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Máquinas Elétricas e Transformadores (Irving Lionel Kosow)

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>

15
V.

i
*

MÁQUINAS ELÉTRICAS
E TRANSFORMADORES

/
Volume 1
J*

FICHA CATALOGBÁFICA

- -
(Preparada pelo Centro de Catalogaç&o na Fonte,
Câ mara Brasileira do Livro, SP)

K 88m
Kosow, Irving Lionel, 1919 -
Mâquinas elétricas e transformadores |por| Irving L.
Kosow ; tradução dc Felipe I.uis Daiello e Percy Antônio
Soares. Porto Alegra, Globo, 1982.
p. ilust. ( Enciclopédia técnica universal Globo)
Bibliografia.
í 9
1. Maquinaria elétrica yC Máquinas elétricas 3. Trans
'

-
formadores elétricos I. titulo. II.''Série.

-
17. CDD 621.31

-
18. -621.314
621.31042
76 0029 17. e 18. - \

1. Maquinaria elétrica : Engenharia elétrica 621.31 (17.)


621.31042 (18.)
2. Máquinas elétricas : Engenhkria 621.31 (17.) 621.31042 j
.

(18 )
3. Transformadores : Engenharia elétrica 621.314 (17. e 18.) i

«
KJ V,
i
!>

• ENCICLOPÉDIA TÉCNICA UNIVERSAL GLOBO

V
*
A l/
Irving Lt Kosow, Ph. D.
Staten Island Community
City University of New York

l
4- MÁQUINAS ELÉTRICAS
E TRANSFORMADORES
Volume 1
Tradução de
FELIPE LUIZ RIBEIRO DAIELLO A
e
PERCY ANTÔNIO PINTO SOARES á &
Professores de Eletrotécnica na Universidade Federal do Rio Grande
do Sul e na Pontif ícia Universidade Cat ó lica do Rio Grande do Sul

4? Edição

02247/83
EDITORA GLOBO
Porto Alegre. Rio de Janeiro
\I
1882
V *
to
q rC >Í0 V) '
^0
~
:J ,
r
Tí tulo original da edição norte-americana :
ELECTRIC MACHINERY AND TRANSFORMERS

Copyright © 1972 by Prentice- Hall, Inc., Englewood Cliffs, N. J. 07632

1 .* Edição — dezembro de 1977


2 * TLdição — junV»o de 1979
3^ Edição
— outubro de 1979

. O 1’ArUS n 1

í (o

Planejamento gráfico de Sônia M. de Mendonça Heinz

Capa de Leonardo Menna Barreto Gomes

Direitos exclusivos de tradução, em l íngua portuguesa , da


Editora Globo S.A.
Av. Get ú lio Vargas, 1271
— —— —
90000 Porto Alegre, RS
Rua Sarg. Silvio Hollenbach , 350 21510 Rio de Janeiro, RJ
i
1
'

A minha esposa
RUTH
e meus filhos
SONIA, MARTIN e JULIA

t:

/
pref ácio

Este livro é um desenvolvimento do trabalho anterior do autor Electric Machinery


and Control , publicado originalmente em 1964. Ao revisar, suplementar e atualizar
aquele trabalho, ficou claro que seriam necessários dois volumes para apresentar
-
convenientemente o material e manter se em dia com os conhecimentos atuais.
Várias razões ditaram esta escolha. O trabalho original já era bastante
grande (acima de 700 páginas), e o novo material que se pensava utilizar traria
como resultado um volume muito pesado e dispendioso.
Uma divisão l ógica entre a teoria das máquinas elétricas e as aplicações
prá ticas das mesmas já existe na bibliografia. Já há numerosos trabalhos em
volumes separados nestas áreas, de modo que existe um precedente para esta
dicotomia. O estudante que necessita de fundamentos teóricos das máquinas
elétricas e de suas características começará a ter contato com o assunto de um
modo diferente daquele de que necessitam o engenheiro e o técnico prá ticos
nesse campo. Os ú ltimos estão principalmente interessados na utilização e nas
aplicações práticas das máquinas elétricas tratadas no segundo volume, embora
ocasionalmente se torne necessá ria a referência a este primeiro volume.
O primeiro volume, portanto, é um texto que reflete a realimentação de
parte dos professores e alunos que usaram o anterior Electric Machinery and
Control. Para responder a numerosas solicitações, foi adicionado um novo
capí tulo sobre Transformadores. Também foram inseridas quest ões em
cada
capí tulo, para intensificar a compreensão qualitativa do material, por parte do
leitor. A linguagem do texto foi, em parte, reescrita, para tornar claras importantes
diferenças teóricas, facilitar a compreensão e, sobretudo, para permitir o estudo
autodidata. Foram incluídos novos problemas e exemplos ilustrativos. As abre
viaturas das unidades foram revisadas, para refletir os padr ões da IEEE.
-
A exposição lógica para o estudo das máquinas elétricas, citada no pref ácio
do livro anterior Electric Machinery and Control, foi ressaltada por dois problemas
mundiais relevantes: a poluição (de nossas terras, águas e da atmosfera) e a
superpopulação. A ú ltima trouxe, como resultado, exigências de potência e de
transporte personalizado extraordinariamente crescentes, junto com bens
de
consumo de uma grande variedade, concomitantes com um padrão de vida
crescente, e isto inevitavelmente conduziu à poluição. Em consequência, os
engenheiros e cientistas estão reconsiderando a geração de potência elétrica,
a
conversão de energia e o uso de técnicas de tração elétrica (livre de poluição ou
com poluição relativamente baixa) para o transporte ferroviário e automotor.
O automóvel elétrico, citado pelo autor como uma possibilidade no livro anterior,
está se tornando rapidamente uma realidade, como decorrência. O escurecimento
parcial e os blackouts dos ú ltimos anos da d écada de 60 são uma consequ
ência
direta da insaciável necessidade do homem de potência elétrica, de modo geral;
e, especificamente, da maior confiança nas máquinas elé tricas. Os anos 70 verã o,
inevitavelmente, um intensificado interesse pela conversã o da energia elé trica e
pelas máquinas elétricas, por parte dos governos, instituições educacionais
e
indústrias, como resposta a esses problemas pressionantes do globo terrestre.
Fez-se uma firme tentativa no sentido de unificar o objetivo deste livro e
seu método de apresentação, como tinha sido já feito no seu anteces
sor. O
capí tulo 1 apresenta o princí pio unificador de que em todas as máquinas
girantes
ocorre a ação geradora simultaneamente com a ação motora. O capí tulo 2
trata
dos enrolamentos, baseando-se antes nas semelhanças do que nas diferen ç
as entre
as máquinas de corrente contínua e de corrente alternada. Os capítulos 5 e
7
tratam da reação da armadura e da operação em paralelo, respectivament ,
e de
uma forma unificada similar, que conduzem a generaliza ções comi respeito
aos
efeitos da excitação e da reação da armadura em todas as máquinas elé
tricas.
Os capítulos 8 e 9 acentuam as distinções entre máquinas síncronas e assí ncronas,
tendo sempre por objetivo a melhor compreensão das caracteírsticas dos
nadores, motores síncronos, geradores e motores de indução, e de vários motores-
alter
*
monof ásicos. O capí tulo 11 sobre máquinas especiais inclui seisins, servom
otores
e excitatrizes de campos mú ltiplos, bem como outras máquinas de campo cruzado,
essenciais para o estudo dos servomecanismos. O rendimento das máquinas
elétricas é tratado no capí tulo 12 como um t ópico unificado na convers
ão eletro-
mecânica, na qual o rendimento das máquinas CC e CA e a teoria fundamental
dos testes básicos est ão estreitamente interligados. Este capitulo
també m dispensa
particular atenção à capacidade, seleção, controle da velocidade e
manutenção

i
S3

cfas máquinas elétricas. O capí tulo final sobre transformadores está intimamente
ligado e refere-se aos capítulos prévios sobre alternadores e rendimento, para
salientar as semelhanças e unificar a apresentaçã o. Este capítulo também inclui
conversões polif ásicas de ordem superior para elevadas exigências de potência CC.
Conforme já se fez notar antes, a ênfase do trabalho, calcada em 25 anos de
experiência did á tica do autor, está dirigida ao estudo por conta pr ópria. O
resultado disso é um material de texto um tanto mais detalhado, exemplos
ilustrativos indicando solu ção dos problemas, e muitas questões específicas des-
tinadas a motivar o leitor. Também daí decorre a vantagem da diminuição da
carga do trabalho do professor, transferindo mais responsabilidade para o aluno
no processo de aprendizado. Consequentemente isto libera o professor para pôr
mais ênfase naqueles aspectos da matéria em que ele sente que há necessidade
de ênfase e estudo aprofundado, e naqueles tó picos particulares em que os alunos
precisam de ajuda. Além disso, devido ao seu aspecto de autodidatismo, o presente
trabalho é indicado para um curso de dois semestres, ou de um semestre, neste
campo. No último caso, o professor pode especificar capí tulos específicos, e ou
seções dentro dos capí tulos, como representativos do delineamento do curso /
,
com a recomendaçã o preliminar de que o aluno leia todo material explanatório
periférico de que venha a necessitar em outras seções dos capítulos, para alargar
e aperfeiçoar seus conhecimentos.
Agradecemos e apresentamos nosso reconhecimento à equipe da Prentice-
Hall, em geral, e a Steven Bobker em particular, por sua supervisão cuidadosa
na produção do manuscrito e por muitas sugestões proveitosas, de que resultou
i a presente forma do livro. O autor também agradece o encorajamento e auxílio
de Matthew Fox, Editor executivo, e de Edward Francis, Editor de tecnologia
eletrónica.
Como sucedeu com meus outros livros e com o trabalho editorial, minha
í esposa, Ruth, contribuiu significativamente de maneira direta na leitura das
provas e na indexa ção deste livro, e de maneira indireta com seu encorajamento,
paciê ncia e compreensão em todos os muitos dias de solid ão e isolamento neces-
sá rios para produzir este trabalho.

Trving L. Kosow

Cidade de Nova Iorque , 1971

/
sumário
1 FUNDAMENTOS DE ELETROMECÂNICA 1

-
11
1-2
Conversão eletromagnética de energia, 2
Relações existentes entre indução eletromagnética e força eletro-
magnética, 3
-
13 Lei de Faraday da indução eletromagnética, 4
-
14 Fatores que afetam o valor da fem induzida, 5
-
15
--
16 Lei de Lenz, 10

Sentido da fem induzida Regra de Fleming, 9

-
^1 7 Geradores elementares, 12
-
18
'
ProVa da regra de Fleming da mão direita, por meio da lei de
Lenz, 12
-
19 Polà ridade de um gerador elementar, 13
-
1 10 Fem senoidal gerada por uma bobina girando num campo mag
nético uniforme à velocidade constante, 13
-
-
1 11 Retificação por meio de um comutador, 15
-
1 12 O enrolamento em anel de Gramme, 18
-
^1 13 Tensão, corrente e potência nominais das máquinas, 22
1-14 Fem média gerada em um quarto de volta, 23
-
1 15 Equação fundamental de tensão do gerador CC para fem entre
as escovas, 25
^ 1-16 Força eletromagnética, 26
XIV MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

1-17 Fatores que afetam o valor da força eletromagnética, 26


1 - 18 Sentido da força eletromagnética e regra da mão esquerda, 28
1-19 Força contra-eletromotriz, 29
-
1 20 Comparação entre a ação motora e a ação geradora, 29

2 CONSTRUÇÃO DE MÁQUINAS E ENROLAMENTOS 38

2-1 Possibilidades das máquinas elétricas, 38


2-2 Construção da máquina CC, 39
-V 2-3 Construção das máquinas síncronas (campo fixo), 41
2-4 Construção de máquinas síncronas com campo móvel, 41
-
25
2-6
Construção da máquina de indução assíncrona, 43
Campos e circuitos magnéticos da máquina de CC, 43
2-7 Reatância da armadura, 44
2-8 Campos e circuitos magnéticos nas máquinas CAU 45
2-9 Cálculo do fluxo magnético, 46
2-10 Enrolamentos da armadura, 48
2-11
renças, 50

Enrolamentos ondulados e imbricados semelhanças e dife-

2-12
-
2 13

Enrolamentos Sumá rio, 54
Enrolamentos da armadura de máquinas sí ncronas CA, 55
-
2 14
2-15
Enrolamentos de camada simples e dupla, 56
Enrolamentos de passo fracionário, 57
-
2 16
2-17

Enrolamentos distribuídos fator de distribuição, 59
Efeito do passo fracioná rio e da distribuição de bobinas na forma
de onda, 62
2-18 Fem gerada numa máquina síncrona CA, 64
-
2 19 Frequência das máquinas síncronas CA, 66

3 RELAÇÃO DE TENSÃO NAS MÁQUINAS CC — GERADORES CC 72

3-1 Generalidades, 72
3-2 Tipos de geradores CC, 73
-
33 Diagrama esquemá tico e circuito equivalente de um gerador
shunt , 73
-
3-4 Diagrama esquemático e circuito equivalente de um gerador -
série, 75
3-5 Diagrama esquemático e circuito equivalente de um gerador
composto, 76
-
36 Gerador com excitação independente, 78
-
37 Características de tensão a vazio dos geradores CC, 79
-
38
-
39 -
- —
Geradores auto excitados Resistência de campo, 82
-
Auto excitação de um gerador shunt, 83
-
3 10 Resistência crítica de campo, 84
t

SUMáRIO XV

3-11 Razões que impedem a auto-excitação, 85


-
3 12 Efeito da carga no impedimento de excitação de um gerador-
shunt , 86
3- 13 Caracteristicas tensão-carga de um gerador-shunt, 87
3-14 Efeito da velocidade nas caracteristicas a vazio e sob carga de um

3-15
-
gerador shunt, 89
Regulação de tensão de um gerador, 91
3-16 Gerador-série, 92
3-17 Gerador composto, 93
3-18 Caracteristicas do gerador composto cumulativo, 94
3-19 Ajustamento do grau de compensação dos geradores compostos
cumulativos, 96
-
3 20
3-21
Caracteristicas do gerador composto diferencial, 97
Comparação das caracteristicas carga-tensão dos geradores, 98
3-22 Efeito da velocidade nas caracteristicas carga-tensão dos gera-
dores compostos, 99

4 TORQUE EM MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA


MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA
— 106
4-1 Generalidades, 106
-
42
4-3
Torque, 107
Equação fundamental do torque em máquinas de CC, 111
4-4 Força contra-eletromotriz ou tensão gerada no motor, 113
4-5 Velocidade do motor como função da fcem e do fluxo, 114
4-6 Fcem e potência mecâ nica desenvolvida pela armadura do
motor, 116
-
47 Relação entre torque e velocidade do motor, 117
4-8 Dispositivos de partida para motores de CC, 119
4-9 Caracteristicas do torque eletromagnético dos motores CC, 121
4 10- Caracteristicas de velocidade dos motores CC, 124
^ 4-11 Regulação de velocidade, 130
4-12 Torque externo, HP e velocidade nominais, 130
- -13
4 Inversão do sentido de rotação, 132
4 14- Efeito da reação da armadura na regulação de velocidade de to
dos os motores CC, 133
-
5 REAÇÃO DA ARMADURA E COMUTAÇÃO NAS MÁQUINAS
ELÉriTUCAS 140
5-1 Generalidades, 140
-
52
5-3
Campo magnético produzido pela corrente da armadura , 141
Efeito do fluxo da armadura no fluxo polar, 142
5-4 Deslocamento da linha neutra em geradores com relação a mo-
tores, 145

i
XVI MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES
r
5-5 Compensação para a reação da armadura em máquinas de CC,
146
5-6 O processo de comutação, 150
57-
5-8
Tensão de reatância , 153
Reação da armadura na máquina CA, 154
r

5-9 Sumá rio da reação da armadura nas máquinas elétricas, 157

6 RELAÇÕES DE TENSÃO EM MÁQUINAS CA — ALTERNADORES 164

61-
6-2
Generalidades, 164
Construção, 165
6-3 Vantagens da construção de armadura estacionária e campo
girante, 165
£\ 6-4 Máquinas primárias, 168
i 65* Circuito equivalente para máquinas síncronas mono e poli -
fásicas. 169
6-6 Comparação entre o gerador CC de excitação independente e o
altemador síncrono de excitação por fonte externa, 171
6-7
nador para vários fatores de potência de carga, 171
-
Relação entre a tensão gerada e a tensão nos terminais do alter
-
?
1

v
( 6-8 Regulação de tensão de alternadores síncronos CA para vá rios
fatores de potência, 175 !
t
v

69- Impedância síncrona, 177


-
6 10 O método da impedância síncrona (ou fem) para o cálculo da
regulação de tensão, 178
6-11 Hipóteses inerentes ao método da impedância síncrona, 183
6-12 -
Corrente de curto circuito e o uso de reatores para limite de
corrente, 184

7 OPERAÇÃO EM PARALELO 192

-
71 Vantagens da operaçã o em paralelo, 192
-
72 Relações de tensão e corrente para fontes de fem em paralelo,
193
7-3 -
Operação em paralelo de geradores derivação, 196
7-4 Condições necessá rias para operação em paralelo de geradores
derivação, 197
-
75- Operação em paralelo de geradores compostos, 198
76- Condições necessárias para a operação em paralelo de geradores
compostos, 199
7-7 Procedimento para pôr geradores em paralelo, 201
7-8 Condições necessá rias para ligar alternadores em paralelo, 202
/ 7-9
J Sincronização de alternadores monofásicos, 203

fe&í-s.
'\

SUMáRIO XVII
7-10 Efeitos da corrente de sincronização (circulante) entre alterna
dores monofá sicos, 206 -
7-11 Divisão de carga entre alternadores, 213
7-12 Caça ao sincronismo ou oscilação de alternadores, 216
7-13 Sincronização de alternadores polif ásicos, 218
17-14 Sincronoscó pios, 220
7-15 Indicador de sequência de fases, 222
7- 16 Sumá rio do procedimento para ligar em paralelo alternadores
polifá sicos, 223

8 RELA ÇÕ ES DE TORQUE EM MÁQUINAS CA —


MOTORES SÍNCRONOS 229
8- 1 Generalidades, 229
8-2 Construção, 231
8 -3 Operação do motor sí ncrono, 231
8 -4 Partida de motores sí ncronos, 233
8-5 Partida de um motor sí ncrono como se fosse um motor de indução,
através de seus enrolamentos amortecedores, 234
8 -6 Partida do motor sí ncrono sob carga , 236
8-7 Operaçã o do motor sí ncrono, 237
8-8 Efeito do aumento de carga para um motor sí ncrono com ex-
cita çã o normal ( E g f = V f ) , 242
8 -9 Efeito do aumento de carga em condi ções de subexcitaçâo
( E g f < / ) 244
8- 10
*’
Efeito do aumento de carga em condições de sobreexcitação
( E g f > V f ) , 245
8- 11 Sumá rio dos efeitos do aumento de carga (desprezando os efeitos
da reaçã o da armadura) sob excitação constante, 245
8- 12 Efeito da reaçã o da armadura , 246
8-13 Ajuste do fator de pot ê ncia do motor sí ncrono sob carga cons-
tante, 248
8-14 Curvas V de um motor sí ncrono, 251
8-15 Cá lculo do â ngulo de torque e da tensão gerada por fase para
um motor sí ncrono polifásico, 255
' 8- 1 6 Uso do motor sí ncrono como corretor do fator de pot ência , 263
8-17 Torque eletromagné tico desenvolvido por fase em um motor
sí ncrono, 265
8- 18 Capacidade de motores sí ncronos, 269
8-19 Capacitores sí ncronos, 270
8-20 Limite económico da melhora do fator de potência, 271
8-21 Cálculo da melhora do fator de potência do motor sí ncrono
utilizando o método kW-kvar , 273
8-22
8-23
— Uso do compensador sí ncrono como reator síncrono, 275
Utilização do motor sí ncrono para variação de frequência, 277
XVIII MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

8-24 O motor supersí ncrono, 278


8-25 Tipos especiais de motores sí ncronos que não empregam excita -
ção CC no campo, 279
8-26 O motor sí ncrono de induçã o, 279
8-27 Motor de relutâ ncia , 281
8-28 Motor de histerese, 282
8-29 Motor subsí ncrono, 283
8-30 —
Fontes está ticas Fontes para alimentação CC do campo atra-
vés de componentes de estado sólido, 284
8-31 Motores sí ncronos sem escovas, 284

9 MÁQUINAS DE INDUÇÃ O POLIFÁSICAS (ASSÍNCRONAS) 294


9- 1 Generalidades, 294
9-2 Construção, 295
9- 3 Produçã o de um campo magnético girante pela aplicação de
tensões alternadas polifásicas ao enrolamento da armadura , 296
9-4 Princí pio do motor de indução, 300
9-5 Condutores do rotor, fem induzida e torque ; rotor parado, 302
9-6 Torque má ximo, 308
9-7 Características operacionais de um motor de indução, 310
9-8 Características de funcionamento de um motor de indução , 311
9-9 Efeito de variações na resistência do rotor, 314
9-10 Característica de partida com resistências inseridas no circuito
do rotor , 315
9- 11 Características de funcionamento com resistências inseridas no
circuito do rotor, 321
9-12 Torque do motor de induçã o e potência desenvolvida no rotor ,
322
9-13 Medida do escorregamento por vá rios métodos, 328
— 9-14
9-15
Partida do motor de indução, 330
Partida com tensã o reduzida com autotransformador , 331
9-16 Partida com tensão reduzida, com reator ou resistor primá rio , 333
\ 9- 17 Partida estrela -triâ ngulo, 334
9-18 Partida por fase dividida, 335
9-19 Partida de motor de indução de rotor bobinado, 336
9-20 Motor de indução com partida de ligação direta à linha , com
rotor de dupla gaiola, 336
9-21 Classificação comercial dos motores de indução, 338
9-22 O gerador de indução , 342
9-23 Máquinas de indução como conversores de frequência , 344

10 MOTORES MONOFÁSICOS 354


• )
10-1 Generalidades, 354
10-2 Constru ção de motores de indução monofásicos, 356
SUMáRIO XIX

10-3 Torque equilibrado de um motor de indução monofásico parado,


356
10-4 Torque resultante num motor monofásico de indução, como
resultado da rotação do rotor, 358
10-5 Motor de induçã o de fase dividida ( partida à resist ência), 361
10-6 Motor de fase dividida com partida a capacitor , 364
10-7 Motor de fase dividida com capacitor permanente (de um só
valor), 367
10-8 Motor a duplo capacitor , 369
10-9 Motor de indução de pólo ranhurado, 371
10-10 Motor de indução com partida à relutâ ncia , 374
10-11 Motores de comutador monof ásicos, 376
11-12 O princí pio de repulsão, 376
10-13 Motor de repulsã o comercial, 380
-
10 14 . Motor de indução com partida à repulsão, 382
-
10 15 Mo'or de repulsão-indução, 383
10-16 Motor universal, 385
-
10 17 O motor-série CA , 387
10-18 Sumá rio dos tipos de motores monofásicos, 389

11 MÁQUINAS ESPECIAIS 397

&
11 - 1 Generalidades, 397
11-2 Gerador de pólo desviado, 398
11-3 Gerador de três escovas, 399
11 -4 Máquina homopolar ou acíclica , 401
11-5 Dinamotores, 402
11-6 Conversor rotativo monofásico, 404
11-7 Conversor rotativo polifásico, 408
11 8- Geradores para sistemas a três condutores, 413
11-9 Efeito da resistência da linha e de cargas desequilibradas em sis-
temas a três condutores, 416
11- 10 Conversores de fases de indução, 420
-
11 11 Dispositivos sincronizantes (seisin), 421
11-12 Seisins potência e sistemas de laço sincro, 429
-
11 13 Servomotores CC, 431
-
11 14 Servomotores CA, 434
11-15 O gerador de Rosenberg, 436
11-16 O amplidino, 438
11-17
11-18

Excitatrizes de campo m últiplo Rototrol e Regulex, 441
Motor CC sem escovas, 444
XX MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

12 RELAÇÕES DE POTÊNCIA E ENERGIA ; RENDIMENTO,


SELEÇÃ O DA CAPACIDADE E MANUTENÇÃO DE
MAQUINAS ELÉTRICAS GIRANTES 458
12- 1 Generalidades, 458
12- 2 Perdas de potência das máquinas, 460
12-3 Diagramas de fluxo de potência , 463
12-4 Determinaçã o das perdas, 464
12-5 Rendimento das máquinas CC, 465
12-6 Rendimento m áximo , 468
12- 7 Duplicação do fluxo e da velocidade, 472
12-8 Rendimento da m á quina sí ncrona CA, 473
12-9 Ventilaçã o dos alternadores , 476
12-10 Rendimento de má quinas sí ncronas CA através do método do
motor CC calibrado, 477
12- 11 Rendimento das má quinas assí ncronas de induçã o, 478
12- 12 Resist ê ncia equivalente de um motor de indução, 479
12-13 Rendimento do motor de indução a partir dos ensaios a circuito
aberto e de curto-circuito ( rotor bloqueado ), 480
12- 14 Rendimento do motor de induçã o pelo método do AIEE do
circuito equivalente de carga -escorregamento, 484
12-15 Rendimento de motores monofásicos, 486
12-16 Fatores que afetam a capacidade das má quinas, 487
12-17 Aumento de temperatura , 487
12-18 Tensões nominais, 490
12-19 Efeito do ciclo de trabalho e da temperatura ambiente ha ca -
pacidade, 491
12-20 Tipos de carcaças, 491
12-21 Velocidades nominais ; classificações em velocidades ; reversi -
bilidade, 492
12-22 Fatores que afetam a seleçã o de geradores e motores, 495
12-23 Manutenção, 497

13 TRANSFORMADORES 511
13-1 Definições fundamentais, 511
13-2 Relações no transformador ideal, 514
13-3 Imped â ncia refletida , transformação de imped â ncias e trans-
formadores reais, 521
13-4 Circuitos equivalentes para um transformador real de potência ,
527
13-5 Regulaçã o de tensão de um transformador de pot ência , 530
13-6 Regulaçã o de tensã o a partir do ensaio de curto-circuito , 533
13-7 -
Hipóteses inerentes ao ensaio de curto circuito, 537
13-8 Rendimento do transformador a partir dos ensaios a vazio e de
curto-circuito, 538
SUMáRIO XXI
13-9 Rendimento di á rio, 543
13-10 Identifica çã o das fases e polaridade dos enrolamentos do trans
formador , 545
-
\ -
13 11 Ligaçã o dos enrolamentos de um transformador em sé rie e em
paralelo , 549
13- 12 .
O autotransformador, 552
13-13 Rendimento do autotransformador , 560
13-14 Transforma ção trifásica , 562
13- 15 As harm ónicas nos transformadores, 569
13-16 Importâ ncia do neutro e meios para obtê-lo, 571
13-17 -
Relações de transformaçã o V V — o sistema delta aberto, 573
13- 18 A transformação T - T , 575
13- 19 Transformaçã o de sistemas trifá sicos para sistemas bifásicos —
A ligação Scott , 579
-
13 20 Transforma çã o de sistemas trifá sicos em hexaf ásicos, 582
-
13 21 Uso de transformações polif ásicas em conversão de potência ,
589

APÊNDICE
607
Í NDICE ALFABÉTICO E REMISSIVO
625
UM

fundamentos de
eletromecâ nica

Durante muitos anos, os campos da geração e da conversão da potência elétrica


ocuparam um lugar sem destaque na opinião pú blica, em comparação aos campos
mais atraentes das vá lvulas eletrónicas e dos transístores. Os engenheiros ele-
tricistas, cientistas, professores e seus alunos consideravam a potência elétrica
um campo estéril de estudo, com falta de desafio, oportunidade ou mesmo interesse.
Ainda assim, numerosos estudos, americanos e internacionais que estimaram as
reservas de combustíveis f ósseis dos Estados Unidos (carv ão, gás e petróleo, res-
ponsá veis por 96 % do seu suprimento de energia), seu crescimento populacional,
e seu crescente padrão de vida predisseram uma reserva estimada otimista de
combustível de 230 anos e uma reserva estimada pessimista de 23 anos.1 São
apontadas novas fontes de energia, bem como métodos mais eficientes de sua
conversão. O problema repercute mundialmente.* As explorações insaciáveis
do homem nas profundezas do oceano e no espaço começaram a estimular a
investigação de outros meios de conversão de energia (solar, bioqu ímica, química
e nuclear ). Mas, seja qual for o método de geração de energia, parece que, uma

HUTCHESON, J . A. Engineering for the future. Journal of Engineering Education , 602-7, Apr.
1960.
*A crise energé tica de 1973 pode ser encarada como um alerta para o problema.

> Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

vez que a eletricidade é a ú nica forma de energia cujo controle, utiliza çã


o e
conversão em outras formas é relativamente f á cil, ela provavelmente continuará
a ser a forma principal de energia utilizada pelo homem. Parece ent ão que este
é um campo em rela çã o ao qual devemos continuar a experimentar os desafios
e as respectivas recompensas.
Este texto preocupa -se principalmente com a utilização, controle e conversã o
eletromecâ nica da energia, bem como a sua transmissão e distribuição. Inde-
pendentemente de quais meios ex ó ticos ou sofisticados de geração elétrica venham
a ser descobertos no futuro, os princí pios da conversã o e utiliza ção da eletricidade
devem ainda ser fomentados, analisados e desenvolvidos. .

1-1. CONVERSÃO ELETROMAGN ÉTICA DE ENERGIA

A primeira indicação da possibilidade de intercâ mbio entre energia elétrica


e mecâ nica foi apresentada por Michael Faraday em 1831. Esta descoberta
é
considerada por alguns como o maior avan ço individual no progresso da ciê ncia
para atingir o aperfeiçoamento final da humanidade. Deu in ício ao gerador
e
-
ao motor elétrico, ao microfone, ao alto falante, ao transformador, ao galvan ô
metro e, de fato, a praticamente todos os dispositivos cujos princí pios e
-
caracte-
rísticas ser ã o considerados neste volume. ( V. Seç. 1-3.)
A conversão eletromagn é tica de energia, como a entendemos hoje, relaciona
as forças el é tricas e magn é ticas do á tomo com a for ça mecâ nica aplicada à
matéria e ao movimento. Como resultado desta relação, a energia mecânica pode
ser convertida em energia elétrica, e vice-versa, através das máquinas el étricas
Embora esta conversão possa também produzir outras formas de energia como
.
calor e luz, para a maioria dos usos prá ticos avan çou -se até um est á gio onde as
perdas de energia reduziram-se a um m ínimo e uma conversão relativamente
direta é conseguida em qualquer das direções. Assim, a energia mec
ânica de uma
queda-d’á gua é facilmente convertida em energia el é trica atravé
s de um alternador ;
a energia el é trica produzida é transformada, por conversão eletroma
gn ética de
energia, numa tensão mais elevada para transmissã o a longas
dist â ncias e, em
algum ponto terminal, é transformada novamente para distribuição
numa
subesta çã o, onde, a partir de um centro de carga, se distribuirá energia elétrica
a
consumidores específicos como fazendas, f á bricas, resid ê ncias e estabelecimento
s
comerciais. Nestas aplicações individuais, a energia elé trica pode, mais
uma vez,
ser convertida em mecâ nica através dos motores, em energia térmica
através de
estufas el é tricas, em energia luminosa através do uso de lâ mpadas el
étricas, e em
energia qu í mica através do uso de t écnicas e processos eletroquí micos
; ou pode
ser convertida a outras formas de energia elétrica, pelo uso de conversores
rotativos,
retificadores e conversores de frequ ência. A energia elétrica produzida
através
desta conversão eletromecânica de energia pode ser reconvertida várias
vezes
através de dispositivos apresentados neste livro, antes que a energia seja
finalmente
convertida à forma que realizar á o trabalho útil.
Este capí tulo preocupa-se apenas com os fundamentos e as rela ções existen
entre energia elétrica e energia mecânica. ;
tes
.t

%
FUNDAMENTOS DE ELETROMECâ NICA 3

1-2. RELAÇÕ ES EXISTENTES ENTRE INDUÇÃ O


ELETROMAGNÉTICA E FOR ÇA ELETROMAGNÉTICA
Foram descobertos certos fenô menos eletromagnéticos naturais que relacionam
as energias elétrica e mecâ nica. A relativa facilidade com que se processa tal con-
versão de energia é devida, de fato, ao conhecimento dessas relações. Para a
maioria das aplicações usuais, a conversão de energia elétrica em mecâ nica, e
vice- versa, pode ser considerada como uma reação reversí vel. À medida que o
processo deixa de ser completamente reversí vel e outras formas indesejá veis de
energia são nele produzidas ( tais como energias t é rmica, luminosa e qu í mica),
resultam perdas de energia do sistema eletromecâ nico. O assunto das perdas de
energia e do rendimento é tratado no Cap. 12. A descrição dos fen ô menos eletro-
magnéticos, a seguir apresentada, pressupõe completa conversão eletromecâ nica
de energia.
Talvez os efeitos eletromagn éticos mais importantes sejam os relativos à
for ça mecâ nica aplicada a um corpo ( isto é, uma massa consistindo de part ículas
carregadas, principalmente prótons e elétrons, em movimento, resultando no
movimento daquele corpo) em presença de campos elétricos e magnéticos. 2
Há quatro desses efeitos a serem considerados aqui. Os dois primeiros são
mencionados brevemente. Os dois ú ltimos são o assunto deste capí tulo. Estes
fenô menos envolvidos na conversão eletromecânica de energia são:

1 . A força de atração que existe entre as placas ( opostas) carregadas de um capacitor.


Esta2 força é mecânica por natureza ; pois, se uma amostra de dielétrico fosse colocada
:( FEstática= Q1.Q2entre
/d as placas, ela tenderia a mover-se em direção à parte do campo elétrico onde a
densidade é maior . O campo elétrico age, assim, sobre uma amostra do dielétrico,
de modo a manter um campo eletrostático (elétrico) de densidade máxima. Por esta
razão, se a amostra tiver forma irregular, alinhar - se-á com seu eixo mais extenso (ou
com máxima massa) paralelamente ao campo . Assim, partículas de mica dispersas
numa superfície se alinham na presen ça de um campo elétrico.
2. O princ í pio da relutância : uma força mecânica é exercida sobre uma amostra de
material magnético localizado em um campo magnético. A força tende a agir sobre
o material de modo a levá- lo para a posição onde o campo magnético tem a maior
densidade. Se a amostra for irregular , tenderá a se alinhar de forma a produzir uma
relutância magnética mínima e, conseqúentemente, uma densidade máxima de fluxo.
Assim, limalhas de ferro se alinham, em presença de um campo magnético, paralela -
mente à direção do campo. (Seçs. 8- 17 e 8 -27.)
3. Indução eletromagnética. ( V . Seç. 1 - 3 . )EEletromag= B.l.v.Senq
4. Força eletromagnética. ( V . Seç. 1 - 16. ) B=f /A
FEletromag= B.l.I.Senq

2
Certos efeitos termel étricos , gaivanomagné ticos e termomagné ticos ( por exemplo, os efeitos
f de Hall , Ettingshausen , Nernst , ou Righi - Leduc) não envolvem uma força aplicada a um corpo
* condutor ou movimento de um tal corpo, mas servem para relacionar os campos elétricos e magné -
ticos às propriedades da matéria . No efeito de Hall , por exemplo, uma corrente elé trica longitu-
dinal (produzida por um campo elétrico longitudinal) produzirá, na presença de um campo magné-
tico perpendicular, um campo elé trico transversal . Como não há movimento envolvido, este efeito
não é considerado um fenômeno de energia eletromecâ nica. Estes efeitos, excluindo o princí pio
do transformador, são estranhos ao objetivo deste texto e não serão considerados .

V=R.I P=V.I P=V.I.I Q= P.t Gerador de CC - Dínamo


1
M
li.
P=R.I2 Q= R.I2.t
4 Gerador de CA - Alternador
4 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

1-3. LEI DE FARADAY DA INDUÇÃ O ELETROMAGN ÉTICA

Anteriormente à descoberta de Faraday, uma tensão era gerada num circuito


atrav és de uma ação qu í mica, como a que ocorre numa pilha ou numa bateria
de acumuladores. A incompará vel contribuição da descoberta de Faraday, em
1831, foi a geração de uma tensão através do movimento relativo entre um campo
magné tico e um condutor da eletricidade. Faraday chamou esta tensão de
“induzida”, porque ocorria apenas quando havia movimento relativo entre o
condutor e um campo magnético, sem contato “f ísico” efetivo entre eles. O
dispositivo verdadeiro de Faraday assemelha-se ao que aparece na nota de rodapé
8, mas o princí pio da indução eletromagn ética é talvez mais compreensí vel a
partir do diagrama mostrado na Fig. 1 1. -

Força no condutor

s
s
u
produzindo V

Fem induzida , e

—-
Fig. 1 -1 Condutor de comprimento /
movendo se em um campo magné tico B ,
para gerar uma fem .

A afirmativa geral da lei de Faraday pode ser a que se segue.

O valor da tensão induzida em uma simples espira de fio


é proporcional à razão de variação das linhas de for ça que
passam através daquela espira (ou se concatenam com ela).

Neumann, em 1845, quantificou esta afirmativa em uma equação, na qual


o valor da for ça eletromotriz (fem) induzida gerada era diretamente proporcional
à razão de variação do fluxo concatenado.

4>
Emed = r — abvolts = —0t x 10 8
V (1-1)
FUNDAMENTOS DE ELETROMECâ NICA 5

onde Emed é a tensão m édia gerada em uma ú nica espira ( volts/espira)


<t> é o n ú mero de maxwells ou linhas de força magn ética concatenadas
pela espira durante*
t o tempo em segundos no qual <j> linhas são “concatenadas”
108 é o n ú mero de linhas que uma espira deve concatenar por segundo
para que seja induzida uma tensã o de 1 volt.

Do estabelecido acima e da equa çã o, é bastante evidente que uma fem induzida


gerada pode ser aumentada através do aumento da for ça do campo magn ético
(isto é, do n ú mero de linhas do fluxo em movimento com relação ao condutor),
ou da diminuição do tempo durante o qual ocorre a variação no fluxo concatenado
(isto é, um aumento na velocidade ou no movimento relativo entre o condutor
e o campo magn ético).
a. -- d
1 4. FATORES QUE AFETAM O VALOR DA FEM INDUZIDA
-
A quantificação de Neumann da lei de Faraday, como estabelecida na Eq.
-
(1 1), mantém -se verdadeira apenas quando o circuito magnético é fisicamente
o mesmo do começo ao fim e durante o per íodo em que ocorrem as variações do
fluxo concatenado. Em m áquinas elétricas rotativas, entretanto, a variação do
fluxo que concatena cada espira individual devido à rotação (quer da armadura,
quer do campo) n ão é claramente definida ou facilmente mensurá vel. É mais con-
veniente portanto, expressar esta razão de variação em função de uma densidade
média de fluxo (suposta constante) e da velocidade relativa entre este campo e
um condutor singelo movendo-se através dele. Na Fig. 1- 1, para o condutor de
comprimento ativo l a fem induzida instant â nea pode ser expressa como3

í? = Blv 1(T 8 V (1- 2)

onde B é a densidade de fluxo em gauss ( linhas/cm 2) ou em linhas/pol 2


l é o comprimento da por ção ativa do condutor que concatena o fluxo
em cm ou em polegadas
v é a velocidade relativa entre o condutor e o campo em cm /s ou em pol/s.

Em unidades práticas ou inglesas a Eq. (1-2) pode ser expressa como


1
e= y Blv 1(T 8 V ( 1-3)

*0 sistema de unidades utilizado pelo autor é o sistema CGS, donde o aparecimento do fator 10 - 8
3
-
A Eq. ( 1 -2) pode ser derivada da Eq . ( 1 1), da seguinte maneira : se o condutor da Fig. 1 1 -
se movimenta de uma dist â ncia ds no tempo dt , a alteração no fluxo concatenado pode ser expressa
— —
como d( p = Bl ds. Mas, desde que e = ( d <f> / dt ) 10 8 V, entã o por substituição e = Bl ( ds / dt ) 10 “ 8 V.

Mas como ds / dt é igual à velocidade v do condutor em relaçã o ao campo magn é tico, e = ( Blv ) 10 “ 8 V.
6 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

onde B é a densidade de fluxo em linhas/ pol 2


l é o comprimento em polegadas da porção ativa do condutor que con-
catena o fluxo
v é a velocidade em pés/minuto
10 “ 8
é o n ú mero de linhas que um condutor simples deve concatenar por
segundo, a fim de induzir uma tensão de 1 V.

Se ambas, a densidade de fluxo Be a velocidade relativa do condutor ou


do campo, são uniformes e constantes, então os valores instantâ neo e m édio da
fem induzida são os mesmos. Tanto a Eq. (1-1) como a Eq. (1-3) podem ser usadas,
levando aos mesmos resultados, como mostra o Ex. 1-1.

E X E M P L O Um condutor singelo, de 18 polegadas de comprimento, é movido por uma


1 - 1 força mecâ nica perpendicularmente a um campo magné tico uniforme de 50.000
linhas/pol 2 , cobrindo uma distância de 720 polegadas em 1 segundo. Calcule :
a. A fem induzida instantânea usando a Eq. ( 1 - 3 ).
b. A fem induzida m édia usando a Eq. ( 1 - 1 ).

Solução :

a. e inst = 1 /5 Blv x 10 8
V ( 1 - 3)

linhas 720 pol


= 1 /5 50.000 -
por
( 18 pol )
s
—x
s 1 ±pé 8
x 60 —x X 10 “

V = 6,48 V
min 12 pol
b. (f ) — BA = ( 50.000 linhas/ pol 2 ) ( 720 pol x 18 pol ) = 6,48 x 108 linhas
0 X _ 6,48 x 108 linhas
10 - 8 y IO 8
V = 6,48 V ( 1 -1)

=T X
^ ed t 1 s

As equações precedentes, entretanto, est ão sujeitas a uma série de particula-


ridades que n ão podem ser desprezadas. Na Fig. 1-1 supôs-se que

1 . O campo tem densidade de fluxo uniforme B .


2. A força aplicada para movimentar quer o campo, quer o condutor, quer ambos,
produzirá um movimento relativo uniforme entre eles.
3 O condutor, o campo e o sentido no qual o condutor se move em relação ao campo
.

são m.utuamente perpendiculares ( ortogonais ).

Na sua maior parte, as máquinas comerciais são projetadas de modo que


as duas primeiras suposições possam ser consideradas verdadeiras para todos
os casos prá ticos. Mesmo quando houver alteração na condição de carga, tão
-
logo esta ocorra, pode se imaginar que as novas densidades de fluxo e velocidade
permanecer ão constantes enquanto a dada condição de carga permanecer cons-
tante. A terceira hipótese será discutida brevemente a seguir. Antes de consider á la, -
entretanto, seria de bom alvitre dar -se aten ção a certas implicações da Eq. (1 3). -
Se, por exemplo, qualquer termo desta equação for reduzido a zero, digamos que

J
FUNDAMENTOS DE ELETROMEC â NICA 7

seja a densidade de fluxo B ou a velocidade v , ent ã o a fem induzida no condutor


/ ser á também nula. A fim de induzir uma fem em um condutor dado é, pois,
necessário que haja uma variação cont í nua das ligações do fluxo, isto é, requer-se
*
algum movimento de modo que “ novas” linhas de for ça concatenem o condutor,
ou vice-versa.
Para um dado comprimento ativo de condutor, o produto Bv na Eq. ( 1-3)
representa a razão de varia ção de fluxo concatenado da qual depende o valor
da fem induzida num dado condutor de comprimento l. Aumentando ou a den -
sidade de fluxo ou a velocidade relativa ( ou ambas) aumentará a razão da variação
do íluxo concatenado e, por sua vez, a fem induzida num dado condutor. É tam-
bém claramente evidente que um aumento no comprimento total do condutor não
aumentar á a fem, uma vez que permaneça inalterado o comprimento ativo do
mesmo. O comprimento ativo / pode ser aumentado ( 1) usando-se pólos de campo
maiores ou pólos em maior n ú mero, ou (2) bobinando o condutor sobre si mesmo,
k de modo que vá rios comprimentos ativos sejam ligados em série e apresentados
ao campo magné tico de tal modo que todos se movem no mesmo sentido. Mais
adiante se verá que ambos os mé todos são utilizados nas máquinas comerciais.
Constatou -se que a Eq. (1-3), que representa a fem induzida para um con-
dutor singelo mostrado na Fig. 1-1 e ilustrado no exemplo acima, é um caso
especial ou ideal da fem induzida ( observe-se a hipótese 3). A Eq. ( 1-3) não leva
em conta o fato de que o condutor pode não estar perpendicular ao campo magné-
p-
tico e que seu movimento pode não ser perpendicular a ele. Ambas as possibili-
dades ocorrem na opera ção de m á quinas comerciais e seu efeito consequente no
valor da fem induzida deve ser considerado.
O caso especial de um condutor movimentando-se em â ngulos retos a um
campo magn é tico é mostrado na Fig. 1-1, e esta condição de m ú tua ortogonalidade
é também representada na Fig. l -2a. Para quaisquer campo magn é tico, com-
-O

s (•) s <5> N

(a ) Condutor movendo-se em ângulo (b ) Condutor movendo-se paralela-


reto ao campo magnético. mente ao campo magnético.

S
9

<c) Condutor movendo-se em um ângu- (d ) Condutor movendo-se em um ângu-


lo qualquer no campo magnético. lo qualquer no campo magnético.
& e r 1', 3 V O " •

Fig. 1 -2 — Efeito de variação do fluxo


concatenado na fem induzida em um
condutor .
ti
primento de condutor ativo e velocidade do condutor dados, a fem induzida no
condutor da Fig. l -2a é expressa pelas Eqs. (1-1 ) e (1-3).

W
í -

8 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Considere-se, entretanto, o condutor mostrado na Fig. l -2 b que se move à


mesma velocidade num campo de igual valor, mas numa direção paralela ao campo
magné tico. A fem induzida neste condutor é zero, uma vez que a razã o de variaçã
o
do fluxo concatenado é zero, isto é, o condutor não concatena novas linhas de
for ça ao mover -se paralelamente ao campo magn é tico. Desde que o produto
Bv
na Eq. (1-3) representa a raz ão de variação do fluxo concatenado, é evidente que
esta expressão deve ser igual a zero. Mas a densidade de fluxo e a velocidade s
ão,
respectivamente, as mesmas em ambas as Figs. l -2a e l 2 b, embora no caso
anterior a fem seja má xima e no ú ltimo caso seja nula. Uma vez que se supõe
-
inalterado o comprimento ativo do condutor, é ó bvio que o produto Bv deve ser
multiplicado por algum fator que leve em conta a diferença na razão de variação
de fluxo concatenado produzida por uma mudan ça na direçã o do condutor. Pode
quase intuitivamente inferir que este fator é uma fun çã o senoidal, uma vez que
-se
é zero a zero graus, e má ximo a 90°. Para a fem induzida em qualquer condutor
em movimento em qualquer sentido com respeito ao campo magn é tico ( de refe-
r ê ncia )4, como mostra a Fig. l -2c,
1 1
e = — [ Blv sen { B , t>)] 10 - 8 ou j- ( Blv sen 9) 10 ' 8
V (1-4)

onde todas as quantidades são as mesmas da Eq. (1-3) e onde 0 é o â ngulo


formado por B e v , tomando -se B como referê ncia.

E X E M P L O O condutor do Exemplo 1 - 1 é acionado por uma máquina primá


ria à mesma
1 - 2 : velocidade , mas a um ângulo de 75 ° com relação ao mesmo campo ( em vez
de 90" ). Calcule a fem induzida instant â nea ( e a m é dia ) .

Solução :

e = 1 /5 Blv sen 0 x 1 0 8 V ( 1 - 3)
= 1 /5 ( 50.000 linhas/ pol ) ( 18 pol)
2 720
j2
x 60 pés/min sen 75 ° x 10 V =
~ 8

= 6,48 x sen 75° V = 6,25 V


Chama -se aten çã o para o fato de que B é tomado como refer ê ncia na Eq
.
( 1-4) e na nota de rodapé 4. Como mostra a Fig. l - 2 b, 0 não é zero,
mas efetivamente
180° (embora Bv sen 6 seja zero, desde que o seno de 180° é zero). Na Fig.
l -2d,
6 é maior que 90° como se mostra, mas o sen 9 tem o mesmo valor do sen (180 0).
O caso de um condutor movendo-se perpendicularmente ao campo magné tico,
-
mas guardando um ângulo </> ( diferente de 90°) com relação a ele, é tratado
de
forma semelhante ao Ex. 1-2 acima. Veja-se Eq. (1-4) e a nota de rodapé.

“Pode surgir um problema, onde nenhum dos fatores, B , l ou v sejam mutuamente perpendicu-
-
lares. A Eq. ( 1 3) pode ser multiplicada pelos senos dos â ngulos entre
cada par de quantidades B ,
-
v e B , l usando se B como referê ncia :
e = Blv sen ( B , v ) sen ( B , l ) = Blv sen 9 sen ( p
onde 6 é o â ngulo entre B e v , e
( p é o â ngulo entre B e
i
FUNDAMENTOS DE ELETROMECâ NICA 9

-v .
-.
1 5 SENTIDO DA FEM INDUZIDA — REGRA DE FLEMING
Deve-se notar que, quando um condutor se movimenta num sentido ascendente,
como se mostra na Fig. l - 2c, a partir de uma posição abaixo à direita para uma
ir
posição acima à esquerda, de maneira que 9 seja menor que 90°, a fem induzida
e terá a mesma direção (e polaridade) que a mostrada na Fig. l -2d, onde 9 é
maior que 90°. Desde que sen 0 é positivo para todos os â ngulos entre 0 e 180°,
e da Eq. ( 1-4) é positiva para todos os sentidos com relação a B, de 0o a 180°,
isto é para um movimento ascendente gené rico do condutor. Semelhantemente,
* se a for ça aplicada ao condutor tende a movê-lo descendentemente, como mostra
a Fig. l -3b, o sentido da fem induzida será oposto ao mostrado na Fig. 1-2.
Uma vez que sen 9 é negativo para todos os ângulos entre 180° e 360°, 9 da
í Eq. (1-4) é negativo para todos os sentidos genericamente descendentes. Se o
campo magné tico, entretanto, fosse invertido, também o seriam as polaridades.
& Assim, a referência bá sica para a polaridade e para o â ngulo 9 na Eq. ( 1- 4) é o
sentido do campo magn ético.

Movimento Fr

Campo

N S N

Movimento

(b )

Fig. 1 - 3 — Regra da mão direita de Fleming para o sentido da fem induzida


, ,
(corrente convencional )
.

* .
5
A relação entre os sentidos da fem induzida, do campo magnético e do movi-
mento de um condutor é convenientemente representada e relembrada pela regra
de Fleming, mostrada na Fig. l -3a. Quando é empregada corrente convencional 5
para determinar -se o sentido da fem gerada, pode-se chamar a regra de Fleming
de “regra da m ão direita”, como mostra a Fig. l -3a.
A regra de Fleming da mão direita pressupõe que o campo está estacion á rio
e que o condutor se move em relação a este campo estacioná rio ( de refer ência ).
Uma vez que a fem induzida depende do movimento relativo entre condutor e
campo, ela pode ser aplicada no caso de um condutor estacion ário e de um campo
m óvel, mas fazendo a suposiçã o de que o condutor se movimenta em sentido oposto.
Desde que o polegar na Fig. l -3a mostre o sentido do movimento relativo ascen-
5
Neste texto, utiliza-se a corrente convencional . Todas as regras da mão esquerda e da mão
direita devem, pois , ser invertidas, se o leitor desejar usar o sentido do fluxo eletrónico.
i

10 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

dente apenas do condutor, o sentido da fem induzida na figura


representar á o
movimento descendente de um campo em rela ção a um condutor
estacion á rio.
Usando o polegar para representar o movimento do condutor, o indicad
or para
representar o sentido do campo magn é tico, e o dedo médio para
representar a
fem induzida, o leitor pode verificar o sentido da fem induzida da
Fig. l -3b, que
é oposta à da Fig. l -3a devido ao fato de se ter invertido seu sentido
.

1-6. LEI DE LENZ

Sumariamente, deve-se notar que a lei de Faraday, da indução eletromagn


é-
tica, é apenas um dos efeitos eletromecâ nicos que relaciona a força
mecâ nica
aplicada a um corpo com o campo eletromagn é tico, conforme se
discutiu na
Se ç. 1 -2. Enquanto, nos par á grafos anteriores, se deu ênfase ao movime
nto e ao
sentido do movimento, deve-se atentar que o movimento de um conduto
r num
campo magnético é o resultado de uma força mecâ nica (trabalho) aplicada
ao
condutor. A energia el étrica produzida pela indu çã o eletromagnética requer
,
pois, um dispê ndio de energia mecâ nica de acordo com a lei da conserv
açã o da
energia. A energia para a indu ção eletromagn é tica não é fornecida
pelo campo
magn ético, como se poderia supor, uma vez que n ão se altera nem
se destr ói o
campo durante o processo.
Os sentidos da fem e da corrente induzidas no condutor, representadas
nas
Figs. 1-2 e 1-3, guardam uma relaçã o definida com a variação no fluxo
conca-
tenado que as induz. Esta rela çã o é estabelecida pela lei de Lenz 6 :

Em todos os casos de induçã o eletromagn é tica , uma fem indu


zida fará com que a corrente circule em um circuito fechado,
-
num sentido tal que seu efeito magn ético se oponha à varia çã o que
a produziu .

Esta formulaçã o da lei de Lenz implica em ambos ( 1) uma causa e ( 2)


um
efeito opondo-se à causa. A causa envolvida não é necessariamente o movim
ento
do condutor resultante de uma força mecâ nica, mas uma variação do
fluxo con-
catenado. O efeito envolvido é uma corrente (devida a uma fem induzid
a) cujo
campo se opõe à causa. Assim, em todos os casos de indução eletromagn
ética,
sempre quando ocorre uma varia çã o no fluxo concatenado, uma tensão
é induzida,
a qual tende a estabelecer uma corrente numa direção tal que produza
um campo
6
Em 1833, Heinrich Lenz informou que “a ação eletrodinâ mica de uma corrente
induzida
opõe-se igualmente à ação mecâ nica que a induziu ”. Deve-se notar que
a lei de Lenz é realmente
uma extensã o do princí pio de Le Chatelier. Este estabelece que as forças naturais
l í brio, de tal modo que se opõem a qualquer alteração neste equilí brio
existem em equi -
. A terceira lei do movi-
mento, de Newton, é derivada igualmente deste princí pio : a toda ação, correspon
de uma reação igual
e oposta. Mais ainda , a lei da conservaçã o da energia está impl ícita
na lei de Lenz, uma vez que se
requer energia mecâ nica para a produção de energia elétrica por çã
a o eletromagnética. Assim,
é apenas quando a força vence a resist ência que a energia é gasta.
1
19

FUNDAMENTOS DE ELETROMECâ NICA 11

em oposição à variação do fluxo que concatena as espiras do circuito. Encarado


desta maneira, surgirá um conceito da lei de Lenz que satisfaz todos os casos de
fem induzida, aplicando-se inclusive a transformadores e motores de indução,
bem como da fem induzida em motores e geradores CC. ,
Pode-se também mostrar que a propriedade da indutâ ncia é um efeito e um
resultado da lei de Lenz ( que estabelece que a tensão gerada em um condutor
pela variação do fluxo concatenado estabelecerá uma corrente, cujo campo mag -
nético associado tende a opor -se à variação do fluxo que concatena o condutor ).
De fato, quando um circuito ou seu componente possui a propriedade de opor-se
a qualquer variação de corrente em si, esta propriedade é chamada de indut ância
e a fem induzida é chamada fem de auto- indução. Isto é discutido mais ampla-
mente no Cap. 2, Eq. (2- 2) e no Cap. 13.
Considere-se o condutor mostrado na Fig. l -4a como um gerador elementar,
que é acionado por uma má quina primá ria na direção ascendente, conforme se mos -

S © N S S © N

( a ) Direção da fem (b ) Campo produzido pela (c ) Distorção resultante do


induzida. corrente induzida. campo magnético.

. -
Fig 1 4 — Ilustração da lei de Lenz.

tra. Se uma carga elétrica é ligada a este gerador elementar, a corrente tender á a
circular no condutor, no mesmo sentido da fem, produzindo em torno do con-
-
dutor um campo magnético como mostra a Fig. l 4 b. O campo magné tico, de
sentido anti- horá rio, que circunda o condutor, repele o campo magnético acima
dele e atrai o campo magnético abaixo dele (isto é, a corrente induzida produz
um campo que se opõe ao movimento que a ocasionou). A tendência do campo
magn ético é, pois, de tal natureza, pela lei de Lenz, que se opõe ao movimento
ascendente do condutor.
No caso de um gerador elementar, a energia elétrica é consumida apenas
quando uma carga completa o percurso, de modo que a corrente circula devido
à fem induzida. Mas o campo produzido por esta corrente de carga atua de modo
a reagir com o campo magn é tico do gerador e, assim, opor -se à má quina prim á ria
que aciona o gerador. Quanto mais energia el étrica for solicitada pela carga, mais
forte ser á o campo produzido pela corrente do condutor e em oposição ao movi-
mento da máquina primária que aciona o gerador. Quanto maior for a quanti-
dade de energia el étrica que se solicita do gerador, portanto, maior ser á a oposi-
ção produzida pela interação do campo, e tanto mais energia mecânica é necessária
para acionar o gerador. Inversamente, se o gerador elementar n ão fornece corrente
de carga, não se produz campo em torno do condutor, por não haver corrente
induzida ; e, teoricamente, n ão se requer energia da máquina primária. Novamente,
de acordo com a lei da conservação da energia, o trabalho é feito apenas para vencer
uma resistência.
i
12 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

1-7. GERADORES ELEMENTARES

É desnecessá rio dizer -se que os geradores mostrados nas Figs. 1-1 até 1-4
e discutidos nos par ágrafos anteriores são praticamente inviáveis, por numerosas
razões. Uma destas razões é que tais geradores necessitariam uma máquina pri-
m á ria que comunicasse um movimento linear ou alternativo ao condutor. As
máquinas primá rias comerciais fornecem movimento rotativo aos geradores elé-
tricos comerciais (incluindo aqueles, tais como as máquinas a vapor, que produzem
i movimentos alternativos). Os condutores da maioria dos geradores comçrciais
giram, pois, em torno de um eixo central. Uma vez que o movimento rotativo
ocorre em todos os casos das m áquinas elétricas, torna-se necessá rio estabelecer
uma equação para a fem induzida em termos de movimento rotativo (em vez do
linear ). Esta equação é desenvolvida na Seç. 1-14. ,

á
(1
Embora as máquinas elétricas comerciais tenham muitas bobinas cada uma
consistindo de muitos condutores individuais e espiras ligadas em sé rie, f é con-
/
veniente extrapolar -se seu comportamento a partir de uma bobina elementar de
espira ú nica ( uma espira com dois condutores), girando no sentido hor á rio num
campo bipolar, como mostra a Fig. l -5a. A direção da fem induzida em cada
condutor ou lado de bobina pode ser determinada pela regra da mão direita,
de Fleming, ou pela lei de Lenz, como descrito na Seç. 1-8. A polaridade da fem
de um gerador elementar será definida na Seç. 1-9, e a natureza da forma de onda
da fem será determinada na Seç. 1-10.
1
Eixo de rotação

i S O O N S ® ® N

( b) Campo magnético requerido (c) Direções da fem


(a ) Gerador elementar bipolar . -
para opor se ao movimento. induzida.

-> Fig. 1-5 — Prova da regra da mão direita, de Fleming, através da lei de Lenz .

1 -8. PROVA DA REGRA DE FLEMING DA M ÃO DIREITA,


POR MEIO DA LEI DE LENZ

E interessante notar -se que a direção da fem induzida para um condutor


i
específico, em movimento num dado campo magn ético, pode também ser veri-
ficada através da lei de Lenz. Esta técnica requer o uso da “regra do saca-rolhas
da mão direita” para a direção do fluxo ao redor do, condutor pelo qual circula
a corrente7, bem como da lei de Lenz. O movimento ascendente do condutor
7
JACKSON, H . W . introduction to electric Circuits . 3 . ed . Englewood Cliffs, N . J . , Prentice-
Hall , 1970. Sec. 8-4.

1
FUNDAMENTOS DE ELETROMECâ NICA 13

do lado esquerdo, mostrado na Fig. l -5b, produziria uma fem e uma corrente cujo
campo magné tico opor -se-ia ao movimento ascendente do condutor. Este método
de verificação indaga : “Que tipo de campo magn é tico opor -se-á ao movimento
do condutor?” O raciocí nio indica que um campo magné tico de sentido anti
horário opor-se-á ao movimento do condutor , uma vez que um tal campo produz
-
repulsão acima do condutor e atraçã o abaixo do condutor. Linhas de força na
mesma direção produzem repulsão e em direções opostas produzem atraçã o.
No caso do condutor que está do lado direito, como mostra a Fig. l -5b, uma
!
vez que o condutor se move descendentemente, o campo em torno do mesmo
requereria atra ção acima do condutor e repulsão abaixo dele, para que houvesse
oposição ao movimento do condutor, pela lei de Lenz. Isto é conseguido através
de um campo magnético com o sentido horá rio, em torno do condutor da direita.
Note-se que a Fig. l -5c concorda com a regra de Fleming da mã o direita, na
determinaçã o do sentido da fem induzida. Note-se também que, desde que ambos
os condutores estão no mesmo campo magn ético, mas movimentando-se em sen-
tidos opostos, as fem e os campos magné ticos resultantes produzidos pela corrente
no condutor são inversos um em rela ção ao outro.

-.
1 9 POLARIDADE DE UM GERADOR ELEMENTAR

Deve-se notar que a polaridade do gerador elementar bipolar da Fig. l 5a


mostra o condutor da esquerda como positivo e o da direita como negativo. Esta
-
designa ção de polaridade pode causar alguma confusã o, uma vez que o sentido
convencional de circulação de corrente supõe-na como circulando do terminal
positivo para o terminal negativo. Não há inconsistência nessa designação, entre
tanto, uma vez que o leitor se dê conta de que o condutor deve ser tratado como
-
uma fonte de fem, ou seja, uma bateria. Se uma carga externa fosse ligada aos
terminais mostrados na Fig. l -5a, uma corrente circularia do terminal positivo,
através da carga, até voltar ao terminal negativo da fonte. Desde que uma bobina
de um gerador, e mesmo todo o gerador, é uma fonte de fem, a sua polaridad
e
será sempre determinada pela direção da corrente que ele produzirá numa carga
externa.

-
1 10. FEM SENOIDAL GERADA POR UMA BOBINA GIRANDO NUM
CAMPO MAGNÉTICO UNIFORME À VELOCIDADE CONSTANTE

Se a bobina de uma só espira da Fig. 1 -5 é posta a girar num campo mag


-
nético uniforme a uma velocidade constante, como mostra a Fig. l -6a, a fem
induzida num determinado lado da bobina variar á com o seu movimen
to através
das v á rias posições de 0 a 7, conforme mostra a figura.
Usando o lado ab da bobina como refer ê ncia, note-se que, quando
ele estiver
na posição 0 da Fig. l -6a, a fem induzida na bobina será zero, uma
vez que o
condutor ab ( bem como o condutor cd) est á se movimentando paralelamente
campo magné tico, sem experimentar a variação de fluxo. Quando ao
o condutor


2
^. -

14 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

/ \ Graus
0/ 45° 90° 135° \ 80o 225° 270° 315° 360°
t
0 1 2 3 4\ 5 6 7 /0
Posi ção \ /

(a ) Posições instant â neas de rotação ( b ) Fem nas posições respectivas.


à velocidade constante.

Fig. 1-6 — Fem gerada por uma bobina móvel num campo uniforme .

ab se movimenta para a posição 1, girando no sentido horá rio, ele corta o campo
magnético uniforme num â ngulo oblíquo de 45°. A fem induzida neste condutor
em movimento ascendente, com respeito a uma carga externa, será positiva ( pelo
m étodo descrito na Seç. 1-9) e seu valor será de aproximadamente 70,7 por cento
da m á xima tensão induzida [pela Eq. (1-4) onde 6 é 45°]. A varia ção na tensão
é mostrada graficamente na Fig. l -6 b, onde a fem é positiva na posição 1 e tem
o valor aproximado indicado. Quando a bobina alcan ça 90°, posição 2, o condutor
ab tem o má ximo fluxo concatenado, umá vez que se move perpendicularmente
ao campo magnético, e tem o má ximo valor positivo mostrado na figura anterior
e na Fig. l -6b. A posição 3, que corresponde a um â ngulo de 135°, leva a uma
fem no lado ab da bobina idêntica à produzida na posição 1 [sen 135° = sen 45°
na Eq. (1 - 4)], com polaridade positiva uma vez que o condutor ainda se movi-
menta ascendentemente, mas a variação do fluxo concatenado ocorre numa razão
menor que a da posição 2. Quando o condutor ab alcança 180°, posição 4, a fem
induzida é novamente zero. uma vez que não há variação de fluxo concatenado
quando o condutor se movimenta paralelamente ao campo magnético. Na posição
5, correspondendo a 225°, a fem induzida no condutor ab tem a polaridade inver-
tida, uma vez que ab agora se move descendentemente no mesmo campo magn é tico
uniforme. A fem induzida aumenta até um má ximo negativo a 270°, posição 6,
e finalmente decresce, passando pela posição 7 e voltando a zero na posição 0.
Deve-se notar que a natureza da fem induzida em um condutor que gira num
campo magnético é, ao mesmo tempo, senoidal e alternativa. Posteriormente,
ver-se-á que uma fem alternada é produzida nos condutores de todas as m áquinas
-
girantes, quer CC quer CA. Observe se que durante este processo nã o h á fem
induzida nos condutores bc ou ad, uma vez que eles não estão sujeitos a altera-
ções do fluxo concatenado. Mesmo que estes condutores produzissem fem indu-
zidas eles n ão contribuiriam para a fem da bobina, uma vez que eles se movimentam
na mesma direção no mesmo campo e produziriam, portanto, fem iguais em opo-
sição. Os lados da bobina ab e cd, entretanto, auxiliam- se mutuamente e a fem
total produzida pela bobina é o dobro do valor representado na Fig. l -6b. Deve-se
notar que não se produz fem nas posições 0 e 4, conhecidas como zonas neutras
ou interpolares da máquina.
Deve-se enfatizar o fato de que uma forma de onda senoidal é produzida por
um condutor girando em um campo teoricamente uniforme, como representado
FUNDAMENTOS DE ELETROMEC â NICA
15

na Fig. 1-6, no qual o entreíerro não é constante devido às faces planas



dos pólos.
Se as sapatas polares fossem curvas, de modo que se produzisse um
entreferro
e uma densidade de fluxo mais uniformes (exceto nas regi ões interpo
lares), a forma
de onda da fem induzida tenderia a ser mais achatada, aproximando-se mais de
uma onda quadrada que da senoidal ( ver Fig. 1 -8 ).

.
&
1-11. RETIFICAÇÃ O POR MEIO DE UM COMUTADOR

Todas as máquinas el étricas girantes, independentemente de


seu tipo ou
propósito, geram correntes alternativas (CA), com a ú nica exceçã o
das máquinas
homopolares, 8 A veracidade desta afirmativa advém da consideraçã o
da Fig. 1-6
e do fato de que as má quinas comerciais empregam muitos
condutores que se
movem com rela çã o a pólos de polaridades magn é ticas alternadas
, N-S- N -S- N,
etc. Cada vez que um condutor se movimenta na mesma direçã
o sob um pólo
de polaridade oposta, a direção da fem se inverte. Assim, se as
extremidades dos
condutores ativos da Fig. l -6a fossem ligadas a um circuito externo
por meio de
anéis coletores, uma fem alternada passaria através do circuito, como mostra
a Fig. 1-6 b.
A fim de se converter a tensão alternada (CA) em unidirecional (CC), é
neces-
sá rio empregar -se um dispositivo de chaveamento mecâ nico, que é
acionado pela
rotaçã o mecâ nica do eixo da m á quina. Um tal dispositivo é o comuta
dor elementar
8
-
É bastante irónico notar se que o primeiro gerador elétrico, descobe
e relatado em seu diá rio em 28 de outubro de 1831, foi
rto por Michael Faraday
de fato um verdadeiro gerador de CC,
conhecido como disco de Faraday . Esta máquina é a ú nica exceçã o
entre todas as máquinas rotativas
desenvolvidas após a primeira descoberta de Faraday do gerador
e motor homopolares. A m áquina
consistia de um disco de cobre que girava num campo magnético
permanente ( bipolar). Quando
se girava manualmente o disco, uma fem de corrente contí nua
pura era gerada entre o centro do

N S

=
C 3
o

disco e sua circunferência externa. Ao contrá rio, se se aplicar uma tensão


CC aos mesmos terminais,
o disco gira como motor homopolar. Na experiê ncia pessoal do autor
como professor , vá rios
de seus alunos “descobriram ” independentemente o princípio homopo
lar. É finalmente interessante
notar-se que o princí pio da magneto- hidrodinâ mica ( MHD) é, na realidade, geração homopo
lar, na
qual o condutor em movimento é um plasma ionizado. Este
tipo de geraçã o parece prestar-se à
geração por fusão nuclear a temperaturas extremamente elevadas
. Assim , parece que a partir da
primeira descoberta, por Faraday, completou-se um ciclo completo
e estamos de volta ao princí pio
do gerador homopolar novamente ! Veja Seç. 11-4 para uma discuss
ã o posterior da m áquina homo-
polar .
16 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

i
- í" \
i i
i J .1 o v

0 45° 90° 135° 180° 225° 270° 315° 360°


( a ) Posições instantâ neas da bobina para
(b ) Fem nas escovas e corrente de carga
velocidade de rotação constante.
produzida pela comutação.

Fig. 1-7 — Gerador bipolar com comutador de dois segmentos.

mostrado na Fig. l -7a. Consiste de dois segmentos, apoiados no eixo da armadura


mas dela isolados, bem como isolados um do outro. Cada segmento do comutador
do condutor é ligado, respectivamente, a um lado da bobina. Desde que os lados
da bobina e os segmentos do comutador estão mecanicamente ligados ao mesmo
eixo, a ação mecâ nica da rotação é a de reverter as ligações e a bobina da arma-
dura a um circuito externo estacioná rio, no mesmo instante em que se inverte
a fem induzida no respectivo condutor (isto é, quando o lado da bobina se desloca
para um p ólo de nome oposto).
Como mostram as Figs. 1-6 e 1-7, a fem induzida em um condutor ab é de
polaridade positiva para os primeiros 180° de rotação ( posições de 0 a 4), e de
polaridade negativa para os outros 180° ( posições de 4 a 0), usando-se o m étodo
desenvolvido na Seç. 1-8 para determinação da polaridade. Mas, na Fig. 1 -7, o
condutor ab está ligado ao segmento 1 do comutador e o condutor cd ao segmento
2. Para os primeiros 180° de rota çã o, portanto, a fem positiva produzida pelo
condutor ab é ligada à escova estacioná ria positiva. Para os seguintes 180° de
movimento, a fem negativa produzida pelo condutor ab está ligada à escova
estacioná ria negativa. O mesmo efeito ocorre na ordem inversa para o condutor
cd. Assim, a ação do comutador é de inverter simultaneamente as ligações ao
circuito externo no mesmo instante em que se inverte o sentido da fem em cada
um dos lados da bobina. Cada escova, positiva ou negativa, respectivamente,
é mantida, pois, sempre na mesma (polaridade. A Fig. l -7 b mostra a forma de
onda da fem (e da corrente) produzida como resultado do processo acima para
um ciclo completo ( ou 360°) de rotação.
O comutador e os condutores mostrados na Fig. 1-7 (a) são representados
-
em seção transversal na Fig. l 8a. A posição ilustrada na Fig. l -8a está deslocada
de 90°, no sentido da rotaçã o, em relação à mostrada na Fig. l -7a. Note-se que
as escovas de ambas as figuras estão perpendiculares ao eixo dos pólos, de modo
que a comutação do condutor ocorre quando a bobina está perpendicular ao
campo magn ético ( na chamada zona neutra ou espa ço interpolar ) ou na posição
mostrada na Fig. l - 7a, onde n ão é induzida fem, como nos pontos 0 e 4 da
FUNDAMENTOS DE ELETROMECâ NICA 17

Di reção de
X rotação
\

4
/

4
S
\
\
\ + /
/
N

0
jZXLZX2 4 6 0
(b ) Fem nas escovas produzida por uma bobina
(a ) Gerador elementar. girando num campo magnético uniforme.

I
Fig. 1 8 - — Gerador CC elementar.

Fig. 1 - 7 b. Assim, na Fig. l - 7a n ão circula corrente no resistor de carga R no


momento mostrado, enquanto que na Fig. l -8a a corrente m á xima está circulando
na carga externa R. Note-se que as faces polares da Fig. l -8a são curvas, a fim
de produzir -se um campo magnético mais uniforme e, assim, melhorar a forma
de onda, produzindo uma tensão CC ( bem como uma corrente) de maior valor
médio; com efeito, mantendo-se o valor má ximo por um período maior do
ciclo.
A corrente unidirecional pulsante, que tem um valor zero duas vezes por
ciclo, como mostram as Figs. l - 7 b e 1 - 8 b, é dificilmente utilizá vel como alimen-
tação CC comercial. A fem de sa ída pode ser tornada menos pulsativa pelo uso
de um grande n ú mero de bobinas ou segmentos do comutador. O efeito de
aumentar-se o n ú mero de bobinas e segmentos é mostrado na Fig. l -9a e a forma
de onda resultante é mostrada na Fig. l -9b. Com apenas duas escovas e quatro
segmentos, há agora quatro comutações mostradas como a, b, c, d na Fig. 1 -9 b,
* num ciclo de rota çã o completo ( tempo de t a t' ). Embora a fem resultante seja
* menos pulsante, este tipo particular de enrolamento ( meia bobina, enrolamento
r aberto) n ão é empregado por v á rias razões. A principal desvantagem é que as
fem geradas em cada bobina não se adicionam, porque as bobinas não est ão
ligadas em série. Note-se que a bobina 2 não contacta com as escovas em a e
que a bobina 1 n ã o contacta com as escovas em b.

Bobina 1
I Eixo

t Armadura
2 1 2 ) 2
S N
2 2
/
/ \VAVAvAvA\ '' \
+
t t
1 (b) Forma de onda resultante nas escovas.
* (a) Vista da seção transversal.

- — Efeito de quatro condutores e segmentos sobre a forma de onda de saída.


Fig. 1 9

¥
%
m


'*
18 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

1-12. O ENROLAMENTO EM ANEL DE GRAMME

Um dos primeiros tipos de enrolamentos de armadura projetado para cor-


responder a condutores ligados em série foi o enrolamento em anel de Gramme.
Embora já obsoleto há muitos anos, mostr á - lo-emos aqui porque ele ilustra
muito bem os enrolamentos comerciais, de armadura, em uso. A armadura é a
estrutura que suporta e protege os condutores da corrente ; e uma vez que ela
é parte do circuito magnético, como mostra a Fig. l -9a, é constru ída de ferro
( laminado), para reduzir a relut â ncia magn é tica. É empregado o tipo mais
simples de construção de armadura e de “enrolamento” dos condutores, como
mostra a Fig. l - 10a. A armadura é um cilindro de ferro laminado, que fornece
dois caminhos de baixa relutâ ncia para o fluxo que concatena os condutores.
O enrolamento da armadura é praticado axialmente e espiralmente em volta do
cilindro, com derivações a partir dos segmentos do comutador, a dist â ncias igual-
mente espa çadas no enrolamento, como mostra a Fig. l -10 b. Em oposição ao
enrolamento aberto mostrado na Fig. l -9a, o anel de Gramme é conhecido como
um enrolamento fechado, uma vez que todas as bobinas ligadas entre as escovas
-
est ão em série e o enrolamento é reentrante, isto é, fecha se sobre si mesmo, como
mostra a Fig. l -10a. Para o sentido horá rio de rota ção mostrado, as fem induzidas
produzirão as polaridades de escovas dadas na Fig. l -10 b, usando-se o m étodo
descrito na Seç. 1-8.
Como ocorria no gerador elementar descrito na Seç. 1-10, os condutores
localizados sob um dado pólo terão fem de mesma direçã o, que é oposta à dos
condutores sob o pólo de polaridade oposta, também mostrado na Fig. l -10b.
Cada um dos condutores sob um dado pólo terá uma fem induzida ; e, uma vez
que eles estão todos ligados em série e as direções das fem induzidas são as
mesmas, elas se somarão. O circuito equivalente da armadura representando a
direção das fem induzidas para os condutores sob os dois pólos, respectivamente,
está representado na Fig. l -10c. Imaginando que a armadura está perfeitamente
centrada em relação aos pólos, de modo que os entreferros sejam idênticos, as
somas das fem induzidas sob cada pólo darão valores iguais e opostos, n ão se
produzindo, pois, corrente circulante nos dois caminhos da bateria equivalente
mostrada na Fig. l -10c. Isto é verdade mesmo que as escovas (localizadas no
-
eixo interpolar) sejam desligadas do comutador. Observe se que as duas escovas
estão localizadas nos pontos de polaridade máxima negativa e positiva e que,
quando são ligadas a uma carga externa, servem para produzir dois caminhos
condutores paralelos. Os condutores imediatamente adjacentes às escovas podem
n ão ter tensões induzidas tão grandeS como as que ocorrem diretamente sob o
centro de cada pólo ; mas, uma vez que a tensão entre as escovas é a soma de
todas as fem induzidas e ambos os caminhos têm fem totais iguais, isto pouco
importa. A forma de onda resultante, produzida pelo somat ório das ondas
achatadas individuais, contém um ripple muito pequeno (a componente CA é
praticamente zero), como mostra a Fig. l -10d.
Uma vez que um condutor toma imediatamente o lugar do outro em cada
rotação da armadura, a seção transversal mostrada na Fig. l -10b é uma represen-
tação dinâ mica de uma condição constante ou está tica. Podemos considerar
FUNDAMENTOS DE ELETROMEC â NICA 19
I A

^ Lami nações Sentido


de rotaçãg .
Para a carga
^
C ©
<SL
+ 0
S N S ®< ® N
0 %
0

Da carga
( a ) Enrolamento espiral bipolar e caminhos ( b ) Seção transversal mostrando os condutores,
de fluxo . as tensões induzidas (e correntes ) e as
ligações do comutador .
í Para a carga
+ . 1% Jn
i
Volts
e /caminho
-JL
X- '

Condutores T
-
de pólo S X.
_ Condutores
-X- de pólo-N
I J ^VAVAVAV V V VWl e/cond
â â â

1 Da carga
( c ) Circuito equivalente da armadura . (d )
Uma rotação
da armadura

Forma de onda resultante.

. -
Fig 1 10 — Enrolamento em anel de Gramme.

r que o n ú mero total de condutores que produzem tensão a qualquer instante é


constante, e que a fem resultante por caminho, para uma dada velocidade e uma
dada densidade de fluxo, é também relativamente constante.
*
Se uma carga externa fosse ligada através das escovas, a corrente que circula
em cada um dos caminhos do gerador seria determinada pela fem por caminho,
* pela resistência da carga, e pela resistência interna dos caminhos de enrolamento
da armadura, rs rn
e , correspondendo às resistências dos condutores de pólos
sul e norte, respectivamente, como indica o seguinte exemplo :
i

EXEMPLO Um gerador CC de dois pólos tem em sua armadura 40 condutores ligados


r t
1-3 : em dois caminhos paralelos. O fluxo por pólo é de 6,48 x 108 linhas e a
I velocidade da máquina primária é 30 rpm. A resistência de cada condutor é
0,01 ohm e a capacidade condutora respectiva é 10 A. Calcule :
a. A tensão média gerada por caminho e a tensão de armadura gerada.
b. A corrente de armadura entregue a uma carga externa .
c. A resistência da armadura.
d. A tensão nos terminais do gerador.
20 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Solução:

a. </> total concatenado por volta = P x <£/ pólo = 2 pólos x 6,48 x 108 linhas/ pólo.
Tempo por volta, í/volta

Da Eq . (1-1),
=
^ min/volta
1
= (60 s/min) x 3Q min/volta = 2 s/volta

8
e<r,JCOnd =7 "
X 10 ’
V

2 x 6,48 x 108 linhas 8 V = 6,48 V/condutor


x 10
2 s/volta

Tensão gerada por caminho,


E = ( tensão/condutor) x n.° de condutores/caminho
tf

= ( 6,48 V/condutor) x 40 cond/2 caminhos


= 129,6 V/caminho
Tensão de armadura gerada,
Eg = tensão gerada/caminho
= 129,6 V

b. Ia = ( //caminho) x 2 caminhos = (10 A/caminho) x 2 caminhos = 20 A


r por caminho / -r 0,01 ohm condutor
* Ra = n.° de
, r—
caminhos =
0
v —
2= caminhos
T 20 condutores = 04 n
x ^
• ,

d. Vt = Eg - IaR = 129,6 V - [20 A x 0,1 O] = 427,6 V


0
( M 0)

O enrolamento em anel de Gramme não é mais utilizado, porque os con-


dutores no lado interno do anel são inativos, isto é, não se produz variação de
fluxo concatenado nos mesmos, porque eles são blindados magneticamente pela
armadura. A fim de economizar-se cobre e reduzir-se o peso do enrolamento
da armadura, passou- se a empregar armaduras de enrolamento em tambor, nas
quais todos os condutores se situam na superf ície externa da armadura, locali-
zados em ranhuras, de modo que uma boa parte do condutor é ativa. Uma van-
tagem te órica do enrolamento em anel de Gramme, entretanto, é que qualquer
armadura se adapta a qualquer n úmero de pólos. O efeito de aumentar-se o
nú mero de pólos sobre o circuito equivalente e a fem é mostrado na Fig. 1 - 11 .
O enrolamento da armadura de quatro pólos da Fig. 1 - 11 é ainda um enro-
lamento fechado ; e como há quatro zonas interpolares nas quais pode ocorrer
a comutação, requerer-se-ão quatro escovas. Para maior clareza, estas escovas
são desenhadas no lado interno do comutador na Fig. 1 - 1 la. Através da regra
de Fleming da mão direita, o sentido da fem induzida e a sua polaridade podem
ser verificados. As duas escovas de polaridade positiva e as duas de negativa,
respectivamente, são ligadas internamente como mostram as Figs. 1 - 1 la e b.
Uma forma redesenhada e simplificada do circuito equivalente é representada
na Fig. 1 - 1 lc. Note-se que o enrolamento de dois pólos da Fig. 1 - 10 requeria

L
í

FUNDAMENTOS DE ELETROMEC â NICA 21

}
N

Rotação

S S

Ligações
interiores
N

(a ) Seção transversal. (b ) Circuito equivalente de armadura.

t r1 1 1
RL
-I
—I—I—I
( ç) Circuito equivalente simplificado
de armadura.

. -
Fig 1 11
— Enrolamento em anel de Gramme de quatro pólos.

duas escovas e produzia dois caminhos através da armadura. O enrolam


ento
de quatro pólos da Fig. 1 - 11 requer quatro escovas e produz quatro caminho
s
atrav és da armadura. O efeito do aumento do nú mero de pólos
sobre a tensão,
a corrente e a potência desenvolvida pela máquina é ilustrado pelo Ex. 1 - e
4
pela Tabela 1 - 1 .

TABELA 1 - 1
EFEITO DO N Ú MERO DE PÓ LOS NAS RELAÇÕ ES DE TENS ÃO,
CORRENTE E POTÊ NCIA DE UMA M ÁQUINA

N ú MERO DE PóLOS
PAR â METRO 2 4
N ú mero de condutores da armadura 40 40
N ú mero de caminhos 2 4
N ú mero de condutores por caminho 2o 10
FEM por caminho 129,6V 64,8V
Corrente por caminho 10A 10A
Tensão nominal nos terminais da máquina 127,6V 63,8V
Corrente nominal na armadura da m á quina 20A 40A
Potê ncia nominal 2.552W 2.552 W
22 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

E X E M P L O O mesmo fluxo total por volta, do Exemplo 1-3, é agora distribu ído igualmente
1-4 : entre quatro pólos. A mesma armadura é acionada à mesma velocidade, e quatro
escovas são usadas para ligar os quatro caminhos da armadura em paralelo.
Repita os cálculos do Ex. 1-3.

Solução :

a. </> total = 2 x 6,48 x 108 linhas e t = 2 s/volta. A fern média gerada/con -


dutor = 6,48 V (do Ex. 1-3)
EJcaminho = tensão/condutor x condutor/caminho =
40 cond
= 6,48 V /cond x 4 cam = 64,8 V/cam
Tensão de armadura gerada E = tensão/caminho = 64,8 V.
tf

b. Ia = //caminho x 4 caminhos = 10 A/caminho x 4 caminhos = 40 A


R caminho
c. Ko = n.°/de cam =
0,01 ohm/cond x 10 cond /4 caminhos = 0,025 Q
d. Vt = Eg - IaRa = 64,8 V - [40 A x 0,025 ft] = 63,8 V ( 1- 10)

Note-se que a tensão nos terminais e a tensão gerada foram reduzidas à


metade dos valores originais, mas a corrente da armadura duplicou. Os Exemplos
-
1 3 e 1 -4 est ã o condensados na Tabela 1-1.

1 -13. TENSÃO , CORRENTE E POTÊNCIA NOMINAIS DAS M ÁQUINAS

A Tabela 1-1 serve para ilustrar a relação fundamental que se aplica a todos
os enrolamentos de armadura de m á quinas modernas. No gerador comercial,
emprega-se um grande n ú mero de condutores para concatenar o fluxo de um
ou mais pares de pólos (o n ú mero de pólos é sempre um n ú mero par ). Como
ilustram os problemas precedentes e a Tabela 1-1, as armaduras comerciais podem
ter dois ou mais caminhos paralelos (o n úmero de caminhos é também sempre
um n ú mero par ). Cada caminho consiste de um grupo de bobinas ligadas em
sé rie, cada bobina possuindo uma tensão nominal admissí vel (no caso de um
motor) ou uma tensão gerada ( para fluxo e velocidade nominais, no caso do
gerador ). A tensão nominal da m á quina é, pois, determinada apenas pelo n ú mero
de bobinas ligadas em sé rie, por caminho, que é aproximadamente igual, e n ão
pelo n ú mero de caminhos em paralelo.9
O fator determinante da corrente nominal da m áquina é a capacidade con
dutora da bobina individual ou do condutor em cada caminho, ou do grupo de
-
bobina ligado em série. Conforme aumenta o n ú mero de caminhos, aumenta
a corrente nominal da máquina. É mais importante, entretanto, compreender
9
Para qualquer dado n ú mero de condutores da armadura , entretanto, um aumento do n ú mero
de caminhos paralelos deve, evidentemente, reduzir tanto o n ú mero de bobinas ligadas em série
por caminho como a tensão.
FUNDAMENTOS DE ELETROMEC â NICA 23

que o n ú mero de caminhos e a corrente nominal de uma dada m áquina podem


ser aumentados apenas à custa da tensão nominal, uma vez que o n ú mero total
de condutores ou bobinas é fixo para uma dada armadura.
A implicação desta ú ltima afirmativa reporta -se a uma relação fundamental,
que se aplica a baterias e pilhas. Uma bateria consiste de um grupo sé rie- paralelo
de pilhas. A pot ê ncia nominal de cada pilha determina, com efeito, a potência
nominal da bateria, independentemente do método de ligação. Para um dado
n ú mero de pilhas, entretanto, a pot ê ncia nominal de qualquer bateria é fixa,
embora sua tensã o e corrente nominais possam variar com as liga ções sé rie-
paralelo empregadas.
A mesma situação existente com respeito à tensã o, corrente e potência
nominais de pilhas e baterias, aplica -se aos condutores e aos enrolamentos da
armadura de uma m á quina. A potê ncia nominal de uma dada armadura é efeti -
vamente fixada pela corrente e tensã o nominais de suas bobinas individuais em
um dado caminho. A ú nica maneira dQ jiumentgr a potê ncia nominal de uma
máquina, com base na consideração acima, é empregar uma armadura maior
tendo mais condutores e bobinas. Assim, o tamanho í f sico é uma indicaçã o apro-
ximada da potê ncia nominal das m áquinas elé tricas.
A Tabela 1-2 ilustra o fato da potê ncia nominal ser independente da forma
pela qual os condutores da armadura são ligados. Por simplicidade, a tensão
e corrente nominais de cada condutor da armadura foram imaginadas como 10 V
e 10 A, respectivamente. A armadura contém 120 condutores, ligados segundo
diferentes n ú meros de caminhos paralelos. Observe-se que a potê ncia nominal
( 120 condutores x 100 W/condutor ) é fixa, mas que a tensão nominal decresce
na mesma proporção em que cresce a corrente nominal.

TABELA 1-2
EFEITO DO AUMENTO DO N Ú MERO DE CAMINHOS
PARALELOS NUMA ARMADURA

CAMINHOS EM TENSã O NOMINAL CORRENTE NOMINAL POTêNCIA NOMINAL


PARALELO VOLTS AMPê RES WATTS
2 600 20 12.000
4 300 40 12.000
6 200 60 12.000
8 150 80 12.000
10 120 100 12.000
20 60 200 12.000

1 -14. FEM M ÉDIA GERADA EM UM QUARTO DE VOLTA

Os pará grafos precedentes estabeleceram (repetidamente) que a fem entre


as escovas das armaduras de bobinas m ú ltiplas era produzida por muitas bobinas
ligadas em série, nas quais cada bobina consistia de muitos fios condutores. A
24 MáQUINAS FXéTRICAS E TRANSFORMADORES

fim de calcular a fem resultante entre as escovas, é primeiramente necessá rio


determinar a fem média induzida num condutor singelo (V. Ex. 1-3) em um
quarto de volta (isto é, 90 graus elétricos), em que o condutor se move, partindo
de uma posição no centro da zona interpolar, para uma posição diretamente sob
o centro de um dado pólo. Como mostram as Figs. l -6b e l -7b, uma bobina
ú nica gira da posição 0 à posição 2 em um quarto de volta (isto é, de uma posição
onde não há fluxo concatenado até uma posição onde o fluxo concatenado é
má ximo). A fem média induzida em cada condutor pode ser derivada da forma
seguinte. Imagine-se que o fluxo total produzido entre os pólos das Figs. l -6a
e l -7a consiste de 0 linhas, e que t é o tempo requerido para um quarto de volta
(isto é, 90 graus elé tricos). Uma vez que o fluxo concatenado foi de zero ao
má ximo num quarto de volta, a fem média induzida numa ú nica espira em uma
bobina de dois condutores (ativos), neste per í odo é (V. Seç. 1-3)

£mcd = 0 — X 10 "
8
V (1-1)
t
Mas, desde que o tempo t , para um quarto de volta é 1/4 s, onde n é o
n ú mero de rotações da bobina por segundo, a fem induzida média por espira é
£med = 4n4> X 10- 8 V

Para uma bobina de armadura consistindo de Ne espiras, a fem média


induzida por bobina é
E med / bobina = 4<t> Nen x 1(T 8 V (1-5)

onde 0 é o n ú mero de linhas ou maxwells por pólo


Ne é o n ú mero de espiras por bobina
n é a velocidade relativa, em rotações por segundo (rps), entre a bobina
de Ne espiras e o campo magnético.

Note -se que a derivação da Eq. (1-5) segue exatamente o procedimento usado
na solu ção do Ex. 1-3, com a exceção de que se utilizam espiras em vez de
condutores. Há dois lados de bobina (dois condutores ativos) por bobina de
espira ú nica.
EXEMPLO Calcule a fem média por bobina e por condutor ativo ( lado de bobina) para
7 -5 : a bobina de espira única do Ex. 1 - 3 usando a Eq. 1 -5.

Solução :
8 ( 1 - 5)
E med/ bob = 40 Nen x 10 '

V
1
= 4 (6,48
x 10 ~ 8 V
= 12,96 V
x 108 linhas/pólo) ( 1 espira) ( 30 voltas/min x

j
^ min/s ) x

E mcd / cond ativo = 12,96 V /bobina x -y bobina/cond ativo =


= 6,48 V/cond ativo
FUNDAMENTOS DE ELETROMECâ NICA 25

1-15. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DE TENSÃ O DO


GERADOR CC PARA FEM ENTRE AS ESCOVAS

A Eq. ( 1- 5) torna possí vel calcular a tensão m édia nominal de uma bobina
(com uma ou mais espiras), girando a uma dada velocidade (rps), sob um pólo
dado cujo campo tenha um valor determinado. Mas a discussão da Seç. 1-13
considerava a tensã o entre as escovas em lun çã o do n ú mero total de condutores
e caminhos, numa dada armadura em combinação com um dado n ú mero de
pó los. A fem m édia induzida entre as escovas pode ser derivada, como se segue.
Se Z é o n ú mero total de condutores de armadura e se a é o n ú mero de
caminhos de bobinas paralelos entre escovas de polaridade oposta, então o
n ú mero toial de espiras Ne por circuito de armadura é Z / 2a. Mais ainda, se a
velocidade N é dada em rpm, então n = N / 60. Finalmente, como a Eq. (1 5) é -
derivada para uma m á quina bipolar , se uma máquina tem P pólos, o resultado
deve ser multiplicado por P/ 2. A fem m édia induzida total entre as escovas,

-
ent ã o, é

Eg = 4( f ) Nen x 10 - 8

onde $ é o fluxo por pólo


KT) (£) ($ - (*!£) 10 “ 8
V ( 1-6)

P é o n ú mero de pólos
Z é o n ú mero de condutores da armadura (duas vezes o n ú mero total de
espiras da armadura)
a à o n ú mero de caminhos paralelos na armadura
IV é a velocidade em rpm.

EXEMPLO Calcule (a) a fem média induzida entre as escovas para os dados do Ex. 1-4,
-
1 6 : usando a Eq. 1-6 e ( b) a tensão aplicada, requerida para vencer a for ça contra
-
eletromotriz (fcem) e a resistência da armadura.

Solução :

a. E 4> ZNP x 10 8
V d -6)
'

* 60a
2 x 6,48 x 108 linhas 40 cond 30 rpm
4 pólos 4 cam x 4 pólos x
60 seg/min
x 10 8
"
V = 64,8 V

b. Vt = Eg + IaRa = 64,8 V + [40 A x 0,025 D] = 65,8 V

O Ex. 1-6 ilustra a unidade fundamental das Eqs. de (1-1) a (1-6), todas as
quais derivam da Eq. (1-1 ), a quantificação de Neumann da lei de Faraday.
26 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

A Eq. ( 1-6) aplica -se a motores e a geradores CC. Para motores, os condu-
tores da armadura giram perto de um campo magn é tico e neles será induzida
uma fem, de acordo com a Eq. (1-6), chamada força contra-eletromotriz ( fcem ).
O Ex. 1-6 ilustra a relação entre fcem e a tensã o aplicada no motor.

1-16. FOR ÇA ELETROMAGN ÉTICA

Mostrou-se na Seç. 1-2 que a conversão eletromecânica de energia de,


praticamente, todas as má quinas elétricas girantes, depende de dois princí pios
básicos do eletromagnetismo, que estão intimamente inter-relacionados, ou sejam
(1) a indu ção eletromagnética e ( 2) a for ça eletromagnética. Os princí pios básicos
da indu ção eletromagné tica foram discutidos nas seções precedentes, e agora
consideraremos a for ça eletromagné tica e sua relação com a indução eletro-
magn é tica.
A Fig. 1-12a mostra um condutor percorrido por uma corrente, situado num
campo magnético uniforme. Uma for ça eletromagnética existir á entre um condutor
e um campo sempre que o condutor percorrido por uma corrente estiver localizado
no campo magnético, numa posição tal que haja uma componente do comprimento
ativo do condutor perpendicular ao campo. Assim, se um condutor se situa num

F Força no
condutor

B- N S N S N

A
( a ) Condutor percorrido por uma ( b ) Fluxo produzido lc) Distorção resultante
corrente num campo magnético . pelo condutor em do campo magné tico .
relação ao campo .
. - — Condutortico
Fig 1 12 dêTcomprimento l , percorrido por uma corrente l , num campo magné-
B , desenvolvendo uma força resultante F.

campo magnético ou é nele inserido, e uma tensão é aplicada a ele, de tal forma
que circule uma corrente, será desenvolvida uma força, e o condutor tenderá a
mover -se em rela çã o ao campo ou vice-versa. O princí pio é algumas vezes
chamado de “a çã o motora”.

1 -17. FATORES QUE AFETAM O VALOR DA


FORÇ A ELETROMAGNÉTICA

A definição acima implicitamente cont ém três requisitos, que afetam o valor


da força eletromagn é tica ( EM ), ou sejam : o campo magn é tico ( B), o comprimento
do condutor ativo ( / ), e o valor da corrente circulante no condutor ( / ). Assim,

iL
T
FUNDAMENTOS DE ELETROMEC â NICA 27

se qualquer um ou todos três fatores variarem, a força EM, F, variará diretamente


e na mesma proporçã o. Se, como na Seç. 1- 4, os fatores B e / forem perpen-
diculares, uma força ortogonal F é desenvolvida.

BIV
F = - dinas ( 1-7)
10

onde B é a densidade de fluxo em linhas por cent í metro quadrado


/ é a corrente em ampè res (absoluta)
f é o comprimento do condutor ativo em centí metros.

Em termos de unidades prá ticas inglesas, a for ça F, em libras, será 10

( B 6,45 cm 2/ pol 2 ) x ( / ) ( / x 2,54 cm/ pol )


F= /
_ BIl
x 10 “ 7
lb (1-8)
10 x 980 dinas/grama x 453,6 grama/lb 1,13

onde B é a densidade de fluxo em linhas por polegada quadrada


/ é a corrente em ampè res
/ é o comprimento ativo do condutor em polegadas.

EXEMPLO Um condutor simples, de 18 polegadas de comprimento, carrega uma corrente


1-7 : de 10 A e é perpendicular a um campo magné tico uniforme de 50.000 linhas/ pol 2.
Calcule a força EM desenvolvida pelo condutor percorrido pela corrente,
em libras.

Solução :

BIl 7 50.000 linhas/ pol 2 x 10 A x 18 pol \


F = U3 x 10 “
lb =
1,13 ^
7
x 10 “

lb = 0,7971b

EXEMPLO Repita o Ex. 1- 7 com o condutor fazendo um â ngulo de 75° com relação ao
1-8 : mesmo campo (em vez de 90°).

Solução :

BIl 7
F = 1,13
x sen ( B, /) x 10 “

lb = 0,797 lb x sen 75° = 0,771b


10
Desde que se supõe, usualmente, que a corrente circula na mesma direção do eixo do con -
-
dutor no sentido do comprimento, a Eq. ( 1 8) n ão está sujeita às mesmas condições de ortogonalidade
-
da Eq . ( 1 4) ( V. Seç. 1 -4). Se um problema surgir, portanto, no qual B e i não sejam perpendicu -
-
lares, a Eq . ( 1 8) pode ser multiplicada pelo seno do â ngulo entre as quantidades B e i , como no
Ex. 1 -8.
M Á QUINAS EL éTRICAS E TRANSFORMADORES
28

ESQUERDA
1 -18. SENTIDO DA FOR ÇA EM E REGRA DA M ÃO
for ça desen-
As Seçs. 1 -16 e 1-17 acima descreveram o valor e a natureza da
r percorr ido pela corrente e ao campo magn é tico,
volvida ortogonal ao conduto
possí vel predeter-
mutuamente perpendiculares, como mostra a Fig. l -12a. E
minar -se o sentido da for ça EM pelo método mostrado
nas Figs . l -12 b e c. A
, produzido pelo con-
Fig. 1-12b mostra o campo magné tico de sentido horá rio
provoca a atra ção
dutor percorrido pela corrente. Observe-se que este campo
deste , conforme mostra
do campo principal acima do condutor e repulsã o abaixo
é tico princip al, criada pelo
a Fig. l -12 b. A resultante distor ção do campo magn
mostra da na Fig . 1-12c. A ten-
campo do condutor percorrido pela corrente, é
a de for çar o condut or numa direção
dência da interação dos dois campos é, assim,
çõ es entre o sentido de corrente no
ascendente, como mostra a figura. As rela
e o sentido da for ça desenv olvida no
condutor, o sentido do campo magnético
recorda dos e determ inados por meio da
condutor podem ser convenientemente

Fem induzida
( força contra- eletromotriz )
For ça
/
Movimento
Corrent è
/
ampo

N N

i
i Forçaem
Fem induzida oposição

(b ) Regra da mão direita, do gerador.


(a ) Regra da mão esquerda , do motor.

Fig. 1-13 — Comparação entre a ação motora e a ação geradora.

regra da mão esquerda ou do motor, como mostra a Fig. l -13


11 a, para as mesmas
no caso da regra da mão direita,
condições de sentido que as da figura prévia. Como ém indica
indicad or tamb
de Fleming ( ver Fig. 1-3), para ação gerador a, o dedo
corrente
, o dedo m é dio indica o sentido da
o sentido do campo ( N para S )
o sentido da for ça desenv olvida no con-
circulante ( ou fem aplicada), e o polegar
dutor ou do movimento resultan te.
V

M-G ( motor-gerador) que


11
Um dispositivo mnem ónico conveniente é figurar-se um conjunto
e o gerador à direita . Assim , a regra da m ã o esquerda é usada para a açã o
tenha o motor à esquerda ( ou açã o-gerador ). A
m ão para a açã o geradora
motora ( ou açã o-motor ), e a regra da direita
regras pressu-
-
expressão “ 'conjunto M G ” é comumente usada e n ão será facilment
e esquecida . Estas
põem o sentido convencional da corrente .

i
FUNDAMENTOS DE ELETROMECâ NICA
29

.
1-19 FOR ÇA CONTRA-ELETROMOTRIZ

Na Fig. 1-13 tivemos oportunidade (finalmente) de unificar alguma


s das
relações que ocorrem na conversão eletromecâ nica de energia
. A Fig. 1-13a
mostra a a ção motora, conforme descrita na seção precedente,
e sua respectiva
figura. Para os sentidos do campo e da corrente de armadura
mostradas, a for ça
desenvolvida no condutor tem o sentido ascendente. Mas a forç
a desenvolvida
no condutor faz com que ele se movimente no campo magnético,
resultando
uma variaçã o do fluxo concatenado em volta deste condutor. Uma fem é
induzida
no condutor “ motor” da Fig. l -13a. O sentido desta fem induzida
é mostrado
na Fig. 1-13b, para os mesmos sentidos de movimento e campo. Aplican
do esta
fem induzida ao condutor da Fig. l -13a, observa-se que ela se op
õe ou se desen -
volve em sentido contrário ao da circulação da corrente (e fem) que criou
ou o movimento ; assim é ela chamada de força contra-eletrom a força
otriz . Note-se que
o desenvolvimento de uma força contra-eletromotriz, mostrado como
a linha
pontilhada na Fig. 1-13a, é uma aplicaçã o da, e está de acordo com
a, lei de Lenz,
com respeito ao fato de que o sentido da tensão induzida opõe se
que a criou. Assim, quando quer que ocorra a açã o motora, - à fem aplicada
uma ação geradora é
simultaneamente desenvolvida como mostra a Fig. 1-13a.

- .
1 20 COMPARAÇÃ O ENTRE A A ÇÃ O MOTORA E A AÇÃO GERAD
ORA
Se, toda vez que ocorre a a ção motora, também se desenvolve a
açã o geradora,
pode ser levantada a quest ão da poss ível ocorrência do
caso inverso. A ação
geradora é mostrada na Fig. l - 13b, onde uma força mecâ
nica move um condutor
no sentido ascendente, induzindo uma fem do mostrado.
Quando uma corrente
circula, como resultado desta fem, existe um condutor percorrido
por uma cor-
rente num campo magn é tico ; assim ocorre a ação motora
. Mostrada pela linha
pontilhada da Fig. 1-13b, a for ça desenvolvida como
resultado da ação motora
se opõe ao movimento que a produz. Pode então ser estabelecido
categoricamente
que a ação geradora e a ação motora ocorrem simultaneamen
te nas máquinas elé-
tricas girantes. Portanto, a mesma máquina pode ser operada
tanto como motor
quanto como gerador, ou como ambos.12
Uma representação mais gráfica, em termos de elementos rotativo
s, é apre-
sentada na Fig. 1-14, que compara motor e gerador elemen
tares para o mesmo
sentido de rotação e mostra os circuitos el étricos de cada um
. O leitor deve
estudar esta figura com muito cuidado porque ela é a chave para
a compreensão
da conversão eletromecânica de energia. Dado o sentido da
tensão aplicada e
da corrente, como mostra a Fig. l -14a, a ação motora que resulta
produz uma
força, que gira no sentido hor á rio, em ambos os condutores. O
sentido da força
contra-eletromotriz induzida é também mostrado como oposto ao
da tensão
aplicada, quer na Fig. l -14a quer no circuito do motor da Fig.
l -14c. Observe-se
que, para que a corrente produza uma rotação no sentido
horá rio e tenha o
12
Como no conversor s í ncrono ou dinamotor .

\
30 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Sentido da* tensão Sentido da tensão e


aplicada e da corrente corrente induzidas Sentido de rotação
Sentido de rota ção e
^ do torque produzido da armadura e do
pela corrente torque motor

© \

S
l
l
\ 0- ®y
\
/
N

Dire ção da Torque resistente


fem induzida produzido pela corrente

( a) Motor elementar. (b ) Gerador elementar .

IQ Ec + IaRa
V0 = Ia Eg -- Va + IaRa
Torque
x IQ EC resistente- //
^ Ia Eg
t
<> VQ
7
G ÍRa
t
<>
Var M > Ra Carga

Torque motor \ Torque


f produzido M \ motor
VQ > Ec por a ção Torque motor > Torque resistente
motora
( c ) Circuito do motor . ( d) Circuito do gerador.

Fig. 1- 14 — Ação do motor elementar x açã o geradora.

sentido mostrado na Fig. l -14c, é necessá rio que a tensão aplicada aos terminais
da armadura, Va, seja maior que a fcem desenvolvida, Ec Assim, quando uma .
máquina é operada como motor, a fcem gerada é sempre menor que a tensã o nos
terminais (que produz a açã o motora ) e se opõe à corrente da armadura.
Supondo que os condutores do gerador elementar da Fig. l -14b sã o postos
em movimento no sentido hor á rio, uma fem é induzida no sentido mostrado na
figura. Quando ligada a uma carga, como mostra a Fig. l -14d, a corrente da
armadura resultante que circula produzir á um torque resistente mostrado em
pontilhado em ambas as figuras do gerador. Observe-se que, no circuito do gerador
da Fig. l -14d, para os mesmos sentidos de rotaçã o dos condutores e do campo mag-
nético, o sentido de circula ção da corrente é invertido. Note-se també m que o torque
resistente, desenvolvido pelo fluxo da corrente, opõe-se ao torque motor da m á -
quina primá ria. Assim, quando uma máquina é operada como gerador, a corrente
da armadura tem o mesmo sentido da fem gerada, e a fem gerada Eg é maior que
a tensão Va dos terminais da armadura que é a aplicada à carga.
Esta distin ção entre gerador e motor, na qual a tensã o gerada na armadura
tem mesmo sentido ou se opõe à corrente da armadura, respectivamente, d á
lugar à s equações básicas do circuito da armadura mostradas na Fig. 1-14 e
j
resumidas como se segue:
FUNDAMENTOS DE ELETROMECâ NICA
31

Para um motor,

Para um gerador,
K = Ec + LK -
(1 9)

Eg = K + A
onde
' ( 1-10)

Va é a tensão aplicada ( medida nos terminais) de lado a


lado da armadura
Ec é a fcem gerada, desenvolvida na armadura do motor
Eg é a fem gerada, desenvolvida na armadura do gerador
laRa é a queda de tensão na armadura devido à circulaçã o
da corrente da armadura através de uma armadura de
dada resistência Ra.

Deve -se notar que, para uma dada má quina,


precisamente em fun ção dos fatores expressos na EqEc
e Eg podem ser avaliadas
. 1-6. També m deve-se notar
que, quando circula a corrente da armadura ,
por um voltímetro ( volt metro), enquanto queIa Vae
é uma, quantidade mensurá vel
Eg Ec são quantidades inferidas,
determinadas apenas pelo cálculo a partir das Eqs. (1-6), (1-9) ou
(1-10).

E X E M P L O A armadura de um motor tem uma resistê ncia de


0,25 ohm e, quando ligada
1 -9 : a um barramento CC de 125 V, solicita do mesmo
uma corrente de 60 A.
Calcule a fcem gerada nos condutores da armadura do motor.

Solução :

Ec = va ~
K R a = l 25 - (60 A X 0,25 Q) = 110 V (1-9)

O exemplo anterior indica que é possível calcular a fem gerada de um


motor
a partir de medidas externas. O exemplo seguinte mostra como
é também pos-
sí vel determinar o fluxo por pólo, da mesma maneira, como
uma quantidade
inferida, em vez de proceder -se a uma medida direta.

E X E M P L O A armadura de um gerador de CC de 110 V entrega


uma corrente de 60 A à
1- 10 : carga. A resistência do circuito da armadura é 0,25 ohm
. O gerador tem 6 pólos,
12 caminhos e um total de 720 condutores de armadura, girando
a uma velo-
cidade de 1.800 rpm. Calcule :
a. A fem gerada na armadura.
b. O fluxo/ pólo.

Solução :

a. Eg = Va + IaRa = 110 V + (60 A x 0,25 0) = 125 V (1-10)


b. ( j)
Efí (60d) 125 x 60 x 12 x 10
= ( ZNPj IO 8
"'
= 1,16 x 106 linhas/pólo (1-6)
720 x 1.800 x 6
32 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

As rela ções eletromecâ nicas fundamentais, que distinguem a m áquina operando


como gerador da máquina operando como motor, podem ser resumidas como
se segue :

A ção motora A ção geradora


1. O torque eletromagn ético 1. O torque eletromagn é tico
produz (ajuda) a rotaçã o. (desenvolvido no condutor
percorrido pela corrente)
opõe-se à rotaçã o ( lei de
Lenz ).
2. A tensão gerada se opõe à 2. A tensã o gerada produz
corrente da armadura (lei (ajuda) a corrente da arma -
de Lenz ). dura.
3. Ec = Va — IRa a ( 1-9) 3. E g = Vaa + Ra I a ( 1 -10)

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QUESTÕES
: \ -í . Descreva quatro (4) efeitos da conversão eletromecâ nica de energia.
1 -2. Estabeleça a lei de Faraday da indução eletromagnética
. a . em suas pró prias palavras
*
• b. em termos de uma equação, indicando todos os fatores desta equação.
1 -3. a. Qual o cientista e qual a lei correspondentes à questã o l -2b ?
b. A lei trata de condições instantâ neas ou médias de fluxo ? Explique.
1-4. Desenvolva uma equação que possa ser usada no cálculo do valor instantâ neo da fem
induzida, quando se conhece uma densidade de fluxo constante. Expresse todos os
fatores da equação, inclusive as unidades no sistema CGS.
1-5. a. Repita a questão 1-4 para o sistema de unidades inglesas,
)
-
b. Repita a para o sistema MKS racionalizado.
1 -6. Alinhe os três pressupostos que se aplicam às equações dadas nas questões 1 4 e 1 5.
i - - -
1 -7. a. Na equação e = Blv sen ( B , v ) sen ( B , l ) qual o fator que é tomado como referência ?
b. Desenhe um diagrama mostrando uma situação na qual /, B e v sejam todos mutua-
mente perpendiculares (ortogonais).
c. Desenhe outro diagrama que represente a equação dada em a acima.
1-8. a. Desenhe um diagrama que ilustre a regra de Fleming.
b. O que mostra a regra de Fleming ?
c. O que se entende por sentido “convencional” de corrente, em oposição ao fluxo
“eletrónico” ?
d . Desenhe um diagrama mostrando a regra de Fleming, se utilizada para determinação
da direção do fluxo eletrónico produzido por indução eletromagnética ,

1-9. a. Estabeleça a lei de Lenz.


b. Mostre que a lei de Lenz e a terceira lei do movimento, de Newton, relacionam se
com o princí pio de Le Chatelier.
-
c. Desenhe um diagrama mostrando que a direção da fem induzida num condutor,
que se movimente em um campo magné tico, produz uma corrente que, por sua vez,
produz um fluxo que se opõe ao movimento.
d. Desenvolva a regra de Fleming a partir do diagrama do item (c).
1-10. Desenhe um diagrama para uma bobina de ú nica espira girando num campo magnético
uniforme. Mostre :
a. O sentido da fem induzida em cada lado da bobina.
b. O sentido da circulaçã o de corrente quando se liga uma carga aos seus terminais .
34 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

c. A polaridade dos terminais em relação à carga.


1- 11. A partir do diagrama desenhado na questão 1- 10 explique, partindo do terminal positivo :
a. o sentido de circulação da corrente na bobina
b. o sentido de circulação da corrente na carga
c. compare com a circulação da corrente interna e externamente a uma bateria que
alimenta uma carga, e explique.
12. Explique por que :
a . se induz uma CA em um condutor que gira num campo magnético bipolar.
b. a forma de onda é senoidal.
-
1 13. Para a bobina de espira ú nica mostrada na Fig. l -6a explique :
a. por que não se induz fem nas porções marcadas aà e bc
b. imaginando que o fluxo não é paralelo a estes lados da bobina em (a ) acima, por
que se pode desprezar a tensão induzida nesses lados da bobina ?
c. sob que condiçoes^a forma de onda produzida será não senoidal ?
-
1 14. “Todas as má quinas el étricas rotativas tendem a gerar CA, independentemente de seu
tipo e finalidade.”
a . Cite uma exceção a esta afirmativa, descrevendo-a .
b. Explique por que não se gera CA neste tipo particular de máquina rotativa.
-
1 15. Se “ todas” as m áquinas rotativas são geradores CA, explique :
a. como se pode produzir CC quando uma bobina de espira ú nica gira num campo
bipolar
b. como se mantém sempre uma polaridade positiva num terminal do circuito externo.
-
1 16. Explique :
a . por que se produz uma forma de meia onda senoidal na Fig. 1 -7, enquanto na Fig.
1-8 o que se produz é uma onda achatada
b. a que se deve a diferença entre estas duas formas de onda ?
c. por que ambas as formas são chamadas “correntes pulsantes unidirecionais” ?
d. sob que condições pode se tornar a sa ída menos “ pulsante”.
-
1 17. -
Compare a forma de onda mostrada na Fig. l -9b com a da Fig. l 10d e explique :
a. por que a tensão entre as escovas na última é a soma das tensões, por condutor,
em cada um dos caminhos em paralelo
b. as vantagens de um enrolamento fechado sobre um enrolamento aberto (enumere
três).
-
1 18. Para o diagrama da Fig. l - 10c explique :
a. por que a tensão induzida em cada lado da bobina pode ser tratada como uma pilha
elétrica individual
b. o significado dos símbolos rs e rn
c. por que n ão se produz corrente circulante entre os dois caminhos, mesmo que se
levantem as escovas do comutador.
1-19. Se se liga uma carga às escovas de um gerador de enrolamento em anel de Gramme,
a. enumere quatro fatores que determinam a corrente que circula na carga
b. qual é a relação entre a corrente por caminho e a corrente de carga ?
1-20. Dê uma vantagem teórica a três desvantagens do enrolamento de Gramme em comparação
aos enrolamentos modernos em tambor.
a. Por que o enrolamento em anel de Gramme é conhecido como enrolamento fechado
ou reentrante?
b. Por que é possí vel utilizar-se um anel (ou tubo) em lugar do cilindro sólido da Fig.
-
• l 10a ?

1 - 21 . Por que a forma de onda resultante mostrada na Fig. 1-1Od contém uma pequena com-
ponente CA, embora as bobinas individuais produzam uma onda quadrada ( rica em
harmónicos e CA) para cada volta completa ?

L
FUNDAMENTOS DE ELETROMECâ NICA 35

1-22. a. Usando as Tabelas 1 - 1 e 1 - 2 explique por que a potência nominal de cada bobina
determina a potência nominal da máquina, independentejnente do método de ligação .
b. Explique por que o tamanho fí sico é uma indicação aproximada da potência nominal
de uma máquina elétrica.
1 -23. a . Reformule a Eq. 1 -6 de forma a determinar-se algebricamente o número de caminhos.
b. Repita (a) para o número de pólos, P .
c. Se, para qualquer máquina dada , já construída, são fixados o número de condutores,
Z, o número de pólos, P, e o número de caminhos, a, reescreva a Eq. 1 -6 em função
das variá veis envolvidas .
1 -24. Estabeleça a equação que expressa a força eletromagnética num condutor percorrido
por uma corrente , situado num campo magnético
a . no sistema CG8"
b. em unidades inglesas.
1 - 25 . Utilizando a Fig . 1 - 13 como ilustração, mostre que a lei de Lenz se aplica :
a. à ação motora
b. à ação geradora
Em cada um dos casos, indique a causa e o efeito dela .
1 - 26 . Utilizando a Fig . 1 - 14 como ilustração, explique a universalidade da afirmativa de que
a ação motora é sempre acompanhada de uma ação èeradora e de que a ação geradora
é sempre acompanhada de uma ação motora .
1-27 . a. Utilizando a Eq. 1 - 9, explique por que é imposs í vel que a fcem se iguale à tensão
aplicada num motor.
b . Utilizando a Eq. 1 - 10, explique sob que condições a tensão gerada , Ea , e a tensão
nos terminais da armadura, Va , são as mesmas para um gerador.

PROBLEMAS
1 -1. Um fluxo de 6, 5 x 106 linhas concatena uma malha de uma espira . O fluxo anula-se
em 0, 125s . A malha fechada tem uma resistência de 0,05 f í . Calcule :
a. O valor médio da tensão gerada na malha.
b . O valor médio da corrente circulando na malha .
-
1 2. Um condutor simples, de 1 m de comprimento, movimenta-se perpendicularmente a
um campo magnético uniforme de 25.000 gauss (maxwells/cm 2) a uma velocidade
uniforme de 25 m/s . Calcule :
a . A fem instantâ nea induzida no condutor .
b. A tensão média induzida no condutor.
!
1 - 3. Um condutor de 24 polegadas de comprimento movimenta-se a uma velocidade de
í
12 pol /min num entreferro de um imã permanente em forma de U , que tem um fluxo de
i 50.000 linhas. Os pólos do imã são quadrados de 4 polegadas (não se trata de 4 polegadas
quadradas !) . Imagine que não há fluxo disperso e calcule :
a . A fem induzida no condutor, quando ele se move perpendicularmente ao campo
magnético (a um â ngulo de 90°).
b. A fem induzida no condutor, quando ele se move a um â ngulo de 75° em relação
ao campo magnético.
1 -4. O gerador homopolar de Michael Faraday ( veja figura da nota de rodapé 8 ) é um disco
de 12 polegadas de diâmetro e está num campo de 80.000 linhas/ pol 2. O disco é acionado
manualmente a 60 rpm . O eixo tem 1 polegada de diâ metro. Calcule a tensão induzida
entre a borda externa do eixo e a borda do disco ( Nota : calcule a velocidade linear
mé dia ) .
;> 6 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

1 -5. A componente vertical do campo magnético da terra é 0,645 gauss nas proximidades
de uma locomotiva que viaja em direção ao sul a uma velocidade de 60 milhas/hora .
A distâ ncia entre os trilhos e o eixo da locomotiva é 6 pés . Calcule :
a. A fem induzida nos eixos de cada conjunto de rodas .
b. A fem média medida nos trilhos com base no item anterior.
c. A polaridade dos trilhos, leste e oeste, respectivamente.
d . Desenhe a escala de um veloc í metro elétrico, de zero à velocidade má xima de 80 mi /ho-
ra , usando um milivolt í metro. — -
e . Considere a praticabilidade da utilização de um dispositivo para medir a velocidade
de aeronaves, bem como sua altitude, utilizando este princí pio. Discuta prós e contras.
1 -6. Uma bobina que mede 12 x 18 pol tem seu eixo paralelo a um campo magné tico uni -
forme de 5.000 linhas/ pol 2 . A bobina tem 20 espiras e seu eixo passa pelo centro de
sua menor dimensão . A bobina gira em torno de seu eixo, de modo que é perpendicular
ao campo magnético uniforme (90° de rotação) em 0, ls . Calcule :
a . A fem induzida média em um quarto de volta (0 a 90°) .
b . A fem induzida instantâ nea na posição de zero graus (original ), no instante em que
se estabelece o movimento.
c. A fem induzida instantâ nea na posição de 90° (eixo perpendicular ao campo mag-
né tico) .
d . A fem induzida média se a bobina é acionada continuamente a uma velocidade
de 20 rps .
1 -7 . A tensão num condutor em movimento num campo magnético uniforme é 25 V, quando
a velocidade é 60 cm /s . Calcule a fem induzida quando
a . O fluxo do campo é aumentado em 15 por cento .
b. A velocidade é reduzida em 30 por cento .
c . A velocidade é aumentada em 20 por cento e o fluxo reduzido em 10 por cento.
1 -8. O fluxo por pólo de um gerador bipolar é 10 x 106 linhas . Ele é acionado a uma velocida-
de de 1.500 rpm . A fim de que se induza uma tensão de 20 V / bobina , calcule :
a. O tempo necessá rio para completar-se uma volta ou um quarto de volta. (Tempo
para atingir-se de zero até o fluxo má ximo por pólo) .
b. O número de espiras em série por bobina usando a Eq . ( 1 - 1 ).
c . Verifique o problema l -8 b usando a Eq . ( 1 - 5 ) .
1 -9 . O fluxo por pólo de um gerador de quatro pólos é 10 x 106 linhas. Ele é acionado a
uma velocidade de 1.500 rpm . A fim de que se induza uma tensão de 20 V/ bobina,
calcule :
a. O tempo para completar 1 /8 de volta (tempo para ir de zero ao fluxo máximo por
pólo).
b . O número de espiras-série usando as Eqs . ( 1 - 1 ) e ( 1 - 5), respectivamente.
c. Explique a diferença entre o número de espiras-série requeridas para os problemas
1 -8 e 1 -9 respectivamente .
d . O número de condutores requeridos entre as escovas para gerar-se 120 V.
1 - 10. Dado um gerador que tenha 1 espira / bobina, quatro pólos, quatro caminhos, um fluxo
por pólo de 10 x 106 linhas e uma velocidade de 1.500 rpm, calcule :
a. O número de condutores ligados em série em toda a armadura requeridos para
que se produza uma tensão de 120 V entre as escovas .
b. O n úmero de condutores ligados em série por caminho , (compare com o problema
l -9 d ) .
c. Distinga a equação ( 1 - 5) da ( 1 -6), com base na comparação com o problema 1 - 10b.
-
1 11. Dadas as informações que se seguem em relação a um gerador : condutores ativos de
14 pol de comprimento, diâmetro da armadura 12 pol , densidade de fluxo 66.000
linhas / pol 2 . As faces polares cobrem 80% da superfície da armadura e a velocidade
FUNDAMENTOS DE ELETROMEC â NICA 37

é 1.600 rpm . Supondo uma densidade de fluxo uniforme sob o pó lo, calcule :
a . A fem induzida instantânea por condutor, quando se movimenta diretamente sob
o centro do pólo.
b. A fem induzida média por conduto*. levando em conta a ausência de fluxo na região
interpolar.
c . A fem média entre as escovas admitindo-se um total de 40 condutores /caminho .
1-12. Um gerador de oito pólos tem um total de 480 condutores ligados em 16 caminhos
paralelos . O fluxo por pólo é 1 ,6 x 107 linhas e a velocidade é 1.200 rpm . Se as faces
polares cobrem 75 por cento da superfí cie da armadura , calcule a tensão gerada entre
as escovas.
1 - 13. A armadura do gerador do problema 1 - 12 é substitu ída por outra , que tem quatro ca-
minhos em paralelo . Calcule :
a . A tensão desenvolvida entre escovas.
b. A porcentagem de variação no fluxo original ou na velocidade , a fím de que se de-
senvolva a mesma tensão que no problema 1 - 12.
1 - 14. Cada condutor do gerador do problema 1 - 11 é percorrido por uma corrente de 20 A
quando se lhe liga a carga . Calcule :
a . A fem desenvolvida (oposta ao movimento) pelo condutor, quando este se situa
diretamente sob o centro de um pólo .
b. A fcem média desenvolvida por um condutor, levando em conta a falta de fluxo e
de torque útil na região interpolar .
1 - 15 . Se a densidade de fluxo do gerador do problema 1 - 14 é aumentada em 10 por cento
e a carga em 15 por cento , calcule a fcem média desenvolvida por cada condutor do ge-
rador.
1 - 16. O comprimento axial da armadura de um motor CC é 9 pol , os pólos têm uma densidade
de fluxo de 72.000 linhas / pol 2 e cobrem 72 por cento da superfície da armadura . Calcule
a força desenvolvida por cada condutor quando circula uma corrente de 25 A .
1 - 17 . Uma máquina funciona a uma velocidade de 1.200 rpm . Sua armadura tem uma resis-
tência total de 0, 04 Q, um comprimento de 16 pol e um total de 630 condutores e 6 ca-
minhos . O diâmetro da armadura é 18 pol e o entreferro 0, 100 pol . Os seis pólos cobrem
80 por cento da circunferência total da armadura. A corrente nominal da máquina
(por caminho) por condutor é 25 A . Quando funciona à velocidade e fluxo nominais,
a tensão gerada por caminho é 120 V . Calcule :
a . O fluxo por pólo e a densidade de fluxo.
b. A tensão nos terminais da armadura quando a máquina funciona como gerador.
c . A força por condutor desenvolvida por ação de motor,
d. A tensão aplicada à armadura requerida para desenvolver-se uma tensão gerada
de 120 V quando funcionando como motor.

RESPOSTAS
1 - 1 (a) 0, 52 V (b) 10,4 A 1 - 2(a ) 62, 5 V ( b) 62, 5 V 1 - 3(a) 0, 25 (b) 24, 2 1 -4 0,083 V
l - 5(a ) 3, 16 mV (b) 3, 16 mV (c) Leste( + ), Oeste(-) (d) 4, 21 mV l -6(a) 2, 16 V (b) 3, 392 V
(c) 0 (d) 0,458 V l -7(a) 28 ,75 V ( b) 17 , 5 V (c) 27 V l -8(a) 0,01 s (b) 2 espiras/ bobina (c) 2
espiras / bobina l -9(a) 5 ms (b) 1 espira (d ) 12 condutores 1 - 10(a) 48 ( b) 12 1 - 11 (a) 9, 3 V
( b) 7 ,44 V (c) 297 ,6 V 1 - 12 577 V 1 - 13(a) 2308 V ( b) 75 por cento de redução 1 - 14(a) 1 ,635 lb
( b) 1 , 308 lb 1 - 15 1 ,655 lb 1 - 16 1 ,03 lb l - 17 (a) 7 ,82 x \0Ó linhas/ pol 2 ( b) 114 V (c) 0, 2765 lb
(d) 126 V.
DOIS

construção de máquinas
e enrolamentos

-
2 1. POSSIBILIDADES DAS M ÁQUINAS ELÉTRICAS

O capítulo precedente estabeleceu que a máquina de CC é uma máquina elétrica


girante, capaz de converter energia mecâ nica em energia elétrica ( gerador ) ou
energia elétrica em mecânica ( motor ). Para o gerador, a rotação é suprida por
uma máquina primá ria ( uma fonte de energia mecâ nica) para produzir o movi-
mento relativo entre os condutores e o campo magnético da m áquina CC, para
gerar energia elé trica. Para o motor, a energia elétrica é suprida aos condutores
e ao campo magnético da máquina CC, a fim de produzir o movimento relativo
entre eles e, assim, produzir energia mecâ nica. Em ambos os casos, nós temos
movimento relativo entre um campo magnético e os condutores na máquina de CC.
Isto d á origem a vá rias e interessantes possibilidades e escolhas na determinação
de qual deva ser o rotor ( parte da máquina CC que gira) e o estator ( parte da
máquina CC que é estacioná ria). Há razões específicas de engenharia que ditam
a escolha de serem os condutores da armadura ou as bobinas de campo, que
providenciam o fluxo magnético, que servirã o como rotor ou estator.

V:'

-
CONSTRUçãO DE M á QUINAS E ENROLAMENTOS 39

Os v á rios tipos de possibilidades das m á quinas, que ser ã o aqui discutidos,


sã o :

1. A máquina de corrente cont í nua ( CC ) que tem uma armadura rotativa e um campo
estacion á rio.
2. A máquina sí ncrona ( C A ) com uma armadura rotativa e um campo estacionário.
3. A máquina sí ncrona ( C A ), com um campo rotativo e uma armadura fixa.
4. A máquina assí ncrona ( C A ), que possui ambos, enrolamentos da armadura estacio-
n á rios e rotativos.

2-2. CONSTRUÇÃO DA M ÁQUINA CC

A Fig. 2- la mostra um corte de uma m á quina CC comercial t í pica, simpli-


ficada para dar ênfase às partes principais. O rotor consiste de 1 :

1. Eixo da armadura, que imprime rota ção ao nú cleo da armadura, enrolamentos e comu-
tador. Conectado mecanicamente ao eixo, temos
2. N úcleo da armadura, construído de camadas laminadas de aço, provendo uma faixa de
baixa relutâ ncia magn ética entre os pólos. As lâ minas servem para reduzir as correntes
t ,
parasitas no nú cleo, e o aço usado é de qualidade destinada a produzir uma baixa perda
por histerese. O núcleo contém ranhuras axiais na sua periferia para colocação do
3. Enrolamento da armadura, constitu ído de bobinas isoladas entre si e do núcleo da
; armadura, colocadas nas ranhuras e eletricamente ligadas ao
I 4. Comutador, o qual, devido à rotação do eixo, providencia o necessário chaveamento,
para o processo da comutação. O comutador consiste de segmentos de cobre, indivi-
dualmente isolados entre si e do eixo, eletricamente conectados às bobinas do enrola-
mento da armadura.

O rotor da armadura das m áquinas de CC tem quatro fun ções principais :


( 1 ) permite rotaçã o para ação geradora ou a ção motora mecâ nica ; ( 2) em virtude
da rotação, produz a a ção de chaveamento necessá ria para a comutação ; (3) cont ém
os condutores que induzem a tensã o ou providenciam um torque eletromagnético ;
e (4) providencia uma faixa de baixa relutâ ncia para o fluxo.
O estator da máquina CC consiste de :

1. Uma carcaça ou estrutura cil í ndrica de aço ou ferro fundido ou laminado. N ão apenas
a carcaça serve como suporte das partes descritas acima, mas também providencia uma
faixa de retorno do fluxo para o circuito magn ético criado pelos

lEst á al é m do objetivo ou intençã o deste trabalho ( como o autor estabeleceu no pref ácio ) dar
uma descrição detalhada da construção da máquina. Um leitor interessado, que deseje mais detalhes
que os dados aqui, pode consultar ou Direct Current Machinery de G. C. Blalock ( New York . McGraw-
Hill, 1947), cap. 2, ou Direct Current Machinery de Kloeffler, Kerchner e Brenneman ( New' York , Mac-
millan, 1948), cap. 1. Veja também as referências no fun do capí tulo.
40 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Interpolo e / ou
enrolamento de Enrolamento de
compensação campo shunt -
o r 1
Enrolamento
do interpolo
o
Nú cleo da CC ! o
o
A
armadura 1
Reostato
Enrol a mento o
i
de campo
\ da armadura J
AjU N ú cleo WVvV
polar
S N\ ( b ) Conexão do campo-shunt .
n
j
— j Enrolamento
polar Enrolamento do
campo-sé rie

/
f — Sapata
polar CC
o- ^
r; offlP 1

Carca ça " Comutador ou


( estator ) CA i
Eixo do rotor I
i
Pedestal
—nr^
f
l deReostato
campo
e / ou
Interpolo
enrolamento de
( a ) Corte da máquina . compensa ção
• (c ) Conex ão do campo sé rie - .
Fig. 2 1 - — Construção da máquina de CC e circuitos elétricos (shunt e série).
2. Enrolamentos de campo, consistindo de umas poucas espiras de fio grosso para o campo-
série ou muitas espiras de fio fino para o campo-shunt. Essencialmente, as bobinas
de campo são eletromagnetos, cujos ampè re-espiras (Ae) providenciam uma força
magnetomotriz adequada à produ ção, no entreferro, do fluxo necessá rio para gerar
uma fem ou uma força mecâ nica. Os enrolamentos de campo são suportados pelos
3. P ólos, constituídos de ferro laminado aparafusados ou soldados na carcaça após a
inserção dos enrolamentos de campo nos mespios. A sapata polar é curvada, e é mais
larga que o núcleo polar, para espalhar o fluxo mais uniformemente.
4. O interpolo e seu enrolamento também são montados na carcaça da máquina. Eles
estão localizados na região interpolar, entre os pólos principais, e são geralmente de
tamanho menor. O enrolamento do interpolo é composto de algumas poucas espiras
de fio grosso, pois é ligado em série com o circuito da armadura, de modo que a fmm é
proporcional à corrente da armadura.
5. Enrolamentos de compensação ( n ão vistos) são opcionais; eles são ligados da mesma
maneira que os enrolamentos do interpolo, mas estão colocados em ranhuras axiais
na sapata polar. (V. Fig. 5-7.)
6. Escovas e anéis-suporte de escovas como interpolos e enrolamentos de compensação
são parte do circuito da armadura. As escovas são de carvão e grafito, suportadas na
estrutura do estator por um suporte tipo anel, e mantidas nos suportes por meio de
molas, de forma que as escovas manterão um contato firme com os segmentos do comu -
tador. As escovas estão sempre instantaneamente conectadas a um segmento e em
contato com uma bobina localizada na zona interpolar.
7. Detalhes mecânicos —
Mecanicamente conectados à carcaça estão os suportes contendo
mancais nos quais o eixo da armadura se apóia, bem como os anéis suporte de escovas -
em algumas máquinas. Estes detalhes não sã o mostrados nas Figs. 2- 1 ou 2-2.
CONSTRU çãO DE Má OUINAS E ENROLAMENTOS 41

As conex ões el é tricas da m áquina de CC são mostradas nas Figs. 2- lb


e c. A primeira mostra as conex ões de campo-shunt no qual os enrolamentos
do campo estã o em paralelo com o circuito da armadura. A ú ltima mostra
a conexã o do campo-série na qual o enrolamento de poucas espiras com fio
grosso do campo-sé rie está localizado nos pólos principais e ligado em sé rie com
o circuito da armadura . Note -se que os enrolamentos de compensaçã o e inter -
polos, se empregados, sã o sempre parte do circuito da armadura, bem como as
escovas. Note-se també m que as conex ões do campo-shunt da Fig. 2- lb empre-
gam o reostato de campo no circuito de campo.
r

E mais importante observar que a máquina de CC da Fig. 2- lc pode ser usada


universalmente e operará seja como m á quina CC ou CA, ou ambas, como no caso
do motor universal (Seç. 10- 16). Realmente, o termo “ m áquina de CC” é uma
denomina ção impr ó pria. A maior parte dos geradores e motores de CC empregam
a construção mostrada na Fig. 2- la e as conexões elétricas das Figs. 2- lb e c. Mais
tarde, será visto que algumas máquinas combinam as conex ões de campo mostradas
nestas figuras, criando as máquinas compostas.

f
2- 3. CONSTRU ÇÃO DAS M Á QUINAS SÍ NCRONAS (CAMPO FIXO )

Precisamente a mesma constru çã o do estator é empregada na máquina sin


crona (campo fixo) como na máquina de CC, e o enrolamentQ.de campo é excitado^
^
^ -
por uma fonte CC . O enrolamento da armadura colocado no rotor é levado a
anéis coletores bem como a um comutador, como se mostra no corte visto na Fig.
2- 2 b. Esta m á quina funcionará ou como um gerador sí ncrono de armadura m óvel
r' ou como um -motor, dependendo se a entrada é de energia CC para as escovas,
^
ou de correntes alternadas polif ásicas (ou monof ásicas ) aplicadas
,

aos an éis cole-


tores. Este tipo de m áquina acha. sua maior aplicação no conversor síncrono ou
rotativo, mostrado na Fig. 2-2 b, que é usado para converter corrente cont ínua em
alternada ou vice-versa (V. Seç. 11-6 e 11- 7). Se corrente contínua é aplicada às
escovas, a máquina opera como um motor CC e um alternador CA, simultanea -
mente. Se corrente alternada é aplicada aos an éis coletores, a m áquina funciona
como um motor CA e gerador CC, simultaneamente. J á foi demonstrado (Seç.
1-20) que a açã o geradora e a ação motora sempre ocorrem simultaneamente,
e os conversores rotativos são, talvez, o melhor exemplo do emprego simultâ neo
de ambas. Este tipo de construçã o é també m usado no gerador Dobrowolsky de
três fios ( mostrado na Fig. ll -9d ).

iP

2-4. CONSTRU ÇÃ O DE M Á QUINAS SÍ NCRONAS COM CAMPO MÓ VEL

A construçã o da m áquina sí ncrona da Seç. 2- 3, na qual o campo é fixo e a


f armadura gira, é relativamente limitada ( pelas razões abordadas na Seç. 6-3) em
comparaçã o com a máquina sí ncrona de campo mó vel vista na Fig. 2-3. Nesta m á-
quina, o enrolamento de campo é alimentado por uma fonte CC através de dois
an éis coletores e a armadura é ligada diretamente à fonte polif ásica CA ou à carga .
42 M á QUINAS EL éTRICAS E TRANSFORMADORES

Campo CC Núcleo polar


Anéis coletores \
\~— Carcaça
Comutador Q N 0-— Enrolamento
Sapata polar
polar

I *%
is coletores
/âAnéEixo
I $ Vi . ccC =
•>
í
Escovasv*7%
Armadura [
S • 0
Lo 3
oCA*
Carca ç a

rd t=r
Base

(a ) Corte de uma
má quina síncrona.
( b ) Corte axial do conversor sí ncrono .
Fig. 2-2 — M á quina sí ncrona, armadura m ó vel e campo com pólos salientes.

Enrolamento
da armadura

Bobina
polar O

Pól o o Fonte
3 0 CA
ou carga

An éis
coletores
(b ) Máquina síncrona de pólos não-salientes
( 4 pólos) mostrando as conex ões da armadura .
( a ) Má quina síncrona de pólos salientes.

Fig . 2-3 — M á quina sí ncrona de campo mó vel .

Se o e^ tator (armadura ) é ligado a uma fonte monof ásica ou polif á


sica CA,
a m áquina funcionará como um motor sí ncrono, e o rotor girará na velocidade
sí ncrona, em sincronismo com o campo girante desenvolvido pelo enrolamen
to
do estator e determinado pelo n ú mero de pó los e a frequ ência da fonte
. Se o rotor,
quer saliente como se mostra na Fig. 2- 3a ou não- saliente, como se vê na Fig
. 2-3b,
está girando na velocidade síncrona, através da m áquina primá ,
ria a máquina fun -
ciona como um alternador, quer monof ásico quer polif ásico, dependendo
das
conexões da armadura. As conex ões da armadura mostradas na Fig.
2-3b são
as requeridas para a obten çã o de uma saída trif ásica usando um rotor
de quatro
pólos.
r \

CONSTRU çãO DE Má QUINAS E ENROLAMENTOS


43
2-5. CONSTRUÇÃO DA M ÁQUINA DE INDUÇÃO ASSÍ NCRONA

A m á quina de indução assí ncrona mostrada na Fig. 2-4 a tem idêntica cons
trução do estator como se descreveu para a máquina sí ncrona na Seç. 2 4
-
- . O enro-
lamento da armadura no estator, portanto, pode ser conectado a uma fonte mono
f ásica ou polif ásica CA. O rotor n ão é excitado separadamente com
-
CC, como se
descreve adiante. A m áquina de indução torna-se um gerador de indução ass
í ncrono
(Seç. 9-22) quando o rotor é movimentado por uma m áquina prim
á ria numa velo-
cidade que excede à velocidade síncrona.

t
Enrolamento da armadura
( estator )

/ \ Enrolamento
/ \
\ \ - do rotor
/

\ o -
/
\
Eixo Fonte CA
o

\ Rotor laminado
\ /
\ /

Barras curto-circuitadas

(a ) Corte numa má quina de indução. (b ) Conex ões el étricas.

. - — Máquina (assíncrona
Fig 2 4 ) de indução.

Se a armadura é ligada a uma fonte monof ásica ou polif ásica CA, a máquina
funcionará normalmente como motor de indução. Os motores de indução mono-
f ásicos requerem dispositivos auxiliares para a partida, mas os motores de induçã o
polif ásicos são inerentemente motores com partida pr ópria (que têm torque de
partida). Deve-se notar que, mesmo operando como motor ou gerador, a m áquina
de induçã o assí ncrona requer que a armadura seja conectada a uma fonte CA.
Como a máquina de CC e a máquina síncrona (CA), a m áquina de induçã o é dupla
mente excitada Í V. Seç. 9-1), mas há fluxo de corrente alternada em ambos os enro-
-
lamentos, do estator e do rotor .
O enrolamento do rotor, que conduz corrente alternada produzida por induçã
&
o
pelo enrolamento do estator diretamente ligado à fonte, consiste de
condutores
de cobre ou alumínio engastados ou fundidos no rotor de ferro ou aço laminado
.
An éis terminais, que curto-circuitam os terminais, sã o colocados em ambas as
extremidades no tipo gaiola-de-esquilo, ou efetivamente num terminal no
tipo
de rotor bobinado.

2-6. CAMPOS E CIRCUITOS MAGNÉTICOS DA MÁQUINA DE CC

Como se demonstrou nas seções precedentes, todas as máquinas, qualquer


que seja o tipo ou propósito, requerem : ( 1) um enrolamento cuja fun çã o é produzir

i
44 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

um campo magn é tico ; ( 2) um enrolamento com condutores conduzindo corrente ;


e ( 3) um meio de proporcionar movimento relativo entre (1 ) e (2). A Fig. 2-5a mostra
a distribuição de fluxo produzida pelo estator de quatro pólos na armadura rotativa
de uma m á quina CC. Esteja a m á quina operando como motor ou como gerador,
o ú nico fluxo ú til para a a çã o motora ou geradora é o que liga ambos os condutores,
do campo e da armadura, simultaneamente. Este fluxo, denominado de fluxo
m ú tuo </> m, é mostrado na Fig. 2-5a como produzido pelo enrolamento de campo
Condutores da armadura

N -/ Fluxocampo
r,
do
de
,0
dispersão

z:
f La mi nações da armadura
oO Po
Fluxo de
ta 0 dispersão da
armadura , 0a
S O Jyi z
A í oM
b
Fluxo
m ú tuo, 0 ( b ) Fluxo de dispersão
^ da armadura .
* f N
( a ) Distribui ção do fluxo polar .
.
Fig 2-5 — Fluxo mútuo e de dispersão nas máquinas CC.
em torno dos n úcleos polares. Laços completos do circuito magn é tico sã o
formados, passando do pólo norte, através do entreferro, para concatenar
com os condutores da armadura , de volta através do entreferro até o pólo
sul, e retornando através da carca ça ao pó lo norte original. Como h á uma relu -
* t â ncia dupla do entreferro no circuito do fluxo m ú tuo (e o comprimento do entre-
ferro varia nas m áquinas comerciais de 1/16 a 1/4 de polegada), existe a possibi-
lidade de um circuito magnético mais curto (ou fluxo de dispersã o n ão- m ú tuo),
que não concatena simultaneamente campo e armadura. Uma faixa de fluxo dis-
perso pode ser estabelecida diretamente do pólo norte ao pólo sul, ou de um dado
pólo à carcaça, como se mostra pelo fluxo de dispersão designado por <pf na Fig. 2-5a.
Os condutores que giram e conduzem corrente, devido à natureza do enro-
lamento da armadura, também tendem a produzir um fluxo de dispersã o na arma-
dura mostrado na Fig. 2- 5 b, particularmente na porçã o da bobina que n ã o está
engastada no ferro da armadura. Assim, ambos os enrolamentos, de campo e
da armadura, tendem a produzir fluxos dispersos que são independentes do fluxo
m ú tuo ou no entreferro.

2-7. REAT Â NCIA DA ARMADURA

Dos dois fluxos de dispersão, o fluxo de dispersão do campo é de menor signi-


ficado. A perda do fluxo de campo criada pela dispersã o pode ser compensada
pelo incremento da intensidade do campo, como se descreve na Seç. 2-9. Além de
reduzir levemente o fluxo m ú tuo, o fluxo de dispersã o polar apenas afeta a opera-
CONSTRUçãO DE Má QUINAS E ENROLAMENTOS
45
çã o da m áquina durante os per í odos transit ó rios, tais como partida
ou mudança
nas condições de carga.
O fluxo de dispersã o da armadura é de maior import â ncia , pois é
responsá vel
pelo efeito denominado reat ância de dispersão da armadura
ou, simplesmente,
reatância da armadura. A reatâ ncia da armadura varia, numa dada
m áquina, apenas
com a corrente da armadura, pois é produzida pela corrente desta
e abraça apenas
os condutores da armadura. A reatâ ncia da armadura é simplesmente
um efeito
devido à indutância pró pria do condutor da armadura, e é observada , apenas
, quando
a corrente através do condutor está variando. Na máquina CC,
a corrente no con-
dutor da armadura (ignorando transit órios) muda apenas durante per
o íodo de
comutação, quando inverte a direção da corrente nos condutores A
indução, criada pela comutação dos condutores, d á origem
. fem de auto-
à necessidade dos
pó los de comutação ou interpolos na m áquina CC. A reat
ância de dispersão nas
máquinas CA é discutida na seguinte seçã o.

-
2 8. CAMPOS E CIRCUITOS MAGNÉTICOS NAS M
ÁQUINAS CA
A distribui çã o do fluxo m ú tuo para a m áquina síncrona de quatro
pólos é
mostrada nas Figs. 2-6a e b. Como no caso da m áquina CC, o
fluxo m ú tuo ou
ú til no entreferro, <£ m, é o que abra ça simultaneamente ambos
os condutores de
campo e armadura. Da mesma forma, algum fluxo de dispers ão polar
duzido e abraça apenas os condutores do campo ; mas o efeito
, <pf , é pro -
persã o polar é idêntico ao da máquina de CC e pode ser compen
deste fluxo de dis -
cimo na corrente de campo.
sado pelo acrés -
No caso do fluxo de dispersã o da armadura, < > , mostrado na Fig
/
zido pelos condutores da armadura que conduzem acotrente e nos quais
. 2-6, produ-
a corrente
está continuamente alternando, é produzida uma reat ância indutiva
na armadura,
Xa. Esta reatâ ncia da armadura numa combinação em quadratura com a resis-
tência da armadura é um fator na impedância total da armadura e, como
ser á visto
mais tarde, desempenha um importante papel na determi
naçã o da regulaçã o de

® )0 (S </>
f
® ®® ®
N rm 5> ®
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N ®®
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(a ) Distribui ção do fluxo ( b) Distribui ção do fluxo


para pólos salientes . para pólos n ão -salientes.
.
Fig 2-6 — Fluxos m ú tuos e de dispersão em máquinas CA .
46 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

tensão de um alternador ou do ajuste do fator de potência de um motor s í ncrono.


O leitor não deverá confundir reatância da armadura com reação da armadura,
toda vez que esses termos forem empregados.
Os efeitos da primeira foram descritos acima para máquinas CC e CA . A
reação da armadura (Cap. 5) é o efeito da fmm produzida pelos Ae ( NaIa ) da arma -
dura ao variar e distorcer o tluxo mú tuo, </> m, do campo. Na máquina de CC e CA ,
a reação da armadura e seus efeitos estão continuamente presentes , enquanto
que a reatância da armadura afeta os condutores da máquina CC apenas quando
a corrente está variando (como durante a comutação, resultando em centelhamento
entre o comutador e as escovas).

2-9. CÁLCULO DO FLUXO MAGNÉTICO

O procedimento detalhado para o projeto das bobinas de campo requeridas


para estabelecer uma dada densidade de fluxo na máquina está além do objetivo
deste volume . 2 Num resumo breve, o processo consiste em dividir o circuito mag -
nético, mostrado na Fig. 2-6a, em suas partes componentes : n úcleo polar, sapata
polar, entreferros, carcaça, dentes e n úcleo da armadura. Uma tabela é então esta -
belecida relacionando as dimensões (comprimento médio e área em corte), mate-
rial , fluxo total , densidade de fluxo, força magnetomotriz por parte, e os Ae totais
por pólo. Cada uma das partes componentes acima é tratada como um elemento-
série num circuito magnético baseado numa relação conhecida como “ Lei do
Circuito Magnético” : 3
A intensidade do campo magnético de um caminho fechado é a soma dos Ae com
que este caminho se concatena .

Estabelecida em termos de uma equação, a lei acima torna-se :


0,4TZNI N , I , N 21 , N 3 I
<P =
R
= 0,47E
R R2 + . . .+ NJ (2-1)
onde ( j)
*
3
é a intensidade do campo polar desejado e requerido para
produzir torque ou para gerar uma fem numa máquina em
linhas ou maxwells
R é a relutância total do circuito completo
£ 1 , 1 2 , etc. são as relutâncias individuais das partes componentes citadas
* acima
NI são os Ae totais ou força magnetomotriz a ser produzida pelos
enrolamentos polares
N 1 I ,N 2 I , etc. são as fmm individuais requeridas para vencer as relutâncias
R i , / 2, etc., para produzir o fluxo total ' </) em linhas .
*
20 procedimento
é desenvolvido n o livro Direct ( urrent Machinery , de Kloeffler . Kerchner e
-
Brenneman, ediçào revisada ( New York , Macmillan, 1948), pp. 25 29.
3
Às vezes é chamada Lei de Kirchhoff referida ao Circuito Magnético , na qual o análogo a tensão
total aplicada são os Ae totais requeridos para estabelecer um desejado fluxo magnético num dado
-
circuito magnético série contendo vá rias relutâ ncias.
CONSTRU çã O DE Má QUINAS E ENROLAMENTOS 47

Como se estabeleceu na Seç. 2-6, uma certa quantidade de fluxo disperso é


produzida e tende a reduzir o fluxo mú tuo ú til ou do entreferro. No cálculo acima,
é costume aumentar o valor desejado para </> de um coeficiente de dispersão. Em
máquinas muito pequenas e nas antigas, este coeficiente pode ser t ã o alto quanto
1,25 ; nas máquinas modernas, que possuem n úcleos polares mais curtos e projeto
melhorado para as sapatas polares, o coeficiente pode ser t ã o baixo quanto 1,05,
particularmente para máquinas de maior capacidade.
f Bobinas polares para certas máquinas, quer estacioná rias como nas máquinas
de CC, ou rotativas como nas do tipo CA, têm o mesmo nú mero de espiras por
pólo e as bobinas estã o sempre conectadas em série para assegurar a mesma fmm
( N f I f ) no entreferro e fluxo sob cada pólo. Bobinas polares são projetadas de
-
forma a providenciar um balan ço adequado entre as perdas joule do campo e
a quantidade de cobre usada para as espiras. Um grande n ú mero de espiras no
campo com uma resistência relativamente elevada produzirá a fmm requerida
e uma baixa perda-joule no campo. Mas este projeto é executado às expensas de
um custo mais elevado na construção envolvendo mais cobre, polos maiores, e um
tamanho f ísico maior. Assim, uma dada bobina polar numa m áquina representa
um balanço ótimo entre as perdas-joule no campo e o n ú mero de espiras e ampa
cidade do cobre que resultará no tamanho mais econ ómico e no mais baixo custo
-
do material.
Enrolamentos polares, quer auto-excitados ou separadamente excitados,
requerem corrente cont ínua para sua operaçã o. Como eles sã o geralmente cons-
tru ídos com muitas espiras e são colocados em n úcleos de ferro de relutâ ncia re
lativamente baixa, eles produzem um circuito altamente indutivo. Quando o cir-
-
cuito polar é energizado, a corrente i no circuito cresce de acordo com a equação
geral de tensão
di
Vcc = Rt + L dt (2-2)

onde FCf é a tensão aplicada no circuito de campo


é a corrente instantâ nea no circuito de campo
L é a indut â ncia do circuito do enrolamento de campo
R é a resistência do circuito polar
di/ dt é a razã o de aumento da corrente de campo no circuito polar.
Resolvendo a Eq. 2- 2 em fun çã o de i ( por cá lculo), chegamos à mesma equação
na forma
,
(1 - E ~ R IL ) ( 2-3)

onde E é 2,718 . . . (a base dos logaritmos naturais ou Neperianos) e todos os outros


termos foram previamente definidos.
Quando a corrente alcança o valor de regime permanente (no fim de apro
ximadamente cinco vezes o valor de L/ R em segundos), a corrente no enrolamento
-
de campo é constante e é limitada apenas pela resist ência do circuito de campo.
O efeito indutivo do circuito de campo ocorre apenas durante as condições tran-
48 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

sit ó rias de : ( 1 ) flutua ções na energia aplicada ao campo ; ( 2) uma variaçã o na


corrente de campo por meio do reostato de campo ou potenciômetro de campo ;
ou ( 3) abrindo o (ou removendo a energia do) circuito de campo.
O transit ório citado por ú ltimo é o mais sé rio de todos ; pois, se o circuito
de campo é subitamente aberto, a razã o na varia çã o da corrente é elevada e o
termo L ( di/ dt ) na Eq. 2-2 opera independentemente da tensã o de suprimento,
uma vez que n ã o est á mais conectada ao mesmo. O resultado é uma fem de auto-
indução que pode ter várias vezes o valor da tensão de alimentação. Esta tensão
pode danificar os instrumentos conectados através do campo, romper o isola -
mento dos enrolamentos polares, ou causar arcos severos nos contatos das chaves
que suprem energia ao circuito de campo. A menos que seja propriamente pro -
tegido, o enrolamento do campo CC não deve ser aberto enquanto o campo está
energizado.
Quando se torna necessá rio abrir o circuito de campo, para estudos em
laborat ório ou operação comercial, uma chave especial para descarga do campo
e resistor sã o empregados, mostrados na Fig. 2-7a. Esta chave permite que um
resistor de descarga, R, seja colocado em paralelo com o circuito de campo no
instante de abertura do circuito de campo. A energia do campo magn ético
Enrolamento Posi ção

í 1 de campo incorreta

Fonte C
CC —- R
1, o
_
o
o
r o
o >

cc ( v fv ) a
o

t o =
( a ) Resistor de descarga -
( b ) Posi ção correta do volt ímetro ( volt metro )
do campo e chave. na medida da resistê ncia do circuito
de campo ou perdas no circuito de campo .
Fig. 2-7 — Circuito de descarga do campo e medidas do campo.
1
— L I 2 é assim dissipada no resistor de baixa resist ê ncia de descarga de campo
j
e não airavés dos contatos da chave ou do volt í metro (volt - metro) ligado ao campo.
No laborat ório, se nã o temos disponíveis chave e resistor de descarga de campo,
pode ser usada a conexã o da Fig. 2-7b, preferentemente com interruptores de
circuito do que com chaves faca abertas. A conexã o mostrada n ã o apenas protege
o volt í metro mas também conduz a uma melhor medida em termos de sensibili -
dade de instrumentos.

- .
2 10 ENROLAMENTOS DA ARMADURA 4

Como se mostra nas Figs. 2-1 a 2-4, representando os quatro tipos básicos
de máquinas, os enrolamentos da armadura, quer no estator ou no rotor, são
4
Apesar do assunto de enrolamentos e seus cálculos estarem além do escopo deste texto, esta seção
é inclu í da aqui para discutir os princí pios que ser ã o desenvolvidos mais tarde. Para uma cober-
tura bastante pormenorizada deste assunto, o leitor deve procurar Liwschitz-Garik and Whipple,
Electrical Machinery ( Princeton, NJ, Van Nostrand, 1946), v . 1, cap. 6 ; v. 2, cap. 4.
r

CONSTRU çã O DE Má QUINAS E ENROLAMENTOS 49


;

sempre do tipo não- saliente e sã o distribu ídos igualmente nas ranhuras adjacentes
ao entreferro em volta da periferia da armadura. Essencialmente, há dois tipos,
dependendo do tipo de fechamento ou reentrada do enrolamento : enrolamentos
de circuito fechado, empregados nas máquinas de CC; e enrolamentos de circuito
aberto, empregados usualmente em máquinas CA.
Qualquer que seja o tipo ou a aplicação, a maioria dos enrolamentos da
í
armadura consistem de bobinas pr é-formadas romboidais, como se mostra na
Fig. 2-8a, que sã o inseridas nas ranhuras da armadura e conectadas de modo a
produzir o enrolamento completo. Cada bobina consiste de muitas espiras de
fio coberto por fina seda, algod ão ou esmalte, individualmente isoladas, imersas
em verniz, e isoladas das ranhuras da armadura. O n ú mero de condutores,
[Z na Eq. ( 1-6)] numa dada bobina será o dobro do n ú mero de espiras da mesma,
ou seja, dois condutores por espira.
: Em geral, as bobinas da armadura cobrem 180 ° elé tricos, isto é, do centro
; de um dado pólo at é o centro de um pólo de polaridade oposta, o qual, não
obstante, pode ser fisicamente adjacente, como se mostra na Fig. 2-8 b e c. Se a

k - 180° -H h- 180 °H

T Isolamento
linear
S' 1 6 1. 6

Espiras
Lados
ativos da
bobina
N S —f N S

V individuais
isoladas
Barras do
comutador

1 2 1 9 //10

Conex ões terminais


I I do comutador (b ) Bobina do ( c ) Bobina do
(a ) Bobina pr é- formada da armadura. enrolamento enrolamento
imbricado . ondulado.

>

( d ) Enrolamentos de dupla camada.

Fig. 2-8 — Tipos de bobinas da armadura de máquinas CC e conexões terminais.


UFPb / BIBLIOTECA / M U I
50 MAQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

bobina cobre um espaço de 180° el é tricos, ela é chamada de bobina de passo inteiro,
enquanto que, se ela abrange menos do que 180° elétricos, é denominada de bobina
de passo fracionário. Um enrolamento da armadura com passo fracion á rio é deno-
minado de enrolamento cordado. O enrolamento de passo fracionário requer o
uso de menos cobre que o de passo inteiro, mas eles têm, aproximadamente, as
mesmas caracteristicas, porque as cabeças de bobinas frontais e posteriores mais
curtas sã o inativas. Uma bobina que abrange 150 graus elé tricos ter á um fator
de passo, p, de 150°/180° = 0,833 ou 83,3 por cento. Em geral, fatores de passo
menores do que 80 % são evitados.
A maioria dos enrolamentos da armadura são enrolamentos de dupla camada,
ou seja, dois lados de bobina sã o inseridos em cada ranhura. Ao enrolarmos uma
armadura com dupla camada, um lado da bobina p é colocado no fundo de uma
ranhura, como se mostra na Fig. 2-8d para a bobina 1, na qual o lado direito da
bobina é inserido e o outro lado n ã o. O segundo lado da bobina n ã o é colocado
até que todas as outras bobinas da armadura tenham sido inseridas nos fundos
das ranhuras. Quando o lado da bobina x foi inserido num fundo de ranhura,
apenas ent ã o o lado da bobina 1 é colocado ; quando o lado da bobina y foi
inserido num fundo de ranhura, apenas então o lado da bobina 2 é inserido, e
assim por diante. O propósito deste procedimento é de assegurar resistência contra
forças centr ífugas e aproximadamente perfeita igualdade em tamanho, forma e
peso para todas as bobinas.

2- 11. ENROLAMENTOS ONDULADOS E IMBRICADOS —


SEMELHANÇAS E DIFEREN ÇAS

Na Seç. 1-13, ficou estabelecido que as armaduras consistem de bobinas


ligadas em série, possuindo dois ou mais caminhos para a corrente. Dois tipos
de conex ões terminais são empregados para assegurar que as fem induzidas nos
lados das bobinas ligadas em série somem-se umas às outras, a saber, a conexão
ondulada e a conex ão imbricada vistas nas Figs. 2-8b e c. Observe-se que em
ambos os tipos de conex ã o, um lado ativo da bobina est á sob um pólo norte e
o outro sob um pólo sul ; supondo que o campo move-se para a esquerda (movi-
mento do condutor para a esquerda), a fem induzida no lado da bobina colocada
na ranhura 1 tem a mesma direção que a inserida na ranhura 6, independentemente
da conexão terminal. Note-se que o terminal da bobina do enrolamento ondulado
adiciona as fem de tal maneira que os terminais das bobinas devem ser conectados
em série às barras adjacentes do comutador. Como o enrolamento de uma má-
quina CC deve ser fechado, o ú ltimo terminal de bobina no enrolamento é ligado
ao primeiro lado de bobina de uma bobina adjacente na primeira barra do
comutador onde o enrolamento começou. O enrolamento descrito é também
mostrado na Fig. 2-9a, onde o lado superior da bobina é representado por uma
linha sólida e o lado de baixo por uma linha pontilhada.
A Fig. 2-9a também serve para mostrar as conex ões das escovas com relação
âs bobinas. Observe-se que a escova positiva é conectada ao comutador 3 e,
neste instante, est á conectada à bobina 3. Como as escovas sã o estacioná rias.

PfJ> VBlBL 10
I TECA / P R A I
CONSTRU çã O DE Má QUINAS E ENROLAMENTOS 51
t para a posiçã o particular de cada uma das quatro escovas, elas est ã o sempre
em
contato com uma bobina que est á indo para a comutaçã o, ou seja, uma bobina
que permanece no espaço interpolar. Ao mesmo tempo, a soma
das fem dos lados
das bobinas, para a esquerda e para a direita da escova positiva, é tal que
tende
a enviar corrente para a escova a partir de ambas as direções ou caminhos ,
[a, na
Eq. ( 1 6)]. Assim, cada escova positiva no enrolamento imbricado, visto na
*

Fig. 2-9a, recebe corrente de dois caminhos, perfazendo um total de quatro cami
nhos para a m á quina de quatro pólos mostrada.
-
Uma bobina ondulada é vista na, Fig. 2-8c, e o enrolamento ondulado na
t Fig. 2-9 b. Como se estabeleceu previamente, os enrolamentos diferem apenas
na maneira pela qual os terminais das bobinas são conectados ao comutador.

1 2 3 4

Si*

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I |1 X
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FLJT I l i | 2 | 3 Ú | 5 | 6 | 7 | I I I I I I I I I I
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(a) Enrolamento imbricado de máquina CC.

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1 2 | 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2 0 21
+ LJ
¥ LJ

( b ) Enrolamento ondulado de má quina CC.


. - — Vista desenvolvida da armadura de máquinas de CC.
Fig 2 9

No enrolamento ondulado, as conex ões-sé rie dos lados das bobinas entre as
escovas são criadas passando vá rias vezes através da armadura antes que um
caminho entre as escovas seja completado. Assim, partindo do comutador 1, a
bobina 1 entra na parte superior da ranhura 1 sob o pólo norte, indo entã o para
a parte inferior da ranhura 6 sob o pólo sul adjacente e para o comutador 10;
52 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

daí para a bobina 2 na ranhura 11 sob o pólo norte subsequente e à ranhura 16


sob o pró ximo pó lo sul at é o comutador 20 ; e assim por diante. Assim, a bobina
1 est á em sé rie com a bobina 2 e, ao contr á rio do enrolamento imbricado, estas
bobinas ligadas em série est ã o sob um diferente par de pó los. Numa m á quina de
quatro pó los, a bobina 3 estará agora sob o primeiro par de pó los e a bobina 4
sob o segundo par, e assim por diante, at é que todas as ranhuras estejam com-
pletadas.
Os enrolamentos ondulados també m diferem dos enrolamentos imbricados
na maneira em que as escovas são conectadas entre si. Na Fig. 2-9b, a bobina
x, localizada na zona interpolar, abrange as barras do comutador 4 e 14, assim
conectando as escovas positivas. Da mesma maneira, outras bobinas localizadas
no espaço interpolar conectam as escovas negativas num ponto comum. E ent ã o
necessá rio apenas ter duas escovas, nã o importa o n ú mero de pólos no enrola -
mento ondulado, porque as próprias bobinas servem para completar os caminhos
de volta a um ponto comum de escova. Pode-se mostrar també m que, para um
enrolamento ondulado que use todas as bobinas na armadura para formar um
caminho fechado, h á apenas dois caminhos, qualquer que seja o n ú mero de
pólos.
Há muitas variações de enrolamentos, bem como outros tipos de enrola-
mentos que sã o empregados nas máquinas de CC para se conseguir altas correntes
ou caracter ísticas de tensã o. Num destes tipos, denominado enrolamento mul -
tiplex, h á vá rios conjuntos de enrolamentos completamente fechados e indepen-
dentes. Se h á apenas um conjunto de bobinas para formar o enrolamento fechado,
este enrolamento é denominado simplex. Se existem dois desses enrolamentos na
mesma armadura, o conjunto é denominado dú plex, e assim por diante. A multi-
plicidade afeta o n ú mero de poss í veis caminhos na armadura . Para um dado
n ú mero de ranhuras e bobinas, à medida que a multiplicidade aumenta, os ca -
minhos també m aumentam, elevando a capacidade em corrente, mas decrescendo
a especifica çã o em tensã o, como se mostra na Seç. 1-13 e Tabela 1- 2.
Computando a fem média gerada entre escovas, a partir da Eq. (1-6), o n ú -
mero de caminhos, a, para os enrolamentos imbricado e ondulado é determinado
pelas seguintes rela ções simples :
para um enrolamento imbricado

a mP ( 2-4)
para um enrolamento ondulado
onde a é o n ú mero de caminhos em paralelo na armadura

a 2m (2-5)

m é a multiplicidade da armadura
P é o n ú mero de pólos.
EXEMPLO a. Uma armadura com um enrolamento imbricado triplex é usada numa m áquina
2-1 : com quatorze pólos e com quatorze conjuntos de escovas, cada um abra-
çando três barras do comutador. Calcule o nú mero de caminhos na armadura.
b. Repita ( a ) para um enrolamento ondulado triplex, tendo dois conjuntos de
escovas e quatorze pólos.
Solução :
a. a = mP =3 x 14 = 42 caminhos (2-4)
b. a = 2 m = 2 x 3 = 6 caminhos -
(2 5)
,*«

CONSTRUçãO DE Má QUINAS E ENROLAMENTOS 53


(

E X E M P L O Calcule a fem gerada em cada um dos problemas acima, se o fluxo por pólo é
2- 2 : 4,2 x 106 linhas, a velocidade do gerador 60 rpm e há 420 bobinas na armadura,
cada bobina com 20 espiras.
Solução :
a. Z = 420 bobinas x 20 espiras/bobina x 2 condutores/espira = 16.800 con-
dutores
Da Eq . (1-6) :
bZNP 4,2 x 106 * 16.800 x 60 x 14
E9 = < 60a x 10 - 8
60 x 42
x 10 ' 8
= 235,2 V
4,2 x 106 x 16.800 x 60 x 14
b. E 9 = 1.646,4 V
60 x 6 x 10
Os caminhos para a m á quina simplex com enrolamento imbricado com
quatro pólos, mostrada na Fig. 2-9a, sã o representadas na Fig. 2-10. Note-se
que h á quatro pó los e quatro caminhos, cada caminho suportando um quarto
da corrente total e gerando uma tensã o por caminho de ep . A pot ê ncia total gerada
pela m á quina operando como um gerador é epI . A Fig. 2- 10c mostra o circuito
equivalente desta armadura operando como um motor na mesma velocidade e
densidade de fluxo. A fcem gerada por caminho é e , e a resistência do enrola-
mento em cada caminho é rw . No funcionamento como motor , a tensã o de linha
aplicada VL excede ep da queda de tensão através da resistência dos enrolamentos,
lrJ 4 ( admitindo nenhuma queda nas escovas).
Os caminhos para a m áquina simplex com enrolamento ondulado de quatro
pó los, mostrada na Fig. 2-9 b, são representados na Fig. 2- 11. Note-se que há
quatro pólos e dois caminhos, uma vez que os caminhos sã o independentes do
n ú mero de pólos num enrolamento ondulado, como se estabeleceu na Eq. 2-5.
Para condutores de mesma capacidade de corrente, como o enrolamento imbri-
cado acima, ou seja, //4, a corrente por caminho no enrolamento ondulado é 1 4.
A corrente total, como só existem dois caminhos, é // 2. Mas, agora, que h á apenas
/
dois caminhos, o n ú mero de condutores por caminho é duplo, e a fem por caminho

—— -
I
4 eP
rw
oooo
eP
-AA/v |HHHh

I
AM IHHH 1
í
4
eP li 2
BTOO
+
HHHh
oooo HHHH
ep Ô
ii+ 4 rw ep ~
~
r
( b) VL ô-
( a ) , ( b ) Caminhos num enrolamento imbricado ( gerador ) . ( c ) Circuito equivalente de um
% enrolamento imbricado ( motor ) .
Fig. 2-10 — Caminhos na armadura e circuito equivalente para uma m á quina simplex com
enrolamento imbricado, com quatro pólos.
54 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

I
4 rw -— 2 ep —-
*

eP I +
k/w—lHHHh
—D
0000
Iep
4
W6TS
— •MA/V

D0 0 0 0 t LAAA í |h|HH >


2 ep ô
$
+ +ô ô-
(a ) Enrolamento ondulado ( b ) Caminhos ( gerador ) . ( c ) Circuito equivalente
de uma
da armadura. máquina com enrolamento
ondulado ( motor ).
.-
Fig 2 11 —
Capacidade equivalente da má quina de CC com enrolamento ondulado, mos
trando os caminhos e o circuito equivalente para um enrolamento ondulado simplex, com
-
quatro pólos.

é 2 ep. A pot ência total gerada pela m áquina operando como gerador é 2 ep 1/ 2,
ou ainda ep I . Isto també m está ainda de acordo com o estabelecido na Seç. 1-13
e Tabela 1-2.
A m á quina com enrolamento ondulado, funcionando como motor, é mos-
-
trada na Fig. 2-1 lc. Note se que a resistência por caminho e a tensão por caminho
são, cada uma, o duplo daquela da armadura equivalente com enrolamento imbri-
cado, porque há o duplo de condutores em sé rie, produzindo uma fcem e resis-
t ê ncia em oposiçã o à tensã o aplicada.

2-12. ENROLAMENTOS — SUMÁ RIO


Com base no material precedente, pode-se fazer o seguinte sumá rio, com
relação a cada um dos enrolamentos estudados .

2-12.1 ENROLAMENTO IMBRICADO


Há sempre tantos caminhos em paralelo quanto é o produto da multipli-
cidade pelo n ú mero de pólos [Eq . ( 2-4)]. Cada caminho, em qualquer instante,
cont ém um grupo-série de bobinas,
NJa, onde Nc é o n ú mero total de bobinas
da armadura. A corrente suportada por cada bobina da armadura é a corrente
total nos terminais da armadura (corrente que entra ou sai da armadura) dividida
pelo n ú mero de caminhos, //a. Este enrolamento requer tantas escovas quantos
sã o os pólos.

-
2 12.2 ENROLAMENTO ONDULADO
O n ú mero de caminhos na armadura é duas vezes a multiplicidade, 2m , e
independe do n ú mero de pólos [Eq . ( 2-5)]. Cada caminho, em qualquer instante,
CONSTRUçãO DE Má QUINAS E ENROLAMENTOS 55

cont é m um grupo-sé rie de bobinas, NJa , similar ao enrolamento imbricado acima.


A corrente suportada por cada bobina da armadura é a corrente total da arma-
dura dividida pelo n ú mero de caminhos, I / a, também similar à do enrolamento
imbricado acima. O enrolamento ondulado requer apenas duas escovas, inde-
pendentemente do n ú mero de pólos, apesar de que, em grandes máquinas, podem-se
usar tantos conjuntos de escovas quantos são os pólos, para reduzir a corrente
suportada por escova.
Comparando os mé ritos relativos dos enrolamentos imbricado e ondulado,
é ó bvio que o enrolamento imbricado recomenda -se para má quinas de CC a altas
4' correntes e baixa tensã o. Para uma dada capacidade de corrente por bobina ,
digamos de 100 A, uma armadura triplex, com enrolamento imbricado de 12 pólos,
pode entregar uma corrente nominal de 3.600 A ou 36 vezes a corrente por bo
bina . Por outro lado, a m á quina com enrolamento ondulado recomenda -se para
-
aplicações de alta tensão e baixa corrente, em que a m á quina opera em elevadas
velocidades. A especificação de tensão de tais m áquinas é limitada pela possi-
bilidade do aparecimento de arco 5 entre segmentos adjacentes do comutador e
a qualidade do isolamento das bobinas da armadura. O enrolamento ondulado,
por causa da possibilidade de usar apenas dois conjuntos de escovas, é recomen
dá vel para aplicações tais como serviço de tra çã o elé trica em ferrovias, onde a
-
periferia completa do motor pode ser inacessí vel para manuten ção e reposição
de escovas.

2-13. ENROLAMENTOS DA ARMADURA DE M Á QUINAS


SÍ NCRONAS CA
Ao contrá rio das má quinas de CC, nas quais sã o usados enrolamentos fe-
chados (reentrantes), a máquina CA pode usar quer enrolamentos abertos quer
fechados ; mas a vasta maioria das aplicações usa enrolamentos abertos. Bo-
binas pré- formadas do tipo em forma de diamante, quer do tipo ondulado ou
f imbricado, são usadas em enrolamentos abertos das máquinas CA. Como se
estabeleceu na Seç. 2-3 e sua figura acompanhante, nenhum comutador é neces
sá rio para converter a corrente alternada, gerada na bobina individual, em cor-
-
rente cont í nua . Como nenhuma comutação é requerida, não é necessá rio usar
enrolamentos fechados ou girar a armadura. Como numa armadura CC, grupos
de bobinas são conectados em série com o propósito de aumentar a tensão ou
torque. Este grupo conectado em série, cujos terminais são levados para
fora da armadura, é denominado fase. Se todas as bobinas colocadas em todas
as ranhuras da armadura forem ligadas em série o enrolamento da máquina sín-
*
crona ( CA) é um enrolamento monof ásico' 7 Se dois enrolamentos conectados
em sé rie, separados e isolados entre si, forem colocados nas ranhuras da arma
dura (estator) e forem mecanicamente deslocados um com relação ao outro, o '
-
enrolamento da m á quina sí ncrona (CA) é um enrolamento bif ásico, e assim por
diante.
5
Uma regra prá tica do polegar é um má ximo valor permissí vel de 15V entre segmentos adja -
centes do comutador. O arco pode ser evitado pelo projeto e operação da máquina em velocidades
e tensões bem abaixo deste valor.
56 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

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I

is B
I
Ò SC Ô $A ( b) Polaridade
instantâ nea e
(a ) Enrolamento trif ásico, concentrado, ondulado, relação de fase
camada simples, com uma ranhura por pólo e das bobinas.
por fase ( um lado da bobina por ranhura ).

. -
Fig 2 12
— Enrolamentos abertos usados nas máquinas síncronas CA.

O enrolamento trif ásico , numa forma extremamente simplificada, é mos-


trado na Fig. 2-12a . A partida e o té rmino de todas as bobinas na fase A sã o
designados, respectivamente, como SA e FA. A fase A é mostrada como uma linha
sólida na figura, a fase B como uma linha tracejada, e a fase C como uma linha
pontilhada . Note-se que cada enrolamento não começa e termina sob o mesmo
pólo. Se n ós supusermos que os pólos no rotor estã o se movendo para a esquerda,
como se mostra , ent ã o o movimento relativo dos condutores da armadura (V.
Seç. 1- 5) é para direita , produzindo uma sequência de fase ACBACBA , etc. Se
a dist â ncia entre dois pontos correspondentes e adjacentes nos pólos é de 180°
elé tricos, n ós podemos ver que a dist â ncia entre o lado da bobina na partida de
Ac na partida de C é aproximadamente 120 graus elé tricos. Assim , a ponta con -
dutora do pólo norte movendo-se para a esquerda na Fig. 2 12a induzirá tensões -
id ê nticas nos correspondentes lados de bobinas A , B e C , respectivamente, afas-
tados de 120 graus elé tricos. Pela regra de Fleming da mã o esquerda, dado o
movimento acima do condutor com relação ao campo, um pólo norte induzirá
uma tensão correspondente do fim para o in ício das bobinas, deslocadas como
se mostra na Fig. 2- 12 b. Note-se que a fase B atrasa-se da fase A de 240 graus
elé tricos, ou adianta -se da fase A de 120 graus elé tricos.
O enrolamento empregado na Fig. 2-12 é um enrolamento aberto , pois ambos
os terminais dos enrolamentos foram levados a conexões apropriadas. E um
enrolamento ondulado , pois ele progride de pólo a pólo. É um enrolamento con-
centrado porque todas as bobinas de uma fase est ã o concentradas numa mesma
ranhura sob um mesmo pólo. É um enrolamento de camada simples porque há
apenas metade de uma bobina ( um lado da bobina) em cada ranhura.

2-14. ENROLAMENTOS DE CAMADA SIMPLES E DUPLA

Enrolamentos de camada simples sã o muitas vezes usados em estatores de


pequenos motores de induçã o e nos rotores de pequenos motores de indução de
rotor bobinado. Um corte de um -enrolamento de camada simples é visto no lado
esquerdo da Fig. 2-13b. Como nos enrolamentos da armadura das má quinas
CONSTRU çãO DE Má QUINAS E ENROLAMENTOS
57

N [•' S N S y

(a ) Enrolamento imbricado de camada


m3
1
u
Nl S í j N|
.

a st
simples, distribu ído, monofá sico , duas
V
ranhuras por p ólo e por fase
( um lado de bobina por ranhura ) .

ò SA 6 FA
N \ (c ) Enrolamento monofásico, dupla camada,
concentrado, imbricado, com uma
ranhura por pólo e fase ( dois lados
de bobina por ranhura ) .
(b ) Camada simples contra camada dupla
.
•> 4
Fig. 2- 13 — Enrolamentos distribu í dos e concentrados, de camada
simples e dupla.
$ de CC, a preponderâ ncia das armaduras comerciais das máquinas
síncronas (CA)
é do tipo de camada dupla, mostrado em corte na direita da Fig
. 2-13b. O enro-
lamento de dupla camada ou de bobina inteira deriva seu nome
do fato de que
há dois lados de bobina ( uma bobina) por ranhura. A Fig. 2 a
-13 mostra um enro-
lamento imbricado de camada simples e as Figs. 2 13b e c mostram
mento imbricado de camada dupla.
- um enrola-

2- 15. ENROLAMENTOS DE PASSO FRACION Á RIO

Como a maioria dos enrolamentos de camada simples sã o enrolam


entos
de passo inteiro, os enrolamentos de dupla camada sã o geralmente
projetados
como enrolamentos de passo fracion á rio ( V . Seç. 2-10). Esta prá tica comum
deriva do fato de que a primeira vantagem do enrolamento de dupla camada
é
de que ele permite o uso de bobinas de passo fracioná rio. A Seç. 2 10
que as m á quinas de CC empregavam passo fracioná rio de modo
- mostrou
a economizar
cobre. Como será mostrado mais tarde, enrolamentos de passo fracion rio quando
á ,
usados em armaduras de m áquinas síncronas e assíncronas CA, alé m
de econo-
mizar cobre (1) reduzem as harmónicas das fmm produzidas pelo
enrolamento
da armadura, e ( 2) reduzem as harm ónicas das fem induzidas no
enrolamento,
sem reduzir a magnitude da onda fundamental da fem em qualque
r extensão.
Pelas três razões citadas, os enrolamentos de dupla camada sã o quase
universal-
mente empregados nas armaduras das m áquinas sí ncronas (CA )
.
Apesar do uso do passo fracioná rio em má quinas de CC, não é
necessá rio
aplicar um fator de passo , kp , no cá lculo da fem induzida entre escovas
A fem m édia induzida em cada bobina de uma m á quina de CC pode
da Eq. 1 6. -
ser consi-
derada em fase com todas as outras bobinas num dado caminho
entre escovas.
No caso de uma má quina CA usando uma bobina de passo inteiro,
tal como se
mostra na Fig. 2-12a, os dois lados da bobina abrangem uma dist â ncia exatamente
igual ao passo polar de 180 graus el é tricos. Como resultado
, as fem induzidas
58 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

p
kp = cos Y
Lado da Lado da E1
O
bobina
Si Ej bobina /3
O

fa
Bobina Ec U~ E, COS -2PT7 E , cos
(a) Bobina de passo inteiro. ( b ) Bobina de passo fracioná rio .
.
Fig 2-14 — Força eletromotriz da bobina em função das fem nos lados da
bobina para bobinas de passo inteiro e fracioná rio.

numa bobina de passo inteiro são tais que as fem induzidas nos lados da bobina
estão em fase, como se mostrà na Fig. 2-14a. O fator de passo, kp , de uma bobina
de passo inteiro é unit á rio, e a tensã o total da bobina
Ec é 2 Ey x kp ou 2 Ev
No caso de enrolamentos de dupla camada, mostrados na Fig. 2-13c, ser á
notado que o espaço abrangido por uma simples bobina é menor do que o espaço
polar de 180 graus elétricos. A fem induzida em cada lado da bobina não est á
em fase, e a tensão resultante na bobina, Ec , será menor que a soma aritmética
da tensã o em cada lado da bobina, ou menor do que 2 Ev É ó bvio que 2£ , deve
ser multiplicado por um fator que é menor do que a unidade ou 2 E kp para pro-
1
duzir a tensã o apropriada da bobina Ec . A partir da igualdade da senten ça pré via,
o fator de passo, kp, é

k
soma fasorial da tensão nos dois lados da bobina
2£, soma aritmética da tensão nos dois lados da bobina ( 2- 6)

A relaçã o acima , em termos de tensões, é de interesse para compreender o


conceito, mas não é muito útil, pois n ós não temos nenhum modo de predizer
a variaçã o da tensão se a bobina fosse estirada ou comprimida. Se n ós admitirmos
que as fem induzidas nas duas bobinas,
Ex e E2, estão fora de fase entre si, por
algum â ngulo /?, como se mostra na Fig. 2-14b, então o â ngulo entre
resultante na bobina Ec é /?/ 2. A tensão resultante na bobina
( 2-6) e da Fig. 2-14b é :
Ec
e a tensão
a partir da Eq. ^
Ec = 2E1 cos —P = 2 Et kp
e então

= COS P (2-7)
2
onde P é 180° menos o n ú mero de graus elétricos abrangidos pela bobina.
Como p é o â ngulo suplementar da extensã o da bobina, o fator de passo,
pode ser também expresso como :
kp ,


kp = sen T (2- 8)
onde p° é o â ngulo elétrico abrangido pela bobina.
CONSTRU çãO DE Má QUINAS E ENROLAMENTOS 59

EXEMPLO Uma armadura com 72 ranhuras, tendo quatro pólos, é enrolada com bobinas
-
2 3: abrangendo 14 ranhuras (ranhura 1 até ranhura 15). Calcule:
a. O â ngulo abrangido por uma bobina de passo inteiro (espaço ocupado por
pólo).
b. O espaço ocupado por bobina em graus elétricos.
c. O fator de passo, usando a Eq. 2-7.
d. O fator de passo, usando a Eq. 2-8 .

Solução :

12 ranhuras
4 pólos
= 18 ranhuras por pólo

ou 18 ranhuras ocupam 180 graus el étricos


14
b. p° —
= 18 x 180° = 140°

c. P cos 180° - 140° cos


k p = cos — = 2 = 20° = 0,94 (2-7)

d. kp = sen —P2° = sen 140°


—- = sen 70° = 0,94 ( 2 -8 )

É, muitas vezes, conveniente falar que uma bobina da armadura tem o passo
fracioná rio, expresso como uma fração, ou seja, 5/ 6 de passo, ou 11/12 de passo,
etc. Em tal caso, os graus elé tricos abrangidos, p, valem ( 5 / 6) x 180°, ou 150° ;
( 11 / 12) x 180°, ou 165°, etc. ; o fator de passo,
kp , é ainda computado, como na
Eq . ( 2-8) e Ex. 2-4 abaixo.

EXEMPLO Uma armadura com 6 pó los, 96 ranhuras, é enrolada com bobinas tendo um
2-4 : passo fracion á rio 13/16. Calcule o fator de passo.

Solução :

_
k = sen P
2
°
—— sen
(13/16) x 180°
2 = sen 73,2 = 0,957 (2-8)

2- 16. ENROLAMENTOS DISTRIBUÍ DOS — FATOR DE DISTRIBUI ÇÃO

Os enrolamentos mostrados nas Figs. 2-12a e 2-13c sã o chamados enrola-


mentos concentrados porque todos os lados de bobina de uma dada fase est ã o
concentrados numa ú nica ranhura sob um dado pólo. Para a Fig. 2- 12a , na deter-
mina çã o da ttiisã o induzida CA por fase, seria necessá rio apenas multiplicar a
tensã o induzida em qualquer dada bobina pelo n ú mero de bobinas ligadas em
sé rie em cada fase . Isto é verdade para o enrolamento mostrado na Fig. 2-12a,
porque os condutores de cada bobina , respectivamente, caem na mesma posição
com relação aos pólos N e S assim como outras bobinas sé rie da mesma fase. -
Como estas tensões individuais por bobinas sã o induzidas em fase, uma em re-
laçã o às outras , elas podem ser adicionadas aritmeticamente, ou a tensã o numa
60 M áQUINAS EL é TRICAS E TRANSFORMADORES

dada bobina pode ser multiplicada pelo n ú mero de bobinas ligadas em sé rie por
fase para obter a tensã o induzida por fase.
Enrolamentos concentrados, nos quais todos os condutores de uma dada
fase por pólo estão concentrados numa ú nica ranhura , n ã o são comercialmente
usados e t ê m numerosas desvantagens. Eles n ã o conseguem usar eficientemente
toda a periferia interna do n ú cleo do estator e torna -se ent ã o necess
á rio o uso
de ranhuras extremamente profundas onde os enrolamentos est ã o concentrados,
aumentando assim a dispers ã o e a reat â ncia da armadura ( V. Seç. 2-1 ) . Final -
mente, eles conduzem a uma baixa relaçã o cobre- ferro ( para um dado peso de
ferro da m á quina , quanto mais cobre concentrado nas ranhuras houver , maior
a capacidade e a sa í da da máquina ), pois n ã o usam eficientemente o fluxo m ú tuo
do entreferro no n úcleo da armadura do estator . Será també m mostrado mais
adiante que enrolamentos distribuídos ( tal como bobinas de passo fracion á rio ) re-
duzem as harm ó nicas na forma de onda de sa ída. É muito mais eficiente distribuir
as ranhuras da armadura em volta da periferia interna do estator, usando um
espa çamento uniforme entre ranhuras, do que concentrar os enrolamentos em
poucas ranhuras profundas.
Quando as ranhuras são distribu í das uniformemente em torno da armadura ,
o enrolamento que é inserido é um enrolamento distribuído. Um enrolamento
imbricado distribu í do é mostrado na Fig. 2-13a. Note-se que duas bobinas no
conjunto da fase A estã o deslocadas uma com relação à outra . As tensões indu
-
zidas em cada uma destas bobinas estarã o defasadas do mesmo â ngulo em que
as ranhuras foram distribu í das, e a tensã o total induzida em qualquer fase será
a soma fasorial das tensões individuais nas bobinas. As tensões induzidas nas
quatro bobinas individuais, mostradas na Fig. 2-13a , sã o representadas vetorial
-
mente na Fig. 2-15 como estando deslocadas de um â ngulo a. que é o n ú mero de
graus el é tricos entre ranhuras adjacentes. As tensões
EcV EcV etc., são as tensões
individuais por bobinas, e n é o n ú mero de bobinas numa dada fase. O fator de distri-
bui çã o, pelo qual a soma aritmética das tensões individuais de bobinas deve ser
multiplicada para se obter a soma fasorial, é :

Bobina Bobina
E Bobina
Bobina * d
/ a.
\
\ .
C4
\
/ A
\
a \ / //
\
2 W I
\ /

* . Pf
E sen )
Kd *
nEc n sen (f )
Fig. 2- 15 — Determina ção do fator de
distribuição.
T

í
CONSTRUçãO DE M á QUINAS E ENROLAMENTOS 61
\ E <.P = nErc x ka. OU

E <f> soma fasorial das fem induzidas nas bobinas por fase
K =
nEc soma aritm ética das fem induzidas nas bobinas por fase -
( 2 9)

Como no caso da Eq . ( 2- 6), o cô mputo de kd em fun çã o das tensões ( te óricas


ou reais) n ã o é pr á tico. A construção da Fig. 2-15, na qual as perpendiculares
foram tra çadas do centro das tensões individuais de bobinas at é o centro comum
* de raio. serve para indicar que a/2 é o â ngulo bOa. A tensã o no lado da bobina ah
iguala ( Oa ) sen e a corda £cl é 2( Oa ) sen Pará n bobinas em série
por fase, a corda E > é também 2( Oa ) sen /70í
4 y e o fator de distribuiçã o, /cd , é- ,

net net
2 Oa sen y
- sen
E4> 2
kd = HL.c a
( 2-10)
i n x 2 Oa sen n sen
2
onde n é o n ú mero de ranhuras por pólo por fase ( ranhuras pólo-fase )
a é o n ú mero de graus elétricos entre ranhuras adjacentes.
\

EXEMPLO a . Calcule o fator de distribuição; kd , para uma armadura trif ásica de quatro
2-5 : pólos, tendo:
1. 12 ranhuras
2. 24 ranhuras
3. 48 ranhuras
4. 84 ranhuras
b. Tabule n, ct e kd, para uma r á pida referência e compara ção.

Solução :

$ 180° / pólo x 4 pólos = 720 graus el étricos


5
a. 1. a = 720° elétricos/ 12 ranhuras = 60° elétricos por ranhura
n = 12 ranhuras/(4 pólos x ‘3 fases) = 1 ranhura por pólo e por fase
60
sen
lxT = i ,o
1 x sen (
60 -
(2 9)
T)
2. a = 720° elètricos/24 ranhuras = 30° elétricos por ranhura
n = 24 ranhuras/ 12 pó los-fase = 2 ranhuras/ pólo-fase

sen [(2 x 30) / 2]


i
K= 30 = 0,966 ( 2-9)
n

- 2 Sen
2
62 M á QUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

3. a = 720° elétricos/48 ranhuras = 15° elé tricos por ranhura

n — 48 ranhuras/ 12 pólos-fase = 4 ranhuras/ pólo-fase

sen [( 4 x 15)/2]
K= = 0,958 ( 2-9)
4 x sen

4. a = 720° elétricos/48 ranhuras = 84/7 graus elétricos por ranhura


n = 84 ranhuras/12 pólos-fase = 7 ranhuras por pólo e fase

60 1
7
sen 7 2
K= 60
= 0,955 ( 2-9 )
7 x sen
7 x 2
b. n a K
1 60° 1,0
2 20° 0,966
3 15° 0,958
4 8o 0,955

-
Note-se pelo Ex. 2 5 que o fator de distribuição, kd , para qualquer n ú mero
fixo ou para um dado n ú mero de fases, é funçã o ú nica do n ú mero de ranhuras
-
distribu í das sob um dado pólo. À medida que a distribuiçã o de bobinas ( ranhuras
por pólo) aumenta, o fator de distribuiçã o, kd, diminui. Ele não é afetado pelo
tipo do enrolamento, imbricado ou ondulado , nem pelo n ú mero de espiras por
bobina , etc.

2- 17 . EFEITO DO PASSO FRACION Á RIO E DA DISTRIBUI ÇÃ O


DE BOBINAS NA FORMA DE ONDA

A Seç. 2- 15 mostrou que, com um enrolamento de passo fracion á rio , a fem


em cada lado da bobina deve ser adicionada vetorialmente, para obter a fem por
bobina . A Seç. 2-16 mostrou que as fem induzidas por bobina devem ser adicio-
nadas vetorialmente para obter a fem por fase . Apesar de ambos estes fatores
levarem a fem resultante levemente menor por fase, o uso do passo fracioná rio
para as bobinas de enrolamentos distribu ídos em armaduras de m áquinas sí n-
cronas e ass í ncronas CA é quase universal.
Na Seç. 2- 15 , foi estabelecido que uma das vantagens de bobinas de passo
fracion á rio era a reduçã o de harm ó nicas. A bobina de passo fracion á rio da Fig.
2- 14b é mostrada na Fig. 2-16, onde os lados das bobinas
Ex e E 2 estã o fora de
fase de um â ngulo f , e a tensã o resultante por bobina é . Como se mostra na
Ec
Fig. 1-8, quando os pó los de campo sã o curvados e a densidade de fluxo torna -se
mais uniforme, a forma da onda resultante será mais aproximadamente uma onda
quadrada do que uma onda sinusoidal. Esta onda é muito rica em harm ó nicas
CONSTRU çã O DE Má QUINAS E ENROLAMENTOS
63

í mpares, em fase com a fundamental, e tem uma equação instantâ nea cujo valor
aproximado é representado pela Sé rie de Fourier de

e = Em sen cot H —Ey - sen 3 cot H—E s e n 5 o)t -f . . . + Em s e n n cot


-

n
(2- 11)

Ec Ec
Ez
, 0 3/3
E , EJ E5
(a) Fundamental . (b ) Terceira |c) Quinta ( d) Sétima
harmónica. harmónica . harmónica .
Fig. 2-16 — Efeito do passo fracionario nas tensões harmónicas geradas.
Como se mostrou na Fig. 2-16, se a tensão instantâ nea na Eq. 2-11 é indu
zida em cada lado da bobina , e se os lados das bobinas sã o deslocados de um
-
â n-
gulo /? , a terceira harm ó nica deve ser deslocada de 3 ?, a quinta harm
/ ó nica de 5 ?,
e assim por diante. Note-se que, no caso da quinta harmó nica, uma componen/te
da tensã o harm ó nica no lado da bobina é subtra í da da fundamen ,
tal para reduzir
a tensão resultante harm ó nica. A sé tima harm ónica resultante, a nona
harm ó-
nica resultante, e assim por diante, produzir ã o tensões de bobinas que diminuir
ão
ainda mais a harm ó nica. Qualquer harmónica pode ser completamente
eliminada
pela escolha de um passo fracioná rio que dê um fator de passo de zero para
aquela
harm ónica. Por exemplo, um passo de 4 / 5 ( uma bobina abrangendo 144 elé
° tricos)
eliminará a quinta harm ónica, ou um passo de 5/6 ( uma bobina abrangendo
150°
elétricos) reduzir á grandemente ambas, a quinta e a sétima harm ónicas,
como
se mostra nas Figs. 2-16c e d.
O efeito do uso de enrolamentos distribuídos na forma de onda ( V. Seç. 2 16)
é mostrado na Fig. 2-17. A distribuiçã o de fluxo da máquina CA e a forma
-
de

/ \
! \
/
\
(a ) Distribuição do fluxo no estator. » 2 3 4

1 ciclo t
/

\ 7
(b ) Forma de onda produzida pela ( c ) Fem resultante devida à
distribuição do fluxo acima. distribuição do enrolamento.
. - —
Fig 2 17 Efeito do uso de enrolamentos distribu í dos na forma de onda.
64 M áQUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

onda resultante da fem induzida por lado da bobina sã o mostrados nas Figs. 2- 17a
e b, respectivamente. Para um dado comprimento constante e velocidade rela -
tiva dos condutores com rela çã o ao campo, a onda da fem tem o mesmo formato
que a curva da densidade de fluxo [V. Eq. ( 1-2)1, ou seja, e é proporcional a B. Para
bobinas conectadas em sé rie, cujas fem est ã o defasadas de um â ngulo a em qual-
quer conjunto de condutores, como se mostra nas Figs. 2-15 e 2- 17c , a fem resul-
tante é a soma fasorial ou grá fica das fem individuais (dos lados das bobinas).
A soma gr á fica das fem individuais das bobinas é mostrada na Fig . 2- 17c. Note-
se que, apesai das fem individuais por bobina serem quase ondas quadradas,
a fem resultante na fase é uma onda sinusoidal. Como uma onda sinusoidal n ão
cont é m harm ó nicas , é bastante ó bvio que as harm ó nicas da Eq. ( 2- 11) foram can-
celadas pelo uso de enrolamento distribuí do, bem como de bobina de passo fra-
cion á rio.
É bastante ó bvio então por que as máquinas comerciais s í ncronas (CA) em-
pregam enrolamentos distribu ídos tendo bobinas de passo fracion á rio. Pode-se
muito bem perguntar : por que é necessá rio que a tensã o de sa í da CA por fase
de um alternador polif ásico deva ter uma forma de onda que se aproxime o mais
possí vel de uma onda sinusoidal ? Por que n ã o uma onda quadrada, uma onda
triangular , ou uma onda dente-de-serra ?
Talvez, as duas razões mais importantes sejam : ( 1 ) já que as ondas sinusoi-
dais não têm harmónicas de alta frequência, as perdas resultantes das correntes
parasitas e de histerese são reduzidas, resultando uma eficiê ncia maior ; e ( 2) todas
as m á quinas elé tricas, transformadores e dispositivos ( rel ógios, etc.) sã o proje-
tados na suposiçã o de que a forma de onda fornecida pela concessioná ria para
opera çã o deles seja sinusoidal . Esta presun çã o simplifica todos os cá lculos de
projetos para atuais e futuros aparelhos elétricos.

2-18. FEM GERADA NUMA M Á QUINA SÍ NCRONA CA

É agora possí vel derivar a fem computada ou esperada por fase, gerada por
uma m á quina s í ncrona CA . Vamos supor que esta m á quina tenha um enrola-
mento de* armadura consistindo de um n ú mero total de bobinas, B , cada bobina
tendo um dado n ú mero de espiras, Ne . Então, o n ú mero total de espiras numa
dada fase da armadura da m á quina é

da armadura x espiras / bobinas


N ~ BFNe _ bobinas totais n ú mero de fases
' espiras totais ( 2- 12)
fase

-
Mas a lei de Faraday, Seç. 1 3, estabelece que a tensã o média induzida numa
simples espira dos dois lados da bobina é

^ med
^t
x 1(T 8 V ( 1- 1)


CONSTRU çãO DE MáQUINAS E ENROLAMENTOS 65
\ Por outro lado, foi mostrado ( Seç. 1-4) que, quando uma bobina consistindo
de N espiras gira num campo magn ético uniforme, numa velocidade uniforme,
a tensão m édia induzida numa bobina da armadura é
E med / bob = 4 c p N n x 10 " 8
V ( 1-5)
( p é o n ú mero de linhas ou maxwells por pólo
i Ne é o n ú mero de espiras por bobina
n é a velocidade relativa em revolu ções por segundo ( rps) entre a bobina
de N e espiras e o campo magn é tico ( p
*
A Eq . ( 1- 5) foi derivada para uma má quina de dois pólos, como se mostra
na Fig. l -6a, gerando uma onda sinusoidal numa completa revolução de
360°
elétricos e mecâ nicos. Assim, na Eq. ( 1- 5), a velocidade n de 1 rps produzir
á uma
frequência / de 1 Hz. Como f é diretamente proporcional e equivalente n,
a substi-
tuindo n na Eq . ( 1- 5 ), para todas as espiras-sé rie em qualquer fase
L med / fasi
- 4 <p N f f x IO *
8

Mas, na seçã o precedente, veriticamos que a tensã o por fase se torna mais
V (2-13)

sinusoidal pela distribuição intencional do enrolamento da armadura. O valor


eficaz da tensão sinusoidal CA é 1,11 vezes o valor médio. O valor efetivo CA
por fase é

E e f = 4,44 ( p N f f x 10 *
8
V ( 2- 14)
Mas a Eq. ( 2-14) não é ainda representativa do valor efetivo da tensão de
fase gerada na armadura, na qual são empregados bobinas de passo fracion
á rio
e enrolamentos distribu ídos. Tomando o fator de passo
k p e o fator de distribui-
ção kd em consideraçã o, n ós podemos agora escrever a equaçã o para o
valor efe-
tivo da tensão gerada em cada fase de uma máquina síncrona CA, como

E g f = 4,44 cp N f f k p kd x 10 “ 8
V (2-15)
onde ( p é o fluxo por pólo em linhas ou maxwells
N f é o n ú mero total de espiras por fase [Eq . (2-12)]
/ é a frequ ência em Hertz [Eq. (2-16)]
k p é o fator de passo [Eq. ( 2-8)]
kd é o fator de distribuição [Eq. (2-10)]

EXEMPL O Uma armadura (estator ) trif ásica com 72 ranhuras é enrolada para seis pólos,
2-6 : usando bobinas imbricadas em dupla camada, tendo vinte espiras por bobina
com um passo de 5 /6. O fluxo por pólo é 4.8 x 106 linhas , e a velocidade do
rotor é 1.200 rpm . Calcule :
a . A tensão efetiva gerada por bobina de passo inteiro.
b. O número total de espiras por fase.
c. O fator de distribuição.
d. O fator de passo.
e . A tensão total gerada por fase a partir de (a ), (c) e ( d ) acima e pela Eq . (2- 15).
66 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Solu ção :
a. E gl bobina = 4,44 </> Ncf x 10 “ 8
V
1.200
= 4,44 ( 4,8 X 106) ( 20) 6 x120 x 10 " 8
=
= 256 V/bobina -
( 2 14)
b. Nf = 72 bobinas/3 fases x 20 espiras/ bobina
= 480 espiras por fase [a partir da Eq. (2-12)]
sen ( na/2)
c. ki = n sen (a/2) , onde n = 72 ranhuras/(3 fases x 6 pólos ) =

= 4 ranhuras por pólo e por fase (2-9)


e a = (6 p ólos x 180°/ pólo)/72 ranhuras = 15°/ ranhura
f _ sen [(4 x 15)/2] sen 30°
d
4 sen 7,5° =
0,958
4 sen / 15\
2
° 5 180
d. k p = sen P = sen
— sen 75° = 0,966
2 = ( 2- 8 )
X
2 6
e. Egf = 4,44 x 480 espiras /fase x 4,8 x 106 x 60 x 0,966 x 0,958 x 10 “ 8
=
= 5.680 V [a partir da Eq . ( 2-15)]
Egf = 256 V/bobina x 24 bobinas/fase x 0,966 x 0,958 =
= 5680 V/fase [a partir de (a), (c) e (d )]

.
2-19 FREQU Ê NCIA DAS M ÁQUINAS SÍ NCRONAS CA

As m á quinas comerciais sí ncronas (CA) têm muitos pólos e podem girar


em várias velocidades, quer como alternadores quer como motores sí ncronos ou
de indução. A Eq. (2-15) acima foi derivada para um dispositivo de dois pólos,
no qual a fem gerada no enrolamento da armadura estacion á ria muda de direçã o
cada meia revolu çã o do rotor de dois pólos. Uma revolução completa produzirá
um pulso positivo e negativo completo em cada ciclo. A frequência em ciclos
por segundo ( Hz) dependerá, como previamente estabelecido, diretamente da
velocidade ou do n ú mero de rota ções por segundo (rpm/ 60) do campo girante.
Se a máquina sí ncrona CA e multipolar ( tendo digamos, dois, quatro ou
seis pó los), ent ã o para a velocidade de uma revolução por segundo (1 rpm/60)
a frequ ê ncia por revolução será um, dois, três ou quatro ciclos por revolução,
respectivamente. A frequ ê ncia por revolução é, portanto, igual ao n ú mero de
pares de pólos. Como a frequ ê ncia depende diretamente da velocidade ( rpm/ 60)
e também do n ú mero de pares de pólos ( P / 2), n ós podemos combinar isto numa
simples equa çã o, na qual :
rpm
= L
PN
Jf
2 60 120 -
( 2 16)
onde P é o n ú mero de pólos
N é a velocidade em rpm
/ é a frequê ncia em Hz.

L
CONSTRU çã O DE MáQUINAS E ENROLAMENTOS 67 '

t A Tabela 6- 1 ilustra esta relaçã o para três das mais comuns frequê ncias.

EXEMPLO Um gerador CA tem oito pólos e opera numa velocidade de 900 rpm.
2- 7: Calcule :
a. A frequ ência da tensã o gerada.
b. A velocidade da máquina prim á ria requerida para gerar frequências de 50 Hz
e 25 Hz.

Solu ção :

PN 8 x 900
a- / = 60 Hz (2-16)
120 ~ 120

120
= —/
120 x 50
b. N = 750 rpm ( para gerar 50 Hz)
8
120 x 25
8 = 375 rpm ( para gerar 25 Hz)

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68 M á QUINAS EL é TRICAS E TRANSFORMADORES

QUESTÕ ES

2- 1 . Dê quatro tipos possí veis de construção de má quinas, relacionando para cada :


a . o nome do tipo particular
b. escolha do rotor (elemento rotativo)
c. escolha do estator (elemento estacioná rio).
2-2. Para a máquina comercial CC, defina e relacione
a. quatro partes distintas do rotor
b. quatro funções distintas da armadura
c. sete partes distintas do estator.
2-3. Mostre, por meio de um diagrama, a relação entre os circuitos elétricos da
a. máquina elétrica CC de enrolamento-derivação
b. má quina elétrica CC de enrolamento-sé rie.
2-4. Mostre, por meio da construção de um diagrama, as partes principais de uma m á quina
sí ncrona de campo estacioná rio e armadura móvel.
2-5. Repita a questão 2-4 para a máquina sí ncrona tendo campo móvel e armadura estacioná ria.
2-6. -
Repita a questão 2 4 para uma m áquina assí ncrona .
2-7. Mostre o circuito magné tico de uma má quina comercial CC de 6 pó los, traçando os
seguintes caminhos de fluxos :
a . caminhos do fluxo m ú tuo (num total de seis)
b. fluxo de dispersão entre pólos adjacentes
c. fluxo de dispersã o entre um dado pólo e a carcaça .
2-8. Com referência ao diagrama traçado para a questão 2-7, explique, em função da teoria
do circuito magné tico,
a . por que o fluxo de campo m ú tuo que abraça a armadura está principalmente con-
finado à superfí cie da armadura
b. por que o fluxo da armadura, produzido por correntes nos condutores da armadura
engastados nas ranhuras da armadura, abraça primariamente as laminações da
armadura.
2-9. Repita a questã o 2-8 para uma máquina síncrona de pólos salientes.
2-10. Durante o período de comutação de uma máquina de CC, a corrente num condutor
da armadura que está indo para comutação varia consideravelmente. Esta variação
no fluxo do condutor induziria uma tensão de acordo com a lei de Neumann. Para a
bobina mostrada na Fig. 2-5( b), explique :
a . onde a tensão é induzida por aquela porção de bobina colocada no ferro
b. onde a tensão é induzida por aquela porção da bobina N ÂO colocada no ferro.
2-11. Explique :
-
a. qual das tensões induzidas na quest ão 2 10 dá origem à reatâ ncia da armadura
b. qual das tensões induzidas na questão 2- 10 contribui para as perdas no n úcleo.
! 2- 12. Explique :
a . por que todas as bobinas colocadas nos pó los do campo t êm o mesmo n ú mero de
espiras por pólo e sã o sempre conectadas em série
b. por que todas as bobinas do campo-shunt são projetadas para produzir a fmm re-
querida usando um grande n úmero de espiras e baixa corrente
C . por que todas as bobinas de campo requerem CC para sua opera
çã o, mesmo em má-
quinas de CA.
2-13. a. Sob que três condições é produzido o efeito indutivo de uma bobina de campo ?
b. Dê a equação para a tensão produzida por este efeito indutivo.
2 14. a . Sob que condições pode a tensã o induzida, Ldi / dt na Eq . 2-2 exceder £Cf ? Explique
- ,

b. Que método é usualmente empregado para absorver a energia do campo magn é tico ?

I
CONSTRU çã O PE MáQUINAS E ENROLAMENTOS
69
i 2-15. a. Supondo que a m áquina mostrada na Fig. 2- lb, é um motor
energizaoo por uma
fonte CC, explique o que acontece à energia do campo magnético produzido
pelo
enrolamento do campo-shunt , quando o motor é desligado da linha .
b. Por que não é necessá rio levar em consideração a energia de campo
Ll 2
dos enrolamentos do campo-sé rie ou interpolar e enrolamen
tos de compensação ?
(Compare a indutâ ncia destes enrolamentos com a do campo
-shunt .)
2-16. a. Distinga entre enrolamentos da armadura abertos e fechados e descreva suas aplica
ções para má quinas CC e CA .
-
b. Enumere dois tipos de enrolamentos de armadura CC.
( c. Explique por que apenas duas escovas são necessá rias em enrolamentos ondulados,
. qualquer que seja o n ú mero de pólos.
; 2-17. Defina os seguintes termos :
f
a. Passo de bobina (em função de passo polar)
b. Bobina de passo inteiro
c. Bobina de passo fracioná rio (em função do fator de passo)
d. Enrolamento distribu í do
e. Enrolamento de dupla camada
% f. Lado de bobina
g. N ú mero de condutores/ por lado de bobina
h. Multiplicidade
i. Caminhos paralelos
j. Grau de reentrâ ncia
k . Enrolamento de bobina inteira
l. Enrolamento de meia bobina
m. Enrolamento concentrado
n . Enrolamento distribu í do
o . Fase
2-18. a. Dê a principal diferença entre os enrolamentos de armadura de máquinas
CC e CA
com relação à reentrâ ncia .
b. Dê uma boa razão para esta diferença no caso de m áquinas CA .
-
2 19. a. Dê uma vantagem do uso de enrolamentos de passo fracioná rio em
máquinas CC.
b. Repita (a ) para duas vantagens adicionais em má quinas CA .
2-20. a. Por que não é necessá rio tomar soma fasorial de tensões induzidas em
bobinas
ligadas em série de uma máquina CC, usando bobinas de passo fracion
ário, para
obter a tensão por caminho entre escovas ?
b. Por que é necessário usar um fator de passo para determinar a fem induzida
de má-
quinas CA usando bobinas de passo fracion á rio ?
c. Defina o fator de passo em função de três equações separadas.
2-21. a. Qual é o fator de distribuição de um enrolamento concentrado ?
b. Dê tr ês vantagens de enrolamentos distribu í dos sobre os enrolamentos
concentrados.
c. Defina o fator de distribuição em função de duas equações separadas.
2-22. Dê duas razões que af ótem a forma de onda de saída para explicar por que máquinas
comerciais sí ncronas CA empregam enrolamentos distribu í dos e bobinas de passo
fracioná rio.
-
2 23. Dê a equação que expressa a tensão gerada por fase de uma m áquina polifásica sí ncrona
CA que leve o fator de passo e de distribuição em consideração.
2-24. Dê a equação para a frequência de uma m áquina sí ncrona CA polifásica .

,
70 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

PROBLEMAS
2-1. Um gerador de seis pólos tem bobinas de campo tendo cada uma indutâ ncia de 25 H / pólo.
Se a corrente de campo cai de 3A para zero em 15 min quando o circuito de campo do
gerador é aberto, calcule :
a . A tensão média induzida por pólo.
b. A tensão total induzida através da chave do circuito de campo.
2- 2. Uma m áquina tem um total de 8.000 espiras no campo. Quando circulam 2,5 A , é pro-
duzido um fluxo total de 5,2 x 106 linhas. Calcule :
a. A indutâ ncia própria das bobinas de campo ( L = <j> N I x 108).
b. A tensão média gerada se a corrente cai a zero em 10 ms.
2-3. As bobinas de campo de uma m áquina têm uma indutâ ncia de 8H , uma resistência de
60 Q e são conectadas a uma fonte CC de 120 V. Calcule :
a. O valor do resistor de drenagem a ser ligado através das bobinas de campo se a tensão
através do circuito de campo não puder exceder 150 V.
b. O tempo requerido para descarregar a energia armazenada no campo magnético
através do resistor de drenagem do campo.
c. A energia total descarregada quando o circuito de campo é desligado da fonte.
2-4. Um motor CC 220 V tem uma resistê ncia do circuito de campo de 220 Q e uma indutâ ncia
de 55H. Calcule :
a . A corrente de campo inicial no instante em que o motor é ligado a uma fonte CC
nominal.
b. A relação da variação instantâ nea da corrente no instante em que o circuito de campo
é ligado a uma fonte de 220 V.
c. A corrente em regime permanente
d . O tempo requerido para alcançar 63,2 por cento do valor de regime permanente.
e. O tempo requerido para alcançar seu valor de regime permanente.
f. A corrente instantâ nea um segundo após o fechamento da chave.
g. O tempo requerido para a corrente de campo alcançar 0,75 A .
h. A energia armazenada no campo magnético uma vez que a corrente alcance o valor
de regime permanente.
i. O tempo requerido para dissipar a energia de campo num resistor de drenagem
numa relação de 100 W.
2-5. Uma m áquina tem uma corrente nominal na armadura de 250 A e 12 pólos. Calcule
a corrente por caminho se a armadura for de
a . Enrolamento ondulado.
b. Enrolamento imbricado.
(Suponha enrolamento simplex, a menos que haja outra especificação.)

2-6. Calcule o n ú mero de caminhos em paralelo nas seguintes armaduras, quando inseridas
numa estrutura de campo com 18 pólos
a. Enrolamento ondulado triplex.
b. Enrolamento imbricado triplex.
c. Enrolamento imbricado d ú plex .
d . Enrolamento ondulado quadruplex.
2-7. Um gerador CC-120 V- 12 pólos tem uma armadura com enrolamento imbricado triplex ,
com 80 bobinas de 9 espiras/ bobina e gira numa velocidade de 3.600 rpm . Calcule :
a. O fluxo por pólo requerido para produzir a tensã o nominal .
b. A corrente por caminho se a sa í da nominal é 60 kW (despreze a corrente de campo).
c. O n ú mero m í nimo de escovas requerido e os segmentos do comutador abrangidos.
CONSTRU çã O DE MáQUINAS E ENROLAMENTOS
71
2-8. Um enrolamento duplex imbricado em dupla camada é feito numa armadur tendo
a
48 ranhuras com 1 bobina por ranhura ; cada bobina tem um total de 60 espiras
. A
armadura é para ser usada num gerador 50 kW, 4 pólos, 250 V, 1.200 rpm .
Calcule:
a . A corrente por condutor quando o gerador está entregando
carga nominal.
b. O fluxo por pó lo requerido para produzir a tensão nominal
!
2-9 . Repita o problema 2-8 usando uma armadura com enrolam
.
ento ondulado simplex.
2-10. Um alternador com 16 pólos é movimentado numa velocidade
de 3.000 rpm . Calcule
a frequência gerada na armadura.
2- 11 . O rotor de um alternador de 6 pólos, 60 Hz produz um fluxo
polar de 5 x 106 linhas
por pólo. Calcule :
a. A velocidade na qual o alternador deve ser movimentado
para produzir a frequê ncia
nominal.
b. A tensã o efetiva por fase para um estator tendo 200 espiras
.
c. A tensão efetiva por fase para um estator monofásico tendo 60
bobinas igualmente
distribu ídas no estator .
2-12. Um estator a ser usado para o enrolamento de uma armadura trif
ásica, seis pólos, camada
í simples, tem 144 ranhuras. Cada bobina abrange 20 ranhuras
. Calcule:
a . Fator de passo.
b. N úmero de bobinas por fase.
c. Fator de distribuição.
d . Tensã o efetiva por fase, se a tensã o gerada por bobina
é 30 V eficazes.
-
2 13. Um estator com 72 ranhuras tem um enrolamento da armadura trif
ásico, camada dupla ,
com as bobinas abrangendo 10 ranhuras, 10 espiras por bobina .
A armadura está ligada
I; em estrela. O rotor com seis pólos tem um fluxo de 5, 2 x 106 maxwel
ls/pólo e é movi-
mentado numa velocidade de 120 rpm. Calcule :
a . A tensão efetiva por fase.
b. A tensão de linha do alternador.
-
2 14. Repita o problema 2- 13 para um alternador bifá sico ( trê
s fios).
-
2 15. Um alternador , 24 pólos, 60 Hz, trifásico, conexão estrela , tem seis ranhuras
por pólo
e um enrolamento de camada dupla , passo inteiro , em que temos 8
condutores por ra-
nhura. O fluxo no entreferro é 6 x 106 linhas por pólo.
Calcule :
a. O n úmero de condutores por fase.
b. O fator de distribuição.
c. O fator de passo.
d. A rotação do campo .
e. A fem induzida por fase e por linha.
-
2 16. Repita o Problema 2-15e para um passo de bobina de 5 6 ( bobina
/ abrangendo ranhuras
1 a 6).

RESPOSTAS
2- 1 ( a ) 5 kV ( b) 30 kV 2 2( a ) 166,5 H ( b ) 41 ,6 kV 2- 3( a ) 15 Q ( )
- b 533 min ( c) 16 W-s 2- 4( a) 0
( b) 4 A /s ( c) 1 A ( d ) 0, 25 s ( e) l , 25 s ( f ) 0 ,982
A ( g) 0, 346 s ( h ) 27 , 5 W ( i ) 0, 275 s 2-5( a )
125 A ( b ) 20,8 A 2- 6( a ) 6 ( b) 54 ( c ) 36 ( d ) 8 2-7( a ) 4,167 v IO5 ( )
b 13,88 A ( c) 12 2-8( a)
25 A/condutor ( b) 4,33 x 105 linhas 2-9( a ) 100 A conduto (
400 Hz 2-11 ( a ) 1.200 rpm ( b ) 2.400 V ( c) 160 kV 2 12 ( ) ,
/ r b) 1,08 x 105 linhas 2- 10
-
íc) 0,954 ( d ) 664 V 2- 13 ( a ) 3.080 V ( b) 5.330 V 2- 14 ( a ) 4.360 V
a 0 966 ( b) 24 bobinas por fase
í b ) 6.170 V 2 -15 ( a ) 384
condutores/fase ( b) 0,966 (c) 1 ( d ) 300 rpm (e ) 2.970 V, 5.140
V 2- 16 2.870 V, 4.970 V .
TR ÊS

relação de tensão
nas máquinas CC
geradores CC

3-1 . GENERALIDADES
Na comparaçã o entre a ação geradora e a ação motora das máquinas de CC,
concluiu a Seç. 1- 20 com um sum á rio das diferenças fundamentais entre elas. Este
capí tulo é dedicado às máquinas de CC usadas como geradores ÇC, referindo-se
primeiramente portanto, à s rela ções de tensã o, pois os geradores CC sã o fontes
de tensã o. O sumá rio da Seç. 1- 20 estabeleceu para a a çã o geradora :
1. O torque eletromagnético ( desenvolvido nos condutores percorridos por corrente)
se opõe à rotação da máquina prim á ria ( Lei de Lenz).
2. A tensã o gerada ( induzida na armadura ) auxilia e produz corrente na armadura.
3. A tensã o gerada, E g — Va -1- IaRa ( 1-10)

-
A constru çã o geral das m á quinas CC foi discutida na Seç. 2 2 e vista na
-
Fig. 2 1. Para fins de comutação, foi visto que a armadura, contendo condutores
com corrente circulando e onde são induzidas tensões, deve forçosamente girar
para realizar as funções indicadas na Seç. 2-2. Uma discussã o sobre o estator,
compreendendo o campo magn é tico CC e algumas considerações sobre seu pro-
RELA çã O DE TENSãO NAS MáQUINAS CC — GERADORES CC 73

jeto, foi descrita em linhas gerais na Seç. 2-9. Uma discussã o sobre alguns aspectos
de projeto que dizem respeito à armadura de má quinas CC foi desenvolvida nas
Seç. 2- 10, 2- 11 e 2- 12.
A tensã o gerada na armadura, Eg , da Eq. ( 1 -10), para a tensã o média total
induzida entre as escovas, era dada por

BA E
_ <t> Z N P
x 10
“ 8
V d -6)
60 a
onde dependendo da natureza do enrolamento, o n ú mero de ca -
minhos, a , na armadura , é determinado por estas equações:
para enrolamento imbricado a = mP ( 2-4)
para enrolamento ondulado a = 2m ( 2-5)

O leitor deve revisar as equações e seções citadas acima , pois elas sã o funda-
mentais e aplicam -se a todos os tipos usuais de geradores CC e caracter ísticas
discutidas a seguir.

3-2. TIPOS DE GERADORES CC

Os três tipos básicos de geradores CC sã o geradores shunt , série e composto.


As diferenças entre estes tipos surge da maneira pela qual é produzida a excita ção
do enrolamento de campo polar . O propósito do gerador é produzir uma tensã o
CC por conversã o de energia mecâ nica em energia el é trica , e uma porçã o desta
tensã o CC é empregada para excitar o enrolamento do campo magné tico esta-
cioná rio.

