Qualquer mamífero, doméstico ou não – o homem inclusive –
pode ser infectado pelo vírus da raiva, que não penetra em pele Meningite mata?
íntegra, somente através de ferimentos abertos ou das mucosas. A
transmissão pode ocorrer antes mesmo de surgirem os primeiros Sim. Principalmente as causadas por bactérias, como por
sintomas da doença. exemplo, a meningite pneumocócica e a meningite meningocócica,
Embora o vírus esteja presente na urina, fezes e sangue dos que pode apresentar-se associada à meningococcemia. Nesse últi-
animais infectados, não costuma oferecer risco maior de transmis- mo caso, a doença pode evoluir de forma fulminante, levando ao
são, porque não consegue sobreviver por muito tempo fora do or- óbito em poucas horas.
ganismo do hospedeiro. Nas meningites causadas por vírus, geralmente a evolução é
Exceção feita aos mamíferos, não há notícia de que outra classe mais branda e o prognótico da doença é menos grave que na me-
de animais possa transmitir o vírus da raiva. Na maior parte dos ca- ningite bacteriana.
sos, cães e morcegos são os animais que mais transmitem a doença
pela saliva carregada de vírus. O que causa a meningite?
Entretanto, embora bastante raros, há casos de transmissão
inter-humana pelo transplante de tecidos ou de órgãos infectados A meningite de origem infecciosa pode ser causada por bacté-
(especialmente pelo transplante de córnea), e casos de transmissão rias, vírus, fungos e parasitas, conforme a seguir.
por via respiratória, quando uma pessoa não vacinada inala o ar
carregado de vírus em cavernas infestadas de morcegos, por exem- Bacterianas
plo.
É considerada remota a possibilidade de que o vírus da raiva Existem muitos tipos de bactérias que podem causar meningi-
possa ser transmitido por via sexual, da mãe para o feto durante a te. As principais causas no Brasil são:
gestação ou digestiva. - Neisseria meningitidis (meningococo)
- Streptococcus pneumoniae (pneumococo)
O QUE É MENINGITE? - Haemophilus influenzae
- Mycobacterium tuberculosis
A meningite é uma inflamação das meninges, membrandas que - Streptococcus sp., especialmente os do Grupo B
envolvem o cérebro e a medula espinhal. A meningite pode ser cau- - Listeria monocytogenes
sada por vírus ou por bactéria, que é mais grave. - Escherichia coli
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
As meningites virais podem ser transmitidas de diversas manei- Como é feito o diagnóstico da meningite?
ras a depender do vírus causador da doença.
No caso dos Enterovírus, a contaminação é fecal-oral, e os ví- Se o médico suspeita de meningite, ele solicita a coleta de
rus podem ser adquiridos por contato próximo (tocar ou apertar as amostras de sangue e líquido cerebroespinhal (líquor). O laborató-
mãos) com uma pessoa infectada; tocar em objetos ou superfícies rio então testa as amostras para detectar o agente que está cau-
que contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes sando a infecção. A identificação específica do agente é importante
de lavar as mãos, trocar fraldas de uma pessoa infectada, depois to- para o médico saber exatamente como deve tratar a infecção.
car nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, beber água ou
comer alimentos crus que contenham o vírus. Já os Já os Arbovírus Quais exames são feitos?
são transmitidos por meio de picada de mosquitos contaminados.
Os principais exames para o esclarecimento diagnóstico de ca-
Meningite causada por Fungos sos suspeitos de meningite são: exame quimiocitológico do líquor;
bacterioscopia direta (líquor); cultura (líquor, sangue, petéquias ou
A meningite fúngica não é transmitida de pessoa para pessoa. fezes); contra-imuneletroforese cruzada – CIE (líquor e soro); agluti-
Geralmente os fungos são adquiridos por meio da inalação dos es- nação pelo látex (líquor e soro).
poros (pequenos pedaços de fungos) que entram nos pulmões e O aspecto do líquor, embora não considerado um exame, fun-
podem chegar até as meninges (membranas que envolvem o cé- ciona como um indicativo. O líquor normal é límpido e incolor, como
rebro e a medula espinhal). Alguns fungos encontram-se em solos “água de rocha”. Nos processos infecciosos, ocorre o aumento de
ou ambientes contaminados com excrementos de pássaros ou mor- elementos figurados (células), causando turvação, cuja intensidade
cegos. Já um outro fungo, chamado Candida, que também pode varia de acordo com a quantidade e o tipo desses elementos.
causar meningite, geralmente é adquirido em ambiente hospitalar. DESTAQUE: Todos os exames laboratoriais estão disponíveis no
SUS, e são solicitados pela equipe médica ou de vigilância epide-
Meningite causada por Parasitas miológica durante o acompanhamento do caso.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A meningite é uma síndrome que pode ser causada por dife- Se suspeita diagnóstica: A confirmação da parotidite pode ser
rentes agentes infecciosos. Para alguns destes, existem medidas feita com a demonstração de nível elevado de Amilase.
de prevenção primária, tais como vacinas e quimioprofilaxia. As Exames confirmatórios: O teste de certeza é feito por meio de
vacinas estão disponíveis para prevenção das principais causas de testes virológicos ou sorológicos(PCR viral e aumento significativo
meningite bacteriana. As vacinas disponíveis no calendário de vaci- de IgM para Caxumba) que são utilizados apenas quando o diagnós-
nação da criança do Programa Nacional de Imunização são: tico diferencial é importante ou para pesquisa.
Vacina meningocócica conjugada sorogrupo C: protege contra a
Doença Meningocócica causada pelo sorogrupo C; Diagnóstico diferencial:
Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra
as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, in- O diagnóstico diferencial se estabelece com outras causas de
cluindo meningite. aumento de parótidas e/ou estruturas cervicais adjacentes:
Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas Infecções virais: Parainfluenza 1 e 3; Influenza A; CMV; EBV; En-
pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, como meningite, e tam- terovírus, HIV;
bém contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Parotidite purulenta (Staphylococcus aureus);
BCG: protege contra as formas graves da tuberculose. Adenite submandibular ou cervical anterior;
Obstrução do ducto de Stensen;
Quanto as faixas etárias preconizadas para vacinação, reco- Doenças do colágeno (Sjogren e LES);
mendamos o acesso ao Calendário Nacional de Vacinação do Pro- Tumor parotídeo.
grama Nacional de Imunizações (PNI). Tratamento e Profilaxia:
Já a quimioprofilaxia medicamentosa está indicada para con-
tatos de casos de Doença Meningocócica e meningite por Haemo- Não há terapia antiviral específica para Caxumba.
philus influenzae. A equipe médica que acompanha o caso, junto Tratamento de suporte:
com a vigilância epidemiológica local são os responsáveis pelas • Repouso;
orientações e aplicação da quimioprofilaxia medicamentosa nos • Hidratação adequada;
contatos. • Controle da dor e febre com analgésicos/antipiréticos.
Outras formas de prevenção incluem: evitar aglomerações e Vacinação: Inclusa no calendário vacinal na vacina tríplice viral
manter os ambientes ventilados e limpos
Chikungunya: sintomas, transmissão e prevenção
Parotidite infecciosa
Sintomas
Definição: Doença viral aguda, autolimitada, caracterizada por A febre chikungunya é uma doença viral transmitida pelos mos-
febre, edema parotídeo bi ou unilateral com ocorrência frequente quitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. No Brasil, a circulação do
de meningoencefalia e orquite. vírus foi identificada pela primeira vez em 2014. Chikungunya signi-
fica “aqueles que se dobram” em swahili, um dos idiomas da Tan-
Anamnese zânia. Refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram aten-
didos na primeira epidemia documentada, na Tanzânia, localizada
O caso típico apresenta pródromos 1-2 dias com febre, cefaleia, no leste da África, entre 1952 e 1953. Os principais sintomas são
vômitos e dor, com período de incubação em geral é de 16-18 dias. febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e
sse, dispnéia, sibilos agudos expiratórios, roncos e/ou crepitações mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor
finas, expansão torácica diminuída e expiração prolongada. de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Não
Surge então a parotidite que inicialmente é uni tornando-se bi- é possível ter chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a
lateral na maioria dos quadros, podendo ser acompanhada de otal- pessoa fica imune pelo resto da vida. Os sintomas iniciam entre dois
gia ipsilateral. A febre desaparece de 3 a 5 dias. e doze dias após a picada do mosquito. O mosquito adquire o vírus
Sempre investigar a situação vacinal. CHIKV ao picar uma pessoa infectada, durante o período em que o
vírus está presente no organismo infectado. Cerca de 30% dos casos
Exame Físico: não apresentam sintomas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Prevenção
Ainda não existe vacina ou medicamentos contra chikungunya. Portanto, a única forma de prevenção é acabar com o mosquito, man-
tendo o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros. Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os
mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Repelentes
e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que
dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos).
FEBRE CHIKUNGUNYA
Na virada de 2014 para 2015, quatro estados brasileiros (Bahia, Amapá, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul), além do Distrito Fe-deral,
já tinham reportado casos autóctones, ou seja, de transmissão local do CHIKV, que causa a febre de mesmo nome. A doença começou a
ser conhecida no Brasil em 2010, quando foi reportado o primeiro caso importado no país.
130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A doença tem sintomas parecidos com o da dengue, sendo Como saber se uma pessoa de fato foi infectada com o vírus
que no Chikungunya são fortes as dores nas articulações e raros os Chikungunya? Somente por meio do exame laboratorial?
quadros hemorrágicos, que são mais comuns na dengue. Para dife- Durante a fase aguda, as manifestações clínicas de algumas
renciar essas duas viroses é necessário o diagnóstico laboratorial, doenças podem ser indistinguíveis entre si, havendo a necessida-
principalmente nos casos isolados, como explica a pesquisadora de da confirmação laboratorial, principalmente quando são casos
Ana Maria Bispo, do Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo isolados. No entanto, o diagnóstico clínico torna-se mais preciso na
Cruz/Fiocruz, do Rio de Janeiro. “O diagnóstico clínico torna-se mais ocorrência de surtos e/ou epidemias, quando, inclusive, o critério
preciso se há a ocorrência de surtos ou epidemias”, diz. de confirmação dos casos pode ser clínico-epidemiológico.
Doutora em Ciências na área de virologia pelo curso de Biologia
Parasitária da Fundação Oswaldo Cruz, ela trabalha num dos labora- Como identificar um caso suspeito?
tórios de referência listados pelo Ministério da Saúde para realizar Ao contrário da dengue e de outras arboviroses, a febre do
o diagnóstico do vírus. Chikungunya tem uma elevada taxa de ataque e aproximadamente
O Chikungunya é um arbovírus (“vírus transmitidos por artró- 70% dos casos são sintomáticos. De acordo com o “Guia de Manejo
podes”) com um único sorotipo, diferente do vírus da dengue que Clínico do Ministério da Saúde”, todo paciente com febre de início
tem quatro sorotipos. Pode ser transmitido pelos mosquitos Aedes súbito maior que 38,5°C e artralgia ou artrite intensa de início agu-
aegypti (o mesmo da dengue) e Aedes albopictus. Portanto, a doen- do, não explicado por outras condições, residente ou tendo visitado
ça deve ser prevenida da mesma forma com que se combate a den- áreas endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes do início
gue: eliminando os criadouros do inseto. Não há vacina ou antivirais dos sintomas, ou que tenha vínculo epidemiológico com caso con-
para o Chikungunya e o tratamento deve ser feito sob orientação firmado, é considerado um caso suspeito de Chikungunya.
médica, para combater os sintomas da doença. Após um período de incubação que pode variar de três a sete
Há desafios também dentro dos laboratórios que realizam o dias, a doença pode evoluir em três fases: aguda ou febril, subaguda
diagnóstico da doença. O fato de não existirem kits de diagnóstico e crônica. A fase aguda é caracterizada por febre elevada (acima de
disponíveis no mercado para pronta entrega é um deles, na avalia- 38,5°C) de início súbito, poliartralgia em 90% dos casos, fadiga, dor
ção da doutora Ana Bispo. Outra dificuldade é a obtenção de pai- nas costas e cefaleia. Exantema macular ou maculopapular em 50%
néis para validação dos kits compostos por amostras de casos con- dos doentes de dois a cinco dias após o início dos sintomas, princi-
firmados e negativos de Chikungunya provenientes da população palmente no tronco e extremidades (incluindo palmas e plantas).
brasileira. “Essa validação é fundamental porque temos um perfil Na fase subaguda, a febre desaparece, podendo haver per-
genético e imune distinto de outras populações que serviram de sistência ou agravamento da artralgia, incluindo poliartrite distal,
controle para os estudos realizados na avaliação e validação dos kits exacerbação da dor articular nas regiões previamente acometidas
comerciais”, explica. A seguir, a íntegra da entrevista concedida pela na primeira fase e tenossinovite hipertrófica subaguda em punhos
especialista, por e-mail, ao “Qualifique”. e tornozelos, astenia, prurido generalizado e exantema maculopa-
pular, em tronco, membros e região palmo-plantar. Podem surgir
Significado do nome Chikungunya? lesões purpúricas, vesiculares e bolhosas.
A palavra Chikungunya vem do dialeto africano makonde e sig- Alguns pacientes poderão desenvolver a forma crônica da do-
nifica “aqueles que se dobram”, uma referência ao andar curvado ença com a persistência da dor articular e musculoesquelética por
dos pacientes devido à intensa artralgia (dores nas articulações) mais de três meses após o início dos sintomas, tendo relatos na
que é a característica principal da doença. A febre do Chikungunya literatura de persistência por até 18 meses. Os principais sintomas
tem como agente etiológico o vírus Chikungunya (CHIKV), isolado dessa fase, classificada como “fase crônica”, são caracterizados por
pela primeira vez na Tanzânia, na África, em 1952. Por três décadas, dor com ou sem edema, limitação de movimento, deformidade e
esse vírus causou surtos esporádicos com um número de casos re- ausência de eritema. Os principais fatores de risco são idade acima
lativamente baixo em países africanos e asiáticos. de 45 anos, desordem articular pré-existente e maior intensidade
A partir de 2004 esse cenário começou a mudar quando uma das lesões articulares na fase aguda.
epidemia iniciada na África se espalhou por ilhas do Oceano Índico,
afetando cerca de 500 mil pessoas em dois anos. Em 2006, o surto Como é o tratamento clínico?
chegou à Índia, onde 1,39 milhão de pessoas foram infectadas. Um Não há tratamento antiviral específico para o Chikungunya; o
ano depois, a transmissão da doença foi confirmada na Europa, com tratamento sintomático é recomendado após a exclusão de condi-
197 casos registrados em um vilarejo na costa da Itália. ções mais graves, tais como malária, dengue e infecções bacteria-
O vírus Chikungunya é um alphavírus e, diferentemente do ví- nas. Pacientes que apresentem os sintomas relatados devem procu-
rus da dengue, tem um único sorotipo. Pode ser transmitido pelos rar assistência médica para avaliação do quadro.
mosquitos Aedes aegypti (o mesmo que transmite a dengue) e Ae-
des albopictus. Como distinguir o Chikungunya da dengue?
