Monografia 0019799
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GASTRITE AUTOIMUNE
RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA
NITERÓI
2014
CESAR RICARDO ORTEGA ESPINOSA
GASTRITE AUTOIMUNE
RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA
NITERÓI
2014
CESAR RICARDO ORTEGA ESPINOSA
GASTRITE AUTOIMUNE
RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA
Apresentada em de de 2014.
Banca Examinadora:
____________________________________________________________________
Professor
UFF
____________________________________________________________________
Professor
UFF
__________________________________________________________________
Professor
UFF
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família, aos meus professores e a todos que
colaboraram com a minha formação acadêmica.
AGRADECIMENTOS
À minha mãe, Celina Espinosa, pela constante força, carinho e amor durante
toda a vida.
Ao meu pai, José del Cármen Ortega, (in memoriam), a quem só tenho a a-
gradecer, por tudo que me ensinou.
CMV Citomegalovírus
ECL Enterochromaffin-like
EEG Eletroencefalograma
FC Frequência cardíaca
FR Frequência respiratória
HE Hematoxilina-Eosina
Ig Imunoglobulina
PA Pressão arterial
TC Tomografia Computadorizada
SUMÁRIO
2 HISTOFISIOLOGIA ............................................................................................ 10
2.1 GASTRITE AUTOIMUNE ................................................................................ 13
3 FISIOPATOLOGIA ............................................................................................. 17
4 EPIDEMIOLOGIA .............................................................................................. 19
6 DIAGNÓSTICO .................................................................................................. 21
6.1 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ................................................................... 21
6.1.1 Tratamento .................................................................................................. 22
6.1.2 Complicações ............................................................................................. 23
6.2 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ...................................................................... 24
6.2.1 Gastrites Químicas ..................................................................................... 24
6.2.2 Gastropatia Alcalina ................................................................................... 25
6.2.3 Gastrite Linfocítica ..................................................................................... 25
6.2.4 Gastrites Granulomatosas não Infecciosas ............................................ 25
6.2.5 Doenças de Crohn ...................................................................................... 26
6.2.6 Sarcoidose .................................................................................................. 26
6.2.7 Gastrite Eosinofílica .................................................................................. 27
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 31
9
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 INTRODUÇÃO
2 HISTOFISIOLOGIA
A mucosa gástrica humana pode ser dividida em três regiões e tipos histológi-
cos diferentes: a mucosa cárdica, restrita à zona proximal ao pinçamento diafragmá-
tico e de função ainda desconhecida; a mucosa oxíntica (fúndica ou do corpo), a
mais extensa e rica em células parietais responsáveis pela secreção de ácido, e a
mucosa antral ou pilórica na região distal do órgão, caracterizada pela presença de
glândulas mucosas.10
A estreita mucosa da região cárdica do estômago apresenta variações em
seu padrão histológico entre diferentes indivíduos, e mesmo entre diferentes seg-
mentos examinadas. Possui glândulas mucosas, tipo antrais, frequentemente com
presença de numerosas células parietais ou mesmo, apenas, glândulas do tipo oxín-
tica.11
As células da mucosa gástrica se organizam em formações glandulares, pre-
dominantemente na mucosa oxíntica, com fovéolas mucosas curtas e constituídas
por células que secretam produtos de pH neutro ou fracamente ácido, o mesmo a-
contecendo com o epitélio mucoso de revestimento. Os tipos celulares que com-
põem a mucosa gástrica oxíntica no epitélio superficial, são células mucosas, as cé-
lulas principais, e as células parietais. Essas últimas apresentam características es-
truturais típicas, principalmente pela riqueza de mitocôndrias e de canalículos secre-
tores, estes responsáveis pela produção do fator intrínseco e de íons H+ que, secre-
tados na luz do estômago, participam dos mecanismos digestórios locais.12
As células parietais são cúbicas ou cilíndricas baixas, apresentam núcleo em
posição central, e citoplasma que se cora em vermelho intenso pela Hematoxilina-
Eosina (HE). Seus canalículos secretores são canais que permitem a passagem do
ácido clorídrico para o lúmen gástrico por transporte ativo. As células parietais se
distribuem ao longo da espessura de toda a mucosa do corpo e fundo do estômago,
concentrando-se mais no terço médio e sendo mais rarefeitas na base da mucosa.
