Thesis Fontana 2011
Thesis Fontana 2011
Thesis Fontana 2011
INSTITUTO DE FÍSICA
Comissão Examinadora:
Prof. Dr. Elcio Abdalla (IF-USP)
Prof. Dr. João Carlos Alves Barata (IF-USP)
Prof. Dr. Marcos Vinicius Borges Teixeira Lima (IF-USP)
Prof. Dr. Alberto Vazquez Saa (UNICAMP)
Prof. Dr. George Emanuel Avraam Matsas (IFT-UNESP)
São Paulo
2011
Resumo
1
Abstract
2
Agradecimentos
É certo que este trabalho não teria sido acabdo, não fossem as pessoas que
cito aqui, e também algumas outras que eventualmente não cite por memória
falha (para as quais dirijo minhas desculpas).
A Ivanildo Antonio dos Santos, que fez a parte final deste trabalho possı́vel,
não há papel suficiente para os agradecimentos.
3
Sumário
1 Introdução 6
4
4 Modos Quasi-Normais em Buracos Negros Cosmológicos 79
4.1 Perturbações Gravitacionais Tensoriais . . . . . . . . . . . . . 81
4.1.1 Método de Integração em Coordenadas Nulas . . . . . 83
4.1.2 Método Prony . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
4.2 Análise de Horizontes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
4.3 Modos Quasi-normais com a Perturbação Tensorial . . . . . . 90
4.4 Perturbação Vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
4.5 Resultados com a Perturbação Vetorial . . . . . . . . . . . . . 100
5
Capı́tulo 1
Introdução
mc2 GM m
E =T +P = − = 0. (1.1)
2 r
O ponto r = 2GM/c2 corresponde neste caso, à região esférica limite: se houvesse uma
massa M aprisionada nesta esfera, classicamente, nem mesmo a luz escaparia gravitacio-
nalmente do potencial.
6
de aprisionar a luz e ainda que não resistisse à sua própria força gravitacional
foi, em realidade, preterida pelo próprio Einstein alguns anos mais tarde
depois do aparecimento da solução de Schwarzschild.
Embora em seu inı́cio, a existência de buracos negros como objetos as-
tronômicos de nosso Universo tenha sido rejeitada, há nos dias de hoje um
grande número de evidências observacionais que atestam de maneira indireta
a presença destes objetos em regiões distintas do cosmos.
Uma evidência experimental robusta para a existência de buracos negros
seria a medida de ondas gravitacionais em grandes laboratórios como LIGO
[1] ou VIRGO [2], ou ainda o detector de ondas gravitacionais Schenberg
[3]. Ainda que a evidência de sinais de ondas gravitacionais não constituam
uma prova definitiva à existência de tais objetos, uma vez que o espectro
gravitacional deles é diferente de outros objetos como estrelas, a observação
do sinal gravitacional pode ser, em tese, diferenciado de maneira a atribuir
uma evidência robusta a mais para a existência de tais objetos.
Uma vez atestada a existência dos buracos negros, mesmo que indireta-
mente através da medida de ondas gravitacionais, há, concomitantemente,
na fı́sica teórica, uma extensa literatura de perturbações gravitacionais já
consolidada. Um dos trabalhos pioneiros testando a estabilidade da primeira
solução de buracos negros publicado em 1955 deve-se a Regge e Wheeler [4].
Neste trabalho, os autores analisam o efeito que pequenas perturbações na
geometria de Schwarzschild podem gerar em termos dinâmicos à sua métrica,
terminando por concluir que o buraco negro é estável2 . O artigo é de funda-
mental importância por ter sido o primeiro a introduzir uma decomposição do
tensor perturbação gravitacional, de acordo com a simetria do espaço-tempo
esfericamente simétrico. Depois de uma decomposição genérica o suficiente
em harmônicos esféricos tensoriais que respeitassem certas simetrias, os au-
tores consideram ainda as simetrias de Killing do espaço-tempo, chegando a
demonstrar que a equação de perturbação gravitacional poderia ser colocada
2
Cabe notar porém que à época o que era chamado “buraco negro” de Schwarzschild,
referia-se ao horizonte de eventos deste buraco negro (“a esfera de Schwarzschild”). Foi só
mais tarde, com o surgimento do diagrama de Kruskal que a questão da continuidade para
além da esfera do horizonte de eventos foi resolvida, embora os cálculos feitos por Regge e
Wheeler à respeito da estabilidade do horizonte de eventos de Schwarzschild sejam válidos.
7
em um formato relativamente simples análogo ao de uma equação de onda,
∂2 ∂2
− χ + χ + V (x)χ = 0, (1.2)
∂t2 ∂x2
8
dada solução de buracos negros que não formam um conjunto completo, no
sentido de que o grupo de todas as frequências amortecidas podem formar
uma soma que se aproxima da auto-função da equação de onda em determi-
nadas regiões do espaço,
N
X (n) (n)
χ∼ an e−(ωI +iωR )t
f (ωn , x), (1.3)
n=1
mas não representa uma auto-função para todo o domı́nio da coordenada tem-
poral, como as auto-funções de sistemas dinâmicos oscilantes de mecânica.
Assim como os modos de vibração de uma corda são ordenados de acordo
com o harmônico de vibração n, de maneira que quanto maior n, maior é
a frequência de vibração da corda, também as vibrações em sistemas gra-
vitacionais com “quasi-soluções” (soluções localizadas em um determinado
intervalo de tempo) podem ser ordenados, mas em relação ao parâmetro de
decaimento do modo, ωI , de maneira que quanto maior n, maior o valor de
ωI , ou seja, maior o amortecimento.
No próximo capı́tulo deste trabalho faremos uma investigação dos modos
quasi-normais de buracos negros com campo magnético no eixo z. Trata-se
de uma geometria de buraco negro com massa imerso em um Universo com
um campo magnético de fundo. Fisicamente tal situação tem importância
pelo fato de que, em geral, buracos negros sem rotação (ou com pequena
rotação) têm ao seu redor discos de matéria que geram um campo magnético
perpendicular à esfera de Schwarzschild. A diferença entre uma solução de
Ernst que representa um buraco negro de Schwazschild com campo magnético
e uma situação realista é o comportamento do espaço-tempo no infinito:
em tal solução, o campo magnético tem a mesma intensidade no infinito e
próximo ao horizonte. Desta maneira, por uma questão de aproximação com
a situação fı́sica, é de maior interesse desconsiderar que o espaço tenha um
campo magnético assintótico, e, considerar que a geometria assintótica seja
a de Schwarzschild.
Na segunda parte do capı́tulo dois, focamos o estudo da contribuição do
campo escalar para a entropia do buraco negro com campo magnético, usando
9
do modelo Brick-Wall como proposto na década de 80 por ’t Hooft. O cálculo
demonstra uma contribuição não nula para as divergências infra-vermelha e
ultra-violeta geradas pelo campo eletromagnético em relação a entropia do
campo escalar. O ponto de cut off em tal caso deixa de ser um invariante
(interpretado como uma renormalização da constante gravitacional Newto-
niana) e traz uma contribuição do campo proporcional à sua magnitude.
AH
S= . (1.4)
4
10
uma “mudança de fase de segunda ordem”.
O terceiro capı́tulo deste trabalho é dedicado, entre outros cálculos à
análise da relação entre esta transição de fase de segunda ordem para o bu-
raco negro de Reissner-Nordström. Investigamos uma possı́vel associação en-
tre curvas descontı́nuas nas oscilações quasi-normais e a capacidade térmica
deste buraco negro. O fato de que em buracos negros cuja capacidade ca-
lorı́fica não tenha uma transição de segunda ordem (e. g. o buraco negro
de Schwarzschild) e, concomitantemente de, os modos quasi-normais terem
p
frequência natural ω0 = ωR2 + ωI2 crescente, conforme a variação de seus
parâmetros, pode ser o indicativo de que tais oscilações estejam conectadas
com propriedades termodinâmicas do buraco negro de alguma maneira ainda
não descrita. Na segunda parte do terceiro capı́tulo deste trabalho investiga-
mos esta possı́vel conexão usando como teste a solução com carga e massa,
para a qual existe uma transição de segunda ordem a 87% do valor máximo
de carga permitido para este buraco negro.
Também neste capı́tulo investigamos a possı́vel reinterpretação das frequências
quasi-normais em comparação com um sistema mecânico simples tal como o
oscilador harmônico com atrito, proposta recente para uma reinterpretação
da conjectura Hod de quantização da área do buraco negro. Com esta rein-
terpretação, pode-se expressar uma resposta coerente a algumas das antigas
crı́ticas da conjectura. Nas primeiras seções, investigamos o espaçamento
entre os modos quasi-normais de Reissner-Nordström para sugerir uma res-
posta sobre se a proposta é válida pra outros buracos negros que não apenas
o de Schwarzschild.
No último capı́tulo deste trabalho investigamos as vibrações quasi-normais
de um buraco negro de Reissner-Nordström em 5 dimensões com constante
cosmológica positiva. Apesar da existência de modos instáveis para tal geo-
metria em quando o número de dimensões for maior do que 6, com um po-
tencial escalar, verificamos que todas as frequências calculadas representam
pequenas oscilações em torno da métrica, que decaem com o tempo de ma-
neira exponencial em 5 dimensões. Com o uso de dois potenciais diferentes, a
saber, vetorial e tensorial, ambos gravitacionais, advindos da decomposição
equivalente do tensor perturbação gravitacional, calculamos as frequências
11
quasi-normais para uma diferente gama de valores dos parâmetros envolvi-
dos na solução, M, Q e Λ.
O comportamento oscilatório de tais buracos negros depende destes parâmetros,
ou, equivalentemente, da posição de cada horizonte considerado. De ma-
neira geral, quanto “maior” a distância entre os horizontes de eventos e cos-
mológico (medida no sistema de coordenadas radial), maior é a amplitude
de frequências quasi-normais possı́veis, para um dado valor da constante cos-
mológica.
Outro fator de influência nas frequências é o valor do momento angular
das ondas incidentes no potencial. Tal influência, para geometrias esferica-
mente simétricas, aparece no potencial com coeficiente l(l + D − 3), sendo l
o número azimutal de “momento angular” e D a dimensão do espaço-tempo.
No geral quanto maior o valor do momento angular, maior o valor da parte
real do modo, variando a parte imaginária de um fator muito menor.
Nos próximos capı́tulos, procurou-se em cada ocasião introduzir o assunto
com a teoria já desenvolvida em literatura especı́fica de cada caso, de maneira
a fazer deste trabalho auto-consistente.
12
Capı́tulo 2
13
é assintóticamente plana. Começaremos o estudo desta solução, através dos
trabalhos de Ernst e de Harrison [14], na próxima seção.
