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Nutrição, Fertilidade e Gestação - Betina Ettrich - Aula 09.04.2016

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Nutrição, Fertilidade e Gestação

Betina da Gama Ettrich


Nutricionista
Mestre em Ciências Médicas
Pós-graduada em Nutrição Materno-Infantil
Nutrição na fertilidade da mulher
 Ciclo menstrual = regulares 28 dias (21 a 35 dias)
 Ovulação = meio do ciclo (14 dias)
 Período fértil = 3 a 5 dias antes da ovulação até 1 a 2 dias após.
2a5
dias

7 a 8 dias após a
ovulação
Infertilidade na mulher
 A infertilidade é definida como a impossibilidade de conceber após 12
meses de relações sexuais desprotegidas.

 É relativamente frequente: cerca de 8% a 12% dos casais com mulheres em


idade fértil.

 Causas (mulheres): ovários, trompas, endométrio ou causas inexplicadas.

 16% dos casais inférteis apresentam infertilidade inexplicada.

 Poluição, cigarro, drogas, metais tóxicos, excesso de gordura corporal,


algumas patologias, desequilíbrios hormonais e deficiências nutricionais.
Nutrição age direta e
indiretamente!

Doença celíaca, resistência à


insulina e diabetes, ovário
policístico, hipotireoidismo.
Infertilidade na mulher
 Doença celíaca
Infertilidade na mulher
 Sensibilidade ao glúten X desordens reprodutivas na mulher

Abortos recorrentes, Vida reprodutiva mais


retardo de crescimento curta, com menarca
intrauterino e maior tardia e menopausa
risco de natimortalidade precoce

Menor absorção de
Diminuição na
nutrientes e possível
fertilidade em homens:
associação com outras
afeta motilidade do
patologias (ovário
esperma e níveis de
policístico e
andrógenos
endometriose)
Infertilidade na mulher
 Ovário policístico
 Aumenta o estresse oxidativo – precisa mais antioxidantes para
aumentar a fertilidade.
 Obesidade e adiposidade central.
Infertilidade na mulher
 Resistência à insulina
Dieta e fertilidade
 Ácidos graxos trans
 Carboidratos refinados
 Proteína
 Soja processada
 Bisfenol A
 Glutamato monossódico
 Emagrecer ajuda?
Dieta e fertilidade
 Ácidos graxos trans
 Gordura trans pode aumentar o risco de infertilidade ovulatória quando
substitui carboidratos ou gorduras insaturadas.

Aumento de 2% na ingestão calórica de


ácidos graxos trans substituindo Ingestão de 2% de trans ao invés
carboidrato aumentou 73% o risco de de monoinstarurados mais
infertilidade ovulatória do dobro de risco de
Substituir trans por ômega 6 risco infertilidade ovulatória
semelhante
Dieta e fertilidade
 Carboidratos
 Cuidar quantidade de carboidrato, índice glicêmico e carga glicêmica
Dieta e fertilidade
 Proteína animal X proteína vegetal
Dieta e fertilidade
 Soja processada
 Ação estrogênica
 Estudos em animais sugerem que a ingestão de quantidades muito altas de
fitoestrógenos pode afetar a fertilidade.

Vegetarianas e veganas: preferir a


soja precipitada ou fermentada
(misso, tofu...)
Dieta e fertilidade
 Bisfenol A = plásticos e resinas
 Efeitos tóxicos – desregulador endócrino
 Mimetiza os efeitos estrogênicos = semelhança estrutural
 SOP e abortos recorrentes
 Diminui ovulação
Dieta e fertilidade
 Glutamato monossódico
 Em doses mais elevadas, provoca efeitos prejudiciais sobre os oócitos de
ovários de ratos Wistar adultos e, por extensão, pode contribuir para
infertilidade em fêmeas.
Dieta e fertilidade
 Emagrecer
 A perda de peso antes da gravidez pode melhorar a fertilidade
 Estudos sugerem que mesmo uma modesta perda de 5-10% de peso pode
restaurar a ovulação.
Dieta e fertilidade
 Emagrecer
Micronutrientes e fertilidade
Suplementação e fertilidade
 Antioxidantes: selênio, vitamina E, vitamina C, zinco
 Vitaminas do complexo B
 Coenzima Q10
 Vitamina D
 Ferro
 Ômega 3
Suplementação e fertilidade
Vitamina B12: deficiência
Antioxidantes: agem diminuindo
prolongada gera mudança na
o estresse oxidativo e
ovulação e desenvolvimento do
protegendo a integridade do
óvulo ou implantação ineficiente
DNA dos óvulos
(Bennett M, 2001)