3-3. DIAGRAMA ESQUEM ÁTICO E CIRCUITO EQUIVALENTE


DE UM GERADOR -SHUNT
Quando a excitaçã o é produzida por um enrolamento de campo conectado
através de toda (ou quase toda) a tensã o de linha produzida entre as escovas da
armadura, o gerador CC é chamado gerador-shunt . O diagrama esquem á tico
-
completo do gerador shunt é visto na Fig. 3- la .
O rotor da armadura é representado (contido num ret â ngulo de linhas inter-
rompidas) por : uma fonte de fem , En , gerada de acordo com a Eq . ( 1 -6) ; uma
resist ê ncia , Rw , do enrolamento da armadura : e uma resist ê ncia . Rh , das escovas
de carvã o e resist ê ncia de contato das escovas feita com a armadura girante. Todo
o circuito da armadura consiste da armadura ( contida no ret â ngulo de linhas inter -
rompidas) e dois enrolamentos opcionais, o enrolamento de compensa çã o, Rc
e o enrolamento dos interpolos, Rit localizados no estator. Assim , a porçã o do
circuito da armadura que gira é vista dentro do ret â ngulo, e a porçã o do circuito
da armadura que est á fixa no estator está fora do ret â ngulo.
74 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Enrolamento de Enrolamento dos


compensação / interpolos
Circuito de campo Circuito da armadura
000
R,
^ o
Rc If
r 1

Reostato
SRW de campo +
o
Escovas Carga Vf +
o
o
í Campo-shunt Eg
Enrolamento
Armadura da armadura
rotativa é - o
( a ) Circuito esquemático completo (b ) Circuito equivalente do
para o gerador-shunt . gerador-shunt .

Fig. 3- 1
— Gerador-shunt : circuito esquemá tico e equivalente.

A t í tulo de simplificaçã o, todas as resistê ncias-sé rie no circuito da armadura


podem ser adicionadas e englobadas numa ú nica resist ência, Ra, denominada
resist ê ncia do circuito da armadura . No circuito equivalente do gerador -shunt
-
visto na Fig. 3 1 b, o circuito da armadura consiste de uma fonte de fern , E , e de
uma resist ê ncia do circuito da armadura , Ra , daqui por diante denominada sim-
plesmente de resist ê ncia da armadura.
O circuito de campo de um gerador-shunt está em paralelo com o circuito
da armadura e, como se vê na Fig. 3- 1 a e b, consiste de um enrolamento de campo-
shunt executado sobre os n ú cleos polares estacion á rios e um reostato de campo.
-
Note se que o gerador -shunt , quando carregado, é composto de três circuitos
paralelos : ( 1) o circuito da armadura ; ( 2) o circuito de campo ; e ( 3) o circuito
da carga. Como a fonte básica de fem e corrente é a armadura , o circuito equiva-
lente da Fig. 3- lb leva à seguinte rela çã o de corrente :

.
i = b+ 4 ( 3- 1 )

onde la é a corrente da armadura produzida na mesma direçã o que a tensão ge-


rada , Eg ( Eq . 1 -6)
7; é a corrente de campo ( V f / R f ) no circuito de campo
/L é a corrente de carga , ( VJRL ) .
Para os três circuitos em paralelo, por definiçã o, existe a mesma tensão através
da armadura , do campo, e do circuito de carga , respectivamente, ou

Vaa = V f, = V .L ( 3-2)

onde Kflé a tensã o nos terminais da armadura, isto é,

e onde
Vaa —
E g - IaRa
Vf é a tensão através do circuito de campo e
FL é a tensão através da carga.
RELAçãO DE TENSãO NAS Má QUINAS CC — GERADORES CC 75

EXEMPLO Um gerador-shunt, 250 V, 150 kW, possui uma resistência de campo de 50 ohms
3- 1 : e uma resistência de armadura de 0,05 ohm. Calcule :
a. A corrente de plena carga
b. A corrente de campo
c. A corrente da armadura
d. A tensão gerada na situaçãp de plena carga.

Solução :

kW x 1.000 150 x 1.000 W


a. IL = 600 A
VL 250 V

VL 250 V
b. 1 f =5 A
R/ 50 n
c. la = If + 1 L = 5 + 600 = 605 A ( 3- 1 )
d. Eg = Va + IaRa = 250 V + 605 x 0,05 = 280,25 V ( MO)

3-4. DIAGRAMA ESQUEM ÁTICO E CIRCUITO EQUIVALENTE


DE UM GERADOR-SÉRIE

Quando a excitação é produzida por um enrolamento de campo ligado em


sé rie com a armadura, de modo que o fluxo produzido é fun ção da corrente da
armadura e da carga, o gerador CC é chamado gerador -série, O diagrama esque-
m á tico completo de um gerador-série é visto na Fig. 3- 2a. O campo-sé rie é exci-
tado apenas quando a carga é ligada completando o circuito. Como o enrola-
mento deve suportar toda a corrente da armadura , é construí do com poucas es-
piras de fio grosso. Como no casa precedente, o enrolamento de compensação,
Rc , localizado sobre os pólos, e o enrolamento interpolar, R ., estão incluídos em
série com o enrolamento da armadura, Rw , da armadura girante que produz uma
fern, E , de acordo com a Eq. ( 1-6). O circuito equivalente (sob carga) de um
o

Rc R;
STiP—''WiP o
— Ia

Ro '

Armadura

:
Carga
+
Eg TA
V0 Carga
if 1i w

——yih—
Campo-série
f
Rs
o
Rs Is
^
i1*
Rd
(a ) Esquema completo. (b ) Circuito equivalente.
. -
Fig 3 2 — Gerador-sé rie, esquema e circuito equivalente.
76 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

gerador -sé rie é visto na Fig. 3- 2 b. Note-se que a corrente no enrolamento do


campo-sé rie Is é controlada por um resistor em paralelo de ajuste , Rd , que provi-
dencia um ajuste de excita ção do campo-sé rie, da mesma maneira que o reostato
num gerador -shunt. Deve-se notar que, ao contrá rio do gerador-shunt, cuja exci-
ta çã o de campo é virtualmente ( para fins de comparaçã o) independente da carga,
a excitaçã o do campo-sé rie depende primariamente da magnitude da resist ência
da carga. Assim , a resistência de ajuste Rd serve apenas para providenciar pe-
quenos ajustes na excitaçã o do campo-sé rie num gerador-sé rie.
As rela ções de corrente do gerador-sé rie são

1.= IL = .+ h I -
( 3 3)

As rela ções de tensã o de um gerador-sé rie, como se vê no circuito equiva-


-
lente da Fig. 3 2 b, podem ser resumidas em

K VL + A (3-4)
=
'
onde Va é a tensão através da armadura, ou
Eg - I Ra [a partir da Eq. ( 1-10)]
VL é a tensã o na carga
IsRs é a queda de tensã o no campo-sé rie.

3 5. DIAGRAMA ESQUEM Á TICO E CIRCUITO EQUIVALENTE


-
DE UM GERADOR COMPOSTO

Quando a excitaçã o de campo é produzida por uma combinaçã o dos dois


tipos de enrolamentos discutidos acima , ( 1 ) enrolamento de campo-sé rie excitado
pela corrente da armadura ou corrente de linha e ( 2) enrolamento de campo-shunt
excitado pela tensã o da armadura , o gerador é chamado gerador composto . O
diagrama esquem á tico completo é visto na Fig. 3-3a . Note-se que a estrutura
do campo estacioná rio é representada como consistindo de um enrolamento de
campo-shunt e um enrolamento de campo-série dispostos sobre o enrolamento
do campo-shunt ( para fins de melhor dissipação de calor), alé m do enrolamento
de compensaçã o inserido na face polar dos pólos principais. Como nas figuras
precedentes, o circuito foi simplificado para produzir os dois circuitos equiva-
-
lentes possíveis : uma conexão shunt -longa e uma conexão shunt curta. A Fig. 3- 3b
mostra a conexã o longa em que o campo-shunt é ligado em paralelo com a com-
binaçã o do circuito da armadura e do campo-sé rie bem como com o circuito de
carga . A Fig . 3- 3c mostra a conex ã o shunt-curta em que o circuito de campo-
shunt é ligado em paralelo com o circuito da armadura, e o circuito do campo-
sé rie em série com a carga.
As relações de corrente da ligação shunt - longa de um gerador composto CC
sã o :

K - h + !L = h + h ( 3- 5)
RELA çã O DE TENSã O NAS Má QUINAS CC — GERADORES CC 77
As relações de corrente da ligação shunt -curta de um gerador composto CC
sã o:

e
'. = ' / +h

i , * /, + /„ ( 3-6)
Das Eqg. ( 3- 5) e (3-6), pode-se notar que a diferença essencial entre a ligação
shunt -curta e a liga çã o shunt-longa é que, na ligação shunt - longa, a corrente da
armadura excita o campo-série, enquanto que, na ligação shunt -curta, a corrente
de carga excita o campo-sé rie.

/ Estrutura
do campo Rc Y Ri
000
Armadura I \ \
Ra li
\i o
/ T Reostato
de campo
VW -ç
O
o *
R
L\ Carga
Ia s 1t I
cx
(

<@
\

Eg) I o Campo- E vi Carga


shunt
I Rs
IZ Rs
000 ^

Rd Rd
( a ) Esquema completo, conex ão { b } Circuito equivalente, gerador
-
shunt longa.
-
composto, shunt longo .

if Rs

Ro
Rd V/
O
Carga
O
o

(c ) Circuito equivalente, gerador


composto, shunt curto. -
.
Fig 3 3 - —
Gerador composto : conexões
esquemáticas shunt-longa e shunt-curta
equivalentes.

EXEMPLO Um gerador composto ligação shunt-longa, 100 kW, 500 V, possui uma resis
-
3 2: - tência da armadura de 0,03 ohm, resistência do campo-shunt de 125 ohms, resis
-
tência do campo-série de 0,01 ohm. A resistência de ajuste suporta 54 A. Calcule:
a. O valor da resistência de drenagem para a carga nominal.
b. A tensão gerada a plena carga.
78 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Solução :

kW X 100 100 X 1.000


a. IL = = 200 A
500 V
K 500 V
lf =4 A
R/ 125 Q

Ia = If + IL = 4 + 200 = 204 A (3-1)

/, = Ia - Id = 204 A - 54 A = 150 A (3-5)

Como o resistor de drenagem e o campo-série estão em paralelo,


IdRd = IsRs e
IRs
5
150 x 0,01
= 0,0278 Q
* é 54

b. Eg = VL + IaRa + ISRS = 500 -J- (204 x 0,03) + (150 x 0,01) = 507,62 V

3-6. GERADOR COM EXCITAÇÃO INDEPENDENTE

Um m é todo de classifica çã o dos geradores CC est á baseado no modo de


excitar o enrolamento de campo para produzir os necessá rios ampé re espiras
( Ae) e fmm por pólo [ cp na bq . ( 1 -6)], requeridos para gerar uma
-
tensão [ E na
Eq . ( 1 -6)]. Assim , é possí vel para qualquer gerador CC produzir
a tensã o e a
corrente CC com suficiente magnitude para excitar seu pr ó prio campo,
e tal
excitação é denominada de auto-excitação . Os geradores vistos nas Figs
. 3- 1,
3-2 e 3-3 sã o geradores shunt, série e compostos auto- excitados, respectivamente
.
Quando, poré m , um ou mais campos sã o ligados a uma fonte de tens o
ã CC sepa-
rada, que é independente da tensão da armadura do gerador, este é denomin
ado
gerador com excitaçã o independente.
Dois geradores com excitação independente sã o vistos nas Figs. 3-4a e
b.
O arranjo do circuito da Fig. 3-4a mostra o campo (shunt ) ligado a um
potenci õ-
metro e a uma fonte CC, que é independente da tensão da armadura,
o campo n ão é mais excitado pela tensã o da armadura, a corrente da Va
. Como
armadura,
Ia , é igual à corrente de carga, lv Da mesma maneira, a tensã o da armadura Va
é a mesma tensão na carga
missã o.
IL RL, admitindo resistência nula nas linhas de trans-
Note-se que a conexão do potenciô metro da Fig. 3-4a permite um ajuste
em
zero da corrente de campo (shunt) como um m ínimo, enquanto que a conex
ão
do reostato da Fig. 3-4 b permite ajuste de corrente mí nima, mas n
ão zero. O
gerador com excitação independente da Fig. 3-4b combina a auto excita
campo-série e a excitação separada do campo-shunt, com as vantagen
- ção do
s da ope-
ração dos geradores compostos com as vantagens da excitação de campo
inde-
pendente. As relações de corrente deste gerador sã o as mesmas dos geradore
s-
série, dadas na Eq. (3-3).
RELA çã O DE TENSã O NAS Má QUINAS CC — GERADORES CC 79
S
r=IQz°
Ro
+ Vo 1*
A > RX
Rd
( a ) Excitaçã o separada , campo shunt - ( b ) Excitação separada, campo shunt,-
usando potenci òmetro . operação composta.

.
Fig 3 4 - — Geradores com excitaçã o independente.

3-7. CARACTER ÍSTICAS DE TENSÃO A VAZIO DOS GERADORES CC


O circuito da Fig. 3-4a é comumente usado em m á quinas de laboratório,
para investigar as caracter ísticas de carga e a vazio dos geradores-shunt. Com
a chave S aberta, o gerador é movimentado por uma m á quina prim á ria numa
velocidade aproximadamente constante. Um amper í metro é ligado no circuito
potenciom étrico, para registrar a corrente solicitada pelo campo, , e um volt í
If
metro de grande sensibilidade é ligado aos terminais da armadura para medir a
-
tensã o gerada, E , como se vê na Fig. 3-5 e expressa pela Eq. (1-6): ax
E „ = <t> Z N P (1-6)

+
c -c

[
1 f2 f3
(a ) Conex ões . Corrente de campo, A.
( b ) Curva de magnetização .
Fig. 3 5- — Conexões do gerador a vazio, com excitação independente, para obter a curva
de saturação.

Para qualquer gerador, o n ú mero de pólos P, o n ú mero total de condutores


da armadura, Z, e o n ú mero de caminhos, a, podem ser determinados a partir
dos dados do enrolamento da armadura e das Eqs. ( 2-4) e (2-5). Assim, para uma
* É comumente usado um volt í metro de alta sensibilidade porque solicita uma
corrente desprezível
da armadura. Sob estas condições, Vo pode ser considerado igual a Eg, pois a queda na
armadura
é desprezí vel. Se for empregado um voltí metro eletr ónico, o valor obtido pode ser considerado IaRa
, para
todos os propósitos pr á ticos, o valor de Eq na Eq . (1-6).
80 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

dada armadura num dado gerador, sã o Jixados P, Z e a na equaçã o acima . A Eq.


(1-6) pode ser escrita como

onde K =
PZ X 10 -
8
Eay
— K (f ) N (3-7)

60 a
j é o fluxo por pólo (fluxo m ú tuo no entreferro)
()

JV é a velocidade em rpm.

Como a máquina primária da Fig. 3-5a está sendo movimentada numa ve-
locidade aproximadamente constante, a fem gerada. E da Eq. ( 3-7) é
^
Eg = K' 4> ( 3- S j

Pode parecer, com base na Eq. (3-8), que a leitura do voltí metro da Fig. 3-5a
ê só e puramente uma funçã o do fluxo m ú tuo no entreferro produzido pelo enrola-
mento de campo. Se o potenciômetro visto na Fig. 3-5a é ajustado para corrente
de campo zero, e se o gerador é movido numa velocidade constante, pode-se ser
tentado a supor que Eg seja nula. Mas este, contudo, não é o caso e, mesmo quando
a fmm do campo ( N f I f ) é nula, o fluxo no entreferro não é zero. Uma pequena
tensã o é medida nos terminais da armadura pelo volt í metro quando a corrente
de campo é zero. Esta tensã o é indicada pelo ponto a na curva da Fig. 3- 5 b, onde a
corrente de campo é zero e a tensã o gerada, Eg tem um pequeno valor, uns poucos
9

volts. A tensã o em a é devida à retentividade dos campos polares e é proporcional


à quantidade de magnetismo residual que permaneceu no ferro da máquina quando
o gerador foi desligado.
Se a corrente de campo é aumentada por meio do potenciômetro, de modo
que a corrente medida é lfV a tensã o aumentará até o ponto b na Fig. 3-5b. Se
a corrente aumenta no mesmo sentido, de modo que se registre uma corrente de
campo /f 2, a tensã o gerada aumentar á até o ponto c na Fig. 3-5b. Assim, o acrés-
cimo na tensão induzida gerada é proporcional a fmm no entreferro produzida
pela corrente de campo ( N f I f ). Pode-se notar que a porçã o da curva de a até b
-
é não linear, pois é composta de uma fmm residual fixa e uma fmm variável, devida
à corrente de campo. A porção de b até c é linear, entretanto, pois a fmm residual
é agora desprezí vel em comparaçã o com a fmm produzida pelo campo, e a tensã o
gerada varia diretamente com a variaçã o na corrente de campo. Al é m do ponto c
( joelho da curva ) um aumento na corrente de campo não produz um incremento
proporcional na tensã o gerada. Aqui o ferro dos n ú cleos polares e do n úcleo do
circuito magnético circundante se aproxima da satura çã o. Além do ponto c, por-
tanto, qualquer acréscimo na fmm acima do joelho da curva de saturaçã o não
produzirá um acréscimo proporcional no fluxo, e a curva de magnetização de c
até d é novamente não-linear, desta vez devido ao efeito da saturação magnética.
Se a corrente de campo for agora reduzida, por meio do potenciô metro da
Fig. 3-5a, do valor // 3 para o valor I f 2 , a tensã o gerada decrescerá de d para e.
Note-se que a tensão em e é maior do que em c e que outros decréscimos na cor-
rente de campo produzirã o tensões geradas mais elevadas do que as produzidas
RELAçãO DE TENSã O NAS MáQUINAS CU GERADORES CC 81

quando a corrente de campo estava crescendo. É idê ntica à produzida em qual


quer circuito magnético que contenha material ferromagn ético ; é uma proprie-
-
dade do material, denominada histerese.2
Pode-se ver, ent ão, que a forma da curva de magnetizaçã o ( Eg versus I ) nã o
f
é diferente da forma da curva de satura çã o ( B versus H ) obtida para qualquer ma-
terial ferromagnético. De fato, se a máquina não estiver girando e se as medidas
forem feitas entre fluxo no entreferro contra for ça magnetizante, a curva B- H será
id êntica à vista na Fig. 3-5b. Uma vez que Eg = K ( p N . a rotação dos condutores
da armadura numa velocidade constante produz uma tensã o diretamente pro-
porcional ao fluxo no entreferro ( durante todo o tempo ) e não necessariamente
proporcional à corrente de campo !
Na obten çã o , em laborat ó rio, da curva de magnetizaçã o de um gerador ,
deve-se ter o cuidado de aumentar a corrente de ca.:.po até um m áximo e
fazê-la
decrescer até um m í nimo, movendo-se o potenciô metro apenas num sentido
à
medida que as leituras são feitas. Se isto n ão é feito, sã o produzidos laç
os me-
nores de histerese, levando a resultados err ó neos. Alé m disso, deve
-se també m
manter a velocidade absolutamente constante, pois a Eq . ( 3-8) é vá lida apenas
nesta presunçã o. A curva de magnetizaçã o da Fig. 3-5b é uma
representação
gr á fica desta equaçã o.
JSc
a velocidade é registrada ao mesmo tempo que a cor
rente de campo e a tensão gerada, torna-se ent ão simples corrigir qualquer variaçao-
da velocidade que ocorra como se mostra nos Exemplos
m étodo de comparação.
^ 3-3 e 3-4, usando-se o

EXEMPLO Supondo excitação de campo constante, calcule a tensão a vazio de um gerador


3-3 : com excitação independente, cuja tensão da armadura é 150 V numa velocidade
de 1.800 rpm, quando:
a. A velocidade é aumentada para 2.000 rpm
b. A velocidade é reduzida para 1.600 rpm .

Solução :

-
Da Eq. 3 7, EQ = K" N sob excitação constante e, portanto,

Ff i n a l
A N f inal
Eo r i g N orig

Nfinal 2.000
a. E f i n a l “ ( £orig ) = ( 150 V ) 1.800- = 166,7 V
^ orig

£fina, 1.600
*>• = 050 V) 1.800 = 133,3 V

2
Veja Eq. (12- 3), Seç. 12- 2 , deste livro ; també m, para informa ção adicional no assunto, veja In
-
troduction to Electric Circuits, de H. W. Jackson, 3. edi ção, Englewood Cliffs, N. J., Prentice- Hall, 1970,
Seç. 816.
82 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

EXEMPLO Obtendo-se a curva de magnetização numa velocidade constante de 1.200 rpm,


3-4 : foram registrados os seguintes valores de tensão com simultâneo registro das
variações de velocidade
a. 64,3 V para 1.205 rpm
b. 82,9 V para 1.194 rpm
c. 162,3 V para 1.202 rpm

Que conexões devem ser feitas nos dados, antes de plotarmos a curva?

Solução :

1.200
a. Ei = (64,3 V ) 64,0 V para 1.200 rpm
1.205 =

1.200
b. E 2 = (82,9 V )
1.194 = 83,3 V para 1.200 rpm

1.200
c. £ 3 = ( 162, 3 V) = 162,0 V para 1.200 rpm
1.202 =

-.
3 8 GERADORES AUTO EXCITADOS - — RESIST NCIA DE CAMPO
Ê

Nos geradores com excitação independente vistos na Fig. 3-5a, o circuito


de campo foi excitado independentemente da tensão da armadura. Assim, a
corrente no circuito de campo, 1 f , era independente da tensão gerada, E apesar t

de que não sucedia o contr ário. Quando, por é m, o circuito de campo (consistindo
do enrolamento e do reostato de campo) é ligado através do circuito da armadura,
como se vê na Fig. 3-6, a corrente de campo, I p não é mais independente da ten-
são gerada. Para a conexã o da Fig. 3-6, a corrente de campo dada na Eq. (3-1)

>ro R íf elevado
Hrf médio
T- 1' O
Q .
O
o E
CD
o
Rf S A
°! Vc
o
0>
T3
Rrf baixo

°2 *8
c
a>
H Corrente de campo, If
Fig . 3 6 - — Gerador-shunt auto-excitado. -
Fig. 3 7
— Resistê ncias de campo.

depende da relaçã o V f / R f , onde V f é igual a tensão nos terminais da armadura,


Va. A corrente de campo em qualquer instante, portanto, é função de duas va-
riá veis : (1) a tensão da armadura, que varia com a fmm do entreferro, e (2) a
resist ê ncia de campo, que varia com a posição estabelecida no reostato de campo
visto na Fig. 3-6. Para expressar a corrente de campo e da armadura , que podem
circular em qualquer instante no circuito da Fig. 3-6, é necessá rio representar

I
r

RELAçãO DE TENSãO NAS MáQUINAS CC — GERADORES CC 83

graficamente uma família de retas representando as resist ê ncias de campo. Se


supomos a resistê ncia de campo constante e linear, pode ser plotada uma dada
fam í lia de resistê ncias de campo, como se vê na Fig. 3-7. Assim, de acordo com
a Lei de Ohm , uma alta resistê ncia de campo (ou seja uma reta com uma grande
inclinação) produzirá uma pequena corrente de campo, mesmo para um valor
bastante elevado da tensão de campo, como se vê na Fig. 3-7. Ao contr á rio,
como se v ê na figura, uma baixa resistência de campo (com inclinação menor)
produzirá uma corrente bastante elevada de campo mesmo para um valor baixo
da tensão de campo. A inclinação da reta associada à resistê ncia de campo é,
portanto, uma indicaçã o da resistência do campo, V f / I f -
Rc Rf Rt 1
hdl
$ -- * S
Ea
S
S
i /
s
s

/
2
% <
s*,
s
O
o E*4
ire
M
I
/
E2
Ei
\
\S
I /1
'
i
I
i
S\ i
I
0 U h Is Me
Corrente de campo ( lf ) em A
-
Fig. 3 8 — Escorvamento de um gerador-shunt auto-excitado.

Como o gerador da Fig. 3-6 est á suprindo uma corrente relativamente pe-
quena (em proporção à sua corrente nominal) para excitar seu pró prio circuito
de campo, n ós podemos supor ( por agora ) que a queda interna íaRa é desprezí vel
e que as ordenadas da Fig. 3-5 b e Fig. 3-7 são as mesmas, ou seja, Va é igual a Eg.
Agora é poss í vel representar a reta associada à resistência de campo e a curva
de magnetização da m á quina num eixo comum. Esta representaçã o é vista na
Fig. 3-8.

.
3-9 AUTO- EXCITAÇÃO DE UM GERADOR SHUNT -
A curva de magnetizaçã o para o gerador com excitação independente da
Fig. 3-5 e uma reta associada a uma dada resistência de campo-shunt, Rf , são
mostradas na Fig. 3-8, para o mesmo gerador ligado como gerador-shunt auto-
excitado, primitivamente apresentado na Fig. 3-6. Nas Figs. 3-6 e 3-8, como o
circuito de campo é ligado diretamente através da armadura, a ordenada da reta

r
84 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

da resistência de campo, R é a tensã o nos terminais do gerador , . A maneira


Va
pela qual o gerador -shunt auto-excitado excita seu pr ó prio campo e adquire uma
tensã o CC nos terminais da sua armadura é descrita com referê ncia à Fig. 3-8 nos
seguintes passos:
1. Suponha que o gerador parte do repouso, ou seja, a maquina primá ria tem velocidade
nula. Apesar do magnetismo residual, a fem gerada, Eg é zero.
2. À medida que a máquina primá ria faz girar a armadura, e a velocidade se aproxima
do valor nominal, a tensão devida ao magnetismo residual e a velocidade ( E
aumentam.
— K ( f> N )
3. Na velocidade nominal, a tensão na armadura devida ao magnetismo residual é pequena,
E v como se vê na figura. Mas esta tensão também está aplicada no circuito de campo,
cuja resistência é R f . Assim, a corrente que flui no circuito de campo,
pequena.
I v é também
4. Quando Ix flui no circuito de campo do gerador da Fig. 3-6, resulta um aumento na
fmm (devida a N f I f\ que auxilia o magnetismo residual, aumentando a fem induzida
para E2, como se mostra na Fig. 3-8.
5. A tensão E 2 é agora aplicada na resistência de campo, provocando a circulação de
uma corrente I 2 maior no circuito de campo. N f I 2 é uma fmm incrementada que produz
uma tensão gerada E y
6. E 3 produz / 3 no circuito de campo, que gera £4. Mas £4 provoca a circulação de /
4
no campo, que produz E 5 ; e assim por diante, até alcançarmos Es que é o m á ximo valor.
7. O processo continua até o ponto em que a reta da resistência de campo corta a curva
-
de magnetização na Fig. 3 8. Aqui o processo pá ra. A tensão induzida produzida,
quando aplicada no circuito de campo, produz um fluxo de corrente que, por sua vez,
produz uma fem induzida de mesma magnitude, E8, como se mostra na figura.

3-10. RESISTÊ NCIA CR Í TICA DE CAMPO

O processo acima para a auto-excitaçã o do gerador-shunt, visto na Fig. 3-8,


usou um valor particular de resistência de campo, R f . Se a resist ência de campo
fosse reduzida, por meio de ajustes no reostato de campo da Fig. 3-6, para um
valor mais baixo , digamos R f l , visto na Fig. 3-8, o processo da auto-excitação
se realizaria ao longo da reta de campo R f v resultando numa tensão mais elevada
que £8, ou seja, o ponto onde R f ] intercepta a curva de magnetização, £ . Como
9
a curva está extremamente saturada na vizinhança de £ , reduzindo-se a resis-
9
tê ncia de campo (ao valor limite da resistência do enrolamento de campo), n ão
aumentaremos apreciavelmente a tensã o. Ao contr á rio, aumentando-se a resis-
t ê ncia do reostato de campo e a resistê ncia do circuito de campo ( para um valor
com inclinaçã o maior que R f na figura), provocaremos uma reduçã o do m á ximo
valor que o processo de elevação da tensão pode alcançar .
A resistê ncia do reostato de campo pode ser aumentada até que o circuito
de campo alcance a resistência critica de campo. Resistências de campo supe-
riores ao valor cr í tico n ão produzir ã o a auto-excita çã o. A .resistê ncia crí tica do
circuito de campo , R c , é vista como tangente à curva de saturaçã o que passa através
da origem, O, dos eixos da curva da Fig. 3-8. Assim, uma resistência de campo
maior do que R c produzirá uma tens ã o na armadura aproximadamente
igual
a E , e não mais.
i RELAçãO DE TENSãO NAS MáQUINAS CC GERADORES CC 85
-
í

3- 11. RAZÕ ES QUE IMPEDEM A AUTO-EXCITAÇÃO

Há quatro razões espec í ficas (elé tricas) para não ocorrer a auto-excitação
de um gerador-shunt sem carga .

L.
1. Falta de ( ou baixo) magnetismo residual. Como o processo visto na Seç. 3-9 requer algum
magnetismo residual para o seu início, é evidente xpie-urauvalor extremamente baixo ou
a complçta _falta_.de magnetismo residual inibjrá o processo. O magnetismo residual
.

pode ser perdido como resultado de condições que tendam a desmagnetizar os campos
polares : batidas mecânicas no embarque, vibração excessiva, calor extremo, correntes
alternadas inadvertidamente aplicadas através do enrolamento de campo, m áquina
[
parada por longo tempo, etc. Estas falhas podem ser remediadas por magnetização
dos pólos , ou seja, pela aplicação de corrente contínua ao circuito de campo altamente
_
indutivo [V. Eq. (2-2) e a discussão subsequente] e remoção da mesma, a que produz
uma centelha indutiva. O magnetismo residual é assim recuperado , e o gerador-shunt
pode ser auto-excitado .
2. Conexões do circuito de campo invertidas com relaçdo ao circuito da armadura. Na Seç.
3-9, Estágio 4, foi estabelecido que a corrente que flui no circuito de campo deve pro-
duzir uma fmm que auxilie o magnetismo residual,l> u seja, o fluxo produzido pela bo-
bina de campo deve ter a mesma polaridade magnética que a fmm residual. Se as cone-
_
x ões de campo são invertidas com relação à armadura^ o fluxo do campo resultante
tenderá a opor-se ou a diminuir o fluxo residual, desta maneira diminuindo o fluxa
total e a fem gerada, Eg, quando o circuito de campo é fechado. Jm teste simples para
(

esta condição é abrir o circuito de campo de um gerador em opera ção e observar o


volt ímetro ligado à armadura. Se a tensão aumenta quando se abre o circuito, então
as conex ões do circuito de campo estão invertidas com relação à armadura. Esta falha

pode ser remediada meramente invertendo fx f 2 com relação a ax —av como se mostra
na Fig. 3-6. Pode-se notar, incidentalmente, que, invertendo o sentido de rotaçã o da
máquina primária consegue-se o mesmo propósito, quando possível, já que se inverte
a polaridade da armadura. Uma possível e idêntica causa de falha está no uso do
sentido errado de rotação, que produz conex ões trocadas da armadura com relação
ao campo. 3
3. Resist ência do circuito de campo maior do que a resistência crítica. Uma conex ão aberta
nos enrolamentos do circuito de campo, reostato, ou conexões resultará numa resis-
t ência maior que a resistência cr í tica. Isto evitará a auto-excitação, como se descreveu
na Seç. 3-10. Este problema pode ser testado por meio de um medidor de resistência
ou de um volt í metro ligado em série a uma fonte CC.
4. Conexão aberta ou alta resist ência no circuito da armadura. Uma conexão aberta no
circuito da armadura, um comutador sujo, uma escova frouxa ou a falta de escovas
tenderão a atuar da mesma maneira que uma alta resistência de campo, porque reduzem
a corrente de campo e tendem a evitar uma tensão mais elevada que a do magnetismo

3
A troca do sentido de rotação da m áquina primá ria é grandemente recomendada como meio
de eliminar a falha da auto-excitaçã o. A maioria das máquinas primá rias, como as máquinas a
vapor e as turbinas, é projetada para girar num ú nico sentido. Um motor CC é projetado, semelhan -
temente, pois suas escovas são facetadas segundo um sentido particular. (Apenas os motores de indução
e sí ncronos, quando usados como máquinas primá rias, podem ser invertidos sem problemas.)
Similarmente, velocidades excessivamente baixas, como causa de falha da auto-excitação, não
são também levadas em conta. Presume-se que a máquina primá ria esteja girando numa velocidade
adequada no sentido apropriado. Apenas razões elétricas são enumeradas aqui. Do contrá rio, poder-
se-ia enumerar, como causa de falha, o fato de que o gerador nã o estivesse girando.
86 M á QUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES


residual . A resist ência das conexões a l a 2 para a armadura devem ser testadas por
meio de ohmômetro ( para uma resistência comparativamente baixa ). Uma resistência
elevada no circuito da armadura indica uma ligação aberta no circuito da armadura.

3-12. EFEITO DA CARGA NO IMPEDIMENTO DE EXCITAÇÃO


DE UM GERADOR -SHUNT
Como a carga possui uma resist ência relativamente baixa em comparação
com o campo-shunt, pode-se lembrar que se uma carga demasiadamente grande
for ligada através de um gerador -shunt, e se a m á quina acelerar, o gerador
-
poderá n ão conseguir auto excitar-se.4 A razão est á em que a maior parte da
corrente da armadura é drenada para carga em vez de para o campo, e pouca
corrente de campo adicional está dispon í vel, para produzir a fmm adicional para
iniciar o processo do aumento de tensã o. Assim , para se conseguir a auto-
excita çã o é necessá rio que o gerador -shunt n ão tenha a carga ligada enquanto
a tensã o n ão tenha alcançado seu valor nominal, pelo processo descrito da auto-
excitação.
Isto levanta uma interessante quest ão quanto a um gerador poder ter sua
tensã o diminu í da com a aplica ção de carga adicional (ou seja , resistê ncia equiva -
lente de carga menor, devido a termos mais resistores de carga em paralelo).

>a
(0

D
T3

Lf 1 If I 14
. 2
'3 *
Corrente de campo ( If ) A

Fig. 3-9
— Efeito da corrente de campo decrescente
sobre a tensão da armadura .

Ser á visto nesta seçã o, que o efeito de carga adicional, de fato, reduz a tensã o da arma -
dura e, assim, a excita ção da corrente de campo. O estudante pode ser tentado a ra -
ciocinar, portanto, que, se a aplicação da carga reduz a tensã o da armadura, a redução
da corrente de campo deve reduzir, por sua vez, a tensã o da armadura, que, por sen
4
Esta situação n ão é usualmente inclu ída entre as causas de falha, porque se considera que o
gerador não está sob carga durante o processo de auto-excitação. Com efeito, uma grande ( baixa
resistência) carga é um curto-circuito através da armadura.
RELA çãO DE TENSãO NAS MáQUINAS CC GERADORES CC 87

turno, reduzir á ainda mais a corrente de campo, e assim por diante, at é que a má-
quina retorne à sua tensão residual. Um exame da porção saturada da curva de
magnetização expandida é mostrado na Fig. 3-9. Note-se que, na por çã o saturada
da curva, a corrente de campo pode ser reduzida de / / 4 para / / 3 ( uma redução
sensí vel ) com apenas uma pequena variação na tensã o da armadura de E 4 para Ey
Na porçã o nã o-saturada da curva de magnetizaçã o, contudo, uma pequena
redu çã o da corrente de campo de If 2 para Ifl produzir á uma grande queda na
tensã o da armadura de E 2 para Ev Pode parecer, entã o, que, considerando-se
apenas o aspecto de carregar o gerador, o mesmo deveria ser operado na por-
ção saturada da sua curva de magnetizaçã o. Se ele está operando abaixo do joelho
da curva de magnetiza ção ( na porção linear ou n ã o-saturada), ele pode ter sua
tensão de saí da decrescente com a aplicaçã o da carga, como se mostra na Fig. 3-10.

*
3-13. CARACTER ÍSTICAS TENSÃO-CARGA DE UM GERADOR -SHUNT

Foi estabelecido na seção precedente que o efeito da aplicaçã o da carga nos


terminais da armadura é o de reduzir a tensã o da armadura e a tensã o gerada .
Há três razões para esta queda \le tensões: ( 1) uma queda interna na tensã o da
armadura , produzida pela resist ê ncia do circuito da armadura , Ra ; ( 2) o efeito
da reaçã o da armadura no fluxo do entreferro ; e ( 3) a redu çã o na corrente de
campo causada pelos dois fatores precedentes. Vamos considerar cada um destes
fatores por vez.

>ro sem carga


2
/ Eg Queda de tensão da R . A.
3
TJ
ra Queda de tensão laRg
E
fl3
ra Corrente | Queda devida ao decréscimo de If
O \
nominal \
ra
c
E
de carga —
*
/
\
I Ponto de ruptura

ra>
+-
O
ira
Ui
c
. ra
Corrente de carga ( 11 ) _
(a ) Caracterfstica de carga do gerador-shunt .

o
o
o
1
<s>
A VQ
/
/ J
/

M. P .
( b ) Gerador -shunt sob carga .
Fig. 3-10 — Caracter ísticas externas tensão-carga de um
gerador-shunt.
88 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

1. Queda de tensão no circuito da armadura. Os vá rios compone


ntes resistivos do circuito
da armadura foram descritos na Seç. 3-3 e vistos na Fig. 3- la.
O circuito equivalente
minais da armadura.
-
da armadura visto na Fig. 3 1 b verificou a equação represen
tando a tensã o nos ter-

Va = Eg - laRa ( 1 -10)
Para um gerador com excitação separada, mostrado na Fig. 3 5, que
alimentando nenhuma carga, la é zero e -
iguala Eg . Para um gerador -shunt com
n ão está
Va
excitaçã o pró pria , com carga , visto na Fig. 3- lb, à medida que
a corrente de carga
aumenta, / L, também aumenta a corrente na armadura _ Eq. (
de tensão no circuito da armadura,
[ -
3 1 )], bem como a queda
IaRa, na Eq. (1-10). Assim, a tensão nos terminais
da armadura de um gerador-shunt, , diminui com a aplicaçã
mostra a Fig. 3-10a.
Va o da carga, conforme
2. Reação da armadura. Os condutores individuais da
armadura, que conduzem corrente,
fornecem uma corrente de carga de mesmo sentido que
a fem induzida (Seç. 3-1).
Como estes condutores estão engastados num n úcleo
de ferro, é produzida uma fmm
da armadura em proporçã o à corrente de carga. Será
visto ( Cap. 5) que o efeito deste
fluxo da armadura é o de distorcer e reduzir o fluxo no entreferr
o produzido pelo
campo. A redução no fluxo polar mútuo < > reduz a fem gerada
/m e a tensão nos terminais,
Eg e Va , respectivamente. Assim, com o aumento da corrente da armadura, / , o
da reação da armadura é uma redu ção progressiva de a efeito
</> m, Eg e F , como se mostra na
Fig. 3-10a.
3. Redução na corrente de campo. A tensão terminal F cai
como função da corrente de
carga, como resultado da : ( 1 ) rea ção da armadura e (2) queda
no circuito interno da
armadura. Esta queda em F resulta em corrente de campo
e em excita ção produzida
pelos pólos decrescentes. O decréscimo na excitação (
Nflf ) resulta num fluxo do entre-
ferro decrescente e em Eg e F reduzidos. Se a corrente de campo
do gerador e a veloci-
dade sã o tais que os campos polares não est ão saturados, a
máquina rapidamente terá
sua tensão de sa í da diminu í da ( V. Fig. 3-10a ). Note se que
-
não ocorre num gerador com excitação independente e, por esta raz
esta causa na queda de tensão
' ão, o mesmo gerador
operado com excitação independente tem sempre melhor regula
ção.
O efeito de cada um dos três fatores precedentes é visto na Fig. 3- 10,
que
mostra a caracter ística tensão-carga (externa) de um gerador-shunt . Para o
circuito da Fig. 3-10 b, as leituras da tens ã o nos terminais da armadura (e carga),
Va > est ão plotadas como funçã o da corrente de carga , IL . A tensã o é igual a
Eg na situação sem carga (desprezando IfRa e a queda na reaçã o daVaarmadura
devida à corrente de campo). Os efeitos da reação da armadura (na redução
do
fluxo m ú tuo do entreferro), da queda de tensão na armadura e do decr scimo
é
na corrente de campo são vistos todos com aumentos progressivos da carga
Note-se que a reaçã o da armadura e a queda
.
IaRa são ambas vistas como linhas
retas tracejadas, representando teoricamente decréscimos lineares de tens o
ã dire
tamente proporcionais ao incremento na corrente da carga . A queda relacionada -
com o decréscimo da corrente de campo é uma linha curva , pois depende do
grau de saturação existente no campo para aquele valor de carga.
Em geral, a caracter ística externa tensã o-carga diminui com a aplicação da
carga apenas numa pequena extens ão até o seu valor de carga (corrente) nomina
l.
Assim , o gerador-shunt é considerado como possuindo uma tensã o de sa í da bas
tante constante com a aplicação da carga e, na pr ática , raramente é operado
-
RELA çã O DE TENSãO NAS MáQUINAS CC — GERADORES CC 89

continuadamente, alé m do valor nominal de corrente, por per í odos apreciá veis
de tempo. Como se mostra na Fig. 3-10a , a aplicação posterior de carga faz com
que o gerador atinja seu ponto de ruptura , alé m do qual uma carga adicional
f provoca sua desexcitaçã o se ele operar na porçã o não-saturada de sua curva de
magnetiza ção (Seçs. 3- 12 e 3-9). Este processo de desexcitaçã o continua at é que
a tensão terminal seja zero, em cujo ponto a corrente de carga é de tal magnitude
que a queda interna no circuito da armadura iguala a fem gerada na porção linear
ou nã o-saturada da sua curva de magnetização. Isto é ilustrado pelo seguinte
exemplo :

EXEMPLO Um gerador CC, 125 V, possuindo uma resistência de armadura de 0,15 ohm,
3-5 : é carregado progressivamente até que a tensão na carga é zero. Se a corrente
de carga é 96 A e a corrente de campo 4A, qual a fem gerada na armadura?

Solução :

la = lf + lL = 4 + 96 = 100 A (3- D
Eg = Va + IaRa = 0 + (100 x 0,15) = 15 V (3-10)

O exemplo precedente serve para indicar a possí vel extensão da desexcitaçã o


num gerador-shunt. També m serve para indicar que a fem gerada sem carga não
é a mesma para qualquer condiçã o de carga, pois o gerador nã o est á mais ope-
rando na mesma porçã o da curva de magnetizaçã o, devido principalmente à desexci-
tação do gerador .
Finalmente, pode-se notar que, se a carga externa é reduzida ( um aumento
na resist ê ncia de carga), o gerador tenderá a se auto-excitar seguindo a lin a
tracejada mostrada na Fig. 3-10a. Note-se que, para qualquer valor da corrente
de carga, a tensã o terminal da armadura é menor (à medida que a tensã o diminui).
^
Esta diferença é devida à histerese (Seç. 3-7) e est á de acordo com a Fig. 3-5b,
onde para qualquer dada excitação fixa os valores incrementais de tensão são
menores que os valores decrescentes de tensão.

3-14. EFEITO DA VELOCIDADE NAS CARACTERÍSTICAS A VAZIO


E SOB CARGA DE UM GERADOR-SHUNT

A discussã o acima está baseada na presunçã o de que a velocidade da m á -


quina primá ria é constante durante a aplicação da carga. Mas, como (Seç. 3- 1)
o torque eletromagné tico ( desenvolvido no condutor do gerador percorrido por
corrente) se opõe à rotação ( Lei de Lenz), esta oposiçã o tem uma tend ência de
diminuir a velocidade da m á quina prim á ria com a aplicaçã o da carga .5 Que
5
A discussã o sobre máquinas primá rias, tais como motores diesel e a gasolina, máquinas a vapor,
e turbinas hidrá ulicas ou a vapor, está al é m do objetivo deste volume. Em geral , conquanto se pre-
suma que eles estejam equipados com dispositivos de regulação da velocidade, que manterão uma
velocidade constante com uma aplicação crescente de carga, a possibilidade de queda na velocidade da
máquina primá ria devida à carga é inerente à natureza de qualquer máquina primá ria que tenha
diminuiçã o de velocidade com aplicação de carga. Será mostrado (Cap. 7) que tais caracter ísticas
são, de fato, essenciais à operação em paralelo de geradores compostos, para fins de estabilidade.
90 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORI

efeito uma varia çã o de velocidade produzirá nas características de carga de ur


gerador -shunt ?
A Eq . (3-7) estabelece que a tensão gerada , Eg , de qualquer dado gerador •
proporcional ao fluxo e à velocidade ( E = K <f ) N ) . Para um dado fluxo m ú tu <
constante no entreferro, um aumento de velocidade produzirá um aumento di
tensão, e uma velocidade infinita produzirá uma tensão infinita. Infelizmente
não temos um meio de manter constante o fluxo no entreferro (exceto usandt
um campo magné tico permanente, em cujo caso Ea = K' N , que é o princí pio d (
tacó metro), mas n ós podemos manter constante a corrente de campo. O efeit<
da corrente de campo constante na saturação é mostrado na Fig. 3-1 la para doi:
valores diferentes da velocidade, Nx e N 2 . Para a mesma corrente de campo, Ifl
a velocidade mais elevada produzirá menos saturação, pois a inclinaçã o no ponte
2 é mais vertical que a inclinação no ponto 1. Mas quanto menos saturado foi
um dado gerador-shunt, mais rapidamente ele será desexcitado (Seç. 3-12). Assim
podemos esperar que uma má quina de velocidade mais elevada tenha urns
desexcita çã o mais rá pida e tenha uma caracter ística de carga mais mergulhante
que uma m áquina de velocidade menor. O efeito é verificado e mesmo mais pro-
nunciado na Fig. 3-1 lb, onde, em vez de manter a corrente de campo num valor

N2
Tensão
nominal
2
«o Nj ( velocidade mais baixa )
i0
(

o
N 2 ( velocidade mais alta )
*
c
H

If I
Corrente de campo ( If )
Corrente de carga l| _
(a) Caracter ísticas a vazio . (b) Caracter ísticas sob carga.

-
Fig. 3 11
— Efeito da velocidade sobre a saturação e a tensão de um gerador-shunt.

constante, n ós comparamos as duas velocidades da má quina numa mesma tensão


nominal . Na velocidade mais baixa, Nv nós necessitamos uma corrente de campo
( If 2 ) maior para produzir a tensão nominal do que para a velocidade mais
elevada , N 2 , que requer uma corrente de campo // i - Assim, na velocidade mais
baixa, n ós estamos trabalhando na porção mais saturada ( ponto 3) da curva de
magnetização, ao passo que, para a velocidade mais elevada, nós estamos ope-
rando na porçã o menos saturada ( ponto 2) da curva de magnetizaçã o. Na
velocidade nominal , portanto, como se mostra na Fig. 3- 1 lb, a velocidade mais
baixa produzirá a caracter ística tensã o-carga mais satisfat ória.

i
RELA çãO DE TENSãO NAS Má QUINAS CC GERADORES CC 91

Portanto, se a velocidade da máquina primá ria decresce , tende-se a melhorar


a regulaçã o de tensão do gerador-shunt. Se, alé m disto, devido à queda na
velocidade e à reduçã o da tensã o terminal, n ós restauramos a tensão no seu
valor original, pelo incremento da corrente de campo, a regulaçã o de tensã o é
melhorada ainda mais, como resultado do acr éscimo de saturação do campo.

3- 15. REGULAÇÃO DE TENSÃO DE UM GERADOR

No último parágrafo acima, o termo “ regulação de tensão” foi usado para


indicar o grau de variação na tensã o da armadura produzida pela aplicaçã o da
carga. Se há pouca variação, desde a vazio até plena carga, diz-se que o gerador
ou a fonte de suprimento de tensão possui boa regulação de tensã o. Se a tensão
varia apreciavelmente com a carga, é considerado como tendo pobre regulaçã o.
Regulação de tensão é definida como a variação na tensã o desde a vazio até
a plena carga, expressa como uma percentagem da tensão terminal nominal ( tensão
da armadura a plena carga ) ou
V -V
VR ( regulação de tensão percentual) =
V
—KL
-2L Ll± x 100 ( 3-9)

onde VFL é a tensão terminal ( nominal) a plena carga


VNL é a tensã o terminal sem carga .

EXEMPLO A tensão sem carga de um gerador-shunt é 135 V, e sua tensão a plena carga é
-
3 6 : 125 V. Calcule VR, a regulação de tensão em percentagem.

Solu ção:
Vv N L - Vv F L
VR % = x 100
VFL
135 - 125
VR = - 125
- x 100 = 8% (3-9)

EXEMPLO A regulação percentual de tensão de um gerador-shunt de 250 V é 10, 5 .


3-7 : Calcule a tensã o do gerador sem carga .
%
Solu ção :

KL = KL + ( KL x VR ) = KL d + VR ) ( 3-9)
= 250 (1 + 0,105) = 276,3 V

A Eq. ( 3-9) serve para indicar que um gerador “ ideal ” manteria a mesma
tensã o desde a vazio até a plena carga e, já que a variaçã o de tensão é zero, n ós
teremos uma regulação de tensã o percentual nula. O gerador com a menor ou
mí nima variaçã o na tensão terminal tem a mais baixa regulação percentual e
está mais próximo do gerador ideal como fonte de fem constante, , apesar da
carga. Se cargas adicionais são colocadas ou removidas, um gerador ideal conti-
92 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

nuará suprindo a mesma tensão nos terminais da carga. Um exame da curva da


Fig. 3- 10a indica que o gerador-shunt apresenta a tendê ncia de reduzir sua tensão
com o aumento da carga. Se a carga está localizada na vizinhança imediata do
gerador, a queda em tensã o pode ser compensada por meio de reguladores auto-
má ticos de tensão, que diminuem a resistê ncia de campo (aumentando a corrente
de campo) e restabelecem a tensã o no seu valor anterior.
Se, entretanto, a carga está remotamente localizada com relação ao gerador,
o problema de manter a tensão constante na carga é mais complicado devido à
queda de tensão nas linhas de transmissã o. A queda de tensão na linha varia em
proporção direta com a corrente de carga fornecida pelo gerador tal como sucede
com cada uma das três causas de queda de tensão descritas na Seç. 3-13 e mos-
tradas na Fig. 3-10a. Devido à distâ ncia possivelmente grande entre o gerador
e a carga, não é prá tico refletir ( realimentação) variações na tensão de carga, por
meio de fios, até um regulador de tensão localizado junto ao gerador-shunt.
Alé m disto, como todas as causas de queda de tensã o, bem como da queda de
tensã o na linha de transmissão, variam com a carga, é melhor empregar algum
tipo de gerador cuja magnetização seja controlada ou afetada, em parte, por uma
variação na carga. Tanto os geradores-sé rie como os compostos possuem esta
caracter í stica .

3-16. GERADOR -SÉRIE

O diagrama esquem á tico completo de um gerador-série é mostrado na


Fig. 3- 2a, e o circuito equivalente est á representado na Fig. 3- 2 b. O gerador-
série a circuito aberto (sem carga) é incapaz de se auto-excitar. Assim, quando
a corrente de carga é zero, a tensão gerada e a tensã o nos terminais, E e Va , são
id ê nticas, e ambas são devidas ao fluxo magnético residual, mostrado como Eí
na Fig. 3-12. Se uma carga é ligada através da armadura do gerador sé rie, como -
se mostra na Fig. 3- 2b, uma corrente comum da armadura e da carga, IL , fluirá
através do campo-sé rie, criando uma fmm adicional (que auxilia o fluxo residual),
para produzir uma tensão gerada mais elevada. A auto excitaçã o automá tica -
começará , pois a tensão adicional produzirá corrente adicional na carga ; isto,

Ú til como booster de tensão


>"
2
"
O Porção ú til da
E Jr caracter ística como
ra gerador de corrente
ro constante
O
"

O I
*03
to
C

->
i
Q
E

0 ILm
Corrente de carga ( 1 )
Fig . 3-12 —
^
Caracter ísticas da carga do gerador-série .
&
RELAçãO DE TENSã O NAS MáQUINAS CC — GERADORES CC 93
por sua vez, produzir á fmm adicional do campo-série ( ). Mas a açã o do ge-
rador-sé rie é um pouco mais complexa do que a de um NsIs
gerador -shunt. Há agora
duas quedas de tensã o que limitam a tensã o, , através da carga
e a Eq. (3-4) pode ser reescrita como:
VL [V. Eq. ( 3-4)],

vL = Eg - ( A + KK )
'
Em complementação a estas duas quedas de tensão, a tens
ão gerada Eg é
(3-4a)

també m reduzida pelos efeitos da reaçã o da armadura , de modo


que a tensão
na carga , VL ( produzindo a corrente magnetizada , 7 ) , representa
s a resultante de
duas lorças: ( 1) os fatores tendentes a decrescer a tensão, , e ( 2) a corrente
de magnetizaçã o (7s ) tendente a aumentar a tensão gerada EVL . Como resultado,
para uma dada velocidade da má quina primá ria, é produzida
uma tensão
m áxima, £m , como se mostra na Fig. 3-12, que representa o ponto cr tico
qual o processo de auto-excitação cessa e nenhuma corrente
í no
adicional é produ-
zida automaticamente. Neste valor da corrente de carga, 7 , a queda
de tensão
do campo-sé rie e da armadura, bem como a queda da LM reaçã o da armadura ,
contrabalançam exatamente o acréscimo de fmm produzido no campo é
a tensão terminal , VL , permanece constante.
-s rie ; e
A porçã o ú til das caracter ísticas de um gerador-sé rie como gerador de
corrente
constante é mostrada na Fig. 3-12, onde uma outra aplica çã o de carga
alé m do
ponto cr í tico de m á xima tensã o produz uma brusca queda de tens
ã o na carga.
O brusco declí nio da tensão na carga é devido aos fatores combina
dos do
aumento da rea çã o da armadura e do aumento na queda de tensã o
da Eq . (3-4),
que agora diminuem a tensã o de carga numa razã o mais rá pida do que
é aumen-
tada a tensão gerada , E pela corrente de carga. Esta caracter í
ZJ stica brusca de
mergulho leva -nos aos geradores de solda (onde a corrente deve ser
relativamente
constante para produzir o mesmo efeito de aquecimento, I 2 R , numa grande
faixa
de quedas de tensã o produzidas pelo arco elé trico). A parte crescent
e da curva
de magnetização, leva , por outro lado, aos elevadores de tensão (
boosters ) nos
sistemas aterrados CC de troles e trens, para reduzir a ação eletrolítica
entre os
trilhos do retorno de terra e os condutores e outras estruturas aterrada
s. Tem
també m sido usada intensamente na Europa para compensaçã o da queda
de tensã o
em linhas de transmissão CC de alta tensão, como no sistema Thury
. A parte
linear ou crescente da caracter ística do gerador-série é também
usada em excita-
dores com m ú ltiplos campos denominados Rototrol (Seç. 11 17)
- .
3-17. GERADOR COMPOSTO

A regulaçã o de tensã o de um gerador-série é obviamente muito pobre, como


se vê do exame das características combinadas de carga e magnetização mostradas
na Fig. 3-12. Mas não pode ser negada a capacidade do campo sé rie de produzir
-
magnetização adicional ú til em resposta ao incremento de carga . Esta
caracte-
r ística ú til do campo-série, combinada com a caracteírstica de tensão
relativa-
mente constante do gerador-shunt, conduziu ao gerador composto, cuja construçã
o
e circuitos é discutida na Seç. 3-5 e mostrada na Fig. 3-3. As relaçõ es de corrente
para a conexão shunt-longa sã o dadas na Eq . ( 3-5) e, para a conexã o curta
, na
94 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Eq . ( 3-6). Um exame das figuras 3-3 b e c revelará que, qualquer que seja o mé-
i
todo de conexã o, a tensã o terminal, VL , do gerador composto shunt -longo ou
curto, é a mesma da Eq . ( 3-4a ) ( Seç. 3- 16) para o gerador série ( ! ) ; quer dizer,
= Eg - ( A VL ' w ( 3-4a)

A tensã o gerada, , Eg, de um gerador composto é o resultado da combinação


das fmm produzidas pelos Ae dos campos sé rie ( Nsls ) e shunt ( V f I f ) , devida à
corrente que flui pelos seus enrolamentos de campo. Num gerador composto,
o campo shunt predomina e é o mais forte dos dois. Quando a fmm do campo-
-
serie auxilia a fmm do campo-shunt, o gerador é denominado de composto
cumulativo. Quando a fmm do campo-sé rie se opõe à fmm do campo-shunt, o
gerador é denominado composto diferencial.

3- 18, CARACTER ÍSTICAS DO GERADOR COMPOSTO


CUMULATIVO

Há três tipos possí veis de caracter ísticas de carga para o gerador composto
cumulativo (n ã o importando se longo ou curto), dependendo da fmm do reforço
adicional relativo produzida pelo campo-sé rie. Estes tipos sã o chamados ( 1 )
hipercomposto ; ( 2) composto normal ; e ( 3) hipocomposto.
. ^ 4
Hiper

>kT~ , Geradores
o
Ej Normals compostos
i
O
co
cumulativos
& Hipo J
o
r * >
T3
(U
E
Gerador-shunt
c
E
o
o
1(
0
V)
Gerador
composto
— Carga nominal
C
n o
V - diferencial

0 Corrente de carga lj_


(a ) Caracter ísticas de carga.

if
A
r
Rs ^h
o

va , o
o V , vt
n{
ou V Io
I

( b ) Correntes e tensões nos geradores compostos.

Fig. 3- 13 externas de tensão de carga de gera


— Caracter ísticas -
dores comnostos cumulativos e diferenciais.

t-
RELA çã O DE TENSã O NAS M á QUINAS CC — GERADORES CC 95
Um gerador composto, cuja tens ã o terminal aumenta com a aplica
carga , de modo que sua tens ã o a plena carga ção da
excede a tens ão a vazio ( regula çã o
negativa), é denominado hipercomposto ; veja Fig
. 3-13.
Um gerador composto normal tem uma caracter ística de carga
, na qual as
tensões a vazio e a plena carga são iguais ( regulação percent
ual zero) ; veja-se
novamente a Fig . 3- 13.
Um gerador hipocomposto possui uma caracter í stica de carga
tensão a plena carga é um pouco menor que a tens ão a vazio
na qual a
, mas com o auxí lio
dos Ae do campo-série provocando uma caracter í stica de
melhor regulaçã o do
que o gerador composto equivalente ; veja Fig. 3-13.
A maior parte das máquinas CC compostas comerciais usadas seja como
geradores, seja como motores é normalmente fornecida pelos
fabricantes como
hiper compostos. Como se mostra nas Figs. 3 3b e c, o grau
-
(hiper , normal ouhipo) pode ser ajustado por meio de
de compensaçã o
um resistor de drenagem
em paralelo com o campo-sé rie ( v. Exemplos 3-2 e 3-8).

EXEMPLO Um gerador composto longo tem um enrolamento de campo


-shunt com 1.000
3-8 : espiras por pólo, e um enrolamento de campo-série com quatro espiras
por pólo.
Para obter a mesma tensão ( nominal ) a vazio e a plena carga, quando
operado
como gerador-shunt, é necessá rio incrementar a corrente de campo para
0,2 A.
A corrente da armadura a plena carga do gerador é 80 A e a resistência
do campo-
sé rie é 0,05 íl Calcule :
a. O nú mero de Ae do campo-série requerido para a operação composta
normal.
b. O resistor de drenagem requerido para uma operação
composta.
Solução :
a. ô I f N f = 0,2 A x 1.000 e = 200 Ae =
mal.
NsIs, para a operação composta nor-
(3-10)
»> NfIf _ 200 Ae
N, 4e = 50 A, requerida pelo enrolamento de campo-sé rie
para a operação composta.

I d = I a - I s = 80 A - 50 A = 30 A
ISRS _ 50 A x 0,050 0,0833 Cl
i
h 30 A = ( 3-11)
Como se mencionou na Seç. 3-15, o gerador hipercomposto é o mais
apro-
priado para a transmissã o de energia elé trica CC quando a carga
est á remota-
; mente localizada com relaçã o ao gerador. A caracteír stica de elevaçã o de tensã o
deste gerador é mais do que suficiente para compensar a queda
de tensã o na
linha de transmissão. Um resistor de drenagem é usado para controlar
e produzir
uma elevação de tensão suficiente no gerador , para compensar as
quedas de
tensã o nas linhas a plena carga . Como a queda de tensã o na linha e
a elevação
de tensão ajustada , produzidas pelo campo-sé rie são ambas proporc
ionais à
corrente de carga, a tensã o numa carga remota será substancialmen
te constante
desde a vazio até a plena carga , assim tornando desnecessá rio o uso de
regula-
dores de tensão. Um gerador hipercomposto sempre tem uma regula
çã o nega-
tiva de tensão (V. Eq. 3-9).
96 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Um gerador composto normal encontra uma aplicaçã o similar como gerador


de tens ã o constante quando a queda de linha é desprezível e a carga está locali-
zada na vizinhança imediata do gerador. Pode-se notar, da Fig. 3- 13, contudo,
que a tensã o do gerador composto normal nã o é necessariamente “constante” ,
mas tem uma “ regulação” negativa no ponto de meia carga 6, e regulaçã o zero
a plena carga.
O gerador hipocomposto, mostrado na Fig. 3-13, possui uma característica
um pouco mergulhante, semelhante à de um gerador-shunt , mas com uma
regulaçã o melhorada. Se efetuarmos um curto-circuito nos terminais do campo-
série ( Rd = 0), o gerador cumulativo hipercomposto atuar á como um gerador -
shunt. Se a resistência do resistor de drenagem é aumentada um pouco, de
modo a fluir uma pequena corrente através do campo-sé rie, qualquer gerador
composto cumulativo atuará como hipocomposto. É por esta razã o que os
fabricantes fornecem apenas geradores hipercompostos e esperam que os consu -
midores ajustem o grau de compensaçã o, usando um resistor de drenagem.

3-19. AJUSTAMENTO DO GRAU DE COMPENSAÇÃ O DOS


GERADORES COMPOSTOS CUMULATIVOS

O resistor de drenagem mostrado na Fig. 3-13 é representado como um


resistor variá vel. Na prá tica, o resistor de drenagem é usualmente fixo, de alta
resistividade , imune a variações de temperatura, enrolado com manganina ou
constantan. Em grandes geradores compostos de alta capacidade, o resistor de
drenagem pode realmente ser um cabo ou um condutor de cobre, com um dado
comprimento. É necessá rio, portanto, determinar antecipadamente o resistor de
> drenagem necessá rio para conseguirmos o grau de compensaçã o desejado, em
lugar de empregar uma resistência variá vel, que pode ser ajustada e deixada num
ponto estabelecido. O grau de compensaçã o depende, como se mostra na Fig.
3-13, do aumento de tensão requerido para a carga nominal, desde 1Eí passando 9

por qualquer valor particular até E± . O mé todo empregado é o seguinte .


O gerador composto é operado como um gerador-shunt (campo-sé rie desli-
gado), na velocidade nominal e com carga nominal. A corrente de campo, a
corrente de carga e a tensão terminal, Ev são anotadas. Na carga nominal, se
se desejar um gerador composto normal, ser á necessário elevar a tensã o de a
-
Ev Para elevar a tensão de plena carga, é necessário aumentar a corrente
campo. Assim , os Ae incrementais de campo são també m uma indicação dos
de

Ae do campo-sé rie (bem como o resistor de drenagem) necessá rios para produzir
um desejado grau de compensaçã o ; ou

ÔN f I f = N sJ s ( 3-10)

e, como o resistor de drenagem e o campo-sé rie são ligados em paralelo,


6
Como a regulação é definida pela ASA em função apenas de condições a vazio e a plena
carga, é tecnicamente impróprio falar-se em regulação de um dispositivo gerador de tensão .sob
quaisquer outras condições de carga que não a vazio ou a plena carga .

í
RELAçãO DE TENSã O NAS MáQUINAS CC GERADORES CC 97
1 RJ
s s
( 3-11)
4
onde ôlf é o acréscimo da corrente de campo-shunt a plena carga
requerida
para produzir a tensão terminal desejada para o gerador
composto
Nf é o n ú mero total de espiras do campo-shunt ou o n ú mero de espiras
por pólo
N $ é o n ú mero total de espiras do campo série
- ou espiras por pólo
t
Rs é a resistê ncia do campo-sé rie
7S é a corrente desejada no campo-sé rie requerida para
produzir o au -
mento da tensão
4 é a corrente necessá ria no resistor de drenagem para produzir /
Rd é a resistência do resistor de drenagem requerida para a desejada
regulação.
EXEMPLO Um gerador composto shunt-curto, 60 kW, 240 V, opera como gerador
-shunt e
3-9 : requer um acréscimo de corrente de campo de 3 A para providenciar uma tensã
o
hipercomposta de 275 V, para uma carga nominal de 250 À. O
campo-shunt
tem 200 espiras por pólo e o campo-série 5 espiras por pólo, com
'V resistência,
respectivamente, de 240 Q, e 0,005 Q. Calcule :
a. A resistência do resistor de drenagem necessária
b. Se a tensão a vazio do gerador composto é também 240 V, calcule
a fmm
total por pólo a vazio e a plena carga.

Solução :

a. Ô N f I f = 3A x 200 espiras = 600 Ae = N S 1 ( 3-10 )


NrJ s 600 Ae
= 120 A
i 5 espiras
I d = 250 - 120 = 130 A

Rd = A
h
' 120 x 0,005
130
= 0,00462 n ( 3-11 )

b. fmm a vazio 240 V


= NrJ s 240 Q
x 200 espiras = 200 Ae/pólo

fmm a plena carga = N f I f + NJs = 200 Ae + 600 Ae = 800 Ae/pólo

3-20. CARACTER ÍSTICAS DO GERADOR COMPOSTO DIFERENCIAL

O gerador composto diferencial é definido quando a compensação é tal que


a fmm do campo-série se opõe à fmm do campo-shunt. A diferença na direção
da corrente dos dois enrolamentos é mostrada na Fig. 3-14a, onde, para melhor
clareza, o enrolamento do campo-sé rie é visto acima ( melhor que diretamente
acoplado) do enrolamento do campo-shunt. A caracter ística de carga do ge-
rador composto diferencial é mostrada na Fig. 3-14b. Sem carga, o gerador

4
98 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

composto diferencial aumenta sua tensão pela auto-excita ção do seu campo-
shunt, da mesma maneira que o gerador-shunt. Quando a carga é aplicada,
contudo, a tensã o gerada, Eq, é agora reduzida pela queda no fluxo do campo
principal , reduçã o criada pela fmm oposta do campo-sé rie. Esta redu çã o em
E ocorre em adiçã o à queda de tensã o na armadura e no circuito do campo-sé rie,
à rea çã o da armadura , e à reduçã o na corrente de campo produzida pela reduçã o
-
da tensã o da armadura , Va , como se descreveu na Seç. 3 13. O resultado é uma
brusca queda na tensã o terminal com carga, como se mostra nas Figs. 3-13a e
3- 14 b, à medida que o campo é levado abaixo da satura çã o e decresce rapida-
mente . O gerador composto diferencial é usado como gerador de corrente
constante para as mesmas aplicações de corrente constante do gerador-sé rie.
(Seç. 3-16.)

Campo-sé rie

E
Campo-shunt
*<0

Corrente de carga
( a ) Fmm dos campos sé rie e shunt . ( b ) Caracter ística de carga do
gerador diferencial .

Fig . 3- 14 — Gerador composto diferencial.


3-21. COMPARAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS CARGA-TENSAO
DOS GERADORES

Se um gerador composto é testado no laborat ório, para determinar e


comparar as vá rias caracter ísticas discutidas, é costume ajustar o gerador para
a tensã o nominal e a velocidade nominal com carga . Se a carga é diminu í da em
incrementos e se sã o tomadas leituras da tensão e da corrente de carga em cada
passo, é poss í vel comparar as caracter ísticas para vá rias conexões para os
mesmos valores nominais de carga, tensã o e velocidade. Esta comparação
usando a mesma m á quina CC, é mostrada na Fig. 3- 15.
Note-se que todas as caracter ísticas caem com aplicações de cargas cres-
centes, com exceçã o do gerador hipercomposto. Apenas este ú ltimo tem uma
regulaçã o negativa de tensão. Com a plena (ou m á xima ) fmm do campo-shunt ,
é impossí vel ajustar o gerador composto diferencial para se conseguir tensão
nominal com carga e velocidade nominais. Se aumentarmos a velocidade, ser á
possí vel conseguirmos uma tensã o mais elevada e obtermos tensã o e corrente
nominais para o gerador composto diferencial ? Qual é o efeito da velocidade
nas caracter ísticas carga - velocidade dos geradores compostos ?
í
í
RELA çãO DE TENSã O NAS M áQUINAS CC — GERADORES CC 99

* : >

J*hunt \ .
3
i
(O
o
03
— )

c
çofnposto normal Geradores
=
O
3
compostos
03
c
cumulativos
E Shunt
o->
k

o Composto
M
c) diferencial
Corrente de
-
I
0
carga nominal

Corrente de carga

Fig. 3- 15— Comparação das caracteristicas de carga-tensào


dos geradores CC com velocidade constante.
y

3-22. EFEITO DA VELOCIDADE NAS CARACTER Í STICAS


CARGA-TENS Ã O DOS GERADORES COMPOSTOS

O efeito de uma variação da velocidade nas características dos geradores


compostos cumulativos é mostrado na Fig . 3- 16, usando a mesma má quina CC
V para todos os testes, com tensã o e carga nominais. Nós tí nhamos previamente
- .
/
visto ( Fig. 3- 11 ) que o efeito da reduçã o de velocidade é aumentar a saturaçã o
do circuito magné tico. O aumento na saturaçã o, em baixas velocidades, tende
i a melhorar a regulaçã o de tensão em ambos os geradores, shunt e composto.
i» No caso do gerador composto cumulativo, mostrado na Fig. 3-16, como o
circuito de campo está mais saturado a uma velocidade mais baixa , o efeito
resultante da fmm adicional produzida pelo campo-sé rie é menos pronunciado.
Aumentando a velocidade , portanto, resultará uma condição menos saturada ,
'

como se mostra pela curva de magnetizaçã o da Fig. 3- 1 la. Nós podemos agora
; responder à questão relacionada com o gerador composto diferencial. Se o
circuito magné tico é menos saturado, o efeito de oposiçã o do campo-sé rie será
bem mais pronunciado, e o fluxo polar resultante se aproxima de zero ainda mais
rapidamente com a aplicação da carga!
Pode-se inferir , das considerações acima , que é sempre melhor procedimento
movimentar geradores em velocidades reduzidas, com excitações elevadas, para
|
i
£ produzir mais saturaçã o e melhor regulaçã o.
Conquanto velocidades mais baixas e incrementos na excita çã o sejam ben é-
ficos para a regulaçã o de tensã o, o mesmo nã o ocorre quanto à eficiência.
Incrementos na excitaçã o resultam em perdas elevadas na resist ência de campo
100 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Shunt fvel c
°idade lonunal )
Shunt (abaixn da
yelocidadp
nominal )
>
)
a_ wnlocidacte nominal
k iatoa\ »ojj

^' -
o osto 3
c
oo
O
Í CO
\0

^
w
C
Q>
1- Oo
Corrente de
carga nominal

Corrente de carga ( l|_ )

Fig. 3- 16 — Efeito carga


da velocidade nas caracter ísticas
-tensão.

e no n úcleo, enquanto que velocidades reduzidas têm como resultado um supe-


raquecimento devido a uma ventilação menos eficiente na máquina CC.
É melhor , portanto, operar geradores na velocidade nominal recomendada
pelo fabricante e estabelecida na placa do gerador .

BIBLIOGRAFIA

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QUESTÕ ES

-
3 1 . a. Enumere os três tipos básicos de geradores CC, partindo das m áquinas de CC.
b. O que se leva em conta para diferenciá-los quanto aos aspectos construtivos ?
3-2. Trace o circuito equivalente e esquemático para cada um dos tipos de geradores CC
citados na questão 3- la, indicando todas as correntes e tensões. (Note que um total
de quatro conjuntos de circuitos pode ser mostrado devido às conexões possíveis.)
3-3. Sob cada um dos circuitos equivalentes desenhados na questão 3 2, escreva as equa
para :
- ções
a. a relaçã o de corrente
b . a relação de tensão
c. o relacionamento entre tensão gerada e tensão terminal.
3-4. Defina :
a. auto-excitaçã o
s b. excitação independente.
3-5. a. Esquematize como se obtém a curva de magnetização ou de saturação de um gerador
CC.
b. Esquematize a curva de magnetização t í pica, mostrando as variações de
Eg com
relação a If para valores crescentes e decrescentes de If .
c. Se um enrolamento de campo-série foi conectado em série com a armadura (no
desenho esquemá tico em resposta à quest ão 3-5a ), isto afetará a curva de magnetização
obtida ? Explique.
3-6. Com referência à curva de saturação da quest ão 3-5b, explique :
a . por que a curva não começa usualmente na origem
b. sob que circunstâ ncias ela pode começar na origem

V.
102 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

c. por que esta curva é nà o- linear para valores extremamente baixos de tensão
d. por que esta curva é nã o-linear para valores extremamente altos de tensão
e. por que esta curva é linear para valores moderados de tensão
f. por que os valores decrescentes de corrente de campo produzem tensões com valores
mais elevados do que os valores crescentes de corrente de campo.
3-7. Explique :
a. por que a forma da curv de saturação ou de magnetização é id êntica à curva B-H
^
para a densidade de fluxo m ú tuo no entreferro de uma m á quina de CC
b. que precauções devem ser tomadas na obtençã o de uma curva de magnetização
suave e por quê
c. por que a equaçã o Ea k ( j) representa a curva de magnetizaçã o melhor
que Eg = klf .
3-8. a . Para um gerador com excitação independente, explique por que a corrente de campo
é independente da tensão gerada e, ainda, por que a tensão gerada depende da cor-
rente de campo. Ilustre pelo diagrama esquemático.
-
b. Para o gerador-shunt auto excitado, explique por que a corrente de campo é depen-
dente da tensão gerada. Ilustre pelo diagrama esquemático.
c. Além da tensão gerada, que outra variável determina a corrente de campo ?
d. O que é representado por uma “ família de retas de resistência de campo” ?
3-9. Com referência à curva para o processo de auto-excitação do gerador auto-excitado,
explique :
a . a . resistência de campo cr
ítica , Rc
b. a resistência de campo que é maior do que Rc e seu efeito no processo de auto-excitação
c. a resistência de campo muito menor do que Rc e seu efeito no processo
de auto-excitação.
3-10. a. Estabeleça quatro razões especí ficas pelas quais um gerador-shunt não se auto-excite.
b. Se uma baixa resistência de carga e conectada através dos terminais da armadura
do gerador-shunt, o gerador se auto-excita ? Explique.
c. Se uma baixa resist ência de carga é conectada através dos terminais da armadura
gerador-sé rie, o gerador se auto-excita ? Explique.
3-11. Explique o que significa “ aumento de carga do gerador” em termos de :
a . resistência de carga
b. corrente de carga.
3-12. Se a aplicação da carga provoca a queda de tensão terminal de um gerador-shunt, ex-
- -
plique em que condições um gerador shunt tende a se desauto excitar, usando a curva
de magnetização para ilustrar a sua explicação.
3-13. -
a . Dê três razões pelas quais a tensão terminal de um gerador shunt auto-excitado
decrescerá com a aplicação de carga crescente.
b. Dê duas razões pelas quais a tensão terminal de um gerador-shunt com excitação
independente decrescerá com a aplicação de carga crescente.
c. Que conclusões você tiraria olhando a regulação de tensã o de um gerador-shunt
auto-excitado comparado com a do mesmo gerador operado sob condições de ex-
citação separada ?
3-14. Defina regulação de tensão :
a. em função de uma equação
b. em suas próprias palavras
3-15. O que significa :
a. boa regulação de tensão
b. pobre regulação de tensã o
c. regulação de tensão negativa
RELA çãO DE TENSã O NAS Má QUINAS CC GERADORES CC 103
d . regulaçã o de tensão positiva
e. regulação de tensão zero.
3-16. Explique, para um gerador-série :
a. por que ele n ão se auto-excita sem carga
b. sob que condições a tensão terminal aumenta com a carga
c. sob que condições a tensão terminal cai bruscamente com carga
d . o que evita o aumento indefinido da tensã o terminal com carga.
3-17. Desenhe a característica de carga do gerador-série, e explique :
a. que porção é ú til como gerador de tensão e por qu ê
b. que porçã o é ú til como gerador de corrente constante e por qu ê
c. quatro aplicações para o gerador-sé rie CC, indicando qual a porção da característica
de carga utilizada e por quê.
3-18. Explique, para um gerador composto, usando ilustração onde necessá rio,
& a. a conexão shunt-longa
b. a conexão shunt-curta
c. composto cumulativo
d . composto diferencial
e. hipercomposto
f. composto normal
g. hipocomposto
h . quais as conexões acima que produzem regulação negativa
i. quais as conex ões acima que produzem regulação zero.
3-19 . Dê uma aplicaçã o para cada um dos seguintes geradores compostos :
a. hipercomposto
b. composto normal
c. hipocomposto
d. composto diferencial .
3-20. “ A maior parte das má quinas de CC compostas são normalmente fornecidas como
máquinas hipercompostas”. Explique:
a. por que este é o caso
b. como o grau de compensação pode ser ajustado
c. como a resistência de drenagem é determinada para produzir o desejado grau de
A compensação.
3-21. Usando a Fig. 3- 15, explique :
p- a . por que é normalmente impossí vel, para um gerador composto diferencial, fornecer
't? a corrente nominal de carga
k- b. como é possí vel , para o gerador composto diferencial, entregar um valor de corrente
de carga quando a sua tensão terminal é zero.
3-22. Para um dado valor de corrente de carga, qual é o efeito do aumento da velocidade da
I máquina prim á ria na tensão terminal de :
a. um gerador-shunt
b. um gerador composto cumulativo
c. um gerador hipocomposto
d. um gerador composto diferencial
e. um gerador-série operando na sua caracter ística de corrente constante
f. um gerador-sé rie operando na sua caracter ística de regulador de tensão.

PROBLEMA S
50 kW
3- 1 . Um gerador-shunt CC. 55 kW, 250 V tem uma resistê ncia no circuito de campo de 62,5 Q,

V= Eg - (VRa + VBL) 250= 258 - (VRa+ 3)


104 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

uma queda de tensão nas escovas de 3 V, e uma resistência da armadura de


0.025 Q.
Quando ele fornece a corrente nominal, com velocidade e tensão nominais, calcule
:
a. As correntes de carga, campo e armadura.
b. A tensão gerada na armadura.
125 V
3-2. -
Lm gerador sé rie CC, 10 kW, 250 V, tem uma queda de tensã o nas escovas de 2 V,
uma resistência do circuito da armadura de 0,1 Q e uma resistência do campo-série
de 0,05 Q. Quando entrega a corrente nominal na velocidade nominal, calcule :
a. Corrente da armadura .
b. Tensão gerada na armadura.
3-3. Um gerador composto shunt -longo, lOOkW, 600 V, tem uma queda nas escovas de 5 V,
-
uma resistência no campo série de 0,02 Q, uma resistência no campo-shunt de 200 O
e uma resistência na armadura de 0,04 Q. Quando a corrente nominal é entregue com
velocidade nominal de 1.200 rpm, calcule :
a. Corrente da armadura .
b. Tensão gerada na armadura .
3-4. Um gerador com excitação independente tem uma característica de tensão sem carga
de 125 V, com uma corrente de campo de 2,1 A quando gira na velocidade de 1.600 rpm.
Supondo que está operando na porçã o reta de sua curva de saturação, calcule :
a. A tensão gerada quando a corrente de campo é aumentada para 2.6 A.
b. A tensã o gerada quando a velocidade é reduzida para 1.450 rpm e a corrente de
campo é aumentada para 2,8 A .
3;5. Supondo que um aumento de lOu por cento na corrente de campo produz um aumento
de 70 por cento no fluxo, repita os problemas 3-4a e 3-4b.
3-6. Um gerador composto tem a tensão terminal sem carga de 125 V e uma tensão a plena
carga de 150 V. Calcule a regulação percentual de tensã o do gerador.
• 3-7. Um gerador-shunt de 125 V tem uma regulação de tensão de 5% . Calcule a tensão
sem carga .
3-8. A corrente de campo de um gerador-shunt 125 V, 60 kW , tem que ser aumentada de
P 3,5 para 4,0 A para produzir compensação plana desde o vazio ate plena carga . Cada
pólo de campo tem 1.500 espiras. Calcule :
a. O n ú mero de espiras do campo-série por polo, supondo conexão shunt-curta.
b. Repita (a ) supondo conexão longa .
3-9. Um gerador CC, 50 kW, possui 2.000 espiras por pólo no seu enrolamento de campo-shunt.
Uma corrente no campo-shunt de 1,20 A é requerida para gerar 125 V a vazio, e de
1 ,75 A para gerar 140 V a plena carga. Calcule :
a. O n ú mero mínimo de ampère-espiras de campo-sé rie por pólo requerido para fornecer
as tensões requeridas a vazio e a plena carga como gerador composto (conexão
shunt-curta ),
b. Se a máquina é equipada com um campo-série com 5 espiras por pólo e resistência
de 0,02 Q, calcule a resistência do resistor de drenagem requerida para produzir a
desejada compensação.
c. A regulação de tensã o do gerador composto.
3-10. Um gerador composto, 250 V, shunt-longo é especificado para 25 kW . As resistências
do campo-shunt e série são 0,05 Qe 125 Q, respectivamente, e são enroladas com 10
e 1.000 espiras por pólo, respectivamente. Com o campo-série curto-circuitado, a cor-
rente de campo deve ser incrementada de 2,0 para 2,3 A, para produzir compensação
plana. Calcule :
a. A resistê ncia de drenagem requerida para produzir compensaçã o plana.
b. O n úmero de ampère-espiras ( Ae) por pólo produzido por ambos os campos shunt
e sene a plena carga .
c. Os ampè re-espiras ( Ae) por pólo produzidos por ambos os campos shunt e série
sem carga .
RELA çã O DE TENSã O NAS MáQUINAS CC GERADORES CC 105

-
3 11. Um gerador-shunt, 30 kW, 250 V, produz uma tensão na armadura de 265 V a fim
de desenvolver a saída nominal quando a excitação de campo é 1 ,5 A. Calcule :
a. A resistê ncia do circuito de campo para produzir a tensão terminal nominal.
b. A resist ência do circuito da armadura ( n ão considere a queda no contato das escovas).
3-12. Um gerador-shunt, 30 kW , 250 V é excitado separadamente para determinar sua queda
de tensão, devida à reaçã o da armadura . Sua resistência da armadura é 0,1235 íf . Admi-
tindo uma queda nas escovas de 3 V, calcule :
a . A queaa de tensão no circuito da armaaura a plena carga, com velocidade e tensão
nominais,
b. A queda de tensão devida à reação da armadura, se a tensão sem carga é 275 V na
velocidade nominal.
3-13. Um gerador composto CC, 125 V, opera como gerador composto normal na sua velocida-
de nominal de 1.200 rpm. Supondo que não haja nenhuma variação na velocidade da
m áquina primá ria, discuta o efeito da compensação se : .
a . A tensão a vazio é aumentada para 150 V.

3-14. Um gerador composto CC, 125 V, opera como gerador composto normal na sua velocida-
de nominal de 1.200 rpm . Admitindo nenhuma variação na sua excitação, discuta o
efeito na compensação se:
a . A velocidade é incrementada para 1.500 rpm.
b. A velocidade é reduzida para 1.000 rpm.

RESPOSTAS

3-1(a ) = 204 A ( b) = 258, 1 V 3-2(a ) = 80 A ( b) = 139 V 3-3(a ) = 169,7 A ( b) = 615,2 V *

3-4(a) = 154.8 V ( b) = 151 V 3-5(a) = 145,8 V (b) = 140 V 3-6 16,7 por cento 3-7 131 ,3 V
3-8(a ) = 1,56 espiras / pólo ( b) = 1 ,545 espiras/ pólo 3-9(a ) = 3,08 espiras/ pólo ( b) = 0,0321 í l
(c) = -10,7% 3-10(a ) = 0,0208 Q ( b) = 300 Ae/ pólo (c) = 5,87 Ae/ pólo 3-11(a ) = 166,7 Q
( b) = 0, 1235 Q 3-12(a) = 14,8 V ( b) = 7,2 V.
QUATRO

torque em máquinas de
corrente contí nua motores de
corrente contí nua

4- 1 . GENERALIDADES
Na comparação entre a a ção de um gerador e de um motor de corrente cont í -
nua, concluiu -se na Seç. 1-20 com um sumá rio das diferen ças fundamentais entre
eles. Este capí tulo será dedicado às máquinas de corrente cont ínua funcionando
como motor. Ele diz respeito, portanto, às relações de torque das m áquinas de
CC e às caracter ísticas do motor de CC como meio de produzir um torque eletro-
magné tico. O sum á rio da Seç. 1- 20 estabeleceu para a açã o motora :

1 . O torque eletromagn é tico desenvolvido produz ( manté m)


rotação.
2. A tensão gerada nos condutores onde circula corrente ( força
contra -eletromotriz) se opõe à corrente da armadura ( Lei
de Lenz).
3. A força contra-eletromotriz pode ser expressa pela equação :
E c = V a - IR
a a
(1-9)
e é menor que a tensã o aplicada que causa a circulaçã o da cor-
rente de armadura Ia .
TORQUE EM Má QUINAS DE CC — MOTORES DE CC 107

A Eq. (1-9) pode ser reescrita em termos da corrente da armadura, 7a, pro-
duzida para uma dada tensão aplicada e uma dada carga :
-
K = K K Ec ( 1 -9)

Foi mostrado també m na Seç. 1 -20 que os três fatores que determinam a mag-
nitude e que são requeridos para produzir a força eletromagnética num condutor
onde circula uma corrente elé trica ( uma força ortogonal a B e 7) pode ser expressa
por :
B.Il
F= 10 7 lbs “

d -8)
1,13
e, finalmente, a direção da força eletromagnética desenvolvida pela circulaçã o
de corrente no condutor num dado campo magné tico pode ser determinada pela
regra da mão esquerda (Seç. 1-18).
O leitor deverá revisar as relações acima e as Seções 1-16 até 1- 20, pois elas
são fundamentais e aplicam-se a todos os tipos de motores usuais e às caracter ís-
ticas discutidas abaixo.

4-2. TORQUE

Os termos for ça eletromagnética e torque eletromagnético foram usados no


sumá rio acima das relações de motor inclu ídas no Cap. 1 . Estes termos nã o são
sinónimos, mas estão relacionados. A relação entre a força num condutor [desen-
volvida de acordo com a Eq . ( 1-8)] e o torque produzido é mostrada na Fig. 4- 1 .
Uma bobina constituída de uma ú nica espira (suportada por uma estrutura
capa2 de rotaçã o) está carregando corrente num campo magné tico, como se vê
na Fig. 4- la . De acordo com a Eq . ( 1-8) e a regra da mão esquerda, desenvolve-se
uma força ortogonal fx no lado 1 da bobina, e uma for ça similar J 2 é desenvolvida
no lado 2 da bobina, como se vê na Fig. 4- lb. As forças fx e f7 são desenvolvidas
numa direção tal que tendem a produzir a rotação no sentido horário da estrutura
que suporta os condutores em redor do centro de rotaçã o C.
Torque é definido como a tendência do acoplamento mecâ nico (de uma força
e sua dist â ncia radial ao eixo de rotação) para produzir rotação. E expresso em

i Centro de
rotação
ti Estrutura
F1
/ r \

S ®
/
V 2©
\
N
\ j /
/

F2
h
( a ) Bobina de uma ú nica espira , com ( b ) Defini ção do torque desenvolvido.
corrente num campo magn ético .
.
Fig 4 1 - — Produção de torque numa bobina de uma ú nica espira.

*
108 Má QUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

unidades de for ça e dist â ncia, como lb- pé, grama -cm, N- m, etc.1, para distingui-lo
do trabalho , que é expresso em pé-lb, cm-g, etc. O torque que atua na estrutura
da Fig . 4-lb é a soma dos produtos /\ r e / r , ou seja , a soma total dos torques , atuan-
2
tes sobre ou produzidos pelos condutores individuais que tendem a produzir ro-
-
taçã o. Note se que as forças fx e f 2 sã o iguais em magnitude, pois os condutores
estão colocados num campo magné tico de mesma intensidade e conduzem a mesma
corrente. Isto é verdade para as forças desenvolvidas por todos os condutores
que carregam a mesma corrente num campo magnético uniforme ; mas os torques
desenvolvidos, por definição, n ã o sã o os mesmos para cada um destes condutores.

f
\
Eixo de refer ência

ft \
\
/ \
/ \
\
t Bobina
O N
\ /
\ /
/

2
f
f2
h
Fig. 4 2 - — Torque útil para rotação.

A distinção entre a força desenvolvida nos vá rios condutores da armadura


e o torque ú til desenvolvido por estes condutores para produzir rotação é vista
na Fig. 4-2. Foi mostrado nos Caps. 1 e 2 que não há diferença essencial na cons
-
trução da armadura de um motor ou de um gerador. Uma máquina de CC, tal
como descrita na Seç. 1 -20, pode ser considerada funcionando como motor quando
preenche os três requisitos apresentados na Seç. 4- 1.
Uma armadura e um campo de um motor de dois pó los sã o vistos na Fig.
4- 2. Note-se que todos os condutores que possuem corrente circulando numa
mesma direçã o desenvolvem uma mesma força . Isto é verdade porque eles carregam
a mesma corrente e permanecem perpendiculares no mesmo campo. Mas , como
o torque é definido como o produto de uma força e de sua dist â ncia perpendicular

lO torque não deve ser confundido com o trabalho. O primeiro é definido em função de uma
for ça f atuando num corpo e causando o seu movimento através de uma dist â ncia d . O
trabalho
realizado é o produto da componente da for ça f que atua na mesma direção na qual o corpo
se move ( para vencer a resist ê ncia ) pela dist â ncia d . Se h á uma força aplicada mas nã o resulta
movimento, nenhum trabalho é realizado. Inversamente, uma força pode existir num corpo ten
dendo a produzir rotação ( um torque) e, mesmo se o corpo não gira, o torque existe como produto
-
daquela for ça pela dist â ncia radial ao centro do eixo de rota ção.
TORQUE EM Má QUINAS DE CC
— MOTORES DE CC 109
ao eixo, n ós podemos ver que a componente ú til da força desenvolvida na Eq.
(1-8) é
/ = F sen 6 Ib ( 4- 1 )
onde F é a força em cada condutor, desenvolvida de acordo com a Eq. ( 1-8), e
9 é o complemento do â ngulo criado pela força desenvolvida no condutor e a força
/ útil tangencial à periferia da armadura ; e, assim, o torque desenvolvido por qual-
quer condutor, Tc , na superfície da armadura é
Tc = fr = ( F sen 6 )r lb-pé (4- 2a)
onde f é a força em libras [Eq . ( 4-1)] perpendicular a r , e r é a distâ ncia radial ao
eixo de rotação em pés.

E X E M P L O A bobina da Fig. 4- 2 está numa armadura de 18 polegadas de diâ metro com


4-1 : um eixo axial de 24 polegadas, e num campo cuja densidade é de 24.000 linhas
por polegada quadrada. Calcule quando circula uma corrente de 26 A :
a. A força desenvolvida em cada condutor.
b. A força ú til no instante em que a bobina se encontra num â ngulo de 60°
com relação ao eixo interpolar de referência.
c. O torque desenvolvido em lb- pé.

Solução :

a. F B II 24.000 x 26 x 24
= x 1(T 7 lb = = 1,325 lb (1-8)
1,13 1,13 x 107
b. / = F sen 0 = 1,325 x sen 60° = 1,145 lb ( 4- 1 )

c. 1 pé
Tc = f r = 1,145 lb 9 pol x
12 pol = 0,858 lb- pé ( 4-2)

Note-se que os condutores que se encontram na região interpolar da Fig.


4-2 desenvolvem ( teoricamente) uma força id êntica à dos condutores que se encon-
tram diretamente sob a superf ície polar ; mas que a componente útil da força,
/, tangencial à armadura é zero. Além disso, se a bobina da Fig. 4-2 é livre para
girar no sentido do torque desenvolvido sem que haja comutação, os sentidos
nos condutores permanecem inalterados , mas a força neles desenvolvida sofrerá
uma reversão , como se vê na Fig. 4 3. -

S N S

. -
Fig 4 3 — Necessidade da comuta ção
em motores CC.
Fig. 4-4 —Reversã o da corrente no
condutor requerida para produzir
rotação cont í nua.
110 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

A necessidade de comuta çã o para reverter a corrente num condutor à medida


que se move sob um pólo de polaridade oposta é tã o fundamental para um motor
de CC como para um gerador de CC. Finalmente, como nenhum torque útil é
produzido por condutores que se encontram na região interpolar, pouco torque é
perdido pelos condutores que est ão em comutação. Isto é o que se mostra na Fig.
4-4, onde as componentes da força útil e suas magnitudes sã o indicadas , bem como
a reversã o de corrente requerida para produzir rotaçã o uniforme e cont í nua .
As relações precedentes foram desenvolvidas para uma armadura possuindo
campos polares retos e uma apreciá vel zona interpolar neutra. Como se vê na
Fig. 4-5, numa armadura comercial possuindo muitos pólos, ranhuras e condu-
tores na armadura, a diferença entre a força útil desenvolvida diretamente sob
o pólo e a desenvolvida quase na extremidade polar é relativamente pequena.
E costume, em vez disso, considerar apenas a percentagem de condutores direta-
mente sob o pólo que contribuem para o torque ú til, e supor que cada condutor
produz um torque médio ou comum.

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X
X
X
X

. -
Fig 4 5 — Sentido da força, fluxo da corrente e fcem num motor comercial CC.
Estas considerações nos levam à simples relação :
fmed = F c X Z a (4- 2b)
onde Fmed é a força média total .tendendo a girar a armadura
Fc é a força média por condutor diretamente sob o pólo ( Eq. 1-18)
za é o n ú mero de condutores ativos da armadura.
Isto simplifica o cá lculo do torque total desenvolvido pela armadura , pois
T’med = L d X f = f cxZaxr -
(4 2c)
onde todos os termos foram definidos acima .
EXEMPLO A armadura de um motor de CC contém 700 condutores e tem um diâmetro
4 - 2 : de 24 polegadas e um comprimento axial de 34 polegadas. Se 70 % dos con-
dutores estão diretamente sob os pólos, com uma densidade de fluxo de 50.000
linhas por polegada quadrada e com uma corrente de 25 A, calcule :
a. A força total média, que tende a girar a armadura.
b. O torque da armadura em lb-pé.
TORQUE EM MáQUINAS DE CC
— MOTORES DE CC 111
Solução :

Da Eq. (4 2b): -
a. F med = Fe x N ú mero de condutores ativos =
50.000 x 25 x 34
U 3 x 107

= (700 x 0,7) = 1.860 lb d -8)


i b. Tmed = F med x r — 1.860 lb x 1 pé = 1.860 lb/pé (4-2c)

EXEMPLO Calcule a corrente da armadura de um motor que possui as seguintes


especifi-
4-3 : cações: 120 ranhuras, 6 condutores por ranhura; densidade de fluxo de
60.000
linhas por polegada quadrada ; diâ metro da armadura de 28 polegadas,
14
polegadas no comprimento axial ; 4 caminhos em paralelo na armadura
; os
arcos polares abraçam 72 % da superfície da armadura ; e o torque desenvolvido
pela armadura é de 1.500 lb- pé.

Solução :

f
med — /
... mad.
f
=
1.500 lb pé
14 pol
-x 12
pe
^ = 1.285 lb (4-2c)

1 L K X 1,13 X 107
cond caminho B x 1 x Za
1.285 x 1,13 * 107
60.000 x 14 (120 x 6 x 0,72) = 33,4 A por caminho (1-8)

Ia = /a /caminho x a = 33,4 A/caminho x 4 caminhos = 133,6 A

4-3. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO TORQUE EM MÁQUINAS


DE CC
A discussão precedente e os problemas acima indicam que o torque
desen-
volvido pela armadura de qualquer máquina pode ser computado em
função do
n ú mero de pólos, caminhos, condutores, e fluxo por pólo concatenando
os condu-
tores da armadura , etc. Como um exercício para o leitor, o Exemplo 4
recomputado em função da seguinte equação :2
- 3 pode ser

P
T = 0,1173 ZIa 4> x 10 8 lb-pé j- (4-3)
"

onde P é o n ú mero de pólos


fl é o n ú mero de caminhos
Z é o n ú mero de condutores ativos na superfície da armadura, cada um
produzindo um torque médio ú til
4 é a corrente total que penetra na armadura
</> é o fluxo por pólo concatenando os condutores.

2
V. Problema 4-3 ao final do capí tulo.

.
112 MáQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES

Para qualquer máquina de CC, contudo, o n ú mero de caminhos, pólos e


condutores na armadura é fixo ou constante e, portanto, a equaçã o para o torque
eletromagnético desenvolvido para uma dada armadura pode ser escrito apenas
em função de suas possí veis variá veis como
T = k <j) Ia lb- pé ( 4-4)
-
onde ( f ) e Jfl, representam o mesmo que na Eq. (4-3) e k = 0,1173 ( P / a ) Z x 10 8
para qualquer máquina.
-
Note se que a Eq. (4-4) é uma outra forma da Eq . (1-8) ( F = k' BIl ) , onde
as variá veis Bei para uma dada máquina determinam o valor da força eletro-
magn ética desenvolvida que produz o torque motor.
-
Note se, també m , que este torque eletromagnético se opõe à rotação num
gerador e auxilia (â tua no mesmo sentido) a rotação num motor. Como o torque
é fun çã o do fluxo e da corrente da armadura, é independente da velocidade do motor
ou do gerador. Será visto mais tarde que a velocidade do motor, de fato, depende
do torque (não ocorrendo o contr á rio). Os termos torque e velocidade não podem,
entretanto, ser usados como sinónimos, pois um motor bloqueado tende a desen -
volver um torque apreciá vel, mas nenhuma velocidade.
Uma variação de fluxo pode produzir uma variaçã o na corrente da armadura,
e també m variação no torque, como se vê no seguinte exemplo.

EXEMPLO Um motor desenvolve um torque de 150 lb- pé e está sujeito a uma redu çã o de
-
4 4 : 10% no fluxo do tampo, que produz um acréscimo de 50% na corrente da
armadura . Ache o novo torque produzido como resultado desta variaçã o.

Solução:

t
<> K T
Condições originais 1,0 1,0 150 lb- pé
Novas condições 0,9 1,5 9
T = kct> Ia ( 4 - 4)

Usando-se uma regra de três, o noyo torque é dado por

T = 150 wjx 1.5 /„ 205,5 lb- pé


1.0 « 1.0 h =

Finalmente, pode-se notar que o torque eletromagné tico desenvolvido pela


armadura de acordo com as Eqs. ( 4- 3) e (4-4) é chamado normalmente de torque
desenvolvido. O torque desenvolvido, produzido pelos condutores da armadura,
é um tanto aná logo à fem gerada, E . pelo fato de que é desenvolvido internamente
à armadura. O torque disponí vel na polia ou eixo do motor é um tanto menor que
o torque desenvolvido, devido às perdas especí ficas rotacionais que requerem e
consomem uma porção do torque desenvolvido durante a açã o motora (Fig. 12-1,
Seç. 12-3).
TORQUE EM Má QUINAS DE CC — MOTORES DE CC 113

4-4. FORÇA CONTRA-ELETROMOTRIZ OU


TENS Ã O GERADA NO MOTOR
Nós já vimos que, durante a operaçã o de uma m áquina de CC como motor ,
ocorre simultaneamente a ação geradora, pois os condutores estão se movendo
num campo magn é tico. Os condutores percorridos por corrente e que produzem
um torque no sentido horá rio são vistos nas ranhuras da armadura da Fig. 4-5.
O sentido oposto da fem induzida é visto embaixo dos condutores (aplica çã o da
regra da m ã o esquerda e da mão direita, respectivamente) na Fig. ( 1-6) para uma
dada armadura . O fluxo da corrente através da armadura est á limitado pela ( 1 )
resistê ncia da armadura e ( 2 ) icem, de acordo com a Eq. (1-9), reescrita na Seç. 4-1,
ou seja, Ia = ( Va - Ec ) jRa. É evidente que a fcem nã o pode nunca igualar a tensã o
aplicada através dos terminais da armadura, porque, como vimos na Fig. 4-5,
o sentido no qual ocorre o fluxo inicial da corrente determina o sentido da rota ção
e cria, por outro lado, a fcem. Portanto, a fcem, assim como a resistência da arma-
dura , é um fator limitante à circula ção da corrente. A natureza da fcem na limitação
da corrente pode ser melhor compreendida pelo Exemplo 4-5, que também inclui
a queda de tensão nas escovas, BD, como fator de limita ção.

EXEMPLO Um motor-shunt CC possuindo uma resistência de armadura de 0,25


ohm e
4-5 : uma queda de tensão nas escovas de 3 V, recebe uma tensão aplicada de 120 V
através dos terminais da armadura . Calcule a corrente da ermadura quando
:
a. A velocidade produz uma fcem de 110 V para uma dada carga .
b. Há queda de velocidade ( devida à aplicação adicional de carga ) e a fcem
tem o valor de 105 V.
c . Calcule a variação percentual na fcem e na .corrente da armadura.

Solução :

V - ( Ec + BD) 120 - ( 110 + 3)


a -K= K 0,25
= 28 A d -9)

b. Para o aumento de carga, 120 - ( 105 + 3)


Ia = 0,25 = 48 A

110 - 105
c. SEc = '
110
x 100 = 4,53 %
x 100 = 71,5 %

No problema acima, note-se que uma pequena variaçã o na fcem e na velocidade


de (4,53%) resultou numa variaçã o substancial ( 71 ,5 %) na corrente da armadura.
Consequentemente, variações na velocidade do motor, mesmo que leves, são
refletidas por correspondentes grandes variações na corrente do motor. Por esta
razã o, em alguns dispositivos de transdutores usados em servomecanismos, a
corrente do motor é empregada como indicação da carga e da velocidade do motor.
114 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

4-5. VELOCIDADE DO MOTOR COMO


FUNÇÃO DA FCEM E DO FLUXO

O valor da fcem dado no Exemplo 4-5 pode ser computado prontamente


a partir da Eq. ( 1-6) (V. Exemplo 1-6, Seç. 1-15). Para uma dada máquina CC,
as equações ( 1-5) ou (1-6) podem ser reescritas em funçã o de suas variá veis, e a
fcem de um motor pode ser expressa por :
Ec = k ( f> N (4-5)
onde ( f ) é o fluxo por pólo
k é ( ZP / 60a) 10 8 para uma dada máquina
"

N é a valocidade de rotação do motor em rpm .

Mas a fcem do motor, incluindo a queda de tensão nas escovas, BD, é

Ec Va ~ iIaRa + BD ) -
(1 9)
e substituindo k ( f ) N por Ec da Eq. (4-5), e solucionando em função da velocidade
( N ) , resulta

N =
K - (IaRa + BD) -
(4 6)
k ({ )
onde todos os termos foram previamente definidos.
A Eq. (4-6) pode ser chamada equação fundamental da velocidade do motor CC ,
pois permite predizer rapidamente a performance de um motor de CC. Por exemplo,
se o fluxo polar é enfraquecido consideravelmente, o motor tende a disparar . Se
o denominador da Eq. (4-6) tende a zero, a velocidade se aproxima do infinito.
Do mesmo modo, se a corrente e o fluxo são mantidos constantes, enquanto a
tensão aplicada através da armadura é aumentada, a velocidade aumenta na mesma
proporção. Finalmente, se o fluxo polar e a tensão aplicada nos terminais da arma-
dura permanecem fixos, e a corrente da armadura aumenta por acréscimo de carga,
a velocidade do motor cairá numa mesma proporção com o decréscimo da fcem
-
[Eq. (4 5)].

EXEMPLO Um motor-shunt CC, 120 V, possuindo uma resistência do circuito da armadura


4-6 : de 0,2 ohm e uma resistência de 60 ohms no circuito de campo, absorve da rede
uma corrente de linha de 40 A a plena carga. A queda de tensão nas escovas na
situação nominal é de 3 V, a velocidade a plena carga é 1.800 rpm. Calcule:
a. A velocidade numa situação de meia carga.
b. A velocidade numa sobrecarga de 125 %.

Solução:

a. a plena carga
, 120 V
Ia = / - 1 = 40 A - 6on = 38 A ;
|

Ec = Va - ( IoRa + BD) = 120 - (38 x 0,2 + 3) = 109,4 V -


(1 9)
TORQUE EM MáQUINAS DE CC MOTORES DE CC 115
na velocidade nominal de 1.800 rpm

Ec = 109,4 V e Ia — 38 A (plena carga)


para situação de meia carga

K — 38 A
—* 9 A;

Ec = Va - ( la Ro + BD) = 120 - (19 x 0,2 + 3) = 113,2 V


Usando regra de três, velocidade de meia carga

N Er . 113,2
= N orig £ = 1.800 1.860 rpm (4-5)
orig 109,4 =

b. para 1,25 de carga

K=

N5/ 4
^38 A = 47,5 A ;
Ec = Va - ( IaRa + BD) = 120 - (47,5 x 0,2 + 3) = 107,5 V
= 1.800 •
107,5
109,4 =
1.765 rpm . -o »
Os resultados estão tabulados no Exemplo 4-8.

EXEMPLO O motor CC do Exemplo 4-6 é carregado ( temporariamente) com uma corrente


4-7 : de linha de 66 A, mas, a fim de produzir o torque necessá rio, o fluxo polar é
aumentado em 12 % pela redução da resistência do circuito de campo para
50 ohms. Calcule a velocidade do motor.

Solução :
120
Ia = 4 - I f = 66 - 50 = 63,6 A
Ec = K - ( A + BD)
' - 120 - (63,6 X 0,2 + 3) = 104,3 V
da Eq. (4-6)

N = 104.3
= 1.800 109.4 1 ,0
X
1,12 = 1.535 rpm (4-5)

Note-se que a solução precedente está baseada no mé todo de comparação .


A velocidade original a plena carga de 1.800 rpm é afetada por dois fatores, fcem
e fluxo. A fcem decresceu e, como a velocidade varia diretamente com a fcem,
a velocidade aparece multiplicada por uma relação de decré scimo . Da mesma
maneira , o fluxo foi aumentado , mas um acréscimo no 4> produz um decr é scimo
na velocidade. Portanto, a velocidade é novamente multiplicada por uma relação
de decré scimo . Esta técnica de cálculo é mais económica e útil que a de propor-
ções. O leitor deve estudá- las com cuidado, solucionando independentçmente
os Exemplos 4-6 e 4-7 .
116 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

4-6. FCEM E POTÊ NCIA MECÂ NICA DESENVOLVIDA


PELA ARMADURA DO MOTOR

De um modo geral, pode-se notar nos problemas precedentes que a fcem a


plena carga é menor que a fcem para cargas mais leves. Como funçã o da tensão
aplicada aos terminais da armadura, a fcem a plena carga varia desde aproxima-
damente 80%, nos pequenos motores, até 95% da tensão aplicada , nos motores
maiores. A fcem, Ec , como percentagem da tensão da armadura, Va , é um dado
importante na determinação da eficiência relativa e da potê ncia mecâ nica desen-
volvida por uma dada armadura. A potência mecâ nica desenvolvida pela arma-
dura pode ser derivada do seguinte modo.
A queda de tensã o na resistê ncia da armadura, ignorando-se a queda nas
escovas BD, é
IaRa = K - R c ( 1 -9)

e a pot ência perdida na armadura , quando se aplica a tensã o Va e Ia circula, é


[ multiplicando ambos os membros da Eq. ( 1 -9) por 7J

= ( Va ~ Ec ) Ia OU
( IaRa ) Ia
la Ra = KL - EcIa
Isolando EJa , n ós temos
EI = VI 2
a a - Ia
Ra (4-7)
c a

O significado da Eq. (4-7) é de que, quando pot ê ncia elé trica, VaIa , é suprida
ao circuito da armadura do motor para produzir rotação, uma certa parcela da
pot ê ncia é dissipada nos vá rios componentes que constituem o circuito da resis-
tência da armadura ; esta dissipaçã o é denominada perda no cobre da armadura,
.
í\ Ra A potência remanescente, EcIa , é requerida pela armadura para produzir
o torque interno ou desenvolvido (conforme Fig. 12- 1 ) . A rela ção entre a pot ência
desenvolvida e a pot ê ncia suprida à armadura, EcIJVaIa , é a mesma que a relaçã o
EJVa. Assim, quanto maior a percentagem da fcem com relação à tensã o aplicada
a armadura , maior a eficiência do motor. Mais ainda, para uma dada corrente
de carga, é evidente que, quando a fcem for má xima, o motor desenvolverá a
máxima potência para aquele valor da corrente da armadura, Ia.
A ú ltima sentença traz alguma reflexã o, porque poderia parecer, a partir
da Eq. (4-5) ( Ec = K<f ) N ) que, para desenvolver o m á ximo valor possí vel da fcem,
9

fosse necessário apenas aumentar a corrente de campo e o fluxo a um m á ximo


(sem sobreaquecer o enrolamento de campo) e, ao mesmo tempo, “ operar” o motor
em velocidades muito elevadas. Mas a Eq . (4-6) mostra que, quando o fluxo de
campo é aumentado, a velocidade diminui ( Exemplo 4-7). Além disso, tanto a
í
velocidade como a fcem são, em parte, determinadas pela carga mecâ nica apli-
í cada ao motor. É certo, contudo, que, para uma dada carga mecâ nica e uma cor-
rente de linha e de armadura resultantes, existe um valor particular da velocidade
e da posiçã o do reostato de campo que produzirá a má xima pot ê ncia.
TORQUE EM Má QUINAS DE CC — MOTORES DE CC 117
EXEMPLO Calcule a potência da armadura desenvolvida para cada uma das cargas dos
4-8 : Exemplos 4-6 e 4- 7, tabulando-as para referência e comparação.

Solução :

Exemplo / Ec N P / EJJ
4-6 a 38 109,4 1.800 4.160 W a plena carga
19 113,2 1.860 2.510 W a 1 /2 carga
47,5 107,5 1.765 5.110 W a 1 carga
4-7 63,6 104,3 1.535 6.640 W c/sobrecarga

Note-se pelo Exemplo 4-8 que uma pequena reduçã o na fcem resulta propor
cionalmente num aumento grande na corrente da armadura, com o resultado
-
de que a potê ncia desenvolvida aumenta à medida que a fcem , , diminui com
carga . Ec a

4-7. RELAÇÃO ENTRE TORQUE E VELOCIDADE DO MOTOR


Vamos supor que na equação básica da velocidade do motor, Eq. ( 4 6) , a
queda nos contatos das escovas, BD, seja nula. Na discussão da equaçã
-
o básica
de velocidade N — ( Va - laRa ) / £ </> , o leitor pode ter notado uma
inconsist ê ncia
óbvia entre esta equa ção e a Eq. (4-4), T = k ( j) . Desde que o torque é
Ia
como uma força tendendo a produzir rotação, de acordo com a Eq. (4 4), com o
definido
-
aumento do fluxo polar haverá uma tendê ncia de aumentar o torque e ( possivel
mente) a velocidade. Por outro lado, o aumento do fluxo polar na Eq. (4 ) -
-6 redu -
zirá a velocidade. Existe aí uma inconsistência e é possí vel reconciliar as duas
equa ções?
Realmente, n ã o há qualquer inconsist ê ncia e, com o auxí lio da Eq. ( 1 9)
Ia ~ ( Va - Ec ) / Ra , é possível dar tanto uma explanaçã o qualitativa como quanti-
- ,
tativa do que ocorre quando o fluxo polar é reduzido. Qualitativamente, passos
os
são :

1. O fluxo polar de um motor-shunt é reduzido pelo decréscimo da corrente de campo


.
2. A fcem, Ec = k <j> N , cai instantaneamente (a velocidade permanece constante
como
rebitado da inércia da armadura grande e pesada).
3. O decréscimo em Ec , provoca um aumento na corrente da armadura, 7 ; refira-se
a à
Eq. (1-9), citada acima.
4. Mas o Exemplo 4-4 mostrou que uma pequena redução no fluxo polar produz
um
grande aumento na corrente da armadura.
5. Na Eq. (4-4), portanto, onde T = k <j>lQ, o pequeno decré scimo no fluxo e mais do que
contrabalançado por um grande incremento na corrente da armadura. Note-se que o
incremento no torque é superior à redução no fluxo.
6. Este aumento no torque produz um aumento na velocidade.

Desde que a velocidade de uma máquina em operação é determinada pelo


torque desenvolvido , aparece a seguinte questão : é possí vel aumentar o fluxo
polar e, ao mesmo tempo, aumentar a velocidade? A resposta é que é possível,
118 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

mas apenas se a corrente da armadura for mantida constante ( T = k ( f ) Ia ) . Isto


é feito realmente no servomotor de CC, visto na Fig. 4-6, no qual a corrente Ia é
constante porque a armadura est á ligada a uma fonte de corrente constante ( um
gerador sé rie ou um gerador composto diferencial, V. Seç. 3-20). Se n ã o aplicarmos
nenhuma tensã o CC no enrolamento de campo com excitação independente, nã o há
torque [Eq . (4-4)]. Quando uma pequena tensã o CC é aplicada ao campo, desen-
volve-se um pequeno torque e a armadura gira lentamente de acordo com a Eq.
(4-4). Como a corrente da armadura é sempre constante, o torque e a velocidade
sã o, portanto, proporcionais apenas ao fluxo polar. Um fluxo polar nulo produz
uma velocidade nula, não infinita. O servomotor de CC com excitação indepen-
dente (Seç. 11-13) nã o viola as equações básicas dos motores . Ao contrá rio,
prova -as.
Amplificador CC Servomotor CC

Sinal de
erro
JL_Gerador de
^= corrente
constante

Armadura Carga

Fig. 4-6 — Motor CC com excitação independente.


Uma ú ltima pergunta frequentemente feita (sendo uma tentaçã o para os estu-
dantes no laborat ório) é : o que ocorre se o circuito de campo de um motor -shunt
carregado é subitamente desligado? Poderá o motor, sem proteção com fusíveis,
aumentar sua velocidade até um ponto onde ele se destruirá ? Nós já sabemos
que quaisquer pequenos decréscimos no fluxo produzem grandes incrementos
no torque e na corrente da armadura. Um motor carregado com o enrolamento
de campo aberto absorve corrente anormalmente elevada de armadura à medida
que vai alcançando velocidades cada vez maiores e, por sua vez, produz cargas
mecâ nicas e forças centrí fugas mais elevadas nos seus condutores da armadura.
A resposta à pergunta repousa na natureza da fonte e das linhas que suprem
a armadura. Se a fonte é capaz de suprir uma corrente infinita, e se a resistência
dos alimentadores é nula, a abertura do enrolamento de campo causar á velocidade
mais elevada, mais carga, mais corrente na armadura, mais torque e, por sua vez,
maior velocidade. A velocidade do motor ser á quase infinita (ao final) e o motor
será, realmente, destruído pelas forças centr ífugas atuantes nos seus condutores
da armadura. Mas, felizmente para a maioria dos estudantes no laborató rio, as
linhas de alimentaçã o possuem resistê ncia , a fonte de tensã o está limitada quanto
à corrente que pode fornecer e, felizmente, um disjuntor ou fusí veis abrir ão o cir-
cuito antes que demasiado dano seja feito ao motor por excessiva corrente na arma-
dura e velocidade.
Resumindo, então, na tentativa de predizer o efeito das variações na corrente
da armadura e no fluxo, ou no torque e na velocidade, não existe contradição entre
as Eqs. (4-4) e (4-6). O leitor deve gravar que, quando a corrente na armadura
( Ia ) não é mantida constante, um decréscimo no fluxo produz acréscimos corres-
pondentemente maiores na corrente da armadura, torque e velocidade.
TORQUE EM Má QUINAS DE CC
— MOTORES DE CC 119
> 4-8. DISPOSITIVOS DE PARTIDA PARA MOTORES
DE CC
No instante em que aplicamos a tensã o
Va nos terminais da armadura , para
iniciar a rota ção do motor, n ão existe fcem, pois a velocidade é nula
Os ú nicos fatores que limitam a corrente são a queda de [Eq. ( 4- 5)].
tensã o nos contatos das
escovas e a resistência no circuito da armadura, .
alcança , em condições normais, mais do que 10Raa 15 da
Como nenhum destes fatores
através dos terminais da armadura (Seç. 4-6), a sobrecar% tensã o aplicada, Va
\
9
ga é muitas vezes maior
que a corrente nominal , como é mostrado pelo seguinte
exemplo.
EXEMPLO Um motor-shunt CC de 120 V possui uma resistência da
armadura de 0,2 D e
4-9 : uma queda no contato das escovas de 2 V. A corrente nominal
a plena carga é
de 75 A. Calcule a corrente no instante da partida, e o seu percentual
em relação
à situa ção nominal.

Solução :

- BD
4 = Va Ra
120 - 2
— 590 A (fcem é nula)
0, 2
Percentagem a plena carga = 590 A x 100 = 786
75 A %
O Exemplo 4-9 serve para ilustrar o dano que pode ser feito a um motor,
a
menos que a corrente de partida seja limitada por meio de um dispositivo de par
tida. 3
-
A corrente no problema acima é excessiva , devido à falta de fcem no instante
de partida. À medida que se inicia a rotação, a fcem cresce proporcionalmen
te
ao aumento de velocidade. O que se requer, ent ã o, é um dispositivo, usualmente
um reostato cont í nuo ou com tapes, cujo pfopósito é limitar a corrente
durante
o per íodo de partida e cuja resistência pode ser progressivamente reduzida
à medida
1 que o motor adquire velocidade. Dado um resistor externo, , em sé
Rs
armadura , a Eq . (1-9) pode ser modificada para computar a corrente
rie com a
da armadura.
-(
K Va R Ec++R
BD)
(4-8)
a s<
onde todos os termos foram definidos anteriormente.
O valor do resistor de partida, na velocidade zero ou em qualquer outra velo
v cidade, pode ser calculado a partir da Eq. (4-8), como ilustrado no seguinte exemplo-
.
t
EXEMPLO Calcule os vá rios valores (tapes) da resistência de partida para limitar a corrente
i !
4-10 : no motor do Exemplo 4-9 para
a. Uma carga 150 % superior na partida ao valor nominal.
b. Uma fcem com 25 % do valor da tensão da armadura, , com uma corrente
} de 150 % do valor nominal.
Va
1

30 assunto referente a dispositivos de partida comerciais, manuais ou automá ticos, é apresentado


em detalhes nos livros Control of Electric Machines, edição de 1972 da Prentice Hall e Electric
-
ery and Control, edi ção de 1964 da Prentice- Hall, cap. 14, ambos de autoria de Kosow
Machin-
.
120 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

c. Uma fcem com 50 % do valor da tensão da armadura, com uma corrente


L = 1 5 IN . -
d . Calcule a fcem a plena carga, sem resistê ncia de partida.

Solução :

«. = Va - Ec +
( BD)
- Ra [da Eq. (4-8)]
K
a. Na partida, Ec é zero ; Rs = K
- BD
K
120 - 2
- 0,2 = 1,05 - 0,2 = 0,85 ft
1,5 x 75
V - ( Ec + BD) 120 - 30 - 2
b. s =
* ~ Ra =
1,5 x 75
- 0,2 = 0,782 - 0,2 = 0,582 ft
K
120 - (60 + 2)
c. Rs = - 0,2 = 0,516 - 0,2 = 0,316 ft
1,5 x 75
i

!
d . Ec = Va - ( IaRa + BD) = 120 - [( 75 x 0, 2) + 2] 103 V -
Note-se que, no Exemplo 4-10, é requerido um valor progressivamente de-
crescente da resistê ncia de partida à medida que o motor desenvolve uma fcem
crescente devido à aceleraçã o. Este é o princí pio do dispositivo de partida usando
resistência na armadura do motor.
A maneira pela qual o dispositivo de partida é usado junto com os três tipos
I básicos de máquinas de CC, empregadas como motores, ê vista na Fig. 4-7. As
Resistor vari á vel de partida

Resistor de partida vari ável


5 —
/ 06
5
?
+<>
lt
5
.

4
3
If

1Ia
Reostato de
ajuste de
velocidade
vi o
4
3
2

v/ 2 \
Rs \

Va
i
\N . o
\
o
Campo-shunt
J — ooo
' Carga

t Carga
d
i ( a ) Dispositivo de partida de motor -shunt. (b ) Dispositivo de partida de motor-sé rie.

Resistor de partida variá vel


5
h 4 TT
3
V/ 2
O
O

Rs M \\s
6 'TOTP — Carga

Kd
( c ) Dispositivo de partida de motor composto.

. -
Fig 4 7 —
Conexões esquemáticas de dispositivos
de partida de motores shunt, sé rie e compostos.
TORQUE EM Má QUINAS DE CC — MOTORES DE CC 121
técnicas apresentadas aqui para partida de motores são apenas diagramas esque-
máticos ; como se estabeleceu previamente, as formas comerciais de dispositivos
de partida manuais ou autom á ticos diferem um pouco destes.
Os motores shunt e compostos t ê m sua partida efetuada com excitação plena
de campo (ou seja, a tensão nominal de linha é aplicada através do circuito de campo)
para desenvolver o m á ximo torque de partida, ( T = k ( j) ) . Em todos os três
Ia
tipos de máquinas, a corrente de partida é limitada por um resistor de partida va-
riá vel , de elevada dissipaçã o, ligado em sé rie com a armadura . Na prá tica , a corrente
inicial de partida é geralmente limitada a um valor mais elevado que a corrente
nominal, como vimos no Exemplo 4-10, novamente para desenvolver um grande
torque de partida , particularmente no caso de grandes motores , que possuem
grande inércia e que custam a acelerar.
-
Com o braço de partida na posição 1 na Fig. 4 17a, a m á xima resistê ncia -série
limitará a corrente da armadura na partida em 150% do valor nominal. À medida
que o motor acelera lentamente, a armadura desenvolve fcem e a corrente da arma
dura decresce aproximadamente até o seu valor nominal. Se o braço de partida
-
fosse deixado na posição 1, a corrente da armadura cairia um pouco mais e a velo -
cidade se estabilizaria num valor bem abaixo da velocidade nominal. Para ace-
lerar o motor uma vez mais, será necessá rio mover o braço para a posição 2. Nova-
mente , há um pico na corrente da armadura e o motor aumenta sua velocidade.
Este processo é cont í nuo at é o motor alcan çar sua velocidade nominal, onde a
fcem nesta velocidade e fluxo é suficiente para limitar a corrente da armadura ,
sem necessidade de uma resist ência -sé rie na armadura.
Deve-se notar que todos os três tipos de motores, se efetuada a partida com
uma carga mecâ nica acoplada, como se vê na Fig. 4-7, acelerarão mais lentamente
do que sem carga. O motor -sé rie, ademais, nunca deverá partir e acelerar sem carga
acoplada à sua armadura ( V . Seç. 4-10) , apesar de que os motores shunt e compos-
tos podem ter a partida efetuada com ou sem carga mecâ nica.

4-9. CARACTER ÍSTICAS DO TORQUE ELETROMAGN ÉTICO


DOS MOTORES CC
A equaçã o fundamental do torque, Eq . (4-4), em que T = k\ <>Ia , proporciona

um meio de predizer como o torque de cada tipo de motor visto na Fig. 4-7 variar á
s com a aplicaçã o da carga (ou seja , com a corrente da armadura ). A característica
torque-carga de cada tipo de motor será vista oportunamente. Suponha-se agora
que cada tipo de motor teve sua partida devidamente realizada e foi acelerado,
de modo que sua armadura está ligada diretamente através dos terminais de linha,
VL, na Fig. 4- 7. Qual é o efeito de um aumento de carga sobre o torque dos mo-
tores de CC?

4-9.1 MOTOR -SHUNT


Durante a partida e funcionamento normal , a corrente no circuito do campo-
shunt , como se v ê na Fig. 4-7a , é essencialmente constante para um valor estabe-
lecido para o reostato de campo e, conseqiientemente, o fluxo ( para o presente)
122 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

é també m essencialmente constante. À medida que a carga mecâ nica é aumentada ,


o motor tem sua velocidade diminu í da um pouco, causando uma diminuição
na fcem e um aumento na corrente da armadura.4
Na equação básica do torque, portanto, o fluxo é essencialmente constante
e, se a corrente da armadura aumenta diretamente com a aplicaçã o da carga mecâ -
nica, a equação do torque para o motor -shunt pode ser expressa perfeitamente
por uma relação linear T = k' Ia , como se mostra na Fig. 4-8 (para o motor-shunt ).

4-9.2 MOTOR-SÉRIE
Se as bobinas do campo-shunt fossem removidas da m áquina CC considerada
acima e substitu ídas por um enrolamento de campo-série, a id êntica armadura
produziria a curva de torque vista na Fig. 4-8 para o motor-sé rie. No motor-sé rie,
a corrente da armadura e a corrente do campo-série são as mesmas ( ignorando-se
os efeitos de uma resist ência-shunt de controle), e o fluxo produzido pelo campo-
sé rie. </> , é em todo o instante proporcional à corrente da armadura , Ia. A equação
básica do torque para a opera çã o do motor -sé rie torna-se T = K" I a. Desde que
2

o n ú cleo polar seja não-saturado ( polarizado, na porçã o linear da sua curva de

Sé rie

Composto
cumulativo

*0)
Shunt
9
-
Q

O
O
E
o
-O Composto
03
3
<7 diferencial
O
H

Corrente
nominal
de carga

0
Corrente da armadura ( A )
Fig 4 8 . - — Comparação das características torque-carga para
uma dada má quina CC.

40 efeito do acréscimo na corrente da armadura produz uma fmm denominada de “reaçã o da


armadura”, que, dependendo do grau de saturação do campo, tenderá a desmagnetizar e reduzir
um pouco o fluxo polar . A reação da armadura será tratada em detalhes no Cap. 5.

I
1.

TORQUE EM MáQUINAS DE CC
— MOTORES DE CC 123
magnetização) , a relação entre o torque do motor sé rie
- e a corrente de carga é
exponencial, como se vê na Fig. 4-8. Pode-se notar que o torque
do motor-série
para cargas extremamente leves ( baixos valores de ) é menor do que
Ia
shunt , porque desenvolve menor fluxo. Para uma mesma
o do motor-
corrente na armadura
a plena carga , contudo, o seu torque é maior, como se evidencia pela compara
ção
das duas equações, respectivamente, vistas na Fig. 4-8.

4-9.3 MOTORES COMPOSTOS

Quando enrolamentos de campo série e shunt combinados s


ão instalados
nos pólos da m áquina de CC considerada acima, o efeito do campo série poder
ser composto cumulativo ou diferencial . Apesar da composiçã o,
- á
contudo , a cor-
rente no circuito do campo-shunt e o fluxo polar , ( , durante a partida
fif ou funcio-
namento normal, é essencialmente constante. A corrente no campo-série é uma
fun çã o da corrente de carga solicitada pela armadura.
A equaçã o básica do torque para a operaçã o do motor composto cumulat
, ivo
é T = k ( ( f ) f + ( >j s )Ia , onde o fluxo do campo-série, < > , é função da
/
armadura, Ia . Partindo com fluxo igual ao do campo-shunt sem carga e que
corrente da
aumente
com a corrente da armadura, o motor composto cumulativo produz uma
curva
de torque que é sempre mais elevada que a do motor-shunt para a mesma corrente
da armadura como se vê na Fig. 4-8.
Para o motor composto diferencial , entretanto, a equaçã o do torque
acima
pode ser escrita como T = k ( ( j) - </> ) / onde < > també m é funçã
f s fl / s o de Ia e <t> f é
(presumivelmente) constante. Partindo-se com fluxo igual ao
fluxo do campo-
shunt sem carga, qualquer valor da ^orrente da armadura produzir
á uma fmm
-
do campo sé rie que reduzirá o fluxo no entreferro e, conseqiientemente, o
torque. Assim , o motor composto diferencial , produz uma curva
de torque que
é sempre menor do que a do motor-shunt.

EXEMPLO Um motor composto cumulativo está operando como motor shunt (campo
- -
-
4 11 : sé rie desligado) e desenvolve um torque de 160 lb pé quando a corrente
- da arma-
dura é (40 A e o fluxo polar é 1,6 x 106 linhas). Quando religado como motor
composto cumulativo para a mesma corrente, desenvolve um torque de
190
lb- pé. Calcule :
a. O aumento do fluxo devido ao campo-série, em percentagem.
b. O torque quando a carga do motor composto aumenta de 10 (admita
ração na porção linear da curva de saturação).
% ope-

Solução :

Os dados apresentados estão arranjados abaixo numa forma tabular, para melhor
compreensão.
Torque , Corrente da armadura Fluxo Polar
em lb-pé /a, em ampères (pf , em linhas
B
Original 160 140 1,6 x 106
Fluxo adicional 190 140
Torque final
0r
Tr 154 1,1 x 1,9 x 106
124 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Dos dados apresentados, podemos determinar :


190
a 4> p = 4>orig
' = 1,6 x 106 x 160 = 1,9 x 106 linhas
1,9 x 106
Aumento percentual no fluxo = x 100 - 100 =
1,6 x 106
= 118,8 - 100 = 18,8 %
b. O fluxo polar na situação final é 1, 1 x 1,9 x 106 linhas (devido ao acréscimo
de 10 % na carga).
154 A 1,1 x 1,9 x 106
O torque final, Tf , = 1901b- pé
140 A j
X
Uo
x 1,9 x 106
= 230 lb-pé (4-4)

EXEMPLO Um motor-série absorve uma corrente de 25 A e desenvolve um torque de 90


4-12 : lb- pé. Calcule:
a. O torque quando a corrente aumenta para 30 A, se o campo permanece sem
saturação.
b. O torque quando a corrente aumenta para 50 A e este aumento produz 60 %
de acréscimo no fluxo.

Solução:

a. T = kla2 = 90 lb-pé = 129,5 lb-pé

50 1,6
b. T = k ( f ) Ia = 90 lb-pé
25 1,0 = 288 lb-pé -
(4 4)

4-10. CARACTER ÍSTICAS DE VELOCIDADE DOS MOTORES CC

= K kxj
A equaçã o fundamental da velocidade, Eq. (4-6), em que N - lgRa
)

proporciona um meio de predizer como a velocidade de cada um dos motores


vistos na Fig. 4-7 variará com a aplicação de carga. A característica carga velo- -
cidade de cada motor será vista oportunamente. Para simplificar a discussão,
admite-se que a queda nos contatos das escovas, BD, é zero

4-10.1 MOTOR-SHUNT

-
Suponhamos que o motor shunt da Fig. 4-7a atingiu a velocidade nominal
e está operando sem carga. Como o fluxo polar do motor (ignorando a reação
da armadura) pode ser considerado constante , a velocidade do motor pode ser
expressa em funçã o da equaçã o básica da velocidade

E
N= (4-6)
k' 4> f t
<> f
TORQUE EM Má QUINAS DE CC.
— MOTORES DE CC 125
Quando uma carga mecâ nica é aplicada ao eixo do motor , a fcem decresce
e a velocidade cai proporcionalmente. Mas, como a fcem desde a vazio é a plena
at
carga sofre uma variaçã o de 20 % (ou seja de 0,95 a 0,75 Va ) , a velocidade do
Va
motor é essencialmente constante, como se vê na Fig. 4-9 .

\
\
\ y Composto
\ / diferencial
\ /
E \
a
o
o
E
o Shunt
T3
a>
o
to
T3 Composto
8 cumulativo
0)
>
Série
Corrente
nominal

Corrente da armadura ( A )
. - —
Fig 4 9 Comparação da característica carga- velocidade
de uma m á quina CC.

4-10.2 MOTOR-SÉRIE

A equaçã o básica da velocidade, Eq . (4-6), modificada para o motor sé rie é


-
N= K - UR + Rs ) .
k ( j) -
(4 9)
onde Va é a tensão aplicada aos terminais do motor ; e, como o fluxo no entreferro
produzido pelo campo-sé rie é proporcional apenas à corrente da armadura,
a velo-
cidade pode ser escrita como

N =K
, K . /.(*. + jy
-
( 4-10)
4
A Eq . (4- 10) nos d á uma indicaçã o da caracter
-
ística carga velocidade de um
motor sé rie. Se uma carga mecâ nica relativamente pequena é aplicada
-
ao eixo
da armadura de um motor-série, a corrente da armadura
Ia é pequena, fazendo
com que o numerador da fraçã o na Eq . (4-10) seja grande e o denomin ador pequeno,
resultando numa elevada velocidade não usual. Sem carga , portanto , com pequena
corrente na armadura e pequeno fluxo polar, a velocidade é excessivamente
vada . Por esta razã o, o motor-sé rie é sempre operado acoplado ou engrenado-
ele
com uma carga , como em guindastes , elevadores ou serviço de tração em CC (trens
).
Com o aumento da carga, contudo, o numerador da fração na Eq. (4-10) diminui
mais rapidamente do que aumenta o denominador (o numerador decresce
na
126 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

razã o do produto de Ia , comparando com o denominador que aumenta diretamente


com /fl), e a velocidade cai rapidamente, como se vê na Fig. 4-9. A linha tracejada
representa a porção da caracter ística associada a cargas extremamente leves, na
qual os motores-sé rie não sã o operados.
Como se vê na Fig. 4-9, a velocidade excessiva para um motor-sé rie não resulta
numa corrente elevada na armadura (como nos motores-shunt e compostos ),
que abra um fusí vel ou um disjuntor, desligando a armadura da rede. Deve ser
usado outro processo para a proteção contra o disparo do motor. Os motores-sé rie
sã o usualmente equipados com chaves centr ífugas, normalmente fechadas em ope-
raçã o normal, e que se abrem em velocidades 150 % acima do valor nominal.

4-10.3 MOTOR COMPOSTO CUMULATIVO


A equaçã o básica da velocidade para um motor composto cumulativo pode
ser escrita como
N = K K IJR
- + R ,) .
4> f + 4> s
(4-11)

ainda mais simplificada para


E
N=K
t
<> f + <AS.
-
( 4 12)

Comparando a Eq. (4- 12), para o motor composto cumulativo, com a equação
KE
N= para o motor -shunt , é evidente que, com o aumento da carga e da cor-
V
rente da armadura, o fluxo produzido pelo campo-série també m aumenta , en-
quanto a fcem decai. O denominador da equaçã o, portanto, cresce, enquanto
o numerador decresce proporcionalmente mais do que no motor-shunt . O resul-
tado é que a velocidade de um motor composto cumulativo cairá numa razã o mais
elevada do que a velocidade do motor-shunt com a aplicaçã o de carga , como se
vê na Fig. 4-9.

4-10.4 MOTOR COMPOSTO DIFERENCIAL


A Eq . ( 4- 12), para o motor composto cumulativo, pode ser modificada leve-
mente para mostrar o efeito da oposi ção da fmm do campo polar série e a velo-
cidade ser á

N=
KE K - URg + R,) (4-13)
tf h
-

Com o aumento da carga e de /fl, o numerador da fraçã o na Eq. (4-13) decresce


um pouco, mas o denominador decresce mais rapidamente. A velocidade pode
cair ligeiramente para cargas leves ; mas, com o aumento da carga , a velocidade
aumenta . Esta condiçã o estabelece uma instabilidade dinâ mica. Com o aumento
da velocidade, a maioria das cargas mecâ nicas aumenta automaticamente ( pois
maior trabalho é executado em velocidades mais elevadas ) causando um aumento
;

TORQUE EM Má QUINAS DE CC — MOTORES DE CC 127


-
na corrente, um decréscimo no fluxo total e uma velocidade mais elevada , produ-
zindo-se assim mais carga. Devido a esta instabilidade inerente, òs motores com -
postos diferenciais são raramente usados. Em equipamentos de laborat ório,
quando estes motores sã o testados, os estudantes ocasionalmente podem verificar
uma condiçã o em que o motor diferencial começa a disparar e, de repente, perde
velocidade e inverte sua direçã o. Isto pode ser explicado usando as Eq. (4 13) -
e Fig. 4-9. Com o decréscimo da fcem devido à diminuiçã o do fluxo m ú tuo, a
corrente na armadura e o torque aumentam t ã o excessivamente que o fluxo do
campo-sé rie ultrapassa o fluxo do campo-shunt, e o motor inverte sua rotação (de
acordo com a regra da mã o esquerda). É por esta razã o que, ao efetuar a partida
de um motor composto diferencial , para propósitos de testes em laboratório,
deve-se tomar cuidado de se pôr em curto o campo-sé rie, para que as elevadas %

correntes de partida e de armadura nã o provoquem a rotaçã o no sentido contr á rio.


As curvas das Figs. 4-8 e 4-9 foram desenvolvidas para a mesma máquina CC,
operando no mesmo ponto sem carga . Mas, como todo o equipamento elé trico
é especificado em fun çã o de valores nominais ( plena carga), a comparaçã o das
características torque-carga e velocidade-carga deve ser feita para carga nominal.
Se quisermos comparar motores de CC, de mesma tensã o e potência mecâ nica
de saída e mesmas especificações de velocidade, serão obtidas as curvas da Fig.
- -
4 10. O leitor deverá comparar as curvas da Fig. 4 10 com as das Figs. 4 8 e 4-9, -
para verificar as características.
\
\
\ Diferencial
E /
& a /
.à Série Série /
o /
o /
o /
o Composto E
diferencial o Shunt
E I o
o a>
O O
Composto ro Composto
0)
3
cr & I cu mulativo O
cumulativo
o 8
d)
H Carga nominal Carga nominal
>
1
HP de sa ída HP de sa ída
( a ) Caracter ísticas torque-carga. (b ) Caracter ísticas velocidade -carga .

. -
Fig 4 10
— Comparação das caracter ísticas de torque e velocidade-carga com
corrente nominal.

EXEMPLO Um motor composto de 10 HP, 230 V, 1.250 rpm tem uma resistência de arma-
4- 13 : dura de 0,25 ohm, um enrolamento combinado de compensação e interpolos com
resistência de 0,25 ohm e uma queda de tensã o nos contatos de escovas de 5 V.
A resistência do campo-série é 0,5 ohm e a resistência do campo-shunt é 230
ohms. Quando ligado como motor-shunt, a corrente de linha na situação nomi-
nal é 55 A e a corrente de linha a vazio é 4 A. A velocidade sem carga é
de 1.810 rpm. Desprezando a reação da armadura na tensão especificada, calcule :
a. A velocidade para carga nominal.
b. Potência interna em W e HP.
128 M á QUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

Solução :

. — —
a - / = IL l f = 4 A 1 A = 3 A

Ec sem carga = Va ( Jai% + BD) = 230 - (3 x 0,5 + 5) = 223,5 V numa
velocidade de 1.810 rpm
Ec plena carga = Va - ( IaRa + BD) = 230 - (54 x 0,5 + 5) = 198 V
198 (4-5)
1.600 rpm
223,5 =
N = 1.810 x

b. Pd = EcIa = 198 V x 54 A = 10.700 W


10.700 W (4-15)
HP = 746 W/ HP = 14,35 HP

EXEMPLO O motor do Exemplo 4-13 é religado como motor composto cumulativo longo.
4-14 : Para carga nominal (55 A), o enrolamento composto aumenta o fluxo polar em
25 %. Calcule :
a. A velocidade sem carga (4 A corrente de linha).
b. A velocidade a plena carga (55 A corrente de linha ).
c. Os torques internos a plena carga com e sem o campo-série. Use a Eq . (4-15).
d. A pot ência interna em HP do motor composto baseado no acréscimo de
fluxo citado acima.
e. Explique a diferença entre a potência interna e a potência nominal.
Solução :
a. Ec sem carga = Va - ( laRa + IaRs + BD) = -
( 4 8)

= 230 - [(3 x 0,5) + (3 x 0,15) + 5] = 223,05 V


223,05 -
( 4 5)
N = 1.810 x
223,5
= 1.805 rpm

b. Ec a plena carga = 230 - [(54 x 0,5) -F ( 54 x 0,15) + 5] = 190 V (4-8)


190 1,0 (4-5)
N = K = 1.805 rpm 223,05 ) * \ 1,25 = 1.231 rpm
c. O torque interno do motor-shunt [Eq. (4-15)] a plena carga :
HP x 5.252 14,35 x 5.252 (4-15)
Tshunt
N 1.600 = 47,2 lb- pé
t
rcomp_ = Tshunt <<>>2
1,25 54
= 47,2 1,00 * 54 = 59,1 lb-pé
ti
190 x 54
EcI a
d. HP = 746 = 13,8 HP
746
e. A potência interna em HP excede os HP nominais porque a potência interna
-
deve compensar as perdas mecâ nicas rotacionais (V. Fig. 12 1 ).

Note-se que o motor-shunt desenvolve uma potência em HP levemente su-


perior à do motor composto, porque est á girando numa velocidade maior que a
nominal [ Eq . (4-15)]. Note-se també m que o torque do motor composto é maior
do que o do motor -shunt, devido ao fluxo do campo-série adicional. E é precisa -
mente devido ao fluxo adicional que a velocidade do motor composto decresce
-
[Eq. (4 12)].
TORQUE EM MáQUINAS DE CC MOTORES DE CC 129
EXEMPLO A resistência do circuito da armadura de um motor série de
-
4-15 : ohm, a queda nos contatos das escovas é 3 V e a resistência
25 HP, 250 V é 0,1
do campo-série
0,05 ohm. Quando o motor-série absorve 85 A, a velocidade é 600 rpm. Calcule
:
a. A velocidade quando a corrente é 100 A.
b. A velocidade quando a corrente é 40 A. Não considere a reação da
armadura
e suponha que a máquina está operando na porção linear da sua
curva de
saturação em qualquer situação.
c. Recalcule as velocidades de (a) e (b), usando um resistor de drenagem de
0,05
ohm nestas velocidades.

Solução :

Ec 2 = + RJ - BD = 250 - 100 (0,15) - 3 = (4-8)


= 232 V quando Ia = 100 A
Ecl = 250 — 85 (0,15) — 3 = 234,3 V na velocidade de 600 rpm quando
/ a = 85 A

N = K0l’ supondo ( p proporcional a Ia (na porção linear da curva de satu-


ração)

N2 = N 1LL
Ê .
. x Èl
<t> 2
232
= 600 234 85
J * TÕÕ = 506 rpm
b. Ec 3 = Va - Ia ( Ra + RJ - BD = 250 - 40 (0,15) - 3 = 241 V para / „ = 40 A

JV 3 = Ní X —^ -1
= 600
241
x
85
= 1.260 rpm
03 234,3 40

r c. O efeito do resistor de drenagem é reduzir a corrente no campo-série (


e fluxo)
à metade do seu valor prévio.

Ec2 = K „ * + RJ - BD = 250 - 100 0,125) - 3 =


'
~

= 234,5 V para
( « (

Ia = 100 A
*c3 = K - W + R J ~ BD = 250 - 40 (0, 125) - 3 -
= 242 V para Ia = 40 A

234,5 85 A
= 1.022 rpm

= 2.630 rpm
A
2

-
Observe se que uma redu çã o de 50 % na corrente do campo-sé rie resultou
num aumento brusco dos valores da velocidade de aproximadamente 200 sobre
os valores originais (computados sem o resistor de drenagem).
%

#
130 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

4- 11 . REGULAÇÃ O DE VELOCIDADE

A regulação de velocidade de um motor é definida como 5 : a variação da


velocidade desde a plena carga at é a situação de carga nula , expressa em percentagem
da velocidade nominal. Em forma de equaçã o, a regulação de velocidade torna-se

regulação percentual da velocidade = N o - N x 100 (4-14)

Pelo exame das curvas da Fig. 4-10b, é evidente que os motores-shunt podem
ser classificados como motores de velocidade praticanfente constante, cuja regu-
laçã o de velocidade é boa ( pequena percentagem). A regulaçã o de velocidade
do motor composto é mais pobre do que a do motor-shunt, e sua regulaçã o de
velocidade é maior em percentagem. A regulação de velocidade do motor série
é extremamente pobre ( pois ele possui uma velocidade infinita para situação sem
-
-
carga). Os motores série e compostos cumulativos são considerados motores
de velocidade variá vel. ( V. Seç. 12-20.) O motor composto diferencial possui
uma regulaçã o de velocidade negativa , que pode sempre ser associada a uma insta-
bilidade de carga.

EXEMPLO Calcule a regulação de velocidade percentual para os motores do :


4-16 : a . Exemplo 4- 13.
b. Exemplo 4- 14.
c. Exemplo 4- 15 ( suponha 40 A como a corrente sem carga, e 100 A a plena
carga ).
Solução :
a. Regulação de velocidade percentual (shunt ) =
N - N 1.810
x 100 = - 1.600 x 100 = 13,12 % (4- 14)
N 1.000
b. Regulação de velocidade percentual (composto) =
1.805 - 1.231
x 100 = 46,6 %
1.231
c. Regulação de velocidade percentual (série) =
1.260 - 506
x 100 = 149 %
506

4-12. TORQUE EXTERNO, HP E VELOCIDADE NOMINAIS

Pode-se notar que, na comparação dos motores da Fig. 4- 10, a comparação


foi feita em termos de valores de sa í da ( 1 HP = 33.000 pé-lb/ min ) como medida
da capacidade dos motores em realizar trabalho mecânico. Valores nominais de
pot ê ncia de saída em HP sã o mais significativos que os HP internos (
EJJ 146 W
por HP) desenvolvidos pela armadura na Eq . (4-7) , pelas razões apresentadas na
Seç. 4-6. Na especificação e seleçã o de motores, contudo, uma quest ã o pode surgir,
5
Conforme Norma ASA, Rotating Electrical Machinery. Note a semelhança entre esta defini çã o
e a defini çã o de regulação de tensã o, Eq. ( 3-9 ).
I
í
TORQUE EM Má QUINAS DE CC CC
MOTORES DE 131
t como que se refere à quantidade de torque externo disponí vel numa polia ou eixo
do motor para executar trabalho ú til numa velocidade nominal. A equaçã o que
expressa o relacionamento entre o torque externo, HP e velocidade é derivada
como segue.
Seja F igual à força útil desenvolvida por todos os condutores da armadura
produzindo torque eletromagnético
r o raio da armadura, em pés
n igual ao n ú mero de revoluções da armadura
t igual ao tempo (1 minuto) para a armadura girar n vezes.
O trabalho realizado por revoluçã o da armadura é então
W = F x 2nr pé- lb/ revoluçã o
e a potê ncia é, em pé-lb/min ,

P = ~ = ( 2 Fnr pé-lb/rev ) x - - rpm


y
Mas como o torque T = Fr [Eq. ( 4- 2)] e a velocidade N = ~ por defi-
nição, então: t9
W
P = — = 2nT • N pé-lb/ min
t
e
2nTN pé-lb/min
HP =
!t 33.000 pé-lb/min / HP
*
\t
OU
TN
HP = 5.252 (4-15)

A relação acima permite computar o torque eletromagnético interno [deter-


minado pela Eq. (4-3)] numa certa velocidade dada pela Eq . (4-7) em combinação
-
com a Eq. (4 15). Também permite o cálculo do torque disponí vel numa polia,
dada a velocidade nominal e os HP do motor. Ambos os cá lculos são ilustrados
pelo seguinte exemplo :

E X E M P L O A partir dos valores calculados da velocidade nominal e da potência interna


4-17 : no Exemplo 4 13, calcule :
-
a. O torque interno.
b. O torque externo quando temos os HP e velocidades nominais dados pelo
Exemplo 4-13.
c. Leve em consideração as diferenças.

Solu ção :

HP x 5.252 14,35 x 5.252


a - Tin = N 1.595 = 47,25 lb-pé (4-15)
HP x 5.252 10 x 5.252
b- Tcx = N 1.250 = 42,0 lb-pé (4-15)
132 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

c. HP internos são desenvolvidos como resultado do torque eletromagnético


produzido por conversão de energia. Parte da energia mecânica é usada
internamente para vencer as perdas mecâ nicas do motor, reduzindo o torque
dispon í vel no eixo para realização do trabalho.

4-13. INVERS ÃO DO SENTIDO DE ROTAÇÃO

Para trocar o sentido de rota çã o de qualquer motor CC, é necessá rio inverter
o sentido da corrente através da armadura com relaçã o ao sentido do campo mag-
nético. Para o motor-shunt ou série, isto é feito simplesmente pela inversã o do
circuito da armadura com relaçã o ao circuito de campo ou vice versa. A inversão -
em ambos os circuitos manterá o mesmo sentido de rota ção.
Pode parecer que, desde que o circuito de campo carrega uma corrente menor
que o circuito da armadura , o primeiro seria o escolhido para a inversão. Contudo,
ao projetar dispositivos autom á ticos de partida e equipamento de controle, o
circuito da armadura é o usualmente escolhido para a inversã o, porque : (1) o
campo é um circuito altamente indutivo ( V. Fig. 2-7), e inversões frequentes pro-
duzem elevadas fem induzidas e desgaste dos contatos das chaves que servem para
executar a inversã o no circuito de campo ; ( 2) se o campo-shunt é invertido, o campo-
sé rie també m o deve ser, ou um motor composto cumulativo tornar-se-á um motor
composto diferencial ; ( 3) as conexões do circuito da armadura estã o normalmente
abertas para fins dinâ micos, de regeneração ou de ligaçã o de frenagem, e, como
estas conexões sã o normalmente dispon í veis , elas podem ser usadas para a inversão ;
e ( 4) se a chave de inversã o está defeituosa e o circuito de campo nã o é fechado,
o motor pode “disparar ” .
No caso de motores . compostos, contudo, a inversã o apenas das conexõea
da armadura provoca a inversã o do sentido de rotaçã o tanto para as ligações lon
gas como curtas, como se vê na Fig. 4-11, sem mudar o sentido da corrente nos
-
enrolamentos de campo.
Pelas razões acima , portanto, a troca do sentido de rotação implica apenas
na inversã o das conexões da armadura , como se vê nas Figs. 4-1 la e b.

Campo-sé rie
CW Desl . CCW
+
\[ \Campo-série
A
Campo - Campo -

-o
shunt r

1
\ shunt I A

Chave de inversão
CW Desl. CCW
( a ) Conexão shunt-curta . ( b ) Conex ão shunt -longa .

Fig . 4- 11 — Inversão do sentido dos motores compostos longo e curto.


TORQUE EM M á QUINAS DE CC MOTORES DE CC 133

-
4 14. EFEITO DA REAÇÃ O DA ARMADURA NA REGUL
AÇÃO
DE VELOCIDADE DE TODOS OS MOTORES CC

Rea çã o da armadura (como definida na Seç. 2-8 e no Cap. 5 ) é o efeito


da
fmm produzida pelos condutores da armadura (
NJJ ao se reduzir e torcer o
fluxo m ú tuo no entreferro </> m produzido pelos enrolamentos de campo (campo
sé rie e shunt ). A equa ção fundamental da velocidade, Eq . (4 6), indica
-
çã o do fluxo polar , no denominador desta equaçã o, causará um
que a redu-
aumento na velo-
cidade. Será visto no pró ximo capí tulo que o efeito e a extens o
ã da reação da
armadura variam diretamente com a carga ou com a corrente da armadur
t a , Ia .
Como qualquer motor CC (apesar do tipo) é carregado, o efeito da reaçã
o da arma -
dura é o de reduzir o fluxo no entreferro e (dependendo do grau
de saturação)
t tender a aumentar a velocidade do motor . Um exame das curvas
% velocidade-carga,
l vistas na Fig. 4-9, mostra que a regulação de velocidade de cada tipo
i de motor
comercial ( shunt , série e composto cumulativo), ser á melhorada um pouco
por
este efeito (se não for tão pronunciado que cause regulação
de velocidade nega-
1 tiva ). No caso do motor-shunt, por exemplo , como a reaçã o da
armadura aumenta
com a carga , o decréscimo no fluxo e o incremento na velocidade
, com a carga,
podem aumentar a carga numa tal extensão que sua caracter
í stica pode se asse-
melhar à de um motor composto diferencial, como se vê na Fig.
4-9. Um motor-
shunt operando com campo fraco e sem nenhum meio de compen
sar a reação da
armadura (como será visto no Cap. 5), é particularmente suscept í vel à
instabilidade
f/
de carga e de disparar.
I

í
i
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QUESTÕ ES

4- 1. Usando a equação, Ia = ( Va - ) / , explique :


Ec Ra
a. por que é impossí vel para Ec Igualar Va
b. que proporção de Va é normalmente representada por
a plena carga . Ec e IaRa , respectivamente,
4-2. a. Qual a relação entre força eletromagnética e torque eletromag
nético ?
b. Qual a relação entre torque e trabalho ?
4-3. Usando a Fig. 4-3 e um condutor localizado exatamente no meio da regi
ão interpolar,
dê duas razões por que ele não desenvolve torque ú til.
4-4. a. Distinga entre torque e velocidade do motor.
b. Quais os dois fatores que determinam o torque do motor ?
c. Distinga entre torque desenvolvido e torque dispon í vel na polia. Qual é maior
e
por quê ?
4-5. a . Explique por que uma pequena variação na velocidade do motor e na fcem pro-
duzirá variações correspondentemente maiores na corrente da armadura.
b. Se a velocidade é aumentada, que efeito é produzido na
1. fcem ? Por quê ?
2. corrente da armadura ?
c. Por que a corrente da armadura é muitas vezes usada como meio de indicar a carga
e a velocidade do motor ?
4-6. -
Usando a Eq. (4 6), explique o efeito na velocidade do motor-shunt quando
a. a corrente da armadura é aumentada
b. a fcem é diminu í da
TORQUE EM Má QUINAS DE CC MOTORES DE CC 135
c. o fluxo polar (corrente de campo) é aumentado.
4- 7.
Para uma dada tensã o aplicada através da armadura,
a. o significado de uma relação elevada
Va , explique :
>
Ec para Va sobre a eficiência
b. por que a potência desenvolvida ( EcIa ) não é meramente uma função da carga ( ) .
-
4 8. Usando os mesmos passos indicados na Seç. 4-7, explique o efeito, qualitativ Ia
amente,
de um aumento na corrente de campo sobre a velocidade do motor.
4-9. Uma vez que a corrente da armadura, 7 , de um motor shunt é
fl - afetada pela variação
na corrente de campo e no fluxo, é possível controlar o torque do motor
de maneira
independente da corrente da armadura ? Explique.
4-10. Supondo que um motor-shunt é ligado (sem fusí veis) a uma linha
de resistência nula,
capaz de suprir uma corrente infinita, se o circuito de campo é
aberto, o que ocorre ?
4-11. Usando a equaçã o 7 part = ( Va
explique :

Ec ) / Ra, para a corrente de partida de um motor -shunt,
a. por que a resistência de partida é necessá ria
b. o desenvolvimento da Eq. (4-8)
i
$ c. por que a corrente de partida é limitada usando a Eq. (4 8)
-
s4
• ,
d . por que são requeridos valores progressivamente decrescentes de
tida.
resistê ncia de par-
4-12. Usando a Fig. 4-7, explique por que a partida de todos os motores CC é
feita :
a. com m á xima resistência em série com a armadura
b. com máxima excitaçã o de campo.
4- 13. Explique por que o motor-série deve ter sua partida efetuada com carga
.
4V mecâ nica acopla-
da à sua armadura .
-
4 14. Para os motores série, composto cumulativo, shunt e composto diferencia
l:
a. estabeleça a equação do torque para cada motor em particular
b. mostre como a equação do torque produz a característica obtida
p. na Fig. 4-9.
4-15. Para os motores composto diferencial, shunt, composto cumulativo
e série :
a . estabeleça a equação da velocidade para cada motor em particular
b. mostre como esta equaçã o produz a caracter ística de velocidade obtida na Fig. 4-9.
4-16. Compare a família de curvas mostradas na Fig. 4-10a e b com as das Figs
. 4-8 e 4-9, e
a. explique as vantagens das primeiras sobre as ú ltimas
b. mostre onde o torque de partida e a velocidade de partida devem
aparecer nestas
curvas.
-
4 17. Defina :
a. torque de partida
b. torque a plena carga
c. torque sem carga
d. regulação de velocidade
e. torque interno
f . torque externo.
4-18. Por que os motores são especificados a base de velocidade nominal e
HP nominais na
sa í da , em vez de velocidade a vazio e HP internos ?
4-19. Dê quatro razões por que as conexões da armadura são selecionadas para
inversão
do sentido do motor, em vez das conexões de campo dos motores CC.
4-20. Qual o efeito da reação da armadura na regulação da velocidade de todos
os motores CC ?
I
PROBLEMAS

4- 1. Os condutores da armadura de uma má quina de CC possuem um comprimento axial


de 12 polegadas. Quando circula uma corrente de 80 A, a densidade do fluxo polar é
136 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

ajustada em 61.000 linhas / polegada quadrada . Calcule :


a. A força desenvolvida por condutor que carrega corrente.
b. A força total desenvolvida, dado um total de 60 condutores ativos na armadura.
c. O torque total desenvolvido se o diâ metro da armadura é 18 polegadas.
4- 2. A armadura de um motor CC tem 48 ranhuras, um enrolamento simplex de duas camadas,
com passo interno ( 1 bobina por ranhura ), em que cada bobina possui 42 espiras. Os
quatro pólos abrangem 78% da circunferência da armadura e produzem uma densidade
de fluxo uniforme de 56.000 linhas / pol 2. O n ú cleo da armadura tem um diâ metro de
14 pol e um comprimento axial de 16 pol, mas as ranhuras est ão inclinadas num â ngulo
de 20° com relaçã o ao eixo. A corrente por condutor é 20 A. Calcule:
a . O n ú mero de condutores ativos .
b. O comprimento ativo de cada condutor.
c. A força eletromagn é tica total desenvolvida pelos condutores da armadura .
d . O torque que tende a produzir a rotação.
4-3. Calcule o torque no Problema 4-2, supondo que a densidade de fluxo é aumentada de
10% e a corrente reduzida de 20%.
4-4. Derive a Eq. (4-3) a partir de um exame no Exemplo 4-3.
4-5. Solucione o Problema 4-2 usando a Eq. (4-3) como verificação da validade do Exemplo
4-3.
4-6. Solucione o Exemplo ilustrativo 4-3 do texto, usando a Eq. (4-3) para determinar o
torque total desenvolvido.
4-7. Um motor-shunt de seis pólos possui uma armadura contendo um enrolamento ondulado
simplex que absorve uma corrente de 80 A . Cada pólo produz uma densidade de fluxo
de 52.000 linhas / pol 2 e uma á rea de 19.25 pol 2. A armadura possui um total de 300
condutores ativos. Calcule :
a. O torque eletromagné tico médio total.
b. O torque se o enrolamento fosse imbricado.
4-8. Um motor-shunt CC, 220 V possui uma queda nas escovas de 5 V , uma resistência na
armadura de 0, 2 0 e uma corrente nominal para armadura de 40 A. Calcule :
a. A tensão gerada na armadura sob estas condições de carga aplicada ao eixo.
b. Potência desenvolvida pela armadura em W.
c. Potê ncia mecâ nica desenvolvida pela armadura em HP.
4-9. Um motor-shunt CC, 125 V, tem uma queda de 2 V nas escovas, uma resistência na
armadura de 0,1 Q e uma fcem de 118 V quando é aplicada carga nominal ao eixo da
armadura do motor. Calcule :
a. A corrente de carga nominal solicitada pela armadura .
b. A queda total de tensão no circuito da armadura .
4-10. Um motor de 10 HP possui uma resistência na armadura de 0,05 0, uma queda nas
escovas de 4, 1 V e desenvolve uma potência mecâ nica de 12 HP com uma corrente no-
minal de 80 A a 120 V. Calcule :
a. A fcem a partir da potê ncia mecâ nica desenvolvida na armadura .
b. A fcem a partir das quedas de tensão no circuito da armadura.
c. Considere as discrepâ ncias entre (a ) e ( b).
4- 11. Um motor-shunt de 220 V tem uma velocidade de 1.200 rpm, uma resistê ncia de arma-
dura de 0, 2 Q e uma queda nas escovas de 4 V. O motor absorve uma corrente de arma -
dura de 20 A quando ligado a uma fonte de tensã o nominal para uma dada carga . À
medida que a carga mecâ nica é aumentada, o fluxo polar aumenta de 15%, aumentando
a corrente medida na armadura para 45 A. Calcule :
a. A fcem para uma carga de 20 A.
b. A fcem para uma carga de 45 A .
c. Velocidade para uma carga de 45 A .
5
r TORQUE EM Má QUINAS DE CC MOTORES DE CC

4- 12. Um motor-shunt , 50 HP, 230 V possui uma queda nas escovas de 5 V e uma resistência
na armadura de 0,05 Q . A resistência do circuito de campo é de 115 íl. Sem a carga,
o motor absorve 12 A numa velocidade de 1.300 rpm . Calcule :
a. Velocidade do motor com corrente de linha nominal (V. Apêndice
e corrija a corrente de linha de acordo) .
b. Velocidade do motor com uma corrente de armadura igual à
c. Regulação da velocidade.

137
d . Os HP internos desenvolvidos pela armadura para cargas de 20 e 45 A , respectivamente.

Tabela A-3

metade da nominal .
d. Potência mecâ nica desenvolvida pela armadura com carga nominal
e HP nominais
na sa ída .
e. Compare os HP computados a plena carga com os HP nominais (50
HP) e considere
as diferenças.
4- 13. Usando os HP desenvolvidos a plena carga e computados no Problema 4- 12, calcule :
a. O torque desenvolvido em Ib - pé.
b. Os HP e torque a meia carga, usando quaisquer dados do Problema 4
c. Os HP e torque na situação a vazio, usando quaisquer dados do Problema
- 12.
4-12.
d. Tabule os seguintes parâ metros para as condições de plena carga, metade
de carga
e a vazio : velocidade, HP e torque desenvolvido pela armadura . Leve em consi
deração diferenças na variação entre estes parâ metros.
-
4-14. Um motor-shunt tem resistência de campo-shunt de 600 Q, resistê ncia do circuito da
armadura de 0, 1 Q e queda de tensão nas escovas de 5 V. Os valores nominais de placa
do motor sã o 600 V, 1.200 rpm, 100 HP ; a eficiência a plena carga é de 90 . Para
estes valores nominais, calcule :
%
a. Corrente de linha do motor.
b. Corrente de linha do motor a partir dos dados do Apêndice-Tabela 4 3. Considere
as diferenças.
-
''p. Ache a corrente de campo e de armadura
usando a corrente de linha computada em (a).
d. A fcem na velocidade nominal.
e. Potê ncia interna e torque interno desenvolvidos .
f. Torque de sa í da .
g. Relaçã o entre o torque de sa í da e o interno (compare com a eficiência
e considere
as diferenças).
-
4 15. Calcule a velocidade do motor para metade dos HP nominais de saída, se a eficiência
no Problema 4- 14 é 85% nesta situação.
-
4 16. Um motor-série de 10 HP, 240 V, tem uma corrente de linha de 38
A e uma velocidade
nominal de 600 rpm . O circuito da armadura e a resistência do campo série , respectiva
mente, são 0,4 e 0, 2 O. A queda de tensão nas escovas é 5 V . Presuma que
- -
o motor
está operando na porção linear da sua curva de saturação com corrente da armadura
menor que a nominal . Calcule :
a. Velocidade quando a corrente de carga cai para 20 A , para metade da carga
nominal.
b. A velocidade a vazio quando a corrente de linha é 1 A .
c. A velocidade para carga nominal de 150% quando a corrente de linha é 60 A
e o fluxo
do campo-sé rie é 125% do fluxo a plena carga devido à saturaçã o .
-
4 17. Repita o Problema 4-6 usando um resistor de drenagem de 0,2 fi em paralelo
com o
campo-sé rie. Tabule os resultados dos Problemas 4-16 e 4-17 para uma referência
rá pida e comparação com e sem resistor de drenagem , a vazio, a 50 , 100 e
% % 150%
da carga nominal. Considere os efeitos do resistor. (Primeiro compute a velocidade
a plena carga, usando o resistor de drenagem . )
-
4 18. Um motor-sé rie 15 HP, 240 V , 500 rpm desenvolve um
torque interno de 170 I b - pé
para uma corrente nominal de 55 A na velocidade nominal. Considere a curva de sa
-
138 Má QUINAS EL éTRICAS E TRANSFORMADORES

turação como uma linha reta para correntes abaixo da carga nominal e calcule os torques
internos quando a corrente da armadura cai para
a. 40 A
b. 25 A
c. 10 A
d . Calcule o torque interno para 125% da carga nominal se o aumento na corrente
da armadura causa um acréscimo de 60% no fluxo do campo-sé rie.

-
4 19. Dadas as seguintes medidas, para o motor do Problema 4-18 : resistência da armadura
0,25 n, resistê ncia do campo-sé rie 0, 1 Q, queda de tensão nas escovas 3V. Calcule
para cada um dos valores de carga dados no Problema 4-18 :
a. A velocidade do motor (para cada carga).
b. HP internos desenvolvidos para cada carga.
c. Para correntes de carga de 10, 25, 40, 55 e 68, 75 A, tabule numa forma sumá ria o
torque interno, a velocidade e os HP internos computados nos Problemas 4-18 e
4-19.
d. Como HP é o produto de torque e velocidade, explique por que os HP de sa ída e
os HP desenvolvidos internamente aumentam com o acréscimo da corrente de carga,
a despeito das elevadas velocidades a vazio e com cargas leves.
e. Explique a discrepâ ncia entre HP desenvolvidos internamente para carga nominal
e os HP nominais de sa ída (15 HP).

- -
4 20. Um motor shunt CC de 10 HP, 1.800 rpm, 120 V possui uma resistência no circuito
da armadura de 0,05 Q e uma resistência no circuito de campo-shunt de 60 O. A queda
de tensão nas escovas é 2 V. Calcule :
a . A corrente de linha se o motor fosse conectado diretamente através de uma fonte
de 120 V sem a proteção de resistência de partida na armadura.
b. A resistê ncia do resistor de partida que limitará a corrente a uma sobrecarga de
50% da corrente da armadura do motor (Apêndice-Tabela A-3) no instante de par-
tida ( fcem nula ).
c. A fcem para plena carga .
d. Três tapes do resistor de partida, se cada passo deve ser limitado a 1 /4, 1/2 e 3/4
da fcem e velocidade a plena carga, respectivamente (suponha que cada passo na
corrente da armadura aumenta até um má ximo de 1,5 vezes a corrente nominal
e deve ser limitado àquele valor pelo resistor).
e. A velocidade para cada um dos valores acima .
f. Tabule os saltos de resistência contra velocidade de aceleração, desde zero até a
carga nominal computada acima .

4-21 . Um motor-sé rie CC 25 HP, 600 rpm, 240 V, possui uma corrente de linha nominal de
89 A, resistência de armadura de 0,08 Q, resistê ncia de campo-sé rie de 0,02 Q e queda
de tensão nas escovas de 4 V. Deseja-se que o torque de partida do motor seja 225%
do torque nominal . Calcule :
a . A resistência do primeiro passo do resistor de aceleração ( presumindo uma curva
de saturação linear, na qual o fluxo do campo-sé rie é proporcional à corrente do
campo-sé rie).
b. A velocidade nominal do motor, se a resistência de partida (computada acima )
é inserida em sé rie com a armadura quando o motor está girando.
TORQUE EM Má QUINAS DE CC MOTORES DE CC 139
RESPOSTAS

I - -
4 1(a ) 5,18 1 b/condutor ( b) 3111 b (c) 233 1 b- pé 4 2(a ) 3.140 condutores ( ) 15,
b 05 lb (c)
-
4.680 lb (d)2.730 Ib- pé 4-3 2.400 lb pé 4-5 2.740 lb-pé 4-6 1.500 lb pé 4 7(a) 84,5
( b) 28 , 17 lb- pé 4-8( a ) 207 V ( b) 8.280 W (c) 11 , 1 HP 4-9( a ) 50 A ( )
- - lb-pé
b 5 V 4- 10(a ) 111 ,8 V
( b) 111 ,9 V ( c) 111 ,9 V 4- 11(a ) 212 V ( b) 207 V (c) 1.020 rpm ( ) ,
d 5 675 HP 12,48 HP
4-12 ( a) 1.250 rpm ( b ) 1.275 rpm ( c) 4 % ( d ) 51,6 HP 4-13(a) 216,2 lb pé ( b) 26,
(c) 3,01 HP 12,2 lb-pé 4-14(a) 138 A í b) 136,5A íc) 137 A (d ) 581, V ( )
- 4 HP 109 lb- pé
-
3 e 466 lb pé (0437,5 lb- pé
(g) 0,9 4-15 1.191 rpm 4-16(a ) 1.200 rpm ( b) 25,185 rpm (c) 450 rpm 4 (
( b) 50.400 rpm ( c) 735 rpm 4-18( a ) 90 lb- pé ( b) 35,2 lb- pé ( )
- 17 a ) 2.420 rpm
c 5,62 lb- pé ( d ) 244 lb- pé 4-19( a )
705, 1.152, 2.720 e 432 rpm ( b) 16,2, 12,1, 7,73, 2,91, 20,1 lb pé 4-20(a ) 2.402 A ( b ) 1,012
- 0
(c) 114,3 V (d) 0,756 O, 0,498 O, 0,141 O (e) 4,50, 900 e 1.350 rpm
4-21( a ) 1,665 O ( b) 209 rpm.
CINCO

reação da armadura e
comutação nas
máquinas elétricas

5-1. GENERALIDADES

A ê nfase usada na apresentaçã o deste volume é de que todos os tipos de geradores


e motores tê m muito em comum, seja motor ou gerador, quer de CC ou CA. Tal -
vez a mais dramá tica evidência disso seja o fato de que uma ú nica má quina elé-
trica pode ser constru ída para operar como gerador ou motor, CC ou CA. 1 Este
princí pio unificador foi acentuado no Cap. 1, Fundamentos de Eletromecâ nica , e
no Cap. 2, Construçã o de M á quinas Elé tricas e Enrolamentos, onde foi mostrado
que as ú nicas modificações necessá rias para mudar a operação de uma m á quina
elétrica de CC para CA estão nas conexões externas dos enrolamentos e no uso
1
Primeiramente descrita por Brown, Kusko e White, como “ Um novo programa educacional
em conversã o de energia”, Electrical Engineering , Fev. 1956, p. 180-5. Outros artigos, descrevendo esta
máquina e seu uso em laborat ório, para ensino, sã o : ( a) D. C. White e A. Kusko, “ Uma tentativa de
aproximaçã o unificada ao ensino da conversão eletromecâ nica de energia”, Electrical Engineering ,
Nov. 1956, p. 1028-33 ; e ( b) D. C. White e H. H. Woodson, “ Um novo laboratório para a conversã o
eletromecâ nica de energia”, Transactions AIEE 1957, Paper 57-603.
REAçã O DA ARMADURA E COMUTA çã O NAS MáQUINAS ELé TRICAS 141

de um comutador ou anéis coletores. 2 No espí rito deste princí pio, a reação da


armadura será discutida do ponto de vista de aplicação a todas as máquinas, seguida
t pela comutaçã o quando se aplica às m áquinas de comutador CC e CA.

-.
5 2 CAMPO MAGN ÉTICO PRODUZIDO
PELA CORRENTE DA ARMADURA

Todas as armaduras, quer rotativas ou estacioná rias, carregam corrente CA. 2


Em m á quinas de grande capacidade, a corrente nos condutores da armadura é
apreciá vel. Em todas as máquinas, os condutores da armadura est ã o engastados
em ranhuras no n úcleo de ferro da armadura, onde eles produzem um fluxo ou
fmm em proporção à quantidade de corrente que carregam . Em ambos os gera-
dores, CC ou CA, o movimento relativo é produzido entre os condutores e o campo
magnético de tal modo que o sentido da fem e da corrente induzida nos condutores
que estã o sob um dado pólo é oposta à dos condutores que permanecem sob um
pólo oposto. O mesmo vale para motores CA e CC a fim de produzir rotaçã o con -
t í nua no mesmo sentido. A corrente que flui nos condutores da armadura (como
resultado da tensão aplicada ao motor) deve ser invertida à medida que o condutor
.
se move sob um pólo de polaridade oposta No caso do motor de CC, isto é cum
prido pelo comutador, que converte a CC aplicada às escovas em CA nos condu-
-
tores da armadura. No caso do motor CA, isto é conseguido pela tensão sinu-
soidal aplicada .
A armadura de uma máquina universal de dois pólos é mostrada na Fig. 5- la,
na qual é mostrada a fmm produzida pelo sentido instantâ neo do fluxo de corrente
nos condutores da armadura. Cada condutor conectado em série, que carrega
corrente, produz a mesma fmm sob a superfície de um dado pólo e uma fmm de

Zona interpolar
/ ( neutro magnético )

(D
(8 )
(§ >
(D
N S <D
(D

(§ >
4>
( a ) Fmm produzida pelos condutores (b ) Núcleo de ferro
da armadura com corrente. equivalente dó
eletromagneto.
.
Fig 5-1 — Fluxo na armadura de máquinas universais.

2
A ú nica exceçã o a este princí pio, estranhamente suficiente, e o primeiro gerador descoberto por
Faraday, a má quina homopolar ( V. nota de rodapé, Seç. 1 11), e os geradores MHD ( magneto- hidro-
-
dinâ micos) baseados neste princí pio (Seç. 11-4).
142 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

polaridade oposta sob um pólo oposto. O efeito resultante das fmm individuais é a
produçã o de um fluxo resultante na armadura no sentido mostrado na figura.
O fluxo da armadura é análogo ao produzido no magneto de n úcleo de ferro equi-
valente, mostrado na Fig. 5-16, e o sentido do campo magné tico est á em acordo
com a regra de saca-rolhas, da mão direita.
O fluxo resultante na armadura produzido na Figura 5- la cai na assim chamada
zona interpolar ou neutro magnético , entre os pólos, perpendicular ao fluxo polar
principal. Se os pólos de campo da Fig. 5- la são girados no sentido horá rio, o
neutro magnético desloca-se no sentido dos ponteiros do relógio de um mesmo
grau , já que, por definiçã o, ele é sempre perpendicular ao campo magnético.

5-3. EFEITO DO FLUXO DA ARMADURA NO FLUXO POLAR

Há, naturalmente, duas fmm prim á rias e dois fluxos operando na m á quina
mostrada na Fig . 5- la. 3 Um é o fluxo da armadura, discutido acima , e o outro
é o fluxo de campo ou polar produzido pelos enrolamentos de campo em torno
dos pó los N e S da m á quina bipolar. A interação dos dois fluxos é mostrada na
Fig. 5-2a. O fluxo da armadura é mostrado na Fig. 5-2a com seu fasor do campo
magnético resultante, produzido pela fmm da armadura ( NaIa ) O fluxo de
campo principal é mostrado na Fig. 5- 2 b com seu fasor ( j> , produzido pela fmm
.
f
polar ( N f I f ) . A soma fasorial das duas fmm é mostrada na Fig. 5-2c com um
fluxo resultante, </> r. Note-se que nesta figura, o fluxo de campo que entra na arma-

Neutro magnético (carga )


/

N S N cJ /
' Neutro
magn ético
' ( carga )

*f

(a ) Fluxo da armadura. (b ) Fluxo polar. (c ) Distorção resultante do fluxo polar


produzido pelo fluxo da armadura .

Fig. 5 2- — Interação do fluxo polar e da armadura para deslocar o neutro magnético.

dura n ã o est á apenas deslocado , mas també m torcido . O deslocamento fez com
que o neutro magnético fosse deslocado no sentido horário ( mas ainda perpen-
dicular ao fluxo polar resultante). A distorção mostrada na Fig. 5- 2c produziu
concentração do fluxo (aumento da densidade do fluxo) numa extremidade do
pólo e uma reduçã o do fluxo (decréscimo da densidade do fluxo) na outra extre-
midade do mesmo pólo.
3
Isto resulta do conceito de que praticamente todas as máquinas elétricas sã o duplamente ex -
citadas, que diferem apenas na natureza de sua excitaçã o.
REAçãO DA ARMADURA E COMUTAçãO NAS Má QUINAS ELéTRICAS 143
O diagrama fasorial da Fig. 5-2c pode dar a impressã o de que o fluxo resul-
tante, 0 r , é agora maior do que o fluxo original de campo, </> ,., tendo sido aumen
tado peio iluxo perpendicular da armadura , ( f> . Isto n ã o e verdade, contudo,
-
a
devido ao efeito de saturaçã o de uma das extremidades de cada pólo. Presumindo
que os pólos fossem normalmente saturados, o efeito do deslocamento da linha
neutra (neutro magn ético) é de criar um caminho de maior relutâ ncia ao fluxo
tf . resultante ( j>r , e de aumentar a saturação de parte de cada pólo. O efeito resultante
í; da reaçã o da armadura é, portanto, duplo: ( 1) uma distorção do fluxo de campo
principal, no qual o fluxo m ú tuo no entreferro nã o é mais uniformemente distri
buído sob os pólos e o plano neutro está deslocada ; e ( 2) uma redução do fluxo
-
principal de campo. 4
Uma máquina multipolar universal é mostrada na Fig. 5-3, onde os condu-
-
tores da armadura são mostrados movendo se com respeito ao campo magnético,
ou vice-versa. A direção da corrente nos condutores da armadura apresentados
é a mesma da Fig. 5-1 . A Fig. 5-3a mostra a distribuição do fluxo produzido pelo
fluxo polar ( f> f sob os pólos N e S, respectivamente. O fluxo da armadura, < > ,
produzido pelos condutores da armadura que carregam corrente é mostrado na
/a
Fig. 5-3b. Note-se que o fluxo da armadura é um m á ximo nos planos da linha
magnética neutra e que este m á ximo é deslocado do fluxo polar de 90 . Por esta
°
razão, o fluxo da armadura é, algumas vezes, chamado de fluxo em quadratura

Linha neutra
, 5
l J "
Linha neutra
1
Aí x
i

0 0 0 0 0 U 0 0 0 ® © O 0 0 0 0 0 u®
x
( a ) Distribuição do fluxo
do entreferro
mú tuo
. -
[ Fig 5 2 ( b ) 1.

* f

I ( b)
0 0 0 0 0 0 3 ® 00® ® Distribui ção do fluxo da armadura


^ Ç 00 0 0 0O®
^ . -
produzido pela carga [ Fig 5 2 (a ) ].

Linha neutra
: com carga
O 0r0 0 0 0 O $ © 0 0 0 O 0
* x 0 0O© ( c ) Distribui ção do fluxo resultante

Linha neutra
. -
no entreferro [ Fig 5 2 ( c ) 1 .
com carga
&

Fig. 5-3 — Distorção do fluxo no entreferro em má quinas multipolares.

4
A redução no fluxo polar é responsável, em parte, pela queda de tensão de um gerador
-
(Seç. 3 13) com o aumento de carga, e pelo aumento da velocidade de um motor (Seç. 4-14) com
o aumento de carga .
144 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

ou fluxo magnetizante transversal . 5 Esta terminologia pode ser verificada também


na Fig. 5- 2, onde o fluxo da armadura está em â ngulo reto e magnetiza transver-

salmente o fluxo polar . A soma grá fica das duas formas de onda é mostrada na
Fig. 5- 3c , onde a distorção da forma de onda do campo resultante é evidente . A
aparência da onda (quase) quadrada da distribuição de fluxo principal de campo,
mostrada na Fig . 5- 3a, foi distorcida pela aparência de onda (quase) triangular
do fluxo da armadura para produzir uma distribuição de fluxo que não é mais
uniforme sob os pólos. Ao contrário , tende a se amontoar no lado direito de cada
pólo . Como este aumento da saturação ou da densidade de fluxo no lado direito
de cada pólo é produzido apenas pelo sentido da corrente da armadura , é inde-
pendente : ( 1 ) do sentido de rotação , (2) quer a máquina seja um motor ou um
gerador, e ( 3) quer a máquina seja CA ou CC.
Uma análise harm ónica 6 das formas de onda deveria também indicar uma
redução ou efeito subtrativo mesmo, produzido pelo fluxo da armadura sobre
o fluxo principal de campo, ignorando os efeitos de saturação. Esta mesma forma
de onda do fluxo resultante, </>r, pode ser demonstrada no laboratório, usando
5
Os estudantes ocasionalmente levantam a seguinte questã o, particularmente com relação às
máquinas CA (se bem que se aplique igualmente às máquinas de CC): “Se flui CA na armadura,
por que não existe qualquer ação transformadora desenvolvida , especialmente em vista dos circuitos
de ferro fechados tanto da armadura como do campo ?”
A resposta a esta pergunta é uma verificação da relação de quadratura entre os campos do
estator e do rotor. O mero fato de que estes campos estão em quadratura no espaço implica
em pouco ou nenhum acoplamento entre os circuitos de campo e armadura quando circula CA
num deles ou em ambos. Com efeito, não há fluxo m ú tuo e isto se verifica continuadamente na
operação real da máquina. Se, de fato, existisse acoplamento entre os dois circuitos ( V . Transfor -
madores, Cap. 13), cada vez que ocorresse uma variação na corrente da armadura de um gerador
ou de um motor CC devida à carga, ela produziria uma variaçã o na corrente do circuito de campo.
Isto não ocorre, quer nas má quinas CC quer nas m á quinas s í ncronas CA. Ocorre , contudo, nas
máquinas assí ncronas monofásicas e polifásicas ( tipo de indução), pela simples razã o de que os fluxos
do rotor e do estator não estão em quadratura. E é precisamente por esta raz ã o que a teoria dos
transformadores é, às vezes, empregada na explicação da operaçã o de motores monofásicos e poli-
fásicos ( V. Caps. 9 e 10).
6
Uma an á lise harmónica completa está al ém do objetivo deste texto. Para nossos propósitos
aqui, pode-se admitir que a curva de ( j) f é uma onda quadrada e aquela de tf )a é uma onda trian-
gular, deslocada de 90° com relação à onda quadrada. A equação para 4> f é da forma de uma onda qua -
.
j* drada

óm Óm
r ôJr
— <á m sen ot H
T

3
— sen 3 tot H
T

5
— sen 5 cot , etc.

i A equação para 4>a é da forma de onda triangular

1 t
<>a ~ </> m sen ( cur -I- 90°)
ó
’m sen (3 cot + 90°) -
Ó
f m
sen ( 5 tot + 90°), et''

>
\ Como ambas as formas de onda cont êm apenas harm ó nicas í mpares, a forma de onda resul -
tante deve conter harm ónicas í mpares. O fato de que a onda resultante exibe uma “ imagem espelho”
simétrica indica a ausência de harm ónicas pares. O fato de que a forma de onda resultante n ão
exibe simetria ao longo do eixo Z é uma indicação da presen ça de harmó nicas í mpares n ão maio -
íil res do que 0 ou 180° com relação à fundamental (obviamente, devido ao deslocamento de 90° do fluxo
!!! da armadura com relação ao fluxo polar ). Como os termos harmó nicos negativos em <fia são subtra í dos
dos termos harm ó nicos positivos de tfif , o fluxo resultante, tf )r , é diminu ído.
:
;
REA çãO DA ARMADURA E COMUTA çã O NAS M á QUINAS ELéTRICAS
' 45
um gerador especial contendo uma bobina exploradora na armadura, cujos ter-
w
{
minais tenham sido levados a anéis coletores. A natureza da tensã o induzida nesta
bobina sob carga pode ser vista num osciloscó pio. Medidas de laboratório indicam
jr que a redução no fluxo m ú tuo total no entreferro é aproximadamente de um a
i cinco por cento, desde a vazio até a plena carga, como resultado da reaçã o da arma-
% dura.
:
'
#
&
I-
-
5 4. DESLOCAMENTO DA LINHA NEUTRA EM
GERADORES COM RELAÇÃO A MOTORES
f *


- O deslocamento da linha neutra com carga, como mostra a Fig. 5-3c, a partir
.-
V
I
da linha neutra original mostrada nas Figs. 5-1, 5-2 e 5- 3a e b, pode ter um sério
5ji
efeito na operaçã o de geradores CC e motores CC. No caso de um gerador de CC,
í
por exemplo, a bobina cujos condutores sã o marcados x-x está originalmente na
linha neutra (Fig. 5-3) e, assim, não está sofrendo variação no fluxo concatenado.

1
lí- Como resultado, esta bobina está normalmente sendo curto circuitada pelas es-
covas. Na Fig. 5-3c, contudo, se as escovas permanecem na linha neutra original,
-
a bobina que está sendo comutada (curto-circuitada ) está sofrendo a maior varia -
çã o no fluxo concatenado em comparaçã o com qualquer outra bobina sob o pólo.
Se os condutores cortam o fluxo enquanto estão sendo curto-circuitados pelas
escovas, a tensão induzida nos condutores pode ser suficiente para produzir uma
corrente circulante intensa e centelhamento nas escovas, cada vez que uma nova
bobina vem tomar o lugar da bobina x-x. Além disso, desde que as escovas de
um gerador CC foram colocadas [Seç. 2-11, Fig. 2-9a] num ponto de mí nimo fluxo
na bobina , mas má ximo caminho para a tensã o, é ó bvio que elas devem ser deslo-
cadas ( para nova linha neutra, para obter má xima tensão); mas em que sentido?
Desde que o sentido de rotaçã o n ão foi indicado na discussã o acima , surge a ques-
tã o de quanto as escovas devem ser deslocadas para um motor ou um gerador,
em função do sentido de rotação.
í
Um gerador CC é representado na Fig. 5-4a, no qual os condutores da arma-
dura giram no sentido horá rio devido à máquina prim á ria. Usando a regra da mão
l
direita, o sentido da fem induzida nos condutores da armadura é como se mostra.
!- Linha neutra com carga Linha neutra com carga
y /
/
/ \

í t£,
V
/
'
*1 \
N s N
f
/ \
/ Rotação no sentido \
/ hor á rio da armadura \
\

( a ) Linha neutra do gerador CC com carga . ( b ) Linha neutra do motor com carga .
Fig. 5-4 — Comparação do deslocamento da linha neutra com carga para gerador e motor,
mesma direçã o de rotação.

í
1
i
:

í-
146 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Sob carga , a fmm da armadura produzirá um fluxo resultante, como se mostra,


e a linha neutra com carga será deslocada també m no sentido horá rio, no sentido
de rotaçã o indicado na figura.
Um motor CC é representado na Fig. 5-4b e a direção da corrente produzida
pela tensã o nos condutores da armadura é projetada para produzir sentido de
rotaçã o hor á rio (regra da m ão esquerda ). O fluxo da armadura produzido por
estes condutores da armadura ( regra da espiral, da m ã o direita) produzir á um
efeito tal no fluxo polar que o fluxo resultante e sua perpendicular linha neutra
com carga são deslocados no sentido anti- hor á rio ou oposto ao sentido de rotação,
como se mostra na Fig. 5-4b. Note-se també m que, no caso do gerador, o fluxo
está sempre se amontoando na extremidade do pólo traseira (ou seja, a extremidade
do pólo encontrada por último por um condutor numa armadura m óvel ) enquanto
que para um motor, a densidade de fluxo é maior na extremidade dianteira do pólo.
N ós agora estamos frente a um dilema. Se uma máquina CC é operada como
um gerador , é necessá rio avançar as escovas no sentido de rotaçã o se a carga for
aumentada . Se ela é para ser operada como um motor , é necessário mover as es-
covas contra o sentido de rotaçã o, à medida que a carga for aumentada . O fabri-
cante est á bem consciente de que o cliente pode usar uma dada m á quina CC quer
para uma aplicaçã o como motor quer como gerador. O cliente, ademais, n ã o
est á inclinado a se incomodar com detalhes para o deslocamento da linha neutra
das escovas.

-
5 5. COMPENSAÇÃO PARA A REAÇÃO DA
ARMADURA EM M ÁQUINAS DE CC

É ó bvio que nã o se pode manter uma posiçã o numa máquina e deslocar as


escovas de acordo com variações de carga e aplicações (como motor ou gerador).
É necessá rio algum método automático , no qual os efeitos da reação da armadura
sejam compensados , ou os fatores que a causam sejam neutralizados. Alguns
dos vá rios m é todos de compensaçã o para os efeitos da reaçã o da armadura são
discutidos abaixo.

5-5.1 EXTREMIDADES DE PÓ LOS COM ALTA RELUTÂ NCIA


Como se mostra na Fig. 5-4, a densidade de fluxo aumenta na extremidade
do pólo antecedente para um gerador, e na extremidade seguinte do pólo para um
motor, respectivamente. Em cada caso, esta concentração de fluxo resulta num
deslocamento da linha neutra magn é tica à medida que o fluxo penetra na armadura.
Se se pudesse impedir a concentração da densidade de fluxo numa extremidade
qualquer do pólo, poder-se-ia solucionar a situa çã o, porque o fluxo entraria na
armadura sem deslocar a linha neutra. Esta técnica é mostrada na Fig. 5-5a , onde
o centro do pólo está mais próximo da circunfer ê ncia periférica da armadura do
que as extremidades polares. Neste método, a superfície circunferencial arredon-
dada da sapata polar não é concêntrica com a circunferência da superf ície da arma-
dura (a primeira é maior que a última). A maior relutâ ncia nas extremidades,

1
I
s
1
Ç
REAçãO DA ARMADURA E COMUTAçãO NAS MáQUINAS ELéTRICAS 147

2C ]1
N S 2 2C 31

( a ) Extremidades polares de alta relut ância. ( b ) Lâminas polares chanfradas.

Fig 5 5 . - — Uso de laminações chanfradas para contrabalançar os efeitos da


reação da armadura.

devido ao maior entreferro, for ça o fluxo de campo a ser confinado no centro


de cada um dos n úcleos polares.
Um resultado similar é também conseguido como se mostra na Fig. 5-5b,
onde, na montagem das lâ minas dos pólos, as mesmas lâ minas golpeadas são
alternativamente invertidas. O efeito é de produzir uma seção transversal , como
se mostra, na qual o centro do n úcleo polar tem mais ferro que as extremidades
precedentes ou seguintes dos pólos e, assim , menos relutâ ncia no centro. Isto
produz um efeito similar ao mostrado na Fig. 5- 5a , impedindo que o fluxo prin-
cipal de campo e a linha neutra sejam deslocados.

5-5.2 REDUÇÃ O NO FLUXO DA ARMADURA


Uma outra técnica construtiva é tentar uma redução no fluxo da armadura,
sem reduzir efetivamente o fluxo de campo principal. O método empregado aqui
é criar uma alta relut â ncia em quadratura para o fluxo da armadura , magnetizante
transversal , sem afetar o caminho do fluxo principal de campo. O uso de lami-
nações polares, perfuradas e ranhuradas, como se mostra na Fig. 5-6, introduz
vá rios entreferros no caminho magnético do fluxo da armadura , sem afetar mate-
rialmente o caminho do fluxo polar . Assim , o fluxo da armadura é reduzido consi-
deravelmente, mas o fluxo polar permanece substancialmente o mesmo. Chan-
frando as lâ minas do campo, como se mostra na Fig. 5-6a , a combinação dos dois
métodos descritos acima pode ser usada mais efetivamente e sem despesas, já que
requer apenas uma matriz um pouco mais complexa para a perfuraçã o das lâ-
minas do campo.

V \
•v Ó
M3

( a ) Laminação do campo. (b ) Caminho para o fluxo


magnético da armadura.
.
Fig 5 6 - — Uso das l â minas ranhuradas para reduzir o fluxo e a reação da armadura.
148 M áQUINAS EL é TRICAS E TRANSFORMADORES

5-5.3 ENROLAMENTO DE COMPENSA ÇÃ O

As duas técnicas mecâ nicas discutidas acima tê m sua maior desvantagem


no fato de nã o contrabalançarem os efeitos das elevadas correntes e fmm da arma
-
dura devidas a cargas pesadas. Em grandes máquinas de CC, mesmo as que têm
extremidades de pólos chanfradas e laminações de campo ranhuradas, as elevadas
correntes da armadura proporcionam fluxo magnético suficiente para produzir
a distorçã o do fluxo no entreferro e consequente deslocamento da linha neutra.
Em grandes máquinas, portanto , é empregado um método elétrico , no qual o fluxo
da armadura é neutralizado ou contrabalan çado por um enrolamento no circuito
da armadura, cujo efeito varia com a corrente da armadura. O enrolamento é
chamado, respectivamente, de enrolamento de compensação , enrolamento da face
polar ou enrolamento Thomson - Ryan , segundo seus projetistas. Como se mostra
na Fig. 5-7, o enrolamento é inserido em ranhuras na face da sapata polar esta
-
cion á ria . Não é necessá rio ter n ú mero de ranhuras ou condutores no enrolamento
de compensação igual ao dos condutores na superf ície da armadura. O fato impor
tante é que o n ú mero de condutores em cada face polar vezes a corrente de linha
-
da armadura deve ser igual ao n ú mero de condutores da armadura sob cada pólo
vezes a corrente nos condutores da armadura por caminho. Esta equivalência
em fmm é expressa por

ZpIt = ZJ
a a
a -
(5 1 )
onde Zp é o n ú mero de condutores de face polar em cada pó lo
é o n ú mero de condutores ativos da armadura sob cada pólo
a é o n ú mero de caminhos em paralelo na armadura
Ix é a corrente total ou de carga que entra na armadura
Ia é a corrente que cada condutor da armadura carrega .
Solucionando a equa çã o acima para Zp, o n ú mero de condutores de face
polar, por pólo, obtemos
_
Z = A
a -
(5 2)

Pólo de comutação

Fluxo de corrente
Condutores no enrolamento
da face polar de compensação

Condutores - Sentido
da armadura de
rotação

Fmm concatenada

Fig. 5-7 — Uso do enrolamento de compensação para neutralizar


a fmm da armadura.
REA çãO DA ARMADURA E COMUTA çã O NAS Má QUINAS ELéTRICAS
149

Como dois condutores igualam uma espira , com efeito a Eq . ( 5- 1 ) estabe


lece que a fmm da face polar ( NpIt ) está contrabalançando a fmm dos condutor
-
es *
da armadura ( NaIa ) . O n úmero dos condutores da face polar de compensaçã
o
da armadura pode ser determinado a partir da Eq. (5- 1 ) ou da ( 5 2) .
-
EXEMPL O Um enrolamento simplex imbricado de uma máquina CC
tem 800 condutores
5-1 : na armadura, uma corrente nominal da armadura de 1.000 A e 10
pólos. Calcule
o número de condutores na face polar, por polo, para conseguir completa
com-
pensação da reação da armadura, se a superf ície polar cobre 70
% do passo.
Solução :

Usando a Eq. ( 5-1) :


800
Z = JQ = 80 condutores/caminhos sob cada pólo
Condutores ativos por pólo,

Za 80 condutores/caminho x 0,7 = 56 condutores por pólo
-
Solucionando para Zp na Eq. ( 5 1)

Z 56
_
Zp x 1.000 A = 56 condutores x 1.000 A/10 caminhos
= 5,6 ou 6 condutores por pólo
Usando a Eq. 5-2, em lugar da Eq. (5-1) :
z> = -; - — = 6 condutores por
-
pólo
=

como se mostra na Fig. 5-7.

EXEMPL O Pari» a armadura dada no Exemplo 5-1, calcule:


-
5 -2 : a. Os ampère condutores por pólo magnetizantes transversais e os ampè re es
- -
piras ( Ae ) por pólo, respectivamente, com as escovas colocadas na linha neutra
geométrica.
b. Os Ae desmagnetizantes por pó lo, se as escovas est ã o deslocadas de 5 graus
elétricos da linha neutra geométrica.
c. Os Ae magnetizantes transversais por pólo, com as escovas deslocadas
como em ( b).

Solução :

a . Com as escovas na linha neutra geomé trica, todo o efeito da reação da


armadura é completamente magnetizante transversal.
Os ampè re-condutores magnetizantes transversais por pólo são:
ZI i, 8.000 1.000 80 condutores 100 A
x x
Pa 10 10 pólo caminho
-
= 800 A condutores/pólo
e, desde que há 2 condutores por espira, os Ae magnetizantes transversais
por pólo são :
1 espira 8.000 A-condutores
f x = 4.000 Ae/ pólo
2 condutores pólo
150 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

b. Seja a = o nú mero de graus elétricos de que as escovas sã o deslocadas. Então,


o n ú mero total dos graus elétricos desmagnetizantes é 2 a, enquanto que os
graus elétricos magnetizantes transversais ( remanescentes), /? = 180° — 2 a.
A relação entre os Ae desmagnetizantes e os magnetizantes transversais é
sempre 2 a/ /?.
A fração dos Ae desmagnetizantes por pólo é
2 a N total . / 5o x 2
x 4.000 Ae/ pólo = 22,2 Ae/pólo
180° pólo 180°
— —
c. Desde que /? = 180° 2 a = 180° 10° = 170°, os Ae magnetizantes trans-
versais por pólo são :
N total . / 170°
Lx
180° pólo 180° =
4.000 Ae/ pólo = 3.778 Ae/pólo

A açã o dos condutores colocados na superfície do pólo , como se mostra na


Fig. 5- 7, é no sentido de produzir uma fmm que seja igual e oposta à fmm da armadura.
Com efeito, o enrolamento de compensaçã o desmagnetiza ou neutraliza o fluxo
da armadura produzido pelos condutores que ficam sob os pólos. Se a carga
aumenta ou diminui, a corrente no circuito da armadura e no enrolamento de
compensaçã o variará em exata proporçã o à fmm da armadura , de modo que a
última é (teoricamente) efetivamente neutralizada para todas as condições de
carga.
Note-se na Fig. 5-7 que o enrolamento de compensaçã o produz uma fmm
igual e oposta à produzida pelos condutores da armadura exceto na zona inter-
polar . Assim , a fmm produzida pelos condutores yy' - xx' nã o é compensada pelos
condutores da face polar. Será mostrado mais adiante (Seç. 5-7) que parte do
fluxo produzido pelos interpolos é també m ú til na reduçã o da reaçã o da armadura
na zona interpolar.
Finalmente, pelas razões dadas na Seç. 5-8, a compensação da rea çã o da
armadura é apenas confinada às máquinas CC. A rea çã o da armadura nunca é
compensada em m áquinas CA , porque pode piorar o desempenho sob certas con-
dições de carga e fator de potência. O leitor verificará que ambos, interpolos e
enrolamentos de compensação (Seç. 5-7), sã o dispositivos usados para melhorar
o desempenho apenas de (grandes) máquinas de CC.

5-6. O PROCESSO DE COMUTA ÇÃO

Infelizmente, conquanto o enrolamento de compensaçã o neutralize a fmm


da armadura produzida por aqueles condutores que permanecem diretamente
sob os pólos , ele nã o neutraliza a fmm produzida pelos condutores que ficam na
-
regiã o interpolar ( x x' e y- y' mostradas na Fig. 5-7 ) . Estes condutores ainda
produzem na armadura um fluxo magnetizante transversal que n ã o é compen -
sado. Os efeitos do centelhamento e do superaquecimento das escovas ainda
serão apreciá veis em grandes má quinas, usando-se apenas enrolamentos de com-
pensa ção nas faces polares. Estes efeitos sã o devidos : ( 1 ) aos condutores da arma-
dura n ã o compensados na regiã o interpolar e ( 2) ao processo de comutação, em
REA çãO DA ARMADURA E COMUTA çã O NAS Má QUINAS ELéTRICAS 151

si mesmo, o qual n ós nâo consideraremos. Como se mostra na Fig. 5-7 para todas
as m á quinas , os condutores da armadura sob um dado pólo terã o um sentido
particular de corrente ; e, à medida que os condutores movem-se sob um pólo
oposto , o sentido da corrente é invertido. Todas as má quinas CC, bem como
algumas máquinas CA , sã o equipadas com comutadores. O propósito do comu-
tador e suas escovas associadas é : (1 ) no caso de um gerador, mudar a corrente
alternada gerada para corrente contí nua externa ; ou, no caso de um motor, mudar
a corrente contí nua externa aplicada em corrente alternada, à medida que os con-
dutores se movem alternativamente sob pólos opostos ( para produzir rotação
no mesmo sentido) ; e ( 2) para permitir a transferência de corrente entre uma
armadura mó vel e escovas estacionárias.
A transferê ncia de corrente entre as bobinas, as barras do comutador e uma
escova é mostrada na Fig. 5-8 para um gerador CC. Este gerador CC particular
tem um enrolamento da armadura que produz dois caminhos [ou seja, um enro-
lamento imbricado simplex com dois pó los, ou um ondulado simplex com qual-
quer n ú mero par de pólos ; V. Eqs. ( 2-4) e ( 2-5)]. As bobinas conectadas em série
do caminho 1 e do caminho 2 carregam a fem induzida e a corrente solicitada pela

\ Barras do comutador
VY /
b d Sentido de
rotação
WUIUiUJUJUJWUJUJUUU
Caminho 2 **
Caminho t
Bobina x Bobina y

Fig. 5 8
- — Caminhos da corrente num gerador CC.
carga para a escova positiva. Assim , as bobinas do caminho 2 carregam corrente
que entra pela escova positiva na barra b do comutador, e as bobinas do caminho I
carregam corrente no sentido oposto, que entra pela escova positiva na barra c
do comutador . Como o desenho da Fig. 5-8 representa um processo din â mico,
é francamente evidente que, durante um curto intervalo de tempo, uma dada bobina
no caminho 2 carregando corrente num dado sentido (depois experimentando
comutação e passando pela escova), torna-se uma bobina especí fica conectada
em sé rie no caminho 1, carregando corrente no sentido oposto.
Vamos considerar o processo de comutaçã o quando afeta uma bobina parti-
> cular, bobina x, localizada no caminho 2, como se mostra na Fig. 5-8, que está
ú
sujeita a comuta çã o. A bobina .v na Fig. 5 -8 esta conectada à s barras do comutador
a Q b carregando toda a fem induzida no caminho e a corrente de a para b , í .
a b
_
A Fig. 5-9 é uma descrição grá fica incremental da bobina x experimentando
comuta ção, e as variações da fem em cada instante de tempo sã o descritas abaixo :

Instante t 1 : A bobina x é agora a ú ltima bobina no circuito-série carregando toda a fem


( Fig.5-9a ) e corrente do caminho 2 para a escova positiva, e seu sentido de corrente é ainda
-
I a - b. como se indicou acima e também se mostra na Fig. 5 10 no tempo
tv
152 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Instante t 2 : A bobina x, cujos lados est ão ainda experimentando alguma variaçã o no fluxo
-
( Fig. 5 9b) concatenado nas extremidades ( precedentes) de um pólo N e S, respectivamente,
está sendo parcialmente curto-circuitada pela escova positiva, que provoca uma
corrente circulante através da escova, barras a e b, e bobina x no sentido mostrado.
A corrente vinda do caminho 2 começa a entrar na escova através da barra a,
reduzindo a corrente do caminho na bobina x, como se mostra na Fig. 5-10.

\
\ A+
L 0 b c b
IcI\ b
I c 11
Caminho 2
yUJVcami -
* nho 1
Cami
nho 2
- *
\ Cami
nho 1
- Cami
nho 2
- x Caminho 1

( a ) Instante |
t . ( b) Instante t2 . (c) Instante t 3.

\
c a
vv o c
L 0 5 c J b

Caminho 2
yUAcami .
x nho 1
Cami
nho 2
- x
Cami -
nho 1
Cami
nho 2
IJLHJJ Caminho 1
X

(d ) Instante t4 . (e ) Instante ts . ( f ) Instante t 6 .


(Corrente zero .)
. -
Fig 5 9
— Variações na fem e na corrente numa bobina sob comutação.

Corrente na bobina lg
i
^
4 f5 r6 Tempo de comutação
- -fÍ
4 44
*2 3
Corrente na bobina l .a
^
Fig. 5 10 - — Inversão do sentido da corrente em qualquer
bobina sob comutação.

Instante t 3 : A bobina x está sendo agora completamente curto-circuitada pela escova posi-
!
(Fig. 5-9c) tiva. Devido ao curto-circuito no instante prévio, ela está ainda carregando
alguma corrente (pois, de acordo com a lei de Lenz, é produzida uma fem de
auto-indução que se opõe ao declínio da corrente na bobina), de acordo com a
queda exponencial de corrente num circuito contendo resistência e indutância.
A corrente que flui, portanto, tem ainda o mesmo sentido (mantido pela fem de
auto-indução).

Instante A corrente proveniente do caminho 2 está agora fluindo para a escova positiva
(Fig. 5-9d ) através da barra o, ea corrente provinda do caminho 1 está fluindo para a escova
positiva através da barra b. As fem dos caminhos são iguais e opostas na bobina
REA çãO DA ARMADURA E COMUTA çã O NAS MáQUINAS ELéTRICAS 153

x ; e, consequentemente, nenhuma corrente flui na bobina x. Note-se, contudo,


que há menos resist ência entre o comutador e a escova para a barra a do que
para a barra ò, como se mostra na Fig. 5-9d.

Instante t 5 : A resistência bastante elevada entre a barra b e a escova causará o fluxo de uma
( Fig. 5-9e) corrente, do caminho 1, através da bobina x e barra a até a escova positiva. Como
a escova está ainda curto-circuitando as barras a e b, uma pequena corrente
circulante será estabelecida na bobina x no sentido oposto, como se mostra
na Fig. 5-9e e se indica na Fig. 5-10 no tempo í5. Note-se que previamente a
corrente na bobina x tinha sentido contrá rio ao dos ponteiros de um relógio,
e agora a corrente de curto-circuito tem o sentido horário, ou seja, / b a
-
-
Instante t 6: A bobina x está agora carregando toda a corrente do caminho 1, / b á> no sentido
- —
(Fig. 5 9f ) - -
oposto, como se mostra nas Fig. 5 9f e Fig. 5 10, e continuará assim até que al -
cance uma escova negativa. Na escova negativa, o mesmo processo é repetido,
exceto que a corrente entra no comutador em vez de deixá-lo.

5-7. TENSÃ O DE REATÂ NCIA

Duas condições ocorreram no processo descrito acima, ambos os quais im-


pedem uma comuta çã o suave :

1. Foi criada uma fem de auto-indu ção que se opõe à sú bita inversão de corrente na bobina,
mostrada na Fig. 5-10. Uma vez que cada uma e qualquer bobina entra em comuta -
ção consecutiva e continuamente, esta tensão constante é chamada tensão de reatância,
porque ela “reage” contra a inversão da corrente em cada bobina que está em comutação.
2. É uma corrente potencialmente elevada de curto-circuito desenvolvida devido à tensão
existente nos lados da bobina que está sendo comutada durante os periodos t 2 a t 4,
quando as resistências dos caminhos do curto-circuito são as mais baixas.

Para um gerador CC, ambas as condições podem ser dimi-


nu í das um pouco pelo deslocamento do eixo das escovas no sentido
de rotaçã o da armadura, ou, para um motor CC, pelo giro do eixo
das escovas contra o sentido de rotaçã o da armadura.

Usando o gerador CC como exemplo, deslocando-se as escovas no sentido


de rotaçã o, ocorrer á a comutaçã o, como se mostra na Fig. 5-8, na bobina y , ou
seja , numa bobina na qual a tensão é gerada no sentido em que deve fluir a corrente
invertida. Assim , as correntes circulantes no sentido anti-horá rio mantidas pela
tensã o de reatâ ncia e vistas na Fig. 5-9 ser ã o invertidas e passarã o mais rapidamente
para o sentido horá rio.
Mas, o deslocamento das escovas, com efeito, é equivalente à movimentação
da linha neutra. Como se mostra na Fig. 5-7, deslocando-se a linha neutra de carga
no sentido de rotaçã o, trar-se-ã o os condutores x- x' sob um pólo S. Nós já obser-
vamos, contudo, que, desde que o deslocamento é oposto para a operação do gera-
dor CC, em comparação com a do motor CC e, desde que o grau ou extensã o do
154 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

deslocamento depende da corrente de carga , é requerida uma técnica elétrica si-


milar à usada para a compensa çã o da reaçã o da armadura . Neste caso, a solu ção
é interpor um pólo entre os pólos principais, cuja fmm també m varia com a carga.
Tal pólo, denominado de interpolo ou pólo de comutação , é mostrado na Fig. 5-7.
Na prá tica , bem como na teoria , o enrolamento do interpolo é projetado para
ter mais Ae que os requeridos para gerar suficiente tensã o naqueles condutores
que permanecem na regiã o interpolar , para conseguir uma inversã o suave de cor-
rente e eliminar os efeitos da tensã o de reat â ncia. Há duas razões para isto : ( 1)
produzir a neutralizaçã o dos condutores da armadura que permanecem na regiã o
interpolar , que não sã o neutralizados pelo enrolamento de compensação (Seçs.
5-5, 6) ; e (2 ) a natureza complexa dos transitórios envolvidos no processo de co-
mutação requer suposições, nas equações de projetos e cálculos, que nã o levam
a uma determinação precisa do n úmero de espiras requeridas para o interpolo.
Fazendo o interpolo mais forte do que o necessá rio, pode ser usado experimental-
mente um calço não-magnético (e magnético) entre a estrutura magnética princi-
pal da carcaça ( na qual o interpolo é aparafusado), para providenciar a relutâ ncia
exata para o caminho magnético do interpolo. Sã o feitos ajustes até que se obte-
nham uma comutação suave e efetiva , e uma compensaçã o interpolar da reação
da armadura numa gama de carga.
Deve-se ressaltar que, quando ambbs os enrolamentos, de compensa çã o e
de comuta ção , sã o empregados em sé rie com a armadura e conectados ao circuito
da armadura , como se mostra nas Figs. 3- 1, 3-2 e 3-3, ( 1 ) não é necessá rio deslocar
as escovas do plano da linha neutra sem carga , e (2) a máquina de CC operará
como um motor ou um gerador igualmente bem, sem os efeitos adversos da reação
da armadura ou dificuldades de comuta ção. Finalmente deve-se notar que o uso
de enrolamentos de compensaçã o e de comutaçã o é peculiar primariamente a
máquinas de CC, ou a algumas má quinas CA que empregam comutadores.
As má quinas sí ncronas e assí ncronas CA nã o requerem comutadores ; assim,
nã o necessitam um enrolamento de comutaçã o. Ademais , enquanto a reação
da armadura ocorre em todas as máquinas, ( pois a discussã o acima sobre a reaçã o
da armadura foi baseada na máquina universal), nós veremos que, devido à pos-
sibilidade no adianto ou atraso da corrente com relaçã o à tensão numa máquina
CA, a reaçã o da armadura pode produzir efeitos benéficos, bem como efeitos
perniciosos, como será visto mais tarde. O resultado é que as máquinas síncronas
e assí ncronas de indução CA nunca são compensadas quer para a reação da arma-
dura quer para a comutaçã o.

5-8. REAÇÃO DA ARMADURA NA MÁQUINA CA

A distribuiçã o do fluxo da armadura devido à corrente nos condutores da


armadura, e a consequente distorção do fluxo no entreferro, mostrada na Fig.
5-3, aplica-se à máquina universal, mas com algumas restrições. No caso da má-
quina CA, a corrente nos condutores individuais da armadura ( 1) nã o é uniforme,
mas varia sinusoidalmente, e (2) pode se adiantar ou atrasar com relação ao fluxo
polar com fatores de potência em adianto ou em atraso. Como resultado, a forma
REA çãO DA ARMADURA E COMUTA çã O NAS Má QUINAS ELéTRICAS 155

de onda vista na Fig. 5-3b pode ser deslocada para a direita ou para a esquerda
com rela çã o ao fluxo m ú tuo no entreferro mostrado na Fig. 5- 3a .
A maneira pela qual vá rias condições do fator de pot ê ncia da carga . afetam
a m á quina CA pode ser determinada pela relaçã o de fase entre a fem induzida
e a corrente que flui nos condutores da armadura, como se mostra na Fig. 5-11.
Os quatro conjuntos de condutores, que permanecem sob os campos polares, repre-
sentam , com efeito, a faixa de condições que pode ocorrer num ú nico conjunto
de condutores da armadura (apresentados na Fig. 5- 3) por causa da rea çã o da
armadura . O primeiro conjunto de condutores da armadura, mostrado na Fig.
5-11, representa a fem induzida nos condutores da armadura , como resultado do
movimento relativo entre os pólos e a armadura de uma máquina CA. Esta fem
pode ser ou a fem induzida Eg de um alternador CA , que produz a tensã o terminal,
ou a fcem ( £c ) de um motor sí ncrono CA, que, em parte, serve para limitar a corrente
da armadura , retirada da rede de alimentação, para produzir a a ção motora . Esta
fem induzida n ã o é diferente da mostrada na Fig. 5-3 para a má quina universal
e na Fig. 5-7 para a máquina CC. O fator de potência ( para propósitos desta dis-
cussã o ) ser á definido como a relaçã o de fase entre fem induzida nos condutores
da armadura , E por fase , e a corrente da armadura que flui nos mesmos, Ia por
fase, como resultado da açã o geradora ou motora . O efeito do fator de pot ência
sobre o fluxo de campo e a fem gerada ser á discutido abaixo para as condições .
extremas de varia çã o do fator de pot ê ncia, quer dizer o fator de pot ê ncia unit á rio,
fator de potê ncia de atraso zero e fator de potência de avan ço ( adianto ) zero.

5-8.1 FATOR DE POTÊ NCIA UNITÁ RIO

Com fator de pot ê ncia unit á rio, a corrente de fase na armadura CA est á em
fase com a tensã o de fase induzida na armadura (como sucede na má quina CA ).
Isto é mostrado no segundo conjunto de condutores da armadura, na Fig. 5-11 ,
onde as correntes instantâ neas dos condutores se ajustam com as tensões instan-
tâ neas induzidas na armadura. A fmm da armadura produzida por estes condu-
tores da armadura ( pela regra da espiral , da mã o direita) produzirá um fluxo mag-
netizante transversal. Este fluxo é má ximo na regiã o interpolar, e se atrasa do
fluxo primá rio no entreferro de 90°.
Esta rela çã o nã o é diferente da que se mostra na Fig. 5- 2 e é a mesma da reação
da armadura magnetizante transversal que ocorre numa má quina CC ( uma vez

Movimento dos p ólos


N S N
x i Z \ z X Movimento relativo dos condutores
Sentido da fem induzida, Eg

———
® 0) ® ® ( j) 0 ® 0 0 (J) ® 0) ® ® Corrente da armadura * FP unit á rio
t
0 © ® <X> ( ) 0 © ® (£> |
( ) ® O (X> ® Corrente da armadura FP zero em atraso
® ® © ® (j) © © <X) £ í) © © © ©
( ) ( Corrente da armadura FP zero em adianto

. -
Fig 5 11 — Deslocamento da corrente da armadura com rela o ao fluxo de campo
devido ao fator depot ência nas máquinas
çã
CA .
156 M áOUINAS ELéTRICAS F TRANSFORMADORES

que, num circuito CC, a corrente est á sempre em fase com a tensã o ) . O diagrama
fasorial mostrando a rela çã o entre o fluxo polar , ( f)f , tomado como referência ,
e o fluxo e a corrente da armadura, magnetizantes transversais, em quadratura ,
a e /a , respectivamente, é mostrado na Fig. 5-12a .
( j)

Note-se que isto requer 90 graus elétricos para que o fluxo primá rio no entre-
ferro, ( f ) f , produza a tensã o CA gerada na armadura Eg e sua consequente corrente
da armadura (em fase), Ia. O campo que circunda um condutor da armadura com
corrente, alé m disto, depende diretamente da corrente naquele condutor, e o fluxo
magnetizante transversal na armadura , <£a , está sempre em fase com a corrente
da armadura , Ia. Assim , um fluxo de reaçã o da armadura CA ( magnetizante trans-
versal), ( f)a , em atraso com o fluxo polar , <j) p é estabelecido pela corrente da arma-

Ear <b
Ear 4> ( IQ )
Q ra
4>.t 4>*. 4>.f
xa
Ear
Vt
Eg Eg
Eg
( a ) FP unit á rio. ( b ) FP zero em atraso . ( c ) FP zero em adianto.

Fig. 5- 12 — várias condi fasoriais


Diagramas mostrando o efeito da rea o da armadura para
es de fator de potência das m áquinas CA.
çõ
çã

dura CA na regiã o interpolar . Este fluxo da armadura CA abra ça os condutores


da armadura e cria uma tensã o induzida nos mesmos. Como se estabeleceu neste
par á grafo, são requeridos 90° el é tricos para um fluxo produzir tensão. Uma tensão
devida à rea çã o da armadura , Ear , é produzida na armadura , portanto, a qual
se atrasa de E r tensã o gerada , de 90° para o fator de pot ê ncia unit á rio, como se
mostra na Fig. 5-12a . Sera mostrado mais tarde que esta queda de tensã o desem -
penha um papel na regulaçã o de tensã o dos alternadores sí ncronos CA (Cap. 6).

5-8.2 FATOR DE POT Ê NCIA ZERO EM ATRASO

A um fator de potência zero em atraso, a corrente alternada na armadura


por fase, /a, se atrasa da tensã o de fase induzida na armadura , E , de 90°, como
se definiu acima . Como se mostra na Fig. 5-11, as correntes instantâ neas nos
condutores, produzidas pela corrente CA da armadura , criam uma fmm da arma-
dura e um fluxo </>a , o qual se opõe ao fluxo primá rio no entreferro, ( j) f , ( regra
da m ã o direita).
Este efeito é mostrado no diagrama fasorial da Fig. 5-12b, onde o fluxo no
entreferro induz a tensão E , em 90° elé tricos, a corrente da armadura se atrasa
de 90° elétricos em relaçã o a Eg , e ( j)a se opõe a <j)f . O fluxo da armadura com fator
de potê ncia zero em atraso é agora desmagnetizante e n ã o magnetizante trans-
versal como no fator de pot ê ncia unit á rio. O fluxo ( f> a da armadura abraça os
REA çã O DA ARMADURA E COMUTA çã O NAS Má QUINAS ELéTRICAS 157

condutores da armadura para produzir uma tensã o de rea çã o da armadura , Ear ,


a 90° elé tricos. Note-se que, desde que o fluxo da armadura est á deslocado do
fluxo de campo de 180°, a tensão da rea çã o da armadura , £flr, est á deslocada da
tensã o induzida , E , de 180°. A tensã o Ear reduz a tensã o gerada , E _ , para o fator
de potê ncia zero em atraso, tendendo a produzir uma pobre regulaçã o de tensã o
com a aplicação de carga .

5-8.3 FATOR DE POTÊ NCIA ZERO EM ADIANTO


Com o fator de potê ncia zero em adianto, a corrente da armadura CA por
! fase, 7a , adianta-se da tensã o induzida por fase na armadura Eg de 90 graus elétri-
cos, de acordo com a definiçã o acima. Como se mostra na Fig. 5-11, as correntes
instant â neas nos condutores, produzidas pela corrente da armadura CA, criam
uma fmm na armadura e um fluxo <pa , que auxilia o fluxo primá rio no entreferro,
( f ) , ( regra da mã o direita ).
f
Este efeito é mostrado no diagrama fasorial da Fig. 5- 12c, onde o fluxo no
entreferro induz a tensã o Eq a 90° elétricos. A corrente da armadura Ia se adianta
de Eg de 90° elé tricos, e </> a auxilia 0/. O fluxo da armadura para fator de pot ência
zero em adianto é magnetizante e nã o magnetizante transversal , como para o fator
de potê ncia unit á rio. O fluxo da armadura </>a abra ça os condutores da armadura
para produzir uma tensã o de reaçã o da armadura Ear a 90° elétricos. Note-se
que a tensã o devida à reaçã o da armadura Ear produzida está em fase com a tensão
gerada Eg e, assim , tende a aumentar E , dessa forma melhorando a regulaçã o de
tensã o do alternador sí ncrono CA .

