PC 15 - Manejo Hospitalar Da Tuberculose (2019)
PC 15 - Manejo Hospitalar Da Tuberculose (2019)
PC 15 - Manejo Hospitalar Da Tuberculose (2019)
Última revisão:11/01/2019
Estabelecido em:30/09/2007
Responsáveis / Unidad
Validadores
Disponível em www.fhemig.mg.gov.br
e intranet
INTRODUÇÃO / RACIONAL
FONTE: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/junho/19/taxa-incidencia-tuberculose-1990-2017-MAI-2018-USAR-
ESSE.pdf
Pág. 2
FONTE: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/junho/19/taxa-mortalidade-tuberculose-1999-2016-base-MAI-2018.pdf
Pág. 3
Em 2017, cerca de 34% dos casos de TB no Brasil foram diagnosticados e
notificados fora da atenção básica (aqui incluindo hospitais – dados da SES /
Pág. 4
MS / SINAN). A Rede FHEMIG é referência estadual no tratamento da
tuberculose, nas unidades HEM (nívelsecundário) eHJK e HRJP (nível terciário).
ESTRUTURA DE ATENÇÃO À TB
Referência Terciária
Esquemas para qualquer
tipo de resistência Centros de Referência
Referência Secundária
Esquemas especiais
Efeitos adversos maiores Policlínica Policlínica
HOSPITAIS
Comorbidades (HIV e
outras)
Atenção Básica
Esquema Básico
Efeitos adversos UBS UBS UBS UBS
menores
PALAVRAS CHAVE
OBJETIVOS
POPULAÇÃO ALVO
METODOLOGIA
SIGLAS
Pág. 6
NOTA: AS SIGLAS REFERENTES AOS FÁRMACOS ANTITB ESTÃO NO ANEXO VIII
DESTE PROTOCOLO!
Oxímetros;
Nebulizadores e espaçadores de grande volume (administração de
drogas inalatórias);
Estrutura básica para enfermaria de pneumologia/infectologia.
Pág. 8
Máscaras N-95 para o Profissional de Saúde, máscara N-95 para os
visitantes e máscara cirúrgica para os pacientes bacilíferos;
Leitos de isolamento respiratório, preferentemente com consultoria de
profissionais da engenharia hospitalar, equipados com exaustores e
filtros HEPA;
Sinalizadores de áreas de isolamento;
Locais prioritários para implantação de medidas de bioengenharia: sala
de espera de atendimento do paciente portador de tuberculose, sala de
escarro induzido, sala de broncoscopia, laboratório de microbiologia.
Pág. 9
ADA (dosagem de adenosina deaminase pela técnica de Giusti “in
house”);
Sorologias para hepatites B (HBs-Ag, ANTI-HBc- IgM) e C (anti-HCV).
Medicamentos
Recursos Humanos
Pág.
10
ATIVIDADES ESSENCIAIS
B) CRITÉRIOS DE GRAVIDADE:
- Vigência atual de efeitos adversos graves (ex: hepatopatia, reação de
hipersensibilidade grave) ou leves de difícil manejo inicial (ex: vômitos
incoercíveis com desidratação)a.
- Sinais de Sepse / Insuficiência respiratória / Distúrbios Hidroeletrolíticos
significativosa.
- Morbidades associadas descompensadas (ex: DM, ICC)a.
- Razões sociaisb.
a
Discutir gravidade do caso, pois pode ser necessário encaminhamento inicial para unidade de terapia intensiva (UTI) para
melhor compensação do paciente.
b
Para os casos em que a motivação social seja o único critério encontrado, lembramos que, por questões de limitação de
número de leitos e demanda da Ala G, dificilmente o paciente será mantido internado por todo o tratamento e que o
município / serviço que referencia o caso deve buscar solução para o seguimento ambulatorial + Tratamento Diretamente
Observado (TDO) o quanto antes for possível.
Pág.
11
Pacientes com coinfecção TB/HIV devem ser encaminhados ao HEM
(exceto se comprovada drogarresistência).
Pág.
12
2. Diagnóstico4
Rastrear
Na avaliação de risco ou triagem do paciente na porta de entrada da unidade, o
profissional de saúde encarregado da tarefa deve estar preparado para
reconhecer o paciente Sintomático Respiratório (SR)potencialmente portador de
TB pulmonar, que é aquela pessoa que apresenta tosse persistente há mais de 3
semanas.
