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Nutrição e Adubação 1037

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ISSN 1679-1150

Nutrição e Adubação do Milho

78 Introdução

Nos últimos anos, a cultura do milho no Brasil, vem passando por importantes
mudanças tecnológica, resultando em aumentos significativos da produtividade e
produção. Entre essas tecnologias destaca-se a conscientização dos produtores da
necessidade da melhoria na qualidade dos solos, visando uma produção sustentada.
Essa melhoria na qualidade dos solos está geralmente relacionada ao manejo
adequado, o qual inclui entre outras práticas, a rotação de culturas, plantio direto,
manejo da fertilidade através da calagem, gessagem e adubação equilibrada com macro
e micronutrientes, utilizando fertilizantes químicos e/ou orgânicos (estercos,
compostos, adubação verde, etc.).

Para que o objetivo do manejo racional da fertilidade do solo seja atingido é


imprescindível a utilização de uma série de instrumentos de diagnose de possíveis
problemas nutricionais que, uma vez corrigidos, aumentarão as probabilidades de
Sete Lagoas, MG sucesso na agricultura.
Dezembro, 2006
Assim, o agricultor ao planejar a adubação do milho deve levar em consideração os
seguintes aspectos: a) diagnose adequada dos problemas – análise de solo e histórico
Autores
de calagem e adubação das glebas; b) quais nutrientes devem ser considerados neste
Antônio Marcos Coelho particular caso? (muitos solos tem adequado suprimento de Ca, Mg, etc.); c)
Ph.D em Solos e Nutrição de
Plantas Embrapa Milho e quantidades de N, P e K necessários na semeadura ? - determinado pela análise de
Sorgo Cx. Postal 151, Sete
Lagoas, MG. solo e removido pela cultura; d) qual a fonte, quantidade e, quando aplicar N ? (baseado
correio eletrônico:
amcoelho@cnpms.embrapa.br na produtividade desejada); e) quais nutrientes podem ter problemas neste solo ?
(lixiviação de nitrogênio em solos arenosos, ou são necessários em grandes
quantidades).

Exigências Nutricionais

Dados médios de experimentos conduzidos na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete


Lagoas- MG, dão uma idéia da extração de nutrientes pelo milho, cultivado para
produção de grãos e silagem (Tabela 1). Observa-se que a extração de nitrogênio,
fósforo, potássio, cálcio e magnésio aumenta linearmente com o aumento na
produtividade, e que a maior exigência do milho refere-se a nitrogênio e potássio,
seguindo-se cálcio, magnésio e fósforo.

Com relação aos micronutrientes, as quantidades requeridas pelas plantas de milho são
muito pequenas. Para uma produtividade de 9 t de grãos/ha, são extraídos: 2.100 g de
ferro, 340 g de manganês, 400 g de zinco, 170 g de boro, 110 g de cobre e, 9 g de
molibdênio. Entretanto, a deficiência de um deles pode ter tanto efeito na
desorganização de processos metabólicos e redução na produtividade, como a
2 Nutrição e Adubação do Milho

deficiência de um macronutriente como, por exemplo, o K, caracterizando a cultura do milho destinada a


nitrogênio. produção de grãos como uma “bomba” recicladora de
K, com uma reciclagem de 12 kg de K por tonelada de
Tabela 1. Extração média de nutrientes pela cultura palha. O milho destinado à produção de forragem tem
do milho destinada á produção de grãos e silagem recomendações especiais porque todo material é
em diferentes níveis de produtividades. cortado e removido do campo antes que a cultura
Tipo de Produtividade Nutrientes extraídos1/
exploração
complete o seu ciclo. Com isso, a remoção de
N P K Ca Mg
t/ha ---------------------------kg/ha -------------------------------
nutrientes é muito maior quando comparada com a
Grãos 3,65 77 9 83 10 10
5,80 100 19 95 17 17
cultura destinada à produção de grãos (Figura 1). Essas
7,87 167 33 113 27 25
informações tem implicações na recomendação de
9,17 187 34 143 30 28
10,15 217 42 157 32 33 adubação tanto para o milho como para as outras
Silagem 11,60 115 15 69 35 26
(matéria seca) 15,31 181 21 213 41 28 culturas semeadas em rotação ou em sucessão a este
17,13 230 23 271 52 31