Em uma etapa futura, planejamos a investigação dos trabalhos de Pres-
ton e Poisson [15] que propõem uma nova solução, em primeira ordem nas
equações de Einstein, com campo magnético e forças de maré, iniciada tomando-
se a métrica de Schwarzschild e adicionando a ela uma pequena perturbação.
ds2 = −ǫ[e2U (dxk + afα dxα )2 + a2 e−2U γαβ dxα dxβ ], (2.1)
14
em que utilizamos a notação de simetria para parêntesis e antisimetria para
colchetes, e definimos ainda ∆2 (A) = γ αβ A;αβ . Levando-se em conta agora o
conteúdo de matéria que colocaremos no espaço-tempo, tomemos as equações
de Maxwell sem fontes, e nas quais o tensor de Maxwell não depende de xk ,
√
[ −gF kα ],α = 0 (2.5)
√
[ −gF βα ],α = 0 (2.6)
Fαk,β + Fkβ,α = 0 (2.7)
εαβγ Fαβ,γ = 0. (2.8)
εαβγ A,γ
F αβ = √ (2.9)
−g
Fkα = B,α (2.10)
15
como
√
2f[αβ] = εαβγ γ γδ zδ −γ (2.16)
φ,α = e4U zα − 2ǫ(BA,α − AB,α ). (2.17)
A = Rcosθ (2.18)
B = Rsenθ, (2.19)
Com este preâmbulo podemos escrever seis equações de Einstein, a partir das
quais trabalharemos na geração de novas soluções, a saber,
Para estas equações, o vácuo pode ser representado como, por exemplo
A = B = 0 ou R = 0.1 Depois de listadas as equações de Einstein, po-
demos supor uma nova solução em termos da antiga, apenas trocando as
funções da métrica por outras equivalentes (por exemplo, a por ā, U por
Ū ), mantendo-se a “métrica” tridimensional γ. As soluções das equações de
1
O tensor energia-momento com relação aos potenciais A e B e aos coeficientes da
16
Einstein continuam, neste caso, como em (2.20-2.25). De modo semelhante,
fazemos esta troca para os potenciais A e B do tensor energia-momento (ou
R e θ). O último passo é supor que estas funções com barra são funções das
variáveis sem barra que não são constantes. Não é difı́cil mostrar, neste caso,
que o parâmentro ∆1 de umahfunçãoi com barra é linear. Por hexemplo, sendo
2 i 2
∂ R̄
R̄ = f (φ, θ), temos ∆1 (R̄) = ∂φ
∆1 (φ) + 2 ∂∂θR̄ ∂∂φR̄ ∆1 (θ, φ) + ∂ R̄
∂θ
∆1 (θ). O
procedimento para se resolver as novas equações de Einstein é achar equações
em ∆1 e tornar o operador que o precede igual a zero.
Tomemos como exemplo o caso de Schwarzschild. No elemento de linha
(2.1), supomos que xk = t. Neste caso, temos necessariamente que fα = 0,
e ǫe2U = 1 − 2M
r
. Como ǫ é apenas o sinal de gtt , sua escolha é arbitrária.
Ainda, podemos escolher a = 1 e γαβ = e2U diag[e−2U , r 2 , r 2 sin2 θ]. Como a
solução tem tensor momento-energia nulo, os potenciais A = B = 0, o que
nos leva a R = 0 pelas equações (2.18-2.19). Ainda, a escolha de θ neste caso
se torna arbitrária, e podemos tomar θ = 0 sem perda de generalidade. Como
z está definido em termos de f (2.16) e esta variável é nula, temos também
que z = 0, do que segue imediatamente, por (2.20), que φ = 0. Assim, no
caso de Schwarzschild todas os “coeficientes” das equações de Einstein são
nulos, exceto U.
Uma nova solução seria gerada, tomando outros coeficientes nas equações
de Einstein, com a métrica orginal: φ̄, R̄, θ̄, Ū. h i 2
∂ Ū
A estratégia é (como descrito acima) igualar ∆1 (Ū) = ∂U ∆1 (U) em
todas as funções com barra nas equações dadas. Para obter as expressões de
∆2 , tomamos as equações originais: ∆2 (F ) = 0 para qualquer função F da
métrica é escrito como segue,
ǫe2U
Tkk = [∆1 (A) + ∆1 (B)]
8πa2
ǫεβγδ γαβ A,δ B,γ
Tkα = afα Tkk + √
4πa −γ
Tαβ = afα Tkβ + afβ Tkα − a2 fα fβ Tkk
ǫe−2U
+ {2(A,α A,β + B,α B,β ) − γαβ [∆1 (A) + ∆1 (B)]}.
8π
17
métrica ou do tensor energia-momento (e de fato esta relação é identicamente
nula para qualquer coeficiente, exceto U, pois estes coeficientes são nulos).
Assim, também teremos ∆2 (F̄ ) = 0. Levando em consideração ainda, que
∂ φ̄
∆1 (Ū , φ̄) = ∂∂UŪ ∂U ∆1 (U), com relações semelhantes para as demais funções
∆1 , podemos escrever a segunda equação modificada de Einstein como
∂ Ū ∂ φ̄ ∂ Ū ∂ θ̄
−4 + 4ǭR̄2
∂U ∂U ∂U ∂U
∂ R̄ ∂ θ̄ ∂ φ̄ ∂ R̄
+ 2R̄e−2Ū 2R̄2 − ǭ ∆1 (U) = 0. (2.26)
∂U ∂U ∂U ∂U
18
Então existe uma solução generalizada envolvendo campos eletromagnéticos
dada por
ds2 = −ǫ[e2U (dxk + f¯α dxα )2 + a2 e−2U γαβ dxα dxβ ], (2.31)
19
Com alguma álgebra chegaremos a um potencial ε cuja equação sintetiza
(2.35-2.36). Tomemos uma função φ que não depende do ângulo azimutal φ̂.
Então, vale a identidade ∇.(ρ−1 φ̂ × ∇φ) = 0. Levando-se em conta (2.36) no
formato ∇.(ρ−1 ρ−1 f 2 ∇ω) = 0, temos
que relaciona nossa função com o coeficiente ω. Multiplicando por φ̂, obtemos
f −2 ∇φ = ρ−1 φ̂ × ∇ω, e imediatamente
ε = f + iφ, (2.39)
que representa a mesma solução das equações de Einstein, mas agora com
um tensor energia-momento não nulo (potencial vetor como definido acima).
Levando-se em conta uma outra função definida por φ̂×Σ = ρ−1 f (∇Aφ −
ω∇At ), e o novo potencial Φ = At + iΣ, podemos redefinir ε por ε = (f −
|Φ|2 ) + iφ, com o que obteremos ao invés de uma equação de Einstein para
20
um único potencial ε duas equações dadas por
ε = δε (2.45)
Φ = δ(Φ − Bε/2), (2.46)
f = |δ|2 f (2.47)
∇ω = |δ|2 ∇ω + ρf −1 (δ ∗ ∇δ − δ∇δ ∗ ). (2.48)
21
Aqui, B representa um campo magnético atuando na direção z [18]. Com
a métrica de Minkowski como em (2.44), as funções f¯ e ω̄ com barra nos
fornecem a métrica
dr 2
2 2M
ds = − 1 − dt2 + + r 2 dθ2 + r 2 sen2 θdφ2 , (2.50)
r 1 − 2M r
dr 2
2 2 2 2 2M
ds = Λ + r dθ − 1 − dt2 + Λ−2 r 2 sen2 θdφ2 . (2.53)
1 − 2M/r r
22
2.3 Campos Escalares na Métrica de Ernst:
os Modos Quasi-normais
Tomemos uma métrica como em (2.53), definindo £ = B 2 r 2 sen2 θ.
Um estudo sobre esta geometria foi feito em [20], onde se verificou a
possibilidade de tal buraco negro servir como lente gravitacional. Apesar
da presença de um campo magnético, o horizonte de eventos situa-se ainda
em r = 2M e a superfı́cie gravitacional no horizonte também é dada por
α = (4M)−1 . O objetivo, aqui, é o estudo da equação de Klein-Gordon,
1 √
2Φ = √ ∂µ [ −gg µν ∂ν Φ] = 0, (2.54)
−g
∂r (g rr Λ2 r 2 )∂r Φ
g tt ∂tt Φ + g rr ∂rr Φ + + P (θ, φ)Φ = 0 (2.57)
Λ2 r 2
g θθ ∂θ (sin θ)∂θ Φ
P (θ, φ)Φ = + g θθ ∂θθ Φ + g φφ ∂φφ Φ. (2.58)
sin θ
Λ4
1 cos θ ∂θ
− 2 − ∂θ Φ − 2 2 ∂φφ Φ = P Φ. (2.59)
Λ2 r sin θ r 2 r sin θ
23
que
1 cos θ ∂θ 1 l(l + 1)
− 2 − 2 ∂θ Φ − 2 2 ∂φφ Φ = Φ, (2.60)
Λ2 r sin θ r r sin θ Λ2
Λ4 [l(l + 1) + 4m2 r 2 B 2 ]Φ
1 cos θ ∂θ
− 2 − 2 ∂θ Φ − 2 2 ∂φφ Φ ≃ .
Λ2 r sin θ r r sin θ r 2 Λ2
(2.62)
d2
2
+ ω − V (r∗ ) χ(r∗ ) = 0, (2.64)
dr∗2
24
rr
[gSch = 1 − 2M
r
]. Este potecial efetivo obtido para a geometria de Ernst
corresponde ao potencial da geometria de Schwarzschild para a propagação
de um campo escalar massivo com massa µ = 2mB.
Para analisar o potencial da equação sem aproximações (e obter os modos
quasi-normais), devemos usar outras condições de contorno que não as de
onda plana (p. ex. C. C. de Dirichlet). Isto porque ao incluirmos todos
os termos de campos magnéticos, o potencial diverge no infinito. Entretanto
como citado na introdução desta seção, é suficiente para determinar os modos,
estabelecer o comportamento no horizonte de eventos do buraco negro.
A questão das condições de contorno, tomadas para os modos quasi-
normais, de ondas planas nos infinitos espaciais, precisa neste caso ser anali-
sada de maneira diferente. Para um buraco negro não assintoticamente plano,
não é simples a definição de tais tipos de condições de contorno. Como ci-
tado no parágrafo anterior, podemos eventualmente, em espaços Anti-de Sit-
ter, usar condições de contorno de Dirichlet. Contudo, ainda em casos não
assintoticamente planos, a contribuição mais importante da perturbação da
métrica é dada pela região próxima ao horizonte [21]. Além disto, a con-
tribição da região próxima ao horizonte é determinada, principalmente, pelo
formato do potencial efetivo nas proximidades de seu pico. Desta maneira,
não é preciso delimitar de que maneira o campo decai quando em regiões
assintóticas, para efeito do cálculo das frequências é suficiente, com o uso
do método WKB, que suponhamos que assintóticamente temos uma geo-
metria de Schwarzschild, nos atendo aqui, para a influência do campo, ao
comportamento no horizonte.
