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CRDQ

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE

ESTÁGIO SUPERVISIONADO ESPECÍFICO II


Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz

Manaus – AM
Abril de 2023
REBECA MIRANDA MACEDO - 03329137
MATHEUS BERNARDO DA SILVA – 03102450
ANDERSON SILVA OLIVEIRA – 03325813
ROSINALDO RODRIGUES JÚNIOR - 03104338

ESTÁGIO SUPERVISIONADO ESPECÍFICO II


Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz

Relatório Parcial apresentado como requisito para


obtenção de nota parcial 1º ARE em Estágio
Supervisionado Específico II do Centro
Universitário do Norte
(UNINORTE/SerEducacional). Turmas:
UNN0120109NNB, 9º Período.

Orientadora: Profa Janete Silva de Souza


Manaus – AM
Abril de 2023

Introdução

O estágio supervisionado faz parte do pré-requisito mais cobrado dentro da


formação acadêmica dos alunos pertencentes aos cursos voltados a área da saúde, sendo
essencial para a construção da carreira destes futuros profissionais. Segundo a Lei Nº
11.788/08, o estágio é um ato educativo supervisionado que visa a preparação do
educando para sua respectiva área de atuação específica tornando-se indispensável a
todos os estudantes do ensino regular.

Tendo isso em vista, o estágio é um instrumento que alcança a experiência


prévia dos discentes em seu campo de atuação. Decerto proporcionando treino de
habilidades, identificação por campo escolhido, prioridade ao ensino e sua qualidade.
Dessa forma, a prática nos traz a observação dos fenômenos psicológicos atrelados a
fatores biológicos, sociais, econômicos e políticos, proporcionando a construção de
pensamento crítico e humanizado.

Portanto, visando tais resultados, o grupo escolheu o Centro de Reabilitação em


Dependência Química Ismael Abdel Aziz (CRDQ), disponibilizando aos estudantes do
Centro Universitário do Norte (UNINORTE) uma oportunidade de fazer parte da equipe
no período do estágio supervisionado obrigatório. Atualmente, o local recebe públicos
de ambos os sexos e faixas etárias acessíveis, cobrindo demandas de toda Rede de
Saúde Pública do Amazonas, intitulada como unidade básica de saúde pública também.

A dependência química é considerada uma doença crônica, possuindo critérios


diagnósticos e tratamento biopsicossocial. Segundo o DSM V, dependência química é
definida como o uso de substâncias que levam ao prejuízo ou sofrimento psíquico
significativo, que em geral leva a tolerância, abstinência, abandono ou redução de
importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas em razão do uso da
substância. Tendo isso em mente, os profissionais do CRDQ trazem uma bagagem de
experiência no ramo e qualidade ao tratamento dos residentes do instituto, contado com
uma equipe plantonista e multiprofissional.
Contexto Institucional

Em 28 de março de 2014 foi inaugurado o Centro de Reabilitação em


Dependência Química Ismael Abdel Aziz, localizado no endereço AM 010, Km 53
Manaus-AM (Estrada para Rio Preto da Eva). Possuindo como Diretora Fábia Ileanna
Gondim Rosa desde 2018.

Esta unidade é a primeira da Rede Estadual de Saúde do Amazonas a


proporcionar tratamento reabilitador de dependentes químicos de drogas em geral,
utilizando a internação como parte deste tratamento.

A partir do mês de setembro do ano de 2016, a secretaria do Estado de Saúde


passou a gerir, coordenar e administrar o CRDQ, serviço esse que tem funcionamento
durante 24 horas. Para tanto, é oferecido plano terapêutico em diversas etapas com
equipe disciplinar, dentre psicólogos, assistentes sociais, médicos clínicos e psiquiatras,
enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Dentre os objetivos do CRDQ está a oferta de tratamento especializado aos


dependentes químicos com apoio às famílias, contribuir com a promoção da qualidade
de vida da comunidade em geral, juntamente com a reinserção do indivíduo reabilitado
à sociedade.

O tratamento para dependência química na modalidade de internação só deve ser


acionado após o esgotamento dos recursos extra hospitalares ou quando estes forem
insuficientes. As internações podem ser voluntárias ou involuntárias, o paciente será
avaliado por médico clínico, psiquiatra ou ainda por psicólogo, através de
encaminhamento das unidades de atendimento da rede pública e privada de saúde
mental obedecendo à Lei n° 13.840/19.

