Ebook - Fundamentos de Engenharia Ambiental - CENGAGE (Versão Digital)
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A área que estuda os impactos ambientais causados pela ação dos agentes
externos e como reduzi-los é a engenharia ambiental. Neste livro, você vai
aprender os fundamentos desse tema tão importante no estudo dessa área.
C
CMY
Com imagens, exemplos e uma linguagem clara, além de um conteúdo
K
apresentado de forma didática, esta obra é essencial para os estudantes de
vários ramos da engenharia e da ecologia e instiga a reflexão sobre diver-
ISBN 9786555580327
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Bibliografia.
ISBN 9786555580327
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Janguiê Diniz
Autoria
Eliana Menezes dos Santos
GEngenheira Ambiental, especialista em Direito e Gestão do Meio Ambiente e MBA em Gestão Pública.
Analista ambiental em Industria química do grupo Hypermarcas, engenheira ambiental em construção
civil nas obras da Companhia Metropolitana de São Paulo – Metro. Tutora Presencial e online da
Univesp e Unifesp. Professora conteudista de cursos de Educação a Distância.
Fernando Pasini
Graduado em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Universidade Federal de Santa Maria, Especialista
em Gestão, Licenciamento e Auditoria Ambiental pela Universidade Anhanguera e Mestre em
Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Santa Maria.
SUMÁRIO
Prefácio..................................................................................................................................................8
A poluição ambiental será o tema da terceira unidade e seu conteúdo vai aprofundar
seus conhecimentos sobre a temática da poluição. Serão apresentados os temas
relacionados à conceituação básica sobre poluição ambiental, às técnicas e instrumentos
legais com a finalidade de promover o controle da poluição, aos impactos ambientais, às
justificativas da necessidade de fazer estudos sobre o impacto ambiental, e como fazê-lo,
além de explicar qual é o melhor procedimento para o licenciamento ambiental. Por fim,
trataremos da dinâmica da poluição, da importância da realização de um estudo de impacto
ambiental que seja condizente com a realidade e as etapas do licenciamento ambiental.
Você está na Engenharia e Meio Ambiente. Conheça aqui as questões ambientais que dão
fundamento ao pensamento crítico ambientalista e às legislações nacionais que tratam do
tema. Compreenda também os principais conceitos referentes à poluição, meio ambiente
e resíduos sólidos, um dos maiores problemas da atualidade.
Bons estudos!
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1 INTRODUÇÃO
A sociedade atual possui um comprometimento moral e ético com o meio ambiente e com
as futuras gerações. Isso tem ocorrido em forma de proteção, prevenção e planejamento das
intervenções ambientais, visto que tornaram-se corriqueiras as notícias de sérios desastres
causadores de danos ao meio ambiente nos últimos anos, sejam eles de origem natural como
tsunamis e tornados ou em tragédias anunciadas por negligência em obras civis. E essa pressão
social tem incorporado cada vez mais os princípios de sustentabilidade em nosso dia a dia.
Hoje, sob diversos discursos, está na moda o diálogo sobre sustentabilidade e cuidados com
meio ambiente, mas nem sempre foi assim, para tratar da temática ambiental é necessário muita
cautela e entendimento de como ocorreu o avanço dessa consciência.
Na mesma época, em 1962, a bióloga Rachel Carson, embasada em diversos estudos que
relacionavam o uso do DDT à problemas de saúde em humanos e bioacumulação em animais
publicou o livro “A Primavera Silenciosa”, fazendo referência à morte de aves em decorrência
de exposição ao pesticida. O livro causou um alvoroço nos órgãos ambientais, que também já
pesquisavam sobre o tema. No material publicado a autora ainda enfatizava a necessidade de
proteger o meio ambiente para garantir a manutenção da saúde humana (CARSON, 2010).
De 1962 até os dias atuais, muita coisa mudou e essas mudanças começaram a se concretizar
após algumas reuniões governamentais. Em 1972 ocorreu em Estocolmo, na Suécia, a Conferência
das Nações Unidas que tratou sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Humano. Na
conferência foi redigida uma declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o meio
ambiente, a qual cita: “Defender e melhorar o meio ambiente para as atuais e futuras gerações se
tornou uma meta fundamental para a humanidade” (ONU, 1972).
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Ainda sobre a temática em 1987 foi lançado, pela ONU, o relatório Brundtland intitulado
Nosso Futuro Comum, que apresenta de forma polida o conceito de desenvolvimento sustentável
como sendo “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” (ONU, 1987).
Nacionalmente, um passou importante foi a criação da Política Nacional do Meio Ambiente, Lei
Federal Nº 9433 de 1981 e a incorporação do Artigo 225, na Constituição de Federal de 1988, o qual
trata de forma específica do meio ambiente. O texto do artigo é categórico na indicação de que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988).
Dali por diante seguiram-se os esforços para reduzir a poluição global. Foram realizados
tratados, protocolos e acordos internacionais, como a Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio -1992 ou ECO -92), a Rio+5, a Rio+10 e a Rio+20, onde
o Brasil, por sua diversidade biológica e ecossistêmica, área territorial e volume de recursos
ambientais disponíveis, teve (e ainda tem) papel de destaque nas discussões. A figura a seguir
remete a algumas questões tema de debate na área de ambiental.
De forma grosseira podemos subdividir o meio ambiente em: Meio ambiente natural e Meio
ambiente antrópico (ou construído). No primeiro trata-se das condições naturais, sem influência
humana, e no segundo, os locais onde há influência direta do ser humano. Ainda, permeia por
esses meios a diversidade ecológica e sua interação, a diversidade social e suas necessidades e
movimentação econômica e valoração dos recursos ambientais.
Os serem vivos relacionam-se entre si, inclusive servindo um de alimento a outro, essas
relações são caracterizadas por teias e cadeias alimentares e divididas em níveis tróficos. E é
nelas que podemos aplicar os princípios da 2ª Lei da Termodinâmica, a qual indica haver perda de
energia de um nível trófico ao seguinte. Portanto, nem toda energia do alimento é aproveitada
(CALIJURI, CUNHA; MOCCELLIN, 2013).
Essas interações entre seres vivos (meio biótico) são em suma estudadas pela Ecologia, ramo
da Biologia, a qual também às relaciona com as interações que ocorrem dos seres vivos com o
meio ambiente (meio abiótico). Essa importante área de estudo ainda engloba os desequilíbrios
que ocorrem devido às intervenções realizadas, introdução de poluentes ou espécies invasoras,
tudo isso avaliando em isolado os habitats e integrando as demais populações que por ventura
interajam por suas relações ecológicas. E para incrementar ainda mais, tudo isso corre em um
espaço geográfico com delimitações específicas que podem ser um bioma todo ou apenas uma
porção local isolada determinada para estudo.
Cada componente possui uma importância ecológica, os seres vivos prestam essenciais
serviços ecossistêmicos, como polinização, degradação do material orgânico, produção de
biomassa e matéria orgânica. Já os fatores abióticos, como a luz (ciclos claros e escuros) possibilita
a fotossíntese e estimula diversas reações nos vegetais, nos animais (o calor do sol) promove a
estabilização da temperatura corporal em organismos ectodérmicos (anfíbios, peixes e répteis
que dependem do ambiente para regularem a temperatura corporal).