Da mesma maneira como o potencial é obtido para a métrica de Ernst,
podemos analisar o caso da propagação do campo escalar em um espaço-
tempo com campo magnético de fundo e um campo escalar dilatônico [22].
A métrica neste caso tem a forma
" −1 #
r 2 sin2 θ 2
2 2M 2M
ds2 = Λ 1+a2 1− dt2 − 1 − dr 2 − r 2 dθ2 − 2 dφ ,
r r Λ 1+a2
(2.66)
25
com
Λ = 1 + (1 + a2 )B 2 r 2 sin2 θ, (2.67)
φ a
=− . (2.68)
ln Λ 1 + a2
2
ds2 = Λ D−3 [−F (r)dt2 + {F (r)}−1dr 2 + r 2 dθ2 + r 2 cos2 θdΩ2D−4 ] + Λ−2 r 2 sin2 θdΦ2 ,
(2.69)
D−5
X a
Y
dΩ2D−4 = dΨ21 + dΨ2a+1 sin2 Ψb , (2.70)
a=1 b=1
16πM(D − 2)−1
F (r) = 1 − (2.71)
r D−3 ΩD−2
26
e Λ o termo de campo magnético,
D−3 2 2 2
Λ=1+ B r sin θ. (2.72)
2D − 4
2µν
em que β ≡ Λ− D−3 , e gSch refere-se a métrica de Schwarzschild em D di-
mensões. Começando o estudo pela parte radial, que denominaremos “H”,
temos
2
tt ∂r (r D−2 gSch
rr
∂r Φ)
Λ D−3 H(r, t) ≡ gSch ∂tt Φ + D−2
=
r
rr
tt rr rr (D − 2)gSch
gSch ∂tt Φ + gSch ∂rr Φ + ∂r gSch + ∂r Φ. (2.75)
r
27
parte angular,
∂ΨD−4 ΨD−4 Φ)
+ 2 . (2.78)
βr cos2 θ sin2 Ψ1 sin2 Ψ2 · · · sin2 ΨD−5
Podemos então achar uma relação entre as duas equações, dada por
∂φφ Φ
β(P − P̃ ) = (β D−2 − 1) , (2.80)
r 2 sin2 θ
ou seja,
β D−2 − 1
∂φφ Φ l(l + D − 3)Φ
P (θ, φ, Ψ1, · · · , ΨD−4 ) = 2 − . (2.81)
β r 2 sin θ βr 2
2D−4
Lembrando que β D−2 = Λ D−3 , e novamente tomando a aproximação de
campos fracos, temos que
28
de maneira que a parte angular da equação se torna,
P (θ, φ, Ψ1, · · · , ΨD−4 ) 1 2 2 l(l + D − 3)
=− mB + . (2.83)
Φ(t, r, θ, φ, Ψ1 , · · · , ΨD−4 ) β r2
29
Tabela 2.1: Modos quasi-normais para Buracos Negros de Ernst com dife-
rentes valores de campos magnéticos B e M = 1.
B ℓ = 1, m = 1 ℓ = 2, m = 1
0.005 0.292981 - 0.097633 i 0.484433 - 0.096488 i
0.025 0.294054 - 0.096988 i 0.486804 - 0.095675 i
0.050 0.297416 - 0.094957 i 0.490764 - 0.094312 i
0.075 0.303040 - 0.091521 i 0.496327 - 0.092389 i
0.100 0.321199 - 0.080040 i 0.496327 - 0.092389 i
0.125 0.333777 - 0.071658 i 0.503512 - 0.089891 i
0.150 0.348640 - 0.061174 i 0.512346 - 0.086795 i
0.175 0.365606 - 0.048285 i 0.522862 - 0.083070 i
0.200 0.384366 - 0.032754 i 0.535100 - 0.078676 i
0.225 0.404542 - 0.014468 i 0.549107 - 0.073554 i
0.250 0.483675 - 0.0096748 i 0.564937 - 0.067625 i
10 20 30 40 50 60
-2.5
-5
-7.5
-10
-12.5
-15
30
Re(ω)
Figura 2.2: Im(ω)
em função do campo magnético B: M = 1, m = 1,l = 1.
Re ΩIm Ω
50
40
30
20
10
B
0.05 0.15 0.2 0.25
31
isto, começaremos investigando a métrica de Ernst dada por (2.53), sendo
que o potencial vetor que gera o campo magnético é dado por Aµ dxµ =
2 2
− Br 2Λ
sen θ
dφ.
As propriedades termodinâmicas desta solução correspondem exatamente
às mesmas propriedades da solução de Schwarzschild [27]. Por exemplo, a
temperatura Hawking do buraco negro é dada por TH = (4πrh )−1 . Para
calcular a contribuição do campo escalar à geometria, podemos usar, de uma
maneira direta a equação de propagação do campo, e calcular o número de
modos radiais, que é proporcional à função de energia livre. Isto é facilmente
factı́vel quando a equação escalar for separável em parte angular e parte
radial-temporal. Entretanto, a geometria de Ernst permite tal separação
apenas de uma maneira aproximada [28], e a aproximação de campo fraco
não é boa o suficiente para este cálculo, visto que são necessárias muitas
expansões em B pequeno.
Uma maneira precisa de obter a energia livre é calcular, diretamente, via
espaço de fase, o número de estados disponı́vel. Tal cálculo é dado por
Z Z
n
Γ= d ~x dn ~p (2.86)
32
com µ representando a massa deste campo. Substituindo (2.89) na relação
(2.86), obteremos
Z Z q
Γ= dφdθdr dpφ dpθ grr (−g tt E 2 − g φφ p2φ − g θθ p2θ − µ2 ). (2.90)
Neste caso, como afirmado acima, o valor máximo de pθ é dado pelo máximo
valor que esta variável
qpode tomar no integrando sem deixá-lo negativo ou
−g tt E 2 −g φφ p2 −µ2
imaginário: pmáx
θ = g θθ
φ
≡ a. Assim, a equação (2.92) fica
sendo
Z 2π Z π Z L Z pmáx
φ
Γ(E, µ, B, rh , L, ǫ) = dφ dθ dr dpφ ∗
0 0 rh +ǫ 0
2
pmáx
θ ≡a
pθ a p
q
θ
∗ a2 − p2θ + arcsen =
2 2 a
0
Z pmáx tt 2
E − g φφ p2φ − µ2 )
Z 2π Z π Z L
p
θθ
φ π(−g
grr g dφ dθ dr dpφ . (2.93)
0 0 rh +ǫ 0 4g θθ
33
q
−g tt E 2 −µ2
Tendo em vista que o valor máximo de pφ é dado por pmáx
φ = g φφ
,
a integral nesta variável nos dá
2π π L
p
2π grr g θθ g φφ
Z Z Z
Γ(E, µ, B, rh , L, ǫ) = dφ dθ dr θθ [g φφ ]3/2
(−g tt E 2 − µ2 )3/2 . (2.94)
0 0 rh +ǫ 4.3g
1X 1
Z
−βE
F = ln(1 − e )≃ dnr ln(1 − e−βE ) =
β n β
r
1 nr
Z Z
−βE −βE
{d[nr ln(1 − e )] − nr d[ln(1 − e )]} = − βE
dE (2.97)
β e −1
Na última integral, salientamos que d[nr ln(1 − e−βE )] = 0, visto que para
R
34
como
L π 2π ∞ √
1 −ggtt−2E 3
Z Z Z Z
F =− 2 dr dθ dφ dE. (2.99)
6π rh +ǫ 0 0 0 (eβE − 1)
35
Esta relação é válida para qualquer valor de B. Para compararmos este
resultado com o obtido com ´t Hooft, tomemos o limite em que este campo
é pequeno, caso em que a relação acima pode ser escrita como
rh 4 2 2 8 4 4 6 6
Sǫ ≃ 1 − B rh + B rh − O(B rh ) . (2.103)
360ǫ 3 5
36
de mini-buracos negros, com campos magnéticos unidirecionais grandes em
relação à massa do buraco negro, mas pequenos em relação ao cutoff. Nesta
situação, a contribuição total para a entropia do campo escalar é dada por
r 2 sen2 θ 2
2
2 rh 2 rh −1 2 2 2
ds = Λ 1+a2 1− dt − 1 − dr − r dθ − 2 dφ ,
r r Λ 1+a2
(2.106)
a φ
− 2
= . (2.107)
1+a ln Λ
37
Podemos partir de (2.100), e desenvolver a integral com os coeficientes da
métrica acima,
L π
1 senθ r4
Z Z
S= dr dθ 2 , (2.108)
720rh3 rh +ǫ 0 [1 + (1 + a2 )B 2 r 2 sen2 θ] 1+a2 (r − rh )2
rh 2 F1 , 2 , 3,
2 1+a2 2 1+(1+a2 )B 2 rh 2
S= 2 (2.110)
360ǫ [1 + (1 + a2 )B 2 rh2 ] 1+a2
L3 1 + a 2 3 rh L4 L5 B 2
Sdil = − r L + +
1080 1 + a2 h 2 5 270
rh 2
+ 1+ − 2(1 + a2 ) B 2 rh2 . (2.111)
360ǫ 3
38
2.4.2 O caso D-dimensional
Um buraco negro de Ernst em D dimensões tem o elemento de linha dado
por [24]
2
ds2 = Λ D−3 [−f dt2 + f −2 dr 2 + r 2 cos2 θdΩ2D−4 + r 2 dθ2 ] + Λ−2 r 2 sen2 θdφ2
(2.112)
D−3 2 2
Λ=1+ B r sen2 θ, (2.113)
2D − 4
dΩ2D−4 = D−4
P Qj−1 2 2
j=1 i=1 sin Ψi dΨj é a (D − 4)-esfera e f a função de Schwarzs-
D−3
child em D dimensões escrita como f = 1 − rrh , com rh o raio do
h 1
i D−3
16πM
horizonte de eventos definido por rh = (D−2)Ω D−2
. As propriedades ter-
modinâmicas deste buraco negro são as mesmas daquelas do buraco negro de
Schwarzschild em D dimensões.