Educar
Oferecer ao SR máscara cirúrgica para uso durante sua permanência na unidade
e instruí-lo com relação à etiqueta da tosse (levar o braço ou lenço à boca
quando tossir).
Separar
SR ou pessoas com TB pulmonar ou laríngea ainda infectantes, devem esperar
pelo atendimento ou procedimentos em áreas bem ventiladas.
Priorizar
Priorizar o atendimento do paciente no serviço, independentemente do motivo
da procura. O paciente deve passar à frente na fila de consultas, exames e/ou
dispensa de medicamentos.
Investigar TB
Proceder à investigação necessária para afastar ou confirmar o diagnóstico de
TB nos SR.
Resultado Leitura
NEGATIVO Não são encontrados BAAR em 100 campos
observados.
1 a 9 BAAR em 100 Relata-se a quantidade de bacilos encontrada.
campos observados
POSITIVO + 10 a 99 BAAR em 100 campos observados.
POSITIVO ++ 1 a 10 BAAR por campo em 50 campos observados.
POSITIVO +++ Em média mais de 10 BAAR por campo em 20 campos
observados.
Resultados Interpretação
MTB* não detectado Negativo
MTB* detectado Positivo para tuberculose
Resistência à rifampicina não- Sem resistência à rifampicina
detectada
MTB* detectado Positivo para tuberculose
Resistência à rifampicina detectada Com resistência à rifampicina
MTB* detectado Positivo para tuberculose
Resistência à rifampicina Resistência à rifampicina
indeterminada inconclusiva (repetir o teste em
nova amostra)
Sem resultado/inválido/erro Inconclusivo
(repetir o teste em nova amostra)
* MTB – complexo Micobacterium tuberculosis
Pág.
15
Para a adequada interpretação dos resultados de baciloscopias e TRM-
TB, a recomendação atual é a seguinte5:
Resultado do TRM-TB
Mycobacterium Resistência à
População Encaminhamentos
tuberculosis rifampicina
- + - +
Caso novo (nunca antes Pacientes sem sintomas: excluir tuberculose
tratadopara tuberculose) Pacientes com sintomas: continuar a
X investigação – coletar amostra de escarro
para realização de cultura e teste de
sensibilidade (TS)
Pacientes com tuberculose: iniciar esquema
X X básico. Solicitar cultura e TS para
identificação e outras resistências.
Pacientes com tuberculose: encaminhar à
referência terciária, realizar cultura e TS para
X X confirmar a resistência à rifampicina e
a
identificar outras resistências. Repetir o
TRM-TB.
Caso novo (nunca antes Pacientes sem sintomas: TB improvável.
tratado para tuberculose) Aguardar resultados de cultura e TS.
em populações mais X Pacientes com sintomas: continuar a
b
vulneráveis. (Solicitar, no investigação e aguardaros resultados da
primeiro contato, o TRM- cultura e TS.
TB, a cultura e o TS.) Pacientes com tuberculose: iniciar esquema
X X básico. Rever tratamento após resultado do
TS.
Pacientes com tuberculose: encaminhar à
a
X X referência terciária. Cobrar os resultados da
cultura e TS. Repetir o TRM-TB.
a
O encaminhamento para a referência terciária deve ser imediato. Nesse serviço, a avaliação médica e
a conduta adequada deverão ser realizadas em até 7 dias.
b
População em situação de rua, população privada de liberdade, povos indígenas, profissionais de
saúde, pessoas vivendo com HIV/SIDA e contatos de tuberculose drogarresistente.
Pág.
16
Para locais onde o TRM-TB não se encontra disponível, a positividade
da baciloscopia aliada à suspeita clínico-radiológica já autoriza o início
de tratamento com esquema básico.
Deve-se necessariamente encaminhar material para realização de
cultura, identificação de micobactéria e teste de sensibilidade.