O CRDQ também recebe pacientes adultos encaminhado pelo Poder Judicial.


Esses casos são avaliados conforme os critérios e precedidos por laudo médico
circunstanciado. As internações involuntárias poderão ser solicitadas pelos responsáveis
legais ou quando na total ausência destes, pela equipe interdisciplinar que o assiste.

As internações para crianças e/ou adolescente ocorrem apenas por determinação


judicial. O tempo de espera para admissão é de até quinze dias, conforme os critérios
descritos para internação; O tempo de internação é no máximo de noventa dias. A alta
terapêutica será mediante evolução do paciente, conforme Plano Terapêutico Singular.

O paciente em processo de acolhimento, quando chega na Enfermaria, recebe


atendimento clínico e psiquiátrico, para avaliação com os exames trazidos no dia. Além
disso, devido ao período de pandemia, regras de higienização prévia foram tomadas
para evitar contaminação de ambos. Confere-se os documentos e exames, enquanto isso,
encaminha os pacientes para a revista pessoal e conferência dos itens do enxoval, sob
responsabilidade dos cuidadores. Caso seja constatado que o paciente não tenha
condições clínicas para ficar na instituição, o mesmo será encaminhado para a
instituição que seja devido para seu tratamento prioritário. Ex: cardiopatas, grávidas de
alto risco, ou qualquer outro caso similar, que represente riscos ao paciente, pois a
estrutura é limitada para atendimento básico.
Percepção do estagiário sobre o campo

1. Rebeca Miranda Macedo

A equipe foi acolhedora nos permitindo fazer parte de todos os espaços


disponíveis na instituição. A estrutura do local é bem conservada e respeitada por todos,
que se desdobram para cuidar do que lhes foi proporcionado. Há uma preocupação em
desenvolver novos projetos para o tratamento dos residentes, o qual nos deixou livre
para que trouxéssemos ideias.

A facilitação em nossa jornada de estágio é de suma importância para nosso


desenvolvimento profissional e a instituição nos clarificou esse caminho, despertando
novas ideias e projetos que podemos realizar.

O campo possui um rigoroso protocolo de entrada dos residentes, desde o


acolhimento ao momento que eles recebem alta, podendo ser satisfatório, insatisfatória e
pedida. Este protocolo começa com os encaminhamentos de internação recebidos
mediante ao Sistema Único de Saúde e outros meios, os mesmos passam pelo médico da
área para validar tão laudo e configurar como dependente químico. Após esta avaliação,
é feito o acolhimento com o futuro residente e sua família, o mesmo trás pertences
pessoais que precisará durante o tratamento bem como se desfaz de outros itens que não
serão necessários.

A equipe de cuidadores é muito rigorosa quanto a fiscalização desta chegada e


sua instalação no alojamento, enquanto isso a equipe de enfermeiros e médicos
prescreve e monta o plano de medicamentos para que o mesmo passe pelo processo de
desintoxicação de forma saudável. A equipe psicossocial é responsável pelo plano
terapêutico do indivíduo bem como o contato com a família.

2. Matheus Bernardo da Silva


A integração ao CRDQ foi realizada no dia 11/03 por volta das 8h. Ao
chegarmos no local, fomos recebidos pela Diretora Geral, Fábia Illeana e pela
Coordenadora Assistencial, Izabel Hernandes, que nos apresentaram à equipe
multidisciplinar que é composta por Psicólogos, Assistentes Sociais, Enfermeiras,
Médicos Clínico e Psiquiatras. A seguir, conhecemos um pouco sobre o histórico do
Centro de Reabilitação incluindo os serviços oferecidos, as normas e diretrizes, a rotina
dos residentes, o cronograma de atividades, e afins.

Após realizar um tour pelo local, minha primeira impressão foi de um ambiente
disciplinado, e devidamente organizado pelos próprios residentes, com o suporte por
parte dos cuidadores. O local possui uma estrutura qualificada para atender as demandas
essenciais no âmbito psicossocial, juntamente com o apoio dos profissionais que atuam
diretamente na promoção da qualidade de vida.

