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Estado de Defesa e de Sitio

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ESTADO DE DEFESA

O art. 136, da CF/88 juntamente com os arts. 140 e 141 também da CF/88
estabelecem as regras sobre o estado de defesa.

Quem pode decretar o estado de defesa e para que serve?

O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o


Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa
para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social:

 ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional; ou


 atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

Duas características são importantes:

1. o Estado de Defesa é aplicado em locais restritos e determinados, e


não em qualquer local indeterminado.
2. visa preservar ou reestabelecer a ordem pública ou a paz social.

Além disso, o decreto que instituir o estado de defesa determinará o


tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará
as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes possíveis:

I – restrições aos direitos de:

 reunião, ainda que exercida no seio das associações;


 sigilo de correspondência;
 sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;

II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese


de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos
decorrentes.

Questão de concurso: pode haver ocupação e uso temporário de bens e


serviços públicos para preservar ou reestabelecer a ordem pública ou a
paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade
institucional? NÃO! Somente na hipótese de calamidade pública.
Prazo de duração do Estado de Defesa

O tempo de duração do estado de defesa não será superior a 30 dias,


podendo ser prorrogado UMA VEZ, por igual período, se persistirem as
razões que justificaram a sua decretação.

Demais Informações sobre o Estado de Defesa

Na vigência do estado de defesa:

I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da


medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente,
que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de
corpo de delito à autoridade policial;

II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do


estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;

III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a 10


dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;

IV – é vedada a incomunicabilidade do preso, em qualquer hipótese.

Ratificação do Congresso Nacional

Ao contrário do Estado de Sítio, em que o Congresso autoriza, o Estado de


Defesa prescinde de autorização. Contudo, fica sujeito à ratificação do
Congresso.

Desse modo, decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o


Presidente da República, dentro de 24 horas, submeterá o ato com a
respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria
absoluta.

Obs¹: Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,


extraordinariamente, no prazo de 5 dias.

Obs²: O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias


contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto
vigorar o estado de defesa.

Obs³: os recessos do Congresso acontecem de 18 a 31 de julho e de 23 de


dezembro a 1º de fevereiro.
Tendo o Congresso rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de
defesa.

ESTADO DE SÍTIO

Os arts. 137 a 139, da CF/88 juntamente com os arts. 140 e 141 também
da CF/88 estabelecem as regras sobre o estado de sítio.

Quem pode decretar o estado de sítio e para que serve?

O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o


Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso
Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:

 comoção grave de repercussão nacional;


 ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada
durante o estado de defesa;
 declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira.

Obs¹: as hipóteses de Estado de Sítio diferem do Estado de Defesa.

Obs²: caso o Estado de Defesa, que poderá ser prorrogado por apenas um
período (prazo máximo: 60 dias), não restabeleça a ordem pública ou a
paz social, poderá ser convertido em Estado de Sítio.

Obs³: durante o Estado de Sítio algumas garantias constitucionais


ficam suspensas, não havendo o que se questionar, conforme veremos
adiante.

Prazos do Estado de Sítio

1. 30 dias, podendo haver quantas prorrogações forem necessárias, de


no máximo 30 dias cada. Esse prazo é aplicado quando o Estado de
sítio é decretado em virtude de comoção grave de repercussão
nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de
medida tomada durante o estado de defesa;
2. Por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada
estrangeira.
Restrições de Direitos

Na vigência do estado de sítio decretado em virtude de comoção grave de


repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia
de medida tomada durante o estado de defesa, só poderão ser tomadas
contra as pessoas as seguintes medidas:

I – obrigação de permanência em localidade determinada;

II – detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por


crimes comuns;

III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das


comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa,
radiodifusão e televisão, na forma da lei;

IV – suspensão da liberdade de reunião;

V – busca e apreensão em domicílio;

VI – intervenção nas empresas de serviços públicos;

VII – requisição de bens.

Disposições Finais

A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará


Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e
fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao
estado de sítio.

Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus


efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por
seus executores ou agentes.

Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas


aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República,
em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação
das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação
das restrições aplicadas.
Diferenças entre Estado de Defesa e Estado de Sítio

1. Enquanto o Estado de Defesa prescinde de autorização, podendo


ser decretado pelo Presidente, o Estado de Sítio deve ser autorizado
pelas casas do Legislativo;
2. O Estado de Defesa possui prazo máximo: 30 dias, podendo ser
prorrogado uma única vez. Já o Estado de Sítio não possui. Desse
modo, não existe prazo máximo.
3. O Estado de Defesa possui local restrito e determinado, enquanto o
Estado de Sítio pode ser aplicado genericamente em todo território
nacional;
4. No Estado de Defesa não se faz restrição à liberdade de ir e vir,
enquanto no Estado de Sítio esse direito pode ser restringido.

Estas, portanto, são as principais diferenças entre o Estado de Defesa e o


Estado de Sítio que você deve levar para a sua prova.

Conclusão

O estado de defesa e o estado de sítio chamados de sistema constitucional


de crises foi criado para restabelecer a estabilidade em casos de tumulto
institucional.

São medidas excepcionais utilizadas para situações de crise, como meios


de resposta a determinadas anormalidades, restritas a certos locais e
períodos.

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