5-9. SUM Á RIO DA REAÇÃ O DA ARMADURA NAS


M ÁQUINAS ELÉTRICAS
Os efeitos da reaçã o da armadura, discutidos neste capí tulo, podem ser su-
marizados como segue :
1. Nas máquinas CC e nas m áquinas polif ásicas e monof ásicas CA com fator de potência
unitário, onde a corrente de fase na armadura está em fase com a tensão induzida na
armadura por fase, a reação da armadura é magnetizante transversal, e a tensão induzida
pela reação da armadura se atrasa em relação à tensão gerada de 90° elétricos.
2. Nas máquinas polif ásicas e monof ásicas CA, com fator de potência zero em avanço,
onde a corrente de fase na armadura se atrasa em relação à tensão induzida na armadura
por fase de 90° elétricos, a reação da armadura é desmagnetizante, e a tensão induzida
pela reaçã o da armadura se atrasa em relação à tensão gerada de 180° elétricos.
3. Nas m áquinas polif ásicas e monof ásicas CA, onde a corrente de fase na armadura se
atrasa em rela ção à tensão induzida na armadura por fase de um â ngulo entre zero e
90° elétricos, a reação da armadura é parcialmente desmagnetizante e parcialmente mag -
netizante transversal. Se 0 representa o â ngulo segundo o qual a corrente de fase se atrasa
em relação à tensão induzida por fase na armadura, a componente desmagnetizante
é sen 9 e a componente magnetizante transversal é cos 6 do fluxo da reação da armadura.
Note-se que 0 é igual a zero para o fator de potência unitá rio e igual a 90° para o fator
de potência zero.
158 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

4. Nas máquinas polif ásicas e monof ásicas CA, para o fator de potência zero em avanço,
onde a corrente de fase na armadura se adianta em relação à tensão induzida na arma-
dura por fase de 90° elétricos, a reação da armadura é magnetizante, e a tensão induzida
pela reação da armadura está em fase com a tensão gerada na armadura pelo fluxo
no entreferro.
5. Nas máquinas polif ásicas e monof ásicas CA, onde a corrente de fase na armadura se
adianta em relação à tensão induzida na armadura por fase segundo um ângulo entre
zero e 90° elétricos, a reação da armadura é parcialmente magnetizante e parcialmente
magnetizante transversal. Se 0 representa o â ngulo segundo o qual a corrente de fase
se adianta em relação à tensão induzida na armadura, a componente magnetizante
é sen 6 e a componente transversal é cos 6 do fluxo da reação da armadura. Note-se
que 6 é igual a 0o para o fator de potência unitário e igual a 90° para o fator de
potência zero.
6. Os itens sumarizados estão sujeitos às seguintes restrições 7 :
a. A reação da armadura em máquinas monof ásicas é pulsante, enquanto que nas
máquinas polif ásicas e máquinas CC o fluxo da reação da armadura é constante.
b. O fluxo resultante constante da reação da armadura é produzido como um resultado
de cargas balanceadas trif ásicas cujas correntes na armadura são iguais e deslocadas
de 120° elétricos. Se as cargas são desbalanceadas, o ângulo 0 acima não tem sentido,
do mesmo modo que a distribuição das componentes magnetizantes, desmagneti-
zantes e magnetizantes transversais do fluxo da armadura.
7. A reação da armadura é compensada e seus efeitos são neutralizados apenas em algumas
máquinas CC. Realmente, a reação da armadura é usada, como uma grande vantagem,
no gerador de três escovas, no gerador Rosemberg, no amplidine, e em excitatrizes
com campos mú ltiplos (V. Cap. 11).

BIBLIOGRAFIA

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Rev. ed. New York, Macmillan , 1948.
7
Para um estudo mais completo das diferenças entre a reação da armadura monofásica e poli -
fásica , veja- se DAWES, Electrical engineering , New York, McGraw-Hill, 1948, Vol. II, Cap. 7 “Alter-
nating currents ”.
REA çãO DA ARMADURA E COMUTAçãO NAS M áQUINAS ELéTRICAS 159

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QUESTÕES

5-1. Desenhe o corte de uma m áquina de 4 pólos e mostre o sentido :


a . da tensão induzida nos condutores da armadura sob cada pólo
b. da corrente nos condutores da armadura sob carga
c. do fluxo produzido pelos condutores na armadura.
5-2. a. O desenho acima (questão 5-1) é também aplicá vel a um motor CC ? Explique.
b. Que relação existe entre a direção da corrente nos condutores da armadura e a pola-
ridade relativa do campo ?
5-3. Desenhe um diagrama que mostre que, para cada par de polos, é produzido um fluxo
resultante na armadura pelos condutores da armadura. Mostre a fmm que abraça a
armadura com relação ao fluxo polar.
a . Que relação no espaço existe entre o fluxo de campo e o fluxo da armadura ?
b. Por meio de um diagrama, mostre a interação entre o fluxo polar e o fluxo da ar-
madura.
c. Dê dois efeitos desta interação sobre o fluxo que entra na armadura.
-
5 4. Dê duas razões pelas quais o fluxo resultante que entra na armadura, cujos condutores
estão carregando a corrente total de plena carga, é menor do que o fluxo a vazio.
5-5. Compare, para o mesmo sentido de rotação, o deslocamento no plano da linha neutra
( perpendicular ao fluxo resultante) a partir da linha neutra sem carga (a) num gerador,
( b) num motor.
160 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

5-6. a. Usando o diagrama desenvolvido na questão 5-5 acima, explique por que é impossí vel
para um fabricante Fixar as escovas para uma m áquina CC.
b. É possí vel colocar as escovas numa posição particular da linha neutra com carga ,
para um motor CC operando com carga fixa ? Explique.
c. Repita ( b) para um gerador.
5-7. Dê três técnicas de construção n ã o-elétricas asadas para compensar automaticamente
a reação da armadura, sem o deslocamento das escovas.
a. Quais as vantagens destas técnicas ?
b. Que desvantagens podem ser notadas, particularmente para grandes máquinas CC ?
5-8. a. Descreva um método elétrico para compensação da reação da armadura.
b. Qual é a vantagem deste método sobre os discutidos na questão 5-7 ?
c. Dê uma equação que expresse a relação entre o n ú mero de condutores na superfície
polar, requeridos para compensar um dado numero de condutores da armadura.
d. O enrolamento de compensação compensa a reação da armadura produzida pela
correm : nos condutores que permanecem na região interpolar ? Explique.
5-9. Dê duas razões para o centelhamento produzido nas escovas de grandes m áquinas
usando apenas enrolamentos de compensação nas faces polares.
5-10. Como resultado do processo de comutaçã o ( descrito na Seç. 5-6), descreva duas con-
dições que impeçam uma comutação suave e resultem em centelhamento nas escovas
em contato com o comutador.
5- 11 . a . Dê duas fun ções do enrolamento do interpolo ( pólo de comutaçã o ).
b. Onde ele é fisicamente colocado na máquina e como e conectado eletricamente?
c. Dê duas raz ões por que o interpolo é projetado para produzir mais fmm e tem mais
Ae que os normalmente requeridos para eliminar os efeitos da tensã o de reatâ ncia.
5- 12. Quando amoos os enrolamentos, de compensação e comutação dos pó los, são conectados
em sé rie com a armadura, é necessá rio deslocar as escovas do plano da linha neutra
sem carga para a máquina
a. operando sem carga como um motor ? Explique.
b. operando com carga como um gerador ? Explique.
5-13. São os enrolamentos de comutação requeridos nas máquinas síncronas CA, que não
estejam equipadas com comutadores ? Explique.
5-14. Com relação aos diagramas fasoriais, mostrados na Fig. 5- 12, explique :
a. por que Ia e 4>a estão sempre em fase
b. por que Eg sempre está atrasada de 90° com relação a <j) f
c. por que Ear sempre est á atrasada de 90° com relaçã o a ( j)a
d. por que Ia está em fase com Eg para o fator de potência unitário, mas está atrasada
ou adiantada de E para outros fatores de potência
£»
e. por que Ear é 100 % desmagnetizante com fator de potência zero em atraso
f. por que Enr é 100 % magnetizante com fator de potência zero em adianto
g. que proporção de Ear e magnetizante e magnetizante transversal a
um fator de po-
tência de 0,707 em adianto
h. que proporção de Ear é desmagnetizante e magnetizante transversal a um
fator de
potência 0,5 em atraso.
5-15. a. Por que é desnecessá rio, e mesmo indesejá vel, compensar a reação da armadura
em m á quinas CA, geralmente, e mesmo em algumas máquinas CC, particularmente ?
b. Dè dois tipos de maquinas nas quais o fluxo da reação da armadura é constante.
c. Dê um tipo de má quina na qual o fluxo de reação é pulsante.
MEA çãO DA ARMADURA E COMUTA çãO NAS M áQUINAS ELéTRICAS 161

PROBLEMAS
5-1. Um gerador com excitação independente, 50 kW, 250 V, tem uma resistência na armadura
de 0,05 Q, uma queda nas escovas de 6 V, e uma queda de tensão devido à reação da
armadura de 20 V para a carga nominal. Supondo um efeito linear da reação da armadura
com carga, calcule :
a . A queda de tensã o no circuito da armadura a plena carga, a 3/4, 1 / 2, 1 /4 e sem carga .
b. A queda de tensã o devida à reação da armadura nas condicÕes de carga acima.
c. A tensão gerada na armadura para cada uma das condições de carga em (a ) .
d . Explique por que a tensão gerada a vazio é diferente da tensão gerada a plena carga.
5-2. Um gerador de dois pólos, 125 V, CC, 5 kW tem um total de 1.800 condutores na arma -
dura colocados na periferia da mesma. Os lados das bobinas abraçam exatamente
180° elétricos em cada bobina. Desprezando a corrente de campo, calcule :
t
a. Os Ae por pólo, quando a corrente nominal é entregue pelo gerador.
b. Os Ae desmagnetizantes e magnetizantes transversais por pólo, quando as escovas
são deslocadas 5o elétricos a partir do plano da linha neutra (sem carga ).
c. Os Ae desmagnetizantes e magnetizantes transversais (componente de distorção)
por pólo, quando as escovas são deslocadas 10° elétricos.
d . Se o fluxo polar é 10.000 Ae/ pólo e a tensão gerada a vazio é 140 V, calcule a queda
de tensã o devida à reação da armadura com carga nominal, quando é necessá rio
deslocar as escovas de 10° elétricos.
5-3. Usando a relação entre os Ae desmagnetizantes e magnetizantes transversais no problema
5-2, derive uma equação universal para expressar os Ae desmagnetizantes e magneti-
zantes transversais por pólo para uma armadura tendo Z condutores ativos, a
cá minhos na armadura, P pólos. ( Presuma que as escovas podem ser deslocadas a
graus elé tricos / pólo e que os remanescentes graus el étricos. /?, sã o ( 180° - 2a ).)
5-4. Um enrolamento da armadura imbricado, triplex, 12 pólos, tendo um total de 720 con -
dutores, é usado num gerador de 120 kW, 600 V, cuja resistência de campo é 100 O.
O campo é enrolado com 20 espiras por pólo. Com carga nominal, é necessá rio deslocar
as escovas de 6o elétricos. Calcule :
a . A corrente na armadura por caminho, a corrente na armadura por condutor, os
ampè re-espiras totais por par de pólos e os ampè re-condutores totais da armadura.
b. Os Ae desmagnetizantes e magnetizantes transversais por pólo ( Ae por 180o) .
c. Verifique ( b), usando as equações derivadas no problema 5-3 .
d. A fmm total por pólo a plena carga, como resultado dos efeitos da reação da armadura.
5-5. Deseja-se compensar a componente de distorção da reação da armadura no gerador
do problema 5-2, usando um enrolamento de compensação nos condutores da super-
íf cie polar. Calcule :
a . O n ú mero de condutores na face polar requeridos para neutralizar a fmm magne-
tizante transversal ,
b. Os condutores da face polar neutralizarão completamente os efeitos degenerativos
da reaçã o da armadura ? Por que não ?
c. Será necessá rio deslocar as escovas como resultado de tal compensaçã o ? Por quê?
5-6. No gerador do problema 5-2, é desejá vel compensar a reação da armadura produzida
pelos condutores da zona interpolar, pela adiçã o de espiras em cada pólo de comutação.
Calcule :
a . O n ú mero de espiras do pólo de comutação a serem adicionadas ao enrolamento
de comutaçã o, para neutralizar a fmm produzida pelos condutores desmagnetizantes.
b. Se são empregados ambos, os enrolamentos de compensação e os de comutação
do pólo, será necessá rio deslocar as escovas do gerador do problema 5-2 ? Por quê ?
Explique.
162 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

c . Se o gerador está girando no sentido horário, em que sentido as escovas


devem ser
deslocadas ?
5-7. Para o gerador do problema 5-4, calcule :
a . Os ampè re-condutores de compensação requeridos para neutralizar os
condutores
diretamente sob os pólos , e o número de condutores na face polar por pólo .
b. Os ampè re-espiras de compensação requeridos para neutralizar os condutore
s na
região interpolar, e o número de espiras no pólo de comutação.
5-8 . Uma máquina de dois pólos tem uma velocidade de 1.200 rpm, um diâmetro de comuta
dor de 6.375 polegadas e um total de 50 teclas no comutador. As escovas abrangem
-
uma distância linear de 0,8 polegada e a corrente a plena carga no circuito da armadura
é 50 A . Desprezando a espessura do isolante entre teclas do comutador
, calcule :
a . A largura de cada tecla do comutador .
b. A corrente que cada tecla do comutador suporta, sob carga nominal
.
c . O tempo requerido para cada tecla passar uma escova ( tempo de comutaçã
o) .
d . A variação média de corrente durante a comutação sob carga nominal .
e . A tensão de reatância por bobina , se a indutância de cada bobina vale 0,01
H.
5 -9 . Uma máquina com 6 pólos, 250 rpm tem um enrolamento imbricado simplex na arma
-
dura com um diâ metro de 24 polegadas no comutador, consistindo de 240 teclas . As
escovas têm largura de 3/4 de polegada. Quando opera como gerador, a armadura
entrega 300 A sob carga nominal . Desprezando o isolamento entre as teclas adjacentes
do comutador, calcule sob a carga nominal :
a . A variação média de corrente durante a comutação.
b. A tensão de reatância, se a indutância própria de cada bobina da armadura
vale
0,2 mH .
5 - 10. A indutâ ncia própria de cada bobina de uma armadura é 1 ,0 mH e a variação na corrente
em cada bobina (bobinas consistindo de cinco espiras) é 20.000 A s, sempre que uma
/
bobina está sendo comutada . Se a velocidade periférica da armadura é de 4.000 pés
por minuto, e a dimensão do pólo de comutação paralelo ao eixo da armadura é 8 po-
legadas , calcule
a . a fem de auto-indução em cada bobina que está sendo comutada
b. a tensã o por condutor induzida em cada bobina sob cada pólo de comutação (admita
que há tantos pólos de comutação quantos são os pólos principais)
c . a densidade de fluxo sob cada pólo de comutação .
5- 11 . Um enrolamento imbricado dúplex, 1.200 rpm , 250 V, 50 kW de um gerador com 6
pólos, com uma resistência na armadura de 0, 1 O, uma resistência de campo
de 250 O,
uma queda de tensão nos contatos das escovas de 5,9 V, uma queda de tensão devida à
reação da armadura de 12 V, sob carga nominal. O diâmetro do comutador é de 12
polegadas e há tantas teclas no comutador quantas são as bobinas na armadura . Calcule
:
a . A fem gerada entre escovas a plena carga .
b. O número de condutores da armadura se o fluxo por pólo é 6 x 105 linhas.
c . O número de teclas do comutador se há cinco espiras por bobina.
d. A tensã o entre cada tecla do comutador e a corrente em cada tecla .
e . A largura de cada tecla do comutador, permitindo uma espessura de mica
entre
teclas de 1 / 32 de polegada.
f . O tempo de comutaçã o, presumindo uma largura de tecla de 1 4 de polegada .
/
g . A tensão de reatâ ncia por bobina, se a indutância de cada bobina é 0, 1 mH
.
h . A densidade de fluxo sob o pólo de comutação, admitindo que a dimensão do pólo
de comutação paralelo ao eixo é 4 polegadas.
5- 12. Dadas as correntes de fase de um altemador trifásico como
iA = 1m sen + 0)
iB — Im sen ( cot -f- 0 - 120°)
ic = Im sen ( cot 4- 0 - 240°)
REA çãO DA ARMADURA E COMUTA çãO NAS Má QUINAS ELéTRICAS
163
í onde /m é a corrente m á xima instantâ nea e 0 o â ngulo do fator de potência .
\ Prove que
os fluxos da rea ção da armadura produzem uma resultante constante
de magnitude
de 1,5( f ) m , tendo uma relação geométrica constante com respeito ao fluxo polar, para
as seguintes condi ções de tempo e fator de pot ência
a. Caso I : tempo, cot = 0, fator de potência zero, em adianto, ou
seja, 6 = 90°
b. Caso II : tempo, cot = 90°, fator de potência zero, em avanço, ou
— seja , 9 90
c. Caso III : tempo, cot 120°, fator de potência unitá rio , ou seja, 9 0o. = °
=

RESPOSTAS
i

5-1(a) 2,5 V, 5,0 V, 7,5 V e 10 V a plena carga ( b) 5,0 V, 10,0 V, 15,0 V e 20 V


(c) 263,5 V,
271 V, 278,5 V e 286 V 5-2(a ) 18.000 Ae/ pólo ( b) 1.000 e 17.000 Ae pólo (
/ c) 2.000 Ae/ pólo
i
\
-
e 16.000 Ae/pólo (d ) 28 V 5 3 Ae desmagnetizantes por pólo (
tizantes/transversais por pólo = (/1/180) x (
= a/90) x (2/a/Pa), Ae magne-
ZIJPa ) 5-4(a ) 343 Ae/ pólo ( b) 22,9. e 320,1 Ae pólo
(c) o mesmo que (b) (d) 97,1 Ae/pólo 5-5(a ) 800 5-6(a) 500 Ae p /
i / ólo 5-7(a) 3,1 condutor/pólo
( b) 0,1 espiras/ pólo 5-8(a) 0,4 polegada ( b) 25 A tecla (c) 2 ms
/ ( d) 25.000 A s (e) 250 V
5-9( a ) 42 x 103 A/s ( b) 8,4 V/bobina 5-10(a) 20 V/bobina ( b) 2 V condutor ( /
'

?

/
nhas por polegada quadrada 5-11(a) 288 V ( b) 4.800 (c) 480 (d) 7,2 V (e)
c) 3,13 x 104 li-
0,0464 polegada
(f ) 0,104 ms (g) 0,5975 V ( h ) 1,98 x 104 linhas polegada quadrada
•« / 5-12 ( f> R = 1,5 </> max para
todos os tempos e fatores de potência.

h5

$
5
*
s

1
SEIS

relações de tensão
em máquinas CA
alternadores

6-1. GENERALIDADES

Ao comparar -se, na Seç.1- 20, a operação de geradores e de motores, concluiu-se


com um sumá rio das diferenças fundamentais entre eles. Este capí tulo destina-se
ao uso da máquina CA como gerador, o chamado alternador , uma vez que produz
uma tensã o alternativa. Sendo o alternador uma fonte de tensã o, preocupamo-nos
primeiramente com as relações de tensão na má quina CA , e como sã o afetadas
por cargas resistivas e reativas. O sumá rio da Seç. 1-20 (algo modificado para
aplicar-se especificamente ao desempenho do alternador ) pode ser estabelecido
como :
1. O torque eletromagnético ( desenvolvido no condutor da armadura que é percorrido
por uma corrente) opõe - se à rotação (do campo magnético do rotor em relação à arma-
dura), de acordo com a lei de Lenz.
2. A tensão gerada ( induzida) na armadura produz uma corrente de armadura. A fase da
corrente de armadura em relação à tensão gerada pelo alternador depende da natureza
da carga elétrica ligada aos terminais do mesmo.
RELA çõES DE TENSã O EM Má QUINAS CA ALTERNADORES 165
3. A tensão gerada por fase Egf de um alternador mono ou polif
ásico pode ser estabele-
cida pela soma
Kf = *s +
'A
onde Vf é a tensão nos terminais por fase do alternado
r
( 6-1)

I f Z f é a queda de tensão na impedâ ncia síncrona interna do alternador.


H
6-2. CONSTRU ÇÃO

A construção, em geral, das máquinas sí ncronas foi discutida nas


Seçs. 2-3
e 2-4 e mostrada nas Figs. 2- 2b e 2-3. A Seç. 2- 3 e a Fig. 2-2b tratam
de uma má-
quina sí ncrona que tem uma armadura girante e um campo
estacion á rio . A Seç.
2-4 e a Fig. 2-3 discutiram uma m áquina sí ncrona com campo girante
e armadura
estacioná ria. Embora ambos os tipos possam ser utilizados em alternad
ores, o
último, com armadura estacionária e campo girante , é quase
~ universalmente usado
para geração dè potê ncià eIétrTca ãlternada , pelas raz
~

ões discutidas abaixo na Seç.


6-3. O primeiro tipo, com a armadura girante, encontra sua maior
aplicaçã o como
conversor sí ncrono ou rotativo (Seçs. 11-6 e 11-7).
Os enrolamentos de armadura , usados em armaduras estacion á rias, sã o nor
malmente enrolamentos imbricados ( tanto os enrolamentos imbricados como -
os ondulados produzirão a mesma tensão para o mesmo n ú mero de bobinas) devido
à s menores conexões terminais (cabeças de bobinas) requeridas entre bobinas
.
-
As Seçs. 2 13 a 2- 17 inclusive discutiram v á rios tipos de enrolamentos da armadura
de alternadores. Com base nesta apresentaçã o, a tensã o gerada por fase foi desen
volvida na Seç. 2-18 como
-
Egf = 4 A4 <t> Nffkpkd x 1(T 8 V ( 2-15)
A frequ ê ncia de um alternador sí ncrono foi també m
correlacionada à sua
constru çã o , uma vez que a frequê ncia varia com o n ú mero
de pólos , salientes ou
não. A frequência foi expressa pela quãção\
£
PN
/ = 120 (2-16)
O leitor deve rever as equações e as seções citadas acima ,
uma vez que são
fundamentais para a compreensã o dos alternadores AC sí
ncronos discutidos
a seguir .

-.
6 3 VANTAGENS DA CONSTRUÇÃ O DE ARMADURA
ESTACION Á RIA E CAMPO GIRANTE

O leitor, estudando os Caps. 2 e 3, pode, à primeira vista , reagir


contraria-
mente à id éia de construir uma armadura estacion á ria. Afinal, n
ã o seria difícil
conduzir -se a corrente alternativa gerada pela armadura m ó vel para fora
da má -
quina, através de an éis coletores num lado do eixo, e a corrente cont
í nua gerada
pela mesma armadura girante para teclas de um comutador no
outro lado do eixo.
166 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Desta forma , terí amos má quinas universais, que poderiam suprir corrente con-
tí nua ou alternativa , ou ambas simultaneamente. Isto, de fato, é feito num con-
versor s í ncrono, conforme se verá no Cap. 11 ; mas uma sé rie de razões nos levam
a abandonar a id éia da má quina universal tendo uma armadura CA girante. Uma
vez que ela seja estacioná ria , não mais conseguiremos o chaveamento automá tico
de CA a CC por comuta çã o e entã o somente geraremos CA. As vantagens mais
significativas da construçã o com armadura estacioná ria e campo girante sã o as
que seguem.

6- 3.1 RESISTÊ NCIA AUMENTADA DOS DENTES DA ARMADURA


M á quinas de mais alta capacidade requerem mais cobre na armadura e ra-
nhuras mais profundas no ferro da mesma , que os correspondentes a má quinas
executadas para trabalhos mais leves. Em uma armadura estacioná ria , conforme
-
as ranhuras se tornam mais profundas de a-a' a b b' na Fig. 6- la , os dentes da arma-
dura se tornam mais largos e fortes. Numa armadura girante, entretanto, con-
forme as ranhuras se tornam mais profundas de a-a' a b-b' na Fig. 6- lb, os dentes
da armadura se tornam mais estreitos e, portanto, mais fracos. Deve-se notar
que, em ambos os casos, o topo da ranhura deve ser mais estreito que a base. O
corte das ranhuras desta maneira tem por fim evitar que o enrolamento “salte
fora ” d á ranhura devido à vibração. O eventual salto resultaria em dano para
a má quina.
Dente Ranhura
Dente Ranhura

( a ) Ranhuras da armadura estacion á ria. .


( b ) Ranhuras da armadura girante

Fig. 6-1 — Enfraquecimento dos dentes produzido por ranhuras mais profundas na
armadura girante.

Em uma armadura girante, os dentes podem ser sujeitos a forças centrí fugas
elevadas ; e, em qualquer armadura , quer girante quer estacioná ria , os dentes
podem sofrer choques durante a construçã o ou a operaçã o . Com os dentes mais
robustos, a armadura é menos propensa a sofrer danos.

6- 3.2 REATÂ NCIA DE ARMADURA REDUZIDA


O fluxo mútuo no entreferro, criado pela fmm do campo primá rio , deve passar
através do n úcleo da armadura e de suas ranhuras. Para uma mesma largura de
entreferro na base da ranhura e para uma bobina de armadura dada , a armadura
estacioná ria apresenta uma relutâ ncia reduzida ao fluxo. Isto é devido a uma
seçã o transversal de ferro aumentada , como mostra a Fig. 6- 1. A relutâ ncia redu-
zida també m reduz a quantidade de fluxo disperso produzido pela armadura (Seç.
RELA çõES DE TENSã O EM Má QUINAS CA — ALTFRNADORES 167

k•
2-7) , uma vez que o caminho do fluxo da armadura experimenta uma relutâ ncia
£ aumentada, particularmente no caso daqueles condutores da armadura que se
situam na base das ranhuras.

6- 3.3 MELHORIA DO ISOLAMENTO

Alternadores comerciais de alta capacidade, alta velocidade e alta tensã o car-


regam correntes apreciá veis a tensões apreciá veis, requerendo, pois, isolamento
eficiente. Os eixos estão eletricamente aterrados à carcaça estacion á ria da máquina ,
através dos rolamentos metálicos. É mais fácil isolar um membro estacionário
que um rotativo, uma vez que, para este último , o peso, o tamanho e a quantidade
de isolamento n ão são tão cr íticos como para o primeiro. Alé m disso, uma vez
que o rotor est á aterrado, isolar o campo CC de baixa tensã o num rotor constitui
problema menor do que isolar uma armadura rotativa de alta tensã o CA .

6-3.4 VANTAGENS CONSTRUTIVAS


Em grandes estatores polif ásicos, o enrolamento da armadura é mais complexo
que o enrolamento de campo. As vá rias bobinas e interligações entre as fases po
dem ser constru í das mais facilmente numa estrutura estacion á ria í
-
r gida que num
rotor , e o enrolamento da armadura é calçado mais firmemente quando constru í do
numa carcaça í r gida.
6-3.5 N Ú MERO NECESS Á RIO DE AN ÉIS COLETORES ISOLADOS
Se se permitisse a rotaçã o da armadura de um alternador polif á sico, um alter-
nador trifásico requereria um m ínimo de três an éis coletores, um alternador hexa -
fásico , seis , etc. O problema de transferir-se as altas tensões induzidas (em alguns
casos tão altas como 13.200 V/ fase) em altas correntes, dos anéis coletores da arma-
dura para escovas estacion á rias em contato com estes anéis , n ão é solucionado
sem dificuldade. Isolar do eixo os an éis coletores é um problema . Outro é espaçar
os an éis coletores suficientemente, de modo a evitar-se o faiscamento entre eles.
Conforme aumenta o n ú mero de fases, os problemas de isolação tornam se mais
complexos. Uma armadura estacioná ria não apresenta nenhum desses problemas
-
e a tensã o por fase é isolada mais facilmente, e mais facilmente trazida para fora
da m áquina . Apenas dois anéis coletores sã o necessá rios para excitar o enrola -
mento de campo a uma tensã o comparativamente baixa, de 390 V, de corrente
cont í nua na maioria dos casos.

6-3.6 PESO E IN É RCIA DO ROTOR REDUZIDOS


Da discussã o precedente, é razoavelmente ó bvio que um enrolamento de
campo de baixa tensã o, que utiliza muitas espiras de fio fino para produzir a fmm
de campo , dificilmente requererá o peso de cobre e o isolamento equivalente neces-
sá rios a um enrolamento de armadura de alta tensão. É mais fácil construir rotores
para uma operação eficiente a alta velocidade usando o enrolamento de campo
168 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

de baixa tensã o como o elemento girante. A iné rcia do rotor desempenha um papel
importante na opera çã o de colocar o alternador na sua velocidade de regime ;
e, em alternadores de capacidade extremamente elevada , mesmo com o campo CC
como rotor , podem ser necessá rias vá rias horas para que a má quina atinja sua
velocidade e tensã o nominais, principal mente se as má quinas primá rias sã o tur-
binas a vapor.

6-3.7 VANTAGENS NA VENTILA ÇÃ O


A maior parte do calor é produzida no — e relaciona -se com o enrolamento
da armadura e o ferro que o cerca. Com uma armadura estacioná ria , o enrola-

mento pode ser resfriado mais eficientemente, porque o n úcleo do estator e seu
tamanho perif é rico tê m poucas limita ções. Assim , o n ú cleo do estator pode ser
algo aumentado para permitir duetos de ar radiais e orifícios para ventilaçã o for -
çada por meio de ar , hidrogé nio, ou outras formas de resfriamento.
Al é m do exposto, tratando-se da mesma capacidade, as máquinas de campo
girante apresentam vantagem quanto ao peso total e ao tamanho, com relaçã o
às m á quinas de armadura girante. As razões acima expostas levaram os proje-
tistas de má quinas CA a abandonar o sonho da ‘‘máquina universal ” (com um
só projeto e construçã o básicos), exceto para conversores rotativos relativamente
pequenos. Sem exceçã o, os alternadores s í ncronos AC t êm campos girantes com os
pólos salientes ou não salientes, como mostra a Fig. 2- 3.

6-4. M Á QUINAS PRIM Á RIAS

A construçã o de rotores de pólos salientes leva , por si mesma , a alternadores


de velocidades médias ou baixas com muitos pólos . O tipo de rotor de pólos não
salientes ou cilíndrico é usado quase universalmente em alternadores bipolares
de alta velocidade ( às vezes, de quatro pólos) . Uma vez que o n ú mero de pólos
e a velocidade se relacionam com a frequência , [ Eq . ( 2-16), onde / = PNj 120],
seria interessante comparar as frequ ê ncias comerciais mais comumente usadas

TABELA 6- 1
RELAÇÕES VELOCIDADE-FREQU ÊNCIA PARA VÁRIOS
NÚMEROS DE PÓLOS EM MÁQUINAS SÍNCRONAS CA
FREOU Ê NCIA DESEJADA
N ú MERO DE PóLOS 25 Hz * 50 Hz * 60 Hz *
2 1.500 rpm ** 3.000 rpm ** 3.600 rpm **
4 750 1.500 1.800
6 500 1.000 1.200
8 375 750 900
10 300 600 720
12 250 500 600
14 214- 428* 514f
* Frequê ncia em hertz ( ciclos por segundo)
** Velocidade em rotações por minuto.
RELA çõES DE TENSã O EM Má QUINAS CA — ALTERNADORES 169
com o n ú mero de pó los e velocidades requeridos ; esta comparaçã o é mostrada
na Tabela 6- 1.
A Tabela 6- 1 indica que, quando a m á quina prim á ria é essencialmente um
-
acionador de baixa velocidade , como no caso de uma turbina hidrá ulica ( usada
em usinas hidrelé tricas ) , requerer-se-á um grande n ú mero de pólos. Como a venti-
lação nã o é um problema a baixas velocidades, pode-se utilizar um rotor de pólos
salientes. Da mesma forma , se a m áquina prim á ria for um motor a gasolina , óleo
diesel , gás ou vapor, ou seja, m á quina prim á ria de velocidade essencialmente
moderada , utilizar-se-ã o pólos salientes em n ú mero de quatro a doze. No caso
de m á quinas prim á rias de velocidade elevada , como turbinas a vapor ou a gá s ( o
vapor podendo ser obtido a partir de caldeiras convencionais a carvão ou a óleo ,
ou a partir de reatores at ó micos) , usualmente utilizam-se pólos não salientes . Em
grande parte, a determinação do tipo de construçã o de campo do alternador a ser
utilizado é feita a partir da espécie de combust í vel ou fonte de energia dispon í vel
no local geográ fico onde se irá gerar a eletricidade. Combustí veis tais como carvão
ou óleo podem ser transportados por via ferroviá ria ou fluvial ; alternativamente,
podemos levar óleo ou gás por tubula ções (gasodutos ou oleodutos) at é o local
da usina , se este n ã o for muito distante ou inacessí vel. O custo do transporte é
um fator a ser levado em conta no cô mputo do custo da energia gerada por kW / h .
Alternadores de baixa- velocidade e pólos salientes requerem armaduras do
estator de grande circunferê ncia , nas quais se possam inserir muitos condutores.
Tais estatores requerem condutores, para os enrolamentos de excitaçã o e da arma-
dura , que tenham pequeno comprimento axial . Por outro lado, rotores de alta
velocidade , cilí ndricos , de pólos não salientes t ê m uma pequena circunferê ncia, reque-
rendo condutores para os enrolamentos de excitaçã o e de armadura de grande
comprimento axial . Assim , pela diferen ça marcante na aparê ncia externa , podem
distinguir-se facilmente as m á quinas s í ncronas de pólos salientes e n ã o salientes,
mesmo sem observar o seu rotor, como mostra a Fig . 6- 2.

Eixo do
rotor
Eixo do
rotor

Base
( a ) P ólos salientes, (b ) Pólos cil índricos nâo salientes,
baixa velocidade . alta velocidade.
Fig. 6-2 — Aspecto geral das m á quinas sí ncronas.

^ 6-5. CIRCUITO EQUIVALENTE PARA M Á QUINAS


S Í NCRONAS MONO E POLIF ÁSICAS

A relaçã o entre a tensã o nos terminais e a gerada em m áquinas sí ncronas


foi dada na Seç. 6- 1 pela Eq . ( 6- 1 ) e o respectivo circuito est á representado na Fig.
6- 3. Para um alternador mono ou polif ásico , a Eq . ( 6- 1 ) pode ser reescrita da
forma que se segue :
170 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Vf = Êgf - IX - ÍJjXJ ± Kr (6- 2)

onde V f é a tensã o nos terminais por fase


Ks é a tensão gerada por fase, a partir da Eq . ( 2-15) e da Seç. 6-2
IaRa é a queda de tensão no enrolamento da armadura, tendo uma resis-
t ência efetiva (CA) de Ra , por fase
í a( jXa ) é a queda de tensã o na reat â ncia do enrolamento da armadura asso-
ciada ao fluxo disperso (Seçs. 2-7 e 6-3), por fase
e Kr é o efeito da reação da armadura (magnetizanteindicado direta ou trans-
versalmente, ou ainda desmagnetizante como na Seç.
5-9), por fase.

Ia
Carga
Ra X0 R0 Carga
/W^
.
z< X0
vf
Campo
Ear
W\A
Ia/
OyA
Vf
Circuito
de campo Ear o
o
* ^

o- yC\
o &. ar
C
CC
o
o
o v CA

( a ) Monof ásico.
Ear
o

( b ) Circuito equivalente de um alternador
s íncrono trifásico ligado em estrela .
Fig. 6-3 — Circuito equivalente de um alternador síncrono.
Deve-se notar que há uma diferen ça muito pequena entre os circuitos equi-
valentes de alternadores CA mono e trifásicos, como mostram as Figs. 6- 3a e b,
respectivamente. Cada enrolamento de fase de um alternador trifásico é imaginado
como tendo uma resistência efetiva de armadura , por fase, valendo Ra, uma rea-
tâ ncia de armadura, por fase, de Xa e uma tensão gerada por fase de Egf . Além
disso, se a carga for equilibrada (como se viu na Seç. 5-9), pode-se imaginar que
a queda de tensã o devida ao efeito da reação da armadura é a mesma eni cada fase ;
assim, Ear é a queda de tensã o devida à reaçã o da armadura, por fase. Os compo-
nentes da Eq . ( 6- 2) aplicam-se corretamente a alternadores mono ou polif ásicos.
Uma vez que os pontos sobre os vá rios componentes da Eq. (6-2) implicam em
adição fasorial ( ou subtração), os diagramas para as vá rias condições de fator
de pot ê ncia ser ã o considerados, por sua vez, para predizer as rela ções de tensão
e escrever as equações para regulaçã o da tensã o de alternadores sí ncronos CA.
Antes de assim proceder , entretanto, será bom considerar os fatores que po-
dem explicar as diferen ças entre a tensã o gerada a vazio por fase, Eg ,, e a tensão
nos terminais por fase, Vf . O circuito equivalente mostrado na Fig. 6-3 emprega
excitações CC em separado para os enrolamentos de campos rotativos dos alter-
RELA çõES DE TENSãO EM MáQUINAS CA — ALTERNADORES 171
nadores sí ncronos, mono ou polif ásicos. Conseqiientemente, qualque
r variação
na tensã o dos terminais, como resultado da carga, não afeta a
excita çã o da fem
devida ao campo. Neste particular , o alternador é semelhante
ao gerador CC de
excitação independente e uma comparação entre eles revelará semelh
I renças. anças e dife-

-
6 6. COMPARAÇÃ O ENTRE O GERADOR CC DE EXCIT
AÇÃO
INDEPENDENTE E O ALTERNADOR SÍ NCRONO DE
EXCITAÇÃ O POR FONTE EXTERNA

Há duas causas para a queda de tensão ( V. Seç. 3 13) desde


at é o valor a plena carga em geradores CC de excitaçã o
- o valor a vazio
independente : ( 1 ) a queda
de tensã o no circuito da armadura ; e ( 2) a rea çã o da armadu
ra. A Eq. (6- 2) indica
que há agora três causas para a “queda” de tens o
ã em alternadores sí ncronos
com excitação independente : ( 1 ) a queda de tensã o no
( 2) a reatâ ncia da armadura ; e ( 3) a
circuito da armadura ;
reação da armadura. Além disso, para um
alternador , enquanto os dois primeiros fatores sempre tendem
a reduzir a tensão
gerada , o terceiro ( reaçã o de armadura ) pode tender u
diminu í -la ou aument á-la
[Eq. (6- 2)]. Assim, a regulação da tensã o do alternador sí ncrono difere da
do ge-
rador CC de excitação independente, em dois aspectos importantes : (
1 ) h á uma
queda de tensão devida à reat â ncia da armadura ; e (2) o efeito de
reação da arma -
dura (dependendo do fator de potência da carga ) pode produzir uma
tensã o que
aumente a tensã o gerada e tenda a tornar mais elevada a tensã o nos
terminais
( Eq . ( 6-2)]. Uma vez qu é a natureza da carga afeta a regulaçã o da
tensã o do alter -
nador , consideremos, al é m do valor da corrente de carga , 7 , a relaçã
o entre a
tensã o gerada e a tensão nos terminais do alternador CA saí ncrono
.

-
6 7. RELAÇÃ O ENTRE A TENS Ã O GERADA E A TENSÃ O NOS
TERMINAIS DO ALTERNADOR PARA V Ã RIOS FATORES
DE POT ÊNCIA DA CARGA

Como no gerador CC, se o alternador est á a vazio (e é excitado indepen


den-
temente), a tensã o nos terminais é igual à tensã o gerada , como mostra
a Eq. (6-2).
O valor das três causas de queda de tensã o no alternador sí ncrono, citadas
na Seç.
6-6, é apenas fun ção da corrente de carga . A
Ia relação entre estes valores e sua
influê ncia nas caracter í sticas de tensão do alternad
or é mostrada a seguir.
6-7.1 CARGAS DE FATOR DE POTÊ NCIA UNITÁ RIO
As relações entre as várias quedas de tensã o, que produzem diferen
a tensão gerada e a que aparece nos terminais, sã o mostradas na aFig ça entre
. 6-4a. A um
fator de potência unitário, a corrente de fase da armadura, 7 , está em fase
com a
tensã o de fase nos terminais Vf , por definiçã o. A queda defl tensã o, por
fase, na
resistência efetiva da armadura , IaRa , est á també m sempre em fase com a
de armadura , Ia . A queda de tensã o indutiva devida à reatâ ncia da armadu corrente
ra ,
172 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

e -- o vf
( a ) Cargas em fase . ( b ) Cargas em atraso.

( d ) Regulação negativa para


( c ) Cargas em adianto. cargas em adianto.

Fig. 6-4 — Relação entre as tensões gerada, ( a vazio ) e nos terminais ( plena carga ) de um
alternador sincrono para os três tipos de condições de carga.

est á sempre adiantada de 90° em rela çã o à corrente através dela ( uma vez
que a corrente se atrasa de 90° em rela çã o à tensã o num circuito que possua apenas
reat â ncia indutiva). A um fator de potê ncia unitá rio, a queda de tensã o devida à
reaçã o da armadura , Ear , a partir da Seç. 5-9 e Fig. 5-12a , se adianta 1 em relação
à corrente da armadura , Ia , que a produziu, e está , portanto, sempre em fase com a
queda de tensã o na reat â ncia da armadura , í aXa . A equação básica do gerador,
Eq. (6-1 ), pode agora ser escrita para cargas de fator de potência unitá rio em forma
complexa
Eg f (Vf + IaRa ) + J (JaXa + Ear ) (6-3)

onde todos os termos foram definidos na Eq. (6- 2) acima .


1
Este é um ponto que normalmente traz confusão ao estudante. A tensã o gerada devida à reaçã o
da armadura , como mostra a Fig. 5-12a , atrasa-se de 90° em relação à corrente da armadura cor-
respondente, a um fator de potência unitário. A componente da tensão total gerada, necessá ria para
vencer o efeito da tensão gerada devida à reação da armadura, deve estar em sentido oposto. Esta
distinção deve ser feita entre a tensã o gerada e a queda de tensão necessária para se opor a ela.
Além disso, a tensão gerada por efeito da reação da armadura sempre está atrasada de 90° em
relação à corrente da armadura e ao fluxo que a produz. A componente da queda de tensão, neces-
sá ria para vencer esta tensão gerada, deve adiantar-se sempre de 90° em relaçã o à corrente da arma-
dura, como ocorre com a componente da tensã o aplicada necessá ria para vencer a fem de auto-indução.
r RELA çõES DE TENSã O EM Má QUINAS CA ALTERNADORES

A partir do diagrama da Fig. 6-4a e da Eq . (6-3), pode-se ver que, a um


de potência unitá rio, a tensão nos terminais, por fase,
fator
Vf , é sempre menor que
a tensã o gerada por fase, de um valor que corresponde à queda total na impe
d â ncia Ia ( Ra + jXs ) , onde jIaXs é a queda de tensã o na reat ância síncrona em
173

-
qua-
dratura, ou seja a queda de tensão combinada devida à reat ância da
armadura
e à reação da armadura.

6-7.2 CARGAS COM FATOR DE POTÊ NCIA EM ATRASO


Se a corrente de fase da armadura, ( por definiçã o), está atrasada
Ia
à tensã o nos terminais por fase Vf de um â ngulo 0, como resultad
em relação
9 o de uma carga
externa ( primariamente indutiva ) ligada aos terminais do
alternador CA sí ncrono,
as tensões podem ser representadas pelo diagrama fasorial mostrad
A queda IaRa est á ainda em fase com a corrente de fase da armadur
o na Fig. 6 4b.
a, e as quedas
-

de tensã o em quadratura na reatâ ncia e a devida à reaçã o da
tam-se de 90° em relação à corrente de armadura . As relações
armadura adian - —
da Eq. (6- 1 ) ainda
se aplicam a esta condição, mas é mais simples indicar o valor de
de suas componentes horizontal e vertical. Egf em função

Egf = cos 6+ 7A) + j ( v f sen e + W (6-4)


Do diagrama da Fig. 6-4 b e das Eqs. (6-3) e (6-4), nota-se
que, para que se
obtenha a mesma tensão nominal nos terminais, por fase, Vf , requerer se á
- - uma
tensã o induzida por fase, E g f maior a um fator de pot ê ncia em atraso do que
9
a
um fator de pot ê ncia unit á rio. Isto é indicado no exemplo que se segue
.
EXEMP LO Um alternador trifásico, ligação estrela, de 1.000 kVA, 4.600 V, tem uma resis
6 - 1 : tência de armadura de 2 ohms por fase e uma reatâ ncia de armadura s
-
í ncrona
Xs de 20 ohms por fase. Encontre a tensão gerada por fase, a plena arga. para :
a. Fator de potência unitá rio
b. Um fator de pot ência de 0,75 em atraso
^
Solução : 2

Vl, 4.600 V
V f = —- 2.660 V ;
1,73 =
^kVA x 1.000 1.000 x 1.000
= 125 A
3V
> 3 x 2.660
Queda 7aRa /fase = 125 A x 2Q = 250 V
Queda IaXJfase = 125 A x 20 Q = 2.500 V
a. A um fator de potência unitá rio,
Eq = ( Vf + IaRa ) -f jIaXs = (2.660 + 250) + ;2.500 (6-3)
= 2.910 + 72.500 = 3.845 V/fase

2
Note-se que a solução é desenvolvida em valores por fase, devido à definição básica
de fator
de potê ncia nestes termos.
174 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

b. A um fator de pot ência de 0,75 em atraso,


Eg = ( Vf cos 0 + IaRJ + j ( Vf sen 6 + IaXs ) -
( 6 3)

= ( 2.660 x 0,75 + 250) + j (2.660 x 0,676 4- 2.500) =


= 2.250 + j 4.270 = 4.820 V/fase

6- 7.3 CARGAS COM FATOR DE POTÊ NCIA EM AVANÇ O

Se a corrente de fase da armadura Ia ( por definiçã o) , est á adiantada em relaçã o


à tensã o nos terminais, por fase, Vf , de um â ngulo 0, como resultado de uma carga
externa (contendo uma componente capacitiva ) ligada aos terminais do aiter-
nador , as tensões podem ser representadas como mostra a Fig. 6-4c. A queda
IaRa está sempre em fase com a corrente de fase na armadura, e a queda em quadra-
tura , na reatâ ncia s í ncrona IaXs , se adianta de 90° em relaçã o à corrente da armadura .
Indicando Egf em fun çã o de suas componentes horizontal e vertical , encontramos

Egf = ( Vf cos 6 4- IaRa ) + j ( Vf sen 6 - IaXs ) ( 6- 5)

Pelo diagrama da Fig. 6-4c e pela Eq . (6-5), nota-se que, para a mesma tensão
nominal dos terminais, por fase, se requer uma tensã o gerada que é menor para
um fator de potência em adianto do que para um fator de potê ncia em atraso. Isto
é indicado pelo exemplo seguinte :

EXEMPLO Repita o Exemplo 6-1 para determinar a tensã o gerada por fase a plena carga
6 -2: para :
a. Uma carga de fator de potência 0,75 em avanço.
b. Uma carga de fator de pot ência de 0,4 em avan ço.

Solução :

Do Exemplo 6-1,
IaRJiase = 250 V
laXJfase = 2.500 V
a. Para o fator de potência de 0,75 em avanço
Eg = < vf COS e + 1 RJ + j ( Vf sen 6 - I X a ) -
(6 5)

= [(2.660 x 0,75) + 250] -l- j [(2.660 x 0,676) - 2.500] =


= 2.250 - j 730 = 2.360 V/fase
b. Para o fator de potência de 0,4 em avanço
E g = [(2.660 x 0,4) + 250] + j [(2.660 x 0,916) - 2.500] (6-5)

= 1.314 j'40 = 1.315 V/fase

Note-se que a tensão gerada é menor que a tensã o nos terminais para ambos
os fatores de potência e decresce à medida que o fator de pot ência se torna mais adian-
tado.
RELA çõES DE TENSã O EM MáQUINAS CA — ALTERNADORES 175

6-8. REGULAÇÃO DE TENSÃO DE ALTERNADORES


SÍ NCRONOS CA PARA V Á RIOS FATORES DE POTÊ NCIA
Os exemplos precedentes serviram para ilustrar duas facetas do efeito de
cargas em atraso ou em avanço sobre a tensã o gerada pelo alternador e, por sua
vez, na regula çã o de tensã o, ou seja : ( 1) quanto mais baixo for o fator de pot ência
em avan ço, maior ser á o acr é scimo da tensão desde a vazio ( Egf ) at é plena carga
( Vj ) ; e ( 2) quanto mais baixo for o fator de pot ência em atraso, maior ser á a
diminuição da tensã o desde a vazio ( E g f ) at é plena carga ( V f ) . Isto pode tam-
bé m ser visto através da representaçã o gr á fica feita a partir dos valores daqueles
exemplos, como mostra a Fig. 6-5.
A figura també m indica que, aumentando-se o fator de potência de uma carga
em atraso at é que ele se torne unitá rio, isto ainda será insuficiente para produzir
uma regula çã o de tensão de zero por cento, e que a tensã o nos terminais ainda
apresentar á uma queda quando a carga aplicada ao alternador é resistiva pura.
A figura també m mostra os efeitos da reaçã o da armadura , discutidos na Seç. 5-9.
Para cargas em avanço , o efeito da reaçã o de armadura é magnetizante e tende a
produzir uma tensã o gerada adicional quando a carga é aplicada, produzindo
uma regulaçã o negativa , como mostra a Fig. 6-4d . Esta tensã o gerada elevada
é mais do que suficiente para compensar a queda de tensã o interna resistiva na
armadura . A um especí fico fator de potência em avanço, como mostra a Fig.
6- 5, a magnetizaçã o adicional , produzida pela reaçã o da armadura , é suficiente
para equilibrar as quedas internas, e a regula çã o de tensã o é zero.

, 4.820 V L0 *

4
3.845 V &e.
" 4
*p
3
rv
> - - 2.660 V
JdL a*

o
- 2.660 V (Tensão,nominal
£ ,
)
£ pp 0,75 em avanç ^
2.360 V
i. ^
k *•
o
o.
o
8
0 )
H 1.315 V

Carga nominal

0 25 50 75 100 125 150 175 200


Corrente de armadura por fase— A
Fig. 6 5 - — Regulagem de tensã o de um alternador para vá rios fatores de potência.
176 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Para cargas em atraso, a rea çã o da armadura é desmagnetizante (Seç. 5-9


)
e o seu efeito na redução da tensão gerada al m, é das quedas de tensã o internas
na resistê ncia e reatâ ncia da armadura , resulta num rá pido decréscimo na tensão
dos terminais, ao aplicar-se a carga, como mostra a Fig. 6-5.
A regulaçã o de tensão de um alternador é a mesma que para um gerador CC,
ou seja :
V -V
R% ( regulação em percentagem ) = — x 100 ~ ( 3 9) -
K
e é usualmente calculada em valores por fase, embora possam ser
utilizados os
valores de tensões de linha com os mesmos resultado s .

EXEMP LO Calcule a regulaçã o de tensão para os quatro fatores de potê


ncia mostrados
6 - 3 : na Fig. 6- 5 e calculados nos Exemplos 6- 1 6 2
e - .

Solução :
a. Para fator de potência 0,75 em atraso
4.820 - 2.660
R% = x 100 = 81 ,3 por cento
2.660
b. Para fator de potência unitário
3.845 - 2.660
R% = x 100 = 44,4 por cento
2.660
c. Para fator de potência 0,75 em avanço
2.360 - 2.660
R% = x 100 = — 11,25 por cento
2.660
d . Para fator de potência 0,4 em avanço
1.315 - 2.660
R% = x 100 = - 50,6 por cento
2.660
i
i Deve-se notar que a regulação de um gerador CC de excitação independente
(cuja tensã o cai com a aplica çã o de carga devido à resist ência e à reaçã o da
arma -
de um alternado r sí ncrono CA excitado inde-
dura ) é inerentemente melhor que a geralmen te de
pendentemente . Uma vez que as cargas elé tricas comercia is sã o
natureza indutiva ( fator de pot ência em atraso) , a tensã o de um alternador
excitado
e cair á devido à resist ê ncia , à reat â ncia , e à rea çã o da armadura .
independentement
O efeito da reaçã o da armadura em um gerador CC é, principalmente
, de mag -
r
netização transversal e ligeiramente desmagnetizante, enquanto que no alternado
suá, componente desmagnetizante é o fluxo da armadura </> a , sen 6 ( Se ç . 5 -9) .
Mais ainda , os efeitos da reaçã o da armadura são compensados em uma m -
á
quina CA ; mas, embora se tenham feito numerosas tentativas para produzir-
se
uma a çã o de compensaçã o perfeita em alternadores para opor-se à reaçã o da arma -
dura em vá rios fatores de potência, nenhuma delas teve sucesso. Na prá
tica , pois ,
sua sa í da é
a regulação inerentemente pobre dos alternadores é ignorada e em
res de
mantido um valor constante de tensão nos terminais, através de regulado
a excita çã o do
tensão externos , que aumentam ou diminuem automaticamente
RELA çõES DE TENS ã O EM M á QUINAS CA ALTERNADORES 177
I
campo a partir de um gerador CC (excitatriz) , conforme varia a carga
elétrica e
o seu fator de potência. A excitatriz é usualmente montada no mesmo
eixo da
m áquina prim á ria e do alternador. Suas características estão normalmente
inti-
mamente relacionadas com a regulaçã o do alternador , isto é, se a excitatr
iz deve
manter a tensão constante em uma gama extensa de carga, os
limites de corrente
do campo, capacidade e potência da excitatriz dependerão do
valor da corrente
de campo necessá ria para que o alternador mantenha uma
boa regulação.

6-9. IMPEDÂ NCIA SÍ NCRONA

A diferen ça entre a tens ão gerada , E g f , e a tensão nos terminai


s, V f , por fase
de um alternador , conforme estabelece a Eq. (6- 1 ) e mostra Fig
a . 6-4a , é a queda
de tensão na impedância sincrona,
laZs. Esta mesma diferença existe, de fato,
entre Vf e Egf para qualquer fator de potência e qualquer carga
, como mostram
os v á rios diagramas da Fig. 6-4. A queda de tensão na imped â ncia s
será sempre a soma fasorial da queda de tensã o na resist ência efetiva
í ncrona
da armadura
por fase e das quedas de tensão em quadratura equivalentes
devidas à reat â ncia
e à reação da armadura por fase, para a mesma carga. Todas as quedas
de tensão
compreendendo a impedâ ncia sí ncrona são, por definição,
tomadas em relação
ao valor de plena carga, Ia . O diagrama fasorial indicado na Fig. 6
de armadura, 7tf , como referência . Se cada uma das quedas de tens
-6a usa a corrente
ma fasorial for dividida pela corrente de armadura, obter-se-á umã trino diagra -
o
ângulo de
impedâ ncia, no qual a resistência efetiva da armadura, a
reatâ ncia síncrona em
quadratura e a imped â ncia sí ncrona por fase sã o representadas
como se mostra
na Fig. 6-6 b.

<4/
NT IA ZS xs
ff ff
IQ
Io Ra Ra
( a ) Diagrama vectorial . ( b) Triâ ngulo de
impedâ ncia.
Fig. 6 6-— Diagrama fasorial e triâ ngulo
de imped â ncia para imped â ncia sí ncrona
de um alternador.

O conceito de uma impedâ ncia sí ncrona interna equivalente, como parâ metro
de um alternador CA. é semelhante ao da resistência interna do circuito equiva
lente da armadura de uma m á quina CC ( Fig . 3- 1 ). Conhecendo-se a resistê
-
ncia
do circuito da armadura de uma m á quina CC, é possí vel calcular-se a tens
ã o nos
terminais de um gerador CC e a fcem de um motor CC, para qualquer valor
de
carga. Semelhantemente, se se conhecem a resistência efetiva da armadu
ra e a
178 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

-
reat â ncia sí ncrona por fase, é possí vel calcular se a fem gerada de um alternador
ou motor sí ncrono. A vantagem do conceito da imped â ncia sí ncrona é que ele
possibilita tratar-se a queda de tensão em quadratura , necessá ria para superar
a tensã o devida à reação da armadura , como uma componente da impedâ ncia
reativa . Isto é permissí vel, uma vez que esta tensão está sempre em quadratura
com a corrente da armadura, como se mostrou anteriormente.
A imped â ncia sí ncrona e a resistê ncia efetiva por fase são determinadas atra -
vés de ensaios especí ficos, numa técnica chamada de método da impedância s íncrona.
Os resultados d ã o um valor da reat â ncia síncrona que, quando usados nas vá rias
equações de tensão, fornecem uma regulação de tensão para o alternador que é algo
maior que a obtida por carregamento direto. Por isso, o método da impedâ ncia
sí ncrona é chamado de um “ método pessimista” . Mas a sua simplicidade, aliada
à certeza de que ã máquina, no seu desempenho real, produzirá uma melhor regu-
laçã o, levou ao seu uso quase universal. 3

-
6 10. O MÉTODO DA IMPEDÂ NCIA SÍ NCRONA (OU FEM)
PARA O CÁ LCULO DA REGULAÇÃO DE TENSÃO

Um ú nico alternador comercial pode ter uma capacidade tão elevada como
500.000 kVA ou 500 milhões de watts, a um fator de potência unitário. Carregar
um tal alternador eletricamente, para determinar suas características de tensão
(e rendimento), é razoavelmente difícil ; e para obter-se uma tal carga , ter íamos
que “ tomar emprestada” uma cidade bastante grande. Mais ainda, se o alter-
nador foi construído numa usina elé trica , destinado ao uso com turbinas a vapor
ou hidrá ulicas especí ficas, nã o há garantia de que se disponha nas proximidades
da usina de máquinas primárias suficientemente grandes para acionar o alterna-
dor à sua carga normal. Costuma-se, pois, testar máquinas de grande capacidade
através de uma técnica “convencional ” a vazio, que duplicará ou simulará^ as con-
dições de carga. Tal técnica utiliza^ para a sua execuçã o, apenas uma parcela de
^

potência que seria requerida para o carregamento direto O método utilizado


^ é mostrado na Fig.
para a determinação da resist ência efetiva de armadura por fase
6-7a. O método da imped ância síncrona , consistindo dos testes de circuito aberto
-
e curto-circuito, é mostrado nas Figs. 6 7b e c. Todas as três medidas são neces
sá rias para a determinaçã o da regulação.
-
A resistênçmefetiva da armadura por fase pode ser calculada a partir do ensaio
-
a CC mostrado na Fig. 6-7à. Imagina se que a armadura esteja ligada em estrela
( mesmo se estiver ligada em delta, a hipótese de que a liga ção é estrela produz
o mesmo resultado). E usual a utiliza ção de uma fonte CC de baixa tensão e do
mé todo do volt í metro-amperí metro, em lugar de uma fonte CA e um wattí metro.
Usa-se CC porque o método CA incluiria as perdas por acoplamento magnético
3
Outros métodos, tais como o método da fmm ( um método otimista ), o método de Potier,
o método da reatâ ncia sí ncrona ajustada e o método da ASA (empregado principalmente no cálculo
da corrente de campo necessária para operaçã o em condições especí ficas de carga e fator de potência)
estão fora do escopo desta obra.
RELA çõES DE TENSãO
,
EM Má QUINAS CA — ALTERNADORES 179
na estrutura polar e no ferro em torno dela , conduzindo a valores esp ú rios. A
resist ência a CC por fase é

1 Leitura no voltimetro V
* « = 2 Leitura no amper í metro ~
A x 2
A resist ê ncia a CA por fase é obtida multiplicando-se a resistê ncia a CC por
um fator que varia entre 1,2 e 1,8, dependendo da frequência, qualidade do isola-
mento, tamanho e capacidade, etc. Para o caso presente, utilizamos um fator
1 ,5 no cálculo da resistência efetiva da armadura por fase (a CA).

Estator do alternador
S
A

í RCC =
V
A x 2
CC
© '
,
3

[ S2 RCA*1* 5 RCC
( a ) Medida da resist ê ncia ( efetiva ) por fase
da armadura CA ou CC.
Alternador
Curto-circuito

NR
S
000 \ 2 IV
0 -
© —
A| -f - A 2 + A 3
J Egf s 7T 3

( b ) Ensaio a circuito aberto. -


( c ) Ensaio de curto circuito.

Fig. 6-7 — Ligações do circuito de ensaio para determinação da impedâ ncia sí ncrona.
Conforme se estabeleceu acima, o ensaio da impedâ ncia sí ncrona consiste
de duas partes : *

1. O ensaio a circuito aberto. Obtém-se uma curva de magnetização (a vazio) excitando


independentemente o alternador, e acionando-o à velocidade síncrona. Um amperí-
metro CC é ligado ao circuito de campo, para que se leia a corrente de campo, e um
voltímetro CA é ligado a quaisquer dois terminais do estator, para se ter a tensão de
-
linha Vv Faz se um nú mero suficiente de leituras, partindo de uma corrente nula de
campo, tanto abaixo como acima do joelho da curva. Em cada caso, a corrente de campo,
~
Ip e a tensão gerada por fase, Egf (isto é^ V f / y f 3 ), são registradas e desenha se uma -
-
curva de saturação como mostra a Fig. 6 8. Da mesma forma que numa curva de mag -
netização a CC, os resultados devem ser tomados numa direção, para evitar se laços
secundários da histerese.
-
180 M áQUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

2. O ensaio de curto-circuito. A caracter ística de curto-circuito é tomada ligando-se •

amperímetros para ler as correntes de linha (mesmo que o alternador esteja ligado
em delta). A corrente de campo é ajustada a zero, e o alternador é acionado à velocidade
sí ncrona. Faz-se a leitura de pares de correntes, corrente CC de campo versus corrente
CA da armadura em curto-circuito. Os resultados são levados a um gráfico como mostra
-
a Fig. 6-8. Deve-se notar que esta curva é completamente linear ; isto é evidente a partir
da Eq. (6-1) e da Fig. 6-6a. A curto-circuito, a tensão nos terminais do alternador é
zero. Toda a tensão gerada por fase Egf é empregada para equilibrar a queda na impe
d â ncia síncrona interna, IaZs, por fase. Uma vez que Zs é quase, constante para uma
-
dada máquina, a corrente de curto-cirquito varia diretamente proporcional à tensão
gerada e à corrente de campo necessária para produzi-la (abaixo da saturação). Uma
vez que a impedância interna é uma carga de baixo fator de potência, extremamente
atrasada, o seu efeito desmagnetizante é tal que reduz o fluxo de campo (e a tensão ge
rada) consideravelmente. Assim, podem utilizar-se correntes de campo razoavelmente
-
grandes, sem que se produzam correntes de curto-circuito em excesso.

erj
o
I< >
i

0

T3
O)
LU
cu
Curva de magnetização
a circuito aberto
2|
3
O
a
V CD
o T3 Corrente de curto-
2
o
-o ro _
< &
.
b
I
circuito por fase

& o> c
Sl É I ^ Corrente nominal
o o 0 Si
U a
Corrente de campo ( A )

-
Fig. 6 8
— Caracterí sticas a vazio e de curto-circuito de
um alternador sí ncrono.

Quando a corrente de curto-circuito da armadura por fase é igual à corrente


de plena carga, ou seja , à corrente nominal , e quando a velocidade e , portanto ,
a frequência do alternador corresponde a seu valor nominal , se se abrisse o curto
enquanto se mantivesse constante a corrente de campo , a tensão gerada por fase
poderia ser medida entre os terminais da armadura a circuito aberto . A utilização
das curvas permite o uso desta técnica com um perigo menor para a máquina e os
operadores , uma vez que a tensão pode chegar a 13.200 V / fase, ou mesmo mais.
Como mostra a Fig. 6-8, o ponto ob representa a corrente nominal de armadura
por fase e a corrente de campo ; e oa , a excitação necessária para produzir a cor-
rente de curto-circuito . Mas esta mesma excitação produzirá uma tensão gerada
a circuito aberto EgJ . correspondente ao ponto oc. Uma vez que a tensão nos ter -
minais é zero na Eq . (6- 1 ), podemos escrever
Egf . = IZS OU z/ = V7 . ( 6- 6)
RELAçõES DE TENSãO EM MáQUINAS CA ALTERNADORES 181

onde Ia é a corrente a plena carga *ou nominal por fase


E9 f é a tensã o a circuito aberto produzida pela mesma corrente de campo
que fez circular a corrente nominal por fase, no ensaio de curto-
circuito
zf é . a imped â ncia sí ncrona por fase.
As vá rias equações de regulação de tensão’ são estabelecidas em funçã o das
I quedas de tensã o produzidas pela resistê ncia efetiva da armadura e pela reat â ncia
sí ncrona por fase, e„ assim , -
X\s = Z fJ - Ra (6-7)
onde é a reatâ ncia sí ncrona por fase
Xs
Zf é a imped ância síncrona por fase, determinada pelo ensaio de curto-
*

circuito e Eq. (6-6) acima


Ra é a resistência efetiva da armadura por fase, determinada pelo ensaio
de resistência a CC acima.
É també m possí vel combinar as Eqs. (6- 1 ) a (6- 5), inclusive, numa ú nica equa -
ção geral, que vale para todas as condições de fator de potê ncia e de carga , isto é,
,
E f = ( Vf cos 6 = IaRJ + j ( Vf sen 0 ± IaXJ ( 6-8 )
onde todos os termos são os que aparecem na Eq. (6-5), e onde o sinal -+- é usado
I para cargas em atraso e o sinal - é usado para cargas em avan ço.

EXEMPLO Um alternador trif ásico de 110 kVA, 1.100 V foi testado de acordo com o proce-
6 -4 : dimento indicado, para que fosse determinada a sua regulação sob as vá rias
condições de carga e fator de potência. Os dados obtidos foram os seguintes:
Ensaio de resist , a CC Ensaio a vazio -
Ensaio de curto circuito
E (entre linhas ) = Corrente de campo = Corrente de campo =
= 6 V CC = 12,5 A CC = 12,5 A CC
/ ( linha ) = 10 A CC E entre linhas = Corrente de linha = cor-
= 420 V CA rente nominal

Com os dados acima, imaginando que o alternador está ligado em estrela, calcule:
a. A resistência efetiva, a reatâ ncia e a impedância síncrona por fase
b. A regulação de tensão do alternador para fatores de potência de 0,8 em avanço
e em atraso.

Solução :

Imaginando que o alternador está ligado em estrela :


kVA x 1.000 1.000.000
a. Ia nominal =

Vx 6 V
V sfT .
1.100 x 1,73
= 52,5 A

^ —
cc 2 ~ 2 x 10 = 0,3 Q/enrolamento e
ia
RCA = 0,3 X 1 ,5 = 0,45 íí /fase
Z /, =
^ia = yy 420
x 52,5
= 4,62 O/fase (6-6)

r -
182 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Xs = Zf - Ra = V (4,62) - (0,45)
2 2
= 4,61 ítyfase [da Eq . (6-7)]
VI, 1.100
b. F/ = = 635 V/fase
/3
laRa = 52,5 ^
A x 0,45 O = 23,6 V/fase
IaXs = 52,5 A x 4,61 Q = 242 V /fase
Para o fator de potência de 0,8 em atraso
Egf = ( Vf cos 9 + IaRa ) + j { Vf sen 9 4 IaXa ) [da Eq. (6 8)] -
= (635 x 0,8 4 23,6) 4- 7 (635 x 0,6 -I- 242)
= 530 4 j 623 = 820 V/fase
R% =
V Vn
x 100 — 4 (3-9)
K
820 - 635
x 100 = 29, 1 por cento
635
Para o fator de potência de 0,8 em avan ço
Egf = ( Vf cos 9 + laRa ) + j ( Vf sen 9 - IaXs ) (Eq. 6-8)

= (635 x 0,8 4 23,6) + j (635 x 0,6 - 242)


s

= 530 + j 139 = 548 V /fase


R% =
548
635

635
x 100 (3-9)

= - 13,65 por cento

-
EXEMPLO Repita o Exemplo 6 4 supondo que o alternador está ligado em delta e as
6 -5 : medidas feitas são as mesmas.

Solução :

Admitindo o alternador ligado em delta :


Vt = Vf = 420 V (do ensaio de curto-circuito)
1 h 52,5 A = 30,31 A
h= ff 1,73
420 V
13,86 Cl/fase
30,31 A ==
Reff em A = 3 x Reff em estrela = 3 x 0,45 í f /fase = 1,35 Q/fase
Xs = VZJ - R\í = V ( 13,86)2 - (1,35)2 = 13,8 íl/fase
f (6-7)

Note-se que, em cada caso, a resistência equivalente, a reatâ ncia e a impedâ ncia
por fase ligada em delta é três vezes o valor correspondente à ligação em estrela
( veja Exemplo 6-4).
Tensão nominal Vx = Vf = 1.100 V e If = 30,31 A/fase

Iana «,30,31 x 1,35 = 40,8 V/fase


IaXs = 30,31 x 13,8 = 4,19 V/fase
RELAçõES DE TENSãO EM MáQUINAS CA — ALTERNADORES 183

i Para o fator de potência de 0,8 em atraso


Egf = ( Vf cos 0 4- IaRa ) + j ( Vf sen 9 + IaX 5 ) (6-8 )
= ( 1.100 x 0,8 4- 40,8 ) 4- j ( 1.100 x 0,6 4- 419)
= 920,8 4- j 1.079
= 1.421 V/fase
_
R % = V V x 100 ( 3- 9)
K
1.421 - 1.100
x 100
1.100
= 29, 1 por cento (como no Exemplo 6-4)
Para o fator de potência de 0,8 em avanço
Egf = ( Vf cos 6 + IaRa ) + j ( Vf sen 0 - IaXs ) (6-8)
= (1.100 X 0,8 4- 40,8) 4- j (1.100 x 0,6 - 419)
= 920,8 + j 241
= 950 V /fase ( 3-9)
950 - 1.100
R% = X 100
1.100
= — 13,65 por cento (como no Exemplo 6- 3 ).
Os Exemplos 6- 3 e 6-4 provam conclusivamente que, independente da hipótese
feita (estrela ou delta) para o tipo de ligação do alternador, se os cálculos forem
efetuados consistente e completamente , obter-se-ã o os mesmos resultados. A hipó-
tese da liga çã o em estrela é recomendada , devido à relativa simplicidade com que
se calculam os valores da resistência a CC e efetiva entre linhas. Alé m disso, a
maioria dos alternadores é, de fato, ligada em estrela, uma vez que a ligaçã o com
neutro permite que se forneça um circuito de proteçã o em relação à terra . Além
disso, a ligaçã o em estrela produz automaticamente uma tensã o de linha mais
elevada para uma dada tensã o de fase, e é por isto preferida onde se deva trans-
mitir uma potência CA a grande distâ ncia.

.
6-11 HIPÓTESES INERENTES AO M ÉTODO DA
IMPEDÂ NCIA SÍ NCRONA

O exame da Fig. 6-8 e da Eq . (6-6) revela que a impedâ ncia sí ncrona é, sempre,
a rela çã o do valor tirado da curva correspondente ao circuito aberto para o da
curva de curto-circuito. Quando as duas curvas são lineares , a impedâ ncia sí n-
crona é constante , isto é, a relação entre dois pontos em linhas retas. Acima do
joelho da curva de saturaçã o, entretanto, diminui a imped â ncia sí ncrona conforme
as curvas se aproximam . Como mostra a Fig. 6-8, a impedâ ncia sí ncrona é obtida
bem abaixo da saturaçã o e é, por isto, maior que sob as condições normais de ope-
ração. O que é pior, entretanto (como se pode ver nos Exs. 6-3 e 6-4), é o fato da
resist ê ncia da armadura ser desprezí vel quando comparada à reatâ ncia sí ncrona
por fase. Sob as condições de curto-circuito, portanto, a corrente da armadura
se atrasa em relaçã o à tensã o gerada , de quase 90°, e a reaçã o da armadura é quase
184 M á QUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

totalmente desmagnetizante , muito maior que sob as condições normais


. Este
efeito desmagnetizante reduz ainda mais o grau de saturação. O efeito devido
à reaçã o da armadura é, pois, demasiadamente pronunciado e os correspondentes
, sã o
valores da reatâ ncia e da impedâ ncia sí ncrona , calculados por este método
grandes demais. Algumas vezes tenta-se compensar isso reduzindo , a reat â ncia
sí ncrona de 0,75 do valor calculado.
Outra hipó tese refere-se às Figs. 6- 3 e 6-4, onde admitimos que os efeitos
do fluxo da reação da armadura induzem uma tensão que pode ser somada à queda
de tensã o na reatâ ncia da armadura , e que esta tensã o é funçã o da corrente de
carga . Nenhuma destas hipóteses é absolutamente correta , uma vez que o deslo-
camento do fluxo da armadura varia com o fator de potê ncia bem como com a
apre-
corrente de carga , e a distorçã o produzida no fluxo principal do campo se
senta como mostra a Fig. 5- 3. Assim , o fluxo da armadura e sua fem resultante
( razã o pela qual este m étodo, algumas “vezes, é chamado de mé todo da fem não
)
podem ser imaginados como estando sempre em fase com a reat ância da armadura .
Outra hipótese ainda feita é a de que o caminho do fluxo da armadura , pro-
duzido pela sua respectiva fmm , é constante através do ferro da armadura , do
entreferro, e dos pólos do campo. Conforme o fluxo da armadura se desloca com
o fator de potê ncia , a relutâ ncia do circuito magn ético varia , principalmente para
as máquinas que dispõem de pólos salientes e de grandes espaços interpolares.
Esta variaçã o na relut â ncia e no fluxo da armadura com o fator de potência , ao
invés de com a corrente de carga, ocasiona algumas diferen ças entre os valores
reais ( por carregamento direto) da regula ção e os calculados pelo método da impe-
d â ncia sí ncrona.
A despeito das imprecisões teóricas do mé todo da fem ou da imped
â ncia
sí ncrona , para a determina çã o de regulaçã o , ele é efetivamen te o mais simples
no que diz respeito a ensaios , cálculos e compreensão. Os valores “ pessimistas”
a que ele conduz para a reat â ncia s í ncrona n ã o constituem propriamente uma
4

desvantagem quando nos conscientizamos disso e podemos permitir tolerâ ncias.

\ 6-12. CORRENTE DE CURTO CIRCUITO E O USO-


DE REATORES PARA LIMITE DE CORRENTE
)
Embora os alternadores estejam protegidos por disjuntores e outros disposi-
tivos para proteção em rela ção à sobrecarga , estes poderã o requerer alguns ciclos
para que respondam a ela. No instante do curto-circuito, apenas a resist ência
quase desprez í vel do alternador limita a corrente, uma vez que, apenas após alguns
ciclos , a reaçã o da armadura enfraquecerá apreciavelmente o campo desmagne-
tizando-o. Este afluxo momentâ neo de uma corrente m á xima de curto-circuito
4
Um mé todo mais acurado, algumas vezes utilizado na determina çã o da reatâ ncia sincrona,
é o chamado “ método do escorregamento”, que utiliza as componentes da reat â ncia sí ncrona :
do eixo em quadratura. Desenham-se
Xd , reatâ ncia sí ncrona do eixo direto, e Xq> reatâ ncia sí ncrona
diagramas vectoriais, usando as variações destas reat â ncias para a posiçã o dos pólos em relação
ao estator , e o valor E é determinado a partir dos diagramas. Os detalhes deste mé todo estão
alé m do escooo desta obra ^ ; informações adicionais podem ser encontradas em B. L. Robertson e
L. J . Block, Electric Circuits and Machines, Second Edition, Princeton, Van Nostrand, 1957, p. 221-7.
RELA çõES DE TENSãO EM Má QUINAS CA — ALTERNADORES 185 *

%
pode ser excessivo , a ponto de implicar em dano para chaves , barramentos e mesmo
para os enrolamentos da máquina. Costuma se, pois
- , colocar reatores de limitação
da corrente, que consistem de espiras de cabos calibrosos ou barras, em sé rie
com cada fase do estator do alternador , externamente à máquina. Sem os rea-
tores em sé rie , a corrente de curto-circuito pode atingir valores da ordem de dez
vezes a corrente de plena carga. Com os reatores em série, é usual limitar-se aquele
valor a cerca de duas vezes a corrente de plena carga , criapdo os reatores uma
queda na impedâ ncia (quase uma reatâ ncia pura) da ordem de vinte por cento
da tensã o nominal do alternador . Transcorridos poucos ciclos de afluxo da cor-
rente, a reaçã o da armadura reduz a corrente de curto-circuito do valor má ximo
para o seu valor equilibrado ou constante de curto-circuito, que pode ser simul
-
taneamente interrompido pelos equipamentos de sobrecarga.
É principalmente devido à proteção do curto-circuito que não se tenta com-
pensar a reaçã o da armadura em alternadores grandes ( ver a última sentença da
Seç. 5-7). Em vez disto, costuma se projetar alternadores com uma relação ele
-
vada entre os valores da reatâ ncia sí ncrona da armadura e da resistência para
-
reduzir a corrente constante de curto-circuito a aproximadamente o valor da cor-
rente nominal , como mostra o exemplo seguinte.

E X E M P L O Um alternador trifá sico de 165.000 kWA , 11.000 V, ligação estrela tem uma
6 -6 : reatâ ncia sí ncrona de 1,0 ohm e uma resistê ncia de armadura de 0,1 ohm fase
Calcule :
/ .
a. A máxima corrente de curto-circuito no instante do curto e da sobrecarga.
b. A corrente permanente de curto-circuito e sobrecarga.
c. A má xima corrente de curto-circuito com reatores de 0,8 Q de reatâ ncia fase
/
e resistência desprezí vel.

Solução :
"

^ _ 11.000
,
Er/ nominal = —
T^ T7T = 7.040 V
"

kVA x 1.000 165.000 x 1.000


Ir/ nominal = = 7.810 A
3 E/ 3 x 7.040
E 7.040 V
a. / max = 70.400 A
R/ 0,1 Q
70.400 A
sobrecargâ = 7.810 =9 x corrente nominal
A

E 7.040 V
b. I permanente
z/ i n = 7.040 A
7.040 A
sobrecarga = 0,9 x corrente nominal
7.810 A =
E 7.040 V 7.040 V
c. / max
z t Õ,1 + j 0,8

0,814 Q = 8.640 A
186 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

BIBLIOGRAFIA
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1

RELA çõES DE TENSãO EM Má QUINAS CA ALTERNADORES 187

QUESTÕ ES

-
6 1 . Para um alternador, estabeleça :
a. A relação entre o torque eletromagnético desenvolvido nos condutores da armadura
e o torque aplicado pela m áquina primá ria que aciona o alternador.
b. A relação entre a tensão gerada na armadura por fase, a corrente de armadura e a
tensã o nos terminais da armadura, também por fase.
c. As rela ções expressas em ( b) em forma de uma equação.
d. A equaçã o da tensão gerada por fase em termos de n ú mero de espiras por fase.
6-2. Um estudo de máquinas CC mostra que se gera CA nos condutores de uma armadura
girante. Isto leva à possí vel vantagem da construção de uma m áquina universal capaz
de suprir CA ou CC (ou ambas), tendo armaduras girantes e campos estacionários.
Explique :
a. Por que raramente se utiliza a máquina universal.
b. Dê 7 razões convincentes para a utilização de armaduras estacioná rias e campos
girantes em máquinas CA.
6-3. a. Descreva dois tipos construtivos de campos girantes utilizados em alternadores.
b. Que fatores determinam a escolha do tipo construtivo ?
c. Como é possí vel distinguir-se entre os dois tipos construtivos com base na aparência
geral ?
6-4. a . Desenhe o circuito equivalente de um alternador trifásico de ligaçã o estrela, ligado
a uma carga trifásica equilibrada reativa.
b. Escreva a equação que expressa a relação entre a tensão gerada por fase e a tensão
nos terminais por fase, incluindo os fatores que são responsá veis pela diferença
entre elas.
6-5. Desenhe diagramas fasoriais mostrando a relação entre V f c E q f para cargas com :
a . fator de potê ncia unitá rio
b. fator de potência em atraso
c. fator de potê ncia em avan ço.
-
6 6. a. Com base nos valores de fase, represente as características de tensão-carga de um
alternador para as três condições da questão 6-5 acima ,

b. Sob que condições de carga é possí vel para um alternador ter sua regulação nula ?
6-7. a. Compare a regulação de tensão inerente a um gerador CC de excitação independente
com a de um alternador de excitação independente e enumere as vantagens daquele.
b. Explique por que motivo a reaçã o da armadura é sempre compensada nos geradores
CC, mas nunca o é nos alternadores CA.
6-8. a. Defina impedâ ncia sí ncrona .
b. Quais são as vantagens deste conceito e onde o utilizamos ?
-
6 9. Em relação ao ensaio da impedâ ncia sí ncrona para determinar a regulação em tensão
do alternador :
a . desenhe as ligações do circuito de ensaio
b. descreva as precauções requeridas para a medida da resist ência efetiva da armadura
e explique por que se faz uma medida de CC em vez de CA
c. explique por que se utiliza um m étodo convencional para predizer a regulação em
tensã o e o rendimento, em vez do carregamento direto
d . explique que precauções são necessá rias para realizar-se o ensaio a circuito aberto
e. descreva o ensaio de curto-circuito.
6-10. Para o método da impedâ ncia síncrona, explique :
a . por que é chamado um “ método pessimista”
b. por que Zs, calculada a partir das curvas da Fig. 6-8, não é constante, mas decresce
para os valores maiores da corrente de campo
188 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

c. pelo menos quatro hipó teses do m é todo que n ão sejam equivalentes ao carregamento
direto e que, por isso, causem diferenças no cálculo da regulaçã o
d . por que o utilizamos apesar destas desvantagens.
6- 11 . a. Explique por que os altemadores são intencionalmente projetados para ter uma
relação elevada da reatâ ncia da armadura para a sua resistência.
b. Sob que condições utilizam -se reatores limitadores de corrente ?
6- 12. Admitindo que um altemador ligado em delta é ensaiado pelos métodos mostrados
na Fig. 6-7 e que todas as medidas sã o feitas de tensões entre linhas e correntes de linha,
explique por que:
a . obtê m-se os mesmos resultados supondo-se que o altemador é ligado em estrela
b. é preferível imaginar-se que o altemador está ligado em estrela
c. é necessário manter-se a hipótese em todos os sentidos durante todos os cálculos.

PROBLEMAS

6-1. Calcule :
a. O n ú mero necessá rio de pólos para que um altemador, acionado por uma m áquina
prim á ria de 720 rpm, gere uma tensão CA na frequência de 60 Hz.
b. De dois a dez pólos, calcule as diferentes velocidades das máquinas primá rias re-
queridas para gerar-se 25 Hz .
c. A frequência produzida num altemador de 10 pólos acionado por uma máquina
prim á ria de 800 rpm.
6-2. Dado um altemador sí ncrono de quatro pólos, 60 Hz, acionado a 1.000 rpm, calcule
a. O efeito em sua tensão gerada.
.
b O efeito em sua reatâ ncia de dispersão da armadura .
c. O efeito em sua reação da armadura .
6-3. Um altemador de 600 kVA , 125 V, ligação em delta é religado em estrela. Calcule
seus novos valores nominais em :
a . volts
b. ampè res
c. quilovolt-ampères.
6-4. Um altemador de 1.000 kVA , 440 V , ligação em estrela é religado em delta . Calcule
seus novos valores nominais em :
a . volts
b. ampères
c. quilovolt-ampères.
6-5. Um altemador ligado em delta alimenta uma carga resistiva, também ligada em delta,
que requer 150 kW a 550 V. Calcule
a. A corrente de linha.
b. A corrente de linha entregue à mesma carga resistiva e a potência total dissipada,
se o altemador for religado em estrela e acionado à mesma velocidade e excitação
do item anterior.
6- 6. Uma carga trifásica de 10 Q/ fase pode ser ligada por meio de chaves em estrela ou delta.
Se ligada a um altemador trifásico, de 220 V, calcule
a . A potência dissipada na ligação em estrela.
b. A potência dissipada na ligação em delta.
c. A relação de ( b) para (a).
6-7. Um altemador trif ásico entrega 500 kW a um grupo de motores de indu ção com
fator
de potê ncia de 0,8 em atraso. Se a capacidade do altemador é 750 kVA, calcule
r
RELA çõES DE TENSã O EM Má OUINAS CA ALTERNADORES 189

a . O n ú mero de lâ mpadas de 100 W que pode ser alimentado, além dos motores, sem
que o altemador ultrapasse a sua carga nominal .
b. Repita (a ) se o fator de potência dos motores cai para 0,7.
6-8. Um altemador de 1.500 kVA, 13 kV, trifásico, de ligação em estrela tem uma resistência
de armadura de 0,9 £2 e uma reatâ ncia sí ncrona de 8,0 £1 Quando ele estiver suprindo
a carga nominal à tensão nominal , calcule a tensão gerada para cargas de
a . fator de potência unitário
b. fator de potê ncia 0,8 em atraso
c. fator de pot ência 0,8 em avanço.
d . Calcule a regulação de tensão para cada uma dessas cargas e determine a melhor
regulação.
6-9. Um altemador trifásico de 2.500 kVA, 13.000 V tem uma resistência de armadura de
0,3 £2/ fase e uma reatâ ncia sí ncrona de 4,0 £2/ fase. A excitação do altemador é ajustada
em cada um dos casos para que a carga seja alimentada com a tensão nominal. Se,
uma vez feito o ajuste, a carga for subitamente removida dos terminais do altemador,
calcule a tensão por fase a vazio e o seu valor de linha para cargas de
a. fator de potê ncia unitá rio
b. fator de pot ê ncia 0,8 em atraso
c. fator de potê ncia 0,8 em avanço.
d. Calcule a regulação em tensão para cada uma dessas cargas e determine a melhor
regulação.
6- 10. Um altemador trif ásico de 2.500 kVA, 2.300 V, ligado em delta tem uma resistê ncia
de 0, 1 £2/ fase e uma reat â ncia sí ncrona de 1,5 Q/ fase. O altemador é ajustado à tensão
nominal a vazio. Calcule a sua tensão nos terminais quando passa a fornecer a corrente
nominal a um fator de potência de 0,6 em atraso.
6-11. Um altemador trifásico de 100 kVA, 220 V, ligado em estrela tem uma resistência de
armadura de 0,1 £2 por fase e uma reatâ ncia de 0, 5 £2. Supondo que, quando se lhe liga
uma carga de fator de potência 0,4 em atraso, que solicite a corrente nominal, a reação
da armadura tenha o dobro do efeito da reatâ ncia da armadura, e desprezando o efeito
da saturação, calcule
a . A tensão a vazio quando se desliga a carga, mantendo-se a velocidade e a corrente
de campo constantes.
b. A tensão a vazio necessá ria para produzir a corrente nominal, supondo que o altema-
dor esteja curto-circuitado.
6-12. A regulação em tensão de um altemador monofásico de 550 V, 100 kVA deve ser deter-
minada utilizando-se o método da impedâ ncia síncrona, a partir dos dados de ensaios
seguintes. Quando a armadura do altemador é curto-circuitada através de um ampe-
rí metro, o altemador entrega 350 A com uma corrente de excitação de 12 A. Para a
mesma corrente de excitação, quando se remove o curto-circuito, uma tensão de 350 V
é lida nos terminais da armadura. Medidas feitas com uma ponte de Wheatstone in
dicaram uma resistência de armadura de 0,1 £2. Supondo que o altemador tem uma
-
relação de resistência efetiva para ôhmica de 1, 25, calcule :
a. A imped â ncia e a reatâ ncia sí ncronas .
b. A regulação de tensão para FP de 0,8 em avanço e em atraso.
6- 13. -
Um altemador trifásico de 2.300 V, 60 Hz, 1.200 kVA é curto circuitado, posto a girar
à velocidade nominal e tem sua excitação de campo aumentada até que circule 1,5 vezes
a corrente nominal na armadura. Remove-se então o curto-circuito e, com os mesmos
valores de corrente de campo e velocidade, a tensão entre os seus pares de terminais
de linha é 1.000 V. A média das resistências a CC dos enrolamentos da armadura para
medidas entre linhas é 0, 255 £2. Supondo que o altemador esteja ligado em delta e
que 1 ,4 seja a relação da resistência efetiva para o valor ô hmico, calcule
190 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

a. Os valores nominais das correntes de linha e de fase e a resist ência a CA , por fase.
b. A queda de tensão na resistência da armadura e na sua reatâ ncia sí ncrona para a
tensão nominal.
c. A regulação de tensão para FP 0,8 em avanço e em atraso.
6-14. Repita o problema 6-13, utilizando a hipótese de que o altemador está ligado em estrela .
6-15. a. Tabule os resultados do problema 6-13, utilizando a hipótese da ligação em delta
e os problemas 6-14 utilizando a hipótese da ligação em estrela, e calcule a razã o dos
valores em delta para os valores em estrela para as quantidades seguintes : impe -
dâ ncia sí ncrona por fase, resistência da armadura a CA por fase, reatâ ncia da arma -
dura por fase, corrente da armadura por fase, queda de tensão a plena carga na
resistência da armadura, queda de tensão a plena carga na reatâ ncia da armadura,
regulação de tensão para um FP de 0,8 em atraso, regulação de tensão para um
FP 0,8 em avanço.
b. Utilizando as relações tabuladas, explique por que a regulação de tensão e as capaci -
dades em kVA para quaisquer das hipóteses devem apresentar uma relação unitá ria.

Para os dados da tabela abaixo, que correspondem aos dos problemas de 6- 16 a 6-19,
admitindo uma relação da resistência efetiva para a resistência a CC de 1 ,3, calcule a
regulação em tensão para (a) o fator de potência unitá rio e ( b) os fatores de potência
de 0,8 em avanço e em atraso.

ENSAIO DE ENSAIO ENSAIO DE


CAPACIDADE RESISTÊ NCIA A CURTO-CIRCUITO
CC VAZIO
Volts de Volts de Corrente Volts de Corrente Corrente
linha linha de linha linha de campo de linha
Ligação kVA (CC ) (CC) ( CC) (CC) ( Eficaz)
6-16. Y 2.000 2.300 eficaz 1 ,5 V 10 A 950 ef. 10 A nominal

-
6 17. A 1.000 600 10,0 nominal 275 25 nominal

6-18. Y 25 220 25,0 75 200 5 nominal

6-19. Y 500 2.300 20,0 40 800 10 nominal

6-20. a. Tabule a regulação de tensão para os fatores de pot ência unitário e 0,8 em avanço
e em atraso, conforme calculados nos problemas de 6-16 a 6-19.

b. A partir de sua tabulação, encontre relações entre os valores das regulações para
fatores de potência em avanço e em atraso, e as correspondentes aos fatores de po-
tência unitá rios.
RFLA ÇÕES DE TENSÃO EM M Á QUINAS CA — ALTERNADORES 191

i RESPOSTAS
6- 1( a ) 10 ( b) 1.500 rpm (c) 66 Hz 6- 2(a ) 0,555 E nominal ( b) mesmo (c) n ão tem efeito
f
6-3(a) 216 V ( b) 1.600 A (c) 600 kVA 6-4(a ) 254 V ( b) 2.270 A (c) 1.000 kVA 6-5(a) 157,5 A
( b) 272 A , 450 kW 6-6( a ) 4.830 W ( b) 14.490 W (c) 3:1 6-7(a) 1.500 lâmpadas ( )
b 500 lâmpadas
6-8( a ) 7.580,3 V ( b) 8.575 V (c) 7.275 V (d ) 0,798, 14,03, 0,732 por cento 6-9(a) 7.543 V ( b)
-
7.800 V (c) 7.275 V (d ) 0,439, 3,86, - 3,13 por cento 6 10.1.450 V 6- ll (a) 515 V ( b) 393,2 V
f 6- 12(a) 1a n
0,992 ( b) - 8,18, 18 por cento 6-13(a)J 3 x 174 A, 174 A ( b) 82,2 V, 661 V
( c) - 10,85, 22,2 por cento 6-14( a) 301 A ( b) 47,5 V, 384 V (c) - 10,9, 22,2 por cento
6-16 11,42,
- 14,28, 31,4 por cento 6-17 13, - 15,5, 34,8 por cento 6-18 43,6, - 4,48, 82 por cento 6-19 8,82,
- 13, 26,2 por cento.

1'

1
'
SETE

operação em paralelo

-
7 1. VANTAGENS DA OPERAÇÃO EM PARALELO
O velho prové rbio que diz “ n ã o ponha todos os ovos numa só cesta ” é o princí pio
fundamental que governa a opera çã o em paralelo. Um sistema ú til normalmente
consiste de vá rias estações centrais geradoras, todas operando em paralelo. Em
cada estaçã o central pode haver vá rios alternadores ou geradores CC operando
em paralelo . H á numerosas vantagens na subdivisã o de um sistema gerador em
vá rias centrais menores, tanto do ponto de vista econ ó mico como do militar. Estas
vantagens també m se aplicam ao uso de v á rias unidades geradoras menores, em
lugar de uma ú nica m áquina maior , embora esta ú ltima tenha um rendimento
maipr quando carregada à sua capacidade nominal . As principais vantagens da
operaçã o em paralelo de sistemas ou centrais sã o :
1. Se uma ú nica unidade de grande potência constitui uma estação e, por uma razão qual-
quer, deixa de funcionar, com isto deixará de funcionar também a esta çã o ; enquanto
que, se uma das v á rias unidades menores necessitar de um reparo, as demais ainda
estarão dispon íveis para fornecer o serviço necessá rio.
OPERA çã O EM PARALELO 193

t
!
2. Uma ú nica unidade, para operar com rendimento má ximo, deverá ser carregada até
sua capacidade nominal. É antieconomico operar -se uma unidade grande se as cargas
supridas são pequenas. V á rias unidades menores, operadas em paralelo, podem ser
removidas ou adicionadas, de forma a atender as flutuações da demanda ; cada unidade
pode ser operada à sua capacidade nominal ou próxima dela, funcionando assim a
estação ou o sistema no seu rendimento má ximo.
i 3. Se há necessidade de um reparo ou de uma parada geral para manuten ção, as unidades
1 menores facilitam as operações, do ponto de vista de peças de reposição ou reserva,
bem como dos serviços a executar.
%
4. Quando aumentar a demanda média do sistema ou da central, instalar-se-ão unidades
adicionais para acompanhar o acréscimo da demanda. O capital empregado inicialmente
será menor e o seu crescimento corresponderá ao crescimento da demanda m édia.
t 5. Há limites f ísicos e econó micos para a capacidade possível de uma só unidade. Por
exemplo, em uma determinada estação geradora, a carga pode chegar a 10 milh ões
de kVA. Embora existam operando unidades de até centenas de milhares de kVA,
n ão se constroem unidades singelas de capacidade suficiente para suprir uma tal demanda
da central ou do sistema.

Pelas razões citadas, aconselha-se a operaçã o em paralelo. E costume, em


qualquer dada central , empregar-se uma unidade grande para suprir a demanda
m í nima , e adicionar-se outras unidades conforme varie a demanda durante um
per í odo de 24 horas. Quando o crescimento da central requerer o uso cont í nuo
de vá rias unidades menores , para suprir a crescente demanda m í nima , poderá
ser instalada uma segunda unidade maior, de capacidade equivalente, e assim por
diante.

7-2. RELAÇÕES DE TENSÃO E CORRENTE


PARA FONTES DE FEM EM PARALELO

Um circuito em paralelo é definido como aquele no qual a mesma tensã o


entre terminais existe em todas as unidades (em paralelo). Quando se ligam em
paralelo várias fontes de fem, como mostra a Fig. 7-1, a mesma tensã o,
barramentos, liga em paralelo as vá rias fontes, bem como a carga ,
VL, nos
ZL despre-
(
zando-se qualquer queda nas linhas que interligam os vários geradores). As re-
lações , a seguir apresentadas , são verdadeiras, independentemente de que as fontes
sejam baterias, geradores CC, alternadores, pilhas solares, sistemas de potência,
etc. i

VL = 1 LZL = Egl - 1 , Z 1 = E 92
/ 2Z2 — Eg 3 / 3Z3 ( 7- 1)

' A Eq . 7- 1 prové m do teorema de Millman, no qual a solu çã o para VL é obtida usando-se a lei
da corrente de Mrchhofl.
E E E
z + Z2 + Egl Yx + Eg 2 Y2 + Èg3 y3
=
1 1
z, 4
z2 4
z3
*
1 + 12 + 3
*
194 "
M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

II

M < z. M §z * I 4 <z 3 VL ZL Barramento


E9 , E 92 iE 93

II
- — Relações de corrente e tensão para fontes de fem em paralelo.
Fig. 7 1

> nde Eg é a tensã o gerada pela(s) fonte(s)


VL é a tensã o terminal no barramento
h é a corrente total entregue pelas diferentes fontes à carga
ZL é a imped â ncia ( ou resist ê ncia ) equivalente da carga
ZPZ2 3 são as impedâncias (ou resistências) internas equivalentes das
, Z
respectivas fontes de fem
sã o as respectivas correntes entregues pelas fontes de fem.

Na equaçã o acima, nã o é necessá rio que cada fonte produza a mesma fem
gerada, ou entregue a mesma corrente à carga. Mas, para que qualquer unidade
-
sirva como fonte de fem como indica a Eq . (7 1 ) , è necessá rio que a fem gerada
por aquela unidade exceda a tensã o de barramento VL , a fim de que ela entregue
corrente ao barramento.
Se uma fonte de fem produz uma tensã o Eg , que seja exatamente igual à tensã o
terminal de barramento, KL, diz-se que a fonte está flutuando na linha, isto é, n ão
entrega nem solicita corrente do barramento. Por exemplo , se E 3 = VL na Fig.
7-1, / 3 é igual a zero ; e n ã o há queda de tensão interna relativa à fonte Eg 3, uma
vez que nã o se entrega nem se solicita corrente do barramento.
Se uma fonte de fem produz uma tensão E , que seja menor que a do barra-
mento, será entregue uma corrente pelo barramento, ou seja , pelas outras fontes
em paralelo, para suprir esta fonte. Uma vez que a corrente circula para a fonte
quando a tensã o do barramento excede a tensã o da fonte, a rela çã o entre elas será
expressa pela equa çã o
V .L = Ea9 + InZa
9 9
ou E9 = V .L - IZ
g g -
( 1 9)
onde Ig é a corrente eZ é a impedâ ncia (ou resist ê ncia ) interna da fonte geradora.
^
Quando a fonte da fem é uma maquina girante, cuja fem gerada Eg excede
a tensão nos terminais do barramento a operaçã o da má quina é chamada açã o-
gerador [ Eq . ( 1- 10)] e a m á quina funciona como gerador .
Quando a fem gerada pela má quina é menor que a tensã o aplicada à arma-
dura, e a máquina recebe corrente do barramento [Eq. (1-9)], a operação da má-
quina é chamada açã o- motor e a máquina funciona como motor . Conseq íiente-
mente , qualquer gerador (em paralelo com um barramento), cuja excita çã o seja
reduzida de modo que a tensã o gerada seja menor que a do barramento, passa a
funcionar como motor ; diz-se ent ã o que um tal gerador est á motorizado.
{
i;

Í-
i
\
OPERA çãO EM PARALELO
195
S
* A potê ncia total gerada por uma m áquina, em valores por fase,
quer para funcionamento como motor, quer como gerador
, é

onde E9 1
p
.= '
£ 1 a 1 cos 0 1
* i

é a tensão gerada por fase


( 7-2a )

/a 1 é a corrente de fase
ft 01 é o â ngulo de fase entre Eg e
í Ia í
l enquanto que a potê ncia entregue ou recebida do barram
ento,
em valores por fase, é

j
p
r L1 = vr L \ lI L 1
cos 0 X (7-2b)
onde V M é a tensão nos terminais ( por fase) no barramento
ou entre linhas
JL 1 é a corrente ide fase ) que entra ou deixa o barramento
ou as linhas.

No funcionamento como gerador , quando a fonte entrega potê ncia


ao barra -
mento, P excede PL da pot ência consumida dentro da pr
ó pria fonte.
No funcionamento como motor , quando a fonte est á recebendo pot
ência
do barramento e está “ motorizada ” ,
PL excede Pq da potência consumida dentro
da pró pria fonte. Pg é a potência interna desenvolvida pela armadura da m
áquina
na direçã o de rota çã o da armadura , como se nota na Eq . ( 4-7) para os motores
CC.
-
O Ex . 7 1 abaixo trata das distin çõ es entre as Eqs . ( 7 2a ) e ( 7
- -2 b ) para três
m á quinas em paralelo , nas quais uma funciona como gerador , uma est á flutuan
do
e uma funciona como motor . O Ex . 7-1 usa má quina CC para simplificar os cá lculos
.

E X E M P L O Tr ês m á quinas-deriva ção CC, acionadas cada uma


por sua m áquina primá ria
7- 7 : com resistê ncia de campo de 120 Q e de armadura de 0, ,
1 fi sã o ligadas a um barra-
mento de 120 V. As m áquinas A, B e C t êm tensões geradas
de 125 V, 120 V e
114 V respectivamente. Calcule para cada máquina:
a. A corrente de linha drenada ou entregue ao barrame ,
nto e a corrente de arma-
dura
.
b. A potência drenada ou entregue ao barramento, e
a potência gerada.
Solução :

£9 ~ KL 125 - 120
a -
^= =
K
120 V
o, i = 50 A (7-1)

' 120
/
A máquina
Q =1 A
A entrega 50 A ao barramento e tem uma corrente de armadur
de 50 A + 1 A = 51 A
a

Para a máquina B, IgB 120 - 120


= 0,1 =0
196 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

A máquina B está flutuando e tem uma corrente de armadura e de campo


de 1 A.
Para a máquina C, IgC = ii —
V , £y 120 - 114
= 60 A
0,1
A máquina C recebe 61 A do barramento e tem uma corrente de armadura
de 60 A.
b. 1 . A potência entregue ao barramento pela máquina A é
PLA = Vf iL = 120 x 50 = 6.000 W (7-2b)
a potência gerada pela máquina A é
PgA = = 125 X 51 = 6.375 W ( 7 - 2a)
2. Desde que a máquina B n ão entrega nem recebe potência do barramento,
P =o
*
a potência gerada pela máquina B, para excitar seu campo é
= V - = 120 x 1 = 120 W
3. A potência entregue pelo barramento à máquina C é
P ,x = vili. = 120 x 61 = 7.320 W
enquanto a pot ê ncia interna entregue, no sentido da rotação de sua má-
quina primá ria , para auxiliar a rota çã o é
PgC = Egla = 114 x 60 = 6.840 W

7-3. OPERAÇÃO EM PARALELO DE GERADORES- DERIVA ÇÃO

Os geradores-derivação se adaptam à operaçã o em paralelo , particularmente


devido à sua caracterí stica tensão decrescente com a carga . Isto pode ser cons-
tatado por um exame da Fig . 7-2 , que mostra dois geradores- derivação (de carac-
terí sticas externas ou capacidades diferentes) ligados em paralelo , entregando
corrente a uma carga externa . Uma vez que eles estão em paralelo , a mesma tensão
VL existe no barramento . O gerador 2 entrega uma corrente / 2 e o gerador 1 entrega
uma corrente Ix ao barramento e à carga .
o
c
E
2
n
o nominal G2 G
T3
vt
CD
C

E
-
k
0)

8c
o
*03 I2
</>
C I1
<u
h- Corrente de carga do gerador

Fig. 7-2 — Divisão de carga entre dois


geradores - derivação CC ligados em
paralelo.
OPERAçãO EM PARALELO 197

Imaginemos agora que a m áquina prim á ria do gerador 1 aumente momen


taneamente a sua velocidade. Isto produzirá um aumento na tensã o gerada do
-
gerador 1 e també m um acr éscimo da tensão nos terminais do barramento, fazendo
o entregar mais corrente à carga . Imaginando que a resistência da carga perma
-
u
!!
i! neç a constante, duas condiçõ es se cumprem : ( 1 ) O(s) gerador(es ) restante(s) car-
-
regai m ) menos carga e sua tensã o terminal aumenta , fazendo-o(s) tomar( em )
de volta uma parcela da carga ; e ( 2) o s ú bito aumento da carga no gerador 1 faz
H com que sua tensã o caia , como indica a caracter í stica da Fig. 7 2.
Imaginando que a carga , em ambos os geradores da Fig . 7 2 , aumente ou
-
f
diminua , a tensã o do barramento ou de carga , VL 9 diminuirá ou aumentar á , res-
-
pectivamente , e cada gerador carregará uma parcela proporcional da carga.
-
Assim , as duas condições descritas acima tendem a opor se e a reduzir a ten
d ência de que qualquer gerador -derivaçã o , ligado em paralelo , entregue corrente
-
ao barramento para tomar mais do que sua parcela de carga. Por isso, qualquer
fonte de tensã o que possua uma caracter ística de tensã o descendente , operará
em equil í brio está vel quando ligada em paralelo a outras fontes de características
semelhantes.

< EXEMPLO O gerador 1 da Fig. 7-2 tem a capacidade de 300 kW, e o gerador 2 de 600 kW,
7-2 : a uma tensã o nominal ( de ambos) de 220 V CC. Se a tensã o a vazio dos dois
é 250 V, imaginando caracter ísticas lineares, calcule :
A carga total e os kW de sa ída, de cada gerador , quando a tensã o nos
terminais for a. 230 e b. 240 V . c. O percentual dos kW nominais com que
contribui cada alternador nas respectivas tensões geradas.
Solução :
a. A 230 V
O gerador 1 fornece 250 - 230 X 300 kW = 300 kW = 200 kW
250 - 220 y X


O gerador 2 fornece 2 x 600 kW = 400 kW
b. A 240 V
O gerador 1 fornece 250 - 240 x 300 kW =y
1
x 300 kW = 100 kW
250 - 220
1
O gerador 2 fornece y x 600 kW = 200 kW
c. Os dois geradores estarão a vazio em 250 V ; a 1 3 da carga nominal
/ a 240 V ;
a 2/3 da carga nominal a 230 V ; e à carga nominal a 220 V.

7-4. CONDI ÇÕ ES NECESS Á RIAS PARA OPERAÇÃO


EM PARALELO DE GERADORES- DERIVAÇÃO 2

É evidente do Ex . 7- 2 que, se dois geradores-derivaçã o devem repartir igual -


2
Na presente discussã o, imagina-se que as caracter ísticas de velocidade das má quinas prim á rias ,
que acionam os geradores, sejam ou constantes ou descendentes. Uma vez que estamos preocu
pados com as maquinas elé tricas, n ã o se mencionar ã o as caracter
-
ísticas das m á quinas primá rias
ou dos v á rios tipos que podem ser utilizados.
198 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

mente a carga total em propor ção às suas capacidades de saí da em kilowatt , as se


guintes condi ções ser ã o necessá rias :
-

1. Cada gerador deve ter a mesma tensão nominal e a mesma regulação em tensão (queda
de tensão desde a vazio até plena carga ).
2. As polaridades de todos os geradores ligados em paralelo devem ser tais que estejam
em oposição ( isto é, mais com mais, menos com menos), e as tensões geradas devem
ser mais altas que a tensã o do barramento.

Como primeiro requisito , h á três fatores que afetam a regula çã o de tensã o


de um gerador-deriva çã o auto- excitado (Seç. 3-13) , ou sejam , a queda de tensã o
interna IaRa , a rea çã o da armadura , e o decr éscimo da corrente de campo provo
-
cado pela queda de tensã o na armadura . Nã o é essencial que cada um destes efeitos
seja semelhante para as duas m á quinas, mas as características externas resultantes
devem ser semelhantes na forma.
-
Com respeito ao segundo requisito acima , deve se notar na Fig. 7- 3 que, sem
carga ligada ao barramento, os dois geradores estar ã o ligados a ele de modo que
suas fem se opõem e n ã o h á troca de corrente entre eles ou entre eles e o barramento.

À carga

o
o
7 o
o
7 ^
o

/
G,
t© /
Barramento

/
/
/
/

i À carga

(MP)

.
Fig 7 3 - — Dois geradores-derivação ligados em paralelo. -

7-5. OPERAÇÃO EM PARALELO DE GERADORES COMPOSTOS

À primeira vista , poderia parecer que o funcionamento em paralelo de gera-


dores compostos fosse t ã o simples quanto o dos geradores-derivaçã o.
Isto será verdade, se os geradores compostos forem diferencialmente compos-
tos , ou cumulativamente hipocompostos.
Mas os compostos planos ou hipercompostos não operam satisfatoriamente
em paralelo , a n ã o ser que se lhes acrescente uma compensa çã o adicional. A carac
ter ística externa ascendente dos geradores planos e hipercompostos leva à instabi
-
lidade , como mostra a Fig. 7-4a . Como no caso discutido previamente dos gera-
-
dores-derivaçã o, se a m áquina primá ria do gerador 1 aumenta sua velocidade,
o efeito no desempenho do gerador será :
!

'

OPERA çãO EM PARALELO 199

f 1. O gerador 1 desenvolve uma fem gerada mais elevada, carregando-se mais. Mas esta
carga mais elevada no gerador 1 faz com que a tensão tenda a aumentar. O gerador
1 assume mais carga, aumenta novamente a tensão, e assim sucessivamente, até que
ele assume toda a carga.
2. O gerador 2, ao mesmo tempo, perde carga, sua tensão cai, então ele assume menos
carga com uma nova queda na tensão resultante, até que ele deixa de suprir a carga e
passa mesmo a ser alimentado como motor, devido à diferen ça da tensão gerada entre
os geradores 2 e 1.

o +

E
e

2w.
a> Vt nominal +
7 .
+A i
7
-
Q
O
ra 1
Campo- g
derivação p
t Campo-
derivação
g
p *
O
</>
G2
©
c
Ek
03
_ Barra equalizadora

vi
o
c Campo-s é rie
Rs , Rs ,2 o
b
g Campo-sé rie
o
o
'31 iLi i1- 2
c
03
K Corrente de carga do gerador

( a ) Caracterfsticas externas. ( b ) Ligação com barra equalizadora .

Fig. 7-4 — Dois geradores hipercompostos dividindo a carga em paralelo.

Consegue-se equilí brio está vel entre geradores compostos cumulativos através
de uma barra equalizadora , ou seja um barramento ou um cabo de baixa resist ên -
cia , ligado ao lado da armadura do campo-sé rie da mesma polaridade em cada m á -
quina . Com efeito, a barra equalizadora coloca em paralelo todos os campos-
sé rie de todos os geradores compostos ligados em paralelo, como mostra a Fig. 7-4b.

7-6. CONDI ÇÕ ES NECESSÁ RIAS PARA A OPERAÇÃO


EM PARALELO DE GERADORES COMPOSTOS

Ao colocar em paralelo os campos-sé rie de todos os geradores compostos


em paralelo , a barra equalizadora mant é m a mesma tensã o aplicada em todos
aqueles campos. Esta relaçã o elé trica favorece o equil í brio está vel e tem o mesmo
efeito do produzido por uma caracter í stica de tensã o descendente na igualaçã o
da carga . A a çã o da barra equalizadora é a que se segue :

1. Suponha que o gerador 1 aumente a tensão nos seus terminais, devido a um acréscimo
de velocidade da sua máquina prim á ria, como antes. O acréscimo de tensão, devido
a uma caracter í stica ascendente de tensão, produz um acréscimo de carga. A corrente
aumentada na armadura e no campo-série do gerador 1 causa um acréscimo na tensão
200 M á QUINAS EL é TRICAS E TRANSFORMADORES

de todos os campos-série ( de todos os geradores ) colocados em paralelo através da barra


equalizadora.
2. O gerador 2 (e todos os outros geradores ligados ao barramento) produz uma tensão
gerada mais alta, devido ao acréscimo de corrente no seu campo-série, fazendo com que
ele assuma uma maior parcela da carga, que, por sua vez, faz com que a tensão cresça
correspondentemente.

Assim , o acréscimo na tensã o dos outros geradores tende a opor-se e a reduzir


a tend ê ncia do gerador 1 de assumir toda a carga , da mesma forma que o aumento
da tensã o ( devido ao decréscimo da carga ) dos geradores-deriva çã o opõe se à
tend ê ncia de um gerador de transportar toda a carga .
-
Mesmo que a excita ção do gerador 2 fosse reduzida deliberadamente, para
ocasionar a sua motoriza çã o e a reversã o da corrente da armadura , ainda assim
a a çã o dos dois geradores seria estabilizada pela barra equalizadora . Como mostra
a Fig . 7-4 b, somente a corrente da armadura reverte ; permanece a mesma a cor-
rente em ambos os campos, sé rie e derivaçã o. Uma vez que o caminho através
dos campos-sé rie é de resist ê ncia maior que o da barra , a maior parte da corrente
de armadura do gerador 2 circula de volta através da barra , e o gerador 2 opera
como um motor-derivação.
Al é m das condições 1 e 2 da Seç. 7-4 para geradores-deriva çã o, os seguintes
requisitos adicionais sã o necessá rios para geradores compostos :

3. Deve-se ligar uma barra equalizadora ao terminal comum ao campo série e à armadura
no lado de mesma polaridade para cada má quina.
4. A resist ência de todos os campos-série deve ser, mais ou menos, inversamente propor-
cional às capacidades ( kW nominais ) dos geradores ligados em paralelo.

Em rela çã o ao terceiro requisito acima , a Fig. 7- 5 mostra o efeito de ligar-se


uma barra equalizadora ao terminal comum ao campo-sé rie e à armadura de cada
máquina , mas em lados de polaridades opostas. Isto ocorre freqiientemente no
laborat ó rio, quando os estudantes n ã o conseguem ligar os campos-sé rie de seus
geradores compostos ao lado de mesma polaridade. Embora cada gerador inde -
pendentemente opere como um gerador composto cumulativo, é impossí vel ligar-
se entre eles corretamente uma barra equalizadora sem que haja um curto-cir-
cuito entre as armaduras de ambas as m áquinas quando liqadas em paralelo . Como
mostra a Fig. 7-5, as quedas nos campos-sé rie sã o pequenas e a barra est á curto-
circuitando os lados positivo e negativo da linha .
Com respeito ao quarto requisito apresentado acima , uma vez que é a mesma
tensã o nos campos-sé rie ligados em paralelo que produz a açã o equalizadora ,
a queda a plena carga IsRs deve ser a mesma para todos os campos-série de cada
gerador composto. Para m á quinas de correntes de armadura ( e correspondentes
correntes de campo-sé rie) diferentes, quanto mais elevada for a corrente , tanto
menor será a resistência do campo-série.
r
OPERA çãO EM PARALELO 201

- yx r-1 OOOS Campo


^ sé rie
-

Campo-
sé rie
i -©
/
/
^
/ Barra
/ equalizadora
+
nn5

--Tensão de barramento -*- +

-—
Fig. 7 5 Possí vel ligaçã o errada
-
dos campos série e da barra equa-
lizadora, em laborat ório, provo-
cando curto-circuito.

É precisamente por isso que, quando se usa um reostato divisor de corrente


para ajustar a caracter ística de um gerador composto cumulativo, ele nã o mais
poder á ser posto em paralelo com o campo-sé rie de uma dada m á quina , uma vez
que este reostato atuaria em todos os geradores igualmente devido à a çã o parale-
lizadora da barra . Geradores compostos em paralelo sã o ajustados através de
reostatos em série como mostra a Fig . 7-6.

/
/
í°
o
o
o
o
G,
í

Barramento / /
/ Barra /
7 ] equalizadora
/ o
/
Campo- o o Barra
\ sé rie
Campo g - equalizadora
sé rie f
Reostato
Reostato

Fig. 7 6 - — Uso de reostato e chaves para ligação em paraJelo dos campos-sé rie de
geradores compostos.

7-7. PROCEDIMENTO PARA PÔ R GERADORES EM PARALELO

O procedimento para colocar geradores em paralelo com um barramento


(ou com outros geradores) é basicamente o fnesmo , quer se trate de geradores-
derivaçã o, quer se trate de geradores compostos. Consiste nos passos seguintes
( em relaçã o à Fig. 7-6) :
202 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

1. Suponha que o gerador 1 já está funcionando e suprindo de corrente a carga. Se se trata


de uma experiência de laboratório, o gerador 1 pode ser considerado como o barramento.
2. O gerador 2 é posto a funcionar à velocidade nominal e tem a sua tensão ajustada ao
valor da tensão nominal do barramento. (Presume-se que o sentido do campo-série
já tenha sido verificado, ao se alimentar uma pequena carga com o gerador e ao curto-
circuitar-se o campo-série. Se a tensão diminui, isto significa que o campo-série está
ligado cumulativamente ; se a tensã o aumenta, significa que ele está ligado diferencial-
mente. ) Presume-se que as liga ções de chave e do campo-série também tenham sido
verificadas com um volt í metro.
3. A chave bipolar do gerador 2 é fechada para colocar em paralelo os campos-série. O
reostato de campo deve ser ajustado para dar a tensão nominal do barramento, Vg = V .
A chave monopolar pode ser então fechada, e o gerador 2 fica flutuando na linha.^
4. A resistência do reostato de campo deve ser então reduzida para aumentar a corrente
de campo do gerador 2, de modo que ele assuma uma parte da carga suportada pelo
barramento.
5. Para desligar-se um gerador do barramento, diminuir-se-á a sua corrente de campo,
-
até que ele fique flutuando. Abrir se-ão então as chaves, desligando-o do barramento.
Após esta operação, reduzir-se-á a velocidade da sua máquina primária, até que o con -
junto pare.

7-8. CONDI ÇÕ ES NECESS ÁRIAS PARA LIGAR


ALTERNADORES EM PARALELO

As condições estabelecidas para os geradores-derivaçã o na Seç. 7-4 repre-


sentam, essencialmente, os requisitos básicos para a operaçã o em paralelo de
qualquer fonte de tensã o, ou seja : ( 1 ) que as caracter í sticas de tensã o sob carga
das fontes sejam idê nticas ou muito semelhantes ; e ( 2) que as polaridades das
fontes sejam iguais e opostas, umas em relaçã o às outras, em quaisquer circunstâ n-
cias. Para que se apliquem às m á quinas CA, estes requisitos básicos devem ser
particularizados, ou seja :

1. Os valores eficazes ( CA ) das tensões devem ser idênticos, isto é, todas as máquinas devem
ter a mesma tensão eficaz.
2. As tensões de todos os alternadores a serem ligados em paralelo devem ter a mesma
forma de onda.
3. As tensões devem estar exatamente em oposição de fase ( um alternador em relação
ao outro ou em relação ao barramento).
4. As frequ ências de todos os alternadores, a serem ligados em paralelo, devem ser
as mesmas (isto é, o produto de seus nú meros de pólos por suas velocidades deve ser
o mesmo).
5. As caracter ísticas combinadas de tensão total dos alternadores e da velocidade da má-
quina primá ria devem ser descendentes com a aplicação da carga.
6. Apenas para as m áquinas polif ásicas, a seqiiência de fase das tensões polif ásicas da
m áquina que entra no sistema deve ser a mesma do barramento.

Efetivamente , todos os requisitos relacionados ( com exceçã o do quinto ) sã o


simplificados pela afirmaçã o de que “em quaisquer circunstâncias , as polaridades
das fontes devem ser iguais e opostasO quinto requisito é o que estabelece que
OPERAçãO EM PARALELO 203

“ as caracter ísticas de tensão sob carga das fontes devem ser iguais ou semelhantes”.
Introduzem-se qualificações adicionais porque estamos lidando com tensões
alternativas de uma determinada forma de onda , que normalmente imaginamos
como senoidal , como resultado do uso de enrolamentos da armadura distribuídos,
como se vê na Fig. 2-17c.
Primeiramente, abordaremos a sincronizaçã o ou a operaçã o em paralelo
de alternadores monofásicos, antes de proceder à sincronizaçã o de alternadores
polif ásicos , uma vez que se trata de um processo menos complexo envolvendo
apenas as cinco primeiras condições estabelecidas acima.

7-9. SINCRONIZAÇÃO DE ALTERNADORES MONOFÁSICOS

As condições de polaridade, estabelecidas na Seç. 7-8, sã o mostradas na Fig.


7-7a para dois alternadores monofásicos operando em paralelo e ligados conforme
a Fig. 7-7 b. As polaridades instantâ neas geradas em cada alternador correspon-
dem a valores em oposição a cada instante, como mostram as formas de onda da
Fig. 7-7a e as direções das correntes da Fig. 7-7 b. Se se toma como referência o
alternador 1 , à tensã o El em cada extremidade e a cada instante opõe-se a tensã o E ,
2
como mostram as figuras.
i
Um diagrama fasorial desta oposiçã o “ interna ou local ” criada entre os dois
alternadores é representado na Fig. 7-7c, onde as representamos iguais e opostas.
Mas, se elas forem iguais e opostas, a tensã o no barramento, Egp dever á ser nula.
Estamos plenamente certos de que a tensão não é zero. E ó bvio então que, ao se
considerar os diagramas fasoriais para a operaçã o em paralelo, devemos distinguir
entre aqueles que representam as tensões num circuito local, isto é, as geradas entre
duas m á quinas ou dentro de uma só má quina , e num circuito externo, isto é, a
relaçã o entre a tensão do barramento e a corrente por este fornecida à carga.

o
E2 Eí
( c ) Relação fasorial do
circuito "interno"
mostrando a oposi-
(a ) Circuito local mostrando formas de ondas em oposição. ção de tensões.

6 L
+ +
cc
E , rn > cc E 9f

? t -J !E E 2 )
a, L
7 a2
( b ) Diagrama da fiação de circuitos internos e de barramentos.
( d ) Circuito de carga
"externo"
( barramento ).

Fig. 7 7 - — Sincronização de alternadores monofásicos.

t
r

204 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

O diagrama da Fig. 7-7a representa a sincronizaçã o perfeita , uma vez que


ambas as tensões monof ásicas dos alternadores sã o iguais e opostas a cada instante,
tendo a mesma frequência , forma de onda e valor eficaz a CA. Consideremos
o que pode ocorrer como resultado de uma pequena alteraçã o na frequência de
E 2 em relaçã o à de E i •
Imaginemos que a má quina primá ria de E 2 sofra uma reduçã o de velocidade,
o que faz com que caia a sua frequ ê ncia. Previamente, a tensã o resultante na Fig.
7-7a era zero, uma vez que a soma grá fica das tensões iguais e opostas era zero.
Na Fig. 7-8a , entretanto, as tensões t ê m os mesmos valores eficazes, mas diferem
na frequ ê ncia . A forma de onda resultante é representada na Fig. 7-8 b. Observe-
se que, quando E t e E 2 estã o em exata oposiçã o de fase e alternantes, a fem resul-
tante é zero ; mas, quando estã o em fase e alternantes, a forma de onda resultante
é a onda má xima alternada .

E,
/
A t
/
\
//
/,
!< \\A
A
\
t\ \
/
A
\
\

\
r J
/ t
\\ /
v t
\
\ / \ /
E2
V \
V
ER / 2
A2
( a ) Formas de onda do circuito local. i
R /2 E
*l

ER - E , + E?
( c ) Circuito local .

(b ) Resultante.

Fig 7 8 . - — Efeito da diferen a de frequência


ç entre dois alternadores.

As l â mpadas no circuito local da Fig. 7-7 b permanecerão sempre apagadas


se as duas formas de onda tiverem mesma frequ ê ncia, forma e valor eficaz de
tensã o, pois a tensã o resultante produzida no circuito local , Er , será nula . No caso
da Fig. 7-8c, entretanto, as l â mpadas piscar ã o sempre que o valor eficaz de EJ 2
for suficientemente grande para tanto, isto é , quando a tensã o resultante for má xima.
Um exame cuidadoso das formas de onda revelar á que a diferença de frequ ência
entre E { e E 2 é um ciclo. As l â mpadas na Fig. 7-8c variar ã o do apagamento ao
brilho má ximo, e novamente ao apagamento, completando um ciclo de pulsa çã o
e representando a diferen ça de frequê ncia entre as duas ondas.
Uma vez que se podem utilizar lâ mpadas, como um meio de detectar as dife -
renças de frequência entre dois alternadores, consideremos a sincronizaçã o de
lâ mpadas de dois alternadores monof ásicos, como mostra a Fig. 7-9a. Neste
método de sincronização, as lâ mpadas sã o ligadas como mostra a Fig. 7-8c, conhe-
cido como mé todo da lâmpada apagada.
OPERA çã O EM PARALELO
205

A2
L

o —
( a ) Sincroniza ção peio método da lâmpada ( b ) Sincronização pelo mé todo da l âmpada
apagada. acesa .
Fig. 7-9 — Sincronização de alternadores monofásicos pelos métodos
da l â mpada acesa
e da lâmpada apagada .

A sincronizaçã o é conseguida quando as tensões


as lâ mpadas estã o apagadas. Nesse instante, a chaveVpoder
x e V 2 são iguais , e quando
á ser fechada , ligando
em paralelo os alternadores. Pode-se, entretanto , apontar duas
desvantagens
no m étodo de sincronizaçã o através das lâ mpadas apagadas : (1) pode
haver uma
apreciá vel diferença de tensã o entre os alternadores , mas ainda
assim insuficiente
para fazer com que pisquem as l â mpadas ligadas em série ; ( 2)
e o operador , que
deve fechar a chave, n ão tem meios para saber em que preciso
momento, no inter-
valo entre as sucessivas pulsações das lâ mpadas, a diferença de tens
ões é realmente
zero.
As desvantagens estabelecidas acima sã o superadas pelo m todo
é da lâmpada
acesa , mostrado na Fig. 7-9 b, onde as liga ções da lâ mpada sã o invertid
as. Agora,
o brilho m á ximo ocorre quando as ondas est ã o exatamente em
oposiçã o de fase
e s ão iguais (tensão resultante nula), e se apagam as lâ mpadas quando
a tensão
resultante é má xima. Isto é ilustrado pelos exemplos que se seguem
.

EXEMPLO O alternador 1 da Fig. 7 -9a tem uma tensão de 220 V


nos seus terminais e uma
7 - 3 : frequência de 60 Hz, enquanto o alternador 2 tem uma tens
ão de 222 V e uma
frequência de 59 /2 Hz. Com a chave aberta, calcule :
1

a. A máxima e a mínima tensão eficaz em cada lâmpada.


b. A frequência da tensão nas l âmpadas.
c. O valor de pico da tensão em cada lâmpada.
d. O número máximo de pulsações das lâmpadas por minuto.

Solução :

a - £ma* /l â mPada 220 + 222


= £1 + E 2 = = 221 V (eficaz )
E2 E1 222 - 220
£mJlâmpada = -
=1V
b. / = 60 - 59 V2 = 1/2 Hz ^ 2

c . E pic -
_ 221 V
0,707 =
°
313 V
d . n = 1 /2 ciclo/seg x 60 seg/min = 30 puls min
/
206 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

E X E M P L O Cada alternador da Fig. 7-9 b gera uma tensão de 220 V CA. O alternador 1 tem
7 -4 : uma frequência de 60 Hz e o alternador 2 uma frequ ência de 58 Hz. Com a
chave aberta, calcule :
a . O má ximo valor eficaz em cada lâ mpada e sua frequência.
b. A relação de fase no instante em que ocorre a tensão máxima.
c. O mínimo valor de tensão eficaz aplicada a cada l â mpada e sua frequência.
d. A relação de fase no instante em que ocorre esta m í nima tensão.

Solução :

„ , .
a - £max/ amPada =
220 + 220
j = 220 V
/ = 60 - 58 = 2 Hz
b. As tensões sã o iguais e opostas no circuito local.
„ 220 - 220
= 0 à frequência zero
/t
„ J
C- Êmin/lamPada =
2
d . As tensões est ã o em fase no circuito local .

Os Exemplos 7-4 e 7-5 indicam as vantagens ó bvias do mé todo de sincroni-


zação da lâ mpada acesa, uma vez que a diferen ça de intensidade da luz nos valores
de pico é imediatamente discerní vel à vista , que é muito sensí vel a diferenças de
intensidade. Como resultado disso, podemos fechar a chave que faz o paralelo,
no exato momento em que as tensões sã o iguais e opostas. Supondo que os alter-
nadores monofásicos foram colocados em paralelo, consideremos as condições
sob as quais eles dividem as cargas aplicadas.

7- 10. EFEITOS DA CORRENTE DE SINCRONIZAÇÃO


(CIRCULANTE) ENTRE ALTERNADORES MONOF ÁSICOS

Suponhamos que os alternadores das Figs. 7-7 b ou 7-9 b são ligados a um


barramento que alimenta uma carga em atraso. Imaginemos també m que, no
instante da liga çã o em paralelo dos alternadores, as frequê ncias e as excitações
sejam idênticas , como mostra a Fig. 7-7a . Se os alternadores têm projetos idênticos,
isto é, se eles tê m a mesma reat â ncia sí ncrona e a mesma resistência de armadura,
o diagrama fasorial da Fig. 7- 10 mostrará as rela ções entre os dois alternadores
sob condiçõ es de carga . Usando como referê ncia o alternador 1 da Fig. 7-7c, a
relaçã o de todas as quedas de tensã o em ambos os alternadores pode ser represen -
tada como mostra a Fig. 7- 10. Note-se que todas as tensões e correntes das máqui-
nas est ão em oposição, umas em relaçã o às outras. Isto est á completamente de
acordo com as representações das Figs. 7-7a , b e c, onde as correntes e tensões
est ã o em oposiçã o na malha fechada criada pelas duas m áquinas. Note-se que
neste diagrama fasorial “ ideal” as tensões terminais são iguais e opostas, e as ten-
sões geradas també m , isto é, est ã o a 180°.
O diagrama fasorial é também representado com relação ao circuito de carga,
usando o alternador 1 como referê ncia. Neste circuito de carga comum, a soma
de 7fll e Ia 2 produz a corrente de carga 7L, enquanto que a tensã o de carga , VL , é
OPERA çãO EM PARALELO 207

idêntica à tensã o nos terminais ou tensã o de fase, V p do alternador. Uma vez


que as duas má quinas sã o id ênticas, todas as quedas de tensã o internas podem
ser superpostas, e as tensões geradas são iguais e guardam a mesma relaçã o de fase
para com a tensã o nos terminais e a corrente de carga.

Egfi
2 9
6
I

Fig. 7 1U- — Diagrama lasorial interno “ ideal ” , mostrando tensões


opostas em paralelo .

*• Egfi Egf 2
IQXSI = IQXS 2
V L = V f l = Vf 2

Fig. 7 11- — Diagrama lasorial externo com relação à condição


do circuito de carga ( ideal ).

Os alternadores das Figs. 7- 10 e 7- 11 est ã o perfeitamente sincronizados, por-


que nã o há diferença de tensã o entre eles no instante da sincronização, ou como
resultado de uma variaçã o da fem induzida por causa das quedas de tensão internas
devidas à carga . Nã o há corrente de sincronizaçã o e circulação entre os alterna-
dores, como mostra o Exemplo 7-5.

EXEMPLO Se cada um dos alternadores dos Exemplos 7-3 e 7-4 têm uma resistência efetiva
-
7 5: da armadura de 0,1 ohm e uma reatância de 0,9 ohm, calcule a corrente de sincro-
nização nas armaduras de ambos os alternadores se a chave entre eles for fechada
no momento pr óprio para a ligação em paralelo.

Solução :

No Exemplo 7-3,
Er = 222 - 220 = 2 V
Er 2 V 2 /.0o V
Z , + Z 2 0,2 + j 1,8 1,81 L 83,65° ohms
= 1,105 L - 83,65° A
No Exemplo 7-4, Er = 220 - 220 = 0 V
=0
208 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Deve-se notar que a diferen ça na circula çã o da corrente de sincronizaçã o não


é devida aos métodos das lâ mpadas, mas sim à diferença nas fem geradas por fase
nos dois alternadores.
O Exemplo , 7-5 e o diagrama da Fig. 7- 10 nos permitem escrever uma equa ção
para a corrent ê de sincroniza çã o, que circula entre dois alternadores ou entre
um alternador e seu barramento, quer dizer :
K f i -È Er
Is T
+ /2 ( Eal + Ra 2 ) + j ( Xsl + Xs 2 )
-
(7 3)

onde Is é a corrente de sincronizaçã o, que circula na armadura do alternador


do circuito local entre os dois alternadores (ou o alternador e o bar-
ramento ), por fase
é a diferença fasorial entre as tensões geradas nos dois alternadores
(ou entre a tensã o gerada num alternador e a tensã o gerada equi-
valente produzida pelos demais alternadores que suprem o barra-
mento), por fase E 9 / 1 = E 9 / 2
Ra e Xs são, respectivamente, a resistê ncia da armadura e a reatâ ncia sin-
crona , para cada alternador, por fase.
Deve-se notar, da Eq. ( 7-3) e do Exemplo 7-5, que, uma vez que a reatâ ncia
sí ncrona dos alternadores é geralmente elevada em rela çã o à resistê ncia da arma-
dura , a corrente de sincronizaçã o atrasar -se-á em relaçã o à tensão resultante,
Er , de quase 90°. Mas a corrente de sincronização está circulando nas armaduras
de ambas as má quinas. Que efeito produzirá ela nas má quinas e qual é o seu efeito
na distribuiçã o da carga?
Suponhamos que a excitaçã o do alternador 2, representada no diagrama faso-
rial da Fig. 7-10, foi aumentada de maneira que Egf 2 é maior que E g f v No circui-
to local ou interno dos dois alternadores, aparecerá uma fem resultante, Er, como
mostra a Fig. 7- 12 e circulará uma corrente de sincronizaçã o, Is. Desde que as
tensões induzidas estão exatamente em oposiçã o de fase, a tensã o resultante, Er ,
está em fase com a tensão induzida que é maior , ou seja Egf 2 . A corrente sincro-
nizante Is atrasa-se em rela çã o a Egf 2 e Er de quase 90°, e adianta-se em relação
a E9 / 1 de mais de 90°, (180 — 6 ), como mostra a Fig. 7-12.
^
A corrente sincronizante, conforme a define a Eq. ( 7-3) acima , circula apenas
no circuito local e é limitada apenas pela impedâ ncia sí ncrona dos dois alternadores
(desprezando ligações , barramentos, etc.) em paralelo.
A pot ê ncia sincronizante gerada pelo alternador 2, como resultado de sua
excitaçã o aumentada e do fluxo da corrente da armadura, 7s, é
E2 ~~
Egf 2 /s cos 6 -
(7 4)
onde 0 é o â ngulo entre Er (ou E f 2 ) e í s.
A potência sincronizante produzida pela corrente sincronizante no gerador 1 é
p
1 —^
F9 / 1‘/,s cos (180 - 0) = - E9 / 1 I cos 0
*
(7-5)
onde (180° - 9 ) é o â ngulo entre E9 / 1 /s e /s.
OPERA çãO EM PARALELO
209
Desde que a expressã o cos ( 180° - 9 ) na Eq. (7-5) é maior que 90°, a potê ncia
sincronizante Px no alternador 1 é negativa, enquanto a gerada pelo alternado
r
2 é positiva. Assim , uma ação-gerador é produzida no alternador 2, mas uma açã
o-
motor é produzida no alternador 1. Neste ú ltimo caso, uma potência negativa
(ou seja, a potência recebida por um gerador) é indicativa da a ção motor
- .
O numerador da Eq. (7-3), entretanto, indica que é a diferença das tensões
! Er
geradas e [desde que Is cos 0 é o mesmo nas Eqs. (7-4) e ( 7-5)] podemos escrever
uma equaçã o para a verdadeira perda de potê ncia ( transformada em calor ) que
deve ser fornecida mecanicamente pela máquina primá ria do alternador 2.
t
ErIs cos 9 = P 2 - P { = 1] ( Ral + Ra 2 ) (7-6)
As relações de potência das três equações acima podem ser resumidas quanti-
tativamente numa ú nica equaçã o

( 7-4 ) (7-5) ( 7-6)


Egf 2 /.s cos 0 = Egf i h cos (180 - 9 ) + ErIs cos 0 -
(7 7)
{ ou, qualitativamente

Potência gerada = Potê ncia- motor + Perdas de pot ência

Pot ê ncia total entregue pelo alternador 2 = Pot ência de sincroniza ção para o
( tendendo a atrasar o alternador 2) alternador 1 + perdas de pot ê ncia
( tendendo a adiantar o alternador \)

t*
r
Ignorando a carga externa nos dois alternadores, ent ã o poderemos
consi-
derar os efeitos da corrente sincronizante e da distribuiçã o da pot ê ncia sincro
t
nizante no seguinte exemplo ilustrativo.
-

EXEMPLO Dois alternadores monof ásicos são sincronizados de


modo que as suas fem estão
7 -6 : exatamente em oposição de 180°, como mostra a Fig. 7- 12. Mas fem
a do alter-
nador 1 é ajustada a 200 V e a fem do alternador 2 é ajustada a 220 V . No instante
de fechar a chave sincronizante, que liga em paralelo as máquinas, se cada
alter-

Is

8 180 - 8
E
L \
9Í2 Er E
9< 1

Fig. 7- 12
— Corrente sincronizante interna produzida
como resultado de um acréscimo na excitação
do alternador 2.
210 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

nador tem uma resistência da armadura de 0,2 Q e uma reatâ ncia síncrona de
2 Q, calcule:
a. A ação-gerador desenvolvida pelo alternador 2.
b. A ação- motor ou potência sincronizante entregue ao alternador 1.
c. As perdas de potência em ambas as armaduras e a tensão nos respectivos
terminais.
d. Desenhe um diagrama fasorial mostrando as rela ções de tensão e todas as
quedas de tensão.

Solução :

a. Er = E 2 - Et = 220 - 200 = 20 V
20 V
Da Eq. (7-3), Is = (7-3)
4- Z 0,2 4- 0,2 4- j (2,0 4- 2,0)
20 L 0o V
4,98 L - 84,3° A
4,02 L 84,3° O =
Da Eq. (7-4), P 2 = Egf 2 Is cos 9
= 220 x 4,98 cos 84,3° = 108,9 W (a potência total entregue
pelo alternador 2)
b. Da Eq. (7-5)
P , = Egf í Is cos (180° - 0 ) = - 200 x 4,98 cos 84,3° =
= - 99 W (a potência sincronizante recebida pelo alternador 1)
c. Perda de potência = P 2 —
Pl = 108,9 99,0 = 9,9 W — (7-6)
Conferido por Erls cos 9 = 20 x 4,98 cos 84,3° = 9,9 W ou I ] ( Ral 4- Ra 2 ) —

(4,98) 2 x 0,4 = 9,9 W, como dado na Eq. (7-6)
Da Fig. 7-13, Vf 2, a tensão por fase dos terminais do alternador 2 é (da Eq. 7-1 ),
V f 2 = Egf 2 ~ KZfx = 220 K98 x
" 2,01 L 84,3o] (1-10)
= 220 - 10 =
= 210 V (ação-gerador)
Da Eq. (7-2)
Vn = Eqfi + IsZfl = 200 + [4,98 x 2,01 L 84,3o] d -9)

= 200 -F 10 210 V (ação-motor )
d. O diagrama fasorial é o da Fig. 7 13. -

S 'R' Q 2
Egfis 200 V 2 io v
Egf 2 = 220 V yfl =
Vf = 210 V ER = 20 V LR IsXSt
^ S ' ' 0 t V^

Fig. 7-13 — -
Diagrama fasorial do exemplo 7 6, item d.

Note-se que a tensão do barramento, a partir das tensões geradas no Exemplo


7-6 é
K ri + Ea r 2 220 + 200 = 210 V
'
2 2
r
;

I-
*V

OPERA çãO EM PARALELO


4 211
Isso , entretanto , é verdade apenas quando os dois geradores tê m a
mesma
resist ência interna da armadura e a mesma reatâ ncia sí ncrona.
O Exemplo 7-6 aponta mais uma vez as importantes rela ções que dizem
peito às diferenças entre a a ção geradora e a açã o motora , apresen
res -
-
meira vez na Seç. 1 20, bem como alguns novos conceitos, quais sejam
tadas pela pri
:
-
1. Na opera ção como motor, entrega-se à m á quina energia elétrica
de uma fonte externa.
A tensão gerada pelo motor é menor que a aplicada aos seus
terminais, a diferença
sendo um valor correspondente à queda na sua impedâ ncia interna
.
2. Na operação como gerador, a tensão gerada, produzida como
resultado da potência
mecâ nica suprida por uma máquina primá ria, é maior que a tensão nos terminai
s, a
diferença sendo um valor correspondente à queda na sua imped â ncia
interna.
3. A única perda de potência subsistente [Eq. (7-6) desprezando
etc.] é a perda no cobre em ambas as armaduras. A potência
-
se atritos, ventilação,
sincronizante é uma po
tência que foi transferida (99 W no Ex. 7-5) do alternador 2 ao a -
í ternador 1, fazendo
com que o ú ltimo tenda a funcionar como motor no mesmo sentido como
se estivesse
sendo acionado por sua máquina primá ria. Desde que a pot
ência só pode ser dissipada
pela resistência, esta potência encontra-se disponível no barrame
nto paia uso, pela
carga, al é m daquela gerada por ambos os altemadores, acionado
s por suas próprias
m á quinas primá rias.
4. A qualquer tempo que se ligue um motor através de um suprime
lelo com este. A corrente entregue ao motor (drenada por ele) pelo
nto, ele está em para -
suprimento indica
uma ação- motor. Se o motor, de alguma forma, for acionado no
r/ carga a ele acoplada, de modo que ele envie corrente ao suprimen
mesmo sentido pela
to, ele estará operando
como gerador se a tensão gerada for maior que a do barramento.

Além da produção de pequenas perdas de potência , o primeiro efeito


da corrente
sincronizante é a produção da potência sincronizante. Os diagramas
fasoriais repre-
sentados nas Figs. 7- 12 e 7-13 sã o apenas diagramas instant â
neos de uma variação
instant â nea , produzida na fem gerada de um ou mais alternad
ores em paralelo
com um barramento. Imediatamente com a produçã o desta diferenç
4 a, aparecerá
uma potência sincronizante tal que faz com que (1 ) o alternador que
Pi
hi cia sincronizante se atrase em sua posição de fase, como resultad
gera a pot ên-
16 o do aumento
de carga e do torque contra-eletromagn ético ; e ( 2) o alternad
or que recebe a
li -
potência sincronizante adianta se na sua posiçã o de fase
devido à ação-motor
i. produzida no mesmo sentido que o da sua má quina prim
í• á ria.
O efeito da corrente sincronizante, quando a fem de um alternador é
tada (aumentando-se a sua corrente de campo), é mostrado na Fig
aumen-
. 7-14, com base
nas duas variações instantâ neas produzidas pela potência sincron
izante. Note-se

EQÍ 2
Egfi

- — Posições
Fig. 7 14 fasoriais ajustadas como resultado da transferência
de pot ê ncia sincronizante entre dois alternadores.

5
212 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

que todos os fasores giram no sentido anti - horário. Note se ainda


- que o alternador
2 atrasou-se em relaçã o à sua posiçã o original, enquanto o alternad
or 1 avançou
em rela çã o à sua, fazenda com que as duas fem induzidas girassem
juntas. Desde
que a fem resultante, £r , é a soma fasorial das duas fem induzid
as, ela n ã o estará
mais em fase com Egf , mas atrasar se-á de um pequeno
2 - â ngulo. A corrente sin-
cronizante, de acordo com a Eq . ( 7-3), ainda se atrasa em relaçã o a esta
resultante
de um â ngulo 0 . O â ngulo de atraso de fase do alternador 2 e
de adiantamento
do alternador 1 depende (1) dos valores relativos de
Egfl e Egf 2 (que determinam
o valor de £.), e (2) do valor da corrente sincronizante resultan
te, que circula em
ambas as armaduras.
Estabelece-se um equil í brio , em que n ã o há pot ência sincronizante nem
açã o-
motor produzida por qualquer dos alternadores, uma vez que o â
ngulo 1 é menor
que 90° (para o alternador 1) e o â ngulo 2 é menor que 90° ( para o
alternador 2) de
acordo com a relaçã o E fIs cos (do â ngulo entre eles). A única pot
ência produ-
zida , então , é ErIs cos 6 , e esta perda de potê ncia no cobre
da armadura é esta -
belecida por
Egf 2 Is c° s (â ngulo 2) + Egf 2 Is cos (â ngulo 1 ) = ErIs cos 0 (7-8)
Deve-se notar que, uma vez que os valores da tensão gerada em
cada alterna-
dor sã o os mesmos nas Figs. 7-14 e 7-12 , mas estã o agora mais
em fase, a tensão
resultante £r e a corrente sincronizante sã o ambas aumentadas, e n ã o sã o as
Is
mas das equações (7-8) e (7-7). Este pequeno acréscimo adicional da
mes-
perda de
potência, J 2 ( Ral 4- Ra 2\ produzido pelo acréscimo na corrente sincroni
zante,
é suprido por ambos os alternadores de acordo com a Eq . ( 7 8)
- .
Da mesma forma , se a corrente de campo do alternador 1 é aumentada
repente , de forma que a tensã o por ele gerada se torna maior que
de
a do alternador 2,
uma potência sincronizante será fornecida por este último. Em ambos os
casos,
a tensã o nos terminais de ambas as máquinas é a mesma , pela simples
razão de
que elas estã o em paralelo. Dado que toda corrente sincron
namente , e desde que o que quer que ocorra internamente produz
izante circula inter -
a mesma tensã o
em relação ao circuito externo , variações na resistê ncia do reostato
de campo e,
consequentemente, na corrente circulante de qualquer um dos alternad
ores ligados
em paralelo não afetam a divisão de carga entre ele e os demais. (Ao
contrá rio do
que ocorre com os geradores CC estudados anteriormente, não se pode
fazer uma
transferência de carga variando-se a tensã o gerada do alternador.)
A corrente
circulante na armadura do alternador , superposta à corrente de carga suprida
à
carga externa, pode variar o fator de potência do alternador em
questão e, pos-
sivelmente , reduzir a sua capacidade. Isto se vê na Fig. 7- 15 , que represen
ta o
efeito combinado da carga que se mostrou na Fig. 7- 11 e do acréscimo de excita
çã o
do alternador 2, que se mostrou na Fig. 7-12.
Deve-se notar que o efeito da posiçã o de fase ajustada, como mostra a Fig
.
7-14 , n ã o se reflete na Fig. 7-15. A razã o é que os â ngulos sã o muito pequeno
s,
como indicam a Eq . ( 7-8 ) e o Exemplo 7-6, onde a perda total de pot ê ncia é com -
parativamente pequena . Originariamente,
Ix e sã o as correntes de carga iguais,
mostradas na Fig. 7-11, atrasando-se cada uma12delas do mesmo â ngulo,
e 02
respectivamente, em relação à tensã o gerada . Quando se sobreex
cita o campo’
OPERA çãO EM PARALELO 213

h Is

E 9Z IQI
&2
Egh Er Egfi
)
i
Fig. 7 15- —
Variação no fator de potência da carga de ambos
os alternadores, como resultado da circula ção da corrente
sincronizante.

do alternador 2, para produzir um valor mais elevado de E e Ery respectivamente,


9/ 2
a corrente sincronizante circulante, 7 , que é produzida, circula pelas armaduras
S
de ambos os alternadores , al é m da corrente de carga . A resultante corrente de
carga do gerador 1 é reduzida , e seu fator de potê ncia melhora . Ao mesmo tempo
,
a corrente resultante na armadura do alternador 2 é aumentada , e o seu fator de
potência est á em maior atraso (é pior). Esta diminuiçã o do fator de pot
ê ncia do
alternador 2 reduz sua capacidade de entregar corrente (ú til ) à carga.
-
A Fig. 7 15 torna també m possí vel perceber o efeito estabilizador da corrente
sincronizante. Desde que a corrente sincronizante, 7 , atrasa a tensã o gerada no
S
alternador 2 mas adianta a tensão gerada no alternador 1, produz uma açã o des
magnetizante no primeiro e uma a çã o magnetizante no último (Seçs. 5 9 -
-
Assim, a corrente sincronizante produzida como resultado de uma sobreexci
e 6-7).
taçã o de um dado alternador tende a : (1 ) fazer com que o alternador em quest
-
ão
entregue mais potência sincronizante aos demais alternadores que
funcionam
em paralelo ; (2) fazer com que a tensão do alternador opere a um fator de potê
n-
cia pior, com a consequente desmagnetizaçã o de seu fluxo no entreferro ; e (3)
fa-
zer com que os demais alternadores melhorem seus fatores de potência , com
a
consequente magnetizaçã o de seus fluxos nos respectivos entreferros.
a Desta forma , qualquer tend ê ncia de um determinado alternador de assumir
uma carga adicional , como resultado do acréscimo de sua tensã o no gerador ser
á
estabilizada automaticamente, sem que haja qualquer transferência apreciável
de carga.
Isto suscita duas questões : (1) Como se pode aumentar ou diminuir a tensão
do barramento? ( 2) Como se pode fazer a transferência de carga entre alternadores?
A ú nica maneira de aumentar-se ou diminuir-se a tensã o do barramento
sem afetar a potência e os fatores de potência dos alternadores individuais, que
alimentam a carga em paralelo, é aumentar ou diminuir a t é nsão de todos eles simul
taneamente . Isto responde a primeira das questões propostas ; a segunda ser -
á
discutida a seguir.

7- 11 . DIVIS ÃO DE CARGA ENTRE ALTERNADORES

Imaginemos que dois alternadores estão operando em paralelo, sob condições


ideais, como mostram as Figs. 7- 10 e 7-11 , ou seja , que suas fem geradas sã o iguais,
214 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

bem como as suas parcelas de carga , e, ainda, que eles tenham idênticas quedas
nas imped â ncias sí ncronas internas. Imaginemos que a má quina primá ria do
alternador 1 tende a aumentar a sua velocidade, o que faz com que a fem gerada ,
E f i , tenda a adiantar-se como mostra a Fig. 7-16. Operando originalmente como
geradores ideais em paralelo, as suas fem induzidas eram iguais e opostas a qual-
quer instante, e n ã o se produzia fem resultante. Agora , entretanto, a má quina

Is

d Egfi
Egf 2 a
Fig. 7-16 —acrVaria ção na posição de fase como resultado de um
éscimona velocidade do alternador 1.

primá ria 1 aumenta a sua velocidade, e a fem resultante, , é produzida pela dife-
Er
ren ça de frequê ncia entre as duas m á quinas e indicada pelo avanço da tensã o gerada
E g f l na Fig. 7-16. Como no caso da seçã o precedente, a tensã o resultante, Er,
faz com que se produza uma corrente circulante Is na armadura de ambos os gera-
dores, de acordo com a Eq. (7-3). Esta corrente sincronizante faz com que seja
gerada pelo alternador 1 uma pot ência sincronizante, —
Px E f l I5 cos (â ngulo 1).
Esta potê ncia sincronizante conté m uma componente correspondente à perda
de pot ência na armadura ( Erís cos 9 ) e uma componente correspondente à trans-
ferência de potência sincronizante, que é a potência transferida ao alternador 2
para produzir a açã o motora.
O alternador 1 está entregando potência por açã o geradora , e o alternador 2
está recebendo potência por ação motora . A potência recebida pelo alternador
2 é E q f 2 Is cos (â ngulo 2), potê ncia negativa esta , que é a diferen ça entre a potência
gerada pelo alternador 1 e as perdas no cobre das armaduras de ambos os alternadores
[Eq . (7-8)]. Uma vez que a máquina prim á ria do alternador 1 está com mais carga,
como resultado da potência adicional gerada , ela tender á a atrasar-se em fase e a
diminuir a velocidade. O alternador 2, por outro lado, pelo fato de receber uma
potência sincronizante e devido a uma ação motora , tender á a adiantar-se em fase.
Assim , mais uma vez, a corrente sincronizante age de modo a manter continuamente
os alternadores em sincronismo.3
Deve-se notar na Fig. 7-16 que a potê ncia sincronizante recebida pelo alter-
nador 2 realmente depende do â ngulo 9. Para um dado â ngulo a , de avanço do
alternador 1 em relação à sua posiçã o original , o â ngulo 1 entre a fem induzida
Egf j do alternador 1 e a corrente sincronizante, 7S, depende de 9 . Mas 6 depende
da imped â ncia sí ncrona interna dos alternadores. Se 9 é pequeno, o â ngulo 1 é
grande, e o co-seno de um tal â ngulo tem um valor baixo. Para desenvolver a mesma
3
As má quinas primá rias, por isso, devem ter uma caracter
ística de velocidade achatada ou de-
crescente, de modo que os acr éscimos de carga tendam a diminuir a velocidade e os decréscimos a
aumentá -la, ajudando assim o efeito descrito da corrente sincronizante.
OPERA çãO EM PARALELO
215
potência sincronizante no alternador 1 , será preciso , pois, uma maior corrente
sincronizante devido ao pequeno valor de 6 . Um valor extremamente elevado
da imped â ncia sí ncrona do alternador poderá, entretanto, reduzir a corrente
sin-
cronizante mais rapidamente que a diminuiçã o do â ngulo 1 entre a tensão gerada
e aquela corrente.
Obviamente, então , uma razoavelmente elevada relação entre a reatâ ncia
sí ncrona e a resist ência da armadura produzirá uma potência sincronizante rá pida
e suficiente para assegurar uma operaçã o em paralelo conveniente, embora possa
resultar numa pior regulaçã o (Seçs. 6-7, 6-8 e 6-9). Genericamente, entretanto
,
pode-se estabelecer que aqueles alternadores que operam melhor em paralelo
são
os que tendem a ter piores regulaçõ es.
No que diz respeito a variações de velocidade da m áquina prim á ria , ou sú-
bitas aplicações ou retiradas de carga, para a máxima estabilidade da operação
em paralelo , os alternadores devem ter ( 1 ) uma elevada relaçã o entre a reatâ ncia
sí ncrona e a resistência da armadura , e ( 2) uma impedâ ncia total suficientemente
baixa, de modo que pequenas varia ções no seu â ngulo de avan ço de fase (a ) produ
zam valores elevados para a corrente e a potência sincronizantes. Isto é ilustrado
-
nos Exemplos 7-7 e 7-8.

EXEMPLO Os alternadores do Exemplo 7-6 têm, cada um, uma tensão gerada
de 230 V e
-
7 7: uma impedância de 2,01 L 84,3° ohms. A máquina primária do
alternador 1
avança 20° em relação à sua posição correta. Calcule :
a. A corrente sincronizante.
b. A potência sincronizante desenvolvida pelo alternador 1.
c. A potência sincronizante recebida pelo alternador 2.
d. As perdas na armadura.

Solução:

E2 230 L + 180° = - 230 + j0


=
Ex = 230 L 20° = 216 + j 78,6
Er = E 2 + Et =* — 14 4- ;78,6 = 79,8 L 100,1° V
E 79,8 L 100,1 ° V
a. 15 = ~ (7-3)
Zx + Z2 2 (2,01 L 84,3°O)
79,8 L 100,1° V
19,85 L 15,8° A
4,02 L 84,3 n =

b. Px = E g f l I s cos(
Ef / p Is ) = 230 x 19,85 cos 4,2° (7-4)
= 4.560 x 0,9973 = 4.558 W = potência entregue ao barramento

c. P 2 = Egf 2 Is cos ( Egf 2 , Is ) = 230 x 19,85 cos 164,2 ° ( 7- 5 )


= - 4.400 W ( pot ência recebida do barramento)
d. Perdas : Pl - P 2 = 4.558 - 4.400 = 158 W ( 7- 6)
Conferência : ErIs cos 6 = 79,8 x 19,85 cos 84,3° = 158 W ( 7-6)
Reconferência : JsRai = ( 19.85) 2 x 0,4 = 158 W (7-6)
216 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

EXEMPLO Repita o Exemplo 7-7, se cada alternador tiver uma imped â ncia de 6 L 50°Q
7 8: -
Solução:

79,8 L 100, 1° V
a !s
* =Z + Z 12 L 50° n = 6,65 L 50,1° A (7-3)
1 2

b. P , = EgflIs cos (£g / 1, 7S) = 230 x 6,65 cos 30,1° = 1.322 W (7-4)

c. P 2= E g f 2 I s cos (£ff / 2 , 7s) = 230 x 6,65 cos 129,9° = - 982 W -


(7 5)

d. Perdas : P x - P 2 = 1.322 - 982 = 340 W ( 7-6)

Conferência : ErIs cos 6 — 79,8 x 6,65 cos 50° = 340 W (7-6)


Reconferência: is2KflI = (6,65)2 (12 cos 50°) = 340 W (7-6)

Note-se que o uso de uma imped â ncia maior a um Q mais baixo , ou seja XJRa,
resultou em ( 1 ) uma redução na potê ncia sincronizante, e (2) um acr éscimo nas
perdas , a despeito da reduçã o da corrente sincronizante. É por esta razã o (e outras
mais) que se prefere uma relaçã o elevada de reatâ ncia da armadura para a sua
resistência , a despeito de seu efeito sobre a regulação. Finalmente, como se men-
cionou na Seç. 6-8, a regulaçã o da tensã o pode ser controlada pelo uso de regu-
ladores de tensã o, que variam a excitaçã o do campo para manter a tensã o de sa í da
constante, independentemente de varia ções da carga.

7-12. CAÇA AO SINCRONISMO OU


OSCILAÇÃ O DE ALTERNADORES

Nas seções anteriores (Seçs. 7-10 e 7- 11) indicou-se que uma corrente sincro-
nizante instantâ nea é produzida sempre que a corrente de campo de um alternador
é aumentada, ou quando se aumenta a velocidade de sua má quina primá ria. O
efeito da corrente sincronizante é produzir uma potê ncia sincronizante instant â nea,
que faz com que o alternador que gera a potência se atrase até a posiçã o de sincro-
nismo, e os alternadores que recebem a potência se adiantem até o sincronismo.
Poderia parecer que estas tendências, acopladas à caracter ística descendente da
velocidade das máquinas prim á rias que acionam os alternadores, resultariam
numa situação de estabilidade extrema e equilí brio. Isto seria verdade, de fato,
t se a velocidade da m á quina primá ria fosse constante para um ciclo completo de
\ i rotaçã o.
Infelizmente, uma m á quina prim á ria de natureza alternativa ( tal como um
motor a gasolina ou diesel, ou uma m á quina a vapor) pode ter uma velocidade
\
média constante em rpm, mas nã o ter á uma velocidade constante durante um
\ ciclo completo de rotação. Durante o per íodo de expansão de uma máquina a
!! vapor, por exemplo, o alternador estará adiantado em relaçã o ao sincronismo ,
I enquanto que, durante o per í odo de extraçã o, o alternador atrasa-se em relaçã o
a ele. Um alternador de 30 pólos operando a 60 Hz ter á uma velocidade média
l

I
OPERA çãO EM PARALELO 217
da m á quina primá ria de 240 rpm , ou 4 rps. Em uma rota ção, ou seja um quarto
de segundo, o alternador percorrerá 15 ciclos! A resposta elé trica do alternador,
mesmo a pequenas variações ocorridas na velocidade da m á quina prim á ria, é
quase instantâ nea. Infelizmente, entretanto, os rotores dos alternadores são bas
tante pesados e tê m uma grande quantidade de iné rcia. -
Se, durante o perí odo de expansão, um alternador adianta-se levemente em
relaçã o ao sincronismo, ele estará, instantaneamente, entregando potência sin
cronizante aos outros alternadores. Os outros alternadores recebem esta potência
-
instantâ nea, mas, devido à iné rcia, sua resposta é muito lenta. O alternador em
avanço produzir á ent ã o mais e mais corrente sincronizante, numa tentativa de
trazer ao sincronismo os outros alternadores, ao mesmo tempo em que ele pr óprio
se atrasa. A potência transferida pode ser t ão grande e a demanda, em termos
de contratorque, tã o elevada que, em vez de atrasar -se para a posição de
sincronismo, ele eventualmente ficará abaixo da velocidade dos outros alterna
dores . Quando ele está nesta situaçã o, sua má quina primária est á em extração
-
(o que em nada auxilia a situaçã o) ; e, ao atrasar-se, ele receberá instantane
amente
pot ê ncia do barramento e funcionar á como um motor .
A potência sincronizante recebida mais o aumento extra da máquina pri
m á ria na sua expansã o fazem com que, mais uma vez, o alternador original oscile
-
até uma posição mais avan çada do que a da primeira vez. A inércia dos
demais
alternadores , ao n ã o responder imediatamente à potência instantaneamente rece
bida , faz com que o alternador em avanço desenvolva uma corrente sincronizante -
maior ainda que a anterior. Efetivamente, o alternador está “caçando” a velo
-
cidade sí ncrona está vel, mas n ã o pode alcançá la . -
Esta oscilação periódica repetida ou caça , acima e abaixo da velocidade sí n
crona do alternador acionado por uma m á quina alternativa , continua a ampliar -
se, cada oscilaçã o sucessiva aumentando em relaçã o à anterior . Se temos ligados
-
instrumentos tais como amper í metros e wattí metros, a caça ao sincronismo pode
ser observada pelo aumento e diminuiçã o da corrente lida no amperí metro e pela
reversão periódica da potência do wattí metro, em resposta à recepção e à geração
da pot ê ncia sincronizante. Desde que esta condiçã o n ão cessa por si mesma e n ã o
é autolimitante ( pelas razões acima descritas), é necessá rio tomarem se provi
-
d ê ncias , no projeto combinado de alternador — má quina primá ria , para eliminá
-
la. A seguir, apresentamos algumas das técnicas empregadas para reduzir a caça
-
ao sincronismo.

1. Enrolamentos amortecedores, que consistem em barras na configuração de gaiola de


esquilo, colocadas nas faces polares do rotor, para evitar o efeito da caça ao sincronismo.
Quando os pólos de campo, ao girar, passam pela armadura à velocidade síncrona,
n ão se induz tensão no enrolamento amortecedor em curto-circuito. Se a velocidade
do rotor aumenta ou diminui abaixo da velocidade sí ncrona, nos enrolamentos amorte
cedores induz-se uma tensão e uma corrente elevada de curto-circuito. Pela lei de Lenz,
-
esta corrente estabelece um fluxo que se opõe à força que o produziu, isto é, à variação
da velocidade.
2. O eixo da máquina primá ria pode ser equipado com um volante grande e pesado. Isto
aumenta a in ércia da máquina prim á ria e a auxilia na produção de uma velocidade
mais constante através de uma só rotação.
218 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

3. Usam -se amortecedores a pistão ou de fluido viscoso nos reguladores de combust


í vel
ou nos reguladores das máquinas primárias, para evitar a sua resposta
imediata às
variações sú bitas e pequenas da demanda de mais ou menos potência
por parte do
alternador.
4. Empregam-se máquinas primárias que tenham potência entregue uniforme
para uma
rotação completa ; as turbinas a yapor ou a gás têm, por exemplo,
esta caracter í stica.

-
7 13. SINCRONIZAÇÃO DE ALTERNADORES POLIF
ÃSICOS
Embora desenvolvida em termos de alternadores monofásicos, toda
cussã o precedente aplica -se igualmente aos alternadores polifásicos, uma vez que-
a dis
todas as considerações e cá lculos são feitos por fase para os alternadores
tri ou
polifásicos genericamente. As únicas diferenças ocorrem no
método de sincro-
nização e nos critérios da sequência de fases (o sexto requisito na Seç. 7-8)
. Este
requisito estabelece que a sequê ncia de fases do alternador que vai
entrar em para-
lelo deve ser a mesma do barramento, isto é, dos alternadores que já est
ão ope-
rando em paralelo.
Como se estabeleceu na Seç. 2-13, há apenas duas sequências de fase possí veis
para um alternador trifásico, pela simples razã o de que há apenas
dois sentidos
possí veis para a rotaçã o dos pólos em relaçã o aos enrolamentos da
armadura. A
Fig. 7- 17 mostra um alternador, à esquerda, em vias de ser ligado
em paralelo

N N
A Ao
o
o

C B

Fig. 7-17 — Sequência de fases de alternadores e mé todo


de sincronizaçã o da lâ mpada apagada.

com um alternador (ou barramento) à direita. O rotor do alternador da esquerda


gira no sentido anti- horá rio, enquanto que o da direita gira no sentido hor
á rio.
Ainda assim , a sequê ncia de fases é a mesma para ambas as m á quinas ( ABC-ABCA ) ,
como se indica pelas fases encontradas por um pólo norte unitário girando em
torno da armadura e induzindo tensões. A sequência de fases pode ser conferida de
uma forma simplificada , ligando-se um pequeno motor de induçã o ao barrame
nto
e observando-se o seu sentido de rotaçã o. Liga-se, após, o motor de induçã o ao
alternador que vai entrar em paralelo e, se o sentido de rotação é o mesmo, a se
-
OPERA çãO EM PARALELO 219

q íiê ncia de fases da m áquina que vai entrar em paralelo é a mesma do barramento.
Se o motor de induçã o gira no sentido oposto, qualquer par de terminais do alter-
nador que vai entrar em paralelo deve ter suas posições invertidas ( terminais junto
* às chaves da Fig. 7-17) e com isto se assegura a sequ ência de fases correta. A se-
quência de fases pode ser també m conferida por um indicador de sequência de fases
( Seç. 7- 15).
A sincronizaçã o pode ser conseguida utilizando-se os mé todos das lâ mpadas,
semelhantes, em princí pio , aos empregados para os alternadores monofásicos,
mostrados na Fig . 7-9 . O mé todo empregado na Fig. 7- 17 é o mé todo da lâmpada
apagada. Mesmo que os valores eficazes das tensões de fase e de linha , do alter -
nador que entra em funcionamento e das má quinas já operando, sejam idênticos
e també m o sejam as frequências dos alternadores , as lâ mpadas da Fig. 7-17 podem
n ã o estar apagadas. H á uma escassa possibilidade de que as tensões tendam a
‘‘fechar-se” em precisa oposiçã o, fase a fase. Assim , se as lâ mpadas permanecem
fixas em um dado brilho, isto indicará que tanto a m á quina que entra em funcio-
namento como as que já est ã o operando t ê m a mesma frequência, mas que uma
diferen ça de potencial é produzida seja ( 1 ) por um deslocamento fixo de fase entre
as fem induzidas dos alternadores, seja ( 2) por uma diferença entre os valores efi-
cazes das tensões de fase.
Depois de descartar-se a segunda possibilidade através de um volt í metro,
será necessá rio acelerar ou retardar levemente o alternador que est á entrando
em funcionamento, a fim de encontrar o momento preciso para fechar a chave
sincronizante ( isto é, quando as lâ mpadas se apagam) , enquanto as l â mpadas estão
piscando juntas. Se as l â mpadas não piscam juntas, as fases não estão corretamente
ligadas às chaves , ou a sequê ncia de fases est á incorreta . A inversã o de um par
qualquer de terminais resolverá o problema.
A desvantagem de usar-se o método da lâ mpada apagada para alternadores
polif ásicos é a mesma , discutida na Seç. 7-9 para alternadores monofásicos , em
que se achou dif ícil determinar, mesmo para um piscar lento, o ponto intermediá rio
do período apagado (quando os alternadores estã o exatamente em sincronismo
e as fem exatamente defasadas de 180° umas em relaçã o às outras).
Como no caso de alternadores monofásicos ( Fig. 7-9 b), o método da lâmpada
acesa pode ser usado para indicar o instante da sincronização através do brilho
m á ximo da lâ mpada. A Fig. 7-18a mostra as ligações correspondentes ao mé todo
da lâ mpada acesa para a ligaçã o em paralelo de alternadores trifásicos, no qual
as três lâ mpadas tiveram todas as ligações invertidas em relação às da Fig. 7-17.
A Fig. 7-18 b mostra um terceiro m é todo, chamado método da lâmpada girante,
no qual teremos as l â mpadas piscando de forma que duas estejam acesas e uma
apagada, sucessivamente. A chave sincronizante é fechada quando as duas l â m-
padas de fora , da Fig. 7-18 b, est ã o acesas e a do centro est á apagada. A vantagem
deste m é todo é que ele permite a sincronizaçã o em termos de brilho má ximo e
m í nimo. A figura mostra també m o uso de lâ mpadas em sé rie, para prevenir-se
a queima das l â mpadas devido a tensões de pico. Para alternadores de alta tensã o,
utilizam-se transformadores de potencial, quer com as lâ mpadas quer com o sin-
cronoscó pio, descrito a seguir.
220 iVlAOUINAS ELÉTRICAS E TRANSFORMADORES

.
( a ) Mé todo da l âmpada acesa


o

( b ) Método da lâ mpada girante ( duas acesas e uma apagada ) .

Fig. 7- 18 — Métodos das l â mpadas para sincronizaçã o.

7-14. S1 NCRONOSCÓPIOS

Em condições comerciais de operação, pode ser, algumas vezes, difícil o uso


das lâ mpadas para indicar se o alternador que est á entrando em funcionamento
está mais lento ou mais rá pido. No laborat ório, é fácil aumentar-se a velocidade
da máquina primá ria ( normalmente se utiliza um motor de velocidade variá vel)
e observar-se o piscar das l â mpadas. Se o piscar torna-se mais lento com aumento
da velocidade, a frequência do alternador que vai entrar em paralelo est á abaixo
da do alternador em funcionamento ou da do barramento .
Um instrumento chamado sincronoscó pio foi imaginado, constitu ído de um
ponteiro girante (que indica se a má quina que está entrando em funcionamento
est á mais lenta ou mais rá pida) e uma posição fixa para ftidicar o momento preciso
da sincronizaçã o, quando a chave que faz o paralelismo deve ser fechada. Cons-
troem-se sincronoscó pios de vá rios tipos, ou seja, do tipo ponteiro polarizado,
do tipo ferro mó vel e do tipo bobina cruzada. O sincronoscópio é projetado para
funcionamento em circuitos monof ásicos e pode, portanto, ser usado para a sin-
croniza çã o tanto de alternadores mono como polif á sicos. Como é basicamente
um dispositivo monofásico, não pode detectar a sequê ncia de fases , o que deve ser
OPERA çà O EM PARALELO 221

conferido quer por um motor de induçã o quer por um indicador de sequência


de fases. També m n ã o pode detectar as diferenças de tensões, o que deve ser feito
por um volt í metro.
O tipo ponteiro polarizado tem seu circuito e mostrador representados na Fig.
7- 19. O ponteiro é polarizado à frequê ncia da m á quina em funcionamento através
da bobina do rotor. O enrolamento do estator consiste de duas bobinas ( fases)
distribuídas pela circunferê ncia do instrumento, da mesma forma que num motor
de indu çã o monof ásico, de fase dividida, e é ligado à m á quina que vai entrar em
funcionamento. O campo girante do estator gira à frequência da má quina que
vai entrar , enquanto o ponteiro de ferro est á polarizado ( magnetizado) à frequên
cia do barramento ou da máquina em funcionamento. Quando as frequências
-
est ã o exatamente em sincronismo, o ponteiro alinhar-se-á numa posiçã o vertical
fixa, como mostram as Figs. 7- 19b e c. Na última figura note-se que, quando o
campo girante est á a 90° da posiçã o do ponteiro, este est á desmagnetizado . Se
o ponteiro estivesse levemente magnetizado, devido à diferença de frequências,
ele tenderia a mover -se lentamente para a esquerda ou para a direita. Se o campo
gira a 61 Hz e o ponteiro está magnetizado a 60 Hz, ele girará no sentido horá rio
a uma velocidade de 1 rps. Inversamente , se o campo gira a 58 Hz, o ponteiro
girará no sentido anti-horá rio a uma velocidade de 2 rps. Quando as frequências
sã o id ê nticas, o ponteiro “ fecha-se” numa posiçã o fixa , que indica a diferen ça de
fase entre as tensões dos dois alternadores.

Má quina em funcionamento ( barramento )

JJJU Bobina polarizante

Bobinas 1 , 2 do estator
if
o
o
í2
Má quina a ser ligada

( a ) Circuito.
Indicador
(D s
' ®
r \ N
\ S
\
Lento f R á pido
I© x ®! |® ©
rS N
® ©
( b ) Mostrador. ( c ) Fluxo do campo girante e magnetiza ção do
ponteiro em sincronismo .
Fig. 7- 19
— Mostrador do circuito do sincronoscó pio e princí pio de operação
( tipo ponteiro polarizado).
/

222 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

7-15. INDICADOR DE SEQU ÊNCIA DE FASES

Embora o sincronoscó pio possa fornecer, de forma acurada, melhores indi-


cações que os m é todos de lâ mpadas, sobre o instante no qual deve ocorrer a sin-
cronizaçã o ou sobre se o alternador que vai entrar está mais lento ou mais rá pido,
ele nã o pode indicar a sequê ncia de fases (o que as lâ mpadas fazem de modo muito
simples). J á se estabeleceu anteriormente que se podem usar motores de induçã o
polif ásicos, mas, se nã o se dispõe deles, um instrumento portá til e conveniente
para a utilizaçã o é o indicador de sequência de fases. O circuito básico de um indi-
cador de sequência de fases aparece na Fig. 7-20a, e uma versã o simplificada na
Fig. 7-20 b. Consiste de duas lâ mpadas a né on id ê nticas e um capacitador ligados
em estrela como carga trifásica desbalanceada. As resistências do circuito sã o
projetadas para criar um potencial acima e abaixo do potencial de ignição das
l â mpadas a néon , de tal modo que, para uma rotaçã o de fase ( 1 3-2), a carga des- -
balanceada provoque uma queda de potencial maior a partir do neutro N através
da lâ mpada 1 , EN Í . Note-se que, devido ao desbalanceamento, as tensões entre
fase e neutro sã o da ordem das tensões de linha £\ 2, E 2- 3’ etc. Uma inversão _
da sequ ê ncia de fase ( 1 -2- 3) iluminará a l â mpada A 3, de forma semelhante, e ex-
tinguirá a l â mpada N v

N
-,
1 2- 3
_
N °) Nj

C
r^VW wv vw
i ( A) TB
2 3
(0

( a ) Circuito básico. (b ) Circuito simplificado.

Sequê ncia 1 , 2 , 3 Sequê ncia 3 , 2 , 1

( c ) Efeito da sequ ê ncia de fases nas tensões de igni ção da l â mpada ,


de linha e de fase.

Fig. 7-20 — Indicador da sequência de fases.


OPERAçãO EM PARALELO ' 223
7-16. SUM Á RIO DO PROCEDIMENTO PARA LIGAR
EM PARALELO ALTERNADORES POLIFÃSICOS

A lista a seguir pode servir como um sumá rio dos passos necessá rios para
colocar alternadores polif ásicos em paralelo com outros alternadorés , atrav és
de um barramento.

1 . 0 alternador é trazido à velocidade nominal e seu valor eficaz de tensão de linha é ajus
tado à tensão do barramento através de um volt í metro.
-
2. A sequência de fases é verificada através do indicador da sequência de fases ou das lâm
Y padas de sincronização.
-
3. A frequência do alternador a ser ligado é comparada à do barramento através de um
sincronoscópio ou pelo método das lâ mpadas. Se a frequência da máquina a ser ligada
-
é baixa, aumenta se a velocidade de sua máquina primá ria ; se é alta, a velocidade é
reduzida.
4. A chave de paralelismo é fechada no instante em que as lâ mpadas ou o sincronoscópio
indicam que as tensões fase-a -fase são exatamente iguais e opostas. O alternador estará
então ligado e flutuando na linha.
5. Faz-se com que o alternador assuma carga, aumentando-se a velocidade de sua á
quina prim á ria.
m -
6. O fator de potência no qual funciona o alternador, no que diz respeito à sua potência
reativa, é ajustado por meio de seu reostato de campo.
7. A tensão do barramento é ajustada, atuando-se simultaneamente em todos os reostatos
de campo.

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QUESTÕ ES

7- 1 . Dê 5 vantagens que justifiquem a utilizaçã o de geradores ou alternadores CC em paralelo,


em vez de uma unidade apenas para fornecer carga a um sistema elétrico.
7-2. Quatro alternadores monof ásicos estão ligados em paralelo a um barramento. Os
alternadores 1 e 2 estão entregando energia ao barramento. O altemador 3 está recebendo
energia do barramento e o altemador 4 está “ flutuando”. Deduza uma equação que
expresse a relação entre a tensão gerada e a tensão nos terminais para :
a . o altemador 1 e o altemador 2
b. o altemador 3
c. o altemador 4.
7-3. Repita a questão 7-2 para quatro geradores CC semelhantemente ligados a um barramen -
to dando, desta vez, as equações para :
a. a potência gerada pelas m áquinas 1 e 2 e a potência entregue ao barramento
b. a potência gerada pela máquina 3 e a potência a ela entregue pelo barramento
c. repita ( b) para a máquina 4.
7-4. Para geradores-derivação CC, funcionando em paralelo, explique :
a. por que existe uma condição de equilí brio estável entre estes geradores em relação
a s ú bitos acréscimos ou decréscimos na carga
b. duas condições que venham a causar a divisão proporcional da carga entre eles
c. por que as máquinas prim á rias que os acionam devem também ter características
de velocidade decrescentes ou constantes.
7-5. Para geradores compostos CC funcionando em paralelo, explique :
a. duas condições adicionais para a manutenção da divisão proporcional da carga
com as variações nesta
b. por que um reostato divisor de corrente, para um dado gerador composto, não
pode ser ligado em paralelo com o campo-série neste tipo particular de m áquina
c. o modo pelo qual as caracter ísticas dos geradores compostos são ajustadas através
dos reostatos divisores de corrente
d. por que se deve ligar uma barra equalizadora no lado da armadura do campo-sé rie
e também no lado de mesma polaridade de cada máquina .
7-6. -
Indique os passos para colocar se um gerador CC em paralelo com um grupo de outros
geradores CC ligados a um barramento.
7-7. Imaginando que um dado gerador Gt esteja funcionando em paralelo com outros ge-
radores, qual o efeito de :
a. reduzir-se a tensão gerada de Gx até o valor da tensão do barramento
b. reduzir-se a tensão gerada de Gx até um valor menor que a tensão do barramento
-
c. desacoplar se o gerador Gx de sua máquina primá ria.
7-8. Estabeleça :
a. As condições necessá rias para uma operação bem sucedida de alternadores em
paralelo.
b. Sumarize estas condições numa só frase.
OPERA çãO EM PARALELO 225
*
7-9. Desenhe diagramas fasoriais representando :
a . as relações de tensão entre dois alternadores monofásicos em paralelo, com relação
ao circuito local que consiste apenas deles
b. as relações de tensão entre a tensã o do barramento e a corrente de carga por eles
suprida .
7- 10. -
Repita a questão 7 9 representando graficamente as formas de onda.
7- 11 . Desenhe um diagrama mostrando a sincronização pelo método da lâ mpada apagada
para dois alternadores monofásicos e explicando as condições sob as quais :
a. as lâ mpadas ficarão sempre apagadas
b. as l â mpadas ficarão sempre acesas
c. as l â mpadas piscarão juntas.
7-12. a. Dados dois alternadores com tensões nominais de 120 V cada um, qual será a tensão
nominal da lâ mpada a utilizar na Fig. 7-9(a) (V. Ex. 7-3) ?
b. Estabeleça duas desvantagens do método da lâ mpada apagada para a sincronização
de alternadores.
c. Explique por que o mé todo da lâ mpada acesa [ Fig. 7-9( b)] supera as desvantagens
apontadas no item b.
7-13. Com referência à corrente sincronizante :
a . defina-a por comparação com a corrente de carga IL , e com a corrente de armadura,
Ia
f b. escreva uma equação para determinar o seu valor, por fase, no caso de dois alterna-
dores em paralelo
c. qual o seu efeito na distribuição da carga ?
d. qual o seu efeito sobre o altemador, que tenha â ngulo de fase de menos de 90° entre '

sua tensão gerada e a corrente sincronizante ?


e. repita (d) para â ngulos maiores que 90o -
f. Explique o efeito prim á rio da corrente sincronizante.
7-14. Qual é o significado de :
a. uma potência sincronizante positiva e como ela afeta um altemador em paralelo ?
b. Repita (a ) para uma potência sincronizante negativa
c. o fato de que a potência sincronizante positiva não iguala a potência sincronizante
negativa ?
7- 15. Se o efeito primá rio de uma corrente sincronizante é a produção de potência sincronizante,
desenhe
a. o diagrama fasorial instantâ neo de dois alternadores que tenham tensões geradas
diferentes e defasadas de 180°, e mostre nele a tensão gerada resultante e a corrente
sincronizante produzida. Indique as potências positivas e negativas
b. o diagrama fasorial instantâ neo, depois que a potência sincronizante fez seu efeito,
adiantando o altemador que recebe a potência e retardando o que a fornece.
7-16. a. Dê três efeitos da sobreexcitação de um altemador específico, que funciona em
paralelo num sistema , que resulte numa estabilização de todos os alternadores em
* sincronismo.
b. Qual o efeito da sobreexcitação de um altemador específico sobre a distribui ção
da carga de alternadores erti paralelo ?
7-17. Em relaçã o aos alternadores em paralelo, explique como :
a. se eleva ou se abaixa a tensão do barramento
b. se pode remover a carga de um altemador específico
c. se aumenta a carga de um altemador especitico.
7-18 . Os alternadores são projetados para ter uma imped â ncia total baixa, mas uma elevada
relação de reatâ ncia síncrona para resistê ncia da armadura.
a . Qual é a vantagem de uma impedâ ncia baixa no que diz respeito à sincronização ?
b. Qual é a vantagem de uma relação XJRa elevada ?
226 MáQUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

7- 19. a. Qual é a causa da caça ao sincronismo de um altemador funcionando em paralelo


acima e abaixo da velocidade sí ncrona ?
b. Cite quatro técnicas que tendam a eliminar a caça.
7-20. a. Que diferenças existem nos critérios para a ligação em paralelo de altemadores
polif ásicos em comparaçã o aos monofásicos ?
b. Dê dois mé todos para verificar a sequê ncia de fases em alternadores polif ásicos.
c. O sincronoscópio dá uma indicação da sequência de fases ? Explique.
7-21 . Resuma os 7 passos necessários para colocar um altemador, a entrar em operação,
em paralelo com outros altemadores, para fazer com que ele assuma uma porção da
carga .
7-22. Supondo que um dado altemador esteja funcionando em paralelo com outros altema-
dores e carregando uma parcela proporcional da carga, explique o efeito de :
a. reduzir-se a sua excitação, de forma que sua fem fique menor que a tensão do bar-
ramento
b. reduzir-se a velocidade de sua máquina primá ria, de forma que sua fem fique menor
que a tensão do barramento
c. desacoplar-se o altemador de sua máquina primá ria.
7-23. a . Qual a denominação especí fica que se dá à m á quina prim á ria síncrona, quando
ela funciona nas condições descritas em (c) ou em (a) da questã o 7-22 ?
b. A que velocidade funcionará a máquina nas condições descritas em (a), (b) e (c)
da questão 7-22 ?

PROBLEMAS

7-1. Dois geradores são ligados em paralelo a uma carga de § Cl O gerador A é ajustado
.
a uma tensão gerada de 124 V, tendo uma resistência da armadura de 0,1 ft. O gerador
B é ajustado a uma tensão gerada de 125 V, tendo uma resistência da armadura de 0,05 ft.
Desprezando a corrente de campo drenada por gerador, a queda de tensão nas escovas
e a queda de tensão devida à reação da armadura, calcule
a. A corrente entregue, por gerador, ao barramento.
b. A corrente entregue pelo barramento à carga.
c. A tensão nos terminais do barramento.
7-2. Repita o problema 7 1, com a excitação do gerador A reduzida de forma que sua tensão
-
gerada seja 120 V, e a do gerador B aumentada de modo que sua tensão gerada seja
127 V.
7-3. Repita o problema 7-1, com a excitação do gerador A reduzida de forma que sua tensão
gerada seja 118 V. e a do gerador B aumentada de modo que sua tensão gerada seia 128 V.
7-4. a . Em relação ao problema 7-2, qual é o efeito sobre o gerador B de desligar-se A do
barramento ? Por qu ê ?
b. Em relaçã o ao problema 7-2, qual é o efeito sobre o gerador B de aumentar-se a
resistência interna da armadura do gerador A? Por quê ?
7-5. a. Em relação ao problema 7-3, qual é a natureza da operação do gerador A ? Por quê ?
b. Qual a denominação normalmente empregada para a tensão gerada pela máquina A ?
c. Qual o efeito de diminuir-se a excitação da m áquina A sobre
1. A corrente drenada do barramento pela máquina A.
2. O torque produzido pela máquina A.
3. A direção do torque produzido pela máquina A em comparação ao produzido
por sua máquina prim á ria.
OPERA çã O EM PARALELO 227
d . Qual é a tensão nos terminais da máquina A ? Dê a equação que estabelece a operação
da máquina A .
e . Dê a equação que estabelece a operação da máquina B.
7-6. Dois geradores-derivação, idênticos, de 50 kW, 250 V, 1.200 rpm têm uma regulação
de tensão de 10%. Um gerador está entregando metade de sua carga nominal a uma
tensão de 262,5 V em seus terminais, enquanto o segundo gerador está ligado em paralelo
à linha, em flutuação. Imaginando que ambos tenham velocidade e excitação constantes,
calcule
a . A potência total entregue a uma tensão do barramento de 262, 5 V .
b. A potência má xima entregue sem que se exceda a capacidade do gerador original.
c. A potência que cada gerador entrega em ( b).
7-7. Um gerador-derivação de 10 kW, 125 V, 1.800 rpm está ligado em paralelo a um gerador
-
derivaçã o de 5 kW , 125 V, 1.200 rpm . O gerador de 10 kW tem uma regulação em tensão
de 8%, enquanto o de 5 kW tem de 10%. Supondo que ambos são ligados em paralelo
a uma tensão a vazio de 135 V e que a velocidade de suas máquinas primá rias nã
o varia
com a aplicação da carga , para uma corrente total de carga de 100 A entregue à carga
,
calcule
a. A corrente de carga que cada gerador entrega .
b. Os quilowatts entregues à carga .
c. Os quilowatts que cada gerador entrega.
7-8. Repita o problema 7-7 para uma corrente de carga total de 60 A .
7-9. Repita o problema 7-7 para uma corrente de carga total de 120 .
A
7-10. a . Supondo que cada um dos geradores do problema 7-7 deve ser carregado à
carga
nominal quando a corrente de carga é 120 A, calcule a excitação a vazio para
cada
uma das máquinas antes da ligação em paralelo.
b. Se os dois geradores ficam ligados em paralelo e a carga externa é desligada
, qual
das máquinas funcionar á como motor e qual funcionará como gerador ?
7-11. Dois geradores compostos CC de 250 V e diferentes capacidades são ligados em paralelo
O gerador A tem uma capacidade nominal de 50 kW e o gerador B de 100
.
kW. Para
possibilitar que os geradores tenham o mesmo grau de compensação, ao campo
-série
do gerador B é ligada em paralelo uma resistência de 0,05 Q. Os campos-sé rie dos gera
dores A e B têm idênticos valores de resistência de 0,05 Cl. Se as ligações de ambos
-
os geradores são do tipo curto-derivação determine
a. Se os geradores funcionarão satisfatoriamente em paralelo. Se não, por que não ?
b. A resistê ncia necessá ria a produzir-se numa operação em paralelo satisfat
ória e
mostre que circuito levará a isto.
c. A queda de tensão em cada um dos campos série ligados em paralelo, quando ambos
-
os geradores estiverem suprindo a plena carga e a meia carga, respectivamente.
7-12. Dois altemadores monofásicos devem ser sincronizados utilizando-se o método da
-
lâ mpada apagada, como mostra a Fig. 7 9(a). O altemador A tem nos terminais uma
tensão de 220 V e uma frequência de 60 Hz. O altemador B tem uma tensão de 222 V
e uma frequência de 61 Hz. Calcule :
a. A tensão efetiva m á xima em cada lâ mpada,
b. A frequência do piscar das lâ mpadas ( batimento),
c. A tensão efetiva mí nima em cada l â mpada .
-
7 13. Cada altemador do problema 7-12 tem uma frequência de 60 Hz. Calcule a tensão
efetiva em cada lâ mpada quando
a. A diferença de fase entre os altemadores é 0o.
b. A diferença de fase entre os altemadores é 180°.
c. Calcule a frequência do piscar das lâ mpadas em (a ) e ( b).
228 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

7- 14. Nos problemas anteriores, os dois altemadores monofásicos A e B têm, cada um, uma
resistência efetiva de 0, 1 O e uma reatâ ncia sí ncrona de 1.0 Q , respectivamente. Eles
sã o sincronizados convenientemente (isto é, suas fem estão a 180° em relação ao circuito
local ), mas no instante da sincronização a fem do altemador A é 220 V e a do B 210 V,
em valores médios quadrá ticos. No instante em que fecha a chave de sincronizaçã o,
e antes que os altemadores ajustem suas posições de fase, calcule .
a. A tensão resultante entre os altemadores.
b. A corrente sincronizante.
c. O â ngulo do fator de potência entre (a ) e ( b).
d. A potência desenvolvida pelo altemador A e sua forma de operaçã o.
e. A potência desenvolvida pelo altemador B e sua forma de operação .
f. A perda de potência em ambas as armaduras e a potência sincronizante.
g. A tensão nos terminais de cada altemador ( tensão no barramento).
7-15. Dois altemadores trifásicos, ligados em estrela, de 150 kVA, 3.980 V são sincronizados
a vazio, de forma que o altemador A está adiantado de 20 graus elé tricos em relação
à posição de 180° que deveria tomar no circuito local, com respeito ao altemador B.
Cada altemador tem uma resistência de 0,12 Q/ fase e uma reatâ ncia de 1,275 0/fase,
respectivamente. No instante em que se fecha a chave, e antes que os altemadores
tenham ajustado suas posições de fase, calcule
a. A diferença de fase entre os altemadores em graus elétricos e o valor médio quadrá-
tico de volts.
b. A corrente de sincronização por fase e seu respectivo â ngulo do fator de potência.
c. A pot ência desenvolvida por fase pelo altemador A e sua forma de operação *

d. A potência desenvolvida por fase pelo altemador B e sua forma de operação.


e. A perda de pot ência em ambas as armaduras e a potência sincronizante transferida
através dos barramentos, imaginando iguais perdas de potência em cada altemador.
f. A tensão nos terminais de cada altemador por fase e seus valores de linha.
7-16. Dois altemadores trifásicos A e B, de ligação em estrela, devem ser ligados em paralelo
através de um barramento. As resistências das armaduras e as reat â ncias sí ncronas,
por fase, são 0,1 De 1,0 D, respectivamente, para ambos. A tensão de linha de A é ajus -
tada a 2.500 Ve é ajustada a 2.300 V, sendo que estão em perfeita oposição de fase
^
no instante em que se faz o paralelo. Calcule :
a. A tensão resultante entre os altemadores, por fase.
b. A corrente sincronizante por fase .
c. O â ngulo do fator de potência entre (a) e ( b) acima .
d. A potência desenvolvida pelo altemador A e forma de operação .
e. A potência desenvolvida pelo altemador B e forma de operação .
f. A perda de potência por fase .
g. A tensão nos terminais do barramento por fase e seu valor de linha.

RESPOSTAS
? 1(a ) 40 A , 100 A ( b) 140 A (c) 120 V 7-2(a) 140 A , 0 ( ) 140 A
'
b (c) 120 V 7-3(a) - 20 A,
160 A ( b) 140 A (c) 120 V 7-6(a ) 26,25 kW ( b) 75 kW (c) 50 kW, 75
kW 7-7(a) 28,6 A ,
71 ,4 A ( b) 12,62 kW (c) 3,61 kW, 9,01 kW 7-8(a) 17,15 A, ,85
42 A ( b) 7,78 kW (c) 5,56
kW, 2,22 kW 7-9( a ) 34,3 A, 85,7 A ( b) 149,2 kW ( c) 42,7, 106,5 kW 7-10(a ) 137,5 V, 135 V ( b)
Gerador A, Motor B 7-12(a ) 221 V ( b ) 1 Hz (c) 1 V 7-13(a ) 221 V ( b ) 1 V (c) zero 7-14(a )
10 V ( b) 4,98 A (c) 0,09932 (d ) 108,8 W (e) - 103,8 W (f ) 103,8 W (g) 215 V 7-15ía ) 160°
( b ) 312,5 A (c ) 7,15 kW (d ) 693 kW motor ( e) 69 kW , 704.5 kW
/fase ( f ) 2.300 V 7-16( a ) 118 V
( b) 58,75 A ( c ) 0,09932 ( d ) 8.440 W ( e ) 7.750 W ( 690 W ( g) 2.400 V.
0
r

OITO

relações de torque
t. em máquinas CA
motores sí ncronos

8 1. GENERALIDADES
-
Cabe repetir que todos os motores elé tricos, CA e CC, atuam como geradores
enquanto tem lugar a acã o-motor. No capí tulo anterior sobre a operaçaò em
paralelo, estabeleceu-se que, quando uma m á quina (CA ou CC) é ligada em para-
lelo a um barramento ou a uma outra fonte de fem , ela pode atuar ( 1) como gerador,
se sua fem induzida for superior à tensã o do barramento (e a má quina fornecer
potência ao barramento) ; ou (2) como motor, se sua fem induzida for menor que
a tensã o do barramento (caso em que a m á quina recebe potê ncia do barramento).
-
Estabeleceu se també m que uma armadura de motor ligada a um barramento
pode ser considerada como estando em paralelo com ele. Considerando a opera-
ção em paralelo de alternadores mono e polifásicos, demonstrou-se que dois fa -
tores poderã o ocasionar a “ motorizaçã o” do alternador e fazê-lo receber potê ncia
sincronizante do ^ barramento (ou dos outros alternadores em paralelo) ; eles são
^
( 1 ) um decréscimo da corrente de campo e da fem gerada ( tornando-a menos que
I
^
a tensã o do barramento) e (2) um decréscimo na velocidade instant ânea da má quina
230 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

CA . Quando ocorrer uma destas condições, a m á quina Crestar á funcionando


como um motor sí ncrono CA.
Deve-se notar que se utilizou a denominação “ velocidade instantâ nea ” . A
velocidade de um motor sí ncrono CA é determinada [ Eq . ( 2- 16)] pelo n ú mero
de pólos e pela frequê ncia, isto é, Ns = 120 f / P . Uma vez que a frequência do
barramento que alimenta o motor é constante, e també m o é o n ú mero de pólos,
-
torna se evidente que um motor sí ncrono CA é um motor dejelocidade consjante .
O modo pelo qual ele varia instantaneamente a sua velocidade, como resultado
da aplicaçã o de uma carga e da magnitude da corrente que seu estator recebe do
barramento, será estudado especificamente neste capí tulo.
A armadura de um motor sí ncrono n ão só requer e recebe do barramento
uma corrente alternativa , mas, como qualquer m á quina sí ncrona CA (duplamente ^
excitada requer també m uma excitaçã cx-CC para o seu campo. Em motores sí n-
^
cronos grandes, a excitatriz ( um gerador-derivaçã o CC) é montada no mesmo
eixo que o motor, sendo que uma pequena parcela do torque motor será consu-
mida para gerar a CC requerida para excitaçã o do campo. Devido à possibilidade
de variaçã o da excitaçã o descampo, o motor sí ncrono CA possui uma caracter ística
que nenhum outro tipo de motor CA possui
funciona , pode ser variado à vontade.
^ —
o fator de potência, no qual ele

Uma segunda caracter í stica , algo incomum, do motor sí ncrono polifásico


( e do monofásico) é que (semelhantemente a alguns motores monofásicos) ele
não tem torque de partida. Como o alternador CA, ele deve ser acelerado por algum
meio auxiliar, para ser ent ã o ligado à linha.
Outra peculiaridade dos motores sí ncronos é a sua suscetibilidade ao balanço
de caça ao sincronismo (Seç. 7- 12), particularmente quando as cargas sã o sujeitas
a s ú bitas variações ou nã o sã o uniformes durante um ciclo de revoluçã o , como
no caso de fradeiras, guilhotinas, compressores ou bombas. A utiliza çã o de enro-
lamentos amortecedores na construçã o do rotor terminou com esse problema e,
ao mesmo tempo, tornou possí vel ao motor sí ncrono uma partida como a de um
motor de induçã o .
Atualmente, o motor sí ncrono é largamente utilizado, sendo que sua popula-
ridade nunca foi tã o grande. Em certas faixas de potência e gamas de velocidade,
ele é mais utilizado que o motor de indu çã o polifásico.1
^ Os motores síncronos têm as seguintes vantagens especí ficas em rélaçã o aos
motores de induçã o : ( 1 ) os motores sí ncronos podem ser utilizados para correção
do fator de pot ê ncia , alé m de fornecer torque à carga que eles acionam ; ( 2) têm
.rendimentos maiores (quando funcionam no fator de potência unitário) que os

* As diferenças de custo entre motores de indução e motores sí ncronos da mesma potência,


velocidade e tensão nominal variam devido às técnicas de construção relativas ao estator e ao
rotor de ambos os tipos de máquinas. Em tamanhos médios, entre 50 e 500 HP e velocidades baixas,
os motores sí ncronos são mais baratos. Em tamanhos maiores e altas velocidades, novamente são mais
baratos os sí ncronos. Conforme se desenvolvem novas técnicas, podem eliminar-se ou acentuar-se
estas diferenças no custo inicial .
* Estas condi ções de custo n ão se aplicam exatamente no Brasil, devido à ind ú stria menos desen -
volvida do ramo. Em nosso Pa ís, via de regra , os motores de indução sao mais baratos.
RELAçõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA MOTORES SÍ NCRONOS 231
I
motores de induçã o de potê ncia e tensã o nominal correspondentes ; ( 3) os rotores
dos motores sincronos, com suas massas polares, permitem o uso de maiores entre-
ferros do que os correspondentes às gaiolas de esquilo usadas nos motores de indu-
çã o, requerendo menores tolerâ ncias nos mancais e permitindo maior utilizaçã o
dos últimos ; e (4) podem ser mais baratos para as mesmas pot ê ncia , velocidade
e tensã o nominal .

8-2. CONSTRU ÇÃ O

Basicamente, a construçã o de um motor sí ncrono CA é a mesma do alternador


(Seç. 6- 2). O estator tem um enrolamento mono ou polif ásico idêntico ao do alter-
nador . O rotor geralmente é de pólos salientes, exceto nos tipos que t êm veloci-
dades excessivamente elevadas.
Para eliminar o balan ço de caça ao sincronismo e para desenvolver o torque
de partida necessá rio quando se aplica CA ao estator , os pólos do rotor contêm
condutores nas faces polares, que são curto-circuitados nas suas extremidades,
f
como se vê na Fig. 8-1. Estes enrolamentos amortecedores consistem de barras
só lidas de cobre embutidas na superfície da face polar e curto-circuitadas em cada
extremidade por meio de ané is, como mostra a Fig. 8- 1.
Anel de Barras do rotor
curto-circuito

-
Anel de curto circuito

u
7>

N úcleo N S
do polo
Barras
do
rotor
Enrolamento
do campo CC

(a ) Pólo de uma máquina s íncrona CA. ( b ) Enrolamento amortecedor ou


gaiola de esquilo para partida.
.
Fig 8-1 — Pólo de uma m áquina sí ncrona CA mostrando enrolamento amortecedor.

8-3. OPERAÇÃO DO MOTOR SÍ NCRONO

Como se estabeleceu na Seç. 8- 1, o motor s í ncrono não tem inerentemente


torque de partida, isto é, n ã o parte por si mesmo sem um enrolamento de compen -
sa çã o. Isso é visto na Fig. 8- 2, onde uma corrente CA é aplicada ao enrolamento
do estator , e onde o sentido instantâ neo da corrente nos condutores A e B de uma
dada bobina da armadura é o mostrado. Ambos os pólos, norte e sul, serão sub -
/ metidos a um torque eletromagnético ( regra da m ã o esquerda para o motor ) que
f)
l
• os movimenta para a esquerda ( os condutores, correspondentemente, para a di-
reita ). No instante seguinte, 1 / 120 de segundo mais tarde, a frequê ncia inverte o
*
\\

M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

-
Fig. 8 2 — Torque resultante nulo desenvolvido pelos condutores do
estator de um motor sí ncrono, quando o rotor est á parado.

sentido da corrente na bobina, e os pólos recebem um torque no sentido oposto,


como se vê na figura. Devido à elevada in é rcia do rotor, o torque resultante produ -
zido em um segundo é zero, desde que o rotor foi, efetivamente, atraído alterna
tivamente , nos sentidos horá rio e anti- hor á rio, 60 vezes naquele segundo, admi-
-
tindo-se a frequê ncia de 60 Hz.
Entretanto, se de alguma forma o rotor se movimenta no sentido hor á rio,
numa velocidade pr óxima ou à sí ncrona, como mostra a Fig. 8-3, haverá um torque
desenvolvido pelos lados da bobina A e B, o que faz com que o rotor continue
a movimentar-se no sentido horá rio. O movimento espacial do pólo em graus elé-
tricos à velocidade sí ncrona corresponde aos 180° de inversão do sentido da cor-
rente na bobina da armadura, e produz-se um torque resultante no mesmo sentido.
O enrolamento da armadura consiste de muitas bobinas em sé rie em cada
fase de uma m á quina sí ncrona polifásica CA. A corrente trifásica nos condutores
da armadura do estator produz um campo magné tico girante uniforme (Seç. 9- 3,
Fig. 9- 1 ), girando a uma velocidade Ns = 120 f / P . A relaçã o entre o campo girante
do estator e os pólos do rotor é vista na Fig. 8-4a. Os pólos norte e sul, respecti-
vamente, do rotor , girando a uma velocidade s í ncrona, entram em sincronismo
com o campo magné tico girante, resultante da circulaçã o de corrente pela arma-
dura do estator. Assim , um pólo N do rotor est á em sincronismo com um pólo
S do estator, e vice-versa, ambos girando em sincronismo no sentido hor á rio à
Velocidade sí ncrona. Se se coloca uma carga no eixo de um motor sí ncrono, o contra -
f torque criado por ela fará com que o rotor se atrase momentaneamente , mas ele
’ continuará ainda a girar à mesma velocidade em relaçã o ao campo girante do

.
( a ) Torque instantâ neo ( b) Torque produzido pela inversão
do sentido da corrente.
. -
Fig 8 3
— Torque no mesmo sentido quando o rotor gira
à velocidade síncrona.
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA — MOTORES S í N < RONOS 233

Sentido de
rotação
Torque resistente
devido à carga

S ( b ) Efeito da carga na distribuição do fluxo.

( a ) Campo girante do estator


em relação ao rotor.
. -
Fig 8 4
— Campo magné tico girante, de fluxo constante, produzido pelos
condutores da armadura de um estator polif ásico .

estator.2 A velocidade do rotor, contudo, ainda é a sí ncrona em rela çã o ao campo


girante, mas o fluxo do rotor, ou seja o fluxo m ú tuo no entreferro é algo reduzido,
como mostra a Fig. 8-4b, devido ao aumento na relut â ncia do entreferro.
r\ Se o torque resistente for t ã o grande que supere o torque m á ximo desenvol-
vido, e se o rotor “sair ” do sincronismo, o motor sí ncrono parará. Assim , ou um
9
motor sí ncrono funciona à velocidade sí ncrona ou não funciona . De fato, conforme
o rotor desacelera, o campo girante do estator passa pelos pólos do campo do
rotor tã o rapidamente que é incapaz de entrar em sincronismo ou de “engrenar
com o campo dcwrotor girante. Da í por que um rotor parado é também incapaz
de partir. Num instante, um pólo unit á rio N do rotor é atra ído por um pólo S do
estator que se aproxima, produzindo um torque no sentido anti - hor á rio na Fig.
8-4 b e, no instante seguinte, o mesmo pólo N é atra ído no sentido oposto por um
cl pólo passante S, que produzir á um torque no sentido hor á rio, sendo, pois, nulo,
"'
. V; o , torque l íquido.
‘ 1

8-4. PARTIDA DE MOTORES SÍ NCRONOS

É evidente, ent ã o, que se deve trazer o motor sí ncrono a uma velocidade sufi-
cientemente pró xima da sí ncrona, para que ele possa entrar em sincronismo com
o campo girante. Os meios pelos quais ele é trazido a essa velocidade sã o : ( 1 ) um
motor CC acoplado ao eixo do motor s í ncrono ; ( 2) a utilizaçã o da excitatriz como
motor CC, para o mesmo fim ; ( 3) um pequeno motor de induçã o com, no m í nimo,
um par de pó los menos que os do motor s í ncrono ; e (4) a utilizaçã o dos enrola-
2
Isto n ão é a mesma coisa que a velocidade de escorregamento num motor de induçã o, onde
o estator gira à velocidade sí ncrona, mas a velocidade do rotor deve ser sempre menor que aquela.
234 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

t
mentos de compensa çã o, para que a partida se dê como a de um motor de indução
do tipo gaiola de esquilo.
O primeiro mé todo é, algumas vezes, utilizado em laboratórios com motores
sí ncronos que não sã o equipados com enrolamentos amortecedores. Geralmente,
o motor s í ncrono deve funcionar como a má quina primá ria de velocidade cons-
tante para acionar o gerador CC. Mas, para colocar-se o motor em sincronismo,
o gerador CC funciona como motor, e a máquina CA é sincronizada em relação
à fonte CA (Seç. 7-16) como se fosse um alternador. Uma vez em paralelo com a
fonte, a m áquina s í ncrona funciona como um motor. O “ motor” CC não atuará
como gerador se a sua corrente de campo for aumentada de forma que sua fem
gerada exceda a do barramento CC.
O segundo mé todo é, em ú ltima an á lise, idêntico ao primeiro, exceto que a
excitatriz ( um gerador -derivaçã o CC) é operada como motor, e a máquina sí ncrona
CA é sincronizada com a fonte CA (Seç. 7-16).
O terceiro mé todo, utilizando um motor de indução auxiliar, com um n ú mero
de pólos menor, implica no mesmo processo sincronizante para o motor s í ncrono
CA como alternador. Requer-se, no m í nimo, um par de pólos a menos, no motor
de indu çã o, para compensar -se a queda na velocidade dele devida ao escorre-
gamento.
Nos três métodos discutidos acima é necessário ( 1) que o motor sí ncrono
tenha pouca ou nenhuma carga, e ( 2) que a capacidade do motor de partida (CA ou
CC) esteja ent 5 e 10 por cento da nominal do motor s í ncrono a ele acoplado.
^
Decididamente, o mé todo de partida mais comum para moto-
res sí ncronos é o que usa os enrolamentos amortecedores para que a
partida se dê como se o motor fosse de induçã o. Este m é todo é o
mais simples e n ão requer má quinas auxiliares especiais ( V. Seç.
8-5, a seguir ).

8-5. PARTIDA DE UM MOTOR SÍ NCRONO COMO SE FOSSE


UM MOTOR DE INDUÇÃO, ATRAVÉS DE
SEUS ENROLAMENTOS AMORTECEDORES

As Fig. 8- la e b mostram o enrolamento amortecedor ou de compensação.


Deve-se notar que o anel que faz o curto-circuito das barras do rotor possui ori-
fí cios para conectar o conjunto seguinte de enrolamentos amortecedores no res-
pectivo pólo. Desta maneira, forma -se um completo enrolamento em gaiola de
esquilo ; e, embora as barras n ã o tenham capacidade para carregar a corrente de
carga nominal do motor sí ncrono, elas sã o suficientes para dar-lhe a partida como
se fosse um motor de indução. Quando ocorrer a partida de motores s í ncronos
extremamente grandes, como se fossem motores de induçã o, poder -se-ão utilizar
vá rios mé todos para reduzir a corrente de partida solicitada do barramento. Uma
vez que tais mé todos sã o os mesmos utilizados para a partida de motores de indução
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA MOTORES SÍ NCRONOS 235

de grande porte, eles ser ã o estudados no Cap. 9 (V. Seç. 9-14 e seguintes). Os mé
todos ali discutidos incluem, especificamente, partida estrela-delta, partida por
-
meio de resist ê ncia em série com a linha, autocompressadores de partida, etc.
É praticamente impossí vel partir-se um motor sí ncrono com o seu campo CC
energizado. Mesmo quando desenergizado, o campo magn ético do estator, que
gira rapidamente, induzirá tensões extremamente elevadas nas muitas espiras do
enrolamento de campo. É costume, pois, curto-circuitar o enrolamento CC de
campo durante o per í odo da partida ; assim, mesmo que nele sejam induzidas
tensões e correntes, ele auxiliará os enrolamentos amortecedores a produzir uma
ação de motor de indução. Em motores s í ncronos muito grandes, usam-se chaves
^
para seccionar os diferentes enrolamentos de campo, que curto-circuitam os enro
-
lamentos do campo individual, para evitar a adição das tensões induzidas de pólo
a pólo (uma vez que estas tensões induzidas elevadas poderão provocar perfura
çõ es no isolamento do campo). -
, Entre as vantagens dos motores sí ncronos, em relação aos de indução, está
o fato de que o entre ferro nas má quinas sí ncronas é maior (Seç. 8-1). O enrolamento
de indução do rotor desenvolve, portanto, durante a partida uma relação razoa
velmente grande de sua reatâ ncia para sua resistência. Embora isto possa resultar
-
em maiores correntes de partida e menores fatores dc potê ncia para o desenvol
vimento do mesmo torque, ou mesmo de um torque menor, o fato resulta em me -
lhor velocidade de escorregamento a vazio do motor sí ncrono. Assim , quando -
se remove o curto-circuito do campo e se aplica CC ao enrolamento de campo
do rotor , numa velocidade que é a sí ncrona ou próxima dela, o rotor entra facil
mente em sincronismo com o campo girante do estator. Ocasionalmente, quando
-
se usa uma l â mpada estroboscó pica para medir a velocidade do motor sí ncrono,
os estudantes podem observar, em laboratório, que n ã o h á variação instantâ nea
na velocidade por ocasião da aplicação de tensão cont í nua, indicando este fato
que o rotor já terá entrado em sincronismo “ por seus meios” . Este é o princí pio
pelo qual o motor de histerese e o motor sí ncrono de indução (Seç. 8 29) operam ;
-
quer dizer, o ferro do rotor se magnetiza pelo fluxo do estator, e o rotor entra em
sincronismo sem requerer excitação de campo CC, utilizando o torque de relu
t ância (Seçs. 1-2 e 8-17). -


Fig. 8-5 Magnetização do campo
que resulta no “ escorregamento de
um pólo”.
236 MAQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Outro fen ô meno ocasionalmente observado em laborat ó rio é que, quando o


circuito de campo é energizado, há uma sú bita circulação de corrente alternativa,
com a consequente “ queda ” indicando um dist ú rbio s ú bito na linha . O fato ocorre
quando a fmm do campo produz pólos no rotor que estão diretamente sob o campo
girante da mesma polaridade, como mostra a Fig. 8-5. Isto causa uma reduçã o
instantâ nea no fluxo do entreferro, o que reduz a fem gerada e causa um súbito
aumento da corrente da armadura. A consequente reduçã o no torque faz com que
o motor se atrase de um pólo, ou 180° elé tricos, posto que ele funciona agora em
sincronismo, e a corrente de linha retorne ao seu valor normal.

Em suma, durante a partida do motor sí ncrono por seus


enrolamentos amortecedores :
(1) o enrolamento de campo CC é curto-circuitado enquanto se
aplica CA ao estator , trazendo o motor até sua velocidade a
vazio como um motor de indução
( 2) aplica-se CC ao enrolamento de campo e ajusta -se esta
corrente para que a corrente de linha CC seja m í nima.

8-6. PARTIDA DO MOTOR SÍ NCRONO SOB CARGA

O motor s í ncrono parte e funciona à velocidade s í ncrona ou a uma velocidade


próxima dela, através dos enrolamentos amortecedores que propiciam uma par-
tida como a de um motor de indu çã o. Na discussão da Seç. 8- 5, imaginou-se que
( 1 ) o motor está pouco carregado e ( 2) para que se desenvolva uma velocidade pró-
xima da s í ncrona, o enrolamento de gaiola , semelhantemente ao do motor de
indu çã o, deveria requerer baixa resist ê ncia e elevada reatâ ncia. Mas estas ú ltimas
caracter ísticas num motor de induçã o produzem baixo torque de partida para
uma mesma corrente de armadura (Seç. 9- 10). Estes torques sã o, geralmente,
30 a 50 por cento do torque a plena carga. Para certos tipos de carga , como venti-
ladores ou compressores de ar, cujas cargas são funçã o da velocidade, esses torques
pequenos podem ser tolerados, e o motor síncrono acelerará e entrará em sincro-
nismo com essas cargas acopladas ao seu eixo, desde a partida . Mas o uso crescente
do motor sí ncrono tornou necessá rio o desenvolvimento de tipos que apresentas-
sem maiores torques de partida, variando desde o de plena carga até 300 por cento
deste valor, capazes, pois, de partirem sob cargas pesadas.
O torque de partida das barras dos rotores de gaiola em m á quinas sí ncronas
pode ser melhorado pelo uso de ligas de maior resistividade nas barras. Isto, entre-
tanto, faz com que o rotor n ão- chegue tão perto da velocidade síncrona quanto
ele chegava no caso dos rotores de baixa resistê ncia, uma vez que o escorregamento
aumenta devido à elevada resistência. Abrindo-se por um instante o campo e "

curto-circuitando-o antes da ~aplfcaçãÕ da corrente cont í nua , aceleraremos o rotor


~

suficientemente para que ele entre em sincronismo.


A melhor técnica, entretanto, será utilizar um rotor bobinado de motor de
induçã o, em lugar do enrolamento em gaiola nas faces polares, o chamado enro
-
RELA çõES DE TORQUE EM MáQUINAS CA — MOTORES SíNCRONOS 237
lamento amortecedor tipo rotor bobinado. Reconhece-se imediatamente
um tal
rotor, porque ele utiliza cinco anéis coletores : dois para o enrolamento
CC do
campo e três para o enrolamento bobinado do rotor ligado em estrela
. O desem
penho na partida do motor com enrolamento amortecedor bobinado ( ou rotor sim -
plex) é semelhante ao de um motor de indução de rotor bobinado ( ç
-
Se . 9-10), uma
vez que se utiliza uma resistência externa para melhorar o torque de partida
. O
motor parte com toda a resistê ncia externa por fase, como mostra a Fig.
8-6, e com
o enrolamento de campo CC curto-circuitado. Ele se aproxima da
velocidade
sí ncrona à medida que se reduz a resistência e, quando se aplica uma tens o
ã CC
ao campo, o motor entra em sincronismo. Combinando o torque de partida
ele-
vado do motor de indução de rotor bobinado (até três vezes o torque
nominal
de plena carga) com as características de funcionamento de velocidad
e constante
e correçã o do fator de potência inerentes ao motor sí ncrono, o motor s
í ncrono
de rotor tipo simplex encontrou muitas aplicações nos casos em que se requer par
tida sob carga, além de velocidade constante. -
Enrolamento
amortecedor
do rotor 3 0 Campo CC
Armadura do estator
-o
Rotor
Resist ê ncia
externa do rotor
Mr o
o
Rotor
3 0 CA
rAA/WV
o
o
O
UJ
Anéis
•AAA/W coletores 1
Lvww /o o
Aumenta a
velocidade Fonte CC
-
Barra curto circuitante móvel
Fig. 8-6 — Diagrama esquem á tico do motor sí ncrono de enrolamento
amortecedor
bobinado ( rotor simples

simplex ).

8-7. OPERA ÇÃ O DO MOTOR SÍ NCRONO

Conforme se estabeleceu na Seç. 8-1 , todos os motores produzem uma tensão


gerada quando tem lugar a açã o- motor. Durante o per í odo transitó rio,
quando
se acelera um motor sí ncrono, como se ele fosse motor de indução, teremos uma
corrente de armadura circulando no enrolamento do estator . Esta corrente estar
á
sendo limitada essencialmente pela tensão induzida e pela corrente circulante nas
barras do enrolamento amortecedor do rotor, por ação-transformador (o que
será discutido detalhadamente no pr óximo capí tulo). Quando se energiza o campo
CC (e o rotor entra em sincronismo), por outro lado, o fluxo do rotor induz nos
condutores do estator uma tensão CA, de acordo com a Eq. (2-15). Uma vez que
o motor s í ncrono est á em paralelo com o barramento, a corrente que
o motor
solicita da rede, como resultado da açã o- motor , é uma corrente sincroniz
ante,
requerendo-se, portanto, uma potência sincronizante para manter o seu
rotor
238 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

em sincronismo com a frequ ência de rotação do fluxo do estator. De fato, como


se viu na Seç. 8-4, em alguns dos mé todos de partida de motores sí ncronos sem a
utilização dos enrolamentos amortecedores o motor deve ser sincronizado ao
,

barramento mediante o uso de técnicas idê nticas às utilizadas para a operação


enTparalelo de ldiêrnadores.'
As rela ções fasoriais para um alternador sí ncrono CA, entregando corrente
e pot ê ncia sincronizantes a outra má quina sí ncrona CA , foram discutidas na Seç.
7-11 e mostradas nas Figs. 7-14 e 7-16. Em ambos os diagramas, nota-se que a
posiçã o de fase das tensões geradas é menor que 180° devido à potência sincroni -
zante. Estas figuras est ão resumidas na Fig. 8-7 com uma pequena mudança, qual

ER
Egf

. -
Fig 8 7 —do Relação
a

entre a tensão
\8
IS < IQ ) - vf
gerada pelo motor s í ncrono e a tensão
barramento após a sincronização daquele, a vazio.

seja a de tomar como tensã o de refer ê ncia a tensã o terminal do barramento que
fornece a corrente sincronizante, e está representada como a tensão terminal por
fase V p em vez de E g f V Deve-se notar na figura que a tensão gerada, E g f [ Eq.
( 2-15)], é mostrada como igual à tensão do barramento ( o que deve ocorrer no
instante de sua sincronizaçã o em relação ao barramento), mas deslocada da posiçã o
180° de um â ngulo a como resultado da potência sincronizante recebida. Apesar
da tensão gerada Egf ser igual à tensã o do barramento, deve-se notar que a corrente
de armadura e sincronizante do motor, Is ou Ia , é um resultado da tensão resul-
tante, Er. Imaginando que o suprimento do barramento CA, consistindo de um
ou mais alternadores em paralelo, tenha impedâ ncia interna desprezá vel (uma
hipótese justificá vel, na maioria dos casos), a Eq. (7-3), que expressa o valor da
corrente sincronizante de armadura, pode ser simplificada para :

J
_ Vf - È gr Er (8- 1 )
K +J Z/
onde Ia
°
^
é a corrente de armadura por fase drenada pelo motor síncrono, do
barramento CA
V f. é a tensão de fase aplicada à armadura do estator do motor síncrono
Eof é a tensão gerada por fase, de acordo com a Eq. (2-15), nos condutores
da armadura
Er é a diferença fasorial entre a tensão aplicada na armadura e a tensão
gerada por fase [V. Eq. (8- 3)]
Z f é a imped â ncia do motor sí ncrono por fase, consistindo de Ra e
K é a resistência efetiva da armadura por fase
x sa é a reatância síncrona da armadura por fase.
RELAçõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 239
A semelhança entre a Eq . (8- 1) acima e a equação genérica do motor, Eq.
( 1 -9), deve ser levada em conta. Entretanto deve-se dizer que a corrente de arma -
dura solicitada por um motor s í ncrono CA é limitada por sua impedâ ncia e sua
(contra) fem gerada, quase que da mesma forma como a corrente de armadura
solicitada por um motor CC é limitada por sua resistência e sua fcem.
H á uma diferença importante, entretanto , entre o motor sí ncrono CA e o
motor CC derivação. No caso do motor CC derivaçã o, conforme a carga é apli-
cada , o torque resistente produz uma diminuição na velocidade ; a reduçã o de
velocidade tem o efeito de reduzir, por sua vez, a fcem gerada, permitindo, assim,
a circulaçã o de uma maior corrente de armadura [Eq. ( 1-9)]. O aumento de cor-
-
rente de armadura supre um maior torque motor [Eq. (4 4)] e desenvolve mais
potência na armadura [Eq. (4-7)]. A fim de que se produza ação motor e para
-
que o motor receba corrente do barramento, a fcem gerada nunca pode igualar
à tensã o do barramento num motor CC.
Num motor síncrono, entretanto, a velocidade é constante e a fem gerada por
fase, Egp é uma função ( Eg = K ( j) N ) da excitação do . campo apenas.
O motor síncrono é, pois, incapaz de solicitar majs_ corrente da fonte, como
resultã do 3è lhã~dÍTnfmitçãD 3aTcem Egf . Se o motor está sobreexcitado por
^

^
^

uma corrente de campo elevada, a fem gerada por fase pode exceder a tensão nos
terminais. Desde que o fluxo de campo do motor sí ncrono é independente da velo -
cidade, como procede então o motor sí ncrono para ajustar a sua corrente de arma -
dura na Eq . (8- 1 ), de modo que se desenvolva um acréscimo de pot ê ncia quando
se aplica carga ao seu eixo?
-
Estabeleceu se que, quando o motor fosse sincronizado ao barramento, a sua
tensão gerada por fase fosse igual e oposta à tensã o por fase do barramento. Neste
instante, a chave seria fechada para fazer se o paralelo. Se o motor sí ncrono con
-
tinuar a ser acionado por sua máquina primária, a sua tensão gerada por fase
-
igualará a tensã o do barramento, como mostra a Fig. 8-8a ; e ele passar á a flutuar
em relação à linha (Seç. 7- 2). Imaginemos que a m á quina primária é subitamente
desacoplada do motor sí ncrono, que é precisamente a situaçã o que ocorre quando
um motor síncrono descarregado entra em sincronismo devido à excitaçã o de
seu campo CC.' Desde que ele n ã o mais est á sendo acionado, atrasa se de fase,
-
de um â ngulo a, passando então a compor com Vf uma resultante , de acordo
com a Eq . (8-1 ) e como mostra a Fig. 8-8 b. Mas o â ngulo a pode ser Er
insuficiente
para manter a rotaçã o do motor sí ncrono, uma vez que se desenvolve uma potên
cia sincronizante muito pequena quando for muito baixo o valor da corrente de
-
armadura. E necessá rio, então, que o pólo do campo girante do rotor se atrase
de mais alguns graus elétricos (com relaçã o ao campo girante produzido na arma
dura do estator) para manter a rotação.
-
Conforme o pólo do rotor se atrasa de fase : ( 1 ) a diferença de tensão resul
tante Er aumenta ; (2) a corrente da armadura, 7 , també m aumenta [desde que -
fl
Zf na Eq . (8- 1 ) pode ser suposta constante]. A Fig. 8-7 mostra esta situaçã o, na
qual uma potência sincronizante positiva de valor VfIa cos 6, por fase, é entregue
ao motor sí ncrono. Desde que o motor n ão mais é acionado pela m á quina pri
má ria, esta potência sincronizante positiva (como no caso de alternadores em
-
paralelo) não adianta o motor sí ncrono, de modo que a sua fem gerada seja des
-
240 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

E f
9
Egf vf «i 'f

( a ) Motor s íncrono acionado (b ) Máquina primá ria desligada Egf = Vf ,


pela máquina primária.
pequena potência sincronizante .
Egf vf » ER =
° e
5 5
-

.
Fig 8 8 - — Passos no desenvolvimento do torque devido à potência sincronizante
drenada do barramento por um motor sí ncrono a vazio . ( )

locada de 180° em relaçã o ao barramento. Em vez disso, a pot ência positiva produ -
zida é suficiente para vencer o contratorque do motor síncrono correspondente
ao atrito, à ventilação e a outras perdas rotacionais do motor . O rotor gira, assim,
a uma velocidade síncrona constante com uma posiçã o de fase em atraso fixa , a ,
entre o centro de um pólo N do rotor e o centro de um pólo oposto S no campo
girante do estator.
Deve-se notar que o â ngulo de atraso a vazio, a , entre o campo girante e os
pólos do rotor representa apenas alguns graus elétricos. O n ú mero de graus mecâ
nicos , p, é o mesmo ou menor ainda que a, e a rela ção entre eles é
-
2a
^
onde P é o n ú mero de pólos, e a é o n ú mero de graus elétricos.
P
( 8- 2 )

, Observou -se que, em motores sí ncronos multipolares , a diferença entre a po


-
sição sincronizante mostrada na Fig. 8-8a e a posiçã o da Fig. 8-7 ou da Fig. 8 8b -
é dificilmente distinguí vel através de um osciloscópio (note se o deslocamento -
-
no Exemplo 8-1). Deve se també m notar que, quando Egf é igual a Vf , a tensão
e a corrente sã o afetadas como se segue :

1. A tensão resultante £r , ( independente de quão pequeno possa ser a ) adianta-se de Vf


em menos de 90°, uma vez que é a diferença fasorial de dois fasores iguais, como
mostram as Figs. 8-7 a 8-9.
2. A corrente de armadura, Ia, a vazio, pode estar em fase com Vp ou levemente em avanço
(V. Exemplo 8-1) ou levemente em atraso (como mostra a Fig. 8-7), dependendo da
excitação do campo.

gfx sen a

h a

U
— 'Vf Egf cos a
Egf cos d
Vf

Fig 8 9 . - — Determinação da tensã o de armadura


resultante por fase.
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 241
O cá lculo de Er para quaisquer valores do â ngulo a , da tensã o de excitação
e da tensão aplicada por fase , para uma dada máquina sí ncrona CA , pode
ser
determinado a partir da Fig . 8-9 e da seguinte equação :
E r = ( v f - E g f cos “) + j ( Egf sen a) ( 8- 3) .
onde a é o â ngulo de torque , e todos os outros termos foram definidos na Eq . ( 8- 1 ) .