1/
18,65 231 26 259 58 32 cereal. Assim, ao se planejar a adubação para cultura
Para converter P em P2O5; K em K2O; Ca em CaO e Mg em MgO, multiplicar por 2,29; 1,20;
1,39 e 1,66; respectivamente. Fonte: Coelho & França (1995).
do milho é importante considerar, além dos resultados
das análises de solo, a extração dos nutriente pela
Em milho, os nutrientes têm diferentes taxas de cultura, a finalidade de exploração (grãos ou forragem) e
translocação entre os tecidos (colmos, folhas e grãos). a estimativa do potencial de produtividade a ser
No que se refere à exportação dos nutrientes, o fósforo alcançado.
é quase todo translocado para os grãos (77 a 86 %),
seguindo-se o nitrogênio (70 a 77 %), o enxofre (60 %),
o magnésio (47 a 69 %), o potássio (26 a 43 %) e o
cálcio (3 a 7 %). Isso implica que a incorporação dos
restos culturais do milho devolve ao solo grande parte
dos nutrientes, principalmente potássio e cálcio,
contidos na palhada. Quando o milho é colhido para
silagem, além dos grãos, a parte vegetativa também é
removida, havendo consequentemente alta extração e
exportação de nutrientes (Tabela 1). Assim, problemas
de fertilidade do solo se manifestarão mais cedo na
produção de silagem do que na produção de grãos. Na Figura 1. Reciclagem (restituição) e
figura 1 são apresentadas a reciclagem (restituição) e exportação de nutrientes pelo milho destinado
exportação de nutrientes por milho destinado à a produção de grãos e forragem. Fonte:
produção de grãos e forragem. Coelho (2005).

De acordo com os dados apresentados na Figura 1,


para alcançar produção de 9,20 t de grãos ha-1, a Acidez do solo, Toxidez de Aluminio e
cultura do milho absorveu um total de 185 kg/ha de N, Necessidade de Calagem
dos quais 138 kg/ha (75 %), foram exportados nos
grãos e 47 kg/ha encontravam-se na palhada; 132 kg/ As recomendações de calagem objetivam corrigir a
ha de K, dos quais apenas 42 kg/ha (32 %) foram acidez do solo e tornar insolúvel o alumínio, o que,
exportados nos grãos e 90 kg ha-1 de K (68 %) aliadas a outras práticas de manejo da fertilidade, têm a
encontravam - se na palhada (Figura 1). Pode-se função de elevar a capacidade produtiva dos solos. As
afirmar, portanto, que a manutenção dos restos quantidades de corretivos da acidez do solo são
culturais na área, devolve ao solo grande quantidade de determinadas por diferentes metodologias e visam o
Nutrição e Adubação do Milho 3

retorno econômico das culturas a médio prazo (4 a 5 visando manter no solo uma relação cálcio/magnésio de
anos). Como a calagem é uma prática que envolve 3:1 a 5:1. Entretanto, para a cultura do milho,
sistemas de rotação e sucessão de culturas, na sua experimentos realizados por Coelho & Vasconcelos
recomendação, deve-se priorizar a cultura mais sensível (1996), demonstraram que esta relação pode ser mais
à acidez do solo. ampla (Ca/Mg = 12/1), sem prejuízo da produção
desde que o teor de magnésio no solo esteja acima de
Entre as espécies cultivadas, o milho é classificado 0,5 cmol /dm3 de solo. Coelho & Vasconcelos (1996),
c
como sendo de tolerância mediana as condições de não obtiveram respostas do milho e ao magnésio em
acidez e toxidez de alumínio. Solos com saturação de experimentos realizados em um Latossolo Vermelho,
alumínio da CTC efetiva (valor m) maior do que 20 %, com teor inicial de 0,5 cmol de Mg/dm3 de solo e que
c
causam limitações no rendimento do milho. Entretanto, havia recebido doses de até 6 t/ha de um calcário
deve-se acrescentar que isto é dependente da calcítico (CaO = 54% e MgO = 0,27%).
ocorrência de déficit hídrico, teores de matéria orgânica
e fósforo no solo e híbrido de milho. Acumulação de Nutrientes e Manejo da
Adubação
Redução na produtividade de híbridos de milho, variando
de 7 % a 47 %, em função do aumento da saturação de Definida a necessidade de aplicação de fertilizantes
alumínio no solo, foi verificado por Prado (2001), em para a cultura do milho, o passo seguinte, e de grande
experimento conduzido em Uberaba, MG, em um importância no manejo da adubação, visando a máxima
Latossolo Vermelho, textura muito argilosa, com 4 anos eficiência, é o conhecimento da absorção e acumulação
de plantio direto (Tabela 2). de nutrientes nas diferentes fases de desenvolvimento
da planta, identificando as épocas em que os
Tabela 2. Produtividade média de grãos de híbridos elementos são exigidos em maiores quantidades. Esta
de milho em solo com dois níveis de saturação de informação, associada ao potencial de perdas por
alumínio da CTC efetiva, na profundidade de 0 a 20 lixiviação de nutrientes nos diferentes tipos de solos,
cm. são fatores importantes a considerar na aplicação
parcelada de fertilizantes, principalmente nitrogenados e
Híbridos
-1
Produtividade de grãos (t ha ) Redução
1/ potássicos.
3+ 3+
Sat. Al = 5 % Sat. Al = 23 % (%)
P 3071 7,97 4,21 47,18
Z 8474 7,28 4,39 39,70 O milho apresenta períodos diferentes de intensa
Exceller 6,49 4,14 36,21
BR 3123 5,81 5,31 8,60 absorção, com o primeiro ocorrendo durante a fase de
C 333 5,47 5,52 0,00
AG 122 5,36 5,00 6,71 desenvolvimento vegetativo, V12 a V18 folhas, quando o
DINA 652 5,34 4,17 21,90
Média 6,25 4,67 25,28 número potencial de grãos está sendo definido; e, o
CV (%) 8,70 12,10
1/
Redução na produtividade de grãos em função do aumento na saturação de alumínio. Fonte: segundo, durante a fase reprodutiva ou formação da
modificada de Prado (2001).
Esses resultados evidenciam que embora existam espiga, quando o potencial produtivo é atingido (Figura
materiais genéticos mais tolerantes às condições de 2). Isto enfatiza que para altas produções, mínimas
acidez, a correção desta acidez é muito importante ao condições de estresses devem ocorrer durante todos os
adequado desenvolvimento do milho. Assim, altas estádios de desenvolvimento da planta.
produtividades de milho, tem sido possíveis em solos
A absorção de potássio apresenta um padrão diferente
que apresentam perfil de fertilidade no primeiros 40 cm,
em relação ao nitrogênio e ao fósforo (Figura 2), com a
sem problemas de saturação de alumínio da CTC efetiva
máxima absorção ocorrendo no período de
maior do que 20 %. Saturação de bases de 50 a 60 %.
desenvolvimento vegetativo, com elevada taxa de
No Brasil existe o conceito generalizado para o uso em acúmulo nos primeiros 30 a 40 dias de
sua maioria de calcários dolomítico e magnesiano desenvolvimento, com taxa de absorção superior ao de
4 Nutrição e Adubação do Milho