Estamos procurando, de inı́cio, como o fizemos na seção anterior, a ener-
gia livre de Helmholtz, com o que poderemos calcular a entropia do campo
escalar. Com tal objetivo, partimos novamente de (2.86), mas generalizando
tal expressão para D dimensões. Temos
v
Z D−3
Y
u
u D−3
X
2
Γ= tt 2 φφ
dΨi dφdrdpΨi dpφ grr (−g E − g pφ −
t g Ψi Ψi p2Ψi ).(2.114)
i=1 j=1
Para obter uma fórmula geral a partir da integral no espaço dos momenta,
partiremos de (2.94) como inı́cio, primeiro tratando o caso 5-dimensional
depois o fazendo para os demais, até 8 dimensões. Tal repetição embora
pareça desnecessária, não o é de fato, pois devemos achar o termo geral de
duas séries alternantes, para o que o número mı́nimo de termos é 4, como
39
ficará claro mais adiante. Desta maneira tomemos
pmáx hπ i 1 r
1 g
Z Z Ψ 1
4
Γ5 = d ~r dpΨ1 1− (−g tt E 2 − g Ψ1 Ψ1 p2Ψ1 − µ2 )3/2 ,
0 2 2 3 gtt gΨ1 Ψ1
(2.115)
pmáx
g
Z Z Ψ
r
2
5
Γ6 = d ~r dpΨ2 α5 (−g tt E 2 − g Ψ2Ψ2 p2Ψ2 − µ2 )2 , (2.117)
0 gtt g Ψ2 Ψ2
π2
π 1 1
π 3 2 1
Novamente, chamemos α6 = 2 2
1 − 3 2 8
1 − 3
+ 5
= 60
.
Em 7 dimensões temos
pmáx
g
Z Z Ψ
r
3
6
Γ7 = d ~r dpΨ3 α6 (−g tt E 2 − g Ψ3 Ψ3 p2Ψ3 − µ2 )5/2 , (2.119)
0 gtt g Ψ3 Ψ3
ou,
Z h π i 15 r g
6
Γ7 = d ~r α6 (−g tt E 2 − µ2 )3 , (2.120)
2 48 gtt
π 15
em que redefinimos α7 = α6 2 48
. Finalmente, em 8 dimensões, a função
40
de estados fica
pmáx
g
Z Z Ψ
r
4
7
Γ8 = d ~r dpΨ4 α7 Ψ Ψ
(−g tt E 2 − g Ψ4Ψ4 p2Ψ4 − µ2 )3 , (2.121)
0 gtt g 4 4
ou seja,
r
3 3 1 g
Z
7
Γ8 = d ~r α7 1− + − (−g tt E 2 − µ2 )7/2 . (2.122)
3 5 7 gtt
g
Z r
D−1
D−1
Γ(D) = d ~r αD (−g tt E 2 − µ2 ) 2 , (2.123)
gtt
com
y − 2 + |sen(yπ/2)|
f (y) = , (2.125)
2
a + |sen(aπ/2)|
ga = , (2.126)
2
1 + (−1)x+1
s(x) = (2.127)
2
b − 1 + |cos(bπ/2)|
k(b) = . (2.128)
2
41
Tabela 2.2: Valores de αD em função de D.
D 4 5 6 7 8 9 10 11
π π2 π2 π3 π3 π4 π4 π5
αD 6 32 60 384 840 6144 15120 122880
métrica diagonal.
Os valores da constante α em função da dimensão do espaço-tempo podem
ser vistos na tabela 2.1. Levando-se em consideração o limite em que a massa
do campo é pequena, a energia livre de Helmholtz e a entropia podem ser
escritas como
√ −D/2
Z
F = αD δD dD−1~r ggtt (2.129)
√ −D/2
Z
S = −βαD δD dD−1~r ggtt , (2.130)
em que definimos
∞
E D−1
Z
δD = dE, δD = DδD . (2.131)
0 eβE − 1
42
Novamente podemos fazer as expansões para as regiões próxima ao horizonte
e assintótica. Com isto (2.133) fica
rh2
45ζ(5) 1
S5 = 1− +
32rh B 2 3(2rh ǫ)3/2 (1 + B 2 rh2 /3)1/2
5 1 − 14(1 + B 2 rh2 /3)−1
1
− −
3(2rh ǫ)1/2 ) 2 6(1 + B 2 rh2 /3)1/2
45ζ(5) L2 Brh2 (21 + 5B 2 rh2 )
+ √ L . (2.134)
32B 2 rh4 2 3(3 + B 2 rh2 )2
3B 2 r 2
com α = 8
. Integrando nas partes angulares obtemos
Z L
1 1 r 13
S6 = − ∗
105(4rh )5 rh +ǫ α2 (1 + α2 ) (r 3 − rh3 )3
h i
1 1 3 α2
2 F1 2 , 3 , 2 , 1+α2
2
∗ 2α − 1 + dr, (2.136)
(1 + α2 )2/3
e com os mesmos artifı́cios usados até aqui, a expressão acima tem as maiores
contribuições dada pela expressão
43
mensões. A integral de partida é
80 ∗ 79 π 4 σ(9) π
Z Z π Z π
5
S10 = 9
dφ sen Ψ1 dΨ1 sen4 Ψ2 dΨ2 ∗
3(4πrh ) 0
Z π Z0 π Z0 π
∗ sen3 Ψ3 dΨ3 sen2 Ψ4 dΨ4 senΨ5 dΨ5 ∗
0 0 0
Z 2π Z L Z π/2
senθcos6 θ r 43
∗ dΨ6 dθ dr, (2.138)
0 rh +ǫ 0 [1 + χ2 sen2 θ]8/7 (r 7 − rh7 )5
7B 2 r 2
com χ2 = 16
. Novamente, a parte angular nos fornece
∞
79 π 9 4
Z
S10 ∼ 11 5 dχ ∗ √
2 ∗ 3 ∗ 112 ∗ 19rh9
rh +ǫ 7Bχ6
1 1 3 χ2
2 4 2 13/7
∗ −735 − 1400χ − 627χ + 735(1 + χ )2 F1 , , , ,
2 7 2 1 + χ2
(2.139)
24, 1B −16/7 3, 1B −4
3, 8 1, 14 7 47/7
S10 ∼ 9 L + L + L5
rh B2 Γ(1/7)Γ(19/14) Γ(1/7)Γ(13/7)
4
8rh3 81rh2 1080rh
33/7 3 19/7 −3 3 rh
+T (L , L , L , · · · ) + 10 rh 4 − 3 + 2 −
ǫ ǫ ǫ ǫ
2
7B r 2
2, 31B 2 rh2 + 0, 452B 4rh4 + 2, 77{1 + (1 + B 2 rh2 )22 F1 [ 12 , 71 , 23 , 16+7B2hr2 ]}
+ 6
h .
B
(2.140)
1
S∼ D−2 . (2.141)
ǫ 2
44
contribuição não-trivial do campo magnético, como pode ser visto em (2.103),
o mesmo sendo verdade para os casos dilatônico e D-dimensional.
Para a região do infravermelho, tudo o que se pode supor, é que recupera-
mos o comportamento de Schwarzschild com a condição de que B → L1 , pois
como afirmamos acima, o limite B → 0 é ambı́guo, uma vez que tomamos a
expansão r → ∞ para resolver as integrais.
A maior divergência tem a forma
LD−3
SL ∼ , (2.142)
B2
La
SL (div) ∼ , (2.143)
Bb
45
Capı́tulo 3
Modos Quasi-Normais e
Termodinâmica em Buracos
Negros
46
δA = 8πmr, e para uma partı́cula relativı́stica (r ≥ ~/m), δA = 8πlP2 , com
lP2 = ~ [37].
Contudo, um outro limite é obtido se levamos em conta o buraco negro
de Reissner-Nordström, com partı́culas carregadas se propagando ao redor
de sua geometria. Supondo que estas partı́culas tenham raio, massa e carga
definidos, neste caso, o quantum de área na geometria de Reissner-Nordström
seria dado por δA = 4lP2 [38].
Nos dois casos (partı́culas carregadas ou sem carga), há um processo
impedindo que o quantum de área seja arbitrariamente pequeno. Para o
processo de captura de uma partı́cula sem carga em um buraco negro de
Schwarzchild, devemos considerar que a partı́cula tem um raio mı́nimo em
conformidade com o princı́pio da incerteza de Heisenberg, para que haja
um quantum de área fundamental. No segundo processo, para assegurar a
existência de um quantum mı́nimo de área, é preciso levar em consideração
o processo de “emissão de carga tipo Schwinger”. O campo elétrico crı́tico
para a produção de pares deve ser maior do que o campo nas imediações do
horizonte, levando a δAmin = 4lP2 .
δA = klP2 , (3.1)
47
quasi-normais do buraco negro de Schwarzschild é dado por [34]
ln 3 i √
Mωn = M(ωn{R} + ωn{I} ) = − (n + 1/2) + O( n−1 ). (3.2)
8π 4
48
de Schwarzschild, também recuperemos o espectro assintótico deste buraco
negro. Para o buraco negro de Kerr, no entanto, temos que ωR tende a zero
conforme a rotação também se aproxima de zero com a proporção ωR ∝ a3
[40]. Desta maneira se a um buraco negro de Schwarzschild acrescentamos
uma quantidade infinitesimal de rotação, o espectro assintótico é diferente,
invalidando a conjectura: o quantum de área pode se tornar arbitrariamente
pequeno nestas condições. Uma situação similar se aplica ao buraco negro
de Reissner-Nordström.
Um outro aspecto problemático da conjectura é a relação de Motl-Neitzke
para os modos assintóticos do buraco negro com carga [41],
49
Figura 3.1: Parte real dos modos quasi-normais de Schwarzschild para l = 2
e l = 3.
l=2
1.2 l=3
0.8
ωR
0.6
0.4
0.2
0
0 10 20 30 40 50 60
n
50
com a progressão do número de overtone. Do ponto de vista astrofı́sico
e observacional, os primeiros overtones são os mais importantes por terem
menor fator de atenuação ωI , e neste sentido, terem maior possibilidade
de serem observados em detectores e antenas gravitacionais [43, 44]. Os
modos assintóticos por sua vez, (alto valor de n), respondem por uma possı́vel
conexão entre a oscilação da geometria e a termodinâmica do buraco negro,
e por isso o interesse em calculá-los.
No gráfico 3.2, podemos observar o comportamento dos modos quasi-
normais para dois valores diferentes de momento angular, l = 2 e l = 3.
Em ambos os casos, e também para outros valores de l [34], a parte real
inicialmente diminui até um dado modo nc e aumenta novamente a partir de
nc aproximando-se do valor assintótico ω∞ = TH ln 3.
Comparado com sistemas clássicos tais como uma vareta vibrante tal tipo
de resposta do buraco negro a perturbações em sua geometria é bastante pe-
culiar. Isto porque em sistemas clássicos, o modo com menor amortecimento
é em geral o modo com o menor valor de ωR , e tipicamente ω aumenta com
o aumento de n tanto em sua parte imaginária quanto real. De maneira
diversa, na figura, até n = nc , o valor de ωR diminui, e ainda, a partir de nc
este valor aumenta até atingir um ponto de saturação em TH ln 3. Em um
sistema macroscópico normal, ωR e ωI aumentam indiscriminadamente com
o aumento de n. Entretanto quando ωR torna-se expressivamente grande,
o comprimento de onda da oscilação associado, λ = 2πωR−1 torna-se expres-
sivamente pequeno, e quando alcança o valor de distâncias de estruturas
atômicas, a perturbação se dissipa como efeito de agitação termal da rede
[40].