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Depois de realizar essa reflexão você já está pronto para conseguir compreender a
grandiosidade que fica subentendida no conceito de Meio Ambiente talhado pela Política
Nacional do Meio Ambiente (PNMA, Lei nº 6938/1981) que o descreve em seu art. 3º, inciso I
como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica,
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Para tal valoração há manuais específicos que indicam formas de realizar um estudo
aprofundado cientificamente embasado para indicar o quanto vale um recurso ambiental. Um
exemplo é a publicação de Mota (1997), que traz diversos exemplos de caso onde os estudos
foram aplicados.
FIQUE DE OLHO
A água consumida pela população é gratuita e o valor cobrado pela agência de saneamento
é referente ao processo de captação, tratamento e distribuição.
A Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH - Lei 9433/1997) é a principal legislação que
a rege, e esse política indica ao pé da letra: em seu Artigo 1º, Inciso II, que “a água é um recurso
natural limitado, dotado de valor econômico”.
E devido a isso deve ser regulada a sua utilização, a fim de que todos os usuários utilizadores destes
recursos tenham compatibilidade com a qualidade e quantidade disponível, sem comprometer a
chamada vazão ecológica, que permite manutenção da vida aquática (Lei 9433/1997).
Nacionalmente, a outorga do direito de uso (art. 5º, Inciso III da PNRH) é o documento
que permite que o usuário utilize um dado volume, que nem sempre é o requerido, mas o
disponível. Alguns comitês de bacia (órgão que delibera regionalmente sobre a água de uma bacia
hidrográfica) podem criar taxas específicas por volume de água, de acordo com as deliberações
regionais. Ainda, a outorga pode ser reavaliada a qualquer momento e em casos de estiagem, os
usos prioritários são o abastecimento público e a dessedentação animal (Lei nº 9.433/97).
E para poder compreender a dinâmica nacional da água, anualmente a Agência Nacional de Águas
(ANA) lança a Conjuntura Nacional dos Recursos Hídricos. O documento publicado em 2019, referente
ao ano de 2019, apresentou, por exemplo, o volume total de água consumida por atividade.
#PraCegoVer: A figura apresenta um infográfico que mostra o real consumo de água no Brasil ao
longo de 2018 e dividido por atividade: irrigação (66,1%), uso animal (11,6%), termelétricas (0,3%),
mineração (0,9%), indústria (9,5%), abastecimento urbano (9,1%) e abastecimento rural (2,5%).
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Os dados levantados pela Agência Nacional de Águas têm indicado que a demanda por uso
de água no Brasil é crescente, com aumento estimado de aproximadamente 80% no total retirado
de água nas últimas duas décadas. Período caracterizado pelo intenso crescimento econômico
nacional. A previsão é de que, até 2030, a retirada aumente 26% (ANA, 2019).
No ano de 2018, a irrigação foi a atividade que mais consumiu água (66,1%), seguido pela
dessedentação animal (11,6%), utilização industrial (9,5%) e abastecimento público urbano (9,1%).
3 POLUIÇÃO
O meio ambiente é muito complexo e mesmo que não existisse o ser humano no planeta
terra, ainda assim ele eventualmente poderia estar poluído. Ou seja, causar poluição não é um
ofício restrito ao ser humano! Ela também ocorre naturalmente.
São tão diversos os impactos e as formas de ocorrência que por vezes torna-se até difícil
descrevê-los. Naturalmente podemos citar: um animal morto em processo de decomposição,
uma tempestade de areia, um vulcão em erupção, queimadas naturais, tsunamis, terremotos e
diversos outros fenômenos que alteram as condições inicias naturais do meio. No entanto, ainda
que estes possam causar grandes estragos, a nível global a poluição causada pelo homem é a que
possui maior potencial de degradar o meio ambiente.
Conceitualmente não há outra forma de iniciar essa temática se não expondo o texto da
Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938/1981), que traz dentre suas definições o conceito
de poluição como sendo:
Quem causa a poluição conceitualmente é chamado de poluidor, e para que assim possa ser
chamado, o poluidor deve ser uma pessoa física ou jurídica, e que independente de ser de direito
público ou direito privado ao ser constatado degradação ambiental será culpabilizado por tal
(PNMA, 6938/1981).
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Sobre a culpabilização, a PNMA traz como o VII inciso do Artigo 4º, “a imposição, ao poluidor
e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário,
da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”. Sendo esse um
objetivo fundamental da lei.
4 RESÍDUOS
Uma das formas mais agressivas de poluição ambiental moderna é a disposição final
inadequada de resíduos sólidos. Popularmente chamamos de lixo (resíduo) as sobras de um
processo produtivo, um material inservível e ainda dito sem valor. Mas não é bem assim.
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS, 12305/2010) é a principal base legal sobre o
tema, ela estabelece algumas definições técnicas, e é fundamental que você às conheça e saiba
diferenciar para que não cometa equívocos em sua atuação profissional.
Uma das formas mais agressivas de poluição ambiental moderna é a disposição final inadequada
de resíduos sólidos. Popularmente chamamos de lixo (resíduo) as sobras de um processo produtivo,
um material inservível e ainda dito sem valor. Mas não é bem assim.
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS, 12305/2010) é a principal base legal sobre o tema,
ela estabelece algumas definições técnicas, e é fundamental que você às conheça e saiba diferenciar
para que não cometa equívocos em sua atuação profissional.
FIQUE DE OLHO
Em 2010 entrou em vigor a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), a Lei Federal
nº 12.305. A criação e publicação dessa base legal está sendo essencial para que o Brasil
possa tornar cada vez mais sustentável seus processos produtivos e o estilo de vida da
população. Dentre os temas importantes ligado aos resíduos sólidos a PNRS indica a previsão
de terminar com os lixões, que são uma forma inadequada de disposição final dos rejeitos
que, gera danos imensuráveis ao meio ambiente, perdas econômicas e ao mesmo tempo
contribui para marginalização social.
Uma saída muito interessante abordada na PNRS diz respeito à responsabilização sobre a
destinação final, de forma que cita em seu artigo 3º, Inciso XVII, a responsabilidade compartilhada
sobre os resíduos durante o ciclo de vida do produto. Agora, quem fabrica, quem importa, quem
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distribui, quem vende, quem consome e ainda quem é responsável pelo limpeza pública tem
responsabilidade sobre os resíduos gerados em todas as etapas.
• O distribuidor a buscar formas que reduzam as perdas no processo e que tornem mais
eficiente o transporte;
• O consumidor terá acesso a produtos menos agressivos ao meio ambiente, com qualida-
de e de fácil destinação final; e,
• O responsável pela limpeza pública e destinação final terá produtos selecionados, poden-
do encaminhar para reciclagem um volume maior e assim aumentar a vida útil do aterro
sanitário.
Mas é claro que tudo isso só irá ocorrer em concomitância com uma drástica mudança do
pensamento da população, imprescindível que hajam avanços em educação ambiental, para
criarmos uma sociedade ambientalmente engajada e consciente de suas atitudes.
Mas é claro que tudo isso só irá ocorrer em concomitância com uma drástica mudança do
pensamento da população, imprescindível que hajam avanços em educação ambiental, para
criarmos uma sociedade ambientalmente engajada e consciente de suas atitudes.
Em quantas divisões é que eles poderiam ser separados para que fossem adequadamente
descartados quando ao fim de sua vida útil?
Você conseguiria indicar o quanto agressivos ao meio ambiente eles serão quando
encaminhados para disposição final?
Para efeitos de lei, o art. 13º da PNRS segrega e classifica os resíduos basicamente quanto à
origem e à periculosidade.
