Protocolo HF II Dip 22
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Conteúdo
Nome do Protocolo ....................................................................................................................................... 3
Tema do Protocolo........................................................................................................................................ 3
Microbiologia ................................................................................................................................................ 3
Diagnóstico ................................................................................................................................................... 4
Exames ...................................................................................................................................................... 5
...................................................................................................................................................................... 7
Tratamento ................................................................................................................................................... 8
Prognóstico ................................................................................................................................................. 10
Referências.................................................................................................................................................. 11
Protocolo de Manejo da Doença Inflamatória Pélvica do Hospital Fêmina 3
Nome do Protocolo
Protocolo de Manejo da Doença Inflamatória Pélvica do Hospital Fêmina
Tema do Protocolo
Microbiologia
Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis são os agentes causadores mais comuns. No
entanto, apesar de iniciar frequentemente com um destes, geralmente a infecção progride
como um infecção polimicrobiana, com germes, anaeróbios e facultativos associados:
streptococcus do groupo A e B (mais raramente o enterococcus), E. coli, Proteus
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Por isso, para efeitos de tratamento, devemos considerar um tratamento com espectro
mais amplo.
Fatores de risco
Múltiplos parceiros: >4 nos últimos 6 meses aumenta em 3,2 vezes o risco).
Parceiros com uma DST.
DIP prévia.
Idade entre 15-25 anos.
Método contraceptivo: o uso de preservativo é protetor, assim como de métodos
que alterem o muco cervical (contraceptivos orais e DIU com levonorgestrel),
diminuindo a ascensão de bactérias. O DIU de cobre não parece causar aumento e o
risco estaria limitado às 3 primeiras semanas.
Diagnóstico
O diagnóstico de DIP é difícil pela variedade de sinais e sintomas, devendo-se avaliar os
diagnósticos diferenciais. O valor preditivo positivo do diagnóstico clínico de DIP
sintomático (salpingite) comparado à laparoscopia é de 65-90%, pois depende da avaliação
da característica epidemiológica da população, com maior probabilidade em mulheres
jovens, com histórico de doenças sexualmente transmissíveis e taxas locais altas para
infecção por clamídea e gonorréia.
Ao exame de toque bimanual: dor à mobilização do colo uterino e à palpação dos anexos é
bastante característica de DIP. Pode ser identificada massa anexial (abscesso tubo-
ovariano).
Exames
Ultrassonografia (US) – deve ser realizada na suspeita clínica de abscesso, nas pacientes com
sinais sistêmicos de infecção, BHCG positivo ou dúvida diagnóstica.
No entanto, estes exames, com exceção da US, não são indicados para a investigação básica.
Poderão ser utilizados em casos específicos para diagnóstico diferencial.
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Diagnóstico diferencial
Apendicite aguda
Gestação ectópica
Aborto infectado
Endometriose
Gastrenterite, diverticulite
O diagnóstico clínico presuntivo de DIP é feito na paciente com vida sexual ativa que
apresenta dor em baixo ventre, com leucorreia e dor a palpação de região anexial no exame
de toque bimanual e para estas pacientes, mesmo que os sintomas sinais sejam não muito
expressivos, o início do tratamento não deve ser retardado pelo risco de complicações de
longo prazo (infertilidade).
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Ambulatorial Internação
Antibióticos Via Oral Antibióticos endovenosos
Tratamento
Tendo em vista que DIP é uma infecção polimicrobiana, o tratamento pode ser feito
ambulatorialmente (terapia predominante oral) ou internado (terapia endovenosa).
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Tratamento Ambulatorial :
Ceftriaxone 1g IM dose única associada com doxiciclina 100 mg 12/12 horas VO por 14
dias.
Outra alternativa poderia ser o uso de Levofloxacino 500 mg VO por 14 dias com ou sem
Metronidazol 500 mg 12/12 horas VO por 14 dias), embora o seu uso deva ser evitado
devido ao risco elevado de resistência bacteriana.
A duração da terapia deve ser de 14 dias. A duração da terapia intravenosa deve ser de no
mínimo 24-48 horas após estar apirética e com melhora clínica, podendo então ser trocada
para terapia oral completando o total de 14 dias.
O paciente em condições de alta que não tiver completado 14 de tratamento pode fazer uso
oral de Clindamicina COM cefuroxima, Amoxacilina/Clavulanato COM doxiciclina OU
Doxiciclina COM Metronidazol.
Outra possibilidade, embora descrita por poucos autores é o uso associado de Clindamicina
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e Cefuroxima intravenoso.
Abscesso Tubo-ovariano
Nos casos de abscesso tubo-ovariano o tratamento deve ser realizado preferencialmente
com a paciente internada por 10-14 dias. Caso haja melhora clínica importante, a paciente
pode completar o tratamento em domicílio.
Intervenções cirúrgicas
Abscesso tubo-ovariano pode ser tratado com antibioticoterapia e é resolvido em cerca de
70% dos casos.
A intervenção cirúrgica é necessária quando houver suspeita de ruptura ou resposta
inadequada aos antibióticos em 48-72 horas.
Drenagem em fundo de saco vaginal, quando possível o acesso.
A drenagem com controle US é uma excelente alternativa, sendo a laparoscopia ou
laparotomia reservada para os casos não resolvidos com a drenagem por US ou suspeita de
ruptura de abscesso.
Prognóstico
Risco de recidivas, sequelas como dor pélvica crônica, dispareunia, gestação ectópica e
infertilidade ocorrem em ¼ das pacientes.
Risco de infertilidade é de 10% depois do primeiro episódio e aumenta para 50% depois do
terceiro.
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Referências
1. Aplicativo SCIH-HFE – Antibióticos.
2. https://www.uptodate.com/contents/pelvic-inflammatory-disease-treatment-in-adults-
and-
adolescents?search=doença%20inflamatória%20pélvica&source=search_result&selecte
dTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1
3. Current Medical Diagnosis and Treatment, capítulo 18, p 792-793, 2019.
4. Rotinas em Ginecologia, 2017.
5. MANDELL GL, BENNETT JE, DOLIN R. Mandell, Douglas and Bennett’s Principles and
Practice of Infectious Diseases, 7th Ed. New York: Churchill Livingstone; 2009.
6. Centers for Disease Control and Prevention 2010. Sexually Transmitted Diseases,
Treatment Guidelines 2010
7. Pelvic Inflammatory Disease: http://www.cdc.gov/std/treatment/2010/pid.htm
Acessado em 18 de novembro de 2013.
8. McGregor JA, Crombleholme WR, Newton E, et al. Randomized comparison of
ampicillin-sulbactam to cefoxitin and doxycycline or clindamycin and gentamicin in the
treatment of pelvic inflammatory disease or endometritis. Obstet Gynecol 1994;
83:998–1004
9. Savaris RF, Teixeira LM, Torres TG, et al. Comparing ceftriaxone plus azithromycin or
doxycycline for pelvic inflammatory disease: a randomized controlled trial. Obstet
Gynecol 2007;110:53–60.
10. Bowie WR. Lack of in vitro activity of cefoxitin, cefamandole, cefuroxime, and
piperacillin against Chlamydia trachomatis. Antimicrob Agents Chemother. 1982
Feb;21(2):339-40.
11. Saini S, Gupta N, Aparna, Batra G, Arora DR. Role of anaerobes in acute pelvic
inflammatory disease. Indian J Med Microbiol. 2003 Jul-Sep;21(3):189-92.
12. Workowski KA, Berman SM. Centers for Disease Control and Prevention Sexually
Transmitted Disease Treatment Guidelines. Clin Infect Dis. 2011 Dec;53 Suppl 3:S59-63.