Durante o dia, tivemos a oportunidade de participar de um grupo terapêutico que


foi bastante intuitivo, com o relato dos pacientes à respeito de experiências passadas que
já não fazem mais parte dessa nova vida em construção. Achei interessante e observei a
subjetividade de cada fala, e a forma que isso os impactava de tal modo que alguns não
conseguiam conter a emoção.

Posteriormente visitamos a quadra de esporte onde acontecem as atividades com


o acompanhamento de um educador físico, e o mesmo se dispôs a colaborar no que for
preciso caso haja necessidade de utilizar o espaço.

Considero que seja um ambiente rico de muito conhecimento, tanto para


aprender quanto para ensinar, onde teremos a oportunidade de somar e fazer a diferença
na vida das pessoas que lá estão.

Em vista disso, acredito que será uma experiência muito produtiva que servirá
de base nesse processo de formação acadêmica.

3. Anderson Silva Oliveira

No dia 11/03/2023 ocorreu a integração de novos estagiários, sendo o campo de


estágio o centro de reabilitação em dependência química (CRDQ) onde pude participar,
de início fui atendido pela diretora Fábia Ileana e a coordenadora Izabel Hernandes,
ambas responsáveis diretas da instituição, fui muito bem recebido pelos profissionais,
ficamos alocados na recepção que situa se junto com os setores de atendimento e
acolhimento, conhecemos o corpo multidisciplinar daquela escala, conheci os
assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros e assistente administrativos que ajudam na
operação do abrigo para o seu funcionamento.

De imediato após o café da manhã, foi realizado a integração com a diretora


Fábia e Izabel onde elas se apresentaram, relataram sobre suas experiências e o'que as
levou a assumirem a instituição, falou sobre a arquitetura do campo, quais setores
existiam, quais atividades eram realizadas no instituto, pudemos conhecer a missão,
visão e valores da instituição e qual o motivo em ela existir, além de normas e regras
que regem o local.

Foi uma troca bem legal, continha muita informação, no entanto fomos
absorvendo e entendendo a setorização a partir do momento que iniciamos o tour pelo
crqd, conhecemos os setores de enfermaria, auditório, refeitório, dormitórios, área de
lazer, horta, quadra entre outros. fiquei surpreso com a estrutura pois é bem ampla e
atende bastante pessoas, estava em ótimo estado de conservação, além de que os
inquilinos são bem disciplinados no local tanto com seu compromisso, quanto com as
atividades que eram impostas.

No primeiro momento após a integração na sala fizemos somente o tour


conhecendo as unidades que integravam o local, conhecemos os responsáveis por cada
unidade que são os cuidadores, os mesmos são responsáveis por uma equipe de
pacientes onde tem como objetivo inspecionar e dar suporte nas demandas internas e
externas sendo elas atividades rotineiras dos pacientes ou acolhimento, de qualquer
forma ajudando a administrar o instituto. a partir daí pude perceber que são bem
respeitados pelos pacientes e são bastantes acolhedores, isso conta bastante para a
reabilitação das pessoas.

No final da tarde participamos de uma dinâmica em grupo onde pacientes e


estagiários puderam interagir e se conhecerem, participamos de um jogo onde trocamos
experiências com pacientes, os mesmos respondiam perguntas específicas sobre o
motivo de eles estarem ali e que custou entrar nessa situação, teve alguns depoimentos
bem profundos, no entanto o mediado sempre quebrava o gelo para que a interação não
ficasse tão pesada.

Do mais percebi que é muito importante termos um centro de reabilitação, pois


ali se concentra seres humanos que urgentemente precisam de todo apoio possível para
poderem seguir suas vidas, o apoio psicológico e social se faz muito presente é crucial
para tratar as demandas vindas dos pacientes, é um povo muito negligenciado pela
sociedade, e ter um abrigo que acolhe e os ajudava a superarem os seus momentos de
crises é muito importante para inserção desses indivíduos a sociedade.

4. Rosinaldo Rodrigues Júnior

No primeiro momento fomos bem recebidos no local, bem localizado, com uma
ótima estrutura, tantos para as pessoas que trabalham no local, como para os internos.