Resultado do TRM-TB
Baciloscopia Mycobacterium Resistência à
População Encaminhamentos
tuberculosis rifampicina
- + - + - +
Retratamento: Pacientes sem sintomas: aguardar
(solicitar, no resultados decultura e TS.
primeiro Pacientes com sintomas: continuar a
X X
contato, o investigação – coletar amostra de escarro
TRM-TB, para realização de cultura e teste de
abaciloscopia, sensibilidade (TS)
acultura e o TS) Tuberculose provável: iniciar esquema
básico eaguardar os resultados da cultura
X X
e do TS (avaliarmicobactérias não
tuberculosas – MNT).
Pacientes com tuberculose: iniciar
esquema básicoe aguardar os resultados
X X X
da cultura e do TS. Revertratamento após
resultados.
Pacientes com tuberculose: encaminhar à
referência terciária e aguardar os
X X X
resultados dacultura e do TS. Repetir
TRM-TB.
Continuar a investigação: encaminhar à
referênciasecundária para elucidação
X X X
diagnóstica e aguardaros resultados da
cultura e do TS.
Continuar a investigação: encaminhar à
referência terciária para elucidação
X X X
diagnóstica e aguardaros resultados da
cultura e do TS. Repetir TRM-TB.
Pág.
18
comprometidos. Os achados potencialmente encontrados são os seguintes:
TB ativa: Cavidades de paredes espessas, nódulos, nódulos
centrolobulares de distribuição segmentar, nódulos centrolobulares
confluentes, consolidações, espessamento de paredes brônquicas,
aspecto de “árvore em brotamento”, massas, bronquiectasias.
Sequela de TB: Bandas, nódulos calcificados, cavidades de paredes
finas, bronquiectasias de tração, espessamento pleural.
Pág.
19
3. Tratamento4
a) Esquema básico
Pág.
20
* Em casos individualizados, independentemente da presença de outras morbidades, quando a TB
apresentar evolução clínica não satisfatória, o tratamento poderá ser prolongado na sua segunda fase, de
quatro para sete meses. Devendo esta decisão ser definida, idealmente, por referência secundária.
Exemplos de situações em que isto pode ser considerado:
Pacientes com baciloscopias de acompanhamento negativas, com evolução clínica e/ou radiológica
insatisfatórias.
Pacientes com baciloscopia positiva (poucos bacilos) no 5/6º mês de tratamento, isoladamente, com
boa evolução clínica e radiológica - investigar a possibilidade de TB resistente.
Pacientes com apresentação radiológica evidenciando múltiplas cavidades, especialmente se exibem
baciloscopia positiva ao final do 2º mês de tratamento - investigar a possibilidade de TB resistente.
Diabéticos com controle glicêmico insatisfatório.
Pág.
21
Hepatopatas: pode ser necessário ajuste no esquema, com substituição de um
ou mais fármacos do esquema básico (apenas o Etambutol não é
potencialmente hepatotóxico), conforme orientado na tabela a seguir:
Pág.
22
Condição clínica e/ou laboratorial Recomendações
Sinais de imunodeficiência avançada* ou Iniciar TARV em até 2 semanas após o
LT-CD4+ < 50 céls/mm3 início do tratamento de TB
Ausência de sinais de imunodeficiência Iniciar TARV na 8a semana após início
ou LT-CD4+ ≥ 50 céls/mm3 ou TB do tratamento de TB (final da fase
meningoencefálica intensiva e início da fase de
manutenção)
* Perda ponderal > 10% do peso habitual, candidíase, prurigo, diarreia crônica e contagem de
linfócitos totais < 1.000 ao hemograma.
Pág.
23
É dose-dependente, e quando
detectada precocemente, reversível.
Raramente desenvolve toxicidade
ocular durante os dois primeiros
meses com as doses recomendadas.
Hepatotoxicidade Pirazinamida Suspender o tratamento; aguardar a
Isoniazida melhora dos sintomas e redução dos
Rifampicina valores das enzimas hepáticas;
reintroduzir um a um após avaliação
da função hepática; considerar a
continuidade de EB ou EE substituto,
conforme o caso.
Hipoacusia ,vertigem, nistagmo Estreptomicina Suspender a estreptomicina e
reiniciar esquema especial sem a
referida medicação.
Trombocitopenia, leucopenia, Rifampicina Suspender a rifampicina e reiniciar
eosinofilia, anemia hemolítica, esquema especial sem a referida
agranulocitose, vasculite medicação.
Nefrite intersticial Rifampicina Suspender a rifampicina e reiniciar
esquema especial sem a referida
medicação.