Em uma tentativa de explicação semi-clássica, a figura 3.2 deixa ainda
questões sem esclarecimento. Em sistemas quânticos (em geral), os modos
com energia maior (~ωRn→grande ) decaem mais rapidamente, pois a largura de
decaimento em uma expansão em multi-polos é proporcional a ωR , compor-
tamento contrário ao da figura 3.2, para qual (em uma interpretação semi-
clássica) a probabilidade de decaimento de um modo diminui com o aumento
de n até o valor de nc .
A tentativa de explicação sugerida em [40] é de comparar o buraco negro
51
com um oscilador harmônico amortecido, sujeito a uma força ’tipo delta de
Dirac’,
{n} {n−1}
δM = ~[ω0 − ω0 ] = ~(4M)−1 . (3.7)
52
Figura 3.2: Modos quasi-normais de Schwarzschild para l = 2, 3 em termos
de ω0 .
30
l=2
l=3
25
20
ω0
15
10
0
0 10 20 30 40 50 60
n
53
Neste caso, a quantização da área fica
S = 2πN, (3.9)
que é compatı́vel com [46]. Do mesmo modo, em [41], tal propriedade é usada,
para o cálculo dos modos quasi-normais, de maneira que tal propriedade
(peridiocidade do tempo euclideano) parece estar relacionada não apenas à
derivação da temperatura do buraco negro, bem como à quantização da área
1
A grandeza N aqui, não deve ser confundida com n, sendo o fator de proporção entre
a área de um buraco negro, e o quantum de área, N = A/δA.
54
deste.
Q2
8πr+
δA = p 2M − δM − QδQ , (3.10)
M 2 − Q2 r+
55
16.5
16
15.5
15
w0
14.5
14
13.5
caso, o quantum de área é o mesmo que pra Schwarzschild (3.8), dado por
56
0.65
0.6
0.55
δw0
0.5
0.45
0.4
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45
Q
57
9.4 0.65
l=3, n=18 n=19-18 l=03
l=3, n=19 n=20-19 l=03
9.3
0.6
9.2
9.1
0.55
δw0
w0
0.5
8.9
8.8
0.45
8.7
8.6 0.4
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45
Q Q
0.6
0.6
0.55
δw0
0.55
δw0
0.5
0.5
0.45
0.45
0.4
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
Q 0.4
0.25 0.255 0.26 0.265 0.27 0.275 0.28 0.285 0.29 0.295 0.3
Q
58
0.65
0.6
0.55
δw0
0.5
0.45
0.4
0.35 0.36 0.37 0.38 0.39 0.4 0.41
Q
r−r+
u= r−r−
, que tende a 1, quando Q ∼ M, pois neste caso r− → r+ .
59
lho. Também a estrutura conforma do espaço-tempo, bem como o estudo de
geodésicas pode ser encontrado em [51].
pert
gµν = gµν + hµν , (3.14)
60
equações de perturbação são escritas como
d2
2
+ ω − V (r) Ψ(r) = 0 (3.19)
dr∗2
61
temporal do tipo ψ = e−iωt e V (r) o potencial axial escrito como
g 11
V (r) = [l(l + 1)r 2 − Γr + 4Q2 ], (3.21)
r4
p
com 2Γ = 3 ± 9 + 16Q2 (l − 1)(l + 2). Os sinais + e - acontecem por serem
duas as perturbações tratadas, gravitacional e eletromagnética. No limite
em que Q é nulo, e recuperamos a geometria de Schwarzschild, a equação
(3.18) é a perturbação axial gravitacional se tomamos o sinal positivo em
Γ, e a equação de perturbação eletromagnética axial, ao tomarmos o sinal
negativo.
A paridade polar de perturbação é descrita por uma equação cuja função
do campo, Φ(r) acopla com a função de paridade axial,
dΨ(r)
[(l − 1)l(l + 1)(l + 2) + 2iωΓ]Φ(r) − 2Γ
dr∗
2 11
2Γ g
− (l − 1)l(l + 1)(l + 2) + Ψ(r) = 0 (3.22)
(l − 1)(l + 2)r 2 + Γr
62
(Frobenius), publicado originalmente na década de 80 [59, 60]. Faremos uso
aqui deste método, pela relativa facilidade em se calcular modos com altos
valores de n.
∞
r+ (r+ − r− )iω+1 ub X
Ψ(r) = an un (3.24)
r(r+ − r− )2iω+1 eiω(r+2r+ ) n=0
2
em que b(r+ − r− ) = −iωr+ . Os limites da equação (3.22) quando usados no
Ansatz acima resultam em
2
iωr−
−iωr+
lim Ψ(r) = [e (r+ − r− ) r+ −r−
](r − r+ )b , (3.25)
r∗ →−∞
∞
X
−2iωr+ −2iω−1
lim Ψ(r) = [r+ e (r+ − r− ) an ]eiωr∗ , (3.26)
r∗ →+∞
n=0
P
do que devemos ter que an converge (para que possamos usar este ansatz).
E com tal expansão para Ψ, substituı́da na equação de onda, obtemos uma
relação de recorrência com 3 equações definidas a seguir,
0 = α0 a1 + β0 a0 (3.27)
0 = α1 a2 + β1 a1 + γ1 a0 (3.28)
0 = αn an+1 + βn an + γn an−1 + δn an−2 . (3.29)
63
em que os coeficientes α, β, γ e δ são escritos em termos de M, Q, Γ, n e ω
como
2
+4iωr+ (1 + b) − 2b2 (2 − r+
−1
) − r+ l(l + 1) − (3 − 2b)r− ] (3.31)
γn = (1 + r− )n2 + [−2iωr+ (1 + 2r− ) + 2b(1 + r− ) − 10r− ]n +
−iωr+ [2 − 12r− + (−iω + 2b)(1 + 2r− )] − 1 − Γ − 2b(1 + 3r− )
+b2 [16 + 8r− − (15 − 38r− + 26r−
2 −3
)r+ ] + (l2 + l + 13)r− (3.32)
2
δn = [−n + 2(3 + iω − b)n − (9 − 4iωb − 6b + 6iω)]r− (3.33)
∂ 2 ψ ∂ψ ω 2r3 2M(1 − s2 )
r(r − 2M) 2 + − − + l(l + 1) − ψ = 0. (3.34)
∂r ∂r r − 2M r
64
corrência a mais (bem como um termo extra) neste caso. A relação para o
limite assintótico de an é dada por [60]
r
an+1 −iω −2iω − 3/4
lim ∼1− + + T (n−3/2 ), (3.37)
n→∞ an n n
e a série pode ser resolvida em termos de uma fração parcial, escrita como
an+1 γn+1
=− (3.38)
an βn+1 − β αn+1α
γn+2
γ
− n+2 n+3
n+2 βn+3 −...
Com algumas manipulações algébricas, obtemos a forma final que pode ser
iterada indefinidamente, fazendo-se uso da expressão (3.37) para o final da
série,
αn−1 γn αn−2 γn−1 α0 γ1 αn γn+1 αn+1 γn+2 αn+2 γn+3
βn − ... − = ... .(3.40)
βn−1 − βn−2 − β0 βn+1 − βn+2 − βn+3 −
65
A redefinição proposta é dada por
δn′ = 0 (3.43)
αn′ = αn (3.44)
′
αn−1 δn
βn′ = βn − ′
(3.45)
γn−1
′
βn−1 δn
γn′ = γn − ′
. (3.46)
γn−1
para n ≥ 2, e por
para n = 0, 1.
Temos agora todo o ferramental necessário para a obtenção dos mo-
dos quasi-normais gravitacionais de acordo com o método de Leaver. Nas
próximas subseções analisaremos as perturbações de Dirac e escalar.
i
σAB ∇i P A + iµQC εCB = 0 (3.48)
i
σAB ∇i QA + iµP C εCB = 0, (3.49)
√
em que µ 2 é a massa da partı́cula, P, Q um par de espinores que repre-
sentam a função de onda e σ são as matrizes de Pauli dadas em termos da
tétrada de Newman-Penrose,
" #
i 1 li mi
σAB =√ . (3.50)
2 m̄i ni
66
Escrevendo em termos dos coeficientes de spin, e das componentes dos espi-
nores, P = (F1 , F2 ), Q = (−G2 , G1 ), obtemos o grupo de equações
κ = σ = λ = ν = ε = π = τ = 0,
1 cotgθ
ρ = − , β=α= √ ,
r 8r
2 2
r − 2Mr + Q Mr − Q2
µ = − , γ = (3.52)
2r 3 2r 3
r 2 − 2Mr + Q2 †
D = l = D0 , ∆=n=− D0
2r 2
L† L0
δ = m = √0 , δ ∗ = m̄ = √ (3.53)
r 2 r 2
iωr 2
Dn = ∂r + , D†n = D∗n ,
r 2 − 2Mr + Q2
Ln = ∂θ + ncotgθ + mcosecθ, L†n = ∂θ + ncotgθ − mcosecθ. (3.54)
67
Para obter uma equação de propagação do campo, finalmente, faremos duas
mudanças de variáveis de maneira que estas 4 equações sejam separáveis
e representem partı́culas de spin 1/2 e -1/2. Notadamente, redefinimos as
funções F e G,
1
S− D0 R− + √ R+ L1/2 S+ = 0,
2
√
hS+ D1/2 R+ − 2R− L†1/2 S−
†
= 0,
1
S+ D0 R− − √ R+ L1/2 S+ = 0,
2
√
†
hS− D1/2 R+ + 2R− L†1/2 S+ = 0. (3.57)
sendo h = r 2 −2Mr +Q2 , e tendo tomado µ = 0 (ou seja, para partı́culas não
massivas). As designações + e - nas funções de onda representam partı́culas
de spin positivo e negativo no limite clássico, ou seja quando g → ηM inkowski.
As equações acima podem ser separadas sem muito trabalho em parte
angular, e parte radial,
0 = (hD†1/2 D0 − λ2 )R− ,
0 = (D0 hD†1/2 − λ2 )R+ ,
0 = (L†1/2 L1/2 + λ2 )S+ ,
0 = (L1/2 L†1/2 + λ2 )S− , (3.58)
e que feito o devido uso dos operadores D resulta, para a parte radial,
( " !# )
∂2 ḣ ∂ r 4
r 2
ḣ
h 2+ + ω 2 − iω + 2r − λ2 R− = 0,(3.59)
∂r 2 ∂r h 2h
( " !# )
∂2 3ḣ ∂ r 4
r 2
ḣ
h 2+ + ω 2 − iω − + 2r − Λ2 R+ = 0,(3.60)
∂r 2 ∂r h 2h
68
com Λ2 = λ2 − 1, λ2 = (j + 1/2)(j + 1/2) e 5 j = l + 1/2. Estas equações
quando integradas usando-se o método de Leaver - desenvolvido na última
seção - nos dão, com uma precisão alta, os modos quasi-normais.