Lógico como tem suas regras a serem seguidas, protocolos que devemos seguir.
Podemos perceber que será um estágio onde realmente nos permite como futuros
profissionais docente a capacidade de analisar a atuação, conhecer a realidade do
psicólogo em seus ambientes de trabalho e a realidade dos internos, e toda sua
recuperação no seu eu dia a dia na clínica. A plena certeza, que vai ser de muita
aprendizagem cada dia passado na clínica, com toda a equipe composta, que nos
ajudarão da melhor forma, foi muito acolhedora, sempre dando conselhos do que fazer,
de como se comportar na clínica, e diante os internos, nos dando permissão para analisar
todo o espaço que iremos atuar.

Esse campo de estágio, vai ser algo inovador, podendo nos proporcionar novas
técnicas, e mecânicas de atuação.
Atividades desenvolvidas no local

1. Atendimento Psicoterapêutico

O atendimento psicoterapêutico ocorre de diversas formas dentro do CRDQ,


sendo necessários tanto para o planejamento do plano terapêutico de cada residente bem
como as intervenções feitas em grupo entre eles ou na presença dos familiares.

Eles ocorrem durante a semana de forma grupal ou individual dependendo da


demanda que cada profissional recebe, há uma estimativa de 5 (cinco) a 10 (dez)
residentes por psicólogos plantonistas. Estes, desenvolvem suas atividades de acordo
com a demanda entre os casos.

Com a integração dos estagiários, houve a possibilidade de reforça o


atendimento emergencial, pois alguns dos residentes sofrem com comorbidades
derivadas da dependência química ou até mesmo de doenças provindas de diagnósticos
descobertos dentro do CRDQ após período de desintoxicação.

É importante ressaltar que a maioria das intervenções é baseada na Teoria


Cognitivo Comportamental (TCC) por diversos motivos, dentre eles a facilitação do
tratamento através de exercícios que podem ser desenvolvidos ao decorrer da semana e
a abrangência em relação a dinâmica de grupo. Segundo Zaneletto e Laranjeira (2013):

“As demandas pela utilização de intervenções eficazes para


os problemas de saúde mental que incluam a redução no
tempo do tratamento e a busca de dados empíricos de
resultados têm aumentado nos sistemas de saúde em todo o
mundo. Tais demandas apontam as TCCs como o tratamento
psicológico mais adequado para problemas clínicos, como
transtornos de ansiedade, do humor e da personalidade,
assim como dor crônica, dependência e dificuldades
interpessoais.” (ZANELATTO E LARANJEIRA, 2013, cáp.
6, pág. 95)

O atendimento emergencial faz parte das atividades que competem os estagiários


como forma de apoiar a equipe do local, a escuta pode demorar entre 20 a 30 minutos
dependendo da demanda do paciente, este pode estar vivendo episódios de mania ou
depressores, tendo em vista que alguns pacientes podem apresentar traços suicidas.
Isto se dá, pois, a maioria destes ainda está reconhecendo a doença e seus
desafios, bem como a abstinência está latente e não consegue suportar esta transição
sozinhos, alguns deles estão há anos realizando uso de substâncias sem pausa entre
meses ou até mesmo dias.
A maior recorrência está relacionada à saudade de seus familiares,
arrependimento pelo uso de drogas (vergonha ou frustração) ou até mesmo porque estão
com fissura, ou seja, porque sente vontade de utilizar a droga.
Segundo Zaneletto e Laranjeira (2013) a fissura é a sensação subjetiva ou a
necessidade de consumir algo, no caso deles a substância da dependência.

2. Atendimento com a família

Os atendimentos com a família/responsável acontecem nos finais de semana,


durante o horário comercial, e conforme agendamento. O atendimento é feito pelos
profissionais da área de serviço social juntamente com o apoio da psicologia, e tem o
intuito de discutir os tópicos relevantes sobre o processo de tratamento do residente.