EXEMPLO Um motor síncrono de 20 pólos, 40 HP, 660 V, 60 Hz, trif ásico, ligado em estrela
8- 1 : está funcionando a vazio com a sua tensão gerada por fase exatamente igual
a tensão de fase aplicada à sua armadura. A vazio, o rotor atrasa-se de 0,5 grau
mecâ nico em relação à sua posi ção sí ncrona. A reatâ ncia síncrona é 10 ohms
e sua resistência efetiva de armadura é 1 ohm por fase. Calcule:
a. O giro do rotor em relação à posição sí ncrona, em graus elétricos
b. A fem de armadura resultante, por fase
c. A corrente de armadura, por fase
d. A potência por fase, e a potência total drenada do barramento pelo motor
e. A perda de potência na armadura e a potência desenvolvida.

i
Solução :

a. a = P P 20 [da Eq. (8-2)]


2 = 5“

b. Vf - K.
yfJ
660
173
= 381 V ; Egf = 381 V também, conforme dado.

Er = ( Vf — Egf cos a ) -1- j ( Egf sen a )


= (381 - 381 cos 5o) + / (381 sen 5o)
.

= 1,54 + 733,2 = 33,2 L 87,3° V/fase i


c. zs = Ra + jXs = 1,0 + 7 10 = 10 L 84,3° Q/fase
Er _ 33,2 L 87,3°
3, L
Z/ 10 L 84,3° = 32 3,0 A/fase
d. Pf = VfIa cos 0 = 381 x 3,32 cos 3o = 381 x 3,32 x 0,999 = 1.265 W/fase
Pt = 3 Pf = 3 x 1.265 W = 3.795 W
e. 3 x Ia 2 Ra = 3 x ( 3,32) 2 x 1,0 = 33 W
Potência desenvolvida = 3.795 - 33 W = 5,3 HP
V 746 W/ HP — -ir. -

Do Exemplo 8- 1 , a tensão de excitação gerada, Egp é igual à tensão no barra


-
mento por fase , e a corrente de armadura est á praticamente em fase com a tens o
ã
aplicada à armadura , por fase , V f . Estas duas condições constituem, para um motor
sí ncrono, um estado conhecido como excitação normal. Este estado será usado
como referência para fins de ( 1 ) aplicação de carga ao eixo do motor , e (2) varia
-
ção da excitação para qualquer carga dada ( V . Fig. 8- 11 ).

:
242 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

8-8. EFEITO DO AUMENTO DE CARGA PARA UM MOTOR


Sí NCRONO COM EXCITAçãO NORMAL { Egf = v f )
Supondo que a excita çã o de campo de um motor s í ncrono n ão varie
( Egf = Vf\ qual o efeito na corrente de armadura e no fator de potência da apli-
cação de uma carga (ou torque resistente) ao eixo do motor? A velocidade de um
motor sí ncrono CA nã o pode diminuir como resultado de um acréscimo da carga ;
-
mas o â ngulo de torque, a , da Eq. (8 2) pode aumentar , e aumenta , como mostra
-
a Fig. 8 10, partes a e b. Deve-se notar que o â ngulo mostrado na figura é /?, o deslo-
camento mecâ nico do rotor em relação ao estator. Assim, a vazio, há um pequeno
â ngulo de deslocamento entre o centro de um condutor do estator (onde o campo
girante é m á ximo) e o centro do n úcleo do pólo. A plena carga, o deslocamento
mecânico nunca é maior que 4 ou 5o em motores síncronos multipolares polifásicos.
Os efeitos sobre o fator de pot ência, a corrente de armadura , e a potência solicitada
da fonte sã o mostrados no Exemplo 8-2.

A A
Condutor

Torque resistente Movimento Movimento


N N
(a ) A vazio . ( b ) Carga aumentada .
.
Fig 8-10 — Efeito da carga na posição do rotor.

EXEMPLO Repita o Exemplo 8-1 com um deslocamento mecâ nico de 5 o entre o rotor e a
8-2 : posição sí ncrona.

Solução:

PA 20 x 5
a. a
2
-
— = 50° graus
( elétricos)

b * Er = Wf Egf C0S «) + J ( Egf Sen a )


~

= 381 - 381 cos 50° + j 381 sen 50°


= 141 + j 292 = 334 L 64,2° V/fase

C' a ~
Er ~
324 L 64,2° V
= 32,4 L - 20,1° A
Z f/ 10 L 84,3°
d. Pf = Vsla cos 0 = 381 x 32,4 cos 20,1° = 11.600 W
Pí = 3 P/ = 3 x 11.600 = 34.800 W
e. 3 Ia2 Ra = 3 x (32,4)2 1,0 = 3.150 W
34.800 - 3.150 W
- V
"

Potência desenvolvida = = 42,5 HP


746 W/HP
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 243

< O Exemplo 8- 2 mostra quantitativamente o aumento de ambos os valores ,


tensão resultante, £r , e corrente de armadura, / , bem como o aumento da potência
fl
produzida como resultado do aumento da carga. Note-se que o aumento da cor-
rente de armadura també m produziu aumento das perdas no cobre da armadura.

E f Er
)• E f 9
9 Er
- fl
OL
\
L Ia
Vf
a
Vf
IQ
( a ) A vazio, excitação normal 0 =0. (b ) Carga aumentada, excitação normal
Er aumenta; la aumenta e atrasa-se
levemente de delta.

Egf
\
\
\
\
\
\
\
a
i
l
8
' Vf\

—- ** IQ cos 8

Ia
(c ) Sobrecarga , excitação normal l g e B aumentam.

Egf e'3,

E f
9

E f
9 5 Er .
ÍL I
log Vf
ez %
Iq 3
( d ) Diagrama composto para o efeito da carga à excitação normal .Eg^Vf.
Fig. S l1
- — Efeitos do aumento de carga na excita ção normal ( E g f = V f ).

A representaçã o fasorial do efeito do aumento da carga sob excitação normal


é vista na Fig. 8- 11d. Note-se que, conforme a carga e a aumentam , a tensã o resul-
tante £r , diferença entre a tensão gerada e a tensão aplicada à armadura, ( V f - Egf ) ,
tende a aumentar rapidamente, e o â ngulo da fase, 9, aumenta lentamente. Mesmo
na condiçã o de sobrecarga , vista na Fig. 8-1 lc, o â ngulo de fase 9 não representa
J

\
244 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

um grande atraso. Isso é claramente mostrado no diagrama composto na Fig.


8-11d . A corrente de armadura aumenta com a aplicação da carga , numa propor-
ção maior que o â ngulo de fase, ajustando-se, pois, automaticamente os aumentos
de carga essencialmente aos aumentos de corrente . Na Fig. 8-11c, a diferença entre
Ia e ía cos d (em condições de sobrecarga) n ão é excessivamente grande.

8-9. EFEITO DO AUMENTO DE CARGA EM CONDI ÇÕ ES


DE SUBEXCITAÇÃO ( Egf < V f )

Nã o se pode generalizar com relaçã o ao efeito, do carregamento de motores


sí ncronos, a menos que se proceda ao estudo sob condições de subexcitaçã o , exci-
taçã o normal e sobreexcitaçã o. A Fig. 8-12 mostra um diagrama composto para
um motor síncrono em três condições de carga, quando ele está deliberadamente
subexcitado , Egf < Vf . Com uma carga pequena e um â ngulo de torque OL 1 , a
corrente de armadura Ia í está atrasada aproximadamente de 90° em relação à
tensão aplicada por fase. Diferentemente da excitaçã o normal , requer-se uma

E f
9
Er 3
'

Er 2
a-. Er,
Esrf «z
1« 1
\8
u
Ia 2

Fig. 8-12 — Efeitos do aumento de carga em condições


de subexcitação < Vf .

corrente de armadura razoá vel para que se desenvolva a mesma potência V f I a V


-
vista na Fig. 8 1 ld, devido ao baixo valor do fator de pot ê ncia . Conforme aumenta
a carga, entretanto, melhora o fator de potê ncia . Devido ao aumento da tensão
resultante, cresce a corrente circulante ; e, desde que cresce o fator de potência,
a pot ência total gerada pela armadura aumenta para equilibrar a carga. Para car-
gas pesadas, o efeito da subexcitaçã o produz um fator de potê ncia pior que o cor -
-
respondente à excitação normal, e requer se uma corrente de armadura muito maior
para desenvolver a mesma potência com a mesma carga , em comparaçã o à excita*
çã o normal.
í

RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 245

8- 10. EFEITO DO AUMENTO DE CARGA EM CONDI ÇÕ ES


DE SOBREEXCITAÇÃO ( E g f > V f )
Ao contrário do motor-derivação, é possí vel ao motor sí ncrono gerar- «ma
tensã o maior que a do barramento e ainda assim solicitar do mesmo
corrente e
potência. Isto acontece porque a fem gerada e a tensão do barramento n o
ã est ão
defasadas de 180°, e Er , a tensã o resultante, ainda representa a diferença fasorial
das duas tensões. Quando a carga é pequena, como mostra a Fig. 8-13, a tensão
resultante Er , est á quase em fase com Egf , uma vez que esta é maior que a tensão
do barramento por fase. A corrente de armadura em quadratura que circula, / ,
fll
adianta -se de quase 90° em relação à tensã o aplicada . Semelhantemente ao motor
sí ncrono subexcitado, conforme se aplica a carga , melhora o fator de potência
(aproximando-se do unit á rio). O â ngulo de fase diminui numa propor
ção mais
rápida que a do aumento da corrente, produzindo, portanto, o necessá rio aumento
de potência para equilibrar o aumento da carga aplicada, que está ocasionando
o aumento no â ngulo de torque a.

Fig. 8-13 — Efeitos do aumento de carga nas condições de sobreexcitação ( E


^
> Vf ) .

8-11 . SUM ÁRIO DOS EFEITOS DO AUMENTO DE CARGA


( DESPREZANDO OS EFEITOS DA REAÇÃO DA
ARMADURA) SOB EXCITAÇÃ O CONSTANTE

Genericamente, pode-se chegar às seguintes condições quanto aos efeitos do


aumento de carga, sob condições de excitação constante (desprezando os efeitos
da reação da armadura, Seç. 8-12 a seguir) :

1. Conforme a carga mecânica cresce, a corrente de armadura


mente da excitação.
Ia aumenta, independente-
2. Se o motor síncrono está sobre ou subexcitado, seu fator de potência tende a aproxi-
mar -se da unidade com o aumento da carga.
3. Quando o motor esta sobre ou subexcitado, a variação no fator de potência é maior
que a variação na corrente com a aplicação da carga.
4. Quando o motor está normalmente excitado, a variação na corrente é maior que a
variação no fator de potência quando aumenta a carga, e o fator de potência tende a
colocar a corrente mais em atraso.
246 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

-
8 12. EFEITO DA REAÇÃO DA ARMADURA

Mostrou -se , na Seç. 7- 10 e na Fig. 7- 14, que um fator adicional para a esta-
bilidade dos alternadores sí ncronos funcionando em paralelo era que um alterna-
dor sí ncrono sobreexcitado tenderia a drenar uma corrente mais atrasada , a qual ,
por sua ação desmagnetizante, reduziria a fem gerada pelo alternador. Vimos
da discussão acima , entretanto, que um motor sí ncrono sobreexcitado tende a
drenar uma corrente em avanço que produz uma ação desmagnetizante crescente.
Quer atuando como motor, quer como alternador, a m á quina sí ncrona está
em paralelo e sincronizada em relaçã o ao barramento ; e, portanto, pode-se dizer :
1. Um alternador sí ncrono sobreexcitado fornecerá uma corrente em atraso ao barramento,
produzindo um efeito desmagnetizante como resultado da reação da armadura.
2. Similarmente, um motor síncrono sobreexcitado solicitará do barramento uma corrente
em avanço, produzindo um efeito desmagnetizante como resultado da reação da arma-
dura (Fig. 7- 15).
3. Inversamente , um alternador sí ncrono subexcitado fornecerá ao barramento uma cor-
rente em avanço e magnetizante .
4. Semelhantemente, um motor sí ncrono subexcitado solicitará do barramento uma cor-
rente em atraso e magnetizante .

Assim , uma m á quina sí ncrona CA, quer operando como gerador , quer como
motor, terá uma reaçã o da armadura de efeito desmagnetizante quando sobreexci-
tada e de efeito magnetizante quando subexcitada. Este efeito obviamente tende
-
à excitação normal e à extrema estabilidade do motor (V. Fig. 8 17), tal como
no alternador sí ncrono CA . Vimos (Cap. 5) que a reaçã o da armadurá e um efeito v

produzido pela corrente da armadura e diretamente proporcional a ela. O efeito


estabilizante é uma razã o adicional para não se compensar a reaçã o da armadura
em m á quinas sí ncronas CA , contrariamente ao que se fazia em m áquina CC ( V.
Fig. 8-17 e Seç. 8-13).
Assim , o efeito da reaçã o da armadura em motores sí ncronos (cuja excitação
seja mantida constante) com o aumento da carga é condensado a seguir para as
vá rias condições de excitaçã o.

8-12.1 EXCITA ÇÃ O NORMAL ( Fig. 8-11 d )

Como resultado da ação levemente magnetizante , produzida por cargas leve-


mente em atraso, um crescimento da carga tenderá a aumentar Egf , a tensão gerada
por fase. O efeito disso é manter a corrente da armadura em fase com a tensã o
do barramento desde a vazio, a uma excitaçã o normal .

8-12.2 SUBEXCITAÇÃ O (Figs. 8-12 e 8-14)


A subexcitaçã o produz um efeito magnetizante da reaçã o da armadura. O
efeito do aumento de carga e do consequente aumento da magnetização é o de
melhorar o fator de potê ncia com o aumento de carga. Como mostra a Fig. 8-14,
a componente da corrente da armadura que produz potência mecâ nica útil é sem-
pre Ia cos 6 . Para uma carga pequena a p apenas uma pequena parcela da corrente
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA MOTORES Sí NCRONOS 247
i
Egfa
J

vf

Fig . 8-14 — Efeitos docondi


aumento de carga e da reação da armadura nas
ções de subexcitação.

total drenada do barramento, Efli » estará sendo efetivamente utilizada para acio
7
i -
nar a carga mecâ nica. Para uma carga maior , a 3, uma porçã o maior de Ia 3 estará
em fase com V p desenvolvendo a potê ncia necessá ria por fase VfIa 3 cos 03 para
acionar a carga mecâ nicã aplicada ao seu eixo.
{
8-12.3 SOBREEXCITAÇÃ O ( Figs. 8-13 e 8-15)
A sobreexcitação produz um efeito desmagnetizante devido ao aumento da
rea çã o da armadura com o aumento da carga. O efeito lí quido de uma tal desmag-
netizaçã o é també m o de melhorar o fator de potê ncia com o aumento da carga.
Como mostra a Fig. 8- 15, apenas uma pequena componente da corrente total
Ial está produzindo potência mecâ nica ú til ao acionar a carga a um â ngulo de
torque a { ; por outro lado, para uma carga pesada, praticamente toda a corrente
produzida por Ia 3 estará produzindo potência mecâ nica ú til .
Egf 3 E3
' Ia
Egf 2
3
E9f , Ia 2
«2 E7
02 Ia 3
£ f
03
Fig . 8- 15 — Efeitoscondi
do aumento de carga e da reação da armadura
ções de çã o
sobreexcita .

Pode-se concluir, pois, que a reação da armadura produz uma


tend ência de trazer a corrente de armadura para um Jator de po-
t ê ncia unitário (corrente em fase com a tensão do barramento) à
medida que se aplica a carga , independentemente do estado de
excita ção da m á quina .
248 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

-
8 13. AJUSTE DO FATOR DE POTÊ NCIA DO
MOTOR SÍ NCRONO SOB CARGA CONSTANTE

Imagine-se que um motor síncrono está operando com sua excitaçã o normal
( fator de potência unitá rio) com uma dada carga mecâ nica . Vê-se uma tal situação
-
na Fig. 8 16a, na qual a excitaçã o do campo CC foi ajustada para que circule a
corrente mí nima (ou seja , a de fator de potência unitário) para uma dada carga
aplicada ao eixo do motor. A diferença fasorial entre a tensã o aplicada por fase
V f e a fem gerada por fase Egf y é a tensão resultante £„ que produzJLJÇorrentejde
armadura Ç, em fase, de acordo com a Eq. (8-1), Ia = E J Z f . Imaginar-se-á a im-
ped â ncia por fase Z / como constante e defasada de 90° em atraso em relaçã o áTEr ,
em toda esta discussão. A corrente da armadura, la , depende apenas do valor
e do â ngulo de fase de Er para que se desenvolva a potência mecâ nica V f I a necessá ria
para acionar a carga acoplada ao eixo do motor. Qual é o efeito de diminuir- se
ou aumentar- se a excitaçã o, para uma dada carga?

8-13.1 EFEITO DA DIMINUIÇÃ O DA EXCITAÇÃ O OU SUBEXCITAÇÃ O

A Fig. 8-16 b mostra o efeito de diminuir - se a excita çã o de E fV para E'g f v para


um mesmo â ngulo de carga ctv A tensã o resultante Eri faz com que circule uma
corrente em atraso IaV Embora IaV na Fig. 8-16b, seja maior que Ia na Fig. 8- 16a,
é ainda insuficiente para produzir a potência mecâ nica necessá ria , V f 7fl, requerida
pela carga acoplada ao seu eixo. Note-se que, na Fig. 8-16 b, IaX cos 0 é igual a / l
que é menor que Ia . É, pois, necessá rio que o rotor se atrase de « t para a 2 , de modo
que aquela potência seja desenvolvida. ( Efetivamente, desde que o efeito da reação
da armadura, para cargas em atraso, tende a aumentar a tensã o gerada, o â ngulo
a 2 deveria ser menor que o mostrado, devido ao acréscimo de E'g f 2 sobre E g f V )
Para um â ngulo a 2, a tensã o gerada Egf 2 produz uma tensã o resultante, Er 2 ,
maior , que produz, por sua vez, a corrente Ia 2 . A componente em- fase de Ia 2 é
a suficiente para produzir a pot ência mecâ nica necessá ria V f l a , ou seja, aquela
requerida pela carga acoplada ao seu eixo, como mostra a Fig. 8-16 b. 3

8-13.2 EFEITO DO AUMENTO DA EXCITAÇÃ O OU SOBREEXCITAÇÃ O

A Fig. 8-16c mostra o efeito do aumento da excitação, desde E g f í na Fig.


8-16a até E"gfu utilizando o mesmo ângulo de carga a. A tensão resultante £rl
ocasiona a circulação de uma corrente Iai em avanço. /fll , na Fig. 8- 16c , é maior
.
que requerida para produzir a corrente em- fase necessá ria, Ia O â ngulo de carga

3
A construção da Fig. 8-16 não leva em conta (1) o efeito da reação da armadura na variação
da tensã o gerada, ou (2) o efeito do aumento das perdas no cobre da armadura, produzidas por
sua maior corrente, o que requer um acréscimo da potência de entrada do barramento para o motor,
para suprir estas perdas adicionais, representando uma componente adicional, em-fase. No caso
de fatores de potência em atraso, a componente magnetizante adicional, produzida pela reação
da armadura, seria contrabalançada pelo acréscimo das perdas, e o â ngulo de torque ainda aumen-
taria. No caso de um fator de potência em avanço, a variação do â ngulo de torque seria pequena, por-
que se requeria uma corrente tal como IaV para manter as perdas adicionais ( Fig. 8-16c).
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA MOTORES Sí NCRONOS *
. 249

*,
E
Er
Y
-
Q

0 Vf
( a ) Excitação normal, carga constante.

E f
92
t' 2

E 'J*
9* 1 Er,
*2 «1
O\0 li1 Io Vf
(b ) Excitação diminufda , carga constante .

Io 2

Iq 2 Ia ,
F"
Egfi ErI
E 'gf
2
ÕT\
0 Ia Vf
(c ) Excitação aumentada, carga constante.

Fig. 8 16 - — Efeito da variação do fator de potê ncia (excita ção) sob carga constante.

decresce, por esta razã o, de ap para a , como mostra a Fig. 8-16c. Este decrés
2
cimo no â ngulo de carga ocasiona a diminuiçã o proporcional de
-
Er 2 e /a 2, até um
valor necessá rio para ir de encontro à potê ncia mecâ nica necessá ria por fase . VfIa

RESUMO
A pot ê ncia total fornecida ao motor pelo barramento é três vezes a pot ência
-
por fase, ou 3VfIa 2 cos 8. Como se vê na Fig. 8 16, esta potência é relativamente
constante, ignorando-se os efeitos da reaçã o da armadura e as perdas devidas às
alterações na corrente da armadura. A única variação apreciável, produzida por
uma varia çã o na excitação acima da normal, foi (1) uma varia çã o na corrente da
250 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

armadura , e ( 2) uma variação correspondente no fator de pot ência do motor. A


Fig. 8-16 també m indica que, para qualquer carga , a excitaçpo normal (isto é, a
condiçã o de fator de potência unitário, para a qual Egf praticamente iguala Vf e
onde a corrente de armadura Ia está em fase com a tensã o do barramento por fase)
pode ser obtida simplesmente ajustando o reostato do campo CC, de modo a
trazer-se a corrente de linha ao seu valor mínimo. Alé m disso , desprezando-se o
pequeno acréscimo devido às perdas de pot ência no cobre da armadura , para
correntes de armadura em avanço, a componente em quadratura da corrente que
se adianta de 90° em relação à tensã o aplicada pode ser utilizada para a correção
do fator de pot ência do sistema e para melhorar o sistema que, a partir do alternador,
supre as outras cargas (em atraso). Por esta razã o, o motop sí ncrono é um motor
extremamente versátil , principalmente devido à sua capacidade em manter uma
excitaçã o constante, independentemente do fator de pot ê ncia , quando operado
a partir de um barramento a potencial constante. Esta última afirmativa requer
alguma explicação, que auxiliará també m a compreender as caracter ísticas, acima
expostas, do fator de potê ncia.
O motor sí ncrono (como qualquer má quina duplamente excitada) tem duas
fontes de excitaçã o : (1 ) a excitação CA do estator a partir do barramento que
alimenta a sua armadura ; e ( 2) o campo CC que excita seus enrolamentos dos
pólos do rotor. Contanto que ambas as tensões de linha CA e CC, que excitam
um dado motor sí ncrono ( funcionando a uma dada carga) sejam constantes, seus
requisitos de excitação serão constantes ( pela lei de conservaçã o da energia). Ima-
ginemos agora, entretanto, que se reduza a excitação do campo CC, tendenda
a desmagnetizar-se o fluxo do entreferro. O motor drena do barramento uma
componente em atraso da corrente da armadura , para magnetizar o entreferro
,

e restabelecer o fluxo m ú tuo. A vazio ou para pequenas cargas, m se abre repenti-


namente o circuito de campo, o motor sí ncrono continuará a funcionar em sincro-
nismo, porque agora a sua corrente de armadura se atrasa , em relaçã o à tensão
no barramento, de quase 90°, produzindo um grande efeito de magnetizaçã o de-
vido à reação da armadura, como mostra a Fig. 8-17a. Imaginando que o motor
estivesse operando com fator de potência unitá rio na Fig. 8-17a , ele drenaria uma
corrente /a 1’ Quando seu campo é aberto repentinamente, entretanto, a corrente
da armadura cresce rapidamente, produzindo um fluxo de reaçã o da armadura
muito grande, </>fl _ r, em fase com a corrente da armadura. Isto produz uma tensã o
de reação da armadura em quadratura, E a — r cuja componente magnetizante

Em está em fase com Egf , e uma pequena tensão Ec de magnetização transversal,
como mostra a Fig. 8-17a.
Para o fator de pot ência unitá rio, com a corrente de fase da armadura em fase
com a tensã o do barramento por fase, a excitaçã o CC é normal e o motor sí ncrono
n ão requer excitação adicional do barramento, quer CA quer CC. A tensã o Ec ,
resultante da reaçã o da armadura , é uma tensã o magnetizante transversal, que
nã o possui componente que possa afetar a tensã o gerada, Egf .
Se o motor sí ncrono for agora sobreexcitado, aumentando-se a corrente CC
do campo ou a tensã o , ele drenará uma corrente em avanço, desmagnetizante,
que tende a produzir um fluxo de reaçã o da armadura quase completamente
defasado em relaçã o ao fluxo <j> f do entreferro. O fluxo de reaçã o da armadura
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA MOTORES SÍ NCRONOS 251

E
,
a
*7
e - vf Egf
0 =0
I-
1Q

*-
o r
vf

Ec
Io 4>f
Yo-

(a )
*
Efeito magnetizante da reação da ( b ) Reação da armadura de magnetização
armadura , para cargas em atraso. transversal a um fator de pot ência
unit á rio.
Egf 4 !(] <£(] - r

B
Eo *
Eo - r Ec
f

• (c ) Efeito desmagnetizante da reação da


armadura para cargas em avan ç o.
. -
Fig 8 17 —Tendência do motor sí ncrono de manter a excitação constante , indepen -
dentemente do fator de potência, devido ao efeito da reaçã o da armadura.

<fia _ r
produz, nos condutores da armadura , uma tensã o de reaçã o da armadura
Ea_r que tem uma grande componente de tensão desmagnetizante Ed, como mostra
a Fig. 8-17c.
Em suma , dada uma fonte de tensã o constante, a capacidade do motor sí n-
crono de manter constantes tanto seu fluxo m útuo no entreferro ( <j) f na Fig. 8-17),
como sua fem induzida, dentro de uma larga faixa de carga e de fatores de potência,
permite-nos colocá-lo na mesma classe do transformador ( Cap. 13) e do motor
de induçã o (Cap. 9) que possuem características semelhantes neste respeito.

8-14. CURVAS V DE UM MOTOR SÍ NCRONO

As relações fasoriais precedentes podem ser resumidas, graficamente (como


-
mostra a Fig. 8 18) e determinadas experimentalmente no laborat ó rio, utilizando
o esquema visto na Fig. 8-19. Foi estabelecido acima que, quando é reduzida a
corrente de campo de um motor sí ncrono, uma corrente de armadura / em atra-
a 1»
so, é produzida , a qual excede a corrente m í nima a um fator de pot ência unitá rio
ou à excitaçã o normal. Semelhantemente, quando o motor é sobreexcitado, a
-
corrente de armadura també m cresce ( Fig. 8 16) e excede a corrente requerida à
excita çã o normal para desenvolver o torque necessá rio, para qualquer carga dada.
Aplicando-se uma dada carga constante ao eixo de um motor síncrono, e variando-
se a corrente de campo desde a subexcitação até a sobreexcitação, e lendo-se a
corrente de armadura ponto por ponto, obteremos as curvas da Fig. 8- 18a. A
252 M áQUINAS ELéTRICAS , E TRANSFORMADORES

r\
C/)
CD \v
'<D
Q . FP 0,8 em atraso Unitá rio FP 0,8 em avanço
E
<0 Plena carga
CU
Meia carga
CD
& A vazio
o
Q.

<
o v / •

t
3
o
*

CU
E
cu
cu FPs em Excitação normal
-o atraso
CD FPs em avanço
c
a>
w.
o
o
Corrente de campo CC ( If ) a m pé res
(a ) Relação entre a corrente de armadura e
a corrente de campo para vá rias cargas .
1 2 3
1.0

(Q
O
so
<

a
Plena carga
*o Meia carga
eo
LL
A vazio
FPs em atraso | FPs em avanço

0
Corrente de campo CC ( If ) ampères
( b ) Relação entre fator de potência e
corrente de campo para vá rias cargas .
.
Fig 8 18- — Famí lia de curvas V para um motor sí ncrono.

corrente de armadura CA é posta em um grá fico cartesiano em fun ção da corrente


de campo CC , para os pontos a vazio, a meia carga e a plena carga, respectivamente.
As ligações do wattí metro, conforme a Fig. 8-19, també m permitem a deter -
minaçã o do fator de potência para cada valor da corrente de armadura e de campo,
para qualquer dada condiçã o de carga . 4 Assim, como mostra a Fig. 8-18 b, o fator

-
40 método empregado na Fig. 8 19 é o método dos dois watt í metros. Como o motor sí ncrono
é uma carga trif ásica equilibrada, para a leitura do fator de potência da carga poder-se- iam igual-
. mente usar os métodos de um watt í metro, dos três watt í metros, do analisador industrial ou do
-
watt í metro polif ásico. Para uma descri çã o destes métodos, veja se JACKSON, H. W., Introduction to
Electric Circuits, 3. ed., Englewood Cliffs, N. J., Prentice- Hall Inc., Se çs. 23-8, 9, 1970.
RELA çõES DE TORQUE EM MáQUINAS CA MOTORES Sí NCRONOS 253

o± ,o o
A
OOOO n ^
o
Fonte o
CA 3 0 A o
Carga mecâ nica

——
-wo- -ot -
i

O
II
cc
.
Fig 8-19 — Ligações em laboratório para obtenção das curvas V.
de pot ência (determinado a partir da leitura do watt í metro) é levado a
um gr á fico ,
em fun ção das diferentes cargas dadas . Note-se que ambas as curvas
mostram
um pequeno aumento da corrente de campo, necessária para produzir a excita
ção
normal, conforme aumenta a carga (pontos 1 , 2 e 3, respectivamente)
. Note-se
també m que a vazio a corrente de armadura para o fator de potê
,
ncia unitá rio
(excitação normal ) n ão é nulo ( Fig. 8- 1 la ), mas tem um pequeno
valor de corrente
de armadura CA por fase, que é o necessário para produzir um torque
que equi-
libre as perdas rotacionais. Conforme se aumenta a carga (desprezada
a reaçã o
da armadura ) , n ã o apenas cresce a corrente de armadura ( Fig. 8 1 ld ),
é necessário que se aumente a excitação para levar a corrente de
- mas també m
armadura nova-
mente a uma posiçã o de defasamento nulo em relação à tensã o do barramento,
por fase, Vf .
Cada uma das curvas da famí lia terá , pois, um deslocamento para a direita
conforme aumenta a carga , como mostram as Figs. 8-18a e b, de modo
que seja
fornecida a excitaçã o necessá ria para obter-se o mesmo â ngulo de fase (
corres-
pondente aos fatores de potência 0,8 em atraso, unit á rio ou 0,8 em
avanço) para
uma carga maior. Assim, as curvas V representam os diagramas fasoriais
, e vice-
versa , para as diferentes condiçõ es de carga e de fator de pot ência.
As curvas V també m verificam o ponto básico visto na Fig. 8- 16, onde se
de-
monstrou que, se se varia a excita çã o para qualquer valor dado de carga
mecâ nica
aplicada, o â ngulo de torque oc1 deve variar de modo que a potência desenvolvida
por fase, V f I a cos 0, possa permanecer a mesma . Assim , no ponto 2 da Fig
. 8-18a,
se se aumenta a excitaçã o, a carga aumenta e se desenvolve uma potência
maior ;
a Fig. 8-16c també m permite verificar isso. Semelhantemente, se
a excitação di-
minui a partir do ponto 2 da Fig. 8- 18a; a carga diminui e desenvo
lve-se menor
potê ncia ; a Fig. 8- 16a també m permite verificar isso. Os exemplo
s seguintes
ilustram o fato de que, se se imagina constante o â ngulo de torque, o
aumento
da excitaçã o resulta num aumento da potência desenvolvida a um fator
de potência
em maior avanço.
E X E M P L O Um motor trif ásico de ligação estrela, 6 pó los, 50 HP, 440 V, 60 Hz tem uma
8-3 : resistência efetiva da armadura de 0,1 ohm e uma reatâ ncia sí ncrona de 2,4 ohms
fase. Quando o motor está operando a um â ngulo de torque, a, de 20 graus elé
/
tricos e o motor está subexcitado, produzindo uma tensão gerada por fase de
,
-
240 V, calcule:
r .
o.o

í
X' )
254 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

a. a corrente da armadura, o fator de potência e os HP desenvolvidos pela arma-


dura
b. os mesmos itens de (a ), quando a tensão gerada por fase é 265 V
c. os mesmos itens de (a ), quando a tensão gerada por fase é 290 V.

Solução :

440 V
a. Vf =
1,73
= 254 L 0° = 254 + j 0 V
N/ 3
Eq = 240 L 160° = 240 ( - cos 20° + j sen 20°) = - 225,5 + j82,2 V
£r = Eg + Vf = 28,5 + j 82,2 = 86,8 L 70,85° V
Er 86,8 L 70,85° 86,8 L 70,85° V = 36 L - 16,75° A
0,1 + j 2,4 2,41 L 87,6°


Fator de potência = cos 9 cos 16,75° = 0,9575 (em atraso)
Pd = 3 E \a cos (£g, /J = 3 x 240 x 36 cos 176,75°
= 3 x 240 x 36 ( cos 3,25°) —
HP desenvolvidos =
5 800 W ,
746 746 W/ HP ' v
_
= 25.800 W (drenados do barramento)
A A 34,6 HP

b. Vf = 254 + j 0; Eg = 265 L 160° = 265 ( - cos 20° + 7 sen 20°) = 249 +



j 90,8
Êr = Vf + Êg = 5 + j 90,8 = 90,8 Z_ 86,85° V
E 90,8 L 86,85° V
IQ = = 37,7 L — 0,75° ou 37,7 L 0° A ( praticamente)
^
~ '

s 2,41 Z. 87,6° íí
Fator de potência = cos 0 = cos 0° = 1 ,0 ou fator de potência unitário
Pd = 3 EgIa cos (Es, /J = 3 x 265 x 37,7 cos 160°
= 3 x 265 x 37,7 ( - cos 20°)
= 28.200 W (drenados do barramento)
28,200 W
HP desenvolvidos = Pd = 37,8 HP
"

746 746 W/HP

c. Vf = 254 + j 0; = 290 L 160° = 290 (cos - 20° + j sen 20°)


= - 272 + j 99,2
,
£r = K + Eg = - 18 + j 99,2 = 100,5 L 100,3° V
£r 100,5 L 100,3° V
""
= 417 L 12,7° A

Zs 2,41 L 87,6° Q
Fator de potência = cos 0 = cos 12,7° = 0,9757 em avanço
Pd = 3 £g /a cos (£p, /J = 3 x 290 x 41,7 cos 147,3°
= 3 x 290 x 41,7 ( - cos 32,7°)
= 30.600 W (drenados do barramento)
30.600 W
Hp desenvolvidos = Pd ” = 40,9 HP
746 746 W/ HP
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 255

As soluções do Exemplo 8-3 foram resumidas na tabela que se segue :

TENSÃO POT ÊNCIA HPS DESEN - FATOR DE


GERADA DRENADA VOLVIDOS POTÊ NCIA
PARTE ( volts) ( watts) ( HP) ;
'
' /
> V

(a ) 240 25,800 34.6 0,9575 em atraso


(b) 265 28,200 37.8 unit á rio
(c) 290 30,600 40.9 0,9757 em avanço

O Exemplo 8-3 prova que, se a carga aplicada no eixo permanece constante


( 34,6 HP), e se a excitaçã o aumenta, o â ngulo de torque deve necessariamente
decrescer , de modo que se desenvolva a mesma potência no eixo. Assim, se a exci-
tação aumenta até que o fator de potê ncia seja unitá rio, desde que se desenvolvam
37,8 HP, o aumento do torque desenvolvido reduzir á o â ngulo de torque a um va-
lor menor que 20°. Semelhantemente, para fatores de potê ncia em avan ço, o â ngulo
de torque se reduziria ainda mais.

8-15. CÁLCULO DO Â NGULO DE TORQUE E DA TENSÃO


GERADA POR FASE PARA UM
MOTOR SÍ NCRONO POLIFÃSICO

No caso de um motor-derivaçã o CC, conforme aumenta a carga , o cálculo


da velocidade, que diminui, e do torque, que aumenta , é determinado pela varia ção
da fcem . No caso do motor sí ncrono, conforme aumenta a carga , a velocidade
e a fcem são mantidas relativamente constantes, e o acréscimo no â ngulo de torque
a produz uma diferença na tensã o resultante, Er , cujo valor e posiçã o de fase, deter-
minam a corrente de armadura solicitada pelo motor . Vimos també m que a fem
induzida varia com a excitação, e que sua relaçã o de fase varia com o â ngulo de
torque. Mas nenhum deles ( E e a ) sã o quantidades conhecidas para qualquer
Z7 r
valor dado da corrente de carga. E possí vel determinar-se o â ngulo de torque e
a fcem a partir dos valores normalmente medidos da pot ência , tensão e corrente
solicitada ao barramento?
Como em qualquer m áquina sí ncrona CA , a resistê ncia efetiva da armadura
por fase, Ra , e a reat â ncia sí ncrona em quadratura por fase, Xs, podem ser deter-
minadas a partir da resistência CC do estator e pelas medidas dos ensaios a vazio
e de curto-circuito (Seç. 6- 10) . Para qualquer valor dado da corrente de armadura ,
portanto, a queda na imped â ncia s í ncrona / „ Zr e seu â ngulo de fase são conhe-
cidos. Mas esta queda de tensã o e igual à tensã o resultante, Er , que é a diferença
entre a tensã o de fase aplicada à armadura e a tensã o na armadura gerada por fase,
como mostra a Fig. 8-9 è expressa a Eq . (8-1). Assim , se a tensã o nos terminais
por fase Vf L 0o e Er L S ( ou IaZf e o â ngulo que ela faz com a tensã o de referên-
cia ) sã o valores conhecidos, entã o Egf para qualquer fator de potência pode ser
facilmente obtida através da relação associada à lei do co-seno, como se demons-
trará a seguir.

r
256 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Mostrou-se na Seç. 8-7 que na Fig. 8-9 :


Èg f = v f - Êr = v f - i z f ; ( 8- 1 )
A equação pode ser reescrita, utilizando-se a lei do co-seno, como
E 2gf = E\ + V ) - 2 ErVf cos (5 ( 8-4)
onde ô é a diferen ça angular, para qualquer fator de potência [V. Eqs. ( 8- 5),
( 8 - 6) e (8-7), a seguir] entre Vf e Er
Vf é a tensão do barramento aplicada, por fase
Er é a queda de tensão na impedância síncrona para qualquer valor deter-
minado da corrente de armadura laZf .
Como mostra a Fig. 8- 20, a diferença angular, ô, pode ser calculada para
vá rias condições de fatores de potência, como sejam
Para fator de potência unitá rio ô=P ( 8-5)
Para fator de potência em avanço ô = p + 6 ( 8 -6 )
Para fator de potência em atraso ô= p-e (8-7)
_
onde P é tg 1 { Xs / Ra ) obtido a partir das medidas da imped â ncia sincrona
( Seç. 6-10), e 6 é o â ngulo de fase entre Vf e Ia , a partir das leituras do watt í metro.
Uma vez que a tensão gerada por fase, Egf foi determinada [ utilizando se a -
Eq. (8-4) acima ], é possí vel determinar-se o â ngulo de torque, a , para qualquer
fator de pot ê ncia , uma vez que ele representa o â ngulo oposto Er , como mostram
as vá rias construções da Fig. 8-20, utilizando-se as relações da lei do co-seno 5
'

Elf + v] - E l
a = cos -! ( 8 - 8)

2E f v f

onde todas as quantidades foram definidas previamente.


É també m possí vel representar a tensão induzida por fase, Egf em função
das suas componentes vertical e horizontal, utilizando V f como referê ncia como
mostra a Fig. 8-20. Utilizando as componentes horizontais e verticais vistas nas
vá rias construções, podemos expressar a tensã o gerada por fase, para os vá rios
fatores de potência, como
Fator de potê ncia unitá rio
È9 f (V f - + jix m (8-9)

Para fatores de potência em avanço


E 9 f = [ Vf 4- l a Z f cos ( 180 - <5)] -I- j\i a Z f sen ( 180 - <5)]
Para fatores de potê ncia em atraso
Êg f - '
( V f - laZf '
cos 8 ) + j (laZf sen ô )
onde todos os termos já foram definidos acima .
(8- 11 )

5
Como se vê na Fig. 8-20, a pode ser determinado como are tg l a X J [ V — Talvez a
mais simples determinaçã o de a derive da lei do seno, pois a = arc sen E J E , sen como se v ê na
Fig g .ç
m

s' -

r
70
Vf -m
>
Eg 0
<


m
Egf C/3
E7
D
m
a ,8 a
H
O
73
Vf o
8= 0
8 = /3 - 0 ? (9 c
rn
Er =I0 Zf £ gf m
Io 2
r 2
( Er ) Egf o
C
pm 4

IaZf >
Z
zn
Ia Zf sen 8 n
P
\ 8 a >
1 t
ml cos ( 180 - 8 ) 8 [-*- Vf
^^
0 0 Wf IQRQ HaZf -* IQZ
^
COS
2
Vf o
H
8 - P+6 8 = /3 - 0 C
Egr « Vf - aRa > + i aX:
73
Egrvf + lazfc« < 180 - 6 ) + i|azf Vf - laZf cos 5 ) + j laZf sen 5
' ' la 2 f sen ( 180 - 5 )
Egf =(

IgZf sen 5
n
I>3

' **
in
a
a = arc tg a = arc tg a = arc tg Z
n
Va Vf + lazf cos ( 180 - 5 ) cos 5
" a
2
Vf IgZf
-
O
z
o
73

cos a =
Egf + vf “ E ? cos a =
Egf + Vf
2
-E 2

cos a =
Egf + Vf
2
‘ E ? cn

2 Egf vf 2 Egfvf 2 Egfvf

( a ) Relações para FP unit ário . (b ) Relações para FP em avanç o . ( c ) Relações para FP em atraso .
Fig. 8 20 - — Rela ções fasoriais entre a tensão aplicada e a tensã o gerada por fase para
o cá lculo de a para qualquer fator de pot ência . K>

v
258 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Os â ngulos de torque correspondentes, derivados das relações acima, sã o


Para fator de pot ência unitá rio

Ô = tg - 1 v f IaXs (8- 12)


f - L
a Ka

Para fatores de potê ncia em avanço

1 I a Z f sen ( 180 - ô )
a = tg (8-13)
Vf + IaZf cos (180 - á)

Para fatores de pot ência em atraso

a = tg - 1 IaZf sen ô
(8-14)
V f - Í Z f cos ò
onde todos os termos foram definidos previamente.
Como no caso do alternador sí ncrono CA, resulta uma simplificaçã o nos
diagramas acima se todos os fasores forem projetados sobre a corrente da arma-
dura (7fl) como referê ncia ( V. Seç. 6-7, Fig. 6-4). As três condições de fatores de
potê ncia unit á rio, em avanço e em atraso, vistas na Fig. 8-20, sã o reproduzidas
mais uma vez na Fig. 8- 21 , utilizando a corrente como referência.
As relações resultantes são, n ã o apenas mais simples para visualizaçã o e com-
preensão, mas, alé m disso, as equações que se seguem sã o algo simplificadas e,
como se verá, apresentam uma forma unificada, em comparação a das Eqs. (8-9)
e (8-11 ). Alé m disso sã o da mesma forma que as utilizadas para a regulaçã o de
um alternador sí ncrono CA e permitem a comparaçã o, bem como o entendimento
unificado, do ponto de vista de uma máquina síncrona CA.
Os resultados das representações fasoriais mostradas na Fig. 8-21 permitem-
nos expressar a tensã o gerada por fase para os vá rios fatores de potência como
Para fator de potência unitário

Ef - t V f -W + jíJ . (8-15)

Para fatores de potência em avan ço

t g f = v f cos 9 - IaRa + j( Vf sen 9 + IaXs ) ( 8-16)

Para fatores de pot ê ncia em atraso

tgf = Vs cos 9 - laRu + j( Vf sen 9 - IaXt ) (8- 17 )

onde todos os termos foram definidos acima.


RELAçõES DE TORQUE EM MáQUINAS CA MOTORES Sí NCRONOS 259
Equação geral: Egf = ( cos 0 - IgRg) + j (Vf sen 0 ± lgXs ) +
Vf = em avanço
— = em atraso

Vf cos 9 - I0 R 0
-
Vf IaRa '9
IQ
Io Vf
Vf
-a
s = /3y sen 9
I0 Zf = E

/ IoXs 8 = /3 + 0
I / Vf
IQ Zf - E r
!/ IQ ^ S
h -
Q fi
la^ o - EgfW
Ia ^a

Egf = < Vf - laRa) + j|aXS Egf = ( Vf cos e - laRa ) + j ( Vf sen 6 - laX $)

a = tg-
I laXs '1
Er - Vf sen 0 + lg Xs Er
= tg 1
* sen sen Ô a - 0 = sen-1 sen ô
Vf - aRa Egf
'
(a) Relações para FP unit ário .
Vf COS 9 - igRg Egf
(b ) Relações para FP em avanç o .

vf.
8 = /9 - 0

IoZ =Er , IQ ^ S
VfSenfl
" Egf 70
IQRQ
T
Vf sen 5
9 IQXS
\ IQRQ
IQ1-
•Vf cos 0 - IaR 0 -l
— -

Vf cos 9 —
= (
Vfcos 0 - laRa) + j ( Vf sen 0 - laXs)
a= 6 -
Vf sen 0 - la Xs -1 Er - sen sen 6
Vf COS 0 - igRg Egf
( c ) Relações para FP em atraso .
Fig . 8-21 — Relações vetoriais da Fig 8-20 redesenhadas com a corrente como referência
.
.
260 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

É agora possível combinar as equações acima em uma ú nica equaçã o geral


para o cálculo da tensão gerada por fase em um motor sí ncrono, para quaisquer
e todas condições de fator de pot ê ncia , sob a forma de 6

Egf = ( Vf cos 0 - IaRJ + j( Vf sen 6 (8- 18)


± IaXJ
onde, na expressã o em quadratura , + é usado para fatores de
pot ê ncia em avanço e - é usado para fatores de potência em atraso.

-
Note se que, para o fator de potência unitário, a Eq . (8-18) é idêntica à Eq.
(8-15), uma vez que sen 8 é zero e cos 6 é unitá rio.
A Fig. 8- 21 mostra a forma pela qual o â ngulo de torque pode ser determinado,
a partir das componentes real e em quadratura da tensã o gerada por fase. Os
correspondentes â ngulos de torque para os vá rios fatores de potência são
Para fator de pot ência unit á rio

(8-19)
a = tg - 1 iaxs
Vf - h*a

Para fatores de potê ncia em avanço

a = tg 1 V , 9 + IaXs
- 9 (8- 20)
F,f cos e - Ia Ra

Para fatores de potência em atraso

a =0 -tg -1 Vr sen 6 - IaXs (8- 21)


Vs cos 6 - IaRu

6
Uma comparaçã o da Eq. 8-18 com a Eq. 6-8 revela a semelhança na forma de determinação
da fem gerada numa máquina sí ncrona e num transformador.
Como um alternador Egf = C0S 9 + !aRa ) + j( Vf Sen 0 ± 7«* ) S

Como um motor síncrono Egf = ( Vf COS


°- !aRa) + j ( Vf Sen 6 ± laxs )
- -
No termo real, a queda de tensão na resistê ncia da armadura somar se á à componente real da
-
tensão nos terminais para a ação gerador, enquanto esta queda de tensão é subtra ída no caso da ação-
motor.
-
No termo em quadratura, para a ação gerador, a queda de tensão em quadratura na reatâ ncia
soma-se à componente em quadratura da tensão aplicada para cargas em atraso, e subtrai se aquela -
para cargas em avanço, para compensar o efeito desmagnetizante da reação da armadura das cargas
-
em atraso, e o efeito magnetizante das cargas em avanço. Para a ação motor, por outro lado,
o inverso é verdadeiro ; neste caso, as cargas em atraso são magnetizantes, enquanto cargas em avanço
são desmagnetizantes.
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 261
t Como no caso da tensã o gerada por fase, é possí vel unificar as três equações
para o â ngulo de torque numa expressã o gené rica simples que leve em conta todos
os fatores de potê ncia ,

no numerador :
+ - ( fatores de pot ência em
í
Vf Sen 9 ± !aXs \ l
'
a =0 — tg - 1 avanço) (8-22)
,
^COS e - IaR„
J f- ( fatores de potê ncia em
atraso)

onde a é sempre a diferença entre os dois â ngulos, indepen-


dentemente de qual deles é o maior.

-
Em vista da relativa simplicidade das Eqs. (8-18) e (8 21), e da nota de rodapé
relativa a Eq . (8-18), o leitor pode inquirir-se, neste ponto, por que era necessá rio
usar a representaçã o da Fig. 8- 20 e de todas as equações a ela correlatas. Um exa-
me das construções da Fig. 8- 20 mostrar á que ambos, Egf e a , são representados
na Fig. 8- 21 com sentido contrá rio (da í o sinal negativo). É relativamente difícil ,
f alé m disso, obter -se um valor ( para o â ngulo entre a tensão resultante £ tensã o rea
\ aplicada por fase), a partir dos diagramas da Fig. 8- 21, em funçã o dos â ngulos
/? e 0 . Finalmente, desde que a tensão do barramento por fase, Vp é a referência
para a operaçã o como motor ou como alternador sí ncrono CA, os diagramas da
Fig. 8-20 sã o mais significativos quando se fazem cálculos empí ricos.
Dependendo de preferências pessoais, podemos utilizar qualquer um dos
tr ês mé todos vistos acima. O exemplo seguinte ilustra todos os três mé todos e é
j
uma verificação de todas as equa ções acima apresentadas.

EXEMPLO Um motor síncrono trif ásico de 1.000 HP, 6.000 V, 60 Hz, dois pólos, ligado
8-4 : em estrela tem uma resistência efetiva da armadura de 0,52 ohm e uma reatância
sí ncrona de 4,2 ohms/fase. O rendimento do motor para a carga nominal e fator
de potência de 0,8 em avanço é 92 por cento, desprezando as perdas no campo
devidas a excitação CC. Calcule :
a. A fem gerada por fase, Egf . Ao resolver esta parte, utilize os seguintes mé todos :
( 1 ) a solução pela lei do co-seno, Eq. ( 8-4) ; (2) a solução através da tensão
de referência, Eq . ( 8- 10) ; e ( 3 ) a solução através da equação universal, Eq . ( 8-8 )
b. O ângulo de torque, a .
c. A potência mecâ nica desenvolvida pela armadura à carga nominal em watts
e em HP.
d . O t o r q u e interno desenvolvido .
Solução :
) 1.000 HP X 746 W / HP
Potência de entrada em watts = 811.000 W
v' 0,92 ( rendimento ) =

— Corrente de armadura , valores de linha e fase


/a =
potência de entrada

J
f EL cos 9
-
811.000 W
1 ,73 x 6.000 V x 0,8
= 97,6 A

i
262 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

[Nota : para fator de potência unitário, Ia seria 97,6 A x 0,8 = 78 A]


V/, = VL
6.000 V
= 3.460 V
V 3 ^ 1 ,73
Zs = Ra + j X s = 0,52 + j 4,2 = 4,22 L 82,93° íl ; 0 = 82,93°
Er = IaZf — 97,6 x 4,22 = 412 V a 0,8 em avanço
Cos 6 = 0,8, e 9 = 36,8 °
Para fator de pot ência de 0,8 em avanço, S = íf + 6 = 82,93 ° 4- 36.8 ° = 119,73°

a . Pelo mé todo da lei do co-seno, usando a Eq . ( 8 -4)

Egf = J é' 2
+ Vj - 2 Er Vf cos ô

= v/ 4122 + 3.4602 - 2 (412) ( 3.460 ) ( - cos 60,27 °)

= J 170.000 4- 12.000 000 + 2.850.000 cos 60,27 °


.

= V 13.580 000 = 3.683 V


,

Pelo método da tensão de referência, usando a Eq. (8- 10)


ys
E g f = \ + I Z j cos ( 180 - á )] + j [ I a Z f sen (180 - 3)]
= 3.460 + 412 cos 60,27 ° + j 412 sen 60,27 °
= 3.664 + j 358 = 3.683 V (confere)
Pelo método da equação universal , usando a Eq . (8- 18 )
Egf = ( yf cos 6 - IaRa ) + j ( Vf sen 6 - IaXs )
= ( 3.460 x 0,8 ) - (97,6 x 0,52)
+ j (3.460 x 0,6) - (97,6 x 4,2)
= 2.714,2 4- j 1.665 = 3.683 V (confere)
b. Resolvendo para a, utilizando a Eq . ( 8- 13)
a = tg - 1 [Vf IaZflaZf
+
sen ( 180 - ô )
cos ( 180 - S ) ]
[ 412 sen 60,27 °
1460 4- 412 ( - cos 60,27 °)
358
3.664
= 5,5°

Resolvendo para a, utilizando a Eq . (8-22)


Vf sen 9 + Lxs
a=9 — tg 1
VJ, cos 9 - IaRa

= 36,8 ° - tg - 1 [ ( 3.460 x 0,6) + (97,6 x 4,2)


( 3.460 x 0,8 ) - ( 97 ,6 x 0,52 )
2.485
= 36,8 ° - tg - í = 36,8 ° — 42, 3 ° = 5,5 ° (confere )
2.714
Resolvendo para a , utilizando a lei do seno
ô = P + 0 = 82,93 ° 4- 36, 8 ° = 119,73 °
E 412
y. = sen - 1 E- r sen ô = sen - 1 sen 119,73° = 5,5° (confere)
.r
i
3.683
RELA çõES DE TORQUE EM MáQUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 263

c. A potê ncia mecâ nica desenvolvida por fase é o produto da fem induzida por
fase, da corrente da armadura e do co-seno do â ngulo entre elas [V. Figs.
8-20( b) e 8-21( b)]
Pot ência mecâ nica total
pd = 3 Egfla cos (« + 0 ) = 3 x 3.683 x 97,6 cos ( 5 ,5 + 36,8°) = 796.000 W
Pot ência interna desenvolvida em HP
pd 796.000 W
746 746 W/ HP
= 1.065 HP
HP x 5.252 1.065 x 5.252
d. Torque T =
S S = 1.552 lb-pé [da Eq. (4-15)]

8-16. USO DO MOTOR SÍ NCRONO COMO


CORRETOR DO FATOR DE POTÊNCIA

O Exemplo 8-4 mostrou que um motor sí ncrono é capaz de entregar a sua


potê ncia mecâ nica e simultaneamente drenar do barramento uma corrente em
avanço. Esta corrente em avan ço pode ser utilizada para aumentar o fator de po-
t ê ncia geral da energia suprida , pelo barramento ou pelo sistema , a outras cargas
ligadas em paralelo com o motor s í ncrono. É desejá vel aumentar-se o fator de
potê ncia geral do sistema por muitas razões . Os alternadores e /ou os transforma-
dores que alimentam o sistema sã o avaliados em fun çã o de sua capacidade con -
dutora de corrente. Assim, a pot ê ncia ú til total que eles podem entregar às vá rias
cargas ligadas num sistema depende diretamente da natureza e do fator de potência
das mesmas. Num sistema onde as lâ mpadas fluorescentes sã o utilizadas quase
universalmente para ilumina çã o, e onde os motores de indu çã o sã o utilizados
quase universalmente como má quinas motrizes, o fator de pot ê ncia total do sis-
tema pode chegar a valores t ão baixos como o de 0,6. O sistema gerador e o dis-
tribuidor entregar ã o apenas 60 % da pot ê ncia total que eles poderiam entregar
a um fator de pot ê ncia unit á rio. Mais ainda, quanto menor for o fator de pot ência
do sistema , tanto maior ser á a corrente necessá ria para suprir uma carga da mesma
potência em quilowatts. A corrente mais elevada , solicitada ao barramento para
suprir uma carga de baixo fator de pot ê ncia , resulta em maior queda de tensã o
na linha de transmissã o e maiores perdas de potê ncia na linha , bem como maiores
perdas e menor rendimento resultante no sistema de geraçã o e no respectivo equi-
pamento que alimenta a carga .
Uma melhora no fator de potê ncia geral do sistema, para qualquer carga
dada , resulta , portanto, em ( 1) um aumento da capacidade da fonte permitindo
suprir -se cargas adicionais ; ( 2) uma reduçã o da queda de tensã o na linha e uma
melhor regulaçã o geral em termos de tensã o ; ( 3) um aumento no rendimento
geral do sistema ( linhas e equipamentos ) ; e ( 4) um custo operacional menor, como
consequ ê ncia. É precisamente por esta ú ltima razã o que, em algumas regiões, um
consumidor industrial é multado por um fator de pot ência baixo e terá um preço
mais alto da energia que outro consumidor que consuma energia a um fator de
pot ê ncia mais elevado. Nestas á reas , um usu á rio que necessite motores adicionais,
para ’expansã o ou substituiçã o das suas instala ções , considerará seriamente a
264 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

aquisiçã o de motores sí ncronos, que possam ser sobreexcitados para funcionar


a um fator de potê ncia de 0,8 em avanço e, ao mesmo tempo, entregar potência
mecâ nica nominal para acionar a carga ( V. Seç. 8- 18).
A Fig. 8-22 mostra a melhora ( num fator de pot ê ncia em atraso) que se con
segue pela utiliza çã o de um motor sí ncrono. Imaginemos que uma carga em atraso
-
corresponda a uma corrente / , que se atrasa em relaçã o à tensã o
L Vf do barramento
de um â ngulo 0 L . Se um motor s í ncrono é ligado em paralelo com a carga atrav és
do mesmo barramento, e se o seu campo é sobreexcitado. a corrente solicitada
pelo motor síncrono para manter a excitaçã o do campo constante (Seçlm. 8 13) ser
-
uma corrente em avanço, em relaçã o à tensã o do barramento , de um â ngulo 6 .
á
A corrente resultante solicitada ao barramento, / , é a soma fasorial de / e /m, ,
T m
como mostra a Fig. 8- 22.

Im sen 8m

8-
§L
h
1
"

Im sen m
Im 0

ILsen 0L r
fim
l
Fig. 8-22 —umMelhora do fator de potê ncia pelo uso de
motor sí ncrono sobreexcitado.

A componente original em quadratura (e em atraso ) da corrente de carga


IL sen 0 L é, assim , neutralizada, em parte pela componente em quadratura em
avanço da corrente do motor í m sen 6 m. O â ngulo de fase final
dT fica assim menor ,
ficando a corrente mais em fase com a tensã o do barramento, com as consequentes
vantagens de um melhor fator de potência. A pot ência consumida , por fase, pelo
motor é representada por VfIm cos 0m , que inclui a pot ência mecâ nica ú til para
acionar a carga (acrescida de uma pequena parcela relativa às perdas do motor ).
Os benefícios derivados da correçã o do fator de potê ncia através do motor
sí ncrono, reduzindo a corrente de carga em atraso, sã o vistos no Exemplo 8-5.

EXEMPLO Uma f á brica consome uma potência total de 2.000 kW, a um fator de potência
8-5 : de 0,6 em atraso, a partir de uma subestação transformadora, cuja tensão de
linha primá ria é 6.000 V. Ao adicionar-se um novo setor, dedicado exclusiva -
mente à galvaniza ção, necessita -se adquirir um conjunto motor-gerador CC
para entregar aproximadamente 750 kW. A escolha deve ser feita entre um
motor sí ncrono de 1.000 HP, 6.000 V, de fator de potência 0,8 em avanço
( Exemplo 8-4) e um motor de indução de 1.000 HP, 6.000 V, de fator de potência
de 0,8 em atraso correspondente à plena carga. Imaginando que os custos tenham
rendimentos de 92 %, calcule :
a. A corrente de carga e o fator de potência totais, utilizando o motor de indução.
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 265
b. A corrente de carga e o fator de potência totais, utilizand
o o motor sí ncrono.
c. A redu ção percentual da corrente de carga produzida,
utilizando (b) como
percentagem de ( a ).
d. A melhora no fator de potê ncia total.

: úução :

a . Carga do motor de indu ção HP x 746 W/HP


= rendimento
1.000 x 746
0,92 = 810.000 W
Corrente em atraso drenada pelo motor de indu çã o
watts 810.000 W
I i, =
yj 3 £ L cos 6 1,73 x 6.000 x 0,8 = 97,6 L - 36,9 A
Corrente de carga em atraso da f á brica
watts 2.000.000
/: =
>/ 3 EL cos 6
' -

1,73 x 6.000 x 0,6 = 321 L 53,1° A
Corrente de carga do motor = 97,6 L - 36,9° A 78,0 j
= — 58,5

Corrente de carga da f á brica = 321 L 53,1 ° A 192,5 j 256
= - ,5
,
Corrente de carga total, / + I\ = 270,5 y 315,0
-

= 416 L 49,3° A (a um fator de potê ncia de 0,651 em atraso )
b. A carga do motor sí ncrono = 97,6 L + 36,9° A
( Para um fator de pot ê ncia de 0,8 em avanço )
Corrente de carga do motor, /, = 97,6 L 36,9° A = 78,0 j 52,5
+
Corrente de carga da f á brica, l\ = 321 L - 53,1° A = 192,5 - j 256,5
Corrente de carga total, It + I\ = 270,5 - j 204,0 =
= 340 L — 36,9° A (a um fator de potência de 0,8 em atraso)
c. Redução percentual da carga

carga original carga final 416 - 340
carga original x 100 = 18,25 %
416
d. Melhora do fator de potência
A utiliza ção do motor sí ncrono, em lugar do motor de induçã o,
elevará o
fator de potência de 0,651 em atraso para 0,8 em atraso.

8- 17. TORQUE ELETROMAGN ÉTICO DESENVOLV


IDO
POR FASE EM UM MOTOR SÍ NCRONO
A relação entre os HP internos ou externos, o torque e a velocid
ade para qual -
quer motor foi dada como

TN
HP - 5.252 ou 5.252 HP
N
T = ( 4- 15 )
A pot ência solicitada ao barramento pela armadura de um motor
sí ncrono,
por fase , é
266 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

P f VfIa cos 0 ;
“ (8- 23)
por outro lado, a pot ê ncia desenvolvida pela armadura do motor sí ncrono por
fase foi expressa como o produto de sua fem gerada por fase, Egp pela corrente
de armadura , /a , e pelo co-seno do â ngulo formado por eles [com base na Eq . (4-7)
estabelecida para má quinas CC], ou
Pot ê ncia desenvolvida por fase : Pd = EgfIa cos ( Egp Ia ) (8- 24)
Se a pot ê ncia desenvolvida na Eq. ( 4-15) é expressa em watts, a expressã o do
torque desenvolvido por fase é
5.252 Pd _ 7,04 Pd 7,04
T= = ESSla COS ( Egf , IJ (8- 25)
N x 746 N N

Da Eq . ( 2-16), na qual Ns 120// P, o torque eletromagnético desenvolvido
por fase em qualquer m áquina sí ncrona, em lb - pé, pode ser derivado de

7,04 P
T= E J a cos ( EgpK ) ( 8- 26)
120/

onde P é o n ú mero de pólos


E f é a fem gerada por fase em uma máquina sí ncrona CA a partir
* da Eq. (6-8) ou (8 18)-
K é a corrente da armadura por fase
cos ( EgfJa ) é o co-seno do â ngulo entre as duas quantidades determinado
por um diagrama fasorial
f é a frequ ê ncia em Hz
Assim, independentemente do modo de opera çã o, a Eq. (8-26) expressará
o torque eletromagn é tico desenvolvido pelos condutores da armadura de uma
m á quina sí ncrona CC quer ( 1 ) funcionando como motor e produzindo a rotação
do rotor ; quer ( 2) funcionando como gerador, produzindo um torque resistente
como resultado da circulação da corrente gerada nos condutores da armadura.
Estabeleceu-se que, à medida que aumenta a carga mecâ nica aplicada ao
eixo de um motor sí ncrono, aumenta també m seu â ngulo de torque, a , produzindo
um acréscimo na diferen ça de tensão resultante Er ( ou Egf - Vf ) que, por sua vez,
leva o barramento a suprir uma corrente de armadura maior ao motor . Nas Eqs.
(8- 24) e ( 8- 26), o â ngulo entre Egf e Ia depende n ão apenas da grandeza do â ngulo
de torque, a , como mostram as Figs. 8- 20 e 8-21 , mas també m do â ngulo de fase 0.
Haverá uma pot ência má xima que o motor sí ncrono possa desenvolver e haverá
um â ngulo má ximo de torque, acima do qual o motor saia do sincronismo?
Aparentemente há — mas qual é ? Se pudéssemos desenvolver uma expressã o
semelhante à Eq . ( 8- 24) , que fornece a potência drenada (do barramento, pelo
motor sí ncrono) em funçã o apenas do â ngulo de torque, a, aquela expressã o pode-
ria ser substituída na Eq . (8- 26) para fornecer o torque má ximo para o motor sí n-
crono. A dedução algé brica desta equação é relativamente complexa.
RELAçõES DE TORQUE EM MáQUINAS CA MOTORES SÍ NCRONOS 267

-
Entretanto, é possí vel “derivá la ” de uma construção fasorial, como a da
Fig. 8-23, que mostra a potência entregue por fase à carga por um motor sí ncrono
CA ou um barramento. Façamos 0 representar o â ngulo pelo qual a corrente
Ia se atrasa em relação a V p tensão do barramento, e a o â ngulo entre Egf e V p
conforme já definimos. A diferença Egf - V f ê Er, que é a mesma coisa que IaZf .
Desprezando a resist ência da armadura , Ia atrasa-se de 90° em relação a
mesmo que jIaXs. A corrente de armadura pode ser ent ão expressa por Er e é o

/ =
°
A
j s =
E r Vr . ~

= Çsa . H
* JXs JXs J XS
'

, E f ,
\
Xs
\ r ,
= E f - Vf Egf
Dist â ncia ; V a\ Raio Egf
\
Xs
\
\
a
Vf
- Vf a 9 \
IQ T0 - £r

.
'
lajXsí
JXS jXs
J sen a
Xs

Egf
Raio Egf usando ( - Vf ) como centro
- — Construdeçãoumaparamáderiva
Fig. 8 23 çã o da máxima pot ê ncia e torque
quina sí ncrona CA .

O locus da corrente da armadura , la , é pois, um cí rculo, cujo centro é JVf


e cujo raio é jEgf / Xs . Esta informação permite a construçã o de jEgf
/ Xs
/ Xs a um â ngulo
a com o eixo vertical, de onde conhecer-se-á a corrente jVf / . A pot ê ncia entregue
Xs
por fase pelo barramento é VfIa cos 0, ou Vf vezes a projeçã o de sobre Vf . Mas
Ia
esta projeção e também igual a j ( Egf / Xs ) sen oc Assim , a . pçtência lélrica desen-
volvida por fase, P p por uma má quina síncrona girante CA é ^
.
N
P/ sen a YJJML (8-27)
^
que, quando substitu í da na Eq . (8- 26), fornece o torque por fase ou
;

T=
7,04 P VpEQf
sen a (8-28)
120/

onde todos os termos já foram definidos.

:
?
268 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Um exame da Eq . (8- 28) indica que, para valores dados do n ú mero de pólos,
frequência, tensão do barramento, reatâ ncia sí ncrona e excitação (produzindo
Egf ) , o torque máximo pode ocorrer apenas quando a iguala 90 graus elétricos.
Mais ainda, desde que todos os outros termos da Eq . (8-28) são relativamente
constantes para um dado motor, a forma da curva de torque deveria ser senoidal
O torque e a potê ncia desenvolvidos por ambos, rotores salientes e não salientes
(cilí ndricos), são vistos na Fig. 8- 24. O torque m á ximo do rotor é obtido a 90°
el é tricos no caso do rotor cil í ndrico não saliente ( enrolamento distribuído), que
não produz rea çã o da armadura em quadratura.7 O torque má ximo do rotor é
maior em má quinas de pólos salientes , mas acontece mais cedo, entretanto,• devido
ao chamado torque de relut ância (Seç. 1-12) devido à variação da relutâ ncia no
entreferro, que é produzida pela reação da armadura (Seç. 6-11) ; o torque de
relutâ ncia varia com sen 2 a.

o (O c
i Rotor de pólo saliente
> ro c
o
>
ao
a> c I
c
a>
50 £ S*
TJ
co
o

I o
I
Rotor de pólo n ão saliente

c
« 0> I
o 2
Q. D l
1
D 10
I
a> z
3 ra 55°
Ssa
h*
i i

30 60 90 120 150 180

Fig 8 24 . - —
Curvas do â ngulo de potência para dois motores
sí ncronos semelhantes (mesmo estator), mostrando os â ngulos
de torque má ximo para rotores de pólos salientes e não salientes.

O torque de relut â ncia é um má ximo para â ngulos de torque pequenos e,


portanto, auxilia a entrada em sincronismo de motores de pólos salientes durante
-
a sincronizaçã o (Seç. 8 5). O torque de relutâ ncia é um fenómeno que pode tam-
bé m ocorrer num motor de indução, devido à variaçã o da permeabilidade entre
os dentes do estator e os do rotor ; o torque de relut â ncia pode, em tais casos,
resultar num esforço sincronizante chamado “ fechamento subsí ncrono” .
Para a má quina de pólos salientes vista na Fig. 8- 24, o torque má ximo ocorre
aproximadamente a 55 graus elé tricos e o torque de plena carga aproximadamente
a 22 graus elétricos. O torque má ximo, tanto para má quinas de pólos salientes
como para máquinas de pólos não salientes, está entre 250 e 300% do torque de
plena carga. As Eqs. (8-27) e (8-28) são també m ú teis na verificaçã o das diferenças
entre motores sí ncronos em fun ção da excitação ou imped â ncia. Desde que E f
7
Para um tratamento compreensível das equações de torque e potência, para máquinas síncronas
de rotores salientes e cil í ndricos, veja BEWLEY, L. V., Alternating Current Machinery, New York , The
Macmillan Company, 1949, Cap. 7, pp. 288 304. -

J!

s:
.
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 269
! na Eq. (8- 27) varia com a excitação do campo CC, e desde que é tensão do barra
mento ( normalmente constante), se a excitaçã o é reduzida, como mostra a Fig-
Vf
.
8-16 b, o â ngulo de torque a deve aumentar para desenvolver a mesma pot
ência
mecâ nica. Inversamente, ignorando-se os efeitos da reação da armadura, se a
excitaçã o Egf for aumentada , como mostram a Fig. 8-16c, a Eq . (8-27) e o Exemplo
8-3, o â ngulo de torque será reduzido.
Aumentando a excitação, além disso, aumentamos o torque máximo e a “ fir
meza ” do motor sí ncrono, n ão apenas por aumentar a tensão gerada por
-
fase
Egf na Eq. (8- 28), mas também porque diminui a reat â ncia sí ncrona
aumento da saturação. Genericamente, além disso, um motor sí ncronoXs
com o
de baixa
impedâ ncia (e baixo Xs ) n ão requererá um â ngulo de torque t ã o grande para
acionar
. uma dada carga [como mostra a Eq. (8-28)] quanto uma m áquina de alta impedâ n
cia, isto é, uma m áquina de baixa imped â ncia é mais firme na sua oposição a
-
varia-
ções do â ngulo de torque com a carga.

EXEMPLO Calcule o torque interno por fase e a potência total desenvolvida para a excitação
8-6 : original dada no Exemplo 8-3, utilizando a Eq. (8-28).

Solução :
7,04 P
7/fase = 120
/ X .
sen a -
(8 28)
\
í 7,04 x 6 254 x 240
V 120 x 60 j
” X
2,4
sen 20° = 50,8 lb pé/fase-
75 3 x 50,8 120 x 60
HP = x = 34,6 HP
5.252 5.252 6
Note-se que o mesmo resultado foi obtido no Ex. 8-3a. Esta é uma verificação
da Eq. (8-28).
.
8-18. CAPACIDADES DE MOTORES SÍ NCRONOS \
*
Os motores sí ncronos podem ser adquiridos em três capacidades normali
zadas , ou sejam : fator de potê ncia unitá rio, fator de pot ência 90 em avanço
-
%
e fator de potência 80% em avanço. Outras capacidades poderão ser ofertadas
pelos fabricantes mediante cotação especial. Um motor síncrono de 100 HP e
fator de potência unit á rio tem 80% da capacidade de corrente e do valor nominal
de corrente de armadura de um motor sí ncrono de 100 HP e fator de potência de
0,8 em avanço (o ú ltimo tem um tamanho de carcaça maior ). Ambos os motores
entregar ã o 100 HP às suas polias ; mas o ú ltimo poderá ser també m utilizado
para correção do fator de potência até funcionar com um fator de potência de 0,8
em avan ço, enquanto o outro será ajustado para uma corrente m í nima ( fator de
potê ncia unitá rio) a plena carga. É possí vel, naturalmente, operar qualquer
motor
de fator de potência unit á rio (ou de outros fatores de potência nominais) como
um motor sí ncrono sobreexcitado, mas deve-se constatar que a capacidade em
HP do motor em questão n ão mais será a mesma se se mantiver no mesmo valor
a corrente da armadura. ( V. curvas “ V” , Fig. 8- 18a.)
270 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

8- 19. CAPACITORES SÍ NCRONOS


In ú meros motores s í ncronos sã o constru í dos sem qualquer extensã o dos
eixos, ostensivamente projetados t ã o-somente para correçã o do fator de pot ê ncia
e para serem operados sem qualquer carga mecâ nica. Qualquer motor síncrono
sobreexcitado, funcionando sem carga, pode ser classificado como compensador
síncrono ou capacitor síncrono. Embora não haja carga mecâ nica para contribuir
para a corrente da armadura, as curvas V da Fig. 8-18 mostrar ã o que, mesmo sem
carga, a corrente de armadura é elevada . Entretanto, isto n ão é uma desvantagem ,
porque o capacitor sí ncrono é sobreexcitado até o ponto em que sua corrente de
armadura iguale ou exceda sua corrente nominal.
Como mostra a Fig. 8- 25, quando um motor é sobreexcitado sem carga a tensão
resultante da imped â ncia de fase Er é bastante elevada , apesar do â ngulo de torque
y. ser muito pequeno , produzindo uma corrente de armadura em avan ço,
Ia , rela-
tivamente elevada , que está praticamente a 90° em relaçã o à tensã o de fase do bar-
ramento. Podem-se construir m á quinas sí ncronas CA de capacidades e tensões
extremamente elevadas, que sejam menos caras que os capacitores comerciais
fixos, disso resultando que os capacitores sí ncronos que n ã o acionam car -
gas mecâ nicas, alé m disso, podem “flutuar” em rela çã o à linha, para fins da
correçã o do fator de potência . Embora comercialmente n ã o seja usual nem prá-
tico corrigir-se o fator de pot ê ncia de um dado sistema de qualquer estação gera-
dora at é o fator de pot ê ncia unit á rio (V. Seç. 8- 20), o exemplo que se segue demons-
trará principalmente a técnica de fazer-se os cálculos para a correção do fator de
pot ê ncia. Um m é todo mais direto é visto na Seç. 8- 21.

Ia

E
Ia cos 8
Vf
-
Fig. 8 25 — Relações fasoriais do capacitor sí ncrono.

EXEMPLO Uma f á brica drena uma carga em atraso de 2.000 kW a um fator de potência
8-7 : de 0,6, a partir de uma rede de 6.000 V. Um compensador síncrono é adquirido
para elevar, até a unidade, o fator de potência total. Imaginando que as perdas
do compensador sí ncrono são 275 kW, calcule:
a. Os kvars originais da carga em atraso.
b. Os kvars de correção necessá rios para trazer o fator de potê ncia a um valor
unitá rio.
c. A capacidade em kVA do compensador síncrono e seu fator de potência.

P= S. Cos q tgq = P/Q arcCosq= 53°


Q= S. Sen q
T

RELA çõES DE TORQUE EM M á QUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 271


) Solução :
a. kVA
kW
= cos
_
2.000
0,6 =
3.333 kVA
0
kvars em atraso = kVA sen 9 = 3.333 x 0,8 = 2.667 kvars
b. 2.667 kvars de correção são necessá rios para trazer o fator de potência
ao valor unit á rio.
2.667 kvars
c. tg 9n = - 9,68 ; 9 tg = 84,09° em avanço
275 kW =

cos 9 — 0,103 em avanço kVA = coskW9 _ 0275


,103 =
2.755 kVA
Necessita-se de um compensador síncrono a um fator de potência de 0,103
em avanço e com uma capacidade de 2.755 kVA.

8-20. LIMITE ECON Ó MICO DA MELHORA DO


FATOR DE POTÊNCIA

É costume n ã o tentar a correçã o do fator de pot ência de um sistema até levá -lo
ao fator de potência unit á rio. Há uma razão econ ómica para isto, a despeito do
fato de se dispor de compensadores sí ncronos grandes e de alta capacidade, e de
í serem eles ( para a mesma capacidade em kVA ) normalmente menos dispendiosos
que os motores sí ncronos ; porque ( 1) partem e funcionam sem carga, n ã o neces-
sitando enrolamentos pesados em gaiola , e ( 2) requerem diâ metros menores do
eixo e mancais mais leves, embora seus enrolamentos de campo sejam algo mais
pesados.
A razã o econ ó mica de estabelecer-se um limite na m á xima correção do fator
* de pot ê ncia pode ser inferida dos dados da Tabela 8- 1 abaixo, correspondentes
a um sistema de 10.000 kVA .

TABELA 8-1

QUILOVOLT-AMPè RES REATIVOS TOTAIS NECESSá RIOS


à CORREçã O EM Vá RIOS FATORES DE POTê NCIA

kvars PARA A kvars


CORREÇÃ O A PARTIR CUMULATIVOS
FATOR DE DO SEGUINTE FATOR TOTAIS
POTÊNCIA SAÍ DA EM kvars DE POTÊ NCIA NECESSÁ RIOS
DO SISTEMA kVA DISPON Í VEIS INFERIOR NA CORRI ÇÂO

0,60 6.000 8.000


0,65 6.500 7.600 400 400
0,70 7,000 7.140 460 860
0, 75 7.500 6.610 530 1.390
T 0,80
0,85
8.000
8.500
6.000
5.270
610
730
2.000
2.730
0,90 9.000 4.360 910 3.640
0,95 9.500 3.120 1.240 4.880
1 ,00 10.000 0 3.120 8.000

r
272 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

A Tabela 8- 1 mostra que um sistema de 10.000 kVA, funcionando a um fator


de pot ê ncia de 0,6, é capaz de entregar apenas 6.000 kW ; enquanto que, para um
fator de potência unit á rio, ele poderia entregar 10.000 kW para a mesma corrente
e a mesma queda na linha. Qualquer aumento na saída , portanto, será feito às
expensas dos kVA reativos. Melhorando o fator de potência de 0,65 para 0,70,
por exemplo , há um aumento de 500 kW na saída para um custo de correçã o de
460 kvars. Ao aumentar-se o fator de potência de 0, 80 para 0,85, o aumento de
500 kW é feito a um custo de correçã o mais elevado de 730 kvars .
Para cada ní vel de fator de pot ê ncia sucessivamente mais elevado, o custo
dos kvars é maior para uma outra melhora de 0,05 do fator de potência. De fato,
ao aumentar-se o fator de potência de 0,95 para a unidade o acréscimo de 500 kW
na pot ê ncia de sa ída implica em um custo de correção de 3.120 kvars. O custo
monetá rio dos compensadores sí ncronos requeridos para as respectivas melhoras
do fator de potência torna normalmente economicamente proibitiva a melhora
para valores muito acima do ní vel de 0,85. O Exemplo 8-8 ilustra este ponto.

EXEMPLO Um sistema de 10.000 kVA está funcionando a um fator de potência de 0,65


-

-
8 8 : e o custo do compensador síncrono para melhorar o fator de potência é Cr$ 600,00
por kVA . Desprezando as perdas do compensador sí ncrono, calcule o custo
do aumento do fator de potência para
a. o fator de pot ência unit á rio
b. um fator de potência de 0,85 em atraso.

Solução :

a. Para a carga original


kW = kVA cos 0 = 10.000 kVA x 0,65 = 6.500 kW e 0 = 49,5°
kvars = kVA sen 6 = 10.000 kVA sen 49,5° = 7.600 kvars
Para o fator de pot ência unitá rio
kVA do compensador síncrono = 7.600 kVA (desprezando as perdas)
Custo por kVA do compensador síncrono = -
= 7.600 kVA x Cr$ 600,00/ k VA = Cr$ 4.560,00
b. Para fator de potência 0,85 = cos 31,8°
A potência total, 6.500 kW, permanece a mesma e, assim,
6.500
Os kVA finais do sistema sã o reduzidos para kW = 7.650 kVA
0,85
Os kvars finais do sistema são reduzidos a 7.650 kVA x sen 31,8° =
= 4.030 kvars
— —
Assim, os kvars necessários à correção = 7.600 4.030 3.570 kvars

Para o FP de 0,85 os kVA do compensador síncrono =


= 3.570 kVA (desprezando as perdas)
Custo do compensador síncrono = 3.570 kVA x Cr$ 600,00/kVA =
= Cr$ 2.142,00
ou seja um cusio menor que o de (a ) acima.
RELAçõES DE TORQUE EM MáQUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 273

8-21. C Á LCULO DA MELHORA DO FATOR DE POTÊNCIA


DO MOTOR SÍ NCRONO UTILIZANDO O M ÉTODO KW-KVAR

O cá lculo e a predição da melhora do fator de potência produzida pela adição


de um motor sí ncrono é grandemente simplificada pelo método kW - kvar de repre-
sentação das cargas individuais e combinadas em função das componentes em fase
e em quadratura . Não se trata apenas de um método significativo para a determi -
nação do fator de potência final de um sistema, quando se lhe acrescente um motor
sí ncrono. Ele também permite a determinação dos kVA nominais e do fator de
potência de um motor sí ncrono requeridos para acionar uma dada carga e para
produzir a correção necessária para aumentar o fator de potência total do sistema
até um valor predeterminado. Os seguintes dois exemplos ilustram duas aplicações
do método.

EXEMPLO A carga em um sistema trifásico consiste de 40.000 kW a um fator de potência


8-9 : de 0,8 em atraso. Um motor de indução de 7.500 HP usado, que operava a um
fator de potência de 0,75 em atraso e a um rendimento de 91 %, deve ser subs-
tituído por um motor síncrono da mesma potência em HP, operando ao fator
de potência unitário ou a um fator de potência em avanço, com o mesmo ren -
dimento. Calcule:
a. O fator de potência total do sistema utilizando um motor síncrono de fator
de potência unitário.
b. O fator de potência total do sistema usando um motor sí ncrono de FP 0,8
em avanço.
c. A diferença nas capacidades em kVA dos dois motores sí ncronos.
Solução :

O motor síncrono opera com o mesmo rendimento do motor de indução que ele
substituiu e, por isso, a potência total do sistema permanece inalterada. A solução
envolve a construção de uma tabela que mostra o estado original do sistema,
a alteração, e o estado final. Na tabela, os kvars em atraso são mostrados como
quantidades negativas e os kvars em avanço como quantidades positivas. Todos
os valores calculados nas tabelas estão sublinhados. A tabela, para cada parte
da solução, é mostrada imediatamente após os cá lculos correspondentes àquela

40.000 kW
a. kVA originais = = 50.000 kVA
0,8 FP
kvars originais = 50.000 kVA x 0,6 = 30.000 kvars
7.500 HP x 746 W/ HP
kW do motor de indução = 1.000 W/kW x 0,91 = 6.150 kW

23.380 kvars 1
tg 6 final = 40.000 kW = 0,584; 6 = tg "
0,584 = 30,3°
cos 6 = cos 30,3° = 0,8625 em atraso
kW 40.000
kVA finais = cos 6
"
0,8625 = 46.300 kVA
274 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

KW K VA
cos 6
EST Á GIO DO SISTEMA KVARS
FP

Original 40.000 -30.000 50.000 0,8 em atraso


Com Motor de Induçã o Removido -6.150 -6.620 8.200 0,75 em atraso
Com Motor Sí ncrono Acrescido + 6.150 0 6.150 1 ,0
Final 40.000 23.380 46.300 0 , 8625

6.150 kW
b. kVA do motor síncrono = 7.680 kVA
0,8 FP =
kvars do motor sí ncrono em avanço = 7.680 kVA x 0,6 = 4.620 kvaís
kvars finais do sistema =
18.760
— ——
30.000 ( 6.620) + 4.620 = —
18.760 kvars
tg 6 final = 0,468; 6 = tg - 1 0,468 = 25,1°
40.000 =
cos 6 = cos 25,1° = 0,905 em atraso
kW 40.000
44.200 kVA
0,905 =
kVA finais =
cos 6

cos 6
ESTÁGIO DO SISTEMA KW KVARS KVA
FP

Original 40.000 -30.000 50.000 0,8 em atraso


Com Motor de Indução Removido -6.150 -6.620 8.200 0,75 em atraso
Com Motor Síncrono Acrescido + 6.150 + 4.620 7.680 0,8 em avanço
Final 40.000 -18.760 44.200 0,905 em atraso

c. O motor síncrono tem a capacidade de 6.150 kVA quando funciona a um


fator de potência unitário. O motor síncrono tem a capacidade de 7.680 kVA
quando funciona a um fator de potência de 0,8 em avanço.
O uso de um motor síncrono de fator de potência de 0,8 em avanço requer
(7.680 - 6.150) = 1.530 kVA adicionais.

EXEMPLO Uma carga de 500 kVA funciona com um fator de potência de 0,65 em atraso.
-
8 10: Deseja-se acrescentar ao sistema um motor síncrono de 200 HP com um rendi-
mento de 88 por cento, e trazer a carga final do sistema (incluindo o motor a ser
acrescentado) a um fator de potência de 0,85 em atraso. Calcule:
a. Os kVA e o fator de pot ência do sistema com o motor acrescido.
b. A capacidade em kVA do motor sí ncrono e o fator de potência em que ele
irá funcionar.

Solução :
kW originais = 500 kV A x 0,65 = 325 kW
kvars originais = 500 kVA x 0,76 = 380 kvars
200 HP x 746 W/HP
kW do motor síncrono = = 169,5 kW
1.000 x 0,88
RELA çõES DE TORQUE EM M á QUINAS CA MOTORES SÍ NCRONOS 275
i
Os resultados da solução são apresentados na tabela abaixo, na qual os valores
calculados estão sublinhados; os kvars em atraso são mostrados como quanti-
dades negativas na tabela, e aqueles em avanço são mostrados como quantidades
positivas.
a. kW finais = 325 + 169,5 = 494,5 kW
kVA finais do sistema = 494~5rzkW 582 kVA
—U 5—
, o
=
Fator de potência do sistema = k W/k VA = 494,5 582 0,85 em
/ = atraso
kvars finais do sistema = 582 kVA x 0,525
= - 306 kvars (em atraso)
b. kvars do motor sincrono = kvars finais — kvars originais
=
— — —
= 306 ( 380) = + 74 kvars em avan ço
tg 6 do motor sí ncrono kvars 74
= kW = 0,436
169,5
0 = tg 1 0,436 = 23,6°
'

Fator de potência do motor, cos 6 = cos 23,6° 0,916 em avan


m = ço
Capacidade em kVA do motor síncrono kW 169,5
= cos 6
0,916 =
185 kVA

EST Á GIO DO SISTEMA KW KVARS KVA cos 0


FP
Original 325 -380 500 0,65 cm atraso
t
Com Motor Sí ncrono Acrescido 169,5 + 74 185 0,916 em avanço
Final 494,5 -306 582 0,85 em atraso

8-22. USO DO COMPENSADOR SÍ NCRONO


COMO REATOR SÍ NCRONO
Normalmente o compensador síncrono é operado a uma excitação constan
e m á xima e ligado à linha na extremidade receptora de uma fá brica ou te
instalação.
Uma vez que é antiecon ò mico corrigir o fator de potê ncia a plena carga
o fator de potê ncia unitá rio ( Seç. 8-20), a capacidade em kVA do compen -se
até atingir
sador
é consideravelmente menor que os kVA totais drenados pela instalaçã
o a plena
carga. Se a carga do sistema cai durante um per íodo de 24 horas, o fator de potência
tenderá a aumentar , porque os kVA nominais do compensador
serão maiores
que os kVA drenados pela carga, proporcionalmente.
A tensã o na extremidade de uma linha de transmissão que fica
pró xima à
carga , Kr, é representada na Fig. 8- 26 como alimentando uma
carga IL , com um
fator de potê ncia em atraso correspondente ao â ngulo 0 . A queda
na imped â ncia
da linha de transmissã o, /z, é primariamente indutiva quando as
linhas carregam
a corrente de carga, fazendo com que a tensão , na extremidade
xima à carga, seja consideravelmente menor queVra tensão E . no
da linha pró-
início da linha.
Por outro lado, se a carga cai a zero devido a capacit â ncia distribu
tiva da linha,
a linha passa a consumir uma corrente reativa /„ que, para a mesma
tensão apli-
276 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

IZ linha
Vr IX linha

ILsen 0 IR linha

II K
.
Fig 8 26 - — Estado original representando tensões na entrada
e junto à carga para plena carga .

cada no início da linha, £., produzirá na extremidade próxima à carga uma tensão
Vr que excede de muito o valor de E i *

Em vez de manter a excitação do compensador sí ncrono constante, devemos,


pois, controlá-la através de um regulador de tensã o de um sistema realimentado,
no qual a excitaçã o CC seja reduzida conforme a carga decresce e a tensã o CA na
instalação cresce. Uma vez que uma diminuição de carga produz um aumento
da tensão na extremidade da linha junto a ela, é simples obter-se um controle linear
e â curado em toda faixa de variação da carga e da excitação do compensador sí n-
crono. Quando a carga cai a zero , como mostra a Fig. 8-27, e a queda na linha

Es IX linha
,1c
IZ linha IR linha
Vr
Fig. 8 27 - — Condição original representando tensões na entrada
e junto à carga, a vazio.

é capacitiva, é necessá rio contrabalançá la subexcitando a má quina sí ncrona de


modo que ela funcione como um reator sí ncrono, produzindo uma queda indutiva
devida à corrente indutiva, 7r, drenada, pelo equipamento, do sistema de supri-
mento. A Fig. 8- 28 mostra a relação entre Es e Vr a plena carga e a vazio. Note-se
que a relação entre as duas tensões junto à carga é exatamente a mesma. Um com-
pensador sí ncrono, utilizado desta maneira, manté m uma tensão constante apli-
cada à carga, independentemente de variações no valor da corrente e no seu fator
de potência.

Vr
( a ) Correção para plena carga . (b) Correção a vazio.
.
Fig 8-28
— Efeito do reator síncrono sobre uma linha de transmissão.
RELAçõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 277

5 -
8 23. UTILIZAÇÃO DO MOTOR SÍ NCRONO
PARA VARIAÇÃO DE FREQ ÚÊ NCIA

-
Estabeleceu se previamente que, devido à sua característica de velocidade
constante , o motor sí ncrono pode ser utilizado para acionar um gerador CC deri -
vaçã o, que mantenha uma tensã o CC relativamente constante desde a vazio até
plena carga. Devido à sua caracter ística de velocidade constante, ele pode també m
ser utilizado para acionar um alternador CA mono ou polif ásico, de vá rias fre -
quê ncias, mantendo uma tensã o CA constante bem como constante a frequência
do alternador.
H á vantagens especí ficas inerentes ao uso de equipamentos de frequ ê ncias
mais elevadas, embora as perdas tendam a aumentar com a frequência. Para a
mesma capacidade em HP ou kVA, uma máquina ou um transformador de frequên -
cia mais alta pode ser de menor tamanho, requerendo menos ferro para obter o
mesmo grau de saturação magné tica. Mais ainda, a 60 Hz a má xima velocidade
possí vel com um motor sí ncrono bipolar é 3.600 rpm ( Ns = 120// P). A fim de
- -
obter se maiores velocidades nas má quinas, é necessá rio empregar se um variador
de frequência.
Um conjunto motor -gerador CA no qual ocorre uma variaçã o de frequência
é chamado variador de frequência. Desde que o motor sí ncrono é acoplado ao
alternador , eles estão ambos operando à mesma velocidade e, portanto, '

120 / . .
120/ .
Pa Pm
OU
fa
J f
Jm
(8-29)
Paa Pmm
onde fa e fm são frequê ncias em Hz do alternador e do motor, respectivamente, e
Pa e Pm são os n ú meros de pólos do alternador e do motor, respectivamente.
EXEMPLO Determine as velocidades e os nú meros de pólos do alternador e do motor, respec-
-
8 11 : tivamente, para três diferentes variadores de frequência que permitirão a con-
versão de frequência de 60 para 400 Hz.

Solução :
Desde que PJPm = fjfm = 400/60 ou 20/3, a relação fjfm determina as combi -
nações de pólos e velocidades. A primeira combina ção deve ter 40 pólos no
alternador e seis pólos no motor síncrono a uma velocidade
120/ 120 x 60
- = 1.200 rpm
P 6
A segunda combinação é um nú mero mú ltiplo de 20/3 = 80/12, ou 80 pólos no
alternador e 12 pólos no motor síncrono a uma velocidade de 600 rpm.
A terceira combinação é 20/3 vezes 6/6, ou 120 pólos no alternador e 18 pólos
no motor síncrono a uma velocidade de 400 rpm.
278 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

8-24. O MOTOR SUPERSÍ NCRONO

O termo sí ncrono se refere normalmente à velocidade. O motor supersí ncrono


não opera à velocidade supersí ncrona, sendo seu nome discordante de seu funcio-
namento. Melhor seria chamá -lo motor de supertorque. O motor foi desenvolvido
pela General Electric para suprir as necessidades de um motor s í ncrono que ti-
vesse condições intr í nsecas de partida sob cargas elevadas. Na Seç. 8-6, descre -
veu -se o rotor tipo simplex como uma constru çã o especial que tinha cinco an éis
coletores e empregava um rotor bobinado em combinação com um enrolamento
de campo CC. O motor sí ncrono com rotor simplex pode desenvolver torques
entre 250 e 300 % do torque a plena carga.
O motor “supersí ncrono” é capaz de desenvolver o torque má ximo [Fig. 8-24,
-
Eq. (8 28)] na partida. Ele requer, entretanto, uma constru ção especial e é, prova -
velmente, o motor mais dispendioso de seu tipo para uma dada capacidade em HP.
O rotor é padronizado, do tipo rotor em gaiola , com um enrolamento CC trazido
aos anéis coletores situados no eixo do rotor. Ele é acoplado diretamente à carga
mecâ nica a ser acionada. Todo o estator, entretanto, é montado livre para girar
sobre rolamentos, como num dinamô metro CA. Mas, enquanto este ú ltimo tem
seus deslocamentos angulares limitados, o estator do motor supersí ncrono é livre
para girar nos seus apoios podendo atingir a velocidade sí ncrona . O enrolamento
da armadura do estator, por isso, é també m excitado através de ané is coletores
e normalmente parte com uma tensão reduzida através de um variac trif ásico ou
de um regulador de indu çã o. Um grande freio atua no lado externo da carcaça
do estator, para produzir uma fixa ção do estator na sua posição de funcionamento.
Como o rotor é acoplado à carga , quando se aplica uma tensã o CA reduzida,
polif ásica , ao estator, com os freios soltos, o torque tipo motor de indução, produ-
zido pelos pólos do rotor, reage em relação aos condutores do “estator” ;
esta rea çã o sujeita o estator a um torque de sentido oposto ao da rotação da carga
( Fig. 8-3a). O estator adquire velocidade conforme aumenta a tensão a ele aplicada ;
e, quando ele atinge a velocidade sí ncrona , a tensã o nominal CA estará aplicada
além da excitaçã o de campo CC. O estator entra em sincronismo com o rotor
parado, mantido assim pela in ércia da carga fixa e elevada que est á acoplada ao
seu eixo. Nesse instante, o motor está funcionando como um motor sí ncrono a
vazio, gerando uma fcem que limita a corrente do estator.
O freio é agora lentamente aplicado ao estator girante. Desde que o motor
sí ncrono deve girar à velocidade sí ncrona, a redu çã o na velocidade do estator
deve ser feita pela rotação do rotor no sentido oposto, isto é, para uma velocidade
sí ncrona de 1.800 rpm , uma velocidade de 1.790 rpm no sentido anti- horá rio re-
quer uma velocidade do rotor de 10 rpm no sentido horá rio. O â ngulo de torque
a , portanto, aumenta para suprir o torque má ximo na partida face à grande carga
aplicada. A corrente da armadura , embora elevada , é limitada pela fem gerada
no estator. Reduzindo a velocidade do estator, pelo aumento da frenagem , tere-
mos um aumento da velocidade do rotor, até que o estator fique em repouso e o
rotor gire à velocidade sí ncrona com a plena carga aplicada . Os motores super-
sí ncronos sã o, pois, motores sí ncronos de torque má ximo, capazes de partir e
funcionar a torques de 300 a 350% do torque de plena carga.
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 279
8-25. TIPOS ESPECIAIS DE MOTORES SÍ NCRONOS
QUE N ÃO EMPREGAM EXCITAÇÃO CC NO CAMPO
A discussã o das seções precedentes tratou de motores sí ncronos polifásicos,
nos quais a excitaçã o dos pólos do rotor é feita por corrente cont í nua podendo,
pois, ser variada . Há , entretanto, tipos de motores sí ncronos que n ã o empregam
excitaçã o CC no campo, e esses tipos se enquadram em duas categorias : (1 ) motores
sí ncronos n ã o-excitados, n ão empregando qualquer tipo de excita çã o do campo ;
e ( 2) motores de campo excitado por CA ou motores “sincros”. Os motores “sí n-
cronos” , que caem na ú ltima categoria (empregando excitaçã o CA no campo) ,
serão discutidos posteriormente no Cap. 11, juntamente com outras má quinas
especiais. Os vá rios outros tipos de motores sí ncronos n ão-excitados que caem
na primeira categoria, quer mono quer polif ásicos, são estudados neste capí tulo.

8-26. O MOTOR SÍ NCRONO DE INDU ÇÃO

Este motor foi desenvolvido a partir de uma demanda de motores sí ncronos


polif ásicos que tivessem torque de partida nos tamanhos menores (abaixo de 50 HP),
sem necessitar excitaçã o CC no campo, e que possu íssem as características de velo-
cidade constante do motor sí ncrono . O rotor consiste de um enrolamento em gaiola
de esquilo ( fundida ou bobinada ), distribu í do uniformemente na periferia do rotor
em ranhuras, conforme mostra a Fig. 8-9a. Quando uma corrente alternativa
polifásica é aplicada à armadura do estator polifásico padronizado, o motor parte
como um motor de induçã o. Devido ao rotor de pólos salientes, visto na Fig.
8-29a, o motor entra em sincronismo com grande facilidade e desenvolve rapi-

(a ) Motor síncrono de indu ção. .


( b ) Motor de relutâ ncia
Fig. 8-29 —Diferença entre as lamina ções e os enrolamentos de indu çã o
para partida e funcionamento de motores s í ncronos não excitados
( tipo de histerese ).

damente o torque má ximo das m á quinas de p ó los salientes, vistas na Fig. 8- 24 e


discutidas nos últimos parágrafos da Seç. 8-17. Assim, o motor sí ncrono de indução
desenvolve um torque de relut â ncia ( proporcional ao sen 2 a ) e é chamado algumas
vezes de motor polif ásico de relut ância. Mas, mesmo esta denominaçã o resulta
280 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

imprecisa , uma vez que o motor sí ncrono de indução opera segundo uma carac-
ter ística de torque que é a combinação da do motor sí ncrono com a do motor de
indução, como mostra a Fig. 8-30. Quando projetado com enrolamentos de alta
resistê ncia no rotor, conseguem-se torques de partida da ordem de 400% em rela-
çã o aos de plena carga. Por outro lado, o uso de enrolamentos de alta resist ê ncia
no rotor resulta num acréscimo do escorregamento (Seç. 8- 5), numa redução do
rendimento, e em menores possibilidades de que o rotor entre em sincronismo sob
carga por efeito do torque de relutâ ncia. Como mostra a Fig. 8-30, a entrada em
sincronismo se d á a um torque que está algo acima do torque nominal de plena
carga .

100
U
l
+ "
——

j
Torque de entrada em sincronismo
M Torque de perda do sincronismo
Velocidade do
(0 Ssi motor s íncrono
s.
k
80 I
l
M l
I
60
Motor de indução
8 i
40 I
> I
3 Carga nominal
* 20 i
i
M á ximo torque de indu ção
i I,

°<r
i i
200 400 600 800 1000
% do torque de plena carga
Fig. 8-30 — Caracter ísticas torque- velocidade do motor
sí ncrono de induçã o.

Como um motor sí ncrono, o sí ncrono de indu ção operar á à velocidade cons-


tante até cargas um pouco além de 200% da carga nominal. Se a carga aplicada
exceder aos 200% do torque de plena carga, ele cai até sua característica de indu-
çã o, onde continuará a funcionar como motor de indução até quase 700% do
torque de plena carga. Uma vez que o torque de saí da de sincronismo do motor
sí ncrono corresponde a uma terça parte daquele do motor de indução, a carcaça
do estator de um motor sí ncrono de indução é tr ê s vezes maior em tamanho que
a de um motor de indução comum, da mesma potência nominal em HP. Mais
ainda, desde que ele funciona desde a vazio até a plena carga como um motor sín-
crono não-excitado [Eq . (8- 27)], um aumento no â ngulo de torque faz com que,
por falta de excitaçã o, o motor solicite uma corrente elevada e em atraso, a um baixo
fator de potê ncia. Isto também resulta num rendimento reduzido e na necessidade
de maiores tamanhos de carcaças para dissipar o calor.
Em motores de potência relativamente baixa, tais como o motor sí ncrono
de indução, os problemas criados pelo maior tamanho e peso, pelo menor rendi-
mento, e pela corrente em atraso não são importantes em vista das vantagens, tais
como a velocidade constante, a rigidez, a falta de excitaçã o CC, os elevados torques
RELA çõES DE TORQUE EM . MáQUINAS CA MOTORES Sí NCRONOS 281

de partida e de funcionamento, e a manuten ção mí nima que caracteriza os motores


do tipo sí ncrono de induçã o. Os motores sí ncronos polifásicos com excitação CC
são raramente constru í dos abaixo de 10 HP nos dias atuais, exceto por encomenda
especial , uma vez que motores polifásicos sí ncronos de indução encontram-se
à disposiçã o at é 50 HP (e, por encomenda especial aos fabricantes, at é 100 HP).

- .
8 27 MOTOR DE RELUT Â NCIA

Motores sí ncronos de induçã o, monof ásicos, de pólos salientes sã o normal-


mente chamados de motores de relutância. Se o rotor de qualquer motor monofá-
sico de indução, de circuito magnético uniformemente distribuído, for alterado
de modo que as laminações tendam a produzir pólos salientes no rotor, conforme
mostra a Fig. 8- 29 b, a relutâ ncia do caminho do fluxo através do entreferro será
maior onde não haja condutores embebidos nas ranhuras. Um tal motor , entrando
em funcionamento como motor de indução, entrará em sincronismo com o campo
pulsante CA monofásico por seu torque de relutâ ncia (Seçs. 1-2 e 8-17) desenvol -
vido nos pólos de ferro salientes que tê m entreferro de menor relutâ ncia.
-
As caracter ísticas de torque velocidade de um motor de relutâ ncia monofásico
i tí pico são as representadas na Fig. 8-31. O motor parte em algum ponto cujo tor -
que esteja entre 300 e 400% de seu torque de plena carga (dependendo da posição
do rotor, uma vez que ele é assimé trico em relação aos enrolamentos de campo)
como se fosse um motor bif ásico (Seç. 9-3), como resultado do campo magnético
girante criado pelos enrolamentos de partida e de funcionamento (deslocados
de 90° no espaço e no tempo). A três quartos da velocidade síncrona, uma chave
centr í fuga abre o enrolamento auxiliar, e o motor continua a desenvolver um torque
monof ásico, devido ao seu enrolamento de funcionamento. À medida que se
aproxima da velocidade sí ncrona , o torque de relutâ ncia (desenvolvido como
num motor sí ncrono) é suficiente para fazer o motor entrar em sincronismo com
o campo pulsante monofásico. O motor funciona com um motor sí ncrono não-

100

|80 - Enrolamento "


principal
u Chavea mento
£ e auxiliar
pela velocidade
Z 60
Sô enrolamento
o principal V
8 40
S I
\


<0 I
y/
^
*
20
/
j Carga nominal
Varia com a posi çã o
de partida do rotor
Ojf
/ T
0 100 200 300 400 500 600 700
% do torque de plena carga
Fig. 8 31 - — Características de velocidade-torque do motor de
relutâ ncia.
282 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

excitado, monof ásico e de velocidade constante até cargas um pouco acima de


200% de seu torque nominal. Se ele for carregado acima desse valor de torque
m á ximo, ele continuará a funcionar como motor de indu çã o até cerca de 500%
de seu torque nominal .

8-28. MOTOR DE HISTERESE

Os motores sí ncronos de indu ção monof ásicos, de rotor cil í ndrico ( pólos
não salientes ) ou de pólos ranhurados sã o classificados como motores de histerese.
A diferen ça entre este motor e o da seção precedente está ( 1 ) na forma do rotor
e (2) na natureza do torque produzido. Enquanto o motor de relut ância entra
em sincronismo e funciona a partir de um torque de relut ância , o motor de histerese
entra em sincronismo e funciona a partir de um torque de histerese. As lamina ções
-
do tipo histerese, vistas na Fig . 8 23, são normalmente feitas de aço endurecido
de alta retentividade, em vez do aço normalmente utilizado em m á quinas de baixa
retentividade.
Como resultado de um campo magnético girante, produzido pelo estator
de fase dividida ou de pólo ranhurado ( Cap. 10), induzem-se correntes parasitas
no ferro do rotor , que se desloca através dos caminhos das duas barras do rotor
vistas na Fig. 8-32a. Um a ço de elevada retentividade produz uma perda por his-
terese elevada , e uma quantidade apreciá vel de energia é consumida ao campo
girante, na inversã o da direção da corrente do rotor. Ao mesmo tempo, o campo
magn é tico do rotor estabelecido pelas correntes parasitas faz com que o rotor gire.
Produz-se um torque de partida elevado, como resultado da elevada resistê ncia
do rotor ( proporcional às perdas por histerese). Conforme o rotor se aproxima da
velocidade sí ncrona , passa a decrescer a frequê ncia com que se inverte o sentido
da corrente nas barras cruzadas, e o rotor se torna permanentemente magnetizado
num sentido, como resultado da alta retentividade do rotor de aço. Com dois pólos
de campo, o rotor da Fig. 8-32a desenvolverá uma velocidade de 3.600 rpm a 60 Hz.
O motor funciona como um motor de histerese com base no torque de histerese,
porque o rotor está magnetizado permanentemente.

( a ) Rotor de histerese. .
( b ) Rotor subs íncrono

Fig . 8-32— Dois tipos de laminações de alta retentividade


-
de motores sí ncronos n ã o excitados ( tipo histerese).
RELA çõES DE TORQUE EM M á QUINAS CA MOTORES Sí NCRONOS 283
O valor do torque produzido, como resultado dessa magnetização,
nã o é t ã o
grande quanto o torque de relutâ ncia. Mas o torque de histeres
e é extremamente
est á vel , em amplitude e fase, a despeito de flutuações da fonte
de energia e por
isso é muito utilizado para acionar toca-discos e gravadores de
fita. Uma vez que
o torque de relutâ ncia pode ser produzido mais barato que o torque de
histerese
para os mesmos motores de fração de HP ( fracioná rios), os motores
síncronos
de histerese de alto-torque e boa qualidade são mais baratos que motores
sí ncro-
nos de torque de relutâ ncia da mesma capacidade.

8-29. MOTOR SUBSÍNCRONO


Outro tipo de motor de histerese é o motor subsíncrono , cuja laminaçã
o sa-
liente dos pólos (ainda que com envoltó rio cilí ndrico), é vista na Fig
motor arranca da mesma maneira que o motor de histerese acima -
. 8 23b. Este
descrito. À
velocidade sí ncrona, os pólos do rotor induzidos num motor de
histerese ficam
em posições fixas na superfície do rotor , conforme este gira em sincroni
smo com
o campo magn é tico girante do estator. Deve-se també m notar que o torque
de
histerese é efetivo quando ambos os rotores giram ( Fig. 8- 32) a velocid
ades infe-
riores à sí ncrona. Por exemplo, a laminação do rotor subsí ncrono
da Fig. 8- 32b
tem 16 pólos e girará a 450 rpm . Mas o torque de histerese, ao
contrá rio do de
relut â ncia , é independente da velocidade do rotor. Se o rotor est girando
á a uma
velocidade inferior à sí ncrona , os pólos induzidos (que devem estar
na velocidade
sí ncrona, uma vez que são induzidos pelo campo magn ético girante do
estator)
movimentam -se na superf ície do rotor a uma velocidade de “escorreg
amento” ,
isto é, uma velocidade igual à diferença entre a velocidade sí ncrona
e a do estator .
No caso de um motor subsí ncrono , se o torque aplicado é grande demais
para
a sua velocidade síncrona normal , com base no n ú mero de pólos saliente o
s, motor
girará a uma velocidade subsí ncrona determinada por um n ú mero
inteiro múlti-
plo do n ú mero de pólos de laminaçã o (32 p ólos ou 225 rpm
nesse caso). Desde
que o torque varia inversamente com a velocidade, à medida
que esta decresce
mais torque será desenvolvido pelo motor subsí ncrono. Com esta reduçã
o elétrica,
o motor subsí ncrono pode fornecer torques bastante elevados a uma
velocidade
lenta e constante.
Uma distinçã o final entre o torque de relutâ ncia e o de histeres
e é que todos
os motores de torque de relut â ncia necessitam do torque de partida
de motores
de induçã o para atingirem velocidad çs pró ximas da sí ncrona , onde possa
ocorrer
o sincronismo em face do torque de relutâ ncia (Seçs. 1-2 e 8 17), e o m õ
-
como motor de relutâ ncia a uma velocidade sí ncrona e constante. Nenhum
tor funcione
motor
de relut â ncia tem , pois, condiçõ es de partida por seus próprios
meios.
Os motores de histerese e subsí ncronos são de autopartida (como
resultado
de um enrolamento de partida ou da utilização dos pólos ranhura
dos) e entram
em sincronismo, desenvolvendo uma resistência elevada do rotor devido
às perdas
por histerese, e, conseqiientemente, torques de partida bastante
elevados, mas
torques de funcionamento menores nos motores de histerese que nos de
torque de
relutâ ncia.
284 M áQUINAS EL éTRICAS E TRANSFORMADORES

8 30. FONTES EST Á TICAS — FONTES PARA ALIMENTAÇÃO CC


-
DO CAMPO ATRAV ÉS DE COMPONENTES DE ESTADO SÓ LIDO
Desde que n ão se dispõe facilmente de CC na maioria das instala ções, os mo-
tores sí ncronos pohf ásicos maiores sã o equipados com uma excitatriz í um gerador -
derivaçao CC auto-excitado), montada no mesmo eixo do motor, conforme se
descreveu na Seç. 8-4. O desenvolvimento recente, de retificadores de silício com
altas capacidades de corrente, encorajou a constru çã o de motores sí ncronos sem
excitatrizes e também sem escovas.
Em lugar da excitatriz, uma fonte de suprimento de pot ê ncia est á tica é facil -
mente obtení vel a partir da fonte que também alimenta o estator do motor sí ncrono.
Tal fonte é vista na Fig . 8-33, na qual uma transformaçã o À-Y (Seç. 13- 14) fornece
a desejada tensã o CA reduzida , que, por sua vez, será retificada para fornecer
a tensã o CC necessá ria. Utilizam-se seis retificadores de silício para que se faça
a retificaçã o da onda completa , e quatro supressores de tensões de surto para eli-
minar os danos que os transit ó rios de tensã o poderiam causar aos retificadores.
O capacitor C, na saída, atua como um filtro suavizante que fornece uma
tensã o CC, quase pura , ao campo do motor sí ncrono, atrav és das escovas que são
ligadas aos anéis coletores do rotor do motor sí ncrono.

-nrOTD
r An é is coletores
Carga
/ 00 o mecâ nica
Escovas
''OTff Rotor do
Estator do motor
Reostato
motor
s íncrono
s íncrono
A/VV -
L
H
-nrooo -o
^ : L_f !
L2
o
o
o
o-
-^ OOOtP o Tensão de
sa ída CC
o
H-o-
tfoOTD
Transfor
mador A- Y
- do surto de
_
Supressão 1 1

tensão CA Retificadores Supressão Filtro


de onda do surto CC
completa

Fig. 8-33 — Suprimento está tico CC a partir de componentes de estado


sólido para motor s í ncrono.

8-31. MOTORES SÍ NCRONOS SEM ESCOVAS


A eliminaçã o da excitatriz no eixo de um motor síncrono elimina os problemas
associados a comutação de geradores CC, como o faiscamento das escovas ligadas
ao comutador. Mas, como se vê na Fig. 8- 33, é ainda necessá rio fornecer CC ao
campo através das escovas e dos anéis coletores. A fim de eliminar completamente
RELA çõ ES DE TORQUE EM Má QUINAS CA — MOTORES Sí NCRONOS 285

a manuten çã o de ané is coletores e escovas, desenvolveu-se o motor sí ncrono sem


escovas.
Um bloco-diagrama de um tipo de motor sí ncrono sem escovas aparece na
Fig. 8-34. Efetivamente, o sistema incorpora a retificaçã o da Fig. 8-33 com as
seguintes modifica ções:

1. Os retificadores de sil ício da Fig. 8-33 são substitu ídos por tiristores (retificadores con -
trolados de sil ício).
2. Os tiristores são controlados por trans í stores que controlam a sua tensão de sa ída CC.
3. O transformador da Fig. 8-33 é substitu ído por um alternador CA que tenha seu campo
estacioná rio e a armadura polif ásica girante, na qual são geradas as tensões. A exci -
tação CC do motor síncrono é controlada por um variador monof ásico, que excita o
campo CC estacionário do alternador polif ásico, que está no mesmo eixo do campo
do rotor do motor síncrono, como mostra a Fig. 8-34.
4. O rotor do motor síncrono, da Fig. 8-34, carrega a armadura do alternador, o sistema
está tico de controle CC e de retificação, que consiste dos transístores e dos tiristores
descritos acima, e o campo do rotor do motor síncrono.

Rotor do motor sfncrono Estator do


motor
Potenci òmetro .Alternador Campo sfncrono
N

Fonte
CA 1 0 o
n o v oS
o Retificador
a onda com-
pleta
o
o
r-G5OT

'TRTff
Fonte
está tica CC
do estado
do rotor

o
o
o
/
L

' O õ cP O
L Fonte
25Wv-o 2 3 0 CA
*

e filtro s ólido
Campo
^0 0 0
Variac 1 0 estacion á rio
CC do
alternador
Fig. 8-34 — Representa -
ção tipo bloco diagrama de um motor s í ncrono sem escovas.
^

As modificações acima descritas, vistas na Fig. 8-34, fornecem meios de con-


trolar-se a excita çã o CC do campo de um motor sí ncrono, sem necessidade de exci -
tatrizes ou escovas de nenhuma espécie .8

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RELA çõES DE TORQUE EM MáQUINAS CA MOTORES Sí NCRONOS 287
QUESTÕ ES
8- 1 . Enumere dois fatores que podem ocasionar a “ motorização” de um alternad
or .
8-2. Indique a equação que determina a velocidade média de um motor
sí ncrono.
8 - 3. Por que é o motor sí ncrono um caso especial de má quina duplamente
excitada ?
8- 4 . Devido à possibilidade de variação da excitação do campo, quais as três
caracterí sticas

r não usuais que o motor s í ncrono possui e que mais nenhum outro motor
tem ?
8 -5. Indique quatro vantagens dos motores s í ncronos em relação
8-6. a . Explique por que um motor sí ncrono não tem torque
CA (ou CC)

aos de indução .
de partida .
b. Explique por que um motor s í ncrono ou funciona
à velocidade s í ncrona ou não
funciona .
8- 7 . a . Indique quatro métodos utilizados para a partida
de motores sí ncronos .
b. Explique qual dos métodos acima é mais comumente
utilizado e por quê.
8-8. a . Por que é impossí vel dar partida a um motor sí ncrono
com seu campo CC energizado ?
b. O que significa “saltar um pólo” e em que condiçõ
es ocorre isso ?
8 -9 . a . Descreva a construçã o de um motor s í ncrono de um rotor simplex .
b. Quais as vantagens que ele possui em relação às máquinas sí ncronas CA normais
?
c. Compare o torque de partida das máquinas s í ncronas CA usuais , que
arrancam
através de enrolamentos amortecedores , com o torque de partida
de um motor
sí ncrono com rotor simplex.
8-10. a . Qual a reação ao aumento de carga que ocorre em um motor-denva
ção permitindo
que ele solicite mais corrente da linha ?
b. Explique, utilizando a Eq. (8- 1 ), por que um pólo de um rotor de motor
sí ncrono
deve atrasar-se na posição de fase , em relação ao fluxo do estator , para que se
desen-
volva pot ência sincronizante . Compare o fato com o comportamento do
motor-
derivação em ( a ) acima.
c . Explique , utilizando a Eq . ( 8 -2), por que mesmo uma l â mpada estrobos ópica
c seria
incapaz de detectar o deslocamento do pólo do rotor com a aplicação de carga ao
i
eixo desse último.
8- 11 . a . A partir das condições dadas no Exemplo 8 - 1 , defina “excitação normal ”
.
b. Ilustre a excitação normal através de um diagrama fasorial mostrando
Vp 7a, Er e E
c. Qual é o fator de potência e o ângulo 0 a ele associado, nas condições de excitação
normal ?
8-12. Sob as condições de excitação normal , descreva o efeito de um aumento de carga
sobre :
a . o ângulo de torque, f ou a
b . o ângulo associado ao fator de potência, 6
c . a corrente de armadura, Ia de um motor sí ncrono.
8 - 13. Repita as questões 8 - 12 a, b, e c no que diz respeito ao aumento
de carga num motor
s í ncrono que esteja
a . subexcitado
b. sobreexcitado.
8 - 14. a . Independentemente do estado de excitação de um motor s ncrono
í , explique por que
a reação da armadura terá a tendê ncia de melhorar o fator de pot
ê ncia do motor.
b. Com base na sua resposta a (a), explique por que a reação da armadura
não é com-
pensada em máquinas CA .
8 - 15 . Dado um motor s í ncrono que esteja funcionando com
can » ; i constante e excitação
normal explique que efeito terão no seu ângulo de torque, a. na sua
,
corrente ce armadura,
la , e no seu â ngulo de fase, 0 :
a uma diminuiçã o da excita ção
.
b. um aumento da excitação.
288 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

8- 16. a . Represente graficamente os resultados da sua resposta à questã o 8-15, mostrando


as curvas corrente de armadura versus corrente de excitação do campo, e fator de
potê ncia versus corrente de campo, para uma dada carga constante. Utilize a cor
rente de campo no eixo das abscissas .
-
b. Utilizando apenas um amperímetro CA, explique como a condição de fator de po-
tê ncia unitá rio é facilmente determiná vel para qualquer motor sí ncrono carregado.
8-17. Desenhe as fam í lias de curvas V de um motor s í ncrono a vazio, a meia carga e a plena
carga, mostrando:
a . a relaçã o entre as correntes de armadura e de campo
b. a relaçã o entre o fator de potê ncia e a corrente de campo.
8- 18. Utilizando as curvas desenhadas acima, explique:
a. por que é necessá rio aumentar-se a excitação para obter-se a corrente mí nima com
uma dada aplicação de carga
b. por que, para qualquer carga, o fator de potência decresce e a corrente de armadura
cresce se a corrente de campo varia acima e abaixo da excitação normal
c. por que um motor s í ncrono pode estar “sobrecarregado” mesmo sem carga aplicada
ao seií eixo.
8- 19. Utilizando os dados e a tabela desenvolvida no Exemplo 8-3, explique por que um aumen -
to na excitaçã o do campo produz :
a . uma melhora no fator de pot ência em atraso
b. uma redução no â ngulo de torque para a mesma potência de saída entregue no eixo.
8-20. Estabeleça quatro razões que levem as concession á rias a processar uma melhora no
fator de potê ncia total do sistema, para uma dada capacidade de sa í da em kVA .
8-21. a. Dê uma vantagem inerente de um motor síncrono em relação a um motor de indução
como fonte de potência mecâ nica.
b. Que é um compensador sí ncrono e como podemos distingui-lo de um motor sí ncrono ?
c. Por que se utilizam três capacidades nominais para motores sí ncronos e por que
os tipos diferem em tamanho para idênticas potê ncias em HP ?
8-22. a . Há um limite econ ómico para a melhora do fator de potência ? Qual é ele ?
b. Enumere, além da correção do fator de potê ncia, uma aplicação adicional do uso
de compensadores síncronos em sistemas de transmissão.
c . Além da correção do fator de potê ncia e da sua utilizaçã o como fonte de potência
mecâ nica, dê uma aplicação adicional do motor sí ncrono.
8-23. Compare os rotores de motores sí ncronos de pólos salientes e não-salientes que tenham
o mesmo estator, no que diz respeito ao
a . valor do torque m á ximo
b. â ngulo de torque, a, em graus elétricos, para o qual ocorre o torque máximo
c. â ngulo de torque, a, em graus elé tricos, para o qual ocorre o torque nominal.
8-24. a . Descreva a construção de um motor supersíncrono.
b. Compare o torque de partida de um motor supersíncrono com o de um motor síncrono
de rotor simplex e com o de um motor sí ncrono convencional.
.
8-25 Construa uma tabela que tenha na primeira coluna os seguintes motores sí ncronos
n ão-excitados : motor sí ncrono de indução, motor de relutâ ncia, motor de histerese e
motor subsincrono. Preencha as colunas seguintes no que diz respeito a : polifásico
ou monofásico, rotor cil í ndrico ou de pólos salientes, torque máximo de partida, vanta-
gens, desvantagens, caracter í sticas especiais, para todos os motores.
8- 26. Enumere as vantagens dos motores sí ncronos sem escovas em relação aos motores
sí ncronos polifásicos convencionais .
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA MOTORES Sí NCRONOS 289
r
PROBL EMAS

8- 1 . Calcule :
a . A frequência da tensão que deve ser aplicada ao estator de um motor
sí ncrono tri-
fásico. de 220 V, 10 pólos que deve operar a 1.200 rpm
b. O n ú mero de polos necessá rio para que um motor sí ncrono trif ásico, de
220 V ,

r opere a uma velocidade de 500 rpm quando se aplica uma tensão de


50 Hz ao estator
c. A velocidade de plena carga de um motor sí ncrono de 220 V, 60 Hz e 36 p los
8- 2. Um motor sí ncrono de 50 HP, fator de potência unitá rio,
uma rede de

ó .
60 Hz, 220 V, ligação estrela
tem uma corrente nominal de armadura de 108 A e funciona a uma velocidad
e de 450 rpm.
A excitação do campo do motor é ajustada para produzir uma tensão gerada
igual à
tensão de linha aplicada a vazio, produzindo um â ngulo de torque de
1 grau mecâ nico.
Calcule :
a . O n ú mero de pólos
b. O número de graus elétricos que mede o defasamento a do rotor em relaçã
o ao campo
do estator
c. A tensão de fase resultante, Er, entre a tensão aplicada e a tensão gerada por
fase
d . O â ngulo, Ò, entre a tensão resultante, , e a tensão de fase aplicada,
Er
e A corrente de fase drenada pelo motor se a impedâ ncia de fase é 1 , L
.
Vf
0 84, 3° Q
f. O fator de potência do motor e 9
g. A potência total solicitada pelo motor ao barramento e a potência
desenvolvida
í pela armadura .
Não 8- 3. Repita o Problema 8- 2 para uma carga que produza um â ngulo
de torque de 2,5 graus
mecâ nicos.
Não 8-4. Repita o Problema 8-2 para uma carga que produza um â ngulo de
torque de 3 graus
mecâ nicos e uma tensão gerada por fase de 150 V.
Não 8-5. Repita o Problema 8-2 para uma carga que produza um â ngulo de torque
de 3 graus
mecâ nicos e uma tensão gerada por fase de 100 V .
Não 8-6. A partir dos cálculos realizados para os Problemas de 8- 2 a 8-5, inclusive
, calcule para
cada condi çã o de carga
a . A potência desenvolvida em HP
b. O torque desenvolvido .em lb pé -
c. Conclua a respeito dos efeitos de aumentar-se a carga e manter-se a excitação cons
tante ( Problemas 8-2 versus 8- 3) -
d. Conclua a respeito dos efeitos de manter-se “constante” o â ngulo de torque e
dimi-
nuir-se a excitação (Problemas 8-4 versus 8-5) .
Não 8-7. Calcule a potência de sa í da em HP e o torque se os rendimen
tos do motor sí ncrono,
para as várias cargas e condições de excitação, são :
a. 70 por cento no Problema 8-2
b. 75 por cento no problema 8-3
c. 85 por cento no Problema 8-4
d . 80 por cento no Problema 8-5
e. Saliente as diferenças entre potência e torque desenvolvidos em relação à pot
ência
e torque de saí da.
Não 8-8. A carga aplicada ao motor do Problema 8- 2 é aumentada até que o â ngulo do torque
de carga iguale exatamente o angulo da impedâ ncia sí ncrona, ou seja 84, 3° ; a
excitação
é normal. No ponto correspondente ao torque máximo, calcule
a. A tensão resultante por fase, Er , entre a tensão aplicada e a tensã o gerada , por fase
b. O â ngulo, <5, entre a tensão resultante por fase, £ , e a tensão aplicada,
r Vf
290 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

c . A corrente de armadura e a sua relação para a corrente nominal ( 108 A )


d . A potência e o torque desenvolvidos
e . A relação entre a potência e o torque desenvolvidos e os respectivos valores de sa í da .
Não 8-9. Um motor sí ncrono de 100 HP, 12 pólos salientes , trifásico, de 220 V , ligação estrela
tem uma resistência de armadura de 0,03 Q e uma reatâ ncia s í ncrona de 0, 27 Q/ fase.
Imagine que a tensão gerada por fase é sempre igual à tensão aplicada por fase . Para
as cargas mecâ nicas a seguir enumeradas, complete todos os claros da tabela seguinte ,
fazendo todos os cálculos necessários .

P a
GRAUS GRAUS Er I.f w.
MEC. ELÉTR . (V) (A) 6 cos 6 (W totais) (W)

10°

83, 5°

83,65°

84,0°

15°

20°

Não 8- 10. A partir da tabela do problema anterior, determine o ponto no qual ocorre o torque
máximo . Explique
a . Por que o torque máximo não ocorre quando a é igual a 90°
b. O que determina o ponto no qual ocorrerá o torque máximo, ignorando os efeitos
da saturação e da reação da armadura
c. Por que a potência desenvolvida não continua a crescer quando crescem o â ngulo
de torque, Er e Ia
d. O efeito de uma redução de XJRa (isto é, um rotor mais rígido) sobre o ponto no qual
ocorrerá o torque máximo
e. A variação do fator de potência com o aumento de carga .
Não 8- 11 . No Problema 8-9, a tensão gerada por fase foi imaginada como igual à tensão aplicada
pôr fase, embora isso raramente v á ocorrer, mesmo para um fator de pot ência unit ário.
Imaginando um rendimento de 88 por cento, para o motor do Problema 8-9, calcule
a . A corrente de armadura a plena carga, as quedas IaRa e IaXs a plena carga, bem como
a tensão gerada a plena carga por fase para o fator de potência unitário.
Use qualquer método ou a equação que quiser .
b. O n ú mero de graus el étricos, a, entre o estator e o rotor
c. O número de graus mecânicos, /?, entre o estator e o rotor
d. A tensã o Er resultante das tensões aplicada e gerada , por fase, e o seu â ngulo de fase
e . A potência drenada , pela armadura , do barramento c as peidas el é tricas no cobre
(apenas da armadura)
I:
7

RELAçõES DE TORQUE EM MáQUINAS CA MOTORES Sí NCRONOS 291


3 f. A potência e o torque internos desenvolvidos a plena carga, para o fator de potência
k
unitá rio
g. A potência e o torque internos máximos desenvolvidos (a partir da Tabela do Pro-
blema 8-9)
h. A relação da potência interna e do torque máximos para os seus respectivos valores
nominais.
Não -8 12. Imaginando -
que não variam os fatores da Eq. (8 28), com exceção de a, calcule
a. A relação do torque m á ximo para o nominal , utilizando os valores de a obtidos
nos Problemas 8-9 e 8-11, respectivamente
b. Aponte as diferenças entre esta relação e a estabelecida no Problema 8-11 ( h).
Não 8-13. Um motor sí ncrono de 100 HP, 550 V, oito pólos, ligação estrela é ligado a uma carga
que mantém constantemente um â ngulo mecâ nico de torque de 2,5 graus. A resistência
da armadura e a reatância síncrona por fase são, respectivamente 0,2 í f e 1,8 Q. Imagi-
nando que a carga permanece constante, independentemente de variações na excitação,
quais sejam, de a elevarmos de 225 V para 323 V e 450 V de tensão gerada por fase, calcule
e coloque em uma tabela , para uma comparação fácil, os seguintes valores
a. Tensão resultante por fase, Er
b. Corrente da armadura por fase , If
c. Fator de potência
d. Potência de entrada total
e. Torque desenvolvido pelo rotor.
Não 8-14. Para as três excitações dadas no Problema 8-13, calcule o torque m á ximo desenvolvido
-
pelo rotor e tabele o de forma análoga à utilizada no problema anterior.
Não 8-15. A partir das tabelas dos Problemas 8- 13 e 8- 14, explique
a . O efeito do aumento da excitação sobre o torque desenvolvido
b. Por que o fator de potência da tabela do Problema 8-14 est á sempre em atraso.
Não 8- 16. Um motor sí ncrono de 100 HP, 2.300 V, oito pólos, ligaçã o estrela
é projetado para
funcionar num fator de potência de 0.9 em avanço. O rendimento a plena carga é
88 por cento e a resist ência e a reatâ ncia da armadura por fase são IQ e 20Q. respectiva-
mente. Quando ele entrega a potência nominal no seu respectivo fator de potência ,
calcule
a. A corrente da armadura, por fase
b. O â ngulo de torque em graus elétricos e em graus mecânicos
c. A tensão gerada por fase
d. O ângulo de torque que produzirá uma corrente de armadura que corresponde ao
fator de potência unitá rio, sendo constante a excitação no valor dado em (c)
e. A corrente de armadura para um fator de potência unitário e a sobrecarga em por
centagem -
f . A potência de sa í da em HP para a carga correspondente ao fator de potência unitário,
imaginando que o rendimento é 85 por cento.
Não 8-17. Imagine, em relação ao Problema 8- 16, que a excitação é reduzida de
modo que o motor
sí ncrono funcione com o fator de pot ê ncia unitá rio e com a corrente nominal circulando
na armadura . Para que isso seja possível, calcule
a . A tensão gerada na armadura, por fase
b. A tensão resultante por fase
c. O â ngulo de torque em graus elétricos e mecânicos
d . A potência de sa í da em HP, para uma carga à qual corresponde um fator de potência
unitá rio, sendo o rendimento de 90 por cento.
292 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Não 8-18. Compare os dados calculados e fornecidos para os Problemas 8-16 e 8- 17 com o apêndice
da Tabela A -5 e atente para diferenças no que diz respeito
a. À corrente de armadura
b. À potência em HP.
8- 19. Calcule a capacidade do compensador sí ncrono trifásico necessá rio para elevar o fator
de potência de uma carga de 20.000 kW, que funciona a um fator de potê ncia de 0,6
em atraso, para
a . Um fator de potência de 0,8 em atraso (desprezando as perdas do compensador)
b. O fator de potência unitá rio (imaginando um compensador sincrono com um fator
de potência de 10% em avan ço)
c. Em ( b), qual a potê ncia em quilowatts que pode ser acrescentada ao sistema para
produzir os kVA totais originais ?
8-20. Um altemador trifásico de 50.000 kVA é carregado até sua capacidade nominal a um
fator de potência de 0,7 em atraso. Um compensador síncrono, com um fator de potência
de 0, 1 em avan ço, cornge o fator de potência do sistema para o valor unitá rio . Calcule :
a . Os quilowatts adicionais que poderão ser supridos pelo altemador à carga, com o
fator de potência unitá rio
b. A capacidade em kVA do compensador síncrono necessária para realizar essa cor-
reção.
8-21 . Um motor sí ncrono trif ásico de 1.300 HP, com fator de potência de 0,8 supre uma carga
mecâ nica desse valor. O motor é ligado a uma linha, que também alimenta uma carga
de 1.200 kVA com um fator de potência de 0,6 em atraso, constituída por vá rios motores
de indu ção. Imagine que o rendimento do motor sí ncrono é 90 por cento e calcule
a. Se é possí vel que o motor síncrono traga o fator de potência da linha para o valor
unit á rio sem que se exceda a capacidade do motor sí ncrono
b. O fator de potência final do sistema, com o motor sí ncrono funcionando em sua
capacidade nominal , entregando 1.300 HP e estando o motor em sobreexcitação .
8-22. Um motor sí ncrono trif ásico eleva o fator de potê ncia de um sistema de 0,7 para 0,9
quando o ligamos à linha . Se o motor síncrono solicita 500 kVA, a um fator de potência
de 0,8 em avanço, qual era a carga original do sistema em kVA antes de acrescentarmos o
motor ?
8-23. Um altemador polif ásico de 20.000 kVA é carregado até a sua carga nominal por motores
de indução, o que faz com que o fator de potência vá a 0,6 em atraso. Se um motor de
indução de 5.000 HP, funcionando a um FP de 0,65, é substitu ído por um motor síncrono
de 5.000 HP com um fator de potê ncia nominal de 0,8, tendo o mesmo rendimento
(isto é, 93 por cento) e a mesma corrente nominal de plena carga, calcule
a. o aumento no fator de potência do sistema
b. o n ú mero de kVA adicionais que podem ser utilizados para suprir cargas de lâ mpadas
incandescentes.
8-24. Uma á rea industrial tem uma carga de 4.000 kVA a um fator de potência de 0,6 em atraso.
Um motor síncrono de 800 HP, com um rendimento de 88 por cento, e acrescido para
acionar uma carga mecâ nica, mas, sobretudo, para melhorar o fator de potência do
sistema para 0,9 em atraso. Calcule :
a . o fator de pot ê ncia no qual funciona o motor sí ncrono
b. a capacidade nominal , em kVA , do motor sí ncrono
c. a potência ú til do motor sí ncrono de ( b), se ele funciona para acionar uma carga
que lhe solicita a capacidade nominal com um fator de potência unit á rio ( imaginando
o mesmo rendimento).
8- 25. Um conversor de frequ ência consiste de duas m á quinas sí ncronas acopladas, sendo
o altemador de 10 pólos, 50 Hz acionado por um motor de 60 Hz. Calcule o n ú mero
de pólos que o motor deve ter.
RELA çõES DE TORQUE EM Má QUINAS CA MOTORES Sí NCRONOS 293

8-26. Utilizando-se um motor sí ncrono de 60 Hz para produzir 400 Hz, especifique o menor
n ú mero de pólos necessá rios para cada uma das máquinas sí ncronas, de modo a conse-
guir-se a conversão de frequência.
8-27. Repita o Problema 8- 26 para o caso de 60 Hz para 25 Hz.
8-28. Um centrifugador de alta velocidade foi projetado para funcionar a uma velocidade
constante de 1.000 rpm. a fim de produzir a força centr ífuga necessá ria . Escolhe-se um
motor que satisfaz a condiçã o, mas dispõe-se apenas de 60 Hz. Especifique o conversor
de frequê ncia que realizará a conversã o necessá ria para que o motor funcione.

RESPOSTAS
8-1(a ) 100 Hz í b ) 12 (c ) 200 rpm 8-2(a) 16 pólos ( b) 8o (c) 17,7 V (d ) 86,8° (e) 17,7 A
(0 FP 0.999 em avanço ( g ) 6.750 W, 6.650 W 8- 3(a ) 16 pólos ( b) 20° (c) 46,25 V ( d ) 79,85° (e)
46,25 A ( 0 FP 0,998 em atraso (g) 17.550, 16.910 W 8-4(a ) 16 pólos ( b) 24° (c) 61,8 V
( d ) 99,3° (e ) 61,8 A (f ) FPO,996 em avan ço ( g) 22.700 W, 21.558 W 8-5(a) 16 pólos ( b) 24° (c) 54 V
( d ) 48,7° (e) 54 A ( f ) FP 0,813 (g) 16.750 W, 15.876 W 8-6(a ) 8,85 HP, 22,65 HP, 29,0 HP,
21,3 HP ( b) 103,3 ; 257 ; 338; 248 lb- pé 8- 7(a ) 6,33 HP, 73,8 lb- pé ( b) 17,8 HP, 207,5 lb-pé
(c) 25,85 HP, 302 lb- pé ( d ) 17,95 HP, 209,5 lb- pé 8-8( a ) 170,3 V ( b) 47,8° (c ) 170 A, 1,575
( d ) 58,2 HP, 678 lb- pé (e ) 1 ,162 : 1 8-9 Pd apenas: 64.150; 109.400; 123.600, 124.000, 123.800,
123.500. 102.200 8- 11 ( a ) Eg = 134,5 V ( b) 26,55° (c) 4,425° (d ) 60,25 V, 83,65° (e)
84.800 W, 4.500 W ( f ) 107,5 HP, 940 lb- pé ( g) 166,3 HP, 1.455 lb- pé 8-13 179,5, 226,5
232,5 lb- pé 8- 14 888 lb- pé, 1.072 lb- pé, 1.940 lb- pé 8-16(a ) 23,65 A ( b) 16.4° (c)
I .580 V ( d ) 35,85° ( e ) 46,35 A , 196 por cento ( f ) 210 HP 8-17(a) 1.387 V ( b) 473 V
(c) 19,95°, 4,99° ( d ) 113,5 HP 8- 19(a ) 16.667 kVA ( b) 26.800 (c) 10.653 kW 8-20(a )
II .415 kW ( b) 35.850 kVA 8-21 (a ) Não ( b) 0,9967 8-22 1.320 kVA 8-23(a) FP
0,822 ( b) 6.200 kW 8-24( a) FP 0, 37 ( b) 1.8-32 kVA (c) 2.160 HP 8-25 12 pó los
8- 26 Alternador : 40 pólos, motor : seis pólos 8-27 10 pólos, 24 pólos 8-28 motor : 72 pó-
los, alternador : 10 pólos.

;
NOVE

máquinas de indução
polifásicas (assí ncronas)

-
9 1. GENERALIDADES
Nos capí tulos precedentes, estudamos as máquinas de corrente cont í nua, as
quais operavam com uma tensã o contínua aplicada a seu enrolamento de campo e
(como resultado de rotaçã o ou comutaçã o) uma tensão alternada aplicada ao enrola -
mento da armadura. Consideramos também as má quinas sí ncronas de corrente
alternada que, da mesma forma que as má quinas de corrente cont í nua, tinham
tensã o contí nua aplicada ao seu enrolamento de campo e tensão alternada apli -
cada diretamente ao enrolamento da armadura. Ambas as máquinas são consi -
deradas como máquinas de dupla excitação, porque duas fontes de tensão de exci-
tação são requeridas para sua operação normal. Nas seções 8-25 a 8- 29 discutimos
tipos especiais de motores sí ncronos : aqueles em que os enrolamentos polares
estão permanentemente magnetizados requerendo, portanto, apenas uma ú nica
fonte de excitação para sua operação normal (desde a vazio até a situação a plena
carga) ; mas estas má quinas també m são consideradas verdadeiramente como
má quinas de dupla excitaçã o.
M áQUINAS DE INDUçãO POLIFáSICAS ( ASS í NCRONAS) 295

À primeira vista, as máquinas de indução podem ser também consideradas


como m á quinas de excitaçã o ú nica, porque sã o aplicadas a seu estator apenas
tensões alternadas polif ásicas. Mostraremos, contudo, que uma tensão alternada
de frequê ncia variá vel é induzida no seu rotor, da mesma maneira que se induz
u ína tensão alternada , por ação transformadora, num secund á rio de um trans-
formador ( Cap. 13). A m á quina de indu ção, consequentemente, é uma m á quina
de dupla excitaçã o, na qual uma tensã o alternada CA é aplicada a ambos os enro-
lamentos, ao do estator ( armauura ) e ao do rotor.1 A tensã o aplicada ao enrolamento
da armadura é uma tensã o de excitação de frequê ncia ( normalmente) constante
e de potencial também (normalmente) constante, suprida por um barramento
polif ásico ou monof ásico, da mesma maneira que nas má quinas s í ncronas. A tensão
aplicada ao rotor é uma tensã o induzida de frequê ncia e potencial variá-veis, pro-
duzida como consequê ncia da velocidade do rotor com relação à velocidade
sí ncrona.
De todos os tipos de motores estudados até agora ( motores CC e motores
polif ásicos CA s í ncronos)/ o motor de indução de gaiola de esquilo é o mais simples
no aspecto construtivo. N ã o tem comutador, nem ané is coletores, nem quaisquer
contatos m óveis entre o rotor e o estator / Este tipo de construção leva a muitas
vantagens, inclusive a uma operação isenta de manuten çã o, indicando-se sua apli-
caçã o em localizações remotas, e sua operação em situações severas de trabalho
onde a poeira e outros materiais abrasivos sejam fatores a serem considerados.
Por esta razã o, é correntemente o motor de CA polif ásico mais largamente utili-
zado.
Enquanto o motor de indu çã o é talvez o mais simples de todos os motores,
sob o ponto de vista de operaçã o e trabalho, a teoria de sua operação é bastante
sofisticada.

9-2. CONSTRUÇÃO

A construçã o geral da m á quina de induçã o foi discutida na Seç JZ -ã e mostrada


na Fig. 2-4. A armadura do estator é idêntica à de uma máquina sí ncrona CA
e n ã o requer nenhuma elabora çã o adicional. O n úcleo do rotor de um motor de
indu çã o é um cilindro de aço laminado, no qual condutores de cobre ou de alumí nio
fundido sã o fundidos ou enrolados paralelamente (ou aproximadamente parale-
los) ao eixo em ranhuras ou orifícios existentes no n úcleo. Os condutores n ão
precisam ser isolados do n úcleo, porque as correntes induzidas no rotor seguem
o caminho de menor resist ê ncia , ou seja, os condutores de cobre, ou de alum í nio
fundido, ou de liga de cobre do enrolamento do rotor.
' Por esta razão, no projeto de uma máquina “ universal ”, o rotor cilí ndrico normalmente tem
uma tensão CC nominal baixa e uma teosão nominal CA correspondentemente mais elevada, devido
à sua maior imped â ncia à corrente alternada . Quando se aplica CC ao rotor bobinado, ele funciona
como uma maquina s í ncrona CA. Como um gerador ou motor de indução, entretanto, a tensão
.
CA induzida é consideravelmente mais elevada Mais ainda , em vá rios tipos de sistemas de controle
de velocidade de motores de indução esta tensão secund á ria é aplicada (ao rotor de um motor de
indução alimentado da linha) a partir de outra m á quina de controle da tensão secundá ria chamada
- -
de “externa”. Ver KOSOW, Control of Electric Machines, Prentice Hali, 1973, Seçs. 7 5 a 7-9.

;
296 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

No rotor gaiola de esquilo, os condutores do rotor estão curto-circuitados


em cada terminal por anéis terminais cont í nuos ; daí o nome de “ gaiola de esquilo” .
Nos rotores maiores, os an é is terminais sã o soldados aos condutores, em vez de
serem moldados na construção do rotor. As barras do rotor tipo gaiola de esquilo
nem sempre são paralelas ao eixo do rotor, mas podem ser deslocadas ou colocadas
segundo um pequeno angulo em relação a ele, para produzir um torque mais uni -
forme e para reduzir o “ zumbido” magn ético durante a operaçã o do motor.
Motores de rotor bobinado são motores nos quais os condutores de cobre
sã o colocados nas diversas ranhuras, usualmente isolados do n úcleo de ferro, e sã o
_
ligados em delta nas máquinas trif ásicas ou em estrela nas m á quinas de indução
polif ásicas. Cada terniinal do enrolamento é levado a|aneis coletores que são_iso-
^

; lados do_eixo do rotor. Normalmente, o enroíamento do rotor não é ligado a uma


^

fonte CA ou CC, mas pode ser usada qualquer uma [no l .° caso em concatena-
ção e no ú ltimo caso em máquina universal].2 Usualmente um resistor trifá-
sico ou polif á sico equilibrado variá vel é ligado aos aneis coletores através das es-
covas, como meio de variar a resistência total do rotor por fase. Devido ao seu
elevado custo inicial e maior custo de manutençã o, os motores de rotor bobinado
são usados apenas ( 1) quando se necessita elevado torque de partida ; (2) quando
se deseja o controle da velocidade, e ( 3) quando se introduzem tensões externas ao
circuito do rotor .

.
9-3 PRODU ÇÃ O DE UM CAMPO MAGN ÉTICO GIRANTE PELA
APLICAÇÃ O DE TENSÕ ES ALTERNADAS POLIFÁSICAS AO
ENROLAMENTO DA ARMADURA
Um campo magn é tico girante e de amplitude constante, girando à velocidade
sí ncrona

^ Ns pode ser produzido por qualquer grupo polifásico de


enrolamentos deslocados no espaço da armadura, se as correntes que circulam
através dos enrolamentos també m estão defasadas no tempo. Por exemplo, se
um enrolamento bifásico estiver disposto fisicamente no estator com um deslo-
camento de 90°, será produzido um campo girante constante (Seç. 10-5) desde
que as correntes das fases também estejam deslocadas no tempo. Todas as má qui-
nas de indução trifásicas, portanto , a fim de produzirem um campo magnético
de amplitude constante e que gire à velocidade sí ncrona, necessitam de três enro-
lamentos individuais e idênticos, deslocados no estator de 120° elétricos e pelos
quais circulem correntes defasadas també m de 120° no tempo, ou na fase. A Fig.
9- la mostra o diagrama fasorial das correntes que circulam na armadura de uma
m á quina trif ásica considerando-se a sequê ncia de fases ABCABCA. A relação
grá fica e as varia ções senoidais de cada corrente por ciclo são vistas na Fig. 9- lb.
A Fig. 9- lc mostra o deslocamento espacial de um enrolamento trif ásico concen-
trado t í pico, com ligação delta. ;

2
Ver a nota de rodapé anterior.
MáQUINAS DE INDU çãO POLIFáSICAS (ASS í NCRONAS) 297 •

y
Do nosso estudo dos enrolamentos das m á quinas sí ncronas
CA (Seçs. 2-14
a 2-17), vimos que os condutores de cada fase est ão distribu í dos
uniformemente
através da armadura do estator . O diagrama da Fig. 9- lc, que empreg
a bobinas
concentradas (em vez de enrolamentos distribu ídos), permite
predizer o fluxo
resultante produzido por todas as bobinas de uma fase. Cada grupo
de fase na Fig.
9- lc consiste de 12 condutores (ou 6 bobinas) por fase, nos quais os correspo
'‘ fins ” de bobinas de cada
ndentes
fase, FÁ , FB e Fc , estão ligados a um ponto comum. Os
correspondentes “começos” de cada fase, ,
de tensão trifásica. No instante tvisto na Fig
SA SB ou Sc, est ã o ligados à alimentação
1’ . 9- lb, mostra-se a corrente em cada

Fonte CA 3 0
C

Ic
+
f (b+a+c)
- 0

i
I IB
1 ciclo
f (c+a+b) f (a+b+c)
(a ) Correntes defasadas ( b) Relações entre correntes de
- (c) Relações entre enrolamentos
°
de 120 num enro
lamento de armadu
-- °
fasadas de 120 no tempo . °
defasados de 120 no espaço,
ra 3 0 .

(d ) Instante 1. (e ) Instante 2. (f ) .
Instante 3

?
S s

LQA9] N N âaai
f
(g ) Instante 4 . (h )
Instante 5 . ( i ) Instante 6.
Fig. 9- 1 — Produçã o de um campo magné tico girante constante à velocidade sí ncrona
.

t
298 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

bobina em cada enrolamento ( regiã o de fase). No instante tv a fase A est á num


valor má ximo num determinado sentido, enquanto as correntes nas bobinas das
fases B e C alcançam exatamente 0,707 do seu valor m á ximo no sentido oposto.
Note-se também qije, em ambas as Figs. 9- lc e d, para o instante tx os sentidos
das correntes em B e C são opostos ao de A .
Os fluxos produzidos por estes condutores nas diversas fases são vistos na
Fig. 9-1d , utilizando-se a regra da m ã o direita. Note-se que ( j)B e </>c em ( fiA pro-
duzem um fluxo resultante 4> R. As componentes de quadratura dessas projeções
cancelam-se entre si, uma vez que elas s ã o iguais e opostas em sua posição de fase.
O mesmo procedimento é seguido no instante í 2 , quando a corrente na fase B
est á invertida e é agora igual e tem o mesmo sentido que A ( a qual agora decresceu
para 0, 707 de seu valor má ximo). C está agora no seu valor má ximo no instante í 2 ?v
O fluxo resultante é novamente desenhado para cada uma das fases, e neste ins-
tante ( f ) A e ( pB produzem componentes em quadratura (que se cancelam) e compo-
nentes em fase com ( fic para produzir um fluxo resultante ( j) R do mesmo valor que
o existente no instante tv Assim no instante í 2 , 60° elétricos mais tarde que o
instante tv o fluxo resultante girou de 60°, mas permaneceu com seu valor cons-
tante .
Examinando os eixos de ( f ) R nos instantes tx e t 2 , pode-se ver que o estator
pode ser tratado como um solenoide no qual todos os condutores de um lado de
< fiR carregam corrente entrando no estator, e todos os condutores que se localizam
do outro lado t ê m correntes saindo do estator . Assim, no instante o fluxo resul -
tante terá um sentido horizontal da direita para a esquerda, entrando no estator
num pólo S do lado esquerdo e deixando o estator num pólo N à esquerda. O
leitor dever á testar os sentidos de corrente e os intervalos de tempo vistos na Fig.
9- lb em rela çã o aos intervalos de tempo especificados í 3, í 4, t 5 e t 6 nas demais
figuras. Deve-se observar o seguinte :

1. um ú nico campo magnético girante constante é produzido por um enrolamento trif á-


sico localizado no estator
2. o deslocamento no espaço do resultante campo magnético girante corresponde exata-
mente ao deslocamento tempo-f ásico da frequência da fonte.

O enrolamento concentrado da Fig. 9- lc produziu dois pólos utilizando seis


6 ranhuras
\ ranhuras para um enrolamento trifásico ou uma ranhura
3 fases x 2 pólos
por pólo por fase. Se utilizarmos um estator que tenha duas ranhuras por pólo
e por fase e se as bobinas para uma mesma fase est ão defasadas de 90°,‘como vemos
na Fig. 9- 2a, as correntes resultantes produzirão um campo magnético girante
de quatro pólos. Igualmente, um estator possuindo tr ês ranhuras por pólo e por
-
fase ( Fig. 9 2 b em forma de diagrama) produzirá um campo magnético girante
de seis pólos, e assim por diante. 3

3
Pode-se mostrar que o n ú mero de pólos, P , produzido no campo magnético girante é P — 2n ,
onde « é o n ú mero de ranhuras/ pólo- fase (Seç. 2-16).
M áQUINAS DE INDU çã O POLIFáSICAS ( ASSí NCRONAS) 299
Desde que o per íodo ou intervalo de tempo das varia ções senoidais de corrente,
visto na Fig. 9- lb, é o mesmo nos condutores, a velocidade do campo magnético
girante varia diretamente com a frequ ência, mas inversamente com o n.° de pólos,
'
1 velocidade do
verificando-se novamente a Eq. (2-16) ou

^ Ns =
campo girante na Fig. 9-1 na frequência de 60 Hz é de 3.600 rpm . Da mesma
Assim,

ma-
neira , a velocidade do campo girante (com referência a um pólo unitá rio N) visto
na Fig. 9-2a é de 1.800 rpm e na Fig. 9-2b é de 1.200 rpm, e assim por diante.

Ao
Bç FB S* Ranhuras

HA
S
8
o
SB

9
FA o

A V
X
Sey) f y #ic
^
s; FB

( a ) Produ ção de 4 pólos ( b ) Produ ção de 6 pólos


-
2 ranhuras / p 61o fase. 3 ranhuras/ póto-fase.
Fig. 9-2 — Campos girantes de 4 e 6 pólos.

Podemos considerar, ent ã o, que a natureza do enrolamento do estator, em


fun çã o da frequência e do n ú mero de pó los, produzirá um campo magnético gi
-
rante de amplitude constante cuja velocidade girante ou síncrona é expressa pela
Eq. ( 2-16), Ns — 120// P = \ 20 f / 2n. Desde que o n ú mero de pólos depende apenas
de n (do enrolamento empregado), a velocidade sí ncrona do campo magnético
girante de qualquer m áquina assí ncrona dada é efetivamente uma função da fre
quência. ( V. Ex. 9-1.)
-
O campo magn é tico girante produzido e visto na Fig. 9- 1 forneceu um sentido
horá rio para a sequência de fases A BC A BC A vista na Fig. 9- lb. Se quaisquer
í dois terminais de linha das bobinas do estator da Fig. 9- lc forem trocados entre si,
V
i a sequência de fases inversa produzirá reversão do sentido de rotação do campo
magnético. Como no motor síncrono CA ver-se-á que o rotor gira no mesmo
i sentido do campo magnético girante, mas agora com base no princí pio do motor
de indução. Conseq úentemente, o sentido da rotação de qualquer motor de indução
pode ser invertido (invertendo simplesmente a sequê ncia de fases) trocando
a
f. posição de quaisquer duas das três conex ões de linhas que o ligam à fonte de
: ali-
mentaçã o trifásica.
1
300 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

9-4. PRINCÍPIO DO MOTOR DE INDUÇÃO


O princí pio do motor de indução pode ser ilustrado simplesmente usando
o dispositivo da Fig. 9-3a. Um imã permanente é suspenso por um fio sobre um
disco de alumí nio ou cobre pivotado num mancai de apoio sobre uma‘ placa fixà
de ferro. O campo do imã permanente completa-se assim através da placa dè
ferro. O piv ô deve ter tã o pouco atrito quanto possível e o imã permanente deve
ter suficiente densidade de fluxo. Conforme o imã gira no fio, o disco abaixo dele
girará com ele, independentemente do sentido de rotaçã o do imã. O disco segue
o movimento do imã, como mostra a Fig. 9-3b, devido às correntes parasitas indu-
zidas que aparecem devido ao movimento relativo do condutor (o disco) em re-
lação ao campo magnético. Pela lei de Lenz (Seç. 1-6), o sentido da tensão indu-
zida (e das consequentes correntes parasitas) produz um campo que tende a opor-
se à força, ou seja, ao movimento que produziu a tensão induzida.

^ Fio
Imã
permanente
Sentido das
correntes
parasitas
induzidas
N

s Disco girante
de cobre ou
Rotação
do imã
•Á
Rotação
do disco

Mancai n Pivô

Vista anterior.
W alum ínio

Placa de ferro

( b ) Vista superior.

. -
Fig 9 3
— Princí pio do motor de indução.

-
Com efeito, como mostra a Fig. 9 3b, as correntes parasitas induzidas tendem
a produzir um pólo unitá rio S no disco num ponto situado sob o pólo girante N
do imã, e um pólo unitá rio N no disco sob o pólo girante S do imã. Enquanto
o imã continua seu movimento, portanto, continuará a produzir correntes para-
sitas e pólos de polaridades opostas no disco sob ele. O disco, assim, gira no mesmo
sentido que o imã, mas deve girar a uma velocidade menor que a do imã. Se o disco
fosse acionado à mesma velocidade do imã, não haveria movimento relativo entre
o condutor e o campo magnético, e não se produziriam correntes parasitas no disco.
E devido à ação geradora que ocorre, produzindo correntes e um resultante
campo magnético oposto, que o motor de indução pode ser classificado como
uma máquina duplamente excitada. Alé m disso, como em todas as máquinas,
enquanto o torque eletromagnético é o resultado da interação entre os campos
magnéticos produzidos pelas duas correntes de excitação, ocorre simultaneamente
uma ação geradora. No motor síncrono CA, ocorriam a açã o-motor e a ação gera -
Má QUINAS DE INDU çãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 301
dora à velocidade síncrona do campo magnético girante.. No motor
de indução
CA, nem a açad- motor nem a ação-gerador poderão ocorrer à velocida
de s í ncrona*
Por isso , as máquinas que funcionam sob o princí pio de indução são
classificadas
como assíncronas ou não síncronas.
Conforme se estabeleceu previamente, a velocidade do disco nunca
pode
ser igual à do imã. Se o fosse, a corrente induzida seria zero e n
* ão se produziriam
fluxo magnético nem torque. Assim ele deve “escorregar em
” velocidade a fim
de que se produza torque. Isso resulta numa diferença de velocidades produzid
as
entre (1) a velocidade síncrona do campo magnético girante, basicam
ente uma
função da frequência para qualquer máquina de indução dada ; ( )
e 2 a velocidade
de “ escorregamento’’ na qual gira o disco como resultadp
do torque produzido
por interação entre seu campo e o campo magnético girante. Esta
. diferença na
velocidade entre (1) e (2) é chamada velocidade de escorregamento
(ou rotação
de escorregamento) e é normalmente expressa como uma percentagem
da velocidade
síncrona (como escorregamento percentual ou simplesmente escorrega
mento).
velocidade de escorregamento _ velocidade síncrona - velocidade do rotor
velocidade síncrona
_ Ns tir
( - ) x 100
velocidade sí ncrona
1
nO'
Ns -
(9 1)
OU

Nr = JVs ( l - s) = 120 / ( 1 - s) -
(9 la)

onde s é o escorregamento percentual ( para fins de cálculos, converte-se o


percentual sempre em decimal)
Ns é a velocidade síncrona (120 f / P ) em rpm, do campo magnético girante
produzido pelo estator
Nr é a velocidade do rotor em rpm

EXEMPLO Um motor de indução trif ásico tem no estator 3 ranhura


• 9- 1 : Sendo 60 Hz
s por pólo por fase.
a frequência da linha, calcule :
a . o número de pólos produzidos e o número total de ranhuras do
estator
b. a velocidade, em rpm, do campo magnético girante ou dos pólos
c. se variar para 50 Hz a frequência, a velocidade do campo magnético
girante.
Solução :

a. P = 2 n = 2 x 3 = 6 pólos
total de ranhuras = 3 ranhuras x 6 pólos x 3 fases = 54 ranhuras
pólo-fase
A
' jo:. .
302 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

120 / 120 X 60

6
= 1.200 rpm (2-16)

120/ 120 x 50
6
= 1.000 rpm

9-5. CONDUTORES DO ROTOR, FEM INDUZIDA


E TORQUE ; ROTOR PARADO

Conforme o estabelecido na Seç. 9-2, um motor de indução comercial, tipo


gaiola de esquilo, tem seu rotor composto de condutores ou barras de cobre ou
alum í nio embebidos num n úcleo de ferro laminado. A Fig. 9 4a mostra três des- -
ses condutores do rotor ( A , B e C ) e sua relação com um campo magnético
multipolar produzido por um enrolamento polif ásico.

/T\

/
s
Gap
\
0®® ® ® ©0®®® ® ®0
A B c
( a ) Fem induzidas produzidas nos condutores
do rotor.
,
.
( b ) Relação entre o campo e as fem do rotor

Fig. 9-4 — Desenvolvimento do torque nos condutores do rotor.

Imaginemos que o rotor está parado ( num bloqueio) e que o fluxo do estator
está girando à velocidade sí ncrdlia no sentido horá rio em relação ao condutor
( estacioná rio) A do rotor, situado diretamente sob um pólo unitá rio N. O sentido
do movimento relativo do condutor A , para fins de determinação da força eletro -
motriz induzida, é à esquerda (regra da mão direita, Seç. 1 5). Este movimento-
relativo produz uma fem no sentido do observador , e a corrente a ela associada
produz um fluxo no sentido contrá rio ao dos ponteiros do relógio em torno do
condutor A , como se viu. Com respeito ao campo que penetra no n úcleo de ferro
na vizinhança do condutor A , a força que age sobre o condutor A, como resultado
da interação entre os campos magn éticos, produz repulsão à esquerda e atração
à direita do condutor, ou seja, um movimento no mesmo sentido que o do campo
magn ético. Pela regra da m ã o (a ação- motor requer a regra da mão esquerda
-
para o movimento do condutor), ver se-á o condutor desenvolvendo um torque
eletromagnético que tende a mover o rotor também no mesmo sentido da rotação
do campo magnético.
MáQUINAS DE INDU çãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 303

Semelhantemente, o condutor C, diretamente sob um p ólo unit á rio S do rotor


na Fig. 9-4a, produzirá uma fem que se afasta do observador, e um campo mag
1 n ético no sentido horá rio resultante de uma corrente induzida que produz movi-
-
mento no mesmo sentido ( hor á rio) que o do campo magn é tico girante.
O condutor B, entretanto, no instante mostrado na Fig. 9-4a, não está sub
metido a nenhuma variaçã o de fluxo concatenado e, portanto, n ã o é sede de fem
-
f induzida. Todos os condutores que se situam no rotor entre A e B experimentarã o,
pois, fem induzidas e correntes do rotor de magnitudes variáveis ( uma vez que
est ão curto-circuitados nos seus terminais), dependendo de se eles est ã o
direta-
mente sob um pólo unitá rio ou na região interpolar , conforme se mostra na Fig.
9-4b. Assim, a distribuição da fem nos condutores do rotor varridos pelo campo
magn ético girante assemelha-se, a qualquer instante, à distribuição do fluxo como
mostra a Fig. 9-4 b. Mais ainda , desde que o campo está girando à velocidade n
sí -
crona, o sentido da fem induzida em qualquer condutor dado variará senoidal
mente de acordo com a grandeza do fluxo que a concatena , como mostra a figura
-
.
Com efeito, o mesmo n ú mero de pó los de polaridade instant â nea oposta é produ
zido no rotor, em relação aos que existem no estator. (V. Ex. 9-1.)
-
Em bloqueio ou repouso, a frequê ncia da fem induzida no rotor é igual a fre
quê ncia do campo magn ético girante. Por outro lado, se o rotor fosse capaz
-
de
girar à mesma velocidade do campo magnético girante, isto é, se o condutor
A se
movesse exatamente à mesma velocidade que o pó lo unitá rio N, acima dele, não
i haveria tensão induzida nos condutores do rotor, e a frequê ncia de alternaçã o
do rotor seria zero. A frequência das tensões induzidas no rotor, assim,
samente com a velocidade do rotor desde um m á ximo ( frequ ê ncia de linha) -
varia inver
em
repouso , à frequê ncia zero na velocidade sí ncrona. Mas a Eq . (9 1 ) mostra que
escorregamento também varia desde um máximo para o rotor em repouso
- o
até
zero a velocidade sí ncrona. A frequência do rotor pode ser expressa como uma
\ função da frequê ncia do estator e do escorregamento :

fr = -S X / (9-2)
z

onde fr é a frequ ência da tensão senoidal e das


correntes induzidas no circuito
do rotor a um dado escorregamento, s, em hertz
s é o escorregamento definido pela Eq. (9 1), como
-
dade de escorregamento para a velocidade síncrona
a relação da veloci-
ou ( ATs - Nr ) / Ns
f é a frequ ência do estator (ou a frequ ê ncia de linha
) e do campo mag-
nético girante, em hertz.

EXEMPLO Um motor de indu ção de quatro pólos opera à freqUência de 60


Hz e tem um
9- 2 : escorregamento de plena carga de 5 %. Calcule a frequência do
rotor :
a. No instante da partida
b. A plena carga.
304 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Solução :


a. No instante da partida, s = ( Ns Nr )/ Ns, onde Aír é a velocidade do rotor.
Desde que a velocidade do rotor neste instante é zero, s = [(
ou escorregamento unitário. A frequência do rotor é

Ns 0) / JVs] = 1

fr = s x / = 1,0 x 60 Hz = 60 Hz ( 9-2)

b. Á plena carga, o escorregamento é 5 % (dado acima) e então


s = 0,05
fr = s x f = 0,05 x 60 = 3 Hz -
(9 2)

Deve-se notar que é precisamente pela razão ilustrada no Ex. 9-2 que o motor
de indução de rotor bobinado pode ser usado como dispositivo de alteração de
frequência quando o seu rotor é acionado a uma dada velocidade e quando se
retira a fem de seus anéis coletores. (V. Seç. 9-23.J Quando um motor de indução
^
é acionado por uma máquina primá ria (e desta forma é que será operado), chama-
mo-lo um gerador de indução. Consequentemente, se ele está parado (escorre-
gamento unit á rio), um gerador de indução gerará a uma frequê ncia (do rotor)
de (1 x 60) ou 60 Hz, como mostra o Exemplo 9-2. Se ele gira exatamente à velocidade
sí ncrona no mesmo sentido do campo magnético girante (escorregamento zero),
a sua frequência gerada (do rotor) é (0 x 60) ou zero. Se ele gira na mesma velo-

^
cidade íncrqna) mas enr sentido -opost (escorregamento 2) a sua frequ ência
^
gerada é ( 2 x 60) ou 120 Hz. Se ele gira a uma velocidade que
^ ^
seja o dobro da
síncrona no sentido oposto (escorregamento = 3), a sua frequência gerada é 180 Hz.
Escorregamentos maiores que a unidade, bem como escorregamentos negativos
{ rotação acima da velocidade sí ncrona no mesmo sentido), são, pois, possí veis, num
gerador de indução.4 Na maior parte do estudo das caracter ísticas do motor
de indução, estaremos tratando com escorregamentos positivos entre o unitá rio
( rotor bloqueado) e o nulo (velocidade síncrona).
Desde que os condutores do rotor tê m uma resistência relativamente baixa
( barras de grande á rea, curtas no comprimento e curto-circuitadas nas extremi-
dades), mas estão engastados no ferro, eles possuem a propriedade da indutâ ncia
e, consequentemente da reatâ ncia indutiva (Seç. 2-7). Para um dado rotor de uma
máquina de indução, a indutância das barras do rotor ( Lr ) é unia quantidade fixa
(variando com o n ú mero de espiras, a permeabilidade, o comprimento e a á rea
do circuito magnético), mas a reatâ ncia indutiva do rotor ( ) , variará com a
Xr
frequ ência do rotor. A determinação direta da indutâ ncia do rotor, independen
temente da frequência é um assunto dif ícil, particularmente para máquinas grandes.
-
É usual, pois, determinar-se a reatâ ncia do rotor com ele bloqueado, através do
4
Um ponto importante na definição do escorregamento é o que diz respeito ao sentido do campo
magnético que tomamos como referência. Se o campo girante tem a velocidade sí ncrona de 1.800 rpm

-
velocidade de escorregamento de 1.800 - ( 1.800) = 3.600 rpm e um escorregamento
-
no sentido horá rio, então uma velocidade do rotor de 1.800 rpm no sentido anti horá rio produzirá uma
600/1.800 = 2.
Escorregamentos negativos são também possí veis, se o rotor for acionado a uma velocidade maior que
a sí ncrona no mesmo sentido, digamos 2.000 rpm no sentido horário, produzindo um escorregamento
de 1.800- 2.000, ou - 200 rpm e um escorregamento de - 200/1.800, ou - 0411.
MáQUINAS DE INDUçãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 305

“ensaio a rotor bloqueado” ( utilizado também na determinação do rendimento ;


ver Seç. 12-13), e então usar-se esta reatâ ncia como um padrã o de referência. Uma
vez que a frequê ncia do rotor aumenta com o escorregamento [Eq. (9-2)], e -a rea-
tâ ncia varia com a frequência, ( Xr = 2 nfLr ) , a reat â ncia do rotor para qualquer
frequê ncia sua é

x, = * Xbi (9-3)

onde s é o escorregamento expresso como quantidade decimal e Xbl é a reat â ncia


a rotor bloqueado.
Deve-se notar que a reatâ ncia a rotor bloqueado nunca deve ser considerada %

como a maior reatâ ncia possí vel, porque, como já se mostrou, o gerador de indução
pode desenvolver reatâ ncias do rotor maiores que aquela a rotor bloqueado, para
escorregamentos maiores que o unitá rio. A reat â ncia a rotor bloqueado é mera-
mente um padr ã o ou referência conveniente que simplifica os cálculos.
Se a frequência da tensão CA induzida nas barras do rotor de um motor de
indução varia entre zero, à velocidade sí ncrona, e a frequência do estator, a rotor
bloqueado, então pela Eq. (2-14), ( E = a tensão induzida no rotor para
qualquer escorregamento é também uma função da tensão induzida a rotor blo-
queado ; ou seja
Er = SEU -
(9 4) .
onde s é o escorregamento expresso como quantidade decimal
Ebl é a tensão induzida no rotor para a condição de estar ele bloqueado
(ou seja motor parado)
Ef é a fem induzida no rotor para qualquer valor do escorregamento
(positivo, negativo, maior ou menor que o unit ário) e/ou a frequ ên-
cia do rotor.
Assim, a tensã o induzida no rotor, a reatâ ncia deste e a sua frequência variam
todas em fun ção do escorregamento desde um má ximo “ normal ” para rotor blo -
queado até zero quando a velocidade do rotor for igual à velocidade síncrona
(escorregamento nulo).
O torqué desenvolvido na situação de motor parado para cada um dos con -
dutores individuais no rotor 5 pode ser expresso em função do fluxo ou corrente
(que produz o fluxo), no estator e no rotor, respectivamente, [a partir da Eq. (4 4)] -
como
T = Kt j Ir cos 9
()
r -
(9 5)
5Como um principio
unifícante, o torque desenvolvido em cada condutor de uma máquina dupla-
mente excitada é proporcional a <f> 1 4> 2 cos a > onde <f> 1 e <t> 2 representam os fluxos resultantes produ-
.
zidos pelas duas tensões de excitação, e a é o â ngulo entre os fluxos Assim, o torque é produzido pela
repulsão ou atraçãó m útua de dois campos magnéticos. Este princí pio, portanto, é igualmente verda-
'

-
deiro para instrumentos eletrodinamométricos e para alto faiantes dinâ micos. Assim, as Eqs. (4 4), -
-
(8-26) e (9-5) são todas elas formas da Eq. (1 8) baseadas na força eletromagnética desenvolvida por
um condutor percorrido por uma corrente e situado em um campo magnético.
306 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

onde Kt é uma constante de torque para o n ú mero de pólos, o enrolamento,


as unidades empregadas, etc.
t>
( é o fluxo produzido por cada pólo unitá rio do campo magnético
girante que concatena o condutor do rotor
/ rcos 0r é a componente da corrente do rotor em fase com <£ .

A necessidade do termo Ir cos 0r na Eq. (9-5) emerge naturalmente do fato


de que, enquanto as tensões induzidas nos condutores do rotor vistos na Fig. 9-4b
estão em fase com o campo magn ético girante do estator, as correntes Ir nos con-
dutores do rotor não estão em fase como mostra a Fig. 9-5a. Os condutores do
rotor têm uma reatâ ncia indutiva apreciá vel devido ao escorregamento [Eq. (9-3)],
ocasionando, assim, o atraso da corrente Ir do rotor em relação a Er de um â ngulo
-
0, como mostra a Fig. 9 5a. Portanto, apenas aquela componente da corrente
que está em lase com o fluxo do rotor produzirá torque médio ú til. Isto é visto na Fig.
9-5 b, onde o produto de por /„ é representado graficamente.

</> / pólo do estator


Sentido
da rotação
(9
lr Er
10 r é o ângulo de atraso

(a ) A corrente do rotor atrasa


se em relação
aos respectivos fluxo e tensão.
- ( b ) Torque produzido devido ao atraso
corrente do ròtor.
na

.
Fig 9 5 - — Deslocamento da corrente do rotor em relação à sua tensão e
produção do respectivo torque.

, É agora possí vel derivar uma equaçã o para o torque desenvolvido quando
>

o motor est á parado, ou seja, sob as condições de rotor bloqueado (que é o torque
de partida) para o motor de indu çã o. Seja Rr a resistência efetiva do rotor (para
a posição bloqueada) de todos os condutores do rotor combinados, e seja Xbl
a reat â ncia a rotor bloqueado de todos os condutores do rotor combinados ; então
a impedâ ncia para rotor bloqueado, Zw, é

Zu = Rr + jxbl = JW + Xi,
e
Z
cos 0r = X
zhl Q
R
MáQUINAS DE INDUçãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 307
t A corrente no rotor bloqueado é

4, = 2Ebl Eu EM -
(9 6)
bl Rr + JXbl V K + *1
onde Ebl é o valor efetivo da tensão induzida no rotor com este bloqueado,
sendo
os demais termos já definidos acima.
i Substituindo-se na Eq. (9- 5) Ibl da Eq. (9-6) e também o valor de cos 9
r = RrjZbV
o torque de partida total desenvolvido por um motor de indução com
rotor parado é
,
K <t> Ebl Rr
Tp = K ,W r COS 6r =
V Rr2 + X bl2
v
JR? + X 2
bl
^
R , EblRr
R? + X bl2
(9-7)

onde todos os termos já foram previamente definidos.


Note-se que os termos imagin á rios, bem como os radicais, foram removidos
do denominador da Eq. (9-7). Note-se també m que, como o rotor está bloquead
o,
e as tensões são induzidas nele por ação-transformador, é proporcional a 0
Ebl
que, por sua vez, é proporcional à tensão de linha do barramento ou
à tensão de
fase no enrolamento do estator
Vr Desde que </> é proporcional a Vf 9 e desde que
Ebl (por ação- transformador ) é proporcional a Vf a Eq. (9-7) pode ser ainda mais
9
simplificada para
* T K y2
= R 2 ' rRr2 (9-7a)

Mas para um dado motor de indução tipo gaiola, desde
r + X bl

que a resistência
efetiva do rotor i?r e a reatâ ncia a rotor bloqueado são
Xbl constante s (para uma
dada tensão de barramento aplicada, a uma frequência constante), elas podem
ser incorporadas numa nova constante K' e a Eq. (9-7a) é finalmente simplificada
t
para o torque de partida ( motor parado) na expressão

Tp = KV 2f -
(9 8)

A Eq. (9-8) estabelece que, para qualquer dado motor de indução tipo gaiola
CA (particularmente aquele que não permitia a variação da resistência do rotor
por meios externos), o torque de partida é apenas função da tensão aplicada
ao
-
enrolamento do estator .6 Ao reduzir se a tensão nominal aplicada por fase, a me
tade, durante a partida, então, produzir-se-á um torque de partida que será um-
quarto do que seria produzido a plena tensão. Ao reduzir se a tensão primá ,
- ria
també m se reduzirá a corrente secundá ria e a prim á ria, uma vez que a corrente
primá ria reflete a corrente drenada pela resistência e pela reatâ ncia secund
árias
6
Esta equação deriva muito naturalmente do conceito do motor de indu ção como uma quina dupla
má -
mente excitada, na qual ambos os enrolamentos são excitados por corrente
alternativa. Esta excitação
do rotor depende do valor da excita ção do estator, por ação-transformador.
A excitação do campo
girante do estator també m depende da tensão aplicada ; assim, ambos
os fluxos, o do rotor e o do estator,
são função da tensão aplicada, bem como do torque desenvolvido.
%

308 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

do rotor. A teoria básica dos mé todos de partida, à tensã o reduzida, de motores


de indução polif ásicos (Seç. 9-15) é reduzir a corrente prim á ria (do estator).

• EXEMPLO Um motor de indução, trif ásico, de 50 HP, quatro pólos, 208 V, tem um torque
-
9 5; de partida de 225 lb-pé e uma corrente de linha, de partida, instantânea, de 700 A
(rotor bloqueado) à tensão nominal. Uma tensão trif ááica reduzida de 120 V
é aplicada aos terminais de linha. Calcule :
a. O torque de partida
b. A corrente de partida.

Solução : 1
a TP = rorig K ) = 225 lb-pé 120V = 75 lb-pé (9-8)
*
y 208
VÍt- 120
b - 1P = 7orig S 1
= 700 A 208 = 403 A (9-6)
K

9-6. TORQUE M Á XIMO


Sabemos que o torque de partida com rotor bloqueado Tp do motor de indução
tipo gaiola pode ser tão alto ou mesmo mais alto que o seu torque de plena carga.
Devemos també m determinar o torque má ximo em funçã o do torque de plena
carga.
Uma vez que o motor de indução de tipo gaiola desenvolve torque de partida *

e gira , sua frequência, a reatâ ncia do rotor, e a tensão induzida por este são repre-
sentadas por sf 9 sXbl,, e sEbl, respectivamente. A medida que a frequ ência do rotor
e a sua reatâ ncia decrescem, a força eletromotriz induzida do rotor também de-
cresce à proporção que a velocidade do motor aumenta . Uma diminuição na
reatâ ncia do rotor aumenta o valor de cos 9r na Eq. (9-5)' mas, ao mesmo tempo,
a diminuição da tensão do rotor tende a reduzir a corrente do rotor. Para uma
dada excitação constante, portanto, deve haver um valor particular de escorre-
gamento onde o aumento do cos dr e a diminuição da corrente do rotor produzam
Ir
um valor máximo do torque na Eq. (9-5) ( T = K<j)Ir cos Qr ) . Para quálquer escor-
regamento dado, a corrente do rotor é

SEH (9-9)
e desde que
V R' + (sxblr
cos 6 r = -
(9 10)
VR, + ( sX „,)2
2

a qualquer valor de escorregamento 7, o torque de funcionamento T = K <plr cos 6 ,


r

70 significado de 9r não pode ser desprezado mesmo quando ele desaparece na Eq. (9-11). Não
somente é o â ngulo pelo qual a corrente do rotor se atrasa em relação a tensão induzida do rotor
mas també m o â ngulo entre o eixo polar do estator e o do condutor do. rotor, que está carregando a
máxima corrente instantâ nea, como mostra a Fig. 9 5. - *
MáQUINAS DE INDUçãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 309

v pode ser convertido, usando a mesma técnica de substituição que na Eq . (9 7), em -


T [ para qualquer escorregamento] = Kt4&blRr
+ (s X J i
Mas, desde que a tensão a rotor bloqueado Ehl é diretamente proporcional
a 0, o torque pode ser expresso por

T [para qualquer escorregamento] = Kt <j> 2 sRr -


(9 11)
K + ( sty 2

O torque máximo é obtido quando a Eq. (9-11) é diferenciada em relação à


resistência do rotor e igualada a zero (isto é, quando dT / dRr = 0), o que leva a 8

STmx ^ bl (M 2) |
Em outras palavras, o torque máximo é obtido ao escorregamento corres-
pondente sTmx K Mas, como notado anteriormente, 4> 2 é proporcional
a Vj ; e, assim, a expressão para o torque máximo que pode ser desenvolvido por
qualquer motor de induçã o, substituindo a Eq. (9-12) na Eq. (9-11), é
KV 2
Tmax ~
2(Srmx w)2 -
(9 13)
*
P EXEMPLO Um motor de indução de rotor de gaiola de 8 pólos, 60 Hz é deliberadamente
9-4 : carregado ao ponto onde ocorre o seu torque máximo . A resistência do rotor,
por fase, é 0, 3 Q e o motor desacelera por ter atingido o torque máximo a
650 rpm. Calcule :
a. O escorregamento correspondente ao torque máximo, sTmx'
b. A reatância a rotor bloqueado.
c. A frequência do rotor correspondente ao ponto do torque máximo.
Solução :
120/ 120 x 60
a N = P
= 8
= 900 rpm (2- 16)

N s - N rr 900 - 650
c
= 0,278 (9-1)
900
0,3
= 1,08 Q (9-12)

^
b- / w =
STmx 0,278
C. f r = s f = 0,278 X 60 = 16,7 Hz (9- 2)
8
-
Tomar se o escorregamento correspondente ao torque má ximo como a relação RJXbl é uma
aproximação que é suficientemente correta para todos os propósitos práticos. Um valor mais
preciso para S Tmx onde Rp é a resistência primá ria do estator por fase (usual-

KV 2P
mente desprezada ) e é igual a . Veja também a Eq. (9-21) para outras
[2(*, + V *í + *ã)]
maneiras de determinar o torque máximo, como mostra o Exemplo 9 10. -
310 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

9-7. CARACTER ÍSTICAS OPERACIONAIS DE


UM MOTOR DE INDUÇÃ O
Supondo que um motor de induçã o tipo gaiola parte com a tensão nominal
aplicada aos terminais do estator, ele desenvolverá um torque de partida de acordo
com a Eq. (9-7), o que levará sua velocidade a crescer. À medida que sua velocidade
aumenta desde o rotor parado (100% de escorregamento), seu escorregamento
decrescerá e seu torque aumentará até aquele valor do escorregamento corres -
pondente ao torque m á ximo desenvolvido ( Rr = sXbl ) de acordo com a Eq. (9-12).
Isto leva a velocidade a aumentar mais ainda, reduzindo o escorregamento e, si -
multaneamente, o torque desenvolvido pelo motor de induçã o. U torque desen-
volvido na partida e naquele valor do escorregamento que produz o torque má ximo
excedem , ambos, o torque aplicado à carga (para o caso normal). A velocidade
do motor aumentar á, portanto, até que o valor do esqorregamento seja tão pequeno
que o torque desenvolvido seja reduzido a um valor igual ao torque aplicado. O
motor continuará a girkr nesta velocidade e no valor equilibrado de escorregamento,
até que o torque aplicado aumente ou diminua de acordo com a Eq. (9-11).
-
A Fig. 9 6 mostra a relaçã o entre os valores dos torques de partida, m á ximo
e de plena carga desenvolvidos pelo motor de induçã o em fun çã o da sua velocidade

Corrente de partida
^
aU Corrente do rotor
l
I i Velocidade
100 AT I 00T íorque desenvoíx s íncrona
t
(O
c
Lyido pelo rotor
o
t o
c
< M
0)
O
o
o 3
Õ
o
O -O>CD

_
O)
*
*c 3
2
h E>
Q
O Ui
O to
c

CL
D
O
a> t d
i
Intervalo
desde
ya vazio á
plena carga^i -
0l OL 100 * \ a
ô
-
Torque desenvolvido ( Ib- pé )

.
Fig 9 6 - — Efeitos da carga na velocidade, torque desenvolvido e corrente no rotor.
e escorregamento. Esta figura é uma representaçã o grá fica da corrente desenvol
vida pelo rotor do motor e de seu torque em função do escorregamento, desde o
-
instante da partida ( ponto a ) até as condições de funcionamento em regime per-
manente ( usualmente entre a posiçã o a vazio e a posição em plena carga pontos
c e d ) , onde os torques desenvolvido e aplicado são iguais. Note-se que ao escor-
>

M á QUINAS DE INDU çã O POLIFáSICAS ( ASSí NCRONAS) 311

regamento zero correspondem um torque desenvolvido e uma corrente do rotor


( mostrada em linha pontilhada), ambos nulos, porque não ocorre ação do motor
-
de induçã o à velocidade sí ncrona. Mesmo a vazio é necessá rio que o motor de
indução tenha um pequeno escorregamento (usualmente uma fração de 1° ) a fim
/0
de que ele desenvolva um pequeno torque para suprir as perdas por atrito, venti-
lação e outras perdas internas. A vantagem da apresentação mostrada na Fig.
9-6 é que é possí vel visualizar a acelera çã o, para uma dada carga, desde a partida
( ponto a ) e os efeitos da variação da carga sobre a regulação da velocidade, o tor-
que e a corrente do rotor.
O motor de induçã o, como mostra a Fig. 9-6, é um motor que manté m essen-
cialmente constante a velocidade, desde a vazio até a plena carga (pontos d a c n a
figura), tendo uma caracter ística de velocidade que se assemelha à de um motor
derivação CC ( Fig. 4-9). 9 Consideramos a seguir a maneira pela qual o torque é
-
desenvolvido desde a vazio até a plena carga, isto é, nas condições normais de fun-
cionamento do motor de indução.

-.
9 8 CARACTER ÍSTICAS DE FUNCIONAMENTO
DE UM MOTOR DE INDUÇÃO,
As caracteristicas de funcionamento normal de um motor de indução de tipo
gaiola ocorrem no intervalo entre o funcionamento a vazio e à plena carga
( pontos
d a c na Fig. 9-6). Consideremos o comportamento do rotor de um motor de
indu-
çã o na sua velocidade a vazio, que é levemente inferior à sí ncrona, e
consideremos
que se lhe aumenta a carga.
Condição a vazio : A vazio, o escorregamento é muito pequeno ( uma fração
de 1 %), e a frequência do rotor , sua reat â ncia e sua fem induzida [Eqs. (9 ), (
2 9-3)
e (9-4)] sã o todas muito pequenas. A corrente do rotor é, assim, pequena e apenas -
suficiente para produzir o torque necessá rio a vazio. Desde que a corrente do rotor
é pequena , a corrente do estator ( primá ria) é a soma fasoriãl da sua corrente
de
excitaçã o, 7e, e de uma componente primá ria de carga, 7 , induzida no rotor por
o
ação de transformador. A Fig. 9-7a mostra a soma fasorial dessas
correntes a
vazio, onde a corrente de excitação prim ária do estator a circuito aberto é
isto é,
soma fasorial de uma componente de potência ou histerese, Ih, e uma componente
de magnetiza çã o. í m , requerida para produzir o campo girante do estator. As
componentes de pot ê ncia, Ih e I 0, est ã o ambas em fase com
Egf . O fator de po-
t ência a vazio é assim representado por 0, o â ngulo entre e Egf . Assim, Inl cos
Inl
0 é a soma de Io e í h , isto é, a pequena corrente do estator produzida pela cor-
Io
rente do rotor e uma componente de perda primá ria , devida à histerese e às cor
Ih -
9
Um paralelo interessante pode ser feito entre o motor -derivação CC e os motores de indução,
pelo fato de que a diminuição de velocidade em ambos os motores com a carga é apenas suficiente
para proporcionar um aumento de corrente para produzir o torque desenvolvido necessá rio para
contrabalançar o torque aplicado. No motor-derivação, isto é conseguido por uma diminuição na
força contra -eletromotriz induzida. No motor de indu çã o, o aumento de escorregamento ( e també m
j da frequência do rotor e da força eletromotriz induzida no rotor) produz um aumento na corrente
do rotor e no fator de potê ncia necessá rios a contrabalançar o torque aplicado.

-
l.
312 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

rentes parasitas do circuito magn ético do estator e do rotor. Note-se que, como o
ângulo 9 é grande, o fator de potência é extremamente pequeno e em atraso.
Condição de meia carga : Quando uma carga mecâ nica é aplicada ao rotor
,
a velocidade decresce um pouco. O pequeno decréscimo na velocidade causa
um
aumento no escorregamento e na frequência do rotor, na sua reatância e na sua
força eletromotriz induzida [Eqs. (9-2), (9-3) e (9-4)]. O aumento da corrente
indu-
-
zida no rotor (secundária) reflete se num aumento da corrente primária do
7 , mostrada na Fig. 9-7b. Esta componente da corrente primária do
estator,
^ estator,
7sr, é uma componente que produz potência, como 7 , e está em fase
o com a tensão
E 9f E 9f E f
9

Isr Is

Isr e,
Io,
B InL
In Ie InL In *
Im +
.
(a ) A vazio ( b ) Meia carga. (c ) Plena carga ( escala
reduzida ).
Fig. 9-7 —
Componentes primá rias de excitação do estator e da corrente de carga,
mostrando o efeito do aumento da carga no fator de potê ncia e na corrente do
estator.

induzida primária E f [Eq. (8- 24)]. A soma fasorial da corrente a vazio


componente de carga Isr produz uma corrente do estator a um Inl e da
da fase 6S . Assim, a corrente do estator aumentou de Is melhor â ngulo
Inl para 7S, e o â ngulo do fator
de potência diminuiu de 9 nl a 9S , ambos os fatores tendendo a produzir mais po-
tência mecânica na armadura e solicitar mais potência da linha (
E - Js cos 9s ).
Condição de plena carga: O motor de indução do tipo gaiola girará a um
valor
de escorregamento que promove o equilíbrio entre o torque desenvolvido e o torque
aplicado. À medida que mais carga for aplicada, portanto, aumentará o
regamento porque o torque aplicado excede ao torque desenvolvido
escor-
. Quando
o torque nominal é aplicado ao eixo do motor de indução, a componente
em fase
da corrente primá ria do estator, solicitada pelo motor de induçã o, é grande
comparação com a componente quase em quadratura da corrente a vazio, em
como
mostra a Fig. 9-7c, e o ângulo de fase 6 é razoavelmente pequeno. O fator de pot
ência
a plena carga varia de 0,8 (em pequenos motores de indução de aproximadamente
1 HP) a aproximadamente 0,9 ou 0,95 ( nos grandes motores de indução,
acima
de 150 HP).
Acima da plena carga : Pode parecer da Fig. 9-7 que aumentos além da
plena
carga produzir ã o melhora no fator de potência, até o valor unitá rio, e
aumento
na corrente em fase do estator ; mas este não é o caso. Com o aumento da carga
e do escorregamento, a frequência do rotor continua a aumenta
r e o aumento na
MáQUINAS DE INDUçãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 313
reat â ncia do rotor produz uma diminuição no fator de potê ncia do mesmo. Trà
tando o motor de indução como um transformador (Cap. 13), podemos dizer
-
que o secund ário do transformador tem uma carga em atraso que faz com que
o fator de potência do primá rio també m se atrase. Com cargas acima da plena
carga, portanto, o fator de potê ncia aproxima-se de um má ximo e então decresce
rapidamente. A fim de produzir-se o necessário aumento de torque para equi
librar o torque aplicado, as correntes do rotor e estator devem aumentar para
-
compensar a diminuição do fator de potência [Eq. (9-5)]. A Fig. 9-8a mostra um
maior aumento da corrente de sobrecarga,
IoV a um fator de potência pior, QoV
que na corrente a plena carga do estator, / , como mostra a Fig. 9-7c.
s
)

Corrente Partida
de linha

.o2
o
§
V)
s
w
3
Torques - \ \
i
silOOr
«
©

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50l- fc t Fator de
potê ncia

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E
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T>
-
©

c
©
WJí' Velocidade
^
©
cc I
<3 2
Vezes a potência nominal
( a ) Diagrama fasorial . ( b) Caracter ísticas.

.
Fig 9 á- — Efeitos de cargas pesadas na corrente primá ria
do estator e seu fator de potência.

As caracter ísticas desde a vazio até alé m da plena carga estão representadas
resumidamente na Fig. 9-8b, onde o rendimento e o fator de potência estão ambos
num má ximo para uma carga aproximadamente nominal, e a corrente de linha
e o torque continuam a aumentar até o torque máximo. Note se que, acima do
torque m á ximo, a corrente de linha aumenta mas o torque diminui, porque a razão
-
da diminuição do fator de potência é maior que a razão do aumento da corrente
na Eq. (9-5).
O assunto do rendimento da m áquina, genericamente, e do rendimento do
motor de indução, especificamente, está detidamente estudado no Cap. 12. A
forma da curva de rendimento mostrada na Fig. 9-8b pode ser explicada sumaria-
mente aqui, como se segue. A cargas leves , os valores das perdas fixas relativa-
mente altos em proporção à pequena potê ncia de saí da produzem um baixo ren-
dimento. A cargas pesadas , os valores relativamente altos das perdas variáveis,
mais as perdas fixas, novamente produzem um baixo rendimento apesar da grande
potência de saída. O má ximo rendimento ocorre a cargas médias, para as quais
os valores das perdas fixas e os das perdas variá veis são aproximadamente iguais
(Seç. 12-6) e a potência de saída está aproximadamente no seu valor nominal.
314 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

-
Note-se que o torque má ximo na Fig. 9 8 b ocorre bem acima do dobro de
potência de saída nominal , ponto em que o escorregamento correspondente ao
torque má ximo é aquele valor da frequê ncia do rotor em que a reatâ ncia variá vel
do rotor é igual à resistência do rotor. Desde que a resistência efetiva do rotor
de um motor de indução tipo gaiola é praticamente constante, o torque má ximo
depende, em última análise, da resist ê ncia do rotor ( Eq. 9 12). -

9-9. EFEITO DE VARIAÇÕES NA RESISTÊ NCIA DO ROTOR


A ú ltima afirmativa do pará grafo anterior pode implicar na possibilidade
de aumentar o torque má ximo ( breakdown torque) pelo aumento da resistência
do rotor. Mas, as Eqs. (9-11) e (9-13) indicam, de uma maneira bastante clara,
que, se a resistê ncia e as reatâ ncias do rotor são aumentadas, o torque má ximo
diminui, uma vez que ele é inversamente proporcional a esses fatores. Qual é o
efeito sobre a característica torque-escorregamento de variações na resistência
do rotor?
Em um motor de indução de rotor em gaiola nã o há maneira de se introduzir
variação na resistência do rotor, uma vez que ele tenha sido fundido ou fabricado.
Num motor de indução de rotor bobinado, entretanto, há uma maneira simples
de se introduzir resistê ncias externas no circuito do rotor, através dos ané is cole-
tores, como mostra a Fig. 9-9. Se a barra que fecha o curto-circuito, como mostra

òl I. 13
Barra
cu rt o-ci rcu i t a nte

AA/ —
nf “5W5
S3 S2
Fonte _
|
CA W IA/V- H

t
3 <>

í
o
o
o
V
o
o M
' > rW A/V
_ jDtminu- Au men
indo Rr tando
—-
1

Rr
Estator Rotor Anéis coletores Resistê ncia do rotor
( Estrela ou delta ) (estreia ) ( estrela )

. -
Fig 9 9
— Motor de indução de rotor bobinado e
resistência controladora externa.

a figura, é movida para a extrema direita, uma resistência máxima é introduzida


em cada fase do circuito do rotor ligado em estrela. Quando movida para a extre-
ma esquerda, a resistência externa introduzida é m í nima ou nula, representando
a resistê ncia equivalente a um motor de indução de rotor em gaiola. O efeito da
variação na resistê ncia do rotor sobre as características de partida e funcionamento
pode ser determinado usando-se um motor de indução de rotor bobinado. Con-
sideremos cada um dos efeitos.
Má QUINAS DE INDUçãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 315

9-10. CARACTER ÍSTICA DE PARTIDA COM


RESISTÊNCIAS INSERIDAS NO CIRCUITO DO ROTOR
No instante da partida , o escorregamento é unitário ou 100%, desde que o
rotor est á parado. O torque desenvolvido pelo rotor é determinado unicamente
-
pelos fatores estabelecidos na Eq. (9 7) ; e, no instante da partida , o torque não
é afetado pela natureza da carga aplicada. Supondo que a tensão aplicada ao
estator seja constante, os fatores que determinam o valor do torque de partida
desenvolvido são a resistê ncia do rotor e a reatâ ncia do rotor parado, isto é,

Tpartida = K : (9-7a )
R} + K ,

Se a resistê ncia variá vel Rx for ligada em série com a resistê ncia do rotor Rr ,
de um motor de rotor bobinado, a Eq. (9-7a) para o torque de partida pode ser
escrita como se segue

Tp = K", ( 9-14)
( Rr + Rf + X 2bl

onde todos os termos foram previamente definidos.


O fator de potê ncia do rotor pode agora ser expresso como

cos 6 r =
+ iÇ
*
r
(9-15)
J ( Rr + R f + ( X b2l )
É razoavelmente evidente, para um motor de rotor bobinado, que uma variação
na resistê ncia total do rotor na Eq . (9-15) produzirá uma variação no fator de po-
tência no instante da partida. Desde que o torque, tal como expresso na sua equação
fundamental [Eq . (9- 5)], depende do fator de pot ê ncia do rotor ( T = Kt ( j)í r cos 0r),
para qualquer tensã o dada, a excita ção é constante, isto é, </> = k . Aumentan-
do a resistência do rotor e o fator de pot ência na partida, portanto, aumenta-
remos a imped â ncia total, reduziremos a corrente de partida e, ao mesmo tempo,
aumentaremos o torque de partida. O aumento no fator de potência ocorre a uma
razão maior que a da diminuição da corrente do rotor, como mostra a Fig. 9-10a.
A figura representa uma famí lia de curvas para vá rios valores da resist ência do
rotor semelhantemente à curva ú nica mostrada na Fig. 9-6. Na Fig. 9-6, notava-se
que, no escorregamento unitá rio ou partida (ponto a), a corrente do rotor é obtida
tomando-se a interseção do torque de partida com a menor interseção da corrente
do rotor.
A famí lia de curvas apresentadas como linhas contí nuas na Fig. 9-10a repre-
senta as curvas de torque — escorregamento para vá rios valores de resistência do
rotor adicionadas à resistê ncia básica, Rr, num motor de indução de rotor bobi-
nado. O torque de partida , Tr , que ocorre com a resistê ncia básica do rotor Rr ,
produzirá uma corrente de partida Ir na interseção mais alta da curva da corrente
do estator como mostra a Fig. 9-10a. Quando a resist ê ncia Rv é adicionada
316 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

o
I o

- 3 x Nominal r2 o
13
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I

Rr + R 4
Rr

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Rr + R 3
Tr T , T2 T4 T3
Torque
( a ) Corrente de partida x torque .

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Torque
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S
\
T7
\
\
V
(b ) Percentagem de escorregamento x torque . '
/
»
Fig. 9-10 —
Efeito da variação da resistência do rotor nas caracter ísticas
de partida e funcionamento de um motor de indução de rotor
bobinado.

a cada fase, ligada em estrela, do rotor bobinado do motor de indução da Fig.


9-9, ao mover -se para a direita a barra que fecha o curto-circuito, uma nova curva
torque-escorregamento é criada, como mostram as Figs. 9-10a e 9- 10b. Deve-se
-
notar que na Fig. 9 10b, conforme cresce a resistê ncia do circuito do rotor, o escor-
regamento aumenta, de modo a desenvolver o mesmo torque. Assim para uma
MáQUINAS DE INDU çãO POLIFáSICAS ( ASSí NCRONAS) 317
resistência Rr do rotor, o torque máximo ocorre a um escorregamento s . Para
uma resist ência Rr mais R x do rotor o torque m á ximo ocorre para o escorregamento
2s (duas vezes o escorregamento original s), e assim por diante. Note se que a
-
resistência total do rotor pode ser t ão alta que o torque m á ximo ocorra exatamente
a um escorregamento 100 %, isto é, Rr + R3 igual a sXhl quando s = 1. Note-se
que, se a resistê ncia total a ser inserida no circuito do rotor for maior, como no
caso Rr + /%, o torque m á ximo não será atingido com um escorregamento uni-
tá rio, e o torque T 4 , com motor parado, é assim menor que o torque má ximo.
É agora possí vel comparar o torque de partida com a corrente de partida,
como mostra a Fig. 9- 10a. Sem adicionar resistê ncia ao circuito do rotor, o torque
de partida Tr é obtido pelá interseção mais alta da curva do torque de partida com
a curva da corrente do estator. Aumentando a resistência do rotor, diminuirão
sempre as respectivas correntes de partida ( ,
Ir Iv I 2 , / 3, / 4, etc. ), mesmo no caso
de resistê ncias de rotor extremamente altas onde o torque
cepta os menores valores de corrente / .
74 de movimento inter-
4
Como mostra a Fig. 9- 10a, um aumento na resistência do rotor aumentará
o torque de partida até o ponto onde o má ximo torque é atingido com o rotor pa
rado. Aumentando a resistência do rotor, progressivamente, além deste valor
-
( Rr RJ , produzir-se-ão progressivas diminuições no torque de partida, como
no caso de T4 ( produzido por Rr + RJ .

EXEMPLO O motor do Exemplo 9-4 desenvolve o duplo do torque de plena carga quando
9-5 : arranca com seu rotor em curto-circuito, e sua velocidade de plena carga é
875 rpm. Se se adiciona uma resistê ncia de 0,7 O por fase em série com o rotor,
calcule:
a . A nova velocidade a plena carga com a resistência adicionada.
b. O torque de partida com a resistência adicionada.

Solução :

a. O escorregamento de plena carga para o rotor em curto-circuito é

s = Ns
- N 900 - 875
900 = 0,0278 (9-1)

Desde que o escorregamento é proporcional à resistência do rotor e desde que


o aumento da resistência do rotor é Rr = 0,7 + 0,3 = 1,0 fi, o novo torque
de plena carga com a resistê ncia adicionad Te"
^
s= Jyjj X 0,0278 = 0,0926
A nova velocidade a plena carga é
Ns (1-s) = 900 (1 - 0,0926) = 900 (0,9074) = 817 rpm (9- la)
b. O torque original de partida, T0> era o dobro do torque de plena carga com
a resistência do rotor de 0,3 Q e uma reatância do rotor de 1,08 Q (Ex. 9-4).
O novo torque de partida tem as suas condições sumarizadas na tabela abaixo
e computadas a partir da Eq. (9-14), onde T0 é o torque original e Tf é o novo
torque.
318 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

CONDIÇÃ O *, 1
^ partida
Original 0,3 0 1 ,080 2 x rfi
Nova 1 ,0 0 1 ,08 0 9

( jshi) *[
0,3 0,3
T0 = x; J
(0,3) 2
+ (1,G8) _
= K"
2 t
1,25
(7-9a )

= K"t x 0,24

U J-
1,0 1,0
T f,= K

= K\
* ,+
x 0,463
+ *, ú
2 = K" (1,0)2 + (1,08)2
K"
2,162
(9-14)
Então
K x 0,463
11 - ”t
T
T .
Assim
x; X 0,24 = 1 ,925 e Tf = 1,925 Tn .
T/ = 1,925 ( T f l x 2) = 3,95 Tn
O novo torque de partida com resist ência adicionada ao circuito do rotor foi
quase duplicado.

Os dados do Exemplo 9-5, no qual a resistê ncia combinada do rotor é 1 Q e


a reatâ ncia de funcionamento com rotor bloqueado é 1 ,08 Q, levaram a um torque
de partida de quase quatro vezes o torque de plena carga, comparado a um torque
de partida que é duas vezes o torque de plena carga sem resist ê ncia adicionada
ao circuito do rotor. O efeito da resistê ncia adicionada ao circuito do rotor na
reduçã o da corrente de partida está ilustrado no Exemplo 9-6.

EXEMPLO A tensão induzida por fase no rotor do motor de induçã o dos Exemplos 9-4 e
-
9 6 : 9-5 é 112 V. No instante da partida do motor, calcule :
a. A corrente do rotor por fase e o fator de potência do rotor com o mesmo curto-
circuitado.
b. Repita (a ) com a resistência adicionada de 0,7 Q/fase.

Solução :

a. A impedâ ncia a circuito bloqueado, por fase, é


Zbl = Rr + jXbl = 0,3 + 71,08 = 1,12 L 74,5° Q
*

112
K = Ebl 1,12
= 100 A (9-6)

cos 9r = cos 74,5° = 0,267 ; ou cos 6 =


0,3
= 0,267
Rr
1,12
b. A imped â ncia com rotor bloqueado, com resistência adicionada no rotor, é
Zbl = 1,0 + 71,08 = 1,47 L 47,2° O
*

m
K = EK
Zbl
= 147 = 76,3 A (9-6)

1,0
cos 0r = cos 47,2° =
1,47
= 0,68
MáQUINAS DE INDU çãO POLIFáSICAS (ASSíNCRONAS) 319

Como se viu no Exemplo 9-6, a corrente do rotor na partida caiu quase 25


com a resistê ncia adicionada ao circuito do rotor, enquanto que produziu quase
%
o dobro do torque de partida em relação ao valor sem esta adição de resistê ncia.
Ao mesmo tempo, o fator de potência do rotor aumentou de 0,267 a 0,68 como
resultado da inserção da resistência. Este grande aumento do fator de potência
foi maior do que o necessá rio para compensar a diminuição na corrente do rotor
f -
na Eq. (9 5) e produziu quase o dobro do torque de partida original. Deve-se
també m notar que este valor do torque de partida ocorre muito próximo do fator
de potência que fornecerá sempre o torque de partida má ximo com o rotor parado,
isto é, quando Rr = Xbv a um escorregamento unit á rio, ao co-seno 45°, que é um
fator de potência de 0,707.
Para um dado motor de indução de rotor bobinado, portanto, é possí vel
aumentar o torque de partida até o má ximo torque de partida e, simultaneamente,
diminuir a corrente de partida aumentando a resistência externa inserida do rotor
por fase e aumentando ainda o seu fator de potê ncia. Aumentando o fator de
potência do rotor acima de 0,707 haverá um decr éscimo maior ainda da corrente
de partida , como mostra a Fig. 9-10a , mas o torque de partida e o torque má ximo
desenvolvidos tenderã o a diminuir também como mostra a Fig. 9-10 b.
Para grandes motores de indução que arrancam diretamente ligados à linha,
a corrente de partida pode ser extremamente alta, causando uma excessiva queda
de tensão nas linhas que alimentam corrente para uma instalação particular . Em
instalações industriais, essa redução na tensão de linha “ doméstica ” pode pro-
duzir uma reduçã o objetá vel no brilho das lâ mpadas bem como um dist ú rbio na
operação de outros motores e de aparelhos eletrónicos sensí veis à tensão. É carac-
ter ística a redução do tamanho do quadro visto num tubo de televisão como conse-
quência desse efeito. Não é sempre necessário, além disso, que um motor de indu-
çã o desenvolva torques de partida de valor próximo ou do mesmo valor do torque
máximo. Para a maioria das aplicações, é suficiente um torque de partida de apro-
ximadamente 1 ,5 a 2 vezes o torque nominal.
Como mostram as Figs. 9-10a e 9-10b, é possí vel desenvolver igual torque
de partida ao que é produzido sem a resistência do circuito do rotor a um valor
muito mais baixo da corrente de partida, usando-se uma combinação de resis-
tência do rotor Rr mais uma resistência Rx. Sem a resistência do rotor, o torque
Tr da Fig. 9-10a produzirá uma corrente elevada Ir.. Com a resistência Rx no cir-
cuito do rotor é produzido o mesmo torque, Fr, e resulta uma redução muito maior
na corrente de partida, Ix . Esta enorme redução da corrente de partida é o resul-
tado da operaçã o a um fator de potência muito maior, levantando a questão exposta
no Exemplo 9-7 b, abaixo.

EXEMPLO Usando os dados do motor de indução dos exemplos anteriores, determine:


9-7 : a. A resistência adicionada ao circuito do rotor.
b. O fator de potência do rotor que produzirá o mesmo torque de partida (duas
-
vezes o torque nominal) que seria produzido com o rotor curto circuitado.
c. A corrente de partida .
320 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Solução :

As novas condições bem como as originais podem ser representadas na tabela


abaixo.

TORQUE DE
CONDIÇÃ O * l r
PARTIDA

Original 0,3 0 1 ,08 0 T0 = 2 x Tfl


Nova (0,3 4 Rx ) O 1 ,08 0 T» = 2 x 7},

a. Ta = K'[ (0,3)2
0,3
+ (1,08) 2 ê)
Hf = K" x 0,24 (9-7a)

Tn = To = Kt
0,3 + Rx
(0,3 4- Rf 4 ( 1,08) 2 ]= K"t x 0,24 (9-14)

Simplificando :
2
0,3 4 Rx = 0,24 [(0,3 4 Rf 4 (1,08 ) ]

Desenvolvendo e combinando os termos temos 0,24 - 0,856 Rx = 0


Equa ção de 2.° grau em duas ra ízes que, fatorizada, leva a

Rx(0,24 Rx - 0,856) = 0
donde
0,856
= 0,24 = 3,57 O
^ =0 e
^
Note-se que esta solução mostra que o valor original do torque será obtido
com uma resistência externa ou de valor nulo ou de valor igual a doze vezes
a resistência original do rotor. Portanto,
RT = Rr 4 Rx = 0,3 4 3,57 = 3,87 í f

b. ZT = RT = 3,87 4 71,08 = 4,02 L 15,6° Q


*

4 jXbl

cos 6 — RT _ ~
3,87
4£2
= cos 15,6° = 0,963 (9-15)

c. /r =
E „, 112 V
= 28 A (9 6)-
4.02 Q

Note-se que a corrente do rotor na partida é 28 por cento do valor original da


corrente de partida em (a ) do Ex. 9-6.

O Exemplo 9-7 ilustra como é possí vel tirar vantagem do mesmo torque que
existe para ambos os casos: a uma grande corrente de partida e a uma baixa cor-
rente de funcionamento, como mostram as Figs. 9-6 e 9-10. O último é usado
para reduzir a corrente da linha e as objet á veis quedas de tensão (V. Seções 9-14
e 9- 21). Deve ser notado, entretanto, que, no caso de resistências inseridas no
circuito do rotor, como mostra a Fig. 9- 10 b pela curva de Rr + Rx, o torque de
partida é també m o torque m á ximo .
M á QUINAS DE INDUçãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 321

9- 11 . CARACTER ÍSTICAS DE FUNCIONAMENTO COM


RESISTÊNCIAS INSERIDAS NO CIRCUITO DO ROTOR
As caracter ísticas de funcionamento de um motor de anéis, ou de um motor
de induçã o qualquer com resistências inseridas ao rotor sã o també m mostradas
na Fig. 9- 10b. A gama de funcionamento desde a vazio até a plena carga é repre-
(
sentada entre os torques zero e nominal. As curvas indicam que o escorregamento
é proporcional ao valor das resistê ncias inseridas no circuito do rotor . Quanto
maior a resist ência inserida, tanto pior será a regulação em velocidade do motor.
E possí vel, portanto, variar a velocidade de um motor de indução de rotor bobinado
carregado, a qualquer velocidade abaixo da velocidade sí ncrona, pela adição ou
pela remoção de resistê ncia do circuito do rotor. Como resultado, a resistê ncia
de partida que produz ( 1 ) torques de partida elevados e (2) correntes de partida redu-
zidas pode també m servir ( 3) como um meio de controlar a velocidade para aque-
las abaixo da velocidade s í ncrona. O efeito de resistências inseridas no circuito
do rotor sobre as características de funcionamento é ilustrado no Exemplo 9-8.

EXEMPLO O motor dos problemas prévios ( Exs. 9-4 a 9-7) tem uma velocidade a plena carga
9-<$: de 875 rpm com o rotor em curto-circuito. A resistência do rotor é 0,3 O. Para
o Ex. 9-5, foi utilizada uma resistência adicionada ao rotor de 0,7 Qea veloci-
dade de plena carga passou a 817 rpm. Determine as velocidades a plena carga
* para resistências adicionadas ao rotor de :
a. 1,7 Q
b. 2,7 fi
c. 3,7 Q
d. 4,7 Q.

Solução :

RESIST ê NCIA TOTAL


DO ROTOR ESCORREGA - VELOCIDADE A

+ **
*( ohms)
r MENTO PLENA CARGA
( rpm)

Dado Dado Dado


0,3 0,0278 875
0,3 + 0,7 = 1 ,0 0,0926 817

Dado Calculado Calculado

(a) 0,3 + 1,7 = 2,0 0,1855 737,5


(b) 0,3 + 2,7 = 3,0 0,278 648
(c) 0,3 + 3,7 = 4,0 0,371 566
(d ) 0, 3 + 4,7 = 5,0 0,463 482

Escorregamento:

Sr R .
Velocidade do rotor : N —N 0
(1
— sr )
322 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

a. sr = 0,0278 = 0,1855 N = 900 (1 - 0,1855) = 737,5 rpm

b. sr = 0,0278 = 0,278 JV = 900 (1 - 0,278) = 648 rpm

c. 5r = 0,0278 = 0,371 N = 900 (1 - 0,371) = 566 rpm

d. sr = 0,0278 - 0,463 N = 900 (1 - 0,463) = 482 rpm


O Exemplo 9-8 verifica, mais uma vez, que o escorregamento é proporcional a
resistência do rotor.

9-12. TORQUE DO MOTOR DE INDUÇÃO E


POTÊNCIA DESENVOLVIDA NO ROTOR

A relação básica entre a potê ncia externa e interna , bem como o torque e a
velocidade do motor de indução para qualquer tipo é dada por :

HP - TN
5.252
(4-15)

Como no caso do motor sí ncrono (Seç. 8-17), é necessá rio avaliar o torque
e/ ou a potê ncia desenvolvida pelo rotor do motor de indução em função da tensão,
corrente e fator de potê ncia do seu estator. Assim, para qualquer escorregamento
dado ou velocidade do rotor, o torque de funcionamento pode ser determinado
[ Eq. ( 4- 15)] se a potê ncia desenvolvida pelo rotor for conhecida . Para qualquer
escorregamento dado, sob quaisquer condições de funcionamento, a corrente do
rotor é expressa por :

I sEbi (9-9)
V «í + (sXbi )2
Dividindo ambos, numerador e denominador pelo escorregamento, 5, temos

K= 4, (9-9a)
V ( RJs ) 2 + X h2 l
A Eq. (9-9a) implica em que a corrente do rotor sob condições de funciona-
mento, pode ser avaliada em fun ção da tensão de rotor bloqueado, e da reatâ ncia
para as mesmas condições, por fase, juntamente com termo complexo RJs. Assim,
a corrente do rotor bem como potência desenvolvida podem ser avaliadas consi -
derando-se o circuito equivalente do rotor mostrado na Fig. 9-1 la. Com o motor
parado, o escorregamento é unitário , e o circuito mostrado na figura satisfaz as
condições de rotor bloqueado dadas na Eq. (9-6). Conforme o rotor gira, o escor-
regamento diminui e então aumenta a resistê ncia “ aparente” do rotor. A resis -
M áQUINAS DE INDUçãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 323

tê ncia variá vel do rotor, como mostra a Fig. 9- 11a, pode ser considerada como
consistindo dos dois termos mostrados na Fig. 9- 11 b, ou sejam

—s s
^ = Rr + Rr
s ' r
1
-
(9 16)

i R,
Ir =
Ebl « m

Ebl
O
I
s

°
ã xbl
V
o

Ebl
O
— — —l^ * ^y
<

Rf /s
V V\ /

*bl
.
( a ) Baseado na Eq 9-9 ( a ) . .
(b) Baseado na Eq 9-16

. -
Fig 9 11
— Circuitos equivalentes do rotor nas condições de funcionamento.

O primeiro termo da Eq. (9- 16) representa a resistência real efetiva do rotor,
por fase, Rr , e o segundo termo representa uma resistência de carga fict ícia, equi-
valente a ela Rr [( 1 - s) /s], que varia diretamente com a carga e com o escorregamento
para as condições de funcionamento. Assim, o circuito da Fig. 9- 1 lb representa
verdadeiramente o rotor nas condições de funcionamento em função da tensão
induzida com rotor bloqueado, da reat â ncia do rotor bloqueado, e dos valores
da resistência do rotor fixos e variá veis mostrados.
A resistê ncia fixa do rotor Rr pode ser considerada como a componente de
perda de pot ência no circuito do rotor para qualquer dada corrente, e o termo va-
riá vel, Rr [( 1 - s )/ s ] , pode ser considerado como o termo associado à pot ência desen
volvida pelo rotor ( para a potê ncia desenvolvida pelos condutores do rotor) a fim
-
de produzir o torque. Multiplicando cada um dos termos acima da Eq. (9-16)
pelo quadrado da corrente do rotor, portanto, para obter as expressões de potência,
obtemos a expressã o básica

PrR

5
2
= í rrRr
r +
I r2 Rr
\ —
1-s
S
(9-17)

ou
potência de entrada _ perda no cobre do + potência desenvolvida pelo
~
no rotor por fase rotor por fase rotor por fase10

A Eq. (9-17) é muito significativa não apenas para efeitos de cálculo da po-
t ência desenvolvida no rotor e do torque de funcionamento do motor de indu çã o,
10
-
A semelhança da Eq. (9-17) com a Eq. (4 7) deve ser notada. No ú ltimo caso, a potência desen -
volvida por uma armadura de uma máquina CC é a potência suprida à armadura menos a perda no
-
cobre. A Eq. (9 17) estabelece que a potência desenvolvida pelo rotor de um motor de indução
é a potência suprida ao rotor menos a perda no cobre do rotor.
\

324 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

mas també m como base para a determina çã o do rendimento a partir dos testes
-
de rotor bloqueado (conforme Cap. 12, Se ç. 12 13). É interessante notar -se que,
pela Eq. (9-17), a pot ência de entrada do rotor para qualquer carga dada ou escor-
regamento é dada pela perda no cobre do rotor à quela carga, dividida pelo escor -
regamento. Mais ainda, a pot ência desenvolvida pelo rotor é sempre a diferen ça
entre a potê ncia de entrada no rotor e as suas perdas no cobre.
É agora possí vel expressar o torque desenvolvido no rotor em fun çã o da Eq.
( 4-15) como

5.252 HP 5.252 P , 7,04 P .


T= ~ ou 7,04 ( 4- 15a)
N 746 N N

onde IV é a velocidade do rotor para qualquer valor de escorregamento.