1 Resíduos domiciliares;
6 Resíduos industriais;
9 Resíduos agrossilvopastoris;
11 Resíduos de mineração.
Nessa aula recebem atenção especial os resíduos de construção civil, com os quais você vai
se deparar muito em sua atuação profissional, eles são definidos pela PNRS como “os gerados nas
construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes
da preparação e escavação de terrenos para obras civis” (BRASIL, 2010).
Já quanto à periculosidade são divididos basicamente em Resíduos perigosos que são os que
possuem características de “inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde
pública ou à qualidade ambiental” (BRASIL, 2010). E os não perigosos que são todos os demais.
Quanto à temática da classificação dos resíduos o Brasil dispõe da Norma Técnica 10004/2004,
da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que apresenta de forma detalhada uma classificação
mais robusta do que a citada pela legislação. Neste sentido, a subdivisão principal envolve
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resíduos de classe I (perigosos) e resíduos de classe II (não perigosos: não inertes e inertes).
Os resíduos perigosos (classe I) seguem a lógica apresentada na lei, em que possuam em sua
composição elementos com características que o tornam potencialmente causador de risco à
saúde e/ou ao ambiente. Já os resíduos não perigosos (classe II) são divididos em não inertes (que
possuem como propriedade a biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água)
e inertes (que não possuem seus componentes solubilizados em água, em concentrações que
ultrapassem padrões de potabilidade da água, exceto quanto a cor, dureza, turbidez e sabor).
Não geração
Refere-se a evitar que o material seja criado, de forma que se estimule design de produtos
multifuncionais, com longa vida útil e que utilizem materiais ecológicos na fabricação. A isso
também incorpora-se à compra consciente.
Redução
Estimula a compra consciente, sem exageros, que seja optado por produtos funcionais e
necessários.
Reutilização
Reciclagem
Não se aplica aos resíduos sólidos urbanos e domésticos tradicionais (exceto aos orgânicos),
apenas segregação e disposição final adequada. No entanto, outros como os de serviços de saúde
precisam ser tratados antes de
São os rejeitos, que não possuem mais meios de ser reaproveitado. Neste caso, devem ser
encaminhados para uma disposição final correta, que vai acontecer em um aterro sanitário,
preparado para as características que esse rejeito apresenta.
Seguindo essa lógica, o país terá um avanço significativo na busca da redução da produção de
resíduos e consequentemente volume de rejeitos a serem encaminhados à destinação.
Lixão
É a forma incorreta de disposição final, um lixão não apresenta estrutura preparada para
evitar a contaminação que esse rejeito possa causar. O material é depositado a céu aberto, sem
qualquer proteção ao meio ambiente e à saúde pública. Além de que não há controle dos tipos
de resíduos dispostos nesse local.
Aterro controlado
É uma forma de aterro com menor proteção ambiental. O local é isolado, o material disposto
é controlado, não sendo aceito qualquer tipo de rejeito, no entanto geralmente não apresenta
impermeabilização do solo e drenagem de lixiviado e gases.
Aterro sanitário
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Ademais, podem ser citados outros tipos de aterros, como os industriais e de resíduos
perigos, ou que possuam finalidade específica, mas sempre com os devidos cuidados para evitar
problemas ambientais.
Ao final da vida útil o aterro passa a ser um passivo ambiental, uma área que continuará
requerendo diversos cuidados, monitoramento e formas de controle ambiental para identificar
caso ocorra um possível evento de poluição.
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2019:
informe anual. Brasília: ANA, 2019. Disponível em: <http://conjuntura.ana.gov.br/static/
media/conjuntura-completo.bb39ac07.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2020.
_____. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm>. Acesso em: 12
fev. 2020.
PEJON, O. J.; RODRIGUES, V, G. S.; ZUQUETTE, L. V. Impactos ambientais sobre o solo. In:
CALIJURI, M. C. E.; CUNHA, D. G. F (org.). Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e
gestão, Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
UNIDADE 2
Noções de direito ambiental
Introdução
Você está na unidade Noções de Direito Ambiental. Conheça aqui os conceitos de lei,
decreto, norma, portaria e instrução normativa, temos comuns a vários ramos do direito,
inclusive o direito ambiental. Entenda os princípios que regem o direito ambiental e estão
pautados em diversas leis e na Carta Magna. Princípios importante que norteia o trabalho
do profissional de meio ambiente, diante das suas obrigações legais e responsabilidades.
Aprenda sobre algumas das principais leis que orientam o dia a dia do profissional de meio
ambiente bem como a fiscalização por parte dos órgãos responsáveis pelas emissões de
autorizações e licenças.
Bons estudos!
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Neste sentido, atuar na área ambiental não requer apenas conhecimento técnico. É preciso
avaliar dados confrontando-os com normas legais vigentes e, assim, tomar a decisão mais
assertiva. O conhecimento do profissional da engenharia ambiental é parte fundamental na
tomada de decisão diante, por exemplo, de conflitos de interesse que possam surgir mediante
um problema ambiental.
As normas legais ou mesmo técnicas contribuem com o dia a dia do profissional, pois
atribuem à atividade um fator comparativo ou, até mesmo, um parâmetro de atuação. Por isso,
é importante compreender as noções gerais de Direito para dar seguimento a esse propósito.
As leis, portanto, são criadas pelo Poder Executivo de cada esfera de governo por meio
dos representantes do povo: os vereadores, deputados e senadores. Assim, a lei consiste em
um conjunto de regras a serem seguidas para o bem da sociedade. Os decretos, por sua vez,
são criados apenas pelos chefes do executivo (presidente, governadores e prefeitos) e buscam
regulamentar o que diz a lei. São nos decretos que constam os detalhes para a execução da lei,
por exemplo.
Já as resoluções são criadas por diversas autoridades superiores, que não incluem os chefes
do executivo. Essas pessoas são responsáveis por regulamentar um assunto de competências
específica do departamento que a criou, como, por exemplo, as Resoluções do Conselho Nacional
de Meio Ambiente (Conama). É importante, no entanto, que todas essas resoluções estejam em
consonância com os preceitos estabelecidos na Constituição Federal, leis ou decretos.
As portarias são criadas pelos chefes e diretores de órgãos e tem como função instruir a
aplicação da lei. É o caso, por exemplo, das portarias emitidas pelo Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou pelo Ministério do Meio Ambiente.
Por fim, as instruções normativas são como normas complementares a uma portaria já criada.
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o Direito é o elemento da ciência política e social que estuda, analisa, coordena e controla o
conjunto de leis, princípios, doutrina e jurisprudência de que se vale o poder competente (o Estado)
para atingir o bem-estar coletivo.
A lei mais importante do país é Constituição Federal de 1988, considerada a lei maior do
ordenamento jurídico nacional. Nenhuma lei que está abaixo dela pode contrariar os pressupostos
que ela estabelece: pode, apenas, complementá-la ou suplementá-la. De maneira didática, as
várias normas irão compor uma ordem similar a uma pirâmide, tendo a Constituição Federal no
topo e as demais na sequência, como podemos observar na figura a seguir:
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A importância do conhecimento dessa hierarquia está no fato que uma lei não pode ferir
os pressupostos estabelecidos na Constituição, com base no princípio da predominância do
interesse, podendo ser considerada inconstitucional. É previsto no ordenamento jurídico brasileiro
delimitações de competências entre os entes federados que a integra, essa organização político-
administrativo tem como objetivo a delimitação das ações de cada esfera, para tanto definiu-se que
alguns temas somente a União teria competência para legislar ficando a cargo de criar as normas
gerais e os Estado incumbidos de suplementá-la, outros temas é previsto aos Estados legislar a
competências residuais, ou seja não estejam vedadas pela Constituição, já no caso dos Municípios
ficaram responsáveis pelos assuntos de interesse local. Conforme previsto na Constituição:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (EC no 19/98 e EC no 69/2012)
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição. (EC no 5/95)
§ 1o São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.