Rabdomiólise com mioglobinúria e Pirazinamida Suspender a pirazinamida e reiniciar
insuficiência renal esquema especial sem a referida
medicação.
Droga Interação
Rifampicina -- Anticoagulantes orais (diminui o nível sérico)
-- Anticoncepcionais (diminui o nível sérico)
-- Hipoglicemiantes orais (diminui o nível sérico)
-- Beta agonistas (diminui o nível sérico)
-- Cetoconazol (diminui o nível sérico)
-- Corticoides (diminui o nível sérico)
-- Digitálicos (diminui o nível sérico)
-- Enalapril (diminui o nível sérico)
-- Metadona (diminui o nível sérico)
-- Narcoticos e analgesicos (diminui o nível sérico)
-- Propafenona (diminui o nível sérico)
-- Quinidina (diminui o nível sérico)
-- Teofilina (diminui o nível sérico)
-- Isoniazida (maior hepatotoxicidade)
-- Fenilhidantoinas (maior hepatotoxicidade)
-- Etionamida (maior hepatotoxicidade)
-- Isoniazida (maior hepatotoxicidade)
-- Sulfas (maior hepatotoxicidade)
-- Pirazinamida (maior excreção do acido úrico)
-- Sulfanilureias (hipoglicemia)
-- Ritonavir (aumenta toxicidade da Rifampicina, enquanto seus níveis séricos são
Pág.
24
diminuídos)
-- Indinavir (aumenta a toxicidade da Rifampicina, enquanto seus níveis séricos são
diminuídos)
-- Saquinavir (aumenta a toxicidade da Rifampicina, enquanto seus níveis séricos são
diminuídos)
Isoniazida -- Antiácidos (diminui a absorção da Isoniazida)
-- Derivados imidazolicos (diminui a absorção da Isoniazida)
-- Fenilhidantoinatos (maior hepatotoxicidade)
-- Rifampicina (maior hepatotoxicidade)
-- Acetaminofen (diminui o seu metabolismo)
-- Benzodiazepinicos (aumenta seu efeito)
-- Carbamazepina (indução de toxicidade)
-- Cicloserina (maior neurotoxicidade)
-- Corticoides (maior metabolismo da Isoniazida)
-- Queijos e vinhos (inibicao da monoamino oxidase)
-- Sulfonilureias (hipoglicemia)
-- Dideoxyinosine – DDI – e Dideoxycytidine – DDC (potencializam a neurite
periférica)
Pirazinamida -- Rifampicina (maior hepatotoxicidade)
-- Isoniazida (maior hepatotoxicidade)
-- Cetoconazol (maior hepatotoxicidade)
Etambutol -- Antiácidos (diminui a absorção do Etambutol)
-- Dideoxyinosine – DDI – e Dideoxycytidine – DDC (potencializam a neurite
periférica)
Estreptomicina -- Cefalosporinas (maior nefrotoxicidade)
-- Polimixinas (maior nefrotoxicidade)
-- Drogas curarizantes (efeito aditivo)
c) Esquemas de resistência
Pág.
25
Os esquemas a seguir, devem ser indicados e acompanhados
preferencialmente nas referências terciárias para tratamento de TB.
Retirar a droga e utilizar esquemas iguais aos de intolerância (vide letra b).
c.4) Polirresistência
Polirresistência Esquema
H+S Ver monorresistência à H (c.1)
5
H + E (+/- S) 2RLfx Z Cm / 7 R Lfx
5
H + E + Z (+/- S) 2 R Lfx Cm Trd/ 10R LfxTrd
5
H + Z (+/- S) 2RLfx Cm E/7RLfxE
R + E e/ou Z (+/- S) TB MDR + H
O número sobrescrito indica por quantos dias da semana a medicação é administrada; se não há menção, o uso é diário.
Pág.
27
3
2) R+H+E (+ou-Z) Cm Et Z LfxTrd EtLfxTrd
O número sobrescrito indica por quantos dias da semana a medicação é administrada; se não há menção, o uso é diário
5. Medidas de Biossegurança4
Pág.
29
Assim sendo, o Ministério da Saúde recomenda que sejam tomadas medidas
em diversas categorias visando melhorar ao máximo o controle de infecção,
sendo elas: administrativas (ou gerenciais), de controle ambiental (ou de
engenharia) e de proteção respiratória (proteção individual).
a) Medidas Administrativas
Pág.
