Biografia Pelé
Biografia Pelé
Biografia Pelé
Pelé. Poucos substantivos, objetos ou verbetes têm a força desta simples junção de
quatro letras e um solene acento agudo. É que Pelé é mais que um nome. “ Melhor
jogador de futebol de todos os tempos” é apenas mais um dos títulos que cabem
em sua imensidão conceitual.
BIOGRAFIA DE PELÉ
Ainda pequeno, em 1944, mudou-se com sua família para Bauru, já que seu pai havia
sido contratado pelo Bauru Atlético Clube, o BAC. Aos 11 anos de idade, Pelé foi levado
pelo ex-jogador Waldemar de Britto para outro clube da cidade, o Clube Atlético
Bauru. Aos 16, o mesmo Waldemar o encaminhou para o Santos.
O início de Pelé no Santos
Aos 16 anos, Pelé já mostrava um porte físico acima da média, enorme habilidade
para controlar e disparar a bola e uma velocidade de raciocínio de invejar
supercomputadores. Não à toa, estreou no time profissional com essa idade,
entrando no segundo tempo e marcando um gol na partida de um torneio amistoso
contra o Corinthians de Santo André.
Quando tinha 16, Pelé já era motivo de um certo burburinho entre os torcedores
paulistas, que ouviam falar de um jovem craque do Santos. A confirmação das
“especulações” foi em um torneio amistoso internacional, quando o jogador atuou por
um combinado de Santos e Vasco. Deixou três gols, ou melhor dizendo, golaços, e sua
palavra se espalhou Brasil afora.
Pelé fez sua última partida em Copas ao lado de Garrincha contra a Bulgária. Ambos
marcaram gols. (Art Rickerby/Getty Image)
O Pelé da Copa de 1970: o armador “milenar”
O Pelé do Tri foi um Pelé diferente. Para começar, já tinha ultrapassado os mil gols,
completos ainda 1969.
Depois, estava beirando os 30 anos, o que não parece muito mas, depois de quase 15
anos recebendo pancadas constantes e sendo o único jogador indispensável dos
incessantes compromissos do Santos pelo Brasil e pelo mundo afora, estava com o
físico mudado.
Não que o Rei estivesse pesado no México. Muito pelo contrário. Ia e voltava com
facilidade e tinha a potência necessária para saltar e permanecer no ar, como falou o
zagueiro italiano Burgnich ao lembrar do gol de cabeça do craque na finalíssima.
Acontece que o Pelé da Copa do Mundo de 1970 era mais armador, mais cerebral,
dosando energia e procurando, com um passe, antever os próximos três. A
assistência que dá para o antológico gol de Carlos Alberto Torres, também contra a
Itália, é o seu lance mais simbólico.
A despedida de Pelé na Seleção Brasileira
Tricampeão mundial e autor de 95 gols em 114 jogos, Pelé aposentou-se da Seleção
Brasileira em 1971.
Querendo “cultivar a vida ao seu gosto”, como bem escreveu Carlos Drummond de
Andrade na ocasião, o Rei despediu-se da camisa 10 amarela no dia 18 de julho, num
amistoso contra a Iugoslávia.
Atuou apenas no primeiro tempo e não marcou gols, mas ouviu incessantes gritos de
“Fica, Pelé” de um Maracanã lotado em 140 mil chorões.
Pelé no Santos: mil jogos, mil gols
Se com a camisa 10 da Seleção Pelé irradiou os corações brasileiros de alegria, com a
do Santos os encheu de confusão. Imagino só o sentimento de sofrer um gol de Pelé,
que bela e sublime desilusão devia ser.
O torcedor corintiano é quem melhor vai saber dizer. O Timão levou nada menos que
50 gols do Rei. Longe, porém, de ser um privilégio. Na verdade, nos anos de Pelé,
Dorval, Mengálvio, Coutinho e Pepe, não sofrer gols do Santos era praticamente uma
ofensa.
O Rei e seus súditos dominaram o futebol paulista e brasileiro, especialmente na
primeira metade dos anos sessenta. Entre 1960 e 1965, foram pentacampeões
paulistas e pentacampeões brasileiros.
Nesse meio tempo, levaram ainda o bicampeonato da Libertadores e também do
Mundial Interclubes, entre 1962 e 1963.
O auge do Rei Pelé
É a partir desses fatos e, com muita parcimônia, que afirmamos que esses seis anos
foram o auge de Pelé no futebol profissional. Voando física, técnica e taticamente, o
Rei também estava no meio de um time que estava tinindo. Nessa época, sua
completude nunca foi tão visível.
Quando Pelé ia correndo, Pelé passava através dos adversários como um
punhal. Quando parava, os adversários se perdiam nos labirintos suas
pernas desenhavam. Quando saltava, subia no ar como se o ar fosse uma
escada. Quando cobrava uma falta, os adversários formavam a barreira
queriam ficar de costas, de cara para a meta, para não perder o golaço.
Eduardo Galeano, em “Futebol ao Sol e à Sombra”
Foi nessa época, por exemplo — 1961, para ser mais exato —, que Pelé marcou o
primeiro Gol de Placa. Driblando meio time do Fluminense, incluindo o goleiro, o
camisa 10 encantou o Maracanã.