No Brasil, casos importados envolvendo viajantes de diversos O diagnóstico clínico durante a fase aguda nem sempre é pre-
países são observados desde 2010, mas o número desses registros ciso, tendo em vista que dengue e Chikungunya podem cursar com
começou a aumentar depois que o vírus foi introduzido na região os mesmos sinais e sintomas. É importante que, através de exames
das Américas em dezembro de 2013, espalhando-se pelas ilhas do laboratoriais, o vírus da dengue seja descartado das amostras de ca-
Caribe, América Central, Estados Unidos, e alguns países da Amé- sos suspeitos de Chikungunya prove-nientes de áreas com circula-
rica do Sul. Em setembro de 2014 foram confirmados no Brasil os ção de dengue. A principal diferença é a artralgia intensa observada
primeiros casos autóctones. Atualmente cinco unidades federativas nos pacientes com Chikungunya. Por outro lado, quadros hemorrá-
(Bahia, Amapá, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal) gicos são mais frequentes na dengue.
reportam casos autóctones.
131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O que é chikungunya?
A Febre pelo vírus Chikungunya é um arbovírus. Arbovírus são aqueles vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente mos-
quitos, mas tambem pode ser um carrapatos ou outros. O transmissor (vetor) do chikungunya é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de
água parada para proliferar, portanto, o período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região. No entanto, é
importante manter a consciência e hábitos sadios de higiene para evitar possíveis focos/criadouros do mosquito Aedes Aegypti, que pode
ter ovos resistindo por um ano até encontrar as condições favoráveis de proliferação (tempo quente e úmido).
IMPORTANTE: Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis ao vírus Chikungunya, porém as pessoas mais velhas têm maior risco
de desenvolver a dor articular (nas juntas) crônica e outras complicações que podem levar à morte. O risco de gravidade e morte aumenta
quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada.
Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. Normalmente, os sintomas aparecem de dois a 12 dias da picada do
mosquito, período conhecido como incubação.
Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida.
IMPORTANTE: Como toda infecção, a chikungunya pode desenvolver a Síndrome de Gulliain-Barre, encefalite e outras complicações
neurológicas.
132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
133
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
134
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Como se contrai
A doença se transmite pelas descargas do intestino (fezes), que
contaminam as mãos, as roupas, os ali- mentos e a água. O bacilo
tifoide é ingerido com os alimentos e a água contaminada.
Sintomas
Dor de cabeça, mal-estar, fadiga, boca amarga, febre, calafrios,
indisposição gástrica, diarreia e aumento do baço.
Prevenção/Tratamento
• Destinar convenientemente os dejetos humanos em fossas
ou redes de esgotos.
• Tratar a água.
• Combater as moscas.
Gastroenterite • Efetuar exame e vacinação e promover a educação sanitária
É uma infecção do estômago e do intestino produzi- da, prin- dos manipuladores de alimentos.
cipalmente, por vírus ou bactérias. É responsável pela maioria dos • Higienizar os alimentos.
óbitos em crianças menores de um ano de idade. • O diagnóstico é feito pelo exame de sangue e pelas pesquisas
de bacilos nas fezes. O tratamento é à base de clorafenicol.
Como se contrai
A incidência é maior nos locais em que não existe tratamento Hepatite infecciosa
de água, rede de esgoto, água encanada e destino adequado para A hepatite infecciosa é produzida mais comumente por dois ti-
o lixo. pos de vírus: “A” e “B”.
Sintomas
Diarreia, vômitos, febre e desidratação. Como se contrai
Hepatite “A”: período de incubação: 15 a 50 dias. A transmissão
Prevenção/Tratamento pode ocorrer por meio da água contaminada. Os indivíduos doen-
• Saneamento, higiene dos alimentos, combate às moscas e tes podem transmiti-la pelas fezes, duas semanas antes até uma se-
uso de água filtrada ou fervida. mana após o início da icterícia. A transmissão pode ocorrer também
• O uso do leite materno é importante na profilaxia, pois é um pela transfusão de sangue, duas a três semanas antes e alguns dias
alimento isento de contaminação, além de apresentar fatores de após a icterícia. É uma doença endêmica no nosso meio.
defesa na sua composição. Hepatite “B”: período de incubação: 45 a 160 dias. A transmis-
• O tratamento é realizado com a reposição de líquidos, soro de são é mais comum por via parenteral (instrumentos contaminados
reidratação oral e manutenção da alimentação da criança. que perfuram a pele, como, por exemplo, injeções), principalmente
pelo sangue.
Sintomas
A hepatite apresenta dois períodos:
Anictérico: ocorrência de mal-estar, náuseas e urina escura,
alguns dias antes do aparecimento da icterícia. Muitas vezes, o pa-
ciente é assintomático.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Infecção: A infecção pelo M. tuberculosis se inicia quando o ou teste de Mantoux) está indicada para o diagnóstico da infecção
bacilo atinge os alvéolos pulmonares e pode se espalhar para os latente, mas também auxilia no diagnóstico da doença em situa-
nódulos linfáticos e daí, através da corrente sanguínea para tecidos ções especiais, como no caso de crianças com suspeita de tubercu-
mais distantes onde a doença pode se desenvolver: a parte supe- lose. Toda pessoa com tosse por três semanas ou mais é chamada
rior dos pulmões, os rins, o cérebro e os ossos. A resposta imunoló- sintomática respiratória (SR) e pode estar com tuberculose.
gica do organismo mata a maioria dos bacilos, levando à formação
de um granuloma. Os “tubérculos”, ou nódulos de tuberculose são Baciloscopia: A baciloscopia é um exame realizado com o es-
pequenas lesões que consistem em tecidos mortos de cor acinzen- carro do paciente suspeito de ser vítima de tuberculose, colhido
tada contendo a bactéria da tuberculose. Normalmente o sistema em um potinho estéril. Para o exame são necessárias duas amos-
imunológico é capaz de conter a multiplicação do bacilo, evitando tras. Uma amostra deve ser colhida no momento da identificação
sua disseminação em 90% dos casos. do sintomático respiratório e a outra na manhã do dia seguinte,
Evolução: Entretanto, em algumas pessoas, o bacilo da tu- com o paciente ainda em jejum após enxaguar a boca com água. É
berculose supera as defesas do sistema imunológico e começa a importante orientar o paciente a não cuspir, mas sim escarrar. Esse
se multiplicar, resultando na progressão de uma simples infecção exame está disponível no SUS e pode ser solicitado por enfermeiros
por tuberculose para a doença em si. Isto pode ocorrer logo após a e médicos.
infecção (tuberculose primária – 1 a 5% dos casos), ou vários anos Histórico médico: O histórico médico inclui a obtenção de sin-
após a infecção (reativação da doença tuberculosa, ou bacilo dor- tomas da tuberculose pulmonar:
mente – 5 a 9 %). Cerca de 5% das pessoas infectadas vão desenvol- - tosse intensa e prolongada por três ou mais semanas;
ver a doença nos dois primeiros anos, e outras 5% vão desenvolvê- - dor no peito; e
-la ainda mais tarde. No total, cerca de 10% dos infectados com sis- - hemoptise.
tema imunológico normal desenvolverão a doença durante a vida.
Algumas situações aumentam o risco de progressão da tuber- Sintomas sistêmicos incluem:
culose. Em pessoas infectadas com o HIV ou outras doenças que de- - febre;
primem o sistema imunológico tem muito mais chances de desen- - calafrios;
volverem complicações. Outras situações de risco incluem: o abuso - suores noturnos;
de drogas injetáveis; infecção recente de tuberculose nos últimos 2 - perda de apetite e peso; e
anos; raio-x do tórax que sugira a existência de tuberculose (lesões - cansaço fácil.
fibróticas e nódulos); diabetes mellitus, silicose, terapia prolongada
com corticosteróides e outras terapias imuno-supressivas, câncer Outras partes do histórico médico incluem:
na cabeça ou pescoço, doenças no sangue ou reticuloendoteliais - exposição anterior à tuberculose, na forma de infecção ou
doença;
(leucemia e doença de Hodgkin), doença renal em estágio avan-
- tratamento anterior de TB;
çado, gastrectomia, síndromes de mal-absorção crônicas, ou baixo
- fatores de risco demográficos para a TB; e
peso corporal (10% ou mais de peso abaixo do ideal).
- condições médicas que aumentem o risco de infecção por tu-
berculoses, tais como a infecção por HIV.
A tuberculose afeta principalmente os pulmões, (75% ou mais)
e é chamada de tuberculose pulmonar. Os sintomas incluem tosse
Deve-se suspeitar de tuberculose quando uma doença respira-
prolongada com duração de mais de três semanas, dor no peito e
tória persistente - num indivíduo que de outra forma seria saudável
hemoptise. Outros sintomas incluem febre, calafrios, suores notur-
- não estiver respondendo aos antibióticos regulares.
nos, perda de apetite e de peso, e cansaço fácil. A palavra consun- Exame físico: Um exame físico é feito para avaliar a saúde geral
ção (consumpção, em Portugal) surgiu porque os doentes pareciam do paciente e descobrir outros fatores que podem afetar o plano de
ter sido “consumidos por dentro” pela doença. Outros locais do tratamento da tuberculose. Não pode ser usado como diagnostica-
corpo que são afetados incluem a pleura, o sistema nervoso cen- dor da Tuberculose.
tral (meninges), o sistema linfático, o sistema genitourinário, ossos Radiografia do tórax: A tuberculose cria cavidades visíveis em
e articulações, ou pode ser disseminada pelo corpo (tuberculose radiografias como esta, na parte superior do pulmão direito. Uma
miliar - assim chamada porque as lesões que se formam parecem radiografia postero-anterior do tórax é a tradicionalmente feita;
pequenos grãos de milho). Estas são mais comuns em pessoas com outras vistas (lateral ou lordótico) ou imagens de tomografia com-
supressão imunológica e em crianças. A tuberculose pulmonar tam- putadorizada podem ser necessárias.
bém pode evoluir a partir de uma tuberculose extrapulmonar. Em tuberculose pulmonar ativa, infiltrações ou consolidações
Resistência a medicamentos: A tuberculose resistente é trans- e/ou cavidades são frequentemente vistas na parte superior dos
mitida da mesma forma que as formas sensíveis a medicamentos. pulmões com ou sem linfadenopatia (doença nos nódulos linfáti-
A resistência primária se desenvolve em pessoas infectadas ini- cos) mediastinal ou hilar. No entanto, lesões podem aparecer em
cialmente com microorganismos resistentes. A resistência secun- qualquer lugar nos pulmões. Em pessoas com HIV e outras imuno-
dária (ou adquirida) surge quando a terapia contra a tuberculose é -supressões, qualquer anormalidade pode indicar a TB, ou o raio-x
inadequada ou quando não se segue ou se interrompe o regime de dos pulmões pode até mesmo parecer inteiramente normal. Em
tratamento prescrito. geral, a tuberculose anteriormente tratada aparece no raio-x como
Diagnóstico: Uma avaliação médica completa para a tuberculo- nódulos pulmonares na área hilar ou nos lóbulos superiores, apre-
se ativa inclui um histórico médico, um exame físico, a baciloscopia sentando ou não marcas fibróticas e perda de volume. Bronquiec-
de escarro, uma radiografia do tórax e culturas microbiológicas. A tastia (isto é, dilatação dos brônquios com a presença de catarro) e
prova tuberculínica (também conhecida como teste tuberculínico marcas pleurais podem estar presentes.
139
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Nódulos e cicatrizes fibróticas podem conter bacilos de tuber- - Utilizadores de drogas injetáveis
culose em multiplicação lenta, com potencial para progredirem - Residentes e empregados de locais de aglomerações de alto
para uma futura tuberculose ativa. Indivíduos com estas caracterís- risco (ex.: prisões, enfermarias, hospitais, abrigos de sem-teto, etc.)
ticas em seus exames, se tiverem um teste positivo de reação sub- - Pessoal de laboratórios onde se faça testes com Mycobacte-
cutânea à tuberculina, devem ser consideradas candidatos de alta rium
prioridade ao tratamento da infecção latente, independente de sua - Pessoas com condições clínicas de alto risco (ex.:, diabetes,
idade. De modo oposto, lesões granulares calcificadas (granulomas terapias prolongadas com corticosteróides, leucemia, falência re-
calcificados) apresentam baixíssimo risco de progressão para uma nal, síndromes de mal-absorção crônicas, reduzido peso corporal,
tuberculose ativa. Anormalidades detectadas em radiografias do etc)
tórax podem sugerir, porém, nunca são exatamente o diagnóstico, - Crianças com menos de 4 anos de idade, ou crianças e adoles-
de tuberculose. Entretanto, estas radiografias podem ser usadas centes expostos a adultos nas categorias de alto risco
para descartar a possibilidade de tuberculose pulmonar numa pes-
soa que tenha reação positiva ao teste de tuberculina mas que não 15 mm ou mais é positivo em:
tenha os sintomas da doença. - (Não utilizado no Brasil) Pessoas sem fatores de risco conhe-
Estudos microbiológicos: Colônias de M. tuberculosis podem cidos para a TB
ser vistas nitidamente nesta cultura. Análises de amostras de es- - (Nota: programas de testes cutâneos normalmente são con-
carro e culturas microbiológicas devem ser feitas para detectar o duzidos entre grupos de alto risco para a doença)
bacilo, caso o paciente esteja produzindo secreção. Se não estiver
produzindo-a, uma amostra coletada na laringe, uma broncoscopia Um teste negativo não exclui tuberculose ativa, especialmente
ou uma aspiração por agulha fina podem ser consideradas. O ba- se o teste foi feito entre 6 e 8 semanas após adquirir-se a infecção;
cilo pode ser cultivado, apesar de crescer lentamente e então, ou se a infecção for intensa, ou se o paciente tiver comprometimen-
imediatamente após colheita da amostra corado (com a técnica de to imunológico. Um teste positivo não indica doença ativa, apenas
Ziehl-Neelsen) e observado ao microscópio óptico. que o indivíduo teve contato com o bacilo. Não há relação entre a
eficácia da vacina BCG e um teste de Mantoux positivo. Uma BCG é
Prova Tubberculínica (Teste Tuberculínico ou de Mantoux): suficiente; a revacinação não é útil. Uma vacinação prévia por BCG
Dentre a gama de testes disponíveis para avaliar a possibilidade de dá, por vezes, resultados falso-positivos. Isto torna o teste de Man-
TB, o teste de Mantoux envolve injeção intradérmica de tuberculi- toux pouco útil em pessoas vacinadas por BCG. A fim de melhorar
na e a medição do tamanho da envuração provocada após 72 horas o Teste de Mantoux, outros testes estão sendo desenvolvidos. Um
(48 a 96 horas). O teste intradérmico de Mantoux é usado no Brasil, dos considerados promissores observa a reação de linfócitos-T aos
nos EUA e no Canadá. O teste de Heaf é usado no Reino Unido. Um antígenos ESAT6 e CFP10.
resultado positivo indica que houve contato com o bacilo (infec-
ção latente da tuberculose), mas não indica doença, já que, após Teste de Heaf
o contágio, o indivíduo apresenta 5% de chances de desenvolver a O Teste de Heaf é usado no Reino Unido, e também injeta a
doença nos primeiros 2 anos. Este teste é utilizado para fins de con- proteína purificada (PPD) na pele, observando-se a reação resultan-
trole epidemiológico e profilaxia em contactantes de pacientes com te. Quando alguém é diagnosticado com tuberculose, todos os seus
tuberculose. Em situações específicas, como no caso do diagnóstico contatos próximos devem ser investigados com um teste de Man-
da doença em crianças, pode auxiliar no diagnóstico. O derivado de toux e, principalmente, radiografias de tórax, a critério médico.
proteína purificada (ou PPD), que é um precipitado obtido de cultu-
ras filtradas e esterilizadas, é injetado de forma intradérmica (isto Sistema de classificação
é, dentro da pele) e a leitura do exame é feita entre 48 e 96 horas O sistema de classificação para a tuberculose mostrado abaixo
(idealmente 72 horas) após a aplicação do PPD. Um paciente que é baseado no grau de patogenia da doença. Os agentes de saúde
foi exposto à bactéria deve apresentar uma resposta imunológica devem obedecer às leis de cada país no tocante à notificação de
na pele, a chamada “enduração”. casos de tuberculose. As situações descritas em 3 ou 5 na tabe-
Classificação da reação à tuberculina: Os resultados são classi- la abaixo devem ser imediatamente notificadas às autoridades de
ficados como Reator Forte, Reator Fraco ou Não Reator. Um endu- saúde locais.
recimento de mais de 5–15 mm (dependendo dos fatores de risco
da pessoa) a 10 unidades de Mantoux é considerado um resultado Sistema de classificação para a tuberculose. (TB)
positivo, indicando infecção pelo M. tuberculosis.