Mas a potência desenvolvida pelo rotor, para qualquer motor de indu çã o,
a
Pd partir da Eq. (9-17) é
,

Pé = { 2 Rr
(1
^
7 = ^ in d - S) (9-18)

onde Pin é a pot ência de entrada do rotor em todas as fases.


O torque desenvolvido pelo rotor, assim, é dado pela expressã o :

7,04 P, 7,04 Pin (1 - s ) 7,04 Pin


T=
N N N /( 1 - s )

Mais ainda, mostrou -se na Eq. (9- la ) que a velocidade sí ncrona, Ns , é igual

a N / l s. Desta relaçã o, segue-se que o torque pode ser expresso como

T = 7,04 [
^ ( 9 - 19 )

onde Pin é a potê ncia de entrada total do rotor (em todas as fases) e Ns é a veloci-
dade s í ncrona, 120 // P, em rpm.

EXEMPLO Um motor de indução de anéis, trif ásicos, de 4 pólos, 60 ciclos, 220 V , 1 HP,
-
9 9 : ligação delta, tem o rotor ligado em estrela, ao qual corresponde um quarto
do número de espiras do estator. A velocidade a plena carga é 1.740 rpm, a resis-
tência do rotor é 0, 3 Q e a reatância com rotor bloqueado é 1 £2. Calcule :
a. A tensão por fase com rotor bloqueado .
b. A corrente do rotor, por fase, nas condições de funcionamento.
c. A potência de entrada no rotor a plena carga ( potência de entrada total nas
três fases ) .
d. As perdas no cobre do rotor a plena carga .
e. A potência desenvolvida no rotor em watts e HP .
f . O torque desenvolvido no rotor a partir de (e), usando a Eq . (9- 19).
MáQUINAS DE INDUçãO POLIFáSICAS ( ASSí NCRONAS) 325

* Solução :

a. Ebl = —220-—V = 55 V/fase com o rotor bloqueado


-N 1.800 - 1.740
b. s = Ns 1.800
= 0,0333 (9-1)

/r EM 55 V
V (R J f + x 2
bl V (0,3/0,0333) 2
+ (1,0)2
55
= 6,075 A/fase (9-6)
> / 82
(6.075)2 x 0,3
c*
Ein 993 W (9-17)
0,0333

d. As perdas no cobre do rotor = I 2rRr = Pin x s


= 993 W x 0,0333 = 33, 1 W (9-17)
e. A potência desenvolvida no rotor = Pin —P perdas

= 993 - 33,1 = 959,9 W (9-17)


Conferência com a Eq . (9- 18 ) : Pd = Pm ( 1 - 5)
= 993 ( 1 - 0.0333) = 959,9 W (9-18 )
959,9 W
HP desenvolvidos = Pd ~ = 1,286 HP
746 746 W/ HP
HP x 5.252 1,286 x 5.252
f. T = = 3,88 lb-pé (4-15a )
N 1.740
Conferência com a Eq . (9- 19)
7,04 Pin 7,04 x 993
T=
N . 1.800
= 3,88 lb-pé (9-19)

É também possí vel computar o torque má ximo partindo da Eq. (9-19) se a


potência de entrada do rotor for conhecida para o valor de escorregamento no
qual ela ocorre, ou,
K,
STmx N = ( 9-12)

A corrente no rotor correspondente ao ponto de torque má ximo é

Ebl (9-9a )
V *A*J
( 2
+ (*M)a
Substituindo a Eq. (9- 12) na Eq. (9-9a), temos

= -E2èL= ã~ i* = 0,707 Ebl (9- 20)


/
' SÍ XI \ f 2 x Xbl X „,
Mas a potê ncia de entrada no rotor Pin ( para qualquer valor e) para o escor-
regamento correspondente ao torque m á ximo [Eq. (9 17)] é -
2
= Ls'
R
P.m - por fase ( 9-17)
Tmx

t
326 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Substituindo as Eqs. (9-20) e (9-12) na Eq. (9-17) teremos o cálculo da potência


correspondente ao torque má ximo

2
E
^ in = 2^ bi W / fase ( 9- 21 )
* hl

O valor de Pin assim obtido pode ser substituído na Eq. (9-19 ) para levar ao
torque má ximo, como demonstrado pelo Exemplo 9-10.

EXEMPLO Calcule o torque máximo que pode ser desenvolvido pelo motor de 1 HP dado
-
9-10 : no Exemplo 9 9, o escorregamento percentual e a velocidade na qual se desen-
volve o torque máximo.

Solução:

E& (55)2
_
= 1.513 W/fase x 3 fases = 4.539 W (9-21)
2 Xbl 2 x 1

Substituindo na Eq. (9-19),

Tmax
7,04 Pin _ 7,04 x 4.539 = 17,72 lb-pé (9-19)
1.800
Então
Rr 0,3
^ —
Tmx
1,0
= 0,3 (9-12)

e
N = Ns ( l — s ) = 1.800 (1 - 0,3) = 1.260 rpm (9- la)

Se os torques de funcionamento e máximo podem ser computados a partir


da potê ncia de entrada do rotor, deve ser possí vel calcular o torque de partida tam-
bé m dessa maneira. Desde que o escorregamento é unitário no instante da parti -
da, a Eq. (9-9a) é simplificada até

K Ebl
= no momento da partida (9-9b)
R 2r + Xh
e a pot ência de entrada do rotor, por fase, no escorregamento unitá rio é

P (9-17a)

Substituindo a Eq. (9-9b) na Eq. (9-17a ) temos

Pin, P°r faSe ia x Rr no momento da partida



*
(9-22)
R] + X»
que pode ser substitu ída na Eq . (9-19 ) e leva ao torque de partida.
Má QUINAS DE INDU çã O POLIFá SICAS (ASSí NCRONAS) 327
EXEMPLO . Calcule o torque de partida desenvolvido pelo motor de 1 HP do
Ex. 9-9.
9-11 :

Solução :

^ in =3 ( — x
D2
r
i
3 x (55)
' r
\R + X íJ\ K = L (0 3) + (1,0) ] =
10,3 2.495 W
, 2
2

2 -
(9 22)

-
Da Eq. (9 19), o torque de partida é
2.495
Ts = 7,04 = 7,04 = 9,76 lb-pé (9-19)
i 1.800

- - -
Ver se á mais adiante (Seç. 12 13) que, ao se realizar o teste de rotor bloqueado
(que é usado para determinar a resistência efetiva do rotor e a reat â ncia do rotor
bloqueado para um motor de indução, como parte do método convencional de
determinaçã o do rendimento desse motor ), é mais facilmente encontrada a potên-
cia de entrada do rotor calculada no Exemplo 9 11, a partir da qual o torque de -
partida é computado como no Ex. 9-11 acima.
Uma aproximaçã o conveniente, que muitas vezes é empregada na solu ção
de problemas de torque do motor de indu çã o, é uma equa çã o para o torque do rotor
a qualquer valor, s, do escorregamento, baseada no torque má ximo que foi cal
culado a partir do escorregamento m á ximo ou de bloqueio. Este pode ser calcu-
-
\
lado a partir da equaçã o

T = Tmax
2
(STm (9-23)
/ S) b (5/ Srmx )
"

{
onde T é o torque para qualquer escorregamento s e Trmax é o torque m áximo que
I
ocorre para o escorregamento sTmx '

EXEMPLO O torque máximo no Ex. 9-10 era 17,72 lb-pé para um escorregamento
de 0,3.
9-12: Calcule:
a. O torque a plena carga para o escorregamento de 0,03333 (do Ex. 9 9)
b. O torque de partida para o escorregamento 1,0 (do Ex. 9-11).
- .
Solução :

Da Eq. (9-23),
~

a. T = 17,72 lb-pé | 2
(0,3/0,03333) + (0,03333/0,3)
2 N
= 17,72 9,111 =
3,88 lb pé -
b. T = 17,72 lb-pé
[ 2
(0,3/1,0) + (1,0/0,3) ]- (é ) =
17'72 9,76 lb-pé

Note-se que este método leva às mesmas respostas obtidas nos Exs. 9-9 e 9-11.
328 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

9-13. MEDIDA DO ESCORREGAMENTO POR VÁRIOS M ÉTODOS


Ao testar -se um motor de indu ção e determinar-se o escorregamento para
vá rias condições de carga, é essencial que aquele valor do escorregamento obtido
seja preciso, já que ele aparece em todos os cálculos usados nas equa ções acima.
Por esta razã o, o escorregamento quase nunca é determinado por medidas diretas
da velocidade do rotor, uma vez que um pequeno erro na medida da velocidade
do rotor produziria um grande erro no valor do escorregamento. Por exemplo,
a velocidade de plena carga no Exemplo 9-9 é 1.740 rpm. Se a velocidade do rotor
for medida por um taqu ímetro (quer mecâ nico quer elé trico), que tenha um erro
possí vel de 2 % (comum para tal tipo de dispositivo), a leitura pode ser 1.740 ± 35
rpm, ou tão alta quanto 1.775 rpm ou tã o baixa quanto 1.705 rpm. O valor real
do escorregamento, como determina o Exemplo 9-8, é 0,03333; entretanto, o escor-
regamento correspondendo à medida com um taquímetro com 2 % de erro ( usando
1.800 - 1.705
o valor mais baixo) seria s = ou 0,05275. O erro produzido no
1.800
0,05275 - 0,03333
valor do escorregamento é, assim,
0,03333 = 58,26 %. Então um PC-
queno erro de 2 % na medida da velocidade do rotor resultou num erro grande de
58,3 % no cô mputo do escorregamento. Esse erro no escorregamento seria levado
adiante através dos cálculos em todas as equações empregadas, fornecendo valores
completamente errados. Por esta razã o, a medida da velocidade do rotor é rara -
mente usada e tenta -se medir diretamente o escorregamento.
Talvez a maneira mais simples e direta de medir o escorregamento, isto é,
diferen ça da velocidade sí ncrona e a velocidade do rotor , seja comparar a veloci-
dade do motor de indução com a de um pequeno motor sí ncrono como mostra
a Fig. 9-12a . O motor sí ncrono empregado deve ter o mesmo n ú mero de pólos
que o motor de indução. Nas extremidades de cada eixo instala-se um cilindro
de um material fenólico ou outro material isolante conveniente, no qual tenham
sido convenientemente colocados anéis coletores aos quais se liga um pequeno
contactor, como mostra a figura. Os anéis coletores sã o ligados a uma fonte de
tensã o em sé rie com o contador elétrico de pulsos (quer do tipo relé eletromecâ-
nico ou do tipo contador de pulsos eletr ónico digital). O motor sí ncrono girará
sempre à velocidade sí ncrona, que é a velocidade do campo girante do motor de
induçã o. Cada vez que o motor de indução escorrega uma rotação, os contactores
correspondentes ao motor de indução e ao motor sí ncrono fecham o circuito e
registram um pulso. O n ú mero de pulsos registrado por minuto ( rpm) é corres-
pondente à velocidade do escorregamento em rpm, a partir da qual o escorregamento
é facilmente calculado pela Eq . (9- 1) .
Um mé todo similar é mostrado na Fig. 9-12b, que ilustra o uso de um diferen-
cial mecânico , cuja engrenagem de saí da gira a uma velocidade igual à diferença
entre as das duas engrenagens de entrada, às quais estã o ligadas os eixos dos mo-
tores sí ncrono e de induçã o. Um contador mecâ nico ou um tacómetro mecâ nico
ou elé trico de baixa velocidade será usado para registrar diretamente a velocidade
associada ao escorregamento. Este mé todo tem a desvantagem de carregar ligei-
ramente os motores de induçã o, devido ao atrito e arrasto da engrenagem do dife-
MáQUINAS DE INDU çãO POLIFáSICAS ( ASSí NCRONAS) 329
* Diferencial
Contactor, mecâ nico
í
Motor Motor de Motor m\\ \ i / //|
/4
sfncrono
h
Lindução
2
síncrono
£
^.
0
i
Motor de
indu ção
2
ii

*
Éw/ / n \\m
Engrenagem
rK C C de sa fda
E
h ( a ) Contador eletromecã nico. ( b ) Contador diferencial mecâ nico.

Rede

V.

T , \ T3 $ ©
i o Fonte 3 0
o

%
(c ) Método estroboscópico
<6 pólos) .
Fig. 9-12 — Vá rios m étodos para medida direta do escorregamento.

rencial, e n ão deve ser usado em pequenos motores de indução para medida do


escorregamento. 11
Uma medida ótica que n ão produz carregamento de qualquer espécie e que
pode, portanto, ser usada no menor dos motores é o m é todo do estrobosc ò pio
mostrado na Fig. 9-12c. Esse método utiliza um tubo de gás de tamanho e brilho
suficientes contendo um gás inerte : n éon, argô nio ou xen ò nio, mais comumente.
Uma rede desionizante e pulsante proporciona pulsos que são sincronizados à
i frequ ência da linha de alimenta çã o do estator do motor de indu çã o. A luz emitida
pelo tubo incandescente pisca em sincronismo com a frequência da fonte. Se o
motor de induçã o gira à velocidade sí ncrona, um jorro de luz ocorre a cada vez
que o disco do motor e seus setores avançam um pólo (60° no caso). Assim, o
disco estroboscó pico parece estar parado, porque um novo setor aparece no lugar
do outro (cada sexto de volta) para ser iluminado . Toda vez que, devido ao escor-
regamento, o motor de induçã o n ão estiver girando à velocidade sí ncrona, os
\ setores recebem um jorro de iluminaçã o completo antes de terem completado
í
60° de rotaçã o. O efeito é que o disco d á a ilusã o de estar girando para trás, no
sentido oposto ao da rotação do motor. Contando o n ú mero de rotações aparentes
em um minuto teremos a velocidade associada ao escorregamento em rpm . Para
;
cargas razoavelmente pequenas, este m é todo é muito preciso. Para cargas muito
h
*
grandes, acima da plena carga , a velocidade do escorregamento aumenta e, algu -
c
* mas vezes, é necessá ria muita pratica para contar as rotações associadas ao escor -
t
11
Pode ser utilizado um diferencial elétrico com menor atrito efetivo, como se vê na Fig. 11 14.
-
f
Ik

330 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

regamento de maneira correta, devido ao grande aumento na velocidade do escor-


regamento.
O disco mostrado na Fig. 9-12c é usado para um motor de induçã o de 6 pólos
cuja velocidade sí ncrona é 1.200 rpm. Discos de vá rios desenhos devem ser usados
dependendo da velocidade sí ncrona a ser medida : dois setores pretos para mo-
tores de dois pólos ; 4 setores pretos para motores de 4 pólos ; e assim por diante.
Nas fá bricas em que se empregam l â mpadas fluorescentes para iluminaçã o,
o efeito estroboscópico descrito acima pode algumas vezes produzir uma ilusão
errónea de que as má quinas que giram rapidamente estão realmente girando muito
lentamente ou que estão mesmo paradas. Este perigo é eliminado ligando-se vá-
rias lumin á rias adjacentes a diferentes fases de um suprimento trif ásico, ou por
meio de redes que desloquem as fases nos lastros de certas luminá rias. Dessa ma-
neira, a iluminação produz jorros distribuí dos de maneira fortuita e não há perió-
dicos acendimentos e apagamentos, da iluminação má xima à nula, na frequ ência
da rotaçã o das m á quinas ou próxima dela.

9-14. PARTIDA DO MOTOR DE INDUÇÃO


Na maioria das utilizações, residenciais ou industriais, pequenos motores
de indu çã o do tipo gaiola, de pequena pot ê ncia, podem arrancar por ligação direta
à linha, sem que se verifiquem quedas objetá veis na tensão de suprimento e sem
que se verifique um grande aumento do per í odo de aceleração até a velocidade
nominal . Semelhantemente, grandes motores de induçã o de rotor em gaiola ( mes-
mo de alguns milhares de HP) podem partir por liga çã o direta à linha sem quais-
quer danos ou mudan ça objet á vel de características da mesma, desde que esta
tenha uma capacidade suficientemente grande de corrente. Por exemplo, na vizi-
nhança de estações geradoras de usinas hidrelétricas, é usual que se abram e fe-
chem as represas por meio de motores de indu çã o de alguns milhares de HP ligados
diretamente à linha, sem nenhum dispositivo especial de tensã o reduzida para
a partida. Conseq úentemente, a “ partida direta ” à linha não precisa ser evitada,
se a linha for de capacidade suficiente para prover a tensão nominal e a corrente
requeridas pela partida do motor de indução e desde que tal partida não cause
12
dano ao motor de induçã o. *
,
2
Quando os suprimentos tiverem capacidade limitada , em comparação à corrente drenada pela
partida do motor de indução, entretanto, é possí vel que, devido à grande queda de corrente da linha
e à redução na tensão da linha, o motor de partida ( bem como outros motores) possa n ão desenvolver
um torque suficiente para acelerar a carga e, como resultado, possa solicitar correntes excessivas do
rotor e estator. Os equipamentos de proteção do motor e da linha podem, depois de um pequeno inter -
valo, desligar o motor, tomando necessá rio que este ú ltimo parta mais uma vez, de novo ocorrendo
-
todos os dist ú rbios na linha tensão. As frequentes flutuações de tensão podem també m afetar equipa -
mentos eletrónicos e de iluminação a um grau tal que sejam necessá rios alguns métodos especiais de
partida do motor de indução para limitar a corrente de partida. Se as linhas que alimentam o motor de
indução do tipo gaiola têm impedâ ncias desiguais, as tensões no estator podem se tornar dese-
quilibradas, desequilibrando fortemente as correntes de linha, fazendo també m com que o equi -
-
pamento protetor desligue o motor. De fato, um desequil í brio de 1 2 % ’ nas tensões de linha do estator
pode provocar um desequil í brio de 20% nas correntes de linha , produzindo aquecimento' localizado
no motor e ruptura do enrolamento. O consumidor, usualmente, não se dá conta do desequilí brio da
M á QUINAS DE INDU çãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 331

Embora haja algumas exceções entre as vá rias classificações dos motores


de induçã o de tipo gaiola (Seç. 9- 21 ), um motor de induçã o usualmente requer
aproximadamente seis vezes a sua corrente nominal quando arranca com a tensão
nominal aplicada ao estator. No instante da partida, a corrente do rotor (e, por-
tanto, a corrente do estator) é determinada pela imped â ncia do rotor bloqueado
.
Rr + jXbl Assim, se a tensão do estator fosse reduzida à metade do seu valor, a
corrente de partida seria reduzida també m na mesma proporção, isto é, aproxi-
madamente a três vezes a corrente nominal. Mas a Eq . (9-8) indica que, se a tensão
de linha do estator for reduzida à metade do seu valor, o torque é reduzido a um
quarto do seu valor original. Assim, a redução desejá vel na corrente de linha do
motor foi obtida à custa de uma redução maior ainda e indesejável no torque de par -
tida. Se o motor arranca sob condições severas de carga, isto vai ter algumas con-
sequê ncias e é prová vel que o motor parta com dificuldade ou mesmo não chegue
a partir. Por outro lado, se o motor arranca sem carga , como no caso de algumas
máquinas- ferramentas, a reduçã o do torque pode nã o causar sé rios problemas
e a reduçã o de corrente é vantajosa .
A teoria dos vá rios mé todos de partida será discutida neste capí tulo. 13

9-15. PARTIDA COM TENSÃO REDUZIDA


COM AUTOTRANSFORMADOR
Motores de induçã o de tipo gaiola trif ásicos podem arrancar com tensão
reduzida usando um ú nico autotransformador trif ásico 14 ( ou autocompensador ),
ou trés transformadores monof ásicos, como mostra a Fig. 9- 13a. Os taps no auto-
transformador variam de 50 a 80% da tensã o nominal . Se o
-
açeJerâ r a carga na mais baixa tensão, os taps de tensã o mais alta devem ser tenta -
dos at é que se obtenha o torque de partida pró prio e desejado. A Fig. 9 13a é uma -
representaçã o diagramá tica de um tipo comercial ; o desenho nã o inclui os relés,
proteçã o de subtensã o e contatos usualmente associados aos dispositivos de partida
manual ou automá tica do compensador. A chave tripolar de duas posições é colo -
cada na posiçã o “ partida ” e deixada lá até que o motor tenha acelerado a carga
até aproximadamente a velocidade nominal. É ent ão rapidamente levada à posi-
ção “ funcionamento” , que liga o motor dirètamente à linha.
O compensauor de partida é usado somente durante o período de partida e
sua correspondente corrente nominal , baseada em que é um dispositivo de funcio-
namento intermitente , é algumas vezes um tanto menor do que a de um transfor-
mador da mesma pot ê ncia , e que poderia ser usado para suprir um motor de in-
duçã o continuamente a partir de uma fonte de tensão mais alta . O autotransfor -
mador age de duas maneiras para reduzir a corrente solicitada à linha : ( 1) reduz

tensão da fonte, porque ele mede apenas as tensões de linha do estator com o motor em operação.
Ele não se dá conta de que o motor equilibrou suas tensões do estator desequilibrando suas corren-
tes, algumas vezes gravemente.
1
JPara uma discussão de dispositivos manuais e automá ticos de partida, veja Kosow, Control
-
of Electric Machines , Prentice Hall, 1973, Cap. 5 e 7.
14
A teoria dos autotransformadores é apresentada na Seç. 13-12.
332 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

ç2 LJ
L1 1- 2 L3

o o o
o o o o
o o o
o o o
Chave
tripolar í Chave
O- \ bi polar

-
L O o
- -b
L O r O

^Partida
o \
.
o pPartida
Funcio -
namento
, T' Funcio - T
namento
% M 7T2 M
T3
TJ
( a ) Três compensadores ligados ern Y. ( b) Dois compensadores ligados em delta aberto.

Fig. 9 13 - — Partida com tensão reduzida através de autotransformador.


a corrente de partida do motor pela redu çã o de tensã o e ( 2 ) pela relaçã o de espiras
do transformador, na qual a corrente de linha primária é menor do que a corrente
secundária do motor . Uma vez que a rela çã o de espiras també m representa a re -
laçã o de tensões, a corrente de linha de partida é reduzida , portanto, pelo quadrado
da relaçã o de espiras, como ilustra o Exemplo 9- 13 a seguir.
Como o compensador é usado apenas intermitentemente, uma economia
( eliminaçã o de um transformador ) é obtida se se ligarem dois transformadores
em delta aberto (ou V - V ) como mostra a Fig. 9- 13 b. O arranjo produz um pequeno
desequil í brio da corrente na perna do meio L 2, de aproximadamente 10 a 15 % da
corrente de partida ; mas esse desequil í brio n ã o é excessivo e n ã o afeta as carac-
ter ísticas de partida do motor de maneira significativa .

E X E M P L O Um motor de indu ção trif ásico, 208 V, 15 HP. rotor em gaiola , tem uma cor -
0- 13 : rente nominal de 42 A e uma corrente de partida de 252 A para a tensão nominal. À
tensão nominal , o torque de partida é de 120 ib- pé. Um compensador é usado
na liga çã o do motor e para a partida usam -se t a p s de 60 %. Calcule :
a. A corrente de partida do motor à tensão reduzida .
b. A corrente de linha do motor, desprezando-se a corrente de excitação do
transformador e as perdas.
c. O torque de partida do motor à tensã o reduzida .
d . A corrente de linha na partida à tensão reduzida como percentagem da corrente
à tensã o nominal .
e. O torque na partida à tensão reduzida como percentagem do torque à tensão
nominal.

Solução:

a. / pm ~ 0.6 x 252 A = 151,2 A no motor


b. IL — 0,6 x 151,2 A = 90,72 A solicitada da linha
c. 7 = ( 0,6 ) 2 x 120 Ib- pé = 43,25 lb- pé
M áQUINAS DE INDU çãO POLIFá SICAS (ASSí NCRONAS) 333
d. Corrente percentual de linha na partida =
90,72 A
x 100 = 36 por cento da corrente de linha à tensão nominal
252 A
e. Torque percentual de partida = 43,25 lb- pé x 100 = 36 por cento do tor
120 lb-pé -
que de partida à tensão nominal.

Como mostra o Exemplo 9-13, uma redu ção de tensão de 60 por cento de tensão
nominal resulta numa reduçã o da corrente de linha e do torque para 36 por cento
dos valores nominais. Semelhantemente, uma reduçã o na tensã o para 70 por cento
produziria aproximadamente a metade (49 por cento) do torque de partida e apro-
ximadamente a metade da corrente de linha na partida. O tap de 70 por cento
é um valor razoá vel que costuma ser usado na prá tica.

9- 16. PARTIDA COM TENS ÃO REDUZIDA, COM


REATOR OU RESISTOR PRIM Á RIO
Se um resistor ou um reator é ligado em série a cada uma das fases do estator
na sua ligaçã o à linha , a alta corrente de partida produj uma reduçã o imediata
da tensã o aplicada aos terminais do estator. O torque do motor é reduzido propor
cionalmente ao quadrado da tensã o aplicada aos terminais do estator, mas a cor
-
rente de linha é reduzida apenas na proporção da redução de tensão. A Fig. 9 14a -
mostra esse circuito, no qual tanto as resistências como as bobinas de reatâ
-
ncia
podem ser usadas para produzir uma redução suficiente na tensão do estator
no
momento da partida .
Esse m é todo de partida é algumas vezes chamado “ imped â ncia primá ria de
aceleração” e o seu efeito é visto na Fig. 9-14b. É mostrada a curva torque escor
- -
regamento para o motor a plena tensã o . Usando quer a resist ê ncia prim á ria quer
a reatâ ncia prim á ria, uma reduçã o na tensã o do estator no instante da partida
produz a redu çã o de torque indicada . Se esta tensã o ( e a corrente prim ria)
á fosse
constante, a curva de torque do motor seria aquela que segue a linha pontilhada
mostrada na figura . Conforme o motor acelera, entretanto, a tensã o aplicada ao
estator aumenta devido à redu çã o na corrente de linha ( menos a queda de tensã o
na imped â ncia em sé rie) e o torque aumenta com o quadrado do aumento da tensão
.
_ A partida com tensã o reduzida atrav és de_
uma resist ência em sé rie com o
estator melhorará o fator de pot ência da partida , mas produzirá maiores
perdas ;
e o torque m á ximo n ã o será tão grande como seria para a mesma impedâ
ncia em
sé rie usando um reator equivalente . Mas, como indica a Fig. 9-14b, para
a mesma
impedâ ncia, a corrente de partida e o torque no instante da partida são os
mesmos
para a partida com um resistor ou um reator inseridos. As vantagens da
partida
com reator, que sã o as perdas reduzidas, bem como o aumento no torque má ximo,
sã o algumas vezes contrabalan çadas pelo maior custo dos reatores. Por
esta ra-
zã o, a partida com reator é reservada geralmente a motores de indução de grandes
pot ências.
334 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

F o n t e 3 (p
E
L L2 L3 &
O O O JS
/ / / S O
o
&
Funcio - E
y
& A onamento
®
o
c-
4 <

2 3
///
| Partida
<u
E
8 )
1
(
e.
L

< O
o
(O
LU

T1 100
M r3 Torque

(a ) Partida com reator ou resistor primário. (b) Efeitos da impedáncia do estator.


Fonte 3 (p
LI
*
r3
Fonte 3 <p

1-1
Funcionamento ( A )
Funcio-

C Partida
Lly ^20 ^
L- 3( > ò namento

Chave
T, ^7o .
T8
o
T9
o
o o o
tripolar
;
T 5
T\
'
0
0r
TWj
° ' \ Zf
T 0

? ? ?
Partida
( estrela )

( c ) Partida estrela-delta. (d ) Partida por enrolamento parcial .

Fonte Li L3

Desligado fl\ mi nu /
T3 Desligado
R

M , M2 t
Anel de
curto-ci rcuito
/
/
/
/
o
o
o Off
M3 E1 Desligado
( e ) Resistê ncia secundá ria para partida e controle.
Fig. 9- 14 — Métodos de partida para motores de indução.
9- 17. PARTIDA ESTRELA-TRI Â NGULO
A maioria dos motores polif ásicos de indução tipo gaiola é bobinada com seus
enrolamentos no estator em delta (ou malha) . Alguns fabricantes fornecem mo-
tores de indução com in í cio e fim de cada enrolamento de fase marcados , a fim de
M áQUINAS DE INDU çã O POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 335
que seja feita a ligação externa. No caso de motores de induçã o trif ásicos , estes
podem ser ligados à linha quer em delta , quer em estrela. Quando ligados em
estrela, a tensão de fase impressa no enrolamento é L ou 57,8% da tensã o
V 3=
~

de linha. Assim, por meio de chaves, como mostra a Fig. 9-14c, é possí vel fazer
partir um motor de induçã o em estrela com pouco mais da metade da sua tensão
nominal aplicada a cada bobina e fazê-lo funcionar em delta com toda a tensão
da TinHaaplicada _póF Bobina. Como o torque varia com o quadrado da tensão
aplica3ã~por fase, a reduçã o de tensã o quando da ligaçã o em estrela produzir
á
aproximadarnente um terço do torque normal de partida à plena tensão.
Quando èsf è torque de partida baixo for possí vel, com uma corrente de partida
de aproximadarnente 58% da corrente normal de partida, este método, que é razoa-
velmente barato, é freq úentemente empregado. Deve-se dizer que um tal motor
(com 6 terminais de estator no caso de um motor trif ásico) é um tanto mais caro
que o motor de indução convencional ; mas seu custo é menor do que o de um
compensador de partida ou impedâ ncias primá rias associadas ao dispositivo de
' partida .
O chaveamento da posição estrela para a posição delta deve ser feito tão rapi
damente quanto possí vel para eliminar grandes correntes transit ó rias devidas à
-
momentâ nea perda de potência. 15 Por esta razão, usam-se chaves com mola aco-
plada, tripolares, de dupla posiçã o, em lugar das chaves com folha de faca.

9- 18. PARTIDA POR FASE DIVIDIDA

Freq úentemente, motores de indução tipo gaiola polifásicos são projetados


com enrolamentos parciais ou de fase dividida , isto é, dois enrolamentos idênticos
por fase cada um dos quais produzirá o mesmo n ú mero de pólos e o mesmo campo
magn ético girante. A vantagem de tais enrolamentos é que eles podem ser ligados
em sé rie para sistemas de alta tensã o, ou em paralelo para sistemas de baixa tensã o ;
e um tal motor, do ponto de vista do fabricante, é um motor de mais aceitação no
mercado. A Fig. 9- 14d mostra um motor de induçã o tipo gaiola, 220 440 V com
enrolamentos divididos podendo ser usado numa linha de 220 V. Na partida,
/
somente uma seçã o estrela é empregada. As duas chaves sã o mostradas na Fig.
9-14d para simular o tipo de dispositivo de partida empregado em motores de
indução de fase dividida. A vantagem da partida com fase dividida é que a resis
tê ncia do estator e sua reatâ ncia sã o o dobro das que correspondem aos enrola -
-
mentos quando estão em paralelo na partida. A resultante corrente de partida é
aproximadarnente 65% da corrente de partida normal (com os dois enrolamentos
em paralelo), e o torque de partida é da ordem de 45 % do torque normal de partida.
O motor parte, assim, com metade de seu enrolamento ligado em estrela ; e, quando
atinge velocidade, o segundo enrolamento é ligado em paralelo. Devido ao pro
-
nunciado decréscimo na curva torque-escorregamento durante a partida, os
fabricantes usualmente recomendam que a partida por fase dividida seja apenas
15
TONIOLO, S. B. Behavior of induction motors after short interruptions of supply
. Elettrotecnica,
.
vol 30, 1943, pp. 181-4.
336 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

utilizada quando o motor parte com carga muito pequena ou sem carga nenhuma,
como no caso de ventiladores ou furadeiras.

9- 19. PARTIDA DE MOTOR DE INDU ÇÃO DE ROTOR BOBINADO


Nenhuma discussã o de partida de motor seria completa sem que se mencioT
nasse o motor de indução de rotor bobinado. Como se indicou previamente, o
torque de partida do motor de induçã o de rotor bobinado pode ser ajustado por
meio de resistências externas associadas ao circuito do rotor para prover torques
de partida da ordem do torque máximo. Limitando-se a corrente no circuito do
rotor [ Eq. (9-6)], e provendo-se fator de potência e torque mais altos no instante
da partida, a corrente de linha no estator é consideravelmente reduzida. O dia-
grama mostrado na Fig. 9-9 é representado mais uma vez na Fig . 9-14e sem os
anéis coletores indicados e sem os detalhes de construçã o do controlador da resis-
tência. A barra de curto-circuito tem agora a forma de anel, operado por uma
manopla isolada.
Na posiçã o “ desligado” , mesmo com o rotor energizado o motor não girará
porque o rotor está em circuito aberto. O motor arranca no primeiro contato com
a má xima resist ê ncia do circuito do rotor (e torque má ximo), e é acelerado
movendo-se a manopla no sentido dos ponteiros do relógio, diminuindo a resis-
t ê ncia do rotor. Na posiçã o final, o rotor é completamente curto-circuitado. Se
os resistores usados no secund á rio tiverem uma dissipaçã o para permanecerem
no circuito, o dispositivo de partida pode servir també m como controlador de
velocidade ( Fig. 9-10 b). A combinaçã o da capacidade para desenvolver altos
torques de partida para partir sob carga com as vantagens advindas do controle
da velocidade tem levado o motor de induçã o de rotor bobinado a uma grande
popularidade para numerosas aplica ções.

9-20. MOTOR DE INDUÇÃO COM PARTIDA DE LIGAÇÃO


DIRETA À LINHA , COM ROTOR DE DUPLA GAIOLA
Deve-se notar que, com exceção do transformador e da imped â ncia ligada
ao estator, os métodos de partida à tensã o reduzida exigem construções especiais
para os motores delta-estrela, para os de fase dividida ou para o motor de indução
de rotor bobinado. Em resposta à grande demanda de um motor de constru çã o
simples , que pudesse arrancar diretamente ligado à linha e que não produzisse
objet á veis flutuações na tensão daquela, desenvolveu-se o rotor de dupla gaiola.
As ciirvas de torque-escorregamento para o motor de induçã o normal (categoria A,
Fig. 9-16) indicam que as características de funcionamento ( velocidade aproxima-
damente constante com a carga ) são excelentes , mas que as caracter ísticas de par-
tida sã o pobres (alta corrente a baixo fator de pot ência). Inversamente, omitindo
a vantagem do controle de velocidade, o motor de indu çã o de rotor bobinado
(descrito na seçã o anterior ) tem uma excelente caracter ística de partida , mas pobres
caracter í sticas de funcionamento (escorregamento proporciona ) à resist ê ncia do
rotor) ; ademais; a aquisiçã o de um motor de induçã o de rotor bobinado implica
*
M áQUINAS DE INDU çã O POLIFáSICAS ( ASSí NCRONAS)
337
t num custo maior devido ao controlador e seus resistores associados. O motor
k de induçã o de rotor bobinado tem uma alta resistê ncia de rotor na partida , enquanto
que o motor de induçã o convencional tem uma baixa resist ência do rotor durante
o seu per íodo de funcionamento.
O rotor DQ dupla gaiola* mostrado na Fig. 9-15, foi desenhado para que se
,

conseguisse um melhor motor de induçã o de partida direta da linha . Dependendo


r das suas caracter ísticas nominais, usam -se algumas variações na
construção do
rotor . A Fig. 9- 15 b mostra um rotor fundido correspondente a um motor de grande
capacidade, no qual são usados dois conjuntos de barras do rotor de diferentes
ligas , tendo seções transversais de mesma á rea ou de á reas diferentes. A
barra
de cima é construída de uma liga de cobre de alta resistência e a barra de baixo
pode ser de alum í nio fundido ou de uma liga de cobre de baixa resist ência
. As
barras de cima estã o próximas do campo magnético girante e estã o engastadas
em ferro , de maneira que, quando por elas circula a corrente, sua auto indutâ
li e sua reatâ ncia de dispersã o são pequenas. As barras de baixo são engastadas
ncia -
profundamente nas ranhuras e est ã o separadas do ferro do estator por um grande
entreferro magnético, produzindo uma elevada auto-indutâ ncia e uma grande
reat â ncia de dispersã o.

i Barras de baixa
resistê ncia
Barras de alta

-^ reatâ ncia e alta
-
reatâ ncia e baixa V? I
resistê ncia »

í .
(a ) Laminação t ípica ( b ) Ligas diferentes. ( c ) Rotor de alum ínio fundido.

- — Constru ção dupla gaiola do rotor.


Fig. 9 15

Na partida, portanto, quando a freqiíência do rotor é grande e igual à da linha,


a impedância do enrolamento de baixo é muito maior que a do enrolamento de
cima . A maior parte da corrente do rotor é induzida , portanto, no enrolamento
de cima , que é projetado de tal maneira que sua alta resist ência iguale sua reat â ncia
durante a partida , desenvolvendo-se o torque m á ximo.
Conforme o motor acelera, entretanto, a frequê ncia do rotor decresce e a
impedâ ncia do enrolamento mais baixo ou mais interno também decrçsce, fa-
zendo com que mais e mais corrente seja induzida nele. Para pequenos valores
de escorregamento, portanto, quando o motor est á na sua gama de funcionamento
normal de plena carga , a maior parte da corrente circula pelo enrolamento de
baixo de baixa resist ência , levando a um alto rendimento (baixas perdas no cobre)
e a uma boa regulaçã o de velocidade (escorregamento proporcional à resist ência ).
-
Em motores menores, como mostram as Figs. 9 15(a) e (c), as laminações
sã o projetadas de tal maneira que, em virtude da forma e da seçã o transversal,
338 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

possa ser usada uma liga comum. As barras de baixo tê m maior á rea e menor
resist ência com maior reatâ ncia , e as barras de cima de menor á rea tê m maior
resist ência e menor reatâ ncia.

9-21. CLASSIFICAÇÃ O COMERCIAL DOS MOTORES DE INDUÇÃO


O desenvolvimento do rotor de dupla-gaiola criou uma tal versatilidade no
que toca ao projeto dos motores de induçã o que conduziu a uma variedade de
caracterí sticas torque-escorregamento. Ajustando convenientemente o enrolamento
de dupla-gaiola, os fabricantes desenvolveram numerosas variantes do projeto
do rotor fundido ú nico ou normal. Essas variantes resultam em torques de partida
maiores ou menores que os do desenho normal e també m correntes de partida
reduzidas. Para distinguir-se entre os vá rios tipos dispon í veis, a Associação Bra-
sileira de Normas Técnicas, com base em estudos da NEMA ( National Electrical
Manufacturer’s Association), adotou um sistema de código alfabético, no qual
cada tipo de motor de induçã o de rotor em gaiola é construí do de acordo com um
tipo particular normalizado de projeto e se situa numa certa categoria designada
por uma letra.16 Uma vez que cada letra especifica um tipo diferente de constru-
çã o do rotor, a descriçã o a seguir servirá para esclarecer a seleçã o de motores do
tipo gaiola para os diferentes tipos de serviço.

9- 21.1 CATEGORIA A
Como mostra a Fig. 9-16, o motor da categoria A é um motor de indução
do tipo gaiola normal construí do para uso à velocidade constante. Tem grande
a á rea das ranhuras ( para uma boa dissipaçã o de calor) e as barras do rotor razoa-
velmente profundas. Durante a partida, a densidade da corrente é elevada em
pontos pró ximos à superfície do rotor ; durante o funcionamento, ela se distribui
• de maneira razoavelmente uniforme. Esta diferença permite alta resistência e
baixa reatâ ncia na partida, resultando em um torque de partida de 1,5 a 1,75 vezes
o torque nominal (de plena carga). O torque de partida razoavelmente alto e a
baixa resistência do rotor produzem uma aceleraçã o bastante rá pida at é a velo-
cidade nominal. Como mostra a Fig. 9-16, o motor de indução da categoria A
tem a melhor regulaçã o em velocidade (cerca de 3 a 5% ). Mas a sua corrente de
partida infelizmente varia entre cinco e sete vezes a corrente nominal , tornando-o
menos desejá vel para partida direta, principalmente para os tamanhos maiores.
Em potê ncias menores que 5 HP, entretanto, um motor de induçã o da categoria A
tem frequentemente partida direta ; e, devido à sua rá pida aceleração, nã o se pro-
duzem os efeitos indesejá veis das correntes extremamente elevadas.
16
A classificação em categorias, aqui discutida, não deve ser confundida com o código de letras
do National Electric Code (NEC), adotado também pela ABNT. A parte especial do NEC aqui
-
mencionada é dada no apêndice como Tabela A 6. Cada letra representa uma relação específica
- -
dos kVA na partida para a potência nominal unitária. A Tabela A 6 é usada para determinar se o tipo
- -
de fusí vel para um dado motor. As letras do código da Tabela A 6 aplicam se a todos os motores
-
CA mono ou polifásicos, enquanto que a classificação em categorias refere se aos motores de indução
apenas. Os dois grupos de letras não são correlacionados : a classificação em categorias nada tem
a ver com as letras do código.

I
M áQUINAS DE INDU çãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 339

i
f Velocidade
0
síncrona

o
c I
•» <D A
E B
*
t *
o
o
U)
Categoria A : Normal
B: Utilização geral
C: Dupla -gaiola -
CD
0)
elevado torque
TJ D: Elevada resis -
E t ência do rotor i D
8to> F: Dupla-gaiola -/
c)
O
o
baixo torque /F c
Q-

100
Nominal 2 x Nominal 3 x Nominal
Torque
Fig. 9 16 - — ísticas torque-escorregamento de motores de
Caràcter
indução de rotor em gaiola de esquilo comerciais (padrão NEMA ).

x. -
*•
fv
t -
9-21.2 CATEGORIA B

Esta letra designa um motor de induçã o que é algumas vezes chamado de


motor de utilização geral. Como mostra a Fig. 9-16, sua curva torque escorre
r gamento assemelha-se muito à do motor normal (categoria A). O enrolamento
- -
do motor está mais profundamente engastado nas ranhuras do rotor, do que o
*
normal da categoria A , e a maior profundidade tende a aumentar as reatâ ncias
I de partida e de funcionamento do rotor. O aumento da reat â ncia de partida reduz
um pouco o torque de partida , mas reduz também a corrente de partida . Um valor
!í - algo menor de corrente de excitaçã o é usado neste motor para produzir a corrente
reduzida de partida e a característica mostrada na figura. As correntes de partida
W
I variam de 4, 5 a 5 vezes a corrente nominal ; e, nos tamanhos maiores, acima de
5
5 HP, ainda se usam mé todos de arranque à tensão reduzida para esta categoria.
t Devido à sua corrente de partida algo menor e sua caracter ística praticamente
igual aos da categoria A, os da categoria B são os motores geralmente preferidos
I em tamanhos maiores.
R

9-21.3 CATEGORIA C
O motor de induçã o identificado pela letra C é um motor cujo rotor é do tipo
dupla - gaiola descrito na seçã o anterior e mostrado na Fig. 9-15. Desenvolve um
torque de partida maior, de 2 a 2,5 vezes o nominal, em comparação com os das
categorias A e B, e uma corrente de partida ( menor) de 3,5 a 5 vezes a nominal.
Devido ao seu elevado torque, ele acelera rapidamente. Quando usado com cargas
pesadas, de elevada iné rcia, entretanto, tem dissipaçã o t é rmica limitada, já que
a maior parte da corrente se concentra no enrolamento superior. Sob condições
W

li
pt í
)
Íí
340 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

de partidas frequentes, o motor pode apresentar tend ência ao sobreaquecimento.


Adapta-se melhor a cargas instantâ neas elevadas mas de pequena iné rcia .
A Fig.
9- 16 mostra que este motor continua a desenvolver um torque elevado
quando
o escorregamento cresce at é o correspondente ao torque m á ximo, que
ocorre
com o rotor bloqueado. O motor categoria C, entretanto, tem pior regula
ção
em velocidade que os das categorias B e A , como mostra a Fig. 9- 16.

9- 21.4 CATEGORIA D

A designação D refere-se ao motor conhecido como motor do rotor de alta


resist ência, portanto de alto torque. As barras do rotor são construí das de uma
liga de alta-resistência e sã o colocadas em ranhuras pr ó ximas à superfície ou en
gastadas em ranhuras de pequeno diâ metro. A relaçã o da resistência para a rea
-
tâ ncia do rotor , na partida, é maior que nos motores das categorias anteriores.
-
Como mostra a Fig. 9-16, o torque de partida destes motores aproxima-se a 3
vezes o torque nominal , com correntes de partida de 3 a 8 vezes a carga nominal,
dependendo do projeto. Este motor é projetado para ciclos de trabalho incluindo
partidas pesadas ; mas novamente, como nos motores categoria C, n ã o é reco-
mendado para partidas frequentes devido à pequena seçã o transversal e à pouca
capacidade de dissipaçã o té rmica . Encontra sua principal aplicação em cargas
tais como estampadoras e guilhotinas, que exigem elevado torque com a aplicação
de cargas s ú bitas. A regulação em velocidade é a mais pobre de todas as categorias,
como mostra a Fig. 9-16.

9- 21.5 CATEGORIA F

O motor de indução identificado pela letra F é conhecido como motor de


dupla-gaiola, baixo torque. É projetado fundamentalmente para ser um motor de
baixa corrente de partida , uma vez que requer a menor corrente de partida entre
todas as categorias apresentadas. O motor categoria F tem uma muito elevada
resistência do rotor em ambos os enrolamentos, quer o de partida , quer o de funcio
namento, tendendo a aumentar a impedâ ncia de partida e de funcionamento, e a
-
reduzir as respectivas correntes. O motor categoria F foi projetado para substi
tuir o motor categoria B. O motor categoria F produz torques de partjda de apro
-
ximadamente 1,25 vezes o nominal , e baixas correntes de partida de 2 a 4 vezes
-
a nominal . Os motores categoria F, para serviços usuais, sã o geralmente produ
-
zidos em tamanhos maiorçs que 25 HP. Devido às resistências relativamente ele
^
vadas do rotor quertia partida, quer em funcionamento, estes motores têm regu
-
lação em velocidade mais pobre que a dos motores da categoria B, ipenor capa
-
cidade de sobrecarga, e normalmente menor rendimento. Quando acionados
-
com cargas leves, entretapto, as baixas corrçntes de partida eliminam a necessi
dade de equipamento de tensão reduzida, mesmo nos tamanhos grandes.
-
A Tabela A-9 do Apêndice relaciona os valores de correntes e torques de
partida para motores de indução trifásicos de 220 V , em tamanhos de 1 2 HP a
200 HP correspondentes a cada uma das categorias acima .
/
MáQUINAS DE INDU çãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 341

9-21.6 CONTROLE DA VELOCIDADE DE


MOTORES DE ROTOR FUNDIDO

Contrariamente ao caso do motor de anéis, o motor do tipo gaiola n ã o se


adapta fácil ao controle da velocidade. Mais ainda, a fraca regula ção em veloci-
dade de algumas categorias, como a D, segundo a Fig. 9-16, pode criar a neces-
sidade de algumas maneiras de varia çã o de velocidade que permitam obter a velo-
cidade desejada para uma determinada carga.
H á três maneiras possí veis de variar a velocidade dos motores em gaiola,
ou sejam :
1 . alterando a frequência aplicada ao estator,
2. alterando o número de pólos do estator (e conseqíientemente do rotor),
t- 3. reduzindo a tensão aplicada ao estator.
r
O segundo método, alteraçã o do n ú mero de pólos, requer motores especiais
projetados para alteraçã o do n ú mero de pólos por meio de um conveniente cha-
veamento , no qual os enrolamentos são ligados em combinações sé rie ou para-
lelo. Tais motores sã o chamados motores do tipo gaiola de múltipla velocidade .
Motores do tipo gaiola de m últipla velocidade podem ser encontrados em combi-
f nações de 2 velocidades ou 4 velocidades, mas estas técnicas sã o limitadas aos moto-
res polifásicos menores.
O terceiro método possí vel, de reduzir a tensã o aplicada ao estator enquanto
o motor gira a uma dada carga, como mostra a Eq. (9-13), reduz o torque máximo
e o nominal na proporçã o do quadrado da tensã o aplicada ao estator. Conquanto
este m étodo seja utilizado extensivamente em motores de induçã o monof ásicos,
‘ não se adapta aos polif
ásicos por duas razões : 1) a tensã o aplicada deve ser reduzida
consideravelmente a fim de que se produza a necessá ria reduçã o no torque e na
velocidade. Isto faz com que se torne muito pobre a regulação em velocidade do
motor e mesmo algo instá vel com as mudanças de carga ; 2) as correntes do estator
e do rotor aumentam quando a tensão decresce, ao manter-se constante o torque.
Por isto é que a tensão do estator deve ser reduzida consideravelmente, a fim de
efetuar-se uma alteraçã o na velocidade, novamente se produzindo uma muito
pobre regulação em velocidade.
O método mais ú til , portanto, é o primeiro, envolvendo uma alteração na
tensã o e frequência aplicadas ao estator, uma vez que n ã o requer motores espe-
ciais e aplica -se igualmente/a todas as categorias de motores do tipo gaiola. Os
motores - do tipo gaiola polifásicos são frequentemente cotados para 50/60 Hz,
mas isto nã o implica em que nã o haja diferença na operaçã o. A uma redução
da frequência aplicada ao estator de 5/6 o motor funciona a 5/6 da velocidade,
de acordo com a Eq. (9- la), em toda sua característica velocidade-carga. Mais
ainda , a fim de manter-se o mesmo fluxo no estator (e a densidade de fluxo), a ten-
sã o aplicada ao estator deve ser reduzida na mesma proporção . Infelizmente, à
menor velocidade, a capacidade do motor se autoventilar é reduzida. Ao mesmo
tempo, devido à menor tensã o no estator, a corrente de entrada nele e a sua potên
-
-
cia aumentam ( na relaçã o de 6/5), produzindo se mais calor internamente. O

i
342 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

rendimento é també m reduzido. É ó bvio, assim , que uma tentativa de obter-se


baixas velocidades por meio de redu ções na frequência e tensã o do estator é algo
limitada .
Inverso é o caso com as velocidades mais altas e, em vista da pobre regula ção
em velocidade de algumas categorias de motores do tipo gaiola, estas velocidades
mais altas podem ser desejadas. A frequências mais altas e tensões do estator
correspondentemente mais altas, a corrente e a pot ê ncia de entrada sã o reduzidas,
o rendimento e a velocidade crescem e, devido ao aumento da autoventila ção, a
capacidade aumenta . É precisamente por isto que motores de 400 Hz, da mesma
potência de motores de 60 Hz, sã o muito menores que estes, em tamanho.
Em geral, pode-se dizer que motores do tipo gaiola projetados para operação
a 50/60 Hz podem ser operados na gama de 25 a 180 Hz, levando-se em conta
1. que a tensão do estator deve ser aumentada ou diminuída na mesma proporção que a
frequêncial 7, e
2. que nas frequências e velocidades menores, a capacidade é reduzida, bem como o rendi-
mento.

Acerta -se, de modo geral , que, para se obter controle de velocidade em moto-
res do tipo gaiola polif ásicos, por alteraçã o da frequ ência , a fonte de pot ê ncia deve
ser um conversor de frequê ncia eletr ónico polif ásico ou um alternador acionado
por uma .má quina primá ria de velocidade variá vel . Conforme aumenta a veloci-
dade do alternador, ambas, tensã o e frequ ência do alternador aumentam, o que
simplifica , em muito, o controle da velocidade pela alteraçã o da frequ ê ncia. Não
sã o necessá rios ajustes especiais da tensã o, mas deve-se notar que um tal m étodo
de controle da velocidade, particularmente em motores maiores, é extremamente
caro. Por esta razã o, vá rios arranjos mecâ nicos com engrenagens e polias cónicas
são seguidamente usados em lugar dos métodos elétricos acima apontados.

9-22. O GERADOR DE INDU ÇÃO


As curvas torque-escorregamento da Fig. 9-16 indicam (at é o ponto do torque
m á ximo) que o torque é proporcional ao escorregamento, isto é, à medida que o
escorregamento decresce, o torque decresce també m . Quando o escorregamento
é zero, na velocidade sí ncrona , o torque é zero. Isto deve significar que, se a máq ú i-
na de induçã o é acionada a uma velocidade superior à sí ncrona , isto é, a um escor-
regamento negativo , o torque será negativo (o motor recebe pot ência mecâ nica em
vez de entregá-la ) e ocorre a operação como gerador . A transiçã o entre a operação
como motor e a operaçã o como gerador é uma fun ção do escorregamento.
De maneira contr á ria ao alternador sí ncrono, que é acionado a uma velo-
cidade sí ncrona com respeito a outros alternadores que alimentam o barramento,
o gerador de indu çã o deve ser acionado a uma velocidade acima da sí ncrona,
a fim de entregar potência ao barramento. A saída do gerador de indu çã o depende,
assim, do valor do escorregamento negativo, ou de qu ã o r á pido o rotor est á sendo
17
- - - - -
Veja problemas 12 2 e 12 3, bem como os exemplos 13 4 e 13 5 na Seçã o 13 2.
MáQUINAS DE INDU çã O POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 343

acionado, acima da velocidade síncrona , no mesmo sentido de rotaçã o que corres -


ponderia operando como motor de indução. Qualquer motor de indução, indepen-
dentemente do tipo , operará como gerador de induçã o, embora os tipos de rotores
de baixa resist ê ncia produzam maiores correntes para a mesma tensã o induzida. 18
O gerador de indução não é um gerador auto-excitado. É assim necessá rio
excitar o estator a partir de uma fonte externa polif ásica à sua tensã o e frequ ência
) nominais. Ele gerará apenas quando estiver ligado a uma fonte de tensã o e fre-
quê ncia fixas e se estiver entã o acionado a uma velocidade acima da velocidade
sí ncrona estabelecida pela frequência de suprimento. A Fig. 9-17 mostra as con-
diçõ es fasoriais para um motor de induçã o operando com uma corrente em atraso,
de um â ngulo de fase 6 m ; a componente da corrente de magnetizaçã o do estator,
7m , está atrasada da tensã o de suprimento de 90°. Quando o motor é acionado por
uma m á quina primá ria externa a uma velocidade superior à sí ncrona , uma fem
induzida do tipo gerador Eg, produz uma corrente Igi do mesmo tipo.
h

4*

. -
Fig 9 17
— Relações fasoriais aproximadas para motores
e geradores de indução.

A corrente geradora tem como sua componente a corrente de excitaçã o do


estator, 7m , e a corrente de tipo gerador Ig sempre se adiantar á em relaçã o à sua
tensã o gerada, Eg . Conforme o escorregamento negativo aumenta, a tensão gerada,

!
-
E . aumenta, aumentando a corrente geraéw em adianto, 7 entregue ao barra -
mento . A um escorregamento de aproximadamente -0,05, ou -5 %, o gerador
de induçã o est á a plena carga (as barras do rotor e os enrolamentos do estator
carregando a corrente nominal). Como o gerador de indução sempre fornece
uma corrente em adianto à linha, ele tem uma prová vel aplicaçã o como corretor
do fator de pot ê ncia . Nã o é usado para esta finalidade, entretanto, uma vez que
requer uma máquina prim á ria, enquanto um compensador sí ncrono superexci-
tado nã o a requer.
O princí pio do gerador de indu çã o é importante, entretanto, na frenagem
dinâmica de motores de indução ; a m á quina atua como um dispositivo de sobre-
velocidade e produz ação de frenagem quando a velocidade do motor excede à *

-
sí ncrona , uma vez que o motor de induçã o tornar-se á automaticamente gerador
de induçã o neste caso. ( É també m importante no estabelecimento do sistema
de proteção contra curto-circuito quando se utilizam motores de indu çã o.)
I 18
Acima da velocidade sí ncrona, o gerador de indução serve como freio dinâ mico automa-
ticamente. Abaixo da velocidade sí ncrona, qualquer motor do tipo gaiola polif ásico é frenado dina-
micamente, (1) removendo-se a potência aplicada ao estator e (2) substituindo-a por CC. O motor
se toma um gerador CC com a armadura em curto circuito, produzindo elevadas correntes do rotor
e levando o motor rapidamente à parada. V. KOSOW, Control of Electric Machines, Prentice- Hall,
1973, Cap. 7.

í
344 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES
'
Ji

- .
9 23 M Á QUINAS DE INDUÇÃ O COMO
CONVERSORES DE FfcEQOÊ NCIA
A fem induzida no rotor de um motor de induçã o de rotor bobinado pode
ser coletada dos anéis do circuito do rotor. Se o motor de rotor bobinado é acio-
nado a qualquer velocidade, o gerador de indução atuará como conversor de fre-
quência meramente pela variaçã o da velocidade do rotor e do sentido de rotação
do mesmo. Por exemplo, se o estator de uma máquina de induçã o é excitado a
60 Hz, o acionamento do rotor no mesmo sentido (que o movimento como motor)
produzirá frequ ê ncias abaixo da de 60 Hz da fonte, e â velocidade síncrona a fre-
quência será zero. Em repouso, a frequência gerada é 60 Hz; e, quando acionada
à velocidade sí ncrona no sentido oposto, a máquina gerará 120 Hz. A equaçã o
geral para a frequência de um conversor de indu çã o é :

Ncom
íconv fsínc 1 +
.
N s inc
(9- 24)

°nde J s ínc é a frequê ncia sí ncrona do estator em hertz


é a velocidade sí ncrona (120 f / P) em rpm
N conv é a velocidade do conversor em rpm.
O sinal mais na Eq . (9-24) é usado quando o sentido da rotaçã o é oposto ao
do campo girante do estator, e o sinal menos quando o sentido é o mesmo do campo
girante.

EXEMPLO Um motor de indução de rotor bobinado de oito pólos, operando lyjaJo a uma
9- 14 : fonte de 60 Hz, é acionado por uma máquina primá ria de velocidade variá vel
para funcionar como conversor de frequência.
a. Se for operado a 1.800 rpm no sentido oposto e ent ão a 450 rpm no mesmo
sentido, que frequências resultarã o?
b. Calcule as velocidades e os sentidos de rota ção requeridos para obterem -se
as frequências de :
1. 25 Hz
2. 400 Hz
3. 120 Hz

Solu ção :

Usando a Eq . ( 9-24 ),

(
a ‘ f conv = / 1 +
1.800
900 =
60 x 3 = 180 Hz para 1.800 rpm no sentido oposto

ao do campo magn é tico girante.


fconv J
\ — 30 Hz para
9OOj
450 rpm no mesmo sentido.

b. 1. 25 = 60 [ 1 + 4 conv
900
25 35
N conv —
- 1 + 60 900 =
60
900 = — 525 rpm ou 525 rpm no mesmo
MáQUINAS DE INDU çãO POLIFáSICAS ( ASSí NCRONAS) 345
sentido do campo girante.
N
2. 400 = 60 1 + ÇQflV
900
400
*conv = l - 1 60
900 = 900 = 5.100 rpm , no sentido oposto.

N
3. 120 = 60 1 conv
+ 900 .

120
- *co„ ! = I - 1 +
v
60
900 = (1) 900 = 900 rpm, em sentido oposto, com-
parado ao do campo girante.

O valor da fem induzida no rotor do conversor de frequência é meramente


uma fun çã o da velocidade relativa do rotor em relaçã o ao fluxo do estator (como
o é a frequência produzida ). No Exemplo 9-14(a), a fem a 180 Hz é seis vezes a
m& . fem a 30 Hz, uma vez que uma velocidade de 1.800 rpm no sentido oposto ao da
velocidade sí ncrona ( produzindo três vezes a fem para o rotor bloqueado) guarda
uma relação de seis para um em relação à velocidade de 450 rpm no mesmo sen-
tido que a velocidade síncrona ( produzindo a metade da fem para o rotor blo-
queado).
O uso de motores de induçã o de ané is como conversores de frequência també m
encontra aplica çã o no controle da velocidade dos motores de indu çã o pela ligaçã o
m ú ltipla e em vá rias técnicas secundá rias de “ tensões estranhas” . 19

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19
Para uma discussão dos mé todos comerciais de controle da velocidade de motores de induçã o
polif ásicos, veja KOSOW, Control of Electric Machines, Prentice- Hall, 1973.
I

Is &

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346 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

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-
QUESTÕ ES
9-1. Descreva as diferenças, no que diz respeito à construção, entre um motor sí ncrono e
um motor de indução de rotor em gaiola de esquilo com relação
a. ao estator
b. ao rotor.
r

MáQUINAS DE INDUçãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS ) 347

9- 2. Indique dois tipos construtivos de rotores de motores de indução e descreva cada um


deles.
9-3. Em relação à Questão 9-2.
a. qual o tipo de rotor que permite a introdução de uma tensão “estranha” ?
b. como se torna este rotor equivalente a um rotor em gaiola ?
9-4. Reproduza a Fig. 9- 1 completamente, mas para uma armadura de 12 ranhuras com 2
ranhuras / pólo- fase produzindo um campo magnético de 4 pólos ( Indicação : V. Fig.
9-2). Mostre :
a. os campos magnéticos resultantes produzidos por cada um dos grupos de bobinas
b. a rotaçã o dos campos resultantes para cada instante
c. que o deslocamento de fase dos campos resultantes corresponde exatamente ao des-
locamento fase-tempo da frequência da fonte.
9-5. Se n é o n úmero de ranhuras/ polo- fase, mostre que o n ú mero de pólos, P , que corresponde
ao produzido no estator e no rotor de um motor gaiola trifásico é P = 2n.
-
9 6. Explique de que forma a armadura de um estator de um motor sí ncrono de pólos não
salientes ou de um motor de indução pode produzir
a. o mesmo n ú mero de pólos de um motor do tipo gaiola
b. um campo guante cuja velocidade sí ncrona é representada por 120// P ou 120/72«
c. um campo magnético estacioná rio (Indicação : CC é uma forma de onda de frequên-
cia zero).
9-7. a. Explique por que o rotor de um motor do tipo gaiola é sempre forçado a girar no
mesmo sentido do campo magnético girante.
b. Explique por que a inversão dos terminais de duas linhas produz a inversão no sentido
de rotação do rotor.
c. Explique por que a velocidade do rotor é essencialmente uma função da velocidade
sí ncrona do estator (que, por sua vez, é função da frequência do mesmo) e do escor-
regamento.
9-8. O motor de indução é algumas vezes chamado de um transformador de frequência
variá vel. À luz desta afirmativa, explique :
a. as condições sob as quais as frequências do rotor e do estator são as mesmas
b. as condições sob as quais a frequência do rotor é menor que a freqiiê ncia do estator
c. as condições sob as quais a freqiiência do rotor é maior que a frequência do estator
d. as condições sob as quais a tensão induzida no rotor (secundá ria) e a sua corrente
são má ximas
e. as condições sob as quais a tensão induzida no rotor (secundá ria) e a sua corrente
são mínimas.
-
9 9. a. Indique 3 equações que representem o torque de partida, a rotor bloqueado, do
rotor de um motor do tipo gaiola.
b. Explique por que o torque de partida de qualquer motor do tipo gaiola dado é es-
sencialmente uma função da tensão aplicada ao estator.
c. Se a tensão do estator aplicada a um motor tipo gaiola for a metade da tensão nominal,
qual o torque de partida produzido ?
d. Repita a parte (c) acima para a corrente de partida produzida .
e. Há alguma vantagem em reduzir-se a corrente de partida de um motor do tipo gaiola ?
9-10. a. Estabeleça a equação que representa o torque para qualquer valor do escorregamento,
definindo todos os termos.
b. Estabeleça a equação que representa o torque má ximo desenvolvido em qualquer
motor do tipo gaiola, definindo todos os termos. De quais três fatores depende o
torque má ximo ?
c. Estabeleça, sob a forma de equação, a condição de escorregamento correspondente
ao torque máximo.
r

348 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

d. Em relação a (c), qual o termo variá vel e qual o termo fixo para um dado motor do
tipo gaiola ?
e. Explique a expressão “o torque m á ximo ocorre àquele valor de escorregamento
para o qual a reatâ ncia do rotor iguala a resistência efetiva do rotor” (V. Eqs. 9-3,
9-12).
f . Por que deve aumentar o escorregamento quando a carga aumenta ?
9-11. Se o escorregamento correspondente ao torque m á ximo na Fig. 9-10b. devido a R , é 0, 2,
encontre :
a . a relação da reatâ ncia a rotor bloqueado para a resistê ncia para um escorregamento
s e um escorregamento 4 x 5
b. a relação da resistência para a reatâ ncia a rotor bloqueado para um escorregamento s
e um escorregamento 4 x 5
c. qual dos valores acima representa a relação STmx !
d . qual das curvas da Fig. 9-10b produz uma relação STmx menor que a unidade ?
e. qual das curvas Droduz uma relação STmx maior que a unidade ?
f. a que valor de escorregamento a resistência do rotor será sempre igual à reatâ ncia
a rotor bloquead 9
g. que curvas na Fig. 9-10b têm uma reatâ ncia a rotor bloqueado maior que a resistência
no momento da partida ( motor parado) ?
h. que curvas têm uma resistência do rotor maior que a reatâ ncia a rotor bloqueado
( motor parado) ?
9-12. A partir das curvas da Fig. 9-6, encontre :
a. o valor aproximado do escorregamento para o qual ocorre o torque má ximo
b. o escorregamento para o qual ocorre o torque de partida
c. o valor aproximado do escorregamento para o qual o torque de operaçã o iguala
o torque de partida
d . o valor aproximado da corrente do rotor que corresponde ao torque de funcionamento
em (c), acima
e. o escorregamento aproximado para o torque correspondente à carga nominal
f . o valor aproximado da corrente do rotor que corresponde ao torque de funciona -
mento em (e) acima.
9-13. Explique por que o FP ( fator de potência) de um motor em gaiola é
a. pequeno para cargas pequenas
b. pequeno para cargas grandes (devido a razões outras que não as correspondentes
ao item a )
c. razoavelmente elevado para cargas próximas da nominal
d. importante na determinação da quantidade de corrente do rotor e do esta tor que
devem circular para desenvolver o torque necessá rio para contrabalançar o torque
de carga .
9-14. Explique por que o rendimento de um motor do tipo gaiola é
a . pequeno para cargas pequenas
b. pequeno para cargas pesadas (devido a razões outras que não as correspondentes
ao item a )
c. razoavelmente elevado para cargas próximas da nominal
d . um má ximo, e as condições para as quais ocorre este má ximo.
9-15. Explique por que o torque de um motor do tipo gaiola é :
a. um má ximo para cargas bem além da potência nominal
b. maior na partida que para cargas nominais
c. essencialmente uma função da resistência efetiva do rotor.
9-16. Para um motor de anéis, explique por que
a. é possí vel variar a resistência efetiva do rotor
M áQUINAS DE INDU çãO POLIFáSICAS ( ASSí NCRONAS) 349

b. uma variação na resistência do rotor produz uma variação no torque de partida


c. um aumento do torque de partida produz uma diminuição da corrente de partida
d . o torque má ximo é o mesmo para qualquer valor da resistência do rotor, até atingir-se
o valor da reatâ ncia do rotor, para este parado
e. o torque de partida é menor que o torque máximo para valores de resistências do rotor
maiores que a reatâ ncia do rotor ( para motor parado) bloqueado
f. a corrente é reduzida e seu FP aumentado para as condições de (e) acima.
9- 17. Para um motor de anéis que tem uma dada resistência do rotor, é possível ter dois valores
a. do escorregamento que produzam o mesmo torque ? Explique.
b. do torque que produzam a mesma corrente do estator e do rotor ? Explique.
i c. da resistência total do rotor que produzam o mesmo torque de partida ? Explique.
d . do torque máximo ? Explique.
9-18. -
Utilizando as curvas das Figs. 9 6 e 9- 10 e as Equações correlatas, explique por que
a. a corrente do rotor deve ser sempre má xima para o má ximo torque, em vez de o ser
para o torque de partida
b. a corrente do rotor necessá ria para produzir o torque desenvolvido varia inversa-
mente com o FP do rotor
c. a m í nima corrente de partida é obtida para um FP do rotor de 0,707 na partida
d . aumentos do FP do rotor para valores acima de 0,707 produzirão diminuições de
corrente de partida, mas também produzirão diminuições no torque de partida e
no torque máximo desenvolvido.
9-19. a. Explique por que a resistência a rotor bloqueado é menor que a resistência efetiva
do rotor sob carga nas condições de funcionamento.
b. Expresse a relação entre a resistência efetiva do rotor carregado sob as condições
de funcionamento e a resistência a rotor bloqueado, sob a forma de uma equação.
c. Utilizando os termos de ( b) acima, defina :
1. potência desenvolvida no rotor, por fase
2. perdas no cobre do rotor, por fase
3. potência de entrada do rotor, por fase.
d. Expresse os termos de (c) em uma única equação.
9-20. O ensaio a rotor bloqueado para um motor de indução é ao mesmo tempo simples e
significativo, porque conduz às medidas da tensão a rotor bloqueado E lte jeatâ ncia
do rotor bloqueado Xbl além da resistência do rotor, Rr. Dados os valores ^ destas três
grandezas e o valor da corrente nominal do rotor, /r, mostre, através de equações, como
é possí vel calcular-se
a. a máxima potência de entrada para o torque máximo
b. o torque má ximo
c. o escorregamento correspondente ao torque m á ximo
d . a velocidade para a qual se desenvolve o torque m áximo
e. a potência de entrada do rotor para qualquer valor do escorregamento
f . o torque para qualquer valor do escorregamento
g. a potência de entrada do rotor no instante da partida
h. o torque de partida.
9-21. Em relação à medida do escorregamento, explique por que
a. a medida direta da velocidade do rotor nunca é usada para se calcular o escorrega-
mento
b. para a medida do escorregamento prefere-se um método ó tico aos demais métodos
c. o método estroboscó pico toma algumas vezes difícil a obtençã o de medidas precisas
; do escorregamento para cargas grandes, além da nominal . Qual o mé todo alterna -
tivo para a utilização nestes casos ?
£.
d. o n úmero de pólos produzido pelo estator é significativo na escolha do disco ótico
a ser utilizado no método estroboscópico.
M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES
350
as condições
9-22. Ao dar se partida a motores de indu çã o por ligação direta à linha, explique
-
nas quais
a. não é objetável uma corrente de partida elevada
b. pode ser objetá vel uma corrente de partida elevada
c. o motor de ané is pode reduzir a sua corrente de partida
d . o motor do tipo gaiola pode reduzir a sua corrente de partida
.
uma redu ção de 57 ,8 % da tens ã o de linha , os m é todos de partida : auto-
9-23. Compar e , para
transformador, resistor prim á rio, reator prim á rio , chave estrela- tri â ngulo no que diz
irespeito :
a. à corrente de partida
b. ao torque de partida.
primá ria ( do estator)
c. Qual dos métodos de partida acima produz a menor corrente
e por quê ?
descritos na Questão
9-24. Compare a partida, com enrolamento parcial, com os métodos
9-23 no que diz respeito à corrente e ao torque de partida .
9-25. a. Explique, em termos de torque e corrente de partida, por
que um motor de indução
com rotor de dupla gaiola de liga çã o direta à linha é prefer í vel a um motor de gaiola
normal.
e o fator de potência
b. Para o rotor de dupla gaiola, explique a distribuição de correntes
da corrente para os condutor es superior e inferior nas
1. condições de partida
2. condições de funcionamento.
com as seguintes colunas :
9-26. Para as 5 categorias de motores do tipo gaiola, faça uma tabela
, torque máximo,
categoria do motor de gaiola, torque de partida, corrente de partida
regula ção em velocidade e aplicaçã o.
da tabela.
Compare as 5 categorias (A, B, C, D, e F) preenchendo todas as linhas
3 poss í veis de controla r a velocida de de motores do tipo gaiola
9-27. a. Enumere maneiras
de rotor fundido.
b. Qual destes 3 mé todos é mais universal, sendo aplicável a todos
os motores gaiola ?
gaiola , por que se deve
c. Se se varia a frequência aplicada ao estator de um motor
variar a tensão na mesma proporção ? ( Indica çã o : V . Ex . 13 - 4 )
gens resultan tes da diminui çã o da velocida de pela redução da
d. Quais as desvanta
frequê ncia e tensão ?
pelo aumento da
e. Quais as vantagens correspondentes ao aumento da velocidade
frequência e tens ã o ?
á ria de velocidade
f. Por que um altemador polifásico acionado por uma m áquina prim
variá vel é a fonte de tensão ideal para o controle da velocida de de um motor gaiola
polifásico ?
9 28. a. Por que são necessá rios os motores de anéis ?
-
b. Compare as caracteír sticas de partida dos motores de ané is
com as dos motores
do tipo gaiola .
c. Compare as características de funcionamento dos motores de é
an is com as dos mo -
tores do tipo gaiola.
não se possam
d. Indique ao menos duas aplicações dos motores de anéis para as quais
utilizar motores do tipo gaiola .
9 29. a. Sob que condições de escorregamento uma máquina assí ncrona
- funciona como gera -
dor ?
b. Por que um gerador de indução sempre fornece uma corrente
em adianto ao barra -
mento ? Explique, utilizando diagrama s fasoriais , como se controla a carga de
um gerador de indução .
um gerador de indu ção
c. Compare, para a correção do fator de potê ncia, a utilização de
( ASSí NCRONAS) 351
MáQUINAS DE INDU çãO POLIFá SICAS

com a de um motor sí ncrono sobreexcitado a partir do item ( b acima


), ,

seja poss í vel funcionar com um motor do tipo gaiola como


d. Cite uma aplicação onde
se fosse gerador. Quais as limitações de tal operação ?
frequência ?
-
9 3 . a. Sob que condições um motor de anéis é útil como conversor de

^b.
c.
d.
Como é poss vel
í

sobre um conjunto
obterem


-se

ncrono
frequ

motor
ê ncias

-
abaixo

gerador ( V
da
Repita ( b) para frequências acima da frequência s ncrona
.
frequ

Se
í
Qual a vantagem de se utilizar um motor de anéis, como gerador de
ç . 8-
ência

23)
do

?
sí ncrona
estator .
do estator ?

frequência,

PROBLEMAS

9 1 . O escorregamento a plena carga de um motor do tipo gaiola de 12 p


ólos, 60 Hz é 5%.
-
Calcule:
a. A velocidade a plena carga.
b. A velocidade sí ncrona.
c. A regulaçã o em velocidade.
9 2. Um motor do tipo gaiola de 6 pó los, 60 Hz tem
uma velocidade nominal de 1.140 rpm .
- Calcule :
a. A velocidade síncrona .
b. O escorregamento a plena carga.
c. A regulaçã o em velocidade.
9- 3. O rotor de um motor de anéis 3 0 de 8 pólos, 60 Hz, 208 V tem 60% do n úmero de
es -
piras do estator por fase. O estator é ligado em delta e o rotor em estrela , tendo seus
terminais trazidos a anéis coletores. Calcule a frequência do rotor e a tensão entre
anéis nas seguintes condições :
a. Rotor bloqueado .
b. Rotor com o escorregamento nominal de 9 % .
c. O rotor é acionado por outro motor no sentido oposto ao do campo girante do
es -
tator a uma velocidad e de 600 rpm .
d. Repita (c) para uma velocidade de 900 rpm.
9-4. A resistência e a reatância do rotor de um motor do tipo gaiola com o rotor bloqueado
são 0,1 Q/ fase e 0,8 Q/ fase, respectivamente. Imaginando uma relação de transformação
á rio
unitá ria do estator de 8 pólos com 120 V de tensão de fase, a 60 Hz, para o secund
do rotor, calcule
a. A corrente de partida do rotor por fase.
b. A corrente do rotor para plena carga a um escorregamento de 6%.
c. A corrente do rotor no valor de escorregamento que produz o torque máximo
.
9-5. Um motor do tipo gaiola de 6 pólos, 25 HP , 60 Hz, 440 V tem um torque de partida de
152 lb-pé e um torque de plena carga de 113 lb-pé. Calcule:
V.
a. O torque de partida quando a tensão de linha do estator é reduzida para 300
b. A tensã o que deve ser aplicada ao estator para desenvolv er um torque de partida
igual ao torque de plena carga.
c. A tensão que deve ser aplicada a fim de que o motor opere à carga nominal ligado
a uma rede de 60 Hz.
9-6. A corrente de partida do motor do Problema 9-5 é 128 A quando se aplica a tens o
ã
nominal ao estator. Calcule :
a. A corrente de partida quando a tensão é reduzida para 300 V.
b. A tensão que deve ser aplicada ao estator a fim de que ele não exceda a corrente
nominal de linha de 32 A.

f
352 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

9-7. A reatâ ncia a rotor bloqueado de um motor do tipo gaiola de 6 pólos, 60 Hz é três vezes
a resistê ncia do rotor por fase. Calcule :
a. Escorregamento.
b. Velocidade.
c. A frequê ncia do rotor para a qual o torque má ximo é desenvolvido.
9-8. A partir Aos dados do motor do tipo gaiola do Problema 9 4, calcule -
a . A potência m á xima de entrada do rotor, em watts, para o torque m á ximo
[use a Eq. (9- 17)]. Confira a sua resposta através da Eq. (9 21). -
b. O torque m áximo desenvolvido pelo rotor em lb- pé .
c. O torque para um escorregamento de 5%.
9-9. A velocidade nominal de um motor de indução trifásico, de anéis, 6 p ólos, 60 Hz é
1.120 rpm, com os anéis curto-circuitados. Calcule a velocidade quando
a. Se adiciona ao circuito do rotor uma resistência externa, por fase, igual à sua re-
sistência .
b. Repita (a) para uma resistência igual ao dobro da do rotor .
c. Repita (a ) para uma resistência três vezes maior que a do rotor.
9- 10. A velocidade a plena carga de um motor de anéis, de 60 Hz, 12 pólos é 550 rpm. Com
.
rotor bloqueado, a reatâ ncia do rotor è 2 Q e a sua resistê ncia 0,6 Q Calcule :
a. O escorregamento e a velocidade para o ponto do torque m á ximo.
b. A resistência a ser inserida no rotor para que o torque máximo se dê na partida.
c. A nova velocidade a plena carga com a resistência adicionada no circuito do rotor.
d. A regulação em velocidade com a resistência no circuito do rotor.
e. A relação das velocidades a plena carga com e sem resistência externa no circuito
do rotor.
9-11 . Um motor do tipo gaiola polifásico, de 60 Hz, seis pólos tem uma velocidade de plena
carga de 1.160 rpm, e seu respectivo torque é de 7, 2 lb- pé. A fem induzida no motor
é 50 V por fase. A reatâ ncia a rotor bloqueado é 0,8 Q e a resistência é 0, 2 Q/ fase, res-
pectivamente. Para escorregamentos de 1 ,0 ; 0,75 ; 0,5 ; 0,25 ; 0,1 ; 0,05 ; 0,0333 ;
0,02 e 0,01, respectivamente, calcule e tabele as seguintes quantidades : fem do rotor,
a reatâ ncia , a impedâ ncia, a corrente e o fator de potência, por fase.
9-12. A partir dos dados tabelados do Problema 9-11, calcule
a. A potência trifásica na entrada do rotor utilizando a Eq. (9-3),
da partida.
ErIr cos 6, no instante
b. A potência trifásica na entrada do rotor utilizando a Eq. (9-17) no instante da par-
tida.
c. O torque de partida utilizando a Eq. (9-19).
d . O torque máximo utilizando a Eq. (9 23). -
e. O torque de plena carga , a partir do torque de partida, utilizando a Eq. (9-23). Com-
pare com o valor dado no Problema 9-11.
9-13. Utilizando os valores do torque de plena carga dados no Problema 9-11
a. Calcule os torques para cada um dos valores tabelados no Problema 9-11.
-
b. Desenhe a curva torque escorregamento utilizando o escorregamento em ordenadas
e o torque em abscissas.
9- 14. Utilizando os valores da corrente do rotor calculados no Problema 9- 11, calcule, para
cada um dos valores do escorregamento
a. A potência de entrada do rotor [utilizando a Eq. (9-17)].
b. O torque [utilizando a Eq. (9-19)]. Compare os valores com os obtidos no Problema
9-13.
9-15. O estator, ligado em delta, de um motor de anéis, trifásico, de seis pólos, 60 Hz, 220 V
tem o dobro do n ú mero de espiras do rotor, por fase. A resistência do rotor é 0,1 Q/ fase
e a reatâ ncia a rotor bloqueado é 0, 5 Q/ fase. A velocidade a plena carga é 1.140 rpm.
Calcule :
DE INDU çãO POLIFáSICAS (ASSí NCRONAS) 353
MáQUINAS

a. A fem a rotor bloqueado por fase, a tensão entre os anéis coletores, a frequência
e a corrente do rotor.
b. O escorregamento para o qual ocorrerá o torque má ximo e a correspondente corrente
fcr
do rotor, ç fase, bem como a potê ncia de entrada total do rotor a partir dos valores
do escorregamento e daqueles correspondentes ao rotor bloqueado.
c. O torque m á ximo.
d. O torque de partida e o torque a plena carga.
9-16. A potência total suprida a um motor do tipo gaiola trifásico é 4.000 W e as perdas cor-
respondentes ao estator são 150 W . Calcule :
a . A perda de potência quando o escorregamento é 4% .
b. A potência mecâ nica total desenvolvida .
c. A potência de sa ída do motor em HP se as perdas de atrito e ventilação são 80 W.
d . O rendimento total do motor.

RESPOSTAS
9- l ( a ) 570 rpm ( b ) 600 rpm (c) 5,27 por cento 9-2(a ) 1.200 rpm ( b) 5 por cento (c) 5,26 por
cento 9-3(a) 215,5 V, 60 Hz ( b) 19,4 V, 5,4 Hz (c) 360 V, 100 Hz (d) 431 V, 120 Hz
9-4( a ) 148,8 A ( b) 64,8 A (c) 106 A 9-5( a ) 70,7 lb- pé ( b) 379 V (c) 367 V 9-6(a)
87,3 A ( b ) 110 V 9- 7(a) 1/3 ( b ) 800 rpm (c) 20 Hz 9-8( a ) 9.000 W ( b) 70,4 lb-pé
( c) 36,1 lb- pé 9-9( a ) 1.040 rpm ( b) 960 rpm ( c) 880 rpm 9-10( a) 0,3, 420 rpm ( b ) 1,4 Q
(c) 0,278 (d ) 38,5 por cento ( e) 0,807 : 1 9-11 Para um escorregament o apenas de 0,25 :
f 44,2 A 707 0, FP 9-12 ( a ) 2.210 W ( b) 2.210 W (c) 12,95 lb-pé
12.5 V, 0,2 fi, 0,283 í , ,
( d ) 27,5 lb- pé -
(e ) 7,22 lb- pé 9 13( a ) Torques, partindo com escorregamento unit á rio :
12,95 lb- pé, 16,5 lb- pé, 22,0 lb- pé, 27,5 lb- pé, 18,95 lb-pé, 10,56 lb- pé, 7,20 lb-pé, 4,375 lb- pé,
2,20 lb- pé 9-14( a ) Potência de entrada do rotor apenas : 2.210 W, 2.800 W, 3.780 W, 4.680 W,
3.240 W, 1.800 W, 1.230 W, 745 W, 375 W 9-15(a ) 110 V, 60 Hz, 215 A, 190,5 V ( b) 0,2,
155.5 A, 36.300 W (c) 213 lb- pé (d) 81,9 lb- pé 9-16(a) 154 W (b) 4,95 HP íc) 4.85 HP
(d ) 0,904.
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motores monofásicos
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10-1 . GENE RALID ADES •


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Os dois capí tulos precedentes detiveram -se principalmente nos motores


polifá-
sicos s í ncronos e ass í ncronos . H á numerosas instalações industriais e f
residen -
ciais para as quais a alimentaçã o de energia el é trica é feita apenas atrav és 5
de siste- i
mas monof ásicos CA . Alé m disto, cm todas as instalaçõ es h á , normalm
ente , neces-
sidade de motores pequenos que, operando a partir de redes monofásicas,
acionam
vá rias máquinas, como sejam , m á quinas de costura , furadeiras, aspirado [
res, con-
dicionadores de ar , etc . Genericamente , o termo “ motor pequeno" significa
motor de menos de 1 HP , isto é , um motor de pot ência fraciona 1
um r
ria , e a maioria
i
lim motor pequeno, conforme definição da ASA ( American Standards
Association ) e da NEM A
( National Electrical Manufacturers Association ) é “ um
correspondente à de um motor d è 1 HP, para funciona
motor que tenha uma carcaça menor que aquela
1.800 rpm ”. Os motores pequenos são normalmente considera
mento cont í nuo, tipo aberto entre 1.700 e
uma vez que a determina çã o se baseia no tamanho da carcaça ,
dos fracioná rios ( fração de HP), mas,
são interessantes as seguintes compa-
V
rações :

mnitlMir - s
MOTORES MONOFá SICOS 355

dos motores monofásicos é, na verdade, de motores de potência fracioná ria. Mas


os motores monofásicos sã o també m constru í dos nos tamanhos correspondentes
*
^
às pot ências inteiras : 1 ,5 2, 3, 5, 7, e 10 HP para redes monofásicas de 115 V ou
230 V, ou mesmo 440 V para as unidades de 7, 5 e 10 HP (V . Tabela A -4, Apê ndice ).
Utilizam -se motores-sé rie monofásicos, de pot ê ncias inteiras , em tamanhos espe
ciais, que vã o desde centenas at é alguns milhares de HP em serviços de traçã o
-
elé trica .
Os princí pios básicos dos motores monof á sicos CA sã o inerentemente aqueles
previamente estudados. O princí pio de induçã o é empregado extensivamente,
devidb à simplicidade do rotor e porque ele diminui as dificuldades da comuta çã o.
Vá rias t écnicas sã o utilizadas para produzir o campo magné tico girante necessá rio
para a partida dos motores de induçã o monofásicos, que empregam a fase divi-
-
dida e os pólos ranhurados. Mostrar se-á , entretanto, que um rotor de induçã o,
uma vez já em funcionamento através de um campo magnético girante, conti-
nuará a funcionar a partir de uma fonte de alimentaçã o monof ásica . Portanto,
outras t écnicas de partida podem ser utilizadas, tais como os motores de indução
com partida à relutâ ncia ou com partida por torque de repulsã o.
Os motores sí ncronos monof ásicos, de relut â ncia e de histerese, foram discu -
tidos nas Seçs. 8-27 e 8- 28 e os subsí ncronos na Seç. 8-29, principalmente porque
suas caracter ísticas de torque sã o muito diferentes das de outras classes de motores
monofásicos. Utiliza -se també m o princí pio do motor de comutador CC, princi-
palmente em motores de tamanhos razoavelmente grandes, como no motor-série
CA e nos tipos de potê ncias nominais fracion á rias, como os motores universais.
Pequenos motores universais funcionam em tensões de 6 V ou mesmo mais baixas
( no caso de motores de baterias solares ) e em frequ ê ncias de CC que vã o até algu
mas centenas de hertz , com velocidades que chegam a 20.000 rpm.
-
Os requisitos de carga e de ciclo de trabalho para molores monofásicos jfacil-
^

mente serã o t ã o, ou talvez mais, severos que os das m á quinas polif ásicas, devido
à falta de procedimentos de manuten çã o rotineira em instala ções dom ésticas ou
residenciais. Os motores-série CA monofásicos, particularmente, sã o algumas
vezes projetados para aplica ções extremamente pesadas, como em guindastes,
elevadores ou serviços de traçã o ( locomotivas el é tricas ), podendo ent ã o ter tamanhos
que vã o de alguns HP a vá rios milhares. Alternadores e motores s í ncronos mono-
f ásicos sã o muito comumente utilizados em serviços de ferrovias. Genericamente,
as m á quinas de maior capacidade sã o realmente máquinas sí ncronas trifásicas,
de liga ção estrela , desequilibradas, com uma fase aberta e, como tal , utilizadas
em locomotivas em conjuntos M -G que atingem v á rios milhares de HP.
Devido ao fato de que o motor de indução monof ásico não tem , inerentemente ,
torque de partida , isto é , não tem o verdadeiro campo magn é tico girante , que é
I . Um motor de 3/4 HP, 9v , J rpm, n ão é considerado um motor fracioná rio, porque sua carcaça,
se utilizada em um motor de 1.800 rpm , conduziria a uma potência maior que 1 HP. Assim,
considerá-lo-emos um motor de potê ncia inteira ou 0,75 HP x
1.800
900 - 1,5 HP.
2. Um motor de 1 , 5 HP a 3.600 rpm é um motor fracion á rio devido ao tamanho da sua carcaça,
que, se utilizada para um motor de 1.800 rpm , conduziria a uma potê ncia menor que 1 HP, ou
seja 1 ,5 HP x
1.800
3.600 - 0, 75 HP.
356 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

fundamental para o motor de indução polifásico, empregam-se vá rios métodos <


para . iniciar a rotação do rotor tipo gaiola de esquilo. Como consequê ncia, surgiu
uma classifica ção dos motores de induçã o monof ásicos baseada nos mé todos em-
pregados para a partida (V. Seç. 10- 18) e estes motores serã o considerados em pri
meiro lugar, seguidos de uma discussão dos motores monofásicos do tipo comu-
- A

tador.

-.
10 2 CONSTRUÇÃO DE MOTORES DE INDUÇÃO MONOFÁSICOS
O rotor de qualquer motor de induçã o monof ásico é intercambiá vel com o
de um motor do tipo gaiola polifásico (Categorias A ou B), V. Seç. 9- 21. Nã o há
ligações f ísicas entre o rotor e o estator, havendo, isto sim , um entreferro uniforme
entre elesA As ranhuras do estator sã o uniformemeVteTciistribu í das e normalmente
utiliza-se um “ enrolamento- parcial" monof ásico, imbricado* de dupla camada.
Um enrolamento monofásico “simples" não produziria campo magnético girante
nem torque de partida, pelas vá rias razões que se discutirão na seçã o seguinte.
É necessá rio, portanto, modificar ou dividir o enrolamento do estator em duas
partes, cada uma delas deslocada no espaço e no tempo no estator.2 Assim há dois
enrolamentos, em paralelo, ambos ligados à mesma fonte CA monofásica.
Um destes enrolamentos do estator, normalmente de impedâ ncia apreciá vel
para manter baixa a corrente de funcionamento , é chamado de enrolamento prin- JN

cipal ou de funcionamento c é distribuído nas ranhuras, uniformemente espaçado


-
em volta do estatorr O outro enrolamento, em paralelo com o enrolamento prin-
cipal, é o enrolamento auxiliar ou de partida ,, que é també m distribu ído unifor-
memente em volta do estator, mas que começa em ranhuras defasadas de 90° elé
do in ício do enrolamento principal. O enrolamento auxiliar tem, normal-
-
tricos
mente, sua corrente e impedâ ncia ajustadas em relação à tensã o de linha, de modo
que a corrente deste enrolamento (de partida) esteja adiantada em relaçã o à corrente
do enrolamento principal, não necessariamente de 90°, mas o suficiente para que
haja um defasamento no-tempo, uma vez que já há no espaço.
Em alguns tipos, que discutiremos mais tarde, o enrolamento auxiliar é aberto
após o per íodo de partida, isto é, uma vez que iniciou o movimento. Em outros,
o enrolamento auxiliar permanece em paralelo com o principal durante o funcio-
namento, como já ocorrera durante a partida. Mas a finalidade essencial do enro-
lamento auxiliar é produzirjajfotgção do rotor . Isto permite que se levante a ques-
tão de por que o enrolamento monofásico não produz rotação, por si mesmo,
num motor do tipo gaiola.
*
-.
10 3 TORQUE EQUILIBRADO DE UM MOTOR DE
INDUÇÃO MONOFÁSICO PARADO
v
O enrolamento monofásico distribuído (e, na verdade, o enrolamento de qual-
2
A ASA (American Standards Association ) define o motor de fase dividida como sendo “ um
motor de indução monofásico equipado com enrolamento auxiliar ligado em paralelo e com a po-
sição magnética deslocada em relação ao enrolamento principal” e ligado em paralelo com ele.
MOTORES MONOFáSICOS 357
quer fase) tenderá a produzir um campo magnético resultante, como mostra a Fig.
-
9 1. A Fig. 10- Ia mostra o resultante campo magnético do enrolamento principal
distribu ído em yolta do estator de um motor CA monofásico, como tendo o sentido
instantâ neo da esquerda para a direita. Uma vez que a corrente neste campo va
ria sinusoidalmente com a tensão monofásica aplicada, ela produzirá um campo -
concentrado da direita para a esquerda a 180°. Os sentidos das correntes induzidas
no rotor, por ação transformadora, são representados na Fig. 10- la. De acordo
com a lei de Lenz, as correntes circulam nestes condutores ( por exemplo, condu
tores A e B) num sentido tal que se opõem ao campo que as produziu (regra do -
saca- rolhas ou da mão direita).

(0) 6
1
UTV
CA * ( b ) Torque pulsante equivalente .
(a ) Torques em um rotor gaiola de esquilo.

Torque
_ J? devido a 6?
horá rio t
/
( T} /
*
( V*t —
Torque
,
rJf
2
u i orque
0 1 resultante
2 -^
j
II
s, 7
/
2

/
Anti-horá rio Horá rio
Torque
Escorregamento Ti\ /
-
anti horá rio
,
(c) Dois campos T devido a £,
<
girantes opostos. (d ) Teoria do duplo campo girante.

-
Fig. 10 1 — Torque equilibrado no rotor bloqueado de um motor tipo gaiola,
excitado por um enrolamento monofásico.

O sentido do torque produzido por estes condutores percorridos por corren


tes ( regra da mã o esquerda) é visto na Fig. 10- la, indicado pelas setas associadas
-
a cada condutor. O torque no sentido horário, produzido pelos condutores na
metade direita do rotor, é equilibrado pelo torque anti-hor á rio, associado aos con -
dutores da (mesma) metade direita. A mesma coisa ocorre na metade esquerda.
Note-se que os condutores A e B são incapazes de produzir uma componente útil
do torque, mesmo quando por eles circulam correntes, uma vez que o torque que
358 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

torque
eles produzem forma â ngulos retos com qualquer movimento do rotor. O
. muda de sentido a tens ã o CA , mudam tamb é m de
líquido é, pois zero
, Quando
l í quido
sentido os torques e as correntes nos condutores do rotor, mas o torque
é ainda zero.
Desde que o válor do torque desenvolvido por condutor depende do valor
do campo CA resultante, que, por sua vez, varia sinusoidalmente com a fonte CA
,

o resultante torque equilibrado pulsante * pode ser representa do pelo diagrama


visto na Fig. 10- lb. O valor médio do torque pulsante para um ciclo completo á
é zero, como mostra a Fig. 10- lb.
Qualquer torque periódico oscilante ou pulsante, representado na Fig. 10- lb,
pode também ser representado como consistindo de dois torques girando em opo-
a
sição e tendo campos de igual magnitude e velocidade angular, como mostra
Fig. 10- 1c. Desde que um campo magn é tico girante ( separado ) levar á a um torque
eletromagnético resultante num rotor do tipo gaiola, o torque que produz cada
um
Fig. 10- 1 d.
dos campos girantes opostos aparece em linhas tracejadas na
As curvas de torque horá rio e anti- hor á rio aparecem tracejadas na gama que
vai desde o escorregamento nulo ( velocidade s í ncrona ) at é o escorregam ento 2,0,
isto é, velocidade sí ncrona no sentido oposto . 3
Para o escorregam ento unit á rio
( motor parado), os torques de partida , tanto no sentido hor á rio como no anti-
horá rio, T 2 e Tx respectivam ente , sã o iguais e opostos . Assim , n ã o se produz
torque devido a um campo monofásico pulsante. O torque resultante dos
dois
campos magné ticos girantes em oposição est á represent ádo, em linha cheia , na
Fig. 10- 1 d, indicando que, se o escorregamento do rotor puder ser alterado desde
o valor unitá rio, para o rotor bloqueado, até algum outro valor, aparecerá
um
torque l í quido h ( horá rio) ou a -h (anti- horá rio ) , conforme o sentido resultante .
X

O torque resultante para um motor monofásico é nulo apenas


para o escorregamento unit á rio, ou seja, para a velocidade sí ncrona
em qualquer sentido. Entretanto, uma vez posto a girar num dado
sentido, o motor monof ásico continuará a girar neste sentido
devido ao torque l í quido resultante, produzido para a esquerda ou
para a direita do ponto de equil í brio visto na Fig. 10- 1 d .
4

10-4. TORQUE RESULTANTE NUM MOTOR MONOFÁSICO DE


INDU ÇÃO, COMO RESULTADO DA ROTAÇÃO DO ROTOR
Ocasionalmente em laborató rio ( ou mesmo na ind ústria ), uma linha que
alimenta um motor de indu çã o trif ásico é desligada acidentalmente devido a uma
3
V . Seç. 9- 5.
4
A este respeito, o motor monofásico sem enrolamento auxiliar ou dispositivo de partida asse-
melha-se a um motor de combustão interna de uma máquina de cortar grama ou de um barco
,
ao qual se deve dar partida atrav és de uma corda . Efetivament e, num laborat ório, o autor utilizou corda
para ilustrar a Fig. 10-1d em motores monofásicos, dos quais se desligou o enrolamento auxiliar.
MOTORES MONOFáSICOS
359
má ligação mecâ nica ou a um fus í vel queimado na mesma. O motor continuará
a girar no mesmo sentido que antes, mesmo sob carga, desenvolvendo um torque
de acordo com e que verifica a Fig. 10- ld. Diz-se que o motor polifásico, nestas
condições, funciona “ monofasicamente". Pode-se, entretanto, mostrar que,
uma vez que teve in ício a rota çã o, o motor monof ásico é, efetivamente,
um motor
bifásico. A Fig. 10-2a mostra o mesmo motor do tipo gaiola da Fig. 10 la posto
-
a funcionar por meios externos no sentido hor á rio. Se o fluxo do esta (or tem um
sentido instant â neo, visto na Fig. 10-2a, é induzi í a uma fem como resultado do
movimento relativo entre os condutores do rotor o campo magné tico ( regra da
mão direita ). Esta fem induzida é, algumas vezes, chamada de “ fem de veloci
-
dade ' na Fig. 10- 2a , para distingui-la da “ fem de transformador" da Fig. 10 la ,
1

produzida por açã o de transformador . Ambas sã o produzidas, por uma varia


-
ção no fluxo concatenado : a fem de velocidade como resultado do movimento-
relativo entre um condutor e o seu campo ; e a fem de transformador , como resul
tado de um campo pulsante.
-

h 4>\
( b) (c)

!</>
CA
. . 'V ,
(a ) Tensões e correntes induzidas (O (9)
num rotor girante .

Fig . 10- 2 — Campos cruzados produzidos pela rotação do rotor .

O campo pulsante é uni campo relativamente estacioná rio Contrariamente ^

ao motor de indu çã o polif ásico, portanto, a frequ ê ncia do rotor , relativa à fem de
velocidade , induzida nos condutores de um motor em funcionamento, é elevada
( desde que é proporcional à velocidade ) e a reat â ncia do rotor (
Xr a / ) também
o é. O resultado é que, enquanto a fem de velocidade é produzida nos condutores
do rotor no instante representado na Fig. 10- 2a , n ã o circulará a corrente do rotor
até uma posiçã o correspondente a quase 90 graus elé tricos decorridos . Quando
circula a corrente nos condutores do rotor, como mostra a Fig. 10 2a, produzir-
sc-á um fluxo no rotor , ( f )r, cujo sentido, para baixo, é mostrado.
-
A Fig. 10- 2 b mostra o fluxo pulsante do campo, ( f> f , em um má ximo, produ-
zindo uma fem de velocidade m á xima ( mas nem corrente nem fluxo no rotor )
nas barras, cujo sentido está mostrado na Fig. 10- 2a . Um breve instante depois,
360 MAQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

entretanto, circulará uma corrente no rotor, que irá produzir um fluxo em qua -
dratura, 0r, como mostra a Fig. 10-2c. Note se que o fluxo pulsante de campo
-
diminuiu algo e que o fluxo do rotor se atrasa em relação ao fluxo de campo de
-
90 graus elétricos. Um instante após, na Fig. 10 2d, o fluxo pulsante de campo
é zero, mas a corrente no rotor está num má ximo, produzindo fluxo máximo no
rotor, <f>r . Um instante depois, Fig. 10-2e, o fluxo do campo <l> f pulsa no sentido
oposto e, ao mesmo tempo, decresce o fluxo do rotor. Um instante após, na Fig.
-
10 2f, o fluxo do estator atinge um má ximo no sentido oposto ( utilizou se, por - i

simplicidade, uma máquina bipolar) e o fluxo de rotor é zero. Na Fig. 10 2g, entre
- - t
tanto, conforme diminui o fluxo de campo, aumenta o fluxo do rotor no sentido
oposto. Na Fig. 10 2c, e, e g, portanto, o fluxo de campo e o fluxo do rotor com
- -
-
binam se para formar o fluxo resultante total 4> t, que atua na régião interpolar,
-
através da qual se deslocam os condutores do rotor. Pode se notar que, ao se
iniciar o movimento do rotor :

1. O campo pulsante, em quadratura, do rotor reage contra o campo pulsante principal


para produzir um campo magnético resultante.
2. O campo magnético resultante é um campo magnético girante, razoavelmente constante,
sendo que a sua rotação se dà no mesmo sentido daquela do rotor.
3. Um motor do tipo gaiola continuará a girar, produzindo um torque como no motor de
-
indução, num campo magnético “girante”, uma vez que tenha tido início a fem de velo
cidade.
*! -
-
Se o rotor tivesse sido posto em movimento no sentido anti horá rio, o sentido
da fem da velocidade induzida seria invertido, uma vez que seriam invertidos os
campos do rotor. O campo resultante combinado giraria entã o no sentido oposto.
-
Deve se notar que o valor da fem de velocidade (e, consequentemente, do
fluxo do rotor ) é uma função da velocidade. Na velocidade sí ncrona, ou numa
velocidade próxima a ela, portanto, o fluxo do rotor é praticamente igual ao fluxo
do campo, e o campo girante produzido será o chamado “campo circular”. Entre-
tanto, conforme o motor assume a carga e o escorregamento aumenta , a fem de
velocidade decresce, bem como a corrente e o fluxo do rotor. O campo resultante
tende, pois, a tornar-se “elíptico”, devido às pulsações maiores que ocorrem no
sentido do campo principal do que as que ocorrem no sentido do campo do rotor
em quadratura. As pulsações de torque correspondentes podem ser ouvidas quan -
do um motor de indução polif ásico , com carga elevada, passa a funcionar mono -
fasicamente, ou quando se carrega muito um motor monofásico, que tenha aberto
o circuito do enrolamento de partida. Se o torque aplicado é maior que o torque
má ximo desenvolvido, e o motor pá ra, o fluxo do rotor, 0r, é nulo e o fluxo l í quido
é pulsante.
-
Podem se dar duas descrições que expliquem por que um motor monofásico
desenvolverá torque no mesmo sentido, uma vez que tenha tido início o movimento
de rotação. A descriçã o relacionada com a Fig. 10-1 d é chamada de teoria do duplo F
campo girante . A descrição relacionada à Fig. 10-2 é chamada de teoria do campo
cruzado . Ambos os conceitos serão utilizados nos capí tulos subsequentes, para !

f
1

MOTORES MONOFáSICOS 361

fins de explicação, uma vez que eles são suplementares, e não contraditórios. Por
-
exemplo, a Fig. 10 !d mostra o torque lí quido desenvolvido como um motor de
-
indução pelo rotor, enquanto a Fig. 10 2 dá uma indicaçã o do torque desenvolvido
devido à fem de velocidade. Deve-se notar que, próximo da velocidade sí ncrona ,
a fem de velocidade é elevada, produzindo um campo magné tico girante razoa -
velmente constante (conceito do campo cruzado). Simultaneamente, numa velo -
cidade pr óxima da sí ncrona , o torque no sentido horá rio e o torque resultante
(conceito do duplo campo girante) sã o praticamente iguais, e o torque do motor
monofásico é, para todos os efeitos prá ticos, igual ao torque do motor polifásico.
Semelhantemente, para o rotor bloqueado, não se desenvolve campo cruzado,
porque a fem de velocidade é nula , bem como o fluxo do rotor, e o motor não pode
partir ( teoria do campo cruzado). O torque resultante no roto? é zero para um
escorregamento unit á rio ( teoria do duplo campo girante), uma vez que os tor -
-
ques no sentido horá rio e anti horá rio são iguais e opostos.

10-5. MOTOR DE INDU ÇÃO DE FASE


DIVIDIDA (PARTIDA À RESISTÊNCIA)

Como se estabeleceu na Seç. 10-2, o estator do motor tipo gaiola de fase divi
dida tem sua construção consistindo de dois enrolamentos em paralelo, deslocados
-
de 90° elé tricos no espaço, e cujas correntes se defasam no tempo de algo menos
que 90°. A Fig. 10-3a mostra o diagrama de enfiaçã o dos dois enrolamentos de
um motor de indução de fase dividida.
R elevada do
enrolamento
auxiliar de
Ilr partida
Is cos 0S .V
X 8, u
R baixa CX> B, x >
'
c \
X baixa 2 \
\
\
X elevada
.
-
N

o IfX
Chave centr ífuga ' -U / « •

.
( a ) Diagrama de ligações ( b ) Relações de fase.
Fig. 10 3- — Diagrama de ligações e relações de fase do motor de indução de fase
dividida e partida à resistência.

O enrolamento de partida tem menos espiras e é enrolado com cobre de menor


diâ metro que o enrolamento de funcionamento. Portanto, o enrolamento dè
partida tem uma resistência elevada e uma baixa reatância. Inversamente, o enro-
lamento de funcionamento (fio mais pesado, de mais espiras) tem uma baixa resis
tência e elevada reatância. Devido à sua imped â ncia mais baixa, a corrente no
-
enrolamento de funcionamento, /^, é maior que a no enrolamento de partida, Ip.
As relações de fase das correntes de rotor bloqueado no instante da partida
são vistas na Fig. 10-3b. A corrente no enrolamento de partida, /p, se atrasa de
362 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

15° em relaçã o à tensão da fonte, enquanto que a corrente maior que circula no
enrolamento de funcionamento se atrasa de 40°. Apesar do fato de que a corrente
nos dois enrolamentos em quadratura espacial não é igual, as suas componentes
em quadratura são praticamente iguais, como indica o Exemplo 10- 1 .

EXEMPLO Um motor monof ásico de 1/4 HP, 110 V, de fase dividida, solicita, por seu enro-
10-1 : lamento de partida, uma corrente de 4 A que se atrasa de 15° em relação à tensão
da fonte, e, por seu enrolamento de funcionamento, uma corrente de 6 A que se • í
atrasa de 40°. No instante da partida, calcule:
a. A corrente total a rotor bloqueado e o fator de potência.
b. A componente da corrente do enrolamento de partida que está em fase com
a tensão da fonte.
c. A componente da corrente do enrolamento de funcionamento que está atrasada
de 90° em relação à tensão da fonte.
d. O seno do â ngulo entre as correntes de partida e de funcionamento.

Solução :

a. / = 4 /. - 15° A = 3,86 - / 1,035 A


'

tr ~ 6 L - 40° A = 4,60 / 3,86 A

/ = lp + Ir

8,46 - / 4,895 = 9,88 L
Fator de potência = cos 30° = 0,866 em
- 30° A
atraso

b. Ip cos </> = 3,86 A [a partir do valor acima]


c. Ir sen </> = - / 3,86 A [a partir do valor acima]
d. sen (40° - 75°) = sen 25° = 0,423
15°

Se os enrolamentos est ão deslocados de 90° no espaço, e se as suas componentes


das correntes em quadratura, que est ã o deslocadas de 90° no tempo (Exemplo 10-1 ),
são praticamente iguais , um campo girante bifásico equivalente é produzido na
partida, o qual desenvolve um torque de partida suficiente para acelerar o rotor
no sentido do campo girante produzido pelas correntes ( V. Seç. 9-4).
Conforme o rotor acelera, ele gera a sua pró pria fem de velocidade ( teoria
do campo cruzado) e tende a produzir um torque resultante, devido à sua própria
rota çã o em um determinado sentido ( teoria do duplo campo girante) O torque .
desenvolvido pelo campo pulsante principal ( produzido pelo enrolamento de fun-
cionamento) excede aquele desenvolvido por ambos os enrolamentos a um escor-
regamento de cerca de 15%. É evidente, também, a partir do Exemplo 10-1 , que
a corrente de funcionamento, sozinha, produziria menos perdas, já que aquelas
do enrolamento de partida seriam eliminadas. Por ambas as razões, como se vê
na Fig. 10-3a, provê-se uma chave centrí fuga ( normalmente fechada na posição
de repouso) que se abre a um escorregamento de cerca de 25 % (correspondente
ao torque má ximo como motor monofásico ), e o motor acelera até atingir seu
escorregamento nominal (aproximadamente 5 % ou menos, dependendo da carga
aplicada ) como um motor monofásico devido ao seu pró prio campo cruzado.
MOTORES MONOFáSICOS
363
-
Para inverter se o sentido de rotação de qualquer motor de fase
é nécessá rio inverter as ligações terminais do enrolamento
dividida,
auxiliar de partida em
relação às do enrolamento principal de funcionamento Isto produzir
girante “ bifásico” no sentido oposto. A inversão do sentido
. á um campo
de rotação nunca
pode ser feita em condições de funcionamento , o que é ó bvio, como
o que se faz
às vezes, em motores de indução polifásicos. No caso de um motor monof
ásico,
de partida à resistê ncia, nada acontece mesmo q re òs cõntatos d ã cfi
^ à
^

ve centr í fuga
estejam em curto e ó ê n rola mento 'cie partida seja energizado .
Uma vez que o tor- _
que monofásico é maior que àquele correspondente ao campo dividido
“ ” o motor
continuará a operar como monofásico rio sentido em que já funciona *
va origina-
riamen íe. Õ motor de fase dividida , com partida à resist ê ncia, é
classificado, por-
tanto, como um motor não reversí vel.5
A capacidade do enrolamento de partida baseia-se apenas no
seu funciona -
mento intermitente. Se a chave centrí fuga apresentar defeito e deixar de
abrir (nor-
malmente, devido a contatos soldados), o excessivo calor produzido pelo
enrola-
mento de partida de resist ência elevada aumentar á a temperatura
do estator de
modo que, eventualmente, ambos os enrolamentos (de partida e de
funcionamento)
chegarã o a queimar . Motores de fase dividida, de projeto comum
, utilizando .
isolamento melhorado, têm, em condi ções normais de funcionamento, vida
extre-
mamente longa , mas muitos motores de qualidade excelente tê m sido destru
ídos
devido a chaves centr í fugas defeituosas. (Se um motor tende a se sobreaquecer,
ouvindo-se o clique caracter ístico de um rel ê centr í fugo ou magnético
se a chave est á ou nã o funcionando.) Um amper í metro alicate pode tamb -
saber se á
é m ser
-
utilizado para medir a diminuição da corrente quando se abre o enrolamento
auxiliar (V. Exemplo 10-1 ), indicando o funcionamento normal da chave
fuga . Entã o, a causa do sobreaquecimento pode ser investigada a partir da
centr í-
í : falta
de lubrificaçã o , mancais defeituosos, carga excessiva , enrolamento parcialm
ente
em curto, etc., até sua descoberta e eliminação.
Conforme se estabeleceu acima, o escorregamento a plena carga de um
motor
de lase dividida , com partida à resist ência, é de cerca de 5 por cento. A corrente
de partida com rotor bloqueado varia entre 5 e 7 vezes a corrente nominal ,
e o
torque de partida entre 1, 5 e 2,0 vezes o torque nominal. 6 O motor
de fase dividida
e partida à resistência é normalmente um motor fracionário e, desde que o
seu
rotor é pequeno, tem uma inércia baixa mesmo quando ligado à carga . O
resul -
tado é que a corrente de partida relativamente elevada cai quzse instantaneamente
durante a partida, de modo que esta alta corrente, em si, não constitui uma obje
çã o maior a este motor. Objeções maiores são, isto sim, ( 1) o seu -
baixo torque
de partida ; e ( 2) o fato de que, para cargas pesadas, o escorregamento excede
5 por cento, reduzindo a fem de velocidade e produzindo um torque el í ptico
e .
50 motor de fase dividida, com partida a capacitor, entretanto, é um motor reversí vel. (V. notas
-
de rodapé relativas às Seçs. 10-5 e 10 7 para as definições e distinções suplement
ares.)
6
Pode-se mostrar que o torque de partida para qualquer motor de fase dividida, de
acordo com
-
a Hq. (9 5), é Tp = Kt4>Ip sen (0, - 0 ), onde todos os termos foram definidos
nas Figs. 10-3b e
-
10 4b. Assim, para a mesma corrente de partida, o torque de partida é proporcional
r
ao ngulo entre
as correntes nos dois enrolamentos. Quando o â ngulo é 90°, o torque de partida é â
maximizado.
-
[V. Exemplos 10-1 d e 10 2c.]
364 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

pulsante, o que faz com que o motor se torne, para algumas aplicações, muito
ruidoso. Por isto, o motor de fase dividida é utilizado para acionar cargas por
si mesmas barulhentas: queimadores de óleo. máquinas ferramentas, esmeris,
máquinas de lavar, lavadoras de pratos, ventiladores e exaustores, compressores
de ar e pequenas bombas hidrá ulicas.
O controle da velocidade em enrolamentos de fase dividida é relativamente
dif ícil, já que a velocidade sí ncrona do fluxo do estator girante é determinada pela
frequência e pelo n ú mero de pólos desenvolvidos pelo enrolamento de funciona-
mento ( Ns = 120 f / P ). As técnicas envolvem o uso de enrolamentos parciais
ou pólos consequentes, como meio de variar-se o n ú mero de pólos, bem como
a impedâ ncia adicional do estator-sé rie ou a variaçã o da tensão comunicada para
assegurar uma alteraçã o das caracteristicas de torque, de acordo com a Eq. (9 8) -
e a Fig. 10-5. Deve-se notar, entretanto, que todas as variações de velocidade
devem ser realizadas numa faixa que Fique acima da velocidade de operação da
chave centr —
ífuga ( n 0,25), e abaixo da velocidade sí ncrona. Isto resulta numa
faixa bastante limitada de controle de velocidade. Finalmente, desde que o con-
trole da velocidade é conseguido através de uma redução do torque, ele não é uti-
-
lizá vel com cargas pesadas, devido à possibilidade de superar se o torque máximo,
como mostra a Fig. 10-5.

-
10 6 . MOTOR DE FASE DIVIDIDA COM PARTIDA A CAPACITOR

O motor, anteriormente mencionado como de fase dividida, foi chamado


de motor com partida à resistência, porque a diferença no valor de impedâ ncia
no enrolamento de partida ou auxiliar provinha da elevada resistência de seu enro-
lamento de partida. A rim de melhorar o torque de partida relativamente baixo
-
do motor de fase dividida, adiciona se um capacitor ao enrolamento auxiliar, '
para produzir um defasamento de aproximadamente 90° entre as correntes nos
enrolamentos de partida e de funcionamento, em vez do â ngulo de aproximada -
- -
mente 25°, conforme indicavam os Exemplos 10 1 e 10 2. Testes operacionais
indicam que o defasamento entre as correntes dos enrolamentos principal e auxi -
liar de motores fracioná rios é de cerca de 82° nos motores com partida a capa-
citor, comparando aos 25° dos motores com partida à resistência.
Empiricamente, pode-se estabelecer que o torque de partida é proporcional
ao seno do â ngulo entre as correntes nos enrolamentos principal e auxiliar, no
instante da partida. A relação entre o torque de partida dos motores com partida
a capacitor e aquele dos motores de fase dividida com partida à resistência, como
se vê na Fig. 10-2, é da ordem de sen 82°/sen 25°, ou 2,35 para 1, aumentando, pois,
o torque de partida, para os motores com partida a capacitor, até uma faixa de
3,5 a 4,75 do torque nominal. O uso do capacitor també m tende a reduzir (at é
certo ponto) a corrente inicial total a rotor bloqueado, uma vez que ele melhora
o fator de potência, fornecendo uma componente da corrente que se adianta em
relação à tensão aplicada . A Fig. 10-4a mostra um motor com partida a capacitor.
-
Note se que a única diferença foi o acréscimo de um capacitor em série com o . enro-

L
MOTORES MONOFáSICOS 365

TABELA 10- 1
VALORES T Í PICOS DE CAPACITORES PARA
MOTORES FRACION Á RIOS MONOF ÁSICOS, DE
1.725 RPM , 60 Hz, DE FASE DIVIDIDA, COM
PARTIDA A CAPACITOR 7

POTÊ NCIA ( HP) 1 /8 1 /6 J /4 1 /3 1/2 3/4


CAPACIT Â NCIA, EM MICROFARADS ( Jí F ) 80 100 135 175 250 350

lamento auxiliar. Os valores aproximados dos capacitores, utilizados em motores


com partida a capacitor de 1 / 8 a 3/ 4 HP, sã o dados na Tabela 10- 1 .
Os valores dos capacitores da Tabela 10- 1 sã o razoavelmente grandes cm com -
para çã o com os normalmente utilizados em amplificadores eletr ó nicos, ou mesmo
em fontes de suprimento para equipamentos eletr ó nicos. O desenvolvimento de '

capacitores eletrol í ticos do tipo seco, de forma cil í ndrica e tamanho razoavelmente
pequeno, para uso em linhas CA de 110 ou 220 V (com tamanhos aproximados de
1 V4 polegadas de di â metro por 3 V 2 polegadas de comprimento) é acompanhado
por um dimensionamento do capacitor para um ciclo intermitente, que corres
ponda a uma utilizaçã o total de um minuto durante um perí odo de uma hora,
-
com base no n ú mero de partidas. Os capacitores sã o ensaiados nesta base durante
vinte per í odos de 3s ( ou quarenta de 11/ 2 S), distribu ídos igualmente em uma hora.
Como a capacidade do capacitor é estabelecida a partir de um ciclo intermitente
( al é m da capacidade intermitente do enrolamento de partida), uma have
de par-
tida defeituosa , em um motor com partida a capacitor poder á produzir danos
^ .. Portanto, os
^
n ã o apenas nos enrolamentos, mas també m no .capacitor mesmos
coment á rios feitos para os motores com partida à resist ê ncia , com relaçã o à manu
tençã o e ubstituiçã o . das chaves de partida, .aplicam-se com mais ênfase ainda
-
^
aos motores com partida a capacitor.
Diferentemente dos motores com partida à resistê ncia, os motores com par -
tida a capacitor sã o motores reversí veis . Se os desligamos temporariamente da
fonte, a velocidade do motor cai até um escorregamento de 20 (cerca de quatro
%
vezes o escorregamento nominal de 5 % ) e fecha -se a sua chave centr í fuga . Se,
ao mesmo tempo, inverte-se a polaridade do enrolamento auxiliar em relaçã o
à do enrolamento principal , e se o religamos à linha , estabelecer -se-á um campo
rotacional bifásico no sentido oposto ao da rotaçã o do rotor. De forma contrá -
ria à que ocorria no motor com partida à resist ê ncia cujas correntes nos enrola -
mentos principal e auxiliar estavam defasadas de 25° apenas, o motor com partida
a capacitor apresenta um deslocamento de cerca de 82° ( V . Exemplo 10- 2) . O
torque proporcional a este deslocamento (sen 82°) é 0,9903 do torque a 90 .
°
No motor com partida a capacitor, assim , o torque “ bif ásico" ou de “ campo
dividido" excede o torque devido à fem de velocidade monof ásica , produzida
7
Com base em SISKIND, C. S., Electrical machines, direct and alternating . New York. McGraw-
Hill, 1959, Cap. 10, Tab. 9, p. 426.
366 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

pelo campo cruzado do rotor. O campo girante no sentido inverso ao da rota ção
do rotor diminui lentamente a velocidade do motor ( reduzindo ainda mais a sua
fem de velocidade e o torque do campo cruzado), lã z com que ele pare e o faz girar
no sentido oposto. O motor acelera até 20% do seu escorregamento no sentido
oposto ; e, quando se abre sua chave centr í fuga , o motor atinge sua velocidade
nominal como um motor de indu çã o monof ásico no sentido oposto.
Devido ao seu torque de partida mais elevado , de 3, 5 a 4, 5 vezes o torque
nominal , e à sua corrente de partida reduzida para uma mesma pot ê ncia na par-
tida (como se ver á no Exemplo 10- 2 abaixo ), o motor com partida a capacitor é
normalmente constru í do em tamanhos de pot ê ncia inteira at é 7 , 5 HP. ( Os mo-
tores com partida à resist ê ncia t ê m torques de partida que variam entre 1 , 5 e 2,0
vezes o torque nominal, e tamanhos que n ã o excedem 3/4 HP.) Motores de partida

R elevada
Is !
.

o ii VA Enrolamento
auxiliar de

t
\ <>
partida 9S = 42 °
o
I 2
o X baixa
CA O
o
%= 40° Ilr
o

O
Chave centr ífuga
I
( a ) Diagrama de ligações. ( b ) Relações de fase.
.
Fig 10 4 - — Diagrama de ligaçõ es e relaçõ es de fase de um motor de indução de fase
dividida e partida a capacitor.

a capacitor e pot ê ncia inteira sã o normalmente dotados de dupla tensã o e podem


ser utilizados em 115 V (enrolamentos em paralelo) ou 230 V ( enrolamentos em
sé rie). Este ú ltimo tipo resultará em correntes de partida e de funcionamento
menores ( aproximadamente a metade) para a mesma capacidade em HP. Devido
ao seu torque de partida mais elevado, utilizam-se os motores de fase dividida ,
com partida a capacitor, para acionar bombas, compressores, unidades refrigera -
doras, condicionadores de ar, e m á quinas de lavar de maior porte , onde se requei-
ram motores monof ásicos que desenvolvam torques de partida elevados, ou onde
seja necessá ria a inversã o do motor.

EXEMPLO Acrescentou -se um capacitor ao enrolamento auxiliar de partida do motor do


-
10 2: Exemplo 10-1, o que fez com que a sua corrente de partida se adiantasse de 42 °
em relação à tensão da fonte. O valor das correntes nos enrolamentos, de partida
e funcionamento, é o mesmo, sendo que a última se atrasa do mesmo â ngulo
que no Exemplo 10-1. No instante da partida, calcule
a. A corrente total a rotor bloqueado e o fator de potência.
b. O seno do ângulo entre as correntes de partida e de funcionamento.
c. Compare os resultados com os do Exemplo 10-1.
MOTORES MONOFá SICOS 367

Solução :

a. I p = 4 L + 42° A = 2,98 + j 3,15 A



If = 6 L — 40° A = 4,60 j 3,86 A
/ p + I f = 7,585 L - 0,7° A
cos 0,7°) = 0,9999
(

b. sen [40° _ 42°)] sen 82° 0,9903


( = =
c. A corrente a rotor bloqueado ( na partida ) foi reduzida de 9,88 L — 30° A,
para 7,585 L — 0,7° A, e o fator de pot ência elevou -se de 0,866 em atraso
até o valor unitá rio (0,9999). O motor desenvolve um torque de partida m á xi -

mo ( T K Ibl </> cos 6 ) com m í nima corrente de partida. A rela çã o entre
os torques de partida ( a capacitor para à resist ência) é

7\ sen 82° 0,9903


Tpr sen 25° 0,423
= 2,35

10-7. MOTOR DE FASE DIVIDIDA COM


CAPACITOR PERMANENTE ( DE UM SÓ VALOR )

Devido à propriedade de ser revers í vel , do motor de fase dividida , com par-
tida a capacitor, desenvolveu -se um motor monofásico com dois enrolamentos
permanentes ( normalmente enrolados com fio da mesma bitola e com o mesmo
n ú mero de espiras, isto é, id ê nticos ) . Devido ao fato de que . ele funciona c nti -
nuamente como um motor de fase dividida , não se requer chave centr í fuga. O
,

^
motor parte e funciona devido a deslocamento existente entre as correntes 3e fase
dos dois enrolamentos deslocados no tempo e no espa ço. Como rgsult ã d ó dfsto,
de não.possui um torque . elevado de funcionamento como o dos motores com
,

par id
^ ^^ rpglstt nnia mi com partida a capacitor . Mais ainda , o capacitor utilizado
^
no motor de fase dividida como capacitor permanente e de um só valor , é proje-
tado para uso cont í nuo e é do tipo a ó leo . O valor do capacitor é baseado nas suas
condições ideais de funcionamento , em lugar das de partida . No instante da par -
tida , a corrente no ramo capacitivo é muito baixa . O resultado é que o motor à
capacitor permanente e de um só valor ( de modo contrá rio ao motor com partida
a capacitor ) tem um torque de partida muito baixo , cerca de 50 a 100 por cento
do torque nominal .
Como mostra a Fig . 10- 5a , uma chave reversora permite que se desloque
facilmente o capacitor a ó leo para qualquer um dos enrolamentos . Pode parecer
que, com um torque de partida baixo e um baixo torque de funcionamento, as
perspectivas para a utiliza çã o deste tipo de motor fossem extremamente pequenas.
Entretanto esta mesma fraqueza conduz diretamente às suas vantagens, sendo
um motor muito popular. Trata -se de um motor que não requer chave centrí fuga,
que pode ser invertido facilmente devido ao seu torque de funcionamento baixo.
Al é m disto, o seu torque de funcionamento baixo o torna mais sensí vel às varia -
368 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

ções de tensão ; e o motor de indução, de capacitor permanente e de um só valor,


é um dos poucos motores de indução monofásicos cuja velocidade pode ser facil -
mente controlada por variações de tensã o de linha , como se vê nas Figs. 10-5a e c.

Autotrans .
formador I
ajustá vel

0 1 /2 carga

o A B Carga nominal
o o o
1
1
CA * O
o
o E
o
o
o
o
3
c
©
a
1 — da carga
2 nominal
I
^ O

V
( i'
&
O
c
a>
E
Chave revisora CD
Reversora £
( a ) Diagrama de ligações . o
O
t /l
Ui
Torque nominal

I 00
0 Torque

(b) Relações de fase. (c) Caracterfstica de velocidade ajustá vel.

Flg. 10-5 — Diagrama de ligações, relações de fase e caracter ísticas de tensã o do motor
da fase dividida permanente.

A Fig. 10- 5b mostra as rela ções de fase do motor nas condições de funciona- )
mento para a posiçã o da chave seletora de inversã o representada na Fig. 10- 5a.
Devido ao campo magn é tico girante, razoavelmente uniforme, criado por enro-
lamentos iguais, cujas correntes est ã o deslocadas de quase 90°, o torque é razoa -
velmente uniforme e o motor não apresenta a caracterí stica pulsante comum à
maioria dos motores monof á sicos quando carregados. O valor do capacitor para
ciclo contí nuo é selecionado de modo que as correntes de funcionamento sejam
iguais e deslocadas, como se vê na Fig. 10- 5 b, para um valor de carga entre tr ês
quartos de plena carga e este valor. Como se estabeleceu previamente, entretanto,
este valor é pequeno demais para as finalidades de partida , e o valor do torque
de partida est á compreendido entre a metade do de plena carga e o total, o que
representa a Fig. 10- 5c.
Al é m de sua vantagem como motor reversí vel 8^ o motor a capacitor perma -
nente permite o controle da velocidade através da varia çã o da tensã o aplicada. i'

Uma vez que o torque de qualquer motor de indu çã o varia com o quadrado da
8
A ASA distingue entre o motor reversí vel em funcionamento (reversing) e o motor reversí vel
a baixa velocidade (reversible). O motor de fase dividida com capacitor permanente é um motor
“ reversing”, uma vez que ele pode ter o seu sentido de rotação invertido quando funcionando a plena
carga e à velocidade nominal. O motor de fase dividida com partida a capacitor é um motor “rever
'
-

&
MOTORES MONOFáSICOS 369

tensã o aplicada ao seu estator, a curva torque-escorregamento a três quartos da


tensã o nominal é nove dezesseis avos, ou seja , aproximadamente, metade do valor
à tensã o nominal , como se vê na Fig. 10-5c. Semelhantemente , à metade da tensã o
nominal aplicada corresponde um torque de aproximadamente um quarto do
torque nominal . Isto prevalece tanto para as condições de partida como de funcio-
namento. Se o motor parte à tensã o nominal e funciona sob a carga nominal
( ponto a), uma redu çã o da tensã o para um valor de três quartos da nominal fará
com que a velocidade caia para a correspondente ao ponto b . Uma posterior re-
duçã o da tensã o para a metade da tensã o nominal far á com que a velocidade caia
novamente para a correspondente ao ponto c. Genericamente , uma carga pesada
tende a produzir uma maior queda de velocidade , com a varia çã o da tensã o , do
que uma carga leve.
Existem vá rios mé todos para ajustar-se a tensã o aplicada ao estator AC,
a fim de produzir-se o controle da velocidade desejado, como sejam transforma-
dores com taps determinados, variacs, potenci ômetros e resistores ou reatores
com derivações. Estes mé todos implicam em velocidades abaixo da sí ncrona .
Devido ( 1 ) à sua resposta instant â nea como motor reversí vel , ( 2) à sua opera -
ção silenciosa , e ( 3) à possibilidade do controle da velocidade, o motor a capacitor
permanente é utilizado para ventiladores e exaustores, m á quinas de escrit ório e
V
unidades de aquecimento.

10-8. MOTOR A DUPLO CAPACITOR

O motor a capacitor permanente, de valor ú nico, tem uma


larmente séria , qual seja o seu baixo torque de partida.9 Em situações, para as
quais as condições de partida nã o sã o severas, esta desvantagem nã o traz conse-
qu ê ncias. Mas, quando se requerem torques de partida elevados, esta desvan-
tagem deve ser contornada . O motor a duplo capacitor combina as vantagens da -

operaçã o silenciosa e do controle limitado da velocidade, de um motor a capacitor


permanente, com o torque de partida elevado de um motor com partida a capa-
citor . Nele se utilizam dois capacitores (como o nome indica ) durante o per íodo
de partida . Um deles é um capacitor eletrol í tico de partida , semelhante ao utili-
zado para o ciclo intermitente , correspondente ao motor de fase dividida de par -
tida a capacitor , e é de uma capacidade razoavelmente elevada (cerca de 10 a 15
vezes o valor do capacitor de funcionamento), sendo desligado do circuito através
de uma chave centr í fuga quando o escorregamento atinge cerca de 25 por cento.
Dois mé todos sã o usualmente empregados para se obter a capacit â ncia ele-
vada necessá ria na partida e a capacit â ncia menor necessá ria para o funcionamento,

sible”, porque é capaz de ter sua velocidade invertida apenas para valores bastante abaixo de sua
velocidade nominal , sem ser, entretanto, necessá rio para o motor. O motor de fase dividida com
partida à resistência é um motor não reversí vel, pelas razões acima apontadas. ( N.T.
Brasileira não faz esta distinção . )
— A Norma

9
Desde que o torque de partida é Tp = Kt <t>í psen( 0r - 0S), a corrente de partida Ip no ramo
.
capacitivo é baixa. Uma diminuição na reatâ ncia capacitiva resultará num aumento de Ip Donde,
a necessidade de um capacitor grande na partida.
370 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

ambos mediante o emprego da chave centrí fuga para tal fim . O primeiro método,
semelhante ao antes descrito, utiliza um capacitor eletrol í tico, como mostra a
Fig . 10-6a , em paralelo com um capacitor a óleo, através de uma chave centrí fuga
normalmente fechada . O capacitor eletrol í tico, de alta capacidade, é desligado
a cerca de 75 por cento da velocidade sí ncrona, produzindo assim o torque de par-
tida elevado de que se necessita . O motor continua ent ã o a acelerar como um
motor a capacitor , com o valor de capacit â ncia ótimo para o capacitor a óleo de
funcionamento, para operar na carga nominal ou pr óximo a ela .

Chave Capacitor eletrol ítico de partida


centr í fuga
, Capacitor a óleo, de P1 df Autot ransf ormador
^ f
/
/ funcionamento com derivações

O’ o rm - '-
(
> è é Lé

« / "* fuga
o / centrí

Partida Cr= .n².C


Fonte Fonte CA <
monof á - A B monof ásica A B
sica o o o
o o o
o o o
o \

( a ) Uso de dois capacitores (b ) Uso de um só capacitor


e uma chave centrí fuga. e autotransformador.

Fig. 10-6 — Diagramas de ligação para dois tipos de motores a duplo capacitor.

O segundo m é todo ( embora també m utilize uma chave centr í fuga ) emprega
apenas um capacitor a óleo de alta tensã o, em combinação com um autotransfor -
mador , como mostra a Fig. 10-6 b. Esta t écnica utiliza o princí pio do trans -
formador , no que diz respeito à reat â ncia capacitiva refletida a partir do secund á - \

rio do autotransformador de volta ao seu prim á rio, em proporçã o ao quadrado


da relaçã o entre os respectivos n ú meros de espiras, ou seja , n = ( N J N { ) .
2 2

Assim , um autotransformador com 140 espiras, com deriva çã no ponto -


o 20 espiras ,
como representa a Fig. 10-6 b refletiria um capacitor de funcionamento de 6 p F
ao prim á rio como se fosse de ( 140 / 20) 2 x 6 /iF (ou 72 x 6 p F ) ou 294 p F (quase
cinquenta vezes mais). Assim , um capacitor a óleo, de funcionamento, pode tam-
bé m ser utilizado para a partida , desde que a tensã o especificada para o capacitor
suporte a eleva çã o de tensã o produzida pela transformaçã o ( neste caso n = 7 / 1 ,
e a tensã o aplicada ao capacitor na partida seria 110 x 7, ou 770 V, para uma fonte
de 110 V).
Como no caso de motores monofásicos com partida à resist ê ncia e partida
a capacitor , um defeito na chave centr í fuga pode ainda causar um sé rio preju í zo .
No caso do tipo cujo circuito é visto na Fig. 10-6a , se a chave nã o abre e n ã o se
desliga o capacitor eletrol í tico grande, este pode sofrer perfuração, uma vez que
é um equipamento para uso intermitente. No caso do segundo tipo, que se vê na
Fig. 10-6b, conforme a velocidade do motor se aproxima da sí ncrona , a tensã o
de excitaçã o secundá ria se torna excessivamente elevada , podendo destruir o capa -
citor a óleo, que é relativamente caro (e normalmente isolado para 1.000 V).

VBIBLIOT ECA /
!
U "P l J
MOTORES MONOFáSICOS
371
A vantagem primordial do motor a duplo capacitor é o seu elevado
torque _ .
de partida , alé m de sua opera ção silenciosa e do bom torque de funciona
mento.
j\inda _á classificado como um motor reversível (
. reversing ), pois, quando se inverte
a polaridade da linha em relaçã o a um dos enrolamentos, o seu sentido de rotaçã o
també m se inverte. Quando a velocidade cai a um valor correspondente
a um
escorregamento de mais de 25 por cento durante a reversão, a chave
centrí fuga
fecha o seu contato de partida , providenciando o torque m á ximo enquanto o motor
desacelera e inverte o sentido. Os contatos abrem novamente quando o motor
atinge 75 por cento da velocidade sí ncrona no sentido inverso. Inversões
frequen-
tes reduzir ã o entretanto , a vida ú til da chave centr í fuga . Por isto, quando
se rea -
lizam frequentes reversões, prefere-se usar um motor monof ásico a capacitor
permanente, sem nenhum tipo de chave centrí fuga, de preferência.
O motor a duplo capacitor encontrou aplicaçã o recente em pequenas
dades dom ésticas de ar condicionado , que utilizam este motor para acionar o seu-
uni
compressor e operar num circuito de 15A.10 A sua menor corrente de partida
,
bem como de funcionamento ( 7,5 A no m á ximo) a um fator
de potência melhor
que o do motor com partida a capacitor , sã o obtidas pela seleçã o precisa
dos capa -
citores de partida e de funcionamento para uma determinada carga correspo
ndente
ao compressor.

10-9. MOTOR DE INDU ÇÃO DE PÓ LO RANHURADO


Todos os motores monofásicos, considerados nas seções precedentes, empre
gam estatores com entreferros uniformes em relaçã o aos seus enrolame
-
ntos do
estator e do rotor , que s ã o, por sua vez , distribu í dos uniformemente pelas respec
tivas periferias. Os métodos de partida , até aqui vistos, basearam se no princ pio
-
-
da fase dividida para a produçã o de um campo magnético girante que iniciasse
í
a
rotaçã o . Os motores de induçã o de fase dividida sã o constru í dos tanto nos
tama -
nhos correspondentes às potências inteiras, como nos correspondentes às fracio
n á rias. -
O motor de pólo ranhurado é normalmente um motor pequeno, de potê ncia
fracioná ria , menor que 1 / 10 HP embora se conte com motores at é 1 4 HP. A
grande virtude deste motor reside na sua extrema simplicidade : um /
enrolamento
monof ásico, um rotor do tipo gaiola , fundido, e peças polares especiais. Nã o
utiliza chaves centr í fugas, capacitores , enrolamentos especiais de partida nem
comutadores, e apresenta torque de partida apenas com um enrolamento mono
fá sico. As teorias do duplo campo girante e dos campos cruzados indicam que-
isto é impossí vel . Tem de haver algum meio auxiliar para produzir o efeito de
um campo magnético girante a partir de uma fonte monofásica e apenas um enro
lamento no estator .
-
A Fig. 10-7 a mostra a constru çã o geral de um motor bipolar de pólos ranhu
rados salientes. As peças polares especiais consistem das lamina ções e de uma
-
10
O NEC permite uma aplicação Fixa que implique em uma carga não maior que 50 da capaci
dade do respectivo circuito. Em um circuito de 15 ampères, a máxima corrente para um%aparelho -
de
ar condicionado ser á de 7,5 ampè res.
372 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

bobina em curto-circuito colocada numa ranhura ( ou um anel de cobre batido,


que seria uma espira), e enrolada em torno do segmento menor da peça polar . A
bobina , separada do enrolamento principal do campo CA , serve para fornecer
uma divisã o de fase do fluxo principal em rela çã o ao campo , pelo atraso da varia -
çã o de fluxo no segmento menor.
Como mostra a Fig . 10-7 b, quando o fluxo nos campos polares tende a aumen-
tar , é induzida uma corrente na bobina curto-circuitada , que, pela lei de Lenz,
se opõe à força e ao fluxo que a produziram. Assim , conforme o fluxo aumenta ,
em cada polo, haverá uma concentraçã o de fluxo no seu segmento principal, en -
quanto que, no segmento correspondente à bobina , o fluxo opor-se-á ao principal .
No ponto c, como se vê na Fig . 10-7e, a rela çã o entre a variaçã o do fluxo e a da
corrente é zero, nã o havendo , pois, tensã o induzida na bobina . Consequentemente
o fluxo é uniformemente distribuí do nas massas polares. Quando o fluxo decresce,
a corrente inverte o seu sentido na bobina , para manter o fluxo no mesmo sentido.
O resultado é que o fluxo se concentra no segmento ranhurado do pólo.

Bobina
em curto N ::: : |: 3
Fonte CA
monof ásica
( b ) aumento (c ) 0 constante. ( d ) Diminui ção
de fluxo.

*
(a ) Construção gené rica de um motor
de dois pólos ranhurados. ( e ) Relaçã o da variação da corrente e do fluxo nos pólos.

- — Construção genérica e princí pio do


Fig. 10 7 motor de pólo ranhurado.

Um exame das Figs. 10-7 b, c e d revelará que, nos intervalos b , c e d , o efeito


l í quido da distribuiçã o do fluxo no pólo foi o de produzir um movimento de varre-
dura do fluxo através da face polar representando uma rota çã o no sentido horá rio.
O fluxo no segmento do pólo ranhurado est á sempre atrasado no tempo , em rela-
çã o ao fluxo na parte principal , e o mesmo ocorre espacialmente (embora nã o
exista uma rela çã o de 90° entre eles). O resultado é que se produz um campo mag-
nético girante, suficiente para ocasionar um pequeno desequilí brio nos torques
do rotor (teoria do duplo campo girante) tal que o torque no sentido horá rio exceda f
o torque no sentido anti-horá rio (ou vice- versa ), e o rotor gire sempre no sentido
do campo girante.
Para o tipo de motor de pólo ranhurado, visto na Fig. 10-7, a rota çã o se d á
no sentido horá rio, uma vez que o fluxo no segmento ranhurado se atrasa em re-

f
MOTORES MONOFáSICOS 373

-
laçã o ao fluxo principal . A fim de inverter se o sentido da rotaçã o, seria necessá -
rio desmontar a estrutura polar e invertê-la, fisicamente . Para eliminar este pro-
cesso lento e complicado, foram desenvolvidas novas técnicas para a produçã o
de motores reversí veis de pólo ranhurado.
O primeiro destes métodos é ligar-se as bobinas, correspondentes às ranhuras,
em sé rie nas correspondentes ranhuras dos pó los e curto-circuitá las através de -
uma chave. Vê-se isto na Fig. 10 8a , onde aquelas bobinas situadas numa das
-
extremidades dianteiras do pólo saliente sã o curto circuitadas para a rotaçã o -
no sentido horá rio, e as situadas no lado oposto do pólo sã o curto circuitadas -

L
/ *

k. o
Horá rio

-
Anti horárioo
^^o i ¥rr e c )
--

( a ) Dois pares de bobinas de pólo

pela chave.
-
ranhurado curto circuitados
!
( N ão est á representado o
enrolamento principal ) .
\

^- Horá rio

Anti hor á rio

Horá rio
o
-
Anti horário :

ô Fonte CA monof ásica o Fonte CA

( b ) Dois campos individuais ( c ) Método do enrolamento


principais distribu idos distribu ído com derivações.
defasados de 90 °.
Fig. 10-8
— Métodos de inverter o sentido de rotação
de motofes de pólos ranhurados.
374 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

para rotaçã o no sentido anti- horá rio. Em nenhuma circunstâ ncia , entretanto,
teremos ambos os conjuntos curto-circuitados.
O segundo método é genericamente utilizado em estatores de pólos não
salientes. Dois enrolamentos distribu í dos, separados, deslocados no espaço de
90° em rela çã o aos pólos ranhurados curto-circuitados , est ã o indicados como A
e B na Fig. 10-8 b. Quando se energiza A (que n ã o est á indicado como distribuí do ),
estabelece-se o padrã o do fluxo numa ordem hor á ria : enrolamento A , pólo ranhu-
rado A' ; enrolamento A ( na posiçã o de B ) , e pólo ranhurado B' . Quando B é
energizado, o estabelecimento do fluxo se d á na ordem anti-hor á ria : enrolamento
B, bobina ranhurada A\ enrolamento B distribu í do em A, e pólo ranhurado B' .
O terceiro mé todo, visto na Fig . 10-8c, emprega també m um ú nico enrolamento
contí nuo distribuí do com deriva ções apropriadas nos pontos de 90° . Quando
se energizam as liga çõ es de um conjunto, através de uma chave bipolar, o rotor
gira no sentido hor á rio . Quando se energizam as liga çõ es do segundo conjunto,
deslocado de 90° .em rela çã o à s bobinas do pólo ranhurado, o motor gira no sen-
tido oposto.
A vantagem dos estatores distribuí dos, nã o salientes, sobre os tipos de pólos
salientes, vistos nas Figs. 10-7 e 10-8 , é que, uma vez iniciado o movimento, o rotor
com o fluxo uniforme no entreferro tende a produzir um campo magnético mais
uniforme, em vez do campo girante el í ptico, em virtude da sua fem de velocidade
(teoria do campo cruzado).
O motor de pólo ranhurado é áspero, barato, pequeno em tamanho e requer
pouca manuten çã o. A corrente circulante a rotor bloqueado é apenas um pouco
mais elevada que sua corrente nominal normal , de forma que ele pode funcionar
a rotor bloqueado por per í odos curtos, sem que haja preju í zos maiores. Infeliz-
mente, o seu torque de partida é muito pequeno, bem como sã o - baixos o seu ren-
dimento e o seu fator de pot ência , embora estas duas ú ltimas considerações tenham
pouca importâ ncia quando se trata de motores pequenos. O fato do torque de
partida ser baixo limita sua aplica çã o a motores para toca -discos, projetores cine-
matogr á ficos, m á quinas el é tricas para cortar frios, pequenos ventiladores, má -
quinas vendedoras autom á ticas, dispositivos girantes para vitrines, e outras cargas
ou servomecanismos relativamente leves.
De forma geral , o controle da velocidade usado consiste em reduzir-se a tensã o
CA aplicada , para fazer com que o escorregamento aumente, de modo semelhante
ao que se empregou para o motor a capacitor, como se viu na Fig . 10- 5c .

10-10. MOTOR DE INDU ÇÃ O COM PARTIDA À RELUT Â NCIA


Outro motor de indu çã o , que emprega um estator com um entreferro n ã o
uniforme, é o motor de partida à relut â ncia . O seu rotor é o rotor do tipo gaiola
convencional, que desenvolve torque, uma vez acelerado iniciada a rota çã o, pelo
princí pio da relutância.11 Devido aos entreferros desiguais entre o rotor e os pólos

nO motor com partida à relutâ ncia é um motor de indução cuja partida tem in ício através do
-
princí pio da relutâ ncia (Seç. 1 2). Não é a mesma coisa que o motor de relutâ ncia ( um motor
-
síncrono não excitado), discutido na Seç. 8 27. O motor monofásico de relutâ ncia , o motor de
MOTORES MONOFá SICOS 375
salientes n ã o uniformes, vistos na Fig. 10-9, um efeito de varredura se produz
no fluxo do campo principal . O princí pio de relut â ncia, segundo o qual o motor
funciona , estabelece simplesmente que , onde o entreferro é pequeno , a auto-indu
tâ ncia no enrolamento de campo é grande, fazendo com que a corrente nele se
-
atrase em rela çã o ao fluxo que a produz ( num circuito altamente indutivo , a cor
rente se atrasa de quase 90° em rela çã o à tensã o e ao fluxo) . Inversamente, onde
-
o entreferro é muito grande, a auto- indut â ncia é reduzida , e a corrente est á quase
em fase com o fluxo. O fluxo m ú tuo no entreferro atrasa-se, portanto, na vizinhança
do entreferro menor , produzindo um efeito de varredura semelhante ao produ
zido no motor de pó lo ranhurado . Desde que os fluxos estã o algo defasados no
-
espaço e també m no tempo, produz-se um campo magnético girante em todos
os pó los do campo , nos instantes t í , t 2 e t 3, sucessivamente, como mostra a Fig. 10-9.

o
Fonte CA Enr ô - À
monofásica lamento
de campo
<y
Rotor
gaiola de
esquilo

( a ) Secção transversal .

(b ) Instante tj . (c ) Instante % 2 . ( d) Instante t3-

.
Fig 10-9 — Motor de indução com partida à relu-
t â ncia e desenvolvimento do campo girante.

As características do torque de funcionamento do motor de pólos salientes


com partida à relut â ncia n ã o sã o t ã o boas como as do motor de pólos ranhurados
n ã o salientes. Isto é evidente, porque, a fim de que a fem de velocidade desen-
volva um campo magné tico girante após ter tido in ício a rotaçã o, o entreferro
deve ser razoavelmente uniforme. Alé m disto, o torque de partida de um motor
hi$ terese e o motor subsí ncrono são, na verdade, motores monof ásicos, mas a sua semelhança, quanto
à operação, com o princípio do motor sí ncrono levou o autor a discuti-los no Cap. 8 ( V. Seç
s. 8-27,
8-28 e 8-29). Esta separação é intencional e evita a costumeira confusão entre os princí pios
de ope-
ra o destes motores monof ásicos.
çã
376 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

com partida à relutâ ncia també m é pior que o do de pólos ranhurados ( menosn
de
o dos p ó los do estator , ão
50 por cento do torque nominal ). A n ã o ser a revers ã
çã o de um motor de indu çã o com
há outra forma de variar-se o sentido de rota
alto
partida à relutâ ncia . A sua operaçã o é sempre no sentido do entreferro mais
para o mais baixo.
O motor de pólo ranhurado é, de modo geral, preferido em relação ao motor
o mais
de induçã o com partida à relut â ncia , uma vez que a sua constru çã o n ã é
partida e de funcionam ento , sendo ainda pron-
cara e ele tem melhores torques de
do motor de indu çã o com partida
tamente revers ível . Controla -se a velocidade
à relut â ncia da mesma forma que a utilizada para os motores de pólo ranhurado
.

-
10 11. MOTORES DE COMUTADOR MONOFÁSICOS

Os motores estudados neste capí tulo foram , até aqui , motores de induçã o
monof á sicos com rotores fundidos do tipo gaiola de esquilo, sendo as suas varia -
ções principalmente na forma da partida . H á um outro grupo de motores, que
sã o os motores monofásicos a comutador , uma vez que o rotor bobinado desta
espécie de motores é equipado com comutador e escovas. Este grupo é formado
por duas classes : ( 1 ) os que funcionam segundo o princí pio da repulsã o ( motores
de repulsã o), nos quais a energia é transferida indutivamente do enrolamento do
campo monof á sico do estator para o rotor : e ( 2) os que funcionam segundo o
princí pio dos motores-sé rie, nos quais a energia é transferida condutivamente tanto
para o campo monof ásico do estator como para a armadura do rotor, à qual está
ligado em série ( V . Seç. 10-18) .
Uma vez que o princí pio da repulsã o é utilizado como um m é todo de partida
para um tipo de motor de indu çã o conhecido como motor de indu çã o com partida
à repulsã o, trataremos em primeiro lugar dos motores de repulsão.

-
10 12. O PRINC Í PIO DE REPULS Ã O

O estator de um motor à repulsã o é id ê ntico ao de um motor de indução, no


qual as ranhuras estejam uniformemente distribu í das na periferia do estator. O
enrolamento é també m um enrolamento “ padronizado de dois, quatro ou seis

pó los , distribu ído em volta do estator de forma que se produzam os pó los neces-
sá rios. N ã o se utilizam enrolamentos auxiliares ou parciais . A estrutura do estator
de um motor de repulsã o é , portanto, idê ntica e intercamb i á vel com a de qualquer
motor de indu çã o monof ásico. As lamina çõ es do estator sã o intercambiá veis
com as de quase qualquer outro motor de indu çã o (com exce çã o do motor de pólo
que se seguem , por conveni ê ncia , representar-se-á
ranhurado). Nos desenhos
um campo de dois pólos no estator .
O rotor de um motor de repulsão é muito semelhante a armadura CC “ padrão ,
-
normalmente de enrolamento imbricado ( Seç. 2 11 ), com um ou mais pares de
escovas, dependendo do n ú mero de pares de pólos do enrolamento do estator .
Estas escovas sã o, entretanto, curto-circuitadas , podendo a estrutura que as su -
MOTORES MONOFáSICOS 377
porta girar de forma a alterar a posiçã o delas em rela çã o ao eixo polar . Por simpli-
\
cidade, representar-se-á a armadura do rotor de repulsã o como um enrolamento
i
i
em anel de Gramme (Seç. 1 - 12), uma forma primitiva do enrolamento imbricado .
A Fig. 10-10a mostra o sentido instantâ neo do fluxo do campo, <f> , produzido
f
por um estator bipolar. De acordo com a lei de Lenz, uma fem induzida , que se
opõ e ao fluxo do campo, estabelecer-se -á na armadura do enrolamento em anel
de Gramme do rotor. As fem induzidas individualmente combinam-se vetorial-
mente em cada um dos dois caminhos, para produzir uma polaridade instant â nea
positiva na escova esquerda e uma polaridade negativa na direita. Circula a cor-
rente má xima pelo condutor que liga as duas escovas em curto. Quando se inverte
o campo , 180 graus elé tricos mais tarde, inverte-se també m a polaridade das es-
covas, uma vez que as fem se invertem e circula a corrente má xima no sentido oposto.
A Fig. 10-10b mostra as correntes instantâ neas nas escovas e nos enrolamentos
para o sentido do fluxo de campo tomado na Fig. 10- 10a . Entretanto, n ã o se pro-
duz torque ú til como resultado desta corrente circulante: como se pode notar
a partir das forças perpendiculares desenvolvidas por condutor perpendicular-

t
\

o
Fonte CA monof ásica

( a ) Eixo das escovas paralelo ao eixo


.
polar ( posição neutra forçada )

oooooff

+
o- 4>f.
! (c ) Diagrama vetorial mostrando
o campo, o torque e o fluxo
I ( b ) Correntes nas escovas e nos
de transformador.
enrolamentos ( instant â neas ).
. - — Posimçãáxima
Fig 10 10 o neutra forçada mostrando a corrente
e o torque nulo.

l
r

378 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

mente ao sentido da corrente e ao campo magn é tico (regra da mã o esquerda ).


Para cada condutor Sob um pólo N, que tenda a produzir um torque no sentido
horá rio (b ' para a ) , há um condutor tendendo a produzir um torque no sentido
anti-horá rio ( b para d ) . O rotor do motor é, pois, estacioná rio, sendo bloqueado
numa posiçã o neutra for çada (de má xima corrente). A Fig. 10- 10c també m mostra
que todo o fluxo de campo d) f est á produzindo o fluxo do transformador 4> x ( des-
prezando a dispersã o ), com o resultado de que n ã o se produz fluxo ortogonal
pelo rotor para reagir contra este campo. Nenhuma rota çã o pode ser produzida
sem tal intera çã o de campos ( V. Seçs. 1-17 e 1 - 18).
Se o eixo das escovas gira de 90° em rela çã o ao eixo polar, como se v ê na Fig.
10-11, produzem- se na armadura as mesmas fem instant â neas, como resultado
do mesmo fluxo instant â neo ; mas, devido à posiçã o das escovas , n ã o circula
corrente pelo circuito externo. A soma das fem entre escovas em cada caminho
é zero , como se v ê nas Figs. 10-1 la e b. Desde que n ã o circula corrente , nã o se
produz torque devido ao fluxo nos condutores, como se v ê na Fig . 10- 1 lc, e o ro-
tor fica parado em uma posiçã o neutra aliviada (corrente nula ). Note -se que n ã o
circula corrente pelos condutores mostrados na Fig. 10-1 la .

escovas sobre o neutro


( a ) Eixo das
mecâ nico ( posição neutra
aliviada ) , corrente nula .

O *=0
t
l
*1
«

( c ) Diagrama vetorial ,
mostrando o campo,
o fluxo,e o fluxo
( b ) Fem equilibradas , nenhuma
d © transformador .
corrente nas escovas e
no enrolamento.

Fig. 10- 11
— Posição neutra aliviada, mostrando corrente nula e
nenhum torque.
MOTORES MONOFáSICOS
379
Se o eixo das escovas se desloca de um â ngulo a a partir do eixo polar
, sendo
a menor que 90°, produz-se movimento . Embora as fem sejam
ainda as mesmas
das Figs. 10- lOa e 10- 1 la , uma fem desequilibrada se produz em cada um dos
ca-
minhos pela posição da escova , circulando uma corrente proporcional à diferen
ça
de tensão através dos condutores do rotor , como se vê nas Figs . 10- 12a b
e . O eixo
das escovas é x - x\ e o eixo polar é ainda a- a'. Note - se que os condutores de
a a .v
e de a' a x' carregam correntes num sentido que é oposto ao de sua
tensão induzida ,
porque as tensões a- x' e x - a' são maiores que a tensão a' - x' . Há agora
um dese-
quil í brio dos condutores sob os pólos N e S , respectivamente , que
conduzem cor-
rente num dado sentido , e o rotor gira no sentido horá rio como
resultado destas
forças, como se vê na Fig . 10- 12a . Outra maneira de indicar isto , de uma
forma
um pouco mais sofisticada , é apresentada na Fig . 10- 12c. O fluxodí quido
'
da arma -
dura , 4>a , pela lei de Lenz deve ter sido produzido por um fluxo de transfo
rmador
que é uma componente do fluxo de campo <> . H á , pois , uma
\f componente
Posição
neutra
aliviada

(Tnnp| Posição
neutra
forçada

(a ) Eixo das escovas entre as posições


neutras.

*
t

*
a *1

( c ) Diagrama vetorial mostrand


(b ) Correntes o
instantâneas nas os fluxos de transformador
escovas e enrolamentos. principal e de torque.

- —
Fig. 10 12 Eixo das escovas entre as posições neutras for çada
e aliviada, produzindo os fluxos de torque e de transformador
com o respectivo torque do motor.
380 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

em quadratura do fluxo de campo, </> f, chamada fluxo de torque. O fluxo de torque,


</>f , é um componente do fluxo de campo, </> f que é ortogonal ao fluxo da armadura,
9

4>a,, tendendo a produzir rotação pela interação ( ou repulsã o) dos campos mutua-
mente perpendiculares. Assim, a repulsão entre os campos do rotor e do estator
resulta na rotação do rotor ; donde, o nome motor de repulsão.12
Deve-se notar que o torque é zero a zero graus (corrente má xima ), posiçã o
neutra forçada , e també m é zero a 90° (corrente nula), posiçã o neutra aliviada .
Desde que o torque é um produto do fluxo da armadura ( produzido pela corrente
da armadura ) e do fluxo de torque ( produzido pelo campo, como resultado do
seu afastamento da posiçã o neutra forçada ), é evidente que o torque m á ximo ocor -
rerá mais pró ximo à posição neutra for çada, onde é elevada a corrente da armadura.
Em motores comerciais, o torque m á ximo, para um motor de repulsã o do tipo
de escovas deslocadas, usualmente ocorre para um a de cerca de 25 graus de deslo-
camento a partir da posição neutra forçada .
Deve-se notar que a rota çã o no sentido horário se produziu quando o eixo
das escovas se deslocou , em rela çã o à posi çã o neutra forçada , no mesmo sentido,
ou seja o horário . O deslocamento do eixo das escovas no sentido anti- horá rio,
em rela çã o à posiçã o neutra forçada , ocasiona a rotaçã o no sentido anti- horá rio.

10 13. MOTOR DE REPULSÃO COMERCIAL


-
Desde que os rotores dos motores de repulsã o sã o usualmente armaduras
de enrolamento imbricado, um enrolamento CA de quatro pólos do estator re-
quer dois pares de escovas : um de seis pó los, três pares de escovas, etc . Cada
par de escovas seria curto-circuitado e distanciado de 90 graus mecâ nicos ( para
o caso de quatro pólos) ou 60 graus mecâ nicos ( para o de seis pólos). A maioria
dos motores de repulsã o comerciais é ou de quatro ou de seis pólos, estes sendo
produzidos pelo tipo de enrolamentos do estator CA empregados. Os enrolamen -
tos do estator , al é m disto, sã o enrolamentos de fase dividida , consistindo de dois
campos ligados em sé rie , deslocados de 90 graus el é tricos no estator . As escovas
sã o dispostas ao longo do eixo de um destes enrolamentos, chamado campo trans-
formador , ( f) x, e deslocado 90 graus elé tricos em rela çã o ao outro enrolamento,
chamado campo de torque, . A rela çã o destes enrolamentos na armadura é
vista na Fig. 10-13a . Note-se que o campo resultante , </> r , produzido pelos dois
enrolamentos vistos na Fig . 10- tem o mesmo efeito que o mostrado no dia-
13 b ,
grama da Fig. 10-12c sem a necessidade de se deslocarem as escovas. A utilizaçã o
de dois enrolamentos separados resulta num componente maior do fluxo de tor-
que, reduzindo a corrente de armadura necessá ria para a produçã o de um dado
torque ( T — k ( f ) tIa cos 0), bem como melhorando o fator de potê ncia . Em moto-
res comerciais, o fator de pot ê ncia é aproximadamente unit á rio na velocidade
sí ncrona ( Ns — 120// P) e menor que um para velocidades acima e abaixo dela .
O motor de repulsã o, diferentemente de vá rios motores de indu çã o mono-
fá sicos, é capaz de funcionar a velocidades bem acima da síncrona , para cargas
12
A maior parte da ação motora é o resultado de um fen ô meno semelhante à repulsão e quase
qualquer motor poderia, pois, ser chamado de motor de repulsão.
MOTORES MONOFáSICOS 381

Campo de 0

— torque o
o
Fonte I
monof ásica L/ Eixo das
Campo de escovas
transformador
o

(aí Fluxos no estator e na armadura.

Campo do
pQ Fluxo do rotor
< transformador <j>%

sss.£
Eixo das
Campo de
escovas
torque 0f
(b ) Relação de fases.

Fig. 10-13
— Motor de repulsão comercial.

leves, e bem abaixo dela para cargas pesadas. Sua característica torque-velocidade
é vista na Fig. 10- 14 e assemelha-se muito à de um motor -sé rie. E isto se torna
explicá vel, porque ele é, de fato, um motor “série” indutivamente acoplado, no
qual a corrente da armadura é fornecida por acoplamento do tipo transformador,
ao invés do acoplamento direto por condução. Como no motor-série, um aumento
da carga, no motor de repulsão, produz um aumento na corrente da armadura
(secund á ria) e na sua corrente de campo ( primá ria ) face ao acoplamento indutivo.
Assim, para cargas pesadas e na partida , o motor de repulsã o desenvolve uma
corrente de partida de 1,5 a 2 vezes a corrente de carga nominal.

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i
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35 I
> I
0 1
0 12 3 4 5
Torque ( vezes o nominal )

Fig. 10-14
— ística torque-veloci-
Caracter
dade de um motor de repulsão.
382 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

O motcr de repulsã o comercial representado esquematicamente na Fig


10- a , n ã o requer deslocamento das escovas, porque o efeito foi produzido pelo
13
fluxo resultante nos enrolamentos do estator. Se se deseja inverter o sentido da
rotaçã o, isto ser á leito facilmente invertendo-se as ligações de um enrolamento
em relaçã o ao outro. Alguns motores de repulsã o comerciais, chamados motores
de “deslocamento de escovas” , são fabricados com , um braço de alavanca ligado
à estrutura do porta-escovas : estes motores sã o capazes de amplas gamas de varia-
çã o da velocidade bem como de sua varia çã o suave e cont í nua , a partir
de velocidades que vã o desde seis vezes a velocidade nominal , com as escovas no
â ngulo m á ximo de torque , at é zero para a posiçã o neutra aliviada ( para evitar
o sobreaquecimento e a formaçã o de arcos no comutador ) para qualquer carga .
Poderia parecer que um motor monofásico de ( 1 ) uma tal versatilidade de
velocidades, (2) um excelente torque de partida, e (3) uma baixa corrente de partida,
fosse extremamente popular. Al é m disto ( 4) sendo o rotor independente do esta-
tor, ele pode ser projetado para uma tensã o baixa , enquanto a tensã o do estator
pode chegar a vá rias centenas de volts. Mas, apesar das vantagens citadas, o motor
de repulsã o ( 1 ) é extremamente ruidoso, ( 2) tem má regula çã o de velocidade e
( 3) requer manutençã o periódica do comutador. Por estas razões, atualmente,
os motores de repulsã o são pouco utilizados. O princí pio da repulsã o, entretanto,
é mais extensivamente aplicado em dois outros motores : ( 1 ) o motor de indução
com partida à repulsão : e (2) o motor de repulsã o-induçã o.

10- 14 . MOTOR DE INDU ÇÃ O COM PARTIDA À REPULS ÃO


Se se curto-circuita completamente o comutador de um motor de repulsão
ele produzirá um rotor enrolado do tipo gaiola de esquilo. Já se mostrou que o
estator de um motor de repulsã o é um estator monof ásico distribu ído. Alé m disto,
o motor de repulsã o e capaz de torques de partida extremamente elevados, enquanto
que outros motores monofásicos, funcionando segundo o princí pio de induçã o,
n ã o o sã o. Estes fatos levaram ao desenvolvimento inicial do motor de induçã o
com partida à repulsã o , que foi um dos primeiros tipos de motor de indu ção mono-
fásico a ser desenvolvido comercialmente e vendido em grandes quantidades.
O motor de induçã o com partida à repulsã o parte (conforme indica o seu
nome) como um motor de repulsão, com as escovas colocadas na posiçã o corres-
pondente ao torque má ximo. Quando se tenha acelerado a carga até cerca de
75 por cento da velocidade sí ncrona, um dispositivo centrí fugo embutido (seme-
lhante a um regulador ) coloca um anel de curto em contato com as barras do comu-
tador , tornando a armadura id ê ntica à de um rotor de gaiola. O motor ent ã o
passa a funconar como um motor de induçã o, segundo a sua respectiva carac
ter ística ( Fig . 10- 15).
Utilizam-se diversos tipos de dispositivos centr í fugos , alguns dos quais levan-
tam as escovas do comutador simultaneamente ao fechamento do curto-circuito,
para reduzir o seu desgaste e o ruído.
Hm pot ê ncias fracion á rias, o motor de indução com partida à repulsã o foi,
em grande parte , substitu í do pelos motores com partida a capacitor ou a duplo
MOTORES MONOFáSICOS 383

0
'\ « . Characteristics
de indu çáio

-
T5
3
C
S i \
I
\

\
& I /
Caracter ística
o de repulsão
I /
1/

o
/i
/
K
Ui
/ i
I r
100 1
0 2 3 4 5
Torque ( vezes o nominal )

Flg. 10 15- —
Caractenstica torque veloci
dade de um motor com partida à
- -
repulsão.

capacitor. As razões para isto sã o que ( 1 ) os motores de induçã o com partida à


repulsã o requerem maior manutençã o, devido ao comutador e aos dispositivos
mecâ nicos ; ( 2) eles n ã o sã o facilmente reversí veis ( deve-se deslocar a posiçã o
das escovas ou utilizar enrolamentos separados no campo para se conseguir isto) ;
( 3) eles sã o mais caros para as mesmas pot ê ncias fracion á rias ; (4) eles sã o algo
ruidosos na partida ; e (5) o faiscamento do comutador produz uma interferência
aud í vel no rádio e visí vel na televisão.
Em motores maiores, de potências acima de 1 HP, entretanto, o motor de
induçã o monofásico com partida à repulsã o é ainda constru í do, devido a ( 1 ) seu
elevado torque de partida , ( 2) sua baixa corrente na partida , e ( 3) sua capacidade
de acelerar cargas pesadas mais rapidamente que os motores de duplo capacitor
com alta capacit â ncia na partida.

10- 15. MOTOR DE REPULSÃ O-INDU ÇÃO


Como se vê de sua denominação, o motor de repulsã o-induçã o é um motor
que combina as caracter í sticas do motor de repulsã o com as do motor de indução.
Desde que ambos utilizam o mesmo estator, a ú nica modificaçã o necessá ria no
rotor , do tipo comutador , é a adiçã o de um enrolamento em gaiola . O motor de
repulsão-indução tem um duplo enrolamento no rotor, no qual o enrolamento
superior é ligado às barras do comutador e o inferior ( de alta reat â ncia ) é um enro-
lamento gaiola do tipo induçã o Os dois enrolamentos do rotor sã o isolados entre
si, e o motor n ão emprega dispositivos centr í fugos reguladores ou mecanismos
para deslocamento de escovas. Com o enrolamento em gaiola engastado pro-
fundamente nas ranhuras do rotor, este enrolamento tipo gaiola, na partida, tem
sua reat â ncia e imped â ncia extremamente elevadas . Circula uma corrente pequena
no enrolamento em gaiola , e o torque de partida, produzido por este enrolamento,
é desprezá vel em comparaçã o ao enrolamento de repulsão, como se vê na Fig. 10- 16.
384 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Basicamente , o motor parte como um motor de repulsã o em sua respectiva


caracter í stica, produzindo cerca de três a quatro vezes o torque nominal . Con-
forme o rotor acelera, a frequ ê ncia e a reatâ ncia do seu enrolamento tipo gaiola,
de baixa resistê ncia , decrescem, induzindo-se mais corrente nele. Para qualquer
carga aplicada ao rotor , o motor funcionará como um motor combinado de re-
pulsã o e de indução. Se a carga dimihui, é necessá rio um escorregamento menor
e a velocidade do motor aumenta, devido à sua característica de repulsão.
\

i
0
Caracter ística
15 l\ combinada
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/ J
100 l 1
0 1 2 3 4
Torque ( vezes o nominal )

Fig. 10-16 —
Característica torque-veloci-
dade de um motor repuls ão-induçã o.

Para a carga nominal , o motor funciona aproximadamente na velocidade


sí ncrona (escorregamento nulo) ; e, uma vez que o enrolamento do tipo gaiola,
do rotor , n ã o est á cortando o fluxo, nele n ã o se induz fem . Para cargas menores
que a nominal , o motor de repulsã o tende a acelerar segundo a sua caracter ística
de repulsão, como se vê nas Figs. 10-14 e 10-16. Mas agora , em velocidades supe-
riores à sí ncrona , o enrolamento de tipo gaiola , de indu çã o, estar á sendo acionado
como um gerador de indu çã o ( V. Seç. 9- 22), cuja m á quina prim á ria é o motor de
repulsão. Isto tende a produzir um torque contrá rio ao do motor de repulsã o,
resultando que a velocidade a vazio é apenas um pouco maior que a velocidade
síncrona, como se vê na Fig. 10-16, melhorando, assim, a regulaçã o da velocidade.
A linha cheia da figura representa a caracter í stica total do motor , uma combina çã o
das caracter í sticas de indu çã o e de repulsã o. Com efeito, esta é a caracter í stica
-
de torque escorregamento que corresponderia a um motor de induçã o comum
que tivesse dois rotores acoplados no mesmo eixo, um do tipo de repulsã o e o outro
dó tipo de indução.
Como se v ê na Fig. 10-16, o motor monof ásico de repulsã o-induçã o tem as
vantagens de ( 1 ) ter um torque de partida elevado, e ( 2) ter uma regulaçã o de velo-
cidade razoavelmente boa . Sua maior virtude é ( 3) a propriedade de continuar
MOTORES MONOFáSICOS
385
a desenvolver torque mesmo sob elevadas cargas, que lhe sejam aplicadas subita
mente, sem que ocorra a desaceleraçã o. É normalmente construído nos tamanhos
-
correspondentes às potências inteiras e utilizado para acionar bombas recí procas
razoavelmente grandes, bem como compressores, em lugares onde se disponha
apenas de potência monofásica. Devido à sua velocidade razoavelmente cons
tante com a aplicaçã o da carga, o motor de repulsã o-induçã o é també m utilizado
-
em máquinas- ferramentas, tais como tornos e grandes fresas, nas quais grandes
torques resistentes podem ser produzidos por cortes pesados. Os motores mono-
fásicos de repulsã o-induçã o sã o també m utilizados em grelhas mecâ nicas, correias,
transportadores, compressores e bombas para poços profundos.
Os motores de repulsão-indução també m t ê m o seu sentido de rotaçã o inver
tido da mesma forma que os motores de indução com partida à repulsão (ou seja,
-
deslocando-se as escovas em rela çã o à linha neutra forçada, ou invertendo a pola-
ridade do enrolamento transformador em relação ao enrolamento que produz
o torque de campo). Os tamanhos comerciais estã o entre 1 / 2 HP e cerca de 15 HP.

10-16. MOTOR UNIVERSAL

Sempre houve necessidade de um motor que pudesse ser utilizado em apli


-
cações portá teis e que pudesse funcionar em quaisquer frequências, a partir de quais-
quer fontes de potê ncia dispon í veis, nos diferentes pa í ses que pudessem ser visitados
por um viajante ou turista. Uma aplicaçã o que utilizasse um tal motor poderia,
pois, ser de utiliza çã o internacional. As diferen ças entre as tensões dos diferentes
-
países poderiam ser compensadas pela utilização de transformadores com
vações ou de divisores de tensã o, em combinaçã o com um motor de maior
deri-
tensão
nominal.
À primeira vista, poderia parecer que o motor-derivaçã o CC fosse o mais
conveniente para funcionar como motor universal . Se a linha que alimenta o motor
derivaçã o CC tem sua polaridade invertida, o motor continua a girar no mesmo
-
sentido. A aplicaçã o de uma corrente alternada , como fonte de tensã o, a um mo
tor-derivaçã o resulta, entretanto, em torques de partida ou de funcionamento
-
muito baixos. Desde que o torque é o produto da intera ção entre o fluxo da arma
dura e o fluxo de campo ( T = k ( j) f í cos d ) , a razã o para tal torque baixo é que
-
a
o campo-derivaçã o é altamente indutivo, enquanto que a armadura é altamente
resistiva. Assim , as suas correntes n ão estã o em fase e seus respectivos fluxos
m á ximos se afastam de um â ngulo 6 razoavelmente grande, como se mostra
na
Fig. 10- 17a , n ã o se produzindo praticamente torque algum .
Por outro lado, no motor-série, desde que campo e armadura estã o em série,
a corrente circulante será sempre a mesma , estando seus campos em fase e sendo
elevado o torque produzido (0 = 0). Necessitam-se algumas modificações de
projeto, no caso de motores-série maiores, para que seja assegurada uma boa ope-
raçã o em CA (Seç. 10- 17). Um motor-série CC, pequeno, de potência fracioná-
ria, trabalhar á t ã o bem em CA como em .CC, como se vê nas Figs. 10 17 b, c e d .
Quando se inverte a polaridade da fonte, invertem-se também a polaridade do •
-
campo e o sentido das correntes da armadura, continuando a ser produzido tor
que no mesmo sentido , como se vê.
-
386 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

O motor universal é projetando para frequências comerciais variando de 60 r


Hertz até CC ( frequência zero), e para tensões de 250 V at é 1 ,5 V. Um motor uni-
versal comercial pode ter o campo-sé rie algo mais fraco e mais condutores na arma-
dura que um motor-sé rie CC de pot ência equivalente, pelas razões que discutiremos
na seçã o seguinte . Seu tamanho vai , normalmente, até 3/ 4 HP principal mente
para uso em aspiradores e m á quinas de costura industriais. Em tamanhos me-
nores, de 1/4 HP ou menos, é também utilizado em furadeiras elé tricas port á teis.

Braço Campo
1 Braço o
o Campo
o
CA
Vp Vp
8 Io (
*>
a
MU)

If ( «Af )
t
< >a e
^
>s

-
( b ) Motor sé rie .
-
(a ) Motor derivação
-
\

rv r\ A r\

N S S N
\7
- w XJ

Fonte CA monof ásica Fonte CA monof ásica

(c) Sentidos de correntes ( d ) Sentidos de correntes


no primeiro meio ciclo. no outro meio ciclo.

.
Fig 10 17 - — Operaçã o do motor-série ou universal .

Como em todos os motores-sé rie, a velocidade a vazio do motor universal


é excessivamente elevada. Muito frequentemente, montam-se engrenagens dentro
da carcaça de alguns motores universais, para evitar a ocorrência de torques exces-
sivamente elevados a baixas velocidades ( T = k HP jN ) e també m para limitar t

a velocidade a vazio através do torque resistente que o sistema de engrenagens


representa. Em motores muito pequenos, de 1 /20 HP ou menos, a velocidade a
plena carga pode atingir 10.000 rpm , sendo a velocidade a vazio consideravelmente '
mais elevada. Quando se utilizam tais motores em aplicações comerciais, tais
como barbeadores elétricos, má quinas de costura, máquinas de escritório, peque-
nos secadores de cabelo manuais ou aspiradores, eles sã o sempre carregados dire-
tamente, havendo pouco perigo de que o motor dispare.

*
MOTORES' MONOFáSICOS 387

10-17. O MOTOR -S ÉRIE CA

Os motores -sé rie CC de potência inteira , particularmente em tamanhos acima t


de alguns poucos HP, funcionam precariamente em corrente alternativa . Há
um grande faiscamento nas escovas , e o rendimento e o fator de potência decres-
cem . São, pois , necessá rias diversas modificações do projeto nos motores- série ,
para que a sua operaçã o em CA melhore . As modificações necessárias , bem como
as respectivas razões , serão a seguir enumeradas . Os motores-série CA sã o pro-
jetados ;
1. Com a estrutura do campo constituída de laminações mais finas, para reduzir as perdas
por correntes parasitas que são mais elevadas em CA.
2. Com menor nú mero de espiras no campo-série, para reduzir a queda de tensão reativa
no campo-série e as perdas devidas à histerese e às correntes parasitas.
3. Com mais pólos que os correspondentes às m áquinas CC, a fim de restabelecer o torque
total [Eq. (4-3)].
4. Com mais condutores na armadura e mais segmentos no comutador, para compensar
o decréscimo do fluxo de campo [Eq. (4-3)].
5. Com uma resistência adicional em série com as ligações da armadura ao comutador,
para reduzir as correntes circulantes, o faiscamento das escovas, e o aumento das difi-
culdades de comutação ocasionado pelas dificuldades da operação em CA.
6. Com tipos especiais de enrolamentos de compensação, para reduzir o aumento da rea-
ção da armadura devido ao aumento do nú mero de condutores da armadura.
7. Com tipos especiais de enrolamentos nos interpolos, pelas razões idênticas às do item 6.
8. Para reduzir a queda de tensão nos interpolos e nos enrolamentos de compensação ; n
estes enrolamentos são, seguidamente, ligados indutivamente, ao invés de condutiva-
-
mente, como se vê na Fig. 10 18c. Conforme aumenta a corrente da armadura, devido
ao aumento da carga, o fluxo da armadura induz uma corrente mais elevada nestes
enrolamentos, e o efeito da fmm do interpolo e do enrolamento de compensação é assim
proporcional à carga ou à corrente da armadura. Uma vez que a corrente alternada
é produzida nos condutores da armadura, mesmo quando a ligação é feita a partir de
uma fonte CC, o acoplamento indutivo pode ser utilizado para estes enrolamentos,
-
mesmo no motor série CC. A queda de tensão nestes enrolamentos é normalmente
pequena em corrente cont í nua. Entretanto, há alguns problemas de projeto com aco-
plamento condutivo, como se vê na Fig. 10-18a.

Com as modificações acima, os motores-série funcionando em CA compor-


tar-se- ã o da mesma maneira que seus equivalentes CC, produzindo a caracterí s -
tica da Fig. 10- 18d .
O diagrama fasorial do motor CA acoplado condutivamente está represen-
tado na Fig . 10- 18 b . A potência desenvolvida pela armadura do motor-série CA
é EgIa [ Eq . (4-7)], e a corrente da armadura é assim limitada pela fcem gerada na
armadura, Eg , mats todas as quedas nas impedâ ncias em série , como se vê na equa-
çã o da Fig . 10 18 b.
A vantagem do acoplamento indutivo é um aumento na fem gerada e na po-
tência da armadura , como se vê na Fig . 10 18c . Com um acoplamento por trans-
formaçã o de elevada dispersã o, os interpolos e os enrolamentos de compensação
refletem-se capacitivamente em relação à armadura , tendendo a reduzir a queda \
na imped â ncia da armadura e a melhorar o â ngulo de fase 0 entre Vf e la.
0 • '

388 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

-
Campo sé rie
rç\ Ifls 1ZQ +
Vp — Ei f

Zc + Zi 4- Zs
I
Fonte CA
IQZS
IaZi Interpolo
Enrolamento
IQZQ
Eg
Vp
monof ásica IaZc de compensação IoZc
IaZi
IpZa A ) Armadura ,
IQZ e
Io
-
( a ) Motor sé rie CA acoplado condutivamente . (b ) Diagrama fasorial para um motor
.
acoplado condutivamente

-
Campo sé rie
E
\
OJ
n
c
IQZS
CL \ E
\ ISS> o
Fonte
CA
Interpolo e enro - Q>
TJ \ <3
c
fr .
monof á IaZs
(A lamento de <D
sica
- compensação
"O

5 Gama de
© operação
o >

Corrente da armadura
(c) -
Motor sé rie acoplado indutivamente. (d ) Caracterfctica do motor sé rie - CA .

-
Fig. 10 18
— Motor-série CA.

Na grande maioria dos casos, os motores-sé rie CA monof ásicos, de pot ê ncia
mais elevada, foram superados nas respectivas aplicações pelos motores de indução
e sí ncronos polifásicos, face à maior simplicidade destes. Os motores-sé rie são
ainda utilizados extensivamente, entretanto, em locomotivas elé tricas para trans-
r>-
porte ferroviá rio. Tais motores sã o projetados para tensões abaixo de 300 V,
alimentadas pelo secund á rio de transformadores ligados a uma rede primá ria de
11.000 V , 25 Hz, normalizada nos Estados Unidos para serviços ferroviá rios. As
capacidades dos motores para tais usos variam desde algumas centenas at é mais
de mil HP, com fatores de pot ê ncia de 0,95 e rendimentos de cerca de 0,88, como
resultado das modifica ções discutidas acima . O serviço europeu de tra çã o usa
uma frequ ê ncia padronizada de 162/ 3 Hz. As frequê ncias mais baixas ( menores
que 60 Hz ) sã o preferidas, porque se reduz a queda de tensã o na imped â ncia em
sé rie e , consequentemente, sã o maiores as pot ê ncias desenvolvidas. Isto resul-
ta també m num melhor rendimento , devido à diminuiçã o das perdas por histerese
e por correntes parasitas .
A regula çã o de velocidade é facilmente obtida através da varia çã o da tensã o
da fonte, da qual o motor-sé rie se alimenta , normalmente um regulador de indu çã o
ou um transformador com as respectivas deriva ções . Desde que os rendimentos
dos transformadores sã o extremamente elevados, h á praticamente pouca perda • *

neste m é todo de controle de tensã o da armadura o.u da linha , em comparação


ao mé todo resistivo de controle da velocidade utilizado nos motores-sé rie CC.
A reversã o é també m fácil de obter-se, pela inversã o do campo-sé rie com rela çã o
à armadura , através de um chaveamento conveniente.

i
r
MOTORES MONOFáSICOS 389

10- 18. SUM Á RIO DOS TIPOS DE MOTORES MONOFÁSIC OS

Devido às muitas variações quanto ao seu princípio de operação, e ao fato


de que certos tipos síncronos monofásicos foram abordados no Cap. 8, segue-se
um sumá rio que inclui o princí pio de operação de todos os vá rios tipos de motores
monof ásicos, com referê ncia à seçã o correspondente, que os estuda.

I. Motores de Induçã o Monofásicos


A . Motores de fase dividida
1 . Motor com partida à resist ê ncia (Seç. 10- 5)
2. Motor com partida a capacitor ( Seç. 10-6)
3. Motor de fase dividida e capacitor permanente ( de um
só valor) (Seç. 10-7)
4. Motor de duplo capacitor (Seç. 10-8)
B. Motor de induçã o com partida à relut â ncia ( Seç. 10- 10)
C. Motor de induçã o de pólo ranhurado ( Seç. 10-9)
D. Motor de indu çã o com partida à repulsã o ( Seç. 10- 14)
II . Motores Sí ncronos Monofásicos
A. Motor de relutâ ncia ( Seç. 8-27)
B. Motor de histerese ( Seç. 8-28 )
C. Motor subs í ncrono (Seç. 8- 29)
III . Motores Monof ásicos do Tipo Comutador
A . Motores de repulsã o ( Seç. 10- 13)
B. Motores de repulsã o-indu çã o ( Seç. 10- 15)
C. Motores-sé rie CA (Seç. 10- 17)
D. Motores universais ( Seç. 10- 16 )

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QUESTÕ ES
10-1 . Defina :
a. motor de potência inteira
b. motor de potência fracioná ria

-
10 2. Com base nas definições acima, explique por quê :
a. os motores de alta velocidade (10.000 rpm ou mais) são normalmente fracioná rios
b. os motores de baixa velocidade (50 rpm ou menos) são normalmente motores de
potência inteira.

-
10 3. Explique :
^ ba.. por
por que nenhum motor do tipo gaiola monofásico tem torque de partida
que os vá rios tipos de motores do tipo gaiola monof ásicos são classificados
com base no método de partida ( V. Seç. 10- 18)
c. se há alguma diferença na construção do rotor de um motor polifásico em relaçã o
à de um monof ásico
d. por que um único enrolamento monofásico no estator de um motor do tipo gaiola
não produz rotação de seu rotor.

V
\
MOTORES MONOFá SICOS 391

10-4. a. Explique por que um ú nico enrolamento no estator, como na quest ão 10-3d , acelera
um rotor do tipo gaiola , se este tiver sido posto a girar em um sentido determinado.
Utilize a teoria do duplo campo girante para ilustrar sua resposta.
b. Repita (a ) acima , utilizando a teoria do campo cruzado.
10-5. a . O que significa torque el í ptico ?
b. Quais as condições de carga que o produzem ?
c. Como é possí vel identificar a produção de um torque el í ptico ?
d . Explique o mecanismo pelo qual o campo magnético girante e o torque se tomam
el í pticos e d ê as razões para isto.
10-6. No projeto de um motor de indução monofásico, com partida à resistência, explique
as razões para
a. um enrolamento de partida consistindo de poucas espiras de fio de cobre de um
diâ metro menor, em oposição ao uso de muitas espiras de fio mais pesado
b. desligar-se o enrolamento de partida, uma vez atingido um escorregamento de
0, 25 ou menos
c. não se necessitar que as correntes de partida e de funcionamento sejam iguais
d. deslocar -se de 90° no espaço os enrolamentos de partida e de funcionamento.
10-7. a. Dado um estator monofásico, tendo dois enrolamentos idê nticos, defasados de 90°
no espaço, desenhe um esquema de fiação utilizando uma chave e um resistor,
de modo que o motor gire em qualquer dos sentidos.
b. Ilustre o esquema acima, utilizando um diagrama fasorial para cada posição da chave.
-
c. Requer se um resistor de resistência baixa ou elevada ? Explique.
10-8. a. Explique por que o torque de partida de um motor de fase dividida é relativamente
pequeno.
b. O que significa inversão do circuito de partida ?
c. Com base em (a) e ( b) acima, explique por .que tal inversã o em um motor com par -
tida à resistência, quando em funcionamento, nã o implica na inversão do seu sen
tido de rotação.
-
d. Como se inverte o sentido de rotação de um motor com partida à resistência, quando
ele está parado ?
e. Com base no respondido acima, defina um motor não reversí vel e explique por que !
um motor com partida à resistê ncia é classificado como tal .
10-9. a Explique por que a corrente de partida elevada de um motor com partida à resis -
tência não é um aspecto objetá vel .
b. Dê as maiores objeções e três desvantagens deste tipo de motor.
c. Com base em ( b), d ê as maiores aplicações para este motor.
10-10. a. É possí vel controlar-se a velocidade de um motor de fase dividida, em funciona-
mento, com o enrolamento de partida desligado ? Explique de que forma, sem que
haja variação de frequência.
b. Dentro de que gama de escorregamento é possí vel controlar a velocidade pelo
método exposto em (a) ?
c. É possí vel obter-se o controle de velocidade para cargas pesadas ? Explique.
-
10 13 . Defina :
a um motor reversí vel a baixa velocidade ( reversible)
b. um motor reversível em funcionamento (reversing)
c. um motor não reversí vel a baixa velocidade ( nonreversible)
d . um motor n ã o reversí vel em funcionamento ( nonreversing).
10- 12. Com base nas definições acima, explique *

a. por que um motor de fase dividida, e com partida a capacitor é classificado como
um motor reversí vel a baixa velocidade, mas n ão como um motor reversí vel em
funcionamento.
392 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

b. por que é necessá rio desligar temporariamente o motor de sua fonte para conseguir
a reversão do motor.
c. Modifique a Fig. 10-4, utilizando uma chave bipolar para mostrar a forma de con-
seguir a reversão. (Inclua uma chave seccionadora para sua ligação à linha.)
10-13. a. Explique por que o torque de partida, de um motor com partida a capacitor, é mais
que o duplo do motor com partida à resistência.
b. A redução da resistência do enrolamento de partida ( utilizando condutores de maior
calibre) para a obtenção de maiores correntes de partida corresponde a um aumento
no torque de partida. Explique por quê.
c. Discuta os prós e contras da utilização de um enrolamento de partida de corrente
elevada e baixa resistência, em função do tamanho do estator, da economia e da
corrente de partida.
10-14. a . Explique por que os motores com partida a capacitor são construídos nos tamanhos
correspondentes às potências inteiras, e os motores com partida à resistência não o
são.
b. Explique por que os motores com partida a capacitor são utilizados em aplicações
correspondentes a torques de partida elevados, enquanto os motores com partida
à resistência não o são.
c. Dê vá rias aplicações para motores com partida a capacitor.

^
10 5. a . O motor de um só capacitor é, algumas vezes, chamado de motor bif ásico. Explique
por quê.
b. Por que o motor acima tem um baixo torque de partida ?
c. Por que o motor acima tem um baixo torque de funcionamento ?
d. Dê 3 vantagens deste motor em comparação aos motores de fase dividida com
partida a capacitor.
e. Por que se utilizam capacitores a óleo, em vez dos eletrolí ticos, para este tipo de
motores ?
10-16. a. Distinga entre um motor reversí vel a baixas velocidades e um motor reversí vel em
-
funcionamento. Veja a questão 10 11 acima.
b. Explique, com base nas definições acima, por que o motor a capacitor permanente
e fase dividida é um motor reversí vel em funcionamento.
c. Por que o motor acima se adapta mais facilmente ao controle da velocidade pela
variação de tensão que os outros tipos de motores de fase dividida ?
d. Quais as aplicações indicadas para o motor acima ?
x
10-17. á. Por que o motor de fase dividida permanente e de duplo capacitor produz um torque
de partida elevado ? Quais as desvantagens que este motor tem em relação aos
outros motores monofásicos ?
b. Por que se utiliza um capacitor eletrol í tico nos motores a duplo capacitor ?
c. Compare os prós e contras da utilizaçã o de um autotrans formador e de um motor
com capacitor a óleo, com relação à deste mesmo capacitor a óleo e de um capacitor
eletrol í tico de partida, como se vê na Fig. 10-6 .
10 18. Explique por qud' uma chave centrí fuga defeituosa (em curto) constitui uma seria
-
desvantagem para
a. ó motor com partida à resistência
b. o motor com partida a capacitor
c. o motor a duplo capacitor.
-
10 19. Para um motor do tipo gaiola, de pólo ranhurado, mostre
a. que o fluxo na porção ranhurada do pólo sempre se atrasa em relação ao fluxo
correspondente à parte não ranhurada, no espaço e no tempo, produzindo rotação
num rotor do tipo gaiola
MOTORES MONOFáSICOS 393

b. Por que os motores de pólos ranhurados reversí veis utilizam técnicas de enrola
mentos distribu ídos em estatores n ão salientes ou bobinas na parte dividida dos
-
estatores salientes
c. vantagens dos estatores não salientes em relação aos salientes
d. vantagens e desvantagens dos tipos comerciais
e. métodos para o controle de velocidade.
-
10 20. Para motores do tipo gaiola, com partida à relutâ ncia, mostre
a. que o fluxo da parte de relutâ ncia baixa do pólo sempre se atrasa em relação ao
fluxo correspondente à parte de relutâ ncia elevada, no espaço e no tempo, pro-
duzindo assim a rotação do rotor em curto
b. por que o sentido da rotação de um dado motor é irreversí vel
c. por que este motor é inferior ao de pólo ranhurado.
10-21. Para o motor de repulsão, mostre
a. que o torque é nulo na posição neutra forçada , zero graus
b. que o torque é nulo na posição neutra aliviada, 90°
c. a posição para a qual ocorre o torque m á ximo e justifique
d . como se inverte o sentido de rotaçã o.
-
10 22. Para o motor de repulsão comercial, mostre
a . por que se necessitam 2 enrolamentos de campo separados e ligados em sé rie
b. por que pode ele ser considerado um motor-sé rie indutivamente acoplado
c. as condições para as quais podem ocorrer velocidades superiores à síncrona
d . que o torque de partida é muito alto e a respectiva corrente muito baixa
e. por que se produzem, correntemente, poucos motores de repulsã o.
-
10 23. Para o motor comercial do tipo gaiola , de partida à repulsão, mostre
a . o princí pio de opera çã o
b. os dispositivos mecâ nicos especiais e de chaveamento empregados
c. como se inverte seu sentido de rota çã o (d ê dois métodos)
d. vantagens e desvantagens
e. por que tal motor nã o é mais constru í do nos tamanhos fracioná rios.
10-24. Para o motor comercial de repulsão-induçã o, mostre
a . o princí pio de construção e operação
b. os dispositivos mecâ nicos especiais e de chaveamento empregados
c. como se inverte o sentido de rotação de um tal motor
d. vantagens e desvantagens
e. aplicações e tamanhos comerciais de fabricação.
10-25. a . Explique por que um motor-derivação CC não funciona satisfatoriamente em
CA, apesar da inversão da polaridade de linha não causar alteração no sentido de
rotação.
-
b. Repita o raciocí nio para um motor sé rie, mostrando por que ele opera intermi-
tentemente em CA ( V. questão 10-26a).
c. Por que a velocidade de um motor universal independe da frequê ncia ?
d. Quais as precauções necessá rias à utilizaçã o de motores universais e como podemos
contomá-las ?
10- 26. a . Quais as modificações a serem feitas nos motores série CC para tomar melhor
a sua operação comercial em CA ?
b. Por que prefere-se motores sé rie monofásicos em vez de motores trifásicos sí ncronos
ou de indução para serviços de tração ?
c. Qual a gama de potência dos motores série CA comerciais ?
d. Como se faz o controle da velocidade e a inversã o do sentido de rotaçã o dos motores
série CA ?
394 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

10-27. Siga os itens seguintes para compor um quadro resumo. Para cada um dos motores f

relacionados na Seç. 10-18, monte uma tabela de comparação com respeito a


A. Construção :
1. estator
2. rotor.
B. Princí pios de operação, descrição sucinta ou simples indicação.
C. Condições de partida :
1. Torque em comparaçã o com o nominal.
2. Corrente em comparaçã o com a nominal.
D. Condições de funcionamento :
1. Torque m á ximo em comparação com o nominal.
2. Regulação de velocidade .
E. Mé todos de controle de velocidade .
-
F. Possibilidades de inversã o do sentido de rotação e forma de fazê la.
G. Vantagens.
H. Desvantagens.
I. Tamanhos comerciais.
J. Aplicação de tipos de carga.

PROBLEMAS
10-1. De acordo com as definições da Seç. 10-1, determine se os motores seguintes são de
potência inteira ou fracioná ria J
a. 3/ 4 HP, 1.200 rpm
b. 3/4 HP, 1.800 rpm
c. 1 V2 HP, 6.000 rpm
d. 1 V4 HP, 3.600 rpm.
10-2. Um motor monofásico CA, de 1 / 2 HP, fase dividida, solicita uma corrente 3 L - 15° A
para seu enrolamento de partida e uma de 4,9 L - 40° A para seu enrolamento de
funcionamento, em relação a uma fonte de 230 L 0o V. No momento da partida,
calcule
a . A corrente total a rotor bloqueado.
b. O fator de potência e a potência consumida na partida.
c. O fator de potência e a potência consumida nas condições de funcionamento, ima-
ginando que a corrente a plena carga para o enrolamento de funcionamento é
igual à da partida e tem o mesmo â ngulo de fase.
d. o rendimento a plena carga.
-
10-3. a. Repita o Problema 10 2(a) e ( b), se se acrescentar um capacitor ao enrolamento
de partida, de modo que a sua corrente se adiante naquele enrolamento e passe a
2,38 L 40° A na partida.
b. Compare o fator de potência na partida e a corrente correspondente, do motor de
partida a capacitor, em relação ao motor de fase dividida convencional, do Pro-
blema 10-2.
c. Calcule o valor do capacitor necessá rio para produzir aquela corrente em avanço
no enrolamento de partida.
d. Compare o valor do capacitor calculado em (c) com o dado na Tabela 10-1 e note
a diferença.
-
10 4. Um motor monofásico CA , de 1/3 HP, fase dividida, quatro pólos, solicita uma cor-
rente de 7,2 A de uma fonte de 115 V, 60 Hz a um fator de potê ncia de 75 por cento,
funcionando a 1.720 rpm quando se aplica a carga nominal ao seu eixo. Calcule :
MOTORES MONOFá SICOS 395
a O rendimento a plena carga.
b. O escorregamento a plena carga.
c. O torque de saída nominal .
d. O torque máximo se a pane ocorre a um escorregamento de 30 por cento.
e. O torque de partida .
f. A relação do torque máximo e do torque de partida, respectivamente, para o torque
nominal .
10-5. Um motor de indução monofásico de dois pólos, 115 V, 60 Hz, partida à relutâ ncia
tem como dados de placa 1 / 25 HP, 3.300 rpm e o seu rendimento a plena carga é 60 por
cento. Calcule .
a. A potência de entrada a plena carga .
b. A corrente a plena carga, se o seu fator de potência é 0,65.
c. O escorregamento e o torque, a plena carga .
d . O torque m á ximo, se o escorregamento para o qual ele ocorre é 20 por cento (em
onças-polegadas).
e. O torque de partida.
f. A relação do torque má ximo e do torque de partida, respectivamente, para o torque
de plena carga.
10-6. Um ensaio através de um dinamô metro levou aos dados de funcionamento, que
se
seguem, para um motor monofásico de quatro pólos, 115 V, com carga e velocidade
nominais : potência solicitada pelo motor, 150 W ; corrente de entrada, 2,0 A ; velocida !
de, 1.750 rpm ; comprimento do braço do freio, 12 pol ; leitura da escala do dinamô
-
metro, 6 onças para a carga nominal. Quando operado em sobrecarga para determinar
-
-
o torque máximo, obtiveram se os dados : potência solicitada pelo motor, 550 W ;
corrente de entrada 10,0 A ; velocidade 1.400 rpm ; leitura da escala do dinam ômetro,
26,5 onças para a carga m á xima. Calcule
a. O rendimento a plena carga
b. O fator de potência a plena carga
c. A potência do motor e o torque nominal
d . O torque m á ximo e o torque de partida
e. O rendimento e o fator de potência para o torque máximo
f. O torque nominal a partir do torque m á ximo.
-
10 7. Um motor de 110 V, a duplo capacitor parte e funciona através de um autotransformador
com derivações, em combinaçã o com um ú nico capacitor de 5 iF, como mostra a
/
Fig. 10-6b. Calcule :
a. Os valores efetivos da capacitâ ncia em sé rie com o enrolamento B nas posições
de partida e funcionamento, respectivamente, e a tensão nominal CA do capacitor
utilizando derivações do transformador com uma relação de 5,0 : 1 na partida e
1,2 :1,0 na posição de funcionamento
b. Repita (a), utilizando as derivações que levem a condições de partida e funciona-
mento de 8 :1 e 2 :1, respectivamente.
10-8 . O motor de 60 Hz e de duplo capacitor , do Problema 10 7, tem um enrolamento prin-
-
cipal com uma resistência de 30 í f e uma indutância de 0,1 H. O segundo enrolamento
(do capacitor) tem uma resistência de 25 fi e uma indutâ ncia 0,5 H. Calcule :
a. Os valores relativos da corrente de partida em cada enrolamento, o â ngulo entre
estas correntes e a corrente de linha, o fator de potência , e a potência de entrada
no instante da partida usando o autotransformador na relação de 5 :1 .
b. Repita (a) usando a relação de 8 : 1.
c. Qual das duas relações do autotransformador produzirá um maior torque de par
tida, e por quê ?
-
396 M áQUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

Não -
10-9. Um motor sé rie CA carregado drena uma corrente de 6,5 A de uma fonte de 115 V ,
60 Hz a um fator de potência de 0,85 em atraso quando está fornecendo um torque
de saída de 0,5 lb-pé a uma velocidade de 5.000 rpm. Para produzir o mesmo torque
a uma velocidade reduzida, utiliza-se uma resistência em sé rie para produzir uma tensão
CA de 110 V e uma corrente de 9,0 A a um fator de potência de 0,8 em atraso. A
-
queda de tensão combinada na resist ência da armadura e no campo sé rie do motor
é 0,5 Q. Supondo que a queda de tensão na impedâ ncia está se’mpre em fase com a
tensão da fonte, e desprezando a saturação, calcule
a. À velocidade reduzida;
b. O rendimento na velocidade mais elevada.
c. O rendimento na velocidade mais baixa .
Não 10-10. Os dados de projeto de um motor universal de dois pólos, 115 V, 1/8 HP d á as resist ências
efetivas da armadura e do campo-série como 4 Q e 6 Q, respectivamgnte. O torque de
saída é 24 onças- pol quando ele está entregando a corrente nominal de 1 ,5 A (CA ) a
.
um fator de potência de 0,88 e à velocidade nominal Calcule :
a. O rendimento a plena carga.
b. A velocidade nominal.
c. As perdas no cobre a plena carga.
d. As perdas combinadas de atrito, de ventilação e no ferro.
e. A velocidade do motor quando a corrente é 0,5 A, desprezando as diferenças de
fase e a saturação.
-
10 11 . Um motor de indução trif ásico, ligação delta, 220 V, 7!/ 2 HP solicita uma corrente de
8 A e uma potência total de 546 W da linha quando está funcionando a vazio. Se,
quando em funcionamento, um fusí vel defeituoso fizer com que caia uma linha, calcule
a. O valor aproximado da corrente de linha.
.
b As perdas totais.
c. Descreva um teste simples para diferenciar a operação monofásica existente, de
um possí vel aumento da corrente devido à carga mecâ nica.
-
10 12. O motor do Problema 10- 11 está entregando 5 HP a uma carga, sendo seu rendimento
0,8 e seu fator de potência 0,85 ; as perdas no cobre do estator, para esta carga, são
4 por cento da entrada total. Se uma das linhas é aberta de repente, calcule
a. As novas perdas no cobre do estator.
b. A capacidade aproximada deste motor para a operação monofásica, supondo
que as perdas totais no cobre do estator não devem exceder as perdas nominais no
circuito trifásico do estator.

RESPOSTAS
10- 1 (a) inteira ( b) fracioná ria (c) fracion âria (d ) fracioná ria 10-2(a ) 7,73 A ( b) 1.530 W,
0,86 FP em atraso (c) 862 W, 0,766 FP em atraso (d) 0,433 10-3(a ) 1.278 W a 0,96 FP
em atraso (c) 32,4 /rF 10-4(a ) 0,4 ( b) 0,0444 (c) 1,015 lb- pé (d ) 3,44 lb- pé (e) 1,9 lb- pé
(0 3,39 :1 1,87 :1 10-5(a ) 49,7 W ( b) 0,665 A (c) 0,0833 lb- pé, 0,0636 lb pé (d ) 14,9 oz
(e) 5,73 oz- pol
- - pol
(0 1,22:1, 0,47 :1 10-6(a) 0,622 ( b) 0,653 FP (c) 72 oz- pol ( d ) 318
oz- pol, 135 oz- pol (e) 0,598, 0,478 FP (!) 72,2 oz-pol 10-7 (a ) 125 fiF , 7,2 fiF , 550 V
-
( b) 320 i/ F , 20 nF , 880 V 10 8(a ) 2,31 A, 3,2 A, 94,2°, 3,8 A, 0,995 FP, 416 W ( b) 1,012 ,
2,31 A, 25,7°, 3,25 A, 0,517 FP, 185 W (c) relação 5 :1 10-9(a) 3.090 rpm ( b) 55,9 por cento
A
(c) 26,5 por cento 10-10(a ) 61,5 por cento ( b) 5.252 rpm (c) 22,5 W (d ) 36,2 W (e) 17.350 rpm
10-11(a ) 13,85 A (b) 1.640 W 10-12(a ) 558 W ( b) 2,5 HP.

í
ONZE

máquinas especiais

11-1. GENERALIDADES
Os princí pios básicos das m áquinas CA e CC, discutidos nos capí tulos ante-
riores, foram utilizados no desenvolvimento de uma sé rie de m áquinas e suas com -
bina ções. Utilizam-se, geralmente, tais m áquinas para a conversã o de energia
mecâ nica em el é trica e vice-versa. Este capí tulo tratar á de outros tipos de m á -
quinas e suas combinações que, embora também realizem conversões de energia
similares, sã o mais especializadas por sua natureza ou aplicaçã o. O estudo destas
m áquinas especiais foi deixado para este ponto porque, para o seu entendimento
e apreciação , é necessá rio um conhecimento pré vio das m á quinas já discutidas .
Este cap í tulo será dedicado aos seguintes tipos especiais de m á quinas el é tricas :
geradores de pó lo desviador, geradores de três escovas, geradores homopolares,
dinamotores*, conversores sí ncronos, seisins potê ncia e sistemas de laço sincro,
•O termo dinamotor, bem como outros que designarão as máquinas especiais estudadas neste
capí tulo, se constitui em denomina ção não consagrada pela Norma Brasileira, por se tratar de m á quina
de uso não difundido entre nós.
398 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

geradores a três fios, conversores de induçã o, motores e geradores auto-sincro-


nizá veis (ou seisins), servomotores CA e CC, o gerador de Rosenberg, o ampli-
dino e excitadores de campo m ú ltiplo como o Rototrol e o Regulex.

11-2 . GERADOR DE PÓ LO DESVIADO

Quando se utilizam geradores-deriva çã o CC para o carregamento de baterias ,


a sua caracter ística de tensã o sob carga , levemente descendente com o aumento
da carga, resulta num perí odo maior de carregamento. Conforme aumenta a ten-
sã o das baterias, a carga do gerador-deriva çã o diminui, reduzindo-se a sua corrente
de modo que a sua tensã o aumente, para que se mantenha a corrente de carga .
A corrente reduzida resulta em menos ampè re- horas de carga , requerendo-se
pois um maior tempo de carga . É poss í vel usar-se, naturalmente , um gerador
composto normal , mas mesmo este gerador ter á uma caracter ística ascendente
ou descendente ( V. Fig. 3- 13). É també m possí vel utilizar-se um gerador-deri-
va çã o com regulador de tensã o, numa tentativa de manter-se a tensã o constante ;
mas tais dispositivos variam a resist ê ncia do campo por está gios, sendo dif ícil
obter-se uma caracter ística absolutamente plana com carga crescente.
O gerador de pólo desviado ( diverter - pole generator ) é uma modifica çã o inte-
ressante do gerador-derivação ; seu propósito é produzir uma característica de
tens ã o absolutamente plana, desde a vazio at é a plena carga. Como se vê na Fig.
-
11 1, ele consiste de um gerador-derivação com um interpolo bobinado, no qual
uma derivação magnética est á interposta fisicamente entre o interpolo e o pólo
principal adjacente de mesma polaridade. Um enrolamento de pólo desviado,
semelhante àquele de um gerador composto, é ligado em sé rie com a carga como
se vê na Fig . 11- lb.
A vazio, nã o há corrente no enrolamento do pólo desviado. Uma parte do
fluxo do campo principal, assim, é lá, desviada através da deriva çã o magné tica
indo para o pólo desviado, como se v ê na Fig. 11- la. Esta porçã o do fluxo deri-
vado é desviada do fluxo m ú tuo do entreferro da armadura. Conforme aumenta
a carga num gerador-deriva çã o auto - excitado, cai a tensã o nos seus terminais
(pelas tr ês raz ões apontadas na Seç. 3- 13), todas as quais causam uma diminuiçã o
no fluxo m ú tuo do entreferro . As espiras sã o enroladas no enrolamento do pólo
desviado de modo a se oporem ao fluxo m ú tuo criado pelo seu pólo adjacente de
id ê ntica polaridade magné tica . Quando a carga solicita uma corrente pequena,
o pólo desviado ainda carrega uma porçã o do seu fluxo a vazio. Conforme aumenta
a carga , o enrolamento do pólo desviado continua a criar uma fmm crescente em
oposiçã o ao fluxo do campo principal, como se vê na Fig . 11 - lc . O resultado lí-
quido é que, conforme aumenta a carga , entrará na armadura mais fluxo desviado,
como fluxo m ú tuo do entreferro. Esta açã o equilibra exatamente a diminuiçã o
do fluxo produzida ( 1) pela reaçã o da armadura, ( 2) pelo aumento da queda IaRa ,
e ( 3) pela diminuiçã o da corrente de campo.
A característica da tensã o nos terminais, funçã o da corrente de carga, suave
e plana é vista na Fig. 11- ld . Quando a carga é maior que a nominal, a fmm do
pólo desviado se torna excessiva e tende a reduzir o fluxo do campo principal,

í
M áQUINAS ESPECIAIS
399
causando uma queda rá pida da tensã o . Isto, també m , é uma vantagem adicional ,
pois, em condições de curto-circuito, o gerador é autoprotetor. O fluxo
do pólo
desviado, <£ d , cancela o fluxo do campo, </> quase completamente se o gerador
é curto-circuitado, reduzindo drasticamente/ a tensã o gerada .
5

O gerador de pólo desviado encontra sua maior aplicaçã o no carregamento


de baterias , onde o regime da corrente é inicialmente elevado e diminui no
final
do período de carga, sem que seja necessá rio qualquer tipo de ajuste.
É també m
utilizado em lugar de fontes de pot ê ncia eletr ó nicas, nos laborat ó rios , em
que
se requer uma tensã o CC elevada e absolutamente constante, e uma
corrente ele-
vada, para fins experimentais. Nestes casos, máquina primá ria para
acionar o
gerador ser á um motor sí ncrono.

Pólo desviado
Id =0

®.® ® ) \\ Pólo Id
v J ^ principal
/
S < pó
^ ^ o
o

*1 S
o
o

'— yxÁr-< >


( a ) Caminhos do fluxo a vazio. (b ) Circuito do pólo desviado.

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k
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®J 1®.
(c) Caminhos do fluxo sob carga (d ) Caracter ística de carga.
.
Fig. 11 1- — Operação e característica do gerador de pólo desviado.
11-3. GERADOR DE TR ÊS ESCOVAS

Durante muitos anos, utilizou -se o gerador com a terceira escova para a carga
de baterias de autom ó veis . Foi desenvolvido em resposta à demanda de um gerador
capaz de produzir a característica apropriada para o carregamento de baterias
400 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

numa gama de variação de velocidade da m á quina prim á ria suficientemente ampla.


Como se vê na Fig. 11- 2a, o gerador de três escovas é essencialmente um gerador-
derivaçã o, no qual um campo-derivação de baixa tensã o ( baixa fmm ) é ligado
a uma parcela da tensão de saída do gerador (escovas 2 e 3). Movimentando-se
a escova 3 no sentido da 1 , aumentar -se -á a excitaçã o do campo-derivaçã o e tam-
bé m a tensão de saída.

Interruptor para a Carga resistiva


corrente inversa A/ ta
.2to í£í °cic/ade
TTr\
c
E.
k
Q)
Velocidade m éc/ /a
nL 8
$J MP
/
S Carga c
Baixa velocidade
CarQ3 da
bateria

=
V)
c

/ +" 2 i
m 7
/ h

MP Corrente de carga
( a ) Circuito do gerador. (b ) Caracterfstica tensão na carga x velocidade.

- — Gerador de três escovas.


Fig. 11 2

O gerador é projetado intencionalmente de modo a ter um campo-derivação


fraco, de baixa fmm , de poucas espiras e resist ê ncia elevada sem qualquer tipo de
compensação para a reação da armadura. Assim, para qualquer velocidade dada.
a aplica çã o da carga produzir á um desescorvamento rá pido ( Seç. 3- 12), devido à
ação desmagnetizante dos condutores da armadura quando estão carregando
a corrente de carga . A Fig. 11 - 2 b mostra três caracter ísticas de tensã o nos ter-
minais, em função da carga, para velocidades alta, média e baixa.
Para uma carga resistiva normal , a corrente entregue pelo gerador de três
escovas produzirá uma corrente mais elevada a uma velocidade maior. Mas uma «
bateria de acumuladores tem uma resistê ncia interna extremamente baixa (alé m
de uma fem em oposição à fem gerada pelo gerador de três escovas), e a sua carac-
ter í stica intercepta as porções de queda de tensã o nas curvas caracter í sticas de
tensão- velocidade nos pontos h , m e /. Assim, nas velocidades baixas, o gerador
est á carregando as baterias num regime maior que nas velocidades mais elevadas.
Esta é uma caracter ística desejá vel, uma vez que o trá fego urbano a baixa velo-
cidade (com frequentes paradas e arranques) requer um carregamento de bateria
mais frequente do que a marcha em estrada durante muitas horas em velocidades
elevadas e com poucas paradas. Para aumentar o regime de carga , é necessá rio
apenas ajustar a escova 3 no sentido da rotação, ou seja, de encontro à escova 1.
A utilizaçã o de reguladores autom á ticos de tensão, com interruptores para
evitar a motorização do gerador e para ajustar a tensão e a corrente de um gerador-
derivação normal, de baixa tensã o e alta capacidade, eliminou a necessidade do
MáQUINAS ESPECIAIS
401
uso do gerador de três escovas, de baixa capacidade, em automóveis, bem
como
em aplicações navais de carregamento de baterias. Nos ú ltimos anos, alé m disso,
o uso de um alternador polifásico com d íodos retificadores convenientes ( 1 ) eli
minou completamente a possibilidade de motorização e ( 2) permitiu tens -
ões CC
de sa í da em velocidades relativamente baixas da m á quina prim á ria.

11 -4 . M Á QUINA HOMOPOLAR OU ACÍCLICA

O gerador homopolar, descoberto por Faraday ( V. Seç . 1 - 11 e figura


da res-
pectiva nota de rodapé) é a resposta para a pergunta normalmente
levantada pelos
estudantes sobre a possibilidade da construção de um gerador ou motor
CC, cujos
condutores estejam cortando o fluxo no mesmo sentido . Um tal gerador
nunca
teria as perdas usuais por histerese ou correntes parasitas que ocorrem
em todas
as m áquinas elé tricas rotativas, uma vez que é basicamente uma máquina
acíclica
e n ão requer comutador . O gerador homopolar ací clico, em sua forma comercia
l, 1
está mostrado na Fig. 11-3a. A armadura é um cilindro oco de cobre
ou lat ão,
suportado por uma aranha soldada ao eixo. As escovas são anéis
pesados de co-
bre, que est ão em contato com o cilindro em cada extremidade. Os campos
são
um par de bobinas , cada uma concê ntrica ao seu eixo. A culatra é montada
em
duas metades, para tornar poss í vel a construção. A polaridade da fem das escovas
é determinada ( regra da m ão direita) pelo sentido de rotação, como se vê na figura
Devido ao fato de que ele tem um único condutor , o gerador homopolar produz
.
uma tensão muito baixa (escassamente 3 V a 1.500 rpm ) , mas sua corrente é
uma
função do tamanho f ísico e da densidade de fluxo. Foram desenvolvidas
correntes
intermitentes que chegam a 10.000 A, bem como correntes permanentes de apro
ximadamente 6.000 A em geradores constru í dos pela Westinghouse Electric Com
-
pany já em 1896. Se se alimentam o campo e as escovas com CC, a má quina fun -
ciona como um motor homopolar . -

Culatra Armadura

Gerador mhd
Aranha
A
3 Eixo Bomba eletromagnética
( motor mhd )
Bobinas S
do campo
\ OOS tons positivos
negatWOS
L íquido ou gás ionizado
\
^ Escovas Armadura
(a ) Gerador homopolar comercial. (b ) Gerador magnet o-hidrodinâ mico e
bomba eletromagnética .

\ -
Fig . 11 3
— Má quinas homopolares (acíclicas).
r
402 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Os geradores homopolares sã o utilizados em serviços ferroviá rios, para for-


*
necer correntes e campos magn éticos elevados em carros especiais , que contenham
dispositivos para a detecçã o de defeitos n ã o aparentes e quebras de trilhos. Du-
rante a Segunda Guerra Mundial , foram também utilizados no serviço naval ,
para a excitaçã o de grandes cabos localizados a bordo a fim de torn á -los “desmag -
netizantes” e efetivos no desativamento de minas, magné ticas submersas.
O princí pio do gerador homopolar está correntemente sob pesquisas exaus
1
-
tivas no campo da geraçã o de potê ncia por magneto- hidrodinâ mica ( MHD).
Um l íquido ou gás (sódio ou potássio vaporizado) ionizado , eletricamente condu -
tivo , que escapa de um reator de fusã o nuclear a elevadas velocidades, movi-
menta se através de um campo magné tico extremamente forte, como se vê na Fig.
-
11 -3b. Os ions positivos do gás sã o dirigidos para um eletrodo ( regra da mã o
direita para o sentido do “condutor ” gasoso) e os ions negativos ( elé trons) para
o outro eletrodo. A fonte de energia mecâ nica é a velocidade do gás em movimento
rá pido, que escapa do reator . Assim , a densidade de corrente (coulombs /segundo)
nos eletrodos é estritamente uma funçã o da quantidade de maté ria que passa por
segundo, pelos eletrodos, enquanto o potencial é uma funçã o do valor do campo
magné tico e da velocidade do gás ionizado. Ao converter -se o campo magn ético
direto em campo CA, é possí vel gerar-se CA també m nos eletrodos.
O gá s pode ser acelerado també m pelo princí pio do motor homopolar, a
chamada bomba eletromagnética. Esta bomba ( um motor MHD) n ã o tem partes
m óveis e, portanto, n ã o produz dispersã o do gás radiativo ou dos líquidos con-
dutores de resfriamento utilizados no reator . Uma tensã o aplicada aos eletrodos,
como se vê na Fig. 11-3b, produz uma força sobre o gás condutivo que tende a
acelerá -lo. A força é proporcional à densidade de fluxo , à corrente nos eletrodos,
e à distâ ncia média entre eles [ Eq . ( 1-8)]. A pressã o no gás , portanto, é limitada
principalmente pela densidade de fluxo do campo e pela corrente que pode ser
suprida à bomba eletromagn é tica. De onde vir ã o estas correntes elevadas? Evi -
dentemente, de um gerador homopolar tal qual o visto na Fig. 1 l -3a. Mais ainda,
a produçã o da bomba pode ser aumentada utilizando-se ambos, a corrente e o
fluxo magné tico, v á rias vezes em sé rie através de variados projetos de circulaçã o
engenhosa do fluxo. 2

11-5. DINAMOTORES

É possí vel “ transformar ” tensões alternadas de altos para baixos valores,


ou vice-versa , através de um transformador (Cap. 13). Mas um transformador
funciona apenas em CA e, portanto, n ã o pode ser utilizado em aplicaçõ es nas quais
se deseja alterar a corrente contí nua de uma tensão em outra . A maneira normal
de trabalhar seria utilizar um conjunto M - G ( motor-gerador), com o motor acio-
nado à tensã o CC disponí vel , e o gerador produzindo a tensã o CC desejada . As
' PORTER , R. W. Adventures in energy conversion. Electrical Engineering , Oct. 1960. p. 801.
2
Veja VAUTREY. M. L. L’emploi des pompes é lectromagn é tiques. Bulletin de la Soci é t é Françaisc
des Electriciens , junho. 1960. p. 399 ; e SCHWAB. M . B. Différents types de pompes é lectromagnétiques
.
Ibid ., p. 404.
(

:
M á QUINAS ESPECIAIS 403 í

:
desvantagens de um conjunto M -G de duas unidades são ( 1 ) elevado custo inicial ,
( 2) diminuiçã o do rendimento da conversã o, devido ao fato de que o rendimento
total do conjunto é o produto dos rendimentos das duas m á quinas. r
A conversão de tensões CC é conseguida mais eficientemente a um custo *
unitá rio menor por meio de um dinamotor . O dinamotor é constitu ído de uma
estrutura de carcaça ú nica , tendo um só campo e um só n ú cleo da armadura , com
dois enrolamentos separados. Cada enrolamento da armadura é isolado do outro,
localizado em ranhuras comuns na armadura e tem o seu pró prio comutador,
um de cada lado, como se v ê na Fig. ll -4a . Uma vez que existe uma velocidade
comum e um fluxo comum para ambos os enrolamentos, a fem por condutor e
por bobina deve ser a mesma para cada enrolamento [Eq. ( 1-5)]. A fem total entre
escovas , portanto, é uma fun çã o do n ú mero de condutores em cada caminho da

armadura ( V J V 2 Z í / Z 2 , para um enrolamento imbricado ou ondulado), t
i
de acordo com a Eq . ( 1 -6). Desprezando a corrente tomada pelo campo na Fig.
11-4a, então, e supondo um rendimento de 100 por cento, a potência de sa í da é
igual à de entrada , ou

Z
V 1.'I 1 = V 2 I 2 OU T T ± = N± = I_2 ( 11 - 1 )
V
2 Z2 N2 I1
onde N é o n ú mero de espiras ou Z / 2 condutores por caminho.