§ 2o Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
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canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
O Direito se divide em áreas, tais como constitucional, administrativo, civil, penal, comercial,
entre outras e o Direito ambiental faz parte dessa divisão. O termo meio ambiente possui na
legislação ambiental brasileira duas definições e/ou divisões. O meio ambiental natural é composto
por solo, água, ar, conforme prevê o art. 3° da Lei 6.938/81). Já o meio ambiente artificial é aquele
construído pela humanidade, como as edificações, e está estabelecido nos arts. 182 e 183 da
Constituição Federal de 1988.
Princípio da precaução
Teve origem após a Conferência Eco 92, realizada no Rio de Janeiro, e trata da necessidade de
atuar com cautela nos casos em que ainda existam dúvidas e incertezas a respeito do dano que
determinado impacto possa causar em função do exercício de uma atividade.
Princípio da prevenção
Tem como objetivo impedir ou ao menos reduzir os danos causados por ocorrência de
poluição, pois existe comprovações cientificas acerca do risco certo, concreto e conhecido de
dano inerentes a certas atividades humanas.
Princípio do poluidor-pagador
Tem como objetivo internalizar as externalidades provocadas por alguma atividade empresarial,
a fim de minimizar ou mitigar os impactos negativos dela decorrente. Esse princípio requer atenção,
pois aqui não se tem a intenção de criar direito de poluir, apenas tem intenções preventivas do dano.
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Princípio do usuário-pagador
Impõe valor ao recurso ambiental com o intuito de usá-lo de forma racional, evitando o
desperdício. Um bom exemplo é o pagamento pelo uso da água, por meio da emissão de outorga,
como previsto no art. 5, parágrafo 4 da Lei 9.433/97.
Princípio do protetor-recebedor
Princípio do limite
Entende-se como o estabelecimento de padrões de emissões que deve ser imposto pelo
Estado aos emissores, conforme previsto no art. 225, inciso I, parágrafo 5, da Constituição Federal.
Princípio da responsabilidade
Busca responsabilizar os culpados pelo dano causado, de forma a arcar com os custos de
reparação ou compensação da degradação que provocaram no meio ambiente, conforme
previsto no parágrafo 3º do art. 225 da Constituição Federal e no art. 14, parágrafo 1º da Lei nº
6.938/1981, que estabelece o poluidor é obrigado, independentemente da existência de culpa, a
indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente.
É o dever que o poder público tem de promover a proteção ambiental, segundo estabelecido
no art. 225 da Constituição Federal de 1988.
FIQUE DE OLHO
O Ministério do Meio Ambiente disponibiliza em seu endereço eletrônico um painel sobre
legislação ambiental, contendo uma relação com todas as leis, decretos, portarias, resoluções
e instruções normativas da esfera federal. O documento pode ser acessado no link: <https://
app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiZGEyMzBkMWYtNzNiMS00ZmIyL Tg5YzgtZDk5Z WE5ODU
4 Z D g 2 I i w i d C I 6 I j J i M j Y 2 Z m E 5 LT N m O T M t N G J i M S 0 5 O D M w LT Yz N D
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considerando que a atuação da pessoa jurídica ocorre por intermédio das pessoas físicas que
a presentam, o STJ não vem acatando denúncia por crime ambiental apenas contra o ente moral,
pois “excluindo-se da denúncia a pessoa física, torna-se inviável o prosseguimento da ação penal, tão
somente, contra a pessoa jurídica. Não é possível que haja a responsabilização penal da pessoa jurídica
dissociada da pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio”.
Imagine, por exemplo, uma pessoa que adquire um terreno com árvores e resolve removê-
las para a construção de uma casa. Ela tem autorização regulamentada pelo licenciamento, mas
incorre em uma degradação amparada pela legislação, pois a documentação adquirida nos órgãos
competentes permitiu a remoção da vegetação dentro de padrões legalmente estabelecidos,
ausentando assim, o portador da licença a responsabilidade administrativa ou criminal de
agente causador do impacto. Segundo Amado (2014), mesmo a poluição licenciada não exclui a
responsabilidade civil do poluidor, na hipótese de geração de danos ambientais, pois esta não é
sancionatória, e sim reparatória.
FIQUE DE OLHO
A Advocacia Geral da União (AGU) disponibiliza, em seu canal oficial no Youtube, um vídeo
explicativo sobre responsabilidade civil por dano ambiental. O vídeo pode ser acessado no
link: <https://www.youtube.com/watch?v=DUiBdPwWDg8>.
Nota-se que as ações humanas geram impactos em suas mais diversas atividades e que para
tanto se faz necessário observar as legislações vigente, para reduzir os danos provocados no
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meio ambiente e atender aos padrões estabelecidos pelo poder público com vistas a capacidade
de suporte do meio ao qual o impacto ocorrerá. Nesse sentido, o licenciamento ambiental
é considerado um instrumento relevante para a gestão pública e o cumprimento do controle,
fiscalização e proteção do meio ambiente.
Vamos, então, estudar algumas das leis mais importantes do direito ambiental.
É importante destacar que a PNMA criou e regulamentou o Sistema Nacional de Meio Ambiente
(Sisnama), composto pelo órgão superior o Conselho de governo, o órgão consultivo e deliberativo
Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), o órgão central denominado Ministério de
Meio Ambiente, órgão executores o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além
dos órgão seccionais de cada Estado e os órgãos locais municipais.
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Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras,
coautoras ou participes do mesmo fato (Brasil,1998).
A norma traz as infrações elencadas em cinco diferentes categorias, crimes contra a Fauna
do arts. 29 a 37, crimes contra a Flora do arts. 38 a 53, na seção III - Da Poluição outros Crimes
Ambientais composto pelos arts. 54 a 61, Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio
Cultural do arts. 62 a 65, Crimes contra a Administração Ambiental arts. 66 a 69.
É importante ressaltar que todos os artigos que compõem essa Lei são relevantes, entretanto
o profissional de meio ambiente deve atentar-se para os artigos que constituem a seção III –
Da Poluição e outros Crimes Ambientais, pois nesse trecho da lei estão descritos as infrações
cometidas por ausência ou ineficiência de controles ambientais em sistemas de produção,
tais como lançamento de residuos sólidos ou líquidos em desacordo com a legislação vigente,
38
A PNMC é diferente das demais normas do ordenamento jurídico brasileiro, pois ela representa
uma ação voluntária do Brasil, pois este não compõem a lista de países que deverão realizar a
redução de suas emissões de gases do efeito estufa, conforme consta no Anexo I do Acordo das
Nações Unidas, assinado em integrantes do anexo I do Protocolo Kyoto.
A lei trouxe inovação ao ordenamento jurídico brasileiro, como, por exemplo, o conteúdo do
art. 6, parágrafo 7, que regulamenta a responsabilidade compartilhada entre poder público, setor
empresarial e sociedade pela destinação do resíduo.