Classe Tipo Descrição
5 mm ou mais de tamanho são positivos para a TB em: Nenhum histórico de
- pacientes positivos para o HIV Nenhuma exposição
exposição
- contatos com casos recentes de TB 0 à TB
Reação negativa ao teste
- pessoas com mudanças nodulares ou fibróticas em raios-x do Não infectado
de tuberculina dérmico
tórax, consistentes com casos antigos de TB curada
- Pacientes com órgãos transplantados e outros pacientes imu- Exposição à TB Histórico de exposição
no-suprimidos 1 Nenhuma evidência de Reação negativa ao teste
infecção dérmico de tuberculina
10 mm ou mais é positivo em:
- Pessoas recém-chegadas (menos de 5 anos) de países com
alta incidência da doença (isso inclui quem mora no Brasil)
140
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Reação positiva ao teste - Crianças com menos de 4 anos de idade têm grande risco
de progressão de uma infecção para a doença, e de desenvolve-
dérmico de tuberculina
rem formas de TB potencialmente fatais. Estes contatos próximos
Estudos bacteriológicos
normalmente devem receber tratamento para tuberculose latente
Infecção de TB negativos (caso tenham
2 mesmo quando não os testes de tuberculina ou o raio-x do tórax
Sem doença sido feitos)
não sugere TB.
Nenhuma evidência
clínica, bacteriológica ou Um segundo teste de tuberculina normalmente é feito de 10
radiográfica de TB a 12 semanas após a última exposição à TB infecciosa, para que se
Cultura de M. tuberculosis decida se o tratamento será descontinuado ou não.
(caso tenha sido feita)
3 TB clinicamente ativa Evidências clínicas, Tratamento de tuberculose ativa: Os tratamentos recentes
bacteriológicas, ou para a tuberculose ativa incluem uma combinação de drogas e re-
radiográficas da doença médios, às vezes num total de quatro, que são reduzidas após certo
tempo, a critério médico. Não se utiliza apenas uma droga, pois,
Histórico de episódio(s)
neste caso, todas as bactérias sensíveis a ela morrem, e, três meses
de TB depois, o paciente sofrerá infecção de bactérias que conseguiram
ou resistir a esta primeira droga. Alguns medicamentos matam a bac-
Sinais anormais porém téria, outros agem contra a bactéria infiltrada em células, e outros,
estáveis nas radiografias ainda, impedem a sua multiplicação. Ressalve-se que o tratamento
Reação positiva ao teste deve seguir uma continuidade com acompanhamento médico, e
TB
4 dérmico de tuberculina não suspenso pelo paciente após uma simples melhora. Com isto
não ativa clinicamente
Estudos bacteriológicos evita-se que cepas da bactéria mais resistentes sobrevivam no or-
negativos (se feitos) ganismo, e retornem posteriormente com uma infecção mais difícil
e de curar. O tratamento pode durar até 5 anos.
Nenhuma evidência clínica
ou radiográfica de presença Prevenção: A imunização com vacina BCG dá entre 50% a 80%
da doença de resistência à doença. Em áreas tropicais onde a incidência de
Diagnóstico pendente mycobactérias atípicas é elevada (a exposição a algumas “myco-
A doença deve ser bacterias” não transmissoras de tuberculose dá alguma proteção
5 Suspeita de TB contra a TB), a eficácia da BCG é bem menor. No Reino Unido ado-
confirmada ou descartada
lescentes de 15 anos são normalmente vacinadas durante o perío-
dentro de 3 meses
do escolar.
Tratamento: Pessoas com infecção de Tuberculose (classes 2
O QUE É HEPATITE?
ou 4), mas que não têm a doença (como nas classes 3 ou 5), não es-
palham a infecção para outras pessoas. A infecção por Tuberculose
Hepatite é a degeneração do fígado causada por fatores como
numa pessoa que não tem a doença não é considerada um caso de
infecções virais (do tipo A, B e C), consumo excessivo de álcool e uso
Tuberculose e normalmente é relatada como uma infecção latente
contínuo de medicamentos com substâncias tóxicas para o corpo.
de Tuberculose. Esta distinção é importante porque as opções de
Enquanto os vírus atacam o fígado quando parasitam suas cé-
tratamento são diferentes para quem tem a infecção latente e para
lulas, a cirrose dos alcoólatras é causada pela ingestão frequente de
quem tem a doença ativa.
bebidas alcoólicas - uma vez no organismo, o álcool é transformado
Tratamento de infecção latente de tuberculose: O tratamento
em ácidos nocivos às células hepáticas, levando à hepatite.
da infecção latente é essencial para o controle e eliminação da TB,
pela redução do risco de a infecção vir a tornar-se doença ativa.
Hepatite crônica
Uma avaliação para descartar TB ativa é necessária antes que um
A hepatite pode ser crônica quando faz o fígado ficar inflama-
tratamento para tuberculose latente seja iniciado. Candidatos ao
do por pelo menos seis meses. As causas mais comuns são o uso
tratamento de tuberculose latente são aqueles grupos de muito
contínuo de medicamentos, além dos vírus A e B. Nestes casos, o
alto risco, com reação positiva à tuberculina de 5 mm ou mais, as-
paciente pode ser instruído a usar antivirais receitados por um es-
sim como aqueles grupos de alto risco com reações cutâneas de 10
pecialista.
mm ou mais. Veja em inglês na Wikipédia,classification of tubercu-
Dependendo da situação, a doença traz complicações sérias,
lin reaction. Há vários tipos de tratamento disponíveis, a critério
como a cirrose e a insuficiência hepática.
médico.- Contatos próximos: são aqueles que dividem a mesma ha-
bitação ou outros ambientes fechados. Aqueles com riscos maiores
Tipos
são as crianças com idade inferior a 4 anos, pessoas imuno-deprimi-
A hepatite pode ser dividida de acordo com suas causas em:
das e outros que possam desenvolver a TB logo após uma infecção.
- Hepatite A
Contatos próximos que tenham tido uma reação negativa ao teste
- Hepatite B
de tuberculina (menos de 5 mm) devem ser novamente testados
- Hepatite C
10 a 12 semanas após sua última exposição à TB. O tratamento da
- Hepatite alcoólica
tuberculose latente pode ser descontinuado a critério médico.
- Hepatite medicamentosa
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O investimento no saneamento básico é crucial na sociedade, O Grupo de Trabalho Interministerial e o Grupo de Acompa-
já que cada R$ 1 investido em saneamento equivale a uma econo- nhamento do Conselho das Cidades (GTI e GA), incumbidos de
mia de R$ 4 na área de saúde, porque o saneamento básico repre- acompanhar o Plansab, também participaram das discussões sobre
senta medidas de prevenção. a política e o conteúdo mínimo dos planos de saneamento básico
Além disso, outro fator importante do saneamento básico é a cujas orientações constam da Resolução Recomendada nº 75 apro-
sua capacidade de criação de trabalho. Em 2010, este setor criou vada pelo Concidades.
64 mil postos de trabalho, o que significa um total de 671 mil em- A esse aspecto, soma-se o compromisso do País com os Obje-
pregos criados direta ou indiretamente pelo setor do saneamento tivos do Milênio das Nações Unidas e a instituição de 2009 - 2010
básico. como o Biênio Brasileiro do Saneamento (Decreto nº 6.942/09),
De acordo com números do Sistema Nacional de Informações com o propósito de mobilizar para o alcance da meta de, até o ano
sobre Saneamento 2010 (SNIS), divulgado em Junho de 2012, a dis- de 2015, reduzir pela metade a proporção de pessoas que não con-
tribuição de água potável chega a 81,1% da população. Relativa- tam com saneamento básico.
mente à coleta de esgotos, ela chega a 46,2% dos brasileiros.
Em 2004, segundo uma pesquisa conduzida pela Organização O Pacto pelo Saneamento Básico
Mundial de Saúde, só no Brasil existiam 13 milhões de pessoas que
não tinham acesso a um banheiro. O Pacto pelo Saneamento básico tem o propósito de buscar
a adesão e o compromisso de toda a sociedade por meio dos seg-
Saneamento básico e saúde mentos representados no Conselho das Cidades (Poder Público,
A Organização Mundial de Saúde define o saneamento básico empresários, trabalhadores, movimentos sociais, ONGs e Academia
como “o controle de todos os fatores do meio físico do homem que e Pesquisa), bem como dos prestadores de serviços e outros órgãos
exercem ou podem exercer efeito deletério sobre o seu bem-estar responsáveis pelo Saneamento Básico, em relação aos eixos e estra-
físico, mental ou social”. O saneamento básico tem como o seu prin- tégias e ao processo de elaboração e implementação do PLANSAB.
cipal objetivo zelar pela saúde do ser humano, tendo em conta que O Pacto deve estabelecer um ambiente de confiança e com-
muitas doenças podem se desenvolver quando há um saneamento promisso, pautado pelo entendimento na construção de caminhos
precário. Assim, as medidas de prevenção que visam promover a e soluções para a universalização do acesso ao Saneamento Básico
saúde do Homem, são as seguintes: e à inclusão social. E visa mobilizar os diversos segmentos da socie-
-Abastecimento de água; dade na construção do Plano, em 2009, e no engajamento para o
-Manutenção do sistemas de esgotos; alcance dos objetivos e metas do PLANSAB.
-Coleta, remoção e destinação final do lixo;
-Drenagem de águas pluviais; Falta de saneamento básico
-Controle de insetos e roedores;
-Saneamento dos alimentos; A falta de saneamento básico é causa direta de muitas doen-
-Controle da poluição ambiental; ças e mortes em todo o mundo. Os países mais pobres são os mais
-Saneamento da habitação, dos locais de trabalho e de recre- atingidos pela falta de serviços básicos, como água tratada, esgoto
ação; encanado e destinação correta do lixo, o que acaba interferindo di-
-Saneamento aplicado ao planejamento territorial. retamente na qualidade e expectativa de vida da população e no
seu respectivo desenvolvimento.
Plano Nacional de Saneamento Básico Números alarmantes apontam que todos os anos em torno de
3,5 milhões de pessoas morrem por falta de acesso à água potável
Com o advento da Lei nº 11.445/07, foi cunhado o conceito de e a condições mínimas de saneamento.
saneamento básico como o conjunto de serviços, infraestruturas e Na grande maioria dos casos, os mais afetados pela falta de
instalações de abastecimento de água, esgotamento sanitário, lim- saneamento básico acabam sendo as crianças, em geral as menores
peza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas de cinco anos de idade, que não sobrevivem aos quadros de diar-
pluviais urbanas. reias fortíssimos. Em todo o mundo, anualmente, cerca de 1,4 mi-
A lei definiu também as competências quanto à coordenação e lhões de crianças morrem em decorrência da diarreia relacionada à
atuação dos diversos agentes envolvidos no planejamento e execu- falta de saneamento.
ção da política federal de saneamento básico no País. Em seu art. 52 Muitas outras doenças também estão associadas à falta de
a lei atribui ao Governo Federal, sob a coordenação do Ministério saneamento básico, como: esquistossomose, febre amarela, febre
das Cidades, a responsabilidade pela elaboração Plano Nacional de paratifoide, amebíase, ancilostomíase, ascaridíase, cisticercose, có-
Saneamento Básico (Plansab). lera, dengue, disenterias, elefantíase, malária, poliomielite, teníase
A questão do planejamento do setor já foi objeto de vários de- e tricuríase, febre tifóide, giardíase, hepatite, infecções na pele e
bates e do posicionamento do Conselho das Cidades que editou a nos olhos e leptospirose.
Resolução Recomendada nº. 33, de 1º de março de 2007, estabe- É importante salientar que para reduzir a ocorrência dessas do-
lecendo prazos e instituindo um Grupo de Trabalho integrado por enças, é fundamental que a população tenha acesso as condições
representantes do Governo Federal para o acompanhamento da mínimas de saneamento, com água e esgoto tratados corretamen-
elaboração do PLANSAB. te, destinação e tratamento adequado do lixo, assim como serviços
de drenagem urbana, instalações sanitárias corretas e educação
para a promoção de hábitos saudáveis de higiene.
145
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Exemplos: cascas de frutas e legumes; restos de verduras, de Exemplos: retalhos de tecido, sobras e retalhos de metal, em-
arroz e de feijão; restos de carnes e ovos. balagens de matéria-prima, sobras de vidro e etc.
146
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Lixo espacial
Lixo verde
É aquele que resulta, principalmente, da poda de árvores, ga-
lhos, troncos, cascas e folhas que caem nas ruas. Por se tratar de
matéria orgânica, poderia ser utilizado para compostagem, produ- É o lixo gerado a partir das atividades espaciais. Ficam na órbita
ção de adubo orgânico e até confecção de objetos de artesanato. terrestre, gerando uma grande poluição espacial.
Infelizmente, no Brasil, ele é destinado quase exclusivamente aos Exemplos: satélites desativados, ferramentas perdidas em mis-
aterros sanitários. sões espaciais, resíduos de tintas e pedaços de foguetes espaciais.