Mas ninguém ficou mais maravilhado do que o jornalista Joelmir Betting, que cobria a
partida pela rádio. Ao fim da partida Joelmir literalmente mandou fazer uma placa,
que levou e pregou pessoalmente no corredor de honra do estádio carioca.
O milésimo gol de Pelé
Mas, como falamos, chamamos o período de auge com certa cautela. Antes, ora, Pelé
foi campeão mundial e marcou o gol que o parceiro Pepe chamou de o mais bonito
da sua carreira real, contra o Juventus de São Paulo.
Após os “pentas”, o Rei foi campeão brasileiro mais uma vez, em 1968, e campeão
paulista outras quatro, além do já mencionado Tri de 1970. Ah! E também marcou o
seu milésimo gol. Era novembro de 1969, num de seus palcos favoritos, o Maracanã.
O destino foi um pouco cruel com ele, mas não mais que os zagueiros do Vasco que,
depois de ver o camisa 10 passar por marcadores o derrubaram na área e o
impediram de fazer do milésimo um belo gol.
Pior: o fizeram marcar o seu mais icônico gol de pênalti, justo o tipo de gol que ele
mesmo admitiu não gostar de fazer. O Rei até tentou evitar a cobrança, mas o clamor
de seus súditos, que quase explodiam em expectativa, o “obrigou” a marcar e entrar
para história naquela hora mesmo.
A despedida de Pelé do Santos
Depois do milésimo, Pelé fez ainda outros 91 gols pelo Santos antes de deixar o Brasil
rumo ao Cosmos, dos EUA.
Sua despedida foi contra a Ponte Preta, no dia 2 de outubro de 1974. Jogou apenas 21
minutos quando, mergulhado em lágrimas, pegou a bola nos braços, ajoelhou no
centro do gramado e chorou. Depois levantou-se e desceu, pela última vez, as escadas
para o vestiário da Vila Belmiro.
Curiosidades do Pelé
Pelé parou uma Guerra
No dia 4 de fevereiro de 1969, o Santos de Pelé parou a guerra. Pelo menos é isso
que contam os presentes na delegação que viajou a Nigéria para um amistoso na
cidade de Benin.
Na época, o país africano vivia uma intensa guerra civil após a declaração de
emancipação da região de Biafra. Contam os historiadores que, naquele dia, foi
declarado um cessar-fogo no combate, só para ver o Rei jogar.
Os outros apelidos de Pelé
Pelé nem sempre foi o apelido de Edson Arantes do Nascimento. Ao chegar no
Santos, o jovem de 16 era chamado de Gasolina, por sua supostas semelhança com o
artista Antonio Monte de Souza, que também era apelidado em “homenagem” ao
combustível.
Bem mais para frente, na Copa do Mundo de 1970, para ser mais exato, Pelé tinha um
apelido carinhoso dos seus colegas de equipe: Mamãe Dolores. A dita cuja era
uma personagem interpretada pela atriz Isaura Bruno na novela “Pelo Direito de
Nascer”, sucesso absoluto do ano do Tri.
Aliás, Pelé não gostava do “apelido-mor”. Disse que era chamado assim desde a
infância, mas não curtia. Conta ele que, no dia em que deu um soco no coleguinha de
escola, o nome, claro, pegou de vez.
Pelé e Maradona na TV
Um dos momentos mais sublimes da televisão mundial foi a participação de Pelé no
programa “La Noche del 10”, uma espécie de talk-show misturado com programa de
variedades comandado por…Maradona!
O craque argentino recebeu o brasileiro em 2005 com a maior classe. A cena mais
icônica foi a “altinha” de cabeça que ambos trocaram em pleno auditório.
Frases famosas do Pelé
• “Se eu pudesse me chamaria Edson Arantes do Nascimento Bola. Seria a única
maneira de agradecer o que ela fez por mim.”
• “Um pênalti é uma forma covarde de fazer um gol.”
• “Um craque é um jogador que pode fazer tudo no campo. Ele pode dar passes,
motivar seus companheiros e dar-lhes confiança. É alguém que, quando uma equipe
não está bem, torna-se um dos líderes.”
• “A prática é tudo.”
• “Eu cansei de ouvir de zagueiros em campo: crioulo filho da mãe e outras
coisas.”
• “É bom esfriar a cabeça. Toda vez que uma seleção sai como favorita para
ganhar a Copa do Mundo ela acaba perdendo”
Filmes e Livros sobre Pelé
Filmes
• Rei Pelé (1962)
• Isto é Pelé (1974)
• Pelé Eterno (2004)
• Pelé, o Nascimento de Uma Lenda (2016)
Livros
• Pelé – A Autobiografia (2006)
• Pelé – A importância do Futebol (2014)
• Pelé – Minha Vida em Imagens (2010)
• Pelé: Estrela Negra em Campos Verdes (2008)
• Pelé: Os Dez Corações do Rei (2004)
• Por Amor ao Futebol! (2010)
• Pelé 70 (2010)