nitrogênio e fósforo, sugerindo maior necessidade de de plantio direto no Brasil e a necessidade de utilizar
potássio na fase inicial como um elemento de culturas de cobertura e rotação de culturas, visando a
“arranque’. Para o nitrogênio e o fósforo, o milho sustentabilidade desse sistema, são aspectos que
apresenta dois períodos de máxima absorção durante devem ser considerados na otimização da adubação
as fases de desenvolvimento vegetativo e reprodutivo ou nitrogenada.
formação da espiga, e menores taxas de absorção no
período compreendido entre a emissão do pendão e o As recomendações atuais para a adubação nitrogenada

inicio da formação da espiga (Figura 2). em cobertura são realizadas com base em curvas de
resposta, histórico da área e produtividade esperada. A
recomendação da adubação nitrogenada em cobertura
para a cultura do milho de sequeiro, de modo geral,
varia de 60 a 100 kg de N/ha. Em agricultura irrigada,
onde prevalece o uso de alta tecnologia, para a
obtenção de elevadas produtividades esta
recomendação seria insuficiente. Nestas condições,
doses de nitrogênio variando de 120 a 160 kg/ha podem
ser necessárias para obtenção de elevadas
produtividades (Tabela 1).

Na tomada de decisão sobre a necessidade de


adubação nitrogenada alguns fatores devem ser
considerados, tais como: condições edafo-climáticas,
Figura 2. Acúmulo de matéria seca, nitrogênio,
sistema de cultivo (plantio direto e convencional), época
fósforo e potássio na parte aérea de plantas de
de semeadura (época normal e safrinha), responsividade
milho. Fonte: modificada de Karlen et al. (1987).
do material genético, rotação de culturas, época e
modo de aplicação, fontes de nitrogênio, aspectos
Nitrogênio
econômicos e operacional. Isso enfatiza a regra de que
O milho é uma cultura que remove grandes quantidades as recomendações de nitrogênio devem ser cada vez
de nitrogênio e usualmente requer o uso de adubação mais específicas e não generalizadas.
nitrogenada em cobertura para complementar a
Dentre as informações requeridas para otimizar essa
quantidade suprida pelo solo, quando se deseja
recomendação, incluem-se: a) a estimativa do potencial
produtividades elevadas. Resultados de experimentos
de mineralização do N do solo; b) a quantidade de N
conduzidos no Brasil, sob diversas condições de solo,
mineralizado ou imobilizado pela cultura de cobertura;
clima e sistemas de cultivo, mostram resposta
c) o requerimento do N pela cultura, para atingir um
generalizada do milho à adubação nitrogenada. Em
rendimento projetado; d) a expectativa da eficiência de
geral, 70 a 90 % dos ensaios de adubação com milho
recuperação do N disponível das diferentes fontes
realizados a campo no Brasil, apresentaram respostas
(solo, resíduo de cultura, fertilizante mineral). A Figura 3
à aplicação de nitrogênio.
ilustra a complexidade envolvida, por exemplo, para
Avaliação da necessidade de adubação recomendação de N para a cultura do milho, baseando-
nitrogenada se em informações obtidas em solo sob cerrado.