30
Definir local adequado para coleta de escarro, de preferência em área
externa, cuidando para que haja suficiente privacidade para o paciente. Não
utilizar cômodos fechados para coleta de escarro, como banheiros;
Estabelecer local adequado para coleta de exame de escarro induzido (Vide
Anexo I);
Proporcionar ventilação, natural e/ou mecânica, adequada nos vários
ambientes da instituição. Se usar recursos artificiais, é importante beneficiar
o espaço físico com autonomia que possa garantir boa qualidade ambiental
em situações adversas, como a interrupção do funcionamento dos
equipamentos. Exaustores ou ventilação mecânica devem ser posicionados
para que o ar dos ambientes potencialmente contaminados se dirija ao
exterior e não aos demais cômodos da instituição;
Recomenda-se, com elevada prioridade, a definição de locais de isolamento
respiratório em número suficiente para atender à demanda da unidade –
nível de enfermaria, emergência e de terapia intensiva. Idealmente, esses
locais devem dispor de renovação do ar, de pelo menos 6 trocas por hora e
pressão negativa (com exaustores) em relação aos ambientes contíguos;
A descarga do ar exaurido deve ser direcionada para o exterior da unidade,
para locais afastados da circulação de pessoas e de sistemas de captação de
ar. Se necessário, o exaustor pode ser conectado a um duto para tal
finalidade. Caso não seja viável, pode-se utilizar de exaustão acoplada a
filtros de alta eficiência para ar particulado (filtros Hepa – High
EfficiencyParticulate Air), que eliminam os bacilos suspensos no ar,
permitindo que o ar seja descarregado em ambientes onde circulem
pessoas – atenção redobrada deve ser dada para a manutenção destes
equipamentos;
A utilização de luz ultravioleta (UV) no ambiente só é aceitável em
equipamentos em que a lâmpada UV fica embutida, sem exposição da luz
direta ao olho humano (efeito potencialmente carcinogênico) e o ar
circulado passa por ela, estabelecendo seu efeito esterilizador.
As necessidades de redefinição de espaços, reformas e aquisição de
equipamentos devem ser avaliadas individualmente em cada local levando-
se em consideração o custo efetividade de cada ação em relação ao tipo e
número de pacientes atendidos.
Pág.
31
devem ser utilizadas. É importante esclarecer a necessidade do seu uso aos
pacientes e familiares, evitando constrangimentos e estigmatização.
Recomenda-se o uso de máscaras tipo PFF2 (padrão brasileiro e europeu) ou
N95 (padrão americano) para:
Pág.
32
Casos de Micobacterioses Não Tuberculosas (MNT) confirmadas não
requerem isolamento respiratório, mesmo com baciloscopia positiva.
BENEFÍCIOS POTENCIAIS
RISCOS POTENCIAIS
ITENS DE CONTROLE
Pág.
33
REFERÊNCIAS
1. http://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/tuberculosis
2. Implementing the end TB strategy: the essentials. World Health Organization – 2015
3. http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/tuberculose/situacao-epidemiologica.
APÊNDICES
Pág.
34
Paciente classificado como SR
(tosse persistente há >2 semanas)
Prioridade de atendimento
Fornecer máscara cirúrgica e orientar uso constante durante tempo de permanência na unidade
Manter em espera pelo menor tempo possível, preferencialmente em ambiente bem ventilado ou externo (se condições permitirem)
Avaliação médica
Proceder conduta
conforme patologia
suspeita
Quadro clínico sugere TB?
(tosse persistente seca ou produtiva, febre
vespertina, sudorese noturna, emagrecimento)
Se houver necessidade de
internação, manter em isolamento
respiratório. Se suspeita clínico radiológica forte: admitir
Caso contrário, priorizar alta da paciente, manter sob isolamento respiratório
unidade o mais breve possível e continuar propedêutica (nova coleta de
escarro; avaliar necessidade de indução ou
coleta de lavado broncoalveolar).
Notificar caso (SINAN) Caso contrário, retirar do isolamento e
Iniciar tratamento antiTB conduzir conforme o quadro vigente.
Pág.