Zinco: maior relação com


Vitamina D: necessária na
fertilidade masculina. Afeta a
produção dos hormônios sexuais
motilidade ou a função dos
(afetam a ovulação e equilíbrio
espermatozoides e a natureza
hormonal)
química e física do sêmen
Suplementação e fertilidade

Coenzima Q10
Ômega 3: relação direta
Ferro: deficiência gera (50-150 mg/dia):
com desequilíbrios
anovulação antioxidante e melhora
hormonais
qualidade do oócito.
Como melhorar a fertilidade da nossa
paciente?
Programação metabólica
Programação metabólica

O termo programação ou imprinting metabólico descreve um


fenômeno através do qual uma experiência nutricional precoce,
durante um período crítico e específico do desenvolvimento (janela
de oportunidade), acarretaria um efeito duradouro e persistente ao
longo da vida do indivíduo, predispondo a determinadas doenças.
Programação metabólica
RCIU

Desnutrição

Doenças na vida adulta


(resultantes de um processo adaptativo de memória)
Adaptações fisiológicas na gestação
A gestação é um período de grandes
mudanças e adaptações em que praticamente
todos os sistemas e órgãos do organismo são
afetados.

A gestação a fase de maior demanda nutricional no ciclo de vida da mulher,


uma vez que envolve rápida divisão celular e desenvolvimento de novos
órgãos e tecidos.
Diagnóstico de gestação
 O diagnóstico da gestação baseia-se na história, no exame físico e nos
testes laboratoriais.

 Sinal mais frequente e evidente: amenorreia.


 Manifestações clínicas: náuseas e vômitos, tonturas, sonolência, sialorreia,
mudança de apetite, aumento da frequência urinária.
 Modificações anatômicas: aumento do volume das mamas, saída de
colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical,
aumento do volume uterino.

 Exame laboratorial: fração beta da gonadotrofina coriônica humana


(HCG) detectada no soro materno a partir do 8º dia após a fecundação.
 Ecografia: batimentos cardíacos fetais a partir da 5ª-7ª semana.
Mudanças fisiológicas
 Garantir o crescimento e o desenvolvimento do feto
 Assegurar as reservas biológicas para o parto
 Reservas para a recuperação pós-parto e para a lactação

 Alterações hormonais: aumento da progesterona e do estrogênio e


presença de lactogênio placentário (hPL), tireotropina coriônica
(hCT) e gonadotrofina coriônica (hCG).
Mudanças fisiológicas
Principais sinais e sintomas
Primeiro  Glândulas mamárias maiores
trimestre  Aréolas maiores e mais escuras
 Alterações de humor
 Sono
 Náuseas, vômitos, plenitude gástrica, mal-
estar, constipação intestinal
 Pressão arterial tende a diminuir

Primeiras mudanças devem-se ao aumento dos hormônios e às demandas


metabólicas do feto, placenta e útero.
Mudanças fisiológicas

Principais sinais e sintomas


Segundo
trimestre  Aumento do metabolismo basal (15-20%)
 Aumento da demanda de alguns nutrientes
 Diminuição da sensibilidade ao sal
 Maior risco de DMG

Geralmente o período de maior depósito de tecido adiposo materno – cuidar!