Do ponto de vista econômico e ambiental a dose de N a Como critério para recomendação a serem avaliados,
aplicar é para muitos, a mais importante decisão no em condições específicas, parece-nos adequado
manejo do fertilizante. A crescente adoção do sistema considerar a técnica da estimativa das necessidades de
Nutrição e Adubação do Milho 5

nitrogênio ilustrada na Figura 3, onde temos que: Entretanto, experimentos conduzidos no Brasil,
evidenciaram que a aplicação parcelada de nitrogênio
N = (N – N )/E em duas, três ou mais vezes para a cultura do milho,
f y s f

com doses variando de 60 a 120 kg/ha, em solos de


Sendo que:
textura média e argilosa, não refletiram em maiores
N = corresponde a quantidade de nitrogênio requerida produtividades em relação a uma única aplicação na
f
pela planta; fase inicial de maior exigência da cultura, ou seja, 30 a
35 dias após a semeadura. É importante salientar que
N = representa a quantidade de nitrogênio que pode ser as informações apresentadas anteriormente foram
y
acumulada na matéria seca da parte aérea da planta obtidas em solos de textura argilosa a média, com
(palhada + grãos), para uma determinada produção de teores de argila variando de 30 a 60 %, não sendo,
grãos ( valores variam de 0,7 % de N na palhada a 1,4 portanto, válidas para solos arenosos (80 a 90 % de
% de N nos grãos); areia), cujo manejo do nitrogênio irá necessariamente
requerer cuidados especiais.
N = representa o nitrogênio suprido pelo solo (20 kg de
s
N para cada 1 % de matéria orgânica do solo ou, Tabela 3. Estimativa da necessidade de adubação
valores que variam de 60 a 80 kg de N/ha por cultivo); nitrogenada para a cultura milho.
Necessidade da cultura para produzir:
E = é o fator de eficiência ou aproveitamento do Grãos, 7,10 t ha-1 x 1,4 % de N --------------------------------------------------- 100
f kg
fertilizante pela planta (calculado em função do aumento Palhada, 7,00 t ha-1 x 0,7 % de N ---------------------------------- -------------- 49
kg
do conteúdo de nitrogênio da parte aérea por unidade de Total -------------------------------------------------------------------------------------- 149
kg
fertilizante aplicado. Valores variam de 0,5 a 0,7). Fornecimento pelo solo:
20 kg de N por 1 % de M.O. (solo com 3 % de M.O.) ------------------------- 60
kg
Resíduo de cultura, 30 % de N da palhada -------------------------------------- 15
Figura 3. Parâmetros envolvidos na estimativa da kg
N aplicado na semeadura ------------------------------------------------------------ 10
necessidade de aplicação de fertilizante kg
Total --------------------------------------------------------------------------------------- 85 kg
nitrogenado para a cultura do milho. Fonte: Necessidade de adubação1/:
Nf = (149 – 85)/0,60* ----------------------------------------------------------------- 110 kg
modificada de Coelho et al. (1992). *fator de eficiência do N = 60 %
1/
Para os plantios em sucessão e/ou em rotação com a cultura da soja, reduzir 20 kg de N/ha,
da recomendação de adubação em cobertura.

Por exemplo, utilizando-se desses conceitos, podemos


calcular a necessidade de nitrogênio para uma cultura Para as condições do Brasil, de acordo com as
do milho, para uma produtividade estimada de 7,10 t/ha, informações disponíveis, em geral, deve-se usar maior
em uma área cuja cultura anterior era o milho, conforme número de parcelamento sob as condições: a) altas
ilustrado na Tabela 3. doses de nitrogênio (120 a 200 kg/ha), b) solos de
textura arenosa e c) áreas sujeitas a chuvas de alta
Parcelamento e época de aplicação intensidade. Uma única aplicação deve ser feita sob as
seguintes condições: a) doses baixas ou médias de
No Brasil, existe o conceito generalizado entre técnicos
nitrogênio (60 a 120kg/ha), b) solos de textura média e/
e produtores de que aumentando-se o número de
ou argilosa e c) plantio intensivo, sem o uso de
parcelamento da adubação nitrogenada aumenta-se a
irrigação, em que a distribuição do fertilizante é feita
eficiência do uso do nitrogênio e reduzem-se as perdas,
mecanicamente. Como exemplo, o esquema de
principalmente por lixiviação. Como conseqüência, e
parcelamento do nitrogênio para a cultura do milho, em
devido às facilidades que os sistemas de irrigação
função da textura do solo, é apresentada na Tabela 4.
oferecem para aplicação de fertilizantes via água, é
comum o parcelamento do fertilizante nitrogenado em A alternativa de aplicar todo o N a lanço ou em sulcos,
quatro ou até seis ou oito vezes durante o ciclo da na pré – semeadura do milho, tem despertado grande
cultura. interesse porque apresenta algumas vantagens
6 Nutrição e Adubação do Milho