Nesta última região localizam-se as células responsáveis pela secreção dos pepsi-
nogênios, chamadas de células zimogênias ou principais, de citoplasma mais basófi-
lo, quando coradas pelo HE.13
A mucosa gástrica, do mesmo modo que a mucosa intestinal, é sede de nu-
merosas células endócrinas, principalmente na região das glândulas oxínticas. No
11
que 10% dos pacientes com gastrite autoimune desenvolvam anemia perniciosa ao
longo da vida. Existem outras causas de deficiência de vitamina B12 e, portanto, a
definição de anemia perniciosa inclui a demonstração da presença de maturação
ineficaz na medula óssea (megaloblástica) decorrente da deficiência de vitamina
B12 exclusivamente por falta de fator intrínseco (MARKLE, 1996). 32
A cobalamina atua como cofator para a síntese de DNA e metilação das bai-
nhas de mielina nervosa. É ainda responsável pela conversão do ácido metilmalôni-
co em ácido succínico, quando serve de cofator para a enzima adenosil-mutase.
Como consequência de sua ausência, as células não se dividem em taxas normais e
a cromatina permanece no interior de células gigantes, processo que culmina com
anemia megaloblástica. Já o defeito na mielinização e a possível toxicidade pelo a-
cúmulo de ácido metilmalônico levam a sintomas neurossensoriais de parestesia,
arreflexia tendinosa, distúrbios de sensibilidade profunda e ataxia. Queixas psíqui-
cas, como distúrbio de memória e depressão, podem chegar a um quadro demencial
grave, nem sempre reversível.33
A anemia perniciosa associa-se a outras doenças autoimunes − tem sido re-
lacionada à diminuição da densidade mineral óssea e aumento do risco de fraturas
ósseas −, é considerada fator de risco para adenocarcinoma gástrico (BRINTON,
1989). Em relação a essa última associação, um estudo preconiza que pacientes
com anemia perniciosa sejam submetidos à avaliação endoscópica periodicamente
(SJOBLOM et al., 1993).34
Além da anemia macrocítica, por deficiência de vitamina B12, estima-se que
expressiva porcentagem de pacientes com anemia ferropriva sem queixas gastroin-
testinais tenha a gastrite atrófica do corpo gástrico como causa etiológica para a a-
nemia (ANNIBALE et al., 2001). O mecanismo para essa relação causal seria a im-
possibilidade de mobilização do ferro alimentar em ambiente gástrico com pH eleva-
do, em decorrência da acloridria resultante da atrofia da mucosa gástrica oxíntica.35
3 FISIOPATOLOGIA
4 EPIDEMIOLOGIA
5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
6 DIAGNÓSTICO
21
detecção combinada daqueles e correlação entre os níveis dos títulos séricos detec-
tados e o grau de atrofia da mucosa do corpo gástrico. Entretanto, a ausência da
detecção dos referidos anticorpos não demonstrou diferenças em relação aos parâ-
metros hematológicos, bioquímicos ou histológicos observados na gastrite autoimu-
ne anticorpos positivo.44
A dosagem sérica de níveis diminuídos de pepsinogênio I e elevados de gas-
trina também é considerada como marcadores de lesão da mucosa oxíntica. Recen-
temente, um estudo demonstrou a presença de plasmócitos lgG4+ em um subgrupo
de pacientes com gastrite autoimune, sugerindo a hipótese de um possível papel na
sua patogênese ou, então, de um fenômeno secundário à autoimunidade.45
À endoscopia, observa-se a atrofia da mucosa do corpo gástrico, com realiza-
ção de biópsias de corpo e antro para o diagnóstico histológico, sendo demonstrada
inflamação e atrofia da mucosa de corpo, com substituição das glândulas oxínticas
por metaplasia intestinal pilórica e hiperplasia das células "enterocromafins-like". Em
cerca de 50% dos casos, observa-se acometimento da mucosa antral pelo processo
inflamatório, com atrofia em 27%.46
6.1.1 Tratamento
6.1.2 Complicações
da, seja Billroth I ou II. Também tem sido observado após vagotomia troncular com
piloroplastia e, quando presente, é de mínima monta depois de vagotomia superse-
letiva. Entre os achados histológicos, a hiperplasia foveolar com alongamento e/ou
tortuosidade constitui o achado histológico mais sugestivo de gastrite reativa asso-
ciada ao refluxo biliar. Na maioria dos casos sintomáticos, o quadro que se desen-
volve após cirurgia gástrica para úlcera péptica, com a sintomatologia se inicia den-
tro de poucas semanas a vários anos depois do ato cirúrgico. A exata incidência é
desconhecida, com alguns estudos sugerindo que possa ocorrer em até 9% dos pa-
cientes operados. Os casos descritos em pacientes sem cirurgia gástrica previa es-
tão quase sempre associados à colecistectomia prévia.56
6.2.6 Sarcoidose
7.1 TUBERCULOSE
7.2 SÍFILIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
31
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