Mudanças fisiológicas

Principais sinais e sintomas


Terceiro
trimestre  Constipação
 Refluxo e azia
 Aumento do volume sanguíneo (atinge em
torno de 45-50% de aumento na 32ª sem.)
Anamnese nutricional
 Avaliação clínica
 História clínica e familiar
 História pregressa
 Avaliação alimentar
 Exames bioquímicos
 Avaliação antropométrica
Anamnese nutricional
 Data da última menstruação (DUM)
 Data provável do parto (DPP) = dia que completa 40 semanas.
 Idade gestacional (IG) = número de semanas contadas a partir do
primeiro da DUM

1º trimestre: ≤ 12 semanas
2º trimestre: 13 a 27 semanas
3º trimestre: ≥ 28 semanas
Avaliação antropométrica
 Peso pré-gestacional
 Peso atual
 Altura
 Índice de massa corporal
 Curva de Atalah: classifica o estado nutricional da gestante de
acordo com o IMC atual e a idade gestacional.

Atalah SE, Castillo CL, Castro RS. Propuesta de um nuevo estandar de evaluación nutricional en
embarazadas. Revista Medica de Chile, v.125, p.1429-1436, 1997.
Ganho de peso
 1º trimestre
 Perda de até 3 kg
 Manutenção
 Ganho de até 2 kg

 2º e 3º trimestres
 Depende do estado nutricional pré-gestacional
Ganho de peso

Distribuição aproximada do ganho de peso da gestante

Feto 3000g
Cerca
Placenta 450-650g
de 8 kg
Útero 1000g
Líquido amniótico 800g
Mamas 1400g
Volume sanguíneo 1400-1800g
Estoque materno 1800-3600g
Ganho de peso
Média de ganho semanal
IMC pré-gestacional Ganho total (kg)
no 2º e 3º TRI (kg)
Baixo peso (<18,5kg/m²) 12,5 – 18,0 0,51 (0,44-0,58)
Adequado (18,5-24,9kg/m²) 11,5 – 16,0 0,42 (0,35-0,50)
Sobrepeso (25,0-29,9kg/m²) 7,0 – 11,5 0,28 (0,23-0,33)
Obesidade (>30,0kg/m²) 5,0 – 9,0 0,22 (0,17-0,27)
Fonte: Institute of Medicine, 2009.
A avaliação do ganho de peso semanal apresenta maior sensibilidade, uma vez
que intervenções nutricionais podem ser realizadas ainda durante o pré-
natal, de forma a evitar o ganho de peso total excessivo e prevenir suas
consequências para o binômio mãe-filho.
Ganho de peso
 Ganho de peso insuficiente
 Baixo peso ao nascer
 Pequeno para a idade gestacional (PIG)
 Parto prematuro

 Ganho de peso excessivo


 Grande para a idade gestacional (GIG)
 Diabetes gestacional
 Parto prematuro
 Cesariana
 Mortalidade infantil
 Retenção de peso materno pós-parto
 Obesidade infantil
Ganho de peso

Conclusão: o ganho de peso gestacional abaixo das recomendações (IOM,


2009) não pode ser rotineiramente recomendado, mas pode ocasionalmente
ser individualizado para certas mulheres, com cautela, levando em conta
outros fatores de risco.
Objetivo: propor curvas
de ganho de peso fetal e
P50 = 13 kg
assim termos um padrão IMC normal
internacional de ganho (18.50-24.99)
de peso gestacional
Gestação gemelar
 Recomendação de ganho de peso

< 20 semanas: 0,45 a 0,68 kg/semana


20-28 semanas: 0,57 a 0,79 kg/semana
> 28 semanas: 0,45 kg/semana
Conduta nutricional na gestação
Valor energético total
Estado nutricional Energia (kcal)
Eutrofia Adicionar 300 kcal na dieta normal a partir do 2º TRI
Desnutrição Adicionar 300 kcal desde o início
Sobrepeso e obesidade Não deverá ter aumento nas calorias – monitorar

RDA, 1989

Estoque de energia do feto, útero e tecido mamário, depósito de gordura


materno e gasto energético adicional somado ao metabolismo basal dos
novos tecidos que estão sendo sintetizados
Valor energético total
 O adicional calórico de 300 kcal/dia pode ser insuficiente em
gestantes com atividade física intensa e regular ou excessivo em
mulheres sedentárias e com maiores reservas de gordura.

