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Introdução Ao Dip: Direito Internacional

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DIREITO INTERNACIONAL

Introdução ao Direito Internacional


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INTRODUÇÃO AO DIP

Inicialmente, para que seja possível começar a compreender o direito internacional


público, devem ser trabalhados alguns conceitos chave, estando incluso entre eles o ins-
trumental, que é um conjunto de ferramentas que o sujeito de direito internacional público
possui a sua disposição para a operacionalização de tal direito. É importante considerar
também que o direito internacional é diferente dos demais ramos do direito. Entre os sujeitos
de direito internacional destacam-se os Estados e as demais organizações internacionais
(OI). Em suma, a base do curso será pautada pela definição do direito internacional público, o
por quê ele se diferencia do direito internacional privado, quais são as suas fontes e quais os
instrumentos que os Estados e as OI possuem para se relacionar no contexto internacional.

Introdução ao Direito Internacional


Conceito de direito internacional
A principal fonte constituinte do conceito de direito internacional é a própria doutrina.
Encontram-se dispostos a seguir dois conceitos de doutrinadores de referência, repertoria-
dos na área de direito internacional público e que acabam por se complementar:
“Direito internacional evolui de acordo com as novas necessidades da sociedade
internacional. Elemento que une os membros de uma sociedade em torno de um conjunto
de valores em comum”. (Malcolm Shaw)
Malcolm Shaw estabelece um conceito mais amplo e de apresentação contextualizada
do direito internacional. Para ele, o direito internacional apresentou uma evolução a partir
de necessidades e novas demandas constatadas. O autor define que o direito internacional
está atrelado a um grande desafio: elaborar um conteúdo que seja capaz de unir aproxima-
damente 240 Estados considerados soberanos.
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“O Direito Internacional pode ser conceituado como o conjunto de princípios e regras
jurídicas (costumeiras e convencionais) que disciplinam e regem a atuação e a conduta
da sociedade internacional (formada pelos Estados, pelas organizações internacionais e
também pelos indivíduos), visando alcançar as metas comuns da humanidade e, em última
análise, a paz, a segurança e a estabilidade das relações internacionais”. (MAZZUOLI)
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Por sua vez, Mazzuoli apresenta um conceito mais específico em relação a apresentação
dos sujeitos e as bases normativas, destacando que o contexto internacional é composto por
diversas famílias do direito, devendo, portanto, serem oferecidas regras que atendam aos
costumeiros e aos convencionais por meio de um conjunto que estabeleça uma harmoniza-
ção em relação as diversas modalidades de interpretação do direito. Para o autor, a socie-
dade internacional é aquela formada por Estados, OIs e indivíduos (consideração atribuída a
uma corrente mais moderna adotada por Mazzuoli).
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Com a evolução do direito internacional, percebeu-se a necessidade da consideração do
indivíduo enquanto sujeito tanto no polo ativo quanto no polo passivo do direito. Dessa forma,
alguns sistemas reconhecem o indivíduo tanto no viés postulatório (solicitando demandas)
quanto no passivo (atribuído a condenação).

Distinção
Os três campos de estudo apresentados a seguir possuem objetos de estudo diferen-
ciados. Enquanto o direito internacional público trabalha justamente com a compreensão
das diversas regras e princípios internacionais com o intuitivo de promover uma reunião entre
Estados, o direito internacional privado possui como seu objeto de estudo relações privadas
como o casamento, uma adoção ou contrato, ou seja, relações de interesse privado e que
possuam alguma atribuição internacional.

• Direito Internacional Público: atualmente percebe-se uma necessidade de coope-


ração cada vez maior entre os entes na busca pelas metas comuns, que por sua vez
promovem um avanço também comum atribuído ao processo de desenvolvimento;
• Direito Internacional Privado: atribuído as relações privadas internacionais;
• Relações Internacionais: promove uma análise do contexto internacional direcionada
as relações políticas econômicas e sociais.

Coexistência, cooperação e solidariedade


• Coexistência: normas destinadas a garantir a paz e a segurança internacionais.
Momento marcado por dúvidas em relação a atuação do outro;
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• Cooperação: normas relativas ao comércio internacional (que fomenta a pacificação
social) e a formação das OIs;
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• Solidariedade: normas internacionais relativas à proteção ao meio ambiente e aos


direitos humanos. Interrelação significativa com as gerações ou dimensões dos direi-
tos humanos.

Fontes do Direito Internacional Público


O Estatuto da Corte Internacional de Justiça estabelece em seu art. 38 uma lista com as
fontes do direito internacional público:
Artigo 38. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que
lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expres-
samente reconhecidas pelos Estados litigantes;

Obs.: as convenções internacionais também são conhecidas como tratados internacio-


nais, devendo sempre se apresentarem de forma escrita.
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais
qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et
bono, se as partes com isto concordarem.

No âmbito do direito internacional, o termo equidade está atribuído de um sentindo de


justiça. Por exemplo, a aplicação pura e simples de uma regra nem sempre irá gerar o resul-
tado mais justo, sendo possível que ela seja afastada para que haja espaço para uma deci-
são mais justa. Para isso, deve haver a concordância das partes.
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A lista disposta no artigo 38 é considerada um rol exemplificativo ou “numerus aper-
tus”, uma vez que o instrumento em questão apenas estabelece as fontes utilizadas pela
Corte Internacional de Justiça. Entre as fontes não previstas no texto, mas utilizadas no
direito internacional estão os atos unilaterais e a analogia.
Ainda que não exista uma hierarquia entre as fontes, deve ser considerada a hierarquia
entre normas, destacando-se a jus cogens, uma norma posicionada acima das demais. O
conteúdo atribuído a um direito jus cogens pode encontrar previsão em um tratado, costume
ou princípio, sendo superior aos direitos da modalidade em que está inserido.
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ATENÇÃO
Um costume, tratado ou princípio que viole uma norma jus cogens será considerado nulo!

Erga omnes x Jus cogens


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Todas as normas jus cogens serão, necessariamente, obrigações erga omnes. O contrá-
rio, todavia, não é verdade. Para ser uma norma jus cogens, é necessário que se tenha as
características da superioridade hierárquica e da inderrogabilidade.

Tratados ou convenções internacionais


Fonte de alta importância para o direito internacional, sendo estabelecida uma espécie
de manual de elaboração de tratados. Por se tratar de uma fonte escrita e com um grau de
formalismo relevante, os Estados perceberam a necessidade de codificar (reduzir) os costu-
mes aplicados a negociação de um tratado a um manual, surgindo então a Convenção de
Viena de 1969.

Instrumentos normativos
• Convenção de Viena de 1969: promove a junção dos costumes dos Estados atri-
buídos a celebração de tratados reduzida a termo. Somente Estados poderiam cele-
brar tratados;
• Convenção de Viena de 1986: após discussão, possibilitou que os tratados interna-
cionais também fossem discutidos por organizações internacionais (OI).
Definição doutrinária e geral: acordos internacionais celebrados por escrito entre Esta-
dos, entre Estados e organizações internacionais ou entre organizações internacionais.
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Fundamento de validade: pacta sunt servanda (o tratado faz lei entre as partes).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Alice Rocha.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

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