Outra novidade está no art. 7, parágrafo 2, que prioriza a não geração de resíduos e, caso
não seja possível, a redução dessa quantidade, de forma a garantir a reutilização, a reciclagem, o
tratamento e a disposição em solo. As etapas recomendadas pela PNRS são subsidiadas por leis e
39
• Decreto 96.044/1988
• Decreto 5.940/2006
Amazônia Legal;
É preciso atentar-se que as APP são faixas marginais de qualquer curso d’agua, mesmo que
a vegetação tenha sido removida por qualquer motivo ainda será considerada APP. O Código
Florestal delimitou em seu art. 4, parágrafo 1, a largura que mínima de vegetação para cada
tamanho dos corpos hídricos. Os tipos de APPs são faixas marginais, áreas de entorno de nascente,
encostas, restingas, manguezais, topos de morros entre outros.
III – em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a
dessedentação de animais;
VI – a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder
Público, dos usuários e das comunidades (BRASIL, 1997).
É importante ressaltar que a gestão dos comitês é pautada nos instrumentos da própria Política
Nacional de Recursos Hídricos, expressos no art. 5, dentre eles podemos destacar a outorga
e a cobrança pelo uso da água. A outorga tem por objetivo assegurar o controle quantitativo
e qualitativo dos usos da água, evitar conflitos de interesse entre os usuários do recurso e ao
mesmo tempo garantir o direito de acesso à água.
A outorga é emitida pelo órgão gestor do recurso do estado ao qual o corpo hídrico se encontra
localizado, nos casos que o rio pertença a mais de um estado a autorização será emitida pela
Agencia Nacional das Águas – ANA, pois este recurso natural estará enquadrado como bem de
domínio da União. Os usos que dependem de outorga estão elencados no art.12 da lei 9.433/97:
41
derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo d’água para consumo final,
inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;
Lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não,
com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
O instrumento denominado cobrança pelo uso da água tem por objetivo reconhecer a água
como um bem dotado de valor econômico e dessa forma incentivar o uso racional, além de obter
recurso financeiro a ser aplicado nos planos de recurso hídricos.
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender sobre a hierarquia das leis e como elas podem influenciar no cotidiano e
no controle de padrões de qualidade, quando aplicadas de forma incorreta;
• compreender alguns dos princípios basilares do direito ambiental que são funda-
mentais para o ordenamento jurídico e orientam o dia a dia e a tomada de decisão
do profissional de meio ambiente;
• compreender algumas das leis da esfera federal que norteiam a criação de leis esta-
duais ou municipais e todas devem estar em harmonia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
_____. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm>. Acesso em: 25
fev. 2020.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). Lei municipal sobre meio ambiente deve respeitar
normas dos demais entes federados. Portal do STF, 5 mar. 2015. Disponível em: <http://
www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=286695>. Acesso em:
25 fev. 2020.
UNIDADE 3
Poluição ambiental
Introdução
Você está na unidade Poluição Ambiental. Conheça aqui os conceitos básicos que
envolvem a poluição ambiental e as técnicas e instrumentos legais que buscam fazer o
controle da poluição e dos impactos ambientais. Descubra a importância dos estudos de
impacto ambiental e como eles devem ser feitos de forma condizente com as etapas do
licenciamento ambiental.
Bons estudos!
49
O meio ambiente pode ser dividido de diversas formas e uma das mais comuns é o solo, a
água, o ar e os organismos vivos. No entanto, quando se trata de poluição ambiental, o meio é
dinâmico e a poluição que incide sobre um ponto que, em pouco tempo, pode afetar também
outros locais.
Como o solo é a interface entre todos os componentes, se ele sofrer com poluição e um
composto volátil, por exemplo, logo a qualidade do ar também será afetada. O mesmo acontece
com o curso hídrico: sempre que um poluente persistente o alcançar, outro sistema ambiental
com características totalmente diferentes também acabará afetado.
Assim, toda a ação para que um evento de poluição não ocorra ou já tenha acontecido deve
estar baseada em leis e normas legais que tratam especificamente da prevenção e da remediação
da poluição. As principais são:
• lançamento de efluentes;
Um meio ambiente saudável e equilibrado é direito do cidadão brasileiro. Essa temática está
escrita de forma expressa no art. 225 da Constituição Federal de 1988, fazendo referência ao
direito que os cidadãos brasileiros possuem de estar e viver em um ambiente sadio e que lhes
promova a qualidade de vida. Para isso, todos os entes são atores na promoção da preservação e
da defesa do meio ambiente.
Mas para que essa previsão se torne possível, o país lança mão de alguns meios governamentais
50
de regulação da poluição e dos impactos causados pelas atividades humanas, que são estudados
mais adiante.
2 CONTROLE DA POLUIÇÃO
Segundo o art. 3º, inciso III da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), poluição é
definida como a
É, portanto, uma transgressão aos limites estabelecidos por lei. Assim, como forma de realizar
um controle mais efetivo que eventos que possam causar poluição, a PNMA propõe alguns
instrumentos de gestão, que estão previstos no art. 9º:
II - o zoneamento ambiental;
Ela também institui o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão consuntivo
e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Neste sentido, pertencem
ao Sisnama todos os órgãos que tratam da temática ambiental, regulamentados pelo Decreto
99.274/1990.
• Princípio do poluidor-pagador;
• Princípio da prevenção;
• Princípio da precaução;
• Princípio do usuário-pagador;
• Princípio do limite;
É por meio de tais princípios que todos podem ter consciência da sua responsabilidade
compartilhada, dos seus direitos e deveres, das sanções que serão aplicadas quando houver
transgressão da lei e da importância que a ação governamental possui na hora de garantir a
segurança ambiental, a sanidade do meio e a saúde pública.
Porém, nem sempre os devidos cuidados são tomados, o que acaba resultando em um crime
ambiental. A ação humana é responsável, hoje, por interferir nos principais meios de manutenção
da vida – o ar, a água e o solo -, promovendo a sua degradação.
Então, para dar diretrizes a casos assim foi instituída a Lei nº 9.605/1998, a chamada Lei de
Crimes Ambientais, que trata das transgressões à lei, das multas e das formas de se recuperar o
dano causado.
Caso a dinâmica atmosférica e a geografia local não sejam favoráveis à dispersão de poluentes,
o ponto torna-se um local de fragilidade necessitando que a gestão pública crie diretrizes mais
restritivas às emissões, pois um volume menor de poluentes pode causar um grande problema
local. No entanto, quando se trata de um ponto onde há boa dispersão de poluentes há
possibilidade da gestão pública manter a vazão indicada na instância superior, sem alterações.
• material particulado;
• dióxido de enxofre;
• dióxido de nitrogênio;
• ozônio;
• monóxido de carbono;
• chumbo.
Os poluentes antrópicos, por sua vez, são aqueles provocados em decorrência das atividades
do ser humano, como a queima incompleta de combustíveis e a produção industrial com
combustão ou que possui gases diversos como subproduto.
Já os poluentes primários são emitidos direto da fonte, seja ela móvel (veículos) ou fixa
(chaminé), como é o caso do dióxido de enxofre, o dióxido de nitrogénio e o monóxido de
carbono. Por fim, os poluentes secundários são aqueles formados na atmosfera em decorrência
de reações químicas entre poluentes. Um exemplo é o ozônio que surge a partir da reação entre
compostos que estão na atmosfera e o auxílio de um catalizador natural, a radiação solar (GOTTI;
SOUZA, 2017).