Avaliar e monitorar sempre!!!!

Energia em excesso das necessidades do feto tem um elevado potencial para


ser armazenada como gordura materna por causa do ambiente em geral
anabólico da gravidez.
Valor energético total
 Gestação gemelar
 Não há consenso...
 Acréscimo de 450 kcal/dia a partir do 2º trimestre
 Monitorar!
Nutrientes importantes
 As necessidades de proteína aumentam na gestação em decorrência
do rápido crescimento do feto, do aumento uterino, da preparação
das glândulas mamárias e do desenvolvimento placentário.

 Recomendação: 0,8-1,0 g/kg/dia + 10g proteína/dia e máximo


20-25% do VET.

 Carboidratos e lipídios – não há alteração.


Micronutrientes importantes

 Cálcio
 Ferro
 Zinco Cuidar todos os
 Vitamina A nutrientes!
 Vitamina C
 Vitamina D
Micronutrientes importantes
 Cálcio
 Formação do esqueleto fetal e a manutenção da saúde óssea materna,
além de ter função no sistema cardíaco.

 Ocorrem mudanças no metabolismo desse mineral, incluindo aumento


da taxa de utilização pelos ossos, diminuição do processo de reabsorção
óssea e acréscimo da absorção intestinal.

 Recomendação na gestação: 1.000 mg por dia.

 Principais fontes alimentares: leite e derivados, vegetais verde-escuros,


feijões, peixes, gergelim.
Micronutrientes importantes
 Ferro
 As baixas reservas de ferro pré-concepcionais e a elevada necessidade
do mineral em função da formação dos tecidos maternos e fetais podem
resultar em anemia ferropriva na gestação.
 Anemia está associada à menor resistência a sangramentos, maior
susceptibilidade a infecções, maior risco de parto prematuro e retardo
de crescimento intrauterino, podendo levar à morte materna e
perinatal.
 Recomendação na gestação: 27 mg por dia.
 Principais fontes alimentares: carnes, vísceras, leguminosas, legumes,
vegetais verde-escuros, grãos integrais, alimentos fortificados.
 A vitamina C melhora a absorção do ferro presente em alimentos de
origem vegetal e, portanto, fontes alimentares deste nutriente devem
ser consumidas junto com as refeições.
Micronutrientes importantes
 Zinco
 Está relacionado com reprodução, diferenciação celular, crescimento,
desenvolvimento, reparação tecidual e imunidade.

 Deficiência: abortos espontâneos, retardo de crescimento intrauterino,


prematuridade, pré-eclâmpsia e malformação congênita.

 Recomendação na gestação: 11 mg por dia.

 Principais fontes alimentares: carne, peixes, aves, leite e derivados,


frutos do mar, fígado, cereais integrais, leguminosas, nozes.
Micronutrientes importantes
 Vitamina A
 Está envolvida na diferenciação celular, no ciclo visual, na reprodução,
no desenvolvimento fetal, na função imune, na manutenção da placenta,
entre outros.

 O consumo adequado durante a gestação previne prematuridade,


descolamento placentário e mortalidade materna.

 Recomendação na gestação: 770 µg por dia.

 Principais fontes alimentares: fígado, leite e derivados, vegetais verde-


escuros, vegetais e frutas amarelo-alaranjados.
Micronutrientes importantes
 Vitamina B9 (ácido fólico)
 Deficiência: compromete a divisão celular e a síntese protéica. Está
associada à prematuridade, baixo peso ao nascer e defeitos do tubo
neural.
 Recomendação na gestação: 600 µg por dia.
 Principais fontes alimentares: vegetais verde-escuros, leguminosas,
frutas cítricas, fígado, levedo de cerveja, germe de trigo, alimentos
fortificados.

Deve-se suplementar por pelo menos 30 dias antes da concepção até a 12ª semana
de gestação, na medida em que a formação do tubo neural ocorre no início da
gravidez, período em que os estoques maternos podem estar comprometidos
Micronutrientes importantes
 Vitamina C
 Deficiência: parto prematuro, pré-eclâmpsia e aumento do risco de
infecções.