operacionais, como maior flexibilidade no período de


adubação fosfatada, para milho grão, com base no
execução da adubação, racionalização do uso de
rendimento esperado, são apresentadas nas Tabelas 5
máquinas e mão-de-obra. Entretanto, devido à extrema
e 6. Essas doses devem ser aplicadas no sulco de
complexidade da dinâmica do nitrogênio no solo, a qual
semeadura e serem ajustadas para cada situação,
é fortemente influenciada pelas variáveis ambientais, os
levando-se em conta, além dos resultados da análise de
resultados de experimentos de campo não são
solo, o potencial de produção da cultura na região e o
consistentes o bastante para que se possa generalizar
nível de tecnologia utilizada pelos agricultores.
a recomendação dessa prática. Por outro lado, a
aplicação de N em cobertura quase sempre assegura Tabela 5. Interpretação das classes de
incrementos significativos no rendimento de milho, disponibilidade de fósforo no solo de acordo com o
independente de a precipitação pluvial ser normal ou teor de argila e, disponibilidades de potássio.
excessiva, principalmente no período inicial de
Classes de P disponível no solo1/
desenvolvimento da cultura. Características
Baixa Média2/ Adequada
-------------------------------- (mg dm-3 )3/ -----------------------------------
Tabela 4. Sugestões para aplicações parceladas Argila % P disponível
60-100 = 5,4 5,5 – 8,0 > 8,0
de nitrogênio em cobertura na cultura do milho. 35-60 = 8,0 8,1 – 12,0 > 12,0
Argila
15-35 = 12,0 12,1 – 20,0 > 20,0
Classe textural do Doses de Número de folhas totalmente emergidas
0-15 = 20,0 20,1 – 30,0 > 30,0
solo nitrogênio
Classes de K disponível no solo1/
(kg/ha) 3a4 6a7 8 a 10 10 a 12
Baixa Média Adequada
Argilosa (36 a 60% de 60 a l20 1/ 100 % - -
< 75 76 – 100 > 100
argila) 1/ 2/ 3/
Método Mehlich1. O limite superior desta classe indica o nível crítico. mg dm = ppm (m/v)
-3
2/ 2/
> 120 50 % 50 %
classes de K de acordo com Coelho (2005). Fonte: modificada de Alvares et al. (1999).
Média (15 a 35% de argila) 60 a l20 100 % - -
2/ 2/
> 120 50 % 50 %
Arenosa (< 15% de 60 a 120 50 % 50 % - -
argila)
2/ 2/
> 120 40 % 60 %
1/
Tabela 6. Recomendação de adubação para milho
Se as plantas apresentarem sintomas de deficiência, pode-se fazer aplicação suplementar de
2/
nitrogênio, em período anterior ao indicado. Em milho irrigado por aspersão, a aplicação de
nitrogênio via água, possibilita maior flexibilidade no número de parcelamento. Aplicar na destinado à produção de grãos com base nos
semeadura 30 kg de N/ha. Fonte: modificada de Coelho et al. (1991).
resultados das análises de solo e na produtividade
esperada.
Fósforo
Doses
Produtivi- Dose Disponibilidade de P Disponibilidade de K de N
Embora as exigências do milho em fósforo sejam em dade de
Cobertura N Baixa Média Adequad Baixa Média Adequad
quantidades bem menores do que as em nitrogênio e as a a
em potássio (Tabela 1), as doses normalmente Dose de P2O5 Dose de K2O
t/ha ---------------------------------------------kg/ha--------------------------------------------
recomendadas são altas, em função da baixa eficiência 4–6 10 – 30 80 60 30 50 40 20 60
6–8 10 – 30 100 80 50 70 60 40 100
(20 a 30 %) de aproveitamento desse nutriente pela
>8 10 – 30 120 100 100 90 80 60 140
cultura. Isto decorre da alta capacidade de fixação do Fonte: Alves et al. (1999).

fósforo adicionado ao solo através de mecanismos de


Quando o solo apresentar teores de fósforo acima do
adsorção e precipitação, reduzindo sua disponibilidade
nível crítico (Tabela 5), ou seja, valor acima do qual não
às plantas. Outro fator que deve ser levado em conta é
se espera resposta do milho a esse nutriente, a
a demanda de fósforo pela cultura. Plantas de intenso
manutenção desse valor é feita pela reposição anual da
desenvolvimento, de ciclo curto como o milho, requerem
quantidade removida no produto colhido. Para o milho,
maior nível de fósforo em solução e reposição mais
considera-se que para cada tonelada de grãos
rápida do P-adsorvido que as plantas de culturas
produzida são exportados 10 kg de P O . Esse mesmo
perenes. 2 5
valor pode ser considerado quando se cultiva o milho