A propagação do campo escalar, segue a equação de Kelin-Gordon, que
já especificamos no capı́tulo anterior ao trabalhar com a métrica de Ernst.
A geometria é dada por gµν = diag(−a, a−1 , r 2 , r 2 sen2 θ), com a = h/r2 , de
√
maneira que o desenvolvimento de √1−g ∂µ [ −gg µν ∂ν Φ] = 0 leva a
2 4
∂ ∂ 2r
h 2 + ḣ + ω − l(l + 1) Ψ(r) = 0. (3.61)
∂r ∂r h
Com efeito, uma análise das equações de propagação dos campos de diferentes
spins, como apresentamos aqui, podem reduzida-las a uma única equação
mestra, a saber
" ! #
∂2 ∂ r4 ḣ
h 2 + (s + 1)ḣ + ω 2 + iωs r 2 + 4r − P 2 Ψ = 0. (3.62)
∂r ∂r h 2h
2 2
(b− = br− /r+ ). As relações de recorrência ficam exatamente iguais as de
(3.27-3.29), exceto pelo fato de que δ = 0. Os coeficientes usados para o
cálculo da fração parcial e por conseguinte dos modos quasi-normais são
5
Por uma questão de convenção usamos diferentes termos para a parte angular da
equação de um campo de spin meio ou inteiro. Isto porque, para spin meio, o valor do
momento angular pode variar de acordo com j = ±1/2, ±3/2, ±5/2, ..., e para spin zero,
a variação é l = 0, ±1, ±2, ...
6
Respeitando a convenção adotada, L = l para spin nulo, e L = j para spin semi-inteiro.
69
dados, em termos dos spins por
1 rh2 + a2
Z
√
S= gθθ gφφ dθdφ = π , (3.68)
4 1 + Λa2
70
e a temperatura como
Q
kh Λ j6=h |rh − rj |
Th = = (3.69)
2π 4π(1 + Λa2 )(rh2 + a2 )
2πk2 rh
C= , (3.70)
(1 + Λa2 ) ∂k
∂rh
2
Λ,a,Q
1 − Λa2 a2 + Q2
Λ 2
k2 = 3r2 − r2 + . (3.71)
2(r22 + a2 )(1 + Λa2 ) Λ Λr2
71
-1.02
n=02 l=0 -2.34
n=05 l=1
-2.36
-1.04
-2.38
-1.06 -2.4
-2.42
Im(w)
-1.08
Im(w)
-2.44
-2.46
-1.1
-2.48
-1.12 -2.5
-2.52
-1.14
0.24 0.25 0.26 0.27 0.28 0.29 0.3 0.31 0.32 0.33 0.34 -2.54
Re(w) 0.46 0.48 0.5 0.52 0.54 0.56 0.58 0.6 0.62 0.64 0.66
Re(w)
72
de campos testes em dadas geometrias8 .
Para as perturbações de spin meio e escalar, obtivemos resultados que
confirmam a conjectura como proposta em [49]. Os gráficos das figuras (3.10-
3.15), confirmam o comportamento apontado acima.
0.34 0.66
n=02 l=0 n=05 l=1
0.33 0.64
0.32 0.62
0.31 0.6
0.3 0.58
Re(w)
Re(w)
0.29 0.56
0.28 0.54
0.27 0.52
0.26 0.5
0.25 0.48
0.24 0.46
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Q Q
Figura 3.12: Campo de Dirac com Figura 3.13: Campo de Dirac com
j = 1/2, n = 2. Gráfico ’R’, apa- j = 3/2, n = 5. Gráfico ’R’, apa-
recimento de um pico relacionado à recimento de um pico relacionado à
transição de fase. transição de fase.
-1.02 -2.34
n=02 l=0 n=05 l=1
-2.36
-1.04
-2.38
-2.4
-1.06
-2.42
Im(w)
Im(w)
-1.08 -2.44
-2.46
-1.1
-2.48
-2.5
-1.12
-2.52
-1.14 -2.54
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Q Q
Figura 3.14: Campo de Dirac com Figura 3.15: Campo de Dirac com
j = 1/2, n = 2. Gráfico ’I’. j = 1/2, n = 2. Gráfico ’I’.
73
é o valor de n para o qual ω tem este formato. Nomeamos nc o valor de n, a
partir do qual, para um dado l, o gráfico ω toma um formato espiral. Então,
pelos resultados obtidos (e em acordo com [49]), para a perturbação de spin
1/2, nc = 2, 5 para l = 0, 1 ou j = 1/2, 3/2.
0.5 0.78
n=5 l=2 n=10 l=3
0.49
0.76
0.48
0.74
0.47
0.46 0.72
Re(w)
Re(w)
0.45 0.7
0.44
0.68
0.43
0.66
0.42
0.41 0.64
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Q Q
0.98
1.3
0.96
Re(w)
Re(w)
0.94 1.25
0.92
1.2
0.9
0.88
1.15
0.86
0.84 1.1
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Q Q
74
Tabela 3.1: Valores de Qd para diferentes momentos angulares.
l 2 3 4 5 6
nc 5 10 15 22 31
Q0 0.436 0.407 0.397 0.383 0.368
75
-1.76 -4.1
n=5 l=2 n=10 l=3
-4.12
-1.78
-4.14
-1.8 -4.16
-4.18
-1.82
Im(w)
Im(w)
-4.2
-1.84
-4.22
-1.86 -4.24
-4.26
-1.88
-4.28
-1.9 -4.3
0.41 0.42 0.43 0.44 0.45 0.46 0.47 0.48 0.49 0.5 0.64 0.66 0.68 0.7 0.72 0.74 0.76 0.78
Re(w) Re(w)
-14.2
-6.45
-14.25
-6.5
-14.3
Im(w)
Im(w)
-6.55 -14.35
-14.4
-6.6
-14.45
-6.65
-14.5
-6.7 -14.55
0.84 0.86 0.88 0.9 0.92 0.94 0.96 0.98 1 1.02 1.04 1.1 1.15 1.2 1.25 1.3 1.35 1.4
Re(w) Re(w)
76
Tabela 3.2: Valores de Qd para diferentes momentos angulares.
l 2 3 4 5 6 7 8 9
Q0 0.4891 0.4860 0.4841 0.4828 0.4819 0.4812 0.4807 0.4802
l 10 11 12 13 14 15 16 17
Q0 0.4799 0.4796 0.4794 0.4792 0.4790 0.4788 0.4787 0.4787
3.5.1 O Comportamento de ω0
Embora os resultados da perturbação gravitacional não confirmem a con-
jectura de que os modos quasi-normais levam alguma informação da ter-
modinâmica de buracos negros, relacionados à mudança de fase de segunda
ordem para estas geometrias, um comportamente peculiar emerge quando in-
vestigamos os gráficos do tipo ω0 x Q,9 em que ω0 é a frequência relacionada
com a quantização da área da seção 3.2.
Para tais tipos de gráfico, o pico de ω0 acontece próximo a Q ∼ 0.48
sempre que l = n (nomearemos o ponto em que ω0 atinge seu valor máximo de
Q = Q0 ). Isto desconfigura uma possı́vel relação com a transição de segunda
ordem, visto que tal valor está 10.5% distante de Qtf , entretanto revela um
comportamento interessante: sempre que investigamos l = n, para valores
dQ
cada vez maiores de l, obteremos que dω 0
diverge quando Q0 → 0.4787. Uma
tabela com os primeiros valores de l é escrita em 3.2.
77
segue na figura (3.24): quanto maior o valor de l, maior a proximidade do
pico com o valor de acumulação Q0 .
9.9
n=17 l=17
9.8
9.7
9.6
9.5
wo
9.4
9.3
9.2
9.1
8.9
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Q
78
Capı́tulo 4
Modos Quasi-Normais em
Buracos Negros Cosmológicos
Temos visto nos últimos anos um crescente interesse pelo estudo de buracos
negros com constante cosmológica e sua associação com a conjectura AdS-
CFT. A análise de perturbações em tais tipos de buracos negros é, de maneira
geral, bastante similar ao de buracos negros sem constante cosmológica. No-
tadamente, embora o espaço-tempo não seja assintóticamente o de Minkowski
(sendo portanto não-trivial, por exemplo, definições como a de energia de
partı́culas medidas por observadores externos ao horizonte de eventos), exis-
tem equações de perturbação destas métricas com simetria esférica, visto que,
o espaço-tempo pode ser escrito em uma variedade V 2 x S D−2 .
Os buracos negros de de Sitter e anti-de Sitter diferem apenas pelo termo
de constante cosmológica ser negativo ou positivo, respectivamente. O ele-
mento de linha de tais tipos de objetos advem de uma métrica genérica para
buracos negros com simetria esférica dada por [63]
79
é dado por
Q2
2M
ds = − 1 − D−3 + 2D−6 − Λr dt2
2 2
r r
−1
Q2
2M
+ 1 − D−3 + 2D−6 − Λr 2 dr 2 + r 2 dΩ2D−2 . (4.4)
r r
80
preservando com isto a simetria desejada. Temos
81
e de maneira semelhante, a perturbação do tensor momento-energia terá
somente as componentes tensoriais:
D−2 a £ − 2(D − 3)
∇a ∇a H + ∇ r∇a H − H = −k 2 τ, (4.8)
r r2
H → r (2−D)/2 Φ, (4.9)
82
para ∇2 ,
∇2 = g tt ∂t2 + ∂r (g rr ∂r ). (4.12)
∂2 ∂2
V (r)
− 2+ 2 + Φ = 0. (4.14)
∂t ∂r∗ gtt
r∗ +t
As coordenadas nulas são definidas
h em termosi de t eh de r∗ comoi v= 2 e
u = t−r
2
∗ ∂
, de maneira que ∂v = 21 ∂r∂∗ + ∂t
∂ ∂
e ∂u = 12 − ∂r∂∗ + ∂t∂
, e com isto,
obteremos a equação perturbativa em sua forma final para a integração com
o formato
∂ ∂ V (r)
−4 + Φ = 0. (4.15)
∂u ∂v gtt
83
nulas visto que o elemento de linha contendo u e v não tem os termos guu
e gvv , ou seja, os vetores tangente à variedade ∂v e ∂u são vetores nulos
designados por < ∂u , ∂u >=< ∂v , ∂v >= 0.