 Ingestão melhora a absorção do ferro e reduz o risco de anemia


materna.

 Recomendação na gestação: 85 mg por dia.

 Principais fontes alimentares: acerola, goiaba, morango, manga, laranja,


limão, mamão, pimentão, espinafre, couve, brócolis, tomate.
Micronutrientes importantes
 Vitamina D
 Deficiência: hipocalcemia neonatal, redução da mineralização óssea e
aumento do risco de fraturas, uma vez que a vitamina auxilia na
absorção do cálcio e do fósforo provenientes dos alimentos.

 Recomendação na gestação: 5 µg por dia.

 Principais fontes alimentares: peixes, fígado, gema do ovo.

Estudos recentes relacionam a deficiência na mãe com pré-eclampsia, resistência à


insulina, diabete gestacional, vaginose bacteriana e aumento da frequência de cesárea.
Deficiência no RN: raquitismo congênito, crânio tabes ou osteopenia
Micronutrientes importantes
 Vitamina D

As evidências recentes suportam o conceito de que 25-hidroxivitamina D


circulante deve ser de 40-60 ng/ml (100-150 nmol) durante a gravidez e
uma dose diária de 4000 UI de vitamina D3 é necessária para atingir esse
nível circulante.
Micronutrientes importantes
 Deficiência de vitamina D na gestação

Suplementação com 4.000


UI/dia durante a gravidez
↓ risco de infecções
maternas e parto prematuro

Exposição solar!
Suplementação na gestação
 Ômega 3
 Probióticos
 Vitaminas e minerais
Terapia nutricional nos sintomas
gestacionais
Constipação intestinal
 Principal causa: ação relaxante da progesterona
 Compressão do útero sobre a parede do cólon
 Diminuição de exercícios físicos
 Orientar
 Água!!!
 Fibras
 Probióticos
 Suplementação de glutamina – 5g/dia
Etiologia multifatorial, mas os
níveis elevados de beta-hCG e
Náuseas e vômitos estrogênio são tidos como os
grandes responsáveis
 6ª a 20ª semana
 Grave: hiperemese gravídica
 Orientar:
 Fracionar refeições
 Evitar alimentos gordurosos e condimentados
 Preferir carboidratos secos e crocantes.
 Preferir líquidos bem gelados – evitar líquidos quentes
 Geralmente apetece mais alimentos ácidos e gelados
 Gengibre acelera esvaziamento gástrico (1-2g/dia)
 Suplementação de vitamina B6: 40 a 80 mg/dia (dividir 2 doses)

Alimentos: aveia, banana, gérmen de trigo, leguminosas


RDA é 1,9 mg/dia e UL é 100mg/dia
Todos os estudos mostraram que o gengibre administrado por via oral foi significativamente mais
eficaz do que o placebo na redução da frequência de vômitos e a intensidade de náusea.
Entretanto, ainda há incerteza sobre a dosagem máxima segura de gengibre na gestação.

O uso de gengibre durante a


gravidez não parece aumentar o
risco de malformações
congênitas, natimorto ou morte
perinatal, prematuridade, baixo
peso ao nascer ou baixo índice de
Apgar
Azia
 No primeiro trimestre: aumento da progesterona diminui a
velocidade de esvaziamento gástrico.
 A partir do 2º trimestre: aumento do volume uterino desloca e
comprime o estômago + relaxamento do esfíncter esofagiano =
refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago.
 Orientar:
 Líquidos com gás
 Alimentos gordurosos
 Produtos de padaria
 Alimentos quentes
 Evitar deitar após comer
 Evitar ingerir líquidos junto com as refeições
 Estresse...
Retenção hídrica e edema
 Em geral surge no 3º TRI, limitando-se aos membros inferiores e,
ocasionalmente, às mãos.
 Orientar:
 Evitar alimentos industrializados (sódio e açúcar)
 Ingerir líquidos e alimentos diuréticos
 Avaliar potássio, magnésio, vitamina B6
 Exercício físico e drenagem linfática conforme liberação médica.