53
A poluição do ar é um problema tão sério que o Brasil possui uma resolução que trata de forma
específica sobre o seu controle: a Resolução nº 5/1989 do Conama. Essa normativa cria o Programa
Nacional de Controle de Qualidade do Ar (Pronar) e separa as áreas urbanas em classes para que, em
cada uma, haja um padrão de concentração de gases específico. Uma área verde de preservação, por
exemplo, é classificada como de Classe I e fica sujeita a padrões primários mais restritivos. Já um centro
urbano pode ser enquadrado como de Classe II ou III, que fica sujeito a um padrão mais permissivo.
Como forma de realizar um controle efetivo da poluição atmosférica, Dersídio (2012) cita
alguns tópicos que devem ser observados pelo poluidor e pela gestão pública:
Nestes casos, é preciso utilizar a tecnologia adequada para cada processo industrial, de
forma a manter a produção e provocar um lançamento mínimo de efluentes gasosos. Em geral,
quando veem uma chaminé lançando gases ao longo, as pessoas costumam pensar que se trata
de poluição, mas, na verdade, o processo pode envolver a geração e o tratamento prévio desses
gases. Afinal, atualmente há processos e equipamentos no mercado que são extremamente
eficientes no controle da poluição atmosférica.
54
Características químicas
Características biológicas
algas e coliformes;
Características físicas
Quanto à qualidade das águas superficiais utilizadas para o abastecimento público, a Portaria
nº 2.914/2011, do Ministério da Saúde, é quem, nacionalmente, estabelece parâmetros para
o consumo humano. E as resoluções do Conama nº 357/2005 e 430;2011 é que tratam da
classificação dos cursos d’água e indica diretrizes para o enquadramento, ainda ela estabelece
parâmetros e condições para o lançamento de efluentes. Sempre incentivando que o efluente
possua a menor carga poluidora possível.
Para que seja possível reduzir a carga poluidora dos efluentes líquidos é importante que eles
passem por um sistema de tratamento. A imagem a seguir mostra uma planta de tratamento de
efluentes domésticos em funcionamento, com capacidade de reduzir significativamente a carga
poluidora do efluente.
55
#PraCegoVer: A imagem mostra uma fotografia aérea dos detalhes de uma planta de
tratamento de efluentes domésticos, com destaque para tanques aeróbicos, anaeróbicos e
reatores biológicos.
Nacionalmente, a Agência Nacional de Águas (ANA) é o órgão regulador dos recursos hídricos.
Criado pela lei nº 9.984/2000, o orgão atua diretamente em assuntos que tratam de regulação,
monitoramento, aplicação da lei e planejamento dos recursos hídricos e trabalha para exigir o
cumprimento dos objetivos e diretrizes da Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH).
Como forma de realizar o controle, planejamento e a gestão dos recursos hídricos, a ANA,
todos os anos, lança a Conjuntura Anual dos Recursos Hídricos, um material de divulgação sobre
a situação das águas no país, no ano em que a conjuntura se refere. Além desse, o órgão também
produz uma série de publicações diversas baseadas no Sistema de Informação de Recursos
Hídricos (SNIRH). Entre elas:
Embora o país conte com legislações, normas técnicas e/ou pesquisas que buscam melhorar
os cuidados com a água, nem sempre os esforços conseguem ser efetivos.
I - servir como meio básico para a sustentação da vida e de habitat para pessoas, animais, plantas
e outros organismos vivos;
III - servir como meio para a produção de alimentos e outros bens primários de consumo;
VIII - servir como meio básico para a ocupação territorial, práticas recreacionais e propiciar outros
usos públicos e econômicos (BRASIL, 2009).
O solo, por ser interface entre hidrosfera e atmosfera, pode atuar como um meio de
transferência ou de retenção de poluentes para os corpos hídricos superficiais ou subterrâneos,
e esse potencial vai depender de algumas características do solo, como a permeabilidade e a
afinidade eletroquímica que ele terá com alguns poluentes conferindo-lhe a capacidade de
retenção (POZZA; SANTOS, 2015).
57
de forma a verificar quais atividades são bem aceitas no solo e quais as plantas são adaptadas
à região.
A topografia
um local íngreme, uma encosta ou um vale requerem cuidados muito mais restritivos no uso
e ocupação do que áreas de campo.
O tipo de solo
cada solo possui características que são resultantes do processo de formação que o originou,
de forma que solos ácidos precisam da aplicação de um tamponante para a produção agrícola,
solos arenosos possuam uma drenagem muito rápida em comparação com os argilosos e assim
por diante.
A vegetação
deve ser atentado à vegetação endêmica que vive ali, as leis que regem a proteção da flora
como o Código florestal, Amazônia Legal e lei da mata atlântica. Os quais estabelecem usos
prioritários em algumas áreas e proíbem outros não condizentes com as características locais.
Áreas que costumeiramente sobre com alagamento e inundações naturais não devem ser
utilizadas para moradia, devem receber um uso social, como áreas de contenção de cheias. No
meio rural devem ser drenados em épocas de cheias e dependendo do caso a água ser utilizada
na agricultura.
As características do subsolo
A contaminação dos aquíferos é uma problemática que precisa ser enfatizada, por ele
58
estar “escondido” por vezes esquecemos de dar a devida atenção. As águas subterrâneas são
fundamentais para a país e precisar que sejam aplicados meios de prevenção da poluição.
Requerer um laudo geológico da área que se deseja utilizar por parte do órgão ambiental é um
meio de conhecer a geologia e o subsolo local e assim definir possibilidades de uso.
Os cursos d’água superficiais estão expostos à diversos poluentes e sua dinâmica interliga de
forma rápida locais distantes portanto é fundam tal cuidados parar que não haja contaminações
em cursos d’água. Além disso os cursos d’água possuem interligação com a água subsuperficial.
Como forma de regar o uso e ocupação do solo, o Estatuto das Cidades, Lei nº 10.257/2001
obriga os gestores municipais a separarem as áreas industriais, comerciais e residenciais dentro
do ambiente urbano, de forma que o ordenamento urbano seja efetivo na redução do desconforto
ambiental e desequilibro da saúde.
2.5 Monitoramento
A forma mais eficiente de determinar a sanidade de um sistema ambiental e potencial de
degradação de uma atividade ou processo é o monitorar o ambiente. O monitoramento ambiental
tem capacidade de fornecer as informações necessárias para planejar e executar um programa
efetivo focado no gerenciamento ambiental (POZZA; SANTOS, 2015).
3 IMPACTOS AMBIENTAIS
Toda intervenção no meio natural causa um impacto ambiental, que deve ser mensurado
quanto ao potencial lesivo dos diversos componentes e elementos locais e/ou regionais afetados.
Isso permite identificar tudo aquilo que, de fato, ocorreu.
Portanto, é necessário que as atividades de maior potencial poluidor estejam de acordo com
as normativas nacionais que regulam o uso e ocupação do meio ambiente e também, sejam
periodicamente avaliadas e ao fim das atividades cuide-se dos passivos gerados.
Os impactos ambientais podem assumir várias faces e podem ser bons ou ruins à população,
à economia e ao meio ambiente. Tais impactos podem ser classificados como:
Impacto direto
É o impacto causado diretamente, possui uma causa definida, é um efeito a uma perturbação.
Esse tipo de impacto pode ser ainda chamado de impacto primário.
Impacto indireto
Não se relacionam prontamente a uma ação, mas sim, mas sim ocorrem em virtude dela,
como uma cadeia de impactos.
Impacto local
Impacto regional
É um efeito de maiores proporções, afetando uma área definida que por vezes acaba criando
diversos impactos secundários.