A integração em uma grade de coordenadas u e v pode ser pensada de
maneira usual ao discretizarmos os eixos em “pequenos” intervalos ∆u e
∆v (o conceito de pequeno a que nos refirimos aqui está relacionado com
o resultado a ser obtido pela integração. Uma vez que um dado perfil de
campo é obtido, podemos diminuir a escala em uma ordem de grandeza, por
exemplo, e verificar se este mesmo perfil se repete. Em caso positivo, temos
então uma discretização pequena o suficiente para os propósitos do cálculo).
Neste caso, as derivadas do campo podem ser expressas como variações ∆Φ
da seguinte maneira
∂ ∆Φ ΦE − ΦW
Φ = ≡ (4.16)
∂v ∆v ∆v
∂ ∆Φ ΦN − ΦS
Φ = ≡ . (4.17)
∂u ∆u ∆u
V (r) ΦW + ΦE
ΦN = ΦE + ΦW − ΦS + ∆u∆v . (4.18)
gtt 8
84
assume ao longo de duas retas iniciais, u = u0 e v = v0 , por exemplo. Em
geral, podemos evoluir um pacote de onda Gaussiano em uma das direções
como condição inicial para o campo, e uma constante em outra direção [68],
(v − vc )2
Φ(u0 , v) = exp − ,
2σ 2
Φ(u, v0 ) = constante. (4.19)
85
cada tempo t = nh
p p
X X
−iωj nh
xn ≡ Φ(nh) = Cj e = Cj zjn . (4.21)
j=1 j=1
O método nos permite calcular zn como uma função dos pontos do perfil xn ,
e a partir disso obter as frequências ωj . Com o intuito de fazer isto, definimos
uma função polinomial A,
p p
Y X
A(z) = (z − zj ) = αm z p−m (4.22)
k=1 m=0
86
encontrar zk pelos zeros de (4.22) e através destes as frequências,
i
ωj = ln zj (4.26)
∆v
1 − Λ + Q2
M= , (4.27)
2
uma vez que f (rh ) = 0. Um caso de buracos negros extremos para esta função
ocorre sempre que um segundo horizonte rC tenha rC = 1. Isto representa
uma segunda restrição que relaciona a constante cosmológica com a carga da
solução. Para obter esta relação, podemos considerar caso a caso, a partir de
D = 5 dimensões. Sendo rh = rC = 1, além da condição (4.27) sobre a massa
é necessário ainda que 2 − 3Λ − 2M = 0. Para 6 dimensões esta condição
extra é dada por 3 − 4Λ − 4M = 0 e em 7 dimenões por 4 − 5Λ − 6M = 0.
A prescrição genérica para um número qualquer de dimensões (maior do que
4) fica
1 − 2Λ − (D − 4)Q2 = 0 (4.28)
87
Desta maneira, para cada solução com uma dada constante cosmológica, há
um valor de carga,
r
1 − 2Λ
Qc = (4.29)
D−4
que pode ser simplificada a uma equação de terceira ordem com a substituição
r 2 = x. Se uma das raı́zes da equação for fixada em 1, automaticamente,
uma segunda raiz será -1, uma vez que as raı́zes ocorrem em ’duplas ±a’.
88
Com a substituição de x em termos de r, podemos calcular analiticamente
as demais raı́zes do polinômio restante. Temos
89
Figura 4.3: Horizontes de um buraco negro de Sitter com carga em 5 di-
mensões e Λ = 0.5. O horizonte cosmológico passa a se situar em rh = 1, e
os horizontes de eventos estão representados pelas linhas do gráfico.
90
Tabela 4.1: Modos quasi-normais para um buraco negro com Λ = 1/60 e
l = 2.
Q ωR ωI Q ωR ωI
0.1 1.107 0.337 0.2 1.099 0.336
0.3 1.081 0.335 0.4 1.055 0.325
0.5 1.021 0.307 0.6 0.984 0.284
0.7 0.945 0.261 0.8 0.902 0.141
0.9 0.858 0.220 1.0 1.023 0.0648
1.1 0.762 0.209 1.2 0.715 0.195
1.3 0.673 0.186 1.4 0.631 0.179
1.5 0.592 0.171 1.6 0.554 0.164
1.7 0.519 0.156 1.8 0.486 0.149
1.9 0.455 0.142 2.0 0.426 0.135
2.1 0.398 0.129 2.2 0.372 0.122
2.3 0.347 0.115 2.4 0.323 0.109
2.5 0.301 0.103 2.6 0.279 0.0963
2.7 0.259 0.0907 2.8 0.239 0.0845
2.9 0.220 0.0791 3.0 0.200 0.0738
3.1 0.180 0.0678 3.2 0.160 0.0606
3.3 0.140 0.0517 3.4 0.123 0.0413
3.5 0.108 0.0312 3.6 0.0940 0.0252
3.7 0.0603 0.0274 3.8 0.0109 0.00859
91
de seu valor extremo, o que corresponde à coalizão dos horizontes de evento
p
e cosmológico, a frequência natural de oscilação, ω0 = ωR2 + ωI2 , tende a
zero. O valor máximo de carga é dado por
1−Λ
Qmax = √ , (4.34)
2 Λ
-5
-10
-15
ln |Ψ|
-20
-25
-30
-35
-40
0 50 100 150 200
t
Para este ponto, na tabela acima temos QC ∼ 0.983, o que endossa ainda
o comportamento dos modos nas imediações de Q ∼ 0.9: os modos quasi-
normais deixam de ser descrescentes com o aumento da carga. Há uma
92
suspeita da existência de modos instáveis para valores de Q próximos aos
valores extremos [6, 7].
0
Campo Gravitacional com Λ=0,1
-10
-20
-30
ln |Ψ|
-40
-50
-60
93
cauda quanto o perı́odo de vibração sejam “bem-comportados” em sentido
de que ambos devem decair com o tempo.
Embora da estabilidade, a cauda na figura 4.4 segue uma reta, diferen-
temente da lei de potência, válida para os casos assintóticamente planos. O
mesmo comportamento pode ser encontrado em [69, 65].
A presença de modos instáveis, cuja cauda ou a fase quasi-normal cresçam
com a evolução temporal denota que a análise da perturbação em primeira
ordem é inconclusiva, para se atestar o caráter final da geometria do espaço-
tempo embora seja uma forte indicação da instabilidade da solução [8].
A existência de modos instáveis em uma dada geometria está associada
ainda, há existência de intervalos em que o potencial gravitacional assume
valores negativos: é condição necessária (mas não suficiente), para que haja
modos que cresçam com o tempo a existência de um intervalo [a, b]ǫr, de
maneira que V (r) < 0. Este é o caso da geometria de Reissner-Nordström-de
Sitter em 5 dimensões.
Em buracos negros cujos horizontes internos coalesçam, a fase de decai-
mento tende a se prolongar ao infinito. Por exemplo, no perfil 4.5, podemos
notar a tendência de que a fase quasi-normal se prolongue por longos perı́odos
de tempos, quanto mais próximo o buraco negro está de um buraco negro
extremo. Em todos os perfis calculados para valores de carga menores do que
a carga de um buraco negro extremo (com horizontes de evento e de Cauchy
no mesmo ponto), a caracterı́stica peculiar é a de que a fase quasi-normal é
tanto maior quanto mais próximo da carga QC . Para este perfil temos que
ω = 0.895 + 0.132i, sendo sua carga 99,7% do valor QC .
Quando aumentamos o valor da constante cosmológica, a tendência é de
que tanto a parte real quanto a imaginária dos modos quasi-normais dimi-
nuam. Por exemplo, para Λ = 0.05 e Λ = 0.167, listamos os modos nas
tabelas 4.2 e 4.3. Para o primeiro caso, o valor máximo da carga, para o
qual o horizonte de eventos e cosmológico coalescem é Q ∼ 2.124, e para o
segundo Q = 2√5 6 ∼ 1.021.
O comportamento geral dos modos quasi-normais para estes dois valores
de Λ é similar ao demonstrado para a tabela 4.1, uma vez que, com a apro-
ximação de Q de seu valor máximo, a frequência natural de vibração tende
94
Tabela 4.2: Modos quasi-normais para um buraco negro com Λ = 0.05 e
l = 2.
Q ωR ωI Q ωR ωI
0.1 1.013 0.346 0.2 1.000 0.334
0.3 0.985 0.292 0.4 0.973 0.309
0.5 0.934 0.287 0.6 0.898 0.265
0.7 0.853 0.243 0.8 0.794 0.257
0.9 0.723 0.146 1.0 0.732 0.147
1.1 0.678 0.152 1.2 0.575 0.165
1.3 0.524 0.153 1.4 0.470 0.143
1.5 0.415 0.131 1.6 0.362 0.116
1.7 0.312 0.102 1.8 0.259 0.0892
1.9 0.202 0.0693 2.0 0.147 0.0473
Q ωR ωI Q ωR ωI
0.1 0.749 0.278 0.15 0.743 0.274
0.2 0.736 0.269 0.25 0.726 0.262
0.3 0.714 0.253 0.35 0.700 0.243
0.4 0.683 0.232 0.45 0.663 0.219
0.5 0.640 0.205 0.55 0.613 0.191
0.6 0.583 0.175 0.65 0.549 0.155
0.7 0.522 0.137 0.75 0.477 0.103
0.8 0.411 0.0879 0.83 0.380 0.103
0.86 0.353 0.0771 0.89 0.326 0.0706
0.92 0.291 0.0675 0.95 0.226 0.0501
0.98 0.168 0.0441 1.01 0.0997 0.00256
95
a zero.
Também, nas proximidades do buraco negro extremo com dois horizontes
de eventos no mesmo ponto, este comportamento não é reproduzido, e a
frequência varia para qualquer valor de Λ. Os valores de QC quando Λ = 0.05
e Λ = 0.167 são QC ∼ 0.949 e QC ∼ 0.816. A caracterı́stica peculiar em
relação a este tipo de buraco negro extremo é a de que, ainda que Λ varie
bruscamente, QC variará de maneira mais suave, ou seja, a influência da
constante cosmológica é mais perceptı́vel para buracos negros extremos em
que os dois horizontes a coalescerem são o cosmológico e o de eventos.
0
Campo Gravitacional com Λ=0,3
-10
-20
ln |Ψ|
-30
-40
-50
0 50 100 150 200
t
96
além do erro numérico natural feito pelo cálculo da coordenada tartaruga, é
impossı́vel ir além de certo ponto na integração numérica (sendo, portanto
extremamente complicado a obtenção das caudas para certos perfis).
0
Campo Gravitacional com Λ=0,3
-2
-4
-6
ln |Ψ|
-8
-10
-12
-14
97
Tabela 4.4: Modos quasi-normais para um buraco negro com Λ = 0.08 e
diferentes valores de l.