147
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Esse processo de separação tem sido uma das mais importan- As indústrias plásticas, de papel e cerâmica se destacam na
tes alternativas para diminuir a poluição e ainda permitir a recicla- utilização de resíduos como matéria prima em seus processos de
gem de diversos tipos de materiais: plástico, vidro, papel, dentre produção. Na indústria cerâmica a utilização de resíduo como ma-
outros. téria prima é possível por possuir elevado volume de produção que
Lembre-se que a reciclagem é uma forma sustentável de rea- possibilita o consumo de grandes quantidades associada a caracte-
proveitamento de materiais usados que são transformados em no- rísticas físicas e químicas da matéria prima utilizada.
vos. Assim, ela tem possibilitado a diminuição do acúmulo de lixo O setor de fabricação de utilidades domésticas é o maior con-
de diversas naturezas. sumidor de reciclados de plástico no Brasil. A utilização de uma to-
nelada de aparas (papel e papelão reciclado) nas indústrias de papel
evita o corte de 10 a 12 árvores, economiza insumos, especialmen-
FORMAS DE UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO COMO MATÉRIA PRI- te água utilizada nos processos de produção a partir da celulose.
MA Abaixo listamos alguns exemplos de resíduos que podem ser
Um dos maiores desafios da sociedade, se tratando de evitar reciclados e utilizados como matéria prima:
a degradação do meio ambiente e a contaminação dos mananciais -Vidro: potes de alimentos (azeitonas, milho, requeijão, etc.),
de água e do solo, é a disposição de forma adequada dos resíduos garrafas, frascos de medicamentos, cacos de vidro.
industriais e urbanos. -Papel: jornais, revistas, folhetos, caixas de papelão, embala-
A possibilidade de utilização de resíduo como matéria prima gens de papel.
tem sido umas das principais fontes economicamente viáveis e eco- -Metal: latas de alumínio, latas de aço, pregos, tampas, tubos
logicamente corretas para algumas empresas que adotam a reci- de pasta, cobre, alumínio.
clagem ou a utilização de material reciclado no seu processo pro- -Plástico: potes de plástico, garrafas PET, sacos plásticos, emba-
dutivo. lagens e sacolas de supermercado.
Há inúmeros negócios de sucesso atualmente que tem como -Embalagens longa vida: de leite, de tomate, de sucos, etc.
principal fonte de matéria prima o resíduo industrial que outras em-
presas dispõem. Destinação final ambientalmente adequada de resíduos só-
O mercado de resíduo tem se tornado uma oportunidade lu- lidos
crativa para várias empresas, que encontram no seu resíduo uma Você sabe o que significa uma destinação correta de resíduos?
fonte extra de lucro e que também atende a Política Nacional de A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) define que a desti-
Resíduos Sólidos. nação final ambientalmente adequada é a destinação que inclui a
reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o apro-
Utilização de resíduo como matéria prima a partir da recicla- veitamento energético ou outras destinações, observando normas
gem operacionais específicas de modo que evite danos ou risco à saúde
e minimize os impactos ambientais. Leia mais no artigo: Você sabe
O que é reciclagem? a diferença entre destinação e disposição final?
Reciclagem é um conjunto de técnicas cuja finalidade é apro- A reciclagem tem sido adotada como uma iniciativa sustentá-
veitar os resíduos e reintroduzi-los no ciclo de produção. A recicla- vel, sendo uma das principais formas de utilização do resíduo. Mas
gem de resíduos proporciona várias vantagens para as empresas como as empresas que destinam seu resíduo para reciclagem po-
em relação à utilização de matéria prima naturais: reduz o volume dem se certificar que o resíduo chegou ao destino correto?
de extração de matérias primas, reduz o consumo de energia, emi- Uma delas é através do referido CDF (Certificado de Destina-
tem menos poluentes e melhora a saúde e segurança da população. ção Final), um documento que comprova o destino dos resíduos
A maior vantagem da reciclagem é a preservação dos recur- enviados. É uma prova importante para possíveis auditorias e para
sos naturais, prolongando sua vida útil e reduzindo a destruição do o atendimento ou manutenção da ISO 14001, (norma da Associa-
meio ambiente. Em países desenvolvidos na Europa e na América ção Brasileira de Normas Técnicas – ABNT referente ao Sistema de
do Norte, a reciclagem é vista pela iniciativa privada, como um mer- Gestão Ambiental).
cado rentável. O CDF serve também para o preenchimento dos relatórios de
Muitas empresas dessas nações investem em pesquisa e tecno- atividades exigido pelo IBAMA, bem como o inventário de resíduos.
logia para aumentar a qualidade do produto reciclado e proporcio-
na maior eficiência do sistema produtivo. As principais razões que A reutilização reduz o uso de matéria prima
motivam estes países a reciclarem seus rejeitos industriais é o fato A reutilização de resíduos também é uma forma de utilização
que as reservas de matérias primas naturais estão se esgotando e, do resíduo como matéria prima. A reutilização de resíduos prolonga
também, devido ao aumento do volume de resíduos sólidos que a vida útil dos materiais. Produtos reutilizados devem possuir uma
degradam os recursos naturais. indicação de quantos ciclos de produção podem passar sem alterar
Já no Brasil a reciclagem ainda não faz parte da cultura dos em- suas características e qualidade.
presários e cidadãos. A utilização de resíduo como matéria prima Para o setor alimentício, durante a reutilização de certos pro-
ainda possui índices insignificantes em relação à quantidade pro- dutos é necessário tratamento antes de sua reintegração no setor
duzida. de produção.
O setor que mais reutiliza resíduo como matéria prima é o setor
de embalagem.
148
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Exemplos: garrafas de cervejas e refrigerantes que possuem vida útil em torno de um ano a 25 lavagens. Depois desse tempo, as gar-
rafas precisam ser recicladas para a fabricação de novas garrafas.
Os resíduos de construção civil após passar por triagem e serem reduzidos em seu tamanho podem ser reutilizados para a construção.
CONTROLE DE ROEDORES
Apresentação
A presença do roedor em áreas urbanas e rurais gera agravos econômicos e sanitários de relevância ao homem. O roedor participa
da cadeia epidemiológica de pelo menos trinta doenças transmitidas ao homem. Leptospirose, peste e as hantaviroses são doenças de
importância epidemiológica no Brasil por eles transmitidas. Ocorrem, em média, cerca de 3.200 casos de Leptospirose humana no país
anualmente, com letalidade em torno de 12%. Já os casos de Síndrome Pulmonar por Hantavírus vêm ocorrendo no país desde 1993, com
alta letalidade tendo o roedor silvestre como reservatório.
O Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi) da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) disponibiliza este Manual de Controle de Roe-
dores aos profissionais e técnicos que atuam na vigilância epidemiológica e ambiental de doenças transmitidas por roedores, especialmen-
te dos Centros de Controle de Zoonoses, visando fornecer subsídios para o planejamento, a operacionalização e avaliação de programas de
controle de roedores nos municípios brasileiros. A importância da participação e o envolvimento da população pela educação em saúde
também são abordados neste manual, além de oferecer noções de manejo ambiental para a efetividade das ações propostas.
Introdução
Historicamente, a fixação do homem à terra, gerando excedentes alimentares a partir do advento da agricultura, e o desenvolvimen-
to dos povoados, cidades até as megalópoles, criaram condições ideais à ligação comensal dos roedores com o homem, originando um
processo de sinantropia. Esta sinantropia dos roedores e a precariedade dos processos de urbanização, com problemas crescentes de
disposição de resíduos sólidos, drenagem adequada de águas pluviais e de construção e tratamento de esgotos, exigem a integração das
ações da municipalidade e da comunidade como mecanismo básico para a implantação de um programa de controle de roedores capaz
de resultados consistentes.
Um manual de controle de roedores deve basear-se na constatação simples e objetiva de que a proliferação destes animais ocorre
porque o homem, e a sociedade como está organizada, fornecem, de forma abundante, o que os roedores necessitam para sobreviver:
alimento, água e abrigo proporcionando consequentemente, um desequilíbrio populacional destes animais gerando prejuízos econômicos
e a transmissão de graves doenças ao homem e aos animais domésticos ou de criação.
12 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_roedores1.pdf
149
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Foto 1 - Ambiente propício à instalação de roedores, com água, abrigo e alimentos disponíveis
A população deve ser a principal parceira em um programa de controle de roedores. Deverá receber, portanto, de forma organizada e
continuada, as informações sobre procedimentos e atitudes que inviabilizem a livre proliferação de roedores em seus domicílios e perido-
micílios e dos resultados obtidos pelo programa.
A forma mais inadequada e onerosa de combater roedores é a realização de campanhas de desratização em períodos críticos, só pela
aplicação de raticidas. A determinação da área de controle deverá privilegiar sempre a implantação do sistema como um todo, evitando
a pulverização de recursos que impedirá a consolidação dos resultados a serem alcançados. As ações estratégicas para o controle de roe-
dores podem envolver:
a) A comunidade, a população, as instituições governamentais e particulares que atuam direta ou indiretamente na área de zoonoses e
meio ambiente, devem participar desde o início do processo de implantação, execução até a avaliação das ações de controle de roedores.
b) A sociedade civil organizada - diversos problemas sanitários ultrapassam a esfera de ação do setor saúde, demandando ações entre
o setor saúde e outros setores do governo (hospitais, laboratórios, centros de vigilância epidemiológica, secretarias de saúde, centros de
zoonoses, IBGE), entidades privadas, sociedades organizadas (sindicatos, associações, conselhos, igrejas, movimentos da sociedade civil,
ONG’s), prefeituras, secretaria de obras do município ou região, urbanismo, planejamento ou similares, autoridades que detêm o poder
decisório nas organizações ou capacidade de influir nas decisões, além dos mais diversos segmentos da sociedade, que atuam direta ou
indiretamente na área de zoonoses e meio ambiente na busca de melhores condições ambientais, de saúde e vida.
c) Os meios de comunicação - é imprescindível identificar e buscar as fontes oficiais e não oficiais de informação e divulgação. A pro-
dução e a disponibilização dos conhecimentos, a criação de um canal de acesso das informações de forma simplificada para serem assimi-
ladas e apropriadas, tanto pelos que lideram as políticas públicas como pela população, têm enorme importância para que possam agir no
sentido da redução dos riscos de adoecer, na boa gestão ambiental e na formação da consciência pública.
É necessário, então, estabelecer um programa permanente de controle de roedores a partir de um diagnóstico da ocorrência de do-
enças, prejuízos econômicos e incômodos na área geográfica considerada. A organização do programa deverá basear-se nas características
da área-alvo e no levantamento correto de dados, que permitirão definir a metodologia mais adequada para sua implantação em caráter
permanente.
Representa, pois, um grande desafio para a administração do controle de roedores, a busca das parcerias relevantes, considerando
que diversos problemas sanitários ultrapassam a esfera de ação do setor saúde. Esta parceria é de fundamental importância na escolha da
área, no diagnóstico, no controle de roedores, na educação em saúde e ambiental, na execução de medidas de combate, nos instrumentos
de avaliação. Estes servirão como prognóstico e embasamento para o poder público investir na redução sistemática dos índices de infesta-
ção murina e, consequentemente, dos prejuízos gerados pelo roedor.
Os profissionais precisam estar capacitados para identificar o problema, definir e redefinir necessidades, adaptar estratégias locais,
realizar um planejamento participativo, levando em conta as diferenças em seus sistemas locais, culturais, econômicos, e desta forma,
selecionando tecnologias pertinentes, avaliando o processo e os efeitos das intervenções planejadas.
150
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
As ações que visam a proteger a população eliminando os roe- Algumas espécies são consideradas sinantrópicas por associa-
dores das áreas identificadas devem ser o alvo para a educação em rem-se ao homem em virtude de terem seus ambientes prejudica-
saúde, pela utilização de uma metodologia que vise a participação, dos pela ação do próprio homem.
a reflexão, o debate para a auto- transformação das pessoas, volta- Neste manual as diversas espécies de roedores estão separa-
das para a conquista, o compromisso e a manutenção do direito ao das em Roedores Sinantrópicos Comensais, isto é, aqueles que de-
ambiente ecologicamente equilibrado. pendem unicamente do ambiente do homem e Sinantrópicos não
Desta forma, o presente manual dispõe de informações técni- Comensais ou Silvestres, ainda não inteiramente dependentes do
cas visando à uniformização de ações, atendendo à demanda dos ambiente antrópico.
profissionais que atuem em controle de roedores, a fim de que re-
alizem ações eficazes, diminuindo, assim, o risco de transmissão de No meio urbano e rural com atividades econômicas predomi-
zoonoses ao homem por roedores. nam as espécies sinantrópicas comensais e algumas espécies silves-
tres que podem, ocasionalmente, invadir as habitações humanas.
Capítulo 1 - Biologia e Comportamento de Roedores Sinan- Os roedores são classificados quanto à espécie, sexo (macho ou
trópicos fêmea), grupo etário e modos de vida.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A dentição ou o conjunto dos dentes dos roedores, pode ser representada pela seguinte fórmula dentária que indica o número e o tipo
de todos os dentes dos maxilares superior e inferior:
Pelo exame da composição da fórmula dentária pode-se verificar se o animal pertence, ou não, à ordem dos roedores. Caso afirmati-
vo, determina-se a subordem a que pertence, e por certos detalhes dos dentes pode-se chegar à determinação da família e dos gêneros.
Crânio: a estrutura dos ossos do crânio difere entre os diversos gêneros, de maneira que a sua observação constitui o meio mais efe-
tivo para determinação do gênero a que pertence o roedor. Para isso é necessário preparar o crânio de maneira adequada, o que implica
previamente na morte do animal.
Cauda: a presença ou ausência da cauda permite distinguir entre as famílias de uma subordem, e o comprimento e o seu aspecto
(cônica ou afilada, pilosa ou nua, anéis visíveis ou não, distribuição dos pelos quando presentes, tipo e coloração dos pelos) ajudam a dis-
tinguir os diferentes gêneros e/ou até as espécies.
Patas: o comprimento das patas em relação ao tamanho do animal, a presença ou ausência de pelos, o tipo e a distribuição dos pelos
quando presentes, a presença ou ausência de membranas interdigitais, número de calos e cor das patas, constituem detalhes que ajudam
a reconhecer o gênero a que pertence o animal.
Unhas: a presença ou ausência das unhas, seu comprimento e forma também servem para reconhecer os gêneros.
Orelhas: o comprimento das orelhas e a presença ou ausência de pelos, também constituem características de certos gêneros.
152
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Pelos: a pelagem do animal é uma importante característica que ajuda a reconhecer a espécie, dependendo dos seguintes aspectos:
Tipo de pelo: macio, áspero, duro-espinhoso Comprimento dos pelos: longos, curtos
Cor dos pelos: em relação à cor da pelagem, devem ser observadas as diferenças de coloração entre as partes do corpo do animal. A
coloração dos pelos pode ser uniforme por todo o corpo ou contrastante entre a parte dorsal e ventral e pode apresentar gradações que
resultam na formação de manchas ou listras de localização especiais.
Medidas externas: comumente costuma-se tomar as seguintes medidas: comprimento da cabeça e do corpo, comprimento da cauda,
comprimento da orelha (parte interna da orelha esquerda), comprimento do pé (posterior esquerdo) e peso corporal. Este conjunto de
medidas varia entre os gêneros e algumas espécies do mesmo gênero, constituindo, portanto, outro importante aspecto a ser observado
para a identificação dos roedores. Entretanto, é imprescindível levar em consideração a idade do animal (animais subadultos apresentam
medidas inferiores às dos adultos) e, no caso das fêmeas, se estão gestantes ou não (fêmeas gestantes apresentam peso mais elevado).