Edema em membros inferiores – fisiopatologia: compressão venosa pelo


útero gravídico, dificultando o retorno venoso.
Cefaleia
 Mais intensa em pacientes com história prévia de enxaqueca.
 Agravada por hipoglicemia, calor e fadiga.
 Aumentar a ingestão hídrica.
 Evitar: cafeína, açúcar, alimentos condimentados?
 Investigar leite? Glutamato monossódico? Aspartame? Nitratos e
nitritos?
Acne
 Origem multifatorial – genética influencia fortemente.
 Mais comum no último trimestre.
 Aumento das concentrações do estrógeno.
 Evitar o consumo de alimentos gordurosos/frituras, leite de vaca (?).
 Dieta de baixo IG para reduzir IGF-1 (aumenta a produção de sebo).
 Suplementar zinco e ômega 3 para reduzir inflamação (?)
Câimbra
 Geralmente causada pelo desequilíbrio entre o cálcio e o
magnésio, pela necessidade do bebê aumentada.
 Potássio – difícil, mas observar.
 Hidratação.

Fontes alimentares de magnésio


Semente de abóbora
Farelo de trigo
Amêndoas
Castanha do Pará
Terapia nutricional nas patologias
da gestação
Distúrbios hipertensivos
Classificação dos distúrbios hipertensivos na gestação
Pré-eclâmpsia
• Leve
• Grave
• Eclâmpsia
Hipertensão arterial crônica
Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta
Hipertensão gestacional

Pressão arterial sistólica (PAS) > 140 mmHg e/ou pressão arterial
diastólica (PAD) > 90 mmHg em pacientes com mais de 20 semanas
de gestação e previamente normotensa.
Distúrbios hipertensivos
Classificação dos distúrbios hipertensivos na gestação
Pré-eclâmpsia
• Leve
• Grave
• Eclâmpsia
Hipertensão arterial crônica
Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta
Hipertensão gestacional

Em geral, manifesta-se após a 20ª semana e é definida como a


presença de hipertensão arterial e proteinúria significativa.

PAS ≥ 160 mmHg ou PAD ≥ 110 mmHg e proteinúria de 24 horas superior a 2,0 g
são suficientes para considerar uma gestante como tendo pré-eclâmpsia grave
Distúrbios hipertensivos
Classificação dos distúrbios hipertensivos na gestação
Pré-eclâmpsia
• Leve
• Grave
• Eclâmpsia
Hipertensão arterial crônica
Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta
Hipertensão gestacional

É a ocorrência de convulsões motoras generalizadas em gestantes


com pré-eclâmpsia.

Risco de morte materna e perinatal


Distúrbios hipertensivos
 Tratamento nutricional

 Suplementar cálcio durante a gestação está associado à redução


importante na incidência de pré-eclâmpsia (principalmente gestantes
de alto risco): 1 a 2 g por dia a partir da 12ª semana.

 Magnésio?

 Aumento repentino de peso (700g ou mais em uma semana) sugere


pré-eclâmpsia.
Diabetes gestacional
 A gravidez é um estado potencialmente diabetogênico.

 Uma gestação normal caracteriza-se por leve hipoglicemia de jejum,


hiperglicemia pós-prandial e hiperinsulinemia.

Mulheres que
Ação dos Hiperglicemia
engravidam
hormônios
com algum grau
placentários Diabetes
de resistência à
anti-insulínicos Gestacional
insulina
Diabetes gestacional
 Define-se diabetes gestacional como qualquer grau de intolerância à
glicose que inicia ou é reconhecida pela primeira vez durante a
gestação, independentemente de tratamento com insulina ou da
condição persistir após a gravidez.

 É habitualmente diagnosticado no final do segundo ou no início do


terceiro trimestre de gestação, quando se acentua a resistência à
insulina.