A análise do solo se mostra útil para discriminar para produção de silagem, visto que, como mostrado na

respostas do milho à adubação fosfatada. A Tabela 1, a exportação de fósforo, quando se cultiva o

interpretação da análise de solo e a recomendação da milho para esta finalidade, é semelhante àquela para a
Nutrição e Adubação do Milho 7

produção de grãos, onde encontra-se mais de 80 % do significativos. Aumentos de produção de 100% com
fósforo absorvido pela cultura. adição de 120 a 150 kg de K O/ha, são comuns
2
nesses solos. A interpretação da análise de solo e a
Potássio recomendação da adubação potássica, para milho grão,
com base no rendimento esperado, são apresentada
Depois do nitrogênio, o potássio é o elemento absorvido
nas Tabela 5 e 6. As quantidades de potássio
em maiores quantidades pelo milho, sendo que apenas,
recomendadas para o milho destinado a produção de
em média, 30 % são exportados nos grãos. Até pouco
forragem, em função do teor do nutriente no solo, são
tempo, as respostas ao potássio em ensaios de campo
apresentadas na Tabela 7.
com o milho, eram em geral, menos freqüentes e mais
modestas que aquelas observadas para fósforo e Tabela 7. Recomendação de adubação para milho
nitrogênio, devido principalmente aos baixos níveis de destinado a produção de forragem com base nos
produtividades obtidas. resultados das análises de solo e na produtividade
esperada.
Assim, nos últimos anos tem-se verificado reversão
Disponibilidade de P Disponibilidade de K
desse quadro devido aos seguintes aspectos: uso de Doses de
--------------------------------- ----------------------------- N
híbridos de milho de alto potencial produtivo, como a Produtividade Dose de Baixa Média Adequada Baixa Média Adequada
Cobertura
introdução de germoplasmas de clima temperado de matéria
verde
N
Plantio ------- Dose de P2O5 ------- ------- Dose de K2O1/-----
porte baixo, de ciclo precoce e maior índice de colheita,
t/ha ---------------------------------------------kg/ha----------------------------------------------
permitindo o uso de maior densidade de semeadura;
30 – 40 10 – 30 80 60 30 100 80 40 80
redução do espaçamento e aumento da população de 40 - 50 10 – 30 100 80 50 140 120 80 130
> 50 10 – 30 120 100 100 180 160 120 180
plantas por área para a maioria dos novos híbridos, com 1/
Em solos com teores de K muito baixos ou para doses de cobertura = 80 kg de K2O/ha, é
aconselhável transferir a adubação potássica de cobertura para a fase de pré - semeadura, a
maior demanda de nutrientes; sistema de produção lanço.
Fonte: Alves et al. (1999).
utilizado pelo agricultores como rotação e/ou sucessão
soja-milho, uma leguminosa altamente exigente e Na adubação potássica de manutenção para a cultura
exportadora de K; uso freqüente de formulações de do milho, em solos em que os teores de potássio
fertilizantes com baixo teores de K; conscientização “disponível”, sejam iguais ou maiores do que o limite
dos agricultores da necessidade de recuperação da superior da classe média (Tabela 5), pode-se utilizar o
fertilidade dos solos através do uso de corretivos e conceito da aplicação da dose de acordo com a
fertilizantes, principalmente N; aumento do uso do milho quantidade removida no produto colhido. Assim, para
como planta forrageira, altamente exigente e produtividades inferiores a 6,0 t de grãos/ha, tem-se
exportadora de K – estima-se que atualmente 1 milhão uma exportação média ao redor de 4 kg de K O por
2
de hectares são cultivados com milho para produção de tonelada de grãos e para produtividades acima de 8,0 t
forragem; ampliação da área irrigada com o uso de grãos/ha de 6 kg de K O por tonelada de grãos.
2
intensivo do solo e maiores potenciais de produtividade Quando o milho for destinado à produção de forragem, a
das culturas. extração média é de aproximadamente 13 kg de K O
2
por tonelada de matéria seca produzida.
A exemplo do fósforo, a análise do solo tem se
mostrado útil para discriminar respostas do milho à Parcelamento e época de aplicação
adubação potássica. Aumentos de produção em função
da aplicação de potássio tem sido observadas para Conforme discutido anteriormente no tópico referente à

solos com teores muito baixos e com doses de até 120 acumulação de nutrientes e manejo da adubação, a

kg de K O/ha. Nos solos do Brasil Central, a absorção mais intensa de potássio pelo milho ocorre
2
quantidade de potássio disponível é normalmente baixo nos estádios iniciais de crescimento (Figura 2). Quando