Os roedores desenvolvem-se rapidamente, de maneira que, do segundo ao terceiro mês de vida, algumas das suas medidas externas
atingem as dimensões máximas. Isto acontece principalmente com as orelhas e os pés. O comprimento das orelhas, dos pés e das caudas
são bastante uniformes entre os exemplares adultos da mesma espécie; entretanto o peso corporal varia grandemente entre os adultos
da mesma espécie.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Galerícolas: vivem em galerias construídas sob a vegetação herbácea, entre o emaranhado de folhas caídas e raízes finas, nas matas,
capoeiras, campos cultivados, etc. Possuem cauda curta, pelagem densa, orelhas muito curtas, olhos minúsculos, crânio forte e achatado,
incisivos muito desenvolvidos, patas fortes com unhas alongadas e fossoras, isto é, que servem para cavar.
• Rupícolas: o formato dos pés proporciona segurança de deslocamento pelas pedreiras e permite escalar árvores.
• Arvícolas: possuem pés longos, saltatórios, são capazes de subir em pequenos arbustos e saltar e correr com agilidade.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Das espécies sinantrópicas comensais, a ratazana (Rattus norvegicus), o rato de telhado (Rattus rattus), e o camundongo (Mus mus-
culus), são particularmente importantes por terem distribuição cosmopolita e por serem responsáveis pela maior parte dos prejuízos
econômicos e sanitários causados ao homem. No quadro 1 encontram-se informações acerca da biologia, comportamento e morfologia
dessas três espécies comensais.
Costumam apresentar marcada neofobia, isto é, desconfiança a novos objetos e/ou alimentos colocados no seu território. Este com-
portamento varia de população para população e de indivíduo para indivíduo, sendo mais acentuado naqueles locais onde há pouco mo-
vimento de pessoas e objetos. Nestes locais, o controle é mais lento e difícil de ser atingido, em virtude da aversão inicial dos indivíduos às
iscas, porta-iscas e armadilhas colocadas no ambiente. Já nos locais onde haja movimento contínuo de pessoas, objetos e mercadorias, a
neofobia é menos acentuada ou inexistente e os novos alimentos (iscas) e objetos (armadilhas) são imediatamente visitados, tornando-se,
desta forma, mais fácil o seu controle.
A dispersão das ratazanas pode se dar passivamente, quando indivíduos são transportados em caminhões, navios, trens, no interior
de contêineres, etc., ou ativamente, quando o indivíduo deixa sua colônia em busca de outro local para abrigo. As razões que levam um
indivíduo a esta situação são bastante diversas, mas é certo que a redução da disponibilidade de alimento e abrigos por alterações am-
bientais são fatores importantes na dispersão dos roedores. Outra pressão importante que provoca a dispersão é o excesso populacional.
O processo de urbanização desenfreada e sem planejamento da maioria das cidades de médio e grande porte do Brasil têm favorecido
o crescimento da população e a dispersão das ratazanas. Fatores como a expansão de favelas e loteamentos clandestinos sem redes de
esgoto e principalmente com coleta de lixo inadequada ou insuficiente, certamente têm propiciado o aumento desta espécie. Epidemias
de leptospirose ocorrem geralmente nos ambientes degradados, não deixando de ocorrer, no entanto, em áreas adequadamente urbani-
zadas. São cada vez mais comuns casos de mordeduras por ratazanas ou toxi-infecções causadas por ingestão de alimentos contaminados
pelos roedores.
Outro fator a ser ressaltado é o frequente envenenamento acidental por raticidas e outras substâncias tóxicas utilizadas inadequada-
mente pela população em geral no controle de roedores.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Além das diferenças morfológicas, os ratos de telhado apresentam hábitos, comportamentos e hábitat bastante distintos da ratazana.
Por ser uma espécie arvícola, os ratos de telhado ainda cultivam o hábito de viver usualmente nas superfícies altas das construções, em
forros, telhados e sótãos onde constroem seus ninhos, descendo ao solo em busca de alimento e água. Vivem em colônias de indivíduos
com laços parentais, cujo tamanho depende dos recursos existentes no ambiente. Seu raio de ação tende a ser maior que o da ratazana,
devido à sua habilidade em escalar superfícies verticais e à facilidade com que anda sobre fios, cabos e galhos de árvores.
Sua dispersão em zonas urbanas tem sido facilitada pelas características de verticalização das grandes cidades aliadas aos modelos de
construção e decoração dos modernos prédios de escritórios: forros falsos e galerias técnicas para passagem de fios e cabos permitem o
abrigo e a movimentação vertical e horizontal desta espécie. Em algumas cidades brasileiras, como o Rio de Janeiro e São Paulo, a presença
do Rattus Rattus é cada vez mais comum e predominante em bairros onde anteriormente a ratazana dominava, possivelmente pelo fato
dos programas serem direcionados ao controle desta espécie.
O papel do Rattus rattus na transmissão de doenças como a leptospirose ainda é pouco conhecido, mas seu hábito intradomiciliar
permite um contato mais estreito com o homem. Sendo assim, é necessário que o potencial desta espécie como transmissora de doenças
seja melhor estudado, para que a necessidade de controle da espécie seja fundamentada também sob o ponto de vista sanitário.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
São onívoros como a ratazana e o rato de telhado, ou seja, alimentam-se de todo tipo de alimento, embora demonstrem preferência
pelo consumo de grãos e cereais. São animais curiosos e possuem o hábito de explorar ativa e minuciosamente o ambiente em que vivem
(neófilos), não apresentando o comportamento de neofobia, característico dos ratos de telhado e ratazanas. Podem penetrar em 20 a 30
locais por noite em busca de alimento, trazendo sérios problemas de contaminação de alimentos em despensas e depósitos em geral, além
de dificultar o seu controle por raticidas.
Apesar dos riscos que a sua presença pode trazer nas habitações humanas, os camundongos nem sempre são tidos como nocivos
sendo até tolerados por grande parte da população. Além disso, há poucas informações sobre a real incidência desta espécie no Brasil, não
havendo dados confiáveis a respeito de sua distribuição, dispersão e seu papel na transmissão de doenças.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Caracterizam-se por formarem colônias no ambiente silvestre longe do contato com o homem, contudo em função das modifica-
ções ambientais decorrentes dos processos de urbanização e de transformação de ecossistemas naturais em áreas de plantio a divisão
em silvestres, sinantrópicos comensais e não comensais não é permanente; visto que, pela escassez de alimentos, os roedores acabam
expandindo suas colônias por entre e ao redor das plantações e instalações no peridomicílio, como tulhas e silos, e no próprio domicílio
em busca de alimentos; este fato amplia o contato do homem e roedor silvestre. Algumas espécies, hoje, apresentam populações com
elevado grau de sinantropia. Nestas situações é grande o risco de transferência de agentes infecciosos dessas espécies para os roedores
estritamente comensais.
Muitas delas são reservatórios naturais de doenças, como a peste, tularemia, sodoquiose, leishmaniose, doença de Chagas, esquistos-
somose, febres hemorrágicas, hantaviroses e outras. Estas espécies mantém e fazem circular os agentes infecciosos, por longo período de
tempo e, ao entrarem em contato com roedores comensais de zonas rurais, podem a eles transferir esses agentes, de forma direta ou por
insetos vetores. Quando esse intercâmbio ocorre, observam- se surtos epizoóticos e epidêmicos destas zoonoses.
Entre esses, a espécie Bolomys lasiurus (=Zygondontomys lasiurus pixuna) desempenha importante papel no ciclo epidemiológico da
peste, destacando-se na epizootização da peste no nordeste do Brasil. É um roedor silvestre muito prolífero e se desenvolve com relativa
facilidade em quase todos os focos de peste. É extremamente sensível à infecção sendo a espécie mais importante de sua família em ter-
mos epidemiológicos, em virtude de sua densidade populacional, suscetibilidade à infecção e proximidade do homem. Entretanto, outras
espécies de roedores também são responsáveis pela ocorrência da enfermidade na região, incluindo espécies de roedores sinantrópicos
comensais.
No Brasil, a peste bubônica silvestre é endêmica na zona rural, em algumas regiões incluindo os estados de Alagoas, Bahia, Ceará,
Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.
Em relação aos casos humanos de Síndrome Pulmonar por Hantavírus ocorridos no Brasil desde 1993 até o momento, os estudos re-
alizados sugerem os roedores Akodon cursor (rato da mata), Oligoryzomys nigripes (ratinho do arroz) e o Bolomys lasiurus (rato do capim)
como possíveis reservatórios de hantavírus no país (vide Manual de Vigilância e Controle de Hantavírus do Ministério da Saúde).
Os roedores sinantrópicos não comensais mais comuns no Brasil estão relacionados nos quadros 2 e 3. O quadro 4 mostra os prejuízos
gerados na agricultura pelos roedores.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
1.3.1. Comportamento e principais características dos roedores sinantrópicos não comensais mais comuns no brasil
A taxonomia, ecologia e a distribuição geográfica dos pequenos roedores brasileiros ainda necessitam de estudos, a cada dia surgem
novos gêneros e espécies identificados pelos aspectos morfológicos e filogenéticos, que por sua vez, estão baseados na grande diversidade
de hábitats existentes no Brasil. Por isso, torna-se difícil a tarefa de definir a distribuição geográfica dos roedores do Brasil. A literatura
sobre a ecologia desses animais demonstra que há alterações morfológicas, fisiológicas e comportamentais, pela sua adaptação ao hábitat
frequentado. É importante então esclarecer que, a melhor forma para se caracterizar a distribuição geográfica dos roedores seria corre-
lacionando-os com os principais complexos ecológicos da vegetação brasileira, que são apresentados abaixo, considerando em cada uma
delas suas particularidades.
A distribuição que ora apresenta-se representa uma síntese de manuscritos de pesquisadores e colecionadores desses pequenos ma-
míferos, além de relatórios de trabalhos de campo desenvolvidos por Instituições encarregadas de controle de agravos relacionados com
os roedores.
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Características morfológicas: sem cauda, superfície dorsal cinzento claro, agrisalhado com preto e branco, parte posterior das coxas
castanho-ferrugem; superfície ventral branca; unhas adaptadas para vida rupestre de cor amarelo ocre. O peso corporal dos adultos varia
de 650 g a 1000 g; o comprimento da cabeça e corpo juntos varia de 335 mm a 360 mm; o pé posterior mede 62 mm a 70 mm e a orelha
24 mm a 30 mm.
Comportamento: os mocós costumam sair ao entardecer para se alimentar, comem brotos de árvores que conseguem escalar com
grande facilidade; formam colônias em terrenos pedregosos, aproveitando cavernas naturais ou cavidades entre as pedras ou por baixo
delas e nos troncos das quixabeiras (Bumelia sartorum). A carne dos mocós é muito apreciada pelos sertanejos e por isto, suas colônias
são protegidas pelos proprietários das terras onde estão localizadas, que reservam os animais para consumo próprio. Sua pele poderá ser
usada para o fabrico de artefatos diversos. Estudos vêm sendo realizados no nordeste do país sobre seus aspectos reprodutivos, nutricio-
nais e condições sanitárias para sua criação em cativeiro.
Reprodução: procriam ao longo de todo ano e produzem um a dois filhotes por gestação.
Espécie principal: Kerodon rupestris
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Características morfológicas: Forma modificada para vida subterrânea. Pelagem veludosa e curta. Olhos muito pequenos. Cauda rela-
tivamente curta e escassamente pilosa em sua porção terminal. Mãos com unhas desenvolvidas.
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Reprodução: o número de crias varia de dois a cinco. De dezembro a maio, encontram-se muitos exemplares jovens. Comportamento:
vivem em amplas galerias naturais entre camadas de folhas na mata e peridomicílio.
Espécie: T. nigrita, T. subterraneus.
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Características morfológicas: pelagem cinzento amarelada no dorso e ruiva nas ancas, focinho, orelhas e região ocular, ventre branco
puro. O peso corporal dos adultos varia de 35 g a 65 g, o comprimento da cabeça e corpo juntos varia de 110 mm a 125 mm, a cauda mede
170 mm a 184 mm, o pé posterior 24 mm a 29 mm e a orelha 16 mm a 20 mm.
Comportamento :São exímios saltadores; formam ninhos em touceiras de capim, sob pedras, em pequenos arbustos densos, em ve-
lhos ninhos de pássaros e ocos de pau e mais comumente em cupins ocados.
Reprodução: ocorre no mês de agosto, produzindo um a seis filhotes por gestação.
Espécie principal W. pyrrhorinos.
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Outros gêneros são encontrados no Brasil, porém não tão frequentes quanto os descritos anteriormente. Ressalte-se os gêneros:
Makalata, Nelomys, Phaenomys, Scapteromys e Thalpomys.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
2.3. Levantamento dos problemas causados por roedores à população e à economia do município
Foto 29 - Perda de 60% da produção de arroz do estado de Sergipe, devido ao ataque de roedores em arrozal
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O programa de controle de roedores de um determinado município deve estar fundamentado em dados que mostrem às autoridades
da região, os prejuízos econômicos e sanitários causados pela proliferação desses animais.
Nos municípios de pequeno porte, estes dados nem sempre são de fácil obtenção, sendo necessário a reunião do maior número de
informações possível, a fim de oferecer suporte a uma proposta de implantação de um programa. Devem ser levantados os seguintes itens:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Casos de mordeduras por ratos em pessoas são mais comuns do que se pensa, e podem ter como fonte de informações, as unidades
de saúde, conforme citado a seguir no item 3.2.4.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fonte: Urban rat surveys- H.Davis, A Casta Ang. G.Schatz CDC, Atlanta, 1977.
Exemplo:
c. Suponha que a área alvo contenha 9.000 imóveis (427 quarteirões). Será preciso inspecionar 450 imóveis para que a amostra seja
representativa, conforme tabela acima.
d. Se o número médio de imóveis por quarteirão na área alvo for 20, então será preciso inspecionar, no mínimo 23 quarteirões para
atingir o número exigido.
e. Esses 23 quarteirões devem ser selecionados, utilizando-se uma tabela de números aleatórios (vide anexos) onde, para cada um dos
23 quarteirões, caberá um número específico. Geralmente os mapas utilizados para controle de doenças da Fundação Nacional de Saúde
apresentam os quarteirões já numerados.
f. Todos os imóveis incluídos nos quarteirões selecionados devem ser inspecionados ainda que sejam necessárias várias visitas para
que se efetue sua inspeção.
2.4.3. Como selecionar uma amostra aleatória utilizando-se uma tabela de números aleatórios
Uma tabela de números aleatórios é feita de modo que todos os números 0,1,2,.......,9 apareçam com a mesma frequência. Combinan-
do-se os números em pares temos números de 00 a 99. Combinando-os em três, temos números de 000 a 999 e assim sucessivamente.
De volta ao exemplo, queremos selecionar aleatoriamente 23 quarteirões de um total de 427 existentes em nossa área alvo.