35
Sair do isolamento
ANEXOS
Indicações
Técnica
Pág.
37
a) Só é admitida a realização da indução de escarro, sem a utilização de
filtros HEPA e/ou exaustores, em área externa e adequadamente
ventilada, desde que livre da circulação de pessoas. Nestes casos, sempre
deverá haver avaliação prévia por especialista em biossegurança para que
sejam ponderados os riscos implicados.
b) Nos casos de uso do EI em pacientes com risco para broncoespasmo (ex:
asmáticos e portadores de DPOC), deve-se realizar um pré-tratamento
com um ß-2-agonista (p. ex., salbutamol, na dose de 200-400mcg, 2-4,
aplicações antes de se proceder a indução do escarro. Em alguns casos,
pode ser útil a mensuração do volume expiratório forçado no primeiro
segundo (VEF1), para que se possa avaliar de forma mais adequada o risco
de broncoconstricção.
Pág.
40
5
de protease) na semana
Pág.
42
Mielotoxicidade Linezolida Suspender o fármaco A mielotoxicidade é dose e
(anemia, leucopenia e temporariamente. Iniciar tempo dependente, sendo
trombocitopenia) tratamento para anemia com mais frequente com o uso
administração de eritropoietina, de doses superiores a 600
suplementação de ferro, ácido mg/dia e quando utilizada
fólico, sendo menos frequente a por tempo prolongado.
necessidade de reposição Importante realização de
sanguínea. O uso do filgrastim é hemograma mensalmente
recomendado para manejo da para monitoramento.
leucopenia. Com a normalização Usualmente, os efeitos
dos exames, o medicamento pode hematológicos são
ser reiniciado, em dose reduzida. reversíveis com a
Caso haja reincidência dos suspensão do fármaco.
efeitos, o fármaco dever ser
suspenso definitivamente.
Náuseas e vômitos Bedaquilina Avaliar desidratação e, se Os sintomas são comuns
Clofazimina necessário, iniciar terapia de no início do uso do
Etionamida reposição hídrica e antieméticos. medicamento e melhoram
Levofloxacina Avaliar a função hepática. Caso não com a conduta indicada.
Linezolida haja controle dos sintomas, Casos os vômitos sejam
Moxifloxacina suspender o medicamento, e severos, os eletrólitos
PAS substituí-lo pela melhor opção. devem ser monitorados e
Pirazinamida repostos.
Nefrotoxicidade Amicacina Avaliar a correção dos distúrbios Devem ser retirados outros
Capreomicina hidroeletrolíticos. Em casos de agentes nefrotóxicos e
Estreptomicina insuficiência renal severa, o estimulada a ingestão de
medicamento injetável deve ser líquidos para minimizar os
suspenso e a hospitalização deve riscos. Para os pacientes
ser considerada. Ajustar as acima de 60 anos é
dosagens de outros medicamentos, necessária a dosagem
considerando o clearence de rotineira de creatinina,
creatinina (Anexo III) especialmente para os que
recebem medicamento
parenteral.
Neurite óptica Etambutol O medicamento deve ser suspenso Pode ser irreversível, por
Linezolida e substituído pela melhor opção. isso é importante o
diagnóstico precoce.
Interrogar a respeito da
acuidade visual em cada
consulta e o
monitoramento
oftalmológico quando
necessário.
Pág.
43
Neuropatia periférica Amicacina Antiinflamatórios não esteroides Pacientes com
Capreomicina podem aliviar os sintomas. comorbidades (diabetes
Estreptomicina Considerar aumento de dose da mellitus, HIV, alcoolismo)
Etambutol piridoxina até dose máxima de 200 têm maior chance de
Levofloxacina mg/dia. Iniciar tratamento com desenvolver esse sintoma.
Linezolida antidepressivo tricíclico Entretanto, esses
Moxifloxacina (amitriptilina). Reduzir medicamentos não são
a dose ou, caso não haja controle contraindicados nestas
dos sintomas, suspender o condições. Usualmente é
medicamento, e substituí-lo pela irreversível, mas há
melhor opção. melhora após a suspensão
do fármaco.