e a adubação com esse elemento produz resultados a planta acumula 50 % de matéria seca (60 a 70 dias),
8 Nutrição e Adubação do Milho

cerca de 90 % da sua necessidade total de potássio já portadores de enxofre. O sulfato de amônio (24 % de
foi absorvida. Assim, normalmente recomenda-se enxofre), o superfosfato simples (12 % de enxofre) e o
aplicar o fertilizante no sulco por ocasião da semeadura gesso agrícola (15 a 18 % de enxofre), são as fontes
do milho. Isso é mais importante para solos deficientes, mais comuns desse nutriente.
em que a aplicação localizada permite manter maior
concentração do nutriente próximo das raízes, Micronutrientes
favorecendo maior desenvolvimento inicial das plantas.
A necessidade de alcançar elevados patamares de

Entretanto, em anos com ocorrência de déficit hídrico produtividade tem levado a uma crescente preocupação

após a semeadura, a aplicação de dose alta de com a adubação com micronutrientes. A sensibilidade a

potássio no sulco, pode prejudicar a germinação das deficiência de micronutrientes varia conforme a espécie

sementes. Assim quando o solo for arenoso ou a de planta. O milho tem alta sensibilidade a deficiência

recomendação exceder 60 kg/ha de K O, deve-se de zinco, média a de cobre, ferro e manganês e baixa a
2
aplicar metade da dose no plantio e a outra metade de boro e molibdênio.

junto com a cobertura nitrogenada. Entretanto, ao


No Brasil, o zinco é o micronutriente mais limitante à
contrário do nitrogênio, em que é possível maior
produção do milho, sendo a sua deficiência muito
flexibilidade na época de aplicação, sem prejuízos na
comum na região central do pais, onde predominam os
produção, o potássio deve ser aplicado no máximo até
solos sob vegetação de cerrado. Nesta condição, a
30 dias após o plantio.
quase totalidade das pesquisas realizadas mostram

Enxofre resposta do milho à adubação com zinco, o mesmo não


ocorrendo com os outros nutrientes. As
A extração de enxofre pela planta de milho é pequena e recomendações de adubação com zinco para o milho
varia de 15 a 30 kg/ha, para produções de grãos em no Brasil variam de 2 kg de Zn/ha para solos com Zn
torno de 5 a 7 t/ha. Em anos passados, o cultivo do (Mehlich1) de 0,6 a 1,0 mg/dm3 a 4 kg de Zn/ha para
milho em solos ricos em matéria orgânica, o uso de solos com Zn (Mehlich1) menor que 0,6 mg/dm3.
fórmulas de fertilizantes menos concentradas contendo Quando a deficiência ocorre com a cultura em
enxofre e os baixos níveis de produtividade contribuíram desenvolvimento, a correção pode ser feita com
para minimizar problemas de deficiência desse pulverização de 400 l/ha de solução a 0,5 % de sulfato
nutriente. Atualmente, com o uso mais intensivo dos de zinco, neutralizada com 0,25 % de cal extinta.
solos e de fórmulas de adubos concentrados, sem
enxofre, as respostas a esse elemento tendem a Com relação aos métodos de aplicação, os

aumentar. micronutrientes podem ser aplicados no solo, na parte


aérea das plantas através da adubação foliar, nas
O teor de enxofre no solo na forma de sulfato tem sido sementes e através da fertirrigação. Em experimentos
usado para prever respostas ao elemento. Assim, em comparando métodos de aplicação de zinco na cultura
solos com teores de enxofre inferiores a 10 ppm do milho realizados na Embrapa Cerrados, verificou-se
(extração com fosfato de cálcio) o milho apresenta maior eficiência da aplicação do sulfato de zinco a
grande probabilidade de resposta a esse nutriente. lanço incorporado ao solo e da pulverização foliar.
Neste caso, recomenda-se a aplicação de 30 kg de S/ Entretanto, a aplicação nas sementes, em doses
ha. menores, também mostrou-se eficiente na produção de
grãos (Tabela 9).
As necessidades de enxofre para o milho são
geralmente supridas via fornecimento de fertilizantes
carreados de macronutrientes primários e também
Nutrição e Adubação do Milho 9

Tabela 8. Critérios para interpretação de análise de a aplicação na superfície do solo em sistema de plantio
solos para micronutrientes na Região dos Cerrados. direto, a situação está se invertendo e, em algumas
lavouras, sobretudo de soja, tem surgido problemas de
Micronutrientes Disponibilidade no solo deficiência de manganês. Embora considerado menos
Baixa Média Alta sensível à deficiência deste elemento do que a soja, o
3
-----------------mg/dm -----------------
1/ milho, cultivado na mesma área, no sistema de rotação
Boro < 0,5 0,6 a 1,0 > 1,0
2/ e sem o manganês nos programas de adubação,
Cobre < 0,8 0,8 a 2,4 > 2,4
2/ poderá apresentar problemas de deficiência, como
Ferro <5 5 a 12 > 12
2/ mostram os resultados apresentados na Tabela 10.
Manganês a pH 6,0 <5 5 a 15 > 15
2/
Manganês a pH 5,0 <2 2a6 >6 Neste experimento, o milho foi plantado em solo
2/
Zinco <1 1a3 >3 anteriormente cultivado com soja e que apresentou
1/ 2/
Extratores: Água quente; Mehlich-1. sintomas de deficiência de manganês.