189
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Como 427 é um número com três algarismos devemos usar três colunas de nossa tabela. Selecione um ponto aleatoriamente da
tabela (com os olhos fechados, escorregue um dedo sobre uma página da tabela aleatória e pare). Se esse número for menor ou igual a
427, este terá sido o primeiro quarteirão selecionado. Se o número selecionado for maior que 427, ignore-o (lembre-se que a área alvo só
possui 427 quarteirões) e vá com o dedo coluna abaixo anotando todos os números encontrados abaixo de 427 até atingir os 23 quartei-
rões desejados.
O exemplo seguinte facilitará sua compreensão. Suponha que seu dedo parou no número formado pelas colunas verticais 25, 26 e
27 da linha horizontal 28 da terceira página da tabela. Este número é 724 (descartado por ser superior a 427, assim como o número 766).
Continuando coluna abaixo encontra-se o número 081. O quarteirão 081 deverá ser o primeiro escolhido. Seguindo-se coluna abaixo, en-
contramos os números 361, 373, 061, 164, 224, 118, 300, 009,
140, 038, 401, 225, 328, 005, 184, 117, 376, 114, 192, 157, 107 e 021. Estes são os 23 quarteirões necessários e assim, já tendo a amos-
tra definida, podemos dar início à fase de inspeção. Para entender o exemplo, siga os procedimentos já relacionados na tabela a seguir:
Colunas 1 a 42 (coluna 1= alg.8, coluna 2-alg.4, coluna 3=alg.5, etc.)
2.5. Inspeção
Uma vez selecionados os quarteirões e imóveis a serem inspecionados, estes deverão receber a visita de um agente de controle de
zoonoses que deverá:
a. Informar o objetivo da visita ao morador ou responsável pelo imóvel a ser inspecionado;
b. Inspecionar todo o imóvel buscando vestígios da presença de roedores. A inspeção deverá incluir o sistema de esgotos, despensas,
quintais, área de criação de animais, depósitos, sótãos, porões e toda e qualquer instalação que possa servir de abrigo para roedores;
c. Anotar em formulário próprio (em anexo) as informações referentes ao imóvel e acerca de sua positividade ou não quanto à pre-
sença de roedores.
A fase de inspeção se encerra, quando todos os imóveis incluídos na amostra já tenham sido vistoriados. Os dados então acumulados
deverão ser utilizados na elaboração do relatório a ser apresentado às autoridades locais.
190
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O objetivo primordial é a redução no número de agravos à saúde, bem como, nos prejuízos econômicos que certamente causam:-
queda na oferta de alimentos, severos danos às estruturas e materiais em virtude do hábito de roer, assim como, altos custos médicos no
tratamento de doentes, quando da ocorrência de doenças transmitidas por roedores nas comunidades.
Foto 36 - Alimentos roídos, gerando prejuízos econômicos e sanitários à população
191
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Para que se possa dar início ao programa deve-se dispor de algumas informações que servirão de base a esta proposta:
192
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Topografia da região − áreas íngremes, de difícil acesso, etc., que influenciarão os parâmetros para a distribuição das equipes nos
bairros;
Foto 39 - Dificuldade de acesso para inspeção de sinais de roedores em área íngreme
Fonte sugerida para a busca destes dados − IBGE ou secretarias estaduais ou municipais de saúde, meio ambiente, obras, etc.
3.2.3. Condições socioeconômicas, saneamento e habitação
• Nível socioeconômico e grau de instrução da população;
• Percentual de área saneada (água, lixo e esgoto) e limpeza pública − estas informações são de extrema importância, considerando-se
que são fatores essenciais a infestação e a proliferação de roedores (% da população com água canalizada, em relação à rede de esgotos,
qual o tipo e o destino dos dejetos; % da população atendida pela coleta de lixo, qual é o tratamento e o destino final do lixo na região e
sistemas de drenagem presentes, por exemplo);
193
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fonte de informações sugeridas para a busca de dados: − Secretaria de Obras do Município ou região, urbanismo, planejamento ou
similares.
194
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
De posse das informações preliminares pode-se prosseguir com a proposta de controle, considerando-se que este “controle” consiste
em reduzir a níveis toleráveis a incidência de roedores; algumas cidades estabelecem como meta, reduzir de 90% a 95% as infestações
iniciais (para apurar a infestação inicial vide capítulo 2), bem como a redução do índice de incidência das doenças ocasionadas pelos roe-
dores.
3.3.2.Operacional
As atividades de um operador de controle de roedores poderão ser realizadas por indivíduos de ambos os sexos, recomendando-se
escolaridade mínima de 4ª série do ensino fundamental. Este profissional poderá ser também um agente de saúde, agente comunitário,
guarda de endemias ou assemelhado, desde que devidamente treinado para tal.
Os operadores de campo deverão, preferencialmente, compor equipes de no mínimo três pessoas que, bem treinadas, realizem em
média 75 a 90 inspeções/tratamento/oito horas de trabalho em controle de roedores. Deve-se, porém, considerar que a produtividade
diária poderá variar de acordo com a região onde o controle esteja sendo executado e de fatores dela decorrentes como áreas íngremes,
de difícil acesso, etc. Em grandes municípios, poderá ocorrer uma considerável redução na produtividade decorrente das dificuldades de
deslocamento e trânsito local da sede às áreas de trabalho.
195
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Foto 43 - Agentes de Zoonoses borrifando Hipoclorito de Sódio para desinfecção de área de risco de leptospirose
Os profissionais ligados ao programa deverão passar por uma capacitação inicial e reciclagens periódicas para que haja incentivo ao
profissional e uma constante avaliação técnica de suas atividades que, no seu dia-a-dia, poderão sofrer modificações e tomada de novos
rumos.
3.4.2. Uniformes
Por tratar-se de uma atividade de relevante importância à saúde pública, recomenda-se que todo o pessoal de campo use uniforme
específico com identificação clara, e que este trabalho seja amplamente divulgado à população por meios de comunicação. Desta forma,
preserva-se a sociedade de falsos operadores, bem como, protege-se estes profissionais das atividades consideradas insalubres, pelo uso
diário de vestimenta exclusiva para o desempenho da atividade. Esta vestimenta deverá ser, na medida do possível, lavada e higienizada
na própria instituição.
Foto 44 - Agente de zoonoses uniformizado e utilizando EPI adequado
196
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
3.4.3. Equipamentos/utensílios
• Polvilhadeira − equipamento utilizado na aplicação de raticida pó a ser colocado nos abrigos ( tocas) de roedores;
• Arame galvanizado nº22 para fixação de blocos impermeáveis;
• Pá de jardinagem ou sacho − emprega-se no fechamento das tocas de roedores;
• Armadilhas (tipo gaiola ou guilhotina) para monitorar as áreas tratadas;
• Prancheta para facilitar anotações;
• Formulários diversos;
• Folhetos educativos;
• Lápis, borrachas e apontadores;
• Uso obrigatório de uniforme e guarda-pó (com lavagem e troca diárias);
• Crachás de identificação;
• Gorro ou boné;
• Botas de borracha;
• Bolsa de lona medindo 38 x 30 x 17cm com três divisões internas, para transporte de prancheta, lápis, formulários, arame, raticidas
e outros;
• Equipamentos de Proteção Individual (EPI) de uso diário − máscara semi-facial de pressão negativa com filtro contrapartícula P3,
luvas de borracha ou PVC cano médio, que evitam o contato com as excreções e secreções do roedor ou com o raticida que, porventura
exista; em se tratando de roedores silvestres ou áreas de sabida ocorrência de casos humanos de Síndrome Pulmonar por Hantavírus, são
recomendados cuidados especiais nas normas de biossegurança utilizadas nas atividades de captura, manejo, processamento e controle
de roedores, tendo em vista a possibilidade de transmissão de hantavírus e outros agentes patógenos virais por estes animais (vide Manual
de Vigilância e Controle de Hantavírus do Ministério da Saúde).
3.4.4. Raticidas
Anticoagulantes dose única e dose múltipla nas formulações pó de contato, blocos parafinados, iscas peletizadas e iscas granuladas,
podem ser utilizados, devendo-se eleger o mais indicado, conforme a avaliação técnica da área a ser tratada.
3.5. Metodologia
Após a aquisição de materiais, seleção e contratação dos recursos humanos e demais ítens descritos anteriormente, pode-se dar início
às atividades de Controle de Roedores no município ou parte dele, conforme descrito no levantamento de dados.
O primeiro grande passo desta etapa será divulgar em todos os meios de comunicação da cidade que será iniciado um novo e impor-
tante programa de atividades para a comunidade. Noções de como e de que forma irão se desenvolver as atividades deverão ser também
repassadas. Apresentar os profissionais envolvidos, referência telefônica e endereço para reclamações, lembrando sempre que o sucesso
desse programa dependerá muito da participação da população, a qual deverá colaborar de forma integrada com esta atividade.
Em todas as etapas do programa, deve-se salientar a importância do trabalho de educação junto à comunidade, voltados à eficácia
das ações de controle a serem realizadas.
197
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Prosseguindo, já com as áreas mapeadas e claramente identificadas, distribui-se as equipes em setores fixando-se cada operador de
campo em uma zona (aproximadamente 600 imóveis) conforme a topografia. Inicia-se o cadastramento dos imóveis, a inspeção e a des-
ratização dos mesmos.
A desratização consiste na colocação dos raticidas conforme cada situação e a identificação clara da infestação, bem como da espécie
em questão.
Deve-se sempre ressaltar que as ações de controle de roedores têm de ocorrer em caráter permanente sem sofrer interrupções, não
se recomendando trabalhos de campanha de caráter temporário ou pontual, onde não se atinja toda a área proposta, pois, neste tipo de
controle, poderá ocorrer o efeito bumerangue (capítulo 4.4.2).
Com o trabalho permanente, monitorado e avaliado, busca-se atingir 90% a 95% de redução da população murina, devendo-se consi-
derar vários fatores locais que irão determinar o tempo para o alcance de tais níveis de controle.
Apesar de muito utilizado, deve-se ressaltar que o método descrito anteriormente é impreciso e permite apenas uma avaliação su-
perficial do problema.
198
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
200
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Além disso, devido ao alto número de notificações, esse agravo (acidentes por animais peçonhentos) foi incluído na Lista de Notifica-
ção Compulsória do Brasil, ou seja, todos os casos devem ser notificados ao Governo Federal imediatamente após a confirmação. A medida
ajuda a traçar estratégias e ações para prevenir esse tipo de acidente.
IMPORTANTE: Animais peçonhentos gostam de ambientes quentes e úmidos e são encontrados em matas fechadas, trilhas e próximo
a residências com lixo acumulado. Manter a higiene do local é evitar acúmulo de coisas é a melhor forma de prevenir acidentes.
201
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O quê cada uma dessas espécies pode causar Em casos de múltiplas picadas, podem ocorrer manifestações
sistêmicas, devido à grande quantidade de veneno inoculada. Nes-
Principais animais peçonhentos se caso, os sintomas são irritação e ardência da pele, vermelhidão,
calor generalizado, pápulas, urticárias, pressão baixa, taquicardia,
ABELHAS dor de cabeça, náuseas e/ou vômitos, cólicas abdominais e bron-
Acidente por abelha é o quadro de envenenamento decorrente coespasmos.
da inoculação de toxinas por meio do ferrão. As manifestações após Em casos mais graves pode ocorrer choque, insuficiência respi-
uma ferroada variam de pessoa para pessoa, pela quantidade de ratória aguda, e insuficiência renal aguda. As manifestações alérgi-
veneno aplicada e se o indivíduo tem reação alérgica ao veneno. cas locais são caracterizadas por um inchaço que persiste por alguns
Uma pessoa pode ser picada por uma ou centenas de abelhas. No dias. As reações alérgicas sistêmicas podem variar de urticária ge-
caso de poucas picadas, o quadro clínico pode variar de uma infla- neralizada e mal-estar até edema de glote, broncoespasmos, cho-
mação local até uma forte reação alérgica, o que também é conhe- que anafilático, queda da pressão arterial, colapso, perda da consci-
cido como choque anafilático. No caso de múltiplas picadas pode ência, incontinência urinária e fecal, e cianose.
ocorrer também uma manifestação tóxica mais grave e, às vezes,
até mesmo fatal. Por que as abelhas atacam?
O ferrão dos abelhas, vespas e formigas (himenópteros sociais)
exerce um papel essencial para a defesa de suas colônias. As abe-
Como prevenir acidentes com abelhas lhas geralmente formam sociedades com apenas uma rainha, vários
• A remoção das colônias de abelhas situadas em lugares zangões e operárias, sendo estas as responsáveis pelas picadas.
públicos ou residências deve ser efetuada por profissionais devi- Elas perdem o ferrão ao picar, morrendo em seguida. Como
damente treinados e equipados, preferencialmente à noite ou ao possui músculos próprios, o ferrão continua a injetar a peçonha
entardecer, quando os insetos estão calmos; mesmo após a separação do resto do corpo. Ao atacar nas proximi-
• Evite se aproximar de colmeias de abelhas africanizadas dades de um enxame, as primeiras abelhas liberam um feromônio
Apis mellifera sem estar com vestuário e equipamento adequados que faz com que outras invistam contra o mesmo alvo, podendo
(macacão, luvas, máscara, botas, fumigador, etc.); ocasionar acidente com centenas de picadas.
• Evite caminhar e correr na rota de vôo das abelhas; Coloridos, odores e sons as irritam facilmente. Há cerca de 20
• Barulhos, perfumes fortes, desodorantes, o próprio suor mil diferentes espécies de abelhas. Elas vivem em todos os conti-
do corpo e cores escuras (principalmente preta e azul-marinho) de- nentes, exceto o Antártico, e são importantes em diversos ecossis-
sencadeiam o comportamento agressivo e, consequentemente, o temas, desempenhando o papel de polinizadoras. O mel produzido
ataque de abelhas; nas colmeias é utilizado na alimentação da própria colônia.
• Sons de motores de aparelhos de jardinagem, por exem-
plo, exercem extrema irritação em abelhas. O mesmo ocorre com ÁGUAS VIVAS
som de motores de popa; O calor do verão brasileiro é um incentivo para o banho de
• No campo, o trabalhador deve ficar atento para a presen- mar. No entanto, é importante que os banhistas sejam cuidadosos
ça de abelhas, principalmente no momento de arar a terra com tra- e tentem evitar o contato com águas-vivas e caravelas. Em casos de
tores. acidentes com águas-vivas e caravelas, primeiramente, para alívio
da dor inicial, devem ser utilizadas compressas geladas (pacotes fe-
Primeiros socorros no caso de acidentes com abelhas chados de gelo – “cold packs” –, envoltos em panos, ou água do mar
Em caso de acidente provocado por múltiplas picadas de abe- gelada, se disponível).
lhas, é preciso levar o acidentado rapidamente ao hospital, junto Em seguida, o local da lesão deve ser lavado com ácido acético
com alguns dos insetos que provocaram o acidente. a 5% (vinagre, por exemplo), sem esfregar a região acometida, e,
A remoção dos ferrões pode ser feita por raspagem com lâmi- posteriormente, compressa do mesmo produto deve ser aplicada
nas, e não com pinças, pois esse procedimento resulta na inocula- por cerca de 10 minutos, para evitar o aumento do envenenamen-
ção do veneno ainda existente no ferrão. to.