Impacto estratégico
Impacto imediato
Impacto temporário
Ocorre quando o efeito permanece por um tempo determinado, depois o sistema ambiental
volta a fluir normalmente.
60
Impacto permanente
Não param de manifestar efeitos em um horizonte temporal conhecido, após a execução da ação.
Além disso, ainda podem ser listados como impactos antrópicos no solo, água e ar:
• a chuva ácida;
A imagem a seguir retrata um exemplo dos impactos produzidos pelo descarte incorreto dos
resíduos sólidos, que acabam chegando aos rios e desregulando todo o sistema ambiental aquático
#PraCegoVer: A imagem mostra um rio tomado por resíduos sólidos que foram descartados
de forma incorreta, provocando uma poluição visível.
Para evitar que ocorram tais impactos, a PNMA institui como um de seus instrumentos o
licenciamento ambiental e a avaliação de impacto ambiental.
61
A AIA é regulamentada pela Resolução do Conama 1/1986, cujo art. 6º define o conteúdo
mínimo que deve ter um EIA:
Diagnóstico ambiental
deverá abordar a área de influência do projeto, analise dos recursos ambiental e interações,
além de apresentar a descrição detalhada do meio físico, biológico e socioeconômico.
Nesse contexto das exigências legais, é fundamental que o estudo cumpra com sua função, de
forma a representar o mais fiel possível o que ocorre diante da implantação do projeto. Isso deve
ocorrer para prevenir a população de impactos inesperados e para culpabilizar o empreendedor
de danos causados sem o devido conhecimento do órgão ambiental e sem que sejam tomadas as
devidas medidas de controle, minimização e mitigação.
Além do EIA/RIMA, o órgão ambiental pode solicitar também outros documentos para
complementar as informações presentes no licenciamento ambiental e comprometer o
empreendedor das suas obrigações enquanto utilizador dos recursos naturais (SILVA, 2016). São
exemplos:
62
5 LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O licenciamento ambiental é abordado no art. 9, inciso 4, da PNMA, que o trata como um de
seus instrumentos. Assim, para aplica-lo, a Resolução do Conama nº 237/1997 parametriza e cria
diretrizes para esse procedimento administrativo.
É a licença que vai permitir que o empreendedor realize os devidos estudos de viabilidade,
dentre os quais, de acordo com a obra ou atividade que se deseja o órgão ambiental irá direcionar
as obrigatoriedades que devem haver no material a ser apresentado pra análise dos técnicos
responsáveis pelo licenciamento. Se emitida essa licença aprovará a localização e concepção do
empreendimento.
Licença de instalação
Licença de operação
É a última licença a ser emitida antes de iniciar o funcionamento da atividade. Para que
seja protocolado seu pedido o empreendimento já deve ter passado pela LP e LI, e ainda ter
concluído as obras de instalação necessárias à operação do empreendimento. A licença de
operação irá permitir o funcionamento da atividade, nessa fase serão definidos os planos de
controle/monitoramento ambiental, regularidade de monitoramento e validade da licença.
Somente depois de aprovadas as três licenças é que o empreendedor pode iniciar as atividades
produtivas. Em algumas situações, no entanto, as licenças emitidas podem ser revogadas caso
sejam constatadas irregularidades por parte do empreendedor. E, ao final da validade da licença
de operação, o empreendedor novamente deverá dar entrada no órgão ambiental com um
63
FIQUE DE OLHO
Além das licenças tradicionais ainda existem outros tipos, que variam de acordo com o porte,
potencial poluir, caráter temporário ou que visam regularizar obras já em funcionamento
(que, por desconhecimento do proprietário, não passaram pelo processo tradicional de
licenciamento ambiental. As principais são:
- Licença ambiental simplificada: é emitida para obras de pequeno porte e com baixo
potencial poluidor.
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2019:
informe anual. Brasília: ANA, 2019. Disponível em: <http://conjuntura.ana.gov.br/static/
media/conjuntura-completo.bb39ac07.pdf>. Acesso em: 23 dez. 2019.
_____. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm>. Acesso em: 25
fev. 2020.
_____. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos
de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Disponível
em: <http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459>. Acesso em:
22 de fev. de 2020.
Bons estudos!
69
Por este motivo, as empresas passaram a se adaptar às novas exigências e o mercado passou
a ser cada vez mais competitivo diante de um consumidor mais consciente, ao passo que a
sociedade empresarial desenvolveu novos instrumentos que subsidiasse melhorias no sistema
produtivo que incluísse a temática ambiental e práticas.
É possível realizar um comparativo entre as diversas ferramentas e adotar a que melhor atende
as necessidades da organização, tudo depende da abordagem que será adotada, podendo ser:
Abordagem estratégica
• Eficiência energética;
• Qualidade e durabilidade;
• Reutilização e reaproveitamento.
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é empregada, muitas vezes, em produtos, sendo considerada
a técnica que consiste em mensurar os aspectos ambientais e os impactos ambientais de todas as
fases do processo produtivo. Por este motivo, é comumente conhecida como avaliação “do berço
ao túmulo” indo desde a extração da matéria-prima até o descarte após o uso. Os requisitos
mínimos e a estrutura que devem ser utilizadas para a implantação da ACV do produto podem ser
obtidos seguindo os preceitos da NBR ISO 14040:2001.
#PraCegoVer: A imagem mostra uma mulher parada na areia de uma praia, com o mar ao fundo,
segurando um grande saco preto de lixo.
Já a produção mais limpa (P+L) é considerada como estratégia da gestão ambiental pelo Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Isso porque busca aumentar a eficiência no uso das
matérias primas, água e energia, empregando conceitos de não geração, minimização ou reciclagem.
FIQUE DE OLHO
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) disponibiliza
em seu endereço eletrônico um guia orientar os empresários a aplicarem uma produção mais
limpa que ajuda a repensar a geração de resíduos nas organizações. O documento “Faça você
mesmo” está disponível gratuitamente no link: <https://cebds.org/publicacoes/guia-para-
producao-mais-limpa-faca-voce-mesmo/?gclid=Cj0KCQiAhojzBRC3ARIsAGtNtHUf0yUGL9teg
Q7m5RgFzHe08vCNRec9iklopHJraIkHZRxFrENC8sIaAqgzEALw_wcB#.XmqAeahKg2x>.
72
Rotulagem tipo I
Rotulagem tipo II
A logística reversa é um ramo da logística que aborda a trajetória inversa do produto pós-
consumo. Neste caso, o consumidor final é considerado a origem, passando pela empresa
produtora até o descarte final ou reciclagem. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),
definida pela Lei 12.305/2001, define logística reversa como o
A devolução das embalagens de defensivos agrícolas utilizadas por produtores rurais brasileiros,
para que a empresa possa descarta-las corretamente, é um exemplo de logística reversa.
FIQUE DE OLHO
O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) disponibiliza em seu
endereço eletrônico o passo a passo para o descarte das embalagens vazias de aditivos
agrícolas. O documento pode ser acessado no link: <https://www.inpev.org.br/logistica-
reversa/passo-a-passo-destinacao/>.
atividade causa. A ideia é introduzir um equilíbrio entre o uso do recurso natural e da atividade
economica produtiva de bens e serviços. Segundo Barbieri (2007, apud CURY, p. 120, 2011), o
SGA é definido como
• Planejar (plan)
• Fazer (do)
é o ato de executar as ações que garantem a prática daquilo que foi planejado.
• Verificar (check)
• Agir (action)
é a correção e os ajustes das ações, caso seja necessário fazer novos planos.