> c
o
I1
N
> h o ' cc N
1 CA

Vi C
Armadura
de dois
+ í
V2
Enrolamento
ú nico da
V
CA -
+
enrolamentos
l
o
armadura
uriT i
o- s s
<
)
C >
> )
;
-
I
la ) Dinamotor. ( b) Conversor s íncrono rotativo monof ásico.
.
Fig 11 4 - — Dinamotor e conversor sí ncrono rotativo monof ásico.
}•

'

A semelhança entre a Eq . (11-1 ) e a básica do transformador Eq. ( 13- 2 b) deve i

ser notada. As vantagens do dinamotor, como se vê acima, sã o (1 ) menor custo !

inicial em comparação ao do conjunto M -G de capacidade equivalente, e ( 2) maior


rendimento operacional , uma vez que as perdas no campo, no n úcleo , por atrito
e por ventilaçã o são as de uma só m áquina ( embora as perdas no cobre da arma- . í

dura correspondam à de duas m á quinas). A maior desvantagem do dinamotor,


em comparação ao conjunto M -G, é que a tensão de saída é uma função fixa da
tensã o de entrada , de acordo com a Eq. ( 11-1 ). Qualquer tentativa de aumentar
a tensã o de sa ída, aumentando-se o fluxo do campo, resulta numa reduçã o de
velocidade do dinamotor. Como resultado, os dinamotores nunca sã o equipados
404 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

com reostatos de campo, e o circuito de campo é permanentemente ligado inter-


namente.
Utilizam-se dinamotores em sistemas de aeron á utica , onde o peso é um fator
importante, e també m em sistemas fé rreos CC, para fornecer 110 V para o sistema
de iluminação a partir da alimentação de 550 V para tração. A comutação em
dinamotores é excelente e não se necessita compensaçã o para a reaçã o da arma-
dura , porque o fluxo l í quido da armadura ( quase zero) é o resultado das correntes
de carga nos dois enrolamentos deslocando-se em sentidos opostos.3 Os ampère-
espiras resultantes da armadura, portanto, são apenas os necessá rios para for-
necer um torque suficiente para superar as perdas rotativas e as demais acima
enumeradas, resultando um pequeno fluxo da armadura ( e uma reaçã o de arma-
dura desprez í vel).

EXEMPLO * Um dinamotor de um avião, que funciona a 28 V de CC, serve como fonte de


11-1 : potência para o equipamento de comunicação de 350 V e 500 mA. O enrolamento
de alta tensão tem 400 espiras. Calcule:
a. O n ú mero de espiras do enrolamento de baixa tensão.
b. A corrente de entrada se o rendimento é 90 por cento.
c. A capacidade do dinamotor.
Solução :
28 V i
Nb = Na K
K —
a. 400 espiras 32 espiras
350 V =

b. Ib = K
rend.
0,5 A
0,9
400
32 - 6,994 A

c. Capacidade de saída = 0,5 A ( 350 V ) = 175 W

-
11 6. CONVERSOR ROTATIVO MONOF ÁSICO
Falando tecnicamente, um dinamotor é um conversor rotativo CC-CC, uma
vez que é uma má quina girante, que converte energia CC, a uma dada tensã o de
entrada em energia CC a uma desejada tensã o de sa ída . O t í tulo “conversor rota-
tivo” e o termo “ conversã o sí ncrona ” sã o normalmente reservados para as con-
versões CC em CA, e vice- versa. Assim, se qualquer conversão ( frequência, fase
ou CC /CA ) é realizada por uma má quina rotativa, essa m á quina é chamada de
conversor rotativo. Um conversor rotativo (sí ncrono) monof ásico est á repre-
sentado na Fig. 1 l -4 b, devendo-se notar a semelhança guardada com o dinamotor
do par ágrafo anterior. A m áquina vista pode ser considerada como a combinação
seja de um motor CC e um alternador sí ncrono monofásico, seja de um motor
'

sí ncrono em combinaçã o com um gerador CC.


t
3
Desde que o fluxo e o sentido de rotação são os mesmos, para um dado sentido da corrente
do motor ( regra da m ã o esquerda ), haverá uma corrente geradora no sentido oposto ( regra da mão

4

direita ). També m , pela Eq . ( 11- 1 ), ignorando as perdas, / , N , = / 2 iV 2 , e I l N 1 I 2 N 2 = 0.
Estes exemplos são unicamente teóricos, uma vez que na prá tica utilizam-se apenas conver-
sores polifásicos (V. Seç. 11-7).

í
M áQUINAS ESPECIAIS 405

Quando se fornece CA aos an é is coletores e se tem CC gerada nas escovas ,


a má quina é chamada de conversor direto .
Quando se fornece CC às escovas e se tem CA gerada nos ané is coletores,
a m á quina é chamada de conversor inverso .
A diferen ça essencial entre um conversor sincrono rotativo monof ásico e
o dinamotor visto na Fig. 11 -4 é que aquele tem apenas um enrolamento trazido
a ané is coletores num lado e a um comutador no outro. Desde que se produz CA
nos condutores de qualquer má quina (com exceçã o da má quina homopolar ), neces-
sita -se de apenas um enrolamento se a má quina for funcionar como conversor
CC-CA (ou vice-versa ). Assim , como um conversor CA /CC, alimentam-se os
condutores de armadura do rotor com CA , através de seus ané is coletores, e a
m á quina funciona ( se posta a funcionar de algum modo) como um motor s í ncrono.
O comutador converte a tensã o CA gerada em CC. Semelhantemente, como
conversor CC / CA , a corrente cont í nua no circuito externo do motor CC será
convertida em CA no enrolamento da armadura para produzir rotaçã o, e a corrente
alternada gerada é coletada nos an é is como uma tensã o de sa í da CA .
O conversor s í ncrono CA monof á sico nunca é usado na prá tica , devido a :
( 1 ) n ão ter torque de partida ; ( 2) sua tend ê ncia à oscilaçã o ; ( 3) aquecer -se exces-
sivamente ; (4) ser de baixo rendimento em comparaçã o com os conversores sí n-
cronos polif ásicos ; e (5) ser fisicamente maior que os equivalentes conversores
polif ásicos, se utilizado para a mesma pot ê ncia de sa í da em kVA ou kW . Mas
o princ í pio dos conversores s í ncronos rotativos polif ásicos se torna mais fácil
de entender após a aná lise da máquina CC monofásica. A Fig. 11 -5a mostra o
enrolamento de armadura bipolar do conversor visto na Fig. 11 -4 b, com 12 bobinas
e os respectivos 12 segmentos do comutador . Imaginemos que a m á quina está
funcionando como um motor CC à velocidade s í ncrona ( 3.600 rpm em 60 Hz)
no sentido hor á rio.
Visto como um mptor CC, a tensã o aplicada e a fem CC induzida , que a ela
se opõe, sã o constantes enquanto forem constantes a velocidade e. a tensã o CC
da fonte. Assim , em cada uma das figuras de 1 l -5a at é d , a fem CC induzida é a
mesma , pois os novos condutores substituem dinamicamente os antigos, conti-
nuando a induzir uma fem com a rotaçã o, de acordo com a Eq . ( 1 -6). O mesmo
enrolamento CC , entretanto, é o coletado nas teclas de 1 a 7 e trazido aos an é is
coletores , como mostra a Fig. 11 - 5. A tensã o CA monof ásica induzida é coletada
através das escovas ligadas a estes an é is coletores.
Vista como um alternador monofásico, a tensã o monof á sica CA induzida
não é constante. Na Fig. ll -5a , com as deriva ções alinhadas com o eixo polar,
a tensã o CA é coletada como sendo a soma das tensões entre os pólos N e S, isto
é, id êntica à tensã o CC a qualquer instante. Na Fig. 11-5d , entretanto, com as

derivações perpendiculares ao eixo polar , a tensã o CA é coletada de derivações


que estã o nos mesmos pontos de potencial , e a tensã o CA é zero. Assim , o valor
da tens ã o instant â nea CA nã o é constante, variando sinusoidalmente com a ro-
ta çã o, como se poderia esperar. A Fig. 11 -5e resume a varia çã o de tensã o CA
instantâ nea nos anéis coletores com relaçã o à tensã o CC m édia entre as escovas
para 90 graus de rotaçã o.
406 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Ao se predizer a tensã o CA de sa ída, bem como a corrente, para dadas ten


-
sã o e corrente cont í nua de entrada, deve-se lembrar [Eqs. ( 1 -5) e ( 1 -6)] que as
tens ões CC aplicada e induzida sã o valores médios . Supondo que nã o h á ripple
na forma de onda CC ( para uma má quina de condutores m últiplos), o valor médio

S
(b )
ECA = 0,866 EQQ ( 30° ).

<
o 2
O c
!m 0J
iA O

£ &
0 30 60 90
(e ) Rota ção em graus a partir do eixo polar .

-
Fig. 11 5 — Varia çã o na tensão CA instantâ nea com rela ção à
conversor s í ncrono rotativo monof ásico.
tensã o CC em um
M áQUINAS ESPECIAIS 407

de tensão CC é igual ao seu valor máximo . Assim , o valor efetivo da tensão CA


monofásica de saí da é

F — EV 2
CA( max )
= 0,707 E CA ( max) — 0, 707 EyCC (med )

ou
ECA = 0,707 Ecc ( 11 - 2)
Se se imagina um rendimento de 100 por cento na conversã o , como no caso
do dinamotor, temos
ECA
Fc\Jc\ = ^Fcc ícc
^ x /cc
à Â

0 , 707
e , dividindo ambos os lados por £CA , chegamos a

I.CA cc
0 , 707
= l ,414 / cc ( 11 - 3)

EXEMPLO 5 Um conversor s íncrono monof ásico de 5 kW funciona como um conversor


-
11 2 : invertido, isto é, fornece CA a partir de uma fonte CC de 220 V. Imaginando
um rendimento de 90 % na conversão, calcule
a. A tensão CA e a corrente CA .
b. A corrente CC solicitada pelo conversor invertido.
Solução :

a -Ê CA = 0,707 Ecc [Eq. (11-2)]


» = 0,707 x 220 V = 155,5 V
^ CA ~
kW x 1.000
ECA
3 x 1.000 W
155,5 V - 19,28 A

19, 28 A
b - ^cc — 1,414 I x rend.
CA
1,414 x 0,9
= 15,15 A

E X E M P L O 5 Um conversor sí ncrono monof ásico, de 5 kW, operando à velocidade sí ncrona,


11-3 : solicita corrente de plena carga de sua fonte de 220 V nominais, a um fator de
potência de 0,85. Se o rendimento operacional é 90 %, calcule :
a. A corrente e a tensã o CC de sa ída .
b. A corrente CA fornecida ao conversor rotativo sí ncrono.
Solução:

220 V
^cc — 0*,707
CA
a *
0,707
= 315 V
kW x 1.000 5 x 1.000 W
fCA ~
E CA 315 V
= 15,88 A

b. /CA
— ECA
kW x 1.000
x PF x rend . 220 x
5.000
0,85 x 0,9
= 29,7 A
5
Estes exemplos são unicamente teóricos, uma vez que na prá tica se utilizam apenas conversores
polif á sicos ( V. Seç. 11-7).
408 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

11-7 . CONVERSOR ROTATIVO POLIF ÁSICO


No conversor monof ásico previamente considerado, o enrolamento da arma-
dura de uma máquina de dois pólos tinha derivações situadas em dois pontos,
deslocados de 180 graus el é tricos um em rela çã o ao outro . Se se utilizassem quatro
pólos, seriam necessá rias quatro derivações, cada uma deslocada de 180 graus
• el é
tricos.
Semelhantemente, como se v ê na Fig. 11-6 um conversor trifásico de dois
pólos necessitaria três deriva ções, cada uma defasada de 120 graus elé tricos . Se
se utilizasse uma m á quina de quatro pó los , teriam sido necessá rias seis derivações


Fig . 11-6 Conversor sí ncrono rota -
tivo trif ásico, com derivações e ané is
coletores.

( três para cada par de pólos) , cada uma deslocada de 120 graus el é tricos das adja -
centes. Um conversor de três fases requer três anéis ; se for de seis fases requererá
seis ané is ; doze an é is para doze fases, etc. O n ú mero de derivações , Z), para qual -
quer armadura polifásica é

D = nF ( 11-4)

onde n é o n ú mero de an éis e P' é o n ú mero de pares de pó los do conversor.


Semelhantemente, o n ú mero de graus el é tricos entre duas derivações é

ô

27C
= n radianos elétricos

= —n
360
graus elé tricos ( 11 - 5 )

onde n representa o .n ú mero de anéis, como na Eq. (11-4).


A tensã o induzida pode ser prevista para qualquer armadura CC de qualquer
n ú mero dado de condutores, caminhos, pólos, fluxo e velocidade [Eq. ( 1-6)]. A
Má QUINAS ESPECIAIS 409

tensã o CA efetiva , por fase, obviamente, decresce com o aumento do n ú mero


de fases, ané is coletores e derivações, uma vez que a mesma armadura CC deve
suprir a tensã o CA [Eq. ( 11- 2)]. Pode-se mostrar, então, que para qualquer con-
versor s í ncrono polif ásico existe uma relaçã o fixa entre a tensã o CA e a tensã o CC
( para valores m édios e m á ximos) ; ou seja

71
^F CA = sen
n
( 11 - 6)

e, semelhantemente , entre as pr ó prias correntes

-/CA
2 V2 lcc -
(11 7)
n

onde todos os termos já foram definidos previamente.


A validade das Eqs. ( 11-6) e (11-7) pode ser testada para o conversor mono-
fásico com dois ané is coletores n — 2 nas Eqs. (11-2) e ( 11- 3).
A Tabela 11-1 abaixo utiliza as Eqs. 11-4 a 11- 7 para resumir as relações para
conversores monofásicos, trifásicos, hexafásicos e dodecafásicos.

TABELA 11-1

RELA ÇÕ ES PARA CONVERSORES SÍ NCRONOS POLIFÁ SICOS

MONOFá SICO TRIFáSICO HEXAFáSICO DODECAFáSICO


QUANTIDADE EQUA çã O 2 an é is 3 ané is 6 an é is 12 an éis

ECK entre an é is 11 - 6 0,707 Ecc 0 , 612 £cc 0, 354 Ecc 0,182 Ecc
IQK nos an é is -
11 7 L414 Icc 0, 943 Icc 0,472 7CC 0, 236 7CC
graus el é tricos entre
derivações 11 - 5 180 120 60 30
D derivações por par de
pólos 11-4 2 3 6 12

* Para fator de pot ê ncia unit á rio e rendimento de 100 por cento.

EXEMPLO Um conversor s í ncrono CC dodecaf ásico de 500 kW , 600 V , funciona como


11 -4 : um conversor direto, a um rendimento a plena carga de 92 por cento e um fator
de potência de 0,93. Calcule :
a. A tensão CA entre os anéis coletores .
b. A corrente CC de saída .
c. A corrente CA solicitada da fonte, alimentada por um transformador dode-
cafásico.
410 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Solução: r
a . £CA = 0, 182 Ecc
ECA = 0, 182 x 600 V = 109 V entre anéis coletores
kW x 1.000 500 x 1.000 W
k ^cc “ = 833,3 A
*cc 600 V
0, 236 Icc _ 0,236 x 833, 3
C - ^ CA — PF x rend . 0,93 x 0,92
= 229,5 A
*

Como nos casos do dinamotor e do conversor sí ncrono monofásico, o con-


versor polifásico é uma máquina na qual a fmm resultante na armadura e o seu
respectivo fluxo sã o extremamente pequenos, porque a corrente cont í nua circula
em sentido oposto à alternada . A natureza das formas de onda da corrente nas
vá rias bobinas difere porque o valor da tensã o CC é constante , enquanto o valor
da CA depende da diferença de fase entre as bobinas bem como do fator de potê ncia
do conversor.
Por exemplo, numa bobina situada a meio caminho entre as deriva ções ( ponto
b na Fig. 11 -6), imaginando que o fator de pot ê ncia é unit á rio , as componentes
CA e CC da corrente est ã o defasadas exatamente 180°, como se vê na Fig . 1 l -7a .
Mas , numa bobina ligada à deriva çã o, as componentes CC e CA podem estar
CA i

CC

Resultante
CC
^
CA
(a ) Forma de onda , para fator de potê ncia
unitá ria , em bobinas entre as derivações.

Resultante

lb ) Forma de onda para fator de potê ncia unitá ria


em bobinas, exatamente nas derivações.
Fig. 11 7 - —Comparação das formas de
onda da corrente resultantes entre e nas
deriva ções de um conversor s í ncrono.
M á QUINAS ESPECIAIS 411

defasadas apenas de 90 graus el é tricos uma em relaçã o a outra , como se vê nas


Figs. 11 -5 e 11 -6. Portanto , como mostrado nas Figs. 11 -5 b e 11 -7 b, a compo-
nente CA é zero instantaneamente, enquanto que a componente CC tem seu valor
m á ximo ou médio, e as formas de onda estã o defasadas de 90 graus elé tricos . As-
sim , as bobinas situadas exatamente nas deriva ções t ê m uma forma de onda de
corrente resultante, para fator de potê ncia unit á rio, semelhante àquela vista na
Fig . 11 -7 b, enquanto que as bobinas situadas a meio caminho, entre duas deri-
vações , t ê m uma forma de onda de corrente semelhante à vista na Fig . 11 -7a . O
feito de aquecimento produzido pelo valor efetivo da corrente resultante é maior,
pois , em bobinas localizadas pró ximas às derivações do que naquelas situadas
a meio caminho entre derivações . Existe, pois , um gradiente de temperatura entre
aquelas bobinas mais quentes, situadas nas deriva ções e aquelas situadas a meio
caminho entre derivações.
Entretanto , mostrou -se na Tabela 11 - 1 que, ao se aumentar o n ú mero de
fases e o n ú moro de pó los, aumentar-se-á o n ú mero total de derivações num con-
versor s í ncrono . O aumento do n ú mero de deriva ções reduz o gradiente de tempe-
ratura e , por sua vez, aumenta a capacidade do conversor s í ncrono, uma vez que
a capacidade obviamente depende da m á xima capacidade permissí vel de condução
de corrente das bobinas mais quentes . Assim, como se vê na Tabela 11- 2, um
conversor trif ásico, de três ané is , tem uma capacidade menor que um de seis ou
-
doze fases . A Tabela 11 - 2 baseia se numa conversã o com rendimento de 100 por
cento entre a entrada CA e a sa ída CC, e corresponde a má quinas com o mesmo
n ú mero de pólos .

TABELA 11 - 2
EFEITO DO FATOR DE POTÊ NCIA E DO N Ú MERO DE FASES NO AQUECIMENTO
E NA SA Í DA RELATIVOS DE UM CONVERSOR SÍ NCRONO, COMPARADO À SUA
OPERAÇÃO COMO GERADOR CC6

3 FASES - 3 ANéIS 6 FASES - 6 ANéIS 12 FASES - 12 ANéIS


FATOR DE AQUECIMENTO SA í DA AQUECIMENTO SA í DA AQUECIMENTO SA í DA GERADOR
POT ê NCIA RELATIVOS RELATIVOS RELATIVOS CC

1 ,0 0, 565 1 ,33 0.268 1.93 0,209 2, 19 1 ,0


0,95 0,693 1 ,20 0,364 1,66 0, 299 1 ,83 1 ,0
0,90 0,843 1.09 0476 1 ,45 0,404 1 ,57 1 ,0
0,85 1,02 0,99 0,609 1 , 28 0,528 1,38 1 ,0
0,80 1 , 23 0,90 0, 768 1 , 14 0,676 1 , 22 1 ,0

A Tabela 11 - 2 confirma as conclusõ es seguintes, que já tinham sido indicadas


previamente :

6
Segundo SISKIND, C. S. Electrical machines , direct and alternating . 2. ed New York , McGraw-
Hill, 1959.
412 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

1. Conforme aumenta o nú mero de fases e anéis, aumenta a saída relativa do conversor


síncrono, devido à diminuição do aquecimento relativo.
2. Conforme aumenta o nú mero de pólos, a saída relativa também aumenta (isto não
está visto na Tabela 11-2, mas pode ser inferido do exposto acima), uma vez que o aque-
cimento relativo diminui.
3. Conforme diminui o fator de potência, diminui também a saída relativa, devido ao
aumento do efeito de aquecimento.
4. A sa ída relativa de qualquer conversor polif ásico é genericamente maior que a da mesma
m á quina funcionando como um gerador CC, devido ao fato de que o aumento de tem -
peratura e o. efeito do aquecimento naquela sã o menores que nesta . ( Entretanto, isto
nã o é verdade para conversores trif ásicos funcionando a fatores de pot ência abaixo
de 0,85.)

Pelas razõ es citadas acima , os conversores s í ncronos de grande porte sã o


projetados para alimenta ções CA hexa ou dodecaf ásicas com muitos pólos no
estator. A interrpnversã o entre a fonte trif á sica , normalmente dispon í vel, e os
sistemas de maior n ú mero de fases, necessá rios para a alimenta çã o do conversor,
é solucionada através dos transformadores de m últiplas bobinas 7, como se vê na
Fig . 11-8, ligados de modo a fornecer a transforma çã o necessá ria no valor reque-
rido de tensão de entrada. Balanceando o custo maior do transformador contra
o rendimento maior que se obté m nos conversores de 12 ou 24 fases em relação
ao hexafásico, este ú ltimo normalmente é o utilizado. A ligação estrela tri para
hexafásica é o mé todo mais comum ( V. Seç. 13-20) de obter-se numa alimentação
hexaf ásica CA para o conversor.

Transformadores
interfase — 1
J N k Carga
IT
o
o
o
c
* Armadura
do conversor
o
o Carga
o
T^ r J
Neutro

. -
Fig 11 8
— Conversor trif ásico para hexaf ásico, vendo-se a transforma çã o e a produçã o
de uma sa í da CC a três fios.

A queda de tensã o no conversor e no sistema , com a aplica çã o de maior carga ,


requer um mé todo de controlar a tensã o no conversor direto ( CA para CC). Um
dos mé todos utilizados consiste no emprego de reguladores de induçã o ou trans-
formadores do n ú mero de espiras no primá rio dos transformadores de interfase.
Outro mé todo é o emprego de um booster ( um alternador CA polif ásico) no mesmo
eixo do conversor, especificado para compensar variações de mais ou menos 15%
na tensão de linha .
7
V. Seç. 13 20.
-
M áQUINAS ESPECIAIS 413
Os conversores s í ncronos arrancam através de seus enrolamentos amorte-
cedores (como motores de indu çã o) e devem entrar em sincronismo de modo se-
melhante ao utilizado quando da partida de motores s í ncronos. Podem també m
partir como motores CC, quando se dispõe de corrente cont í nua , e serem sincro-
nizados em relação ao barramento CA , embora tal método seja raramente utilizado.
O conversor s í ncrono é particularmente sensí vel a varia ções grandes e brus
cas da carga e ao balanço de caça ao sincronismo, que pode produzir efeito de
-
arco entre os sistemas dg escovas- Por isto , equipam -se os conversores de grande
,

porte com isoladores, para extinguir qualquer faiscamento que se possa iniciar
entre teclas do comutador . Os enrolamentos amortecedores sã o essenciais para
a construção do campo do estator .
Os conversores s í ncronos diretos fornecem usualmente de 250 V até cerca
de 750 V em CC (alimentados a 60 Hz) , e 1.500 V em CC (alimentados a 25 Hz).
A tensã o CC de sa ída é limitada pela m á xima tensã o permiss í vel entre segmentos
do comutador (cerca de 15 V por segmento). Quando se exigem tensões mais ele-
vadas, ligam-se em sé rie as sa ídas CC.
Os conversores s í ncronos sã o dispon í veis desde pequenas unidades, 100 kW ,
até 4.000 kW. Os retificadores a arco de mercú rio, com tanques de aço grandes,
devido ao seu maior rendimento em maiores tensões, na maioria dos casos, deslo-
caram os conversores sí ncronos de suas aplicações como fontes de corrente contí-
nua. De modo semelhante, os desenvolvimentos contemporâ neos no uso de reti-
ficadores de sel ênio e sil ício começam agora a substituir os retificadores do tipo
tanque e gasosos do tipo tiratron ou ignitron , oarticularmente nas menores capa
cidades ( Seç. 13-21 ).
-
E mesmo possí vel acionar um conversor s í n í ono rotativo através de uma
m á quina prim á ria e desenvolver potê ncia CC num lado do comutador, e potê ncia
CA nos anéis coletores do outro lado. Sob tais condições, a soma das correntes
cont í nua e alternada perfar á a capacidade total da m á quina ; as correntes ser ã o
aditivas, uma vez que a ação geradora tem lugar em ambos os enrolamentos. Uma
tal má quina é conhecida como “ gerador de dupla corrente'’. Nunca é utilizada
comercialmente ( uma vez que, normalmente, se dispõe de uma das correntes) ;
apenas a mencionamos devido à sua semelhança ao gerador Dobrowolsky (Seç.
11 -8.4).
Um conversor s í ncrono pode ser utilizado para alimentar um sistema CC a
tr ês condutores. Numa tal aplicaçã o, o fio neutro é trazido de volta ao neutro
secundá rio do transformador de interfase, fornecendo uma tensã o de entrada CA,
como se vê na Fig. 11-8 . Como resultado, a corrente desequilibrada , que circula
no neutro do sistema CC, volta à armadura do conversor através do transformador
e de seus anéis coletores . Esta é precisamente a disposiçã o utilizada no gerador
Dobrowolsky ( Fig. 11 -9d ) para se obter o sistema a três condutores.

11-8. GERADORES PARA SISTEMAS A TR ÊS CONDUTORES


Um sistema de distribuição a três condutores (quer em CA monofásico, quer
em CC) permite dispor-se de duas tensões diferentes. Proporciona ainda a vanta-
414 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

gem do uso de uma tensão mais elevada (a uma corrente menor ) para as aplicações
de maior tensã o ( fogões e aquecedores, por exemplo), e de menor tensã o para as
cargas menores, como a de iluminação e outras, A grande vantagem do
sistema a tr ês condutores para a empresa que o fornece é que, apesar do condutor
de linha adicional , resulta uma economia de cobre para a mesma pot ê ncia trans
-
mitida.8 Al é m disto, ele encoraja a utilizaçã o de energia elé trica e de novas apli -
ca ções ao fornecer tensões de maior versatilidade .
O sistema CA a três condutores é alimentado através do secundá rio de deri
va çã o central , de uma fase de um transformador polif ásico . O sistema CC a três
-
condutores é normahnente fornecido através de um simples gerador , em combi
na çã o com dispositivos auxiliares ou da combina çã o de geradores . Os m é todos
-
seguintes sã o empregados para suprir um sistema CC a três condutores : ( 1 ) o
m é todo dos dois geradores , ( 2 ) o conjunto compensador ; ( 3) o m é todo do gerador
ú nico de resistor com derivaçã o ; (4) o gerador de Dobrowolsky : e ( 5) o conversor
s í ncrono . Os quatro primeiros métodos sã o abaixo descritos e ilustrados. O m
é-
todo do conversor sí ncrono foi abordado na Seç. 11- 7.

11 -8.1 O M ÉTODO DOS DOIS GERADORES

Dois geradores-derivaçã o CC ou compostos de igual tensão podem ser ligados


em cascata ( para compensar a queda da linha ), para suprir um sistema de distri -
buição a três condutores, como se vê na Fig. 1 l -9a, sendo acionados por máquinas
prim á rias independentes ou pela mesma m á quina prim á ria .

11-8.2 O CONJUNTO COMPENSADOR

O método dos dois geradores é indesejá vel quando há um desbalanceamento


de carga pesada nas correntes de carga . O gerador com carga maior tem grande
queda interna de tensã o na armadura , ocasionando uma queda drástica na tensão
do lado mais carregado. Esta desvantagem é superada no conjunto compensador,
que se v ê na Fig . 1 l -9 b. Esta combinaçã o emprega um gerador principal ( 230 V),
para alimentar a porção equilibrada da carga, e duas m áquinas menores (115 V)
para alimentaçã o às porções desequilibradas . Quando a carga é equilibrada , as
duas máquinas estão “ flutuando” nas linhas como motores a vazio. Quando
ocorre um desequil í brio, o lado que alimenta a maior carga sofre uma queda na
tensão terminal e a m áquina daquele lado passa a operar como gerador ( E
> ).
Ao mesmo tempo , devido ao aumento de tensã o , a outra m á quina (acopladaVtao
mesmo eixo ) age como um motor carregado e tende a reduzir o aumento de tensão
acionando o seu gerador acompanhante no mesmo sentido, suprindo assim
a ener-
gia requerida pelo menor gerador carregado . Como mostra a Fig . ll -9 b , uma

8
-
Pode se ver que a duplica ção da tensão de transmissã o de um sistema a dois fios resultar
numa economia de cobre de 75 por cento. Adicionando-se o terceiro fio, o neutro, para
á
fornecer
a tensão original, bem como uma tensão dupla, o resultado ser á uma economia de cobre de 62 por
cento, em comparação com o sistema original de baixa tensão, a dois fios.
M áQUINAS ESPECIAIS 415

+ +
k
o= > 1t5 V A , 515 V
cH
/
/ „ /230 V
ger
A , H A2
230 V
Neutro —* 230 V
r=>
o
ger 5C +
+ s // m A2
115 V / 115 V
/
4 //
=
K>

( a ) Mé todo dos dois geradores. (b) Método do conjunto compensador .

+
+
i
115 V
r +
115 V +
1 5V
+.
+
4 *
115 V 115 V 115 V
1 L f L
(c ) Método do gerador ú nico
com resistor com derivação.
(d ) Mé todo do gerador Dobrowolsky .
Fig. 11-9 — Métodos de geração de um sistema CC a três condutores.
resposta mais rá pida e melhor é também obtida pela inversão
das ligações da linha
do campo-derivaçã o das duas m á quinas . Supondo que
A x est á mais carregada
e que sua tensã o cai abaixo dos 115 V, o seu campo estará agora
recebendo uma
tensã o que é maior que os 115 V, ajudando-o a desenvolver,
como gerador , uma
tensã o maior . Ao mesmo tempo, o motor A está recebendo
2 corrente de sua fonte
de tensã o aumentada . A 2 tende a acelerar, como resultado da diminuiçã o de ten-
são em A j , que está també m aplicada ao campo de A Esta çã o .
2 a tende a manter
uma regulaçã o do sistema razoavelmente boa, seja qual for o desequil í brio que
ocorra. Na prá tica comercial, a regulação també m melhora pelo
acréscimo de
um campo-série às má quinas AA e A .
i 2

11-8.3 O M ÉTODO DO GERADOR Ú NICO


COM RESISTOR DE DERIVAÇÃ O
O gerador ú nico de 230 V , que fornece a corrente equilibrada para
o conjunto
compensador, pode ser també m utilizado com um resistor de alta
potência e deri-
vaçã o centrada , como se vê na Fig . ll -9c. Este método é altamente
indesejá vel,
em comparaçã o com o conjunto equilibrador, uma vez qu« a ele nã o
corresponde
um método automático que tenda a se opor ao desequil í brio de tensã o
, como ocor-
ria no conjunto compensador ou equilibrador. Como resultado,
de modo seme-

ii
416 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

(
lhante ao mé todo dos dois geradores, uma carga pesada num lado leva a um
aumento cumulativo da queda de tensã o no resistor de derivaçã o, bem como a
um aumento da queda nas linhas , ambos os fatores produzindo uma diminuição
na tensã o dos terminais do lado carregado. Mais ainda, a perda de potê ncia nos
resistores resulta numa considerá vel reduçã o do rendimento da operação. Este
mé todo é visto aqui porque ele sugere o gerador a três fios de Dobrowolsky, uma
vez que o gerador da Fig. 11-9c , tal como todos os geradores , est á internamente
produzindo CA . Se se ligasse a este gerador internamente uma indut â ncia com
deriva çã o central , ter í amos ent ã o um neutro .

11-8.4 O GERADOR DE DOBROWOLSKY


Como se vê na Figura 11 -9d , o gerador de Dobrowolsky é, de fato, funda -
mentalmente um conversor s í ncrono . monof á sico ( Fig . ll -4 b), acionado como
um gerador de dupla corrente . A ( ú nica ) carga CA é a bobina de reat â ncia com
deriva çã o central, quer embutida como parte do enrolamento da armadura , quer
externamente montada através de ané is coletores, como se vê na Fig . 11 -9d . A
primeira hipó tese requer apenas um anel coletor, mas a bobina em si torna a arma -
dura mais pesada . A vantagem da bobina de reatâ ncia com deriva çã o (quer interna ,
quer externa) é que ela tem uma imped â ncia elevada para a CA, mas uma baixa
resist ê ncia a CC. Assim , a corrente contí nua desequilibrada produz uma pequena
queda de tensã o CC na bobina . Esta queda CC é pequena em comparaçã o com
a queda da CA na impedâ ncia da bobina através dos anéis, e a tensão do neutro
se mant é m razoavelmente constante sob condições de desequil í brio.
Uma vez que circula mais corrente cont í nua numa parte da bobina do que
na outra, é necessá rio que o reator seja especificado em termos da porcentagem
de desequil íbrio que ele pode suportar, sem que haja um aquecimento excessivo.
Utilizam-se usualmente bobinas externas at é um desequilí brio má ximo de 10
por cento, sendo fornecidas bobinas especiais no caso de se desejar atender maiores
desequil í brios. Por isto, n ã o é aconselh á vel abrir uma das linhas que supre um ge-
rador a tr ês condutores, uma vez que o grande desequil í brio pode queimar a bo-
bina de reatâ ncia . Esta é outra vantagem das bobinas externas , uma vez que po-
demos substituí-las sem desmontarmos a m á quina, facilitando, assim , a manu-
ten çã o.

11-9. EFEITO DA RESISTÊ NCIA DA LINHA E DE CARGAS


DESEQUILIBRADAS EM SISTEMAS A TR ÊS CONDUTORES
Se as cargas ligadas entre os terminais de linha e o neutro de um sistema CA
ou CC a três condutores sã o desiguais, circular ã o correntes desiguais nas linhas
e a diferença entre as correntes circular á no neutro. Um tal sistema de distribuição
é chamado de desequilibrado, e as correntes desiguais produzirã o quedas desi -
guais na tensã o das linhas. A soluçã o dos problemas relativos a estes sistemas
de distribuição envolve a aplicação das leis de Kirchhoff das tensões e das correntes.
A seguir, daremos três exemplos. Dois ilustrarão o efeito de cargas equilibradas
M áQUINAS ESPECIAIS 417

contra cargas desequilibradas . O terceiro ilustrará um mé todo alternativo de


solucionar os dois exemplos anteriores .

EXEMPLO Um sistema CC a três condutores, 115/ 230 V, é utilizado para alimentar duas
11 -5 : cargas concentradas de iluminação, Lx e L?, a uma distância de 2.000 pés do ge-
rador, e uma carga concentrada de potência, L3, distante 200 pés de fonte gera-
dora. A carga de potência, L 3, é 100 A e cada uma das de iluminação 200 A . Os
alimentadores de linha são de 500 MCM e o neutro 250 MCM . A resistividade
do cobre é considerada, para o presente exemplo, como 11 Q-CM/pé. Calcule :
a. a tensão aplicada às cargas Lv L 2 e Lv respectivamente
b. a tensão Vx _ 2

Solução :

[V . Fig. 1140(a )]
resistividade x comprimento pl
a. Resistência = área A
11 Q
ri. 2 “ x 2.000 pés = 0,044 O
500.000/1
200
r3 =
2.000
0,044 = 0,0044 Q

ii n
rN = 250.000 1 x 2.000 pés = 0,088 Q
/
7 i = 7LI + 7L3 = 200 + 100 = 300 A ;
/ 2 = IL 2 + / L 3 = 200 -E 100 = 300 A
/ = h\ - lL 2 = 200 - 200 = 0
*
Utilizando a lei das tensões de Kirchhoff , na qual ( 1 ) a soma algébrica de todas
as tensões em qualquer rede em malha fechada é zero, e (2) uma queda de tensão
corresponde ao sentido da circulação da corrente no condutor e um acréscimo
de tensão corresponde ao sentido oposto, teremos :
Resolvendo para EL 1 :
- Ilr í — ELl ± INrN + Ex = 0
- ( 300 x 0,044) - EL 2 + 0 + 115 = 0
ELi = 101,8 V
Resolvendo para EL 2 :
± INrS ~ EL 2 ~ l 2 r 2 + E 2 = 0
0 - EL2 - ( 300 x 0,044 ) + 115 = 0
EL = 101,8 V
Resolvendo para EL 3 :
- Ixrx - / 3 r 3 - £l 3 - / 3r 3 - I 2 r 2 + 230 = 0
- 13,2 - ( 100 x 0,0044) - EL 3 - ( 100 x 0,0044) -
-

EL 3
( 300 x 0,044) + 230
= 230 - 27 ,28 -
- 0
202,72 V

:
418 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

b. Tensão V1, - 2 = ELl + EL 2 = 101,8 + 101,8 = 203,6 V

EXEMPLO Repita o Exemplo 11 5 com uma carga *


Lx de 100 A, L2 de 150 A e L 3 de 200 A.
11 6 : -
Solução :

Ver Fig. ll - 10a V

a. = hi + 7L 3 = 100 + 200 = 300 A ;


12 = IL2 + / 3 = 150 4- 200 = 350 A
JN = /L2 - JL1 = 300 - 250 = 50 A
Resolvendo para EL Í :
- / jrj - EL í 4- /y + =0
*
- ( 300 x 0,044) - EL í + ( 50 x 0,088 ) + 115 = 0
EL í = 106,2 V
Resolvendo para EL2 :
INrN EL2 2^ 2 2 = 0 ^ ^
- ( 50 x 0,088) - EL 2 - ( 350 x 0,044) + 115 = 0
EL2 = 95,2 V
Resolvendo para £L3:
- Ilr í - / R - £L - / r 3 - / 2r 2 + 230 = 0
3 3 3 3
- ( 300 x 0,044) - (200 x 0,0044) - £L3 - (200 x 0,044)
- (350 x 0,044) 4- 230 = 0
£L 3 = 199,64 V

b. Tensão Vx _ 2 = EL Í 4- EL2 = 106,2 4- 95,2 = 201,4 V


k Queda na linha Iff ) - ueda na linhal ) rt + I 3 r3
^_
r1
o ± Wr
r di d2
7
3
E V, II 1 Linha 1
E, Ojeda devida a ln
v
t
E, + E 2
rn V3 L3
voltando à l o n t e
°+ InVA N
Queda devida a V) 2 v3
I

o AAA/
ir —
r2
v2 L2
r3
saindo da fonte n
t inha 2
Queda —
na linha I 2 r 2
T"
(

Queda na linha
I 2 f 2 4- I 3r3^

( a ) Solução pela lei de Kirchhoff. ( b) Método de solução pela queda de tensão


no alimentador.
. -
Fig 11 10
— Sistemas a três fios com cargas desequilibradas
ilustrando os exemplos 11-5, 11-6 e 11 7. -
EXEMPLO Resolva (a) o Exemplo 11 -5 e (b) o Exemplo 11 -6, utilizando o método da queda
11-7 : de tensão no alimentador ilustrado na Fig. ll -10b.
M áQUINAS ESPECIAIS 419
Solução :

Esta solução e a Fig . 11 - 10b estão ambas alicerçadas na convenção de que :


( 1 ) uma corrente que circula da esquerda para a direita (a partir da fonte) repre-
senta uma queda de tensão no sentido descendente ; e (2) uma corrente que circula
da direita para a esquerda (em direção à fonte) representa um acréscimo de ten -
são no sentido ascendente . Recomenda-se que o leitor desenhe um diagrama
dimensionado semelhante ao da Fig. 11 - 10b.
a. No Exemplo 11-5, a igualdade das quedas na linha Ilrl = 300 x 0,044 =
= 13,2 V = I 2 r 2 vale em grandeza, mas não no sentido.
Queda da linha / 3r 3 = 100 x 0,044 = 0,44 V
Tensão V . 2 = ( £ + E 2 ) - queda na linha I í ri
j — queda na linha I 2r2 =
= 230 V - 13,2 - 13,2 = 203,6 V

e, desde que IN =0
203,6
ELl EL 2 —
~
2
= 101,8 V
Tensão K3 = £ L3 = ( El + £ 2 ) - 2 ( / 1r 1 ) - 2 ( / 3 r 3 ) =
= 230 - (2 x 13,2) - (2 x 0,44) = 202,72 V

b. No Exemplo 11 -6, a queda na linha Ilri = 300 x 0,044 = 13,2 V


Queda na linha l 2 r 2 = 350 x 0,044 = 15,4 V
Queda na linha / 3 r 3 = 200 x 0,0044 = 0,88 V
Queda na linha INrN = 50 x 0,088 = 4,4 V (saindo da fonte)
Da Fig. 11- 10b
ELI = EI - Vi + VN = 115 - 13,2 + 4,4 = 106,2 V
EL 2 = E 2 hr 2 ~ VN = 115 15>4 4»4 = 95,2 V

V1, - 2 = £ , + £ 2 - Ilr í - I 2 r 2 = 230 - 13,2 - 15,4 = 201 ,4 V

Conferência :
K - 2 = EL 1 + EL 2 = 106,2 + 95,2 = 201,4 V
EL3 = Ei 4 £2 — (^ 1^ 1 + ^ 2 r 2 4 2/ 3r3) =
* *
"

= 230 - ( 13,2 + 15,4 + 2 x 0,88) = 230 - 30,36 = 199,64 V

Uma vantagem da solução utilizada no Exemplo 11 -7 , empregando o método


da queda de tensão no alimentador, é que ela conduz a uma indicaçã o da tensão
antecipada em qualquer ponto ao longo das linhas . Nos Exemplos 11 - 5 e 11 -6,
imaginou-se que a carga estivesse concentrada em um determinado ponto , a uma
distâ ncia dada da fonte . Evidentemente, na realidade , a carga está distribuída
através de toda a extensão da linha de transmissão, em vez de localizada em qual -
quer ponto , como indicava o problema . A vantagem de solução do Exemplo
11 -7 e o uso da Fig . 11 - 10b é que este mé todo leva a uma melhor representação
da natureza do carregamento da linha de transmissão , bem como do efeito do
sentido da corrente e das quedas de tensã o no alimentador neutro sobre a tensão
entre linha e neutro .
420 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

EXEMPLO Utilizando um diagrama dimensionado semelhante ao visto na Fig . ll - 10b,


/ 1 -8 : determine as tensões para as cargas do Exemplo 11 -6, localizadas a distâncias
da fonte conforme indica a tabela abaixo. Nota : As respostas estão indicadas
na tabela, mas a técnica para a solução é deixada a cargo do leitor.

Tensão
Distância da Volts
fonte ( pés) (V)
de a
(a ) 400 Linha 1 Neutro 113,24
( b) 800 Linha 1 Linha 2 218,56
( c ), 1.200 Linha 2 Neutro 104,32
(d ) 1.600 Linha 1 Linha 2 207, 12
( e ) 2.100 Linha 1 Linha 2 202,72

11 -10. CONVERSORES DE FASES DE INDUÇÃO


Quando é necessá rio converter um sistema polif ásico em outro, os
enrolamentos prim á rio e secund á rio de uma sé rie de transformadores monof á sicos
9
( ou polif ásicos ) podem ser interligados para desempenhar esta conversã o. Em
nenhuma circunstâ ncia , entretanto, é poss í vel que uma dada fonte CA monofá -
sica seja convertida em fonte polif ásica através de sistemas de transformadores
«5£
(o inverso obviamente é simples) . Esta conversã o normalmente é obtida por um
motor polifásico CA, conhecido conversor de fases de indução.10
O conversor de fases de indu çã o é normalmente alimentado a partir de uma
fonte monof ásica de alta tensã o, através de um transformador abaixador , cujo
secund á rio é dividido em três enrolamentos ( de tensã o desigual) ligados em sé rie,
como se vê na Fig . 11 - 1 la . O enrolamento do estator do conversor é um enrola-
mento bif ásico, no qual os enrolamentos est ã o deslocados de 90 graus no estator.
Uma fase, consistindo de duas bobinas ligadas em sé rie, de n ú meros 1 e 2 na figura ,
é ligada em fase com o secund á rio do transformador abaixador. A outra fase,
que est á deslocada de 90 graus elé tricos no estator , est á ligada em T em relação
ao primeiro enrolamento de fase, bobinas 3 e 4 nas Figs. 11 -1 la e b. O rotor é
do tipo de gaiola de esquilo comum. O motor parte como um motor bifásico de
fase dividida permanente, ou seja , um motor bif ásico sem carga , e desenvolve
facilmente uma fem de velocidade que o faz atingir sua velocidade a vazio como
motor “ bif ásico”. O diagrama fasorial das fem induzidas no transformador e no
motor está representado na Fig . 11 - llc. A fem induzida nas bobinas 1 e 2 est á
em fase com a fem induzida no transformador ECA. A fem induzida nas bobinas
3 e 4, devido à sua rela ção em quadratura, está defasada de 90 graus em relação
a £’ca, produzindo a tensã o OB. As tensões AC , CB e BA sã o, pois, um verdadeiro
sistema trif ásico de tensões.
-
V. Seçs. 13-19 e 13 20.
9

O conversor de fases de induçã o está discutido aqui, ao invés de estar nos caps. 9 ou 10,
10

devido à sua semelhan ça com o conversor rotativo e à sua fun çã o especializada. Ao contr á rio do
conversor rotativo monof ásico, cuja teoria foi abordada na Seç. 11-6, o conversor de fases de indu çã o
tem partida pró pria, como um motor bifásico.
M áQUINAS ESPECIAIS 421

Os conversores de fases de induçã o são utilizados para suprir troles e ônibus


elétricos, a partir de sistemas de alta tensão aé reos ou de dupla linha . No caso,
ambas as unidades , transformadora e conversora , estã o localizadas no veículo.
A tensã o monof ásica é convertida em fonte trif ásica , que é utilizada para fazer
funcionar um motor de induçã o trif ásico. O conversor de fases elimina a neces -
sidade de dois fios para o trole ou de um “ terceiro” trilho extra . O sistema é também
mais eficiente que um conjunto de duas unidades M -G , que executaria a mesma
conversã o.
Transformador
abaixador
CM
oA
O
O
o
o
o


Fonte o 4
o o
g THnP oB > Sa ída 3 6
monofásica
o
o
o
o
o
Ligações do
i
o enrolamento
o o do estator
o o
o o
oC
( a ) Esquema de ligações.

oA
o Rotor
em curto

A
0
2
*C
-
oB 3 '
i

/
QQQQO
/
\ /
2 \/
4 B ;

oC
( b ) Localização dos enrolamentos do estator. (c ) Diagrama fasorial.

. -
Fig 11 11
— Conversor de fases de induçã o.

Como no caso de todos os conversores, a tensã o de sa í da é controlada pelo


ajuste de tensã o da fonte, que utiliza reguladores monof ásicos de indu çã o, variacs
ou transformadores com deriva çã o .

.
11-11 DISPOSITIVOS SINCRONIZANTES (SELSIN)
Os termos “ seisin” ou “ sincro”, largamente utilizados na bibliografia e na
ind ústria, são apenas abreviaturas da expressão “self-syncronizing” (auto-sincro-
nizante) que designa os mesmos dispositivos. H á, essencialmente, cinco dispo-
sitivos auto-sincronizantes básicos, que caem nesta categoria : o transmissor
seisin, o receptor seisin , o transmissor diferencial seisin, o receptor diferencial seisin
422 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

e o transformador de controle seisin . Estes dispositivos sã o utilizados em sistemas


de controle a laço aberto e a laço fechado, de vá rias formas, para indicar, prover
uma correçã o, responder a um sinal , gerar ou receber sinais que indiquem uma
posiçã o angular ou um deslocamento linear .
Há muitos tipos de dispositivos seisin ; alguns funcionam com CC e alguns
sã o dispositivos mecâ nicos, de natureza hidrá ulica . A discussã o desta seçã o li -
mitar- -á
se principalmente aos cinco tipos de indução CA acima citados. Estes
dispositivos seisin são essencialmente de natureza monofásica, a energia elétrica
para sua opera çã o sendo fornecida a partir de uma fonte monof ásica de 60 ou 400
Hz. Os estatores destes dispositivos sã o de construção id êntica ( V. Tabela 11-3
abaixo), consistindo de um enrolamento “ trifásico” distribu ído idêntico ao empre-
gado em m á quinas trifásicas sí ncronas ou assí ncronas, isto é, aos estatores de
motores s í ncronos ou motores de induçã o trifásicos. Os rotores destes disposi-
tivos são supridos através de anéis coletores ; eles se assemelham ou aos rotores
bobinados de motores de induçã o trif ásicos, ou aos rotores monofásicos de pólos
salientes ou n ão salientes, semelhantes aos utilizados em alternadores s í ncronos.
A Tabela 11-3 enumera as diferen ças construtivas entre os cinco tipos de disposi-
tivos seisin CA.

TABELA 11 - 3 } *

DIFEREN Ç AS CONSTRUTIVAS E DE APLICAÇÃ O DOS SELSINS

ENROLA - ENROLA - AMORTE- ROTOR LIVRE


DISPOSITIVO MENTO DO MENTO DO CEDOR
NA UTILI - APLICAçã O
ESTATOR ROTOR ZA ÇÃ O

Transmissor trifásico monof ásico não não Converte uma entrada me-
de pólos câ nica em uma sa í da elé-
salientes trica
Receptor* trifásico monofásico sim sim Converte a informação elé-
de pólos trica de posição de um eixo
salientes em posição mecâ nica de um
eixo de sa ída

Transmissor trif ásico trifásico n ão não Compensa os erros nas com-


Diferencial * distribu ído binações transmissor- recep-
tor através do deslocamento
de um eixo
Receptor trif ásico trif ásico sim sim Indica a soma ou a dife-
Diferencial * distribu ído rença de dois transmissores
Transformador trif ásico monof ásico não não Como um detector de erro,
de Controle distribu í do que gera um sinal elétrico
no rotor, em proporção à
diferença entre o estator
elétrico e a sa í da mecâ nica
de um sistema servomotor

* Qualquer receptor pode ser usado como um transmissor correspondente mas não vice- versa ,
já que o transmissor n ã o possui um amortecedor.
M á QUINAS ESPECIAIS 423

Como se nota na Tabela 11 -3, a ú nica diferença de construçã o entre um trans-


missor e um receptor é um amortecedor . Os amortecedores utilizados nos seisins
receptores sã o essencialmente dispositivos de amortecimento por meio de molas,
fricçã o , viscosidade ou magn é tico , projetados para evitar a oscilaçã o de um recep-
tor quando acionado por uma varia çã o no sinal el é trico ( V. Fig. 11 - 23b) recebido
do transmissor .
Contrariamente à maioria das m á quinas girantes , os sistemas seisin n ã o giram
continuamente quando energizados. A ú nica ocasiã o em que ocorre qualquer
movimento do eixo é quando ocorre um desequil í brio das tensões do estator devido
a uma alteraçã o na posiçã o do eixo do transmissor. Mesmo entã o, a rotaçã o é
raramente , se é que isso sucede, uma volta completa do eixo, quer do transmissor
quer do receptor, nas aplica ções correspondentes ao controle de posiçã o.
A forma mais simples de combinações seisin , como dispositivo de indicação
remota da posiçã o , est á mostrada na Fig. 11 - 12, na qual os estatores “ trif á sicos”
de um transmissor e um receptor est ã o ligados eletricamente, e ambos os rotores
monof ásicos sã o ligados a uma fonte monof ásica de 60 a 400 Hz. O rotor do trans-
missor é acoplado diretamente, através de engrenagens, ao dispositivo ( no caso,
uma antena de um sistema de radiodifusã o), cuja posiçã o direcional deve ser trans-
mitida , n ã o sendo rotor de transmissor , pois , livre para movimentar -se. Um total
de cinco terminais é necessá rio para transmitir a informaçã o da posiçã o, do trans-
missor da antena ( localizada possivelmente num mastro elevado ou no topo de
uma montanha ) a um indicador remotor , que pode estar num est ú dio ou estaçã o.
A fun çã o do sistema seisin é , portanto, acoplar dois eixos (eletricamente), de modo
que, quando um deles ( o eixo do transmissor ) gira ( mecanicamente), o outro ( o
eixo do receptor) gira també m ( mecanicamente) de um mesmo â ngulo de deslo-
camento . Os terminais elé tricos , mesmo atrav és de cinco linhas , sã o mais flex í veis

Transmissor Receptor

S , s2 s, S2

Is’ Is’
Fonte CA o o
g
monof ásica

7
u R2
t
I
8
/ Indicador
Disco de


/ indicação
\
\ calibrado

-daPosição
antena
Chave reversora
S /// — ° Fonte
3 0

. -
Fig 11 12 — Sistema seisin transmissor - receptor simples.
r

424 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

e prá ticos para esse acoplamento a grandes dist â ncias, ou mesmo para dist â ncias /
menores, do que a transmissã o por eixos mecâ nicos, que é relativamente r ígida
e pouco prá tica para a transmissã o à dist â ncia . Por isto, a sua utiliza çã o é exten-
siva em navios e aviões, para fornecer as indicações de controle.
O princí pio, sob o qual ocorre a sincroniza çã o, é que sã o induzidas fem dos
rotores (do transmissor e do receptor ) para os enrolamentos dos estatores. Uma
vez que estas fem dos estatores sã o excitadas a partir de uma fonte monof ásica ,
todas elas est ã o em fase ; mas diferem em valor com a posiçã o de seus respectivos
rotores. Quando o rotor do receptor está precisamente na mesma posiçã o que
o rotor do transmissor, as fem induzidas em cada um dos três enrolamentos “ tri-
fásicos” sã o iguais e opostas , e não se produzem correntes no estator .
Por outro lado, se o rotor do transmissor é acionado mecanicamente até uma
nova posiçã o do eixo, de modo que ele se desloque em relaçã o ao seu pr ó prio enro-
lamento do estator , produzem -se novas fem no estator do transmissor em rela çã o
ao estator do receptor. As correntes do estator circulam, produzindo no receptor
um campo resultante do estator , que tende a fazer girar o rotor do receptor (que
est á livre para tanto ) para uma posiçã o paralela à do campo do estator , isto é ,
tal que n ã o se produzam correntes no estator. Desde que os rotores est ã o sempre
em fase (em paralelo) na nova posiçã o por açã o de transformador, as fem induzi-
das no estator do receptor sã o iguais e opostas à quelas do transmissor , e o sistema
est á novamente em equil í brio. Qualquer variaçã o na posiçã o do rotor do trans
missor, portanto, quer no sentido horá rio, quer no anti-horá rio, causará correntes
-
no estator e uma variaçã o imediata correspondente na posiçã o do rotor do recep
tor , at é que estas correntes sejam nulas.
-
Em alguma bibliografia, chama-se de “gerador” ao seisin transmissor e de
“ motor ” ao receptor. Nenhum destes termos é tecnicamente correto, já que um
transmissor n ã o gera energia el étrica nem um receptor converte energia elétrica
em movimento mecânico. Desprezando o atrito, a potência mecânica de entrada
do transmissor é igual à de sa í da do receptor.
Um ú nico transmissor de grande porte é , algumas vezes , utilizado em con -
junto com dois ou mais receptores ligados em paralelo e remotamente localizados.
A ú nica limitaçã o de uma tal operaçã o é que a unidade transmissora deve ter ta-
manho suficiente e uma imped â ncia interna suficientemente baixa para suprir
corrente suficiente e torque normal a cada um dos receptores, qualquer- que seja
a alteraçã o havida mecanicamente na posiçã o do rotor do transmissor.

11-11.1 TRANSMISSOR DIFERENCIAL

Algumas vezes, é necessá ria uma informa çã o sobre a posiçã o de um eixo,


a partir de duas fontes. Se ambas estã o em correspondência, isto é, no mesmo
â ngulo de posiçã o, ent ã o a diferen ça relativa nas posições do eixo é zero. Para
esta finalidade, utiliza -se um transmissor diferencial , como se exemplifica na Fig.
11 - 13. Se o sinal mecâ nico de entrada 1 no transmissor seisin e o sinal de entrada 2
no transmissor diferencial est ã o em correspond ê ncia , n ã o teremos movimento
no rotor indicador. N ã o circularão correntes nos enrolamentos do estator , quer
M áQUINAS ESPECIAIS 425

do transmissor quer do receptor. Se , entretanto, gira-se o rotor da entrada 1 ,


digamos de 10° no sentido horá rio, a nova tensão induzida no estator do trans-
missor 1 causará correntes no estator do transmissor 2. O rotor do transmissor
2 n ã o pode mover-se, porque ele, també m , est á ligado a uma carga e, portanto,
como qualquer transformador , ele transfere a energia ao estator do receptor , pro-
vocando circulaçã o de correntes no estator e um fluxo l í quido correspondente.
Este fluxo do estator age sobre o rotor do receptor , levando-o a indicar a diferença
da posiçã o do rotor entre as entradas 1 e 2.
Se se deseja que o receptor registre, ao invés da diferença , a soma dos dois
sinais mecâ nicos de entrada , é apenas preciso que se invertam as ligações em a ç a'
e em be. b\ isto é, devem -se inverter S { c S 3 em ambos os circuitos do estator . O
mostrador registrará agora a soma das entradas 1 e 2.

Transmissor a Transmissor b Receptor

R, R2
,
S' s2 Sí s2 S? S2

o o o o
o o o o
o o
7 s! a r S3 /' *
7 1 b‘

7 R«
Fonte CA g /
monof ásica p /

/

/ / / T Rz
/ /
Entrada mecâ nica ! * Entrada mecâ nica ^2 Indicador

.
Fig 11 13 - — Uso de um diferencial em um sistema seisin .

11-11.2 RECEPTOR DIFERENCIAL


O uso de um receptor diferencial est á mostrado na Fig. 11 -14. Dois trans-
missores, acoplados por engrenagens a entradas mecâ nicas, alimentam com infor-
maçõ es relativas às suas posições o estator trif ásico e o rotor de um receptor dife -
rencial . O rotor do receptor girará at é uma posiçã o de eixo, na qual n ã o circule
corrente por nenhum dos seus enrolamentos. Esta posiçã o representa a diferença
de posições do rotor entre cada uma das entradas mecâ nicas 1 e 2, respectivamente.
-
Ambos os circuitos das Figs. 11 -13 e 11 14 poderiam ser utilizados na medida do
escorregamento ( Seç. 9-13), em vez do diferencial mecâ nico utilizado na Fig. 9 12 b. -
O indicador das Figs. 11 - 13 e 11 - 14 giraria a uma velocidade de escorregamento
proporcional à diferen ça de velocidade correspondente às entradas dos dois trans-
missores.

11 - 11.3 TRANSFORMADOR DE CONTROLE

A Fig . 11 - 15 mostra a utiliza çã o de um transformador de controle como um


detector de erros, em um sistema (servomecanismo ) a la ço fechado. A posição
426 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Transmissor Receptor Transmissor


R R2
s; s2 s, s? S, s2
o o o o
o o o o
°c ° c
7 *3
Ll r b3 /
/

Fonte CA
KR I
o
7 VRI
o
monofásica
/ o
/o

/
/
2h /
*
/° R
r 2
/ /
Entrada mec ânica & 1 Indicador Entrada mecânica ^2
Fig. 11-14 — Uso de um receptor diferencial em um sistema seisin.

mecâ nica desejada é convertida num sinal elé trico, trazido ao estator do trans-
formador de controle através de um seisin transmissor. A posição mecâ nica efe-
tiva da carga é acoplada mecanicamente ao rotor do transformador de controle.
Assim , o transformador de controle recebe a informa çã o da posiçã o desejada na
forma de um sinal elétrico no seu estator, e recebe a posiçã o efetiva em funçã o do
deslocamento de seu rotor. Se ambos est ã o em correspond ê ncia , isto é , se o rotor
do transformador de controle est á a 90° em rela çã o ao rotor do transmissor , o rotor
do transformador de controle n ã o produz sa ída monofásica . Se h á um erro entre
eles, entretanto, a tensã o produzida no rotor, pelo campo resultante do estator,
é amplificada e utilizada para acionar um motor bif ásico num sentido que leve
à reduçã o do erro. O sinal de erro amplificado aciona a carga (e o rotor do trans-
formador de controle) até anular o sinal , isto é, até que a carga ocupe a posição
mecâ nica desejada . Note-se que, no sistema apresentado na Fig. 11 - 15, o trans-
missor pode estar localizado numa esta çã o remota , e com três linhas apenas trans-
mitir-se-á o sinal de informaçã o desejado à distâ ncia , até o local correspondente
ao sistema de laço fechado, junto à carga.
A comparaçã o das Figs. 11 -12 e 11 -15 com a Tabela 11- 3 servir á para indicar
por que se necessitam amortecedores apenas em dois dos dispositivos seisin : no

Transformador Carga a ser


Transmissor seisin de controle posicionada
Ri
o

Fonte CA
o 1'
o
s $2 S , S2 r
— o
Amplificador
o
Motor
° 'de voltagem
monof á sica /o
/ O
o
o ÍÉZJL
c° /
e força CA
bif ásico

Entrada Th /
mec ânica
.

' Realimentaçâo mecânicay i


( posição
desejada )
) ^ ( posição efetiva) T Fonte
/ monofásica
Fig. 11- 15 — Uso de um transmissor seisin e de um transformador de controle
( representados na posiçã o de equil í brio).

f
M áQUINAS ESPECIAIS 427

receptor diferencial e no receptor seisin simples. Seus rotores nunca estão ligados
a qualquer carga , enquanto que os rotores do transformador de controle, do trans-
missor e do transmissor diferencial est ã o sempre acoplados mecanicamente a
uma carga.
E desnecessá rio dizer-se que um sistema seisin não funcionar á conveniente-
mente se ocorrer um circuito aberto ou um curto-circuito em quaisquer das liga
ções do estator ou do rotor. As sobrecargas sã o particularmente danosas aos dispo
-
sitivos seisin , que n ã o giram como os motores nem possuem ventiladores em seus
-
eixos para realizar o arrefecimento. Qualquer circuito aberto , em qualquer das
linhas do estator , ocasionar á uma sobrecarga cont í nua na corrente solicitada do
rotor funciohando como primário.

11-11.4 INDICADORES DE SOBRECARGA


Como se vê na Fig. 11 - 16a , indicadores de sobrecarga a n éon sã o ligados 1
atrav és de transformadores em duas linhas correspondentes aos terminais do esta
-
tor S 2 e S 3. Se qualquer das linhas do estator for desligada , o aumento na corrente
do estator produzirá uma diferença de potencial suficiente para acender as lâ m
padas de sobrecarga. Se quaisquer duas linhas do estator se abrirem, n ão há pos
-
sibilidade de sobrecarga ; assim , apenas é necessá rio medirem -se duas linhas.
-
Transmissor Receptor
S2 c \SLs 2 Vp
o Tensão de ignição
o Lâ mpada a néon da l âmpada
o
c 50 V a n é on *
O'
k QQQ / o
S , & Sr S3
c
«J
o
<XXJ>~~
aE
° XR
O
1
R *CQ

o co


Fonte CA c
o cT\ j>
/
5 10 15 20
/ / c
0>
Entrada Indicador r* (b ) Graus de diferença
da sa ída entre os rotores.
( a ) Indicadores de sobrecarga.

<T\J>
Fus ível

C — 1 1 K ~lR o )
>
c
c
_ )
Aos rotores
Fonte CA
monofásica
-
oj

5
o
O
O
o
o
Oi
c *

o cr\s>
Fusível
1 h R
Lâmpada
2
— crvp
V\ Lâmpada-
a néon - / a néon
( c ) Fus íveis indicadores (d ) Transformador e lâmpada
no circuito do rotor. associados a fus í vel
e lâmpada indicadora.
. -
Fig 11 16 — Indicadores de fus í vel e de sobrecarga utilizados nos sistemas seisin .

j
428 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Os indicadores de sobrecarga são também uma indicaçã o de rotor de receptor


bloqueado. Assim, se o rotor do transmissor é acionado mecanicamente e o rotor
do receptor não está livre para girar mecanicamente em correspondê ncia, as cor-
rentes do estator aumentar ã o proporcionalmente ao â ngulo associado à diferen ça
entre os dois rotores. Como se vê na Fig. 11- 16 b, a lâ mpada a néon acender-se á -
quando houver uma diferença de, aproximadamente, 17° entre as posições dos
rotores. As tensões desenvolvidas nas lâ mpadas a néon, no caso de sobrecarga,
são també m utilizadas para acionar sistemas de alarme audiveis.
Qualquer sobrecarga nos circuitos do estator é alimentada pelos rotores por
açã o do transformador. Os circuitos primá rios dos rotores utilizam proteçã o
por meio de fusí veis em ambos os lados da linha CA , como se vê nas Figs. 11 -16a
e c, para protegê-los das elevadas correntes de sobrecarga que sã o solicitadas pe-
los seus estatores. O mesmo princí pio da l â mpada a néon é utilizado no circuito
do rotor , para fornecer indica çã o de um fus í vel na linha CA que alimenta os roto -
\ res, embora com uma pequena diferen ça . A l â mpada a néon est á ligada ao secun-
dá rio de um transformador, cujos primá rios, que estão em paralelo, são ligados
de maneira a produzir fem opostas no n ú cleo do transformador, como se vê na
Fig. 11 - 16d . Se qualquer dos fusí veis se desarma , o prim á rio da esquerda , repre-
sentado nas Figs. 11 -6c e d , é energizado, mas o enrolamento do primá rio da di-
reita nã o o é. A tensã o secund á ria aplicada à lâ mpada a n éon é elevada (sem a
fmm oposta de ambos os primá rios) e a lâmpada se acende, acionando simulta-
neamente um sinal aud í vel de alarme.

11-11.5 SELSINS PARA AJUSTE DO ZERO

A fim de se calibrarem os mostradores dos dispositivos seisin, é necessá rio


conhecer-se a posiçã o zero . Se eles n ã o est ã o ligados a nenhum sistema , e se os
eixos de seus rotores giram livremente, o transmissor simples, o receptor e o trans-
formador de controle podem ter seu zero ajustado, da forma vista na Fig. 11-17a.
O transmissor diferencial e o receptor diferencial podem ter seu zero ajustado de
acordo com a Fig. 11 - 17 b. Todos os ajustes do zero sã o normalmente executados
a uma tensã o reduzida, para evitar danos aos dispositivos seisin. Quando se aplica
CA, o rotor bloquear á na posição zero.

3 S2
4 o
Fonte CA de g Fonte CA de
baixa tensão o
o bai xa tensão
R2 f S
l S3
I
( a ) Ajuste do zero de um transmissor ( b ) Ajuste dozero de um transmissor
ou receptor s í ncrono ou ou receptor diferencial.
transformador de controle.
. - —
Fig 11 17 M étodo de ajuste do zero para dispositivos cujos rotores têm
movimento de rotação possí vel.
M áQUINAS ESPECIAIS 429

Uma vez ligados a um sistema, entretanto, os eixos do transmissor , do trans


formador *de controle e do transmissor diferencial sã o acoplados, por engrenagens,
-
a um acionamento mecâ nico. É poss í vel desligar-se o estator e girá-lo um pouco
em rela çã o ao rotor , para ajustar o zero. A técnica usual , entretanto, é girar o
mecanismo da parte mecâ nica lentamente, até encontrar a posição zero no voltí
metro , como se v ê nos v á rios diagramas da Fig. 11 -18. O transformador de con
-
-
trole e o transmissor diferencial sã o normalmente ajustados à posição zero em
dois passos, um ajuste grosseiro e um ajuste fino, utilizando os circuitos vistos
nas Figs. 11 -18 b e c. O ajuste grosseiro é necessá rio para evitar danos aos enro-
lamentos do rotor no caso de um grande deslocamento do rotor em rela çã o à sua
posiçã o zero, que é a razã o pela qual se utiliza um volt í metro em sé rie com os
rotores. 1 1

o
Ri o
o v o
o
1
S2 p Fonte CA de °
Fonte CA de o OOOC
1 baixa
baixa tensão 2 o
tensão
O
/O
3 Fonte CA de s,3 °o/K
R2
^ bai xa tensão' T
Ajuste grosso / Ajuste fino
( a ) Transmissor. ( b) Transformador de controle.

s? IR 2
í
Fonte CA de
o
o
o
Fonte CA de
baixa tensão bai xa tensão
/
s, S3 R , / S
V

Ajuste grosso
"
A Ajuste fino A

(c ) Transmissor diferencial .
.
Fig 11 18 - — Métodos deacoplados
ajuste do zero de dispositivos seisin quando os rotores est ão
mecanicamente num sistema.
,

11- 12. SELSINS POTÊNCIA E SISTEMAS DE LA ÇO SINCRO


Estabeleceu-se, na seçã o precedente, que os termos “gerador” e “ motor”
sã o impr óprios quando aplicados a dispositivos seisin , uma vez que eles nem geram
energia elétrica nem a convertem em movimento mecâ nico. Dispositivos maiores
do tipo seisin , chamados “seisins potê ncia ” , sã o utilizados como um m é todo de
controle da velocidade ou de sincronização em conjunto com motores CC ou CA,
que fornecem uma parcela da pot ê ncia requerida ao movimento . O nome “seisin
110 espaço nã o permite uma discussã o completa dos dispositivos sincro. Para teoria adicional
e aplica ções veja JOHNSON, E . Servomechanisms. Englewood Cliffs, N.
J ., Prentice - Hall, 1963, Cap. 6.
430 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

potência ” é també m uma impropriedade, que ocorre freqiientemente na biblio-


grafia . Estes dispositivos são , efetivamente, pequenos motores de indução de rotor
bobinado trifásicos, de pot ê ncia inteira ou fracioná ria (Seç. 9-9), que giram conti-
nuamente a velocidades abaixo da s í ncrona . Os “ seisins ” potê ncia efetivamente
comportam-se como geradores ou motores sincronizantes.
Uma descriçã o sucinta da pot ê ncia de sincronizaçã o, produzida por dois
dispositivos de induçã o de rotor bobinado, de um tal tipo, é vista na Fig . 11 - 19.
O sistema em quest ã o é, algumas vezes, chamado de sistema “de la ço sincro”.
t 7

Cada rotor bobinado est á acoplado mecanicamente à sua respectiva carga . Tanto
os estatores como os rotores dos dois motores de indu çã o de rotor bobinado est ão
ligados eletricamente em paralelo, como se v ê nas Figs. 11-19a e b. Quando ambas
as m á quinas prim á rias ( motores ) estiverem acionando as suas respectivas cargas
mecâ nicas à mesma velocidade, o escorregamento de cada motor é o mesmo , e as
tensões induzidas no rotor sã o iguais em valor e opostas em fase, uma em rela çã o
à outra. Assim , nos enrolamentos dos rotores n ã o circularã o correntes e nã o se
produzir á torque por qualquer deles ( efetivamente , do mesmo modo que se os
rotores estivessem com o circuito aberto).

Motor de
indu ção de
rotor bobinado
Estatores Rotores
Máquina Estatores Rotores
primá ria
Carga S3 &
#1 R2
-/ ooo

%—
R
000
Fonte o Fonte o -<
Máquina
prim á ria
30 t 30
& r-MJOO
R ,
Pz
Carga
#2
2 s3nonf

\ Motor de
indu çã o de
rotor bobinado
( a ) Sistema a la ç o .
s íncrono ( b ) Esquema de la ço s íncrono el étrico.
.
Fig 11 19 - — Uso de motores de induçã o de rotor bobinado num sistema a laço sí ncrono.

Entretanto , quando as cargas sã o desequilibradas, a m á quina primá ria com a


carga mais leve tenderá a girar a uma maior velocidade, ocasionando um compor-
tamento do motor de rotor bobinado a ela acoplado semelhante ao de um alter-
nador síncrono gerando CA e entregando corrente ao rotor da máquina com carga
pesada. A corrente do rotor recebida pelo motor da m á quina com maior carga
tende a produzir um torque (ação motora ) no sentido da rotação e que auxilia a
sua máquina primá ria a aumentar a velocidade. Inversamente a máquina de rotor
bobinado, que age como gerador, requer um torque para tal efeito, num sentido
MáQUINAS ESPECIAIS
431
que se opõ e ao de seu movimento ( açã o geradora ), tendend
o a reduzir a velocidade
da m á quina prim á ria com carregamento leve.
O sistema de laço sincro serve , assim , para manter uma carga
constante em
cada m á quina primá ria , acrescentando carga à m á quina prim á
ria cujo eixo est á
menos carregado e retirando carga da m á quina primá ria
cujo eixo est á mais carre-
gado . A quantidade de carga que pode ser adicionada a cada
máquina de induçã o
de rotor bobinado, ou dela removida, depende da capacidade da
máquina de rotor
bobinado em compara çã o com as m á quinas prim á rias utilizad
as . Normalmente,
elas t ê m cerca de 10 por cento da capacidade , em KVA ou HP
má ria. Os “sincros” potência são extensivamente utilizad
, da m á quina pri -
os com motores de
sincroniza ção, que acionam vãos mó veis de pontes, em prensas tipogr
nadeiras de papel ou equipamento sider ú rgico.
á ficas, bobi -

11 - 13. SERVOMOTORES CC

Os servomotores CC sã o motores CC acionados por uma corrente proveniente


de amplificadores eletr ó nicos ou amplificadores CA com demoduladores internos
ou externos , reatores satur á veis, amplificadores retificadores controlados
a sil ício
ou tiratrô nio, ou por qualquer um dos vá rios tipos de amplificadores
rotativos,
tais como o Amplidino, Rototrol e o Regulex, que discutiremos mais adiante,
neste capí tulo. Os servomotores CC tê m tamanhos que vão de ,
0 05 a 1.000 HP.
As características fundamentais a serem buscadas em qualquer
servomotor
( CA ou CC) sã o ( 1 ) que o torque de sa í da do motor seja
mais ou menos propor-
cional à sua tensã o de controle aplicada (desenvolvida pelo amplifi
cador como
resposta a um sinal de erro) e ( 2) que o sentido do torque seja
determinado pela
polaridade ( instantâ nea ) da tensã o de controle. Utilizam se quatro
- tipos de servo-
motores CC, e passaremos a discuti-los em sequência : o motor-derivaçã o (
lado pelo campo ou pela armadura ), o motor-série, o motor deriva contro-
- çã o de campo
permanente ( excitaçã o de campo fixa ).

11-13.1 SERVOMOTOR COM CONTROLE DE CAMPO


Este motor e este tipo de controle são, de fato, aqueles discutidos
em detalhes
na Seç. 4-7 e mostrados na Fig . 4-6, bem como na Fig . 1 l 20a . Note
-
produzido por este motor é zero , quando n ã o h á excitaçã o
-se que o torque
no campo fornecida
pelo amplificador CC do erro . Desde que a corrente da
tante , o torque varia diretamente com o fluxo do campo e
armadura é sempre cons
també m com a corrente
-
de campo até a saturaçã o ( T = k cj) ) . Se se inverte a polarida
Ia de do campo,
-
inverte se o sentido de rotaçã o do motor . Entretanto, o control
campo por este m é todo é apenas utilizado em pequenos
e da corrente de
servomotores , porque
( 1 ) é indesejá vel ter de fornecer uma corrente de armadu
ra grande e fixa , como
a que seria necessá ria para grandes servomotores CC, e ( 2) a sua resposta
din â mica
é mais lenta que a de um motor de controle na armadura, devido
à constante de
tempo do circuito de campo, que é altamente indutivo.
432 M á QUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

Fonte de corrente constante Fonte de corrente constante

Campo L O
o a
Sinal Ampli - O Sinal Ampli - S E
de erro ficador .
O
S 3 T
ficador,
I
O
de erro
CC cc
7
À carga ^S à carga \j

( a ) Servomotor CC de campo controlado. ( b) Servomotor CC de armadura controlada. 1

Imã
permanente
Sinal
de erro
^
Ampli
ficador
CC
-
m OH
V
À carga

( c ) Servomotor CC de armadura controlada e imã permanente.

Fig. 11 20- — Servomotores CC, de excitação independente.

11 -13.2 SERVOMOTOR DE CONTROLE NA ARMADURA

Este servomotor emprega uma excita çã o de campo CC fornecida por uma


fonte de corrente constante, como se vê na Fig. 11- 20 b. Como se disse, este tipo
de controle possui certas vantagens din â micas que o método de controle do campo
nã o tem . Uma varia çã o s ú bita , grande ou pequena , da corrente da armadura ,
produzida por um sinal de erro, causará uma resposta quase imediata no torque,
uma vez que o circuito da armadura é essencialmente resistivo em compara çã o
ao circuito de campo, que é altamente indutivo. f

O campo deste motor funciona normalmente bem abaixo do joelho da curva


de saturaçã o, para manter o torque menos sens í vel às variações leves da tensã o
de uma fonte de corrente constante. Alé m disto, um fluxo elevado de campo
aumenta a sensibilidade de torque do motor ( T = k $ Ia ) para uma mesma varia -
çã o pequena na corrente de armadura . Motores CC de até 1.000 HP sã o acionados,
desta forma , por controle da tensã o de armadura. Se o sinal de erro e a polaridade
da tensã o da armadura se invertem, o motor gira no sentido oposto.
Motores-deriva çã o CC de grande porte e com controle na armadura sã o
ltiplo ( Seçs.
normalmente acionados por amplidinos ou excitatrizes de campo m ú
11 -16 e 11 -17), chamadas de amplificadores rotativos, nos quais os requisitos
do servomecanismo ditam a necessidade de m á quinas de alta pot ê ncia .

11- 13.3 SERVOMOTOR CC DE CAMPO PERMANENTE,


COM CONTROLE NA ARMADURA

São empregados pequenos servomotores CC fracion á rios, de “ instrumento”


com pequeno torque , segundo a Fig. 1 l - 20c, com campo de í m â permanente para
fornecimento de excitação constante, em lugar de uma fonte de corrente constante.
M áQUINAS ESPECIAIS 433

Estes dispositivos sã o normalmente executados nas tensões 6 V e 28 V . A estru -


tura de campo destes motores consiste de uma liga de Alnico VI , fundida na forma
de um anel circular , de cerca de uma polegada de diâ metro , circundando comple-
tamente a armadura e proporcionando um fluxo forte associado. Os motores de
campo permanente sã o bem compensados através de enrolamentos de comutação,
para evitar a desmagnetizaçã o dos im ãs do campo por ocasiã o de uma s ú bita inver-
sã o na polaridade da tensã o CC da armadura . Os efeitos da histerese e das corren -
tes parasitas sã o normalmente desprezí veis nestes motores, e as peças polares sã o
geralmente laminadas para reduzir o faiscamento das escovas sempre que ocorrer
uma varia çã o brusca da tensã o do sinal . Estes dispositivos sã o també m contro-
lados através da tensã o da armadura da mesma forma que o motor-derivação
é controlado pela armadura .

11-13.4 MOTORES-SÉ RIE CC COM CAMPO DIVIDIDO

Pequenos motores-sé rie CC, fracioná rios, de campo dividido podem ser
operados como se fossem motores de excitaçã o independente com controle no
campo , como se v ê na Fig . 11 - 21 a . Um enrolamento é chamado de enrolamento
principal e outro é o auxiliar, embora tenham genericamente a mesma fmm e este-
jam enrolados sobre os pólos num sentido tal que se produza a inversão do sentido
de rota çã o de um em rela çã o ao outro. Como se vê na Fig. 11 - 21 a , os motores
podem ter excitaçã o independente e a armadura pode ser alimentada por uma
fonte de corrente constante. As vantagens do mé todo do campo dividido, de con-
, trole do campo , sã o que ( 1 ) melhora a resposta din â
mica da armadura , uma vez
que os campos estã o sempre excitados ( n ã o h á atraso devido à constante de tem-
po indutiva), e ( 2) obt é m-se um controle mais fino , porque o sentido de rotação
é mais sensí vel a diferen ças extremamente pequenas entre as correntes dos enro-
lamentos principal e auxiliar.

Fonte de corrente constante


Enrolamento
auxiliar Enrolamento
H auxiliar
Sinal Ampli
de erro ficador
- Sinal Ampli - A
de erro ficador
CC o
o
oi
\
CC \
\
\
t Enrolamento
principal
Enrolamento principal carga carga
(a ) Excitação independente. ( b ) Excitação direta .
.
Fig 11-21 — Scrvomotores CC do tipo sé rie com campo dividido.

Motores-sé rie maiores funcionam segundo a configuraçã o vista na Fig . 11 -21 b,


uma vez que é difícil obter-se excitaçã o independente para á armadura utilizando-
se correntes elevadas. Nesta configuração, a corrente de armadura do motor-
sé rie de campo dividido é a soma das correntes de enrolamento principal e do
auxiliar. Mas , quando estas correntes nos campos-sé rie sã o iguais e opostas , nã o
434 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

se produz torque. Um leve aumento ou diminuição na corrente do enrolamento


auxiliar produzir á um torque instant â neo e a rotação em qualquer dos sentidos.
O servomotor-sé rie produz um torque de partida elevado e uma resposta rá pida
aos menores sinais de erro. A regula çã o da velocidade é pobre para este tipo
de má quina ; mas este fato nã o é, geralmente, um aspecto de maior import â ncia
num servomecanismo , uma vez que a carga é normalmente fixa . O uso de dois
enrolamentos em oposiçã o reduz um tanto o rendimento do motor , embora este
nã o seja um problema maior em motores pequenos .
Geralmente, os motores CC sé rie e “ derivaçã o ” t ê m uma in é rcia do rotor
maior que os motores CA da mesma pot ê ncia , uma vez que eles t ê m enrolamentos
mais pesados . O arrasto resistente adicional , que resulta do atrito das escovas ,
desencoraja o uso de motores CC em servomecanismos para instrumentos extre-
mamente pequenos e sensí veis. As armaduras pequenas t ê m també m as ranhuras
inclinadas , para reduzir os fen ô menos associados ao torque de relut â ncia nas
velocidades mais baixas . A comuta çã o també m é um problema em servomotores
CC, embora os interpolos e os enrolamentos de compensa çã o melhorem consi -
deravelmente a situaçã o . A grandes altitudes , entretanto, devido à rarefa çã o do
oxigé nio, poder á haver problemas de comutaçã o devido à instabilidade da pel í cula
de ó xido formada no comutador. 12
Desenvolveram-se pequenos servomotores CC, hermeticamente selados, para
contornar este problema em particular. Problemas até piores ocorrem na comu-
taçã o devidos ao fato de que os motores funcionam, durante a maior parte do
tempo, na posição correspondente a rotor parado ( posiçã o nula) ou quase parado,
e que correntes grandes circulam pelas barras que se movimentam lentamente,
produzindo um efeito de faiscamento entre teclas e desgastando o comutador.
Alé m disto, o faiscamento de qualquer motor a comutador produz radiaçã o e
radiointerferê ncia. Finalmente, as escovas requerem manutençã o periódica. r
Por todas as razões vistas no par ágrafo acima, portanto, a maioria dos motores
menores, usados em servomecanismos, sã o do tipo de indu çã o CA bifásicos ou de
pólo ranhurado (V. Seç. 10-9, Figs. 10-7 e 10-8).

11-14. SERVOMOTORES CA
A pot ê ncia mecâ nica dos servomotores de pólo ranhurado, utilizados nos
servomecanismos, varia de 1/1.500 a 1 /8 de HP. Os motores CC, conforme acima
descrito, sã o usados invariavelmente nas pot ê ncias maiores, apesar das suas des-
vantagens , uma vez que os motores CA , nas pot ê ncias maiores , sã o també m de
baixo rendimento ; se forem construídos com as características de torque- velo-
cidade desejá veis para a operaçã o como servomecanismos, os motores CA ser ã o
de dif ícil refrigeraçã o.
Um diagrama esquemático do servomotor bif ásico é jnostrado na Fig. 1 l - 22a ,
\

e o do tipo de pólo ranhurado na Fig. ll -22b. O tipo mais comum empregado


12
A teoria dos filmes de interface, e seu efeito na resistência da comutação, é discutida em
Kloeffler, Kerchner e Brenneman. Direct current machinery. New York , Macmillan, 1948, p. 322 seg.
MáQUINAS ESPECIAIS
435
Enrolamento de controle Reté
Rotor

Sinal Ampli -
/. Rotor
em curto Sinal Ampli- o
em curto
o
o r
cadí>r o o
de erro
£ de erro ficador o Fonte CA

Enrolamento
CA
r 000
o

de referência -L\A carga


Fonte
CA
*"
A carga OQQ A 000 J
Enrolamentos
( a ) Servomotor bif ásico. distribu ídos de
p ólo ranhurado
(b ) Servomotor de pólo ranhurado.

Fig. 11-22 — Servomotores CA.


é o servomotor de duas fases e quatro terminais , que se v ê na Fig. ll 22a . Este
- *
é um verdadeiro motor bifásico, tendo dois enrolamentos do estator defasados de
90° no espa ço , no estator . O enrolamento de referê ncia é normalmente excitado h
atrav és de um capacitor por uma fonte CA fixa . Sem sinal de erro , o rotor em gaiola
estará parado. Um pequeno sinal de erro, de uma dada polaridade instantâ nea
com rela çã o à do enrolamento de refer ê ncia , é amplificado pelo amplificador r
CA e alimentado ao enrolamento de controle. A rotaçã o do motor é produzida
num sentido tal que se reduza o sinal de erro, e o motor deixa de girar quando I»
se
produz a posiçã o correspondente a um sinal de erro zero .
O servomotor de pólo ranhurado, visto na Fig. ll -22b, emprega um relê sen
sí vel à fase, para acionar aqueles contatos que produzir ã o um curto-circuito do
- b
í
enrolamento do pó lo ranhurado a fim de desenvolver a rotaçã o no sentido desejado. 1
Como sucede com todos os enrolamentos de pólo ranhurado, um enrolamen
to
de campo CA monof ásico é ligado a uma rede CA . Na presença de um sinal de
erro suficiente para fazer com que o relê atue, um par de terminais dos enrola M
mentos de pó lo ranhurado é curto-circuitad ò ; ent ã o, o servomotor gira at é anular
-
se o sinal ( ponto em que o rel é desarma ) e o motor pá ra . Um sinal de erro de pola
-
ridade oposta acionaria o rel é sens í vel à fase de modo a curto-circuitar um par
-
diferente de enrolamentos , ocasionando rota çã o do servomotor no sentido oposto
( V. Seç. 10-9).
*
E bastante evidente que o projeto de um motor bif á sico , como o da Fig. 1 l - 22a,
é o melhor dos dois tipos , desde que é capaz de responder a pequenos sinais de erro .
Um servomotor de pólo ranhurado responderá apenas quando o sinal de
erro
amplificado for de valor suficiente para fazer com que o rel é opere. A resposta
do servomotor bifásico a sinais de erro muito pequenos é melhorada ainda mais,
reduzindo-se o peso e a in é rcia do motor por um projeto chamado de servomotor
“caneca”*. Estes servomotores CA de baixo torque, vistos na Fig. ll - 23a, por -
tam-se extremamente bem em servo-sistemas de instrumentos CA. Uma
vez que
todo o ferro do circuito magné tico é estacion á rio , o rotor consiste apenas de
uma
*0 termo “ caneca” vai por n ós introduzido, como aquele que indica o utensí lio de maior
semelhança í
f sica ao rotor do motor “drag cup”.
436 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Carcaça de aço Acoplamento


Rotor caneca mole x de iné rcia elevada
Z' nâfo magnético
i 9

^ ^ —s
Eixo
1 Diretamente acoplado
ao eixo do rnotor
\ JTT> m
Enrolamento
Mancais Xfy i
wr bif á sico do
i HP estator Rotor $888888«
caneca
m
de baixa in é rcia
fmff permanente
( ( a ) Servomotor caneca . . (b ) Amortecedor .
magn é tico "caneca "

. -
Fig 11 23 — Servomotor caneca CA e amortecedor magnético.
carca ça delgada cil í ndrica de cobre ou lat ã o, e seu eixo é suportado por um só
mancai . Devido à sua baixa in é rcia , o motor caneca é, assim , capaz de partir mes-
mo quando sã o extremamente pequenos os sinais aplicados ao seu enrolamento
de controle .
O princí pio do motor caneca é també m utilizado para amortecer ou desa -
celerar servomotores CA ou CC, de modo que parem instantaneamente quando
se anula o sinal do erro ; desta forma , eles reduzem o balanço ou o disparo, quando
aparece um sinal de erro. Como se vê na Fig. 11- 23 b, um rotor caneca de baixo
peso e baixa iné rcia é acoplado ao motor. O rotor caneca circunda um im ã perma-
nente e, por sua vez, é circundado por guarnições de ferro mole, para preservar
a retentividade do imã permanente. Qualquer variaçã o da velocidade , isto é,
partida , parada ou inversã o do sentido de rotação, produzirá um efeito de amor-
tecimento. As vantagens deste mé todo de amortecimento são a sua vida longa
e sua resist ê ncia ao desgaste.

11-15. O GERADOR DE ROSENBERG


Como o gerador de três escovas ( V . Seç. 11-12), o gerador de Rosenberg foi
inventado para entregar uma corrente constante,: independentemente da velo-
cidade da m á quina prim á ria . Mas, al é m disto , ele pode també m gerar tensõ es
de mesma polaridade , independentemente do sentido de rota çã o da m á quina
prim á ria. Nenhum tipo de gerador possui esta propriedade ú nica .
O gerador com três escovas (Seç. 11- 2) é um gerador sem compensa çã o da
rea çã o da armadura e . com um campo essencialmente fraco para produzir um r á -
pido desescorvamento com a aplica çã o da carga . O gerador de Rosenberg é um
segundo tipo de gerador ( e há outros) que utiliza a rea çã o da armadura com van-
tagem na produ çã o das características desejá veis de opera çã o. O circuito sim-
plificado de um gerador de Rosenberg bipolar é visto na Fig . 1 l - 24a, ligado a uma
bateria de acumuladores, que representa a carga do gerador. Os pólos do campo
do gerador têm núcleos polares particularmente pequenos, mas grandes sapatas
polares. Os n ú cleos são mais que suficientes para que neles se estabeleça o fraco
fluxo do campo-derivação, produzido durante a operação, enquanto que as pe-
M áQUINAS ESPECIAIS 437

A A
l <f>Q (Sentido
inverso )

*Carga *1
Corrente
inversa TTQ

(b ) Relações vetoriais.
Interruptor

( a ) Esquema .

Fig. 11 - 24 — Gerador de Rosenberg.

sadas sapatas polares sã o necessá rias para completar o caminho do circuito mag-
né tico necessá rio para que circule o fluxo magnetizante transversal da armadura
( reaçã o ) . Nã o h á compensaçã o para a reaçã o da armadura ; e, como se verá ,
sem rea çã o da armadura , o gerador é incapaz de funcionar.
Quando o gerador de Rosenberg é acionado pela sua máquina primá ria (nor-
malmente o eixo de um trem ), a tensã o CC gerada por seus condutores é coletada
de suas escovas interpolares e imediatamente curto-circuitada . As grandes cor- 4
-
rentes de curto circuito, auxiliadas pelas pesadas sapatas polares, produzem um
efeito elevado transmagnetizante da reaçã o da armadura, e seu fluxo tem o sentido i
visto na Fig. 11 - 24 a e b. Os condutores girantes, acionados pela m á quina pri -
m á ria do gerador, sã o concatenados por este fluxo magnetizante transversal, e a ã
nova tensão é gerada em todos os condutores da armadura. Esta tensão é indi-
-
cada pelos cí rculos com pontos e cruzes vistos na Fig. ll 24a. Um segundo con-
junto de escovas em quadratura no comutador ( n ã o representado) do gerador ,
coleta esta tensã o gerada e a entrega à carga , neste caso uma bateria a ser carregada ,
através de uma chave interruptora normalmente fechada .
Como se vê no diagrama fasorial da Fig. 11 -24 b, o fluxo original , 4> , produz
f
uma tensã o de armadura que é curto-circuitada pelas escovas externas, e é produ -
zido um fluxo de reaçã o de armadura , </> a, que é grande. A tensã o resultante de
</> a é entregue a uma carga externa, e a corrente nos condutores da armadura produz
um fluxo de carga na armadura, </> carga que se opõe diretamente ao fluxo de campo.

O fluxo resultante do campo principal, </> r , é a diferen ça entre ( f ) f e <j>carga , necessá -
ria para estabelecer e sustentar o fluxo de armadura </> a .
O gerador de Rosenberg, tal como o gerador de três escovas, foi projetado
( 1 ) para entregar uma corrente constante independentemente da velocidade, e
( 2) para gerar uma fem de mesma polaridade, independentemente do sentido de
rotação, como já se viu.
A caracter ística de corrente constante independentemente da velocidade deriva
diretamente do diagrama fasorial visto na Fig. ll - 24b. Um aumento de veloci-
438 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

-
dade tende a aumentar a tensão curto circuitada , o fluxo magnetizante transver -
sal da armadura e o fluxo de carga. Um aumento no fluxo de carga diminuirá o
fluxo de campo resultante, <t> r , mantendo assim constante a corrente entregue à
carga ou à bateria . Tanto um aumento, como uma diminuiçã o, na carga externa
terá també m o mesmo efeito.
A característica de polaridade de. saída constante independentemente do sentido
de rotação pode ser explicada como se segue : imagine que o gerador é acionado
no sentido oposto. A corrente circulará no curto-circuito no sentido oposto, e
o sentido da corrente nos indutores é invertido internamente nos cí rculos mostrados
na Fig. 11 - 24a . O fluxo da armadura está agora no sentido indicado pela linha
tracejada na Fig. 11 - 24b. A tensã o induzida nos condutores da armadura , entre-
tanto, está no mesmo sentido, uma vez que se inverteram , respectivamente, o sen-
tido de rotação e o fluxo induzido na armadura. Q resultado é que, independen-
temente do sentido de rotaçã o e do valor da velocidade (acima de um certo m í nimo),
o gerador de Rosenberg sempre produz uma corrente constante para o carrega-
mento de uma bateria. Sua m áquina primá ria é uma locomotiva que anda freqiien -
temente para diante e para trás.
O propósito da chave interruptora é evitar que o gerador funcione como
motor quando o carro pá ra ou cai abaixo de uma determinada velocidade m í nima ;
em qualquer destas situações , uma corrente inversa será entregue pela bateria
ao gerador .
O gerador de Rosenberg foi introduzido principalmente porque sua teoria
de operaçã o é semelhante à do Amplidino, um amplificador de potência CC rota -
tivo de elevado ganho, que discutiremos abaixo.

11-16. O AMPLIDINO
Olhado por alguns como o desenvolvimento mais importante no campo das
má quinas rotativas, na primeira metade do século XX, o Amplidino, juntamente
com os retificadores controlados a sil ício (SCRs), foi o responsá vel pelo uso con-
tinuado e pelos novos desenvolvimentos dos motores CC. Basicamente, um ge-
rador CC é um amplificador de pot ência rotativo , capaz de um tremendo ganho
em potê ncia CC e de uma resposta relativamente rá pida. Tal como o motor de
induçã o monof ásico simples ( V. Seç. 10-4, teoria do campo cruzado), o gerador
de Rosenberg, o Rototrol e o Regulex (a serem considerados subseq úentemente),
ele se inclui na categoria das máquinas rotativas de campo cruzado. 13
A teoria do Amplidino pode ser entendida através do desenvolvimento passo
a passo mostrado na Fig. 11 -25. Consideremos um gerador com excitaçã o inde-
pendente, como se vê na Fig. 11-25. Nos tamanhos compará veis de Amplidinos,
um tal gerador de excitação independente requereria uma potência para excitação
130 autor considerou uma certa organização deste volume com base em máquinas sí ncronas,
-
assíncronas e de campo cruzado, mas abandonou a em favor da presente organização. Todas
as m áquinas rotativas de campo cruzado apresentam ( 1 ) fluxos do estator e do rotor em quadratura ;
(2) geração de correntes do rotor que contribuem para a excitação dos fluxos em quadratura ;
e (3) uso da reação da armadura para dela tirar partido.
M áQUINAS ESPECIAIS
439

000
Fonte Campo Campo
CC de controle de controle
O
K
(a ) Gerador com excita ção independente . ( b ) Campo em quadratura devido à reação da armadura.
Io
*1
o— nnnr
Campo
Vo Carga

de controle
Enrolamento
de compensação
^,
o
(c ) Adição do enrolamento de compensação. ( d ) Diagrama vetorial.
Fig. 11-25 — Desenvolvimento passo a passo do Amplidino. I

do campo de controle que representa ( na melhor das hipó teses) 1 por cento de sua i
potência de sa í da nominal . Sob estas circunstâ ncias , então , podemos considerar
os geradores CC de excitação independente como amplificadores de pot ência rota-
tivos , nos quais , por exemplo , cada ampè re a 100 V ( 100 W) produz uma sa í da de
100 A (carga nominal ) a 100 V . Então, efetivamente, qualquer gerador pode ser
considerado como um amplificador de potência rotativo.
A Fig . 11 - 25 b mostra o mesmo gerador com a sua armadura curto-circuitada . f
A fim de desenvolver a carga nominal , sem que se cause danos ao gerador, é neces-
sário reduzir a excitação de campo até, digamos, um centésimo de sua excitação
i
original . A corrente curto-circuitada nominal nos condutores da armadura pro-
duz um fluxo de reaçã o de armadura 4>aV Imaginando que o fluxo da armadura li
é do mesmo valor que o fluxo de campo, a mesma tensão, , é agora gerada na j
Ea
armadura à mesma velocidade . Assim, uma corrente de campo de 1 / 100 da exci-
tação original , ou 1 / 100 A é agora capaz de gerar a mesma tensão em uma má quina
cujos condutores podem carregar a mesma corrente de carga, isto é, 100 A a 100 V.
Há, assim , dois estágios de amplificação produzidos dentro de uma só máquina .
O primeiro estágio de amplificação ocorrido quando , à tensão reduzida , um fluxo
de campo suficiente ocasionou a circulação da corrente nominal nos terminais
em curto-circuito . O segundo estágio de amplificação ocorrido quando o fluxo
em quadratura de reaçã o da armadura produziu uma tensão gerada nos seus con-
dutores da armadura ( uma vez que qualquer gerador é um amplificador de po-
tência rotativo) . Desde que a geração produz um ganho de potência de 100 e,
desde que ocorre a dupla geração no Amplidino , o ganho total de potência é 100 x
x 100 ou 10.000.
O diagrama fasorial , Fig. ll -25d, mostra o resultado da corrente de carga -
circulando nos condutores da armadura quando se alimenta uma carga com Ea
da Fig . ll - 25b. Os condutores da armadura produzem um fluxo </> q 2 , diretamente
em oposição ao fluxo do campo de controle. </> r. Seria altamente indesejável ter
reação da armadura em quadratura como resuítado do segundo estágio de ampli-
ficação, uma vez que ela se oporia ao campo principal e agiria como uma forte
r

440 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

realimentação negativa limitando a saída do Amplidino.14 Como se vê na Fig.


11- 25c, adiciona-se um enrolamento de compensação, cujo fluxo est á no mesmo
sentido do fluxo do campo de controle e cuja fmm varia com a corrente de carga.
Sob todas e quaisquer condições de carga, portanto, o fluxo associado à corrente
de carga </> a 2 é sempre neutralizado pelo fluxo de compensaçã o, </> c. O Amplidino
comporta -se, assim, como dois geradores em um e , usando a sua pr ó pria excitaçã o
da armadura, ele utiliza a mesma estrutura da armadura duas vezes . A resposta
é muito mais instant â nea , portanto, do que se se utilizassem duas má quinas , e o
tamanho é a metade daquele requerido por duas m á quinas.
O Amplidino comercial é projetado para fazer o fluxo da armadura em qua -
dratura , 4>aV t ã o grande quanto poss ível. Isto, por sua vez , resulta numa varia -
çã o grande na tensã o de sa ída, Va , e na corrente de sa ída , Ia , mesmo para pequenas
varia ções no fluxo do campo de controle , ( f)f . Alé m disto , a m á quina comercial
é equipada com v á rios pares de enrolamentos de controle , para aumentar a versa -
tilidade da m á quina , cada par destinado a produzir a satura çã o normal à sua ten-
sã o nominal . Assim , um Amplidino pode ser equipado com um par de enrola-
mentos de controle de 6 V CC, um par de 12 V, um par de 24 V, etc. Entretanto,
nã o é necessá rio operar os enrolamentos de controle aos pares de tensã o. Os enro-
lamentos de controle são normalmente operados de maneira a se oporem uns
aos outros, num mé todo de fluxo diferencial ( um enrolamento sendo uma refe-
rê ncia e o outro um sinal de erro), embora eles possam ser operados aditivamente
també m . Assim, um enrolamento de refer ência de 24 V pode ser “amarrado”
por um enrolamento de realimentação de 110 V.
Os ganhos em pot ê ncia t í picos variam com a capacidade do Amplidino. Uma
unidade de 400 W tem um ganho de aproximadamente 5.000, e uma de 10 kW
um ganho de aproximadamente 20.000. Entretanto, há um limite para o ganho
e, quanto maior for este , mais lenta será a resposta (do Amplidino). O valor da
amplifica çã o depende do valor do fluxo de rea çã o da armadura resultante do
fluxo de campo. Conforme cresce o fluxo da armadura , um fluxo de campo maior
é necessá rio para controlá -lo . Mas , se a densidade do fluxo em quadratura da
armadura é muito alta , a adiçã o ou subtra çã o da fmm do campo de controle requer
uma demora antes que o fluxo da armadura responda às varia ções no campo de
controle.
A aplica çã o do Amplidino em la ço fechado, como um amplificador de pot ê n-
cia CC, no controle da tensã o de um alternador, est á mostrada na Fig . 11- 26. (Ou-
tras aplica ções do Amplidino e de outros amplificadores rotativos no controle
da velocidade de motores, sã o vistas na Fig. 11- 28.) Como se v ê na Fig. 11-26,
um Amplidino de 2 kW é utilizado para controlar a tensã o de campo de um alter-
nador trif ásico de 200 kVA . A tensã o de sa ída do alternador é convertida em CC
através de um transformador abaixador e de um retificador, e alimenta um dos
campos de controle. O outro é alimentado a partir de uma fonte CC indepen-
dente (ou CA retificada), e representa uma forma de estabelecer a tensão de sa í da
num valor de referê ncia especí fico. Imaginemos que a tensã o do alternador
14
Na realidade, seria um gerador de Rosenberg, cuja corrente de sa ída é independente da velo-
cidade, como resultado de um forte fluxo interno de realimentação (V. Seç. 11-14).
M áQUINAS ESPECIAIS 441

Comp .

2 kW @ 200 kVA
Fonte /// r-MÍOO
0
3 <t> 777 .Campo
G Carga
CC

Alternador CA

o- Enrolamentos de controle Realimentação


Fonte o o
CC Tensão de Safda
refer ência real
o o-
Controle da tensão Transformador
de sa ída desejada abaixador e retificador
Fig. 11-26 — Controle de tensão no alternador, usando um Amplidino
como amplificador CC num sistema a laço fechado .

aumente ; isto, por sua vez, faz com que o enrolamento de controle CC “amarre”
o campo de referê ncia e reduza a excitaçã o do Amplidino. A sa í da do Amplidino
para o campo do alternador decresce, pois , e a sa í da do alternador conseq ú en-
temente també m decresce. Inversamente, se cai a tensã o do alternador , a ação
do enrolamento de realimentaçã o, em oposi çã o , é menor e a excitaçã o do Ampli-
dino é aumentada . A sa í da do Amplidino para o campo do alternador aumenta ,
e aumenta a tensã o do . alternador.

11-17. EXC Í TATR1ZES DE CAMPO M Ú LTIPLO —


ROTOTROL E REGULEX
Vá rios amplificadores rotativos de campo m ú ltiplo CC foram desenvolvidos
após o aparecimento do Amplidino , devido ao fato de que qualquer gerador , cuja
excita çã o e pot ê ncia de sa í da possam ser controladas , é um amplificador rotativo
eletromecâ nico de potê ncia. Basicamente há três requisitos para qualquer ampli -
ficador rotativo de potê ncia : ( 1 ) um alto grau de amplificaçã o, ou seja , uma re-
la çã o elevada entre a pot ê ncia de sa í da da armadura e a pot ê ncia de entrada do
campo de controle ; ( 2) uma resposta linear e relativamente rá pida às varia ções
da tensã o aplicada aos enrolamentos do campo de controle ; e ( 3 ) um m í nimo,
pelo menos , de dois campos de controle com a finalidade de detectar qualquer
discrepâ ncia entre a saída desejada (campo de referência ) e a saída real (campo
de controle de realimentaçã o ).
Quer o “ Rototrol ” ( desenvolvido pela Westinghouse ) , quer o “ Regulex ”
(desenvolvido pela Allis Chalmers) empregam geradores auto- excitados . O Roto
-
-
trol é um gerador série CC auto-excitado e o Regulex é um gerador derivação CC -
auto-excitado . Em ambos os casos, a excita çã o do campo auto-excitado é ajustada
ou “sintonizada ” por meio de um resistor variá vel , de modo que o gerador opera
sobre uma linha de resist ê ncia do campo que coincide exatamente com a parte
linear da curva de satura çã o . A Fig . 1 l - 27a mostra o circuito do Rototrol e a sua
442 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

caracter ística de saturaçã o de gerador-sé rie. A Fig . 11 - 27 b mostra o circuito do


Regulex e a sua caracter ística de satura çã o de gerador-deriva çã o.
Ambos os geradores são “sintonizados” através de um resistor de sintonia
variá vel , ligados nos seus circuitos de campo, de modo que a linha da resist ê ncia
de campo, representada por Rf nas Figs. 11 - 27a e b, coincida com o valor cr ítico
da resistência de campo ( V. Seç. 3-10) . A tensã o de saída é ent ã o ajustada por
meio de excitaçã o em ambos os campos, de refer ência (algumas vezes , chamado
de campo padr ão ou de comparaçã o) e de controle (algumas vezes chamado de
campo piloto, de sinal , ou de realimentação ). Estes campos sã o enrolados na mes-
ma estrutura de campo existente. A excita çã o é normalmente ajustada a um deter -
minado valor entreaeb, representando o centro da porçã o linear da linha resist ê ncia
de campo cr ítico. O ponto a em cada uma das curvas representa aquele valor de
excita çã o produzido apenas pelo campo de excitaçã o, enquanto que todos os
valores entre a tb representam a excitação adicional produzida pelos fluxos com-
binados de referência e de controle.
Como se vê nas Figs. 11 27a e b, os enrolamentos de referê ncia e de realimen-
-
taçã o sempre produzem fluxos que est ã o em oposição ( m é todo do fluxo diferen-
cial ), o campo de referê ncia auxiliando o fluxo do campo de excita çã o e o campo
de realimenta çã o se opondo àqueles dois.

Resistor de sintonia
/
Wv
/
^^ -
Campo padrão b
ou de referência i Campo 8
T ° sé rie de 8.
ií excitação
Carga
k
03
CT)
0,
Excitatriz o
>
o
o
o
0
Campo de controle Corrente no campo-sé rie
de sinal
( a ) Esquema do Rototrol e curva de saturação.
Campo padrão
ou de referê ncia
o Campo deri- - -o<
CO

t o vação de
excitação
Carga
03
Ui
o
0

Excitatriz ira
Ui
O Resistor . I c
03
O
o de sintonia H

Campo de controle
piloto ou de sinal 0
-
Excitação do campo derivação

( b ) Esquema do Regulex e curva de saturação.


.
Fig 11-27
— Excitatrizes de campo m ú ltiplo.

Usam-se as excitatrizes de campo m ú ltiplo para as mesmas finalidades e


intenções do Amplidino. A Fig. 11- 28 mostra três circuitos básicos utilizando
o Rototrol para controle da tensão, da corrente e da velocidade, respectivamente.
MáQUINAS ESPECIAIS 443
Note-se que em dois deles é necessário um “transdutor” para converter em tensão
CC a grandeza que está sendo controlada , isto é , a corrente ou a velocidade nas
Figs. ll -28b e c.
Uma fonte CC padrão ou de referência estabelece um fluxo de referência
ou padrão . A tensão de saída do transdutor em oposição permite à excitatriz
mú ltipla aumentar ou diminuir a sua sa í da , a fim de manter o controle da tensão ,

R de sintonia

|g Excitação i~ til Á "


©
o o
o G Carga
Referência o
Fonte CC
constante O
O
o
/
Excitatriz
L
p Gerador
o
. / ( Realimentação CC
o
o
o
i
(a ) Controle de tensão .
R de sintonia
MP
4

o - \ o
n <
o
o
G Carga
Fonte CC Referência
Excitatriz I

^
constante o R
o i
o
o Gerador
Realimentação CC

( b) Controle de corrente constante.

R de sintonia Fluxo constante


do campo
do motor

o- Armadura
1 Fonte
de corrente
Fonte CC
constante
Referê ncia
o
do motor
Excitatriz
T constante

o
o Gerador CC
O \
Realimentação
o
o
o <0h taquim étrico

(c ) Regulação da velocidade de um motor.

Fig. 11-28 —excitatriz


Controle da tensã o ,corrente e velocidade por uma
de campo m ú ltiplo ( Rototrol).
444 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

da corrente ou da velocidade. Para converter, cada uma das aplicações vistas,


*

ao uso do Regulex, é apenas necessá rio remover o campo-sé rie da armadura da


excitatriz e acrescentar um campo-derivaçã o com o seu resistor de excitação. Simi-
larmente, para converter cada uma das aplicações vistas na Fig. 11-28 ao uso como
o Amplidino, é apenas necessá rio remover o resistor da excitaçã o e fazer um curto -
circuito através da armadura ( V. Fig. ll -28d com Fig. 11-26).

Campo CA
Pólo N Pólo S
do alternador
/ OQQS
\
\ Sa ída
J
Excitatriz do campo -
da armadura do alternador
/
M? o _o9-

Fig. 11- 29 — Enrolamentos de desmagnetização das excitatrizes de campo m últiplo.

Todos os geradores CC apresentam um magnetismo remanente no ferro do


campo. O magnetismo remariente, nas curvas de magnetizaçã o vistas nas Figs.
11-27a e b, destruiria a linearidade da excitação e da saída. Todas as excitatrizes
de campo m ú ltiplo, incluindo o Amplidino, empregam dispositivos de desmagne -
tização para destruir o magnetismo remanente. O mé todo mais comum de desmag-
netização consiste de um gerador CA monofásico, que tenha um rotor de imã
permanente (Alnico), como se vê na Fig. 11-29. A sa ída do gerador CA alimenta
os enrolamentos CA em oposiçã o localizados nos campos dos pólos. Quando
a excitação do campo de controle total é reduzida a zero, portanto, os enrolamentos
CA neutralizam completamente o magnetismo residual e a tensão de saída da
armadura é zero.
Deve-se notar que nem o Rototrol , nem o Regulex (amplificadores de um
está gio) sã o capazes da amplificaçã o poss í vel com o Amplidino ( um amplificador
de dois está gios). Eles se limitam especificamente a aplicações de baixa potência
e sã o constru í dos na gama de 500 - 2.000 W de capacidade de saída. Para a mesma
pequena capacidade, eles são mais baratos que o Amplidino e mais fáceis de ligar ;
alé m disto, possuem a vantagem de ter menos susceptibilidade ao balanço, devido
à resposta mais lenta e às menores amplificações em potência , embora estes dois
ú ltimos itens sejam també m desvantagens.

11 -18. MOTOR CC SEM ESCOVAS


A designaçã o “ motor CC sem escovas” n ã o pode ser utilizada para descrever
um projeto distinto de motor. Na última década , uma série de diferentes projetos
surgiram nesta categoria. Atualmente, os vá rios projetos podem ser classificados
segundo três tipos gerais :
M á QUINAS ESPECIAIS 445
a . Motores CC (sem escovas) com comutaçã o eletrónica ;
b. Motores CC inversores (sem escovas) CC/CA, operando alimentados em CC;
c . Motores CC (sem escovas) de rotação limitada .

Cada uma das três categorias acima engloba motores que usam técnicas e
projetos diferentes . Até o presente , o estado da técnica é tão fluido e dinâ mico
que nã o há predominâ ncia de um só projeto em cada categoria . Esta seçã o não
pretende descrever cada um dos tipos disponí veis atualmente . Antes , ela apresenta
o leitor a alguns dos tipos mais comuns empregados correntemente em aviação
e em sistemas de controle mais sofisticados .
Os motores CC sem escovas, embora genericamente mais caros para a mesma
potência em HP , possuem certas vantagens sobre os motores com comutador e
escovas , quais sejam :

1. requerem pouca ou nenhuma manutençã o ;


2. têm uma vida ú til muito mais longa ;
3. n ão há faiscamento nestes motores, eliminando-se a possibilidade de explosão ou radia- 1
ção em RF ;
4. não produzem part ículas das escovas ou do comutador nem gases como subprodutos
da operação ;
5. podem operar submersos em fluidos, gases combust í veis e podem até ser hermeticamente
lacrados;
6. são genericamente mais eficientes que os motores CC convencionais ou os servomotores
CC com escovas ; (
7. fornecem uma resposta mais r á pida (menor constante de tempo do servo) e uma carac-
ter ística razoavelmente constante, do torque de saída versus a corrente de entrada,
o que os recomenda para aplicações como servomotores. i
i
As desvantagens dos vá rios tipos são :
1. maior tamanho total devido ao espaço adicional para os componentes eletrónicos
associados (embora os próprios motores sem escovas sejam normalmente menores
que os motores CC convencionais para a mesma potência em HP) ;
2. maior custo inicial ( mas com custo de manutenção reduzido);
3. escolha um tanto limitada ( presentemente) em tamanhos de “linha”, sendo necessá rias
encomendas “especiais” para aplicações particularizadas.*

11 - 18.1 MOTORES CC COM COMUTAÇÃ O ELETR Ó NICA


(SEM ESCOVAS )

Todos os motores CC sem escovas , sob este tí tulo , têm um estator bobinado
e um rotor com im ã permanente, como se vê na Fig . 1 l - 30a . Montado no eixo
do rotor há algum tipo de transdutor - sensor da posi ção do rotor , que serve como
entrada para o sistema de chaveamento por componentes de estado só lido, eli-
minando a necessidade do comutador e das escovas .

-
*0 item refere se à produção americana ; no Brasil, não há itens de linha neste tipo de
máquinas.
446 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

O motor comutado eletronicamente , que se vê na Fig. 11-30a , incorpora 3


chaves com componentes de estado sólido ( trans ístores ) em sé rie com seus 3 enro-
lamentos do estator, equivalendo a um motor de escovas com 3 barras comuta-
doras. ( Vá rios projetos comerciais empregam de 6 a 12 e at é 100 ou mais enro-
lamentos do estator e transístores do estado sólido ou chaves de SCRs.)
Solid á rio com o eixo do motor est á um escudo ou blindagem à luz , em forma
de excêntrico, que “ sente” a posiçã o do rotor e ativa a chave do transístor de sua
posiçã o desligada at é uma condiçã o de satura çã o, excitando assim o correspondente
enrolamento do estator que fornecerá o torque. A técnica vista pa Fig. ll -30a
é uma técnica que utiliza um sensor fotoelé trico , e é seguidamente utilizada. Os
motores comerciais com comutaçã o eletr ó nica usam outras técnicas de sensores,
tais como transdutores magnéticos, transdutores de cristais de Hall , sensores
eletrostáticos, bobinas de indução eletromagnéticas, etc. A função do transdutor
ou sensor é fornecer o sinal para ativar uma determinada chave de trans ístores,
de sua posiçã o desligada para o estado de saturaçã o. O transístor, assim , fecha o
circuito de sua respectiva bobina de torque. O motor visto na Fig. 1 l -30a funciona
como se segue :

Bobina de Vcc
Bobina de
\ torque 1

Rotor MP
torque 3

Energia
í-
N luminosa
Rc Rc

.
Chave Chave Rc o) Bobina de
g torque 3
Rotação N4TL 601 0
Sensor de luz N? I
( fototransfstor)
-S<.*íjEixto £
do rotor 5
gj Bobina de
02 1
I
Sensor 3 torque 2 RE 03 I
y RE Chave do
trans ístor
Blindagem RE de potência
â luz Chave
2
<> + v Sensor de luz
Tensão de Fototransfstor Chave N? 3
sensor 2 N? 3
entrada CC ( fototransfstor)

(a ) Comutação eletrónica . ( b ) Circuito de chaveamento e sensores


na montagem em estado sólido .
. - — Comutação eletrónica para um motor CC sem escovas.
Fig 11 30

1. O fototransístor 1 ativa a chave do transístor 1 na posição A mostrada. Os fototransís -


tores 2 e 3 não são ativados, uma vez que a fonte de luz (não representada) é bloqueada
pela blindagem à luz.
2. A chave do transístor 1 energiza a bobina 1, que está enrolada num sentido tal que
produza um pólo de polaridade oposta à do im ã permanente no rotor. O rotor é atra ído
da posição A para a posição B.
1

M áQUINAS ESPECIAIS 447

3. Na posição B, o fototransístor 1 e a bobina 1 correspondente sã o desativados e o foto-


transístor 2 é ativado. Este, por sua vez, ativa o transístor 2 e energiza a bobina 2, sendo I
que esta atrai o rotor da posição B para a posição C.
4. A ação do sensor e da chave é a de energizar sequencialmente, de cada vez, cada um dos
enrolamentos de torque do estator para fornecer rotaçã o cont í nua do eixo do rotor
no mesmo sentido (anti- horá rio, no caso, como se vê na Fig. 11 - 30a ).
í
Em aplicações comerciais, o sensor fototransístor e o circuito de chaveamento
transistorizado emprega est á gios de amplificaçã o de corrente ( Q x e Q 2), com um
trans ístor de pot ê ncia ( g 3 ) como a chave de sa í da em sé rie com cada bobina res
pectiva de torque do estator, como se v ê na Fig. 1 l -30b. O coletor e os resistores
-
polarizadores da grade dos emissores são escolhidos para polarizar a grade do
fototrans ístor (TL 601 ) e os trans ístores até a saturaçã o plena , quando condu-
zindo , e para conter o fluxo na ausê ncia de um sinal positivo na base de cada tran-
sístor npn . Desde que os transístores est ã o conduzindo em apenas uma pequena
fraçã o de volta, as perdas de potê ncia neste amplificador sã o muito menores que
quando o operamos continuamente na região ativa. Em muitos projetos comer-
ciais, o conjunto amplificador -chave eletró nica transistorizada é localizado exter
namente e à distâ ncia do motor sem escovas.
-
11-18.2 O MOTOR CC TIPO INVERSOR CC / CA (SEM ESCOVAS)

Uma sé rie de motores CC sem escovas emprega um servomotor CA (Seç.


11 - 14) em conjunto com um inversor eletr ó nico para operaçã o a partir de uma
fonte CC. O conjunto do inversor eletró nico pode ser separado ou incorporado
dentro da carcaça do motor CA ( tipo potência inteira). Os inversores sã o normal-
!
mente padronizados para entradas CC de 12 V ou 24 a 28 V , fornecendo sa ídas de
50, 60 ou 400 Hz para motores de induçã o padronizados de pó lo ranhurado ou
caneca (Seç. 11 - 14), ou do tipo de histerese , ou ainda motores sí ncronos monof á -
sicos ( Seç. 8- 28). O circuito do inversor incorpora normalmente técnicas para a
variaçã o da frequência de sa ída e /ou da tensão CA, para fornecer uma variedade
,

de velocidades de sa ída . Alguns conjuntos eletr ó nicos incluem mesmo opções


para entrada CA ou CC, resultando um conjunto universal de controle de velo-
cidade, com frequ ê ncias de entrada desde CC at é 400 Hz, a uma sé rie de tensões
de entrada .
Conquanto os conjuntos do tipo inversor n ã o sejam tã o eficientes quanto
os conjuntos de comuta çã o eletr ó nica , eles tê m as vantagens da velocidade cons-
tante e da baixa in é rcia nos tamanhos menores , t í picas das caracter ísticas dos
motores de indu ção caneca CA. ( Seç. 11 -14.)

11 -18.3 MOTORES CC DE ROTAÇÃ O LIMITADA


(SEM ESCOVAS)

As duas classes anteriores de motores CC sem escovas destinam se à operação -


em rotaçã o cont í nua . Os motores de rotaçã o limitada , entretanto, só fornecem
um torque de sa ída at é um m á ximo de 180° ( mais ou menos 90° nos sentidos hor á rio
448 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

e anti-horá rio). Não é necessá ria comutação em tais motores, uma vez que não é
necessá ria uma corrente reversa para produzir a rotaçã o contí nua .
Motores de rotação limitada têm um rotor com imã permanente e um estator
bobinado. Quando o estator é energizado por uma fonte CC, o rotor de imã per-
manente é acionado no sentido horá rio ou no anti-horá rio, dependendo da pola-
ridade da fonte que energiza o enrolamento do estator, fornecendo um torque
razoavelmente constante dentro dos 90° de rota çã o em qualquer dos sentidos.
Os motores de rota çã o limitada t ê m aplica çã o como motores de torque para
articulações giroscó picas em elementos est á veis de plataformas espaciais , em mo-
tores que acionam as penas para indicadores grá ficos , como fornecedores de tor-
que para o ajuste fino de posiçã o com servomecanismos , e como servomotores
CC para instrumentos, tais como indicadores tacomé tricos CC.
Alguns motores sem escovas , de rotaçã o limitada, t ê m a aparê ncia de motores
homopolares, uma vez que eles utilizam uma “ panqueca ” de discos chapeados
sem carca ça , que n ã o usam comutador para servirem como produtores de torque.
Deve -se notar que o motor homopolar ( Seçs. 1 -11 e 11 -4) n ã o precisa comutador,
mas não pode ser incluído como um “ motor sem escovas”, porque se necessitam de
escovas em cada extremidade do disco do rotor.

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450 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES
i
QUESTÕ ES
11- 1. a. Quais as desvantagens que ocorrem ao se utilizar um gerador-derivação comum
para dar carga a baterias CC?
b. Utilizando a caracter ística sob carga do gerador-derivação, explique por que
ocorrem estas desvantagens .
c. Usando a caracterí stica do gerador de pólo desviador, explique como o gerador
de pólo desviador se adapta idealmente ao carregamento de baterias .
11-2. Usando a Fig . 11 - 1 , explique como se mantém o mesmo fluxo mútuo no entreferro
a . a vazio
b. a plena carga
c . se a fmm produzida pelo campo desviado ocasiona um acréscimo muito grande da
tensão de sa í da . Quais as modificações que seriam necessárias ? ( Indicaçã o : Veja
a Seç . 3- 19 . )
11 - 3 . Qual é a tensão de saí da relativa para velocidades altas, baixas e médias no gerador
de três escovas, que tenha
a . uma carga de resistência elevada ?
b. uma carga de resistência baixa ?
11 -4 . Para o gerador de três escovas,
a . quais as modificações de projeto especí ficas que são exigidas em comparação com
um gerador-derivação?
b. como se aumenta a relação de carregamento, independentemente da velocidade
da máquina primária ?
c. qual a função de interromper-se a corrente no sentido inverso ? *
d. explique por que ele foi superado, no carregamento de baterias, pelo
1 . gerador-derivação
2. altemador.
11 -5 . a. Utilizando a regra da mão direita do gerador, determine a polaridade do eixo do
gerador homopolar representado na figura da nota de rodapé da Seç. 1 - 11 , se a
parte superior do disco de Faraday gira no sentido do observador.
b. Por que se diz que o gerador homopolar é o único gerador CC verdadeiro ?
c. Como pode ser invertida a polaridade das escovas do gerador homopolar comercial,
representado na Fig. 11 - 3a ? Dê 2 mé todos.
d. Como se pode inverter a polaridade do gerador MHD ? Dê 2 mé todos .
e. Qual a modificação necessária para se produzir um gerador MHD CA ?
f. Quais as vantagens possí veis de geração MHD, pelo princí pio de Faraday , em
comparação ao sistema de geração a vapor convencional , utilizando um altemador ?
g . Qual o significado da afirmativa de que “com a fusão nuclear a temperaturas eleva -
das, voltamos novamente à primeira descoberta de Faraday” ? Explique .
-
11 6. a . O dinamotor foi chamado de “transformador CC” . Explique.
b . Por que o dinamotor apresenta um maior rendimento que um conjunto MG con-
vencional na conversão de CC de baixas e altas tensões, e vice - versa ?
c . Enumere as vantagens e desvantagens do dinamotor em contraposi ção ao conjunto
MG convencional.
d . Por que nunca se utilizam reostatos de campo nos dinamotores ?
e . Por que nunca se compensa a reação da armadura dos dinamotores ?
f. Qual a função do comutador na saí da de um dinamotor ?
11-7 . a. Por que se necessita apenas um enrolamento num conversor síncrono, enquanto
são necessários dois num dinamotor?
b. O que é um conversor direto ?
r
MáQUINAS ESPECIAIS 451

c. O que é um conversor invertido ?


d . Por que se usam extensivamente os conversores polifásicos, mas nunca se usam
os monof ásicos ?
11-8. Para uma dada capacidade em kW de um gerador CC, explique o efeito na saída em
kVA de um conversor síncrono polifásico ao
a. aumentar-se o número de fases e o número de anéis coletores
b. aumentar-se o n úmero de pólos
c. aumentar-se o fator de potência da carga no conversor
-
d. utilizar se um enrolamento que aumente o n ú mero de derivações no rotor.
-
11 9. a . Em vista de suas respostas à questão 11-8a, explique por que os conversores sí ncronos
são normalmente máquinas de 6 fases, em vez de 12 ou 24 fases.
b. Quais os métodos utilizados para controlar a tensão CC de saída do conversor
visto na Fig. 11-8 ?
c. Por que se utiliza uma ligação estrela hexafásica na Fig. 11 8? -
d. Como se dá partida ao conversor direto da Fig. 11 8 ? -
11- 10. -
Sob que condições é possível obter se CC e CA a partir de um conversor sí ncrono
rotativo ?
11 -11. -
a. Enumere 4 métodos de obter se um sistema CC a 3 fios.
b. Qual deles é o preferí vel, em termos de rendimento global e facilidade de manutenção ?
11-12. -
A partir dos sentidos de corrente vistos na Fig. ll 10a e do sentido vertical de quedas
e aumentos de tensão, que se vêem na Fig. 11 - 1 Ob, desenvolva uma regra para quedas
de tensão
a. quando a corrente circula de uma fonte à esquerda para uma carga à direita
b. quando a corrente circula de uma carga à direita para uma fonte à esquerda ( Indica-
-
ção : V. Exemplos 11 6 e 11 7)-
-
c. por que é mais simples utilizar se a regra acima que as leis de Kirchhoff ?
11-13. Por que o método da queda de tensão no alimentador, utilizando a regra acima, é
prefer ível ao método da carga em malhas, utilizando as leis de Kirchhoff ? Dê 3 razões.
-
11 14. Usando papel milimetrado linear e um diagrama dimensionado semelhante ao da Fig.
11-1Ob, verifique as respostas dadas na Tabela do Exemplo 11 8. -
11-15. Quais os tipos de dispositivos elétricos ou máquinas que melhor se adaptam à conversão
de grandes potências
a. de CC a CA polif ásica ?
b. de CA polif ásica a CC ?
c. de CA 30 a CA 120 ?
d. de CA 10 a CA 30 ?
e. Explique o significado da frase “nenhum sistema monofásico pode ser transformado
num sistema polifásico”.
11- 16. Para o conversor de fase de indução, visto na Fig. 11- 1 ,
a . compare o seu rendimento de conversã o com o de um conjunto de duas unidades MG ,
e explique por que este último é raramente utilizado
b. compare o seu método de partida e funcionamento com o de um conversor rotativo
de monofásico e trifásico, e explique por que o último nunca é utilizado
c. explique como se consegue o ajuste da tensão de saída
d. explique por que se necessita de apenas um ú nico caminho pelo fio “ trole” e um
pelo trilho, ou em sistema de “duplo trilho” para alimentá-lo, em contraposição
a um sistema trifásico.
11 -17. Um fazendeiro obtém água a partir de um poço profundo, cuja bomba é acionada
por um motor trifásico de ~ HP, 110 V. A fornecedora se recusa a aliment á - lo em
trif ásico, devido à sua localizaçã o remota e aos seus poucos requisitos de carga.
452 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

O filho do fazendeiro, cujo hobby é rebobinar motores elétricos de fase dividida e


transformadores, acabou de ler a Seç. 11 -10 e sabe que h á uma solu ção para a con -
versã o de um sistema monofá sico 110 V em trif ásico. Mas ele n ão sabe quais devem
ser as tens ões nominais dos diferentes componentes da Fig. U - lc. Você pode ajud á - lo?
Indicaçã o : V. a Seç. 13- 18 e a Fig. 13- 35c.
11- 18. Dê o propósito dos diferentes dispositivos seisin :
a . transmissor
b. receptor
c. transformador de controle
d . transmissor diferencial
e. receptor diferencial.
-
11 19. a. Qual dos cinco dispositivos seisin , mencionados acima, possui amortecedor, e
por quê ? Este fato pode ser usado para distinguir transmissores de receptores ?
b . Com base na sua resposta a (a ) acima, explique por que os que n ão tê m amortece -
dores são sempre acoplados mecanicamente a um sistema de engrenagens.
c. Por que é poss í vel usar um receptor como transmissor, mas é impossí vel usar um
transmissor como receptor ?
d. Quais dos 5 dispositivos seisin têm rotores de pólos salientes, e quais os que os têm
de pólos não salientes ?
e. Explique por que os dispositivos seisin não são considerados como máquinas
“ rotativas”.
-
11 20. Desenhe um diagrama semelhante ao da Fig. 11-12 para as seguintes aplicações navais : )

a . um indicador para a ponte de comando, mostrando a posição do seu leme


b. um indicador na sala de má quinas, mostrando os comandos relativos à velocidade
da máquina e sua direção.
11 -21 . A partir de um estudo da Fig. 11- 12, explique
a . como o operador node orientar a sua antena num sentido determinado em graus
b. como o operador pode determinar se há bloqueio mecâ nico da transmissã o ou da
antena
c. como é possível, para o operador, determinar a sua posição navegacional a partir
de dois sinais de rádio de bases terrestres de localização e frequência conhecidas e
diferentes. ( Indicação : O má ximo sinal de rádio significa que a antena está per -
pendicular à fonte.)
11 -22. a. Desenhe uma aplicação aérea (correspondê ncia entre os “ flaps” das asas direita
e esquerda ), usando a Fig. 11 13. -
11-23.
b. Repita (a), usando a Fig. 11 14.-
Usando o princí pio visto na Fig. 11 -15, projete e desenhe um sistema para
a. elevar e abaixar cargas pesadas de um navio atracado
b. acionar o leme do navio. ( Inclua o sistema da questão 11-20a.)
11-24. a. Explique por que as sobrecargas são particularmente perigosas para os dispositivos
seisin (não rotativos).
b. Dê 3 condições possí veis que levarão à sobrecarga nos circuitos prim á rio do rotor
e secundá rio do estator dos dispositivos seisin.
c. Explique por que é necessá rio ter indicadores de sobrecarga e indicadores de fusí veis,
respectivamente, nos circuitos do estator e do rotor, dos sistemas seisin .
11- 25. Explique o método de ajuste do zero de dispositivos seisin
a. quando os rotores têm liberdade de movimento
b. quando os rotores estão acoplados mecanicamente a uma carga .
11-26. a. Por que é necessá rio ajustar o zero dos transmissores e dos receptores de todos os
seisin num sistema?
M áQUINAS ESPECIAIS 453

b. Como é afetada a precisão do sistema quando há uma falha no dial de ajuste fino
do zero ?
11-27. a. O que são seisins ou sincros potência, e por que esta denominação não é correta ?
b. Por que a denominaçã o gerador ou motor sincronizante é melhor adaptada aos
motores de indução de rotor bobinado, utilizados em sistemas a laço sí ncrono ?
-
c. Imaginando que a máquina primá ria 2, na Fig. 11 19a, aumente a sua velocidade,
explique a ação do sistema a laço síncrono Representada.
d. Se as máquinas primá rias 1 e 2 são motores CC de 20 HP, qual seria a capacidade
dos sincros potência que manterão o laço sí ncrono ?
-
11 28. Mostre como o sistema a laço síncrono pode ser utilizado para manter um andaime
pesado na posição horizontal, enquanto ele é elevado por duas talhas motorizadas,
uma em cada extremidade. Os motores de içamento são motores de indução de 50 HP.
Desenhe um diagrama mostrando todas as ligações elétricas e mecâ nicas. Especifique
a capacidade dos sincros potência .
11-29. a. Quais as fontes eletró nicas usadas para controlar servomecanismos CC ?
b. Dê 4 tipos de servomecanismos CC. P
c. Para cada tipo, indique especifícamente a gama de potência.
11-30. a . Qual é a vantagem do método de controle visto na Fig. 1 l -20a, e por que é limitado
a motores pequenos? Por que o motor deixa de disparar na ausência de corrente de
campo ?
t
-
b. Qual é a vantagem do servomotor visto na Fig. 11 20b e por que este mé todo se t
adapta particularmente a motores extremamente grandes ?
-
c. Qual é a vantagem do servomotor visto na Fig. 1 l 20c e por que o seu uso é limitado
i
principalmente a servomecanismos CC de instrumentos ? i
;
11-31 . a. Dê duas razões pelas quais os servomecanismos CC são genericamente do tipo de i
campo dividido. n
b. Qual é a vantagem do servomotor de campo dividido, visto na Fig. 11 -2 la, e por-
que seu uso é limitado à potê ncia fracioná ria ?
c. Qual é a vantagem do servomotor CC de excitação-série direta e campo dividido
i
visto na Fig. 11 r 21 b e por que é utilizado em potências inteiras ? t
-
11 32. a. Para servomecanismos pequenos e sensí veis, dê 4 razões pelas quais os servomeca-
nismos CA são preferí veis em relação aos CC.
b. Por que os tipos preferidos CA são os de fase dividida, pólo ranhurado e motores
caneca ?
c. Que tipos de servomotores levam aos maiores reqpisitos de pot ência ?
d. Que tipos de servomotores genericamente levam aos menores requisitos de potência ?
11-33. a. Dê uma vantagem do servomotor bifásico em relação ao tipo de pólo ranhurado,
que se vê na Fig. 11-22.
b. Discuta o projeto do servomotor segundo o princí pio do rotor caneca e mostre
por que ele é utilizado extensivamente nos projetos de rotores de servomecanismos
bif ásicos.
c. Como se usa o princí pio no amortecimento magnético do motor caneca em servo
motores CA e CC ?
-
d . Quais as desvantagens deste mé todo de amortecimento em comparação ao amorte-
cimento por fricção ?
e. Por que o amortecimento é necessá rio em servomotores, especif ícamente, e em
servo-sistemas de modo genérico ?
-
11 34. a. Qual a particularidade do gerador de Rosenberg em relação aos demais geradores ?
b. Descreva a construção do gerador de Rosenberg.
c. Descreva o princí pio de operação do gerador de Rosenberg.
454 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

d. Como se consegue a corrente constante, independentemente da velocidade ? /


*

e. Como é mantida constante a polaridade das escovas, independentemente do sentido


de rotação ?
-
11 35. a. Em que aspectos a construção e a teoria do amplidino é semelhante à do gerador
de Rosenberg ?
b. Quais as três caracter
ísticas apresentadas por todas as máquinas de campos cruzados ?
c. Explique a afirmativa , “qualquer gerador de excitação independente é um amplifica-
dor de potê ncia rotativo ”.
d. Use a explicação para (c), para mostrar como um altemador pode ser considerado
um amplificador CC-CA de um só está gio.
-
11 36. a. Explique como o amplidino funciona como um amplificador CC-CC de dois estágios.
b. Qual é o ganho de potê ncia tí pico de um amplidino ?
c. Explique por que os maiores ganhos de potê ncia levam a respostas mais lentas.
11-37. a . Enumere três requisitos de projeto para qualquer amplificador de potê ncia rotativo.
- -
b. Utilizando a sua resposta à questão 11 35c, explique como um gerador sé rie de
excitação independente pode servir de amplificador rotativo, de um est á gio.
-
c. Repita (b) para um gerador derivação de excitaçã o independente.
d. Em que porçã o da curva de magnetização operam normalmente estes amplificadores ?
e. Como se elimina a tensão devida ao magnetismo residual ?
11-38 . Desenhe um diagrama esquem á tico mostrando como um amplificador rotativo, reali-
mentado, de um estágio, tipo Regulex é utilizado para manter constante
a. a tensão de saída de um gerador CC
b. a corrente de saída de um gerador CC
c. a velocidade de um motor CC.
11-39. Descreva 3 categorias gerais de motores CC sem escovas.
11-40. Enumere 7 vantagens e 3 desvantagens de motores CC sem escovas em comparação
com os motores CC convencionais.

PROBLEMAS
11-1. O gerador de três escovas, visto na Fig. ll -2a, é normalmente ligado com a sua escova
negativa aterrada ao chassi do ve ículo. Explique o que pode ocorrer, se o gerador for
acionado à velocidade normal, sob cada uma das condições seguintes
a . Aterramento acidental da terceira escova
b. Aterramento acidental da escova positiva
c. Ligação acidental dos terminais de campo através da terceira escova e da escova
principal errada
d . Ligaçã o acidental dos terminais de campo através das escovas positiva e negativa
e. Inversão do sentido de rotação da m á quina prim á ria (quando ensaiada num labo-
rat ó rio, antes da instalaçã o).
11-2. Um gerador homopolar consiste de um disco de cobre de 36 polegadas de diâ metro,
que gira a 5.000 rpm, num campo de 80.000 linhas / pol 2. O eixo do gerador tem 2 pol
de diâ metro. Calcule :
a. A tensão induzida entre a superfície externa do disco de cobre e a externa do eixo.
b. Se o disco do problema fosse mantido estacion á rio e o campo girasse a 5.000 rpm
no mesmo sentido, explique a natureza da fem nas escovas.
c. Se se ligasse uma fonte CC de 67,7 V às escovas do gerador homopolar comercial,
visto na Fig. 1 l - 3a, observando a mesma polaridade das escovas, qual seria o sentido
de rotação do motor homopolar ? Explique.
MáQUINAS ESPECIAIS 455

- -
11 3. Um conjunto gerador motor CC, cujo gerador é de 250 V a 320 mA e o motor que o
aciona, de 1 /6 HP, cuja potência nominal de entrada é 12 V e 16 A, é substitu ído por um
dinamotor de saída idêntica, com uma entrada de 7,5 A e uma tensão CC de 12 V.
Calcule
a . O rendimento total do conjunto MG.
b. O rendimento do motor CC e do gerador, respectivamente .
c. O rendimento do dinamotor.
d . A economia anual, se o conjunto funciona 18 horas/ dia a um custo de
Cr$ 0,8/ kW hora .
11-4. Um conversor rotativo de 25 kW é alimentado a 550 V, a partir de uma fonte mono-
fásica, e funciona a um fator de potência de 0,9 em atraso num rendimento de 92 por
cento para a carga nominal. Desprezando as quedas de tensão nos enrolamentos,
calcule
a . A tensão e a corrente CC de saída.
b. A corrente CA solicitada à fonte.
- -
11 5. O conversor do problema 11 4 é operado como um conversor invertido, a partir de
uma fonte CC 800 V, com o mesmo rendimento a plena carga . Desprezando as quedas
de tensão nos enrolamentos, calcule
a. A tensão e a corrente de saída CA .
b. A corrente CC a plena carga.
-
11 6. Um conversor sí ncrono CC hexafásico, de 1.000 kW, 250 V opera como um conversor
direto a um rendimento de 94 por cento a plena carga e a um fator de potê ncia de 0,9
em atraso. Ignorando as quedas da tensão, calcule
a . A tensão CA entre anéis coletores
b. A corrente CC de saída a plena carga i

c. A corrente CA drenada do secundá rio do transformador de alimentação de trif ásico


a hexafásico
d . Os kVA totais do transformador trifásico a hexafásico. f
11-7. Os dados de placa de um conversor rotativo são : 900 rpm, 550 V, CC, 500 kW, 60 Hz,
12 fases, FP 0,85, rendimento 0,92. Calcule i

a. O n ú mero de pólos do campo estacioná rio.


b. A corrente CC de saída a plena carga .
c. A tensão CA entre anéis coletores.
d . A corrente CA .
e. A capacidade em kVA de cada um dos três transformadores necessá rios para rea-
lizar a transformação de fases necessá ria.
-
11 8. Se se requer que um conversor sí ncrono entregue 1 kA em CC, calcule a corrente CA
de entrada de um conversor com um rendimento de 90 por cento com fator de potência
unitá rio, equipado com
a. 12 anéis coletores
b. 6 anéis coletores
c. 3 anéis coletores
d. 2 anéis coletores, monofásico.
-
11-9. Interpolando, a partir dos dados da Tabela 11 2, calcule os seguintes valores relativos
a. O fator de potência no qual um conversor dodecafásico pode operar e ainda ter a
mesma saída relativa que um conversor trifásico, que funcione com fator de potê ncia
unitá rio.
b. Repita (a) para o fator de potência de um conversor hexaf ásico.
c. O percentual de acréscimo da saída relativa de um conversor hexafásico em relação
a um trifásico, cada um operando com um fator de potência de 0,8.
456 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

d. O percentual de acréscimo da saída relativa de um conversor dodecafásico em relação


a um trifásico, cada um operando com um fator de potência de 0,9.
-
11 10. Um sistema monof ásico CA, a três fios, 250 V / 125 V alimenta um edifício, cuja carga
é essencialmente resistiva. A carga 1 (metade oeste do edifício) é ligada entre a linha 1 e
o neutro, e a carga 2 ( metade leste) é ligada entre a linha 2 e o neutro. Os alimentadores
das linhas e do neutro têm resistências de 0,05 ft, cada. Calcule as tensões aplicadas
às cargas ( 1 e 2, respectivamente) sob as seguintes condições de carga tabeladas abaixo :
Carga 1 Carga 2 V
a. 300 300
b. 300 200
c. 100 300
d. 300 0 ( Fusí vel aberto
na linha )
-
11 11 . Um fogão elé trico comercial , projetado para operação a partir de um sistema CA
monofásico, 230 V/ 115 V a três fios, consiste de quatro bocas de 500 W cada, ligadas
entre uma linha e neutro, com um forno 3.000 W ligado entre a outra linha e neutro.
Cada parte da instalação é alimentada com 3 alimentadores N.° 6 RH tendo uma resis-
t ência de 0,40/ 1.000 pés. A distâ ncia m édia da fonte à instalação, alimentada por
um serviço de três fios, é de 600 pés. Uma sé rie de consumidores, que compraram o
fogão, queixaram-se ao fabricante de que as bocas são mais quentes quando o forno
est á ligado do que quando ele está desligado. O fabricante culpou a empresa pú blica
fornecedora de energia , alegando que a condição teria ocorrido devido a uma falha
na regulação de tensã o da mesma. O instalador alega que o projeto é mau e que o
problema é do fabricante.
a. Mostre, atrav és do cá lculo, qual alega çã o é a correta, calculando a tensã o nas
bocas com e sem o forno ligado.
b. Calcule a porcentagem de aumento de potência do forno.
c. Sugira uma modificaçã o de projeto que possa eliminar a dificuldade.
11 -12. Um fogão elétrico competitivo é vendido no comércio tendo um forno com 230 V de
tensão nominal e quatro bocas , cada uma de 500 W. Um par de bocas é ligado entre
cada linha e neutro, para manter o equil í brio do sistema a três fios. Calcule as tensões
aplicadas por boca :
a. quando o forno está desligado
b. quando um par de bocas está ligado e o forno desligado
c. quando uma boca está ligada e o forno desligado.
Todos os alimentadores de linha e neutro são os mesmos do problema 11 11.
-
11 - 13. Um sistema de distribuição a três fios, 250 V / 125 V, tem vá rias cargas localizadas como
se vê na figura. As linhas 1 e 2 usam fio N.° 3 AWG (0,2 ft /1.000 pés) e o neutro é
fio N .° 6 AWG (0,4 ft / 1.000 pés). Para as cargas indicadas
a. desenhe um diagrama que mostre todas as correntes e seus sentidos, incluindo
as correntes de neutro
+o
125 V
No
I 25 V
n
o
T
ryi
5 1241

1~Í 5~I I
T
6 I
3 6A

-O
2
1500' f -f -
500'
,
1 1
500 *j 500 *|
,

—— 1000' |
)
M áQUINAS ESPECIAIS 457

b. calcule as tensões em todas as cargas


c. calcule a tensão entre a linha 1 e o neutro a uma distâ ncia de 2.500 pés da fonte
d. calcule a tensão entre a linha 2 e o neutro a uma distâ ncia de 2.000 pés da fonte
e. qual o lado de mais carga e por quê ?
f. que conclusões você pode tirar com rela çã o ao dimensionamento dos alimentadores?
g. por que a tensão entre a linha 2 e o neutro é maior a 2.000 pés da fonte que a 1.500
pés ?
11 - 14. A resistência do campo de controle de um Regulex de campos m últiplos é 240 Q, Uma
corrente no campo de controle de 80 mA produz uma tensã o de saída de 250 V em um
enrolamento de campo de um alternador com 250 Q, cuja tensão é regulada pelo ex
citador de campos m últiplos. Calcule :
-
a. A amplificaçã o de potência
b. O fator de amplificação de tensão do Regulex.
11-15. Um Amplidino usado na mesma aplicação, com a mesma carga que a do problema
11 - 14, requer uma corrente de 15 mA através da resistê ncia de 125 V do campo de
controle para que se produza a mesma tensão de saída. Calcule
a. A amplificação de potência.
b. O fator de amplificação de tensão do Amplidino.

t
RESPOSTAS !
f<
11 -2(a ) 67,7 V 11 -3(a ) 41 ,67 por cento ( b) 64,8 por cento, 64,3 por cento (c) 88,8 por cento »i
(d ) Cr$ 536,00 11-4(a ) 777 V, 34,4 A ( b) 54,9 A 11-5(a) 565,5 V, 44,2 A ( b) 34 A 11 -6(a) J
88.5 V ( b) 4.000 A (c) 2.230 A (d ) 1.184 kVA 11 -7(a ) 8 pólos ( b) 909 A (c) 100 V Ui
( d ) 275 A (e) 213,3 kVA 11 -8(a ) 262 A ( b) 524 A ( c) 1.048 A (d ) 1.573 A 11 -9(a) i
FP 0,8344 ( b) FP 0,865 (c) 29,5 por cento (d) 44 por cento 11-10(a) 110 V, 110 V (b) ki
-
105 V, 120 V (c) 130 V, 100 V (d ) 95 V, 0 V 11 -11( b) 12 por cento 11 12(a ) 110,33 V

156.5 ( b) 12,5 11 -15(a) 8.889 ( b) 133.


-
( b) 112 ,67 V (c) 109,66 V 11 - 13( b) 147 V , 36 A de carga (c) 66, 8 V (d) 109,9 V ll 14(a)
*
DOZE

relações de potência e energia ;


rendimento, seleçã o da capacidade
e manutenção de
máquinas elétricas girantes

12-1. GENERALIDADES
Os cap í tulos de 1 a 11 ocuparam-se principalmente de máquinas elétricas giran-
tes de vá rios tipos, quer genérica quer especif í camente. Como tal, elas servem como
dispositivos de conversão de energia , convertendo energia mecâ nica em el é trica
-
ou vice versa. Em alguns casos, como no do conversor síncrono ou dinamotor,
a energia elétrica é convertida em energia mecâ nica , que, por sua vez, produz nova-
mente energia el é trica. Quando e se esta conversã o de energia ocorre numa relação
uniforme , isto é, quando a energia entregue à m á quina por unidade de tempo e
aquela entregue pela m áquina na unidade de tempo forem ambas uniformes e
constantes, podemos considerar que a máquina está atuando como dispositivo
de conversão de pot ência.
Uma má quina é um dispositivo din â mico. Nã o desenvolverá uma conversã o
de pot ê ncia (ou energia) quando n ã o há movimento, ou seja , num estado est á tico.
Ela deve estar funcionando ou operando a fim de converter energia . Por esta
razão, é incapaz de contar com a propriedade de armazenar energia. Por esta
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 459

razã o, també m , de acordo com a lei da conservaçã o de energia , a potência total


recebida por uma m áquina a qualquer instante deve igualar a potência por ela entre
gue naquele instante. A pot ência total recebida por uma m á quina deve igualar
-
sua pot ência de sa ída ( ú til ) e sua perda total de potência , de acordo com a lei de
conservaçã o de pot ê ncia , ou

+ Pperdas ( 12- 1)
onde Pin é a pot ê ncia total recebida por uma m á quina
Pout é a potê ncia ú til entregue pela máquina para exe-
cutar o trabalho
p é a perda total produzida dentro de uma máquina,
perdas
como resultado da .conversã o de energia , isto é ,
out *

É evidente, da Eq . ( 12- 1 ), que a potência entregue a uma máquina deve ser


sempre maior que a pot ê ncia de sa ída ou a pot ê ncia transformada pela m á quina
em trabalho ú til . Isto significa que um motor ou um gerador nunca podem con
verter toda a potê ncia recebida em pot ê ncia de sa ída ú til , elé trica ou mecâ nica . -
Como també m estabelece a Eq . ( 12-1) , a diferen ça entre a pot ê ncia de entrada
e a de sa í da da m áquina é a sua perda de pot ê ncia , que n ã o realiza trabalho ú til
Desde que esta perda de potência n ã o produz nem energia elé trica nem mecâ nica
.
(ambas ú teis à m á quina ) , ela pode apenas produzir calor, luz ou energia qu
í mica.
Quase toda a perda aparece como energia ou potência t érmica.1 i
Quanto maior for a perda de pot ê ncia , na Eq . ( 12- 1 ) , em percentagem da
pot ê ncia total de entrada, maior será a potência té rmica e mais quente a máquina
funcionará , ou seja , maior será o seu aumento de temperatura .
O rendimento da máquina pode ser definido em função da Eq. (12-1), por
tanto, como a rela çã o, r\, onde
-

Pout
7 = ( 12-2a )
Pin
Pin - Pperdas , para motores -
(12 2b)
^ in

Pout
, para geradores (12- 2c)
Pout +' Pperdas
1

máquinas do tipo a comutador, uma pequena porção das perdas produz luz visí vel e outras
perdas de radiação (energia luminosa), mas estas são desprezá veis em proporção à perda té rmica.
r

460 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Como se ver á abaixo, a Eq. (12- 2 b) leva ao rendimento do motor , enquanto


a Eq . (12-2c) ao do gerador.
A relaçã o da Eq . (12- 2a), expressa percentualmente, é també m uma medida
da quantidade de potê ncia t é rmica produzida em relaçã o à potência de entrada
total . Uma má quina que funcione a um alto rendimento ou uma rela çã o elevada
da potência de saída para a potência de entrada , produz, comparativamente, pouco
calor em proporçã o às suas potências de entrada ou de sa í da. Inversamente, uma
m á quina que funciona a um baixo rendimento produz uma grande quantidade
de calor em proporçã o à sua sa í da .
Dependendo da capacidade termodin â mica da m á quina de dissipar o calor
internamente gerado, a temperatura da má quina tender á a aumentar at é que seja
atingida uma temperatura na qual a potê ncia dissipada sob a forma de calor iguale
o calor internamente gerado. Se esta temperatura final de equil í brio for excessiva ,
ou seja, se ultrapassar o limite que os materiais isolantes utilizados na má quina
podem suportar , requerer -se-á a utilizaçã o de uma das seguintes alternativas :
( 1 ) devem-se empregar dispositivos de ventila çã o externa , a fim de que a capa-
cidade nominal da m á quina ( pot ê ncia de sa í da ) permaneça a mesma : ou ( 2) a sa í da
deve ser reduzida ( reduzindo a entrada e as perdas) a valores tais em que as perdas
e o aumento de temperatura não sejam excessivos ( V . Seçs . 12- 16 e 12- 19).
No caso de um motor , é mais fácil medir a pot ê ncia elé trica de entrada que
a potência mecâ nica de sa ída , donde o uso da Eq. ( 12- 2 b). No caso de um gerador,
é mais fácil medir a pot ê ncia elé trica de sa í da que a pot ê ncia mecâ nica de entrada ,
donde o uso da Eq . (12-2c). Em ambos os casos , pois, as perdas devem ser avaliadas.
É precisamente devido à capacidade de sa ída ( expressa em HP para um motor
ou em kW ou kVA para um gerador ) que se fará uma tentativa de esttidar os fato-
res que afetam o rendimento de uma m á quina , para assegurar que as perdas e a
pot ê ncia té rmica sejam reduzidas e o rendimento seja elevado. Primeiramente,
consideraremos os fatores que afetam os diferentes tipos de perdas t érmicas e,
entã o, consideraremos os fatores que afetam a capacidade da m á quina e a seleção
das m á quinas a partir destas perdas .

12-2. PERDAS DE POTÊ NCIA DAS M ÁQUINAS


As perdas de pot ê ncia das m á quinas podem ser divididas em duas grandes
classes : (1 ) as que sã o produzidas pela circulaçã o de corrente pelas diferentes
partes do enrolamento da m á quina , chamadas perdas elétricas ; e ( 2 ) as que sã o
funçã o direta do movimento din â mico da m á quina , chamadas perdas rotacionais
(ou pot ê ncia extraviada ). Estas ú ltimas, as perdas rotacionais (ou pot ência extra -
viada ) sã o normalmente divididas em duas categorias : (a ) as perdas mecâ nicas
resultantes da rotaçã o, e (b) as perdas no ferro ou no n úcleo, que resultam da
rotaçã o.
A an á lise das perdas revela que algumas delas sã o o resultado direto da carga
( e variam com ela ), enquanto que outras sã o independentes da carga . A Tabela
12-1 é, pois, um quadro-levantamento das perdas elé tricas e rotacionais , alistando
as perdas a vazio e as perdas sob carga , e dando as fó rmulas e equações que contê m
RELA çõES DE POTê NCIA E ENERGIA 461

TABELA 12- 1
DISTRIBUI ÇÃ O DAS PERDAS DE POT Ê NCIA DAS M Á QUINAS
A . PERDAS ELÉTRICAS
Descri ção e f ó rmulas para as perdas compo- Efeitos da aplica çã o de carga
nentes
1. Perda no circuito de excitação CC do campo 1. Razoavelmente constante com a carga. mas
No reostato, I 2fRr pode aumentar um pouco, dependendo da
No enrolamento de campo, ljRf VA
regulação requerida e do fator de potência

2. Perda no enrolamento da armadura, I 2 R„


— uma fun ção de / r
2. Aumenta com o quadrado da carga .
3. Perda na excitação CA do estator, I 2 Ra 3. Aumenta com o quadrado da carga .
4. Perda no enrolamento do rotor , 12 Rr 4. Aumenta com o quadrado da carga .
5. Perda na escova ou na resistê ncia do contato 5. Aumenta com a carga .
tecla-escova (ou perda nos ané is ), VtIa
6. Perdas nos interpolos. enrolamentos de com - 6. Aumentam com o quadrado da carga .
pensa çã o, campos-sé rie, campos de controle,
etc.

B. PERDAS ROTACIONAIS ( POT Ê NCIA EXTRAVIADA)

Descriçã o e fó rmulas para as Efeitos da aplicação


componentes das perdas de carga
Perdas mecâ nicas
1. Atrito nos rolamentos Estas perdas são constantes a uma velocidade
2. Ventilação (atrito com o à r) no rotor constante ; variam apenas na proporção direta
3. Atrito nas escovas da variação da velocidade.
4. Perda no ventilador
5. Perdas na bomba de resfriamento e/ ou de óleo
dos rolamentos (se montada no eixo do rotor)

Perdas no n úcleo (ou no ferro)


1. Perdas por histerese, Ph = KhBxfV Estas perdas são constantes a uma velocidade
2. Perdas por correntes parasitas constante ; variam na proporçã o direta das va -
Pt = KxB2 f 2 t 2 V riações do fluxo e da velocidade ( frequência ).

C. PERDAS ADICIONAIS SOB CARGA

Fluxo disperso nos dentes, cantos de ranhuras , estrutura -suporte, faces polares, - etc .
Fluxo de rea ção da armadura nos dentes, cantos de ranhuras, estrutura -suporte, faces polares, etc.
As perdas adicionais sã o usualmente estabelecidas como sendo de 1 por cento da potência de sa ída
de geradores acima de 150 kW e de motores acima de 200 HP ; são consideradas desprezí veis
para máquinas abaixo destas potências.

os fatores que contribuem para as perdas . Desta tabela , é possí vel generalizar
as perdas que sã o funçã o da carga e as que são independentes dela .
As perdas elétricas , mostradas na Tabela 12- 1 , são aquelas que resultam pri-
mariamente da circulaçã o da corrente elétrica . Se , por exemplo, o campo-série
de um gerador compound CC é curto-circuitado (mantendo-se inalteradas todas
462 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

as demais condições), as perdas totais serã o reduzidas do valor das perdas no co-
bre para o campo-série e o rendimento aumentará ( embora possa piorar a regu-
lação em tensão, como consequência ). As perdas elétricas são, algumas vezes,
citadas como perdas no “cobre” , mas nem as escovas nem as resistências de contato
das escovas sã o feitas de cobre. Mais ainda , os enrolamentos do rotor e da arma-
dura sã o ocasionalmente constru ídos de alum í nio fundido, e o termo “enrolamento”
é mais descritivo e tecnicamente mais correto que o termo “cobre” . Todas estas
perdas el é tricas tendem a variar com o quadrado da corrente de carga , exceto aque-
las , tais como a perda no campo , que é independente da carga , e a perda nas escovas
que varia diretamente com a carga .
As perdas rotacionais sã o subdivididas naquelas que sã o fun çã o apenas da
velocidade (as chamadas perdas mecâ nicas , que sã o essencialmente perdas por
atrito) e nas que são fun çã o de ambos, o fluxo e a velocidade ( as chamadas perdas
no núcleo ) . Estas perdas ocorrem quando uma estrutura de ferro de armadura
ou rotor gira num campo magn é tico, ou quando ocorre uma variaçã o do fluxo
concatenado numa estrutura de ferro. A perda por histerese Ph é uma medida
da energia elé trica necessá ria para superar a retentividade do ferro no caminho
do fluxo magné tico ; usando o watt como unidade,

PH =VfV ( 12-3)

onde V é o volume de ferro da m á quina sujeita à varia ção de fluxo


Kh é uma constante para o tipo de ferro empregado
B é a densidade de fluxo elevada ao expoente de Steinmetz. Para os tipos
atualmente usados de ligas para má quinas, x não é mais 1,6, mas sim
um valor próximo a 2,0 (Isto não implica em que, para um dado volume,
V, as perdas no ferro tenham aumentado, uma vez que Kh foi reduzido
consideravelmente.)
e / é a frequ ência, em Hz, correspondente ao inverso do fluxo.
As perdas por correntes parasitas ocorrem não apenas no n úcleo da m á quina ,
mas em todos os materiais condutivos situados no caminho do fluxo associado
ao campo magné tico girante ou variá vel da m áquina . As perdas por correntes
parasitas, Pe, em watts sã o :

Pe = Kxt 2 B 2 f 2 V (12-4)

onde Kx é uma constante para correntes parasitas relativa ao material condutivo


t é a espessura do material condutivo
B é a densidade de fluxo
/ é a frequ ência, em Hz, do inverso do fluxo
V é o volume do material sujeito à variação de fluxo.
Para uma m á quina CC, a frequ êíicia , /, do inverso do fluxo varia com a velo-
cidade. Assim, as perdas por histerese variam diretamente com a velocidade,
RELA çõ ES DE POTê NCIA E ENERGIA 463
enquanto que as perdas por correntes parasitas variam com o quadrado
da veloci-
dade. Ambas variam aproximadamente com o quadrado da densidade de fluxo
.
Por esta razã o, as perdas no núcleo são consideradas como funçã o tanto da
velo-
cidade como do fluxo. As perdas no n úcleo são essencialmente as que ocorrem
no ferro da m á quina, donde a denominaçã o de perdas no ferro.
As perdas adicionais sob carga representam , como o nome indica, as perdas
-
adicionais devidas à carga e descritas na Tabela 12 1C. Estas perdas são maiores
em motores de induçã o e outras má quinas de pequeno entreferro. Elas representam
:
(1) as perdas no ferro devidas à distorção de fluxo (reação da armadura ) em máquinas
CC
e às harmónicas do fluxo em máquinas CA
( 2 ) as perdas por efeito pelicular na armadura ou nos condutores do estator
( 3) as perdas no ferro nos elementos estruturais das máquinas.

12-3. DIAGRAMAS DE FLUXO DE POTÊ NCIA


Uma visã o mais clara da m á quina, operando quer como motor, quer como
gerador, é dada pelos diagramas de fluxo de pot ê ncia da Fig. 12 1. À esquerda
-
do diagrama está a potência mecâ nica, e à direita a potê ncia elé trica . Usaremos
este diagrama como meio de analisar o rendimento de motores e geradores.
Pot ência Potê ncia mecâ nica convertida Pot ê ncia
mecâ nica em potência el étrica { E g 10 ) el étrica
Potê ncia mecâ nica de entrada Potência el é trica de sa ída
m
Pjn
5252
Perdas rotacionais [ 2
1 Perdas mecâ nicas ! > c
2.2 I
Perdas
P0 - vtit
*

el étricas
2 . Perdas no n úcleo |Í OC 03<U1
OTT
Potê ncia mecâ nica de sa ída

. 1 f 1 Pot ê ncia el é trica de entrada


p
°
-I I
5252 í
Pot ência elétrica convertida
Pin = V t I t

em potência mecâ nica ( Ec la )

Fig. 12-1 — Diagrama combinado de circulação de potência para ação


motora e ação geradora .

12- 3.1 FLUXO DE POT Ê NCIA NO GERADOR


Se uma pot ê ncia mecâ nica é aplicada ao eixo de uma m á quina, como a entrada,
a potência no eixo é : TN / 5.252 HP. Uma má quina acionada mecanicamente
como gerador tem algumas perdas rotacionais. A diferença entre a pot ê ncia mecâ
-
nica de entrada e as perdas rotacionais representa a potência mecâ nica l í quida,
que é convertida em potê ncia elé trica pela conversã o eletromecâ nica (
EgIa ). Mas
o gerador tem també m perdas elé tricas internas, que devem ser subtra ídas da po
tência elé trica desenvolvida. A potência elé trica l íquida de sa ída é, assim,
-
EgIa
464 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

menos as perdas elétricas, ou a tensão nos terminais vezes a corrente total entregue i!
à carga , VtIt , representada à direita na Fig. 12-1.

Em suma, para uma má quina operando como gerador ou


como alternador :
Potê ncia elé trica Pot ê ncia mecâ nica Perdas rotacionais
de sa ída de entrada + Perdas elétricas V
E„9 I a„ ~ Pot ê ncia mecâ nica de entrada - Perdas rotacionais
= Pot ê ncia elétrica de sa í da + Perdas elé tricas

12- 3.2 FLUXO DE POTÊ NCIA NO MOTOR


A pot ê ncia el é trica aplicada aos terminais ( lado direito da Fig . 12-1) de um
motor , VtJv é imediatamente reduzida por certas perdas el é tricas dentro do motor.
A diferença aparece como pot ê ncia el é trica , Eçla , que é convertida em pot ê ncia
mecâ nica pela conversã o eletromecâ nica . A pot ê ncia mecâ nica disponí vel , pro-
duzida pelo torque interno do motor ( EJJ 146 ) deve també m suprir algumas per-
das mecâ nicas internas. A diferença entre estas perdas mecâ nicas e a potê ncia
mecâ nica, produzida pela conversão eletromecâ nica, é a potência mecâ nica de
sa í da.
t !
Em suma, para uma máquina funcionando como motor :

Potê ncia mecâ nica Pot ê ncia elétrica Perdas elétricas


de sa ída de entrada + Perdas rotacionais

EJa = Potência elé trica de entrada - Perdas elé tricas


= Potê ncia mecâ nica de sa ída } Perdas mecâ nicas


*
Assim , a m á quina é , realmente , muito simples e só bria , como mostra a Fig .
12-1 . A á rea da pot ê ncia mecâ nica est á à esquerda da linha pontilhada vertical,
e a á rea da potê ncia el é trica est á à direita dela . A á rea central é representada pela
mudança de estado de energia , ou conversão eletromecânica (desde que nã o se pode
criar ou destruir energia ) onde não ocorrem perdas. A introdu çã o de pot ê ncia
el é trica njima má quina acarreta perda de pot ê ncia elé trica , mudan ça de estado
da energia, perda de pot ê ncia mecâ nica e pot ê ncia elé trica de sa ída . O leitor deve
estudar com muito cuidado a Fig . 12-1, uma vez que ela é fundamental para a com-
preensã o do assunto.

12-4. DETERMINA ÇÃO DAS PERDAS


Seria ( e é) assunto relativamente simples ( 1 ) medir-se a entrada mecâ nica da
máquina, e (2) usarem-se instrumentos elétricos para medir sua saída elétrica ;
RELA çõES DE POTê NCIA E ENERGIA 465

e chegar-se assim ao rendimento da má quina como gerador. No caso de má quinas


menores (abaixo de 1.000 W ), o rendimento, seguidamente, é determinado dire -
-
tamente , isto é , por medidas diretas da entrada e da sa í da , usando se dinam ômetros
ou freios de Prony e, algumas vezes, m á quinas calibradas cujo rendimento é conhe-
cido previamente.
No caso de má quinas maiores, entretanto, nã o é nem economicamente pos -
s í vel , nem mesmo conveniente, a determina çã o do rendimento através do carre-
gamento direto. 2 E , entretanto, poss í vel determinar as perdas ( agora que sabemos
quais sã o elas ) ou simular as condições de perdas através de certos mé todos con
vencionais ( funcionamento a vazio) ou por testes de rotor bloqueado , e usar estas
-
informações na Eq . ( 12- 2) para determinar o rendimento. O valor do rendimento
de todas as grandes má quinas elétricas rotativas é invariavelmente um valor cal-
culado com base em medidas a vazio ( convencionais ) especí ficas. Consideraremos,
primeiramente , a determinaçã o do rendimento das m á quinas CC, seguida da
consideraçã o das m á quinas sí ncronas CA e, ent ã o, das má quinas de induçã o,
-
usando se os mé todos convencionais em todos os casos.

12-5. RENDIMENTO DAS M Á QUINAS CC


Independentemente do fato da má quina CC operar como motor ou como
gerador , suas perdas rotacionais podem ser determinadas fazendo-as funcionar
como motor sem qualquer carga mecâ nica (a vazio), à sua velocidade nominal
e com uma tensã o aplicada à armadura ( que corresponda à sua fcem induzida
ou gerada a plena carga ). As liga ções dos instrumentos elé tricos para um tal ensaio
a vazio sã o mostradas na Fig. 9- 12a . A tensã o nos terminais CC, Vr é neste caso
ajustada ( 1 ) à fcem de plena carga computada , [ Ec na Eq . ( 1-9)], se se quer deter-
minar o rendimento de um motor ; ou ( 2) à fem gerada a plena carga [ Eg na Eq.
( 1 -10)], se se quer determinar o rendimento de um gerador .

Reostato

íVt 0
vari ável no
circuito da
Campo -
derivação
Campo g - armadura
Io
derivação °
Vt Reostato vari á vel
Reostato no circuito do campo
vari ável
it
0
( a ) Ensaio de funcionamento a vazio. ( b ) Duplicação da carga e velocidade do fluxo.

2
.
Fig 12 2 - — Mé todos para a determinação de perdas rotacionais de m á quinas CC.

Uma ilustração possí vel da dificuldade assinalada pode ser compreendida se se considera
a seguinte situação hipotética. Imaginemos que um altemador de 1.000 kVA é construído numa
fá brica situada numa á rea suburbana. Imaginemos que ele está recé m -conclu ído e pronto para os ensaios
de rendimento relativo. O gerente da f á brica pergunta : “ Onde podemos conseguir uma carga de
1 milh ão de watts?” Seu assessor responde : “ Vamos pedir aos prefeitos de três ou quatro das cidades
-
pró ximas que nos deixem usá las como carga , por algumas horas, de modo que possamos carregar
nosso alternador ”.
466 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Fazer uma m á quina funcionar como motor a vazio significa não retirar po-
tê ncia mecâ nica da mesma . Se a pot ê ncia elé trica de entrada for medida e compu-
tadas as perdas el é tricas, a diferença entre a pot ê ncia el é trica total de entrada e
as perdas elétricas computadas deve representar as perdas rotacionais do motor
à velocidade nominal , como mostra a Fig. 12-1. Estabelecendo isto ( para a má-
quina CC funcionando como motor) em fun çã o de uma equaçã o :

Perdas rotacionais = Potê ncia elé trica de entrada - Perdas elé tricas
= Potê ncia elé trica de entrada - ( Perdas no circuito do
campo 4- Perdas com-
binadas no circuito da
armadura)
2
Perdas rotacionais = VaIL - ( VaIf 4-2 I aRa )
a .
= VI - VIa J - I a Ra
L
,
= VJl 0
, I ,) - I a2 Ra
' L - f'

Perdas rotacionais ( pot ência extraviada) =


= VaIa - Ia2 Ra K VaI a ( 12-5)

A Eq. (12-5) é uma verificaçã o da Fig. 12-1 , uma vez que estabelece que as
perdas rotacionais de um motor funcionando a vazio (sem sa í da mecâ nica ) são
iguais à pot ê ncia elé trica de entrada ao circuito da armadura menos as perdas elé-
tricas na armadura ( I 2aRa ) . Como se verá no Exemplo 12- la , as perdas el é tricas
na armadura, a vazio, sã o tã o pequenas que podem ser desprezadas, e as perdas
rotacionais podem então ser imaginadas iguais a VaIa , como estabelece a Eq . 12-5.

EXEMPLO Um gerador-derivação de 10 kW, 230 V, 1.750 rpm foi posto a funcionar como
12-1 : motor, a vazio, para determinar suas perdas rotacionais à carga nominal. A
tensão aplicada aos terminais da armadura, Va, para o ensaio foi de 245 V, e a
corrente solicitada pela armadura 2 A. A resistência do campo do gerador é
230 Q e a resistência medida do circuito da armadura 0,2 Q. Calcule:
a. As perdas rotacionais ( potência extraviada) a plena carga
b. As perdas do circuito da armadura, a plena carga, e as perdas no campo
c. O rendimento do gerador a 1/4, 1/2 e 3/4 da carga nominal ; à carga nominal
e a lV4 dela.

Solução :
a. Perdas rotacionais = _
VJa - I ] Ra \da Eq. ( 12-5)]

= (245 x 2) - ( 22 x 0,2) = 490 - 0,8 = 489,2 W

Note-se que se pode usar 490 W com um erro desprezí vel, devido à pequena
perda elétrica na armadura.
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 467
b. À carga nominal,
W10.000 W
II 230 V =
43,5 A
K
230 V
K = i f + iL = 230 íl + 43,5 = 44,5 A
A perda da armadura a plena carga
l\ Ra = (44,5) 2 x 0,2 = 376 W
A perda no campo
V f I f = 230 V x 1 A 230 W -
c. O rendimento, a qualquer carga, do gerador, usando a Eq. (12-2c) é

Potência de saída para aquela carga


? ^

P. saída p/aquela carga + Perdas rotacionais + Perdas elétricas àquela carga


10.000 4
Rendimento a 1/4 da carga = (10.000 4) 489,2 [/ (376 16) 230 X
/ + + / + ]
x 100 = 77 por cento

Rendimento a 1/2 carga =


10.000/ 2
(10.000/2) -f 489,2 + [(376/4) + 230]
X
i
*
x 100 = 86,2 por cento

Rendimento a 3/4 de carga 10.000 x (3 4)


/
= [10.000 (3 4)] 489,2 ([376 (9/16)] + 230) *
/ + +
x 100 = 89 por cento
)
10.000 !»
Rendimento a plena carga = x 100 =
10.000 + 489,2 + [376 + 230] 1«
= 90,1 por cento
Rendimento a 1 * /4 da carga nominal (ou 5/4 da carga nominal )
10.000 x ( 5/4)
x
[10.000 (5/4)] + 489,2 + ([376 ( 25/16)] + 230) 100
= 90,6 por cento

Deve-se notar que o rendimento parece aumentar com a carga , no exemplo


acima. Deve-se també m notar que h á uma perda fixa ( invariá vel ) , que consiste
( 1 ) da perda no campo de 230 W e ( 2) da perda rotacional de 489,2 W , ou seja , um
total de 719, 2 W . Esta perda fixa existe mesmo quando o gerador tem um rendi-
mento nulo, isto é , quando ele nã o est á entregando qualquer corrente à carga
e a sua sa ída é zero. Há també m uma perda variá vel , a perda no cobre da armadura
2
I aRa , que varia com o quadrado da corrente da armadura. Mesmo a 125 por cento
da carga nominal , este componente da perda variá vel no cobre, no Exemplo 12- 1 ,
é 588 W e ainda n ão é suficientemente grande para igualar a perda fixa total de
7 Í9,2 W, Em que ponto ocorrer á o rendimento m á ximo?
468 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

>
12-6. RENDIMENTO M Á XIMO
Uma aná lise da Tabela 12-1 revela que, para a m á quina CC, a soma das perdas
no campo ( VfIf ) e das perdas rotacionais (determinadas a partir do ensaio a vazio
como sendo VJJ pode ser considerada como um valor combinado de perdas
fixas que nã o variam com a corrente de carga , Ia . ( O Exemplo 12- 1 ignorou as
perdas nas escovas e nos contatos das escovas VJa, para maior simplicidade do
problema que ilustra a determinaçã o do rendimento.) As perdas variá veis , ent ã o,
consistem nas perdas combinadas do enrolamento da armadura e da corrente
associada à armadura, I ] Ra e VJa, a primeira variando com o quadrado da cor -
rente de armadura e a segunda em proporçã o direta com aquela corrente.
3
O rendimento do gerador, para qualquer carga , pode ser expresso como

Rendimento, rj = Sa ída
Saida Via
+ Perdas VIa + K + VJa 4- RJ ]
onde K representa as perdas no campo mais as perdas rotacionais, portanto, as
perdas fixas.
A fim de determinar o rendimento m á ximo, é necessá rio derivar esta expressã o
em relaçã o a Ia e igualar a primeira derivada a zero :

.
Sn_ = ( VI + K + VeIa + RJl ) V - VIa ( V + Ve + 2 laRa ) =
.
*1. ( VI + K + vela + RJl ) 2
o que leva a
- VI - VJa - 2 RJ ] = 0
VI a 4- K + e a + RJ
VJn a a] a e a a a

í
simplificando
K - IaR la =0
OU

K = I a2 Ra ( 12-6)

A Eq . ( 12-6) estabelece, pois, que o rendimento má ximo é obtido quando as


perdas fixas , K , sã o iguais à quelas que variam com o quadrado da corrente de
carga . Desde que, na maioria das m á quinas ( quer de CC, quer de CA ), estas perdas
que variam diretamente com a corrente de carga sã o pequenas ( mesmo incluindo
as perdas em anéis coletores e escovas), podemos concluir que o rendimento má ximo
3
Nesta equação, a expressão VIa foi usada no lugar de VIL no numerador, para criar um termo
comum de corrente tanto no numerador como no denominador. A diferença, como se verá, é despre-
zível.
RELAçõES DE POTê NCIA E ENERGIA 469

ocorre quando as perdas fixas são iguais a todas as perdas variá veis. Esta rela çã o
aplica -se igualmente a todas as m áquinas rotativas, independentemente do tipo ;
aplica -se às máquinas mecâ nicas e també m às turbinas, bem como a todas as má-
quinas elé tricas abordadas neste livro e também a dispositivos n ã o rotativos, como
sejam transformadores, amplificadores de pot ê ncia, fontes de suprimento, etc.4
No Exemplo 12-1 mostrou -se que, a meia carga, o rendimento era 86,2 e que,
a 125 por cento de carga, o rendimento era 90,6 por cento e ainda em crescimento .
Aparentemente, as perdas variá veis crescentes ainda n ão eram iguais às perdas
fixas, mesmo para esta carga de 125 por cento. Na gama das cargas pró-
ximas do rendimento má ximo , o rendimento nã o parece variar muito, de modo
-
que n ã o é importante tentar obter se o rendimento m á ximo para a carga nominal .
A maioria das máquinas comerciais, de fato, apresenta o rendimento má ximo
a uma carga algo menor que a nominal . O mé todo usado para encontrar aquele
valor da carga nominal correspondente ao rendimento m á ximo, para a m á quina I
-
do Exemplo 12 1 , é ilustrado no Exemplo 12-2.

EXEMPLO Usando os dados do Exemplo 12-1, calcule :


li
-
72 2: a. a percentagem da carga nominal para a qual ocorre o rendimento má ximo
l
b. o rendimento má ximo em percentagem
c. o rendimento a 1,5 vezes a carga nominal.

Solução :

a. I 2 Ra =
rotacionais]
K — VIf + VJa [a partir da Eq. 12-6; K = perdas no campo + perdas 1n
I
l 2aRa = 230 + ( 245 x 2) = 720 W
720 *1
0,2
= 60 A ; —
IL = Ia ls = 60 - 1 = 59 A

59 A
Percentagem da carga nominal : = 135,5 %
/ L nominal 43,5 A
b. Rendimento máximo
230 x 59
x 100 = 90,75 %
(230 x 59)
+ 720 + 720
c. Rendimento a 1,5 da carga nominal
10.000 x (3/2)
” x 100 = 90,55 %
[10.000 ( 3/2 ] + 489,2 + [376 (9/4)] + 230
)

Deve-se notar que a relaçã o acima , com respeito ao rendimento m á ximo ,


é verdadeira porque as perdas rotacionais mantiveram-se constantes, isto é, o
gerador ò u máquina é imaginado como sendo acionado a uma velocidade constante .
No caso de motores de velocidade constante, como sejam os sí ncronos , ou aqueles
que t ê m uma boa regula çã o em velocidade, como os de indu ção ou os motores -
40 rendimento má ximo não deve ser confundido com a má xima transferência de potê ncia el é-
trica , que ocorre quando as imped â ncias interna e externa são iguais (a um reiidimento de 50 por cento).
470 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

derivação de corrente cont í nua, a relação pode ainda ser usada . No caso de mo-
tores de velocidade variável , entretanto, é necessá rio levar a um grá fico os rendi-
mentos calculados versus as correntes de carga , e determinar graficamente o valor
da carga para a qual ocorre o rendimento má ximo. O cá lculo da variaçã o das per-
das rotacionais baseia -se na hipó tese de que a perda é uma fun çã o direta da varia -
çã o da velocidade. Isto é ilustrado no Exemplo 12- 3.

E X E M P L O Um motor composto de 150 HP, 600 V tem 250 A de corrente nominal para a
-
/ 2 J: velocidade nominal de 1.500 riDm . A resist ê ncia do circuito do campo -derivação
é 300 ohms ; a resist ê ncia total do circuito da armadura é 0,05 ohm ; e a resis-
t ê ncia do campo-sé rie é 0, 1 ohm . Quando foi posto a girar a vazio, como motor,
à velocidade nominal e com uma tensã o aplicada , Va, de 570 V , a armadura soli-
citou 6 A. A velocidade ^ a vazio, do motor foi 1.800 rpm. Calcule :
a . As perdas rotacionais a plena carga e para 1/4, 1/ 2, 3/4 e 11 / 4 da plena carga.
b. As perdas el é tricas variá veis a plena carga e também as perdas el é tricas variá -
veis para as cargas do item (a ).
c. O rendimento do motor para as cargas do item (a ).

Solução :
a. Perdas rotacionais = Vln
a a = 570 V x 6 A —
= 3.420 W a 1.500 rpm (carga nominal) (12-5)
Velocidade a 1/4 da carga =

= 1.800 -
300
4 -
1.800 - 15 = 1.725 rpm

Perdas rotacionais a 1.725 rpm =


1.725
x 3.420 W = 3.930 W
1.500
300
Velocidade a 1/2 carga = 1.800 — — 1 = 1.650 rpm

1.650
Perdas rotacionais a 1.650 rpm = x 3.420 W = 3.760 W
1.500
3
Velocidade a 3/4 da carga = 1.800 —
-7- x 300 = 1.575 rpm
4
1.575
Perdas rotacionais a 1.575 rpm = x 3.420 W = 3.590 W
1.500

í
- x 3 0 0 = 1.425 rpm
Velocidade a 5/4 da carga = 1.800 - -

1.425
Perdas rotacionais a 1.425 rpm = x 3.420 W = 3.250 W
1.500
b. I 2a( Ra + Rs ) = ( 203)2 (0,05 4- 0,1) = 6.150 W a plena carga
= perda variá vel a plena carga
2
Perdas variá veis a 1/4 da carga = 6.150 W x = 384 W

Perdas variáveis a 1/2 da carga = 6.150 W x = 1.535 W


RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 471

Perdas variá veis a 3/4 da carga = 6.150 Wx |- 4


2
= 3.450 W
Perdas variá veis a 5/4 da carga = 6.150 W x l - P = 9.600 W
4
c. Rendimento do motor
Potência de entrada Perdas
= — (12 2b) -
Potêncià de entrada
onde Potência de entrada = volts x ampéres x fração de carga
Perdas = perdas no campo -I- perdas rotacionais 4- perdas elétricas variá veis
1
Entrada a 1/4 da carga = 600 x 205 x — = 30.750 W (em números
, 4 redondos )
1
Entrada a 1/2 da carga = 600 x 205 x — = 61.500 W
t
Entrada a 3/4 da carga = 600 x 205 x —4 = 92.250 W
Entrada a 4/4 da carga = 600 x 205 x —44 = 123.000 W
*
Entrada a 5/4 da carga = 600 x 205 x —4 = 153.750 W \
4
Perdas no campo, para cada uma das condições de carga =
= 600 V x 2 A = 1.200 W í
As perdas rotacionais foram calculadas, para cada condição, no item (a )
As perdas elétricas variá veis, para cada condição, foram calculadas no item ( b)
30.750 - (1.200 -f 3.930 + 384)
Rendimento a 1/4 da carga =
30.750 *4
= 0,826 ou 82,6 % A

61.500 - (1.200 4- 3.760 + 1.535)


Rendimento a 1/2 da carga =
61.500
= 0,894 ou 89 ,4 %
92.250 - (1.200 + 3.590 4- 3.450)
Rendimento a 3/4 da carga = 92.250
= 0,912 ou 91,2 %
123.000 - (1.200 + 3.420 4- 6.150)
Rendimento a 4/4 da carga = “
123.000
= 0,9125 ou 91,25 %
Rendimento a 5/4 da carga 153.750 4- (1.200 4- 3.250 4- 9.600)
= 153.750
= 0,909 ou 90 ,9 %

Os resultados estão tabelados na pá gina seguinte.


O Exemplo 12-3 indica que, embora a perda no campo seja substancialmente
constante, as perdas rotacionais decrescem na mesma proporçã o da velocidade .
1

472 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Ao mesmo tempo, as perdas variá veis aumentam com o quadrado da corrente


da armadura . A fim de determinar (com alguma exatid ã o) o ponto para o qual
ocorre o rendimento m á ximo, é necessá rio escolher vários valores de
Ia imedia-
tamente acima e abaixo do ponto da carga nominal e plotar no grá fico os dados
resultantes do rendimento versus a corrente da armadura . O valor de , para
Ia
o qual ocorre o rendimento m á ximo, pode entã o ser determinado graficamente.
Um mé todo alternativo é plotar ambas no grá fico , as perdas rotacionais e
as perdas elé tricas variá veis, em ordenadas, contra Ia em abscissas. O ponto para
o qual as perdas se cruzam revela exatamente o valor de Ia para o rendimento má-
ximo, determinado por via grá fica .

PERDAS EXPRESSAS EM WATTS

ITEM 1/4 DA 1 /2 DA 3/4 DA 4/4 DA 5/4 DA


CARGA CARGA CARGA CARGA CARGA

Perdas de entrada 30.750 61.500 92.250 123.000 153.750


Perdas no campo 1.200 1.200 1.200 1.200 1.200
Perdas rotacionais , do item ( a ) 3.930 3.760 3.590 3.420 3.250
Perdas elétricas variá veis, do item (b) 484 1.535 3.450 6.150 9.600
Total das perdas 5.514 6.495 8.240 10.770 14.050
*
çr , Rendimento em porcentagem 82,6% 89,4% 91,2% 91,25% 90,9%

-
Os Exemplos 12- 1 e 12 3 indicam que os dados obtidos do ensaio a vazio
( no qual a m á quina CC gira a vazio, como motor ) podem ser usados na determi-
naçã o do rendimento, tanto do gerador como do motor . Os cá lculos para o rendi -
mento do motor são algo mais complexos, devido à variaçã o da velocidade.

12-7. DUPLICA ÇÃ O DO FLUXO E DA VELOCIDADE


Uma aná lise das perdas indicadas na Tabela 12- 1 indicar á que a suposiçã o
feita nos Exemplos 12- 1 e 12- 3 n ã o é absolutamente correta no que diz respeito
às perdas rotacionais, isto é, que as perdas rotacionais variem apenas com
a velocidade se a excita çã o da m á quina ( corrente de campo ) for mantida cons-
tante . Conforme aumenta a carga da m á quina , aumenta a reaçã o da armadura ,
produzindo uma alteraçã o na densidade do fluxo que afeta as perdas no n úcleo.
Ao mesmo tempo , h á també m uma altera çã o da fem gerada ou fcem ( da qual de-
pende a pot ê ncia mecâ nica desenvolvida pela armadura ) com o acréscimo da carga.
A fem gerada ou fcem varia diretamente com o fluxo e com a velocidade , e
as perdas rotacionais também variam diretamente com o fluxo e a velocidade . Por-
tanto, para uma máquina cuja velocidade varia ( Exemplo 12- 3) ou cuja fem gerada ,
pode variar ( Exemplo 12- 1 ) , seria melhor repetir o ensaio a vazio sob vá rias con-
dições de funcionamento, que reproduzam as condições de fluxo e velocidade da
-
m á quina . Como mostra a Fig. 12 2 b, uma resistê ncia é ligada em sé rie com o cir-
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 473
cuito da armadura, a fim de reduzir a tensão aplicada à armadura até o valor cal -
culado da fem gerada ou fcem para a velocidade requerida (ou reduzida) .
Como o ensaio é realizado a vazio , a queda de tensã o no circuito da armadura
é muito pequena , e a tensão Va aplicada à armadura pode ser tomada como a fem
gerada ou a fcem para quaisquer condições dadas . Para qualquer valor predeter-
minado de velocidade, portanto , a perda roí acional é igual à leitura de
Va x Ia
menos as pequenas perdas no cobre a vazio , que podem també m ser desprezadas .
Assim , ao duplicar-se a fcem , també m são duplicadas as condições de fluxo e velo-
cidade .
O Exemplo 12-4 ilustra o mé todo no caso da determinação do rendimento
do motor , mas ele pode igualmente ser utilizado para o rendimento do gerador .

E X E M P L O Um motor composto de 150 HP, 600 V tem a velocidade nominal de 1.500 rpm
12-4 : e a corrente nominal de 205 A . A resist ência do campo-derivação é 300 ohms,
a do circuito da armadura é 0,05 ohm e a do campo série 0, 1 ohm. Para a carga
nominal , calcule:
a . A fcem a ser aplicada à armadura quando funcionando a vazio, nas mesmas 4
condições de fluxo e velocidade .
b . As perdas rotacionais, se a corrente da armadura é 6 A quando se aplica a
1
tensã o apropriada e a velocidade é 1.500 rpm .

Solução :

A plena carga,
600 V
Ia = 1 L — If = 205 A — 300 n = 203 A ii
a . A plena carga, Ec = Vt - Ia ( Ra + Rs ) = 600 - 203 (0, 15 ) = 600 - 30,5 =
J
= 569,5 V
b Pperdas
*

= 569, 5 x 6 = 3.410 W = perdas rotacionais
Note-se que o valor das perdas rotacionais , obtido em ( b) no Exemplo 12-4,
compara -se de maneira favorá vel com o obtido à carga nominal em ( a) , no Exem-
plo 12- 3 .

12-8. RENDIMENTO DA M ÁQUINA SlNCRONA CA


Essencialmente , a ú nica diferença real entre um alternador sí ncrono e um ge-
rador CC é o fato de que, no primeiro , a armadura é estacionária e o campo está
girando a uma velocidade constante . A resistência efetiva ( CA ) da armadura ,
por fase , do alternador é obtida normalmente da mesma maneira que a utilizada
no método da impedâ ncia s í ncrona para determinação da regulação do alternador
( Seç . 6- 10 , Fig . 6- 7 a ) atrav és da medi çã o da resistência a CC . A perda do cobre
no circuito do campo-derivaçã o VfIf é també m determinada por mediçã o em CC.
Como no caso das máquinas CC, independentemente de ser o rendimento
de um motor s í ncrono ou de um alternador o que se quer determinar , a máquina
sí ncrona CA é posta a funcionar como motor sí ncrono a vazio, à velocidade sín-
crona (o mé todo convencional de funcionamento a vazio) . A corrente de campo
474 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

é normalmente ajustada ao valor da placa correspondente ao fator de potência


para o qual ocorre a operação normal ou, no caso de um motor s íncrono, para
prover a corrente m í nima (fator de potê ncia unitá rio). Ligam -se os instrumentos
conforme a Fig. 12- 3a , para se lerem as correntes de armadura trifásicas balancea -
das, à tensão de linha nominal, e determina -se ainda a potê ncia de entrada ( usando
o m é todo de um, dois ou tr ês wattímetros). As perdas rotacionais, como no caso
das m á quinas CC , sã o iguais à pot ê ncia de entrada na armadura menos as perdas
no cobre a vazio, ou

o 'Ttnrs Ia II


"

If
Tensão
-- V , VL
3 <£ o
nominal ©Y M Fonte CC

o o

( a ) Ensaio de funcionamento a vazio de uma m áquina s íncrona, ( b) Método da m áquina CC calibrada.

. -
Fig 12 3
— M é todos para determinação do rendimento de máquinas sí ncronas CA.

Perdas rotacionais de m á quinas s í ncronas CA ( Pr ) =


= Potência de entrada a vazio na armadura - Perdas no cobre da armadura

Pr = V 3 x 2
Valacos 6 - 3 I aRa ( 12 -7)
onde I a é a corrente da armadura de fase ou de linha e Ru é a resist ê ncia efetiva
da armadura por fase.
Uma vez que ambos, motor s í ncrono e alternador, sã o operados à velocidade
constante a uma frequ ê ncia fixa , as perdas rotacionais podem ser consideradas
constantes. O rendimento à plena carga , para o fator de pot ê ncia unit á rio ou
qualquer outro, é ent ã o calculado como mostra o Exemplo 12- 5.

E X E M P L O O alternador trif ásico, liga ção em estrela, testado pelo m é todo da imped â ncia
12-5 : síncrona no Exemplo 6-4 é posto a girar a vazio como um motor síncrono ali-
mentado à sua tensão nominal, para determinar suas perdas rotacionais. A
corrente da armadura a vazio é 8 A e a pot ê ncia de entrada é 6 kW. Uma tensã o
de linha a circuito aberto de 1.350 V é obtida com uma excita çã o CC de 18 A a
125 V no campo. Supondo que n ão variem as perdas no nú cleo e a excita çã o CC,
desde a vazio até a carga nominal, calcule :
a. as perdas rotacionais da m á quina síncrona
b. a perda no cobre do campo
c. as perdas elétricas na armadura para 1/4, 1/2, 3/4, e para a plena carga
d. o rendimento para estas cargas a um fator de pot ência de 0,9 em atraso.
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA
475
Solução :

A partir do Exemplo 6-4,


Ra = 0,45 íí/fase; Ia (n) = 52,5 A
a. Da Eq. (12-7), Pr = 6.000 - (3 x 82 x 0,45)
= 6.000 - 86,4 = 5.914 W (perdas rotacionais)
b. Perdas no campo = 125 V x 18 A = 2.250 W
c. Perdas elétricas no cobre da armadura
=

_ ., . .
= 3l ] nRa = 3 x (52,5) 2 x 0,45 = 3.725 W
Perdas no cobre da armadura
1 , „
a

3
d p

^ carga = 233 W

= 932 W
i
*
a
4

da plena carga = 3.725 xl
16
= 2.100 W it
d . Rendimento em percentagem
( potência nominal x a carga )
x 100
( potê ncia nominal x a carga ) 4- perdas

Nota : A capacidade é dada como 100 kVA, o que é igual a 100.000 VA e, a um


fator de potência de 0,9 em atraso, a potência se torna 90.000 watts. Este
valor
será o utilizado nos cálculos a seguir. As perdas rotacionais determinadas
em
(a ) eram 5.914 W e as perdas no campo determinadas em ( b) eram 11
2.250 W. As
perdas elétricas variá veis na armadura ( no cobre) foram determinadas em (
c).
No cá lculo do rendimento para as vá rias cargas, as perdas totais aparecem no
denominador, em cada caso, como se verá abaixo. Assim, o rendimento per
centual rj é
-
(100.000 x 0,9) x (1/4)
a — da carga = [(100.000 x 0,9) x ( x
1/4)] + ( 5.914 + 2.250) 4- 233 100
90.000 x (1/4) 22.500
[90.000 x (1/4)] 4- 8.164 + 233 x 100 = 30.897 x 100
= 72,7 %
x ( 1 / 2)
a —1 da carga = [90.000 x90.000
( 1 2 )] -I- 8.164
x 100 = 83,2 %
/ + 932
3 90.000 x (3/4)
a — da carga = [90.000 x 100
x (3/4)] 4- 8.164 4- 2.100 = 86,8 %
a plena carga ou 4/4 da carga
90.000 x 4/4)
n ~ [90.000 x (4 4)] 4- (8.164 x 100 = 88,25 %
/ 4- 3.725
476 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

12-9. VENTILAÇÃO DOS ALTERNADORES


Uma porçã o das perdas rotacionais do Exemplo 12- 5 corresponde ao deslo-
camento de ar criado pelo movimento do rotor e pelo ventilador montado no
eixo do alternador. O resfriamento a ar por meio de ventiladores internos é nor-
malmente inadequado para alternadores de tamanhos maiores, entretanto, para
os quais se utilizam mé todos de ventilação confinada e forçada , a fim de : ( 1 ) re-
mover o calor produzido com uma razoá vel elevaçã o da temperatura tanto do
alternador como do gás refrigerante empregado ; ( 2) utilizar um gás refrigerante
com uma perda por circulaçã o de ar menor, e, possivelmente, com um calor espe-
cí fico maior que o do ar ; ( 3) confinar o sistema de ventilaçã o do alternador para
manter afastadas sujeiras e umidade (elementos estranhos estes que encurtariam
a vida do alternador ) ; (4) aumentar o rendimento e (5) aumentar a capacidade do
alternador.
Em turboalternadores modernos, que giram a altas velocidades e que utilizam
sistemas confinados de ventilaçã o forçada a ar , a metade ou mais das perdas rota -
cionais totais à plena carga ( V . Exemplo 21-5) resulta normalmente do ar forçado
através dos dutos axiais praticados no rotor e na armadura do estator . O hidro-
gé nio tem menos viscosidade que o ar , cerca de oito vezes a sua condutividade té r-
mica e aproximadamente a mesma capacidade calorí fica por volume, de modo
que a refrigeraçã o com um dado fluxo de hidrogé nio, em relaçã o ao ar ( 1 ) é mais
eficiente no abaixamento da temperatura do alternador e ( 2) requer menos perdas
por deslocamento gasoso do meio refrigerante. Duas vantagens adicionais do
uso do hidrogénio sã o ( 3) n ã o se produz oxidaçã o no isolamento, porque h á efeito
corona com o hidrogé nio, e ( 4) é necessá rio um potencial mais elevado para a
perdura çã o do corona numa atmosfera de hidrogé nio-ar do que numa atmosfera
comum de ar.
Algumas misturas de ar e hidrogénio sã o, entretanto, extremamente explo-
sivas , mas a experiê ncia tem demonstrado que as explosões serã o inibidas numa
gama de 6 por cento de hidrogé nio e 94 por cento de ar até 71 por cento de hidro-
gé nio e 29 por cento de ar. Quando h á mais que 71 por cento de hidrogé nio, a quan -
tidade de oxigé nio no gá s é insuficiente para manter a combustã o. Como resul-
tado, empregam-se misturas com 90 por cento de hidrogé nio, nã o havendo perigo
de explosã o, mesmo em altas temperaturas de igniçã o.
Quando o hidrogénio é usado como meio refrigerante, o sistema deve ser
completamente vedado. O hidrogé nio é posto a circular por ventiladores, através
do estator e do rotor, passando após sobre serpentinas de resfriamento dentro
da carcaça herm ética ; as serpentinas cont êm um meio refrigerante
.

O gá s
normalmente
é mantido a
óleo ou água — para trocar calor com o hidrog é nio circulante
uma press ã o maior que a atmosf é rica , para impedir prov á veis ingressos no sis-
tema de ar , que o contaminari a, e a press ã o é medida cuidadosam ente para per-
mitir a detecçã o de vazamentos, e evit á-los.
A refrigeração por meio de hidrogénio aumenta o rendimento total à plena
carga de aproximadamente 1 por cento, mas aumenta a capacidade do alternador
de 25 por cento. Este último é o principal fator que justifica a sua utilização.
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 477

12- 10. RENDIMENTO DE M ÁQUINAS SÍ NCRONAS CA ATRAVÉS


DO M ÉTODO DO MOTOR CC CALIBRADO
Um procedimento recomendado pelo AIEE (agora IEEE) para determinar
o rendimento do alternador ( ou motor ) s í ncrono CA , e simultaneamente a regu-
laçã o em tensã o daquele, é ilustrado na Fig . 12- 3b, na qual um motor CC é aco-
plado ao alternador , e é descrito através dos passos seguintes . O motor é um motor
calibrado , cujo rendimento é conhecido em toda a gama , desde a vazio até a plena
carga .
Procedimento Finalidade
1. Acione o alternador à velocidade 1. A pot ência de entrada do motor
sí ncrona, sem excitaçã o no circuito CC vezes o seu rendimento (co-
de campo, através do motor CC nhecido) é a potência de entrada
calibrado. do alternador, que representa as
suas perdas por atrito e desloca-
mento de ar.
2. Repita o procedimento 1 , mas 2. O acréscimo na potência de en - i
excite o campo do alternador com
'

trada do motor vezes o seu rendi-


a excitação normal , isto é, a exci - mento representa o acréscimo da
tação a circuito aberto que produ- potê ncia de entrada do alternador
zir á a tensã o nominal à carga ou as perdas no núcleo ( por his-
nominal . 5 terese ou por correntes parasitas ). !
As perdas no cobre do campo CC
sã o també m obtidas ( ou seja,
V f l f\ bem como são inclu ídas
também as perdas nas escovas.
Todas estas perdas são perdas
fixas.
3. Reduza a excitaçã o do campo a 3. As perdas no cobre são conside-
zero, curto-circuite a armadura do radas desprezá veis por ser t ão
alternador e execute o ensaio de baixa a excitação. A potência de
curto-circuito ou de imped â ncia entrada do motor vezes o seu
da máquina sí ncrona (Seç. 6- 10), rendimento representa agora as
isto é, eleve a corrente de campo perdas totais à plena carga no
até que a corrente nominal da enrolamento da armadura, mais
armadura seja produzida a velo- as perdas por atrito e ventilação
cidade nominal . ( procedimento 1 acima). A dife-
rença entre os valores obtidos em
3 e 1 é a perda no cobre à plena
carga .
4. Remova o curto-circuito dos ter- 4. Este passo permite determinar-se
minais da armadura e meça a ten - a imped â ncia e a reat â ncia sí n -
são a circuito aberto da armadura, - crona por fase (esta última cal-
para esta excitação do circuito de culada da forma normal).
campo (ensaio a circuito aberto).
5
Se o que se deseja é medir as perdas por atrito nas escovas, nos ané is coletores do alternador
escovas excitatrizes, estas serão colocadas em posição, sem tensão de excitação, sendo a potência
de entrada do motor calibrado novamente medida. O acréscimo na potência de entrada , em relação
ao procedimento 1, é a perda por atrito nas escovas à velocidade síncrona.
478 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

A vantagem ó bvia do método do AIEE , que usa o motor CC calibrado, é


que o rendimento de um alternador (ou motor) sí ncrono, bem como a regulaçã o
de tensã o ( pelo mé todo da imped â ncia sí ncrona) sã o determinados simultanea-
mente. Dadas as perdas por corrente contí nua no campo, as perdas à plena carga
no cobre da armadura , e as perdas rotacionais (atrito, ventilaçã o e perdas no n ú cleo )
à velocidade nominal, a determina çã o do rendimento é feita da mesma maneira
que se procedeu no Exemplo 12- 5.

12-11 . RENDIMENTO DAS M Á QUINAS ASSÍ NCRONAS DE INDU ÇÃ O

A m á quina de induçã o quer funcionando como motor , quer como gerador^


experimenta uma varia çã o na velocidade do rotor com a carga , bem como uma
varia çã o na frequ ê ncia do rotor resultante desta varia çã o da velocidade, conforme
se discutiu no Cap. 9.
De maneira distinta à s m á quinas sí ncronas, nem as perdas rotacionais (que
sã o fun çã o da velocidade e da frequê ncia ), nem as perdas elé tricas do rotor e do
estator (que sã o fun çã o da carga ) sã o constantes. Devem, portanto, ser empre-
gados outros mé todos para determinar-se o rendimento das máquinas de indução
sí ncronas CA. Uma vez que raramente interessa conhecer o rendimento dos gera-
dores de indução, a discussã o que se segue limitar-se-á principalmente a má quina
de induçã o funcionando como motor tanto monofásica , como polifasicamente
alimentado.
Dois sã o os métodos geralmente empregados. O primeiro é um mé todo con-
vencional , no qual nã o se envolve carregamento do motor de indução, chamado
método dos ensaios a circuito aberto e de curto-circuito ( rotor bloqueado). Este
método é normalmente empregado para motores de induçã o extremamente grandes ,
para os quais o carregamento direto seria pouco pr á tico, inconveniente ou anti-
econ ô mico.
O segundo mé todo é o indicado pelo AIEE, a partir do escorregamento em
fun çã o da carga e do circuito equivalente. Este m é todo é geralmente mais preciso
que o m é todo convencional do rotor bloqueado , mas requer a medida do escorre-
gamento para vá rias cargas, desde a situa çã o a vazio at é a plena carga ( nominal )
do motor de induçã o. E normalmente aplicado a pequenos motores de indu çã o ,
que podem ser carregados por freios de Prony ou a geradores el é tricos . Isto sugere ,
é claro, que , se o carregamento é possí vel, um gerador calibrado pode ser usado
para determinar o rendimento. Este é evidentemente um terceiro processo , e o
rendimento pode ser eletricamente calculado como a relaçã o da pot ê ncia de entrada
do gerador calibrado ( pot ê ncia de saída do motor) para a pot ê ncia elé trica de en -
trada do motor, para uma dada carga . Como se estabeleceu previamente, o ren-
dimento de pequenos motores de indu çã o polif ásicos pode també m ser determinado
( um quarto m é todo) por meio de um dinam ômetro ou freio de Prony que tenha
os valores das pot ências de sa í da do motor medidos, parq determinadas cargas,
enquanto as pot ê ncias de entrada sã o medidas eletricamente. Os três ú ltimos
mé todos são apenas aplicá veis a pequenos motores de indu ção. O primeiro mé todo
se aplica a qualquer tipo de motores de indução, grandes ou pequenos.
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 479

Deter- nos-emos mais detidamente apenas no m é todo convencional (Seç.


12-13) e no método do AIEE (Seç. 12- 14).

12-12. RESISTÊNCIA EQUIVALENTE DE UM MOTOR DE INDUÇÃO


Ambos os testes acima descritos para a determinaçã o do rendimento do motor
de induçã o requerem uma expressã o da resistência equivalente entre os terminais
de linha do motor , relativa aos circuitos do rotor e do estator, referida ao estator,
nas condições de rotor ' bloqueado. É , pois, necessá rio derivar esta expressã o.
A Fig. 12-4a mostra um motor de induçã o com o estator ligado em delta e o rotor
bloqueado . No momento da partida , ou seja , com o rotor bloqueado, o estator
ligado em delta pode ser considerado como o prim á rio de um transformador,
cujo secund á rio é o rotor em curto-circuito. A resistê ncia equivalente total entre
linhas ReV referida a qualquer dos terminais do estator na Fig. 12-4a , é , pela teoria
do circuito paralelo :
Ra 2 Ra _ 2
* .« = Ra *+ 2 Ra 3 a ( 12-8)

e també m

4 *- ( 12-8)

Se o rotor est á bloqueado, uma tensã o de excita çã o de menos de 10 por cento


da nominal pode ser aplicada ao estator, de modo a desenvolver a corrente nominal
da armadura no estator , Ia , uma vez que a tensã o corresponderá à queda na resis-
t ê ncia do rotor /? r , produzida pela corrente de carga nominal . A esta excita çã o
reduzida, as perdas no n úcleo são desprezí veis, Wc x B 2 1 2 uma vez que —
10
representam menos de um cent ésimo de seu valor da tensã o nominal . 6
A pot ência de entrada no estator representa, em repouso, apenas as perdas
no cobre equivalentes do rotor e do estator combinadas, Pe , na Fig . 12-4a, ou

P c = 3 / aXa =3 2
Ra = I?l Ra

Substituindo, nesta equaçã o, Ra por seu valor tirado da Eq . ( 12-8), temos

6
Pc = 11? (12-9)

Em alguns casos, pode ser necessá rio usar valores de tensã o de excitação mais altos (acima
de 10% ) para obter a corrente nominal da armadura do estator. Em tais casos, as perdas do n úcleo
não podem ser desprezadas. Sob estas circunstâ ncias, é costume se utilizarem tensões de excitação*
que produzam metade da corrente nominal e das perdas no cobre, e modificar as Eqs. ( 12 9) e
( 12-9a ) de acordo, na determinaçã o de
-
Rel e Pc.
480 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

It Ra
MKTO
? Ia
Rei

HTBTsimwtr'
Ia
lI f
— RQ

Ra
(a ) Ligação em delta . ( b ) Ligação em estrela.

.
Fig 12 4- — Determinação da resistência equivalente do estator (e rotor ),
através de medição entre linhas do estator .

onde It é a corrente de linha de um motor de indu çã o trif á sico é Rel é a resist ê ncia
equivalente total entre linhas de um tal motor ( representando as resist ê ncias com-
binadas do estator e do rotor ), referida ao estator.
Semelhantemente, imaginando que o estator do motor é ligado em estrela,
como mostra a Fig . 12-4 b :
ft
Rel = A e Ra = —^ ( para um estator ligado em estrela )

A pot ência de entrada ou perda equivalente no cobre, para um estator ligado


em estrela , à tensã o reduzida , é

t
Rc = 3/2A = 3/A y , Re<
I2 (12-9a)

Note-se que esta expressã o é a mesma da Eq . ( 12-9) para um estator ligado


em delta. É assim completamente desnecessário saber se o estator está ligado em
estrela ou em delta . A perda no cobre equivalente pode ser medida entre linhas,
e a resist ê ncia equivalente total entre linhas pode ser determinada a partir da Eq .
-
( 12 9) para os valores da resist ê ncia total do estator e rotor combinados e referidos
ao estator . Isto será bem ilustrado no Exemplo 12-6.

12-13. RENDIMENTO DO MOTOR DE INDU ÇÃO A PARTIR DOS


ENSAIOS A CIRCUITO ABERTO E DE CURTO-CIRCUITO
( ROTOR BLOQUEADO)

Como se estabeleceu no Cap. 9, o circuito de um motor de indução funcio-


nando sob carga ( bem como no instante da partida) pode ser representado como
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 481

o de um transformador [ V. Fig. 9- 11 e Eqs. (9-9a ) e (9-16)]. Os mé todos conven-


cionais para a determinaçã o do rendimento do transformador 7 , usando os ensaios
a circuito aberto ( a vazio) e em curto-circuito ( rotor bloqueado) do transformador,
aplicam-se també m, convenientemente, ao motor de indução. Como no trans-
formador 8 , a determinaçã o do rendimento é processada em duas etapas :

12-13.1 ENSAIO A VAZIO, A CIRCUITO ABERTO


O motor de induçã o é ligado a uma linha , que o alimenta à sua tensã o nominal ,
e é posto a girar sem carga acoplada ao seu eixo . Sob estas condições, como no
caso dos ensaios “a vazio” já vistos, a potência de entrada no estator de um motor
de induçã o representa ( 1 ) as perdas rotacionais ( no n úcleo e perdas mecâ nicas),
e (2) uma pequena perda equivalente a vazio, no cobre do estator e do rotor. ( A
ú ltima n ã o é desprezí vel , como mostra o Exemplo 12-6 b.)

12-13.2 ENSAIO DE CURTO-CIRCUITO A ROTOR BLOQUEADO


O motor é desligado da alimentaçã o e seu rotor é bloqueado, de modo que
nã o possa girar. Uma tensã o trifásica, cujo valor possa ser gradativamente aumen-
tado, é aplicada (a partir de um variac trifásico ou de um regulador de induçã o
polif ásico) ao estator , at é que circule a corrente de linha nominal de placa . Como
no ensaio de curto-circuito do transformador , e pelas razões demonstradas na Seç.
12-11, as perdas no n úcleo ( ferro) são desprezá veis, e não há perdas mecâ nicas,
uma vez que o motor est á parado. A potê ncia total solicitada pelo motor repre-
senta, pois, as perdas elé tricas no cobre, a plena carga , correspondendo ao estator
e ao rotor. A resist ê ncia total equivalente (entre linhas) do motor é calculada
pela Eq. (12-9). Este valor é ent ão usado no cálculo das perdas rotacionais, a partir
do ensaio a vazio do item anterior, como na determinaçã o do rendimento.
O Exemplo 12-6 ilustra o tratamento dos dados e a determinaçã o do rendi
mento por este método.
-

E X E M P L O Um motor de indu ção trif ásico, de 5 HP, 60 Hz, 220 V, fator de potência 0,9
12-6 : tem uma corrente nominal de placa de 16 A, correspondendo à corrente de linha,
e uma velocidade de 1.750 rpm. Os dados obtidos pelos ensaios de circuito aberto
e de curto-circuito sã o:
Ensaio de Ensaio a
circuito aberto curto-circuito
Corrente de linha 6,5 A 16 A
*

Tensão de linha 220 V 50 V


Watt í metro polif ásico 300 W 800 W ( perdas no
cobre equivalen -
tes, à plena carga )

7
V. Seç. 13-8.
8
Ibidem.
482 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Calcule :
a. A resistência total equivalente, entre linhas, do motor de indu ção.
b. As perdas rotacionais.
c. As perdas equivalentes no cobre a 1/4, 1/2, 3/4 e lV4 da carga nominal.
d. O rendimento para estas cargas.
*
e. A potê ncia de saída em HP para estas cargas.
f . O torque de sa ída à plena carga.

Solução :

a. Rel = (3/Pc
800
X
2 ..
= 2,08 n
O „
2)If 162 y
b. Perdas rotacionais = Pr - l ] Rel = 300 — 6,52 —
x 2,08 = 300 132 = 168 W
c. Perdas equivalentes no cobre para as v á rias frações de carga
A 1/4 da carga = 800 W x ( 1 /4) 2 = 50 W
A 1/2 da carga = 800 x (1/2)2 = 200 W
A 3/4 da carga = 800 x (3/4)2 = 450 W
A plena carga = 800 W, conforme indicaram os dados do ensaio a curto-
circuito
A ll /4 da carga = 800 x ( 5/4)2 = 1.250 W
d . O rendimento em percentagem, para o motor é, pela Eq . (12-2b)
_
( P. de entrada à plena carga vezes a fraçã o da carga ) menos as perdas
x 100
^ (Potência de entrada à plena carga vezes a fração da carga )
A pot ência de entrada à plena carga = V 3 x 220 x 16 x 0,9 = 5.480 W
As perdas rotacionais, da parte ( b) = 168 W
As perdas equivalentes no cobre foram calculadas em (c)
O rendimento percentual
(5.480/4) - ( 168 + 50) 1.370 - 218
A 1/4 da carga = x 100 = x 100 =
(5.480/4) 1.730
= 84,2 %
( 5.480/2 ) - ( 168 + 200)
A 1/ 2 da carga = x 100 = 86,5 %
( 5.480/2)
[5.480 ( 3/4)] - (168 + 450)
A 3/4 da carga = x 100 = 84,9 %
5.480 (3/4)
[5.480 (4/4)] - (168 + 800)
A 4/4 da carga = x 100 = 82,1 %
5.480 (4/4)
A 5/4 da carga = —
[5.480 ( 5/4)] (168 + 1.250)
x 100 = 79,3 %
5.480 ( 5/4)
e. Potência de saída em HP = —
Potência de entrada perdas
746 W/HP
f
Potência de saída em HP
(5.480/4) - 218
A 1/4 da carga = = 1,545 HP
746
(5.480/2) - 368
A 1 /2 da carga =
746
= 3,18 HP
RELAçõES DE POTê NCIA E ENERGIA 483

A 3/4 da carga =
[5.480 x (3/4)] - 618
746 = 4,68 HP -
[5.480 x (4/4)] - 968
A 4/4 da carga = = 6,04 HP
746
[5.480 x (5/4)] - 1.418
A 5/4 da carga = = 7,28 HP
746
HP x 5.252
f . Torque de saída =
Velocidade
A plena carga , o torque de saída
6,04 x 5.252
T= = 18,1 Ib-pé
1,750

Foram feitas vá rias hipóteses para a determina çã o do rendimento do motor


de indu çã o pelos ensaios a circuito aberto e a curto-circuito ou rotor bloqueado,
pelo m étodo visto no Exemplo 12-6. Como se mostrou na soluçã o , imaginou -se
uma perda rotacional constante para todos os pontos de carga. A Tabela 12-1
indica que as perdas mecâ nicas, tais como atritos nos mancais e deslocamento
de ar sã o funçã o da velocidade. Alé m disto, as perdas no n úcleo , ou no ferro , sã o
!
i

fun çã o da velocidade e ( parcialmente) da frequ ê ncia do rotor , que aumenta com


o escorregamento. A frequ ê ncia algo maior tende a contrabalan çar o decréscimo
da velocidade, de modo que a suposiçã o é justificada . Mais ainda , desde que o
escorregamento à plena carga raramente excede 5 por cento , e, desde que as perdas
rotacionais sã o uma pequena parcela das perdas totais à medida que aumenta a
carga , este erro introduzido no rendimento n ã o é muito significativo.
O ensaio a rotor bloqueado, al é m disto, supôs as perdas no n ú cleo despre-
zá veis. Estas variam com a tensã o de excitaçã o aplicada ao estator nas condi-
ções de rotor bloqueado. Se a tensã o de excitaçã o é uma pequena percentagem
da tensã o nominal , isto é , menos de 10 por cento, a hipótese é justificada . Mas
alguns motores de induçã o, devido à elevada reat â ncia a rotor bloqueado, reque-
rem tensões que chegam a 33% da nominal , para que a corrente nominal de linha
circule no estator . Nestas circunst â ncias, as perdas no n úcleo a rotor bloqueado
não são 1 /100 das perdas com excitação nominal , mas 1/9 delas. O valor nã o é
mais desprezá vel, devendo os dados dos ensaios de curto-circuito serem devida -
mente compensados, como indica a nota 6 que se refere à Eq. ( 12-8).
Finalmente, o ensaio a rotor bloqueado foi feito com o rotor parado e à fre-
qu ência de linha para determinar a efetiva resistência equivalente total a CA do
estator e do rotor combinados. Mas esta não é a frequ ência de linha a que o rotor
estará sujeito sob carga e escorregamento nominais, e a componente de resistê n-
cia do rotor, da resistê ncia total equivalente, Rel pode ser algo maior, bem como
maiores ser ã o as perdas calculadas no cobre. Isto também conduz a um valor
algo impreciso das perdas rotacionais a partir dos dados a vazio. Para motores
de indu ção extremamente grandes, que são normalmente ensaiados por este m é-
todo convencional de ensaio a vazio, o rendimento assim calculado é um valor
pessimista, uma vez que cada uma das hipóteses precedentes conduz a um valor
484 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

mais baixo do rendimento ( de 2 a 3 por cento menos) em rela ção ao que realmente V-
ocorreria sob condições de carregamento real. O valor pessimista é preferido,
devido ao fato dos fabricantes poderem garantir que, no uso prático, o motor terá
um rendimento mais elevado.

12- 14. RENDIMENTO DO MOTOR DE INDU ÇÃO


PELO M ÉTODO DO AIEE DO CIRCUITO
EQUIVALENTE DE CARGA - ESCORREGAMENTO
Este método, recomendado pelo AIEE como norma para ser usada no ensaio
de motores de induçã o, leva a um valor calculado para o rendimento que é algo
mais próximo daquele que realmente ocorre sob as diferentes condições de carga .
O conceito fundamental , sob o qual este método está baseado , advém da Eq . (9-9a)
e da Fig . 9 - 11 para o circuito equivalente do rotor sob as condições de funciona -
mento , como se discutiu na Seç . 9- 12 . Lembramos que a relaçã o fundamental
derivada estabelecia que a potência desenvolvida pelo rotor , por fase , era igual
à potência de entrada no rotor , por fase , menos as perdas no cobre por fase , ou

1-S
( I2 R >- 2 V -
' s 'A (9- 17)

Da relaçã o estabelecida , pode-se ver que


a potência de entrada no rotor (por fase e total ) =
perdas no cobre do rotor
5 escorregamento
i

donde

perdas no cobre do rotor escorregamento x potência de entrada no rotor


( por fase e total ) (9- 17a)

O significado da relaçã o expressa na Eq . ( 9- 17a) é que agora é possível dis-


tinguir entre as perdas no cobre do rotor e as do estator , uma vez que as separamos.
As perdas no cobre do rotor sã o consideradas como variá veis com o escorrega-
mento, enquanto as do estator variam com a respectiva corrente . A medida de
resistência da armadura do estator é feita através do mesmo método utilizado
para máquinas sí ncronas CA ( Seç . 6- 10) . Mede-se a resistência a CC entre quais-
quer duas linhas, de modo a não se chegar a resultados errados a partir da tensão
efetiva induzida no rotor , e usa-se um fator de multiplicação para a resistência
do estator entre linhas .
t
Como no caso do método anterior (Seç . 12- 12) , faz-se um ensaio a vazio , à
tensã o nominal ; a partir dos resultados deste ensaio , calculam-se as perdas rota -
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 485

cionais subtraindo da potência de entrada as perdas no cobre do estator. Aco-


pla -se entã o uma carga ao eixo do motor de indução e faz- se um ensaio completo
nas condições reais de carga , onde se lerã o , para cada passo , a potência de entrada,
a corrente do estator e o escorregamento . O rendimento é então calculado como
se indica a seguir , através dos itens de 1 a 5 .
Assim, o método do AIEE consiste de três ensaios : ( 1) uma medida da resis-
tência total do estator ; ( 2) uma medida das perdas rotacionais para o funcionamento
a vazio ; e ( 3) um carregamento direto para determinar o escorregamento, a po-
t ência de entrada e a corrente do estator, para cada valor de carga .
Os dados do ensaio sob carga , para deles obtermos o rendimento , são tratados
do seguinte modo :

1. Calculam-se as perdas no cobre do estator para cada valor particular do escorregamento


e da corrente do estator, usando a Eq. (12-9 ) ( onde Rel é agora o valor da resistência do
estator medida entre linhas, determinada por medi ção). Note-se que
(entre linhas).
RE 2 1,25 Rcc
2. As perdas no cobre do estator são ent ão subtra ídas da pot ê ncia medida na entrada,
para o valor de escorregamento específico de cada ponto, e com isto temos a potência
de entrada no rotor.
3. A pot ência de entrada no rotor é multiplicada pelo valor do escorregamento, de acordo í
com a Eq . (9-17a), para que se encontrem as perdas no cobre do rotor, para cada valor
específico de carga : Perdas no cobre do rotor = escorregamento x Potência de entrada
no rotor.
4. As perdas totais no rotor, para cada valor de carga, são então calculadas como sendo
a soma das perdas rotacionais (ensaio 2 ) e das perdas no cobre do rotor ( item 3 acima ).
5. A pot ência mecâ nica de sa ída do rotor é então calculada como sendo a diferença entre
a potência de entrada do rotor (item 2) e as perdas totais (item 4), de acordo com a Fig.
12-1, para qualquer m áquina.