No decorrer dos dias de estágio, foram realizados atendimentos com os


responsáveis, com a participação dos estagiários de psicologia. A princípio, é aberto
espaço de fala para que o mesmo relate sua experiência no local, permitindo assim à
equipe multidisciplinar e aos responsáveis uma visão mais ampla sobre seu caso. Em
seguida, é conversado com os responsáveis à respeito de questões importantes no
processo de tratamento, assim como lhe são atualizadas informações sobre o residente,
quanto à conduta, aderência ao tratamento, participação nas atividades e sua condição
psicossocial. Em caso de alta de residente, os responsáveis são orientados à como
prosseguir fora do centro de reabilitação, sempre dando continuidade ao
acompanhamento psicológico e psiquiátrico, bem como os grupos de apoio que são
fundamentais para uma melhor compreensão sobre o curso da doença.

No contexto da assistência às pessoas com problemáticas referidas ao alcoolismo


e à dependência química, recentemente, o atendimento familiar tem se destacado dentre
os modos de tratamento, pois a adicção é um fenômeno complexo multicausal, que
envolve não só aspectos biológicos, como também psicológicos e relacionais, além do
que o uso de álcool e outras drogas gera muito desconforto, sofrimento psíquico e crises
no sistema familiar. No Brasil, houve mudança no que se refere aos modelos
assistenciais à família, somente a partir de 1980, concomitante ao início da Reforma
Psiquiátrica Brasileira

(RPB). A RPB trouxe uma visão mais ampliada que permitiu compreender que
“o sofrimento, antes tomado apenas como algo individual, passou a ser visto como parte
de um contexto em que outras pessoas estão envolvidas e também merecem cuidado e
atenção” (Mioto, 1998, p. 21). A família está relacionada com a experiência
compartilhada de uma estrutura grupal e com a introjeção desta estrutura, portanto é
responsável pela transmissão de padrões de relacionamento (Berenstein, 2002; Cruz &
Ramos, 2002). “A família, como uma unidade, desenvolve um sistema de valores,
crenças e atitudes face à saúde e doença que são expressas e demonstradas através dos
comportamentos de saúde-doença dos seus membros” (Stanhope, 1999, p. 503).

Com efeito, antes de traçar qualquer projeto terapêutico junto ao usuário de


álcool e drogas é importante atentarmos para os aspectos familiares, pois “é na família
que o indivíduo aprende a se relacionar com o mundo” (Duarte, 2011, p. 10), e a família
sempre será para o sujeito um referencial de comportamento e atitude diante da vida. No
âmbito da prática, podemos observar os inúmeros desafios do trabalho com os sujeitos
que recorrem ao CAPSad e suas famílias, o que vemos é que, na maioria das vezes, a
família é excluída das terapêuticas (Brasil, 2004; Senad, 2011; Bordin, Figlie &
Laranjeira, 2004).

3. Palestras

Palestra que aconteceu no dia 21 de março de 2023, no refeitório, na parte da


manhã, exatamente com o início as 08:30 com término as 10:00. O tema abordado, foi
sobre os 12 passos, em foco principal os 3 primeiros passos, e exemplos de fato que os
entorpecentes, e o uso diário causa na vida de cada pessoa.

Sabemos que as palestras são muito importantes no âmbito em que se encontram


os internos. É uma estratégia que possibilita o aumento do conhecimento sobre a
condição e o autoconhecimento do próprio indivíduo abrindo caminhos para a sua maior
responsabilização e autonomia diante da experiência que vivencia (SANTANA, 2011).

Auxilia e encoraja a inclusão social, proporciona conhecimentos científicos


sobre as condições psiquiátricas e o tratamento e ainda fornece lugar par a troca de
conhecimentos e vivências entre os pacientes. Além disso, auxilia no autoconhecimento
e possibilita que o paciente encontre estratégias para se reestabelecer socialmente e
desenvolver habilidades para enfrentar as recaídas (SANTANA 2011).

Percebemos que durante a atividade, eles prestam bastante atenção, e sempre


participam. Tem uns e outros que não participam, ou não se sentem a vontade. Mas é
uma troca de experiências incrível, pode ouvir os relatos de vida, que eles tiveram, até
mesmo do palestrante, que era um ex-usuário, tocando no ponto sobre o que as drogas
causaram na vida deles, e que eles têm essa nova chance de recomeçar, e frisando que o
tratamento não acaba quando sair da clínica, e sim que tem de continuar fora dela, com
acompanhamento terapêutico, e participando de grupo de autoajuda.

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