74
#PraCegoVer: A imagem apresenta as ações de planejar, fazer, checar e agir dispostas em círculo,
estabelecendo uma relação continua entre elas e representando o Ciclo PDCA.
Ao longo dos tempos, o conceito do Ciclo PDCA foi introduzido na gestão ambiental para
proporcionar formalização e agilidade ao controle de processos ambientais. Isso acontece por
meio das normas ISO de gestão ambiental. Na ISO 14001, por exemplo, os requisitos no formato
da técnica PDCA podem ser observados da seguinte maneira:
• Planejar (plan)
é composto pela política ambiental da empresa, pelo levantamento dos aspectos e impactos
de cada área, pelos requisitos legais a serem cumpridos e pela definição de objetivos e metas.
• Fazer (do)
estabelece quais processos precisam ser melhorados e quais recursos serão necessários para
implantação do SGA e delimita quem será o responsável de cada ação. Itens como controle da
documentação e da comunicação entre os setores e a implementação dos controles operacionais
são definidos nesta etapa.
• Verificar (check)
cada ação conforme e/ou não conforme. É aqui que se faz uso de auditorias internas como uma
ferramenta importante para a análise dos processos diante da política implantada.
• Agir (action)
realiza uma avaliação mais crítica de todo o processo que foi implantado na ISO 14001. Por
isso, recebe o nome de crítica da direção
O mesmo acontece com a divulgação de notícias sobre a gestão ambiental ou sobre o plano de
metas de instituições governamentais, como o exemplo a seguir feito pela prefeitura de São Paulo:
A previsão do Município de São Paulo, em seu Plano de Metas, é avançar duzentas posições no
ranking, que avalia os municípios quanto à eficiência da gestão ambiental.
Política ambiental
pode ser elaborada considerando as recomendações prevista na ISO 14001 que menciona a
necessidade de toda política ambiental empresarial conter os preceitos da missão, da visão, dos
valores e das crenças da organização.
Planejamento
é fundamental para que o sistema de gestão ambiental tenha sucesso, e para isso é necessário
o diagnostico ambiental prévio dos departamentos que compõem a organização, pois é com
esses dados que é possível identificar quais as atividades da empresa estão interagindo com o
meio ambiente.
Implementação e operação
é composta pelas ações planejadas, nesta etapa que se cria manuais, procedimentos,
identifica-se os aspectos ambientais.
são encontros da alta direção é nele que se garante que existe um gestor responsável pela
implementação do sistema e assegura que o mesmo funcione, ao mesmo tempo assegura que a
alta direção conhece o processo e esta ciente da situação do sistema, e também podem definir
quais as prioridades serão atendidas, ajustar os recursos necessário e os planos para atender o
sistema de gestão ambiental.
77
Segundo Sanchez (p.34, 2013), impacto ambiental é a alteração da qualidade ambiental que
resulta da modificação de processos naturais ou sociais provocadas por ações humanas. Portanto,
um desastre natural, como um tsunami, por exemplo, não é considerado impacto ambiental pois
não decorreu de uma atividade humana.
#PraCegoVer: A imagem mostra uma fotografia aérea da usina hidrelétrica de Itaipu, sediada no
Paraná, mostrando o seu reservatório e a sua barragem.
A PNMA trouxe alguns instrumentos com intuito de atingir seus objetivos legais, como é o caso,
por exemplo, da AIA e do licenciamento, previstos pelo art. 9º. Assim, a aplicação prática da AIA foi
observada a partir da promulgação da Resolução do Conama 1/1986 que estabeleceu definições,
diretrizes, responsabilidades e implementação por meio do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e
do Relatório de Impacto Ambiental (um resumo técnico do EIA em linguagem mais acessível). O
EIA/RIMA é exigido de acordo com a listagem das atividades de empreendimentos que constam
na referida resolução em conjunto com o órgão ambiental responsável pelo empreendimento.
FIQUE DE OLHO
O Climatempo Meteorologia disponibiliza, em sua página no Youtube, a história da construção
da usina hidrelétrica de Itaipu e compensação ambiental que foi implantada na época. O
vídeo pode ser acessado no link: <https://www.youtube.com/watch?v=vq8BUGi_8N8>.
79
4 AUDITORIAS AMBIENTAIS
As auditorias ambientais são instrumentos da gestão ambiental e tem como objetivo avaliar
as atividades desenvolvidas em determinados setores da empresa, verificando-se o atendimento
de procedimentos, requisitos e preceitos estabelecidos anteriormente. As auditorias são também
consideradas um instrumento de melhoria contínua.
é quando a própria organização elege o funcionário que irá realizar a auditoria em setor
diferente do qual pertence. A ideia é melhorar a eficiência das atividades desenvolvidas na
organização por meio da análise dos seus sistemas e procedimentos.
é a auditoria realizada por outra organização que possa ser afetada pela forma como a
empresa auditada desenvolve suas atividades em matéria ambiental. Esse tipo de auditoria
ocorre nos casos em que existe ou existirá um vínculo como um contrato de fornecimento de
insumo ou prestação de serviço.
ocorre quando a organização pretende adquirir algum tipo de certificação e contrata outra
empresa especializada em auditorias para realizá-la.
A auditoria de tipo, por sua vez, está relacionada ao método de comparação e, portanto,
compara o desempenho da organização diante do critério adotado, que pode ser:
avalia o desempenho dos indicadores ambientais, como consumo de água, energia, emissão
de gases de efeito estufa e eficiência da estação de tratamento de efluente, entre outros, em
comparação com outras empresas do mesmo segmento.
Por fim, a auditoria de execução nada mais é do que a auditoria interna que está relacionada
com o uso dos próprios procedimentos, seja ele executado por funcionário da própria organização
auditada ou não. No caso de uma auditoria externa, quem a promove é uma instituição
independente com procedimentos diferentes do utilizado pela contratante.
• o cliente
é o contratante que está pagando para que o processo ocorra e o mais interessado no
resultado que será apresentado;
• o auditado
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pode ser a empresa ou o processo que será verificado pelos métodos promovidos;
• o auditor
A auditoria precisa apresentar um planejamento prévio para ser realizada. Esse plano
deve conter os objetivos, o escopo, a definição dos critérios que serão utilizados e os recursos
necessários para que a auditoria ocorra. Segundo Little (1994, Apud Philippi Junior, Bruna e
Roméro, p. 937, 2014), um bom programa de auditoria precisa conter:
As empresas certificadoras, por sua vez, são responsáveis por atestar que a organização
contratante atende os requisitos da norma e faz isso por meio da emissão de certificados. As
certificadoras possuem reconhecimento formal de órgão ou organismos nacionais que concedem
a elas a competência específica para realizar a certificação de organizações. No entanto, é
importante não confundir as certificadoras com consultoria – que responde pelo processo de
implementação dos requisitos exigidos na norma.
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PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
PHILIPPI JUNIOR, A.; BRUNA, G. C.; ROMÉRO, M. A. Curso de gestão ambiental. 2 ed.
Barueri: Manole, 2014.
SÃO PAULO. Estado divulga nesta quinta o resultado do Programa Município VerdeAzul.
Cidade de São Paulo, 4 mar. 2020. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/
cidade/secretarias/meio_ambiente/noticias/?p=294493>. Acesso em: 6 mar. 2020.
A área que estuda os impactos ambientais causados pela ação
dos agentes externos e como reduzi-los é a engenharia ambiental.
Neste livro, você vai aprender os fundamentos desse tema tão
importante no estudo dessa área.