O m é todo do AIEE para determinação do rendimento pode ser ilustrado


para o motor do Exemplo 12- 6, usando os dados adicionais do Exemplo 12-7.

EXEMPLO O ensaio de medição de resistência a CC do motor do Exemplo 12-6 conduziu


12-7 : a um valor de resistência de 1 ohm entre linhas. Quando operado à corrente
nominal de placa, à carga e velocidade nominais, a potência solicitada de uma
linha de 220 V foi 5,5 kW, conforme medição de um watt í metro polif ásico de
um analisador industrial. Calcule :
a. O rendimento à plena carga
b. A pot ência de saída e o torque à plena carga
c. Compare os resultados obtidos com os do Exemplo 12-6.

Solução :
Cálculos prévios
Re[ = 1,25 Rcc = 1,25 x 1,0 ohm = 1,25 ohms
As perdas rotacionais são iguais à potência de entrada a vazio menos as perdas
no estator a vazio (conforme o ensaio a vazio, Exemplo 12-6), e assim as perdas
rotacionais são iguais a
486 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

300 W - y X ( 6,5 ) ^ X 1,25 = 300 - 79,1 = 220,9 W >


com as do Exemplo 12 -6. )
( Compá re estas perdas rotacionais
As perdas totais no cobre do estator são:
42
-x 162 x 1.25 = 480 W
A pot ência de entrada no rotor é igual à potência total de entrada no estator
à plena carga, menos a perda no cobre do estator à plena carga, ou 5.500 - 480 =
= 5.020 W (9- 17)
O escorregamento à plena carga é (1.800 - 1.750)/1.800 = 0,0278
A perda no cobre do rotor [V. Eq. (9-17a )] é igual ao escorregamento vezes a
pot ência de entrada do rotor, ou seja, 0,0278 x 5.020 = 138,5 W
As perdas totais no rotor, entã o, são as perdas rotacionais mais as perdas no
cobre do rotor, ou 220,9 + 138,5 = 359,4 W.
A potê ncia de sa ída do rotor à plena carga é a potência de entrada do rotor menos

P saída

as perdas totais do rotor, ou 5.020 359,4 = 4.660,6 W.
4.661
a. Rendimento percentual = x 100 = x 100
P entrada 5.500
= 84,6 % à plena carga
4.661
b. HP à plena carga = = 6,25 HP
746
HP x 5.252 6,25 x 5.252
Torque T = = 18,7 lb-pé
N 1.750
c. O m étodo usado no Exemplo 12-6 deu um resultado de 6,04 HP à plena carga,
comparado a 6,25 HP do Exemplo 12-7; e um torque de 18,1 lb- pé, compa-
rado a 18,7 lb- pé obtido no Exemplo 12-7.
Note-se que as condições mais reais do método do AIEE levam a um valor
maior do rendimento ( isto é , menos pessimista) e , por isto, a valores de torque
e de potência de sa í da à plena carga correspondentemente mais elevados. Não
é necessá rio dizer- se que , se o motor de induçã o pode ser fisicamente carregado ,
o seu rendimento deve ser determinado usando - se o mé todo do AIEE , que é mais
acurado e realista . Por outro lado , os rendimentos algo pessimistas obtidos pelo
m é todo do rotor bloqueado , semelhantemente às regulaçõ es pessimistas de alter-
nadores , determinadas pelo mé todo da imped â ncia sí ncrona , podem ser prefe-
rí veis face à facilidade de obtençã o , à simplicidade do cá lculo e à confiança de que ,
sob condiçõ es reais de carga , o desempenho da m á quina superará ao calculado.
Finalmente , o método do AIEE requer carregamento direto e nã o se aplica ao
ensaio de motores de induçã o maiores .

12- 15 . RENDIMENTO DE MOTORES MONOF ÁSICOS


O rendimento de motores monofá sicos fracionários é normalmente deter-
i
minado por qualquer dos métodos seguintes :
1. Pequenos dinamômetros para ensaio, em que o motor é acoplado a um gerador dina -
mométrico CC carregável por resistências, sendo que o estator é passí vel de um pequeno
movimento por estar também montado sobre mancais. Um braço para torque é soldado
ao estator do dinamômetro, restringindo seu movimento a uma célula medidora de
RELAçõES DE POTê NCIA E ENERGIA 487

carga, através de uma escala de mola ou do tipo Chatillon para medição da força ou
torque desenvolvido pelo dinamô metro. Este método usa carregamento direto.
2. -
Podem se usar geradores calibrados (de rendimento conhecido) para medir -se o rendi-
mento relativo de motores monof ásicos de potência fracioná ria, de maneira idêntica
à descrita na Seç. 12- 10. Este m é todo usa também o carregamento direto.
3. Motores monof ásicos de potência integral podem ser ensaiados pelo método conven -
cional do rotor bloqueado. A técnica é algo mais f ácil, devido à relativa simplicidade
dos cá lculos monof ásicos e por n ão serem necessá rios equipamentos especiais.
4. O método de carregamento direto do AIEE, já descrito, pode também ser utilizado,
se o que se deseja é uma determinação mais precisa do rendimento (Seç. 12- 14).
5. Em lugar do gerador dinamom é trico, apresentado em (1) acima, pode-se usar um freio
de Prony com um bra ço de torque e uma escala que permite a leitura da potência em
HP, por carregamento direto.

12- 16. FATORES QUE AFETAM A CAPACIDADE DAS M ÁQUINAS


. Como se estabeleceu previamente , as má quinas elétricas sã o especificadas
em funçã o de suas capacidades de sa ída . Geradores e alternadores sã o especifi-
cados , em funçã o de sua pot ê ncia de sa í da , em kilowatts ( kW ) ou kilovolt-ampè res
( kVA ) a uma dada velocidade nominal da m á quina prim á ria , a uma dada tensã o
de sa ída nos terminais. Motores ( CC e CA ) sã o especificados em fun çã o das capa-
cidades de sa í da ou potência no eixo à velocidade nominal, corrente de plena carga
e tensã o aplicada . Quando as má quinas elé tricas sã o operadas sob estas condições
da placa , há uma implicaçã o de que o acréscimo de temperatura nã o seja excessivo
e que as m á quinas n ã o se sobreaqueçam . Embora o fabricante deva assegurar
que sobrecargas temporá rias sejam suportadas, hã o se espera que o mesmo ocorra
se as sobrecargas durarem longos per í odos. O consumidor que, por motivos de
economia , adquirir um motor de 10 HP para acionar continuamente uma carga
-
de 12 ou 15 HP, corre o risco de prejudicar se ao comprar um produto que ( 1 ) fun
cionará à velocidade nominal à carga nominal , mas nã o em sobrecarga ; ( 2) se
- i

sobreaquecer á muito e (como resultado ) terá genericamente uma vida mais curta ;
e ( 3) operar á a um rendimento mais baixo em sobrecarga , durante o tempo em
que esta durar. Assim , o menor custo inicial é contrabalan çado pelo desempenho
mais fraco e mais caro, bem como pela necessidade de uma substituiçã o a mais
curto prazo. Por esta razão, portanto, em todas as máquinas elétricas girantes
se fornece uma indica ção de placa sobre a elevação de temperatura permiss ível e
sobre o ciclo de trabalho, bem como tensã o, corrente, frequ ê ncia e velocidade
nominais.

12-17. AUMENTO DE TEMPERATURA

A margem de elevaçã o de temperatura permiss í vel, em máquinas elétricas de


fabricação usual, é 40 °C acima da temperatura ambiente. Assim, se a temperatura
do local é 70 °F ou 21 °C, uma elevação de temperatura de 40 °C implica em que a
temperatura do motor atinja 61 °C ou 142 °F. Deve-se notar que esta questão de
elevação de temperatura “ permissível” não pode ser levada a um absurdo. Um
488 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

motor localizado numa á rea confinada, pr óximo a um dispositivo de temperatura


elevada, como seja um aquecedor, pode ter uma temperatura ambiente 9 de 140 °F
ou 60 °C. Uma eleva ção de 40 °C sobre uma tal temperatura ambiente levará a tem-
peratura do motor a 100 °C, ou seja, ao ponto de ebulição da á gua. Alé m disto,
mesmo quando o motor n ã o estiver funcionando, os 140 °F (60 °C) da temperatura
“ ambiente” de um tal motor podem ser por demais elevados em rela çã o à má xima
temperatura limite, baseada no seu respectivo tipo de isolante. Conquanto qual -
quer m á quina el é trica girante opere satisfatoriamente, por algum tempo, a tempera -
turas mais altas que a sua, ter á sua vida encurtada precisamente pela mesma razã o
que se estivesse eletricamente sobrecarregada .
Estudos empí ricos mostram que, para cada acr éscimo de 10°C na tempera -
tura de funcionamento do motor em rela çã o ao limite recomendado para a
temperatura do ponto mais quente ( V. Tabela 12- 2 ), a vida do enrolamento é
reduzida à metade. Inversamente, para cada 10°C de redu çã o na temperatura de
opera çã o do motor, abaixo de um determinado limite estabelecido, a vida do
enrolamento é duplicada .

A Tabela 12- 2 utiliza o má ximo normalizado de 40 °C para a eleva çã o sobre


a temperatura ambiente, a fim de estabelecer a má xima temperatura final admis-
sí vel, com base na temperatura limite do ponto mais quente correspondente às
vá rias classes de materiais. t

A temperatura permissí vel para ó ponto mais quente numa dada máquina,
usando uma classe especí fica de isolante, pode ser difícil de determinar, uma vez
que este ponto pode estar imerso nos enrolamentos do estator ou armadura , ou
pode nã o ser acessí vel por alguma outra razã o. Termómetros do tipo termopar
ou do tipo de bulbo lí quido ( merc ú rio ou álcool ) t ê m de ser localizados nas partes
mais acessí veis ou mais externas da má quina, e um tal valor de temperatura depende >
do gradiente termodin â mico criado pelo inv ólucro f ísico da m á quina . E costume
adicionar uma correçã o de 15 °C à temperatura da superfície, para determinar
aquela do ponto mais quente . Um valor mais elevado e mais verdadeiro da tem-
peratura interna m á xima é usualmente obtido comparando-se os valores das resis-
t ê ncias a quente e a frio dos enrolamentos do estator ou do rotor , antes e imedia -
tamente após o funcionamento, utilizando-se o coeficiente de temperatura do

9
Temperatura ambiente, conforme definida pelo Standard do AIEE N . ° 1 , de junho de 1947,
é ‘a temperatura do meio usado para refrigera çã o, quer direta quer indiretamente, e que deve ser sub
k
-
-
tra í da da temperatura medida na má quina para determinar se a elevação de temperatura sob deter -
minadas condições de ensaio ”. É definida para os casos particulares que seguem :
1. Para aparelhos autoventilados, a temperatura ambiente é a temperatura média do ar nas vizi -
nhan ças imediatas do aparelho .
2. Para m á quinas ventiladas a ar ou a g ás, com ventila çã o for çada ou refrigera çã o secund ária
a á gua, a temperatura ambiente é tomada como a do ar ou do gás refrigerante de entrada.
3. Para aparelhos que usam óleo ou outro líquido para imersã o das partes aquecidas, em que é
usada água para a refrigeração, a temperatura ambiente é tomada como a da água de refri
geração na entrada.
-
Para que se estabeleçam classes, 40 °C é tomada como a temperatura ambiente limite do ar refri -
gerante ou de outro gás.

•O
RELAçõES DE POTê NCIA E ENERGIA 489

TABELA 12 - 2

TEMPER ATURAS- LIMITE DE MATERIAIS ISOLANTES

TEMP, PERMISSí VEL TEMP. M á X .


DESCRIçãO CLASSE DE
DO MATERIAL P /UMA TEMP. LIMITE DO PONTO
1SOLA ÇÃ O
AMB. DE 40 °C MAIS QUENTE

Algod ão, papel, seda ou outros materiais or- 0 50 °C 90 °C


g â nicos n ão imersos nem impregnados em
materiais isolantes l í quidos.
1. Qualquer dos materiais acima , imerso ou A 65 °C 105 °C
impregnado em l í quidos dielé tricos.
2. Esmaltes e vernizes aplicados aos condu-
tores.
3. Pel í culas e l â minas de acetato de celulose
ou outros produtos à base de celulose.
4. Materiais moldados e laminados que te-
nham filler de celulose ou resinas fen ólicas.
ou outras resinas de propriedades seme -
1
lhantes.
Mica, asbesto, fibra de vidro e outros minerais B 90 °C 130 °C
inorgâ nicos com pequenas proporções de ma -
teriais Classe A como aglutinantes e enchi-
mento ( filler ).

1. Mica , asbesto, fibra de vidro e materiais H 140 °C 180 °C


i
inorgâ nicos similares , com subst â ncias aglu -
tinantes à base de compostos de silicones .
2. Compostos de silicone cm forma el á stica
ou resinosa, . ou materiais com proprie-
1
i
dades dielétricas ou de temperatura equi -
valentes.

Mica pura, porcelana , vidro, quartzo e ma - C N ã o h á limite determinado


teriais inorgâ nicos similares em forma pura
( l ã de vidro ).

cobre.10 Normalmente, ç feita uma correçã o de 10 °C para “o ponto mais quente”,


em rela çã o às temperaturas medidas através da variaçã o da resist ência .
Talvez o melhor mé todo de obter-se a temperatura do ponto mais quente
seja através de detectores de temperatura engastados no material. Estes são ou
termopares ou materiais sensí veis à temperatura , que sã o colocados durante a
construçã o da má quina e cujos terminais sã o trazidos para fora , para serem ligados
aos dispositivos de mediçã o de temperatura . Detectores bem colocados levam
10
A equação
* 20 /«) + * 2
* ( l /a) -f tj
1
pode també m ser usada para materiais outros que não o cobre. Para o cobre, l /a é igual a 234, 5 ;
e a equação é resolvida para í 2 , onde / , é a temperatura ambiente.
490 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

usualmente a valores mais elevados de temperatura , tanto daqueles medidos atra -


vés da variaçã o da resistência , como també m dos medidos pelas técnicas de term ó-
metros de contato.
-
Com base na Tabela 12- 2, o leitor poder se-á inclinar a concluir que , se mesmo
a mais pobre isolaçã o, Classe O, pode resistir a uma temperatura má xima de 90 °C,
nã o h á nada com que nos preocuparmos. Infelizmente, há , uma vez que a maioria
das medições de temperatura é feita na superfície ou pelas técnicas de variação
da resistência . É precisamente por esta razã o que a ASA ( American Standards
Association ) estabelece designação para as temperaturas-limite “observá veis”.11
Isto é um reconhecimento do fato de que , na maioria das condições, lê-se a tempe-
ratura da superfície , ao invés da interna.
Al é m dos regimes de temperatura , outros valores normalizados, como tensã o,
ciclo de trabalho e velocidade, podem ser estabelecidos para as m á quinas.

12- 18. TENSÕ ES NOMINAIS


As tensões nominais padronizadas , adotadas pela NEMA , sã o dadas na
Tabela 12- 3. Note-se na Tabela 12 3 que a diferen ça de tensã o entre geradores
-
CC e motores permite uma queda na tensã o de linha nos condutores que alimentam
o motor . Isto també m ocorre no caso dos alternadores CA e motores mono e

TABELA 12- 3
TENSÕ ES NOMINAIS NORMALIZADAS PARA
M Á QUINAS ELÉTRICAS GIRANTES
M Á QUINAS TENSÕES NOMINAIS NORMALIZADAS
GERADOR CC 125, 250, 275, 600 V
MOTOR CC 120, 240, 550 V
MOTORES MONOF Á SICOS CA 115, 230, 440 V
MOTORES POLIFÁ SICOS CA 110, 208, 220, 440, 550, 2.300, 4.000, 4.600,
6.600 V
ALTERNADORES CA 120, 240, 480, 600, 2.400, 2.500, 4.160, 4.330,
6.990, 11.500, 13.800, 23.000 V

polif ásicos CA . Estas tensões nominais també m correspondem às Tabelas A -3,


A-4, e A-5 no Apê ndice , para motores CA e CC, embora as tabelas n ã o incluam
as correntes de linhas nominais para motores polif ásicos ou sí ncronos correspon-
dentes às tensões mais altas mostradas acima . Como se indica nas tabelas do Apê n-
dice, as capacidades normalizadas n ã o sã o dispon í veis em toda a gama de tensões.
As m á quinas de tensões mais elevadas sã o normalmente reservadas para as mais
altas capacidades.
11
O estabelecimento de 40 °C permissí veis para máquinas de utilização geral (em vez dos valores
dados na primeira coluna de temperaturas da Tabela 12-2) é um fator de segurança baseado em
elevações de temperatura “observá veis” para diferentes tipos de máquinas. Veja-se M áquinas Elé
tricas Girantes , nos Standards da ASA C-50, 1943.
-

* *
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 491
12-19. EFEITO DO CICLO DE TRABALHO E DA
TEMPERATURA AMBIENTE NA CAPACIDADE

Alé m da temperatura e da tensã o nominal , outro fator que influi na capa -


cidade é o ciclo de trabalho . O ciclo de trabalho de má quinas elé tricas, de fabri-
cação corrente, é estabelecido quer como cont ínuo, intermitente, periódico ou va
riá vel.12
-
Para a mesma potência em HP ou capacidade em kVA, a máquina para ciclo
cont í nuo ser á maior em tamanho , fisicamente , do que aquela para ciclo intermi-
tente. O maior tamanho resulta de condutores de maior diâ metro e de uma iso-
la çã o mais pesada . Mais ainda , um tamanho maior de carcaça representa uma
maior superfície, da qual o calor deve ser dissipado ; e isto resulta, também , numa
menor temperatura de operaçã o para o mesmo tempo de funcionamento. Generi-
camente, um motor de 10 HP para ciclo cont ínuo pode ser considerado como um
motor de 12 HP ou 13 HP para ciclo intermitente ( ainda que a velocidade nominal
possa ser algo menor), uma vez que a elevação de temperatura não seja excessiva
se o motor for intermitentemente operado ; V . Exemplo 12-8 , Seç. 12- 22.
\
1
O ciclo de trabalho está assim muito relacionado à temperatura , e geralmente
leva em conta també m fatores ambientais . Um alternador de 100 kVA ( regime
intermitente) poderia ser convertido num alternador de 200 kVA, se fosse operado
continuamente no Pólo Norte, a uma temperatura ambiente de - 80 °C, uma vez í
que todo o calor gerado ainda n ã o seria suficiente para sobreaquecer o alternador
sob tais condições ambientes.
Da mesma forma que a capacidade nominal e o ciclo de trabalho são redu-
zidos por um aumento da temperatura ambiente , eles també m sã o aumentados por
uma diminuição da temperatura ambiente.
«
i
Da mesma fortna , m á quinas totalmente fechadas (sem ventilaçã o forçada
auxiliar, que nã o permita a ventilação ou substituiçã o do ar interno) não têm uma
capacidade t ã o grande quanto a de m á quinas semelhantes que não sejam total-
mente fechadas e sejam ventiladas de tal maneira que o ar fresco circule através
dos enrolamentos do estator e do rotor ( V . Seç. 12-20) .

12-20. TIPOS DE CARCAÇ AS

A NEMA ( National Electric Manufacturers Association ) reconhece e define


os tipos de carca ças de motores abaixo relacionados. Os motores totalmente
fechados tê m tamanho f ísico maior e custo mais elevado que os motores abertos
da mesma capacidade em HP, ciclo de trabalho e elevaçã o de temperatura em re-
la çã o à ambiente.
Carcaça à prova de água — é uma carcaça totalmente fechada, constru ída de modo a excluir
a água nela aplicada sob forma de jato de mangueira, com exceção daquela que possa vazar
em torno do eixo, uma vez que não se permite também a entrada de água pelo reservat ório
de óleo e se prevê drenagem autom á tica para uma tal eventualidade. A drenagem em questão
12
V . Seç. 12- 22, para definições e cá lculos de capacidades, com base no ciclo de trabalho
.

j
492 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

podérá ser feita por meio de uma válvula ou um orif ício de drenagem , que ligue a parte mais
baixa do mancai ao sistema de drenagem.
Carcaça à prova de poeiras e ignição — é uma carcaça totalmente fechada, projetada e
construída de forma a excluir quantidades inflamá veis de poeiras, ou em quantidades tais que
possam afetar o desempenho da máquina.
Carcaça à prova de explosão — é uma carcaça totalmente fechada, projetada e construída
para suportar uma explosão de um gás ou vapor específico que possa ocorrer dentro de si mesma,
e também para evitar a ignição de um gás ou vapor específico que a circunde, através de fa ís-
cas, centelhas ou explosões que possam ocorrer dentro dela.
Carcaça totalmente fechada — é uma carcaça que não permite a livre troca de ar entre
o lado de dentro e o de fora, mas que n ão é suficientemente encapsulada para ser consi -
derada estanque.

Carcaça à prova de tempo é uma carcaça aberta, cujas passagens de ventilação são proje-
tadas de modo a minimizar o ingresso de chuva, neve ou outras part ículas aéreas que possam
incidir sobre suas partes elétricas.
Carcaça guardada — é uma carcaça aberta, na qual todas as aberturas, que têm contato
direto com partes vivas ou girantes (exceto o eixo liso do motor ), tê m um tamanho limitado
pelo projeto das partes estruturais ou por grades, telas, metal expandido, etc. a fim de evitar-se
contato acidental com tais partes. Tais aberturas não devem permitir a passagem de um calibre
cil índrico de meia polegada de diâ metro.
Carcaça à prova de respingos — é uma carcaça aberta, na qual as aberturas de ventilação
são constru ídas de modo que gotas de líquido ou part ículas sólidas, caindo sobre ela a qualquer
â ngulo não maior que 100° em relação à vertical, n ã o possam entrar na m áquina, nem direta -
mente nem por deslizamento sobre uma superf ície horizontal ou inclinada para dentro dela.
Carcaça à prova de pingos — é uma carcaça aberta, na qual as aberturas de ventilação
são construídas de modo que gotas de líquido ou partículas sólidas, caindo sowre ela a qualquer
ângulo não maior que 15° em relação à vertical, não possam entrar na máquina, nem direta-
mente nem por deslizamento sobre uma superf ície horizontal ou inclinada para dentro dela.
Carcaça aberta
— é uma carcaça que tem aberturas de ventilação que permitem a passa-
gem do ar externo de refrigeração em torno dos enrolamentos da máquina . Quando existe
ventilador interno, tais máquinas se chamam autoventiladas.

-
12 21. VELOCIDADES NOMINAIS; CLASSIFICAÇÕES
EM VELOCIDADES; REVERSIBILIDADE

Geradores , conversores e alternadores são todos projetados para uma dada


velocidade constante , cujo valor é expresso na placa . Quando acionados por
uma máquina primária à velocidade nominal , o gerador , e alternador ou o con-
versor entregam sua tensão nominal (constante) à carga nominal .
*

Os motores , entretanto , estã o sujeitos à variação de carga . Uma velocidade


reduzida produzirá má ventilação e superaquecimento. Os motores, portanto,
são especificados para a velocidade na qual entregarão sua potência nominal de
saída, quando alimentados à tensão nominal . Quando se utiliza controle de velo-
cidade nos motores , entretanto, nã o se pode esperar que , para uma mesma cor-
rente nominal de carga , uma velocidade mais baixa produza a potência nominal .
Em geral , conforme a velocidade decresce , a potência també m decresce propor-
ciopalmente .
RELAçõES DE POTê NCIA E ENERGIA
493
Um sistema de classificaçã o, baseado nas caracter í sticas do motor foi desen-
volvido pela NEMA , para defini- los em função destas caracter í sticas, como se
segue :

Motor de velocidade constante — é aquele cuja velocidade varia relativamente pouco,


desde a vazio até plena carga. Quando não for estabelecido limite, considera -se que uma regu -
lação em velocidade de, aproximadamente, 20 por cento ou melhor que ela (menor ) é aceitável.
Esta classe inclui os motores-derivação, motores de indução de rotor de gaiola, e vá rios motores
monof ásicos do tipo de indu ção e sí ncronos.
Motor de velocidade variável
— é aquele cuja velocidade varia consideravelmente, desde
a vazio até plena carga , isto é, aquele cuja regulação em velocidade é maior que 20 por cento.
-
Motores série, alguns motores compostos, motores de repulsão e motores de repulsão-indução,
caem nesta categoria.

Motor de velocidade ajust à vel é aquele cuja velocidade pode ser ajustada gradualmente
dentro de uma faixa considerá vel, isto é, acima e abaixo da velocidade nominal, mas cuja velo-
cidade, para qualquer ajuste ( regulação de velocidade), variará apenas de uma parcela relati-
vamente pequena desde a vazio até plena carga. O motor -derivação CC é um exemplo exce-
lente deste tipo de motor.

Motor de velocidade variá vel e ajustàvel é aquele cuja velocidade pode ser ajustada gra-
1
dualmente dentro de uma gama considerá vel, mas cuja velocidade, para qualquer ajuste, variará
consideravelmente desde a vazio até plena carga, isto é, que tenha uma regulação de veloci-
dade pior que 20 por cento. Os motores-sé rie, alguns motores compostos, motores de repul-
sã o-indu ção e motores de indu ção de rotor bobinado caem nesta categoria.

Motor de múltipla velocidade é aquele cuja velocidade pode ser ajustada a dois ou mais
valores definidos, mas cuja velocidade não pode ser ajustada gradativamente e cuja velocidade,
para qualquer ajustamento definido, varia relativamente muito pouco entre as situações desde
a vazio até plena carga. O motor de indução, quer monof ásico quer polif ásico, tendo n ú mero
consequente de pólos, é um excelente exemplo desta categoria. 1
Motor não-reversível— é um motor cujo sentido de rota ção n ã o pode ser invertido, quer
quando em funcionamento, quer quando quase em repouso. Um motor de indução de partida
à relutâ ncia é um motor não- reversível.
Motor reversí vel a baixa velocidade — é um motor que pode ser invertido por alteração
em certas ligações externas do motor, mesmo quando o motor está girando num sentido deter
minado, sem que seja necessá rio pará-lo. Um motor de partida a capacitor é um exemplo deste
-
tipo.
Motor reversí vel em funcionamento é um motor que pode ser invertido a qualquer tempo
e em qualquer condição de carga, mesmo quando girando à carga e velocidade nominais, sendo
a alteração feita em certas ligações externas do motor.
Todos os motores CC são reversí veis sob carga, utilizando-se ligações de inversão da arma-
dura. Dos motores de indução monof ásicos CA, apenas o motor a capacitor é um motor rever
sí vel sob carga. Todos os motores de indução polifásicos são motores reversíveis sob carga, por
-
chaveamento.

A Tabela 12-4 , a seguir , relaciona vá rios grupos de motores CA e CC, pri -


meiramente por suas caracterí sticas de regulação em função da velocidade , e depois
por suas caracter
í sticas de variação de velocidade . 13
13
Para uma discussão mais detalhada dos controles de velocidade e suas respectivas técnicas,
vide KOSOW. Control of electric machines. Englewood Cliffs, N. J ., Prentice- Hall, 1973.
494 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

TABELA 12-4
CLASSIFICAçã O DE MOTORES COM BASE NA REGULAçã O DE VELOCIDADE
E NA VARIAçã O DE VELOCIDADE

CARACTERíSTICAS DE REGULAçãO
GRUPO TIPO DE MOTOR
DE VELOCIDADE

1 Motor sí ncrono Absolutamente constante, à velocidade sí n -


a. Polifásico . 120
crona Ns = P /
b. Monofásico
1. Motor de relutâ ncia
2. Motor de histerese
2 Motor de tipo gaiola assí ncrono Velocidade relativamente constante desde
a. Polif ásico a vazio até plena carga, sendo algo maior
b. Monof ásico a velocidade a vazio.
Motor-derivação CC
3 Motor de tipo gaiola, polif ásico
goria D
— Cate- Decréscimo moderado da velocidade desde
a vazio até plena carga .
Motor composto CC
4 -
Motores de repulsã o, repulsão indução, sé- Grande diminuiçã o de velocidade entre as
situações desde a vazio até a plena carga .
rie CC e CA, e motor universal
Altas velocidades a vazio ou a baixa carga .
Torque muito elevado na partida, e baixa
velocidade com torque elevado.

CARACTER íSTICAS DE VARIA çã O AJUSTá VEL DA VELOCIDADE


1 Motor de tipo gaiola polif ásico ou motor Gama de variação de velocidade até 6 : 1
sí ncrono alimentado por alternador de fre-
quência ajustá vel
2 Motor CC usando controle através de reos- Gama de variação de velocidade até 200 : 1
tato no campo e tensão de armadura
3 Motores mono e polifásicos que utilizam Até 25 HP, variação de velocidade até 16 : 1
sistemas de ajuste mecâ nico da velocidade Até 100 HP, variação de velocidade até
ou acoplamentos por embreagem das cor- 100 : 1
rentes parasitas
4 Motores CC usando controle de estado Variação de velocidade até 200 : 1
sólido da forma de onda de entrada
5 Motores de indução polif ásicos de rotor Variação da velocidade desde 10 : 1 até
bobinado 200 : 1
a . controle de resistência secund á ria
b. concatenação (controle por tensão exter-
na)
c. sistema Leblanc
d. sistema Kramer de Controle
e. sistema Scherbius
f. controle de tensão externa por estado
sólido
6 Motor Schrage de deslocamento de escovas Variação da velocidade até 4:1
7 Motor de repulsão por deslocamento de Variaçã o da velocidade até 6 : 1
escovas
8 Motores de tipo gaiola, de velocidades m ú l
tiplas, mono e polifásicos
- Relações de velocidades de 2:1 ou 4 : 1 ,
mas não ajustáveis nestas gamas. Veloci-
dades definidas com pequenas variações
devidas à carga.
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA
495
.
12-22 FATORES QUE AFETAM A SELEÇÃO
DE GERADORES E MOTORES
Al é m de alguns dos fatores já mencionados, outros h á que sã o importantes
na seleçã o de motores e geradores para finalidades especí ficas.
No caso de um gerador, conversor sí ncrono ou alternador, tais fatores incluem :
o tipo m á quina prim á ria ; o m é todo de montagem a ser utilizado ; o sentido ae
rotação ; o fato de ser instalado em local aberto ou em local totalmente fechado ;
o tipo de controle a ser utilizado ; as condições de manutençã o em termos de aces-
sibilidade ; se o acoplamento à máquina prim á ria é direto, por rodas dentadas
ou polias ; e as condições genéricas do meio ambiente, de umidade, de tipo de
atmosfera , e outras a que a má quina esteja sujeita.
No caso de um motor, o fator de serviço (V. Exemplo 12-8) é talvez o fator
mais importante a ser considerado. A natureza da carga e a frequê ncia de sobre
cargas são considerações sérias ; també m, o tipo de montagem, se horizontal ou
-
vertical , e se no ch ã o, no teto ou na parede ; o tipo de controle de velocidade a \
ser empregado ; o método de acoplamento à carga ; e uma medição da frequência
em que ocorrerã o as paradas , partidas e reversões sã o todos fatores que afetam
o tipo de motor a ser selecionado e a sua capacidade em funçã o da potê ncia no-
minal . Sempre que possí vel , devem-se utilizar dados baseados em ensaios com
um motor de instalação temporá ria ou através de cá lculos . Devem-se considerar
as condições de carga m édia e má xima nos testes e cálculos. Em alguns casos,
os requisitos de carga má xima podem ocorrer apenas na partida , enquanto que,
em outros casos, sobrecargas periódicas, de curta duração, podem exceder os
requisitos de partida . Outros fatores incluem fonte de potê ncia dispon í vel , fre
quência, flutuações de tensão, características de reversão, gama de velocidades,
-
m é todos de montagem , espa ço dispon í vel , m é todo de lubrificaçã o , acesso às es
covas (se existirem), manutenção, acoplamentos, técnicas de reduçã o de velo-
-
cidade, tipo de carcaça (Seç. 12-20) , custo por HP, torque de partida e de funcio
namento, tempo de aceleraçã o e torque má ximo.
-
Ainda, como se estabeleceu a princí pio, o ciclo de trabalho é talvez o mais
importante fator . A NEMA classifica quatro diferentes tipos de ciclos de trabalho.


1. ciclo cont í nuo a m á quina opera a uma carga aproximadamente constante, por pe-
ríodos de tempo razoavelmente longos.

2. ciclo periódico os requisitos de carga repetem -se regularmente, a intervalos perió-
dicos, durante um período de tempo razoavelmente longo.
3. ciclo intermitente — ocorrência irregular de requisitos de carga, incluindo per íodos
bastante longos de repouso, nos quais não há ocorrência de carga.

4. ciclo variável quer as cargas, quer os per íodos de tempo em que os requisitos de carga
ocorrem, podem estar sujeitos a uma ampla variação, sem repouso, durante um período
razoavelmente longo de tempo, sem que haja, entretanto, qualquer regularidade.

O Exemplo 12-8 a seguir mostra o método de cálculo da capacidade em HP,


em termos de valor médio quadr ático de HP , para motores de ciclo de trabalho
intermitente, variá vel e periódico.
496 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Como regra geral , para todas as m á quinas, a capacidade selecionada deve


ser tal que as m á quinas operem entre tr ês quartos de carga e a plena carga , durante
a maior parte do tempo. Uma má quina maior que a necessá ria ter á um rendi-
mento baixo em funcionamento, e um elevado custo de operaçã o, alé m 3e um f

elevado custo inicial . No caso de um gerador, se a capacidade é acrescida por


antecipaçã o, o fato pode nã o ser um problema maior. No caso de um motor que
acione uma carga especí fica , como seja um motor de induçã o, nã o apenas o seu
rendimento (de um motor maior que o necessá rio) é pior, como també m ser á mais
pobre o fator de pot ê ncia . Semelhantemente, uma má quina que é demasiadamente
pequena para a carga tem um menor rendimento operacional e est á sujeita a so -
breaquecimento, vida mais curta e custos elevados de manuten çã o e de reparos.
Numa sé rie de aplicações, pode ser necessá ria a seleçã o de um motor para
condições de serviço tais como acionar uma carga , que varie amplamente em ciclos
cont í nuos e repetidos. Uma furadeira, por exemplo, pode ser usada com vá rias
brocas e em metais de qualidade e espessuras diversas. O aquecimento do motor
não é determinado pelo valor de pique, mas sim pelo valor médio quadrá tico da
corrente sob as diferentes condições de carga . Al é m disto, o perí odo de esfriamento,
no qual o motor estiver parado, é menos efetivo que se o motor estivesse girando,
sendo, pois, usual dividirem-se os períodos de parada por um fator empí rico, que
vale aproximadamente 3. A pot ê ncia requerida é, pois, o valor médio quadrá tico
das vá rias pot ê ncias instant â neas durante um dado ciclo de teste , conforme mostra
o Exemplo 12-8.

EXEMPLO Um motor- teste, de 200 HP, foi empregado para determinar a melhor capaci -
12-8 : dade nominal para uma carga de ciclo variável , dentro de um per í odo de 30
minutos . O motor teste funciona em 200 HP durante 5 minutos, em 20 HP du-
rante 5 minutos, em repouso por 10 minutos, seguido de um per í odo de 100 HP
por 10 minutos. Calcule a potência requerida para uma tal carga intermitente
variável .

Solução :

[( 200)2 x 5] + [(20)2 x 5] 4- [( 100)2 x 10]


HP médios quadráticos =
5 + 5 + 10 + 10/ 3
= 1 Í4 HP
Selecionar-se- ia um motor de 125 HP, uma vez que é a potência comercial no-
minal normalizada, imediatamente superior ao valor encontrado. Isto signi -
fica que o motor funcionaria com uma sobrecarga de 160 por cento (a 200 HP)
por 5 minutos, ou seja, durante um sexto de seu ciclo de irabalho.

Genericamente, a maior parte dos fabricantes de máquinas elétricas emprega


engenheiros em suas organizações, para orientar os consumidores na seleçã o de
má quinas apropriadas quanto a tamanho e tipo, para requisitos determinados
de carga. É conveniente consultar -se um ou mais destes grupos antes de adquirir um
equipamento que, se selecionado erroneamente, resultar á num custo elevado
de energia , um funcionamento ineficiente, em condições de sobreaquecimento
• sujeito a paradas e a custos elevados de manutençã o.
RELAçõES DE POTê NCIA E ENERGIA
497

TABELA 12-5
GUIA DE REFER Ê NCIA PARA AS CAUSAS PROV Á VEIS DE PROBLEMAS EM MOTORES

MONOFáSICO CA MOTORES DF i
POLIFÁSICOS ESCOVAS
PARTIDA PARTIDA CA ( universal , sé rie ,

FASE A E FUNC . A PÓLO ( 2 ou 3 deriva çã o ou


TIPO DE MOTOR DIVIDIDA CAPACITOR CAPACITOR RANHURADO fases) composto)
SINTOMA OU PROBLEMA * CAUSAS PROVá VEIS

Nã o parte. 1 , 2, 3, 5 1, 2, 3, 4, 5 1 , 2, 4, 7, 17 1, 2, 7, 16, 17 1 , 2, 9 1, 2, 12, 13


Nem sempre parte, mesmo
sem carga, mas funciona em I
qualquer sentido, se lhe for /;

dada partida manualmente. 3, 5 3, 4, 5 4, 9 9 i;


Parte, mas se aquece rapida
mente.
- 6, 8 6, 8 4, 8 8 8 8
Parte, mas funciona muito
quente. 8 8 4, 8 8 8 8
Não parte, mas funciona em
qualquer sentido quando lhe
é dada partida manualmente
— superaquece.
Funciona arrastado — nâ o
3, 5, 8 3, 4, 5, 8 4, 8, 9 8, 9

atinge a velocidade —
severamente as escovas.
faísca
10, 11, 12, 13, 14
Velocidade anormalmente
alta —
fa í sca severamente
nas escovas.
Redução na pot ê ncia
motor se sobreaquece —
.
o
8, 16, 17 8, 16, 17 8, 16, 17 8, 16, 17 8,? 16, 17
15

13, 16, 17
i

O motor queima fusí veis, ou


n ã o para quando a chave é
!
colocada na posição desli
gada.
- i
8, 18 8, 18 8, 18 8, 18 8, 18 18, 19
Opera çã o meio est á vel
vibração séria.

10, 11, 12, 13, 19 í

* Causas prová veis


1.
Ligaçã o à linha aberta. 12. Escovas gastas e/ ou molas de escovas fundidas.
2.
Circuito aberto no enrolamento do motor.
3.
Contatos da chave centrí fuga n ã o fechados. da armadura.
-
13. Circuito aberto ou curto circuito no enrolamento
4.
Capacitor defeituoso. 14. Escovas sujas de óleo.
5. Enrolamento de partida interrompido. 15. Circuito do enrolamento derivação aberto .
6. Chave centrí fuga de partida nfto desliga. 16. Rolamentos empenados ou muito apertados.
'
7. Motor sobrecarregado. 17. Interferência entre elementos estacion á rios e gi-
-
8. Enrolamento curto circuitado ou aterrado.
9. Um ou mais enrolamentos abertos.
rantes.
18. Aterramento próximo ao terminal do enrolamento r
10.' Mica alta entre as teclas do comutador. junto à chave.
11. Comutador sujo ou excêntrico. 19. Enrolamento da armadura em curto ou aterrado.

12-23. MANUTENÇÃO
A manutenção preventiva e as técnicas de inspeção rotineira conservam
e
prolongam a vida das máquinas el étricas . As máquinas do tipo de indução reque
-

i j
.
498 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

rem apenas lubrifica çã o peri ódica , enquanto que algumas equipadas com mancais
autolubrificados “ perenes” nã o necessitam nem mesmo lubrificação. As máquinas
equipadas com escovas requerem manutençã o periódica destas, do comutador
ou ané is coletores, al é m da lubrifica çã o. Motores-sé rie de elevadas velocidades
(CC, CA ou universais) não devem ser selecionados para ciclos de trabalho longos
ou cont í nuos, uma vez que o severo faiscamento das escovas pode implicar em
frequentes limpezas do comutador e spbstituiçã o das escovas.
Na lubrifica çã o de m á quinas el étricas, o excesso de óleo pode ser t ã o preju-
dicial como a lubrifica çã o insuficiente. Comutadores sujos de óleo ou escovas
encharcadas podem resultar num faiscamento severo nas m á quinas a comutador .
Vazamento de óleo sobre o estator pode causar ruptura na isolaçã o dos enrola-
mentos do estator , de má quinas CA e CC.
A maior parte das m á quinas elé tricas requer um m í nimo de manuten çã o,
que se restringe apenas a uma pequena lubrificaçã o. Mas muitos tipos de motores
fracion á rios monofásicos, dos tipos de fase dividida e de repulsã o, sã o equipados
com chaves centrí fugas, que podem ser fonte de problemas que avariem seriamente
o motor . Se um mecanismo centr í fugo “emperra na posiçã o de funcionamento”,
o motor nã o conseguirá partir. Se “ emperra na posiçã o de partida ” , o enrola-
mento de partida se sobreaquece e o motor nã o consegue atingir a velocidade
nominal. Por outro lado, os contatos das chaves poaem se apresentar grudados
ou oxidados, ou mesmo gastos. Tais mecanismos devem ent ão ser substitu ídos,
ao invés de consertados.
Uma vez que a manuten çã o normalmente é restrita a uma mera rotina de
lubrificaçã o, a inspeção torna-se um fator importante para prolongar a vida da
máquina , e nã o deve ser, pois, ignorada. Quatro dos cinco sentidos sã o aqui de
extrema importâ ncia : visão, audiçã o, olfato e tato. A inspeçã o visual revelará
alguns dos problemas relacionados na Tabela 12-5. Um motor ruidoso é uma
indicaçã o de rolamentos gastos, sobrecarga ou falta de uma fase na alimentaçã o.
Cheiro de queimado, caracter ístico de isola çã o queimada , é uma indicaçã o de
sobrecarga . Um enrolamento ou rolamento sobreaquecido é detect á vel por toque
( a superfície n ã o deve estar t ã o quente que não se possa colocar a m ã o sobre ela ).
Mais ainda , em caso de d ú vida, certos sintomas, se identificados ( V . Tabela
12-5), automaticamente eliminam outros. Se ocorre o aquecimento e a tempe-
ratura aumenta significativamente, automaticamente est ã o eliminadas outras
possibilidades, tais como fusí vel queimado ou impossibilidade de partida .
A lista acima dos 19 problemas mais comuns e suas causas nã o é exclusiva,
mas pode ser ú til no diagn óstico da maioria dos problemas. (V. Tabela 12-5.)
14

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Manufacturing , Nov. 1959 . V •

38. VAUGHAN, V. G . & GLIDDEN, R . M. Built-in overheat protection for three- phase motors.
Electrical Manufacturing , Aug . 1958 .
39 . —
& WHITE, A . P. New hotter motors demand thermal protection. Electrical Manufac-
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40 . WALSH , E. M. Energy conversion electromechanical , direct , nuclear . New York . Ronald
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41. VENIOTT. Fractional and subfractional horsepower electric motors. 3. ed. New York,
McGraw-Hill, 1970.
42. WHITE, D. C. & WOODSON, H. H. Electromechanical energy conversion. New York,
Wiley/ Interscience, 1959.
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Hill ! <) ^
44. WILT, H. J. Circuit factors in motor protection. Electrical Manufacturing , June 1959.

V
QUESTÕ ES

12- 1. a. Dê a relação entre potê ncia e energia.


b. Sob que condições um dispositivo de conversão de energia é considerado um dis-
positivo de conversão de potê ncia ?
c. Uma máquina é capaz de armazenar energia ? Explique.
12-2. a . Qual é a relação entre a potência de entrada e a de saída de uma máquina , de acordo í
com a lei da conservaçã o da potê ncia ?
b. Por que a potência de sa í da de uma máquina é sempre menor que a pot ência de
entrada ?
c. Por que as perdas são sempre a diferen ça entre a potência de saída e a de entrada ?
-
12 3. a . Dê uma equação para o rendimento de uma má quina em três formas .
b . Estabeleça a aplicaçã o para cada forma .
c. Por que a Eq . (12- 2b) leva à determina çã o do rendimento do motor ?
d . Por que a Eq . (12-2c) leva à determinação do rendimento do gerador ?
e. Com base nas puas respostas a (c) e (d ) acima, por que é importante dispor-se de
meios para avaliar as perdas ?
12-4 . a . Conquanto as perdas das m áquinas possam representar energia na forma de calor,
luz ou energia quí mica, por que se imagina genericamente que a maior e ú nica
perda é a perda de potência té rmica ?
b. Em quais três maiores classes de perdas se divide a perda de potê ncia té rmica ?
c. Defina cada uma das classes de perdas relacionadas em (b).
d . Há justificativa para se desprezarem as perdas adicionais abaixo de 150 kW e
200 HP?
e. Como se avaliam as perdas adicionais acima de 150 kW e 200 HP?
12-5. a. Enumere aquelas perdas elétricas que são razoavelmente constantes com as variações
da carga .

r
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 501
b. Enumere aquelas perdas elétricas que variam em função da carga em todas as
máquinas.
12-6. a . Imaginando que um altemador é acionado à velocidade constante e com excitação
de campo constante, quais as perdas (elétricas e rotacionais) que são constantes
em relação à carga ?
b. Imaginando que um motor sí ncrono, com excitação de campo constante, é car -
regado desde a vazio até a plena carga, enumere as perdas ( rotacionais e elétricas)
que são constantes em relação à carga.
c. Quais as perdas enumeradas em (a ) e ( b) que existem a vazio ?
12-7. A partir das suas respostas às quest ões 12-5 e 12-6, resuma, para máquinas de velo
-
cidade aproximadamente constante
a . as perdas que são razoavelmente constantes, independentemente da carga
b. as perdas que variam em função da carga .
12-8. a . Explique por que as perdas por histerese são confinadas apenas aos materiais
magnéticos, enquanto que as perdas por correntes parasitas ocorrem para materiais
magné ticos e para materiais condutivos, embora n ã o magné ticos,
b. As perdas no n úcleo são, algumas vezes, chamadas de perdas no ferro. Por que
isto é uma designação err ó nea? *
12-9. Desenhe o diagrama de fluxo de potência para um gerador derivação CC, mostrando
a . a equação da potência mecâ nica de entrada
b. a equação da potência gerada na armadura ( potência elétrica desenvolvida) ki .

c. as perdas mecâ nicas e no n úcleo, em função dos. itens (a) e ( b) acima « <
d . as equações das perdas no cobre da armadura e do campo (perdas elétricas)
e. a equação da potência de sa í da. 1
f. o rendimento em função da Eq. (12-2c).
12- 10. Desenhe o diagrama de fluxo de potê ncia para um motor derivação, mostrando
a . a equaçã o de potência de entrada elétrica
b. a equação das perdas no cobre da armadura e no campo
c. a equaçã o da potê ncia el é trica convertida em potência mecâ nica
d . as perdas rotacionais e no n úcleo.
e. a equação da potê ncia de sa ída mecâ nica
f. o rendimento com base na Eq. (12-2b).
12- 11 . a . Mostre que a mudança de estado EgIJ 146 ou
EJJ 146 não envolve perdas na
-
conversão de watts em HP ou vice versa, na Fig. 12 1.-
b. Converta 1 kW em unidades de potência térmica ( Btu / min ) e potê ncia mecâ nica
( HP e pé lb / min ) respectivamente.
12- 12. a. Qual é a vantagem dos mé todos convencionais da determinação do rendimento
em relação ao do carregamento direto ?
b. Por que é relativamente impossí vel o carregamento direto quando se trata de
m á quinas maiores ?
c. Dê um tipo de método convencional aplicável à m áquina CC.
d . Dê outros tipos de mé todos convencionais aplicá veis a m áquinas sí ncronas e
assí ncronas.
12- 13. a . Explique por que a potência de sa ída de uma m áquina CC é zero, quando ela
funciona a vazio como motor, a uma certa velocidade predeterminada.
b . Como se determinam, exatamente e aproximadamente, as perdas rotacionais em (a) ?
c. Que perdas especí ficas estão inclu ídas nas perdas rotacionais ?
12- 14. Na determinação do rendimento de um gerador CC pelos métodos convencionais,
explique
502 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

a. por que funciona a vazio como um motor


b. como se avaliam as perdas elétricas para os vá rios valores da carga
c. como se avalia a potência de saída para os vá rios valores da carga
d. como se determina o rendimento para qualquer carga dada.
12-15. a . -
A partir da sua resposta à questão 12 7, indique, para máquinas que operam a
velocidades constantes, as perdas das má quinas que sã o constantes, independen -
temente da carga, e aquelas que variam em função dela.
b. Nos termos do item (a) acima, explique sob que condições pode ocorrer o ren-
dimento máximo.
c. Dadas as perdas fixas para um motor síncrono 3</> , W , e a resistência da armadura
do estator, Ra , mostre como é possí vel determinar o valor da corrente de armadura,
7 , para a qual ocorre o rendimento má ximo.
fl

12- 16. a . A relação para o rendimento má ximo permanece verdadeira para máquinas de
velocidade variá vel ?
b. Como se determina o valor da carga ( para a qual ocorre o rendimento má ximo)
para má quinas de velocidade variá vel ?
c. Indique 2 métodos grá ficos que possam ser utilizados para determinar o ponto
de carga onde ocorre o rendimento má ximo em ( b) acima.
-
12 17. a. Que hipóteses são feitas ao se realizar apenas uma medida no ensaio de funcio-
namento a vazio, para a determinação das perdas rotacionais?
b. Por que é mais exato fazer-se uma série de medidas, duplicando o fluxo e a velo-
cidade na qual funciona a máquina ?
c. Que fator deverá ser duplicado para duplicar-se fluxo e velocidade uma só vez ?
d. Por que o mé todo da velocidade- fcem é mais preciso na determinação do rendi -
mento de uma m áquina de velocidade variá vel , do que simplesmente as medidas
do ensaio a vazio ?
-
12 18. a. Na determinaçã o do rendimento convencional , qual a perda especí fica que se
determina através do método do ensaio a vazio, para uma máquina síncrona?
b. Na determinação do rendimento convencional, qual a perda especí fica que se
determina usando os dados do ensaio de curto, para uma máquina síncrona ?
c. Quais as perdas que são consideradas fixas para um alternador ?
d. Quais as perdas que são consideradas variá veis para um alternador ?
e. Qual o fator que é alterado, na equação do rendimento, como resultado de uma
variação no FP do alternador ?
-
12 19. a . Dê quatro vantagens da utilização do hidrogénio sobre a do ar, como meio refri-
gerante dos altemadores.
b. Dê cinco razões para se utilizarem métodos especiais de refrigeração das máquinas.
c. Compare o aumento na capacidade, com a utilização do hidrogénio, em vez do
ar, como meio refrigerante.
d. Compare o aumento no rendimento, com a utilização de hidrogénio, em vez do ar,
como meio refrigerante.
-
12-20. a. O método do motor calibrado apresentado na Seç. 12 10 é um método conven-
cional ou um método de carregamento direto para a determinação do rendimento ?
b. Quais as perdas especí ficas que são avaliadas nos passos ( 1) e (2) acima ?
c. Quais as perdas especí ficas que são avaliadas no passo ( 3) ?
d. A que valores conduz o passo (4), e são os mesmos necessá rios para a determinação
do rendimento ? Se nã o, para que servem ?
12-21. a. Indique um método convencional utilizado para a determinação do rendimento
de máquinas assíncronas.
n

RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 503

b. Indique três métodos que sejam utilizados envolvendo o carregamento direto, e


estabeleça por que sã o os mesmos aplicá veis apenas a máquinas assí ncronas
menores.
12- 22. a. Ao realizar o ensaio a vazio, por que não é possí vel ignorar as perdas no cobre
do estator e do rotor de um motor de indução ?
b. Sob que circunstâ ncias podem ser ignoradas as perdas no n úcleo, durante a
realização do ensaio a rotor bloqueado de uma má quina de indução ?
c. Sob que circunstâ ncias devem ser levadas em conta, e como é isto feito nos casos
usuais ?
d. Ao realizar os ensaios a vazio e de curto, qual a vantagem de se utilizar Rel
expressando a resistência equivalente do estator e do rotor, entre linhas, em lugar
da resistê ncia medida por fase ?
12- 23. a. Por que se considera o ensaio a rotor bloqueado um método pessimista ?
b. Há alguma vantagem numa determinação pessimista do rendimento ?
c. Por que o método do AIEE leva a um valor mais realista do rendimento das
máquinas assí ncronas ?
d . Confronte as vantagens e as desvantagens dos métodos do rotor bloqueado e o
da AIEE. *
12-24. a . Indique 5 métodos utilizados para a determinaçã o do rendimento de motores
monofásicos.
b. Qual destes mé todos requer a utilização de equipamento especial ?
c. Para cada um dos 3 métodos apresentados em (a ), com a utilização de carregamento
direto, explique como se medem a potência de entrada e a de sa ída . n
12-25. a. Que desvantagens ocorrem ao se adquirir uma máquina que tenha . uma capacidade
nominal de sa ída menor que a carga média para a qual será utilizada ?
b. Qiiais as informações fornecidas pelos dados de placa da maioria das má quinas ?
12- 26 . a . Qual é o significado da especificação “ aumento de temperatura de 40 °C” em
relação à temperatura ambiente ?
b. Como é afetada a capacidade em temperatura, da máquina, pela classe de isolação
empregada em seus enrolamentos ?
c. Qual é a desvantagem de temperaturas ambientes .elevadas, no que diz respeito
à isolação e à vida da máquina ?
d . O que significa a temperatura do ponto mais quente ?
e. Indique 3 maneiras prá ticas de medi-la .
12-27. a. Por que a tensão nominal de um motor CC é menor que a de um gerador CC ?
b. Repita (a) para a máquina CA.
c. Por que a gama de tensões padronizadas, de alternadores disponí veis, tem valores
mais elevados que a correspondente aos motores ?
d . Por que a gama de tensões, para motores polif ásicos disponí veis, leva a valores
mais elevados que a correspondente aos monof ásicos ?
12-28. a . Por que a máquina, para serviço cont í nuo, é maior que aquela para serviço
intermitente ?
b. Como é afetada a capacidade de uma dada máquina 1) pelo ciclo de trabalho,
2) pela temperatura ambiente, 3) pela carcaça e 4) por uma ventilação forçada ?
12-29. a . Quais os tipos de carcaça que são adequados a maquinas instaladas externamente,
expostas ao tempo ?
b. Em que locais seria permitida a instalação de máquinas com carcaça aberta ?
c. Sob que condições f ísicas reais seria desejá vel a instalação de uma máquina com
carcaça à prova dá gua ? Exemplifique.
504 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

12-30. a . Como será afetada a capacidade de uma máquina por uma diminuição de sua
velocidade ?
b. Por que os motores estão mais sujeitos a uma varia çã o de capacidade, devida a
variações na rotação, que os geradores ?
c. Distinga entre um motor de velocidade variá vel e um de velocidade ajustá vel.
d . Distinga entre um motor de velocidade variá vel e ajustá vel, e os tipos definidos
em (c) acima .
12-31. a . Explique por que a Tabela 12-4 distingue as caracter ísticas de regulação de velo-
cidade, das caracter ísticas de variação ajustá vel de velocidade.
b. Qual a classe de motores que fornece a melhor regulação em velocidade , com a
mais ampla variação da velocidade ?
c. Pode-se variar a velocidade de um motor de histerese ? Como ?
d. Qual a classe de motores que fornece a menor variação de velocidade ? Por quê ?
e. Por que seria idealmente correta a utilização de um altemador polifásico, acionado
por uma máquina primária de velocidade variá vel, para promover a variação de
velocidade em motores sí ncronos e assí ncronos ? (V. Seç. 9-21.)
f. Que efeito terá, sobre a capacidade , o aumento de frequê ncia e velocidade , de
acordo com o item (e) anterior ?
12-32. Além dos fatores de tensã o nominal, corrente nominal , frequência , velocidade, ciclo
de trabalho e acréscimo de temperatura, enumere algumas considerações outras que
afetem a seleção de
a . geradores e alternadores
b. motores. I
12-33. a . Defina 4 tipos de ciclo de trabalho.
b. O que significa potência média quadrática?
c. Na equaçã o para o cálculo de potência média quadrá tica , por que se dividem por
3 os per í odos de repouso ?
d. Imaginando iguais todos os outros fatores, com base na potência média quadrá tica ,
coloque em ordem decrescente de tamanho í f sico os seguintes motores de 1 /4 HP :
de ciclo intermitente, de ciclo variá vel, de ciclo contí nuo e de ciclo periódico. i
-
12 34. a. Por que a inspeção periódica da operação da máquina é um fator importante na
manutenção preventiva e na vida da máquina ?
b. Um motor do tipo gaiola, à prova de explosã o, autolubrifícá vel, exige algum tipo
de inspeção periódica ? Explique.
c. Por que o excesso de lubrificação é tão perigoso quanto a lubrificação deficiente,
ou mesmo a ausência de lubrificação ?
d. Ao realizar inspeções de rotina, como se utilizam os sentidos humanos ?
e. Quais as limitações dos sentidos e quais as causas possí veis de problemas, que í
apenas serão revelados por instrumentos (V. Tabela 12-5) ?
-
12 35. Com relaçã o à Tabela 12-5, para cada tipo de motor relacionado nas colunas, enumere
a. o n ú mero total de diferentes causas prová veis de falha
b. o n úmero total de diferentes sintomas de problemas
c. com base em (a) e ( b) acima, qual o motor monofásico menos suscept í vel a pro-
blemas ?
d. Compare a sua resposta à questão (c) com a correspondente a motores polifásicos t
e motores com escovas. Tire conclusões.

I
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 505
PROBLEMAS

12-1 . Uma bobina de choque, de n úcleo de ferro, sujeita a uma frequência de 60 Hz, tem
uma densidade de fluxo no n úcleo de 60.000 linhas/ pol 2, o que produz uma perda
por histerese de 2,5 W. Calcule a perda por histerese, se
a. A frequência aumenta para 100 Hz.
b. A densidade de fluxo é reduzida para 40.000 linhas/ pol 2 ( utilize B1 . 6 para este
tipo de ferro ).
12-2. As perdas por correntes parasitas, de um transformador de 3 kVA, 208 V, 400 Hz
são de 40 W e as perdas por histerese 25 W para a tensão e frequência nominais, sendo
52.000 linhas/ pol 2 a densidade de fluxo permissí vel . À plena carga, as perdas no cobre
são de 65 W. Calcule o rendimento para
a . A carga nominal , para fator de potência unitá rio.
b. Fator de potência unitário e cargas de 1 V4, 3/4, 1/2 e 1/4 da carga nominal.
12-3. Deseja-se utilizar o transformador do problema 12-2 a 60 Hz. Calcule :
a . A tensão aplicada que manterá a mesma densidade de fluxo permissí vel .
b. A capacidade do transformador em VA . s
c. As perdas por histerese .
d. As perdas por correntes parasitas.
e . O rendimento a plena carga .
f. Tire conclusões a respeito das perdas no ferro, verifique se a capacidade e o ren-
dimento se reduzem proporcionalmente aos valores da frequê ncia e da tensão de
uma máquina el é trica.
12-4. O rendimento de um motor de 5 HP, 125 V é determinado através de ensaio, utilizan-
do-se um gerador calibrado de 250 V . O rendimento a plena carga, do gerador
calibrado, é 0,86 quando ele entrega 13 A a 247 V a uma carga resistiva. O motor,
funcionando à velocidade nominal de 1.750 rpm drena 36 A de uma fonte de 125 V.
Calcule :
a. A potência de sa ída do motor em watts e em HP .
b. O rendimento do motor.
12-5. Dos dados e resultados do problema 12-4, calcule as perdas à plena carga, do
a . gerador.
b. motor.
12-6. Quando uma m áquina funciona a 1.800 rpm e a uma densidade de fluxo de 60.000
linhas / pol 2 , as perdas rotacionais são separadas em perdas por atrito, no valor de
250 W, e perdas no n úcleo, no valor de 180 W . Calcule as perdas rotacionais totais
para
a. Uma velocidade de 2.000 rpm .
b. Uma densidade de fluxo de 70.000 linhas/ pol 2 ( utilize o fator de B 1 ,8) e uma velo
cidade de 1.800 rpm .
-
c . Fluxo e velocidade ajustados, de modo que a fem gerada aumente de I 20 V para
125 V .
12-7. Cálculos preliminares para a determinação das perdas de potência (rotacionais) a
plena carga , de um motor-derivação de 10 HP, 115 V, 1.750 rpm, tendo a resistência
da armadura de 0,1212 e a do campo de 52,5 Q, requerem
a . A tensão a ser aplicada à armadura e
b. A velocidade à qual o motor deve ser acionado a vazio. Faça todos os cálculos
necessá rios para obter (a ) e (b) (conforme Tabela A-3 do Apêndice).
506 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

12-8 . Quando o motor de 10 HP, do problema 12-7 , funciona a vazio nas condições de
velocidade e tensão determinadas, ele solicita uma corrente de 10 A . Calcule :
a. A perda de potência a plena carga .
b. O rendimento a plena carga .
c . As perdas rotacionais e as perdas no cobre para as condições de meia carga
-
(4 38 A ) .
d . O rendimento a meia carga .
e . A potência de sa í da quando o motor drena a corrente nominal , e uma corrente que
é metade da nominal , respectivamente .
12-9 . Um gerador composto , ligação longa , de 100 kW , 120 V tem uma resistência de
armadura de 0,008 fl, uma resistência do campo-série de 0 ,01 fi , uma queda de tensão
nas escovas de 1 ,2 V e uma resistência do campo-derivação de 30 Í2. Cálculos pre-
liminares para a determinação das perdas rotacionais a plena carga , pelos métodos
convencionais, requerem
a. A tensão a ser aplicada à armadura se o gerador deve funcionar a vazio , como
motor .
b.. A velocidade à qual o gerador deve funcionar a vazio , como motor . Realize os
cá lculos necessários .
12- 10. Ouando funciona nas condi ções de tensão e velocidade determinadas no problema
12-9, a corrente drenada pela armadura é 32 A . Calcule
a. As perdas totais a plena carga.
b . O rendimento a plena carga.
c. As perdas rotacionais e no cobre a meia carga .
d . O rendimento a meia carga.
12- 11 . Para os cá lculos do problema 12- 10
a . Tabele as perdas fixas e variáveis para as condições de meia carga e de plena
carga .
b. Explique por que o rendimento a meia carga é maior que aquele a plena carga.
c. Calcule o valor da carga para o qual ocorrerá o rendimento máximo .
d. Calcule o rendimento máximo.
12- 12 . Um gerador-derivação de 125 V tem uma corrente nominal de armadura de 80 A e
as seguintes perdas a plena carga : por atrito e ventilação 250 W , no núcleo 300 W ,
no campo-derivação 125 W , no cobre da armadura 500 W , no contato tecla -escova
100 W . Imaginando um rendimento máximo, que ocorra de acordo com a Eq. ( 12-6) ,
onde as perdas aproximadamente constantes são iguais àquelas que variam com o
quadrado da velocidade, calcule
a . A corrente da armadura para o rendimento má ximo
b . O rendimento a plena carga
c. Se a velocidade da máquina primária é reduzida de dez por cento, e o fluxo
( imagine que as perdas variam com f 2 x B 2 ) aumenta de 20% para obter-se a
mesma tensão a plena carga, calcule o rendimento a plena carga , imaginando que
não há variação de capacidade devido a uma refrigeração inadequada.
12- 13. Um motor composto de 40 HP tem um rendimento de 82% quando funciona à carga
nominal . As perdas rotacionais são 25% das perdas a plena carga e podem ser
imaginadas como constantes enquanto todas as demais variam com o quadrado da
corrente de carga. Calcule o rendimento, quando a carga é
a . 20 HP.
b . 50 HP.
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 507
12-14. Um motor-série de 35 HP tem um rendimento má ximo teórico de 85 quando
entrega três quartos de sua potência nominal. Imaginando que as perdas no
%
contato
tecla-escova sã o desprezá veis, calcule
a. As perdas totais para esta carga.
1
L
b. As perdas rotacionais e as variá veis no cobre para o rendimento má ximo
c. Imaginando uma diminuição de 20% na fcem à plena carga, calcule as perdas
.
rotacionais a plena carga, as perdas no cobre e o rendimento.
d. Explique por que o rendimento a plena carga é maior que o rendimento má ximo
teórico.
12-15. Um altemador de 1.000 kVA, 2.300 V, ligação estrela, de seis pólos, 60
Hz opera a
um fator de potência de 0,8 em atraso quando supre a carga nominal. A
resistência
a CC do circuito da armadura, medida entre os terminais, é 0,1 Q e o campo CC
requer 30 A a 125 V entre os anéis coletores, cuja alimentação se faz a partir
de uma
excitatriz montada sobre o mesmo eixo do altemador. Quando acionado
a uma
velocidade nominal de 1.200 rpm, utilizando um motor calibrado e um
-
eletrodina
mômetro, determinaram se as seguintes perdas : perdas no ferro de 7,5 kW, perdas -
de atrito e ventilação 5,75 kW . Imaginando um fator de resistência efetiva f
de 1, 25
multiplicativo em relação à resistência a CC, calcule
a . O rendimento a plena carga do altemador para um fator de potência de 0,8.
b. A carga percentual para a qual ocorrerá o rendimento máximo.
c. O rendimento m á ximo, admitindo que nã o há variaçã o no fator de potência ou
na excitação.
-
12 16. Um motor-derivação calibrado é utilizado para acionar um altemador trif
ásico de
1.000 kVA , 6.990 V à velocidade nominal. Os dados obtidos foram :

Potência de entrada Rendimento do


( kW) motor Condições
1 ,0 0,56 1
15, 2 0,85 2
30,0 0,88 3
60,5 0,90 4
Condições : ( 1 ) Motor desacoplado do altemador , ( 2) Motor acoplado , altemador
desexcitado. (3) Campo do altemador solicitando 60 A de uma fonte CC de 125 V
.
para produzir a tensão nominal a vazio (4) Armadura do altemador
trifásico curto-
circuitada, sendo que a corrente circulante é a nominal. A partir dos dados nominais,
*

calcule
a. As perdas por atrito e ventilação do altemador à velocidade nominal.
b. As perdas no n úcleo à velocidade nominal.
-
c. As perdas no campo para produzir se a tensão nominal .
d . As perdas totais fixas a plena carga.
e. O rendimento do altemador para cargas de fator de potência unitário nos pontos
correspondentes à plena carga, à meia carga e no ponto de rendimento
máximo.
f. Se se aumenta a excitação para 75 A CC, sendo a carga correspondente
a um
fator de potência de 0,8 em atraso, calcule o rendimento a plena carga e
a meia
carga.
12-17. Um altemador, ligação estrela, de 10 kVA, . 250 V foi ensaiado a vazio e a curto-
circuito, para determinar -se a regulação, tendo seu valor de resistência efetiva da
armadura, por fase, dado um valor de 0,3 f í/ fase. Quando funciona a vazio como
motor sí ncrono, à tensão e velocidade nominais, ele drena uma potência total de
508 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

532 W a uma corrente a vazio de 7,75 A. Os dados do ensaio a vazio indicam que o
campo CC requer uma excitação de 20 A a 125 V CC para que se produza a tensão
nominal no ensaio a vazio, correspondendo ao funcionamento como carga do fator
de potência unitá rio. Calcule :
a. As perdas rotacionais.
b. As perdas no cobre do campo.
c. As perdas no cobre da armadura para 1 /4, 1 / 2, 3/4 e 1 * /4 de carga nominal.
d. O rendimento para as cargas enumeradas em (c) correspondentes a um fator de
potência unitá rio.
12- 18. Um motor de indução de rotor gaiola de esquilo de 7,5 HP, 220 V, trifásico, de quatro
pólos, 1.750 rpm , 22 A, com fator de potência 0,8 tem o mesmo n ú mero de espiras
no estator e no rotor. Quando funciona a vazio à tensão nominal, o motor drena
9,5 A e uma potência total de 600 W. Com o rotor bloqueado, o motor drena 22,0 A
e 1.100 W de uma linha de 40 V. Calcule :
a. A resistência equivalente entre as linhas do motor de indução, referidas ao estator.
b. As perdas rotacionais.
c. As perdas no cobre equivalentes a 1 /4, 1 /2, 3/4 e 11/4 da carga nominal .
d . O rendimento para cada um destes pontos de carga.
e. A carga para a qual ocorre o rendimento má ximo e o seu valor .
f. A relação entre as perdas no n úcleo à tensão reduzida e aquelas que ocorrem à
tensão nominal, no ensaio a rotor bloqueado.
12- 19. a. Recalcule o rendimento a plena carga correspondente ao problema 12- 18, utili-
zando o mé todo do circuito equivalente do AIEE, através do conceito de carga -
escorregamento, e os demais dados do problema anterior .
b. Compare o rendimento obtido no item anterior com o do problema 12 18, e
explique por que este é pessimista ( isto é, o rendimento é menor).
-
c. Tabele, para as condições de 1 /4, 1/ 2, 3/4, plena carga e lJ /4 desta, os valores que
se seguem calculados, através ao mé todo de carga-escorregamento do AIEE :
perdas no cobre do estator, potência de entrada do estator, escorregamento, perdas
no cobre do rotor, perdas rotacionais, perdas totais do rotor, potência de saída
do rotor e rendimento.
d . Calcule a carga para a qual ocorre o rendimento m áximo e o seu valor.
e. Compare as suas respostas aos problemas 12-18c e 12-19d e atente para a diferença
no valor do rendimento m á ximo e no ponto para o qual ele ocorre.
12- 20 Os ensaios realizados em um motor de indução trif ásico de 10 HP, 220 V e quatro
.
pólos levaram aos dados seguintes :

Tensão de Corrente de Resistência


Potência total
linha linha do estator ,
( V) ( A) (W) por fase
A vazio 220 8,1 400 rpm 0,13
Carga nominal 220 27,0 8.200- 1.750 rpm

Calcule :
a . As perdas por atrito, ventilação e no ferro.
b. As perdas no cobre do estator a plena carga.
c. A potê ncia de entrada no rotor a plena carga.
RELAçõES DE POTêNCIA E ENERGIA 509

d . As perdas no cobre do rotor a plena carga .


e. A potência de saí da do rotor a plena carga.
f. A potência de saída do motor a plena carga .
g. O torque a plena carga.
h. O rendimento a plena carga.
i . O fator de potência a plena carga .

12-21 . O ensaio de um motor de indu ção monof ásico de partida e capacitor , de quatro pólos,
115 V levou aos dados seguintes :

Dinamômetro Leitura
Veloci-
Tensão Corrente Potência ( comprimento de
dade
do braço ) escala
(V ) (A ) (W ) ( rpm ) ( pol ) (on ças)
A vazio 115 4,8 203 1.795 12 0
Carga nominal 1
115 5,8 493 1.720 12 9,16
Carga corresponden -
te ao T má ximo 115 11 , 2 600 1.440 12 20,65
Rotor bloqueado 60 5,8 150 0 12 7 ,93

Calcule :
a. O rendimento para a carga nominal, bem como o fator de potência , a pot ência em
HP e o torque nominal . Ií

b. O torque má ximo e o de partida , utilizando o torque má ximo calculado.


c. O rendimento e o fator de potência correspondentes ao torque m á ximo.
d . O torque nominal a partir do torque m á ximo.
e. O torque de partida e o fator de potência respectivo a partir dos dados a rotor
bloqueado.
12-22. Utilizando o método carga -escorregamento do AIEE a partir dos dados do problema
12-21 calcule :
a . A resist ê ncia equivalente ao estator e ao rotor a vazio e a resist ência efetiva entre
linhas referida ao estator.
b. As perdas rotacionais.
c. As perdas equivalentes no cobre para a carga nominal .
d . O rendimento a carga nominal.
e. Procure discrepâ ncias no rendimento calculado por este método.
12- 23. Um motor CC de 7 * / 2 HP, 115 V tem uma corrente de plena carga de 58 A , uma
resist ência do circuito da armadura de 0,1 Q e uma velocidade de plena carga de
1.750 rpm . Quando este motor-derivação é ligado a uma fonte de 230 V, com a
conveniente resist ência inserida no circuito de campo, para manter seu fluxo no valor
nominal de 115 V , a corrente permanece a mesma enquanto a velocidade aumenta.
Imaginando que esta velocidade acrescida, bem como a ventila çã o , implicam num
aumento das perdas rotacionais, e que os projetos elétrico e mecâ nico do motor se
adaptam às novas condições, calcule
a . A fem e a velocidade para a tensão mais elevada.
b. A capacidade em HP na tensão mais elevada.
12- 24. Um motor de indução de 30 HP, 440 V utilizado numa máquina lavadora comercial,
aciona uma carga de 15 HP durante 5 minutos, seguida de uma carga de 60 HP
durante 5 minutos, seguida de um per í odo a vazio (correspondente à secagem ) de
510 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

15 minutos. Se se repete este ciclo continuamente durante 24 horas, calcule


a . O fator pelo qual é excedido o regime do motor.
b. Determine se o regime é excedido quando o período de repouso aumenta para 30
minutos.

RESPOSTAS

12- l(a ) 4,167 W ( b) 1,28 W 12 2(a) 0,958 ( b) 0,956 0,957 0,948 0,915
- 12 3( a ) 31, 2 V
( b) 450 VA (c) 3,75 W ( d ) 0,9 W ( e) 0,866 12-4( a ) ,
5 01 HP ( b) 0,831 12-5( a ) 525 W
( b) 760 W 12-6(a ) 478 W ( b) 487, 5 W (c) 447 W 12-7(a ) 106, 1 V ( b) 1.750 rpm
-
12 8(a ) 1.048 W ( b) 0,778 (c) 1.090 W 164,5 W ( d) 0,659 (e) 9,11 HP 3,86
HP
12-9(a ) 136,3 V ( b) 870 rpm 12- 10(a ) 4.310 W { ) 0,844 ( c) 4.070 W 3.150 W (
&
0 859 12- 11 (a) 473,5 A (d ) 0,86 12-12(a ) 93 A 0,891 ( b ) 0,8875 ( c) 0,885 12 ( )
,
d)
0,842 ( b) 0,8 12- 14(a ) 2.470 W ( b) 1.235 W (c) 998 W 2.195 W 0,853
- 13 a
12- 15(a ) i
0,965 ( b) 120 por cento (c) 0,966 12- 16(a ) 12,92 kW ( b) 13,48 kW ( c
) 7,5 kW ( d )
33,9 kW (e) 0,94 0,924 0,9475 ( f ) 0,9275 0,90 12- 17(a ) 478 W (
b) 240 W (c)
30 W 120 W 270 W 480 W 750 W ( d ) 0,77 0,856 0,883 0,895 0,896 12- ( )
18 a
1 ,515 0 ( b) 395 W (c) 68,75 W 275 W 618 W 1.100 W 1.720 W
(d ) 0,723 0,8

0,819 W 0,818 W 0,808 W


-
0,798 0.749 0,743 (e ) 0,802 ( f ) 0,033 12 19( a ) 0,6 carga nominal ( c) 0,677 W 0,797 W
( d ) 0,82 1 L 0,822 12-20( a ) 374,4 W ( b ) 284 W
( c) 7.541,6 W ( d ) 215,5 W ( e) 7.326,1 W ( 0 9,825 HP ( g) 29,5 lb- pé ( h ) 0,8925
(i) 0,796 12-21(a ) 0,452 0,738 0,572 lb- pé ( b ) 1 ,29 lb- pé 0,496 lb- pé (c ) 0,44
0,465 ( d ) 0,572 lb- pé (e) 0,496 lb- pé 0,431 12-22( a ) 150 W 4,46 ( b ) 100 W ( c)
150 W (d) 0,4925 12-23(a ) 3.590 rpm ( b) 15,4 HP 12-24(a ) 118,7 porcento ( b )
103 por cento.

i
k

TREZE

transformadores

13-1 . DEFINI ÇÕ ES FUNDAMENTAIS


O transformador opera segundo o princí pio da indução mú tua entre duas (ou
mais) bobinas ou circuitos indutivamente acoplados. Um transformador te ó rico de
núcleo a ar, no qual dois circuitos são acoplados por indução magnética, é visto
-
na Fig. 13 1. Note-se que os circuitos não são ligados fisicamente ( nã o h á conexão
condutiva entre eles).
O circuito ligado à fonte de tensão alternativa, V í 9 é chamado de primário
(circuito 1 ) . O primá rio recebe sua energia de uma fonte alternativa . Dependendo
do grau de acoplamento magnético entre os dois circuitos ( Eq. 13- 1), esta energia
-
é transferida do circuito 1 ao circuito 2. Se os dois circuitos sã o frouxamente aco
plados , como no caso do transformador a n úcleo de ar, mostrado na Fig. 13-1,
somente uma pequena quantidade de energia é transferida do prim á rio (circuito 1 )
para o secund á rio (circuito 2). Se as duas bobinas ou circuitos est ã o enrolados
sobre um n úcleo comum de ferro, eles estão fortemente acoplados. Neste caso,
-
quase toda a energia recebida da fonte, pelo prim á rio, é transferida por ação trans
formadora ao secundário.
512

n
V\Ar—
ii M
MáQUINAS

I2
*~
Á/SA/
r2
—° * o
__
ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

IL ( = I 2 )
•<
E Ez
© V, h Li L? í t
<>z V2 Carga

<Ê m o o
II Iz
Circuito 1 Circuito 2
Fig. 13 1- — Transformador de n úcleo de ar, indutivamente acoplado,
com os sí mbolos definit ó rios.

As seguintes definiçõ es aplicam -se ao transformador, como mostra a Fig.


13-1, e sã o usadas no texto deste capí tulo :

y1 é a tensã o de suprimento aplicada ao primá rio, circuito 1,


em volts
r1 resist ê ncia do circuito primá rio, em ohms
L1 indutâ ncia do circuito primá rio, em henries
reatâ ncia indutiva do circuito primá rio, em ohms
* 1.1
imped â ncia do circuito prim á rio, em ohms
valor 'médio quadrá tico da corrente drenada da fonte
' 1
pelo prim á rio, em ampè res
tensã o induzida no enrolamento primá rio (ou circuito)
por todo o fluxo que concatena a bobina 1 , em volts
E2 tensã o induzida no enrolamento secund á rio (ou circuito)
por todo o fluxo que concatena a bobina 2, em volts
valor médio quadrá tico da corrente entregue pelo
circuito secund á rio à carga ligada a seus terminais
r2 resist ê ncia do circuito secund á rio ( exclu ída a carga ),
em ohms
tensã o que aparece nos terminais do enrolamento
^ 2
secund á rio, em volts
L2 indut â ncia do circuito secund á rio, em henries
*L 2 reat â ncia indutiva do circuito secund á rio , em ohms
imped â ncia do circuito secund á rio ( excluí da a carga ),
em ohms
</> l componente de dispersã o do fluxo que concatena apenas
com a bobina 1
t
<> 2 componente de dispersã o do fluxo que concatena
apenas com a bobina 2
ôm
T
fluxo m ú tuo , compartilhado por ambos os circuitos,
concatenando as bobinas 1 e 2
M indutâ ncia m útua ( uma medida do acoplamento
magné tico) entre as duas bobinas (ou circuitos)
produzida pelo fluxo m ú tuo ( </> m) em henries.
y

* T RANSFORMADORES 513
Note-se o significado da convenção dos pontos , usada na Fig. 13- 1 para mostrar
a polaridade instant â nea positiva da tensão alternativa induzida em ambos os
enrolamentos, primário e secundá rio, como resultado da ação de transformação.
Assim , quando V í é instantaneamente positivo , uma tensã o E { é induzida no
c enrolamento primá rio, de uma polaridade tal que se opõe a V de acordo com
19
< a lei de Lenz, como mostra a Fig. 13-1. També m, deve-se notar (na Fig. 13-1)
que a corrente l 2 est á em oposiçã o em relação a Iv Isto est á també m de acordo
V com a lei de Lenz , uma vez que Ix produz </> m , / 2 deve circular numa direçã o tal
o. Y que se oponha a / ,, e (ao mesmo tempo) que esteja conforme com a polaridade
instaht â nea de £ 2, como se vê na Fig. 13-1. A polaridade instant â nea de Ê 2 e / 2
estabelece a polaridade instant â nea de V2 ( terminal superior positivo) e a direção
da corrente na carga.
entre duas bobinas é a rela çã o do fluxo m ú tuo
para o fluxo total , definido como 1

<t> m M
k= (13-1)
4m +
)
V Lx x L2

onde todos os termos foram definidos acima.


Se as duas bobinas estão frouxamente acopladas , como no transformador
de n ú cleo de ar da Fig. 13- 1 , os termos <£ m e 02 sã o pequenos em comparaçã o a
<t> v Como consequência, os termos L 2 e M são pequenos em comparação a L
í *

A substituiçã o na Eq . (13- 1 ) leva a um valor pequeno do coeficiente de acoplamento,


k . Isto, por sua vez , leva a um valor pequeno de E 2 e V (em comparaçã o a E
2 i
e V f ). Para qualquer carga dada, assim, um pequeno valor de V leva a um pequeno
2
valor da corrente de carga, / 2. Estabelece-se simplesmente, então, que , para o
acoplamento frouxo , a pot ê ncia transferida ao circuito secund á rio , E I i é rela-
2 2
tivamente pequena.
>5> Transformadores que tê m acoplamento frouxo sã o usados principalmente
em comunicaçã o em alta frequê ncia ( RF) e em circuitos eletr ónicos. Praticamente,
todos os transformadores usados em aplicações relativas a máquinas e potência,
entretanto, sã o transformadores de n úcleo de ferro, fortemente acoplados.
Se as bobinas ou circuitos sã o estreitamente acoplados, e os fluxos dispersos
4> j e cp 2 são relativamente pequenos em comparação a 0m, a indutâ ncia mú tua M
entre as duas bobinas é grande como o sã o os termos E 29 12 e V . Neste caso, a
2

l A Eq. 13- 1 pode ser derivada como se segue. A indutância mútua, como qualquer indutância,
é proporcional à tensão induzida ( eM = M di / d t ) onde eM é a força eletromotriz desenvolvida na bobina 2
pela porção do fluKO que é comum às bobinas 1 e 2, <f> m . De acordo com a lei de Faraday, da indu-
ção eletromagnética ( Eq . 1 - 5)
Em oc k N l N 2 mas Nx oc J E ] e N 2 oc
e, assim, Em oc M oc kNXN 2 = K f L{ L2 onde k ( ou k ) é o coeficiente de acoplamento, por defini ção,
e yjLyL 2 é a média geométrica das auto-indutâncias das duas bobinas.
514 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

energia transformadora E 2 I 2 t é praticamente igual à ElIlt . Tanto quanto pos -


sível, o projeto dos transformadores de potência, de núcleo de ferro, tenta fazê-los
atingir um coeficiente de acoplamento unitá rio ( k = l ) tal que na Eq. (13-1)
M = V LxL 2 como no caso de um transformador ideal.
y

O acoplamento entre os dois circuitos é aumentado se porções de ambas as


bobinas sã o enroladas no mesmo formato e se sã o colocadas sobre um n úcleo
magnético de baixa relutâ ncia. Tais considerações tendem a reduzir 0 , e <j) .
2
Mas, mesmo com ótimos projetos, é impossí vel atingir as condições de transfor-
mador ideal — um que n ã o tenha fluxos dispersos no primá rio ou no secund á rio,
e tenha acoplamento unitá rio. Apesar disto, a discussão subsequente começa
com um transformador ideal, com a finalidade de simplificar a compreensão das
*

relações do transformador que se seguem. Após, será abordado o transformador


prá tico de potê ncia.
N
\

-
13 2. RELAÇÕES NO TRANSFORMADOR IDEAL
Consideremos um transformador ideal, de n úcleo de ferro, çonforme mostra
a Fig. 13- 2, onde os fluxos dispersos ef 2 = 0 e f c = l . Tal transformador
9 ^
possui apenas fluxo m ú tuo <pm comum a ambas as bobinas, primária e secundária.
Quando Vl ê instantaneamente positivo, como se vê na Fig. 13-2, a direção da
corrente primá ria I í produz a direção do fluxo m ú tuo </> m, como se vê. A força

It
0: ll.
O
<
; A
°1 í
^ v, Et .>
V2 Carga
o
o

. -
Fig 13 2 — Transformador de n úcleo de ferro, caso ideal.

eletromotriz induzida prim á ria


- _de abordo mm a nonven çao dos pontoS e

mm a ,
lei de Lenz produz uma pnlariH ^ Hp pnçitjya na parte superior bobina
primaria que se npne instantaneamente à tensã o aplir.ada
)
SemelhantementeJ f
no secundário, para a direção de </> mostrada , a polaridade positiva de F 2 deve i
ser tal que crie um fluxo desmagnetizante oposto ó m (lei de Lenz). Uma carga
ligada aos terminais do secund á rio produz uma corrente secundá ria / 2, que circula
em resposta à polaridade de E 2 e produz um fluxo desmagnetizante.
Estamos agora em condições de compreender qualitativamente como um
transformador desenvolve potência secundá ria e transfere potência do primá rio
para o secundá rio, na forma seguinte :

?
i
T RANSFORM ADORES 515
1. Imagine um circuito aberto, impedância infinita ou carga zero no secundário, e I 7 = 0.
2. Como resultado do fluxo alternativo mú tuo ( pm (criado pela tensão aplicada), são produ-
zidas forças eletromotrizes e E 2 tendo a polaridade instantâ nea mostrada com res-
peito a <j>m (Fig. 13 2). -
3. Uma pequena corrente primária, /m, conhecida como corrente de magnetização, deve
circular mesmo quando o transformador está descarregado. A corrente é pequena,
porque a fem induzida prim á ria, Ev se opõe à tensão aplicada, Vv a cada instante. O
valor de lm é uma função primariamente da relutâ ncia do circuito magnético,
Rm, e
ppm
do valor de pico do fluxo mú tuo magnetizante, < , para um dado n úmero de espiras
primá rias. 2
4. Como mostra a Fig. 13-3a, o valor pequeno de Im se atrasa, em relação à tensão pri-
mária, de 90° produzindo </> m.

I2
(E2)
v, ez v,
£
.
I = Im
lz 61
;
i
K 'Pm
(a ) Relações primá rias a vazio. ( b ) Relações secundá rias, transformador carregado.

(c) Relações primá rias, transformador carregado.

Fig. 13 3- — Relações fasoriais no transformador ideal .

5. por sua vez, requer 90° para produzir as tensões induzidas primária e secundária
£ i e E2 Estas tensões induzidas estão em fase uma com a outra, por serem ambas pro^-
t

duzidas por <pm. Note-se que £ , na Fig. 13-3a opõe-se a Vx ( lei de Lenz). Sem carga,
a Fig. 13-3a representa todas as relações de corrente e tensão num transformador ideal.
6. Imagine uma carga em atraso (indutiva) ligada aos terminais do secundá rio do trans-
formador ideal da Fig. 13-2. Tal carga produz uma corrente / 2 atrasada em relação
a E 2 de um ângulo 02, como se vê na Fig. 13-3b.
-
7. Os ampère-espiras secundários, N 2 / 2, como mostra a Fig. 13 2, tendem a produzir
um fluxo desmagnetizante que reduz o fluxo m ú tuo <£ m, e as tensões induzidas, E e Ev
2
instantaneamente.
8. A redução de Ex produz uma componente primária da corrente de carga, I [ que circula
no prim á rio, tal que I 'lNi = J 2 iV 2, restabelecendo <j)m em seu valor original. Note-se
que, na Fig. 13-3b, 7 J se atrasa em relação a Vt de 0/, enquanto I 2 se atrasa em relação

2
Pode-se mostrar que o valor de pico da corrente de magnetização, / = ( f> pm ( R J N J onde
Rm ca relut â ncia do circuito magnético, <f> pm é o valor de pico do fluxo m ú tuo magnetizante
e N| é o n ú mero de espiras do prim á rio, conforme JACKSON, Introduction to Electric Circuits, . ed.
3
Englewood Cliffs, N. J., Prentice- Hall, 1970, p. 585.
516 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

a E 2 de 02, tais que 9\ = 02. Esta última igualdade é necessá ria a fim de que os ampè re
espiras primários restaurados N Í I [ sejam iguais e opostos aos ampè re-espiras secun -
-
d á rios desmagnetizantes JV 2 / 2.
9. O efeito da componente primá ria da corrente de carga I [ é visto na Fig. 13-3c, onde
a corrente primá ria / , é a soma fasorial de Im e JJ . Dois pontos devem ser notados no
que diz respeito às relações do fator de pot ência no circuito prim á rio da figura :
a. o â ngulo de fase do prim á rio diminui de seu valor original sem carga de 90° a seu
valor 6 t com carga, e
b. o â ngulo de fase do circuito prim á rio nã o é exatamente o mesmo do circuito secun-
d á rio. ( Para uma carga em atraso, > 02.)

Os passos acima revelam a maneira pela qual o circuito ^primá rio responde
à carga no circuito secund á rio . Num certo sentido , a operaçã o de um transfor-
mador carregado pode ser considerada semelhante ao carregamento de um motor-
derivação de corrente contí nua 3 ( Seç . 4-4).
A igualdade entre a fmm desmagnetizante do secundário N 212 e a componente
primária da fmm N XI V' que circula devido à carga para equilibrar sua açã o des -
magnetizante , como se descreveu no item 8 acima, pode ser sumarizada e rearran-
jada como

( 13- 2a)
=
'^
2 2


OU

/ .2 N1
=a ( 13- 2 b)
/í N2

onde a é a relaçã o das espiras primá rias para as secundá rias


ou a relação de transformação
I [ é a componente de carga da corrente primá ria
I 2 é a corrente secund á ria ou de carga
N x e N 2 são os números de espiras do primá rio e secun-
dá rio , respectivamente .

O significado da relação de transforma çã o , a , na Eq . ( 13- 2b), é que ela é fixa


(não constante ) para qualquer transformador dado (já construí do) dependendo
de sua aplicaçã o . Çonsequentemente , a componente de carga da corrente pri-
mária pode ser calculada para qualquer valor da corrente secundárja_de carga, _ ,

como mostra o Exemplo 13 - 1 .


3
Conforme cresce a carga de um motor-derivação CC, há um decr éscimo instant â neo da velo-
cidade e da força contra - eletromotriz, acompanhado por um aumento na cprrente da armadura
a partir da fonte, para produzir o necessá rio torque eletromagnético a fim de contrabalançar a carga
aplicada . A redução da fcem no motor CC, em resposta ao aumento de carga, é semelhante à
reduçã o na fem gerada no prim á rio E l de um transformador em resposta ao aumento de carga . r
TRANSFORMADORES 517
EXEMPLO O lado de alta tensão de um transformador tem 500 espiras, enquanto o de baixa
-
13 1 : tensão tem 100 espiras. Quando ligado como abaixador, a corrente de carga
é 12 A. Calcule:
a. a relação de transformação, a
b. a componente de carga da corrente primá ria.

Solução :

a. Como um transformador abaixador, o lado de alta tensão é o primá rio e o


de baixa o secund ário. A relação de transformação, a, é

a = NN i
2
500 espiras
^ (13-2b)

-7 b. Da Eq . (13-2 b

^ /; =
100 espiras
l2/a = 12 A/5 = 2,4 A

-
A maneira de escrever do Exemplo 13 1 implica em que tanto o lado de baixa
tensã o como o de alta, de um transformador, podem ser usados como primá rio
(o lado que é ligado à fonte de energia ). Assim , a relaçã o de transformaçã ,
o para
um transformador dado (constru ído), depende de sua aplicação, como mostra
o Exemplo 13- 2 .

EXEMPLO Calcule a relação de transformação do transformador do exemplo 13-1, quando


-
13 2 : usado como transformador elevador.

Solução :
Como transformador elevador, o lado de baixa tensão é ligado como primário.
A relação de transformação,
100 espiras
a =—- 500
N2 espiras = 0,2 -
(13 2b)

Os Exemplos 13-1 e 13-2 mostram que a relação de transformaçã o, a, é fixa


para uma dada aplicação, mas não constante. Quando usado como transformador
abaixador, a = 5, mas, quando usado como transformador elevador, a 0,2
(que é o recí proco de 5). Desde que os termos elevador e abaixador =
referem-se
às tensões, bem como aos lados de alta tensã o e baixa tensã o, a relação de
formação pode ser estabelecida em função das tensões, usando a quantificação-
trans
de Neumann da lei de Faraday ( Eq. 1-1) :

Et = N 1 dtK
à
(13-3)

‘-
d <t>m
e n > d , -
(13 4)
518 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Uma vez que a rela ção de variação do fluxo mútuo que concatena primá rio V.

a em função das tensões ou


-
e secundá rio é a mesma, ( d<j> Jdt ) y dividindo a Eq. (13 3) pela Eq. (13-4) teremos V

N
a = ± = E±_ = V_1 (13-5)
N2 E2 V2 *

A equaçã o (13- 5) estabelece que as relações das tensões primá rias para as
secund á rias sã o proporcionais às relações dos n ú meros de espiras primá rias para
secund á rias. També m se verifica que a relaçã o de transformaçã o, a, é maior que X
a unidade para um transformador abaixador, mas é menor que a unidade para
um transformador elevador ( V. Exemplo 13-1 e 13- 2).
Considerando as Eqs. (13- 2b) e (13-5), teremos

HN± = !± = =K
a =
2 I; ^E2 V
±
2
(13-6)

que pode ser transposta para conduzir à relação fundamental


de potência entre o primá rio e o secund á rio

EJl = E 2 I 2 -
(13 7)
4
e, se a componente de carga da corrente primá ria, / i » é muito
maior que a corrente de magnetização, 7m, podemos escrever

E Í I Í = E 212 (onde Im é desprezí vel) -


(13 8)

Para um transformador ideal, sem perdas, não tendo fluxos


dispersos primá rios nem secund á rios (reatâ ncias de dispersã o
nulas), podemos dizer que

*Vi V 2 I 2 (para um transformador ideal) -


(13 9)

A Eq. (13-9) verifica a definição fundamental d e ' u m transformador como f


dispositivo que transfere energia de um circuito para outro. Para um transformador
ideal, os volt-ampè res drenados da fonte alternativa, V Í I Í sã o iguais aos volt-
ampè res transferidos ao secund á rio e entregues à carga, V 2 I 2, onde todos os termos
foram definidos na Seç. 13-1.4 A Equação (13-9) també m estabelece um meio
4
Note-se a significação das letras V t E, denotando tensões terminais e induzidas, respectiva-
mente. Note-se também que, como os aitemadores, os transformadores são especificados em kVA
em vez de kw. A fatores de potência extremamente pequenos, um transformador pode carregar
a corrente nominal e ainda assim transferir somente uma pequena parcela de potência ativa. A espe-
cificação em kVA assegura que um transformador nunca seja sobrecarregado, uma vez que se aplica
a todos os fatores de potência desde a unidade até zero.
1

TRANSFORMADORES 519
de especificar um transformador em volt-ampéres ( VA) ou quilovolt-ampéres
(kVA), onde V 1 e I x são os valores nominais da tensão e da corrente primária,
respectivamente , e F2 e / 2 os valores nominais secundários da tensão e da corrente,
respectivamente .

E X E M P L O Um transformador de 4,6 kVA , 2.300/ 115 V , 60 Hz foi projetado para ter uma
-
/ 5- 3: fen) induzida de 2,5 volts/espira. Imaginando o um transformador ideal, calcule
a. O n ú mero de espiras do enrolamento de alta, Na .
b. O n ú mero de espiras do enrolamento de baixa, Nb .
c. A corrente nominal para o enrolamento de alta, la .
d. A corrente nominal para o enrolamento de baixa, Ib .
e. A relaçã o de transformação funcionando como elevador.
f . A relação de transformação funcionando como abaixador.

Solução :
K 2.300
a. Na = 920 espiras —
-^
2,5 V /esp 2,5 V /esp
1 espiras 1 esp
b' N> = £ x
V =
115 x 46 espiras
2 2,5 V =
c- h =
kVA x 1.000
~
4,6 x 1.000 VA
2,3 x 103 V
kVA x 103 4,6 x 103 VA
2 A - (13-9)

,
d. / =
1,15 x 102 V =
40 A (13-9)
K
e. a = NL = = = J_ 0,05, como elevador
46
920 20 =
~
N,
^

N
N. Na ~ 920 20, como abaixador
'
f. a = “ = -
(13 26)
N2 Nb 46

No Exemplo 13- 3, a relação volts/espira foi dada como 2, 5 V/esp, para ambos
os enrolamentos , de alta e baixa tensões . Pode-se mostrar que este valor é dire-
tamente proporcional ao valor de pico do fluxo mútuo,. </> , e à frequência , con-
pm
forme expressa a relação volts/espira ou 5
5
A quantificação da Neumann, da lei de Faraday, estabelece que a Fem média induzida
numa
bobina de N espiras é

—l <*
T P
x i <r 8 v ( 1 - 1)

-
onde t é o tempo que o fluxo m ú tuo leva para elevar se de zero ao valor de pico, sendo o fluxo
expresso em maxwells. Imaginando um sinal de entrada sinusoidal, tendo uma frequ ncia
ê de /
ciclos por segundo, o fluxo eleva-se ao má ximo num quarto de ciclo ( / = 1 4 ) e
//
_
10 - 8 = 4 f N +pm 10 - 8 V
^ med
1 /4 /
X X

Mas, desde que o fator de forma de uma onda sinusoidal é a relação do seu valor efetivo para
seu valor médio (0,707/0,636 = 1,11), o valor efetivo da fem induzida = 1,11 ou
E dm 1,11 E med = 4,44 / N <j) pm x 10 8 V “

Donde, a rela ção volts / espira é E / N = 4,44 / x 10 8 V "


( 13- 10)
-
Note se que a Eq. ( 13-10) para o transformador é id ê ntica à Eq. ( 2-14) para o alternador.
520 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

E 2_
= K 4 Mf <t> pm X 10 - 8
'
volts
V <Ppm = kf ( BmA ) (13-10)
I

*2 esp

onde Bm é a m á xima densidade de fluxo permiss í vel e A é a á rea do n ú cleo do


transformador ( ( f ) pm BmA\
O significado da Eq. (13-10) n ã o pode ser desconsiderado, porque estabelece
o máximo fluxo m ú tuo permiss í vel ou a m á xima densidade de fluxo permiss í vel
a uma dada frequ ê ncia e a uma dada tensã o. Assim, os transformadores proje-
tados para operaçã o a uma dada Jkèq&ê&gt í r não podem ser operados a outra fre-
qu ê ncia sem as correspondentes altera ções na tensão aplicada , como se mostra
na Eq. 13-4.

EXEMPLO Um transformador de 1 kVA, 220/110 V, 400 Hz deve ser usado em 60 Hz.


Calcule:
a. o m á ximo valor m édio quadrá tico da tensã o que pode ser aplicada ao lado
de alta tensão, e a m á xima tensão de sa ída do lado de baixa tensão
b. os kVA nominais do transformador sob as condições de frequência reduzida.

a. para manter a mesma densidade de fluxo permissível na Eq. (13-10), ambas


J
as tensões dos lados de alta e baixa devem alterar-se, na mesma proporção
da redução da frequência

Ea = 220 V
60 Hz A
^
= 33 V
400 Hz rn
\1 \ "

e
Ccx
E1 Ea 33 V = 16,5 V

6
2 a — (13-6)

b. os valores nominais de corrente do transformador sã o inalterados, já que


os condutores ainda t êm a mesma capacidade de condu çã o de corrente.
Assim,
kVA 1 x 103 VA

e os novos kVA nominais sã o


K 220 V -
4,545 A (13-9)

e
A
A
VJa = Vxlx = 33 V x 4,545 A = 150 VA ( 13-9)

O significado do Exemplo 13-4 é que é poss í vel fazer altera ções de frequ ê ncia
na operação de um transformador, mas somente com as correspondentes altera-
j
ções da tensão. Se a frequê ncia e a tensão sã o ambas reduzidas, a capacidade em
kVA do transformador é correspondentemente reduzida. Se a frequê ncia e a
tensão forem ambas aumentadas, a capacidade em kVA é aumentada correspon-
dentemente (contanto que as tensões máximas permissí veis em relação aos enro-
lamentos do transformador não sejam excedidas). Note se que, OTI qualquer -
TRANSFORMADORES
521
easov a máxima de?fsMade de fluxo ©Rôisslvel deve permcmeeer tí jftesma. Isto é
necessáriò para que ò ^
transformador n ãcr sef sobreaqueça, como mostra o Exem -
p\o 13-5.

EXEMPLO Admitindo que as perdas por correntes parasitas e de histerese variem com o
13-5 : quadrado da densidade de fluxo (V. Eqs. 12- 3 e 12-4), calcule as perdas no ferro
se o transformador do Exemplo 13-4 for operado à tensão nominal, mas à fre-
quência reduzida de 60 Hz. Imagine que as perdas originais no ferro a 400 Hz
sejam 10 W .

Solução :
kCj Desde que E = kfBm, e a mesma tensão prim ária é aplicada ao transforma \Ô
^ dor
r à frequ ência reduzida, a densidade final de fluxo, Bmf aumenta significativamente
^ além de seu valor máximo permiss í vel original Bmo para :V>
N
"

fo
B m / = Bmo -T = Bmo (400/60) = 6,67 Bmo
ff
Desde que as perdas no ferro variam aproximadamente com o quadrado da ^^
O. 3( 13 - 10)

densidade do fluxo ( V . Eqs. 12- 3, 12- 4)


P f e r r o = ( Porig ) # 2 = 10 W (6,67 ) 2 = 444 W
Note-se, pelo Exemplo 13- 5, que, mesmo na ausê ncia da corrente de carga ,
as perdas do ferro aumentam de 10 W para 440 W para um transformador de 1 kVA,
que é operado à frequ ê ncia reduzida , mas à mesma tensã o nominal . Se a tensã o
primária fosse reduzida na mesma proporção da redução da frequência, as perdas
no ferro n ã o aumentariam t ã o dramaticamente (de fato, elas diminuiriam a menos
de 10 W, devido à redução na frequência ). 6

13-3. IMPED Â NCIA REFLETIDA, TRANSFORMAÇÃO


DE IMPED Â NCIAS E TRANSFORMADORES REAIS

-
O transformador a n úcleo de ferro, da Fig . 13 2 , é mostrado novamente na
Fig. 13-4a, com uma carga ZL ligada aos terminais do secundá rio. Note-se que,
se a carga for removida , o transformador fica a vazio, / = 0 ; e a imped â ncia ,
2
ZL, é infinita (desde que Zz F2 / / 2 ). Para qualquer valor da impedâ ncia de
carga , ZL, a imped â ncia secund á ria , vista olhando-se os terminais secund á rios
a partir da carga , como mostra a Fig. 13-4 b, é

( 13- 11 )
12
6
Deve-se notar que o mesmo se aplica às má quinas elétricas. É poss í vel operar um
alternador
ou motor a uma frequência reduzida, mas a tensão nominal deveria também ser
reduzida na mesma
proporção. A capacidade em kVA é també m correspondentemente
reduzida, pelas razões ilustradas
acima. Mas o rendimento da má quina é aumentado devido às menores perdas no
n úcleo em frequên -
cia mais baixa, como mostram as Eqs. ( 12-3) e (12-4).
522 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Similarmente, a impedâ ncia equivalente de entrada, olhando se os terminais -


prim á rios a partir da fonte, como mostra a Fig. 13 4 b, é -
Ví t
Zí (13- 12)
/:i

Desde que qualquer alteraçã o na imped â ncia de carga e na corrente do secun- f


dá rio reflete-se como uma alteraçã o na corrente primá ria, é, algumas vezes, con -
veniente simplificar o transformador representando-o por um ú nico circuito equi-
valente. Isto implica em refletir a impedâ ncia secundá ria ao primá rio, como

Vi
z1
n
mas V 1 = a V 2 > como se viu na Eq. (13-5), e / í = / 2 /a , como mostra a Eq. (13-26) ;
então

aV
Zi = / 2 /a2 = a 2 V l
*2
I i
o * I 12 V
Fonte CA V <- >
\ ki
) c" * V2 ZL \
V ,
'
cx
o
o
o
o
o V áo ll
í 1
O
v, v2
Z2 =
^
T
2
(a ) Transformador ideal com carga. (b) Impedância equivalente
de sa ída e de entrada.

o
'V a2 z 2 S :s
o o
00
O

(c ) Impedância equivalente refletida.

-
Fig. 13 4 — Impedâ ncia refletida do secundá rio ao primá rio.

mas V 2 / I 2 é a imped â ncia secund á ria Z 2 , como mostra a Eq. ( 13-11 ) ; então .
2

Zx = a 2Z2 ou
Z1
Z2 — — a2
N1
N2 J
(13-13)
TR ANSFORMADORES 523

-
A Fig. 13 4c mostra a imped â ncia olhando-se para dentro dos terminais a
partir da fonte quando a impedâ ncia secund á ria foi refletida de volta ao primá rio.
-
Admita se agora que o secund á rio est á a circuito aberto, conforme mostra a Fig.
13-4c, e que a imped â ncia do enrolamento secundá rio é desprezí vel comparada
à impedâ ncia da carga ZL, que é igual aZ2. A Eq. ( 13 13) estabelece que a relação
-
da impedâ ncia de entrada para a de sa ída é (igual a ) o quadrado da rela çã o de
transformação. Desde que Z x = a 2 Z 2, esta relaçã o implica em que os transfor-
madores podem servir como dispositivos para o acoplamento de imped â ncias,
de modo a prover a m á xima transferê ncia de pot ê ncia de um circuito a outro. 7
Um exemplo comum é o caso de um transformador de saída, usado para acoplar
-
a impedâ ncia da carga do alto- falante à impedâ ncia de saída de um amplificador
de á udio. O Exemplo 13-6 ilustra a simplicidade e a elegâ ncia da Eq . (13-13) na
soluçã o dos cálculos que envolvem a impedâ ncia da entrada. O Exemplo 13-7
-
ilustra a conjugaçã o de impedâ ncias de um servo amplificador a um servomotor.

EXEMPLO
13-6 :
O lado de alta tensão de um transformador abaixador tem 800 espiras e o lado
de baixa tensão tem 100 espiras. Uma tensão de 240 V é aplicada ao lado de alta

e uma impedância de carga de 3 O é ligada ao lado de baixa tensão.
Calcule:
a. a corrente e tensão secundárias »
b. a corrente primária
c. a impedância de entrada do primário a partir da relação entre a tensão e a
corrente primárias
d . a impedâ ncia de entrada do primário por meio da Eq. ( 13 - 13 ).

Solução :
v 1 240 V
a . V2 = ——a = 240 V 800 espiras/100 espiras 8
= 30 V ( 13-6) \

‘‘ -t /2
30 V
3 n =
10 A
10 A ( 13- 11 )

b. / i — a 8 =
1,25 A ( 13- 26)

c. Z Vx 240 V = 192 Q
_
( 13- 12)
1,25 A
d . Z , = a Z 2 = 82 x 3 Q = 192 fl
2
( 13- 13)

EXEMPLO Um servo-amplificador CA tem uma impedância de sa ída de 250 íl e o servo-


13-7 : motor CA , que ele deve acionar, tem uma impedância de 2,5 ÍX Calcule :
a. a relação de transformação do transformador que faça o acoplamento da
impedância do servo-amplificador à do servomotor
b. o número de espiras do primário se o secundário tem 10 espiras.
\
7
De acordo com má xima potên&a é entregue
por uma fonte a uma carga quando a imped â ncia da carga é igual à imped â ncia interna da fonte.
- -
Desde que nem sempre é possí vel, para a carga, acoplar se à impedâ ncia da fonte, utilizam se trans-
formadores entre fonte e carga para tais propósitos.
/
/
N
524 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Solução : t

1/ 2
250\ 1 /2
a. a2 = ^ i
e a= = (100)1 / =
2
10 ( 13 - 13)
^ 2 2,5
b. iVj = C L N 2 10 ( 10 espiras ) = 100 espiras ( 13- 2b)

13- 3.1 O TRANSFORMADOR REAL


Um transformador real , de n úcleo de ferro, carregado é representado na Fig.
13- 5a . Embora hermeticamente acoplado pelo n úcleo de ferro, uma pequena
porçã o de fluxo disperso é produzida nos enrolamentos primá rio e secund á rio,
i e <t> 2 , respectivamente, al é m do fluxo m ú tuo, <£ m , como mostra a Fig. 13-5a.
(f )

O fluxo disperso prim á rio , <b v produz uma reatâ ncia indutiva prim á ria XL .
O fluxo disperso secundá rio, <£ 2, produz uma reatâ ncia indutiva secundá ria, XLi .
Alé m disto, os enrolamentos primá rio e secund á rio sã o constituídcfs de condutores
de cobre, que tê m certa resistê ncia. A resistê ncia interna do enrolamento primá rio
é r , e a do secund á rio é r 2.
As resistências e reatâ ncias dos enrolamentos do prim á rio e secund á rio , respec-
tivamente, produzem quedas de tensã o no interior do transformador, como resul -
tado das correntes prim á ria e secund á ria . Embora estas quedas de tensã o sejam
internas, é conveniente representá-las externamente como parâ metros puros em
sé rie com um transformador ideal, como mostra a Fig. 13-5b. O transformador
ideal , mostrado na Fig. 13-5 b, é imaginado sem quedas internas nas resistê ncias
e reat â ncias de seus enrolamentos. A dispersã o foi incluída na queda de tensão
r
y
-
\
» '
II r
\ I2
r
O “C
<Ê m

,^ t
V +1 E E2 #
< >2 V2 ZL \
/
V c
t
c
. /
c fl
'' J O
// < T

2
(a) Fluxos dispersos em um transformador real carregado. /
Vz2 fr -

I, X r2 XL 2 I2
wv—'innr'
• I2 z
— -1— o j
1

^
* V2
Zi
o
I
_i Transformador ideal

(b ) Resistências e reatâncias primá rias e secundá rias, ocasionando quedas de tensão


num transformador real.

-
Fig. 13 5
— Transformador real.

1
TRANSFORMADORES 525

primá ria / 1 Z 1 e na queda de tensão secundá ria, / 2Z 2. Uma vez que estas são
quedas de tensão indutivas, pela teoria da corrente alternativa podemos dizer
que a imped â ncia interna primá ria do transformador é
Z r j -f j X u onde todos os termos foram definidos na Seç. 13-1 (13-14)

e a imped â ncia secund á ria interna do transformador é


r2 + jXLi onde todos os termos foram definidos na Seç . 13- 1 (13-15)
^ 2

E poss í vel agora ver a relaçã o entre as tensões terminais e induzidas do pri-
m á rio e secund á rio, respectivamente. Do acordo com a Eq. (13-10), as fem indu-
zidas prim á ria e secund á ria podem ser avaliadas a partir da relaçã o fundamental

Ex = 4 A4 f N x B m A x 10 “
8
V (13-16)
e
E 2 = 4 A4 f N 2 BmA x IO ' 8
V (13-17)

onde todos os termos foram definidos acima.


Mas, desde que é relativamente dif ícil avaliar Bm, a má xima densidade de
fluxo permissive! no transformador a partir de medições de tensão e corrente,
as relações que se seguem, e que també m provêm da Fig. 13-5b, permitem sejam
computadas as fem induzidas primá ria e secund á ria :

Ex = V X - ( I X Z X ) = V x -í x (r x + JXJ (13-18)

È2 -V 2
-
^
(J2 2 ) = V 2 - h( r 2 +JXJ -
(13 19)

Note-se, pela Fig. 13- 5b e Eq . (13-18), que a tensã o aplicada ao primá rio,
Kj, é maior que a fem induzida no enrolamento primá rio, Ev E també m, pela
Fig. 13- 5 b e Eq . (13- 19), que a fem induzida no enrolamento secund á rio, E 2, é
maior que a tensã o nos terminais do secund á rio , V 2 . Assim , podemos escrever

V .i > Exí e V2 < E 2 -


(13 20)
para um transformador real, carregado.

EXEMPLO Um transformador abaixador de 500 kVA, 60 Hz, 2.300/ 230 V, tem os seguintes
13-8 : parâmetros : rx — 0, 1 Q , XL Í = 0, 3 Q, r 2 = 0,001 Q, XL = 0,003 Í1 Quando
o transformador é usado como abaixador e está com carga nominal , calcule :
a . as correntes primária e secundária
b. as impedâncias internas primária e secundária
c. as quedas internas de tensão primária e secundária
d. as fem induzidas primária e secundária, imaginando-se que as tensões nos
terminais e induzidas estão em fase
e. a relação entre as fem induzidas primária e secundária, e entre as respectivas
tensões terminais.
526 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Solução :

k:VA x 103 500 x 103 VA


a. 12 = = 2,175 x 103 A = 2.175 A (13-9)
* 2 230 V
2.175 A
'
2
10 = 217,5 A (13-2b)

b. Z 2 = r 2 + jXL 2 = 0,001 + 7 0,003 = 0,003160 *

-
( 13 15)
Zj = + jXL = 0,1 + y 0,3 = 0,3160
Í
'
(13-14)
•n '

c. I 2 Z 2 = 2.175 A x 0,00316 = 6,88 V


/ 1 Z1 = 217,5 A x 0,316 O = 68,8 V
d. supondo tensões nos terminais e fem induzidas em fase :
£2 = K2 + l 2 Z 2 = 230 + 6,88 = 236,88 V -
(13 19)
= Vv - IlZl = 2.300 - 68,8 = 2.231,2 V (13-18)
Eí 2.231,2
e. relação de ~

Ê2
~ ~
236,88 =
9,43 = a = Ni (13-5)

V\
*2
2.300
mas
230 =
10
^ 2

O Exemplo 13-8 mostra que, num transformador real, para se obter uma dada
relação entre tensões terminais prim á ria e secund á ria , a relaçã o de transformação
( N J N 2 = E J E 2 ) sieyeserjgvgnjfi ntcjnenor , se forem levadas em conta as quedas
nas imped â ncias internas prim á ria e secundaria . També m se verificam as relações
sumarizadas nas Eqs. (13-18) a (13-20).

EXEMPLO A partir das tensões terminais e correntes primárias e secundárias do Exemplo


-
13-9 : 13 8, calcule:
a. impedâ ncia de carga, ZL
b. impedâ ncia primá ria de entrada, Zp
c. compare ZL com Z 2 e Zp com Zt
d. estabeleça as diferen ças entre as imped â ncias do item (c).

Solução :

K 230 V
= lf = 2.175 A
= 0,1055 Q
2

2.300 V
b. Zp =
^
/! = 217,5 A
= 10,55 n
c. a imped ância de carga, ZL = 0,1055 Q é muito maior que a imped â ncia secun
dária interna, Z2 = 0,00316 Q. A impedância primária de entrada, Zp =
-
= 10,55 Q é muito maior que a impedância primária interna, Zl = 0,316 Cl
d. é essencial que ZL seja muito maior que Z 2, de modo que a maior parte da
fem induzida E 2 seja aplicada à imped â ncia de carga ZL. Como ZL é redu
zida em proporção a Z 2, a corrente de carga aumenta e á queda interna em
-
Z 2 maior se torna.
TRANSFORMADORES 527-
A impedâ ncia primária de entrada , Zp, representa a impedância de carga
refletida, Zp = oc 2 ZL = ( 10) 2 x 0, 1055 = 10 , 55 Q . Novamente, para um dado
valor da corrente prim á ria de carga drenada da fonte, a impedâ ncia primária interna ,
Zp deve ser pequena em comparação com a impedância refletida primária, de
modo que Ex será grande em relação a V v

13-4. CIRCUITOS EQUIVALENTES PARA UM


TRANSFORMADOR REAL DE POTÊNCIA
As soluções e comparações do Exemplo 13-9 mostram que é possí vel usar
transformações de impedâ ncia para desenvolver o circuito equivalente de um trans -
formador real . Um tal circuito equivalente é útil na solução de problemas corre-
lates com o rendimento e regulação em tensão de um transformador .

Ii rt Ii a 2 rz « 2 XL 2
AAA/
-— I , 2 t \ Im
A/W

r
':

V, a 2 ZL
- r
Rm I XLm

(a ) Circuito equivalente de um transformador de potê ncia .

li Ii n + a 2 r2 XLl + a 2 XL 2
o -A/W- nRRT^—
I Im Re , xe .
V, O: 2 ZL
Rm X Lm aV 2

o-

( b ) Circuito equivalente aproximado com resistências e reatâncias refletidas.

Ii Re , Xe ,
o -ww MJO ÍP
r , + oc 2 rz x Li, + a2 x L 2
V, a V2 « 2 ZL

o
tc) Circuito equivalente simplificado imaginando nula a corrente de magnetização.
Fig. 13-6 —
Circuitos equivalentes para transformador de potência.
528 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

O circuito da Fig. 13-5b é mostrado na Fig. 13-6a com a impedâ ncia de carga
e a resistência e reatâ ncia internas secundárias refletidas de volta ao primá rio.
Note-se que a corrente primária , Iv é a soma da componente primá ria de ma ne-
t i z a âo e j d a &mpqassiS&. qrresppoçl de carga /;, nzfi 7\3-6a.
^^^
'

£ ^
^ ^
Isto est á perfeitamente de acordo com as relações fasoriais de um transformador

tf
carregado, conforme mostra a Fig . 13-3a . Alémjdisto, Jlm representa o parâmetro
_ _
equivalente às perdas _dg _pot ê ncia nqJerro dqjmcleQ o-tramfarmadnr ( perdas ^

_ ^

j poxJiisterfi&£ e por- correntes para& jtas) devidas-á^corrente de magnetiza ção, Im.