Q ω (l = 2) ω (l = 3) ω (l = 4)
0.1 0.938 + 0.328i 1.480 + 0.314i 1.970 + 0.310i
0.2 0.928 + 0.319i 1.464 + 0.307i 1.949 + 0.303i
0.3 0.910 + 0.306i 1.437 + 0.294i 1.913 + 0.291i
0.4 0.885 + 0.289i 1.398 + 0.278i 1.862 + 0.274i
0.5 0.851 + 0.267i 1.347 + 0.257i 1.795 + 0.254i
0.6 0.809 + 0.244i 1.284 + 0.235i 1.712 + 0.232i
0.7 0.757 + 0.219i 1.209 + 0.212i 1.613 + 0.209i
0 0
l=2 l=2
l=3 l=4
-10 -10
-20 -20
ln |Ψ|
ln |Ψ|
-30 -30
-40 -40
-50 -50
0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 20 40 60 80 100 120 140 160
t t
98
0 0
l=2 l=2
l=3 l=4
-2 -2
-4 -4
ln |Ψ|
ln |Ψ|
-6 -6
-8 -8
-10 -10
10 15 20 25 30 35 10 15 20 25 30 35
t t
Figura 4.10: “Zoom” de campo gra- Figura 4.11: “Zoom” de campo gra-
vitacional com Λ ∼ 0.083 e Q = 0.5, vitacional com Λ ∼ 0.083 e Q = 0.5,
para dois valores de momento angu- para dois valores de momento angu-
lar, l = 2 e l = 3. lar, l = 2 e l = 4.
do que, com uma redefinição de variável dada por Fa = fa + rDa (HT /kV )
emergem a + 2 equações de campo representadas por
Da [r D−1 εcb rDa (Fa /r)] = mV r D−3 εab F b − 2r D−1 εab τ b (4.37)
kV Da (r D−3 F a ) = −r D−2 τ (4.38)
mV D−2
Da (r D−1 τ a ) = − r τ, (4.39)
2kV
DaΩ
D−2 mV 2 D−2 ab
r Da D−2
− 2 Ω=− r ε Da (rτb ), (4.40)
r r mV
99
tromagnético. Isto pode ser feito modificando-se a componente τb , acrescen-
tando um termo relativo a um potencial A, com uma prescrição semelhante
à de Regge-Wheeler [4]: τa → τa − Er0 εab D b A. Neste caso, com uma substi-
tuição semelhante para o campo, Ω → Ω − 2E mV
0
Ar D−2 , obtemos a equação de
perturbação
E0 r D−2
D−2 1 a mV 2 D−2 ab
r Da D−2
D Ω − 2
Ω = 2
A− r ε Da (rτb ). (4.41)
r r r mV
QmV Q
Ψ= r (D−2)/2 Ω + A, (4.42)
(D 2 − 4D + 3)M + δ E0 r D/2
V
2Ψ + Ψ = 0, (4.43)
gtt
D 2 − 6D + 8 (D − 2)(D − 4) 2
gtt 2
V = − 2 kV + − Λr
r 4 4
(D − 2)(5D − 12) (−D 2 /2 + 2D − 3)M + δ
+ + (4.44)
4r 2D−6 r D−3
100
Tabela 4.5: Modos quasi-normais de uma perturbação gravitacional vetorial
para o buraco negro de Reissner-Nordström de Sitter, com Λ = 0.0167 e
l = 2.
Q ωR ωI Q ωR ωI
0.2 1.354 0.337 0.4 1.368 0.314
0.6 1.360 0.276 0.8 1.301 0.230
0.9 1.300 0.190 0.983 1.226 0.158
1.0 1.189 0.162 1.2 1.038 0.192
1.5 0.837 0.164 2.0 0.587 0.129
2.5 0.415 0.0966 3.0 0.282 0.0681
3.5 0.155 0.0340 3.8 0.0173 0.0110
101
Q=0.1
0 Q=0.8
Q=2.0
Q=3.5
-10
-20
ln |Ψ|
-30
-40
-50
0 20 40 60 80 100 120 140 160
t
102
Tabela 4.6: Modos quasi-normais de uma perturbação gravitacional vetorial
para o buraco negro de Reissner-Nordström de Sitter, com Λ = 0.0167 e
l = 2.
Q ωR ωI Q ωR ωI
0.1 1.004 0.257 0.15 1.005 0.254
0.2 1.005 0.249 0.25 1.004 0.243
0.3 1.002 0.236 0.35 0.997 0.227
0.4 0.990 0.217 0.45 0.979 0.206
0.5 0.963 0.193 0.55 0.941 0.178
0.6 0.913 0.163 0.65 0.878 0.147
0.7 0.831 0.136 0.75 0.772 0.104
0.8 0.739 0.102 0.83 0.667 0.0709
0.86 0.630 0.0735 0.89 0.452 0.0512
0.92 0.475 0.0530 0.95 0.409 0.0578
0.98 0.282 0.0357 1.01 0.160 0.02247
103
Q=0.1
0 Q=0.3
Q=0.8
Q=1.01
-10
-20
ln |Ψ|
-30
-40
-50
0 20 40 60 80 100 120 140 160
t
dos vestı́gios de modos instáveis, como por exemplo em [6, 7], encontramos
modos instáveis para o potencial gravitacional escalar com D ≥ 7. O único
suporte para a existência de modos instáveis está em alguns modos para os
quais, depois de um longo perı́odo de integração, aparentemente o modo volta
a crescer ao invés de decair (por exemplo 4.9 e 4.10). Tal comportamento
contudo, corresponde ao limite numérico do programa utilizado uma vez que
a precisão não ultrapassa a décima quinta casa para todos os cálculos de
integração (e. g. coordenada tartaruga, valor do potencial, valor do campo,
etc), e neste sentido não é mais do que “ruı́do”. Tal limitação é momentane-
amente inerente a estrutura do programa utilizado para o cálculo (fortran,
versão gnu), mesmo que com a maior precisão possı́vel para todas as variáveis
(precisão estendida). As caudas obtidas quando a precisão necessaria para
sua obtenção não ultrapassa 10−15 , seguem uma exponencial decrescente,
como em [69].
104
Tabela 4.7: Modos quasi-normais de uma perturbação gravitacional vetorial
para o buraco negro de Reissner-Nordström de Sitter, com Λ = 0.0833 e
diferentes valores de l.
l=2 l=2
0 l=3 0 l=4
-10 -10
-20 -20
ln |Ψ|
ln |Ψ|
-30 -30
-40 -40
-50 -50
0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 20 40 60 80 100 120 140 160
t t
Figura 4.14: “Zoom” de campo gra- Figura 4.15: “Zoom” de campo gra-
vitacional com Λ ∼ 0.083 e Q = 0.5, vitacional com Λ ∼ 0.083 e Q = 0.5,
para dois valores de momento angu- para dois valores de momento angu-
lar, l = 2 e l = 3. lar, l = 2 e l = 4.
105
Capı́tulo 5
Apontamentos Finais
106
considerando o campo magnético pequeno. Tal aproximação é válida, visto
que buracos negros (astrofı́sicos) possuem, via de regra, discos de acresção
de matéria que geram uma contribuição não nula de campo magnético, que
ainda assim é muito menor do que a massa do buraco negro. Demonstramos
que a propagação de um campo escalar em tal geometria tem o mesmo po-
tencial da propagação de um campo escalar com massa em uma geometria de
Schwarzschild, com a correspondência da massa de tal campo escalar sendo
µ = 2|m|B, m o número azimutal de harmônicos esféricos e B. Além desta
equivalência, a propagação do campo escalar na geometria de Melvin-Ernst
tem a propriedade de que o buraco negro se torna um melhor oscilador (me-
lhora o fator de qualidade Q = ωR /ωI , tanto maior é o campo magnético do
espaço-tempo.
Também usando buracos negros com campo magnético de fundo, investi-
gamos a contribuição do campo escalar para a entropia da solução através do
método Brick Wall proposto por ’t Hooft em 1984. A contribuição do campo
magnético é da ordem B 2 , para a divergência ultravioleta, ǫ−1 . No caso
de buracos negros D-dimensionais, a divergência ultra-violeta tem a mesma
2−D
forma daquela divergência para Schwarzschild, ǫ 2 , tendo a divergência ul-
D−3
travioleta, contudo um formato diferente dado por LB2 , de maneira que o
campo magnético age diminuindo tal divergência (que para Schwarzschild é
dada por LD−1 ).
Com uma solução de Reissner-Nordström em quatro dimensões analisa-
mos as propriedades termodinâmicas do buraco negro e a relação com seus
modos de vibração. Utilizando a proposta de Maggiore para a conjectura
Hod, de reinterpretação da constante de quantização da área do buraco ne-
gro de Schwarzschild, a partir de uma comparação com o oscilador harmônico
com atrito (o que dá um sentido semi-clássico e explica algumas crı́ticas da
antiga proposta de Hod), calculamos os modos quasi-normais em Reissner-
Nordström chegando a mostrar que o espaçamento assintótico dos modos se
aproxima da mesma quantização que para Schwarzschild.
Além da conjectura Hod modificada, testamos ainda a relação dos modos
quasi-normais com a transição de ordem de segunda fase [47], como proposta
por Jing et al [49]. No setor de perturbações gravitacionais, a equivalência
107
encontrada em [49] demonstrou-se não existir, de maneira que, assim como
para a solução de Kerr tal correspondência não é válida, podemos afirmar
que se trata de uma coincidência numérica. Não se pode negar que os modos
quasi-normais carreguem as propriedades termodinâmicas relacionadas com
a transição de ordem de segunda fase, mas se esta caracterı́stica existe ela é
mais profunda do que a proposta em [49].
Finalmente, estudamos no último capı́tulo, a perturbação gravitacional
de um buraco negro de Reissner-Nordström-de Sitter em 5 dimensões, cu-
jos modos quasi-normais, tanto para o potencial tensorial como vetorial,
demonstraram-se estáveis, no sentido de que decaem com o tempo. O com-
portamento particular de cada frequência depende, como esperado dos parâmetros
do buraco negro, e em geral, exceto para situações extremas, varia de ma-
neira unı́voca com a variação dos parâmetro: por exemplo, com o aumento
da carga do buraco negro, tanto ωR quanto ωI diminuem, tendendo a zero
quando de um buraco negro extremo com horizonte de eventos e cosmológico
no mesmo ponto. Além, a influência do momento angular das vibrações é
mais sentida em ωR do que em ωI : para dados pariametros M, Q e Λ, a
variação de l produz uma grande variação em ωR , mas uma pequena (ainda
menor que para o caso de Schwarzschild) variação em ωI .
Como perspectivas futuras, demarcamos algumas idéias passı́veis de es-
tudo, em cada um dos trabalhos aqui relatados durante os anos de sua pes-
quisa:
108
negros como espaços-tempo de teste.
109
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