Tabela 9. Fontes, doses e métodos de aplicação de Tabela 10. Efeito de doses e número de aplicações
zinco na cultura do milho em Latossolo Vermelho foliares de manganês em diferentes estádios de
Escuro. Planaltina - DF. desenvolvimento do milho, na produção de grãos.

Fontes de Doses de Método de Zinco no Produção


Doses de Época de aplicação Produção Peso da
de zinco de zinco aplicação solo de grãos manganês 4 Folhas 8 Folhas de grãos espiga
Kg/ha ppm t/ha kg/ha ----- n° de aplicações ----- t/ha gramas
Sulfato de zinco 0,4 a lanço 0,9 5,48 0,0 - - 2,21 89
0,6 1 - 5,10 143
Sulfato de zinco 0,4 no sulco 0,4 4,91 1,1 1 - 5,33 144
Sulfato de zinco 1,2 a lanço 1,2 7,36 0,6 - 1 6,03 168
1,1 - 1 6,69 182
Sulfato de zinco 1,2 no sulco 1,0 5,89 0,6 1 1 8,23 218
Sulfato de zinco 3,6 a lanço 1,6 7,41 1,1 1 1 8,40 211
Óxido de zinco 1/
1/
Sulfato de manganês diluído em 150 litros de água por hectare. Teor de Mn no solo
0,8 nas sementes 0,4 6,16 (extrator Mehlich3) = 2,8 ppm, pH (H20) = 6,3. Fonte: Mascagani Jr. & Cox (1984).
2/
Sulfato de zinco 1% viafoliar-2 0,4 7,18
Sulfato de zinco 3/ 1% viafoliar-3 0,4 7,18
Testemunha - - 0,3 3,88
1/
Óxido de zinco (80% de Zn): 1 kg de ZnO/20 kg de sementes. Referências
2/ a a
Solução a 1% de sulfato de zinco (23% de Zn): 3 e 5 semanas após a emergência.
3/ a a a
Solução a 1% de sulfato de zinco (23% de Zn): 3 , 5 e 7 semanas após a emergência.
Fonte: Galrão (1994). ALVARES V., V. H.; NOVAES, R. F.; BARROS, N. F.;
CANTARUTTI, R. B.; LOPES, A. S. Interpretação dos
resultados das análises de solos. In: RIBEIRO, A. C.;
É importante ressaltar que a não resposta aos outros
GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ V., V. H. (Ed.).
micronutrientes pode estar relacionada com níveis Recomendação para o uso de corretivos e
adequados de disponibilidade no solo ou o fornecimento fertilizantes em Minas Gerais: 5a. aproximação.
Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de
indireto destes através de outras fontes como, por
Minas Gerais. Viçosa. 1999. p. 25-32.
exemplo, a aplicação de calcário. Contudo, não se
exclui a possibilidade de vir a ocorrer resposta do milho ALVARES V., V. H.; DIAS, L. E.; RIBEIRO, C. A.;
SOUZA, R. B. de. Uso de gesso
aos demais micronutrientes, principalmente em solos
arenosos e com baixos teores de matéria orgânica e agrícola. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.;
cultivos irrigados com altos níveis de produtividade. ALVAREZ V., V. H. (Ed.). Recomendação para o uso
de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5a.
aproximação. Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo
Um exemplo típico dessa situação pode estar do Estado de Minas Gerais. Viçosa. 1999. p. 67-78.
ocorrendo com o manganês, cuja importância tem mais
se destacado pela sua toxicidade do que pela sua
deficiência. Entretanto, com a tendência atual em
aumentar o uso da aplicação de calcário e sua
incorporação incorreta, muito superficial (0 a 10 cm), ou
10 Nutrição e Adubação do Milho

ALVES, V. M. C.; VASCONCELLOS, C. A.; FREIRE, F. KARLEN, D. L.; SADLER, E. J.; CAMP, C. R. Dry
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Circular Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Comitê de Presidente: Antônio Álvaro Corsetti Purcino
Técnica, 78 Embrapa Milho e Sorgo publicações Secretário-Executivo: Cláudia Teixeira Guimarães
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Editoração eletrônica: Tânia Mara Assunção Barbosa
1a edição
1a impressão (2006): 200 exemplares

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