^
~~~~ Rm
^
e remesenta a componente reativa dò
Víransfo«ttadeF~(cii u aberto) .
^^
"
^
* A Fig. 13-6a é a representa çã o de um transformador que satisfaz as condições
dele a vazio e carregado. Se o secund á rio do transformador mostrado est á a cir-

^
V ycuito aberto, I [ = 0, e apenas Im circula (/ j = í m ) produzindo uma pequena queda
interna de tensã o na imped â ncia primá ria Z 1 (igual a r { + jXLí ) . Desde que a
imped â ncia primá ria Zj e a queda de tensã o prim á ria I í Z l sã o relativamente
pequenas, é poss í vel obter-se um circuito equivalente aproximado deslocando
o ramo paralelo L- R diretamente junto à fonte de suprimento, Vv Fazendo isto,
é poss í vel agrupar as resist ê ncias e reatâ ncias internas dos circuitos primá rio e
secund á rio, respectivamente, como mostra a Fig. 13-6b, de modo a produzir os
seguintes parâ metros equivalentes :

Rei = r + a 2 r 2 = resistê ncia equivalente referida ao


{ primário (13- 21 )

Xei — XL -I- a 2 XL = reatâ ncia equivalente referida ao


2
primário (13- 22 )

Z ei = Rei + jXet ~ imped â ncia equivalente referida ao primário (13-23)

Se o transformador é algo carregado, e a componente primá ria da corrente


de carga , / ;, excede /m, esta pode ser considerada como desprez í vel , como mostra
o circuito equivalente da Fig . 13- 6c. A figura permite um certo n ú mero de supo-
sições em relaçã o ao rendimento e regulaçã o do transformador ( Seçs . 13- 5 a 8),
bem como a avalia çã o das correntes primá ria e secund á ria . Para um transformador
carregado, a corrente primá ria , dependendo da natureza da carga , é

V V
7i
Z
*
+« 2
ZL ( Rei + j X J + « 2 ( R L ± jxj
v (13- 24)
[ Rei + « R L] + j [ Xei ± « 2/*J
2

onde + j X L representa a reatâ ncia de uma carga indutiva e


JXL representa a reatâ ncia de uma carga capacitiva .
TRANSFORMADORES 529
E X E M P L O Para o transformador dado no Exemplo 13-1 calcule
£ :
-
, 13 10 : a. A resist ência interna equivalente referida ao primário.
b. A reatâ ncia interna equivalente referida ao primá rio .
c. A impedâ ncia interna equivalente referida ao primário.
d. A imped â ncia secundá ria equivalente a uma carga de 0,1
rida ao prim á rio.
Q ( resistiva ), refe -
e. A corrente primária de carga se a fonte é de 2.300 V.

Solução:

a. Rel = rx + OL2T 2 = 0,1 + 102 (0,001)


= 0,1 + 0,1 = 0,2 fl ( 13-21)
b. Xel = XLi + <X ( XL 2 ) = 0,3 + 102 (0,003)
2

= 0,3 + 0,3 = 0,6 Q ( 13-22)


= el + JXei = 0> 2 + ./ 0,6 = 0,632 Q
^
I
C-
( 13-23)
d . a 2 ZL = ( 10) 2.0,1 Q — 10 Q ( resistiva ) =a 2
RL ( 13- 13)
Ki
e. L — ( Re + <x 2 RL ) + j( Xel ( 13-24)
{ ± « 2 Xl )
2.300 V
(0,2 10
+ 0) + j (0,6 + 0) 0
,

2.300 V 2.300 V
~
= 10,21 - = 225 A
(10,2 + j 0,6) n Q

Note-se que o valor obtido para a corrente primária no Exemplo 13- 10 de


225 A é compará vel favoravelmente com o da corrente primária de 217 , 5 A ,
obtido
no Exemplo 13- 8 b .
A aproximação da Fig . 13- 6c despreza a componente de magnetização 7
, m,
da corrente primária , Iv Com efeito, isto significa que o ângulo de fase da carga
-v secundária é refletido diretamente para o primário sem alteração. ( Note-se que,
x) na Fig . 13- 3c , é mostrada a diferença entre o â ngulo refletido 0 ' e o â ngulo de fase
^ do primário 0 devido à componente de magnetização da corrente . ) Se a compo
^ ação da corrente -
nente de magnetiz primária é desprezada, obtemos um diagrama
fasorial equivalente simples para o transformador carregado sob quaisquer
con-
dições de carga (em atraso , em adianto ou de fator de potência unitá
rio ) , como
mostra a Fig. 13-7. A explicação de cada um destes diagramas fasoriais
é dada
abaixo :

— -
a . Carga com ângulo de fase em avanço Fig . 13 7a. A corrente de carga secund á ria refle-
-
tida, / 2/a, adianta se em relação à tensã o secund ária refletida da carga, aV , de um
â ngulo de
fase em avanço 02. Como mostra a Fig. 13-6c, a diferença fasorial entre aF2 e
tensão na impedâ ncia equivalente IlZeV A queda na resistência equivalente I 2 V v é ã queda de
] Rel est á em
fase com Iv A queda na reatância equivalente, adianta-se de 90° em relação a lv Devido
IxXeV
a estas quedas de tensão equivalentes, a tensão V ainda se adianta em relação a I de um â r
1 ngulo
6 j. O â ngulo de adianto é, necessariamente, menor que devido ao fato do { transform
ser, internamente, indutivo. 02 ador
530 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

[ l 2 /a )
II
01 V, >
B2

aV 2
h1 l e t

{a ) Cargas com fator de pot ê ncia


I .
em avan ço.
Re , [ l 2 /oc )

( b ) Cargas com fator de potê ncia em atraso .

i
4U
U 2 /a ) I
( c ) Cargas com fator de pot ê ncia unitá rio.
.
Fig 13 7- — Transformador de potência com condições variáveis de carga secundá ria e
seu efeito no â ngulo de fase do primá rio.


b . Carga com ângulo de fase em atraso Fig . 13-7 b . A corrente de carga secundá ria refle-
tida , / 2 / a , atrasa-se da tensã o secundá ria refletida, ocV 2 , de um â ngulo de fase em atraso, .
A diferen ça fasorial entre a tensão secundá ria refletida, aV , e a tensão prim á ria aplicada, V »
02
2 i
é a queda na impedâ ncia equivalente, / , Zel . Neste caso, o ângulo de fase em atraso, 0 é i
í f

maior que o â ngulo de fase em atraso 02 , devido ao fato do transformador ser altamente indutivo
internamente e disto tender a tornar o circuito mais indutivo ainda .
c . Carga com fator de potência unitário

Fig . 13-7c . A corrente de carga secund á ria
refletida, IJa, está em fase com a tensão secundária refletida, aK , a um fator de potência uni-
2 (
tário, sendo resistiva a carga no secundá rio do transformador. A diferença fasorial entre a tensão
Ji
secund á ria refletida <xV2 e a tensã o primária aplicada Vx é a queda de tensã o na imped â ncia
-
equivalente lxZeV A corrente primá ria lx atrasa se em relação a Vi de um pequeno ângulo
0 j. Com fator de potência unitário no secundário, o primário vê um pequeno atraso entre a
corrente primá ria e a tensão prim á ria, devido à indutâ ncia interna equivalente total do trans-
formador.

13-5. REGULAÇÃO DE TENSÃO DE UM


TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
/
Um exame dos ti-ês casos mostrados na Fig. 13- 7 também revela que a diferença
entre a tensão secundá ria refletida , a V 2 , e a tensão prim ária aplicada , V é igual
|à queda de tensão na impedâ ncia equivalente referida ao primário, 7
tZ . (Os
diagramas fasoriais da Fig . 13-7 são semelhantes aos da Fig . 6-4, que foram usados
para prever a regulação em tensão de um alternador . ) Isto implica em que a relação
entre a tensão refletida nos terminais secundários sob carga , aF2 , e a tensão pri-
A
mária V v guarda a mesma proporção que a existente entre a tensão nos terminais 1

\^ d o secundário e a sua tensão a vazio, respectivamente .


A Fig. 13 8 jnpstra a s três condições da Çig . 13- 7 , com duas modificações :
^ ^
" J
t
TRANSFORM ADORES
531
1. Todos os valores foram refletidos para o lado secundário do transformador,
e
2. a tensão secundária é usada como fasor de referência, em vez da corrente.

A equaçã o para a resistê ncia equivalente referida ao secun-


d á rio é

Re 2
- r2 +
^
e a equação para a reat â ncia equivalente referida ao secund ário é
( 13- 25)


e2 = xLi, + a2 -
( 13 26)

Donde, a impedâ ncia equivalente referida ao secund ário é

Z e2 = R e2 + J X e2 (13-27)

_ tar a Para qualquer valor dado de corrente de carga, / , portanto, é possí vel compu
2
fem induzida, E , e a regulação em tensão do transformador, respectivamente,
2
-
a partir das condições seguintes derivadas da Fig. 13-8.
E2

I 2 Re 2
( l , a)
.
(a ) Cargas de fator de potê ncia unit á rio ( b ) Cargas com fator de potência em atraso.

i 2 Rez
( c ) Cargas com fator de potdncia em adianto .
. -
Fig 13 8

Regula ção da tensão secund á ria de transformadores de potê ncia
as tensões e correntes referidas ao secundário
—. todas
tensão secundá ria usada como fasor de

referê ncia
532 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

E 2 = ( V 2 cos d 2 + I 2 R ± ( 13- 28)


^+ j( V 2 s e n d 2 I2 X
^
onde o sinal + no termo em quadratura é usado para cargas com â ngulo de fase
em atraso e unit á rio e o sinal - para cargas com â ngulo de fase em avanço .
Note- se a semelhança entre a Eq . ( 13- 28) para transformadores e a Eq . (6- 8 )
para alternadores . Como no caso dos alternadores e geradores CC, a Eq . ( 3-9)
pode ser reescrita para a regulação em tensã o, medida nos terminais do secund á rio
do transformador :
E 2 - V2
R % (Regulação Percentual em Tensão) = x 100 ( 3-9a)
E2
.4

onde E 2 é O valor a vazio da fem induzida secund á ria, como determinado pela
Eq. ( 13- 28),
e y é o valor da tensão secund á ria do transformador com carga nominal
2
no secund á rio.

EXEMPLO Medidas feitas num transformador de 500 kVA, 2.300/230 V conduziram aos
-
13 11: seguintes valores para a reatâ ncia e resistência equivalentes referidas ao secun -
dário (lado de baixa tensão): Xe 2 = 0,006 Cl e Re 2 = 0,002 Q.
Calcule:
a. A fem induzida, £ 2, quando o transformador estiver entregando a corrente
nominal secundá ria a uma carga de fator de potê ncia unitá rio. V


b. Repita (a) para uma carga com cos 02 0,8 em atraso.
V


c. Repita (a ) para uma carga com cos 02 0,6 em avan ço.
d. A regulaçã o de tensã o para (a ), ( b) e (c), respectivamente.
e. Comente as diferen ças na regula çã o de tensã o com referência à Fig. 13-8.

Solução :

Cá lculos preliminares :
Corrente nominal secund á ria
kVA x 103 500 x 103 VA
h= 230 V = 2,175 x 103 A -
(13 9)
Vi
Queda correspondente à corrente nominal na resistê ncia equivalente
= (2,175 x 103 A ) (2 x 10 3 Q ) = 4,35 V

*

Queda correspondente à corrente nominal na reat â ncia equivalente


I 2 Xe 2 = (2,175 x 103 A ) (6 x 10 3 Q) = 13,05 V

a. com fator de potência unitário, a partir da Eq. (13-28)


E 2 = ( V2 cos e2 + l 2 Re2 ) + j ( V2 sen 02 + I 2 Xe2 )
= (230 x 1 + 4,35) + ; (0 + 13,05) = 234,35 + j 13,05 = 234,5 V
\
V
TR ANSFORMA DORES 533

b. com fator de potê ncia 0,8 em atraso


E 2 = V2 cos e2 + I 2 Re 2 ) + j ( V2 sen d 2 + I 2 Xe 2 )
< -
(13 28)
= (230 x 0,8 + 4,35) + 7 (230 x 0,6 + 13,05) .
= (184 + 4,35) + 7 (138 + 13,05) = 188,35 + j 151,05 = 241,8 V
c. com fator de potência 0,6 em adianto
E 2 = ( V2 COS 02 + l 2 Re 2 ) + ; ( K2 sen 02 - I 2 Xe 2 ) -
(13 28)
Nota : sinal menos para carga em avanço
= ( 230 x 0,6 + 4,35) + 7 ( 230 x 0,8 - 13,05)
= (138 + 4,35) 4- 7 (184 - 13,05) = 142,35 4 j 170,85 = 222,2 V

.
d . 1 R % para cos 02 = 1 ( FP)
E - V2 234,5 - 230
R% = 2 x 100 = x 100 = 1,956 % (3-9a )
230
2. R % para cos d 2 = 0,8 ( FP em atraso)
E - V2 241,8 - 230
R% = 2 x 100 — 230
x 100 = 5,13 % ( 3-9a )

3. R % para cos 02 = 0,6 (FP em avan ço)


E - V2 222,2 - 230
R% = 2 X 100 = X 100 = 3,39 % (3-9a)
V2 230
e. Um transformador carregado à sua corrente nominal por uma carga de fator
de potê ncia unitá rio tem uma pequena ( baixa ) regula çã o percentual. Ey é leve-
mente maior que V 2 e adianta -se em rela ção a ela de um pequeno â ngulo positivo
mostrado no Exemplo 13- lJa e Fig. 13-8a. Um transformador carregado à sua
corrente nominal por uma carga de fator de potência em atraso tem uma regula-
ção mais alta que a correspondente a um fator de potência unit á rio. E é algo
2
maior que V2 correspondente ao fator de potência unitá rio, e adianta se em
relação a V2 de um â ngulo positivo relativamente pequeno, como mostra a
-
Fig. 13-8 b. Um transformador carregado à sua corrente nominal por uma
carga de fator de potê ncia em avan ço pode ter uma menor regulaçã o, pró-
xima a zero por cento ou mesmo negativa, como é o caso do Exemplo 13-1 ld 3
acima. A regulação de valor mais baixo ou negativo ocorre porque E2 pode
ser menor que V2 , como mostra a Fig. 13-8c.

!
S)O Exemplo 13- 11 mostra que a regulação de um transformador pode ser
melhorada por uma carga em avanço , / 2 , com respeito à tensão terminal secundá ria ,
V 2 . Tal corrente em avanço (capacitiva ) tende a contrabalançar as quedas internas
indutivas devidas à s reatâ ncias indutivas primá ria e secundá ria do próprio trans-
formador .

13-6. REGULAÇÃO DE TENS ÃO A PARTIR


DO ENSAIO DE CURTO-CIRCUITO

O circuito equivalente simplificado referido ao primário , derivado na Fig .


13-6c , é mostrado novamente na Fig . 13-9a . Se o secundá rio de baixa tensã o de
r
11

534 M ÁQUINAS ELÉ TRICAS E TRANSFORMADORES


/

um transformador é curto-circuitado , ambos , V 2 a tensã o terminal secund á ria,


8

e Zu a impedâ ncia de carga secund á ria , sã o zero’ . O circuito equivalente para • /. /

um tal transformador, com o secund á rio curto-circuitado, é mostrado na Fig.


13-9 b. A implicaçã o da Fig . 13-9 b é clara. Se o secund á rio de um transformador
é curto-circuitado, apenas as resist ê ncias e reat â ncias prim á rias e secund á rias o
est ã o carregando. Conseq íientemente, a corrente It drenada de Vt é determinada I
apenas pela imped â ncia equivalente interna, Zei , onde Ix v 11./ z e\ . n'

I , Z eí .
I Ze,
o

V
— —
,
Re,
v\A
i1
/
Xe ,
/
« v2 a 2 ZL
o

v,
V\A
Re,
iI — Xe ,
OffiV
<
\
v
- o
,

O
\ í

(a ) Circuito equivalente simplificado (b ) Circuito equivalente do transformador


para um transformador carregado . com secundá rio em curto. \

Fig. 13-9 — Circuitos equivalentes referidos ao primá rio de um


transformador carregado e curto circuitado. -
A Fig . 13-9 també m torna poss í vel uma outra comparação ú til. Um trans-
formador normalmente carregado, mostrado na Fig . 13-9a , tem uma pequena
queda na imped â ncia interna equivalente, IXZ e , em compara çã o a ocV 2 , a queda
de tensã o na carga . A maior proporçã o de Vt na Fig. 13-9a é a queda em ocV 2 .
Mas com impedâ ncia de carga nula (secund á rio em curto-circuito), todo F , é
queda na imped â ncia interna equivalente, / AZ como mostra a Fig. 13-9b. Assim,
quando o transformador é curto-circuitado

, = 7, ZP
V1 1 Cl -
(13 29)

donde

y r
Z< .= /1
1
tf „
-
( 13 30)
V '>
JS
e pela teoria de circuitos CA simples

F1, cos 9 FJ / J cos 6 s ~)

/i / ?í
-
(13 31 )

F í, sen 9 ViIl sen 9


aboWcxÒ o í X e\
I 11.
-
(13 32) ,

/ 80 lado de baixa tensão é t ,rto-circuitado porque o seu enrolamento tem : 1) uma tensão nominal
menor e 2) uma corrente norir ã l maior. Embora qualquer lado possa ser curto-circuitado, é usual *
\

curto-circyitar-se o lado de baixa tensão por estas razões.

I
T RANSFORMADORES 535

Equações estas ( 13 - 30) a ( 13- 32) que indicam claramente que medições de
tensão, corrente e potência primária, quando o transformador está curto-circuitado,
levam ao cá lculo dos parâ metros Ze t X «i * Rer
A Fig . 13- 10 mostra uma disposição t í pica de instrumentos e dispositivos
para se obterem os dados do ensaio a curto- circuito de um transformador . O
processo é o que se segue : %

P / 0 n. iQw0. C '
' a
Potenci ômetro.
ou transformador V
o 1 ajustá vel
H, </

, ( nominal ) •:
^
o .I <2
o
Fonte de tensão g o
Oí O A S !
o •
CA
1J
o
l W
!( V
o
o
o
o
o
o
o
o
-
Curto circuito
o

H2
JJ I 2 ( nominal )
* 2

- —
Fig. 13 10 Ligações tipicas de instrumentos para o ensaio de
curto-circuito, visando a determinação de
Zel , Xex e Ret .

1. Com um potenciô metro ou um transformador de sa ída variá vel, ajustado para dar
tensão de saída nula, curto-circuitam -se os terminais de baixa tensã o,
formador.
Xx X 2 do trans- -
2. Lenta e cuidadosamente, aumenta -se a tensã o usando o transformador ajustá vel ou
o potenciômetro, até que a corrente nominal primária seja lida no amper ímetro (a cor
r
<!.
rente nominal primá ria é determinada a partir da capacidade nominal do transformador
-
em VA, dividida pela tensã o nominal do lado de alta tensão, VA/ V .
3. Lê-se a potência de curto-circuito, Pcc ; a tensão de curto circuito
m á ria de curto-circuito, , Icc = Ix ( nominal ).
c c e a corrente pri- - ^ ^
4. Calcula-se Zel pela relação das leituras do volt í metro e do amper í metro:

7 = Kc ££.
_
leitura do volt í metro
K , leitura do amperímetro
5. Calcula -se Rei pela relação da leitura do watt í metro dividida pela leitura do amper í -
metro ao quadrado :
Pcc
cc leitura do watt í metro
^ el
l\c ( leitura do amper ímetro) 2
6. Calcula se - Xel a partir de Zel e ReV obtidos pelos passos 4 e 5 acima, usando:
a- Xml = V -Z 2el R 2elou • / C‘ K
r
b. 0 = arc cos ( Rei / Zel ) X
> / •

-X Xe\ — sen 9 ; ,

O ensaio de curto-circuito , bem como seus dados , cá lculos e sua aplicação


à regulaçã o dos transformadores , é ilustrado no Exemplo 13- 12.

A
I
536 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

EXEMPLO Um transformador abaixador de 20 kVA, 2.300/230 V, é ligado conforme mostra


-
13 12: a Fig. 13-10, com o lado de baixa tensão curto-circuitado. Os dados lidos no
lado de alta tensão são:
v

leitura do watt í metro = 250 W


leitura do voltímetro = 50 V
leitura do amper í metro = 8,7 A
í
Calcule: .. A

a. a impedância, a reatância e a resistência equivalentes referidas ao lado de alta


tensão
b. a impedância, a reatância e a resistência equivalentes referidas ao lado de
baixa tensão
c. a regulação de tensão a fator de potência unitário
d. a regulação de tensão a fator de potê ncia 0,7 em atrasp <

Solução :

a. Kc
Zei = Kc
50 V
5,75 Q
8,7 A = (13-30)

Pcc 250 \
(8,7) 2 =
3,3 Q ( 13-31)
(U 2

para XeV 6 = arc cos -z— — arc cos


3,3
5,75 = 55°
Xel = Zei Sen 0 = $, 75 Sen 55 ° = 4,71 Í2 ( 13-32)

Zei 5,75 n
b-^ e2 =
a2 102 =
0,0575 Q (13-13)
3,3 n
Re2 = -ar = 102 = 0,033 Q
4

Xel _ 4,71 Q 0,0471 n


*e 2 = a 2 102 =
c. Corrente de carga nominal secund á ria,
kVA x 1.000 20 x 103
'I =
2
V2 230 V =
87 A -
( 13 9)

2 Re 2 = 87 A X 0,033 n = 2,87 V
! 2 Xe 2 = 87 Ax 0,0471 H = 4,1 V

A fern induzida, com corrente nominal secundária e fator de potência unitário,


E 2 = ( V2 cos 02 -F I 2 Re2 ) + ; ( F2 sen 02 + I 2 Xe 2 ) (13 28) -
= (230 x 1 + 2,87) + y (0 + 4,1)
= 232,87 + / 4,1 = 232,9 V
R % ( cos 02 = 1) ^ 2 -
^
2
x 100
^ 2
232,9 - 230 2,9
x 100 = x 100 = 1,26 %
230 230

4
í

TRANSFORMADORES 537

d. A fem induzida secundária, com carga nominal e fator de potência 0,7 em


atraso,
E 2 = (V2 cos e
2 + I 2 Re2 ) + j ( V2 sen 02
+ I 2 Xe2 ) (13-28)
= (230 x 0,7 + 2,87) + ( 230 x 0,713 + 4,1) -
= ^
(161 + 2,87) + j (164 + 4,1) = 163,9 + j 168,1 = 235 V
~ V 235 - 230
Ind) = El
02 = 0,7 y *
R % (cos = 2,175 % (3-9a)
2 230

13-7. HIPÓTESES INERENTES AO ENSAIO DE CURTO-CIRCUITO


O wntt í m p f r n HTI Fig 13.10 m i r n n p w i w i f l l m p n t a nr pprHac nn r n h r p
a potê ncia rnrrpgpnndpntP à c p^ rdac
_ prim á pa e Secundá riajjrefe -
ridas ao primá rio (kdo dfiLâlta. tensã o) oomo mostra a Eq .- -(44 31). Pode parecer
-
que o watt í metro da Fig. 13 10 indicaria uma leitura algo maior da potência , desde
-
que a fonte CA deve també m suprir as perdas no n úcleo de ferro do transformador.
Tal leitura maior levaria a um valor de Rej maior que o real pela Eq . (13-31 ).
Efetivamente, entretanto, como mostra o Exemplo 13-12, a tensã o aplicada
ao lado de alta do transformador durante o ensaio de curto-circuito é apenas uma
pequena fraçã o da tensão nominal do lado HP. alta A densidade de fluxo, como
^°mostra ã Eqr(T3- 10), varia diretamente com a tensã o ou (50/ 2.300). Asj>er$ias
^
\
no n úcleo, como se mostra através do Exemplo 13-5, variam aproximadamente
com o quadrado da densidade de fluxo ou çom- jO-xmadrado- 4a tensãa -aplicada
ao prim á rio. À tensão e frequ ê ncia nominais, as perdas no n ú cleo de um trans-
formador dificilmente serão desprezá veis. Mas, no caso do ensaio a curto-circuito,
tensão aplicada ao primá rio é apenas uma pequena fração da tensão nominal
_
do lado cfe alta tensão. Sob èslls conTições. as perdaraayui; e variam com
jo quadrado daTengão, jpodem ser desprezadas, como mostra o Exemplo T3-13.
^

1ò ,

EXEMPLO Calcule a fração das perdas no n úcleo, à tensão nominal, que são medidas pelo
13-13 : wattí metro no Exemplo 13-12.

Solução :

Sejam Ph as perdas no n ú cleo devidas à histerese e às correntes parasitas, sob


tensão nominal. Desde que Ph é proporcional a V , as perdas no n ú cleo, sob \
as condições do ensaio de curto-circuito, sã o
Vv V 50 V
Ph cc
( ) ( y \ cc \
l nom
X PH = 2.300
x Ph = (0,02175)2 x Ph = „
0,000474 P

Note-se, pelo Exemplo 13-13, que as perdas no n úcleo, para um transformador


de potência , são de fato desprezá veis, sob as tensões extremamente reduzidas
aplicadas ao enrolamento de alta tensã o durante o ensaio de curto-circuito. Isto
é verdade para a maioria dos transformadores dc pot ê ncia, com a poss í vel exceçã o
dos transformadores extremamente pequenos ou dos de alta frequê ncia de n úcleo

, / Ji
i

538 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

de ferro. A_s .perdas no ferro podem , assim, ser desprezadas na maioria das condi-
ções dos ensaios de curto-circuito. ( Note-se que as perdas no n úcleo não podem
,

-
ser desprezadas no ensaio de curto circuito, a rotor bloqueado, do motor de indução
conforme se descreveu na Seç. 12-13, último parágrafo, precisamente devido à
relaçã o relativamente alta entre a tensã o de ensaio e a tensã o nominal, no caso.)

13-8. RENDIMENTO DO TRANSFORMADOR A PARTIR *

DOS ENSAIOS A VAZIO E DE CURTO-CIRCUITO


\

À tensã o nominal ou de operaçã o, as perdas no n úcleo, conforme se deduz í

da discussão acima, podem ser obtidas apenas excitando-se o enrolamento do trans-


formador à sua tensã o nominal . Des$ie que a maioria- dos transformadores de *
potência e distribuiçã o tem um ou mais enrolamentos de tensã o muito
alta , é usual
e mais seguro executar-se o ensaio a vazio para determinar as perdas no n ú
cleo
através do enrolamento de mais baixa tensã o existente. As ligações t í picas
são
mostradas na Fig. 13-11 para um transformador de dois enrolamentos, com tensão

rs , Í jL
O Ti 1 9 r\ { . ‘
y
Potenciômetro ]y< * r

ou transformador Oj
o ajustável
o
o
Im X , x i
Fonte de tensão ® f *
ot
.± W
a A
o
OH ,
CA S o
o V o
o
Grcuito aberto
o o o ( PERIGOl Alta tensão. )
o o o
p
f1 ^
o O H2
*2 1
'v
-
Fig. 13 11 — Ligações tí picas dos instrumentos para o ensaio a
circuito aberto, que determinará as perdas no n úcleo. A > *

I
'

[
CU !

1 2 -
nominal aplicada aos terminais de baixa tensã o X X , e com os terminais de alta
tensão, HX - H 2 , a circuito aberto. Uma vez que a tensão nominal é aplicada ao
:

<
lado de baixa tensã o, a tensã o nominal també m aparece nos terminais do lado
de alta tensão. Deve-se atentar para que estes terminais de alta tensã o estejam


[
apropriadamente isolados um do outro e do contato com pessoas ( V. Fig. 13- 11 ).
. t
p r i n c i p a l razã o para executar-se o ensaio a vazio é medirem se as perdas
- rf
do n úcleo à tensã o nominal . O processo para a execuçã o do ensaio a vazio é o - : v t

que se segue : A

/' r
s.
/

r
1. Leva-se o potenciô metro ou o transformador ajustá vel, desde zero até a tensã o nominal -
y
!

J
para o enrolamento em que está ligado o voltímetro CA. -3

-
2. Lê se a potência a circuito aberto, Pca, a tensão nominal,
Kom,, e a corrente de magne-
tização, Im, nos instrumentos respectivos.
3. Calculam-se as perdas no n úcleo a partir de Ph Pca - I
do enrolamento de baixa tensão escolhido. — ^RX , onde Rx é a resistência
>

f
(•
i

í
r \
!

N.
i
TR ANSFORMADORES 539
Como o transformador est á a circuito aberto, a corrente a vazio é relativamente
pequena, bem como a resist ê ncia do enrolamento de baixa tensã o no qual o teste
é realizado . Na maion -dos-casos aGGim , é tCTigtTorn ãFseirleitura dl) waltmietro
^
^
^

^
como o valor das~perdas no- n úcleo, sem subtrair aspeqiiena pefda
»~ »-tKrTobrej
produzidas pela corrente de magnetiza çã o ( V. Exemplo 13 14).
-
t- " ' Alé m da regulaçã o em tensã o, é poss í vel usarem-se os dados do ensaio a circuito
aberto e do ensaio de curto-circuito para prever o rendimento do transformador.
Deve-se notar que ambos os testes empregam t écnicas convencionais , em vez do
carregamento direto. ( A vantagem, conforme se assinalou na Seç. 12-4, das t c
é-
nicas convencionais é a utilizaçã o de pouca potê ncia para o teste, uma vez que
usualmente n ão se dispõem de cargas grandes para testar transformadores grandes.)
Um transformador cujo secund á rio está a circuito aberto apenas consome potência
para suas perdas-no n úcleo , menos de um por cento de sua potê ncia nominal .
A
potência consumida durante o ensaio de curto-circuito, semelhantemente, é muito
pequena , uma vez que a pot ê ncia de entrada é èsselicialmente a correspondente
^
às çercjas noiç ipais Q çpbre, que, novamente, serão menos de um por cento da
t

pot ê ncia nominal .


^ ^
As Eqs . ( 12- 1 ) e ( 12- 2), desenvolvidas no capí tulo anterior para m á quinas
girantes, aplicam-se igualmente aos transformadores, cujo rendimento para qual
quer valor de carga é :
-

a ^ sa fda V 2 I 2 cos 6 ?
PC ( 13-33)
^ sa ída -f P perdas V 212 cos 02 -h T Perda no
n úcleo
+ l\ R
4 bt c ’ o C- <
y .

( fixas ) (variá veis)

Note-se que o numerador da equação acima representa a potência ú til trans


ferida do primá rio ao secund á rio e à carga . O termo entre colchetes, do denomi
-
nador , representa as perdas que ocorrem durante esta transferê ncia. Estas perdas
-
sã o de dois tipos : 1 ) perdas fixas, as perdas no n úcleo e 2) perdas variáveis„ as
equivalentes perdas no cobre, referidas ao. secundá rjp. Deve-se també m notar
"

que apenas é fixo na Eq. (13-33) o termo perdas no n úcleo. A potência ú til de sa ída l
e as perdas equivalentes no cobre sã o ambas fun çã o de / , corrente secundá ria ,
2
Como estabelecido para o rendimento das m á quinas girantes na Eq . ( 12-6),
^
o m á ximo rendimento ocorre quando as perdas fixas e variá veis são iguais, ouy JLGF
rsO'
.. u ^
s> Ph para o rendimento m á ximo ( 13-34)
^ :

onde Ph é a perda no n ú cleo, uma perda fixa determinada a partir do ensaio


a
vazio.
540 MáQIMNAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

O valor da corrente secund á ria , para o qual ocorre o m á ximo rendimento, é

( 13-35)
12 = yfPJK para o rendimento m á ximo

Alé m disto, deve-se notar que o fator de pot ê ncia de carga , cos 02 , determina
-
o valor do termo potê ncia ú til secundá ria na Eq . ( 13 33). Para o mesmo valor
da corrente nominal de carga, / 2 , uma reduçã o no fator de potê ncia é acompanhada
pela correspondente reduçã o no rendimento ( V. Fig. 13-12). Finalmente, como
no caso de todas as m á quinas, el é tricas ou outras, a curva de rendimento de um
transformador segue a mesma forma geral ditada pela Eq . 13-33. Sob cargas rela-
tivamenteJev _as .das Jjxas_são levâdas emj ação à saída, e o rendimento
^ ^^ ^

^ ^
^^
é faajxo Sob çargaspesadas (sa í da al é m da n omjnal)T perc
^ novamenteJ ^^
aixo . O
o cobre)
rendimento
sã o elevadas em jglaç$o.à~sa í da -a xendimenio A
g .
^
má ximo, evidentemente, ocorre a um valor de carga para o qual as perdas fixas
( no n ú cleo) igualam as perdas variá veis ( no cobre), como sumarizadcTnas Eqs.
( 13 34) e ( 13- 35). A curva do rendimento , portanto, eleva -se desde zero (com sa í da
-
zero, a vazio ) at é um má ximo à, aproximadamente , metade da carga nominal,
e cai novamente para cargas pesadas (acima da nominal).
Os exemplos seguintes indicam como utilizar os dados dos ensaios a vazio
e de curto-circuito para predizer o rendimento para vá rios valores de carga , e a
carga para a qual ocorre o rendimento m á ximo do transformador em teste. Note-se
no Exemplo 13-14 que o m é todo convencional empregado requer apenas uma
pequena fraçã o dos kVA nominais (aproximadamente 1 ,6 % para o ensaio de curto-
circuito e mesmo menos para o ensaio a vazio) para a sua realizaçã o.

EXEMPLO Um transformador de distribuição de 500 kVA, 2.300/ 208 V , 60 Hz teve seus


13- 14 : testes de aceitação constando de um ensaio a vazio e um de curto-circuito, antes
de ser colocado em serviço como transformador abaixador. A partir dos ensaios,
devem -se calcular sua regulação e seu rendimento. Os dados obtidos dos ensaios í-
são
A vazio : = 208 V , = 85 A, Po = 1.800 W
%
V / 217,5 A , P = 8,2 kW
cca = 95 , ca =
Curto-circuito : Vrr „
ç

Dos dados acima, calcule


a . a resistência equivalente referida ao lado de baixa
b. a resistência do enrolamento do lado de baixa tensão apenas
c. as perdas no cobre do enrolamento de baixa durante o ensaio a vazio
d. as perdas no n úcleo do transformador quando a tensão nominal é aplicada
e. podem as perdas a vazio, obtidas do respectivo ensaio, ser usadas como per-
das no n úcleo? Explique.
Solução :
a. A partir do ensaio de curto-circuito,
Pcc ~ 8,2 x 103 = 0,173 a ( 13- 31 )
( If ( 2, 175 x 102 ) 2

í
!
'

y K j K .' ^ V .
' » v V. -
V. '
; -A <r ~ ' '

Y V1 - A. J '\ V A *

^v \ o5 Y ' r-
~
'^ f. wtwCi -
£>JLX <^\\.CXYN ^
( I (
\ \ v
&
< CO O V A f <y >

TRANSFORMADORES 541
R ea
0,173 Q _ 0,173 Q
= 0,001417 n
(11,05)2 =
eb ^
a 2 .(2.300/208)2 i
i
b. Resistência do enrolamento do lado de baixa tensão apenas
0,001417 Í2
(^
cf . Exemplo
^ 13-10) =— ~b
2
= 7,1 x 10 4 Q “

c. / 2 /% = 852 x 7,1 x 10 “ 4
= 5,125 W
d. P ndcleo = P0 - I Rb = 1.800 - 5,125 = 1.794,9 W
2

e. Sim, a potência obtida no ensaio a vazio pode ser usada como perda no n úcleo.
O erro é aproximadamente 5/1.800 = 0,00278 ou 0,278 %. Isto está dentro
da margem de erro permitida aos instrumentos usados no ensaio. Podemos,
pois, admitir que as perdas no n úcleo são 1.800 W.

EXEMPLO Utilizando os dados do Exemplo 13-14, calcule


-
13 15 : a. o rendimento do transformador quando este é carregado por uma carga resis-
tiva pura (fator de potência unit á rio) correspondendo a 1/4, 1 /2, 3/4, 1 e 5/4 í
da carga nominal. Tabele todas as perdas, potência de saída e potência de
entrada em função da carga
b. repita (a) para as mesmas cpndições de carga, mas sendo o fator de potência
0,8 em atraso
c. a corrente de carga para a qual ocorre o m á ximo rendimento, independente
do fator de potência
d. a fraçã o de carga para a qual ocorre o rendimento m á ximo
e. o máximo rendimento para fator de potência unitário.
Solução :
Dados preliminares
Perdas no n ú cleo = perdas fixas = 1.800 W, do ensaio a vazio dado no Exemplo
13-14.
Perdas no cobre para a carga nominal = perdas variá veis = 8.200 W, a partir
dos dados do ensaio de curto-circuito.
Pot ência de sa ída a plena carga = kVA cos
a partir da capacidade nominal do transformador.
02 = 500 kVA x 1 = 500 kW,
a . Tabulaçã o para fator de pot ê ncia unitário.

PERDAS NO PERDAS NO PERDAS SAí DA ENTRADA


RENDIMENTO
FRAçãO DE N ú CLEO COBRE TOTAIS TOTAL TOTAL
CARGA
( da carga SAíDA SAíDA
nominal ) +
watts watts watts watts ENTRADA
PERDAS
watts
percenta
gem
-
1 /4 1.800 512 2.312 125.000 127.312 98,25
1/2 1.800 2.050 3.850 250.000 253.850 98, 47
3/ 4 1.800 4.610 6.410 375.000 381.410 98,25
1 1.800 8.200 10.000 500.000 510.000 98, 1
5 /4 1.800 12.800 14.600 625.000 639.600 97,8
101
!

542 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

b. Tabulação para fator de pot ê ncia 0,8 em atraso.

1 /4 1.800 512 2.312 100.000 102.312 97,7


1 /2 1.800 2.050 3.850 200.000 203.850 98,25
3/4 1.800 4.610 6.410 300.000 306.410 97,9
1 1.800 8.200 10.000 400.000 410.000 97,6
5/4 1.800 12.800 14.600 500.000 514.000 97,25

c. Do Exemplo 13- 14a, Reb


1.800
— 0,001417 -42

'2 = 1 ,417x 10 ^3 = ( 1 ,27 x


6 1 /2
) = 1.125 A

d . Corrente secundá ria nominal , I 2 = 500 kVA x 1.000


<0
280 V .
. - 2.400 A

fração de carga =
1.125 A
2.400 A
0,47 -
e. rendimento
— V2 I 2 cos 02
V2 I 2 cos e2 + ( Pj + ( l
208 x 1.125 x 1
\Re 2 )
n ~
208 x 1.125 x 1 + 2( 1.800)
f

234.000 234.000
n= 234.000 + 3.600 237.600
= 98,48 %

Várias conclusões importantes podem ser tiradas dos Exemplos 13- 14 e 13- 15 ,
com respeito ao rendimento do transformador . São elas

1 . A vazio, com tensão nominal aplicada a um dos enrolamentos de baixa tensão, a po-
t ência solicitada, Po9 é essencialmente devida às pardas no núcleo. As pequenas perdas
no cobre a vazio podem ser desprezadas.
2. Embora o rendimento seja zero a vazio ( / 2 = 0 e a potência de saída K / cos
2 2
ele se eleva rapidamente com uma pequena aplicação de carga ao secundário. Con-
02 0),
forme mostram a Fig. 13- 12 e os Exemplos 13- 15a e b, o rendimento é maior que 97 %

para 1/4 da carga nominal.
3. O rendimento máximo ocorre à, aproximadamente, meia carga, conforme mostra o
Exemplo 13- 15d. Estabelecendo-se o máximo rendimento para estes valores de carga,
-jjk permite-se que o transformador mantenha um rendimento razoavelmente alto para
cargas pequenas abaixo daquele valor e para cargas pesadas acima daquele valor. O
transformador, assim, mantém seu elevado rendimento através de uma larga faixa de
valores de carga, conforme mostra a Fig. 13-12.
4. Para o mesmo valor da corrente de carga, o efeito da diminuição dos valores do fator
de potência é uma pequena redução no rendimento, conforme mostra a famí lia de cur-
vas da Fig. 13- 12. Note-se pelas curvas e tabulações (ú ltima coluna) do Exemplo 13- 15a
e b, que, a cada acréscimo de carga, o rendimento é maior para os maiores fatores de
pot ência.
TRANSFORMADORES 543

100
1,0 FP
0,8 FP
0,6 FP 'Í

0,4 FP
E
8
to
> 0, 2 FP
c
8
0)
a
I
o
50
c
©
E
-D

C
©
tr

0
0, 2 0,4 0,6 0,8 1,0 12
Fração da carga nominal

. -
Fig 13 12
— Rendimento do transformador segundo o fator de potência
da carga.

5. A carga para a qual ocorre o rendimento máximo, entretanto, para cada curva da famí-
lia mostrada na Fig. 13-12, permanece a mesma, porque as perdas no n ú cleo e as perdas
variá veis no cobre ( I 22 Re2) são independentes do fator de potência. Como no caso do
item anterior, o rendimento má ximo é menor neste ponto de carga que para aqueles
de menores fatores de potência.
6. Os rendimentos dos transformadores são algo maiores que aqueles das m áquinas elé-
tricas girantes, uma vez que, para a mesma pot ência (capacidade), as ú ltimas possuem
outras perdas, tais como perdas rotacionais e as adicionais sob carga. Assim, um trans-
formador bem projetado tem sempre rendimento maior que a máquina girante ligada
como carga ao seu secund á rio.

13-9. RENDIMENTO DI Á RIO


Al é m de permitir o cá lculo da regulaçã o e do rendimento, os ensaios a vazio
e de curto-circuito fornecem dados úteis para o cá lculo do rendimento diário de
transformadores de transmissão e distribui çã o , nos quais, por defini çã o , o rendi-
mento di ário = ( energia total entregue por um transformador à carga ) i ( energia
total recebida pelo transformador), durante um perí odo de 24 horas .
Estabelecido em forma de equação, o rendimento di ário é expresso por

Wout (total ) W 01 + fV02 + fV


03 etc .
rendimento diário = ( 13- 36)
W in (total ) Wout (total ) + w perdas ( total )
544 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

onde Wov Wor W03 etc. são as energias requeridas do transformador pelas di-
ferentes cargas ligadas, durante o per íodo de 24 horas. A Wperdas
{ totaI ) e a
soma das energias perdidas, constitu ída das perdas no n ú cleo (fixas ) e no
cobre ( variá veis), para o per í odo de 24 horas.
Note-se que a energia perdida durante um per í odo de 24 horas, fKperdas ,
( totaI )
consiste das perdas no n úcleo para 24 horas (desde que o transformador est á sempre
energizado) mais as perdas variá veis no cobre, que variam diretamente com a L
carga flutuante durante o per íodo de 24 horas, conforme mostra o Exemplo 13- 16
abaixo. També m , nota -se que a Eq . ( 13- 36 ) é uma rela çã o de energias e n ã o de
potências, como mostra o Exemplo 13- 16.

EXEMPLO O transformador de distribuiçã o de 500 kVA do Exemplo 13- 14 tem, suposta-


13- 16 : mente, os seguintes requisitos de carga para um per íodo de 24 horas :
a vazio, duas horas %
20 % da carga nominal, cos 02 = 0,7, durante 4 horas
40 % da carga nominal, cos 02 = 0,8, durante 6 horas
80 % da carga nominal, cos 02 = 0,9, durante 6 horas
carga nominal, cos 02 = 1,0, durante 6 horas
125 % da carga nominal, cos 02 = 0,85, durante 2 horas
Admitindo constante a tensão de alimenta ção (e constantes as perdas no n ú cleo ),
calcule
a. as perdas no n úcleo durante o per íodo de 24 horas
b. a energia total perdida durante o per íodo de 24 horas
c. a energia total entregue durante o per íodo de 24 horas
d . o rendimento diá rio
Solução :

1.800 W x 24 horas
a. W = Pc t = = 43,2 kWh = energia total perdida no n ú -
103 W/kW
cleo em 24 horas, incluindo as 2 horas a vazio,
b. A partir do ensaio de curto-circuito, as perdas no cobre à carga nominal são
8,2 kW , e os valores de energia perdida para per íodos de 24 horas são tabu -
lados da forma seguinte

PERDA DE PER íODO DE PERDA DE


CARGA POTÊ NCIA TEMPO ENERGIA
NOMINAL kW h kWh

20 (0, 2 ) 2 x 8,2 4 1 , 31
40 ( 0,4) 2 x 8,2 4 5,25
80 (0,8) 2 x 8,2 6 31 ,50
100
125
8, 2
(1,25) 2 x 8,2
6
2
49, 20
25,62 r
Perda total de energia durante per í odo de 24 h = 112,88
( excluindo 2 h a vazio) ;

i .
TR ANSFORMA DORES 545
c. a energia fornecida total durante um perí odo de 24 horas é tabulada também

ENERGIA
% PERíODO DE
ENTREGUE
CARGA TEMPO
w
rr out
NOMINAL COS 9 kVA cos 9 kW h kWh

20 0, 7 0, 2 x 500 x 0,7 140 4 560


40 0,8 0, 4 x 500 x 0,8 160 4 640
80 0,9 0,8 x 500 x 0,9 360 6 2.160
100 1 ,0 500 x 1 500 6 3.000
125 0,85 1 , 25 x 500 x 0,85 531 2 1.062

Energia total requerida pela carga em 24 h


=7.422
(excluindo 2 h a vazio)

W
d . rendimento diário = out ( total )
W out ( total ) + W perdas ( total )
7.422 kWh
7.422 4- 43,2 + 112,88 kWh
7.422 kWh
98 ( 13 - 36)
7.578, 1 kWh = %

Note-se que, apesar das condições de fator de pot ê ncia e de variaçã o de carga ,
o rendimento energético total de um transformador de distribuiçã o, durante um
per íodo de 24 horas, é relativamente alto . Isto pode ser antecipado se se observam
as curvas da Fig. 13-12, que mostram um rendimento relativamente alto para
uma ampla variaçã o da carga a fatores de potê ncia relativamente elevados . Somente
a falta completa de uso, ou a operaçã o a fatores de pot ê ncia extremamente baixos
resultaria num baixo rendimento diá rio para transformadores reais de distribuição.

13-10. IDENTIFICAÇÃO DAS FASES E POLARIDADE


DOS ENROLAMENTOS DO TRANSFORMADOR
Além dos ensaios a vazio e de curto-circuito, usados na determinação da regu-
la ção do rendimento e do rendimento diá rio de transformadores comerciais , é
usual executarem-se outros ensaios antes de colocá-los em serviço. Dois destes
ensaios referem-se à identificação das fases e à polaridade , respectivamente, do
transformador em quest ã o. A identificação das fases é o processo pelo qual os
terminais individuais dos diferentes enrolamentos de um transformador sã o iden-
tificados e corrigidos. O ensaio de polaridade é realizado de modo que os terminais
individuais, das diferentes bobinas do transformador, sejam marcados ou codi-
ficados, de modo que os terminais que t ê m a mesma polaridade instant â nea sejam
identificados. Consideremos, inicialmente, a polaridade e, após, a técnica de iden-
tificaçã o de fases.
546 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Fig. 13- 13 — Determinação da polaridade


instantâ nea de transformadores utilizando-se a
convenção do ponto.

A Fig. 13-13 mostra um transformador com dois enrolamentos de alta tensão


e dois enrolamentos de baixa tensã o. As bobinas de alta tensã o (as que tê m muitas
espiras) são codificadas, usando-se a letra “ H” para designar os seus terminais.
Os terminais de baixa tensão conforme mostra a Fig. 13-13, sã o designados pela
letra “ X”.
Conforme mostra a Fig. 13-13, a polaridade instantâ nea é codificada através
do subí ndice. O código usado na figura em questã o adota n ú meros ímpares como
subí ndices na designaçã o das polaridades positivas de cada enrolamento. Note se
que os subíndices í mpares també m correspondem aos terminais pontuados que
-
representam a fem induzida positiva em cada enrolamento mostrado na Fig. 13-13.
Assim , se ocorre que asjjobixm^devanr ser-ligadas seja em sé rie seja em paralelo,
^
C para se obterem vamas relações de tensã o, a ligação pode, ser . executada corceta-
*

' mente .
com a devida aten çã o à polaridade instantânea O pró prio leitor deve veri-

^^
Vi \ ficar a maneira pela qual o ponto (ou o subí ndice í mpar) é utilizado para assinalar
<o os enrolamentos da Fig. 13-13. Imaginemos que o primá rio, Hx H 2, é energizado-
e que H i é instantaneamênte ligado ao terminal positivo da fonte. O fluxo m ú tuo,
r —
</> m , estabelece-se instantaneamente no n úcleo no sentido dos ponteiros do rel ógio ,
)
conforme assinalado. De acordo com a lei de Lenz, as fem induzidas estabelecem-se
nos demais enrolamentos no sentido mostrado. Um mé todo alternativo, para
verificar a conven çã o dos pontos na Fig. 13-13, é comparar-se a maneira pela qual
-
as bobinas sã o enroladas no mesmo n úcleo. As bobinas H X H 2 e X 3 X 4 são enro-
ladas na mesma direção, portanto o ponto situa-se no terminal da esquerda. As
-
bobinas X .- X ? e H . H . sã o enroladas no mesmo sentido um em relaçã o ao outro,
-
-
mas em oposiçã o a Hx H 2 . Estas bobinas devem ter o ponto no terminal direito,
para significar polaridade positiva e, també m, polaridade oposta a HX H 2 . -
Infelizmente, é imposs í vel examinar-se um transformador comercial para
se deduzir o sentido de enrolamento das bobinas,1b da í determinar-se a identificação
das fases e a polaridade relativa dos terminais. Um transformador de m últiplos
enrolamentos pode tanto ter apenas 5 bornes como 50 na sua placa de terminais.
Se for possí vel examinar os condutores de cada bobina, o diâ metro dos fios pode
fornecer alguma pista com o que bornes ou terminais sã o associados às bobinas
TRANSFORMADORES 547

de alta tensão ou de baixa tensão. As bobinas de baixa tensão terão condutores


de maior seção transversal que as de alta tensão. Por outro lado, as bobinas de
alta tensão terã o enrolamento mais pesado que os de baixa. De qualquer forma,
o exame físico não fornece nenhuma indicação no que diz respeito à polaridade ou
indicaçã o de taps ou fins de bobina associados às bobinas individuais que estejam
isoladas umas das outras.

13-10.1 IDENTIFICAÇÃ O DAS FASES


A Fig. 13-14 mostra um transformador cujos terminais de bobina foram
trazidos a uma placa terminal, mas nã o foram (ainda) identificados no que diz
respeito às fases ou polaridade. Um m é todo simples para a identifica çã o das fases
dos enrolamentos do transformador é o usado na Fig. 13-14. Uma l â mpada de

Transformador
f õW
x, ^
000
H , H2 H3 H4 x2 x3 x4
i:

ô O Ô Placa de terminais

1 I 5 V \ \ |/ / Ponteira exploradora


lâ mpada \ /x\

o K> <M
115 V
CA o

.
Fig 13 14 - —Ensaio para determinar os terminais das bobinas do transformador e os
respectivos taps usando uma lâ mpada como elemento para o teste de continuidade.
( Pode-se usar um voltí metro CA em lugar da l â mpada .)

115 V, ligada em sé rie a uma fonte de 115 V-CA, fornece um meio de se proceder
à identifica çã o das bobinas. Se o terminal de carga da lâ mpada é ligado ao terminal
H í como mostra a Fig . 13-14, e o terminal explorador é ligado ao X 4 , a l â mpada
9

nã o se acende. Movendo-se o terminal livre da direita para a esquerda através


da placa de terminais, a lâ mpada não indicar á nada at é ser encontrado o terminal H 4 .
A lâ mpada acender-se-á nos terminais H 4, H 3 e H 2 i indicando que apenas os quatro
terminais da esquerda são parte de uma ú nica bobina. O brilho relativo da lâ mpada
pode també m fornecer indicações no que diz respeito aos taps. (A lâ mpada brilha
- -
mais quando ligada a Hl H 2 , e menos quando ligada a HX H 4 ). Uma forma mais
sensí vel de se identificarem as fases e os taps seria utilizar-se um voltí metro CA

JL
548 M áQUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

( 1.000 fi/ V), em lugar da lâ mpada , ligado na escala de 150 V . O volt í metro lerá
»*
a tensão da fonte para cada tap de uma bobina comum , uma vez que a sua resis-
tê ncia interna ( 150 kíi) é muito maior que a resistência do enrolamento do trans-
w
formador. Um ohmômetro a pilha ou eletrónico pode então ser usado para iden-
tificar os taps através da medição da resistê ncia e també m para verificar os enro-
lamentos da bobina pelo teste de continuidade.

13-10.2 POLARIDADE DE TRANSFORMADORES


Tendo identificado os terminais das bobinas pelos ensaios acima descritos,
a polaridade instantâ nea relativa é determinada através do m é todo mostrado
na Fig . 13- 15 , usando-se um volt í metro CA e uma fonte CA adequada (quer da
tensã o nominal quer de uma tensã o menor ) . O ensaio de polaridade consiste dos
passos seguintes :

5V CA 5V CA
X2 X , X , X2
1
i

Ul QSU
110 V
• nnnnftftTi oMWtn
i ^ i
Vr )
Hi H2 HI H2
*
115 V CA 115 V CA
115 V CA
( a ) Teste de polaridade . ( b ) Polaridade aditiva. ( c ) Polaridade subtrativa .
( Vt > Vr ) ( Vt < Vr )

-
Fig. 13 15
— Teste de polaridade dos enrolamentos de um transformador, mostrando a
polaridade aditiva, subtrativa e a designação dos terminais.
i

1. Escolhe-se qualquer enrolamento de alta tensão para servir como bobina de referência.
2. Liga-se um dos terminais da bobina de referência a um terminal de qualquer outro
enrolamento de polaridade desconhecida.
3. Atribui -se ao outro terminal do enrolamento de referência a polaridade assinalada pelo
ponto (instantaneamente positiva).
4. Liga-se o voltímetro (CA ) na sua maior escala entre o terminal identificado da bobina
de referência e o outro terminal da bobina, de polaridade instantâ nea desconhecida.
5. Aplica-se a tensão nominal (ou menor) à bobina de referência.
6. Lê-se a tensão sobre a bobina de referência Vr e a tensão de ensaio entre as bobinas, .
7. Se a tensão de ensaio, Vg é maior que Vr, a polaridade é aditiva, e o ponto é aplicado
Ve
1

à bobina em teste como mostra a Fig. 13-15b.


8. Se a tensão de ensaio, V9 , é menor que Vr, a polaridade é subtrativa, e o ponto é aplicado
n
à bobina em teste como mostra a Fig. 13-15c.
-
9. Identifica se o terminal pontuado da bobina de referência como
Hv e o terminal pon-
tuado da bobina em teste como X í (ou qualquer outra designação ímpar conveniente).
10. Repetem -se os passos de 2 a 9 acima para os demais enrolamentos do transformador.
TR ANSFORMADORES 549

13- 11 . LIGAÇÃO DOS ENROLAMENTOS DE UM


TRANSFORMADOR EM SÉRIE E EM PARALELO
r
Os testes de identificaçã o das fases e da polaridade, descritos na Seç. 13- 10,
sã o fundamentais quando se considera a maneira pela qual os enrolamentos m ú l -
tiplos de um mesmo transformador ou vá rios transformadores individuais podem
ser ligados em série ou em paralelo, para se obterem diferentes tensões. Consi-
deremos, primeiro, o transformador de m ú ltiplos enrolamentos , mostrado na Fig.
13- 13, tendo uma tensã o nominal de 115 V para cada enrolamento de alta tensão
e 10 V para cada enrolamento de baixa tensã o . Sã o obtidas quatro combinações
possí veis de relações de tensã o usando-se o transformador de acordo com a Fig.
13-16. Estas combinações são:

X , Ht X , T
115 V o
o 10 V 115 V o
o 10 V 10 V

230 V
H2 x?
20 V 230 V
H2 3
< 1
Hj Xj H3
x3
115 V 10 V 115 Vo 10 V
H4 x4 i
(a ) Bobinas de alta tensão em série,
— o

' x4
(b ) Bobinas de alta tensão em série,
bobinas de baixa tensão em série. bobinas de baixa tensão em paralelo. r

I X , 1 M— i* X , t
115 V 115 V S 10 V 115 V 10 V
115 V o 10 V
1 H? Í X2
20 V
1 O
^ i 1 K

X3
115 Vg

—^
10 V 115 V O
® 10 V
X4 H49 X4

(c ) Bobinas de alta tensão em paralelo, (d ) Bobinas de alta tensão em paralelo,


bobinas de baixa tensão em série. bobinas de baixa tensão em paralelo.
Fig. 13-16 — Ligaçã o de enrolamentos de igual tensã o de um transformador,
em série e em paralelo.

a. Bobinas de alta tensão em sé rie ; bobinas de baixa tensão em série ( Fig. 13- 16a ).
b. Bobinas de alta tensã o em série ; bobinas de baixa tensã o em paralelo (Fig. 13-16b).
c. Bobinas de alta tensão em paralelo ; bobinas de baixa tensão em série (Fig. 13 16c).
d. Bobinas de alta tensão em paralelo ; bobinas de baixa tensão em paralelo (Fig. 13-16d).
-
Note-se que, quando as bobinas sã o ligadas em paralelo , as bobinas que tê m
a MESMA tensão e polaridade instant â nea sã o postas em paralelo (terminais
que tê m n ú meros í mpares sã o ligados a um lado da linha e os de n ú meros pares
ao outro).
550 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Quando se ligam bobinas em série , as bobinas de polaridade instant â nea


oposta sã o ligadas juntas ( um terminal í mpar é ligado a um terminal par ), de modo
-
que as tensões somam se em série . As tensões induzidas opor se-iam ( dando tensã o
-
de saída nula) se fossem ligadas em oposição. ( Este último ponto pode, entre-
tanto , ser desconsiderado, quando se ligam bobinas de diferentes tensões nominais,
*
V

como se descrever á abaixo, Fig. 13-17.) {»

?X,
|
o 50 V
ôX2 120 V / 115, 110, 95. 90, 75 , 65, 60,
JX, 55, 50, 45, 40, 25, 20, 5 volts
ri O
o
o 40 V
( b) Diferentes tensões produzidas por transformação direta ou
combinações utilizando polaridade aditiva.
o
o
0 X4
120 V 2
O
o
o
í* 5 120 V / 150, 85, 70, 35, 30, 15, 10 volts
(c) Outras diferentes tensões produzidas por ligações utilizando

oHj
O
1 20 V
polaridades subtrativas.
* X6
j x7
1
O
5V
i x8
(a ) Transformador original.

-
13 17 - Ligação de enrolamentos de tensões desiguais de um transformador em
f
combinações sé rie aditiva e sé rie subtrativa .

Note-se que as combinações de tensã o produzidas pelas quatro ligações das


Fig. 13-16a até d sã o , respectivamente : 230/ 20 V ; 230/10 V ; 115/ 20 V e 115/ 10 V . .
(Conquanto sejam conseguidas quatro combinações de tensã o e corrente através
destas ligações , apenas 3 relações da transformaçã o sã o conseguidas, ou seja :
23/ 1 ; 11,5/ 1 e 5, 75/ 1 .)
Apenas bobinas com idênticas tensões nominais podem ser ligadas em para -
lelo. A razã o para isto , como mostra a Fig. 13- 16d , é que, quando as bobinas são
ligadas em paralelo, as fem induzidas opõem-se instantaneamente umas às outras.
Assim , se duas bobinas de diferentes tensões nominais fossem ligadas em para-
lelo, circulariam elevadas correntes em ambos os enrolamentos, uma vez que as
suas impedâ ncias internas equivalentes sã o relativamente pequenas , enquanto
que a diferen ça l í quida entre as fem induzidas é relativamente grande, como mostra '

o Exemplo 13-17.

EXEMPLO Um transformador para filamento, de 10 VA, tensão primária 115 V, tem dois
13- 17 : enrolamentos secundários de 6, 3 V e 5 V , com impedâ ncias de 0,2 Q e 0,15 í l
respectivamente. Calcule
t
a . a corrente secundária nominal quando os secundários de baixa tensão são
ligados em série, com as tensões se somando
b. a corrente circulante quando os enrolamentos são ligados em paralelo e a
percentagem de sobrecarga produzida .

1
*
T RANSFORMADORES 551

Solução :

a. ambos os enrolamentos devem ser ligados em série e utilizados para se obterem


os VA nominais do transformador. Assim
VA 10 VA 10 V
~
6,3 + 5 V 11,3 V
= 0,85 A
corrente nominal nos enrolamentos de 6,3 V e 5 V.
b. quando ligados em paralelo, a corrente circulante l íquida será dada pela dife-
rença das tensões, aplicada à impedáncia interna total dos enrolamentos,
ou seja
6,3 - 5 V 1,3 V
c = 3,71 A
' 0,2 Q + 0,15 Q 0,35 O =
A sobrecarga percentual é (3,71 A/0,885 A) x 100 = 419 %

Note- se que o Exemplo 13- 17 mostra que , mesmo quando a tensã o nominal
parece ser quàse a mesma, os enrolamentos não podem ser ligados em paralelo.
Somente enrolamêntos que tenham id ê ntica (a mesma ) tensão nominal podem ser
ligados em paralelo , devendo ser dada a devida atençã à polaridade instantânea .
^
Se a polaridade instantânea é desobedecida, o resultado é um curto-circuito, como
mostra o Exemplo 13- 18 .

EXEMPLO Os dados do ensaio de curto-circuito, para o lado de alta tensão do transformador


-
13 18 : de 20 kVA mostrado na Fig. 13-16a, são 4,5 V, 87 A, 250 W. Calcule :
a. a impedá ncia equivalente referida ao lado de alta ; /bobinas ligadas em série
b. a impedá ncia equivalente referida ao lado de baixa ; bobinas ligadas em série
c. a corrente secundária nominal; bobinas ligadas em série
d. a corrente secundária se as bobinas da Fig. 13-16a são curto-circuitadas,
com a tensão nominal aplicada ao lado de alta tensão, e a sobrecarga per-
centual produzida.
(.• . .

Solução :
V 4,5 V
a- = 87 A
= 0,05175 Í1
K 2
20 V
b Zet = Zea * = 0,05175 Í1
230 / = 3,91 x 10“ Q

20 kVA x 1.000
c. I 2 nominal =
20 V = 1.000 A = 1 x 103 A
20 V
-
d. / 2 curto circuito =
3,91 x 10 4 Q" = 5,1 x 104 A = 51 x 103 A
51 x 103 A
A percentagem de sobrecarga é x 100 = 5.100 %
1 x 103 A

Bobinas com diferentes tensões nominais podem , entretanto, ser ligadas em


sé rie , quer com tensões se somando quer se opondo .
Isto dá lugar a um n úmero interessante de relações de transformação possí -
veis em transformadores’de múltiplos enrolamentos, conforme mostra a Fig . 13- 17 .

J
552 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Um total de 21 diferentes combinações de tensões, capazes de entregar corrente y


secundá ria nominal, é possível com o transformador mostrado na Fig. 13-17a
(excluí das as ligações como autotransformador) , usando-se um primá rio de 115 V.
Um total de 14 tensões prové m da transforma çã o direta ou das combinações sé rie-
-
aditivas, mostradas na Fig. 13 17b. Além disto, outras 7 tensões provêm das co-
t
nexões que usam as combinações subtrativas , mostradas na Fig. 13- 17c. (As vá-
rias maneiras de ligar-se o transformador, para produzir as combinações acima,
I
deixamos a cargo do leitor, como exercício.)
-
Nã o é preciso dizer que, se o enrolamento Hl H 2 de 120 V da Fig. 13-17 não
é usado como primá rio, sã o possí veis outras combinações, tais como usar-se o
enrolamento de 50 V (ou o de 40 V, etc.) como primá rio. Nestas aplicações, o
transformador pode ser usado como elevador ou como abaixador , com enrola-
mentos ligados em sé rie tanto adicionando quanto se opondo . Assim , sã o possí-
veis muitas outras combinações de transformações de tensões, alé m das mostradas
como possibilidades nas Figs. 13-17 b e c. Ainda outras podem existir se o enro-
-
lamento HX H 2 for ligado em sé rie-aditiva ao enrolamento X 7 -
Xs ( H 2 ligado a X 7 )
e obté m-se um primá rio de 125 V. Semelhantemente, ligando o enrolamento
de alta tensã o a outro enrolamento de baixa, ser- nos- iam poss í veis tensões primá-
rias t ã o altas quanto 230 V / 5 V, e assim por diante. As possibilidades de trans-
formação da Fig. 13-17a sã o, portanto, in ú meras. E outras mais serã o disponí veis
se o transformador for ligado como autotransformador , segundo se descreve na
seçã o seguinte.
Deve-se notar, entretanto, que, apenas quando todos os enrolamentos sã o
utilizados em combina ções aditivas, é que a capacidade nominal em kVA do trans-
formador é atingida , conforme se indica na soluçã o do Exemplo 13-17a . Trans- I
formadores especiais , entretanto, sã o algumas vezes construí dos para fornecer
os kVA nominais totais para qualquer enrolamento e / ou combina çã o de relações,
mas tais transformadores sã o normalmente maiores, porque se requer mais ferro
e condutores mais pesados para a sua construçã o. Ao se usarem transformadores
em vá rias combinações em sé rie, aditivamente ò u em oposiçã o, deve-se considerar
a possí vel reduçã o na capacidade em kVA com o uso de enrolamentos isolados ,
isto é, sem acoplamento condutivo entre os mesmos.

13-12. O AUTOTRANSFORMADOR
Todas as combina ções discutidas para o transformador da Fig. 13-17a , na
Seç. 13- 11 , pressupõem isolação entre prim á rio e secund á rio. Transformações
com maior rendimento e sem grande redu çã o ( na verdade com aumento) da capa -
cidade em kVA sã o possí veis num autotransformador , desde que estejamos dis-
postos a sacrificar a isolaçã o do circuito secundá rio em relaçã o ao prim á rio.
Teoricamente, um autotransformador é definido como um transformador
que só tem um enrolamento. Assim, um transformador de enrolamentos m úl-
tiplos pode ser considerado um autotransformador , se todos os seus enrolamentos
são ligados em sé rie, em adiçã o (ou oposiçã o), para formar um único enrolamento.
Tais ligações do autotransformador são mostradas nas Figs. 13-18a e b. À pri-

T.
TRANSFORMADORES 553
P= I2.V2
I h
I1+IC-I2=0 V2<V1
o o

—. —
o o

cl
!-Jf = o
i
i
<
S
S v2 Carga
I »! Carga Ic| ÍO
o

(a ) Abaixador.
I l T

(b ) Elevador .
. -
Fig 13 18 — Ligações de um transformador nas configurações
abaixador e elevador.

meira vista, pode parecer que o transformador abaixador da Fig. 13 18a


- nada
mais seja do que um divisor de tensã o. Mas um exame no sentido da corrente,
naquela porçã o do autotransformador comum aos circuitos prim á rio e. secund á rio,
/c, mostra que o sentido de sua corrente é inverso em relação a um divisor de tensão
,
usual . Mais ainda , num divisor de tensã o usual , / é maior que / . Mas no auto
2 -
transformador n ós temos que obedecer à Eq. (13-9), onde V 1 I l = V / . Portanto,
2 2
se V 2 é menor que V í 912 deve exceder I v Assim, para o circuito mostrado na Fig.
13- 18a, como transformador abaixador,

h=h+ /. ( 13-37 )

A Fig. 13- 18 b també m prova , sem d ú vidas, que o autotransformador, quando


usado como elevador, não pode ser um divisor de tensão. Aqui, novamente, desde
que V l I í = V 2 I 2 e V 2 > V r entã o Ix > I 2 . Assim, para o circuito mostrado
na Fig. 13-18 b, como autotransformador elevador,

h = i2 + ( 13-38)

Note-se o sentido de í c nas Figs. 13-18a e b.


O autotransformador pode també m ser feito variá vel, entretanto, da mesma
maneira que o potenci ô metro é um divisor de tensã o ajust á vel . Autotransformadores
variá veis consistem num simples enrolamento, praticado num n úcleo de ferro
toroidal , como mostra a Fig . 13- 19a . Um tal autotransformador variá vel , cha
mado variac , tem uma escova de carvã o solid á ria a um eixo rotativo, que faz contato
-
com as espiras expostas do enrolamento do transformador. Apesar da constru çã o
da Fig. 13-19a permitir seu uso apenas como transformador abaixador, o circuito
da Fig. 13-19 b mostra a possibilidade de ambas as ligações, elevador ou abaixador
( imposs í vel num potenci ô metro). Note-se que, em ambos os casos, entretanto,
é empregado um enrolamento único. Autotransformadores variá veis são extre
mamente ú teis em laborat ó rios ou em situa ções experimentais, que requer.em
-
uma larga faixa de ajuste de tensã o com pequena perda de pot ê ncia . A aplicaçã o
!
deste autotransformador variá vel , como dispositivo para controle de velocidade
de motores monof ásicos, é descrita na Seç. 10-7. A aplicaçã o de um autotrans
-
554 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMAPORES

formador com taps , como dispositivo de transfer ência de imped â ncia, é discutida
na Seç. 10-8.
o
o o
Tensão - Salda o
de entrada o
vari ável V2 o o
Vi Tensão o
o
Tensão
o o variável
de entrada o de saída V2
V, o
o
o o
(a ) Autotransformador variável . (b ) Autotransformador variável com
possibilidades de elevador e abaixador .
. - — Autotransformador variá vel.
Fig 13 19

-
Deve se notar que a corrente instant â nea na parte comum do autotransfor-
mador , /c, mostrada nas Figs. 13- 18a e b, pode circular em qualquer sentido , para
cima ( para fora) ou para baixo ( para dentro) em relaçã o à conexã o comum , depen-
dendo do transformador ser usado como dispositivo abaixador ou elevador. Ve-
remos també m que a direçã o da corrente instant â nea é funçã o do fato do enrola-
mento comum ser usado com polaridade aditiva ou subtrativa em relaçã o à parte
do enrolamento n ã o-comum aos dois circuitos (primá rio e secundá rio). Assim, a i-
ú nica maneira de determinar-se o sentido da corrente no enrolamento comum
é se desenharem as direções instant â neas da corrente prim á ria , I 1 e secund á ria , / 2.
A diferença é , e deve ser, suprida por Ic .
Qualquer transformador comum , de dois enrolamentos isolados, pode ser
convertido num autotransformador como mostra a Fig . 13- 20. A isolaçã o original
do transformador , com as marcas de polaridade, é mostrada na Fig. 13-20a . O
10 kVA
A •X A •H,I X t A


o o
o o Saída
1200 V o 120 V Entrada o
o
o
t t 'H2 X 2 o ?
? í
(a ) Transformador original isolado, ( b ) Ligação como autotransformador elevador ,
de lOkVA. usando polaridade aditiva.

o
h
A W
o Hl
O

o o
o
c
“V

A; .
í

1200 V o
O
o

t 7 H2 1320 V A, H 2 1320 V
Yx , 1200 V Icjlf O
120 V| I1 o
o
r x2
o H , h
<5 O iz O

( c ) Tensões produzidas ( d ) Figura redesenhada com ponto comum inferior


,
por polaridade aditiva. mostrando as relações de corrente.
.
Fig 13 20 - — Transformador isolado ligado como autotransformador,
usando
polaridade aditiva .
TRANSFORMADORES 555
transformador selecionado é um de 10 kVA , 1.200/ 120 V . Deseja-se convertê-lo
num autotransformador , preservando a polaridade aditiva entre os enrolamentos
de alta e baixa tensão. A ligação para a polaridade aditiva é mostrada na Fig.
13- 20b . Este circuito é redesenhado na Fig . 13-20c , com o terminal comum na
parte inferior . Desde que a polaridade é aditiva (conforme mostra a Fig . 13-20d)
a tensão secundá ria passa a V 2 = 1.320 V , enquanto a primária V = 1.200 V .
í
i*7
Embora a capacidade original do transformador isolado fosse 10 kVA , a disposi-
ção mostrada na Fig . 13-20d resulta num considerável acr éscimo nos kVA como
/ mostra o Exemplo 13 - 18 . També m se nota , pela Fig . 13- 20d , que o lado de baixa
tensão tem corrente maior (7 , > 12 ) e que í c deve circular para dentro do terminal
comum , de acordo com a Eq . ( 13- 28 ) .

EXEMPLO Para o transformador isolado de 10 kVA, 1.200/120 V, mostrado na Fig. 13 20a,


-
13 19 : ligado como autotransformador com polaridade aditiva, como mostra a Fig.
-
13-20d, calcule
a. a capacidade original do enrolamento de 120 V em ampères
b. a capacidade original do enrolamento de 1.200 V em ampères
c. a capacidade do autotransformador da Fig. 13- 20d, usando a capacidade
do enrolamento de 120 V calculada em (a ) acima.
d. acréscimo percentual da capacidade do autotransformador em relação ao
transformador isolado
e. / j e Ic na Fig. 13-20d, a partir do valor de I usado na parte (c) acima
2
f. sobrecarga percentual do enrolamento de 1.200 V, quando usado como auto-
transformador
g. interprete e tire conclusões do cálculo acima.

Solução :

lOkVA x 1.000
a. / baixa = 83,3 A (13-9)
120 V

10 kVA x 1.000
b- 7;i ,a = = 8,33 A (13-9)
1.200 V
c. Desde que o enrolamento de 120 V é capaz de carregar 83,3 A, a nova capa-
cidade em kVA do autotransformador é
1.320 x 83,3 A
VJi tseê = 110 kVA (13-9)

d . O acréscimo percentual em kVA, ao se utilizar como autotransformador o


transformador isolado é
kVA auto 110 kVA
kVA isolado = 10 kVA
x 100 = 1.100 %

kVA x 1.000 llOkVA x 1.000


e. / 1 = = 91,75 A
K 1.200 V
Ic = IY - 2l ( da Fig 13-20d )
. -
( 13 28)
-
91, 75 - 83,3 = 8,42 A

li
556 M á QUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

f. Percentagem de carga no enrolamento de 1.200 V =


= A
_ _ 8,42
x 100 = '101 %
^
alta 8,33
g. Como autotransformador, os kVA aumentaram de 1.100 % em relação ao
valor original, com o enrolamento de baixa tensão no seu valor nominal
de corrente, e o de alta com uma sobrecarga desprezável ( 1 ,01 x nominal ).

O aumento dram á tico na capacidade em kVA , produzida pela ligaçã o de um


f transformador isolado como autotransformador , tem como motivo o tamanho
menor de um autotransformador da mesma capacidade em comparaçã o a um
-
transformador isolado comum . Deve se levar em conta , entretanto, que, apenas
quando a relaçã o das tensões primá ria e secund á ria se aproxima da unidade, ocorre
este marcante aumento de capacidade . Se h á uma grande rela çã o entre as tensões
prim á ria e secund á ria , a capacidade em kVA tem um acréscimo, mas n ã o tã o mar-
cante. ( Para a > 10, o acréscimo em kVA é menor que 10% .)
O mesmo transformador isolado, usando polaridade subtrativa e ligado
cómo transformador abaixador, é mostrado na Fig. 13- 21 . A fim de produzir
um só enrolamento, usando polaridade subtrativa, é necessá rio ligar -se X 2 a H 2 ,
conforme mostra a Fig. 13- 2 la , As tensões produzidas por esta combinaçã o sã o
mostradas na Fig. 13- 21 b, onde també m se pode ver que o transformador (apesar
de sua aparê ncia) trabalha como abaixador . Este circuito é novamente desenhado
na Fig. 13- 21c , e as correntes instant â neas est ã o representadas. Note-se que a
corrente Ic afasta-se do ponto comum , neste caso, principalmente porque o auto-
transformador é abaixador e I 2 > / , . A corrente Ie deve aumentar de Ix até / ,
2
como se nota na Eq . ( 13- 37) .
h
Sa ída i •. x, o
y
o
o I 200 V g 1200 V h X2
HA o
A *
'oo • X I
o
H2o
o
1 1080 V 1080 V
Entrada

t
o
o
Hep x2
x2

120 V
1200 V
Ii ft" h
i
( a ) Ligação como transformador ( b ) Tens ões produzidas (c ) Figura redesenhada com
abaixador usando pela polaridade ponto comum inferior
polaridade subtrativa. subtrativa. mostrando as relações de corrente.
. -
Fig 13 21
— Transformador isolado ligado como autotransformador
abaixador usando polaridade subtrativa .

Como no caso anterior da polaridade aditiva , a liga çã o do transformador


isolado de 10 kVA como autotransformador abaixador, com polaridade subtrativa,
resulta num acréscimo da capacidade em kVA , como mostra o Exemplo 13-19.

EXEMPLO Repita o Exemplo 13 - 19 para o transformador isolado de 10 kVA, 1.200/120 V,


13- 20 : ligado como autotransformador abaixador, com polaridade subtrativa, como
mostra a Fig. 13- 21%C
TRANSFORMADORES 557

Solução :

a . Do Exemplo 13 - 19 a, 1 baixa = 83,3 A


b. Do Exemplo 13- 19b, 7 alta = 8, 33 A
c . A nova capacidade em KVA do autotransformador é
1.080 V x 83, 3 A
= 90 kVA ( 13- 9)

d. O acréscimo percentual em kVA, ao utilizar-se o transformador isolado como


autotransformador, é
kVA (auto ) 90$T kVA
x 100 = 900 %

^

kVA ( isol ) lO kV À
kVA x 1.000 90 kVA x 1.000
e. 7 = 75 A ( 13-9)
K 1.200 V
/ = / 2 - / , = 83, 3 - 15 = 8, 33 A ( 13- 38 )

f . Percentagem de carga no enrolamento de 1.200 V =


K 8, 33
X 100 = 100 %
7 alta 8 , 33

g. Como autotransformador com polaridade subtrativa, a capacidade em kVA


aumentou de 900 % em relação ao seu valor original no transformador isolado,
com ambos os enrolamentos funcionando em suas capacidades nominais.

Os Exemplos 13- 19 e 13- 20 provam que a liga çã o de um transformador isolado


como autotransformador resulta num aumento da capacidade em kVA . O aumento
da capacidade varia com a liga çã o (aditiva ou subtrativa) e com a relaçã o de trans-
formação produzida.
^ A quest ã o , que agora pode ser considerada , é “ por que os kVA de um trans-
7

/ formador isolado aumentam quando ele é ligado como autotransformador?”


Os transformadores, como se viu , sã o dispositivos de rendimentos elevados. Pra-
ticamente, toda a energia recebida pelo prim á rio é transferida ao secund á rio num
transformador isolado. Alé m disto, n ã o se cria nem se destró i energia . Ent ã o,
por que poderia o autotransformador ser capaz de transferir mais energia (que o
transformador isolado) do primá rio ao secundá rio!
- O misté rio da resposta reside no fato de que não h á ligaçã o condutiva entre
os circuitos prim á rios e secund á rios num transformador isolado . No caso, toda
a energia recebida pelo primá rio deve ser transformada para atingir o secund á rio .
Num autotransformador , parte da energia pode ser transferida condutivamente
do prim á rio ao secund á rio , e o restante da energia seria transferida por a çã o de
transforma çã o. Esta diferença é a responsá vel pelo acréscimo da capacidade em
kVA do autotransformador. O autotransformador, como se verá , tem a vantagem
de transferir energia condutivamente, bem como por açã o de transforma çã o,
t
do prim á rio ao secund á rio .
Os circuitos da Fig . 13-18 sã o mostrados na Fig . 13- 22 , com algumas anota -
ções a mais . O circuito da Fig. 13- 22a mostra um autotransformador abaixador .
558

VPI , transformados
V2 I| transferidos condutivamente
I1
Má QUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

Vs I 2 transformados
V| I 2 transferidos condutivamente
7
)

I U
Vt
Vp
h. f
I . Vc
Is
0
S V2 Carga

Ict V2 Carga Vi M SS 1
± I1
I1 II II
( b ) Correntes e tensões no elevador.
ia ) Correntes e tensões no abaixador.
-
Fig. 13 22 — Representa ção do autotransformador nas configura çõ es de abaixador
-
e elevador mostrando os volt ampères transferidos condutivamente
por a çã o transformadora.

Desde que / 2 / j f Ic neste circuito, toda a corrente I x é conduzida a / 2. Os


volt -ampè res transferidos condutivamente, do prim á rio ao secund á rio,
para um
autotransformador abaixador , sã o
volt -ampè res condutivos
(transferidos do prim á rio ao secundá rio)
V 2 Il ( 13-39) -
da
Uma vez que V2 + Vp = Vv a diferen ça entre V 1 e V2 ( ou Vp ) é a medida
'

energia transformada. Assim, os volt - amp è res transferid os do prim á rio ao se -


, para um autotransf ormador abaixador , s ã o
cund á rio, por açã o de transformador
volt -ampères transformados = VIp 1 ( 13-40)
(transferidos do primá rio ao secundá rio)

Para um autotransformador elevador prevalece a mesma l ógica. Como mos -


tra a Rig. 13-22 b, / 2 é a parte de 1 { que é transferida condutivamente. Desta ma-
neira * os volt -ampères transferidos condutivamente do prim á rio ao secundário,
para um transformador elevador , são
volt-ampères condutivos = VJ 2 ( 13-41 )
( transferidos do primá rio ao secundá rio )

Desde que V 2 = Vs + Vv a diferença entre V 2 e V { (ou Vs ) é uma medida


da energia transformada. Assim, os volt -ampères transferidos do prim á rio ao
secundá rio, por ação de transformador , para um transformador elevador , são

volt -ampè res transformados = VA ( 13-42) v

(transferidos do primá rio ao secundá rio)

Para ambos os autotransformadores, elevador e abaixador, a quantidade


total de energia transferida do prim á rio ao secund á rio, medida em kVA é

V-
TRANSFORMADORES 559
kVA ( total ) kVA transferidos condutivamente -f - kVA transformados ( 13-43)
Assim , para um autotransformador abaixador

V pI 1
kVA total ' ( 13-44)
1.000 1.000
Enquanto que , para um autotransformador elevador ,

kVA total
y j2 sM 2 VI
1.000
+ 1.000 ( 13-45 )

-
E X E M P L O Para o autotransformador do Exemplo 13 19 e Fig. 13-20d, calcule
13-21 : a. Os kVA transferidos condutivamente do primá rio ao secundá rio.
b. Os kVA transformados.
c. Os kVA totais.
d. Compare a resposta (c) acima com a (c) do Exemplo 13-19.

Solução :

' a. kVA condutivamente transferidos = ViI


—1.000
2 1.200 V x 83,3 A
1.000
= 100 kVA ( 13-41 )
\ í
transformados = vJi
120 x 83,3
b. kVA = 10 kVA ( 13-42)
1.000 1.000
c. kVA totais = 100 kVA + 10 kVA = 110 kVA '
(13 43) -
d. A resposta (c) é idê ntica à obtida para a parte (c) do Exemplo 13 19. -
> Note- se que o transformador original do Exemplo 13 - 19 tinha uma capaci-
••

, dade de 10 kVA como transformador isolado . No Exemplo 13- 21 , ligado como


autotransformador elevador , 100 kVA sã o transferidos adicionalmente de forma
condutiva , mas 10 kVA sã o ainda transformados . O aumento da capacidade em :>
kVA do autotransformador é devido à transferência de energia condutiva (e não
à transformada) .

EXEMPLO Para o autotransformador abaixador do Exemplo 13- 20 e Fig. 13-21d ( usando


13-22: polaridade subtrativa ), calcule
a . Os kVA transferidos condutivamente do prim á rio ao secund á rio.
b. Os kVA transformados.
c. Os kVA totais.
d . Compare a resposta (c) acima com a (c) do Exemplo 13- 20.

Solução : :

V2 IY 1.080 V X 75 A
a. kVA transferidos condutivamente = = 81 kVA
1.000 1.000
560 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

b. kVA transformados VpI


= 1.0001 “
120 V x 75 A
Tõõõ =9 kVA D
c. kVA totais = 81 kVA + 9 kVA = 90 kVA
d* A resposta (c) acima é id êntica à obtida na parte (c) do Exemplo 13- 20.

Note-se mais uma vez, no Exemplo 13-22, que os 10 kVA do transformador


isolado, religado como autotransformador abaixador usando polaridade subtra
-
tiva, atingem um valor muito maior devido aos kVA condutivamente transferidos.
^
Os kVA transformados estã o ainda dentro da capacidade do transformador original
isolado. Novamente, o acr éscimo na capacidade em kVA do autotransformador
é devido à energia transferida condutivamente (e não à açã o de transformador ).

- .
13 13 RENDIMENTO DO AUTOTRANSFORMADOR
O rendimento de um transformador real isolado, conforme mostra a Fig.
-
13 12, é razoavelmente elevado, desde cargas relativamente pequenas at é a plena
carga. Conforme descrito na Seç. 13-8, apenas duas ciasses de perdas podem ser
encontradas num transformador convencional : uma perda fixa no n úcleo e uma
perda variá vel no cobre dos enrolamentos prim á rio e secund á rio. Esta ú ltima
L
perda aumenta com o quadrado da corrente de carga . Assim, a perda variá vel
no cobre, a 5/4 da carga nominal , é 25/ 16 ( aproximadamente 156%) da perda
a plena carga .
Mostrou -se també m , na Seç. 13- 12, que o autotransformador transfere parte
dos seus kVA por condu çã o. Consequentemente, para os mesmos kVA de saída ,
um autotransformador é algo menor ( menos ferro usado) que um transformador
convencional isolado. Assim, as perdas no n úcleo são significativamente menores
para a mesma potê ncia de sa í da num autotransformador.
O autotransformador possui apenas um enrolamento, por definição, em
compara çã o aos dois do transformador convencional isolado . Al é m disto, como
mostra a Fig. 13-23, a corrente que circula em parte daquele enrolamento é a dife-
rença entre as correntes primá ria e secund á ria. Estes dois fatores ( um só enro-
lamento e a menor corrente) tendem a reduzir també m as perdas variá veis.

~ 83,33 % ~ 66,66 %
~ 100 %
10 A 6,25 A

oj 200 V 12,5 A vrt


g 800 V
o 12 5 A
o
o ^
1000 V o 1600 V g
3( 800 V Carga
ai 6>25|
j 800 V Carga t
o 2,5 A
T

1
( a ) Relação 1: 1 . ( b ) Relação 5:4 . (c ) Relação 2 1.
'

Fig. 13-23
— Efeito da relação de transformação no rendimento do autotransformador.

'>
T RANSFORM ADORES 561

O efeito disto é que o autotransformador possui rendimentos excepcional -


mente altos , (99 % e maiores) pr óximos dos 100%. Este rendimento , entretanto,
varia com a relação de transformação, como mostra a Fig. 13-23. Ele será mais
alto quando a relaçã o de transformaçã o se aproxima da unidade, pela razã o mos-
trada na Fig. 13- 23a. Nela , toda a energia é transferida condutivamente e a cor -
rente no transformador é extremamente pequena (quase zero, à exceçã o da corrente
de excitação, que é muito baixa). As perdas variá veis no cobre do enrolamento
-
do transformador , na Fig. 13 23a , sã o praticamente nulas, devido à resist ê ncia
relativamente baixa do enrolamento e à pequena corrente de excitará o
Quando a relaçã o de transforma ção é a = 5/4, como mostra a Fig. 13- 23 b,
apenas 1 / 5 do enrolamento total do transformador conduz a corrente primá ria
( não a secund á ria ) de 10 A, enquanto 4/ 5 do enrolamento conduzem uma corrente
de 2,5 A. Novamente, isto tem o efeito de reduzir as perdas vari á veis no cobre
e manter elevado o rendimento, enquanto se entregam à carga os mesmos kVA.
,

Mesmo na rela çã o a = 2 / p mostrada na Fig. 13- 23c, apenas metade da cor-


rente secund á ria de carga aparece no enrolamento do transformador, reduzindo
as perdas variá veis no cobre consideravelmente em compara çã o a um transfor-
mador isolado que entrega os mesmos kVA à carga . Assim , conclu í mos ( 1 ) que
os autotransformadores sã o geralmente menores e de maior rendimento que os
transformadores convencionais, isolados, da mesma capacidade e (2) que o rendi-
mento dos autotransformadores aumenta à medida que a rela çã o de transfor -
mação se aproxima da unidade.
O leitor poderia perguntar : “Se os autotransformadores sã o tã o superiores,
em rela çã o aos transformadores convencionais isolados, por que n ã o se utilizam
apenas autotransformadores?”
Foi já mostrado que os transformadores convencionais isolados , tendo enro-
lamentos separados, podem ser usados para prover uma variedade de relações .
de transformaçã o, inclusive com possibilidade de conexã o como autotransformador.
Isto n ã o é poss í vel a um transformador em taps fixos. Mas o leitor pode perguntar :
“ Nas transformações de pot ê ncia, para transmissã o e distribuiçã o, as tensões
são fixas. Por que n ã o se usam autotransformadores , no caso ?”
Um transformador de distribuiçã o t í pico, isolado, de 23 kVA , é mostrado
na Fig . 13- 24a , com um autotransformador projetado para a mesma finalidade
mostrada na Fig. 13- 24 b. A fun çã o de um transformador de distribuição é reduzir
a tensão de transmissã o a um valor comercialmente seguro ( 230 V no caso). Ima-
ginemos que um problema ( no caso, um circuito aberto) ocorra ou no prim á rio
ou no secundá rio do transformador isolado da Fig. 13- 24a. Em qualquer caso,
n ão aparecerá tensão nos terminais da carga , e o transformador de 23 kVA será
substitu ído logo que poss í vel , após ser constatada a falta de tensã o.
O autotransformador equivalente é mostrado na Fig. 13- 24 b. Observe-se
que as jun ções ( a ) e ( b) carregam as correntes mais altas ( 100 A neste caso). Estas
junções, portanto, desenvolvem pontos aquecidos, que podem resultar em cir-
cuitos abertos. Uma abertura no enrolamento nos pontos (a) ou ( b), como mostra
a Fig. 13- 24c, imediatamente aplica 23.000 V à carga ! Evidentemente, se os dispo-
sitivos de proteçã o contra sobrecorrente (situados junto ao transformador de
562 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

1A
—- o
23 kVA
IA
— o o
i
23.000 V
o
a
g
.—100 A —-
*I
23.000 V
o
o
a <00 ft
o
2 a
o
o
o 2 3.000 V g
o<
o
o o
230 V o T
o

o
o
230 V Carga 99 A| 1 Carga o
o * 23.000 V
l
- IA == 100 A
" "
H '

( a ) Transformador isolado . ( b ) Autotransformador equivalente. (c ) Defeito no transformador


produzindo choque .
-
Flg . 13 24 — Possibilidade de choque se o autotransformador é utilizado
para distribuição de pot ência .

distribuiçã o ou junto à carga que ele serve) sã o corretamente acionados, a carga


ser á imediatamente desligada . N ã o obstante, durante o curto perí odo transcorrido
antes do acionamento dos dispositivos de proteçã o, algum dano pode ocorrer.
M ás, mesmo imaginando que a carga é removida, o autotransformador é agora
mostrado na Fig. 13- 24c com um circuito aberto em b. O perigo, para pessoas,
é imediatamente evidente desde que todo o enrolamento do transformador está
com 23.000 V em relação à terra. É exatamente por esta razão que os auto trans-
formadores são confinados a aplicações a tensões relativamente baixas, e restritos
a aplicações a máquinas como as discutidas nas Seçs. 9-15, 10-7 e 10-8. Aqui, as
suas vantagens de menor peso e tamanho, baixo custo e alto rendimento impõem
seu uso com um m í nimo de desvantagens.

13-14. TRANSFORMAÇÃO TRIFÁS1CA


Para transformar-se a tensão de uma fonte trifásica , se requer ou uma bancada
de transformadores monof ásicos, como mostra a Fig. 13- 25, ou, alternativamente,
um ú nico transformador trif ásico com seis enrolamentos num nú cleo comum
de ferro 9 ( como mostra a Fig. 13- 25). ( Usaremos em toda esta explana çã o trans-
formadores monof ásicos individuais, mas as mesmas liga ções e resultados advê m
do uso de enrolamentos id ê nticos num transformador polif ásico.) Note-se que
os transformadores individuais da Fig. 13- 25 tê m a mesma capacidade em kVA
.
Hl
o- — |
JoOOOQOoJ
A f

—o
H2

1330 / 230 V
10 kVA
H

n r
,
B
000000 Q
H2

1330 / 230 V
10 kVA
H
r
,( 0 0 0 0 0 0 0 J

Fig. 13 25 - — Três transformadores monofásicos idênticos (a, b e c) aparecendo suas


marcas de polaridade sendo cada um 10 kVA, 1.330/ 230 V.
?

9
-
Mostrar-se-á na Seç. 13 17 que o uso de transformadores individuais é prefer
ível a uma unidade
polif ásica, quando se requer continuidade no serviço. Uma bancada A -A pode ser operada em V V
com um transformador removido.

t
TRANSFORMADORES 563

e a mesma rela çã o da alta para a baixa tensã o. Note-se també m que os transfor-
madores tê m as fases indicadas e apropriadamente marcadas, de maneira que o
subí ndice í mpar mostra polaridade instantâ nea positiva (Seç. 13 10) em ambos
os lados de alta e baixa tensã o.
-
Imaginemos que a tensão trifásica de linha dispon í vel, para a excitação dos
transformadores é 2.300 V, 60 Hz , como mostra a Fig. 13- 26a. As três tensões

senta as tensões entre as três linhas e a fonte de energia : V


.
de linha est ão defasadas de 120°, como mostra a Fig. 13-26a, e esta relação repre
-
AB' V c e VCA , respecti-
)

vamente, onde cada uma tem o valor de 2.300 V , alguma coisa acima da tensã o
nominal do lado de alta dos transformadores individuais. Isto, evidentemente,
dita o tipo de ligaçã o dos transformadores individuais que deve ser Y , como mostra
a Fig. 13-26b. Note-se que, ao fazer isto, deve-se tomar cuidado para assegurar
que os terminais Hv de polaridade instant â nea positiva , sejam ligados à rede,
enquanto os terminais H 2 de cada transformador sã o ligados num ponto comum
( N ) . Note-se ainda que as bobinas de alta tensão são designadas por A , B e C
na Fig. 13-26 b, enquanto que as de baixa tensã o ( ainda n ão ligadas) são designadas
por a , b e c , respectivamente.

^ A relação entre as tensões de linha aplicadas pela fonte e as tensões de fase,


que aparecem nos terminais de alta tensão das bobinas dos transformadores indi -
viduais , é mostrada na Fig. 13- 26c. ( Esta figura é muito importante e deve ser
estudada cuidadosamente.) A tensão (de fase) aplicada ao primário do transfor-
mador A é 1.330 L 30° V. A tensão de fase entre os terminais B c N , aplicada a
B é 1.330 L 150° V. A tensão de fase entre os terminais C e N , aplicada a C
é 1.330 L - 90° V. :
De acordo com a teoria convencional dos circuitos trif ásicos 10, a tensão
de fase, Vp é

V = , 2Á = 0,577 VL ( 13-46)

onde VL é a tensão de linha .


Assim, as tensões de fase mostradas na Fig. 13-26c não são apenas menores,
mas també m deslocadas de 30° em rela çã o às tensões de linha. Note-se, entretanto,
que as tensões de fase aplicadas aos três transformadores, apesar do deslocamento
angular de 30°, est ão ainda deslocadas de 120°, uma em relação à outra, de acordo
com a teoria convencional dos circuitos trifásicos. 11 Conseq úentemente, a soma
fasorial de quaisquer duas tensões de fase é a tensão de linha, como mostra a Fig.
13- 26c. Assim, a tensão de linha VAB é a soma fasorial das tensões entre
Ht H 2
da bobina A e H 2 - H 1 da bobina B (o inverso do fasor B), como mostram as Figs.
-
13- 26b e c.

10
Para uma discussão completa dos sistemas trif á sicos, veja se JACKSON, H. W., Introduction
-
to Electric Circuits. 3. ed. Englewood Cliffs, Prentice Hall, 1970, Cap. 23.
-
11
Ibidem, nota 10.

J íJ
.
\l
v r.
v;
564 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

VBC
A 0
2300 / 120 ° V LinhaAo
‘ I
VAB
• 000000
y
H ,
B
H2
o—
X,
b
— o
x2
2300 / 0 ° V VCA
VAB
Linha B o4— HI H2
N
X , o
X2

(a )
VCA
2300 / -1200 V LinhaCc>
\
VBC
i
H ,
C
H2 X,
c
— o
X2
i

Tens ões 3 d de linha dispon íveis Ib ) Tensões de linha aplicadas nos terminais
para excita çã o dos transformadores. de alta tensão dos transformadores A ,
B , C, ligados em Y.

2300 / 120 ° V
> 230 / 150° V 230 / 30 ° V
o
<x>
NJ
o
rO
rO

C
\
B
2300 / 0° V 230 / - 90 ° V
(c ) Tens ões de fase e linha aplicadas nos (d ) Tens ões de fase induzidas
primá rios dos transformadores A , nos secund á rios de baixa tensão a ,
B, C ligados em Y. b , e c , em ( b ) acima.
Fig. 13 26 - —
Tensões de linha e fase 3 <t> aplicadas no lado de alta tensão dos
transformadores ligados em Y e tensões de fase induzidas no lado de baixa tensã o.
r

Como resultado da açã o de transforma çã o, as fem induzidas nas bobinas


de baixa tensã o a , b e c , respectivamente guardam , umas em rela çã o à s outras,
a mesma relaçã o que a das tensões de fase aplicadas ao prim á rio, como mostra
a Fig. 13-26d . É ó bvio que os primá rios de 1.330 V devem estar ligados em Y para
que os 2.300 V da fonte nã o excedam a tensã o nominal do enrolamento de alta
tensã o do transformador . Isto, por outro lado, dita a relaçã o das tensões de fase
prim á rias , mostradas na Fig . 13- 26c, e també m as relações de fase dos secund á rios
desligados, mostrados na Fig. 13-26d . A relaçã o desenvolvida na Fig . 13- 26d ,
ent ã o, é usada como referê ncia para as diferentes maneiras pelas quais os secund á-
rios podem ser ligados.
A Fig. 13- 27a mostra os secund á rios em Y , de modo que os terminais X 2
sã o trazidos a um ponto comum , n , e os terminais instant â neos positivos
( pontuados ) Xx sã o levados à s linhas a , b e c , respectivamente . Usando as rela ções '

7
'

fasoriais da Fig. 13-26d , as tensões de fase e linha dos secund á rios ligados em Y
sã o mostradas no diagrama fasorial da Fig. 13-27b. Note-se, a partir da Fig.
13-27 b, que, de acordo com a teoria convencional do circuito trifásico12, a soma
12
Ibidem , nota 10.


4 -
T R ANSFORMADORES 7 565
/

A Q

t , x2 , T O’

.onw
H H2 X O)
Vab c

-
VAB
Vu
Nl
400Z - 120° o 400 ZI200
V
t
Bo JL N n
b
V o rCM1
ro
VCA f Hi H2 X2 X1 b
VBC Vbc
C I -MIOTP
, H H2 —x 2
c
x,
I a
400 Z 00
b

( a ) Ligações com X2 comum. ( b ) Diagrama fasorial .


Fig. 13-27 — Secund á rios ligados em Y ( terminais X 2 ) e diagramas
fasoriais mostrando as tensões de fase e linha.

fasorial de quaisquer duas tensões de fase produz uma tensã o de linha. Assim,
a tensã o de linha entre a e b, Vab, é a soma fasorial das tensões entre X x X 2 da bo - -
bina a e X 2 —
X l da bobina b. Assim, Vab, como mostra a Fig. 13-27b, é N/r3 vezes
~

a tensã o de fase e est á deslocada dela de 30°.


É muito importante comparar -se a Fig. 13- 27 b com a Fig. 13- 26c e notar -se
que, para as ligações particularmente feitas na Fig. 13-27a , n ã o h á deslocamento
entre as tensões de linha do secund á rio e as do primá rio. Semelhantemente, nã o
há deslocamento ( rotaçã o de fase) entre as tensões de faso prim á rias e secundá rias.
As diferenças entre os dois diagramas fasoriais residem apenas no valor absoluto
das tensões devidas à relaçã o de transforma çã o. Assim , a tensã o prim á ria de linha
é VAB = 2.300 L 0o V , enquanto a tensã o secund á ria de linha é Vab = 400 L 0o V .
Semelhantemente, a tensã o de fase primá ria é VAN = 1.330 L 30° V , enquanto
a secund á ria é Fa n = 230 L 30° V.
A import â ncia de, ao se fazerem as liga ções, prestar-se a devida atenção à
polaridade instant ânea nã o pode ser desprezada , quer ao se ligarem secund á rios
em paralelo , quer ao se acertarem as tensões secund á rias e sua relaçã o de fase.
Considere-se que, em vez de ligar os terminais X 2, simplesmente se liga X i
ao terminal comum n , como mostra a Fig. 13- 28a . Uma vez que a polaridade
instant â nea dos três secund á rios é a mesma , o leitor pode raciocinar (como o fez

b 400 ZI 800 a
SE
Ao
H
A
, 3 oo H>
/ (
—2 X ,
o
x2 t
Vab
I
oa hio 1
o
° n
>
400 Z - 60° <r> 400 Z + 600
Bo -nnns
, N
, ob
t
vvco NI C
O

Co
., c
H

H
, H2

H2
X


Xt
X2

x2
Vbc
J
ro

c
( a ) Ligações com Xj comum. ( b ) Diagrama
fasorial .
Fig. 13-28 —
Secundá rios ligados em Y (terminais Xj) e diagramas fasoriais mostrando
as tensões de fase e linha. ( Note que as tensões de fase e linha são fasores invertidos
se comparados aos da Fig. 13 27 b.) -
566 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

o estudante no laborató rio) que os três secund á rios da Fig. 13- 28 podem ser colo-
cados em paralelo com os secund á rios da Fig. 13-27. Esta simples justaposiçã o
de ligações produz um curto-circuito, quando postas em paralelo, pela mesma
raz ão que obriga à preservação da polaridade nas unidades monof ásicas simples.
Note-se que, ao se ligarem a n, em vez de à linha, os terminais instantaneamente
positivos ( pontuados), produz-se um deslocamento de 180° nas tensões de linha
e de fase , como mostra o diagrama fasorial da Fig. 13-28 b. Assim , embora os
valores absolutos de todas as tensões de linha e de fase sejam os mesmos nas Figs.
-
13 28 b e 13- 27 b, eles estã o defasados de 180° um em rela çã o ao outro, e nunca
poderão ser ligados em paralelo. Qualquer tentativa de fazer isto resultará num
-
imediato curto circuito . Assim , os secund á rios das Figs. 13- 28a e 13- 27a não
podem ser ligados em paralelo.
Um curto-circuito imediato també m resultará da ligaçã o em paralelo, se um
dos enrolamentos secund á rios tem sua polaridade acidentalmente invertida du-
rante a ligação em Y . Isto é mostrado na Fig. 13-29a , quando a bobina b tem seu
terminal pontuado Xt ligado à jun çã o comum n , em vez de ao terminal X . Embora
2
as tensões de fase estejam ainda defasadas de 120° uma em relação à outra , como
mostra a Fig. 13- 29 b, a inversã o da polaridade de b produz uma reduçã o nas ten-
sões de linha e uma alteraçã o na sua posiçã o de fase (
Vab = 230 L 90° V e Vbc =

= 230 L 30° V ) e ainda em Vca 400 L - 120° que se torna maior que as outras
duas. Note-se que as 3 tensões de linha n ã o sã o mais iguais, em valor absoluto,
nem estão mais defasadas de 120° umas em relação às outras e, mais ainda, não
estã o mais em fase com as tensões de linha prim á rias da Fig. 13-27 b. Assim , inver-
tendo-se acidentalmente a polaridade de um enrolamento, nã o mais será possí vel
aos secund á rios em Y da Fig. 13- 29a serem ligados em paralelo aos secund á rios
em Y da Fig. 13-27a .

Vbc 4
230 Z 30 V
a c
Ao 230 Z -900
H H2 x2 t
Vab
B • 0 0B0 N n
b \
ob 230 Z. 900 n
H , H2 x, x2 t
w
VCQ

Co
.- ,nnRp
C
— ç Vbc
—X^2OOO ^X-, r- 1 oc a
^X230Z 30 °.

H H2
(a ) Um enrolamento acidental mente invertido . ( b ) Diagrama fasorial .
. -
Fig 13 29

Efeito da inversão acidental de um enrolamento de fase ( bobina B dos
secundá rios ligados em Y) e tensões de fase e linha desbalanceadas produzidas.

Semelhantemente , com todos os prim á rios ligados em Y , nunca ser á possí vel ¥
ligar em paralelo secundá rios em Y a secund á rios em Á . As bobinas de baixa tensão
dos transformadores da Fig. 13-25 são mostrados na Fig. 13- 30a em sua ligação
-
em delta . Note se que a ligaçã o em malha do delta requer que terminais de bobinas
de polaridades instantâ neas opostas sejam ligados através da malha para formar

Y
T R ANSFORMADORES 567

A Q
nyoo
, t
o
.,
H
B
-'75TO
H2

N b vco VCQ =
Vbc = 230Zt 50°
b

o
.-', —_
H

H
TOP
c
H2

H2 X 2.
I

x,
Vbc 230 Z - 900
c

VoR = 0 ^
b

Vab = 230 ^130 °


a
VR
( a ) Ligação em delta . ( b ) Diagrama fasorial .
Fig. 13-30 — Secund á rios ligados em delta e diagrama fasorial.
u m caminho fechado. É usual, como mostra a Fig. 13-30a, usar um voltímetro
para medir a tensã o resultante, VR , antes de fechar o delta , entre os terminais X
2
, da bobina c e Xx da bobina a . Somente quando a leitura do volt í metro for zero,
remover-se-á o instrumento e fechar-se-á o delta Usando-se as mesmas tensões
para o prim á rio ligado em Y , as tensões de fase das bobinas secund á rias a , b e c
.
são, respectivamente, as mesmas na Fig. 13-30b e na Fig. 13-26d. Quando ligados
em laço , entretanto , a soma fasorial das tensões de fase secund á rias seria zero.
Note-se que as tensões de fase e de linha sã o as mesmas para secundá rios ligados
em delta , de acordo com a teoria dos circuitos trifásicos, uma vez que os terminais
de linha correspondem a cada fase do enrolamento ligado em malha .
A importâ ncia de uma leitura no volt í metro, antes da ligaçã o de qualquer
circuito em malha fechada , de forma gené rica , e especificamente de secund á rios
de transformadores ligados em delta, é mostrada na Fig. 13-31. Um enrolamento

Ligação errada

—. , — —^
A X2 a X oa
A o TOSTO- nnsrop
H H2 I Vca = 230 Z + 90° V
B o
—,H
njoooo
B
H2
N
X2 b x 1#

.
ob
VR = 460 Z 90° <
c
Vbc = 230 Z 150° V
C
—,
O
r
H
C
H2
X2 c

( a ) Ligação A com Um enrolamento


í
00000 i « oC

Q
b
5 Vob = 230 Z 30° V
( b ) Diagrama fasorial .
acidental mente invertido .
Fig . 13-31 — Efeito da inversão acidental de um enrolamento de fase ( bobina c) dos
secu çdários ligados em delta.

do transformador ( bobina c ) é acidentalmente invertido na malha . A polaridade


instant â nea da bobina c é 230 L + 90° V em vez de 230 L - 90° V, como repre-
senta a Fig . 13- 26d . O diagrama fasorial da Fig. 13- 3 lb mostra que a tensã o medida
pelo volt í metro VR n à o é mais zero , mas, efetivamente , 460 L 90° V ( duas vezes
568 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

a tensão de fase). Se o delta é fechado sem o uso de um volt í metro, o curto-circuito


formado faz com que circulem altas correntes (de malha ) nos transformadores.
Foi dito acima, mas convé m repetir, que secund á rios ligados em A nã o podem
ser colocados em paralelo com secund á rios ligados em Y. Como mostra a Fig.
13- 27 b, nã o há deslocamento de fase entre as terisões primá rias de linha e as tensões
secund á rias de linha na transforma çã o Y - Y , Fig. 13- 26a. Mas uma transformaçã o
Y- A produz um defasamento de 30° ( e menores tensões de linha ), como mostra
a Fig . 13- 30 b . Mesmo se a rela çã o de transforma çã o dos transformadores ligados
-
em Y A for determinada de modo que as mesmas tensões de linha sejam obtidas ,
a rota çã o de fase inerente à liga çã o Y- A pro í be a opera çã o em paralelo.
Podemos ent ã o concluir que , considerando tensõ es de linha primá rias e secun-
d á rias, rela ções de transforma çã o, polaridade instant â nea e conveniente ligaçã o
das bobinas , sã o poss í veis as seguintes combinações para ligaçã o em paralelo ,
com as liga ções at é aqui discutidas : 13
a . Y- Y para Y- Y : não há deslocamento de fase entre as tensões de linha pri -
márias e secund árias
b. Y- A para Y- A : mesma rotação de fase de 30 ° entre primário e secund ário
em todos os transformadores
c. A - Y para À - Y : mesma rotação de fase de 30° entre primário e secundário
em todos os transformadores
d. A-A para A-A : não há rotação de fase entre primário e secundário
e. A-A para Y- Y : não há rotação de fase entre primário e secundário, mas.
são necessárias diferentes relações de transformação em
tensões
f . Y- Y para A-A : não há rotação de fase entre primário e secundário mas
são necessárias diferentes relações de transformação em
tensões
g . Y- A para A - Y: mesma rotação de 30° entre tensões de linha prim árias e
secundárias. As relações entre as tens ões de linha devem,
entretanto, ser as mesmas.

As combinações em paralelo que sã o impossí veis , a despeito de tensões de


linha primá rias e secund á rias id ê nticas, sã o as que envolvem tipos de ligações
tais que, para um deles, h á rota çã o de fase e , para o outro, n ã o . Assim , um trans-
formador Y- A n ã o pode ser ligado em paralelo a um A - A . ( A rela çã o das combi-
na ções impossí veis é deixada a cargo do leitor, como exercício , na quest ã o 13- 37.)
EXEMPLO Uma f á brica drena 100 A com cos 0 = 0,7 em atraso, do secund ário de uma
13-23 : bancada transformadora de distribui ção de 60 kVA , 2.300/ 230 V , ligada em
) Y- A . Calcule :
a . a potência real consumida em kW e a aparente em kVA
b. as correntes secundá rias nominais de fase e de linha da bancada
c . o percentual de carga para cada transformador
d . as correntes primárias de fase e de linha de cada transformador
e. a caoacidade em kVA de cada transformador.
l3
- -
Esta lista está incompleta , porque não contém transformadores T T e V V . ( Vide Tabela
-
13 1 , Seç. 13-18.)

i
TRANSFORMADORES
569
Solução :
t
a.
[3 VJL cos 6
y 1,73 x 230 x 100 x 0,7
PT =
1.000 1.000 = 28 kW
I

28 kW
s- A kVAT = cos 9 0,7 =
40 kVA
Vr '
-'
kVA x 1.000 60 kVA x 1.000
b. / F 2 nominal
3 VF 3 x 230 = 87 A
/
IL 2 nominal = > 3 / F 2 nom = 1,732 x 87 A = 150 A
corrente de carga por linha 100 A
C.
corrente nominal por linha = 150 A = 0,67 x 100 = 67 %
;

_ 40 kVA x 1 000 = 10 A
-
d !FI = hi =
kVA x 1.000
VL
,

‘ 3 ' x 2.300 o
r :

, A
= kVAT
60 kVA L
|l
e. 1kVA
irA /
/transformador

— 3 = 20 kVA

E X E M P L O Repita o Exemplo 13-23, usando uma transformação A A e compare


-
as correntes ,

-
13 24 : de linha primá rias com as da transformação Y- A.

Solução :
a. PT = 28 kW e kVAr = 40 kVA, do Exemplo 13-23a.
b. / F 2 nominal = 87 A ; / L 2 nominal = 150 A, do Exemplo 13 23 b.
c. carga percentual de cada transformador = 67 %, do Exemplo 13 23c.
-
d . / F 1 = 10 A, do Exemplo 13-23d.
-
r
mas IL { — 3' IFl = 1,73 x 10 A = 17,3 A
^
A corrente de linha primária drenada por uma bancada A-A é 3 vezes a
corrente prim á ria de linha drenada por uma bahcada Y- A.

e. kVA /transformador =
60 kVA
^
3 = 20 kVA, o mesmo que no Exemplo 13-23e.

Deve-se notar nos Exemplos 13- 23 e 13- 24 que a única diferença entre a dis- i

tribuiçã o nas bancadas Y - A e A - A é que a corrente drenada da fonte primá ria é


1 , 73 vezes maior na ú ltima . Isto mostra claramente a vantagem de se usarem trans
formadores Y - A quando é requerido um abaixamento de tensão de distribuição.
-

13- 15. AS HARMÓ NICAS NOS TRANSFORMADORES

Muito freq úentemente , em ensaios de campo ou no laboratório, ao se usar


um voltimetro como medida de precauçã o antes de fechar o delta , como mostra
a Fig . 13- 30 , o instrumento n ão indica zero nem l ê uma tensão da ordem de duas
vezes a tensã o de fase , como indica a Fig . 13- 31 b. Assim , haveria uma certa relu-
tâ ncia ao fechar-se o delta na presença de uma tensão que chegaria mesmo aos
50 V , ’ particularmente sc o volt í metro CA usado fosse um instrumento do tipo
V
570 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

de alta impedâ ncia (5 k íl / V ou mais). A tensão medida , no caso , é devida


à influência muito grande da terceira harmó nica presente nas transforma
ções
trif ásicas. 14
Todos os transformadores monofásicos simples quando excitados à tensão
nominal , produzem uma terceira harm ó nica. Isto é devido ao fato de que a curva
de saturação dos n úcleos dos transformadores comerciais sobe abruptamente
e satura -se rapidamente, o que ocasiona uma distorção na corrente de magneti
zação. Assim , uma tensã o sinusoidal pura (à freqtiê ncia fundamental ) produz
-
uma corrente de magnetização que conté m a frequência fundamental mais uma
componente razoá vel - da terceira harm ó nica . Em transformadores monof sicos
á ,
a corrente de magnetizaçã o é pequena comparada à corrente de carga , e a
forma
de onda da corrente resultante é apenas levemente distorcida.
Em transformadores trif ásicos , entretanto , as três correntes de magnetiza çã o
fundamentais têm suas fundamentais defasadas de 120°, mas as terceiras harm ó-
nicas est ã o em fase ( bem como as 6.a , 9.a , 12.a , etc. , harm ó nicas). Disto resulta que,
na ausência de um circuito fechado (como um sistema F ou numa malha aberta ) ,
esta componente tripla de terceira harm ó nica produz uma terceira harm ó nica
que aparece na forma de onda das tensões induzidas em cada enrolamento secun
dá rio. Se se fornece um circuito fechado, as harm ó nicas são suprimidas e n ão há
-
distorçã o na tensã o secund á ria .
Numa transformaçã o F- F, entretanto, n ã o h á caminho fechado para a cor
rente da terceira harm ó nica , nem no prim á rio nem no secund á rio, e as formas de
-
onda da tensã o de sa ída sã o distorcidas . A situaçã o é contornada fornecendo se
um neutro aterrado no primá rio ou no secundá rio (ou em ambos), permitindo
-
assim que haja um caminho fechado para as harm ónicas de tensã o e corrente,
como mostra a Fig. 13-32. Podemos considerar a Fig. 13-32 como . um diagrama
gen é rico , que representa praticamente toda situaçã o de aterramento. Por exemplo,
numa transformaçã o Y - A , o neutro prim á rio do transformador é ligado ao neutro
da fonte , e assim se suprimem as harm ó nicas. Numa transformação A F, o
secund á rio (como mostra a metade direita da Fig. 13- 32) é ligado ou ao neutro
- neutro
de uma carga em delta ou de uma carga em F ( Fig. 13-33a). Quando se usa uma
transforma çã o A- A , n ã o é necessá rio neutro, uma vez que a ligaçã o em malha
fornece um caminho fechado para as harmónicas do transformador.

Transformador
Y-Y Carga ligada em A

2300 V N n 230 V
OOTD / 000 000^ í *
2300 V 2300 V 230 V 230 V
t *
t '' OOtP-J é
T
è

1330 V 115 V
Alternador I
1
-
Fig. 13 32
— Alternador suprindo um transformador Y - Y com carga ligada em A.

i
40 escritor demonstrou em laborató rio que, se o volt í metro é removido e um amper í metro CA
é colocado no seu lugai , a tensã o desaparece e a corrente circulante é zero ! A terceira harmónica
é imediatamente suprimida quando há uma malha fechada ou um delta .
TR ANSFORMADORES 571

13-16. IMPORTÂ NCIA DO NEUTRO E MEIOS PARA OBTÊ- LO


O neutro é fundamental para a supressã o das harmonicas num sistema Y - Y .
Mas, alé m desta funçã o, nos sistemas Y - Y , A- A , Y - A e A- Y , ele fornece as seguintes
vantagens :

1. um caminho para as correntes desequilibradas devidas a cargas desequilibradas,


2. um meio pelo qual um serviço elétrico duplo pode ser fornecido ( um sistema trif ásico
de tensões mais altas para motores e cargas de alta pot ência, e um sistema monof ásico
de tensões baixas monof ásicas para iluminação e aplica ção a cargas domésticas),
3. um meio pelo qual as tensões de fase (através de cargas ligadas em You transformadores
ligados em Y ) são equilibradas em relação às tensões de linha.

Na Fig. 13-33a est á representado um transformador Y - Y . O neutro da fonte


( um alternador ou um transformador de mais alta tensã o) é trazido aos neutros
do primá rio e do secund á rio do transformador e també m às cargas. O neutro
da carga ligada em Y trifásica garante que um desequil í brio nas correntes de fase
nã o acarretará desequil í brio nas tensões de fase. Cargas trif ásicas ligadas em A o
-
são através das linhas a-b , b c e c-a , respectivamente como mostra a Fig. 13 33a. -
Como se mostra , as cargas monofásicas sã o ligadas entre uma fase e o neutro.
~
-
Note se que, para um secund á rio ligado em Y , a tensã o monofásica é VJyJ 3 ou
0,577 VL , de acordo com a teoria dos circuitos trif ásicos. Assim , se as tensões
de linha secund á rias sã o VL = 208 V, as tensões de fase secund á rias sã o VF = 120 V
(entre cada linha e o neutro). Qualquer linha de um secund á rio ligado em Y pode
fornecer tensões monof ásicas em relaçã o ao neutro.
A Fig. 13-33b mostra uma transformaçã o Á-A. Apenas um secundá rio tem
tap central ligado à terra. (Se se ligasse o tap central , ou mais de um secund á rio,
isto implicaria em se curto-circuitarem os enrolamentos. O primá rio nunca é ater -
-
rado, porque isto implicaria em se curto circuitar o transformador à fonte.) O
secund á rio com o tap central fornece tensões monof ásicas que sã o metade das
tensões - de linha ( VJ 2). Note-se que cargas ligadas em Y ou em delta podem ser
ligadas a secund á rios em delta de transformadores. Se a carga desequilibrada
é ligada em Y , entretanto, as correntes desequilibradas produzem tensões de fase
desequilibradas, como mostra o diagrama fasorial da Fig. 13-33b. Mais ainda ,
se as cargas monofásicas simples sã o desequilibradas, produz-se um desequil í brio
das tensões monof ásicas devido às quedas nas linhas, na transmissão a três fios,
-
pelas razões discutidas na Seç. 11 9. Assim , o neutro numa transmissã o A- A não
impedir á tensões trifásicas ou monofásicas desequilibradas, embora forneça um
caminho para a circulaçã o de correntes monof ásicas desequilibradas, tendendo
assim a reduzir o desequil í brio de tensões.
- -
Uma transformaçã o Y - A é mostrada na Fig. 13 33c. Note se que o neutro
do primá rio é aterrado e ligado à fonte, para suprimir as harm ónicas primá rias.
Um sistema monof ásico a três fios é fornecido através do neutro central das linhas .
b e c. As linhas a , b e c podem suprir cargas ligadas em Y ou A . Os sistemas Y - A
são usados, na maioria das vezes, como abaixadores em sistemas de distribuição,
uma vez que os transformadores primá rios apenas necessitam ser isolados para
572
. MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Y- Y Carga ligada em A 3 < 0) a


Ao 57KTH r^OOtP - t
208 V 1
Bo

c o—Vflinp-
• N

1
1
I n b

120 V

 Fonte
Carga ligada Cargas
em V ( 3 0) monof ásicas
(a ) Transformação Y- Y com cargas ligadas em Y, A e 1 0 .
c
AA/V-1
o
o
o
I .
e-s
O
230 V
AAA/ — "R


o
Cl a AA/v
Carga ligada Carga ligada
115 V em A (3 0) em Y ( 3 0 )

Cargas monof ásicas


(sistema 3 fios )

="
i

( b ) Transformação A . A com cargas ligadas em Y e A . 1

A
B
Õ OO

oQo ^

•Jo ot
o
o
o
o
o
a
—nsw' a
1

o
o
o n A b

C
o
o
000 ^ b

N C
V / OOCP
Fonte

(c ) Transformação Y - A
1 0 , 3 fios
.
— (d ) Transformação A . Y.
n

-
FIg. 13 33
— Cargas monof ásicas e trif á sicas e posição do neutro
em vá rias transformações.

a tensã o de fase , e nã o para a tensã o de linha . Assim , a tensã o prim á ria nominal
requerida para um transformador 23.000 / 230 V na configuraçã o Y - A (como mostra
a Fig. 13-33c) é apenas 13.300 V . Esta redu çã o de tensã o resulta numa economia
considerá vel nos custos de construção para transformadores de alta tensão. .
Semelhantemente, a transformaçã o A - Y , mostrada na Fig. 13-33d , aplica -se
à transmissão em alta tensão , porque fornece uma tensã o secundá ria de linha maior
que a tensão nominal do transformador secund á rio. Assim, uma transformação
TR ANSFORMADORES 573

de 230/ 23.000 V pode ser realizada com transformadores cujos secund á rios sejam
de 13.300 V nominais. Note-se na Fig. 13-33d que é necessá rio um neutro secun-
d á rio para a supressã o das harm ónicas para sistemas Y - Y .

13- 17. RELA ÇÕ ES DE TRANSFORMAÇÃ O V V


O SISTEMA DELTA ABERTO
- —
Se o prim á rio de um transformador de um sistema A-A for acidentalmente
aberto, o sistema continuará a entregar energia a uma carga trifásica . Se for o
caso de um transformador monofásico defeituoso e, por isto, desligado e remo-
vido como mostra a Fig. 13- 34a, a bancada resultante se chama delta aberto ou
-
sistema V V . O sistema continua a suprir . pot ê ncia trif ásica às cargas ligadas em
A ou Y sem alteraçã o nas tensões, como se mostra nas Figs. 13-34 b e c.

a Í LO a
o AA/V-i
a
A o
o
o
o b
O Cg
o
Sc
o
-AAA
IlB * B o o
b
••
ILC c ILC
c
o AAA/
Carga ligada em A

Carga ligada em Y

(a ) Remoção de um transformador para o sistema A . A criando-se a bancada V-V.

VC 0 7
V0 b
(b ) Tensões de linha aplicadas (c ) Tensõ es de linha secundárias
ao primá rio do sistema V- V . produzidas pela bancada V - V .

-
Fig. 13 34 — Bancada transformadora V- V ou delta aberto e relações fasoriais.
A Fig. 13- 34 b mostra as rela ções fasoriais para as tensões de linha trifásicas
aplicadas aos prim á rios do sistema V - V . As relações fasoriais para as tensões
de fase e de linha induzidas nos dois secund á rios estã o mostradas na Fig. 13- 34c .
Note-se que as tensões de fase e linha sã o as mesmas. Vab é a fem induzida na bobina
secund á ria a do transformador. Vbc, por sua vez, corfesponde à bobina b . A soma
fasorial Vab -f Vbc produz VCfl, como mostram as Figs . 13-34a e c. Conseq íien-
temente, o sistema V - V ainda produz três tensões de linha defasadas de 120°.
A pot ê ncia suprida por transformador num sistema V V não é a metade (50% )
da pot ê ncia total , mas sim 57, 7 %. Isto pode ser demonstrado como se segue.
-
574 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Desde que cada transformador num sistema V - V agora entrega a corrente


de linha (e nã o de fase), a pot ê ncia suprida por transformador num delta aberto,
comparada à potê ncia total trifásica , é

Potê ncia por transformador VFIF cos 0 VLIL COS 0


Pot ência total trif ásica V 3 VLIL cos e yfJ vLi , cos e
1
VT - 0 , 577 ( 13-47)

A Eq . ( 13-47) també m mostra que, se três transformadores em A- A estão


suprindo carga nominal e um transformador é movido, a sobrecarga em cada um dos
transformadores que permanece seria de 173% , uma vez que a recí proca da Eq.
(13-47) é a relação da carga total para a carga por transformador. Finalmente,
a relaçã o acima també m implica em que, se dois transformadores estã o operados
-
em V V e com carga nominal , a adiçã o de um terceiro transformador aumenta
a capacidade total de 173,2 % (ou de v/r 3). Assim , um aumento no custo de 50%,
para o terceiro transformador , permite um acréscimo da capacidade do sistema
-
em 73,2%, ao convert ê lo de V - V em A - A.

EXEMPLO Cada um dos transformadores da bancada A- A, mostrada no Exemplo 13-24,


13-25 : tem capacidade nominal de 20 kVA, 2.300/ 230 V e a carga suprida é de 40 kVA
com cos 6 = 0,7 em atraso. Se um transformador defeituoso for removido para
reparos, calcule, para a conexão V-V
a. os kVA de carga supridos por transformador
b. a percentagem da carga nominal circulante em cada transformador
c. a capacidade nominal em kVA da bancada V- V
d. a relação entre as capacidades da bancada V- V e da A -A
e. o aumento percentual de carga em cada transformador quando um deles
for removido.

Solução :

Carga em kVA 40 kVA


a. c 3
transformador —
» na liga çã o V- V =
1,73
= 23,1 kVA/transformador (13-47)
b. carga percentual por transformador =
carga em kVA/transformador 23,1 kVA
kVA nominais/transformador 20 kVA
x 100 = 115,5 %

c. kVA nominais de bancada V-V


—^ 3 x kVA nominais
transformador
\
= 1,732 x 20 kVA = 34,64 kVA
bancada V-V 34,64 kVA
d. relação das capacidades = = 57,7 % (13-47)
bancada A- A 60 kVA
T RANSFORM ADORES 575

carga original em A -A 40 kVA


e. = 13, 33 kVA/transformador
transformador 3
kVA/transformador em V- V
aumento percentual de carga =
kVA/ transformador em A - A
23,1 kVA
x 100 = 173,2 %
13,33 kVA

-
Deve-se notar , a partir do Exemplo 13 25, que, quando a carga de cada trans-
formador aumentou de 173% , como resultado da remoçã o de um transformador
da bancada A -A , os transformadores n ã o se sobrecarregaram demais como mostra
o Exemplo 13- 25 b. Originafiamente , a carga de cada transformador de 20 kVA
na bancada A-A , que supria uma carga de 40 kVA, era 13,33 kVA. Assim , os trans-
-
formadores em A-A , nos Exemplos 13- 24 e 13 25 nã o estã o fornecendo a sua capa-
cidade nominal à carga.
Como resultado da ligaçã o V - V , entretanto, a carga aumenta drasticamente
-
em cada transformador , como mostra o Exemplo 13 25c , em 173,2 %. Os dois
transformadores em V - V est ã o, assim , carregando uma sobrecarga de 15,5%
cada um . Esta sobrecarga deVe ser mantida enquanto o terceiro transformador
nã o for substitu ído.
-
O Exemplo 13 25 verifica a relaçã o da Eq . (13-47) e o fato de que cada trans-
formador carrega 57,5 % da carga total e n ã o 50% , como se dissera antes.
Companhias fornecedoras seguidamente tiram partido da relaçã o acima ,
-
ao iniciarem um sistema trifásico pela ligaçã o V V , e acrescentam um terceiro
transformador quando as condições de aumento de carga o exigirem . Este expe -
diente é facilmente justificá vel , desde que o aumento de capacidade (73%) supra
o do investimento adicional (50% dos 2 transformadores).
- -
Tal como a liga çã o A - A (e Y Y ), o delta aberto ou V V , n ã o produz rotação
-
de fase entre as tensões de linha primá rias e secund á rias, como mostra a Fig. 13 34 b
e c. Pode, portanto, ser ligada em paralelo com aqueles transformadores ( para
mesmas tensões de linha, primá rias e secund á rias) que nã o d ã o deslocamento
angular ( V. Tabela 13 1 ).-
13-18. A TRANSFORMA ÇÃO T - T
Como na transformaçã o V - V , é poss í vel usar apenas dois transformadores !
para executar uma transformaçã o trifásica , se os ligarmos em T- T . Diferentemente
de V -V , entretanto, a ligaçã o T- T requer dois transformadores especiais, um dife-
-
rente do outro. Como na V -V , a. T T tem seu nofrie derivado da aparê ncia de sua
ligação, como mostra a Fig. 13-35a .
Os transformadores especiais, requeridos pela liga çã o T- T , sã o um transfor-
mador de equil íbrio ( B , b na Fig. 13-35a), cujas tensões nominais prim á ria e secun-
d á ria sã o 0,866 ( ou 86,6%) das tensões nominais do transformador principal ( A , a).
O transformador principal é ou um transformador com tap central , ou um trans-
formador com enrolamentos m últiplos , que tenha dois enrolamentos primário

5
i
576 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Ao oo
A

Q
í
Bo o W-^ Õ OO oocn-y- ob
Transformador principal S k ®

Ca
o
g B com tap central
(A a) .
o
3 b - oc
Transformador equilibrador
( B, b ) = 0 ,866 VA e 0 ,866 Va
-
( a ) Ligação T T do transformador.

VAC c
/
\
\
/ > V
\A0, rC

/ °
/
/ O)
co
v« X“\

0 *
/ 0.5 VL
- 05 VL\ b
Vto vM ( Vct )
VBA VCB Vba Ict
(b) Tensão 3 0 aplicada. (c ) Tensão induzida secundá ria. (d ) Correntes secundá rias.
Fig . 13-35 — Ligação T-T do transforrfiador e rela ções fasoriais.

e secundá rio, cuja tensã o nominal total (ligaçã o em sé rie) é 1 ,15 (ou 115%) das
tensões prim á ria e secund á ria do transformador de equil í brio, respectivamente .
As tensões trif ásicas aplicadas ao prim á rio do T , VAC, VCB e VBA sã o resol -
vidas em VBt , VtA e VtC ( para as polaridades instantâ neas mostradas), segundo
a Fig. 13-35 b , onde t é a jun çã o entre o transformador de equil í brio e o tap central
do transformador principal na Fig. 13-35a . As fem induzidas secund á rias est ã o
em fase com as componentes mostradas da tensã o aplicada , e sã o representadas
pelos fasores, em linha cheia na Fig. 13- 35c. Como se pode ver pela Fig. 13- 35c,
a tensão de linha sólida Vhc é a soma fasorial de Vbt + Vtc. Uma vez que Vbt é 0,5
onde VL é a tensã o de linha secund á ria e Vtc é 0,866 VL9 que é a tensã o secund á ria
VL
do transformador de equil í brio, ent ã o

Vv bc ~ V
Y - V
bt A v t c ( 13-48)
'
= 0,5 VL ~b y 0,866

VL = VL 9 a tensã o de linha secund á ria ( 13 49)-
Semelhantemente , como mostra a Fig. 13- 35c, a tensã o de linha
Vac é
>
vac = Va t + V tc
1

= 0,5 VL -f 70,866 VL = KL,


*
a tensão secundá ria de linha (13-50)

\
TR ANSFORMADORES 577
r
Enquanto a tensã o de linha Vba é

yha = + Vta
0, 5 VL + 0,5 VL = VL (13- 51)

Desde que as tr ês tensões de linha secund á rias, mostradas na Fig . 13- 35c ,
sã o iguais (a VL ) elas constituem um triâ ngulo equil á tero e sua rela çã o fasorial
é de 120°, produzindo assim uma transforma çã o trif ásica verdadeira das tensões
de linha originais aplicadas ao prim á rio.
As rela ções fasoriais entre as correntes e as tensões para o transformador
-
principal (de tap central) e o transformador de equilí brio, respectivamente, sã o
mostradas na Fig. 13- 35d . A soma fasorial das correntes é zero, como em qualquer
sistema trif ásico verdadeiro . Note-se, entretanto , que a corrente no transformador
de equil í brio Itc est á em fase (com cos 9 = 1 ) em rela çã o à sua tensã o Vtc. Mas,
note-se també m que as correntes no transformador principal adiantam-se ou
atrasam-se, das tensões de fase , de 30°. Estas relações de correntes implicam numa
redução de capacidade de ambos os transformadores, da forma que se segue.
A carga total suprida pelo transformador principal é

VA principal = vJ ,o cos 30° + VtbItb cos 30°

= 0,5 VLIL cos 30° + 0,5 VLIL cos 30° = VLIL cos 30°

VA principal 0,866 VLIL onde VL e IL são tensões e correntes de linha (13-52)


secund á rias, respectivamente

Embora a corrente de fase (e de linha) do transformador de equilí brio esteja


em fase com a respectiva tensã o de linha , o dito transformador tem sua pot ê ncia
algo diminu ída, uma vez que seu enrolamento tem capacidade de 0,866 VL e assim

VA transf. de equilí brio = yja = (0,866 VL ) 1L


= 0,866 VLIL (13- 53)

Como no caso de dois transformadores em V- V, o transformador de equi-


lí brio e o principal carregam, cada um, metade da carga total trif ásica, desde que
t = V Aprincipal + V A de equil íbrio
V A ltotal
1

/ 3 V J h VT + V2 VL1L = 0,866 VLIL + 0,866 VLI ,


3
2
~
-
(13 54)

Para transformações trifásicas, as relações acima mostram que não há van - :


- -
tagem em se usarem bancadas T T , em comparação a V V , por uma série de ra-
578 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORA

zoes . Uma bancada T- T requer transformadores especiais (mais caros) e arranjos


especiais de ligações . ( A bancada V - V facilmente leva à adição de um terceiro
transformador , e cada um deles é um transformador convencional monofásico. )
Assim , se os transformadores são usados em T - T , a adição de um terceiro, para
formar uma bancada À - A , é um caso difícil , porque o de equil í brio tem a tensão
de 0 , 866 VL .
Pode també m se mostrar que o fator de diminuiçã o da capacidade de ambas
as ligações , T- T c V - V , é o meslno e, portanto, não há vantagem no uso da trans-
formação T - T . A relaçã o da carga nominal , por transformador na bancada V - V ,
para a carga total que cada transformador pode suprir (se ambos fossem usados
como transformadores monofá sicos) é
kVA do V - V yfj kVA
2 x ( kVA monofásicos)
OU
2 kVA = 0,866

que é exatamente o mesmo fator que aparece para cada transformador na ligação
T- T , como mostram as Eqs . ( 13- 53) e ( 13- 54).
Pelas relações acima , então, a bancada T- T tem pouca aplicação, exceto para
servir de introduçã o à ligaçã o Scott , dada na Seç . 13- 19 .
Como a V - V ( Y - Y e A - A também) , a ligaçã o T - T , como se mostra nas Figs.
13- 35 b e c , não produz rotação de fase do primário em relação ao secundário. Pode
então ser ligada em paralelo com quaisquer daqueles transformadores que não
apresentem rotaçã o de fase , desde que as tensões primárias e secundárias sejam
iguais e a mesma polaridade instantâ nea seja preservada , como mostra a Tabela
13- 1 , abaixo.

TABELA 13- 1
TIPOS DE TRANSFORMADORES OUE PODEM SER
LIGADOS EM PARALELO1 5

COLUNA A COLUNA B
( deslocamento de fase 0o) ( deslocamento de fase 30°)

-
Y Y A- y
A- A y- A
-
T T
-
V V

A Tabela 13- 1 mostra que um transformador T- T pode ser ligado em para-


'

lelo com transformadores V - V , T - T , Y - Y ou A- A , mas não pode com os Y - A ou


A- Y . Assim, qualquer transformador da Coluna A pode ser ligado em paralelo

’Imaginando idênticas as tensões primá ria e secundá ria, bem como a apropriada consideração
1

com respeito à sequência de fases, polaridade instantâ nea e mesma rotaçã o de fases ( V. Seç. 13-14).
m

TRANSFORMADORES 579
consigo e com os demais da Coluna A. Semelhantemente, qualquer transformador
da Coluna B pode ser ligado em paralelo a outro idê ntico e a qualquer um da Co-
luna B. Assim , um transformador A - Y pode ser ligado em paralelo a outro A - Y
-
ou a uma bancada Y A , uma vez que, para ambos os casos, uma rotaçã o de fase
de 30° é a produzida.
Transformadores da Coluna A nã o podem ser ligados a. transformadores
da Coluna B em nenhuma circunst â ncia, porque os últimos produzem uma rotação
de 30° entre as tensões prim á ria e secund á ria.

13-19. TRANSFORMAÇÃO DE SISTEMAS TRIF ÃSICOS


PARA SISTEMAS BIF ÁSICOS — A LIGA ÇÃ O SCOTT
Qualquer sistema polif ásico pode ser transformado ( usando a conveniente
combinaçã o de transformadores) em outro sistema polif ásico. Dada uma fonte
trif ásica , é possí vel obter-se um sistema polif ásico de 2 at é 24 fases (ou rriais). 16
É desejá vel o uso de transformadores para tanto, devido ao seu rendimento de
conversão extremamente elevado.
O diagrama fasorial da Fig. 13-35c mostra as tensões de fase induzidas nos
-
secund á rios dos transformadores T T e sugere uma relaçã o de quadratura entre
os dois fasores. Esta é a mesma relaçã o de fase que existe em sistemas de 2 ou de
4 fases. Ambas as transformações são feitas usando-se a chamada ligação Scott.
-
Como na ligaçã o T T , se requerem dois transformadores especiais com taps.
O transformador principal , mostrado na Fig. 13- 36a , tem um tap central primá rio
(ou dois enrolamentos iguais ligados em sé rie). O transformador de equilí brio
tem uma relação de transformação em tensão que é yfT/ 2 ou 0,866 da relaçã o do
transformador principal. Os secundá rios de ambos os transformadores tê m iguais
relações de transformaçã o em tensã o e podem ter tap central (apenas para 4 fases,
como mostra a Fig. 13-36b).
Um sistema bifásico a três fios é produzido quando se ligam as extremidades
dos transformadores e se tira um condutor neutro a partir desta ligaçã o, como
mostra a Fig. 13-36a. Se os quatro terminais dos dois transformadores sã o dispo
n í veis ( sem qualquer ligação), é obtido um sistema bifásico a quatro fios. O dia-
-
grama fasorial da Fig. 13-36a verifica a relaçã o entre as tensões de fase e de linha
num sistema bif ásico, usando a polaridade instantâ nea do transformador como
se viu . A tensã o entre as linhas , VLi é
~
VL = sfl VF = 4 2 - Va = J 2 - Vb -
( 13 55)

16
É impossí vel o uso de transformadores para converter um sistema monofásico em trif ásico
para grandes quantidades de energia. Naturalmente, um motor monofásico acionando um altemador
polifásico produzirá um sistema polifásico, mas o rendimento de uma tal conversão é o produto dos
rendimentos das máquinas individuais. Uma conversão de rendimento algo mais elevada é conseguida
ao utilizar-se o chamado conversor de fase a indução ( V . Seç. 11 10). Pequenas quantidades de potên -
-
cia podem ser produzidas por um sistema monof ásico utilizando uma rede de defasamento R C para -
produzir um sistema bif ásico, que pode, por sua vez, ser transformado num sistema de três ou mais fases.
580 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

I LA
Ao -T a Ia
n
VAB A t VQ
BO — i- —Íí'M
O
Í LB
000
r VBT = 0,866 VAB b ã
o
Va
j-o VL = y2 Va = V? Vb
B Vb
Co — i LC
1 £
ib i
( a) Transformação de trif ã sica a bif ásica ( 3 fios ).

o1
t
Ao
T
VAB A .^ 9
|o b ,
"
O
o2
o2
Bo—Lo —^ 000
o
n
I n
ã B = 0 ,866 VAB «3
Co o4
( b ) Transformação tetraf ásica ( 5 fios ) .
Fig. 13 36 - — Ligações Scott para transformações 2 4> e 4 </>.
onde Ff é a tensã o de fase ou a tensão induzida em qualquer dos transformadores,
Vaa ou Ko.
Um sistema bif á sico a cinco fios é produzido quando se ligam os taps centrais
dos secund á rios dos transformadores e se traz um condutor neutro a partir desta
junçã o, como mostra a Fig. 13-36 b. Tal sistema é , por vezes, chamado de sistema
tetraf ásico (ou de 4 fases) a 5 condutores . Como se mostra através do diagrama
fasorial , ele produz quatro tensões de linha e quatro tensões de fase (entre linha
e neutro). As quatro tensões de linha est ã o deslocadas, umas das outras, de 90°,
e o mesmo vale para as tensões de fase . As tensões de linha sã o a soma fasorial
das tensões entre duas fases e guardam a mesma relaçã o dada na Eq. (13-55), ou
seja VL = yf 2 VF .
A liga çã o Scott é usada para produzir potência trif ásica a partir de alimenta
dores bifásicos (ou vice-versa), em quantidades suficientemente grandes para operar
-
motores e outros equipamentos polifásicos à sua tensã o nominal . Assim , uma
liga çã o que seja suprida em 115 / 110 V, por um sistema bif ásico a três fios, pode
facilmente usar um motor em gaiola trifásico de 440 V , com uma perda de potência
relativamente baixa , usando uma transformaçã o Scott do sistema bif ásico ao
trif ásico , como se mostra no Exemplo 13-26 abaixo . O confronto entre a aquisiçã o f
de um novo motor especial contra a utilização de um facilmente disponível , mais ' 1

o custo dos transformadores , faz com que esta ú ltima hipó tese seja a menos dis-
pendiosa (os transformadores custam menos que as m á quinas rotativas para a
mesma capacidade).
TRANSFORMADORES 581

As relações de tensão e corrente para a liga çã o Scott provêm das hipóteses


de rendimento unit á rio e relaçã o de transformaçã o unit á ria. Assim , da Fig. 13-36a,

Pot ê ncia de sa í da do sistema 20 ( kVA) = Pot ê ncia de entrada do sistema


30 (kVA) ou
~
2 VaIa = / 3 VLIL , mas para rela çã o unit á ria, VJVa = 1 e

2 Ia = / 3 IL , produzindo cada uma das correntes 2( j> ( /a , Ib) na saída

K = h = Y IL
V3 ~ para a relaçã o de transformaçã o unitá ria .

Da Eq. (13-6), desde que os ampère-espiras de carga secundá rios de qualquer


transformador devem ser igualados aos prim á rios (desprezando a corrente de
magnetiza çã o), podemos escrever

V—3 I l N
"

4*2 = 1 e, desde que a relaçã o de transformaçã o a é NJN 2 e


o rendimento é çr , teremos

4=
V—3 IL a rj = Ih para a transformaçã o de 30 a 20 ( 13-56a )
e

l 4= / ò, para a transforma çã o de (13-56 b)


° 2 an 20 a 30
onde Ia e I b sã o as correntes de linha 20
4 é a corrente (equilibrada ) de linha 30
a é a relaçã o de transformação do primá rio ao secund á rio
é o rendimento dos transformadores

E X E M P L O Um motor de indu çã o em gaiola 3 0, de 100 HP, 440 V com cos 9 0,8 deve
=
13-26 : ser operado a partir de uma fonte 115/110 V, 2 0. Supondo que o transformador
escolhido tem um rendimento de 98 % à plena carga, calcule
a . a corrente de linha do motor ( V. Apêndice A -5)
b. a relaçã o de transforma çã o
c. a corrente primária dos transformadores Scott
d . os kVA nominais para o transformador principal e o de equil í brio.

Solução
a.
IL = 123 A x 1,25 = 154 A
Sm= 74.250/0,8 = 93,25 kVA
b3 a Va
110 V 1

N2
Jy V
VL 440 V 4
582 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

c / * .- V 2
3 IL
arj
y /3
154
0,25 x 0,98 =
2
544 A -
(13 56b)

VaI a 110 V x 544 A


d. kVA = 69,1 kVA
0,866 x 1.000 =
0,866 x 1.000 (13-53)

13-20. TRANSFORMA ÇÃO DE SISTEMAS


TRIF ÁSICOS EM HEXAF ÃSICOS
Devido ao seu rendimento relativamente alto, os transformadores sã o dis-
positivos excelentes para a transformaçã o polifásica e para fornecer sistemas de
um maior n ú mero de fases, a partir de sistemas 3<f> Tais sistemas sã o particular- .
mente ú teis nas retificações à meia onda e à onda completa , devido às suas compo-
nentes de ripple relativamente pequenas (Seç. 13-21 ). Assim , onde sã o necessá rias
grandes pot ências CC não é muito raro que se faça a conversã o de sistemas 3< >
/
em 6, 12 ou mesmo 24 </> , usando transformadores e os convenientes retificadores
de estado sólido para meia onda ou onda completa. Conquanto a teoria de trans-
formaçã o de ordem mais elevada esteja alé m do que este livro pretende abordar,
a presente seção fornecerá uma introdução à teoria da transformação polifásica,
ao cobrir as 5 transformações básicas de sistemas 30 em 60.
O tipo de transformador requerido para uma transformaçã o verdadeira 17
de um sistema 30 em 60 é o que tem duas tensões secund á rias separadas e iguais. J

, x2 A
X
o—• X2
B

nnnn proin # x2
C
Hji H 2 A AH 3 •
*1 *2 t
( a ) Transformador t ípico ( b ) Ligações primá rias,
( um dos 3 usados) .
.nnnn o
Q

,
Hô H2õ
•rwb ín

.,, ronn
H A
c
H2 O

H2 õ
b

(c ) Polaridades (d ) Sentidos fasoriais das


secundá rias. tensões induzidas. (e ) Carga 6 0 ( ligação em malha ).

Fig. 13 37 - —
Transformador tí pico requerido para a verdadeira transformaçã o 3 <f )
em 6 0, com ligações primá rias, sentido fasorial das tensões secund á rias e carga 6 .
0
17
Uma transformação verdadeira é aquela na qual se produz o sistema polif ásico (desejado) no
secund á rio, sem que seja necessá rio recorrer à interligaçã o dos terminais secundá rios carga
à . Somente
as ligações estrela ou em malha produzem um verdadeiro sistema polif ásico.

X
TRANSFORMADORES 583

São necessá rios três destes transformadores monof ásicos (embora possa ser usado
um transformador polifásico com 6 enrolamentos secund á rios separados), como
mostra a Fig . 13- 37a . (Para a conversã o verdadeira a 12( f ) sã o requeridos trans-
formadores com quatro secund á rios separados ; para 24( f ) é o caso de 8 secundá -
rios separados, e assim por diante.)
Os três transformadores sã o ligados em Y (embora a liga çã o Á possa ser usada )
a uma fonte 3$ , com atençã o à polaridade instant â nea , como mostra a Fig . 13- 37a .
Para a aplicaçã o mostrada , se se deseja produzir um sistema 6 </> de alta tensã o,
ent ã o temos prim á rios de baixa tensã o e secund á rios de alta tensã o. ( A mesma
liga çã o prim á ria ser á usada para todos os 5 tipos de transforma ções 6( f ) mostrados ,
e somente as liga ções secund á rias sã o mostradas nas Figs. 13- 38 a 13-42, já que
se trata de liga ções diferentes.) Note-se que a polaridade instant â nea e o sentido
dos fasores da tensã o induzida em cada secund á rio sã o mostrados nas Figs . 13- 37c
e d , respectivamente. Estas tensões est ã o defasadas de 120°, já que sã o provenientes
de uma fonte trif ásica , como seria de esperar. Assim , os terminais instant â neos
( pontuados), mostrados na Fig. 13- 37c, t ê m o sentido instant â neo dos fasores
correspondentes mostrado no diagrama fasorial da Fig . 13- 37d .
Uma carga tí pica 6( f ) de liga çã o em malha é mostrada na Fig . 13-37c. Esta
carga com seus terminais (de 1 a 6) será a utilizada para carregar todos os tipos
de transformações 6 ( f ) mostrados abaixo.

13- 20.1 ESTRELA 6 ( f )


A primeira transformaçã o mostrada é a estrela 6( f ). Na ligaçã o estrela gené-
rica, uma das extremidades de cada bobina é ligada a um ponto comum (assim , o
Y é um caso particular da estrela ). Os fins de todos os enrolamentos secund á rios,
// 2, sã o ligados juntos, e os // 3, dos outros três enrolamentos, també m ; ambos
os pontos sã o ligados a uma junçã o comum , n , como mostra a Fig . 13-38a . Os
6 terminais livres sã o trazidos para fora e numerados de 1 a 6 e sã o, por sua vez,
ligados aos terminais 1 a 6 da. carga 6 ( f ) como mostra a Fig . 13- 38a .
Mesmo que as extremidades livres n ã o sejam ligadas a uma carga 6 </> , a estrela
6( f ) produz um sistema 6( f ) verdadeiro , como atestam as seguintes raz ões :

1. A tensã o £ wl entre o terminal 1 da linha e o neutro tem o mesmo sentido que o da pola -
-
ridade do fasor H 2 Hv da bobina a, visto nas Figs. 13- 38a e b.
2. A tensã o En 2 entre o terminal 2 da linha e o neutro tem o sentido oposto em rela çã o
ao da polaridade do fasor HA- HV da bobina ò, visto nas Figs. 13- 38a e b.
3. Assim, as tensões Eni a £n 6 podem ser desenhadas no diagrama fasorial como mostra
a Fig. 13- 38 b.
4. As tensões de linha E6 V £ 12, £ 23, etc., sã o indicadas pela dupla notaçã o de subí ndices.
Assim, £ 61 = £6 n + E „v Isto é a mesma coisa que tra çar uma linha entre as extre-
midades de En6 e Enl no diagrama fasorial da Fig. 13- 38 b.
5. Note-se que, na ligação estrela 6 0, o valor absoluto das tensões de linha (£ 12, £ 23, etc.)
é o mesmo que o das tensões de fase (medido entre fase e neutro, que é o mesmo que a
tensão da bobina ).
6. Assim, mesmo na ausência da carga, existe a relação mostrada no diagrama fasorial
da Fig. 13-38b, e a estrela 6 <f ) é um verdadeiro sistema 6 ( f ).

i
584 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Quando os terminais de 1 a 6 da fonte 60 sã o ligados aos terminais de 1 a 6 i


da carga 60 , a mesma tensã o de linha é aplicada a cada um dos elementos da carga
ligada em malha , como mostra a Fig. 13-38a , supondo-se que n ã o h á queda nas
imped â ncias internas devida à carga nos . enrolamentos secundá rios do transfor-
mador.

a a
A A \ c\
n c i
*
nmr 7w&
H9, H2 < > Hj h4 J h2 H3 > H4
000 ]
, ||f OH O O ) H
H i H2
| 3 4

n
1
!í 26 59 4

3
^-5 6

O E 6 - 7, jo
cr
En - 4
Efi - i /n \£ )
E , -2 K
N
/> V /E 3 - 4
5 4 f

E 2 -3

( a ) Ligação secundá ria para uma estrela 6 uma carga 6 0 .


0 alimentando ( b ) Diagrama fasorial
da estrela 6 0 .
.
Fig 13-38
— Ligações secund á rias da estrela 6 0 e diagrama fasorial .
»
1
13-20.2 A MALHA 60
As liga ções secund á rias para uma malha 60 sã o mostradas na Fig. 13- 39a.
Note-se que, antes de fechar a malha, como no caso do À secund á rio (Seç. 13- 14),
é necessá rio inserir um volt í metro, para se ter segurança de que a soma fasorial
de todas as tensões ligadas em sé rie, através da malha , seja zero. Uma tabela de
ligações é mostrada na Fig. 13-39 b, para simplificar as ligações e també m verificar
o diagrama fasorial mostrado na Fig. 13- 39c . As extremidades das bobinas foram
identificadas por letras, para simplificar a referê ncia à s ligações das mesmas .
-
O diagrama fasorial da Fig. 13 39c é obtido como se segue :

1 . Começa-se com a bobina a- b que serve de referência . Com b ligado a n ( ver tabela ),
a tensão n-m deve ter o sentido oposto mostrado (já que a ponta da seta corresponde
ao ponto).
2. Com o terminal m ligado a c, a tensão na bobina c -d está no sentido mostrado ( ponta
da seta correspondendo ao ponto ).
3. A tensão na bobina h- j está conforme se mostra, mas queremos a tensão j - h, desde que
d é ligado a /. Desta maneira, o fasor é invertido na Fig. 13 - 39c .
i

TRANSFORM ADORES 585

4. Com h ligado a f o fasor f-g está no sentido mostrado.


5. Com j ligado a /, o fasor k - l está no sentido mostrado. Mas queremos o fasor l -k o que
significa uma inversão de fase. Isto nos traz de volta a a-b, a bobina de referê ncia.

*
o
b fiJTO o d
/
footn c y .V
g õ ocnt
Tabela de ligações
ban
a
h nnnn
#
* rmr\\ A
mnnnnn mac
d a j t
h a f
g a l
Ligações aos
k a ( V)
\6 4ô '
5 <->
^
terminais da
2 6 3 60 malha de }
carga 6 0 ® a a
( b ) Tabela de ligações .
(a ) Ligações secund á rias para malha 6 0.

4 5
h
d f

c g
3o 6
m 1
n k
b a
2
(c ) Diagrama fasorial e ligações aos terminais
da carga ( carga igual è da Fig. 13 38 a ) - .
Fig . 13-39 — Ligações secundá rias da malha 6 0 (carga igual à da Fig. 13-38 a ).
Note-se que o diagrama fasorial da malha mostrado na Fig. 13-39c produz
um sistema de tensões 60 verdadeiro entre os terminais das linhas de 1 a 6, respec -
tivamente , independentemente de ligaçã o a uma carga 60 , e que as tensões de linha
e de fase na malha sã o as mesmas. 18
Ocasionalmente, quando se liga a malha 60, ( Fig. 13-39a), uma tensã o devida
às harmónicas aparece no voltímetro, se o neutro de Y primário não está aterrado.
O aterramento do neutro primá rio (ou a ligação dos primá rios em delta) eliminará
esta tensã o de harm ó nicas (Seç . 13 15 ). -
13- 20.3 O 60 DIAMETRAL
O leitor observador poderá descobrir , examinando as Figs . l 3-38a e 13-39a ,
que há uma maneira particular de ligar à carga as ligações estrela e malha

, 8Por definiçã o, esta relaçã o se manté m em qualquer sistema em


malha ( o delta 30, a malha 60,
120, e assim por diante), uma vez que a tensão de fase da malha é a sua mesma tensão de linha.
586 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

60 ( 1-4-5-2-3-6). As extremidades opostas do primeiro transformador ligado /


em estrela sã o trazidas aos terminais 1 e 4 da carga . As extremidades opostas
do segundo transformador ligado em estrela sã o trazidas aos terminais 5 e 2 e as t
F
do terceiro aos terminais 3 e 6. Isto sugere a possibilidade de realizar uma trans-
formaçã o de um sistema 30 em 60 sem se utilizarem transformadores especiais
ou mesmo taps centrais! l
Esta possibilidade é a de utilizar-se a ligaçã o diametral mostrada na Fig.
13-40a . Se as extremidades de polaridades opostas (diametrais) de cada secund á-
rio do transformador sã o ligadas à carga na sequê ncia 1 4-5- 2 3 6 mostrada, apa - - --
recerá uma tensã o 60 de linha nos terminais daquela , como se vê na Fig. 13-40 b.
-
Note se que, na ausê ncia da liga çã o de carga , as fem induzidas nos secundá rios
dos transformadores a , b e c sã o deslocadas de 120°, como mostram as Figs. 13-40a
e b. Ligando extremidades diametralmente opostas na conveniente sequência aos
terminais de carga , como mostra o diagrama fasorial da Fig. 13 40 b , automati - -
camente se criam 6 tensões de linha que estã o convenientemente defasadas, de
modo a formar um sistema 60 : E12, £ 23, e assim por diante, como se vê.
Como se pode notar na Fig. 13-40b, a rela çã o entre a fem induzida em cada
enrolamento (completo) secund á rio, £ 14 , e a tensã o de linha tí pica 60 , E 12 = Eb<> é
t

p __ ^ ~ 14
T
e ent ã o

^ t *2* — p
3
6< > ( 13- 57)

onde E 30 é a fem induzida secund á ria em cada transformador e


EF é a fem induzida por “ fase” em cada bobina ( HX - H 2 ou H 3 H 4 ) -
para um transformador de 2 enrolamentos (se usado ) .

a \
c
3 ^-
2 3 2
# E 3-4 b EI - 2
(TD7T) VWíT) '
H,<
? H 24 fH3 Hy 4 1
bf H 2Y TH 3 4
a

I 04 03 °6 E 4- 5 c L6-1
Ligações aos terminais da carga 6 0 em malha 5 E 5-6 6
(b ) Diagrama fasorial
( a) Ligações secundá rias para carga 6 0 quando interligado
. -
diametral ( mesma da Fig 13 38 a ) . através da carga 6 0 .

Fig. 13 40 - — Ligações secundá rias 6 0 diametrais e diagrama fasorial.


A liga çã o diametral é , talvez , a mais simples de todas as ligações de 30 a 60,
porque n ã o h á interliga çã o necessá ria entre os secund á rios , nem se necessita de
transformadores especiais. (Três transformadores isolados monofásicos id ênti -
I

T RANSFORM ADORES 587

cos podem ser usados.) Não é produzido um verdadeiro sistema 60, pois, se uma
das linhas da carga 60 é aberta ou se se abre uma ligaçã o na malha 60 da carga ,
a relaçã o fasorial da Fig. 13-40 b retorna ao simples sistema 3$.

13- 20.4 DUPLO- Y 60


Dois outros sistemas, que també m n ã o sã o “ verdadeiros” sistemas 60, sã o
mostrados nas Figs. 13-41 e 13-42. Ambos os sistemas (o duplo- Y e o duplo-A)
requerem interligaçã o à carga para produzirem tensões de linha 6( f ) . Uma vez
que eles sã o algo mais complicados nas ligações requeridas, sã o raramente usados
em comparação ao diametral, exceto se se deseja uma alteraçã o na tensão de linha
secund á ria (como é o caso do duplo-delta ).

nnnnn
a
»
V TOR X
° H| $ H 2 nfiSOT) °H, 6 H 2 mSW ] 6H , 6H 2 nnnnr
? H3 n2
?H3 T H3
< * H4

n3

I 64 65 àl 63 *6
<

Aos terminais da malha de carga 6 0


( mesma carga da Fig. 13-38 a )

( a ) Ligações secundá rias para


-
o duplo V 6 0 ( neutros não estão ligados ) .

n2
6 . E 5- 6 5
6
3 E 6 -i E 4 -5
n3 4 4
Ei - Í E 3- 4
2 2 E2 - 3 3

( b ) Diagrama fasorial ( c ) Diagrama fasorial para interligação


para duplo Y -. através da malha da carga 6 0 .

-
Fig. 13 41 — Ligações secundá rias do duplo-Y 6 0 e diagramas fasoriais.
588 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

a Tabela de ligações
b c
Ytnnro5 1 jnm VBWíP H a a d
Hi o b oK Md C? H2 f? 2
c a g
*(Wtr fwinn
© H 3$ h 1K
í H 3 <? k
®
f a ®
< v) a b
j a m
n a k
5 4 1 6 3 2 l a ®
À carga 6 0 ligada em malha ( Fig. 13-38 a )
®a h

a um duplo - A 6 (b ) Tabela de ligações.


(a ) Ligações secund á rias 0.

6
kÀn
5a 1
\b
d d

l m

2 0T gVc

3
(d ) Diagrama fasorial do
(c ) Diagramas fasoriais para duplo - A .
duplo - A interligado
através de uma carga
em malha 6 0 .
-
Fig . 13 42 — Tabela das ligações secundá rias em duplo- A 6 0 e diagrama fasorial.

A ligaçã o duplo- Y é mostrada na Fig. 13-41 a. Um exame detalhado revela


que ela é quase a mesma coisa que a estrela 60 ( Fig. 13-38a ), com uma exceçã o os
dois neutros das ligações Y na liga çã o estrela dupla (n 2 e n 3 ) não sã o ligados ao
ponto comum . Assim , como mostra o diagrama fasorial da Fig. 13-41 b , dois
sistemas 30 em Y independentes sã o produzidos com os terminais 1, 3 e 5 e com
os 2, 4 e 6, respectivamente.
A ligação a uma malha de carga 60 superpõe os fasores ( 30) da Fig. 13-41 b
à carga 60, como mostra a Fig. 13-41c, produzindo tensões de linha deslocadas
de 60° como em qualquer sistema 60 . Como no caso da estrela 60 , o vá lor das
tensões de linha 60 é o mesmo das tensões de fase ( medidas do neutro a qualquer
linha ) e ainda o mesmo das tensões de quaisquer bobinas secund á rias ( H H 2 e
H í-H J .
^
13- 20.5 O DUPLO- DELTA 60
O duplo-delta é a malha análoga ao duplo- Y . Duas ligações separadas delta
30 o feitas com polaridade instantâ nea oposta, como mostra a Fig. 13-42a . O

TRANSFORMADORES 589

primeiro delta usa as bobinas H { - H 2 enquanto o segundo usa as // 3-i/ 4. Como


no caso de qualquer sistema em malha, se requer o uso de voltímetros antes do
-
fechamento do delta, conforme mostram a Fig. 13 42a e a tabela de ligações da
Fig. 13-42 b. As relações dos fasores individuais do delta 3$ sã o mostradas na Fig. ;
13-42c para cada delta independente formado pelas ligações secundá rias, bem
como as suas liga ções aos terminais de linha da carga 60.
A liga çã o da carga em malha 60 superpõ e os fasores (30 ) da Fig. 13-42c à 1
-
carga 60 , como mostra a Fig . 13 42d , produzindo tensões de linha deslocadas de X
60°, como em qualquer sistema 60. O duplo-delta difere de todos os outros sis-
temas discutidos acima num importante aspecto : ele produz uma tensã o de linha
-
( E l ) que é menor que a tensã o de fase ( E f ) . Como mostra a Fig . 13 42d , a tensã o
de linha 60 EX 1 é menor que a tensã o de bobina 30 Ecd = El 3 = E f que é a tensã o
de fase. A rela çã o entre eles é
l
Ef
EL = 0,577 E/ -
(13 58)

onde todos os termos foram definidos acima .

13-21. USO DE TRANSFORMAÇÕES POLIF ÁSICAS


EM CONVERSÃO DE POTÊNCIA
Alé m do seu uso em CA, para a transforma çã o 30 em altas tensões da energia
gerada , para transmissã o mais econ ó mica e posterior transformaçã o em tensões
mais baixas, para fins de distribuiçã o, os transformadores sã o també m usados
na conversão de CA em CC. A transformação polifásica de sistemas 30 em 60,
e mesmo num maior n ú mero de fases, é um passo no processo de retifica çã o. Po-
dem ser apontadas vá rias vantagens para a retificaçã o polif ásica em rela çã o à
monof ásica , tais como :

1. menor quantidade de ripple da frequ ência fundamentàl, ou de harm ónicas de ordem


superior na forma de onda de sa ída, permitindo o uso de filtros menos complexos,
2. os transformadores sã o usados com rendimento maior, uma vez que a relação da po
t ê ncia CC de sa ída por kVA do transformador é maior na conversão polif ásica,
-
3. a rela çã o entre a tensã o CC e CA (valor m édio quadrá tico) cresce com o n ú mero de
fases,
4. o rendimento total do processo de conversã o cresce. Isto é importante quando são
grandes as potê ncias CA a serem convertidas a CC.

É muito mais eficiente, assim, para uma companhia suprir em CA um consu-


midor que requer grandes potê ncias CC, através da transmissã o de energia por
linhas de transmissã o 30 a altas tensões. Os transformadores são, entã o, usados
eficientemente para ( 1) fornecer uma tensão secund á ria adequada à retificação
e ( 2) transformar o suprimento 30 em 6 ou mais fases, para obter á s vantagens
citadas acima.
590 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

A Tabela 13- 2 da pá gina seguinte mostra uma comparaçã o entre os v á rios


fatores que influem na escolha do n ú mero de fases a ser usado para uma retifica çã o
ótima. A primeira fila mostra a relação da tensã o de sa ída para a tensã o de fase
CA , Fcc/ K/ 2 ' A relaçã o aumenta com o n ú mero de fases até um m á ximo teó rico
de 1 ,414. Ela representa , efetivamente, uma medida da componente ú til CC em
relação ao ripple . Pareceria, assim , que se se utilizasse a retificação a partir de
um sistema 12$ ( ou mesmo 24$ ), o valor m á ximo teó rico de pico em CA fosse
praticamente alcan çado dentro de um por cento ( V . Fig. 13-44b). Note-se que,
para qualquer onda sinusoidal, Em = 1,414 Efl , onde E f 2 é a tensã o de fase secun-
dá ria do transformador , e este é o valor limite da CC.

TABELA 13- 2
COMPARAçã O ENTRE SISTEMAS POLIFáSICOS DE RETIFICAçã O

N Ú MF.RO DE 1
3 6 12 oo
FASES , n ( onda completa)

VCC
0,9 U7 1 ,35 1 ,4 1 ,414
vf>
0,667 0, 25 0,057 0,014 0
V CC
Pte 0,54 0,675
VA2
0,551 0,400 0

A segunda fila da Tabela 13- 2 mostra a relaçã o EJVcc (amplitude da maior


das harmónicas para tensã o de sa í da CC) , relacionada ao aumento do n ú mero
de fases . Aqui , novamente, conforme cresce o n ú mero de fases, o conteú do de
harmónicas reduz-se, e isto reduz consideravelmente o ripple CA . Este fator tam-
bé m tende a ditar o uso de transformadores de maior n ú mero de fases para a con-
versã o e a retificaçã o.
A última fila da Tabela 13- 2 fornece a rela çã o entre a potê ncia retificada e a
capacidade em VA do enrolamento secund á rio do transformador . Esta rela çã o
é, às vezes, chamada fator de utilização . Um fator de utilizaçã o baixo significa
um maior custo do transformador para a quantidade de potência CC produzida.
Pode-se mostrar que o fator de utiliza çã o seria teoricamente m á ximo para 2,7
fases . Assim , nota-se que a retificaçã o 3$ fornece a conversã o mais eficiente em
termos de custo do transformador , apesar do elevado conteúdo de ripple e da baixa
relaçã o entre o valor quadrá tico da tensã o CC e CA .
A Fig. 13-43 mostra o caso de um transformador A- F, com um primá rio de
alta tensã o e um secundá rio de baixa tensão, usado para conversão com elementos
de estado só lido para a retifica çã o em meia onda . O primá rio est á ligado em delta
para suprimir as harm ó nicas. O neutro secundá rio é aterrado pela mesma razã o.
Ainda assim , para a maioria das aplicações comerciais que envolvem grandes
quantidades de potê ncia CC, o circuito da Fig. 13-43 é grandemente indesejá vel,
n despeito do fator de utiliza çã o mais alto do transformador . A componente de
TR ANSFORMADORES 591
Í

Ao
Is* •£ x
O A1
o o
o
H? r
o °x2
Bo +
M
o
04
Sx <
Sx 2
CO
H
*7 RL
(oX
o
o
Sx 2
V
Fig. 13-43 — Retificação trif ásica em meia onda.
i

corrente CC é sempre do mesmo sentido em cada enrolamento secundá rio e isto


resulta numa corrente de excitaçã o muito alta devido à magnetizaçã o CC do n úcleo
de ferro. O efeito resultante é o sobreaquecimento do transformador. Este fato,
e mais as desvantagens do alto conte ú do de ripple e da baixa rela çã o entre as ten -
sões CC e CA mé dia quadr á tica , dita a utiliza çã o da retifica çã o 60 , apesar do
fator de utiliza çã o algo mais baixo do transformador.

13- 21.1 RETIFICAÇÃ O 6 <p DE MEIA ONDA USANDO DÍ ODOS


f

A ligaçã o estrela 60 é preferida para a maioria das transforma ções 30 a 60,


porque fornece um neutro 60 (aterrá vel ), bem como por se tratar de um sistema
60 verdadeiro . Usa-se um total de 6 retificadores de estado sólido, com tensão
de pico inversa e corrente nominal convenientes 19 , para fornecer uma sa í da em
meia onda retificada a partir da tensã o 60 secund á ria.20 Se se deseja ajustar a
tensã o CC de sa í da , dependendo do custo relativo e da quantidade de pot ê ncia
envolvida , dois m é todos sã o comumente empregados . Um variac trif ásico pode
ser usado na entrada , para variar a tensã o de suprimento .aos transformadores
ligados em delta , variando-se assim , a tensã o secund á ria de fase E 2 e a tensã o
/
de sa í da CC , Vcc na Fig. 13-44a . Alternativamente , podem se usar tiristores (SCRs)
em lugar dos d í odos de Dx a Z) 6, em combinaçã o com um circuito que forneça
deslocamento de fase, para controlar a tensã o de sa ída CC ( Fig. 13-45).
A forma de onda produzida pelos seis d íodos é mostrada na Fig. 13-44 b,
na ausência do capacitor de filtro C ( mostrado na Fig. 13-44a ). O efeito de adi-
cionar-sè um capacitor de filtro à onda de sa í da é mostrado na Fig. 13-44c.
l9
Com rela çã o u isto, tiristores de alta corrente são dispon í veis normalmente até 500 A de cor -
rente nominal , com tensã o de pico inversa de 1.200 V ( GE tipo A 295 PN ).
Semelhantemente, se dispõem de tiristores para 470 A , com tensões de pico inversas de 1.200 V
(GE tipo C290 PBJ.
20
A retificaçã o à onda completa requer 12 d í odos, de cada lado dos 6 enrolamentos do transfor-
mador mostrados na Fig . 13-44a. Isto envolve uma poss í vel perda do neutro, para o caso de falha
num d í odo no lado do neutro. Consequentemente, a transformaçã o a 120 em meia onda é preferida
em relaçã o à 60 onda completa, utilizando o mesmo n ú mero de d í odos ( 12), apesar do seu fator de
utilizaçã o algo mais baixo.

m
592 Má QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

220 V 220 V
l
O

S
o
o
-
A a .
O

Sx ?
o A

o X3
X]


f
Ef* 2
1
D

D2
Sx 4
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Sx 2 o3 i
220 V
o
I
o
o
B b .o X3 D4
+ h

Sx 4
Co i- *
É0Tx 1 *054
o oXV 2 < RL vCC
I
o
c c•
f© X 1
Sx 4 De

0 visando retificação
(a ) Ligações 3 0 para 6
em meia onda através da estrela 6 0 .

Ae
2

\
/N \
/ / \ \
\ / \ /
y
\ / \

A \ /
/\
\
\ /
/
\
\
\ //
v/
/
/ \ \y/
V \
0 T 2r TR 4r 5 TT 2 ir
3 3 3 3
( b) Forma de onda de safda sobre RL sem capacitor como filtro.

\
Em
Nv V X
X
Ex

vcc ’ >4 Ef2


0 ( Terra )

(c ) Forma de onda de safda sobre com capacitor como filtro.

Fig. 13 44 - — Retificação delta-estrela 3 para 6 0.


TR ANSFORMADORES 593

Note-se que a onda de saída da Fig. 13-44 b conté m uma componente de ripple
relativamente pequena, de modo que varia de Em a Ex, onde Em = 1,414 E f 2 . O
valor médio da onda CC retificada para a onda de saí da da Fig. 13-44 b é 21
F 1 , 35 E / 2 - (13- 59)
Como mostra a Tabela 13- 2 , este valor CC é um pouco maior que o valor
compará vel obtido para a retifica çã o 3 </> (1,17 E f 2 ) , com um conte údo em ripple
consideravelmente menor .

Ao
v*
Ti
^ o
SCR 1
4 =^
o
o o ; CR 4 i2
SCR G, *1 +
BO o
o
O
o O

Co

o
o
o
SCR 3

Ep 2
4 = G , RL

o
o S

n
T2

(a ) Tirittores ( SCRs ) usados no controle do deslocamento de fase num


-
sistema A 3 para duplo Y 6 0 com transformador intermediá rio, Tj
0 .
o Aos terminais Gi
e e \
o Aos terminais G 2

,
í
o o
O
o o D 02
o
o
o o 4
o o
o o T
— vw
Rp

( b ) Circuito de controle de fase t ípico para


ajustar o disparo dos tiristores SCRs )
Aos terminais ( + )

< .
. -
Fig 13 45
— -
Transformação duplo Y 6 <j> para controlar a tensã o
de sa í da CC através de uma rede de deslocamento de fase.

2
^ode-se mostrar que, para n fases (2 ou mais), a relação

Substituindo n

En
= ^" n
sen
180°
n
- 6 nesta equação, teríamos 1,35, como mostram a Tabela 13-2 e a Eq. ( 13-59).
1
594 M á QUINAS EL é TRICAS E TRANSFORMADORES

Obté m-se um ripple consideravelmente menor e uma rela çã o mais alta da


tensã o CC de sa í da meramente colocando-se em paralelo com
RL um capacitor
de tamanho e tensão nominal razoá veis, como mostra a Fig. 13-44c . Nestas cir-
cunst â ncias , o capacitor é mais que justificado, porque produz a mesma relaçã o
de Vcc para Ef 2 que a produzida pela retificaçã o 120 ( V . Tabela 13- 2), sem a corres-
pondente reduçã o do fator de utilizaçã o do transformador produzida pelo uso
da conversã o 120 e de 6 retificadores adicionais .
A

13- 21.2 RETIFICA ÇÃ O DUPLO-Y 60 USANDO TI RISTORES ( SCRs)


Uma t écnica comercial t í pica , usada para obter-se uma tensã o CC de sa í da
ajust á vel , envolve o uso de SCRs e é mostrada na Fig. 13-45a . Aqui , a conversã o
é uma ligaçã o 30-60 em delta -duplo- Y . Note-se que uma reat â ncia adicional
com tap central é chamada transformador interfuse T e é usada entre os neutros
2
dos dois Ys. (Se T 2 fosse omitido, teríamos uma estrela . ) O transformador inter
fase serve para
-
1. fornecer uma ligação de tap central para o duplo- Y,
2. atuar como meio de equalizar qualquer diferença de tensã o CC entre as duas metades,
fornecendo um caminho de alta reatâ ncia a CA, mas baixa resistência a CC,
3. melhorar a regulação de tensão do circuito ( isto é, sua capacidade de manter a tensã o
de sa í da desde a vazio até plena carga ).

O uso da ligaçã o duplo- Y leva a todas as vantagens da conversã o 60 sem a


desvantagem de uma transformaçã o de fator de utiliza çã o mais baixo. Desde
que a transformação consiste inerentemente de duas transformações 30 , como
mostra a Tabela 13-2 , o fator de utiliza çã o é 0,675, melhor que 0 ,551 , o que se
aplica ao caso da Fig. 13-44a. Ao mesmo tempo, quando ligado à carga , , um
sistema 60 é produzido e o ripple é o do sistema 60 , em vez do 30.
RL
O controle da tensã o de sa í da, Fcc , é conseguido por meio de uma rede de
deslocamento de fase , mostrada na Fig. 13-45 b . A resistê ncia variá vel R controla
o â ngulo de fase entre a tensã o de sinal de grade nos terminais 6 , e G com rela -
2
çã o à tensã o de entrada CA . Pela variaçã o de R , de zero a um valor alto, o â ngulo
de fase pode ser variado praticamente de 0 a 180°. A conduçã o do SCR varia ,
assim, de um m á ximo ( para 0 = 0) até um m í nimo ( 6 = 180°).
O circuito da Fig. 13-45 é ú til quando uma tensã o variá vel CC é necessá ria
para o controle da velocidade de um motor CC , pelo controle da tensã o
de armadura .

BIBLIOGRAFIA
1 . CROSNO, C. D. Fundamentals of electromechanical conversion. New York , Harcourt,
Brace, Jovanovich , 1968.
2. DANIELS. The performance of electrical machines. New York, McGraw-Hill, 1968.
.
3. HINDMARSH, J. Electrical machines Elmsford, New York , Pergamon, 1965.
4. MAJMUDAR , H. Introduction to electrical machines. Boston , Allyn and Bacon , 1969.
TRANSFORMADORES 595

5. SELMON. Magnetoelectric devices : transducers , transformers and machines. New York ,


Wiley / Interscience, 1966.
6. SKILLING, H. H. Electromechanics : a first course in electromechanical energy conversion.
New York, Wiley / Interscience, 1962.
7. THALER, G. J. & WILCOX, M. L. Electric machines : dynamics and steady state . New
York, Wiley/ Interscience, 1966.

QUESTÕ ES
-
13 1 . Para um transformador
a. defina enrolamentos primá rio e secundá rio
b. enrolamentos dos lados de alta e baixa tensão
c. é possí vel , para qualquer dos enrolamentos, servir como primá rio ? Explique.
13- 2. Qual é o significado da convenção dos pontos para
a . o primá rio ?
b. os enrolamentos secund á rios em separado ?
c . por que est ã o em fase as fem em todos os enrolamentos, inclusive no primá rio ?
13-3. a. O que significa um acoplamento frouxo e como ele afeta os valores de M , k ,
V2 e 12 ?
b. Que condições produzem o acoplamento frouxo ?
c. É possí vel que a média geométrica das indutâ ncias primá ria e secundá ria seja
menor que a indutâ ncia m ú tua ? Explique.
13-4. a. Por que se deseja um acoplamento í r gido em transformadores de potência ?
b. É sempre possí vel o acoplamento unitá rio em transformadores reais de potência ?
Por que n ão ?
c. Defina um transformador ideal .
13-5. Explique, detalhadamente, a forma pela qual um transformador transfere potência
do primá rio ao secundá rio para uma carga em adianto. Utilize diagramas fasoriais
para ilustrar a sua explicação.
13-6. a . Defina a relação de transformação, a.
b. A relação de transformação é constante para um dado transformador ? Explique.
c. Defina relação de transformação em termos de ( 1 ) relação de espiras, (2) relação
de correntes e ( 3) relação de tensões.
d . Por que a relação de tensões varia diretamente com a relação de espiras ?
e. Por que a relação de correntes varia inversamente com a relação de espiras ?
-
13 7. Por que os transformadores são especificados em kVA, em vez de watts ou kW ?
-
13 8. Mostre que a relação volts/espira de um transformador
a. é proporcional à frequência e ao valor de pico do fluxo m ú tuo
b. segue as mesmas relações (idênticas) que correspondem a um alternador.
-
13 9 . a. É possí vel que um transformador de 60 Hz funcione em 400 Hz ? Sob que con-
dições ?
b. Por que é necessá rio manter o valor de pico do fluxo m ú tuo e a densidade de
fluxo em um valor constante, independente das variações da frequ ência?
-
13 10. Se um transformador de 400 Hz funciona em 60 Hz, explique
a. por que a tensão deve ser reduzida na mesma proporção da frequência
b. por que a capacidade em kVA é reduzida na mesma proporção da frequência
c. por que as perdas no cobre são consideravelmente reduzidas
d . por que aumenta o rendimento.
596 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

13-11 . Com base na questão 13- 10 acima, explique por que um transform í
ador de 1 kVA,
400 Hz é menor que um de 1 kVA, 60 Hz .
13- 12. É possí vel “ aumentar -se” a capacidade, em kVA, de transform
adores de 60 Hz, por
alterações convenientes nos valores nominais de sua frequê ncia e tensã o ? (
V . problema
13-9.) Explique detalhadamente como isto seria feito.
13- 13. a . Estabeleça a rela çã o entre a imped â ncia primá ria e
a secund á ria de um trans-
formador .
b. Explique, com base em (a) acima, como o transformador funciona como 4
dispo-
sitivo de acoplamento de imped â ncias.
c . Qual a finalidade do acoplamento de imped â ncias ?
d . Indique duas aplicações onde seja necessário o acoplamento de impedâ
ncias.
13-14. Para um transformador real carregado, explique
a . por que a tensão aplicada primá ria
Vx é maior que a fem induzida prim á ria, Ex
b. por que a tensão nos terminais do secund á rio V é menor que a fem induzida
2
secund á ria, E 2
c. por que a relaçã o de transformação é algo menor que a relação do n
ú mero de
espiras do primá rio para o secundá rio.
13-15. Para um transformador real carregado, com uma carga
secundá rios , explique por que ZL ligada aos seus terminais
a . a imped â ncia de carga é usualmente maior que a imped â ncia interna do enrola
mento secundá rio
-
b. a imped â ncia de entrada do prim á rio é muito maior que a impedâ
ncia do enro-
lamento primá rio
c. os projetistas tentam fazer com que as impedâ ncias internas sejam tão próximas
quanto poss í vel das resist ê ncias internas para ambos os enrolame
ntos
d . os transformadores tê m de ter resistê ncia interna primá ria e secund
á ria.
13- 16. Desenvolvendo o circuito equivalente para um transformador
de potê ncia à plena
carga ,
a . qual é a vantagem de um tal circuito equivalente ?
b. por que é ele referido usualmente ao primá rio ?
c. quais as hipóteses feitas ao se reduzirem resistências e reatâ ncias ao
primá rio ou
ao secund á rio ?
d. por que é possí vel desprezar-se a corrente magnetizante ?
13-17. Se se carrega um transformador real a seu valor nominal, sendo carga
a em adianto,
explique por que o FP prim á rio é maior que o secundá rio, utilizando
a . diagramas fasoriais
b. a Eq. ( 13-24).
13-18. Se um transformador real é carregado a seu valor nominal,
estando a carga em
atraso, explique por que o FP primá rio é menor que o secund á rio, utilizando
a . diagramas fasoriais
b. a Eq. (13-24).
13- 19. Utilizando como fasor de referência a tensão nos terminais do
secundá rio, explique,
usando os diagramas fasoriais e a Eq. (13-28),
a. por que cargas em atraso apresentam uma regulação pior que cargas com
FP
unitário
b. por que algumas cargas em avanço apresentam uma regula ção melhor que cargas
com FP unitário
c. É possí vel que um transformador tenha uma regulação de tensão negativa
?
Explique.
TRANSFORMADORES 597

- -
13 20. Compare a Eq. (13-28) com a Eq. (6 8) e discuta
a. semelhanças
b. diferenças.
c. Explique por que os transformadores têm melhor regulação que os alternadores,
para a mesma capacidade .
-
13-21. Ao realizar o ensaio de curto circuito de um transformador
-
a . por que é o lado de baixa tensão que é usualmente curto circuitado ? Dê 2 razões,
-
b. ao utilizar-se a Fig. 13 9, explique por que o fato de se pôr em curto-circuito o
secund á rio de um transformador permite o cá lculo, a partir das medidas da
tensão, corrente e potê ncia, das resistê ncias, reatâ ncias e impedâ ncias equivalentes,
c . por que são consideradas desprezá veis as perdas no n úcleo ?
-
d . sob que circunst â ncias devem se levar em conta as perdas no n úcleo de um trans-
formador ? Por quê ?
13-22. a . Necessita-se do ensaio a vazio para a determinação da regulaçã o em tensão do
transformador ?
b. Que informação especí fica se obté m do ensaio a vazio e onde é ela (apenas)
utilizada ?
c. Por que é usual realizar -se o ensaio a vazio no lado de menor tensão existente no
transformador ?
d . Quais são, entretanto, as precauções necessá rias em (c), acima ?
e. A perda do cobre seria a mesma se se utilizasse o enrolamento de alta tensão?
Explique.
13-23. Ao determinar-se apenas o rendimento , a partir dos ensaios a vazio e de curto-
circuito,
a. por que é desnecessário o cálculo da impedâ ncia e reatâ ncia equivalentes, a partir
dos dados do ensaio de curto-circuito ?
b. qual o instrumento especí fico que fornece informações ú teis no cálculo do ren -
dimento ?
c. é necessá rio determinar-se a resistência equivalente? Por que nã o? Explique
(Consulte as tabelas de perdas no cobre do Exemplo 13- 15 a e b.)
d . a perda no cobre, referida ao lado de AT, é igual à referida ao lado de BT ?
Explique.
13- 24 . Com relaçã o à curva do rendimento de um transformador, conforme mostra a Fig.
-
13 12, explique
a . por que o rendimento é zero para uma carga nula (circuito aberto)
b. por que cresce t ão rapidamente o rendimento
c. para que valor de carga è m á ximo o rendimento ( V. Eq. 13-34, 35)
d . por que é algo menor o rendimento para cargas pesadas
e. por que é menor o rendimento para cargas de baixo fator de potê ncia
f. por que um transformador bem projetado é normalmente mais eficiente que a
m áquina girante que ele alimenta .
13-25. Com relação ao rendimento diá rio
a . quais os dados de ensaio e informações necessá rias para o seu cá lculo ?
b. por que se faz o cálculo em energia e n ão em potência ?
c. por que o valor encontrado é normalmente elevado, apesar da incidência ocasional
de cargas de baixos fatores de potência e de per íodos de utilização à pouca carga ?
-
13 26. a. Além dos ensaios a vazio e de curto-circuito, por que são necessários os ensaios
de polaridade e identificação de fases, antes da colocação em serviço de um
transformador ?

tf
598 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

b. Defina identificação de fases.


c. Como pode ter polaridade um transformador, se ele é utilizado em CA ? Explique.
-
d. Quais as letras de código que identificam os lados de alta e baixa tensão , respecti
vamente ?
e. Qual o significado dos subíndices numéricos ?
f . É possí vel determinar-se a forma como estão praticados os enrolamentos, ou a
sua polaridade, através de um exame í f sico ? Por que n ão ? Explique.
13-27. Dado um transformador , que tenha vá rios enrolamentos independentes e um enro-
lamento com taps m últiplos, explique
a . como se identifica cada bobina independente
b. como se identifica o enrolamento com taps m ú ltiplos
c . como se identificam convenientemente os taps individuais do enrolamento com
taps m últiplos
d . como se determina a polaridade de cada enrolamento, separadamente.
13- 28 . Para um transformador que tenha 2 enrolamentos idê nticos de AT e 2 de BT
a . quantas combinações de relações de tensão são passí veis de obter, utilizando-se
todos os enrolamentos e ligando o dispositivo como transformador convencional ?
b. repita (a ) acima para um autotransformador , com todas as 4 bobinas ligadas em
sé rie
c. repita ( b) para as bobinas de AT e BT ligadas, respectivamente, em paralelo, e
para estas combinações ligadas em série como autotransformador.
13-29. a . É possí vel ligarem-se bobinas de diferentes tensões nominais em sé rie ? Explique.
.
b É possí vel ligarem -se bobinas de diferentes tens ões nominais em paralelo? Explique
,
/

c. Requerem-se precau ções em relação à polaridade no item (a ) acima ? Explique.


d . Ao se ligarem bobinas de iguais tensões nominais em paralelo, quais as precauções
necessá rias em relação à polaridade instantâ nea ? Explique.
13-30 . a . Defina um autotransformador.
b. Explique por que os autotrans formadores têm rendimento maior que os trans-
formadores convencionais, para as mesmas relações de tensão e para as mesmas
correntes primá ria e secundá ria de carga .
c. Pode-se ligar, como autotransformador , qualquer transformador que tenha dois
ou mais enrolamentos isolados ? Explique de que forma .
d . Por que a capacidade de um autotransformador é maior que a de um transfor-
mador convencional , do mesmo tamanho í f sico e de enrolamentos da mesma
capacidade ?
13- 31 . a . Defina potê ncia transformada do primá rio ao secund á rio. Dê equações.
b. Defina potência transferida condutivamente do primá rio ao secundá rio. Dê equações.
c. Qual das duas potê ncias é responsá vel pelo aumento dos kVA de um autotrans-
formador em relaçã o a um transformador convencional isolado ?
13-32. Para a mesma capacidade em kVA, explique por que um autotransformador
a . tem perdas no cobre menores que um transformador convencional
b. tem perdas no n úcleo menores
c . tem menor tamanho
d . tem maior rendimento.
13-33. Com base nas suas respostas à questão anterior, explique
a . por que não se utilizam exclusivamente autotransformadores, em vez de trans-
formadores convencionais
b. por que se restringe o uso dos autotransformadores à distribuição de potência em
baixa tensão ou à partida de motores com tensão reduzida.
TRANSFORMADORES 599

13-34. a . Qual a vantagem , em termos de danos possí veis e continuidade do serviço, de


uma bancada de 3 transformadores monofásicos em relação a um transformador
polif ásico ?
b. Ao se ligarem três transformadores em delta ou em estrela, quais as precauções
a tomar em relação à polaridade, capacidade em kVA , tensões e correntes nominais ?
13-35. Para uma bancada Y-Y
a. qual é a relação entre as tensões de linha e de fase, nos lados primário e secundário ?
b. qual é a relação entre as correntes de linha e de fase nos lados primá rio e secund á rio ?
c. qual é a relação entre as tensões de fase primá ria e secund á ria, bem como entre
as respectivas tensões de linha ?
d . qual é a rota ção de fase das linhas prim á rias em relação às secund á rias ?
13-36. Para uma bancada Y-A, repita os itens de (a) a ( d ) da quest ão 13-35.
13-37. a . E possí vel ligar-se em paralelo uma bancada Y-A a uma A- Y, desde que sejam
iguais as tensões de linha ? Justifique sua resposta através de um diagrama fasorial.
l
b. Para as 7 bancadas de transformadores relacionadas na Seç. 13- 14 ( imediatamente
anteriores ao Exemplo 13-23), enumere as combinações paralelas que não são
poss í veis .
c. Explique por que a polaridade instant â nea é t ão importante na ligação de trans-
formadores em delta . Qual é o efeito, sobre as tensões de linha, da reversã o de
um enrolamento ?
d . Repita (c) para uma ligação Y , ilustrando o resultado através de um diagrama
fasorial.
13-38. a . Explique por que os secund á rios de uma ligação de transformadores em malha
ou delta mostram uma pequena tensão em um volt í metro ligado a dois pontos
antes de se fechar o delta .
b. Explique a fonte desta tensã o .
c. Como desaparece esta tensã o ao se ligar o delta ?
d . Com base na sua resposta ao item (c), indique se um sistema A- A , Y A ou A-Y-
mostra tensões de harm ónicas ? Explique detalhadamente.
e. Com base na sua resposta ao item (d ), explique por que os neutros são indis-
pensá veis nos sistemas Y - Y.
13- 39. a. Dê 3 razoes para a ligação do neutro sempre que a bancada seja Y .
b. É poss í vel íkilizar-se um neutro num sistema A - A ?
-
c. Qual é o perigo de utilizar se o tap central em mais de um enrolamento de um
secund á rio ligado em A, e de sua ligação à terra ?
d. Por que nunca se aterra o primá rio de uma bancada em delta, mesmo que a fonte
seja um sistema 3 $ a quatro fios ?
-
13 40. E costume se utilizarem transformações Y- A para suprir á reas industriais e residenciais,
a partir de linhas de transmissão em alta tensã o. Explique
a . as vantagens do uso de bancadas Y - A sobre as Y - Y ou A - A
b. como se comportam em rela çã o a cargas monof ásicas
c. como se consegue um neutro para a utilizaçã o em serviços monof ásicos a três fios
d. qual o efeito que tem um carregamento secund á rio monofásico maior que o tri-
fásico sobre as tensões do secund á rio em delta .
13-41. Imaginando que a carga é constante, que efeito se produz numa bancada V - V quando
se remove um transformador e se processa a operação em V- V. Indique
a . a potê ncia fornecida por transformador individual
b. o acréscimo na carga suprida por transformador individual
c. a capacidade total, em kVA, da ligação V-V como fração da A-A total

í »
600 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

d . o fator de decréscimo de potência de cada transformador em comparação à sua


capacidade monofásica .
13-42. Imaginando que 2 transformadores estão suprindo a capacidade nominal a uma
carga em V- V, e se lhes liga um terceiro transformador para tomar a bancada A-A,
indique
a . a capacidade total aumentada em relação ao valor original
b. o custo do terceiro transformador
e o acréscimo na capacidade de cada transformador em relação aos valores originais
reduzidos ( parte d, questão 41 acima).
13-43 . a . Utilizando a Tabela 13-1 , enumere todas as combinações possí veis de bancadas
de transformadores correspondendo às Colunas A e B, além das 7 combinações
originais da Seç. 13- 14, com apenas duas bancadas em paralelo.
b. Por que é imposs í vel ligar em paralelo bancadas da coluna B com outras da coluna A,
da Tabela 13- 1 ?
13-44. XJtilizando apenas transformadores, é possí vel transformar
a . um sistema monof ásico em polifásico ? Explique.
b. um sistema polif á sico em monof ásico ? Explique.
e. um sistema 2 0 em 6 0 ? Explique.
d . qual é a vantagem de se utilizarem apenas transformadores para tais transformações?
Explique.
13-45. a. Como difere um sistema 2 0 de um 3 0 ?
b. Qual é a relação entre as tensões de linha e de fase em um sistema 2 0?
c. O que significa quarto de fase num sistema a 5 fios ?
d . Quantas tensões de fase e linha são dispon í veis num sistema como o do item (c) ?
I
e. Desenhe uma transformação Scott, mostrando a transformação de
fios, na qual a relaçã o entre as tensões de fase seja 120 V /120 V.
30 a 20, a 5
f. Quais são as tensões de linha em (e) acima, para primá rio e secundá rio?
13-46. a . O que significa um sistema 60 verdadeiro ?
b. Que transformação produz um sistema 60 verdadeiro ?
c. Qual seria uma vantagem na utilização de sistemas polif ásicos de ordem mais
elevada na retificação ?
d . Enumere 5 tipos diferentes de ligações 60, utilizando transformações
30 para 60.
e. Que transforma çã o suprirá uma carga 60, usando transformadores convencionais
de um só enrolamento, sem tap central ?
13-47. a . Por que se prefere a ligação estrela para a retificação 30 em 60, em comparação
às ligações em malha ou duplo-delta ?
b. Enumere 4 vantagens da retificação polif ásica sobre a monof ásica .
c . Para obter-se a maior relaçã o entre a tensã o de sa í da CC e a tensão de fase CA,
quantas fases devem ser utilizadas, teoricamente ? Quantas fases produzem
este
valor praticamente dentro de 1 % ?
d. Como o n ú mero de fases retificadas afeta a amplitude da harm ónica de maior
ordem ? Quantas fases reduzem esta amplitude a menos de 2 % ?
e. Quantas fases produzirão a má xima utilização da potência retificada em relação
à capacidade do secund á rio do transformador em kVA ?
f. Quais as condições de compromisso na determinaçã o do n ú mero ótimo de fases i
para a retificação polifásica ?
13-48. a. Quais os dois métodos empregados para ajustar a tensão de sa í da CC dos
retificadores polifásicos ?
b. Qual é a vantagem de se utilizarem tiristores (SCRs) em lugar de d í odos ?
TRANSFORMADORES 601

c. Por que se utilizam os transformadores de inter fase com os tiristores ?


d . Qual é a vantagem da transformação em duplo-Y, como mostra a Fig. 13-45,
sobre a transformação convencional 6</> em meia onda, em termos de fator de
utilização ?

PROBLEMAS

13-1 . O prim á rio de um transformador , totalmente acoplado, tem uma indutâ ncia de
20 H , um coeficiente de acoplamento de 0,98 e uma indut â ncia m ú tua de 9,8 H . Calcule
a indutâ ncia do enrolamento secundá rio.
13- 2. Um transformador comercial de 400 Hz, 220 V / 20 V tem 50 espiras no seu enrolamento
de BT. Calcule :
i
a. o n ú mero de espiras do lado de AT
b. a relação de transformação, a, quando utilizado como transformador abaixador
c . repita ( b) quando a utilização é de transformador elevador
d . a relação espiras/ volt para AT
e. a relação espiras / volt para BT.
13-3. O lado de AT de um transformador tem 750 espiras e o de BT 50 espiras. Quando
a AT é ligada a uma rede de 120 V, 60 Hz, e uma carga de 40 A é ligada à BT, calcule
a . a relação de transformação, a
b. a tensão secundá ria, imaginando que n ão há quedas na impedâ ncia interna do
transformador
c. a resist ência da carga
d . a relação volts /espira do primá rio e secund á rio, respectivamente
e. a capacidade em VA do transformador.
13-4. Um transformador comercial de 220 V/ 30 V, 3 kVA, 60 Hz tem a relação de 3 V /espira .
Calcule
a. as espiras de AT
b. as espiras de BT
c. a relação de transformaçã o, se o utilizamos como abaixador
d. a relaçã o de transformação, se o utilizamos como elevador
e. a corrente nominal de AT
f. a corrente nominal de BT.
13-5. Uma carga de 10 Q solicita uma corrente de 20 A do lado de AT de um transformador,
cuja a = 1 /8. Imaginando que n ã o haja quedas de tensão internas no transformador,
calcule
a . a tensão secundá ria
b. a tensã o primá ria
c. a corrente primá ria
d . os VA transferidos do primá rio ao secundá rio
e. a relação de transformação quando o utilizamos como abaixador.
13-6. Utilizando a relação volts / espira, calcule o valor de pico do fluxo m ú tuo. para
os transformadores
a. do problema 13-2
b. do problema 13 3 -
c. do problema 13-4.
»

>
602 M áQUINAS ELé TRICAS E TRANSFORMADORES

13- 7. Um transformador de 600 V /20 V, 1 kVA, 400 Hz, 3.000 esp / 100 esp deve ser utilizado
a partir de uma rede de 60 Hz. Mantendo a mesma densidade de fluxo permissí vel ,
calcule
a . a má xima tensão que pode ser aplicada ao lado de AT a 60 Hz
b. a m á xima tensão que pode ser aplicada ao lado de BT a 60 Hz
c. os valores originais da relação volts/espira a 400 Hz
d . as relações volts /espiras a 60 Hz
e. a capacidade em kVA do transformador a 60 Hz
13-8. Um transformador de filamento de 110 V /6 V, 60 Hz, 20 VA é testado para suportar
tensõ es eficazes de 1.000 V, quer para o prim á rio, quer para o secundá rio . Se
utilizado a 400 Hz, mantendo-se o mesmo fluxo má ximo permissí vel, calcule
a . a capacidade do lado de AT
b. a capacidade do lado de BT
c. a capacidade do transformador, em VA.
13-9. Tendo resolvido os problemas acima, um aluno engendrou um esquema brilhante.
Os transformadores, normalmente , têm seus preços em função de sua capacidade em
kVA . O desenvolvimento de dispositivos de estado sólido tornou obsoleta a maioria
dos transformadores correspondentes à utilizaçã o em equipamentos com v á lvulas.
Ao mesmo tempo, a introdução da técnica de estado sólido em 400 Hz levou à
necessidade de transformadores de potê ncia para suprir em alta tensão dispositivos
CC . Por que, ent ã o, n ão comprar transformadores de filamento de 60 Hz, mudar
-
sua capacidade de placa e vendê los como de maior potência, usufruindo o lucro?
Ele verifica que pode adquirir partidas, com desconto, sendo os transformadores de
60 Hz, 200 VA , testados a 2.000 V tendo um enrolamento AT de 120 V e dois
enrolamentos BT de 6 e 12 V, respectivamente, a Cr$ 50,00 cada um deles. Ele
pretende ligar em sé rie os lados de BT para utilizar integralmente a capacidade dos
secundá rios. Calcule Sim.
A 060 Hz é 0.200,00 VA, custa Cr$- 100,00.
a . a capacidade de BT em 400 Hz A 400 Hz é 1.333,33 VA, custa Cr$- 666,66 para rendimento de 6,665.
b. a capacidade de AT em 400 Hz Aaviltamento
aquisição custa cr$- 50,00 e placa Cr$- 10,00, deduzidos de Cr$-666,66, impondo
do lucro para Vr$- 606,70.
c. a capacidade do transformador em 400 Hz
d . o preço de venda do transformador numa base de Cr$ 500,00/ kVA
e . o lucro do transformador , se cada nova placa custa para ele CrS 10,00.
f. O produto à venda está aviltado de alguma forma? Explique a situação em função
do rendimento do transformador.
13- 10. O prim á rio de um transformador , consistindo de dois enrolamentos de 120 V em
paralelo, serve como carga fixa e solicita 6 A de uma fonte de 120 V, 60 Hz. Calcule
a corrente drenada da fonte quando
a. se liga à linha apenas uma bobina
b. ambos os enrolamentos de 120 V são ligados em sé rie a uma fonte de 240 V , 60 Hz
c. se usa uma fonte de 120 V, 50 Hz
d . se usa uma fonte de 120 V, 50 Hz.
13- 11. Se a densidade de flux ó m á xima permissí vel em um transformador de 220 V, 60 Hz
n ão deve exceder 60 quilolinhas por polegada quadrada, quantas espiras se devem usar
no lado de 220 V ? A á rea transversal do n úcleo é 22, 5 pol 2 .
-
13 12. Há 1.000 espiras no lado de AT de um transformador de lOkVA , 10/ 1 .
a. Quando se aplicam 1.000 V a 60 Hz, ao lado de AT, a densidade má xima de fluxo
é 5.000 gauss ( maxwells/cm 2 ). Qual a á rea do n úcleo em cm 2 e em pol 2 ?
b. Se se aumenta a tensão aplicada a 1.500 V, encontre a densidade má xima de fluxo.
c. Repita ( b) para 50 Hz e a mesma tensão (1.500 V).
p I

TRANSFORM ADORES 603


13- 13. Imagine que as perdas , por correntes parasitas , são função de ( f x
Bmx) 2 , mas as
perdas por histerese são funçã o de f l x Bm1 .x7 5 para ensaios feitos em dois transfor-
madores que têm o mesmo peso e a mesma qualidade do ferro. Calcule :
a . a relação de suas perdas por correntes parasitas , quando os transformadores
funcionam à mesma frequência e suas densidades de fluxo são 6.000 e 4.000 gauss,
respectivamente
b. a relação de suas perdas por histerese para as densidades de fluxo do item (a).
13- 14. Um transformador de 60 Hz tem 200 W de perdas por histerese e 100 W de perdas
por correntes parasitas , correspondentes a um valor má ximo de fluxo de 200 webers
por metro quadrado ao aplicar-se a tensão nominal de 120 V ao seu primário.
Calcule <

a . as perdas por histerese e por correntes parasitas , quando se diminui a tensão para
110 V à mesma frequência. Use as hipóteses do problema 13- 13
b . as perdas por histerese e por correntes parasitas e a densidade má xima de fluxo
1
se se aplica a tensão nominal a 50 Hz
c . a densidade má xima de fluxo , e as perdas por histerese e por correntes parasitas,
quando se aplicam 60 V a 30 Hz .
13- 15 . Um transformador de 20 kVA , 660 V / 120 V tem perdas a vazio de 250 W e uma
resist ência do lado de AT de 0, 2 f í . Imaginando que as perdas relativas à carga nos
enrolamentos são iguais, calcule
a . a resistê ncia do lado BT
b. a perda no cobre equivalente à plena carga
c . os rendimentos do transformador para cargas de 25 , 50, 75 , 100 e 125
% da
nominal , com FP unit á rio, imaginando que a regula ção do transformador é zero % .
13- 16. O rendimento de um transformador de 20 kVA , 1.200 V/ 120 V é máximo a 50 da
carga nominal e vale ent ão 98% . Calcule
%
a . as perdas no n úcleo
b . o rendimento à plena carga
c . o rendimento para cargas de 75% e 125% .
13- 17. Um transformador de 20 kVA , 1.200/ 120 V , que está .permanentemente ligado, é
carregado com cargas de fator de potê ncia unitá rio durante um per í odo de 24 horas,
como se segue : 5 horas à plena carga , 5 horas à meia carga, 5 horas a um quarto
de carga . O rendimento má ximo ocorre à plena carga e é 97%. Calcule o rendimento
di á rio .
13- 18 . Um transformador de 10 kVA , 60 Hz , 4.800/ 240 V é ensaiado a vazio e a curto-
circuito , respectivamente , sendo os resultados :

Tensão Corrente Pot ência Enrol usado


,

Ensaio a vazio 240 V 1 ,5 A 60 W BT


Ensaio de C. Circuito 180 V nominal 180 W AT

Utilizando estes dados, calcule


a. a resist ência e a reat ância equivalentes relativas ao lado de AT
b. a resistência e a reatância equivalentes relativas ao lado de BT
c . a regulação em tensão do transformador abaixador a FP unitário e plena carga
d . repita (c) para FP de 0,8 em atraso, à plena carga .
604 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

-
13 19. A partir dos dados do problema 13-18, calcule
a. as perdas no n úcleo do transformador
b. as perdas no cobre, à plena carga, do transformador
c. o rendimento à plena carga para FP de 0,9 em atraso
d. o rendimento diá rio, quando se carrega o transformador com : 6 h à plena carga,
FP unitá rio ; 4 h à meia carga com FP 0,8 em atraso ; 6 h a um quarto de carga
com FP 0,6 em atraso e 8 h a vazio.
13-20. Um transformador de 100 kVA, 60 Hz, 12.000/240 V foi ensaiado a vazio e a curto-
circuito, e os dados obtidos foram os seguintes :

Tensão Corrente Pot ência Enrolamento


Ensaio (V) (A) (W) usado

a vazio 240 8,75 480 BT


-
a curto circuito 600 nominal 1.200 AT

Calcule, a partir dos dados acima, com funcionamento como abaixador,


a . a regulação para FP 0,8 em atraso
b . os rendimentos para FP 0,8 em atraso a 1/8, 1 / 4, 1 / 2, 3/ 4, 4/4 e 5/4 da carga nominal
c. a fração da carga nominal para a qual ocorre o rendimento m á ximo
d. o rendimento máximo para uma carga de FP 0,8 em atraso.
13-21. Repita o problema 13-20b, calculando os rendimentos para FP 0,6 em atraso.
13- 22. Repita o problema 13-20a, calculando a regulação para FP 0,7 em avanço.
13- 23. Um transformador de 50 kVA, 660/ 240 V, 25 Hz tem 200 W de perdas no n úcleo (das
quais, 30% sã o perdas por correntes parasitas) e perdas no cobre à plena carga de
650 W. Se o transformador funciona a 600 V, 60 Hz, qual seria a nova capacidade
do transformador se as perdas totais se mantivessem constantes ?
inicio 13-24. Um autotransformador elevador é utilizado para alimentar em 3 kV uma carga a
partir de uma linha de 2,4 kV. Se a carga secund á ria é de 50 A calcule (desprezando
as perdas e a corrente de magnetização)
a. a corrente em cada parte do transformador
b. a corrente solicitada da linha de alimentação de 2,4 kV
c. a capacidade em kVA do transformador
d . a capacidade em kVA de um transformador convencional de dois enrolamentos,
necessá rio para realizar a mesma transformaçã o.
-
13 25. Um transformador abaixador é utilizado para suprir 100 A a 2 kV a partir de uma
linha de 2,4 kV. Calcule da mesma maneira como calculou os itens de (a) a (d) do
problema 13-24.
13-26. Para o transformador do problema 13 24, calcule-
a. a potência transformada do prim á rio ao secund á rio, para carga nominal e FP
unitá rio
b. a potência transferida condutivamente do primá rio ao secundá rio, à carga nominal
e FP unitário.
13-27. Para o transformador do problema 13 25, repita os itens (a) e ( b) do problema 13 26.
- -
TR A NSFORMA DORES 605

13-28. Dados 3 transformadores idênticos, de 7.500 espiras cada um em AT, calcule os


n ú meros de espiras a serem utilizadas nos lados de BT quando os primários são
ligados em delta a uma rede de 26.400 V, 30 e ligados respectivamente
a. em Y para produzirem 4.160 V entre linhas
b. em A para produzirem 4.160 V entre linhas.
13- 29. Uma transformaçã o Y-A é utilizada para converter 13.200 V, 30, 60 Hz em 208 V,
30, sendo feita a partir de três transformadores monof ásicos id ênticos. Se a densidade
má xima de fluxo permissí vel é 40.000 linhas / pol 2 e o transformador tem uma seção
transversal de 40 pol 2, calcule
a . o n ú mero de espiras nos lados de AT E= f .F B= f/A
b . o n ú mero de espiras nos lados de BT.
13- 30. Uma carga trif ásica de 50 kVA em 220 V deve ser alimentada a partir de uma fonte
30 de 13.200 V. Especifique a tensã o, a corrente e a capacidade, em kVA nominais,
dos transformadores 10 necessá rios para as seguintes ligações:
a . Y-Y
b. Y- A
c. A - Y
d. A - A
e. V- V .
13- 31. Uma carga equilibrada 30 de 1 , 5 MVA é alimentada por dois transformadores
-
idênticos ligados em V V. Para uma carga de FP unit á rio, calcule
a. a capacidade m í nima, em kVA , de cada transformador
b. a capacidade m í nima de cada transformador, se se utiliza uma ligação A-A.
13-32. Repita os cálculos do problema 13-31 para uma carga de mesmos MVA e FP 0,8
em atraso.
13-33. Uma bancada, constitu ída de dois transformadores ligados em V-V, alimenta upia
fá brica que solicita 693,0 kW a um fator de potência unitá rio. A tensão de linha
prim á ria é 26.000 V e a secund á ria é 2.300 V. Calcule, desprezando as perdas
a. a mí nima capacidade em kVA de cada transformador
b. os valores de tensã o e corrente nominais de cada enrolamento
c. o FP no qual opera cada enrolamento, desprezando-se a corrente de excitação
d. o aumento de capacidade da bancada, quando se acrescenta um terceiro trans-
formador idê ntico em kW e FP
e. o aumento d ç kW em percentagem e em investimento nas unidades de transfor
maçã o, com base nas condições de (d ) acima .
-
13- 34. Uma subestação transformadora alimenta um sistema bif ásico a 5 fios de 12.000 kW
a FP unit á rio em 13,8 kV, a partir de um sistema de transmissão trif ásica de AT de
132 kV entre linhas . Deseja -se utilizar 2 transformadores em liga çã o Scott para tal
transforma çã o. Especifique o transformador principal e o de equil í brio no que diz
respeito a correntes e tensões prim á rias e secundá rias, bem como capacidades em
MVA para cada um deles.
13- 35 . Uma instalação industrial consome um total de 300 kW com um FP de 0,8 em atraso,
a partir de um suprimento a três fios de um sistema 30, 2.400 V, que é o secundá rio
de uma ligaçã o Scott, cujo prim á rio é um sistema equilibrado de 240 V, quarto de
fase a 5 fios. Para os dois transformadores abaixo, calcule
a. correntes primária e secundá ria do transformador principal
b. correntes prim ária e secundá ria do transformador de equilí brio.
606 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

13-36. Uma instalação industrial é alimentada a partir de uma fonte 2 a 3 fios em 230 V.
Deseja-se utilizar um motor sí ncrono que solicita 50 kW a FP unitário e deve ser
alimentado por um sistema trifásico a três fios em 230 V. (O motor sí ncrono é
^
necessá rio para correçã o do FP, mas não se dispõe de um motor síncrono bif ásico
de tal capacidade.) Desenhe um diagrama que mostre a ligaçã o Scott para a trans-
formação do sistema 2</> em 3$, mostrando todas as correntes primá rias e secundárias
nos transformadores principal e equilibrador, respectivamente.

RESPOSTAS

13-1 5 H 13-2(a) 50 esp (b) 11 (c) 1 /11 (d) 0,4 V/esp (e) 0,4 V/esp 13-3(a)
15 ( b) 8 V (c) 0,2 Q (d ) 0,16 V/esp (e) 320 VA 13-4(a) 73 esp ( b) 10 esp (c) 7,33
(d ) 0,136 (e) 13,62 A ( f ) 100 A 13-5(a ) 200 V ( b) 25 V (c) 160 A (d ) 4 kVA (e) 8
13-6(a) 2,25 x 104 Mx ( b) 6,0 x 104 Mx (c) 1 ,125 x 106 Mx 13-7(a) 90 V ( b) 3 V (c)
0, 1 V/esp (d ) 0,03 V/esp (e) 150 VA 13 8(a ) 733 V ( b) 40 V (c) 133 VA 13-9(a)
120 V ( b) 800 V (c) 1 ,333 kVA ( d ) Cr$ 666,70 (e) Cr$ 606,70 ( f ) Sim 13-10(a ) 6 A
( b) 3 A (c) 7,2 A (d ) 14,4 A 13-11 61 esp 13- 12(a) 75 cm 2, 11 ,61 pol2 ( b) 7,5 kG (c)
9 kG 13- 13(a ) 2,25/ 1 ( b) 2,06/ 1 13- 14(a ) 172 W 84, 15 W ( b) 240 Wb/ m 2 229, 5 W
100 W (c) Wb/ m 2 100 W 25 W 13- 15(a ) 0,0066 Q ( b) 367 W (c) 94,75 96,7 97 , 1
97,0 e 96,8 % 13- 16(a ) 100 W ( b) 97 ,5 % (c) 97,8% 13- 17 95, 1 % 13-18(a ) 41 ,6 Q
76 a ( b) 0,104 a 0,19 n (c) 1 ,875% (d ) 3,33% 13- 19(a ) 60 W ( b) 180 W (c)
97,4 % (d ) 98,3 % 13- 20(a) 4,17 % ( b) 95,25 97,3 97,9 98,1 97,7 97,6 % (c)
0,633 ( d ) 98, 2 % 13-21 93,8 96,5 97,5 97,3 97,0 % 13-22 - 4,167 % 13-23
13- 25(a )
'
25,5 kVA 13-24(a ) 50 A 12,5 A ( b ) 62,5 A (c) 60 kVA ( d ) 150 kVA
83,3 A 16,7 A ( b) 83,3 A (c) 66,7 kVA ( d ) 200 kVA 13 26(a ) 30 kW ( b) 120 kW
13- 27(a ) 33,3 kW ( b) 166,7 kW 13- 28(a ) 682 esp ( b) 1.182 esp 13-29(a ) 1.790 esp
( b) 49 esp 13-30(a ) Y - Y : 16,67 kVA 7.625/127,2 V 2,19/131 A ( b) Y- A : 16,67 kVA
7.625/ 220 V 2,19/75,8 A (c) A-Y : 16,67 kVA 13.200/ 127,2 V 1 ,26/ 131 A (d ) A - A :
16,67 kVA 13.200/ 220 V 1 ,26/75,8 A (e) V- V : 28,85 kVA 13.200/ 220 V 2,19/ 131 A
13-31 (a ) 866,7 kVA . ( b) 500 kVA 13-32( a ) 866,7 kVA ( b) 500 kVA 13-33(a ) 400 kVA
( b) 26,6 kV a 15,05 A 2,4 kV a 174 A (c) 0,866 (d ) 1 ,2 MW (e) 73,2 % 50 % 13-34
Transf. princ. V 1 — 132 kV
MVA Transf. de equil. Vt = 114,2 kV
l l = 52,5 A V 2 = 13,8 kV I 2 = 435 A, capacidade = 6,93
= 52,5 A V 2 = 13,8 kV I 2 = 435 A, capaci-
dade = 6,0 MVA 13- 35 tanto (a) como ( b ) I 2 = 90, 2 A e I , = 781 A 13-36 Transf. princ.
- ,
V 2 230 V I 2 = 125,5 A V = 230 V Ij = 108,7 A Transf. de equil. V 2 = 199,2 V
I 2 = 125.5 A Vj = 230 V I = 108,7 A. ,
I

apê ndice

!
608 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

i
T

TABELA A l - — FUNÇÕ ES TRIGONOM ÉTRICAS NATURAIS

Ângulo, * sen tang cot cos Ângulo, 9 Ângulo, 9 sen tang cot cos Ângulo, °
0,0 0,00000 0,00000 oo 1 ,00000 90,0 4,5 0,07846 0,07870 [
,1 ,00175 ,00175
12,706 0,99692 86,5
572,96 1,00000 ,9 ,6 ,08020 ,08046 12,429 ,99678
,2 ,00349 ,00349 ,4
286,48 0,99999 ,8 ,7 ,08194 ,08221 12,163 ,99664 ,3
,3 ,00524 ,00524 190,98 ,99999 ,7 ,8 ,08368 ,08397
,4 11,909 ,99649 >2
,00698 ,00698 143,24 ,99998 ,6 ,9 ,08542 ,08573 11,664 ,99635 ,1
,5 ,00873 ,00873 114, 59 ,99996 ,5 5,0 0,08716 0,08749 11 ,430 0,99619 85,0
,6 ,01047 ,01047 95,489 ,99995 ,4 ,1 ,08889 ,08925 11,205 ,99604 ,9
,7 ,01222 ,01222 81 ,847 ,99993 ,3 ,2 ,09063 ,09101 10,988 ,99588
,8 ,01396 ,8
,01396 71,615 ,99990 2 ,3 ,09237 ,09277 10,780 ,99572
,9 ,01571 * ,7
,01571 63,657 ,99988 ,1 ,4 ,09411 ,09453 10,579 ,99556 ,6
LO 0,01745 0,01746 57,290 0,99985 89,0 ,5 ,09585 ,09629 10,385 ,99540 ,5
,1 ,01920 ,01920 52,081 ,99982 ,9 ,6 ,09758 ,09805 10,199 ,99523 4
,2
,3
,02094 ,02095
,02269 ,02269
47,740 ,99978
44,066 ,99974
,8
J
,7
,8
,09932
,10106
,09981
,10158
10,019
9,8448
,99506
,99488
.
»
3
,2
,4 ,02443 ,02444 40,917 ,99970 ,6 ,9 , 10279 , 10334 9,6768 ,99470 ,1
,5 ,02618 ,02619 38, 188 ,99966 ,5 6,0 0, 10453 0, 10510 9,5144 0,99452 84,0
,6 ,02792 ,02793 35,801 ,99961 ,4 ,1 ,10626 , 10687 9, 3572 ,99434 ,9
,7 ,02967 ,02968 33,694 ,99956 ,3 ,2 , 10800 , 10863
,8 9,2052 ,99415 ,8
,03141 ,03143 31,821 ,99951 ,2 3 , 10973 , 11040
,9 * 9,0579 ,99396 ,7
,03316 ,03317 30,145 ,99945 ,1 ,4 , 11147 ,11217 8,9152 ,99377 ,6
2,0 0, 03490 0,03492 28,636 0,99939 88,0 ,5 , 11320
,1 ,03664 ,03667 27,271 ,99933
, 11394 8, 7769 ,99357 ,5
,9 ,6 , 11494 , 11570 8,6427 ,99337 ,4
,2 ,03839 ,03842 26,031 ,99926 ,8 ,7 , 11667 , 11747 8,5126 ,99317 ,3
,3 ,04013 ,04016 24,898 ,99919 ,7 ,8 , 11840 , 11924 8,3863 ,99297
,4 ,04188 ,04191 23,859 ,99912 >2
,6 ,9 , 12014 ,12101 8,2636 ,99276 ,1
,5 ,04362 ,04366 22,904 ,99905 ,5 7,0 0, 12187 0,12278 8, 1443 0,99255
,6 ,04536 ,04541 22, 022 83,0 r
,99897 ,4 ,1 , 12360 , 12456 8,0285 ,99233
,7 ,04711 ,9
,04716 21 ,205 ,99889 ,3 ,2 , 12533 ,12633 7,9158 ,99211
,8 ,04885 ,8
,04891 20, 446 ,99881 ,2 ,3 , 12706 , 12810 7,8062 ,99189
,9 ,05059 ,05066 19,740 ,7
,99872 ,1 ,4 , 12880 , 12988 7,6996 ,99167 ,6
3,0 0,05234 0,05241 19,081 0,99863 87,0
,1 ,05408 ,05416 18 ,464 ,99854 ,9
,5
,6
,13053
, 13226
,13165
,13343
7,5958
7,4947
,99144
,99122
.,54
,2 ,05582 ,05591 17,886 ,99844 ,8 ,7 ,13399 ,13521 7,3962 ,99098 ,3
,3 ,05756 ,05766 17, 343 ,99834 ,7 ,8 ,13572 ,13698 7,3002 ,99075 ,2
,4 ,05931 ,05941 16,832 ,99824 ,6 ,9 ,13744 ,13876 7,2066 ,99051 ,1
,5 ,06105 ,06116 16,350 ,99813 ,5 8,0 0,13917 0,14054 7,1154 0,99027 82,0
,6 ,06279 ,06291 15 ,895 ,99803 ,4 ,1 , 14090 ,14232 7,0264 ,99002
,7 ,06453 ,06467 15,464 ,9
,99792 ,3 ,2 ,14263 ,14410 6,9395 ,98978
,8 ,06627 ,06642 15,056 ,8
,99780 ,2 ,3 ,14436 ,14588 6,8548 ,98953 ,7
,9 ,06802 ,06817 14,669 ,99768 ,1 ,4 , 14608 , 14767 6,7720 ,98927 ,6
4,0 0,06976 0,06993 14,301 0,99756 86,0 ,5 , 14781 , 14945 6,6912 ,98902 ,5
,1 ,07150 ,07168 13,951 ,99744 ,9 »6 ,14954 ,15124 6,6122 ,98876 ,4
,2 ,07324 ,07344 13,617 ,99731 ,8 ,7 ,15126 ,15302 6,5350 ,98849 ,3 l
,3 ,07498 ,07519 13,300 ,99719 ,7
,4 ,07672 ,07695 12,996 ,99705 .6
,8
,9
,15299
,15471
,15481 6,4596
,15660 6, 3859
,98823
,98796
,2
J
,5 ,07846 ,07870 12, 706“ ,99692 ,5 9,0 0,15643 0, 15838 6,3138 0,98769 81,0
Ângulo, • cos cot tang sen Ângulo, ° Ângulo, 9
cos cot tang sen Ângulo, 9

( continua )

1
\
A Pê N D I C E 609 í

( continuação )

Ângulo, * sen ung cot cos Ângulo, * Ângulo, ° sen tang cot cos Ângulo, •

9,0 0,15643 0,15838 6,3138 0,98769 81 ,0 14,0 0,24192 0,24933 4,0108 0,97030 76,0
,1 , 15816 ,16017 6,2432 ,98741 ,9 ,1 ,24362 ,25118 3,9812 ,96987 ,9
,2 ,15988 ,16196 6,1742 ,98714 ,8 ,2 ,24531 ,25304 3,9520 ,96945 ,8
,3 ,16160 ,16376 6,1066 ,98686 ,7 ,3 ,24700 ,25490 3,9232 ,96902 ,7
,4 ,16333 ,16555 6,0405 ,98657 ,6 ,4 , 24869 ,25676 3,8947 ,96858 ,6 • •
*
,5 ,16505 ,16734 5,9758 ,98629 ,5 ,5 ,25038 ,25862 3,8667 ,96815 ,5
,6 ,16677 ,16914 5,9124 ,98600 ,4 ,6 ,25207 ,26048 3,8391 ,96771 *4
J ,16849 ,17093 5,8502 ,98570 *
3 ,7 ,25376 ,26235 3,8118 ,96727 ,3 i
.8 , 17021 ,17273 5,7894 ,98541 ,2 ,8 ,25545 ,26421 3,7848 ,96682 ,2
,9 ,17193 , 17453 5,7297 ,98511 ,1 ,9 ,25713 ,26608 3,7583 ,96638 ,1

10,0 0,17365 0,17633 5,6713 0,98481 80,0 15,0 0,25882 0,26795 3,7321 0,96593 75,0
,1 ,17537 ,17813 5,6140 ,98450 ,9 ,1 ,26050 , 26982 3,7062 ,96547 ,9
,2 ,17708 ,17993 5,5578 ,98420 ,8 ,2 , 26219 , 26169 3,6806 ,96502 ,8
,3 ,17880 ,18173 5,5026 ,98389 ,7 ,3 , 26387 , 27357 3,6554 ,96456 ,7
,4 ,18052 , 18353 5,4486 ,98357 ,6 ,4 , 26556 ,27545 3,6305 ,96410 ,6

*5
,18224 ,18534 5,3955 ,98325 ,5 ,5 ,26724 ,27732 3,6059 ,96363 ,5
,6 ,18395 ,18714 5, 3435 ,98294 ,4 ,6 ,26892 ,27921 3,5816 ,96316 ,4
,7 ,18567 , 18895 5,2924 ,98261 ,3 ,7 , 27060 ,28109 3, 5576 ,96269 ,3
,8 ,18738 , 19076 5,2422 ,98229 ,2 ,8 ,27228 , 28297 3,5339 ,96222 ,2 :
,9 ,18910 ,19257 5,1929 ,98196 ,1 ,9 ,27396 ,28486 3,5105 ,96174 ,1

11,0 0,19081 0,19438 5,1446 0,98163 79,0 16,0 0, 27564 0,28675 3,4874 0,96126 74,0
J ,19252 ,19619 5,0970 ,98129 ,9 ,1 ,27731 ,28864 3,4646 ,96078 ,9
*2
,19423 ,19801 5,0504 ,98096 ,8 ,2 ,27899 ,29053 3,4420 ,96029 »8
,3 ,19595 ,19982 5,0045 ,98061 ,7 ,3 , 28067 ,29242 3,4197 ,95981 J
A ,19766 ,20164 4,9594 ,98027 ,6 A , 28234 ,29432 3,3977 ,95931 ,6
,5 ,19937 , 20345 4,9152 ,97992 ,5 ,5 , 28402 ,29621 3, 3759 ,95882 ,5
,6 ,20108 , 20527 4,8716 ,97958 ,4 ,6 , 28569 , 29811 3,3544 ,95832 ,4
J ,20279 ,20709 4,8288 ,97922 ,3 ,7 ,28736 , 30001 3, 3332 ,95782 ,3
,8 , 20450 , 20891 4,7867 ,97887 ,2 ,8 ,28903 ,30192 3, 3122 ,95732 ,2
,9 ,20620 , 21073 4,7453 ,97851 ,1 ,9 ,29070 ,30382 3,2914 ,95681 ,1

12,0 0,20791 0,21256 4,7046 0,97815 78,0 17,0 0,29237 0,30573 3,2709 0,95630 73,0
,1 ,20962 ,21438 4,6646 ,97778 ,9 ,1 , 29404 ,30764 3,2506 ,95579 ,9 )

,2 ,21132 ,21621 4,6252 ,97742 ,8 ,2 ,29571 ,30955 3,2305 ,95528 ,8


,3
,4
,21303 ,21804 4,5864 ,97705
,21474 , 21986 4,5483 ,97667
,7
,6
.3
,4
,29737 , 31147 3,2106 ,95476
,29904 ,31338 3,1910 ,95424
,7
,6
!

.,56 ,21644
,21814
, 22169 4,5107
,22353 4,4737
,97630
,97592
,5
,4
,5
,6
,30071
,30237
,31530
,31722
3, 1716
3,1524
,95372
,95319
,5
A
,7 ,21985 ,22536 4,4373 ,97553 ,3 ,7 ,30403 ,31914 3,1334 ,95266 ,3
»8 ,22155 ,22719 4,4015 ,97515 ,2 ,8 ,30570 ,32106 3,1146 ,95213 ,2
.9 ,22325 ,22903 4,3662 ,97476 ,1 ,9 ,30736 ,32299 3,0961 ,95159 ,1

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,1 ,22665 ,23271 4,2972 ,97398 ,9 ,1 ,31068 ,32685 3,0595 ,95052 ,9
» 2 , 22835 , 23455 4,2635 ,97358 ,8 ,2 , 31233 ,32878 3,0415 ,94997 ,8
,3 ,23005 ,23639 4,2303 ,97318 J ,3 , 31399 ,33072 3,0237 ,94943 ,7
,4 ,23175 ,23823 .
4 I 976 Í ,97278 ,6 A , 31565 ,33266 3,0061 ,94888 ,6
í
,5 ,23345 ,24008 4,1653 ,97237 ;s ,5 ,31730 ,33460 2,9887 ,94832 ,5
,6 ,23514 ,24193 4,1335 ,97196 A ,6 ,31896 ,33654 2,9714 ,94777 A 1

,7 ,23684 ,24377 4,1022 ,97155 ,3 ,7 ,32061 ,33848 2,9544 ,94721 ,3


,8 ,23853 ,24562 4,0713 ,97113 ,2 ,8 ,32227 ,34043 2,9375 ,94665 ,2 ;

,9 ,24023 ,24747 4,0408 ,97072 ,1 ,9 ,32392 ,34238 2,9208 ,94609 ,1

14,0 0,24192 0,24933 4,0108 0,97030 76,0 19,0 0,32557 0, 34433 2,9042 0,94552 71,0

Ângulo, ° cos cot tang sen Ângulo, 0


Ângulo, * cos cot tang sen Ângulo, °
!

( continua )
610 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

( continuação )
>
Ângulo, 0
sen tang cot cos Ângulo, Ângulo, ° Ângulo, °
0
sen tang cot cos
19,0 0,32557 0,34433 2,9042 0,94552 *71 ,0 24,0 0, 40674 0,44523 2,2460 0,91355 66,0
,1 , 32722 ,34628 2,8878 ,94495 ,9 ,1 ,40833 ,44732 2,2355 ,91283 ,9
2 ,32887 ,34824 2,8716 ,94438 ,8 ,2 ,40992 ,44942 2,2251 ,91212
,3 ,33051 ,35020 2,8556 ,94380 ,8
,7 ,3 ,41151 ,45152 2,2148 ,91140 ,7
,4 , 33216 , 35216 2,8397 ,94322 ,6 ,4 ,41310 ,45362 2,2045 ,91068 ,6
,5 ,33381 , 35412 2,8239 ,94264 ,5 ,5 ,41469 ,45573 2,1943 ,90996 ,5
,6 , 33545 , 35608 2,8083 ,94206 ,4 ,6 ,41628 ,45784 2,1842 ,90924 ,4
,7 , 33710 ,35805 2,7929 ,94147 ,3 ,7 ,41787 ,45995 2,1742 ,90851 ,3
,8 , 33874 , 36002 2,7776 ,94088 ,2 ,8 ,41945 ,46206 2,1642 ,90778 ,2
,9 , 34038 , 36199 2, 7625 ,94029 ,1 ,9 ,42104 ,46418 2,1543 ,90704 ,1
20,0 0,34202 0,36397 2, 7475 0,93969 70,0
,1
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, 34366 , 36595 2, 7326 ,93909 ,9 ,1 ,42420 ,46843 2,1348 ,90557 ,9
,2 , 34530 , 36793 2, 7179 ,93849 ,8 ,2 ,42578 , 47056 2,1251 ,90483
.3 , 34694 , 36991 2, 7034 ,93789 . ,7 ,3 ,42736 ,47270 2, 1155 ,90408
,8
,7
,4 , 34857 , 37190 2,6889 ,93728 ,6 ,4 ,42894 ,47483 2,1060 ,90334 ,6
,5 ,35021 ,37388 2,6746 ,93667 ,5 ,5 ,43051 ,47698 2,0965 ,90259 ,5
,6 ,35184 , 37588 2,6605 ,93606 ,4 ,6 ,43209 ,47912 2,0872
,7 ,35347 ,37787
,90183 ,4
2,6464 ,93544 ,3 ,7 ,43366 , 48127 2,0778
,8 ,3551 1 ,90108 ,3
,37986 2,6325 ,93483 ,2 ,8 ,43523 ,48342 2,0686 ,90032 2
,9 ,35674 ,38186 2,6187 ,93420 ,1 »
,9 ,43680 ,48557 2,0594 ,89956 ,1
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,1 , 36000 , 38587 2, 5916 ,93295 ,9 ,1 ,43994 ,48989 2,0413 ,89803 ,9
,2
,3
, 36162 , 38787 2,5782 ,93232
, 36325 ,38988 2, 5649 ,93169
,8
,7
,2 .,44151 , 49206 2,0323 ,89726 ,8
,3 , 44307 ,49423 2,0233 ,89649 ,7
,4 , 36488 ,39190 2, 5517 ,93106 ,6 ,4 , 44464 , 49640 2,0145 ,89571 ,6
,5 ,36650 , 39391 2,5386 ,93042 ,5 ,5 ,44620 , 49858 2,0057 ,89493 ,5
,6 , 36812 ,39593 2, 5257 ,92978 ,4 ,6 ,44776 ,50076 1 ,9970 , 89415 ,4
,7 , 36975 , 39795 2,5129 , 92913 ,3 ,7 ,44932 ,50295 1 ,9883 , 89337 ,3
,8 , 37137 ,39997 2, 5002 ,92849 ,2 ,8 ,45088 , 50514 1 ,9797 ,89259 ,2
,9 , 37299 , 40200 2,4876 ,92784 ,1 ,9 , 45243 , 50733 1 ,9711 ,89180 ,1
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,1 ,37622 ,40606 2,4627 ,92653 ,9 ,1 ,45554 , 51173 1 ,9542 ,89021 ,9
,2 , 37784 ,40809 2,4504 ,92587 ,8 .2 ,45710 , 51393 1 ,9458 ,88942 ,8
,3 ,37946 ,41013 2,4383 ,92521 ,7 ,3 , 45865 , 51614 1 ,9375 ,88862 ,7
,4 ,38107 ,41217 2,4262 ,92455 ,6 ,4 ,46020 ,51835 1,9292 ,88782 ,6
,5
.67 , 38268
,38430
,41421
, 41626
2, 4142
2,4023
,92388
,92321
,5
,4
,5 .46175 , 52057 1 ,9210 ,88701 ,5
,6 , 46330 , 52279 1 ,9128 ,88620 ,4
, ,38591 ,41831 2 , 3906 ,92254 3 ,7 , 46484 ,52501 1 , 9047 ,88539 ,3
,8 , 38?752 ,42036 2, 3789 ,92186 ,2 ,8 ,46639 ,52724 1 ,8967 ,88458 ,2
,9 ,38912 ,42242 2,3673 ,92119 ,1 ,9 , 46793 , 52947 1 ,8887 ,88377 J
23,0 0, 39073 0,42447 2, 3559 0,92050 67,0 28,0 0,46947 0,53171 1,8807 0,88295 62,0
,1 ,39234 ,42654 2,3445 ,91982 ,9 ,1 ,47101 ,53395 1 ,8728 ,88213 ,9
,2 , 39394 ,42860 2, 3332 ,91914 ,8 ,2 ,47255 ,53620 1 ,8650 ,88130 ,8
,3 ,39555 ,43067 2,3220 ,91845 ,7 ,3 ,47409 ,53844 1 ,8572 ,88048 ,7
,4 ,39715 ,43274 2,3109 ,91775 ,6 ,4 ,47562 , 54070 1,8495 ,87965 ,6

,5 ,39875 ,43481 2, 2998 ,91706 ,5 ,5 ,47716 , 54296 1,8418 ,87882 ,5


,6 , 40035 ,43689 2,2889 ,91636 ,4 ,6 ,47869 , 54522 1 ,8341 ,87798 ,4
,7 , 40195 ,43897 2,2781 ,91566 ,3 ,7 ,48022 , 54748 1,8265 ,87715 ,3 ri
,8
,9
, 40355 ,44105 2,2673 ,91496 .2 ,8 ,48175 , 54975 1,8190 ,87631 ,2
,40514 ,44314 2,2566 , 91425 ,1 ,9 ,48328 , 55203 1 ,8115 ,87546 ,1

24,0 0,40674 0,44523 2,2460 0, 91355 66,0 29,0 0,48481 0, 55431 1 ,8040 0,87462 61,0
Ângulo, 0
cos cot tang sen Ângulo, 0
Ângulo," cos cot tang . sen Ângulo, *

( continua )
T
APêNDICE 611
( continuação )

Ângulo, 0 sen tang cot cos Ângulo, °  ngulo, ° sen tang cot cos  ngulo, c

29,0 0,48481 0,55431 1,8040 0,87462 61 ,0 34,0 0,55919 0,67451 1 ,4826 0,82904
,1 56,0
,48634 , 55659 1 ,7966 ,87377 ,9 ,1 ,56064 ,67705 1 ,4770 , 82806 ,9
,2 ,48786 ,55888 1 ,7893 ,87292 ,8 ,2 ,56208 ,67960 1 ,4715 ,82708
,3
,8
,48938 , 56117 1 ,7820 ,87207 ,7 ,3 ,56353 ,68215 1,4659 ,82610 ,7
A ,49090 ,56347 1*7747 ,87121 ,6 ,56497 ,68471 1,4605 ,82511
A ,6
• ,5 ,49242 ,56577 1,7675 ,87036 ,5 ,5 ,56641 ,68728 1 ,4550 ,82413 ,5
,6 ,49394 ,56808 3,7603 ,86949 ,4 ,6 ,56784 ,68985 1,4496 ,82314 ,4
,7 ,49546 ,57039 1, 7532 ,86863 ,3 ,7 , 56928 ,69243 1 ,4442 , 82214 ,3
,8 ,49697 ,57271 1, 7461 ,86777 ,2 ,8 , 57071 ,69502 1,4388 ,82115 ,2
,9 ,49849 ,57503 1 ,7391 ,86690 ,1 ,9 ,57215 ,69761 1 ,4335 ,82015 ,1
30,0 0, 50000 0,57735 1 ,7321 0,86603 60,0 35,0 0,57358 0,70021 1 ,4281 0,81915
,1
55 ,0
,50151 ,57968 1 ,7251 ,86515 ,9 ,1 , 57501 ,70281 1,4229 , 81815 ,9
,2 ,50302 ,58201 1 ,7182 ,86427 ,8 ,2 , 57643 ,70542 1 ,4176 ,81714
,3
,8
,50453 ,58435 1,7113 ,86340 ,7 ,3 ,57786 ,70804 1,4124 ,81614 ,7
,4 ,50603 ,58670 1 ,7045 ,86251 ,6 ,4 ,57928 , 71066 1,4071 ,81513 ,6
,5 ,50754 ,58905 1 ,6977 ,86163 ,5 ,5 , 58070 , 713291 ,4019 ,81412 ,5
,6 , 50904 ,59140 1,6909 ,86074 ,4 ,6 ,58212 , 715931,3968 ,81310 ,4
,7 , 51054 ,59376 1 ,6842 ,85985 ,3 ,7 , 58354 , 718571 ,3916 ,81208 ,3
,8 , 51204 ,59612 1, 6775 ,85896 ,2 ,8 ,58496 ,72122 1 ,3865 ,81106 ,2
,9 ,51354 ,59849 1 ,6709 ,85806 ,1 ,9 , 58637 ,72388 1 ,3814 ,81004 ,1
31 ,0 0, 51504 0,60086 1,6643 0,85717 59,0 36,0 0,58779 0, 72654 1, 3764 0,80902 54,0
, 51653 ,60324 1 ,6577 ,85627 ,9 ,1 ,58920 , 72921 1 ,3713 ,80799 ,9
,2 ,51803 ,60562 1 ,6512 ,85536 ,8 ,2 , 59061 ,73189 1 ,3663 ,80696 ,8
» 3 , 51952 ,60801 1,6447 ,85446 ,7 ,3 , 59201 , 73457 1, 3613 ,80593
,4 , 52101 ,61040 1 ,6383 , 85355 , 6 ,4 , 59342 , 73726 1 , 3564 , 80489
,7 I!
,6
,5 , 52250 , 61280 1 ,6319 ,85264 .5 ,5 , 59482 , 73996 1 ,3514 , 80386 ,5
.6 ,52399 ,61520 1,6255 ,85173 ,* ,6 , 59622 , 74267 1 ,3465 ,80232 ,4
,7 ,52547 ,61761 1 ,6191 ,85081 ,3 ,7 ,59763 , 74538 1, 3416 ,80178 ,3
,8 ,52696 ,62003 1,6128 ,84989 ,2 ,8 , 59902 ,74810 1, 3367 ,80073 ,2
,9 ,52844 ,62245 1,6066 ,84897 ,1 ,9 ,60042 , 75082 1 ,3319 , 79968 ,1
32,0 0, 52992 0,62487 1 ,6003 0,84805 58,0 37 ,0 0,60182 0, 75355 1 , 3270 0, 79864 53, 0
,1 ,53140 ,62730 1 ,5941 ,84712 ,9 ,1 ,60321 , 75629 1 ,3222 ,79758 ,9
»2 ,53288 , 62973 1 ,5880 ,84619 ,8 ,2 ,60460 , 75904 1 ,3175 , 79653 >8
*
,3 ,53435 ,63217 1,5818 , 84526 ,7 ,3 ,60599 , 76180 1 ,3127 , 79547 ,7
,4 , 53583 ,63462 1 , 5757 , 84433 ,6 ,4 ,60738 , 76456 1 , 3079 ,79441 ,6
,5 ,53730 ,63707 1 , 5697 ,84339 ,5 ,5 ,60876 , 76733 1,3032 , 79335 ,5
,6 , 53877 ,63953 1,5637 ,84245 A ,6 ,61015 , 77010 1 , 2985 , 79229 ,4
,7 , 54024 ,64199 1 , 5577 ,84151 ,3 ,7 , 61153 ,77289 1 ,2938 , 79122 ,3
,8 ,54171 ,64446 1 ,5517 ,84057 ,2 ,8 ,61291 , 77568 1 ,2892
.9 , 54317 ,64693 1, 5458 ,83962 ,1 ,9 , 61429 ,77848 1,2846
,79016
,78908
,2
,1
33,0 0, 54464 0,64941 1 , 5399 0,83867 57 ,0 38,0 0,61566 0,78129 1 ,2799 0,78801 52,0
,1 ,54610 ,65189 1 ,5340 ,83772 ,9 ,1 ,61704 , 78410 1 ,2753 ,78694 ,9
,2
,3
,54756 ,65438 1,5282 ,83676 ,8 ,2 .61841 , 78692 1,2708 ,78586 ,8
, 54902 ,65688 1,5224 , 83581 ,7 »3 , 61978 , 78975 1 ,2662 ,78478 ,7
,4 , 55048 ,65938 1 , 5166 ,83485 ,6 A ,62115 , 79259 1 ,2617 ,78369 ,6
,5 ,55194 ,66189 1,5108 ,83389 ,5
.6
,7
,55339
,55484
,66440 1,5051
,66692 1 , 4994
,83292
,83195
,4
,3
,5
,6
,62251
,62388
,79544 1,2572
, 79829 1 ,2527
, 78261
, 78152
,5
,4
,7 ,62524 ,80115 1 ,2482 ,78043 ,3
,8 ,55630 ,66944 1,4938 ,83098 2 ,8 ,62660 ,80402 1 ,2437 , 77934
» ,2
,9 ,55775 ,67197 1,4882 ,83001 ,1 ,9 ,62796 ,80690 1,2393 ,77824 ,1
34,0 0,55919 0,67451 1 , 4826 0,82904 56,0 39,0 0,62932 0,80978 1 ,2349 0,77715 51 ,0
Ângulo, ° cos cot tang sen Ângulo, ° Ângulo, 0
cos cot tang sen Ângulo, °

( continua )
612 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

( continuação )
1
Ângulo, ° sen tang cot cos Ângulo, * Ângfclo, ° sen tang cot cos Ângulo, *

39,0 0,62932 0,80978 1,2349 0,77715 51,0 42,0 0,66913 0,90040 1 ,1106 0,74314 48,0
,1 ,63068 ,81268 1,2305 ,77605 ,9 ,1 ,67043 ,90357 1,1067 ,74198 ,9
,2 ,63203 ,81558 1,2261 ,77494 ,8 ,2 , 67172 ,90674 1 ,1028 ,74080 ,8
,3 ,63338 ,81849 1,2218 , 77384 ,7 *
3 ,67301 ,90993 1 ,0990 ,73963 ,7
A ,63473 ,82141 1,2174 ,77273 ,6 ,4 ,67430 ,91313 1 ,0951 ,73846 ,6
v
,5 ,63608 ,82434 1,2131 ,77162 ,5 ,5 ,67559 ,91633 1 ,0913 ,73728 *
5
,6 ,63742 ,82727 1,2088 ,77051 ,4 ,6 ,67688 ,91955 1,0875 ,73610 ,4
,7 ,63877 ,83022 1,2045 ,76940 ,3 ,7 ,67816 ,92277 1,0837 ,73491 ,3
,8 ,64011 ,83317 1,2002 ,76828 ,2 ,8 ,67944 ,92601 1 ,0799 ,73373 ,2
,9 ,64145 ,83613 1 ,1960 ,76717 ,1 ,9 ,68072 ,92926 1 ,0761 ,73254 ,1

40,0 0,64279 0,83910 1 , 1918 0,76604 50,0 43,0 0,68200 0,93252 1,0724 0,73135 47,0
,1 ,64412 ,84208 1,1875 , 76492 ,9 ,1 ,68327 ,93578 1,0686 ,73016 ,9
,2 ,64546 ,84507 1 , 1833 , 76380 ,8 ,2 ,68455 ,93906 1,0649 ,72897 ,8
,3 ,64679 , 84806 1 , 1792 ,76267 ,7 ,3 ,68582 ,94235 1 ,0612 ,72777 ,7
A ,64812 ,85107 1 , 1750 , 76154 ,6 A ,68709 ,94565 1 ,0575 ,72657 ,6

40,5 0, 64945 0,85408 1 ,1708 0, 76041 49,5 > 5 ,68835 ,94896 1 ,0538 ,72537 ,5
,6 ,65077 ,85710 1 , 1667 ,75927 ,4 ,6 ,68962 ,95229 1 ,0501 ,72417 ,4
,7 ,65210 ,86014 1 ,1626 , 75813 , 3- ,7 ,69088 ,95562 1 ,0464 ,72297 ,3
,8 ,65342 ,86318 1 , 1585 ,75700 ,2 ,8 ,69214 ,95897 1,0428 ,72176 ,2
,9 ,65474 ,86623 1,1544 , 75585 ,1 ,9 ,69340 ,96232 1,0392 ,72055 ,1

41,0 0,65606 0,86929 1,1504 0, 75471 49,0 44,0 0,69466 0,96569 1,0355 0,71934 46,0
,1 ,65738 ,87236 1 , 1463 ,75356 ,9 ,1 ,69591 ,96907 1 ,0319 ,71813 ,9
,2 ,65869 ,87543 1, 1423 , 75241 ,8 ,2 ,69717 ,97246 1,0283 ,71691 ,8
,3 ,66000 ,87852 1,1383 , 75126 ,7 ,3 ,69842 ,97586 1 ,0247 ,71569 ,7
,4 ,66131 ,88162 1,1343 , 75011 ,6 ,4 ,69966 ,97927 1 ,0212 ,71447 ,6

,5 ,66262 , 88473 1, 1303 , 74896 ,5 ,5 ,70091 ,98270 1 ,0176 ,71325 ,5


,6 ,66393 ,88784 1 , 1263 , 74780 A ,6 ,70215 ,98613 1,0141 ,71203 ,4
,7 ,66523 ,89097 1,1224 , 74664 ,3 ,7 ,70339 ,98958 1 ,0105 ,71080 » 3
,8 ,66653 ,89410 1 ,1184 ,74548 ,2 ,8 ,70463 ,99304 1,0070 ,70957 ,2
,9 ,66783 ,89725 1 ,1145 ,74431 ,1 ,9 ,70587 ,99652 1,0035 ,70834 ,1

42,0 0,66913 0,90040 1 ,1106 0,74314 48,0 45,0 0, 70711 1,00000 1 ,0000 0, 70711 45,0

Ângulo, * cos cot tang sen Ângulo, • Ângulo, * cos cot tang sen Ângulo, °

v
n
i

A P HN D I C E 613
i
J f
AP ÊNDICE A-2 — SÍ MBOLOS GR Á FICOS*

(a ) <b ) (c ) (d )

Bobina de rele Bobina e n úcleo Atuador


solen óide

(e ) IP (f ) (g ) (h)

Imã permanente N úcleo magn ético N ú cleo moldado N úcleo ajust á vel

(i )
r\ ? II
?
( j) -
o nnp o -
Contador Pulsador Vibrador Toróide

. - — Sí mbolos
Fig A l para enrolamentos, n úcleos e
dispositivos magnéticos. ;
J

( c)

Geral Armadura Rotor bobinado Escovas em


( GERAL ) ( MOV .) -
curto circuito

(f ) QQQ <g > <h)


Sé rie Enrolamentos polares Composto
Monof á sico
Trif á sico

< j) (I )

S íncrono Partida à repulsão P ólo ranhurado Histerese

.
Fig A 2 - — Sí mbolos para má quinas girantes.

* Extra ído de SHIERS, G., Electronic Drafting , Prentice-Hall, 1962 .


614 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

Fixado Variá vel


( a)
'VW

( b) f)

t
Com derivações
( C)
< g)

( d) —[

Fig . A- 3 — Sí mbolos de resistores .

w
*
(a ) (b) «o —>M (d )

Retificador Simétrico Díodo de Zener


( limitador de tensã o) Díodo P N
(rupturaB)
-

( f)
Base
; ( g) ( h)

Bipolar Semicondutor ( base ) e ligações


(limitador de tensão)

(i) (] ) (k )

Coletor Emissor P Emissor N

Fig. A-4 — Sí mbolos de semicondutores.


f
A Pê NDICE 615

(h)
—o
Fechamento de circuito
(a )
o
(d) —o
Abrir — fechar

o
V
Abertura de circuito
DPDT

• i,

o
(b) Fechar
( e) t
Chave

Interromper

;T
o o- Transferência !

(c )
Fechar O o T a
(g) o
Q. & o o o
Interromper 3 posi ções 2 circuitos

Fig. A-5 — Sí mbolos para chaves básicas.

I
TNTP
I
N -\ P N Ph —1 N| PT I N |—
Emissor Coletor

(a ) <b)

tipo p - n - p Tétrodo

—I PIN P Nf — — PI N| P ] N —~

/ Â nodo Cátodo

( f)
*
Base dupla Unijunção Retificador controlado

Fig . A-6 — Sí mbolos bá sicos para transístores.


616 M áQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

(a ) ) 1
(b) (c) (d ) iT (e )
i
Interruptor de circuito SPNO SPNC Transferência Fechamento em sequência
no tempo

1 11 -+
< *

n i I ll4
( ) j
(f ) ( g) (h)
nzn
ô [
r-rr c J tf !
oca
Fechamento em sequência Limite Rotatório Chave de mostrador
no tempo

Fig. A-7 — Sí mbolos para chaves de contato e para fins especiais.

o
(a ) o O
o t (d )
A
(9)
O
Forma A ( fechar ) Forma D ( fechar , interromper )
SPSTNO ( transferência de continuidade) o

o
n
o
(b )
o
O 1 (e )
o I A
<h )
o
<> t
Forma B (fechar) O t
Forma E Laço mecâ nico
SPSTNC ( fechar , abrir, fechar )

o
r\
(c ) (f ) SR U) D (k)
o
Forma C ( fechar, abrir ) '
Livrador lento Diferencial Disposição
SPOT ( transferência ) de contato

Fig. A-8 — Sí mbolos para relês.


i

A Pê NDICE 617 j 1

I*
( a) (b) (c ) ( d) !

Fus í veis Cintilador Termostato ( NC ) ¥

*
(f) (g) i h)

Relé térmico Lâmpada de lastro Termopar

/
!
( j)

L
TermistQr Semicondutor
. -
Fig A 9 — Sí mbolos para dispositivos operados termicamente.

f
í?

;
1
i
618 MáQUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

TABELA A-3 — CORRENTES À PLENA CARGA EM AMPÈRES (


MOTORES DE CORRENTE CONTlNUA ( NEC 430-417)

Os valores seguintes de correntes à plena carga são para motores funcionando à velocidade de base.

HP 120 V 240 V

lu
í
2,9 1,5
/3 3,6 1 ,8
v 2 5,2 2,6
7* 7,4 3,7
1 9,4 4, 7
1 V2 13,2 6,6
2 17 8,5
3 25 12, 2
5 40 20
772 58 29
10 76 38
15 55
20 72
25 89
30 106
40 140
50 173
60 206
75 255 .
100 341 ;

125 425
150 506
200 675
'!

A Pê N D I C E 619

TABELA A 4 - — CORRENTES À PLENA CARGA EM AMPÈRES 1


>

MOTORES MONOFÁ SICOS PARA CORRENTE ALTERNADA i

( NEC 430- 148 )

Os valores seguintes de correntes nominais são para motores funcionando às velocidades usuais
e motores com caracter ísticas normais de torque. Motores constru ídos para velocidades especial - /

mente baixas ou torques elevados podem ter correntes à plena carga mais altas, em cujo caso
dever ã o ser usadas as correntes nominais de placa .
-
Para obter correntes à plena carga de motores de 208 e 200 V, aumentam se em 10 e 15
por cento, respectivamente, as correspondentes correntes nominais do motor de 230 V .
As tensões relacionadas são tensões nominais do motor . Tensões de sistema nominais cor -
respondentes são 110 a 120, 220 a 240, 440 a 480.
i

í
HP 115 V 230 V 440 V
i
u 4, 4 2, 2
v» 4 5, 8 2,9
'
5

/3 7 ,2 3,6
1
/2 9,8 4 ,9
3
U 13,8 6,9

1 16 8 •i

I 1/, 20 10
2 24 12 Á
3 34 17

5 56 28
71 1/ 2 80 40 21
10 100 50 26

*
620 M á QUINAS ELéTRICAS E TRANSFORMADORES

TABELA A 5 - — CORRENTE À PLENA CARGA*


MOTORES TRIFÁSICOS CA ( NEC 430 150) -
Tipo de indução Tipo sí ncrono
Rotor tipo gaiola de esquilo e bobinado, ampê res Fator de potê ncia unitá rio, ampè resj "

HP 110 V 220 V 440 V 550 V 2.300 V 220 V 440 V 550 V 2.300 V


i
/2 4 2 1 0,8
3
U 5,6 2,8 1 ,4 U
1 7 3,5 1 ,8 1,4

lVa 10 5 2, 5 2,0
2 13 6,5 3,3 2,6
3 9 4,5 4

5 15 7,5 6
7 V2 22 11 9
10 27 14 11

15 40 20 16
20 52 26 21
25 64 32 26 7 54 27 22 5,4

30 78 39 31 8,5 65 33 26 6, 5
40 104 52 41 10,5 86 43 35 8
50 125 63 50 13 108 54 44 10
:
60 150 75 60 16 128 64 51 12
75 185 93 74 19 161 81 65 15
100 246 123 98 25 211 106 85 20

125 310 155 124 31 264 132 106 25


150 360 180 144 37 158 127 40
200 480 240 192 48 210 168 40

Para correntes de plena carga de motores de 200 e 208 volts, aumenta-se a correspondente corrente
de plena carga do motor de 220 volts em 6 e 10 por cento, respectivamente.
* Estes valores de corrente de plena carga são para motores funcionando às velocidades
usuais,
acionados por meio de correia e com caracter ísticas normais de torque. Motores constru í dos para
velocidades especialmente baixas ou torques elevados podem exigir mais corrente de
funcionamento,
em cujo caso dever á ser usada a corrente nominal de placa.
T Para FP de 90 e 80 por cento, os dados acima deverão ser multiplicados por 1 , 1 e 1 ,25,
respectivamente .
As tensões relacionadas são para tensões nominais do motor. Tensões de sistema nominais
correspondentes são 110 a 120, 220 a 240, 440 a 480 e 550 a 600 volts.
i

APENDICH 621 Í fl

TABELA A-6 — LETRAS DE CÓ DIGO, INDICANDO ROTOR BLOQUEADO


-
( NEC 430 76)

Quilovolt - ampé re por HP com


Letra de código
rotor bloqueado

A 0 3 , 14
B 3, 15 — 3,54
C
D
3, 55 — 3,99
4,0 4,49
E
í
4, 5 4,99
F 5 ,0 5, 59
G 5,6 6, 29 i

H 6,3 7,09
J 7, 1 7,99
K 8,0 8,99
L 9 ,0 9 ,99
M 10,0 — 11 , 19
'
N 11 , 2 — 12 ,49
P 12 ,5 — 13,99 !
R 14,0 — 15,99
S 16,0 — 17 ,99
3
T
U
18,0 — 19,99
20,0 — 22 , 39
V 22,4 — e acima

A tabela acima é um padrão adotado pela National Electrical Manufacturers Association .


A letra de código indicando entrada no motor com rotor bloqueado deve estar num bloco
individual na placa , desenhado apropriadamente. Esta letra de código deve ser usada para determinar
a proteçã o para sobrecorrente de circuito derivado, pela referê ncia à Tabela A 7.
-

i
622 M áQUINAS EL éTRICAS E TRANSFORMADORES

TABELA A -7 — CAPACIDADE M Á XIMA OU AJUSTAMENTO DOS DISPOSIT


IVOS
PROTETORES DO CIRCUITO DERIVADO DO MOTOR , MARCADOS
COM UMA
LETRA DE C Ó DIGO INDICANDO ROTOR BLOQUEADO EM KVA ( NEC
430- 152)

Percentagem da corrente de plena carga


-
Ajustamento do interruptor
Tipo de motor do circuito
Capac .
fusí vel
Tipo Limite de tempo
instantâ neo tipo

Todos os motores CA mono e polif ásicos do tipo


gaiola de esquilo e motores s í ncronos com tensã o
nominal , partida a resistor ou reator :
Letra de código A 150 150
Letras de código B até E 250 200
Letras de código F até V 300 250
Todos os motores CA tipo gaiola de esquilo e s í n-
cronos com partida por meio de autotransfor-
mador :
Letra de código A 150 150
Letras de código B até E 200 200
Letras de código F até V 250 200

Para certas exceções dos valores especificados nas Seçs. 430- 52 e 430- 54 ( NEC) .
Os valores dados na ú ltima coluna també m cobrem as capacidades dos
tipos com limite de
tempo , n ã o ajust á veis, de interruptores de circuito, que també m podem ser
modificados como na
Seç. 430-52 ( NEC).
Os motores s í ncronos do tipo de baixo torque e baixa velocidade ( usualmente
450 rpm ou menos ),
tais como sã o usados para acionar bombas , compressores alternados, etc , que
. partem a vazio , n ão
requerem ajustamento da capacidade do fusí vel ou do interruptor do
circuito acima de 200 por cento
de corrente de plena carga .
Para os motores não marcados com uma letra de código, veja a Tabela
A -8 .
623 *!
A PÊNDICE 0

TABULA A-8 —
CAPACIDADE M Á XIMA OU AJUSTAMENTO DOS DISPOSITIVOS
PROTETORES DO CIRCUITO DERIVADO DO MOTOR , PARA MOTORES N ÃO
MARCADOS COM UMA LETRA DE CÓ DIGO INDICANDO ROTOR BLOQUEADO,
KVA ( NEC 430-153)

Percentagem da corrente de plena carga

Ajustamento do interruptor
Tipo de motor do circuito
Capac.
fusí vel
Tipo Limite de tempo
instant â neo tipo

Monof ásicos, todos os tipos 300 250


Gaiola de esquilo e s í ncronos (tensã o plena , partida
a resistor e a reator ) 300 250
Gaiola de esquilo e sí ncronos ( partida com auto-
transformador )
Nã o mais de 30 A 250 200
Mais de 30 A 200 200
Gaiola de esquilo de alta reatâ ncia
N ã o mais de 30 A 250 200
Mais de 30 A 200 200
Rotor bobinado 150 150
Corrente cont í nua
N ã o mais de 50 HP 150 250 150
Mais de 50 HP 150 175 150
Fechado ( tipo hermé tico)*
Compressor com refriger. 400 kVA rotor bloq. ou
menos 175 t 175Í

Para certas exceções aos valores especificados nas Seçs . 430- 52 e 430-59 ( NEC). Os valores
dados na última coluna també m cobrem as capacidades dos tipos de limite de tempo, n ã o ajust á veis,
de interruptores de circuito, que també m podem ser modificados como na Seç. 430- 52 ( NEC).
Os motores sí ncronos do tipo de baixo torque e baixa velocidade ( usualmente 450 rpm ou menos),
tais como os usados para acionar bombas e compressores alternados, etc., com partida a vazio, n ã o
requerem um ajustamento na capacidade do fusí vel ou no interruptor do circuito alé m de 200 por cento
da corrente de plena carga.
Para motores marcados com uma letra de c ódigo, veja a Tabela A -7.
* Os kVA a rotor bloqueado sã o o produto da tens ã o do motor e da corrente a rotor bloqueado,
do motor, dados na placa do motor, divididos por 1.000 para motores monof á sicos, ou divididos por
580 para motores trifá sicos .
Í Este valor pode ser aumentado até 225 por cento , se necessá rio, para permitir a partida.
624 MáQUINAS ELéTRIC AS E TRANSFORMADORES

TABELA A-9 — TORQUES E CORRENTES NOMINAIS E DE


PARTIDA DE V
V Á RIAS CLASSES DE MOTORES DE INDU ÇÃ
DE 220 V * ot
Corrente de partida Torque de partida , percentagem do torque nominal
A à tensã o nominal
Corrente
Motor nominal
HP A Classes Classe
B, C, D F
Classes A e B Classe C

4 pólos 6 pólos 8 pólos 4 pólos 6 pólos 8 pólos

0, 5 2 ,0 12 150
J .O 3, 5 24 275 175 150
1 ,5 5,0 35 265 175 150
2 6, 5 45 250 175 150
3 9,0 60 250 175 150 250 225
5 15 90 185 160 130 250 250 225
7 ,5 22 120 175 150 125 250 225 200
10 27 150 175 150 125 250 225 200
15 40 220 165 140 125 225 200 200
20 52 290 150 135 125 200 200 200
25 64 365 150 135 125 200 200 200
30 78 435 270 150 135 125 200 200 200
40 104 580 360 150 135 125 200 200 200
50 125 725 450 150 135 125 200 200 200
60 150 870 540 150 135 125 200 200 200
75 185 1.085 675 150 135 125 200 200 200
100 246 1.450 900 125 125 125 200 200 200
125 310 1.815 1.125 125 125 125 200 200 200
150 360 2.170 1.350 125 125 125 200 200 200
200 480 2 900 1.800 125 125 125 200 200 200

* Para modifica ções na tensã o, usem -se as seguintes equações


:

=—
V
a . Corrente de partida x Is
em que K, é a nova tensão aplicada ao estator e é a corrente de partida na tabela
Is
acima .

b. Torque de partida lxr


= Í220
em que Ts é o torque de partida na tabela acima.
T Correntes de partida de motores classe A sã o usual mente mais altas que as correspondentes
das classes B, C e D.
Correntes de partida de motores classe D sã o usualmente mais altas que as correspondentes
das
classes A , B e C.
Os torques de partida de motores classe F são usualmente mais baixos que
os correspondentes 1
às classes A , B e C.

1
r

INDICE REMISSIVO j

A ção geradora , 28 , 29 , 32 , 72 , 211, 214, 300 forma de onda , 62


Ação motora , 28, 29 , 32 , 72, 211, 214, 300 frequ ência , 66, 165
Alternador: generalidades, 164
caç a ao sincronismo , 216 imped â ncia s íncrona , 177 , 183
capacidade , 487 e ss. operação em paralelo, 202
caracter ísticas, 170 71- perdas no , 461, 474-5
circuito equivalente , 169 , 177 pot ência sincronizante, 211 e ss.
construção , 41, 165 e ss. quedas de tensã o , 171
construçã o do campo, 165 reação da armadura , 46 , 154, 157 , 171,
-
corrente de curto circuito , 184 246
enrolamentos da armadura, 48 e ss., 55 e reatâ ncia da armadura , 44, 166
ss., 165 regulação, 170, 175 , 178
ensaio a circuito aberto , 179 reguladores de tensão , 175 , 176
ensaio da resist ê ncia , 178 relações de velocidade-frequ ê ncia , 168
-
ensaio de curto circuito, 180 rendimento, 473, 477
excita ção por fonte externa , 171 resfriamento com hidrogénio, 168, 476
excitatriz , 177 sincroniza ção , 203, 218
fator de distribuição, 59 e ss. tensão gerada, 65, 171
fator de passo, 57 triâ ngulo de imped â ncia, 177
fator de pot ê ncia, 171, 174-5 ventilação , 475
626 MÁQUINAS ELÉTRICAS E TRANSFORMADORES

Amplidino , 438 -
resultante, 143 4 \
Amplificador rotativo, 438 Campo de referê ncia:
Anel de Gramme, enrolamento da armadura, 18 entrada, 441
Ângulo de torque, 240 e ss., 255 e ss. tensão, 443
Armadura : -
Campo série, 40
construção, 39, 41
controle da tensão, 124 e ss.
-
Campo shunt , 40
Capacidade:
enrolamento em anel de Gramme, 18 de máquinas elétricas, 22, 487
enrolamentos, 40, 48 e ss., 55 e ss. de motores, 495
estacionária, 165 e ciclo de trabalho, 491, 495
fluxo da, 141, 142, 184 e potência, 22 , 487
impedância total, 45 e temperatura, 487
inversão do circuito, 132 fatores que afetam a, 487 , 495
ligada em estrela , 178 trabalho continuo, 491, 495
núcleo da, 39 trabalho intermitente, 491, 495
reação da, 88, 140 Capacitor (compensador ) síncrono, 275 , 270
reatância, 44, 153, 166, 171 Carcaças, 39, 491 e ss.
reatância indutiva, 45 Chave centrífuga, 126, 362, 497
resistência, 53, 73 Ciclo de trabalho , 491
-
Auto excita ção, condições para a , 83, 85
Autotransformador:
Circuito de armadura, queda de tensão, 88
Circuito equivalente:
capacidade, 557 e ss. da armadura , 18
fásicos, 367
-
controle da velocidade em motores mono do gerador CC, 7 3
do gerador composto, 76
liga ções, 553
monof ásico, 331
-
do gerador série, 75
do gerador -shunt , 73
na partida à tensão reduzida, 331 do motor de indução, 323
partida , motor a duplo capacitor, 369 Circuitos magnéticos, 43, 45
-
perigos no , 561 2
polifásico, 331
Cobre, perdas ( v. Perdas no cobre)
Coeficiente de dispersão, 47
l

rendimento, 560 Compensação, grau de, 94, 96


variá vel, 553 Comutador :
do rotor da armadura, 39
Bobina : e arco, 55 , 150
alcance ou abarcamento, 49 elementar , 15
de equilíbrio, 416 segmentos do, 39, 55
de passo fracionário, 50 Concatenação, 296 e ss.
de passo inteiro , 50 Condutor:
de reatância, 416 fem induzida no, 4 e ss.
reatâ ncia , 166, 171 fem induzida por volta , 4 e ss., 23
tensão média nominal , 25 Conexão:
Bobinas polares, 47 shunt-curta, 76
Bomba eletromagnética, 402 -
shunt longa , 76
Conjunto compensador , 414
Caça ao sincronismo: Controle:
no alternador , 216 da tensão , 443
no motor síncrono, 230-32
-
no conversor rotativo, 405 , 412 3 da velocidade, 114, 341, 443
do amplidino, 438 e ss.
técnicas , 217 do campo. 124 e ss.
Campo : do sentido de rotação, 132
bobinas do (ou polares), 47 Conversão:
controle do , 124 e ss. de energia eletromagnética , 2
de controle, 440 Conversor inverso, 405
de controle de realimentação, 441 Conversores: t
-
de referência, 438, 441, 443 4
descarga do, 48
correntes em, 408 e ss.
de fases, 420
girante, 165, 232 e ss., 296, 360 de frequência, 344
mversão do, 85 , 132 reação da armadura em , 403
reostato de, 41, 84, 116, 121 relações de conversão, 409
resistência crítica, 84 rotativos monofásicos, 404

í
J
*

fríDICE REMISSIVO 627


1
sr
rotativos polifásicos, 408 Equalizador , 199 e ss.
Corrente: Escorregamento:
da armadura e campo magnético produzido, definição, 301, 304 í
141 medida , 328
-
de curto circuito, 184
do rotor, 306
unitário, 322
Escovas:
sincronizante, 211 e ss. ané is-suporte, 40
unidirecional , 17 centelhamento, 46
Correntes parasitas, 300 deslocamento das, 145, 153
Curva: deslocamento no motor de repulsão, 376
de magnetização no alternador, 179 queda (tensão ) nas, 73 e ss., 88, 114 e ss.,
de magnetização no gerador CC, 79 e ss. 119
de saturação , 79 , 123, 179 Estator , 479
V do motor sí ncrono, 251 Excitação: i

dupla, 43, 142, 230, 295


Dinamotor , 402 independente , 82 e ss. r
Disco de Faraday, 15 na armadura e no campo, 45 , 141
Dispersão : plena de campo, 121
?
coeficiente de, 47 Excitatrizes:
fluxo de, 45 e ss. de campos m últiplos, 441
magn ética, 47 de gerador-derivação CC, 230
reatância de, 45
Dispositivos de desmagnetização, 444 Fases, indicador de sequ ência de, 219, 222
Dispositivos de partida:
de ligação à linha , 330
Fator:
de rotor bobinado, 315
de distribuição, 59 e ss.
de passo, 50, 57
Dispositivos sincronizantes, 421
-
para motores CC , 119 , 120 21
Fator de potência:
Dupla excita ção, 43 correção do , 263, 271
do capacitor síncrono, 270
do motor de indução polifásico, 311 i*
Efeito estroboscópico, 329 do motor síncrono, 248, 263
Efeitos eletromagnéticos, 3
Enrolamento :
efeito s/ motor síncrono, 251 e ss.
-
efeito s / regulação de altemadores, 174 5
de campo do estator , 40 limite econó mico da melhora, 271
de compensação, 40, 148 unitário, 155
Enrolamentos amortecedores, 217 , 230, 236
Enrolamentos da armadura : -
zero , 156 7
Feedback ( V. Realimentação )
abertos e fechados, 55 fem:
cordados ou de passo fracionário, 50, 57
de camada simples, 56 -
auto induzida, 45 , 48
de forma quadrada, 17
de camada dupla , 56 de transformação, 359
de passo fracionário, 57 , 62 de velocidade, 359
d ú plex , 52
-
distribuídos e concentrados, 56-7 , 59 60 do transformador, 260
induzida , 4, 5, 6, 65
em anel de Gramme, 18, 21 média, 23, 65
fator de distribuição, 59
imbricados, 50, 52, 54, 165 senoidal, 13
-
no rotor, 305 6
imbricados simplex , 50, 52 fem induzida :
multiplex , 52 sentido, 9
ondulados, 50, 52 , 54, 165 variação do fluxo sobre a, 7 , 8
tipos de, 48, 50, 54-5 Fluxo:
Ensaio : da armadura, 184
a circuito aberto , 178 e ss., 478, 480 da desmagnetização, 142
a curto-circuito, 178 e ss., 478 .
de dispersão, 45 e ss. 512
a rotor bloqueado, 480 de magnetização transversal, 143-4
a vazio , 481 distorção do, 5, 143, 145-6
da impedâ ncia sí ncrona, 177 , 178, 181 do campo principal, 142 , 147
da resistência, 178 magnético, cálculo, 46
do funcionamento a vazio, 465 mútuo, 44, 143, 512, 518
-
sob carga, 485 6 redu ção no, 147
fi
628 MÁ QUINAS ELÉTRICAS E TRANSFORMADORES

For ça : resist ê ncia do campo, 82 , 84 <


-
contra eletromotriz, 26* 29 , 31, 113, 114,
116,
resistor de drenagem, 96
119, 472 Rototrol, 93, 441
de relutâ ncia, 3 tipos, 7 3
e pot ência mecâ nica , 116 tipos especiais de, 397
e velocidade do motor , 114 Gerador:
eletromotriz, 26 composto, 73, 76, 93, 96
sobre um condutor, 26 e ss . - cumulativo, 94, 96
Força eletromagnética : - diferencial, 94, 97
e indução eletromagnética, 2, 26 - normal, 95 *
e torque eletromagnético , 107 -
Gerador série, 92
Frequ ência:
- -
Força magneto motriz , 57 , 80 , 84 , 123, 148 9, 167 Gerador série CC , 73, 75
-
Gerador shunt :
conversor de, 344
das máquinas síncronas CA, 6 6 #
-
auto excitação do, 83 e ss.
CC, 73, 82 e ss.
do rotor, 303 circuitos, 74
variador de, 277 Grau de compensação, 94, 96

Gerador: Harmó nicas, 57 , 62 -4, 144


a tr ês condutores, 413 Histerese:
auto-excitado, 441 efeito da, 81, 89, 528 e ss.
de Dobrowolsky, 41, 416 motor de, 282
de dupla corrente, 413 perdas por, 461 e ss.
de indução, 44, 304, 342 HP:
de pólo desviado, 398 cálculo, 496
de três escovas, 399 capacidade em, 487 e ss.
generalidades, 12 do motor , 130
. homopolar, 401 )
seleção do, 495 Impedância:
tensões nominais no , 490 equivalente, 169 e ss.
Gerador CA ( V. Alternador) sí ncrona, 177 e ss., 181
Gerador CC: triâ ngulo de, 177
-
auto excitação do, 83, 85 Indicador de sequ ência de fases, 219, 222
-
auto excitado, 78, 82 , 85
capacidade, 487 e ss.
Indução:
conversor de fases, 420
características, 79 e ss., 87 e ss. conversor de frequência, 344
circuito equivalente, 73 e ss. -
eletromagnética , 3 5 , 10, 11
curva de magnetiza ção, 79 , 81 , 83 gerador de , 43, 304, 342
de excitação independente, 78, 171 lei de Faraday, 4
de pólo desviado, 398 regulador do motor de, 481
de tr ês condutores, 413 Indut â ncia, 45
de tr ês escovas, 399 Instabilidade, 216 , 230
diferencial, 94, 97
distribuição de fluxo no, 142
Intensificador ou elevador de tensão, 93, 275 6
Interpolos, 40, 45 , 153-4
-
efeito da velocidade no , 89, 99 e ss.
excitação do, 82 Lei:
grau de compensação, 94, 96 de Faraday, 4
hipercomposto , 94 5 - de Henz, 10, 11
hipocomposto, 95 6
homopolar , 401
- de Neumann , 4
do circuito magnético, 46
interpolos no, 154 Ligações, conexões, 132, 493-4
liga ções equalizadoras, 199 Linha :
operação em paralelo, 196, 198 e ss. de transmissão de tensã o , 275
polaridade, 13 neutra magnética, 142- 3, 145 , 153
princípios do, 72
regulação de tensão no, 91 Magnetismo residual, 80, 85
regulação do, 96 Mancais, 498
Regulex, 441 Manutenção, 497 e ss.
rendimento, 460, 465 e ss. Máquina :
resistência crítica, 84 composta , 41 , 76 e ss., 93 e ss., 96 e ss.

S
.
ÍNDICE REMISSIVO 629 K'

if
de indu ção assíncrona, 294 e ss. de histerese, 282 , 235
multipolar universal, 143 de potência fracionaria, 354
potência interna desenvolvida, 195 de relutâ ncia, 281
pot ência sincronizante, 211 e ss
pot ência total gerada /fase, 195
. de repulsão, 376, 380
-
de repulsão indução , 376, 380
!
síncrona, 41 , 66, 168, 246 , 296 de velocidade ajustá vel, 493
síncrona de campo mó vel , 41 constante, 230, 240
universal , 140, 168, 295 múltipla, 341, 493
Máquinas elétricas: variá vel, 493
ac íclicas , 401 variá vel e ajustável, 493
compara ção gerador x motor, 29 e ss. definições (velocidade ) , 492 e ss.
constru ção , 39 fcem no , 25 - 6 , 29, 31, 113 e ss.
conversão de energia nas, 2 e ss., 463 e ss. não reversível, 493
conversão de pot ê ncia nas, 463 e ss. pequeno, 354
correntes nominais, 22 reversível à baixa velocidade, 368, 493
de indução , 43 reversível em funcionamento, 368, 493
de indu ção assíncrona, 43 seleção do , 495
efeito do nP de pó los, 21 síncrono , vantagens, 230 k
especiais, 397 síncrono de indu ção , 279
estator, 39 síncrono nã o -excitado , 279 e ss.
girantes, 458 supersíncrono, 27 8
homo polares, 15 , 401 Motor CC:
perdas de pot ê ncia, 460 e ss. armadura, 119 e ss.
possibilidades, 38 características, 106
princípios, 29 e ss. características de torque, 121 e ss., 130
reação da armadura em, 157 caracter ísticas de velocidade, 114, 124
relações de energia em, 463 e ss. carcaças, 491
rendimento, 460 composto, 123 x

rotor, 39 controle de resist ê ncia, 119


tensõ es nominais, 22, 490 corrente da armadura no, 119
Materiais isolantes, 489 de velocidade constante, 124 e ss. . »

Método: deslocamento das escovas, 145


AIEE, 485-6 dispositivos de partida , 119 e ss.
ASA, 178 efeito da reação da armadura, 133
da lâ mpada acesa, 219 enrolamento de compensação , 148
da lâ mpada apagada , 219 frenagem, 132 , 493
da lâ mpada girante, 219 frenagem dinâ mica, 132
de imped â ncia síncrona , 177 ess., 183 e ss. inversão da rota ção da armadura , 132
de escorregamento, 184 liga çõ es, 132
estroboscó pico , 329 manuten ção , 497
do motor CC calibrado ( AIEE ), 477 partida do , 119
M étodos de partida : pot ência em HP, 130, 496
a motor de induçã o , 330 pot ência mecânica desenvolvida , 116 e ss.
chaipado “imped â ncia primária de acelera- princí pios, 106
ção ”, 333 regulação da velocidade, 128
à tensão reduzida, 333 rendimento , 460, 465
com autotransformador , 331 sa ída nominal, 130
motor síncrono ligado em delta- estrela, 334 sem escovas, 444
plena tensão , 120 tipos de, 121 e ss.
Motor: torque no, 107 , 111 , 117 , 121, 130
capacidade do , 354 Motor de indu ção :
carca ças, 491 e ss. classificação comercial , 338
com capacitor, 365 com partida à relut â ncia, 374
com partida a capacitor , 364 com partida à repulsão , 382
com partida à relut â ncia, 374 de campo girante, 296
composto cumulativo, 126 de fase dividida , 361
composto diferencial, 123, 126 e ss. de pó lo ranhurado, 371
de dupla gaiola, 336 e ss. de rotor bobinado, 314
de duplo capacitor, 369 partida do , 330- 36
de fase dividida , 356, 361 princípio do, 300

i
630 MÁQUINAS ELÉTRICAS E TRANSFORMADORES

-
regulador , 480 81
Motor de indução polif á sico:
universal, 385
Motor polif ásico de relutância, 279
armadura do , 295 Motor polif á sico síncrono :
características de funcionamento , 310 e ss. ajuste do fator de potê ncia , 248
caracterí sticas operacionais, 310 e ss. alto torque de partida, 234 e ss.
carcaças, 491 e ss. ângulo de torque no, 255 , 258
classes de , 338 aplicações do , 230, 263, 266
constru ção, 491 e ss. caça ao sincronismo , 230
controle da resist , secundária , 314 capacidade, 269
controle da veloc. no rotor bobinado, 321 carcaças, 491
corrente de partida , 315 carregamento, 242
corrente do rotor , 307 constru ção , 231
de campo girante , 235 , 296 correção do fator de potência, 263, 271
de m ú ltipla velocidade, 493 curvas V, 251
de gaiola de esquilo dupla , 336 de indu ção, 279
de rotor bobinado, 314 de rotor simplex , 236
ensaio a vazio, 481 enrolamentos amortecedores, 230, 234
ensaio de resist ência do estator , 479 escorregamento do pólo, 235
ensaio do rotor bloqueado , 322 480 excitação do , 243-4, 242 , 284
escorregamento, 301 ^ excitação normal , 242
fator de pot ê ncia, 315 excitatrizes, 230, 284
fem do rotor no, 305 manutenção, 497 e ss.
frenagem dinâ mica , 343, 493 e ss. não excitado, 279, 284
frequ ência , 238 operação, 237
liga ções ( encaixe) , 493 e ss. partida do, 236 e ss., 238-9
manutenção, 497 princípio, 231
partida do, 314 , 330, 331, 333-4, 335-6 reação da armadura, 246
princípio do , 300 supersíncrono, 278
rendimento do, 324, 478 , 480 e ss. torque no, 239 , 265
síncrono, 279 torque máximo, 268
tensão do rotor , 305 vantagens, 230 e ss.
torque de partida , 307 , 315 , 334
torque do rotor , 305 e ss.
variação da corrente de campo, 247 8, 251
variador de frequ ência, 277
-
torque máximo , 308 velocidade do, 230, 233
variação de pólos, 341 Motor-série, 122, 125
Motor monof ásico:
a capacitor , 365
-
Motor série:
CA, 387
a capacitor de valor duplo, 369 CC, 122, 125
carcaças, 491 e ss. . universal, 385
classificação, 389 Motor-shunt CC, 121
constru çã o, 356 Motor sincro ( V. Sincros)
controle da velocidade, 367 Motor subsíncrono, 283
de campo girante, 360 e ss. Motor supersíncrono, 278
de comutador , 376 Motor universal:
de fase dividida , 361 aplica ção do , 385
de histerese, 282 características, 385
de indução, 43, 356, 389 velocidade do, 385
de indução com partida à repulsão, 382 Motores:
de partida a capacitor , 364 causas prováveis dos problemas, 497
de partida à relutância, 374 e ss. classif. pela regulação e pela velocidade, 494
de pólo ranhurado, 282, 371
de relutâ ncia, 282
de repulsão, 376 , 380 e ss. N úcleo , perdas ( V. Perdas no n ú cleo )
de repulsão-indu ção, 382 , 383
manutenção, 497 e ss. Operação em paralelo: 1
resumo dos tipos, 389 divisão de carga entre alternadores, 213
síncrono, 279 e ss. exig ências para alternadores, 202
subsíncrono, 283 exig ê ncias para geradores CC, 198, 199
teoria do campo girante, 360 gerador composto CC, 198 e ss.
teoria do duplo campo cruzado, 360 -
gerador derivação, 196 e ss.

%
**

íNDICE REMISSIVO 631

no alternador., 202 Procedimento para sincroniza ção, 201


pot ência de sincronização, 209 , 214 Processo de comutação , 150, 153 e ss.
procedimento, 201
sincronização, 203 e ss . Reação da armadura:
sincronização com lâ mpadas, 204, 219 compensação para a, 146
sincronoscópios, 220 deslocamento da linha neutra , 145
vantagens, 192 desmagnetizante, 157 , 170 , 176
do motor síncrono, 154-5
do gerador-shunt , 87 -8
-
Partida com liga ção estrela delta , 334
efeito da , 246
Passo:
de bobinas, 40-50 , 57 magnetizante transversal, 157 , 170, 175
fracionário , 50, 62 , 57 e ss. método da ASA, 178
Perdas: na máquina CA , 154
adicionais sob carga , 461 nas máquinas elé tricas, 157
de pot ência extraviada , 461
no alternador . 154
na resist ência , 461 no motor CC, 46, 154, 157 , 246
nas máquinas elé tricas, 460 e ss . sumário , 157
no alternador , 461 , 475 Realimentaçã o:
no gerador CC, 460 e ss. , 465 e ss. laço de , 440 e ss.
no motor CC, 468 9 - negativa , 440 e ss.
no motor de indução, 479 e ss. Reat â ncia da armadura , 44 , 153, 166 , 171-2
no motor monofásico, 486 e ss. a rotor bloqueado, 305
no rotor , 485 dispersão , 45
por atrito , 461 equivalente, 169-70
por atrito com o ar , 461 síncrona , 181
por correntes parasitas, 461 Reator :
por histerese , 461 de limitação da corrente , 184
Perdas no cobre: síncrono, 275
em estatores, 478-9 , 485 Regra de Fleming:
da mão direita (gerador ), 9
em máquinas elé tricas, 460 e ss.
da mão esquerda ( motor ) , 28
em rotores, 478 9- Regula çã o :
no motor de indu ção, 478 e ss.
-
num alternador , 460 61, 473 e ss. da tensão , 91 e ss., 178
Perdas no n ú cleo : da velocidade, 130 , 133
em máquinas elé tricas, 461 , 465 e ss. de alternadores, 171, 175 , 178, 440
no motor de indu ção , 484 de geradores, 96
.
no alternador , 460 e ss , 473 e ss. Regulex , 441
Polaridade , 13 Relut â ncia :
Polos: princípio , 3, 375
de campo CC, 40 reduzida , 166
de campo do alternador , 164, 168 Rendimento :
de comuta ção , 45 , 154 da máquina de indução assíncrona, 478
de comuta ção do campo , 40, 154 da má quina síncrona CA, 473, 477
do campo-série, 40, 75 de máquinas elé tricas, 460 , 465 e ss.
do campo-shunt , 40, 73 do alternador , 473, 477
magnetização dos, 85 do gerador , 459, 465 e ss.
salientes e não salientes, 45 , 168, 268-9 , 374 do motor , 459 e ss.
Pot ência: do motor de indu ção, 480 e ss.
conversão de , 458 do motor monof á sico , 486 e ss.
de entrada , 324 do transformador , 538 e ss.
desenvolvida , 116, 195 , 322 má ximo, 468
diagramas de fluxo de, 463 Reostato de campo, 41, 84 , 116 , 121, 402 e ss.
do rotor assíncrono, 323 Resfriamento:
do rotor síncrono, 268 ciclo de trabalho, 475 , 491
interna, 116, 195 com hidrogé nio, 168, 476
perdas de, 323, 461 Resist ência :
rela çõ es de, 458 cr ítica do campo, 84, 85
sincronizante, 208 , 214 do campo , 83, 85
suprida , 116 equivalente, 479
Princ ípio de repulsão, 376 perdas na, 461
632 MÁ QUINAS ELÉTRICAS E TRANSFORMADORES

Resist ê ncia efetiva : do campo cruzado , 360


na armadura do alternador, 168, 178 Torque:
no estator do motor ( indu ção ), 479 de histerese, 282
no rotor do motor ( indu ção ), 322 de partida , 121 , 230 , 237 , 306, 307 , 315,
Resistor de drenagem , 96 319 , 338
Rota ção da armadura, inversão em motores CC, 132 de plena carga , 280 , 308
Rotor: de relut â ncia , 3, 235 , 268
bobinado , 314 de ruptura , 308
corrente do, 307 de sa ída do sincronismo, 280 , 308
de dupla gaiola, 336 defini ção do, 107
fem no, 305 definido, 107 e ss.
frequ ê ncia no, 303 desenvolvido, 112 , 265 , 305
gaiola de esquilo, 296 do motor de indu ção, 322
Rototrol , 93, 441 e velocidade do motor , 117
equação fundamental do, 111
Satura ção magnética , 80 má ximo, 265-6 , 308
Seleção : médio, 110
do gerador, 495 no motor CC, 107 e ss. , 117 , 121 , 130
do motor , 495 no motor síncrono, 265
Servomotor: resistente , 30 , 239
'

bif ásico, 434-5 útil, 108


CA, 434 e ss. Transformador:
CC, 118, 431 e ss. abaixador, 420 •
CC de campo permanente, 432 circuitos equivalentes, 527
de controle na armadura, 432 definições, 511
com controle no campo, 431 em conversã o de frequ ê ncia , 492 - 3
de pók) ranhurado, 435 ensaios, 533-4, 543 e ss.
-
motor série CC de campo dividido, 433
Símbolos, Apêndice A-2, 613
fluxo permissive!, 520
frequ ência , 5 19
Sincronoscó pio, 220 hexaf á sico , 582
Sincros (seisins): identificação de fases, 545
ajuste do zero, 428 imped â ncia refletida , 521 c ss.
construção, 422 liga ções, 549 e ss.
pot ência, 429 neutro , 571
receptor, 422 polaridade, 545
receptor diferencial, 425 polif á sico , 562 e ss., 579 e ss. i
sistemas de laço, 429 real , 524
transformador de controle, 425 relação de transforma ção , 516
transmissor, 422 rendimento , 538 e ss.
. transmissor diferencial , 424 rendimento diário , 543
Sistemas de laço sincros, 429 T-T, 575
V- V , 57 3
Temperatura:
Velocidade:
ambiente, 487 , 488 , 491 em fun ção da feem, 114
e capacidade, 487 , 491 equação fundamental ( motor CC ) , 114
elevação da , 487 , 491 nominal, 130, 487 , 492
Tensão: regulação da , 130, 133
de reat â ncia , 45 e ss., 153 versus torque, 117
elevador da, 93 Velocidade síncrona :
gerada , 72 , 113, 255 , 258
no alternador , 168
induzida, 5 no motor de indução , 300
no alternador , 64 no motor sí ncrono , 233
no gerador CC, 79
nominal, 490 l
Tensões nominais:
para geradores, 490, 495
para motores, 490, 495
Teoria :
do dupk) campo girante, 360

%
1
3

í
¥'

r
APÊNDICE '
*

S Í MBOLOS GR á FICOS DE ELETRICIDADE


SB -4: Natureza da corrente e sistemas elétricos, métodos de co-
nexão, condutores e linhas, acessórios 634
SB -7: Dispositivos de comando, partida e proteção 642
P -SB - 1: V á lvulas, semicondutores, grandezas elétricas, capaci-
tores, indutores e resistores 654

/
Sí MBOLOS GRáFICOS DE ELETRICIDADE
SB —4
Natureza da corrente e sistemas elétricos, métodos
de conexão, condutores e linhas, acessórios

1. Objetivo

1.1 Esta simbologia tem por fim fixar os


símbolos gr áficos para natureza da cor -
rente, sistemas elétricos, métodos de co-
nexão, condutores e linhas, incluindo
ainda os símbolos referentes aos acessó-
rios como muflas, blocos terminais e bu -
chas.

1.2 0$ símbolos dos capítulos 1, 2 e 3 so -


mente devem ser usados acompanhando
outros símbolos de aparelhos, máquinas
ou linhas, para indicar precisamente a na -
tureza da corrente, o sistema elétrico ou o
método de conexão. Além desta aplicação,
devem ser usados nas placas de identifi-
cação de máquinas e de aparelhos.
Símbolos Gráficos de Eletricidade 635

CAPITULO I
Natureza da corrente t

N.° S Í MBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÃO

601 Continua, sí mbolo geral

602 Cont ínua, no caso de não ser possí


vel o uso do símbolo anterior

603 Ondulada ou retificada

604 Alternada, símbolo geral Quando em um determina -


do desenho for necessário v
distinguir as diferentes, ga - i
mas de frequência, podem-
se utilizar os símbolos se -
guintes
605 Alternada de frequência industrial
com carga equilibrada nos conduto -
res ou enrolamentos

606 OO Aterrada de frequência industrial


co * n carga desequilibrada nos con -
dutoras ou enrolamentos

607 Cont ínua ou alternada


k

608 + Polaridade positiva

609 Polaridade negativa

610 Valor de crista

611 Impulso retangular

612 Impulso triangular

613 Impulso indutivo

CAPITULO II

Sistemas elétricos

614 2 no V Corrente contínua, 2 condutores, Para corrente contínua a


110 V tensão é indicada à direita
do símbolo n. 601
° i
Em corrente alternada

615 n f De :» fases e frequência f Os símbolos das unidades


podem áer omitidos se não
causarem ambiguidade

i
636 Normas Para Desenho Técnico

N. SÍ MBOLO SIGNIFICADO
° OBSERVA ÇÃO

616 1 25Hz Monof ásica, 25 Hz

617 3 60 Trif á sica, 60 Hz

618 3 60 Hz 220 V Trif ásica , 60 Hz , 220 V Quando necessá rio a tensão


dever á ser indicada em volts
á direita da frequ ê ncia

619 3+N 60
Trif á sica , com neutro , 60 Hz A indicação do condutor
neutro ser á feita pela letra N

620 3+N 60 Hz 380 V Trif ásica com neutro , 60 Hz , 380 Para circuitos trif á sicos, de -
V entre fases ve ser indicada a tensão en-
tre fases

CAPITULO III

Métodos de conexão

Ligações

621 Em série

622 Em paralelo

623 Em ponte

624 Em L

625
A Em triâ ngulo ( delta )

626 /A Em triâ ngulo aberto ( delta aberto )

627 Em estrela

628
T Em estrela com neutro acess í vel !:

629
A Em ziguezague

630
V Em V

631
T Em T ( Ligação Scof?)
t
Símbolos Gráficos de Eletricidade 637 Nl
r

N ° S ÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÃO

X
V
632 De 4 fases, com neutro acessí vel

633 Em duplo triâ ngulo

634
o Em hex ágono
i

635

* Em dupla estrela

636
*
Yr Em duplo ziguezague

63 / De n fases em pol ígono

n
638 De n fases em estrela

639 Estrela triâ ngulo

*
640
Til Tri â ngulo estrela
Triângulo : enrolamentos ligados em
série
i
;

Estrela : enrolamentos ligados em


paralelo

Número de fases

641 Monof á sico

642 Monof ásico com fase auxiliar

2
643 Bif ásico

3
644 Trif ásico

6
645 Hexaf á sico

n
646 De n fases
638 Normas Para Desenho Técnico

CAPlYULO IV
Condutor, cabo e linha

N.
° S Í MBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÃ O

Condutor e cabo

647 S í mbolo geral

648 Usado adicional mente quando deve


ser feita uma diferenciação

649 De fase

650 =\ Neutro

651 Jt De retorno

Linha

652 Executada

653 Em execução

654 Planejada

655 Prevista

656 Mó vel

657 Flex í vel

658 De aterramento, de liga ção ao neu-


tro e de proteção

659 mmm Estranha

660 De sinalização

661 De telefone

662 De rádio

663 Coaxial

664 Subterrânea
J
Símbolos Gráficos de Eletricidade 639

N0 SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÃ O


f
665 Submersa t

666 e A érea

^N
667 + Protegida nã o aterrada

^s
668 t Protegida aterrada , com indicaçã o >
do ponto de aterramento

4 t
^ 1
Com prote çã o coletiva de linha , re -
669 -fc- presentada separadamente
4- 4.
V

670 Coaxial blindada

671 De dois condutores

Jl/

672 De tr ês condutores

:
y n íi
673 De n condutores

Exemplos

Conjunto de linhas quando não sã o


674 cruzadas entre si com indica çã o do
número de condutores

Conjunto de linhas quando podem


675 ser cruzadas entre si com indica çã o
do número de condutores

,5
675.1 h Com representa ção unipolar

f j, Conjunto de linhas com indica çã o


676
n da direção de entrada

// 110 V
677 2 x 125 mm2 Al Circuito de corrente contínua , 110 V,
2 condutores de 125 mm2 , de alu-
110 V mínio
2 x 125 mm2 Al

678

013 x6050Hzmm6000
2 Cu
V
Circuito trif ásico de corrente alter - Os símbolos das unidades
3 ~ 60 Hz 6 000 V nada, 60 Hz, 6 000 V, 3 condutores podem ser omitidos se não
de cobre com 50 mm2 de seção causarem ambiguidade
3 x 50 mm2 Cu

I. I
640 Normas Para Desenho Técnico
I

CAPIYULO V
\
Conexão de condutores

N.
° SÍ MBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÃ O

679 Contato fixo que não deve ser des -


feito em condiçõ es normais de ser -
vi ço

680 O Contato móvel que pode ser desfei


to em condi ções normais de servi ç o

681 Conexão fixa de condutores

682 Conexão móvel de condutores

683 Cruzamento de condutores sem co -


nexã o el é trica

684 Exemplo : Conexão de condutores

685 Exemplo : Cruzamento de conduto -


res

CAPltULO VI

Acessórios

Muflas

686
<3 Terminal

687 De jun ção

688 De deriva ção simples

689 De derivação dupla

Bloco terminal
i

690 123 Sí mbolo geral A relação entre os lados de-


ve ser compreendida entre
1 :1 e 1 :3
i
j

Símbolos Gráficos de Eletricidade 641

ti
N.
° S Í MBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÃ O
H
!
f
1
691 Com derivação permanente f

t
1
692 Com derivaçã o não permanente
-
i

Buchas
P
693 Sem terminais w

Com terminais e com alimentação


694
permanente
I

Com terminais e com alimentação


695 =
^ o
não permanente
í
I
íi 'lVI
696 Condensivas •
>
i
t
Condensivas com indica ção de ten -
697
são
ÍT !

I
SÍ MBOLOS GR ÁFICOS DE ELETRICIDADE
SB - 7
Dispositivos de comando, partida e proteção

Em Votação

1 . Objetivo
!
1.1 Esta simbologia tem por fim fixar os
sfmbolos gráficos usados para dispositivos
de comando , partida e proteção.

2. Terminologia
/
2.1 Estando as definiçõ es relativas a
equipamento de manobra ainda em com-
pila ção na Comissão Permanente de Ter -
minologia, dever á ser anexada a parte
correspondente è terminologia somente
depois de terminado o trabalho a ser ela -
borado pelo Grupo 15 da TB -19.

3. Sfmbolos

NOTA : Não estão sujeitos à vota ção os s ím-


bolos de números 1 201 a 1 225 in-
clusive, por já terem sido votados e
aprovados na publicação P-SB-5 /65,
fazendo parte desta norma devido ao
reagrupemento de sí mbolos.

i
í -
I
Símbolos Gráficos de Eletricidade 643 í
i
í.
! t
CAPITULO I
h
h
1. Dispositivo de comando
: í
f
1.1 Elementos de comando i

N.
° SÍ MBOLO SIGNIFICADO OBSERVA çõ ES
i
forma I forma II forma Hi A forma II é usada quando
não há necessidade de se in-
1 201
1 J J Permanente dicar o tipo de ligação

As formas II e III são comu- h


1 202
1 J J NSo permanente mente usadas em telecomu
nicações
- y

Contatos fixos
*
1 203 Passante com ligação permanente
Passante com ligação não permanen- \
1 204 »
te
1 205 1 Garra
Contatos fixos com funcionamento m

especial
1 206
S7 Unidirecional
«
1 207 O - -
O O Prolongado
i

1 208
i Não permanente com sopro magné-
tico
Contato móvel ou faca

1 209 Símbolo Geral 0 traço representativo do f


contato móvel deve ser re- i
for çado em relação ao traço
1 210
i Alimentado por contato permanen-
te, por exemplo: soldado
representativo do fio con-
dutor
J

1 211
i Alimentado por contato não perma -
nente, por exemplo: aparafusado

1 212
III Prolongado, alimentado por conta -
to não permanente, também com
indicação no sentido de rotação

Cursor

1 213 Variável em escalão

1 214 Variá vel continuamente

1 215
I
forma I forma II forma Hl
Para anéis coletores, linhas de con-
tatos ou barras alimentadoras

Exemplos de contatos

Abridor ou normalmente fechado


1 216
644 Normas Para Desenho Técnico

\
N.
° SÍ MBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕ ES
forma \ forma II forma III

1 217 Fechador ou normal mente aberto

1.2 Aplica ção em correntes fortes

1 218 Reversor com interrupção

1 219 Reversor sem interrupção

1 220
ft
Passante em ambos os sentidos

1 221 Passante no sentido da flecha

De ligação bipolar, fechadores


1 222
Representa ção unifilar

De liga ção bipolar , fechadores


1 223
Representa ção polifilar

1 224 Alternativo, com duas posições de


liga ção e uma abertura

1 225

N
U i
Chave unipolar . Símbolo Geral

\Yv
1 226 Chave tripolar . Símbolo Geral Com-
pleto I
i

1 227 .
Chave tripolar Símbolo Geral Stm
plificado
í ‘
Símbolos Gráficos de Eletricidade 645
Ni

N.° SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES


i
-
r
i t
r

N
1 228 Secionador

11
-
Secionador comutador com inter*
1 229
\ rupção

11
-
Secionador comutador sem inter - *

1 230

\ rupção

4-
Secionador -interruptor
1 231

\ l
s.

-
1 232

% Secionador -disjuntor

i
V

1 233
Conta tor . Representação simplifiça -
da
I
i
1 234 .
Contator Representação completa

1 235 Contator disjuntor


&
?

1 236 .
Disjuntor Representação completa

Disjuntor. Representação simplifica


1 237
da
646 Normas Para Desenho Técnico

1.3 Chaves seletoras t

N. SI MB .
° S Í MBOLO
ALF . SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES

1 238 Ch Símbolo Geral


:

1 239 Ch Simples com indicação da progra-


ma ção

i
i
i i

1 240 Ch Dupla de comando simultâneo dos


contatos móveis

1 241 Ch Complexa 4 pó los, 4 posições

1 242 Ch Complexa 5 pó los, 3 posiçõ es

1 243
t Ch Complexa 13 pólos, 12 posições
i
i
I
I
I ' l
Pi i I I I

)
>
647
Símbolos Gráficos de Eletricidade

SI MB . SIGNIFICADO OBSERVA çõES


N. .
° SÍ MBOLO ALF
1 2
i

Ch Complexa 12 pó los, 2 posi çõ es Nos símbolos 1 239, 1 240,


1 244
1 242, 1 243 e 1 244 as li-
gações correspondentes a ca -
da uma das posi ções ser ão
indicadas por uma linha nu-
i
merada \i
- '

1.4 Chaves e botões de contatos

1.4.1 Chaves A
• »

#
Ct Acionadq.à mão com retorno auto -
<
1 245 máticoTÕ retorno automático à po -
sição de repouso representada dar -
se-á quando cessar a força de acio -
.
namento A flecha aponta o sentido
)>
de retorno automático

Ct Acionada á mão por pressão.


O retorno á posição de repouso re -
1 246 presentada é feito por um novo acio -
f
namento

Ct Acionada à mão por tração.


O retorno à posição de repouso re-
1 247 presentada é feito por um novo acio -
namento

1.4.2 Botões
P
Ct Bò toneira fechadora. Símbolo Ge- A flecha aponta o sentido
1 248 ral de retorno automático

1 249 Ct Botoneira abridora. Símbolo Geral

T
Ct Com acionamento manual e retorno
1 250 .
automático Os algarismos designam
os contatos
648 Normas Para Desenho Técnico

\
N.° SÍ MBOLO SIMB.
ALF. SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES

1 251 Ct Com acionamento manual sem re-


torno automático

T
Ct Com acionamento manual e sem re -
1 252 torno automático e na posição fe-
chada

T Ct Com acionamento manual com re -


1 253 torno automático e indicação lumi-
nosa

M
Ct De alavanca com contatos acionados
á mão em um dos sentidos
.
Os sí mbolos 1 250 1 251,
1 252, 1 253, 1 254 e 1 255

1 254 -
+D
P/M designação da chave
são para desenhos suplemen-
tares nos esquemas

Algarismos romanos designam os


contatos ( por exemplo, PI , MIV,
etc. )

As flechas com letras indicam as po-


sições, por exemplo:
M * medição
D = desligado
P = prova

1.5 Aplicações em correntes fracas

1 255 Ct Contato de relé, aberto O movimento dos contatos


das posições de repouso e
de operação pode ser indica -
do como segue:

Da esquerda para a direita


1 256
-=
' 5 2
Ct Contato de relé, fechado ou inversamente

De cima para baixo ou in-


versamente

No sentido hor ário ou anti -


horário i

1 257 Ct Contato de inversão


Símbolos Gráficos de Eletricidade 649

N. SfMB.
° S Í MBOLO
ALF .
SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES

1 258 Ct Contato de inversão sem interrupção

1 259 Ct Contatos geminados de trabalho

1 260 Ct Contatos geminados de repouso

Ct Contato de relé de comando polari- A linha tracejada representa


1 261 zado a posição de "aguarde"
(stand by )

Ct Contato de um relé de comando po - O traço que corta o contato


1 262 larizado com a posição de repouso indica a condição de marca
na condição de marca

Ct Contato de um relé de comando


1 263 polarizado com posição de repouso
central

Ct Contato reversível de um relé de co -


1 264
mando polarizado

1 265 Ct Contato com supressor de chispas

Exemplos de aplicação

Ct Contato b de um relé de comando Os símbolos 12 661, 12 662,


1 266 polarizado B com uma ou duas po - 12 663 e 12 664 são geral -
1 sições de repouso da armadura mente usados em equipa -
mentos telegráficos
A = armadura (correntes fracas)
T = lado de espaço
Z = lado de marca

Ct Contatos com supressor de chispas.


A esquerda, contato b de um relé
1 266 .
polarizado B À direita, contato n
2 de um relé não polarizado N

1 Ct Contato de trabalho
1 266 II
m m o contato pertencente ao en -
3 rolamento M do relé
II designação da fileira onde se
encontra o contato
1: designação do contato na sua fi -
leira (suprimida quando só há um
contato na fileira )

(D
Ct Contatos sequenciais
u
i
Os números entre par ênteses indi
cam a sequência do trabalho: em
-
1 266
4 primeiro lugar fecha -se o contato
( um), em seguida abre -se o contato
( 2)
650 Normas Para Desenho Técnico

«
SIMB. *
°
N. S Í MBOLO
ALF . SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕ ES

Sefetor rotativo de vários braços


com posição de repouso indicado
pelo índice O

a, b, c: designa ção dos braços

1 267 Sr A designa ção com pontos é usada


quando se deseja distinguir os passos
de rotação

A representa ção em traç o cont ínuo


é usada quando não é necessária es -
sa distinção

Sr Seletor rotativo com vários braços Nos sí mbolos 1 268 e t 269


Esta representa ção é usada para se - se os braços não são repre -
1 268 letores nos quais a ligação é feita so - sentados na posição de re-
mente depois que os braços atingem pouso, trata -se de um seletor
os contatos desejados sem posição de repouso de - »
finida

Sr Representação unifilar de um sele -


1 269 f
tor rotativo

-0 Seletor de elevação e giro com 3


braços
í

í
1 270 b Com dois processos de ajuste dife -
rentes ( elevação e giro )
1: representação da década quando
necessário
.j
i
Símbolos Gráficos de Eletricidade 651
1
;

CAPITULO II í

F
Dispositivos de partida í
v
í
i
No S Í MBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕ ES ú

1 271 Si'mbolo Geral

Por escalõ es ( por exemplo, 5 esca -


1 272
lões) i

1 273 Variá vel


í
’t

1 274 Para motor não reversível i


:
*

1 275 Para motor reversível


i

!j

1 276 Automá tico £


íu

i•
1
r
1 277 Se mi-automático
:

1 278 Com desligamento automático


652 Normas Para Desenho Técnico

N.° SÍ MBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES

1 279 Com contator para motor reversível

1 280 Com contator -disjuntor

1 281 Estrela -triângulo

Para mudança do número de pólos


1 282 ( por exemplo , 8 / 4 pólos)

1 283 Com reostato

Para motor monof ásico com capa -


1 284
citor de partida

1 285 Com autotransformador


í

1 286 Série -paralela

Automá tico e vari á vel controlado


1 287 por retificador para motor de cor - Pode ser feita a indicação i

rente contínua
do tipo de retificador tríodo
tiratron, retificador semi -
condutor

Motor trif á sico de indução com dois


dispositivos de partida : com conta -
1 288
tor para motor reversí vel e automá -
tico com reostato ligado ao rotor
Símbolos Gráficos de Eletricidade 653

CAPITULO III

Blocos fusíveis
r
I
4
í

N.
SI MB .
° SÍ MBOLO
ALF .
SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES

1 289
I F Símbolo Geral

1 290
$ F Com indicação da extremidade que
fica sob tensão após a ruptura
t

1 291 F Com contato indicador de ruptura

f
i

1
1 292 SF Seeio nador fusível

1 293 SIF Secionador interruptor com fusí veis

;
1
I
CAPITULO IV l

Pára-raios

S
k'
c
1 294
ifl P Símbolo Geral
5

p
T í.
r"
í 1,
'
!
f
I
1 295 PL Limitador de tensã o a gás
;
Sí MBOLOS GR áFICOS DE ELETRICIDADE
P- SB- 1
Válvulas, semicondutores, grandezas elétricas,
capacitores, indutores e resistores

Em Votação

1 . Objetivo

1.1 Esta norma estabelece os símbolos


grá ficos e alfabéticos usados para vá lvulas,
semicondutores, grandezas elétricas, capa-
citores, indutores e resistores.

2. Símbolos

2.1 São representados a seguir por capí-


tulos, os símbolos de que trata esta nor -
"

ma.

CAPITULO I
1 . Válvulas

1.1 Elementos de vá lvulas

N.
° SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES

Contorno geral de semicondutores e válvulas O traço dos contornos, para


1 haver contraste, dever á ser mais
grosso que os traç os do de -
senho
Sí mbolos Gráficos de Eletricidade 655

N .° S Í MBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES


*
t,
V
2 Contorno especial de válvulas Para uso nos tubos de raios
5
catódicos

3
n Contorno decomposto de semicondutores e
i
t

U válvulas i

4 Contorno de válvulas com gás

5 Anodo
1í'

6
r Cátodo quente

7 Cátodo de aquecimento direto V

1
8 Filamento duplo
ti ,

i
9 Filamento com derivação 1
r
k
>
10 Cátodo de aquecimento indireto -

P
ft
11 Cátodo liquido { não isolado do bulbo) O contorno circular representa
o bulbo

12 Cátodo Ifquido ( isolado do bulbo) O contorrío circular representa


o bulbo

13
T Cátodo frio ou com aquecimento iônico
656 Normas Para Desenho Técnico

N. S Í MBOLO
° SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕ ES

A
14 Cátodo frio , incluindo aquecimento iônico,
com aquecimento suplementar

i
K

15
t Elétrodo servindo alternadamente de ânodo e
de cátodo frio incluindo aquecimento iônico r>

Elétrodo servindo alternadamente de ânodo e


15 de cátodo frio incluindo aquecimento iônico
com aquecimento suplementar

17
V Cá todo fotoelétrico

1B ignitor ou disparador

19 Válvula de descarga de cá todo frio ( bulbo par -


cialmente representado )

20 Cá todo liquido com ignitor

21 Cátodo liquido com ignitor mergulhado


I

22 Grade

23 H h- Par de defletor

23.1 Exemplo de aplicação

24 Par de elé trodos com deflex ão radial

24.1 Exemplo de aplicação


i

Símbolos Gráficos de Eletricidade 657

N9 Sí MBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕ ES

25 Dispositivo de focaliza çao magnética (ími per -


manente)

26 Dispositivo de focalização eletromagnética


(eletrormS)
A
/

*
27 Bobinas de deflexão magnética

28 j
Elétrodo de focaliza ção por lentes eletr ónicas

29 Elétrodo com focalização com diafragma

29.1 Exemplo de aplicação

$
j
30 Elé trodo de modula ção de intensidade
;

30.1 Exemplo de aplicação


'i

;4
i" .
31 —H! II Elétrodo de abertura mú ltipla

v;
31.1 Exemplo de aplicação r

32
i -
Elétrodo de quantifica ção

»
f

32.1 Exemplo de aplicação


658 Normas Para Desenho Técnico

\
N.° SÍ MBOLO SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES

33 Ânodo de tubos de raios X

34 Ânodo fluorescente

I
/\
>
35 Â nodo de emissão secundária

36 Grade de emissão secundária

37 Elemento de eondutividade assimétrica. A


major eondutividade ó obtida quando o triân -
gulo for positivo em relação ao traço. 0 tri -
ângulo representa o ânodo e o traço o cátodo

1.2 Exemplos de válvulas r

N. SÍ MBOLO SI MB . SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES


° ALF.

38 V Válvula trtodo aquecimento direto

I
39 V Válvula triodo aquecimento indireto

40 V Válvula duplo tríodo alimentação paralela


aquecimento indireto

41 V Válvula tétrodo aquecimento direto

r
\

42 V Válvula péntodo aquecimento indireto, com


grade supressora ligada internamehte ao cáto-
do
Símbolos Gráficos de Eletricidade 659

N. SIMB .
° S Í MBOLO
ALF . SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕ ES

43 V V álvula p ê ní odo de aquecimento indireto

1
.

f ;

44 V V álvula hé ptodo aquecimento direto


\
.
/1

V
45 V V álvula indicadora visual de sintonia ( olho
mágico )
’,
v

46 V Válvula indicadora de sintonia com duas sen-


sibilidades ( olho mágico)

47 V Válvula de feixe dirigido

48 V V álvula de raios X aquecimento direto


t

)
V V álvula de raios catódicos com elétrodo de Exemplo típico de cinescópio
modulaçã o de intensidade de feixe, lentes ele - aluminizado com focaliza ção
49 trost á ticas de focalização ( com e sem diafrag - eletrost á tica e deflex ã o eletro - :!>
ZJ , ma), deflex ão eletromagnética e camadas con- magné tica
dutoras interna e externa; a ligação referente a
alta tensão també m est á representada .

50 V V álvulas de raios cat ódicos de dois feixes

d
660 Normas Para Desenho Técnico

N? S Í MBOLO SIMB.
ALF . SIGNIFICADO OBSERVA çõ ES

51 v V álvula fotemissora

52 V Válvula fotomuitiplicadora
,4

V'
N .°
SÍ MBOLOS

PREFERENCIAL OPTATIVO
SIMB.
ALF. SIGNIFICADO
í
OBSERVA ÇÕ ES

53 V V álvula d iodo de um só â nodo e aquecimento


indireto

54 V Válvula díodo de dois ânodos e aquecimento


direto

55 V Válvula tríodo a gás e aquecimento indireto

56 V Ignitron
í
1'
\

57 V Válvula díodo cátodo frio a gás »

58 V V álvula disparadora com cá todo aquecido io -


nicamente e aquecimento suplementar

59 V Válvula a gás de cátodos frios simétricos

60
íít V Retificador com elétrodo ignitor e ânodo de
excita ção. 6 ânodos
- P

t
61 V V álvula klistron reflexo

r
v
Símbolos Gráficos de Eletricidade 661

S Í MBOLOS
SfMB. SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES
N
° PREFERENCIAL OPTATIVO
ALF .

62 V V á lvula klistron dupla cavidade

63 V V á lvula magné tron tipo ressonante

64 V V á lvula magnétron sintonizá vel

CAPIYULO II

Semicondutores

2.1 Elementos de semicondutores

S Í MBOLOS SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES


N
°
Regiã o de semicondutor com uma conexão .
65 No desenho a linha horizontal é a região de
semicondutor e a vertical de conex ão

Região de semicondutor com várias conexões.


66 Exemplos com duas conex ões

Junçãoret ifiçadora ou junção que influencia


67
uma camada de depleção

67.1 Região P sobre uma região N

67.2
± Região N sobre uma região P

Emissor em uma região de tipo de condutivi -


68 dade diferente. No desenho o traço oblíquo
com uma seta representa o emissor

68.1 JL _ Emissor P sobre região N

68.2 Vários emissores P sobre região N

68.3 Emissor N sobre região P

68.4 V á rios emissores N sobre região P


662 Normas Para Desenho Técnico

N.
° SÍ MBOLOS SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES

69 Coletor em uma região de tipo de condutivi -


dade diferente. No desenho a linha oblíqua
representa o coletor

Região intr ínseca entre duas regiões. O inter -


70 valo entre os traços inclinados representa a
região intr ínseca
Qualquer conexão à região I será feita entre os
traços inclinados e não diretamente a eles

Entre regiõ es de tipos de condutividade dife -


70.1
-O. rente formando uma estrutura PIN ou NIP

Entre regiões do mesmo tipo de condutividade


70.2 JÍL formando uma estrutura PIP ou NIN

70.3
=L
j
Entre um coletor e uma região de tipos de
condutividade diferente, formando uma es-
trutura PIN ou NIP. A ligação ao coletor é
feita direta mente ao traço inclinado longo

70.4 A Entre um coletor e uma região do mesmo tipo


de condutividade formando uma estrutura
.
PIP ou NIN A ligação ao coletor é feita dire -
tamente ao traç o inclinado longo

NOTAS REFERENTES AOS SlfaBOLOS ( tipo vista em espelho ) não mudar á o significa-
do do símbolo.
Em geral o ângulo formado pela linha de cone-
xão e o símbolo do elemento não tem signifi- Os elementos do símbolo devem ser desenhados
cado particular. em tal ordem que mostre claramente as diferen-
tes funções do dispositivo.
O contorno poder á ser omitido se isto não cau-
sar nenhuma confusão e se nenhum dos elemen- O prolongamento das extremidades da linha
tos estiver ligado ao invólucro quando este ó horizontal que representa a( s ) região ( ões ) do se-
usado como blindagem. micondutor além de um emissor , um coletor ou
uma conexão , não possui nenhum significado
Orientação induindo -ie uma imagem invertida especial.

2.2 Exemplos de semicondutores um emissor ) e em seguida continua-se o


desenho na ordem respective com os sím-
Para desenhar o símbolo de um dispo- bolos das outras regiões. Finalmente indi-
sitivo semicondutor inicia-se pelo elétrodo cam-se as conexões necessárias.
cuja polaridade é conhecida ( usualmente

SIMB .
OBSERVA ÇÕ ES
N.
° SÍMBOLO
ALF . SIGNIFICADO

<
P 1) As letras e os números não fa -
71 D D iodo PN
N ( 2) zem parte do símbolo

V
Sí mbolos Grá ficos de Eletricidade 663

N. SI MB .
° S Í MBOLO
Ai F .
SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕ ES
P

Símbolos elemen-
D Estrutura real tares usados suces-
sivamente N.os 65
e 67.1 .
I
v

As letras e os nú-
72 T Transistor PNP meros não fazem
parte do símbolo.

0)

T
12)
T Estrutura real
Sí mbolos elemen-
tares usados su-
cessivamente N.os
*
(3) 68.1, 65 e 69

ti ) 12) ( 3)

p l NrÍ7 N /rVp
73
p
^^
( 4) ( 5) ( 6) (7M8) ( 9 )
T Transistor PPISMNIP com 2 emissores tipo P, 6
conex ões e 1 coletor, cada emissor intercalado
entre duas conexões
As letras e os nú-
meros não fazem
parte do símbolo

( 4) ( 5) (6) 19)

m, i
P T Estrutura real

17 ) (8) ( 3)

74 D Díodo semicondutor

75 D Díodo de caracter ística dependente da tem-


peratura

76 D Díodo de capacit ãncia variável ( Varactor )

77 D Díodo túnel

78 D Díodo Zener, unidirecional

79 D Díodo Zener , bidirecional

80 FR Fotorresistor

81 FD Fotodíodo: célula fotocondutora de conduti -


vidade assimétrica

82 FV C élula fotovoltaica

!
664 Normas Para Desenho Técnico

N. SÍMBOLO SÍMB .
° ALF . SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES

83 H Gerador Hall com 4 conexões

84 FT Fototransistor PNP

T Díodo semicondutor PNPN controlado sem


85 conexão externa de controle

T Transistor PNP { Também transistor PNIP se o


86 fato de não se mostrar a região intr ínseca não
resultar em ambiguidade)

87 T Transistor PNP com o coletor ligado ao invó -


lucro X

88 T Tríodo túnel, tipo PNP

89 T Transistor NPN de avalanche

90 T Transí stor de unijunção com base tipo P

91 T Transistor de unijunção com base tipo N

92 T Transistor de efeito de campo com base tipo


N

93 T Transistor de efeito de campo com base tipo


P

T Tr íodo semicondutor PNPN controlado exter -


94
namente ( P -Tiristor)

T Tríodo semicondutor NPNP controlado exter -


95 namente ( N-Tiristor )

96 Transistor NPN com base polarizada transver -


salmente

Transistor PNIP com uma conexão à região


97
intrínseca

98
Transistor PNIN com uma conexão à região
intrínseca
Símbolos Gráficos de Eletricidade 665

CAPlYULO III
Grandezas elétricas, Resistores, indutoracapadtores *

3.1 Grandezas elétricas

N. S Í MBOLO
° SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕ ES

99 R Resistência não reativa Nos símbolos gr áficos retangu -


lares as relações dos lados de -
V
vem estar entre 1 : 3 e 1 : 6
too L Indut áncia

101 Hl— Capacit ância


•» i
i
102 H Capacitância residual
i

103 z Impedáncia

104 x Reatância

105 Reat ância indutiva

106 HD— Reatância capacitiva

3.2 Ca pacitores

N .° S Í MBOLO SIMB.
ALF . SIGNIFICADO OBSERVAÇÕ ES

107
_L C Com capacitância fixa
T O espaçamento entre os elétro -
dos do capacitor deverá estar
compreendido entre! : 3 a 1 : 5
108 C Fixo com representação do elétrodo externo do comprimento do elétrodo

109 C Eletrol ítico não polarizado


T
110 c Eletrol ítico polarizado Os símbolos de número 107 a
T 120 servem p/ representar so -
mente as peças
i
111 C De passagem

112 C Com capacit ância variável, símbolo geral O símbolo para grandeza elétri -
ca é o de n . 101
°
113
# C Com ajustagens predeterminadas da capaci -
t áncia

114 -Ln/ -L C Diferencial A ligação mecânica entre ele -


mentos variá veis deve ser feita
de acordo com símbolo n.
1 049 da P -SB -6 °

/
666 Normas Para Desenho Técnico

SÍMB.
NP S Í MBOLO
ALF . SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES

115 C Vari á vel com representação do elé trodo mó - Se for necessário distinguir o
vel elemento móvel e a interseçã o
deste com a flecha, ser á indi -
cado um ponto

116 # C Vari á vel em escal ões Desejando - se especificar que o


capacitor opera em escal ões
deve -se indicar o símbolo

117 -# C Com capacit â ncia vari á vel de dupla armadura


fixa

118 -L C Com resist ência série inerente ( supressor de


ruído )
_L
119 /77 C De chassis

120 11 Com derivaçõ es

3.3 Indutores { bobinas de indutância )

SÍMBOLOS SIMB .
N .° ALF.
SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕ ES
PREFERENCIAL OPTATIVO

wv*
121 L Símbolo gerai Os símbolos de
n. 121 a 132
°
servem para re -
122 Fixo com núcleo de ferro laminado presentar so -
mente as peças

0 símbolo para
123 Variá vel continuamente grandeza elétri-
ca é o de n .°
100
124 Com elemento de ajuste fixo

125 nrh Com derivaçõ es

Vari á vel continuamente, com núcleo de ferro


126 laminado

Com núcleo de ferrite ou aglomerado , com


127 elemento de ajuste

r
128 i i i i
Com blindagem eletrostática
i rh

129 rp Fixo com núcleo de ferrite


I

Símbolos Gráficos de Eletricidade 667

SÍ MBOLOS
N. SIMB.
° PREFERENCIAL OPTATIVO ALF . SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕ ES

130 i Fixo com núcleo de ferro com entreferro


.s
Cu Fixo com núcleo met álico não ferroso, por
131 exemplo: de cobre

Cu Fe Cu + Fe
-i
iPn
1
132
i
i i Fixo com indicação do material usado para
i i blindagem x

*
3.4 Resistores

N.° SÍ MBOLO SltaB.


ALF . SIGNIFICADO OBSERVA ÇÕES

133 R Quando não é necessário indicar se é ou não 0$ símbolos de n. 133 a 140 V <
reativa °
servem para representar somen
te as peças; o símbolo para
grandeza elétrica é o de n. 99
134 R Com derivações fixas °

135 R Com resist ência variá vel em escalões ( Reosta -


to)

136 R Com resistência variá vel continuamente ( Re -


ostato )

137 R Com resist ência variá vel automaticamente

138 R Com resist ência vari ável automaticamente no


mesmo sentido da temperatura

139 R Com resist ência vari ável automaticamente no


sentido inverso da tensão

140 R Potenciômetro

141 R Com resistê ncia variável não linear mente no Corresponde ao NTC
sentido inverso da temperatura

142 R Com resistência variável não linear mente no Corresponde ao VDR


sentido inverso da tensão
Gráfica e Editora S / A
Este livro foi composto na São Paulo Indú stria
Rua Barã o de Lad ário , 226 SP - Brasil CP 03010 '
o Paulo.
e impresso na Editora Pensamento, em S ã

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