É importante que não seja utilizada água doce para lavagem do
Sintomas - acidentes com abelhas local da lesão, nem para aplicação das compressas geladas, pois a
As reações desencadeadas pela picada de abelhas variam de água doce pode piorar o quadro do envenenamento. Em casos de
acordo com o local e o número de ferroadas, bem como caracterís- acidentes com águas-vivas e caravelas, os pacientes devem procu-
ticas e o passado alérgico do indivíduo atingido. As manifestações rar assistência médica para avaliação clínica do envenenamento e,
clínicas podem ser alérgicas (mesmo com uma só picada) e tóxicas se necessário, realização de tratamento complementar.
(múltiplas picadas). A remoção dos tentáculos aderidos à pele deve ser realizada de
Normalmente, após uma ferroada há dor aguda local, que ten- forma cuidadosa, preferencialmente com uso de pinça ou lâmina.
de a desaparecer espontaneamente em poucos minutos, deixando
vermelhidão, coceira e inchaço por várias horas ou dias. A inten- ARANHAS
sidade desta reação inicial causada por uma ou múltiplas picadas Os acidentes causados por aranhas são comuns, porém a maio-
deve alertar para um possível estado de sensibilidade às picadas ria não apresenta repercussão clínica. Os gêneros de importância
subsequentes. em saúde pública no Brasil são as seguintes espécies:
• aranha-marrom (Loxosceles);
• aranha-armadeira ou macaca (Phoneutria);
• viúva-negra (Latrodectus).
202
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Acidentes causados por outras aranhas podem ser comuns, • Preservar os inimigos naturais de escorpiões e aranhas:
porém sem relevância em saúde pública, sendo que os principais aves de hábitos noturnos (coruja, joão-bobo), lagartos, sapos, gali-
grupos pertencem, principalmente, às aranhas que vivem nas casas nhas, gansos, macacos, coatis, entre outros (na zona rural).
ou suas proximidades, como caranguejeiras e aranhas de grama ou
jardim. Sintomas de acidentes com aranhas
Acidentes com aranha causam sintomas que podem ser leves
Três gêneros de aranhas consideradas de importância médica ou severos. Em raros casos, podem levar até mesmo à morte.
no Brasil: • Aranha-armadeira: causa dor imediata e intensa, com
1. Aranha-marrom (Loxosceles) - Não é agressiva, pica geral- poucos sinais visíveis no local. Raramente pode ocorrer agitação,
mente quando comprimida contra o corpo. Tem um centímetro de náuseas, vômitos e diminuição da pressão sanguínea.
corpo e até três de comprimento total. Possui hábitos noturnos, • Aranha-marrom: a picada é pouco dolorosa e uma lesão
constrói teia irregular como “algodão esfiapado”. Esconde-se em endurecida e escura costuma surgir várias horas após, podendo
telhas, tijolos, madeiras, atrás ou embaixo de móveis, quadros, evoluir para ferida com necrose de difícil cicatrização. Em casos ra-
rodapés, caixas ou objetos armazenados em depósitos, garagens, ros, pode ocorrer o escurecimento da urina.
porões, e outros ambientes com pouca iluminação e movimenta- • Viúva-negra: dor na região da picada, contrações nos
ção. músculos, suor generalizado e alterações na pressão e nos batimen-
2. Aranha armadeira ou macaca (Phoneutria) - Bastante agres- tos cardíacos.
siva, assume posição de defesa saltando até 40 cm de distância. O
corpo pode atingir 4 cm, com 15 cm de envergadura. Ela é caçadora, O que fazer em caso de acidente com aranhas
com atividade noturna. Abriga-se sob troncos, palmeiras, bromélias • Lavar o local da picada.
e entre folhas de bananeira. Pode se alojar também em sapatos, • Usar compressas mornas, pois ajudam no alívio da dor.
atrás de móveis, cortinas, sob vasos, entulhos, materiais de cons- • Elevar o local da mordida.
trução, etc. • Procurar o serviço médico mais próximo.
3. Viúva-negra (Latrodectus) - Não é agressiva. A fêmea pode • Quando possível, levar o animal para identificação.
chegar a 2 cm e o macho de 2 a 3 cm. Tem atividade noturna e há-
bito de viver em grupos. Faz teia irregular em arbustos, gramíneas, Atenção ao que não deve-se fazer após acidente com aranhas
cascas de coco, canaletas de chuva ou sob pedras. É encontrada • Não fazer torniquete ou garrote.
próxima ou dentro das casas, em ambientes sombreados, como • Não furar, cortar, queimar, espremer ou fazer sucção no
frestas, sob cadeiras e mesas em jardins. local da ferida.
Caranguejeiras (Infraordem Mygalomorphae) - As aranhas ca- • Não aplicar folhas, pó de café ou terra para não provocar
ranguejeiras, embora grandes e frequentemente encontradas em infecções.
residências, não causam acidentes considerados graves. • Não ingerir bebida alcoólica, querosene, ou fumo, como é
costume em algumas regiões do país.
Como prevenir acidentes com as aranhas ESCORPIÃO
• Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de en- Acidente escorpiônico ou escorpionismo é o envenenamento
tulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas pro- provocado quando um escorpião injeta veneno através de ferrão
ximidades das casas. (télson). Os escorpiões são representantes da classe dos aracníde-
• Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadei- os, predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo,
ras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das ca- com maior incidência nos meses em que ocorre aumento de tem-
sas. Manter a grama aparada. peratura e umidade.
• Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo No Brasil, os escorpiões de importância em saúde pública são
menos, numa faixa de um a dois metros junto das casas. as seguintes espécies do gênero Tityus:
• Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas • Escorpião-amarelo (T. serrulatus) - com ampla distribuição
e escorpiões podem se esconder neles e picar ao serem comprimi- em todas as macrorregiões do país, representa a espécie de maior
dos contra o corpo. preocupação em função do maior potencial de gravidade do enve-
• Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos po- nenamento e pela expansão em sua distribuição geográfica no país,
dres. facilitada por sua reprodução partenogenética e fácil adaptação ao
• Usar calçados e luvas de raspas de couro pode evitar aci- meio urbano.
dentes. • Escorpião-marrom (T. bahiensis) - encontrado na Bahia e
• Vedar soleiras das portas e janelas ao escurecer, pois mui- regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
tos desses animais têm hábitos noturnos. • Escorpião -amarelo -do -nordeste (T. stigmurus) - espécie
• Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos en- mais comum do Nordeste, apresentando alguns registros nos esta-
tre o forro e paredes, consertar rodapés despregados, colocar sa- dos de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
quinhos de areia nas portas e telas nas janelas. • Escorpião -preto-da -amazônia (T. obscurus) - encontrado
• Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques. na região Norte e Mato Grosso.
• Combater a proliferação de insetos para evitar o apareci-
mento das aranhas que deles se alimentam. Atualmente, há 19 famílias de escorpiões distribuídas em todo
• Afastar as camas e berços das paredes. Evitar que roupas o mundo. Os gêneros que causam os mais graves acidentes são:
de cama e mosquiteiros encostem no chão. Inspecionar sapatos e Androctonus e Leiurus (África setentrional), Centruroides (México e
tênis antes de calçá-los. Estados Unidos) e Tityus (América do Sul e Ilha de Trinidad).
203
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Os grupos mais vulneráveis são as trabalhadores da construção O que fazer em caso de acidente escorpiônico
civil, crianças e pessoas que permanecem maiores períodos dentro • Limpar o local com água e sabão.
de casa ou nos arredores, como quintais (intra ou peridomicílio). • Aplicar compressa morna no local.
Ainda nas áreas urbanas, estão sujeitos os trabalhadores de ma- • Procurar orientação imediata e mais próxima do local da
deireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, ocorrência do acidente (UBS, posto de saúde, hospital de referên-
por manusear objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar cia).
alojados. • Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de
saúde para saber quais os pontos de tratamento com o soro espe-
Sintomas de acidentes com escorpiões cífico em sua região.
A grande maioria dos acidentes é leve e o quadro local tem • Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de
início rápido e duração limitada. Os adultos apresentam dor ime- saúde.
diata, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido, piloe-
reção (pelos em pé) e sudorese (suor) localizadas, cujo tratamento O que NÃO fazer em caso de acidente escorpiônico
é sintomático. Movimentos súbitos, involuntários de um músculo • Não amarrar ou fazer torniquete.
ou grupamentos musculares (mioclonias) e contração muscular • Não aplicar qualquer tipo de substância sobre o local da
pequena e local (fasciculações) são descritos em alguns acidentes picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina), nem fazer
por Escorpião-preto-da-Amazônia. Já crianças abaixo de 7 anos curativos que fechem o local, pois isso pode favorecer a ocorrência
apresentam maior risco de alterações sistêmicas nas picadas por de infecções.
escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e requerem so- • Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada.
roterapia específica em tempo adequado. • Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líqui-
dos como álcool, gasolina ou querosene, pois não têm efeito contra
Como prevenir acidentes com escorpiões o veneno e podem agravar o quadro.
• Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de en-
tulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas LAGARTAS
proximidades das casas. A lagarta (taturana, marandová, mandorová, mondrová, ruga,
• Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadei- oruga, bicho-peludo) é uma das fases do ciclo biológico de mari-
ras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das ca- posas e borboletas (lepidóptero). Os acidentes provocados por la-
sas. Manter a grama aparada. gartas, popularmente chamados de “queimaduras”, têm evolução
• Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo benigna na maioria dos casos.
menos, numa faixa de um a dois metros junto às casas. As lagartas do gênero Lonomia são as que têm maior relevân-
• Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas cia para a saúde pública, pois podem ocasionar acidentes graves ou
e escorpiões podem se esconder neles e picam ao serem comprimi- mortes, pela inoculação do veneno no organismo, que se dá por
dos contra o corpo. meio do contato das cerdas urticantes com a pele.
• Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos po- Somente a fase larval (lagartas) desses animais é capaz de pro-
dres. É comum a presença de escorpiões sob dormentes da linha duzir efeitos sobre o organismo; as demais (pupa, ovo e adulto) são
férrea. inofensivas, exceto as mariposas fêmeas adultas do gênero Hyle-
• Usar calçados e luvas de raspas de couro. sia (Saturniidae), que apresentam cerdas no abdômen. Em contato
• Como muitos destes animais apresentam hábitos notur- com a pele, essas cerdas podem causar dermatite papuloprurigi-
nos, a entrada nas casas pode ser evitada vedando-se as soleiras nosa.
das portas e janelas quando começar a escurecer. Estas são as duas espécies de lagartas que mais causam aciden-
• Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques. tes no Brasil:
• Combater a proliferação de insetos, para evitar o apareci- • Família Megalopygidae (lagartas “cabeludas”) - são ge-
mento dos escorpiões que deles se alimentam. ralmente solitárias e não-agressivas, de 1 a 8 cm de comprimento,
• Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos en- possuem “pelos” dorsais longos e sedosos de colorido variado (cas-
tre o forro e paredes, consertar rodapés despregados, colocar sa- tanho, branco, negro, róseo), que camuflam as verdadeiras cerdas
quinhos de areia nas portas, colocar telas nas janelas. pontiagudas e urticantes. As cerdas pontiagudas e curtas contêm
• Afastar as camas e berços das paredes. as glândulas de veneno, entremeadas por outras longas, coloridas
• Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no e inofensivas.
chão. Não pendurar roupas nas paredes; examinar roupas, princi- • Família Saturniidae (lagartas “espinhudas”) - vivem em
palmente camisas, blusas e calças antes de vestir. grupos, possuem cerdas urticantes em forma de espinhos, seme-
• Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros lhantes a pequenos pinheiros verdes distribuídos no dorso da la-
recipientes que possam ser mantidos fechados, para evitar baratas, garta, não possuindo pelos sedosos. Têm “espinhos” ramificados
moscas ou outros insetos de que se alimentam os escorpiões. e pontiagudos de aspecto arbóreo, com tonalidades esverdeadas
• Preservar os inimigos naturais de escorpiões e aranhas: mimetizando muitas vezes as plantas que habitam. Nesta família
aves de hábitos noturnos (coruja, joão-bobo), lagartos e sapos. se inclui o gênero Lonomia, com ampla distribuição em todo o País,
causador de acidentes hemorrágicos.
O Brasil é o único país produtor do Soro Antilonômico (SALon).,
específico para o tratamento dos envenenamentos moderados e
graves causados por essas lagartas.
204
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O que NÃO fazer em caso de acidente com lagartas Como prevenir acidentes com animais peçonhentos
• Não fazer torniquete ou garrote, furar, cortar, queimar, es- O risco de acidentes com animais peçonhentos pode ser re-
premer, fazer sucção no local da ferida e nem aplicar folhas, pó de duzido tomando algumas medidas gerais e bastante simples para
café ou terra sobre ela, para não provocar infecção. prevenção:
• Não coçar o local. • usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardina-
• Não aplicar qualquer tipo de substância sobre o local da gem;
picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina), nem fazer • examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, an-
curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência tes de usá-las;
de infecções. • afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora
• Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado ou outros líqui- de armários;
dos como álcool, gasolina ou querosene, pois não têm efeito contra • não acumular entulhos e materiais de construção;
o veneno e podem causar problemas gastrointestinais na vítima. • limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de
parede;
SERPENTES • vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e
O envenenamento ocorre quando a serpente consegue injetar rodapés;
o conteúdo de suas glândulas venenosas, mas nem toda picada leva • utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, jane-
ao envenenamento. Isso porque há muitas espécies de serpentes las e ralos;
que não possuem presas ou, quando presentes, estão localizadas • manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quin-
na parte de trás da boca, o que dificulta a injeção de veneno ou tais, paióis e celeiros;
toxina. • evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas
e manter a grama sempre cortada;
205
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois O que fazer em caso de acidente com animais peçonhentos
metros junto ao muro ou cercas. • Procure atendimento médico imediatamente.
• Informe ao profissional de saúde o máximo possível de ca-
Proteção individual para prevenir acidentes com animais pe- racterísticas do animal, como: tipo de animal, cor, tamanho, entre
çonhentos outras.
• No amanhecer e no entardecer, evitar a aproximação da • Se possível, e caso tal ação não atrase a ida do paciente ao
vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão (ex-
pois é nesse momento que serpentes estão em maior atividade. ceto em acidentes por águas-vivas ou caravelas), mantenha a vítima
• Não mexer em colmeias e vespeiros. Caso estejam em em repouso e com o membro acometido elevado até a chegada ao
áreas de risco de acidente, contatar a autoridade local competente pronto socorro.
para a remoção. • Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços,
• Inspecionar calçados, roupas, toalhas de banho e de rosto, mãos, pernas e pés, retire acessórios que possam levar à piora do
roupas de cama, panos de chão e tapetes antes de usá-los. quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e calçados apertados.
• Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar rou- • Não amarre (torniquete) o membro acometido e, muito
pas fora de armários. menos, corte e/ou aplique qualquer tipo de substancia (pó de café,
álcool, entre outros) no local da picada.