Pancreatite Linezolida Suspender o fármaco e substituí-lo Pacientes devem ser
pela melhor opção. monitorados clinicamente
para sintomas de
pancreatite
Perda auditiva Amicacina O medicamento deve ser suspenso Documentar a perda
Capreomicina se houver qualquer queixa de auditiva e comparar com
Estreptomicina alteração de acuidade auditiva alterações anteriores, se
referida pelo paciente ou houver. O uso prévio de
comprovada pela audiometria. outros agentes
aminoglicosídeos pode ter
reduzido a acuidade
auditiva e, nesses casos,
será útil obter uma
audiometria antes do início
do novo medicamento
para avaliar possíveis
perdas futuras. A perda
auditiva, em geral, é
irreversível.
Pigmentação rósea ou Clofazimina Orientar. Não há necessidade de suspender o medicamento
marrom-escuro em
pele, córnea e
conjuntivas
Prolongamento do Bedaquilina Suspender o fármaco se Pacientes com idade
intervalo QT (risco de Clofazimina prolongamento do superior a 60 anos, com
arritmia ventricular) Levofloxacina intervalo QT for superior cardiopatia, insuficiência
Moxifloxacina a 450 ms devido ao risco renal ou em uso
de arritmia ventricular. Os concomitante de outros
pacientes com intervalo fármacos que
QT < 450 ms, podem ser prolonguem o intervalo
monitorados com ECG. QT, periodicamente,
devem ser monitorados
com ECG.
Pág.
44
Reações alérgicas Levofloxacina Usar corticóides e anti- Reações graves podem
graves /Anafilaxia Moxifloxacina histamínicos. ocorrer minutos após a
Pirazinamida O medicamento deve ser administração do
suspenso e substituído medicamento
pela melhor opção. manifestando-se como
choque e insuficiência
respiratória associados a
lesões cutâneas, como a
Síndrome de Stevens-
Johnson, entre outras. O
tratamento é suporte
básico de vida, com
necessidade de
hospitalização imediata.
Dias ou semanas após o
início do medicamento
pode ocorrer rash
cutâneo, febre, hepatite e
outras reações alérgicas.
Redução de doses e
dessensibilização não são
úteis.
Sintomas psicóticos e Levofloxacina Suspender o uso do Alguns pacientes vão
depressão Moxifloxacina medicamento por uma a necessitar de
Terizidona quatro semanas até o medicamentos
controle dos sintomas. antipsicóticos ou
Iniciar terapia com antidepressivos até o
antipsicóticos ou término do tratamento.
antidepressivos. Reiniciar Avaliar história prévia de
o medicamento. Não doença psiquiátrica, que
havendo controle dos apesar de não
sintomas com essas contraindicar o uso,
medidas, reduzir a dose necessita de avaliação
do medicamento, se não periódica. Os sintomas
houver prejuízo para o usualmente são
esquema terapêutico. reversíveis.
Persistindo os sintomas,
suspender o
medicamento, e
substituí-lo pela melhor
opção.
Pág.
45
Isoniazida (H) Cp. 100mg
Etambutol (E) Cp. 400mg
Pirazinamida (Z) Cp. 500mg
Solução oral 30mg/ml (150ml)
1
2 Estreptomicina (S) Fr. ampola 1000mg
1
Amicacina (Am) Amp. 500mg (250mg/ml, 2ml)
1
Capreomicina (Cm) Fr. ampola 1000mg
3 Ofloxacina (Ofx) Cp. 400mg
Levofloxacina (Lfx) Cp. 250 e 500mg
Moxifloxacina (Mfx) Cp. 400mg
4 Terizidona (Trz) Cp. 250mg
Etionamida (Et) Cp. 250mg
2
Ácido paraminossalicílico (PAS) Sachê (grânulos) 4,0g
5 Clofazimina (Cfx) Cp. 50 e 100mg
Linezolida (Lnz) Cp. 600mg
Bolsa (EV) 600mg (2mg/ml)
Claritromicina (Clar) Cp. 500mg
Azitromicina (Azi) Cp. 500mg
¹ Podem ser administradas por via intramuscular ou endovenosa (neste caso, diluir em SF0,9% 100ml e
correr em 1 hora).
² Orientações de uso: NÃO DILUIR OS GRÂNULOS! Consumir preferencialmente com alimentação
levemente ácida (ex: suco de laranja, maçã, iogurte).
FONTE: SiteTB (http://sitetb.saude.gov.br)
Pág.
46