*Geralmente em torno da 24ª semana gestacional


Diabetes gestacional
Após 10 a 12 anos da
• Fatores de risco gestação: 23,6 a 44,8%
das mulheres com DMG
• Idade ≥ 25 anos
desenvolvem DM2
• Sobrepeso / obesidade (IMC > 25 kg/m²) (American Dietetic Association Guide to
Gestational Diabetes Mellitus, 2006)

• Ganho excessivo de peso na gestação atual


• História familiar de diabetes (1º grau)
• História obstétrica de morte fetal inexplicada, polidrâmnio,
macrossomia ou malformação fetal, pré-eclâmpsia ou eclâmpsia,
diabetes gestacional
• Síndrome dos ovários policísticos
Diabetes gestacional
• Diagnóstico

Primeira visita pré-natal: glicemia em jejum para todas as pacientes

Glicemia jejum ≥ 126 mg/dl ou ocasional > 200 mg/dl + confirmação com um valor em
jejum ≥ 126 mg/dl ou HbA1c ≥ 6,5% – Tratar e seguir como Diabetes prévia

Glicemia jejum ≥ 92 mg/dl e < 126 mg/dl – Diabetes gestacional

Glicemia jejum < 92 mg/dl – Rastrear diabetes gestacional com 24-28 semanas (TTG)

American Diabetes Association, 2011


Diabetes gestacional
Testes de rastreamento devem ser feitos utilizando-se o teste oral de
tolerância à glicose (TTG) com 75g de glicose.

Realizar TTG com medição de glicose plasmática em jejum e em 1 e 2 horas, entre a 24ª e a 28ª
semanas de gestação, em mulheres sem diagnóstico prévio de diabetes.

TTG deve ser realizado no período da manhã após jejum de pelo menos 8 horas.

O diagnóstico de diabetes gestacional é confirmado quando qualquer um dos seguintes valores


de glicemia for atingido:
• Glicemia de jejum ≥ 92 mg/dl
• Glicemia pós-prandial de 1 hora ≥ 180 mg/dl
• Glicemia pós-prandial de 2 horas ≥ 153 mg/dl

American Diabetes Association, 2011


Diabetes gestacional
• Normalização das glicemias maternas é o fator isolado mais
importante na prevenção do hiperinsulinismo e macrossomia fetal.
• Alimentação, atividade física e monitoração metabólica.
• Tratamento nutricional
• Dietas com cerca de 40% de carboidratos parecem facilitar o controle
metabólico, por reduzirem hiperglicemia pós-prandial.
• Índice glicêmico e carga glicêmica.
• Fibras.
Anemia na gestação
 Aumento maior no volume circulante causa hemodiluição (=
anemia fisiológica da gestação).

 Ocorre diminuição significativa nos valores dos glóbulos vermelhos,


da hemoglobina (Hb) e do hematócrito (Ht), que se manifesta
precocemente, ao redor da 10ª semana, alcançando valores mínimos
ao redor da 20ª semana e com discreto aumento a partir de então.
Anemia na gestação
 Diagnóstico

Exames bioquímicos Valores de referência na gestação


Hemoglobina 10,5 a 14 g/dl 12 a 16 g/dl
Hematócrito 33 a 44% 37 a 47%
Ferro 90 µg/dl 135 µg/dl
Ferritina 5 a 150 ng/dl
15 a 200 ng/dl

OMS considera: Hb ideal acima de 11 e grave abaixo de 7 g/dl


Anemia na gestação
 Tratamento nutricional

 Ferro de origem vegetal (não heme): absorção ao redor de 1% a 7%

 Ferro de origem animal (heme): absorção varia entre 20% a 30%


com boa disponibilidade

 Suplementação: o tratamento da anemia é a suplementação de ferro


com 60 a 120 mg/dia.
Infecção urinária
 A presença de bactérias causando sintomas urinários baixos constitui
o quadro de cistite.

 Sintomas: urgência miccional, aumento do número de micções, dor


e ardor ao urinar, hematúria.

 Principais complicações: trabalho de parto pré-termo, recém-


nascidos de baixo peso, rotura prematura de membranas, restrição
de crescimento intraútero, paralisia cerebral, entre outras.
Infecção urinária
Infecção urinária
 Tratamento nutricional

 Cranberry?

 Hidratação

 Evitar leite e derivados para infecções de repetição?


Mitos e polêmicas na gestação

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