Proteção da população para prevenir acidentes com animais • Especificamente em casos de acidentes com águas-vivas e
peçonhentos caravelas, primeiramente, para alívio da dor inicial, use compressas
• Não depositar ou acumular lixo, entulho e materiais de geladas de água do mar (ou pacotes fechados de gelo – “cold packs”
construção junto às habitações. – envoltos em panos, se disponível). A remoção dos tentáculos ade-
• Evitar que plantas trepadeiras se encostem às casas e que ridos à pele deve ser realizada de forma cuidadosa, preferencial-
folhagens entrem pelo telhado ou pelo forro. mente com uso de pinça ou lâmina. Procure assistência médica para
• Não montar acampamento próximo a áreas onde normal- avaliação clínica do envenenamento e, se necessário, realização de
mente há roedores (plantações, pastos ou matos) e, por conseguin- tratamento complementar.
te, maior número de serpentes. • Não tente “chupar o veneno”, essa ação apenas aumenta
• Evitar piquenique às margens de rios, lagos ou lagoas, e as chances de infecção local.
não encostar-se a barrancos durante pescarias ou outras atividades.
• Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de Diagnóstico e tratamento de acidentes com animais peço-
parede e terrenos baldios (sempre com uso de EPI). nhentos
• Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e O diagnóstico é realizado com base na identificação do animal
rodapés. causador do acidente. Em alguns casos, há recomendação de exa-
• Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, jane- me complementar. O tratamento é sintomático e com soro antive-
las e ralos. neno, de acordo com cada espécie e com cada situação. Todos os
• Manter limpos os locais próximos das residências, jardins, tratamentos e atendimentos são oferecidos, de forma integral e
quintais, paióis e celeiros. gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
• Controlar roedores existentes na área e combater insetos, Dependendo dos sintomas, podem ser adotadas medidas para
alívio da dor, como compressas mornas (acidentes por aranha-ar-
principalmente baratas (são alimentos para escorpiões e aranhas).
madeira e viúva-negra). Havendo ou não melhora, o paciente deve
• Caso encontre um animal peçonhento, afaste-se com cui-
ser levado ao serviço de saúde mais próximo para ser avaliada a
dado e evite assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareça morto, e pro-
necessidade de administração de soro específico.
cure a autoridade de saúde local para orientações.
Primeiros socorros em caso de acidentes com animais peço-
nhentos
Orientação ao trabalhador na prevenção de acidentes com
Lavar o local da picada com água e sabão; não fazer torniquete
animais peçonhentos
ou garrote, não furar, cortar, queimar, espremer ou fazer sucção no
• Usar luvas de raspa de couro e calçados fechados, entre local da ferida, nem aplicar folhas, pó de café ou terra para não pro-
outros equipamentos de proteção individual (EPI), durante o manu- vocar infecções; não ingerir bebida alcoólica, querosene, ou fumo,
seio de materiais de construção (tijolos, pedras, madeiras e sacos como é costume em algumas regiões do país; levar a vítima imedia-
de cimento); transporte de lenhas; movimentação de móveis; ativi- tamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber
dades rurais; limpeza de jardins, quintais e terrenos baldios, entre o tratamento adequado em tempo.
outras atividades.
• Olhar sempre com atenção o local de trabalho e os cami-
nhos a percorrer.
• Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos NOÇÕES BÁSICAS DE VIGILÂNCIA EM
de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de le- SAÚDE AMBIENTAL
nha ou entre pedras. Caso seja necessário mexer nesses lugares,
usar um pedaço de madeira, enxada ou foice. Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em
• Os trabalhadores do campo devem sempre utilizar os tópicos anteriores
equipamentos de proteção individual (EPIs), como botas ou per-
neiras, evitar colocar as mãos em tocas, montes de lenha, folhas e
cupinzeiros.
206
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Prezado Candidato, o tema acima arboviroses, já foi abordado A água não é um fator limitante no meio urbano, mas é possí-
em tópicos anteriores vel interferir nos outros fatores para que espécies indesejadas não
se instalem ao nosso redor. Por isso é importante conhecer o que
ESPÉCIES SINANTRÓPICAS serve de alimento e abrigo para cada espécie que pretendemos
controlar, e tomar ações preventivas, para evitar o uso de produtos
Fauna da cidade químicos que podem afetar outras espécies.
Os animais silvestres, nativos ou não, que conseguem se adap- Exemplos de animais sinantrópicos
tar a viver junto ao homem são chamados de animais sinantrópicos.
Diferentemente dos animais domésticos, que o homem cria e cuida Nome comum: sagui-de-tufos-pretos
para companhia (como cães e gatos), produção de alimentos (como
galinhas e porcos) ou para transporte (como cavalos e jumentos). Nome científico: Callithrix penicillata
Algumas espécies de animais sinantrópicos podem causar danos Nome comum: rato-castanho
econômicos e transmitir doenças, causando danos à saúde de seres
humanos e outros animais. Nome científico: Rattus norvegicus
Nome comum: Morcego-fruteiro
A perda de ambientes naturais com o crescimento das cidades
e o desmatamento para diferentes fins são fatores que contribuí- Nome científico: Sturnira lilium
ram para que esses animais se adaptassem a viver na zona urbana. Nome comum: Saruê
Em alguns casos, a presença desses indivíduos pode gerar incômo-
dos e riscos à saúde pública, mas também é possível uma convivên- Nome científico: Didelphis albiventris
cia harmônica, como no caso de aves, abelhas, formigas e capivaras.
De acordo com a Instrução Normativa IBAMA 141/2006, a fauna Nome comum: Tuim/periquitinho
sinantrópica pode ser definida da seguinte forma:
Nome científico: Forpus xanthopterygius
(…)
IV – fauna sinantrópica: populações animais de espécies silves- Nome comum: quero-quero
tres nativas ou exóticas, que utilizam recursos de áreas antrópicas,
de forma transitória em seu deslocamento, como via de passagem Nome científico: Vanellus chilensis
ou local de descanso; ou permanente, utilizando-as como área de Nome comum: coruja-buraqueira
vida;
Nome científico: Speotyto cunicularia
Cabe ainda citar o Decreto n.º 37.078/2016 que regulamenta
o artigo 41, da Lei nº 5.321, de 06 de março de 2014, que Institui o Nome comum: aranha-bananeira/armaderia
Código de Saúde do Distrito Federal, e dá outras providências. De
acordo com a referida normativa: Nome científico: Phoneutria nigriventer
Art. 2º Define-se como vetores, animais sinantrópicos ou peço- Nome científico: Tityus serrulatus
nhentos ou moluscos, para efeitos deste Decreto:
I – Vetor mecânico: ser vivo que veicula o agente patogênico Nome comum: carrapato-estrela
desde o reservatório até o hospedeiro potencial;
II – Animais sinantrópicos ou peçonhentos: espécies de animais Nome científico: Amblyomma cajennense
que, indesejavelmente, coabitam com o homem em sua morada ou
arredores e que trazem incômodos, prejuízos ou riscos à saúde pú- Nome comum: Abelhas indígenas
blica, tais como baratas, formigas, ratos, cupins, brocas, pulgas, ara-
nhas, escorpiões, carrapatos, moscas, mosquitos, vespas, pombos, Nome científico: Meliponini
morcegos, traças, caramujos, percevejos, grilos, etc; Nome comum: Taturana
III – Molusco: animal de corpo mole, não segmentado, viscoso,
com simetria bilateral, excepcionalmente assimétrico, com concha Nome científico: Lonomia
interna ou externa. Nome comum: mosquito-da-dengue
207
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Nome científico: Periplaneta americana 4. Controlar os vetores no meio ambiente é uma medida profi-
lática recomendada para diminuir a incidência de:
(A) leishmaniose tegumentar americana, febre amarela e do-
NOÇÕES BÁSICAS EM EMERGÊNCIAS EM ença de Chagas.
SAÚDE PÚBLICA (B) carbúnculo ou “antraz”, malária e dengue.
(C) tularemia, doença priônica e triquinose.
(D) leptospirose, histoplasmose e febre amarela.
Prezado(a), (E) dengue, malária e doença de Creutzfeldt-Jacob.
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico 5. A “tripanossomíase americana” é o nome dado à:
será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área (A) Cólera
é reservada para a inclusão de materiais que complementam a (B) Doença de Chagas
apostila, sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos (C) Leishmaniose cutânea
relacionados a este material, e que, devido a seu formato ou ta- (D) Leishmaniose mucocutânea
manho, não cabem na estrutura de nossas apostilas. (E) Leishmaniose Tegumentar Americana
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são 6. As manifestações clínicas da doença de Chagas se devem à
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem morte de células nos tecidos envolvidos.
e podem ser acessados seguindo os passos indicados na página ( ) Certo
2 deste material, ou por meio de seu login e senha na Área do ( ) Errado
Aluno.
7. Os exames empregados para detectar Doença de Chagas, tu-
Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha berculose e hepatite são, respectivamente,
melhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação (A) Machado Guerreiro, Pesquisa de BK e HBs Ag.
da apostila. (B) Pesquisa de BK, Machado Guerreiro e VDRL.
(C) Pesquisa de BK, VDRL e Machado Guerreiro.
Se preferir, indicamos também acesso direto ao https://bvs- (D) Machado Guerreiro, Pesquisa de BK e HTs At.
ms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_resposta_emergencias_ (E) Machado Guerreiro, VDRL e Pesquisa de BK.
saude_publica.pdf
8. Qual é a doença cujas manifestações clínicas da fase crônica
Bons estudos! aparecem na vida adulta, anos após a fase aguda, apresentando al-
terações cardíacas e/ou digestivas?
QUESTÕES (A) Febre tifoide
(B) Leishmaniose visceral
(C) Doença de Chagas
1. Entende-se por “Gestão Ambiental” um conjunto de medi- (D) Infecção por poliovírus
das que têm importância fundamental na conservação do meio am- (E) Esquistossomose mansônica
biente e na qualidade de vida dos habitantes das cidades.
( ) Certo 9. A malária é transmitida pelo mosquito infectado com proto-
( ) Errado zoários do gênero Plasmodium.
( ) Certo
2. Sabendo-se que “saneamento” é o controle de todos os fa- ( ) Errado
tores ambientais que podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-
-estar, físico, mental e social dos indivíduos”, podemos afirmar que:
“Saneamento ambiental é o conjunto de investimentos públi-
cos em políticas de controle ambiental que busca resolver os graves
problemas gerados na infraestrutura das cidades”.
( ) Certo
( ) Errado
208
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
10. É um processo de elevada relevância para a preservação do (D) Quando um local público apresenta riscos à saúde indivi-
meio ambiente. dual e coletiva em função de seus aspectos físicos, higiênicos
(A) Saneamento básico e sanitários.
(B) Reciclagem (E) N.D.A.
(C) Abastecimento de água
(D) Drenagem de águas pluviais 14. No atendimento à vítima de acidente ofídico, é correto:
(A) Estimular a vítima a correr para eliminar o veneno pelo suor.
11. Sobre saneamento, analise as afirmativas a seguir. (B) Garrotear o membro afetado para impedir a circulação do
I. O sistema de esgotos ajuda a reduzir despesas com o trata- veneno no organismo.
mento tanto da água de abastecimento, quanto das doenças pro- (C) Sugar o local da picada para reduzir a quantidade de veneno
vocadas pelo contato humano com os dejetos, além de controlar a na circulação sanguínea.
poluição das praias. (D) Realizar perfurações em torno do local da picada para pro-
II. O esgoto pode ser de vários tipos: sanitário (água usada para mover sangramento, diminuindo assim a quantidade de vene-
fins higiênicos e industriais), sépticos (sem tratamento), pluviais no no sangue.
(águas pluviais), combinado (sanitário + pluvial), cru (em fase de (E) Elevar o membro afetado para reduzir edema local.
putrefação) e fresco (recente, ainda com carbono livre).
III. Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar 15. Os acidentes causados por animais peçonhentos são consi-
ou modificar as condições do meio ambiente e tem a finalidade de derados graves.
prevenir doenças e promover a saúde. Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F
IV. Normalmente, qualquer atividade de saneamento tem os ) em relação ao assunto.
seguintes objetivos: controle e prevenção de doenças, melhoria da ( ) O veneno do escorpião preto e amarelo tem ação neuro-
qualidade de vida da população, melhorar a produtividade do indi- tóxica. A dor no local da picada pode ser aliviada com compressas
víduo e facilitar a atividade econômica. mornas e analgésicos.
Marque a opção que apresenta as afirmativas CORRETAS. ( ) O veneno da aranha marrom tem ação proteolítica. A lesão
(A) I – II – III – IV é endurecida e escura, podendo evoluir para ferida com gangrena
(B) I – III e necrose.
(C) I – III – IV ( ) O veneno da serpente surucucu (Lachesis) tem ação prote-
(D) II – III olítica, neurotóxica e interfere na coagulação, sendo frequente a
(E) II – IV. infecção e a necrose na região da picada e a insuficiência renal.
( ) O veneno da serpente cascavel tem ação proteolítica e neu-
12. A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito rotóxica, devendo ser tratado com soro antielapídico.
Aedes aegypti. Sobre o assunto, é CORRETO afirmar que:
(A) A infecção por dengue pode ser assintomática. Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima
(B) A infecção por dengue é bacteriana. para baixo.
(C) Quem já teve a doença não desenvolve novamente. (A) V • V • F • F
(D) Só é preciso se preocupar com a proliferação do mosquito (B) V • V • F • V
durante o período de chuva. (C) V • F • V • F
(D) F • V • V • V
13 A vigilância sanitária zela pela saúde pública, utilizando de (E) F • F • V • F
ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de
intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, 16. A leishmaniose tegumentar americana é:
da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de (A) É uma doença infecciosa causada por bactéria.
interesse da saúde. Também é seu papel, assessorar os profissio- (B) É uma doença infecciosa parasitaria causada por um verme.
nais dos serviços de saúde na prevenção e controle de infecções (C) É uma doença infecciosa e contagiosa.
relacionadas à assistência à saúde e investigar as notificações de (D) É uma doença infecciosa, não contagiosa.
desvios de qualidade de produtos, serviços e ocorrência de surtos (E) N.D.A.
relacionados a saúde. Então, os riscos sociais à saúde que a vigilân-
cia sanitária combate são: 17. Para o controle da leptospirose, são necessárias:
(A) Quando ocorre a comercialização de alimentos sem padrão (A) Identificar e monitorar unidades territoriais de relevância
de identidade de qualidade; isto resulta no não atendimento epidemiológica e investigar e caracterizar surtos.
das necessidades básicas de alimentação de quem compra o (B) Medidas preventivas de ambientes individuais ou coletivos
produto. devem ser estimuladas, tais como: utilização de repelentes,
(B) Quando o esgoto, o lixo e a água usada em locais públi- uso de mosquiteiras, poda de árvores, de modo a aumentar
cos, não têm um destino adequado, com a presença de vetores a insolação, para diminuir o sombreamento do solo e evitar as
como ratos, baratas e insetos. condições favoráveis, realizar limpeza dos ambientes que ficam
(C) Alimentos e outros produtos em processos de produção animais domésticos.
e comercialização desenvolvidos em locais insalubre; falta de (C) Medidas ligadas ao meio ambiente, tais como obras de sa-
equipamentos de proteção individual (gorros, botas, aventais e neamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto), me-
máscaras) para profissionais. lhorias nas habitações humanas e o combate aos ratos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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